Você está na página 1de 3

Mito de Sísifo

Sísifo, rei da Tessália e de Enarete, era o filho de Éolo. Fundador da cidade de Éfira, que mais
tarde veio a chamar-se Corinto, e também dos jogos de Ístmia (ou Ístmicos). Sísifo tinha a
reputação de ser o mais habilidoso e esperto dos homens e por esta razão dizia-se que era pai
de Ulisses.

Sísifo despertou a ira de Zeus quando contou ao deus dos rios, Asopo, que Zeus tinha
sequestrado a sua filha Egina. Zeus mandou o deus da morte, Tanatos, perseguir Sísifo, mas
este conseguiu enganá-lo e prender Tanatos. A prisão de Tanatos impedia que os mortos
pudessem alcançar o Reino das Trevas, tendo sido necessário que fosse libertado por Ares. Foi
então que Sísifo, não podendo escapar ao seu destino de morte, instruiu a sua mulher a não
lhe prestar exéquias fúnebres.

Quando chegou ao mundo dos mortos, queixou-se a Hades, soberano do reino das sombras,
da negligência da sua mulher e pediu-lhe para voltar ao mundo dos vivos apenas por um curto
período, para a castigar. Hades deu-lhe permissão para regressar, mas quando Sísifo voltou ao
mundo dos vivos, não quis mais voltar ao mundo dos mortos. Hermes, o deus mensageiro e
condutor das almas para o Além, decidiu então castigá-lo pessoalmente, infligindo-lhe um
duro castigo, pior do que a morte.

Sísifo foi condenado para todo o sempre a empurrar uma pedra até ao cimo de um monte,
caindo a pedra invariavelmente da montanha sempre que o topo era atingido. Este processo
seria sempre repetido até à eternidade.

Processo de criação poética é caracterizada como sendo um processo muito árduo, assim é
associado ao mito supra referido.

Mito de Orfeu

Grande herói da Trácia, Orfeu era conhecido não pelas suas qualidades de guerreiro, mas pelas
suas qualidades musicais. Filho de Apolo e da musa Calíope, recebeu do pai uma lira como
presente e aprendeu a tocar com tanta dedicação e beleza, que ninguém conseguia ficar
indiferente ao encanto da sua música. Tanto os seres humanos como os animais, e diz-se que
até as árvores e os rochedos, se rendiam ao seu fascínio.

Orfeu amava a ninfa Eurídice. No dia do casamento de ambos, esteve presente Himeneu para
abençoar a união, mas o fumo da sua tocha fez lacrimejar os noivos, o que não trouxe augúrios
favoráveis. Pouco tempo depois, Eurídice passeava com as ninfas, quando foi surpreendida
pelo pastor Aristeu, que, ao vê-la, se apaixonou perdidamente e tentou conquistá-la. Na sua
fuga, Eurídice pisou uma cobra e morreu da mordedura que esta lhe fez no pé.

Orfeu, inconsolável, tocou e cantou aos homens e aos deuses, mas nada conseguiu. Decidiu,
então, descer ao reino dos mortos para conseguir recuperar Eurídice. Perante o trono de
Hades e Perséfone, Orfeu cantou o seu desgosto e o seu amor dizendo que, se não lhe
devolvessem Eurídice, ele próprio ficaria ali com ela, no reino dos mortos. Todos os fantasmas
que o ouviam choravam e Hades e Perséfone ficaram tão comovidos que lhe devolveram
Eurídice. Mas com uma condição: Orfeu poderia levar Eurídice, mas não poderia olhá-la antes
de terem alcançado o mundo superior. Caminhando na frente, Orfeu, que estava quase a
chegar aos portões de Hades, com receio de ter sido enganado por Hades, virou-se para trás
para confirmar se Eurídice o seguia. Esta, com os olhos cheios de lágrimas, foi levada para o
mundo dos mortos, por uma força irreversível. Orfeu tentou alcançá-la, mas sem êxito.

A segunda está relacionada à busca de Orfeu por sua esposa Eurídice, morta por uma serpente.
Orfeu então vai até os reis dos mortos, Hades e Perséfone, e pede para que ela lhe seja
devolvida. Sua música encanta a rainha Perséfone que atende seu pedido, mas avisa-o de que
enquanto eles não tivessem saído do mundo subterrâneo, Orfeu não poderia olhar para trás
para contemplar a esposa. Acreditando que já estivesse fora das regiões infernais, Orfeu,
ansioso por rever Eurídice, volta-se para trás e a esposa, que caminhava mais lentamente do
que ele, ainda uma pálida sombra, lhe é tirada definitivamente. O Mito desenvolveu-se no
sentido de atribuir a Orfeu certos conhecimentos místicos que teria adquirido em sua viagem
ao outro mundo e que teria compartilhado ao retornar. Dentre estes conhecimentos estariam
revelações de como alcançar a terra dos Bem-Aventurados após a morte, instituindo uma
“teologia órfica”. (GRIMAL, 2005, p. 341).

Mito de Anteu

De acordo com a mitologia, Anteu, filho da Gea (Terra) e de Posídon, era um gigante muito
possante, que vivia na região de Marrocos, e que era invencível enquanto estivesse em
contacto com a mãe-terra. Desafiava todos os recém-chegados em luta até à morte. Vencidos
e mortos, os seus cadáveres passavam a ornar o templo do deus do mar, Posídon. Hércules, de
passagem pela Líbia, entrou em combate contra Anteu e, descobrindo o segredo da sua
invencibilidade, conseguiu esmagá-lo, mantendo-o no ar.
O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando há um reencontro
com a origem, com a mãe-terra. É assim que se pode falar deste mito em Cesário Verde na
medida em que o contacto com o campo parece reanimá-lo, dando-lhe forças, energias, saúde.

Na Divina Comédia, de Dante Alighieri, Anteu assume a forma de um gigante que guarda o
nono círculo do Inferno. É ele quem levou Dante e Virgílio até ao fundo desse círculo onde
corre o rio gelado do Cocito.

Você também pode gostar