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Hippie

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O movimento hippie foi um comportamento coletivo de contracultura dos anos
1960. Embora tendo uma relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos Estados
Unidos, a célebre máxima "paz e amor" (em inglês, "peace and love"), que precedeu
a expressão "ban the bomb" ("proíbam a bomba"), a qual criticava o uso de armas
nucleares. As questões ambientais, a prática de nudismo e a emancipação sexual
eram ideias respeitadas recorrentemente por estas comunidades.

Optaram por um modo de vida comunitário[1], tendendo a uma espécie de Nova


Esquerda, a um estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza.
Negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, bem como todas as guerras[1].
Abraçavam aspectos de religiões orientais como o budismo e o hinduísmo e do
Xamanismo indígena norte-americano. Estavam em desacordo com valores
tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas. Enxergavam o
patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a
massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como
parte de uma instituição única sem legitimidade. Músico trajado com vestuário
hippie

Índice
Origens
Estilo e comportamento
Outras características associadas aos hippies
Legado
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Origens
O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos Estados Unidos que se envolviam com a cultura
negra, como Harry The Hipster Gibson. A eclosão do movimento foi antecedida pela chamada Geração Beat, os beatniks, uma
leva de escritores e artistas que assumiram os comportamentos que viriam a ser copiados posteriormente pelos hippies[2]. Com a
palavra "beat", John Lennon, transformado em um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, criou o nome da sua
banda - The Beatles. Tanto o termo beatnik como o termo hippie assumiram sentido pejorativo para a grande massa norte-
americana.

Estilo e comportamento
O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra como logotipo para uma campanha pelo [[Desarmamento no mundo|contestação
iniciaram-se nos Estados Unidos, impulsionados por músicos e artistas em geral. Os hippies defendem o amor livre e a não
violência. O lema "Paz e Amor" sintetiza bem a postura política dos hippies, que constituíram um movimento por direitos civis,
igualdade e antimilitarismo nos moldes da luta de Gandhi e Martin Luther King, embora não tão organizadamente, mantendo uma
postura mais anárquica do que anarquista propriamente, neste sentido.

Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e produzindo
independentemente dos mercados formais. Usam cabelos e barbas mais compridos do que era considerado "elegante" na época do
seu surgimento. Muita gente não associada à contracultura da década de 1960 considerava os cabelos compridos uma ofensa, em
parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher".
Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968 que a
contracultura hippie se massificou.

Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã. A massa dos hippies eram soldados que voltaram depois de
ter contato com os Indianos e a cultura oriental e que, a partir desse contato, se inspiraram na filosofia oriental para protestarem
contra o estilo de vida ocidental. Seu principal símbolo era a figura circular com três intervalos iguais[carece de fontes?].

Outras características associadas aos hippies


Roupas velhas e naturalmente rasgadas, para ir em oposição ao
consumismo, ou então roupas com cores berrantes para fazer apologia
à psicodelia, além de diversos outros estilos incomuns (tais como
calças boca-de-sino, andar descalços, ou calçando sandálias ou botas,
camisas floridas e com cores vivas, roupas de inspiração indiana).
Predileção por certos estilos de música, como rock psicodélico,
Mountain, The Beatles, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin,
Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Quicksilver Messenger Service, The Doors,
Pink Floyd, The Kinks, Bob Dylan, Raul Seixas, Neil Young, Mutantes,
Zé Ramalho, Secos & Molhados, Made in Brazil e os tropicalistas
(Caetano Veloso, Gilberto Gil etc.), Novos Baianos, A Barca do Sol , A kombi se tornou um dos
soft rock como Sonny & Cher e Fleetwood Mac, hard rock como The
símbolos principais da
Who etc. Também apreciavam o Goa Trance, isto, quando hippies
viajantes, buscadores espirituais e um sem-número de pessoas ligadas contracultura da década de 1960
a manifestações de contracultura, munidos de conhecimento técnico de e do movimento hippie, desde
produção de música electrónica e de um puro desejo de curtir e 1960 até hoje
experimentar, desenvolveram, de forma intuitiva, um novo estilo sonoro.
Um dos principais fundadores deste movimento foi Goa Gil.
Às vezes, tocar músicas nas casas de amigos ou em festas ao ar livre, como na famosa "Human Be-In" de San
Francisco, ou no Festival de Woodstock em 1969. Atualmente, há o chamado Burning Man Festival.
Amor livre e sem distinções.
Ideais de total liberdade não violenta.
Rejeição à produtos industrializados, consumo de produtos artesanais, principalmente na alimentação a opção
por produtos naturais e orgânicos.
Vida em comunidades onde todos os ditames do capitalismo são deixados de lado. Por exemplo, todos os
moradores exercem uma função dentro da comunidade, as decisões são tomadas em conjunto, normalmente é
praticada a agricultura de subsistência e o comércio entre os moradores é realizado através da troca. Existem
comunidades hippies espalhadas no mundo inteiro; vivem para a subsistência.
O incenso e meditação são parte integrante da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religiosos;
Uso de drogas como maconha, salvia divinorum, haxixe, DMT, LSD, Psilocibina (alcalóide extraído de um
cogumelo), Mescalina (Peiote), Ayahuasca, Amanita Muscaria, Datura Stramonium, Brugmansia suaveolens,
Atropa belladonna e Ibogaína visando a "liberação da mente", seguindo as ideias dos beats e de Timothy Leary,
um psicólogo proponente dos benefícios terapêuticos e espirituais do LSD. Porém muitos consideravam o
cigarro feito de tabaco como prejudicial à saúde. O uso da maconha era exaltado também por sua natureza
iconoclasta e ilícita, mais do que por seus efeitos psicofarmacêuticos;
Culto ao prazer livre, seja ele físico, sexual ou intelectual.
Repúdio à ganância e à falsidade.
Quanto à participação política, mostravam algum interesse, mas nunca de maneira tradicional. Eram adeptos do
pacifismo e, contrários à guerra do Vietnã, participaram de algumas manifestações antiguerra dos anos 1960,
não todas, como se acredita. Nos Estados Unidos, pregaram o "poder para o povo". Muitos não se envolvem em
qualquer tipo de manifestação política por privilegiarem muito mais o bem estar da alma e do indivíduo, mas
assumem uma postura tendente à esquerda, geralmente elevando ideais anarquistas ou socialistas. São contra
qualquer tipo de autoritarismo e preocupados com as questões sociais como a discriminação racial, sexual etc.
Raramente são adeptos de muitas inovações tecnológicas, preferindo uma vida distante de prazeres materiais.
Misticismo.

Legado
Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal,
disseminando a sua essência por todas as áreas das sociedades atuais. A
liberdade sexual, a não discriminação das minorias, o ambientalismo e o
misticismo atual são, em larga medida, produto da contestação hippie.

No entanto, a grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie, apesar


de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a
mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do
Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não Hippies relaxando no festival de
mais existia. No entanto, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, Woodstock, um marco do movimento
como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos hippie
interstícios da economia global. Ainda hoje, muitos se encontram em festivais e
encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest e nas reuniões da família Rainbow.

No Brasil, existem algumas comunidades hippies espalhadas por praias e comunidades alternativas. Neste contexto, destacam-se
a cidade mineira de São Tomé das Letras, o vilarejo Trindade em Parati e Sana (região serrana de Macaé) no Rio de Janeiro,
Pirenópolis em Goiás, Trancoso e Arembepe na Bahia etc. No cenário musical, destacam-se o cantor Raul Seixas e a banda
Mutantes, que fizeram grande sucesso nos anos 1960 e 1970 e que têm milhares de fãs ainda hoje. Na cena musical
contemporânea, destaca-se o cantor Ventania, marcante referência de São Tomé das Letras, Minas Gerais. Ventania tem, em seu
repertório, inúmeras obras que falam desde do livre pensar ao desapego material, cultuando a natureza e os ideais hippies. Há,
ainda, inúmeros festivais Brasil afora, como o Festival Psicodália, que se realiza anualmente no sul do Brasil, normalmente em
Santa Catarina, e que reúne mais de 5 000 pessoas por edição. Em Santa Catarina também destaca-se o vale da utopia na
proximidade da Guarda do Embaú espaço natural ao acampamento e vivenciamento da experiência Hippie.

Referências
1. PEREIRA, C. A. M. O que é contracultura. 7ª edição. São Paulo. Brasiliense. 1983. p. 11.
2. PEREIRA, C. A. M. O que é contracultura. 7ª edição. São Paulo. Brasiliense. 1983. p. 9.

Bibliografia
MACIEL, Luiz Carlos. Anos 60: Porto Alegre, L&PM, 1987
MACIEL, Luiz Carlos. As Quatro Estações. RJ, Record 2001
ROSZAK, Theodore. A contracultura. RJ, Vozes, 1972
RUBIN, Jerry. DO IT!: Scenarios of the Revolution. NY: Ballantine Books, 1970.
SOUZA, Paulo César. Uma utopia hippie. in: Sem cerimônia, críticas, traduções, projetos. Ba, Oiti, 1999

Ligações externas
Burning Man Festival (http://www.burningman.com/)
O símbolo "Paz e Amor" completa 50 anos (https://web.archive.org/web/20090712035409/http://design.blog.br/lo
go/paz-e-amor-completa-50-anos)
O aspecto do movimento hippie no Brasil, Bahia (Arembepe) (https://web.archive.org/web/20100616160915/htt
p://www.naqueletempoemarembepe.hoisel.com.br/index.html)
SIXTIES MEMORABILIA (http://www2.lib.virginia.edu/exhibits/sixties/index.html)

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