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Curso: Ciências da Educação – Educação Social

UC: Gerontologia 2022/2023

Trabalho realizado por: Bianca Mcmillan


Número: a22209655

2022/2023

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Relatório sobre a visita de estudo realizada ao Lar de idosos “Lar Nova Casa” no Largo da Luz

Esta visita de estudo foi realizada no âmbito da disciplina de Gerontologia, a visita teve a duração de
duas horas no lar de idosos, onde nos deram a conhecer o espaço, começando pelo refeitório, os
quartos, as salas de convívio.
Logo no inicio da visita podemos ver um espaço bem decorado, com um presépio e objectos
natalícios, o espaço que nos é apresentado em primeiro é o refeitório onde se encontram os
residentes com autonomia e lucidez que são capazes de comerem sozinhos sem precisar de ajuda.
As refeições são confecionadas por um cozinheiro profissional e a sua assistente que aprendera com
ele, inclusive existe um livro de refeições deste lar.
De seguida vamos a outra zona do lar, a sala do jardim onde estão os residentes mais doentes, com
demência e mais dependentes também, muitos têm problemas cognitivos e dificuldades motoras,
estes seguem para a segunda sala de refeições, especialmente feita para estes residentes, na qual as
enfermeiras podem ajudar no ato de comer e a dar a medicação.
Observamos os idosos a ver tv ou a andar pela sala, na mesma sala encontra-se o animador
sociocultural que prepara actividades para estimular os residentes, destas destacamos as artes
plásticas, passeios para fora da instituição, excursões noutras cidades, visitas a museus e à beira
mar, ler as notícias todas as manhãs, ginástica e organizar trabalhos de estimulação cognitiva e
realização de eventos para promover o convívio entre familiares.
É no resto de chão que se encontram estes residentes, os quartos deste piso estão todos equipados
com casa de banho e camas articuladas, ao longo do corredor temos a lavandaria e rouparia, onde a
roupa dos residentes é lavada e engomada, as roupas antes de virem para o lar são marcadas pelos
residentes e distribuídas de seguida por um carrinho.
Depois há a sala de esta, que é chamada de sala conventino, é uma sala multiusos ou seja tem
várias ultilizações, sendo uma delas e a principal é que aqui funciona uma mini capela, é celebrada
missa aqui todas as semanas, todos os residentes participam na missa, com exceção a uma que não
é desta religião por isso não comparece.
Neste local os residentes juntam-se à noite para jogar, para ver filmes, para ler livros, ver tv e ver
fotografias, apesar de haver um piano nenhum dos idosos o toca, e curiosamente o lar está prestes a
receber uma nova residente que é uma ex pianista.
A história deste lar não começa em Lisboa no largo da luz mas sim em Odivelas, uma instituição
criada em 1919 de cariz humanitário, que tem como missão a assistência moral e material às antigas
alunas, nomeadamente na velhice, teve início num prédio e depois começaram as construções em
Lisboa, que acabaram por só terminar ao fim de 5 anos, neste período havia um segundo
alojamento, no forte São João dos Maias, todos os quartos foram equipados de acordo com as
necessidades dos residentes, por isso por muitos terem problemas de articulação, se optou pelas
camas articuladas mas ainda existem camas de madeira no lar que vieram de Odivelas.
Neste novo lar, o Lar Nova Casa tem como visão manter a essência dos valores aprendidos do
instituto de Odivelas através do seu lema famoso “ Ser amiga é ser Irmã”, como cuidador de idosos e
cidadão o lar reconhece os seguintes valores, o sentido de responsabilidade, de profissionalismo e
ética, a honestidade empenho no trabalho são valores que devem guiar esta instituição. Por outro
lado o cuidador tem como função fazer o residente sentir-se bem-vindo e em segurança,

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desenvolvendo a prática profissional assente na humildade, em que cada um dá o melhor de si, não
se considerando superior ao outro pela dignidade, liberdade e individualismo de cada pessoa idosa.
Temos em vista um lar confortável, notamos como o chão é antiderrapante, têm corrimão, muitas
janelas e luz, tudo ótimo para pacientes com pouca mobilidade, os quartos de cada residente são
decorados à sua maneira, o lar é uma segunda casa para estes idosos, se não a primeira, nota-se não
ser um lar desanimado.
Quanto aos valores mensais são elevados, mas se forem equilibrados com a segurança social são
adequados, ao contrário dos residentes particulares.
Ao contrário do que muitos pensam viver num lar não iguala não ser independente ou poder sair,
desde que sejam considerados residentes autónomos e lúcidos podem sair sozinhos para a rua sem
serem acompanhados, muitos residentes saem do lar todas as manhãs e vão ao quiosque beber café
e ler o jornal, entre outras actividades.
O que veio a transtornar estas saídas foi o COVID-19, foi principalmente nos lares que este vírus foi
duro, ora por haver pouca informação do vírus na altura, as enfermeiras recusavam-se por medo a
tratar dos idosos, teve de ser a própria dona a fazer o que as enfermeiras tinham medo de fazer e só
depois as mesmas perderam o medo e cuidaram dos idosos.
Pelo vírus ser quase fatal para os idosos, viveu-se num período de medo e tristeza, muitos dos
residentes que saíam já não o podiam fazer, sendo obrigados a viver encarcerados, a saúde mental
dos mesmos detoriou, pelo medo aumenta-se a ansiedade, podendo provocar distúrbios mentais
em muitos residentes.
Muitos dos residentes recebem visitas ou chamadas de familiares mas também existem aqueles
que não, nem uma vez por ano, ou por não terem família viva ou por a família não se importar.
Houve um caso que me afectou, foi falado aqui no lar de uma senhora idosa que se encontrava no
hospital mas que precisava urgentemente de ir para um lar, não tinha nem bilhete de identidade
consigo, nem como pagar as mensalidades, foi acolhida pelo lar, há problemas com a mensalidade
mas ao menos ao fim de muitos meses conseguiu ter acesso à reforma e pagar os restantes meses.
De parentes ou familiares não se conhecia nenhum, até que ao fim de mêses um acabou por
contactar a senhora, mas visitá-la nunca.
Esta história não é só uma história mas sim uma realidade para muitos residentes, infelizmente é o
mundo em que vivemos, os idosos merecem mais, por isso achei a ideia de um estágio neste lar
bastante importante, não só para aprender mas sim para conviver com os residentes.

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