Você está na página 1de 4

22:12: Eis que cedo venho · esta comigo a minha recompensa para retribuir a cada

um segundo a sua obra.


1. A vinda breve de Cristo. V'er o sétimo versiculo deste capitulo, onde
isso já fora comentado (ver
os comentários em I Tes. 4:15 c Apo. 19:11) em seus próprios dias. quase
imediatamente, se nâo mesmo imediatamente. Por três vezes, neste epílogo
é afirmada essa expectação. (Além deste versículo, ver os versículos doze c
vinte deste capítulo). E conforme diz Rist (in loc.): «A crença que o segundo
advento estava próximo ou iminente , foi um fator importante no
fortalecimento dos cristàos, cm tempos de tribulação e perseguição». No
Apocalipse já havia encontrado essa promessa (ver Apo. 1:3,7; 2:5,16; 3:11
e 16:15). E vào pensar que o termo ·breve» possa ser traduzido por
«repentinamente». Mas é óbvio que João aguardava a ·parousia» para os
seus próprios dias. Além disso, é inútil mencionar o trecho de II Ped. 3:8 (Mas,
amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia.
2 Pedro 3:8) e explicar que ·o tempo determinado por Deus» significa rapidamente,
ainda que, pelos cômputos humanos, isso não é assim tão breve. Naturalmente,
foi assim que as coisas sucederam, mas não era isso que João tinha em
mente.
APOCAUKi 659
1. ■Guardar» tem aqui o sentido de observar e praticar.
2 . «O escritor (sagrado) tinha em vista o rolo de seu livro, que agora estava
praticamente terminado à sua frente; mas essas palavras eram palavras do
anjo» (Alford. in loc.).
3. A voz parece provir diretamente de Cristo (embora talvez repetida pelo
anjo): Cristo promete sua volta para breve; encoraja aos crentes A lealdade até à
morte, uma mensagem extremamente necessária até aos nossos próprio« dia/»,
porquanto contemplaremos os acontecimento« preditos neste livro. ou. pelo
menos. nossos filhos os ver Ao. (Ver o artigo de introdução ao comentário sobre
«A Tradição Profética e oe Nossos Tempos», que fornece evidências sobre isso).
4. O livro do Apocalipse é chamado aqui de ■profecia», que também se
verifica nos versiculo» dez, dezoito e dezenove deste mesmo capitulo.
6. ■Guardar as declarações». Isso pode ser comparado com João 14:16 ( Ele me
glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
João 16:14). Se amarmos a Cristo. haveremos de guardar seus mandamentos. (Ver
também I
Joào 2:3,4; 3:22,24; 5:2,3.6 e II João 6, onde a mesma idéia se faz presente.
Ver, em Apo. 12:17 e 14:12, a menção à observância dos mandamentos de
Deus).
porquanto isso era o que João realmente esperava que sucederia .
Ele escreveu este livro como um manual para os mártires, a fim de consolá-los
naqueles tempos de grande tensão, assegurando que sc mostrariam leais a
Cristo até à morte.
Todas essas coisas estão envolvidas na observância das declarações inspiradas
deste livro.
Aqueles que as observarem receberão a felicidade e o bem-estar celestiais que
Joâo insuflou em suas descrições
sobre a Nova Jerusalém, nos capitulos vinte e um e vinte e dois de seu livro.
Vivendo na perfeita imortalidade da Nova Jerusalém , e possuindo na
própria alma a natureza celestial do Filh o de Deus, é que se recebe a
«felicidade» final aqui prometida.
«...palavras da profecia deste livro...» Isso é dito porque o Apocalipse é,
essencialmente, uma profecia, o único livro inteiramente profético do N.T.
(Ver a introdução , secção XII, intitulada «Conceitos e Métodos de
Interpretação*, quanto aos vários pontos de vista que os estudiosos têm
tomado a respeito do conteúdo geral deste livro, ou a respeito de seu intuito
em geral).
Comparar com I Cor. 15:51.(Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados;
1 Coríntios 15:51)
A promessa a isso vinculada é a ·bênção« da salvação, na imortalidade, para os
observantes deste livro.
2. A questão dos ·galardões· é comentada plenamente no décimo quarto
versículo. Ver sobre as «coroas► cm II Tim. 4:8. As recompensas celestiais
nunca consistem meramente ·do que receberemos·, por mais gloriosas que
venham a ser essas dádivas. Antes, consistem ·daquilo em que nos
tornamos·, sendo transformados segundo a imagem e a natureza de Cristo,
ou seja. a espiritualização de nossos seres, de modo a chegarmos a possuir a
própria natureza divina (ver II Ped. 1:4), e toda a plenitude de Deus (ver
Efé. 3:19). Esses conceitos são amplamente comentados nas referências
dadas. Portanto, quando da vinda de Cristo, terá começo essa grande
bênção da espiritualização, o que também se evidencia em I João 3:2.
Quando Cristo aparecer, seremos semelhantes a ele. (Ver Λ definição disso
cm II Cor. 3:18). Ê um processo de glória em glória, que termina com a
própria natureza de Cristo sendo duplicada em nós, porquanto a sua
·parousia · será um grande salto , porque então nos tornaremos
verdadeiramente imortais, dotados de sua natureza, ainda que não na
mesma extensão em que Cristo possui a ·forma de vida divina·. Toda a
eternidade será envolvida na obtenção de uma crescente participação
naquilo que Cristo é. Portanto a salvação consiste de muito mais do que do
perdão dos pecados e da futura mudança de endereço para os céus, e compete-nos
pregar um evangelho mais completo na igreja.
(Ver Heb. 2:3 ( Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande
salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois
confirmada pelos que a ouviram;
Hebreus 2:3) quanto à nota geral sobre a ·salvação·).
Pode-se negligenciar a grande salvação por meio de uma destas coisas:
1. Deixando de dar atenção às coisas de Deus e à salvação que por ele nos
é conferida; há o desprazer crescente pela leitura bíblica; há o desejo de nos
ausentarmos das assembléias dos santos de Deus. (Ver Heb. 10:25).
2. Absorvendo-nos pelos interesses terrenos e egoístas.
3. Permitindo que o coração amorne para com Cristo, para com o seu
sacrifício, para com o amor de Deus, que foi quem nos propiciou esse
sacrifício.
4. Ocupando-nos com os negócios e novidades deste mundo, ao invés de
nos preocuparmos com o mundo vindouro e com a vinda de nosso Senhor.
5. Perdendo a consciência de Deus.
6. Abafando o pensamento sobre o «juízo vindouro».
7. Finalmente, vivendo como as ‘feras que perecem’, até onde diz respeito
à eternidade. Todas essas coisas são fases da ‘negligência à tão grande
salvação’. (Newell, in loc.).
«.

3. A cada qual será dado segundo as suas obras. Já vimos isso no tocante
ao in créd u lo . (Ver Apo. 20:12). Mas esse p rin cip io se aplica a todos,
conforme se aprende também em Rom. 2:6, onde esse conceito é mais
amplamente comentado. Tudo isso é apenas 0 desdobramento prático e
inexorável da lei da colheita segundo a semeadura, conforme sc vê em Gál.
6:6,7.
4. A maior p a rte dos in té rp re te s vê Cristo como Juiz neste ponto.
APOCAllKi *61
bom ou de mau». Para nòs, a morte é algo quase incidental: é mera tranaiçfto
para um estado superior; maa o luízo éoutra queetfto. Haverei de ir ao encontro
de meu Senhor de mftos vazias? Tal penaamento agora me preocupa a mente.
4. Naturalmente, nâo podemos antecipar um estado eterno estagnado; pois 0
destino do crente é participar de toda a plenitude de Deus (ver Efé. 3:19); e isso
será uma busca eterna, que exige um poder e uma espiritualidade sempre
crescentes. Nfto obstante, enfrentar ao Senhor com a vida impura com vazio de
boas obras é um pensamento solene. Nosso estágio de glorificaçfto, ao
entrarmos no mundo celestial, será determinado pelo que tivermos feito 0 pelo
3
..
modo« novos e superiores, obtendo um Interminável e crescente beneficio da
alma. Alguns dos primeiros pais da igreja explicaram a glorificaçfto em parte
em termos do «tipo de corpo ressurrecto» que teremos. Alguns seriam mais
e spiritualizados do que ou tro s, capazes de uma glória e de um serviço
superiores. Mas nem mesmo paravam ai, pois até mesmo esse corpo, esse
«veiculo» da expressfto da alma, poderá continuar sendo espiritualizado e
glorificado. Apesar disso tudo abordar o terreno das especulação, parece
refletir uma verdade vital.
vinculando a declaração com o que se segue e com 0 que precede, onde
Cristo está definitivamente falando. Isso é correto. Naturalmente, Deus é 0
Juiz supremo, 0 que se vê no vigésimo capítulo, embora julgue por meio de
Cristo. Esse é 0 padrão do ensino neotestamentário. (Ver a nota de sumário
sobre isso em Atos 17:31).
Outras idéias sobre o décimo segundo versiculo·.
1. A recompensa é o «salário», algo ganho. De nós é requerido fazer 0 melhor
com os dotes e a mais do que recebemos, e seremos contados como responsáveis
pelos mesmos. Nenhuma doutrina de justificação pela fé pode alterar essa
verdade.
2. Jofto encoraja aqui aos mártires. Esses teriam de enfrentar um terrível
futuro; muitos sofrem. e alguns, se deixariam levar pelo desespero. Mas a
recompensa lhes seria dada. e brevemente. João escreveu seu livro
especificamente para consolar e fortalecer aos mártires, advertindo-os também
do perigo. De acordo com a vida de cada um de nós, será ou consolo ou
advertência.
3. (Ver II Cor. 6:10 quanto à nota geral sobre o ·Julgamento do crente»(. Ali
também se nota que cada qual será tratado de acordo com o que tiver feito, ·de

Você também pode gostar