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expressar. Importa
most rar esse corpo responsivo, que fala e inter age nao apen as com os de.
mais elem entos da cultu ra hip-hop, como tamb ém com o que está aconte•
cendo ao redor. As performances most ram flexibilidade, agilidade e destre.
za com técnicas criad as e recri adas por b.boys e b.girls.
GRAFITE
O grafite é um texto multissemiótico, que mesc la o verbal e o não
verbal, com diferentes técnicas e estilos para inten ciona lmen te interferir
na paisa gem urbana. O grafiteiro ou a grafiteira pinta m temá ticas signifi-
cativas do mom ento que se vive. Classicamente os traba lhos que se apro-
priam dos muro s e fachadas são utilizados para "man dar sua mensagem "·
Até que o grafite fosse reconhecido como arte, muitos grafiteiros
foram espancados, preso s como "pert urbad ores da ordem", mas mesmo
tendo cerceadas suas escritas em forma de desen ho , conti nuara m a bus-
.
car formas de suste ntar sua arte subversiva. Atualmente, alguns grafitei-
Muitas vezes sem dispo r de meios para o traba lho, mostr am-se agen-
tes ao criar condições altern ativas , como tamb ém ao forma r outra s pes-
soas por meio das vivências que realizam, nas quais coloc am em foco as
conce pções de apren der e de ensin ar própr ias do que denom ino letra-
mentos de reexistência. Nesses espaç os pratic ados, apare ce uma mutipli-
cidad e de prátic as que, relaci onada s aos mais difere ntes conte xtos, envol -
vem tanto os usos social mente valori zados como os não valor izado s da
lingua gem, que neces sariam ente dizem respe ito às inten ções e objetivos
comp artilh ados e, sobre tudo, reinve ntado s.
Desde as letras de rap até as vivências ideali zadas e propo rcion adas
por eles, os ativistas mostr am-se como sujeit os que resist em à linguagem
dogmática, aquel a que estab elece apena s um modo "certo " de utilizar a
linguagem, o padrã o, e busca m legiti mar e toma r posse de outro s modos
de inserção no mund o letrad o. Novamente, essas são carac terísti cas pró-
Prias de um. agente de letramento de um ator que me d
, . . . " ,, , smo sem gran es
recursos dispomveis, mobihza taticas, recursos, estratégias, os conheci-
mentos e a disponibilização das tecnologias" (Kleiman, 2006b).
Nos eventos de letramentos realizados pelos ativistas, a palavra se
investe e se reveste de contornos específicos, conjugando aspectos tais
como o contexto sócio-histórico de produção, os objetivos dos falantes
envolvidos, as relações de poder imbricadas, a dinâmica e as múltiplas
maneiras de uso social da linguagem.
1
No desenho do proJ·eto de pesqu · . ., .
_ isa, a narrativa Ja fora pautada como um dos mstru-
mentos de geraçao de dados.
~il~I',,
.: .·. ,,._,._._._ .
. o 1nves detsolt"
.: '
/â~s\é5angue escorrendo,pelo,nariz\,,,~;,
_'.io dâ•:meus 2 irmãos ·pequenos!! Foram ,t á' 'l; ,
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°" LETRAMENTOS I>E REEXISTÊNCIA - POESIA. 6;RAflTE. MÚSICA. I>ANyA: HIP-HOP
ossibilitou que as redes criadas se transform .
P ,. assem em f10s que, de ma-
. ,
neira heterogenea, foram .sendo entrelaçados, p ara d ar sentido as suas
es colhas e para demarcar identificações e drneren • ~ d .
. . c1açoes com eterm1na-
dos grupos, const1tu1ndo suas identidades sociais.
. ,discursos
eons1·deran d o meu obJ. etivo de identificar, nos , dos .ativis-
,. .
t as, as pra, t·1cas d e letr.amentos e os valores atnbu1dos as expenenc1as
. .
· hop, aprese nto alguns excertos
, da pnmeira
praticadas no universo h1p-
d e 2004, logo apos. o encontro em
roda de conversa, ocorrida em agosto
. , . Eles oferecem importantes ele-
que foram preenchidos os que stionanos. . " .
_ d movimentos e das C1rcunstanc1as que
mentas para a compreensao os
dão sentido aos enunciados dos jovens.
, da ão inicial e enquanto nos acamo-
Na roda de conversa, apos ª sau ç d à minha abertura do
,
davamos s Nathas respon eu
em torno de uma mesa , . h .
ativa e nson a.
evento (Matencio, 2001) de forma provoc
Débora Dimenor, LGe e eu. O
s 'vamos Nathas, Soneca, ,
st
Na primeira roda de conversa e a ríodo noturno.
encontro teve a duração de cerca de duas horas no pe
03 Analu: Não, vamos lá, então a ideia assim (.) não necessariamen-
te quem trouxe ou quem não trouxe, mas fala ::: r sobre O 0
que go sta de le:::r, (.) sobre o que::: moti: ::va, enfim, vai::