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Minos casa-se com Pasífae e gera Ariadne, esta, é irmã por parte de mãe do biforme
Minotauro (a etimologia do grego Μῑνώταυρος, é Μίνως, ou seja, Minos, mais o substantivo
ταύρος, touro. A tradução poderia ser: ‘‘O Touro de Minos’’). As características desse
monstro é o hibridismo, metade homem e metade touro, e ele se alimentava de carne humana.
Segundo o mito, Minos não cumpre sua promessa de sacrifício que havia feito antes
de se tornar soberano de Creta, então, em punição, Posídon faz com que Pasífae, sua esposa,
se apaixonasse por um belo touro branco. Desesperada para fazer relações sexuais com o
animal, a rainha pede a Dédalo, um talentoso arquiteto e inventor, para que projetasse uma
carrapuça, uma traje de vaca aritificial para que assim pudesse enganar o touro e consumar
seu amor. Dessa relação nasce o monstro Minotauro.
Ariadne era o oposto do Minotauro, ela era uma mulher bela, sensível e inteligente, já
o monstro, era um ser biforme, sua face de touro era assustadora e era um ser ‘‘bestializado’’,
ou seja, agressivo e violento.
Minos lidou com o Minotauro da seguinte forma: decide prendê-lo em uma enorme
construção abaixo da terra que possuía diversos corredores. Dédalo foi o responsável por
construir esse enorme labirinto, pois era conhecido por ser um talentoso artista do metal,
todavia, ele se confunde diante da enorme arquitetura e acaba criando inúmeros caminhos de
desvio, devido a isso, aquela construção se tornou um enorme local enganador, cheio de
falácias e extremamente confuso.
Muitos foram os guerreiros que sucumbiram ao tentar derrotar o monstro, dois deles
atenienses, entretanto, Teseu, com a ajuda da astúcia da virgem Ariadne, consegue matar o
Minotauro e escapar do labirinto graças a um fio, que ao ser desenrolado, marcava o caminho
por onde havia passado e ao ser enrolado guiava pelo mesmo até a saída. O filho de Egeu (rei
de Atenas) e de Etra, o herói Teseu, após ter derrotado o monstro e salvado o povo do terrível
tributo de sangue (que era, todo ano, uma cobrança de
Minos para que se entregasse sete rapazes e sete
donzelas de Atenas para serem devorados pelo
Minotauro), decide raptar a filha de Minos, que muito o
ajudou, e velejar até Dia, onde abandonou-a sozinha
naquela praia. Vendo Ariadne aos prantos, Líber 一
também conhecido como Baco (Βάκχος) ou Dioniso
(Διόνυσος). Na mitologia romana, ele é assimilado ao
velho deus Itálico Líber Pater. 一 se compadece e decide
recebê-la com carinho. O deus para que sempre
houvesse um intenso brilho em sua homenagem, tira a coroa da fronte dela e envia aos céus.
A coroa enquanto voa pela atmosfera, possui suas gemas transformadas em um fogo
brilhante.
Dédalo em Atenas era um renomado escultor e inventor. A pedido de sua irmã, ele
aceitou ensinar seu sobrinho sobre as artes da mecânica e da invenção, mas ao perceber que
seu pupilo era muito prodígio e um estudante apto, seu coração encheu-se de inveja. O jovem
Pérdix de apenas doze anos, segundo o mito de Ovídio, foi quem, observando os ossos dos
peixes, imitou sua forma no ferro e criou a serra, ele também desenvolveu um compasso (dois
braços de ferro unidos em uma única articulação, um se mantinha fixo e o outro fazia uma
circunferência, sendo que sempre permanecia uma distância igual entre ambos os ferros).
Dessa forma, completamente descontrolado, Dédalo atirou Pérdix para fora da acrópole da
cidade de Atenas. Esse assassinato fez com que ele fosse expulso da cidade consagrada a
deusa Palas Atena (Minerva), forçando-o a buscar exílio em Creta, lar do soberano Minos.
Todavia, o jovem inventor Pérdix antes de falecer é acolhido pela deusa protetora do
engenho (Atena, a deusa da astúcia), que o metamorfoseia em uma ave, transferindo sua ágil
inteligência para suas asas e pés, e cobrindo seu corpo com penas durante a queda em meio
ao ar.
Em Creta, Dédalo cria a pedido de Minos diversas coisas, mas a sua principal
construção foi o labirinto que prendeu o Minotauro. Quando o rei descobriu que o inventor
tinha ajudado Teseu, sendo que foi ele quem Ariadne buscou para criar uma ferramenta que
permitisse o herói conseguir fugir do local enganador, foi tomado pela fúria e decidiu exilá-lo
de Creta, encarcerando tanto Dédalo quanto seu filho, Ícaro. Sem poder atravessar o mar, o
inventor desenvolve uma forma bastante criativa de fugir pelo ar: ele cria enormes, mas leves
estruturas cheias de penas presas com linho no centro e cera nas extremidades, assumindo a
forma de asas igual a de uma ave.
O pai adverte seu filho adolescente a seguir o caminho em uma específica e mediana
altura, pois se fosse muito baixo, o mar poderia molhar as penas e tornar as asas muito
pesadas, e se fosse muito alto o sol poderia derreter a cera ou queimar a estrutura. Entretanto,
apesar do conselho, quando Ícaro começa a voar em busca de sua liberdade, o jovem sente
cada vez mais entusiasmo e acaba se afastando de seu pai, que era o guia, subindo mais e
mais alto, pois tinha o desejo de avistar o céu. Com isso, a cera da asa começou a derreter, até
que, sem suportar mais o peso de Ícaro, sede e se solta. O filho de Dédalo despenca até o mar,
falecendo instantaneamente.
Enquanto sepultava o corpo, o inventor avistou uma bela ave, um ser especial e único
de sua espécie, que alegre e animado, aplaudia batendo as asas e cantava com animação. Dá a
entender pela reação do animal, que ele comemorava o sofrimento de Dédalo, que,
curiosamente, perdeu seu filho do ‘‘mesmo’’ jeito que tentou, anos atrás, assassinar seu
pupilo. Por a ave ser Pérdix metamorfoseado, aquele instante concretiza-se como, digamos
assim, sua vingança, ou seja, a Hybris de Dédalo.
→ As Metamorfoses e a Hybris