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º 1
CABO VERDE QUER CRIOULO COMO LÍNGUA NACIONAL, MAS AINDA NÃO
SABE QUANDO
“O que é garantido é que esta língua não desaparecerá em nenhuma
circunstância, é uma língua viva, utilizada, as pessoas comunicam,
compreendem-se”, diz o presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva. Os
presidentes dos dois maiores partidos de Cabo Verde, MpD e PAICV,
apontam a necessidade de valorizar o crioulo, enquanto elemento de
identidade, mas não assumem que seja possível a sua oficialização como
língua nacional na próxima legislatura.
As posições foram assumidas em entrevistas à Lusa, a propósito das
eleições legislativas de 18 de abril, em que os presidentes do Movimento
para a Democracia e do Partido Africano da Independência de Cabo Verde,
concorrem à liderança do Governo cabo-verdiano na próxima legislatura,
sendo que a Constituição do país estabelece que o crioulo deve ser
promovido a língua nacional, em paridade com a língua portuguesa.
Ambos os líderes partidários concordam, mas não assumem
compromissos para a próxima legislatura para esse efeito, mas com Janira
Hopffer Almada, presidente do PAICV, a admitir que os próximos cinco
anos serão para “trabalhar” no sentido dessa oficialização.
“Antes de mais é preciso reconhecer-se claramente que a nossa língua
nos valoriza, é sinal da nossa cabo-verdianidade, da nossa identidade”,
aponta, recordando que a morna, classificada desde 2019 como património
imaterial da humanidade e eternizada na voz de Cesária Évora, entre
outros, é cantada em crioulo, língua derivada do português e falada no dia a
dia por todos os cabo-verdianos. “Eu penso que nós temos de trabalhar,
sim, para a valorização e o justo reconhecimento da nossa língua,
respeitando-se naturalmente a sua riqueza e as suas variantes”, apontou.
TEXTO N.º 5
ALERTAS DE DESFLORESTAÇÃO NA AMAZÓNIA BRASILEIRA BATEM
RECORDE EM MARÇO
Os alertas de desflorestação na Amazónia brasileira em março,
equivalentes a 367,6 quilómetros quadrados, foram os maiores já
registados para o mês desde o início da monitorização, em 2015, segundo
dados oficias.
Os dados foram recolhidos pela nova versão do Sistema de Deteção de
Desflorestação em Tempo Real (Deter), que entrou em funcionamento em
2015, e que integra o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Brasil, um
órgão governamental. O recorde anterior havia sido registado em 2018,
quando foram desflorestados 356,6 quilómetros quadrados em março,
seguido por 2020, com 326,49 quilómetros quadrados de floresta
derrubados.
Além disso, a desflorestação tende a aumentar nos próximos meses,
tendo em conta os registos de anos anteriores, devido à aproximação da
temporada seca na floresta, o que faz também crescer o número de
queimadas na Amazónia.
O aumento da desflorestação naquela que é a maior floresta tropical
do planeta foi duramente criticado pela organização não governamental
Greenpeace, que alertou que foi registado um crescimento de 12,5% nas
medições face a 2020 mesmo com uma cobertura das nuvens superior,
fator que pode ter dificultado a leitura por satélite do Deter.
A poucas semanas da cimeira virtual sobre o aquecimento global,
agendada para os próximos dias 22 e 23 de abril, cresce a pressão contra o
chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro. Durante os primeiros dois anos
do mandato de Bolsonaro, que tomou posse em janeiro de 2019, a área
florestal arrasada do mapa atingiu 10.700 quilómetros quadrados em 2019,
e 9.800 quilómetros quadrados em 2020, os piores números desde 2008.
TEXTO N.º 6
MUSEU DO PRADO INVESTIGA ORIGEM DE OBRAS ENTREGUES NA
GUERRA CIVIL
O Museu Nacional do Prado “decidiu abrir formalmente uma via de
investigação sobre a possibilidade de algumas das obras presentes na sua
coleção serem provenientes de apreensões realizadas no período da guerra
civil [1936-1939] ou durante o franquismo (1939-1975)”, lê-se num
comunicado da instituição divulgado esta semana.
“O objetivo é esclarecer qualquer dúvida que possa existir sobre os
antecedentes e o contexto prévios à sua entrada (das obras) nas coleções do
Prado e, se necessário, e em conformidade com todos os requisitos legais,
proceder à sua devolução aos donos legítimos”, lê-se no mesmo texto.
O comunicado foi divulgado em 20 de setembro, dia em que o Prado
publicou na sua página na internet uma lista de 25 obras cuja origem vai
ser investigada, por terem entrado na sua coleção ou na de outros museus
(tendo sido depois transferidas) na época da guerra civil e do franquismo,
através de organismos criados, precisamente, para apreender ou requisitar
património artístico sob pretexto de estar em causa a sua conservação. Dois
dias depois da divulgação do primeiro comunicado, o Museu do Prado
admitiu que o número total de obras identificadas nos seus fundos que
estão na mesma situação é pelo menos de 62.
A investigação agora anunciada vai ser liderada pelo catedrático
Arturo Colorado, que já publicou trabalhos relacionados com o património
e a guerra civil espanhola, estando os resultados finais prometidos para o
início de 2023. O Museu do Prado sublinhou que a escolha de Arturo
Colorado para esta investigação se deve a que os estudos mais recentes
deste académico indiciam que o número de obras depositadas na
instituição provenientes de apreensões ilegais “pode ser maior”.