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Temos pregado um evangelho que traz prosperidade, mas que não transforma
os corações, não coloca as pessoas aos pés do Mestre, não leva ninguém ao
altar da rendição e arrependi- mento, apenas reforça as mazelas do coração
Neste artigo estarei me referindo ao volume crescente de crentes nas grandes metrópoles que
não estão conseguindo se ajustar à realidade das igrejas contemporâneas e vivem à margem
ou fora do convívio eclesiástico, ou mesmo perambulando de igreja em igreja em busca de um
evangelho significativo.
Esta questão não tem mais como ser desprezada, nem esse contingente pode continuar sendo
chamado “turista”. Será que essa situação não estaria indicando que a igreja, em geral, estaria
deixando de cumprir de forma completa a sua missão?
Mas temos ainda a teologia salvacionista que focaliza meramente a salvação, transformando-a
num fim em si mesma, deixando de lado o seu motivo principal – romper a barreira do pecado e
da condenação para levar a pessoa salva a ter condições de viver para a glória de Deus no seu
dia-a-dia por meio de decisões eticamente comprometidas com um cristianismo real, concreto
que envolva todas as áreas da vida – um evangelho integral que abrange todo ser. É o
evangelho todo para todo homem e para o homem todo, tão central na mensagem de
Lausanne.
Na verdade, me parece que, com todo esse desvio do rumo bíblico da vida da igreja, temos
pregado um evangelho tão superficial que não temos afetado efetivamente as vidas. Temos
investido em eventos, mas eventos não transformam vidas; temos pregado um evangelho que
traz prosperidade, mas que não transforma os corações, não coloca as pessoas aos pés do
Mestre, não leva ninguém ao altar da rendição e arrependimento, apenas reforça as mazelas
do coração.
Assim, conversando com dezenas e dezenas de crentes espalhados pelo nosso País, tenho
descoberto que muitos estão literalmente perambulando em busca de um evangelho
significativo, bíblico e concretizável em sua vida não apenas eclesiástica, mas também pessoal,
afetiva, social, profissional. É verdade que muitos demonstram estar buscando gurus que
possam lhes dizer o que gostariam de ouvir, mas um número sem conta deseja um
compromisso real com o Mestre. Será que teremos de criar também igrejas marginais?