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ESBOÇO DIDÁTICO
1. Resumo
É o futuro de todos os seres humanos, pois a morte é uma das grandes inevitabilidades da
existência humana.
A natureza humana é uma essência complexa que consiste na união de um aspecto material
(corpo) e um aspecto imaterial (alma/espírito).
A existência humana terrena, que começa na concepção, apresenta uma união inextricável dos
elementos materiais e imateriais: uma unidade corpo-alma.
A morte é mencionada pela primeira vez nas Escrituras como um alerta para a punição
causada pela desobediência.
Deus advertiu Adão, que foi formado “do pó da terra” (Gn 2.7): “Da árvore do conhecimento
do bem e do mal tu não comerás, pois no dia em que dela comeres certamente morrerás” (Gn
2.17).
Depois que Adão e Eva violaram essa proibição, Deus anunciou sua punição: “Tu és pó, e ao pó
tornarás” (Gn 3.19).
A vida, que era a existência do pó e vinha do pó, chegaria ao fim; voltaria ao pó.
A morte põe fim à existência terrena e inicia um novo estágio de existência chamado estado
intermediário.
A morte é o fim de todos os seres humanos: “Tu retornas o homem ao pó. [...] Os anos da
nossa vida são setenta, ou, havendo força, oitenta; [...] logo se vão, e nós voamos” (Sl 90.3,10).
A Bíblia faz uma distinção entre ambos (corpo e alma, Mt 10.28; corpo e espírito, Tg 2.26).
Paulo descreve uma pessoa falecida no estado intermediário como alguém que está “despido”
(2Co 5.3,4), isto é, sem seu corpo terreno (“a tenda que é nossa casa terrena”, v. 1) e vivendo
na expectativa de receber seu corpo glorificado e ressuscitado (“não [...] despidos, mas, sim,
revestidos, absorvidos pela vida”, v. 4).
Deus, que criou as pessoas à sua imagem, como seres complexos, castiga-as por sua
pecaminosidade.
Uma parte dessa punição é a dissolução da existência humana do modo que foi divinamente
projetada.
O estado de existência sem corpo físico é anormal, não é o estado habitual de como as coisas
deveriam ser.
É uma das inevitabilidades da existência humana: há “tempo de nascer e tempo de morrer” (Ec
3.1,2).
Aliás, “está ordenado ao homem morrer uma só vez, vindo depois o juízo” (Hb 9.27).
Além disso, há uma ligação inseparável entre a morte de todas as pessoas e a morte de Adão
(Rm 5.12-21; 1Co 15.21,22).
Essa existência celestial é “muitíssimo melhor” do que a existência terrena (Fp 1.23).
Embora seja uma existência incorpórea e, portanto, não seja uma salvação completa, é uma
realidade na qual os “espíritos dos justos [foram] aperfeiçoados” (Hb 12.23).
A Bíblia retrata de forma assustadora o sofrimento deles, com expressões como “choro e
ranger de dentes” (Mt 8.12; 25.30), afirmando que “a fumaça do seu tormento sobe para todo
o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite” (Ap 14.11).
O estado intermediário distingue-se do estado final, que é o novo céu e a nova terra.
A. Ver a morte como algo natural, algo positivo que devemos receber de bom grado
Esse ponto de vista não entende que a morte não é o que deveria acontecer com os seres
humanos, porque ela é uma penalidade pelo pecado. É um inimigo que rouba a vida.
O suposto apoio bíblico a essa ideia inclui as descrições bíblicas da morte como “sono” (1Rs
2.10; Jo 11.11; At 7.60; 13.36; 1Ts 4.13), que é caracterizado pela ausência de memória, louvor
e esperança (Sl 6.5; 115.17; Is 38.18).
Esse ponto de vista não entende que a Escritura usa o “sono” como um eufemismo para a
própria morte.
Além disso, a apresentação bíblica da inatividade após a morte refere-se à condição das
pessoas no sheol, parte da escatologia do Antigo Testamento que foi esclarecida na revelação
posterior do Novo Testamento.
Finalmente, essa posição não consegue explicar as passagens bíblicas que mostram os crentes
na presença de Cristo após a morte.
C. Crer no purgatório
Levando a mancha do pecado, esses fiéis sofrem uma punição temporária, no purgatório, pelo
pecado.
Quando a purificação estiver concluída, eles irão para o céu. O apoio-chave é o texto de
2Macabeus 12.38-45, que não é considerado canônico pelos protestantes.
O apoio bíblico inclui a afirmação descritiva de Paulo: “Se a obra de alguém se queimar, este
sofrerá perda, embora seja salvo, mas somente como alguém que passa pelo fogo” (1Co 3.15).
No entanto, Paulo não está descrevendo o purgatório, mas o julgamento final dos crentes em
relação ao seu trabalho deficiente na igreja.
Finalmente, as palavras de Jesus são invocadas: “se alguém falar contra o Espírito Santo, não
lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro” (Mt 12.32).
A (má) interpretação é que, enquanto a blasfêmia contra o Espírito nunca pode ser perdoada,
outros pecados, se não forem perdoados nesta era, podem ser perdoados na era vindoura.
Mas Jesus está enfatizando a imperdoável seriedade da blasfêmia contra o Espírito sem que
isso implique coisa alguma em relação a outros pecados menos graves.
Essas evidências de uma realidade unicamente material para a existência humana põe em
dúvida o que acontece após a morte, ou a cessação do funcionamento do corpo.
Essas teorias enfrentam importantes desafios, tais como explicar a consciência humana e a
noção universal de vida após a morte.
5. Aplicando a doutrina
A Escritura nos incentiva a aprender a viver indo “à casa do luto” (Ec 7.2,4) —, isto é,
contemplando a inevitabilidade da morte.
Não é uma parte natural da vida, mas uma penalidade pelo pecado.
Nunca devemos menosprezar a tragédia, o horror e o mal da morte. Antes, como crentes,
ansiamos por nosso retorno misericordioso, nosso “lucro” de estar “com Cristo” (Fp 1.21, 23),
que nos espera no estado intermediário.
Assim, enfrentamos nossa própria morte e a morte de outros cristãos com esperança e alegria,
sem medo. Essa esperança não é incompatível com as lágrimas e a tristeza do luto.
Nosso pesar não é misturado com alegria, pois sabemos o horror de seu estado intermediário.
Se a morte iminente deles provocou uma reflexão séria sobre o evangelho, podemos esperar
que eles tenham se arrependido de seus pecados e finalmente tenham crido em Cristo.