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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

FORÇA TERRESTRE COMPONENTE


NAS OPERAÇÕES

OPERAÇÕES BÁSICAS

OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO


COM AGÊNCIAS

COMPÊNDIO DE LEGISLAÇÕES
Atualizado até fevereiro de 2021

2021
ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

SUMÁRIO
Nr Assunto Pag
1. Missão do Exército................................................................................................. 6
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 142.......................................... 6
b. Emenda Constitucional Nº 18, de 05 de fevereiro 1998............................................ 6
c. Emenda Constitucional Nº 77, de 11 de fevereiro 2014............................................. 6
2. Organização, Preparo e Emprego......................................................................... 8
a. Lei Complementar Nº 97, de 9 de junho 1999........................................................... 8
b. Lei Complementar Nº 117, de 02 outubro de 2004.................................................... 8
c. Lei Complementar Nº 136, de 25 agosto 2010.......................................................... 8
3. Sistema Nacional de Armas................................................................................... 17
a. Lei Complementar Nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003...................................... 17
b. Lei nº 10.867, de 12 de maio de 2004....................................................................... 17
c. Lei Nº 10.884, de 17 de junho de 2004...................................................................... 17
d. Lei Nº 11.706, de 22 dezembro de 2008.................................................................... 17
e. Lei nº 12.694, de 24 de julho de 2012........................................................................ 17
f. Lei nº 12.993, de 22 de dezembro 2014................................................................... 17
g. Lei Nº 13.500, de 26 de outubro de 2017.................................................................. 17
h. Lei Nº 13.870, de 17 de setembro de 2019............................................................... 17
i. Lei Nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. ............................................................. 17
j. Medida Provisória nº 417, 31 de janeiro de 2008...................................................... 17
k. Decreto nº 9.685, 15 de janeiro de 2019................................................................... 17
4. Da Intervenção Federal.......................................................................................... 33
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 34............................................ 33
b. Emenda Constitucional Nº 29, de 13 de setembro de 2000....................................... 33
c. Emenda Constitucional Nº 45, de 30 de dezembro de 2004...................................... 33
5. Do Conselho da República..................................................................................... 35
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 89 e 90.................................... 35

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

b. Lei Nº 8.041, de 05 de junho de 1990...................................................................... 35


c. Lei Nº 9.649, de 27 de maio de 1998......................................................................... 35
6. Do Conselho de Defesa Nacional.......................................................................... 38
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 91............................................ 38
b. Emenda Constitucional Nº 23, de 02 de setembro de 1999....................................... 38
c. Lei Nº 8.183, de 11 de abril de 1991.......................................................................... 39
d. Medida Provisória Nº 2.216-37, de 31 de agosto de 2001....................................... 39
7. Do Estado de Defesa.............................................................................................. 42
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 136.......................................... 42
8. Do Estado de Sítio.................................................................................................. 44
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 137 a 139................................ 44
9. Disposições Gerais do Estado de Defesa e Estado de Sítio................................ 46
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 140 e 141................................ 46
10. Da Segurança Pública............................................................................................ 47
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 144.......................................... 47
b. Emenda Constitucional nº 19, de 04 de julho de 1998............................................... 47
c. Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho de 2014............................................... 47
d. Emenda Constitucional nº 104, de 04 de dezembro de 2019.................................. 47
1) Polícia Federal.......................................................................................................... 47
2) Polícia Rodoviária Federal........................................................................................ 47
3) Polícia Ferroviária Federal........................................................................................ 47
4) Polícias Civis............................................................................................................ 48
5) Polícias Militares...................................................................................................... 48
6) Bombeiros Militares.................................................................................................. 48
7) Polícias Penais......................................................................................................... 48
8) Guardas Municipais................................................................................................. 48
11. Código Eleitoral...................................................................................................... 49
a. Lei Nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Extrato)....................................................... 49
b. Lei Nº 4.961, de 04 de maio de 1966...................................................................... 49
12. Poder de Polícia..................................................................................................... 51

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a. Lei Nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.................................................................. 51


b. Ato Complementar Nº 31, de 28 de dezembro de 1966.......................................... 51
13. Faixa de Fronteira.................................................................................................. 52
a. Lei Nº 6.634, de 02 de maio de 1979...................................................................... 52
b. Lei Nº 13.986, de 07 de abril de 2020...................................................................... 52
c. Lei Nº 14.004, de 26 de maio de 2020..................................................................... 52
d. Lei Nº 14.019, de 02 de julho de 2020..................................................................... 52
14. Código Penal Militar................................................................................................ 55
a. Lei Nº 9.299, de 7 de agosto de 1996..................................................................... 55
15. Abuso de Autoridade.............................................................................................. 56
a. Lei Nº 13.869, de 05 de setembro de 2019................................................................ 56
16. Diretrizes para GLO................................................................................................ 65
a. Decreto Nº 3.897, de 24 de agosto 2001................................................................... 65
17. Viagens Presidenciais............................................................................................ 69
a. Decreto Nº 4.332, de 12 agosto de 2002................................................................... 69
18. Atuação nas Unidades de Conservação............................................................... 73
a. Decreto Federal Nº 4.411, de 07 outubro de 2002..................................................... 73
19. Atuação nas Terras Indígenas............................................................................... 74
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 231 e 232................................ 74
b. Lei Nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973................................................................. 75
c. Decreto Federal Nº 4.412, de 07 outubro de 2002.................................................... 75
d. Decreto Nº 6.513, de 22 de julho de 2008................................................................. 75
20. Atuação nas Proteção ao Meio Ambiente............................................................. 77
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 225.......................................... 77
b. Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000......................................................................... 77
c. Lei Nº 11.105, de 24 de março de 2005..................................................................... 77
d. Lei Nº 13.123, de 20 de maio de 2015....................................................................... 77

e. Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Apreensão de Produtos e do Instrumento 78


de Infração)..............................................................................................................
f. Lei Nº 13.052, de 08 dezembro de 2014................................................................... 78

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Decreto Nº 7.957, de 12 de março de 2013 (Gabinete Permanente de Gestão


g. 79
Integrada para a Proteção do Meio Ambiente)..........................................................
h. Lei Nº 7.805, de 18 de julho de 1989 (Da Extração de Substâncias Minerais)........ 81
i. Lei Nº 4.425, de 8 de outubro de 1964.................................................................... 81
j. Lei N° 5.197, de 3 de janeiro de 1967 (Proteção a Fauna)..................................... 81
k. Lei Nº 9.111, de 10 de outubro de 1995.................................................................. 81
l. Lei Nº 7.653, de 12 de fevereiro de 1988...................................................................... 81
m. Decreto Nº 6.514, 22 de julho de 2008 (Infração Ambiental)..................................... 88
n. Decreto Nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008...................................................... 88
o. Decreto Nº 9.760, de 11 de abril de 2019............................................................... 88
21. Programa de Proteção Integrada de Fronteiras................................................... 92
a. Decreto Nº 8.903, de 16 de novembro de 2016......................................................... 92
b. Decreto Nº 9.818, de 03 junho de 2019..................................................................... 92
22. Das Drogas Ilícitas................................................................................................. 97
a. Lei Nº 11.343, de 23 de agosto de 2006................................................................. 97
b. Lei Nº 12.961, de 4 de abril de 2014....................................................................... 97
c. Lei Nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019............................................................ 97
d. Lei Nº 9.807, de 13 de julho de 1999......................................................................... 97
23. Do contrabando, descaminho e corrupção.......................................................... 105
a. Lei Nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990.............................................................. 105
b. Lei Nº 10.763, de 12 de dezembro de 2003............................................................ 105
c. Lei Nº 13.008, de 26 de junho de 2014.......................................................................... 105
d. Lei Nº 4.729, de 14 de julho de 1965.............................................................................. 105
24. Crimes contra a segurança Nacional...................................................................... 107
a. Lei Nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983...................................................................... 107
25. Terrorismo.............................................................................................................. 116
a. Lei Nº 13.260, de 16 de março de 2016.................................................................. 116
26. Da conduta com presos e advogados................................................................... 121
a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 5.............................................. 121
b. Lei Nº 13.105, de 16 de março de 2015.................................................................... 121

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27. Agências................................................................................................................. 122


a. ABIN........................................................................................................................ 122
1) Lei Nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999 .................................................................. 122
2) Medida Provisória No 2.216-37, de 31 de agosto de 2001...................................... 122
b. ANVISA.................................................................................................................... 126
1) Lei Nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999...................................................................... 126
2) Medida Provisória Nº 2.190-34, de 23 de agosto de 2001......................................... 126
3) Lei Nº 9.695, de 20 de agosto de 1998...................................................................... 126
4) Lei Nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015.................................................................... 126
c. DEPEN..................................................................................................................... 132
1) Decreto Nº 6.049, de 27 de fevereiro de 2007........................................................... 132
d. FNSP........................................................................................................................ 133
1) Decreto Nº 5.289, de 29 de novembro de 2004......................................................... 133
2) Decreto Nº 7.318, de 28 de setembro de 2010.......................................................... 133
3) Decreto Nº 7.957, de 12 de março de 2013............................................................... 133
e. FUNAI...................................................................................................................... 139
1) Lei Nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967................................................................... 139
2) Portaria Nº 666, de 17 de julho 2017......................................................................... 142
f. FUNASA.................................................................................................................. 144
1) Decreto Nº 100, de 16 de abril de 1991..................................................................... 144
g. IBAMA...................................................................................................................... 145
1) Decreto Nº 8.973 de 24 de janeiro de 2017............................................................... 145
h. ICMBIO.................................................................................................................... 149
1) Lei Nº 11.516, de 28 de agosto de 2007.................................................................... 149
i. INCRA...................................................................................................................... 152
1) Decreto Nº 1.110, de 9 de julho de 1970.................................................................... 152
2) Portaria Nº 531, de 23 de março de 2020................................................................. 154
j. RECEITA FEDERAL................................................................................................. 173
1) Decreto Nº 9.745, de 8 de abril de 2019.................................................................... 173

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SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
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SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

1. Missão das Forças Armadas.


a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988.
b. Emenda Constitucional Nº 18, de 05 de fevereiro 1998.
c. Emenda Constitucional Nº 77, de 11 de fevereiro 2014.

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes,
da lei e da ordem.
§ 1º - Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes,
além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda
Constitucional Nº 18, de 1998)
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas
pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva
ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os
demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda
Constitucional Nº 18, de 1998)
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será
transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional
Nº 77, de 2014)
III- o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou
função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada
a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro
e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade,
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a
reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a
reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional Nº 77, de 2014)
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda
Constitucional Nº 18, de 1998)
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
(Incluído pela Emenda Constitucional Nº 18, de 1998)

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VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com


ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz,
ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional Nº 18,
de 1998)
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento
previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional Nº 18, de 1998)
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e
XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência
da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda
Constitucional Nº 77, de 2014)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a
estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos,
os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares,
consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força
de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional Nº 18,
de 1998)
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SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
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2. Organização, Preparo e Emprego.


a. Lei Complementar Nº 97, de 9 de junho 1999.
b. Lei Complementar Nº 117, de 02 outubro de 2004.
c. Lei Complementar Nº 136, de 25 agosto de 2010.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Seção I Da Destinação e Atribuições


Art. 1º As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à defesa
da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei
e da ordem.
Parágrafo único. Sem comprometimento de sua destinação constitucional, cabe também
às Forças Armadas o cumprimento das atribuições subsidiárias explicitadas nesta Lei
Complementar.

Seção II Do Assessoramento ao Comandante Supremo


Art. 2º O Presidente da República, na condição de Comandante Supremo das Forças
Armadas, é assessorado:
I - no que concerne ao emprego de meios militares, pelo Conselho Militar de Defesa; e
II - no que concerne aos demais assuntos pertinentes à área militar, pelo Ministro de
Estado da Defesa.
§1º O Conselho Militar de Defesa é composto pelos Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica e pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
(Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
§ 2º Na situação prevista no inciso I deste artigo, o Ministro de Estado da Defesa
integrará o Conselho Militar de Defesa na condição de seu Presidente.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
Seção I Das Forças Armadas
Art. 3º As Forças Armadas são subordinadas ao Ministro de Estado da Defesa, dispondo
de estruturas próprias.

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Art. 3º-A O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, órgão de assessoramento


permanente do Ministro de Estado da Defesa, tem como chefe um oficial-general do último
posto, da ativa ou da reserva, indicado pelo Ministro de Estado da Defesa e nomeado pelo
Presidente da República, e disporá de um comitê, integrado pelos chefes de Estados
Maiores das 3 (três) Forças, sob a coordenação do Chefe do Estado-Maior Conjunto das
Forças Armadas. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
§ 1º Se o oficial-general indicado para o cargo de Chefe do Estado-Maior Conjunto das
Forças Armadas estiver na ativa, será transferido para a reserva remunerada quando
empossado no cargo. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
§ 2º É assegurado ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas o mesmo
grau de precedência hierárquica dos Comandantes e precedência hierárquica sobre os
demais oficiais-generais das 3 (três) Forças Armadas. (Incluído pela Lei Complementar Nº
136, de 2010)
§ 3º É assegurado ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas todas as
prerrogativas, direitos e deveres do Serviço Ativo, inclusive com a contagem de tempo de
serviço, enquanto estiver em exercício. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
Art. 4º A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem, singularmente, de 1 (um)
Comandante, indicado pelo Ministro de Estado da Defesa e nomeado pelo Presidente da
República, o qual, no âmbito de suas atribuições, exercerá a direção e a gestão da
respectiva Força. (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
Art. 5º Os cargos de Comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são privativos
de oficiais-generais do último posto da respectiva Força.
§ 1º É assegurada aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
precedência hierárquica sobre os demais oficiais-generais das três Forças Armadas.
§ 2º Se o oficial-general indicado para o cargo de Comandante da sua respectiva Força
estiver na ativa, será transferido para a reserva remunerada, quando empossado no cargo.
§ 3º São asseguradas aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica todas
as prerrogativas, direitos e deveres do Serviço Ativo, inclusive com a contagem de tempo
de serviço, enquanto estiverem em exercício.
Art. 6º O Poder Executivo definirá a competência dos Comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica para a criação, a denominação, a localização e a definição das atribuições
das organizações integrantes das estruturas das Forças Armadas.
Art. 7º Compete aos Comandantes das Forças apresentar ao Ministro de Estado da Defesa
a Lista de Escolha, elaborada na forma da lei, para a promoção aos postos de oficiais
generais e propor-lhe os oficiais-generais para a nomeação aos cargos que lhes são
privativos. (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)

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Parágrafo único. O Ministro de Estado da Defesa, acompanhado do Comandante de


cada Força, apresentará os nomes ao Presidente da República, a quem compete promover
os oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos.
Art. 8º A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem de efetivos de pessoal militar e civil,
fixados em lei, e dos meios orgânicos necessários ao cumprimento de sua destinação
constitucional e atribuições subsidiárias.
Parágrafo único. Constituem reserva das Forças Armadas o pessoal sujeito a
incorporação, mediante mobilização ou convocação, pelo Ministério da Defesa, por
intermédio da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como as organizações assim
definidas em lei.

Seção II Da Direção Superior das Forças Armadas


Art. 9º O Ministro de Estado da Defesa exerce a direção superior das Forças Armadas,
assessorado pelo Conselho Militar de Defesa, órgão permanente de assessoramento, pelo
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e pelos demais órgãos, conforme definido em
lei. (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)

§ 1º Ao Ministro de Estado da Defesa compete a implantação do Livro Branco de Defesa


Nacional, documento de caráter público, por meio do qual se permitirá o acesso ao amplo
contexto da Estratégia de Defesa Nacional, em perspectiva de médio e longo prazos, que
viabilize o acompanhamento do orçamento e do planejamento plurianual relativos ao setor.
(Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
§ 2º O Livro Branco de Defesa Nacional deverá conter dados estratégicos,
orçamentários, institucionais e materiais detalhados sobre as Forças Armadas, abordando
os seguintes tópicos: (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
I - cenário estratégico para o século XXI; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de
2010)
II - política nacional de defesa; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
III - estratégia nacional de defesa; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
IV - modernização das Forças Armadas; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de
2010)
V - racionalização e adaptação das estruturas de defesa; (Incluído pela Lei
Complementar Nº 136, de 2010)
VI - suporte econômico da defesa nacional; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136,
de 2010)
VII - as Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica; (Incluído pela Lei
Complementar Nº 136, de 2010)

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VIII - operações de paz e ajuda humanitária. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136,
de 2010)
§ 3º O Poder Executivo encaminhará à apreciação do Congresso Nacional, na primeira
metade da sessão legislativa ordinária, de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos, a partir do ano de
2012, com as devidas atualizações: (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
I - a Política de Defesa Nacional; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
II - a Estratégia Nacional de Defesa; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
III - o Livro Branco de Defesa Nacional. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de
2010)
Art. 11. Compete ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas elaborar o planejamento
do emprego conjunto das Forças Armadas e assessorar o Ministro de Estado da Defesa na
condução dos exercícios conjuntos e quanto à atuação de forças brasileiras em operações
de paz, além de outras atribuições que lhe forem estabelecidas pelo Ministro de Estado da
Defesa. (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
Art. 11-A. Compete ao Ministério da Defesa, além das demais competências previstas em
lei, formular a política e as diretrizes referentes aos produtos de defesa empregados nas
atividades operacionais, inclusive armamentos, munições, meios de transporte e de
comunicações, fardamentos e materiais de uso individual e coletivo, admitido delegações
às Forças. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)

CAPÍTULO III
DO ORÇAMENTO
Art. 12. O orçamento do Ministério da Defesa contemplará as prioridades definidas pela
Estratégia Nacional de Defesa, explicitadas na lei de diretrizes orçamentárias. (Redação
dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
§ 1º O orçamento do Ministério da Defesa identificará as dotações próprias da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica.
§ 2º A proposta orçamentária das Forças será elaborada em conjunto com o Ministério
da Defesa, que a consolidará, obedecendo às prioridades estabelecidas na Estratégia
Nacional de Defesa, explicitadas na lei de diretrizes orçamentárias. (Redação dada pela Lei
Complementar Nº 136, de 2010)
§ 3º A Marinha, o Exército e a Aeronáutica farão a gestão, de forma individualizada, dos
recursos orçamentários que lhes forem destinados no orçamento do Ministério da Defesa.

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CAPÍTULO IV
DO PREPARO
Art. 13. Para o cumprimento da destinação constitucional das Forças Armadas, cabe aos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica o preparo de seus órgãos
operativos e de apoio, obedecidas as políticas estabelecidas pelo Ministro da Defesa.
§ 1º O preparo compreende, entre outras, as atividades permanentes de planejamento,
organização e articulação, instrução e adestramento, desenvolvimento de doutrina e
pesquisas específicas, inteligência e estruturação das Forças Armadas, de sua logística e
mobilização. (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)

§ 2º No preparo das Forças Armadas para o cumprimento de sua destinação


constitucional, poderão ser planejados e executados exercícios operacionais em áreas
públicas, adequadas à natureza das operações, ou em áreas privadas cedidas para esse
fim. (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
§ 3º O planejamento e a execução dos exercícios operacionais poderão ser realizados
com a cooperação dos órgãos de segurança pública e de órgãos públicos com interesses
afins. (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
Art. 14. O preparo das Forças Armadas é orientado pelos seguintes parâmetros básicos:
I - permanente eficiência operacional singular e nas diferentes modalidades de emprego
interdependentes;
II - procura da autonomia nacional crescente, mediante contínua nacionalização de seus
meios, nela incluídas pesquisa e desenvolvimento e o fortalecimento da indústria nacional;
III - correta utilização do potencial nacional, mediante mobilização criteriosamente
planejada.

CAPÍTULO V
DO EMPREGO
Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes
constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de
responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da
Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:
I - ao Comandante Supremo, por intermédio do Ministro de Estado da Defesa, no caso
de Comandos conjuntos, compostos por meios adjudicados pelas Forças Armadas e,
quando necessário, por outros órgãos; (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de
2010)

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

II - diretamente ao Ministro de Estado da Defesa, para fim de adestramento, em


operações conjuntas, ou por ocasião da participação brasileira em operações de
paz; (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
III - diretamente ao respectivo Comandante da Força, respeitada a direção superior do
Ministro de Estado da Defesa, no caso de emprego isolado de meios de uma única Força.
§ 1º Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas,
por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes
constitucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado
Federal ou da Câmara dos Deputados.
§ 2º A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de
quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em
ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no art. 144
da Constituição Federal.
§ 3º Consideram-se esgotados os instrumentos relacionados no art. 144 da
Constituição Federal quando, em determinado momento, forem eles formalmente
reconhecidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo Federal ou Estadual como
indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho regular de sua missão. (Incluído
pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
§ 4º Na hipótese de emprego nas condições previstas no § 3º deste artigo, após
mensagem do Presidente da República, serão ativados os órgãos operacionais das Forças
Armadas, que desenvolverão, de forma episódica, em área previamente estabelecida e por
tempo limitado, as ações de caráter preventivo e repressivo necessárias para assegurar o
resultado das operações na garantia da lei e da ordem. (Incluído pela Lei Complementar Nº
117, de 2004)
§ 5º Determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem,
caberá à autoridade competente, mediante ato formal, transferir o controle operacional dos
órgãos de segurança pública necessários ao desenvolvimento das ações para a autoridade
encarregada das operações, a qual deverá constituir um centro de coordenação de
operações, composto por representantes dos órgãos públicos sob seu controle operacional
ou com interesses afins. (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
§ 6º Considera-se controle operacional, para fins de aplicação desta Lei
Complementar, o poder conferido à autoridade encarregada das operações, para atribuir e
coordenar missões ou tarefas específicas a serem desempenhadas por efetivos dos órgãos
de segurança pública, obedecidas as suas competências constitucionais ou legais.
(Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
§ 7º A atuação do militar nos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, nos incisos
IV e V do art. 17, no inciso III do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art. 18, nas atividades de
defesa civil a que se refere o art. 16 desta Lei Complementar e no inciso XIV do art. 23 da

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), é considerada atividade militar para
os fins do art. 124 da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136,
de 2010)

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
Art. 16. Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o
desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da
República.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, integra as referidas ações de caráter geral
a participação em campanhas institucionais de utilidade pública ou de interesse
social. (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
Art. 16-A. Cabe às Forças Armadas, além de outras ações pertinentes, também como
atribuições subsidiárias, preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias,
atuar, por meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, no mar
e nas águas interiores, independentemente da posse, da propriedade, da finalidade ou de
qualquer gravame que sobre ela recaia, contra delitos transfronteiriços e ambientais,
isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, executando,
dentre outras, as ações de: (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
I - patrulhamento; (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
II - revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves;
e (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
III - prisões em flagrante delito. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
Parágrafo único. As Forças Armadas, ao zelar pela segurança pessoal das autoridades
nacionais e estrangeiras em missões oficiais, isoladamente ou em coordenação com outros
órgãos do Poder Executivo, poderão exercer as ações previstas nos incisos II e III deste
artigo. (Incluído pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares:
I - orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades correlatas, no que interessa
à defesa nacional;
II - prover a segurança da navegação aquaviária;
III - contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito
ao mar;
IV - implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas
interiores, em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, federal ou estadual,
quando se fizer necessária, em razão de competências específicas.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

V – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos


delitos de repercussão nacional ou internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e
de áreas portuárias, na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de
instrução. (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do
Comandante da Marinha o trato dos assuntos dispostos neste artigo, ficando designado
como "Autoridade Marítima", para esse fim.
I cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos
delitos de repercussão nacional ou internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e
de áreas portuárias, na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de
instrução.
Art. 17-A. Cabe ao Exército, além de outras ações pertinentes, como atribuições
subsidiárias particulares: (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
I – contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao
Poder Militar Terrestre; (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
II – cooperar com órgãos públicos federais, estaduais e municipais e, excepcionalmente,
com empresas privadas, na execução de obras e serviços de engenharia, sendo os
recursos advindos do órgão solicitante; (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
III – cooperar com órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos
de repercussão nacional e internacional, no território nacional, na forma de apoio logístico,
de inteligência, de comunicações e de instrução; (Incluído pela Lei Complementar Nº 117,
de 2004)
Art. 18. Cabe à Aeronáutica, como atribuições subsidiárias particulares:
I - orientar, coordenar e controlar as atividades de Aviação Civil;
II - prover a segurança da navegação aérea;
III- contribuir para a formulação e condução da Política Aeroespacial Nacional;
IV - estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante concessão, a infra-estrutura
aeroespacial, aeronáutica e aeroportuária;
V - operar o Correio Aéreo Nacional.
VI – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos
delitos de repercussão nacional e internacional, quanto ao uso do espaço aéreo e de áreas
aeroportuárias, na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de
instrução; (Incluído pela Lei Complementar Nº 117, de 2004)
VII - preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, de maneira
contínua e permanente, por meio das ações de controle do espaço aéreo brasileiro, contra
todos os tipos de tráfego aéreo ilícito, com ênfase nos envolvidos no tráfico de drogas,
armas, munições e passageiros ilegais, agindo em operação combinada com organismos

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

de fiscalização competentes, aos quais caberá a tarefa de agir após a aterragem das
aeronaves envolvidas em tráfego aéreo ilícito, podendo, na ausência destes, revistar
pessoas, veículos terrestres, embarcações e aeronaves, bem como efetuar prisões em
flagrante delito. (Redação dada pela Lei Complementar Nº 136, de 2010)
Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do
Comandante da Aeronáutica o trato dos assuntos dispostos neste artigo, ficando designado
como ‘Autoridade Aeronáutica Militar’, para esse fim. (Redação dada pela Lei
Complementar Nº 136, de 2010)

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 19. Até que se proceda à revisão dos atos normativos pertinentes, as referências legais
a Ministério ou a Ministro de Estado da Marinha, do Exército e da Aeronáutica passam a
ser entendidas como a Comando ou a Comandante dessas Forças, respectivamente, desde
que não colidam com atribuições do Ministério ou Ministro de Estado da Defesa.
Art. 20. Os Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão transformados em
Comandos, por ocasião da criação do Ministério da Defesa.
Art. 21. Lei criará a Agência Nacional de Aviação Civil, vinculada ao Ministério da Defesa,
órgão regulador e fiscalizador da Aviação Civil e da infra-estrutura aeronáutica e
aeroportuária, estabelecendo, entre outras matérias institucionais, quais, dentre as
atividades e procedimentos referidos nos incisos I e IV do art. 18, serão de sua
responsabilidade.
Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 23. Revoga-se a Lei Complementar Nº 69, de 23 de julho de 1991.
***
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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

3. Sistema Nacional de Armas.


a. Lei Nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
b. Lei nº 10.867, de 12 de maio de 2004.
c. Lei Nº 10.884, de 17 de junho de 2004.
d. Lei Nº 11.706, de 22 dezembro de 2008.
e. Lei nº 12.694, de 24 de julho de 2012.
f. Lei nº 12.993, de 22 de dezembro 2014.
g. Lei Nº 13.500, de 26 de outubro de 2017.
h. Lei Nº 13.870, de 17 de setembro de 2019.
i. Lei Nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019.
j. Medida Provisória nº 417, 31 de janeiro de 2008.
k. Decreto nº 9.685, 15 de janeiro de 2019.

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o


Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito
da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela
Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras
ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de
arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos
policiais e judiciais;

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
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VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para
exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e
importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de
raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes
obrigatoriamente realizados pelo fabricante;

XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os


registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como
manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das
Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros
próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do
Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar
a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de
antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de
não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser
fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de
arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os
requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada,
sendo intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à
arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 11.706, de 2008)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a


comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com
todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde
legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto
não forem vendidas.
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas
somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.

§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada


com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do
requerimento do interessado.
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos
dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo,
na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que
comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser
adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território
nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de
sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho,
desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
(Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será
precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados
periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido
no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido
por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar
pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o
pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de
documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado
do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I
a III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação
de prazo)
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário de arma
de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,

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expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e


obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº11.706, de 2008)
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de
90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de


registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do
certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo,
considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído
pela Lei nº 13.870, de 2019)
CAPÍTULO III
DO PORTE
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da
Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada
pela Lei nº 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios
com mais de 500.000(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000
(cinqüenta mil) e menos de500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
(Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República; (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes
das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos
termos desta Lei;

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas


atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta
Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-
Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei
nº 11.501, de 2007)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os
Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus
quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na
forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito
de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação
ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade
em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela
Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão
portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou
instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de
2014)
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de
2014)
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei
nº 12.993, de 2014)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela
Lei nº 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas
nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do
requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4º desta Lei nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está
condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas
condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério
da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito
Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do
mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem
depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2(dois) canos,
de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado
comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os
seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte
ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
de 2008)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões
metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela
Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada
e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade,
responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas
quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de
porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de
transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta
Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de
extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas
primeiras 24(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar
documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta
Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser
atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso
XI do art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições,

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somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições
de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de
registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do
pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de
seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de
fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores
que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei nº12.694, de 2012)
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica
condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos
requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à formação funcional em
estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de
fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser
atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial
e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem
obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do
regulamento desta Lei.
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os
responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e,
ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão
de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de
representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no
território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território
nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização
do Sinarm.

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§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e
territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de
risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu
devido registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá
automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades
do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
responsabilidades.
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as
instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e condições do credenciamento de
profissionais, pela Polícia Federal, para comprovação da aptidão psicológica e da
capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Medida Provisória nº
417, de 2008)
§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá
exceder ao valor médio dos honorários profissionais para avaliação psicológica
estabelecido na tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Medida Provisória
nº 417, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de
armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
munição. (Incluído pela Medida Provisória nº 417, de 2008)

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§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º implicará o


descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Medida Provisória
nº 417, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de
profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da
capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá
exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação
psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de
armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais),acrescido do custo da
munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo implicará
o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja
sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável
de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de

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fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com


determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de
fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo


Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma
de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração,
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório,
munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de
qualquer forma, munição ou explosivo.

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§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo


de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

Comércio ilegal de arma de fogo


Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer
forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive
o exercido em residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a
agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Tráfico internacional de arma de fogo


Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,
acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma
de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
se: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º
desta Lei; ou(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

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Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.
(Vide Adin3.112-1)

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito
Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e
demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de
valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante
proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº11.706, de 2008)
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em
embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo
regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de
compra de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na
forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei
conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6º.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e
IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máquinas de
recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante
autorização concedida nos termos definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706,
de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando
do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o
registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada
aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo
juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma
do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer
favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de
segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da

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Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral


a ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas
de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou
comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas
para o Comando do Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom
estado, destinadas com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema
penitenciário da unidade da federação responsável pela apreensão. (Incluído pela Lei nº
13.886, de 2019)
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz
competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição
beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela
Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao
Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da
relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde
se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de
brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à
instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo
Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas
de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos
Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados
os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art.
6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa)
dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90
(noventa) dias poderá renová- la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º, 6º

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e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o
requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não
registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa,
acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos
meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as
características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação
de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o
proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado
de registro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão,
a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos
do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na
forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida
arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos
mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei nº 11.706, de 2008):
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre
que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de
arma ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de
segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para
venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações
especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000
(um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias
para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso
VI do art. 5º da Constituição Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte
internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para
evitar o embarque de passageiros armados.

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Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no


Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e
armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de
munição deflagrados por arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos
de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações
destinadas às apurações criminais federais, estaduais e distritais. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia
criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso,
e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei
ou em decisão judicial responderá civil, penal e administrativamente. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional
de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão
regulamentados em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território
nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo
popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em
vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.


Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAL10826 23/02/2021 10:15
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm Página 15 de 17
Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Marina Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

4. Da Intervenção Federal.
a. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.
b. Emenda Constitucional Nº 29, de 13 de setembro de 2000.
c. Emenda Constitucional Nº 45, de 30 de dezembro de 2004.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,
salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII- assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda
Constitucional Nº 29, de 2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados
em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
II- não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela
Emenda Constitucional Nº 29, de 2000)

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância


de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de
ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo
coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for
exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência à ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador
Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei
federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional Nº 45, de 2004)
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições
de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do
Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro
horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa,
farse-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos
a estes voltarão, salvo impedimento legal.[…]
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34
ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

5. Do Conselho da República.
a. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República,


dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois
eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a
recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar
da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo
Ministério.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República. (Vide
Lei Nº 8.041, de 1990)
b. Lei Nº 8.041, de 05 de junho de 1990.
c. Lei Nº 9.649, de 27 de maio de 1998.

Dispõe sobre a organização e o funcionamento do Conselho da República.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte lei:
Art. 1º O Conselho da República, órgão superior de consulta do Presidente da República,
tem sua organização e funcionamento estabelecidos nesta lei.
Art. 2º Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.


Art. 3º O Conselho da República é presidido pelo Presidente da República e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados, designados na forma
regimental;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal, designado na forma
regimental;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - 6 (seis) cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 (trinta e cinco) anos de idade,
todos com mandato de 3 (três) anos, vedada a recondução, sendo:
a) 2 (dois) nomeados pelo Presidente da República;
b) 2 (dois) eleitos pelo Senado Federal: e
c) 2 (dois) eleitos pela Câmara dos Deputados.
§ 1º Nos impedimentos, por motivo de doença ou ausência do País, dos membros
referidos nos incisos II a VI deste artigo, serão convocados os que estiverem no exercício
dos respectivos cargos ou funções.
§ 2º Os membros referidos no inciso VII deste artigo, terão suplentes, com eles
juntamente nomeados ou eleitos, os quais serão convocados nas situações previstas no
parágrafo anterior.
§ 3º O tempo de mandato referido no inciso VII deste artigo será contado a partir da
data da posse dos Conselheiro.
§ 4º A participação no Conselho da República é considerada atividade relevante e não
remunerada.
§ 5º A primeira nomeação dos membros do Conselho a que se refere o inciso VII deste
artigo deverá ser realizada até 30 (trinta) dias após a entrada em vigor desta lei.
§ 6º Até 15 (quinze) dias antes do término do mandato dos Conselheiros a que se
refere o inciso VII deste artigo, a Presidência da República e cada uma das Casas do
Congresso Nacional farão publicar, respectivamente, o nome dos cidadãos a serem
nomeados e os eleitos para o Conselho da República.
Art. 4º Incumbe à Secretaria-Geral da Presidência da República prestar apoio administrativo
ao Conselho da República, cabendo ao Secretário-Geral da Presidência da República
secretariar-lhe as atividades. (Vide Lei 9.649, de 27.5.1998)
Art. 5º O Conselho da República reunir-se-á por convocação do Presidente da República.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Parágrafo único. O Ministro de Estado convocado na forma do § 1º do art. 90 da


Constituição Federal não terá direito a voto.
Art. 6º As reuniões do Conselho da República serão realizadas com o comparecimento da
maioria dos Conselheiros.
Art. 7º O Conselho da República poderá requisitar de órgãos e entidades públicas as
informações e estudos que se fizerem necessários ao exercício de suas atribuições.
Art. 8º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 5 de junho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.


FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. De 6.6.1990
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SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

6. Do Conselho de Defesa Nacional.


a. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.
b. Emenda Constitucional Nº 23, de 02 de setembro de 1999.

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República


nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e
dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III- o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional Nº 23,
de 1999)
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluído pela Emenda
Constitucional Nº 23, de 1999)
§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos
termos desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da
intervenção federal;
III- propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à
segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de
fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de
qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.
(Vide Lei Nº 8.183, de 1991)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

c. Lei Nº 8.183, de 11 de abril de 1991.


d. Medida Provisória No 2.216-37, de 31 de agosto de 2001.

Dispõe sobre a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional e dá


outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° O Conselho de Defesa Nacional (CDN), órgão de Consulta do Presidente da
República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do estado
democrático, tem sua organização e funcionamento disciplinados nesta lei.
Parágrafo único. Na forma do § 1° do art. 91 da Constituição, compete ao Conselho de
Defesa Nacional:
a) opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração de paz;
b) opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal;
c) propor os critérios e condições de utilização das áreas indispensáveis à segurança
do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e
nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
d) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do estado democrático.
Art. 2° O Conselho de Defesa Nacional é presidido pelo Presidente da República e dele
participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro da Marinha;
VI - o Ministro do Exército;
VII - o Ministro das Relações Exteriores;
VIII- o Ministro da Aeronáutica;
IX - o Ministro da Economia, Fazenda e Planejamento.
§ 1° O Presidente da República poderá designar membros eventuais para as reuniões
do Conselho de Defesa Nacional, conforme a matéria a ser apreciada.
§ 2° O Conselho de Defesa Nacional poderá contar com órgãos complementares
necessários ao desempenho de sua competência constitucional.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 3º O Conselho de Defesa Nacional terá uma Secretaria-Executiva para execução


das atividades permanentes necessárias ao exercício de sua competência
constitucional. (Redação dada pela Medida Provisória Nº 2216-37, de 2001)
Art. 3° O Conselho de Defesa Nacional reunir-se-á por convocação do Presidente da
República.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá ouvir o Conselho de Defesa Nacional
mediante consulta feita separadamente a cada um dos seus membros, quando a matéria
não justificar a sua convocação.
Art. 4º Cabe ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República executar
as atividades permanentes necessárias ao exercício da competência do Conselho de
Defesa Nacional - CDN. (Redação dada pela Medida Provisória Nº 2216-37, de 2001)
Parágrafo único. Para o trato de problemas específicos da competência do Conselho de
Defesa Nacional, poderão ser instituídos, junto ao Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República, grupos e comissões especiais, integrados por representantes de
órgãos e entidades, pertencentes ou não à Administração Pública Federal. (Redação dada
pela Medida Provisória Nº 2216-37, de 2001)
Art. 5° O exercício da competência do Conselho de Defesa Nacional pautar-se-á no
conhecimento das situações nacional e internacional, com vistas ao planejamento e à
condução política e da estratégia para a defesa nacional.
Parágrafo único. As manifestações do Conselho de Defesa Nacional serão
fundamentadas no estudo e no acompanhamento dos assuntos de interesse da
independência nacional e da defesa do estado democrático, em especial os que se refere:
I - à segurança da fronteira terrestre, do mar territorial, do espaço aéreo e de outras áreas
indispensáveis à defesa do território nacional;
II - quanto à ocupação e à integração das áreas de faixa de fronteira;
III - quanto à exploração dos recursos naturais de qualquer tipo e ao controle dos
materiais de atividades consideradas do interesse da defesa nacional.
Art. 6º os órgãos e as entidades de Administração Federal realizarão estudos, emitirão
pareceres e prestarão toda a colaboração de que o Conselho de Defesa Nacional
necessitar, mediante solicitação de sua Secretaria-Executiva. (Redação dada pela Medida
Provisória Nº 2216-37, de 2001)
Art. 7° A participação, efetiva ou eventual, no Conselho de Defesa Nacional, constitui
serviço público relevante e seus membros não poderão receber remuneração sob qualquer
título ou pretexto.
Art. 8° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9° Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de abril de 1991; 170° da Independência e 103° da República.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

7. Do Estado de Defesa.
a. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho


de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de
grandes proporções na natureza.
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade
pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º - O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo
ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua
decretação.
§ 3º - Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por
este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal,
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico
e mental do detido no momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias,
salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República,
dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso
Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º - Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de cinco dias.

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu


recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
§ 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
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8. Do Estado de Sítio.
a. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho


de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de
sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o
estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo
o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua
execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o
Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas.
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de
trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser
decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso
parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente
o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas
coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só
poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações,
à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma
da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;

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VII - requisição de bens.


Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos
de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela
respectiva Mesa.
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9. Disposições Gerais do Estado de Defesa e Estado de Sítio.


a. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará


Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução
das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos,
sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas
aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem
ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com
relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
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10. Do Segurança Pública.


a. Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.
b. Emenda Constitucional Nº 19, de 04 de julho de 1998.
c. Emenda Constitucional Nº 82, de 16 de julho de 2014.
d. Emenda Constitucional Nº 104, de 04 de dezembro de 2019.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda
Constitucional Nº 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional Nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando
e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação
dada pela Emenda Constitucional Nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional Nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional Nº 19, de 1998)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,


ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto aos militares.
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública;
aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da
unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.
(Redação dada pela Emenda Constitucional Nº 104, de 2019)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e
reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais
estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
(Redação dada pela Emenda Constitucional Nº 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste
artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional Nº 19,
de 1998)
§ 10º A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda
Constitucional Nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional Nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional Nº 82, de 2014)
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11. Código Eleitoral.


a. Lei Nº 4.737, de 15 de julho de 1965.
b. Lei Nº 4.961, de 04 de maio de 1966.

Código Eleitoral
PARTE PRIMEIRA
INTRODUÇÃO

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I - quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os que se encontrem fora do país.
II - quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

TÍTULO I
DO TRIBUNAL SUPERIOR

Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: [...]


XIV - requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias
decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a
votação e a apuração; (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966)

DOS TRIBUNAIS REGIONAIS


Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: [...]
XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões solicitar ao Tribunal
Superior a requisição de força federal;

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TÍTULO II
DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA

Art. 244. É assegurado aos partidos políticos registrados o direito de, independentemente
de licença da autoridade pública e do pagamento de qualquer contribuição: [...]
Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se refere o nº II dêste artigo não serão
permitidos, a menos de 500 metros:
I - das sedes do Executivo Federal, dos Estados, Territórios e respectivas Prefeituras
Municipais;
II - das Câmaras Legislativas Federais, Estaduais e Municipais;
III - dos Tribunais Judiciais;
IV - dos hospitais e casas de saúde;
V - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento;
VI - dos quartéis e outros estabelecimentos militares.
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12. Poder de Polícia.


a. Lei Nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.
b. Ato Complementar Nº 31, de 28 de dezembro de 1966.

Código Tributário Nacional (Poder de Polícia)


Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito
tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar
nº 31, de 28.12.1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso
ou desvio de poder.
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13. Faixa de Fronteira.


a. Lei Nº 6.634, de 02 de maio de 1979.
b. Lei Nº 13.986, de 07 de abril de 2020.
c. Lei Nº 14.004, de 26 de maio de 2020.
d. Lei Nº 14.019, de 02 de julho de 2020.

Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei Nº 1.135, de 3 de dezembro de


1970, e dá outras providências.
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É considerada área indispensável à Segurança Nacional a faixa interna de 150 km
(cento e cinqüenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do território
nacional, que será designada como Faixa de Fronteira.
Art. 2º Salvo como o assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional, será
vedada, na Faixa de Fronteira, a prática dos atos referentes a:
I - alienação e concessão de terras públicas, abertura de vias de transporte e instalação
de meios de comunicação destinados à exploração de serviços de radiodifusão de sons ou
radiodifusão de sons e imagens;
II - construção de pontes, estradas internacionais e campos de pouso;
III - estabelecimento ou exploração de indústrias que interessem à Segurança Nacional,
assim relacionadas em decreto do Poder Executivo;
IV- instalação de empresas que se dedicarem às seguintes atividades:
a) pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerais, salvo aqueles
de imediata aplicação na construção civil, assim classificados no Código de Mineração
b) colonização e loteamentos rurais;
V - transações com imóvel rural, que impliquem a obtenção, por estrangeiro, do domínio,
da posse ou de qualquer direito real sobre o imóvel;
VI - participação, a qualquer título, de estrangeiro, pessoa natural ou jurídica, em pessoa
jurídica que seja titular de direito real sobre imóvel rural.
§ 1º O assentimento prévio, a modificação ou a cassação das concessões ou
autorizações serão formalizados em ato da Secretaria-Geral dos Conselho de Segurança
Nacional, em cada caso.
§ 2º Se o ato da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional for denegatório
ou implicar modificação ou cassação de atos anteriores, da decisão caberá recurso ao
Presidente da República

52
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 3º Os pedidos de assentimentos prévio serão instituídos com o parecer do órgão


federal controlador da atividade, observada a legislação pertinente em cada caso.
§ 4º Excetuam-se do disposto nos incisos V e VI do caput deste artigo a hipótese de
constituição de garantia real, inclusive a transmissão da propriedade fiduciária, em favor de
pessoa jurídica nacional ou estrangeira, ou de pessoa jurídica nacional da qual participem,
a qualquer título, pessoas estrangeiras físicas ou jurídicas que tenham a maioria do seu
capital social e que residam ou tenham sede no exterior, bem como o recebimento de imóvel
rural em liquidação de transação com pessoa jurídica nacional ou estrangeira por meio de
realização de garantia real, de dação em pagamento ou de outra forma. (Redação dada
pela Lei Nº 13.986, de 2020)
Art. 3º Na Faixa de Fronteira, as empresas que se dedicarem às indústrias ou atividades
previstas nos itens III e IV do artigo 2º deverão, obrigatoriamente, satisfazer às seguintes
condições:
I - pelo menos 51% (cinquenta e um por cento) do capital pertencer a brasileiros;
II - pelo menos 2/3 (dois terços) dos trabalhadores serem brasileiros; e
III - caber a administração ou gerência à maioria de brasileiros, assegurados a estes os
poderes predominantes.
Parágrafo único. No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será
permitido o estabelecimento ou exploração das indústrias ou das atividades referidas neste
artigo.
Art. 4º As autoridades, entidades e serventuários públicos exigirão prova do assentimento
do Conselho de Defesa Nacional para prática de qualquer ato regulado por esta Lei, exceto
quando se tratar de transferência de terras a que se refere a Lei Nº 10.304, de 5 de
novembro de 2001. (Redação dada pela Lei Nº 14.004, de 2020)
Parágrafo único. Os tabeliões e Oficiais do Registro de Imóveis, bem como os servidores
das Juntas Comerciais, quando não derem fiel cumprimento ao disposto neste artigo,
estarão sujeitos à multa de até 10% (dez por cento) sobre o valor do negócio irregularmente
realizado, independentemente das sanções civis e penais cabíveis.
Art. 5º As Juntas Comerciais não poderão arquivar ou registrar contrato social, estatuto ou
ato constitutivo de sociedade, bem como suas eventuais alterações, quando contrariarem
o disposto nesta Lei.
Art. 6º Os atos previstos no artigo 2º, quando praticados sem o prévio assentimento do
Conselho de Segurança Nacional, serão nulos de pleno direito e sujeitarão os responsáveis
à multa de até 20% (vinte por cento) do valor declarado do negócio irregularmente
realizado.
Art. 7º Competirá à Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional solicitar, dos
órgãos competentes, a instauração de inquérito destinado a apurar as infrações às
disposições desta Lei.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 8º A alienação e a concessão de terras públicas, na Faixa de Fronteira, não poderão


exceder de 3.000 ha (três mil hectares), sendo feitas a pessoas jurídicas que tenham
administradores, ou detentores da maioria do capital, comuns.
§ 1º O Presidente da República, ouvindo o Conselho de segurança Nacional e mediante
prévia autorização do Senado Federal, poderá autorizar a alienação e a concessão de
terras públicas acima do limite estabelecido neste artigo, desde que haja manisfesto
interesse para a economia regional.
§ 2º A alienação e a concessão de terrenos urbanos reger-se-ão por legislação
específica.
Art. 8º-A. Fica dispensado o assentimento previsto nesta Lei quando se tratar de
transferência de terras a que se refere a Lei Nº 10.304, de 5 de novembro de 2001. (Incluído
pela Lei Nº 14.019, de 2020)
Art. 9º Toda vez que existir interesse para a Segurança Nacional, a União poderá concorrer
com o custo, ou parte deste, para a construção de obras públicas a cargo dos Municípios
total ou parcialmente abrangidos pelos Faixa Fronteira.
§ 2º Os recursos serão repassados diretamente às Prefeituras Municipais, mediante a
apresentação de projetos específicos.
Art. 10º Anualmente, o Desembargador-Corregedor da Justiça Estadual, ou magistrado por
ele indicado, realizará correição nos livros dos Tabeliões e Oficiais do Registro de Imóveis,
nas comarcas dos respectivos Estados que possuírem municípios abrangidos pela Faixa
de Fronteira, para verificar o cumprimento desta Lei, determinando, de imediato, as
providências que forem necessárias.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a correição prevista neste artigo será realizada
pelo Desembargador-Corregedor de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
Art. 11º O § 3º do artigo 6º do Decreto-lei Nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, passa a
vigorar com a seguinte redação:
"Art. 6º - ..................................................................................................
§ 3º Caberá recurso ao Presidente da República dos atos de que trata o parágrafo
anterior, quando forem denegatórios ou implicarem a modificação ou cassação de atos já
praticados." Art. 12º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei
Nº 2.597, de 12 de setembro de 1955, e demais disposições em contrário

JOÃO B. DE FIGUEIREDO
Petrônio Portella
Danilo Venturini
***
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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

14. Código Penal Militar.


a. Lei Nº 9.299, de 7 de agosto de 1996.

Altera dispositivos dos Decretos-leis Nº 1.001 e 1.002, de 21 de outubro de 1969,


Códigos Penal Militar e de Processo Penal Militar, respectivamente.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O art. 9º do Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código Penal Militar,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 9º ................................................................................
II - .......................................................................................
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar
da reserva, ou reformado, ou civil;
.............................................................................................
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum."
Art. 2º O caput do art. 82 do Decreto-lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de
Processo Penal Militar, passa a vigorar com a seguinte redação, acrescido, ainda, o
seguinte § 2º, passando o atual parágrafo único a § 1º:
"Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados
contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:
...........................................................................................
§ 2º Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum."
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 7 de agosto de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim
Mauro Cesar Rodrigues Pereira
Zenildo de Lucena Lélio Viana Lôbo
Este texto não substitui o publicado no D.O.U de 8.8.1996
***
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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

15. Abuso de Autoridade.


a. Lei Nº 13.869, de 05 de setembro de 2019.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público,
servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do
poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando
praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura
abuso de autoridade.

CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou
não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não
se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal,
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e,
a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da
data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Seção I
Dos Efeitos da Condenação
Art. 4º São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a
requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de
1 (um) a 5 (cinco) anos;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são
condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.

Seção II
Das Penas Restritivas de Direitos
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas
nesta Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a
6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de
natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta
funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se
podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões
tenham sido decididas no juízo criminal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em
legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as
hipóteses legais
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo
razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade
provisória, quando manifestamente cabível;
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente
descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária
no prazo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva
à autoridade judiciária que a decretou;

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se


encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das
testemunhas;
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de
prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução
de sua capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada
à violência.
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o
interrogatório: (Promulgação partes vetadas)
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público,
sem a presença de seu patrono.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua
captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em
sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou
atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno,
salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em
prestar declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade
judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias
de sua custódia:

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou
da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente
para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu
advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o
investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor,
por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele
comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência
realizada por videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou
adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o
disposto na Lei nº 8.069, de 13 de ulho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do
ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas
condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a
imóvel ou suas dependências;
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas)
ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados
indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito
ou de desastre.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso
de diligência;

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para


desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de
instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha
ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização,
por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do
investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal
ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime,
de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação
preliminar sumária, devidamente justificada.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda
produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do
investigado ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou
administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do
investigado ou fiscalizado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou
conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo
do investigado ou do fiscalizado.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a


realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de
não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou
invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter
vantagem ou privilégio indevido.
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia
que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e,
ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha
requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou
retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive
rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a
acusação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que
couber, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960 de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a
seguinte redação:
“Art.2º
............................................................................................................................................

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão


temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser
libertado.
.........................................................................................................................
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela
custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr
imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da
prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão
temporária.” (NR)
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática
ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização
judicial ou com objetivos não autorizados em lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução
de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.” (NR)
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei,
praticados por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à
ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá
da pena aplicada na reincidência.”
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art.
7º-B:
“Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II,
III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art.
350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação
oficial.
Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e 131o da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO

63
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Sérgio Moro
Wagner de Campos Rosário
Jorge Antonio de Oliveira Francisco
André Luiz de Almeida Mendonça
***
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64
ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

16. Diretrizes para GLO.


a. Decreto Nº 3.897, de 24 de agosto 2001.

Fixa as diretrizes para o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem,
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos II, IV e XIII, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 15, § 2º, da Lei
o
Complementar Nº 97, de 9 de junho de 1999, e 14 da Lei n 9.649, de 27 de maio de 1998,
e
Considerando a missão conferida pelo art. 142 da Constituição às Forças Armadas, de
garantia da lei e da ordem, e sua disciplina na Lei Complementar Nº 97, de 9 de junho de
1999;
Considerando o disposto no art. 144 da Lei Maior, especialmente no que estabelece, às
Polícias Militares, a competência de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública,
dizendo-as forças auxiliares e reserva do Exército;
Considerando o que dispõem o Decreto-Lei Nº 667, de 2 de julho de 1969, e o
Regulamento para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (R-200), aprovado
pelo Decreto no 88.777, de 30 de setembro de 1983; e
o
Considerando o que se contém no PARECER AGU N GM-025, de 10 de agosto de
2001, da Advocacia-Geral da União, aprovado pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da
República, conforme despacho de 10 de agosto de 2001, publicado no Diário Oficial da
União do dia 13 seguinte;
DECRETA:
Art. 1º As diretrizes estabelecidas neste Decreto têm por finalidade orientar o planejamento,
a coordenação e a execução das ações das Forças Armadas, e de órgãos governamentais
federais, na garantia da lei e da ordem.
Art. 2º É de competência exclusiva do Presidente da República a decisão de emprego das
Forças Armadas na garantia da lei e da ordem.
§ 1º A decisão presidencial poderá ocorrer por sua própria iniciativa, ou dos outros
poderes constitucionais, representados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo
Presidente do Senado Federal ou pelo Presidente da Câmara dos Deputados.
§ 2º O Presidente da República, à vista de solicitação de Governador de Estado ou do
Distrito Federal, poderá, por iniciativa própria, determinar o emprego das Forças Armadas
para a garantia da lei e da ordem.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 3º Na hipótese de emprego das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem,
objetivando a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, porque esgotados os instrumentos a isso previstos no art. 144 da Constituição,
lhes incumbirá, sempre que se faça necessário, desenvolver as ações de polícia ostensiva,
como as demais, de natureza preventiva ou repressiva, que se incluem na competência,
constitucional e legal, das Polícias Militares, observados os termos e limites impostos, a
estas últimas, pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Consideram-se esgotados os meios previstos no art. 144 da
Constituição, inclusive no que concerne às Polícias Militares, quando, em determinado
momento, indisponíveis, inexistentes, ou insuficientes ao desempenho regular de sua
missão constitucional.
Art. 4º Na situação de emprego das Forças Armadas objeto do art.3º, caso estejam
disponíveis meios, conquanto insuficientes, da respectiva Polícia Militar, esta, com a
anuência do Governador do Estado, atuará, parcial ou totalmente, sob o controle
operacional do comando militar responsável pelas operações, sempre que assim o exijam,
ou recomendem, as situações a serem enfrentadas.
§ 1º Tem-se como controle operacional a autoridade que é conferida, a um comandante
ou chefe militar, para atribuir e coordenar missões ou tarefas específicas a serem
desempenhadas por efetivos policiais que se encontrem sob esse grau de controle, em tal
autoridade não se incluindo, em princípio, assuntos disciplinares e logísticos.
§ 2º Aplica-se às Forças Armadas, na atuação de que trata este artigo, o disposto no
caput do art. 3º anterior quanto ao exercício da competência, constitucional e legal, das
Polícias Militares.
Art. 5º O emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, que deverá ser
episódico, em área previamente definida e ter a menor duração possível, abrange, ademais
da hipótese objeto dos arts. 3º e 4º, outras em que se presuma ser possível a perturbação
da ordem, tais como as relativas a eventos oficiais ou públicos, particularmente os que
contem com a participação de Chefe de Estado, ou de Governo, estrangeiro, e à realização
de pleitos eleitorais, nesse caso quando solicitado.
Parágrafo único. Nas situações de que trata este artigo, as Forças Armadas atuarão em
articulação com as autoridades locais, adotando-se, inclusive, o procedimento previsto no
Art. 4º.
Art.6º A decisão presidencial de emprego das Forças Armadas será comunicada ao Ministro
de Estado da Defesa por meio de documento oficial que indicará a missão, os demais
órgãos envolvidos e outras informações necessárias.
Art.7º Nas hipóteses de emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem,
constitui incumbência:
I - do Ministério da Defesa, especialmente:

66
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

a) empregar as Forças Armadas em operações decorrentes de decisão do Presidente


da República;
b) planejar e coordenar as ações militares destinadas à garantia da lei e da ordem,
em qualquer parte do território nacional, conforme determinado pelo Presidente da
República, observadas as disposições deste Decreto, além de outras que venham a ser
estabelecidas, bem como a legislação pertinente em vigor;
c) constituir órgãos operacionais, quando a situação assim o exigir, e assessorar o
Presidente da República com relação ao momento da ativação, desativação, início e fim de
seu emprego;
d) solicitar, quando for o caso, os recursos orçamentários necessários ao cumprimento
da missão determinada, devendo diligenciar, junto aos Ministérios do Planejamento,
Orçamento e Gestão e da Fazenda, no sentido de que os créditos e os respectivos recursos
sejam tempestivamente liberados, em coordenação com os demais órgãos envolvidos;
e) manter o Ministério das Relações Exteriores informado sobre as medidas adotadas
pela União, na área militar, quando houver possibilidade de repercussão internacional;
f) prestar apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução, bem como
assessoramento aos órgãos governamentais envolvidos nas ações de garantia da lei e da
ordem, inclusive nas de combate aos delitos transfronteiriços e ambientais, quando
determinado;
II - do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República:
a) centralizar, por meio da Agência Brasileira de Inteligência, os conhecimentos que
interessem ao planejamento e à execução de medidas a serem adotadas pelo Governo
Federal, produzidos pelos órgãos de inteligência como subsídios às decisões presidenciais;
b) prover informações ao Presidente da República nos assuntos referentes à garantia
da lei e da ordem, particularmente os discutidos na Câmara de Relações Exteriores e
Defesa Nacional;
c) prevenir a ocorrência e articular o gerenciamento de crises, inclusive, se necessário,
ativando e fazendo operar o Gabinete de Crise;
d) elaborar e expedir o documento oficial de que trata o art. 6º deste Decreto; e
e) contatar, em situação de atuação das Forças Armadas com as polícias militares, o
Governador do Estado, ou do Distrito Federal, conforme o caso, a fim de articular a
passagem de efetivos da respectiva polícia militar ao controle operacional do comando
militar responsável pelas operações terrestres.
§ 1º Os demais Ministérios e Órgãos integrantes da Presidência da República, bem como
as entidades da Administração Federal indireta, darão apoio às ações do Ministério da
Defesa, quando por este solicitado, inclusive disponibilizando recursos financeiros,
humanos e materiais.

67
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 2º A Advocacia-Geral da União prestará ao Ministério da Defesa, e aos demais órgãos


e entes envolvidos nas ações objeto deste Decreto, a assistência necessária à execução
destas.
§ 3º O militar e o servidor civil, caso venham a responder a inquérito policial ou a
processo judicial por sua atuação nas situações descritas no presente Decreto, serão
assistidos ou representados judicialmente pela Advocacia-Geral da União, nos termos do
art. 22 da LeiNº 9.028, de 12 de abril de 1995.
Art.8º Para o emprego das Forças Armadas nos termos dos Arts. 34, 136 e 137 da
Constituição, o Presidente da República editará diretrizes específicas.
Art.9º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de agosto de 2001; 180º da Independência e 113º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Geraldo Magela da Cruz Quintão
Alberto Mendes Cardoso
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. 27.8.2001
***
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SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

17. Viagens Presidenciais.


a. Decreto Nº 4.332, de 12 agosto de 2002.

Estabelece normas para o planejamento, a coordenação e a execução das medidas


de segurança a serem implementadas durante as viagens presidenciais em território
nacional, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos II, IV, VI, alínea a, e XIII, da Constituição, e
Considerando a destinação conferida pelo art. 142 da Constituição às Forças Armadas
de garantia dos poderes constitucionais e sua disciplina na Lei Complementar nº 97, de 9
de junho de 1999;
Considerando o disposto no art. 144 da Constituição, especialmente no que estabelece
às Polícias Militares a competência de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública,
dizendo-as forças auxiliares e reserva do Exército;
Considerando o disposto no § 5º do art. 6º da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998;
Considerando o que estabelece o Decreto nº 3.897, de 24 de agosto 2001, que fixa as
diretrizes para o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem;
Considerando o que se contém no Parecer AGU nº GM-025, de 10 de agosto de 2001,
da Advocacia-Geral da União; DECRETA:
Art. 1º Este Decreto estabelece normas para o planejamento, a coordenação e a execução
das medidas de segurança a serem implementadas durante as viagens presidenciais em
território nacional, ou em eventos na Capital Federal.
Parágrafo único. Entende-se por viagem presidencial em território nacional os
deslocamentos, para diferentes localidades no País, do Presidente ou do Vice-Presidente
da República e respectivas comitivas.
Art. 2º O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e a Assessoria
Militar da Vice-Presidência da República são responsáveis pela coordenação das viagens
presidenciais e pelo estabelecimento do sistema de segurança presidencial, devendo
integrar as ações de segurança com o Ministério da Defesa.
§ 1º O sistema de segurança presidencial, que compreende, para fins de planejamento,
coordenação e execução, a segurança pessoal e a segurança de área, tem por objetivo
integrar procedimentos que impeçam a realização de atentados, previnam a ocorrência de
danos físicos e morais e evitem incidentes para o Presidente ou para o Vice-Presidente da
República.
§ 2º As seguranças pessoal e de área compreendem:

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I - segurança pessoal: conjunto de medidas e ações desenvolvidas próximas ao


Presidente ou ao Vice-Presidente da República; e
II - segurança de área: conjunto de medidas e ações realizadas próximas e em estreita
ligação com a segurança pessoal, devendo cobrir o espaço físico que ofereça riscos à
autoridade e o necessário ao desdobramento dos recursos humanos e materiais
empregados nas atividades de segurança.
Art. 3º O sistema de segurança presidencial poderá envolver os diversos órgãos de
segurança pública federais, estaduais e municipais e, mediante ordem do Presidente da
República, integrantes das Forças Armadas.
Parágrafo único. Concorrem ainda para o estabelecimento do sistema de segurança
presidencial os seguintes agentes:
I - Coordenador de Viagem: oficial do Gabinete de Segurança Institucional ou da
Assessoria Militar da Vice-Presidência da República encarregado de promover a
organização e a integração das medidas a serem implementadas pelos diferentes setores
da Presidência e da Vice-Presidência da República que apoiarão a viagem presidencial;
II - Coordenador de Segurança: oficial do Gabinete de Segurança Institucional
responsável pela adoção das medidas necessárias para a segurança pessoal e pelo
assessoramento ao Coordenador de Segurança de Área, devendo secundar o Assessor
Chefe da Assessoria de Segurança da Subchefia Militar daquele Gabinete durante as
viagens presidenciais; e
III - Coordenador de Segurança de Área: oficial designado por um dos Comandantes
das Forças Armadas, mediante determinação do Ministério da Defesa, responsável pela
segurança de área, com posição hierárquica que lhe permita coordenar a participação dos
diversos órgãos de segurança empenhados no apoio à viagem presidencial.
Art. 4º A Assessoria de Segurança da Subchefia Militar do Gabinete de Segurança
Institucional, além de responsável pela segurança pessoal, apresentará ao Coordenador
de Segurança de Área as necessidades, peculiaridades e condicionantes para cada evento,
bem como as diretrizes daquele Gabinete, com vista ao estabelecimento do sistema de
segurança presidencial.
Art. 5º A decisão presidencial de emprego das Forças Armadas será comunicada ao
Ministério da Defesa por meio de documento oficial, que indicará as condicionantes para o
cumprimento da missão.
Art. 6º No estabelecimento do sistema de segurança presidencial, compete:
I - ao Ministério da Defesa:
a) empregar efetivos das Forças Armadas, por ordem do Presidente da República,
compondo ou não frações constituídas, de forma ostensiva ou velada, em todos os
setores de atuação dos órgãos de segurança, na garantia da segurança do Presidente e do

70
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

VicePresidente da República, quando a situação assim o indicar, incumbindo-lhe, no que


couber, o estabelecido no art. 3º do Decreto nº 3.897, de 24 de agosto de 2001; e
b) providenciar a designação do Coordenador de Segurança de Área, quando
solicitado pelo Gabinete de Segurança Institucional ou pela Assessoria Militar da Vice-
Presidência da República, que deverá ser um oficial superior das Forças Armadas,
desempenhando a função de comandante de Organização Militar ou membro de Estado
Maior de Grande Comando, com delegação para:
1. elaborar, com a participação dos órgãos de segurança pública envolvidos, o
planejamento da segurança de área; e
2. coordenar, em articulação com os Coordenadores de Viagem e de Segurança, o
emprego das tropas federais, definindo sua forma de atuação, e dos órgãos de segurança
pública empenhados na segurança de área;
II - ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República:
a) adotar as necessárias medidas para a proteção do Presidente da República, bem
como participar da coordenação de outros órgãos de segurança envolvidos nessas ações;
b) elaborar e expedir o documento oficial de que trata o art. 5º deste Decreto;
c) solicitar ao Ministério da Defesa a designação do Coordenador de Segurança de
Área; e
d) planejar e coordenar o emprego dos meios aéreos utilizados nas viagens;
III- ao Ministério da Justiça, por intermédio de seus Departamentos subordinados,
mediante solicitação do Coordenador de Segurança de Área, executar atividades de
segurança nos limites de sua competência.
Parágrafo único. O militar e o servidor civil, caso venham a responder a inquérito
policial ou a processo judicial por sua atuação nas situações descritas neste Decreto, serão
assistidos ou representados judicialmente pela Advocacia-Geral da União, nos termos do
art. 22 da Lei nº 9.028, de 12 de abril de 1995.
Art. 7º Para o estabelecimento do sistema de segurança presidencial, contar-se-á com o
apoio dos Governos estaduais, do Distrito Federal e municipais na execução de atividades
policiais ou administrativas, em atendimento à solicitação do Coordenador de Segurança
de Área.
Art. 8º Em eventos nos quais também participem autoridades com segurança própria,
caberá ao Gabinete de Segurança Institucional coordenar a atuação desses agentes.
Art. 9º Quando se fizer necessário, o Gabinete de Segurança Institucional estabelecerá
instruções complementares, em articulação com os órgãos competentes.
Art. 10. Os casos omissos deverão ser submetidos à apreciação do Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional.
Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
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Brasília, 12 de agosto de 2002; 181º da Independência e 114º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo de Tarso Ramos Ribeiro
Sérgio Gitirana Florêncio Chagas Teles
Alberto Mendes Cardoso
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. De 13.8.2002
***
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SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

18. Atuação nas Unidades de Conservação.


a. Decreto Federal Nº 4.411, de 07 outubro de 2002.

Dispõe sobre a atuação das Forças Armadas e da Polícia Federal nas unidades de
conservação e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 11 da Lei nº 9.985, de 18 de julho
de 2000, no art. 15 da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, no art. 1º da Lei nº
6.634, de 2 de maio de 1979, e nos Arts 142 e 144, § 1, inciso III, da Constituição,
Decreta:
Art 1º No exercício das atribuições constitucionais e legais das Forças Armadas e da Polícia
Federal nas unidades de conservação, estão compreendidas:
I - a liberdade de trânsito e acesso, por via aquática, aérea ou terrestre, de militares e
policiais para a realização de deslocamentos, estacionamentos, patrulhamento,
policiamento e demais operações ou atividades relacionadas à segurança e integridade do
território nacional, à garantia da lei e da ordem e à segurança pública;
II - a instalação e manutenção de unidades militares e policiais, de equipamentos para
fiscalização e apoio à navegação aérea e marítima, bem como das vias de acesso e demais
medidas de infra-estrutura e logística necessárias, compatibilizadas, quando fora da faixa
de fronteira, com o Plano de Manejo da Unidade; e
III- a implantação de programas e projetos de controle, ocupação e proteção da fronteira.
§ 1º No caso de o plano de manejo da unidade não estar concluído, as atividades
previstas no inciso II, quando fora da faixa de fronteira, deverão ser compatíveis com as
diretrizes de implantação da unidade de conservação.
§ 2º O órgão responsável pela administração da unidade de conservação será
comunicado das atividades a serem desenvolvidas na unidade, sempre que possível.
Art 2º O Ministério da Defesa participará da elaboração, da análise e das atualizações do
plano de manejo das unidades de conservação localizadas na faixa de fronteira.
Parágrafo único. Os planos de manejo e respectivas atualizações, referidos no caput,
serão submetidos à anuência prévia do Conselho de Defesa Nacional, por meio de sua
Secretaria Executiva.
Art 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 7 de outubro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Geraldo Magela da Cruz Quintão
Paulo de Tarso Ramos Ribeiro
***

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SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

19. Atuação nas terras indígenas.


a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 231 e 232.

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo
à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução
física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse


permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a


pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes
assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre
elas, imprescritíveis.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do
Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população,
ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido,
em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.

§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto
a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das
riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse
público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a
extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às
benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos
do processo.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
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b. Lei Nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973.

CAPÍTULO II

Dos Crimes Contra os Índios

Art. 58. Constituem crimes contra os índios e a cultura indígena:

I - escarnecer de cerimônia, rito, uso, costume ou tradição culturais indígenas, vilipendiá-


los ou perturbar, de qualquer modo, a sua prática. Pena - detenção de um a três meses;

II - utilizar o índio ou comunidade indígena como objeto de propaganda turística ou de


exibição para fins lucrativos. Pena - detenção de dois a seis meses;

III - propiciar, por qualquer meio, a aquisição, o uso e a disseminação de bebidas


alcoólicas, nos grupos tribais ou entre índios não integrados. Pena - detenção de seis meses
a dois anos.

Parágrafo único. As penas estatuídas neste artigo são agravadas de um terço, quando o
crime for praticado por funcionário ou empregado do órgão de assistência ao índio.

Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes, em que o ofendido
seja índio não integrado ou comunidade indígena, a pena será agravada de um terço.

c. Decreto Federal Nº 4.412, de 07 outubro de 2002.


d. Decreto Nº 6.513, de 22 de julho de 2008.
Dispõe sobre a atuação das Forças Armadas e da Polícia Federal nas terras indígenas
e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 6.001, de 19 de dezembro de
1973, no art. 15 da Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999, e nos arts. 142 e 144,
§ 1o, inciso III, da Constituição, DECRETA:
Art. 1º No exercício das atribuições constitucionais e legais das Forças Armadas e da Polícia
Federal nas terras tradicionalmente ocupadas por indígenas estão compreendidas:
I - a liberdade de trânsito e acesso, por via aquática, aérea ou terrestre, de militares e
policiais para a realização de deslocamentos, estacionamentos, patrulhamento,
policiamento e demais operações ou atividades relacionadas à segurança e integridade do
território nacional, à garantia da lei e da ordem e à segurança pública;
II - a instalação e manutenção de unidades militares e policiais, de equipamentos para
fiscalização e apoio à navegação aérea e marítima, bem como das vias de acesso e demais
medidas de infra-estrutura e logística necessárias;
III - a implantação de programas e projetos de controle e proteção da fronteira.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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Art. 2º As Forças Armadas, por meio do Ministério da Defesa, e a Polícia Federal, por meio
do Ministério da Justiça, ressalvada a hipótese prevista no art. 3o-A deste Decreto, deverão
encaminhar previamente à Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional plano de
trabalho relativo à instalação de unidades militares e policiais, referidas no inciso II do Art.
1º, com as especificações seguintes: (Redação dada pelo Decreto nº 6.513, de 2008).
I - localização;
II - justificativa;
III - construções, com indicação da área a ser edificada;
IV - período, em se tratando de instalações temporárias;
V - contingente ou efetivo.
Parágrafo único. A Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional poderá solicitar
manifestação da Fundação Nacional do Índio - FUNAI acerca de eventuais impactos em
relação às comunidades indígenas das localidades objeto das instalações militares ou
policiais.
Art. 3º As Forças Armadas e a Polícia Federal, quando da atuação em terras ocupadas por
indígenas, adotarão, nos limites de suas competências e sem prejuízo das atribuições
referidas no caput do art. 1º, medidas de proteção da vida e do patrimônio do índio e de
sua comunidade, de respeito aos usos, costumes e tradições indígenas e de superação de
eventuais situações de conflito ou tensão envolvendo índios ou grupos indígenas.
Art. 3º-A. O Comando do Exército deverá instalar unidades militares permanentes, além
das já existentes, nas terras indígenas situadas em faixa de fronteira, conforme plano de
trabalho elaborado pelo Comando do Exército e submetido pelo Ministério da Defesa à
aprovação do Presidente da República. (Incluído pelo Decreto nº 6.513, de 2008)
Parágrafo único. Não se aplicam a este artigo as disposições contidas no art. 2º deste
Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 6.513, de 2008)
Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de outubro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Geraldo Magela da Cruz Quintão
Paulo de Tarso Ramos Ribeiro
Alberto Mendes Cardoso
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. De 8.10.2002

***
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20. Atuação nas Proteção ao Meio Ambiente.


a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, Art 225.
b. Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
c. Lei Nº 11.105, de 24 de março de 2005.
d. Lei Nº 13.123, de 20 de maio de 2015.

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo


ecológico das espécies e ecossistemas: (Incluído pela Lei Nº 9.985, de 2000)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar


as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Incluído pela Lei
Nº 13.123, de 2015)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Incluído pela Lei Nº 9.985, de 2000)

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente


causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade; (Incluído pela Lei Nº 11.105, de 2005)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e


substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente; (Incluído pela Lei Nº 11.105, de 2005)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais
a crueldade. (Incluído pela Lei Nº 11.105, de 2005)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-


Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais. (Incluído pela Lei Nº 11.105, de 2005)

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações


discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas
como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser
regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais
envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional Nº 96, de 2017)

e. Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.


f. Lei Nº 13.052, de 08 dezembro de 2014.

CAPÍTULO III

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO

ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-
se os respectivos autos.

§ 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida
inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos,
fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de
técnicos habilitados. (Redação dada pela Lei Nº 13.052, de 2014)

§ 2o Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no § 1o deste


artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições adequadas de
acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico. (Redação dada
pela Lei Nº 13.052, de 2014)

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a


instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins
beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei Nº 13.052, de 2014)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a


instituições científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando do §3º para §4º pela
Lei Nº 13.052, de 2014)

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua


descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do §4º para §5º pela Lei Nº
13.052, de 2014)

g. Decreto Nº 7.957, de 12 de março de 2013.

Institui o Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio


Ambiente; regulamenta a atuação das Forças Armadas na proteção ambiental;
altera o Decreto no 5.289, de 29 de novembro de 2004, e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no
11.473, de 10 de maio de 2007 e na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Decreto institui o Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção
do Meio Ambiente, regulamenta a atuação das Forças Armadas na proteção ambiental e
altera o Decreto Nº 5.289, de 29 de novembro de 2004.
Parágrafo único. O objetivo deste Decreto é estabelecer normas para a articulação,
integração e cooperação entre os órgãos e entidades públicas ambientais, Forças Armadas,
órgãos de segurança pública e de coordenação de atividades de inteligência, visando o
aumento da eficiência administrativa nas ações ambientais de caráter preventivo ou
repressivo.

CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS NA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Art.7º As Forças Armadas prestarão apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de
instrução às ações de proteção ambiental, com a disponibilização das estruturas
necessárias à execução das referidas ações, conforme disposto na legislação vigente.
Art. 8º No caso de emprego das Forças Armadas para garantia da lei e da ordem em
operações de proteção ambiental, caberá ao Ministério da Defesa a coordenação, o
acompanhamento e a integração das ações a serem implementadas pelos órgãos e
entidades envolvidos, resguardadas as respectivas competências legais.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Parágrafo único. As operações em curso contarão com a participação de


representantes das instituições envolvidas e observarão as diretrizes estabelecidas pelo
GGI-MA, respeitado o controle operacional de que trata o § 6º do art. 15 da Lei
Complementar Nº 97, de 9 de junho de 1999.

CAPÍTULO IV
DA ATUAÇÃO DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA NA PROTEÇÃO DO
MEIO AMBIENTE
Art.9º O Decreto no 5.289, de 29 de novembro de 2004, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 2º- A. .....................................................................
IV - auxílio na ocorrência de catástrofes ou desastres coletivos, inclusive para
reconhecimento de vitimados;
V - apoio a ações que visem à proteção de indivíduos, grupos e órgãos da sociedade que
promovam e protejam os direitos humanos e as liberdades fundamentais; e
VI - apoio às atividades de conservação e policiamento ambiental.
Art. 2º- B Fica instituída a Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de
Segurança Pública, com os seguintes objetivos:
I - apoiar as ações de fiscalização ambiental desenvolvidas por órgãos federais,
estaduais, distritais e municipais na proteção do meio ambiente; II - atuar na prevenção a
crimes e infrações ambientais;
II - executar tarefas de defesa civil em defesa do meio ambiente;
III - auxiliar as ações da polícia judiciária na investigação de crimes ambientais; e
IV - prestar auxílio à realização de levantamentos e laudos técnicos sobre impactos
ambientais negativos.” (NR)

Art. 4º A Força Nacional de Segurança Pública poderá ser empregada em qualquer parte
do território nacional, mediante solicitação expressa do respectivo Governador de Estado,
do Distrito Federal ou de Ministro de Estado.

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
Art. 10. As atividades de inteligência de que trata este Decreto serão exercidas sob a
coordenação do órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, nos termos da Lei Nº
9.883, de 7 de dezembro de 1999.

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art.12. Fica revogado o Art. 3º- B do Decreto de 3 de julho de 2003, que institui grupo
permanente de trabalho interministerial para os fins que especifica e dá outras providências.
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 12 de março de 2013;192o da Independência e 125o da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Celso Luiz Nunes Amorim
Miriam Belchior
Izabella Mônica Vieira Teixeira
José Elito Carvalho Siqueira
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.3.2013

h. Lei Nº 7.805, de 18 de julho de 1989.


i. Lei Nº 4.425, de 8 de outubro de 1964.

Art. 21. A realização de trabalhos de extração de substâncias minerais, sem a competente


permissão, concessão ou licença, constitui crime, sujeito a penas de reclusão de 3 (três)
meses a 3 (três) anos e multa.

Parágrafo único. Sem prejuízo da ação penal cabível, nos termos deste artigo, a extração
mineral realizada sem a competente permissão, concessão ou licença acarretará a
apreensão do produto mineral, das máquinas, veículos e equipamentos utilizados, os quais,
após transitada em julgado a sentença que condenar o infrator, serão vendidos em hasta
pública e o produto da venda recolhido à conta do Fundo Nacional de Mineração, instituído
pela Lei Nº 4.425, de 8 de outubro de 1964.

j. Lei N° 5.197, de 3 de janeiro de 1967.


k. Lei Nº 9.111, de 10 de outubro de 1995.
l. Lei Nº 7.653, de 12 de fevereiro de 1988.

Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que
vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos,
abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização,
perseguição, destruição, caça ou apanha.

§ 1º Se peculiaridades regionais comportarem o exercício da caça, a permissão será


estabelecida em ato regulamentador do Poder Público Federal.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 2º A utilização, perseguição, caça ou apanha de espécies da fauna silvestre em terras


de domínio privado, mesmo quando permitidas na forma do parágrafo anterior, poderão ser
igualmente proibidas pelos respectivos proprietários, assumindo estes a responsabilidade
de fiscalização de seus domínios. Nestas áreas, para a prática do ato de caça é necessário
o consentimento expresso ou tácito dos proprietários, nos termos dos arts. 594, 595, 596,
597 e 598 do Código Civil.

Art. 2º É proibido o exercício da caça profissional.

Art. 3º. É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que
impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha.

§ 1º Excetuam-se os espécimes provenientes legalizados.

§ 2º Será permitida mediante licença da autoridade competente, a apanha de ovos,


lavras e filhotes que se destinem aos estabelecimentos acima referidos, bem como a
destruição de animais silvestres considerados nocivos à agricultura ou à saúde pública.

§ 3º O simples desacompanhamento de comprovação de procedência de peles ou outros


produtos de animais silvestres, nos carregamentos de via terrestre, fluvial, marítima ou
aérea, que se iniciem ou transitem pelo País, caracterizará, de imediato, o descumprimento
do disposto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei Nº 9.111, de 10.10.1995)

Art. 4º Nenhuma espécie poderá ser introduzida no País, sem parecer técnico oficial
favorável e licença expedida na forma da Lei.

Art. 6º O Poder Público estimulará:

a) a formação e o funcionamento de clubes e sociedades amadoristas de caça e de tiro


ao vôo objetivando alcançar o espírito associativista para a prática desse esporte.

b) a construção de criadouros destinadas à criação de animais silvestres para fins


econômicos e industriais.

Art. 7º A utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de espécimes da fauna


silvestre, quando consentidas na forma desta Lei, serão considerados atos de caça.

Art. 8º O Órgão público federal competente, no prazo de 120 dias, publicará e atualizará
anualmente:

a) a relação das espécies cuja utilização, perseguição, caça ou apanha será permitida
indicando e delimitando as respectivas áreas;

b) a época e o número de dias em que o ato acima será permitido;

c) a quota diária de exemplares cuja utilização, perseguição, caça ou apanha será


permitida.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Parágrafo único. Poderão ser igualmente, objeto de utilização, caça, perseguição ou


apanha os animais domésticos que, por abandono, se tornem selvagens ou ferais.

Art. 9º Observado o disposto no artigo 8º e satisfeitas as exigências legais, poderão ser


capturados e mantidos em cativeiro, espécimes da fauna silvestre.

Art. 10. A utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de espécimes da fauna


silvestre são proibidas.

a) com visgos, atiradeiras, fundas, bodoques, veneno, incêndio ou armadilhas que


maltratem a caça;

b) com armas a bala, a menos de três quilômetros de qualquer via térrea ou rodovia
pública;

c) com armas de calibre 22 para animais de porte superior ao tapiti (sylvilagus


brasiliensis);

d) com armadilhas, constituídas de armas de fogo;

e) nas zonas urbanas, suburbanas, povoados e nas estâncias hidrominerais e climáticas;

f) nos estabelecimentos oficiais e açudes do domínio público, bem como nos terrenos
adjacentes, até a distância de cinco quilômetros;

g) na faixa de quinhentos metros de cada lado do eixo das vias férreas e rodovias
públicas;

h) nas áreas destinadas à proteção da fauna, da flora e das belezas naturais;

i) nos jardins zoológicos, nos parques e jardins públicos;

j) fora do período de permissão de caça, mesmo em propriedades privadas;

l) à noite, exceto em casos especiais e no caso de animais nocivos;

m) do interior de veículos de qualquer espécie.

Art. 11. Os clubes ou Sociedades Amadoristas de Caça e de tiro ao vôo, poderão ser
organizados distintamente ou em conjunto com os de pesca, e só funcionarão válidamente
após a obtenção da personalidade jurídica, na forma da Lei civil e o registro no órgão público
federal competente.

Art. 12. As entidades a que se refere o artigo anterior deverão requerer licença especial
para seus associados transitarem com arma de caça e de esporte, para uso em suas sedes
durante o período defeso e dentro do perímetro determinado.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 13. Para exercício da caça, é obrigatória a licença anual, de caráter específico e de
âmbito regional, expedida pela autoridade competente.

Parágrafo único. A licença para caçar com armas de fogo deverá ser acompanhada do
porte de arma emitido pela Polícia Civil.

Art. 14. Poderá ser concedida a cientistas, pertencentes a instituições científicas, oficiais ou
oficializadas, ou por estas indicadas, licença especial para a coleta de material destinado a
fins científicos, em qualquer época.

§ 1º Quando se tratar de cientistas estrangeiros, devidamente credenciados pelo país de


origem, deverá o pedido de licença ser aprovado e encaminhado ao órgão público federal
competente, por intermédio de instituição científica oficial do pais.

§ 2º As instituições a que se refere este artigo, para efeito da renovação anual da licença,
darão ciência ao órgão público federal competente das atividades dos cientistas licenciados
no ano anterior.

§ 3º As licenças referidas neste artigo não poderão ser utilizadas para fins comerciais ou
esportivos.

§ 4º Aos cientistas das instituições nacionais que tenham por Lei, a atribuição de coletar
material zoológico, para fins científicos, serão concedidas licenças permanentes.

Art. 15. O Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil ouvirá
o órgão público federal competente toda vez que, nos processos em julgamento, houver
matéria referente á fauna.

Art. 16. Fica instituído o registro das pessoas físicas ou jurídicas que negociem com animais
silvestres e seus produtos.

Art. 17. As pessoas físicas ou jurídicas, de que trata o artigo anterior, são obrigadas à
apresentação de declaração de estoques e valores, sempre que exigida pela autoridade
competente.

Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, além das penalidades
previstas nesta lei obriga o cancelamento do registro.

Art. 18. É proibida a exportação para o Exterior, de peles e couros de anfíbios e répteis, em
bruto.

Art. 19. O transporte interestadual e para o Exterior, de animas silvestres, lepidópteros, e


outros insetos e seus produtos depende de guia de trânsito, fornecida pela autoridade
competente.

Parágrafo único. Fica isento dessa exigência o material consignado a Instituições


Científicas Oficiais.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 20. As licenças de caçadores serão concedidas mediante pagamento de uma taxa
anual equivalente a um décimo do salário-mínimo mensal.

Parágrafo único. Os turistas pagarão uma taxa equivalente a um salário-mínimo mensal,


e a licença será válida por 30 dias.

Art. 21. O registro de pessoas físicas ou jurídicas, a que se refere o art. 16, será feito
mediante o pagamento de uma taxa equivalente a meio salário-mínimo mensal.

Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas de que trata este artigo pagarão a título
de licença, uma taxa anual para as diferentes formas de comércio até o limite de um salário-
mínimo mensal.

Art. 22. O registro de clubes ou sociedades amadoristas, de que trata o art. 11, será
concedido mediante pagamento de uma taxa equivalente a meio salário-mínimo mensal.

Parágrafo único. As licenças de trânsito com arma de caça e de esporte, referidas no art.
12, estarão sujeitas ao pagamento de uma taxa anual equivalente a um vigésimo do salário-
mínimo mensal.

Art. 23. Far-se-á, com a cobrança da taxa equivalente a dois décimos do salário-mínimo
mensal, o registro dos criadouros.

Art. 24. O pagamento das licenças, registros e taxas previstos nesta Lei, será recolhido ao
Banco do Brasil S. A em conta especial, a crédito do Fundo Federal Agropecuário, sob o
título "Recursos da Fauna".

Art. 25. A União fiscalizará diretamente pelo órgão executivo específico, do Ministério da
Agricultura, ou em convênio com os Estados e Municípios, a aplicação das normas desta
Lei, podendo, para tanto, criar os serviços indispensáveis.

Parágrafo único. A fiscalização da caça pelos órgãos especializados não exclui a ação
da autoridade policial ou das Forças Armadas por iniciativa própria.

Art. 26. Todos os funcionários, no exercício da fiscalização da caça, são equiparados aos
agentes de segurança pública, sendo-lhes assegurado o porte de armas.

Art. 27. Constitui crime punível com pena de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos a violação
do disposto nos arts. 2º, 3º, 17 e 18 desta lei. (Redação dada pela Lei Nº 7.653, de
12.2.1988)

§ 1º É considerado crime punível com a pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos a


violação do disposto no artigo 1º e seus parágrafos 4º, 8º e suas alíneas a, b, e c, 10 e suas
alíneas a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, e m, e 14 e seu § 3º desta lei. (Incluído pela Lei Nº
7.653, de 12.2.1988)

§ 2º Incorre na pena prevista no caput deste artigo quem provocar, pelo uso direto ou
indireto de agrotóxicos ou de qualquer outra substância química, o perecimento de

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

espécimes da fauna ictiológica existente em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou mar
territorial brasileiro. (Incluído pela Lei Nº 7.653, de 12.2.1988)

§ 3º Incide na pena prevista no § 1º deste artigo quem praticar pesca predadória, usando
instrumento proibico, explosivo, erva ou sustância química de qualquer
natureza. (Incluído pela Lei Nº 7.653, de 12.2.1988)

§ 5º Quem, de qualquer maneira, concorrer para os crimes previstos no caput e no § 1º


deste artigo incidirá nas penas a eles cominadas. (Incluído pela Lei Nº 7.653, de
12.2.1988)

§ 6º Se o autor da infração considerada crime nesta lei for estrangeiro, será expulso do
País, após o cumprimento da pena que lhe for imposta, (Vetado), devendo a
autoridade judiciária ou administrativa remeter, ao Ministério da Justiça, cópia da decisão
cominativa da pena aplicada, no prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado de sua
decisão. (Incluído pela Lei Nº 7.653, de 12.2.1988)

Art. 28. Além das contravenções estabelecidas no artigo precedente, subsistem os


dispositivos sobre contravenções e crimes previstos no Código Penal e nas demais leis,
com as penalidades neles contidas.

Art. 29. São circunstâncias que agravam a pena afor, aquelas constantes do Código Penal
e da Lei das Contravenções Penais, as seguintes:

a) cometer a infração em período defeso à caça ou durante à noite;

b) empregar fraude ou abuso de confiança;

c) aproveitar indevidamente licença de autoridade;

d) incidir a infração sobre animais silvestres e seus produtos oriundos de áreas onde a
caça é proibida.

Art. 30. As penalidades incidirão sobre os autores, sejam eles:

a) direto;

b) arrendatários, parceiros, posseiros, gerentes, administradores, diretores, promitentes,


compradores ou proprietários das áreas, desde que praticada por prepostos ou
subordinados e no interesse dos proponentes ou dos superiores hierárquicos;

c) autoridades que por ação ou omissão consentirem na prática do ato ilegal, ou que
cometerem abusos do poder.

Parágrafo único. Em caso de ações penais simultâneas pelo mesmo fato, iniciadas por
várias autoridades. O juiz reunirá os processos na jurisdição em que se firmar a
competência.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 31. A ação penal independe de queixa mesmo em se tratando de lesão em propriedade
privada, quando os bens atingidos, são animais silvestres e seus produtos, instrumentos de
trabalho, documentos e atos relacionados com a proteção da fauna disciplinada nesta Lei.

Art. 32. São autoridades competentes para instaurar, presidir e proceder a inquéritos
policiais, lavrar autos de prisão em flagrante e intentar a ação penal, nos casos de crimes
ou de contravenções previstas nesta Lei ou em outras leis que tenham por objeto os animais
silvestres seus produtos instrumentos e documentos relacionados com os mesmos as
indicadas no Código de Processo Penal.

Art. 33. A autoridade apreenderá os produtos da caça e/ou da pesca bem como os
instrumentos utilizados na infração, e se estes, por sua natureza ou volume, não puderem
acompanhar o inquérito, serão entregues ao depositário público local, se houver e, na sua
falta, ao que for nomeado pelo juiz. (Redação dada pela Lei Nº 7.653, de 12.2.1988)

Parágrafo único. Em se tratando de produtos perecíveis, poderão ser os mesmos doados


a instituições científicas, penais, hospitais e /ou casas de caridade mais
próximas. (Redação dada pela Lei Nº 7.653, de 12.2.1988)

Art. 34. Os crimes previstos nesta lei são inafiançáveis e serão apurados mediante processo
sumário, aplicando-se no que couber, as normas do Título II, Capítulo V, do Código de
Processo Penal. (Redação dada pela Lei Nº 7.653, de 12.2.1988)

Art. 35. Dentro de dois anos a partir da promulgação desta Lei, nenhuma autoridade poderá
permitir a adoção de livros escolares de leitura que não contenham textos sobre a proteção
da fauna, aprovados pelo Conselho Federal de Educação.

§ 1º Os Programas de ensino de nível primário e médio deverão contar pelo menos com
duas aulas anuais sobre a matéria a que se refere o presente artigo.

§ 2º Igualmente os programas de rádio e televisão deverão incluir textos e dispositivos


aprovados pelo órgão público federal competente, no limite mínimo de cinco minutos
semanais, distribuídos ou não, em diferentes dias.

Art. 36. Fica instituído o Conselho Nacional de Proteção à fauna, com sede em Brasília,
como órgão consultivo e normativo da política de proteção à fauna do Pais.

Parágrafo único. O Conselho, diretamente subordinado ao Ministério da Agricultura, terá


sua composição e atribuições estabelecidas por decreto do Poder Executivo.

Art. 37. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no que for Julgado necessário à
sua execução.

Art. 38. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogados o Decreto-Lei Nº
5.894, de 20 de outubro de 1943, e demais disposições em contrário.

Brasília, 3 de janeiro de 1967, 146º da Independência e 70º da República.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

H. CASTELLO BRANCO
Severo Fagundes Gomes

m. Decreto Nº 6.514, 22 de julho de 2008.


n. Decreto Nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
o. Decreto Nº 9.760, de 11 de abril de 2019.

Art. 101. Constatada a infração ambiental, o agente atuante, no uso do seu poder de
polícia, poderá adotar as seguintes medidas administrativas:

I - apreensão;

II - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;

III - suspensão de venda ou fabricação de produto;

IV - suspensão parcial ou total de atividades;

V - destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos e instrumentos da infração; e

VI - demolição.

§ 1o As medidas de que trata este artigo têm como objetivo prevenir a ocorrência de
novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do
processo administrativo.

§ 2o A aplicação de tais medidas será lavrada em formulário próprio, sem emendas ou


rasuras que comprometam sua validade, e deverá conter, além da indicação dos
respectivos dispositivos legais e regulamentares infringidos, os motivos que ensejaram o
agente autuante a assim proceder.

§ 3o A administração ambiental estabelecerá os formulários específicos a que se refere o


o
§2 .

§ 4o O embargo de obra ou atividade restringe-se aos locais onde efetivamente


caracterizou-se a infração ambiental, não alcançando as demais atividades realizadas em
áreas não embargadas da propriedade ou posse ou não correlacionadas com a
infração. (Incluído pelo Decreto Nº 6.686, de 2008).

Art. 102. Os animais, produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos, veículos de


qualquer natureza referidos no inciso IV do art. 72 da Lei no 9.605, de 1998, serão objeto
da apreensão de que trata o inciso I do art. 101, salvo impossibilidade justificada.

Parágrafo único. A apreensão de produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos e


veículos de qualquer natureza de que trata o caput independe de sua fabricação ou
utilização exclusiva para a prática de atividades ilícitas. (Incluído pelo Decreto Nº
9.760, de 2019) (Vigência)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 103. Os animais domésticos e exóticos serão apreendidos quando:

I - forem encontrados no interior de unidade de conservação de proteção integral; ou

II - forem encontrados em área de preservação permanente ou quando impedirem a


regeneração natural de vegetação em área cujo corte não tenha sido autorizado, desde
que, em todos os casos, tenha havido prévio embargo.

§ 1o Na hipótese prevista no inciso II, os proprietários deverão ser previamente


notificados para que promovam a remoção dos animais do local no prazo assinalado pela
autoridade competente.

§ 2o Não será adotado o procedimento previsto no § 1o quando não for possível


identificar o proprietário dos animais apreendidos, seu preposto ou representante.

§ 3o O disposto no caput não será aplicado quando a atividade tenha sido


caracterizada como de baixo impacto e previamente autorizada, quando couber, nos termos
da legislação em vigor. (Incluído pelo Decreto Nº 6.686, de 2008).

Art. 104. A autoridade ambiental, mediante decisão fundamentada em que se demonstre


a existência de interesse público relevante, poderá autorizar o uso do bem apreendido
nas hipóteses em que não haja outro meio disponível para a consecução da respectiva
ação fiscalizatória.

Parágrafo único. Os veículos de qualquer natureza que forem apreendidos poderão


ser utilizados pela administração ambiental para fazer o deslocamento do material
apreendido até local adequado ou para promover a recomposição do dano ambiental.

Art. 105. Os bens apreendidos deverão ficar sob a guarda do órgão ou entidade
responsável pela fiscalização, podendo, excepcionalmente, ser confiados a fiel depositário,
até o julgamento do processo administrativo.

Parágrafo único. Nos casos de anulação, cancelamento ou revogação da apreensão, o


órgão ou a entidade ambiental responsável pela apreensão restituirá o bem no estado em
que se encontra ou, na impossibilidade de fazê-lo, indenizará o proprietário pelo valor de
avaliação consignado no termo de apreensão.

Art. 106. A critério da administração, o depósito de que trata o art. 105 poderá ser confiado:

I - a órgãos e entidades de caráter ambiental, beneficente, científico, cultural,


educacional, hospitalar, penal e militar; ou

II - ao próprio autuado, desde que a posse dos bens ou animais não traga risco de
utilização em novas infrações.

§ 1o Os órgãos e entidades públicas que se encontrarem sob a condição de


depositário serão preferencialmente contemplados no caso da destinação final do bem ser
a doação.

89
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 2o Os bens confiados em depósito não poderão ser utilizados pelos depositários,


salvo o uso lícito de veículos e embarcações pelo próprio autuado.

§ 3o A entidade fiscalizadora poderá celebrar convênios ou acordos com os órgãos e


entidades públicas para garantir, após a destinação final, o repasse de verbas de
ressarcimento relativas aos custos do depósito.

Art. 107. Após a apreensão, a autoridade competente, levando-se em conta a natureza dos
bens e animais apreendidos e considerando o risco de perecimento, procederá da seguinte
forma:

I - os animais da fauna silvestre serão libertados em seu hábitat ou entregues a jardins


zoológicos, fundações, entidades de caráter cientifico, centros de triagem, criadouros
regulares ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de
técnicos habilitados, podendo ainda, respeitados os regulamentos vigentes, serem
entregues em guarda doméstica provisória. (Redação dada pelo Decreto Nº
6.686, de 2008).

II - os animais domésticos ou exóticos mencionados no art.103 poderão ser vendidos;

III - os produtos perecíveis e as madeiras sob risco iminente de perecimento serão


avaliados e doados.

§ 1o Os animais de que trata o inciso II, após avaliados, poderão ser doados, mediante
decisão motivada da autoridade ambiental, sempre que sua guarda ou venda forem
inviáveis econômica ou operacionalmente.

§ 2o A doação a que se refere o § 1o será feita às instituições mencionadas no art.


135.

§ 3o O órgão ou entidade ambiental deverá estabelecer mecanismos que assegurem


a indenização ao proprietário dos animais vendidos ou doados, pelo valor de avaliação
consignado no termo de apreensão, caso esta não seja confirmada na decisão do processo
administrativo.

§ 4o Serão consideradas sob risco iminente de perecimento as madeiras que estejam


acondicionadas a céu aberto ou que não puderem ser guardadas ou depositadas em locais
próprios, sob vigilância, ou ainda quando inviável o transporte e guarda, atestados pelo
agente autuante no documento de apreensão.

§ 5o A libertação dos animais da fauna silvestre em seu hábitat natural deverá


observar os critérios técnicos previamente estabelecidos pelo órgão ou entidade ambiental
competente. (Incluído pelo Decreto Nº 6.686, de 2008).

Art. 108. O embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas tem por objetivo impedir
a continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar
viabilidade à recuperação da área degradada, devendo restringir-se exclusivamente ao
local onde verificou-se a prática do ilícito. (Redação dada pelo Decreto Nº
6.686, de 2008).

90
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 1o No caso de descumprimento ou violação do embargo, a autoridade competente,


além de adotar as medidas previstas nos arts. 18 e 79, deverá comunicar ao Ministério
Público, no prazo máximo de setenta e duas horas, para que seja apurado o cometimento
de infração penal. (Redação dada pelo Decreto Nº 6.686, de 2008).

§ 2o Nos casos em que o responsável pela infração administrativa ou o detentor do


imóvel onde foi praticada a infração for indeterminado, desconhecido ou de domicílio
indefinido, será realizada notificação da lavratura do termo de embargo mediante a
publicação de seu extrato no Diário Oficial da União.

Art. 109. A suspensão de venda ou fabricação de produto constitui medida que visa a evitar
a colocação no mercado de produtos e subprodutos oriundos de infração administrativa ao
meio ambiente ou que tenha como objetivo interromper o uso contínuo de matéria-prima e
subprodutos de origem ilegal.

Art. 110. A suspensão parcial ou total de atividades constitui medida que visa a impedir a
continuidade de processos produtivos em desacordo com a legislação ambiental.

Art. 111. Os produtos, inclusive madeiras, subprodutos e instrumentos utilizados na prática


da infração poderão ser destruídos ou inutilizados quando:

I - a medida for necessária para evitar o seu uso e aproveitamento indevidos nas
situações em que o transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias; ou

II - possam expor o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança


da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização.

Parágrafo único. O termo de destruição ou inutilização deverá ser instruído com


elementos que identifiquem as condições anteriores e posteriores à ação, bem como
a avaliação dos bens destruídos.
***
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91
ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

21. Programa de Proteção Integrada de Fronteiras.


a. Decreto Nº 8.903, de 16 de novembro de 2016.
b. Decreto Nº 9.818, de 03 junho de 2019.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput,
inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Fica instituído o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras - PPIF, para o
fortalecimento da prevenção, do controle, da fiscalização e da repressão aos delitos
transfronteiriços.
Parágrafo único. O PPIF atenderá ao disposto neste Decreto e, subsidiariamente, às
diretrizes e aos objetivos estabelecidos pela Câmara de Relações Exteriores e Defesa
Nacional do Conselho de Governo. (Redação dada pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
Art. 2º O PPIF terá como diretrizes:
I - a atuação integrada e coordenada dos órgãos de segurança pública, dos órgãos de
inteligência, da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda e do
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, nos termos da legislação vigente; e
II - a cooperação e integração com os países vizinhos.
Art. 3º O PPIF terá como objetivos:
I - integrar e articular ações de segurança pública da União, de inteligência, de controle
aduaneiro e das Forças Armadas com as ações dos Estados e Municípios situados na faixa
de fronteira, incluídas suas águas interiores, e na costa marítima;
II - integrar e articular com países vizinhos as ações previstas no inciso I;
III - aprimorar a gestão dos recursos humanos e da estrutura destinada à prevenção, ao
controle, à fiscalização e à repressão a delitos transfronteiriços; e
IV - buscar a articulação com as ações da Comissão Permanente para o
Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira - CDIF.
Art. 4º O PPIF promoverá as seguintes medidas:
I - ações conjuntas de integração federativa da União com os Estados e Municípios
situados na faixa de fronteira, incluídas suas águas interiores, e na costa marítima;
II - ações conjuntas dos órgãos de segurança pública, federais e estaduais, da Secretaria
Especial da Receita Federal do Brasil e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas;
(Redação dada pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
III - compartilhamento de informações e ferramentas entre os órgãos de segurança
pública, federais e estaduais, os órgãos de inteligência, a Secretaria Especial da Receita

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Federal do Brasil e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas; (Redação dada pelo
Decreto Nº 9.818, de 2019)
IV - implementação de projetos estruturantes para o fortalecimento da presença estatal
na região de fronteira;
V - integração com o Sistema Brasileiro de Inteligência - Sisbin; e
VI - ações de cooperação internacional com países vizinhos.
Art. 5º O Comitê-Executivo do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras, órgão de
assessoramento à Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de
Governo, será composto por representantes dos seguintes órgãos: (Redação dada pelo
Decreto Nº 9.818, de 2019)
I - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República: (Redação dada
pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
a) Secretaria de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, que o coordenará; e
(Incluída pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
b) Agência Brasileira de Inteligência; (Incluída pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
III - Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério da Defesa;
IV - Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia;
(Redação dada pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
V - Ministério da Justiça e Segurança Pública: (Redação dada pelo Decreto Nº 9.818,
de 2019)
a) Polícia Federal; (Incluída pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
b) Polícia Rodoviária Federal; (Incluída pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
c) Secretaria Nacional de Segurança Pública; e (Incluída pelo Decreto Nº 9.818, de
2019)
d) Secretaria de Operações Integradas; e (Incluída pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
VIII - Secretaria-Geral do Ministério das Relações Exteriores.
§ 1º No prazo de quinze dias, contado da data de publicação deste Decreto, os
Ministros de Estado dos órgãos referidos no caput indicarão seus representantes, titular e
suplente, que serão designados por ato do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República.
§ 2º Cada membro do Comitê-Executivo terá um suplente, que o substituirá em suas
ausências e impedimentos. (Redação dada pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
§ 3º Os membros titulares deverão ser servidores ocupantes de cargo em comissão
ou de função de confiança equivalente ou superior ao nível 5 do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS ou, se militar, do posto de oficial-general, e os suplentes

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

deverão ser ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança equivalente ou


superior ao nível 4 do Grupo-DAS. (Redação dada pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
§ 4º O Comitê-Executivo poderá convidar representantes de outros órgãos e entidades
para participar de suas reuniões, sem direito a voto. (Redação dada pelo Decreto Nº 9.818,
de 2019)
§ 5º O Comitê-Executivo se reunirá, em caráter ordinário, a cada quatro meses e, em
caráter extraordinário, por demanda de qualquer dos membros. (Incluído pelo Decreto Nº
9.818, de 2019)
§ 6º O quórum de reunião do Comitê-Executivo é de maioria absoluta e o quórum de
aprovação é de maioria simples. (Incluído pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
§ 7º Além do voto ordinário, o Coordenador do Comitê-Executivo terá o voto de
qualidade em caso de empate. (Incluído pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
§ 8º A participação no Comitê-Executivo será considerada prestação de serviço
público relevante, não remunerada. (Incluído pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
Art. 6º Compete ao Comitê de que trata o art. 5º:
I - formular e submeter à apreciação dos Ministros de Estado as propostas de elaboração
e de modificação do PPIF afetas às suas áreas de competência;
II - formular e submeter à apreciação dos Ministros de Estado propostas de políticas
públicas relativas ao PPIF afetas às suas áreas de competência;
III - formular e submeter à apreciação dos Ministros de Estado propostas de ações de
articulação com o CDIF afetas às suas áreas de competência;
IV - supervisionar o planejamento e a execução de ações conjuntas de órgãos e
entidades que atuem no âmbito do PPIF e articular quanto aos aspectos orçamentários,
respeitadas as competências de cada um deles;
V - supervisionar as ações dos Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteiras; (Redação
dada pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
VI - propor aos órgãos e às entidades competentes a expedição de atos relativos a ações
conjuntas, inclusive quanto à programação orçamentária e financeira;
VII - propor ao Ministério das Relações Exteriores iniciativas de articulação e integração
internacional;
VIII - solicitar a colaboração de outros Ministérios e entes federativos; e
IX - acompanhar e avaliar a execução do PPIF e encaminhar relatório anual de suas
atividades, até 31 de julho do ano subsequente, para a Câmara de Relações Exteriores e
Defesa Nacional do Conselho de Governo.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 1º O Comitê deverá aprovar, por consenso, seu regimento interno, no prazo de trinta
dias, contado da data de publicação do ato de que trata o art. 5º, § 1º, que disporá, no
mínimo, sobre:
I - a periodicidade de suas reuniões e a forma de deliberação;
II - a antecedência da convocação das reuniões ordinárias e extraordinárias; e
III - a possibilidade de utilização de recursos eletrônicos para a realização de reuniões
e comunicações internas.
§ 2º A Secretaria-Executiva do Comitê-Executivo será exercida pelo Gabinete de
Segurança Institucional da
Presidência da República. (Redação dada pelo Decreto Nº 9.818, de 2019)
Art. 7º A participação dos Estados nas ações referentes ao PPIF se dará com base em:
I - instrumentos de cooperação com os Ministérios participantes; e
II - criação de Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteiras pelos Estados, na forma do
art. 8º.
Art. 8º Os Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteiras - GGIFs terão como objetivo a
proposição de ações conjuntas com vistas à integração e à articulação das ações de
competência da União, previstas no art. 1º, com as ações dos Estados e dos Municípios.
§ 1º No âmbito das competências dos respectivos Estados, os GGIFs poderão:
I - propor políticas públicas, no âmbito do PPIF, ao Comitê de que trata o art. 5º ;
II - articular a atuação dos órgãos e das entidades participantes dos GGIFs,
observadas suas respectivas competências;
III - propor modificações no PPIF ao Comitê de que trata o art. 5º ;
IV - planejar e executar ações conjuntas de órgãos e entidades que atuem no âmbito
do PPIF, informando ao Comitê de que trata o art. 5º os seus resultados;
V - apoiar as Secretarias de Segurança Pública e as Polícias estaduais, a Polícia
Federal, a Polícia Rodoviária Federal e os órgãos municipais envolvidos;
VI - propor ações integradas de fiscalização e segurança;
VII - propor as áreas prioritárias de sua atuação;
VIII - promover a troca de informações e dados entre os órgãos e as entidades
participantes do GGIF, com vistas ao aprimoramento das ações; e
IX - promover a participação social no âmbito de suas competências, conforme
disposto neste artigo.
§ 2º Os GGIFs serão constituídos por ato do respectivo Governo estadual e serão
compostos por representantes de órgãos federais e estaduais que atuem na prevenção, no
controle, na fiscalização e na repressão aos delitos transfronteiriços.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 3º O Município interessado poderá indicar representantes para participação no


respectivo GGIF estadual e sua adesão será condicionada à assinatura de termo
específico.
§ 4º Não haverá hierarquia entre os órgãos que compõem os GGIF e suas decisões
serão consensualmente.
§ 5º Ficam mantidos os GGIFs já instituídos, nos termos do Decreto Nº 7.496, de 8 de
junho de 2011.
Art. 9º Fica revogado o Decreto Nº 7.496, de 8 de junho de 2011.
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 16 de novembro de 2016; 195º da Independência e 128º da República.
MICHEL TEMER
Alexandre de Moraes
Raul Jungmann
José Serra
Eduardo Refinetti Guardia
Sergio Westphalen Etchegoyen
***
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SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

22. Das Drogas Ilícitas.


a. Lei Nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
b. Lei Nº 12.961, de 4 de abril de 2014.
c. Lei Nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019.
d. Lei Nº 9.807, de 13 de julho de 1999.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e
o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia,


cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à


natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
prazo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste


artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas


comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos
congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente,
da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput,


nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator,


gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o
juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade
nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o
valor do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º


do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no
tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE
DROGAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair,
fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar,
remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para
qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais
exigências legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na
forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo
lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local,
asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. (Redação dada
pela Lei Nº 12.961, de 2014)

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além


das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto Nº 2.661, de
8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do
Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o


disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

CAPÍTULO II
DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a


1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece,
fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com


determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para
a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
para o tráfico ilícito de drogas.

IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado


à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei Nº 13.964, de 2019)

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI Nº


4.274)

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos)
dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a


1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas
de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos , desde que
o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas
nem integre organização criminosa. (Vide Resolução Nº 5, de 2012)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a
qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário,
aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a


2.000 (dois mil) dias-multa.

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou
não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200


(mil e duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa
para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput
e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos)


a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à
prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700


(setecentos) dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente,
ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a


200 (duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria


profissional a que pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano
potencial a incolumidade de outrem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo,


cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena
privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-
multa.

100
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as


demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-
multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois
terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias


do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de


missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos


prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo,
ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial
e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na
recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena
reduzida de um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no
art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo
ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada
um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos
nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação
econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

101
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis
e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão
de suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento
condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao
reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão,
qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este
apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste
artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento
médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou
da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade
de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com
competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o
disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se
pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de
Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver
concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado
na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei Nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe
sobre os Juizados Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em


flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou,
na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão


tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a
detenção do agente. (Vide ADIN 3807)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será


submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária
entender conveniente, e em seguida liberado.

§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei Nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os
Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei,
o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos
de colaboradores e testemunhas previstos na Lei Nº 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I
Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará,


imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do
qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da


materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da
droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará
impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias,


certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das
drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo
definitivo. (Incluído pela Lei Nº 12.961, de 2014)

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no


prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade
sanitária. (Incluído pela Lei Nº 12.961, de 2014)

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida
no § 3º , sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste
a destruição total delas. (Incluído pela Lei Nº 12.961, de 2014)

Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante
será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da
apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo
definitivo. (Redação dada pela Lei Nº 13.840, de 2019)

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver
preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram


à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências


complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser


encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e
julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular
o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei,
são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o
Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos


órgãos especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou


outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com
a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de
tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida


desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou
de colaboradores.

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SEÇÃO DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

23. Do contrabando, descaminho e corrupção.


a. Lei Nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990.
b. Lei Nº 10.763, de 12 de dezembro de 2003.
c. Lei Nº 13.008, de 26 de junho de 2014.
d. Lei Nº 4.729, de 14 de julho de 1965.

Facilitação de contrabando ou descaminho


Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou
descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei Nº
8.137, de 27.12.1990)
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei Nº
10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada,
pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei Nº 13.008, de
26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei Nº 13.008, de
26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação
dada pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada pela Lei
Nº 13.008, de 26.6.2014)
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional
ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei Nº 13.008, de
26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Redação


dada pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma
de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências. (Redação dada pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei Nº 13.008, de
26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela Lei Nº
13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro,
análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei Nº 13.008, de
26.6.2014)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
(Incluído pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014)
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei
Nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste
artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
inclusive o exercido em residências. (Incluído pela Lei Nº 4.729, de 14.7.1965)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei Nº 13.008, de 26.6.2014).
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SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA
SEFT Assunto 10

24. Crimes contra a segurança Nacional.


a. Lei Nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983.

Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu
processo e julgamento e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:

I - a integridade territorial e a soberania nacional;

Il - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;

Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União.

Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no Código
Penal Militar ou em leis especiais, levar-se-ão em conta, para a aplicação desta Lei:

I - a motivação e os objetivos do agente;

II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior.

Art. 3º - Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, reduzida de


um a dois terços, quando não houver expressa previsão e cominação específica para a
figura tentada.

Parágrafo único - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, ou


impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Art. 4º - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não elementares do crime:

I - ser o agente reincidente;

II - ter o agente:

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

a) praticado o crime com o auxílio, de qualquer espécie, de governo, organização


internacional ou grupos estrangeiros;

b) promovido, organizado ou dirigido a atividade dos demais, no caso do concurso de


agentes.

Art. 5º - Em tempo de paz, a execução da pena privativa da liberdade, não superior a dois
anos, pode ser suspensa, por dois a seis anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso, salvo o disposto no § 1º do art. 71


do Código Penal Militar;

II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias do crime, bem


como sua conduta posterior, autorizem a presunção de que não tornará a delinquir.

Parágrafo único - A sentença especificará as condições a que fica subordinada a


suspensão.

Art. 6º - Extingue-se a punibilidade dos crimes previstos nesta Lei:

I - pela morte do agente;

Il - pela anistia ou indulto;

III - pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição.

Art. 7º - Na aplicação desta Lei, observar-se-á, no que couber, a Parte Geral do Código
Penal Militar e, subsidiariamente, a sua Parte Especial.

Parágrafo único - Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

TíTULO II

Dos Crimes e das Penas

Art. 8º - Entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus


agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil.

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Parágrafo único - Ocorrendo a guerra ou sendo desencadeados os atos de


hostilidade, a pena aumenta-se até o dobro.

Art. 9º - Tentar submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de


outro país.

Pena: reclusão, de 4 a 20 anos.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até um
terço; se resulta morte aumenta-se até a metade.

Art. 10 - Aliciar indivíduos de outro país para invasão do território nacional.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

Parágrafo único - Ocorrendo a invasão, a pena aumenta-se até o dobro.

Art. 11 - Tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país independente.

Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.

Art. 12 - Importar ou introduzir, no território nacional, por qualquer forma, sem autorização
da autoridade federal competente, armamento ou material militar privativo das Forças
Armadas.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, sem autorização legal, fabrica,
vende, transporta, recebe, oculta, mantém em depósito ou distribui o armamento ou
material militar de que trata este artigo.

Art. 13 - Comunicar, entregar ou permitir a comunicação ou a entrega, a governo ou grupo


estrangeiro, ou a organização ou grupo de existência ilegal, de dados, documentos ou
cópias de documentos, planos, códigos, cifras ou assuntos que, no interesse do Estado
brasileiro, são classificados como sigilosos.

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

I - com o objetivo de realizar os atos previstos neste artigo, mantém serviço de


espionagem ou dele participa;

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II - com o mesmo objetivo, realiza atividade aerofotográfica ou de sensoreamento remoto,


em qualquer parte do território nacional;

III - oculta ou presta auxílio a espião, sabendo-o tal, para subtraí-lo à ação da autoridade
pública;

IV - obtém ou revela, para fim de espionagem, desenhos, projetos, fotografias, notícias


ou informações a respeito de técnicas, de tecnologias, de componentes, de equipamentos,
de instalações ou de sistemas de processamento automatizado de dados, em uso ou em
desenvolvimento no País, que, reputados essenciais para a sua defesa, segurança ou
economia, devem permanecer em segredo.

Art. 14 - Facilitar, culposamente, a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 12 e
13, e seus parágrafos.

Pena: detenção, de 1 a 5 anos.

Art. 15 - Praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e


vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, depósitos e
outras instalações congêneres.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

§ 1º - Se do fato resulta:

a) lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a metade;

b) dano, destruição ou neutralização de meios de defesa ou de segurança;


paralisação, total ou parcial, de atividade ou serviços públicos reputados essenciais para a
defesa, a segurança ou a economia do País, a pena aumenta-se até o dobro;

c) morte, a pena aumenta-se até o triplo.

§ 2º - Punem-se os atos preparatórios de sabotagem com a pena deste artigo reduzida


de dois terços, se o fato não constitui crime mais grave.

Art. 16 - Integrar ou manter associação, partido, comitê, entidade de classe ou grupamento


que tenha por objetivo a mudança do regime vigente ou do Estado de Direito, por meios
violentos ou com o emprego de grave ameaça.

Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.

Art. 17 - Tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o regime
vigente ou o Estado de Direito.

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Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único.- Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a
metade; se resulta morte, aumenta-se até o dobro.

Art. 18 - Tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de
qualquer dos Poderes da União ou dos Estados.

Pena: reclusão, de 2 a 6 anos.

Art. 19 - Apoderar-se ou exercer o controle de aeronave, embarcação ou veículo de


transporte coletivo, com emprego de violência ou grave ameaça à tripulação ou a
passageiros.

Pena: reclusão, de 2 a 10 anos.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o
dobro; se resulta morte, aumenta-se até o triplo.

Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere privado,


incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo,
por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de
organizações políticas clandestinas ou subversivas.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o
dobro; se resulta morte, aumenta-se até o triplo.

Art. 21 - Revelar segredo obtido em razão de cargo, emprego ou função pública,


relativamente a planos, ações ou operações militares ou policiais contra rebeldes,
insurretos ou revolucionários.

Pena: reclusão, de 2 a 10 anos.

Art. 22 - Fazer, em público, propaganda:

I - de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;

II - de discriminação racial, de luta pela violência entre as classes sociais, de perseguição


religiosa;

III - de guerra;

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IV - de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

Pena: detenção, de 1 a 4 anos.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço quando a propaganda for feita em local de


trabalho ou por meio de rádio ou televisão.

§ 2º - Sujeita-se à mesma pena quem distribui ou redistribui:

a) fundos destinados a realizar a propaganda de que trata este artigo;

b) ostensiva ou clandestinamente boletins ou panfletos contendo a mesma


propaganda.

§ 3º - Não constitui propaganda criminosa a exposição, a crítica ou o debate de


quaisquer doutrinas.

Art. 23 - Incitar:

I - à subversão da ordem política ou social;

II - à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as


instituições

civis;

III - à luta com violência entre as classes sociais;

IV - à prática de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.

Art. 24 - Constituir, integrar ou manter organização ilegal de tipo militar, de qualquer forma
ou natureza armada ou não, com ou sem fardamento, com finalidade combativa.

Pena: reclusão, de 2 a 8 anos.

Art. 25 - Fazer funcionar, de fato, ainda que sob falso nome ou forma simulada, partido
político ou associação dissolvidos por força de disposição legal ou de decisão judicial.

Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.

Art. 26 - Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara


dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime
ou fato ofensivo à reputação.

112
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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
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Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, conhecendo o caráter ilícito da


imputação, a propala ou divulga.

Art. 27 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de qualquer das autoridades


mencionadas no artigo anterior.

Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.

§ 1º - Se a lesão é grave, aplica-se a pena de reclusão de 3 a 15 anos.

§ 2º - Se da lesão resulta a morte e as circunstâncias evidenciam que este resultado


pode ser atribuído a título de culpa ao agente, a pena é aumentada até um terço.

Art. 28 - Atentar contra a liberdade pessoal de qualquer das autoridades referidas no art.
26.

Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.

Art. 29 - Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26.

Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.

TíTULO III

Da Competência, do Processo e das normas Especiais de Procedimentos

Art. 30 - Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes previstos nesta Lei, com
observância das normas estabelecidas no Código de Processo Penal Militar, no que não
colidirem com disposição desta Lei, ressalvada a competência originária do Supremo
Tribunal Federal nos casos previstos na Constituição.

Parágrafo único - A ação penal é pública, promovendo-a o Ministério Público.

Art. 31 - Para apuração de fato que configure crime previsto nesta Lei, instaurar-se-á
inquérito policial, pela Polícia Federal:

I - de ofício;

II - mediante requisição do Ministério Público;

III - mediante requisição de autoridade militar responsável pela segurança interna;

IV - mediante requisição do Ministro da Justiça.

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Parágrafo único - Poderá a União delegar, mediante convênio, a Estado, ao Distrito


Federal ou a Território, atribuições para a realização do inquérito referido neste artigo.

Art. 32 - Será instaurado inquérito Policial Militar se o agente for militar ou assemelhado, ou
quando o crime:

I - lesar patrimônio sob administração militar;

II - for praticado em lugar diretamente sujeito à administração militar ou contra militar ou


assemelhado em serviço;

III - for praticado nas regiões alcançadas pela decretação do estado de emergência ou
do estado de sítio.

Art. 33 - Durante as investigações, a autoridade de que presidir o inquérito poderá manter


o indiciado preso ou sob custódia, pelo prazo de quinze dias, comunicando imediatamente
o fato ao juízo competente.

§ 1º - Em caso de justificada necessidade, esse prazo poderá ser dilatado por mais
quinze dias, por decisão do juiz, a pedido do encarregado do inquérito, ouvido o Ministério
Público.

§ 2º - A incomunicabilidade do indiciado, no período inicial das investigações, será


permitida pelo prazo improrrogável de, no máximo, cinco dias.

§ 3º - O preso ou custodiado deverá ser recolhido e mantido em lugar diverso do


destinado aos presos por crimes comuns, com estrita observância do disposto nos arts. 237
a 242 do Código de Processo Penal Militar.

§ 4º - Em qualquer fase do inquérito, a requerimento da defesa, do indiciado, de seu


cônjuge, descendente ou ascendente, será realizado exame na pessoa do indiciado para
verificação de sua integridade física e mental; uma via do laudo, elaborado por dois peritos
médicos e instruída com fotografias, será juntada aos autos do inquérito.

§ 5º - Esgotado o prazo de quinze dias de prisão ou custódia ou de sua eventual


prorrogação, o indiciado será imediatamente libertado, salvo se decretadas prisão
preventiva, a requerimento do encarregado do inquérito ou do órgão do Ministério Público.

§ 6º - O tempo de prisão ou custódia será computado no de execução da pena privativa


de liberdade.

Art. 34 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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Art. 35 - Revogam-se a Lei nº 6.620, de 17 de dezembro de 1978, e demais disposições


em contrário.

Brasília, em 14 de dezembro de 1983; 162º da Independência e 95º da República.

JOãO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel
Danilo Venturini

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 15.12.1983

***
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25. Terrorismo.
a. Lei Nº 13.260, de 16 de março de 2016.

Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal,


disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e
reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as Leis n º 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal ,
disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e
reformulando o conceito de organização terrorista.

Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste
artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião,
quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a
perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública.

§ 1º São atos de terrorismo:

I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos,


gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios
capazes de causar danos ou promover destruição em massa;

II – (VETADO);

III - (VETADO);

IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a pessoa


ou servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo
temporário, de meio de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações
ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos,
instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de
geração ou transmissão de energia, instalações militares, instalações de exploração, refino
e processamento de petróleo e gás e instituições bancárias e sua rede de atendimento;

V - atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa:

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Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções correspondentes à


ameaça ou à violência.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas


em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de
categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a
contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e
liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal contida em lei.

Art. 3º Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta


pessoa, a organização terrorista:

Pena - reclusão, de cinco a oito anos, e multa.

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

Art. 4º (VETADO).

Art. 5º Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar


tal delito:

Pena - a correspondente ao delito consumado, diminuída de um quarto até a metade.

§ 1º Incorre nas mesmas penas o agente que, com o propósito de praticar atos de
terrorismo:

I - recrutar, organizar, transportar ou municiar indivíduos que viajem para país


distinto daquele de sua residência ou nacionalidade; ou

II - fornecer ou receber treinamento em país distinto daquele de sua residência ou


nacionalidade.

§ 2º Nas hipóteses do § 1º, quando a conduta não envolver treinamento ou viagem


para país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade, a pena será a
correspondente ao delito consumado, diminuída de metade a dois terços.

Art. 6º Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter em depósito, solicitar, investir, de
qualquer modo, direta ou indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores ou serviços
de qualquer natureza, para o planejamento, a preparação ou a execução dos crimes
previstos nesta Lei:

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FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
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Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem oferecer ou receber, obtiver, guardar,
mantiver em depósito, solicitar, investir ou de qualquer modo contribuir para a obtenção de
ativo, bem ou recurso financeiro, com a finalidade de financiar, total ou parcialmente,
pessoa, grupo de pessoas, associação, entidade, organização criminosa que tenha como
atividade principal ou secundária, mesmo em caráter eventual, a prática dos crimes
previstos nesta Lei.

Art. 7º Salvo quando for elementar da prática de qualquer crime previsto nesta Lei, se de
algum deles resultar lesão corporal grave, aumenta-se a pena de um terço, se resultar
morte, aumenta-se a pena da metade.

Art. 8º (VETADO).

Art. 9º (VETADO).

Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na hipótese do art. 5º
desta Lei, aplicam-se as disposições do art. 15 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal .

Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta Lei são
praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal,
em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos
termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal .

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 12. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação


do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em vinte e quatro horas, havendo
indícios suficientes de crime previsto nesta Lei, poderá decretar, no curso da investigação
ou da ação penal, medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou
acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto
ou proveito dos crimes previstos nesta Lei.

§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre


que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver
dificuldade para sua manutenção.

§ 2º O juiz determinará a liberação, total ou parcial, dos bens, direitos e valores quando
comprovada a licitude de sua origem e destinação, mantendo-se a constrição dos bens,
direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de
prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do


acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz
determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem
prejuízo do disposto no § 1º.

§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores para
reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou
para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.

Art. 13. Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público,


nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou
valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de compromisso.

Art. 14. A pessoa responsável pela administração dos bens:

I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita preferencialmente
com o produto dos bens objeto da administração;

II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob
sua administração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e
reinvestimentos realizados.

Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens serão levados ao


conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.

Art. 15. O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional


e por solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre
bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos nesta Lei praticados no estrangeiro.

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção


internacional, quando houver reciprocidade do governo do país da autoridade solicitante.

§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores sujeitos a medidas


assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos
provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na
proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

Art. 16. Aplicam-se as disposições da Lei nº 12.850, de 2 agosto de 2013 , para a


investigação, processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei.

Art. 17. Aplicam-se as disposições da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 , aos crimes
previstos nesta Lei.

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Art. 18. O inciso III do art. 1º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989 , passa a vigorar
acrescido da seguinte alínea p :

“Art. lº ......................................................................

...........................................................................................

III - .............................................................................

............................................................................................

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.” (NR)

Art. 19. O art. 1º da Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013 , passa a vigorar com a seguinte
alteração:

“Art. 1º .......................................................................

............................................................................................

§ 2º .............................................................................

............................................................................................

II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos


atos de terrorismo legalmente definidos.” (NR)

Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 16 de março de 2016; 195º da Independência e 128º da República.

DILMA ROUSSEFF
Wellington César Lima e Silva
Nelson Barbosa
Nilma Lino Gomes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.3.2016 - Edição extra e retificada em 18.3.2016

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26. Da conduta com presos e advogados.


a. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988.
b. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
(Vigência)
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
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27. Agências.
a. ABIN
1) Lei Nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999.
2) Medida Provisória No 2.216-37, de 31 de agosto de 2001.

Institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN,


e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Sistema Brasileiro de Inteligência, que integra as ações de


planejamento e execução das atividades de inteligência do País, com a finalidade de
fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional.

§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência tem como fundamentos a preservação da


soberania nacional, a defesa do Estado Democrático de Direito e a dignidade da pessoa
humana, devendo ainda cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e demais
dispositivos da Constituição Federal, os tratados, convenções, acordos e ajustes
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ou signatário, e a
legislação ordinária.

§ 2o Para os efeitos de aplicação desta Lei, entende-se como inteligência a atividade


que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do
território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o
processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da
sociedade e do Estado.

§ 3o Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva neutralizar a


inteligência adversa.

Art. 2o Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que, direta ou


indiretamente, possam produzir conhecimentos de interesse das atividades de inteligência,
em especial aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança interna e relações
exteriores, constituirão o Sistema Brasileiro de Inteligência, na forma de ato do Presidente
da República.

§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência é responsável pelo processo de obtenção,


análise e disseminação da informação necessária ao processo decisório do Poder

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Executivo, bem como pela salvaguarda da informação contra o acesso de pessoas ou


órgãos não autorizados.

§ 2o Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente órgão de controle


externo da atividade de inteligência, as Unidades da Federação poderão compor o Sistema
Brasileiro de Inteligência.

Art. 3o Fica criada a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão da Presidência da


República, que, na posição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, terá a
seu cargo planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de
inteligência do País, obedecidas à política e às diretrizes superiormente traçadas nos
termos desta Lei. (Vide Medida Provisória no 1.999-17, de 2000) (Redação dada pela
Medida Provisória no 2.216-37, de 2001)

Parágrafo único. As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere aos


limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com irrestrita observância
dos direitos e garantias individuais, fidelidade às instituições e aos princípios éticos que
regem os interesses e a segurança do Estado.

Art. 4o À ABIN, além do que lhe prescreve o artigo anterior, compete: (Vide ADIN no 6529)

I - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de dados


para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da República;

II - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos interesses


e à segurança do Estado e da sociedade;

III - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional;

IV - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de inteligência, e


realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da atividade de inteligência.

Parágrafo único. Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência


fornecerão à ABIN, nos termos e condições a serem aprovados mediante ato presidencial,
para fins de integração, dados e conhecimentos específicos relacionados com a defesa das
instituições e dos interesses nacionais.

Art. 5o A execução da Política Nacional de Inteligência, fixada pelo Presidente da


República, será levada a efeito pela ABIN, sob a supervisão da Câmara de Relações
Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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Parágrafo único. Antes de ser fixada pelo Presidente da República, a Política Nacional
de Inteligência será remetida ao exame e sugestões do competente órgão de controle
externo da atividade de inteligência.

Art. 6o O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo


Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional.

§ 1o Integrarão o órgão de controle externo da atividade de inteligência os líderes da


maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assim como os
Presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.

§ 2o O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento do órgão de


controle e a forma de desenvolvimento dos seus trabalhos com vistas ao controle e
fiscalização dos atos decorrentes da execução da Política Nacional de Inteligência.

Art. 7o A ABIN, observada a legislação e normas pertinentes, e objetivando o desempenho


de suas atribuições, poderá firmar convênios, acordos, contratos e quaisquer outros
ajustes.

Art. 8o A ABIN será dirigida por um Diretor-Geral, cujas funções serão estabelecidas no
decreto que aprovar a sua estrutura organizacional.

§ 1o O regimento interno da ABIN disporá sobre a competência e o funcionamento de


suas unidades, assim como as atribuições dos titulares e demais integrantes destas.

§ 2o A elaboração e edição do regimento interno da ABIN serão de responsabilidade de


seu Diretor-Geral, que o submeterá à aprovação do Presidente da República.

Art. 9o Os atos da ABIN, cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas atividades
sigilosas, deverão ser publicados em extrato.

§ 1o Incluem-se entre os atos objeto deste artigo os referentes ao seu peculiar


funcionamento, como às atribuições, à atuação e às especificações dos respectivos cargos,
e à movimentação dos seus titulares.

§ 2o A obrigatoriedade de publicação dos atos em extrato independe de serem de caráter


ostensivo ou sigiloso os recursos utilizados, em cada caso.

Art. 9º A - Quaisquer informações ou documentos sobre as atividades e assuntos de


inteligência produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN somente poderão ser

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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fornecidos, às autoridades que tenham competência legal para solicitá-los, pelo Chefe do
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, observado o respectivo
grau de sigilo conferido com base na legislação em vigor, excluídos aqueles cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. (Vide Medida Provisória no 2.123-
30, de 2001) (Incluído pela Medida Provisória no 2.216-37, de 2001)

§ 1o O fornecimento de documentos ou informações, não abrangidos pelas hipóteses


previstas no caput deste artigo, será regulado em ato próprio do Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República. (Vide Medida Provisória no 2.123-30,
de 2001) (Incluído pela Medida Provisória no 2.216-37, de 2001)

§ 2o A autoridade ou qualquer outra pessoa que tiver conhecimento ou acesso aos


documentos ou informações referidos no caput deste artigo obriga-se a manter o respectivo
sigilo, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal, e, em se tratando de
procedimento judicial, fica configurado o interesse público de que trata o art. 155, inciso I,
do Código de Processo Civil, devendo qualquer investigação correr, igualmente, sob sigilo.
(Vide Medida Provisória no 2.123-30, de 2001) (Incluído pela Medida Provisória no 2.216-
37, de 2001)

Art. 10. A ABIN somente poderá comunicar-se com os demais órgãos da administração
pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, com o conhecimento prévio da autoridade competente de
maior hierarquia do respectivo órgão, ou um seu delegado.

Art. 11. Ficam criados os cargos de Diretor-Geral e de Diretor-Adjunto da ABIN, de natureza


especial, e os em comissão, de que trata o Anexo a esta Lei.

Parágrafo único. São privativas do Presidente da República a escolha e a nomeação do


Diretor-Geral da ABIN, após aprovação de seu nome pelo Senado Federal.

Art. 12. A unidade técnica encarregada das ações de inteligência, hoje vinculada à Casa
Militar da Presidência da República, fica absorvida pela ABIN.

§ 1o Fica o Poder Executivo autorizado a transferir para a ABIN, mediante alteração de


denominação e especificação, os cargos e funções de confiança do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores, as Funções Gratificadas e as Gratificações de
Representação, da unidade técnica encarregada das ações de inteligência, alocados na
Casa Militar da Presidência da República.

§ 2o O Poder Executivo disporá sobre a transferência, para a ABIN, do acervo patrimonial


alocado à unidade técnica encarregada das ações de inteligência.

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§ 3o Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar ou transferir para a ABIN os saldos


das dotações orçamentárias consignadas para as atividades de inteligência nos
orçamentos da Secretaria de Assuntos Estratégicos e do Gabinete da Presidência da
República.

Art. 13. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações orçamentárias
próprias.

Parágrafo único. O Orçamento Geral da União contemplará, anualmente, em rubrica


específica, os recursos necessários ao desenvolvimento das ações de caráter sigiloso a
cargo da ABIN.

Art. 14. As atividades de controle interno da ABIN, inclusive as de contabilidade analítica,


serão exercidas pela Secretaria de Controle Interno da Presidência da República.

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de dezembro de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENºIQUE CARDOSO

Amaury Guilherme Bier Martus Tavares

Alberto Mendes Cardoso

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b. ANVISA
1) Lei Nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999.
2) Medida Provisória Nº 2.190-34, de 23 de agosto de 2001.
3) Lei Nº 9.695, de 20 de agosto de 1998.
4) Lei Nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015.

CAPÍTULO II

DA CRIAÇÃO E DA COMPETÊNCIA DA AGÊNCIA NACIONAL

DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Art. 3º Fica criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, autarquia sob
regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro no Distrito Federal,
prazo de duração indeterminado e atuação em todo território nacional. (Redação dada pela

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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Medida Provisória Nº 2.039-24, de 2000) (Redação dada pela Medida Provisória Nº 2.190-
34, de 2001)

Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada


pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira.

Art. 4º A Agência atuará como entidade administrativa independente, sendo-lhe


assegurada, nos termos desta Lei, as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de
suas atribuições.

Art. 5º Caberá ao Poder Executivo instalar a Agência, devendo o seu regulamento,


aprovado por decreto do Presidente da República, fixar-lhe a estrutura organizacional.

Art. 6º A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção da saúde da


população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de
produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos
processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de
portos, aeroportos e de fronteiras.

Art. 7º Compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos


II a VII do art. 2º desta Lei, devendo:

I - coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;

II - fomentar e realizar estudos e pesquisas no âmbito de suas atribuições;

III - estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as


ações de vigilância sanitária;

IV - estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes, resíduos tóxicos,


desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam risco à saúde;

V - intervir, temporariamente, na administração de entidades produtoras, que sejam


financiadas, subsidiadas ou mantidas com recursos públicos, assim como nos prestadores
de serviços e ou produtores exclusivos ou estratégicos para o abastecimento do mercado
nacional, obedecido o disposto no art. 5º da Lei Nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, com a
redação que lhe foi dada pelo art. 2º da Lei Nº 9.695, de 20 de agosto de 1998;

VI - administrar e arrecadar a taxa de fiscalização de vigilância sanitária, instituída pelo


art. 23 desta Lei;

VII - autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição e importação dos


produtos mencionados no art. 8o desta Lei e de comercialização de medicamentos;
(Redação dada pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

127
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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VIII - anuir com a importação e exportação dos produtos mencionados no art. 8º desta
Lei;

IX - conceder registros de produtos, segundo as normas de sua área de atuação;

X - conceder e cancelar o certificado de cumprimento de boas práticas de fabricação;

XIV - interditar, como medida de vigilância sanitária, os locais de fabricação, controle,


importação, armazenamento, distribuição e venda de produtos e de prestação de serviços
relativos à saúde, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à
saúde;

XV - proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a


comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou
de risco iminente à saúde;

XVI - cancelar a autorização de funcionamento e a autorização especial de


funcionamento de empresas, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco
iminente à saúde;

XVII - coordenar as ações de vigilância sanitária realizadas por todos os laboratórios que
compõem a rede oficial de laboratórios de controle de qualidade em saúde;

XVIII - estabelecer, coordenar e monitorar os sistemas de vigilância toxicológica e


farmacológica;

XIX - promover a revisão e atualização periódica da farmacopéia;

XX - manter sistema de informação contínuo e permanente para integrar suas atividades


com as demais ações de saúde, com prioridade às ações de vigilância epidemiológica e
assistência ambulatorial e hospitalar;

XXI - monitorar e auditar os órgãos e entidades estaduais, distrital e municipais que


integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, incluindo-se os laboratórios oficiais de
controle de qualidade em saúde;

XXII - coordenar e executar o controle da qualidade de bens e produtos relacionados no


art. 8º desta Lei, por meio de análises previstas na legislação sanitária, ou de programas
especiais de monitoramento da qualidade em saúde;

XXIII - fomentar o desenvolvimento de recursos humanos para o sistema e a cooperação


técnico-científica nacional e internacional;

XXIV - autuar e aplicar as penalidades previstas em lei.

128
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

XXV - monitorar a evolução dos preços de medicamentos, equipamentos, componentes,


insumos e serviços de saúde, podendo para tanto: (Incluído pela Medida Provisória Nº
2.190- 34, de 2001)

a) requisitar, quando julgar necessário, informações sobre produção, insumos,


matérias-primas, vendas e quaisquer outros dados, em poder de pessoas de direito público
ou privado que se dediquem às atividades de produção, distribuição e comercialização dos
bens e serviços previstos neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; (Vide
Medida Provisória Nº 1.912-9, de 1999) (Incluído pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de
2001)

b) proceder ao exame de estoques, papéis e escritas de quaisquer empresas ou


pessoas de direito público ou privado que se dediquem às atividades de produção,
distribuição e comercialização dos bens e serviços previstos neste inciso, mantendo o sigilo
legal quando for o caso; (Vide Medida Provisória Nº 1.912-9, de 1999) (Incluído pela Medida
Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

c) quando for verificada a existência de indícios da ocorrência de infrações previstas


nos incisos III ou IV do art. 20 da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994, mediante aumento
injustificado de preços ou imposição de preços excessivos, dos bens e serviços referidos
nesses incisos, convocar os responsáveis para, no prazo máximo de dez dias úteis,
justificar a respectiva conduta; (Vide Medida Provisória Nº 1.912-9, de 1999) (Incluído pela
Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

d) aplicar a penalidade prevista no art. 26 da Lei no 8.884, de 1994; (Vide Medida


Provisória Nº 1.912-9, de 1999) (Incluído pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

XXVI - controlar, fiscalizar e acompanhar, sob o prisma da legislação sanitária, a


propaganda e publicidade de produtos submetidos ao regime de vigilância sanitária; (Vide
Medida Provisória Nº 2.000-17, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de
2001)

XXVII - definir, em ato próprio, os locais de entrada e saída de entorpecentes,


psicotrópicos e precursores no País, ouvido o Departamento de Polícia Federal e a
Secretaria da Receita Federal. (Vide Medida Provisória Nº 2.134-31, de 2001) (Incluído pela
Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

§ 1º A Agência poderá delegar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a


execução de atribuições que lhe são próprias, excetuadas as previstas nos incisos I, V, VIII,
IX, XV, XVI, XVII, XVIII e XIX deste artigo.

§ 2º A Agência poderá assessorar, complementar ou suplementar as ações estaduais,


municipais e do Distrito Federal para o exercício do controle sanitário.

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 3º As atividades de vigilância epidemiológica e de controle de vetores relativas a


portos, aeroportos e fronteiras, serão executadas pela Agência, sob orientação técnica e
normativa do Ministério da Saúde.

§ 4º A Agência poderá delegar a órgão do Ministério da Saúde a execução de


atribuições previstas neste artigo relacionadas a serviços médico-ambulatorial-hospitalares,
previstos nos §§ 2o e 3o do art. 8o, observadas as vedações definidas no § 1o deste artigo.
(Incluído pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

§ 5º A Agência deverá pautar sua atuação sempre em observância das diretrizes


estabelecidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dar seguimento ao
processo de descentralização da execução de atividades para Estados, Distrito Federal e
Municípios, observadas as vedações relacionadas no § 1o deste artigo. (Incluído pela
Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

§ 6º A descentralização de que trata o § 5º será efetivada somente após manifestação


favorável dos respectivos Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Saúde. (Incluído
pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

§ 7º Para o cumprimento do disposto no inciso X deste artigo, a Agência poderá se


utilizar de informações confidenciais sobre inspeções recebidas no âmbito de acordos ou
convênios com autoridade sanitária de outros países, bem como autorizar a realização de
vistorias e inspeções em plantas fabris por instituições nacionais ou internacionais
credenciadas pela Agência para tais atividades. (Incluído pela Lei Nº 13.097, de 2015)

Art. 8º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regulamentar, controlar e


fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública.

§ 1º Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela


Agência:

I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos,


processos e tecnologias;

II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens,


aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de
medicamentos veterinários;

III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes;

IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em


ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos;

V - conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico;

130
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

VI - equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos e hemoterápicos e


de diagnóstico laboratorial e por imagem;

VII - imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados;

VIII - órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou


reconstituições;

IX - radioisótopos para uso diagnóstico in vivo e radiofármacos e produtos radioativos


utilizados em diagnóstico e terapia;

X - cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, derivado ou não


do tabaco;

XI - quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, obtidos por


engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submetidos a fontes de radiação.

§ 2º Consideram-se serviços submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela


Agência, aqueles voltados para a atenção ambulatorial, seja de rotina ou de emergência,
os realizados em regime de internação, os serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, bem
como aqueles que impliquem a incorporação de novas tecnologias.

§ 3º Sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo, submetem-se ao regime de


vigilância sanitária as instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambientes e
procedimentos envolvidos em todas as fases dos processos de produção dos bens e
produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária, incluindo a destinação dos
respectivos resíduos.

§ 4º A Agência poderá regulamentar outros produtos e serviços de interesse para o


controle de riscos à saúde da população, alcançados pelo Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária.

§ 5º A Agência poderá dispensar de registro os imunobiológicos, inseticidas,


medicamentos e outros insumos estratégicos quando adquiridos por intermédio de
organismos multilaterais internacionais, para uso em programas de saúde pública pelo
Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas. (Incluído pela Medida Provisória Nº
2.190-34, de 2001)

§ 6º O Ministro de Estado da Saúde poderá determinar a realização de ações previstas


nas competências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em casos específicos e que
impliquem risco à saúde da população. (Incluído pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de
2001)

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 7º O ato de que trata o § 6o deverá ser publicado no Diário Oficial da União. (Incluído
pela Medida Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

§ 8º Consideram-se serviços e instalações submetidos ao controle e fiscalização


sanitária aqueles relacionados com as atividades de portos, aeroportos e fronteiras e nas
estações aduaneiras e terminais alfandegados, serviços de transportes aquáticos,
terrestres e aéreos. (Vide Medida Provisória Nº 2.134-31, de 2001) (Incluído pela Medida
Provisória Nº 2.190-34, de 2001)

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c. DEPEN
1) Decreto Nº 6.049, de 27 de fevereiro de 2007.

Aprova o Regulamento Penitenciário Federal.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisos
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto nas Leis nos 7.210, de 11
de julho de 1984, e 10.693, de 25 de junho de 2003,

DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Penitenciário Federal, na forma do Anexo a este


Decreto.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 27 de fevereiro de 2007; 186º da Independência e 119º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.2.2007.

ANEXO
REGULAMENTO PENITENCIÁRIO FEDERAL
TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO, DA FINALIDADE, DAS CARACTERÍSTICAS E DA
ESTRUTURA DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS FEDERAIS
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO

Art. 1º O Sistema Penitenciário Federal é constituído pelos estabelecimentos penais


federais, subordinados ao Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça.

Art. 2º Compete ao Departamento Penitenciário Nacional, no exercício da atribuição que


lhe confere o parágrafo único do art. 72 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Execução Penal, a supervisão, coordenação e administração dos estabelecimentos penais


federais.
CAPÍTULO II
DA FINALIDADE
Art. 3º Os estabelecimentos penais federais têm por finalidade promover a execução
administrativa das medidas restritivas de liberdade dos presos, provisórios ou condenados,
cuja inclusão se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio preso.

Art. 4º Os estabelecimentos penais federais também abrigarão presos, provisórios ou


condenados, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, previsto no art. 1o da Lei no
10.792, de 1º de dezembro de 2003.

Art. 5º Os presos condenados não manterão contato com os presos provisórios e serão
alojados em alas separadas.
CAPÍTULO III
DAS CARACTERÍSTICAS

Art. 6º O estabelecimento penal federal tem as seguintes características:


I - destinação a presos provisórios e condenados em regime fechado;
II - capacidade para até duzentos e oito presos;
III - segurança externa e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários
Federais;
IV - segurança interna que preserve os direitos do preso, a ordem e a disciplina;
V - acomodação do preso em cela individual; e
VI - existência de locais de trabalho, de atividades sócio-educativas e culturais, de
esporte, de prática religiosa e de visitas, dentro das possibilidades do estabelecimento
penal.

Voltar ao Sumário!

c. FNSP
1) Decreto Nº 5.289, de 29 de novembro de 2004.
2) Decreto Nº 7.318, de 28 de setembro de 2010.
3) Decreto Nº 7.957, de 12 de março de 2013.

Disciplina a organização e o funcionamento da administração pública federal, para


desenvolvimento do programa de cooperação federativa denominado Força Nacional de
Segurança Pública, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 1o, 3o,
parágrafo único, e 4o, caput e § 1o, da Lei no 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Considerando o disposto nos arts. 144 e 241 da Constituição e o princípio de


solidariedade federativa que orienta o desenvolvimento das atividades do sistema único de
segurança pública;

DECRETA:

Art. 1o Este Decreto disciplina as regras gerais de organização e funcionamento da


administração pública federal, para desenvolvimento do programa de cooperação
federativa denominado Força Nacional de Segurança Pública, ao qual poderão
voluntariamente aderir os Estados interessados, por meio de atos formais específicos.

Art. 2o A Força Nacional de Segurança Pública atuará em atividades destinadas à


preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, nas
hipóteses previstas neste Decreto e no ato formal de adesão dos Estados e do Distrito
Federal. (Redação dada pelo Decreto Nº 7.318, de 2010).

Art. 2o-A. A atuação dos servidores civis nas atividades desenvolvidas no âmbito da Força
Nacional de Segurança Pública, conforme previsto nos arts. 3º e 5o da Lei no 11.473, de 10
de maio de 2007, compreende: (Incluído pelo Decreto Nº 7.318, de 2010).

I - auxílio às ações de polícia judiciária estadual na função de investigação de infração


penal, para a elucidação das causas, circunstâncias, motivos, autoria e
materialidade; (Incluído pelo Decreto Nº 7.318, de 2010).

II - auxílio às ações de inteligência relacionadas às atividades destinadas à preservação


da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio; (Incluído pelo Decreto
Nº 7.318, de 2010).

III - realização de atividades periciais e de identificação civil e criminal destinadas a


colher e resguardar indícios ou provas da ocorrência de fatos ou de infração penal; (Incluído
pelo Decreto Nº 7.318, de 2010).

IV - auxílio na ocorrência de catástrofes ou desastres coletivos, inclusive para


reconhecimento de vitimados; (Redação dada pelo Decreto Nº 7.957, de 2013)

V - apoio a ações que visem à proteção de indivíduos, grupos e órgãos da sociedade


que promovam e protejam os direitos humanos e as liberdades fundamentais; e (Incluído
pelo Decreto Nº 7.957, de 2013)

VI - apoio às atividades de conservação e policiamento ambiental. (Incluído pelo Decreto


Nº 7.957, de 2013)

§ 1o As atividades de cooperação federativa serão desenvolvidas sob a coordenação


conjunta da União e do ente convenente. (Incluído pelo Decreto Nº 7.318, de 2010).

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

§ 2o A presidência do inquérito policial será exercida pela autoridade policial da


circunscrição local, nos termos do art. 4o do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941
- Código de Processo Penal. (Incluído pelo Decreto Nº 7.318, de 2010).

Art. 2º-B Fica instituída a Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de


Segurança Pública, com os seguintes objetivos: (Incluído pelo Decreto Nº 7.957, de 2013)

I - apoiar as ações de fiscalização ambiental desenvolvidas por órgãos federais,


estaduais, distritais e municipais na proteção do meio ambiente; (Incluído pelo Decreto Nº
7.957, de 2013)

II - atuar na prevenção a crimes e infrações ambientais; (Incluído pelo Decreto Nº 7.957,


de 2013)

III - executar tarefas de defesa civil em defesa do meio ambiente; (Incluído pelo Decreto
Nº 7.957, de 2013)

IV - auxiliar as ações da polícia judiciária na investigação de crimes ambientais;


e (Incluído pelo Decreto Nº 7.957, de 2013)

V - prestar auxílio à realização de levantamentos e laudos técnicos sobre impactos


ambientais negativos. (Incluído pelo Decreto Nº 7.957, de 2013)

Art. 3o Nas atividades da Força Nacional de Segurança Pública, serão atendidos, dentre
outros, os seguintes princípios:

I - respeito aos direitos individuais e coletivos, inclusive à integridade moral das pessoas;

II - uso moderado e proporcional da força;

III - unidade de comando;

IV - eficácia;

V - pronto atendimento;

VI - emprego de técnicas proporcionais e adequadas de controle de distúrbios civis;

VII - qualificação especial para gestão de conflitos; e

VIII - solidariedade federativa.

Art. 4o A Força Nacional de Segurança Pública poderá ser empregada em qualquer parte
do território nacional, mediante solicitação expressa do respectivo Governador de Estado,

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

do Distrito Federal ou de Ministro de Estado. (Redação dada pelo Decreto Nº 7.957, de


2013)

§ 1o Compete ao Ministro de Estado da Justiça determinar o emprego da Força Nacional


de Segurança Pública, que será episódico e planejado.

§ 2o O contingente mobilizável da Força Nacional de Segurança Pública será composto


por servidores que tenham recebido, do Ministério da Justiça, treinamento especial para
atuação conjunta, integrantes das polícias federais e dos órgãos de segurança pública dos
Estados que tenham aderido ao programa de cooperação federativa.

§ 3o O ato do Ministro de Estado da Justiça que determinar o emprego da Força Nacional


de Segurança Pública conterá:

I - delimitação da área de atuação e limitação do prazo nos quais as atividades da


Força Nacional de Segurança Pública serão desempenhadas;

II - indicação das medidas de preservação da ordem pública a serem implementadas;


e

III - as diretrizes que nortearão o desenvolvimento das operações de segurança


pública.

§ 4o As atribuições dos integrantes dos órgãos de segurança pública envolvidos em


atividades da Força Nacional de Segurança Pública são aquelas previstas no art. 144 da
Constituição e na legislação em vigor.

§ 5o O Ministério da Justiça deverá assegurar contingente permanente mínimo de


quinhentos homens da Força Nacional de Segurança Pública treinados para emprego
imediato. (Incluído pelo Decreto Nº 6.189, de 2007)

Art. 5o Os servidores de órgãos de segurança pública mobilizados para atuar de forma


integrada, no programa de cooperação federativa, ficarão sob coordenação do Ministério
da Justiça enquanto durar sua mobilização, mas não deixam de integrar o quadro funcional
de seus respectivos órgãos.

Parágrafo único. Os servidores civis e militares dos Estados e do Distrito Federal que
participarem de atividades desenvolvidas em decorrência de convênio de cooperação de
que trata este Decreto farão jus ao recebimento de diária, a ser paga na forma prevista
pelo art. 6o da Lei no 11.473, de 10 de maio de 2007. (Incluído pelo Decreto Nº 6.189, de
2007)

Art. 6o O Ministério da Justiça, consultados os Estados que aderirem ao programa de


cooperação federativa, elaborará proposta para a provisão de assistência médica e seguro

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

de vida e de acidentes dos servidores mobilizados, vitimados quando em atuação efetiva


em operações da Força Nacional de Segurança Pública.

Art. 7o Caso algum servidor militar mobilizado venha a responder a inquérito policial ou a
processo judicial por sua atuação efetiva em operações da Força Nacional de Segurança
Pública, poderá ser ele representado judicialmente pela Advocacia-Geral da União, nos
termos do art. 22, parágrafo único, da Lei no 9.028, de 12 de abril de 1995.

Art. 8o Os servidores dos Estados mobilizados para atuar em operação da Força Nacional
de Segurança Pública serão designados pelo Ministério da Justiça.

Art. 9o A União poderá fornecer recursos humanos e materiais complementares ou


suplementares quando forem inexistentes, indisponíveis, inadequados ou insuficientes os
recursos dos órgãos estaduais, para o desempenho das atividades da Força Nacional de
Segurança Pública.

§ 1o As Forças Armadas, por autorização específica do Presidente da República, e


outros órgãos federais desvinculados do Ministério da Justiça poderão oferecer instalações,
recursos de inteligência, transporte, logística e treinamento de modo a contribuir com as
atividades da Força Nacional de Segurança Pública.

§ 2o Em caso de emprego das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem, na


forma da legislação específica, o Presidente da República poderá determinar ao Ministério
da Justiça que coloque à disposição do Ministério da Defesa os recursos materiais da Força
Nacional de Segurança Pública.

§ 3o Os Estados também poderão participar de operações conjuntas da Força Nacional


de Segurança Pública, fornecendo recursos materiais e logísticos.

Art. 10. Caberá ao Ministério da Justiça:

I - coordenar o planejamento, o preparo e a mobilização da Força Nacional de Segurança


Pública, compreendendo:

a) mobilização, coordenação e definição da estrutura de comando dos integrantes da


Força Nacional de Segurança Pública;

b) administração e disposição dos recursos materiais e financeiros necessários ao


emprego da Força Nacional de Segurança Pública;

c) realização de consultas a outros órgãos da administração pública federal sobre


quaisquer aspectos pertinentes às atividades da Força Nacional de Segurança Pública;

137
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

d) solicitação de apoio da administração dos Estados e do Distrito Federal às


atividades da Força Nacional de Segurança Pública, respeitando-se a organização
federativa; e

e) inteligência e gestão das informações produzidas pelos órgãos de segurança


pública;

II - providenciar a aquisição de bens e equipamentos necessários às atividades da Força


Nacional de Segurança Pública e gerir programas de apoio material e reaparelhamento
dirigidos aos órgãos de segurança pública dos Estados e do Distrito Federal, com recursos
do Fundo Nacional de Segurança Pública, após o aprovo do seu Conselho Gestor, na forma
do parágrafo único do art. 3o e § 1o do art. 4o da Lei no 10.201, de 14 de fevereiro de 2001;

III - estabelecer os critérios de seleção e treinamento dos servidores integrantes da Força


Nacional de Segurança Pública;

IV - selecionar e treinar os servidores policiais que os Governadores dos Estados


participantes do programa de cooperação federativa colocarem à disposição da Força
Nacional de Segurança Pública;

V - realizar o planejamento orçamentário e a gestão financeira relativos à execução das


atividades da Força Nacional de Segurança Pública, de acordo com as autorizações do
Conselho Gestor do Fundo Nacional de Segurança Pública, na forma do parágrafo único
do art. 3o e § 1o do art. 4o da Lei no 10.201, de 2001;

VI - estabelecer a interlocução com os Estados e o Distrito Federal, bem assim com


órgãos de segurança pública e do Governo Federal, para a disponibilização de recursos
humanos, materiais e financeiros necessários ao funcionamento da Força Nacional de
Segurança Pública; e

VII - definir, de acordo com a legislação específica em vigor, os sinais exteriores de


identificação e o uniforme dos servidores policiais mobilizados para atuar nas operações da
Força Nacional de Segurança Pública.

Art. 11. A estrutura hierárquica existente nos órgãos de segurança pública da União, dos
Estados e do Distrito Federal e o princípio da unidade de comando serão observados nas
operações da Força Nacional de Segurança Pública.

Art. 12. As aquisições de equipamentos, armamentos, munições, veículos, aeronaves e


embarcações para uso em treinamento e operações coordenadas da Força Nacional de
Segurança Pública serão feitas mediante critérios técnicos de qualidade, quantidade,
modernidade, eficiência e resistência, apropriados ao uso em ações de segurança
destinadas à preservação da ordem pública, com respeito à integridade física das pessoas.

138
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Parágrafo único. Caberá ao Ministério da Justiça estabelecer os parâmetros


administrativos e especificações técnicas para o atendimento do contido neste artigo.

Art. 13. Fica o Ministério da Justiça autorizado a celebrar com os Estados interessados
convênio de cooperação federativa, nos termos e para os fins específicos deste Decreto.

Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de novembro de 2004; 183o da Independência e 116o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos

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d. FUNAI
1) Lei Nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967.

Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.11.2004.

Autoriza a instituição da "Fundação Nacional do Índio" e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO


NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica o Governo Federal autorizado a instituir uma fundação, com patrimônio próprio
e personalidade jurídica de direito privado, nos termos da lei civil, denominada "Fundação
Nacional do Índio", com as seguintes finalidades:

I - estabelecer as diretrizes e garantir o cumprimento da política indigenista, baseada nos


princípios a seguir enumerados:

a) respeito à pessoa do índio e as instituições e comunidades tribais;

b) garantia à posse permanente das terras que habitam e ao usufruto exclusivo dos
recursos naturais e de todas as utilidades nela existentes;

c) preservação do equilíbrio biológico e cultural do índio, no seu contato com a


sociedade nacional;

d) resguardo à aculturação espontânea do índio, de forma a que sua evolução


socioeconômica se processe a salvo de mudanças bruscas;

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ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

II - gerir o Patrimônio Indígena, no sentido de sua conservação, ampliação e valorização;

III - promover levantamentos, análises, estudos e pesquisas científicas sobre o índio e


os grupos sociais indígenas;

IV - promover a prestação da assistência médico-sanitária aos índios;

V - promover a educação de base apropriada do índio visando à sua progressiva


integração na sociedade nacional;

VI - despertar, pelos instrumentos de divulgação, o interesse coletivo para a causa


indigenista;

VII - exercitar o poder de polícia nas áreas reservadas e nas matérias atinentes à
proteção do índio.

Parágrafo único. A Fundação exercerá os poderes de representação ou assistência


jurídica inerentes ao regime tutelar do índio, na forma estabelecida na legislação civil
comum ou em leis especiais.

Art. 2º O patrimônio da Fundação será constituído:

I - pelo acervo do Serviço de Proteção aos Índios (S.P.I.), do Conselho Nacional de


Proteção aos Índios (C.N.P.I.) e do Parque Nacional do Xingu (P.N.X.);

II - pelas dotações orçamentárias e créditos adicionais que lhe forem atribuídos;

III - pelas subvenções e doações de pessoas físicas, entidades públicas e privadas


nacionais, estrangeiras e internacionais;

IV - pelas rendas e emolumentos provenientes de serviços prestados a terceiros;

V - pelo dízimo da renda líquida anual do Patrimônio Indígena;

§ 1º Os bens, rendas e serviços da Fundação são isentos de impostos federais,


estaduais e municipais, de conformidade com a letra "c", item III, do art. 20 da Constituição.

§ 2º O Orçamento da União consignará, em cada exercício, recursos suficientes ao


atendimento das despeças da Fundação.

§ 3º A Fundação poderá promover a obtenção de cooperação financeira e assistência


técnica internas ou externas, públicas ou privadas, coordenando e adequando a sua
aplicação aos planos estabelecidos.

140
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 3º As rendas do Patrimônio Indígena serão administradas pela Fundação tendo em


vista os seguintes objetivos:

I - emancipação econômica das tribos;

II - acréscimo do patrimônio rentável;

III - custeio dos serviços de assistência ao índio.

Art. 6º Instituída a Fundação, ficarão automaticamente extintos o Serviço de Proteção aos


Índios (SPI), o Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI) e o Parque Nacional do
Xingu (PNX).

Art. 7º Os quadros de pessoal dos órgãos a que se refere o artigo anterior serão
considerados em extinção, a operar-se gradativamente, de acordo com as normas fixadas
em Decreto.

§ 1º Os servidores dos quadros em extinção passarão a prestar serviços à Fundação,


consoante o regime legal que lhes é próprio, podendo, entretanto, optar pelo regime da
legislação trabalhista, a juízo da Diretoria da Fundação, conforme normas a serem
estabelecidas em Decreto do Poder Executivo.

§ 2º O tempo de serviço prestado à Fundação em regime trabalhista, na forma do


parágrafo anterior, será contado como de serviço público para os fins previstos na
legislação federal.

§ 3º A Fundação promoverá o aproveitamento em órgãos federais e, mediante convênio,


nos Estados e Municípios, dos servidores referidos neste artigo, que não forem
considerados necessário aos seus serviços, tendo em vista o disposto no art. 99 do
Decreto-lei Nº 200, de 25 de fevereiro de 1967.

Art. 8º A Fundação poderá requisitar servidores federais, estaduais e municipais, inclusive


autárquicos, na forma da legislação em vigor.

Parágrafo único. Os Servidores requisitados na forma dêste artigo poderão optar pelo
regime trabalhista peculiar à Fundação, durante o período em que permaneçam à sua
disposição, contando-se o tempo de serviço assim prestado para efeito de direitos e
vantagens da função pública.

Art. 9º As dotações orçamentárias consignadas ao Serviço de Proteção aos índios (SPI),


ao Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPl) e ao Parque Nacional do Xingu (PNX),
no Orçamento da União, serão automaticamente transferidas para a Fundação, na data de
sua instituição.

141
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 10. Fica a Fundação autorizada a examinar os acordos, convênios, contratos e ajustes
firmados pelo SPI, CNPI, e PNX, podendo ratificá-los, modificá-los ou rescindi-los sem
prejuízo ao direito adquirido por terceiros, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, nos
têrmos do artigo 150 e §§ 3º e 22 da Constituição do Brasil.

Art. 11. São extensivos à Fundação e ao Patrimônio Indígena os privilégios da Fazenda


Pública, quanto à impenhorabilidade de bens, rendas e serviços, prazos processuais, ações
especiais e executivas, juros e custas.

Art. 12. Cumpre à Fundação elaborar e propor ao Poder Executivo Anteprojeto de Lei, a ser
encaminhado ao Congresso, sobre o Estatuto Legal do Índio Brasileiro.

Art. 13. No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação desta Lei, o Ministro do Interior,
ouvida a Procuradoria-Geral da República, submeterá ao Presidente da República o projeto
dos Estatutos da Fundação Nacional do Índio.

Art. 14. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

Brasília, 5 de dezembro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.

A. COSTA E SILVA
Afonso de A. Lima

2) Portaria Nº 666, de 17 de julho 2017.

O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO- FUNAI, no uso das atribuições


que lhe são conferidas pelo Estatuto, aprovado pelo Decreto Nº 9.010, de 23 de março de
2017,resolve:
Art. 1º Aprovar o Regimento Interno da Fundação Nacional do Índio - Funai, na forma do
Anexo a esta Portaria.
Art. 2º Revogar a Portaria n° 1.733/PRES, de 27 de dezembro2012, publicada no Diário
Oficial da União Nº 250, Seção 1,de 28 de dezembro de 2012.
Art. 3° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FRANKLIMBERG RIBEIRO DE FREITAS


ANEXO
REGIMENTO INTERNO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
CAPÍTULO I
DA NATUREZA, SEDE E FINALIDADE

142
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 1º A Fundação Nacional do Índio - Funai, fundação pública instituída em conformidade


com a Lei Nº 5.371, de 05 de dezembro de 1967, vinculada ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública, tem sede e foro no Distrito Federal, jurisdição em todo o território
nacional e prazo de duração indeterminado.
Art. 2º A Funai tem por finalidade:
I - proteger e promover os direitos dos povos indígenas, em nome da União;
II - formular, coordenar, articular, monitorar e garantir o cumprimento da política
indigenista do Estado brasileiro, baseada nos seguintes princípios:
a) reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições dos
povos indígenas;
b) respeito ao cidadão indígena e às suas comunidades e organizações;
c) garantia ao direito originário, à inalienabilidade e à indisponibilidade das terras que
tradicionalmente ocupam e ao usufruto exclusivo das riquezas nelas existentes;
d) garantia aos povos indígenas isolados do exercício de sua liberdade e de suas
atividades tradicionais sem a obrigatoriedade de contatá-los;
e) garantia da proteção e da conservação do meio ambiente nas terras indígenas;
f) garantia da promoção de direitos sociais, econômicos e culturais aos povos
indígenas; e
g) garantia da participação dos povos indígenas e das suas organizações em
instâncias do Estado que definam políticas públicas que lhes digam respeito;
III - administrar os bens do patrimônio indígena, conforme o disposto no art. 29 do
Decreto Nº 9.010, de 23 de março de 2017,exceto aqueles cuja gestão tenha sido atribuída
aos indígenas ou às suas comunidades, podendo também administrá-los na hipótese de
delegação expressa dos interessados;
IV - promover e apoiar levantamentos, censos, análises, estudos e pesquisas científicas
sobre os povos indígenas, visando à valorização e à divulgação de suas culturas;
V - monitorar as ações e serviços de atenção à saúde dos povos indígenas;
VI - monitorar as ações e os serviços de educação diferenciada para os povos indígenas;
VII - promover e apoiar o desenvolvimento sustentável nas terras indígenas, conforme a
realidade de cada povo indígena;
VIII - despertar, por meio de instrumentos de divulgação, o interesse coletivo para a
causa indígena; e
IX - exercer o poder de polícia em defesa e proteção dos povos indígenas.
Art. 3º Compete à Funai prestar a assistência jurídica aos povos indígenas.

143
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 4º A Funai promoverá estudos de identificação e delimitação, demarcação,


regularização fundiária e registro das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos
indígenas.
Parágrafo único. As atividades de medição e demarcação poderão ser realizadas por
entidades públicas ou privadas, por meio de convênios ou contratos, desde que a Funai
não tenha condições de realizá-las diretamente.
Voltar ao Sumário!

f. FUNASA
1) Decreto Nº 100, de 16 de abril de 1991.

Institui a Fundação Nacional de Saúde e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 14 da Lei n° 8.029, de
12 de abril de 1990, com a redação dada pela Lei n° 8.101, de 6 de dezembro de 1990,
com a remuneração determinada pelo art. 2° da Lei n° 8.154, de 28 de dezembro de 1990,

DECRETA:

Art. 1° É instituída a Fundação Nacional de Saúde - FNS.

Art. 2° São aprovados o Estatuto e o Quadro Demonstrativo de Cargos em Comissão e


Funções de Confiança da FNS, constantes dos Anexos I e II deste Decreto.

Art. 3° O Ministro de Estado da Saúde submeterá à Secretaria da Administração Federal,


no prazo de cento e vinte dias, a proposta da lotação ideal da FNS.

Art. 4° O regimento interno da FNS será aprovado pelo Ministro de Estado da Saúde e
publicado no Diário Oficial da União.

Art. 5° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 16 de abril de 1991; 170° da Independência e 103° da República.

FERNANDO COLLOR
Luiz Romero Cavalcante Farias

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 17.4.1991 e retificado no D.O.U de


19.4.1991.

144
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

ANEXO I

Fundação Nacional de Saúde - FNS


Estatuto

CAPÍTULO I

Da Natureza, Sede e Finalidade

Art. 1° A Fundação Nacional de Saúde -FNS, fundação pública, vinculada ao Ministério da


Saúde, com jurisdição em todo o território nacional, sede e foro no Distrito Federal e prazo
de duração indeterminado.

Art. 2° A FNS tem por finalidade promover e executar ações e serviços de saúde pública, e
especialmente:

I - implementar atividades para o controle de doenças e de outros agravos à saúde;

II - desenvolver ações e serviços de saneamento básico em áreas rurais;

III - realizar, de forma sistemática, estudos e pesquisas e análises de situações de saúde


e suas tendências;

IV - apoiar a implementação e operacionalização de sistema e serviços locais de saúde


e saneamento;

V - operar, em áreas estratégicas e de fronteiras, atividades, sistemas e serviços


específicos de saúde;

VI - coletar, processar e divulgar informações sobre saúde.

Voltar ao Sumário!

g. IBAMA
1) Decreto Nº 8.973 de 24 de janeiro de 2017.

Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em


Comissão e das Funções de Confiança do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, remaneja cargos em comissão e
substitui cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores -
DAS por Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE.

145
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art.


84, caput , inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Ficam aprovados a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em


Comissão e das Funções de Confiança do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, na forma dosAnexos I e II .

Art. 2º Ficam remanejados, na forma do Anexo III , em decorrência do disposto no Decreto


Nº 8.785, de 10 de junho de 2016 , os seguintes cargos em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS:

I - do IBAMA para a Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,


Desenvolvimento e Gestão:

a) cinco DAS 101.3; e

b) vinte e nove DAS 101.2; e

II - da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão


para o IBAMA: dez DAS 101.1.

Art. 3º Ficam remanejadas, da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,


Desenvolvimento e Gestão para o IBAMA, na forma do Anexo IV , em cumprimento à Lei
Nº 13.346, de 10 de outubro de 2016 , as seguintes Funções Comissionadas do Poder
Executivo - FCPE:

I - sessenta e sete FCPE 101.2; e

II - quarenta e quatro FCPE 101.1.

Parágrafo único. Ficam extintos cento e onze cargos em comissão do Grupo-DAS,


conforme demonstrado no Anexo IV .

Art. 4º Os ocupantes dos cargos em comissão que deixam de existir na Estrutura


Regimental do IBAMA, por força deste Decreto, ficam automaticamente exonerados.

Art. 5º Os apostilamentos decorrentes das alterações promovidas na Estrutura Regimental


do IBAMA deverão ocorrer na data de entrada em vigor deste Decreto.

Parágrafo único. O Presidente do IBAMA publicará, no Diário Oficial da União, no prazo


de trinta dias, contado da data de entrada em vigor deste Decreto, relação nominal dos
titulares dos cargos em comissão e das funções de confiança a que se refere o Anexo II ,

146
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

que indicará, inclusive, o número de cargos e funções vagos, suas denominações e seus
níveis.

Art. 6º O Presidente do IBAMA editará regimento interno para detalhar as unidades


administrativas integrantes da Estrutura Regimental do IBAMA, suas competências e as
atribuições de seus dirigentes, no prazo de noventa dias, contado da data de entrada em
vigor deste Decreto.

Parágrafo único. O regimento interno conterá o Quadro Demonstrativo dos Cargos em


Comissão e das Funções de Confiança do IBAMA.

Art. 7º O Presidente do IBAMA poderá, mediante alteração do regimento interno, permutar


cargos em comissão do Grupo-DAS com FCPE, desde que não sejam alteradas as
unidades da estrutura organizacional básica especificadas naTabela “a” do Anexo II e
sejam mantidos as categorias, os níveis e os quantitativos previstos na Tabela “b” do Anexo
II , conforme o disposto no art. 9º do Decreto Nº 6.944, de 21 de agosto de 2009 .

Art. 8º Este Decreto entra em vigor em 21 de fevereiro de 2017.

Art. 9º Fica revogado o Decreto Nº 6.099, de 26 de abril de 2007 .

Brasília, 24 de janeiro de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHEL TEMER
Dyogo HeNºique de Oliveira
José Sarney Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.1.2017

ANEXO I

ESTRUTURA REGIMENTAL DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS


RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA

CAPÍTULO I

DA NATUREZA, DA SEDE E DAS FINALIDADES

Art. 1º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -


IBAMA, autarquia criada pela Lei Nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989 , vinculada ao
Ministério do Meio Ambiente, com autonomia administrativa e financeira, dotada de
personalidade jurídica de direito público, com sede em Brasília, Distrito Federal, e jurisdição
em todo o território nacional, tem como finalidades:

147
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

I - exercer o poder de polícia ambiental em âmbito federal;

II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições


federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à
autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização, ao monitoramento e ao controle
ambientais, observadas as diretrizes emitidas pelo Ministério do Meio Ambiente; e

III - executar as ações supletivas da União, em conformidade com a legislação ambiental.

Art. 2º Compete ao IBAMA, ressalvadas as competências das demais entidades integrantes


do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, e observadas as diretrizes emitidas pelo
Ministério do Meio Ambiente, as seguintes atribuições em âmbito federal:

I - proposição e edição de normas e padrões de qualidade ambiental;

II - avaliação de impactos ambientais;

III - licenciamento ambiental de atividades, empreendimentos, produtos e processos


considerados efetiva ou potencialmente poluidores, e daqueles capazes de causar
degradação ambiental, nos termos da lei;

IV - implementação dos Cadastros Técnicos Federais de Atividades e Instrumentos de


Defesa Ambiental e de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras dos Recursos
Ambientais;

V - fiscalização e aplicação de penalidades administrativas ambientais ou


compensatórias pelo não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou à
correção da degradação ambiental, nos termos da legislação em vigor;

VI - geração, integração e disseminação sistemática de informações e conhecimentos


relativos ao meio ambiente;

VII - disciplinamento, cadastramento, licenciamento, monitoramento e fiscalização dos


usos e dos acessos aos recursos ambientais, florísticos e faunísticos;

VIII - análise, registro e controle de substâncias químicas, agrotóxicos e de seus


componentes e afins, conforme legislação;

IX - assistência e apoio operacional às instituições públicas e à sociedade em caso de


acidentes e emergências ambientais de relevante interesse ambiental;

X- execução de programas de educação ambiental;

XI - fiscalização e controle da coleta e do transporte de material biológico;

148
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

XII - recuperação de áreas degradadas;

XIII - apoio à implementação do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio


Ambiente - Sinima;

XIV - aplicação dos dispositivos e dos acordos internacionais relativos à gestão ambiental
no âmbito de sua competência;

XV - monitoramento, prevenção e controle de desmatamentos, queimadas e incêndios


florestais;

XVI - elaboração do sistema de informação para a gestão do uso dos recursos


faunísticos, pesqueiros e florestais;

XVII - elaboração e estabelecimento de critérios, padrões e proposição de normas


ambientais para a gestão do uso dos recursos pesqueiros, faunísticos e florestais; e

XVIII - elaboração do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente.

Voltar ao Sumário!

h. ICMBio
1) Lei Nº 11.516, de 28 de agosto de 2007.

Dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da


Biodiversidade - Instituto Chico Mendes; altera as Leis nos 7.735, de 22 de
fevereiro de 1989, 11.284, de 2 de março de 2006, 9.985, de 18 de julho de 2000,
10.410, de 11 de janeiro de 2002, 11.156, de 29 de julho de 2005, 11.357, de 19
de outubro de 2006, e 7.957, de 20 de dezembro de 1989; revoga dispositivos
da Lei no 8.028, de 12 de abril de 1990, e da Medida Provisória no 2.216-37, de
31 de agosto de 2001; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto


Chico Mendes, autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público,
autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a
finalidade de:

I - executar ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes


às atribuições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e
monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União;

149
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

II - executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e


ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso
sustentável instituídas pela União;

III - fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da


biodiversidade e de educação ambiental;

IV - exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação


instituídas pela União; e

V - promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entidades envolvidos,


programas recreacionais, de uso público e de ecoturismo nas unidades de conservação,
onde estas atividades sejam permitidas.

Parágrafo único. O disposto no inciso IV do caput deste artigo não exclui o exercício
supletivo do poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.

Art. 12. O art. 12 da Lei no 7.957, de 20 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 12. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico
Mendes ficam autorizados a contratar pessoal por tempo determinado, não superior a 180
(cento e oitenta) dias, vedada a prorrogação ou recontratação pelo período de 2 (dois) anos,
para atender aos seguintes imprevistos:

I - prevenção, controle e combate a incêndios florestais nas unidades de conservação;

II - preservação de áreas consideradas prioritárias para a conservação ambiental


ameaçadas por fontes imprevistas;

III - controle e combate de fontes poluidoras imprevistas e que possam afetar a vida
humana e também a qualidade do ar, da água, a flora e a fauna.” (Nº)

Art. 13. A responsabilidade técnica, administrativa e judicial sobre o conteúdo de parecer


técnico conclusivo visando à emissão de licença ambiental prévia por parte do Ibama será
exclusiva de órgão colegiado do referido Instituto, estabelecido em regulamento.

Parágrafo único. Até a regulamentação do disposto no caput deste artigo, aplica-se ao


licenciamento ambiental prévio a legislação vigente na data de publicação desta Lei.

150
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 14. Os órgãos públicos incumbidos da elaboração de parecer em processo visando à


emissão de licença ambiental deverão fazê-lo em prazo a ser estabelecido em regulamento
editado pela respectiva esfera de governo.

Art. 14-A. Fica o Instituto Chico Mendes autorizado a selecionar instituição financeira oficial,
dispensada a licitação, para criar e administrar fundo privado a ser integralizado com
recursos oriundos da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei Nº 9.985, de 18
de julho de 2000, destinados às unidades de conservação instituídas pela União. (Incluído
pela Lei Nº 13.668, de 2018)

§ 1º A instituição financeira oficial de que trata o caput deste artigo será responsável pela
execução, direta ou indireta, e pela gestão centralizada dos recursos de compensação
ambiental destinados às unidades de conservação instituídas pela União e poderá, para a
execução indireta, firmar contrato com instituições financeiras oficiais regionais. (Incluído
pela Lei Nº 13.668, de 2018)

§ 2º O depósito integral do valor fixado pelo órgão licenciador desonera o empreendedor


das obrigações relacionadas à compensação ambiental. (Incluído pela Lei Nº 13.668, de
2018)

§ 3º A instituição financeira oficial de que trata o caput deste artigo fica autorizada a
promover as desapropriações dos imóveis privados indicados pelo Instituto Chico Mendes
que estejam inseridos na unidade de conservação destinatária dos recursos de
compensação ambiental. (Incluído pela Lei Nº 13.668, de 2018)

§ 4º O regulamento e o regimento interno do fundo observarão os critérios, as políticas e


as diretrizes definidas em ato do Instituto Chico Mendes. (Incluído pela Lei Nº 13.668, de
2018)

§ 5º A autorização prevista no caput deste artigo estende-se aos órgãos executores do


Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. (Incluído pela Lei Nº 13.668,
de 2018)

Art. 14-B. Os valores devidos a título de compensação ambiental, nos termos do art. 36 da
Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000, serão atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) a partir da data de fixação da compensação ambiental
pelo órgão licenciador. (Incluído pela Lei Nº 13.668, de 2018)

Art. 14-C. Poderão ser concedidos serviços, áreas ou instalações de unidades de


conservação federais para a exploração de atividades de visitação voltadas à educação
ambiental, à preservação e conservação do meio ambiente, ao turismo ecológico, à
interpretação ambiental e à recreação em contato com a natureza, precedidos ou não da

151
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

execução de obras de infraestrutura, mediante procedimento licitatório regido pela Lei Nº


8.987, de 13 de fevereiro de 1995. (Incluído pela Lei Nº 13.668, de 2018)

§ 1º O edital da licitação poderá prever o custeio pelo contratado de ações e serviços de


apoio à conservação, à proteção e à gestão da unidade de conservação, além do
fornecimento de número predefinido de gratuidades ao Instituto Chico Mendes e de encargos
acessórios, desde que os custos decorrentes dos encargos previstos no edital sejam
considerados nos estudos elaborados para aferir a viabilidade econômica do modelo de uso
público pretendido. (Incluído pela Lei Nº 13.668, de 2018)

§ 2º As gratuidades definidas em edital deverão ser utilizadas com o objetivo de promover


a universalização do acesso às unidades de conservação, incentivar a educação ambiental
e integrar as populações locais à unidade de conservação. (Incluído pela Lei Nº 13.668,
de 2018)

§ 3º Será dispensado o chamamento público para celebração de parcerias, nos termos


da Lei Nº 13.019, de 31 de julho de 2014, com associações representativas das populações
tradicionais beneficiárias de unidades de conservação para a exploração de atividades
relacionadas ao uso público, cujos recursos auferidos terão sua repartição definida no
instrumento de parceria. (Incluído pela Lei Nº 13.668, de 2018)

§ 4º O ato autorizativo exarado pelo órgão gestor da unidade de conservação para a


instalação e operação das atividades de que trata o caput deste artigo dispensa, com a
anuência do Ibama, outras licenças e autorizações relacionadas ao controle ambiental a
cargo de outros órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama),
exceto quando os impactos ambientais decorrentes dessas atividades forem considerados
significativos ou ultrapassarem os limites territoriais da zona de amortecimento. (Incluído
pela Lei Nº 13.668, de 2018)

Brasília, 28 de agosto de 2007; 186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Paulo Bernardo Silva
Marina Silva

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i) INCRA
1) Decreto Nº 1.110, de 9 de julho de 1970.

152
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Cria o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), extingue o


Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, o Instituto Nacional de Desenvolvimento
Agrário e o Grupo Executivo da Reforma Agrária e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 55,


item I, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º É criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entidade


autárquica, vinculada ao Ministério da Agricultura, com sede na Capital da República.

Art. 2º Passam ao INCRA todos os direitos, competência, atribuições e responsabilidades


do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA), do Instituto Nacional de Desenvolvimento
Agrário (INDA) e do Grupo Executivo da Reforma Agrária (GERA), que ficam extintos a
partir da posse do Presidente do novo Instituto.

Art. 3º O INCRA gozará, em toda plenitude dos privilégios e imunidades conferidos pela
União, no que se refere aos respectivos bens, serviços e ações.

Art. 4º O INCRA será dirigido por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo
Presidente da República por indicação do Ministro da Agricultura.

Art. 5º A administração do Instituto compete ao seu Presidente e Diretores, na forma pela


qual se dispuser em regulamento.

§ 1º Ao Presidente cabe representar o Instituto.

§ 2º Enquanto não se dispuser em regulamento sobre as atribuições dos Diretores,


compete ao Presidente do Instituto exercitar todos os atos administrativos que
anteriormente se atribuíam aos dirigentes dos órgãos extintos.

Art. 6º O orçamento do INCRA será elaborado de acordo com as normas e princípios da Lei
Nº 4.320, de 17 de março de 1964, e legislação posterior, e submetido à aprovação do
Ministro da Agricultura.

Parágrafo único. Os orçamentos dos órgãos extintos passam à administração do INCRA,


ficando o Presidente do Instituto autorizado, dentro dos limites dos respectivos créditos, a
proceder o remanejamento das dotações ou dos créditos adicionais.

Art. 7º Até que seja efetivada a unificação determinada neste Decreto-lei, os serviços que
compunham a estrutura dos órgãos do IBRA e do INDA continuarão a funcionar com as
atribuições que possuíam, inclusive no que se refere à movimentação de valôres e à

153
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

execução orçamentária, ficando, desde logo, extintos os órgãos colegiados que integravam
aqueles Institutos.

Art. 8º A estrutura do INCRA será estabelecida em regulamento a ser baixado pelo Poder
Executivo, dentro de 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 9º Os atuais servidores do IBRA, do INDA e do GERA, sem alteração do respectivo


regime jurídico, passarão para os futuros quadros e tabelas do INCRA.

Art. 10. Ficam transferidos para o INCRA os cargos em comissão e as funções gratificadas
do IBRA e do INDA.

Parágrafo único. Por proposta do Presidente do INCRA, os cargos e as funções


gratificadas dos Institutos extintos serão ajustados à nova estrutura na forma do disposto
no artigo 181 do Decreto-lei Nº 200, de 25 de fevereiro de 1967.

Art. 11. Este Decreto-lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Brasília, 9 de julho de 1970; 149º da Independência e 82º da República.

EMÍLIO G. MÉDICI
L. F. Cirne Lima

2) Portaria Nº 531, de 23 de março de 2020.

O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA


- INCRA, no uso da competência que lhe confere o art. 19, II e VII do Decreto Nº 10.252,
de 20 de fevereiro de 2020, e
Considerando que o Decreto Nº 10.252, de 20 de fevereiro de 2020, aprovou a nova
Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções
de Confiança do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, e remanejou
cargos em comissão e funções de confiança;
Considerando que, conforme previsto em seu art. 7º, o referido Decreto entra em vigor
em 23 de março de 2020;
Considerando, por fim, que a nova estrutura imposta pelo Decreto Nº 10.252/2020 é
incompatível com o atual Regimento Interno do Incra, aprovado pela Portaria/Incra/P/Nº
338, de 09 de março de 2018, resolve:
Art. 1º Aprovar o Regimento Interno do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
- INCRA, ad referendum do Conselho Diretor, na forma do Anexo I desta Portaria, e alterar
o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança, de que

154
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

trata a alínea "a" do Anexo II do Decreto Nº 10.252/2020, para permutar cargos em


comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS com Funções
Comissionadas do Poder Executivo - FCPE, ou para fins de realocação interna de cargos
e funções, na forma do Anexo II desta Portaria.
Art. 2º Revogar a PORTARIA/INCRA/P/Nº 338, de 09 de março de 2018, publicada no
Diário Oficial da União de 13 de março de 2018, Seção 1.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

GERALDO JOSÉ DA CAMARA FERREIRA DE MELO FILHO

ANEXO I
REGIMENTO INTERNO DO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA
AGRÁRIA - INCRA

CAPÍTULO I
NATUREZA E FINALIDADE
Art. 1º O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, autarquia federal
criada pelo Decreto-Lei Nº 1.110, de 9 de julho de 1970, vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, dotada de personalidade jurídica de direito público,
com autonomia administrativa e financeira, tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal e
jurisdição em todo o território nacional, com sua estrutura regimental aprovada pelo Decreto
Nº 10.252, de 20 de fevereiro de 2020.
Parágrafo único. O Incra tem suas competências estabelecidas na legislação agrária, em
especial as que se referem à realização do ordenamento e à regularização fundiária, e à
promoção e à execução da reforma agrária e da colonização.
CAPÍTULO III
COMPETÊNCIA DAS UNIDADES
Art. 15. À Câmara de Conciliação Agrária (CCA) compete:
I - atuar junto aos representantes do Poder Judiciário, do Ministério Público e de outros
órgãos e entidades federais com o propósito de resolver tensões e conflitos sociais no
campo;
II - articular com os Governos estaduais e municipais, com movimentos sociais rurais,
com produtores rurais e com a sociedade civil para prevenir, mediar e contribuir para a
resolução dos conflitos agrários;
III - diagnosticar conflitos sociais no campo de forma a propor soluções pacíficas; e

155
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

IV - recomendar medidas necessárias para garantir a preservação dos direitos humanos


e sociais dos envolvidos em tensões e conflitos sociais no campo; e
V - promover o acompanhamento e sistematização das informações sobre tensões e
conflitos agrários com a finalidade de subsidiar as decisões da Autarquia.
Seção III
Dos órgãos específicos singulares
Art. 72. À Diretoria de Governança Fundiária (DF), compete gerenciar, normatizar,
coordenar, supervisionar e controlar as atividades relativas ao ordenamento da estrutura
fundiária do País, a políticas de regularização fundiária, ao controle do arrendamento e da
aquisição de imóveis rurais por estrangeiros, à discriminação, à arrecadação, à destinação
e à incorporação ao patrimônio público de terras devolutas federais, à identificação,
reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras caracterizadas como de
ocupação pelos remanescentes de quilombos, a atividades de licenciamento ambiental em
terras ocupadas pelos remanescentes de quilombos em articulação com o órgão ambiental
responsável, aos cadastros que integram o Sistema Nacional de Cadastro Rural e
promoção de sua integração com os cadastros nacionais de imóveis rurais; aos serviços de
georreferenciamento e de certificação de imóveis rurais, ao zoneamento fundiário que
permita o desenvolvimento de propostas de políticas e diretrizes fundiárias específicas para
cada região, à caracterização de zonas típicas de módulos de propriedade rural, à
fiscalização do cadastro de imóveis rurais em relação ao domínio, ao uso e ao cumprimento
da função social, à elaboração e à manutenção da base de dados cartográficos única do
Incra, à tabela de preços referenciais para a execução de serviços de agrimensura, aos
serviços de medição e demarcação de projetos de reforma agrária, aos levantamentos
geodésicos e topográficos com vistas à certificação dos assentamentos de reforma agrária,
à outorga do instrumento definitivo de titulação de lotes aos beneficiários da reforma
agrária, ressalvadas as atribuições da Diretoria de Desenvolvimento e Consolidação de
Projetos de Assentamento , bem como auxiliar os Estados e o Distrito Federal na
regularização das terras estaduais e distritais, apoiar o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento no estabelecimento de critérios e de normas para a celebração de
convênios públicos de discriminação e de regularização de terras e coordenar e
supervisionar as Superintendências Regionais na execução das atividades relacionadas à
sua área de atuação.
Art. 75. À Divisão de Fiscalização Cadastral e de Controle de Aquisições de Terras por
Estrangeiros (DFC-2) compete:
I - orientar, supervisionar e controlar as atividades de fiscalização cadastral de imóveis
rurais com vistas ao combate da grilagem de terras;
II - propor metodologia de elaboração, execução e controle da programação de
fiscalização cadastral;

156
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

III - propor a fixação de critérios, métodos, normas e instrumentos operacionais das


atividades relacionadas com a fiscalização cadastral;
IV - orientar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento das programações de fiscalização
cadastral;
V - propor a fixação de critérios, métodos, normas e instrumentos operacionais das
atividades relacionadas à fiscalização cadastral de imóveis rurais em conjunto com outras
instituições;
VI - orientar, supervisionar e controlar o arrendamento e a aquisição de imóveis rurais
por estrangeiros;
VII - orientar, supervisionar e controlar as atividades relativas à fiscalização cadastral
com vistas à verificação do cumprimento da função social da propriedade e de combate ao
trabalho escravo; e
VIII - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 80. À Divisão de Arrecadação e Regularização Fundiária (DFR-1) compete:
I - supervisionar, orientar e controlar as atividades de discriminação e arrecadação de
terras devolutas e terras públicas da União;
II - acompanhar e monitorar a destinação para fins de regularização fundiária de imóveis
rurais arrecadados e discriminados;
III - acompanhar, monitorar e controlar a doação e concessões de imóveis da União e do
Incra, excetuando os casos previstos em legislação específica;
IV - definir critérios e propor atos normativos visando orientar as atividades de
regularização fundiária;
V - supervisionar e acompanhar a titulação dos imóveis rurais para fins de regularização
fundiária;
VI - emitir documentos de titularidade de imóveis rurais em áreas de regularização
fundiária; e
VII - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.

Art. 81. À Divisão de Integração Institucional (DFR-2) compete:


I - propor a celebração, acompanhar convênios, contratos, ajustes e termos de
cooperação técnica para a discriminação e arrecadação de terras públicas;
II - encaminhar, controlar e supervisionar as solicitações de ratificação das concessões
e alienações de terras devolutas federais realizadas pelos Estados na faixa de fronteira;

157
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

III - emitir documentos de titularidade de ratificação de imóveis situados em faixa de


fronteiras;
IV - encaminhar, controlar e supervisionar as doações e concessões de terras públicas;
V - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 82. À Coordenação-Geral de Regularização de Territórios Quilombolas (DFQ) compete
coordenar, supervisionar, normatizar e controlar as atividades de reconhecimento,
identificação, delimitação, demarcação, titulação dos territórios quilombolas; de
licenciamento ambiental em terras ocupadas pelos remanescentes de quilombos em
articulação com o órgão ambiental responsável; promover a defesa dos interesses das
comunidades remanescentes de quilombos nas questões relacionadas com a titulação de
seus territórios; promover a articulação interinstitucional necessária à solução de conflitos
ocorrentes nas áreas reclamadas pelas comunidades quilombolas; análise e
encaminhamento de propostas de desapropriação e aquisição de áreas privadas incidentes
nos territórios quilombolas; promover a articulação com os órgãos governamentais
envolvidos na regularização dos territórios quilombolas; propor, supervisionar, controlar e
acompanhar a implementação de convênios, ajustes, contratos e termos de cooperação
técnica relativos à regularização de territórios quilombolas; propor critérios e metodologia
visando o controle, uso, manutenção, segurança, atualização e disponibilização de dados
para o sistema de informação, de modo a garantir que sejam contemplados as diretrizes e
os procedimentos previstos nos atos normativos de sua competência; e propor indenização
em decorrência da ação de desintrusão de área quilombola.
Art. 83. À Divisão de Identificação e Reconhecimento de Territórios Quilombolas (DFQ-1)
compete:
I - supervisionar, orientar e monitorar as atividades de mapeamento, identificação e
reconhecimento de territórios quilombolas;
II - definir critérios, propor atos normativos, prestar orientações e realizar capacitações
no tocante às atividades de identificação e reconhecimento dos territórios das comunidades
quilombolas nas Superintendências Regionais;
III - propor a realização de pesquisas e levantamentos de dados necessários ao
conhecimento da realidade sócio-econômica-ambiental dos territórios quilombolas;
IV - propor critérios e metodologias visando ao monitoramento da política de
regularização fundiária quilombola, a partir de uso, manutenção, segurança, atualização e
disseminação de dados de informações, de modo a garantir que sejam contemplados as
diretrizes e os procedimentos previstos nos atos normativos de sua competência;
V - proceder à análise e emitir parecer técnico sobre relatórios elaborados por meios de
parcerias ou doações de terceiros;
VI - propor a realização de estudos e publicações sobre a política fundiária de territórios
quilombolas;

158
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

VII - monitorar, orientar e acompanhar os casos de sobreposição dos territórios


quilombolas com outras áreas de interesse público, buscando a conciliação de interesses
do Estado;
VIII - emitir laudos e pareceres técnicos relativos aos procedimentos de identificação,
delimitação e reconhecimento dos territórios quilombolas a fim de subsidiar o Conselho
Diretor e a defesa judicial e extrajudicial dos direitos e interesses individuais e coletivos das
comunidades quilombolas;
IX - articular com as demais instâncias da Autarquia visando à identificação da
necessidade de dados subsidiários para fins de planejamento das respectivas ações;
X - promover a defesa dos interesses das comunidades remanescentes de quilombos
nas questões relacionadas com a titulação de seus territórios;
XI - apoiar as políticas e ações voltadas para proteção e salvaguarda dos conhecimentos
tradicionais quilombolas associados à biodiversidade;
XII - apoiar, no âmbito de suas competências, com subsídios e manifestações
necessárias nas ações de licenciamento ambiental em territórios quilombolas; e
XIII - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 84. À Divisão de Titulação de Territórios Quilombolas (DFQ-2), compete:
I - definir critérios, propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos, bem como
metodologias para monitoramento e avaliação, visando supervisionar, orientar e
sistematizar a ação de regularização fundiária de territórios quilombolas em relação aos
procedimentos de desintrusão, desapropriação, demarcação, georreferenciamento,
certificação, aquisição de imóveis, instrumento provisório e definitivo de titularidade,
considerando as articulações intersetoriais necessárias;
II - coordenar, monitorar e acompanhar as ações de desintrusão, desapropriação,
demarcação, e titulação e registro de territórios quilombolas;
III - emitir documentos de titularidade de imóveis rurais incidentes em territórios
quilombolas;
IV - analisar e encaminhar as propostas de desapropriação e aquisição de áreas privadas
incidentes nos territórios quilombolas;
V - definir critérios e propor atos normativos para outorgar a comunidades quilombolas
instrumento provisório e definitivo de titularidade em terras da União;
VI - supervisionar, analisar e encaminhar os procedimentos atinentes à titulação de
imóveis da União e do Incra incidentes em benefício de comunidades quilombolas;
VII - acompanhar, monitorar e apoiar a desintrusão dos ocupantes não-quilombolas e o
reassentamento de famílias de trabalhadores rurais;

159
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

VIII - promover a articulação com os demais entes da Administração Pública Federal,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios objetivando a desintrusão e a titulação
dos territórios quilombolas;
IX - propor, acompanhar, fiscalizar e monitorar a celebração e a execução de convênios,
ajustes, contratos e termos de cooperação técnica relativos à desintrusão, demarcação e
titulação de territórios quilombolas; e
X - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 85. À Diretoria de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento (DD),
compete coordenar, normatizar, orientar e supervisionar as atividades de aquisição,
desapropriação e incorporação de terras ao patrimônio do INCRA; as atividades de seleção
de famílias, promoção do acesso à terra e criação de projetos de reforma agrária e
aproveitamento sustentável do meio-ambiente e dos recursos naturais nos projetos de
assentamento; as ações voltadas ao desenvolvimento e consolidação dos projetos de
assentamento; as atividades de supervisão e regularização nos assentamentos, titulação
de imóveis e destinação de bens remanescentes de projetos de assentamento; a análise e
conciliação de sobreposição de outros interesses públicos em assentamentos, assim como
propor, supervisionar, controlar e acompanhar a implementação de convênios, contratos e
instrumentos congêneres relativos a sua área de competência; e articular com os demais
órgãos do poder público, em especial com o Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento, para que a atuação na promoção das políticas públicas de suporte
produtivo aos assentados da reforma agrária seja realizada de maneira coordenada.
Art. 86. À Coordenação-Geral de Implantação (DDI) compete coordenar, supervisionar e
propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos relativos as atividades de
aquisição, desapropriação e incorporação de terras ao patrimônio do INCRA; as atividades
de seleção de famílias, promoção do acesso à terra, criação e implantação de projetos de
reforma agrária; gestão ambiental e aproveitamento sustentável dos recursos naturais nos
projetos de assentamento; propor, supervisionar, controlar e acompanhar a implementação
de convênios, contratos e instrumentos congêneres relativos a sua área de competência;
e, acompanhar todos os procedimentos relacionados aos sistemas de informação de
projetos de reforma agrária, no âmbito de sua área de competência.
Art. 87. À Divisão de Terras (DDI-1) compete:
I - definir critérios e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos
relacionados às atividades de aquisição, de desapropriação e de incorporação ao
patrimônio do Incra das terras necessárias às suas finalidades;
II - orientar, acompanhar e supervisionar a execução das ações de obtenção de terras
pelas Superintendências Regionais;
III - orientar, acompanhar, supervisionar e propor critérios técnicos aplicáveis aos
acordos judiciais e extrajudiciais;

160
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

IV - manter atualizadas as informações sobre os imóveis rurais objeto de aquisição,


desapropriação ou destinação;
V - propor critérios técnicos para o estabelecimento da capacidade de assentamento,
com base na capacidade de uso das terras, com vistas a definir o melhor modelo de
exploração econômica na área dos projetos de assentamento, tendo como referência o
Estudo de Capacidade de Geração de Renda - ECGR;
VI - emitir parecer técnico sobre matérias vinculadas à obtenção de terras;
VII - apoiar a Diretoria de Gestão Estratégica na elaboração de estudos de mercado de
terras;
VIII - outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 88. À Divisão de Criação de Projetos e Seleção de Beneficiários (DDI-2) compete:
I - definir critérios e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos
relacionados às atividades de criação de projetos de assentamento e seleção de
beneficiários para implantação de projetos de reforma agrária;
II - orientar, acompanhar e supervisionar as atividades de criação de projetos de
assentamento, de reconhecimento de projetos de assentamento ou de outras áreas
reconhecidas pelo Incra, bem como das Comissões Regionais de Seleção, com
competência para operacionalizar o processo de seleção de beneficiários para implantação
de projetos de reforma agrária.
III - orientar, acompanhar e supervisionar o reassentamento de ocupantes não indígenas
de terras indígenas, demarcadas ou não, em articulação com a Fundação Nacional do Índio
- Funai;
IV - orientar, acompanhar e supervisionar a inclusão de unidades familiares como
beneficiárias do programa de reforma agrária nos projetos de assentamento
ambientalmente diferenciados, áreas de unidades de conservação de uso sustentável,
territórios quilombolas e outros projetos reconhecidos pelo Incra;
V - propor critérios e metodologia visando ao controle, uso, manutenção, segurança e
atualização sistêmica dos dados cadastrais no Sistema de Informações de Projetos de
Reforma Agrária - SIPRA;
VI - realizar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 89. À Divisão de Implantação de Projetos de Assentamento (DDI-3) compete:
I - definir critérios e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos
relacionados às atividades de materialização do anteprojeto de organização espacial do
projeto de assentamento, elaborado por ocasião do ECGR;
II - definir critérios e propor atos normativos para a elaboração do ECGR dos projetos de
assentamentos já criados e que não dispõem do mesmo;

161
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

III - orientar, acompanhar e supervisionar a execução das ações de materialização do


anteprojeto de organização espacial dos assentamentos, preferencialmente com o uso de
geotecnologias, pelas Superintendências Regionais;
IV - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 90. À Divisão de Gestão Ambiental (DDI-4) compete:
I - definir critérios e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos
relacionados às atividades de regularização ambiental nos assentamentos e de
monitoramento da utilização dos recursos naturais;
II - definir critérios e propor procedimentos técnicos para orientar os beneficiários da
reforma agrária no licenciamento ambiental de atividades produtivas nos assentamentos;
III - orientar, acompanhar, supervisionar, promover a geração de dados e manter
atualizadas as informações relativas ao monitoramento do uso dos recursos naturais, ao
Cadastro Ambiental Rural (CAR), ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) e de
Cotas de Reserva Ambiental (CRA) dos projetos de assentamento;
IV - apoiar as Superintendências Regionais nas atividades para a operacionalização dos
créditos de instalação de natureza ambiental nos projetos de assentamento, ressalvadas
as competências da Divisão de Concessão dos Créditos de Instalação;
V - realizar outras atividades compatíveis com suas atribuições.

Art. 95. À Coordenação-Geral de Desenvolvimento de Assentamentos (DDA) compete


coordenar, supervisionar e propor critérios, atos normativos, manuais e procedimentos
técnicos para as atividades voltadas ao desenvolvimento e educação na reforma agrária;
supervisão e regularização nos assentamentos, titulação de imóveis e destinação de bens
remanescentes de projetos de assentamento; apoiar a agroindustrialização,
comercialização e atividades pluriativas e solidárias, de projetos ambientais, de
biodiversidade, de energias alternativas e ações de ATER, inclusive com vistas à integração
com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para promoção do suporte
produtivo; propor, supervisionar, controlar e acompanhar a implementação de convênios,
contratos e instrumentos congêneres relativos a sua área de competência; e acompanhar
todos os procedimentos relacionados aos sistemas de informação de projetos de reforma
agrária, no âmbito de sua área de competência.
Art. 96. À Divisão de Supervisão e Regularização de Assentamentos (DDA-1), compete:
I - definir critérios e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos
relacionados à ação de supervisão ocupacional e regularização em projetos de
assentamento;

162
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

II - orientar, acompanhar e supervisionar a execução das ações de levantamento da


situação ocupacional e regularização dos projetos de assentamento, além da retomada de
parcelas irregularmente ocupadas pelas Superintendências Regionais;
III - orientar, acompanhar e supervisionar o reaproveitamento de lotes de assentamentos
da reforma agrária que estejam vagos ou disponíveis, que ainda não tenham sido
destinados a beneficiários;
IV - apoiar as Superintendências Regionais na integração e na institucionalização de
cooperação e parcerias entre o Incra, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
entidades não governamentais nas ações relacionadas ao processo de supervisão
ocupacional e regularização de assentamentos; e
VI - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 97. À Divisão de Desenvolvimento e Educação nos Assentamentos (DDA-2), compete:
I - definir critérios e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos
relacionados à implementação de programas de desenvolvimento econômico, social e
ambiental na reforma agrária;
II - propor, articular e facilitar a implementação de projetos de apoio à
agroindustrialização, comercialização, atividades pluriativas e solidárias, projetos
ambientais, acesso ao crédito produtivo e ações de Assistência Técnica e Extensão Rural
- ATER nos projetos de assentamento;
III - promover articulação para integração institucional, objetivando a cooperação e
parcerias com o conjunto de políticas, visando a integração das ações correlatas à
implantação de projetos de desenvolvimento para promoção econômica, social e ambiental
dos assentamentos;
IV - promover, articular e apoiar a educação formal aos jovens e adultos beneficiários do
Pronera, em todos os níveis de ensino;
V - orientar, acompanhar e supervisionar as atividades pedagógicas desenvolvidas nos
Estados no âmbito do Pronera, juntamente com as Superintendências Regionais, além de
analisar e emitir parecer técnico sobre as propostas de convênios, ajustes e outros
instrumentos congêneres relacionados ao programa;
VI - articular, coordenar e apoiar estudos e pesquisas referentes à educação e visando
à produção de material didático e pedagógico no âmbito da educação na reforma agrária e
a qualificação do público e profissionais do Pronera;
VII - apoiar as Superintendências Regionais na integração e na institucionalização de
cooperação e parcerias entre o Incra, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
entidades não governamentais nas ações relacionadas ao processo de desenvolvimento e
educação nos assentamentos;
VIII - desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.

163
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
FORÇA TERRESTRE COMPONENTE
2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

Art. 98. À Divisão de Titulação de Assentamentos (DDA-3), compete:


I - definir critérios e propor atos normativos, manuais e procedimentos técnicos
relacionados à concessão, titulação e destinação de áreas em projetos de assentamento;
II - orientar, acompanhar e supervisionar a outorga de instrumento provisório e as ações
de titulação definitiva de famílias assentadas, além da concessão e destinação de bens
remanescentes de projetos de assentamento;
III - emitir documentos de titularidade definitiva de imóveis rurais oriundos de projetos de
assentamento;
IV - promover a regularização dos assentamentos da reforma agrária, de modo que o
suporte produtivo seja promovido em articulação institucional com os demais órgãos do
poder público, em especial com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
V - apoiar as Superintendências Regionais na integração e na institucionalização de
cooperação e parcerias entre o Incra, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
entidades não governamentais nas ações relacionadas ao processo de titulação e
destinação de áreas em projetos de assentamento; e
VI - outras atividades compatíveis com suas atribuições.

Seção IV
Das unidades descentralizadas
Art. 100. Às Superintendências Regionais (SR00), unidades descentralizadas, compete
coordenar e executar, na sua área de atuação, as atividades homólogas às dos órgãos
seccionais e específicos, especialmente relacionadas ao planejamento, programação,
orçamento, informática, modernização administrativa e garantia da manutenção,
fidedignidade, atualização e disseminação de dados do cadastro de imóveis rurais e
sistemas de informações do INCRA.
Parágrafo único: Os atos praticados pelas Superintendências Regionais - SR(00),
deverão estar de acordo com as diretrizes e orientações da Sede.
Art. 102. As funções vinculadas ao Gabinete da Superintendência Regional possuem as
seguintes atribuições:
I - Atendimento ao Cidadão (Sala da Cidadania):
a) gerenciar as atividades de atendimento ao cidadão;
b) orientar, pesquisar e recepcionar os documentos afetos ao Sistema Nacional de
Cadastro Rural - SNCR de acordo com as normas vigentes;
c) emitir o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR;

164
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

d) emitir Certidão de Assentado da Reforma Agrária e outros documentos de acordo


com as normas vigentes;
e) buscar parcerias em nível local e regional para facilitar o atendimento ao cidadão;
f) promover gestão para assegurar condições de atendimento, inclusive de
infraestrutura física que facilite o acesso aos portadores de necessidades especiais;
g) desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
IV - De Conciliação Agrária:
a) prevenir e mediar conflitos agrários no âmbito de sua atuação;
b) articular com os órgãos governamentais federais, estaduais, municipais e não-
governamentais, no âmbito de sua atuação, visando à garantia dos direitos humanos e
sociais das pessoas envolvidas em tensões e conflitos agrários;
c) receber, processar e oferecer encaminhamento às denúncias sobre violência no
campo, irregularidades no processo de reforma agrária, desrespeito aos direitos humanos
e sociais das partes envolvidas nos conflitos agrários;
d) sistematizar as informações regionais sobre tensões e conflitos agrários, mantendo
as informações atualizadas junto à Câmara de Conciliação Agrária (CCA) na Sede; e
e) desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.

Art. 105. Às Divisões de Governança Fundiária - SR(00)F compete coordenar e


supervisionar a execução das seguintes atividades, dentre outras:
I - De Cadastro Rural:
a) executar as atividades de manutenção e atualização dos registros cadastrais no
SNCR, assegurando a inclusão dos imóveis oriundos dos projetos de assentamento, da
regularização fundiária e da regularização de territórios quilombolas;
b) analisar e verificar a consistência de atualizações cadastrais;
c) avaliar e controlar a fidedignidade, qualidade e segurança dos arquivos cadastrais
e disponibilização de suas informações;
d) acompanhar, analisar e aplicar a legislação cadastral, inclusive quanto à taxa de
serviços cadastrais;
e) propor e controlar a celebração de termos de cooperação técnica com as prefeituras
municipais para implantação das Unidades Municipais de Cadastramento - UMC e sua
integração ao SNCR;
f) propor programa regional de treinamento e capacitação das UMC;

165
ECEME OPERAÇÕES BÁSICAS
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g) propor e fiscalizar a celebração de convênios, contratos, ajustes e termos de


cooperação técnica para acesso e execução das atividades relativas ao SNCR, incluindo o
CNIR;
h) desenvolver as atividades necessárias à microfilmagem e recuperação de dados e
informações cadastrais;
i) manter registro e controle de máquinas e equipamentos de serviços de
microfilmagem;
j) desenvolver, avaliar e executar as atividades de fiscalização cadastral dos imóveis
rurais com vistas ao combate da grilagem de terras;
k) executar as atividades relacionadas à fiscalização cadastral de imóveis rurais em
conjunto com outras instituições;
l) executar as atividades de controle do arrendamento e da aquisição de imóveis rurais
por estrangeiros residentes no país;
m) executar as atividades relativas à fiscalização cadastral com vistas à verificação
do cumprimento da função social da propriedade e de combate ao trabalho escravo; e
n) desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
III - De Regularização Fundiária:
a) executar as ações de Regularização Fundiária;
b) realizar discriminação e arrecadação de terras devolutas e terras públicas da União;
c) propor, acompanhar, fiscalizar e controlar a celebração e a execução de convênios,
ajustes, contratos e termos de cooperação técnica para execução das atividades de sua
competência;
d) analisar as solicitações, bem como propor as doações e as concessões de terras
públicas, sob jurisdição do Incra;
e) executar atividades de titulação, concessão, doação e de ratificação para fins de
regularização fundiária;
f) analisar as solicitações de ratificação das concessões e alienações de terras
devolutas federais realizadas pelos Estados na faixa de fronteira; e
g) desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
IV - De Regularização de Territórios Quilombolas:
a) identificar e orientar as comunidades quilombolas quanto aos procedimentos
relativos à regularização do território;
b) realizar as atividades de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e
titulação dos territórios quilombolas;

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

c) promover a elaboração do relatório técnico de identificação e delimitação das áreas


remanescentes de quilombos reclamadas pelas comunidades;
d) efetuar o cadastramento das famílias quilombolas;
e) executar o levantamento dos ocupantes não-quilombolas nos territórios
quilombolas e promover a sua desintrusão;
f) promover a publicação do edital e os encaminhamentos do Relatório Técnico de
Identificação e Delimitação - RTID;
g) propor a desapropriação ou a aquisição das áreas particulares incidentes nos
territórios quilombolas;
h) propor, acompanhar, fiscalizar e controlar a celebração e a execução de convênios,
ajustes, contratos e termos de cooperação técnica relativos à regularização de territórios
quilombolas;
i) propor o reassentamento das famílias de ocupantes não quilombolas incidentes em
território quilombola, suscetíveis de inclusão no Programa de Reforma Agrária;
j) dar suporte técnico à defesa dos interesses dos remanescentes das comunidades
de quilombos nas questões surgidas em decorrência dos procedimentos da titulação de
suas terras;
k) apoiar a realização das ações relativas ao Programa de Reforma Agrária para as
famílias quilombolas em conjunto com a Divisão de Desenvolvimento da SR(00); e
l) desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
Art. 106. À Divisão de Desenvolvimento e Consolidação - SR(00)D compete coordenar,
executar e supervisionar a implementação e o desenvolvimento dos projetos de
assentamento, por meio das seguintes atividades, dentre outras:
I - De Implantação:
a) proceder a fiscalização agrária, para fins de verificação do cumprimento da função
social, mediante a realização de vistoria em imóveis rurais;
b) proceder a avaliação de imóveis rurais de interesse público, promovendo
discussões da Câmara Técnica e dos Grupos Técnicos de vistoria e avaliação, quando
necessário;
c) participar em perícias judiciais nas ações de desapropriação de terras;
d) apoiar a Diretoria de Gestão Estratégica na elaboração de estudos de mercado de
terras;
e) gerenciar as atividades da Comissão Regional de Seleção, com competência para
operacionalizar o processo de seleção de beneficiários para implantação de projetos de
reforma agrária;

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f) executar as ações voltadas ao reassentamento de ocupantes não indígenas de


terras indígenas;
g) providenciar os atos de criação ou retificação de projetos de assentamento, bem
como elaborar documentos necessários ao reconhecimento de projetos de assentamento;
h) gerenciar o Sistema de Informações dos Projetos de Reforma Agrária - SIPRA;
i) estabelecer a capacidade de assentamento, com base na capacidade de uso das
terras, com vistas a definir o melhor modelo de exploração econômica na área dos projetos
de assentamento, tendo como referência o Estudo de Capacidade de Geração de Renda -
ECGR;
j) realizar a regularização ambiental dos projetos de assentamento de reforma agrária
criados pelo Incra;
k) orientar os beneficiários da reforma agrária quanto ao licenciamento ambiental de
atividades produtivas em projetos de assentamento de reforma agrária criados pelo Incra;
l) sistematizar as informações referentes à utilização dos recursos naturais nos
assentamentos de reforma agrária criados pelo Incra;
m) desempenhar outras atividades compatíveis com suas atribuições.
III - De Desenvolvimento de Assentamentos:
a) operacionalizar projetos de apoio à agroindustrialização, comercialização,
atividades pluriativas e solidárias, projetos ambientais, acesso ao crédito produtivo e ações
de ATER nos projetos de assentamento, em articulação com as ações de suporte produtivo
que serão realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
b) acompanhar, supervisionar, fiscalizar e receber os convênios, contratos, protocolos,
parcerias e demais instrumentos congêneres firmados no âmbito de sua competência;
c) realizar vistorias, supervisionar a situação ocupacional dos projetos de
assentamento e promover as ações de retomada de parcelas irregularmente ocupadas;
d) emitir contratos de concessão de uso aos beneficiários dos projetos de reforma
agrária;
e) aprovar a emissão de títulos de domínio a beneficiários de projetos de
assentamento;
f) operacionalizar a destinação de bens remanescentes de projetos de assentamento;
g) promover parcerias com o Governo do Estado, Municípios, e entidades públicas ou
não governamentais para a implementação do Pronera, além de acompanhar e
supervisionar o Programa no âmbito da Superintendência Regional;
h) analisar e emitir parecer técnico sobre as propostas de projetos e de convênios
voltados para a educação na reforma agrária;

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i) realizar outras atividades compatíveis com suas atribuições.


Seção V
Dos órgãos colegiados
Art. 108. Ao Conselho Diretor compete:
I - deliberar sobre as propostas dos Planos Nacional e Regionais de Reforma Agrária, a
serem submetidos às instâncias superiores;
II - aprovar a proposta orçamentária anual do Incra e as solicitações de créditos
adicionais;
III - aprovar a programação operacional anual do Incra e as suas alterações, com
detalhamento das metas e dos recursos;
IV - aprovar as normas gerais que tratem de:
a) aquisição, desapropriação, alienação e concessão de imóveis rurais;
b) acordos administrativos e critérios de análise de propostas de acordo em juízo, a
fim de subsidiar a decisão da autoridade competente para autorizar a transação, nas
hipóteses cabíveis, de acordo com o disposto na Lei Nº 9.469, de 10 de julho de 1997, e
em normas complementares;
c) seleção e cadastramento de famílias candidatas a ocupação em assentamento;
d) criação, implantação, desenvolvimento e consolidação de projetos de
assentamento de reforma agrária;
e) fornecimento de bens, prestação de serviços e celebração de contratos, convênios,
ajustes e outros instrumentos congêneres;
f) procedimentos e atos administrativos e de funcionamento do Incra; e
g) regularização fundiária, inclusive de áreas quilombolas;
V - dispor sobre a organização e o funcionamento das Diretorias, da Câmara de
Conciliação Agrária, do Gabinete da Presidência, das Superintendências Regionais, das
Unidades Avançadas e Unidades Avançadas Especiais;
VI - autorizar o Presidente do Incra a adquirir, conceder e alienar bens imóveis;
VII - autorizar o Presidente do Incra a indenizar bens decorrentes de ações de
desintrusão em áreas quilombolas;
VIII - autorizar o Presidente do Incra a declarar interesse social, para fins de criação de
projetos de assentamento de reforma agrária, de área públicas sob gestão do Incra;
IX- autorizar os pedidos de aquisição de imóveis rurais, em todo território nacional, sem
dispensa do assentimento prévio do Conselho de Defesa Nacional, quando previsto em lei,

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com área de até cinquenta módulos de exploração indefinida, para pessoa física
estrangeira; e com área de até cem módulos, para pessoa jurídica estrangeira;
X - apreciar e aprovar as contas e os balanços gerais do Incra;
XI - conhecer dos relatórios mensais de avaliação de desempenho do Incra e sobre eles
deliberar; e
XII - apreciar assuntos que lhe forem submetidos pelo Presidente do Incra ou por
qualquer um de seus membros.
Parágrafo único. O Regimento Interno do Conselho Diretor, aprovado pelo colegiado,
disporá sobre a sua organização e o seu funcionamento, e sobre a organização e o
funcionamento dos Comitês de Decisão Regional.
Art. 109. Aos Comitês de Decisão Regional (CDR) compete:
I - aprovar procedimentos, atos normativos e operacionais, em estrita observância às
diretrizes da Sede;
II - após exame e deliberação preliminar, encaminhar ao Conselho Diretor, para
deliberação definitiva, procedimentos, atos administrativos e operacionais que ultrapassem
suas alçadas de decisão;
III - autorizar o Superintendente Regional a adquirir, por compra e venda, imóveis rurais,
nos limites de sua alçada;
IV - autorizar o Superintendente Regional a encaminhar à Administração Central as
propostas de decretação de interesse social para fins de reforma agrária, inclusive a
declaração sobre imóveis públicos sob gestão do Incra;
V - propor para apreciação do Conselho Diretor normas gerais que tratem de alteração
e simplificação de procedimentos operacionais, bem como normas e regulamentos, com
vistas ao aprimoramento e agilização do processo de tomada de decisão; e
IV - apreciar outros assuntos que lhes forem submetidos pelo Conselho Diretor.
§ 1º Deverão ser encaminhadas ao Conselho Diretor as atas de reuniões realizadas
pelos Comitês de Decisão Regional para ciência dos assuntos deliberados nas regionais.
§ 2º As deliberações dos Comitês de Decisão Regional em desacordo com as
diretrizes e orientações da Sede serão avocadas pelo Conselho Diretor e declaradas nulas
de pleno direito.
Art. 115. Ao Diretor de Governança Fundiária incumbe:
I - promover a articulação com órgãos da administração pública federal e estadual, bem
como órgãos não-governamentais e entidades sociais nas matérias de sua área de
atuação;
II - coordenar, normatizar e supervisionar os procedimentos de regularização fundiária;

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III - coordenar, normatizar e supervisionar a discriminação, a arrecadação e a


incorporação ao patrimônio público de terras devolutas federais;
IV - coordenar, normatizar e supervisionar o Sistema Nacional de Cadastro Rural, assim
como promover a sua integração com outros sistemas nacionais de cadastros rurais;
V - autorizar a liberação de condições resolutivas que onerem imóveis alienados, depois
de cumpridas as condições do instrumento de titulação em áreas de regularização fundiária;
VI - coordenar, normatizar e supervisionar o controle do arrendamento e aquisição de
imóveis rurais por estrangeiros;
VII - gerenciar o ordenamento da estrutura fundiária do país;
VIII - fixar diretrizes para a celebração de convênios para discriminação e regularização
de terras;
IX - coordenar estudos para elaboração e revisão do zoneamento agrário, de definição
e caracterização de zonas típicas de módulo, de desmembramento de imóveis rurais, de
fixação e revisão dos módulos fiscais e de fixação e revisão dos índices de rendimento que
aferem o conceito de produtividade do imóvel rural;
X - normatizar e supervisionar a fiscalização cadastral de imóveis rurais quanto ao
domínio, uso e cumprimento da função social;
XI - coordenar, normatizar e supervisionar a titulação de imóveis rurais em área de
regularização fundiária e ratificação de titulação de imóveis situados em áreas de fronteira;
XI - propor normas gerais e coordenar a execução das atividades de identificação,
reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas pelos
remanescentes das comunidades quilombolas;
XII- coordenar as atividades de licenciamento ambiental em terras ocupadas pelos
remanescentes de quilombos, em articulação com os órgãos ambientais responsáveis;
XIII - propor a indenização decorrente da ação de desintrusão de área quilombola;
XIV - normatizar, coordenar e supervisionar a elaboração e manutenção da base de
dados cartográficos única da Autarquia;
XV - normatizar, coordenar e supervisionar os serviços de georreferenciamento e
certificação de imóveis rurais;
XVI - normatizar e propor atualização da tabela de preços referenciais para a execução
de serviços de agrimensura;
XVII - normatizar e supervisionar, os serviços de medição e demarcação de projetos de
reforma agrária;
XVIII - coordenar e supervisionar as Superintendências Regionais na execução das
atividades relacionadas à sua área de atuação; e

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XIX - editar atos normativos, no âmbito da sua competência, relativos às atividades de


sua Diretoria.
Art. 116. Ao Diretor de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento
incumbe:
I - coordenar, normatizar e supervisionar as atividades de aquisição, desapropriação e
incorporação ao patrimônio do INCRA das terras necessárias às suas finalidades;
II - desenvolver monitorar a aplicação e a eficácia dos mecanismos de obtenção de
terras, inclusive fiscalização agrária de cumprimento da função social da propriedade rural;
III - normatizar, coordenar e supervisionar as atividades de seleção de famílias,
promoção do acesso à terra e de criação de projetos de reforma agrária;
IV - normatizar, coordenar e supervisionar as atividades relativas à Gestão Ambiental
dos projetos de assentamento;
V - normatizar, coordenar e supervisionar as ações de desintrusão de não índios em
terras indígenas;
VI - apoiar a realização de estudos e análises do mercado de terras;
VII - autorizar a criação de projetos de assentamento de reforma agrária;
VIII - autorizar a liberação dos recursos necessários ao ajuizamento de ações de
desapropriação, inclusive o lançamento e anulação dos Títulos da Dívida Agrária,
observadas as disposições da Lei Complementar Nº. 76, de 6 de julho de 1993;
IX - propor a edição de decretos declaratórios de interesse social dos imóveis rurais a
serem incorporados ao programa de reforma agrária, observadas as disposições da Lei Nº.
8.629, de 25 de fevereiro de 1993;
X - normatizar, coordenar e supervisionar as atividades de desenvolvimento e
consolidação dos projetos de reforma agrária;
XI - normatizar, coordenar e supervisionar as atividades de implantação de infraestrutura
básica nos projetos de reforma agrária;
XII - normatizar, coordenar e supervisionar as atividades de concessão de créditos de
instalação, em todas as modalidades;
XIII - normatizar, coordenar, desenvolver e supervisionar projetos relativos à educação
do campo;
XIV - apresentar e discutir estratégias junto às diversas esferas governamentais, de
modo a integrar as políticas e ações do Incra, objetivando a implementação e consolidação
do programa de reforma agrária;
XV - realizar diagnósticos visando à implantação de alternativas de sustentabilidade
econômica e social;

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XVI - prestar suporte à integração das políticas de agricultura familiar e de reforma


agrária;
XVII - coordenar, normatizar e supervisionar a titulação de imóveis rurais oriundos de
projetos de reforma agrária e de colonização;
XVIII - coordenar e supervisionar as Superintendências Regionais na execução das
atividades relacionadas à sua área de atuação;
XIX - coordenar e acompanhar a promoção do atendimento ao público, por meio das
Salas da Cidadania da Sede e das Superintendências Regionais; e
XX - editar atos normativos, no âmbito da sua competência, relativos às atividades de
sua Diretoria.
XXI - articular com os demais órgãos do poder público, em especial com o Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento, para que a atuação na promoção das políticas
públicas de suporte produtivo aos assentados da reforma agrária seja realizada de maneira
coordenada.
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j. RECEITA FEDERAL
1) Decreto Nº 9.745, de 8 de abril de 2019.

Art. 63. À Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil compete:

I - planejar, coordenar, supervisionar, executar, controlar e avaliar as atividades de


administração tributária federal e aduaneira, incluídas aquelas relativas às contribuições
sociais destinadas ao financiamento da seguridade social e às contribuições devidas a
terceiros, assim entendidos outros fundos e entidades, na forma da legislação em vigor;

II - propor medidas de aperfeiçoamento, regulamentação e consolidação da legislação


tributária federal;

III - interpretar e aplicar a legislação tributária, aduaneira, de custeio previdenciário e


correlata, e editar os atos normativos e as instruções necessárias à sua execução;

IV - estabelecer obrigações tributárias acessórias e disciplinar a entrega de declarações;

V - preparar e julgar, em primeira instância, processos administrativos de determinação


e exigência de créditos tributários e de reconhecimento de direitos creditórios relativos aos
tributos administrados pela Secretaria Especial;

VI - preparar e julgar, em instância única, processos administrativos de aplicação de pena


de perdimento de mercadorias e valores e de multa a transportador de passageiros ou de

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carga em viagem doméstica ou internacional que transportar mercadoria sujeita à pena de


perdimento;

VII - acompanhar a execução das políticas tributária e aduaneira e estudar seus efeitos
sociais e econômicos;

VIII - planejar, dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar os serviços de


fiscalização, lançamento, cobrança, arrecadação e controle dos tributos e das demais
receitas da União sob sua administração;

IX - realizar a previsão, o acompanhamento, a análise e o controle das receitas sob sua


administração, além de coordenar e consolidar as previsões das demais receitas federais,
para subsidiar a elaboração da proposta orçamentária da União;

X - propor medidas destinadas a compatibilizar a receita a ser arrecadada com os valores


previstos na programação financeira federal;

XI - estimar e quantificar a renúncia de receitas administradas e avaliar os efeitos das


reduções de alíquotas, das isenções tributárias e dos incentivos ou estímulos fiscais,
ressalvada a competência de outros órgãos que também tratem da matéria;

XII - promover atividades de cooperação e integração entre as administrações tributárias


do País, entre o fisco e o contribuinte, e de educação fiscal, além de preparar e divulgar
informações tributárias e aduaneiras;

XIII - elaborar estudos e estatísticas econômico-tributários para subsidiar a formulação


das políticas tributária e, em relação ao comércio exterior, estabelecer política de
informações econômico-fiscais e implementar sistemática de coleta, tratamento e
divulgação dessas informações;

XIV - celebrar convênios com órgãos e entidades da administração pública e entidades


de direito público ou privado, para permuta de informações, racionalização de atividades,
desenvolvimento de sistemas compartilhados e realização de operações conjuntas;

XVI - negociar e participar da implementação de acordos, tratados e convênios


internacionais pertinentes à matéria tributária e aduaneira;

XVII - dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar os serviços de administração,


fiscalização e controle aduaneiros, inclusive quanto ao alfandegamento de áreas e recintos;

XVIII - dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar o controle do valor aduaneiro


e de preços de transferência de mercadorias importadas ou exportadas, ressalvadas as
competências do Comitê Brasileiro de Nomenclatura;

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2021 SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

XIX - dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar as atividades relacionadas com


nomenclatura, classificação fiscal e econômica e origem de mercadorias, inclusive para
representar o País em reuniões internacionais sobre a matéria;

XX - planejar, coordenar e realizar as atividades de repressão aos ilícitos tributários e


aduaneiros, inclusive contrafação, pirataria, entorpecentes e drogas afins, armas de fogo,
lavagem e ocultação de bens, direitos e valores, observada a competência específica de
outros órgãos;

XXI - administrar, controlar, avaliar e normatizar o Siscomex, ressalvadas as


competências de outros órgãos;

XXII - articular-se com órgãos, entidades e organismos nacionais, internacionais e


estrangeiros que atuem no campo econômico-tributário, econômico-previdenciário e de
comércio exterior, para realização de estudos, conferências técnicas, congressos e eventos
semelhantes;

XXIII - elaborar proposta de atualização do plano de custeio da seguridade social, em


articulação com os demais órgãos envolvidos; e

XXIV - orientar, supervisionar e coordenar as atividades de produção e disseminação de


informações estratégicas na área de sua competência, em especial aquelas destinadas ao
gerenciamento de riscos ou à utilização por órgãos e entidades participantes de operações
conjuntas, que visem à qualidade e à fidedignidade das informações, à prevenção e ao
combate às fraudes e práticas delituosas, no âmbito da administração tributária federal e
aduaneira.

Parágrafo único. No que se refere ao disposto no inciso XIII do caput , a Secretaria


Especial da Receita Federal do Brasil exercerá as suas competências em estreita
colaboração com a Secretaria de Política Econômica e com a Secretaria de Avaliação,
Planejamento, Energia e Loteria da Secretaria Especial de Fazenda.

***
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