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Texto 1: POR UM MUNDO COM MAIS

HOMBRIDADE
Autora: Braulia Ribeiro

Meu desejo para 2016 é um mundo com mais homens. Meu primeiro instinto foi escrever machos,
precisamos um mundo com mais machos. Mas pensando melhor não. Por macho se entende a
função biológica masculina ou pior ainda, no Brasil a macheza é entendida como a capacidade de
ser promíscuo e violento. Não, não é a este conceito que me refiro. A macheza física a farmácia
pode te dar. A macheza cultural canalha qualquer um pode ter, aliás infelizmente é a regra não a
exceção. Esta macheza não está em falta, ela é celebrada em letras de rap e forró, é reensaiada
continuamente na TV. Estou falando de homens de verdade. Remédio pra se criar homens não se
compra, e a falta dela nos faz padecer.

Aviso inicial à polícia do politicamente correto: Vou usar neste artigo os termos masculino e
feminino me baseando no estereótipo criado por sociedades no mundo inteiro desde que o mundo é
mundo. Mulheres fracas, homens fortes, mulheres passivas, homens protetores. Quando digo que
precisamos de homens entenda: iniciativa, liderança, coragem, pulso firme, decisão. Falo também
de hombridade, caráter, capacidade de se arriscar para proteger outros. Atitude feminina?
Passividade, comodismo, esperar pelo outro, eternos diálogos discutindo a relação, complexo de
inferioridade eterno, ficar cômodo à sombra de outros. Estereótipo? Claro que sim. Verdade? De
certa forma sim, existe um verdade biológica no homem que guerreia e na mulher que fica na
caverna protegendo a prole. Talvez por isto Deus fez o homem cabeça no lar. Talvez não, talvez
tenha sido arbitrário, não importa, o fato é que as diferenças existem.

Não gostou? Vai ler outra coisa e não me encha a paciência aqui.

Você sabia que países e instituições podem ser classificados de acordo com o perfil masculino ou
feminino da sua cultura? O Brasil por exemplo é um país feminino. É matriarcal, mas não é só da
constituição social que estou falando. Estou falando da tendência cultural predominante. Como o
brasileiro em geral fala de si mesmo? Como descreve sua história? Como aborda sua relação com
outros países do mundo? Como acha que pode melhorar seu futuro coletivo e individual?

Geralmente é de forma passiva. Nós nos vemos como vítimas, somos o que “eles” quiseram que
fôssemos, fomos explorados, abusados por “eles”, não fomos ajudados por “eles”. Este “eles” aí se
refere aos Estados Unidos e Europa, ou nas palavras de Lula: “aos ricos de olhos azuis”. Somos a
mulher abandonada cheia de filhos. Somos aos nossos próprios olhos a mulher vítima de abuso que
agora tem direito de sentar num canto e reclamar. Se temos um papel internacional é o de exigir
mais direitos.

Sofremos da crônica ausência do pai. Esta ausência deixou a nossa personalidade coletiva
deficiente, aleijada. Somos um país de coitados. Se a palavra coitado fosse derivada de coito me
seria muito útil aqui, mas não é. Coitado significava no português antigo aquele que sofria dos
males do amor. O que não deixa de ser um significado que pertence mais ao mundo feminino que
masculino. Sofremos passivamente, aguardamos, esperamos que outros tomem iniciativas, nos
oferecemos como amantes sedentas para aqueles que aparentam ter poder.

O caso do impeachment da Dilma, ou melhor dizendo do impeachment do partido político que


roubou, destruiu e matou o sonho brasileiro em seus 13 anos de poder, a voz de nosso ethos
feminino é: “Ah… deixa, vai. Vamos ver no que dá. Ruim com eles, pior sem eles. Qualquer um
que se levante contra o status quo é golpista! Ela foi eleita agora tem que ir até o fim, como se fosse
um: “casei agora tenho que aguentar pancada e bebedeira todo dia.” Nada mais mulher de malandro
da nossa parte…

O perfil cultural americano é o oposto. O coitadismo é visto com desprezo. Uma pessoa que se
preze (homem ou mulher) luta pelo que quer na vida. Americano não admira a retórica do
pobrismo, não admira a passividade em relação ao destino pessoal nem coletivo. Você é um
“looser” se não luta pela vida, se não faz uma limonada com os limões que a vida te oferece. A
política externa americana também até Obama tinha mais traços do masculino do que do feminino.
Quem os ataca sem dúvida é atacado de volta. Eles também não se encolhem diante de quem
desafia o seu senso de justiça, mesmo com países distantes, e ao contrário do que os difamadores
dizem muitas vezes a um custo muito grande e sem retorno. Esta é a história da guerra do Vietnam
da Coréia e do Afeganistão. O país é sensível ao chamam de “perigos existenciais.” Se existe algo
que lhes desafia a existência como nação, vão lutar até a última gota de sangue para proteger a
nação que acreditam ser um projeto de valor quase transcendente.

Outro perfil cultural masculino? Israel. Você ouve os israelitas choramingando, queixando miséria
ou se encolhendo diante da má sorte? Auchwitz nunca mais. Enfrentam problemas existenciais
gravíssimos mas nada os desanima. Um excelente exemplo são as soluções que encontraram para o
problema da escassez de água. As soluções de Israel para economizar, gerar e reusar água devem
servir de modelo para o mundo inteiro. É o único país do mundo preparado para enfrentar dez anos
ininterruptos de seca sem sofrer nenhum problema. O que a água tem a ver com o perfil masculino?
Significa que seus governantes sabem pensar à frente, não se encolhem com as dificuldades e nem
se preocupam em tomar decisões apenas baseados na política do momento. Para ter sucesso
resolvendo o problema da água Israel teve que criar insitutições técnicas, com poder de decisão
acima de qualquer interesse poltico partidário, para cuidar da distribuição, resuso, e taxação da
água.

No péssimo filme “Sisters” com Tina Fey e Amy Poehler, pelo menos uma das falas me fez rir.
Quando ao sair da casa de duas lésbicas, onde foram equivocadamente buscar elegância para o
buffet de uma festa, comentam uma com a outra porque não se atrevem a se unir ao mundo L, Fey
diz: – Ah, eu não suportaria a necessidade de tanta conversa emocional…

Para se fazer alguma coisa é preciso mais conversa e menos bate-papo. Bate papo eterno é coisa de
maricas. Obama está afeminando a América com suas soluções dialógicas. Enquanto discursava no
surreal SOU(State of the Union) do dia 13 de janeiro, o Iran mantinha refém dois navios da marinha
americana, depois é claro dos vários testes de mísseis balísticos que fez nas ultimas semanas,
flagrante violação dos acordos internacionais que tem com o resto do mundo. O que Obama quer?
Dialogar.

Se alguém se pergunta aí no Brasil porque o Trump é líder das pesquisas eleitorais para candidato
do partido republicano, é por isto. Porque ele propõe soluções masculinas para os problemas atuais
da América. O bicho é homem. Não vai conversar fiada com o Iran, nem vai criticar os americanos
por terem medo do ISIS. Vai é meter bomba mesmo se eles ficarem provocando. Quem mora aqui
vê isto claramente. E ele vai reagir para segurança da América, de Israel, da Arábia Saudita e todo
Oriente Médio. Só imbecis de ideologia mumificada não sabem disto, por ex. Caio Blinder e Cia.

Quem mais é masculino? Obviamente o ISIS e o Iran. O mundo muçulmano sem dúvida promove
um cultura coletiva masculina. Mas  é a cultura masculina do mal. É o homem que quer o quer não
importa o que isto custe aos outros. Este machos do mal vão nos conquistar e nos estuprar até à
morte se os machos do bem continuarem se encolhendo.

Bom taí. Este é meu lamento e minha oração. Nos dê mais homens Senhor.

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