Você está na página 1de 69

Noções de

Reservatório
Eng. Renato Carvalho
RH / UP / ECTEP
Chave: EST2 Rota: 821-3227

Engenharia de Reservatório

Qual a meta principal dos engenheiros de


reservatório na Petrobrás ?

...a proposta de um plano de


desenvolvimento de um
campo de petróleo de modo
a maximizar sua
recuperação econômica

1
Engenharia de Reservatório

engenharia de
produção

engenharia de
poço

campo de
atuação da
engenharia de
reservatório

Engenharia de Reservatório

2
Engenharia de Reservatório

?
Conhecer o fluido contido no reservatório (viscosidade,
composição da mistura, densidade...)
Conhecer as propriedades da rocha-reservatório (porosidade,
permeabilidade, capilaridade, saturação...)

Estudar o comportamento do fluido no interior da rocha


reservatório (como se comporta a pressão do reservatório
durante a produção do fluido nele contido...)

Desenvolver um modelo teórico do reservatório que traduza o


comportamento passado e possibilite a previsão futura deste
reservatório (baseando-se no histórico de produção utilizando-
se de modernos simuladores de fluxo...)

Engenharia de Reservatório

?
Estudar e conhecer os mecanismo de produção do reservatório
(gás em solução, capa de gás, influxo de água, mecanismo
combinado, segregação gravitacional...)

Estudar e propor método de recuperação secundária e/ ou


avançada de petróleo (recuperação com injeção de água,
injeção de gás, recuperação térmica com vapor, com ação de
polímeros...)

Gerenciar o reservatório (não se deve matar a galinha dos


ovos de ouro pensando em obter o melhor rendimento...)

3
Engenharia de Reservatório

Temas Fluidos
Rocha
Tipos de Reservatório
Mecanismo de Produção de Reservatório
Fluxo em Meio Poroso
Recuperação de Petróleo
Avaliação das Formações
Simulação
Reserva

Engenharia de Reservatório

Fluidos

4
Engenharia de Reservatório

Propriedades
O petróleo
Composição do fluido
Comportamento de fases
Fator volume formação
Razão de solubilidade
Densidade do fluido

Engenharia de Reservatório

Petróleo

...misturas naturais de
hidrocarbonetos que podem
ser encontrados no estado
sólido, líquido e gasoso

5
Engenharia de Reservatório

Petróleo
Parafinas Olefinas Aromáticos
Alcanos, isoalcanos Alquenos, alquinos Benzeno, Tolueno, Naftaleno...

Cíclicos - Naftênicos Instáveis

Impurezas – O2 , CO2, N2, H2S, metais pesados (Fe, Cu, Zn,


Hg, Ni, V ...)

A variedade de composição aliada às variações e tipos


de impurezas, faz com que tenhamos uma variedade de
petróleos com características bem diferentes (cor,
densidade, viscosidade, etc.)

Engenharia de Reservatório

Óleo Típico – Análise Elementar

ELEMENTO PERCENTAGEM EM PESO


Carbono 84 - 87
Hidrogênio 11 - 14
Enxofre 0,0 - 2
Nitrogênio 0,1 - 2
Oxigênio 0,1 - 2

6
Engenharia de Reservatório

Gás Natural Típico


HIDROCARBONETOS FRAÇÃO MOLAR (%)
Metano 70 - 98
Etano 1 - 10
Propano traços - 5
Butano traços - 2
Pentano traços - 1
Hexano+ traços - 0,5
NÃO HIDROCARBONETOS
Nitrogênio traços - 15
Dióxido de Carbono traços - 1
Hélio traços - 5
Gás Sulfídrico traços

Condições de Reservatório e de Superfície

7
Engenharia de Reservatório

Condições de Reservatório e de Superfície

Condições Básicas:
Pressão - 1 atm (1,033kgf/cm2)
Temperatura - 20 °C

Condições “Standard” (Condições API)


Pressão - 14,7 psia
Temperatura - 60 °F

Engenharia de Reservatório

Tipos de Reservatório

A depender da composição e das


condições de pressão e temperatura na
subsuperfície, uma acumulação de
petróleo pode se apresentar totalmente
líquida, totalmente gasosa, ou com uma
parte líquida e uma parte gasosa em
equilíbrio

8
Tipos de Reservatório

• Uma Fase
–Reservatório de Óleo
–Reservatório de Gás

• Duas Fases
–Reservatório de Óleo com Capa de Gás
–Reservatório de Gás

Reservatório de Óleo

9
Reservatório de Gás

Reservatório de Óleo com Capa de Gás

10
Definições Técnicas do Petróleo
PETRÓLEO - é uma mistura constituída predominantemente de
hidrocarbonetos, que ocorre na natureza nos estados: sólido, líquido ou
gasoso.
ÓLEO - é a porção do petróleo existente na fase líquida nas condições
originais do reservatório e que permanece líquida nas condições de
pressão e temperatura de superfície. Possui viscosidade menor ou igual a
10.000 centipoise (cp), medida nas condições de temperatura original do
reservatório e pressão de superfície. Pode-se caracterizar o óleo em:

Leve grau API igual ou superior a 31 graus


Médio grau API entre 22 e 30,9 graus
Pesado grau API entre 10,1 e 21,9 graus
Extrapesado grau API igual ou inferior a 10 graus

Definições Técnicas do Petróleo

BETUME - é a porção do petróleo encontrado no estado sólido ou


semi-sólido nas condições de reservatório. No seu estado natural
contém enxofre, metais e outros compostos que não são
hidrocarbonetos. Possui uma viscosidade maior que 10.000 cp,
medida nas condições de temperatura original do reservatório e
pressão da superfície.

GÁS NATURAL - é a porção de petróleo que existe na fase gasosa


ou em solução no óleo, nas condições originais de reservatório, e
que permanece no estado gasoso nas condições atmosféricas de
pressão e temperatura.

11
Definições Técnicas do Petróleo
Gás Associado

GÁS ASSOCIADO AO ÓLEO - é todo gás natural existente em reservatórios


considerados como produtores de óleo.

GÁS LIVRE ASSOCIADO AO ÓLEO - é o gás natural livre (capa de gás) que
se encontra na fase gasosa, nas condições de pressão e temperatura
originais do reservatório considerado produtor de óleo.

GÁS EM SOLUÇÃO ASSOCIADO AO ÓLEO - é o gás natural que se encontra


em solução no óleo, nas condições de pressão e temperatura originais do
reservatório considerado produtor de óleo.

GÁS ASSOCIADO

12
Definições Técnicas do Petróleo
Gás não Associado

GÁS NÃO ASSOCIADO AO ÓLEO - é todo gás natural existente em


reservatórios considerados como produtores de gás.

GÁS LIVRE NÃO ASSOCIADO AO ÓLEO - é o gás natural que se encontra


na fase gasosa, nas condições de pressão e temperatura originais do
reservatório considerado produtor de gás.

GÁS EM SOLUÇÃO NÃO ASSOCIADO AO ÓLEO - é o gás natural que se


encontra em solução no óleo, nas condições de pressão e temperatura
originais do reservatório considerado produtor de gás.

GÁS NÃO ASSOCIADO

13
Definições Técnicas do Petróleo

LÍQUIDOS DE GÁS NATURAL (LGN) - são as porções do gás


natural, expressas nas condições básicas que se encontram na
fase líquida em qualquer condição de superfície, obtidas nos
processos de separação de campo, unidades de processo ou nos
fluxos em gasodutos.

Definições Técnicas do Petróleo


Líquidos de Gás Natural (LGN)
CONDENSADO - é o líquido do gás natural, obtido no processo de separação
normal de campo, que é mantido na fase líquida na condição de pressão e
temperatura de separação.
CONDENSADO ESTABILIZADO - é o líquido do gás natural que permanece
na fase líquida nas condições atmosféricas de pressão e temperatura.
GASES LIQUEFEITOS - são hidrocarbonetos com alta pressão de vapor,
obtidos do gás natural em unidades de processos especiais, que são
mantidos na fase líquida em condições especiais de armazenamento na
superfície, mas que se encontram na fase gasosa nas condições de
pressão e temperatura atmosféricas.
GASOLINA NATURAL - são hidrocarbonetos que se encontram na fase
líquida em determinadas condições de pressão e temperatura obtidas em
separadores especiais ou unidades de processamento de gás natural.

14
Petróleo e Gás Natural (ANP)
O Regulamento Técnico de Reservas de Petróleo e Gás Natural
da Agência Nacional do Petróleo, (ANP) apresenta as seguintes
definições para petróleo e gás natural:

Petróleo – é todo hidrocarboneto líquido em seu estado natural, a


exemplo do óleo cru e condensado.

Gás Natural – todo hidrocarboneto ou misturas de hidrocarbonetos que


permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas normais,
extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos, ou
gaseíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros.

Engenharia de Reservatório

Comportameto
de Fases

15
Substância Pura

T2 = T3

Engenharia de Reservatório

Comportamento de fases
Ponto crítico Substância
pc C Pura
Envelope de Fase
líquido
P re ssão

1 2 4
3

vapor

Temperatura
Tc

16
Vaporização de uma Mistura

T2 < T3

Engenharia de Reservatório

Comportamento de fases
Mistura
Envelope de Fase

1 2 3 4

Temperatura

17
Engenharia de Reservatório

Tipos de
Fluidos /
Reservatórios

Engenharia de Reservatório

Envelope p Reservatórios de
Reservatório deóleo
Óleo Reservatório
Reserv. de gásde Gás
p1 T1 p2 T2 p3 T3
de fase Líquido
de bolha C
tos
s pon
do por
r va va Região de
C u 0 %
. 1 condensação
líq Líquido retrógrada
%
90 +
Tipos de ps Ts
Vapor
r
po
l ho

Reservatório 0%
va
r
va

.7 po
va por
or

lí q %
0 va
de

30% . 8 0%
líq 9 os
20
% . ont
líq
% sp Vapor
10 do
rv a
Cu

18
Engenharia de Reservatório

Reservatório de óleo

Óleo de alta contração Óleo leve


Óleo de média contração Black-oil
Óleo de baixa contração Óleo pesado

Engenharia de Reservatório

Óleo de baixa contração


R
pR
Ponto
crítico

100%
Pressão

40%

S 0% R
pS pR
Ponto
crítico
Pressão

TS TR
Temperatura
100%

0%
20%
Óleo de alta contração pS
S

TS TR Temperatura

19
Engenharia de Reservatório

Reservatório de óleo

Engenharia de Reservatório

Reservatório de gás

Pouco ou nenhum
Gás seco condensado na
superfície

Forma um volume
Gás úmido relativo de
condensado na
superfície

20
Engenharia de Reservatório
Ponto
crítico
Reservatório de gás úmido

R
pR
P re s s ã o

100% 0%

pR R
60%
Ponto 0%
pS S crítico

P ressão
TS Temperatura TR

100% 80%
Reservatório de gás seco
S
pS

Temperatura TS TR

Gás Condensado Retrógrado


Ponto crítico

R
pR
1
100%
Pressão

60%
Cricondenterma

2
0%

Temperatura TR

21
Engenharia de Reservatório

Classificação gás
Gás $$

óleo
Óleo
$ $ $
$$
X

capa de gás

hidrocarbonetos líquidos (óleo)


água

Propriedades
dos
Fluidos

22
Engenharia de Reservatório

Caracterização dos Fluidos do Reservatório

Fator Volume de Formação do Óleo

Razão de Solubilidade

Fator Volume de Formação do Gás

Engenharia de Reservatório

Fator volume formação (Bo)

gás gás

gás 19,144 m³
16,057
0,850 m³ m³ std
líquido líquido líquido
líquido óleo
1,30 m³ 1,33 m³ 1,20 m³ 1,04 m³ 1,00 m³ std

pi = 246 atm pb = 176 atm p = 84 atm p = 1 atm p = 1 atm


T = 71 ºC T = 71 ºC T = 71 ºC T = 71 ºC T = 20 ºC

volume de óleo + gás dissolvido nas condições p , T


Bo =
volume de óleo no tan que ( medido nas condições − padrão )

23
Engenharia de Reservatório

Exemplo

Qual o fator volume formação do óleo do exemplo


anterior na pressão de 84 atm ?

1,2
Bo = = 1,2 m3 / m3 std
1,0

Engenharia de Reservatório

Razão de solubilidade (Rs)


Condições p = 1 atm
“Básicas” T = 20 ºC
gás
p = 84 atm
6,512 m³
p = 176 atm T = 71 ºC
p = 246 atm
T = 71 ºC T = 71 ºC
gás
gás
0,850 m³ 9,545 m³
líquido líquido líquido
1,30 m³ 1,33 m³ 1,20 m³
óleo
1,00 m³

volume de gás dissolvido ( condições − padrão )


Rs =
volume de óleo no tan que ( condições − padrão )

24
Engenharia de Reservatório

Exemplo

Qual a razão de solubilidade do óleo do exemplo


anterior na pressão de 176 atm ?

6,512 + 9,545
Rs = = 16,057 m3 std / m3 std
1,0

Engenharia de Reservatório

Célula PVT (CENPES)

25
Engenharia de Reservatório

Densidade (do)
ρo
do =
ρw

ρlíquido a 20 oC ρ líquido a 20 oC ρ líquido a 60 oF


d 420 = 20
d 20 = d 60 / 60 oF =
ρ w a 4 oC ρ w a 20 oC ρ w a 60 oF

141,5
° API = − 131,5
d 60 / 60 oF

Engenharia de Reservatório

Exemplo

Qual a densidade do óleo de 45 0API ?

141,5
° API = − 131,5
d 60 / 60 oF

141,5
d 60 / 60 oF = = 0,8017
45 + 131,5

26
Propriedades
da Rocha

Engenharia de Reservatório

Porosidade (φ) Vvazios


φ=
Vtotal

27
Engenharia de Reservatório

Porosidade (φ)
Porosidade absoluta – é a relação entre o volume total
de vazios de uma rocha e o volume total da mesma;

Porosidade efetiva - é a relação entre os espaços vazios


interconectados de uma rocha e o volume total da
mesma;

...do ponto de vista da engenharia de reservatórios, qual a


porosidade de interesse para efeito de estudo de movimento
dos fluidos ?

Engenharia de Reservatório

Exemplo
Qual a porosidade de uma rocha
considerando que os grãos estejam
arranjados conforme figura ao lado ?
R
⎛4 ⎞
V p = Vcubo − Vesferas = (4 R) 3 − 8⎜ πR 3 ⎟ = 30,5 R 3 4R
⎝3 ⎠

Vt = Vcubo = (4 R) 3 = 64 R 3

φ = Vp / Vt = 30,5 R3 / 64 R3 = 0,476(47,6%)

... e se os grãos forem muitos pequenos ?

28
Engenharia de Reservatório

Porosidade (φ)
Primária
Se desenvolveu durante a
deposição do material sedimentar

Secundária
Resultante de processos
subseqüentes à conversão dos
sedimentos em rocha. Exemplos:
fraturas, cavidades devidas a
dissolução da rocha.

Engenharia de Reservatório

Porosidade (φ) Porosidade

Grãos irregulares – má seleção

Grau de cimentação

Argilas, siltes ou placas de mica

Processos de lixiviação

Presença de fraturas

29
Engenharia de Reservatório

Obtenção da Porosidade
Campo
Perfil Sônico
Perfil Densidade

Laboratório
Porosímetro
Bomba de Mercúrio
etc.

Engenharia de Reservatório

Laboratório do CENPES
CENPES
Bomba de
Mercúrio

30
Engenharia de Reservatório

Porosidade (φ)
Porosidade

N
1
φ=
N
∑φ j
j =1

Engenharia de Reservatório

Compressibilidade
A porosidade das rochas sedimentares é função do grau de
compactação das mesmas, e as forças de compactação são funções
da máxima profundidade em que a rocha já se encontrou;
50

40
Arenit
os
Porosidade (%)

30
Compressibilidade da rocha matriz
Fo
20 lhe
lho
s Compressibilidade dos poros
10
Compressibilidade total da rocha
0
0 500 1000 1500
Profundidade (m)

31
Engenharia de Reservatório

Saturação (Sf)
...define-se saturação de um determinado fluido em um
meio poroso, como sendo a fração ou a porcentagem do
volume de poros ocupado pelo fluido.

Vf
Sf =
Vp

So , Sw , Sg

Engenharia de Reservatório

Saturação (Sf) So , Sw , Sg
Determinação:
Rocha Métodos diretos – amostragem

Gás
Métodos indiretos – perfis
elétricos, pressão capilar

Problemas na amostragem:
o
Óle

Na retirada do testemunho
Trajeto entre o poço e o LAB
a

Filtrado da lama de perfuração


Águ

32
Engenharia de Reservatório

Saturação (Sf)

Quando a saturação de água diminuir a um valor tal em que ela pára


de fluir, sua saturação é chamada de saturação irredutível de água
(Swi), e conseqüentemente, suas permeabilidades efetiva e relativa são
nulas

Quando a saturação de óleo vai decrescendo até atingir a chamada


saturação de óleo residual (Sor) o óleo deixar de fluir

Engenharia de Reservatório

Permeabilidade absoluta (k)

A permeabilidade de um meio poroso é uma


medida de sua capacidade de se deixar
atravessar por fluidos. Em outras palavras, a
permeabilidade é uma medida da condutividade
de fluidos em um material.

33
Engenharia de Reservatório

Permeabilidade absoluta (k) h1 − h2


q = KA
L
Injeção de água a ...mais tarde, outros investigadores
vazão constante (q)

h1
γ
Henry Darcy K proporcional
(1856) µ
Areia
L

h2
kA∆p
Coleta e medição 2 q=
da água µL

Engenharia de Reservatório

Permeabilidade efetiva (ko, kg, kw)


A capacidade de transmissão de um fluido que satura 100% de um meio
poroso é definida como sendo a permeabilidade absoluta ou
simplesmente a permeabilidade do meio. No caso em que dois ou mais
fluidos saturam o meio poroso, a capacidade de transmissão de um
desses fluidos chama-se permeabilidade efetiva do meio poroso ao
fluido considerado.
Água

Óleo

34
Engenharia de Reservatório

Permeabilidade relativa (kro, krg, krw)


1
O quociente entre a
kro
permeabilidade
0.8
krw efetiva e a
Permeabilidade relativa

permeabilidade
0.6 absoluta (k) do meio
é denominada
0.4 permeabilidade
relativa ao fluido .
0.2

(kro, Krg, Krw)


Swi
0
0 20 40 60 80 100
Sw (%)

Engenharia de Reservatório
A propriedade da molhabilidade e da tensão de
Molhabilidade adesão variam de acordo com os fluidos e os
sólidos envolvidos.

35
Engenharia de Reservatório
A rocha em boa parte dos casos é molhada
Molhabilidade preferencialmente pela água em presença do
óleo, e nunca pelo gás.

Gás

Água

Óleo

O gás é o que apresenta menor tendência de molhar preferencialmente a rocha.

Engenharia de Reservatório

Molhabilidade Entretanto, há casos em que o reservatório


é molhado preferencialmente pelo óleo.

Óleo
Gás

Água

36
Mobilidade
Define-se mobilidade de um fluido como sendo a relação entre
a sua permeabilidade efetiva e a sua viscosidade

ko kw
λo = λw =
µo µw

Assim como as permeabilidades efetivas, as mobilidades


também dependem das saturações

Engenharia de Reservatório

Fluidos
Produzidos por
um Reservatório

37
Fluidos Produzidos
Condições de Condições de
Reservatório superfície

Gás Livre Gás

Hidrocarbonetos Óleo + Gás de


Líquidos Solução (óleo)

Água Água + Gás de


Solução (água)

Fluidos Produzidos

Vazão de Óleo → Qo
Vazão de Gás → Qg
Vazão de Água → Qw
Razão Gás-Óleo → RGO
Razão Água´-Óleo → RAO
BSW (Basic Sediments and Water)

38
Engenharia de Reservatório

Quociente entre as vazões instantâneas de gás e de óleo, medidas em


condições-padrão

Razão Gás/Óleo - RGO

Quociente entre as vazões instantâneas de água e de óleo, medidas


em condições-padrão

Razão Água/Óleo – RAO

Quociente entre a vazão de água mais os sedimentos que estão


sendo produzidos a vazão total de líquidos e sedimentos

Basic Sediments and Water - BSW

Engenharia de Reservatório

Mecanismo de
Produção de
Reservatório

39
Engenharia de Reservatório

Mecanismo de produção

Mecanismo de gás em solução;


Mecanismo de capa de gás;
Mecanismo de influxo de água;
Mecanismo combinado;
Mecanismo de segregação gravitacional.

Engenharia de Reservatório

Mecanismo de gás em solução


Poços

Óleo Óleo
Reservatório

A produção de fluidos provoca redução na pressão, que por sua vez, além de
proporcionar a vaporização de mais componentes leves, acarreta a expansão dos fluidos.
Como o gás é muito mais expansível que o líquido, é basicamente devido à sua
expansão que vai acontecer o deslocamento do líquido para fora do meio poroso. Então,
o mecanismo é exatamente esse: a produção é o resultado da expansão do gás que
inicialmente estava dissolvido e que vai saindo de solução. Quanto mais a pressão cai,
mais o gás se expande e mais líquido é deslocado.

40
Engenharia de Reservatório

Diagrama de Pressão vs. Tempo Razão Gás-Óleo vs. Tempo

Engenharia de Reservatório

Mecanismo capa de gás

Capa
de gás
Óleo

A zona de líquido é colocada em produção, enquanto a zona de gás é preservada, já que


a principal fonte de energia para a produção está no gás da capa. O mecanismo funciona
da seguinte maneira: a zona de óleo é colocada em produção, o que acarreta uma
redução na sua pressão devida à retirada de fluido. Essa queda de pressão se transmite
para a capa de gás, que se expande penetrando gradativamente na zona de óleo. O gás
da capa vai ocupando espaços que anteriormente eram ocupados pelo óleo.

41
Engenharia de Reservatório

Razão Gás-Óleo vs. Tempo

Engenharia de Reservatório

Abaixamento do contato Gás-Óleo

42
Engenharia de Reservatório

Mecanismo de influxo de água

Óleo
Aquífero

O mecanismo se manifesta da seguinte maneira: a redução da pressão do reservatório,


causada pela produção de hidrocarbonetos, após um certo tempo é transmitida e se faz
sentir no aqüífero, que responde a essa queda de pressão através da expansão da água
nele contida e da redução de seu volume poroso Há portanto uma invasão da zona de
óleo pelo volume de água excedente. Essa invasão, que recebe o nome de influxo de
água, vai, além de manter a pressão elevada na zona de óleo, deslocar este fluido para
os poços de produção.

Engenharia de Reservatório

Razão Água-Óleo vs. Tempo

43
Engenharia de Reservatório

Subida do contato Óleo-Água

Engenharia de Reservatório

Mecanismo combinado

Capa
de gás
Óleo
Aquífero

44
Engenharia de Reservatório

Fluxo em
Meio Poroso

Engenharia de Reservatório

Fluxo em meio poroso


Dentre as diversas informações a serem obtidas a respeito
de uma acumulação de petróleo após a sua descoberta, a
quantidade de hidrocarbonetos que se pode retirar dessa
jazida e o tempo em que essa produção se efetuará são,
sem qualquer dúvida, das mais importantes. O
conhecimento das leis que regem o movimento dos fluidos
nos meios porosos é fundamental para a obtenção dessas
informações. O ramo da engenharia de reservatórios que
trata da maneira como os fluidos se movimentam em um
meio poroso recebe o nome de fluxo de fluidos em meios
porosos

45
Engenharia de Reservatório

Injeção de água a Equação de Darcy


vazão constante (q)

h1
Henry Darcy
(1856) Areia
L

kA∆p
h2 q=
Coleta e medição
da água
2 µL

Engenharia de Reservatório
2πkh
Vazão no poço qw = ∆p
µBo ln(re / rw )
Índice de produtividade
qw
IP =
pi − p w
qw

h Poço

re Alimentação externa

46
Engenharia de Reservatório

Equação da Difusividade Hidráulica

∂2p 1 ∂p ∂2p φµ c t ∂ p
+ + =
∂r 2 r ∂r ∂z 2 k r ∂t

...relaciona o comportamento da pressão no interior do


reservatório com tempo, que é função da porosidade da
rocha, viscosidade do fluido, compressibilidade total do
sistema e da permeabilidade relativa ao fluido em
consideração...

Engenharia de Reservatório

∂2p 1 ∂p ∂2p φµ c t ∂ p
+ + =
∂r 2 r ∂r ∂z 2 k r ∂t
A equação da difusividade hidráulica, como é utilizada na
engenharia de reservatórios, é obtida a partir da
associação de três equações básicas: a equação da
continuidade, que é uma equação de conservação de
massa, a lei de Darcy, que é uma equação de transporte
de massa, e uma equação de estado que tanto pode ser
uma lei dos gases como a equação da compressibilidade
para o caso de líquidos

47
Engenharia de Reservatório

Condições Simplificadoras

Meio poroso homogêneo e isotrópico;


Fluxo estritamente horizontal e isotérmico;
Poço penetrando totalmente a formação;
Permeabilidade constante;
Pequenos gradientes de pressão;
Fluido e rocha c/compressibilidade pequena e constante;
Forças gravitacionais desprezíveis;
Fluidos e rochas não reagem entre si.

Engenharia de Reservatório

Regime de
Fluxos

48
Engenharia de Reservatório

Regime de Fluxos

Regime Permanente

Fluxo Linear
Regime Pseudopermanente

Fluxo Radial
Regime Transiente

Engenharia de Reservatório

Fluxo Linear
qw
Fluxo Radial
pw pe

A
qw L qw
x
0
h Poço

re Alimentação externa

49
Engenharia de Reservatório

Regime Permanente
qw

pw pe

A
qw L
x
0

No fluxo permanente temos uma alimentação externa com vazão


qw constante, e uma produção também com vazão qw constante.
A vazão é constante tanto no tempo como no espaço

Engenharia de Reservatório

p Regime Permanente Comportamento da


pressão com o raio
pe do reservatório

p(r)

pw

rw r re

50
Engenharia de Reservatório

Regime Pseudopermanente
pe

Limite externo selado


pw
A
qw L
x
0
No fluxo pseudopermanente o limite externo é selado, e portanto
a produção é devido a expansão dos fluidos somente. o como no
espaço

Engenharia de Reservatório

p Regime Pseudopermanente
p
Comportamento da
pressão com o raio
do reservatório
t1 pe
t2
t3

pw

rw re

51
Engenharia de Reservatório

Regime Transiente

x
A

0
qw

Para o regime transiente supõe-se um meio poroso de


comprimento teoricamente infinito, produzindo com uma vazão
constante qw.

Engenharia de Reservatório

Comportamento da
p Regime Transiente pressão com o raio
do reservatório
pi
t1
t2
t3
t4
pw

52
Engenharia de Reservatório

Avaliação
das
Formações

Engenharia de Reservatório

Avaliação das Formações

Embora o termo avaliação das formações abranja


diversas disciplinas que buscam caracterizar um
reservatório, o que se procura com esta caracterização é
a reposta que o reservatório pode suportar em termos de
dados de produção em caso de ser explorado, ou
utilizando termos mais apropriado, qual o resultado
produtivo do reservatório caso seja explotado

53
Engenharia de Reservatório

Métodos de Avaliação das Formações

Informações geológicas
Amostra de calha
Informações da perfuração
Detectores de gás
Testemunhagem
Perfis elétricos
Teste de formação

Engenharia de Reservatório

Teste de Formação (TF ou TFR)

Constitui o método mais direto de


avaliação das formações, uma vez que
consiste em colocar a formação em
contato direto com a pressão atmosfera
para que produza livremente os fluidos
que contêm.

54
Engenharia de Reservatório

Esquema
de um Válvula de
circulação reversa

TFR Registrador
acima da válvula

Válvula de
fundo

Registrador interno
inferior
Obturador
Tubos perfurados

Zona
de
interesse

Registrador
externo

Engenharia de Reservatório
Carta de Pressão Típica

55
Engenharia de Reservatório

Teste de Formação

...investigando o reservatório....

perturbação resposta
mecanismo do
reservatório

..muitas perguntas
conduzem a mesma
resposta
???

Engenharia de Reservatório
qw ...complexidades do fluxo
num reservatório

h Poço A
q

re Sem alimentação externa

A2
q2 A3 np poços
A1
q3
q1

k ka ka k
A4

q4 rw
ra

56
Engenharia de Reservatório

trecho vertical
...complexidades do fluxo
num reservatório

trecho horizontal
h L

Engenharia de Reservatório

...complexidades do fluxo
num reservatório
...perfil de dano do poço
c b

zona invadida

...reservatório naturalmente
fraturado
matriz fratura matriz fratura

57
Engenharia de Reservatório

...investigando o reservatório

Engenharia de Reservatório

Recuperação
de Petróleo

58
Engenharia de Reservatório

Recuperação de petróleo

As acumulações de petróleo possuem, na época da sua


descoberta, uma certa quantidade de energia, denominada
energia primária. No processo de produção há uma dissipação
da energia primária, causada pela descompressão dos fluidos
do reservatório e pelas resistências encontradas pelos
mesmos ao fluirem em direção aos poços de produção. O
consumo de energia primária reflete-se principalmente no
decréscimo da pressão do reservatório durante a sua vida
produtiva, e conseqüente redução da produtividade dos poços.

Engenharia de Reservatório

Recuperação secundária
(convencional e especial)

Há duas linhas gerais de ação para minorar os efeitos da


dissipação da energia primária dos reservatórios de petróleo:
Suplementá-la com energia secundária, artificialmente
comunicada, através da injeção de certos fluidos em
poços selecionados;

Reduzir as resistências viscosas por meio de métodos


especiais, como por exemplo o aquecimento da
jazida.

59
Engenharia de Reservatório

Recuperação convencional
injeção produção injeção

Através da injeção de
certos fluidos em poços
óleo
água selecionados

Injeção

Produção

Geralmente água ou gás


óleo
água
(em alguns casos CO2)

Engenharia de Reservatório

Fatores que determinam a recuperação de óleo com injeção


de água

Óleo in place no início da injeção de água


Eficiência de varrido areal (EA)
Eficiência de varrido vertical (EVV)
Eficiência de deslocamento (ED)

ND = N × EA × EV × ED

60
Engenharia de Reservatório

Esquema de
injeção
malha
básica Injeção
Produção

Eficiência de
Varrido

Engenharia de Reservatório

Varrido Vertical

61
Engenharia de Reservatório

Recuperação especial

Reduzindo as resistências viscosas ou capilares


por meio de métodos especiais

Térmicos
Injeção cíclica e/ou contínua de vapor
Injeção de água quente
Combustão “in-situ”

Engenharia de Reservatório

Recuperação especial

Químicos
Injeção de polímero
injeção de fluidos alcalinos
Injeção de Solução Micelar
Miscíveis
Injeção de CO2
Injeção de gás enriquecido

62
Engenharia de Reservatório

A eficiência de recuperação primária é geralmente baixa. A


depender do mecanismo de produção, tal eficiência pode
inclusive ser nula. Apesar do grande desenvolvimento
tecnológico da indústria do petróleo, a maior parte dos
volumes originais de óleo encontrados no mundo é
considerada irrecuperável pelos métodos atuais de produção,
incluindo os de recuperação secundária. A eficiência de
recuperação dos projetos de recuperação secundária bem
sucedidos pode ser superior a 60%, embora o valor mais
freqüente seja de 30 a 50%, para os métodos convencionais.
Esses números chamam a atenção para o potencial da
pesquisa dos métodos de recuperação secundária.

Engenharia de Reservatório

Dilema
Custo de Desenvolvimento
Preço do Petróleo

Preço Avanços
Custo de Exploração X Tecnológicos

Custo
Custo de Produção
Política de Reserva

63
Engenharia de Reservatório
Evolução do Preço do Petróleo
Dilema
Preço do Petróleo
US$/bbl *

1979
$100
(88 US$/bbl)

$80

$60

2002
$40
(25,4 US$/bbl) (27 US$/bbl)

$20
1970 1998
(4,2 US$/bbl) (12 US$/bbl)

1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

Fonte: Cambridge Energy Research Associates * Valores atualizados para US$ de 2000

Engenharia de Reservatório

Simulação

64
Engenharia de Reservatório

Simulação Analógicos
Físicos Modelos reduzidos
Protótipos

Analíticos
Matemáticos Numéricos

A simulação numérica é um dos métodos empregados na


engenharia de petróleo para se estimar características e
prever o comportamento de um reservatório de petróleo, a
exemplo das técnicas de previsão de comportamento
baseadas em balanço de materiais, nas curvas de declínio
e na teoria de Buckley-Leverett.

Engenharia de Reservatório

Simulação O.W.C = -850 ft ss

Norte

O.W.C = -1050 ft ss O.W.C = -1650 ft ss

65
Engenharia de Reservatório

p Reservatórios de óleo Reserv. de gás


Black-oil
p 1 T1 Composicional
p2 T2 p3 T3 Simuladores
Térmico
Líquido
lha
de bo C
de
tos
s pon
a do po
r
urv %
va Região de Fluxo
C 0
. 1 condensação
líq Líquido retrógrada
%
90 +
Vapor
ps Ts r
po

l ho
va
r

va
0% po
. 7 va por
líq
0% va
or
de
30% . 8
líq 9 0% os
20
% . ont
líq
% sp Vapor
10 do
rv a
Cu

Engenharia de Reservatório

Macrofluxo - estudo de reservatório

Coleta e
Modelo Ajuste de
preparação
numérico histórico
de dados

Dados de Dados de Lançamento Digitalização


Dados de
rocha e produção e do “grid” dos dados
geologia
fluido completação

66
Engenharia de Reservatório

Reserva

Engenharia de Reservatório

Reserva

Denomina-se estimativa de reservas a atividade


dirigida à obtenção dos volumes de fluidos que
podem ser retirados do reservatório até que ele
chegue à condição de abandono. A estimativa dos
volumes a serem produzidos são feitas não só por
ocasião da descoberta da jazida como também ao
longo de sua vida produtiva, à medida que vão sendo
obtidas mais informações a respeito do reservatório.

67
Engenharia de Reservatório

Volume original − quantidade de fluido existente no


reservatório na época da sua descoberta.

Volume recuperável − volume de óleo ou gás que se


espera produzir de uma acumulação de petróleo..

Fator de recuperação − quociente entre o volume


recuperável e o volume original

Fração recuperada − quociente entre a produção


acumulada e o volume original

Reserva − quantidade de fluido que ainda pode ser obtida


de um reservatório de petróleo numa época qualquer da sua
vida produtiva.

Engenharia de Reservatório

Reserva

3.200.000

736.000
336.000 400.000
23%

Volume Original = 3.200.000 m³ std


Óleo Original = 3.200.000 m³ std
Volume Recuperável = 736.000 m³ std
Volume Recuperável = 736.000 m³ std
Produção Acumulada = 400.000 m³ std
Fator de Recuperação = 23%
(Fração Recuperada = 12,5%)

Reserva = 336.000 m³std

68
Engenharia de Reservatório

Exemplo
Qual a reserva atual de um reservatório cujo volume
original seja de 46.000 m3, considerando que o volume
recuperável deste reservatório seja de 60% e sua
produção acumulada de 12.000 m3.

reserva = 0,60 ⋅ 46.000 − 12.000 = 15.600 m3

Engenharia de Reservatório

Métodos de cálculo de reserva


Analogia
Método volumétrico
Análise de declínio de produção
Equação de balanço de materiais N
óleo
Simulação de reservatório

Vrφ(1 − S wi)
N=
Boi

Vrφ(1 − S wi)
líquido

69

Você também pode gostar