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Não Acredite em Ninguém!

Neste momento estou na Boulevard Haussmann, excedendo o limite de velocidade.


Ainda não acredito no que vi, Arthur me traindo, não paro de chorar. Iria contar a
ele que estou gravida.
Estou a caminho da nossa casa de verão em Lyon, não iria ficar na mesma casa em
que tudo me lembrava a ele, na previsão do aplicativo era para eu chegar em 4 horas
e meia, mas nunca cheguei.
Uma hora dirigindo, um carro entrou na minha frente e me mandaram descer.
-Fique quieta, que nenhum mal vai te acontecer! - disse um homem encapuzado,
supus que era o ‘‘líder” do grupo.
Tentei fugir, mas sem sucesso, me colocaram no porta-malas do carro deles, me
senti com medo, minha maior preocupação era o ser que eu gerava em meu útero.
Logo depois colocaram um pano em meu rosto e desmaiei, não lembro de mais nada
que aconteceu.
Acordei em quarto com paredes pretas, não havia nenhuma luz, minha boca estava
tapada com uma fita, e minhas mãos estavam presas, com uma corda muito
apertada.
Depois de mais ou menos meia hora, a porta do quarto foi aberta, percebi que já
havia amanhecido, entrou um homem, que ainda não tinha visto. Ele me pegou pelo
braço, e me levou à uma sala, onde tinha uma televisão ligada, no qual aparecia uma
notícia, onde dizia: ‘‘Modelo Emilly LeBlanc Roux morre em acidente de carro,
logo depois do automóvel pegar fogo. Seu marido, o milionário Arthur Roux, disse
que no momento está de luto, e que não dará entrevista.”.
- E agora chefe, o que vamos fazer? - Disse o homem que me levou até aquela sala.
Depois, ouvi uma voz conhecida atras de mim, que dizia:
- Não sei, se ligarmos agora para ele, não irá acreditar. –
- Vocês pretendiam, pedir dinheiro ao Arthur? - perguntei, eles já haviam tirado a
fita de minha boca.
- Sim! – gritou o “chefe”, que logo depois saiu da sala, batendo a porta.
- Não fique com medo, não iremos fazer mal a você, nem ao seu bebê. – disse o
homem, que havia me tirado do quarto escuro.
- C-como vocês sabem? – perguntei gaguejando.
- Nós sabemos de tudo sobre você Emilly! Eu me chamo Harry, esse que saiu daqui
é o Théo, ele não é assim, costumo dizer que ele é “Calmo como água, e intenso
como a tempestade”, ele agora só está irritado – Ele terminou de falar.
Fiquei conversando com Harry, ele parecia ser legal, “que pensamentos lindos né
Emilly? você achando um dos seus sequestradores legais.” pensei.
Depois de um tempo Théo voltou para aquela sala, onde eu estava.
-Bom vou te dar o poder de escolha. Você quer voltar e falar que foi sequestrada e
mostrar que está viva, ter sua vida de volta, ou começar uma nova conosco, pois
estamos indo para Hallstatt na Áustria. – Concluiu Théo
Bom eu não queria voltar para minha vida, ter que conviver com Arthur por conta
do bebê, então eu disse:
- Eu aceito ir com vocês! – Concluí.

Arthur Narrando

Muitos não entendem, mas a traição não é como todos pensam. Eu estava acabado,
Emilly havia me pego à traindo com Lía, uma garota que estudou com ela, eu a vi
correndo para fora daquele quarto, tentei ir atrás dela, mas não obtive sucesso.
Na manhã seguinte, vi no jornal no local, que um acidente havia ocorrido, na estrada
que levava a Lyon e a pessoa que estava dentro não sobreviveu, não haviam
identificado a vítima, só sabiam que era uma mulher, loira. Quando vi era uma
Porsche Cayenne, marrom, igual a de Emilly, quando mostrou outro ângulo do
carro, pude ver a placa, era a mesma, meus olhos se encheram de lagrimas, ela havia
morrido, e não consegui pedir desculpa.

Eu não podia parar a minha vida, precisava continuar, havia me decidido, iria pedir
Lía em namoro, eu não sentia amor por Lía, meu único amor era Emilly, mas eu não
poderia parar, minha empresa “Roux” iria cair as vendas, precisava de um amor
platônico.

Emilly narrando

Já havia chegado em Hallstatt há 3 mês, descobri que na verdade não esperava um


bebê, mas sim 2, um casal. Eu ainda sofria por Arthur, lembrava de momentos com
ele, lembrei de quando eu e ele recebemos o título de “Casal do Ano” de uma revista
de Paris. Lembrava dos elogios que recebíamos, meu cabelo e de Arthur são loiros
praticamente idênticos, meus olhos são verdes, os dele são azuis.
Eu estava querendo começar a sentir algo por Théo, ele comprou uma casa, para eu
morar com ele, era muito grande, ele falava que as crianças que eu esperava, teriam
tudo do bom e do melhor. Ele estava sendo muito legal comigo, em 2 meses e meio
convivendo comigo, ele havia falado que estava apaixonado por mim, por mais que
eu queria muito dizer que era recíproco, não pude, meu coração ainda era de Arthur.
Eu amava Arthur, mas também sentia ódio, ele logo depois de minha “morte” ele
havia pedido Lía em namoro, depois de 2 meses ele a pediu em casamento, essa que
havia estudado comigo na escola, mas eu a odiava, e ela me odiava. Sempre soube
que ela sentia inveja de mim, minha família não era qualquer uma, eu tinha as
melhores notas da escola, todos me adoravam, ela quando entrou na escola, criou
várias mentiras sobre mim.

Passados 5 meses em Hallstatt, decidi vou dar uma chance para Théo, pois não iria
mais deixar uma lagrima minha cair novamente por Arthur, eu cansei. Logo iniciei
um namoro com ele, ele estava perdidamente apaixonado por mim, por mais que ele
havia me sequestrado, ele só havia recebido ordens, eu ainda não sabia direito com o
que ele trabalhava, mas era algo ilegal. Pedi para ele me ensinar algumas coisas,
como usar uma arma, posições para lutas, pois eu queria ajudá-lo, e entrar nesta
“empresa” que ele trabalha, não queria mais depender dele para tudo.

Com muita insistência minha ele me ensinou algumas coisas, me levou nessa
empresa, logo descobri que ele era “quase” o chefe de uma das famílias da máfia, o
outro chefe, superior de Théo era o seu pai. Ele estaria em pouco tempo assumindo
totalmente o papel do pai, eu fiquei em choque, aonde eu estava indo parar?, logo
ele me acalmou, entrei na “empresa”, mesmo estando gravida de 5 meses.
9 meses de minha “morte”. Nesse tempo em Hallstatt, conheci várias pessoas, como
minhas amigas Luna e Violet. Violet começou um namoro com Harry, ele havia ido
morar conosco, conheceu ela, foi como amor à primeira vista, eles não sabem
explicar o que aconteceu, muito menos eu, então eu desejo que sejam felizes.
-AAAAAA- gritei desesperada, minha bolsa havia estourado, minha espinha parecia
que se quebrava.
- O que aconteceu? - Théo chegou desesperado, não sabia o que estava acontecendo.
Ele me levou para o hospital, me colocou uma peruca para não ser reconhecida, pois
sou uma pessoa da mídia, mas “morta”. Assumimos uma identidade falsa, eu me
chamava Penelope, Théo se chamava Matteo. No meio do caminho desmaiei, Théo
quando viu acelerou o carro, logo já estávamos no hospital.
Em meia hora no centro cirúrgico, um médico foi falar com Théo:
-Por favor, família da Penelope-
- Oi! Sou eu. - Théo havia demorado, para falar pois não era acostumado de me
chamarem de Penelope.
- Vocês não fizeram o acompanhamento da gravidez? - Perguntou o médico.
- Sim, fizemos- Respondeu
-Pois não parece, ela está com descolamento da placenta, isso torna como gravidez
de risco. - O médico concluiu.
-Oi?- Théo não sabia, havíamos feito somente o pré-natal, pois não queríamos que
Arthur descobrisse sobre os bebês.
- Se precisarmos salvar um, salvamos ela, ou os bebês? - Eu havia feito Théo
prometer que salvaria os bebês.
-Salve ela! - Théo ordenou.

2 horas se passaram, acordei, estava em um quarto de hospital, logo entendi o que


estava acontecendo, tentei gritar, mas estava sem forças. Logo uma enfermeira
apareceu, ela segura um pacotinho em suas mãos, ela me entregou, era uma
menininha, minha menina.
- Chloé! – Eu disse animada, olhando para o pacotinho, ela era uma cópia de Arthur,
mas em uma versão feminina.
- E o outro? – disse olhando para a enfermeira.
- Eu sinto muito! – a enfermeira disse, e eu desabei em lágrimas, meu menino não
estava ali comigo.

Arthur narrando

Lía havia me dito que estava grávida, ela disse quando estava com 3 meses, hoje ela
está com 8 meses, ela me ligou.
- Amor, vai ser agora – Eu entendi o que ela estava falando, falei que estava indo até
ela.
Ela falou que queria viajar com a sua família, ela estava em Hallstatt, eu estava na
Holanda, resolvendo assuntos da empresa. Fui em direção ao aeroporto, peguei meu
A&E”, não tive tempo de
jatinho, que tinha na porta, as iniciais gravadas “
apagar isso, e nem queria.
Depois de 4 horas de voo, aterrizei em Hallstatt, fui direto ao hospital, passei mais
ou menos 2 horas na recepção do hospital, pois eu não poderia entrar mais, logo fui
chamado para ver meu filho, entrei no quarto de Lía e ela o segurava.
- Posso? – disse e Lía assentiu.
- Deixei para que você escolha o nome. – Ela disse.
O menino que estava em minha frente, era igualzinho a mim, meu coração se
derreteu todo, seus cabelinhos loirinhos, queria ver qual era a cor de seus olhos.
- Philippe – disse e ela assentiu.
Emilly narrando

Já se passou 4 meses do nascimento de minha filha, estamos na festa de casamento


de Harry e Violet, deixei Chloé com uma babá, senti que não deveria levá-la, bom
minha intuição estava certa.
Théo me chamou para dançar, e eu o acompanhei. Na pista de dança, ouvimos um
tiro, quando olho para o homem na minha frente, ele estava caindo com um buraco
em sua barriga. Théo não poderia me deixar, não iria perdê-lo.
- Théo, reage por favor – eu disse chorando
Depois da ambulância levar Théo, eu estava no hospital desesperada, quando um
médico disse:
- Infelizmente ele não resistiu. – Ele disse e eu desabei em chorar, já havia perdido
meu filho, agora Théo, a minha vida não está sendo justa comigo, agora só sou eu e
Chloé, mais ninguém conosco, eu precisava ter forças, por ela.
Depois de seis mês da perda de Théo, a polícia encerrou o caso, não apareceu
nenhuma pista de quem poderia ter atirado, havia muitas pessoas na festa, Violet
conhecia praticamente a cidade inteira, quem odiaria tanto Théo para matá-lo
daquele jeito?, nunca saberíamos a resposta.

Passagem de tempo de 1 ano


- AAAAAAAH, como eu estava com saudade de você. – Emilly disse.
- Eu estava mais, minha baixinha – Arthur que estava sentado na cama afirmou.
- Bom agora que o nosso plano deu certo, podemos viver nossa vida com nossos
filhos em paz- Emilly disse deitando sua cabeça no colo de Arthur.
- Que bom, não aguentava mais ficar longe de você, esses até que foram difíceis. -
Arthur conclui, fazendo cócegas em Emilly.
- Para com isso, se não vou dar um tiro na sua barriga também, idiota- ela disse, e
ele logo parou.
- Nossa, meu nome não é Théo! – eles riram
- Você até agora não me contou o que você fez com a Lía – ela disse, ele começou a
falar.
- Bom, consegui fazer um laudo médico, afirmando que ela é louca, e mandei ela
para um manicômio, bem longe daqui – ele concluiu
- Nossa, saiu melhor do que eu imaginei. Ela disse
Bom tudo isso de traição, não passou de um plano de vingança, contra Lía e Théo.
Minha família “os LeBlanc” são uma das famílias da máfia, a família de Arthur “os
Roux” também são da máfia, nossas famílias são aliadas, conheci Arthur na festa da
celebração de 25 anos, da aliança das famílias, logo que eu o conheci, me apaixonei,
eu virei a “chefe”, depois que meu pai faleceu, e Arthur virou mais recentemente,
depois da morte de sua mãe.
Lía, nunca gostou de mim, sempre quis acabar comigo, inventou mentiras atrás de
mentiras, até que eu fui expulsa do colégio em que estudava, eu jurei para mim
mesma, que aquilo não ficaria assim, Arthur me apoia em tudo o que eu faço, então
falei para ele se aproximar de Lía, fazê-la virar sua “amante” e depois matá-la, ou
enviá-la para a cadeia, ele como meu amor, mandou ela para um manicômio, depois
dela roubar o meu Philippe.
Arthur no tempo em que ficou na recepção do hospital, ele já sabia que eu estava lá,
ele foi se encontrar comigo, falei que infelizmente havia perdido o menino, mas ele
me falou que provavelmente Lía, havia o roubado, pois ele sabia que ela inventou
que estava grávida, e Philippe tem os meus olhos. Eu fiquei com mais ódio ainda
dela, com essa informação Arthur conseguiu mandá-la para um manicômio.
Já Théo, ele era o chefe da família inimiga das nossas, Arthur sabia que ele iria me
sequestrar, para que ele enviasse armas, dinheiro e muitas coisas para ele, então eu
precisava cair no sequestro, e entrar na vida dele, fazendo ele se apaixonar por mim,
eu consegui todas as informações que precisávamos, mas precisava apagá-lo, o mais
rápido possível, então na festa quem deu o tiro nele, fui eu, como estava com poucas
luzes, peguei a arma, e atirei.
Voltamos a Paris, levei Chloé comigo, Arthur a conheceu. Quando chegamos na
nossa antiga casa, conheci Philippe. Arthur antes de sair do meu quarto do hospital,
mandei ele colocar esse nome.
Finalmente pude falar que estava viva, fui presa, fique somente uma noite na
delegacia, pois Arthur conseguiu me tirar de lá, e conseguir a minha inocência, que
juiz seria louco de negar 10 milhões de Euros?
Agora estamos vivendo nossas vidas como antes, vendo nossos filhos crescer,
juntos, eu com o amor da minha vida, em nossa casa. Chloé quando crescer irá
assumir o controle da família Roux, já Philippe irá assumir o controle da família
LeBlanc.

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