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4.

Tratamento e Processamento do Gás Natural1,7


4.1. Gás natural – ocorrência e composição
• O gás natural ocorre nas formações geológicas
associado ou não ao petróleo.
• O gás natural associado – GA é todo aquele
proveniente de um reservatório produtor de óleo,
podendo ser encontrado em solução na massa de
óleo ou em estado livre formando a “capa de gás”.
• O gás não-associado – GNA é procedente de um
reservatório produtor de gás, pelo qual pequenas
quantidades de óleo podem ocorrer, conforme mostra
a Figura 32.
7. NETO, Afonso Avelino Dantas; Gurgel, Alexandre. Refino de petróleo e petroquímica – apostila,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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(a)
GÁS LIVRE
CAPA DE GÁS

GÁS + ÓLEO
GÁS EM SOLUÇÃO

ÁGUA

(b)

GÁS LIVRE

GÁS EM SOLUÇÃO

GÁS +ÓLEO
ÁGUA

Figura 32: (a) Gás associado (reservatório produtor de óleo) e; (b) Gás não-associado (reservatório
produtor de gás)
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• Com base na Figura 29, a participação
energética do gás natural em um reservatório
produtor de óleo pode ser caracterizada pelo
conceito de razão gás-óleo, denominada por
RGO.
• A RGO é definida então pela razão entre os
volumes produzidos de gás natural e óleo, ou
seja:
Volume de Gás Natural
RGO =
Volume de Óleo

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• O gás é composto por hidrocarbonetos parafínicos
(alcanos), desde os de moléculas com o menor número
de carbono - o metano (CH4) - até o pentano (C5H12).
• Apresenta, também, pequenas quantidades de
componentes diluentes, como o nitrogênio e o vapor
d’água; e contaminantes (gás sulfídrico – H2S e
dióxido de carbono – CO2), conforme a Tabela 01.
• É considerado gás natural úmido ou rico quando a
soma da percentagem de todos os componentes mais
pesados que o propano (C3), inclusive, encontra-se
acima de 7%.
• O gás natural é mais leve que o ar atmosférico
(densidade 0,6). Não tem cheiro e a sua combustão
fornece 8.000 a 10.000 kcal m-3.
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Componente % molar
Metano 82,54
Etano 10,36
Propano 2,96
Isobutano 0,75
N-butano 0,76
Isopentano 0,26
N-pentano 0,27
C6+ 0,19
Nitrogênioa,b 1,42
Tabela 01: Composição molar típica do gás
Dióxido de carbonoa 0,49 natural
Fonte: Processamento primário de petróleo
Hélio traços (apostila). Rio de Janeiro: UNIVERSIDADE
PETROBRAS - Escola de Ciências e
Argônio traços Tecnologias E&P, 2007.
a. Reduz o poder calorífico;
b. Corrosivo na presença de água líquida

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4.2. Gás natural – produção

• Os esforços exploratórios da Petrobras,


preferencialmente tem sido centralizados na
descoberta e produção de óleo, ou seja, a partir de
reservatórios em que o gás apresentava um papel
secundário.
• Até recentemente, os reservatórios produtores de
gás chegavam a ser desconsiderados, quer devido
a logística para sua produção (normalmente estes
reservatórios situavam-se em locais distantes dos
centros de consumo - por exemplo, na Amazônia)
ou devido a relativamente pequena participação
do gás na matriz energética brasileira.
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• A partir de 2002, passou-se a observar um incremento
no interesse e na produção do gás, motivado pelos
“apagões” ocorridos neste período, mais precisamente,
em 1 de julho de 2001 e 27 de setembro de 2002.
• Em relação ao gás natural, as reservas provadasa
tiveram aumento de 15,23% na comparação entre 2009
e 2010, passando de 367.095 milhões de metros
cúbicos para 423.003 milhões de metros cúbicos8.
a. Reservas Provadas são reservas em que há um alto grau de certeza quanto à
possibilidade de se extrair petróleo e gás natural. Disponível em:<:
https://megawhat.energy/verbetes/53520/reservas-provadas.>

8. http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/02/17/anp-corrige-dados-sobre-reservas-
aprovadas-de-petroleo-e-gas-natural

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• Contando com os recursos contingentesb e com as
estimativas de recursos não-descobertos - RNDc, prevê-
se uma tendência crescente a partir de 2012, como
resposta à demanda e à consequente ampliação da infra-
estrutura, conforme apresenta a Figura 33.
• Além disso, observa-se que apesar da parcela do GNA
estar aumentando sua participação no total da produção de
gás natural no Brasil, a principal origem do gás nacional
ainda é associada com o petróleo produzido: o GA.
b. Recursos Contingentes são volumes estimados de petróleo e/ou gás natural em acumulação já
descoberta, mas que necessitam de mais análises e/ou avaliações e/ou
aquisições/processamento de dados e/ou nova tecnologia para serem considerados
comercialmente produzíveis. Disponível em: <http://www.ogx.com.br/pt/sala-de-
imprensa/Paginas/glossario.aspx#sthash.drtrGvUg.dpuf>

c. Recursos descobertos – RD são os volumes descobertos que podem ser recuperados a partir
de uma determinada data. Recursos não descobertos descobertos – RD são os volumes não
descobertos que se estima ser possível recuperar a partir de uma determinada data. (ANP, 2000)

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RD (GA+GNA)+RND (GA+GNA)
MILHÕES DE m3/ DIA

RD (GA+GNA)+RND (GNA)
RD (GA+GNA)
RD (GNA)

Figura 33: Previsão de reserva total de petróleo em bilhões de barris, no período 2008-2017.
Fonte: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/files/Reservas_Producao_Petrleo_x_Gas.pdf
RD – Recursos Descobertos; RND – Recursos Não-descobertos; GA – Gás associado; GNA - Gás Não-
associado
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4.3. Gás natural – utilização
1. O gás natural é prioritariamente consumido nas
instalações de produção, com o propósito de:
✓ Promover a elevação artificial (gás lift d);
✓ Gerar energia em termelétricas - utilização em turbinas
a gás para geração de eletricidade aproveitando a
mesma energia para produção de calor, conhecida
como cogeração;
✓ Utilizá-lo como combustível em turbogeradorese; fornos
e caldeiras.
d. O gás lift é um método de elevação artificial que utiliza a energia de um gás pressurizado para
elevar fluidos (óleo e água) até a superfície onde ficam as instalações de produção. Disponível
em: < http://camposmarginais.blogspot.com.br/2012/03/o-metodo-gas-lift.html>
e. O turbogerador de uma central hidrelétrica extrai energia mecânica da água em queda e a
converte em energia elétrica.

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GNV, GNL e GLP
• A partir do gás natural bruto, extraído diretamente do
poço produtor, composto de 12 elementos químicos
diferentes, é possível obter:
✓ frações de hidrocarbonetos leves, ou pobres, metano,
etano e propano, que constitui o gás seco, processado,
combustível ou residual gerando o GNV – gás natural
veicular, Figura 34;

Figura 34: GNV


Fonte: Disponível em: <ttps://sempresupra.com.br/2022/08/15/vantagens-e-desvantagens-do-gnv/>.

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• frações de hidrocarbonetos pesados ou ricos, que
constitui a porção condensável do gás.
• Esta fração processada na UPGN (Unidade de
Processamento de Gás Natural, resulta na:
✓ Gasolina Natural* (C5+),
✓ Gás Natural Liquefeito** – GNL ou Líquido de Gás
Natural – LGN;
✓ e o Gás Liquefeito de Petróleo - GLP.
• *A Gasolina Natural, é bastante "leve", ou seja, volátil,
sendo seu uso apropriado para misturas com
combustíveis automotivos.
• **O Gás Natural Liquefeito é o gás natural resfriado a
temperaturas inferiores a - 160°C para fins de transporte.
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• O GLP – gás liquefeito de petróleo, mistura de
propano (C3H8) e butano (C4H10), é denominado de gás
liquefeito, porque sob pressão moderada e temperatura
ambiente, o produto engarrafado encontra-se na forma
líquida, Figura 35.

Figura 35: GLP


Fonte: Disponível em: <https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/produtos/domesticos/gas-
liquefeito-de-petroleo-glp/>.

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• Ele tanto pode ser obtido a partir do refino do petróleo
cru como pode ser produzido a partir das reservas de
gás natural em unidades de processamento.
• Também conhecido como “gás de cozinha” ou “gás de
botijão”, ele é amplamente utilizado como combustível
de uso doméstico, comercial e industrial, e como
combustível de empilhadeiras e tratores, Figura 36.

Figura 36: Composição do botijão de gás de cozinha


Fonte: Disponível em: <http://eduardotecseg.blogspot.com.br/2013/11/gas-
liquefeito-de-petroleo-glp.html>
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4.4. Gás natural - condicionamento

• O condicionamento ou tratamento é o conjunto


de processos (físicos e químicos) pertencentes a
um sistema global de tratamento primário da
produção de óleo e gás, de modo a remover ou
reduzir os teores de contaminantes para
atender as especificações (como, por exemplo,
os teores máximos de compostos de enxofre, de
dióxido de carbono e água) de mercado,
segurança, transporte ou processamento
posterior.

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• Os processos ou operações unitárias mais
comumente utilizados no condicionamento de
gás natural são, Figura 39:
✓ Separação de óleo e gás;
✓ Depuração de gás;
✓ Filtração de gás;
✓ Dessulfurização;
✓ Desidratação;
✓ Compressão; e
✓ Injeção de inibidor de hidrato.

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4.4.1. Separação de óleo e gás

• Dois aspectos relevantes destacam-se na etapa de


separação do óleo e gás:
a) Os gases ácidosf presentes em vários campos de
produção, quando presentes em teores elevados,
comprometem a qualidade do gás a ponto de inviabilizar
o seu transporte e utilização pelos consumidores.
b) A presença de resíduos sólidos em altos teores pode
comprometer a integridade física do sistema de transporte
de gás, (o qual é composto basicamente por gasodutos) a
partir de fenômenos do tipo erosão e corrosão.
f. Gás ácido é o gás natural ou qualquer outra corrente de gás, como o gás de síntese ou correntes em
refinarias, contendo compostos de enxofre, como o sulfeto de hidrogênio (H2S), ou ainda dióxido de
carbono (CO2), que necessitam ser removidos para sua utilização na geração de energia ou em outros
processos. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_%C3%A1cido>

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4.4.2. Depuração e filtração do gás

• Após a etapa de separação a corrente gasosa


entra na etapa de depuração e filtração, que
tem como finalidade a remoção de gotículas de
óleo de pequeno tamanho da corrente de gás
proveniente de arraste em fase líquida ou sob
forma de névoa.
• O gás depurado é filtrado e, posteriormente, se
dirige ao módulo de dessulfurização de gás,
quando necessário.

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4.4.3. Dessulfurização do gás

• Consiste no processo de remoção de compostos de


enxofre - ácido sulfídrico, mercaptans (-SH) e
dissulfeto de carbono - CS2 ,causadores de corrosão.
• A remoção de gases ácidos pode ser efetuada através
de processos de absorção química ou física.
• Os processos químicos reversíveis que utilizam
soluções de aminas (monoetanolamina,
dietanolamina, e trietanolamina) são os mais usados.
• A remoção do gás carbônico tem a finalidade de
reduzir o custo do transporte do gás e evitar a
ocorrência de processos corrosivos.

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• O gás natural dessulfurizado é comprimido
(compressão do gás) e segue para o módulo de
desidratação de gás.
• A desidratação do gás natural pode ser feita através
de processos de absorção ou adsorção.
• Esta unidade tem a finalidade de especificar o gás
tratado segundo o teor de umidade definido pelo
projeto, para garantia do escoamento eficiente
através dos gasodutos até a unidade de
processamento, sem a ocorrência de hidratos
(Figuras 37 e 38), e com a qualidade necessária.

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Figura 37: Início da formação de hidratos nas paredes de uma tubulação.
Fonte: www.iku.sintef.no/content/lab/hydrate.htm)

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Figura 38: Remoção de um plugue de hidrato do interior de uma tubulação de gás natural
Fonte: www.mines.edu/outreach/Cont_Ed/hydrates.html

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• Os principais compostos a serem removidos pelas
etapas de condicionamento do gás natural ou reduzidos
a determinados teores estabelecidos por normas ou
padrões são:
✓ Água;
✓ Compostos sulfurados (H2S, CS2, COSg);
✓ Dióxido de carbono (CO2);
✓ Sólidos (areia, óxidos de ferro, produtos de corrosão); e
✓ Líquidos (condensado de gás, produtos químicos).

g. Sulfeto de carbonila - também chamado de oxissulfeto de carbono, é um composto químico de


fórmula OCS. Comumente escrito como COS, é um gás incolor inflamável com odor
desagradável. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Sulfeto_de_carbonila>.

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• Nem sempre a desidratação é a maneira mais
econômica de solucionar os problemas causados pela
presença da água no gás.
• Uma alternativa bastante usada é a aplicação de
produtos químicos inibidores, que reagem com a água
livre diminuindo a temperatura de formação dos
hidratos.
• Os mais utilizados são os alcoóis (metanol, etanol
anidro, monoetilenoglicol, dietilenoglicol e
trietilenoglicol), que, posteriormente, são regenerados e
recirculados no processo.
• Cada inibidor tem o seu uso limitado a certa faixa de
temperatura, devendo ser injetado no gás em um ponto
de grande dispersão.
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4.4.5. Etapas do condicionamento do gás

Gás especificado
para a venda
Figura 39: Diagrama esquemático com as etapas do condicionamento do gás natural
Fonte: Processamento primário de petróleo (apostila). Rio de Janeiro: UNIVERSIDADE PETROBRAS - Escola de Ciências
e Tecnologias E&P, 2007.

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4.5. Gás natural – processamento (UPGN)

• O Processamento de Gás Natural é realizado


através de uma instalação industrial denominada
Unidade de Processamento de Gás Natural -
UPGN.
• O objetivo é separar as frações pesadas ou ricas -
LGN, GLP, C5+ (gasolina natural) - que
apresentam um maior valor comercial constituindo
o gás natural úmido ou rico; das frações leves ou
pobres gerando o gás natural seco ou pobre
(metano e etano que constituem o gás natural
processado, combustível ou residual).

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• Então, o gás natural antes de ser processado é
denominado de gás úmido, por conter
hidrocarbonetos condensáveis - líquido de gás
natural (LGN), como mencionado antes, enquanto
que o gás residual é o gás seco, pois não possui
hidrocarbonetos condensáveis.
• Este processo é realizado nas Unidades de
Processamento de Gás Natural, as UPGNs
também chamadas de Plantas de Gasolina.
• Atualmente a Petrobras conta com 27 plantas,
algumas operadas pela Transpetro e outras pelo
E&P, nos estados de SP, RJ, ES, BA, SE, RN, CE e
AM.
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4.5.1. Processos aplicáveis em uma UPGN
• Em uma UPGN, a etapa mais importante é o
abaixamento da temperatura do gás natural, para
permitir a liquefação dos hidrocarbonetos mais
pesados do que o etano.
• Os tipos de processos aplicáveis a uma UPGN, pelos
quais diferem entre si termodinamicamente, são os
seguintes:
✓ Expansão de (processo) Joule-Thomson (JT);
✓ Refrigeração simples;
✓ Absorção refrigerada; e
✓ Turbo-Expansão (TE).
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Expansão de Joule-Thomson
• É o processo mais barato, mais simples e, naturalmente, o
mais limitado. Consequentemente, este processo não é
adequado para tratar adequadamente qualquer tipo de
gás natural produzido.
• O processo tem fundamento no efeito Joule-Thomson,
que explica como a temperatura varia quando um gás se
expande, mantendo-se a entalpia do sistema constante.
• O processo consiste em uma compressão inicial
(opcional) e resfriamento do gás antes de sua
despressurização na válvula de controle de pressão,
onde ocorre a liquefação dos componentes mais
pesados, devido à redução de temperatura do gás,
formando uma mistura bifásica, que é separada em um
vaso. PROCESSOS DE REFINO – prof. João Vicente 2023.2

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Refrigeração simples

• Consiste no resfriamento do gás natural através


da utilização de um fluido refrigerante,
usualmente o propano, e posterior remoção do
líquido condensado, que contém os
hidrocarbonetos mais pesados do gás natural.
• Da mesma forma que o processo de Joule-
Thomson, o processo de refrigeração simples
é geralmente utilizado quando não se tem uma
elevada exigência no que diz respeito à
recuperação do riqueza do gás.

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• O processo consiste inicialmente na compressão do gás
e submetido a resfriamentos sucessivos, até atingir a
temperatura de – 37oC. Adiciona-se glicol – MEG para
inibir a formação de hidratos.
• A corrente resfriada entra em um vaso trifásico no qual
são separados o gás seco, os hidrocarbonetos
condensados e o MEG.
• A fase líquida sofre uma expansão em uma válvula, e ,
consequentemente, sua temperatura é reduzida a –
60oC.
• Após a expansão, a fase líquido-vapor formada segue
para uma torre desetanizadora, onde o produto de
fundo segue para a torre desbutanizadora, onde é
separado em GLP e C5+ (gasolina natural).
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Absorção refrigerada

• Este processo se baseia na recuperação dos


componentes pesados do gás por absorção física na
presença de um óleo de absorção, ao mesmo tempo
que é refrigerado, uma vez que o processo de
absorção é favorecido pela redução de temperatura.
• O óleo de absorção é normalmente uma nafta leve
ou águarrás, injetada na torre absorvedora, em
contracorrente com o gás natural.
• A eficiência do processo depende, entre outros
fatores: da pressão, da temperatura, da quantidade
e da qualidade do óleo de absorção em contato
com o gás.

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Turbo-Expansão

• Este processo é mais eficiente, por gerar


temperaturas mais baixas que os demais (abaixo de
– 95oC), sendo usado quando se deseja obter alta
recuperação de propano no GLP e etano
especificado para a indústria petroquímica.

• O abaixamento da temperatura do gás, através da


sua expansão em um turbo-expansor, Figura 40,
provoca a condensação dos hidrocarbonetos mais
pesados que se desejam separar com a aplicação
ou não de um fluido refrigerante (turbo expansão
refrigerada).
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• As recuperações de líquidos que podem ser
alcançadas dependem do tipo de processo
utilizado e da riqueza do gás.
• É comum se recuperar 100% de butanos e
hidrocarbonetos mais pesados, 90% a 95% de
propano e até cerca de 80% de etano, em
percentagens molares.
• Caso haja uma produção significativa, o gás poderá
ser transferido para as refinarias ou direcionado
para queimadores, enquanto que a parte liquefeita
poderá ser adicionada ao óleo para posterior
aproveitamento nas unidades de processo, para
transferência.
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O Turbo-Expansor é uma máquina composta por
três partes principais: uma turbina de expansão (1)
um eixo rotativo (2) e um compressor rotativo (3).

Figura 40: Esquema ilustrativo de um turbo-expansor


Fonte: do autor.

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