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NORMA OPERACIONAL n. 03
Atualizada em 30 de novembro de 2010
SUMÁRIO
1 - Considerações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 - Cerrado Goiano e sua Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
3 - Triângulo do Incêndio Florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3.1 - Topografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2 - Condições Climáticas e Umidade dos Combustíveis e sua Variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.2.1 - Ventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.2.2 - Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.2.3 - Umidade Relativa do Ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.3 - Umidade do Combustível ou Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.4 - Da Variável Umidade do Combustível ou da Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4 - Mapeamento e Classificação dos Combustíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.1 - Mapeamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.2 - Classificação dos Combustíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
5 - Classificação dos Incêndios em Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.1 - Classificação quanto ao Tipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.2 - Classificação quanto à Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
5.3 - Classificação quanto à Propagação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
5.4 - Classificação quanto ao Comportamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
6 - Combate a Incêndio em Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7 - Dos Métodos e Técnicas de Prevenção, Controle e Extinção de Incêndios em Vegetação . . . . . . . 11
8 - Tática e Segurança no Combate a Incêndio em Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9 - Mobilização e Desmobilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10 - Aquartelamento de Campanha e Composição das Equipes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
11 - Meios de Orientação e Navegação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
12 - Unidades de MedidaI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
13 - Equipamentos de Combate aos Incêndios Florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
13.1 - Equipamentos Individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
13.2 - Equipamentos Coletivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
14 - Viaturas de Combate aos Incêndios Florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
15 - Segurança nas Atividades de Combate aos Incêndios Florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
15.1 - Regras Básicas de Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
15.2 - Equipamentos de Proteção Individual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
15.3 - Manutenção e Transporte das Ferramentas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
16 - Das Operações de Apoio Aéreo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
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Figura 2 – Cerradão
O clima típico do território goiano é o tropical III – campo rupestre: encontrado em áreas de
semiúmido, com duas estações bem definidas: transição do cerrado para a caatinga. Os solos
inverno seco e verão chuvoso. deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e
sofrem bruscas variações em relação à
O solo do cerrado goiano se destaca pela profundidade, drenagem e conteúdo nutricional.
deficiência em nutrientes e pelos altos teores de É, caracteristicamente, composto por uma
ferro e alumínio, abrigando plantas de aparência vegetação arbustiva de distribuição aberta ou
seca, na maioria arbustos esparsos sob uma fechada (figura 3);
manta de gramíneas, armazenando em seu
subsolo reservas significativas de água doce.
II – a exposição das vertentes; No aclive, o fogo queima com mais rapidez para
cima, devido à ação de uma corrente de
III – a inclinação do terreno; e convecção produzida por gases quentes (figura
12);
IV – a morfologia do relevo.
Figura 12
Norte Sul
Nos declives íngremes, troncos incandescentes
podem rolar, causando riscos para os bombeiros,
quer pelo impacto com o material, quer pela
possibilidade que eles têm de conduzir o fogo
para a retaguarda dos bombeiros.
b) a temperatura; e
c) o relevo.
– as brisas são ventos de pouca intensidade, que A temperatura também exerce influência sobre a
geralmente não ultrapassam aos 50 km/h. combustibilidade da vegetação:
– o ciclone caracteriza-se por uma tempestade I – ponto de ignição está entre 260°C a 398°C; e
violenta que ocorre em regiões tropicais ou
subtropicais, produzida por grandes massas de ar II – ponto de ignição da madeira seca: em torno
em alta velocidade de rotação com ventos que de 285°C.
superam aos 50 km/h.
3.2.3 – Umidade Relativa do Ar
– os vendavais são ventos fortes com grande
poder de destruição que chegam a atingir até 150 Podemos medir a umidade de várias maneiras,
km/h. Ocorre geralmente de madrugada e sua mas a umidade relativa é a mais comum. Para
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entender a umidade relativa, é preciso combustíveis, mais rápida será a queima total.
compreender a umidade absoluta: relação entre o Quanto mais uniformes a dimensão e a
peso da água dissolvida no ar e o peso do ar homogeneidade dos combustíveis, mais previsível
seco. Sua unidade de medida é grama por será sua propagação e seus danos.
quilograma (g/kg).
4 – Mapeamento e Classificação dos
A umidade relativa é a razão entre a umidade Combustíveis
absoluta atual e a maior umidade absoluta
possível (depende da temperatura atual do ar). 4.1 – Mapeamento
Quando a umidade relativa do ar atinge 100%, o
ar está totalmente saturado com vapor d'água, O mapeamento do material combustível ou de
criando a possibilidade de chuva. A umidade vegetação é de fundamental importância para as
abaixo de 50 % aumenta o risco de incêndios. ações de prevenção e combate a incêndios, tendo
em vista:
3.3 – Umidade do Combustível ou Vegetação
I – o porte (pequeno, médio ou grande);
A Umidade do Combustível é a quantidade de
água presente na vegetação, expressa como II – sua extensão territorial (altura, largura e
porcentagem em relação ao peso seco. A profundidade);
umidade do material combustível influencia
diretamente na propagação do incêndio e no III – sua localização; e
comportamento que este apresenta uma vez
iniciado. IV – sua umidade.
Figura 15
Quanto à rapidez em arder podem ser lentos ou b) combustível vivo ou verde são todos os
ligeiros: combustíveis em normal crescimento e possuem
umidade elevada, ou seja, possui menor poder de
a) combustíveis lentos são aqueles que geram propagação.
uma grande quantidade de calor, queimam em
superfície e em profundidade, com pequena
velocidade de propagação (troncos, árvores de
grande porte, raízes centenárias, etc.) (figura 17);
Figura 21
Figura 22
Figura 19
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Figura 23
Figura 29
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IV – Extrema + de 70 m/min.
Figura 30
Os combustíveis volumosos favorecem a
III – irregular: pode-se observar tanto a forma propagação mais rápida e intensa do incêndio.
circular como a elíptica. Dessa forma, uma mata fechada similar a
fitofisionomia do Cerradão pode se tornar propícia
c) no incêndio linear observa-se que as chamas a grandes incêndios devido à disposição densa e
possuem um formato em linha, mesmo que volumosa de suas árvores.
irregular. O vento, a topografia e o tipo de
vegetação determinam a direção da queima, A intensidade calórica é a taxa de liberação de
independentemente na cabeça e retaguarda do energia ou taxa de liberação calórica por unidade
incêndio. de tempo e por unidade de largura da frente de
avanço do fogo. A intensidade calórica mensura-
O incêndio linear possui propagação rápida, com se em quilocalorias (Kcal) por segundo e por
alternância de calmaria e com rajadas de vento. metro de frente de fogo.
Quando ocorre de forma irregular é decorrente da
influência da vegetação heterogênea e pelos A direção do avanço do fogo é a orientação que
obstáculos naturais encontrados no terreno (figura tem a frente de avanço principal do incêndio. Se
31). expressa segundo os pontos cardeais, sendo
relevante a observação das condições climáticas,
vegetação e o relevo onde se ocorre o incêndio.
Figura 31
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I – água;
O combate indireto visa conter a propagação das
chamas quando o ataque direto não for possível,
II – terra;
de forma a circunscrever o incêndio em uma
determinada área, devendo-se considerar os
III – retardante químico;
seguintes fatores:
IV – espuma;
I – estabelecimento de uma faixa de contenção ou
linha de controle à distância da borda do incêndio,
V – gás carbônico (CO2); e
utilizando-se de estradas, caminhos ou aceiros; e
VI – explosão.
II – o combustível (vegetação), localizado no
espaço entre o fogo e o aceiro, poderá ser
Os retardantes químicos são substâncias que
eliminado mediante o uso do fogo (queima de
melhoram as propriedades extintoras da água por
alargamento). Este método permite condições de
torná-la mais viscosa e aderente à vegetação e
trabalho mais favoráveis e pode ser usado para
ao combustível, por reduzir a evaporação da água
deter o avanço de um incêndio de grandes
aplicada e por efeitos inibidores diretos sobre a
proporções. Contudo, essa técnica é
combustão. Dentre os compostos químicos que
recomendada quando:
possuem essa propriedade, os mais eficientes
são:
a) a radiação de calor e a fumaça impedem o
trabalho perto da borda do incêndio;
I – sulfato de amônia ((NH4) 2SO4) em solução a
20%; e
b) o incêndio apresenta uma rápida propagação e
grande emissão de projeções;
II – diamônio fosfato ((NH4) 2HPO4) a 18%.
c) o terreno é de topografia abrupta, o que
Os incêndios em vegetação podem ser
dificulta a movimentação do pessoal;
combatidos pelos métodos:
d) a vegetação é densa, o que facilita a
I – direto;
propagação de copas; e
II – indireto; ou
e) a ameaça pelo incêndio não justifica uma ação
direta sobre o incêndio.
III – paralelo.
O combate paralelo é a combinação dos métodos
O combate direto consiste no ataque direto às
direto e indireto, envolvendo meios terrestres e,
chamas e ao respectivo material combustível,
quando possíveis, meios aéreos.
iniciando o combate pela cabeça do incêndio,
sempre que possível, de modo a barrar de
Os aceiros consistem em qualquer
imediato o seu desenvolvimento. Se esta ação
descontinuidade da vegetação em uma
não for segura, o ataque poderá iniciar-se pela
determinada área, natural ou por ação humana,
retaguarda, pelos flancos ou na direção da frente
com a finalidade de evitar ou minimizar a
principal do incêndio, de modo a controlar as
propagação das chamas (figuras 37, 38 e 39).
chamas a partir do local mais favorável (figura
36).
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Figura 39 - Aceiro artificial ou por ação humana Figura 40 - Fogo contra fogo
A construção do aceiro deve ser precedida de A linha negra ou fogo de eliminação é a faixa de
uma criteriosa análise que envolva: vegetação queimada com o objetivo de eliminar
os materiais combustíveis, visando o alargamento
I – área, tipo e porte de vegetação; da linha de aceiro, o controle e até a eliminação
de um incêndio (figura 41).
II – predominância da direção e velocidade de
ventos;
IV – largura do aceiro;
V – local de construção; e
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XIII – a origem e causas do incêndio (se for III – terceiro cenário: caso de fogo ardendo no alto
possível); de um tronco, com combustível em quantidade
moderada em torno do mesmo e vento brando.
XIV – a frequência de incêndios na região (se for Considerando que o tronco poderá ser tombado
possível); com segurança em terreno plano, adota-se a
seguinte ação:
XV – o melhor acesso até o fogo;
a) remover o combustível na área de tombamento
XVI – rota de fuga; e circunscrever o tronco com um aceiro;
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calor e as chamas, atacando a partir do interior do para manter as toras no lugar. Com isso, evita-se
incêndio. Outras vezes, as estratégias adequadas o rolamento de material incandescente que
são os ataques nos flancos, sobretudo em poderá originar focos abaixo da linha de controle
combustíveis moderados ou pesados. Também é (figura 53).
possível atacar desde a retaguarda, onde o calor
e a fumaça são menores, sobretudo se o
combustível é ligeiro.
9 – Mobilização e Desmobilização
Figura 51 - Combate com Auto Bomba Tanque
A integração das Unidades permite a adoção de
V – quinto cenário: caso de fogo em tora um único plano de contingência, objetivando a
posicionada em terreno íngreme, solo sem maximização dos recursos, a minimização do
acidentes, não dispondo de água para extinção, desgaste humano e material e a redução do
adota-se a seguinte ação: tempo resposta.
II – instalações;
III – viaturas;
IV – materiais e equipamentos; e
V – recursos financeiros.
exemplo: descontaminação.
II – as estrelas;
III – a lua;
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Utiliza-se, basicamente, dois tipos de bússolas, a II – bússolas de limbo móvel: em geral, esse tipo
de limbo fixo e a de limbo móvel. de bússola é constituído de uma caixa de acrílico
transparente, no interior da qual, contém um
I – bússola de limbo fixo: composta por uma caixa círculo graduado em 360° com agulha imantada,
metálica ou plástica, fechada por um vidro móvel. sendo uma metade na cor vermelha (muita vezes
No interior da caixa, encontramos um disco com um sinal luminoso) e outra podendo ser
graduado em graus e milésimos e o limbo, o qual branca ou preta. Ao fundo da caixa está os pontos
se une a agulha imantada. O vidro móvel é unido cardeais. A coincidência da parte vermelha da
à caixa através de um anel serrilhado e contém agulha com a seta vermelha do fundo da caixa
duas linhas luminosas de tamanhos diferentes e dará a direção desejada, desde que a graduação
separadas de 45°. Ao ser girado, o vidro móvel esteja sobre a linha branca situada na parte
emite estalidos “cliques” provocados pelo anel anterior da referida bússola (figura 65). Esse tipo
serrilhado. No fundo e no centro da caixa existe de bússola (marca Silva) é graduada de 2 em 2
um pino (quício) sobre a qual gira a agulha no graus.
limbo (figura 63). A bússola deste modelo tem um
limbo ligado à agulha, permanecendo sempre
numa posição constante, independente dos
movimentos da bússola.
nos situados no centro de um círculo e que dele amarrada pelo azimute de marcha até o ponto A,
partem “avenidas” em todas as direções e que frente ao obstáculo (figura 72). De A vai-se a B,
essas avenidas sejam em número de 360. Cada deslocando-se segundo um novo azimute, de
um dos 360 espaços chama-se “grau” e cada modo que este forme com o de marcha um
avenida constitui um azimute. ângulo reto em A. Neste deslocamento, contam-
se os passos dados entre A e B (P passos). De B
Azimute é justamente o nome que se dá a cada vai-se a C, deslocando-se segundo o mesmo
uma das direções, cujo número de graus azimute de marcha (será o azimute paralelo);
dependerá apenas da sua situação, entre as também neste deslocamento contam-se os
outras 359 avenidas, podemos marchar ao longo passos dados entre B e C (Q passos), para que
de uma dessas avenidas ou azimutes, partindo do não se perca a noção da distância geral do
centro do círculo. As avenidas começam todas percurso realizado ou ainda a realizar. De C vai-
onde estamos, quer seja em uma floresta, em se a D, deslocando-se segundo o contra-azimute
uma elevação ou numa estrada, ressaltando duas da direção AB, e percorrendo a mesma distância
coisas a respeito desses círculos de avenidas. que se percorreu entre A e B. Isto é, os mesmos
P passos. Chegado em D, reinicia-se o
A avenida zero aponta sempre para o norte, mas deslocamento na direção dada pelo azimute de
também as avenidas são numeradas no sentido marcha original. Será normal ocorrerem pequenas
do movimento dos ponteiros do relógio. diferenças em direção e em distância, quando se
realizarem deslocamentos desse tipo, por causa
Contra azimute é o azimute de uma direção vista dos acidentes e incidentes em terreno de selva;
em sentido contrário. É muito importante porque daí a necessidade de designar, no mínimo, 2
sabendo utilizá-lo bem, ter-se-á condições de homens para utilizar a bússola e outros 2 para
retornar ao ponto de partida, também é chamado contar o número de passos, quando possível,
de azimute inverso. Caso tenha de cumprir para minimizar os erros (figura 67).
missão em lugar desconhecido à noite, por
exemplo, o contra azimute poderá indicar a
direção pela qual deveremos retornar. Esta
diferença é de 180 graus (figura 66).
II – Segundo processo: da compensação com O padrão de uso para os usuários comuns (não
passos e ângulos retos: marcha-se na direção militares) é o Sistema de Posicionamento Padrão
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III – milha marítima (MIMA) ou Nautical Mile (NM): b) foice: possui emprego similar ao do facão,
unidade de medida de distância usada porém com capacidade de corte de arbustos de
Internacionalmente para fins de navegação maior porte e árvores de pequeno diâmetro (figura
equivalente a 1852 m. Uma Milha Marítima ou 72). Pode ser empregada, após a confecção do
Milha Náutica corresponde ao comprimento de 1 aceiro, para se roçar a vegetação em ambos os
(um minuto) de arco de um círculo máximo da lados a fim de diminuir a carga do material
terra ou 1 de latitude que corresponde a 1 de combustível a ser queimado;
meridiano.
e) gadanho: ferramenta com dupla finalidade que i) abafador: tem grande utilização no ataque direto
pode ser empregada para corte e raspagem do aos Incêndios Florestais. O abafador age,
combustível (figura 75); basicamente, pelo princípio do abafamento ao
batê-lo contra o fogo. Esta ferramenta consiste
em um flap de borracha flexível com
aproximadamente 40 cm de comprimento, 60 cm
de largura e 0,6 cm de espessura, preso a um
cabo de alumínio com 1,60 m de comprimento
mínimo (figura 79);
Figura 75 - Gadanho
bomba. As viaturas destinadas a tal atividade sempre deverá possuir focos sobressalentes.
deverão ser providas de grande quantidade de Para uma lanterna de mão deverá ser previsto
mangueiras, pois muitas vezes há necessidade dois focos sobressalentes e dois jogos de bateria,
de se penetrar em longos trechos de vegetação, de preferência alcalina (figura 84);
ou mesmo caminhar morro acima, necessitando,
assim, a utilização de vários lances até que se
atinjam as chamas (figura 81).
h) lima para afiar materiais de corte: com Para estabelecer a quantidade de água que o
ferramentas afiadas, o trabalho é muito mais veículo irá transportar deve-se, primeiramente,
produtivo, além de ter um grau maior de observar as condições do terreno por onde essas
segurança; viaturas irão trafegar, pois, dependendo das
condições topográficas, vias de acesso e
i) mangueira: material utilizado na condução de quantidade de área atingida pelas chamas, o
água para abastecimento; comandante da operação optará por veículos com
maior ou menor quantidade de água, devendo,
j) roçadeira: utilizada na construção de aceiros portanto, procurar caminhos que venham encurtar
que possuam materiais leves (figura 88); a distância a ser percorrida; que facilite as
manobras e que não exijam sobresforço do
veículo. (figura 90).
Figura 90
Figura 88 – Roçadeira
São regras básicas de segurança: l) não se aproximar ou afastar pela zona em que o
terreno é mais elevado que o local onde ele está
a) buscar conhecimento referente aos riscos e às aterrado;
regras de segurança necessárias;
m) apertar e segurar, firmemente, o capacete e
b) utilizar sempre os equipamentos de proteção óculos de proteção;
individual e coletiva;
n) o lançamento de caldas por helicópteros não é
c) transportar as ferramentas com as lâminas de tão perigoso para o pessoal de terra como as
corte voltadas para baixo, na linha da cintura. Não descargas dos aviões; e
se esquecer de revezar e manter uma distância
mínima de 2 m entre os combatentes; o) devemos estar atentos quanto à possibilidade
da queda de ramos e a força da água quando
d) transportar motosserras sempre desligadas e lançada a baixa altitude.
com o sabre voltado para trás;
Todo bombeiro militar deverá portar seu
e) nunca atuar isoladamente, e seguir as Equipamento de Proteção Individual – EPI,
instruções do comandante; mesmo que esteja empenhado no ataque indireto,
pois sempre há o risco de acidentes que podem
f) certificar-se que as instruções recebidas foram gerar transtorno ao combatente e à operação de
entendidas; e combate. (figura 91).
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picadas de ofídios.
15.2 – Equipamentos de Proteção Individual
15.3 – Manutenção e Transporte das Ferramentas
São Equipamentos de Proteção Individual:
O trabalho de combate a incêndios florestais
a) capacete: garante ao combatente proteção eficiente será possível com ferramentas em boas
mecânica contra queda de galhos e pequenos condições de uso. Todos os combatentes são
arbustos, além de protegê-lo de eventuais responsáveis pela conservação das melhores
acidentes com ferramentas e equipamentos. condições de uso de todo o equipamento que se
Preferencialmente, deve-se optar por capacete encontra dentro de suas atribuições. Após o uso,
que seja leve e cômodo ao combatente e possua elas devem ser inspecionadas, ter a manutenção
jugular ajustável; realizada e acondicionadas prontas para um
próximo emprego.
b) protetor auricular: para proteção na utilização
de equipamentos como motosserras, moto A lima deve obedecer sempre ao sentido de corte
gerador e outros com elevada taxa de ruídos; das ferramentas e o fio é feito em um único
sentido. Depois de afiadas, é importante proteger
c) protetor dos olhos: é usado para proteção dos o seu fio com a colocação de uma fita aderente
olhos contra galhos, pedaços de madeira e outros (crepe) no mesmo, pois assim garantiremos
combustíveis, além de proteção contra a fumaça também proteção contra ferrugem.
emanada nos incêndios. Deve ser transparente,
garantir um fechamento total das vistas, inclusive O transporte das ferramentas é fator importante
lateral, devendo ainda ser provido de meios que dentro de um combate a incêndios florestais.
evitem sua perda em caso de queda (cordeletes); Jamais podemos transportar ferramentas e
d) balaclava: garante ao combatente de Incêndios combatentes juntos, devendo, portanto, haver um
Florestais uma proteção facial contra a fumaça, local específico para as mesmas,
pois funciona como um filtro contra a fuligem preferencialmente, em compartimentos
eliminada junto com a fumaça. Garante, também, exclusivos. No transporte em linha por
ao Combatente, maior conforto, quando preso combatentes, o fio de corte sempre deverá estar
junto com o capacete (envolvendo a cabeça), pois voltado para o solo, e por questões de
é uma forma de dar maior firmeza ao capacete, padronização e segurança todas as ferramentas
bem como um filtro para o suor eliminado; devem ser transportadas do mesmo lado.
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b) pista para pouso nas imediações do incêndio; Necessidades para o emprego de helicópteros:
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f) somente pessoal qualificado deve colocar j) em caso de acidente com a aeronave, após a
cargas e pessoas no helicóptero. Seguir as retirada dos tripulantes e guarnição mantenha
orientações do Comandante da aeronave. distância e procure isolar a área.
Referências bibliográficas:
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