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O que o texto diz?

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Nesta conversa, o foco é a leitura. Relembra-se, primeiramente, que a leitura é


uma interação com o texto, a qual ocorre por meio de um processamento cognitivo. A
memória é crucial para a promoção de um acervo de leituras de mundo, as quais são
processadas a partir desses textos. Esse ato cognitivo é individual, pois cada um tem seu
acerco – contudo, por outro lado, essa memória faz parte de uma interface coletiva, pois
nossos conhecimentos se formam com a sociedade.
A partir dessa concepção sociocultural de leitura, é possível uma ampla
compreensão de mundo. A locutora resgata esse conceito sociocultural da leitura e do
texto e situa esse objeto de estudo em objetos do cotidiano do seu interlocutor, como o
anúncio publicitário. Nesse sentido, é possível identificar diversos elementos do anúncio
por conta da movimentação dos conceitos do interlocutor – como os produtos
anunciados. Observa-se, também, elementos verbais do anúncio, a partir dos quais se
cria um contraste com os elementos mais atuais.
Debate-se, assim, campanhas publicitárias e seus impactos sociais. Muitas, por
exemplo, foram tiradas de circulação e seus produtos também saíram das prateleiras
devido à reação da sociedade. Isso demonstra que os textos são vinculados diretamente
ao contexto sociocultural em que são produzidos. Eles não têm marcas somente visuais,
como cores e imagens – mas suas ideias denunciam a historicidade da qual fazem parte.
Um novo modelo de certidão de nascimento/casamento foi lançado em 2017 –
mas como isso demonstra o que um texto quer dizer? Para evitar intempéries do modelo
anterior – como o espaço em branco caso o pai não registrasse a criança. Essa mudança
tem relação contextual com a atualidade, como os efeitos que o espaço em branco pode
gerar às crianças. Os textos, portanto, são socioculturalmente situados e podemos
identificar suas marcas por sua superficialidade.
Os textos têm, por sua vez, também a sua certidão de nascimento – as marcas
que definem sua origem na sociedade e na cultura. Ao levá-los à sala de aula há perdas
contextuais – contudo, elas podem ser resgatadas durante a aula. Essa concepção de
leitura tem implicações diretas no conteúdo escolar, uma vez que cada aluno fará sua
leitura de texto, especialmente por conta de seus conhecimentos prévios. É
imprescindível que esse texto tenha o maior número de informações possíveis ao chegar
ao aluno.
A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra; e a leitura da palavra
implica uma constante leitura daquele. Logo, não se pode negligenciar o texto enquanto
materialidade nem a riqueza de pontos de vista que os alunos trazem.

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