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Há muito tempo na cidade dizia-se que um havia um feiticeiro capaz de trazer as pessoas
dos mortos, ele roubava os túmulos do cemitério em meio à noite, e levava os corpos na
tentativa de ressuscitá-los. Um louco que usava de poderosos feitiços para profanar a lógica;
reza a lenda que ele teria conseguido trazer a pobre alma de um homem de volta ao nosso
mundo, porém, ao deturpar o ciclo natural da vida teria criado uma aberração, a coisa escapou
de seu alcance e começou a fazer suas vítimas pela cidade.
Durante o pacato sono de uma família que morava em um sítio aos arredores da cidade, a
fera teria entrado na casa e matado o pai e dois filhos da família deixando os sobreviventes em
pânico, durante anos eles alegavam que a coisa, alta e esguia porém extremamente forte, teria
as feições e louco paranoico.
Mais três mortes são associadas à criatura: um fazendeiro que estava colhendo laranjas foi
brutalmente assassinado e dilacerado, e um casal que estava em um passeio pela floresta e
tiveram suas cabeças arrancadas por meio de força.
Tudo ocorreu durante uma semana, até a noite, ao qual, um policial que fazia uma patrulha
noturna avistou um homem careca e muito magro sair da floresta completamente nu, após seis
tiros o policial finalmente o imobilizou e, com a ajuda de mais policiais, o levaram para a
delegacia. O suspeito rapidamente foi associado aos crimes e posteriormente foi preso no
Hospital Psiquiátrico Ortu Solis, sendo mantido isolado dos restantes e apodreceu naquele
lugar.
As florestas de Fradinha são contornadas por morros altos e íngremes, e muitos já tentaram
explorá-las e desmata-las, porém muitas dessas tentativas terminam em completo fracasso, o
terreno irregular e a mata densa com grandes árvores venceram a persistência de grandes
agropecuários e fazendeiros. Mas nada remonta o relato de um agricultor, contratado por um
rico fazendeiro para analisar um terreno em meio a floresta e que me contou seu caso.
A caminhada até o local demorou mais de um dia, segundo ele a chuva forte transformou a
mata em um imenso lamaçal denso e longínquo. Após as desventuras de seu trajeto finalmente
chegaram no local planejado, uma espécie de planície com poucas árvores cada uma mais
cadavéricas que a outra, secas e sem vida pareciam que estavam sendo consumidas por algo.
Após um longo dia analisando a área, juntamente com uma equipe de 5 profissionais, eles
montaram um acampamento com algumas barracas e suprimentos e se prepararam para
dormir, eu não tenho dúvidas que pelo relato daquele agricultor essa foi a pior noite da vida
daquele pobre homem, ele narra os sussurros que preenchiam seus ouvidos e que buscavam
atrair todos naqueles acampamento para as profundezas da mata. Um a um eles foram saindo
de suas cabanas e vagaram sem rumo pela noite, segundo ele tudo que o impediu de ser
ludibriado pelos sussurros foi zíper da barraca o qual ele não conseguiu abrir, e se viu preso
impedido de seguir as doces vozes da floresta.
Ao final da noite, aos primeiros raios de sol, as vozes cessaram e exausto ele desmaiou
durante algumas horas, ao acordar ele buscou rasgar as laterais da barraca para fugir e frente
a uma neblina grossa e espessa ele tateou as outras cabanas em busca de sua equipe, porém,
não encontrou nada além de coisas reviradas e destruídas. No entanto entre as sombras pouco
nítidas dos galhos secos e mortos ele finalmente pode perceber, por incrível que pareça, com
clareza os rostos doloridos e aterrorizados moldados nas grossas camadas de madeira das
podres árvores, por mas que distorcidos as feições eram estranhamente humanas.
Segundo ele, não conseguia nem se lembrar como retornou para a cidade, e dava para ver
em suas próprias feições o quão traumático foi essa experiência, não só pelas rugas e marcas
de desespero mas os olhos vazios e completamente pretos indicavam a ausência de algo
dentro daquele homem.
O Morto-Vivo.
(Obtido no mausoléu)
As Vozes no Esgoto.
A Alma Podre.
O Carvalho Morto.
(Obtido no Ferro-Velho)