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Fundamentos de

Engenharia de Petróleo II

Prof. Washington Martins da Silva Jr.


Fundamentos de
Engenharia de Petróleo II

Objetivos:
Descrever todas as etapas que compreendem os
processos de produção, recuperação, transporte e
processamento do petróleo, identificando os
mecanismos físicos envolvidos em cada etapa bem
como as técnicas operacionais empregadas.

Fundamentos da Engenharia do Petróleo II Washington Martins da Silva Jr.


Fundamentos de
Engenharia de Petróleo II
Ementa:
1- Reservatórios:
Fluidos do reservatório, propriedades das rochas-reservatório,
estimativas de reservas, mecanismos de produção primária,
métodos de recuperação convencionais e especiais;

2- Perfuração:
Sistemas de perfuração, equipamentos de sondas de perfuração,
fluidos de perfuração, operações rotineiras de perfuração;

3- Completação:
Tipos de completação, tipos de sonda para completação, fases de
uma completação, operações de restauração, operações de
estimulação;

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Fundamentos de
Engenharia de Petróleo II

Ementa:
4- Elevação:
Sistemas de produção, elevação natural, elevação pneumática (gas-
lift), bombeio mecânico com hastes, bombeio centrífugo
submerso, bombeio por cavidades progressivas;

5- Processamento e separação de fluidos:


Gás natural (características, separação, condicionamento,
processamento e utilização), tratamento de óleo (água produzida –
volumes, composição e problemas causados, padrão de qualidade
e métodos utilizados), destino da água produzida (tratamento,
lançamento no mar, injeção em reservatórios).

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Fundamentos de
Engenharia de Petróleo II

Bibliografia:
José Eduardo Thomas, “Fundamentos de Engenharia do Petróleo”,
editora Interciência, 2ª edição, Rio de Janeiro, 2004.

Luiz Alberto Santos Rocha, Cecilia Toledo de Azevedo, “Projetos de


Poços de Petróleo: Geopressões e Assentamento de Colunas de
Revestimentos”, editora Interciência, Rio de Janeiro, 2007.

Luiz Alberto Santos Rocha, Denise Azuaga, Renata Andrade, João


Luiz Bastos Vieira, Otto Luiz Alcântara Santos, “Perfuração
Direcional” editora Interciência, 2ª edição, Rio de Janeiro, 2008.

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Fundamentos de
Engenharia de Petróleo II

Definições – Noções de geologia do petróleoWashington


Fundamentos da Engenharia do Petróleo II
– Prospecção
Martins da Silva Jr.
1- Constituintes do petróleo

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1- Constituintes do petróleo

O que é petróleo?

Do latim “petra” (pedra) e “oleum” (óleo), o petróleo no


estado líquido é uma substância oleosa, inflamável,
menos densa que a água, com cheiro característico e cor
variando entre o negro e o castanho-claro.

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1- Constituintes do petróleo

O petróleo é constituído, basicamente, por uma mistura


de compostos químicos orgânicos (hidrocarbonetos).
Quando a mistura contém uma maior porcentagem de
moléculas pequenas seu estado físico é gasoso e quando
a mistura contém moléculas maiores seu estado físico é
líquido, nas condições normais de temperatura e
pressão.

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1- Constituintes do petróleo

FLUIDO DO RESERVATÓRIO

Óleo + Gás + Água + Sedimentos

Não é produto final acabado para consumo e/ou


descarte no meio ambiente

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1- Constituintes do petróleo

O petróleo contém centenas de compostos químicos, e


separá-los em componentes puros ou misturas de
composição conhecida é praticamente impossível.

O petróleo é normalmente separado em frações de


acordo com a faixa de ebulição dos compostos -
destilação fracionada.

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1- Constituintes do petróleo

Temperatura de Composição
Fração Usos
ebulição (°C) aproximada
Gás residual - C1 – C2 Gás combustível
Gás liquefeito de Gás combustível engarrafado,
Até 40 C3 – C4
petróleo - GLP uso doméstico e industrial.
Gasolina Combustível de automóveis,
40 - 175 C5 – C10
solvente.
Gasóleo leve 235 - 305 C13 – C17 Diesel, fornos.
Gasóleo pesado Combustível, matéria-prima
305 - 400 C18 – C25
p/ lubrificantes.
Lubrificantes
400 - 510 C26 – C38
Óleos Lubrificantes
Resíduo Asfalto, piche,
Acima de 510 C38*
impermeabilizantes.

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1- Constituintes do petróleo

Torre de destilação:

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1- Constituintes do petróleo

Torre de
destilação:

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1- Constituintes do petróleo

Torre de destilação:

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1- Constituintes do petróleo

Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo


possuem características diferentes. Alguns são pretos,
densos, viscosos, liberando pouco ou nenhum gás,
enquanto outros castanhos ou bastante claros, com
baixa viscosidade e densidade, liberando quantidade
apreciável de gás. Elemento % em peso
Outros reservatórios produzem Hidrogênio 11 – 14
somente gás. Entretanto, todos Carbono 83 – 87
eles possuem análises Enxofre 0,06 – 8
elementares semelhantes às Nitrogênio 0,11 – 1,7
dadas na Tabela. Oxigênio 0,1 – 2
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Metais Até 0,3
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1- Constituintes do petróleo

A alta porcentagem de carbono e hidrogênio existente


no petróleo mostra que os seus principais constituintes
são os hidrocarbonetos.
Os outros constituintes aparecem na forma de
compostos orgânicos que contêm outros elementos,
sendo os mais comuns o nitrogênio, o enxofre e o
oxigênio. Metais também podem ocorrer como sais de
ácidos orgânicos.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados em
saturados, insaturados e aromáticos.
Os hidrocarbonetos saturados, também denominados de
alcanos ou parafinas (do latim parafine “pequena
atividade”, por serem comparativamente inertes), são
aqueles cujos átomos de carbono são unidos somente
por ligações simples e ao maior número possível de
átomos de hidrogênio, constituindo cadeias lineares,
ramificadas ou cíclicas, interligadas ou não.
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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos insaturados, também denominados
de olefinas, apresentam pelo menos uma dupla ou tripla
ligação carbono-carbono, enquanto que os
hidrocarbonetos aromáticos, também chamados de
arenos, apresentam pelo menos um anel de benzeno na
sua estrutura.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos parafínicos normais ou alcanos


possuem a fórmula geral CnH2n+2. Os nomes dos alcanos
são formados por um prefixo (especificando o número de
átomos de carbono) e do sufixo ano. O mais simples
deles é o metano, constituído por um átomo de carbono
ligado a quatro átomos de hidrogênio.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Exemplos de parafinas normais:

Metano - CH4
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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Exemplos de parafinas normais:

Etano – C2H6

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Exemplos de parafinas normais:

Propano - C3H8
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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Exemplos de parafinas normais:

Butano – C4H10
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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos parafínicos podem apresentar


ramificações em um ou mais átomos de carbono e são
também denominados de isoparafinas, ou isoalcanos.
Têm a mesma fórmula geral dos alcanos normais.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos parafínicos.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos parafínicos.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Em muitos hidrocarbonetos, os átomos de carbono são


dispostos na forma de anéis. Podem apresentar radicais
parafínicos normais ou ramificados ligados ao anel ou
outro hidrocarboneto cíclico - são os naftênicos. A
nomenclatura utilizada é a mesma dos parafínicos, agora
com o prefixo ciclo.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos naftênicos:

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos naftênicos:

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos naftênicos:

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos naftênicos:

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos insaturados, dos quais os mais


comuns são os alcenos – fórmula geral CnH2n. Assim
como para alcanos, o prefixo especifica o número de
carbonos e o sufixo é eno.
Os alcenos possuem uma ligação dupla na cadeia.
Quando ocorre um tripla ligação carbono-carbono, os
hidrocarbonetos insaturados são denominados de
alcinos, e o sufixo é ino.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos insaturados constituem um grupo


extremamente reativo. Embora sejam biologicamente
metabolizados em grande quantidade, dificilmente são
preservados na natureza.
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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos insaturados.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos insaturados.

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos aromáticos são constituídos por
ligações duplas que se alternam em anéis com seis
átomos de carbono. O composto mais simples é o
benzeno. Ao contrário dos compostos insaturados, o
benzeno tem considerável estabilidade e, devido ao seu
pronunciado odor, todos os compostos que contêm o
anel benzeno são conhecidos como hidrocarbonetos
aromáticos. Tal como os naftênicos pode ocorrer a
presença de aromáticos formados por mais de um anel
benzênico, que podem estar isolados, conjugados ou
condensados.
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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos aromáticos:

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos aromáticos:

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1- Constituintes do petróleo

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos aromáticos:

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1- Constituintes do petróleo

Não-hidrocarbonetos

O petróleo contém apreciável quantidade de


constituintes que possuem elementos como enxofre,
nitrogênio, oxigênio e metais.

Estes constituintes, considerados impurezas, podem


aparecer em toda a faixa de ebulição do petróleo, mas
tendem a se concentrar nas frações mais pesadas tais
como resinas e asfaltenos.

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1- Constituintes do petróleo

Não-hidrocarbonetos
Resinas e asfaltenos são moléculas grandes, com alta
relação carbono/hidrogênio e presença de enxofre,
oxigênio e nitrogênio (de 6,9 a 7,3%). A estrutura básica
é constituída de 3 a 10 ou mais anéis, geralmente
aromáticos, em cada molécula.
As estruturas básicas das resinas e asfaltenos são
semelhantes, mas existem diferenças importantes.
Asfaltenos não estão dissolvidos no petróleo e sim
dispersos na forma coloidal.
As resinas, ao contrário, são facilmente solúveis.
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1- Constituintes do petróleo

Não-hidrocarbonetos

Asfaltenos puros são sólidos escuros e não voláteis; e as


resinas puras, além de serem líquidos pesados ou
sólidos pastosos, são tão voláteis como hidrocarboneto
do mesmo tamanho.

As resinas de alto peso molecular são avermelhadas,


enquanto que as mais leves são menos coloridas.

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1- Constituintes do petróleo

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1- Constituintes do petróleo

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2- Composição do petróleo

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2- Composição do petróleo

Os principais grupos de componentes dos óleos são os


hidrocarbonetos aromáticos, as resinas e os asfaltenos.
A tabela apresenta a composição química de um
petróleo típico.

Grupo de componentes
Parafinas normais 14%
Parafinas ramificadas 16%
Parafina cíclicas (naftênicas) 30%
Aromáticos 30%
Resinas e asfaltenos 10%
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2- Composição do petróleo

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos que


abrange desde o metano até o hexano.
Encontra-se na forma livre ou associado ao óleo em
reservatórios naturais, contendo pequenas quantidades
de diluentes e contaminantes.

A tabela seguinte mostra as faixas de composição dos


gases extraídos a partir de reservatórios de óleo.

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2- Composição do petróleo

Campos de gás natural Gás natural liberados do óleo


Nitrogênio traços – 15% traços – 10%
Dióxido de carbono traços – 5% traços – 4%
Gás sulfídrico traços – 3% traços – 6%
Hélio traços – 5% -
Metano 70 – 98% 45 – 92%
Etano 1 – 10% 4 – 21%
Propano traços – 5% 1 – 15%
Butano traços – 2% 0,5 – 2%
Pentano traços – 1% traços – 3%
Hexano traços – 0,5% traços – 2%
Heptano + traços – 0,5% traços – 1,5%

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3- Classificação do petróleo

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3- Classificação do petróleo

Massa específica
É a relação entre a massa de um material e o volume
ocupado pelo mesmo.
Tem a dimensão de unidade de massa por volume, por
exemplo, a massa específica da água doce à 20°C e 1 atm
é igual a 1 kg/litro, ou seja, nessas condições 1kg de
água ocupará um volume equivalente a 1 litro.

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3- Classificação do petróleo

Densidade
É a relação entre a massa específica de uma substância e a massa
específica da água doce.
Por exemplo, se a massa específica de um óleo é igual a 0,85
kg/litro então sua densidade será calculada da seguinte forma:

d = (0,85 kg/litro) / (1,00 kg/litro) então,

d = 0,85 ou seja,

A densidade é uma grandeza adimensional.

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3- Classificação do petróleo

Grau API (° API)


É uma propriedade relacionada com a densidade dos derivados de
petróleo. Foi criada pelo American Petroleum Institute (API) e
serve como parâmetro de classificação de petróleos e derivados.

141.5
API  60/ 60  131.5 onde d é a densidade do óleo ou
do de um derivado do petróleo.

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3- Classificação do petróleo
Grau API g / cm3 lb / gal psi / m³
10 1,0000 8,3454 1,4223
11 0,9930 8,2888 1,4129
12 0,9861 8,2291 1,4025
13 0,9792 8,1721 1,3928
Grau
14 0,9725 8,1160 1,3832
API 15 0,9659 8,0806 1,3738
16 0,9580 8,0059 1,3644
(1/3)
17 0,9529 7,9520 1,3553
18 0,9465 7,8988 1,3462
19 0,9402 7,8483 1,3372
20 0,9340 7,7945 1,3284
21 0,9279 7,7434 1,3197
22 0,9218 7,6930 1,3111
23 0,9159 7,6432 1,3026
24 0,9100 7,5940 1,2942
25 0,9042 7,5455 1,2860
26 0,8964 7,4976 1,2778
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3- Classificação do petróleo
Grau API g / cm3 lb / gal psi / m³
27 0,8927 7,4506 1,2648
28 0,8871 7,4035 1,2618
29 0,8816 7,3575 1,2539
30 0,8752 7,3119 1,2452
Grau
31 0,8706 7,3669 1,2365
API 32 0,8654 7,2225 1,2309
33 0,8602 7,1786 1,2234
(2/3)
34 0,8550 7,1352 1,2160
35 0,8495 7,0923 1,2057
36 0,8448 7,0500 1,2015
37 0,8398 7,0082 1,1944
38 0,8348 6,9666 1,1873
39 0,8299 6,9259 1,1804
40 0,8251 6,8856 1,1735
41 0,8203 6,8456 1,1667
42 0,8156 6,8062 1,1600
43 0,8109 6,7672 1,1533
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3- Classificação do petróleo
Grau API g / cm3 lb / gal psi / m³
44 0,8053 6.7286 1,1468
45 0,8017 6,6905 1,1403
46 0,7972 6,6528 1,1338
47 0,7927 6,6155 1,1275
Grau
48 0,7853 6,5787 1,1212
API 49 0,7839 6,5422 1,1150
50 0,7796 6,5062 1,1068
(3/3)
51 0,7753 6,4706 1,1028
52 0,7711 6,4353 1,0968
53 0,7669 6,4004 1,0908
54 0,7628 6,3659 1,0649
55 0,7587 6,3318 1,0791
56 0,7547 6,2980 1,0734
57 0,7507 6,2646 1,0677
58 0,7467 6,2315 1,0620
59 0,7426 6,1988 1,0565
60 0,7389 6,1664 1,0509
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3- Classificação do petróleo

O grau de API permite classificar o petróleo em:

•Petróleo leve ou de base Parafínica: Possui API maior que


31,1. Contém, além de alcanos, uma porcentagem de 15 a
25% de cicloalcanos.
•Petróleo médio ou de base Naftênica: Possui API entre 22,3
e 31,1. Além de alcanos, contém também de 25 a 30% de
hidrocarbonetos aromáticos.
•Petróleo pesado ou de base Aromática: Possui API menor
que 22,3 e é constituído, praticamente, só de
hidrocarbonetos aromáticos.

O petróleo encontrado pela Petrobras no campo petrolífero de


Tupi (bacia de Santos) em Novembro de 2007 foi classificado
em 28 API.
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3- Classificação do petróleo

Classificação de acordo com os constituintes


A classificação do petróleo, de acordo com seus
constituintes, interessa desde os geoquímicos até os
refinadores. Os primeiros visam caracterizar o óleo
para relacioná-lo à rocha-mãe e medir o seu grau de
degradação. Os refinadores querem saber a
quantidade das diversas frações que podem ser
obtidas, assim como sua composição e propriedades
físicas.

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3- Classificação do petróleo

Classificação de acordo com os constituintes


Assim, os óleos parafínicos são excelentes para a
produção de querosene de aviação (QAV), diesel,
lubrificantes e parafinas.

Os óleos naftênicos produzem frações significativas de


gasolina, nafta petroquímica, QAV e lubrificantes,
enquanto que os óleos aromáticos são mais indicados
para produção de gasolina, solventes e asfalto.

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3- Classificação do petróleo

Classe parafínica (75% ou mais de parafinas)


Nesta classe estão os óleos leves fluidos ou de alto
ponto de fluidez, com densidade inferior a 0,85, teor
de resinas e asfaltenos menor que 10% e viscosidade
baixa, exceto nos casos de elevado teor de n-parafinas
com alto peso molecular (alto ponto de fluidez). Os
aromáticos presentes são de anéis simples ou duplos e
o teor de enxofre é baixo. A maior parte dos petróleos
produzidos no nordeste brasileiro é classificada como
parafínica.

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3- Classificação do petróleo

Classe parafínico-naftênica (50 – 70% parafinas > 20%


de naftênicos)
Os óleos desta classe são os que apresentam um teor
de resinas e asfaltenos entre 5 a 15%, baixo teor de
enxofre (menos de 1%), teor de naftênicos entre 25 e
40%. A densidade e viscosidade apresentam valores
maiores do que os parafínicos, mais ainda são
moderados. A maioria dos petróleos produzidos na
Bacia de Campos, RJ, é deste tipo.

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3- Classificação do petróleo

Classe naftênica (> 70% de naftênicos)

Nesta classe enquadra-se um número muito pequeno


de óleos. Apresentam baixo teor de enxofre e se
originam da alteração bioquímica de óleos parafínicos
e parafínico-naftênicos. Alguns óleos da América do
Sul, da Rússia e do Mar do Norte pertencem a esta
classe.

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3- Classificação do petróleo

Classe aromática intermediária (> 50% de


hidrocarbonetos a aromáticos)
Compreende óleos freqüentemente pesados, contendo
de 10 a 30% de asfaltenos e resinas e teor de enxofre
acima de 1%. O teor de monoaromáticos é baixo e em
contrapartida o teor de tiofeos e dibenzotiofenose
elevado. A densidade usualmente é maior que 0,85.
Alguns óleos do Oriente Médio (Árabia Saudita, Catar,
Kuwait, Iraque, Síria e Turquia), África Ocidental,
Venezuela, Califórnia e Mediterrâneo (Sicília, Espanha e
Grécia) são desta classe.
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3- Classificação do petróleo

Classe aromático-naftênica (> 35% de naftênicos)

Óleos deste grupo sofreram processo inicial de


biodegradação, no qual foram removidas as parafinas.
Eles são derivados dos óleos parafínicos e parafínico-
naftênicos, podendo conter mais de 25% de resinas e
asfaltenos, e o teor de enxofre entre 0,4 e 1%. Alguns
óleos da África Ocidental são deste tipo.

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3- Classificação do petróleo

Classe aromático-asfáltica (> 35% de asfaltenos e


resinas)
Estes óleos são oriundos de um processo de biodegradação
avançada em que ocorreria a reunião de monocicloalcenos e
oxidação. Podem também nela se enquadrar alguns poucos
óleos verdadeiramente aromáticos não degradados da
Venezuela e África Ocidental. Entretanto, ela compreende
principalmente óleos pesados e viscosos, resultantes da
alteração dos óleos aromáticos intermediários.
Desta forma, o teor de asfaltenos varia de 1 a 9% em casos
extremos. Nesta classe encontram-se os óleos do Canadá
ocidental, Venezuela e sul da França.
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3- Classificação do petróleo

De um modo geral temos que:

1. Petróleos pesados têm baixo grau API;


2. Petróleos leves têm alto grau API;
3. Quanto mais alto o grau API de um petróleo maior
o seu valor de mercado.

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4- Noções de Geologia do
Petróleo

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4- Noções de Geologia do Petróleo

O petróleo tem origem a partir de matéria orgânica


depositada junto com os sedimentos nas bacias
sedimentares – rocha geradora.

A matéria orgânica marinha presente nas rochas é


basicamente originada de microorganismos e algas
que formam o fitoplâncton. Processos de oxidação
não permitem a transformação da matéria orgânica
em petróleo.

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4- Noções de Geologia do Petróleo

A necessidade de condições não-oxidantes para a


formação do petróleo pressupõe um ambiente de
deposição composto de sedimentos de baixa
permeabilidade, inibidor da ação da água circulante em
seu interior.

A interação dos fatores – matéria orgânica, sedimentos


e condições termoquímicas apropriadas – é
fundamental para o início da cadeia de processos que
leva à formação do petróleo.

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4- Noções de Geologia do Petróleo

A matéria orgânica proveniente de vegetais superiores


também pode dar origem ao petróleo, todavia sua
preservação torna-se mais difícil em função do meio
oxidante onde vivem.

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4- Noções de Geologia do Petróleo

O tipo de hidrocarboneto gerado, óleo ou gás, é


determinado pela constituição da matéria orgânica
original e pela intensidade do processo térmico
atuante sobre ela.
A matéria orgânica proveniente do fitoplâncton,
quando submetida a condições térmicas adequadas,
pode gerar hidrocarboneto líquido. O processo
atuante sobre a matéria orgânica vegetal lenhosa
poderá ter como conseqüência à geração de
hidrocarboneto gasoso.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Admitindo um ambiente apropriado, após a


incorporação da matéria orgânica ao sedimento dá-se
aumento de carga sedimentar (pressão) e de
temperatura, começando, então, a se delinear o
processo que passa pelos seguintes estágios
evolutivos:

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4- Noções de Geologia do Petróleo
Transformação termoquímica da matéria orgânica
e a geração de petróleo – rocha geradora

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Na faixa de temperaturas mais baixas, até 65°C, predomina
a atividade bacteriana que provoca a reorganização celular
e transforma a matéria orgânica em querogênio. O
produto é o metano bioquímico ou biogênio. Este processo
é denominado
Fundamentos da Engenharia dode Diagênese.
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O incremento de temperatura, até 165°C, é determinante
da quebra das moléculas de querogênio e resulta em
hidrocarbonetos líquidos e gás – Catagênese.
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a continuação do processo, avançando até 210°C, propicia
a quebra das moléculas de hidrocarbonetos líquidos e a
sua transformação em gás leve – Metagênese.
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Ultrapassando essa fase, a combinação do incremento de
temperatura leva à degradação do hidrocarboneto gerado,
deixando como remanescente grafite, gás carbônico e
algum resíduo de gás
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metano – Metamorfismo.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Assim, o processo de geração


do petróleo como um todo é
resultado da captação da
energia solar, através da
fotossíntese, e a transformação
da matéria orgânica com a
contribuição do fluxo de calor
oriundo do interior da Terra.

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Geração, migração e acumulação do petróleo

1. O petróleo inicialmente é gerado no interior da


rocha geradora;
2. Em seguida ocorre a migração para a rocha
reservatório;
3. Para que haja uma acumulação comercialmente
interessante é necessária a presença de trapas, ou
armadilhas geológicas, para aprisionar o petróleo
na rocha reservatório.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Migração
O petróleo é gerado em uma “rocha geradora” e se
movimenta para uma rocha onde se acumula, dita
“rocha reservatório”.
A explicação clássica para a migração atribui papel
relevante à fase de expulsão da água das rochas
geradoras durante o processos de compactação. Essa
água levaria consigo o petróleo.
Outra explicação estaria no microfraturamento das
rochas geradoras, que facilitaria o fluxo através de um
meio de baixíssima permeabilidade, como as rochas
argilosas (folhelhos).
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Migração
Ao processo de expulsão do petróleo da rocha
geradora dá-se o nome de migração primária.
Ao percurso ao longo de uma rocha porosa e
permeável até ser interceptado e contido por uma
armadilha geológica dá-se o nome de migração
secundária.
A não-contenção do petróleo em sua migração
permitiria seu percurso continuado em busca de zonas
de menor pressão até se perder através de exsudações,
oxidação e degradação bacteriana na superfície.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Rocha reservatório
O petróleo é eventualmente acumulado em uma
“rocha reservatório” – figura.
Esta rocha pode ter qualquer origem ou natureza, mas
para se constituir em um reservatório deve apresentar
espaços vazios no seu interior (porosidade), e estes
espaços vazios devem estar interconectados,
conferindo ao reservatório a característica de
permeabilidade.

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Microfotografia de uma rocha-reservatório contendo óleo.

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Rocha reservatório
Podem constituir rochas-reservatório os arenitos e
calcarenitos, e todas as rochas sedimentares
essencialmente dotadas de porosidade intergranular
que sejam permeáveis.

Algumas rochas, como os folhelhos e alguns


carbonatos, são normalmente porosas porém
impermeáveis. Estas rochas podem formar
reservatórios quando se encontram naturalmente
fraturadas.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Rocha reservatório
A porosidade depende da forma, da arrumação e da
variação de tamanho dos grãos, além do grau de
cimentação da rocha.
Chama-se porosidade absoluta a razão entre o
volume de todos os poros, interconectados ou não, e
o volume total da rocha.
A porosidade efetiva é a razão entre o volume dos
poros interconectados e o volume total da rocha.
A porosidade pode ser medida a partir de perfis
elétricos executados nos poços ou de ensaios de
laboratórios em amostras
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de rocha - testemunhos.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Rocha selante
Atendidas as condições de geração, migração e
reservatório, para que se dê a acumulação do
petróleo, existe a necessidade de que alguma barreira
se interponha no seu caminho. Essa barreira é
produzida pela rocha selante, cuja característica
principal é sua baixa permeabilidade.
Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser
dotada de plasticidade – para manter sua condição
mesmo após ser submetida a esforços determinantes
de deformação.
Ex: Folhelhos e Evaporitos (sal).
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As partículas de argila dificultam a migração – rocha
selante contém partículas pequenas.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Aprisionamento do petróleo
Convencionalmente, as
armadilhas são classificadas
em estruturais,
estratigráficas, mistas ou
combinadas - na prática
não é simples a
individualização.
Armadilhas estruturais –
detêm as maiores
quantidades de óleo –
enquadram-se as dobras e
as falhas.
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4- Noções de Geologia do Petróleo

Armadilha estrutural (compressão horizontal)

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Aprisionamento do petróleo
O modelo de aprisionamento com base no sistema de
falhas é aplicado com sucesso nas bacias
sedimentares brasileiras, principalmente as bacias do
recôncavo e nas bacias costeiras.

As armadilhas estratigráficas não têm relação direta


com os esforços atuantes nas bacias sedimentares -
figura.

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Armadilha estratigráfica (compressão vertical).

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Armadilha tipo
domo de sal

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Anticlinal Falha Discordância

Domo de sal Anticlinal Falha

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4- Noções de Geologia do Petróleo

Filme - formação de reservatório

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5- Bacias sedimentares brasileiras

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5- Bacias sedimentares brasileiras

O Brasil possui 29 bacias sedimentares, das quais


atualmente oito são produtoras de petróleo
(Solimões, Potiguar, Sergipe/Alagoas, Camamu-
Almada, Espírito Santo, Campos, Santos e Paraná).

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5- Bacias sedimentares brasileiras

Fundamentos da Engenharia do PetróleoBacias


II sedimentares brasileiras. Washington Martins da Silva Jr.
5- Bacias sedimentares brasileiras

Produção de
petróleo no
Brasil.

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5- Bacias sedimentares brasileiras

Bacias
sedimentares
brasileiras
“offshore”.

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5- Bacias sedimentares brasileiras

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5- Bacias sedimentares brasileiras

Pré-sal
De uma maneira simplificada, o Pré-Sal é um conjunto
de reservatórios mais antigos que a camada de sal
(halita e anidrita) que se estende nas Bacias de
Campos e Santos desde o alto de Vitória até o alto de
Florianópolis.
A espessura da camada de sal na porção centro-sul da
Bacia de Santos é de aproximadamente 2.000 metros,
enquanto na porção norte da bacia de Campo está em
torno de 200 metros.
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5- Bacias sedimentares brasileiras

Origem do pré-sal
Este sal foi depositado durante a abertura do oceano
Atlântico, após a quebra do Gondwana (Jurássico
Superior-Cretáceo) durante a fase de mar raso e de
clima semi-árido/árido do Neoapitiniano (125 - 112
Ma).

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5- Bacias sedimentares brasileiras

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5- Bacias sedimentares brasileiras

Rocha geradora do pré-sal


As rochas geradoras são folhelhos lacustres da
Formação Guaratiba (do Barremiano/Aptiano de 130-
112 Ma).
O selo são pelitos intraformacionais e obviamente o
sal.
A literatura científica afirma que os reservatórios
encontrados são biolititos cuja origem são
estromatólitos da fase de plataforma rasa do
Barremiano (130-125 Ma).

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Bacia de Santos
Seção Sísmica no Pré-Sal

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Biolititos – Rochas Carbonáticas

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Rochas Carbonáticas – Na superfície.

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Estromatólitos – Costa da Austrália

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6- Prospecção de Petróleo

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6- Prospecção de Petróleo

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6- Prospecção de Petróleo

Prospecção de petróleo

É a etapa que precede a perfuração do primeiro poço


exploratório.

Consiste em métodos e técnicas específicas para


identificar áreas com potencial acúmulo de
hidrocarbonetos.

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6- Prospecção de Petróleo

Prospecção de petróleo

Os métodos utilizados podem ser métodos geológicos


ou métodos geofísicos:
Métodos geológicos contemplam as atividades voltadas
para a localização e o estudo de bacias sedimentares.
Também são realizadas análises aerofotométricas -
fotos aéreas, imagens de radar e fotos de satélites -
além da gravimetria e de medidas de variação da
intensidade do campo magnético da terra.
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6- Prospecção de Petróleo

Geologia de superfície

Através do mapeamento das rochas que afloram na


superfície, é possível reconhecer e delimitar as bacia
sedimentares e identificar algumas estruturas capazes
de acumular hidrocarbonetos.

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6- Prospecção de Petróleo

Aerofotogrametria e fotogeologia

A aerofotogrametria é fundamentalmente utilizada


para a construção de mapas base ou topográficos e
consiste em fotografar o terreno utilizando-se um avião
devidamente equipado, voando com altitude, direção e
velocidade constantes.

A fotogeologia consiste na determinação das feições


geológicas a partir de fotos aéreas, onde dobras falhas e
o mergulho das camadas geológicas são visíveis.

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6- Prospecção de Petróleo

Interpretação
fotogeológica onde
são nítidas as feições
de diferentes tipos
de rochas.

Aerofotometria
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6- Prospecção de Petróleo

Cadeia de Montanhas
Zargos no Irã e parte
do Golfo Pérsico.

Aerofotometria
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6- Prospecção de Petróleo

Geologia de Subsuperfície

Consiste no estudo de dados geológicos obtidos em um


poço exploratório. A partir destes dados é possível
determinar as características geológicas das rochas de
subsuperfície.

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6- Prospecção de Petróleo

Geologia de Subsuperfície

As técnicas mais comuns envolvem:


1. A descrição das amostras de rochas recolhidas durante a
perfuração;
2. O estudo das formações perfuradas e sua profundidade em
relação a um referencial fixo (em geral nível do mar);
3. A construção de mapas e seções estruturais através da
correlação entre as informações de diferentes poços;
4. A identificação de fósseis presentes nas amostras de rochas
proveniente da superfície usando paleontologia.

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6- Prospecção de Petróleo

Métodos Potenciais
Gravimetria

As variações do campo gravitacional terrestre são


provocadas por corpos rochosos dentro da crosta até
poucos quilômetros de profundidade. Estas variações
são influenciadas pelas diferentes densidades das
rochas, tendo as mais densas, maior influência no
campo gravitacional.

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6- Prospecção de Petróleo

Gravimetria

Gravímetro: um mesmo corpo (massa constante)


mostrará pesos diferentes para diferentes locais, se as
rochas subjacentes tiverem densidades diferentes, o
que normalmente acontecerá. Entretanto, estas
variações são de uma magnitude muito pequena.

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6- Prospecção de Petróleo

Gravimetria

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6- Prospecção de Petróleo

Gravimetria

Mapa gravimétrico
corrigido – mapa
Bounguer – da bacia do
recôncavo Baiano, BA.

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6- Prospecção de Petróleo

Residual de Segunda Ordem no Mapa Bouguer Marco Polo

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6- Prospecção de Petróleo

Magnetometria

Este método mede as variações do campo magnético da


Terra, atribuídas a variações na estrutura da crosta ou
na susceptibilidade magnética de certas rochas próximo
à superfície.

Emprega-se este método na prospecção de materiais


magnéticos, como minérios de ferro, principalmente a
magnetita.

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6- Prospecção de Petróleo

Magnetometria

Mapa aeromagnético do campo de Mapa do embasamento magnético


petróleo Pucket, Texas. interpretado a partir do mapa ao lado -
Pucket, Texas.

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6- Prospecção de Petróleo

Métodos Sísmicos
São os métodos de prospecção mais usados na indústria
do petróleo.
O levantamento sísmico inicia-se com a geração de
ondas elásticas, através de fontes artificiais, que se
propagam no interior da terra, onde são refletidas e
refratadas nas interfaces que separam camadas de
rochas de diferentes constituições, e retornam à
superfície, onde são captadas por sofisticados
equipamentos de registro.

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6- Prospecção de Petróleo

Métodos Sísmicos
Destaca-se a sísmica de reflexão pelo auto grau de
eficiência.
O método baseia-se na emissão de ondas sísmicas
artificiais em superfície ou no mar, captando-se os
seus “ecos” após se propagarem no interior da Terra e
serem refletidas ou refratadas em suas
descontinuidades.
As reflexões das ondas elásticas são captadas por
equipamentos especiais denominados geofones
(registros em terra) ou hidrofones (registros no mar).
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6- Prospecção de Petróleo

Métodos Sísmicos

Sísmica Terrestre Sísmica Marítima

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6- Prospecção de Petróleo

Métodos Sísmicos – Reflexão

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6- Prospecção de Petróleo

Métodos Sísmicos – Refração

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos

As fontes de energia sísmica mais comuns são a


dinamite e o vibrador em terra e canhões de ar
comprimido em levantamento marítimo.

Estes pulsos elásticos ou detonações são de duração ou


comprimento muito pequeno, da ordem de 200
milissegundos, e se refletem e refratam em cada uma
das camadas geológicas em profundidade.

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos - explosivo

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos – explosivo e espoleta

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos - vibrador

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos - vibrador

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos - sapata

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos – marítmos – “air gun”

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6- Prospecção de Petróleo

Fontes de pulsos sísmicos – “air guns”

PGS - Petroleum Geo-Services CGGVeritas

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6- Prospecção de Petróleo

Receptores de pulsos sísmicos

Basicamente de dois tipos:

• Geofones - eletromagnéticos para registros em


terra;
• Hidrofones - de pressão – para levantamentos em
água.

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6- Prospecção de Petróleo

Geofones
Composto por uma bobina suspensa dentro de um
campo eletromagnético gerado por um potente ímã
acondicionado em invólucro impermeável, que é
firmemente cravado à superfície da Terra.

Quando a onda sísmica atinge o geofone, o movimento


relativo entre a bobina e o imã gera uma corrente
elétrica induzida que é proporcional à vários fatores,
inclusive à amplitude da onda incidente.

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6- Prospecção de Petróleo

Geofones

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6- Prospecção de Petróleo

Geofones - colocação (plantio)

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6- Prospecção de Petróleo

Geofones - arranjo

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6- Prospecção de Petróleo

Hidrofones
Os hidrofones utilizam cristais piezelétricos, que geram
uma corrente elétrica proporcional à variação da
pressão produzida pelas ondas acústicas na água.

Os receptores devem reproduzir o mais fielmente


possível as vibrações mecânicas na forma de oscilações
elétricas.

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6- Prospecção de Petróleo

Hidrofones

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6- Prospecção de Petróleo

Hidrofones - cabos sismográficos - correção da


profundidade

Conexão com o cabo Indicador de profundidade

Bússola
Fundamentos Controlador
da Engenharia do Petróleo II de profundidade Bateria Washington Martins da Silva Jr.
6- Prospecção de Petróleo

Hidrofones – cabos sismográficos – correção da


profundidade – posicionamento lateral.

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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos


Tanto em terra quanto no mar, a aquisição de dados
sísmicos consiste na geração de uma perturbação
mecânica em um ponto da superfície e o registro das
reflexões em centenas (128 a 1024) de canais de
recepção ao longo de uma linha reta.

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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos


Os canais de aquisição encontram-se equidistantes - 20
a 50 m - em um mesmo cabo, de modo que o canal
mais afastado muitas vezes encontra-se a vários
quilômetros de distância da fonte de perturbação –
ponto de tiro.
Todo o conjunto fonte/receptores tem seu
posicionamento dinâmico definido por levantamentos
topográficos em terra e por radioposicionamento e
satélites no mar.
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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos - tempo de aquisição


Em levantamentos terrestres normalmente o tempo de
registro é 4 s, contados a partir da detonação – t=0 s.
Considerando que a velocidade média de propagação
das ondas sísmicas nas rochas é de 3000 m/s, a
profundidade máxima será de 6000 metros (dois
segundos para o percurso de ida e dois segundos para a
volta).
No mar, devido à presença da lâmina d’agua, onde as
ondas sísmicas se propagam com velocidade baixa
(1500 m/s), o tempo de registro varia de 6 a 12 s.
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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – amostragem horizontal


A amostragem horizontal é definida em função do
detalhe necessário aos objetivos do levantamento.

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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – 3D

Em levantamentos tridimensionais a amostragem


lateral é definida em função da distância entre
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cabos.
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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – levantamento marítimo 3D

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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – levantamento marítimo 3D

O navio
Fundamentos reboca
da Engenharia do duas baterias
Petróleo II de canhões e vários cabos com receptores.
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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – levantamento marítimo 3D

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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – levantamento marítimo 3D

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6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – levantamento marítimo 3D

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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação

Existem basicamente dois tipos de ondas:

•Ondas P – compressionais;
•Ondas S – cisalhantes.

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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação


A velocidade de propagação das ondas sísmicas é
função da densidade e da constante elástica do meio,
que, consequentemente, depende:
• da constituição mineralógica da rocha;
• grau de cimentação;
• estágios de compactação (pressão, profundidade);
• Porosidade;
• conteúdo e saturação de fluidos;
• outros fatores como temperatura e presença de
microfraturas.
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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação

É muito comum, na prospecção sísmica, caracterizar


uma determinada rocha através da razão entre as
velocidades das ondas P e das ondas S.
Esta razão pode também ser utilizada no cálculo da
razão do Poisson, que possui papel importante em
muitas áreas de engenharia e da geofísica.

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É possível fazer estimativas dos
parâmetros das rochas a partir do
conhecimento das velocidades.

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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação

A propagação de ondas elásticas é regida pelas mesmas


leis da ótica geométrica.

Quando um frente de onda incide sobre uma interface


separando duas rochas com velocidades e densidades
diferentes, parte da energia incidente é refratada para o
meio inferior e parte da energia se reflete e retorna à
superfície – princípio de Huygens–Fresnel.

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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação


Princípio de Huygens–Fresnel

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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação

A quantidade de energia que retorna para a superfície


depende do contraste de impedâncias acústicas
(produto da densidade pela velocidade) dos dois meios
e do ângulo de incidência.

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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação


Através do processamento das informações de energia
de reflexão registradas nas superfície é possível estimar
a impedância acústica das rochas de uma determinada
fronteira – figura a.
Associando a impedância acústica com a distribuição de
velocidades e parâmetros de calibração é possível
estimar a distribuição de porosidade de um
determinado reservatório – figura b.

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6- Prospecção de Petróleo

Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação

Supondo a velocidade média de


3000 m/s no tempo duplo de 1,2
s a profundidade dos eventos
registrados é de 1800 metros.
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6- Prospecção de Petróleo

Sismograma sintético
A principal importância do sismograma sintético é
correlacionar os dados de poços com os eventos que
aparecem nas seções sísmicas.
Como a sísmica de reflexão responde somente ao
contraste de impedâncias das rochas, é possível simular
a resposta sísmica de um pacote sedimentar, ou traço
sísmico (sismograma sintético) a partir do
conhecimento da velocidade e densidade das rochas
que o compõem e da assinatura da fonte.

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6- Prospecção de Petróleo

Sismograma sintético

Multiplicando-se as velocidades de propagação da onda


(ν) pelas densidades (ρ), obtém-se um perfil em
profundidade das impedâncias acústicas (I):

I=ρ.ν

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6- Prospecção de Petróleo

Sismograma sintético
A quantidade de energia que é refletida e cada interface
é dada pelo coeficiente de reflexão:
I 2  I1
R e T 1  R
I 2  I1
onde:
R = coeficiente de reflexão;
T = coeficiente de transmissão;
I2 = impedância da camada inferior;
I1 = impedância da camada superior.

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6- Prospecção de Petróleo

Sismograma sintético

A partir do
conhecimento
da coluna
sedimentar (A)
obtida pela
perfuração de
uma poço,
obtém-se as
impedâncias
acústicas (B)

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6- Prospecção de Petróleo

Sismograma sintético

Sabendo o valor
da impedância
acústica de cada
formação,
calcula-se a
função
refletividade (C)
utilizando a
equação em
cada uma das
interfaces.

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6- Prospecção de Petróleo

Sismograma sintético

Nesta função, cada coeficiente vai refletir para a


superfície a mesma assinatura da fonte gerada no ponto
de tiro, mantendo as mesmas relações de amplitude e
polaridade.

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6- Prospecção de Petróleo

Sismograma sintético
Em D está
ilustrado o
mecanismo de
formação do
traço sísmico.
A resposta
final para uma
sequência
sedimentar
consiste no
somatório das
reflexões
individuais (E).
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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP (“Common depth point”) e obtenção de


velocidades
Nos levantamentos sísmicos executados tanto no mar
como em terra, as reflexões são registradas
obedecendo a uma geometria de aquisição que propicia
a amostragem múltipla em subsuperfície .

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades


Múltiplos receptores

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

1C 2C 3C 4C 5C 6C 7C 8C 9C
1B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 8B 9B 10B
A B C
 1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A 8A 9A10A 11A

Camada 1
1, v1
Refletor
a b c d e f g h 2, v2
Camada 2
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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

1C 2C 3C 4C 5C 6C 7C 8C 9C
1B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 8B 9B 10B
A B C
 1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A 8A 9A10A 11A

Camada 1
1, v1
Refletor
a b c d e f g h 2, v2
Camada 2
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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades


No CDP (“Common depth point”), os registros obtidos
são posteriormente reagrupados nos centros de
processamento, de modo que todos aqueles que
amostraram os mesmos pontos em subsuperfície
passam a fazer parte de uma família de registros
contendo a mesma informação geológica.

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades


A diferença entre eles é que a mesma informação foi
obtida através de diferentes percursos.
Conseqüentemente, a reflexão de um mesmo ponto em
subsuperfície aparecerá em tempos progressivamente
maiores nos traços de uma mesma família, em função
da distância entre tiros e receptores.
Pela geometria de aquisição pode-se provar que
quando a velocidade do meio for constante, a reflexão
de um interface plana aparecerá no registro como uma
hipérbole.
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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades


Vantagens da técnica CDP:
• A partir deste campo de velocidades médias de propagação é
possível relacionar variações de velocidades com as
características petrofísicas da rocha;
• A velocidade permite converter a escala vertical das seções
sísmicas para metros, minimizando as distorções de imagem
presentes nas seções (as imagens em tempo estariam corretas
se a velocidade fosse constante). Como a velocidade
normalmente aumenta com a profundidade, as imagens nas
seções em tempo são progressivamente comprimidas de cima
para baixo.
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6- Prospecção de Petróleo

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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

t0 D = profundidade
D  Vm Vm = velocidade média
2 t0 = tempo.

Mapeamento sísmico - do tempo para a profundidade


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6- Prospecção de Petróleo

Técnica CDP e obtenção de velocidades

Arenito
com água

Arenito
com gás

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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos - fluxograma

Processamento e imageamento de
dados de reflexão sísmica:

Aumento da resolução vertical:


•deconvolução e filtragem.

Aumento da razão sinal/ruído:


•método CDP.

Aumento da resolução lateral:


•migração :
pré-estaqueamento;
análise de velocidade;
Fundamentos da Engenharia do Petróleo II em tempo Washington
e em profundidade.
Martins da Silva Jr.
6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos


Pré-pocessamento
• Nos levantamentos terrestres – correção da variação
topográfica do terreno em relação ao nível do mar.
• Nos levantamentos marítimos – correção da posição
dos canhões e receptores, que operam em
profundidades de 7 a 15 metros.
Após as correções estáticas tudo se passa como se tiros
e receptores estivessem em uma mesma superfície
plana e horizontal – Datum – corresponde ao t=0 na
imagens sísmicas.
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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos


Deconvolução
Filtragem matemática que tem como objetivo atenuar
as reverberações presentes no método sísmico. Estas
reverberações são causadas pela própria assinatura da
fonte, reflexões internas nas camadas geológicas e
reflexões múltiplas no fundo do mar.

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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos


Balanceamento
Consiste na recuperação da energia perdida pela assinatura da
fonte durante a propagação. Esta perda se dá em função do
espalhamento esférico progressivo da energia de absorção.
As reflexões devolvem parte da energia para a superfície,
impedindo que energias maiores incidam nos refletores mais
profundos.
Estes fatores intrínsecos ao método provocam um decréscimo
exponencial na amplitude do registro sísmico em função da
profundidade ou tempo de propagação.

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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos

Aquisição sísmica marítima


tridimensional (3D)

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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos


Reagrupamento
Técnica CDP – reagrupamento dos pontos da mesma
família para a análise das velocidades, as quais são
interpretadas para a aplicação das correções dinâmicas.
Estas correções subtraem os excessos de tempo no
registro de uma reflexão em função da disposição
geométrica de tiros e receptores.
Após a correção os traços da mesma família são
somados, resultando em um único traço representando
a geologia daquela posição.
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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos


Migração
Migração dos dados em tempo - tem a finalidade de
focalizar os eventos em suas posições verdadeiras na
escala vertical de tempo, com conseqüente atenuação
das difrações – figura.

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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos


Migração
Migração dos dados em profundidade – como o campo
de velocidades já é conhecido, é possível converter a
escala vertical para metros usando algoritmos
específicos para a chamada migração em
profundidade.

Na presença de fortes mergulhos geológicos os


resultados são expressivos – figura.

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6- Prospecção de Petróleo

Processamentos de dados sísmicos


Migração

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6- Prospecção de Petróleo

Interpretação de dados sísmicos

As seções sísmicas finais, geralmente migradas na


escala de tempo, são interpretadas para gerar os mapas
estruturais, onde curvas de contorno representam
isócronas de um determinado refletor – figura.

O refletor mapeado vai corresponder a um


determinado evento geológico reconhecido através de
amarração com poços - sismograma sintético.

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6- Prospecção de Petróleo

Interpretação de dados sísmicos

Fundamentos da Engenharia do Petróleo II Washington Martins da Silva Jr.


6- Prospecção de Petróleo

Interpretação de dados sísmicos

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6- Prospecção de Petróleo

Interpretação de dados sísmicos

Além da interpretação estrutural uma série de outras


feições geológicas são reconhecidas através de padrões
típicos:
•histórico de deposição sedimentar;
•variação lateral de fácies;
•presença de domos de sal;
•rochas intrusivas;
•evolução estratigráfica;
•Detecção direta de hidrocarbonetos através da
análise de anomalias de amplitude.
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6- Prospecção de Petróleo

Interpretação de dados sísmicos

A interpretação das feições geológicas nas seções


sísmicas pode indicar situações favoráveis à acumulação
de hidrocarbonetos.

Estas situações são analisadas em detalhe para eventual


perfuração de um poço pioneiro.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D)

A sísmica 3-D consiste em executar o levantamento dos


dados sísmicos em linhas paralelas afastadas entre si de
distância igual à distância entre os canais receptores.

Dessa maneira todos os pontos em subsuperfície serão


amostrados como uma matriz de pontos – figura.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D)

Os dados obtidos são processados, seguindo


basicamente o roteiro utilizado nos dados
convencionais 2-D.

Entretanto, o algoritmo de migração possui agora a


flexibilidade de migrar eventos para a terceira
dimensão, permitindo que eventos laterais presentes
nas seções 2-D sejam migrados para suas respectivas
posições verdadeiras em 3-D.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D)

A reflexão do domo amarelo, que


se encontra fora do plano
vertical da linha 6.

O evento permanece na
migração 2-D, mas é atenuado
na migração 3-D.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – cubo de dados

Após o processamento, o conjunto de traços sísmicos


constituem o cubo de dados 3-D no qual se utilizam
códigos de cores para melhor visualização - figura.

A partir do cubo de dados 3-D é possível gerar seções


sísmicas verticais em qualquer direção, inclusive
passando por poços existentes na área.

Também é possível gerar várias seções paralelas e


montá-las em uma seqüência dinâmica de imagens.
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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – cubo de dados

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – cubo de dados

A partir do cubo de dados 3-D é possível gerar seções


sísmicas verticais em qualquer direção, inclusive
passando por poços existentes na área.

Também é possível gerar várias seções paralelas e


montá-las em uma seqüência dinâmica de imagens.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – cubo de dados

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6- Prospecção de Petróleo

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – cubo de dados

O cubo de dados 3-D também pode ser entendido


como camadas horizontais superpostas, onde a
distância entre camadas corresponde ao intervalo de
amostragem temporal da digitalização.

Estas camadas são chamadas de “time-slices” – figura.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – cubo de dados

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes


Os refletores interpretados e devidamente caracterizados através
de correlações com poços vão constituir superfícies irregulares
dentro do cubo de dados.

Geralmente essa superfície é visualizada pelo valor relativo de


amplitude do refletor através do código de cores.

A amplitude de um refletor depende do coeficiente de reflexão,


que por sua vez depende dos contrastes de impedância dos
meios envolvidos – figura.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes


Imagine uma rocha-reservatório constituída de arenito poroso
contendo água, subjacente a uma rocha selante com
características petrofísicas constantes.
Nesse caso o mapa de amplitudes do topo do reservatório
mostraria valores constantes também.
Se a água estiver deslocada por hidrocarbonetos, o arenito com
óleo e/ou gás assumirá valores menores de impedância,
alterando o contraste com a rocha selante, modificando a
amplitude do refletor.
Estas alterações podem ser detectadas nos mapas de amplitude,
o que os tornou ferramentas valiosas na prospecção do petróleo,
especificamente na detecção direta da presença de
hidrocarbonetos – figura.
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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes

As cores roxo, vermelho e amarelo indicam a presença de hidrocarbonetos.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes


A seguinte equação só é válida para a incidência normal:
I 2  I1
onde:

R T 1  R
R = coeficiente de reflexão;
e T = coeficiente de transmissão;
I 2  I1 I2 = impedância da camada inferior;
I1 = impedância da camada superior.

A análise da variação do coeficiente de reflexão de uma interface


em função do ângulo de incidência (ou afastamento entre o
ponto de tiro e receptores - figura) é uma ferramenta valiosa na
detecção de hidrocarbonetos, pois a presença dos mesmos pode
produzir anomalias características de amplitude.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes

Arenito
com água

Arenito
com gás

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes

a - mapa de amplitudes
extraído de um cubo 3-D, com
as curvas de contorno
estrutural;

b – anomalias em AVO
correspondentes.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica tridimensional (3-D) – Amplitudes

O estudo da variação de amplitude com o afastamento (AVO) tem


obtido um sucesso significativo na descoberto de novas
acumulações de óleo e gás no Golfo do México e tem
apresentado relevante contribuição na caracterização de
reservatórios já em produção.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica aplicada à perfuração e ao desenvolvimento


da produção
A sísmica também é utilizada na orientação espacial e
direcionamento da perfuração.

Valores muito baixos de velocidade e de impedância são


característicos de rochas com alta porosidade, podendo
constituir-se em reservatórios de petróleo.
Fundamentos da Engenharia do Petróleo II Washington Martins da Silva Jr.
6- Prospecção de Petróleo

Sísmica aplicada à perfuração e ao desenvolvimento


da produção
Com as estimativas
de velocidade e
densidade é
possível obter
estimativas da
distribuição da
porosidade ao
longo de intervalos
porosos de
interesse.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica aplicada à perfuração e ao desenvolvimento


da produção

Os resultados
podem ser
apresentados
em mapas de
porosidade.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica aplicada à perfuração e ao desenvolvimento


da produção
Mapa de amplitudes – poços produtores aparecem como pontos
avermelhados.

a- Mapa de amplitudes com isópacas (mesma espessura) estimadas a partir


do poço;
Fundamentos b- isópacas
da Engenharia reinterpretadas
do Petróleo II com apoio do mapa de Washington
amplitudes.Martins da Silva Jr.
6- Prospecção de Petróleo

Sísmica 4-D
A sísmica 4-D nada mais é que a repetição da sísmica 3-
D em grandes intervalos de tempo, mantendo-se as
mesmas condições de aquisição e processamento.
Avalia-se a alteração na característica petrofísica do
reservatório – devido à extração de fluidos, ou injeção
de água, gás ou outra atividade qualquer (atividades de
recuperação).
A combustão in situ e a injeção de vapor produzem
uma frente de avanço, onde ocorre um aumento na
proporção de gases e acréscimo de temperatura que
pode ser monitorada pelo método sísmico. Washington Martins da Silva Jr.
Fundamentos da Engenharia do Petróleo II
6- Prospecção de Petróleo

Aquisição de dados sísmicos – levantamento marítimo 3D

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica 4-D

Monitoramento de
uma frente de
combustão

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica de poço

O poço de petróleo é uma amostra pontual das


características da subsuperfície na área de pesquisa.

Algumas técnicas de pesquisa podem ser utilizadas para


obter informações da circunvizinhança de um poço.

Uma delas consiste na detonação de cargas explosivas


na superfície e com o registro do tempo de chegada das
perturbações em receptores instalados em diferentes
profundidades dentro de um poço – figura.
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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica de poço

Sísmica de poço
com afastamento
lateral.

É uma aplicação
idêntica ao
sismograma
sintético, muito
mais precisa
completa e onerosa.

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica de poço

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica de poço

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica de poço

Outra técnica consiste em instalar fontes dentro de um


poço e receptores dentro de outro poço adjacente.

Esse tipo de levantamento é denominado de


Tomografia Sísmica, pela similaridade com aplicações
na área médica.
Usando a tomografia sísmica ou ‘sísmica poço-a-poço’ é
possível monitorar as interferências do processo
produtivo no reservatório ao longo do tempo – tipo de
sísmica 4-D – figura.
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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica de poço

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6- Prospecção de Petróleo

Sísmica de poço

Processo de injeção térmica – vapor – recuperação.


O poço injetor está a direita e o produtor está a
esquerda. Nessa seção as cores azuis são velocidades
de propagação e vermelhas representam velocidades
mais baixas.

Esse método permite definir a frente de calor em


processo de injeção térmica.

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Bibliografia

Thomas, J. E., “Fundamentos de Engenharia do Petróleo”, editora


Interciência, 2ª edição, Rio de Janeiro, 2004.

Sobre pré-sal:
www.petróleo.rj.gov.br
DRM/RJ -Departamento de Recursos Minerais
Rua Marechal Deodoro, 351
24030-060 -Niterói –RJ

Sobre o marco regulatório – apresentação da Ministra Dilma


Vana Rousseff – 31/08/2009:
http://www.imprensa.planalto.gov.br/exec/inf_detalhehora.cfm?cod=51676

Fundamentos da Engenharia do Petróleo II Washington Martins da Silva Jr.

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