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A MEGERA DOMADA

Personagens
(C) Catarina: Hendrick
(Bi) Bianca:
(Pe) Petrucchio:
(Ba) Batista:
(Lu) Lucêncio:
(N) Narrador:

ATO I

Narrador: Catarina, indomável filha mais velha do senhor Batista, respondona, bruta e
insolente, a jovem não se deixa subjugar por nenhum homem. O Pai tem outra filha, Bianca,
que desperta o interesse de muitos rapazes admirados por sua beleza, doçura e inteligência.
São muitas as propostas de casamento recebidos por Bianca. Batista, no entanto, faz um
acordo com os potenciais noivos de sua filha mais nova: ela só poderá casar depois de
Catarina, sua irmã mais velha.
Os inúmeros pretendentes de Bianca arquitetam um plano para casar Catarina. Encontram
Petrucchio, um fidalgo de Verona que perdeu muito dinheiro e está em busca de um bom
dote. Curioso e necessitado de recursos financeiros, Petrucchio quer casar o quanto antes com
Catarina. Desta forma, além de conseguir por as mãos no dinheiro de que tanto precisa, o
rapaz terá a chance de domar a famosa Megera.

ATO II

(Cena 1)

N: Pádua, em quarto na casa de Batista, as irmãs Catarina e Bianca conversam e iniciam uma
calorosa discussão
Bi: Catarina, minha querida irmã, não tente me tratar como sua criada ou como uma baixa
escrava e só me humilha. Por que me importuna tanto?
Ca: Bem, quero saber qual dos dois pretendentes te interessa mais. Não dissimule. Conte a
verdade.
Bi: Acredite em mim, no homens vivos jamais notei fisionomia alguma que me agradasse.
Nenhum daqueles dois me interessa.
Ca: Não me venha com mentiras bonequinha. É do tal Hortêncio que você gosta, não é?
Bi: Hortêncio? Mas é claro que não!
Ca: Bem, se não é o Hortêncio, tenho certeza de que o que o interessa mesmo é o dinheiro!
Por isso deve estar apaixonada por Grêmio. Está certa? Com toda riqueza que ele possui,
certamente vai te fazer uma mulher ainda mais bela.
Bi: Você só pode estar com ciúmes de mim, Catarina. Você deveria ser mais mansa! Se
continuar sendo tão inconveniente nunca vai encontrar alguém que queira se casar com você!
N: Batista, pai das duas irmãs, bate à porta e ainda consegue presenciar uma parte da
discussão entre as irmãs.
(Som de passos de Batista e de batida à porta)
(Batista entra)

Ba: Catarina, mas o que é isto? Por que tanta fúria? Bianca, se acalme! A pobrezinha está
chorando! Vá cuidar de seus afazeres minha filha. Deixe Catarina de lado. Não se meta com
ela!
Bi: Tudo bem, papai... (sai chorando pisando fundo)
Ba: Que vergonha, seu espírito diabólico! Por que motivos você maltrata tanto sua irmã que
nunca lhe fez mal algum?
Ca: Você não me suporta, não é papai? Agora vejo que Bianca é o seu tesouro. A filha
“preferida”. Está desesperado para lhe arrumar um marido. Enquanto isso eu vou indo. Não
preciso de marido algum!
Ba: Só posso ter atirado pedra na cruz para ser tão maltratado dentro de minha própria casa!
Mas quem vem vindo aí?
N: Entra Grêmio, o rico pretendente de Bianca. Vem acompanhado de Petrucchio, o
pretendente de Catarina.
Gre: Muito bom dia meu vizinho Batista!
Ba: Bom dia Grêmio! Quem te acompanha?
Pe: Olá senhor! Me responda, por gentileza, não é o senhor o pai de Catarina, um jovem
muito encantadora e virtuosa?
Ba: Pois sim, senhor. Tenho uma filha desse nome.
Gre: Petrucchio, fale com educação, não seja assim tao direto!
Pe: Grêmio, se você me ofende, por favor, não se meta! Com licença, senhor. Sou um
cavaleiro de Verona! Tomei a liberdade de visitar sua casa assim que ouvi falar da formosura
de sua filha. Soube que é uma moça de muitas qualidades, que tem um espírito brilhante,
amodestizacerbada, uma grande sociabilidade. Precisava ver isso tudo com meus próprios
olhos!
Ba: Hum...Pois seja muito bem vindo! Gostaria de saber sobre mais sobre o senhor.
Pe: Sobre mim?
Ba: Sim!
Pe: Sou Petrucchio (pigarro). Meu pai é Antônio foi muito conhecido em toda a Itália.
Ba: Antônio? Conheço muito bem! Pois creio que devemos passear um pouco no pomar.
São muitos bem-vindos à minha casa senhores!
Desculpe Senhor Batista, mas o meu tempo é curto. Eu preciso saber apenas uma coisa: Se eu
conseguir o amor de sua filha, qual será o valor do dote?
Ba: Ah...Bem, cerca de vinte mil coroas agora e metade de todos os meus bens depois que eu
morrer.
Pe: Pois então está feito! Se eu receber um sim de Catarina, o senhor me concede a mão dela
em casamento.
Ba: Ah, pois lhe desejo muita sorte! Estava aqui a pouco com um professor de música que
estava com Catarina. Passou por essa sala pálido! Só podia ser medo!
Pe: Então...Catarina gosta de música? Mas que rapariga alegre! Há agora dez vezes mais do
que antes. Que vontade de conversar com ela alguns momentos...
Ba: Então Senhor Petrucchio, quer ir ao encontro dela ou prefere que eu a mande vim lhe
encontrar?
Pe: Mande-a. Esperarei aqui. Vou cortejá-la com muita atenção. Se me insultar vou dizer com
palavras bonitas que nem sei o que significa exatamente que ela canta como o Rouxinol. Se
ficar muda vou a elogiar o talento que tem para se expressar, afirmando que ela crença dela é
arrebatadora.
N: Catarina surge, interrompendo o fluxo de pensamento de Petrucchio, que nem percebeu o
quanto falava alto a aguardava.
Pe: AH...Oh...Olá minha doce Catinha!
Ca: Por acaso o senhor é lerdo ou tem algum tipo de retardo? Meu nome é CATARINA e
doce é a sua mãe!
Pe: Ahnn...Pois pra mim você é a minha super doce Catinha! A cocada mais doce de todas as
cocadas doces! Cantarei sua beleza para todo o mundo, minha amada! Vim de muito longe
desejando me casar com essa moça tão...cremosa (som de beijo)
Ca: Argh...Deus me livre! Que o Diabo que te trouxe te leve de volta pro buraco de onde você
veio!
Pe: Ahhh...Que vespa!
Ca: Hamm?? Sendo eu vespa, cuidado com o meu ferrão!
Pe: Ahn...Há remédios para isso! Arranco de uma vez esse ferrão!
Ca: Isso se você conseguir acha-lo!
Pe: Qualquer um sabe onde as vespas têm seu ferrão, minha doce Catinha!
Ca: Ah é? Aonde?
Pe: No corpinho
Ca: Na Língua!
Pe: ahnn...como? Na Língua? Língua de quem?
Ca: Posso arrancá-la casoo venha falar comigo de novo! Adeus
Pe: Mass Catinha, volta! Sou um cavalheiro!
Ca: (Tapa em Petrucchio) Vamos ver só!
Pe: AAIII....Se me bater denovo eu....eu....eu....
Ca: o que?
Pe: eu juro que te dou um soco!
Ca: Nesse caso, só vai provar que não é o cavalheiro que me diz ser!
Pe: Vamos, Catinha, deixe-me estar na sua lista de pretendentes!
Ca: e qual apelido posso usar para te descrever? Crista de galo? HAHAHA
Pe: Galo sem crista, se você for a minha franguinha!
Ca: Não desejo um galo assim.
Pe: Catinha, não sejes tão azeda!
Ca: Ahh tão moço e tão DEMENTE!
Pe: Por São Jorge! Sou moço mesmo hehe
Ca: hum hum hum hum....e já tão enrugado?
Pe: ahmm...Vamos...estou falando sério Catinha, não fuja de mim.
Ca: Vai dar ordem aos teus criados, seu Cretino!
Pe: Justamente, mas deixando de lado toda a nossa doce conversa, preciso te avisar que seu
pai me concedeu sua mão em casamento, e nós já combinamos o dote. E agora, mesmo que
você não queira, eu serei o seu marido. E pode acreditar meu bem, eu sou o marido perfeito
pra você! O seu encanto e a as beleza me deixam rendido! Você jamais poderá ter um marido
tão dedicado quanto eu. Nasci para te domar, meu bem, para transformar a minha
Catiresingueira numa Cati bem massinha.

(Passos de Batista)
Ba: Então, senhor Petrucchio, está indo bem com minha filha?
Pe: Se estou indo bem, senhor? Melhor impossível!
Ba: E minha filha Catarina, sempre com esse rosto carrancudo...
Ca: Ainda me chama de filha? Que carinho paternal o senhor demonstra, querendo me casar
com esse LUNÁTICO tresloucado, que só me faz promessas atrás de promessas!
Pe: Haha...pai, o negócio é assim: o Senhor e todos os outros que falarão mal dela estão
enganados! É esquisita sim (reações de Catarina), mas ão é uma moça tão rabugenta! Por
mim, já está tudo resolvido, podemos deixar o casamento combinado para o próximo
Domingo!
Ca: Nesse tal Domingo, eu quero mesmo é te ver pendurado na forca!
Gre: Ouve, Petrucchio, ela disse que quer te ver pendurado numa forca!
Pe: Ah, grêmio, faça-me o favor! Mas combinamos que em companhia de outras pessoas ela
continuaria linguaruda, mas a sós...hahaha...a sós ela me tem muito amor! Vamos Catinha, me
dê sua mão. Vou a Veneza comprar a roupa para o Casamento. Podem fazer os preparativos.
Ba: Eh...estou confuso, mas se é assim que os dois desejam, AMÉM!! Serei padrinho
Pe: Esposa, cavalheiro...Adeus, vou à Veneza. Domingo já está perto. Agora, vem cá e dá um
beijinho no seu esposo meu bem!

Ato 3
Cena 1
Narrador: No dia do casamento, na casa de Batista, Entram Batista, Grêmio, Lucêncio,
Catarina e Bianca.
Batista: Hoje é o dia das núpcias de Petrucchio com Catarina, meu senhor Lucêncio; mas não
temos notícia de meu genro. Que se virá a dizer?
CATARINA - Minha, apenas, é toda a afronta. Tive de forçada, ceder a mão, contra a vontade
própria, aum sujeito estouvado, tipo excêntrico, que ficou noivo à pressa e ora pretende casar-
se com vagar.
Lucencio: Paciência, Catarina; e vós, Batista. Mas posso garantir-vos que Petrucchio tem boas
intenções.
CATARINA - Prouvera ao céu que nunca o houvesse visto a pobre Catarina!
(Sai chorando, seguida de Bianca.)
Narrador: Petrucchio vem vindo aí com um chapéu novo e um casaco velho; uns calções três
vezes revirados; um par de botas que já serviram de candelabro, uma de fivela e a outra de
amarrar com cordão; uma espada enferrujada e sem bainha, tirada do arsenal da cidade, com o
punho quebrado e com as duas correias arrebentadas.
(Pe entra)
PETRUCCHIO - Então, meus elegantes? Todos prontos?
Batista - Como não vindes vestido como eu próprio o desejara.
PETRUCCHIO - Com roupa fina ou não, o que importava era a ansiedade de vir ter
convosco.
BATISTA - Ora, senhor, sabeis perfeitamente que hoje é o dia de vosso casamento. Então
vamos logo, pois já está muito atrasado.
(Todos saíram do palco)

Cena 2 - Casamento
Narrador: Na igreja o padre já a espera dos noivos a mais de 2 horas, Catarina está
desesperada, por conta que seu noivo Petrucchio ainda não tinha chegado. Bianca vê seu pai e
Petrucchio vindo em direção a igreja para avisar Catarina que ele estava chegando, com isso,
Catarina fica a esperar na entrada da igreja, quando Petrucchio chega:
(Petrucchio pega Catarina arrasta ela até o altar, perante todos os convidados, Catarina que já
estava desesperada por pensar que ele não iria vir, Catarina fica envergonhada )

(Ambos chegam ofegantes ao altar)

Padre: Estamos aqui para celebrar o casamento desta bela moça, Catarina e seu futuro
marido Petrucchio.
Padre: Petrucchio você aceita se casar com Catarina, para amar-la, respeita-la, na saúde na
doença, na riqueza e na pobreza até que a morte vós separe ?
Petrucchio: aceito.
Padre: Catarina você aceita se casar com Petrucchio, para amar-lo, respeita-lo, na saúde e na
doença, na riqueza e na pobreza até que a morte vós separe ?
Catarina: sim
(Petrucchio e Catarina colocasse os aneis uns dos outros)
Padre: Então eu vós declaro marido e mulher.
Narrador: Com isso Petrucchio e Catarina se casam. E a partir deste ponto começa o plano
mirabolante de Petrucchio para pode-lá doma-lá, Petrucchio utilizada técnicas de tortura e
adestramento de aves, na lua de mel, para que ele se submeta a ele.

Ato 4

Cena 1 - Bianca e Lucêncio


Narrador: Após o casamento de Catarina a trava submetida a Bianca de não poder se casar foi
rompida o que a torna a mulher mais desejada de Pádua, mas com tudo entretanto toda via
pequenos gafanhotos, Lucêncio maladrinho como ele é se disfarçou como o professor de
literatura de Bianca enquanto o plano de Petrucchio se desenrolava, Lucêncio durante suas
aulas dizias a Bianca pelas poesias, e com sua Astúcia conquistava a inocente mulher aos
pouquinhos, quando Bianca foi liberta e pode ser concedida sua mão para casamento,
Lucêncio foi a casa de seu Batista pedir a mão da jovem Bianca.
Lucêncio: Sr. Batista estou aqui para pedir em casamento a bela Bianca?
(Sr. Batista diz com pressão de Bianca e de Catarina)
Batista: Não poderei segurar ela por muito tempo, mesmo que ela tenha escolhido um homem
humilde e sem reputação, terei que aceitar porque se não Catarina jogará está cadeira em
minha cabeça, então vocês dois tem minha permissão para se casar.

Cena 2 - A megera domada


Um dia na casa de Batista, os casais se reúnem em sua casa, Catarina e Bianca em seus
respectivos quartos e lucencio, Petrucchio e Batista sentados na sala.
Batista: Fazeremos uma disputas, para ver qual esposa é a mais fiel a seu marido. Criada
venha cá chame Catarina e Bianca e fale que seus maridos precisam de sua ajuda.
Narrador: A criada foi chamar as irmãs, Bianca estava planejando seu casamento então não
foi de encontro com sei noivo, mas Catarina que estava ocupada foi rapidamente ao encontro
de seu marido.

(Lucêncio, Batista e Petrucchio ficam com cara de surpresa)

Catarina: Ora, que absurdo! Desenruga essa fronte carrancuda e deixa de lançar esses olhares
desdenhosos que vão bater em cheio em teu senhor, teu rei, teu soberano. Isso te mancha a
formosura como no prado faz a geada, teu bom nome deixa abatido como a tempestade
sacode os mais mimosos botõezinhos, sem nunca ser gracioso ou conveniente. A mulher
irritada é como fonte remexida: limbosa, repulsiva, privada da beleza; e assim mantendo-se,
não há ninguém, por mais que tenha sede, que se atreva a encostar os lábios nela, a sorver
uma gota. Teu marido é teu senhor, teu guardião, tua vida, teu chefe e soberano. É ele que
cuida de ti; para manter-te, arrisca a vida, com trabalho penoso em mar e em terra; nas noites
borrascosas, acordado; de dia, suportando o frio, enquanto dormes em casa no teu leito
quente, tranquila e bem segura. Não te pede outro tributo além de teu afeto, mui sincera
obediência e rosto alegre, paga mesquinha de tão grande dívida. A submissão que o servo
deve ao príncipe é a que a mulher ao seu marido deve. E se ela se mostrar teimosa, indócil,
intratável, azeda, rebelada contra as suas razoáveis exigências, que mais será senão por isso
abjeta traidora, sim, traidora do seu próprio devotado senhor? Tenho vergonha de ver que são
tão simples as mulheres, para fazerem guerra onde deveram de joelhos pedir paz ou
pretenderem dominar, dirigir, mandar em tudo quando servir lhes cumpre tão-somente,
obedecer e amar? Por que motivo temos o corpo delicado e fraco, pouco afeito aos trabalhos e
experiências do mundo, se não for apenas para que nossas qualidades delicadas e nossos
corações de acordo fiquem como nosso hábito externo? Deixai disso, vermezinhos teimosos e
impotentes! O caráter já tive assim tão duro, o coração tão grande quanto o vosso, e mais
razões, talvez, para palavra revidar com palavra, picardia com picardia. Mas agora vejo que
nossas lanças são de palha, apenas. Nossa força é fraqueza; somos criança que muito
ambicionando logo cansa. Abatendo o furor nos exaltamos. Ponde a mão sob os pés de vossos
amos. Caso o meu queira, a minha já está pronta; para mim não consiste nisso afronta.
Petrucchio: Ó Catinha gentil, vem me dar um beijo!
Vai saindo, taful! Já ganhaste o beijo!
Como é terrível a mulher indócil
Petrucchio: Vamos dormir, Catinha. Três casados vejo aqui, porém dois bem amarrados. A
vós, boa noite; o vencedor fui eu (dirigindo-se a Lucêncio).

(Saem Petrucchio e Catarina)

Lucêncio: realmente, domaste uma megera!


Batista: É de se admirar, pois muito furiosa era ela!

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