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Essa segregação social e espacial recria novas formas de viver e sobreviver nas cidades. Esse
processo de segregação está intimamente relacionado ao “direito à cidade” e ao poder público
como articulador do espaço urbano. Os subúrbios e favelas, enfim a periferia pobre, não têm
direito à cidade, não só pelo preço da terra e pela especulação imobiliária que impedem o
acesso à cidade formal, mas também pela sua movimentação (tráfego) e finalmente, pela
cultura do medo que estigmatizava os lugares habitados pelas camadas menos abastadas e os
ligava à violência urbana e ao tráfico de drogas. Essa situação de extrema desigualdade social
dificulta cada vez mais a construção de uma sociedade mais justa que garanta a igualdade de
acesso à cidade e o pleno exercício da cidadania para toda a sociedade.
Por fim, as metrópoles brasileiras refletem uma separação física e simbólica que dificulta a
sociabilidade comum, em que a intensa fragmentação das identidades altera o caráter do
espaço público e desaparece a possibilidade de uma esfera pública igualitária, o que contraria
os valores e ideias de uma sociedade mais justa e democrática.