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DOUTRINA BATISTA LIVRE

Robert E. Picirilli1

Lição Doze: O que Cremos Sobre a Escatologia


Nesta última lição de nosso estudo, mudamos de eclesiologia (a doutrina da igreja) para
escatologia, a doutrina das últimas coisas – ou do futuro. Os últimos quatro capítulos do
Manual tratam brevemente destas questões. Alguns dizem respeito à escatologia individual:
morte, ressurreição, julgamento e retribuição. Um deles diz respeito à escatologia histórica:
a Segunda vinda de Cristo no final dos tempos – apesar de que alguns aspectos dos outros
três também estão envolvidos nos acontecimentos ligados ao retorno de Cristo. Vou tratar
com estes quatro capítulos, mas fora da ordem em que aparecem no Manual, tratando
primeiramente com os três relacionados à escatologia individual e, por último, a Segunda
Vinda de Cristo.

I. A morte

CAPÍTULO XIX: A MORTE

Como resultado do pecado, toda a humanidade ficou sujeita à morte do corpo. A alma não
morre com o corpo, mas, imediatamente após a morte física, entra em um estado consciente
de felicidade ou desgraça, em conformidade com o caráter possuído nesta vida.

Não me parece necessário entrar em muito detalhe na análise desta afirmação. Vou
escolher dois pontos para reforçar.

A. A morte pessoal, antes do final dos tempos, representa a separação da alma e do corpo.

Anteriormente, na lição três, me referi à visão de dicotomia do ser humano (como corpo e
alma) em contraste com a visão tricotomista (como corpo, alma e espírito). Não tenho
intenção de voltar a esta discussão aqui. Independentemente da posição que se tenha, o
Manual se refere à morte do corpo, mas não da alma, usando este último para representar
a natureza superior do ser humano, seja chamado de alma ou espírito.

1
Autor: Robert E. Picirilli (PhD) é professor emérito de Welch College (anteriormente Free Will Baptist Bible
College), autor de Discipleship: The Expression of Saving Faith (Discipulado: A Expressão da Fé
Salvadora),Randall House, 2013; Grace, Faith & Free Will: Contrasting Views of Salvation − Calvinism and
Arminianism (Graça, Fé e o Livre Arbítrio: Visões Contrastantes da Salvação − Calvinismo e Arminianismo),
Randall House, 2002), Teacher, Leader, Shepherd: The New Testament Pastor (Professor, Líder e Pastor: o
Pastor do Novo Testamento, Randall House, 2007) e Paul, the Apostle (Paulo, o Apóstolo, Moody, 1986).
Tradutor: Pastor Kenneth Eagleton, Jr.
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Esta é a morte física. A alma ou espírito (portanto, a natureza superior) vivencia uma
continuação da existência consciente. Isto se sucederá seja na felicidade ou na miséria –
paraíso ou inferno. No entanto, esta não é uma separação eterna. Na ressurreição (veja
mais adiante) o corpo voltará a ter vida e será reunido à alma ou espírito.

B. Há uma consciência continua e imediata após a morte física.

Declaro isto porque há alguns grupos (que não são cristãos bíblicos tradicionais) que creem
no que chamam de “sono da alma”, isto é, a consciência cessa a partir da morte física até à
ressurreição.

No entanto, Paulo diz que estar ausente do corpo é estar presente com Cristo (2 Co. 5:9) e é
nisto que cremos.

Muitas vezes se discute sobre se há um corpo temporário durante este “estado


intermediário” entre a morte física e a ressurreição. Alguns teólogos cristãos sugerem que
sim, mas é impossível sabe-lo com certeza. Isto está além daquilo que Deus revelou
claramente em Sua Palavra.

De qualquer forma, com exceção daqueles que estiverem vivos na Segunda Vinda (1 Co.
15:51-52 e 1 Ts. 4:17) todas as pessoas estão destinadas a morrer (Hb. 9:27), deixar o seu
corpo se decompor em um túmulo (ou outra forma de dissolução da matéria), enquanto
continuam uma existência consciente nos céus ou no inferno.

II. A Ressurreição

CAPÍTULO XXI: A RESSURREIÇÃO

As Escrituras ensinam a ressurreição dos corpos de todos os homens, cada um em sua


própria ordem; aqueles que tiverem praticado o bem irão para a ressurreição da vida e
aqueles que tiverem praticado o mal, para a ressurreição da condenação.

Este capítulo tem consequências tanto para a escatologia individual quanto para a histórica.
Visto principalmente como um fato, enfatizamos o aspecto individual: a ressurreição é a
reversão da morte para todas as pessoas. Visto pela perspectiva do tempo, enfatizamos o
aspecto histórico, visto que a ressurreição (ou as ressurreições, segundo o ponto de vista de
alguns) ocorrerá em alguma relação específica com a Segunda Vinda de Cristo. Aqui vou
lidar principalmente com as consequências individuais, guardando as consequências que
tem para o final dos tempos para a discussão mais adiante sobre a Segunda Vinda.

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Já mencionei que a separação entre corpo e espírito (ou alma) que ocorre na morte não é
permanente e nem final. A doutrina da ressurreição individual assegura a ressurreição do
corpo e, portanto, a reunificação da pessoa como um todo para uma existência consciente e
eterna.

A. A cronologia da ressurreição.

Há diferentes pontos de vista sobre isto por haver diferentes pontos de vista quanto à
cronologia da Segunda Vinda de Cristo. Falarei mais detalhadamente sobre isto mais
adiante, mas por enquanto é suficiente observar que a ressurreição (seja de uma só vez ou
em fases) ocorrerá ligada à Segunda Vinda e ao final dos tempos.

B. A universalidade da ressurreição.

Alguns teólogos cristãos falam de uma ressurreição “geral”. Todos podem concordar com
esta terminologia se geral for entendido como universal; isto é, todos serão ressurretos da
morte física. Se, no entanto, significar que todos serão ressurretos ao mesmo tempo, nisto
não há concordância e será discutido mais adiante no estudo da Segunda Vinda.

De qualquer forma, independentemente do tempo da ressurreição, a ensino bíblico é de


que todos os seres humanos ressurgirão da morte física. Isto inclui, como deixa claro o
Manual, os justos e os ímpios. A frase “cada um em sua própria ordem” vem de 1Coríntios
15:23. Isto permite (porém não obriga) que a ressurreição dos justos e dos ímpios seja em
momentos diferentes. A experiência de todos de ressurreição é uma questão de escatologia
individual. O Manual cita com razão as palavras de nosso Senhor em João 5:28-29 que
garantem isto.

C. A natureza da ressurreição.

É uma ressurreição corporal. 1 Coríntios 15:35-50 é o ensino bíblico mais claro sobre o
assunto, apesar de que o que é dito ali somente é inteiramente verdadeiro para os que
creem. O descrente, apesar de ter seu corpo restaurado à vida e reunido à sua alma ou
espírito, não pode esperar a bênção implícita pela descrição desta passagem.

Para os que creem, a ressurreição será uma transformação ou metamorfose, representando


uma mudança de corrupção para incorruptibilidade, de mortalidade (estar sujeito à morte)
para imortalidade, de um corpo “natural” para um corpo “espiritual” (mais bem adaptado
ao homem espiritual) e da imagem ou semelhança do que é terreno para o que é celestial.
Em realidade, seria melhor resumi-lo dizendo que a o corpo ressurreto do cristão será como
o corpo ressurreto de Cristo!

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D. A garantia da ressurreição.

De acordo com 1 Coríntios 15:22, a ressurreição de Cristo é a garantia da nossa e é,


portanto, um fato garantido.

III. O Julgamento e a Retribuição

CAPÍTULO XXII: O JULGAMENTO E A RETRIBUIÇÃO

1. O Julgamento. Haverá um julgamento, quando o tempo e a provação humana se


encerrarão para sempre e, então, todos os homens serão julgados em conformidade
com as suas obras.

2. A Retribuição. Imediatamente após o julgamento, os justos entrarão na vida eterna,


e os ímpios irão para um estado de punição interminável.

Como no capítulo anterior sobre a ressurreição, este capítulo também lida com questões
relacionadas às escatologias individual e histórica. Como mero fato (que se aplica ao
indivíduo) o julgamento e a retribuição são individuais. Mas quando se considera a
cronologia do julgamento e sua consequente retribuição, isto é histórico e está intimamente
relacionado à Segunda Vinda de Cristo e ao final dos tempos. Aqui vou tratar principalmente
dos aspectos pessoais, deixando os aspectos históricos para a discussão sobre a Segunda
Vinda mais adiante.

A. A cronologia do julgamento.

Como é o caso com a ressurreição, existem também diferentes pontos de vista relacionados
com a escatologia histórica, que discutirei mais adiante, mas todos os teólogos cristãos
concordam que todos os seres humanos serão julgados. Novamente, julgamento “geral”
pode ser usado como expiação “geral”, enfatizando sua universalidade. No entanto, alguns
usam o termo “julgamento geral” com o sentido de que todos serão julgados ao mesmo
tempo e esta é uma área de desacordo. Outros creem que os justos e os ímpios serão
julgados em dois momentos distintos.

B. A universalidade do julgamento

Como acabamos de ver, tanto os santos quanto os pecadores serão julgados. Discute-se o
momento em que este julgamento é realizado, mas este não é o ponto mais importante.

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1. Os cristãos serão julgados por questões que não concernem sua salvação. Isto está
associado com o que a Bíblia chama de “tribunal de Cristo” (2 Co. 5:10 e Rm. 14:10).
Este aspecto do julgamento está relacionado às obras e ao serviço. Aparentemente é
a isto que se refere 1 Coríntios 3:12-15 quando fala daqueles que são salvos apesar
de suas obras serem queimadas.

2. Aparentemente os descrentes também serão julgados por questões que não


concernem sua “perdição”. Em Apocalipse 20:12 parece haver uma diferença entre
“os livros” e “outro livro”, o Livro da Vida. Este também parece ser um julgamento
quanto às obras de acordo com o que estava registrado “nos livros”.

Portanto, o Manual indica que todos serão julgados segundo suas obras.

C. Retribuição.

Retribuição significa recompensa e segue o julgamento. Novamente, isto diz respeito a


todos. Para os justos, há a recompensa da vida eterna. Para os ímpios, a recompensa da
punição interminável. Geralmente surgem duas perguntas relacionadas a isto.

1. Há alguma diferença nas recompensas? Não há uma resposta unânime entre os


Batistas Livres quanto a isto, mas a ideia de um julgamento de obras parece sugerir
que haja uma diferença. Caso contrário, porque haveria um julgamento? Porém, se
há uma diferença, não há muita informação bíblica para definir qual seria esta
diferença.

Quanto aos ímpios, Jesus falou de uma retribuição que seria “mais tolerável” para
alguns do que para outros (Mt. 10:14-15 e 11:20-24), o que sugere diferenças de
algum tipo no nível de castigo.

Quanto aos justos, Paulo liga seu julgamento e o de outros com a expectativa de que
então teremos o “louvor” que merecemos. Isto já resultaria aparentemente em uma
diferença de algum tipo.

Além destes indícios, hesito em dizer mais a respeito das diferenças em retribuição
que vão além de vida eterna e punição interminável.

2. Tanto o justo quanto o ímpio estão sujeitos à vida ou à punição por toda a
eternidade (conforme o caso)? A resposta bíblica é “sim” e o Manual o reafirma.
Ultimamente, alguns que se professam evangélicos em doutrina estão sugerindo que
apesar da existência dos salvos ser eterna, a existência dos perdidos não o é. Esta
moda não tem sido adotada pelos Batistas Livres que a consideram contrária ao
ensino da Bíblia.

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Para os salvos, a vida é eterna. Para os perdidos, a punição é interminável. Estes últimos não
vivenciam a vida eterna, mas a morte eterna – “morte” com o sentido de separação de
Deus, que é a fonte da vida. A retribuição do perdido é uma eternidade sem esperança em
um inferno de fogo.

Deve-se notar que não há lugar para um “purgatório” nesta doutrina ou na Bíblia, da mesma
forma que não há lugar para a aniquilação dos ímpios.

IV. A Segunda Vinda de Cristo (Escatologia Histórica)

CAPÍTULO XX: A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

O Senhor Jesus, que ascendeu às alturas e está assentado à direita de Deus, voltará no
término da dispensação do evangelho, para glorificar Seus santos e julgar o mundo.

A. O fato da vinda de Cristo para trazer um fim a esta era.

Estas três verdades tornam o fato certo:

1. O próprio Jesus o prometeu (João 14:1-6).

2. Os anjos o afirmaram (Atos 1:10-11).

3. Os apóstolos o confirmaram em seus escritos (1 Ts. 4:13-18).

B. A natureza da vinda de Cristo.

Estas verdades descrevem como Ele vai voltar:

1. Ele virá corporalmente. Isto está certamente implícito no que os anjos disseram em
Atos 1:10-11: “virá do modo como o vistes subir”.

2. Ele virá em glória triunfante. Quando Jesus voltar, não será no estado de humilhação
que o caracterizou quando estava por aqui antes. Ao contrário, será no estado de
glorificação que o caracteriza desde Sua ressurreição e ascensão. A Transfiguração
foi um antegosto disto (Marcos 9:2-8 – comparar com 2 Pedro 1:16-18. Veja também
1 João 3:2).

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C. O propósito da vinda de Cristo.

Quero enfatizar três coisas que Jesus vai realizar com o seu retorno:

1. Ele virá ressuscitar os mortos, especialmente os que creem (1 Ts. 4:13-18).

2. Ele virá redimir o mundo; isto é, completar a obra de redenção que Ele iniciou
durante o período de sua humilhação, especialmente na cruz. Romanos 8:18-23
deixa claro que mesmo o universo físico aguarda ansiosamente a redenção.

3. Ele virá receber os Seus para junto de Si e do Pai (João 14:1-6).

D. A cronologia da vinda de Cristo em relação aos outros eventos escatológicos.

Não há posição oficial ou unânime entre os Batistas Livres quanto à questão da cronologia
da vinda de Cristo. Todos concordam que Ele virá pessoal e corporalmente e em glória.
Todos concordam que Sua vinda deve ser considerada iminente (a qualquer momento).
Além destas áreas de concordância, há diferentes pontos de vista em nosso meio. Sem
tentar tornar um ponto de vista mais atrativo do que o outro, vou definir as várias posições
na próxima seção.

Pontos de Vista Escatológicos

Em Apocalipse 20:1-7 há seis referências a um período de mil anos. Os três principais pontos
de vista diferem em como a Segunda Vinda de Cristo se relaciona a este período de mil
anos. Mil anos é um milênio, portanto, esta palavra aparece como parte do nome dos três
pontos de vista.

1. Amilenismo. Esta palavra significa literalmente “não milênio”. A posição


escatológica defende que não há um “milênio” futuro que deve ser esperado em
conexão com o retorno de Cristo. Os mil anos de Apocalipse 20 seriam uma
referência à presente era de pregação do evangelho e da existência da Igreja.

Nesta visão, o “Reino de Deus” não é um reinado de Cristo deste mundo no futuro
com um trono literal em Jerusalém após o seu retorno. O “Reino de Deus” seria uma
realidade presente representando o domínio de Deus (ou o Seu reinado) sobre o Seu
povo. A “paz” está nos corações do seu povo. O leão e o cordeiro que deitam juntos
(Is. 11:6-9) seria poético ou expressões figurativas de verdades espirituais, da paz
dos que são justificados pela fé.

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Consequentemente, de acordo com os amilenistas, quando Jesus voltar – e isto pode


ser a qualquer momento – todos os mortos ressuscitarão e serão julgados na mesma
ocasião e depois seguirão para o seu estado eterno.

Nota: muitos amilenistas creem que haverá um tempo de tribulação e um anticristo


será destruído quando Jesus voltar, seguindo o que diz 2 Tessalonicenses capítulo 2.
No entanto, nem todos dão esta ênfase ou explicam a sequência da mesma maneira.

2. Pré-milenismo. Esta palavra significa literalmente “antes do milênio”. Este ponto de


vista defende que Jesus voltará à terra no final desta era e estabelecerá um reinado
de mil anos sobre a terra – os mil anos de Apocalipse 20.

De acordo com este ponto de vista, durante o milênio (reino milenar) haverá paz e
justiça mundial e Satanás ficará preso. No final deste período, Satanás será solto e
finalmente derrotado. Em seguida haverá o estado eterno descrito em Apocalipse
capítulos 21 e 22.

Aqueles que defendem este ponto de vista creem que aqueles que morreram
previamente como crentes serão ressurretos da morte e se unirão com os crentes
vivos que também serão transformados como os que ressuscitaram. Todos estes
ficarão diante do trono de Cristo e reinarão com Ele durante o milênio sobre todas as
nações que estavam vivas na vinda de Cristo e entraram no reino milenar.

Há algumas variedades no pré-milenismo, como era de se esperar. As diferenças


estão relacionadas à cronologia da tribulação na terra antes da vinda de Cristo com o
estabelecimento do Seu reinado milenar. Farei uma descrição breve: (1) Alguns
creem que a Segunda Vinda se dará em duas fases com o “arrebatamento” descrito
em 1 Tessalonicenses 4:13-18 precedendo a chegada de Cristo na terra por um
período de anos (geralmente sete) durante o qual há uma “grande tribulação” na
terra. Este ponto de vista é denominado de “pré-milenismo pré-tribulacionista”. (2)
Outros dizem essencialmente a mesma coisa com a diferença de que o
“arrebatamento” ocorre na metade da Grande Tribulação. Este ponto de vista é
denominado de “pré-milenismo meso-tribulacionista”. (3) Outros não separam a
Segunda Vinda em duas fases e creem que muitos cristãos estarão na terra durante
todo o período da tribulação. Para eles, a cena de 1 Tessalonicenses 4:13-18 é a
Segunda Vinda à terra e os santos arrebatados encontrarão com Ele a caminho da
terra para estabelecer o Seu reinado milenar. Esta visão é denominada de “pré-
milenismo pós-tribulacionista”.

Todas as variedades de pré-milenismo ensinam que a ressurreição e o julgamento


dos crentes ocorrerá em um tempo diferente daquele dos descrentes.

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3. Pós-milenismo. Esta palavra significa literalmente “após o milênio”. Este é o ponto


de vista de que o milênio se refere a uma era futura (não necessariamente os mil
anos exatos e é possível que já tenha se iniciado) de paz e justiça mundial que será
introduzida pelo sucesso do evangelho e a eficácia da obra da igreja cristã. Jesus
somente virá pessoalmente à terra no final desta era.

Algumas observações resumidas: (1) não são muitos os Batistas Livres que creem no pós-
milenismo (talvez nenhum); (2) muitos creem no Amilenismo e (3) muitos creem em uma ou
outra variedade do pré-milenismo.

Poderia se apresentar estas diferenças de outra maneira: (1) alguns (pré-milenistas pré e
meso-tribulacionistas, às vezes denominados de pré-milenistas “dispensacionalistas”) creem
que a Segunda Vinda será em duas fases: o “arrebatamento”, seguido da Grande Tribulação
e depois da revelação de Cristo na terra; (2) outros creem que a Segunda Vinda será em
apenas uma fase. Este último grupo inclui os pré-milenistas pós-tribulacionistas, que creem
que haverá um reinado milenar de Cristo na terra depois que Ele voltar e antes do estado
eterno, e os amilenistas, que creem que o estado eterno segue imediatamente após a
Segunda vinda.

Talvez seja mais importante apontar para os pontos em que todos concordam:

1. Jesus voltará novamente de forma corporal.

2. Sua vinda deve ser vista como iminente. O Dia do Senhor pode vir logo e sem aviso.
Devemos estar sempre preparados.

3. Tanto os cristãos quanto os descrentes (seja ao mesmo tempo ou em momentos


separados) serão ressurretos e julgados e em seguida passarão a eternidade no céu
ou no inferno.

4. O “Reino” de Deus é tanto presente quanto futuro e Jesus é o Rei. Este reino existe
atualmente com o Seu domínio sobre o Seu povo, reinando em seus corações. O
reino espera o seu auge final e permanente que somente acontecerá no final desta
era com o retorno de Cristo.

5. O Reino de Deus finalmente irá deslocar todos os reinos desta terra (Daniel 2:44;
Apocalipse 11:15).

Com tantos pontos de concordância, podemos respeitar os pontos de vista um do outro e


enfatizar a necessidade de se estar pronto para a vinda de Cristo. Aquele que tem esta
bendita esperança irá se purificar e aguardar ansiosamente pelo dia do Senhor quando Ele
endireitará todas as coisas.

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