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1. A vida do homem só tem sentido em vista do seu fim. Por isso, ele é um ser
escatológico.
Todas as coisas encontram sua razão de ser na finalidade. Qual é a finalidade do
homem? Eis uma das perguntas fundamentais que o ser humano se faz para
encontrar significação para sua existência.
2. A natureza humana é composta de corpo material e alma espiritual (logo, esta é
imortal).
3. O espírito é um ser dotado de inteligência e vontade, mas sem corpo. Há um espírito
não criado, Deus. Há espíritos criados para existir sem matéria, os anjos bons e maus. E
outros espíritos são chamados a se aperfeiçoar no corpo, a alma humana.
Os animais não entram nessa explicação, porque possuem uma alma material,
isto é, o princípio vital que os mantêm morre com o animal, não perdura, por
não ser racional.
4. O corpo é mortal por ser material. Por estar na temporalidade, o corpo se desgasta com
os anos. A alma, Deus a fez imortal e, embora esteja no seu domínio aniquilá-la, pois a
criou do nada (ex nihilo, 2Mc 7,28), ama tudo o que criou (Sb 11,24).
Os demônios, a propósito, hão de passar a eternidade a ofender a Deus, mas,
criados por seu amor gratuito, não são aniquilados, embora sejam castigados
para sempre no inferno, junto aos homens condenados.
5. O homem só possui uma alma. Por mais que corpo e alma sejam distintos, são, contudo,
complementares – isto é, precisam um do outro –, dada a razão pela qual Deus os uniu
em vista da perfeição do homem. Estão unidos entre si de tal modo que, sem um desses
princípios, não há propriamente pessoa humana: ou há um cadáver (corpo sem alma),
ou uma alma separada (alma sem corpo).
6. A alma é o nosso “eu subsistente”. Só podemos nos referir ao homem como “alma” (p.
ex.: “A minha vida está em função das almas”), se com isso quisermos referir que,
nessa forma de linguagem, nós o contemplamos naquilo que ele possui de principal,
como disse Aristóteles (Ética IX, 8).
7. A morte é o caso limite em que esses dois elementos se separam. E os homens sempre a
viram como algo estranho, fora do normal. É devido ao pecado (Rm 6,23: “O salário do
pecado é a morte”) que há esse descompasso entre corpo e alma: sabemos pela fé.
8. Entre o dualismo (como sustenta o hinduísmo e o maniqueísmo), que apresenta o corpo
como algo mau e a alma, como bom, e o monismo, que os apresenta como a mesma
coisa de modos diferentes, a fé cristã crê na dualidade: corpo e alma são distintos, mas
complementares.
9. Enquanto no cristianismo primitivo predominava a expectativa do retorno de Cristo
(1Cor 16,22 | Apocalipse 22,20) e a consumação do universo (o fim dos tempos), já na
Idade Média a piedade cristã se fixou na meditação na consumação individual dos
crentes.
CAPÍTULO 2
A MORTE E O JUÍZO PARTICULAR