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• Ferretto: playlist boa para quem quer aprender as técnicas do Cálculo de maneira mais pragmática, direta
e menos teórica. Bem didática e bem digerida, normalmente os alunos gostam bastante, mas pode ser rasa
para construir fundamentos mais rigorosos (o que pode complicar mais para frente).
• Khan Academy: conteúdo super completo e vı́deos bastante didáticos. Contém alguns exercı́cios simples em
cada módulo. Um bom meio-termo entre fundamentos teóricos e aplicações das técnicas práticas de Cálculo.
0.2 Livros
• Cálculo, Vol. 1 (Stewart): bom livro introdutório, bastante didático e digerido, mas suficiente pra cobrir o
conteúdo do curso todo (pelo menos para 99% dos professores). Bom para quem não se sente tão seguro em
Matemática ou para quem sentir que não tá pegando o assunto direito e quer correr atrás. Deve ter uns 500
volumes dele pelas bibliotecas da USP (FEA, IME, Fı́sica, Poli).
• Um Curso de Cálculo, Vol. 1 (Guidorizzi): um pouco mais sofisticado matematicamente que o Stewart, mas
também introdutório. Com certeza suficiente para qualquer curso de Cálculo. Recomendável para quem se
sentir seguro com um pouco mais de rigor e aprofundamento matemático. Assim como o Stewart, centenas
de edições por aı́.
• Calculus (Apostol): esse absolutamente não é um livro introdutório de cálculo. Recomendável para quem
tiver uma base muito boa em matemática ou já estudou algo de Cálculo antes (ou quer estudar outros assuntos
derivados, como equações diferenciais). Fornece uma excelente “introdução” bastante rigorosa ao Cálculo.
Detalhe: ele segue a ordem histórica e começa por integral, não derivada. Há um bom número de volumes
no IME e na Fı́sica, possivelmente molhados por lágrimas dos alunos (certamente de alegria).
• Libgen: de longe o melhor site para baixar esses PDFs de livros acadêmicos. Ele tem praticamente qualquer
livro acadêmico em inglês (sério, se tiver sido publicado há pelo menos alguns meses vai estar lá) e os mais
importantes em português.
• Z-Library: se não tiver no Libgen, deve ter aqui. O Z-Library tem mais opções em português.
1
1 Conjuntos númericos e números reais
1.1 Números naturais
Para chegar nos números reais, nós vamos construir uma série de conjuntos de números mais “básicos”. Começaremos
pelo conjunto dos números naturais, que denotaremos com o sı́mbolo chique N. Os naturais são os números
básicos que usamos para contar, isto é, N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} até o infinito. Perceba que só temos números
positivos no conjunto dos naturais. Usando alguns exemplos para estabelecer notação:
−1 ∈
/N (−1 não percente aos naturais)
0.5 ∈
/N (0.5 não percente aos naturais)
π∈
/N (π não percente aos naturais)
0.5 ∈
/Z (0.5 não percente aos inteiros)
π∈
/Z (π não percente aos inteiros)
1 Curiosidade: usamos a letra Z para os inteiros por causa de Zahlen, que significa “número” em alemão.
2
−2 ∈ Q (−2 pertence aos racionais)
π∈
/Q (π não pertence aos racionais)
Mais uma vez, note que todo número inteiro é também um número racional, assim como todo número natural
também o é. Assim, temos N ⊂ Z ⊂ Q.
Todos os pontos nessa reta pertencem aos números reais (por isso dizemos que ela é um contı́nuo; ela não tem
“furos”):
√ √
2∈R ( 2 pertence aos reais)
√ −π
e
√ −π
3 ∈R ( 3 e pertence aos reais)
Naturalmente, mais uma vez, temos o seguinte fato: N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R.
3
1.4.1 Intervalos nos reais
Há uma classe importante de subconjuntos dos reais chamados de intervalos. Eles podem ser entendidos como
“segmentos conectados” da reta real. Usaremos a seguinte notação e definição de intervalos, em que a, b ∈ R:
[a, b] = {x ∈ R : a ≤ x ≤ b}
a b
(indo de a até b, incluindo a e b)
[a, b) = {x ∈ R : a ≤ x < b}
a b
(indo de a até b, incluindo a e excluindo b)
(a, b] = {x ∈ R : a < x ≤ b}
a b
(indo de a até b, excluindo a e incluindo b)
a b
(indo de a até b, excluindo a e b)
a × b = a + a + a + ... + a
| {z }
b vezes
ab = a × a × a × . . . × a
| {z }
b vezes
1. ax × ay = (a × a × . . . × a) × (a × a × . . . × a) = a × a × a × . . . × a = ax+y
| {z } | {z } | {z }
x vezes y vezes x+y vezes
x vezes
z }| {
2. a /a = a × a ×
x a ×
y a . . . × a = a × a × a × . . . × a = ax−y
× ... × a | {z }
x−y vezes
| {z }
y vezes
y
y
3. (ax ) = a × a × . . . × a = ay × ay × . . . × ay = axy
| {z } | {z }
x vezes x vezes
4. a−1 = 1
a
5. a−x = 1
ax
4
6. a0 = 1
√ √
Falemos agora de raı́zes. Seja a um número
√ real; escrevemos n a para denotar a raiz n-ésima de a. n a nada mais
n
é do que o único número real tal que n a = a. Alguns exemplos:
√
(pois 22 = 4)
2
4=2
√
(pois 43 = 64)
3
64 = 4
√
(pois 1.414213562 ≈ 2)
2
2 ≈ 1.41421356
√
−1 ∈
/R (pois não existe número real x tal que x2 = −1)
√ √ √
Uma confusão muito comum é a seguinte: 9 = 3 ou 9 = −3? A resposta é que 9 = 3, simplesmente por
convenção. Tanto 32 = 9 quanto (−3)2 = 9, mas escolhemos sempre o valor positivo para raı́zes de ordem par, pois
precisamos (pela definição) ter uma resposta única.
√
Dito isso, fixar o valor de 9 é bem diferente de encontrar o valor de x que resolve x2 = 9, hein! A equação x2 = 9
de fato implica que x = 3 ou x = −3, pois qualquer um desses valores de x resolve a equação. É importante não
confudir
√ resolver uma equação (encontrar os valores de x que fazem ela ser verdade) com o valor fixo de um número
como 9.
√
Uma outra maneira de escrever n
a é usando um expoente fracionário:
√
n
a = a1/n
√ √ n
Por que isso funciona?
n Relembre que a é definido como o único número real tal que
n n
a = a. O que acontece
se fizermos a1/n ? Pela propriedade 3 acima, sabemos que
n 1
a1/n = an× n = an/n = a
Pela definição de raiz, deve ficar claro que ela é essencialmente o inverso da potência (assim como subtração é o
inverso da adição, e divisão é o inverso da multiplicação). Uma generalização bem sucinta e bastante útil sobre
essa relação é a seguinte:
√
am/n = n
am
Passemos agora aos temidos logaritmos, cuja fama de difı́ceis não se sustenta (eles são mais simples do que parece!).
Ao trabalhar com raı́zes, quando tı́nhamos algo como ab = x e gostarı́amos de recuperar o valor de a, simplesmente
fazı́amos
1/b
ab = x =⇒ ab = x1/b =⇒ a = x1/b
Mas e se quiséssemos recuperar o valor de b? Para isso, usamos logaritmos. Diremos simplesmente que b = loga (x),
e lemos “b é o log de x na base a”. O que isso quer dizer? Nada mais do que “b é o número ao qual elevamos a
para obter x”. Assim, temos
Vejamos algumas propriedades (onde omitirmos a base, é porque ela não é importante; essa é a maioria dos casos):
5
3. log (xy ) = y × log (x)
4. log (1) = 0 (pois a0 = 1 para qualquer a)
5. loga (a) = 1 (pois a1 = a para qualquer a)
6. log (0) ∈
/R (pois não existe número real x tal que ax = 0)
7. Se x < 0, log (x) ∈
/R (pois não existem números reais a e b tais que ab < 0)
logx (a)
8. logb (a) = logx (b)
E alguns exemplos:
1 √
log9 (3) = (pois 91/2 = 9 = 3)
2
a < b ou a ≤ b
Essas são mais interessantes de analisar. Há casos relativamente simples, como os de inequações lineares. Por
exemplo, podemos ser pedidos para encontrar todos os x ∈ R tais que
x
+ 3 < 10
2
Aplicando o mesmo método que temos para resolver equações, podemos fazer
x x
+ 3 < 10 =⇒ < 7 =⇒ x < 14
2 2
Podemos dizer então que o conjunto dos x que resolve a inequação dada é S = {x ∈ R : x < 14}
x2 < −x + 6
como devemos proceder? Primeiro, passemos tudo para um dos lados:
x2 + x − 6 < 0
Note que o lado direito nada mais é do que um polinômio do segundo grau (estudaremos ele com mais detalhe mais
adiante), que representa uma parábola no plano cartesiano. O que a inequação nos pergunta é: “quais valores de
x fazem com que a parábola fique abaixo do eixo horizontal?”. Veja graficamente abaixo.
6
Note que, para encontrar esses valores de x que satisfazem a inequação, precisamos achar as raı́zes do polinômio
x2 + x − 6! Sempre vai ser assim com inequações quadráticas. Resolvendo para as raı́zes pela fórmula de Bháskara,
temos
√
−1 ± 1 + 24
x2 + x − 6 = 0 =⇒ x = =⇒ x = −3 ou x = 2
2
Pelo desenho que fizemos da parábola, sabemos que os valores pedidos de x estão entre as raı́zes. Assim, o conjunto
dos valores que satisfazem a inequação original x2 < −x + 6 é S = {x ∈ R : −3 < x < 2} = (−3, 2).
x2 + x − 6 > 0
Farı́amos então o mesmo processo de encontrar as raı́zes acima, mas nossa resposta ao problema seria outra (vide
imagem). O conjunto que soluciona este segundo problema é S = {x ∈ R : x < −3 ou x > 2}.
Há uma última pequena dificuldade com inequações que não aparece em equações: a troca do sinal. Digamos que
eu tenho a seguinte inequação
−5 < −3
7
o que claramente é verdade. Agora, multipliquemos nos dois lados por −1. Qual dos dois resultados abaixo
deverı́amos obter?
5 < 3 ou 5 > 3
Obviamente, o segundo. O primeiro está simplesmente errado. Vejamos outro exemplo:
2>1
Também, claramente verdade. Agora, elevemos os dois lados a −1. Qual dos dois resultados abaiaxo deverı́amos
obter?
1 1
> 1 ou < 1
2 2
Claramente, mais uma vez, apenas o segundo é verdadeiro. O porquê disso ficará mais claro quando falarmos sobre
funções e funções crescentes/decrescentes. Por ora, apenas guarde na cabeça: multiplicar por −1 ou elevar a −1
inverte o sinal da desigualdade.
2 Funções
2.1 A ideia intuitiva
Intuitivamente falando, uma função nada mais é do que uma “regra” que associa elementos de um conjunto a
elementos de outro conjunto.
Nesse caso, estamos associando os elementos do conjunto X = {1, 2, 3} aos elementos dos conjunto Y = {A, B, C, D}:
o 1 é associado ao D; o 2 é associado ao C; e o 3 é associado ao C.
Note que nem todos os elementos do conjunto Y são “atingidos” pela função: nenhum elemento de X é associado
a B ou a A. Isso não é um problema! Pode acontecer de termos elementos “sobrando” em Y e ainda teremos uma
função. Note também, porém, que todos os elementos de X são levados em algum elemento de Y . Não poderia
ser o caso de termos algum elemento “sobrando” em X: se isso acontecesse, não terı́amos uma função. Outra coisa
que não poderia acontecer seria algum elemento de X ser levado em mais de um elemento de Y (por exemplo, se
a função levasse 1 tanto em D quanto em B).
Em suma, temos as seguintes regras para uma relação entre dois conjuntos ser uma função:
• Todos os elementos do domı́nio têm que ser levados em algum elemento do contradomı́nio
• Nenhum elemento do domı́nio pode ser levado em mais de um elemento do contradomı́nio
8
2.2 Um pouco mais formalmente
De maneira mais formal, escrevemos uma função da seguinte forma: f : A → B. Isso significa simplesmente que
temos uma função f de domı́nio A e contradomı́nio B. Além disso, podemos acrescentar a lei da função, escrevendo
x 7→ f (x). Isso significa apenas que a função f pega um elemento x ∈ A e leva em f (x) ∈ B.
Note que a definição de uma função envolve tanto “regra” f quanto seus domı́nio e contradomı́nio A e B. Assim,
se temos um outro conjunto C, não podemos dizer que f : A → B e f : C → B são a mesma função, memos as
duas tenham a mesma regra f . Exemplo:
Vejamos alguns exemplos e a forma mais comum de escrever a lei de uma função:
1. f (x) = x − 2
9
2. g(x) = 3x2 − 1
3. p(x) = −x3 + 2x
10
x4
4. h(x) = 3 − x2 − 1
5. s(x) = 1
Notem que todo polinômio pode ser escrito como uma soma de fatores da forma axn , em que a ∈ Q é uma constante
fixa e n é um número natural. A forma geral de um polinômio de grau n é então:
n
X
a0 + a1 x + a2 x2 + a3 x3 + ... + an xn = ak xk
k=0
Mas isso é só uma generalização, dá pra facilmente reconhecer um polinômio quando você vê um. Note que, além
disso, funções constantes (como a s(x) do exemplo 5) também são polinômios! Mais especificamente, são polinômios
de grau 0.
11
2.3.2 Polinômios: raı́zes
Uma das caracterizações mais importantes de polinômios são os seus zeros (ou raı́zes). Os zeros de um polinômio
p(x) são os valores de x que fazem com que p(x) = 0. Por exemplo, se p(x) = x2 − x − 6, então os seus zeros
são x = 3 e x = −2, pois p(3) = 32 − 3 − 6 = 0 e p(−2) = (−2)2 − (−2) − 6 = 0. Encontrar os zeros de um
polinômio, então, é equivalente a resolver a equação p(x) = 0. Todo polinômio de grau n tem, no máximo, n zeros
diferentes, podendo inclusive não ter nenhum zero real (tome o polinômio p(x) = x2 + 1: existe algum x real que
faça p(x) = 0?)
Todo polinômio pode ser escrito de maneira única utilizando suas raı́zes. Se r1 , r2 , r3 , ..., rn são as n raı́zes de um
polinômio p(x) de grau n (note que elas podem ser iguais, nada garante que todas sejam únicas!) e a é simplesmente
o coeficiente lı́der (termo que multiplica o xn ), então podemos escrever
n
Y
p(x) = a(x − r1 )(x − r2 )(x − r3 )...(x − rn ) = a (x − rk )
k=1
Essa forma de escrever polinômios vai ser bastante útil mais para frente. Não precisa se preocupar com essa notação:
só é importante entender que todo polinômio pode ser escrito como um produto de (x − rk ), onde rk é uma de suas
raı́zes. Mais especificamente, é bastante útil notar que, se sabemos uma das raı́zes rk do polinômio p(x), podemos
escrevê-lo como p(x) = g(x)(x − rk ), em que g(x) é o produto das outras raı́zes restantes (isto é, g(x) é um outro
polinômio que tem como raı́zes todas as raı́zes de p(x) menos x = rk ).
Para polinômios de grau 1, é fácil achar seus zeros. Todo polinômio de grau 1 é da forma p(x) = ax + b, e, se
queremos achar seus zeros, basta fazer
b
p(x) = 0 ⇐⇒ ax + b = 0 ⇐⇒ ax = −b ⇐⇒ x = −
a
Para polinômios de grau 2, temos a famosa fórmula de Bháskara! 2 . Um polinômio do segundo grau pode ser
escrito como p(x) = ax2 + bx + c, donde sabemos (pela fórmula de Bháskara), que
√
2 −b ± b2 − 4ac
p(x) = 0 ⇐⇒ ax + bx + c = 0 ⇐⇒ x =
2a
Para polinômios de grau n > 2, o negócio já fica mais complicado. Até existem fórmulas fechadas para os zeros
com grau 3 e 4, mas elas são absurdamente complicadas e não vale a pena decorá-las 3 . Mas, às vezes, conseguimos
dar um jeito de encontrar os zeros mesmo assim! Por exemplo, seja o polinômio de grau 4 p(x) = 3x4 − 9x2 + 6.
Qual é uma maneira inteligente de descobrir seus zeros?
Podemos fazer uma bela duma substituição (algo que vocês farão bastante em Cálculo), definindo t := x2 . Daı́,
tiramos que x4 = t2 . Podemos então reescrever o polinômio p(x) como p(t) = 3t2 − 9t + 6. Opa, mas isso nós
sabemos resolver! Se queremos p(t) = 0, sabemos que isso se resolve com
√
9 ± 81 − 72 9±3
t= = =⇒ t = 1 ou t = 2
6 6
Beleza, mas nós queremos √
x, e não t. Sabendo
√ que t = x2 , temos que x2 = 1 ou x2 = 2, donde temos os seguintes
zeros: x = 1, x = −1, x = 2, e x = − 2 (pode checar que esses valores de x fazem com que p(x) = 0).
Às vezes, não conseguimos fazer esse tipo de substituição. Por exemplo, seja p(x) = x3 + x2 − 3x − 3. Como há
tanto expoentes ı́mpares quanto pares no x, não tem nenhuma substituição como a feita acima que vá funcionar.
Nesse caso (e ele é o mais geral), o melhor método a se seguir é tentar adivinhar uma das raı́zes para “reduzir” o
polinômio a um mais simples. Vejamos como isso funciona na prática.
2 Curiosidade: ela só tem esse nome no Brasil. Bháskara foi um matemático indiano que não teve nada a ver com a resolução de
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O melhor jeito de tentar adivinhar raı́zes é começar pelas mais simples (se seu professor quer que você adivinhe,
ele não vai colocar um polinômio com 52
3 como raı́z): 1, −1, 2, e −2. Nós vamos plugar esses valores no polinômio
e ver se algum deles faz com que p(x) = 0. Por essa inspeção, podemos ver que x = 1 de fato faz p(x) = 0, pois
p(x) x3 + x2 − 3x − 3
p(x) = g(x)(x + 1) =⇒ = g(x) =⇒ = g(x)
(x + 1) x+1
Mas ué, como dividimos um polinômio por outro?! Surpreendemente, da mesma maneira que dividmos um número
pelo outro. Vejamos o passo a passo:
x3 + x2 − 3x − 3 |x + 1 (1)
Começamos igual a uma divisão normal. Perguntamos então: “por que polinômio eu tenho que multiplicar o x do
x + 1 para chegar no x3 do x3 + x2 − 3x − 3?”. No caso, a resposta é x2 , então colocamos isso embaixo do x + 1 e
fazemos o processo normal de divisão:
x3 + x2 − 3x − 3 |x + 1
−(x3 + x2 ) x2 (2)
−3x − 3
Agora perguntamos: “por que polinômio eu tenho que multiplicar o x do x + 1 para chegar no −3x do −3x − 3?”
Dessa vez, a resposta é simplesmente −3, e fazemos o mesmo processo:
x3 + x2 − 3x − 3 |x + 1
−(x3 + x2 ) x2 − 3
−3x − 3 (3)
−(3x − 3)
0
3 2
−3x−3
Chegamos no resto zero! Temos então, do lado direito, nossa resposta: g(x) = x +xx+1 = x2 − 3. Ora, isso é
√
um polinômio
√ do segundo grau (um bem simples, por sinal). Sabemos facilmente achar suas raı́zes, que são x = 3
e x = − 3. Assim, temos que (usando aquela maneira de escrever um polinômio por suas raı́zes)
√ √
g(x) = x2 − 3 = (x − 3)(x + 3)
√ √
=⇒ p(x) = (x + 1)g(x) = (x + 1)(x − 3)(x + 3)
√ √
Isto é, descobrimos as outras raı́zes de p(x), que são x = 3 e x = − 3. Legal, né?
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2.3.3 Pequeno parêntesis: funções crescentes e decrescentes
Duas classes muito importantes de funções reais são as funções crescentes e as decrescentes. Intuitivamente, devemos
ter alguma noção do que isso quer dizer. Por exemplo, veja o gráfico da função f (x) = 3 − x abaixo:
Seria mais razoável chamá-la de crescente ou de decrescente? Podemos ver pelo gráfico que, quando x cresce, o
valor de y da função cai: portanto, é intuitivo chamá-la de uma função decrescente.
Dessa vez, podemos ver que, quando x aumenta, o valor de y aumenta também. Portanto, é razoável chamar essa
função de crescente.
14
Mais formalmente, dizemos que uma função real f : A → B é crescente se
Há também, é claro, funções que não são nem crescentes nem decrescentes (isto é, ora sobem e ora caem). Por
exemplo, veja a função h(x) = 0.5x3 − x abaixo:
Há partes do seu domı́nio em que ela é crescente, e há partes em que é decrescente. No fim, como ela nem só cresce
nem só cai, dizemos que ela não é nenhuma das duas.
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2.3.4 Funções exponenciais e logarı́tmicas
2.3.5 Funções trigonométricas
3 Geometria Analı́tica
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