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Obras de Captação de Águas Subterrâneas

Índice
1. Introdução..................................................................................................................................2
2. Objectivos...................................................................................................................................3
2.1 Objectivo Geral.........................................................................................................................3
2.2 Objectivos Específicos:.............................................................................................................3
I. OBRAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS.....................................................................4
1. Poços e Furos Manuais...............................................................................................................4
1.1 Poços Manuais.........................................................................................................................4
1.2 Furos Manuais..........................................................................................................................4
2. Furos Mecanizados.....................................................................................................................5
3. Métodos de perfuração..............................................................................................................6
3.1 Perfuração por Percussão Mecânica........................................................................................6
3.2 Método de Perfuração Rotativa...............................................................................................6
3.2.1 Perfuração por rotação com circulação directa.................................................................7
3.2.2 Perfuração por rotação com circulação inversa................................................................8
3.2.3 Perfuração por rotação com injecção de ar comprimido..................................................8
3.3 Perfuração por rotopercussão (percussão pneumática com martelo de fundo de furo).........9
4. Componentes para a construção de um furo...........................................................................12
4.1 Revestimento do Furo............................................................................................................12
4.2 Limpeza e Desenvolvimento do Furo.....................................................................................13
4.3 Ensaio do Caudal....................................................................................................................15
II. NASSCENTES.............................................................................................................................15
III. CONTRUÇÃO DE DRENOS FILTRANTES.................................................................................16
IV. Conclusão.............................................................................................................................18
V. Referências Bibliográficas.........................................................................................................19

Elaborado por: Italino C. Mbazima


Obras de Captação de Águas Subterrâneas

1. Introdução
No âmbito da exploração, uso e aproveitamento de águas subterrâneas a o homem têm
vindo a desenvolver mecanismos eficazes e menos dispendiosos com vista a captar e
utilizar esta água para diversos fins, contudo verificou-se nos capítulos anteriores a este,
que, o estudo da hidrogeologia dando desta que a disponibilidade ou ocorrência de águas
subterrâneas é fundamental, pode-se constactar a que há uma necessidade enorme de fazer-
se uma serie de estudos prévios com vista a selecionar as zonas mais favoráveis para a
exploração deste recurso precioso tendo em especial atenção os aspectos quantitavivos e
qualitativos, entretanto mesmo se tendo selecionado o local ideal, surge a tarefa de saber
como vai extrair-se essa água?

Neste âmbito, o presente trabalho de consulta bibilográfica surge fundamentalmente com


objectivo de falar acerca das Obras de Captação de Águas Subterrâneas, dando ênfase aos
métodos de construção / perfuração através de meios mecanizados, incluindo todo o
processo de acabamentos técnicos na construção, assim como, Conhecer as especificações
técnicas e componentes de obras de captação.

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Obras de Captação de Águas Subterrâneas

2. Objectivos

2.1 Objectivo Geral

 Conhecer em linhas gerais as Obras de Captação de Águas Subterrâneas

2.2 Objectivos Específicos:

 Debruçar-se sobre os métodos de construção / perfuração através de meios


mecanizados, incluindo todo o processo de acabamentos técnicos na construção de
fontes para a captação de águas subterrâneas;
 Conhecer as especificações técnicas e componentes de obras de captação de águas
subterrãneas.

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Obras de Captação de Águas Subterrâneas

I. OBRAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS


Resumidamente pode-se entender como obras de captação de águas subterrâneas ao
conjunto de meios ou infra-estruturas pelo meio das quais a água no subsolo é extraída,
neste caso, consideram-se como obras de captação os poços e os furos, podendo estes
classificar-se em poços e furos manuais e furos mecanizados.

1. Poços e Furos Manuais

1.1 Poços Manuais

Estes constituem a obra de captação comumente utilizada com vista a abastecer a água
tomando em consideração os seguintes aspectos: aspecto económico e o nível de água
subterrânea (lençol freático). De acordo com as características do material não-consolidado,
encontramo-se os seguintes tipos de poços: Poço de diâmetro constante e o de diãmetro
variável.

Condições hidrogeológicas para a construção e acabamentos de poços

Sob o ponto de vista hidrogeológico a construção de um poço prende-se fundamentalmente


no facto de, no local que se pretende construir um poço haja predominância de rochas
sidimentares, visto que esta é a classe de rochas menos duras existentes. O método mais
simples e mais aplicado na construção de poços é o da escavação à mão. Para a primeira
manilha, escava-se um burraco apropriado, usando um tripé, corda e uma roldana, mete-se
a primrira manilha pré-fabricada, que será a mais funda. Depois continua-se a escavar
debaixo de manilha, de modo a que a manilha anterior desça regularmente para baixo,
enquanto um homem está a escavar no fundo do poço, e, pelo menos, um ou dóis estão na
superfície para se retirar o material escavado com cordas e baldes. Na posição do aquífero
instala-se manilhas filtrantes.

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1.2 Furos Manuais

Com a designação "furos manuais", indicam-se os furos construidos com o equipamento


movido pela força humana. Isso culmina a facto de não ser possível constuir furos com uma
profundidade superior a 20m. Este tipo de furo, têm um diâmetro máximo de 0,25m (1").

Nota: " Um furo tem um diâmetro muito menor em relação ao poço: 0,1 a 0,45m e 0,8 a
5m, respectivamente..."

O equipamento comumente usado nestes furos consiste basicamente nas seguintes


componentes:

 O equipamente de perfuração própriamente dito: Brocas de vários tipos (para areia,


argila, solos pedrosos), limpadeira, varas de extenção, centralizadores, a cabeça e a
peça superior com os cabos para a rotação.
 O tripé com o guincho e o cabo de aço para a descida e subida das brocas, varas,
etc.
 A tubagem de trabalho ou do revestimento temporário. Esta tubagem é utilizada
durante a construção sendo depois tirada (como também o caso nas sondagens
mecânicas a percussão), incluindo grampos, macacos, etc.
 Ferramentas tais como martelos, marretas, limas, fitas métricas, pás, sondas para
indicação do nível de água, conductivímetro.

Vantagens Desvantagens
 Necessitam de menos transporte e  Precisa-se duma bomba manual para
consequentimente, de menos a extracção de água;
combustível;  Em solos de pouca permeabilidade a
 Não precisam de um equipamento recarga dos furos pode ser
sofisticado; insuficiente;
 A construção não dá problemas em  Precisa-se de uma tubagem PVC.
solos de areia fina, etc.

Tabela 1: Vantagens e desvantagens de poços escavados em relaçao aos furos manuais

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2. Furos Mecanizados
Um furo de captação de águas subterrâneas é uma obra complexa que se desenrola no
subsolo quase sempre fora da vista dos intervenientes na sua construção, o que torna difícil
avaliar o que acontece no decorrer dos trabalhos. Importa referir que um furo de captação
de água subterrânea correctamente dimensionado deve assegurar:

 A extração do caudal pretendido causando as menores modificações possíveis ao


aquífero;
 A água com qualidade adequada ao fim a que se destina;
 A proteção do aquífero de fontes locais de contaminação;
 Um custo total de construção e de exploração razoável a curto e médio prazo;
 Um período de vida útil médio de 25 anos;

3. Métodos de perfuração
Existem vários métodos de perfuração para a construção de furos de captação de águas
subterrâneas.

A seleção do melhor método depende da finalidade, da profundidade que se pretende


atingir, das formações geológicas a perfurar e de fatores económicos.

Os principais métodos de perfuração são os seguintes:

 Método de perfuração por percussão mecânica (actualmente em desuso);


 Método de perfuração rotativa (com circulação directa e inversa) de água ou lama;
 Método perfuração rotativa com injecção de ar comprimido
 Método Rotopercussão (Percussão pneumática com “martelo de fundo de furo”).

3.1 Perfuração por Percussão Mecânica

A perfuração por percussão baseia-se na trituração/esmagamento do material geológico por


impacto de um trépano suspenso por um cabo, sendo o seu movimento de descida e subida
controlado por um balancim. O material desagregado vai sendo retirado progressivamente
através de uma limpadeira.

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3.2 Método de Perfuração Rotativa

Este método também designado “rotary” (terminologia inglesa), consiste em triturar e


desgastar as formações litológicas, reduzindo-as a pequenas partículas através da utilização
de um trépano giratório. Os movimentos rotativos do guincho são acompanhados pela
circulação de um fluido, usualmente “lamas” constituídas por misturas mais ou menos
estáveis densas e viscosas à base de bentonite e de outras substâncias com água, cuja
função é remover e trazer os detritos da perfuração até à superfície, evitar o
desmoronamento das paredes da perfuração, lubrificar e arrefecer as ferramentas cortantes.

A perfuração por rotação pode ser realizada com circulação direta ou com circulação
inversa.

3.2.1 Perfuração por rotação com circulação directa


No caso da circulação direta, por ação de uma bomba de alta pressão as “lamas” são
injetadas pelo interior da cabeça da sonda, saindo no fundo do furo por orifícios do trépano
(trépano de roletes ou trialeta). Em seguida, as “lamas” ascendem pelo espaço
compreendido entre a parede interior das varas de perfuração e as paredes da sondagem,
arrastando consigo os detritos da formação perfurada até à superfície.

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Figura 1: Perfuração por rotação com circulação directa

3.2.2 Perfuração por rotação com circulação inversa


Na circulação inversa, as “lamas” descem diretamente do respetivo tanque até ao fundo do
furo através do espaço compreendido entre a parede exterior das varas de perfuração e as
paredes da sondagem. Posteriormente, a ascensão das “lamas” e dos detritos efetua-se pelo
interior das varas que constituem a coluna de perfuração, com ajuda de ar comprimido,
formando-se uma emulsão ar-lamas de menor densidade. Durante a perfuração, esta
ascensão da mistura de lamas, ar e detritos das formações perfuradas é mantida em
equilíbrio com o volume de lamas do tanque.

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Figura 2: Perfuração por rotação com circulação inversa

3.2.3 Perfuração por rotação com injecção de ar comprimido


Neste método, em vez de água, aplica-se ar comprimido, como meio de transporte para as
particulas escavadas. Utilizam-se duas tecnologias:

i. Perfuração rotativa com injecção do ar, usando brocas normais;


ii. Percussão totativa com injecção do ar, usando um martelo pneumático (DTH –
Down The hole Hammer).

Em ambas tecnologias, é o ar que leva os fragmentos à auperfície ou fá-los penetrar nas


aberturas das rochas perfuradas. Um compressor, ligado à haste de perfuração, fornece ar
que é forçado a fluir para baixo através da haste.

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3.3 Perfuração por rotopercussão (percussão pneumática com martelo de fundo de


furo)

O método baseia-se numa ação principal de esmagamento e corte provocada por uma
ferramenta acionada por ar comprimido, em que se pode combinar um pequeno movimento
de rotação de um “bit” (broca) transmitido pelas hastes de perfuração e um movimento de
percussão de elevada frequência e de pequeno curso, dado por um martelo de fundo de
furo. Neste caso, o fluido de circulação pode ser o próprio ar comprimido, produzido a
partir de um compressor, que é transmitido pelo interior da coluna de perfuração, passando
pelo martelo e “bit”, servindo também como fluido de limpeza. Como complemento à
utilização de ar comprimido e visando resolver problemas de limpeza e/ou de instabilidade
das paredes de perfuração, podem ser adicionadas “espumas” no fluido de circulação, para
diminuição do seu peso específico.

Figura 3: Perfuração por rotopercussão (percussão pneumática com martelo de fundo


de furo).

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Método Vantagens Desvantagens Aplicabilidade


→Custos de →Dificuldades da →Aplicado em
investimentos baixos; sua aplicação em formações
→É de fácil materiais consolidadas e não
aplicação; consolidados(duros); consolidadas excepto
Percussivo →Permite amostrar o →Penetração lenta; em rochas de
material geológico de →Uso de basamento
modo bastante revestimento cristalino(por serem
representativo. temporário. muito duras).
→É eficaz; →Exige muita →Favorável para
→Exige raramente experiência e técnica formaçcoes
muito revestimento de para gerir a adição de consolidadas e não
trabalho; lama durante consolidadas, porêm
Rotativo com →Apropriado para perfuração; o seu domínio e os
circulação directa formações instáveis. →Uma amostragem seus equipamentos
exacta é mais difícil; são raros.
→Requer altos custos
de investimento para
o equipamento.

→Permite a abertura →Necessita de maior →Muito usado em


de furos com maiores nr. de trabaladores; rochas consolidadas.
diâmetros(geralmente →Requer
Rotativo com muito productivos);
circulação inversa equipamentos de
→Boa qualidade da maiores dimensões.
amostragem.

→Delineação clara →Custos iniciais →Aplicado


das camadas elevados; exaustivamente em
aquíferas; →Uso limtado às rochas duras do
Rotativo com →Pentração rápida; formações basamento cristalino.
injecção de ar →Permite estimativas consolidadas e seme-
comprimido do caudal durante a consolidadas;
perfuração. →Exige um sondador
experiente.

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→Em regra, não →Elevado custo do →Apresenta uma


precisa de água; equipamento; excelente aplicação
→Penetração eficaz; → Limitado as maioritariamente em
formações formações
→Próprio para consolidadas; consolidadas e nas
perfurações de →Amostragem rochas do basamento
Rotopercussivo grandes deficiente, visto cristalino.
profundidades; tratar-se de um
E→levada eficácia em método "destrutivo".
rochas duras e
consolidadas, com
rapidez de
perfuração/remoção
dos detritos.

Trado manual →Custo relativamente →Limitados a →Melhor aplicado


baixo; aquíferos pouco em rochas não
para profundos;
→Óptimo consolidadas e
→Inapropriado para aquíferos pouco
aquíferos pouco
não formações profundos.
profundos e
consolidadas.
consolidados.
Tabela 2: vantagens, desvantagens e aplicabilidade dos Métodos de perfuração

4. Componentes para a construção de um furo


Para a construção de um furo verificam-se as seguintes fases ou processos:

 A fase da perfuração;
 A colocação da tubagem, dos filtros e do enchimento;
 A limpeza e o desenvolvimento do furo;
 O ensaio do caudal do furo;
 A selagem da superfície;
 A colocação da bomba;
 A construção duma protecção do furo e um casa de protecção da bomba.

Verifica-se a existência de varias componentes e todas elas são importante, porém o


presente capítulo limitar-se-á apenas ao revestimento, limpeza e o desenvolvimentoe ao
ensaio do caudal do furo.

4.1 Revestimento do Furo

Findo o processo ou a fase de perfuração, procede-se com o revestimento do mesmo, este


processo de revestimento consiste fundamentalmente na colocação da coluna de tubos no

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furo, estes tudos servem para facilitar/apoiar a captação de água e a sua ascensão à e na
colocação do envoltório. O revestimento do furo tem como objetivos:

 Prevenir o colapso das paredes da perfuração;


 Proteger o equipamento de bombagem;
 Isolar certos níveis dos que se pretendem explorar, cujo aproveitamento não
interessa ou seja inconveniente.

Nas formações geológicas compactas desde que haja estabilidade das paredes da perfuração
não é necessário revestir a captação (entubar), ficando o furo sem revestimento. Nestes
casos recomenda-se, para salvaguarda do equipamento de bombagem, que se proceda
apenas ao entubamento da câmara de bombagem. A coluna do revestimento é
essencialmente constituída por:

Tubos Lisos ou Fechados: Têm a função de dar uma ligação forte entre os filtros e a
superfície, também protege a bomba que se instala.

Tubos Ralos ou Filtros: Têm a função de admitir o mais livremente possível, a água para
o furo, esse processo ocorre através das aberturas ou ranhuras nos filtros.

1 2 3 4

1 – Fenda horizontal 3 – Fenda continua

2 – Fenda vertical 4 – Estrutura em ponte

Figura 4: Tipos de tubo ralo ou filtros

Tubo Saco: Este é instalado no fundo do furo, é um tudo fechado cuja função é alojar as
partículas que eventualmente possam entrar para a tubagem final pelo filtro.

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4.2 Limpeza e Desenvolvimento do Furo

Após o revestimento do furo, seguem-se as operações de limpeza e desenvolvimento do


mesmo. De facto, qualquer método de perfuração altera as características hidráulicas das
formações aquíferas na área adjacente à captação, tornando-se necessário proceder a estas
operações. A limpeza e desenvolvimento do furo é feita até que a água fique limpa, ou seja,
até a água isenta de turbidez, e remover partículas finas.

As operações de limpeza e desenvolvimento da captação têm como objetivos principais os


seguintes:

 Restabelecer, na envolvente da captação, as propriedades hidráulicas iniciais do


aquífero que foram alteradas pela operação de perfuração;
 Remover todas as partículas que durante a perfuração ficam retidas;
 Extrair possíveis fluidos e detritos da perfuraçã de modo a diminuir quanto possível,
as perdas de carga resultantes da circulação de água até ao furo.

Em suma, o objectivo principal deste processo é que a captação produza exaustivamente


água limpa com total ausência de materiais sólidos em suspensão com maior grau de
eficiência possível.

Um dos métodos mais usados é o desenvolvimento com ar comprimido, em regime de


paragens e arranques, incidindo sobre toda a extensão produtiva do furo, isto é, as zonas
dos tubos-ralo. Este método consiste em injectar ar no furo a partir dum compressor (soprar
o furo), conectando-se no compressor um tubo que transporte o ar com grande pressão para
o furo. A sua introdução cria a ascensão de água do fundo até a superfície.

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Figura 5: Limpeza e desenvolvimento da captação usando se ar comprimido

4.3 Ensaio do Caudal

Uma vez terminado a limpeza e desenvolvimento da captação, dever-se-a por sua vez
ensaiar a sua produtividade com os seguintes objectivos:

 A definição e otimização do caudal de exploração;


 Determinar o nível hidrodinâmico do furo, a capacidade de rebaixamento e
recuperação do furo bem como terminar a limpeza iniciada pelo compressor;
 O dimensionamento (potência) da eletrobomba submersível e as condições da sua
montagem;

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 A obtenção de parâmetros hidrodinâmicos que permitem perspetivar a resposta do


aquífero a determinado regime de exploração.

Nota: "O ensaio do caudal é feito a partir do método volumétrico, método este que consiste
em relacionar o volume da água em função do tempo, usa-se neste método um volume
definido e um cronômetro de modo a verificar o tempo..."

3
2 4 2

1 1
1 Furo
2 Sonda e dispositivo para medição níveis
3 níveis de regulação de turbulência
Tanque
4 Tanque com volume conhecido para aferição de caudal
5 Caudalímetro

Figura 6: Ilustração de dispositivos que permitem o controle dos caudais bombeados.

II. NASSCENTES
Contrói-se uma nascente captada ou protegida, em sítios onde aparecem nascentes naturais.
Os pontos a considerar na construção de nascentes captadas, são.

Quantidade de fluxo: esta deve ser tal que satisfaça as necessidades da propulação durante
todo o ano, para a qual se optou por esta solução do fornecimento de água. Não deve faltar
nem se deve perder muita água. Para isso, os tubos que vão constituir as únicas saídas de
água, devem ser vdimensionados de tal maneira que satisfaçam este requisito, isto em
termos de diâmetro, quantidade e espaçamento entre eles. Se for possível incluem-se
torneiras nos tubos de saida.

Filtração: este procedimento consiste em colocar uma série de camadas de solo, de tal
forma que permitam que a água que sai da nascente seja a mais limpa possível. O
material para este efeito, deve ser escolhido de tal modo que a sua textura não permita que
esse se colmate sucessivamente, poi esta colmateção havia de fazer com que a água não
circulasse pelas camadas previàmente colocadas.

Pressão hiráulica: A quantidade de fluxo e o tipo de material para a filtração devem ser
tais que não contribuam para o icremento da pressão hidráulica , o que poderia provocar o
deslocamento da construção.

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Protecção higiénica: A nascente captada deve ser concebida e construída de tal forma que
a água só corra pelos tubos ou outros elementos eventualmente colocados à saída da
nascente. Este procedimento tem como objectivo evitar que haja escoamento de água por
todos os lados da construção com a consequente acumulação, oque seria contra as normas
da higiene.

Deve-se providenciar, logo à saída dos tubos, locais para a colocação dos recipintes
usados pelas populações para se servirem da água. Isto pode se conseguir através de, por
exermplo, blocos ou pedras de forma regular.

Drenagem da água superficial: A drenagem de água superficial é um processo que vis a


protecção das nascentes para se evitar acumulação e consequente estagnação das águas, nas
mesmas. Esta drenagem pode consistir na construção de valas perpendiculares ao sentido
do fluxo, como forma de desviar para fora do local da captação, a água das chuvas, isto na
parte superior da nascente captada. Para a parte baixa da nascente, que vai corresponder à
zona abrangida pelo excesso de água proveniente dos tubos, deve-se construir uma vala que
depois conduza a água para um dreno que o levará para fora da zona de influência da
nascente.

III. CONTRUÇÃO DE DRENOS FILTRANTES


Um dreno filtrante usado no abastecimento de água, é um tubo filtrante colocado abaixo do
nível de água ligado a um reservatório subterrânio de água.

Os componentes do sistema dum dreno filtrante são:

 O tubo drenante;
 O envoltório de areia ou areão;
 O material original reemplacado e compactado;
 O reservatório de água.

O tubo drenante é formado por:

Tubos de drenagem com aberturas finas, pré-fabricadas ou aberturas maiores feitas e


cobertas com arame (PVÇ lusalite ou outro material); ou tubos porosos (canos de barro); ou
ainda tubos curtos com pequenas fissuras entre si (lisalite ou canos dev barro).

O tubo é colocado, pelo menos, a 2,5 metros abaixo do nível da água no final do tempo
seco, para tolerar o rebaixamento durante o funcionamento e ficar uma rteserva para tempos
secos. Nas áreas onde existe o perigo de entupimento pelo óxido de ferro ou magnésio, a
profundidade deve ser de 4-5 metros.

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O envoltório de areia ou areão, que diminui a resistência hidraúlica da área à volta do


tubo, e que deve prevenir a entreada das partículas finais no tubo. A colocação do
envoltório só é nos materias com uma grande percentagem da argila até areia fina (mais do
que 40%). A altitude acima do de dreno pode ser maior, aumentando assim a eficácia do
dreno.

O reservatório de água (poço circular, reservatório rectangular ou outras construções).


O(s) tubo(s) de dreno entram cêrca de 0,8-1 m acima do fundo do reservatório para criar
um eventual volume para partículas infiltradas. Alternativamente, constroi-se uma(s)
caixa(s) de sedimetação a montante da entrada do reservatório. Do reervatório tira-se a água
por gravidade ou bomba-se . Pode-se construir o reservatório de tal modo que se aproveite
o período de noite para se conseguir uma reserva da água.

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IV. Conclusão
Após a elaboração do presente relatório concluí-se que, as obras de captação de águas
subterrâneas constituem as infra-estruturas hidráulicas por meio das quais se pode extrair
água no subsolo, destas distiguem-se os poços e furos. Verificou-se que existem vários
mecanismos que se podem usar para extrair a água, contudo a adopção do tipo de obra a
usar-se predende-se ao factor da profundidade em que comece a verificar-se água (nível
freático) assim commo ao custo. Existem vários métodos mecânicos usados para a
perfuração, a seleção do melhor método depende da finalidade, da profundidade que se
pretende atingir, das formações geológicas a perfurar e de factores económicos. Contudo os
métodos mais utilizados são: Método de perfuração rotativa (com circulação directa e
inversa) de água ou lama; Método perfuração rotativa com injecção de ar comprimido e
Método Rotopercussão (Percussão pneumática com “martelo de fundo de furo”).

O revestimento do furo é extremamente fundamental visto que é feito essencialmente para


prevenir o colapso das paredes da perfuração, entretanto a sua colocação em parte depende
da compactação das formaçõe geológicas, em alguns caso se as formações estiverem
compactadas pode deixar-se a "obra sem revestimento". A limpeza e desenvolvimento do
furo são indispensáveis porque a perfuração altera as características hidráulicas das
formações aquíferas na área adjacente à captação criando turbidez, e para o efeito usa-se o
ar comprimido. O ensaio do caudal é feito com vista a obter a definição e otimização do
caudal de exploração. Um dreno filtrante usado no abastecimento de água, é um tubo
filtrante colocado abaixo do nível de água ligado a um reservatório subterrânio de água.

Elaborado por: Italino C. Mbazima 19


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V. Referências Bibliográficas
 Smith E.J. &Soneville J, Águas Subterrâneas, TOMO-2; Moç. Maputo
Direcção Nacional das águas, DNA, 1996.
 Ferreira J.M, et al, Manual de Boas Práticas para a Execução e Exploração
de Furos de Captação de Águas Subterrâneas, Instituto Português da
Qualidade, 2012.

Elaborado por: Italino C. Mbazima 20

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