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A primeira noite era sempre a mais mal dormida, haviam tantas coisas para
serem conversadas, era natural que eles não dormissem, eles precisavam abordar
todos os assuntos possíveis, sequer parecia que eles teriam um ano inteiro para
conversar. O assunto nas masmorras era a vaga para artilheiro que estava vazia, a
luz esverdeada dava um ar gélido para aquele lugar, o fundo do lago era sempre um
mistério, vez ou outra você podia avistar um sereiano nadando despreocupado ou
simplesmente ser assustado por um deles batendo nos vidros das grandes janelas.
"Vamos Estebinho, por favorzinho!!!" Maria Clara implorava para o amigo.
"Eu sou competitiva, você precisa me dar essa chance."
"A gente já assiste muito bem, você pode ser competitiva na arquibancada."
"Mas… Eu não posso falar por aí que o meu melhor amigo é o melhor
artilheiro de toda Hogwarts!" Ele negou com a cabeça.
"Marie, olha pra mim." Ela revirou os olhos e encarou o garoto. "Você não
pode ter tudo." Ela ia dizer alguma coisa. "Pierre e Charles são os outros dois
artilheiros, e você sabe… E tem a Paula também."
"Esteban, fazem cinco anos, vocês precisam superar isso logo de alguma
maneira." Ela cruzou os braços. "Você pode estar perdendo uma oportunidade por
causa de uma droga de discussão de criança mal resolvida!" Esteban bufou, Marie
nunca aceitou o fim da amizade deles, mesmo que ela tivesse ganho ele para sua
dupla. “Não me olhe com essa cara! Você sabe minha opinião sobre isso.” Marie
ignorou ele por completo.
“Aonde você vai?” Perguntou um pouco receoso com o que poderia virar
aquilo, Esteban não gostava de estar no foco de alguma coisa.
“Oras, falar com quem interessa.” Deu de ombros para o melhor amigo. “O
Alonso.”
“Marie… Eu não quero.” Choramingou.
“Você quer, só está sendo um grande idiota, agora se me der licença, tenho
um assunto para resolver.” Ela andou apressada para o outro lado do salão.
Fernando estava parado próximo a uma das janelas, olhando para a vida
submarina, ao seu lado tinha o goleiro do time que tagarelava sem parar e o
batedor, não estava se importando nem um pouco, ele tinha seus próprios
pensamentos, era seu último ano em Hogwarts, ele sabia que a sua vida seria jogar
Quadribol assim que saísse de lá, seu pai é um grande jogador de Quadribol, sua
família tinha uma tradição interessante no esporte, e ele ainda tinha que lidar com
sua irmã.
“Alonso.” Ele se assustou com a chegada repentina de Maria Clara.
"Sim?" Ele precisou de uns segundos para se lembrar do nome dela. “Em
que posso te ajudar, Xavier?” Fernando além de capitão do time da casa era
também o monitor chefe da Sonserina.
“Quero saber quando você vai começar os testes pro time de Quadribol.” A
boca de Fernando Alonso se abriu em um ‘o’ surpreso com aquilo.
“Decidiu tentar entrar para o time?”
“Claro que não, nunca na vida, sou competitiva demais para estar em
campo e aceitar perder com esses lixos de artilheiros que a gente tem.” Ela revirou
os olhos. “Gasly e Leclerc, sem condições… Käikkönen era o único que prestava,
mas como a gente precisa aprender a lidar com certas frustrações, eu aceitei que
ele terminou a escola.”
“Tá, mas onde você quer chegar com isso?” Estava impaciente.
“Quero saber quando vão ser os testes, já não disse isso?”
“Além disso, você entendeu o que quis dizer.”
“Ah, claro, isso…” Se fez de desentendida. “Quero o Ocon no time.” Sorriu
gentilmente para ele.
“Se ele for bom o suficiente, quem sabe.” Fernando disse categoricamente.
“Não, não. Ele é o melhor, você não tem noção da capacidade que ele tem.
Digamos que ele seja infinitamente melhor que o Stroll.” Alonso tentou segurar o
riso mas não conseguiu. “Sim Alonso, eu sei que o Stroll é batedor, mas foi só um
exemplo, se ele pode jogar, qualquer um pode.”
“Mas nós não somos a Corvinal que qualquer cabeça de bagre pode
montar uma vassoura e sair por aí como jogador.”
“Supera, sua irmã é tão boa quanto você, aceite isso.” Ela sorriu irônica para
ele. “Estebinho vai ser o melhor jogador da Sonserina do último século.” Sorriu
triunfante dessa vez. “Depois do seu pai, é claro.” Ela deu uma pequena puxada de
saco.
Paula estava sentada em um dos largos sofás observando a cena mais
adiante, tentando descobrir o que Maria Clara queria com Fernando, não que fosse
da sua conta. A menina se assustou com a pessoa que pulou ao seu lado, a
cabeleira loira de Pierre o denunciou no instante seguinte quando ele se deitou em
seu colo e a encarou com os olhos azuis vibrantes. Gasly não disse nada, apenas
olhou na mesma direção que ela, ele balançou a cabeça negativamente.
“Para de encarar.”
“Estava vendo os sereianos.” Deu de ombros.
“Não sabia que o Alonso era sereiano.” Provocou.
“Cala a boca.” Resmungou. “Cadê o Charles?” Mudou de assunto
rapidamente.
“Mexendo com as plantas… Não sei como ele conseguiu trazer tudo no
malão.” Pierre estava de olhos fechados agora. “Teu primo é muito estranho, parece
aquelas velhinhas fofoqueiras.”
“Você não?” Paula deu uma pequena risada.
“Sim, mas pelo menos eu não tenho plantas.”
“Mas tem um gato, é quase a mesma coisa.” Como todos os lugares,
Hogwarts também tinha seus boatos, e se alguém precisava saber de alguma coisa,
bastaria procurar por Pierre e Charles, eles não só eram os responsáveis por
compartilhar as informações, como na maioria das vezes, eram eles que iniciavam
alguma das histórias que circulavam pelos corredores do castelo. “Anda, vamos
para a cama, amanhã começamos o dia cedo e ainda vamos pro treino.”
“Vamos?” Pierre gemeu.
“Sim, Fernando quer começar logo a testar o novo artilheiro para fazer trio
com você e Charlinho.” Explicou.
“Como você sabe disso?” Olhou perplexo para ela.
“Tenho minhas fontes.” Ela deu de ombros e se levantou deitando a cabeça
de Pierre no sofá.
**
“Vamos Lance, vamos ser os últimos a chegar!” Anna corria na frente do
amigo.
“Anna, calma, nós fomos os primeiros a sair do Salão Principal, não tem
ninguém lá.” Ele andava um pouco mais atrás, ele não estava realmente a fim de
correr pela escada que levava para a comunal deles, a Torre da Corvinal era alta
demais para correr escada acima.
O grande salão arredondado tinha uma das vistas mais bonitas de todo o
castelo, Anna lamentava por todos os outros que não podiam ver os campos de
Hogwarts daquele ponto. O azul e bronze estavam por todos os lados, no centro
havia um grande globo astronômico, pelas laterais estátuas e quadros, além de
tapetes pesados no chão, era o melhor no castelo.
“Que susto!” Anna disse dando de cara com Sora em uma das
escrivaninhas. “Lance disse que não tinha ninguém aqui.”
“Tudo bem, estavam todos no Salão Principal, acabei não indo pra lá.” Soso
respondeu. “Não estava com paciência para ver aquele show do Chapéu Seletor,
depois de seis anos a gente se cansa um pouco dele.” Os dois deram uma risada
tímida concordando com ela.
“Bom, gosto da comida.” Stroll disse. “Não posso abrir mão disso de
nenhuma forma.” Soso riu.
“Ano que vem, você me manda uma coruja e me conta se ficou lá.” A moça
sorriu para eles. “Lance, vai tentar ser monitor esse ano?”
“Talvez, se tiver a chance." Ele sorriu para ela. "Anna ia adorar."
"Ia mesmo, a gente é uma boa dupla." Concordou.
"Pena que a minha outra metade é sonserina." Soso lamentou. "Mas o que
seria de nós corvinos, sem aquelas pestes?"
"Eu seria mais feliz, não teria meu irmão." Anna soltou uma gargalhada.
"Lance, bom, eu não sei."
"Tanto faz, todas as pessoas são iguais ao meu ver."
**
Carlos e Daniel estavam sentados em suas respectivas camas. Eles
passaram boa parte das férias juntos viajando e aproveitando um pouco das
tecnologias trouxas antes que voltassem para um último ano longe de tudo aquilo.
As famílias deles, haviam ficado amigas, o que facilitava muitas coisas para eles.
"A gente precisa deixar nossa marca nesse castelo." Daniel disse com o
sorriso mais malicioso possível.
"Sem dúvida alguma, é isso que faremos." Carlos concordou com ele com
uma risada animada. "Mas fique sabendo que se a gente for pego, vou te entregar e
deixar que te expulsem sozinho."
"Está bem, eu assumo a culpa sozinho." Daniel disse. "Posso conviver com
isso no mundo trouxa."
"O que você tem em mente?"
"Fogos de artifício no Salão Principal?" Daniel sugeriu.
"Não… já fizeram isso."
"E o que você tem em mente?"
"Deixe-me pensar um pouco."
"Carlos…" O garoto olhou pra ele. "FADAS!" Dani começou a explicar o seu
plano para o amigo.
"Daniel, você é um gênio!! Como faremos isso? Elas são difíceis para
capturar."
"A gente vai precisar estudar isso."
"Dani, a gente não estuda…"
"É uma forma de falar."
3. Balaços, Pomo de Ouro e… Lance Stroll?
Aquele poderia ser um grande dia para muitos sonserinos, mas Esteban
Ocon não queria sequer sair da sua cama, não tinha a mínima motivação para
levantar-se e pegar sua vassoura. Ele ainda mataria Marie por metê-lo em uma
situação como aquela. Tudo bem, ele faria isso nem que fosse para provar pra ela
que ele estava certo quando dizia que era um fracasso naquele esporte.
O time de quadribol estava todo reunido, Alonso estava equilibrado em sua
vassoura enquanto conversava com sua dupla, Pierre, Charles e Paula estavam
chegando na beira do campo e levantaram voo para chegar até onde eles estavam.
Era sempre estranho quando precisavam testar alguém novo, sentiria falta de Kimi
Käikkönen, ele era tão bom. Paula ficou ao lado de Edmund, o outro batedor, agora
faltava apenas Robert, o goleiro.
"Pierre, Charles, vocês vão ser minha linha principal de apoio, Robert, não
dê moleza." Fernando disse encarando cada um dos seus. "Edmund e eu, vamos
trocar os balaços. Paula." Ela sempre se assustava quando ele a chamava. "Você,
bom, se quiser pode soltar o Pomo ou assiste e depois ajuda a gente." Ela
consideraria as opções. "Gasly e Leclerc, vocês terão que ser imparciais,
entendido?" Os dois se olharam cúmplices e concordaram com a cabeça, mesmo
sem entender o que o capitão queria dizer com aquilo.
"Vamos Soso, o Estebinho vai fazer a maior performance nos testes hoje."
Marie tentava arrastar a amiga para o campo de quadribol.
"Não posso, tenho que revisar algumas poções, o Bottinhas está pegando
no meu pé desde o ano passado!" Ela colocou a mão na cintura. "Parece
perseguição."
"Tudo bem, Sora. Seja uma péssima amiga e não apoie seu melhor amigo."
"Marie, não precisa. Quanto menos gente ver minha vergonha, melhor. Bons
estudos Soso, diga ao Bottas que eu amo ele." Esteban disse sorridente, apoiando a
amiga a deixá-lo pra lá e ele realmente gostava de Bottas, era seu professor
favorito.
Ocon não costumava ficar amedrontado por qualquer coisa, mas ele
realmente estava preocupado com aquela situação. Marie colocava muita pressão
nele, tudo bem, ele sabia que era bom, mas não se achava capaz de conseguir uma
vaga, ainda mais porque ele dependeria de Gasly e Leclerc, tudo podia dar errado.
Esteban ouviu atentamente cada uma das palavras ditas por Fernando,
enquanto recebia os olhares surpresos de Pierre e Charles. Para os dois artilheiros
agora fazia sentido as palavras de Alonso sobre serem imparciais. Era uma
briguinha de criança, porque eles nunca haviam resolvido aquilo?
Marie estava certa, Esteban deu um grande show pelos ares, o mestiço era
realmente muito bom e surpreendendo todo mundo, sabia executar bons
movimentos e manobras que alguns artilheiros mais experientes não sabiam. Ocon
assistia sempre que podia aos jogos no castelo ou quando estava em casa, iam em
algum lugar para ver, além de jogar com alguns amigos durante as férias.
"Esteban, você foi sensacional!" Marie o abraçou feliz. "Você foi o melhor,
sério! Não estou falando isso porque sou sua amiga, estou falando porque é
verdade." Ela estava realmente animada.
"Hm, vamos esperar." O tom de voz era baixo. "Não estou confiando, olha
lá, eles estão olhando pra mim e conversando."
"Para de ser paranóico, José Jean-Pierre." Usou o resto do nome de
Esteban.
No meio do campo de quadribol, o time desmontava suas vassouras, todos
se olhando calmamente, eles estavam cansados. Alonso estava esperando que
alguém dissesse algo. Lewis Hamilton adentrava no campo, nenhum deles tinha
notado que o professor de voo tinha visto todo o teste.
"Como diretor da casa e professor de voo posso expressar minha opinião?"
Disse divertido.
"Claro, professor." Fernando disse. "Inclusive vai ser ótimo uma opinião de
um especialista." Lewis Hamilton deu uma risada.
"Especialista e aposentado." Hamilton havia jogado por alguns anos antes
de se tornar professor depois de deixar o esporte. "Gostei muito do que vi, a maioria
tem muito talento." Os seis alunos concordavam com ele.
"Mas?" Pierre estava ansioso, queria saber se teve a mesma perspectiva
que o professor.
"O Ocon foi muito bem." Ele reflete. "Muito bem não, foi excelente, fazem
anos que não vejo alguém se sair bem assim." Alonso estava concordando com o
professor.
"Também achei, crescer nesse meio faz a gente ter um olhar mais crítico."
Fernando passou grande parte do seu tempo acompanhando o pai pelos jogos,
consequentemente com Hamilton também, já que o pai foi companheiro do
professor por alguns anos. "Gasly?"
"Ele sabe muita coisa, concordo com vocês." Pierre deu de ombros, ele não
podia ser hipócrita e negar o talento que ele tinha.
"Leclerc?" Charles queria ser imparcial, mas suspirou.
"Ele foi bem, mas tem muita coisa para melhorar." Tentou colocar um ponto
coerente.
"Sim, assim como todos vocês, inclusive o senhor." Lewis Hamilton disse e
Charles quis se enfiar em um buraco. "Se a minha opinião tiver algum peso, gostaria
muito de ver o Ocon no time." Ele fez uma pausa e se virou para a única garota do
time. "Senhorita Leclerc, quero dar algumas dicas pra você."
"Claro profê, vai ser ótimo." Paula disse animada, gostava quando recebia
dicas do professor, para ela, Lewis era o maior apanhador de todos.
Marie não tinha nenhum medo de entrar nos lugares de forma discreta, não
foi diferente na sala que ficava nas masmorras ao lado da sua sala comunal. Ela
tinha necessidade de falar com Soso sobre a performance de Esteban.
"Soso, você precisava ver o Esteban, sem dúvida ele entrou pro time." Disse
abrindo a porta, não só atraindo o olhar da amiga, como o de Anna que estava
fazendo uma porção qualquer junto com Lance.
"Hm, então esse aí é o cara que nós vamos jogar uns balaços?" Anna disse
de forma provocativa.
"Não é nada oficial, mas sim, é ele mesmo. Esteban Ocon, o maior e o
melhor de todos." Marie disse fazendo com que Anna desse uma leve risada.
"Lance, você precisa ser esse tipo de amigo para mim." Anna reclamou.
"Eu sou assim com você Anna." Ele disse com convicção.
"Acho que vocês se conhecem já, não é?" Soso perguntou e todos
concordaram.
Os cinco ali presentes começaram a conversar animados sobre quadribol.
Anna e Lance, nunca tinham parado para conversar realmente com Maria Clara,
Esteban e Sora, eles perceberam que haviam perdido cinco anos de sua formação
acadêmica onde poderiam ter sido um grupo muito maior, agora Lance Stroll poderia
colocar em seu currículo de influência, "Conhecido Da Filha Do Ministro da Magia",
sua mãe iria adorar saber sobre isso.
Essa era a forma que o destino se encarregou de juntar aqueles cinco. Um
teste de quadribol e uma sala repleta de vidros com ingredientes para poções. Um
novo grupo nascia nas masmorras de Hogwarts.
**
Maria Clara estava mais animada do que o normal naquele dia, era a estreia
de Esteban. Era a estreia de Esteban justamente contra a Grifinória. A copa de
quadribol estava iniciando da melhor maneira possível, ela desejava apenas que o
melhor amigo fizesse muitos pontos e que a Sonserina ganhasse aquela partida. Ela
tinha seu rosto pintado com as cores verde e prata, segurava uma bandeirinha e
usava um chapéu nas mesmas cores, ela estava muito animada naquele momento,
Marie levava a sério a competição. Hoje sua companhia na arquibancada era Soso
que estava igualmente vestida, exceto pelo cachecol corvino que usava, Sora
estava feliz por Esteban, ela nunca havia duvidado dele, elas também contavam
com a presença de Anna e Lance, que obviamente não estavam usando as cores
sonserina, mas seguravam bandeirinhas, eles sempre faziam isso, Anna detestava
o time dos leões, mas se recusava a torcer pelo time onde estava o irmão, sendo
assim, levou sua bandeirinha da Corvinal, Lance é claro, seguiu seu exemplo, ele
ainda não estava louco para contrariá-la.
"Vamos analisar bem os pontos do Esteban, o próximo jogo é contra a
gente." Anna cochichou para Lance que concordou.
"Deixem meu amigo em paz, se não vou mandar meu pai prender vocês!"
Marie adora dizer aquilo, mesmo que fosse mentira, seu pai não podia sair
prendendo as pessoas.
"Sim, Marie." Anna disse distraída já com os olhos postos no meio do
campo. "Uns balaços não vão fazer mal a ninguém." Prosseguiu.
O jogo seguia equilibrado e a disputa pelo Pomo de Ouro estava assídua
entre Paula e Nico Hulkenberg, os dois estavam a centímetros da pequena bolinha
dourada, quem se esticasse mais iria pegar. Um balaço rebatido por Fernando,
acertou em cheio a calda da vassoura de Hulkenberg, fazendo com que ele se
desequilibrasse da vassoura, indo direto para baixo e dando a apanhadora da
Sonserina uma vantagem, a garota triscou o dedo nela, mas naquele momento não
conseguiu apanhar a bolinha.
"Pega essa porra, Leclerc!" Fernando gritou.
"Vai cuidar das suas bolas!" Ela berrou de volta. Alonso rebate um vinha na
direção dela.
"Estou cuidando, querida." E saiu para longe e Paula disparou atrás de sua
bola.
O balaço que Fernando estava viajando para a outra metade do campo
onde os quatro amigos viam o jogo atentos a cada lance e alheios aos gritos entre
os jogadores. Anna e Soso estavam animadas falando sobre um livro que tinham
encontrado na biblioteca sobre feitiços úteis e que não eram passados nas aulas de
Vettel. Lance tinha os olhos cravados no jogo, assim como Marie que vez ou outra o
apertava por causa do nervosismo dos gols perdidos dos artilheiros do seu time e
droga, porque Paula não pegava logo a droga do Pomo de Ouro!?
Tudo aconteceu muito rápido, o balaço de Fernando tinha sido desviado
pelo batedor rival e ia para a arquibancada, nenhum outro batedor ia chegar a
tempo de rebater para dentro do campo novamente. Foi puro reflexo de Stroll, ele
embalou Maria Clara com seu corpo e sacou a varinha, conjurando um Protego,
afastando o balaço deles.
"Lance, o que aconteceu?" Anna ficou um pouco assustada com o grito que
ele deu ao conjurar o feitiço.
"O balaço, ia acertar em cheio a Marie."
"Eu ia morrer!!!"
"Morrer não, no máximo ficar com um ou outro osso quebrado." Soso diz
calmamente.
"Por isso que o Lance é ótimo em campo, ninguém conseguiria pensar
rápido assim, exceto eu se estivesse prestando atenção." Lance revirou os olhos
para ela.
"Leclerc acaba de capturar o Pomo de Ouro, encerrando o jogo!"
Anunciaram e automaticamente Marie começa a pular na arquibancada. "Sonserina
230 pontos!! Grifinória 90 pontos." Marie começou a gritar que virar era muito
melhor.
Esteban estava feliz com seus números, para um primeiro jogo ter feito
trinta pontos era mais do que suficiente, Charles havia feito vinte e Pierre outros
trinta. Ele não tinha do que reclamar.
Soso chegou antes de Ricciardo, ela não entendeu o motivo pelo qual
estava fazendo aquilo, fazia anos que ela o achava um idiota completo, ele só sabia
atrapalhar suas aulas favoritas, como que no momento seguinte ela podia estar
correndo pela biblioteca? Tanto fazia, ela sempre quis sentir aquilo, e, Daniel idiota
daquele jeito com aquele sorriso idiota a fez sentir aquilo. Era tudo idiota. Ela sentiu
um pequeno tranco em seu corpo a fazendo girar instantaneamente, ela não
precisava olhar, apenas esperou pelo beijo, dessa vez foi tranquilo, ela gostou. Eles
sorriram um para o outro carinhosamente, ela não sabia explicar o real motivo de se
sentir tão segura, mas estava.
Daniel a olhava com ternura como se fosse a coisa mais preciosa que ele
conhecesse e talvez, realmente fosse. Ele sentia seu coração derretendo apenas
por tê-la ali, em seus braços e agora… eles estavam ali, sendo um para o outro algo
livre de expectativas, apenas Soso e Daniel, Daniel e Soso.
"Tenho certeza que você me deu uma poção do amor, não tem outra
explicação." Ela disse encarando os olhos dele.
"Ou você simplesmente não resistiu a todo esse meu charme." Daniel sorriu
largamente, mandou um pequeno beijo em sua direção e piscou o olho esquerdo.
Soso sentiu seu corpo ficar bambo com aquilo.
"Ainda acho que estou enfeitiçada. Vou pedir para o Bottas um antídoto para
isso, se não funcionar, aposto que Vettel tem um contra feitiço que resolva. Mas
enquanto isso, pare de falar e me beije."
"Só mais uma coisa, Soso." Ela olhou para ele. "Se nada disso funcionar?"
"Simplesmente aceitarei o meu destino cruel de ter que beijar você." Eles
riram da forma dramática como ela disse aquilo.
6. Corvo é comida de Serpente. Mesmo?
Era o final da aula preferida de Maria Clara, Trato das Criaturas Mágicas, o
grupo estava praticamente todo reunido, ela estava um pouco mais a frente
conversando com Stroll, ela gostava de estar com ele, apesar de achar que ele não
entendia metade das coisas que ela falava descontroladamente. Gasly, Leclerc e
Paula estavam na parte de trás em alguma conversa sobre o final do ano e como
Pierre poderia passar o Natal com eles, afinal no ano anterior todos estavam na
casa dos pais do outro. No meio Anna e Esteban estavam sem se falar, mas ele
estava com aquilo em sua mente e não poderia ficar em silêncio para sempre.
“O que aconteceu ontem?” Anna olhou para ele sem entender nada.
“Sobre o que exatamente você está falando?” Esteban revirou os olhos.
“Você tentando me matar!” Seu tom era acusativo. “Era melhor ter
enfeitiçado o balaço.”
“Olha Ocon, não sei se você andou pegando alguma coisa com o Leclerc ou
o que…”
"Ei! Estou bem aqui.” Charles protestou.
“Mas eu não estava tentando te matar.” Ela continuou sem se importar com
o protesto do outro. “Simplesmente estava jogando meu jogo em paz.”
“Em quem mais você lançou balaços?” Anna suspirou e pensou um pouco.
“Viu? Apenas em mim!”
“Tá legal, talvez tenha acontecido alguma coisa do tipo… Mas olha, eu não
estava tentando te matar.”
“Não foi o que pareceu…” Lance disse cinco passos adiante.
“Cala a boca Lawrence Sheldon Stroll!” Ladrou. “Esteban era o alvo mais
fácil, só isso.”
“SHELDON?” Marie entrou em uma crise de risos ao ouvir o nome do meio
do meio do novo amigo.
“Apenas Lance.” Disse baixo.
“Anna, será que nós podemos estudar um pouco daqui a pouco?” Paula
perguntou.
“Hm… Podemos?” Algo estava errado.
“Sim?” A outra devolveu a pergunta.
“Tudo bem, espero você na biblioteca.”
Anna não entendeu o motivo da outra garota pedir para estudar em plena
segunda-feira no final da tarde, era uma coisa que nunca tinha acontecido antes.
Paula era rápida para perceber algumas coisas quando estava relacionada a vida
de outras pessoas, mas em relação a sua própria vida… Era outra coisa. Paula
tinha coisas para falar com a amiga.
Anna estava na cama de Lance, Ele estava sentado com ela coitada em seu
colo. A garota estava com os olhos vermelhos e marejados, Anna estava realmente
triste com toda a situação com Esteban, ela havia dito que sentia algo por ele e ele
simplesmente saiu correndo dela, porque garotos eram tão idiotas nesse nível?
“Anda Anna, nossa melhor noite está chegando e nós vamos passar por ela
como todos os anos.”
“Achei que ele iria me chamar para o baile.” Suspirou pesado.
“Quem precisa de Esteban Ocon? Você tem Lance Stroll ao seu dispor,
madame Alonso.”
“Você é um besta Lance, e é por isso que você é meu melhor amigo!” Ela
abraçou o amigo da melhor forma que conseguia. “Vamos fazer valer a pena.
Aparentemente apenas Soso e Daniel podem se dar bem no amor.” Seu tom era
descontraído.
“Parece que sim, minha cara Anna.” Ele deu risada.
Anna sabia que não seria a mesma coisa que ir com Esteban, mas sempre
foi ela e Lance e certas coisas nunca mudam.
8. Baile de Inverno.