Exercícios capítulo 5

1) Suponha 𝑘 ∈ {0,1, … }, 0 < 𝛾 ≤ 1. Prove que 𝐶𝑘,𝛾 (𝑈) é espaço de Banach.

Sol.: Devemos mostrar que toda sequência de Cauchy é convergente, além disso,
devemos primeiramente mostrar que,

‖⋅‖𝐶 𝑘,𝛾 (𝑈)

é uma norma. Com efeito, defina

‖𝑢‖𝐶 𝑘,𝛾(𝑈) ∶= ∑ ‖𝐷𝛼 𝑢‖𝐶(𝑈) + ∑ [𝐷 𝛼 𝑢]𝐶 0,𝛾 (𝑈) .

|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘
Onde,

‖𝐷𝛼 𝑢‖𝐶(𝑈) = sup|𝐷𝛼 𝑢(𝑥)|

𝑥∈𝑈

|𝐷𝛼 𝑢(𝑥) − 𝐷 𝛼 𝑢(𝑦)|

[𝐷𝛼 𝑢]𝐶 0,𝛾(𝑈) ∶= sup .
𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
𝑥≠𝑦

𝑖) ∀𝑢 ∈ 𝑈, 𝜆 ∈ ℝ

‖𝜆𝑢‖𝐶 𝑘,𝛾(𝑈) = ∑ ‖𝐷𝛼 𝜆𝑢‖𝐶(𝑈) + ∑ [𝐷𝛼 𝜆𝑢]𝐶 0,𝛾(𝑈)

|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘
|𝜆𝑢(𝑥) − 𝜆𝑢(𝑦)|
= ∑ sup|𝐷𝛼 𝜆𝑢(𝑥)| + ∑ sup
𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 𝑥≠𝑦
|𝑢(𝑥) − 𝑢(𝑦)|
= |𝜆| ⋅ ∑ sup|𝐷𝛼 𝑢(𝑥)| + |𝜆| ⋅ ∑ sup
𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝜆
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 𝑥≠𝑦

= |𝜆| ⋅ [ ∑ ‖𝐷𝛼 𝑢‖𝐶(𝑈) + ∑ [𝐷𝛼 𝑢]𝐶 0,𝛾 (𝑈) ]

|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘
= |𝜆| ⋅ ‖𝑢‖𝐶 𝑘,𝛾 (𝑈) .

𝑖𝑖) 𝑢 = 0 ⇔ ‖𝑢‖𝐶 𝑘,𝛾(𝑈) = 0.

(⇒) Se 𝑢 = 0, obviamente ‖𝑢‖𝐶 𝑘,𝛾(𝑈) = 0.

(⇐) Suponha que

‖𝑢‖𝐶(𝑈) = 0.

Logo, ‖𝐷𝛼 𝑢‖𝐶(𝑈) = 0, ∀|𝛼| ≤ 𝑘. Em particular, para 𝛼 = 0, temos

‖𝐷0 𝑢‖𝐶(𝑈) = ‖𝑢‖𝐶(𝑈) = 0.

Página 1 de 15
 Como

|𝑢(𝑥)| ≤ sup 𝑢(𝑥)

𝑥∈𝑈
= ‖𝑢‖𝐶(𝑈)
= 0.

Logo, 𝑢 ≡ 0.

𝑖𝑖𝑖) ∀𝑢, 𝑣: 𝑈 → ℝ

‖𝑢 + 𝑣‖𝐶 𝑘,𝛾 = ∑ ‖𝐷 𝛼 (𝑢 + 𝑣)‖𝐶(𝑈) + ∑ [𝐷 𝛼 (𝑢 + 𝑣)]𝐶 0,𝛾 (𝑈)

|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘

|𝐷 𝛼 (𝑢 + 𝑣)(𝑥) − 𝐷 𝛼 (𝑢 + 𝑣)(𝑦)|
= ∑ sup|𝐷 𝛼 (𝑢 + 𝑣)(𝑥)| + ∑ sup
𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 𝑥≠𝑦
|𝐷 𝛼 𝑢(𝑥) − 𝐷 𝛼 𝑢(𝑦) + 𝐷 𝛼 𝑣(𝑥) − 𝐷 𝛼 𝑣(𝑦)|
= ∑ sup|𝐷 𝛼 𝑢(𝑥) + 𝐷 𝛼 𝑣(𝑥)| + ∑ sup
𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 𝑥≠𝑦

|𝐷 𝛼 𝑢(𝑥) − 𝐷 𝛼 𝑢(𝑦)| |𝐷 𝛼 𝑣(𝑥) − 𝐷 𝛼 𝑣(𝑦)|

≤ ∑ sup(|𝐷 𝛼 𝑢(𝑥)| + |𝐷 𝛼 𝑣(𝑥)|) + ∑ sup ( + )
𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 𝑥≠𝑦
|𝐷 𝛼 𝑢(𝑥) − 𝐷 𝛼 𝑢(𝑦)|
≤ ∑ sup|𝐷𝛼 𝑢(𝑥)| + ∑ sup|𝐷𝛼 𝑣(𝑥)| + ∑ sup
𝑥∈𝑈 𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘
𝑥≠𝑦
|𝐷 𝛼 𝑣(𝑥) − 𝐷 𝛼 𝑣(𝑦)|
+ ∑ sup
𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|=𝑘
𝑥≠𝑦

= ∑ ‖𝐷𝛼 𝑢‖𝐶(𝑈) + ∑ ‖𝐷𝛼 𝑣‖𝐶(𝑈) + ∑ [𝐷𝛼 𝑢]𝐶0,𝛾 (𝑈) + ∑ [𝐷𝛼 𝑣]𝐶0,𝛾(𝑈)

|𝛼|≤𝑘 |𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 |𝛼|=𝑘

= ∑ ‖𝐷𝛼 𝑢‖𝐶(𝑈) + ∑ [𝐷𝛼 𝑢]𝐶0,𝛾(𝑈) + ∑ ‖𝐷𝛼 𝑣‖𝐶(𝑈) + ∑ [𝐷𝛼 𝑣]𝐶0,𝛾(𝑈)

|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 |𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘
= ‖𝑢‖𝐶𝑘,𝛾(𝑈) + ‖𝑣‖𝐶𝑘,𝛾(𝑈) .

Seja (𝑢𝑚 )𝑚∈ℕ uma sequência de Cauchy em 𝐶𝑘,𝛾 (𝑈), ou seja,

(𝑢𝑚 )𝑚∈ℕ ∈ 𝐶 𝑘 (𝑈) 𝑒 ‖𝑢𝑚 ‖𝐶 𝑘,𝛾 (𝑈) < ∞.

Então, (𝑢𝑚 (𝑥))𝑛∈ℕ é uma sequência de Cauchy para cada 𝑥 ∈ 𝑈. Defina 𝑢 como o
limite pontual de 𝑢𝑚 . Seja 𝑉 ⊂ 𝑈 limitado, então 𝑉 é compacto e 𝑢𝑚 converge
uniformemente para 𝑢 em 𝑉 a menos de subsequência. Portanto 𝑢 ∈ 𝐶(𝑈).
Analogamente, (𝐷𝑘 𝑢𝑚 (𝑥)) é uma sequência de Cauchy para cada 𝑥 ∈ 𝑈. Defina
𝑚∈ℕ
𝐷𝑘 𝑢 como o limite pontual de 𝐷𝑘 𝑢𝑚 . Seja 𝑉 ⊂ 𝑈 limitado, então 𝑉 é compacto e
𝐷𝑘 𝑢𝑚 converge uniformemente para 𝐷𝑘 𝑢 em 𝑉 a menos de subsequência. Portanto
𝑢 ∈ 𝐶 𝑘 (𝑈). Agora vamos mostrar que ‖𝑢‖𝐶 𝑘,𝛾 (𝑈) < ∞. Com efeito, para cada 𝑛 ∈ ℕ,

Página 2 de 15
 |𝐷 𝛼 𝑢𝑛 (𝑥) − 𝐷𝛼 𝑢𝑛 (𝑦) + 𝐷𝛼 𝑢(𝑥) − 𝐷𝛼 𝑢(𝑦)|
‖𝑢𝑛 − 𝑢‖ = ∑ sup|𝐷 𝛼 𝑢𝑛 (𝑥) − 𝐷𝛼 𝑢(𝑥)| + ∑ sup
𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 𝑥≠𝑦

|𝐷 𝛼 𝑢𝑛 (𝑥) − 𝐷𝛼 𝑢𝑛 (𝑦) + 𝐷𝛼 𝑢𝑚 (𝑥) − 𝐷𝛼 𝑢𝑚 (𝑦)|

= lim [ ∑ sup|𝐷𝛼 𝑢𝑛 (𝑥) − 𝐷𝛼 𝑢𝑚 (𝑥)| + ∑ sup ]
𝑚→∞ 𝑥∈𝑈 𝑥,𝑦∈𝑈 |𝑥 − 𝑦|𝛾
|𝛼|≤𝑘 |𝛼|=𝑘 𝑥≠𝑦

= lim ‖𝑢𝑛 − 𝑢𝑚 ‖ .
𝑚→∞

Como (𝑢𝑚 )𝑚∈ℕ é sequência de Cauchy existe 𝑛0 ∈ ℕ tal que 𝑛, 𝑚 ≥ 𝑛0 implica,

‖𝑢𝑛0 − 𝑢𝑚 ‖ < 1.
Logo,
lim ‖𝑢𝑛0 − 𝑢𝑚 ‖ ≤ 1.
𝑚→∞
Ou seja,
‖𝑢𝑛0 − 𝑢‖ ≤ 1.

Portanto,

‖𝑢‖ = ‖𝑢 − 𝑢𝑛0 + 𝑢𝑛0 ‖

≤ ‖𝑢 − 𝑢𝑛0 ‖ + ‖𝑢𝑛0 ‖
≤ 1 + ‖𝑢𝑛0 ‖
< ∞.

Isto mostra que a norma é finita. Portanto, 𝑢 ∈ 𝐶𝑘,𝛾 (𝑈).

2) Seja 𝑈, 𝑉 conjuntos abertos, com 𝑉 ⊂⊂ 𝑈. Mostre que existe uma função suave 𝜁
tal que 𝜁 ≡ 1 em 𝑉, 𝜁 = 0 próximo de 𝜕𝑈. (Dica: Considere 𝑉 ⊂⊂ 𝑊 ⊂⊂ 𝑈 e o
mollifier 𝜒𝑊 .)

Sol.: Seja 𝜀 > 0 tal que,

𝑑𝑖𝑠𝑡 (𝑉, 𝜕𝑈) = 𝜀.

𝜀
𝑊

Defina,
𝜀
𝑊 = {𝑥 ∈ 𝑈 ; 𝑑(𝑥, 𝑉) < }.
2

Fazendo 𝜀 suficientemente pequeno, obtemos um conjunto aberto 𝑊 tal que,

𝑉 ⊂⊂ 𝑊 ⊂⊂ 𝑈.

Página 3 de 15
Seja 𝜂 ∈ 𝐶 ∞ (ℝ𝑛 ). Sabemos que:

1 𝑥
𝜂𝜀 (𝑥) =
𝑛
𝜂( )
𝜀 𝜀
𝑠𝑢𝑝𝑝 𝜂𝜀 ⊂ 𝐵(0, 𝜀)
∫ 𝜂𝜀 (𝑥)𝑑𝑥 = 1 .
ℝ𝑛

Defina,
𝜓(𝑥) = (𝜂𝜀 ∗ 𝜒𝑊 )(𝑥)
= ∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝜒𝑊 (𝑦)𝑑𝑦
ℝ𝑛

=∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝜒𝑊 (𝑦)𝑑𝑦
𝐵(𝑥,𝜀)∩𝑊

=∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝑑𝑦
𝐵(𝑥,𝜀)∩𝑊
Onde,
𝑠𝑢𝑝𝑝 𝜓 ⊆ 𝑠𝑢𝑝𝑝(𝜂𝜀 ) + 𝑠𝑢𝑝𝑝 (𝜒𝑊 ).

Note que, se 𝐵(𝑥, 𝜀) ⊆ 𝑊, então

𝜓(𝑥) = ∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝑑𝑦
𝐵(𝑥,𝜀)

=∫ 𝜂𝜀 (𝑦)𝑑𝑦
𝐵(0,𝜀)
= 1.

Isto mostra que o suporte está em 𝑊 ∩ 𝐵(0, 𝜀). Como 𝑊 é compacto, existe uma
cobertura finita,
𝑛

𝑊 ⊂ ⋃ 𝑊𝑖
𝑖=1

por meio de abertos. Defina,

𝑛
𝜓𝑖 (𝑥)
𝜁(𝑥) = ∑ ⋅
∑𝑛𝑖=1 𝜓𝑖 (𝑥)
𝑖=1

Para 𝑥 ∈ 𝑉 ⊂⊂ 𝑊, temos que,

𝑛 𝑛
1 1 𝑛
𝜁(𝑥) = ∑ =∑ = = 1.
∑𝑛 1 𝑛 𝑛
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1

Logo, 𝜁 ≡ 1 em 𝑉. Para 𝑥 ∈ 𝜕𝑈, temos 𝜁 = 0.

Página 4 de 15
3) Suponha 0 < 𝛽 < 𝛾 ≤ 1. Prove a desigualdade de interpolação

1−𝛾 𝛾−𝛽
‖𝑢‖𝐶 0,𝛾(𝑈) ≤ ‖𝑢‖1−𝛽 𝐶 0,𝛽(𝑈) ⋅ ‖𝑢‖1−𝛽 𝐶 0,1(𝑈) .

Sol.:

4) Seja 𝑈 limitado e 𝑈 ⊂⊂ ⋃𝑁 ∞
𝑖=1 𝑉𝑖 . Mostre que existe 𝜁𝑖 ∈ 𝐶 (𝑖 = 1, … , 𝑁) tal que

0 ≤ 𝜁𝑖 ≤ 1, 𝑠𝑢𝑝𝑝 𝜁𝑖 ⊂ 𝑉𝑖 (𝑖 = 1, … , 𝑁)
𝑁
{
∑ 𝜁𝑖 = 1, 𝑒𝑚 𝑈.
𝑖=1

A funções {𝜁𝑖 }𝑁
𝑖 forma uma partição da unidade.

Sol.: Por hipótese, 𝑈 é limitado e 𝑈 ⊂⊂ ⋃𝑛𝑖=1 𝑉𝑖 . Seja 𝜀 > 0 tal que,

𝑑𝑖𝑠𝑡 (𝑈, 𝜕𝑉) = 𝜀.

Defina,
𝜀
𝑊 = {𝑥 ∈ 𝑉; 𝑑𝑖𝑠𝑡 (𝑥, 𝑈) < }.
2

Onde,
𝑛 𝑛

𝑉 = ⋃ 𝑉𝑖 𝑒 𝜕𝑉 = 𝜕 (⋃ 𝑉𝑖 ).
𝑖=1 𝑖=1

Para 𝜀 suficientemente pequeno, temos que,

𝑛 𝑛

𝑈 ⊂ ⋃ 𝑊𝑖 ⊂ ⋃ 𝑉𝑖
𝑖=1 𝑖=1

Seja 𝜂 ∈ 𝐶 ∞ (ℝ𝑛 ) tal que,

1 𝑥
𝜂𝜀 (𝑥) = 𝜂 ( )
𝜀𝑛 𝜀
𝑠𝑢𝑝𝑝 𝜂𝜀 ⊂ 𝐵(0, 𝜀)
∫ 𝜂𝜀 (𝑥)𝑑𝑥 = 1.
ℝ𝑛

Defina,

Página 5 de 15
 𝜓(𝑥) = (𝜂𝜀 ∗ 𝜒𝑊 )(𝑥)
= ∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝜒𝑉 (𝑦)𝑑𝑦
ℝ𝑛

=∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝜒𝑉 (𝑦)𝑑𝑦
𝐵(𝑥,𝜀)∩𝑉

=∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝑑𝑦 .
𝐵(𝑥,𝜀)∩𝑉

Obs.: 𝑠𝑢𝑝𝑝 (𝜓) ⊂ 𝑠𝑢𝑝𝑝 (𝜂𝜀 ) + 𝑠𝑢𝑝𝑝 (𝜒𝑊 ).

Note que, se 𝐵(𝑥, 𝜀) ⊂ 𝑉, então

𝜓(𝑥) = ∫ 𝜂𝜀 (𝑥)𝑑𝑥 = 1.
𝐵(0,𝜀)

Isto mostra que 𝑠𝑢𝑝𝑝 (𝜓) ⊂ 𝐵(0, 𝜀) ∪ 𝑉. Logo,

𝑠𝑢𝑝𝑝 (𝜓𝑖 ) ⊂ 𝑉𝑖 , ∀𝑖 ∈ [1, 𝑛].

Assim,

𝜓𝑖 ≡ 1 𝑒𝑚 𝑊𝑖 .

Defina,

𝜓𝑖 (𝑥)
𝜁𝑖 (𝑥) = 𝑛 ⋅
∑𝑖=1 𝜓𝑖 (𝑥)

Assim, ∀𝑥 ∈ 𝑈,
𝑛 𝑛
𝜓𝑖 (𝑥)
∑ 𝜁𝑖 (𝑥) = ∑ 𝑛
∑ 𝜓𝑖 (𝑥)
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
𝑛
1
=∑
𝑛
𝑖=1
𝑛
=
𝑛
= 1.

Além disso, 𝑠𝑢𝑝𝑝 (𝜁𝑖 ) ⊂ 𝑉𝑖 , além disso, 𝜁𝑖 ∈ 𝐶 ∞ (ℝ𝑛 ) pois 𝜓 o é. Logo {𝜁𝑖 }𝑛𝑖=1 é uma
partição da unidade subordinada a {𝑉1 , … , 𝑉𝑛 }.

5) Prove que se 𝑛 = 1 e 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝 (0,1) para algum 1 ≤ 𝑝 < ∞, então 𝑢 é igual a uma
função absolutamente contínua 𝑞. 𝑡. 𝑝 e 𝑢′ ∈ 𝐿𝑝 (0,1).

Sol.: Seja
𝑥
𝑣(𝑥) = ∫ 𝑢′ (𝑠)𝑑𝑠
0

Página 6 de 15
Logo 𝑣 é absolutamente contínua. Daí, para todo 𝜑 ∈ 𝐶𝐶∞ (0,1),
1 1 𝑥
∫ 𝑣(𝑥)𝜑 ′ (𝑥)𝑑𝑥 = ∫ ∫ 𝑢′ (𝑠)𝑑𝑠 𝜑 ′ (𝑥)𝑑𝑥
0 0 0
1 1
= ∫ ∫ 𝜑 ′ (𝑥)𝑑𝑥 𝑢′ (𝑠)𝑑𝑠
0 𝑠
1 (1)
′ (𝑠)𝑑𝑠
= − ∫ 𝜑(𝑠)𝑢
0
1
= − ∫ 𝑢′ (𝑥)𝜑(𝑥)𝑑𝑥 .
0

Onde, na segunda igualdade fizemos uso da observação abaixo:

Obs.: 𝑥 ∈ [0,1] e 𝑠 ∈ [0, 𝑥]. Logo,

0 ≤ 𝑠 ≤ 𝑥 ≤ 1.

Ou seja, 𝑥 ∈ [𝑠, 1]

Como por hipótese, 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝 (0,1), ou seja, 𝑢 ∈ 𝐿1𝑙𝑜𝑐 (0,1) e 𝑢′ ∈ 𝐿𝑝 (0,1). Além
disso,
1 1
∫ 𝑢(𝑥)𝜑 ′ (𝑥)𝑑𝑥 = − ∫ 𝑢′ (𝑥)𝜑(𝑥)𝑑𝑥. (2)
0 0

De (1) e (2), obtemos que,

1 1
∫ 𝑣(𝑥)𝜑 ′ (𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑢(𝑥)𝜑 ′ (𝑥).
0 0

Ou seja, 𝑢 = 𝑣 𝑞. 𝑡. 𝑝.

6) Prove diretamente que se 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝 (0,1) para algum 1 < 𝑝 < ∞, então
1
1 1 𝑝
1−
|𝑢(𝑥) − 𝑢(𝑦)| ≤ |𝑥 − 𝑦| 𝑝 (∫ |𝑢′ (𝑡)|𝑑𝑡) , ∀𝑥, 𝑦 ∈ [0,1] 𝑞. 𝑡. 𝑝.
0

1 1
Sol.: Desigualdade de Hölder: Sejam 𝑝, 𝑞 > 1 tais que 𝑝 + 𝑞 = 1. Se 𝑓 ∈ 𝐿𝑃 (𝑈) e 𝑔 ∈
𝐿𝑞 (𝑈) então 𝑓𝑔 ∈ 𝐿1 (𝑈) e
1 1
𝑝 𝑞
∫ |𝑓𝑔(𝑡)|𝑑𝑡 ≤ (∫ |𝑓(𝑡)|𝑝 𝑑𝑡) ⋅ (∫ |𝑔(𝑡)𝑞 |𝑑𝑡) .
𝑈 𝑈 𝑈

1 1 1
Defina, 𝑞 = 1 − 𝑝, daí 1 − 𝑝 + 𝑝 = 1. Daí,

Página 7 de 15
 𝑥
|𝑢(𝑥) − 𝑢(𝑦)| = |∫ 𝑢′ (𝑡)𝑑𝑡|
𝑦
𝑥
≤ ∫ |𝑢′ (𝑡)|𝑑𝑡
𝑦
1 1
𝑥 𝑥 1−
𝑝 𝑝
⏟ (∫ |𝑢′ (𝑡)|𝑑𝑡) ⋅ (∫ 𝑑𝑡)
≤
1 𝑦 𝑦
1
1 𝑝 1
1−
⏟ (∫ |𝑢′ (𝑡)|𝑑𝑡) ⋅ |𝑥 − 𝑦|
≤ 𝑝 ⋅
2 0

Onde, em (1) usamos Hölder e em (2) usamos o fato que,

𝑦 ≤ 𝑡 ≤ 𝑥.

Mas, por hipótese, 0 ≤ 𝑥, 𝑦 ≤ 1. Logo,

0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑡 ≤ 𝑥 ≤ 1.
Daí,
1 1
𝑥 𝑝 1 𝑝
(∫ |𝑢′ (𝑡)|𝑑𝑡) ≤ (∫ |𝑢′ (𝑡)|𝑑𝑡) .
𝑦 0

Portanto,
1
1 1 𝑝
1−
|𝑢(𝑥) − 𝑢(𝑦)| ≤ |𝑥 − 𝑦| 𝑝 ⋅ (∫ |𝑢′ (𝑡)|𝑑𝑡) , ∀𝑥, 𝑦 ∈ [0,1] 𝑞. 𝑡. 𝑝.
0

7) Denote por 𝑈 o quadrado aberto {𝑥 ∈ ℝ2 ; |𝑥1 | < 1, |𝑥2 | < 1}. Defina,

1 − 𝑥1 𝑠𝑒 𝑥1 > 0, |𝑥2 | < 𝑥1

1 + 𝑥1 𝑠𝑒 𝑥1 < 0, |𝑥2 | < −𝑥1
𝑢(𝑥) =
1 − 𝑥2 𝑠𝑒 𝑥2 > 0, |𝑥1 | < 𝑥2
{1 + 𝑥2 𝑠𝑒 𝑥2 < 0, |𝑥1 | < −𝑥2 .

Para cada 1 ≤ 𝑝 ≤ ∞ 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝 (𝑈)?

Sol.:

8) Integre por partes para provar a desigualdade de interpolação:

1 1
2 2
∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥 ≤ 𝐶 (∫ 𝑢2 𝑑𝑥) (∫ |𝐷2 𝑢|2 𝑑𝑥) , ∀𝑢 ∈ 𝐶𝑐∞ (𝑈).
𝑈 𝑈 𝑈

Por aproximação, prove a desigualdade se 𝑢 ∈ 𝐻 2 (𝑈) ∩ 𝐻01 (𝑈).

Sol.: Fórmula de Integração por Partes:

Página 8 de 15
 ∫ 𝑢𝑥𝑖 𝑣𝑑𝑥 + ∫ 𝑢𝑣𝑥𝑖 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢𝑣𝜈 𝑖 𝑑𝑆.
𝑈 𝑈 𝜕𝑈

Por hipótese, 𝑢 ∈ 𝐶𝑐∞ (𝑈). Logo,

∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥 = ∫ 𝐷𝑢 ⋅ 𝐷𝑢 𝑑𝑥
𝑈 𝑈

= − ∫ 𝑢 ⋅ 𝐷2 𝑢 𝑑𝑥
𝑈

≤ ∫ |𝑢| ⋅ |𝐷2 𝑢|𝑑𝑥

𝑈
1 1
2 2
≤ (∫ |𝑢|2 𝑑𝑥) ⋅ (∫ |𝐷2 𝑢|2 𝑑𝑥) .
𝑈 𝑈

Lembre-se que,
𝐻 2 (𝑈) = 𝑊 2,2 (𝑈)
𝐻01 (𝑈) = 𝑊01,2 (𝑈).

𝑊 1,2 (𝑈)
Onde, 𝑊01,2 (𝑈) = 𝐶𝑐∞ (𝑈) .

Dado 𝑢 ∈ 𝐻 2 (𝑈) ∩ 𝐻01 (𝑈), existem sequências (𝑣𝑘 )𝑘∈ℕ ⊆ 𝐶𝑐∞ (𝑈) ∩ 𝐻1 (𝑈),
(𝑤𝑘 )𝑘∈ℕ ⊆ 𝐶 ∞ (𝑈) tais que,

𝑣𝑘 → 𝑢 𝑒 𝑤𝑘 → 𝑢,

quando 𝑘 → ∞. Como 𝑢 ∈ 𝐻 2 (𝑈) = 𝑊 2,2 (𝑈) temos que,

𝐷2 𝑤𝑘 → 𝐷2 𝑢.

Como 𝑢 ∈ 𝐻01 (𝑈) = 𝑊01,2 (𝑈), então

𝐷𝑣𝑘 → 𝐷𝑢.

Logo,

∫ 𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑣𝑘 𝐷2 𝑤𝑘 𝑑𝑥
𝑈 𝑈

≤ |∫ 𝑣𝑘 𝐷2 𝑤𝑘 𝑑𝑥|
𝑈

≤ ∫ |𝑣𝑘 | ⋅ |𝐷2 𝑤𝑘 |𝑑𝑥

𝑈
1 1
2 2
≤ (∫ |𝑣𝑘 |2 𝑑𝑥) ⋅ (∫ |𝐷 2 𝑤𝑘 |2 𝑑𝑥) .
𝑈 𝑈

Página 9 de 15
 Afirmação: lim ∫𝑈 𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 𝑑𝑥 = ∫𝑈|𝐷𝑢|2 𝑑𝑥.
𝑘→∞

Com efeito,

|∫ (𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑢𝐷𝑢)𝑑𝑥| ≤ ∫ |𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑢𝐷𝑢|𝑑𝑥

𝑈 𝑈

≤ ∫ |𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑢|𝑑𝑥 + ∫ |𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑢 − 𝐷𝑢𝐷𝑢|𝑑𝑥

𝑈 𝑈

= ∫ |𝐷𝑣𝑘 | ⋅ |𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑢|𝑑𝑥 + ∫ |𝐷𝑢| ⋅ |𝐷𝑣𝑘 − 𝐷𝑢|𝑑𝑥

𝑈 𝑈
≤ ‖𝐷𝑣𝑘 ‖𝐿2(𝑈) ⋅ ‖𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑢‖𝐿2(𝑈) + ‖𝐷𝑢‖𝐿2(𝑈) ⋅ ‖𝐷𝑣𝑘 − 𝐷𝑢‖𝐿2(𝑈) .

Daí,

lim |∫ (𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑢𝐷𝑢)𝑑𝑥 | ≤ lim ‖𝐷𝑣𝑘 ‖𝐿2 (𝑈) ⋅ ‖𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑢‖𝐿2 (𝑈) + ‖𝐷𝑢‖𝐿2 (𝑈) ⋅ ‖𝐷𝑣𝑘 − 𝐷𝑢‖𝐿2 (𝑈)
𝑘→∞ 𝑈 𝑘→∞
= ‖𝐷𝑢‖𝐿2 (𝑈) ⋅ 0 + ‖𝐷𝑢‖𝐿2 (𝑈) ⋅ 0
= 0.

Portanto,

lim ∫ (𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 − 𝐷𝑢𝐷𝑢)𝑑𝑥 = 0.

𝑘→∞ 𝑈

Ou seja,

lim ∫ 𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 𝑑𝑥 = ∫ 𝐷𝑢𝐷𝑢𝑑𝑥

𝑘→∞ 𝑈 𝑈

= ∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥 .
𝑈

Por fim, temos que

1 1 1 1
2 2 2 2
lim [(∫ |𝑣𝑘 |2 𝑑𝑥) ⋅ (∫ |𝐷2 𝑤𝑘 |2 𝑑𝑥) ] = (∫ |𝑢|2 𝑑𝑥) ⋅ (∫ |𝐷2 𝑢|2 𝑑𝑥) .
𝑘→∞ 𝑈 𝑈 𝑈 𝑈

Portanto,
1 1
2 2
lim ∫ 𝐷𝑣𝑘 𝐷𝑤𝑘 𝑑𝑥 ≤ lim (∫ |𝑣𝑘 |2 𝑑𝑥) ⋅ (∫ |𝐷2 𝑤𝑘 |2 𝑑𝑥) .
𝑘→∞ 𝑈 𝑘→∞ 𝑈 𝑈

O que implica
1 1
2 2
∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥 ≤ (∫ |𝑢|2 𝑑𝑥) ⋅ (∫ |𝐷2 𝑢|2 𝑑𝑥) .
𝑈 𝑈 𝑈

Página 10 de 15
9) Integre por partes para provar que
1 1
2 2
∫ |𝐷𝑢|𝑝 𝑑𝑥 ≤ 𝐶 (∫ |𝑢|𝑝 𝑑𝑥) ⋅ (∫ |𝐷 2 𝑢|𝑝 𝑑𝑥)
𝑈 𝑈 𝑈

para 2 ≤ 𝑝 < ∞ e todo 𝑢 ∈ 𝑊 2,𝑝 (𝑈) ∩ 𝑊01,𝑝 (𝑈). (Dica: ∫𝑈|𝐷𝑢|𝑝 𝑑𝑥 =

∑𝑛𝑖=1 ∫𝑈 𝑢𝑥𝑖 𝑢𝑥𝑖 |𝐷𝑢|𝑝−2 𝑑𝑥.)

Sol.:

10) Suponha 𝑈 conexo e 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝 (𝑈) satisfazendo

𝐷𝑢 = 0, 𝑞. 𝑡. 𝑝 𝑒𝑚 𝑈.

Prove que 𝑢 é constante 𝑞. 𝑡. 𝑝 em 𝑈.

Sol.: Seja,
𝑈𝜀 = {𝑥 ∈ 𝑈; 𝑑𝑖𝑠𝑡(𝑥, 𝜕𝑈) > 𝜀}.

Para cada 𝑥 ∈ 𝑈𝜀 considere 𝑢𝜀 (𝑥) = ∫𝑈 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝑢(𝑦)𝑑𝑦, onde 𝜂 é um mollifier

𝜀
padrão. Então 𝑢𝜀 ∈ 𝐶𝑐∞ (𝑈𝜀 ) e,

𝐷𝑢𝜀 (𝑥) = ∫ 𝜂𝜀 (𝑥 − 𝑦)𝐷𝑢(𝑦)𝑑𝑦.

𝑈𝜀

Por hipótese, 𝐷𝑢 = 0, logo 𝐷𝑢𝜀 (𝑥) = 0, ∀𝑥 ∈ 𝑈𝜀 . Logo 𝑢𝜀 é constante em 𝑈𝜀 . Como

lim 𝑢𝜀 = 𝑢, então 𝑢 é constante 𝑞. 𝑡. 𝑝.
𝜀→0

11) Mostre com um exemplo que se tivermos ‖𝐷ℎ 𝑢‖𝐿1(𝑉) ≤ 𝐶, ∀0 < |ℎ| <
1
𝑑𝑖𝑠𝑡 (𝑉, 𝜕𝑈), não segue necessariamente que 𝑢 ∈ 𝑊 1,1 (𝑉).
2

Sol.:

15) Fixe 𝛼 > 0 e seja 𝑈 = 𝐵(0,1). Mostre que existe uma constante 𝐶, dependendo
somente de 𝑛 e 𝛼, tal que

∫ 𝑢2 𝑑𝑥 ≤ 𝐶 ∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥,
𝑈 𝑈

dado
|{𝑥 ∈ 𝑈 ; 𝑢(𝑥) = 0}| ≥ 𝛼, 𝑢 ∈ 𝐻1 (𝑈).

Sol.: Defina

1
(𝑢)𝑈 = ∫ 𝑢𝑑𝑥 .
𝛼(𝑛) 𝑈

Página 11 de 15
Afirmação: Seja 𝑈 = 𝐵(0,1) subconjunto aberto, limitado, conexo de ℝ𝑛 , com 𝜕𝑈 ∈
𝐶 1 . Então existe uma constante 𝑐, dependendo somente de 𝑛 e 𝛼, tal que

‖𝑢 − (𝑢)𝑈 ‖𝐿2(𝑈) ≤ 𝑐‖𝐷𝑢‖𝐿2(𝑈) , ∀𝑢 ∈ 𝑊 1,2 (𝑈) = 𝐻1 (𝑈).

Suponha por absurdo que exista uma sequência (𝑢𝑘 )𝑘∈ℕ ∈ 𝐻1 (𝑈) tal que,

‖𝑢𝑘 − (𝑢𝑘 )𝑈 ‖𝐿2(𝑈) > 𝑘‖𝐷𝑢𝑘 ‖𝐿2(𝑈). (1)

Para todo 𝑘 ∈ ℕ. Defina

𝑢𝑘 − (𝑢𝑘 )𝑈
𝑣𝑘 ∶= ⋅
‖𝑢𝑘 − (𝑢𝑘 )𝑈 ‖𝐿2(𝑈)

Assim,
‖𝑣𝑘 ‖𝐿2(𝑈) = 1 𝑒 (𝑣𝑘 )𝑈 = 0.

Portanto (1) se torna,

1 = ‖𝑣𝑘 ‖𝐿2(𝑈)
= ‖𝑣𝑘 − (𝑣𝑘 )𝑈 ‖𝐿2(𝑈)
> 𝑘‖𝐷𝑣𝑘 ‖𝐿2(𝑈) .
Ou seja,
1
‖𝐷𝑣𝑘 ‖𝐿2(𝑈) < ⋅
𝑘

Pelo Teorema de Rellich-Kondrachov, existe uma subsequência (𝑣𝑘𝑗 ) de

𝑘𝑗 ∈ℕ
(𝑣𝑘 )𝑘∈ℕ e uma função 𝑣 ∈ 𝐿𝑝 (𝑈) tal que,

𝑣𝑘𝑗 → 𝑣 𝑒𝑚 𝐿2 (𝑈).
Assim,

‖𝑣‖𝐿2 (𝑈) = 1 𝑒 (𝑣)𝑈 = 0.

E,
‖𝐷𝑣‖ = lim ‖𝐷𝑣𝑘𝑗 ‖
𝑘𝑗 →∞
1
≤ lim
𝑘𝑗 →∞ 𝑘𝑗
= 0.

Ou seja,
𝐷𝑣 = 0.
Além disso, ∀𝜙 ∈ 𝐶𝑐∞ (𝑈),

Página 12 de 15
 ∫ 𝑣(𝑥)𝜙 ′ (𝑥) 𝑑𝑥 = lim ∫ 𝑣𝑘𝑗 (𝑥)𝜙 ′ (𝑥)𝑑𝑥
𝑈 𝑘𝑗 →∞ 𝑈

= − lim ∫ 𝐷𝑣𝑘𝑗 (𝑥)𝜙(𝑥) 𝑑𝑥

𝑘𝑗 →∞ 𝑈

= ∫ 𝐷𝑣(𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 = 0.
𝑈

Isto mostra que 𝑣 ∈ 𝑊 1,2 (𝑈) = 𝐻1 (0). Além disso, 𝑣 é constante, pois 𝑈 = 𝐵(0,1)
é conexo (ver Exercício 10). Como 𝑣 é constante e (𝑣)𝑈 = 0, então 𝑣 ≡ 0. Absurdo,
pois ‖𝑣‖𝐿2(𝑈) = 1. Logo vale,

‖𝑢 − (𝑢)𝑈 ‖𝐿2(𝑈) ≤ 𝑐‖𝐷𝑢‖𝐿2(𝑈) , ∀𝑢 ∈ 𝑊 1,2 (𝑈) = 𝐻1 (𝑈).

Por fim, defina 𝐸 = {𝑥 ∈ 𝑈 ; 𝑢(𝑥) = 0}. Assim, (𝑢)𝐸 = 0. Logo pela a afirmação
acima, temos

‖𝑢‖𝐿2(𝑈) ≤ 𝑐‖𝐷𝑢‖𝐿2(𝑈) , ∀𝑢 ∈ 𝐻1 (𝑈).

Ou seja,
1 1
2 2
(∫ |𝑢|2 𝑑𝑥) ≤ 𝑐 ⋅ (∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥 ) .
𝑈 𝑈

E elevando ao quadrado
∫ |𝑢|2 𝑑𝑥 ≤ 𝑐 2 ⋅ ∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥 .
𝑈 𝑈
Defina 𝐶 = 𝑐 2 , daí

∫ 𝑢2 𝑑𝑥 ≤ ∫ |𝑢|2 𝑑𝑥 ≤ 𝐶 ⋅ ∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥.

𝑈 𝑈 𝑈

Portanto,
∫ 𝑢2 𝑑𝑥 ≤ 𝐶 ⋅ ∫ |𝐷𝑢|2 𝑑𝑥.
𝑈 𝑈

16) Seja 𝐹: ℝ → ℝ de classe 𝐶 1 , com 𝐹 ′ limitada. Suponha 𝑈 limitado e 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝 (𝑈)

para algum 1 < 𝑝 < ∞. Mostre que

𝑣 ∶= 𝐹(𝑢) ∈ 𝑊 1,𝑝 (𝑈) 𝑒 𝑣𝑥𝑖 = 𝐹 ′ (𝑢)𝑢𝑥𝑖 (𝑖 = 1, … , 𝑛).

Sol.: Devemos mostrar que 𝐹(𝑢) ∈ 𝑊 1,𝑝 (𝑈), para isto devemos mostrar que ∃𝐷𝐹(𝑢)
no sentido fraco, ou seja, ∀𝜙 ∈ 𝐶𝑐∞ (𝑈)

∫ 𝐹(𝑢(𝑥))𝜙 ′ (𝑥) 𝑑𝑥 = − ∫ 𝐷𝐹(𝑢(𝑥))𝜙(𝑥)𝑑𝑥.

𝑈 𝑈

Página 13 de 15
 Além disso, devemos mostrar que 𝐷𝐹(𝑢) ∈ 𝐿𝑝 (𝑈).

Por hipótese, 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝 (𝑈), logo existe (𝑢𝑘 )𝑘∈ℕ ⊂ 𝐶 ∞ (𝑈) ∩ 𝑊 1,𝑝 (𝑈) tal que,
lim 𝑢𝑘 = 𝑢 em 𝑊 1,𝑝 (𝑈). Ainda temos por hipótese, que ∃𝐶 > 0 tal que,
𝑘→∞
|𝐷𝐹(𝑥)| ≤ 𝐶, ∀𝑥 ∈ ℝ

Então ∀𝜙 ∈ 𝐶𝑐∞ (𝑈),

⏟ lim ∫ 𝐹(𝑢𝑘 (𝑥))𝐷𝜙(𝑥)𝑑𝑥

∫ 𝐹(𝑢(𝑥))𝐷𝜙(𝑥)𝑑𝑥 =
𝑈 𝑘→∞ 𝑈
𝑖

⏟ − lim ∫ 𝐷𝐹(𝑢𝑘 (𝑥))𝜙(𝑥)𝑑𝑥

= (1)
𝑘→∞ 𝑈
𝑖𝑖

⏟ − lim ∫ 𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 .

=
𝑘→∞ 𝑈
𝑖𝑖𝑖

Onde em (𝑖) usamos a continuidade de 𝐹, em (𝑖𝑖) usamos a fórmula de integração

por partes e em (𝑖𝑖𝑖) usamos a Regra da Cadeia.

Note que, em particular 𝜙 é contínua e como 𝑈 é limitada, existe 𝐾 > 0 tal que,

|𝜙(𝑥)| ≤ 𝐾, ∀𝑥 ∈ 𝑈.

Afirmação: lim ∫𝑈 𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 = ∫𝑈 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢(𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥.

𝑘→∞

Com efeito,

|∫ 𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢(𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 | ≤ |∫ 𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 |
𝑈 𝑈 𝑈 𝑈

+ |∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢(𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 |

𝑈 𝑈

= |∫ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥) ⋅ (𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) − 𝐹 ′ (𝑢(𝑥))) 𝜙(𝑥)𝑑𝑥|

𝑈

+ |∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ (𝐷𝑢𝑘 (𝑥) − 𝐷𝑢(𝑥))𝜙(𝑥)𝑑𝑥 |

𝑈

≤ ∫ ‖𝐷𝑢𝑘 ‖∞ ⋅ |𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) − 𝐹 ′ (𝑢(𝑥))| ⋅ 𝐾𝑑𝑥

𝑈

+𝐶 ⋅ ∫ |𝐷𝑢𝑘 (𝑥) − 𝐷𝑢(𝑥)| ⋅ 𝐾𝑑𝑥

𝑈

≤ 𝐾 ⋅ ‖𝐷𝑢𝑘 ‖∞ ∫ ⋅ |𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) − 𝐹 ′ (𝑢(𝑥))|𝑑𝑥

𝑈
+𝐶𝐾 ⋅ ‖𝑢𝑘 (𝑥) − 𝑢(𝑥)‖𝑝 𝑊 1,𝑝 (𝑈)
→ 0.

Quando 𝑘 → ∞. Logo,

lim ∫ 𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢(𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 = 0.

𝑘→∞ 𝑈 𝑈

Ou seja,

Página 14 de 15
 lim ∫ 𝐹 ′ (𝑢𝑘 (𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢𝑘 (𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢(𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥. (2)
𝑘→∞ 𝑈 𝑈

Substituindo (2) em (1), obtemos

∫ 𝐹(𝑢(𝑥))𝐷𝜙(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝐹 ′ (𝑢(𝑥)) ⋅ 𝐷𝑢(𝑥)𝜙(𝑥)𝑑𝑥

𝑈 𝑈

= ∫ 𝐷𝐹(𝑢(𝑥))𝜙(𝑥)𝑑𝑥 .
𝑈

Isto mostra que ∃𝐷𝐹(𝑢) no sentido fraco. Como 𝑈 é limitado por hipótese, temos
1
𝑝
‖𝐷𝐹(𝑢)‖𝐿𝑝 (𝑈) = (∫ |𝐷𝐹(𝑢)|𝑝 𝑑𝑥)
𝑈
1
𝑝
≤
⏟ 𝐶 (∫ 𝑑𝑥)
𝑖𝑣 𝑈
= 𝐶 ⋅ 𝑚𝑒𝑑 (𝑈)
< ∞.

Onde em (𝑖𝑣) usamos a hipótese que 𝐷𝐹 é limitada. Logo, 𝐷𝐹(𝑢) ∈ 𝐿𝑝 (𝑈). Portanto,
𝐹(𝑢) ∈ 𝑊 1,𝑝 (𝑈).

Página 15 de 15