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Perseu é um dos heróis mais corajosos da mitologia grega.

Copyright© Maio/2021 por Jafet Numismática. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total desse e-book sem autorização expressa do autor.
E, de todas as suas peripécias, a mais famosa é, com certeza,
seu embate com Medusa, a górgona com cabelos de cobra
e olhar petrificante.

E não é para menos: a história de como Medusa foi morta por

Perseu é uma das histórias mais emocionantes da mitologia
grega! O mito de Perseu e Medusa foi uma inspiração poder-
osa para muitos artistas nos tempos antigos – mas também
não perdeu seu significado artístico até os dias atuais.

As pinturas e esculturas do momento da decapitação ou o

próprio retrato da Medusa são famosos em todo o mundo!
E claro, também foi tema de muitas moedas antigas
cunhadas pelos gregos e pelos romanos.

Neste e-book, você vai conferir os marcantes eventos da vida

de Perseu, um semideus que teve seu destino determinado
antes mesmo de seu nascimento. Conheça a origem deste
herói, sua trajetória até o encontro com Medusa e o que
aconteceu depois que o herói derrotou o temível monstro!
E o melhor: as moedas ajudam a ilustrar esta história!

Gladston Jafet Chamma

Numismata e fundador da
Jafet Numismática
 A Profecia
Acrísio, o rei de Argos, tinha uma linda filha chamada Danae.
Certa vez, o Oráculo de Apolo lhe disse que chegaria o dia em
que um dos filhos de Danae o mataria.

Para impedir que a profecia fosse cumprida, Acrísio aprisionou

sua filha em uma câmara subterrânea de bronze. Assim, pensou
ele, ela nunca seria capaz de se casar, muito menos de ter filhos!

O Nascimento de Perseu
A câmara de Danae era escura e não tinha portas. A única abertu-
ra era uma pequena rachadura no teto. Entretanto, isso foi o su-
ficiente para Zeus, o deus supremo dos gregos, fazer uma visita
a Danae. Fascinado pela beleza da princesa, Zeus caiu no colo de
Danae transformado em uma chuva de ouro!

Desta união, Danae deu à luz um filho a quem chamou de Perseu.

Estáter cunhado na Mísia, cerca de 550-500 a.C.

Traz o busto do jovem Perseu no anverso.

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 Veja outras moedas gregas – Loja Online

Danae fez o que pôde para tentar esconder Perseu de Acrísio.

Porém, quando o rei ouviu o bebê chorar e percebeu que tinha
um neto, decidiu matar o menino e sua mãe.

Mas ele não podia fazer o que temia causar a raiva de Zeus. Então
ele mandou colocar sua filha e seu neto em um baú de madeira e
os jogar no mar para que se afogassem.

No entanto, Zeus viu a mulher desesperada e pediu a Poseidon

que acalmasse a água do mar. De fato, o mar se acalmou e depois
de alguns dias, Danae e seu filho recém-nascido pousaram na ilha
de Sérifo.

Pintura de Danae (1636-1643) dando as boas-vindas a Zeus. Por Rembrandt.

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 A chegada em Sérifo
Sérifo era governada pelo relativamente justo rei Polidecto.
O baú com Danae e Perseu ficou preso nas redes de pesca do
irmão do rei, Díctis, que não só libertou Danae e seu filho, mas
também lhes ofereceu um lugar para morar. Foi na modesta
casa de Díctis que Perseu cresceu e se tornou um jovem forte.

O plano de Polidecto
Para prevenir qualquer eventual hostilidade, Díctis fez o possível
para proteger Perseu e Danae da curiosidade dos habitantes da
ilha. Ele administrou a situação muito bem, pois muitos anos se
passariam antes que alguém descobrisse sobre a existência de
Danae e Perseu!

Porém, no segundo que seu irmão, o rei Polidecto, pôs os olhos

em Danae, ele se apaixonou por ela. Ele tentou cortejá-la e até
pediu sua mão em casamento, mas a tímida princesa repetid-
amente rejeitava seus avanços. Mas rejeições não combinam
muito bem com a reputação de um rei, então Polidecto resolveu
ganhar Danae de qualquer forma. Seu único obstáculo era, nat-
uralmente, seu filho, que era seu protetor. Então, o rei elaborou
um plano astuto para se livrar de Perseu!

Pátera romana retratando o mito de Perseu.

Prato datado do século I-II d.C.
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Polidecto fingiu ter proposto Hipodâmia, a filha do rei da Éli-
da, em casamento. Por ordem real, todo cidadão de Sérifo foi
obrigado a levar um cavalo como contribuição para o presente
da noiva (Hipodâmia significa “domadora de cavalos”).

Como era um jovem pobre, Perseu não poderia obedecer, então

ele pediu a Polidecto que pedisse qualquer outro presente: “Vou
trazer-lhe tudo o que você pedir”.

O rei de Sérifo não conseguia acreditar na própria sorte: “Tra-

ga-me a cabeça da Medusa”, ordenou ele, plenamente ciente de
que estava enviando Perseu direto para a morte. Afinal, mesmo
um único olhar do monstro com cabelo de cobra era o sufici-
ente para transformar um homem em pedra!

Clássica representação grega da Medusa, do século IV a.C. 

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 A temível Medusa
Medusa era a única mortal entre as três irmãs Górgonas. Filha
dos deuses do mar Fórcis e Ceto, ela já fora uma bela donzela.
Era tão bonita que Poseidon era louco por ela, mas ela não cor-
respondia o interesse. Ela era sacerdotisa da deusa da sabedoria,
Atena, e por isso cumpria o voto de castidade. Um dia, o deus
dos mares a estuprou no próprio templo da deusa!

A deusa da sabedoria se sentiu tão ultrajada que transformou a

bela donzela em um monstro com cabelos de cobras vivas. Após
a maldição, homens que olhavam para Medusa se transforma-
vam em pedra.

Denário da República Romana. L. Plautius Plancus, 47 a.C.

Traz o medonho rosto da Medusa preenchendo o anverso da peça.

História e moedas da Medusa – Blog

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 Presentes dos deuses
Perseu, que era filho de Zeus, teve a ajuda dos deuses em sua
busca para encontrar e decapitar Medusa. Hades, deus do sub-
mundo, deu a Perseu um elmo da invisibilidade.

Já Hermes, o mensageiro dos deuses, deu a Perseu um par de

sandálias aladas. Atena deu a Perseu um escudo de bronze tão
polido que ele podia ver seu próprio reflexo. E Hefesto, deus do
fogo e da forja, deu a Perseu uma espada.

Procurando pela Medusa

Com a ajuda dos deuses, Perseu encontrou a caverna que Me-
dusa dividia com suas duas irmãs, Esteno e Euríale. Próximas da
caverna estavam as Greias, três mulheres de cabelos grisalhos
que compartilhavam um único olho e um dente entre elas.

As anciãs eram as guardiãs da caverna das três górgonas. Quan-

do uma delas estava prestes a dar o olho para outra, Perseu o
agarrou e as três senhoras mergulharam em sono profundo.

Perseu e as Greias, de 1892. Por Edward Burne-Jones.

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 A morte de Medusa
Então o herói adentrou a caverna. Ele encontrou Medusa
adormecida e tomou cuidado para não a acordar.

Voando ao seu redor com as sandálias aladas e invisível

com o elmo de Hades, o herói então pegou o escudo de
bronze que ganhara de Atena e o usou como um espelho
para localizar Medusa.

Indo em direção à Górgona, Perseu continuou segurando o

escudo no ar para manter uma visão clara do monstro, cer-
tificando-se de olhar apenas para a Medusa no escudo.

Moeda de bronze grega, da época de Mitrídates VI do Ponto. Peça

datada de cerca de 85-65 a.C. Traz o busto da deusa Atena com ca-
pacete no anverso. No reverso, apresenta Perseu em pé à esquerda,
segurando harpa na mão direita e cabeça da Medusa, cujo corpo
decapitado jaz a seus pés.

Quando Perseu se aproximou da Medusa, ele empunhou a

espada que Hefesto lhe dera e decapitou o monstro. Quan-
do ela foi decapitada, deu à luz (pelo pescoço) a seus filhos
não nascidos com Poseidon, o cavalo alado Pégaso e Cri-
saor, um soldado gigante de espada dourada!

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 Estátua de bronze de Cellini de Perseu com a
Cabeça da Medusa, concluída na Renascença.

Perseu rapidamente guardou a cabeça da Medusa em sua bolsa

mágica e, usando o poder de suas sandálias aladas, conseguiu
escapar das Górgonas de asas douradas, que descontentes re-
tornaram ao seu covil para lamentar a morte de sua irmã. Para
emular o som desse lamento, Atena inventou a música da flau-
ta dupla, o aulos.

Moeda datada de 100-95 a.C., cunhada no reino do Ponto. Traz cabeça de

Perseu com capacete no anverso e no reverso apresenta o cavalo Pégaso pa-
stando. Essa criatura mitológica aparece gravada também no famoso estáter
cunhado na antiga cidade de Corinto.

Confira a evolução do estáter de Corinto – Blog

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 Atlas
Enquanto ele estava voando sobre a África em seu retorno para
casa, Perseu encontrou Atlas, o Titã, um gigante mítico conde-
nado a segurar o céu sobre seus ombros, que o desafiou.

Em seu confronto, Perseu usou a cabeça da Medusa para trans-

formar o Titã em pedra. Assim, o gigante se transformou em
uma vasta elevação rochosa, conhecida hoje como Montanhas
do Atlas!

Conhecendo Andrômeda
Perseu continuou sua jornada para casa e, ao passar pelo rei-
no da Etiópia, encontrou a bela e indefesa donzela Andrômeda
acorrentada às rochas esperando para ser devorada por Cetus,
um terrível monstro marinho. Perseu se apaixonou por ela à pri-
meira vista!

Moeda do imperador romano Maximino I cunhada na Cilícia e datada de

235-238 d.C. Traz no reverso Perseu em pé à esquerda, segurando a harpa
e a cabeça da Medusa, segurando a mão de Andrômeda em pé à direita;
cabeça do monstro marinho abaixo.
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A bela Andrômeda era filha do rei etíope Cefeu e da rainha Cas-
siopeia. Um dia, a vaidosa rainha se gabou de que sua filha An-
drômeda era mais bonita do que as Nereidas, as ninfas do mar.

As ninfas do mar ficaram com raiva ao ouvir isso e reclamaram

com Poseidon. Furioso, o deus do mar libertou o monstro
marinho Cetus para devastar a terra da Etiópia, a fim de vingar
o insulto. O desesperado rei Cefeu apelou a Zeus, que sugeriu o
sacrifício de Andrômeda como a única maneira de apaziguar o
furioso Poseidon.

Perseu enfrenta Cetus

Perseu então fez um trato com o rei: prometeu matar Cetus, e
Cefeu prometeu dar a mão de Andrômeda em casamento ao
semideus. O herói usou a cabeça da górgona mais uma vez,
transformando a besta em pedra bem no momento em que
Andrômeda seria devorada. Para garantir que a besta não vol-
taria, Perseu ainda a despedaçou com um só golpe de sua es-
pada e jogou seus restos num abismo!

A cabeça furiosa da criatura mitológica Cetus aparece no anverso desta

peça. Tetrobol de prata datado de 510-480 a.C.

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O salvador levou Andrômeda até o rei e pediu sua mão em
casamento. Isso enfureceu o tio da princesa, Fineu, a quem a
donzela já havia sido prometida. Durante a briga que se seguiu,
Perseu transformou Fineu em uma pedra, mostrando-lhe a
cabeça da Medusa.

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 Perseu mata Polidecto
Perseu, casado e feliz, voltou para a ilha de Sérifo com sua es-
posa, Andrômeda. Lá, descobriu através de Díctis toda a ex-
tensão do estratagema de Polidecto: não só ele nunca se ca-
sou de verdade (ou teve qualquer intenção), mas também, no
minuto em que Perseu saiu, ele começou a assediar Danae!

Mais do que furioso, Perseu invadiu o palácio de Polidecto

e, ao encontrar o rei e seus assistentes festejando todos jun-
tos, ergueu a cabeça da Medusa e transformou todos em pe-
dra. Depois disso, Perseu nomeou Díctis rei da ilha, para agra-
decê-lo por sua gentileza e generosidade por todos os anos
de cuidados.

Um grato Perseu também deu sua sandália voadora e elmo

mágico ao deus Hermes. Por fim, o herói presenteou a deusa
Atena com a cabeça decapitada da Górgona. Posteriormente,
a deusa a colocou no centro de seu escudo, chamado de
Égide, para ser o seu mais reconhecível emblema de guerra!

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 Denário do imperador romano Sétimo Severo, datado de 202-210 d.C.
Traz o imperador no anverso e a cabeça da Medusa na Égide no reverso.

Conheça outras moedas romanas – Loja Online

A profecia se cumpre
Com a intenção de fazer as pazes com Acrísio, Perseu levou
Danae e Andrômeda para Argos. Ao ouvir sobre a intenção de
seu neto, Acrísio, ainda dolorosamente ciente da profecia do
oráculo, deixou Argos e foi para a terra de Pelagia.

Ironicamente, foi exatamente para lá que Perseu se dirigiu de-

pois de não encontrar Acrísio em Argos, parando em Larissa
para competir nos jogos atléticos que o rei Teutamidas realiza-
va em homenagem a seu pai morto.

Quando Perseu lançou o disco, ele acidentalmente atingiu um

homem idoso, matando-o no local. O homem não era outro
senão Acrísio! Assim, a profecia foi cumprida.

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 Moeda grega dichalkoi extremamente rara cunhada em Larissa entre
302-286 a.C. Apresenta o busto da Ninfa Larissa no anverso.
No reverso, Perseu está em pé segurando harpa e a cabeça da Medusa.

Após a morte de Acrísio, o Reino de Argos naturalmente pas-

sou para Perseu, que se considerou indigno dele, já que havia
causado a morte de seu avô. Então ele firmou um acordo com
o rei de Tirinto, trocando os dois reinos.

Perseu e sua esposa Andrômeda se estabeleceram alegre-

mente em Tirinto e tiveram sete filhos e uma filha. Depois de
algum tempo, ele também fundou Micenas, a cidade mais
poderosa do Peloponeso nos tempos micênicos.

Muitos de seus descendentes se tornaram grandes reis, sendo

o maior deles Hércules, seu bisneto, o mais famoso de todos
os heróis gregos. Já o filho primogênito de Perseu e Andrôme-
da, Perses, teria viajado para a longínqua Ásia para se tornar o
ancestral de uma nova civilização: os persas!

Dárico de ouro do xá Xerxes I (486-465 a.C.), do Império

Aquemênida (primeiro império persa). No anverso traz o ar-
queiro padrão das moedas aquemênidas.
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 Outros E-books para você se
aprofundar na História Grega:
A Guerra do Peloponeso
Travada pelas duas maiores potências da Gré-
cia Antiga – Atenas e Esparta – esta guerra con-
tou com a participação de praticamente todas
as cidades gregas, marcando o início de um
período de declínio regional e o fim da Idade
de Ouro da Grécia Antiga!

A Guerra de Troia
O enredo começa com a famosa história de amor
proibido de Helena de Esparta, que foge de seu
marido Menelau para Troia, e do príncipe troia-
no Páris. A fuga dos amantes desencadeia uma
guerra de 10 anos, que conta com a presença dos
maiores heróis de toda a Grécia Antiga!

Os 12 trabalhos de Hércules
Conheça as doze famosas proezas atribuídas
a Hércules, um dos heróis mais conhecidos
da antiguidade! Num momento de insani-
dade, Hércules mata sua família e é condena-
do a servir o seu primo (e também rival) Eri-
steu, rei de Micenas, por doze anos e realizar
todos os trabalhos que o rei ordenasse!

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