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SÃO JOÃO DA CRUZ, DOUTOR DA IGREJA E PADROEIRO DOS


MÍSTICOS E POETAS
14/12/2021 DESTAQUE ESPECIAL, ESPECIAL

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“Minha alma se há votado, com meu cabedal


todo, a seu serviço”. O trecho do poema “Cântico
Espiritual” demonstra a devoção e habilidade de
São João da Cruz com as palavras. Além de ser
um grande poeta, admirado pela musicalidade de
sua poesia e a beleza de seus versos, o santo, cuja
festa é celebrada hoje, 14 de dezembro, é
considerado um doutor da Igreja.

São João da Cruz nasceu em Fontiveros, província


:
de Ávila, na Espanha, em 1542. Sua família era
pobre. Na escola, começou a aprender o ofício de
tecelão e mais tarde trabalhou como empregado
do diretor de um hospital. Enquanto estudava no
Colégio dos Jesuítas, praticava a mortificação
corporal.

Aos 21 anos, tomou o hábito no convento das


Carmelitas de Medina del Campo e viveu muito
observante da regra original do carmelo. Foi
ordenado em 1567 e pediu a Deus a graça especial
de que o conservasse sempre em graça, sem
pecado, e poderia sofrer com coragem e paciência
todos os tipos de dores, penas e enfermidades.

Conheceu santa Teresa de Jesus, que depois de


fundar a Comunidade das Irmãs Carmelitas
Descalças, também queria fundar uma
comunidade de Padres Carmelitas que fossem
observantes das regras com a maior exatidão
possível. João da Cruz aceitou a proposta e com
isso, tiveram início os carmelitas descalços.

Deus lhe concedeu a qualidade de saber ensinar o


método para alcançar a santidade. Seus
ensinamentos foram escritos e resultaram em
livros muito importantes, o que o levou a ser
declarado Doutor da Igreja. Entre seus livros
famosos está “Subida do Monte Carmelo” e
“Noite Escura da Alma”.

São João da Cruz foi para a casa do Pai em 14


dezembro de 1591, aos 49 anos. Foi canonizado no
ano de 1726 e, em 1926, o papa Pio XI o declarou
doutor da Igreja.

São João da Cruz: Obras principais e


espiritualidade (por Bento XVI)
No “Cântico espiritual”, S. João apresenta o
caminho de purificação da alma, ou seja, a posse
progressiva e jubilosa de Deus, até que a alma
:
chegue a sentir que ama a Deus com o mesmo
amor com que é por Ele amada.

Em “Chama de amor viva” continua nesta


perspectiva, descrevendo mais
pormenorizadamente o estado de união
transformadora com Deus. A comparação
utilizada por João é sempre a do fogo: assim como
o fogo, quanto mais arde e consome a madeira,
tanto mais se torna incandescente até se tornar
chama, também o Espírito Santo, que durante a
noite escura purifica e «limpa» a alma, com o
tempo ilumina-a e aquece-a como se fosse uma
chama. A vida da alma é uma festa contínua do
Espírito Santo, que deixa entrever a glória da
união com Deus na eternidade.

A “Subida ao Monte Carmelo” apresenta o


itinerário espiritual sob o ponto de vista da
purificação progressiva da alma, necessária para
escalar a montanha da perfeição cristã,
simbolizada pelo cimo do Monte Carmelo. Tal
purificação é proposta como um caminho que o
homem empreende, colaborando com a obra
divina, para libertar a alma de todo o apego ou
afeto contrário à vontade de Deus. A purificação,
que para alcançar a união com Deus deve ser
total, começa a partir daquela da vida dos
sentidos e continua com a que se alcança por
meio das três virtudes teologais: fé, esperança e
caridade, que purificam a intenção, a memória e a
vontade.

“A noite escura” descreve o aspecto «passivo», ou


seja, a intervenção de Deus neste processo de
«purificação» da alma. Com efeito, o esforço
humano sozinho é incapaz de chegar às
profundas raízes das más inclinações e hábitos da
pessoa: só os pode impedir, mas não consegue
erradicá-los completamente. Para o fazer, é
necessária a ação especial de Deus, que purifica
radicalmente o espírito e o dispõe para a união de
:
amor com Ele. S. João define “passiva” tal
purificação, precisamente porque, embora seja
aceite pela alma, é realizada pela obra misteriosa
do Espírito Santo que, como chama de fogo,
consome toda a impureza. Neste estado, a alma é
submetida a todo o tipo de provações, como se se
encontrasse numa noite obscura.

Com a sua mística excelsa, com este árduo


caminho rumo ao cimo da perfeição, este santo
tem algo a dizer também a nós, ao cristão normal
que vive nas circunstâncias desta vida de hoje, ou
é um exemplo, um modelo apenas para poucas
almas escolhidas que podem realmente
empreender este caminho da purificação, da
ascese mística?

Para encontrar a resposta, em primeiro lugar


temos que ter presente que a vida de S. João da
Cruz não foi um «voar sobre as nuvens místicas»,
mas uma vida muito árdua, deveras prática e
concreta, quer como reformador da ordem, onde
encontrou muitas oposições, quer como superior
provincial, quer ainda no cárcere dos seus irmãos
de hábito, onde esteve exposto a insultos
incríveis e a maus tratos físicos. Foi uma vida
dura, mas precisamente nos meses passados na
prisão, ele escreveu uma das suas obras mais
bonitas.

«E se trevas eu padeço/ em minha vida mortal,/


não é tão grande o meu mal,/ porque, se de luz
careço,/ tenho vida celestial;/ porque o amor dá
tal vida/ quando mais cego vai sendo,/ que tem a
alma rendida,/ sem luz e às escuras vivendo»

E assim podemos compreender que o caminho


com Cristo, o andar com Cristo, “o Caminho”, não
é um peso acrescentado ao fardo já
suficientemente grave da nossa vida, não é algo
que tornaria ainda mais pesada esta carga, mas é
:
algo totalmente diferente, é uma luz, uma força
que nos ajuda a carregar este peso. Se um
homem tem em si um grande amor, este amor
quase lhe dá asas, e suporta mais facilmente
todas as moléstias da vida, porque traz em si esta
grande luz; esta é a fé: ser amado por Deus e
deixar-se amar por Deus em Cristo Jesus.

Este deixar-se amar é a luz que nos ajuda a


carregar o fardo de todos os dias. E a santidade
não é uma obra nossa, muito difícil, mas é
precisamente esta «abertura»: abrir as janelas da
nossa alma, para que a luz de Deus possa entrar,
não esquecer Deus, porque é precisamente na
abertura à sua luz que se encontra a força, a
alegria dos remidos.

Tags:
DOUTOR DA IGREJA SÃO JOÃO DA CRUZ

Leituras:
2Sm 12,1-7a.10-17
Sl 50(51),12-13.14-15.16-17 (R. 12a)
Mc 4,35-41

Mensagem para o 58º Dia Mundial


das Comunicações divulgada hoje
(24) aborda tema da inteligência
artificial
O Vaticano divulgou nesta quarta-feira, dia 24 de
janeiro, memória de São Francisco de Sales, a
mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia
Mundial das Comunicações Sociais. Neste ano, o
tema escolhido é “Inteligência artificial e
:
tema escolhido é “Inteligência artificial e
sabedoria do coração: para uma comunicação

plenamente humana”. Leia na íntegra

Voluntários recebem orientação e


capacitação para atuar no Instituto
Migrações e Direitos Humanos, em
Brasília
A presença de 11 novos voluntários foi uma
alegria para a equipe do IMDH, um sopro de
vigor e uma expressão de fortalecimento na
atuação desta obra que atende em média de 300
a 350 pessoa por mês, nos vários eixos de
atuação: socioassistencial, documentação,
inserção comunitária e econômica, educação e
incidência

Assessor de Comunicação da CNBB


sobre a mensagem para o 58º Dia
Mundial das Comunicações:
“Humanizar a tecnologia”
Em vídeo, o padre Arnaldo Rodrigues comentou
a mensagem. Para ele, o Papa considera que os
seres humanos, as verdadeiras inteligências,
precisam agora, refletir sobre o tema e colocar o
coração acima de tudo para não se deixarem
‘tecnologizar’ pelas ferramentas de comunicação
mas, ao contrário, humanizar toda prática
tecnológica

Vaticano divulga materiais de apoio


e reflexão para 2024, o “Ano da
Oração” em preparação ao Jubileu
2025
O Ano de Oração se insere nesse contexto e sua
celebração é confiada a cada Igreja local. O papel
do Dicastério para a Evangelização será o de
apoiar o que for planejado pelas dioceses “para
que a oração da Igreja possa novamente
revigorar e animar a vida de cada pessoa
batizada”, colocando à disposição de todos
alguns subsídios

Dom Valdir José e Marcus Tulius


comentam a mensagem do Papa
para o Dia Mundial das
Comunicações
“Inteligência artificial e sabedoria do coração:
para uma comunicação plenamente humana” é o
tema da mensagem do Papa Francisco para o
:
tema da mensagem do Papa Francisco para o
58º Dia Mundial das Comunicações Sociais
divulgada hoje, 24 de janeiro, pelo Vatican, no dia
da memória litúrgica de São Francisco de Sales –
patrono dos escritores e jornalistas

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Comunicações divulgada hoje (24)
aborda tema da inteligência artificial

DESTAQUE ESPECIAL, Santa Sé

Voluntários recebem orientação e


capacitação para atuar no Instituto
Migrações e Direitos Humanos, em
Brasília

DESTAQUE ESPECIAL, Social


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