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revista REVISTA ABHO DE HIGIENE OCUPACIONAL Ano 11 N° 28 Setembro 2012

IV Congresso
Pan-Americano
de HO/São Paulo

» SAIBA COMO FOI O IV CONGRESSO


PAN-AMERICANO DE HIGIENE
OCUPACIONAL E O XIX ENCONTRO
BRASILEIRO DE HIGIENISTAS
OCUPACIONAIS

» Parecer da ABHO sobre


a proposta do MTE
para a revisão da NR 15
Revista ABHO de Higiene Ocupacional associação brasileira de higienistas ocupacionais
Ano 11, n° 28 criada em 1994
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores.
Reprodução com autorização da ABHO.

Coordenação: Conselho Editorial e Raquel Paixão

REVISTA
Revisão: Léa Amaral Tarcha (português)

Conselho Editorial:

28
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Antonio Keh Chuan Chou, Carlos Bizarri, Carolina Andrade,
Clóvis Barbosa Siqueira, Emerson Ferreira de Araújo Lima,
Francisco Kulcsar Neto, Igor Macedo de Lima,
João Constantino da Silva Neto, José Manuel Osvaldo Gana Soto,
Juliana de Souza Ribeiro, Marcel Scarpim de Oliveira,
Maria Margarida Teixeira Moreira Lima,
Milton Marcos Miranda Villa, Mina Kato, Roberto Jaques,
Rodrigo Souza Lobo, Santana da Silva,
Sergio A. Caporali Filho, Taís Ferreira Costa Santana da Silva,
Tarcísio Buschinelli, Valdenise Aparecida de Souza.

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Fotos Capa: StockBrazil e GPS676


Fotos IV PAN-HO: GPS676

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Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 1.000 exemplares
Assinatura anual (4 edições): R$ 66.00
08 15
Exemplar avulso: R$ 20,00

A ABHO é membro organizacional da International Occupational


Hygiene Association - IOHA e da American Conference
of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH®

ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais


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Revista ABHO (anúncios, matérias para publicação, 05 EDITORIAL 34 STF / ASBESTO
sugestões, etc.): revista@abho.com.br Princípios da Higiene Ocupacional
06 EVENTO
embasam Audiência Pública sobre o
Reunião Técnica das Associações de
DIREÇÃO TRIÊNIO 2012-2015 asbesto no Supremo Tribunal Federal
Higienistas Ocupacionais da América
DIRETORIA EXECUTIVA Latina 37 FUNDACENTRO
Presidente: Fundacentro publica novas normas
08 IV CONGRESSO PAN-AMERICANO
José Manuel Osvaldo Gana Soto sobre Higiene Ocupacional
Vice – presidente de Administração:
DE HIGIENE OCUPACIONAL E
Clarismundo Lepre XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE 38 ABHO
Vice – presidente de Formação e Educação Profissional: HIGIENISTAS OCUPACIONAIS A ABHO se faz presente em mais um
Roberto Jaques SAIBA tudo sobre o IV PAN-HO curso de Higiene Ocupacional
Vice – presidente de Estudos e Pesquisas:
Maria Cleide Sanchez Oshiro 15 Posse da Nova Diretoria Eventos relacionados à Ho em
Vice – presidente de Relações Públicas:
Ana Marcelina Juliani
para o triênio 2012 – 2015 2012/2013
Vice – presidente de Relações Internacionais: 16 Resumo dos trabalhos inscritos e 39 A ABHO dá as boas-vindas aos novos
Ana Gabriela Lopes Ramos Maia
apresentados no Iv Pan-Ho Higienistas Ocupacionais Certificados
Conselho Técnico
José Luiz Lopes - Juan Felix Coca Rodrigo
23 Cursos realizados durante o Iv Pan-Ho 41 RESENHA BIBLIOGRÁFICA
Geraldo Sérgio de Souza - Milton M. M. Villa Manual para interpretação de
28 ATUALIZAÇÃO DA NR 15
informações sobre produtos químicos
Conselho Fiscal Parecer da ABHO sobre a proposta
Mauro David Ziwian - José Possebon de alteração da NR-15 divulgada pelo 42 PUBLICAÇÃO
Marcos Aparecido Bezerra Martins Ministério do Trabalho e Emprego para Lançamento das Diretrizes para a
Representantes Regionais
consulta pública Vigilância do Câncer Relacionado ao
Geraldo Sérgio de Souza - MG; Jandira Dantas – PE e PB; Trabalho
31 SUPORTE TÉCNICO
Celso Felipe Dexheimer – RS; Roberto Jaques – RJ;
José Gama de Christo – ES; Milton M. M. Villa - BA e SE; Agentes Químicos, Doenças
Paulo Roberto de Oliveira - PR e SC Ocupacionais e Uso de Respiradores
EDITORIAL

Por que somos diferentes


Prezados colegas e amigos da ABHO, em agosto deste Como explicar esse conceito, que nasceu na década
ano, tivemos a realização do IV Congresso Pan-americano, de 1940, se alastra até os dias atuais, aperfeiçoando-se
com a participação de profissionais das áreas de Higiene negativamente com o passar dos anos e hoje se apresenta
Ocupacional de diversos países-irmãos. como uma grande “conquista” da sociedade brasileira?
Marcaram presença os representantes das associações Como explicar que todos os profissionais que atuam como
de Higiene Ocupacional de Argentina, Chile, Peru, Colômbia, especialistas nas áreas de segurança, higiene e medicina do
México, Venezuela, Costa Rica e Panamá. Outros profissionais trabalho somos contrários a esse conceito e o consideramos
do Paraguai e da Bolívia também compareceram para nefasto e vergonhoso e que no decorrer de todos esses anos
abrilhantar e complementar a irmandade do evento. temos alertado as autoridades competentes, encarregadas
de alterar essas normas, e proposto a extinção deste
Tivemos importante participação da Associação
com argumentos sólidos e que, apesar de tudo isso, tais
Espanhola, da Organização Pan-americana da Saúde (OPS) e
autoridades jamais nos deram ouvidos?
de outros profissionais vindos dos EUA, que nos brindaram
com excelentes trabalhos técnicos. Paralelamente à realização desse congresso, preparava-
se a publicação da proposta de mudança da parte
Todos eles conviveram com os integrantes da ABHO
introdutória da NR-15 da Portaria 3214/78, que logo depois
durante vários dias de reuniões, compartilhando e
foi apresentada para consulta pública. Nova decepção
debatendo diversos temas de Higiene Ocupacional, daí
para aqueles que já haviam sofrido o impacto de ler o
resultando acordos de cooperação mútua, novas propostas
texto publicado: nele não se observa nenhum esforço para
e novas ideias de atuação conjunta para um futuro próximo.
encontrar um caminho de mudanças. Sabemos que não será
Esse evento, assim como a ideia do Brasil de sediar fácil, pois esse conceito está consolidado na lei maior, porém,
qualquer encontro, resulta sempre na maior expectativa todos os profissionais da área, inclusive aqueles que são
dos profissionais dos países vizinhos e por que não dizer, autores dessa proposta, têm o direito de pensar livremente
daqueles que se situam mais longe e que compartilham e, por conseguinte, de procurar soluções para problemas que
nossas atividades de prevenção na área da saúde com o aparentemente não têm solução.
foco ocupacional. Somos diferentes e, às vezes, únicos como
Mais uma vez não se fez esse esforço que deveria ter
país, com gente alegre, descontraída, capaz de apresentar
sido feito pelos profissionais que prepararam o texto básico:
ao mundo um caminho alternativo para ocupar um lugar de
vejam a conclusão da ABHO a respeito dessa questão de
destaque.
vital importância para o texto final que deverá ser aprovado:
Porém, temos também algumas graves controvérsias
“Ainda que impossibilitada sua extinção por sua presença
que, em um evento como o IV Congresso Pan-americano
expressa pela lei maior, não se vislumbra nesse projeto,
de Higiene Ocupacional, tornam-se extremamente difíceis
o início de um esforço para mudar o maléfico conceito de
explicar a nossos convidados de boa parte do mundo que se
“adicional de insalubridade”, ansiado por décadas e com
reuniram para compartilhar, discutir e aprovar moções. Essa
unanimidade por toda a comunidade prevencionista;
grande dificuldade não representa nenhuma novidade para
ao contrário, essa proposta pode incentivar e facilitar os
a ABHO e seus membros, aliás, não representa novidade
procedimentos para sua atribuição se não houver uma
para a grande comunidade prevencionista de nosso país que
ação ordenada de dispositivos que ofereçam ênfase nos
hoje deve ultrapassar mais de uma centena de milhar de
aspectos de controle no ambiente, desfazendo-se o peso
profissionais em todas as suas especialidades.
da insalubridade em si. Em outras palavras, buscar meios
Durante esse congresso foi extremamente difícil e criativos de causar a “morte natural” da insalubridade”.
até constrangedor, para a ABHO, mais uma vez, explicar o
Prezados, Higienistas e amigos prevencionistas, leiam
“conceito de insalubridade” e de “pagamento de adicionais
o parecer da ABHO na íntegra nesta revista, o qual já foi
de insalubridade” previsto na NR-15 da Portaria 3214, para
encaminhado ao MTE, reflitam e apoiem esse documento,
os nossos colegas de profissão das associações participantes.
pois pode ser que, em um futuro próximo, tenhamos êxito
A dificuldade aumenta ainda mais quando se tenta na consecução do esforço almejado por todos de influir em
explicar esse conceito e suas nefastas consequências para uma mudança normativa, que seja o início do fim de um
o contexto capital-trabalho no Brasil, saúde do trabalhador, conceito nefasto, que se mantém há tantos e tantos anos
prevenção, formação de profissionais, evolução de normas em nossa legislação.
que, espera-se, caminhem para um mundo moderno
com reflexos na economia do país e do bem-estar de sua
população e de seus trabalhadores.

Revista ABHO / Setembro 2012 5


EVENTO

Reunião Técnica das Associações de


Higienistas Ocupacionais da América Latina
A iniciativa da reunião que antecedeu o IV Congresso Pan-Americano de HO surgiu a partir
da possibilidade de financiamento pela Associação Neerlandesa de Higiene Ocupacional (NVvA).

Foto: cortesia AVHO


Graças à iniciativa do engenheiro Rudolf van der Haar, Ocupacional foi estabelecido o desenvolvimento de
que apresentou o projeto “Definição do programa de um plano de trabalho para fortalecer as associações
atuação em Higiene Ocupacional a ser desenvolvido na profissionais participantes e fomentar o desenvolvimento
América Latina” e o submeteu à apreciação da NVva, para da Higiene Ocupacional como disciplina preventiva na
que esta o financiasse por meio dos recursos da bolsa de América Latina. Para o desenvolvimento desta se elaborou
estudos “Buitenlandbeurs”, foi possível realizar a “Reunión previamente uma agenda de trabalho, orientada por uma
Técnica de Asociaciones de Higienistas Ocupacionales de série de documentos de consulta.
America Latina”. Essa bolsa visa a oferecer, aos membros
da NVvA, a oportunidade de contribuir para a promoção da Nesse encontro de dois dias, houve a participação
Higiene Ocupacional em países em desenvolvimento ou de representantes de 10 associações profissionais de
em economias em crescimento na Ásia, América do Sul ou Higiene Ocupacional dos seguintes países: Venezuela,
Europa Oriental.
Chile, México, Argentina, Costa Rica, Panamá, Nicarágua,
Colômbia, Espanha e Brasil.
O encontro ocorreu em São Paulo, nos dias 17 e 18 de
agosto e contou também com a participação da consultora
Pela ABHO, participaram integralmente da reunião,
em saúde ocupacional da Organização Pan-americana de
além de seu presidente José Manuel Gana Soto, a vice-
Saúde (OPAS), doutora Julietta Rodríguez-Guzmán.
presidente de relações públicas Maria Margarida Moreira
Em 1998 foi realizada, em São Paulo, a primeira reunião Lima e a higienista Irene Saad. Os higienistas Satoshi
consultiva para discutir o desenvolvimento da Higiene Kitamura (UNICAMP), Sérgio Colacioppo (USP) e Edna
Ocupacional na América Latina. Nela foram analisados Nogueira (UFBA) foram convidados a acompanhar as
temas como o perfil e as funções do higienista ocupacional discussões que trataram, em especial, da formação em
e as áreas de conhecimento requeridas para sua formação Higiene Ocupacional.
profissional, sendo os resultados publicados pela OPAS em
2001 e republicados pela ABHO em português em 2011. Durante a reunião definiram-se estratégias para o
desenvolvimento da profissão de higienista ocupacional,
Como objetivo da reunião realizada nos dias que indicando-se a importância das associações profissionais
antecederam o IV Congresso Pan-americano de Higiene para as ações voltadas para esse objetivo.

6 Revista ABHO / Setembro 2012


EVENTO

Solicite
Foram estabelecidos seis eixos para a abordagem dos
temas pertinentes à consolidação de nossa profissão, a
saber:
1- Situação atual das associações participantes;
2- Formação em HO nos países da América Latina e outras já o seu
exemplar!
iniciativas;
3- Certificação dos profissionais / ética profissional;
4- Acreditação de laboratórios de HO;
5- Higiene Ocupacional no setor informal;
6- Matrizes de emprego-exposição / CAREX.

A reunião caracterizou-se, também, como importante


oportunidade de intercâmbio e conhecimento mútuo entre
as associações latino-americanas de HO, assim como para o
fortalecimento dos seus objetivos, com resultados bastante
positivos e animadores. Foi renovado o compromisso de
todas em colocar a Higiene Ocupacional no nível requerido
para melhor se alcançarem os benefícios esperados para
a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras da região,
com a atuação dos profissionais de nossa área.

Esse encontro contribuiu para compreendermos os


desafios, pontos fortes e pontos fracos que temos de
enfrentar como um único bloco para melhorar as condições
de trabalho e a saúde da população da América Latina.
Foi possível compartilhar experiências, conhecimentos
e práticas que são desenvolvidas nos diferentes países
e, dessa forma, antecipar discussões importantes sobre
o desenvolvimento da Higiene Ocupacional na América
Latina.

Iniciativas como essa agregam valor para os profissionais


e, por essa razão, a reunião proposta pela Associação
Espanhola de Higiene Industrial (AEHI) teve o apoio da
ABHO por se traduzir na possibilidade de fortalecer as
relações entre as Associações de Higiene Ocupacional, tanto
da América Latina como entre outras associações, como a
NVva e a AEHI, para a troca de experiências e atividades de
capacitação e investigação em diferentes áreas.

Mais uma vez, a ABHO quer registrar, como já o fez na


correspondência que foi encaminhada pelas Associações
participantes da reunião para a Associação Neerlandesa
de Higiene Ocupacional, seu reconhecimento especial ao
higienista Rudolf van der Haar, que promoveu, organizou
e coordenou a reunião, a agenda e a síntese das tarefas
decorrentes do encontro, pela sua notável dedicação
e eficiência, além de sua simpatia, profissionalismo e
espírito de solidariedade para atingir o objetivo desejado
de integração regional na área da Higiene Ocupacional.

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IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

SAIBA COMO FOI


O IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E O XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS
Maria Margarida Teixeira Moreira Lima (*)

A ABHO realizou, de 20 a 23 de agosto de 2012, o IV Congresso Pan-americano de Higiene Ocupacional e o XIX


Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais. Nessa oportunidade, profissionais ligados à área de Higiene
Ocupacional no Brasil e na América Latina compartilharam experiências de trabalho na área, a legislação e a formação
em HO nos países que se fizeram representar por meio das respectivas associações de profissionais. Também
apresentaram práticas bem-sucedidas no controle da exposição ocupacional a agentes ambientais e, em especial, a
atuação de grandes setores como da indústria química e petroquímica, da mineração e da indústria de óleo e gás na
gestão de programas de Higiene Ocupacional.

Mesa de Abertura do Congresso formada por: Dra. Julietta Rodriguez-Guzmán (OPAS), Engª Tatiana Rodriguez (AISLHA), Higienista José Manuel O Gana Soto (ABHO),
Engº Leonídio Francisco Ribeiro (OBESST), Dr. Zuher Handar (ANAMT) e Engº Rinaldo Marinho Costa Lima (DSST/MTE).

Neste ano, a ABHO foi a responsável pela organização Na busca de maior valorização da Higiene Ocupacional
do IV Congresso Pan-americano de Higiene Ocupacional na América Latina e da integração dos profissionais de
(IV PAN-HO), que se realizou em parceria com a Asociación diferentes países, o tema central do evento foi “A Higiene
Mexicana de Higiene Industrial (AMHI), a Asociación Ocupacional construindo cultura em saúde ocupacional nos
Chilena de Higiene Industrial y Salud Ocupacional (ACHISO), países latino-americanos”. O tema motivou as Associações
a Asociación Venezolana de Higienistas Ocupacionales participantes do Congresso a proporem e a assinarem
(AVHO) e a Asociación Colombiana de Higiene Ocupacional um documento intitulado “Manifesto de São Paulo” (ver
(ACHO). Também participaram representantes da BOX), que foi apresentado e aprovado pelos participantes
Asociación de Higienistas de la República Argentina (AHRA), do Congresso em dois momentos: na abertura do IV PAN-
da Asociación Peruana de Higiene Ocupacional (APEHO) e HO e durante a Programação Técnica. Esse documento
da Asociación Española de Higiene Industrial (AEHI). será levado a Organismos Internacionais, em especial à

(*) Higienista Ocupacional Certificada HOC0008

8 Revista ABHO / Setembro 2012


IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

Organização Internacional do Trabalho (OIT). A intenção Francisco Ribeiro, presidente da Organização Brasileira
consiste em promover e valorizar a Higiene Ocupacional das Entidades de Segurança e Saúde do Trabalho e do
como disciplina fundamental para a prevenção das doenças Meio Ambiente (OBESST) e pela
relacionadas ao trabalho na América Latina. Será porta-voz engenheira Tatiana Rodriguez,
dessa solicitação na Organização Mundial da Saúde (OMS) Presidente da Associação de
e na OIT a representante da OPAS, Engenheiros de Segurança do
a doutora Julietta Rodriguez- Trabalho e Higiene Ambiental de
Guzmán, que participou do Costa Rica (AISLHA). Na mesa de
evento como conferencista autoridades também se fizeram
convidada pela ABHO. presentes os presidentes das
Associações Latino-americanas de
As palestras e a exposição Higiene Ocupacional, higienista David S. Rodriguez Marin (AMHI)
de equipamentos e serviços David S. Rodriguez Marin (AMHI),
ocorreram no Centro de higienista Maria de La Paz
Convenções do Hotel Century Estevez (AVHO), higienista Enney
Dra. Julietta Rodriguez-Guzmán (OPAS)
Paulista, em São Paulo, no L. Gonzáles Ramirez (ACHO) e
período de 21 a 23 de agosto de higienista Ana María Salazar
2012, com os tradicionais almoços de integração entre os (ACHISO), que participaram
participantes. Ali teve lugar também a Assembleia da ABHO. apoiando a organização do
Os cursos pré-congresso se realizaram entre os dias 16 e Congresso Pan-americano e o
20 de agosto de 2012 nas instalações do Novotel Jaraguá presidente da ABHO, higienista
SP Conventions. Além de trabalhos de livre inscrição José Manuel Maria de la Paz Estevez (AVHO)
dos participantes, o Programa se desenvolveu com O s v a l d o
a participação de conferencistas internacionais e de Gana Soto, que presidiu a abertura do
profissionais e autoridades nacionais na área de SST IV PAN-HO.
visando à abordagem dos seguintes temas:
A Conferência magna foi proferida
Criando cultura pela educação: formação e
t pela representante da Organização
capacitação em HO - referências para uma Pan-americana da Saúde (OPAS),
visão latino-americana; doutora Julietta Rodríguez-Guzmán,
t Difundindo cultura: boas práticas de HO; José Manuel O. Gana Soto (ABHO)
médica colombiana que vem atuando
t Legislação comparada em HO na América há mais de 24 anos no mundo da saúde
Latina; ocupacional em diferentes países e,
t Higiene Ocupacional em diferentes atividades atualmente, ocupa o cargo de Assessora Regional em saúde
econômicas: óleo & gás, mineração, química & dos trabalhadores, desenvolvimento sustentável e saúde
petroquímica e nas pequenas empresas. ambiental da OPAS. Em sua fala apresentou a todos, com
muito entusiasmo, o panorama da “Saúde Ocupacional nas
A cerimônia solene de abertura do IV PAN-HO e do Américas”, no contexto da saúde dos trabalhadores na região
XIX Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais e dentro dos marcos angulares globais e regionais e ainda o
aconteceu na noite do dia 20 de agosto
e foi prestigiada por entidades da área
de Segurança e Saúde no Trabalho,
representadas nas pessoas do engº
Rinaldo Marinho Costa Lima, diretor do
Departamento de Segurança e Saúde
no Trabalho do Ministério do Trabalho
e Emprego (DSST/MTE), do dr. Zuher
Handar, diretor científico da Associação
Nacional de Medicina do Trabalho
(ANAMT), do engenheiro Leonídio Enney L. Gonzáles Ramirez (ACHO) Ana María Salazar (ACHISO) Alejandro Magnin (AHRA)

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IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

compromisso da Organização Pan-americana da Saúde em de valorização da Higiene Ocupacional e a minimização


colaborar com seu desenvolvimento. Apresentou caminhos dos impactos do trabalho em condições de riscos à
a serem seguidos, em especial quanto ao compromisso da saúde sobre a sociedade e o consequente adoecimento
formação em Higiene Ocupacional como tema prioritário dos trabalhadores e suas consequências. Nesse cenário,
e pendente na agenda da Organização para avançar na ressaltou-se o importante papel dos profissionais que
busca da saúde dos trabalhadores, do trabalho decente e atuam em prevenção na geração e disseminação cada vez
do desenvolvimento sustentável. Apontou as alternativas maior de informações e de uma melhor integração latino-
da OPS/OMS por meio de alianças estratégicas internas americana das áreas de conhecimento em SST para a
e externas e a construção de redes de conhecimento. Fez formação e a atuação no controle das doenças ocupacionais
menção à publicação “A Higiene Ocupacional na América na América Latina.
Latina: um guia para seu desenvolvimento”, editada por
Berenice Goelzer e Rudof van der Harr, e distribuida pela Como nos anos anteriores, durante a sessão de abertura
OPAS em 2001, como referência importante dentro do do IV PAN-HO e do coquetel que se seguiu, promovido
tema do Congresso. para os membros da ABHO e as autoridades convidadas,
houve uma apresentação musical de um grupo boliviano
Em agradecimento à participação da doutora Julietta, que alegrou a todos e os chamou para a arte que também
o Presidente da ABHO entregou-lhe uma placa de envolve a ciência da higiene ocupacional.
reconhecimento na qual se registraram os seguintes
dizeres:

“A ABHO cumpri-
menta Julietta
Rodríguez-Guzmán,
da OPS/OMS, pela sua
participação no IV Con-
gresso Pan-Americano
de Higiene Ocupacional Coquetel de boas vindas
e reconhece a sua va-
liosa contribuição para
o desenvolvimento da
saúde ocupacional a
nível internacional.

Fazemos votos para


que o seu entusiasmo
nos ajude a transmitir
a todos os profissionais
das Américas conheci- Conjunto musical boliviano
mentos para proteger
a saúde dos trabalha- A cerimônia contou com a cobertura do diretor da
dores, considerada o Revista CIPA, José Roberto Sevieri, e da Revista PROTEÇÃO,
Dra. Julietta Rodriguez-Guzmán recebe placa de bem mais precioso em veículos que também prestigiaram e apoiaram a pré-
mãos do Presidente da ABHO, José Manuel O.
Gana Soto. qualquer atividade.” divulgação do Congresso.

Com as palavras que se seguiram dos renomados No primeiro dia, o Evento ampliou as informações dos
higienistas, presidentes das Associações coirmãs da ABHO, Congressistas sobre a legislação e a prática da HO em
e das autoridades na área demonstraram-se, além da diferentes países e as iniciativas na formação e capacitação
satisfação com a realização de mais um Congresso Pan- em HO na América Latina, à luz do que se preconiza
americano de HO no Brasil, necessidades regionais e a internacionalmente, em especial a busca da certificação
importância dada às questões da educação, como forma como caminho para um melhor reconhecimento da

10 Revista ABHO / Setembro 2012


IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

capacidade dos profissionais para atuarem na área de Chamou-se a atenção, em especial, para alguns
HO. Esses conteúdos foram organizados em Painéis pontos preocupantes nas alterações que vêm ocorrendo
coordenados pela Diretoria da ABHO. recentemente nessa legislação, tais como a introdução de
aspectos da higiene ocupacional em outras NRs, como, por
O Painel 1 enfatizou exemplo, na NR-22 (Mineração), desobrigando o PPRA em
o tema central do IV função do PGR, na NR-29 (Portuária), o aspecto do frio, na NR-
PAN-HO sob a ótica da 20 (combustíveis e inflamáveis), a inclusão de informações
Educação com a cha- no PPRA (inventário, riscos, plano de prevenção de
mada: “Criando cultura acidentes, atuação em emergência nos aspectos referentes
pela educação: forma- aos combustíveis e inflamáveis) e outras legislações
ção e capacitação em esparsas fazendo com que se perca a unidade da Portaria
HO na América Latina”, 3214/78. Como exemplos dessa legislação, foram citados a
contando com a presen- Lei 11.934/2009, sobre RNI – campos elétricos, magnéticos
Rudolf van der Haar (AEHI) e Roberto Jaques ça do higienista ocupa- e eletromagnéticos e o Decreto 6.945/2009 – sobre o PPRA
Vice-presidente de Educação e Formação
Profissional (ABHO)
cional convidado pela nas empresas de TI, TIC e call centers.
ABHO e vice-presidente
da AEHI, Rudolf van der Harr, que apresentou as “Referên- No Painel “Contribuições Latino-americanas”,
cias internacionais na educação em HO para os países em coordenado pelo vice-presidente de relações internacionais,
desenvolvimento”. Juan Félix Coca Rodrigo, apresentaram-se colaborações
de dois higienistas da Venezuela sobre a identificação de
Nesse mesmo Painel, as iniciativas de formação e processos perigosos e sobre os aspectos ergonômicos nos
capacitação em HO nos países latino-americanos foram trabalhos de empurrar e puxar e da FISO-Fundação Ibero-
expostas pelos presidentes das Associações da Venezuela, Americana de Seguridade Social e Saúde Ocupacional por
do México, da Colômbia, do Chile e da Argentina e os meio da apresentação de uma ferramenta de informática
programas que se realizam no Brasil foram relacionados para a gestão de riscos nos ambientes de trabalho, em
pelo vice-presidente de educação e formação da ABHO, prática na Argentina.
Roberto Jaques, que coordenou o painel.

Pelo conteúdo do Painel 2, coordenado pelo diretor do


DSST/MTE, Rinaldo
Marinho Lima, so-
bre “Legislação com-
parada em HO na
América Latina” foi
possível conhecer os
instrumentos legais
Hector Acosta - AVHO César Pérez - AVHO Mauricio Cattaneo - FISO
para atuação em HO
em diferentes países,
O Painel Premiado “Práticas bem-sucedidas no
apresentados pelos
controle da exposição ocupacional a agentes ambientais”,
presidentes das asso- Irene Saad - ABHO
ciações participantes.
No caso do Brasil, a higienista Irene Saad foi convidada pelo
presidente da ABHO para falar sobre a estrutura da legis-
lação brasileira. Sua apresentação focou, principalmente, a
Portaria 3214/78, com ênfase nas Normas Regulamenta-
doras nº 9 e nº 15 que tratam do controle e da caracteriza-
ção da insalubridade e são o instrumento de atuação para
o cumprimento da Lei 6514/77 nos aspectos da higiene do
trabalho. Enfatizaram-se os avanços da NR-09 e a desatua-
Satoshi Kitamura - UNICAMP Guy Ladvocat – ABNT/RJ Edson A. Libert - IBC/USP
lização da NR-15.

Revista ABHO / Setembro 2012 11


IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

coordenado por José Manuel Gana Soto, focalizou


diferentes meios de controle da exposição ocupacional
e ambiental aos riscos do formaldeído, muito bem
caracterizados pelo médico do trabalho e higienista
ocupacional Satoshi Kitamura da UNICAMP.

Na sequência da Programação
Técnica no segundo dia, no Painel 4
“Higiene Ocupacional na indústria
Sandra Muñoz - CODELCO Cláudia Pelegrinelli - IBRAM Ana Gabriela Maia - VALE
química & petroquímica e nos temas
livres em agentes físicos”, coordenados da ABHO e contando com a apresentação da experiência da
pelo vice-presidente de estudos e empresa CODELCO na grande mineração de cobre do Chile,
pesquisas da ABHO, Mario Fantazzini, com informações atualizadas sobre o Programa “MinerAção”
apresentaram-se o modelo de gestão do IBRAM e a experiência da Higiene Ocupacional na VALE.
Rozilda Figliuolo em HO na BRASKEM e trabalhos
Brandão - BRASKEM relevantes na área de ruído.
No último dia do
IV PAN-HO, o Painel 8
Nesse dia, o Painel 5 “Ex-
apresentou modelos
posição ocupacional a carci-
de gestão de “Higiene
nogênicos”, coordenado pela
Ocupacional na Indús-
vice-presidente de relações
tria de Óleo & Gás”,
públicas da ABHO, Maria Mar-
com experiências da
garida T. Moreira Lima, contou
PDVSA da Venezuela,
com apresentações sobre a
da SHELL Brasil e da
utilização dos limites para a
STATOIL Brasil. Mauricio Souza - SHELL Cristiano Lima - STATOIL
exposição ocupacional, sobre Mesa Painel 5, formada por Rudolf
van der Haar - AEHI, Helena
as diretrizes para vigilância do Garbin – INCA/MS, Maria de Fátima
O Painel 9 “Higiene Ocupacional nas
câncer relacionado ao traba- Pedroso - Univ. Mackenzie e Maria
Pequenas Empresas”, coordenado pelo
lho do Instituto Nacional do Margarida T. M. Lima - ABHO
vice-presidente de educação e forma-
Câncer do Ministério da Saúde (INCA/MS) e sobre limites
ção da ABHO, trouxe a experiência do
de exposição ocupacional para carcinogênicos, com ênfase
Serviço Social da Indústria (SESI) com a
no benzeno.
atuação nas pequenas empresas.
Como instrumentos de interesse para os higienistas
ocupacionais foram tra- Na mesa coordenada pelo vice-
Augusto Dourado - SESI/SP
presidente de administração da ABHO,
zidos no Painel 6 “Fer-
ramentas para a HO” o Gerrit Gruenzner, foram apresentados
Projeto SALTRA da Ni- temas livres em agentes químicos relacionados à avaliação
carágua e o perfil para a da exposição ocupacional aos agentes químicos nas plantas
atuação dos Higienistas Sherwin Williams da América Latina, ao diagnóstico da
Ocupacionais na Costa eficiência de sistemas de exaustão com captores do tipo
Rica. Na sequência des- coifas e capelas, aos contaminantes no monitoramento
se Painel, como tema de agentes químicos na indústria farmacêutica e ao uso
Luis E. Blanco Romero - Tatiana Bermudez - livre geral e de interface da ferramenta Qualitative Exposure Assessment – QEA por
UNAN-León (Nicaragua) AISLHA (Costa Rica)
com a HO, foi apresen- uma grande empresa.
tado um diagnóstico de riscos à saúde em ambientes hospi-
talares para orientação na sua identificação e controle. No Painel 10 “Práticas de amostragem e metodologias
de análise de agentes ambientais”, coordenado pela
Na programação, o Painel 7 foi centrado em “HO na In- vice-presidente de relações públicas da ABHO, foram
dústria da Mineração”, sendo coordenado pelo presidente desenvolvidos temas de interesse da prática da avaliação

12 Revista ABHO / Setembro 2012


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E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

de agentes ambientais havendo a


apresentação da higienista americana
Debbie Dietrich sobre métodos
e dispositivos para a avaliação
ocupacional das diferentes frações
de separação das partículas e sobre
a acreditação de laboratórios pela
coordenação geral de acreditação
do Instituto Nacional de Metrologia,
Debbie Dietrich - SKC/USA
Normalização e Qualidade Industrial
(Cgcre/INMETRO), com um enfoque
voltado para a rastreabilidade, Feira de expositores e serviços
confiança nas medições, a cadeia de
custódia e laboratórios. Outro ponto forte dos Congressos da ABHO continua
sendo o almoço nos dias do Congresso como uma
Os resumos dos trabalhos apre- oportunidade de congraçamento e fortalecimento da
sentados como temas livres estão amizade que une os higienistas brasileiros e, a partir deste
publicados nesta edição da Revista IV PAN-HO, aproximou ainda mais os higienistas dos países
ABHO, com os dados dos autores, da América Latina.
Luciaurea O. Cavalcanti -
INMETRO para mais informações.
Como em todos os Encontros de Higienistas
A Feira de Expositores e Serviços do IV PAN-HO, como Ocupacionais se realizou a Assembleia da Associação, que
em todos os eventos da ABHO, foi um sucesso, pois reuniu neste Evento contou com a participação de 47 membros
em uma mesma oportunidade o que há de melhor em
fornecedores de equipamentos de avaliação ambiental,
além de empresas fabricantes de EPIs e de outros insumos
para avaliação e controle das exposições aos riscos
ambientais, bem como empresas de referência que prestam
serviços de Higiene Ocupacional. Neste ano, o IV Congresso
Pan-americano contou com patrocinadores nas categorias
Ouro, Prata, Bronze e Apoiador das seguintes empresas:
VALE, ALMONT, FASTER SGS-ENVIRON, AMBIENTEC, 3M,
SKC, dpUNION, ITSEMAP, ANALYTICAL, CHROMPACK,
NAKAYAMA, TOTAL SAFETY, Laboratório ALAC, NEDERMAN,
GOJO, HELPSEG, AVAM, e o apoio institucional da Revista
CIPA e da Revista PROTEÇÃO e da OBESST.

Abertura da feira pelos presidentes da ABHO e da AHRA Almoços de integração

Revista ABHO / Setembro 2012 13


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E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

ativos e deliberou sobre os assuntos de interesse da


ABHO e deu posse aos novos membros da Diretoria e dos “Manifiesto de São Paulo”
Conselhos Técnico e Fiscal e aos Representantes Regionais
Aprobada por unanimidad por los asistentes al
para a gestão 2012-2015. Foram todos recebidos de braços IV Congreso Pan-Americano de Higiene Ocupacional
abertos e espera-se que contem com o apoio da nossa celebrado en São Paulo, Brasil, durante los días de 20 al
Associação para um trabalho bastante gratificante em prol 23 de agosto.
dos Higienistas Ocupacionais e da Higiene Ocupacional no Considerando que:
Brasil e sua valorização na América Latina.
1. La higiene ocupacional es una ciencia fundamental
para la prevención de las enfermedades profesionales
O IV PAN-HO reuniu 241 participantes que estiveram mediante la intervención efectiva y el control de los
congregados nas instalações do Hotel Century Paulista, entre peligros presentes en los lugares de trabajo.
os dias 20 e 23 de agosto de 2012, sendo que entre eles muitos 2. Existe un subregistro de las enfermedades
participaram dos cursos que aconteceram no período de 16/8 profesionales, siendo difícil determinar la prevalencia,
a 20/8. Os cursos realizados por especialistas convidados pela especialmente en el sector informal de la economía.
ABHO contaram com129 participantes. Os temas e a respectiva 3. A pesar de su importancia, el desarrollo de la higiene
carga horária foram: Introdução à Higiene Ocupacional (8 ocupacional en América Latina es limitado en relación a
horas); Agentes químicos: teoria e prática da avaliação (40 otras disciplinas de la salud ocupacional.
horas); Agentes físicos: teoria da avaliação de ruído e vibração 4. Existe desconocimiento de los objetivos y alcances de
(16 horas); Agentes Químicos: proteção respiratória (16 la higiene ocupacional tanto en los sectores empresariales,
horas); Toxicologia aplicada à Higiene Ocupacional (16 horas) públicos y agrupaciones sindicales como en la sociedad
e Fundamentos da estatística aplicada à Higiene Ocupacional en general.
(16 horas). Veja mais detalhes em matéria a seguir. Por lo tanto:
Los asistentes al IV Congreso Pan-Americano de
O encerramento do IV PAN-HO foi realizado pelos Higiene Ocupacional realizado en São Paulo, Brasil,
presidentes das Associações ABHO, AMHI, APEHO, AHRA e así como los representantes de las Asociaciones
AVHO com a chamada do V Congresso Pan-americano de Profesionales en el ámbito de la Higiene Ocupacional
Higiene Ocupacional e o convite para os presentes conhecerem de Latinoamérica (ABHO, AVHO, AMHI, ACHISO,
a Venezuela por meio de uma bonita apresentação do País que AISLHA, AHRA, COSSMAP, ACHO) presentes en ello,
solicitan a las autoridades competentes de sus países y
sediará o V PAN-HO em 2014. O Congresso será organizado
a la Organización Panamericana de la Salud (OPS) y
pela Associação Venezuelana de Higienistas Ocupacionais
Organización Internacional del Trabajo (OIT) que en la
(AVHO) com a participação das demais associações que próxima celebración del día de la Seguridad y Salud en el
compartilham dessa iniciativa para o desenvolvimento da Trabajo a realizarse el día 28 de abril de 2013, se enfatice
Higiene Ocupacional na América Latina, como uma bandeira la Higiene Ocupacional como disciplina fundamental para
que segue de mão em mão. la prevención de los riesgos a la salud de los trabajadores.

Mesa da Sessão de Encerramento: David Rodriguez Marin (AMHI), Maria de la Paz Estevez (AVHO), José Manuel Gana Presidente da AVHO anuncia o V PAN-HO na
Soto (ABHO), Alejandro Magnin (AHRA) e Gregory Galicio(APEHO) Venezuela, em 2014.

14 Revista ABHO / Setembro 2012


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Posse da nova diretoria para o triênio 2012 – 2015


Na Assembleia ordinária anual da ABHO realizada durante o XIX Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais,
ocorrido no Centro de Convenções do Hotel Century Paulista, em São Paulo, tomou posse a nova diretoria da ABHO eleita
para o triênio 2012-2015. Os novos indicados para a diretoria executiva são: Presidente: José Manuel Osvaldo Gana
Soto; Vice-presidente de Administração: Clarismundo Lepre; Vice-presidente de Formação e Educação Profissional:
Roberto Jaques; Vice-presidente de Estudos e Pesquisas: Maria Cleide Sanchez Oshiro; Vice-presidente de Relações
Públicas: Ana Marcelina Juliani; Vice-presidente de Relações Internacionais: Ana Gabriela Lopes Ramos Maia.
O Conselho Técnico está formado por José Luiz Lopes; Juan Felix Coca Rodrigo; Geraldo Sérgio de Souza; Milton M. M. Villa.
O Conselho Fiscal composto por Mauro David Ziwian; José Possebon; Marcos Aparecido Bezerra Martins.
Os Representantes Regionais são Geraldo Sérgio de Souza – MG; Jandira Dantas – PE e PB; Celso Felipe Dexheimer – RS;
Roberto Jaques – RJ; José Gama de Christo – ES; Milton M. M. Villa - BA e SE; Paulo Roberto de Oliveira - PR e SC.
A ABHO agradece o importante trabalho prestado por aqueles que fizeram parte da diretoria do triênio 2009-2012 e dá
boas vindas aos novos membros empossados para a tarefa de conduzir a nossa Associação pelos próximos três anos.

Membros presentes na Assembleia da ABHO

Diretoria, conselhos e representantes regionais triênio 2009-2012

Diretoria, conselhos e representantes regionais triênio 2012-2015

Revista ABHO / Setembro 2012 15


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E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

RESUMO DOS TRABALHOS INSCRITOS E


APRESENTADOS NO IV PAN-HO
Estudo-piloto de caracterização da uso do protetor. O estudo foi conduzido em um ambiente
simulado de construção onde todo o ruído alheio ao
perda por inserção de protetores
experimento foi minimizado e onde o ruído gerado pela
auditivos tipo concha operação das duas ferramentas elétricas foi controlado para
Sergio A. Caporali Filho
assegurar a homogeneidade da geração de ruído conforme
o número e a intensidade de seus ciclos de operação.
Apesar de contarmos hoje com resul-
tados de várias pesquisas focadas no
A exposição a ruído foi medida a 125, 250, 500, 1,000,
desempenho aplicado de protetores
2,000, 4,000, e 8,000 Hz com microfones conectados a
auditivos, na maioria dos casos as con-
uma gravadora digital e localizados na entrada de ambos
clusões destas baseiam-se na percep-
os canais auditivos por meio de hastes de silicone. Os
ção subjetiva de ruído experimentada
resultados deste estudo-piloto mostraram que, apesar dos
pelo ser humano, o que aumenta sig-
protetores auditivos terem o mesmo parâmetro SNR e os
nificativamente a variabilidade das di-
mesmos valores especificados de atenuação, a exposição a
versas estimativas de desempenho e
ruído e, por conseguinte, a perda por inserção para cada um
diminuí consequentemente sua precisão. Embora um au-
deles foi significativamente diferente (5%). Por outro lado,
mento de 3 dB de nível de pressão sonora seja reconhecido
constataram-se diferenças estatisticamente significativas
na nossa profissão como o equivalente à duplicação da
(5%) na uniformidade de desempenho de cada protetor
quantidade de energia sonora a que um trabalhador está
auditivo no tocante às duas operações avaliadas. Como
sendo exposto, muitas vezes o desvio padrão da atenuação
conclusão, os resultados deste estudo-piloto revelam uma
dos protetores auditivos documentado na embalagem do
oportunidade de explorar de forma mais detalhada e, ao
produto é igual ou superior a esse valor. A falta de precisão
mesmo tempo, mais ampla, a aplicação da metodologia
inerente à estimativa do desempenho de um protetor audi-
usada de perda de inserção na avaliação do desempenho
tivo gera polêmicas e grandes dificuldades na planificação
prático dos protetores auditivos em campo.
de um programa de proteção auditiva, criando problemas
potenciais de subproteção e superproteção dos trabalha-
dores. Dessa realidade surge a real necessidade de buscar
protocolos de avaliação dos protetores auditivos que sejam
Proposta de Equipamento de
aplicáveis ao campo, ao mesmo tempo em que sejam mais medição de Estresse Térmico
objetivos, precisos e acurados. Taís Ferreira Costa Santana da Silva (Apresentadora),
Antônio José Plácido de Mello, Emerson Ferreira de Araújo Lima,
A meta principal deste estudo piloto de pesquisa João Constantino da Silva Neto, Rogério Santana da Silva.
consistiu em comparar o desempenho de dois protetores
auditivos de concha com a mesma especificação de A preocupação com a Saúde, Seguran-
atenuação (SNR = 25dB), enquanto eram utilizados ça e Higiene no Trabalho tornou-se um
para controlar a exposição pessoal do pesquisador na dos princípios para as empresas que
operação propriamente dita de duas ferramentas elétricas almejam se manter no mercado. Ob-
comumente encontradas na indústria da construção civil. servando o cenário laboral, e as formas
O parâmetro utilizado para medir desempenho foi a perda de controle que a ele são aplicadas,
por inserção de cada protetor, calculada subtraindo para uma iniciativa que obtivesse melhores
cada uma das operações, a exposição a ruído resultante resultados para posterior monitora-
do uso do protetor à exposição a ruído decorrente do não mento serviu como questionamento

16 Revista ABHO / Setembro 2012


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inicial para este estudo. O calor é um dos riscos físicos que Ferramenta de Análise Comparativa
se apresenta com maior frequência nas atividades laborais,
de Curvas Audiométricas
provocando assim o estresse térmico, que pode ser enten-
Alfredo Nunes Bandeira Neto (apresentador)
dido como a ultrapassagem de um limite referente ao risco
Higiene Ocupacional Certificado HOC0050,
físico citado, causando, desse modo, danos à saúde do tra-
Luiz de Oliveira Santos Neto, Mário Nogueira Rebouças.
balhador durante sua vida laboral.
Um dos desafios da Higiene
O objetivo deste trabalho é desenvolver um protótipo
Ocupacional e da Medicina do
de medição de estresse térmico que avalie o ambiente,
Trabalho é o monitoramento biológico
podendo caracterizá-lo. A revisão de conceitos e definições
de trabalhadores expostos a agentes
inerentes à área, além da interligação dessa ciência com
ambientais com potencial de agravo à
outras, propiciou o surgimento da ideia estruturada na
saúde. Muitas das atividades nas
união de conceitos da Higiene Ocupacional, Eletrônica e
áreas industriais têm como
Informática. Para viabilizar o equipamento foi realizado
peculiaridade a exposição do
um estudo de caso em algumas atividades nas instalações
trabalhador a níveis elevados de
onde está sendo desenvolvida a pesquisa, no Instituto
pressão sonora, ocasionando, não raramente, perdas
Federal de Alagoas, Campus Palmeira dos Índios, levando
auditivas induzidas por ruído – PAIR. Afinal, o ruído é
em consideração as condições ambientais e taxas
certamente o agente agressor à saúde mais universalmente
metabólicas mais desfavoráveis, e comparando-as, assim,
presente na área industrial.
com as metodologias estabelecidas pelos parâmetros
técnicos e legais.
O adequado acompanhamento e o monitoramento por
meio de exames audiométricos permitem à equipe de saúde
O protótipo avalia, caracteriza e apresenta, de forma
ocupacional a mensuração de efetividade das medidas de
detalhada e por meio de um registro de dados, as informações
controle e de proteção auditiva implementadas pela área
inerentes à avaliação mediante um pré-relatório, além de
de segurança do trabalho, sob a forma de equipamentos
contar com um manual de operações em um ambiente
de proteção coletiva (EPCs), equipamentos de proteção
virtual, que além de descrever os procedimentos de
individual (EPIs) e de outras medidas preconizadas pelo
avaliação apresenta sugestões de controle, em busca
Programa de Conservação Auditiva (PCA) da empresa.
da melhora da qualidade de vida por intermédio da
informatização aplicada à Saúde Ocupacional. Com os
Entretanto, são eventualmente sutis as nuances que
avanços tecnológicos, a sugestão deste projeto torna-se
determinam, à luz da normatização trabalhista, se um
uma ferramenta de controle fundamental, por apresentar
indivíduo apresenta desencadeamento ou agravamento
eficiência aliada ao baixo custo, refletindo dessa forma, um
de perda auditiva, e se a perda auditiva detectada tem
aumento na produtividade, graças ao estabelecimento de
etiologia ocupacional ou não.
um ambiente salubre, por meio da difusão das ideias de
desenvolvimento ancoradas em cultura ocupacional.
A fim de otimizar esse estudo, foi desenvolvida pelas
equipes de SMS da PETROBRAS e da SERGAS, em Aracaju,
uma ferramenta de análise audiométrica de fácil manejo,
em que os dados das audiometrias são inseridos em
uma planilha, gerando gráficos comparativos sendo a
interpretação automática dos traçados feita a partir dos
critérios constantes no anexo 2 da NR-7, simplificando
sobremaneira a tarefa do profissional de saúde.

Dessa forma, até mesmo profissionais não familiarizados


com os conceitos mais complexos na área de audiologia

Revista ABHO / Setembro 2012 17


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poderão realizar estudos comparativos confiáveis e RISCOS BIOLÓGICOS E DOENÇAS EM


conduzir processos de monitoramento mais abalizados, em
suas empresas, consultórios e até em atividades periciais.
AMBIENTE HOSPITALAR
Clóvis Barbosa Siqueira
Foram realizadas simulações com dados reais de fun- Higienista Ocupacional Certificado HOC0029
cionários das duas empresas, abrangendo os anos de 2004
a 2011. A análise dos resultados obtidos permitiu avalia- Temos na década de 70 o foco de aten-
ções rápidas, destacando as informações primordiais para ção voltando-se para a saúde do traba-
o diagnóstico audiométrico comparativo. lhador perante os riscos biológicos no
ambiente ocupacional. A lógica da
A utilização da ferramenta de análise comparativa construção do conceito de biossegu-
de curvas audiométricas permite ao profissional de rança iniciou-se nos anos de 1970, na
saúde despender menor tempo no diagnóstico e no reunião de Asilomar, na Califórnia, du-
enquadramento normativo dos exames, agilizando rante a qual a comunidade científica
a interpretação dos traçados a partir de parâmetros começou a discussão sobre os impac-
confiáveis preestabelecidos.
tos da engenharia genética na sociedade. Encontramos
uma definição de biossegurança centrada no ambiente
Entretanto, vale ressaltar que a ferramenta tem caráter
ocupacional em Teixeira & Valle (1996), em cujo prefácio
auxiliar e foi desenvolvida com foco no monitoramento
consta “segurança no manejo de produtos e técnicas bioló-
ocupacional, não substituindo a interpretação das demais
informações constantes do exame audiométrico. gicas”. Ou Encontramos no prefácio da obra de Teixeira &
Valle (1996) uma definição de biossegurança centrada no
ambiente ocupacional: “segurança no manejo de produtos
e técnicas biológicas”.
Estudo do intervalo de discretização
do histograma de ruído Nos anos de 1990, verificamos que a definição
Marcel Scarpim de Oliveira de biossegurança sofre mudanças significativas. “a
Membro ABHO 1154 biossegurança é o conjunto de ações voltadas para
a prevenção, minimização ou eliminação de riscos
O objetivo deste trabalho é estudar o inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
intervalo de discretização a ser utiliza- desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços,
do no cálculo do LEQ pelo método do visando à saúde do homem, dos animais, à preservação do
histograma para ruídos ambientais. A meio ambiente e à qualidade dos resultados” (Teixeira &
problemática do intervalo de discreti- Valle, 1996).
zação utilizado na elaboração do his-
Como podemos observar, as questões de saúde e
tograma de ruído é abordada com o
segurança no trabalho têm foco multiprofissional e
intuito de determinar um intervalo
multicausal e merecem o aprofundamento de estudos de
que seja aplicável na prática e, seguin-
todos os envolvidos em tarefas que possam gerar riscos ou
do o método do histograma, que aproxime o valor real do causar riscos a outrem.
nível equivalente (LEQ). A metodologia consiste no desen-
volvimento de um programa no MATLAB (Matrix Labora- Além dos agentes físicos e químicos e das questões
tory) que gera distribuições temporais arbitrárias de ruído e ergonômicas existentes no ambiente hospitalar, temos o
faz a comparação dos valores calculados pelo método do predomínio de trabalho com risco biológico por exposição
histograma com seu valor numérico. Para tanto, utilizaram- a agentes patogênicos dos ambientes e nos processos de
se os intervalos de 15, 10, 7.5, 5.0 e 2.5 dB para o cálculo do trabalho. Há também a ocorrência de acidentes por uso
LEQ e, ao compará-los com seu respectivo valor numérico, de agulhas e seringas e respingos de materiais infectados.
tornou-se possível propor, entre outros, um novo intervalo E, como causa principal, temos os altos índices de
de discretização. afastamento por doenças mentais ( CID F).

18 Revista ABHO / Setembro 2012


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Resultados de um hospital no RS – dados referentes a Insumos farmacêuticos:


800 trabalhadores-
contaminantes no monitoramento
DOENÇAS 2010 – TIPOS DE INCIDÊNCIA
de agentes químicos na exposição
TIPO OCORRÊNCIAS
ocupacional de trabalhadores de
CID F 23
indústria farmacêutica
Carlos Bizarri (apresentador), Juliana de Souza Ribeiro,
CID M 12
Igor Macedo de Lima, Carolina Andrade.
NÃO IDENTIFICADO 11

CIRURGIAS 4 A contribuição da indústria farmacêuti-


ca é fundamental tanto para a saúde da
GESTAÇÃO DE RISCO 4
população quanto para a economia. A
PELE 2
consolidação da indústria brasileira na
PERDA AUDITIVA 1 última década pôs em discussão o para-
APOSENTADORIA INVALIDEZ 1 doxo de aumentar a produtividade e o
número de trabalhadores expostos às
TOTAL 58
condições inadequadas do trabalho e,
consequentemente, aos riscos associa-
DOENÇAS 2011 – TIPOS DE INCIDÊNCIA
dos a essas condições. O Ministério do Trabalho visa a contro-
TIPO OCORRÊNCIAS
lar a exposição dos agentes químicos dos trabalhadores com
CID F 21
a obrigatoriedade por parte das empresas do estabelecimen-
CID Z 8
to de um programa de prevenção de riscos ambientais. Esse
Psoríase 1
programa tem o objetivo de manter a saúde dos trabalhado-
CID S 5
res com a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o con-
CID M 10 trole da ocorrência de riscos existentes ou daqueles riscos
CIC C 1 que possam surgir no ambiente do trabalho. Entretanto, a re-
CID I 3 lação dos agentes químicos apresentada na NR-15 ou na AC-
CID K 1 GIH® é pouco aplicável às indústrias farmacêuticas, visto que
CID O 1 somente alguns insumos farmacêuticos (medicamentos) são
Licença-maternidade 1 listados em tais referências. Esse fato tem grande importân-
CID R 1 cia no que concerne aos riscos de exposição dos trabalhado-
TOTAL 53 res de uma indústria farmacêutica, pois essas substâncias
químicas também têm um papel relevante como contamina-
CID F : TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO, dores ambientais. Por conseguinte, com base em um monito-
RELACIONADOS COM O TRABALHO. ramento de ar cuidadoso da área de produção em indústrias
farmacêuticas, é necessário tomar medidas preventivas a fim
CID M : DOENÇAS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TE-
garantir ao trabalhador saúde e melhorias no ambiente do
CIDO CONJUNTIVO, RELACIONADOS AO TRABALHO.
trabalho. Assim, a importância de avaliar e de investigar no-
CID Z : CIRURGIAS vos agentes químicos na exposição ocupacional demonstra
CID S : TRAUMATISMOS DAS DIVERSAS REGIÕES DO CORPO. ser não apenas uma tendência como também uma necessi-
dade para a avaliação adequada do ambiente do trabalho.
E o estudo das causas da alta incidência do CID F nos
leva ao tipo de vida do trabalhador hospitalar, que tem alta O Flunitrazepam é um benzodiazepínico que desenvolve
carga horária de trabalho, convívio com problemas dos pa- uma ação hipnótica rápida e efetiva, sendo indicado para o
cientes, atividades em mais de um hospital, dificuldades de tratamento de insônia e foi escolhido como o medicamento
administração do lar e de convivência familiar. a ser monitorado na área de produção. Assim, uma metodo-

Revista ABHO / Setembro 2012 19


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logia analítica foi validada a fim de viabilizar a determinação los confiáveis por meio da aplicação da ferramenta IH
desse agente químico. A metodologia de análise foi realizada Statistics, o que nem sempre foi possível devido à pequena
por meio de cromatografia líquida de alta eficiência com de- quantidade de amostras.
tecção por ultravioleta. Os parâmetros avaliados foram a se-
letividade, linearidade (r>0,999; homocedastidade), faixa de Por essa razão, a avaliação de exposição aos agentes
trabalho (50-1000 ng/mL), limite de detecção (13,9 ng/mL) químicos, feita de forma qualitativa, desenvolvida nas
e quantificação (45,9 ng/mL), precisão (repetitividade: DPR< plantas, na maioria dos casos, torna-se uma fotografia
5,0%; precisão intermediária (tcal < ttab), exatidão (98%) e quase confiável na garantia de que a exposição seja
robustez (Fcal < Ftab). aceitável. Este trabalho mostrará os resultados dessas
avaliações qualitativas.

O uso do Exposure Risk Assessment


(ERA) no desenvolvimento da Avaliação da exposição ocupacional
fotografia da exposição aos por meio da ferramenta eletrônica
agentes químicos nas plantas Qualitative Exposure Assessment (QEA).
Valdenise Aparecida de Souza
Sherwin Williams na América Latina.
Higienista Ocupacional Certificada HOC 0066
Antonio Keh Chuan Chou
Higienista Ocupacional Certificado HOC 0043
A ferramenta Qualitative Exposure As-
sessment (QEA) é utilizada em todas as
O grupo Sherwin Williams está pre-
unidades da Dow no mundo. Consiste
sente no mercado mundial de tintas
em um banco de dados em Access uti-
há 146 anos, mantendo sua liderança
lizado para coletar dados e gerar os
graças à qualidade de seus produtos.
relatórios de Higiene Ocupacional.
Na América Latina, o grupo se faz pre-
sente com três fábricas no Brasil, três
A ferramenta QEA constitui o pri-
no México, duas no Equador, uma na
meiro passo no processo de avaliação
Argentina, uma no Chile, uma no Uru-
da exposição. A avaliação qualitativa é seguida por uma
guai e uma no Peru totalizando 12
avaliação quantitativa para os agentes existentes no am-
plantas em sete países.
biente de trabalho que são categorizados como prioridade
média e alta.
A tinta é uma mistura composta de diversos produtos
químicos e, durante sua fabricação, a exposição dos
A priorização dos riscos é realizada mediante a avalia-
trabalhadores a agentes químicos ocorre em diversas
ção do grau de exposição, da duração da exposição e do
etapas desse processo. Com vistas à sua sustentabilidade
efeito causado à saúde pelo agente de risco.
no mercado, o grupo desenvolve diversos programas
corporativos de Higiene Industrial que são recomendados
O grau de exposição varia de 0 a 8, conforme o potencial
para as plantas e estão em constante aperfeiçoamento.
de exposição, sendo 0 sem exposição e 8 para exposição alta.
Um dos programas mais importante é o Exposure Risk
Assessment (ERA).
A duração da exposição varia de 1 a 4, conforme o tem-
po de realização da tarefa ou a frequência (diária, semanal
Este trabalho tem como objetivo compartilhar a
ou mensal).
implantação do ERA nas plantas da América Latina, pondo
em discussão as características locais, com suas próprias
metodologias e legislação, e recorrendo à criatividade
para analisar resultados existentes procurando torná-

20 Revista ABHO / Setembro 2012


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O efeito à saúde varia de 1 a 4, conforme tabela a seguir: Diagnóstico da eficiência de


sistemas de exaustão constituído
Índice Químicos Físicos Ergonômicos
1 Efeito Negligenciável - -
por captores do tipo coifas e capelas
Rodrigo Souza Lobo
Estresse físico
Efeito Baixo: por exemplo,
Ruído estático / estresse
irritante aos olhos / irritante
2
para sistema respiratório /
abaixo de contínuo na Conforme afirmativa de Sobrinho
85 dBA musculatura / (Fundacentro, 1999), a ventilação
irritante para pele.
postura inadequada
exaustora é umas das ferramentas
Ruído
Efeito Moderado: por
acima de
Empurrar e mais eficazes para que os profissionais
exemplo, perigoso por puxar / Levantar de Segurança e Higiene Ocupacional
3 85 dBA
inalação, contato com a pele / Movimentos
Calor efetuem o controle dos agentes
e ingestão. repetitivos
moderado
químicos nos diversos ambientes de
Efeitos Sérios ou trabalho. Neste contexto, ressalta-se a
Desconhecidos: por
exemplo, tóxico ou muito necessidade de tais sistemas estarem
Ruído
tóxico por inalação, em operando dentro dos requisitos de engenharia
4 acima de
contato com a pele ou se
ingerido / efeitos muito
105 dBA estabelecidos, sob pena de não apresentarem a devida
severos e irreversíveis / eficiência. Assim, o presente trabalho, já aplicado às
cancerígeno. práticas operacionais da gerência da Unidade de Serviços
de Apoio da Petrobras, propõe uma metodologia de
Ao multiplicarmos seus respectivos índices, grau de ex- avaliação da capacidade de exaustão das capelas e coifas
posição, duração da exposição e efeito à saúde, obtemos o com base nas normas técnicas ASHRAE 110 (“Method of
grau de risco da tarefa, conforme observado a seguir: Testing Performance of Laboratory Fume Hoods”), “Industrial
Ventilation”, da ACGIH® e o “Manual of Laboratory Fume
Hood” da Universidade de Iowa – EUA. Sugere ainda, de
Grau de Intervalo
Grau Controle de Número de forma complementar, a análise de cada componente do
Risco da de
Prioritário Medição Amostras
Tarefa Avaliação sistema de ventilação (captores, sistema de dutos, conjunto
Iniciar ação motor-ventilador, filtros, etc.) para posteriores
1
64-128 corretiva antes 6 - 12 1 ano
(Alto)
de monitorar
recomendações específicas de adequação dos sistemas
que apresentarem deficiências.
Monitorar o
2
32-48 mais breve 3-6 1 ano
(Significativo)
possivel Cumpre ressaltar que a metodologia já foi aplicada
3 Incluir no a capelas e coifas localizadas em laboratórios, área de
12-24 3 1 ano
(Moderado) plano anual limpeza química de oficinas, estações de tratamento de
água e salas de pintura, entre outras.
4 Normalmente
4-9 0 -
(Baixo) Nenhum

5
0-3 Nenhum 0 -
(Nenhum)

A partir da avaliacão de risco de tarefas versus agentes


e do cálculo do grau prioritário, elaboramos o plano de mo-
nitoramento de Higiene Industrial, com os agentes de risco
prioritários. As ações para reduzir a exposição também le-
vam em consideração o grau de risco da tarefa.

Revista ABHO / Setembro 2012 21


22 Revista ABHO / Setembro 2012
IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

CURSOS REALIZADOS DURANTE O IV PAN-HO


Roberto Jaques (*)

O “IV Congresso Pan-americano de Higiene Ocupacional e o XIX Encontro Brasileiro de Higienistas


Ocupacionais” trouxeram oportunidades de congregar higienistas ocupacionais e profissionais interessados
em educação em torno de reflexões sobre a formação em segurança e saúde ocupacional no Brasil.

Os cursos aconteceram nas instalações do Hotel Novotel Conteúdo Programático


Jaraguá, entre os dias 16 a 20 de agosto de 2012. No total, Introdução à Higiene Prevenção e Controle de
cento e vinte e nove (129) profissionais deles participaram, Ocupacional Riscos
sendo sete (7) estrangeiros (três do Peru, um da Colômbia, • Antecipação • Princípios de Prevenção
um de Moçambique e dois da Venezuela). Destacamos • Reconhecimento Primária de Riscos
que um dos pontos fortes do Congresso é a realização dos • Avaliação Ocupacionais
cursos de aperfeiçoamento profissional pré-congresso que, • Controle • Hierarquia das Medidas
Conceitos • Ação Preventiva
conforme a tradição, muito contribuem para aumentar o
• Exposição ocupacional Antecipada
conhecimento na formação dos profissionais que atuam • Planejamento
• Doença ocupacional
em Higiene Ocupacional.
• Limites de Exposição Medidas Preventivas Relativas
Ao todo, foram oferecidos seis cursos, para os quais con- Ocupacional ao Ambiente de Trabalho
teúdo, carga horária e professores foram cuidadosamente Agentes Químicos • Controle na Fonte do
escolhidos: • Gases Fator de Risco
• Vapores • Medidas relativas às
• Aerodispersoides Propagação
Curso 01
• Isolamento
Introdução à Higiene Ocupacional Avaliação Qualitativa e
• Ventilação Local e Geral
Quantitativa de Agentes
• Lay-out e Organização
Químicos
do Trabalho
• Métodos de coleta e
• Armazenamento e
análises
Rotulagem Adequados
• Interpretação de
(Importância do GHS)
resultados - critérios de
• Sinais e Avisos,
tolerabilidade
Vigilância Ambiental,
Avaliação de Agentes Físicos Monitoramento,
• Ruído Sistemas de Alarme
• Vibrações
Medidas Preventivas Relativas
• Temperaturas extremas
ao Trabalhador
• Radiações ionizantes e
• Práticas de Trabalho
não ionizantes
Adequadas
• Pressões anormais,
• Comunicação de Riscos
discutindo os aspectos
• Educação e
de conceituação,
Treinamento
classificação e
• Equipamentos de
Carga horária: 8 h e Número de participantes: 11 características;
Proteção Individual
Docentes: • Aplicações e/ou
• Vigilância da Saúde
MARCOS APARECIDO BEZERRA MARTINS ocorrência
• Higiene Pessoal e das
Membro da ABHO desde 2009. Higienista Ocupacional • Grandezas e unidades
Roupas
• Limites de tolerância
Certificado/HOC0063. • Limitação da Exposição;
• Elementos da
JOSÉ MANUEL O. GANA SOTO Rotação
avaliação da exposição
Membro da ABHO desde 1994, Higienista Ocupacional • Programas de
ocupacional
Certificado/HOC0004 e Presidente da ABHO. Prevenção e Controle de
• Equipamentos de
Riscos
medição e noções sobre
• Sistemas de gestão,
controle
aplicabilidade e
Controle de Agentes competências, Diretriz
Considerações Gerais ILO-OSH 2001
• Importância da
(*) Vice-presidente de Formação e Educação Profissional

Revista ABHO / Setembro 2012 23


IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

Curso 02 Curso 03
Agentes Químicos – Proteção Respiratória Agentes Químicos – Teoria e Prática de Avaliação

Carga horária: 16 h e Número de participantes: 17. Carga horária: 40 h e Número de participantes: 36.
Docente: Docentes:
GLÁUCIA CHRISTINE CORTELINI GABAS DAIANA SERTOLI
Mestre em Engenharia com ênfase em Higiene Ocupacional Química especialista em Toxicologia Forense.
pela Escola Politécnica da USP. JOSÉ MANUEL O. GANA SOTO - Membro da ABHO desde
1994, Higienista Ocupacional Certificado/HOC0004 e
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Presidente da ABHO.
LUCAS DINIZ - Membro da ABHO desde 2006 e Técnico
• Riscos respiratórios e avaliação
ambiental Higienista Ocupacional Certificado / THOC0021.
• Limites de exposição ocupacional SIMONE ZANON RODRIGUES
• Filtros para partículas - teoria da Pós-graduanda em Higiene Ocupacional pela Faculdade de
filtração Ciências Médicas de Minas Gerais da Fundação Educacional
Dia 19.08.2012 • Filtros para gases e vapores - teoria da Lucas Machado (FELUMA);
filtração
• Tipos e classes de respiradores Conteúdo Programático
• Seleção de respiradores para uso
rotineiro, atmosferas IPVS e espaços 16.08.2012 – Módulo 1
confinados Objetivos e introdução ao curso
• Determinação do fim de vida útil de
Melhora e aprofundamento • Procedimentos de
filtros e cartuchos
nos seguintes temas coleta de amostras
• Cuidados e manutenção
• Conceitos básicos de químicas e os métodos
Dia 20.08.2012 • Treinamentos necessários
Higiene Ocupacional NIOSH
• Ensaios de vedação facial - teoria e
vinculados com a • Dados a serem
prática
Higiene de Campo registrados em
• Programa de proteção respiratória -
• A Higiene de Campo memória de campo
elaboração e administração
como um dos • Guarda e transporte
componentes da das amostras
Higiene Ocupacional • Documentação que
• Amostragem deve acompanhar o
ocupacional e para envio de amostras ao
outros fins laboratório
• Estratégia, • O processamento das
planejamento e plano amostras de agentes
de coleta de amostras químicos no laboratório
de agentes químicos Cálculos e
• A relação entre o interpretação dos
profissional de campo resultados obtidos no
e o laboratório de laboratório
análises químicas

24 Revista ABHO / Setembro 2012


IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

16.08.2012 – Módulo 2 20.08.2012 – Módulo 6


Fundamentos de toxicologia Ocupacional e Limites de Interpretação de resultados
Exposição Ocupacional (LEOs)
• Resultados emitidos pelo • Apresentação de
• Conceitos básicos Exercícios programados laboratório conclusões e resultados
• a ACGIH® e os TLVs® e BEIs® e orientados (trabalho • Número mínimo de de uma avaliação
em grupos) amostras com resultados • Avaliação e conclusões
representativos finais do curso.
• Tratamento estatístico dos • Prova final (2 horas)
17.08.2012 – Módulo 3
resultados
Coleta de amostras de químicos nos locais de trabalho
• Exercícios em grupos
• Conceitos fundamentais e • Apresentação e analisando resultados
métodos de coleta manuseio de bombas e
• Histórico e a tendência material de coleta
atual da coleta de amostras • A coleta de materiais
Curso 04
para fins de Higiene sólidos dispersos no
Ocupacional ar dos ambientes de Agentes Físicos – Teoria da Avaliação de Ruído
• Bomba de coleta, trabalho e Vibrações
funcionamento usos e A coleta de gases e
limitações vapores nos ambientes
de trabalho

18.08.2012 – Módulo 4
Preparando a coleta de agentes químicos

• Materiais necessários • Tubos adsorventes


• A consulta ao laboratório (carvão e outros
• Regulando a vazão da materiais usados
bomba conforme método na retenção dos
padronizado contaminantes)
• Prática em grupos • Métodos ativos e
calibrando bombas para passivos para vapores
diversas vazões, conforme orgânicos
agente e método • Estabelecendo
• Calibração para alta e baixa e verificando a
vazão representatividade das
• Calibração para material amostras
particulado (sílica cristalina, • A memória de campo e
poeira inalável, respirável e a memória de cálculo
torácica) • Exercícios em grupo

19.08.2012 – Módulo 5
O laboratório químico e as técnicas de análises

• Certificações necessárias: • Análises de metais: Carga horária: 16 h e Número de participantes: 30.


nacionais e internacionais tratamento prévio das Docente:
que habilitam o laboratório amostras EDUARDO GIAMPAOLI
a atuar na área de Higiene • Espectrofotometria de Membro da ABHO desde 1994 e Higienista Ocupacional
Ocupacional AA e a técnica de plasma
Certificado HOC0002.
• Recebimento das amostras, • Análises de sílica livre
validação para análises e cristalina (Difração de
Conteúdo Programático
encaminhamento para as raios x e outras técnicas)
diversas técnicas de análises • Análises de
Ruído
• Objetivo das análises: vapores orgânicos:
análises qualitativas e Cromatografia de fase Conceitos gerais: Limites de tolerância ou
quantitativas gasosa • Ondas: conceituação e de exposição
• A técnica de Gravimetria • Análises de ácidos: a características • Critérios legais: NR-15
para determinação de massa cromatografia iônica • Ruído: conceituação e tipos • Outros critérios
de contaminante • Grandezas e unidades técnicos

Revista ABHO / Setembro 2012 25


IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

EDUARDO MACEDO BARBOSA


Ruído
Doutor em Saúde Ambiental, na linha de Avaliação de Ris-
Fundamentos da avaliação da Exposição Normalizado cos Ambientais; Mestre em Saúde Pública, em Toxicologia
exposição ocupacional • Análise em frequência Ocupacional e Ambiental, pela Escola Nacional de Saúde
• Conceitos sobre • Conceitos da Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/
equipamentos de medição: abordagem ambiental e
FIOCRUZ).
tipos e características procedimentos técnicos
• Parâmetros de medição, para avaliação da
tais como: Nível de Pressão exposição ocupacional Conteúdo Programático
Sonora, Nível Médio, Nível ao ruído
Equivalente, Dose, Nível • Análise e interpretação Introdução e Histórico - Risco Carcinogênico
de Exposição, Nível de dos resultados História - Toxicologia
Principais Conceitos em Ocupacional
Toxicologia – Conceitos e - A Toxicologia e o
Vibrações Aplicação estabelecimento dos
1. Áreas da Toxicologia Limites de Exposição
Conceitos gerais: tais como: Aceleração
Ocupacional (LEOs)
• Vibrações de estruturas: Instantânea, Aceleração 2. Conceitos Básicos
- Novos conceitos
conceituação e Média, Aceleração • Agente tóxico
e paradigmas na
características Media Resultante, • Toxicinética
classificação e
• Vibrações localizadas e de Aceleração Resultante • Toxicodinâmica
estabelecimento dos
corpo inteiro de Exposição, • Dose, Dose-Resposta
LEOs
• Grandezas e unidades Aceleração Resultante • Efeito Tóxico, Intoxicação
- Experiência dos EUA e
Limites de tolerância ou de de Exposição Aguda, Intoxicação Crônica
da EU
exposição Normalizada 3. Fases da Intoxicação: - Tipos de Limites de
• Critérios legais: NR-15 • Conceitos da Fase I - Exposição Exposição utilizados
• Outros critérios técnicos abordagem ambiental e - Características - Monitoramento
Fundamentos da avaliação da procedimentos técnicos - Vias de introdução Biológico – Indicadores
exposição ocupacional para avaliação da Fase II - Toxicocinética Biológicos de Exposição,
• Conceitos sobre exposição ocupacional - Absorção Efeito, Suscetibilidade e
equipamentos de medição: a vibrações - Distribuição Vigilância à Saúde
tipos e características Análise e interpretação - Biotransformação - Toxicovigilância
• Parâmetros de medição, dos resultados - Excreção - Integração PPRA PCMSO
Fase III - Toxicodinâmica – contribuições da
Fase IV - Clínica Toxicologia
Curso 05 - Exposição, Efeito, Perigo e
Risco
TOXICOLOGIA APLICADA A HIGIENE OCUPACIONAL

Curso 06
Fundamentos da Estatística Aplicada à HO

Carga horária: 16 h e Número de participantes: 14.


Docentes:
ANA CLÁUDIA LOPES DE MORAES
Mestrado em Saúde Pública - Área: Toxicologia Ocupacio-
nal e Ambiental – Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ Carga horária: 16 h e Número de participantes: 21.
Doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente - Fundação
Oswaldo Cruz – FIOCRUZ.
26 Revista ABHO / Setembro 2012
IV CONGRESSO PAN-AMERICANO DE HIGIENE OCUPACIONAL
E XIX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

Docente:
• Recopilação de • Comparação entre x,
Sergio Augusto Caporali Filho
informação pertinente MG amostral e MVUE
Mestre em Engenharia de Sistemas Gerenciais pela Univer- • Utilização de dados • Percentil 95 e efeito
sidade de Porto Rico; Mestre em Ciências em Higiene e Se- quantitativos de do DPG na estimativa
gurança Ocupacional e Doutor em Filosofia de Engenharia exposição ocupacional desse parâmetro
aplicada à Ergonomia pela Universidade de West Virginia-EUA. • Controle dos riscos • UTL 95%,95%, Limite
ocupacionais Superior de 95% de
Conteúdo Programático • Avaliação pós- Confiança para o
controle de risco e percentil 95
1. Fundamentos de 4. Estatística Descritiva retroalimentação • Prova de ajuste dos
Estatística • Tipos de Dados 8. Utilização da planilha dados às distribuições
• Uso em Higiene • Poder dos diferentes da AIHA na avaliação normail e lognormal
Ocupacional tipos de dados e gerenciamento da • Fração excedente ao
• Definições importantes • Medidas de tendência exposição ocupacional Limite de Exposição
• Termos e notações central • Distribuição Lognormal Ocupacional, %>LEO
comuns • Medidas de • Média aritmética, m, e • Limites de 95%
• Perguntas e hipóteses Variabilidade desvio padrão Confiança para a
de pesquisa • Valores “z” • Média Geométrica, MG Fração excedente ao
• Tipos de estudos • Intervalos de confiança • Desvio Padrão LEO, LCL1,95% e UCL1,95%
estatísticos para as médias Geométrico, DPG • Modificação dos
• Amostras e populações • MVUE, “Minimum campos de cálculo na
5. Testes Estatísticos
estatísticas Variance Unbiased planilha da AIHA
• Hipóteses Estatísticas
• Viés estatístico • Testes de Inferência Estimator”
• Procedimentos Estatística
probabilísticos para a • Erros de Tipo I e Tipo II
seleção de amostras • Níveis de Significância
• Procedimentos “a” Convidamos todos a participarem dos eventos da ABHO
nãoprobabilísticos para • Potência Estatística de em 2013, nos quais a associação organizará outros cursos
a seleção de amostras um teste
• Variáveis dependentes e • Procedimento de teste
de aperfeiçoamento com excelentes conteúdos, ministra-
independentes de inferência estatística dos por profissionais que detêm grandes conhecimentos e
2. Probabilidade 6. Estatística Inferencial para experiência, além da necessária capacidade didática para
• Probabilidade Médias coroar os trabalhos.
• Regras de probabilidade • Teste “z”
• Permutações, • Teste “t”
combinações ordenadas • Teste “t” para dados
e combinações emparelhados
• Probabilidade binomial • Test “t” para diferenças OPINIÃO GERAL SOBRE
• Probabilidade de entre médias OS SEIS CURSOS REALIZADOS
Poisson populacionais
3. Distribuições de - i. Variância conhecida
Probabilidade - ii. Variância desconhecida
• Distribuições

50%
7. Avaliação e
Estatísticas e suas gerenciamento da
Populações exposição ocupacional
• Frequências
• Histogramas
• Estabelecimento de ÓTIMO
uma Estratégia de
• Polígonos de Frequência Avaliação da Exposição
• Porcentagem simples e • Caracterização
acumulada, Percentis básica da exposição
• Distribuição Normal ocupacional 6%
• Distribuição Binomial
• Distribuição “t”
• Distribuição Chi-quadrada
• Distribuição F
• Estabelecimento de
Grupos Homogêneos de
Exposição, GHE
44% BOM
REGULAR

• Definição e avaliação
• Distribuição Lognormal de perfis de exposição
ocupacional

Revista ABHO / Setembro 2012 27


ATUALIZAÇÃO DA NR 15

Parecer da ABHO sobre a proposta de alteração


da NR-15 divulgada pelo Ministério do Trabalho
e Emprego para consulta pública

A ABHO vem, de vários anos a esta parte, alertando os primeiros momentos, para que não seja emitida
a opinião pública e os setores especializados, com conflitos com os dispositivos existentes na CLT.
principalmente aqueles vinculados à prevenção das
doenças ocupacionais, sobre a necessidade de proceder 3. Na sua redação não se observa a participação de
a uma atualização da NR-15, que permita renovar e especialistas representando entidades das áreas
adequar essa norma às necessidades do estágio técnico- tradicionais de medicina, higiene e segurança do
científico atual e, consequentemente, trabalho, entidades essas que
permitir sua apropriada aplicação, a detêm, no Brasil, décadas de
fim de que sirva aos objetivos para os experiência no estudo e na apli-
quais foi estabelecida. cação dos princípios aí tratados.
Sempre que instada, a ABHO
Recentemente, o MTE divulgou não se furtará a oferecer todo
para consulta pública, o texto o apoio para uma evolução nor-
básico parcial de revisão da Norma mativa de êxito, como o faz ago-
Regulamentadora. A ABHO, após ra e deseja continuar fazendo.
análise do texto, vem oferecer
esta contribuição inicial para seu 4. Ainda que impossibili-
desenvolvimento. tada sua extinção por sua pre-
sença expressa pela lei maior,
Considerações e respectivos não se vislumbra nesse proje-
Pareceres to, o início de um esforço para
mudar o maléfico conceito de
1. O texto divulgado é apenas a “adicional de insalubridade”,
parte geral da referida norma ansiado por décadas e com una-
em estudo, faltando aí os nimidade por toda a comunida-
anexos que a completam. de prevencionista; ao contrário,
Dessa forma, fica dificultada essa proposta pode incentivar e
ou até impossibilitada sua facilitar os procedimentos para
análise quanto à consistência e sua atribuição se não houver
completude diante do todo; a Rinaldo Marinho, Diretor do DSST/MTE, anunciando a uma ação ordenada de disposi-
ABHO considera fundamental consulta pública sobre a NR-15 tivos que ofereçam ênfase nos
que a norma seja ajustada no aspectos de controle no am-
seu todo e apenas emitida quando plenamente biente, desfazendo-se o peso da insalubridade em
consistente e sistematizada. si. Em outras palavras, buscar meios criativos de
causar a “morte natural” da insalubridade.
2. Fica perceptível uma carência de coerência deste
projeto com a lei maior, evidenciando a necessidade 5. Os conceitos fundamentais de Higiene Ocupacional
de uma revisão por especialistas da área jurídico- são abalados e banalizados, dando-se primazia a
trabalhista; esse aporte deve ser oferecido desde uma aplicação meramente qualitativa de “análises

28 Revista ABHO / Setembro 2012


ATUALIZAÇÃO DA NR 15

preliminares de riscos”. Entende-se que é um


primeiro passo, mas em nenhuma hipótese dever-
se-ia a tal se restringir. É fundamental que haja uma
sequência lógica de estudo dos passos clássicos
fundamentais de antecipação, reconhecimento,
avaliação por meio de uma adequada estratégia
de amostragem, de uma conclusão dentro de
critérios de tolerabilidade bem definidos e de um
procedimento estruturado de controle dos riscos.

6. No texto são negados os avanços técnicos


evidenciados e demonstrados cotidianamente
pelos programas de conservação da audição e de
proteção respiratória, facilitando uma simples
“apreciação do especialista” para caracterizar uma
situação de “risco para o trabalhador”. Mesmo
o maior especialista, exercendo seu julgamento
profissional, não se deve furtar a fundamentar suas
conclusões dentro do âmbito técnico e a valorizar
as ferramentas existentes.

7. Estabelece-se uma sensação inegável de


um processo de simplificação que afasta a
especialização e o aprofundamento já conseguidos
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
em todo o mundo na saúde ocupacional, com SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO

consequências potenciais desastrosas para a PORTARIA N.º 332 DE 28 DE AGOSTO DE 2012


(D.O.U. de 29/08/2012 - Seção 1 - pág. 90)
proteção da saúde e da integridade do trabalhador. Divulga para Consulta Pública o Texto Técnico Básico de
revisão da Norma Regulamentadora n.º 15 - Atividades e
Operações Insalubres.
Assim sendo, a ABHO rejeita tais aspectos desse projeto, A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições conferidas pelo
art. 14, incisos II e XIII, do Decreto n.º 5.063, de 3 de maio de 2004, em face do disposto no inciso I do
como se encontram, considerando-os um retrocesso para art. 155 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto n.º 5.452, de 1º de maio de
1943, resolve:
o arcabouço legal de proteção do trabalhador e alerta
Art. 1º Divulgar para consulta pública o texto técnico básico de revisão da Norma
os participantes do grupo tripartite para que seja feita Regulamentadora n.º 15 - Atividades e Operações Insalubres, disponível no seguinte sítio:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm.
uma análise mais profunda e uma revisão dos conceitos
Art. 2º Fixar o prazo de sessenta dias para o recebimento de sugestões ao texto, que deverão
que esse texto parcial já abalou, para que seja possível ser encaminhadas para o e-mail normatizacao.sit@mte.gov.br ou via correio para o endereço:
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho,
contribuir com uma verdadeira melhora e atualização Coordenação-Geral de Normatização e Programas (Esplanada dos Ministérios - Bloco F - Anexo
B - 1º Andar - Sala 107 - CEP 70059-900 - Brasília/DF).
dessa norma. A ABHO sente que necessitou aqui usar
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
palavras fortes para que se estabeleça a percepção de VERA LÚCIA RIBEIRO DE ALBUQUERQUE
quão importantes são os temas aqui considerados, e
reafirma sua determinação em colaborar, em todas as
etapas e instâncias, para o aperfeiçoamento que agora é
ensejado pelo M T E, colocando-se à disposição por meio
de sua Diretoria e de todos os seus membros especialistas,
reconhecidos nacional e internacionalmente.

Revista ABHO / Setembro 2012 29


30 Revista ABHO / Setembro 2012
SUPORTE TÉCNICO

Agentes Químicos, Doenças Ocupacionais


e Uso de Respiradores
Milton Marcos Miranda Villa (*)

Todo ser humano tem direito ao trabalho como meio de sus- em questão (por exemplo, troca de um determinado agente
tentar a si próprio e à sua família. Ele deveria encontrar um local por outro, menos agressivo); se é viável fazer modificações no
de trabalho salubre, onde processo (por exemplo, mudança do local de uma cabine de
tivesse assegurada a preser- pintura ou de uma área de solda); analisar que tipo de proteção
vação da sua saúde durante coletiva se faz necessária (por exemplo, ventilação exaustora,
o exercício de suas ativida- capelas, enclausuramento de equipamentos, ventilação geral,
des. Contudo, em muitos etc.). Por fim, resta implantar a proteção individual, com o uso de
ambientes de trabalho nos Equipamento de Proteção Respiratória (EPR).
deparamos com exposições A seleção de um EPR deve ser feita com base em rígidos
a riscos físicos, químicos, bio- critérios técnicos, pois esse equipamento só vai proteger
lógicos, ergonômicos e me- efetivamente se for bem selecionado e aprovado pelos usuários,
cânicos. Daí a necessidade de de acordo com o conforto oferecido. A simples colocação de um
proteger a saúde e a integri- respirador no rosto não significa que esteja sendo feita a proteção
dade física das pessoas que respiratória. Será ainda pior a falsa sensação que a pessoa vai
atuam nesses lugares. ter de estar protegida, pois correrá sérios riscos de inalação de
Neste artigo, vou concen- agentes químicos, devido a falhas no EPR ou na vedação de seu
trar meus comentários nos rosto.
trabalhadores expostos a ris- Daí a importância de implementar um bom Programa de
cos químicos (poeiras, névoas, fumos, gases e vapores). A preocu- Proteção Respiratória. Desde a publicação da Instrução Normativa
pação em proporcionar proteção respiratória aos mineiros existe nº 01 pelo Ministério do Trabalho, em abril de 1994, já houve
desde os primeiros séculos da era cristã. muita evolução. Em conjunto com o documento Equipamentos
Em nosso país ainda há milhares de trabalhadores que de Proteção Respiratória, Seleção e Uso de Respiradores, editado
contraem silicose (doença ocupacional por exposição à sílica), pela FUNDACENTRO, formam uma receita para fazer essa
bisinose (doença ocupacional por exposição a fibras do algodão) proteção respiratória. No entanto, após quase dezoito anos da
antracose (doença ocupacional por exposição à poeira do carvão sua publicação, ainda se encontram inúmeras oportunidades de
e outras que certamente poderiam ser evitadas se fossem melhoras. Seguem-se algumas situações nas quais os respiradores
tomados os cuidados necessários quanto à proteção respiratória. são selecionados sem critérios técnicos, não compatíveis com
Para que seja efetiva, ela deveria responder aos seguintes o uso em conjunto com outros EPIs; utilização em diferentes
questionamentos: tamanhos de faces, sem oferecer vedação adequada; uso de
* Que contaminantes estão presentes no meu local de cartuchos e filtros inadequados aos contaminantes presentes
trabalho? no ambiente; uso de cartuchos químicos sem prazo estipulado
* Quais os efeitos desses contaminantes na saúde do para troca; respiradores usados em concentrações acima do valor
trabalhador? da capacidade definida de acordo com seu fator de proteção;
* Como devo selecionar um respirador corretamente? usuários que omitem o uso dos respiradores durante a jornada de
* Devo treinar os usuários dos respiradores quanto ao trabalho; trabalhadores que usam respiradores sem passar por
uso, manutenção, higienização, guarda e descarte dos uma avaliação médica; trabalhadores que utilizam respiradores
equipamentos? sem fazer o o teste de vedação facial e sem o treinamento
Saber que contaminantes estão, ou poderão estar, presentes adequado; respiradores do tipo descartável usados por tempo
no ambiente de trabalho é o primeiro passo para assegurar que muito superior à sua durabilidade; respiradores do tipo peça
o sistema respiratório do trabalhador esteja protegido. Pode- facial inteira usados por vários trabalhadores no mesmo turno
se fazer um monitoramento qualitativo para identificação dos de trabalho; e trabalhadores usuários de respiradores com pelos
contaminantes e outro, quantitativo, para avaliação de suas faciais (barbas, cavanhaques, etc.).
concentrações. Um Programa de Proteção Respiratória estabelecido
Uma vez conhecidos os contaminantes presentes e suas criteriosamente e seguido por todos os responsáveis e
concentrações, recomenda-se utilizar a hierarquia para controle interessados consiste no único meio de conseguir a preservação
desse ambiente. Inicialmente, é preciso verificar se há condições da saúde e integridade física dos trabalhadores expostos a
de substituir as substâncias perigosas presentes no ambiente agentes químicos perigosos em ambientes de trabalho.

(*)Membro do Conselho Técnico / Representante Regional - BA e SE

Revista ABHO / Setembro 2012 31


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STF / ASBESTO

Princípios da Higiene Ocupacional embasam


Audiência Pública sobre o asbesto
no Supremo Tribunal Federal
Maria Margarida T. Moreira Lima(*)

O Supremo Tribu- Entre os estudiosos que abordaram o tema,


nal Federal (STF) rea- duas higienistas ocupacionais, membros da ABHO,
lizou em Brasília, nos representaram a CNTI e o IBC fundamentando suas
dias 24 e 31 de agos- abordagens nos princípios da Higiene Ocupacional para o
to, audiência públi- controle dos riscos à saúde representados pelo asbesto. A
ca sobre o amianto/ higienista certificada e engenheira química Irene Ferreira
asbesto, atendendo de Souza Duarte Saad foi convidada para apresentar
à solicitação do Ins- tecnicamente a possibilidade do uso controlado do asbesto
tituto Brasileiro da na cadeia produtiva da indústria dos produtos à base de
Crisotila (IBC). amianto. Irene Saad, assim como a higienista certificada e
química Rosemary Zamataro basearam seus argumentos
O debate foi con- para o uso controlado do amianto no Brasil, a exemplo do
vocado pelo ministro que já se observa no processo de extração da fibra mineral,
Marco Aurélio Mello, nas ferramentas da Higiene Ocupacional para a avaliação
relator de ação con- e o controle da exposição ocupacional a todo e qualquer
tra a Lei 12.684/07, agente químico prejudicial à saúde. Enfatizaram a
que veta a comercialização do amianto no Estado de São necessidade das medidas de proteção dos trabalhadores de
Paulo, impetrada pela Confederação Nacional dos Traba- ordem individual e de ordem coletiva e o conhecimento que
lhadores na Indústria (CNTI) como Ação Direta de Incons- já se detém no Brasil para o reconhecimento, a avaliação e o
titucionalidade – ADI 3937. As sessões contaram com a controle dos riscos ocupacionais do asbesto.
participação de estudiosos do tema, sindicalistas e repre-
sentantes do governo e da sociedade civil, do Brasil e de A higienista Irene Saad, em sua apresentação,
outros países como a Itália, a Rússia, o Canadá e os Estados abordou conceitos de Higiene Ocupacional com relação
Unidos. ao risco relativo de câncer, entre outros pontos. “O meu
Felipe Sampaio/SCO/STF (AP216139)

(*) Higienista Ocupacional Certificada HOC0008

34 Revista ABHO / Setembro 2012


STF / ASBESTO

ambiente ocupacional, enquanto


no uso seguro “se busca o nível
possível de exposição que evite
danos à saúde ao longo de toda a
vida de trabalho”.

“Do ponto de vista de Higiene


Ocupacional, para mim, fica muito
claro que não há sentido em
banir o asbesto ou criar restrições
excessivas para ele se a própria
União não tomar uma posição
com relação a outros agentes
cancerígenos, que estão expondo
os trabalhadores, muitos deles sem
Nelson Jr./SCO/STF (AP216856)

nenhuma restrição ou controle”,


enfatizou Irene.

Seu depoimento se encontra


em: <http://www.youtube.com/wa
tch?v=mwnVI3nxDNo&feature=re
relacionamento com o asbesto vem da preocupação em lmfu>
fazer a implantação de medidas de controle para proteger
a saúde dos trabalhadores”. A higienista Rosemary Zamataro apresentou informa-
ções sobre as avaliações ambientais realizadas no segmen-
Ela afirmou ser importante diferenciar perigo e risco, to da indústria do amianto, tanto nos postos de trabalho
como base para a atuação com as ferramentas da Higiene como no ambiente em torno das áreas fabris. Informou
Ocupacional. “O perigo é a capacidade de um elemento sobre os estudos realizados nos últimos cinco anos para
químico produzir um efeito num determinado órgão o acompanhamento da cadeia produtiva do amianto –
do organismo. Ele é imutável, intrínseco e depende da começou pela fase da
substância. O risco é a probabilidade de essa substância mineração, incluindo
causar o efeito previsto pelo perigo”, explicou. Segundo ela, transporte, postos de
o risco depende da exposição e do tempo de exposição. “Do trabalho, revenda e
ponto de vista do higienista, os riscos são controlados; o manuseio de telhas de
perigo, não”, expôs. cimento amianto e de
seus fragmentos – e
De acordo com a ex-presidente da ABHO, Irene Saad, o terminou mostrando
asbesto, como a maioria dos produtos químicos, produz que as concentrações
efeitos prejudiciais importantes sobre o organismo de fibras de amianto
humano. “Do meu ponto de vista técnico, entendo que é nos postos de trabalho
possível a utilização segura do asbesto. Não conseguimos estão dentro dos limi- Irene Saad Rosemary Zamataro
reduzir a toxicidade ou a carcinogenicidade do asbesto, tes de tolerância acei-
mas certamente poderemos utilizá-lo controlando o risco”, tos pela legislação brasileira.
ressaltando que, no caso da exposição ao amianto, “será
necessária a adoção de medidas de controle, o que muitas Seu pronunciamento pode ser visto em: <http://www.
vezes exige alta tecnologia”. youtube.com/watch?v=uG4yfzXFNfU&NR=1&feature=en
dscreen>
“Na verdade, aqueles que propugnam o banimento
e aqueles que propugnam o uso seguro têm o mesmo Foi levado também para a audiência o posicionamento
objetivo: impedir o aparecimento de efeitos adversos à de membros da Associação Nacional de Medicina do
saúde dos trabalhadores ou da comunidade, ou seja, manter Trabalho (ANAMT), como o do doutor René Mendes, ex-
a exposição sob controle com base nos conhecimentos presidente da ANAMT, e do doutor Zuher Handar, diretor
técnicos e científicos disponíveis”, considerou ela. A única científico da Associação, que falou como assessor da
diferença, conforme declarou, é que no banimento se Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em seus
elimina de forma definitiva a exposição dentro de um pronunciamentos destacam-se pontos favoráveis ao
Revista ABHO / Setembro 2012 35
STF / ASBESTO

banimento do asbesto em escala global. O doutor René mineral da serpentina, mais abundante em termos de
Mendes afirmou que o Brasil se torna cúmplice de uma produção e utilização mundial, com as principais reservas
injustiça ambiental em escala global ao não decretar situadas no Canadá, Rússia, África do Sul e Brasil. Em 2009,
a proibição do amianto. “Lamentavelmente, o risco do o País produziu 290.972 toneladas desse tipo de amianto.
amianto crisotila vem sendo exportado para nações como
a Índia, Indonésia, Tailândia, Malásia, Emirados Árabes, Irã – O amianto, considerado cancerígeno pela IARC (Agência
entre outras – que, aliás, não se destacam nem por seu nível Internacional para Pesquisa sobre o Câncer), é proibido
de equidade, nem por sua posição no ranking de respeito atualmente em 66 países. No Brasil, além da Lei paulista, a
aos direitos humanos. Mera coincidência?”, indagou com proibição já ocorre em outros quatro estados: Mato Grosso,
ênfase. O doutor René destacou também que, além da Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
cadeia produtiva do mineral, “é muito difícil caracterizar
corretamente e dimensionar devidamente a exposição Caso se continue a utilizar o asbesto no Brasil, a ABHO
ocupacional indireta, em outras atividades profissionais reforça a importância do controle rigoroso na geração e na
e em outros segmentos da economia. E é justamente isso exposição ocupacional à poeira do mineral como medida
que faz do amianto uma das grandes questões de saúde de proteção à saúde dos trabalhadores, na utilização
pública, coletiva e ambiental”, concluiu. dos produtos acabados que tenham o amianto em sua
composição e na sua manipulação em todos os processos
Na explanação do diretor científico da ANAMT, foi industriais em que seja matéria-prima. Esse controle
destacado um levantamento de 2008 da OIT estimando deve ser também observado quando se adotarem as
em mais de 2 milhões o número de trabalhadores que fibras substitutas como medida de controle prioritária,
morreram naquele ano devido a doenças ocupacionais em especial se apresentarem as mesmas características
em todo o mundo. Desse montante, 900 mil mortes foram físicoquímicas das fibras do asbesto, pois podem apresentar
consequência da exposição a substâncias perigosas. No caso toxicidade equivalente aos minerais do asbesto.
do amianto, altamente cancerígeno, foram contabilizadas
100 mil ocorrências. “Mulheres e homens pagam com sua Cumprimentamos as higienistas Irene e Rosemary
vida devido à irresponsabilidade, muitas vezes criminal, de pela competente participação na audiência do Supremo
diversos empregadores, que não lhes garantem ambiente Tribunal Federal e por suas valiosas apresentações,
seguro, saudável e sem riscos, conforme determinam fundamentadas nos princípios da Higiene Ocupacional.
muitas das convenções da OIT já ratificadas pelo Brasil”, Reconhecemos o desafio que foi abordar tecnicamente,
manifestou-se ele de forma contundente. de forma imparcial, um tema tão controverso como o
uso controlado do asbesto como mineral existente em
Os estudos da Fundacentro vêm demonstrando que abundância no território nacional e matéria-prima de
a exposição ocupacional ao amianto em atividades centenas de produtos industrializados, pelos inúmeros
industriais no Brasil gera efeitos como a prevalência aspectos políticos, ambientais e sócio-econômicos que
e a incidência de doenças tanto malignas como não envolve.
malignas, como se relata na literatura internacional. FONTES: STF e ACS/Fundacentro
A instituição se posicionou em fevereiro deste ano em
favor do banimento do amianto em todas as fases de sua
cadeia. O Serviço de Medicina da Fundacentro, por meio
do pneumologista Doutor Eduardo Algranti,
levou à audiência do STF os dados adquiridos
em suas atividades institucionais. Os dados
são relativos à investigação de trabalhadores
expostos ao amianto, em especial obtidos
em um grupo de ex-funcionários da área
de cimento amianto da região de Osasco,
onde se detectaram algumas centenas de
trabalhadores com doenças associadas ao
asbesto ou amianto e um excesso de mortes
Nelson Jr./SCO/STF (AP216862)

por câncer.

O Brasil é o terceiro produtor e o segundo


maior exportador mundial de crisotila,
variedade do asbesto pertencente ao grupo

36 Revista ABHO / Setembro 2012


FUNDACENTRO

Fundacentro publica novas normas


sobre higiene ocupacional
A Fundacentro publicou duas novas Normas de Higiene Segundo o pesquisador Walter Pedreira Filho, que
Ocupacional (NHO). A NHO-9 dispõe sobre a “Avaliação estava responsável pela coordenação de Higiene do
da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro” e a Trabalho da Fundacentro quando da publicação das
outra NHO, identificada como NHO VIB/VMB, refere-se à normas, os procedimentos técnicos ora publicados poderão
“Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos efetivamente contribuir como ferramenta na identificação
e braços” e na quantificação da exposição ocupacional a vibrações de
corpo inteiro e de mãos e braços, com o intuito de colaborar
Ambas são de autoria dos higienistas ocupacionais no controle da exposição e na prevenção de doenças
certificados Irlon de Ângelo da Cunha e Eduardo Giampaoli. ocupacionais.

As NHOs podem ser consultadas no site: <www.fundacentro.gov.br>

Associação Brasileira
de Higienistas Ocupacionais
Assuntos gerais, comunicação com a Presidência:
abho@abho.com.br
Admissão, livros, anuidades, inscrições em eventos,
www.abho.org.br alterações cadastrais: secretaria@abho.com.br

Revista ABHO / Setembro 2012 37


ABHO

A ABHO se faz presente em mais um curso


de Higiene Ocupacional
Em mais uma oportunidade, a ABHO esteve presente no 1º Encontro Presencial do 8º curso de Higiene Ocupacional, rea-
lizado pela Faculdade de Ciências Médicas da Fundação Educacional Lucas Machado (FELUMA), no último dia 25 de agosto,
em Belo Horizonte - Minas Gerais.
Nesse Encontro, participaram o presidente José Manuel O. Gana Soto e a higienista certificada Maria Margarida T. M.
Lima. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os fundamentos, as técnicas e os desafios na busca da excelência da
Higiene Ocupacional por meio da palestra proferida pelo presidente da ABHO. A colega Margarida apresentou informações
sobre os antecedentes da profissão e a atuação do higienista ocupacional. Na ocasião foram também mostrados o vídeo da
AIHA (disponibilizado no site da ABHO) sobre o que é ser um higienista ocupacional e o vídeo institucional da ABHO, como
complementos aos conteúdos solicitados pelo coordenador do curso Engº Eduardo Lage Guerra, os quais foram vistos com
interesse pelos 29 alunos presentes ao Encontro Presencial do curso a distância para especialização em HO do Programa
Ciências Médicas Virtual (CMV) da FELUMA.

Presidente da ABHO José Manuel Gana Soto e a Higienista Maria Margarida Lima com os alunos do curso

EVENTOS RELACIONADOS À HO EM 2012/2013


Workshop: A Higiene Ocupacional e o Processo 15° Congresso Nacional ANAMT de Medicina do Trabalho “Saúde
de Revisão da NR 15 Integral para todos os Trabalhadores”
01 Dezembro de 2012 / Hotel Swan Tower - Porto Alegre/RS 11 a 17 de maio de 2013 - Centro de Convenções Anhembi
Informações: São Paulo - SP
nneventos@nneventos.com.br - (51) 3222-9063 Informações:
<http://www.nneventos.com.br> <http://www.anamt.org.br/15congresso/index.html>

Seminário Nacional do Benzeno AIHce 2013 American Industrial Hygiene Conference and
05 e 06 de dezembro de 2012 - Brasília - DF Exhibition “A arte e a ciência do julgamento profissional”
Informações: <www.cni.org.br/benzeno> 18 a 23 de maio de 2013 - Montreal - Canadá
Informações: <http://aihce2013.org>
Simpósio Internacional sobre Segurança e Saúde Ocupacional -
SHO2013 5th International Conference on Whole Body Vibration Injuries
Evento organizado anualmente pela Sociedade Portuguesa de (5a Conferência Internacional sobre Lesões relacionadas a
Segurança e Higiene Ocupacionais - SPOSHO. Vibração de Corpo Inteiro)
14 a 16 de fevereiro de 2013 - Guimarães - Portugal 05 de junho a 7 de junho de 2013 - Amsterdã - Holanda
Informações: <http://www.sposho.pt/sho2013/5p_spo.htm> Datas Importantes:
O período de inscrições iniciará em 21 de setembro de 2012
A submissão de trabalhos técnicos iniciará em 21 de setembro
de 2012 e finalizará em 08 de janeiro de 2013
Informações: <http://www.wbvconference.com/>

38 Revista ABHO / Setembro 2012


ABHO

A ABHO dá as boas-vindas aos novos


Higienistas Ocupacionais Certificados
Em agosto de 2012, durante o no IV Congresso Pan-Americano de Higiene Ocupacional e XIX Encontro Brasileiro de
Higienistas Ocupacionais, ocorridos no Centro de Convenções do Hotel Century Paulista, na cidade de São Paulo,
realizou-se mais um processo de certificação para higienistas e técnicos higienistas ocupacionais. Obtiveram a
certificação, cumprindo todos os requisitos do regulamento da ABHO, publicado no edital de convocação para a
prova final, os seguintes profissionais:

Título de Higienista Ocupacional Certificado – HOC


HOC NOME Membro ABHO Nº
HOC0067 CECILIA PEREIRA DOS SANTOS 1003
HOC0068 GUIDOVAL PANTOJA GIRARD 1100
HOC0069 GUSTAVO HENRIQUE VIEIRA DA SILVA 1146
HOC0070 ROGÉRIO BUENO DE PAIVA 1168

Título de Técnico Higienista Ocupacional Certificado – THOC


THOC NOME Membro ABHO Nº
THOC0036 LUCIANO CASTRO DE AGUIAR 603
THOC0037 GILVAN DE SOUZA RAMOS 1082
THOC0038 RUBENS KENITI DA CRUZ PAIÃO HATAGAMI 1084
THOC0039 FABIANO BINDER 1184
THOC0040 TIAGO FERREIRA GONÇALVES 1185
THOC0041 MAICON IMIANOSKI 1186
THOC0042 JONAS MOREIRA SALES 1194

A ABHO e o Comitê Permanente de Certificação - CPC São eles obrigados, a cada 5 anos, a comprovar que
cumprimentam os novos profissionais certificados e continuam desenvolvendo atividades profissionais na
desejam que desenvolvam seu trabalho dentro dos área específica de Higiene Ocupacional e que participam
princípios éticos e se utilizem das normas técnicas e regularmente de cursos e eventos a fim de atualizar seus
científicas mais adequadas e atuais, de forma a preservar conhecimentos. Poderão, ainda, adquirir pontos para
sua missão básica de proteger a saúde e o bem-estar dos garantir a manutenção da sua certificação comprovando
trabalhadores contra os riscos ambientais presentes nos atividades de docência, a participação em Comitês Técnicos
locais de trabalho. e a publicação de livros e artigos, sempre na área específica
de Higiene Ocupacional.
A procura constante dessa certificação demonstra a
importância que este título tem hoje na área de higiene e Por esse motivo, é muito importante que sejam sempre
saúde ocupacional. confirmadas a autenticidade e a permanência da validade
dos títulos concedidos diretamente no site da ABHO,
Para manter a qualidade do higienista, o processo não para www.abho.org.br.
na concessão da certificação.
Com essa atuação, a ABHO cumpre seu papel de valorizar
Visando ao contínuo desenvolvimento da profissão e e promover os higienistas ocupacionais e a Higiene
a garantir que os higienistas certificados permaneçam Ocupacional no Brasil.
atualizados e preparados para o exercício de suas
atividades na área de Higiene Ocupacional, todos os O reconhecimento da qualidade do processo de certificação
higienistas ocupacionais certificados e técnicos higienistas da ABHO já atravessou fronteiras. Higienistas de outros
ocupacionais certificados passam por um Programa de países da América Latina estão interessados em obter
nossa certificação.
Manutenção da Certificação, que estimula a educação
continuada. Parabéns a todos os Higienistas Certificados da ABHO!

Revista ABHO / Setembro 2012 39


RESENHA BIBLIOGRÁFICA

Manual para interpretação de informações


sobre produtos químicos
Tarcísio Buschinelli (*) e Mina Kato (**)

Informações sobre A publicação co-


produtos químicos meça por conceitos
por meio de fichas básicos e o núme-
como FISPQs e MS- ro CAS, que seria o
DSs disponibilizados CPF da substância. A
pelos fabricantes e/ seguir, guia o leitor
ou fornecedores de na busca de infor-
mações disponíveis.
produtos químicos, ou
A partir da fonte

Foto: cortesia SRI/Fundacentro


ainda, pelas organiza- encontrada, o ma-
ções internacionais e nual detalha como
nacionais, são abun- interpretar as infor-
dantes em meio ele- mações contidas,
trônico. A dificuldade item por item, des-
atual reside, pois, na de aparência e odor
seleção de boas fon- até temperatura de
tes e na interpretação ebulição, pressão de
correta de informações por parte dos profis- vapor, solubilidade, e densidade
sionais de SST. do vapor ou gás. Após essa parte
inicial, o manual traz a questão dos
Este manual tem por objetivo preen- perigos de incêndio e explosão, com
cher tal lacuna, trazendo ao público não as características a elas relacionadas
especializado em química ou em toxicolo- (ponto de fulgor, faixa de explosivi-
gia um roteiro com informações básicas, dade, temperatura de autoignição).
mas úteis, para a tomada de decisões cor- Na sequência, vem a questão da toxi-
retas sobre as medidas a serem adotadas cidade, com explicações sobre efeitos
quanto ao manuseio de um produto quí- agudos e crônicos e seus parâmetros
mico. (DL50, CL50, IPVS ou IDLH, os Limites
de Exposição Ocupacionais). Também
Na introdução, os autores ilustram efeitos de relevância, como a carcinoge-
com o “caso DHMO”, as consequências nicidade e sua classificação são apresen-
da interpretação incorreta de uma fi- tados. Quase todos os itens desenvolvi-
cha de informações de Dihidróxido dos têm vários exemplos da área de SST
de Mono-oxigênio (DHMO ou sim- para ilustrar o assunto, de forma a facili-
plesmente água, H2O). Mesmo sem tar sua compreensão e aplicação na área.
nenhuma incorreção técnica, a disponibilização de Essas informações sobre produtos quí-
uma ficha toxicológica da água levou a várias solicitações, micos são úteis antes, durante e depois de uma avaliação
e até a exigências, de políticos para o banimento dessa pe- do ambiente de trabalho e do gerenciamento qualitati-
rigosa substância no Ministério da Saúde da Nova Zelândia. vo de riscos, para delineamento de um programa de pre-
Esse fato mostra que a dificuldade de interpretação das in- venção de acidentes e exposição a produtos químicos e,
formações sobre substâncias químicas pode trazer conse- também, para subsidiar os critérios de acompanhamento
quências não apenas ao local de trabalho, como também clínico-laboratorial nos Programas de Monitoramento da
ter repercussões mais amplas. Saúde do Trabalhador.

O manual está disponível para download gratuito no site da Fundacentro em:


<http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/anexos/Publicacao/Manual_Subst_Quim.pdf>,
e também possui uma edição impressa.

(*) Médico do Trabalho. (**) Farmacêutica-bioquímica.


Pesquisadores da coordenação de saúde no trabalho do Centro Técnico Nacional da FUNDACENTRO

Revista ABHO / Setembro 2012 41


PUBLICAÇÃO

Lançamento das Diretrizes para a Vigilância


do Câncer Relacionado ao Trabalho

Disponibilizada ao final do mês de

MINISTÉRIO DA SAÚ
DE abril pelo Instituto Nacional de Câncer
a (INCA)
ncar Gomes da Silv
de Câncer José Ale
Instituto Nacional José de Alencar Gomes da Silva (INCA),
órgão do Ministério da Saúde, a publi-
cação: Diretrizes para a Vigilância do
Câncer Relacionado ao Trabalho.

Trata-se de um documento que visa


vigilância organizar, sistematizar e disponibilizar
Diretrizes para a
nado ao trabalho os diversos procedimentos para regis-
do câncer relacio
tro, acompanhamento e intervenção,
no âmbito da vigilância, voltados para
o câncer decorrente do trabalho.

Tem como objetivo subsidiar as


ações da assistência e vigilância
realizadas pelas instâncias compe-
tentes do SUS e, em particular, pela
Rede Nacional de Atenção Integral à
Rio de Janeiro - RJ
2012 Saúde do Trabalhador.

O documento pode ser conhecido no site do INCA, neste endereço eletrônico:


<http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/diretrizes_cancer_ocupa.pdf>

42 Revista ABHO / Setembro 2012

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