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Matemática

8o. ano
Volume 3
Livro
didático 6 Expressões algébricas e
sequências numéricas 2

7 Polígonos e construções
geométricas 23

8 Medidas 45

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por
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ck
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hu
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6 Expressões algébricas
e sequências numéricas

©Shutterstock/Artem Kovalenco
URUGUAI, 1930 ITÁLIA, 1934 ITÁLIA, 1938

URUGUAI, 1950 ALEMANHA, 1954 BRASIL, 1958

BRASIL, 1962 INGLATERRA, 1966 BRASIL, 1970

A Copa do Mundo de futebol masculino é um dos maiores eventos esportivos. A primeira


competição ocorreu em 1930 no Uruguai, cuja seleção venceu o campeonato. Em decorrência
da Segunda Guerra Mundial, o evento precisou ser interrompido por alguns anos. Veja os países
campeões da Copa do Mundo de 1930 a 1970.

1. Sabendo que esse evento ocorre de 4 em 4 anos, em que ano foi realizada a 20ª. Copa do Mundo?
2. No ano em que você nasceu houve Copa do Mundo?
3. Você sabe onde e quando acontecerá a próxima Copa do Mundo?

2
Objetivos
Neste capítulo, você estudará os polinômios e, ao final dele, saberá resolver e elaborar pro-
blemas envolvendo adição, subtração, multiplicação e divisão de polinômios. Além disso, você
identificará a regularidade de uma sequência numérica ou figural e construirá regras para indicar
os demais termos dessas sequências.

Expressões algébricas
Vamos iniciar o estudo sobre expressões algébricas com o jogo a seguir.

Jogo das áreas


Recorte todas as cartas do material de apoio.
Para jogar, reúna-se com um colega e sigam as instruções.
1. Cada um deve ficar somente com suas cartas. As cartas devem ser embaralhadas e dispostas sobre a
mesa. Tome cuidado para não misturar suas cartas com as do seu colega!
2. Deixe as cartas viradas para cima por cerca de 3 minutos e tente memorizar suas posições. Em segui-
da, vire todas para baixo sem tirá-las do lugar.
3. Depois de definirem quem começa o jogo, cada jogador, na sua vez, escolhe duas cartas e as vira.
Caso o par formado seja a figura com a expressão que representa sua área, o jogador fica com as
cartas e continua jogando, virando outras duas cartas. Se as cartas viradas não formarem um par, o
jogador devolve as cartas viradas para baixo na mesa e passa a vez.
4. Vence o jogo quem formar primeiro, de forma correta, todos os pares com as cartas.

Agora que você retomou as ideias sobre áreas e expressões algébricas com esse jogo, responda às questões.

a
2b

a) Se você virar a carta com esse paralelogramo, qual carta deve virar em seguida para fazer o par correto?

b) Agora, imagine que você tenha virado uma carta com esta expressão.
Qual carta deve virar em seguida para fazer o par correto?

3ab

Nesse jogo, note que as cartas com as expressões que representam as áreas das figuras são exemplos de
expressões algébricas.

Expressão algébrica é uma expressão que envolve números, letras e operações.

3
Monômios e polinômios

©Shutterstock/Picsfive
Você já estudou que o volume de uma caixa com o formato de um 3z
paralelepípedo é dado pelo produto das medidas do comprimento, da lar-
gura e da altura. Assim, o volume da caixa é dado pela expressão:
2x y
2x ˜ y ˜ 3z ou 6xyz
A expressão 6xyz apresenta o 6 como coeficiente numérico e xyz na parte literal.
6xyz
Parte literal
Coeficiente
numérico

Essa expressão é um exemplo de monômio.

Monômio é uma expressão algébrica com um único termo.

O termo de uma expressão algébrica pode ser composto de coeficiente numérico apenas ou de coefi-
ciente numérico e parte literal (uma variável ou um produto de variáveis).
Outros exemplos de monômios:
5a z3
a) –x b) x2y c) 18 d) e) 
9 7
Acompanhe mais um exemplo.
A tarifa de pedágio cobrada por automóvel que passa em certo trecho de uma rodovia é R$ 6,50. Considere
que, em uma hora, tenham passado c automóveis por esse trecho.
a) Determine o monômio que expressa quantos reais foram arrecadados pelo pedágio somente com os
automóveis nesse período.
b) Se durante 1 h passaram 350 automóveis nesse trecho, quantos reais foram arrecadados pelo pedágio
nesse período?
O valor que você obteve como resposta é chamado de valor numérico da expressão.

Ao substituirmos, nas expressões algébricas, as variáveis por números e, em seguida, efetuarmos


as operações indicadas, obtemos o valor numérico da expressão.

©Shutterstock/Dado Photos

4
Considere esta caixa, que foi apresentada anteriormente. Se x = 20 cm, y = 20 cm e z = 11 cm, qual é o vo-
lume dessa caixa, em centímetros cúbicos?

©Shutterstock/Picsfive
3z

2x y

Observe novamente essas três cartas do material de apoio. Já sabemos que elas trazem expressões deno-
minadas monômios.
Carta 1 Carta 2 Carta 3

x2y
12x2y 50x2y
2

Agora, escreva o coeficiente numérico e a parte literal de cada uma.


Carta 1 Carta 2 Carta 3

Coeficiente: Coeficiente: Coeficiente:


Parte literal: Parte literal: Parte literal:
• De acordo com o que você escreveu, o que esses monômios têm em comum?

Em anos anteriores, você aprendeu que, em uma expressão algébrica, termos com a mesma parte literal são
2
denominados termos semelhantes. No caso dos monômios 12x 2 y , x y e 50x 2 y, dizemos que eles são
2
2
monômios semelhantes, pois apresentam a mesma parte literal ( x y ).

Quando os monômios apresentam a mesma parte literal, dizemos que eles são monômios semelhantes.

Observe estas outras cartas. Assinale aquelas que apresentam monômios semelhantes.

3a2 2ab x2

3ab 12t xy 12x

Matemática 5
Atividades
1. Observe as medidas dos lados e da altura desse paralelogramo.
3b
a) Escreva as expressões que representam seu perímetro e sua área.
Perímetro
h 5a

Área

b) Entre as expressões que você escreveu no item anterior, qual delas é um monômio?

2. A medida dos lados desse quadrado é N.


a) Escreva o monômio que representa

• o perímetro do quadrado:
l

• a área do quadrado:

b) Esses monômios são semelhantes? Justifique sua resposta.

3. Considere os monômios a seguir.


yxz 3
4yxz 5a 3b 2 10xyz 3 x 4 5ab 
3
a) Quais deles são monômios semelhantes?
b) Qual é o coeficiente de cada monômio que você escreveu no item anterior?

4. Observe a representação de uma piscina. As medidas indicadas na figura estão em metros.


a) Determine o monômio que representa o volume dessa piscina.

b) Qual é o comprimento e a largura dessa piscina para x = 5?


8x

3
4x
c) Calcule o volume dessa piscina em metros cúbicos para x = 5.

6 8o. ano – Volume 3


Veja a sequência formada por triângulos equiláteros idênticos. Considere que os lados de cada triângulo
medem 1 cm.

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5

Complete a tabela com as informações que estão faltando e, em seguida, responda às questões propostas.

Figura Quantidade de triângulos Perímetro da figura (em cm)


1 1
2
3
4
5
6
7

a) Qual a relação entre o perímetro da figura e a quantidade de triângulos que a formam?

b) Qual o perímetro da figura formada por 50 triângulos? E da formada por 135 triângulos?

c) Que expressão representa o perímetro, em centímetros, da figura formada por n triângulos?

d) A expressão que você escreveu no item anterior é um monômio? Justifique sua resposta.

A expressão que você escreveu é um exemplo de polinômio.

A expressão algébrica formada pela adição de monômios é chamada de polinômio.

Dizemos que cada monômio é um termo do polinômio. Os polinômios recebem nomes diferentes de acor-
do com o número de termos que os formam. Por exemplo, o polinômio com um único termo é chamado de
monômio, o que apresenta dois termos é o binômio e o de três termos é o trinômio. Acima de três termos,
chamamos simplesmente de polinômio. Mesmo tendo nomes específicos, os monômios, binômios e trinômios
são considerados casos particulares de polinômios.
Veja alguns exemplos de polinômios.
a) 7 – x4 b) x2y + 3z – 1 c) a2 + 2ab + b2 d) 2w – z + 5 + 10ab

Matemática 7
Operações com monômios e polinômios

Adição e subtração de polinômios


Analise a situação a seguir para que você compreenda como realizamos uma adição entre polinômios.
Na sala de jantar da casa de Pedro, há duas mesas: uma de jantar (esquerda) e uma de centro (direita).

©Shutterstock/Vipman

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Pedro vai comprar uma fita para colocar em volta do tampo de cada uma das mesas. Ele sabe que a largura
da mesa de jantar é x cm e é igual à metade do comprimento da mesma mesa. Sabe também que a mesa de
centro tem o formato de um pentágono regular cuja medida dos lados é 20 cm menor do que a medida da
largura da mesa de jantar.
Qual é a expressão que representa a quantidade de fita, em cm, que Pedro precisará comprar?

Com as informações do texto, temos:


• Mesa de jantar – como a largura da mesa de jantar (x cm) é igual à metade do seu comprimento, o com-
primento dessa mesa é 2x cm.
• Mesa de centro – a medida dos lados da mesa de centro é 20 cm menor do que a medida da largura da
mesa de jantar, que é x cm. Então, a medida do lado da mesa de centro é igual a x – 20 cm.
Agora, calculamos o perímetro de cada uma das mesas e, em seguida, somamos os resultados obtidos.
A expressão obtida representa a quantidade de fita, em cm, que Pedro precisa comprar.
• Mesa de jantar: x + x + 2x + 2x = 6x. Logo, o perímetro da mesa de jantar é 6x cm.
• Mesa de centro: (x – 20) + (x – 20) + (x – 20) + (x – 20) + (x – 20) = 5x – 100. Logo, o perímetro da mesa
de centro é 5x – 100 cm.
Então, a quantidade de fita a ser comprada é igual a 6x cm + (5x – 100) cm = 11x – 100 cm.
Na situação anterior, efetuamos uma adição de polinômios.
Agora, analise a situação a seguir para compreender como realizamos uma subtração entre polinômios.
Paulo e Fabiana realizaram uma pesquisa de preços de televisores nas lojas I e II. As duas lojas oferecem um
mesmo preço à vista de x reais por um mesmo tipo de televisor. Porém, na compra a prazo, os preços para cada
loja são diferentes.

8 8o. ano – Volume 3


©Shutterstock/Gorodenkoff
Loja I: entrada de 50% de x mais duas prestações
mensais de y reais.
Loja II: entrada de 20% de x mais quatro prestações
mensais de y reais.
Qual é a expressão que representa a diferença entre os
preços a prazo nas lojas I e II?
Vamos determinar os preços a prazo nas lojas I e II para
que, em seguida, possamos encontrar a diferença entre os
preços nas lojas I e II.
• Loja I: como 50% = 0,50, temos que o preço a prazo na
loja I é igual a 0,50x + 2y.
• Loja II: como 20% = 0,20, temos que o preço a prazo na
loja II é igual a 0,20x + 4y.
A diferença entre os preços nas lojas I e II é, portanto, 0,50x + 2y – (0,20x + 4y) = 0,30x – 2y.
Na situação anterior, efetuamos uma subtração de polinômios.
No exemplo das mesas, realizamos uma adição entre os polinômios 5x – 100 e 6x. Dizemos que o polinômio
11x – 100 é a forma reduzida do polinômio 5x – 100 + 6x.
No exemplo da televisão, realizamos uma subtração entre os polinômios 0,50x + 2y e 0,20x + 4y e, da mes-
ma forma, dizemos que o polinômio 0,30x – 2y é a forma reduzida do polinômio 0,50x + 2y – 0,20x – 4y.
Agora, observe as figuras planas a seguir.
3x
2
A B

x+2
x+1

x
3x – 5

3x

Considerando que as medidas dos lados das figuras estão em metros e são indicadas por expressões algé-
bricas, responda às questões propostas.
a) Qual expressão algébrica representa o perímetro da figura A? E da figura B?

b) Que expressão representa a diferença entre os perímetros das figuras A e B?

Matemática 9
Atividades
1. Escreva a forma reduzida dos polinômios a seguir.
a) 6a + 3b – 7a + b – a + b

b) –3xyz + 5x2y3z + xyz – 2xyz + x2y3z

c) 2pq – 6xy + 2pq – xy + 3xy – pq

d) −ab + 4a3b – 3ab2 − 3ab + 5a3b – 2ab − 7ab2


2. Escreva os polinômios na sua forma reduzida.
a) 4x + (7y – 4x – x + 3y) – x + y

b) −2a2 + 4 – (−2a2 − 5 – 1 + 2a2) + (−3a2 − 2)

c) 3ax2 − 2ax + 3ax2 − (−3ax2 + 2ax) – 2ax + ax2

3. Para cada uma das figuras a seguir, escreva a forma reduzida do polinômio que representa o respectivo
perímetro.
y

a) 5x

y
2

3a
6a 2

b) 3a
3b
2b

9a
2

a
2a

c)
a+1
a

2a

2m + 1,5 2m + 1,5
d)

10 8o. ano – Volume 3


4. Utilizando os resultados obtidos na atividade anterior, calcule o perímetro
a) do item a para y = 4 cm e x = 1 cm;

b) do item b para a = 1 cm e b = 1,5 cm;

c) do item c para a = 2,5 cm;

d) do item d para m = 2 cm.

5. Determine o polinômio que, subtraído do polinômio 3a + 5b – 7c + 5d, resulta em –5a + 2b – 3c + d.

6. Considerando A = 2xy + 3xz – 4xw + 5x, B = –2xy + 5xz – 2xw – x e C = 4xy – 3xz + x, determine:
a) A + B + C

b) A + B – C

7. Eduarda está fazendo uma colcha de retalhos e um dos retalhos que ela está usando é o que aparece
representado abaixo.
a) Que expressão algébrica, na forma reduzida, representa o perímetro desse retalho?

2x 2 + 1 3x 2 + 3

y
x2 + 5 3
y+3

b) Qual a medida do perímetro, sabendo que x = 2 cm e y = 3 cm?

Matemática 11
Multiplicação de polinômios c

Vamos relembrar a propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição. Observe


este retângulo formado por dois outros retângulos menores.
b

a) Que expressão representa a altura desse retângulo?


a
b) Que expressão representa a área desse retângulo?

c) Separe o retângulo em dois retângulos menores e escreva a área de cada um deles.

b b

a a a

d) Que relação existe entre as áreas dos dois retângulos menores e a área do retângulo inicial?

e) O que podemos concluir em relação ao produto de a ⋅ (b + c)?

Vamos relembrar a propriedade distributiva da multiplicação em relação à subtração.


I c
Observe este retângulo formado por dois outros retângulos menores.

a) Que expressão algébrica representa a altura do retângulo II? b

II

b) E a área do retângulo inicial?


a
c) Separando os retângulos I e II, escreva a área de cada um deles:

I c

II II b−c
I c

a a a

d) Qual a relação entre a área do retângulo II e a área dos outros dois retângulos?

e) O que podemos concluir em relação ao produto de a ⋅ (b − c)?

12 8o. ano – Volume 3


Considere o retângulo representado na figura a seguir.
x+5

x+y

a) Qual expressão algébrica representa a medida da base desse retângulo? E a expressão que representa
a medida de sua altura?
x 5
b) Observe como o retângulo foi dividido em outros quatro
retângulos, cujas medidas estão indicadas ao lado. Escreva a
área de cada um deles.
x I II

y III IV

c) Determine a área do retângulo de lados de medidas x + y e x + 5 utilizando as áreas dos retângulos I,


II, III e IV.

Observe que também podemos representar a área do retângulo pela expressão algébrica (x + y) ∙ (x + 5).
Essa expressão representa uma multiplicação de um polinômio por um polinômio. Note que podemos utilizar
a propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição algébrica:

(x + y) ∙ (x + 5) = x2 + 5x + xy + 5y

Multiplicamos x por x, resultando x2.


Multiplicamos x por 5, resultando 5x.
Multiplicamos y por x, resultando xy.
Multiplicamos y por 5, resultando 5y.

Por fim, somamos todos os valores obtidos.

A multiplicação de um polinômio por outro polinômio consiste em multiplicar cada termo de um deles pelos termos do
outro.

Matemática 13
Atividades
1. Determine os produtos apresentando as respostas na forma reduzida.

a) x ⋅ (2x – 5) c) (a + 5) ⋅ (3 – b)

b) –ab ⋅ (a2 – 2ab + b2) d) (x + 2) ⋅ (2x2 − 5x + 3)


2. Considerando A = x + 3, B = x – 1 e C = 3x2 − 3, determine:

a) A ⋅ B

b) (A + B) ⋅ C

c) A ⋅ B ⋅ C
3. Observe o seguinte modelo de sapo feito de papelão colorido e, depois, responda às questões propostas.
x

x x+2

x+1

3x

x
x 2 3x – 2
3

a) Qual polinômio representa a quantidade de papelão colorido usada para confeccionar esse sapo?
b) Considerando que x = 2 cm, quantos centímetros quadrados de papelão colorido foram usados para
confeccionar esse sapo de papelão?

Divisão de polinômios por monômios


No retângulo da figura, são dadas as medidas de sua área A e da altura.
Vamos determinar o monômio que representa a medida de sua base.
Observe que, para determinar a medida da base do retângulo, podemos rea-
lizar uma divisão entre a medida da área e a medida da altura desse retângulo.
24 a 3 24 a 3
4 ˜ a 32 4 a
A = 24a3
3
24 a : 6a 2
˜ 6a2

6a 2 6 a2

Para determinar o quociente de monômios, dividimos os coeficientes entre si e as


partes literais entre si.

14 8o. ano – Volume 3


Agora, verifique uma situação em que a área do retângu-
lo é representada por um polinômio com mais de um ter-
mo. No retângulo da figura ao lado, está indicada a medida
de sua área A e de sua base. Qual a medida da altura desse
A = 9x4 + 6x3 – 3x2
retângulo?
Veja que, nesse caso, também podemos determinar a me-
dida da altura do retângulo por meio de uma divisão entre a
medida da área e a medida de sua base.
3x

9 x 4  6 x 3  3x 2 9 x 4 6 x 3 3x 2
(9 x  6 x  3x ) : 3x
4 3 2
  3x 3  2x 2  x
3x 3x 3x 3x

Para dividirmos um polinômio por um monômio, dividimos cada termo do polinômio pelo monômio.

Atividades
1. Ao multiplicarmos determinado polinômio por 3a, obtemos 18a4 – 21a3 + 12a2. Qual é esse polinômio?

2. A área do retângulo representado na figura é dada pelo polinômio 35a2 + 28b2 + 1 015ab.

7ab

a) Encontre o polinômio que indica a medida da altura do retângulo.


b) Determine as medidas, em metros, dos lados desse retângulo quando a = 8 cm e b = 10 cm.
3. Resolva as divisões considerando os denominadores diferentes de zero.

a) (a3b + a2b2 + a2b) : (a2b)

b) (9x4y2 – 6x3y2 + 3x2y2) : (3x2y2)


4 4 3
c) 8m n  4m n
2m 2n
6a 3 16a
  2a 2 
d) 5 5
2a

5

Matemática 15
Sequências numéricas
As sequências estão presentes em diversas situações do nosso cotidiano. A
repetição das horas ao longo do dia, dos dias da semana, dos meses a cada ano
são exemplos de sequências.

ena Rosa
Há sequências que podem ser relacionadas a ideias matemáticas, por exem-

©Flickr/Agência Brasil/Rov
plo, a sequência dos anos de ocorrência da Copa do Mundo de futebol feminino.
Esse torneio ocorreu pela primeira vez em 1991 e também se repete de 4 em
4 anos, assim como a Copa do Mundo de futebol masculino.
1991, 1995, 1999, 2003, 2007, 2011, 2015, 2019, ...
Nessa sequência, os números 1991, 1995, 1999, 2003 e assim por diante são chamados de termos ou ele-
mentos. Observe que o primeiro termo dessa sequência é 1991.
a) Em 2030, acontecerá a Copa do Mundo de futebol feminino? Justifique sua resposta.

b) Em que ano será realizada a 15ª. Copa do Mundo de futebol feminino?

Observe a sequência a seguir e faça o que se pede.


a) Desenhe a figura que deve ocupar a posição 4.

1 2 3 4

b) Complete a tabela que apresenta a posição do termo (n) e o número de bolinhas (an) na figura.
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
an

Observe que a sequência (1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19, ...) representa o número de bolinhas (an) para
determinada posição n. Dizemos que essa sequência é infinita, indicada por reticências no final, pois sem-
pre será possível obter o termo seguinte. Uma sequência é considerada finita quando apresenta um último
termo, por exemplo, a sequência das idades, em ordem crescente, dos funcionários de uma padaria (19, 22,
23, 26, 26, 30, 35, 39).
Utilizando a letra n para indicar a posição da figura, vamos escrever uma fórmula que determine o número
de bolinhas an que há em cada figura da sequência.

O número de bolinhas da posição 1 (n = 1) é 1 (a1 = 1), ou


seja, o número de bolinhas é duas vezes 1 menos 1.
n=1 n 1½
¾ o 1 2 ˜1 1
a 1 1¿

16 8o. ano – Volume 3


O número de bolinhas da posição 2 (n = 2) é 3 (a2 = 3), ou
seja, o número de bolinhas é duas vezes 2 menos 1.
n=2 n 2 ½
¾ o 3 2˜2 1
a 2 3¿

O número de bolinhas da posição 3 (n = 3) é 5 (a3 = 5), ou


seja, o número de bolinhas é duas vezes 3 menos 1.
n=3 n 3 ½
¾ o 5 2 ˜3  1
a 3 5¿

O número de bolinhas da posição 4 (n = 4) é 7 (a4 = 7), ou


seja, o número de bolinhas é duas vezes 4 menos 1.
n=4 n 4 ½
¾ o 7 2˜4 1
a 4 7¿

Observe que, para n = 1, o número de bolinhas é a1 = 1, para n = 2, o número de bolinhas é a2 = 3, para


n = 3, o número de bolinhas é a3 = 5 e assim sucessivamente. Há uma regra específica para obter cada termo
dessa sequência. Perceba que o número de bolinhas an para a posição n é o dobro do número dessa posição
menos 1, ou seja, an = 2 ⋅ n – 1. Com essa fórmula, é possível determinar o número de bolinhas para uma figura
que esteja em qualquer posição da sequência ou vice-versa.
Há outra forma de escrever uma fórmula para essa sequência. Observe:
a1 = 1, a2 = a1 + 2, a3 = a2 + 2, a4 = a3 + 2, ...

Perceba que, para obter qualquer termo da sequência a partir do segundo termo, basta adicionar 2 ao ante-
rior. Então, para uma posição n qualquer, temos:
a n = an – 1 + 2

Assim, para essa sequência, temos 1 bolinha na posição 1, com a1 = 1; para qualquer outra posição, o núme-
ro de bolinhas é an = an – 1 + 2.
Esse tipo de representação, que expressa determinado termo em relação ao anterior, é conhecido como
fórmula recursiva de uma sequência.

Atividades
1. Observe a sequência a seguir.
a) Desenhe a figura que deve ocupar a posição 4.

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4

Matemática 17
b) Complete a tabela com o número de pontos (P) em cada posição (n) da sequência.
n 1 2 3 4 5 6 7 8
P
c) Escreva, com suas palavras, a regra que relaciona o número de pontos da figura (P) com a posição (n)
que essa figura ocupa na sequência.

d) Qual o número de pontos que apresenta a figura na 20ª. posição? E na 265ª. posição?

e) Qual figura terá 128 pontos? Explique sua resposta.

f) Determine uma fórmula que possibilita calcular o número de pontos (P) em qualquer posição (n) da
sequência.

2. Observe a sequência de quadradinhos.

a) Desenhe a próxima figura que faz parte dessa sequência.

b) Complete a tabela com o número de quadradinhos (Q) em cada posição (n) da sequência.

n 1 2 3 4 5 6 7 8

c) Escreva, com suas palavras, a regra que relaciona o número de quadradinhos da figura (Q) com a
posição (n) que essa figura ocupa na sequência.

18 8o. ano – Volume 3


d) Qual o número de quadradinhos apresenta a figura na 15ª. posição? E na 429ª. posição?

e) Qual figura terá 119 quadradinhos? Explique sua resposta.

f) Determine uma fórmula que possibilita calcular o número de quadradinhos (Q) em qualquer posição
(n) da sequência.

3. Considere os quatro primeiros termos da seguinte sequência numérica:


(23, 28, 33, 38, ...)

Complete a tabela a seguir, encontrando o 4º,. 5º. e 6º. termos. Siga os cálculos feitos para obter o 2º. e 3º. termos.

n Número (N)

1º. termo 23

2º. termo 23 + 5 = 23 + 1 ⋅ 5 = 28

3º. termo 23 + 5 + 5 = 23 + 2 ⋅ 5 = 33

4º. termo

5º. termo

6º. termo

Conexões
História da Matemática e sequência de Fibonacci
O italiano Leonardo de Pisa (1175-1250), que ficou conhecido como Fibonacci, publicou, em 1202, um livro
chamado Livro dos ábacos, em que apresenta, entre outros, o problema que trata do cálculo do número de
coelhos que nasceriam em um ano a partir de um único casal.
O problema é o seguinte:

Em um local cercado, há um casal de coelhos. Quantos pares de coelhos serão gerados a partir desse
par em um ano se, em todos os meses, cada par de coelhos dá à luz um novo par, que se torna fértil a
partir do segundo mês?

Veja no esquema a seguir como ocorre a reprodução dos coelhos.

Matemática 19
©Shutterstock/Studio Ayutaka
1

Casais adultos
e férteis
2

Casais jovens
e inférteis
3

1. Tudo começa com um casal de coelhos.


2. O primeiro casal atinge a fertilidade.
3. O casal, que se tornou fértil, gera um novo casal. Portanto, há dois casais nesse momento: o original e um
novo casal que ainda é infértil.
4. O casal original gera mais um casal e o segundo casal se torna fértil. Há, no momento, três casais de coelhos.
5. O casal original gera mais um casal, o casal gerado no mês anterior se torna fértil e o segundo casal gera
seu primeiro casal. Nesse mês há, portanto, cinco casais de coelhos.
6. A reprodução ocorre seguindo as mesmas regras. Assim, há 8 casais nessa etapa.
O processo segue de forma similar e o resultado do número de casais de coelhos a cada mês é dado pela
seguinte sequência de números: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144...
Observe a relação entre os termos dessa sequência:
1 13 = 8 + 5
1 21 = 13 + 8
2=1+1 34 = 21 + 13
3=2+1 55 = 34 + 21
5=3+2 89 = 55 + 34
8=5+3 144 = 89 + 55
Perceba que, a partir do terceiro, cada termo é igual à soma dos dois termos anteriores. Essa é a sequência
de Fibonacci, definida da seguinte maneira:

Os dois primeiros termos são iguais a 1, ou seja, T1 = T2 = 1, e cada termo, a partir do terceiro, é igual à soma dos dois
termos anteriores:

TN = TN – 1 + TN – 2

20 8o. ano – Volume 3


Organize as ideias
1. Em cada um dos itens, marque com X a(s) resposta(s) correta(s).
a) Uma expressão algébrica é uma expressão que envolve
( ) números. ( ) letras. ( ) operações.
b) Uma expressão algébrica que apresenta um único termo é um(a)
( ) monômio. ( ) polinômio. ( ) parte literal.
c) A parte literal de uma expressão algébrica pode ser
( ) uma variável. ( ) uma soma de variáveis.
( ) um produto de variáveis.
d) 60 é o valor numérico de
( ) 4x, quando x = 20. ( ) 12y, quando y = 5. ( ) 60z, quando z = 1.
e) Monômios semelhantes apresentam
( ) o mesmo coeficiente. ( ) a mesma parte literal.
( ) o mesmo coeficiente e a mesma parte literal.
2. Observe a multiplicação entre os dois polinômios a seguir.

(x + y) ∙ (x – 2) =

Elabore um passo a passo explicando como efetuar a multiplicação dos dois polinômios. Para isso, escre-
va, no esquema a seguir, o significado de cada seta. Em seguida, encontre o produto desses polinômios.

3. Sobre a divisão de polinômios, complete as frases a seguir.

a) Para determinar o quociente de monômios, dividimos os entre si e


as entre si.

b) Para dividirmos um por um , dividimos cada ter-


mo do polinômio pelo monômio.
4. Observe a sequência numérica a seguir.
(2, 8, 14, 20, 26, ...)

a) Os números 2, 8, 14, ... são chamados de .

b) Qual é o próximo termo dessa sequência?


c) Qual é a fórmula que descreve os termos da sequência, sendo n a posição do termo na sequência?

Matemática 21
Hora de estudo
1. (SARESP) Considerando A = a3 – 2a2 + 3 e B = 4. Escreva um polinômio reduzido que represente
= a3 – 2a2 – a + 5, temos que A – B é igual a: a área da parte verde da figura.
a) a – 2 4a + 10

b) –a + 8
4a
c) –4a2 – a + 8 2a
6a + 4

d) 2a – 4a – a + 8
3 2

2. (ENEM) Chegando ao destino de uma mesma


viagem, os turistas X e Y alugarão, cada um deles, 5. Substitua cada lacuna por um polinômio que
um carro. Fizeram, previamente, cotações com torne as igualdades verdadeiras.
as mesmas três locadoras de automóveis da
região. Os valores dos aluguéis estão represen- a) (16a4b2 – 8a2b2): = –4a2b + 2b
tados pelas expressões dadas no quadro, sendo
K o número de quilômetros percorridos, e N o b) (2,5b3 – 15b2 – 10b) : (0,5b) =
número de diárias pagas pelo aluguel.
c) : (4ab) = 3a3b – 7ab + b2
Valor cobrado, em real,
Empresa §2 · § 2 1 ·
pelo aluguel do carro d) : ¨ m2 ¸ = ¨ m  m¸
I 100 N + 0,8 K ©3 ¹ © 4 ¹
II 70 N + 1,2 K 6. Escreva os cinco primeiros termos da sequência
definida por a1 = 2 e an = an – 1 + 2 para n ≥ 2.
III 120 N + 0,6 K
7. (ENEM) O número mensal de passagens de uma
O turista X alugará um carro em uma mesma
determinada empresa aérea aumentou no ano
locadora por três dias e percorrerá 250 km. Já a
passado nas seguintes condições: em janeiro
pessoa Y usará o carro por apenas um dia e per-
foram vendidas 33 000 passagens; em fevereiro,
correrá 120 km.
34 500; em março, 36 000. Esse padrão de cres-
Com o intuito de economizarem com as loca- cimento se mantém para os meses subsequen-
ções dos carros, e mediante as informações, os tes. Quantas passagens foram vendidas por essa
turistas X e Y alugarão os carros, respectivamen- empresa em julho do ano passado?
te, nas empresas
a) 38 000 c) 41 000 e) 48 000
a) I e II. c) II e II. e) III e I.
b) 40 500 d) 42 000
b) I e III. d) II e III.
8. (ENEM) Sob a orientação de um mestre de obras,
3. Considere o paralelepípedo a seguir. João e Pedro trabalharam na reforma de um edi-
fício. João efetuou reparos na parte hidráulica nos
andares 1, 3, 5, 7, e assim sucessivamente, de dois
em dois andares. Pedro trabalhou na parte elétri-
ca nos andares 1, 4, 7, 10, e assim sucessivamente,
x
de três em três andares. Coincidentemente, ter-
minaram seus trabalhos no último andar. Na con-
clusão da reforma, o mestre de obras informou,
em seu relatório, o número de andares do edifício.
x–4
Sabe-se que, ao longo da execução da obra, em
x–2
exatamente 20 andares, foram realizados repa-
a) Determine o polinômio que representa seu ros nas partes hidráulica e elétrica por João e Pe-
volume. dro. Qual é o número de andares desse edifício?
b) Calcule esse volume para x = 5 cm. a) 40 c) 100 e) 120
b) 60 d) 115

22
7 Polígonos e construções
geométricas

Origami é uma palavra de origem japonesa composta das palavras “dobrar” (ori) e “papel” (kami).
Um exemplo simples dessa arte é a construção de uma caixinha que apresentamos a seguir. Para
fazê-la, precisamos apenas de um papel quadrado. Siga as instruções e construa a sua. Bom trabalho!

3 4
1 2
• Siga as instruções!
1. Dobre ao meio, vinque e desdo-
bre. Repita do outro lado.
2. Dobre os cantos até o meio.
3. Dobre as laterais do quadrado
até o meio e desdobre.
5 6
4. Repita o passo 3.
5. Abra e dobre na linha pontilhada.
6. Dobre na linha pontilhada,
Rosangela Kososki. 2018. Digital.

vinque e desdobre, repita dos


Caixa pronta dois lados do papel.
9
8 7. Abra as laterais dos lados
7 maiores, dobre para dentro os
dois menores e encaixe como

©Shutterstock/Sylvia-Design
na figura 8.
8. Forme as duas outras laterais
levando as pontas ao meio.

20 IDEIAS de como fazer caixinha de papel. Disponível em: <https://www.artesanatopassoapassoja.com.br/como-fazer-caixinha-de-papel/>.


Acesso em: 2 out. 2018.

Alguns elementos geométricos como retas, ângulos, polígonos, mediatrizes e bissetrizes são
frequentes na arte do origami.
1. Ao realizar as dobras até o terceiro passo, obtivemos, no papel, linhas que lembram segmentos de
retas. Em relação à posição, que tipos de segmentos de retas obtemos ao observarmos essas dobras?
2. Os segmentos de retas observados no item anterior determinam alguns polígonos convexos. Quais são
os que você observou?

23
Objetivos
Ao final do estudo deste capítulo, você deverá construir mediatriz, bissetriz e ângulos utilizan-
do instrumentos de desenho ou softwares de geometria dinâmica. Além disso, você deverá aplicar
os conceitos de circunferência, mediatriz e bissetriz como lugares geométricos e conhecimentos
sobre polígonos na resolução de problemas inseridos em contextos diversos.

Construção de ângulo, bissetriz e mediatriz


Vamos relembrar alguns assuntos que você já estudou, mas que serão fundamentais no decorrer deste
capítulo.

Ângulo é qualquer região do plano delimitada por duas B


semirretas de mesma origem. A unidade de medida é o grau, que
1 A
corresponde a D
de uma volta completa e é representado pelo
símbolo °. 360
No ângulo da figura, identificado por BÂC, temos: C

• o ponto A, origem das semirretas, que é o vértice do ângulo;


 
• as semirretas AB e AC , que são os lados do ângulo.
Para encontrar a medida de
um ângulo, podemos usar o
transferidor, que é um instrumento
©Shutterstock/Yulia Glam

que auxilia na medição e na

©S
hut
construção de um ângulo qualquer.

ters
toc
Para medir ou construir um ângulo

k/A
lex
com o transferidor, deve-se fazer com

Chu
rilo
que o centro coincida com o vértice

v
do ângulo e um dos lados coincida com a linha de fé do transferidor. O ângulo
AÔC, indicado no transferidor, mede 120° e o representamos por med(AÔC) ou
m(AÔC) ou med(Ô). No entanto, há outro instrumento, o compasso, que também
é Autilizado
seguir, vamos
para a construir
construçãoumde
ângulo de 60° com o compasso. Observe o passo a passo.
ângulos.

1. Em seu caderno, trace uma semirreta OA qualquer e uma circunferência (ou um arco) C de centro em O
e raio qualquer. O ponto P será a intersecção da semirreta OA com C.

O P A

2. Com a ponta-seca do compasso no ponto P, trace um arco D de raio OP, encontrando o ponto Q na
intersecção de C e D.
Q
C D

O P A

24 8o. ano – Volume 3


3. Trace a semirreta OQ.
Q
C D
Utilizando um transferidor, determine a medida do
ângulo AÔQ que você construiu anteriormente.
O P A
Qual a medida encontrada?
Perceba que, ao traçar os arcos C e D com abertura igual a OP, obtivemos um triângulo OPQ equilátero,
pois OQ = QP = OP (você pode averiguar isso com a sua régua!). Como o triângulo é equilátero, temos
que seus três ângulos internos são congruentes e medem 60° cada um. Essa relação explica o fato de o
ângulo AÔQ ser igual a 60°.
A partir de um ângulo de 60°, podemos traçar outros ângulos. Veja um exemplo a seguir.
Com a ponta-seca do compasso no ponto Q e aber-
tura equivalente ao raio OP, traçamos um arco E de tal E
Q
forma que ele intersecte o arco C. Assim, obtemos o R D
ponto R e, logo em seguida, traçamos a semirreta OR. C

Determine, com o uso de um transferidor, a medida do


ângulo AÔR. Discuta com os colegas explicando o por- O P A
quê do valor encontrado para a medida desse ângulo.

A partir de um ângulo de 60°, como você faria para encontrar o ângulo de 30°?

Construção de bissetriz
VOCÊ JÁ APRENDEU COMO ENCONTRAR A BISSETRIZ
DE UM ÂNGULO USANDO RÉGUA E COMPASSO.
AGORA, VAMOS CONHECER OUTRO JEITO DE
©Shutterstock/Pavel L Photo and Video

ENCONTRÁ-LA! PARA ISSO, TENHA EM MÃOS


UMA FOLHA DE PAPEL E FAÇA AS DOBRADURAS
SEGUINDO OS PASSOS ABAIXO.

• A partir de um ponto O, desenhe duas semirretas OA e OB na sua folha de papel, como indicado na figura
da esquerda.
• Dobre uma das semirretas do ângulo de modo que uma se sobreponha à outra, como indicado na figura central.
• Desdobre e marque a reta OP, que é representada pela marca da dobradura feita, como indicado na última figura.
A A
P

O O

B B

Matemática 25
Utilizando um transferidor, determine as medidas dos ângulos AÔP e BÔP que você construiu por meio da
dobradura anterior. O que você observa?
m(AÔP) = m(BÔP) =
Os dois ângulos AÔP e BÔP obtidos anteriormente são congruentes, ou seja, têm a mesma medida. Isso
significa que a semirreta OP é a bissetriz do ângulo AÔB.

A bissetriz de um ângulo é a semirreta com origem no vértice desse ângulo e que o divide
em dois outros ângulos congruentes.

Construção de mediatriz

VAMOS AGORA ENCONTRAR A MEDIATRIZ DE


UM SEGMENTO DE RETA. VOCÊ PRECISA TER
NOVAMENTE UMA FOLHA DE PAPEL EM MÃOS E
DEVE REALIZAR AS DOBRADURAS SEGUINDO OS
PASSOS ABAIXO.
©Shutterstock/Raksha Shelare

• Marque na folha de papel dois pontos distintos A e B, como na figura à esquerda.


• Faça uma dobradura que contenha os pontos A e B, como na figura central.
• Dobre o papel fazendo com que o ponto A coincida com o ponto B. Desdobre e marque os pontos M, que
é o encontro das marcas das dobraduras, e C, o ponto ao fim da folha e que pertence à marca da segunda
dobradura feita, como na figura à direita.
A
M
B

B
A

A
B
C

• Desdobre novamente a folha e marque as retas AB e MC.


Utilizando uma régua, determine as medidas dos segmentos:
AM = MB =
l .
l e BMC
Utilizando um transferidor, determine as medidas dos ângulos AMC
l )
(AMC l )
(BMC
A reta MC que você obteve na atividade anterior é chamada de mediatriz do segmento AB.

26 8o. ano – Volume 3


A mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular ao segmento e que contém seu ponto
médio. Na figura,
• AM = MB, pois M é ponto médio do segmento AB; 
• m(AMCl ) m(BMC l ) 90q, pois MC é perpendicular a AB .

M B
A

A seguir, vamos construir a mediatriz de AB com a régua e o compasso. Observe o passo a passo.
1. Marque dois pontos A e B distintos em seu caderno e trace o segmento AB. Com a ponta-seca do com-
passo no ponto A, trace uma circunferência com raio superior à metade do segmento AB.

A B

2. Da mesma forma, com a ponta-seca do compasso no ponto B, trace outra circunferência com mesmo
raio que foi usado no processo anterior. Marque os pontos C e D, que representam a intersecção das duas
circunferências.

A B

3. Trace a reta m, que passa pelos pontos C e D, e marque o ponto M, que é a intersecção do segmento AB
com a reta m.
m

A M B

Matemática 27
Perceba que a reta m é perpendicular ao segmento AB. Por construção, o quadrilátero ABCD é um losan-
go cujas diagonais são os segmentos AB e CD. Como você já estudou anteriormente, as diagonais de um
losango são perpendiculares e se cortam ao meio. Assim, AM = MB e a reta m é perpendicular a AB. Logo,
a reta m é a mediatriz de AB.
m

A M B

Matemática em detalhes
Bissetriz e mediatriz como lugar geométrico
Para começar a nossa discussão, vamos tomar como exemplo uma circunfe-
rência de centro O e raio r. A

Perceba que qualquer ponto dessa circunferência apresenta uma mesma dis- r
tância r de seu centro O. Dizemos que essa circunferência é o lugar geométrico O
dos pontos que distam r de O.
Agora, note como podemos pensar a bissetriz também como um lugar
geométrico.
Considere o ângulo AÔB e sua bissetriz OE. Para determinar a distância de
um ponto P da bissetriz aos lados OA e OB desse ângulo, devemos considerar as A
C
perpendiculares PC e PD aos respectivos lados. Observe a representação dessas
distâncias na figura ao lado.
Nos triângulos retângulos PCO e PDO, temos que: O P E

• m(PÔC) = m(PÔD), pois OE é bissetriz do ângulo AÔB;
D
• o lado OP é comum aos triângulos PCO e PDO; B
 ) m(PDO
• m(PCO  ) 90q, pois PC e PD são perpendiculares aos respectivos
lados do ângulo AÔB.
Pelo caso LAAo (lado, ângulo e ângulo oposto) de congruência de triângulos, H
A

os triângulos PCO e PDO são congruentes. Logo, PC = PD, ou seja, as distâncias do C


ponto P aos lados desse ângulo são iguais. F
Utilizando a mesma ideia, se considerarmos mais dois pontos quaisquer (Q e R)
sobre a bissetriz OE, temos que FQ = GQ e HR = IR. O Q P R E

G
Dessa forma, dado o ângulo AÔB, dizemos
 que sua bissetriz OE é seu
D
lugar geométrico. Em outras palavras, OE está a uma mesma distância das se-
I
mirretas OA e OB. Perceba que qualquer ponto que considerarmos sobre a bisse- B

triz estará a uma mesma distância dos dois lados desse ângulo.

28 8o. ano – Volume 3


Assim como a bissetriz, a mediatriz de um segmento também C
pode ser analisada como um lugar geométrico. Para isso, considere o
segmento de reta AB e sua mediatriz CM. Considerando um ponto P des- P
sa mediatriz, temos as distâncias PA e PB, conforme a figura ao lado.
Nos triângulos retângulos PMA e PMB, temos que:

• AM = MB e m(PMA l ) m(PMB l ) 90q, pois CM é mediatriz de AB;
A M B
• o lado PM é comum aos triângulos PMA e PMB.
Pelo caso LAL (lado, ângulo e lado), os triângulos PMA e PMB são con-
gruentes. Logo, PA = PB, ou seja, as distâncias de P aos pontos A e B são
C
iguais.
Q
Utilizando a mesma ideia, se considerarmos mais dois pontos quais-
quer (Q e R) sobre a mediatriz CM, temos que AQ = BQ e AR = BR. P

Dado o segmento de reta AB, dizemos que a mediatriz CM é o lugar


R
geométrico dos pontos do plano que têm a mesma distância aos pontos
A e B.
A M B

Atividades
1. Meça os ângulos com o transferidor e, depois, responda às questões.

B a) Qual a medida do ângulo AÔP? E do ângulo PÔB?

P
b) Qual a relação entre os ângulos AÔP e PÔB?
O

A c) O que a semirreta OP é do ângulo AÔB?

2. Utilizando régua e compasso, construa um ângulo de 30°.


3. Agora que você traçou um ângulo de 30°, construa, com régua e compasso, os ângulos de 15°, 45° e 150°.
4. Nas figuras a seguir verifique se a reta r é mediatriz do segmento AB utilizando régua e transferidor. Justi-
fique sua resposta.
a) b) c)
r r
r

A M B A M B
A M B

Matemática 29
5. Trace um segmento de 6 cm de medida. Em seguida, utilizando régua e compasso, encontre sua mediatriz.

6. Divida o segmento AB em quatro partes congruentes.

A B

7. Divida, graficamente, o segmento AB em quatro partes congruentes para construir três prateleiras no
móvel representado a seguir.

30 8o. ano – Volume 3


8. Os amigos Luíza, João e Marcos moram em residências vizinhas e querem marcar um encontro que fique
à igual distância das três residências. Explique como eles devem proceder para encontrar o local dese-
jado. Mostre, por meio de construção geométrica com régua e compasso, o local onde eles devem se
encontrar.

João

Luíza

Ilustra Cartoon. 2018. Digital.


Marcos

Construção de polígonos
O pintor e escultor italiano Roberto Crippa (1921-1972), nascido em Monza, foi influenciado pelo movi-
mento cubista e isso fica evidente em suas obras. Observe a obra a seguir, na qual são utilizadas várias figuras
geométricas.
Que polígonos podem ser observados na tela de ©Meeting Art, Itália.

Roberto Crippa?

CRIPPA, Roberto. Geométrico. 1950. Óleo sobre tela, color.,


40 cm × 50 cm. Meeting Art, Itália.

Matemática 31
O Cubismo é um movimento artístico que começou aproximadamente em 1907 e que rompeu com pa-
drões estéticos que primavam pela perfeição das formas. Esses padrões foram dando lugar a uma nova maneira
de expressão que representa objetos, pessoas e cenas vistos por diferentes ângulos ao mesmo tempo, carac-
terizando-se pela utilização de formas geométricas para retratar a natureza. Os precursores desse movimento
artístico foram Pablo Picasso e Georges Braque.

Construções geométricas de polígonos


Inicialmente, vamos relembrar algumas ideias importantes sobre polígonos.

Uma linha poligonal ou simplesmente poligonal é um conjunto de segmentos de retas consecutivos e


não pertencentes à mesma reta.
Polígono é toda figura geométrica plana formada por uma linha poligonal fechada, na qual dois lados
não consecutivos não se cruzam nem se encostam.
Os elementos de um polígono são lados, vértices, ângulos (internos e externos) e diagonais.

Vértice

Lado
Diagonal

Ângulo
interno Ângulo
externo

©Quadrinhorama por Marco Merlin

CIENTIRINHAS #108. Disponível em: <http://dragoesdegaragem.com/


cientirinhas/cientirinhas-108/>. Acesso em: 2 out. 2018.

32 8o. ano – Volume 3


Os polígonos convexos são nomeados de acordo com o número de lados ou ângulos que apresentam.

Gono Número de lados ou ângulos

Penta Pentágono 5

Hexa Hexágono 6

Hepta Heptágono 7

Octo Octógono 8

Enea Eneágono 9

Deca Decágono 10

Unde Undecágono 11

Dodeca Dodecágono 12

Icosa Icoságono 20

Para outros cujos nomes específicos não são usuais, a denominação pode ser feita com base no número de
lados: polígono de 17 lados, polígono de 21 lados e assim por diante.
É importante também relembrar que há polígonos cujos lados têm todos a mesma medida e ângulos todos
iguais. São os polígonos regulares, como os da figura a seguir.

Agora que você já aprendeu a traçar ângulos com régua e compasso, também poderá construir polígonos
regulares com o uso desses instrumentos. Para isso, você terá que dividir uma circunferência em partes iguais.
Mas antes leia o Saiba + a seguir.

Matemática 33
Saiba +
Observe a circunferência de centro O da figura ao lado, em A
que estão assinalados dois pontos A e B distintos que a dividem
em duas partes. Cada uma dessas partes é chamada de arco de Arco AB
Arco BA
circunferência. Os pontos A e B da circunferência são chamados O
de extremidades dos arcos. Para indicar os arcos que se Sentido horário

formam a partir desses pontos, vamos considerar a circunferência B

no sentido horário. Assim, indicamos arco AB p e arco BA o.


O ângulo AÔB da figura tem seu vértice no centro da circunferência e por isso é chamado de
ângulo central. AÔB é um
ângulo central de vértice
O e lados OA e OB que
determinam o arco AB p,
cuja medida é igual à me-
dida do ângulo central

©Shutterstock/Cesc_Assawin
correspondente.
Veja que as formas
geométricas chamadas
de arcos são muito utili-
zadas nas construções. • Arcos do Coliseu, Roma, Itália

Utilizando régua e compasso, construa, em seu caderno, um hexágono regular inscrito em uma circun-
ferência de raio igual a 4 cm. Para essa construção, analise os procedimentos a seguir, cujas imagens têm
tamanhos diferentes das que você terá de fazer.

1. Trace uma circunferência de raio igual ao solicitado e marque um


ponto auxiliar A qualquer sobre ela. O

D B 2. Com a abertura igual ao raio, coloque a ponta-seca do compasso


em A e marque o ponto B na circunferência. Faça o mesmo para
O obter o ponto C, ou seja, com a ponta-seca do compasso no ponto
E
B, faça uma marcação na circunferência. Em seguida, procedendo
A da mesma forma, marque os pontos D, E e F.
F

3. Perceba que, ao determinar os raios OA , OB , OC , OD , OE e OF , D B


60° 60°
você dividiu o ângulo central em seis ângulos iguais a 60°. Traçando 60° O 60°
as cordas AB , BC , CD , DE , EF e FA, você obtém os lados do hexágo- 60° 60°
E
A
no regular.
F

34 8o. ano – Volume 3


Atividades
1. Mariana deseja construir um hexágono regular cujos lados medem 3 cm. Complete no fluxograma abaixo
os passos que ela deve seguir.

Para construir seu hexá- Em seguida, sem modificar Com esses passos, Mariana
gono de 3 cm, Mariana a abertura do compasso, terá marcado na circunfe-
deve, primeiramente, ... deve fixar a ponta-seca... rência seis pontos. Agora,
Mariana deve...

A
o.
o e QB
2. Determine as medidas angulares dos arcos AQ
P
60°

B O 30° C

3. Em uma circunferência de 2 cm de raio, desenhe um triângulo equilátero nela inscrito. Para essa cons-
trução, utilize régua e compasso e siga os procedimentos abaixo.
• Trace uma circunferência com o raio dado e marque nela um ponto auxiliar A qualquer. Mantendo a
abertura do compasso, com sua ponta-seca no ponto A, marque dois pontos B e C na circunferência.
• Trace o segmento BC, obtendo um dos lados do triângulo que desejamos construir. Com abertura do
compasso igual à medida de BC e com sua ponta-seca no ponto B ou no ponto C, marque o ponto
D na circunferência.
• Trace os segmentos CD e DB, obtendo o triângulo BCD solicitado.

Matemática 35
4. Em uma circunferência de 2 cm de raio, construa um quadrado nela inscrito. Para essa construção, utilize
régua e compasso e siga os procedimentos abaixo.
• Trace uma circunferência com o raio dado. Em seguida, trace uma reta que passa pelo centro da
circunferência. Os pontos de intersecção entre a reta e a circunferência são os pontos A e B. O seg-
mento AB é o diâmetro da circunferência.
• Trace a mediatriz do segmento AB. Os pontos de intersecção entre a reta e a circunferência são os
pontos C e D.
• Trace os segmentos AC, CB, BD e DA, obtendo o quadrado ACBD solicitado.

Diagonais de um polígono
Usando como vértices os cinco pontos marcados na circunferência abaixo, você pode desenhar uma estrela
de cinco pontas ao traçar segmentos entre pontos não consecutivos.
Depois de fazer a estrela, una os pontos consecutivos marcados na circunfe-
rência. Em seguida, destaque com a cor que desejar a figura formada no centro da
estrela.
Perceba que, unindo os cinco pontos marcados, você desenhou um pen-
tágono regular e a estrela foi formada pelas cinco diagonais desse pentágo-
no. Observe também que a figura que se forma no centro é um pentágono
semelhante ao original, em tamanho menor e invertido verticalmente.

As diagonais de um polígono são todos os segmentos que unem dois vértices não consecutivos.

Agora, vamos discutir um pouco sobre o número de diagonais de um polígono!

A B A G H
A B A
G B
F F A
E B
E C
F C E B

D C
D C D E D D C

36 8o. ano – Volume 3


a) Em cada polígono que se encontra no material de apoio, trace todas as diagonais que partem do
vértice A.
b) Trace as diagonais que saem dos outros vértices. Utilize uma cor diferente da que usou para traçar as
diagonais do vértice A.
c) Preencha a tabela de acordo com cada polígono.
Número de diagonais
Número de lados ou Número de diagonais
Polígono traçadas a partir de
vértices do polígono
um dos vértices
Quadrilátero

Pentágono

Hexágono

Heptágono

Octógono

d) Você observa alguma relação entre o número de lados e o número de diagonais que partem de um
dos vértices? Qual?

e) Se polígono tiver n lados, quantas diagonais sairão de cada vértice?

Com as ideias observadas nos itens anteriores, vamos encontrar o número de diagonais de um polígono
de n lados! Para isso, perceba que:
• de um único vértice, partem (n – 3) diagonais;
• como há n vértices, o número de diagonais seria igual a n · (n – 3);
• mas cada diagonal tem extremidades em dois vértices. Dessa maneira, precisaríamos dividir esse
número por 2.

Em um polígono convexo de n lados ou vértices, o número de diagonais é dado por:


n ˜ (n  3 )
d
2

Agora, verifique se essa relação vale para os cinco polígonos dados!

Matemática 37
Atividades
1. Observe o polígono da figura abaixo.
B

A C

E D

a) Indique os segmentos que representam as diagonais que partem de cada vértice.

A: C: E:

B: D:
b) Dos segmentos indicados no item anterior, escreva os pares que representam a mesma diagonal.

2. Determine o número de diagonais que partem de cada vértice de um polígono de 15 lados e o número
de diagonais que esse polígono apresenta.

3. A quantidade de diagonais que partem de cada vértice de um polígono é igual ao número de diagonais
de um heptágono. Que polígono é esse?
4. Sabe-se que, em um polígono regular, o número de lados é o dobro do número de diagonais. Qual é o
polígono?

Soma das medidas dos ângulos de um polígono


Considere o quadrilátero ABCD da figura a seguir. Qual é a soma das medidas de seus ângulos internos?
B
A

D
C

Para descobrir essa resposta, você vai precisar recordar a soma das medidas dos ângulos internos de um
triângulo. Você lembra qual é esse valor?

38 8o. ano – Volume 3


Ao traçar a diagonal que parte do vértice A, o quadrilátero fica dividido em dois triângulos (o triângulo DAC
e o triângulo ABC).
B
B A
A A a2
b

a1 c1
D d
D
c2 C
C
C

Observe os ângulos de cada triângulo da figura. Como a soma das medidas dos ângulos internos do triân-
gulo é igual a 180°, temos:
a 2  b  c 1 180q a1  d  c 2 180q
Agora, vamos somar as medidas dos ângulos internos dos dois ângulos:
a 2  b  c 1  a 1  d  c 2 180q  180q
Reorganizando a soma, observe que (a1  a 2 )  b  d  (c 1  c 2 ) 360q. Mas (a1 + a2) equivale à medida do
ângulo com vértice em A e (c1 + c2) equivale à medida do ângulo com vértice em C. Como b e d equivalem às
medidas dos ângulos com vértices em B e D respectivamente, temos:
A + B + C + D = 360°
Esse raciocínio é válido para qualquer polígono. Portanto, podemos estabelecer um modo geral de fazer
esse cálculo. Preencha a tabela a seguir de acordo com cada polígono.

Número de
lados

Número de
triângulos

a) Qual é a relação entre o número de lados e o número de triângulos?

b) Para um polígono de n lados, quantos triângulos se formam?

c) Escreva uma expressão para representar os cálculos que devemos efetuar para encontrar a soma das
medidas dos ângulos internos de qualquer polígono convexo.

Matemática 39
Agora, complete o quadro a seguir.
Polígono Soma das medidas dos ângulos internos
Hexágono 4 · 180° =
Heptágono
Octógono
Eneágono
Decágono

A expressão que fornece a soma das medidas dos ângulos internos de um polígono de n lados é:
Si (n  2) ˜ 180q

Atividades
1. Qual é a soma das medidas dos ângulos internos de um polígono de 15 lados? Se esse polígono for regu-
lar, qual será a medida de cada um de seus ângulos internos?

2. A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono regular é 1 260°.


a) Qual é esse polígono?

b) Qual a medida de cada ângulo interno desse polígono?

3. Calcule a soma das medidas dos ângulos internos de um polígono, sabendo que de cada vértice partem
10 diagonais.

40 8o. ano – Volume 3


4. Existe uma relação entre um ângulo interno (ai) e o respectivo ângulo externo (ae) de um polígono. Ob-
serve as figuras a seguir.
Figura 1 Figura 2
Triângulo equilátero Pentágono regular

ai
ai ae ae

a) Qual é essa relação?

b) Quanto mede cada ângulo interno do triângulo equilátero? E do pentágono regular?

c) Quanto medem os ângulos externos de cada um desses polígonos?

d) Calcule a soma dos ângulos externos (Se) desses polígonos.

5. Em um polígono regular, a medida da soma dos ângulos internos é 8 vezes a medida da soma dos ângulos
externos. Determine o número de lados do polígono.

Com base nas atividades anteriores, podemos escrever que:

A soma das medidas dos ângulos externos de qualquer polígono convexo é sempre igual a 360°.

Matemática 41
Organize as ideias
1. Neste capítulo, ampliamos o estudo sobre Geometria realizado em anos anteriores. Complete as frases a
seguir com uma das opções apresentadas no quadro.
Ângulo Diagonal Polígono Mediatriz Bissetriz

a) A de um ângulo é a semirreta com origem no vértice desse ângulo e que o


divide em dois outros ângulos congruentes.

b) A de um segmento é a reta perpendicular ao segmento e que contém seu


ponto médio.

c) é qualquer região do plano delimitada por duas semirretas de mesma origem.

d) é toda figura geométrica plana formada por uma linha poligonal fechada, na
qual dois lados não consecutivos não se cruzam nem se encostam.

e) de um polígono é todo segmento que une dois vértices não consecutivos.


2. Aprofundamos também o estudo sobre os polígonos regulares. Complete a tabela a seguir com o que se
pede.
Número de Medida dos Medida dos
Polígono Número de lados
diagonais ângulos internos ângulos externos
Quadrado

Pentágono

Hexágono

Octógono

Decágono

Dodecágono

Hora de estudo

1. Utilizando régua e compasso, faça o que se pede.


a) Construa um ângulo reto e trace sua bissetriz.
b) Construa um ângulo agudo qualquer e trace sua bissetriz.
c) Construa um ângulo obtuso qualquer e trace sua bissetriz.

42 8o. ano – Volume 3


2. As casas de Carol e Gabriel estão em locais próximos à escola, situada no ponto E. O centro de cada uma
das casas
• situa-se a 60 m do centro da escola (E);
• está a uma mesma distância da igreja (I) e da farmácia (F).

Ilustra Cartoon.
2018. Digital.
E

Escala (m)

0 20 40 60

Usando lápis, régua e compasso, desenhe na figura uma construção geométrica que assinale os pontos
correspondentes às localizações das casas de Carol e Gabriel.
3. O esquema da figura ao lado
representa um campo de C
futebol. Em determinado L
momento do jogo, Luís, Pedro
e Carlos se encontram, respec-
tivamente, nos pontos L, P e C,
e o árbitro à igual distância dos
três jogadores. Usando régua
e compasso, determine a po-
sição do árbitro por meio de
uma construção geométrica.

43
p sabendo que
4. Determine a medida de CD, formato de um hexágono regular, disposto no in-
p AB
o 135q . terior da caixa. Os vértices desse polígono estão
x = 3y e DA situados em pontos médios de arestas da caixa.
B Um esboço da sua obra pode ser visto na figura.
C H P G
y
Q

x E
K
F
A
D
I C

5. (OBMEP) Qual é a medida do menor ângulo A M B


formado pelos ponteiros de um relógio quando
ele marca 12 horas e 30 minutos? Considerando as diagonais do hexágono, distin-
tas de IK, quantas têm o mesmo comprimento
12
de IK?
11 1
a) 1
10 2
9 3
b) 2
c) 4
8 4
7 5 d) 8
6
e) 9
a) 90° 8. (OBM) Sabendo que a figura a seguir representa
um dodecágono regular, qual a medida do ân-
b) 120° gulo BÂD?
c) 135° B C

d) 150° A D

e) 165°
6. Nas construções do triângulo equilátero, do he-
xágono regular e do quadrado inscritos na cir-
cunferência, você dividiu o ângulo central em
ângulos congruentes e, consequentemente, ob-
teve arcos na circunferência que o auxiliaram na
construção do polígono desejado.
Utilizando o mesmo procedimento, desenhe
um octógono regular inscrito em uma circunfe- a) 15°
rência de raio 4 cm. Junte-se com mais colegas,
troquem ideias entre si para decidirem a melhor b) 30°
forma de resolver esse problema. Expliquem a c) 45°
resolução encontrada.
d) 60°
7. (ENEM) Um artista utilizou uma caixa cúbica
transparente para a confecção de sua obra, que e) 75°
consistiu em construir um polígono IMNKPQ, no

44
8
Medidas

cia O Globo/Parceiro/Genilson Araujo


©Agência

O Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, está localizado na cidade do Rio de
Janeiro. Nele, ocorreram sete jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014, entre eles a grande final, na qual
a Alemanha venceu a Argentina e se consagrou a campeã do torneio.

Em razão das obras para a Copa do Mundo 2014, o tamanho do campo de jogo do Maracanã sofreu
modificações. A dimensão, que era de 110 m de comprimento por 75 m de largura, passou a ser de 105 m
por 68 m.
1. Após as obras, o tamanho do campo de jogo do Maracanã diminuiu ou aumentou?
2. Calcule a área do campo de jogo antes e depois da reforma. Qual é a diferença entre a área maior e a área
menor obtidas?

45
Objetivos
Ao final deste capítulo, espera-se que você resolva e elabore problemas relacionados a medidas
de área de quadriláteros e triângulos e medidas de volume e capacidade de paralelogramo, cubo
e cilindro. Além disso, você vai diferenciar volume de capacidade e compreender unidades de me-
dida que envolvem esses assuntos.

Áreas de quadriláteros e triângulos

©Shutterstock/Flamingo Images
VAMOS RELEMBRAR AS
EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
PARA O CÁLCULO DA ÁREA
DE ALGUNS POLÍGONOS JÁ
ESTUDADOS!

• Considere o quadrado ABCD a seguir. Que expressão algébrica é utilizada para determinar a área de um
quadrado de lado ℓ?
A B

D l C

• Considere o paralelogramo ABCD a seguir. Que expressão algébrica é utilizada para determinar a área de
um paralelogramo de medida da base b e altura h?
A B A B

h h h

D H C D H C b
b

• Considere o retângulo PQRS a seguir. Que expressão algébrica é utilizada para determinar a área de um
triângulo de medida da base b e altura h?
P Q P Q

h
h h

S b R S b R b

46 8o. ano – Volume 3


AGORA, VAMOS DEDUZIR AS
EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
PARA O CÁLCULO DA ÁREA DE
OUTROS POLÍGONOS QUE JÁ
CONHECEMOS!

©Shutterstock/Anythings
M b N

• Considere o trapézio MNOP ao lado. Que expressão algébrica é utilizada para


determinar a área de um trapézio de medida da base maior B, medida
h
da base menor b e altura h? (Dica: trace uma das diagonais do trapézio e
observe quais polígonos você obteve.)
P B O

• Considere o losango MNPQ ao lado. Que expressão algébrica é uti-


lizada para determinar a área de um losango cuja diagonal maior
mede D e a diagonal menor mede d? (Dica: trace as duas diago- Q N
nais do losango e observe quais polígonos você obteve.)

Matemática 47
Matemática em detalhes
Você já aprendeu a calcular a área de um polígono utilizando as fór-
mulas da área de triângulos e quadriláteros. No caso do polígono da figu-
ra ao lado, poderíamos dividi-lo em dois trapézios, dois retângulos e um
triângulo e calcular a medida da área de cada polígono para obtermos a
área do polígono considerado. Vamos supor que na malha quadriculada
cada um dos “quadradinhos” tem lado igual a 1 cm e, portanto, área igual
a 1 cm2.
Assim, a medida de cada polígono é:

(B  b) u h (3  2) u1
A 2, 5
2 2 A
(B  b) u h (5  3) u1 B
B 4
2 2 C

C b u h 7 u1 7
D
D b uh 4 u 2 8
E
b uh 4 u1
E 2
2 2

Para obter a área total desse polígono, basta somar as cinco áreas:
Atotal = A + B + C + D + E = 2,5 + 4 + 7 + 8 + 2 = 23,5
Considerando que a área de cada quadradinho é 1 cm2, temos que a área total do polígono é 23,5 cm2.
No entanto, existem outras maneiras mais práticas de calcular a área para esse tipo de situação, como o
uso da fórmula de Pick. Para calcular a medida da área utilizando essa fórmula, devemos indicar os pontos da
malha quadriculada que fazem parte da figura. Chamamos de “pontos fronteiras” os pontos que estão sobre as
arestas do polígono e “pontos interiores” os que estão em seu interior. Observe, no polígono apresentado ao
lado, que os pontos fronteiras estão na cor azul, e os pontos interiores, na cor vermelha.
Com a identificação desses pontos, podemos utilizar a fórmula de Pick
para determinar o número que representa a medida da área do polígono.
F
P  I 1
2
Na fórmula,
P – valor numérico da área do polígono;
F – quantidade de pontos que estão sobre a fronteira do polígono;
I – quantidade de pontos que estão no interior do polígono.
Assim, no caso do polígono anterior, em que há 15 pontos em seu
interior e 19 pontos em sua fronteira, temos:
19
P  15  1 23, 5
2
Utilizando a fórmula de Pick, verificamos que o polígono tem 23,5 cm2 de área, medida que já tínhamos
calculado por meio de fórmulas de áreas de triângulo e quadriláteros.

48 8o. ano – Volume 3


Atividades
1. Determine a área das figuras a seguir.
a)
2 cm

5 cm

b)

8 cm

7,2 cm

c) 5 cm

8 cm
6 cm

10 cm

d)
3 cm

6,5 cm

2. Jairo está construindo um jardim retangular de 26 m2 de área e 6,5 m de comprimento e vai cercá-lo com
duas voltas de arame. Quantos metros de arame, no mínimo, Jairo terá de comprar?

Matemática 49
3. A área de um losango mede 108 cm2. Sabendo que a diagonal maior mede 18 cm, determine a medida
da diagonal menor.

4. Quantos centímetros de papelão são necessários, no mínimo, para confeccionar uma embalagem como
a da imagem a seguir, desconsiderando as abas para a colagem?

Jack Art. 2013.


8 cm Digital.

12 cm
10,5 cm

5. Sabendo que a área do trapézio MNQP é 90 cm2 e que sua altura é igual a 6 cm, determine as medidas
de MN e PQ.
P x–5 Q

M x N

6. Qual é a área da fachada desta casa?


Jack Art. 2013. Digital.
10 m
8m

6m

5m 18 m

50 8o. ano – Volume 3


Área do círculo e comprimento da circunferência
Observe as imagens a seguir.

©Shutterstock/IamDot

©Banco Central do Brasil


©Shutterstock/LightField Studios
As imagens acima lembram formas geométricas como a do círculo (botões e moedas) e a da circunferência
(anéis).
Vale relembrar que o lugar geométrico dos pontos de um plano que estão A
D
a uma mesma distância de um ponto fixo é a circunferência. O ponto fixo é Diâmetro

chamado de centro da circunferência.


Corda
Qualquer segmento que une o centro a um ponto da circunferência é de-
C
nominado raio. O segmento que une dois pontos distintos da circunferência é O Raio
chamado corda. O diâmetro é a corda que passa pelo centro da circunferên-
cia e sua medida é duas vezes a medida do raio.
Você estudou anteriormente que o quociente entre o comprimento (C) de E
B
uma circunferência e a medida de seu diâmetro (d) resulta em uma aproximação
de um número não racional denominado “pi”, cuja notação é a letra grega π. Lembre que esse número tem infinitas
casas decimais não periódicas e seu valor aproximado, com duas casas decimais, é expresso por π = 3,14.
Assim, podemos escrever:
C
S Ÿ C S˜d
d
Como o diâmetro é o dobro do raio, o comprimento da circunferência pode ser escrito como:

C S ˜ 2r ou C 2Sr

A reunião da circunferência com sua região anterior é denominada círculo.

Círculo

Circunferência

Matemática 51
Mais tarde você realizará uma atividade na qual poderá deduzir a área de um círculo. Mas, para que possa-
mos prosseguir com o conteúdo, você deve saber que a área A de um círculo de raio r é dada por

A S ˜r 2

A parte azul representada no círculo a seguir, determinada por um ângulo central, é chamada de setor
circular. A área de um setor circular e a medida do ângulo central que determina esse setor são grandezas
diretamente proporcionais.

Observe o setor circular em azul representado na figura a seguir.


a) Calcule a área do círculo. Considere π = 3,14.

95°
O

4 cm
B

b) Sabendo que a área determinada no item anterior corresponde ao ângulo total do círculo – com
medida de 360° –, discuta com os colegas sobre como proceder para calcular a área do setor circular
referente ao ângulo central de 95°. Explique o procedimento adotado e determine a medida da área
desse setor.

52 8o. ano – Volume 3


Agora, considere os polígonos regulares a seguir, inscritos em uma circunferência.

O O O O O
a a a
a a

Observe que, quanto maior o número de lados do polígono inscrito, mais ele se
assemelha a um círculo. Em virtude da grande quantidade de lados do polígono, po-
demos supor que sua área é praticamente igual à do círculo.
Agora, considere o icoságono ao lado, inscrito na circunferência. Note que, se unir-
mos os vértices dele ao centro da circunferência, obteremos 20 triângulos.
a) Classifique os triângulos quanto às medidas dos lados.

b) A medida da altura de cada um desses triângulos se aproxima a que medida da circunferência?

c) Recorte os setores do material de apoio. Cole, em uma folha de papel, a metade dos setores, confor-
me mostra a figura.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Depois, cole os setores restantes, obtendo a seguinte figura:


11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A figura formada não é um polígono, pois dois de seus lados são formados por arcos, e não por segmentos
de reta. Mas ela lembra um paralelogramo! Observe que, se dividíssemos o círculo em uma quantidade
sempre maior de setores circulares, teríamos um formato cada vez mais próximo de um paralelogramo.
Assim, podemos calcular a área aproximada dessa figura pensando na área de um paralelogramo.
d) Lembre-se de que o comprimento da circunferência é dado por C = 2πr e encontre as medidas da
base e da altura da figura.

e) Como a área da figura formada é equivalente à área do círculo, como você faria para descrever a área
do círculo com base na área da figura?

Matemática 53
Atividades

PARA RESOLVER
ESTAS ATIVIDADES,
CONSIDERE π = 3,14.

©Shutterstock/VaLiza
1. O raio de um círculo mede 12 cm. Determine a área desse círculo.

2. Calcule a área de cada círculo.


a)

3,4 cm

b)
6,5 cm

3. Qual é a área de um círculo, considerando que o comprimento de sua circunferência é igual a 10π cm?

4. A medida do raio da roda de uma bicicleta é igual a 24 cm.


a) Qual o comprimento aproximado da circunferência da roda?

b) Quantos metros, aproximadamente, a bicicleta percorrerá depois de a roda efetuar 20 voltas completas?

54 8o. ano – Volume 3


5. Em 20 de abril, comemora-se o Dia do Disco de Vinil, em homenagem ao
músico Ataulfo Alves, que morreu em 20 de abril de 1969.
a) Normalmente, o disco de vinil é vendido dentro de uma capa de forma

©Wikimedia Commons/Fulviusbsas
quadrada. Determine qual deve ser a área mínima da capa para caber
um disco de vinil de raio 15 cm.

• Monumento em homena-
gem a Ataulfo Alves
b) Qual é a área ocupada pelo disco de vinil?

6. Determine a área de cada setor circular.


a)

3 cm

b)
4 cm

130°

7. Na figura ao lado, há duas circunferências concêntricas.


a) Determine a área do círculo menor e a área do círculo maior.
4 cm
O

10 cm

b) A região colorida, compreendida entre as duas circunferências concêntricas, é chamada de coroa cir-
cular. Reúna-se com os colegas para encontrar um procedimento que possibilite calcular a área dessa
coroa circular. Explique o procedimento adotado e determine a medida da área da coroa circular.

Matemática 55
Volume e capacidade
Volume do paralelepípedo
Você estudou anteriormente que o espaço ocupado por um cor-
po corresponde ao seu volume. Também aprendeu como calcular o
volume de alguns prismas, como o cubo e o paralelepípedo. 4 cm

O paralelepípedo da figura, que está fora de escala, foi construí-


do com cubos de 1 cm de aresta, ou seja, de 1 cm3 de volume.
O volume ocupado pelo bloco é igual à soma dos volumes dos 5 cm

cubos e, para obter a quantidade desses cubos, basta multiplicar o 6 cm


número de cubos de cada camada pelo número de camadas.

Número de camadas Número de cubos

V = 6 · 5 · 4 = 120
Número de cubos em
cada camada

Assim, o volume do paralelepípedo é igual a 120 cm3.


Perceba que, para calcular o volume do paralelepípedo, multiplicamos o número de cubos de cada camada
pelo número de camadas, ou seja, multiplicamos a medida da área da base pela altura do paralelepípedo.

Altura

V=6·5·4
Área da base

Observe o paralelepípedo retângulo a seguir.

Altura

Largura

Comprimento

O volume desse paralelepípedo é dado por V = comprimento ∙ largura ∙ altura. Chamando de a o


comprimento, de b a largura e de c a altura, temos:
V=a∙b∙c
Considerando a área da base Ab = a ∙ b e a altura c, temos que o volume também pode ser expresso por:
V = Ab ∙ c

Além do cálculo do volume do paralelepípedo e do cubo, podemos calcular o volume de outros sólidos
geométricos, como o volume do cilindro, que é o nosso próximo objeto de estudo.

56 8o. ano – Volume 3


Volume do cilindro
É comum observarmos à nossa volta diversos objetos que apresentam a forma que lembram cilindros.

©Shutterstock/Lukpedclub

©Shutterstock/Wstockstudio

©Shutterstock/Superzebra
Todos esses objetos são representações de um sólido geométrico conhecido como cilindro.

Matemática em detalhes
Para compreender como obter a expressão para o cálculo do volume de um cilindro, vamos compará-lo a
um paralelepípedo.
Na figura,
• a área da base do cilindro é igual à área da base
do paralelepípedo;
E
• as bases estão contidas em um mesmo plano α;
• a altura dos sólidos é igual;
D
• o plano β corta o cilindro e o paralelepípedo,
e os sólidos superiores formados têm a mesma
área da base.
Sempre que isso ocorrer, podemos afirmar que o volume dos sólidos é o mesmo. Como o volume de um
paralelepípedo é igual ao produto de sua área da base pela sua altura, o volume de um cilindro é dado por:

Vcilindro A b ˜ h

Ab

Lembre-se de que, no caso do cilindro, a base é um círculo cuja área é dada por Ab = πr2.

Matemática 57
Atividades
1. Calcule o volume de cada cilindro.
a) 4 cm

6 cm

b) 10 cm

12 cm

2. Calcule o volume de um cilindro com 18 cm de altura e área da base igual a 15,72 cm2.

3. Determine a altura de um cilindro de volume igual a 1 692,46 cm3 e raio da base de 7 cm.

4. (ENEM) Uma empresa de refrigerantes, que funciona sem interrupções, produz um volume constante de
1 800 000 cm3 de líquido por dia. A máquina de encher garrafas apresentou um defeito durante 24 horas.
O inspetor de produção percebeu que o líquido chegou apenas à altura de 12 cm dos 20 cm previstos em
cada garrafa. A parte inferior da garrafa em que foi depositado o líquido tem forma cilíndrica com raio da
base de 3 cm. Por questões de higiene, o líquido já engarrafado não será reutilizado. Utilizando π ≅ 3, no
período em que a máquina apresentou defeito, aproximadamente quantas garrafas foram utilizadas?
a) 555
b) 5 555
c) 1 333
d) 13 333
e) 133 333

58 8o. ano – Volume 3


Medidas de volume e capacidade
A unidade-padrão de medida de volume no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o metro cúbico (m3).
Suponha que a medida de cada uma das arestas do cubo ao lado seja 1 m.
Então, utilizando conceitos que já conhecemos, podemos dizer que 1m
V = 1 m · 1 m · 1 m = 1 m3 é o volume ocupado por um cubo de 1 m de aresta.

1m
Da mesma forma, podemos definir o centímetro cúbico e o decímetro cúbico.
• 1 cm3 é o volume ocupado por um cubo de 1 cm de aresta;
• 1 dm3 é o volume ocupado por um cubo de 1 dm de aresta.
1m

Lembre-se de que 1 m = 100 cm e 1 m = 10 dm.

Acompanhe o raciocínio a seguir e verifique como podemos transformar algumas unidades de medida de
volume.
Como 10 cm = 1 dm, com 1 000 cubinhos de 1 cm de aresta podemos formar um cubo de 1 dm de aresta. Veja:
V 10 cm ˜10 cm ˜10 cm 1000 cm 3 ½°
¾ o 1000 cm 1 dm
3 3

V 1 dm ˜1 dm ˜1 dm 1 dm 3
¿°

1 dm = 10 cm 1 dm = 10 cm

1 dm = 10 cm 1000 cm3 = 1 dm3

1 cm3

Da mesma forma, como 10 dm = 1 m, com 1 000 cubinhos de 1 dm de aresta podemos formar um cubo de
1 m de aresta. Observe:
V 10 dm ˜10 dm ˜10 dm 1000 dm 3 ½°
¾ o 1000 dm 1 m
3 3

V 1 m ˜1 m ˜1 m 1 m 3
°¿

1 m = 10 dm 1 m = 10 dm

1 m = 10 dm 1000 dm3 = 1 m3

1 dm3

Matemática 59
A unidade-padrão de medida de capacidade, no Sistema Internacional de Unidades (SI), é o litro (L). Além
dele, outras medidas de capacidade são utilizadas em nosso cotidiano, como o decilitro (dL) e o mililitro (mL).

Lembre-se de que 1 dL = 0,1 L e 1 mL = 0,001 L.

É possível relacionar as unidades de medida de volume e de capacidade.


Veja o exemplo a seguir.
João ganhou uma caixa cúbica de 1 dm3, ou seja, uma caixa cujas arestas me- 1L

dem, cada uma, 1 dm. Então, ele despejou nesse recipiente 1 L de água e verificou

Ilustra Cartoon. 2018. Digital.


que toda a água coube nele e que não sobrou nenhum espaço vazio. Assim, ele
10 cm
concluiu que
1 dm3 equivale a 1 L.
3
1 dm
10 cm
10 cm

Em resumo, capacidade é a quantidade máxima de conteúdo que um recipiente pode


conter, e volume é a medida do espaço ocupado por um objeto tridimensional.

Atividades
1. Sabendo que 1 L equivale a 1 dm3, determine a relação entre as unidades de volume e capacidade em
cada um dos itens a seguir.
a) Metro cúbico (m3) e litro (L).

b) Centímetro cúbico (cm3) e litro (L).

2. Transforme uma unidade em outra indicada.

a) 4 m3 = dm3 c) 9 dm3 = m3 e) 54 cm3 = dm3

b) 2,8 m3 = dm3 d) 32 dm3 = cm3 f) 82,5 m3 = dm3


3. Expresse cada medida na unidade indicada.

a) 550 mL em L

b) 250 L em mL

c) 45 dm3 em mL

d) 12 cm3 em mL

e) 85 m3 em L

f) 45,2 dm3 em L

60 8o. ano – Volume 3


4. Calcule, em litros, a capacidade de um aquário cujas dimensões internas são: 80 cm de comprimento,
25 cm de largura e 45 cm de altura.
©Shutterstock/Nikola Knezevic

5. Uma lata de alimento tem a forma aproximada de um cilindro. Determine a sua


capacidade em mL, sabendo que a lata tem altura h de 10 cm e diâmetro d de d

8 cm. Use = 3,14.

©Shutterstock/
Vadarshop
h

6. Uma indústria de óleo de soja embalava sua produção em recipien-


tes com a forma de paralelepípedo. Neste mês, a indústria resolveu
mudar a embalagem para recipientes em forma de cilindro, como
mostra a figura. 25 cm 3 dm

a) Calcule o volume ocupado pelos recipientes. Use = 3,14.


9 cm
b) Qual dos dois tipos de recipientes apresenta a maior capacidade? 15 cm 0,6 dm

7. Uma piscina tem 4 m de comprimento, 12 m de largura e 2 m de profundidade.


Quantos litros de água são necessários para encher essa piscina?

Matemática 61
Organize as ideias
Neste capítulo, estudamos áreas e volumes de algumas figuras geométricas. Complete os quadros a seguir
com as expressões que indicam a área e o volume de cada uma das figuras estudadas até agora.
ÁREAS DE FIGURAS PLANAS
Expressão Expressão
Figura Elementos Figura Elementos
da área (A) da área (A)
Retângulo Trapézio
b
b: base
h
A=b∙h h
h: altura
b B

Quadrado Losango
L
D
A = L ∙ L = L2
L d

Paralelogramo Círculo

r
h

Triângulo

VOLUMES
Figura Elementos Expressão do volume (V)

a
Cubo a: aresta
a
a

c
Paralelepípedo V=a∙b∙c
b
a

Cilindro h

62 8o. ano – Volume 3


Hora de estudo
1. (OBMEP) A figura mostra três polígonos dese-
nhados em uma folha quadriculada. Para cada

©Banco Central do Brasil


um desses polígonos foi assinalado, no plano
cartesiano, o ponto cujas coordenadas horizon-
tal e vertical são, respectivamente, seu períme-
tro e sua área.

Qual a área da região dourada da moeda, em


mm2, considerando π = 3,14?
I II a) 251,2
b) 254,34
c) 276,32
d) 502,4
e) 1 105,28
3. (IFPE) Celso decidiu montar uma pequena horta
III no quintal de sua casa no formato de um retân-
gulo, medindo 1 metro de largura por 4 metros
de comprimento. Para fazer a irrigação, decidiu
utilizar 4 aspersores, que molham regiões circula-
res com raio igual a 50 cm. As regiões molhadas,
área

representadas em cinza, tangenciam-se entre si e


também tangenciam as bordas da região retangu-
lar destinada à horta, como mostra a figura a seguir.
C

A B

Algum tempo depois, Celso percebeu que algu-


mas plantas não recebiam água suficiente para
o seu desenvolvimento por estarem próximas à
perímetro borda da horta. Assim, ele verificou que a área
não molhada da horta corresponde a:
Qual é a correspondência correta entre os polí-
gonos e os pontos? (Utilize π = 3)

a) I → C, II → B, III → A a) 33,3% da área destinada à horta.

b) I → B, II → A, III → C b) 16% da área destinada à horta.

c) I → A, II → C, III → B c) 20% da área destinada à horta.

d) I → A, II → B, III → C d) 10% da área destinada à horta.

e) I → C, II → A, III → B e) 25% da área destinada à horta.

2. (IFAL) A moeda de R$ 1,00 consiste de dois cír- 4. (ENEM) O administrador de uma cidade, implan-
culos concêntricos de diâmetros de aproxima- tando uma política de reutilização de materiais
damente 2,60 cm e 1,80 cm, conforme figura. descartados, aproveitou milhares de tambores
cilíndricos dispensados por empresas da região
e montou kits com seis tambores para o abaste-
cimento de água em casas de famílias de baixa

63
renda, conforme a figura seguinte. Além disso, B

cada família envolvida com o programa irá pa-


gar somente R$ 2,50 por metro cúbico utilizado.

A P Q C

1m

40 cm D

Uma família que utilizar 12 vezes a capacidade Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos
total do kit em um mês pagará a quantia de médios dos lados do quadrado e os segmentos
(considere π ≅ 3). 1
AP e QC medem da medida do lado do qua-
4
a) R$ 86,40. d) R$ 7,20. drado. Para confeccionar um vitral, são usados
b) R$ 21,60. e) R$ 1,80. dois tipos de materiais: um para a parte som-
breada da figura, que custa R$ 30,00 o m2, e ou-
c) R$ 8,64. tro para a parte mais clara (regiões ABPDA e
5. (IFBA) Um aluno do curso de Automação In- BCDQB), que custa R$ 50,00 o m2.
dustrial resolveu armazenar parafina líquida em De acordo com esses dados, qual é o custo dos
dois recipientes: um na forma de um prisma materiais usados na fabricação de um vitral?
quadrangular regular e outro na forma de um
cilindro circular reto cujas medidas estão indica- a) R$ 22,50
das abaixo: b) R$ 35,00
Recipiente 1 Recipiente 2
c) R$ 40,00
d) R$ 42,50
e) R$ 45,00
20 cm 20 cm

7. Com base nos conhecimentos sobre áreas e vo-


15,7 cm
20 cm
20 cm lumes, estudados neste capítulo, elabore um pro-
blema para cada uma das imagens a seguir. Em se-
Adote π = 3,14. guida, junte-se a um colega, troquem as questões
Sobre esses recipientes é correto afirmar: que vocês elaboraram e discutam as resoluções.

a) No recipiente 1 cabe mais parafina que no ©Shutterstock/Iakov Filimonov


©Shutterstock/Mk Photograp55

recipiente 2.
b) No recipiente 1 cabe menos parafina que no
recipiente 2.
c) Tanto no recipiente 1 quanto no recipiente 2
cabem a mesma quantidade de parafina.
1,80 m 9,82 m
d) Tanto no recipiente 1 quanto no recipiente 2 2,80 m 3,20 m 3,90 m
cabem menos de 6,1 litros de parafina. QUARTO
COZINHA ESCRITÓRIO
DE CASAL
3,00 m

3,00 m

3,00 m

e) Tanto no recipiente 1 quanto no recipiente 2


cabem mais de 6,3 litros de parafina.
7,19 m
JARDIM

1,30 m

6. (ENEM) Para decorar a fachada de um edifício,


BANHEIRO

QUARTO DE
um arquiteto projetou a colocação de vitrais SALÃO
4,10 m

4,10 m

SOLTEIRO
4,10 m

compostos de quadrados de lado medindo 1 m,


conforme a figura a seguir. 5,30 m 1,80 m 2,80 m

64
8o. ano – Volume 3
Material de apoio
Capítulo 6 – Página 3 – Jogo das áreas

Ilustra Cartoon. 2018. Digital.


a y
2b x2

2x2 2t
25y 12

6 a

2x 6b

x x
y x

6x2 a
y y 3a

Matemática 1
©Shutterstock/Tetyana Pavlovna
8o. ano – Volume 3
Material de apoio
Capítulo 6 – Página 3 – Jogo das áreas

Ilustra Cartoon. 2018. Digital.


12x2y 3a2

2ab x2

x2y
50x2y
2

xy 12x

3ab 12t

Matemática 3
©Shutterstock/Tetyana Pavlovna
8o. ano – Volume 3
Material de apoio
Capítulo 7 – Página 37 – Polígonos
A

A B

E B

D C D C

B
A

C
E

A
G H

G B

F A

F C
E B

E D D C

Matemática 5
8o. ano – Volume 3
Material de apoio
Capítulo 8 – Página 53 – Área da circunferência

Matemática 7

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