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ALAIN HORVILLEUR

,
VADE-MECUM
da PRESCRIÇÃO
em HOMEOPATIA
Memento terapêutico por doenças e por medicamen~os
de A a Z e.m forma de fichas para con ulta prática

Prescrições por doenças


• Tipos .de receitas
• Prescrições usuais
• Prescrições especiais

Principais indicações
por medicamentos ·
· VADE-MÉCUM
da PRESCRIÇÃO
em HOMEOPATIA
ALAIN HORVILLEUR
Secretário geral da Organização Médica
Homeopática Internacional
Ex-Presidente da Federação Nacional das
Sociedades Médicas Homeopáticas da França

VADE-MÉCUM
da PRESCRIÇÃO
em HOMEOPATIA

ORGANIZAÇÃO ANDREI EDITQRA LTOA.


Tel.: (011) 223-5111 -·Fax: (011) 221-0246
Caixa Postal 4989 - CEP 01061-970 - São Paulo (SP)
www.editora-andrei.com.br
- 2003 -
Esta obra apresenta a versão em português do original francês "LE VADEMECUM
DE LA PRESCRIPTION EN HOMÉOPATHIE", publicado por MMI .
ÉDITIONS - uma publicação do grupo MASSON (Paris).

Editor
Edmondo Andrei

Tradução
Anita Alves Sampaio

Copyright Internacional
MMI ÉDITIONS - MASSON (Paris).

Copyright da Edição Brasileira


Organização Andrei Editora Ltda.

· - Todos os direitos reservados -

Impresso nas Oficinas Gráficas da


Organização Andrei Editora Ltda.
ÍNDICE.

Introdução

ANTES DE PRESCREVER. MODO DE USAR ESTE GUIA


(Para ler obrigatoriamente) ................................................................................... 7

1ª Parte

TERAPÊUTICA HOMEOPÁTICA
De Abcesso a Zona .............................................................................................. 15

2ª Parte

MATÉRIA MÉDICA:
Classificação dos medicamentos homeopáticos cem suas
principais indicações. De Abies Nigra a Zincum Metallicum................... .449

Índice das palavras-chave ................ .. ............................................................ 651


ANTES
DE PRESCREVER

MODO DE USAR ESTE GUIA

Os médicos aqui encontrarão o essencial do que precisam saber para


prescrever com sucesso os medicamentos homeopáticos. Organizado como um
"foguete em três estágios", este livro se destina:
( 1) Ao médico interessado em homeopatia, sem a conhecer na verdade.
e que antes de ir mais adiante quer testar algumas prescrições.
(2) Ao médico que, desejando apreender o essencial do método, quer
conhecer os principais medicamentos homeopátícos a fim de basear suas
prescrições em sintomas confiáveis.
(3) Ao médico homeopata, que pesquisa um leque mais amplo de
medicamentos ou argumentos suplementares para prescrever os medicamentos
que ele já' conhece.
O leitor poderá facilmente passar do estágio (1) ao estágio (2), depois
ao (3), à medida de sua reflexão e seguir assim um _processo de aper-
feiçoamento na aquisição de seus conhecimentos.
Para cada doença estudada, as etapas mencionadas acima estão
claramente identificáveis graças a uma apresentação tipográfica particular, o
que permite uma consulta rápida e progressiva da obra.

• Iniciante em homeopatia

Deve interessar-se pela primeira etapa ("Receita-tipo") dé cada


seqüência terapêutica, ou seja, pelas soluções "prontas para prescrever". Em
homeopatia, esses conselhos representam um desafio. Os resultados são
8 - VADE-MÉCUM DA PRESCRIÇÃO EM HOMEOPATIA

necessariamente aleatórios. As receitas-tipo têm sido preparadas com a idéia


de assinalar os medicamentos mais freqüentemente indicados em uma dada
circunstância patológica. Essas prescrições sistemáticas oferecem uma vero-
similhança suficiente para permitir resultados encorajadores. Natural-
mente, elas devem ser combinadas com o conselho de aprofundar os sin-
tomas básicos da homeopatia. É preciso saber, na verdade, que as prescrições
não se fazem, como na alopatia, conforme o nome da doença ou sua forma
clínica, mas em função dos sintomas particulares do paciente portador da
doença.
Desde que você se coloque as questões (Por que esta prescrição foi
seguida de sucesso? Por que esta outra teve insucesso?) estude ou retome os
princípios básicos da homeopatia (Vide adiante página 9), e passe à segunda
etapa de cada estudo terapêutico ("O essencial para a prescrição usual"). Você
poderá assim interrogar seus pacientes em detalhes. Esta parte apresenta, de
fato, uma série de medicamentos classicamente conhecidos em homeopatia por
suas indicações na doença estudada. Os sintomas, a ela concernentes, foram
selecionados como os mais significativos e os mais discriminatórios. O
paciente não apresentará obrigatoriamente todos os detalhes deseritos. É
preciso escolher o quadro que lembra mais o caso em estudo. Você poderá
assim se familiarizar com os medicamentos mais freqüentemente indicados na
patologia que lhe interessa. É preciso acompanhar paralelamente os cursos de
homeopatia e as consultas hospitalares.
Depois de adquirida uma base sólida, a terceira etapa ("Para uma
prescrição mais ampla"), evitar-se-á passar ao largo de medicamentos menos
freqüentemente encontrados na clínica, mas que podem ser úteis no caso do
paciente à sua frente.

_. Você já tem noções de homeopatia

Comece diretamente pela segunda etapa {"O essencial para a


prescrição usual"). Ela oferece uma escolha bem ampla de medicamentos
tipicamente indicados para a doença em questão e centrádos, antes de mais
nada, na similitude local. Se não encontrar o que procura, dê uma olhada
na terceira etapa ("Para uma prescrição mais ampla"), que propõe
medicamentos mais raramente indicados. Não hesite, em qualquer caso, em ler
a matéria médica situada no fim do volume. Ela permitirá ampliar a pres-
crição, não importa qual sintoma possa estar presente em seu paciente. De
fato, a primeira parte só aborda os sintomas estatisticamente signific~tivos.
As "Referências clínicas" informam sobre a patologia considerada:
definição, epidemiologia, etiologia, anatomopatologia, bioquímica, principais
ANTES DE PRESCREVER - 9

sinais clínicos, exames paraclínicos, evolução, fatores predisponentes, etc .


Essas indicações permitem não só uma revisão da nosografia, mas também
podem facilitar a escolha dos medicamentos. Como a homeopatia não tem
ação sobre as lesões orgânicas, a menos que elas sejam reversíveis, essas infor-
mações fornecem automaticamente os limites da prescrição. O tratamento
homeopático figura neste livro com cada doença orgânica e é proposto a título
de complemento da alopatia.

Princípios básicos da homeopatia

A definição de homeopatia é a mesma para os três tipos de prescrição.


A profundidade da análise é o único elemento variável de uma etapa a outra.
Trata-se a cada vez, de aplicar o princípio da similitude, ou seja, a regra de
base da homeopatia.
Na primeira etapa ("Receita-tipo"), pode-se considerar que se tra-
ta de uma aplicação do princípio da similitude sem o saber na verda-
de. A segunda etapa é mais de acordo com o espírito do método. A tercei-
ra só difere da precedente por urna ampliação da visão geral dos me-
dicamentos.
A homeopatia se baseia em três princípios: a similitude, o infinitesimal,
e a individualização dos casos (*).
O princípio da similitude enuncia que, para curar um paciente, é
preciso administrar-lhe a substância capaz de provocar nos seres humanos
sintomas comparáveis àqueles que ele apresenta. Busca-se fazer coincidir o
quadro sintomático clínico obtido pelo médico por seu paciente com o quadro
sintomático experimental de uma das substâncias testadas anteriormente
em indivíduos com boa saúde. É preciso destacar que não se prescreve a partir
de um sintoma isolado, e sim que se busca descobrir a substância que cobre o
máximo (ou ainda melhor, o conjunto) dos sintomas do paciente. A lista dos
sintomas adequados a cada medicamento é denominada "patogenesia" e o
conjunto das patogenesias constitui uma "matéria médica". Tal matéria médica
será encontrada no final desta obra. Ela se destina a permitir urna compreensão
em profundidade dos medicamentos. Ela finda, para cada substância, por urna
lista das principais indicações clínicas. É, de qualquer modo, um enunciado em
espelho do que se encontra na primeira parte. Recomenda-se ao iniciante
consultá-la sistematicamente antes de prescrever.

* Para encontrar o significado das outras palavras-chave da linguagem homeopática, consultar o


índice remissivo, no final do livro.
10 • VADE-MÉCUM DA PRESCRIÇÃO EM HOMEOPATIA

O infinitesimal é um corolário do princípio de similitude. Não entra ·na


definição de base da homeopatia strictu sensu. Não é suficiente um
medicamento ser atenuado ao extremo para que alcance o status de
medicamento homeopático. É preciso, antes de mais nada, que ele seja
corretamente escolhido, ou seja, que corresponda aos sintomas do paciente. Só
então a dose infinitesimal desenvolve sua potência de ação. A preparação de
medicamentos de uso homeopático faz-se essencialmente ao centésimo.
Parte-se da substância de base, dita Tintura-mãe (pelo menos para as fontes
animais e vegetais) que se dilui a 1/100 com ajuda de um solvente feito de
água e álcool. Obtém-se assim a " 1 CH", ou seja, a primeira Centesimal
Hahnemanniana (em referência a Hahnemann, que descobriu a homeopatia em
1790). A 1 CH é então diluída a 1/100, dando a 2 CH. Esta 2 CH é, portanto,
uma diluição a 1/10000 da substância de base. Continua-se assim a fazer as
diluições a 1/100 umas das outras. A 3 CH é uma diluição ao milionésimo
(10-6), a 3 CH atinge lQ-60. Observa-se que o nome de infinitesimal não é
retirado. Elabora-se com o mesmo modelo as diluições ao décimo, umas
das outras denominadas "Decimais Hahnemannianas" e abreviadas como
"DH" .
A individualização dos casos é indispensável para a eficácia do
tratamento. Trata-se de selecionar, entre os sintomas do paciente, aqueles que
são característicos do seu estado mórbido e de identificar o nome da subs-
tância susceptível de desenvolver experimentalmente a mesma série de
sintomas. Baseia-se, com este objetivo, nos sintomas mais subjetivos e nos
mais originais. Os sintomas objetivos e os sintomas banais, freqüente-
mente úteis para fazer o diagnóstico das doenças, pertencem em geral ao
quadro clínico de numerosos medicamentos e não são muito discrimina-
tórios . Entre os medicamentos homeopáticos possíveis, escolhe-se aquele
que convém a um determinado paciente, com exclusão dos outros medica-
mentos, dos quais se constata rapidamente que cobrem menos amplamente o
caso. Exemplo caricatural: um paciente que não tenha sede durante a febre
(Apis mellifica, Gelsemium, Pulsatilla) não receberá os mesmos medicamen-
tos que um paciente que a tenha (Aconitum napellus, Arsenicum album,
Belladona, Bryonia alba, Eupatorium perfoliatum, Mercurius solubilis, Phos-
phorus), o que permite uma primeira triagem. Os detalhes clínicos próprios a
cada um desses medicamentos permitem diferenciar uns dos outros. A
individualização decorre do princípio da similitude. Ela não é compatível com
o diagnóstico nosológico, em todo caso ela se acomoda apenas parcialmente.
Cada paciente tem suas particularidades, sua maneira de reagir à invasão da
doença. A escolha do tratamento depende, portanto, de uma anamnese bem
conduzida.
ANTES DE PRESCREVER - 11

A redação da receita

· No momento de redigir uma receita, não basta escrever o nome do(s)


medicamento(s) que se tenha selecionado. É preciso também indicar a
preparação infinitesimal que se deseja.
De um modo geral, você pode se inspirar para a diluição indicada
quando da primeira etapa de cada estudo terapêutico ("Receita-tipo"). Um
paciente vem a você por uma crise de aftas. Ao examiná-lo, você constata que
sua boca é a sede de uma salivação intensa, que apresenta gengivas inchadas e
esponjosas, língua cuja borda guarda marca dos dentes e mau hálito. Você
reconhece a indicàção de Mercurius solubilis. ocê constata que este
medicamento é recomendado na rubrica " Aftas em 5 CH na etapa
"Receita-tipo". Você pode escrever em sua receita:

Mercurius solubilis 5 CH
três grânulos, três vezes ao dia, até a melhora.

O medicamento foi corretamente selecionado: esta diluição vai dar,


portanto, resultados positivos (*). No entanto, é preciso saber que uma diluição
mais elevada, como 7 ou 9 CH, seria igualmente ativa. A escolha da diluição
importa menos que a seleção correta do medicamento. Manter como regra
geral que mais similitude é claramente mais "progresso".
Aqui, o Mercurius solubilis não deixa nenhuma dúvida, 7 CH é
preferível a 5 CH e 9 CH é preferível a 7 CH. Você pode, portanto, escrever
também:

'u< •

Mercurius solubilis 9 CH,


três grânulos, três vezes ao dia, até a melhora.

Um outro paciente apresenta aftas que sangram facilmente ao contato, e


que se acompanham de uma sensação de calor na boca. Você constata assim
que o Borax "atende o caso". Voltar a "Receita-tipo". Borax não se encontra
aí, mas os outros medicamentos são recomendados em 5 CH. Escolha a mesma
diluição para o Borax. As outras diluições poderiam convir. Preferi-las se o

* Você também pode prescrever cinco grânulos, três vezes ao dia. É preciso saber que os
medicamentos agem mais por sua presença que por sua massa.
12 • VADE-MÉCUM DA PRESCRIÇÃO EM HOMEOPATIA

Borax lhe parece evidente, particularmente após ter percorrido a patogenesia


deste medicamento, situado na Matéria Médica no final do livro. Você está
atendendo, por exemplo, um recém-nascido que, além das aftas típicas,
apresenta uma ligeira diarréia. O número de sintomas de Borax acaba de
aumentar em uma unidade, o que toma a prescrição mais confiável. Pres-
crevê-lo em 7 ou 9 CH. Sua prescrição se toma:

Borax 7 CH,
três grânulos, três vezes ao dia, até a melhora.
- - ~- --

Em um terceiro paciente, você encontra sintomas correspondentes ao


Borax e ao Mercurius solubilis, e hesita entre os dois medicamentos. Nada lhes
impede de prescrevê-los em alternância. Escreva:

-
Borax 5 CH,
Mercurius solubilis 5 CH,
três grânulos de cada, em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

Neste caso, você não prescreveu acima de 5 CH, porque a similitude


não estava totalmente esclarecida.

O paciente que você trata agora tem aftas de repetição. Você encontra
nele a maior parte dos sintomas característicos do N atrum muriaticum, e para
começar a língua geográfica, que não acrescenta nada de extraordinário
quando se trata de uma doença situada na boca. Mais surpreendente (porém
perfeitamente lógico para o que concerne ao princípio da similitude), você
apreende que ele se sente sempre pior à beira-mar e que apresenta alergia
ao sol. Na matéria médica do Natrum muriaticum (2ª parte deste livro)
encontra-se alguns dos sintomas mentais citados em referência, e outros
detalhes como a atração por comidas salgadas. Você acaba de descobrir
seu medicamento de fundo, aquele que vai erradicar a tendência a ter crises
de aftas. Retomando à boca: o paciente informa uma sensação de calor na
boca cada vez que tem uma crise de aftas, assim como uma ligeira diarréia.
Borax é, portanto, o medicamento que cobre os sintomas locais. Você pode,
sem problema, prescrever os dois medicamentos na mesma receita. Escolha,
por exemplo, Borax em 7 CH,,.três grânulos, três vezes ao dia. No entanto, se
você ·o administra sozinho, seu paciente vai retornar por outras crises.
ANTES DE PRESCREVER - 13

Acrescente Natrum muriaticum em doses de glóbulos, para tomar uma vez por
semana. Para os medicamentos de fundo, é usual utilizar altas diluições (além
de 9 CH). Se você tem dúvida sobre a indicação de Natrum muriaticum,
indique-o em 12 CH, se o caso está claro, 15 ou 30 CH convém ainda melhor.
Sua receita será, por exemplo:

Cada domingo em jejum, uma dose completa de:


Natrum muriaticum 12 CH (4 doses).
Nos outros dias da semana (de segunda a sábado), tomar dez
minutos antes das três refeições, três grânulos de:
Borax 7 CH (3 tubos).

As informações entre parênteses correspondem às quantidades a


prescrever para um mês.
Se o Natrum muriaticum lhe parece quase certo, substituir o "12 CH"
pelo "30 CH".
Você espera um bom resultado e ele é apenas parcial? Retome o es-
tudo terapêutico (página 32) e lerá que o Psorinurri é útil em caso de re-
cidiva apesar dos medicamentos aparentemente bem indicados. Sua receita
será agora:

Cada domingo em jejum uma dose, seguindo a ordem dos números


1, 2, 3, 4:
N atrum muriaticum 12 CH ( 1, 3)
Psorinum 12 CH (2, 4)
Nos outros dias da semana (de segunda a sábado), tomar dez
minutos antes das três refeições três grânulos de:
Borax 7 CH (3 tubos).

Seu paciente vai então tomar uma semana em duas seu medicamento de
fundo (doses nº 1 e 3), uma semana em duas um medicamento complementar
destinado a fazer aquele reagir (doses nº 2 e 4). Explicar-lhe que as doses dos
glóbulos é dos grânulos são para deixar dissolver lentamente sob a língua, sem
mastigar nem engolir. Ele deve saber tãmbém que quanto mais cedo o
tratamento começa em relação ao início da doença, mais clara a eficácia da
homeopatia.
14 - VADE-MÉCUM DA PRESCRIÇÃO EM HOMEOPATIA

Os esquemas de receitas acima correspondem às eventualidades mais


comuns. Naturalmente lhe é permitido solicitar informações complementares a
seus orientadores *.

Conclusão

Você encontrará neste livro o estudo detalhado de 260 doenças ou


circunstâncias patológicas, sem contar os verbetes simples que fazem remissão
a rubricas plenas. Ao estudá-lo você descobrirá novos projetos terapêuticos,
que darão à sua formação de generalista ou de especialista uma abertura em
consonância com as aspirações de nossa época. A homeopatia é complexa,
mas não é complicada. Ao se familiarizarem com seus princípios básicos e
seus medicamentos, · vocês obterão sucessos terapêuticos que lhes farão pro-
gredir em motivação, formação e informação. Faço votos que vocês cheguem
até o final do processo . de aquisição de conhecimentos. Eu- pratico a homeo-
patia desde 1966 e posso garantir que incluí o essencial da minha experiência
no que se segue. Eu lhes ofereço com a certeza de que obterão, para o bem
maior de seus pacientes, resultados concretos.

Alain HORVILLEUR

(*) Para entrar em contato com o autor: alain.horvilleur@wanadoo.fr.


1ªParte

TERAPÊUTICA
HOMEOPÁTICA

De Abcesso à Zona

PARA ENCONTRAR RAPIDAMENTE


O SIGNIFICADO DOS TERMOS-CHAVE
DA LINGUAGEM HOMEOPÁTICA
CONSULTAR O ÍNDICE REMISSIVO
NO FINAL DA OBRA.
ABCESSO

Referências clínicas:
Coleção purulenta localizada no interior de um tecido, ·resultante de
uma inflamação. Trata-se de uma tumefação flutuante circundada por eritema.
Sinais associados eventuais: celulite localizada, linfangite, adenopatias regio-
nais, hiperleucocitose. O microorganismo mais freqüentemente encontrado é o
Staphylococcus aureus.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
PYROGENIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a prescrição usual:


APIS MELLIFICA: primeira fase do abcesso (antes da formação do
pus); a pele e'stá inchada e avermelhada; dores picantes que melhoram com
compressas frias.
BELLADONNA: primeira fase do abcesso (antes da formação do pus);
a pele está inchada, avermelhada e quente; dores latejantes.
. HEP AR SULFURIS CALCAREUM: principal medicamento, útil em
todas as fases do abcesso; dores picantes agravadás ao toque; sensibilidade ao
ar (o fato de agitar uma folha de papel acima do abcesso provoca uma
corrente de ar que agrava as dores); supuração com mau cheiro; a presença do
Staphylococcus aureus é um argumento suplementar para escolher o Hepar
sulfur.
LACHESIS MUTUS: abcesso de aspecto violáceo, sensível ao toque;
supuração misturada com sangue.
18 - ABCESSO DENTÁRIO

MERCURIUS SOLUBILIS: abcesso com adenopatia satélite.


PYROGENIUM: abcesso com sensação de queimação; dissociação do
pulso e da temperatura; o local parece duro.
SILICEA: abcesso demorado ou crônico; infiltração em torno do
abcesso, presença de uma farpa ou esquírola óssea; conseqüências de va-
cinação (becegite, particularmente); tendência à formação de fístula.

,.. É clássico dizer que as baixas dinamizações (5 a 9 CH) são excitadoras, e que as
altas dinamizações (12 a 30 CH) são frenadoras. Assim, é habitual dar Hepar
sulfuris calcareum em um abcesso no início a 30 CH para impedir a evolução para
supuração. Mais tarde, quando o pus está formado, dá-se a 5 CH para facilitar sua
evacuação.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: abcesso com linfangite, induração do tecido celular
intersticial e dores em queimação.
CALCAREA SULFURICA: abcesso já aberto, lento para curar,
produzindo pus continuamente; a supuração é amarela, por vezes sanguino-
lenta; situa-se a meio caminho entre o Hepar sulfuris calcareum, que convém
aos estados agudos, e a Silicea, mais crônicos.
MYRISTICA SEBIFERA: facilita a abertura do abcesso; foi batizada
de "o bisturi homeopático".

,.. Vide também: Abcesso dentário, Abcesso do seio, Antraz, Furúnculo, Linfangite,
Panarício, Fleimão da garganta, Septicemia, Vacinações.

ABCESSO DENTÁRIO

Referências clínicas:
Supuração aguda ou crônica correspondente a uma infecção da polpa
dentária. Esta resulta mais freqüentemente de . uma cárie dentária. As
complicações podem ser um edema da face, uma fístula gengival, e mesmo
uma celulite e febre. A infecção pode se difundir ao osso (provocando uma
osteíte) e aos tecidos moles do assoalho da boca.

Receita-tipo:
BELLADONA 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH, .
PYROGENIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância três vezes ao dia até a melhora.
ABCESSO DO SEIO - 19

O essencial para a receita usual:


BELLADONA: fa se inflamatória pré-supurativa- com vermelhidão e
dores latejantes.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM : abcesso em via de forma ção ou
constituído; gengivas inchadas, que sangram ao conta~o, doloridas ao toque ;
melhora pelo calor.
MERCURIUS SOLUBILIS : jluxão dentária com bochecha inchada : o
pus se arnmula; gengivas inchadas, esponjosas, retraídas, que sangram ao
contato; dores iJTadiadas à bochecha ou ao ouvido do mesmo lado ; as dores
melh oram quando o paciente massageia a bochecha; hálito fétido, hipersa-
livaçüo, língua que guarda as marcas dos de/lfes; adenopatias; agravamento
pelo calor.
PYROGENIUM: abcesso dentário responsável por uma septicemia;
dissociaçüo do pulso e da temperatura.
SILICEA: abcesso de uma raíz com fístula gengival; associação com
uma osteíte; bochecha inchada; abcesso dentário de repetição.

_.. Pyrogenium faz parte da classe dos bioterápicos, ou seja, dos "medicamentos
preparados com antecedência a partir de produtos de origem microbiana, não
quimicamente definidos, de secreções ou de excreções patológicas ou não, de
tecidos animais ou vegetais e de alérgenos". A esse título ele facilita a ação dos
outros medicamentos homeopáticos. Ele tem igualmente sua ação própria, que se
manifesta quando se encontra na cl ínica os sintomas de sua patogenesia,
particularmente a dissociação do pulso e da temperatura.

Para uma receita mais ampla:


CAUSTICUM: abcesso recidivante; fístula gengival; os dentes dão a
impressão de estarem moles; dificuldades de elocução.
HEKLA LAVA: abcesso de uma raiz devida a um dente cariado;
hipersensibilidade dos dentes à pressão.

_. Vide também: Aftas, Cáries dentárias, Gengivite, Odontalgias, Rosácea.

ABCESSO DO SEIO

Referências clínicas:
Coleção purulenta do seio. Na mulher que amamenta, está ligado à
oclusão de um canal galactóforo, geralmente invadido pelo Staphylococcus
aúreus. Esta afecção é rara. A incisão, a drenagem e a antibioticoterapia estão
indicadas assim como a homeopatia.
20 - ABCESSO DO SEIO

Receita-tipo:
BRYONIA ALBA 5 CH,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
PHYTOLACCA DECANDRA 5 CH,
três grânulos de cada, três vezes ao dia, durante 10 dias.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: início de abcesso do seio de aspecto rosado, com
edema importante; dores picantes; febre sem sede.
BELLADONNA: início de abcesso do seio com pele vermelha,
aumento do calor local percebido à distância e dores latejantes agravadas
pelos abalos; febre elevada com sede.
BRYONIA ALBA: início de abcesso do seio; i~gurgit~mento do seio
que está endurecido, quente, pesado, dolorido e pálido.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: sensação de picadas agravada ao
toque; pus q1,1,e irrita a pele; principal medicamento, útil em todas as fases do
abcesso; no início dá-se 30 CH para impedir a evolução para a supuração;
mais tarde, quando o pus está formado, dá-se em 5 CH para facilitar a
evacuação do pus; pode-se prescrevê-lo sistematicamente acompanhando um
dos outros medicamentos com a noção de infecção por estafilococo.
LACHESIS MUTUS : seio de aspecto violáceo, hipersensibilidade ao
toque.
MERCURIUS SOLUBILIS: abcesso do seio com ulceráção e adenopa-
tias; salivação abundante; febre com predominância noturna.
PHYTOLACCA DECANDRA: início de abcesso do seio sob forma de
um nódulo doloroso; dores latejantes irradiadas para o membro superior; dores
nos mamilos irradiadas para todo o corpo; este medicamento também pode ser
dado como preventivo durante o período de aleitamento.

e.- Passa-se rapidamente para os antibióticos em caso de sinais gerais, como por
exemplo, uma febre importante.

Para uma prescrição mais ampla:


BUFO RANA: associação à linfangite.
CASTOR EQUI: abcesso do seio com fissuras dos mamilos nas
mulheres que amamentam; as aréolas estão vermelhas; dores ao toque
.ou à pressão das roupas; Castor equi também pode ser utilizado em aplicação
local. ·
CROT.ON TIGLIUM: dores que vão do mamilo às costas quando a
criança mama, como se o seio estivesse esticado por um cordão.
ABELHAS • 21

GRAPHITES: para atenuar a induração de uma cicatriz após abcesso do


seio; igualmente indicado para um abcesso do seio que ameaça reaparecer em
uma velha cicatriz.
PHELLANDRIUM AQUATICUM: dores nos canais galactóforos entre
as mamadas.
PHOSPHORUS: abcesso do seio com calor nas palmas das mãos.
SILICEA: abcesso com fístula.
SULFUR: pode ser dado para terminar de esvaziar um abcesso.

<..- Vide também: Abcesso, Aleitamento materno, Seios.

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ABORTO ESPONTÂNEO

Referências clínicas:
Interrupção da gestação antes que o feto seja viável (menos de 28
semanas). Mais de% dos abortos espontâneos acontecem antes da 12ª semana.
O diagnóstico é evocado pela ocorrência de metrorragias no período de
gestação e eventualmente de contrações uterinas. As complicações infecciosas
são possíveis.
Em caso de aborto de repetição, pesquisa-se um obstáculo anatômico
(pólipo, fibroma, malformação do útero), uma insuficiência do corpo ' lúteo,
problemas genéticos, diabetes, hipo ou hipertireoidismo, nefropatia.

Receita~tipo:
ARNICA MONTANA 5 CH,
CAULOPHYLLUM THALICTROIDES 5 CH,
SABINA5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: ameaça de aborto após uma queda ou um
choque nervoso; a paciente sente dores musculares como se tivesse levado uma
surra; ela tem medo de ser tocada; não gosta do contato com o leito.
CAULOPHYLLUM THALIC'~ROIDES: medicamento para espasmos
do colo uterino com atonia do corpo do útero acompanhada de dores .que
22 - ABORTO ESPONTÂNEO

lembram as do parto, sem muitas contrações; sensação de peso no útero;


hemo1rngia passiva; Caulophyllum também pode ser utilizado a título
preventivo desde o início de uma gravidez quando se tem noção de aborto
habitual.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS : ameaça de aborto após uma má
notícia ou um susto; face vermelha escura; a paciente deseja que a deixem em
paz.
KALIUM CARBONICUM : ameaça de aborto com lombalgia. astenia,
tendência a transpirar.
PLUMBUM MET ALLICUM: útero subdesenvolvido; o crescimento do
feto se dá mais rapidamente que o das fibras musculares do útero, o que pro-
voca um aborto.
PULSATILLA: ameaça de aborto com hemorragia illfermitellfe; as
dores têm características variáveis conforme o momento.
SABINA: ameaça de aborto com dores lombossacrais irradiadas. ao
púbis; aborto no terceiro mês; hemOITagia de sangue vermelho vivo, fluido,
mas com coágulos, escorrendo por paroxismos; agravamento ao menor
movimento.

,.. As dores musculares com sensação de ter levado uma surra são essenciais para a
prescrição da Arnica. São encontradas em muitas afecções em que esse
medicamento é indicado. Por outro lado, a Arnica não tem exclusividade do
sintoma. Mais de 120 medicamentos o têm em seu quadro clínico. Aqui lembramos
que a seleção de um medicamento se faz sobre o conjunto dos sintomas do
paciente, o que é claramente mais discriminativo do que levar em conta um sintoma
isolado.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: ameaça de aborto em seguida a um
susto.
ACT JEA RACEMOSA: ameaça de aborto no curso da qual as dores
vão de um lado a outro do abdômen.
APIS MELLIFICA: ameaça de aborto com dores do tipo picada na
região dos ovários.
BELLADONNA: ameaça de aborto com hemo1rngia de sangue quente;
tenesmo uterino; agravamento por abalos.
SECALE CORNUTUM: ameaça de aborto com hemorragia de sangue
escuro.
SEPIA OFFICINALIS: ameaça de aborto com congestão uterina;
sensação de peso dos órgãos no baixo ventre, ondas de calor, face pálida com
ACIDENTE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) - 23

olheiras; indicado igualmente no paciente que não se sente bem após um


aborto.
USTILAGO MAIDIS: hemorragia após um aborto, por atonia uterina;
transudações prolongadas de sangue filamentoso e escuro.
VIBURNUM OPULUS: ameaça de aborto com dores espasmódicas
violentas irradiadas para os membros inferiores.

,.. Vide também : Distocia, Conseqüências de partos.

ACIDENTE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT)

Referências clínicas:
Episódio neurológico focal e temporário, de natureza isquêmica, de
instalação brutal e cuja duração é inferior a 24 horas (de modo resolutivo em
mais de 50% dos casos em menos de uma hora), com regressão completa dos
sinais neurológicos. Trata-se de um diagnóstico de anamnes.e: na maioria dos
casos não há nenhum sinal neurológico no momento em que se examina o
paciente. Concerne mais freqüentemente à área carotidiana (déficit motor ou
sensitivo afetando a metade do corpo ou um membro), mas pode também
envolver a área vertebrobasilar (déficit motor ou sensitivobilateral ou em
báscula, ou síndrome cerebelar ou diplopia ou vertigem). Assumir a responsa-
bilidade do AIT permite evitar a ocorrência, em um segundo tempo, de um
acidente vascular cerebral (risco de 7% por ano, nos cinco anos subsequentes.
Em uma dada pessoa, quanto mais freqüentes os AIT, maior o risco de AVC.
Fatores predisponentes: hipertensão arterial, cardiopatias, diabetes sacarino,
poliglobulia.

Receita-tipo:
ACONITUM N APELLUS 5 CH,
GLONOINUM 5 CH,
OPIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância a cada hora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: nas horas que precederam o AIT, encon-
tra-se a noção de agitação, ansiedade, com sensação de perigo iminente,
24 - ACIDENTE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT}

. medo da morte; o paciente também pode se queixar de cefaléia intensa


com sensação de peso na fronte; acidente isquêmico transitório com
pulso cheio, duro. tenso e crise de hipertensão arterial; conseqüências do
medo.
BELLADONNA: importante hiperemia cerebral, com cefaléia pulsante,
batimento das carótidas, ranger de dentes, rosto vermelho, midríase, olhar
fixo; agravamento por abalos.
GLONOINUM: ameaça de AVC com desorientação ; o paciente não
reconhece o ambiente onde se encontra, ainda que lhe seja familiar; cefaléia
pulsante com rosto vermelho, olhos injetados, batimento das carótidas,
hipertensão arterial; agravamento pelo calor.
. OPIUM : prescrição sistemática após um primeiró AIT_ (uma dose em
12 CH, uma vez por semana); de fato, o modo de ação do ópio (congestão dos
vasos cerebrais, estupefação dos centros nervosos, ausência de reação,
paralisias motoras, lentificação da respiração e do coração por paralisia vagal,
anestesia sensitiva, parada de todas as secreções exceto a transpiração) torna-o
um bom preventivo para o AVC.

,.. A homeopatia age mais sobre os sintomas funcionais que sobre os sintomas
lesionais. É. portanto, mais interessante prescrevê-la na fase de AIT, do que na
fàse de AVC.

Para uma prescrição mais ampla:


ARNICA MONTANA: acidente isquêmico transitório em um hi-
pertenso, por ocasião de um esforço violento.
ASTERIAS RUBENS: congestão cefálica com face vermelha; sensação
de queimação na cabeça como se ela estivesse envolvida por ar quente;
pulso duro e freqüente; medo de acidente vascular cerebral; agravamento à
noite.
COFFEA CRUDA: ameaça de AVC com superexcitação do espírito e
loquacidade.
STRONTIUM CARBONICUM: AIT com ondas vasomotoras em um
hipertenso; o rosto torna-se vermelho por momentos, especialmente ao esforço,
mas apesar disso apresenta uma grande frialdade; melhora dos fenômenos
congestivos por bandagens quentes.
VERATRUM VIRIDE: congestão cefálica repentina localizada na base
do cérebro com ameaça de coma, dor occipital, face lívida (ou seja, violácea),
olhos injetados, midríase, cabeça quente, carótidas latejantes, delírio quere-
lante, náuseas, vômitos, pulso cheio e duro.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) - 25

,.... Vide também: Acidente vascular cerebral, Diabetes, Hipertensão arterial.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

Referências clínicas:
Lesão orgânica do tipo neurológico situada no encéfalo e resultante de
uma doença vascular a este nível. Pode se tratar de um amolecimento
cerebral (por trombose ou embolia das artérias intra- ou extracranianas) ou de
uma hemorragia cerebral (ou cerebromeníngea). Os sintomas são os mesmos
que os de um AIT, sendo os principais uma hemiplegia e distúrbios da fala.
Eles se instalam brutalmente e persistem por mais de 24 horas.

Receita-tipo:
ARNICA MONT ANA 5 CH,
CAUSTICUM 5 CH.
OPIUM5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a prescrição usual:


ARNICA MONTANA: acidente vascular cerebral em um hipertenso
por ocasião de um esforço violento, de uma sobrecarga, de uma emoção;
inconsciência; o pulso está cheio e duro; evacuação involuntária das matérias
fecais e urinas; afirma-se que a Arnica facilita a reabsorção em caso c:ie
hemorragia cerebral, em todo caso, nada impede de administrá-la com a noção
de extravasamento sangüíneo.
BELLADONNA: fase aguda do AVC. com cefaléia pulsante, rosto
vermelho, batimento das carótidas, ranger de dentes, midríase, olhar fixo;
agravamento por abalos.
CAUSTICUM: distúrbios crônicos da fala após um AVC, paralisia
facial, transtornos esfincterianos, deformações dos tendões, particularmente os
dos flexores; Causticum é utilizado igualmente para a depressão nervosa em
um hemiplégico com choros pelo menor motivo e sensibilidade à tristeza dos
outros.
OPIUM: AVC com estupor ou coma, rosto vermelho escuro, trans-
piração quente, respiração estertorosa, miose.
VERATUM VIRIDE: congestão repentina da cabeça e especialmente
da base do cérebro, com hipertensão arterial e pulso lento; cefaléia occipital;
batimento das carótidas: rosto lívido (ou seja, violáceo); fácies hipocrático;
olhos injetados; midríase; náuseas violentas e vômitos.
26 - ACETONA

,.. O AVC é um bom exemplo de doença em que a anatomopatologia e a


fisiopatologia orientam a escolha do medicamento. A sintomatologia propriamente
dita é mais confiável que a anatomopatologia e a fisiopatologia, mas nada impede
de usar esses dados como complemento.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: agitação e angústia com medo da mmte;
rosto vermelho escuro; batimento das carótidas; o pulso está cheio e duro.
ANACARDIUM ORIENTALE: perda repentina da memória após um
AVC; irritabilidade com linguagem grosseira.
APIS MELLIFICA: Pode ser prescrita com a noção de edema cerebral.
BARYTA CARBONICA: seqüelas de hemiplegia em um paciente
ateroesclerosado e senil; perda da memória; compottamento pueril.
BOTHROPS LANCEOLATUS: hemiplegia com afasia e tendência a
esquecer as palavras, ou a cometer erros de palavras; visão perturbada, com
agravamento à luz do sol.
CROTALUS CASCA VELLA: hemiplegia do lado direito com alu-
cinações auditivas; elocução laboriosa por causa de uma lentidão da língua.
CROTALUS HORRIDUS: hemiplegia do lado direito com trismo e
afasia; elocução impossível ou incoerente; o paciente responde de modo ·
"desalinhavado"; comete eJTos de cálculo, não se lembra das palavras
adequadas; aversão pelos membros de sua família.
LACHESIS MUTUS: hemiplegia esquerda com cianose violácea das
bochechas, em um paciente dependente de álcool; diátese hem01Tágica.
STRONTIUM CARBONICUM: seqüelas de hemiplegia sob fo1ma de .
congestão cefálica ao esforço em um hipertenso; melhora dos fenômenos
congestivos por bandagens quentes.

,.. Vide também: Acidente isquêmico transitório, Diabetes, Hipertensão arterial,


Paralisia facial.

ACETONA: vide Cetose periódica

ACNE

Referências clínicas:
Denomina-se classicamente "acne juvenil", "acne vulgar". Trata-se mais
simplesmente de "acne" já que a antiga "acne rosácea", que é uma doença
ACNE • 27

completamente diferente, tornou-se "rosácea". Afecção inflamatória dos


folículos pilossebáceos do ro~to e do tronco. muito freqüente na adolescên-
cia e no adulto jovem, ela se apresenta sob forma de cravos, pápulas, pús-
tulas, microcistos, e às vezes cicatrizes. A lesão histológica inicial é
uma hiperqueratose que se produz no interior do folículo pilossebáceo. Ela
chega à oclusão deste e, portanto, à formação de um cravo, constituído de
sebo, de queratina e de microorganismos, particularmente Propionibacterium
acnes. A evolução pode se dar em seguida para pápulas e pústulas ou mi-
crocistos.

Receita-tipo:
EUGENIA JAMBOSA 5 CH.
HEPAR SULFURIS CALCARBUM 5CH
SELENIUM MET ALLICUM 5 CH,
três grânulos de cada, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


ANTIMONIUM T ART ARICUM: erupção pustulosa que deixa marcas
azuladas.
EUGENIA JAMBOSA: cravos, pápulas endurecidas, inflamatórias, com
dores da região que circunda as pápulas; agravamento durante as mens-
rruações:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM : acne pustulosa, sensível ao toque.
KALIUM BROMATUM: ·pústulas no rosto. peito ou · espáduas de um
adolescellfe agitado, sempre em movimento.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo típico por sua ação
sobre as glândulas sebáceas, a escolher por suas características gerais; trata-se
de uma pessoa reservada, que apresenta uma alopecia frontal precoce, e cuja
pele do rosto é gordurosa; localização característica da acne no limite do
couro cabeludo.
RHUS TOXICODENDRON: aspecto típico de vesículas circundadas
por uma aréola vermelha.
SELENIUM METALLICUM: cravos em uma pele gordurosa.
SEPIA OFFICINALIS: medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais; pessoa pálida, com olheiras, apresentando uma impor-
tante transpiração emotiva; localização mais marcante da acne em torno da
boca; agravamento antes das menstruações.
SILICEA: pápulas ou cistos que supuram; cicatrizes dolorosas ao
toque; transpiração dos pés com odor fétido.
28 - ACROCIANOSE

,,.. Chama-se medicamento de fundo uma substância de uso homeopático que cobre
o quadro do paciente em sua globalidade, não somente os sintomas propriamente
ditos, mas também as características pessoais existentes fora de qualquer patologia
(por exemplo, o caráter reservado e alopecia frontal precoce de origem genética de
Natrum muriaticUm).

Para uma prescrição mais ampla:


BOVIST A GIGANTEA: acne devida aos cosméticos .
CARBO VEGETABILIS: acne com cianose do rosto .
GRAPHITES: acne queloidiana.
LACHESIS MUTUS : pápulas de aspecto azulado ou violáceo,
hipersensíveis ao toque.
PULSATILLA: medicamento de fundo a escolher por suas característi-
cas gerais, freqüentemente indicado na puberdade; mocinha muito emotiva,
ruborizando-se facilmente, chorando por bagatelas; retardo na chegada das
primeiras regras.
SULFUR: acne dolorosa, com numerosos cravos e vermelhidão da pele;
pele malsã.
SULFUR IODATUM: medicamento do quadro geral, a utilizar na acne
renitente; preferi-lo ao Sulfur se houver o receio de agravamento com este
medicamento.

r..- Vide também: Rosácea.

ACROCIANOSE

Referências clínicas:
Síndrome vascular que difere da síndrome de Raynaud por seu cará-
ter permanente ou semi-permanente, e que se caracteriza por uma coloração
vermelho escura, por vezes francamente cianótica das extremidades. Os outros
sintomas são: dedos tumefactos e frios, suores profusas, dores. Trata-se de um
espasmo dos vasos cutâneos de pequeno calibre. Esta afecção atinge prin-
cipalmente mulheres. Não há tratamento alopático, podendo-se, portanto, tentar
os medicamentos homeopáticos propostos a seguir.

Receita-tipo:
AGARICUS MUSCARIUS 5 CH,
LACHESIS MUTUS 5 CH,
ACÚFENOS - 29

PULSATILLA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância. três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AGARICUS MUSCARIUS: extremidades vermelhas; sensação de
agulhas de gelo; formigamentos como se o paciente tivesse geladuras.
CARBO VEGETABILIS : extremidades azuis; cianose devida à hipoxia;
o membro sobre o qual o paciente está deitado dá a impressão de estar
dormente; transpiração dos dedos.
LACHESIS MUTUS: extremidades arroxeadas e muito sensíveis ao
toque; o paciente não suporta que seus dedos sejam tocados.
PULSATILLA: extremidades rosadas; as dores se deslocam de uma
articulação para outra; agravamento pelo calor.

r.,. Aqui os sintomas de chamamento são os sintomas objetivos. É habitual, em


homeopatia, basear-se nos sintomas subjetivos, que são mais facilmente
discriminatórios.

Para uma prescrição mais ampla:


LAUROCERASUS: distensão das veias das mãos; associação a uma
cardiopatia com hipocratismo digital.
SECALE CORNUTUM: frieza das extremidades com, apesar de tudo,
agravamento pelo calor; os dedos estão rígidos e afastados; evolução possível
para a gangrena.

• Vide também: Geladuras, Síndrome de Raynaud.

ACÚFENOS

Referências clínicas:
Ruídos percebidos nos ouvidos ou dentro da cabeça do paciente e que
não tenham sua fonte no mundo externo. Eles são descritos como zumbidos,
tinidos de sino. pios, crepitações, roncos, etc. Um déficit auditivo pode estar
associado. Sua tolerância é variável de uma pessoa a outra. Na maior parte dos
casos, trata-se de um acúfeno puramente subjetivo, que indica uma disfunção
da cóclea ou das vias codeares. Algumas vezes se encontra um ruído. vasc~lar
de origem jugular. A avaliação ORL não revela geralmente nenhuma causa,
motivo pelo qual os anglo-saxões falam de "phantom auditory perception".
30 - ACÚFENOS

Cerca de 5% dos acúfenos estão ligados a uma causa objetivável , desde


simples obstrução do conduto auditivo externo por uma rolha de cerume até
um neurinoma ou um glomus jugular. As causas mais freqüentes são:
traumatismo sonoro, presbiacusia, otospongiose, catarro tubário, otite serosa,
labirintite, disfunção da articulação temporomandibular, traumatismo craniano.
Existem igualmente acúfenos devidos a comprometimentos tóxicos (aspirina,
quinina, certos antibióticos, óxido de carbono), a doenças cardiovasculares
(HTA, aneurisma), a transtornos gerais (anemia, hipotireoidismo). Estresse ou
luto podem estar associados.
Epidemiologia: 10 a 15% da população adulta já percebeu, pelo menos
uma vez, ainda que de modo bem fugaz, um acúfeno; 8% dos adultos são
incomodados em sua vida cotidiana; 0.5 % são muito seriamente afetados.
Uma hipoacusia está associada em 85% dos casos.

Receita-tipo:
ACTJEA RACEMOSA5 CH,
CHININUM SULFURICUM 5 CH,
GLONOINUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACT JEA RACEMOSA: acúfenos com hipersensibilidade ao ruído e
impressão de enlouquecer.
CAUSTICUM: acúfenos com surdez devida a paralisia do VIII
par craniano; eco dos sons dentro da cabeça; agravamento por exercício
mental.
CHININUM SULFURICUM: com surdez, vertigens e arrepios.
GLONOINUM: acúfenos associados a um distúrbio circulatório do
ouvido interno ou de toda a cabeça; os batimentos do coração são percebidos
dentro da cabeça ou dentro do ouvido; eventualmente em conseqüência de
uma insolação; agravamento pelo calor.
PHOSPHORUS: acúfenos de origem circulatória, com surdez para a
voz humana, vertigens, reverberação dos sons.

,.. Actrea racemosa era utilizada no passado em medicina clássica nos acúfenos, sob o
nome de "cimicifuga". Pode-se estimar que ela agiria em função de similitude, e
que os médicos faziam homeopatia sem o saber.
ADENOMA DA PRÓSTATA - 31

Para uma prescrição mais ampla:


CHINA RUBRA: acúfenos transitórios no curso de uma hemorragia.
com cefaléia temporal.
· GRAPHITES: acúfenos com surdez que melhora no barulho.
HYDRASTIS CANADENSIS: acúfenos devidos à inflamação catarral
do ouvido médio, com secreções nasais amarelas e espessas.
KALIUM IODATUM: acúfenos associados a uma coriza com dores nos
sinus frontais.
KALIUM MURIATICUM : acúfenos com catarro da trompa de
Eustáquio.
LACHESIS MUTUS: acúfenos devidos a um catarro da trompa de
Eustáquio, que sobrevêm quando o corrimento nasal pára intempestivamente.
com sensação de ouvido entupido, palpitações, vertigens ao despertar; indicado
igualmente nos acúfenos ligados à parada das regras no curso da menopausa,
com bochechas violáceas e melhora se as regras voltam.
NATRUM SALICYLICUM: acúfenos com vertigens ao tentar se
levantar da cama e surdez.
SALICYLICUM ACIDUM: acúfenos que lembram o ruído de uma
cascata, com vertigens; melhora girando um dedo dentro do ouvido.
SANGUINARIA CANADENSIS: acúfenos no curso da menopausa,
com vermelhidão circunscrita das bochechas e cefaléia latejante.
SULFUR: congestão cefálica com orelhas vermelhas, acúfenos e surdez
de origem catarral após a retrocesso de uma otorréia com mau cheiro;
agravamento ao comer.
THIOSINAMINUM: acúfenos da otospongiose; espessamento do
tímpano; imobilidade dos ossículos.

,,.. Vide também: Anemia. Méniêre, Otite média.

ADENOMA DA PRÓSTATA: vide Hipertrofia


benigna da próstata

AFTAS

Referências clínicas:
Pequenas ulcerações amareladas, redondas ou ovaladas, circundadas por
um halo vermelho, que se sucede a uma vesícula, de origem virai, situada
32 • AFTAS

sobre a mucosa bucal ou faríngea (e mesmo genital), e que são acompanha-


das por sensação de queimação. Os alimentos predisponentes são: as nozes,
as avelãs, o queijo Gruyêre. As aftas podem se inscrever, nos indiví-
duos originários do mediterrâneo, no quadro de uma doença de Behcet
(doença sistêmica, responsável por aftas bucais e genitais, uveíte, flebite,
arterite, etc.).

Receita-tipo:
BORAX5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
SULFURICUM ACIDUM 5 CH,
três grânulos de cada, três vezes ao dia, a serem dados desde os sinais
preliminares, até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BORAX: aftas que sangram facilmente ao contato, com sensação de
calor dentro da boca, e hipersialorréia, especialmente nas crianças; o recém-
nascido recusa o seio; concomitância com uma diarréia.
MERCURIUS SOLUBILIS: aftas com saiivação intensa, mau hálito,
gengivas inchadas e esponjosas, língua que guarda a marca dos dentes,
adenopatias cervicais; eventualmente aspecto de estomatite ou de sapinho,
além destes sintomas, o Mercurius pode ser indicado para uma criança
agressiva e violenta, que gosta de fazer mal às outras crianças ou aos animais;
tem anginas de repetição, adora manteiga e baba sem cessar sobre travesseiro
ao dormir; medicamento a ser prescrito de preferência ao Borax nos casos sem
sintomas precisos.
NATRUM MURIATICUM: aftas de repetição que sobrevêm na
infância ou vêm desde a infância em um indivíduo reservado, agravadas à
beira-mar, alérgico ao sol; a língua é geográfica; ela apresenta também nos
bordos, pérolas, de saliva, ligadas por filamentos de muco; convém em
particular à doença de Behcet.
SULFURICUM ACIDUM: aftas com exsudação de um líquido
sanguinolento e fétido, em um etilista que sangra facilmente por todos os
orifícios.

,.. Não esquecer que por trás do nome "Borax'', está o borato de sódio. Assim, o
Borax é um medicamento próximo do Natrum muriaticum (o sal marinho, que
contém 96% de cloreto de sódio, principal medicamento de fundo .das aftas de
repetição).
AGORAFOBIA - 33

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: aftas azuladas ou de aspecto gangrenoso, no
curso de uma estomatite.
MERCURIUS CORROSIVUS: mesmos sintomas que o Mercurius
solubilis, porém mais violentos; importante estomatite herpética.
NITRICUM ACIDUM: aftas com ulcerações profundas, que sangram
facilmente, e dores picantes ao toque.
PSORINUM: medicamento a acrescentar ao tratamento de fundo, em
caso de recidiva apesar dos medicamentos aparentemente bem indicados.

_. Vide também: Abcesso dentário, Gengivite, Parodontite.

AGORAFOBIA

Referências clínicas:
Evitação fóbica de qualquer situação em que a pessoa se encontre em
um espaço aberto, o que a impede de se deslocar livremente e lhe tira uma
grande parte de sua autonomia. É o mais freqüente dos distúrbios fóbicos
(60% dos casos).

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 7 CH,
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: agorafobia com medo da morte e agita-
çtw; sensação de perigo, de acidente ou de morte que possa sobrevir de
modo iminente; medo da loucura, medo de passar em ruas cheias de
gente; palpitações com pulso rápido, cheio e duro; conseqüências do
ten-or.
ARGENTUM NITRICUM: agorafobia com necessidade da presença
aos Lados do paciente quando ele precisa atravessar uma praça; necessidade
de contornar uma praça, ao invés de atravessá-la na diagonal; medo de que
paredes altas caiam sobre ele; necessidade de andar rápido, alargando o
polígono de sustentação; ansiedade de antecipação que o força agir cada vez
mais rápido; tremores; o indivíduo Argentum nitricum sente-se melhor em
casa do que quando sai.
34 - AIDS

• Chama-se causalidade um elemento ou uma circunstância susceptível de


desencadear a ocorrência do quadro sintomático clínico característico de uma
substância. Aqui, por exemplo, a causalidade "terror" provoca uma agorafobia
acompanhada de todos os sintomas característicos do Aconitum napellus.

Para uma prescrição mais ampla:


ARNICA MONTANA: agorafobia após um choque mental.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: agorafobia com aversão pela com-
panhia (o paciente tem vontade de declarar "Deixe-me sossegado"); ansiedade
de antecipação que o força a agir mais lentamente; tremores .

.,.. Vide: Ansiedade, Pânico, Fobias.

AIDS

Referências clínicas:
A síntlrome da imunodeficiência adquirida é devida ao HIV (ou VHI),
retrovírus que ataca preferencialmente as defesas imunitárias do organismo.
Neste caso, ele age sobre os linfócitos CD4. Fala-se de Aids declarada quando
o número de linfócitos CD4 por mm3 é inferior a 200. Sete anos após a
infecção pelo HIV, estima-se que um terço das pessoas estão assintomáticas,
um terço em estado de ARC (Aids Related Complex), um terço em fase de
doença. A gravidade vem das infecções oportunistas, das doenças neurológicas
e dos tumores malignos associados.
O tratamento homeopático, que vem sempre em complemento às regras
terapêuticas consensuais, deve, de preferência, ser empreendido em fase não
descompensada.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


MERCURIUS SOLUBILIS: principal medicamento sintomático da
Aids descompensada; candidíase oportunista; adenopatias; febre de recru-
descência noturna com transpiração de mau odor.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo, a ser prescrito por
suas características gerais, principalmente a tendência ao herpes.
ALCOOLODEPENDÊNCIA - 35

SEPIA OFFICINALIS: medicamento de fundo, a ser prescrito por suas


características gerais, principalmente a tendência ao herpes, as ondas de calor
emotivas, a astenia com rosto pálido e olheiras.

r..- O tratamento homeopático deve, de preferência, ser empreendido em fase não


descompensada da Aids, em complemento à terapia clássica .

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: medicamento de fundo, a ser prescrito por
suas características gerais, principalmente o indivíduo que a quer para todo o
mundo e dissemina o vírus ao multiplicar as relações sexuais não protegidas.

r..- Vide também: Candidíase.

ALCOOLODEPENDÊNCIA

Referências clínicas:
Conduta alterada, chegando ou não até a embriaguez, e que consiste na
busca do efeito psicotrópico do álcool, com necessidade iITesistível de
consumi-lo regularmente. Fala-se mais hoje em dia de doença alcoólica ou de
alcoolodependência do que de alcoolismo. Esta doença concerne a 10% dos
indivíduos de todas as categorias socioprofissionais. Ela reduz a esperança de
vida de modo significativo. Vários estudos epidemiológicos têm mostrado uma
taxa de mo1talidade até 6 vezes mais elevada nos pacientes alcoolodepen-
dentes do sexo masculino do que nos indivíduos do mesmo sexo não de-
pendentes. O álcool é responsável por distúrbios do comp01tamento, distúr-
bios neurológicos (encefalopatias, comicialidade por abaixamento do limiar
convulsivante, polineurite), transtornos digestivos (ciITose, gastrite alcoólica,
pancreatite crônica), distúrbios cardiovasculares (hipertensão arterial, miocar-
diopatia congestiva, aterosclerose), distúrbios genitais (perturbações menstru-
ais, esterilidade masculina, transtornos da sexualidade), distúrbios ósseos
(osteoporose), alterações cutâneas (seborréia, couperose), transtornos hema-
tológicos (anemia, leucopenia, trombopenia), câncer (vias aerodigestivas
superiores, fígado), fragilização geral (patologia infecciosa associada) sem
esquecer a alcoolopatia fetal.
No plano biológico, o álcool é responsável por um VGM superior a
100, por um aumento dos triglicerídeos, por aumento das Gama Glutamil
Transferases (marcador não específico de alcoolização crônica, com 25% de
falso-negativo), aumento da "transferrina deficiente em carbo-hidrato" (CDT),
marcador mais confiável que as gama GT.
36 - ALCOOLODEPENDÊNCIA

Receita-tipo:
AGARICUS MUSCARIUS 7 CH,
NUX VOMICA 7 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AGARICUS MUSCARIUS: embriaguez alegre, loquaz, ativa, com
delírio no curso da qual o paciente faz versos, canta ou profetisa, acredita-se
um grande personagem, mas não responde a nenhuma pergunta; tem
dificuldades em coordenar seus movimentos e uma cefaléia agravada pelo
álcool.
ARSENICUM ALBUM: paciente deprimido por ingestão de álcool;
seu lado pessimista, negativo, muito crítico, é ressaltado sob influência do
álcool; ele .tem o "vinho triste".
AURUM MET ALLICUM: propensão ao álcool ligado a uma síndrome
melancólica.
LACHESIS MUTUS: indivíduo alcoolodependente com bochechas
violáceas e nariz vermelho; ondas de calor; tremor das mãos; intolerância às
roupas fechadas; loquacidade com passagens disparatadas; agravamento
matinal.
NUX VOMICA: medicamento dos dias seguintes aos excessos (a
famosa "ressaca"), na qual o paciente se queixa de cefaléia, vertigens, diarréia,
arrepios; · língua saburrosa em sua metade superior; Nux vomica é igualmente
indicada, a título de medicamento de fundo, no paciente alcoolodependente
irritável, impaciente, que bebe para se agüentar em seu excesso de trabalho.
PHOSPHORUS: medicamento de prescrição sistemática na pancreatite,
pré-cirrose e cirrose.
STRAMONIUM: delirium tremens (medicamento quase específico);
zoops1as.

,.. É raro, em homeopatia, que se possa fazer uma prescrição sistemática. É preciso
aproveitar as "receitas" que podem existir como indicação do Phosphorus na
pancreatite ou na cirrose, do Stramonium no delirium tremens.

Para uma prescrição mais ampla:


ABSINTHIUM: epilepsia, delirium tremen.s ou delírio maníaco em um
alcoólico perigoso; risco de passagem ao ato delituoso; cleptomania.
ASARUM EUROPJEUM: hiperestesia auditiva agravada pelo alcoo-
lismo; sensação de flutuar no ar como um espírito; náuseas, ansiedade ou
sensação atroz, sentidas no estômago de manhã ao despertar.
ALCOOLODEPENDÊNCIA - 37

CADMIUM SULFURICUM: vômitos negros em um paciente alcoolo-


dependente.
CAPSICUM ANNUUM: dispepsia de origem alcoólica; o paciente
prefere o álcool à água para acalmar sua gastrite.
CARBONEUM SULFURATUM: distúrbios neurológicos devidos ao
alcoolismo crônico; déficit sensorial, auditivo (hipoacusia, acúfenos), visual
(visão perturbada, sensações de véu diante dos olhos, neurite óptica), sensitivo
(hipoestesia); transtornos do equilíbrio e da coordenação (falta de jeito,
tremores); distúrbios da memória (não encontra as palavras ao falar); confusão,
deterioração mental, tendência depressiva, comp01tamento infantil ; emaciação,
fraqueza muscular; disfunção erétil; acne rosácea.
ETHYLICUM: alcoolodependente caracterial, com falta de pudor e
tendo perdido o senso moral; euforia, jovialidade, hipomania, logorréia.
KALIUM BICHROMICUM: dispepsia dos bebedores de cerveja; o
paciente ama a cerveja, mas ela agrava as dores e a sensação de peso que ele
sente no epigástrio.
LEDUM P ALUSTRE: facilitação da diátese gotosa e da rosácea pelo
álcool.
LUESINUM: prescrito no passado nas "taras de hereditariedade
alcoólica", este medicamento pode servir de indicação se há necessidade de
um bioterápico para completar o tratamento de fundo .
L YCOPODIUM CLA V ATUM: medicamento útil em caso de distúrbios
hepáticos em um paciente alcoolodependente; a ser prescrito particularmente
para o fígado atrófico ou hipertrófico, endurecido, com ascite.
OPIUM : acidente vascular cerebral em um paciente alcodlodependente.
RANUNCULUS BULBOSUS: soluço após ter bebido álcool.
SPIRITUS QUERCUS GLANDIUM: paciente de couperose e pré-
ciITótico, que sofre de doença do baço; este medicamento facilita desgostar do
álcool.
SULFUR: alcoolismo crônico de tipo jovial; o paciente tem o "vinho
alegre"; associação ao diabetes do tipo 2, não insulinodependente.
SULFURICUM ACIDUM: esofagite, gastrite de origem alcoólica;
eructações ácidas; a água provoca uma sensação de frio no estômago, a não
ser que seja adicionada ao álcool; tendência às hemorragias passivas pela pele
(púrpura) ou pelos orifícios naturais; sensação de tremor interno.
VERATRUM ALBUM: delírio erótico ou religioso em um paciente
alcoolodependente; ele está inconsolável por um infortúnio imaginárío;
desespero de sua posição social. ·
ZINCUM MET ALLICUM: o paciente tem horror ao álcool e não o
suporta; a menor quantidade de vinho provoca cefaléias, náuseas e dores nos
olhos.
38 - ALGIAS VASCULARES DA FACE

(,.. Vide também: Ansiedade, Cirrose, Delírio, Disfunção erétil, Equimoses, Epilepsia,
Soluço, Pancreatite, Pânico, Fobias, Rosácea .

ALGIAS VASCULARES DA FACE:


vide Cefaléias e enxaquecas

[ ALEITAMENTO MATERNO

Referências clínicas:
Ação, para uma mãe, de nutrir o recém-nascido com seu propno
leite. Pôde-se provar que o aleitamento materno previne a ocon-ência de
afecções alérgicas (o leite humano não contém a betaglobulina, responsável
pela alergia ao leite de vaca), como a asma ou a alergia alimentar. Ele diminui
igualmente a freqüência das infecções respiratórias e gastrintestinais do recém-
nascido.

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
RICINUS COMMUNIS 3 DH,
três gtânulos de cada, três vezes ao dia durante todo o período de
aleitamento.

O essencial para a receita usual:


BRYONIA ALBA: i11g11rgitamento mamano durante o período de
aleitamento; há menos desconforto quando a mãe usa um porta-seios (por
causa da melhora com pressão).
CHINA RUBRA: astenia devida ao aleitamento, sobretudo se ele
prossegue por um longo período.
PULSATILLA: dores etTáticas nos seios durante a mamada; após a
mamada, os seios estão tensos e inchados e o leite continua a escorrer: a mãe
está muito emotiva, chora ao amamentar.
RICINUS COMMUNIS: em 3 DH, três grânulos três vezes ao
dia, este medicamellto aumenta a secreção láctea: caso, ao contrário, se
deseje secá-la é preciso prescrever em 30 CH, uma dose por dia durante
três dias .
ALERGIA - 39·

r..- China é o principal medicamento das conseqüências de perdas líquidas (aqui: o


leite).

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: regras durànte o período de aleitamento.
CALCAREA PHOSPHORICA: a criança recusa o leite de sua mãe;
aumento do desejo sexual durante o período de aleitamento.
CHAMOMILLA VULGARIS: o leite escoITe sozinho nas mulheres que
amamentam.
CROTON TIGLIUM: dores de um mamilo durante a amamentação,
iITadiando-se até a omoplata coITespondente.
PHYTOLACCA DECANDRA: durante a lactação, dores nos seios no
período suposto das regras.
SEPIA OFFICINALIS: erupção (geralmente de eczema) em uma mãe
que amamenta; perda do afeto da mãe que amamenta por sua criança, devida a
uma depressão pós-parto.
SILICEA: dores nas costas ou no útero, ou ainda a oc01Tência de regras
durante o aleitamento.

,.. Vide também : Abcesso do seio, Fissura do mamilo, Seios, Conseqüências de


parto.

ALERGIA

Referências clínicas:
Reação de sensibilidade excessiva do organismo a uma parte do seu
meio ambiente. No plano etiológico, inclui-se: alergia respiratória (áca-
ros , baratas, alimentos para peixes de aquá_rio, pêlos de animais, poeira,
pólens), alergia alimentar (alimentos ricos em histamina ou histamino-
liberadores, alimentos ricos em tiramina, alergias às proteínas do leite
de vaca), alergia medicamentosa, alergia microbiana, alergia de contato,
etc.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
POUMON-HISTAMINE 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia durante os
períodos de crise de alergia.
40 - ALERGIA

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: edema rosado da pele e das mucosas; a pele tem
um aspecto de casca de Laranja, e é a sede de um prurido que 111elhora por
compressas frias (edema de Quincke, urticária, alergia solar, dermografismo);
conjuntivite com ou sem quemose, edema nasal interno, faríngeo ou brônquico ·
com sensação como se cada movimellto respiratório fosse o último (rinite,
asma).
ARSENICUM ALBUM: asma grave com dispnéia noturna; eczema
seco sob forma de uma erupção furfurácea; alternância entre a asma e o
eczema; medicamento de fundo indicado no paciente com caráter meticuloso,
que se preocupa com detalhes, tem tendência à crítica e às censuras, pes-
simista, sempre negativo.
CANTHARIS: erupção alérgica sob forma de bolhas cutâneas.
EUPHRASIA OFFICINALIS: lacrimejamento irritante no curso de
conjuntivite associada à rinite alérgiea.
HISTAMINUM : alergia cutânea (edema de Quincke, urticária, der-
mografismo, eczema) e respiratória (coriza, broncospasmo, asma); é preciso
pensar nele quando se tem a noção de hiperemia e de edema; é igualmente um
medicamento do choque anafilático.
IP~CA : tosse alérgica com náusea contínua, salivação, sibilâncias;
asma dos fenos.
LACHESIS MUTUS: asma brônquica em conseqüência de u111a gripe
mal curada, ou que sobreve11ha no curso da menopausa; dispnéia agrava-
da pelo toque da laringe, colarinho apertado, gravata ou lenço em torno do
pescoço.
L YCOPODIUM CLA V ATUM: pri11cipal medicamento de fundo do
eczema atópico; dispepsia flatulenta.
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo da alergia,
a escolher por suas características gerais, principalmente a alergia solar, o
herpes, as enxaquecas oftálmicas, erupção na borda do couro cabeludo, coriza
espasmódica e dermografismo; trata-se de um indivíduo fechado, que se
comunica pouco e cuja alergia evolui ou é agravada após um desgosto
guardado para si mesmo, um luto não feito.
NATRUM SULFURICUM: coriza espasmódica com prurido das asas
do nariz e ruído de raspagem na parte posterior das fossas nasais; asma com
tosse cheia e dores no peito, especialmente na base do pulmão esquerdo;
eczema com grandes escamas amareladas e translúcidas, com prurido ao
descascar; alergia aos mofos; pode-se igualmente prescrever este medicamento
para um indivíduo Natrum muriaticum que apresente uma coriza espasmódica,
se houver o receio de agravá-la com seu medicamento de fundo.
ALERGIA - 41

NUX VOMICA: alergia nasal com espirros em salvas, de manhã ao


despertar; língua sabutTosa em sua metade posterior; associação a uma
dispepsia espasmódica.
POUMON-HISTAMINE: mesmas indicações que o Histaminum:
medicamento que pode ter um efeito preventivo se for administrado no início
de uma crise.
PSORINUM: alternância de eczema e de diaJTéia, de eczema e
enxaqueca; agravamento por plumas; euforia ou fome da insônia nas
manifestações de alergia.
RHUS TOXICODENDRON: eczema que tenha o aspecto de vesículas
muito pruriginosas circundadas por uma aréola vermelha; melhora do prurido
pelas compressas bem quentes; triângulo vermelho e liso na ponta da língua.

(_.. Psorinum é o medicamento central da psore, nome sob o qual Hahnemann


designava uma doença crônica formada principalmente de alternâncias entre a
pele e os órgãos internos.

Para uma prescrição mais ampla:


DERMATOPHAGOIDES PTERONYSSIMUS: alergia conhecida aos
ácaros ou agravamento clínico pela poeira doméstica.
GRAPHITES: alternância de eczema e de asma.
MURIA TICUM A CID UM: medicamento de fundo da alergia solar. a
preferir no indivíduo tipicamente Natrum muriaticum se há receio de
agravamento com seu medicamento de fundo.
SABADil....,LA OFFICINARUM: espiITos violentos em salvas, no curso
da febre dos fenos; grande sensibilidade ao frio.
SEPIA OFFICINALIS: erupções redondas; localizações preferencial-
mente em torno da boca, na axila e nas dobras de flexão; medicamento de
fundo dos indivíduos que apresentam facilmente ondas de calor emotivas, uma
grande fadiga, rosto pálido, olheiras.
SULFUR: erupções vermelhas, edema de Quincke, asma; alternâncias
mórbidas; o indivíduo sente sempre muito calor; ele é vermelho e jovial;
agravamento pelas plumas.
SULFUR IODATUM: para substituir o Sulfur, na maior parte dos
casos, para evitar um agravamento muito violento por este.
TUBERCULINUM: alternâncias de afecções alérgicas diversas em uma
criança irritável e que sente frio facilmente; alergia ao leite.

e..- Vide também: Asma, Conjuntivite, Eczema, lrite, Lucite estival benigna, Edema de
Quincke, Rinite alérgica, Urticária.
42 - ALOPECIA

ALOPECIA

Referências clínicas:
Perda total ou parcial dos cabelos e dos pêlos. A alopecia pode estar
ligada a fatores genéticos, a circunstâncias locais (dermite seboITéica, psoríase)
ou gerais (mixedema, sífilis) , iatrogênicas (utilização de tratamento com efeito
citotóxico, tálio, excesso de consumo da vitamina A), a fatores psicológicos e
à idade. Em função do tipo, distinguem-se:
- as alopecias difusas agudas, como o eflúvio telógeno (perda difusa
dos cabelos, correspondente a uma diminuição de sua densidade.
transitória, observada no pós-pano, pós-aborto, no curso de febres
diversas, ·apôs uma intervenção cirúrgica, pelo estresse), ou as alo-
pecias iatrogênicas (numerosos medicamentos são os responsáveis,
particularmente os produtos citotóxicos, as doses impo11antes de
vitamina A ou de retinóides, medicamentos à base de tálio);
- as alopecias difusas crônicas, de origem androgênica, ou no curso de
hipotireoidismo;
- as alopecias circunscritas: pelada (placas únicas ou múltiplas.
glabras, bem limitadas, sem anomalia do couro cabeludo; pelada
decalvante total; ou ainda pelada universal na qual todos os pêlos do
corpo caíram), dermite seborréica (películas, prurido, coroa se-
boITéica na borda do couro cabeludo, freqüentemente associada à
dermite seborréica facial) ; alopecias cicatriciais (na esclerode1mia, no
lúpus, líquen, ou após um traumatismo).

Receita-tipo:
PHOSPHORICUM ACIDUM 5 CH,
três grânulos de cada, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


KALIUM CARBONICUM: alopecia em conseqüência de uma doença
grave e prolongada, especialmente uma doença pulmonar, com esgotamento
físico, tendência a sentir frio facilmente; alopecia mais marcante nas têmporas;
queda dos supercílios.
NATRUM MURIATICUM: alopecia frontal precoce, de origem
genética, em _um indivíduo reservado, que se comunica pouco, com testa
gordurosa e brilhante; eczema na borda do couro cabeludo e entre os
supercílios; queda dos pêlos pubianos.
PHOSPHORICUM ACID UM: -. alopecia em conseqüência de um
sofrimento, de uma sobrecarga cerebral ou de uma doença febril; depressão
ALOPECIA - 43

nervosa com sensação de ser uma "pilha vazia"; anergw co/11pleta com
cabelos pre111atura111e/lfe grisalhos.
PHOSPHORUS: alopécia ei11 placas redondas ou . pelada decalvante,
em um indivíduo que apresenta urna ansiedade maior ou crises de pânico com
necessidade de companhia: os cabelos caem aos punhados.

e_. A alopecia frontal precoce é um bom sinal para pensar em Natrum muriaticum, mas
é evidente que os cabelos não crescem de novo sob influência deste medicamento.
Serve-se então, em homeopatia, da noção de tipo sensível com o objetivo de
facilitar a identificação do medicamento de fundo. O tipo sensível reúne, em um
indivíduo, os elementos de sua morfologia, de seu caráter, de seu comportamento,
de suas tendências patológicas. Ele corresponde ao perfil, no plano da tipologia e
da caracterologia, das pessoas que desenvolvem, para uma mesma substância,
mais sintomas patogenéticos que os outros.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: alopecia em placas redondas, acompanhando
urna erupção furfurácea,
AURUM METALLICUM: alopecia ligada à sífilis.
CARBO VEGETABILIS: alopecia como conseqüência de uma doença
grave.
FLUORICUM ACIDUM: alopecia em placas redondas; os cabelos que
renascem são finos, secos e quebradiços: concomitância de uma doença
lesionai cutânea (cicatriz pruriginosa, úlcera), ou profunda (particularmente
nos ossos); cáries dentárias rápidas.
GRAPHITES: cabelos secos e quebradiços; concomitância de um ec-
zema responsável pela alopecia.
L YCOPODIUM CLA V ATUM: os cabelos tornam-se prematuramente
grisalhos e caem em placas; trata-se de um paciente com forte personalidade.
MEZEREUM: tinha; cabelos colados, aglutinados por crostas espessas e
esbranquiçadas sob as quais pode haver pus; prurido intenso, especialmente à
noite.
PULSATILLA: alopecia unilateral.
SELENIUM MET ALLICUM: alopecia associada à queda dos pêlos e à
acne com cravos, em pele oleosa.
SEPIA OFFICINALIS: alopecia com sensibilidade da raiz dos
cabelos, especialmente após um parto 0n no curso da menopausa; cefaléia
crônica.
SULFUR: alopecia associada a botões inflamatórios do couro cabeludo.
THALLIUM MET ALLICUM: alopecia no curso de uma doença
neurológica.
44 - ALZHEIMER

THUYA OCCIDENT ALIS : perda da ponta das sobrancelhas.


USTILAGO MAIDIS: queda dos cabelos e das unhas; associação à
metro1Tagias.

_. Vide também: Dermite seborréica, Hipotireoidismo, Psoríase.

ALZHEIMER

Referências clínicas:
Associação de transtornos mnésicos, cognitivos e compo11amentais que
evoluem progressivamente para uma síndrome demencial. O diagnóstico
diferencial deve ser feito, antes de mais nada, com o esquecimento benigno. O
scanner cerebral mostra uma atrofia cortical. No plano anatomopatológico,
constata-se placas senis (depósitos extracelulares contendo a proteína be-
ta-amilóide) e uma degenerescência neurofibrilar intraneuronal (encerrando a
proteína Tau anormalmente fosforilada).

Receita-tipo:
ALUMINA 7 CH,
ANACARDIUM ORIENTALE 7 CH,
ZINCUM METALLICUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ALUMINA: paciente em estado de Lentificação intelectual com
confusão mellfal quanto à sua própria identidade, de que se dá conta; ele não
tem certeza de quem ele pode ser; engana-se com as palavras ao falar;
entedia-se.
ANACARDIUM ORIENTALE: demência senil com perda da memória,
perda do senso moral, tendência à cólera e à crueldade, meticulosidade; o
paciente utiliza palavras grosseiras; duplo comportamento (seu alcance exterior
é normal, embora tenha esquecido tudo).
HYOSCY AMUS NIGER: paciellte confuso, querelante e que utiliza
palavras obscenas; pode chegar até o exibicionismo; desconfiado, suspeitoso,
em seu delírio tranqüilo ele imagina que há um complô contra ele e resmunga
que vão assassiná-lo.
STRAMONIUM: delírio violento, alucinatório e loquaz, com força
incomum, desejo de luz e de companhia.
AMENORRÉIA - 45

ZINCUM MET ALLICUM: Demonstrou-se que um acúmulo muito


grande de zinco nas células cerebrais agrava a doença de Alzheimer; depressão
de todas as faculdades intelectuais; perda da memória; agravamento pelo
vinho.

,... Os medicamentos acima não podem curar a doença de Alzheimer, eles são apenas
susceptíveis de levar um pouco de conforto. A organicidade é um limite habitual da
homeopatia.

Para uma prescrição mais ampla:


AMBRA GRISEA: senescência prematura; dificuldades de com-
preensão; agravamento pela conversação.
BARYTA CARBONICA: comportamento pueril; esquecido, tímido, o
paciente se fecha quando é visitado.
GINKGO BILOBA: perda de memória; volubilidade; medos ürncionais;
indiferença.
HELLEBORUS NIGER: hebetude; olhar fixo; o paciente deve fazer
grandes esforços para responder às perguntas; ele responde confusamente
como se pensasse em outra coisa.
MEDORRHINUM: o paciente esquece seu próprio nome e o de seus
amigos; ele perde o fio da conversação; tem tendência a deixar tudo para o dia
seguinte; chora durante a consulta.

,.. Vide também: Memória.

AMENORRÉIA

Referências clínicas:
Ausência de menstruações por falta de surgimento das primeiras regras
(amenorréia primária), ou cessação das · regras habituais (amenorréia se-
cundár'ia). A origem neste último caso, pode ser funcional, ovariana, uterina,
iatrogênica, psicogênica.

Receita-tipo:
PULSATILLA 5 CH,
SENECIO AUREUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
46 - AMENORRÉIA

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: amenorréia após um golpe de frio, um
banho frio ou u111 susto; tensão nervosa importante, agitação com medo da
morte e palpitações.
IGNATIA AMARA : amenorréia após uma contrariedade, um desgosto,
w11a emoçcio; choros, soluços, suspiros involuntários, mudanças freqüentes de
humor.
LACHESIS MUTUS: am enorréia durallfe o período climatérico; o
retorno das regras faz desaparecer as ondas de calor, melhora os sintomas em
geral ; falta de ar; intolerância às roupas fechadas no pescoço; à noite, rejeita as
cobertas.
PULSATILLA: primeiras regras tardias em uma mocinha com pele
marmoreada pela estase venosa: amen01Téia secundária após ter ficado com os
pés molhados; regras habitualmente atrasadas, pouco abundantes, inter-
mitentes. de aspecto variável de um mês para o outro.
SENECIO AUREUS: a111e11orréia com fenômenos vicarimztes (epistaxe,
cataITo nasal, tosse seca, lombalgia, leucorréias, tenesmo vesical, edema).
SEPIA OFFICINALIS: amenorréia com sensaçcio de peso para baixo,
dos órgcios do baixo ventre: a paciente está pálida e fatigada; ela tem olheiras.

,.. As características de certas substâncias são encontradas ao longo de toda a sua


patogenesia (conjunto dos sintomas que elas são susceptíveis de provocar
experimentalmente ou de curar na clínica) . É o caso da variabilidade dos sintomas
da Pulsatilla (humor cambiante, nada de evacuações semelhantes, etc.) , que se
encontram aqui no aspecto das regras.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTIMONIUM CRUDUM: amenorréia após um banho frio.
APIS MELLIFICA : amenorréia com dores picantes dos ovários,
principalmente o direito.
BELLADONNA: amenonéia çom congestão cefálica e sensação de
peso para baixo dos órgãos do baixo ventre.
CALCAREA CARBONICA: primeiras regras tardi as em uma mocinha
pletórica, pálida, que transpira facilmente na cabeça e pés.
CYCLAMEN EUROPIEUM: amenoITéia transitória; as regras se
interrompem quando a paciente se agita.
GRAPHITES : primeiras regras tardias em uma mocinha obesa, apática,
friorenta, constipada, com ro~to congestionado.
KALIUM CARBONICUM: amenorréia como conseqüência de uma
doença grave e prolongada; anemia, astenia, lombalgia, tendência a sentir frio
facilmente.
ANEMIA - 47

L YCOPODIUM CLA V ATUM: amenorréia com abaulamento abdomi-


nal.
NATRUM MURIATICUM: primeiras regras tardias em uma mocinha
anêmica, que apesar de tudo come bem, pouco comunicativa, que apresenta
língua geográfica e tendência ao herpes.
PHOSPHORUS : amenorréia com fenômenos vicariantes que pertencem
à diátese hemorrágica (epistaxe, hemoptise. hematúria).

(~ Vide também : Menopausa, Regras , Síndrome pré-menstrual.

ANEMIA

Referências clínicas:
Diminuição do número de hemácias e da quantidade de hemoglobina
que elas contêm. Fala-se de anemia abaixo de 13 g/L de hemoglobina no
homem, 11 g/L na mulher. A origem pode ser uma falta de produção das
hemácias, sua destruição ou uma hemorragia. Esses mecanismos também
podem estar associados. A anemia é responsável por hipoxia celular. Ela pode
estar acompanhada de fadiga (ou fatigabilidade), vertigens, cefaléias. acúfenos ,
visão perturbada. Em uma fase mais grave, e na ausência de tratamento,
poder-se-ia observar: dores abdominais, esplenomegalia, icterícia, amenorréia ,
diminuição da libido.• Poderiam resultar insuficiência cardíaca ou estado de
choque

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
FERRUM METALLICUM 5 CH,
NATRUM MURIATICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACETICUM ACIDUM: · anemia com palidez cerosa e edema dos
~nembros inferiores; esgotamento, dispnéia, micção abundante de urinas claras,
transpiração fria e profusa, sede intensa.
ARSENICUM ALBUM: anemia grave de origem hematológica
(como uma leucemia ou uma septicemia), ou ligada a uma doença geral
(câncer, por exemplo, com emagrecimento, astenia; agitação ansiosa apesar da
astenia).
48 - ANEMIA

CHINA RUBRA: anem ia aguda no curso ou como conseqüência de


uma hemorragia, com face pálida, olheiras, vertigens, zumbidos , astenia.
lipotimia, cefaléia; esplenomegalia.
FERRUM MET ALLICUM: anemia hipocrômica, principalmente fer-
ropriva, com palidez da pele e mucosas , sopro de origem anêmica, cefaléia,
dispnéia, vertigens; síndrome vasomotora, no curso da qual a face pálida
alterna com ondas congestivas desencadeadas pela emoção, dor e exercício.
NATRUM MURIATICUM: anemia de origem auto-imune, como a
do ença de Biermer; principal medicamento de fundo das anemias em geral, a
escolher por suas características gerais, principalmente o fato de que se trata
de um indivíduo reservado, pouco comunicativo, língua geográfica; herpes
recidivante; emagrecimento embora coma bem.

_. Os medicamentos homeopáticos citados no título do tratamento da anemia não


impedem a prescrição de medicamentos alopáticos ou de transfusão confor-
me o caso. A homeopatia é apenas uma parte da medicina , e não se substitui por
outras.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: anemia em um indivíduo com excesso de
peso, com rosto redondo, transpirando na cabeça. ·
CALCAREA PHOSPHORICA: anemia em um adolescente que acaba
de ter um forte impulso de crescimento.
FERRUM ARSENICOSUM: a preferir ao FeJTum metallicum quando
há, além da anemia hipocrômica, a noção de hepatomegalia e de esplenomega-
lia, ou então quando se encontra ao mesmo tempo os sintomas do FeJTum e do
Arsenicum album.
FERRUM PHOSPHORICUM: a preferir ao Ferrum metallicum quando
se encontra ao mesmo tempo os sintomas do Ferrum e do Phosphorus;
tendência às hemorragias (epistaxe, hemoptise, retorragia).
KALIUM CARBONICUM: anemia como conseqüência de uma doença
grave e prolongada com fatigabilidade e tendência a sentir frio facilmente.
MANGANUM: anemia esgotante em paciente inclinado a permanecer
no Jeito.
PHOSPHORUS: anemia que acompanha uma diátese hemorrágica (no
curso de uma icterícia grave, por exemplo); associação a uma pancreatite, uma
ciJTose, uma icterícia grave.
PLUMBUM MET ALLICUM: anemia no curso de uma doença
neurológica com amiotrofia.

r_. Vide também: Acúfenos, Hemorragias, Menorragias, Metrorragias, Vertigens.


ANGINA • 49

ANGINA

Referências clínicas:
Inflamação aguda da mucosa da faringe. No plano clínico, observa-se:
febre elevada, dores faríngeas que causam disfagia. O aspecto das amígdalas
está modificado, de onde a classificação anatomoclínica habitual:
- Anginas eritematosas (ou eritematopultáceas), virais a maior parte
das vezes. Algumas vezes bacterianas, elas representam, em caso de
presença do estreptococo A B-hemolítico, um risco de complicações
sob forma de artiite simples, reumatismo articular agudo, glomeru-
lonefrite, endocardite (de onde o hábito de prescrever um tratamento
sistemático por penicilina ou macrolídeo se não houver coleta de
material da garganta). Nas anginas vermelhas, a homeopatia só será
prescrita sozinha nos casos em que há certeza de tratar-se de uma
angina de origem viral.
Anginas com falsas membranas (como aquela da mononucleose
infecciosa).
• Anginas vesiculosas, de origem virai (freqüentemente herpética).
- Anginas ulceronecróticas, de origem bacteriana (angina de Vincent),
ou resultante da patologia geral (hemopatias).

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
PHYTOLACCA DECANDRA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: angina com mucosas da garganta rosadas e
edemaciadas; edema da úvula, das amígdalas; dores picantes que melhoram
com líquidos frios; ausência de sede apesar da febre. ·
BELLADONN A: angina com garganta muito vermelha e seca, mucosa
a descoberto; sede intensa apesar da disfagia devida a um espasmo da
garganta, com sensação de constricção; febre elevada com abatimento,
entrecortada por fases de resmungos ou de delírio.
LACHESIS MUTUS: angina com mucosa da garganta de cor vermelha
violácea; angina que começa pela amígdala esquerda e passa em seguida para
a direita; dores de garganta pela .menor pressão sobre o pescoço; sensação
de bolo na garganta; agravamento ao deglutir, especialmente com bebidas
quentes.
50 • ANGINA

LUESINUM: bioterápico complementar do medicamento de fundo;


medicamento adjuvante em caso de anginas ulceronecróticas de repetição,
com hipertrofia das amígdalas.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: angina que começa pela amígdala
direita e que passa em seguida para a esquerda; dores agravadas ao deglutir,
melhoradas pelas bebidas quentes; se estes sintomas produzem-se no curso de
anginas de repetição, o Lycopodium torna-se um medicamento de fundo a
escolher por suas características gerais, principalmente a noção de criança
inteligente, que parece mais velha que sua idade, com forte personalidade.
MERCURIUS SOLUBILIS: angina eritematopultácea com adenopa-
tias, mau hálito, salivação (e sede apesar de tudo); edema da língua, cujo
bordo conserva a marca dos dentes; febre com recrudescência noturna, sem
melhora pela transpiração.
PHYTOLACCA DECANDRA: angina com mucosa vermelha escura;
dores na raiz da língua e da garganta irradiadas aos ouvidos quando o
paciente engole; dores reumatóides concomitantes.

,.. Luesinum é 'uma ºpreparação de serosidade de cancro sifilítico não tratado. Ele
também é chamado de Syphilinum, mas os primeiros homeopatas pensaram que
este nome podia assustar os pacientes. É o medicamento central da luese, nome
sob o qual Hahnemann designava uma doença crônica formada principalmente
pela destruição dos órgãos por necrose e ulceração.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: início de angina, de ocon-ência brutal após
um golpe de frio seco com febre importante e ansiedade; a garganta está
vermelha, seca, contraída.
AILANTHUS GLANDULOSA: angina gangrenosa com garganta
vermelha escura e erupção escarlatiniforme.
AMMONIUM CARBONICUM: angina ulcerosa com nanz entupido,
garganta vermelha escura e adenopatias.
ARSENICUM ALBUM: angina de Vincent; falsas membranas de
aspecto seco e encarquilhado; ulcerações com dores em queimação que
melhoram pelo calor; evolução para a gangrena.
BAPTISIA TINCTORIA: inflamação não dolorosa; garganta vermelha
escura; febre de característica tifóide; prostração; odor fétido das excreções.
BARYT A CARBONICA: hipertrofia das amígdalas com varicosidades
da garganta e tendência a ter uma angina a cada golpe de frio; dificuldade para
engolir sobretudo os sólidos; particularmente indicada na criança lenta em sua
evolução psíquica ou rpesmo francamente retardada.
ANGINA - 51

CALCAREA CARBONICA: anginas de · repetição em uma criança


indolente, com cabeça grande, transpirando ao comer ,e ao dormir e que sente
frio facilmente.
CALCAREA IODATA: anginas de repetição em uma /criança com
grandes amígdalas crípticas.
CANTHARIS: herpangina; garganta recoberta de grandes vesículas;
sensação de queimação na boca e na garganta; agravamento ao. deglutir
líquidos.
CAPSICUM ANNUUM: sensação de ter engolido pimenta; agrava-
mento quando o paciente não engole, melhora quando engole.
DULCAMARA: dores de garganta quando o tempo está úmido.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: dores picantes; evolução para a
supuração e o fleimão da garganta.
IGNATIA AMARA: pseudo-angina de origem nervosa com sensação
de bolo na garganta.
LAC CANINUM: dor de garganta que muda freqüentemente de lado,
antes ou durante as regras.
MERCURIUS BI-IODATUS: angina localizada na amígdala es-
querda apresentando os sintomas do Mercurius solubilis, particularmente na
boca.
MERCURIUS CORROSIVUS: Inflamação da garganta com violentas
dores, falsas membranas ou ulcerações; edema da úvula; agravamento ao
deglutir; o aspecto da boca é o do Mercurius solubilis, mas o caso é mais
severo.
MERCURIUS CYANATUS: ulcerações recobertas por falsas mem-
branas cinzentas e espessas; angina de Vincent; o . aspect~ da boca é o do
Mercurius solubilis.
MERCURIUS PROTO-IODATUS: angina localizada na amígdala
direita e que apresenta os sintomas do Mercurius solubilis, 'particularmente os
mesmos sintomas na boca.
NATRUM MURIATICUM: anginas de repetição em uma criança
pouco comunicativa, apresentando herpes e um agravamento à beira-mar.
PHOSPHORUS: angina com dores na laringe e afonia.
PSORINUM: anginas de repetição; frialdade; ulcerações da língua ou
das gengivas; bioterápico a prescrever em complemento ao medicamento de
fundo, quando este, aparentemente bem indicado, çlemora a agir.
RHUS TOXICODENDRON: garganta recoberta de pequenas vesículas;
·herpes; inchação das parótidas; triângulo vermelho na ponta da língua.
,' SEPIA OFFICINALIS: anginas de repetição em uma criança bem
comportada e meticulosa com rosto pálido e olheiras.
52 - ANGOR

SILICEA: anginas de repetição em seguida a uma vacinação; cri-


ança inteligente, mas freqüentemente com atraso no desenvolvirriento físico.
STREPTOCOCCINUM: bioterápico indicado no caso de anginas de
repetição, especialmente quando as estreptolisinas estão elevadas, em
complemento ao medicamento de fundo.
TUBERCULINUM: anginas de repetição por causa da tendência a
sentir frio facilmente; alternância de diversas infecções das vias aéreas su-
periores; variabilidade dos sintomas.

e..- Vide também: Eritema nodoso, Mononucleose infecciosa, ,


Fleimão da garganta,
Rinofaringite, Escarlatina, Tendência a sentir frio facilmente.

ANGOR

Referênciás clínicas:
O angor é uma crise de dores constnct1vas, retroestemais, · de
intensidade variável conforme os pacientes, irradiadas para o · maxilar e o
membro superior esquerdo. Sobrevem ao esforço (marcha, tempo frio, vento
contrário) e se interrompe quando da cessação do esforço e a tomada de
trinitrina por via sublingual. É a expressão clínica da isquemia miocárdica.
Esta aparece quando os aportes em oxigênio são i'nferiores às necessidades do
miocárdio.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
AURUM METALLICUM 5 CH,
CACTUS GRANDIFLORUS 5 CH,
três grânulos de cada todos os minutos em alternância no curso da crise.

O essencial para a receita usual:


ACÇ>NITUM NAPELLUS: dores · anginosas intensas com grande
ansiedade e agitação; sensação de peso sobre o peito; ·dores do membro
superior esquerdo do tipo formigamentos ou dormência; pulso rápido, cheio e
duro; o paciente está convencido de que vai morrer e pede atendimento de
urgência; trata•se freqüentemente de um falso angor de origem nervosa;
agravamento à noite.
ARNICA MONTANA: crise de angor em conseqüência de um esforço
com sensação de ter "levado uma surra", opressão e angústia.
ANGOR • 53

AURUM MET ALLICUM: dores precordiais com sensação de peso


sobre o esterno, sensação de parada do coração, palpitações; agravamento à
noite; principal medicamento de fundo, a escolher por suas características
gerais, principalmente o fato de que se trata de um paciente de aspecto
congestivo, que apresenta uma hipertensão arterial orgânica, e uma tendência
à hipertrofia ventricular esquerda.
AURUM MURIATICUM: dores retroestemais e palpitações à marcha;
o paciente só pensa em sua doença, o que o torna irascível.
CACTUS GRANDIFLORUS: s_ensação de constricção do coração
como por uma mão de ferro, ou um torno; sensação de peso sobre o peito;
sensação como se o coração se virasse; palpitações violentas; dispnéia, ou
.mesmo sufocação durante a crise; dores ou dormência do membro superior
esquerdo; pulso fraco e irregular; hipotensão arterial, ansiedade, agravamento
quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo e pelo movimento;
conseqüências de excesso de tabaco.
LATRODECTUS MACTANS : dores precordiais irradiadas ao membro
superior esquerdo, do tipo dormência ou formigamentos; dispnéia; pele fria ao
toque, síndrome de ameaça de enfarte do miocárdio.

~ . A homeopatia não pode intervir aqui senão como adjuvante do tratamento clássico.

Para uma prescrição mais ampla:


AMYLIUM NITROSUM: angor com ação tumultuada do coração;
dores pré-cordiais que se irradiam ao membro superior direito, agravadas ao
menor movimento; ansiedade precordial com opressão; bàtimentos intensos do
coração e das carótidas.
ARGENTUM NITRICUM: dores intensas no peito e região do coração
em um indivíduo impaciente e precipitado.
ARSENICUM ALBUM: opressão repentina na região do coração com
dores atrozes; ansiedade; o paciente está convencido de que vai morrer, mas ao
contrário do Aconitum napellus, ele recusa atendimento de urgência; agra-
vamento à noite.
CUPRUM METALLICUM: angor com dores do tipo espasmódi-
co provocadas por uma emoção; sufocação com lábios cianóticos; pulso
lento.
GLONOINUM: angor com sensação de afluxo de sangue ao coração,
calor dentro do peito e palpitações violentas, cefaléia latejante; batimento das
carótidas, sincronia do pulso.
KALMIA LATIFOLIA: dores precordiais irradiadas ao longo do
membro superior esquerdo até a mão, com pulso lento e fraco, dispnéia e
eructações.
54 - ANGÚSTIA

LILIUM TIGRJNUM: falso angor em uma mulher hiperativa que tem


preocupações religiosas e sexuais.
NAJA TRIPUDIANS: dores do membro superior esquerdo; lesão
valvular; palpitações que impedem de falar.
SPIGELIA ANTHELMIA: dores precordiais com palpitações q1rnndo o
indivíduo está inclinado para a frente ou deitado sobre o lado esquerdo; dores
do membro superior esquerdo; pulso fraco e iJTegular; náuseas; dispnéia;
conseqüências de excesso de tabaco.

r..- Vide também : Extra-sístoles, Hipertensão arterial, Infarto do miocárdio.

•Í :,ir. ( )

ANGÚSTIA: vide Ansiedade.

ANOREXIA MENTAL

Referências clínicas:
Conduta patológica de restrição alimentar que ocoJTe em adolescentes
entre 12 e 20 anos, com medo de engordar e negação da magreza. Ela aprece
freqüentemente após um evento traumático; separação do meio familiar
(entrada em internato, viagem ao exterior), separação de um dos pais
particularmente investido (morte de um dos avós, partida de um irmão mais
velho, etc.). Trata-se mais · freqüentemente de uma adolescente que sente ter
problemas com seu corpo, ela se acha muito gorda e começa a não mais se
alimentar coJTetamente. Tríade característica: anorexia (ou mais exatamente
luta contra a fome, restrição resultante do medo de engordar, sem autêntica
perda do apetite), emagrecimetUo (que é negado, situando-se entre 15% a 30%
do peso e mesmo até os 50% ), amenorréia (primária ou secundária conforme a
idade, à qual a paciente é indiferente). O funcionamento intelectual é superin-
vestido, o que protege das emoções. Não há nem desejo nem prazer sexuais. A
família não suporta o comportamento do adplescente; recusa em participar das
refeições familiar, triagem dos alimentos, recusa de ingerir alimentos que não
tenham sido preparados por ele mesmo. Há uso abusivo de laxativos, vômitos
pós-prandiais provocados, hiperatividade m9tora. Nenhuma fadiga é alegada.
O àdolescente não está preocupado com seu estado. Trata-se freqüentemente
de uma conduta extrem".l, já que 7 a 8% dos pacientes moITem de sua anorexia.
A anorexia nervosa do rapaz é rara (1 caso em 10) e seria mais facilmente de
natureza psicótica. Ela pode se associar a crises de bulimia.
ANOREXIA MENTAL - 55

Receita-tipo:
ARNICA MONTANA 7 CH,
IGNATIA AMARA 7 CH,
NATRUM MURIATICUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
!hora.

O essencial para a receita. usual:


ARNICA MONTANA: conseqüências de trauma psíquico; a anore-
xia é acompanhada por dores corporais como se a paciente tivesse Levado uma
surra.
IGNATIA AMARA: alternância de anorexia e de bulimia; crises
de bulimia particularmente nos dias de contrariedade; comportamento pue-
ril; humor cambiante; hipersensibilidade do olfato; conseqüências de des-
gosto.
NATRUM MURIATICUM: anorexia com obsessão da nutrição e do
peso, intelectualização dos problemas, tendência à racionalização, desejo do
absoluto, conduta extrema.
PULSATILLA: anorexia em uma moça doce e resignada, passiva, que
chora facilmente.
SEPIA OFFICINALIS: anorexia em uma moça com ar triste e olhei-
ras; sentimento de inferioridade; a paciente é muito ligada à imagem de seu
pai.

,... Não é preciso contar com as "receitas", nem mesmo de medicamentos sinto~
máticos, na anorexia mental. O medicamento de fundo deve ser absoluta-
mente prescrito para se obter resultado. Os medicamentos acima citados
são os mais freqüentemente encontrados, mas é preciso ter na lembrança que
qualquer medicamento de fundo pode ser indicado, em função dos sintomas do
paciente.

Para uma prescrição mais ampla:


ANACARDIUM ORIENTALE: conflito entre a parte do psiquismo que
se destrói e a parte que tem desejo de viver.
HYPOTHALAMUS: ação possível sobre o sistema glandular.
LAC CANINUM: desejo de obter a pureza por restrição alimentar.
MICA: desgosto da vida, o paciente considera inútil comer pa-
ra prolongá-la; caso avançado com corpo frio, pele atrófica e astenia im-
portante.

,... Vide também : Ansiedade, Depressão nervosa, Fobias.


56 • ANSIEDADE, ANGÚSTIA

ANSIEDADE, ANGÚSTIA

Referências clínicas:
A diferença entre ansiedade e angústia é particularmente interessante
para o homeopata:
- ansiedade: estado de desassossego psíquico baseado em um
sentimento de perigo iminente e indefinível, medo sem causa;
preocupação excessiva, iITacionàl que· desestrutura a vida cotidiana;
- angústia (do latim, angere, apertar): conjunto das manifestações
psicomotoras e neurovegetativas que acompanham a ansiedade:
taquicardia, dispnéia, tremores, agitação.

Receita-: tipo:
ACONITUM NAPELLUS 7 CH,
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
PHOSPHORUS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, de cinco em cinco minutos até a
cessação da crise de angústia.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: crise de angústia maior no curso da qual o
paciente está agitado; ele está convencido de que vai morrer de um instante
para outro e exige atendimento de urgência; há palpitações com pulso duro e
cheio e falsas dores de angina do peito; sua face é ansiosa; ansiedade na
multidão; ansiedade no curso âe uma doença infecciosa, de urna hemorragia,
insônia oµ em conseqüência de um temor; desejo de companhia; agravamento
à noite.
ARGENTUM NITRICUM: ansiedade por antecipação com im-
paciência e precipitação; ao despertar, ansiedade do dia que começa com
grande necessidade de permanecer no leito; necessidade de companhia; o
paciente começa a explicar seus sintomas antes de ter verdadeiramente travado
conhecimento com o médico; ele tem impulsos irracionais dos quais .tem medo
e contra os quais ele luta, por exemplo, impulso de se lançar no vazio com
medo da passagem ao ato, dqnde a vertigem das alturas; fobias de situação;
necessidade de ficar em casa, o paciente fica menos ansioso em casa que fora
dela; fica ansioso quando andà 'na rua, o que o faz andar mais rápido; sintomas
somáticos de acompanhamento (eructações, tremores, diarréia de antecipação).
ARSENICUM ALBUM: agitação com medo da morte e esgotamento;
o paciente está convencido de que vai morrer, mas, ao contrário do Aconitum
ANSIEDADE, ANGÚSTIA - 57

napellus, ele recusa cuidados médicos; ansiedade sentida no estômago ou no


abdômen; necessidade de companhia; tendência à negatividade, a · criticar os
outros, à meticulosidade; agravamento à noite.
AURUM MET ALLICUM: ansiedade com sentimento de culpa e
auto-acusação; o paciente reprova a si mesmo; tem o sentimento de estar
abandonado pelos seus; pensa na morte com prazer; ele prepara seu suicídio
com a intenção de conseguir ou então apresenta, na vida diária, comportamen-
tos de risco.
IGNATIA AMARA: humor querelante e cambiallte após contrarie-
dade, desgosto, luto, decepção sentimenial/ tendência a permanecer em
silêncio, do qual o paciente sai sendo agressivo nas palavras; intolerância aos
odores, particularmente os de café, cigarro, perfumes, tinta; sensação de bolo
na garganta, opressão do peito que lhe faz forçar os suspiros; agravamento
pelo café.
PHOSPHORUS: angústia maior, crise de pânico sem causa precisa,
especialmente quando o paciente está sozinho; elf( pode ter igualmente receios
por causas precisas, como o medo das doenças (preocupação a propósito de
sua saúde, inquietação ao menor sintoma), medo da tempestade, do futuro,
· receio de alguma coisa que vai chegar, sem saber o quê; palpitações; ondas de
calor na cabeça ou entre as omoplatas; a pessoa sente os .contornos do seu
coração; agravainenfo quando está deitado sobre o lado esquerdo; agrava-
mento ao anoitecer.
...
( Aconitum napellus e Arsenicum album têm ambos medo da morte, mas enquanto o
' ' .
primeiro solicita um tratamento médico de urgência, o segundo, o recusa. Então, é
bom estudar os medicamentos po"r compâração e encontrar os sintomas dis-
. (
criminativos .

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: ansiedade após ter ouvido falar de coisas
horríveis ou cruéis.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS : ansiedade de antecipação com
aspecto embrutecido do paciente e lentificação de sua atividade; ele deseja que
o deixem em paz; tremores; diarréia de antecipação.
IODUM: ansiedade no curso de uma síndrome ·de hipertireoidismo,
sobretudo se o paciente não come; ele é magro apesar de comer bem e
intolerante ao calor.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: ansiedade de antecipação; o paciente
quer sempre estar melhor em tudo, mas não tem confiança em si mesmo,
donde seu medó de ter um insucesso; medo do novo; desejo de uma
companhia silenciosa.
58 • ANTRAZ

NATRUM CARBONICUM: ansiedade pela música.


NUX VOMICA: ansiedade com hiperexcitação sensorial (ao ruído, à
luz, aos odores); paciente autoritário, exigente, impaciente, itTitável pelo
menor motivo.
PULSATILLA: ansiedade em um cômodo muito _quente, falta de ar;
paciente suave, que chora à toa, "choramingas"; no entanto, seu humor é
cambiante, ele enxuga suas lágrimas e se põe a sorrir se o consolam; tem
dúvidas a respeito de ser amado.
SEPIA OFFICINALIS: ansiedade com ondas de calor emotivas e
transpiração; o paciente não confia em si mesmo, se acredita não inteligente e,
por isso, não participa das conversas.
SILICEA: ansiedade de antecipação; o indivíduo está convencido de
·' J
que vai falhar no que empreende (estudos, trabalho); não tem autoconfiança,
mas o encorajamento permite que seja bem sucedido.

,... Vide também: Agorafobia, Alcoolodependência, Anorexia mental, Gagueira, De-


pressão nervosa, Disfunção erétil, Extra-sístoles, Frigidez, Hipocondria, Hister.ia,
Insônia, Pânico, Fobias, Espasmo do soluço, Espasmofilia, Tiques, Medo, Distúrbios
obsessivo-compulsivos.

ANTRAZ

Referências clínicas:
In(ecção do tecido celular subcutâneo pelo Staphylococcus aureus,
semelhante a um furúnculo, mas que se apresenta sob formas múltiplas de
focos lodosos, com sintomas gerais (particularmente febre elevada), tendência
à difusão e à necrose.

Receita-tipo:
ANTHRACINUM 5 CH,
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
T ARENTULA CUBENSIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANTHRACINUM: antraz com dores em queimação intoleráveis;
tendência à gangrena; pele arroxeada; inflamação do tecido celular subcutâneo
em tomo do antraz; pus fétido; evolução possível para a septicemia;
conseqüências de picada séptica.
ARTERltE - 59

ARSENICUM ALBUM: antraz com dores em queiJ11ação como pelo


fogo, melhoram pelo calor; pus fétido; a pele em torno do antraz lembra o
pergaminho; esgotamento ansioso; evolução possível para a septicemia e/ou
gangrena; antraz em conseqüência de uma picada séptica.
PYROGENIUM: antraz com febre e prostração tais que o leito parece
duro ao paciente; dissociação do pulso e da temperatura.
SILICEA: para terminar de curar um antraz que se arrasta.
TARENTULA CUBENSIS: a11traz com dores intoleráveis; dores em
queimação; evolução possível para a septicemia.

_. É preciso não confund ir Tarentula cubensis com Tarentula hispanica (que é um


medicamento para a histeria). É, portanto, importante sempre mencionar bem o
nome completo do medicamento homeopático nas receitas.

· Para uma prescrição mais ampla:


CROTALUS HORRIDUS: antraz circundado por uma zona edemaciada
e marmoreada; sangramento espesso e negro que não coagula; febre com lo-
quacidade.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: antraz prestes a supurar, hipersen-
sibilidade ao toque.
LACHESIS MUTUS: antraz de aspecto violáceo, hipersensível ao
toque; pus misturaao com sangue; febre com loquacidade.
SECALE CORNUTUM: antraz com corrimento de pus verde e
evolução rápida para a gangrena.

c..- Vide também: Abcesso, Furúnculo, Septicemia .

Referências clínicas:
Lesão arterial inflamatória e degenerativa que provoca o espessamento
da parede arterial. Trata-se de uma doença ateromatosa que afeta l a 2% da
população, com uma nítida preponderância no sexo masculino (80% )'. Os
fatores de risco são: tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, hipercolestero-
lemia, sedentarismo e excesso de peso. O <li.agnóstico é clínico: pensa-se a res-
peito, diante de uma claudicação intermitente ao esforço, e uma abolição dos
pulsos distais. É confirmada pelo eco-doppler. A evolução pode seguir para a
necrose isquêmica. A doença evolui em várias fases: fase I, assintomática (a
doença é descoberta por um exame sistêmico); fase II, claudicação inter-
mitente; fase III, dores de decúbito; fase IV, alterações tróficas.
60 - ARTROSE

Receita-tipo:
CACTUS GRANDIFLORUS 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
SECALE CORNUTUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CACTUS GRANDIFLORUS: arterite com cãibras insuportáveis.
L YCOPODIUM CLAVATUM: claudicação intermitente; cãibras no(s)
membro(s) inferior(es) durante a marcha; cãibras com pés frios, principalmente
o direito; associação eventualmente com uma dispepsia flatulenta.
NUX VOMICA: medicamento de fundo da arterite em um pacü:nte
habituado a cometer excessos de todos os tipos, particularmente quanto à
alimentação gordurosa, café e fumo ; ele puxa os pés ao andar; cãibras;
hipertensão arterial.
PLUMBUM MET ALLICUM: arterite associada à hipertensão arterial e
a lesões das artérias renais.
SECALE CORNUTUM: cãibras; a pele do membro afetado está fria ao
toque; apesar disso, as dores são em queimação e agravadas pelo calor; o
paciente não suporra as cobertas; tendência à gangrena.

,.. A homeopatia leva em conta a parte reversível das afecções orgânicas. Na arterite,
trata-se do espasmo, que os cinco medicamentos acima são susceptíveis de
suprimir.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: cãibras ou dores em queimação que melhoram
pelo calor; evolução para a gangrena.
LACHESIS MUTUS: tendência à cianose e à gangrena.
TABACUM: arterite com cãibras e membros inferiores gelados em um
grande fumante.

e..- Vide também: Cãibras, Diabetes, Hipertensão arterial.

ARTROSE

Referências clínicas:
Afecção crônica degenerativa e não inflamatória das articulações. Esta
doença comporta uma erosão ou uma destruição da cartilagem, mas também
ARTROSE - 61

lesões do osso e da sinovial. É a mais freqüente de todas as doenças


articulares. Distingue-se, classicamente, a artrose primária (idiopática) e a
artrose secundária que numerosos fenômenos biológicos e traumáticos
podem desencadear. A dor agravada pelo exercício é o sintoma mais precoce.
No plano radiológico, constata-se um pinçamento da interlinha articular (que
corresponde às zonas de cartilagem destruídas), uma condensação do osso
subcondral, dos geodes ósseos, dos osteófitos. A homeopatia, bem entendido,
só pode agir sobre o elemento doloroso.

Receita-tipo:
CALCAREA PHOSPHORICA 7 CH,
CAUSTICUM 5 CH.
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: artrose em um paciente com grandes
ossos e articulações rígidas; nodosidades; agravamento pela umidade; melhora
ao se estirar.
CALCAREA FLUORICA: artrose em um paciente que apresenta um
hiper-relaxamento ligamentar; importância dos osteófitos e das exostoses.
CALCAREA PHOSPHORICA: artrose em um paciente longilíneo com
articulações flexíveis; localizações preferenciais nas suturas e nas sínfises,
particularmente na articulação sacroilíaca e da sínfise pubiana; sensação de
donnência nas extremidades; rigidez; agravamento pelo tempo nevoso ou
tempestuoso.
CAUSTICUM: artrose complicada com retrações tendinosas.
PHOSPHORUS: artrose com tendência à osteonecrose.

,.. Não se trata aqui de uma lista de medicamentos indicados em função das dores,
mas da · artrose enquanto doença degenerativa. A presença de diversos sais de
cálcio explica-se pela fisiopatologla, que é aqui o primeiro plano já que o
tratament<;> visa melhorar o estado dos ossos, mais que a responder aos sintomas.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM METALLICUM: artralgias com sensação de repuxa-
mento por causa das les.ões das cartilagens.
HEKLA LAVA: medicamento a prescrever com a noção de osteófitos e
de exostoses.
KALIUM CARBONICUM: lombalgias; dores dos quadris irradiadas
aos joelhos; sensação de fraqueza geral.
62 • ASMA

NATRUM SULFURICUM: infiltração das articulações; obesidade;


agravamento pelo tempo úmido.
RUTA GRAVEOLENS: lesão do periósteo.
SILICEA: osteoporose.
SULFUR: tendência às efusões articulares; dores em queimação
agravadas pela posição em pé; alternância de dores reumáticas com diaJTéia ou
eczema; o enxofre tem ·um papel primordial no metabolismo do osso.
SULFUR IODATUM: a maior parte do tempo, quando o Sulfur é
indicado, prefere-se substituí-lo pelo Sulfur iodatum, que não dá lugar a
efeitos secundários.
THUY A OCCIDENT ALIS: ai1rose com sensação de osso de vidro, de
ossos que vão se partir; agravamento pela umidade; melhora ao se estirar;
eventualmente obesidade ginóide.
TUBERCULINUM RESIDUUM: artrose com tendência à rigidez
articular.

r_. Vide também: Coxartrose, Gonartrose, Osteoporose, Sinovite.

ASMA

Referências clínicas:
Afecção inflamatória cronica das vias aéreas caracterizada por uma
hiper-reatividade brônquica, provocando episódios recidivantes de sibilâncias,
dispnéia, tosse, sobrevindo preferencialmente durante a noite. Constata-se uma
obstrução difusa das vias brônquicas, espontaneamente reversível. No plano
clínico, a crise de asma consiste em uma bradipnéia expiratória com sibilâncias
brônquicas e expectoração mucosa. Ela ocoJTe em conseqüência de uma
hipersensibilidade às substâncias alergizantes (e~emplos: pólens, poeira,
pêlos de animais), mas igualmente ao frio e ao estresse. Os picos de poluição
urbana são responsáveis por crises_de asma. O professor Gervais (Entretiens
de Bichat, 1995) mostrou a relação entre a ocoJTência de crises de asma e os
seguintes poluentes: anidrido sulfuroso, (S02, gás proveniente da combus-
tão do enxofre, aumenta a sensibilidade aos ácaros), a poluição por par-
tículas de ácido (partículas emitidas pela combustão doméstica e indus-
trial, e pel~s motores a Diesel), o óxido de nitrogênio (proveniente dos
gases de escapamento dos veículos a gasolina), o ozônio (poluição estival
ligada à oxidação pelo sol dos poluentes desenvolvidos . pelos gases de
escapamento). A asma afeta 5% da população geral e 8% das crianças em
idade escolar.
ASMA - 63

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
BLATTA ORIENTALIS 5 CH,
IPECA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância de 5 em 5 minutos até a melhora.

(,,,.. Acrescentar Blatta orientalis se houver alergia à poeira.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: asma devida ao edema da laringe e dos brônquios
conz sensação como se. cada respiração fosse a última, em conseqüência de
uma picada de inseto ou por pólens, ou após retrocesso de uma urticária.
ARSENICUM ALBUM: asma com esgotamento ansioso, agitação,
frialdade, medo da sufocação; espirros e olheiras; sensação de queimação
dentro do peito; trata-se freqüentemente de asma grave que necessite de
hospitalização; alternância com erupção (geralmente furfurácea); agravamento
à noite.
BLATTA ORIENTALIS: crise de asma devida à poeira de casa, que
complica mais freqüentemente uma bronquite crônica.
CARBO VEGETABILIS: asma com falta de ar e necessidade de ser
abanado; asma em pessoas idosas associada ao enfisema pulmonar; melhora
pelas eructações.
IPECA: sibilâncias com tosse com silvos e sufocallte que termina por
náusea, e apesar de tudo a língua está limpa; hipersalivação, olheiras,
epistaxe; sensação de constricção do peito; asma do feno.
KALIUM CARBONICUM: asma com sibilâncias e expectoração de
massas redondas, transparentes e cinzellfas como as da tapioca; dores
picantes do peito, independentes do movimento respiratório; o paciente senta
inclinado para a frente, a cabeça entre as mãos, os cotovelos sobre os joelhos;
ocorre ou se agrava às 3 horas da manhã.
LACHESIS MUTUS: asma em conseqüência de uma gripe mal curada,
sobretudo no período de menopausa; sensibilidade da laringe ao toque ou à
presença de uma vestimenta; a respiração do paciente se interrompe no
momento em que ·ele adormece; bochechas violáceas; agravamento quando o
nariz ou a boca são cobertos; agravamento após o sono; melhora pela expec-
toração.
NATRUM SULFURICUM: indicado principalmente na asma do feno e
na asma devidas à presença de mo/os (como lembra o agravamento pelo
tempo úmido); associação à coriza espasmódica com prurido das abas do
nariz e "raspagem" da parte posterior das fossas nasais; tosse cheia; o
paciente segura o peito ao tossir; agravamento à beira-mar.
64 - ASMA

NUX VOMICA: crise de asma após a refeição com ·concomitância de


sintomas digestivos (sensação de plenitude do estômago, necessidade de abrir
as roupas, língua grossa em sua metade posterior, melhora pelas eructações),
sensação de constricção do peito, espirros; trata-se de uma pessoa irritável e
impaciente, pelo menos durante a crise.

_. Pode-se igualmente prescrever um isoterápico, ou seja, uma preparaç&o·, em dose


infinitesimal, do agente causal da crise ou do produto que intoxicou o paciente.
Tratar-se-ia aqui do alérgeno responsável (poeira doméstica, escamas ou pêlos de
animal familiar, pólens, etc.) . Administrado no início de uma crise, ele contribui para
atenuá-la.

Para uma prescrição mais ampla:


. ANTÍMONIUM T ART ARIClJfyf: bronquite asmatiforme com res-
piração ruidosa, sob forma de este.rtores ressonantes percebidos à distância;
atravancamento brônquico com impossibiliqade de escarrar, anoxia e cianose;
o paciente está a ponto de sufocação; entre cada paroxismo de dispnéia
produz-se uma sonolência devida à anoxia; língua saburrosa; melhora pela
expectoração quando ela é possível.
ARALIA RACEMOSA: asma com tosse asmatiforme em tomo das 23
horas; as sibilâncias produzem-se à inspiração e à expiração, porém são mais
sonoras à inspiração.
BROMUM: "asma" dos marítimos quando retomam à terra; dispnéia
inspiratória como se os brônquios estivessem cheios de poeira ou de vapor de
enxofre, com sensação de não conseguir fazer entrar ar suficiente; respiração
rouca; crepitação devida ao muco na laringe; a respiração é difícil quando o
paciente deglute.
CALCAREA CARBONICA: alternância de asma com um eczema do
couro cabeludo; dispnéia agravada quando o paciente sobe uma escada ou
quando anda contra o vento; medicamento de fundo, a escolher por suas
carncterísticas gerais, principalmente a transpiração da cabeça e a tendência a
sentir frio facilmente.
DROSERA ROTUNDIFOLIA: asma que se agrava ao falar; tosse
espasmódica tipo "tosse de cachorro", rouca, com paroxismos subin-
trantes, epistaxe; agravamento quando o paciente · está estirado e após a
meia-noite.
IGNATIA AMAR~: pseudo-asma com opressão respiratória em
conseqüência de uma contrar~edade ou de uma emoção; o . paciente força
constantemente suspiros; quanto mais tosse mais tem vontade de tossir;
hipersensibilidade aos odores de café, de tabaco.
ASMA • 65

LOBELIA INFLATA: dispnéia violenta, agravada na posição deitada,


com sensação de constricção do peito, ameaça de sufocação; hipersalivação,
náuseas violentas, vazio no estômago, vômitos; sensação de que o coração vai
parar de bater. ,
LYCOPODIUM CLAVATUM: asma com batimentos das asas do nariz;
medicamento de fundo, a escolher por suas características gerais, principal-
mente a tendência aos problemas digestivos do tipo dispepsia flatulenta e a
existência de um quadro atópico.
MEDORRHINUM: crise de asma aliviada na posição genupeitoral.
NATRUM MURIATICUM: asma com expectoração de muco transpa-
rente; lacrimejamento durante a tosse; agravamento à beira-mar; medicamento
de fundo, a escolher por suas características gerais, particularmente indicado
em um paciente que se comunica pouco, apresentando grande desejo de sal,
alergia ao sol, crises de herpes.
PHOSPHORUS: asma acompanhada de laringite dolorosa; sensação
de queimação ou de calor na laringe, peito, palma das mãos ou entre
os ombros; agravamento quando o paciente está deitado sobre o lado es-
querdo.
PSORINUM: dispnéia agravada em posição sentada, melhorada quando
o paciente está estirado com os braços cruzados; frialdade; bioterápico a
utilizar em complemento ao medicamento de fundo, indicado principalmente
pela noção de retomo ~nual. da asma do feno.
PULSATILLA: asma com amenorréia; variabilidade dos sintomas a
cada crise; agravamento pelo calor de um cômodo muito quente; melhora ao ar
livre.
SILICEA: conseqüências de vacinação; medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, particularmente indicado em um
paciente magro e inteligente, que tenha necessidade de ser estimulado no que
faz, apresentando uma transpiração dos pés com odor fétido.
SPONGIA TOSTA: asma com secura das mucosas, responsável por
9ma tosse que lembra o latido de um cão, melhora após ter bebido; medo da
sufocação.
SULFUR: asma com sensação de queimação ou de calor no peito;· falta
de ar; medicamento de fundo a escolher por suas características gerais,
principalmente o caráter jovial do paciente, sua tendência ao diabetes e às
erupções vermelhas agravadas pela água (ou os tópicos aquosos), as
alternâncias entre a asma e as dermatoses.
SULFUROSUM ACIDUM: asma devida à poluição; dificuldades
respiratórias com necessidade de inspirações profundas.
66 - ASSADURAS

THUY A OCCIDENT ALIS: conseqüências de vacinação; medicamento


de fundo indicado em um paciente com infiltrado; agravamento pela umidade.

r.- Vide igualmente : Alergia, Eczema, Enfisema, Edema de Quincke, Rinite alérgica,
Tosse, Urticária.

ASSADURAS: vide Dermite das nádegas.


BARTHOLINITE

Referências clínicas:
Inflamação da glândula de Bartholin. Classicamente se trata de uma
infecção pela Neisseria gonorrhoea, mas se pode constatar igualmente a
presença do Staphylococcus aureus, colibacilos, Candida albicans. A
abscedação dá-se freqüentemente a partir de um cisto preexistente, e nesse
caso o tratamento é cirúrgico.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
SILICEA 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencialpara a receita usual:


HEP AR SULFURIS CALCAREUM: abcesso hipersensível ao toque;
medicamento particularmente indicado em caso de presença de Staphylococcus
aureus.
MERCURIUS SOLUBILIS: principal medicamento da inflamação dos
órgãos genitais femininos, e, portanto, da bartholinite; tendência à ulceração;
leucorréias purulentas agravadas à noite; adenopatia satélite; particularmente
indicado em caso de candidíase.
, SEPIA OFFICINALIS: bartholinite com leucorréias leitosas e sensação
de peso dos órgãos no baixo ventre; principal medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente a face pálida com
olheiras e as ondas de calor emotivas.
SILICEA: caso crônico; aspecto cístico ou fistuloso .
68 - BASEDOW (DOENÇA DE)

,... É preciso pensar sistematicamente em Sepia nas doenças ginecológicas, mas


prescrevê-la somente quando se encontram os sintomas. A verificação da matéria
médica, em caso da necessidade de abrir um livro diante do paciente, é fre-
qüentemente útil.

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONNA: inflamação repentina com febre elevada.
MEDORRHINUM: bioterápico, a ser prescrito como complemento dos
outros medicamentos.
NITRICUM ACIDUM : bartholinite com leucorréias cor de carne.
·THUYA OCCIDENT ALIS: associação a condilomas.

,... Vide também: Leucorréias, Metrite.

BASEDOW (Doença de): vide Hipertireoidismo

BEHCET (Doença de): vide Aftas

BLEFARITE

Referências clínicas:
Inflamação do bordo livre das pálpebras nas glândulas lacrimais
acessórias e na implantação dos cílios. A afecção traduz-se por v~rmelhidão,
edema, escamas ou mesmo ulcerações superficiais. As duas formas mais
freqüentes são a blefarite seborréica (não ulcerosa) e a blefarite esta-
filocóccica, podendo estas duas formas estarem associadas.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 5 CH,
GRAPHITES 5 CH,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARGEN'f.UM NITRICUM: blefarite crônica com ectrópio, corrimento
purulento abundante, conjuntivite granular, inchaço e vermelhidão das
BLEFARITE • 69

carúnculas; as pálpebras estão coladas de manhã; agravamento perto de uma


fonte de calor; melhora pelo frio.
EUPHRASIA OFFICINALIS: blefarite no curso de coriza; lacrimeja-
mento abundante, escoriando as pálpebras e as bochechas (enquanto o
corrimento nasal não é irritante); piscamento constante das pálpebras.
GRAPHITES: blefarite crônica com fissuras nos cantos externos dos
olhos; vermelhidão do bordo das pálpebras, com eczema; pálpebras coladas de
manhã.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: blefarite estafilocóccica com
pálpebras sensíveis ao toque e ao ar livre, granulações na face interna das
pálpebras, corrimento purulento que provoca pequenas vesículas na. periferia
da parte inflamada; inchaço das glândulas de Meibomius; hipópio.
MERCURIUS SOLUBILIS: blefarite com pequenas ulcerações das
pálpebras, que estão vermelhas, espessas, inchadas; ectrópio; corrimento
purulento, corrosivo, irritando a bochecha; agravamento ao ar livre e pelo
calor; conseqüências da exposição ao calor do fogo.

,... A flor da eufrásia (Euphrasia officinalis) tem estrias escuras que fazem lembrar um
olho. É por este argumento que ela era utilizada na tradição popular para combater
as afecções oculares em nome da doutrina dos preceitos. Este preceito da era
pré-científica estipulava que um elemento de origem natural dá por sua forma, seu
modo de funcionamento ou natureza da substância que contém uma indicação
sobre a doença que ele pode curar. As marcas são supostas evidentes, bem visíveis
e portadoras das características mais essenciais.

Para uma prescrição mais ampla:


ALUMINA: blefarite com secura da conjuntiva.
APIS MELLIFICA: blefarite alérgica com quemose e ectrópio.
NATRUM MURIATICUM: blefarite com sensação de areia nos olhos,
lacrimejamento, blefarospasmo.
PETROLEUM: blefarite com muco-pus proveniente do saco lacrimal.
PSORINUM: blefarite crônica afetando mais particularmente a face
interna das pálpebras, com agravamento periódico:
PULSATILLA: blefarite de repetição com corrimento amarelo, não
irritante; o bordo das pálpebras está inchado e vermelho; melhora pelo frio;
associação a terço) de repetição.
SULFUR: blefarite crônica, de natureza alérgica ou seborréica, com
vermelhidão do bordo das pálpebras, prurido, sensação de queimação;
agravamento pelos banhos de olhos.

(_. Vide também: Terçai, Úlcera da córnea.


70 - BULIMIA

BULIMJA: vide Anorexia mental

BRONQUIECTASIA

Referências clínicas:
, Dilatação permanente e anormal dos brônquios cartilaginosos de médio
calibre, acompanhada de uma alteração dos compostos elásticos e musculares
das paredes brônquicas e de uma destruição do parênquima pulmonar
subjacente. Ela resulta da conjunção de vários mecanismos entre os quais a
infecção crônica desempenha um papel constante. Os sintomas habituais são:
tosse com expectoração habitual e febre, hemoptise, dispnéia, hipocratismo
digital, estertores brônquicos.

Receita-tipo:
ANTIMONIUM T ART ARICUM: 5 CH,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
KALIUM BICHROMICUM 5 CH;
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANTIMONIUM T ART ARICUM: bronquiectasia com atravancamento
brônquico importante provocando estenores que podem ser ouvidos à
distância, antes mesmo de auscultar o paciente; pouco ou nada de
expectoração; tosse cheia e improdutiva; dispnéia, sonolência e cianose
devidas à anoxia.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: medicamento indicado em
período de superinfecção; estertores úmidos ou sibilâncias; expectoração
abundante de muco-pus; tosse crupal a menor coITente de ar ou quando o
paciente se descobre; ele se sufoca ao tossir.
KALIUM BICHROMICUM: broncorréia purulenta e esverdeada, que
se apresenta sob forma de mucos espessos, viscosos, aderentes, difíceis de
expectorar; tosse agravada ao comer e ao se despir.
PHOSPHORUS: bronquiectasia com dispnéia agravada quando o
paciente está deitado sobre o lado esquerdo; sensação de queimação dentro do
peito, entre as om'oplatas, ou na palma das mãos; hemoptise.
SILICEA: medicamento de superinfecção crônica com expectoração
purulenta permanente; frialdade; fatigabilidade, falta de energia; transpiração
dos pés, de odor fétido.
BRONQUIOLITE - 71

STANNUM MET ALLICUM: bronquiectasia com sensação de fra-


queza no peito após a expectoração, impedindo de falar; dispnéia; tosse
quando o paciente fala, ri ou canta; expectoração purulenta, abundante, de
gosto adocicado; astenia.

(_. Pode-se dar Phosphorus tri-iodatus em lugar do Phosphorus se este último agrava a
hemoptise.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: dispnéia de esforço; tosse ao menor golpe
· de frio; tendência a ressentir-se do frio facilmente sob forma de resfriado ou
laringites; transpiração do couro cabeludo e dos pés.
DROSERA ROTUNDIFOLIA: bronquiectasia complicada de tosse
noturna, seca, com quintas subintrantes, e retomada inspiratória, tosse pro-
vocada pela sensação de cócegas na laringe quando o paciente está deitado; ele
segura o tórax ou o ventre ao tossir; agravação quando bebe, come, _canta, se
estica; agravação igualmente após a meia-noite e pelo calor.
KALIUM CARBONICUM: expectoração abundante de manhã; dores
picantes no peito, não ritmadas pela respiração, sobretudo na base do pulmão
direito; o paciente respira melhor quando está inclinado para frente; astenia;
tendência a sentir frio facilmente .
PULSATILLA: expectoração amarela e de gosto adocicado; tosse ao
entrar em um cômodo muito quente; tosse seca à noite, cheia de manhã;
variabilidade dos sintomas.
SENEGA: catarro brônquico da pessoa idosa, c'?mplicada com
bronquiectasias e enfisema pulmonar; estertores; impossibilidade de expecto-
rar; dores da parede torácica.

(_. Vide também: Bronquite crônica, Enfisema pulmonar, Tosse.

BRONQUIOLITE

Referências clínicas:
Inflamação das .últimas ramificações dos brônquios, ocorrendo geral-
mente de outubro a fevereiro . O VRS (vírus respiratório sincicial) está em
causa em 70 a 80% dos casos, mas outros vírus podem estar implicados,
particularmente o Rhinovirus (10% dos casos). Ele afeta o recém-nascido de
menos de dois anos de idade que vive em um'a grande aglomeração. Os
estudos epidemiológicos mostram que a urbanização e a industrialização
desempenham um papel, assim como a prematuridade, o nível socio-
económico, o tabagismo passivo. A afecção começa por uma rinofaringite
72 - BRONQUIOLITE

durante 36 a 72 horas ; depois sobrevém os sintomas mais específicos que po-


dem chegar até a angústia respiratória obstrutiva: tosse seca, polipnéia, dis-
tensão torácica, estertores crepitantes no final da inspiração, sibilâncias à expi-
ração, puxamento, febre pouca elevada. A cinesioterapia respiratória é indis-
pensável. A hospitalização impõe-se no recém-nascido de menos de três meses.

Receita-tipo:
ANTIMONIUM T ARTARICUM 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANTIMONIUM T ART ARICUM: atravancamento brônquico com es-
tertores úmidos percebidos à distância, mucosidades, pouca expectoração,
dispnéia; atelectasia, cianose e sonolência . devidas à anoxia; tosse cheia e
improdutiva; língua saburrosa.
FERRUM PHOSPHORICUM: bronquiolite com tosse seca e tempe-
ratura relativamente pouco elevada; alternância de temperatura subnormal
com uma febre em torno de 38,5º; quando a temperatura está baixa, o rosto do
paciente é pálido, quando ela sobe, a face está vermelha (Ferrum phos-
phoricum corresponde, portanto, a uma fase precoce, antes da fase de cianose) ;
epistaxe; micção involuntária pela tosse.
PHOSPHORUS: bronquiolite com expectoração fétida e sanguinolenta
na criança mais velha; dispnéia agravada quando ele está deitado sobre o lado
esquerdo; fome apesar da febre; grande sede. ·

(_. A seleção dos medicamentos homeopáticos é mais confiável quando se utilizam os


sintomas inexplicáveis, inesperados para o caso. Habitualmente os pacientes
não têm fome durante a febre. A conservação do apetite é, portanto, impressionante
e deve ser tida como um sintoma característico, bastante evocador do Phosphorus.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: início de bronquiolite após um golpe de frio
seco com tosse crupal, seca; febre elevada com agitação; a pele não transpira.
BELLADONNA: tosse seca com febre elevada, sede, abatimento
entremeado de resmungos, rosto vermelho, transpiração.
BRYONIA ALBA: tosse seca agravada ao comer, ao beber, ao entrar
em um cômodo muito aquecido, e sobretudo ao menor movimento; lábios
secos rachados, sede, cefaléia . agravada pela tçsse; dores picantes agravadas
pelo movimento e pela respiração, mélhoradas quando o paciente está deitado
sobre o lado dolorido; irritabilidade durante a febre.
BRONQUITE AGUDA • 73

HEPAR SULFURIS CALCAREUM: sibilâncias, tosse crupal ou cheia,


agravada ao falar; expectoração amarela e viscosa; agravamento pelas
correntes de ar.
· IPECA: bronquiolite com sibilâncias; tosse com silvos, espasmódica,
terminando por vômitos; hipersalivação com língua limpa; epistaxe; cianose;
o1heiras.

(.- Vide também: Bronquite aguda, Tosse.

BRONQUITE AGUDA

Referências clínicas:
Inflamação da mucosa brônquica, de origem virai ou bacteriana, mais
freqüente no inverno. Os pródromos são um catarro com tosse seca, quintosa,
dolorosa. Depois vem a fase "úmida", com febre e tosse produtiva
(expectoração seromucosa, ou algumas vezes purulenta). É por vezes
recidivante. Nesse caso, ela pode se desencadear sobre um fundo de bronquite
crônica, sinusite crônic..a, dilatação dos brônquios, alergia respiratória, ou
então, na criança, hipertrofia das amígdalas ou das adenóides.

Receita-tipo:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia at~ a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS : fase invasiva de ocorrência brutal; início de
bronquite após um golpe de frio seco com tosse crupal, seca, febre elevada
com agitação; a pele não transpira.
ANTIMONIUM T ART ARICUM: atravancamento brônquico impor-
tante, com estertores úmidos percebidos à distância, mucosidades abundantes,
mas pouca expectoração, dispnéia, sonolência devida à anoxia, cianose,
atelectasia; tosse cheia e improdutiva; língua saburrosa.
BELLADONNA: fase invasiva, de ocorrência brutal; início de
bronquite com tosse seca; febre elevada com sede, abatimento entremeado de
resmungas, rosto vermelho, midríase, transpiração.
BRYONIA ALBA: bronquite com secura das mucosas,' tosse seca ao
menor movimento, agravada quando o paciente come, bebe, ou quando ele
74 - BRONQUITE AGUDA

entra em um cômodo muito aquecido; dores picantes 110 peito, agravadas pelo
movimento e pela respiração, que melhoram quando o paciente está deitado
sobre o lado dolorido; cefaléia agravada pela tosse (ele segura a cabeça ao
tossir); lábios secos e rachados; sede; itTitabilidade durante a febre.
FERRUM PHOSPHORICUM: bronquite agitda com temperatura
relativamente pouco elevada; alternância de temperatura subnormal com uma
febre em tomo de 38,5º; quando a temperatura é baixa, o rosto do paciente
está pálido, quando ela sobe o rosto está vermelho; epistaxe; tosse seca cau-
sando uma micção involuntária.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: bronquite aguda com estertores
úmidos ou sibilâncias, tosse crupal ou cheia ao 111e11or ar frio, agravada
quando o paciente fala; expectoração amarela e viscosa~ agravamento pelas
coJTentes de ar.
IPECA: bronquite aguda com sibilâncias; tosse com silvos, es-
pasmódica, que ter111i11a por náusea ou vômitos; hipersalivação; língua limpa;
epistaxe; dispnéia com sensação de constricção no peito.
KALIUM BICHROMICUM: bronquite que se prolonga com expec-
toraçc7o muito difícil, espessa, esverdeada; tosse agravada quando o paciente
come ou se despe; crostas no nariz; associação a uma sinusite.
LACHESIS MUTUS: bronquite aguda em conseqüência de uma gripe
mal cuidada, especialmente no período da menopausa; dispnéia ao adormecer,
com falta de ar; sensaçc7o de sufocação quando alguma coisa toca a gargallta
ou no momento em que o paciente adormece; as maçãs do rosto estão
violáceas; melhora pela expectoração.
MERCURIUS SOLUBILIS: bronquite prolongada com dores na base
do pulmão direito; expectoraçc7o purulellla; febre de recrudescência noturna
com transpiração de mau odor e que não se alivia; arrepios à flor da pele;
boca característica (hipersalivação, hálito fétido, língua inchada que guarda a
marca dos dentes); coriza "que cai sobre o peito"; sinusite; tosse agravada
quando o paciente está deitado s~bre o lado direito.
PHOSPHORUS: foco pulmonar congestivo com sensação de calor no
peito, entre os ombros e na palma das mãos; laringe dolorida, especialmente
ao anoitecer; expectoração fétida e sangui~olenta; dispnéia agravada quando o
paciente está deitado sobre o lado esquerdo; sede para grandes quantidades de
água gelada; fome durante a febre; voz enrouquecida ou afonia; opressão
respiratória quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo.
PULSATILLA: bronquite aguda ·com expectoração amarela, não
irritante, de gosto adocicado; tosse cambiante, cheia de manhã, seca ao
anoitecer; localização característica nos ápices pulmonares; emissão de urina
durante a tosse; febre sem sede; Pulsatilla é igualmente um medicamento de
fundo das bronquites de repetição, a escolher por suas características gerais,
BRONQUITE AGUDA - 75

principalmente a fragilidade psicológica do paciente, sua necessidade de


atenção, seu humor instável.

~ As sensações são, por natureza, subjetivas . Elas facilitam então a prescrição


homeopática quando elas são marcadas e expressas espontaneamente pelo
paciente. Aqui a sensação de calor no peito, entre os ombros e na palma das mãos
faz pensar em Phosphorus.

Para uma prescrição mais ampla:


A VIAIRE: bronquites de repetição; quando se pensa na indicação de
Tuberculinum em uma criança, alguns preferem utilizar A viaire.
CALCAREA CARBONICA : medicamento de fundo das bronquites de
repetição, a escolher por suas características gerais, principalmente a
transpiração do couro cabeludo e a tendência a sentir frio facilmente.
CAUSTICUM: sensação como se fosse impossível tossir e escaITar o
muco; tosse com um som bem profundo; emissão de urina durante a tosse;
rouquidão com sensação de ferida na laringe.
KALIUM SULFURICUM: indicado no fim de uma bronquite;
expectoração amarela, não iITitante, com este11ores dentro do peito e
necessidade de deglutir o muco que se soltou; língua recoberta de um
revestimento amarelo.
L YCOPODIUM CLA V ATUM: bronquite aguda com batimento das
asas do nariz; Lycopodium é igualmente um medicamento de fundo das
bronquites de repetição, a escolher por suas características gerais, principal-
mente a dispepsia tlatulenta.
NATRUM MURIATICUM: bronquite aguda com muito muco no peito,
herpes, lacrimejamento durante a tosse, micção involuntária; Natrum muriati-
cum é igualmente um medicamento de fundo das bronquites de repetição, a
escolher por suas características gerais, principalmente o. caráter pouco
comunicativo do paciente, seu desejo de sal. seu agravamento na beira do mar,
seu herpes recidivante.
SANGUINARIA CANADENSIS: expectoração avermelhada e fétida
evocando mais a clássica pneumonia lobar aguda; vermelhidão circunscrita das
bochechas como as bonecas russas; sensação de queimação na palma das
mãos.
SULFUR: para enceITar o caso; expectoração amarela com sensação de
calor dentro do peito.
TUBERCULINUM: bioterápico útil em caso de bronquites de
repetição; grande facilidade de sentir frio; falta de ar; variabilidade dos
sintomas; alternâncias mórbidas.
76 - BRONQUITE CRÔNICA

e_. Vide também: Bronquiolite, Bronquite crônica, Coriza, Gripe, Laringite, Pneu-
monia virai, Rinofaringite, Tendência a sentir frio facilmente, Tosse, Traqueíte.

BRONQUITE CRÔNICA

Referências clínicas:
Inflamação crônica da mucosa dos brônquios. Evolução: episódios de
exacerbação aguda, caracterizados por um aumento de volume da expec- .
toração que se torna purulenta, e um aparecimento ou um aumento da
dispnéia. Essas exacerbações podem ser virais (VRS, Haemophilus influenzae
e para-influenzae, Adenovirus) ou bacterianas.

Receita-tipo:
KALIUM BICHROMICUM 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
SILICEA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


HEPAR SULFURIS CALCAREUM: bronquite cronica com episo-
dios de superinfecção; estertores úmidos ou sibilâncias; tosse crupal ou
cheia ao menor ar frio, quando o paciente se descobre ou quando está
em correntes de ar; ele sufoca ao tossir; expectoração abundante de muco-
pus.
KALIUM BICHROMICUM: bronquite crônica com expectoração
muito difícil, espessa, esverdeada; crostas no nariz; associação a uma sinusite.
LACHESIS MUTUS: bronquite crônica com bochechas violáceas;
sensação de corpo estranho devida ao muco acumulado na garganta; tosse
provocada pelo fato de tocar a laringe, que melhora pela expectoração; o
paciente sufoca quando adormece; ondas de calor.
MERCURIUS SOLUBILIS: bronquite crônica com dores na base do
pulmão direito; expectoração purulenta; episódios de febre com recrudescência
noturna com transpiração de mau odor e que não é aliviada; arrepios à flor da
pele; boca característica (hipersalivação, hálito fétido, língua inchada que
guarda as marcas dos dentes); tosse agravada quando o paciente está deitado
sobre o lado direito.
SILICEA: bronquite crônica com superinfecção responsável por uma
expectoração purulenta permanente, fétido; transpiração dos pés com odor
BRONQUITE CRÔNICA - 77

fétido; fatigabilidade por falta de energia; frialdade; conseqüências de


vacinação; silicose.

e.- Os medicamentos sintomáticos (aqueles que cobrem a bronquite crônica em si,


sem levar em conta a anamnese completa do paciente) podem ser escolh.idos entre
os medicamentos da bronquite aguda.

Para uma prescrição mais ampla:


AMMONIUM CARBONICUM: bronquite crônica do idoso com
enfisema pulmonar, respiração este1torosa e entorpecimento devido à anoxia.
CALCAREA CARBONICA: tosse cheia; expectoração espessa e
amarela de manhã; dispnéia ao subir escadas; voz rouca sem dor; medicamento
de fundo a escolher por suas características gerais, principalmente a
transpiração na cabeça e a tendência a sentir frio facilmente.
GRINDELIA ROBUSTA: bronquite crônica com sufocação no mo-
mento em que o paciente adormece; ele acorda em sobressalto com a sensação
de sufocação; broncorréia importante; silvos no peito; opressão, ou mesmo
dispnéia de Cheyne-Stokes; bronquite crônica que complica uma doença
cardíaca com tosse mantida de modo reflexo, por hábito.
HYDRASTIS CANADENSIS: bronquite crônica do idoso caquético
portador de uma doença grave; muco amarelo muito espesso, em "rolhas"
difíceis de expectorar.
KALIUM CARBONICUM: catarro brônquico com expectoração de
pequenas massas acinzentadas; dores picantes no peito, independentes do
movimento (respiração, tosse); fatigabilidade; transpiração fácil; tendência a
sentir frio facilmente.
LYCOPODIUM CLAVATUM: bronquite crônica associada a uma
dispepsia flatulenta; batimento das asas do nariz durante as fases agudas.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, principalmente a tendência ao herpes.
NATRUM SULFURICUM: expectoração esverdeada com dores na
base do pulmão esquerdo; o paciente segura o peito ao tossir; agravamento
pela umidad~; agravamento na primavera.
PIX: LIQUIDA: bronquite crônica com expectoração purulenta de odor
fétido e dores _na terceira cartilagem costal esquerda.
SENEGA: medicamento que facilita a expectoração em caso de ca-
tarro brônquico do idoso; estertores; tosse irritativa provocada pela marcha
rápida; sensação de peito muito estreito, de pulmões estirados para a coluna
vertebral .
ST ANNUM MET ALLICUM: bronquite crônica com sensação de
fraqueza no peito; expectoração abundante de gosto adocicado, com mau
78 - BRONCOPNEUMOPATIA DO TIPO VIRAL

cheiro, apresentando o aspecto de pequenas bolhas, saindo facilmente,


sobretudo de manhã.
SULFUR: bronquite que se arrasta com muco-pus espesso; tosse antes
de dormir; medicamento de fundo a escolher por suas características gerais,
principalmente o aspecto pletórico e jovial do indivíduo, a tendência ao
diabetes e aos furúnculos.
THUY A OCCIDENT ALIS: catarro crônico das vias aéreas superiores e
inferiores; agravamento pela umidade; indivíduo infiltrado, com tendência a
excrescências em forma de couve-flor, pedunculadas, que sangram facilmente;
transpiração com odor de alho-porá.
TUBERCULINUM: tendência a sentir frio facilmente; bronquite com
recaídas; variabilidade dos sintomas; alternâncias mórbidas.

(_. Vide também: Bronquiectasia, Bronquite aguda. Enfisema pulmonar, Tendência a


sentir frio facilmente, Tosse, Traqueíte.

BRONCOPNEUMOPATIA DO TIPO VIRAL:


vide Pneumonia virai
CÂIMBRAS

Referências clínicas:
Contrações involuntárias e dolorosas dos músculos esqueléticos.

Receita-tipo:
ACT JEA RACEMOSA 5 CH,
CUPRUM METALLICUM 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACT JEA RACEMOSA: dores tipo câimbras com contraturas per-
ceptíveis ao tocar e agravamento quando o paciente se inclina para a frente ou
para trás; localização particular em nível dorsal (principalmente da D 1 a D3);
câimbras do ligamento largo durante as regras.
COLOCYNTHIS: irritabilidade pela dor; melhora pelo calor e ao
dobrar o membro em que se situa a câimbra.
CUPRUM METALLICUM: câimbras da panturrilha tão violentas que
fazem o paci.ente gritar; medicamento indicado para as câimbras durante o
coito, 'na gravidez, no parto, ou de uma síndrome coleriforme; melhora ao
alongar o pé.
MAGNESIA PHOSPHORICA: câimbras das pantuITilhas que melho-
ram pelo calor ou ao dobrar o membro em que se situa a câimbra; câimbra
dos escritores; as câimbras da Magnesia phosphorica lembram as do Co-
locynthis mas sem a iITitabilidade.
NUX VOMICA: câimbras freqüentes no indivíduo tipicamente Nux
vomica (iITitável, impaciente, habituado a cometer excessos, que tem uma
língua sabuITosa em sua metade posterior, apresentando eventualmente uma
arterite dos membros inferiores); melhora ao alongar o pé
80 - CALÁZIO

SECALE CORNUTUM: câimbras no curso de uma arterite que evolúi


para a gangrena, com membro frio ao toque e apesar de tudo as dores são em
queimação.
VERATRUM ALBUM: câimbras das panturrilhas no curso de uma
diarréia coleriforme com suores frios. ·

<,... Alguns consideram muito facilmente o Cuprum metallicum como "o" medicamento
das câimbras. Como limite, se ele seria prescrito às cegas, sem estudo prévio dos
sintomas, seria melhor dar Nux vomica.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: câimbras que acompanham as doenças graves;
agravamento à noite, melhora pelo calor.
CALCAREA CARBONICA: câimbras na panturrilha agravadas ao se
estirar.
CAMPHORA: câimbras no curso de um colapso cardiovascular ou da
cólera; o conjunto do corpo está frio.
CHAMOMILLA VULGARIS: câimbras em um paciente intolerante à
dor; as câimbras parecem insuportáveis embora .não sejam especialmente
fortes; conseqüências da cólera, e de abuso crônico de café.
COCCULUS INDICUS: câimbras ou inchação no curso de uma crise
típica de tetania.
LYCOPODIUM CLAVATUM: câimbras à noite na cama ou durante a
marcha; câimbras com pés frios, especialmente em caso de arterite.
PLUMBUM METALLICUM: câimbras no curso de uma síndrome
parética com amiotrofia.

<,... Vide também: Arterite.

Referências clínicas:
Granuloma inflamatório crônico devido à obstrução de uma glândula de
Meibomius por obstrução do seu canal de drenagem (o terço! também é uma
tumefação inflamatória da pálpebra, mas se trata de uma foliculite ciliar). A
inflamação deixa uma tumefação palpebral indolor, de crescimento lento. Os
calázios recidivantes devem fazer pesquisar blefarite associada, diabetes, e
sobretudo conflito familiar latente.
CALÁZIO - 81

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
PLATANUS 5 CH,
ST APHYSAGRIA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: início de calázio com edema palpebral.
BELLADONNA: calázio de surgimento brutal com inflamação muito
aguda; o calázio é vermelho e quente ao toque, e a sede de dores latejantes.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: calázio que supura.
PLA T ANUM: medicamento sintomático, a prescrever sistematicamente
na ausência de sintomas que permitam tomar a decisão.
ST APHYSAGRIA: calázios de repetição, muito sensível ao toque, ou
nódulo seqüelar após um calázio~ medicamento a prescrever com o objetivo de
evitar as recaídas, aconselhando a intervenção.

e..- Embora orgânico, pode-se considerar o calázio de repetição como uma doença
psicossomática. É preciso não se contentar com o medicamento de ação local, e
sim ver a pessoa em seu conjunto e dar-lhe um tratamento de fundo.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: calázio de surgimento brutal no tempo frio
e seco, com inflamação muito aguda e dores difíceis de suportar.
CONIUM MACULATUM: medicamento dos nódulos de repetição.
GRAPHITES: medicamento de fundo, a escolher por suas característi-
cas gerais, principalmente a tendência à obesidade, às cicatrizes endurecidas,
ao atraso das menstruações.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, principalmente a tendência ao herpes e à alergia solar.
PULSATILLA: calázio como conseqüência de um terço!, em um
paciente em que a Pulsatilla é, por outro lado, o medicamento de fundo.
SILICEA: tendência à supuração.
SULFUR: medicamento a prescrever em caso de associação com uma
blefarite (não se dá mais de uma · dose por mês, em associação com o
medicamento de fundo).
THUYA OCCIDENT ALIS: tendência às neoformações em geral
(condilomas, pólipos, etc.) em um paciente sicótico com obesidade ginóide.

e..- Vide também: Diabetes, Terçai.


82 - CANDIDÍASE

CANDIDÍASE

Referências clínicas:
A Candida albicans (denominada no passado Monilia albicans) é uma
levedura habitualmente saprófita do tubo digestivo humano (25% das pessoas
sadias são portadoras), assim como das vias genitais femininas. Ela pode
tornar-se patológica quando prolifera anormalmente, principalmente em casos
de baixa das defesas imunitárias. A descoberta da Candida nas fezes durante
um exame coprológico é freqüente, embora a candidíase intestinal verdadeira,
como doença, seja rara nos indivíduos imunocompetentes. A candidíase bucal
ou sapinho, apresenta-se sob forma de pequenos exsudatos brancos cremosos,
sobre a língua ou mucosa da bochecha. A boqueira (pequenas ulcerações
situadas nas comissuras dos lábios) é freqüentemente de natureza da
· candidíase; ela é eritematosa ou hiperqueratósica. Pode-se ver também uma
esofagite, uma colite, anite. A candidíase vulvovaginal traduz-se pelos
seguintes sintomas: vermelhidão das mucosas, prurido, leucorréias espessas,
tipo requeijão, e dispareunia. Ela é mais freqüente no curso da gravidez e em
caso de diabetes. A balanite é menos freqüente, mas pode ser observada no
homem diabético. Em nível cutâneo a levedura provoca a intertrigem sob
forma de placas eritematosas, por vezes pruriginosas e transudativas, de
tamanhos variáveis. Nas unhas, pode-se ver uma oníquia ou uma perio-
níquia por Candida sob forma de inchaço vermelho e doloroso em tor-
no da unha, que pode se tornar purulento. Pode-se observar igualmente uma
infecção subungueal por Candida, responsável por descolamento distal e
onicólise.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
MONILIA ALBICANS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


HELONIAS DIOICA: candidíase vaginal com mucosas vermelhas,
secreções com aspecto de leite coalhado, prurido vulvar; a paciente percebe os
contornos do seú útero; lombalgia; astenia que melhora pela ocupação.
MERCURIUS SOLUBILIS: candidíase bucal, vaginal ou intestinal com
inchação das muco~as, falsas membranas esbranquiçadas.
MONilJA ALBICANS: bioterápico útil no tratamento de fundo, a
título complementar.
CÁRIES DENTÁRIAS - 83

SEPIA OFFICINALIS: vermelhidão das mucosas e Leucorréias de


aspecto leitoso após as relações sexuais; prurido vulvar; · principal medica-
mento de fundo, a escolher por suas características 1gerais, principalmente a
sensação de peso dos órgãos genitais, a tendência à infecção urinária, ao
herpes çatamenial, a astenia matinal que melhora pela . ocupação e o exercício
físico.

(~ As dinamizações de Monilia albicans, ou Candida, não constituiriam o tratamento


exclusivo da candidíase porque a levedura cobre apenas os sintomas da doença e
não o do modo reacional (a· maneira pela qual o organiSrT\0 se auto-regula para
retornar ao estado de saúde) . Um tratamento de fundo é indispensável para tratar o
quadro, ou seja, reforçar a imunocompetência do paciente.

Para uma prescrição mais ampla:


BORAX: candidíase bucal com calor seco na boca e diarréia.
SULFUR: candidíase em um diabético.

(~ Vide também: Colite, Dermite das nádegas, Diarréia, lntertrigem, Leucorréias,


Metrite, Micose, Esofagite, Prurido vulvar, Retocolite úlcera-hemorrágica, Aids .

CÁRIES DENTÁRIAS

Referências clínicas:
Destruição localizada e progressiva das estruturas de um d~nte. Ela
resulta da confluência de três fatores: agentes bacterianos (que. colonizam o
dente para formar a placa dentária, dos quais o principal é o Streptococcus
mutans), as circunstâncias da dieta, e a susceptibilidade própria do dente. Os
dentes estão menos expostos às cáries se a alimentação fornece 1 mg de flúor
por dia.

Receita-tipo:
CALCAREA FLUORICA 5 CH,
KREOSOTUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
!hora.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: cárie do colo.
CALCAREA FLUORICA: perda do esmalte dentária.
84 • CÁRIES DENTÁRIAS

CALCAREA PHOSPHORICA: indicada para uma criança que acaba de


ter um impulso do crescimento.
KREOSOTUM: dentes cariados de modo prematuro nas crianças; os
dentes de leite cariam à medida que crescem e tomam uma forma de cunha;
cáries dentárias da gravidez com hiper-sialorréia; sangrarr ..;nto das gengivas;
odor fétido da boca.

_. Os dentes da Calcarea carbonica têm uma forma quadrada, os da Calcarea fluorica


são assimétricos, os da Calcarea phosphorica são retangulares com grande eixo
vertical. Essas noções fazem parte das constituições do modo que nos toram
transmitidas por Antoine Nebei e Léon Vannier.
Elas são definidas como estados invariáveis da morfologia individual, susceptí-
veis de influenciar a escolha do medicamento homeopático. Elas permitem de-
finir o arcabouço ósseo, a forma do rosto, os dentes, os membros, certas
particularidades mentais, porém têm apenas uma relação indireta com o princípio de
similitude. São estáticas, não evolutivas, não reativas, portanto menos confiáveis
que as noções dinâmicas que constituem os sintomas propriamente ditos. Dis-
tinguem-se:

- a constituição carbônica, que se observa nas pessoas de pequena altura, de


rosto redondo, com articulações rígidas, predispostas a engordar, às doen-
ças de sobrecarga, com dentes quadrados, lentas, metódicas, obstinadas
em suas realizações (os medicamentos são Ammonium carbonicum, Calca-
rea carbonica, Kaiium carbonicum, Magnesia carbonica, Natrum carbonicum,
etc.).
- a constituição phosphorica, que se observa nas pessoas de grande altura, com
articulações flexíveis, rosto oval, mais para magras, com mãos longas e finas,
elegantes, refinadas {os medicamentos são Calcarea phosphorica, Kalium
phosphoricum, Magnesia phosphorica, etc.).
- a constituição fluórica, que se observa em pessoas de altura variável,
com articulações frouxas, em estado de hiperlaxidão ligamentar (o ante-
braço quando é estendido faz um ângulo maior que 180ç com o braço), de
rosto !!SSimétrico, gestos desordenados, em estado de instabilidade men-
tal {os medicamentos são Calcarea fluorica, Fluoricum acidum, Lapis albus,
etc.).

Para uma prescrição mais ampla:


FLUORICUM ACIDUM: cárie de surgimento rápido; fístula dentária;
agravamento das dores pelo calor.
HEKLA LAVA: abcesso dentário muito endurecido, em um dente
cariado coin periostite na parte correspondente do maxilar, e inchaço.
CATARATA - 85

SEPIA OFFICINALIS: cáries dentárias durante a gravidez~ cloasma.


SILICEA: cáries dentárias com agravamento das dores qúando o
paciente aspira o ar frio, melhora pelo calor; fístula dentária.
ST APHYSAGRIA: cáries dos lados dos dentes.
THUY A OCCIDENT ALIS: cáries·da· raiz.

f_. Vide também: Abcesso dentário, Gengivite, Odontalgias.

CATARATA

Referências clínicas:
Opacificação difusa ou localizada do cristalino ou de sua cápsula, de
cor acinzentada ou leitosa, e que interrompe o trajeto dos raios luminosos,
responsável por uma diminuição progressiva e indolor da acuidade visual. Ela
age como um filtro que perturba a visão das cores, diminui os contrastes,
provoca uma diplopia monocular. Pode também ter um papel de diafragma _e
causar uma diminuição do campo visual. Na borda das opacidades, há um
aumento da difusão e, portanto, ofuscamento. Esses mecanismos podem estar
associados. Em 90% dos casos, a catarata surge em uma pessoa idosa. Existem
também cataratas de origem congênita, genética, tóxica, metabólica (por
hiperglicemia ou hipocalcemia, particularmente), ou secundárias a outra doen-
ça oftalmológica.

Receita-tipo:
CAUSTICUM 5 CH,
NATRUM MURIATICUM 5 CH,
SECALE CORNUTUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CAUSTICUM: catarata em início com impressão de ver como através
do nevoeiro; hemiopia vertical; concomitância eventual çle uma paralisia dos
nervos motores oculares; ptose.
CONIUM MACULATUM: catarata traumática, com fotofobia intensa
(fora de proporção com a lesão constatada) e lacrimejamento.
NAPHT ALINUM: catarata associada a uma coriorretinite; amblio-
pia.
86 - CATARATA

NATRUM MURIATICUM: catarata periférica com estrias mllito finas,


irregularmellle distribuídas; catarata de origem diabética; fadiga visual.
PHOSPHORUS: catarata nuclear (central); o paciente tem a impressão
de que tudo está encoberto por um véu, principalmente na claridade; melhora
da visão ao colocar a mão em viseira; quando lê, tem a impressão de ver as
letras coloridas de vermelho; eventualmente associação a problemas da retina,
a um glaucoma, ou a uma atrofia do nervo óptico.
SECALE CORNUTUM : catarata periférica com estrias muito fillas,
regularmente distribuídas, lembrando a graduação do mostrador de um re-
lógio.

(. . Não contar com um tratamento homeopático para curar a catarata . No máximo ,


pode se esperar uma lentificação do processo .
.
Para uma prescrição mais ampla:
ACONITUM NAPELLUS: medicamento a prescrever imediatamente
após uma operação no cristalino com objetivo de evitar a inflamação. ·
AMMONIUM MURIATICUM : catarata capsular no início, com
astenopia; visão de manchas amarelas diante dos olhos. ·
ARNICA MONTANA: contusão da íris após operação da catarata;
pode-se igualmente dar este medicamento a título preventivo antes da
intervenção.
CALCAREA FLUORICA: catarata senil; medicamento de fundo, a
prescrever por suas características gerais, principalmente a laxidão liga-
mentar, a tendência às varicosidades, varizes, fibromas de uma dureza pé-
trea.
COLCHICUM AUTUMNALE: catarata capsulolenticular mole, com
aumento do volume do cristalino.
GUAREA TRICHILOIDES: quemose após a operação da catarata.
MAGNESIA CARBONICA : catarata lenticular.
· PULSATILLA: catarata no início; hiperemia da retina.
SENEGA: catarata após uma intervenção cirúrgica nos olhos; segundo
Hering, facilita a reabsorção dos fragmentos de cristalino após a operação da
catarata.
SILICEA: catarata senil; a visão está perturbada quando a transpiração
dos pés se interrompe.
SULFUR: catarata cortical; halo em torno da lâmpada; visão . como se
através do nevoeiro.

e.. Vide também: Diabetes , Intervenção cirúrgica, Retinite .


CAXUMBA - 87

CAXUMBA

Referências clínicas:
Doença infecciosa benigna devida ao Myxovirus parotidis, vírus com
tropismo essencialmente glandular. Pode afetar as glândulas salivares
(sobretudo as parótidas, mas também as submaxilares e as sublinguais), as
glândulas exócrinas (testículos, seios, ovários, pâncreas) e o sistema nervoso
(meninges, encéfalo, nervo óptico, nervo auditivo). A contagiosidade é
máxima na semana que precede a manifestação clínica da doença. A incubação
dura duas a três semanas. Os sintomas mais habituais na fase de estado são:
tumefação uni ou bilateral da parótida com dores à pressão, vermelhidão do
orifício do canal de Stenon, adenopatias pré-traguianas ou sob o ângulo
maxilar, febre moderada. Encontram-se sinais meníngeos em 15% dos casos, e
uma encefalite em 0,5% dos casos.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


MERCURIUS SOLUBILIS: inchaço da região parotídea com hipersia-
lorréia, hálito fétido e língua que guarda a marca dos dentes; acesso de febre
com predominância noturna.
PULSATILLA: medicamento da metástase da caxumba; mamite ou
orquite de origem na caxumba.
RHUS TOXICODENDRON: inchaço da região parotidiana com
triângulo vermelho e liso na ponta da língua; herpes concomitante.

e.. Mercurius solubilis é o medicamento no qual se pensa em primeiro lugar para tudo
que concerne às glândulas salivares.

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONNA: inchaço da região parotidiana, com vermelhidão
local; febre com abatimento e resmungos.
LACHESIS MUTUS: aspecto violáceo da pele no inchaço parotidiano;
hipersensibilidade da região parotidia.na ao toque.
88 - CEFALÉIA$ E ENXAQUECAS

PHOSPHORUS: pancreatite da caxumba.


TRIFOLIUM REPENS: medicamento a dar a título preventivo quando
há a informação de epidemia.

e_. Vide também: Meningite virai.

CEFALÉIAS ·E ENXAQUECAS

Referências clínicas:
. A cefaléia é uma dor localizada na cabeça. A enxaqueca c01Tesponde a
uma forma particular de cefaléia, caracterizada, quando ela é típica, pelos
seguin~es elementos: evolução por crises, localização unilateral em uma
metade do crânio (no plano etimológico, enxaqueca = "hemicrania"), dores do
tipo latejante, náuseas, vômitos. Existem duas formas clínicas:
- a enxaqueca sem aura ou enxaqueca comum, a variedade mais
freqüente (85 a 90% das crises);
- a enxaqueca com aura ou enxaqueca acompanhada; a mais clássica
é a enxaqueca oftálmica com aura visual sob forma de escotoma
cintilante (dura 20 a 30 minutos, depois desaparece quando a cefaléia
chega), mas também pode se tratar de enxaquecas com transtornos
neurológicos do tipo parestesias, afasia, paralisia intermitente.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
GLONOINUM 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACT.tEA RACEMOSA: sensação de cabeça em uma nuvem, de
expansão do cérebro ou que o vértice do crânio se abre, com dismenorréia
(cólicas uterinas); cefaléia catamenial com menstruações irregulares; quanto
mais abundantes as regras, maior a cefaléia e mais importantes as alterações
psíquicas; associação a dorsalgias (entre Dl e D3); a cefaléia provoca o medo
de enlouquecer por causa da dor; loquacidade; eventualmente nota histérica;
melhora pelo frio.
BELLADONNA: cefaléia intensa latejante dando a impressão de
situar-se no cérebro; pulso sincrônico, com midríase e fotofobia; rosto
CEFALÉIAS E ENXAQUECAS - 89

vermelho, calor irradiante nas bochechas (percebido à distância quando se


aproxima a mão); rigidez cervical; dores nos globos oculares; eventualmente
febre elevada e abatimento; agravamento pelos abalos; pela luz e o barulho,
quando a cabeça está inclinada para frente; melhora na escuridão, e quando a
cabeça está inclinada para frente; medicamento sintomático freqüentemente
encontrado na enxaqueca; útil também nas algias vasculares da face.
BRYONIA ALBA: cefaléia por causa da constipação, começando de
manhã desde que o paciente abre os olhos; agrava-se ao menor movimellfo dos
olhos e pela tosse (ele segura a cabeça ao tossir); melhora pela pressão forte e
pelo repouso.
COCCULUS INDICUS: cefaléia occipital; enxaqueca com aura sob
forma de transtornos neurológicos; formigamento, vertigens; sensação de vazio
na cabeça ou de alguma coisa que se abre e se fecha no occipício ou na
nuca; agravamento à visão de movimento (exemplo, um carro que passa) ou
quando o paciente está em um meio de transporte; agravamento durante a
menstruação; torpor intelectual; nota espasmófila ou crise verdadeira de
tetania; cefaléia ligada à perda do sono.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: enxaqueca oftálmica com visão
perturbada antes da cefaléia; .enxaqueca oftalmoplégica com diplopia; cefaléia
embrutecedora occipital com pálpebras pesadas, rosto vermelho escuro,
tremores, cervicalgia; o· paciente tem necessidade de que o deixem em paz;
emissão de urina incolor e abundante ao fim da crise; melhora quando a
cabeça está elevada.
GLONOINUM: cefaléia com hiperem.ia violenta, especialmente após
uma insolação, um golpe de calor; a face está vermelha; os olhos estão
injetados; cefaléia com sensação de aumento de volume da cabeça ou como se
a cabeça fosse estourar; ondas de calor, afluxo de sangue à cabeça em ondas
com desorientação (o paciente não reconhece o local em que se encontra);
batimentos das carótidas, pulso sincrônico; cefaléia catamenial; agravamento
pelo calor (de um aquecedor ou do sol), e por emoções; melhora ao ar liv.re.
IGNATIA AMARA: cefaléia do tipo prego cravado após uma
contrariedade ou um desgosto; agravamento pelos odores, especialmente o do
café e do tabaco; sensação de oco no estômago; emissão de ,urina incolor ao
fim da crise.
IRIS VERSICOLOR: cefaléia frontal; enxaqueca oftálmica com visão
púturbada ou fosfenos antes da cefaléia, náuseas; vômitos biliosos, amargos
ou ácidos; sensação de queimação em todo o tubo digestivo (boca, estômago,
intestino, ânus); fezes queimantes; enxaquecas dos dias de folga.
KALIUM BICHROMICUM: visão perturbada antes da cefaléia;
cefaléia frontal com pequenas dores ósseas em pontos; crostas no nariz;
90 • CEFALÉIA$ E ENXAQUECAS

melhora ao comer; pode se tratar de uma enxaqueca ou de dores de origem


sinusal.
NATRUM MURIATICUM: enxaqueca oftálmica; cefaléia provocada
pelo trabalho intelectual; cefaléia martelame precedida por alterações da
visão; sede durante a cefaléia; vacilação da intensidade luminosa; lacrimeja-
mento; sensação de oco no estômago; agravamento à beira-mar e pelo sol;
medicamento de fundo da pessoç1 reservada, pouco comunicativa, raciona/i-
zame, agravada pelo consolo.
N ATRUM SULFURICUM: enxaqueca oftálmica com vômitos biliosos,
hipersalivação, diarréia biliosa; indicado igualmente para um paciente do tipo
Natrum muriaticum que não se quer agravar com seu medicamento de fundo.
NUX VOMICA: cefaléia do tipo prego cravado como conseqüência da
ingestão de álcool ou de café; rosto vermelho; atTepios ao se descobrir;
hemotTóidas; medicamento particularmente indicado para os pacientes que
evitam qualquer tipo de excesso (alimentos, álcool, fumo).
PSORINUM: fome, euforia, sensação de bem-estar antes da cefaléia
(um desses sintomas é suficiente para prescrever o medicamento), vista turva
antes da crise; fome durante a crise; enxaqueca oftálmica, com visão
perturbada ou vacilação da intensidade luminosa antes da cefaléia; alternância
de enxaquecas e eczema; Psorinum deve ser tentado sistematicamente como
tratamento de fundo nas enxaquecas da criança e eventualmente no adulto em
caso de insucesso dos outros medicamentos.
SANGUINARIA CANADENSIS: hemicrania direita; a cefaléia começa
no occipício, ilTadia~se para frente, até se fixar acima do olho direito;
cefaléia com vermelhidão circunscrita das bochechas (como as bonecas .
russas) e distensão das veias temporais; sensação de oco no estômago, falsa
fome com aversão pelo alimento e vômitos biliosos; ondas de calor na cabeça,
mãos e planta dos pés; melhora pelas eructações e na obscuridade.
SEPIA OFFICINALIS: cefaléia suborbitária esquerda; vista turva antes
da enxaqueca; durante a enxaqueca o paciente está pálido, astênico, com
olheiras, feições tensas; dores nos globos oculares; pálpebras pesadas, e
mesmo objetivamente caídas; tem aversão pelos alimentos e pelos odores;
sensação de oco ou vazio no estômago que melhora ao comer; melhora na
obscuridade; enxaquecas nos dias de folga; cefaléia catamenial; principal
medicamento de fundo da enxaqueca, a escolher por suas características gerais,
principalmente a síndrome pré-menstruar e o herpes catamenial.
SILICEA: cefaléia occipital crônica associada a uma cervicalgia, com
frialdade; melhora com bandagem quellfe na cabeça; falta de energia,
necessidade de encorajamento para agir; mau cheiro da transpiração dos pés.
~ SPIGELIA ANTHELMIA: hemicrania esquerda; a cefaléia começa no
occipício, irradia-se para frente, até se fixar acima do olho esquerdo; começa
de manhã, atinge o máximo ao meio-dia, depois decresce de intensidade até a
noitinha; palpitações.
CEFALÉIAS E ENXAQUECAS • 91

e.- Os medicamentos mais particularmente indicados em caso de enxaqueca verdadeira


são Belladona, Cocculus indicus, Gelsemium, lris versicolor, Kalium bichromicum
Natrum muriaticum, Natrum sulfuricum, Psorinum, Sepia officinalis.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: cefaléia frontal repentina no tempo frio e
seco: congestão arterial ativa; o rosto fica vermelho quando o paciente está
estirado, pálido quando está recostado em sua cama: ve1tigem ao retornar à
posição horizontal; sensação de feITo quente em torno da cabeça; angústia.
ANTIMONIUM CRUDUM: cefaléia após um banho frio com fraqueza
das pernas e aversão ao alimento; cefaléia de origem gástrica, depois de comer
em excesso (principalmente frutas, um ácido ou gordur~); língua recoberta por
uma camada espessa e branca semelhante à película do leite.
ARGENTUM NITRICUM: cefaléia de antecipação antes de um evento
aboITecido; cefaléia provocada pela dança; sensação de cabeça grande, de
cabeça em um torno ou de expansão do cérebro; melhora por uma bandagem
apertada na cabeça.
ARSENICÜM ALBUM: cefaléia que melhora por compressas frias,
enquanto todos os outros sintomas do Arsenicum album melhoram por
bandagens quentes; sensação de morte iminente por causa da cefaléia;
desesperação de curar.
AURUM MET ALLICUM: cefaléia em um paciente melancólico e/ou
hipe1tenso, com rosto vermelho; hemiopia horizontal; desespero ou violência
durante os acessos de dor. :
CALCAREA CARBONICA: cefaléia provocada por esforço físico com
transpiração das mãos.
CALCAREA PHOSPHORICA: dores nas suturas ósseas; cefaléia dos
adolescentes em período de crescimento.
CHAMOMILLA VULGARIS: cefaléia 'após um golpe de frio; as dores
parecem insuportáveis embora não sejam obrigatoriamente fortes; bochechas
vermelhas; conseqüências de cólera.
CHELIDONIUM MAJUS: cefaléia occipital com sensação de cabeça
pesada como se ela não pudesse mais ser levantada do travesseiro; dores no
. ângulo inferior da omoplata direita, próximo ao bordo interno.
CHINA RUBRA: cefaléia latejante devida a uma anemia, ela mesma
relacionada a regras importantes; palidez; sensibilidade do couro cabeludo ao
tocar de leve, ao contrário, a pressão forte a melhora.
COCA: cefaléia em altitude, com estado vertiginoso e zumbidos no
ouvido.
COFFEA CRUDA: cefaléia após uma boa notícia, uma alegria; sen-
sação de prego cravado; agravamento pelo ruído dos passos e pela música.
92 • CEFALÉIA$ E ENXAQUECAS

CYCLAMEN EUROPJEUM: enxaqueca oftálmica; cefaléia com 'cin-


tilações multicores ou manchas negras; "vertigem transparente". o paciente vê
ao mesmo tempo os objetos em seu lugar e como se os tivesse contornado;
agravamento durante as regras.
DULCAMARA: cefaléia catarral no tempo frio e úmido.
FERRUM METALLICUM: cefaléia latejante com ondas congestivas; o
paciente enrubesce ao esforço, enquanto há de fato uma anemia; ondas de
calor na cabeça; sensibilidade do couro cabeludo ao tocar de leve.
!PECA: cefaléia de origem gástrica com náuseas e, no entanto, a língua
está limpa; as dores irradiam-se para a raiz da língua.
LAC CANINUM: cefaléia que muda rapidamente de lado, com vista
turva; síndrome pré-menstrual.
LAC DEFLORATUM: transtornos visuais antes da cefaléia; cefaléia
com abundante emissão de urina, náuseas, vômitos biliosos, fotofobia,
constipação, sensação de batimentos que vãos da testa ao occipício;
agravamento pelo leite.
LACHESIS MUTUS: hemicrania esquerda ou evoluindo da esquerda
para a direita, iniciando durante o sono (ela já está instalada ao despertar);
cefaléia latejante (ou do tipo ressoante) com rosto violáceo; sensação de olhos
sendo empurrados para trás; agravamento ao fechar os olhos; melhora pelos
escoamentos (rinorréia, menstruação).
L YCOPODIUM CLAVATUM: cefaléia latejante se o paciente deixa
passar a hora da refeição; se não come imediatamente logo que sente fome,
melhora ao comer; cefaléia que evolui da direita para a esquerda; hemiopia
vertical; dispepsia flatulenta.
MELILOTUS ALBA: cefaléia latejante do hipertenso, que melhora por
uma epistaxe ou outros sangramentos; pés frios; rosto vermelho, olhos
injetados de sangue; melhora por uma micção abundante.
MENY ANTHES TRIFOLIAT A: cefaléias do . tipo peso no alto da
cabeça, com obscurecimento da vista; rigidez da nuca, frio intenso;
agravamento ao subir escadas; melhora pela pressão ·das mãos.
MERCURIUS SOLUBILIS: cefaléia do tipo sinusite no curso de uma
coriza.
ONOSMODIUM: cefaléia por sobrecarga visual, especialmente quando
o paciente olha ~ixamente.
PARIS QUADRIFOLIA: cefaléia com sensação de olhos empurrados
para trás.
PETROLEUM: cefaléia occipital com sensação de peso, no curso da
cinetose.
PHOSPHORUS: fome antes ou durante a enxaqueca; cefaléia conges-
tiva com sensação de calor queimante entre as espáduas ou na palma das
CELÍACA (DOENÇA) - 93

mãos; olfato hipersensível; angústia importante, crise de pânico, necessidade


de companhia.
PODOPHYLLUM PELTATUM: cefaléia que se alterna com diarréia.
PULSATILLA: cefaléia frontal após ter ingerido alimentos gordurosos;
lacrirnejamento; agravamento pelo calor; concomitância de urna arnenorréia.
SULFUR: cefaléia latejante, periódica, com sensação de calor no alto
da cabeça.
THUY A OCCIDENT ALIS: sensação do prego cravado; agravamento
pelo chá; obesidade ginóide.
VENUS MERCENARIA: cefaléias frontais do tipo dores surdas com
sensação de peso, náuseas, vertigens, distúrbios 'do equilíbrio, dificuldade de
concentração.
XANTHOXYLUM FRAXINEUM: cefaléia do tipo nevrálgico com do-
res acima do olho esquerdo, começando na véspera da menstruação, com sen-
sação de plenitude da cabeça, rosto vermelho, olhos injetados, fotofobia; dis-
menorréia violenta com dores do ovário esquerdo irradiadas ao nervo crural.
ZINCUM MET ALLICUM: cefaléia no curso de uma febre eruptiva que
não sai; cefaléia pelo vinho.

e.-. Vide: Hipertensão arterial, Mal dos transportes, Náuseas, Vômitos.

CELÍACA (Doença): vide Glúten


1 •

CETOSE PERIÓDICA

Referências clínicas:
Distinguem-se:
• à cetose do jejum, que pode ser observada em toda criança em je-
jum, sobretudo se vomita, e com mais razão se apresenta doença
febril. O odor cetônico de seu hálito e das urinas indica a presença de
corpos cetônicos no sangue. Estes denotam a adaptação metabólica do
organismo ao jejum, com falta principalmente do aporte de açúcares.
Os corpos cetônicos são elaborados pelo fígado, quando do jejum, a
partir dos ácidos graxos estocados no tecide adiposo sob forma de
triglicerídeos. Esta síntese fornece substratos energéticos (os corpos
cetônicos) de alto valor para os tecidos que não consomem
exclusivamente a glicose. Esta é então reservada para os tecidos ditos
94 • CETOSE PERIÓDICA

"glicodependentes"; cérebro, rins, células sangumeas. É normal,


portanto, observar uma cetonúria em qualquer situação de jejum
prolongado (doença infecciosa, intolerância alimentar, urgência
cirúrgica). Uma cetose pode ser também a manifestação inicial de um
diabetes insulinopnvo da criança.
- a cetose periódica idiopática que se chamava no passado "crise de
acetona'', e que se apresenta sob forma de crises recoll"entes na
criança (no passado falava-se de "vômitos acetonêmicos"). As crises
são observadas entre os 3 e 9 anos de idade. Oco1Tem no decurso de
uma doença infecciosa benigna, ou são desencadeadas por ocasião de
um fenômeno psicológico. Brutalmente, mais freqüentemente de
manhã, a criança se queixa de dores abdominais, apresenta vômitos
incoercíveis, e astenia. A desidratação pode ser observada quando as
crises duram espontaneamente de 24 a 36 horas. O exame não mostra
nenhum sinal neurológico. Nota-se um ce1to parentesco entre esse
estado e a enxaqueca; ocoll"ência das crises em crianças cujas famílias
apresentam enxaqueca, ocoll"ência de enxaquecas nas crianças que
tinham antes uma cetose periódica idiopática.

Receita-tipo:
SENNA5 CH,
três grânulos a cada hora durante a crise, até a melhora.

O essencial para a receita usual:


L YCOPODIUM CLA V ATUM: crises de repetição; principal medica-
mellto de fundo, a escolher por suas características gerais, principalmente o
fato de que se trata de uma criança com forte personalidade apresentando um
eczema atópico (em seus antec_edentes ou no curso da evolução).
PHOSPHORUS: crise de cetose periódica com desejo de bebidas
geladas, porém a água é vomitada logo que é reaquecida no estômago; diarréia
com mau cheiro.
SENNA: medicamento quase específico da crise; estado acetonêmico
com náuseas; vômitos, abaulamento abdominal, acetona nas urinas.
SEPIA OFFICINALIS: medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, principalmente afadiga com palidez e olheiras.

e..- O tato de que a Senna seja um "medicamento quase específico" da crise de cetose
periódica ·não impede, bem ao contrário, de pesquisar os sintomas dos outros
. medicamentos. Salvo exceção, não há em homeopatia prescrição sistemática.
Entre as exceções, pode-se consultar neste livro as rubricas: Queimaduras, Cirrose,
Delirium tremens, Guillain-Barré, Hipotermia, Neuroma, Edema de Quincke,
Pancreatite, Preparação para o parto (Caulophylum), Prostatite (crônica), Retocolite
CHORO ESPASMÓDICO - 95

úlcera-hemorrágica, Rubéola, Espasmo do soluço, Conseqüências de partos


(Depressão pós-parto), Traumatismos e ferimentos (Arnica).

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: crise de cetose periódica com sede intensa,
mas o paciente só bebe pequenas quantidades de água fria freqüentemente
repetidas; dores tipo queimação, que melhoram pelo calor.
PSORINUM: a prescrever como fratamento de fundo, em caso de
associação com enxaquecas de repetição.

e.- Vide também: Vômitos.

CHORO ESPASMÓDICO: Vide Espasmo do Choro

CIÁTICA

Referências clínicas:
A ciática vertebral é definida como uma dor no trajeto do nervo ciático
e de seus ramos, resultando em um conflito disco-radicular. A irritação do ner-
vo é provocada mais freqüentemente, por um reumatismo, ou ainda protrusão
ou hérnia de disco. Mais raramente trata-se de uma osteíte ou de um tumor.
Clinicamente, traduz-se por uma dor no membro inferior na área das raízes L5
ou Sl, agravada pela marcha e pela posição sentada. Na forma paralisante (1 a
3% das ciáticas); ela se apresenta sob a forma de um déficit motor que pode
afetar a área da L5 (peroneais laterais, anteriores das pernas, extensor comum
dos artelhos, extensor do grande artelho) ou da Sl (tríceps sural).

Receita-tipo:
COLOCYNTHIS 5 CH,
GNAPHALIUM POLYCEPHALUM 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AMMONIUM MURIATICUM: sensação de tendões muito curtos (sem
paralisia, ao inverso do Causticum); agravamento em posição sentada;
melhora em posição alongada.
96 - CIÁTICA

BRYONIA ALBA: ciática reumática; agravamento das dores pelo


menor movimento; melhora pela pressão forte (e, portanto, quando o paciente
está deitado sobre o lado da dor).
CAUSTICUM: paralisia ciática sem amiotrofia, de instalação progres-
siva e que evolui para o modo crônico; sensação de tendões muito curtos.
COLOCYNTHIS: dores tipo câimbras que melhoram quando o
membro inferior está dobrado sobre o abdômen; melhoram também pelo calor
e pela pressão forte; irritabilidade das dores.
GNAPHALIUM POLYCEPHALUM: dores repentinas que alternam
com inchação; melhora em posição sentada.
MAGNESIA PHOSPHORICA: mesmos sintomas que o Colocynthis
sem a conotação psíquica.
NUX VOMICA: dores tipo câimbras, tão intensas que o paciente tem
que se sentar para poder se virar na cama.
PLUMBUM MET ALLICUM: paralisia ciática com amiotrofia; dores
tipo câimbras.
RHUS ·TOXICODENDRON: ciática após excesso de exercício físico;
ciática reumática após ter estado molhado ou agravamento por tempo úmido;
dores que melhoram pelo movimento e pelo calor.

e~ O paciente está na posse de um saber sobre o seu · caso que nos falta conhecer
pela anamnese cuidadosa. No caso da Nux vomica, por exemplo, ele não nos dirá
espontaneamente que se senta para poder se virar em sua cama. Ele não conhece,
em geral, o valor de tal informação. Donde a necessidade para o médico de ter
permanentemente a preocupação de se comunicar bem com seu paciente. Por isso,
a fim de respeitar a necessária simetria da consulta, é melhor "conversar" do que
"interrogar".

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: ciática com sensação de queimação; agrava-
mento à noite; melhora pelo calor.
BELLADONNA: dores que ocorrem e desaparecem repentinamente;
agravamento pelos abalos.
DIOSCOREA VILLOSA: dores tipo câimbras agravadas quando o
paciente está inclinado para frente, melhoram quando está inclinado para
trás; agravam-se pelo movimento.
KALIUM BICHROMICUM: ciática provocada pelas mudanças de
tempo; melhora quando a perna está flexionada e pela marcha.
KALIUM. IODATUM: ciática agravada na posição deitada, principal-
mente deitada sobre o 'lado que dói; melhora pela marcha; agravam.ento à noite.
RUTA GRA VEOLENS: ciática com sensação de rachadura dos ossos,
ou sensação de ter sido espancado.
CICATRIZES • 97

SULFUR: ciática crônica agravada em posição de pé e ao andar.


TELLURIUM METALLICUM: ciática agravada pelos espirros, pela
tosse, pela defecação.

e..- Vide também: Lombalgia, Nevralgia.

CICATRIZES

Referências clínicas:
As cicatrizes conespondem ao tecido fibroso neoformado da pele que
substitui as perdas de substância, geralmente devidas a uma ação externa,
como um ferimento ou uma queimadura. Se o tecido fibroso evolui para a
excrescência, fala-se de "quelóides".

Receita-tipo:
CAUS'fICUM 5 CH,
GRAPHITES 5 CH,
HYPERICUM PERFORATUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CAUSTICUM: cicatriz antiga que se reaviva e torna-se dolorosa,
principalmente uma velha queimadura; ferida que se prolonga.
GRAPHITES: preventivo dos quelóides, a dar sistematicamente ao
indivíduo predisposto, em caso de intervenção cirúrgica; indicado igualmente
para atenuar as velhas cicatrizes endurecid~.
HYPERICUM PERFORATUM: medicamento de traumatismo das
regiões finamente inervadas; acalma a dor das velhas cicatrizes.
SILICEA: elimina a supuração de uma ferida, facilita a cicatrização;
cicatrizes ou quelóides doloridos; antiga cicatriz com fistulação.

e..- Localmente, pode-se utilizar, em caso de quelóides, a pomada de Graphytes. No


entanto, é preciso saber que ela é preta e, portanto, difícil de aplicar regularmente.

Para uma prescrição mais ampla:


FLUORICUM ACIDUM: as velhas cicatrizes que se tomam vermelhas
nas bordas, cobrem-se de vesículas pruriginosas e ameaçam abrir sob forma de
úlcera.
KALIUM BICHROMICUM: a cicatriz de uma úlcera . cutânea,
deprimida e dolorida.
98 • CINETOSE

LACHESIS MUTUS: antiga cicatriz que se torna vermelha, reabre e


sangra.
NITRICUM ACIDUM: cicatriz que se torna dolorida nas mudanças de
tempo.
PHOSPHORUS: exsudação de sangue negro a partir de uma cicatriz
antiga.
PHYTOLACCA DECANDRA: dores repuxantes na cicatriz de um
abcesso do seio.
THIOSINAMINUM: medicamento sem patogenesia, que se pode tentar
a título sistemático.

e..- Vide também: Queimaduras, Traumatismos e ferimentos.

CINETOSE: Vide Mal dos Transportes

CIRROSE

Referências clínicas:
Doença crônica caracterizada por fibrose evolutiva do parênquima
hepático. O fígado cirrótico é acobreado, duro, bosselado, como que
"tacheado". As principais etiologias são o álcool, uma hepatite virai, as
causas metabólicas (hemocromatose, doença de Wilson). Ela pode ser
assintomática durante muitos anos, ou apresentar um quadro de astenia,
emagrecimento e hemorragia digestiva. Os exames paraclínicos mostram
principalmente uma diminuição das taxas de protrombina e de albumina.
Observa-se muito freqüentemente um aumento moderado das transaminases e
proporcionalmente um aumento mais importante das gama GT. As com-
plicações possívei's são as varizes esofagianas (devidas à hipertensão portal) e
o hepatocarcinoma.

Receita-tipo:
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: fígado hipertrófico em um paciente que se
entregou por longo tempo à bebida, e mais especialmente nos períodos ein que
estava depressivo, e via tudo negativamente; desespero, tendência a criticar;
CISTITE - 99

agravamento do psiquismo pelo vinho; hemorragias diversas; igualmente


indicado em caso de cirrose como conseqüência de uma hepatite.
FLUORICUM ACID UM: fígado "tacheado ", ascite; indivíduo idoso
com espírito leve, desejos sexuais constantes, eufórico, que foge das
responsabilidades, indiferente a seus próximos, que vai de uma aventura
feminina a outra.
PHOSPHORUS: o medicamento-tipo da cirrose (biliar ou etílica), a
prescrever sisteniaticamente; esteatose hepática; fígado atrófico ou hiper-
trófico; icterícia; diátese hem01Tágica; Phosphorus faz voltar a subir a taxa de
protrombina.

r..- Phosphorus é quase específico da cirrose, isto é, medicamento que se prescreve


em função do diagnóstico nosológico.

Para uma prescrição mais ampla:


APOCYNUM CANNABINUM: cirrose descompensada; medicamento
descompensado em caso de ascite com edema, anasarca, oliguria, sede intensa.
AURUM METALLICUM: cirrose em um paciente com síndrome
melancólica.
CUPRUM METALLICUM: cirrose da doença de Wilson.
HAMAMELIS VIRGINIANA: hematêmese devida a vanzes esofagi-
anas com sensação de tremores no estômago.
LACHESIS MUTUS: equimoses, língua trêmula;. cirrose alcoólica;
faces violáceas; loquacidade.
LYCOPODIUM CLAVATUM: fígado atrófico ou hipertrófico, do-
lorido ao toque; dispepsia, flatulenta; ascite.

r..- Vide também: Alcoolodependência, Hematêmese, Hepatite virai.

CISTITE: vide Infecção urinária.

CISTO DO OVÁRIO

Referências clínicas:
Neoformação com conteúdo líquido, desenvolvida a partir de um
ovário. Antes de atingir· um volume importante, o cisto do ovário é mais
freqüentemente assintomático. Eventualmente, a paciente se queixa de dores
100 • CISTO DO OVÁRIO

(em caso de torção ou de ruptura), ou então se constata um aumento de


volume do abdômen.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH, ·
COLOCYNTillS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: cisto endurecido do ovário com dores picantes
irradiadas às coxas, agravadas após o coito e durante a marcha; sensaç~o de
tensão ou de peso na região ovariana; amenorréia ou dismenorréia;
classicamente, trata-se de um cisto do ovário direito.
COLOCYNTHIS: cisto do ovário com dores de torção que leva a
paciente a se dobrar em dois e a se apoiar sobre a região dolorosa;· vômitos
de bile durant(i os acessos de dores.
LACHESIS MUTUS: cisto do ovário na época da menopausa com
intolerância às roupas nesta altura; o ovário é sensível ao toque; o retomo das
regras ou as metrorragias aliviam · os sintomas; classicamente, trata-se de um
cisto do ovário esquerdo.
SEPIA OFFICINALIS: principal medicamento de fundo, a escolher por
suas características gerais, principalmente a ~ensação de peso para baixo dos
órgãos da pequena bacia, ondas de calor emotivas, herpes catamenial, frigidez.

,,_. A homeopatia não representa, por si mesma, um tratamento completo a menos que
nos cistos funcionais.

Para uma prescrição mais ampla:


BOVIST A GIGANTEA: cisto do ovário direito com regras que escoam
somente à noite.
BROMUM: cisto endurecido, mais especialmente no ovário esquerdo.
BUFO RANA: dores dos ovários que se irradiam para as virilhas;
sensação de calor na região dos ovários.
IODUM: cisto com dores do tipo punção enfiado no ovário, irradiadas
em direção ao útero.
P ALLADIUM #
MET ALLICUM: ovário direito grande e endurecido;
dores que melhoram pela pressão forte, que melhoram também em companhia,
exceto se a conversação é animada; a paciente tem uma grande necessidade de
aprovação.
PLAl'JNA: cisto do ovário com menorragias que contêm coágulos
negros; associação eventualmente ao prurido em que há ninfomania.
COLECISTITE - 101

THUY A OCCIDENTALIS: concomitância de condilomas anogenitais;


obesidade ginóide.

<_. Vide também: Menorragias.

COLECISTITE

Referências clínicas:
Inflamação da vesícula biliar, mais freqüentement~ de origem litiásica.
Distinguem-se:
- a colecistite aguda, que se manifesta por uma dor intensa no hipo-
côndrio direito, freqüentemente irradiada para trás em ~ireção à
ponta da omoplata direita. A vesícula não é palpável em um caso
em cada dois, em média. Existe freqüentemente uma dor reflexa do
hipocôndrio direito à inspiração profunda e à palpação (sinal de
Murphy): Nota-se uma febre discreta e uma tendência subictérica ou
ictérica.
- a colecistite crônic~, na qual a parede da vesícula biliar toma-se
fibrosa e espessa. No plano clínico, observam-se crises de cólica
hepática recidivantes.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
CHELIDONIUM MAJUS 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: colecistite com febre elevada de ocorrência brutal,
vermelhidão das bochechas, olhos brilhantes, midríase,' dores importantes,
agravadas pela respiração, pelos abalos e quando o paciente está deitado sobre
o lado direito.
CHELIDONIUM MAJUS: dores vesiculares irradiadas ao ângulo
inferior da omoplata direita, próximo ao bordo interno, com agravamento pela
inspiração e movimentos do membro superior direito; tudo está amarelo: a
'pele, as conjuntivas, a língua, as fezes (que estão amarelo ouro), as urinas (que
parecem cerveja).
102 • CÓLICA ABDOMINAL

MERCURIUS SOLUBILIS: dores do hipocôndrio direito com impossi-


bilidade de se deitar sobre o lado direito; boca característica (mau hálito,
hipersalivação, língua que guarda a marca dos dentes); icterícia; febre com
predominância noturna com transpiração de mau odor e que não alivia,
calafrios.

(_.. Embora muito característica do Chelidonium majus, a dor no ângulo inferior da


omoplata direita pertence a vários medicamentos, entre os quais o Carduus
marianus e o Chenopodium anthelminthicum. É o conjunto dos sintomas que
ifflporta para a decisão. Alguns consideram o ponto do Chelidonium como um
"sintoma-chave", ou seja , um sintoma característico de um número restrito de
medicamentos e dirigem a atenção a eles. Deve-se desconfiar desse gênero de
simplificação que pode conduzir a um insucesso terapêutico. É preciso não fazer do
sintoma-chave um sinal de prescrição sistemática e sim um modo de entrada
rápida, um atalho para a solução terapêutica.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: dores no hipocôndrio direito com icterícia;
dian-éia com mau cheiro; caso grave.
L YCOPODIUM CLA V ATUM: febre com batimento das asas do nariz;
·dores no hipocôndrio direito quando o paciente come ~té a saciedade.
T ARAXACUM OFFICIN ALE: colecistite crônica com língua geográ-
fica.

(_.. Vide: Cólica hepática.

CÓLICA ABDOMINAL

Referências clínicas:
Dores paroxísticas localizadas nas vísceras abdominais. Não importa
qual víscera esteja em causa. Pode tratar-se eventualmente de uma urgência
cirúrgica que não esteja no âmbito da homeopatia.

Receita-tipo: ·
BELLADONNA 5 CH,
COLOCYNTHIS 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, a cada 5 minutos, a càda 15
minutos, ou de hora em hora, conforme a intensidade das dores.
CÓLICA ABDÓMINAL - 103

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: conseqüências de golpe de frio sobre o
abdômen; agitação devida às dores.
ARNICA MONT ANA: dores abdominais durante a gestação; dorçs
pelos movimentos do feto, sensação de que ele está atravessado no abdômen.
BELLADONNA: dores de ocorrência e de desaparecimento repentinos
agravadas pelos abalos, que melhoram quando o paciente está deitado sobre o
ventre.
CARBO VEGET ABILIS: dores devidas à fermentação digestiva, com
abaulamento que causa dispnéia; sensação de constricção no vazio epigástrico;
intolerância à gordura; melhora pelas eructações.
CHAMOMILLA VULGARIS: as dores são descritas como insupor-
táveis em.hora não sejam obrigatoriamente fortes; bochechas vermelhas;
transpiração quente; conseqüências de cólera; caso se trate de uma criança,
melhora quando está no colo.
CHELIDONIUM MAJUS: dores do hipocôndrio direito, irradiadas
para as costas na mesma altura, e sobretudo para o ângulo inferior da
omoplata direita, ou mesmo para o ombro direito; a língua está amarela;
subicterícia cutânea e conjuntiva!; vontade de bebidas quentes, particular-
mente o leite quente; gastralgias que melhoram após a evacuação.
CHINA RUBRA: cólica abdominal com abaulamento abdominal que
não melhora pela emissão de gase~; o alimento parece ter um gosto amargo;
agravamento pelo leve toque da região dolorosa, enquanto a pressão forte a
melhora.
COLOCYNTHIS: cólica abdominal localizada eletivamente na região
umbilical; a dor tipo câimbras dobra o paciente ao meio, força-o a se apoiar
sobre o abdômen; irritabilidade pela dor; conseqüências de ter comido frutas·,
ou após uma cólera; melhora pelo calor.
DIOSCOREA VILLOSA: dores tipo câimbras que se irradiam à
distância em qualquer direção, melhoram quando o paciente se endireita ou se
inclina para trás~
IGNATIA AMARA: dor nervosa na fossa ilíaca direita próximo ao
ponto de McBurney (e não em seu local preciso), dando um aspecto clínico de
falsa apendicite; conseqüências de contrariedade, de desgosto silencioso, de
ingestão de café; melhora pela inspiração profunda.
MAGNESIA PHOSPHORICA: dores tipo câimbras que dobram o
paciente ao meio e forçam-no a se apoiar sobre o abdômen; contrariamente ao
Colocynthis, não há sintoma mental em particular; melhora pelo calor.
NUX VOMICA: dores que começam cerca de meia hora após as
refeições, que obrigam a desapertar as roupas; podem estar ligadas a uma
constipação espasmódica com falsas nec;:essidades; sensação de pressão para
104 - CÓLICA HEPÁTICA, LITÍASE BILIAR

cima com falsas necessidades de defecar ou de urinar; espasmos dos músculos


abdominais; língua saburrosa em sua metade posterior; sonolência pós-
prandial, melhora por uma curta sesta; irritabilidade; agravamento pelo café;
conseqüências da ingestão de uma refeição gordurosa; dores abdominais das
mulheres grávidas.

(..- As sutilezas da maneira médica nos obrigam a fazer uma anamnese em detalhes,
como lembra uma das modalidades essenciais da China rubra: "Agravamento pelo
roçar a região dolorosa, enquanto a pressão forte melhora".

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: cólica abdominal no curso de uma toxiin-
fecção· alimentar com diarréia de mau cheiro.
DULCAMARA: dores no tempo úmido e frio .
LYCOPODIUM CLAVATUM: dores por retardo da digestão (5 horas
após o meio-dia os alimentos ainda estão no estômago), com abaulamento
pós-prandial; sonolência pós-prandial, mas a sesta faz o paciente piorar.
NATRUM SULFURICUM: cólicas abdominais com vômitos de bile e
diarréia biliosa; tendência às enxaquecas.
PLUMBUM METALLICUM: cólica abdominal violenta, com con~
tração ou mesmo retração dos grandes retos "em canoa"; associação a uma
invaginação intestinal ou a uma brida pós-operatória.
PODOPHYLLUM PELT ATUM: sensação de congestão do fígado, de
plenitude a este nível, melhora pela fricção.
PULSATILLA: dores e náuseas após uma refeição gordurosa.
SEPIA OFFICINALIS: sensação de peso no hipocôndrio direito; desejo
por ácidos; astenia, palidez, olheiras; o paciente se queixa de ter uma "crise de
fígado"; agravamento pelo cheiro de comida e antes das menstruações melhora
pela ingestão de bebidas ácidas.
SPIGELIA ANTHELMIA: dores devidas aos vermes intestinais.
ST APHYSAGRIA: dores em conseqüência de um constrangimento,
humilhação ou cólera reprimida.

(..- Vide também: Cólica hepática, Colite, Dispepsia.

CÓLICA HEPÁTICA, LITÍASE BILIAR

Referências clínicas:
A litíase biliar pode ser:
CÓLICA HEPÁTICA, LITÍASE BILIAR - 105

assintomática: descoberta em um abdômen sem preparação, uma


ecografia abdominal ou uma tomodensitometria realizadas por
uma outra razão. Só se opera cálculos muito grandes (superiores a 3
cm), a litíase "porcelana", ou em casos de obstrução da via biliar
principal.
- sintomática: ela se manifesta então por crises de cólica vesicular dita
"hepática" (dores intensas no hipocôndrio direito do tipo peso, que se
irradiam para o ombro direito ou costas, ou para o hipocôndrio
esquerdo, náuseas, dispepsia); o equilíbrio biológico é normal, salvo
em caso de colecistite associada (neste caso pode-se observar um
aumento das transaminases ligado à reação hepática). Em caso de
localização na via biliar principal, pode-se constatar uma elevação da
bilirrubinemia, das fosfatases alcalinas e das gama GT.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
CALCAREA CARBONICA 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: dores violentas, de ocorrência e desaparecimento
bruscos, agravadas pelos abalos, respiração, pressão, ruído, ou quando o
paciente está deitado sobre o lado direito; sensação de calor no abdômen.
BERBERIS VULGARIS: dores do hipocôndrio direito, do tipo
borbulhamento (ou picadas), podendo irradiar para qualquer direção, especial-
mente ombro esquerdo ou estômago, agravadas pelo movimento e pressão;
microlitíase; constipação por insuficiência da secreção biliar; icterícia por
obstrução.
CALCAREA CARBONICA: dores do hipocôndrio direito quando o
paciente está inclinado para a frente; medicamento de litíase biliar, que se
pode prescrever sistematicamente e que é susceptível de parar as dores; é
igualmente um medicamento de fundo, a escolher por suas características
gerais, principalmente a obesidade, a transpiração do couro cabeludo, a
tendência a sentir frio facilmente.
CHELIDONIUM MAJUS : dores constrictivas do hipocôndrio direito
irradiados para o ângulo inferior da omoplata direita ou para as costas na
altura da vesícula biliar; sensação de constricção em torno do abdômen como
por um cinto; língua amarela; fezes de consistência argilosa, amarelo ouro e
que flutuam na água; icterícia ou subicterícia cutânea por obstrução; vontade
106 - CÓLICA HEPÁTICA, LITÍASE BILIAR

de tomar leite quente; gastralgias que melhoram após a defecação; preventivo


da formação de cálculos.
CHINA RUBRA: dores do hipocôndrio direito com sensibilidade à
pressão leve ou mesmo ao roçar, enquanto a pressão forte é bem supor-
tada; abaulamento que não melhora pela emissão de gases; icterícia por
obstrução.
COLOCYNTHIS: dores tipo - câimbras violentas que melhoram pelo
calor, pressão forte e quando o paciente se dobra em dois; irritabilidade
provocada pela dor ou cólica hepática em conseqüência de uma cólera.
DIOSCOREA VILLOSA: dores tipo câimbras irradiadas em todas as
direções, especialmente para as costas, dedos, ouvidos, peito; melhoram
quando o paciellfe se endireita ou se inclina para trás.
MAGNESIA PHOSPHORICA: mesmos sintomas que o Colocynthis,
sem irritabilidade.
MERCURIUS SOLUBILIS: dores no curso de uma colecistite com
febre de predominância noturna, transpiração com mau cheiro e que não
aliviam; agravamento das dores quando o paciente está deitado sobre o lado
direito; língua inchada e que guarda a marca dos dentes; hipersialorréia; mau
hálito.
NATRUM SULFURICUM: dores do hipocôndrio direito durante a
inspiração profunda, que melhoram pela pressão, com impossibilidade
de suportar uma roupa apertada; vômitos constantes de bife; diarréia con-
tendo bile após o desjejum; antecedentes de enxaquecas com vômitos bi-
liosos.
NUX VOMICA: dores tipo câimbras repentinas no hipocôndrio direito
11rndiad~s ao ombro; sensibilidade da parede abdominal; espasmos dos
músculos abdominais; constipação com falsas vontades; língua carregada em
sua metade posterior; irritabilidade pela dor; icterícia por obstrução;
conseqüências do abuso de alimentos, particularmente d.e gordura, álcool e
café; conseqüências de cólera.
PODOPHYLLUM PELT ATUM: dores no hipocôndrio direito com
congestão do fígado melhoradas pela fricção ou sensação de plenitude a esse
Jiível; o paciente massageia a região dolorosa, o que o alivia; diarréia
esgotante, em jatos, com sensação de vazio abdominal após a defecação;
melhora quando o paciente está deitado sobre o ventre ..

e.. Não há sintoma obrigatório para prescrever, e cuja ausência seria eliminadora. É o
conjunto dos sintomas presentes que conta. Exemplo: se a vontade de leite
quente está presente ao mesmo tempo que a dor no ângulo inferior da omoplata
direita, as chances de que o Chelidonium majus seja o melhor medicamento são
maiores, porém não há necessidade de encontrá-lo sistematicamente.
CÓLICA NEFRÉTICA, LITÍASE URINÁRIA - 107

Para uma prescrição mais ampia:


BRYONIA ALBA: dores picantes ao menor movimento, tão violentas
que tiram o fôlego; agravamento pela inspiração profunda e a tosse; melhora
pela pressão forte, quando o paciente está deitado sobre o lado direito e pela
imobilidade absoluta; iITitabilidade pela dor.
CARDUUS MARIANUS: dores surdas agravadas quando o paciente
está deitado sobre o lado esquerdo, que melhoram por uma inspiração
profunda; fezes de cor argilosa.
CHAMOMILLA VULGARIS : as dores são descritas como insupor-
táveis pelo paciente, embora possam não ser; ele está agitado e rabugento;
agravamento pelo calor.
CHIONANTHUS VIRGINICUS: litíase biliar acompanhada de enxa-
quecas biliosas periódicas; cefaléia com vômitos biliosos, diaITéia, pigmentos
biliares nas urinas; icterícia por obstrução; Chionanthus também é considerado
como um preventivo da formação de litíase biliar.
LYCOPODIUM CLAVATUM : sensação de tensão no hipocôndrio
direito com abaulament.o importante; medicamento de fundo, a escolher por
suas características gerais, principalmente a dispepsia flatulenta com
sonolência pós-prandial agravada pela sesta, e a sensação de estômago cheio.
SEPIA OFFICINALIS: dores do hipocôndrio direito com sensação de
peso; medicamento de furydo, a escolher por suas características gerais,
principalmente a palidez com olheiras assim como a astenia que melhora pelo
exercício e pela distração.
VERATRUM ALBUM: cólica hepática com suores frios, vômitos em
jato, o abdômen está frio ao toque.

e..- Vide também: Colecistite, Cólica abdominal.

CÓLICA NEFRÉTICA, LITÍASE URINÁRIA

Referências clínicas:
A crise de cólica nefrética dá-se por dores lombares intensas,
unilaterais, iITadiadas classicamente para os órgãos genitais externos. Pode-se
observar sinais digestivos associados (náuseas, vômitos), sinais urinários
(disúria, polaquiúria, hematúria). O paciente está angustiado, agitado, sem
posição antálgica válida. A palpação pode mostrar uma dor sobre o trajeto
uretra!. · O abdômen sem preparação mostra uma opacidade da região lom-
bar na árvore .urfoária, mas esta pode estar ausente sem que o diagnóstico
seja descartado por isso. A ecografia permite localizar o cálculo (no entanto, o
108 - CÓLICA NEFRÉTICA, LITÍASE URINÁRIA

diagnóstico de cólica nefrética não é eliminado se ela estiver normal), e uma


eventual dilatação das cavidades pielocaliciais. A urografia intravenosa é
indicada na urgência em caso de cólica nefrética complicada.
A litíase urinária é a presença de cálculos nas vias excretoras renais
que podem em seguida descer para os ureteres. Ela pode se complicar com
obstrução, dores e infecção. Os c~lculos mais freqüentemente encontrados são
os de oxalato de cálcio (80% dos casos), úricos (5%), cistínicos (2%). A
litotrícia extracorpórea é um método de escolha para os cálculos ureterais, por
que não é invasiva e tem baixo custo. Deixa freqüentemente persistirem
fragmentos residuais. Sua pesquisa deve ser sistemática três meses após o
tratamento, com ajuda de uma radiografia do abdômen sem preparação.

Receita-tipo:
BERBERIS VULGARIS 5 CH,
COLOCYNTHIS 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BERBERIS VULGARIS: cólica nefrética com sensação de borbulha-
mellfo ou inchação no espaço renal ou ao longo dos ureteres; as dores
irradiam-se em todas as direções (particularmente para o abdômen, bexiga,
uretra e coxas); necessidade constante de urinar ou tenesmo; microlitíase;
sedimento vermelho tijolo na urina (uratos); Berberis vulgaris facilita a
eliminação dos fragmentos residuais após litotrícia.
COLOCYNTHIS: colite nefrética com dores tipo câimbras que
melhoram pelo calor, pressão forte, e quando o paciente se dobra em dois;
retenção urinária; irritabilidade pela dor.
DIOSCOREA VILLOSA: cólica nefrética com dores tipo câimbras,
irradiadas para o pênis, cordão espermático ou testículo correspondentes;
melhora quando o paciente se endireita ou se inclina para trás.
MAGNESIA PHOSPHORICA: mesmo quadro que o Colocynthis sem a
irritabilidade.
NUX VOMICA: cólica nefrética com dores espasmódicas irradiadas aos
órgãos genitais; impossibilidade de se deitar sobre o lado esquerdo; vontades
constantes de urinar; micção gota a gota; constipação com falsas vontades;
espasmos dós músculos abdominais; vômitos com língua saburrosa em sua
metade posterior; irritabilidade.
SARSAPARILLA: dores nos espaços renais irradiadas para a uretra;
dores do colo vesical e da uretra no final da micção; urinas floculadas com
CÓLICA NEFRÉTICA, LITÍASE URINÁRIA • 109

disúria; areia ou pequenos saibros nas urinas; hematúria;· particularmente


indicado para crianças.

(..- Salvo exceção, não há prescrição etiológica (não se dá medicamentos em função


do nome da doença a tratar). Na escolha do tratamento homeopático, é o modo
reacional do paciente que conta. Todas as síndromes em que se encontra uma
tendência aos espasmos, às falsas necessidades de defecar e uma . língua
saburrosa em sua metade posterior são susceptíveis de melhora pela Nux vomica,
qualquer que seja seu nome nosológico. Vide na Matéria médica da Nux vomica a
lista (não exaustiva) das "Principais indicações clínicas".

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONNA: cólica nefrética por espasmo ureteral; necessidade
constante de urinar ou tenesmo de ocorrência brusca; urinas raras;
agravamento pelos abalos.
BENZOICUM ACIDUM: medicamento do gotoso que apresenta
complicações urinárias; litíase úrica com tendência às cólicas nefréticas; urinas
de cor marrom escuro, pouco abundantes, carregadas em uratos, repulsivas
como as do cavalo, desde que são emitidas; elas tornam o lugar onde per-
manecem fétido.
CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo, a escolher por
suas características gerais, principalmente a obesidade, a transpiração do couro
cabeludo, a tendência a sentir frio facilmente; pode-se .igualmente tentá-la a
título sistemático durante uma crise de cólica nefrética.
CANTHARIS: cólica nefrética com disúria maior, vontade incessante
de urinar, hematúria; sensação violenta de queimação ou de ferimento na
bexiga e na uretra, manifestando-se antes, durante e após a micção; dores no
meato urinário; urinas raras escoando gota a gota porque a micção agrava as
dores.
COCCUS CACTI: catarro da bexiga com tenesmo, sedimento urinário
de cor vermelho tijolo, litíase urinária, hematúria, prurido do meato.
EPIGJEA REPENS: litíase renal com cistite crônica; disúria; queima-
ção no colo da bexiga; muco-pus e ácido úrico nas urinas; tenesmo após a
micção.
HYDRANGEA ARBORESCENS: litíase renal urática sob forma de
depósitos brancos na urina, amorfos, não cristalizados; cólica nefrética com
tenesmo urinário e dores tipo câimbras no colo vesical.
LITHIUM CARBONICUM: cólica nefrética em um gotoso que
apresenta tofos e dores na região do coração ..
L YCOPODIUM CLAVATUM: dores nos ureteres que se irradiam para
a bexiga; sedimento vermelho nas urinas (litíase úrica), que não adere ao
110 • COLITE

recipiente que as contém; lateralidade direita predominante; abaulamento


abdominal; tendência à infecção urinária crônica.
NATRUM MURIATICUM: um dos medicamentos de fundo da litíase
urinária, a escolher por suas características gerais; trata-se em particular de um
paciente que não bebe o suficiente.
OCIMUM CANUM: cólica nefrética com vômitos violentos durante a
crise; sedimento ve1melho nas urinas.
OXALICUM ACIDUM: oxalatos nas urinas; necessidade imperiosa de
urinar no momento em que o paciente pensa nisso.
P AREIRA BRAVA: cólica nefrética com dores iITadiadas à glande, à
virilha, às coxas; necessidade constante de urinar ou tenesmo; a micção não é
possível a menos que em posição genupeitoral; sedimentos ve1melhos nas
urinas (uratos), hematúria.
PHOSPHORICUM ACIDUM: fosfatos nas urinas; paciente esgotado.
PHOSPHORUS: fosfatos nas urinas com sensação de calor na região
renal; diátese hemoITágica.
SEPIA OFFICINALIS: presença de uratos, sob forma de sedimento
vermelho que adere ao recipiente no qual as urinas são recolhidas; sensação de
peso da bexiga; tendência à infecção urinária crônica, com astenia, palidez,
olheiras.
SILICEA: litíase urinária sob forma de areia nas urinas; medicamento
de fundo, a escolher por suas características gerais, principalmente a
associação a uma prostatite ou uma uretrite crônicas.
SOLIDAGO VIRGA AUREA: fosfatos nas urinas; urinas de mau odor
embora claras; sensibilidade dos espaços renais à pressão.
SULFUR: uratos nas urinas; sensação de queimação na uretra durante a
micção; diabetes do tipo 2 com glicosúria; gota; indivíduo pletórico e jovial.
UVA URSI: urina floculosa com cataiTo da bexiga; a urina pode estar
verde.

(_. Vide também : Gota, Infecção urinária.

COLITE

Referências clínicas:
Inflamação do cólon, total ou em alguns segmentos. Ela pode ser de
origem infecciosa (bacteriana ou amebiana), alimentar, ou de causa desconhe-
cida como a retocolite úlcero-hemorrágica. Os principais sintomas são: dores,
COLITE • 111

flatulência, abaulamento abdominal, fezes de consistência anormal e contendo


muco, alternância de diaITéia e constipação.

Receita-tipo:
MERCURIUS CORROSIVUS 5 CH,
NATRUM SULFURICUM 5 CH,
PODOPHYLLUMPELTÁTUM 5 CH,
três grânulos de cada em · alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

-
O essencial para a receita usual:
MERCURIUS CORROSIVUS: mesmos sintomas que o Mercurius
solubilis, porém mais violentos.
MERCURIUS SOLUBILIS: diaITéia com tenesmo; a língua guarda a
marca dos dentes; as fezes contêm muco.
NATRUM SULFURICUM: colite crônica; diarréia após o desjejum;
sensação de liberação, alegria, hilaridade após a defecação.
PODOPHYLLUM PELTATUfyf: borborigmos do cólon direito antes
das fezes; diarréia profusa, em jato; sensação de vazio abdominal, de
fraqueza no abdômen após a defecação; o conjunto melhora quando o
paciente está deitado sobre o ventre; o fígado está grande, congesto, sensível à
palpação com melhora pela fricção; por este fato, o paciente massageia seu
hipocôndrio direito porque isto o alivia; a diarréia pode alternar-se com
constipação.

e.- Os sais de mercúrio são prescritos freqüentemente em conseqüência da ma-


téria médica do medicamento central, ou seja, Mercurius solubilis, depois passando
para um composto vizinho a partir de um ou dois sintomas. Aqui, na prática, os
sintomas .da crise fazem freqüentemente pensar em Mercurius solubilis. A ele se
prefere o Mercurius corrosivus à simples constatação de que os sintomas são
violentos.

Para uma prescrição mais ampla:


ALOE SOCOTRINA: complicação aguda; cataITo do reto com
síndrome disenteriforme e incontinência esfincteriana.
ARGENTUM NITRICUM: síndrome colítica em um paciente ansioso
por antecipação.
ARSENICUM ALBUM: síndrome colítica em um paciente obsessivo e
meticuloso; as fezes têm muito mau cheiro.
COLOCYNTHIS: inflamação aguda com dores abdominais tipo
câimbras que dobram o paciente em dois, forçam-no a se apoiar sobre o
Í12 · CONDILOMAS ANOGENITAIS

abdômen; melhora pelo calor; ÍITitabilidade pela dor; conseqüências de ter


comido frutas, ou após uma cólera.
ENTEROCOCCINUM: bioterápico complementar do tratamento de
fundo.

(. . Vide também: Candidíase, Cólica abdominal, Diarréia, Retocolite úlcera-hemor-


rágica.

CONDILOMAS ANOGENITAIS

Referências clínicas:
Também chamados "condilomas acuminados" ou "cristas de galo", os
condilomas anogenitais são pequenos tumores benignos cutaneomucosos,
situados no ânus ou nos órgãos genitais, em cristas denteadas, firmes, mas
friáveis, raramente isolados. São devidos ao HPV (Human papillomavirus),
muito contagioso. O período de incubação varia de 1 a 6 meses. Eles podem
ser pruriginosos ou sangrar em caso de traumatismo.

Receita-tipo:
CINNABARIS 5 CH,
NITRICUM ACIDUM 5 CH,
THUY A OCCIDENTALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CINNABARIS: condilomas vermelhos semelhantes a cristas de galo,
que sangram facilmente, localizados no prepúcio.
NITRICUM ACIDUM: condilomas anogenitais em forma de couve-
flor, que sangram facibnente ao toque; dores picantes como por uma farpa;
concomitância de uma fissura anal.
THUYA OCCIDENTALIS: condilomas anogenitais esponjosos, doloro-
sos ao toque e sangrantes; cristas de galo; paciente infiltrado, com obesidade
ginóide; suas unhas são onduladas e moles.

(.. Assim como as verrugas, os condilomas pertencem à sicose, nome sob o qual
Hahnemann designava uma doença crônica caracterizada por infiltração do tecido
reticuloendotelial, corrimentos mucopurulentos crônicos das mucosas rinofaríngeas
e genitais, e as proliferações tumorais benignas. Principais medicamentos: Thuya
occidentalis, Medorrhinum, Natrum sulfuricum, Nitricum acidum.
CONJUNTIVITE - 113

Para uma prescrição mais ampla:


MEDORRHINUM: bioterápico da sicose a prescrever em complemento
ao tratamento de fundo.
NATRUM SULFURICUM: condilomas carnudos em um indivíduo em
estado de retenção de água nos tecidos.
SABINA: condilomas anogenitais pruriginosos.
SEPIA OFFICINALIS: con~ilomas moles em tomo da glande.
ST APHYSAGRIA: condilOmas hipersensíveis ao toque.

(..- Vide também: Pólipos, Verrugas.

CONJUNTIVITE

· Referências clínicas:
Inflamação aguda ou crônica da conjuntiva. As causas são variadas:
alergia, infecção microbiana ou vira], doença sistêmica (como a síndrome de
Gougerot-Sjõgren); irritação por um corpo estranho, a luz, um produto
químico. Principais sintomas: vermelhidão, sensação de incômodo (como, por
exemplo, por um corpo estranho, areia), prurido, corrimento (simples la-
crimejamento ou pus). Habitualmente, não há dor nem baixa da acuidade
visual. A. inflamação edematosa da conjuntiva pode chegar até a formar uma
. dobra em torno da córnea, isto é, uma-"quemose".

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
EUPHRASIA OFFICINALIS 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: conjuntivite aguda, muito inflamatória, após
um golpe de frio seco, um corpo estranho no olho, ou após ter olhado para a
neve; hiperemia do olho que está vermelho e quente; fotofobia; febre intensa e
agitação.
ALLIUM CEPA: conjuntivite no curso de uma coriza com rinorréia
aquosa irritante; Lacrimejamento não irritante.
APIS MELLIFICA: conjuntivite alérgica com quemose, lacrimejamento
quente, edema rosado das pálpebras, especialmente das pálpebras superiores;
melhora por compressas frias .
114 - CONJUNTIVITE

ARNICA MONTANA: hemorragia subconjuntival de origem


traumática.
BELLADONNA: conjuntivite no curso de uma afecção febril aguda;
olhos injetados e brilhantes, secura da conjuntiva; rosto vermelho e quente ao
toque; l'ábios vermelhos e inchados; febre elevada a mais de 40º; delírio
entrecortado de fases de abatimento, resmungas, alucinações com animais;
midríase, fotofobia intensa, olhar fixo, olhos brilhantes; convulsões agravadas
se esbarra na cama.
CROTON TIGLIUM: conjuntivite pustulosa com aspecto de gra-
nulações; sensação de calor nos olhos, principalmente à noite.
EUPHRASIA OFFICINALIS: conjuntivite catarral no curso de uma
coriza; lacrimejamento incessante, abundante, queimante, escoriação das
pálpebras e das bochechas; pus abundante, espesso; piscamento permanente
das pálpebras (o que melhora os sintomas); agravamento por compressas
quentes e·pelo vento; melhoram ao ar livre,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: conjuntivite subaguda com pus
abundante, irritante, que provoca pequenas vesículas sobre a pálpebra
inferior; quemose; hipópio; agravamento ao ar livre e ao toque.
MERCURIUS CORROSIVUS: mesmos sintomas que o Mercurius
solubilis, porém mais violentos.
MERCURIUS SOLUBILIS: conjuntivite crônica após exposição a uma
fonte de calor com pus escoriante, não espesso, ulcerações superficiais; irite;
fotofobia; dores agravadas à noite.
PULSATILLA: conjuntivite catarral, especialmente no curso de um
sarampo ou de uma coriza alérgica, com pus espesso não irritante;
agravamento pelo calor de um cômodo muito quente ou pelo vento.
RHUS TOXICODENDRON: conjuntivite flictenular com lacrimeja-
mento em jato quando se separa as pálpebras; quemose; irite reumatóide;
conseqüência de ter estado molhado.

e.- Localmente pode-se prescrever 'o colírio de Euphrasia.

Para uma prescrição mais ampla:


ALUMINA: a conjuntiva está muito seca, sem corrimento, eventual-
mente ulcerada.
ARGENTUM NITRICUM: conjuntivite granular com inchaço e
vermelhidão das carúnculas, muco-pus abundante.
ARSENICUM ALBUM: conjuntivite crônica ou com recaídas, com
lacrimejamento abundante e quente, irritando a pálpebra inferior; edema
branco das pálpebras; dores em queimação, que melhoram pelas compressas
quentes.
CONSEQÜÊNCIAS DO PARTO - 115

KALIUM BICHROMICUM: conjuntivite com úlcer:a da córnea em


saca-bocado, indolente, sem fotofobia.
KALIUM IODATUM: conjuntivite com quemose, secreção purulenta
de cor esverdeada; irite reumatóide agravada à noite.
PETROLEUM: conjuntivite com inflamação do canal lacrimal; muco-
pus proveniente do saco lacrimal.
SULFUR: conjuntivite periódica de origem alérgica com sensação de
areia, associada a uma blefarite; agravamento pela lavagem dos olhos.

(_.. Vide também: Alergia, Rinite alérgica.

CONSEQÜÊNCIAS DO PARTO

Referências clínicas:
Após o parto, o organismo materno retorna a seu estado anterior em 6 a
8 semanas. Durante esse período, dito de pós-parto, um ce1to número de
manifestações clínicas podem· ser encontradas.

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
KALIUM CARBONICUM 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia durante todo o
período de fadiga.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONT ANA: prostração, micção gota a gota, especialmente
após utilização de fórceps.
BELLIS PERENNIS: dor pélvica depois do parto.
CAUSTICUM: paralisia vesical; retenção urinária após O parto.
CHINA RUBRA: fadiga em conseqüência de uma hemorragia.
IGNATIA AMARA: este n:iedicamento ajuda a fazer o luto do estado
de gestação.
KALIUM CARBONICUM: raquialgias, e mais especialmente lombal-
gias do pós-parto; transpiração; tendência a sentir frio facilmente.
SEPIA OFFICINALIS: depressão pós-natal com astenia agravada de
manhã, melhora após um momento de exercício e pela distração; distensão do
abdômen; principal medicamento do pós-paito, a prescrever quase sistematica-
·116 • CONTUSÕES

mente; indicado igualmente, em longo prazo, na paciente que nunca se sente


bem depois de sua gestação.

e..- Após o parto, algumas mulheres se sentem mal por serem ao mesmo tempo esposa
e mãe. Sepia é o medicamento desta situação particular, de aversão pelo marido e
frigidez .

Para uma prescrição mais ampla:


COFFEA CRUDA: insônia depois do parto.
HELONIAS DIOICA: prolapso uterino nas conseqüências de parto.
HYPERICUM PERFORATUM: dores nos quadris ou na região do
sacro após utilização de fórceps .
MAGNESIA PHOSPHORICA: cefaléia após o parto.
NUX VOMICA: espasmos do colo da bexiga após o parto.

e..- Vide também: Aleitamento materno, Aborto espontâneo, Depressão nervosa,


Distocia, Preparação para o parto.

CONTUSÕES: vide Traumatismos e Ferimentos

CONVULSÕES FEBRIS

Referências clínicas:
As convulsões febris das crianças sobrevêm brutalmente. Elas são
impressionantes para os pais, porém mais freqüentemente benignas, já que as
complicações são excepcionais. Elas são generalizadas (tônicas, ou então:
tônicas e seguidas por alguns abalos clônicos), e geralmente únicos (um único
episódio por doença febril), sem . déficit i;ieurológico pós-crítico. Duram de
trinta segundos a dois minutos. A primeira crise aparece mais freqüentemente
entre 1 e 3 anos; permanece única e sem complicação em 85% dos casos; 2 a
5% das crianças com menos 'de 5 anos sofreram, pelo menos uma vez, sem
seqüela. Bem entendido, não se deve ignorar o risco de uma encefalite
herpética ou de uma meningite bacteriana.

Receita:tipo:
BELLADONNA 5 CH,
três grânulos a cada dois minutos, até a cessação da crise.
CONSTIPAÇÃO - 117

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: febre elevada â mais de 40º, de ocorrência brutal,
com rosto vermelho e quente ao toque, midríase, fotofobia, olhar fixo , delírio
entrecortado de fases de abatimento, resmungas , alucinações com animais; as
convulsões são agravadas quando se esbarra na cama (agravamento pelos
abalos).
HELLEBORUS NIGER: convulsões febris no curso d_e uma encefalite
com reviramento dos olhos, cabeça que rola para o lado ou se afunda no
travesseiro, mastigação, ranger de dentes, língua oscilante, suspiros incons-
cientes, caifologia, enrolamento das vestes; obnubilação, estupor, indiferença.
STRAMONIUM: sintomas vizinhos aos da Belladona, com temperatura
menos elevada; 1novimentos convulsivos leves e giratórios; agravamento à
visão da luz ou de um objeto brilhante.

<_. Se o resultado não for imediato, passa-se rapidamente para um tratamento


alopático.

Para uma prescrição mais ampla:


APIS MELLIFICA: convulsões no curso de meningite.
CICUTA VIROSA: convulsões violentas com projeção brutal da cabeça
para trás; agravamento quando se toca no paciente.
NUX VOMICA: convulsões ao menor toque; febre c~m calafrios
quando o paciente se descobre; bochechas vermelhas, mas sem o calor radiante
da Belladonna.
ZINCUM METALLICUM: convulsões no curso de uma febre eruptiva
em evolução; sideração do sistema nervoso central; estado de estupor durante
uma doença aguda; o paciente tem lentidão para compreender.

<_. Vide também: Encefalite virai, Epilepsia, Febre, Meningite.

CONSTIPAÇÃO

Referências clínicas:
Evacuação difícil ou rara das matérias fecais. Considera-se como
constipado um paciente que apresenta em média, em um período de no
mínimo 12 meses, pelo menos em um quarto desse tempo e sem qualquer uso
de laxativos, no mínimo dois dos seguintes critérios:
- esforços maiores no esforço de defecação,
- sensação de evacuação retal incompleta,
118 - CONSTIPAÇÃO

- fezes duras ou em bolotas,


- freqüência semanal de defecações inferior a 3. uma única evacuação
retal por semana que constitui por si só um critério de constipação.
Pode tratar-se de uma constipação passageira devida a uma modificação
do modo de vida (viagem, estresse, regime. paciente acamado, gravidez). Nos
outros casos, é preciso lembrar, antes de pensar em uma simples constipação
crônica, na possibilidade de uma doença orgânica subjacente; câncer
colorretal, fissura anal, efeito secundário iatrogênico (neurolépticos, antide-
pressivos), conseqüências de intervenções no baixo ventre, hipocaliemia.
hipotireoidismo, diabetes, causa neurológica, doença de Hirschprung, conecti-
vite.

Receita-tipo:
BRYONIA ALBA 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
OPIUM5 CH,
três grânulos de cada em alternância; três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ALUMINA: constipação por secura e paresia do reto; perda do poder
expulsivo, o paciellte tem que fazer muita força para expulsar fezes moles;
fezes de aspecto argiloso, aderentes; constipação das crianças alimentadas com
leite artificial.
BRYONIA ALBA: constipação sem vontades, por secura da mucosa
retal; as fezes são grandes, secas, duras, escuras, como que queimadas; lábios
secos e rachados, com sede; cefaléia quando o pacie11te está constipado;
irritabilidade.
MAGNESIA MURIATICA: constipação com fezes em bolotas;
agravamento no litoral.
NATRUM MURIATICUM: constipaçã<? com fezes secas e em bolas;
medicamento de fundo a escolher por suas características gerais, principal-
mente a constipação obsessiva.
NUX VOMICA: constipação espasmódica com in-egularidade do
peristaltismo retal; falsas necessidades ineficazes; hemon-óidas; particular-
mente indicada para o paciente sedentário, in-itável e impaciente, com língua
carregada em sua metade posterior; constipação devida à estase portal, a um
abuso repetido de laxativos ou a excessos alimentares; alternância de dian-éia e
constipação.
OPIUM: constipação obstinada por paresia ou mesmo por inércia
intestinal; as fezes permanecem longo tempo no reto sem nenhuma vontade de
CONSTIPAÇÃO - 119

evacuar; elas são pretas e em bolas; eventualmente, oclusão intestinal com


vômitos fecalóides.

(. - Nux vomica é igualmente útil para a criança que retém a vontade de defecar porque
prefere brincar. Ela se queixa de repente de dores abdominais; Nux vomica 5 CH
acalma as dores, e o força a evacuar (efeito imediato) .

Para uma prescrição mais ampla:


.tESCULUS HIPPOCASTANUM: constipação com estase portal e
hem01Tóidas; sensação de plenitude ou de agulhas no reto; concomitância de
uma dor lombossacral.
AMBRA GRISEA: constipação da pessoa idosa acamada, que não
consegue defecar na presença do enfermeiro.
CALCAREA CARBONICA: constipação com fezes semelhantes a giz;
regras adiantadas em uma pessoa do tipo carbônica; os outros sintomas
desaparecem quando o paciente está constipado (as Matérias médicas clássicas
dizem que "a pessoa se sente melhor quando está constipada").
CAUSTICUM: constipação por paresia retal, as fezes passam melhor
em pé (a criança fica em seu pinico sem defecar, as fezes saem no momento
em que ela levanta).
COLLINSONIA CANADENSIS: constipação com estase portal; as
hemorróidas sangram; sensação de agulhas dentro do reto; constipação durante
a gravidez.
GRAPHITES: constipação com grandes fezes envoltas em muco;
fissura anal; regras atrasadas em uma pessoa do tipo carbônico, obesa e
friorenta.
HYDRASTIS CANADENSIS: constipação crônica sem falsas vontades,
agravada pelo abuso de laxantes, com cefaléia frontal, hemorróidas, fissura
anal, emissão de muco amarelo.
IGNATIA AMARA: constipação em viagens; a vontade de defecar é
mais sentida na parte inicial do intestino que na parte terminal.
LAC DEFLORATUM: constipação com cefaléia durante a qual o
paciente tem uma abundante emissão de urina.
L YCOPODIUM CLAVATUM: constipação com falsas vontades inefi-
cazes, por espasmo anal que causa o antiperistaltismo; estase portal
hemorróidas sensíveis ao toque; dispepsia flatulenta; o apetite é bom, mas fica
rapidamente saciado; sedentarismo.
PLATINA: constipação dos viajantes que muda~ constantemente de
ahmentação e dos emigrantes; as fezes aderem ao reto.
PLUMBUM METALLICUM: constipação espasmódica, de origem
parética, com espasmos dos grandes retos.
120 - COQUELUCHE

RUTA ORA VEOLENS: const.ipação com fezes laboriosas e prolapso


retal; constipação com oclusão em conseqüência de traumatismo.
. SEPIA OFFICINALIS: constipação durante a gravidez com sensação de
bola no reto.
SILICEA: constipação com fezes "em mola"; o paciente tem que fazer
grandes esforços para evacuar, as fezes descem em parte depois voltam para
dentro do reto.
SULFUR IODATUM: constipação em um indivíduo pletórico e jovial;
o ânus está vermelho e brilhante; estase portal , hemotTóidas; alternância de
dian-éia e constipação.

(..- Vide também: Fissura anal, Hemorróidas, Hérnia crural , Prolapso retal.

COQUELUCHE

Referências clínicas:
A coqueluche é uma doença infecciosa traqueobrônquica muito
contagiosa, devida à Bordetella pertussis. Traduz-se por acessos de tosse
quintosa que termina por uma retomada da respiração, dita "canto do galo". e
que duram várias semanas. Essa forma completa é raramente encontrada
atualmente devida à generalização da vacinação. Esta mudou o prognóstico
nos países em que é praticada, mas a doença reaparece sob formas atípicas,
principalmente uma tosse espasmódica não quintosa.

Receita-tipo:
CARBO VEGET ABILIS 5 CH,
DROSERA ROTUNDIFOLIA 5 CH,
IPECA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CARBO VEGET ABILIS: medicamento para o 1mc10 da coqueluche
· (pode ser dado particularmente antes da ocon-ência dos sintomas quando se
tem informação de epidemia); falta de ar; rouquidão · à noitinha; sensação de
queimação no peito.
COCCUS CACTI: tosse com expectoração de muco tipo clara de
ovo, muito abundante, tenaz, pendendo em longos filamentos a partir da
boca.
COQUELUCHE - 121

CORALLIUM RUBRUM: .sufocação e esgotamento antes da quinta;


paroxismos subintrantes, tosse em "metralhadora " com rosto que se toma
púrpura.
DROSERA ROTUNDIFOLIA: tosse ressoante provocada por uma
cócega na laringe. com voz rouca, paroxismos subintrallfes que impedem o
paciente de retomar sua respiração, sufocação durame a quinta, depois
retomada inspiratória ("canto do galo"); sensação de constricção no peito; o
paciente segura o peito ou o ventre ao tossir; vômitos alimentares, aquosos ou
mucosos , por vezes estriados de sangue; epistaxe; agravamento da tosse
quando o paciente se estica, e quando bebe.
IPECA: o paciente sufoca e se retesa durante a quinta; sensação
de constricção do peito; náuseas no final da quinta; expectoração de
muco; vômitos mucosos e alimentares e, apesar de tudo, a língua está limpa;
epistaxe .

(..- Em todas as doenças, cada paciente deve receber o medicamento homeopático que
a ele corresponde porque o modo reacional é individual. Em uma mesma família,
no curso de uma mesma epidemia de coqueluche, pode-se, teoricamente, ser
levado a fazer receitas diferentes em função dos sintomas de cada um.

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONNA: início de coqueluche; espnTos no final da
quinta.
CINA: coqueluche acompanhada de convulsões; a criança chora durante
a quinta.
CUPRUM MET ALLICUM: tosse espasmódica violenta, impedindo de
falar; melhora ao beber água fria.
KALIUM BICHROMICUM: expectoração de mucosidades espessas e
verdes.
MEPHITES PUTORIUS: coqueluche muito severa com tosse es-
·pasmódica violenta por espasmo laríngeo, _como se cada paroxismo fosse o
último; grande sufocação bloqueando a expiração; vômitos; face cianótica;
falsas vias alimentares.
PERTUSSINUM: bioterápico da coqueluche; dado durante a fase
aguda, ele permite encurtá-la; igualmente útil nas conseqüências da coqueluche
e em um paciente "que não está bem depois da coqueluche"
SANGUINARIA CANADENSIS: tosse violenta seqüelar da coque-
luche; ela retorna cada vez que o paciente sente frio.
SPONGIA TOSTA: tosse crupal que melhora ao beber.

(..- Vide também: Tosse.


122 - CORIZA

CORIZA

Referências clínicas:
Inflamação do nariz, ou rinite, de origem virai. Os principais sintomas
são a obstrução nasal com corrimento, espiITos, dores de garganta. As
complicações são devidas a uma superinfecção bacteriana (sinusite, traqueo-
bronquite).

Receita-tipo:
ALLIUM CEPA 5 CH,
KALIUM BICHROMICUM 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
!hora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: coriza seca com febre intensa, de super-
veniência brutal, 110 tempo frio e seco; febre elevada com pele seca; agitação;
medo da morte.
ALLIUM CEPA: corrimento nasal abundante, queimante, escoriame,
enquallfo o lacrimejamellfo não é irritallte; espirros ao entrar em um cômodo
quente; dores da cartilagem nasal; sensação de laceração na laringe; voz rou-
ca; sensação de pressão no peito; agravamento dentro de casa; melhora ao ar
livre.
ARSENICUM ALBUM: corrimento aquoso, abundallfe, queimallfe,
escoriame; espirros que não aliviam; o paciente não suporta a visão e odor
dos alimelltos; esgotamento ansioso; frialdade; eventualmente asma; melhora
pelo calor.
ARSENICUM IODATUM: coriza com corrimento escoriante, mais
corrosivo que o do Arsenicum a/bum, semelhante ao mel; dores nos ossos
malares, sinusite; coriza pelo vento quente do sul.
BELLADONN A: coriza seca. com febre intensa, sede, abatimemo,
delírio, bochechas vermelhas e quelltes, midríase; cefaléia latejante; garganta
vermelha com disfagia; epistaxe; transpiração quente; o paciente descobre-se
por causa da febre; coriza após cortar os cabelos.
BRYONIA ALBA: coriza com nariz seco; cefaléia quando o nariz
volta a estar seco depois de ter escorrido, agravada ao menor movimento;
lábios secos com sede; dores picantes no peito ao tossir; irritabilidade; o
paciente deseja que lhe deixem em paz.
CORIZA - 123

GELSEMIUM SEMPERVIRENS: coriza lenta para se estabelecer:


coITimento aquoso; cefaléia occipital; sensação de e111hota111e11to com
necessidade de que o deixem em paz; aversão pela companhia.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: coriza aguda com inchação
dolorosa do nariz; dores na raiz do nariz; corri111e11to purulellfo e com mau
cheiro; espirros nas correllfes de ar; evolução possível para a sinusite.
KALIUM BICHROMICUM: coriza que se arrasta com corri111e11to
p11rule11to, esverdeado, espesso, elástico pelas narinas e fossas nasais
posteriores; crostas 1w nariz; sinusite frontal com dores em pontos; dores na
raiz do nariz ou sensação de pulsação a este nível; o ar inspirado parece
quente; agravamento ao ar livre.
MERCURIUS SOLUBILIS: no início o coITimento é aquoso, mas
rapidamente se torna purule1110 e escoriante; boca característica (mau hálito,
hipersalivação, língua que guarda a marca dos dentes, adenopatias); sinusite
frontal ou maxilar; febre de predominância noturna com transpiração de mau
cheiro e que não alivia; calafrios à flor da pele; o muco dura vários dias, ou
mesmo duas a três se~anas depois cai para o peito e provoca bronquite.
NATRUM · MURIATICUM: coriza que se inicia por espirros;
con-imento abundante, como clara de ovo; perda do olfato e do paladar;
raspagem das fossas nasais posteriores; herpes concomitante.
NUX VOMICA: e&,pirros em salvas de manhã no leito; nariz entupido à
noite, escorrendo de dia; olfato hipersensível; prurido na trompa de Eustáquio;
língua sabu1Tosa em sua metade posterior; bochechas vermelhas; o paciente é
friorento e permanece coberto apesar da febre, porque tem calafrios quando se
descobre; in-itabilidade; coriza após ter cortado os cabelos; agravamento pelo
calor; agravamento de manhã e após as refeições; melhora ao ar livre .
PULSATILLA: corrime/lfo incolor que vira amarelo, não irrita/lfe;
nariz entupido à noitinha, escoJTendo de manhã; perda do olfato e do paladar;
agravamelllo pelo calor, melhora ao ar livre; variabilidade dos silllomas.

(_,.. Vários medicamentos são geralmente necessários, ao mesmo tempo ou sucessiva-


mente, para curar uma coriza aguda. Têm-se a impressão de que o tratamento
homeopático dá mais conforto ao paciente, mas não impede a passagem à fase
seguinte.

Para uma prescrição mais ampla:


AMMONIUM MURIATICUM: espi1Tos que acordam o paciente;
sensação de pulsação nas amígdalas; sensação de frio entre os ombros.
CALCAREA CARBONICA: coriza crônica ou corizas de repetição; o
paciente sente frio a cada mudança de tempo; transpiração fácil na cabeça;
tendência à obesidade.
124 · CORIZA ESPASMÓDICA

CORALLIUM RUBRUM: catarro pós-nasal com muco abundante;


tosse como metralhadora.
DULCAMARA: nariz entupido no tempo úmido.
FERRUM PHOSPHORICUM: coriza com epistaxe; quando a tempe-
ratura está baixa, as bochechas do paciente estão pálidas, quando a febre sobe,
as bochechas estão vermelhas; evolução para otite ou bronquite.
IODUM: coriza aquosa escorrendo ao ar livre, com respiração asmática.
KALIUM IODATUM: corrimento aquoso, abundante, com sensação de
cabeça grande; sensação de laringe esfolada; sinusite.
KALIUM MURIATICUM: coriza com ca_taffo na trompa de Eustáquio.
NATRUM SULFURICUM: coriza com etmoidite; agravamento pela
umidade.
RHUS TOXICODENDRON: coriza aguda após ter estado molhado ou
por tempo nevoso; herpes; triângulo vermelho e liso na ponta da língua.
SAMBUCUS NIGRA: nariz seco e de tal modo entupido que o
paciente tem que respirar pela boca; transpiração profusa no momento em que
a criança acorda sufocando por causa do seu nariz entupido.
SILICEA: coriza crônica com edema das mucosas; evolução possível
para a sinusite.
THUY A OCCIDENT ALIS: cata1To crônico das mucosas com coffi-
mento esverdeado; agravamento durante a evacuação.

r. - Vide também: Bronquite aguda, Febre, Rinite alérgica, Rinofaringite, Sinusite,


Tendência a sentir frio facilmente.

CORIZA ESPASMÓDICA: vide Rinite alérgfoa

CORONARITE: vide Angor

COXARTROSE

Referências clínicas:
Artrose do quadril. No plano clínico, observam-se dores localizadas na
dobra inguinal (mas elas também podem estar localizadas na coxa ou no
joelho), de ritmo mecânico, com "desenferrujamento" matinal; uma amiotrofia
do quadríceps; uma limitação da amplitude dos movimentos ao exame clínico,
COXARTROSE - 125

sobretudo a abdução da rotação interna, osteófitos. por vezes geodes. Os


fatores desencadeantes podem ser uma displasia (falta de cobertura da cabeça
femoral), necrose da cabeça femoral, traumatismo.

Receita-tipo:
CAUSTICUM 5 CH,
COLOCYNTHIS 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CAUSTICUM: rigidez da articulação com repuxamento; sensação de
que a anca está deslocada; dores agravadas pela tosse; localização preferencial
nos tendões dos músculos flexores; melhora no tempo úmido e pelo calor da
cama.
COLOCYNTHIS: dores tipo câimbras devidas a collfraturas; sensação
de anca presa em um círculo de fen-o ou de quadril deslocado; dores na
espinha ilíaca ântero-superior ou da crista ilíaca; irradiação ao joelho;
agravamento pela rotação interna do membro inferior; melhora com a coxa
dobrada sobre o abdômen ou quando o paciente está deitado sobre o lado que
dói; melhora pelo calor; conseqüências de luxação do quadril.
.KALIUM CARBONICUM: dores do quadril irradiadas ao joelho, ou
mesmo sentidas somente no joelho; sensação de fraqueza do membro inferior,
que dá a impressão de afrouxar; agravamento quando o paciente está deitado
sobre o lado que dói.
PHOSPHORUS: osteonecroseasséptica da cabeça femoral.

e.. O fósforo é capaz de provocar uma importante necrose dos órgãos nobres e dos
ossos. Na dinamização. homeopática, Phosphorus é um dos mais importantes
medicamentos lesionais.

Para uma prescrição mais ampla:


· ALLIUM SATIVUM: dores dos músculos da coxa e mais particular-
mente do psoas-ilíaco.; agravamento pelo movimento ativo, mas o movimento
passivo· é possível.
ARGENTUM MET ALLICUM: lesão da caitilagem.
CALCAREA CARBONICA: agravamento pelo movimento, pela
marcha; paciente obeso; seus pés são frios e úmidos.
CALCAREA PHOSPHORICA: sensação de inchaço do membro
inferior do lado da coxartrose quando a pessoa está sentada; medicamento de
fundo, a escolher por suas características gerais.
126 • CRESCIMENTO (PROBLEMAS DO)

NATRUM SULFURICUM : dores do quadril ilrndiadas ao joelho


cotTespondente, com necessidade de mudar constantemente de posição;
agravamento quando o paciente se levanta da posição sentada ou se inclina
para frente, e pelo tempo úmido.
SULFUR: agravamento pelo movimento, pela marcha; o paciente anda
inclinado para frente.
SULFUR IODATUM: medicamento a preferir ao Sulfur se houver
dúvida de que haverá agravamento com este.

(..- Vide também: Artrose, Osteoporose.

CRESCIMENTO (problemas do)

Referências clínicas:
Processo de desenvolvimento do organismo da criança e do adoles-
cente. Depende de fatores genéticos, nutricionais, ambientais, psicológicos. O
crescimento caracteriza-se por um aumento de tamanho dos ossos (sob a
dependência das cartilagens de conjugação), um intenso remanejamento ósseo
que está desequilibrado em favor da osteoformação (em relação à osteo-
reabsorção), uma remodelagem (que permite aos ossos adquirirem sua forma
definitiva). O retardo do crescimento pode não ter característica particular ou
tratar-se de um déficit hormonal (hormônio do crescimento, hormônios
tireoidianos), de um hipercortisolismo, resultar de uma patologia orgânica
geral (cardiopatia cianogênica, insuficiência respiratória, insuficiência renal,
hepatopatia, transtornos da absorção intestinal), ou ainda ser de origem
psíquica.

Receita-tipo:
CALCAREA PHOSPHORICA 5 CH,
três grânulos três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


BARYT A CARBONICA: retardo psiqwco e mental; criança de
pequena altura, intelectualmente lenta ou de compo1tamento correspondente a
uma idade inferior a sua.
CALCAREA CARBONICA: crescimento lento e irregular; a cabeça é
grande em relação ao resto do corpo; criança lenta para aprender a andar;
classicamente (antes da prescrição sistemática de vitamina D), atraso no
fechamento das fontanelas.
CRIPTORQUIOIA • 127

CALCAREA FLUORICA: epifisite do crescimento em .uma criança que


apresenta uma hiperlaxidão ligamelltar.
CALCAREA PHOSPHORICA: medicamento freqüentemente indicado
para um adolescente que acaba de ter um impulso de crescimento rápido.
SILICEA: criança de peque.no tamanho, illfeligente, que tem ne-
cessidade de encorajamento para agir.

(~ O tratamento homeopático permite recuperar um retardo de crescimento e em


alguns casos ultrapassar os limites da programação genética. Ele age indireta-
mente sobre o organismo estimulando as possibilidades reacionais e os meios de
defesa.

Para uma prescrição mais ampla:


LYCOPODIUM CLAVATUM: criança inteligente que parece mais
velha que sua idade; psiquicamente, sua cabeça parece mais desenvolvida do
que se esperaria por seu corpo; fronte olímpica.
PHOSPHORICUM ACIDUM: dores do crescimento no adolescente;
tendência depressiva após um crescimento muito rápido.
PHOSPHORUS: medicamento indicado para uma pessoa ansiosa e em
crescimento rápido.

<~ Vide também: Dentição da criança, Dorsalgia, Glúten, Raquitismo.

CRIPTORQUIDIA

Referências clínicas:
Ausência unilateral (mais freqüentemente) ou bilateral da migração dos
testículos para o saco escrotal. A função hormonal é normal na maior parte
c;los casos. Encontra-se a criptorquidia em 2% dos meninos nascidos a termo e
em 10% dos prematuros. É preciso distinguir a ectopia testicular (o testículo
está 00 interior qo peritônio), da retração do testículo, que não COJTesponde a
uma criptorquidia verdadeira. Pode-se esperar uma descida espontânea antes
de um ano de idade. Se os testículos não são palpáveis, usa-se fazer um
balanço endócrino. O tratamento médico clássico é feito com gonadotrofinas
coriônicas (resultado em 10 a 70% dos casos conforme as séries). Em caso de
insucesso recorre-se à cirurgia (antes dos três anos de idade).

Receita-tipo:
AURUM METALLICUM 5 CH,
128 - CROHN (Doença de)

NUX VOMICA 5 CH,


três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AURUM MET ALLICUM: testículos não descidos, ou mesmo atrofia-
dos, em uma criança. ao se desenvolver.
NUX VOMICA: retração do testículo por espasmo do cremaster.

e_. O tratamento homeopático é indicado na pseudo-ectopia (a glândula já passou o


anel), nos outros casos, a intervenção é indispensável.

Para uma prescrição mais ampla:


BARYT A CARBONICA: testículos não descidos em uma criança
retardada.
LUESINUM: bioterápico de acompanhamento do tratamento .de fundo.

<
_. Vide também: Orquite.

CROHN (Doença de)

Se bem que sensivelmente diferente da Retocolite úlcero-hemor-


rágica, o tratamento homeopático é o mesmo. Vide a rubrica correspon-
dente.

Referências clínicas:
As crostas de leite correspondem à dermite seborréica do recém-
nascido. Elas se apresentam sob forma de crostas espessas e amarelas do cou-
ro cabeludo. Se a afecção se generaliza, pensa-se na doença de Leiner-
Moussous.

Receita-tipo:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
MEZEREUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
CROSTAS DE LEITE - 129

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: principal medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais , principalmente indicado para a criança
em bom estado muscular, com cabeça redonda, que tem uma rranspiraçâo
profusa na cabeça ao comer e ao dormir.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: as crostas de leite estendem-se
pouco a pouco a partir da erupção inicial , como uma manchà de óleo; mau
odor do couro cabeludo.
MEZEREUM: crostas de leite de aspecto esbranquiçado com prurido
agravado à noite e exsudação.
RHUS TOXICODENDRON: zona vermelha, inflamatória, em torno da
erupção.

r.- Não dar Hepar sulfur a uma criança susceptível de desenvolver otite. Este
medicamento, como o Sulfur, possui um efeito centrífugo: um corrimento purulento
da rinofaringe poderia chegar até o ouvido.

Para uma prescrição mais ampla:


L YCOPODIUM CLAV ATUM: crostas de leite situadas principalmente
no occipício e atrás das orelhas; medicamento de fundo, a prescrever por suas
características gerais, principalmente o fato de que se trate de uma criança
inteligente e adiantada, parecendo ter mais do que sua idade; seu apetite é
rapidamente saciado após alguns bocados.
VINCA MINOR: crostas de leite com embaraçamento dos cabelos.
VIOLA TRICOLOR: crostas de leite com tosse violenta; os cabelos
estão colados e caem.

r. - Vide também: Dermite seborréica, Dermite das nádegas, Eczema, Leiner-Moussous.


DEGENERESCÊNCIA MACULAR: vide Retinite

DELÍRIO

Referências clínicas:
Percepção eITônea da realidade, que se manifesta no discurso,
comp01tamento e vida social. Não é reconhecido como patológico pelo
indivíduo, que adere completamente à sua convicção. O delírio crônico
individualiza-se por seu caráter sistematizado, claro e coerente, e sua evolução
prolongada através dos anos. Os temas são variáveis: perseguição, ciúme,
reivindicação. Não se constata altetação marcante do desempenho social.
Distinguem-se três grandes tipos de delírios, conforme o mecamsmo em
JOgo:
- O delírio paranóico, em que domina a interpretação.
- A psicose alucinatória crônica, em que dominarri as alucinações.
- As parafrenias (idéias de perseguição com relativa adaptação ao real)
em que domina a imaginação delirante.

Receita-tipo:
BELLADONNA 9 CH,
PHOSPHORUS 9 CH,
STRAMONIUM 9 CH,
três grânulos de cada, de hora em hora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: delírio no curso da febre, que está muito elevada,
com abatimento entrecortado de fases de resmungos; congestão cefálica com
132 - DELÍRIO

rosto vermelho, olhos brilhantes, midríase; hiperestesia de todos os sentidos


(fotofobia, agravamento pelo ruído e pelo toque, sensibilidade aos odores);
visões de aninzais (pai1icularmente de cães), e de fantasmas; uivos.
HYOSCY AMUS NIGER: delírio crônico, tranqüilo, com resmungas
sobre um tema erótico, obsceno, querelallte ou suspeitoso e ciumento; o
paciente prepara-se para sua noite de núpcias; urde-se um complô contra ele;
enviam-lhe ondas; tem medo de ser envenenado; arranha seus lençóis e
cobertas; faz macaquices, gestos ridículos e estapafúrdios; tem um riso
estúpido; despe-se; fecha-se em si mesmo.
KALIUM BROMATUM: ele é perseguido, persecutório; ele cometeu
um crime; acredita-se designado para receber a vingança divina; tem medo de
ser envenenado; suas mãos estão constantemente em movimento.
PHOSPHORUS: delírio no curso de uma síndrome de divisão com
dismorfofobia; estado de clarividência; êxtase religioso; exibicionismo.
STRAMONIUM: delírio violento, feroz, ruidoso, sobre um tema
religioso ou sexual, com face espantada, olhos arregalados que tomam o olhar
trágico; alucinações com animais; medo do escuro, necessidade de luz; medo
dos espelhos; tendência a morder as pessoas; ele sibila; no curso do seu
delírio, o paciente tem uma força extrema (ele pode chegar a torcer as grades
de uma janela); principal medicamento da mania e do delirium fremens;
agravamento na obscuridade, melhora pela luz.

r... A homeopatia só pode ser empregada sozinha nos casos limites, ditos "border-
line".

Para uma prescrição mais ampla:


ACT.IEA RACEMOSA: ondas delirantes do pós-parto; delírio lo-
quaz; impressão de estar cercado por uma nuvem negra ou por camun-
dongos.
AGARICUS MUSCARIUS: embriaguez alegre, loquaz, ativa com
delírio durante o qual o paciente faz versos, canta ou profetiza, mas se recusa a
responder perguntas; exaltação da força; ilusão de ser um grande personagem;
sensação de que seus membros não lhe pertencem mais.
ANACARDIUM ORIENTALE: delírio paranóico sobre o tema da
perseguição; falta de senso moral; tendência a ser grosseiro e a praguejar;
crueldade.
BAPTISIA TINCTORIA: febre adinâmica, de alcance tifóide, com
prostração; o paciente tem a impressão de que seu corpo está espalhado por
toda a cama; ele vira e revira para juntar os "pedaços".
BRYONIA ALBA: delí~io tranqüilo a propósito do seu trabalho, com
resmungos; o paciente acredita estar no trabalho e quer voltar para casa.
DELIRIUM TREMENS - 133

CANTHARIS: delírio furioso sobre um tema erótico, com excitação


sexual e uivos ,
LACHESIS MUTUS: delírio loquaz com mudança rápida do indivíduo,
sobre um tema erótico ou de ciúme; medo de ser envenenado; o paciente
sibila; põe a língua para fora com dificuldade; não suporta roupas apertadas;
agravamento após o sono.
VERATRUM ALBUM: delírio com sensação de frio; o paciente
envolve todo mundo; rasga as roupas, libera-se para a coprofagia.

(_.. Vide também: Alcoolodependência, Maníaco-depressão, Mania, Paranóia, Esquizo-


frenia.

DELIRIUM TREMENS: vide Delírio.

DENGUE

Referências clínicas:
Afecção virai devida a um arbovírus que pertence à família dos
Flavivirus. Conta-se 100 milhões de casosf por ano no mundo. Esta doença
interessa sobretudo por causa da ·banalização das viagen.s internacionais. Ela é
endêmica na maior parte das regiões tropicais do sudoeste da Ásia, da Áfri-
ca e da América latina. É transmitida essencialmente pelo mosquito Aedes
aegypti. Sintomas: 5 a 8 dias após a picada do inseto, 6 paciente apre-
senta hipertermia brutal entre 39º e 41 º acompanhada de artralgias e mial-
gias severas, cefaléias intensas e exantema (eritema marmoreado, pruriginoso,
no tronco e membros, concomitante · com a melhora clínica). Observa-se
também: anorexia, fadiga intensa, dores retro-oculares quando dos movi-
mentos dos olhos, hiperestesia cutânea, vômitos, gosto de rolha na boca.
A avaliação biológica mostra uma leucopenia acompanhada de linfope-
nia, e uma trombocitopenia habitualmente moderada. As formas severas
comportam uma síndrome de choque e hemorragias com trombopenia e
hipovolemia.

Receita-tipo:
EUP ATORIUM PERFOLIATUM 5 CH,
GELSEMIUM SEMPERVIRENS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
134 - DENTE DO SISO

O essencial para a receita usual:


EUPATORIUM PERFOLIATUM: febre com dores nos ossos do tipo
das de fratura; sensação de machucadura generalizada, vômitos biliosos,
diaITéia, cefaléia, dores nos globos oculares.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: febre de instalação progressiva:
aspecto embotado com rosto vermelho escuro, pálpebras caídas, ausência de
sede.
RHUS TOXICODENDRON : febre com mialgias; dores musculares
q·ue melhoram pelo movimento, de onde a agitação física do paciente; dores
atrás dos olhos; herpes; triângulo vermelho e liso na ponta da língua.

(_. A localização das dores nos ossos é ao mesmo tempo característica da dengue
e do Eupatorium perfoliatum , o que faz deste último o medicamento mais ha-
bitual.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: fase inicial, com febre elevada de
ocoITência brutal, pulso duro, cheio e rápido.
BELLADONNA: fase inicial; febre elevada de ocorrência brutal com
vermelhidão das bochechas, cujo calor é percebido à distância; cefaléia
latejante; olhos brilhantes, midríase, fotofobia, lábios ve1melhos e in-
chados; ranger de dentes, pulso duro, cheio e rápido; sede; a pele transpira;
abatimento.
BRYONIA ALBA: febre com mucosas secas (lábios secos e craquela-
dos, sede intensa); cefaléia ao menor movimento, mesmo os dos olhos.
PHOSPHORUS: medicamento útil em caso de trombocitopenia ou de
forma hemon-ágica.

(_. Vide também: Febre .

DENTE DO SISO

Referências clínicas:
Trata-se do terceiro molar, de surgimento tardio, entre os 17 e os 25
anos. Nasce com inflamação da gengiva que recobre o dente quando este ainda
não saiu totalmente.

Receita-tipo:
ARNICA MONTANA 5 CH,
DENTES - 135

CHEIRANTUS CHEIRI 5 CH,


PLANT AGO 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: rompimento da gengiva no momento da saída
do dente do siso.
CHEIRANTUS CHEIRI: dores após a extração de um dente do siso.
PLANTAGO MAJOR: dores que se irradiam aos ouvidos e às
têmporas coni salivação abundante; o dente do siso está sensível ao toque .

(_. Pode-se prescrever bochechos com uma mistura de Calendula T.M e Phytolacca
T.M em partes iguais.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: os dentes do siso estão sensíveis ao ar
frio.
FLUORICUM ACIDUM: erupção do dente de leite com sensação de
calor nos dentes.
MAGNESIA CARBDNICA: conseqüências de intervenção em um
dente do siso; odontalgia que melhora pela marcha; agravamento durante a
gestação.
SILICEA: com gengivite e inflamação óssea.

(_. Vide também: Dentição da criança, Odontalgias. . ·

DENTES: vide Abcesso dentário, Cáries dentárias,


Dente do Siso, Dentição da infância, Odontalgias, Parodontite.

DENTIÇÃO DA INFÂNCIA

Referências clínicas:
A dentição corresponde à formação e ao aparecimento dos dentes na
cavid.ade bucal da criança. Os dente ditos "de leite" saem entre a idade de 5 e
30 meses, com diferenças individuais e familiares, mas sem diferença entre
menino e menina. Os dentes definitivos saem entre a idade de 5 anos para os
. primeiros molares e os 17 a 25 anos para os terceiros molares, ainda chamados
de "dentes do siso". ·
136 - DENTIÇÃO DA INFÂNCIA

Receita-tipo:
CHAMOMILLA VULGARIS 5 CH,
PHYTOLACCA DECANDRA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: a saída de um dente é dolorosa; é acompanhada de
febre elevada com aL'>atimento, sede, bochechas vermelhas e quentes, ranger de
dentes; as gengivas estão igualmente vermelhas e quentes.
CHAMOMILLA VULGARIS : a saída dos dentes é dolorosa, o que
torna a criança iffitável ; bochecha vermelha do lado que saiu; associação a
uma diaiTéia sem prolapso retal, ou à tosse, e mesmo convulsões; melhora
quando se põe a criança no colo.
PHYTOLACCA DECANDRA: dentição dolorosa com necessidade de
apertar os dentes.
PODOPHYLLUM PELTATUM: dentição dolorosa com necessidade de
esfregar as gengivas uma contra a outra; associação a uma diarréia com,
eventualmente, prolapso retal.

<
.. A anamnese de uso homeopático é sempre minuciosa: a necessidade de apertar os
dentes não é a mesma coisa que a necessidade de esfregar as gengivas uma
contra a outra.

Para uma prescrição mais ampla:


BORAX: a brotação de um dente é dolorosa; ela é acompanhada de
aftas , salivação importante e boca quente; a criança chora no momento da
mamada.
CALCAREA CARBONICA: dentição atrasada em uma criança de
grande cabeça redonda e grande barriga, lenta para aprender a andar;
transpiração na cabeça no momento da saída de um dente.
CALCAREA PHOSPHORICA: dentição atrasada em uma cnança
grande e magra.
KREOSOTUM: os dentes de leite ficam cariados logo que brotam;
muito mau hálito.
RHEUM OFFICINALE: diaJTéia com odor ácido no momento em que
um dente sai; todo o corpo da criança fica acre (o hálito, os vômitos, a
transpiração).
SILICEA: dentição atrasada em uma criança pequena e magra, com
grande cabeça, inteligente, mas tímida, que tem necessidade de e11corajamentos
para agir.
DEPRESSÃO NERVOSA • 137

(_. Vide também: Crescimento, Dente do siso, Raquitismo .

DEPRESSÃO NERVOSA

Referências clínicas:
Estado mental caracterizado por um enfraquecimento do tônus neu-
ropsíquico. É a doença psiquiátrica mais freqüente (prevalência: 10 a 20%
conforme os estudos). Os sintomas clínicos comportam:
- Uma vertente psíquica, com tristeza, dor moral, sentimento de
autodepreciação ou de culpa, com incapacidade de sentir prazer com
as atividades habitualmente investidas, incapacidade de considerar o
futuro, lentificação física e psíquica, perda do élan vital (desinte-
resse), ansiedade.
- Uma. vertente somática de acompanhamento: distúrbios do sono
(dificuldades para adormecer, despertar precoce, pesadelos), anorexia,
emagrecimento, fadiga, diminuição da libido, transtornos digestivos ,
palpitação, amenorTéia, dores difusas.
Algumas formas particulares de depressão interessam:
- A depressão sazonal afeta 5% da população em nossas latitudes. Em
4 a 5 casos, trata-se de uma mulher. A doença consiste em trans-
tornos depressivos recurrentes, ligados à redução da luminosidade,
que ocorre no outono e inverno. O tratamento é a fototerapia com
ajuda de uma luz intensa.
- A depressão breve recurrente: repetição, pelo menos uma vez por
mês, durante um ano ou mais, de episódios depressivos com duração
de alguns dias.
- A depressão pós-parto que assume várias formas: a síndrome do
terceiro dia ou baby blues, mais freqüentemente benigna, aparece no
momento da descida do leite e pode ser considerada como uma
reação de adaptação face ao estresse do parto; concerne a (segundo os
critérios considerados) 20 a 80% das parturientes; a depressão do
pós-parto propriamente dita co1Tesponde a um baby blues que se
eterniza e se intensifica, ou ocorre mais tarde, entre o décimo quinto
e o sexagésimo dia; concerne a 10 a 20% dos parturientes. Um grau a
mais e é a psicose puerperal.
- A depressão somatizada, chamada também "depressão mascarada"; o
paciente mostra antes transtornos somáticos. De fato, os sinais
depressivos não são mascarados pelos sinais somáticos. Eles são
encontrados se pesquisados sistematicamente.
138 - DENTIÇÃO NERVOSA

Receita-tipo:
IGNATIA AMARA 9 CH,
PHOSPHORICUM ACIDUM 9 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: síndrome de tristeza com negatividade e
pessimismo; o paciente pensa que tem qualquer coisa de grave e se acredita
incurável; a morte está próxima e nada poderá curá-lo; ansiedade e agitação
apesar da depressão; necessidade de companhia; meticulosidade (ajeita as
toalhas e as cobertas no lugar); fatiga o médico ao descrever, detalhe por
detalhe, sua doença; medo de ladrões; tendência a criticar os outros; avareza;
agravamento ao crepúsculo, à beira-mar, à noite; é preciso levar em conta o
pessimismo do Arsenicum quando se trata sua depressão; risco de interromper
o tratamento em seus períodos de recaída, mesmo se já tivesse feito grandes
progressos até ali .
AURUM METALLICUM: conseqüências de choques afetivos, de
sobrecarga mental; sí11dro111e mela11có/ica com forte sellfimento de culpa,
auto-acusação e sellti111e11to de i11dig11idade; o paciente ~ritica a si mesmo;
refugia-se na religião; sentimellfo de abandono pelos seus, sentimento de ter
perdido o afeto deles; idéias de suicídio com intenção sincera de passar ao
ato; o fato de pensar constantemente em suicídio melhora passageiramente seu
estado; trata-se de um suicídio real e não de uma simples ameaça; para ele, a
morte é mais fascinante que a vida, é preciso então prevenir os próximos,
pedir-lhes que o supervisionem; começar pelas baixas dinamizações (4 CH,
três grânulos, três vezes ao dia), ainda que a regra habitual seja dar altas
dinamizações na presença de sintomas mentais, a fim de evitar um gesto
irreversível; para outros, trata-se de uma pessoa que apresenta ondas
congestivas no rosto, face vermelha, tendência a hipertensão arterial de
natureza orgânica, à angina e às complicações cardíacas; autoritarismo,
iJTitabilidade, cóleras, intolerância à contradição, tendência à misantropia;
agravamento à noite; melhora pela música.
IGNATIA AMARA: conseqüências imediatas do luto, do desgosto, de
contrariedades; humor cambiante, "alterações rápidas do humor"; tendência a
procurar briga, a fazer críticas, a contrariar, a contradizer; agravamento pela
consolação; o paciente (muito freqüentemente a paciente) rumina seu desgosto
em seu canto depois puxa discussão, ele (ela) não consegue se impedir, é sua
maneira de sair ·da depressão; opressão respiratória, tendência a forçar os
suspiros e a bocejar; hipersensibilidade aos odores (perfumes, café, tabaco);
agravamento dos sintomas nervosos quando ele (ela) toma café; comporta-
mento pueril; sintomas paradoxais; por exemplo, passa melhor com refeições
DENTIÇÃO NERVOSA - 139

fartas do que com a refeição de regime; se!lsação de bolo na garganta;


agravamento pela consolação; melhora pela ocupação.
KALIUM PHOSPHORICUM: conseqüências de sobrecarga intelectual
ou de aflição prolongada; fadiga cerebral (menos forte que a do Phosphoricum
acidum), com incapacidade para refletir; o paciente pode sair de uma hora para
outra do seu estado (enquanto o Phosphoricum acidum é incapaz disso) e
mostrar então iITitabilidade; cefaléia pelo esforço intelectual agravamento pelo
coito.
L YCOPODIUM CLA V ATUM: conseqüências do excesso de respon-
sabilidades, de cólera, de ofensas; o paciente Hão gosta da solidão, mas prefe-
re que o acompanhante fique si! encioso; diminuição das faculdades inte-
lectuais com agravamento por um sono curto; não lembra do começo da frase
que acabou de ler; o paciente tem tendência a chorar, especialmente quando
lhe felicitam ou lhe agradecem; é autoritário; lentidão da digestão com
sensação de estômago cheio; melhora ao ar livre e pelo exercício físico.
NATRUM MURIATICUM: seqüências prolongadas de desgosto, de
decepção sentiment.al, de luto não feito em um paciente pouco comunicativo;
sua tristeza não é percebida porque ele esconde sua depressão dos familiares;
não chega a chorar ou então chora quando está sozinho; seus choros são
agravados pela conversação e pela consolação, salvo se ela vem de alguém em
que ele confie (suporta o consolo de uma amigo íntimo); aversão pela
companhia; ruminação 'permanente; conotação obsessional com tendência à
verificação (gás, porta, CatTo, etc.); emagrecimento devido à depressão;
magreza apesar de comer bem; tendência à distração, à falta de jeito; medo de
ladrões; agravamento à beira-mar.
PHOSPHORICUM ACIDUM: seqüências de sobrecarga intelectual ou
de decepção sentimental; síndrome de esgotamellto cerebral com apatia,
indiferença. estupor tranqüilo; o paciente não consegue sair do seu estado;
não compreende as perguntas que lhe fazem, não as responde~· é incapaz de se
concentrar, de ler, de contar, de concatenar suas idéias; perdeu a memória;
forte sensação de isolamento com melhora dos sintomas quando está sozinho;
baixa das faculdades intelectuais com melhora por um sono curto; opressão
respiratória, sensação de peito fraco, queda dos cabelos por causa da
depressão, ou então os cabelos tornam-se prematuramente grisalhos; melhora
por um sono cmto.
PULSATILLA: choros pelo menor motivo; o paciente chora e
enrubesce ao descrever seus sintomas (Sepia torna-se pálido nas mesmas
circunstâncias); comportamento pueril; necessidade patológica de ser amado;
ele adora dar presentes, detesta ser contrariado; humor cambiante (chora
facilmente, mas logo passa a soITir se é consolado); não importa quem chegue
para o consolar, basta lhe dizer que vai se sentir melhor, e além disso ele
140 - DENTIÇÃO NERVOSA

busca consolo, a palavra gentil que lhe é dita durante a consulta; paciente
dócil e obediente; agravamento pelo calor de um cômodo muito quente;
melhora ao ar livre.
SEPIA OFFICINALIS: o paciellfe exprime sua depressão queixando-se
de fadiga ou de dores nas costas; astenia de manhã ao acordar, com melhora
em uma hora ou duas depojs de levantar; palidez com olhar triste e olheiras;
ele (ou mais freqüentemente ela) está vestido (a) com cores escuras, mesmo
que não esteja na moda; não suporta a família, o cônjuge, as crianças; ele os
ama, mas não sabe exprimir seu amor; ausência de desejo sexual; chora e
empalidece ·ao descrever seus sintomas (Pulsátilla enrubesce nas mesmas
circunstâncias); meticulosidade; pessoa reservada com transpiração emotiva;
agravamento pelo consolo, à beira-mar, por tempo nevoso; melhora pelo
exercício físico, dança, ocupação, quando cai um temporal; entre as formas
clínicas possíveis, encontram-se as depressões breves recurrentes, a depressão
sazonal, a depress{LO pós-parto (na qual a Sepia é o principal medicamento);
Sepia é freqüentemente o medicamento de fundo das mulheres que tiveram
muitas gestações.
SILICEA: síndrome do insucesso em um paciente iJZteligente; falta de
energia moral e física com necessidade de encorajamento para agir.

r.- Não dar lgnatia a todos os pacientes que têm uma sensação de bolo na garganta.
No repertório de Kent, a rubrica geral "Sensação de bolo" na garganta comporta 97
medicamentos. É a associação com outros sintomas da lgnatia que importa para a
decisão.

Para uma prescrição mais ampla:


ARNICA MONTANA: depressão nervosa repentina com sensação de
ter sido moído de pancadas, após um traumatismo físico ou psíquico.
CAUSTICUM: depressão em um paciente paralítico, com compaixão
patológica; grande apreensão de que aconteça alguma coisa, sem saber o quê.
CONIUM MACULATUM: depressão nervosa provocada pela falta ou
supressão das regras; lentidão; dificuldades para pensar e compreender;
aversão à luminosidade.
LILIUM TIGRINUM: depressão nervosa da mulher hiperativa, irritável,
rabugenta, precipitada; ela está dividida entre suas idéias sexuais e seus
pensamentos religiosos; seus choros são agravados pela consolação, melhora-
dos pela distração.
MUREX PURPUREA: depressão nervosa que melhora quando a
paciente tem leuc01Téias.
NAJA TRIPUDIANS: depressão em um cardíaco, com medo da morte,
tendência suicida e cefaléia.
DERMITE DAS "CERCAS VIVAS" - 141

NATRUM CARBONICUM: depressão pelo calor do verão; aversão por


pessoas que o paciente não conhece; hipersensibilidade à música.
NATRUM SULFURICUM: depressão nervosa em conseqüência de um
traumatismo craniano; o paciente pensa em suicídio; ele deve se controlar para
não dar um tiro em si mesmo ou se enforcar; a música animada o entristece.
PHOSPHORUS: depressão ansiosa com crise de pânico, necessidade de
companhia; medo pelo menor sintoma; os olhos estão ardentes de angústia;
agravamento ao crepúsculo.
PLATINA: o orgulho, a an-ogância e o desprezo pelos outros podem
mascarar uma depressão nervosa; esta se manifesta antes de mais nada quando
a imagem de superioridade que a paciente mostra dela mesma é questionada
pelos outros.
ST APHYSAGRIA: conseqüências de cólera ou de indignação reprimi-
das; paciente que se exprime num tom muito tranqüilo, mas se preocupa
muito; tendência a bater as portas ou a jogar objetos sobre as pessoas que o
contrariam.
SULFUR: a jovialidade e as especulaçõ_es filosóficas grandiosas do
Sulfur podem mascarar uma depressão nervosa; egoísmo.

(.,.. Vide também: Anorexia mental, Ansiedade, Disfunção erétil, Frigidez, Hipocondria,
Memória, Pânico, Fobias, Sexualidade.

DERMITE DAS 11 CERCAS VIVAS"

Referências clínicas:
A dermite das "cercas vivas" produz-se quando três condições estão
juntas: contato prolongado com as ervas, pele molhada pelo suor ou banhos,
exposição ao sol. Ela é devida aos psoralenos, substâncias fotossensibilizantes,
contidas em numerosos vegetais. Constata-se, 24 a 48 horas após a exposição,
o surgimento de estrias lineares eritematopapulosas e pruriginosas, depois
bolhas. As lesões reproduzem o formato dos vegetais com os quais o paciente
entrou em contato.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
142 - DERMITE DAS NÁDEGAS

O essencial para a receita usual: ·


APIS MELLIFICA: erupção rosada, elevada, prung111osa; dores
picantes e queimantes que melhoram pelas aplicações frias .
CANTHARIS: aspecto boihoso.
RHUS TOXICODENDRON: aspecto de vesículas circ1111dadas por uma
aréola vermelha ; prurido que melhora pelas aplicações quentes.

(..- Apis mellifica e Rhus toxicodendron têm características clínicas e modalidades ·


inteiramente diferentes. Associá-los, como na receita-tipo acima, não é um erro no
plano terapêutico, mas tem poucas chances de que sejam indicados juntos.
Prescrevê-los na mesma receita torna-se, conforme a expressão consagrada, cobrir
o caso, o que é normal em caso de hesitação.

Para uma prescrição mais ampla:


NATRUM SULFURICUM: dermite das "cercas vivas" quando há
umidade.
RUMEX CRISPUS : dermite das cercas vivas com prurido cutâneo
agravado ao ar frio, portanto ao se despir.
SULFUR: prescrever uma dose em 12 CH, a não repetir, para terminar
o caso, ou quando os outros medicamentos não forem suficientes.

l..- Vide também: Alergia.

DERMITE DAS NÁDEGAS

Referências clínicas:
Aspecto eritematoso das nádegas do recém-nascido, encontrado prin-
cipalmente entre os 7 e os 12 meses. Os meninos e as meninas são afe-
a
tados com mesma freqüência. Pode cotTesponder a uma iITitação ao contato
com as fraldas , a uma candidíase, uma dermite sebon-éica, ou mesmo a uma
dermatite atópica ou uma psoríase. Atinge principalmente as nádegas e o
púbis, enquanto as dobras são respeitadas em uma primeira etapa.

Receita-tipo:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
MEDORRHINUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
Não dar Hepar sulfuris calcareum se a criança é susceptível de
desenvolv~r uma otite.
DERMITE SEBORRÉICA - 143

O essencial para a receita usual:


CHAMOMILLA VULGARIS: eritema das nádegas com diarréia
durallte a dentiç<io; bochechas vermelhas, especialmente do lado da erupção
dentária; iITitabilidade, o bebê chora permanentemente. a menos que esteja 110
colo.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: eritema das nádegas que se
estende progressivamente em mancha de óleo; a preferir ao Sulfur que poderia
agravar consideravelmente o caso; a prescrição de Hepar sulfur exige, no
entanto, que a criança não tenha otite .
MEDORRHINUM: eritema das nádegas do recém-nascido. com pele
vermelha viva.

(_,. O médico homeopata não se estende às diversas etiologias possíveis desta


afecção . Ele prefere conhecer com precisão aquela que concerne a seu paciente,
mas se por uma razão ou outra isto não é possível, ele chega a prescrever o
tratamento apropriado estudando os sintomas do caso . É assim que se pôde
declarar que a homeopatia tem uma ação sintomática. Nada mais é que: o
conjunto dos sintomas permite escolher um medicamento que se dirige à causa,
mesmo se esta for desconhecida.

Para uma prescrição mais ampla:


MERCURIUS SOLUBILIS: associação a aftas ou ao sapinho.

(_,. Vide também: Candidíase, Crostas de leite, lmpetigo, Leiner-Moussous, Micose.

DERMITE SEBORRÉICA

Referências clínicas:
De1matose inflamatória eritematosa e finamente descamativa afetando
com predileção as áreas cutâneas em que as glândulas sebáceas são numerosas.
Ela atinge sobretudo a face (principalmente as asas do nariz), a margem do
couro cabe.ludo e o tronco, no adulto jovem, mais freqüentemente do sexo
masculino, entre. 20 e 40 anos. Concerne a 1 a 3% da população. No recém-
nascido, ela é bipolar (couro cabeludo e face de um lado, nádega do outro
lado) e pode se generalizar. Constitui então a eritrodermia descamativa de
Leiner-Moussous. Evolui por surtos. Os pacientes queixam-se de problema
estético, prurido, ressecamento cutâneo e sensação de queimação. Leva-se em
consideração o papel preponderante da produção de sebo e o papel
predisponente do Microsporum fi11fur (também chamado Malassezia ft11fur ou
Pityrosporum orbiculare, levedura saprófita da pele que pode tornar-se
144 • DERMITE SEBORRÉICA

patogênica e provocar então a pitiríase versico'lor). Existem também fatores


predisponentes psíquicos, nutricionais (paiticularmente o álcool), climáticos
(agravamento no inverno, melhora no verão).

Receita-tipo:
KALIUM SULFURICUM 5 CH,
MEZEREUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


KALIUM SULFURICUM: produção importante de escamas ama-
relas.
MEZEREUM: seborréia com prurido importa/lfe de predominância
/lOfllr/la.

NATRU_M MURIATICUM: a pele do rosto é gordurosa; medicamento ·


de fundo , a escolher por suas características gerais, principalmente a presença
de uma erupção situada no limite do couro cabeludo, alopeci a precoce, herpes
recidivante, alergia ao sol, paciente pouco comunicativo.
SULFUR: erupção vermelha, escamosa, freqüentemente no limite do
couro cabeludo; sensação de ardência; agravamento pela água; medicamento
quase específico (a fim de evitar um agravamento intempestivo, dar uma dose
a cada quinze dias ou todos os meses)
SULFUR IODATUM: medicamento a prescrever em lugar do Sulfur
quando se receia uma grande reação deste último.

l~ Aconteceu freqüentemente ao autor deste Guia prescrever Sulfur em 15 CH, uma


dose por mês, como único medicamento ativo, com resultados muito positivos,
mesmo quando o medicamento de fundo do paciente não era o Sulfur.

Para uma prescrição mais ampla:


HERACLEUM SPHONDYLIUM: seborréia importante do couro
cabeludo com prurido violento; a transpiração é tão gordurosa que os dedos
ficam ensebados quando o paciente se coça.
MALASSEZIA FURFUR: esta levedura desempenha um papel na
patogenia; sua prescrição pode ser importante em diluições infinitesimais.
SELENIUM MET ALLICUM: a pele do rosto é gordurosa; presença de
cravos.

l~ Vide também : Alopecia, Crostas de leite, Dermite das nádegas, Leiner-Mous-


sous.
DERMOGRAFISMO - 145

DERMOGRAFISMÔ: vide Alergia

DESCOLAMENTO DA RETINA

Referências clínicas:
Clivagem entre a nona camada retmiana (composta · de células
fot01Teceptoras) e a décima camada (que é o epitélio pigmentado da retina).
Trata-se de uma urgência cirúrgica. Distinguem-se
- o descolamento regmatogênico, idiopático, d.e longe o . mais
freqüente, que forma uma laceração de um lado a outro da retina,
constituída a partir de uma ou várias pequenas lacerações retinianas
(o líquido de origem vítrea infiltra-se pela laceração e descola a retina
pouco a pouco); observado na miopia, após um traumatismo ocular
ou uma operação de catarata.
- o descolamento tracionai, mais raro, devido a uma retração
pós-inflamatória do humor vítreo; observa-se particularmente na
retinopatia diabética e na drepanocitose.
Os sinais clínicos do descolamento da retina são: os fosfenos (flashes
luminosos), muito evocadores da laceração; uin véu negro diante do olho,
eliminando o todo ou parte do campo visual. O fundo de olho, examinado de
urgência, mostra uma bolsa acinzentada que assinala o descolamento, esclarece
o estado da mácula e do vítreo, explora o outro olho. Em caso de hemonagia
do vítreo mascarando a retina, faz-se uma ecografia. Os fatores de .r; ·co são: a
idade superior a 50 anos, a forte miopia, os traumatismos oculares, os
antecedentes de cirurgia ocular, o descolamento da retina no olho contralateral,
os antecedentes familiares de descolamento da retiria.

Receita-tipo:
GELSEMIUM SEMPERVIRENS 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONT ANA: descolamento traumático da retina, com
hemonagia retiniana.
146 - DIABETES

AURUM MET ALLICUM: descolamento da retina com hemiopia


horizantal; o paciente só vê a metade inferior dos objetos; associação
eventualmente a uma coriorretinite.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: descolamento da retina consecutivo
à miopia ou a um traumatismo com diplopia.
NAPHT ALINUM: descolamento com depósitos sobre a retina e
opacidades corneanas.
PHOSPHORUS: descolamento da retina com melhora da visão quando
o paciente põe a mão em viseira.

e.- A indicação do Phosphorus não surpreende na medida em que o fósforo


desempenha um papel capital na recepção da luz.

Para uma prescrição mais ampla:


APIS MELLIFICA: descolamento e edema da retina.
DIGITALIS PURPUREA: descolamento e anemia da retina; os objetos
parecem amarelos ou verdes.

e.- Vide também: Retinite.

DIABETES

Referências clínicas:
Excesso de açúcar no sangue. Os valores normais estabelecidos
pela OMS em 1999 para o diagnóstico são: uma glicemia em jejum su-
perior ou igual a 1,26 e uma hiperglicemia provocada superior ou igual
a 2 gramas. Os principais sinais são: sede, poliúria, fadiga. A classifica-
ção:
- Diabetes tipo .1, ou srja, o diabetes insulinodependente. É auto-imune
e corresponde à destruição das células beta das ilhotas de Langerhans
do pâncreas (80% das células são destruídas no momento em que a
sintomatologia clínica aparece).
- Diabetes do tipo 2 ou diabetes não insulinodependente (DNID) .é
uma síndrome que reagrupa um certo número de doenças liga-
das a diferentes elementos genéticos. Diversos fatores (obesidade,
excessos alimentares, estresse, vida sedentária) favorecem a exterio-
rização.
DIABETES - 147

As complicações do diabetes são: angiopatia, retinopatia, nefropatia,


coronariopatia, arterite, assim como complicações infecciosas .(cutâneas,
dentárias, urinárias).

Receita-tipo:
ACETICUM ACIDUM 5 CH,
SYZYGIUM JAMBOLANUM 5 CH,
URANIUM NITRICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACETICUM ACIDUM: diabetes do tipo 2 que se descompensa
repentinamente; emagrecimento, fadiga importante, palidez cerosa, poliúria,
urina aquosa, sede intensa, edemas; eventualmente diarréia.
LACTICUM ACIDUM: diabetes associado a dores reumáticas, com
apetite voraz e grande sede, sensação de oco no estômago, poliúria, pele seca e
que não transpira.
NATRUM MURIATICUM: medicamento principal das doenças auto-
imunes, a esse título é útil como tratamento adjuvante do diabetes tipo 1;
indicado igualmente na catarata de origem diabética.
SULFUR: principal medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, particularmente a noção de diabético pletórico e jovial;
Sulfur não cura o diabetes, mas ajuda a prevenir ou curar certas complicações
como a tendência aos furúnculos, às infecções em geral.
SYZYGIUM JAMBOLANUM: ulcerações de origem diabética:
este medicamento era apresentado no passado como "específico" do dia-
betes.
URANUM NITRICUM: polifagia, polidipsia, poliúria, glicosúria,
emagrecimento; diabetes renal.

e_. Este tratamento deve ser dado em complemento aos antidiabéticos. Trata-se prin-
cipalmente do conforto do paciente e previne ou retarda as complicações.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM MET ALLICUM: urinas abundantes à noite; emagreci-
mento; edema dos tornozelos.
ARSENICUM ALBUM: diabetes descompensado com boca seca ao
ponto de o paciente não conseguir umedecer seus alimentos. \
CHIONANTHUS VIRGINICA: diabetes com presença de pigmentos
biliares nas urinas.
148 - DIARRÉIA

HELONIAS DIOICA: diabetes que inicia com urina abundante, clara,


contendo açúcar; lábios secos e que colam; grande sede; agitação; emaciação.
IODUM: diabetes com emagrecimento importante embora coma bem.
LAC DEFLORATUM: diabetes com emaciação e astenia importantes;
cefaléia com abundante emissão de urina.
LYCOPODIUM CLAVATUM: associação a dores nos rins.
NATRUM SULFURICUM: associação de asma e diabetes.
PHOSPHORICUM ACIDUM: fadiga ligada ao diabetes; fosfatúria.
PHOSPHORUS: medicamento da lesão do pâncreas; complicações
micro vasculares.
PLUMBUM METALLICUM: complicações renais, particularmente.
uma hipertensão arterial com albuminúria.

e..- Vide também: Acidente isquêmico transitório, Acidente vascular cerebral, Arterite,
Catarata, Furúnculo, Hipertensão arterial.

DIARRÉIA

Referências clínicas:
Evacuação freqüente, urgente e rápida de fezes líquidas e aumentadas
de volume. Resultam perdas hídricas e iônicas que podem provocàr
desidratação, acidose metabólica, hipocaliemia, hipomagnesiemia, colapso. O
diagnóstico etiolqgico é fundamental. As causas podem ser infecciosas,
inflamatórias (retocolite úlcero-hemorrágica, doença de Crohn), digestivas (má
absorção, déficit enzimático), endócrinas, tóxicas, iatrogênicas (laxativos em
particular), pós-cirúrgica.

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
PODOPHYLLUMPELTATUM 5 CH,
VERATRUM ALBUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: ocorrência brutal de diarréia após golpe de
frio (especialmente . durante uma noite fria quando o tempo está quente);
abdômen quente ao toque; fezes ·verdes; febre elevada com agitação e pele
seca; sede intensa; o paciente reclama que não cuidam dele.
ALOE SOCOTRINA: catarro do reto com sensação de plenitude
abdominal devida à congestã_o portal; o abdômen está quente ao toque; fezes
DIARRÉIA - 149

que respingam; fezes de odor ácido; abundância de gases, que são quentes;.
fezes involuntárias após a refeição ou durante a marcha, com sensação de
insegurança do esfíncter (sensação de fezes que vão escapar) ou de peso do
reto; necessidade premente de evacuar quando passa um gás; evacuação de
muco após as fezes propriamente ditas; abaulamento abdominal; agravamento
logo após ter comido ou bebido.
ANTIMONIUM CRUDUM: diarréia após um excesso alimentar ou
após ter bebido vinho de má qualidade, ou após um banho frio; fezes de odor
ácido, meio sólidas, meio líquidas; língua inteiramente branca, como
recoberta pela película do leite.
ARGENTUM NITRICUM: diarréia de antecipação em um indivíduo
que se tornou precipitado pela angústia, com fezes verdes, . provocada ou
agravada pelos doces, agravada após ter bebido.
ARSENICUM ALBUM: diarréia com muito mau cheiro, especialmente
no curso de uma toxiinfecção alimentar (medicamento quase específico nesse
caso), ou do cólera; diarréia após ter comido frutas; queimação no reto e no
ânus; retorragia; sede intensa por pequenas quantidades de água fria
freqüentemente repetidas; prostração.
CAMPHORA: diarréia no curso de um colapso cardiovascular ou do
cólera; fezes coleriformes, profusas, com sensação de frio intenso, e apesar de
tudo o paciente recusa ser coberto; hálito frio; câimbras das panturrilhas; pele
fria ao toque.
CANTHARIS: diarréia acompanhada de disúria ou de .excitação
sexual; fezes com sangue e aspecto de raspados do intestino; tenesmo retal;
diarréia d6 outono.
CHAMOMil....LA VULGARIS: diarréia durante a dentição, de odor
fétido; fezes verdes e quentes com muitos gases; bochechas vermelhas,
especialmente do lado da erupção dentária; irritabilidade, o bebê chora alto
permanentemente, exceto quando está no colo.
CHELIDONIUM MAJUS: medicamento da discinesia biliar com fezes
amarelas e que flutuam sobre a água; alternância de diarréia e constipação;
icterícia, dores no ângulo inferior da omoplata direita, próximo ao bordo
interno.
CHINA RUBRA: diarréia sem dores com abaulamento abdominal;
fezes contendo alimentos não digeridos; emissão abundante de gases, o que
não melhora o abaulamento; olheiras; fadiga após a evacuação relacionada à
importância da perda líquida; diarréia após ter comido frutas.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: diarréia de antecipação em um
indivíduo lentificado pela angústia, ou em conseqüência de uma má notícia,
ou ainda em conseqüência de um susto (classicamente: diarréia do soldado que
foge do campo de batalha); síndrome parética com fezes involuntárias; face
congesta; paciente embotado e que deseja que o deixem em paz.
150 - DIARRÉI~

MERCURIUS CORROSIVUS: mesmos sintomas que o Mercurius sol u-


bilis, porém mais violentos; sensação de dores cortantes no reto; colite pós-
amebiana; principal medicamento sintomático da retocolite úlcero-hemor-
rágica.
MERCURIUS SOLUBILIS: retite com tenesmo que não melhora pela
emissão de fe zes; fezes de odor ácido, contendo pus, muco tipo clara de ovo,
sangue; língua inchada que guarda a marca dos dentes; salivação intensa com
t>ede apesar de tudo; mau hálito; transpiração noturna e de mau odor.
NATRUM SULFURICUM: diarréia crônica, agravada após o desje-
jum; fezes que respingam, contendo bife; sensação de liberação, alegria,
hilaridade após a defecação. .
NUX VOMICA: diarréia após bebida alcoólica ou após abuso de
laxativos; língua saburrosa em sua metade posterior; alternância de dianéia e
constipação; sensação de dianéia iminente; sensação de que o intestino nunca
o
está vazio; paciente dá ordens em tom autoritário para que cuidem dele.
P.HOSPHORUS: caso grave; ânus escancarado ao toque retal, com
fezes involuntárias, de odor fétido; reto1ngia; sensação de vazio abdominal
após a evacuação; sede intensa por grandes quantidades de água gelada, que
é vomitada logo que reaquecida no estômago; agravamento quando o paciente
está deitado sobre o lado esquerdo.
PODOPHYLLUM PELTATUM: borborigmos abdominais antes da
evacuação; diarréia profusa, em jato, sem dor, de manhã cedinho; fezes
amarelas, contendo alimentos não digeridos e bile; fezes involuntárias durante
o sono; sensação de vazio abdominal ou de fraqueza no abdônien após a
evacuaçúo; o fígado está grande, congesto, sensível à palpação, com melhora
pela fricção; por isso o paciente massageia o hipocôndrio direito para se
aliviar; prolapso retal; diaITéia durante a dentição; diaITéia alternado com
cefaléias; agravamento de manhã cedinho; melhora quando o paciente está
deitado sobre o ventre; alternância de diaJTéia e constipação.
VERATRUM ALBUM: diarréia profusa, coleriforme, com prostração e
suores frios ; sensação de frio interno.

e_. O conjunto desse estudo terapêutico concernente à diarréia comporta 48


medicamentos que se pode considerar como os mais freqüentemente indicados. De
fato, não importa qual medicamento da matéria médica homeopática, mesmo
estatisticamente não significativo, pode ser indicado em um dado caso. A título de
exemplo, o repertório de Kent comporta 215 medicamentos na rubrica "Diarréia''.
Esta observação é válida para todas as doenças. Os livros de terapêutica são
necessários, mas insuficientes. Só a experiência clínica pessoal conta. -

Para uma prescrição mais ampla:


ABROT ANUM: diarréia em um recém-nascido atrépsico com aspecto ·
envelhecido; sua pele é flácida e enrugada; tem um grande ventre e pernas
DIARRÉIA - 151

magras (a emac1açao predomina na metade inferior do corpo); ele não


consegue sustentar a cabeça; seu apetite está conservado .
.tETHUSA CYNAPIUM: medicamento da atrepsia do recém-nascido
com intolerância ao leite que é vomitado assim que ingerido; diarréia aquosa
com prostração; emaciação rápida.
ARNICA MONTANA: diarréia após um traumatismo, principalmente
craniano; músculos doloridos com agravamento ao toque e sensação de que a
cama está dura.
BAPTIST A TINCTORIA: diarréia fétida no curso de uma síndrome
tifóidica, febre adinâmica com prostração.
BELLADONNA: diarréia associada a uma hipertermia com congestão
cefálica, delírio, transpiração, sensação de calor na cabeça, rosto vermelho,
sede intensa, midríase; abdômen quente ao toque; tenesmo retal; agravamento
pelos abalos (como quando se esbarra no leito); melhora quando o paciente
está deitado sobre o-ventre.
BRYONIA ALBA: sensação de diarréia iminente; diarréia no tempo
quente; lábios secos e rachados; sede intensa; paciente irritável e que quer que
o deixem em paz; agravamento pelo movimento (por exemplo, quando ele se
levanta da cama); diarréia após ter consumido repolho.
CALCAREA CARBONICA: diarréia crônica com fezes argilosas de
odor ácido em uma criança em atraso quanto a suas aquisições; tambérn pode
ser retardado ou hidrocefálico; medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais. ·
COLOCYNTHIS: diarréia com dores abdominais tipo câimbras que
melhoram quando o paciente se inclina para frente, quando aperta seu ab-
dômen e pelo calor; irritabilidade pela dor; melhora com o café; diarréia em
seguida a uma cólera ou após ter comido frutas .
CROTON TIGLIUM: diarréia aquosa, em jatos repentinos, agravada
pelo fato de comer ou beber, alternando com eczema.
CUPRUM METALLICUM: diarréia com fezes coleriformes, câimbras
no abdômen e nas panturrilhas, face cianosada; medicamento mais especial-
mente indicado no curso do cólera.
DIOSCOREA VILLOSA: diarréia com dores tipo câimbras; melhora
quando o paciente se endireita ou se inclina para trás.
DULCAMARA: diarréia no tempo úmido e frio, especialmente no
verão, ou após ter permanecido em chão úmido. ·
GAMBOGIA: diarréia expulsa com força e de uma só vez, em um
esforço um pouco prolongado, especialmente em uma pessoa idosa; antes da
evacuação, ruídos no ventre, dores na região· umb;licàl; vômitos no curso da
diarréia; dores surdas ou tenesmo que melhora após a evacuação; fezes verdes.
GRAPHITES: diarréia crônica com grandes fezes envoltas em muco;
concomitância de um eczema.
152 - DIARRÉIA

GRATIOLA OFFICINALIS: diarréia expulsa com forÇa, amarelo


esverdeada, esgotante, sem dor, com sensação de frio no estômago, seguido de
queimação no ânus ou de dores no cóccix.
IODUM: diarréia crônica com fezes esbranquiçadas e gordurosas,
·~evída- a uma pancreatite; o paciente está magro embora coma bem; ele fica
ansioso se não come; intolerância ao calor.
IPECA: diaiTéia com dores periumbilicais, fezes aquosas com muco
tipo clara de ovo e retorragia; concomitância de náuseas ou vômitos e, apesar
de tudo, a língua está limpa; olheiras.
LYCOPODIUM CLAVATUM: diarréia provocada pelo consumo de
ostras (o paciente nunca se sente bem após o consumo de ostras duvidosas);
diarréia crônica com estremecimentos no reto antes da evacuação'.
MAGNESIA CARBONICA: diarréia com fezes verdes como a espuma
de um charco com rãs, de. odor ácido, igualmente com odor ácido em todo o
corpo.
MAGNESIA PHOSPHORICA: mesmos sintomas que o Colocynthis,
sem a irritabilidade.
MEDORRHINUM: diarréia após uma gonorréia suprimida; síndrome
de Fiessinger-Leroy-Reiter.
PETROLEUM: diarréia após ter comido couve, com sensação de fome
após a evacuação.
PHOSPHORICUM ACIDUM: diarréia sem dores com fezes brancas em
um paciente nervosamente esgotado.
PULSATILLA: diarréia após ter comido gordura, com fezes de aspecto
variável.
RHEUM OFFICINALE: diarréia no curso da dentição com fezes
ácidas; todo o corpo da criança tem cheiro acre (o hálito, os vômitos, a
transpiração).
RHUS TOXICODENDRON: diarréia no tempo úmido; triângulo
vermelho e liso na ponta da língua; herpes concomitante.
RUMEX CRISPUS: diarréia matinal com tosse por cócegas no fundo
da garganta.
SULFUR: diarréia crônica que ocorre de manhã cedo e que tira o
paciente da cama.
THUY A OCCIDENT ALIS: diarréia após vacinação; sensação de
alguma coisa viva dentro do ventre, devida aos movimentos intestinais ..
ZINCUM MET ALLICUM: síndrome neurológica que melhora pela
ocorrência de diarréia, ou ao contrário, ocorrência de síndrome neurológica no
momento da cessação da diarréia.
DISIDROSE - 153

e.. Vide também: Candidíase, Colite, Gastroenterite, Glúten, Prolapso retal, Retocolite
úlcera-hemorrágica.

DISIDROSE: vide Eczema.

DISFUNÇÃO ERÉTIL

Referências clínicas:
A clássica "impotência" tornou-se "disfunção erétil" correspondente à
incapacidade. em um homem, de obter ou manter uma turgescência do pênis
suficiente para permitir sua rigidez e relações sexuais satisfatórias. Ela afetaria
39% dos homens acima de 40 anos. e 70% dos homens acima de 70 anos. A
afecção corresponde em 50% a um transtorno psicológico. No plano orgânico,
pode-se encontrar uma doença sistêmica (diabetes principalmente), distúrbios
circulatórios locais (aterosclerose. aneurisma). distúrbios endócrinos (hipopi-
tuitarismo, hipotireoidismo), infecção genital, doença neurológica (como a
esclerose em placas), alcoolismo, toxicomania. Alguns medicamentos, como os
anti-hipertensivos, sedativos e tranqüilizantes podem estar em causa. ou uma
intervenção cirúrgica do tipo simpatectomia. A prostatectomia e a castração
produzem efeitos variáveis.

Receita-tipo:
AGNUS CASTUS 5 CH,
ARGENTUM NITRICUM 5 CH,
STAPHYSAGRIA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AGNUS. CASTUS: o pênis relaxa-se em caso de emoção e torna-se frio
ou dá ao paciente uma sensação de frio.
ARGENTUM NITRICUM: o pênis relaxa-se durante o coito; eja-
culação precoce devida à ansiedade de antecipação.
CALADIUM SEGUINUM: o pênis relaxa-se em caso de emoção; o
prazer sexual está ausente, mas o desejo é conservado.
L YCOPODIUM CLAVATUM: ereção impossível ou incompleta e que
não se mantém; diminuição do desejo sexual ou aversão pelo coito; o pênis re-
laxa-se em caso de emoção; o paciente adormece durante as relações sexuais.
154 - DILATAÇÃO DOS BRÔNQUIOS

SELENIUM MET ALLICUM: disfunção erétil em um prostático; ele


não tem ereção, mas o desejo sexual está conservado.
ST APHYSAGRIA: ruminação permanente de idéias sexuais com
aumento do desejo sexual, porém impotência; bexiga irritável em con-
seqüência de uma vexação oi_i de uma indignação reprimida; necessidade
imperiosa de urinar com dores na uretra que cessam durante a micção.

e..- Nesse tipo de caso, a homeopatia representa apenas um procedimento terapêutico


entre outros. A psicoterapia pode ter seu papel a desempenhar, assim como uma
melhor comunicação entre o casal.

Para uma prescrição mais ampla:


COBALTUM MET ALLICUM: disfunção erétil com· perdas seminais e
lombalgia.
CONIUM MACULATUM: impotência em um paciente habitualmente
abstinente no ·plano sexual.
GRAPHITES: desejo pouco marcante ou ausente, e mesmo aversão
pelo coito; a ereção não se mantém.
KALIUM PHOSPHORICUM: prazer sexual retardado.
ONOSMODIUM VIRGINIANUM: ausência de desejo sexual com
cefaléia de tensão.
PHOSPHORUS: impotência após uma excitação sexual excessiva.
PULSATILLA: desejo pouco marcante ou ausente; o paciente teme as
relações com o sexo oposto.
SEPIA OFFICINALIS: desejo pouco marcante ou ausente; perda do
poder de amar; sentimento de inferioridade.

e..- Vide também: Alcoolodependência, Ejaculação precoce, Hipertrofia benigna da


próstata, Satiríase.

DILATAÇÃO DOS BRÔNQUIOS: vide Bronquiectasia

DISMENORRÉIA

Referências clínicas:
Síndrome dolorosa que sobrevem antes ou durante as regras, even-
tualmente com escoamento difícil, independentemente de qualquer lesão
DISMENORRÉIA • 155

orgamca. A dor é devida às contrações e à isquemia uterina. Os fatores


predisponentes são: a passagem de um desbridamento mucoso através do colo
("dismenorréia membranosa"), um orifício cervical estreito, má posição
uterina, ansiedade. Trata-se, geralmente, de uma dor do tipo câimbra; ela pode
se iirndiar para a região lombar e membros inferiores. Pode iniciar-se 24 horas
antes do início das regras.

Receita-tipo:
ACTJEA RACEMOSA 5 CH,
MAGNESIA PHOSPHORICA 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACTJEA RACEMOSA: dores tipo câimbras, no útero e no ligamento
largo; quanto mais abundante o fluxo mais a paciente sofre; melhora quando a
paciente está dobrada em dois; concomitância de dorsalgias do tipo
contraturas.
CAULOPHYLLUM THALICTROIDES : dismenorréia espasmódica
com dores intermitentes que lembram as dores do parto, irradiadas para outras
partes do corpo (peito, estômago; bexiga, membros).
CHAMOMILLA VULGARIS: dismenorréia membranosa ou devida a
coágulos, com dores que lembram as do parto; elas são insuportáveis (ou
vistas como tal); sensação de pressão para cima; o sangue é negro; ÜTi-
tabilidade, cólera.
COLOCYNTHIS: dismenorréia com dores tipo câimbra; a paciente tem
que se dobrar a fim de sofrer menos e comprimir fortenzúue seu abdômen;
melhora pelo calor; irritabilidade pela dor; endometriose (medicamento quase
específico).
MAGNESIA PHOSPHORICA: mesmas modalidades que o Colocyn-
this, sem irritabilidade.
NUX VOMICA: dismenorréia tipo câimbras, com irritabilidade e falsas
vontades de defecar; excesso de consumo de analgésicos; líng~ta saburrosa em
sua metade posterior.

As dorsalgias da Actrea racemosa, a irritabilidade do Colocynthis, a língua sabur-


rosa em sua metade posterior da Nux vomica são concomitantes na dismenor-
réia, ou seja, sintomas que sobrevêm ao mesmo tempo. Esta é uma outra maneira
de falar do princípio da similitude, que declina a partir de um conjunto de
sintomas.
156 - DISMENORRÉIA

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONNA: dores do tipo peso; o sangue parece quente; con-
comitância de congestão cefálica.
CACTUS GRANDIFLORUS: dismenorréia com sensação de cons-
tricção no coração.
COCCULUS INDICUS: dores do tipo corte como por pedras pon-
tudas dentro da barriga; dores uterinas agravadas pelo movimento; me-
teorismo abdominal ; astenia; associação eventual a um quadro espasmó-
dico.
COLLINSONIA CANADENSIS: dismenorréia com hemorróidas agra-
vadas durante a menstruação.
HELONIAS DIOICA: dismenorréia com congestão do útero que é
percebida de modo consciente, com menorragias.
LACHESIS MUTUS: as regras só escoam uma hora por dia; a
dismenorréia instala-se quando elas param.
LILIUM TIGRINUM: as regras só escoam quando a paciente se mexe,
e param quando ela está deitada; associação a uma anteversão ou uma
retroversão do útero.
PLATINA: dismenorréia com sensação de peso na região do útero;
regras negras com coágulos; hipersensibilidade na vagina tomando difícil
suportar o absorvente; associação à ninfomania (mas sua presença não é
obrigatória para prescrever); paciente orgulhosa e altiva.
PULSATILLA: dismenorréia após ficar com os pés molhados; regras
atrasadas e que só escoam de dia.
SABINA: dismenorréia com dores que vão do sacro ao púbis,
irradiando-se no sentido anteroposterior; hemorragia de sangue vermelho vivo,
escoando de modo paroxístico; agrava-se pelo movimento.
SEPIA OFFICINALIS: dismenorréia com sensação de peso na região
do útero; regras pouco abundantes; a paciente é astênica, pálida, e tem
olheiras; tendência à frigidez; ausência de confiança em si.
VERATRUM ALBUM: associação à diarréia com suores frios.
VIBURNUM OPULUS: dismenorréia membranosa; as regras são pouco
abundantes e duram apenas poucas horas; dores irradiadas às coxas; lipotimias
provocadas pela dor.
XANTHOXYLUM FRAXINEUM: dismenorréia violenta do tipo
nevrálgico com regras abundantes e dores do ovário esquerdo irradiando-se ao
nervo crural.

e.- Vide também: Endometriose, Menorragias, Regras, Síndrome pré-men&lfrüã\


DISPEPSIA • 157

DISPEPSIA

Referências clínicas:
Conjunto de sinais funcionais que evocam uma estase gástrica, na
ausência de qualquer lesão esogastroduodenal. Tem-:se o hábito de fazer uma
diferença entre a dispepsia hipostênica (peso, flatulências, abaulamentos) e a
dispepsia pseudo-ulcerosa (queimações ·epigástricas precoces e periódicas
acalmadas pelos antiácidos). ·

Receita-tipo:
CARBO VEGETABILIS 5 CH,
L YCOPODIUM CLAVATUM 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ABIES NIGRA: dispepsia com sensação de um ovo duro no cárdia e
distúrbios funcionais no coração, particularmente taquicardia; dispepsia da
pessoa idosa.
ANTIMONIUM CRUDUM: seqüências de excessos alimentares; língua
branca como se a película do leite a recobrisse; eructações com gosto dos
alimentos; fezes meio sólidas, meio líquidas; melhora da dispepsia pelos
ácidos.
ARGENTUM NITRICUM: dores epigástricas irradiadas às falsas
costelas esquerdas; eructações abundantes; agravamento pelos doces; hérnia
de hiato ou úlcera de estômago; pessoa impaciente, precipitada, que tem
vertigens das alturas e claustrofobia.
ARSENICUM ALBUM: dispepsia em conseqüência de uma toxi-
infecção alimentar ou após ·ter bebido água não potável; sensação de
queimações epigástricas; sede intensa para pequenas quantidades de água fria;
diarréia de odor fétido; grande sensibilidade aos odores de alimentos.
BRYONIA ALBA: dispepsia devida à ausência de secreção gástrica
(todas as mucosas da Bryonia são secas), com sensação de pedra no es-
tômago; sensibilidade do estômago ao toque; sede por grandes quantidades de
água; melhora pelas bebidas quentes; irritabilidade; o paciente deseja ficar só.
CARBO VEGETABILIS: dispepsia por fermentação no tubo digestivo;
a distensão do estômago provoca dores no vazio epigástrico de natureza cons-
tritiva, dispnéia, palpitações; eructações rançosas e que amenizam os sin-
tomas.
CHELIDONIUM MAJUS: dispepsia por discinesia biliar; dores no
hipocôndrio direito com irradiação ao ângulo inferior da omoplata direita,
158 - DISPEPSIA

próximo ao bordo interno; a irradiaÇão pode igualmente se fazer para as costas


na altura do hipocôndrio direito; dor em tomo do abdômen como por uma
corda; desejo de bebidas quentes, particularmente Leite quente; as fezes
flutuam na água; tudo é amarelo. a pele. as conjuntivas, a língua. as fezes
(amarelo ouro), as urinas (que parecem cerveja).
CHINA RUBRA: o alimento parece ter gosto amargo; abaulainento que
nüo melhora pelas eructações; diarréia sem dor, esgotante; conseqüências de
ter tomado chá.
IGNATIA AMARA: dispepsia nervosa do tipo paradoxa/, em seguida
a um desgosto ou contrariedade; a refeição de regime (em período de
contrariedade) faz mais mal do que uma refeição pesada (em circunstâncias
favoráveis); sensação de vazio no estômago que melhora por um suspiro
profundo; intolerância ao café e aos odores (perfume, tabaco, etc.).
!PECA: dispepsia com Língua Limpa, hipersialorréia, náuseas constantes
ou vômit05 que não aliviam as náuseas; sensação de estômago pendente no
abdômen.
KALIUM BICHROMICUM: dispepsia dos bebedores de cerveja; o
paciente adora cerveja. mas ela agrava suas dores de estômago e a sensação de
peso que sente neste nível.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: o paciente vai à mesa com fome, mas
fica rapidamente saciado; se passa da hora da refe~ção toma-se irritável;
dispepsia flatulenta com sensação de peso no estômago que começa
imediatamente após a refeição; sensação de estômago cheio, mesmo por uma
pequena quantidade de alimento; digestão muito lenta. cinco horas após o
meio-dia os alimentos ainda estão no estômago; face vermelha após a
refeição; sonolência pós-prandial agravada pela sesta; abaulamento abdomi-
nal, sobretudo da parte inferior do ventre,' que melhora ao eliminar gases;
constipação por espasmo anal, com vontades ineficazes; agravamento pelas
ostras, cebolas, cenouras; conseqüências de ter comido ostras.
NUX VOMICA: dispepsia espasmódica em conseqüência de excesso
alimentar, de embriaguez. ou após ter comido gordura; ela pode igualmente
ser devida a uma intoxicação crônica pelo café ou a medicamentos difíceis de
digerir; Língua saburrosa em sua metade posterior; náuseas pós-prandiais;
dores epigástricas ou sensação de peso que começa cerca de meia hora após a
refeição; sensibilidade do estômago ao toque com necessidade de afrouxar as
roupas; sonolência pós-prandial que melhora por uma curta sesta, cons-
tipação · por antiperistaltismo com vontades ineficazes; irritabilidade pelo
menor motivo; agravamento pelo café.
PHOSPHORUS: regurgitações importantes de alimentos não digeridos;
sensação de queimações epigástricas; vazio epigástrico sensível ao toque; sede
por grandes quantidades de água; agravamento pelas bebidas quentes.
DISPEPSIA • 159

PULSATILLA: dispepsia após ter comido gordura ou cremes gelados;


atonia do estômago começando uma hora após a refeição; sensação de pedra
no estômago; náuseas, vômitos; ausência de sede.
SEPIA OFFICINALIS: náuseas ao despertar, agravadas pela es-
covação dos dentes assim como a vista ou odor dos alimentos; sensação de
oco no estômago em tomo das 11 horas da manhã (hipoglicemia); náuseas que
melhoram ao comer; sensação de peso no hipocôndrio direito; desejo de
ácidos (limão, grapefruit, vinagre) que ajudam a digerir; constipação com
sensação de bolo no reto; dispepsia ·da gravidez; astenia que melhora pela
ocupação, face pálida com olheiras, e eventualmente olhar triste.

<~ Nux vomica pode ser tomada de modo sistemático antes de uma grande refeição ..
Nesta circunstância específica, não há necessidade de levar em conta os sintomas
pessoais.

Para uma prescrição mais ampla:


ANACARDIUM ORIENTALE: dispepsia de origem nervosa que
melhora ao comer.
CHAMOMILLA VULGARIS: intoxicação crônica pelo café.
DULCAMARA: indigestão com frialdade pelo tempo frio ou no
momento das mudanças de tempo.
GRAPHITES: dores constrictivas do vazio epigástrico que melhoram ao
comer; paciente obeso, friorento, constipado.
KALIUM CARBONICUM: dispepsia da pessoa idosa que sofre por
outro lado de lombalgia; sensação de estômago cheio de água.
NATRUM MURIATICUM: constipação pelos alimentos farinhentos.
NATRUM SULFURICUM: indigestão ou diarréia pelos alimentos
farinhentos.
SULFUR: dispepsia após uma erupção; intenso desejo de doces,
paciente alcoolodependente.
SULFURICUM ACIDUM: di·spepsia devida a' uma intoxicação
alcoólica crônica, com pirose, dores em queimação, eructação, náuseas,
vômitos; a água provoca uma sensação de frio no estômago, a menos que seja
adicionada de álcool.
TÀRAXACUM OFFICINALIS: dispepsia com língua geográfica ou
"glossite esfoliativa marginada", muito sensível ao toque; sensação d~ bolhas
nos intestinos.
THUYA OCCIDENT ALIS: excesso crônico de chá; sensação de ter
alguma coisa viva no ventre.

<~ Vide também: Cólica abdominal, Gastrite, Hérnia de hiato, Soluço, Úlcera
gastroduodenal, Verminose.
160 - DISTOCIA

DISTOCIA

Referências clínicas:
Parto difícil, qualquer que seja a causa; falso trabalho de parto,
espasmos, dores, etc.

Receita-tipo:
CAULOPHYLLUM THALICTROIDES 5 CH,
GELSEMIUM SEMPERVIRENS 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos.de cada, a cada 15 minutos em alternância.

O essencial para a receita usual:


ACT.tEA RACEMOSA: medo do parto; rigidez do colo uterino com
falsas dores do parto e arrepios; dores muito fortes com medo de enlouquecer
por causa das dores; hiperacusia durante os acessos de dores; dor ciática;
câimbras nos quadris.
ARNICA MONTANA: a paciente tem falsas dores com sensação em
todo o corpo como se tivesse sido espancada; Arnica .é igualmente um
preventivo das cólicas fortes.
CAULOPHYLLUM THALICTROIDES : colo rígido, contrações
anárquicas responsáveis por dores intermitentes e fraqueza do corpo uterino;
o trabalho de parto não progride; escolher igualmente este medicamento
quando não houver sintomas precisos ..
CHAMOMILLA VULGARIS: colo rígido com hipersensibilidade à
dor; as dores são sem dúvida de intensidade habitual, mas a parturien-
te descreve-as como intoleráveis e se agita; sensação de pressão para
cima .
. GELSEMIUM SEMPERVIRENS: colo rígido e duro com retardo do
parto; a face está vermelha, congestionada; a parturiente parece embotada; ela
pede que a deixem em paz.
KALIUM CARBONICUM: dores i'neficazes durante o parto com
violenta dor nas costas (no passado falava-se de "parto pelos rins"); arrepios
de frio após o acesso de dores.
NUX VOMICA: distocia devida a violentos espasmos uterinos
responsáveis por contrações ineficazes; falsas necessidades de urinar e
defecar; lombalgias; a parturiente está irritável; ela apresenta eventualmente
lipotimias.
DORES DENTÁRIAS - 161 ·

(~ Caulophyllum é um bom preventivo do retardo rio parto, Gelsemium sempervirens é


um medicamento da paralisia, Nux vomica um medicamento do espasmo.

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONNA: rigidez do Golo que está igualmente quente e sensível
ao toque. ·
CANTHARIS: esse medicamento favorece a expulsão da placenta e das
molas.
COFFEA CRUDA: dores insuportáveis no momento do parto, com
medo da morte e hipersensibilidade ao barulho.
DIOSCOREA VILLOSA: distocia com dores à distância, nos dedos e
artelhos, ou então alternância das dores uterinas com as dores nos dedos e
artelhos.
IPECA: dores sentidas no umbigo com hemorragia; náuseas durante o
parto com língua limpa e salivação.
LOBELIA INFLATA: violenta dispnéia quando de cada dor do parto.
PULSATILLA: distocia com lentificação do parto; necessidade do ar
livre, sonolência.
SABIN A: parto prematuro com dores que vão do sacro ao púbis.
SECALE CORNUTUM: atonia uterina; parada do trabalho de parto
com hemorragia de sangue negro e síncope.

(~ Vide também: Aborto espontâneo, Conseqüências do parto.

DORES DENTÁRIAS: vide Odontalgias

DORSALGIA

Referências clínicas:
Dores situadas na raque dorsal. As causas podem ser múltiplas:
mecânicas (conseqüências de exercício violento, hérnia de disco, fratura),
inflamatórias, reumáticas, ligadas ao crescimento (doença de Scheuermann),
infecciosas.

Receita-tipo:
ACTJEA RACEMOSA 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
162 - DORSALGIA

SEPIA OFFICINALIS 5 CH,


três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACT.tEA RACEMOSA: dorsalgia do tipo dçres fie câimbras, com
sensação de rigidez e contraturas musculares perceptíveis ao toque;
localizações preferenciais de D 1 a D3 ou entre as' omoplatas;
. agravamento ao
se inclinar para a frente ou para trás; agravamento durante as regras.
" BRYONIA ALBA: dores picantes; agravamento pelo menor movimento
e pela tosse; melhora pela imobilidade.
NUX VOMICA: dores que bloqueiam o dorso; o paciente é obrigado a
sentar na cama para poder se virar.
SEPIA OFFICINALIS: dorsalgia ligada à astenia; o paciente exprime
sua fadiga queixando-se das costas, no· entanto as radiografias não mostram
nada de anormal; todas as dores parecem convergir para as costas; face pálida
com olheiras; agravamento de manhã ao acordar e na posição de joelhos;
melhora pelo movimento e em um plano duro.

(,... Os obstáculos mecânicos representam um dos limites ~o tratamento medicamen-


toso das dorsalgias. Por outro lado, as manipulações vertebrais, a reeducação
funcional ou a cirurgia, se indicadas, agirão melhor quando o paciente recebeu um
tratamento homeopático.

Para uma prescrição mais ampla:


BERBERIS VULGARIS: dorsalgia que se irradia ao abdômen e às
coxas.
CALCAREA CARBONICA: dorsalgia com dificuldade respiratória.
CALCAREA PHOSPHORICA: doença de Scheuermann.
HYPERICUM PERFORATUM: dorsalgia ligada a um traumatismo da
raque ou a uma queda sobre as nádegas.
KALIUM CARBONICUM: dorsalgia antes das regras ou durante o
parto, acompanhada de sensação de fadiga.
NATRUM MURIATICUM: dorsalgia que melhora quando o paciente
está deitado em um plano duro.
PHOSPHORUS: dorsalgia com sensação de queimação entre as
omoplatas.
RHUS TOXICODENDRON: dorsalgia e sobretudo rigidez das costas
que melhoram pelo movimento, no curso de uma síndrome gripal ou pelo
tempo úmido.
DORSALGIA • 163

SILICEA: dorsalgia ligada à escoliose ou à osteoporose; dorsalgia .


durante o aleitamento.
SULFUR: dorsalgia que impede o andar, ou obriga o paciente a andar
curvado para frente.

r_. Vide também: Crescimento, Lombalgia, Pelviespondilite reumática, Escoliose,


Torcicolo.
ECTOPIA TESTICULAR: vide Criptorquidia

ECZEMA

Referências clínicas:
Reação inflamatória da pele cuja lesão histológica elementar é a
espongiose, e que chega · a um aspecto de vesiculação. Esta se complica,
conforme o caso, com prurido, eritema, edema, exsudação, crostas, des-
camação. Os dois grandes tipos de eczema são a dermite atópica (o antigo
"eczema constitucional") e o eczema de contato (reação de hipersensibilidade
retardada ligada ao contato direto da pele com uma substância presente no
ambiente e que faz o papel de alérgeno ). Os principais alérgenos de contato
são: o níquel (presente em bijuterias, acessórios de vestimentas, armações de
óculos, ·moedas, corantes para pinturas, ligas diversas, latas de flandres), o
cromo (cimento, pigmentos de tintas, verniz, couros curtidos, peleterias,
cosméticos), a parafenilenodiamina (tinturas de cabelo, cosméticos, tinturas
têxteis, corantes da · borracha e do couro), os perfumes (cosméticos, produtos
de limpeza, produtos alimentícios, tópicos medicamentosos), o bálsamo do
peru (tópicos medicamentosos, batons, produtos alimentícios, cosméticos), os
corticosteróides (deve-se pensar nisso diante de qualquer ·eczema que per-
manece inalterado com um tópico costicosteróide), o colofônio (colas,
vernizes, cimentos dentários, ceras, materiais isolántes, cosméticos, pneumáti-
cos), as resinas de epóxi (colas, vernizes, pinturas, paP.éis, couros, plásticos),
as resinas acrílicas (colas, próteses dentárias, tintas, óculos, êsparadrapo), o
formaldeído (indústria têxtil, tintas de impressão, tintas de pinturas, antissépti-
cos, cosméticos, inseticidas), as isotiazalinonas (cosméticos, medicamentos), a
lanolina (cosméticos, tópicos med~camentosos), certas plantas ou seus de-
rivados (prímulas, tulipas, terebintina, lactonas sesquiterpênicas).
166 - ECZEMA

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
MEZEREUM 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANTIMONIUM CRUDUM: eczema hiperqueratósico; associação
possível com problemas gástricos.
APIS MELLIFICA: edema da pele com aspecto de casca de laranja;
prurido que melhora com o frio; alergia ao sol.
ARSENICUM ALBUM: eczema crôníco com edema branco da pele,
que está espessa e pergaminhada, descamação do tipo furfuráceo, prurido
agravado pela coçagem; medicamento indicado no eczema atópico antigo;
alternância com a asma.
ARSENICUM IODATUM: aspecto liquenificado com grandes escamas
brancas.
BERBERIS VULGARIS: eczema de aspecto circinado, que se cura
pelo Centro deixando uma pigmentação após sua pçr,ssagem com prurido
agravado pela coçagem; localizações preferenciais no ânus e nas mãos.
CANTHARIS: grandes vesículas ou bolhas semelhantes às de uma
queimadura; prurido; sensação de queimação; alergia solar.
GRAPHITES: eczema superinfectado, exsudante, amarelo como mel e
viscoso; fissuras cujo fundo é amarelo meloso, ou eventualmente aspecto de .
mel seco; localizações típicas nas comissuras, dobras de flexão, e atrás das
orelhas; principal medicamento sintomático do eczema atópico.
HE~ AR SULFURIS CALCAREUM: principal medicamento do eczema
superinfectado, particularmente indicado quando se constata ' uma extensão
progressiva, em mancha de óleo, da erupção; pequenas vesículas; pele
sensível ao toque.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: fissuras do calcanhar; principal medica-
mento de fundo do eczema atópico, a escolher por suas características gerais,
principalmente o fato de que se trata de uma criança com forte personalidade,
inteligente, adiantada, voluntariosa; se essas características não· estão presentes,
prescrever apesar de tudo doses de Lycopodium em alternância com o
medicamento de fundo (um domingo um, um domingo o outro, por exemplo).
MEZEREUM: aspecto de pequenas vesículas que evoluem para crostas
esbranquiçadas sob as quais pode-se ter uma exsudação ou tima ulceração;
prurido violento agravado à noite; conseqüências de vacinação.
ECZEMA - 167

NATRUM MURIATICUM: localização particular na borda do cou-


ro cabeludo, assim como nas dobras de flexão e no ·ânus; pele gordu-
rosa; agravamento à beira-mar; principal medicamento de fundo da alergia ao
sol.
NATRUM SULFURICUM: grandes escamas translúcidas e amarela-
das; prurido ao despir-se.
· NITRICUM ACIDUM: fissuras cujo fundo é sangrante, acompanhadas
de dores picantes; a pele em tomo das fissuras é amarela; localização
preferencial nas comissuras.
RHUS TOXICODENDRON: vesículas com líquido claro ou citrino,
circundadas por um infiltrado vermelho; prurido intenso que melhora pelas
aplicações quentes, agravado pela coçagem.
RHUS VENENATA: vesículas muito pequena~ (menores que as do
Rhus toxicodendron); prurido intenso que melhora pelas aplicações quentes;
medicamento característico eia disidrose.
SEPIA OFFICINALIS: erupções redondas, de aspecto circinado;
medicamento de fundo a escolher por suas características gerais, principal-
mente a síndrome pré-menstrual, a tendência ao herpes, ondas de calor
emotivas; localizações características em tomo da boca, ao nível da
concavidade axilar, nas dobras de flexão.

e_. É clássico constatar, clinicamente, uma alternância entre a asma e o eczema. Não
é de se espantar uma vez que as duas doenças procedem do mesmo plano
alérgico. Um tratamento de fundo bem conduzido deve levar em conta essas duas
doenças ao mesmo tempo, ainda que uma esteja em evolução no momento da
consulta enquanto a outra figure somente no histórico do paciente a título dos
antecedentes.

Para uma prescrição m:ais ampla:


ANAGALLIS ARVENSIS: eczema sob forma de vesículas em grupos,
situadas nas palmas das mãos, com prurido importante.
CALCAREA CARBONICA: eczema do couro cabeludo; crostas de
leite do recém-nascido.
CICUTA VIROSA: eczema sob forma de escamas amarelo citrino; a
retrocessão pode levar a convulsões violentas.
CROTON TIGLIUM: pequenas vesículas muito pruriginosas; dores_ao
coçar; localização preferencial nos órgãos genitais; agravamento à noite;
particularmente indicado para as crianças.
DULCAMARA: eczema v.esiculoso com dores queimantes após a
coçagem; agravamento do prurido no tempo úmido; associação possível a uma
inflamação das mucosas.
168 • EDEMA DE QUINCKE

MERCURIUS SOLÚBILIS: mediç~ento Ótil quando o eczema


superinfectado é acompanhado de importantes adenopatias.
MURIATICUM ACIDUM: alergia ao sol sob forma de pequenos
botões vermelhos; bom preventivo a prescrever em doses semanais durante o ..
período de verão.
PETROLEUM: fissuras pruriginosas cujo fundo é sangrante, prurigino-
sas, com a pele em tomo de aspecto sujo; localizações preferenciais nos dedos
e' no ânus; agravamento no inverno.
PIX LIQUIDA: eczema com fissuras, muito pruriginoso e sangrante ao
coçar, especialmente no dorso das mãos.
PSORINUM: eczema que se alterna com a asma; fome e euforia antes
da crise de eczema; o prurido leva o paciente ao desespero de curar.
SILICEA: eczema após vacinação.
ST APHYSAGRIA: eczema exsudativo com prurido que se desloca em
função da coçagem.
SULFUR: pele vermelha e quente; prurido com sensação de queimação,
agravamento pela água; melhora pelas aplicações frias; localização carac-
terística na margem do couro cabeludo; indicado quase sistematicamente no
eczema seborréico, evitando repetir muito freqüentemente (uma dose por mês
freqüentemente basta); em todo caso é preciso interromper assim que melhore;
não é preciso dar sistematicamente Sulfur a todos os eczemas crônicos,
reservando-o para os casos recentes de alergia de contato (lixívia, batom,
bálsamo antiálgico, pomada, etc.), a não ser que haja risco maior de agra-
vamento.
SULFUR IODATUM: a prescrever quando o Sulfur é indicado, mas se
receia um agravamento importante com este medicamento.
THUYA OCCIDENTALIS: eczema depois de uma vacinação, ou nas
conseqüências de uma gonorréia.

(..- Vide também: Alergia, Asma, Crostas de leite, He~pes circinado, Lucite estival
benigna, Edema de Quincke, Prurido anal, Psoríase, Rinite alérgica, Urticária,
Vacinações.

EDEMA DE QUINCKE

Referências clínicas: (Incha tudo, até a boca)


Edema angioneurótico localizado, que provoca uma infiltração edema-
tosa da pele e mucosas da füce, pruriginosa, de instalação rápida. O perigo
reside na localização na laringe, que pode causar risco de vida. Está
ESOFAGITE - 169

freqüentemente associado a manifestações alérgicas, principalmente de origem


iatrogênica.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
três grânulos de 5 em 5 minutos ou três vezes ao dia, conforme a
importância do fenômeno.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: medicamento a prescrever sistematicamente;
edema do rosto com prurido e sensação de queimação com surgimento rápido;
as pálpebras e .os lábios estão inchados; sensação como se cada respiração
fosse a última.
SULFUR: edema e vermelhidão da face com lábios inchados; a
prescrever em segunda intenção se Apis não bastar, em uma dose única de 12
CH, que terminará Q caso.

(_. O veneno de abelha provoca uma histaminoliberação, e é portanto susceptível de


combater. Observar que a Apis mellifica corresponde à abelha inteira viva. O
veneno, em homeopatia, denomina-se Apium virus. As patogenesias são vizinhas.

Para uma prescrição mais ampla:


DOLICHOS PRURIENS: inchaço da face e sobretudo dos lábios; alivia
o prurido do edema de Quincke.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, principalmente a tendência ao herpes e à alergia ao sol.
NATRUM SULFURICUM: medicamento a preferir ao Natrum muriati-
cum quando há receio de um agravamento por este.
RHUS TOXICODENDRON: inchaço da face com triângulo vermelho e
liso na ponta da língua.
URTICA URENS: edema de Quincke que se transforma em uma
erupção de pequenas vesículas.

(_. Vide também: Alergia, Asma, Eczema, Lucite estival benigna, Urticária.

ESOFAGITE

Referências clínicas:
Inflamação aguda ou cronica do esôfago. As causas podem ser o
refluxo gastroesofagiano, uma infecção micótica · (principalme~te por Candida
170 - ESOFAGITE

albicans), virai (herpes, CMV, zona), bacteriana, um cáustico (ingurgitação de


um ácido ou de uma base), uma doença geral (Behcet, Crohn), rad_ioterapia,
medicamento (aspirina, AINES, corticóides). Um obstáculo a montante, como
um câncer, também pode estar em causa. Os sintomas são dores, náuseas,
vômitos, por vezes hipersalivação.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
IRIS VERSICOLOR 5 CH,
MERCURIUS CORROSIVUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: esofagite no curso de gastrite ou de gas-
troe/lferite; náuseas; vômitos ácidos; dores queimantes; sede intensa, mas o
paciente só bebe pequenas quantidades de água fria freqüentemente repetidas;
ansiedade com agitação; conseqüências de intoxicação alimentar.
CANTHARIS : dores em queimação como se a garganta estivesse em
fogo; impossibilidade de beber apesar da sede.
IRIS VERSICOLOR: hiperacidez; todo o tubo digestivo está quei-
mando; associação com uma hérnia de hiato.
MERCURIUS CORROSIVUS: inflamação violenta do esôfago com
hálito fétido, hipersialorréia, língua que guarda a marca dos dentes.
PHOSPHORUS: dores queimantes no esôfago; regurgitações alimenta-
res; sede de água gelada.

(..- Os cinco medicamentos acima correspondem a dore~ queimantes. São os mínimos


detalhes da anamnese que permitem distingui-los .

Para uma prescrição mais ampla:


ASA FCETIDA: esofagite com espasmo do esôfago e antiperistaltismo;
sensação de bolo que sobe pelo esôfago desde o vazio epigástrico até a
garganta.
CAPSICUM ANNUUM: pirose da gravidez.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: eructações queimantes com dispepsia
flatulenta . .
PLUMBUM MET ALLICUM: espasmos do esôfago, muito dolorosas,
com estreitamento; o paciente sente o alimento descer ao longo do esôfago.
ROBINIA: a cefaléia é acompanhada por esofagite provocada pelos
vômitos ácidos.
EJACULAÇÃO PRECOCE • 171

RHUS TOXICODENDRON: esofagite com dores entre os ombros ao


deglutir.
SULFURICUM ACIDUM: esofagite no curso do alcoolismo crônico.

e.. Vide também: Candidíase, Gastrite.

EJACULAÇÃO PRECOCE

Referências clínicas:
Ejaculação fisiologicamente normal, mas que ocon-e (a título
sistemático ou repetido) de modo . inopinado e in-esistível, em prazos
considerados pelo paciente como incompatíveis com seu projeto erótico.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
GRAPHITES 7 CH,
L YCOPODIUM CLA V ATUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARGENTUM NITRICUM: ejaculação precoce devida à ansiedade de
allfecipação; o pênis relaxa durante o coito.
GRAPHITES: ejaculação precoce com ereção incompleta e de curta
duração apesar de um desejo importante; ausência de prazer; aversão ao coito.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: ejaculação precoce com ereção que
não se sustenta, encolhimento ou atrofia do pênis; aversão ao coito em um
paciente idoso, com funções intelectuais em via de declínio e que adormece
durante o coito.

e.. Em matéria de sexualidade, as declarações do paciente tomam lugar" de sintomas:


se ele considera apresentar problemas sexuais, pode-se admitir que os tenha. A
subjetividade do paciente, por vezes exacerbada e sem ligação com a "norma-
lidade" estatística, torna o tratamento homeopático aleatório.

Para uma prescrição mais ampla:


SELENIUM METALLICUM: ejaculação precoce com perdas seminais
sem ereção (ou após uma ereção que demora a vir), gota a gota, ligadas a uma
hipertrofia da próstata.
172 - ENCEFALIT:E VIRAL

ZINCUM METALLICUM: ejaculação precoce ligada a problemas


neurológicos; desejo sexual facilmente aguçado.

(~ Vide também: Disfunção erétil.

ENCEFALITE VIRAL

Referências clínicas:
Doença inflamatória aguda do cérebro. Ela pode ser pnmana
(comprometimento direto do cérebro por diversos vírus como os arbovírus, .
poliovírus, echovírus, coxsackies) ou secundária e representar então a
complicação de uma localização viral primária (após sarampo, rubéola,
varicela, etc.). Os sintomas são: febre, alteração do estado geral, alterações da
consciência, comprometimento dos nervos cranianos, convulsões.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
HELLEBORUS NIGER 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: primeira fase da encefalite com edema cerebral; o
paciente afunda a cabeça no travesseiro; ele prolonga os gritos encefá-
licos; deixa cair os objetos; estrabismo; febre sem sede; urinas raras ou
anúria.
BELLADONNA: encefalite virai com febre e.levada a mais de 40º; o
rosto está vermelho e quente ao toque; os lábios estão vermelhos e inchados;
delírio entrecortado de fases de abatimento, resmungos, alucinações com
animais, gritos encefálicos; o paciente afunda a cabeça no travesseiro;
midríase, fotofobia intensa, olhar fixo, olhos brilhantes; convulsões agravadas
quando se esbarra no leito.
HELLEBORUS NIGER: fase avançada da encefalite; obnubilação,
estupor, indiferença, da qual se chega a tirar o paciente, mas então ele é lento
para responder as perguntas; testa franzida; maxilar inferior caído; língua
oscilante; pupilas lentas para se contraírem; olhar fixo; ele afunda a cabeça no
travesseiro; mãos desajeitadas quando se desvia sua atenção;. movimentos
automáticos dos membros, que se interrompem quando há barulho; gritos
encefálicos; suspiros inconscientes; urinas raras ou anúria.
ENDOMETRIOSE • 173

_. Os sinais mais úteis para prescrever os medicamentos homeopáticos não são os


sinais patognomônicos, mas é interessante saber que estes podem ser
provocados por certas substâncias nas pessoas em bom estado de saúde, como
aqui o grito encefálico.

Para uina preserição mais ampla:


GELSEMIUM SEMPERVIRENS: encefalite virai com sonolência, face
vermelha escura, pálpebras caídas, çiiplopia, estrabismo, tremores, esfíncteres
relaxados; febre sem sede; o paciente reclama da necessidade de que o deixem
em paz.
ZINCUM MET ALLICUM: encefalite viral com depressão sensorial no
curso da qual o paciente balança continuamente os pés; tremores; relaxamento
dos esfíncteres; urinas raras ou anúria; estrabismo; este quadro é observado
particularmente no curso de febre eruptiva que não chega a se manifestar.

r..- Vide também: Convulsões febris , Epilepsia, Febre, Meningite.

ENDOMETRIOSE

Referências clínicas:
Presença de endométrio funcionalmente ativo fora da cavidade uterina.
A localização é variável: na face posterior do istmo uterino e dos ligamentos
uterossacrais, nas trompas, ovários, no tabique retovaginal, peritônio, bexiga,
cicatriz de episiotomia, intestinos, brônquios. Sinais clínicos: dores ritmadas
pelas regras (abdominais, pélvicas, dispareunia), esterilidade (concerne a 30 a
40% das pacientes portadoras de endometriose). A celioscopia é a chave do
diagnóstico. A endometriose pode ser assintomática (7 a 22% das endometri-
oses são indolores).

Receita-tipo:
ACT.tEA RACEMOSA 5 CH,
COlOCYNTHIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
!hora.

O essencial para a receita usual:


ACT.tEA RACEMOSA: dores proporcionais à abundância das regras,
quanto maior o fluxo, mais forte a dor; alternância de dores com transtornos
174 • ENFISEMA PULMONAR

mentais (humor instável, loquacidade com passagem "da água ao vinho",


sensação de ficar louca), ou ainda, melhora do equilíbrio mentat no mome/lfo
da chegada das dores.
COLOCYNTHIS: principal medicamento, a prescrever quase sistemati-
camente; a dor tipo câimbra dobra a paciente e força-a a apoiar-se sobre o
abdômen; irritabilidade pela dor; melhora pelas aplicações quemes.
MAGNESIA PHOSPHORICA: a çlor dobra a paciente e força-a a
apoiar-se sobre o abdômen; ao contrário do Colocynthis, não há sintoma
melltal em particular; melhora pelo calor.

e_. A homeopatia não trata a endometriose propriamente dita e sim as dores causadas
por ela.

Para uma prescrição mais ampla:


NUX VOMICA: dores tipo câimbras com falsas vontades de evacuar e
necessidade de se dobrar; i1Titabilidade.
SEPIA OFFICINALIS: principal medicamento de fondo a escolher por
suas características gerais, principalmente a astenia com palidez e olheiras; no
plano local, pode-se ter uma congestão uterina com sensação de peso para
baixo, uma síndrome pré-menstrual; leucorréias pruriginosas, ausência de
desejo sexual.

(_. Vide também : Dismenorréia, Regras.

ENFISEMA PULMONAR

Referências clínicas:
Dilatação dos espaços aéreos a montante dos bronquíolos, com
destruição das paredes alveolares do pulmão e presença de um volume de ar
excessivo nos alvéolos. Ele complica principalmente uma bronquite crônica ou
uma pneumocomose.

Receita-tipo:
AMMONIUM CARBONICUM 5 CH,
CARBO VEGETABILIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AMMONIUM CARBONICUM: dispnéia com rosto pálido e lábios
cianóticos; nariz entupido à noite; fraqueza ou sonolência contínuas;
ENFISEMA PULMONAR - 175

esgotamento ao menor movimento; entorpecimento devido à anoxia; pal-


pitações; agravamento pelo esforço e em um cômodo muito aquecido; melhora
ao ar livre; Ammonium carbonicum é o medicamento mais freqüentemente
indicado.
ANTIMONIUM T ART ARICUM: enfisema pulmonar com importante
dispnéia no limite da asfixia e cianose, batimento das asas do nariz, atelectasia,
fraqueza pe1manente; melhora pela expectoração.
BERYLLIUM METALLICUM: enfisema devido à fibrose pulmonar
com dores no peito; tórax pouco móvel; pouca ou nenhuma expectoração;
dispnéia de esforço; palpitações; cianose; fadiga ao menor exercício.
CARBO VEGETABILIS : importallte cianose; cabeça quellte e c01po
frio; o paciente tem necessidade de ar a qualquer custo; ele quer que o
abanem ou que instalem um ventilador diante dele; hipotermia; trata-se, em
geral, de uma pessoa idosa que tenha pouco potencial reacional e cujo peito
executa mal os movimentos respiratórios; o abaulamento abdominal agrava seu
estado; agravamento pela flatulência; melhora passageira pelas eructações.
LOBELIA INFLAT A: violenta dispnéia de esforço com espasmos do
diafragma, ameaça de sufocação e cianose; sensação de constrição do peito;
sensação de relaxamento. do estômago, que se propaga até o coração; sensação
de que o coração vai parar de bater; sensação de que o sangue estagnou
dentro do peito; hipersalivação, náuseas importantes.

(_. Os "sais ingleses" utilizados no passado para reanimar as pessoas que caiam em
síncope eram o carbonato de amônia (Ammonium carbonicum) misturado com
perfume. Eles provocavam uma irritação dos nervos olfativos e estimulavam, por
esta via, os centros nervosos respiratórios.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTIMONIUM ARSENICOSUM: medicamento a tentar se a dispnéia
for muito importante; tosse; agravamento na posição deitada.
ARSENICUM ALBUM: enfisema pulmonar e asma associados, com
suores frios e grande ansiedade.
GRINpELLA ROBUSTA: medicamento de acompanhamento nas
complicações cardíacas do enfisema pulmonar; broncorréia com muco difícil
de soltar e melhora quando a expectoração é possível; o paciente sufoca-se no
momento em que adormece.
!PECA: enfisema pulmonar em conseqüência de uma asma crônica com
pequena tosse seca responsável por náuseas, espasmódica; grande acúmulo de
muco.
LACHESIS MUTUS: enfisema pulmonar com dispnéia de esforço e
cianose; as bochechas estão violáceas; agravamento por tudo o que toque o
176 - ENTORSE

pescoço ou o peito e depois de ter falado; o paciente tem que afrouxar as


roupas; ele sufoca no momento em que adormece; melhora quando ele senta
na cama ou quando se abrem as portas e janelas.
SENEGA: catarro brônquico da pessoa idosa, complicado por bron-
quiectasias e enfisema pulmonar; estertores; impossibilidade de expectorar;
dores na parede torácica.
SILICEA: enfisema pulmonar com supuração devida à bronquite
crônica; a origem pode igualmente ser uma pneumoconiose ("enfisema dos
cortadores de pedras").

e.- Vide também: Asma, Bronquiectasia, Bronquite crônica, Tosse.

ENTORSE

Referências clínicas:
Ruptura ligamentar parcial ou completa. Os sinais de gravidade são:
impotência funcional, percepção de um estalido, sensação de rasgão, violenta
dor, tumefação de surgimento rápido, equimose, insônia d.a primeira noite,
hiato ou subluxação à radiografia.

Receita-tipo:
ARNICA MONT ANA 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
RUT A GRAVEOLENS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: entorse com sensação, localmente, de ter
levado uma pancada; hematomas.
RHUS TOXICODENDRON: medicamento típico das lesões ligamen-
tares e tendinosas; seqüelas inflamatórias do entorse com agravamento pelo
tempo úmido e o repouso; melhora ao andar (exceto quando o paciente força
muito sua articulação).
RUTA GRA VEOLENS: lesão do periósteo ou falsa entorse envolvendo
os tendões; sensação de fraqueza como se tivesse uma paresia; localizações
preferenc~ais no punho e no tornozelo.

e.- Arnica pode igualmente ser aplicada no local, desde que não haja ferimento, nem
mesmo erosão cutânea.
ENURESE - 177

Para uma prescrição mais ampla:


LEDUM P ALUSTRE: entorse com inchação local e, ao tocar, sensação
de frio na articulação lesada.
NATRUM CARBONICUM: entorses de repetição; pode se tratar
também de uma subluxação com recaídas, dos tendões peroneais; o paciente
torce facilmente os tornozelos.

e.- · Vide também: Fratura, Gonartrose, Hematoma, Traumatismos e ferimentos .

ENURESE

Referências clínicas:
Micção noturna, completa e involuntária, por falta de controle dos
esfíncteres, em uma criança com mais de cinco anos. A maioria das crianças
não apresenta distúrbio psíquico associado. A enurese afeta mais os meninos
do que as meninas, sem que se saiba o porquê.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
EQUISETUM HIEMALE 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: principal medicamento sintomático; enurese com
transpiração abundante; a criança tem um sono muito profundo do qual é
difícil ser acordado; tem sobressalto ao dormir; sonha que urina.
CAUSTICUM: enurese durante o primeiro sono devido a uma paresia
esfincteriana de causa neurológica; a criança pode igualmente se urinar
durante o dia ao tossir, ao espirrar, ao assoar ou ao rir, algumas vezes pelo
simples fato de estar de pé. ·
EQUISETUM HIEMALE: na ausência de sintoma preciso tem-se o
hábito de prescrever esse medicamento.
SEPIA ÔFFICINALIS: enurese do primeiro sono (a cama é molhada
logo que a criança adormece); ele sonha que urina; principal medicamento de
fundo, a escolher por suas características gerais, principalmente o rosto pálido
com olheiras e fatigabilidade.
178 - ENXAQUECA

e_. É sobretudo o medicamento de fundo que tem chances de ser ativo na enurese.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: enurese com transpiração na cabeça
durante o sono; medicamento de fundo a escolher por suas características
gerais, principalmente o fato de que se trata de uma criança gorda, que sente
frio facilmente.
CINA: associação a uma verminose; criança geniosa, irritável e
rabugenta," agjtada; ela quer todos os objetos que vê, mas os recusa depois de
obtidos.
KREOSOTUM: enurese do primeiro sono; sono muito profundo, do
qual é difícil acordar a criança; ela sonha que urina.
MAGNESIA PHOSPHORICA: enurese no adulto após um cateterismo.
NUX VOMICA: enurese com espasmos do colo da bexiga.
PLANTAGO MAJOR: urinas muito abundantes e incolores; no adulto
se trata de uma enurese por atonia do esfíncter vesical.
SILÍCEA: enurese associada a uma verminose; medicamento de fundo,
a escolher por suas características gerais (criança pouco desenvolvida
fisicamente, muito inteligente, que tem necessidade de encorajamento para
agir).
STRAMONIUM: enurese associada a terrores noturnos e ao medo do
escuro.

e.-. Vide também: Insônia, Terrores noturnos.

ENXAQUECA: vide Cefaléias.

EPICONDILITE

Referências clínicas:
Irritação perióstea de origem mecânica, situada no epicôndilo do úmero,
e que se traduz por uma dor que se irradia ao bordo externo do braço e do
antebraço. Os trabalhos que exigem movimentos repetitivos de preensão ou de
extensão da mão em relação ao antebraço ou os movimentos de supinação e
pró-supinação desencadeiam-na ou agravam-na. Ela é freqüente nos tenistas
nos quais está ligada a deficiências técnicas.
EPIDIDIMITE • 179

Receita-tipo:
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
RUT AGRA VEOLENS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


RHUS TOXICODENDRON: lesão ligamentar com dores agravadas no
repouso e à pressão, 'que melhoram pelo movimento e pelo calor; rigidez .do
cotovelo no início do movimento, melhorada pela continuação; conseqüências '
de ter forçado brutalmente o antebraço.
RUTA GRA VEOLENS: lesão do periósteo com contraturas tendinosas;
dores como se o paciente tivesse recebido um golpe; fraqueza do membro
superior; conseqüências de esforços repetidos no cotovelo.

r_. Quando se compara, tomando como exemplo a epicondilite, no que é proposto em


"Receita-tipo" e em "O essencial para a receita usual" constata-se que os
medicamentos são os mesmos. No primeiro caso, trata-se de uma 'tentativa
terapêutica em relação à experiência clínica, e sem qualquer anamnese. Isso é
incomum na homeopatia e um tanto aleatório. No segundo caso, a decisão é clara.
Ela é tomada em função dos sintomas precisos do paciente, a propósito dos
medicamentos estatisticamente mais significativos. Quanto aos medicamentos
propostos em "Para uma prescrição mais ampla", eles correspondem aos
sintomas de chamada menos freqüentemente encontrados na clínica. Nos três
casos, uma consulta à matéria médica dos medicamentos que se tem intenção de
prescrever só pode ser saudável. Vide no final do volume.

Para uma prescrição mais ampla:


AGARICUS MUSCARIUS: dores no cotovelo acompanhadas de uma
sensação de inchação; melhora pelo movimento.
SYMPHYTUM OFFICINALE: inflamação pós-traumática do periósteo
com dores do tipo formigamento; a Tintura Mãe do Symphytum é útil para
aplicações locais.

r_. Vide também: Tendinite.

EPIDIDIMITE
1

Referências clínicas:
Inflamação do epidídimo. Pensa-se nela diante de dores inguinais e/ou
escrotais com endurecimento do epidídimo. A isto pode se associar .orquite,
180 · EPIDIDIMITE

corrimento uretra}, sinais de infecção urmana (disúria, urinas .turvas, he-


matúria), a ascensão do testículo correspondente, febre e calafrios.

Receita-tipo:
BERBERIS VULGARIS 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
RHODODENDRON CHRYSANTHUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BERBERIS VULGARIS: epididimite. com irradiação da,s dores para os
cordões espermáticos, que estão inflamados,.. associação eventual a sinais
funcionais urinários (tenesmo, urinas turvas e de cor vermelha tijolo, contendo
muco gelatinoso).
PULSATILLA: epididimite aguda, eventualmente como conseqüência
de uma gonorréia; associação a uma orquite; os testículos estão inchados e
pendentes.
RHODODENDRON CHRYSANTHUM: epididimite com grande sensi-
bilidade ao toque.
SPONGIA TOSTA: epididimite com sensação de calor nos testículos.

e... · Rhodopendron chrysanthum faz certamente parte dos medicamentos subutilizados.


A intoxicação involuntária provoca numerosos sintomas que a literatura homeopá-
tica ainda não levou em conta e que dos quais se sabe que são devidos à
andromedotoxina contida na planta: hipotensão, alterações .do ritmo cardíaco (ritmo
nodal, bloqueio auriculoventricular, síndrome de Wolff-Parkinson-White), distúrbios
digestivos (náuseas, vômitos), transpiração, vertigens, cefaléias, formigamentos das
extremidades, fraqueza muscular, síncope, convulsões, perturbações da visão. A
toxicologia está assim à altura de completar os dados dos experimentos nos
indivíduos em bom estado de saúde.

Para uma prescrição mais ampla:


AURUM METALLICUM: epididimite crônica (no passado de origem
sifilítica).
CLEMATIS ERECT A: epididimite após gonorréia; dores no testículo
correspondente, à noite no calor da cama.
MEDORRHINUM: bioterápico, útil a título de medicamento comple-
mentar para o tratamento de fundo; eventualmente indicado em caso de
antecedentes da gonorréia.
MERCURIUS SOLUBILIS: epididimite com dores e febre agravadas à
noite.

e., Vide também: Orquite.


EPIFISITE • 181

EPIFISITE: vide Crescimento

EPILEPSIA

Referências clínicas:
Doença caracterizada pela atividade súbita de um grande número de
neurônios cerebrais, sob forma de crises repentinas de convulsões que vão
desde crises generalizadas tônico-clônicas do tipo "grande mal" até crises
parciais ou ausências. Elas são acompanhadas de modificações eletroencefa-
lográficas com início e fim bruscos (o complexo ponta-onda). Sendo a
epilepsia de natureza orgânica,_ não se pode em nenhum caso contentar-se com
um tratamento homeopático, mas nada impede que se associe este ao
tratamento clássico.

Receita-tipo:
ARTEMISIA VULGARIS 5 CH,
CICUTA VIROSA 5 CH,
. CUPRUM METALLICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


lETHUSA CYNAPIUM: pequeno mal; crise generalizada com face ver-
melha, olhos virados para bq,ixo, midríase, polegar dobrado para dentro da
mão.
ARTEMISIA VULGARIS: crises generalizadas subintrantes, do tipo
gra11de mal, sem aura, mas precedidas de excitação nervosa, com transpiração
com odor de alho, ou mais simplesmente de mau odor; pequeno mal;
conseqüências de medo ou susto.
BUFO RANA: epilepsia em um deficiente mental; as crises acontecem
especialmente durante o sono, o coito, a masturbação, ou logo antes das
regras; antes da crise, ele apresenta a boca muito aberta, midríase; durante a
crise, ele morde a língua, range os dentes, transpira (especialmente no rosto);
estado pré-comatoso após a crise.
CICUTA VIROSA: grande mal; comportamento infantil antes da crise;
a aura começa no plexo solar, ela pode se manifestqr por um abaulamento do
estômago; crise muito violenta começando pela cabeça (que é brutalmente
jogada para trás); espasmos da face, trismos, olhar fixo, midríase, estrabismo
espasmódico, mordida na língua, opistótono, soluço, bloqueio da respiração,
182 - EPILEPSIA

extremidades frias; agravamento pelo barulho e o toque; conseqüências de


traumatismo craniano.
CUPRUM MET ALLICUM: epilepsia Bravais-Jacksoniana; a crise
começa em um membro superior com o polegar dobrado para dentro da mão,
mas pode em seguida se generalizar; face cianótica, olhos revirados para cima,
miqríase, trismo, espuma na boca; opistótono; conseqüências do retrocesso de
uma erupção.
CENANTHE CROCATA: crise de grande mal com espasmos faciais ,
hipersialorréia, pele fria, defecação involuntária, trismo, respiração estertorosa;
estado pseudocomatoso após a crise; agravamento durante as regras;
conseqüências de traumatismo craniano.

(. .. Esse tratamento deve ser feito com.o complemento dos medicamentos escolhidos na
classe dos anticomiciais.

Para uma prescrição mais ampla:


ABSINTHIUM: tremores antes da crise de epilepsia, que é típica; ela
ocorre em um paciente alcoolodependente.
AGARICUS MUSCARIUS: crise comicial com força muscular ex-
traordinária, cianose, sensação de embriaguez; conseqüências de medo ou após
retrocesso de uma erupção.
ARGENTUM NITRICUM: ansiedade de antecipação antes da crise; o
paciente faz uma crise se tiver uma reunião importante; aura sob forma de
sensação de expansão de todo o corpo; midríase várias horas ou vários dias
antes da crise; agravamento durante as regras; conseqüências do medo.
BELLADONNA: a aura é constituída por uma sensação de camun-
dongo que corre ao longo do corpo; importante congestão cefálica; midríase;
espasmos violentos que iniciam pelos membros superiores.
CALCAREA ARSENICOSA: epilepsia em um cardíaco; congestão
cefálica antes da crise, ou vertigem, ou ainda afonia; a aura parte da região do
coração, o paciente sente uma tensão ou dores a este nível, ou palpitações.
CALCAREA CARBONICA: fome voraz antes da crise, com particular
desejo de doces; aura sob forma de sensação de camundongo que corre ao
longo do corpo; medicamento de fundo a escolher por suas características
gerais, principalmente a transpiração da cabeça e a tendência a sentir frio
facilmente.
CAUSTICUM: crise de pequeno mal com micção involuntária;
transpiração dO couro cabeludo e tremores da cabeça antes da crise; cefaléia
após a crise; associação a um estado paralítico.
HYOSCY AMUS NIGER: vertigem antes da crise.
EQUIMOSES - 183

NUX VOMICA: epilepsia em um paciente alcoolodependente ou em


associação com mielite; a crise pode ser desencadeada pela c·ólera; a aura
começa no estômago.
OPIUM: epilepsia em conseqüência de um susto com coma estertoroso
e rosto vermelho.
PLUMBUM MET ALLICUM: epilepsia devida a um tumor cerebral,
com paralisia e amiotrofia.
SILICEA: convulsões após vacinação; a aura é constituída por uma
sensação de camundongo correndo ao longo do corpo.
SULFUR: epilepsia em conseqüência do retrocesso de uma erupção; a
aura é constituída por uma sensação de camundongo correndo ao longo do
corpo; medicamento de fundo a escolher por suas características gerais,
principalmente o aspecto corado e jovial do paciente.
ZINCUM MET ALLICUM: epilepsia com face pálida, sobretudo no
curso de febre eruptiva cujo exantema não sai. ·

(..- Vide também: Alcoolodependência, Convulsões febris, Encefalite virai, Meningite.

EQUIMOSES

Referências clínicas:
Infiltração do tecido celular subcutâneo por uma pequenà quantidade de
sangue marcada por uma mancha violácea, negra, marrom ou amarelada na
pele.

Receita-tipo:
ARNICA MONT ANA 5 CH,
HAMAMELIS VIRGINIANA 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: equimoses de origem traumática; sensação de
que a cama está dura; medicamento de prescrição sistemática.
· HAMAMELIS VIRGINIANA: congestão venosa; traumatismo venoso;
equimoses ligadas às varizes.
LACHESIS MUTUS: equimoses espontâneas de cor violácea, no curso
da menopausa; tendência hemorrágica no curso de uma doença infecciosa
grave; o sangue está escuro e decomposto.
184 - ERISIPELA

LEDUM PALUSTRE: equimoses traumáticas em torno dos olhos (o


clássico "olho preto"); igualmente indicado nas equimoses da conjJntiva;
equimoses cutâneas que se prolongam.
PHOSPHORUS: equimoses espontâneas no curso de uma doença
hematológica; púrpura.

e_. Arnica montana, tomada imediatamente após um traumatismo previne as equi-


moses. É um medicamento que cada paciente deve sempre ter consigo.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM:· equimoses que acompanham um antraz; infiltração
dos tecidos intersticiais; dores queimantes .
ARSENICUM ALBUM: diátese hemorrágica no curso de uma doença
infecciosa grave.
CARBO VEGETABILIS: equimoses e cianose associadas.
CROTALUS HORRIDUS: equimoses no curso de uma febre infecciosa
com hemorragias de sangue negro.
SULFURICUM ACIDUM: equimoses em um paciente alcoolodepen-
dente.

e_. Vide também: Alcoolodependência, Fratura, Hematoma, Hemorragias, Traumatis-


mos e ferimentos.

ERISIPELA

Referências clínicas:
Inflamação dermoepidérmica aguda devida ao estreptococo beta-
hemolítico, sob forma de uma placa eritematosa, edemaciada, luzidia,
dolorosa, com bordos nítidos, limitada na periferia por um coxim, unilateral,
de aparecimento brusco, com febre elevada e calafrios. As vesículas,
adenopatias, púrpura oU linfangite estão eventualmente associadas. As regiões
mais freqüentemente atingidas são o rosto e os membros. A afecção pode ser
recidivante.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
LACHESIS MUTUS 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
ERISIPELA - 185

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: erisipela com edema avermelhado da pele, que está
distendida; dores queimantes e picantes, que melhoram pelas aplicações frias;
febre com ausência de sede.
BELLADONNA: erisipela com pele brilhante e vermelha, distendida;
febre elevada com midríase, sede, resmungos, ou mesmo delírio.
LACHESIS MUTUS: erisipela sobre uma pele violácea; febre com
delírio loquaz; localização preferencial em uma úlcera cutânea; Lachesis pode
ser também um medicamento de fundo a escolher por suas características
gerais, principalmente as ondas de calor com falta de ar, tendência a formar
. hematomas, loquacidade.
RHUS TOXICODENDRON: erisipela com vesículas pruriginosas
circundadas por uma aréola vermelha sobre uma pele edemaciada; triângulo
vermelho e liso na ponta da língua; febre com agitação física para acalmar as
dores.

r.. Os sintomas descritos aqui para cada medicamento estão em relação com a clínica.
É preciso, no entanto, ter na memória que não importa qual sintoma pode ser
interessante se ele é marcante no paciente e a ele pertence. Pode-se mesmo dizer
que quanto menos houver ligação lógica com a patologia clássica mais ele tem
confiabilidade na escolha do medicamento, particularmente quando se trata de um
sintoma mental. Exemplo (fictício): não se vê relação entre o estreptococo
beta-hemolítico e os sonhos de grandes exercícios, e sem dúvida não .há.
Entretanto, quando se encontra este tipo· de sonho no quadro de uma erisipela, a
indicação de Rhus toxicodendron estaria reforçada, porque figura na patogenia do
medicamento.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: caso grave de aspecto gangrenoso; febre com
agitação, esgotamento.
CANTHARIS: erisipela sob forma de grandes vesículas semelhantes às
de uma queimadura; prurido, sensação de queimação.
ECHINACEA ANGUSTIFOLIA: erisipela que evolui para a septice-
mia.
GRAPHITES: medicamento de fundo a escolher por suas características
gerais, de erisipela de repetição; recidivas durante as regras.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: erisipela com pele vermelha,
hipersensibilidade ao toque e ao ar frio.
PULSATILLA: medicamento de fundo a escolher por suas característi-
cas gerais, de erisipela de repetição.
186 - ERITEMA DAS NÁDEGAS DO RECÉM-NASCIDO

SULFUR: medicamento de fundo a ser escolhido por suas característi-


cas gerais, de erisipela de repetição e migrante.

e~ Vide também : Febre, Linfangite.

ERITEMA DAS NÁDEGAS


DO RECÉM-NASCIDO: vide Dermite das nádegas

ERITEMA NODOSO

Referências clínicas:
Doença inflamatória dermoepidérmica, que consiste no aparecimento de
nódulos sensíveis ao toque, habitualmente bilaterais, mas não simétricos, nas
superfícies de extensão dos membros, principalmente pernas, algumas vezes
coxas e braços. Esta erupção pode ser acompanhada de febre e de artralgias.
Cada nódulo evolui como um hematoma, passando pelas diversas tonalidades
de evolução da bilirrubina em cerca de dez dias, depois desaparece sem
ulceração nem atrofia. O conjunto dura de duas a seis semanas, mas há
freqüentemente vários surtos. A histologia mostra uma infiltração inflamatória
da derme profunda e dos septos interlobulares da hipoderme, sem necrose
adipositária. A afecção é observada principalmente no adolescente e no adulto
até 40 anos. Existe uma predominância feminina. O eritema nodoso é
idiopático em 25 a 50% dos casos. Em outros, a etiologia encontrada pode ser:
uma sarcoidose (em mulher jovem, no quadro de uma síndrome de Lõfgren), a
complicação de uma angina por estreptococo beta-hemolítico que precedeu o
eritema nodoso em três semanas, a . tuberculose . (no quadro de uma
primoinfecção), uma yersiniose, uma colite inflamatória (retocolite úlcero-
hemorrágica, doença de Crohn), uma doença de Béhcet, sem contar os casos
iatrogênicos (AINS, aspirina, sulfamidas, estroprogestágenos).

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três gi:ânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: manchas rosadas e duras.
LACHESIS MUTUS: manchas violáceas.
ESCARLATINA - 187

PHOSPHORUS: indurações azuladas.


RHUS TOXICODENDRON: evolução para o aspecto vesicular.

(... O aspecto violáceo é aqui muito discriminativo mas poderia ser completado por
outras informações a buscar na matéria médica do ou dos medicamentos re-
feridos.

Para uma prescrição mais ampla:


SULFUR: manchas vermelhas; dores em queimação que melhoram pelo
frio.

(..- Vide também: Angina, Febre.

ESCARLATINA

Referências clínicas:
Febre eruptiva devida à toxina do estreptococo beta-hemolítico do
grupo A, geralmente con:10 conseqüência de angina. A incubação é de 2 a 5
dias. O início é brusco, com febre, calafrios. Caracteriza-se por um enantema
bucal e faríngeo, língua framboesa, exantema de cor escarlate e descamação
em grandes placas. Pode se complicar com nefrite.

Receita-tipo:
AILANTHUS GLANDULOSA 5 CH,
BELLADONNA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AILANTHUS GLANDULOSA: forma grave com exantema de cor
púrpura, desde que se manifesta; enantema igualmente de cor púrpura; língua
fissurada; hálito fétido ; adenopatias cervicais; sonolência, prostração.
AMMONIUM CARBONICUM: forma grave com enantema de cor
vermelha escura; evolução possível para a ulceração das amígdalas; nariz
entupido à noite, o paciente tem que respirar pela boca.
BELLADONNA: exantema vermelho vivo, liso ao toque; enantema de
cor vermelha; língua framboesa; a garganta está vermelha e dolorosa com
dificuldades de deglutição; febre com sede; este medicamento pode ser
utilizado a título preventivo quando há a noção de risco de contagio.
188 - ESCLEROSE EM PLACAS

e_. Belladonna, principal medicamento, é quase sempre um "específico" da escarlatina.


Ela pode ser prescrita preventivamente C!'.>m a noção de contágio. Para o tratamento
curativo, a homeopatia não pode ser dada senão a título complementar do
tratamento clássico.

Para uma prescrição mais ampla:


APIS MELLIFICA: exantema granuloso e pálido, em pele granulosa;
enantema de cor rosada com gé\rganta edemaciada; febre com ausência de sede
e gemidos; albuminúria.
ARSENICUM ALBUM: forma ·grave com petéquias, febre, agitação,
medicamento igualmente indicado na fase de descamação; complicação de
nefrite, como complemento do tratamento clássico.
ARUM TRIPHYLLUM: forma grave com formigamentos intoleráveis
nos lábios, que o paciente esfrega até sangrar.
LACHESIS MUTUS: forma grave com equimoses, as_pecto violáceo da
garganta e dificuldades da deglutição.
RHUS TOXICODENDRON: forma grave com triângulo vermelho e
liso na ponta da língua.
ZINCUM MET ALLICUM: o exantema custa a sair, o que provoca
complicações encefálicas.

e_. Vide também: Angina.

ESCLEROSE EM PLACAS

Doença inflamatória de evolução lenta e crônica, afetando eletivamente


a mielina do sistema nervoso central. Deve-se a uma destruição das bainhas de
mielina, o que impede a condução do influxo nervoso. Trata-se de uma doença
auto-imune ou em todo caso disimu~e. Surge entre os 20 e os 40 anos de
idade. As formas com evolução por surtos sucessivos representam 70 % dos
casos. Os sinais de chamada são: neurite óptica retrobulbar (habitualmente
regressiva em duas a três semanas), parestesias, mais raramente vertigens e
transtornos do andar. Ao exame, pesquisa-se o sinal de Lhermitte: diseste-
sia que lembra uma descarga elétrica quando da flexão do cotovelo (não
específico, é encontrado em caso de tumor da medula cervical, aracnoi-
dite, exposiç~o ao protóxido de nitrogênio). Pode-se também notar uma
síndrome piramidal, alterações parestésicas, transtornos esfincterianos, compro-
metimento dos nervos cranianos. A punção lombar pode ser normal ou mostrar
uma discreta hiperlinfocitose superior a 50 elementos, uma hiperproteinor-
ESCLEROSE EM PLACAS - 189

raquia inferior a 1 g/L, e sobretudo uma hipergamaglobulinon-aquia superior a


12% na eletroforese do líquido cefalon-aquidiano. Os potenciais evocados
pe1mitem constatar uma modificação do tempo de latência entre a estimulação
e o registro. A IRM cerebral mostra hipersinais da substância branca peri-
ventricular e do tronco cerebral.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
PLUMBUM METALLICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ARGENTUM NITRICUM: marcha "embriagada" e precipitada; tre-
mores; alargamento do polígono de sustentação.
CAUSTICUM: esclerose em placas com paresia esfincteriana.
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais; indicado particularmente porque se
trata de uma doença auto-imune.
PHOSPHORUS: neurite óptica; sensação de queimação; incoordenação
motora; é o medicamento que cobre melhor os sintomas da doença
propriamente dita.
PLUMBUM METALLICUM: neurite óptica; paralisias corn amio-
trofia.

e_. As pessoas que apresentam uma esclerose em placas são freqüentemen-


te tlenegadas. Isto acontece porque freqüentemente se atribui à homeopatia um
sucesso que nada mais é que uma remissão espontânea da doença.

Para uma prescrição mais ampla:


ALUMINA: Incoordenação motora; a paralisia afeta igualmente a
micção e a defecação; sensação de queimação da raque como por um fen-o
quente; inchaço das nádegas quando a pessoa está sentada.
COCCULUS INDICUS: paresia e parestesias dos membros infe-
nores.
'
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: tremores da língua e dos membros;
nistagmo; diplopia ao olhar lateralmente.
190 • ESCOLIOSE

LATHYRUS SATIVUS: paraplegia com hiper-retletividade e marcha


espástica; sinal de Romberg positivo; incontinência urinária se a micção for
retardada.
NUX VOMICA: início de esclerose em placas; hiperexcitabilidade
medular.
PHYSOSTIGMA VENENOSUM: paralisia de acomodação e das
pálpebras.

r..- Vide também: Gagueira.

ESCOLIOSE

Referências clínicas:
Desvio lateral da raque, de natureza estrutural, adquirido durante o
crescimento. Em 6 a 8 casos em dez, trata-se de uma menina. A escoliose que
é tanto mais grave quanto mais cedo, em idade, se inicia .
. '·

Receita-tipo:
CALCAREA PHOSPHORICA 7 CH,
SILICEA 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: escoliose do recém-nascido, especial-
mente . o recém-nascido ou ô lactente em atraso para aprender a falar e a
andar.
CALCAREA FLUORICA: escoliose importante com deformação das
vértebras; tendência às exostoses; hiperlaxidão ligamentar.
CALCAREA PHOSPHORICA: escoliose em um paciente de grande
altura.
SILICEA: escoliose em um paciente de pequena altura.

r..- Para esta doença estrutural, a seleção do medicamento se faz menos pelos
sintomas reacionais do que pelo desenvolvimento ósseo.

Para uma prescrição mais ampla:


PHOSPHORICUM ACIDUM: escoliose com dores do tipo sensação de
ter sido espancado.

r. .- Vide também : Dorsalgia, Lombalgia, Raquitismo.


ESPASMO DO CHORO - 191

ESPASMO DO CHORO

Referências clínicas:
Síndrome caracterizada pela ocorrência, na criança pequena, de síncope
com apnéia e cianose. A partir de uma causa provocadora responsável por um
transtorno afetivo intenso e desagradável (interrupção de uma brincadeira,
recusa de um objeto, queda, dor ·física), a criança mostra raiva e um bloqueio
respiratório, depois uma síncope que pode apresentar duas formas : forma azul
(a mais freqüente) ou forma branca. Na ausência de tratamento, as crises
aproximam-se, a inquietude dos pais aumenta, a criança chega a manipular
seus pais provocando novas crises. Segundo as estatísticas, o problema
envolve 0,1 a 4% das crianças.

Receita-tipo:
IGNATIA AMARA 12 CH, uma dose uma vez por semana.

O essencial para a receita usual:


IGNATIA AMARA: a criança tem uma crise quando é contraria-
da; ela bloqueia sua respiração; suspira quando retoma sua respiração após a
crise; não há tempo para dar sua medicação durante a crise, mas é inte-
ressante prescrevê-la regularmente até a idade de três anos (uma dose de 12
CH, uma vez por semana), a título preventivo; no modo crônico, a criança faz
um tipo de chantagem provocando as crises quando os pais lhe recusam
alguma coisa.

,_. A manipulação dos familiares é muito característica da lgnatia. Quando o médico


percebe que um de seus pacientes tenta influenciar sua prescrição de maneira
repetitiva e manipulativa, ele deve pensar nesse medicamento.

Para uma prescrição mais ampla:


MAGNESIA PHOSPHORICA: este medicamento será preferido à
lgnatia se os espasmos acontecem na época da dentição.
MOSCHUS: este medicamento será preferido à lgnatia em uma criança
muito exuberante.
NUX VOMICA: este medicamento será preferido à Ignatia em uma
criança muito colérica.

_,. Vide também: Ansiedade.


192 - ESPASMOFILIA

ESPASMOFILIA

Referências clínicas:
Hiperexcitabilidade neuromuscular geralmente latente, mas que se
manifesta de um momento para outro por crises de tetania. Esta é raramen-
te devida à hipocalcemia verdadeira, ~ata-se antes de baixa transitória do
cálcio plasmático em .relação com uma alcalose ventilatória, ela mesma devida
a uma hiperventilação de origem psíquica (crise de ansiedade). A crise típica
de tetania é formada por parestesias e hipertonia (fazendo a clássica "mão de
parteiro"). Ao exame, encontra-se o sinal de Chvostek e o sinal do garrote.
Podem se acrescentar lipotimias, opressão .respiratória, alterações psíquicas,
espasmos viscerais. O caráter proteiforme da doença às vezes torna o
diagnóstico difícil. É então que o eletromiograma permite observar uma
atividade repetitiva do traçado, espontaneamente ou após a colocação de um
garrote. A calcemia está normal na maior parte dos casos. A espasmofilia
ocorre em um terreno particular, a espasmofilia constitucional, que
corresponde a um limiar de excitabilidade neuromuscular diminuído em
relação ao normal.

Receita~tipo: ·.

COCCULUS INDICUS 5 CH,


três grânulos de 5 em 5 minutos até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA PHOSPHORICA: medicamento de fundo; prescrição
"etiológica" visando regularizar o metabolismo do cálcio; ele pode,
igualmente, ser prescrito em função dos sintomas do paciente (cefaléia dos
intelectuais, tendência a sentir frio facilmente, agravamento pelos tempos
nevosos, grande desejo de viajar) e sua tipologia (indivíduo longilíneo com
rosto oval, de traços regulares).
COCCULUS INDICUS: medicamento que cobre todos os sintomas da
tetania, a ser prescrito sistematicamente, nas crises típicas; inchaço muscular
doloroso com lentidão na execução dos movimentos, paresia, acrocontraturas,
disartria; lentidão da ideação.
NATRUM .MURIATICUM: medicamento de fundo freqüentemente
encontrado para as espasmofilias, a ser prescrito por suas características
gerais, principalmente a necessidade de sal, a dificuldade de se comunicar, a
intelectualização dos problemas, a tendência ao herpes, o agravamento à
beira-mar.
ESPASMOFILIA - 193

SEPIA OFFICINALIS: medicamento de fundo a ser escolhido por suas


características gerais, principalmente a astenia com palidez do rosto e olheiras,
as ondas de calor emotivas, a hipotensão ortostática, a tendência à hi-
poglicemia, o desejo por chocolate, o herpes catamenial, o agravamento à
beira-mar.

(_.. A par do princípio da similitude, há ocasião para uma regulação fisiológica do


metabolismo com ajuda de medicamentos diluídos e dinamizados. Exemplo:
Calcarea phosphorica pode ser dada em diluição média (7 CH, uma vez ao dia) na
esperança de agir sobre o metabolismo do cálcio.

Para uma prescrição mais ampla:


ACTJEA RACEMOSA: dores musculares tipo câimbras ou tipo
descarga elétrica em uma paciente di.smenorréica (quanto mais abundante o
fluxo menstrual mais ela sofre); cefaléia como se o alto da cabeça fosse
explodir, ou como se alguma coisa se abrisse e fechasse no cérebro.
ARGENTUM NITRICUM: medo da crise; Argentum nitricum tem, de
um modo geral, fobia de doenças.
CUPRUM MET ALLICUM: espasmos violentos com pulso dobra-
do para dentro da mão; em seguida, os espasmos podem se generalizar;
câimbras.
IGNATIA AMARA: opressão respiratórià em seguida a uma contrarie-
dade; tendência a forçar suspiros para aliviar a opressão.
MAGNESIA PHOSPHORICA: dores tipo câimbras que melhoram pelo
calor e pela pressão forte.
MOSCHUS: espasmos, sensação de bolo na garganta e opressão
respiratória em um quadro de crise histérica de nível teatral.
NUX VOMICA: câimbras importantes em uma pessoa irritável,
impaciente, que toma muito café, fuma . vários maços de cigarros por dia; sua
língua está suja na metade posterior.
PHOSPHORUS: a espasmofilia está em segundo plano; a angústia
maior, do tipo "ataque de pânico" domina o quadro.
PLATINA: inchação, formigamento, câimbras de início e fim progressi-
vos; trata-se de um personagem altivo, elegante ou vistoso, que despreza o
resto do mundo.
V ALERIANA OFFICINALIS: dores tipo câimbras~ abalos musculares
agravados em posição sentada, melhoram pelo movimento e marcha;
background histeróide.
ZINCUM MET ALLICUM: crises do tipo formigamentos com inqui-
etação nos membros inferiores.

(_.. Ansiedade, Pânico.


194 - ESPONDILARTRITE ANQUILOSANTE

ESPONDILARTRITE ANQUILOSANTE:
vide Pelvispondilite reumática

ESQUIZOFRENIA

Referências clínicas:
Psicose crônica no curso da qual três elementos semiológicos são
preponderantes: a dissociação da personalidade, o delírio e o fechamento em si
mesmo. Os sintomas de chamada são: comportamento bizaITo, delírio
(hipocondríaco, místico ou de perseguição), alucinações, apragmatismo,
pobreza dos afetos, automatismos psicomotores. Ela começa no adolescente ou
no adulto jovem, ou seja, entre 17 e 35 anos. Afeta duas vezes mais os homens
do que as mulheres. Prevalência: 0,8 a 2% da população. As chances de
reinserção s0<•ial são em tomo de 30%. Uma origem genética é possível.
Existe igualmente uma personalidade esquizóide, caracterizada princi- ·
paimente por uma dificuldade em travar relações sociais.

Receita-tipo:
PHOSPHORUS 7 CH,
três grânulos três vezes por dia.

O essencial para a receita usual:


ANACARDIUM ORIENTALE: desdobramento da personalidade com
conflito interno insuportável entre as duas instâncias;. impressão de estar
separado do mundo.
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo; a
descompensação esquizofrênica acontece freqüentemente em um paciente do
tipo Natrum muriaticum.
PHOSPHORICUM ACIDUM: útil nas fases de apatia, de catatonia.
PHOSPHORUS: principal medicamento; crise de angústia maior,
dismorfofobia, exaltação; necessidade de estar no escuro; vontade de ficar nu;
o paciente não faz diferença entre a realidade e o seu medo; sensação de estar
despedaçado; interesse pelo misticismo e "ciências ocultas".
STRAMONIUM: medicamento a ser prescrito em caso de excitação
violenta: delírio religioso com olhos esbugalhados e olhar fixo.
TUBERCULINUM: permite estabilizar o resultado obtido.

(_. A homeopatia presta serviços nas formas hebefrênicas iniciantes, ditas "border-
line".
ESTOMATITE - 195

Para uma prescrição mais ampla:


HYOSCY AMUS NIGER: delírio tranqüilo do modo erótico ou
querelante.
KALIUM BROMATUM: agitação estereotipada.
STAPHYSAGRIA: útil nas fases agressivas; o paciente joga os objetos
no rosto dos familiares .

(.- Vide também: Delírio.

ESTOMATITE: vide Aftas, Glossite,


Rânula, Herpes, Nefrite crônica

ESTRÓFULO

Referências clínicas:
Dermatose pruriginosa freqüente na primeira infância, sob forma de
pápulas rosadas que apresentam, no centro, uma pequena vesícula do tamanho
de uma cabeça de alfinete. A afecção situa-se principalmente nos membros
superiores e tronco, e evolui por surtos.

Receita-tipo:
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


RHUS TOXICODENDRON: vesículas pruriginosas.
SULFUR IODATUM: medicamento útil para encerrar o caso.

e.- O suco do sumagre venenoso (Rhus toxicodendron) provoca vesículas muito


pruriginosas pelo simples contato com a pele. O agente responsável é um de-
rivado fenólico , o urushiol. Anacardium orientale, um outro policresto, contém o
urushiol sob forma metilada. Sabe-se que o Anacardium é indicado em caso de
vesículas cutâneas que apresentam o centro umbilicado. É também interessante
comparar os medicamentos homeopáticos através de seus agentes ativos. Esta é a
via escolhida pelo Doutor Michel Guermonprez em sua Matéria Médica Ho-
meopática.
196 - EXTRA-SÍSTOLES

Para uma prescrição mais ampla:


LEDUM PALUSTRE: erupção que se assemelha a picadas de insetos.
RHUX VENENATA: pequenas vesículas pruriginosas.

(_. Vide também: Pitiríase rosada de Gibert.

EXTRA-SÍSTOLES

Referências clínicas:
As extra-sístoles são contrações cardíacas devidas a uma descarga
. elétrica proveniente de um foco ectópico (estímulo que não vem do nódulo
sinusal). Denomina-se palpitações as sensações dolorosas que acompanham as
extra-sístoles. As extra-sístoles são objetivas, enquanto as palpitações são
subjetivas.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
L YCOPUS VIRGINICUS 5 CH,
SPIGELIA ANTHELMIA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: palpitações violentas e repentinas, acom-
panhadas de dores em uma pessoa até então em boa saúde; pulso duro e
rápido; dores precordiais irradiadas ao membro superior esquerdo; paralisia
momentânea ou formigamento do membro superior esquerdo sentida até os
dedos; falsa angina nervosa; crise repentina de hipertensão arterial (particular-
mente "efeito jaleco branco"); ansiedade sentida na região pré-cordial; o
paciente tem a sensação de que vai morrer se não receber atendimento, o que
lhe dá muito medo e o torna agitado, ele exige cuidados; ataque de pânico;
após um susto.
AURUM MET ALLICUM: palpitações ligadas a uma hipertensão arte-
rial orgânica; hipertrofia do coração; sensação de parada do coraçao; angor;
ondas congestivas no rosto; irritabilidade; eventualmente sentimento de aban-
dono, de culpa, melancolia no sentido psiquiátrico do termo; idéias de suicídio.
COFFEA CRUDA: palpitações violentas provocadas pelas emoções
alegres com excitação cerebral, abundância de idéias e insônia.
CRAT1EGUS OXY ACANTHA: palpitações no curso de uma insu-
ficiência cardíaca com pulso fraco e irregular; dispnéia; hipertensão arterial;
EXTRA-SÍSTOLES - 197

agravamento quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo e pelo


movimento.
DIGITALIS PURPUREA: palpitações violentas com pulso lento, fraco,
irregular; sensação de parada do coração agravada ao menor movimento (o
paciente pe1manece então imóvel); emissão de urina aquosa; dores no coração
após o coito; concomitância eventual de uma lesão mitral.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: palpitações com sensação de parada
do coração se o paciente não se mexe, agravada quando ele pensa nisso; pulso
lento; o paciente está como que embotado, e deseja que o deixem em paz;
após medo.
GLONOINUM: palpitações com face vermelha escura e batimentos das
carótidas; sensação de afluxo de sangue ao coração, de calor na região do
coração que se propaga até a cabeça, carótidas e para todo o corpo, sincrónicos
com o pulso; após insolação.
KALMIA LATIFOLIA: palpitações violentas no curso d_e uma
pericardite reumática; dores precordiais irradiadas ao membro superior
esquerdo; ansiedade sentida na região do coração; dispnéia; pulso lento;
agravamento quando o paciente está inclinado para frente.
LACHESIS MUTUS: palpitações no curso da menopausa; sensação de
que o coração está muito grande para o peito; sufocação ao adormecer; ~osse
reflexa do estado cardíaco; dispnéia; ondas congestivas com bochechas
violáceas, cianose, transpiração, tendência às hemorragias.
LILIUM TIGRINUM: palpitações com pulso rápido no curso de uma
doença uterina ou durante uma gestação; sensação de que @ coração está
muito cheio de sangue; sensação de coração em um torno; sensação de
tremores no coração; sensação de batimentos de asas após uma emoção; a
paciente tem a impressão de que ficaria melhor se pudesse vomitar ou urinar;
depressão nervosa em um(a) cardíaco, com irritabilidade e excitação sexual.
LYCOPODIUM CLAVATUM: problemas cardíacos· de origem diges-
tiva; palpitaç{Jes durante a digestão; hipertensão arterial.
LYCOPUS VIRGINICUS: palpitações com sensação de coração fraco
e tumultuoso ao mesmo tempo; pulso rápido e irregular; emissão de urina
aquosa; taquicardia no curso de um hipertireoidismo (medicamento sin-
tomático); agravamento pelas emoções.
NAJA TRIPUDIANS: medicamento indicado pela existência de uma
lesão cardíaca (que ele não cura, bem entendido); palpita~ões que impedem de
falar, acompanhando um sopro cardíaco; tosse reflexa do estado cardíaco;
sensação de fraqueza na região do coração; hipotensão arterial; pulso lento e
irregular; depressão nervosa em um(a) cardíaco(a); idéias de suicídio; agra-
~amento quando o paciente está deita?o sobre o lado esquerdo e pelo vinryo.
198 - EXTRA-SÍSTOLES

PHOSPHORUS: palpitações com angústia maior ou crise de pârl.ico;


consciência de ter um coração, percepção dos contornos do coração; sensação
de queimação ou de calor no coração; hipertrofia do coração direito; tendência
hipocondríaca, medo de ter uma doença grave do coração; o paciente consulta
vários cardiologistas; tendência às hem01Tagias; agravamento quando o
paciente está deitado sobre o lado esquerdo, e pelas emoções; melhora quando
o paciente está deitado sobre o lado direito.
SPIGELIA ANTHELMIA: palpitações tão fortes que os batimentos do
coração elevam a roupa; elas são visíveis e audíveis; palpitações ligadas a
uma verminose; sensação de tremores do coração; dores precordiais irradiadas
a um dos membros superiores, principalmente o esquerdo; pulso irregular;
agravamento pela inspiração profunda, ou quando o paciente está senta-
do inclinado para frente; eventualmente, concomitância de uma hemicrania
esquerda.

e.-. A patologia funcional, com suas características subjetivas e reversíveis constitui


um alvo ideal para a terapêutica homeopática.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM NITRICUM: palpitações que melhoram pela pressão das
mãos sobre o coração; agravamento pelas emoções, pelo esforço físico
incomum e quando o paciente está deitado sobre o lado direito; associação
eventual a uma hérnia de hiato.
CACTUS GRANDIFLORUS: palpitações com sensação de coração em
um torno ou de mão de ferro em torno do coração; sensação de coração que
revira; dores precordiais irradiadas ao membro superior esquerdo; pulso fraco;
taquicardia; hipotensão arterial; tendência às hemorragias; dispnéia; vertigens;
angor.
CARBO VEGETABILIS: palpitações ligadas à distensão do estômago;
melhora pelas eructações.
COCA: palpitações nas altitudes.
COLLINSONIA CANADENSIS: palpitações que alternam com
hemon-óidas.
CONVALLARIA MAJALIS: dores uterinas acompanhadas de pal-
pitações.
IGNATIA AMARA: palpitações provocadas pelas contrariedades,
emoções; sensação de constrição no peito; opressão respiratória de origem
nervosa; a paciente su~pi_ra.
IODUM: palp{iáções
.. ,, ao menor exercício; sensação de coração em um
torno ou durante um hip'ertireoidismo; medicamento de fundo a escolher por
EXTRA-SÍSTOLES • 199

suas características gerais, principalmente o emagrecimento embora coma bem


e a intolerância ao calor.
KALIUM CARBONICUM: palpitações com pulso fraco, mas rápido, e
sensação de coração suspenso por um fio; astenia com impressão de que os
membros inferiores vão ceder; transpiração abundante; tendência à anemia e
aos edemas; conseqüências de doença grave e prolongada.
MOSCHUS: palpitações histéricas.
NATRUM MURIATICUM: palpitações sentidas em todo o corpo;
palpitações provocadas pelos barulhos estranhos; sensação de frio na região do
coração; sensação como se uma asa de pássaro batesse no lado esquerdo do
peito; medicamento de fundo de numerosos casos de hipertireoidismo (o sal
marinho não refinado contém iodo); esta síndrome pode eventualmente .
sobrevir como conseqüência de uma decepção sentimental, com tendência à
ruminar, dúvida quanto a si mesmo, nenhuma vontade de se comunicar.
NUX VOMICA: palpitações pelo café, vinho, ou fumo; palp!tações no
curso de uma indigestão.
RHUS TOXICODENDRON: palpitações ligadas ao excesso de treinos
nos atletas; palpitações quando o paciente está sentado tranqüilamente, que
melhoram quando ele se mexe.
SPONGIA TOSTA: palpitações que se propagam até a garganta ou no
curso de um hipertireoidismo, com tosse "de cachorro"; sensação de calor na
garganta; sensação de coração grande, de afluxo de sangue ao coração; tosse
como um cão que late; agravamento antes das regras; concomitância eventual
de um hipertireoidismo.
SULFUR: palpitações com hipertensão arterial, ondas de calor,
sensação de coração grande, de afluxo de sangue ao coração; pessoa jovial e
corada, que gosta de açúcar, de álcool e de gordura, podendo ser diabética.

e.- Vide também: Ansiedade, Angor, Hipertireoidismo, Pericardite.


FEBRE

Referências clínicas:
Síndrome geral caracterizada pela elevação da temperatura corporal,
com aceleração do pulso e da respiração, oligúria, secura da língua e algumas
vezes delírio. Para ó homeopata é um "bom" sintoma uma tentativa do
organismo, uma reação de defesa, um aliado, como um tipo de piretoterapia
natural (na medida em que,.pelo menos, ela não seja muito elevada).

Receita-tipo:
BELLADONNA5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
PYROGENIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: febre elevada de ocorrência brutal, após
um golpe de frio seco, com agitação ansiosa; o paciente tem medo da morte e
exige cuidados médicos; a pele está seca e quente face vermelha, congesta
quando o paciente está estirado, tomando-se pálido quando se senta na cama;
fotofobia; palpitações; sopro quente; pulso duro, cheio e rápido; formigamento
das extremidades; medicamento para o início da febre; a tomada do Acônito
faz transpirar depois o paciente passa a uma outra fase e tem necessidade de
um novo medicamento; agravamento em tomo da meia-noite.
APIS MELLIFICA: febre sem sede; a pele está alternadamente seca e
transpirando; edema rosado das pálpebras; oligúria ou anúria.
ARSENICUM ALBUM: febre com sede intensa por pequenas
quantidades de água fria freqüentemente repetidas; pele pálida e cerosa;
edema branco e frio das pálpebras; dores em queimação que melhoram por
202 - FEBRE

compressas quentes; hemoJTagias; secreções escoriantes e com mau cheiro;


trata-se, ou não , de uma infecção grave, mas, de qualquer modo, o paciente
está convencido de que há qualquer coisa grave; ele tem medo da morte, mas
recusa cuidados médicos porque tem certeza de que nada se pode fazer por
ele; necessidade de companhia; astenia com, apesar de tudo, agitação
allsiosa; necessidade de ajeitar os quadros bem no lugar se estão ligeiramente
tortos; agravamento à noite.
BELLADONNA: febre elevada de ocorrência brutal com vermelhidão
das bochechas, cujo calor é percebido à distância; cefaléia latejante; olhos
brilhantes, midríase, fotofobia; lábios vermelhos e inchados; ranger de dentes;
pulso duro, cheio e rápido; sede; a pele transpira; o paciente rejeita as cobertas
porque sente muito calor; a cabeça está quente, mas as extremidades frias;
dores reumáticas durante a febre; abatimento entrecortado de períodos de ·
resmungas: convulsões febris; eventualmente delírio durante o qual o paciente
(freqüentemente uma criança) vê animais e tem medo .deles; resmungos;
agravamento pelos abalos (pode-se confirmar a indicação da Belladonna
esbarTando voluntariamente na cama do paciente); freqüentemente indicado
para cnanças.
BRYONIA ALBA: todas as mucosas estão secas (nariz seco, lábios
secos e rachados, sede intensa); face vermelha, congestiva, com agravamento
quando o paciente se abon-ece; se ele delira, acredita que não está em $Ua casa
e quer que o levem; ou ainda delira a propósito de seu trabalho; in-itabilidade
durante a febre; dores reumáticas; necessidade de ficar quieto e não fazer
Henhum movimento; cefaléia ao menor movimento, mesmo o dos olhos.
CAMPHORA: medicamento bem do início das doenças febris, a fase
Camphora tennina geralmente no momento em que se vai ver o paciente;
colapso com perda repentina das forças; hálito e língua frias, pele fria ao
toque, e apesar de tudo o paciente recusa ser coberto (ele aceita ser coberto
nos períodos em que sente calor); câimbras das pantun-ilhas.
EUPATORIUM PERFOLIATU~:febre com dores ósseas e vômitos de
bife; sensação de corpo "moído".
FERRUM PHOSPHORICUM: alternância de temperatura subnormal e
de febre pouco elevada (máximo 38,5º); quando a temperatura se avizinha do
normal o paciente está pálido, quando ela sobe o paciente fica vermelho; o
pulso está mole; dores reumáticas durante a febre (especialmente na espádua);
epistaxe durante a febre .
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: febre de instalação lenta e progres-
siva (por vários dias) com abatimento; aspecto entorpecido com face vermelha
escura, pálpebras caídas; o paciente sente que elas estão pesadas; deseja que
o deixem em paz; ausência de sede; Gelsemium ajuda a fazer a erupção sair,
em uma doença eruptiva que se arrasta.
FEBRE - 203

LACHESIS MUTUS: infecção grave com telldência às hemorragias de


sa1Zgue escuro, incoagulável; a pele (particularmente as bochechas) e as
mucosas estão violáceas; pele sensível, hiperestésica, o paciente não suporta o
peso dos lençóis; febre com loquacidade e passagem de um pólo a outro;
melhora pelos con-imentos .
MERCURIUS SOLUBILIS: febre com recrudescê/leia noturna com
trallspiração de mau odor, calafrios, boca característica com mau hálito,
hipersial01Téia, língua que guarda a marca dos dentes; adenopatias; o
medicamento mais freqüentemente indicado nas febres prolongadas.
NUX VOMICA: febre com face vermelha, congestiva, e apesar de tudo
o paciente tem wna sensação de. frio intenso ou calafrios, principalmente
quando se descobre; eis porque puxa as cobertas até os olhos; língua
saburrosa enz sua metade posterior; iITitabilidade.
PHOSPHORUS: infecção grave; congestões localizadas com sensação
de queimação entre as espáduas, na palma das mãos ou sede da afecção;
fome durante a febre; sede por grandes quantidades de água gelada, mas a
água é vomitada assim que reaquecida no estômago; consciência de ter um
coração; hemorragias, púrpura, equimoses; excitação sexual durante a febre;
astenia; necessidade de companhia; ânus escancarado, defecação involuntária.
PYROGENIUM: febre com dissociação do pulso e da temperatura; a
cama parece dura, por çausa da prostração; todas as secreções fétidas (hálito,
vômitos, dian-éia, regras, lóquios, transpiração); consciência de ter um coração.
RHUS TOXICODENDRON: febre com mialgias; dores musculares que
melhoram pelo movimento, de onde a agitq,ção física do paciente; triângulo
vermelho e liso na ponta da língua; herpes de investida; sonhos com grandes
exercícios fatigantes.

(_. O conhecimento dos princípios ativos das substâncias de base, principalmen-


te dos alcalóides, ajuda a compreender e . a memorizar os principais sintomas
dos medicamentos homeopáticos. Por exemplo, o efeito clássico da atropina
(alcalóide parassimpaticolítico que bloqueia a ação da acetilcolina e provoca
midríase, secura das mucosas, dilatação dos brônquios) explica os sintomas da
Belladonna.

Para urna prescrição mais ampla:


ARNICA MONTANA: febre elevada com impressão de corpo
"moído"; cabeça quente enquanto o resto do corpo está frio; o paciente afirma
que está bem e que não precisa de médico.
BAPTISIA TINCTORIA: febre aâinâmica, de nível tifóide, com
prostração; o paciente tem a impressão de que seu corpo está espalhado por
toda a cama e faz esforços para juntar suas partes.
CHINA RUBRA: febre de origem paludiana com face vermelha,
transpiração abundante e retomo periódico dos sintomas.
204 - FERIDAS

HELLEBORUS NIGER: febre com estupor no curso de uma encefalite


viral.
HYOSCY AMUS NIGER: febre com delírio loquaz e querelante, e ao
mesmo tempo tranqüilo (não se trata da grande agitação do Stramonium);
tufos.
LYCOPODIUM CLAVATUM: batimento das asas do nariz no curso de
uma afecção pulmonar febril; ·concomitância de problemas digestivos;
irritabilidade.
MURIATICUM ACIDUM: febre adinâmica com estupor tranqüilo e
maxilar caído; o pacient~ desliza na cama.
NATRUM MURIATICUM: febre com calafrio, ocorrendo às 10 horas
da manhã; herpes.
PULSATILLA: febre sem sede, com transpiração de um lado só do
corpo; doçura inabitual do caráter durante a febre; oligúria ou anúria.
SULFUR: este medicamento ajuda a fazer sair a erupção de uma febre
eruptiva que se arrasta, principalmente o sarampo.
ZINCUM METALLICUM: síndrome neurológica constituída por
cefaléia, obnubilação, agitação dos pés, no curso de uma febre em um paciente
que se defende mal; este medicamento ajuda a fazer sair a erupção de uma
febre eruptiva que se arrasta, principalmente a varicela.

(~ Vide também: Convulsões febris, Dengue, Encefalite virai, Erisipela, Eritema no-
doso, Gripe, Herpes, Hipotermia, Sarampo, Rubéola, Septicemia, Varicela.

FERIDAS: vide Queimaduras, Cicatrizes,


Equimoses, Traumatismos e ferimentos

FERIMENTOS: vide Traumatismos e feridas

FIBROMA

Referências clínicas:
Tumor benigno encapsulado do útero, constituído por tecido muscular
liso. Afeta 20 a 30% das mulheres, sobretudo entre os 40 e os 50 anos. É
FIBROMA • 205

freqüentemente assintomático (e de descoberta casual durante um exame


ginecológico) ou então acompanhado de menorragias, polaquiúria, dores
pelvianas ou lombares, esterilidade. Conforme a localização, distinguem-se os
fibromas submucosos, subserosos e intersticiais.

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
LAPIS ALBUS 5 CH,
SEPIA OFFICIN ALIS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AURUM MURIATICUM NATRONATUM: grande útero endurecido
com metrorragias; medicamento particularmente indicado para uma paciente
que apresenta os sintomas do Aurum metallicum.
CALCAREA FLUORICA: fibroma endurecido.
CHINA RUBRA: hemorragias (meno- ou metrorragias) devidas a um
fibroma, com astenia, olheiras, tendência à anemia; China age sobre a
tendência a hemorragias propriamente ditas, mas não sobre o próprio fibroma.
FRAXINUS AMERICANA: grande útero endurecido com colo aberto;
congestão do útero que parece pesado; tendência ao prolapso.
KALIUM CARBONICUM: fibroma responsável por metrorragias e
lombalgias; tendência à anemia com astenia.
LACHESIS MUTUS: fibroma durante o período da menopausa; as
regras são irregulares; quando elas retornam a paciente tem menos ondas de
calor.
LAPIS ALBUS: fibroma de consistência elástica com menorragias ou
metrorragias e dores em queimação .
. SABINA: ação sobre as meno-metrorragias profusas e paroxísticas;
sa~gue vermelho vivo, fluido, misturado a coágulos; agravamento ao menor
movimento.
· SEPIA OFFICINALIS: principal medicamento de fundo, a escolher por
suas características gerais, principalmente a sensação de peso do útero, as
ondas de calor, o herpes catamenial.
USTILAGO MAIDIS: útero fibromatoso; metrorragias à menor causa,
devidas à atonia do útero; o colo uterino está macio e esponjoso, e sangra ao
menor contato; o sangue é escuro e fi1androso.

e..- Na maior parte dos casos, o tratamento homeopático frena a evolução do fibroma.
Às vezes o faz regredir.
206 • FIESSINGER-LEROY-REITER

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: regras muito abundantes e de longa
duração, voltando à menor contrariedade; metrorragia; pólipos uterinos;
transpiração do couro cabeludo.
CONIUM MACULATUM: fibroma com induração do colo uterino.
ERIGERON CANADENSIS: hemorragia dos fibromas; metrorragias de
sangue vermelho vivo em jatos, com violenta irritação vesicorretal.
MEDORRHINUM: bioterápico a ser utilizado quando se quer tratar a
sicose subjacente.
PHOSPHORUS: menorragias ou metro1rngias que indicam uma diátese
hemorrágica subjacente; pólipos uterinos.
SILICEA: metrorragias com frialdade .
THLASPI BURSA PASTORIS: hemorragias uterinas devidas a um
fibroma; menorragias que se produzem um em cada dois meses; metrorragias
com dores espasmódicas devidas aos coágulos; obesidade ginóide.
THUY A OCCIDENT ALIS: concomitância de condilomas ano genitais
ou de pólipos uterinos.

e.- Vide também: Menopausa, Menorragias, Metrorragias, Pólipos.

FIESSINGER-LEROY-REITER: Vide Diarréia, Uretrite

FIMOSE (e parafimose)

Referências clínicas:
A fimose é uma anomalia do prepúcio que está muito estreito e torna
difícil sua retração. o estrangulamento da glande constitui a parafimose.

Receita-tipo:
ARNICA MONTANA 5 CH,
COLOCYNTHIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: parafimose em conseqüência de uma fricção,
ou exposição da glande com edema importante.
FISSURA ANAL - 207

COLOCYNTHIS: parafimose com dores violentas; · o prepúcio é


retraído, mas prende a glande.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: fimose com supuração e sensação
de batimentos.

(_. Busca-se facilitar, com os medicamentos homeopáticos, um relaxamento do


espasmo que permitirá o retorno do prepúcio. Em certos casos, pode ser evitada a
operação.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: parafimose com agitação e ansiedade.
ARSENICUM ALBUM: fimose com ameaça de gangrena; medica-
mento a dar durante a remoção para o hospital, aguardando atendimento
cirúrgico.
CANTHARIS: parafimose no curso de uma gonorréia; imp011antes
sensações de queimação antes, durante e após a micção.
CINNABARIS: fimose com inflamação do prepúcio e cristas de galo;
supuração com mau cheiro; associação possível a uma ulceração de origem
sifilítica.
LACHESIS MUTUS: fimose com ameaça de· gangrena; glande com
aspecto violáceo.
MERCURIUS SOLUBILIS: fimose devida à gonorréia ou a um can-:
cro.
RHUS TOXICODENDRON: fimose com edema prepucial importante.
SULFUR: fimose com vermelhidão inflamatória do prepúcio.

(_. Vide também: Traumatismos e ferimentos.

FISSURA ANAL

Referências clínicas:
Ulceração oblonga do anoderme distal do canal anal, caracterizada por
sua dificuldade de cicatrizar, associando clinicamente dores e contraturas
esfincterianas. Estima-se que a afecção é devida à ruptura traumática da
mucosa anal pela passagem de fezes muito duras ou muito volumosas, seguida
de uma infecção secundária. É mantida pelo espasmo do esfíncter anal que
provoca. Pode ser acompanhada por uma hemorróida externa, dita
"hemorróida sentinela".
208 • FISSURA ANAL

Receita-tipo:
GRAPHYTES 5 CH,
NITRICUM ACIDUM 5 CH,
RATANHIA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
!hora.

O essencial para a receita usual:


GRAPHYTES: fissura que tem um fundo amarelo meloso, com edema
da mucosa e eczema anal; hemorróidas; constipação com grandes fe zes
envoltas em muco; dores retais durante a evacuação.
NITRICUM ACIDUM: fissura sangrante com dores do tipo picadas
como por uma farpa no reto ou ânus; eczema anal; hemorróidas; espasmo
anal; exsudação com mau cheiro; irritabilidade após a defecação.
PJEONIA OFFICINALIS: fissura anal com edema da mucosa,
exsudação constante, hemorróidas ulceradas; dores intoleráveis agravadas
durante ou após a defecação (elas podem durar várias horas); sem constricção
anal.
RAT ANHIA: fissura com dores que persistem várias horas após a
defecação como se tivesse vidro moído no reto, agravadas em posição sentada,
que melhoram por um banho quente; secura da mucosa anal; sensação de calor
no ânus; hemorróidas que saem durante a defecação; espasmo anal; ânus
sensível ao toque.

,_. Localmente prescreve-se a Pomada de Ratanhia.

Para uma prescrição mais ampla:


CHAMOMILLA VULGARIS: fissura anal devida às hemorróidas; as
dores são descritas como insuportáveis embora não sejam obrigatoriamente
fortes.
LYCOPODIUM CLAVATUM: espasmo anal; dispepsia flatulenta.
NATRUM MURIATICUM: secura da mucosa anal; constipação com
fezes em bolotas.
NUX VOMICA: fissura com espasmo anal; associação a uma dispepsia
espasmódica.
PLATINA: fissura anal com fezes aderentes ao reto; constipação mais
marcante em viagens.
SEPIA OFFICINALIS: fissura anal com sensação de bolo no reto ou
dores de baixo para cima no reto.
FISSURAS DO MAMILO - 209

SILICEA: espasmo anal; fezes "tímidas" (ela desce, . depois sobe de


novo para dentro do reto); grandes esforços para evacuar.
THUYA OCCIDENT ALIS: fissura com concomitância de condilomas
anogenitais; obesidade ginóide.

e..- Vide também: Constipação, Fístula anal, Hemorróidas.

FISSURAS DO MAMILO

Referências clínicas:
Ulceração alongada e superficial, dolorosa, situada no mamilo, geral-
mente na mulher que amamenta.

Receita-tipo:
CASTOR EQUI 5 CH,
GRAPHITES 5 CH,
· NITRICUM ACIDUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CASTOR EQUI: fissura dolorosa do mamilo em uma mulher que
amamenta, podendo chegar até a ulceração; agravamento pelo contato com as
roupas.
GRAPHITES: fissuras que deixam sair um pouco de líquido meloso.
NITRICUM ACIDUM: fissuras sanguinolentas, com dores picantes
como por farpas.

e..- Localmente pode-se utilizar a pomada de Castor equi.

Par~uma prescrição mais ampla:


CAUSTICUM: fissuras dos mamilos com ulcerações, diminuição da
lactação e retenção urinária.
CROTON TIGLIUM: dores que vão do mamilo à omoplata a cada vez
que a criança mama.
LYCOPODIUM CLAVATUM: fissuras que sangram facilmente
quando a criança tenta mamar.
MERCURIUS CORROSIVUS: fissuras dos mamilos com adenopatias
satélites.
21 O • FÍSTULA ANAL

PHYTOLACCA DECANDRA: mamilos sensíveis, gretados, com dores


intensas quando a criança mama; elas parecem partir do mamilo e se
irradiarem para todo o corpo.
RA T ANHIA: fissuras do mamilo durante a amamentação; medicamento
a tentar sistematicamente porque não há sintoma característico.
SEPIA OFFICINALIS: pequenas rachaduras em todo o contorno do .
mamilo, muito profundas e muito dolorosas.

r..- Vide também: Aleitamento materno, Linfangite, Seios.

FÍSTULA ANAL

Referências clínicas:
Comunicação entre a mucosa retal e a margem do ânus, geralmente
secundária à evacuação de um abcesso peri-retal. Caracteriza-se por um
corrimento purulento contínuo ou intermitente através de um orifício cutâneo
situado a maior ou menor distância do ânus. Percebe-se uma zona endurecida.
A pressão nesse nível permite fazer surgir o pus.

Receita-tipo:
BERBERIS VULGARIS 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
SILICEA 5 CH,
três grân"1os de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


BERBERIS VULGARIS: fístula com sensação de queimação no ânus,
cor terrosa, olheiras; associação a transtornos da vesícula biliar ou a
problemas pulmonares; dores anais após operação de uma fístula.
CALCAREA SULFURICA: abcesso doloroso da margem anal em
evolução subaguda, com fístula.
· MERCURIUS SOLUBILIS: abcesso com supuração anal recente; boca
característica (hálito fétido, hipersialorréia, língua que guarda a marca dos
dentes).
e
SILICEA: abcesso anal com fístula crônica, supuração . emagreci-
mento; as pequenas feridas custam a cicatrizar; transpiração dos pés eom
muito mau cheiro.
FLEBITE • 211

e..- Pode-se definir o agravamento medicamentoso como o aumento ou o reapareci-


mento dos sintomas em seguida ao início de um tratamento homeopático
corretamente indicado. Este fenômeno anuncia a cura, ou pelo menos a me-
lhora do caso. Compreende-se facilmente que em caso de fístula anal, tomada
como exemplo caricatural, haveria a eliminação do pus antes do fechamento do
abcesso. O agravamento medicamentoso é sem dúvida menos explícito com o
restante da patologia~ mas não é menos possível e mais freqüentemente tem bom
prognóstico.

Para uma prescrição mais ampla:


AURUM MURIATICUM: fístula anal acompanhada de condilomas no
saco escrotal.
CALCAREA PHOSPHORICA: medicamento de fundo a escolher por
suas características gerais; concomitância ou alternância da fístula com
alterações pulmonares.
CAUSTICUM: fístula anal com sensação de batimentos no pe-
ríneo.
FLUORICUM ACIDUM: prurido no orifício externo da fístula.
LACHESIS MUTUS: fístula anal na época da menopausa; sensação .de
pequenos martelos batendo no reto.
THUY A OCCIDENT ALIS: fístula anal com condilomas anogenitais;
transpiração com mau cheiro no períneo.

e..- Vide também: Fissura anal, Hemorróidas.

FLEBITE
1

Referências clínicas:
Inflamação de uma veia com trombose. Termo geralmente reservado
para a tromboflebite das veias profundas. Os principais sintomas são: dores na
panturr)Iha quando da dorsiflexão do pé, edema, incapacidade, febrícula,
distensão das veias superficiais de suprimento.

Receita-tipo:
HAMAMELIS VIRGINIANA 5 CH,
LACHESIS MUTUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
212 - FLEIMÃO DA GARGANTA

O essencial para a receita usual:


HAMAMELIS VIRGINIANA: flebúe com sensação de corpo
"moído"; agravamento ao tocar; flebite durante a gestação.1
LACHESIS MUTUS: flebite com inchação violácea e hiperestesia
cutânea; risco de evolução para ulceração ou mesmo úlcera da perna.
PULSATILLA: flebite com cianose importante; flebite indurada do
membro superior ("flebite fio de arame")

<_. A hiperestesia cutânea do Lachesis mutus é encontrada em todos os níveis: a


mulher na menopausa não suporta golas apertadas, o abcesso que justifica o
Lachesis é hipersensível ao toque, a garganta é hipersensível durante a angina, etc.

Para uma prescrição mais ampla:


APIS MELLIFICA: edema branco e luzidio da flebite.
CROTALUS HORRIDUS: flebite no curso de uma síndrome de
coagulação intravascular disseminada.

<_. Vide também: Infarto pulmonar, Periflebite, úlcera cutânea, Varizes.

FLEIMÃO DA GARGANTA

Referências clínicas:
Infiltração purulenta difusa do tecido conjuntivo de sustentação da
garganta, com febre elevada, prostração e trismos.

Receita-tipo:
LACHESIS MUTUS 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
PYROGENIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: início de fleimão com inchação rosada da
garganta e dores picantes.
BELLADONNA: início de fleimão com garganta vermelha e seca;
dores latejantes; disfagia; febres elevadas com sede e transpiração.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: fleimão com sensação de farpa
na garganta.
FOBIAS • 213

LACHESIS MUTUS: fleimão com a parte de trás da garganta


violácea e hiperestesia da garganta ao toque; agravamentb ao deglutir,
especialmente líquidos quentes.
MERCURIUS SOLUBII.JS: fleimão supurante; hálito fétido, hipersia-
lorréia, língua que guarda as marcas dos dentes; adenopatias, febre com
recrudescência noturna.
PYROGENIUM: dissociação entre o pulso e a temperatura; o paciente
se queixa de prostração, a cama parece muito dura;
SILICEA: fleimão subagudo, supurante que não fecha; Silicea permite
acabar de esvaziá-lo.

(..- Mesmo quando os sintomas de um medicamento estão nítidos, é aconselhável


consultar a Matéria médica (vide no final do volume) a fim de encontrar um sintoma
suplementar que permita prescrever de maneira mais confiável.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: bioterápico que se pode utilizar como complemento
dos outros medicamentos.
BARYT A CARBONICA: medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, principalmente as ariginas e fleimões de repetição.
CALCAREA IODAT A:. medicamento de fundo em caso de amígdalas
crípticas.

(..- Vide tambérri: Abcesso, Angina, Tendência a sentir frio facilmente.

FOBIAS .

.Referências clínicas:
A fobia é um temor excessivo, persistente, e irracional de um objeto, de
uma atividade ou de uma situação que pode gerar ansiedade quando o
indivíduo se vê diante ou lembra deles, mas que não apresentam ne-
nhuma característica angustiante para a maior parte das pessoas. Ela causa
condutas de evitação, ditas "contra-fóbicas", mesmo que o caráter excessivo
ou absurdo seja reconhecido, e condutas de pedir segurança. As terapias
cognitivo-comportamentàis são eficazes. São tratadas apenas as fobias
suficientemente marcantes . para prejudicar a vida .da pessoa. Os distúrbios
associados são a depressão, . o alcoolismo e o excesso de consumo de
tranqüilizantes. Principais fobias: agorafobia (fobia ; de espaços abertos),
disosmofobia (medo dos ·maus odores), medo da loucura, fobias de impulso
214 - FOBIAS

(medo de passar ao ato na presença de um objeto ou situações potencialmente


perigosas), nosofobia (fobia de doenças, evocadora dos transtornos obsessivo-
compulsivos), fobia de micróbios, fobia escolar, fobia social (medo de ser
observado em uma situação de performance ou de representação como, por
exemplo, falar, comer ou escrever em público, de agir diante dos outros de
modo humilhante ou embaraçoso, de ser julgado por eles); medo do vazio,
.. zoofobias (fobia dos animais).

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
PHOSPHORUS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: niedo da loucura; medo de locais públicos
(agorafobia); sensação de 1norte iminente quando o paciente está em uma
situação fobogênica.
ARGENTUM NITRICUM: ansiedade de antecipação; impulsos de
fazer coisas bizarras, desatentas, irracionais; fobias de impulsos [o medo do
vazio procede deste sintoma; trata-se na verdade de um impulso inconsciente
de se jogar no vazio, ou melhor, trata-se do medo de si mesmo]; medo dos
espaços vazios, da loucura, dos grandes shoppings, medo de sair de casa,
claustrofobia (o paciente não vai em banheiros públicos para não ter que se
trancar), medo de elevadores, medo de ter uma síncope; receia o aumento da
situação fobogênica e não empreende nada; toma precauções para o caso de se
encontrar nesta situação (está perpetuamente no "e se ... , e se ... ); leva com ele
um objeto contrafóbico (pode ser fácil de transportar, mas pode se tratar
também de uma valise, de uma bicicleta ou um· carrinho de supermercado,
exemplos reais); ele tem igualmente medo de estar só (pede a alguém que o
acompanhe ao médico); no plano físico, eructações, necessidade de pigarrear,
diarréia emotiva, alargamento do polígono de sustentação, marcha ébria e
precipitada a fim de sair o mais rapidamente possível da situação fobogênica.
LAC CANINUM: fobia da sujeira; tendência a autodepreciação ("Eu
sou sujo", "Eu não sou nada").
NATRUM MURIATICUM: fobia do contato; paciente fobo-obsessivo,
verificador, pouco comunicativo; confia pouco em si mesmo, não gosta de
companhia.
PHO.SPHORUS: angústias maiores, ataques de pânico, com desejo de
co1npanhia, medo de doenças (nosofobia); tendência hipocondríaca [o
paciente corre para os médicos, segue com os olhos todos os gestos durante o
exame médico, exige numerosos ,((xames paraclínicos, tem m~do das doenças
FRATURA • 215

sobre as quais fala a mídia]; medo de que aconteça alguma coisa, sem saber o
que; busca o apoio da religião ou de uma abordagem esotérica para se
tranqüilizar; narra sonhos premonitórios.

(. ,. Natrum muriaticum é geralmente o medicamento necessário em segunda intenção


para um paciente que apresente sintomas do Argentum nitricum. O tratamento de
uma fobia demanda vários meses, ou mesmo um ou dois anos antes de passar ao
medicamento de fundo. Acrescenta-se este quando o paciente o "pede". Ele é dado,
de fato, quando o paciente assinala novos sintomas que constituem os sintomas de
chamada. Exemplo: "Eu posso ir sozinho aos shoppings" [tradução: Argentum
nitricum me fez bem ], mas não sei o que me acontece, depois de algum tempo eu
ressalgo todos os meus pratos sem provar [ tradução: É tempo de me dar o Natrum
muriaticum].

Para uma prescrição mais ampla:


ALUMINA: medo de objetos pontudos.
ARSENICUM ALBUM: medo de matar; paciente fobo-obsessivo que
tem a preocupação do detalhe, vendo tudo em negro, tendo necessidade de um
"inimigo mortal" para se justificar.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: medo de perder seu sangue frio,
medo dos espaços públicos; o paciente deseja que o deixem em paz; a fobia
começou depois de uma má notícia.
TUBERCULINUM: medo de animais (zoofobia), particularmente dos
cães.

• Vide também : Agorafobia, Alcoolodependência, Anorexia .mental, Ansiedade,


Depressão nervosa, Hipocondria, Pânico.

FRATURA

Referências clínicas:
Solução de continuidade de um osso, com ou sem deslocamento;
provocado mais freqüentemente por uma ação brusca e violenta. A hiper-
solicitação óssea é igualmente responsável pelo que se designa como "fratura
de fadiga"; de fato não se trata de uma verdadeira fratura, mas de uma
exageração do processo fisiológico de remodelagem óssea, ocorrendo
freqüentemente no adulto jovem por ocasião de uma atividade física não
habitual. Qualquer osso pode ser a sede de uma fratura, mas o pé é uma das
localizações mais freqüentes, particularmente nos segundo e terceiro metatar-
sianos e calcâneo.
216. • FRIGIDEZ

Receita-tipo:
ARNICA MONTANA 5 CH,
CALCAREA PHOSPHORICA 5 CH,
SYMPHYTIUM OFFICIN ALE 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a n.~ceita usual:


ARNICA MONT ANA: medicamento de traumatismo dos capilares e
dos músculos, portanto de dores das partes moles em torno do foco da fra- ·
tura e de equimoses; sensação de contusão com agravamento ao toque e
sensação de que a cama está dura; fratura de fadiga; fratura do crânio com
coma vigil.
CALCAREA PHOSPHORICA: dores ósseas; retardo da consolidação,
especialmente nas pessoas idosas; Calcarea phosphorica facilita a fixação do
cálcio e age como preventivo da pseudo-artrose.
PHOSPHORUS : fratura do fêmur com necrose asséptica da cabeça
femoral; fratura de fadiga; Phosphorus é igualmente indicado em caso de
síndrome algodistrófica após uma fratura.
RUTA GRA VEOLENS: arrancamento do periósteo, ação sobre os
tendões; sensação de despedaçamento das partes traumatizadas.
SYMPHYTIUM OFFICINALE: dores ósseas no ponto de fratura;
retardo na consolidação, facilita a formação do calo ósseo.

(..- Dado imediatamente após a ocorrência da fratura, a Arnica limita a formação das
equimoses.

Para uma prescrição mais ampla:


PHOSPHORICUM ACIDUM: retardo na consolidaçãó das fraturas com
necrose óssea.
SILICEA: fratura aberta (Silicea ajuda a eliminar as esquírolas ósseas);
fratura ligada à osteoporose.

(..- Vide .também: Equimoses, Entorse, Osteoporose, Traumatismos e ferimentos . .

. FRIGIDEZ

Ausência de desejo sexual na mulher, com incapacidade de ~tingir o


orgasmo durante o ato sexual. Os fatores psicológicos (desajuste conjugal,
depressão nervosa, estresse) representam as causas mais freqüentes. Causas
FRIGIDEZ - 217

orgamcas podem igualmente existir (endometriose, cistite, vaginite, doenças


sistêmicas, causas neurológicas).

Receita-tipo:
AGNUS CASTUS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até · a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


AGNUS CASTUS: ausência de desejo em uma pessoa prematuramente
envelhecida; depressão nervosa com pressentimento de morte; ela acredita que
vai morrer logo e que ninguém pode ajudá-la.
GRAPHITES: desejo pouco marcante ou ausente, e mesmo aversão
pelo coito, frigidez em uma pessoa obesa, friorenta, constipada, com regras
pouco abundantes.
PLATINA: frigidez em uma pessoa altiva, desdenhosa; ao contrário do
que· consta nas matérias médicas, a Platina não . é obrigatoriamente
ninfomaníaca.
PULSATILLA: desejo pouco marcante ou ausente; frigidez em uma
pessoa que teme as relações sexuais com o sexo oposto.
SEPIA OFFICINALIS: desejo pouco marcante ou ausente; frigidez em
. uma pessoa que mostra pouco sua afeição por seu parceiro e por seus filhos ;
sentimento de inferioridade.

e..- O tratamento dos distúrbios sexuais deve levar em conta o conjunto da


personalidade. Os medicamentos sintomáticos (Agnus Cpstus no exemplo acima)
· têm menos chance de agir do que os medicamentos de fundo.

Para uma prescrição mais ampla:


CALADIUM SEGUINUM: prazer sexual ausente~ prurido vaginal.
. .

CAUSTICUM: .desejo sexual diminuído; ausência de prazer sexual ou


aversão ao coito em üma pessoa que apresenta síndrome parética.
CONIUM MACULATUM: frigidez em uma pessoa habitualmente
abstinente no plano sexual. ·
HELONIAS DIOICA: diminuição do desejo sexual em uma pessoa com
útero congestionado, e que percebe conscientemente os contornos do seu
útero; concomitância de esterilidade ..

e..- Vide também: Ansiedade, Depressão nervosa, Ninfomania.


218 • FRIO

FRIO: vide Tendência a sentir frio facilmente

FURÚNCULO

Referências clínicas:
Inflamação de um folículo pilossebáceo devida ao Staphylococcus
aureus, caracterizada por um carnegão amarelado circundado por uma zona
vermelha e tumefacta. É preciso sistematicamente pesquisar diabetes e déficit
imunitário.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
LACHESIS MUTUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: primeira fase do furúnculo com pele inchada e
rosada; dores picantes que melhoram com compressas frias; febre com
ausência de sede.
BELLADONNA: primeira fase com pele inchada, vermelha e quente;
dores latejantes; febre elevada com sede.
CALCAREA SULFURICA: estado supurativo subagudo; Calcarea
sulfurica é indicada quando o pus está formado e que haja um orifício; ela se
situa entre o Hepar sulfuris calcareum, que convém aos estados agudos, e
Silicea, mais aos crônicos.
HEP AR SULFURIS CALCAREUM: furúnculo com dores picantes
agravadas ao toque; sensibilidade ao ar (uma folha de papel que se agite
acima do abcesso provoca uma corrente de ar que agrava as dores); supuração
com mau cheiro; presença de Staphylococcus aureus; medicamento útil em
todas as fases do abcesso (no início, dá-se em 30 CH para impedir a evolução
para a supuração; mais tarde, dá-se em 5 CH para facilitar a evacuação do pus).
LACHESIS MUTUS: furúnculo de aspecto violáceo, sensível ao toque;
supuração misturada com sangue.

(. ,. É possível tratar uma afecção cutânea sem antibiótico, desde que esteja quase ao
alcance do simillimum (etimologicamente: o medicamento mais semelhante) .
Nomeia-se assim a substância que cobre o maior número de sintomas que os outros
para um dado caso.
FURÚNCULO • 219

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: furúnculo de aspecto azul escuro; pus fétido ,
hemoITagia escura; dores queimantes intoleráveis; induração do tecido celular
intersticial.
ARNICA MONTANA: tendência aos pequenos furúnculos aglomerados
ou que aparecem um após o outro, extremamente dolorosos.
CALCAREA CARBONICA: furúnculos de repetição em uma pessoa
com excesso de peso, rosto redondo, que transpira na cabeça.
L YCOPODIUM CLA V ATUM: furúnculos de repetição; medicamento
de fundo, a escolher por suas características gerais.
MERCURIUS SOLUBILIS: furúnculo com adenopatia satélite.
SILICEA: tendência à cronicidade e à fistulização.
ST APHYLOCOCCINUM: bioterápico, que pode ser prescrito como
complementar do medicamento de fundo.
SULFUR: pode ser dada sistematicamente uma dose desse medica-
mento para atacar uma série de pequenos furúnculos em conjunto ou um caso
de furúnculos de repetição; é particularmente indicado para o diabético do tipo
2 que apresente complicações infecciosas.

(..- Vide também: Abce,sso, Antraz, Diabetes, Septicemia .


G
·GAGUEIRA

Referências clínicas:
Transtorno da fluidez verbal que se . manifesta por repetições, pro-
longamentos de sons ou de sílabas, ou mesmo de palavras inteiras. Dis-
tinguem-se a gagueira clônica (repetição · de sílabas) e a gagueira tônica
(parada da emissão, bloqueio . das consoantes explosivas como d, g, k, p, t).
Agravamento pelas emoções, particularmente o medo de gaguejar. O
transtorno afeta 5% das crianças com menos de 6 anos. Os meninos são cinco
vezes mais_afetados que as meninas. Em torno dos 2 anos, pode sobrevir uma
gagueira dita "fisiológica" que desaparece espontaneamente em três a cada
quatro crianças.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
STRAMONIUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARGENTUM NITRICUM: falsa gagueira devida ao medo; a fala é
precipitada,, o paciente quer dizer várias palavras ao mesmo tempo e se
acredita gago.
CAUSTICUM: gagueira devida a uma paralisia da língua no curso de
uma hemiplegia.
STRAMONIUM: gagueira tônica, o paciente precisa fazer um esforço
prolongado antes de poder pronunciar uma palavra; ele deforma seu rosto,
pois se exprime de maneira explosiva; quando se trata de uma criança, ele bate
a cabeça nas paredes ou no chão quando fica nervoso (sem ter a aparência de
querer fazer mal a si mesmo) e tem terrores noturnos; morde as pessoas; pode
também ser útil para um paciente que gagueja no curso do seu delírio.
222 - GASTRITE

,... Os nomes em latim correspondem às fontes das diversas substâncias de base


utilizadas para a preparação dos medicamentos. Na época de Hahnemann, era
habitual empregá-los em uma prescrição, mesmo alopática. O emprego dos nomes
em latim foi mantido porque não houve solução de continuidade na transmissão do
saber homeopático. Atualmente , eles facilitam a comunicação entre os homeopatas
do mundo inteiro.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: gagueira em conseqüência de um medo ou
no curso de um acidente vascular cerebral.
BELLADONNA: gagueira no curso do delírio, com midríase.
BUFO RANA: Fala tatibitate e gagueira em um indivíduo débil mental;
ele se encoleriza quando não se compreende suas palavras incoerentes.
KALIUM BROMATUM: gagueira em um paciente agitado, especial-
mente com as mãos; te1Tores noturnos; sonambulismo.
LACHESIS MUTUS: gagueira no curso de uma infecção grave; febre
com delírio loquaz e ciumento, língua tremente que sai com dificuldade,
envernizada; hemorragias de sangue escuro e decomposto .
MERCURIUS SOLUBILIS: elocução rápida e gaguejante, associada ao
tremor intencional.
NATRUM MURIATICUM: elocução embaraçada por fraqueza dos
órgãos da fala .
PLUMBUM MET ALLICUM: gagueira no curso de uma síndrome
neurológica grave do tipo esclerose lateral amiotrófica ou esclerose em placas
(por retardar o prazo).

(~ Vide também : Ansiedade, Delírio, Esclerose em placas, Medo.

GASTRITE

Referências clínicas:
Inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago. Ela é favorecida
pela ingestão em longo prazo de álcool, antiinflamatórios não esteroidais, pelo
estresse, uma doença geral (anemia de Biermer, Crohn, sarcoidose), uma
gastrectomia parcial, uma infecção (principalmente por Helicobacter pylori,
mas também por CMV, uma Candida, um parasito).

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
GASTRITE - 223

IRIS VERSICOLOR 5 CH,


NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: gastrite após ter bebido ou comido al-
guma coisa muito fria; febre elevada com pele seca, agitação, medo da
morte.
ARGENTUM NITRICUM: conseqüências de , apreensão, de ante-
cipação; gastrite ligada a uma hérnia de hiato ou de uma úlcera de estômago;
dores epigástricas irradiadas sob as costelas flutuantes esquerdas, agravadas
pelos açúcares (mel, confeitos); eructações, especialmente pelas contrarie-
dades; ansiedade de antecipação, precipitação.
ARSENICUM ALBUM: gastrite aguda devida a uma imoxicação
alimentar; queimações no estômago que melhoram pelas bebidas quentes,
compressas quentes, agravadas pela pressão sobre o vazio epigástrico; sede por
pequenas quantidades de água fria; o paciente não suporta nem a visão nem o
odor dos alimentos; diarréia de odor pútrido; eventualmente, agitação ansiosa
com medo da morte.
BRYONIA ALBA: gastrite após ter bebido líquidos frios em tempo
quente; sensação de pedra no estômago após a refeição por insuficiência do
suco gástrico; agravamento pela pressão sobre o vazio epigástrico.
CANTHARIS: gastrite aguda com dores em queimação no estômago;
grande sede, mas os líquidos descem mal; sensação de plenitude do estômago
depois de ter bebido café; associação a um tenesmo vesical e retal.
IRIS VERSICOLOR: lzipercloridria responsável por uma sensação de
queimação ao longo do tubo digestivo, desde a boca até o ânus; diarréia
queimante; enxaqueca com alterações visuais e vômitos biliosos.
K.ALIUM BICHROMICUM: gastrite provocada ou agravada pela
cervejp; queimação ou peso no estômago que melhoram ao comer.
L -XCOPODIUM CLAV ATUM: gastrite crônica com sensação de fome
dolorosa, ou de plenitude dolorosa após ter comido alguns bocados; as dores
duram por três horas após a refeição; o paciente não suporta a couve nem as
ostras; sonolência pós-prandial; agravamento pela sesta; agravamento pela
pressão sobre o vazio epigástrico.
NUX VOMICA: gastrite com espasmos do estômago; sensação de
pedra dentro do estômago ou de plenitude; dores que sobrevêm cerca de meia
hora após as refeições, com necessidade de desapertar as roupas; língua
saburrosa em sua metade posterior; náuseas pós-prandiais; sonolência pós-
224 - GASTROENTERITE

prandial; irritabilidade devida às dores; agravamento pela pressão sobre o


vazio epigástrico; melhora por uma curta sesta; gastrite provocada pelo vinho
ou pela cerveja.
PHOSPHORUS : queimações no estômago que melhoram passageira-
mente por grandes quantidades de água gelada, a água é vomitada assim que
reaquecida no estômago; vazio epigástrico sensível ao toque; sensação de
fome após as refeições; regurgitações alimentares.

(. ,. Embora . as duas circunstâncias estejam freqüentemente ligadas, é preciso não


confundir as aversões com os agravamentos alimentares: pode-se gostar de
ostras e sentir-se mal depois de ingeri-las.

Para uma prescrição mais ·ampla:


ABIES NIGRA: sensação de ovo duro bloqueando no cárdia.
GRAPHITES: gastrite crônica com dores constrictivas que melhoram
quando o paciente come; melhora com o leite quente.
HYDRASTIS CANADENSIS: gastrite crônica em um idoso muito
magro, portador de uma doença grave, geralmente um câncer.
KALIDM CARBONICUM: ansiedade sentida no estômago; abaula-
mento abdominal; sensação de água no estômago.
PULSATILLA: gastrite com sensação de pedra no estômago após ter
comido gordura ou creme gelado.
ROBINIA: hipercloridria; queimações no estômago com vômitos ácidos
que irritam os dentes.

e.- Vide também: Dispepsia, Gastroenterite, Hérnia de hiato, Esofagite, Úlcera


gastroduodenal.

GASTROENTERITE

Referências clínicas:
Alteração inflamatória das mucosas do estômago e do intestino,
habitualmente infecciosa, mas que também pode ser de origem tóxica. Ela se
manifesta antes de tudo por uma diarréia mais ou menos importante,
acompanhada de anorexia, náuseas, vômitos, dores abdominais.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 Clf,
GASTROENTERITE - 225

MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,


PYROGENIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: gastroenterite por intoxicação alimentar
com vômitos e diarréia de odor pútrido; sensação de queimação no estô-
mago, abdômen, reto; sede intensa por pequenas quantidades de água
fria; esgotamento com, apesar de tudo, agitação ansiosa; necessidade de com-
panhia.
CANTHARIS: diarréia com fezes que têm o aspecto de raspados do
iJZtestino e tenesmo vesical; sangue nas fezes; queimações intensas na uretra
antes, durante e após a micção; sede intensa e, apesar de tudo, impossibilidade
de beber por causa da inflamação das mucosas; associação com transtornos
urinários ou à excitação sexual.
MERCURIUS CORROSIVUS: gastroenterite violenta; os sintomas são
os mesmos que os do Mercurius solubilis, porém mais fortes.
MERCURIUS SOLUBILIS: diarréia com tenesmo retal, presença de
sangue nas fezes e eventualmente de pus; hálito fétido; hipersialorréia; a língua
guarda a marca dos dentes; associação à colecistite.
PHOSPHORUs·: queimações no estômago; sede intensa por grandes
quantidades ·de água gelada, mas ela é vomitada assim que reaquecida no
estômago; diarréia com mau cheiro, contendo alimentos não digeridos; fezes
esbranquiçadas, involuntárias; sensação de vazio abdominal; ânus muito
aberto; esgotamento; necessidade' de companhia.
PODOPHYLLUM PELTATUM: gastroenterite com dores do tipo
cólica e vômitos biliosos; borborigmos do cólon direito antes da evacuação;
diarréia profusa, em jato; sensação de vazio abdominal, de fraqueza no
abdômen após a evacuação; o conjunto melhora . quando. o paciente está
deitado sobre o ventre; o fígado está grande, congesto, sensível à palpação
·com melhora pela fricção; o paciente massageia o hipocôndrio direito porque
isto o alivia.
PYROGENIUM: gastroenterite severa; febre com dissociação entre o
pulso e a temperatura; a cania parece muito dura, por causa da prostração;
todas as secreções são fétidas (hálito, vômitos, fezes, regras, lóquios,
transpiração); língua lustrosa.

(_. A dissociação entre pulso e temperatura, do Pyrogenium funciona nos dois sentidos.
Pode-se ver ou uma febre elevada çom pulso normal ou dificilmente com tre,qüência
maior que a normal, ou um pulso rápido com temperatura subnormal.
226 - GELADURAS

Para uma prescrição mais ampla:


GAMBOGIA: diarréia expulsa com força e de uma .só vez, em um
esforço um tanto prolongado, especialmente em uma pessoa idosa; antes da
evacuação, a barriga ronca, dores na região umbilical; vômitos no curso da
diarréia; fezes verdes.
GRATIOLA OFFICINALIS: diarréia expulsa com força, acompanhada
de sensação de frio no estômago e no abdômen, amarelo-esverdeada, es-
gotante, sem dor, seguida de queimações no ânus ou dores no cóccix .
.· VERATRUM ALBUM: diarréia profusa, coleriforme; colapso, esgota-
mento; transpiração fria.

,_. Vide também: Diarréia, Gastrite, Retocolite úlcera-hemorrágica, Toxiinfecção ali-


mentar.

GELADURAS

Referências clínicas:
L~sões eritrocianóticas das extremidades, de patogenia desconhe-
cida, que ocorre quando de uma exposiç;io prolongada ao frio úmido
moderado no contexto de um quadro vascular específico (acrocianose). São
acompanhadas de prurido tenaz no momento do reaquecimento. Elas regridem
espontaneame~te em duas a três semanas sem seqüelas. Sobrevêm nas
mulheres em 90% dos casos. A recidiva é freqüente (80% dos casos). Os
antecedentes familiares da mesma natureza são encontrados em 52% dos
casos.

Receita-tipo:
AGARICUS MUSCARIUS 5 CH,
NITRICUM ACIDUM 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia (ou de hora em
hora em alternância se as dores forem importantes).

O essencial para a receita usual:


AGARICUS MUSCARIUS: geladuras de aspecto muito vermelho, com
sensação de agulhas de gelo, localizadas nas orelhas, nariz, dedos' ou artelhos;
o paciente tem a impressão de que a parte afetada não lhe pertence; principal
medicamento.
GENGIVAS - 227

NITRICUM ACIDUM: geladuras fissuradas com dores picantes e


sangramento; tendência às ulcerações.
PETROLEUM: geladuras dolorosas dos dedos, com fissuras que
retomam a cada invemo; mãos gretadas.
PULSATILLA: geladuras de aspecto cianótico, muito inflamadas,
pruriginosas.

e.- Em todos os transtornos estudados neste livro, os sintomas de chàmada


citados em relação a cada medicamento estão relativamente próximos do
quadro nosológico. É sempre interessante, e quase sempre indispensável, si-
tuar a pessoa no quadro de todos os sintomas que ele pode apresentar,
mesmo e sobretudo os menos significativos da doença, e dar-lhe um tratamento de
fundo.

Para uma prescrição mais ampla:


ABROT ANUM: primeira fase; geladuras pruriginosas.
ARSENICUM ALBUM: geladuras com dores que melhoram pelo calor;
tendência à gangrena.
CANTHARIS: geladuras com presença de flictenas.
CARBO ANIMALIS: geladuras com dores em queimação, em um
paciente de fraca vitalidade, que tenha muito má circulaç~o venosa.
LACHESIS MUTUS: geladuras antigas que se tomam inflamatórias,
cianóticas, violáceas; elas podem supurar.
SECALE CORNUTUM: geladuras com mãos frias e dores que
melhoram pelo frio.

e.- Vide também: Acrocianose, Síndrome de Raynaud.

GENGIVAS: vide Gengivite

GENGIVITE

Referências clínicas:
Inflamação aguda ou cromca das gengivas. Os sintomas são: ver-
melhidão, edema e sangramento das gengivas, modificação do seu contorno,
mau hálito. A causa mais freqüente é a má higiene bucal e dentária.
228 - GENGIVITE

Receita-tipo:
KREOSOTUM 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
SILICEA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: inchaço alérgico das gengivas que parecem sacos
rosados cheios de água; eventualmente, inchaço associado da úvula.
CARBO VEGETABILIS: gengivas retraídas, sangrando à sucção e à
escovação, com cárie do colo.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: gengivas abcedadas, ulceradas,
sensíveis ao toque; gengivorragias.
KREOSOTUM: gengivas cianosadas, esponjosas, sangrantes, ulceradas;
associação com dentes em forma de cunha por causa das cáries dentárias; na
criança, os dent~s de leite cariam ao brotar e à medida que crescem; muito
mau hálito.
MERCURIUS CORROSIVUS: gengivite aguda apresentando os mes-
mos sintomas que o Mercurius solubilis, porém mais violentos; as gengivas
estão muito pálidas.
MERCURIUS SOLUBILIS: gengivite aguda; as gengivas estão
brancas, inchadas, esponjosas, supurantes, sangram ao toque, retraídas,
sensíveis ao toque, ulceradas; hipersialorréia; língua que guarda a marca dos
dentes; mau hálito; adenopatias; associação eventual a um abcesso dentário
com inchação da bochecha, ou à diarréia com tenesmo retal.
NATRUM MURIATICUM: gengivite crônica associada a uma aftosa
importante (localizada sobre as gengivas) e ao herpes; língua geográfica; a
boca está colante por causa da secura das mucosas.
SILICEA: gengivite crônica com supuração; gengivas inchadas,
abcedadas, com fístula; agravamento pelo ar frio.

e.- Localmente, pode-se massagear as gengivas com uma gota de Plantago T.M. A
Tintura Mãe (T.M.) é uma preparação líquida resultante da ação dissolvente de um
veículo alcoólico sobre uma droga de origem vegetal ou animal. É a substância de
base que se utiliza para preparar em segt:.1ida os diversos medicamentos no modo
infinitesimal.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: gengivas gangrenadas e gengivorragias no
curso de uma doença grave.
GLAUCOMA • 229

- BELLADONNA: calor e dores latejantes nas gengivas ..


BORAX: gengivite associada com aftas muito dolorosas e que sangram
facilmente ao contato, localizadas principalmente sobre a língua; sensação de
calor na boca.
IODUM: gengivite importante com emagrecimento rápido e, apesar de
tudo, conservação do apetite.
LACHESIS MUTUS : gengivas violáceas, inchadas, esponjosas, san-
grantes, no curso de uma doença grave.
PHOSPHORUS: gengivas que sangram ao menor motivo, no curso de
uma diátese hemorrágica.

e.- Vide também: Abcesso dentário, Aftas, Cáries dentárias, Glossite, Rânula, Odon-
talgias, Parodontite.

GLAUCOMA

Referências clínicas:
Aumento mais ou menos rápido da pressão intra-ocular, causando
risco de degradação da papila óptica e cegueira. Na clínica, observa-se:
elevação da pressão intra-ocular, comprometimento do campo visual, alteração
da papila óptica. O teimo glaucoma abrange duas afecções oculares com
• manifestações clínicas em comum, porém com mecanismos fisiopatológicos
diferentes.
Distinguem-se:
O glaucoma de ângulo fechado (por estreitamento da câmara
anterior, bloqueio pupilar, fechamento do ângulo iridocomeano),
responsável por crises agudas (cefaléias, náuseas, vômitos, di-
minuição maior e brutal da visão, córnea sem brilho, pupila
arreflexiva, em semi-midríase, olho endurecido à palpação).
O glaucoma de ângulo aberto, devido à esclerose do trabeculum,
com diminuição da filtração do humor aquoso; trata-se de uma
doença genética. A descoberta é mais freqüentemente fortuita.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
COLOCYNTHIS 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
230 - GLAUCOMA

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: dores oculares irradiadas à face, do tipo
nevrálgico; sensação de olho muito grande.
BELLADONNA: dores violentas do glaucoma do tipo batimentos com
congestão ocular, midríase, fotofobia intensa, rosto vermelho.
COLOCYNTHIS: dores do glaucoma que melhoram pela pressão
sobre os globos oculares; lacrirnejamento pela dor; sensação de tensão nos
globos oculares, ou sensação de que eles estão anormalmellfe duros; agra-
vamento quando o paciente se curva para frente.
PHOSPHORUS: dores com recidivas; halo em tomo da lâmpada; visão
como se através de um véu; fosfenos; visão que melhora ao crepúsculo ou
quando o paciente põe a mão em viseira; atetose pupilar; retinite com
hiperemia; coroidite; atrofia do nervo óptico; tendência às hemorragias.
PHYSOSTIGMA VENENOSUM: dores nos globos oculares; asso-
ciação a uma paralisia de acomodaçã.o ou a espasmos dos músculos oculares;
miose muito fechada; atetose pupilar; fosfenos; espasmos das pálpebras;
glaucoma após um traumatismo ocular.
PRUNUS SPINOSA: dores nos globos oculares do tipo arrebenta-
mento, laceração, esmagamento; agravamento à noite.
SPIGELIA ANTHELMIA: dores suborbitárias esquerdas; sensação de
olho muito grande, sobretudo o esquerdo; lacrimejamento.

(_. A homeopatia presta serviços nas dores do glaucoma e não para o próprio
glaucoma.

Para uma prescrição mais ampla:


ATROPINUM SULFURICUM: medicamento a tentar quando a
Belladonna, aparentemente bem indicada, não acalma suficientemente as
dores.
AURUM METALLICUM: glaucoma com desenvolvimento de vasos
corneanos; hemiopia (só a metade inferior dos objetos é visível); o paciente
apresenta por outro lado uma hipertensão arterial.
BRYONIA ALBA: sensação de tensão nos globos oculares; agrava-
mento à noite e pelo menor movimento.
COMOCLADIA DENTATA: dores nos globos oculares irradiadas para
trás, portanto para dentro da cabeça; sensação de olho muito grande, sobretudo
o direito; agravamento pelo calor.
GELSEMIUM. SEMPERVIRENS: associação a sintomas neurológicos
(ptose, estrabismo, diplopia), ou oftálmicos (coroidite, descolamento da retina).

e.-. Vide também: Retinite.


GLOSSITE - 231

GLOSSITE
1

Referências clínicas:
Inflamação aguda ou cronica da língua. A causa pode ser local
(infecção, alei·gia, traumatismo de origem dentária, consumo excessivo de
alimentos quentes, fumo, álcool) ou geral (avitaminose, anemia, líquen, aftas,
síndrome de Behcet, etc.). Pode-se constatar uma simples vermelhidão da
extremidade e dos bordos da língua, ou uma língua lisa, placas mucosas ou
ulcerações. Pode-se ver igualmente uma justaposição de zonas vermelhas e
sem papilas, formando a clássica "língua geográfica" ou "glossite esfoliativa
marginada".

Receita-tipo:
. BELLADONNA5 CH,
CANTHARIS 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: glossite de natureza alérgica, língua vermelha e
edemaciada, com ausência de sede.
BELLADONNA: Língua vermelha, quente, inchada e dolorida, com
aspecto de framboesa por inflamação das papilas; boca seca com sede;
adenopatias.
CANTHARIS: língua vermelha, recoberta de vesículas; sensação de
queimação com dificuldade para deglutir líquidos.
MERCURIUS SOLUBILIS: glossite com língua ulcerada, inchada, que
guarda a marca dos dentes; hipersalivação; mau hálito; associação a uma
gengivite.
TARAXACUM OFFICINALIS: língua geográfica ou "glossite esfolia-
tiva marginada", muito sensível ao toque, associada a uma dispepsia; sensação
de bolhas nos intestinos.

<~ A sensação de bolhas nos intestinos é raramente relatada pelos pacientes. Não
impede que ela seja assinalada no estudo experimental (ou patogenesia) do
Taraxacum. Encontra-se, por exemplo, no "Guiding Symptoms" de Hering:
"Movimentos na parte inferior do abdômen como se bolhas se formassem e
estourassem". Aqui, é interessante considerar em termos de confiabilidade da
prescrição: se um paciente se exprime com as mesmas palavras que os
experimentadores, a indicação do medicamento correspondente está reforçada.
232 - GLÚTEN (intolerância ao)

Para uma prescriç~o mais ampla:


LACHESIS MUTUS : língua edemaciada, tremente; dor na raiz da
língua, que provoca a tosse.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais, principalmente a língua geográfica e o herpes de
repetição.

(_. Vide também : Gengivite, Líquen plano.

GLÚTEN (intolerância ao)

Referências clínicas:
A intolerância ao glúten ~ ou doença celíaca, é uma síndrome de má
absorção crônica ligada a uma atrofia das vilosidades intestinais, provocada
pela ingestão de um peptídeo, a gliadina (uma fração do glúten). Encontra-se ·
esta última no trigo e no centeio, em menor grau na cevada e na aveia. A
gliadina age como um antígeno que se liga aos anticorpos para formar um
complexo imune capaz de provocar a agregação de linfócitos "matadores";
estes causam uma destruição das vilosidades intestinais. Dosam-se os
anticorpos antigliadina. Esta doença ocorre em .um terreno genético particular.
Os sintomas de chamada são os transtornos digestivos crônicos (fezes
abundantes, viscosas, com distensão abdominal), anemia e retardo estaturo-
ponderal. O tratamento principal consiste em um regime sem glúten, que causa
a regressão da atrofia das vilosidades.

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
LYCOPODIUM CLAVATUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CHINA RUBRA: diarréia crônica sem dor, porém esgotante; abaula-
mento abdominal global.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: diarréia crônica com abaulamento da
parte inferior do abdômen; estremecimentff no reto antes da defecação; gases
abundantes; espasmo anal; principal medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais, principalmente ..o fato de que se trata de uma criança com
forte personalidade.
GOLPE DE CALOR • 233

SILICEA: dia1Téia crônica; fezes volumosas, de aspecto argiloso, em


"bosta de vaca" expulsas com dificuldades; criança hipotrófica, desminera-
lizada, aprese/lfando um retardo estaturoponderal.

(.- Pode-se perguntar por que são mencionados aqui menos medicamentos que na
rubrica "Diarréia". Trata-se, de fato, dos medicamentos que a experiência clínica
permitiu selecionar como capazes de responder à intolerância ao glúten.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: diaITéia crônica de odor ácido, com lábios
secos e abaulamento abdominal; associação a uma hipocalcemia.
GLIADINE: em 5 CH, três grânulos uma a três vezes ao dia, este
medicamento protege contra os eITos do regime que introduziriam, apesar das
recomendações médicas, a gliadina na alimentação.
NATRUM MURIATICUM: dialTéia crônica com fezes viscosas;
associação ao herpes; anemia.
NATRUM SULFURICUM: dianéia de manhã ao se levantar; na
criança, início da doença na época da introdução das farinhas na alimentação.

(. - Vide também: Crescimento, Diarréia.

GOLPE DE CALOR: vide Insolação

GOLPES: vide Traumatismos e Ferimentos.

GONARTROSE

Referências clínicas:
Artrose do joelho. Ela é, antes de tudo, marcada por dores do tipo
mecânico (agravadas pelo esforço e acalmadas pelo repouso) e um pinçamento
articular. A obesidade e a menopausa são fatores agravantes.

Receitá-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
COLOCYNTHIS 5 CH, ·
.P ETROLEUM 5 CH,
234 - GONARTROSE

três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-


lhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: complicação inflamatória da gonartrose; dores
picallfes que melhoram pelo frio; joelho inchado e rígido por causa de uma
hidrartrose.
BRYONIA ALBA: complicação inflamatória da gonartrose; dores
picantes que melhoram pelo calor, o repouso e a pressão forte; agravamento
pelo menor movimento; joelho inchado e rígido por causa de uma hidrartrose.
CAUSTICUM: caso muito crônico com deformações ósseas e
co/lfraturas; rigidez do joelho; sensação de que os tendões são muito curtos;
estalos nos joelhos ao caminhar.
COLOCYNTHIS : dores tipo câimbras devidas a contraturas muscu-
lares; sensação de que o joelho está frio embora na realidade esteja quente.
KALIUM CARBONICUM: os joelhos bambeiam quando o paciente
sobe ou desce uma escada; dores agravadas quando ele estende o membro
inferior; Kalium carbonicum é freqüentemente indicado quando uma dor, que
parece situada no joelho, vem de fato do quadril.
KALIUM IODATUM: gonartrose crônica co1n efusão sinovial ou
simples sensação de joelho inchado; agravamento das dores à noite.
PETROLEUM: lesão do menisco (medicamento quase específico),
responsável por estalos nos joelhos; joelhos rígidos.

e.-. O conhecimento do Petroleum nas lesões do menisco nos vêm do doutor


Robert Séror ("Por uma auto-observação de lesão de menisco"). A homeopatia
francesa , nº 6, junho 1982, página 379). Ela foi desde então verificada em
numerosas revisões. É assim que, desce o início da homeopatia, a matéria médica
se enriqueceu, a par da experimentação pura que continua primordial, com a
experiência dos clínicos.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: estalos nos joelhos durante a marcha;
transpiração fria nos pés.
CALCAREA FLUORICA: osteófitos importantes; hiperlaxidão liga-
mentar.
CALCAREA PHOSPHORICA: sensação no joelho como se houvesse
entorse.
LEDUM PALUSTRE: joelhos inchados, frios ao toque, com melhora
pelas aplicações frias; marcha tremente, que obriga o paciente a se sentar.
GOUGEROT-SJÓGREN • 235

SULFUR: estalos nos joelhos; dores em queimação; crises inflamatórias


com hidrartrose; joelho vermelho, quente e rígido.
SULFUR IODATUM: medicamento a prescrever em lugar do Sulfur
quando se teme uma reação muito grande desse medicamento.

e.. Vide também : Artrose, Entorse, Sinovite .

GOUGEROT-SJÕGREN: vide Rânula

GOTA

Referências clínicas:
Afecção metabólica caracterizada por depósitos de urato de sódio nos
tecidos, causando manifestações articulares periféricas (mais freqüentemente
agudas, porém algumas vezes crônicas), cutâneas (tofos) e renais (litíase renal.
nefropatia gotosa). A crise de gota está ligada à formação de urato de sódio.
Ela ocorre em pacientes que tenham mais freqüentemente hiperuricemia
idiopática, principalmente o homem pletórico com mais de 50 anos. A taxa de
uricemia está ligada aos aportes exógenos, à capacidade de excreção do ácido
úrico. A produção interna de ácido úrico está ligada ao catabolismo dos ácidos
nucléicos sob ação da xantina-oxidase que transforma as purinas em ácido
úrico. Entre as causas de hiperuricemia secundária, distinguem-se no adulto:
a insuficiência renal crônica, as hemopatias malignas, as hiperuricemias
medicamentosas (principalmente com a pirazinamida, etambutol, aspirina em
baixa dose, diuréticos, ciclosporina e os citolíticos).
A crise de gota em sua forma mais clássica é constituída pelo
comprometimento da articulação metatarsofalangiana do dedão do pé; início
brutal, freqüentemente à noite, por uma dor localizada na base do primeiro
artelho, muito intensa, permanente, aumentada ao menor contato, à menor
mobilização. A pele está tensa, luzidia, vermelha, com aumento do calor local.
As outras articulações que podem ser afetadas são o joelho, o tornozelo, a mão
e o cotovelo. Os fatores desencadeantes . da crise são os traumatismos, o
período pós-operatório, os excessos alimentares e alcoólicos, os primeiros
meses de um tratamento hipouricemiante, o infarto do miocárdio. A punção
articular fornece um líquido inflamatório rico em cristais de urato de sódio.

Receita-tipo:
COLCHINUM AUTUMNALE 5 CH,
236 - GOTA

LEDUM PALUSTRE 5 CH,


NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BENZOICUM ACIDUM: complicações urinárias da gota; as urinas
têm um odor muito forte. espumante como as do cavalo, logo que são
eliminadas; elas empestam o lugar em que permanecem; são de cor castanho-
escuro; pouco abundantes e carregadas em uratos; tofos.
CHINA RUBRA: articulação muito sensível ao toque, hiperestésica,
como indica o agravamento pelo roçar e pelas corre/lfes de ar; melhora pela
pressão forte.
COLCHICUM AUTUMNALE: crise aguda; articulação vermelha,
quente, inchada, hiperestésica, inamovívei; localização típica no dedão do pé,
mas a gota vai de uma articulação para outra; agravamento pelo movimento
e pelo toque; sensibilidade do olfato, principabnente ao odor dos alimentos,
durante a crise (aversão particular pelo odor de ovos e de peixe);. crise no
tempo quente, o que não impede a melhora pelo calor local; associação a uma
litíase úrica e a problemas gastrintestinais.
LEDUM PALUSTRE: a articulação está pálida e fria ao toque; tojos
dolorosos; localização típica no joelho, mas também no tornozelo ou dedão do
pé; eventualmente deslocamento das crises de baixq para cima; agravamento
pelo calor local, melhora por um banho frio; o paciente descobre a articulação
doente.
LYCOPODIUM CLAVATUM: gota crônica; areia vermelha (ácido
úrico) nas urinas, não aderem ao recipiente na qual são coletadas; tofos;
medicamento de fundo em um paciente que apresenta por outro lado uma
dispepsia flatulenta.
NUX VOMICA: gota em paciente friorento apesar do seu aspecto
pletórico, cometendo excessos de todo tipo, principalmente de gorduras e de
álcool; irritabilidade; língua carregada em sua metade posterior; dispepsia
espasmódica; localização preferencial no joelho.
SULFUR: gota em um paciente de aspecto pletórico que comete
excessos de todo tipo, particularmente atraído pelas gorduras e pelo álcool; ele
é jovial, "bon vivant" e está sempre · muito quente; associação eventual ao
diabetes.

r..- Colchicum autumnale foi utilizado no passado em dose ponderai na ·gota antes que
se prescrevesse seu alcalóide, a colchicina, que é seu princípio ativo. Tratar-se-ia
sem dúvida de uma aplicação fortuita do princípio da similitude. Este nos lembra
que no seio do corpo teórico da homeopatia, o infinitesimal (atenuação extrema
GRAVIDEZ • 237

dos medicamentos homeopáticos) é menos importante que a similitude. Pode-se


constatar por outro lado, que para designar o método terapêutico descoberto por
Samuel Hahnemann (1755 - 1843), utilizava-se apenas as duas raízes gregas
homoios (semelhante) e pathos (doença).

Para uma prescrição mais ampla:


ANTIMONIUM CRUDUM: gota associada a problemas gástricos; crise
após ter bebido um mau vinho; agravamento por banho frio.
ARNICA MONTANA: crise de gota; o paciente tem medo de ser
tocado ou esbarrado por causa da sensação de "corpo moído'' que sente; ele
tem a impressão de ter levado uma surra.
BRYONIA ALBA: articulação vermelha, quente, inchada, inamovível;
irritabilidade; agrava-se ao menor movimento; melhora pela pressão forte.
CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo a prescrever por
suas características gerais, principalmente os tofos em um obeso que transpira
na cabeça.
FORMICA RUFA: gota com dores repentinas, móveis, que se deslocam
de uma articulação para outra; as urinas são carregadas de uratos.
LITHIUM CARBONICUM: tofos, com sensação de "corpo moído", em
um paciente obeso; pele seca ·e vermelha nas articulações afetadas; dores dos
músculos da região do coração, de origem reumática.
RHODODENDRON CHRYSANTHUM: crise de gota com agrava-
mento pelo tempo tempestuoso; o paciente receia a chegada da tempestade.
SEPIA OFFICINALIS: areia vermelha nas urinas que adere ao
recipiente em que são coletadas; eretismo circulatório com ondas de calor
emotivas e extremidades frias (ponta do nariz, mãos, pés).

e~ Vide também: Cólica nefrética, Infecção urinária.

GRAVIDEZ: . vide Aborto,


Distocia, Náuseas, Con.seqüências de partos, Varizes

GRIPE

Referências clínicas:
Doença infecciosa aguda devida ao Myxovirus influenzae, muito
contagiosa, sob forma de epidemias ou de pandemias invernais. No plano
238 • GRIPE

clínico, observa-se após dois dias de incubação, uma febre de mais de 40º com
calafrios, cefaléias, dores musculares e articulares, catarro das vias aéreas
superiores com tosse, alteração do estado geral. Tipicamente, a curva térmica
toma a forma do "V gripal": diminuição da febre para cerca de 37ºC ao cabo
de 36 horas, depois nova subida para 39ºC no 3º ou 4º dia. A ela pode se
associar um herpes de surtida. A gripe sobrevem habitualmente sob formas de
epidemias invernais.

Receita-tipo:
OSCILLOCOCCINUM, uma dose desde os primeiros sintomas, a
repetir três horas mais tarde, depois:
EUPATORIUM PERFOLIATUM 5 CH,
GELSEMIUM SEMPERVIRENS 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BRYONIA ALBA: gripe com predominância · dos sintomas nas mu-
cosas, que estão secas; coriza seca, boca seca com lábios rachados, sede
intensa; cefaléia agravada pela tosse ou ao mover os olhos; mialgias agravadas
ao menor movimento; gosto amargo; o paciente está irritável, deseja que o
deixem em paz; complicações brônquicas ou pleurais.
EUPATORIUM PERFOLIATUM: gripe com localização característica
nos ossos, em todo caso as dores são sentidas nos ossos, com sensação como
se estivessem quebrados; prostração generalizada; cefaléia com dores nos
globos oculares; complicações biliosas.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: gripe com localização característica
no sistema nervoso; instalação lenta dos sintomas; cefaléia occipital com
sensação de pálpebras pesadas ou pálpebras objetivamente caídas, o que dá
ao paciente um aspecto embotado; espirros; língua tremente; tremores das
extremidades; febre sem sede; ele deseja que o deixem em paz.
RHUS TOXICODENDRON: gripe com localização característica nos
músculos; mialgias e rigidez muscular que melhoram pelo movimento, por isso
o paciente mexe-se constantemente para se aliviar; localização lombar
preferencial; triângulo vermelho e liso na ponta da língua; herpes concomi-
tante; complicações abdominais, particularmente sob forma de diarréia.

e~ Quando de uma epidemia (gripal, por exemplo) a maior parte dos pacientes tem
necessidade do mesmo medicamento homeopático. O modo reacional é o . mesmo
para todos os indivíduos atingidos, o que permite trabalhar rápido e bem. Não há
GRIPE - 239

necessidade de individualizar os casos, senão no início da epidemia . É assim que


teremos, alguns anos as gripes "Bryonia", e em outros as gripes "Rhus tox.", etc.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: gripe de forma gastrintestinal com coriza
aquosa e escoriante, diarréia fétida; agitação ansiosa com medo da morte; pode
igualmente tratar-se de um caso grave.
INFLUENZINUM: utilizado antes de tudo, como preventivo da gripe;
prescrever em 30 CH (uma dose ou dez grânulos), uma vez por semana de
outubro a abril; também pode ser útil nas conseqüências da gripe.
LACHESIS MUTUS : bronquite que sobrevem nas conseqüências de
uma gripe.
OSCILLOCOCCINUM: a prescrever sistematicamente no início da
gripe, antes mesmo de chegarem os sintomas típicos.

<_. Vide também: Bronquite aguda, Febre, Herpes.


HEMATÊMESE

Referências clíniéas:
Vômitos de sangue provocados por uma lesão hemorrágica localizada .
entre. o ~sôfago e o duodeno. Ela pode ser devida a uma esofagite, uma
gastrite, uma úlcera gastroduodenal, um câncer do estômago, uma hemopatia.

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
IPECA5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: hematêmese de sangue negro com sensação
de queimação no oco do estômago; fezes negras; agitação; face fria; o
paciente não suporta nem a visão nem o odor dos alimentos; a etiologia pode
ser uma hepatite.
CHINA RUBRA: hematêmese com palidez, zumbidos no ouvido,
turvação da vista, lipotimias, fadiga proporcional à importância da privação
sangüínea.
· HAMAMELIS VIRGINIANA: hematêmese devida às varizes eso-
fagianas com sensação de tremores no estômago; hematêmese vicari-
ante.
IPECA: vômitos de sangue vermelho vivo com violentas náuseas e sede,
e, no entanto, a Ungua· está limpa; sensação de estômago relaxado.
PHOSPHORUS: vômitos de sangue vermelho vivo, praticamente sem
esforço, no curso de uma doença hematológica, cirrose · ou icterícia
242 - HEMATOMA

grave; queimações do estômago que melhoram quando o paciente bebe água


gelada.

<,.. A homeopatia não é uma terapêutica heróica afastada da realidade. Ela será dada
aqui em complemento aos tratamentos destinados a facilitar a reconstituição da
massa sangüínea e para tratar a causa.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM NITRICUM: hematêmese devida a uma úlcera do
estômago.
ARNICA MONTANA: hematêmese em conseqüência de um trauma-
tismo no estômago.
BISMUTHUM: medicamento adjuvante no câncer do estômago
acompanhada de hematêmese.
CACTUS GRANDIFLORUS: hematêmese associada a um transtorno
cardíaco.
CROTALl)S HORRIDUS: hematêmese de sangue negro e que não
coagula no curso de uma icterícia com lesões hepáticas graves; Crotalus
horridus é um bom medicamento adjuvante na febre amarela.
ERIGERON CANADENSIS: hematêmese de sangue vermelho vivo
com esforços para vomitar.
MILLEFOLIUM: hematêmese de sangue vermelho vivo sem dor e sem
febre, após sobrecarga muscular.
SECALE CORNUTUM: hematêmese de sangue escuro em um paciente
caquético.

<,.. Vide também: Cirrose, Hemorragias, Hepatite virai, Úlcera gastroduodenal, Vômitos.

HEMATOMA

Referências clínicas:
Coleção sangüínea. em um tecido, resultante de um traumatismo ou
espontânea (em caso de distúrbios da eras~ sangüínea).

Receita-tipo:
ARNICA MONTANA 5 CH,
LACHESIS MUTUS 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
.três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
HEMIPLEGIA - 243

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: hematoma com sensação de machucado após
um golpe; Arnica é um medicamento de traumatismo dos capilares.
LACHESIS MUTUS: hematomas espontâneos, de cor violácea, durante
a 1nenopausa ou no curso de uma doença infecciosa grave.
PHOSPHORUS: hematomas espontâneos no curso de uma doença do
sangue; púrpura .

..- A noção de "traumatismo dos capilares", tal como se encontra na matéria médica da
Arnica montana é uma conclusão que se tira dos sintomas e não um sintoma
propriamente dito. É interessante na homeopatia ter, portanto, a consciência dos
deslizes intelectuais que podem operar na análise dos fatos. Aqui, ela concerne à
fisiopatologia.

Para uma prescrição mais ampla:


BELLIS PERRENIS: conseqüências de intervenção na pequena bacia.
HAMAMELIS VIRGINIANA: hematoma de origem venosa; con-
seqüências de ablação de varizes.

r.- Vide também: Equimoses, Entorse, Hemorragias.

HEMIPLEGIA: vide Acidente vascular cerebral

HEMOFILIA: vide Hemorragia

HEMOPTISE

Referências clínicas:
Eliminação, pela boca, de sangue proveniente da árvore respiratória.
A origem é antes da circulação brônquica, mas pode se tratar igualmen-
te da circulação pulmonar. A causa mais freqüente de uma bronquite
(aguda ou crônica), mas pode igualmente ser identificada: dilatação dos
brônquios, pneumonia, cavidade (abcesso, colonização por Aspergillus,
caverna túberculosa), neoformação (mais facilmente primitiva que
metastática). Pode-se também descobrir infarto pulmonar, insuficiên-
cia cardíaca esquerda (particularmente secundária à estenose mitral),
244 • HEMOPTISE

malfonÍlação arteriovenosa, traumatismo, transtorno da coagulação sangüí-


nea.

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
IPECA5 CH,
MILLEFOLIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a ·me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: hemoptise de sangue vermelho vivo; febre ,
elevada com pulso rápido, palpitações, ansiedade e medo da morte; o paciente
exige atendimento de urgência.
ARNICA MONTANA: hemoptise de origem traumática.
BELLADONNA: expectoração de sangue quente; febre elevada com
calor queimante nas bochechas, midríase, sede, abatimento.
CHINA RUBRA: hemoptise com palidez, zumbidos no ouvido,
turvação da vista, lipotimias, fadiga proporcional à importância da privação
sangüínea.
FERRUM PHOSPHORICUM: pneumopatia congestiva com /Íemoptise,
febre oscilante, ondas de-calor, tosse espasmódica e dolorosa.
· IPECA: hemoptise de sangue vermelho vivo sem esforço, com tosse
espasmódica, náuseas e apesar de tudo língua limpa; hípersialorréia;
bronquite.
MILLEFOLIUM: hemoptise de sangue vermelho vivo por ruptura de
um vaso em um lobo pulmonar congesto, com opressão e palpitações;
hemoptise após a parada das regras ou supressão de hemorróidas.
PHOSPHORUS: hemoptise de sangue incoagulável com sensações
localizadas de queimação (entre as omoplatas, na · palma das mãos);
palpitações quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo.

_. A "febre elevada com pulso rápido, palpitações, ansiedade e medo da morte"


substitui o sinal "hemoptise" no quadro da síndrome sobre a qual se prescreve
tualmente o Aconitum napellus. Assim, é o conjunto dos sintomas que é
habi_
seletivo, mais que o simples rótulo clínico.

Para uma prescrição mais ampla:


ACALYPHA INDICA: tosse seca seguida de expectoração simples-
mente sanguinolenta de manhã, com coágulos negros à noite.
HEMORRAGIAS - 245.

ELAPS CORALLINUS: hemoptise de sangue negro; sensação de frio


no peito após ter bebido; pneumopatia dos ápices pulmonares, mais
especialmente no ápice direito.
NUX VOMICA: hemoptise após uma intervenção nas hemorróidas.

e..- Vide também: Hemorragias, Infarto pulmonar, Tosse.

HEMORRAGIAS

Referências clínicas:
Perdas de sangue por ruptura de um vaso sangumeo. Fora das
circunstâncias traumáticas, as doenças hemorragíparas são de origem vascular
ou hemostática (trombopenia, déficit em vitamina K, déficit do fator VIII).

Receita-tipo:
ARNICA MONT ANA 5 CH,
CHINA RUBRA 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONT ANA: hemorragia de origem traumática, especial-
ment~ após traumatismo dos capilares.
CHINA RUBRA: síndrome de privação sangüínea (zumbidos nos
ouvidos, turvação da visão, lipotirnias, esgotamento, palidez).
HAMAMELIS VIRGINIANA: hemorragia venosa, de sangue escuro,
que coagula mal, com sensação de machucado na região afetada.
LACHESIS MUTUS: no curso de uma doença infecciosa grave,
hemorragia de sangue escuro e decomposto; Lac.hesis mutus é igualmente o
medicamento mais freqüentemente indicado em caso de hematomas es-
pontâneos na época da menopausa.
PHOSPHORUS: principal medicamento adjuvante da "diátese hemor-
rágica", particularmente da hemofilia; o menor ferimento põe-se a sangrar;
hemorragia de sangue que não' se coagula; púrpura. .

e..- Diátese: predisposição mórbida que condiciona o modo reacional do indivíduo. A


diátese não é um encadeamento de doenças, mas um estado patológico unitário,
246 - HEMORRÓIDAS

por vezes latente, comportando diferentes aspectos clínicos que procedem de uma
mesma natureza.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: hemorragia de sangue ve1melho vivo no
curso de uma doenç'! febril.
ARSENICUM ALBUM: hemoITagia no curso de uma doença orgânica
ou infecciosa grave; as secreções são escoriantes e com mau cheiro.
CACTUS GRANDIFLORUS: hemoITagia de sangue negro hipercoa-
gulável com sensação de constricção no órgão que sangra; sensação de coração
em um tomo.
CROTALUS HORRIDUS: hemoITagias de sangue negro e que não
coagula (epistaxe, hematêmese, púrpura, melena); com língua inchada e
tendência à gangrena; elas acompanham principalmente uma lesão grave do
fígado, particularmente no curso da febre amarela.
ELAPS CORALLINUS: hemoITagias de sangue negro sem coágulo
(epistaxe, hematêmese, púrpura) no curso de uma febre infecciosa; língua
inchada; evolução para a gangrena; o estômago parece frio (espontaneamente
ou após a ingestão de bebidas frias).
FERRUM MET ALLICUM: anemia hipocrômica após uma hemoITagia,
com palidez da pele e das mucosas, astenia, dispnéia, palpitações, vertigens,
zumbidos no ouvido, pulso cheio, mas depressível.
IPECA: hemoITagias diversas de sangue vermelho vivo e abundante
com náuseas constantes, violentas, não aliviadas pelos vômitos, salivação
profusa, língua limpa apesar dos problemas digestivos.
SECALE CORNUTUM: hemorragia passiva de sangue negro, fluido e
exsudante.
SULFURICUM ACIDUM: hemorragia de sangue negro por todos os
orifícios do corpo em um paciente alcoolodependente.

e_. Vide também: Anemia, Equimoses, Hematêmese, Hematoma, Hemoptise, Menorra-


gias, Metrorragias, Púrpura, Traumatismos e ferimentos.

HEMORRÓIDAS

Referências clínicas:
Dilatação anormal das veias do ânus e do reto formando um tipo de
tumor varicoso. Conforme tenham, ou não, atravessado a linha anorretalt fa-
la-se de hemorróidas internas ou externas. Fisiopatologia: o plexo hemorroidal
do ânus evolui para a constituição de hemorróidas antes de mais nada por
HEMORRÓIDAS • 247

causa de uma disquesia, ou distúrbio da defecação, que provoque urri aumento


do fluxo sangüíneo e estiramento dos plexos. Numerosos outros fatores podem
ser evocados: sedentarismo, esforços físicos, episódios da via genital, caráter
familiar. As complicações são as dores anais, a procidência hemorroidária, as
retorragias de sangue vermelho vivo após a defecação, a ulceração e a
tumefação azul escuro, dura, que aparece por transparência sob a pele da
margem anal, com edema da mucosa.

Receita-tipo:
JESCULUS HIPPOCASTANUM 5 CH,
LACHESIS MUTUS 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


JESCULUS HIPPOCAST ANUM: grandes hemorróidas externas, de cor
púrpura, que sangram raramente, com se_nsação de reto cheio dé agulhas e
edema do ânus; concomitância de Lombalgias do tipo batimentos e
varicosidades da faringe; agravamento das dores pela postura de pé, e pela
marcha.
COLLINSONIA CANADENSIS: hemorróidas com constipação;
sensação de agulhas dentro do reto; sangramento; hemorróidas que alternam
.com cefaléias, palpitações, dores precordiais, amenorréia; crise hemorroidária
durante as regras, gestação.
HAMAMELIS VIRGINIANA: hemorróidas que sangram facilmente
com fadiga mais importante do que indicaria a perda sangüínea e sensação de
machucado nas veias.
LACHESIS MUTUS: hemorróidas de aspecto violáceo, sensíveis ao
toque; agravamento das dores durante a tosse; trombose hemorroidária
(medicamento quase específico); espasmo anal doloroso após a defecação;
hemorróidas na época da menopausa ou nos pacientes alcoolodependentes.
MURIATICUM ACIDUM: hemorróidas que saem durante a mic-
ção, hipersensíveis ao toque, mesmo o papel higiênico é insuportável; me-
lhora das dores pelos banhos de assento quentes; hemorróidas das crianças
pequenas.
NITRICUM ACIDUM: hemorróidas com fissura anal e sangramento;
dores picantes durante e após a defecação, mesmo se as fezes estiverem moles;
irritabilidade após a evacuação.
NUX VOMICA: hemorróidas internas, congestas, com falsas vontades
de defecar; sangramento; constipação ligada ao . abuso de laxativos; Nux
248 - HEMORRÓIDAS.

vomica é freqüentemente o medicamento de fundo dos pacientes que têm


hemorróidas crônicas; trata-se de um paciente pletórico, mas friorento,
habituado à boa comida; Nux vomica é indicada igualménte nas con-
seqüências de intervenção nas hemorróidas ou de injeções esclerosantes
(espasmos abdominais, vômitos de sangue, hematúria).
P.tEONIA OFFICINALIS: hemorróidas congestivas, com fissura
anal, edema da mucosa ànal, ulcerações e crostas; agravamento das dores ao
toque.
RAT ANHIA: hemorróidas sensíveis ao toque, saindo durante a
defecação; fissuras com dores persistentes várias horas após a defecação, como
se houvesse um pedaço de vidro dentro do reto.

<~ Os cuidados locais podem ser feitos com a pomada e os supositórios de JEsculus
composto.

Para uma prescrição mais ampla:


ABROT ANUM: as hemorróidas sangram desde que o reumatismo
melhore; dores reumáticas após intervenção nas hemorróidas.
ALCE SOCOTRINA: hemorróidas em cacho de uva no curso de um
catarro do reto com emissão de muito muco gelatinoso e sensação de
insegurança do esfíncter anal; as dores são agravadas pela cerveja, melhoram
pelas aplicações frias.
GRAPHITES: hemorróidas com grandes fezes envoltas em muco, dores
queimantes; tendência à constipação; fissuras anais.
IGNATIA AMARA: hemorróidas com dores que melhoram pela
marcha, o que está em conformidade com o caráter paradoxal dos sintomas do
medicamento; espasmo anal doloroso após a defecação, agrava-se em pé,
melhora em posição sentada.
KALIUM CARBONICUM: hemorróidas com dores picantes durante a
tosse, especialmente após o parto.
L YCOPODIUM CLAVATUM: hemorróidas muito sensíveis ao toque;
associação a uma dispepsia flatulenta e a um espasmo anal.
SEPIA OFFICINALIS: hemorróidas com sensação de bolo no reto; não
há melhora quando o paciente defeca; trata-se freqüentemente de uma mulher
que teve várias gestações.
SULFUR: vermelhidão do ânus com exsudação e prurido; diarréia
matinal ou constipação; trata-se de uma pessoa pletórica, jovial e que tem
sempre muito calor.

<~ Vide também: Constipação, Fissura anal, Fístula anal, Prurido anal.
HEPATITE VIRAL • 249

HEPATITE VIRAL .

Referências clínicas:
Inflamação do fígado caracterizada por necrose difusa dos hepatócitos,
provocada por toda uma série de vírus hepatotrópicos. Após uma fase
prodrômica que pode comportar anorexia, sensação de mal-estar geral,
náuseas, vômitos, febre, urticária, artralgias, a forma clínica típica comporta
urinas escuras, icterícia mais ou menos marcante, fígado aumentado de
volume, mas existem formas assintomáticas. As transaminases estão aumenta-
das de forma mais ou menos significativa. Algumas hepatites evoluem para
uma forma crônica (principalmente as hepatites B e C).

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5,
PHOSPHORUS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
'

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: icterícia com dores em queimação na região
epigástrica e no hipocôndrio direito, e fezes de odor pútrido; ansiedade
sentida no abdômen; o paciente não suporta nem a visão nem o odor dos
alimentos; agitação ansiosa; nos casos graves, ele pode ter também he-
matêmese de sangue negro e fezes negras, mas não é preciso reservar o Ar-
senicum album para esta circunstância.
DIGITALIS PURPUREA: icterícia com pulso lento, diarréia com fezes
descoloridas, fígado grande.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: icterícia com prostração, sensação
de embotamento, desejo de repousar tranqüilo; cefaléia de localização
occipital com vertigem; fezes descoloridas.
PHOSPHORUS: icterícia grave com hemorragias de sangue vermelho;
púrpura; fígado s.ensível ao toque; diarréia esgotante, fezes involuntárias, de
odor pútrido; sede por bebidas geladas; evolução para a cirrose.
SEPIA OFFICINALIS: icterícia com fadiga intensa, rosto pálido, olhei-
ras, ondas de calor; sensação de peso · rio hipocôndrio direito; o paciente não
suporta nem a visão nem o odor dos alimentos; desejo por alimentos ácidos.

/ ,,... Contrariamente a uma idéia muito disseminada, o Phosphorus não é o medicamento


"para tudo", sistemático, da hepatite virai. Ele deve ser reservado para os casos em
que se encontram os sintomas que figuram em sua patogenesia. A prescrição
250 • HÉRNIA CRURAL OU INGUINAL

sistemática do Phosphorus pode, no entanto, se justificar, conjuntamente com o


simillimum, no quadro de uma prevenção das hemorragias e da icterícia grave.

Para uma prescrição mais ampla:


BRYONIA ALBA: icterícia com gosto amargo na boca, sede por bebi-
das quentes, desejo de repousar tranqüilo, irritabilidade; dores picantes no hi-
pocôndrio direito, que melhoram quando o paciente está deitado sobre o lado
direito.
CHELIDONIUM MAJUS: icterícia com dores no hipocôndrio direito
in-adiadas para as costas, na mesma altura ou para o ângulo inferior da
omoplata direita; gosto amargo na boca; língua amarela; fezes amarelo ouro
que flutuam na água; urinas escuras; sede por bebidas quentes, particularmente
leite quente.
CROTALUS HORRIDUS: icterícia grave com extravasamentos
sangüíneos; hemoITagias de sangue negro; febre com loquacidade e língua
inchada.
LACHESIS MUTUS: icterícia grave com hemorragias de sangue escuro
e decomposto; sensibilidade do abdômen às cobertas e às roupas; febre com
loquacidade; congestão violácea das bochechas.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: hepatite crônica com fígado atrófico e
dispepsia flatulenta.
MERCURIUS SOLUBILIS: hepatite com icterícia, febre com pre-
dominância noturna, transpiração com mau odor; língua que guarda a marca
dos dentes, hipersial01Téia, mau cheiro do hálito; dores no hipocôndrio direito
com dificuldades para o decúbito lateral direito.
NATRUM MURIATICUM: hepatite crônica; língua geográfica; dores
no hipocôndrio direito agravadas quando o paciente está deitado sobre o lado
dolorido.
PODOPHYLLUM PELTATUM: grande fígado congesto com sensação
de plenitude no hipocôndrio direito; que melhora pela fricção; o paciente
massageia o hipocôndrio direito: diarréia profusa de manhã cedo.

,_.. Vide também: Cirrose, Hematêmese.

HÉRNIA CRURAL OU INGUINAL

Referências clínicas:
Saída de uma parte do intestino, por um orifício natural ou acidental,
para fora da cavidade abdominaL Encontra-se, principalmente, as hérnias
HÉRNIA DE HIATO - 251

umbilical, crural (devida à fraqueza do orifício crural) e inguinal (que segue


o trajeto do canal inguinal). A complicação principal é a h.érnia estrangulada
(constricção de uma hérnia causando um estado de oclusão intestinal).

Receita-tipo:
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


NUX VOMICA: sensação de fraqueza na reg1ao inguinal, de hérnia
iminente; hérnia com dores espasmódicas e língua carregada na sua metade
posterior; COllstipação com llecessidades ineficazes de evacuar; Nux vomica
pode ser prescrita na hérnia estrangulada, durante o período pré-operatório; por
outro lado um antecedente de hérnia tratada cirurgicamente constitui um
argumento suplementar para a prescrição de Nux vomica como medicamento
do teITeno propício.
OPIUM: hérnia estrangulada com parada das matérias fecais e dos
gases e vômitos fecalóides.
PLUMBUM MET ALLICUM: hérnia estrangulada com invaginação
intestinal.

e.- O tratamento previne as complicações, mas não impede a intervenção cirúrgica.

Para uma prescrição mais ampla:


COCCULUS INDICUS: dores na virilha ao se levantar depois de ter
estado sentado; encarceramento de gases no abdômen.
COLOCYNTHIS: dores na virilha com necessidade de se dobrar em
dois; melhora pela pressão sobre a hérnia.
L YCOPODIUM CLAVATUM: a hérnia constitui _um sintoma suple-
mentar do medicamento de terreno propício, a escolher por suas características
gerais, principalmente a dispepsia flatulenta.

e.- Vide também: Constipação.

HÉRNIA DE HIATO

Referências clínicas:
Protrusão de uma parte do estômago acima do diafragma, ou seja, para
a cavidade torácica. Ela pode ser congênita ou secundária a um traumatismo.
252 • HÉRNIA DE HIATO

Em função do volume, pode-se considerar uma hérnia de hiato assintomática


ou a que cause manifestações digestivas (refluxo gastroesofágico, caracteri-
zado antes de mais nada por uma pirose ascendente), respiratórias ou
cardíacas.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
IPECA 5 CH,
IRIS VERSICOLOR 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ARGENTUM NITRICUM: eructações abundantes e sonoras; dores
epigástricas e irradiadas sob as costelas flutuantes esquerdas; agravamento
pelos açúcares (mel, confeitos); ansiedade de antecipação, precipitação; os
pacientes portadores de hérnia de hiato têm freqüentemente a mentalidade do
Argentum nitricum.
IPECA: tosse da hérnia de hiato, com náuseas e língua limpa.
IRIS VERSICOLOR: queimações esofagianas devidas à hipera-
cidez.

e..- A homeopatia é baseada no empirismo, concepção filosófica segundo a qual as


idéias e as informações provêm da experiência, da observação, assim como do uso
dos julgamentos. A experiência clínica mostra-nos que os portadores de hérnia de
hiato têm freqüentemente a mentalidade do Argentum nitricum, sem que se possa
explicar a razão. Aceitar isso como uma verdade, uma conclusão prática, é
compatível com o espírito médico, ainda que a ciência não encontre as respostas
que busca.

Para uma prescrição mais ampla:


ABIES NIGRA: sensação de ovo duro na altura do cárdia.
ASA F<ETIDA: hérnia de hiato com antiperistaltismo esofagiano;
sensação de bolo que sobe do oco epigástrico até a garganta.
• CARBO VEGETABILIS: dores constrictivas no oco epigástrico que
melhoram pelas eructações.
KALIUM CARBONICUM: eructações ácidas; sensação de água dentro
do estômago.

_.. Vide também: Dispepsia, Gastrite, Úlcera gastroduodenal.


HERPES - 253

HERPES

Referências clínicas:
Lesão cutâneo-mucosa de origem virai, caracterizada pela erupção de
pequenas vesículas transparentes circundadas por uma aréola vermelha, em
número variável, mas freqüentemente agrupadas e sempre situadas em uma
área bem localizada. A afecção é devida aos vírus Herpes simplex: HSV 1 que
causa o herpes peribucal, e HSV 2, responsável pelo herpes genital. A
primoinfecção é freqüentemente assintomática, mas pode assumir formas
muito marcantes, ou mesmo graves: gengivoestomatite aguda, angina her-
pética, ceratoconjuntivite aguda, rinite herpética, vulvovaginite, meningite
asséptica, síndrome de Kaposi-Juliusberg. No plano clínico, nas crises
habituais; a erupção se dá sob forma de uma ou várias vesículas (em buquê)
que evoluem para a crosta. A pessoa sente picadas ou sensações de queimação.
Há uma adenopatia satélite. O herpes desenvolve-se no momento das fases de
fraqueza do organismo: exposição ao sol, fadiga, febre, coriza, emoções,
regras. A localização periocular é perigosa para a córnea. É preciso saber
também que 80 a 90% da população é portadora de um dos vírus.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


MERCURIUS SOLUBILIS: vesícula que evolui para a supuração com
adenopatia satélite; herpes corneano que evolui para a ulceração; herpes
genital.
MERCURIUS CORROSIVUS: herpes corneano que evolui para a
ulceração.
MEZEREUM: erupção crostosa esbranquiçada com prurido.
NATRUM MURIATICUM: herpes provocado pela febre (ou "botão de
febre"), por uma ~oriza ou pelo sol, localizado junto à boca; medicamento de
fundo a escolher por suas características gerais, principalmente a língua
geográfica, a alergia ao sol, a necessidade de sal, o agravamento à beira-mar,
o caráter pouco comunicativo do paciente.
RHUS TOXICODENDRON: vesícula circundada por uma aréola
vermelha, pruriginosa; o prurido melhora pelas aplicações de calor.
254 - HERPES CIRCINADO

SEPIA OFFICINALIS: medicamento de fundo a escolher por suas


características gerais, principalmente as ondas de calor emotivas, a aste-
nia matinal, a localização nos órgãos genitais, o caráter catamenial do herpes.

(,... É preciso desconfiar do termo "herpes" tal como encontrado nos antigos livros de
homeopatia, inclusive o repertório de Kent. No século XIX, o termo era empregado
também para designar os "dartros" (erupções descamativas, furfuráceas ou
crostosas provenientes de diversas doenças da pele) além da infecção devida ao
vírus Herpes simplex.

Para uma prescrição mais ampla:


BORAX: primoinfecção herpética sob forma de gengivoestomatite;
aftas muito dolorosas ao contato, que sangram facilmente, com calor seco na
boca . .
CANTHARIS: grande botão de aspecto flictenóide; associação a uma
estomatite.
GRAPHITES: erupção com exsudação que lembra o mel, ou seja,
amarela e viscosa; herpes corneano; associação possível ao eczema úmido.

(, ... Vide também: Febre, Gripe, Septicemia, Úlcera da córnea.

HERPES CIRCINADO

Referências clínicas:
Lesão da pele causada por fungos parasitas do gênero Trichophyton.
Trata-se de placas circulares, bem delimitadas, com contorno rosado ou
vermelho um tanto elevado, oom ligeira descamação, mais freqüentemente nas
áreas descobertas.

Receita-tipo:
BERBERIS VULGARIS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
TELLURIUM METALLICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BERBERIS VULGARIS: herpes circinado que cura a partir do centro
deixando após sua passagem uma pigmentação; prurido agravado pela
coçagem; principal medicamento sintomático.
HIDRARTROSE - 255

SEPIA OFFICINALIS: herpes circinado que cura a partir do centro e


deixa uma pigmentação; medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, principalmente a astenia matinal, a palidez do rosto com
olheiras, e a transpiração emotiva.
TELLURIUM MET ALLICUM: lze1pes circinado com mau odor; as
lesões elementares se superpõem, o que pode tomar difícil o diagnóstico.

(..- O tratamento local com um produto antimicótico é indispensável.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: herpes circinado na época da dentição;
concomitância de uma transpiração dos pés.
GRAPHITES: localização preferencial nas dobras.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: herpes circinado com superin-
fecção microbiana que se estende progressivamente.
TUBERCULINUM: bioterápico do herpes circinado, útil a títulp de
tratamento complementar do medicamento de fundo.

(..- Vide também: Eczema, Micose.

HIDRARTROSE: vide Sinovite

HIDROCELE
1

Referências clínicas:
Efusão de líquido seroso na túnica vaginal de um testículo. A hidrocele
pode ser congênita ou devida a Um traumatismo, uma infecção, um tumor do
testículo. -Ela é habitualmente .indolor. Faz-se o diagnóstico por transilu-
minação.

Receita-tipo:
PULSATILLA 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: hidrocele com cisto.
256 - HIPERTENSÃO ARTERIAL

ARNICA MONTANA: hidrocele de origem traumática.


PULSATILLA: hidrocele de aspecto azulada.

e.. Pulsatilla é um medicamento de "metástases" infecciosas.

Para uma prescrição mais ampla:


ABROT ANUM: hidrocele após o retrocesso de uma erupção, em ·uma
criança de aspecto envelhecido.
· AURUM METALLICUM: hidrocele na criança, com atrofia testicular.
CALCAREA CARBONICA: hidrocele após o retrocesso de uma
erupção; medicamento de fundo a escolher por suas características gerais.
DIGITALIS PURPUREA: hidrocele "histórica", de origem cardíaca,
com pulso lento.
GRAPHYTES: hidrocele após o desaparecimento de uma erupção,
particularmente um eczema.
IODUM: hidrocele çom induração dos testículos.
RHODODENDRON CHRYSANTHUM: hidrocele com orquite.
SILICEA: medicamento de fundo a escolher por suas características
gerais.

e.. Vide igualmente: Orquite.

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Referências clínicas:
Toda pessoa com mais de 18 anos que tenha pressão arterial superior a
160/90 é considerada hipertensa. A hipertensão arterial é mais um fator de
risco das doenças .cardiovasculares do que uma doença. Os co-fatores são a
idade, o sexo, o excesso de peso, as dislipidemias, o diabetes, o consumo de
sal, álcool, fumo, os antecedentes cardiovasculares familiares e pessoais, o
sedentarismo. A hipertensão arterial, quando não tratada, constitui um
problema crônico, ao qual o coração responde por uma hipertrofia do ven-
trículo esquerdo.
A hipertensão é freqüentemente essencial, mas é regra geral fazer uma
avaliação para pesquisar uma hipertensão secundária, especialmente em uma
pessoa jovem. As principais etiologias são: circulatórias (dissecção da aorta
renal, estenose da artéria renal, coarctação da aorta), renais (infecções de
repetição), supra-:-renais (feocromocitoma, hiperaldosteronismo), assim como a
HIPERTENSÃO ARTERIAL - 257

ingestão de alcaçuz e causas iatrogênicas (estrogênios, AINS, corticóides,


simpatomiméticos, ciclosporina).
A par da "pressão-doença" deve-se levar em conta o "efeito jaleco
branco", que corresponde às variações rápidas da pressão arterial de origem
emocional, observadas tanto no normotenso quanto no hipertenso, produzindo-
se quando o médico se aproxima do paciente para examiná-lo. O pico de
pressão desce pouco a pouco, mas 40% deste efeito persiste mais de dez
minutos. Trata-se de um fenômeno de origem psíquica. O "efeito jaleco
branco" é responsável por falsos diagnósticos de hipertensão em cerca de 20%-
dos HTA moderados.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
AURUM METALLICUM 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: crises repentinas de hipertensão arterial do
tipo "efeito jaleco branco", com ansiedade na região precordial, agitação
física e mental, medo de morrer; rosto vermelho; cefaléia com sensação de
cabeça pesada; vertigens ao se levantar da posição horizontal; palpitações
violentas e repentinas; pulso cheio e tenso.
AURUM METALLICUM: hipertensão arterial orgânica com sen-
sação de parada do coração; complicações cardíacas; rosto vermelho;
irritabilidade, tendência à cólera; medicamento de fundo, mais especialmente
indicado para a pessoa hiperativa, que gosta de correr riscos ou para o paciente
melancólico.
BARYT A CARBONICA: hipertensão arterial orgânica em um idoso
ateroesclerótico, que perdeu a memória, de comportamerito infantil; tendência
aos aneurismas.
BARYTA MURIATICA: aterosclerose; tendência aos aneurismas, sem
outro sintoma; em um paciente cujo medicamento de fundo é o Natrum
muriaticum e que é hipertenso é preferível prescrever Baryta muriatica;
Natrum muriaticum poderia perturbar o metabolismo do sal e agravar a
hipertensão arterial.
CRAT.tEGUS OXYACANTHA: hipertensão arterial com coração
hipertrofiado, porém fraco; pulso fraco e irregular; agravamento ao menor
exercício.
258 - HIPERTENSÃO ARTERIAL

GLONOINUM: crise repentina de hipertensão arterial com cefaléia


congestiva e batimentos das carótidas sincrónicos com o pulso; síndrome
confusional, o paciente não reconhece o local em que se encontra;
agravamento pelo calor.
L YCOPODIUM CLA VATUM: hipertensão arterial orgânica; medica-
mento de fundo, a escolher por suas características gerais, principalmente a
dispepsia flatulenta; tendência aos aneurismas.
NUX VOMICA: hipertensão arterial de origem nervosa; crises
repentinas de hipertensão arterial em · um paciente congestivo, porém
friorento, que gosta da boa comida, cometendo excessos de todos os tipos
(álcool, gordura, café, fumo), irritável. ·
PLUMBUM MET ALLICUM: hipertensão arterial orgânica com lesões
das artérias renais e hipertrofia ventricular esquerda; nefrite crônica;
aterosclerose.

e..- O tratamento homeopático permite diminuir progressivamente, e mesmo suprimir, os


anti-hipertensivos, principalmente nos casos que não são orgânicos.

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONN A: crise aguda de hipertensão arterial com importante
hiperemia cerebral, cefaléia pulsante, ranger de dentes, rosto vermelho,
batimento das carótidas.
IGNATIA AMARA: hipertensão arterial de origem nervosa, lábil em
função das contrariedades.
LACHESIS MUTUS: hipertensão arterial na época da menopausa ou
em uma pessoa alcoolodependente; as bochechas estão violáceas; loquacidade
com disparates.
MELILOTUS ALBA: cefaléia do hipertenso que melhora por epis-
taxe.
SERUM D'ANGUILLE: glomerulopatia crônica com hipertensão arte-
rial e proteinúria.
STRONTIUM CARBONICUM: crise de hipertensão com cefaléia e
rosto vermelho; melhora pelas bandagens quentes.
SULFUR: hipertensão arterial em um paciente congestivo e jovial,
eventualmente diabético.
VERATRUM VIRIDE: hipertensão arterial com ameaça de ictus, rosto
vermelho, cefaléia occipital, batimento das carótidas.

e..- Vide tai:nbém: Acidente isquêmico transitório, Acidente vascular cerebral, Angor,
Arterite, Diabetes, Hipotensão arterial, Infarto do miocárdio, Vertígens.
HIPERTIREOIDISMO • 259

HIPERTIREOIDISMO

Referências clínicas:
Hiperfunção da glândula tireóide, que pode ser observada em diversos
quadros nosológicos: doença de Basedow (bócio difuso comumente associado
a uma exoftalmia, fatigabilidade, emagrecimento, eventualmente taquicardia, e
que sobrevem em um terreno geneticamente predisposto); nódulo tóxico
(hipertrofia localizada, autônomo, hiperfuncional, extintivo face ao restante do
parênquima tireoidiano); compara-se o bócio .multinodular heterogêneo
secundariamente tóxico; hipertireoidismo da tireoidite (inflamação do
parênquima tireoidiano); sobrecarga de iodo sobre a glândula sadia (ela
pode ser provocada por numerosos medicamentos entre os quais a amiodarona,
sem esquecer os excipientes que contêm iodo, os desinfetantes iodados, os
produtos de contraste iodados); as causas mais raras são o hipertireoidismo
não auto-imune familiar, o hipertireoidismo ligado aos tumores. O
hipertireoidismo afeta 1 a 2% da população, com nítida predominância no sexo
feminino.

Receita-tipo:
IODUM5 CH,
NATRUM MURIATICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


IODUM: hipertrofia da glândula tireóide que está dura e dolorida, com
sensação de constricção do pescoço; exoftalmia; emagrecimento apesar da
abundante ingestão de alimentos, por hiperfunção do metabolismo geral; o
paciente fica ansioso e agitado se não comer; ele não tolera o calor; evolução
possível, na ausência de tratamento, para complicações cardíacas (taquicardia
com palpitações ao menor exercício e sensação de coração em um tom~).
LYCOPUS VIRGINICUS: bócio exoftálmico com complicações
cardíacas; taquicardia, extra-sístoles, sensação de constricção precordial, pulso
rápido e irregular.
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente a magreza apesar de
comer bem, a necessidade de sal, a tendência ao herpes, o agravamento à
beira-mar, o caráter pouco comunicativo do paciente; freqüentemente
260 - HIPERTROFIA BENIGNA DA PRÓSTATA

indicado nos pacientes "que nunca se sentem bem depois" de uma intervenção
na tireóide.
SPONGIA TOSTA: bócio duro com sensação de calor na tireóide,
sufocação ansiosa à noite; palpitações com dores no peito e tosse "de ca-
chorro".

e.-. Os hormônios tireoidianos são aminoácidos iodados. A presença de iodo na tireóide


ajuda a compreender a importância do lodum nessa patologia. Assim como a do
Natrum muriaticum se explica pelo medicamento ser preparado a partir do sal
marinho não refinado, ou seja, contendo iodo. Spongia tosta, a esponja calcinada,
contém igualmente o iodo.

Para uma prescrição mais ampla:


BELLADONNA: hipertii:eoidismo .extremo, com exoftalmia, olhos
brilhantes, midríase, pulso cheio e rápido.
CALCAREA IODATA: hipertireoidismo com importantes .adenopatias
cervicais.
FERRuM IODATUM: hipertireoidismo com exoftalmia, anemia, ·
magreza em conseqüência da supressão das regras.
SPIGELIA ANTHELMIA: palpitações tão violentas que os batimentos
cardíacos são visíveis através das roupas e audíveis.
THYROIDEA: em dinamização média (7 CH), esse medicamento ajuda
a regulação da função tireoidiana, porque sua fonte contém iodo .

.,- Vide também: Extra-sístoles, Hipotireoidismo.

HIPERTROFIA BENIGNA DA PRÓSTATA

Aumento de volume do tecido glandular da próstata, associado a


transtornos miccionais irritativos (polaquiúria_, vontades imperiosas, nictúria) e
obstrutivos (disúria, retardo da micção, diminuição da quantidade e da força
do jato urinário, gotas residuais, sensação de micção incompleta). Existem
problemas do esvaziamento da bexiga que podem ser avaliados pela existência
de .um resíduo pós-miccional. Ao toque retal, a próstata está aumentada de
volume, com uma consistência elástica, e desapareciµiento freqüente do sulco
mediano. Os episódios de retenção aguda podem ser observados quando o
paciente está retido ou permanece imobilizado por niuito tempo: Eles podem
igualmente ser desencadeados pelo frio, · por anestésicos, medicamentos
anticolinérgicos e simpaticomiméticos, e igualmente pela ingestão de álcool.
HIPERTROFIA BENIGNA DA PRÓSTATA • 261

Receita-tipo:
DIGITALIS PURPUREA 5 CH,
SABAL SERRULATA 5 CH,
SELENIUM MET ALLICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CHIMAPHILA UMBELLAT A: este medicamento agiria classicamente
sobre o catarro vesical do idoso prostático; ele pode ser útil também nas
infecções urinárias de repetição em um prostático com retenção urinária; o
paciente urina em pé, inclinado para frente, com as pernas afastadas; ele tem
que fazer força para urinar; as urinas contêm muco; grande próstata percebida
sob forma de sensação de uma bola no períneo.
CONIUM MACULATUM: próstata endurecida com sensação de peso
no períneo;jato intermitente da urina.
DIGITALIS PURPUREA: hipertrofia senil da próstata com retenção
urinária; violentas necessidades de urinar, micção gota a gota, especialmente à
noite; sensação de bexiga ainda cheia após a micção.
SABAL SERRULATA: grande próstata com disúria; dores genitais
durante o coito.
SELENIUM METALLICUM: perdas seminais em posição sentada,
andando e durante a evacuação; disfunção erétil ligada ao prostatismo (não há
ereção, mas o desejo sexual está conservado); perda de urina após a defecação
e a micção; a micção pode ocorrer gota a gota.
SEPIA OFFICINALIS: grande próstata com sen~ação de estar sentado
sobre uma bola; infecções urinárias de repetição; fadiga, palidez, olheiras.

e..- Sabal serrulata (uma palmeira anã originária dos Estados Unidos) foi chamada pelos
antigos homeopatas americanos como "o cateter -homeopático".

Para uma prescrição mais ampla:


BARYTA CARBONICA: endurecimento da próstat_a em um idoso
aterosclerótico.
FERRUM PICRICUM: hipertrofia da próstata com freqüentes micções
noturnas e dores agudas no colo da bexiga.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: infecções urinárias de repetição com
litíase úrica em um prostático. ·
P AREIRA BRAVA: hipertrofia da próstata com cistite crônica;
necessidade incessante de urinar com micção em posição genupeitoral; ·dores
· uretrais que se irradiam à glande e às· coxas. ·
262 - HIPOCONDRIA

ST APHYSAGRIA: mieção imperiosa, mas que se faz gota a gota; dqres


na uretra, que cessam durante a micção; sensação de gota de urina que restou
na uretra após a micção; este medicamento também pode ser útil em caso de
irritação do esfíncter vesical após a passagem de uma sonda.
THUY A OCCIDENT ALIS: hipertrofia e induração da próstata;
concomitância de condilomas genitais; obesidade ginóide.

(..- Vide também: Disfunção erétil, Infecção urinária, Prostatite.

HIPOCONDRIA

Referências clínicas:
Síndrome mental constituída por inquietações excessivas e angustiantes
a respeito do funcionamento do corpo e da saúde. A pessoa está preocupada
consigo mesmo. Queixa-se de numerosos sinais físicos (dores, tosse ocasional,
feridas) . Relata também sensações nonnais, porém aumentadas, a propósito de
suas funções corporais (transpiração, trânsito digestivo, etc.). O exame clínico
e paraclínico é negativo. O menor sintoma é interpretado como prova da
existência de uma doença grave. A pessoa está muito infonnada no plano
médico, critica o médico que não encontra nada, e pratica o nomadismo
médico. Descreve minuciosamente seus sintomas, exige exames paraclínicos
em série, custa a crer naqueles que tentam tranqüilizá-la. Na fonna típica, não
tem nenhuma consciência da natureza do seu problema. Acha, ao contrário,
que os médicos não a levam a sério, que não fizeram todas as investigações
necessárias. Uma variante clínica é o delírio hipocondríaco (que pode ser
encontrado nos paranóicos, melancólicos e esquizofrênicos).

Receita-tipo:
NATRUM MURIATICUM 7 CH,
PHOSPHORUS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usu~l:


ARGENTUM NITRICUM: fobia do mal-estar, da síncope, especial-
mente em lugares estreitos; claustrofobia que obriga o paciente, ao menor
sintoma, a sair precipitadamente do local em que se encontra; vertigem das
alturas; ansiedade de antecipação, tremores.
NATRUM MURIATICUM: o paciente não relata facilmente seus
sintomas à sua família nem ao médico, mas pensa neles todo o tempo, os
HIPOCONDRIA - 263

reexamina meticulosamente; não gosta que o questionem; tendência fobo-


obsessiva; está preocupado sobretudo com sua constipação; Natrum muriati-
cum é um indivíduo que intelectualiza .seus problemas, tem vontade de
encontrar a causa de cada um dos pequenos sintomas que apresenta.
PHOSPHORUS: o paciente está preocupado com qualquer sintoma,
mesmo o mais benigno; tem muitos, e dá a impressão de "exagerar"; medo de
doenças, da menor sensação que julga anormal; Phosphorus é o próprio
exemplo do indívíduo. que freqüenta médicos, não pára de enumerar as queixas
quando da consulta, de pedir numerosos exames paraclínicos; telefona antes
para falar do seu caso, lembra no dia seguinte à consulta de mais sintomas
para acrescentar; trata-se de um paciente muito aberto, que gosta de se
comunicar.

e.,. A homeopatia não cura propriamente os sintomas neuróticos, mas atenua seu
caráter penoso. De algum modo o paciente domina sua neurose ao invés de ser
dominado por ela em sua vida diária.

Para uma prescrição niais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: medo de sufocar.
ARSENICUM ALBUM: hipocondria em um paciente maníaco; sempre ·
pessimista, ele tem medo da morte; está convencido de que seu caso é
desesperador e critica o médico.
AURUM METALLICUM: sentimento de abandono; paciente me-
lancólico e suicida.
LILIUM TIGRINUM: medo de ter uma doença orgânica, particular-
mente uma doença do coração; agravamento pela consolação.
NITRICUM ACIDUM: ansiedade em relação à sua saúde; trata-se de
um paciente misântropo, irritável, resmungão, muito rancoroso, não supor-
tando manifestações de simpatia, insensível às desculpas.
NUX VOMICA: o paciente é um sedentário preocupado com seus
sintomas digestivos; irritável e impaciente.
PULSATILLA: paciente doce, gentil, dócil; gosta de que se interessem
por ele, que se apiedem do seu caso, eis porque tem queixas de ordem médica;
conta facilmente seus sintomas, enrubesce e chora ao contá-los.
ST APHYSAGRIA: o paciente está preocupado sobretudo com seus
sintomas geniturinários; fica hipocondríaco depois de um insulto que não
mereceu, um evento durante o qual ele guardou para si o· que gostaria de ter
dito.
SULFUR: síndrome hipocondríaca após o retrocesso de uma erup-
ção.

e.,. Vide também: Ansiedade, Depressão nervosa, Pânico, Fobias.


264 • HIPOTENSÃO ARTERIAL

HIPOTENSÃO ARTERIAL

Referências clínicas:
Baixa da pressão arterial a menos de 100 mm de mercúrio. Ela pode ser
responsável por vertigens às mudanças de posição, por lipotimias e mesmo por
síncopes ligadas à isquemia cerebral passageira.

Receita-tipo:
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CAMPHORA: hipotensão no curso de um colapso cardiovascular.
NAJA TRIPUDIANS: hipotensão arterial associada a um sopro
cardíaco de origem valvular; palpitações que impedem de falar; pulso
lento.
SEPIA OFFICINALIS: principal medicamento de fundo a escolher por
suas características gerais; vertigens às mudanças de posição, por exemplo, ao
se levantar da cama; astenia matinal que melhora pelo exercício e pela
distração.
TUBERCULINUM: hipotensão arterial lábil com vertigens, astenia e
dispnéia quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo; tendência a
sentir frio facilmente.

_. Pode-se atribuir dois sentidos à expressão "medicamento de fundo": aque-


le de "medicamento de terreno" e aquele de "tratamento que age em pro-
fundidade".

Para uma prescrição mais ampla:


CACTUS GRANDIFLORUS: hipotensão arterial com sensação de
coração em um tomo, no curso de uma crise de angina; aneurisma.
VERATRUM ALBUM: hipotensão arterial com colapso cardiovascular
e suores frios.
VISCUM ALBUM: hipotensão arterial associada a um sopro cardíaco
de origem valvular; palpitações durante as relações sexuais; tendência a sentir
frio facilmente.

e_. Vide também: Hipertensão arterial, Lipotimia.


HIPOTERMIA - 265

HIPOTERMIA

Referências clínicas:
Diminuição da temperatura corporal abaixo de 35ºC. Uma hipotermia
acidental pode ser observada em caso de naufrágio, avalanche, queda de um
veículo na água, etc. A duração da exposição desempenha um papel maior. A
intervenção de urgência de uma equipe de resgate é necessária. Pode-se recear
duas complicações: a fibrilação ventricular, o agravamento secundário da
hipotermia, ou "after-drop". A hipotermia não acidental pode ser observada na
clínica no curso da hipoglicemia e de certas doenças infecciosas.

Receita-tipo:
CARBO VEGETABILIS 5 CH,
três grânulos de dez em dez minutos até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CARBO VEGETABILIS: hipotermia antes de uma crise de hipertermia;
cabeça quente e corpo frio.

e.- A indicação de Carbo vegetabilis na hipotermía antes de uma crise de hipertermia


decorre de uma observação clínica, sem valor estatístico, que o autor pôde fazer em
duas ou três oportunidades.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: hipotermia com agitação e esgotamento
ansioso.
CAMPHORA: a pele está fria ao toque, e apesar de tudo, o paciente
recusa ser coberto.

e.- Vide também : Febre.

HIPOTIREOIDISMO

Referências clínicas:
Insuficiência da secreção hormonal tireoidiana, habitualmente de
origem ti.reoidiana (após tireoidite, déficit de iodo ou pós-terapêutico),
mas algumas vezes devido a um déficit do eixo talâmico hipofisário. O
diagnóstico baseia-se num aumento do TSH e na diminuição do T4 livre. O
quadro clínico completo forma mixedema com infiltração difusa dos
266 - HISTERIA

tegumentos (particularmente rosto inchado), alopecia difusa, perda da ponta da


sobrancelha, pele rugosa, ganho de peso, frialdade, bradicardia, constipação,
alterações do ciclo menstrual, transtornos sexuais (frigidez, disfunção erétil),
intolerância ao frio, lentificação do psiquismo. No plano terapêutico, é
compensado pela prescrição de hormônios tireoidianos.

Receita-tipo:
GRAPHITES 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: hipotireoidismo com bócio, em um
paciente obeso, que transpira na cabeça, medroso, lento; as regras vêm
adiantadas e abundantes.
GRAPHITES: hipotireoidismo, e mesmo mixedema, com obesidade em
um paciente queixoso, triste, indeciso, friorento; as regras são pouco
abundantes e atrasadas.
>-- THUYA OCCIDENTALIS: tendência a excrescências diversas; perda
da ponta da sobrancelha; lentidão da ideação.

(_. A substância de base da Calcarea carbonica é o carbonato de cálcio (CaC03)


tirada da camada média da concha da ostra, portanto um carbono impuro.
Graphites (a fonte de chumbo) corresponde à forma cristalina do carbono
quase puro, ligeiramente misturado com o ferro. As duas fontes são vizinhas e,
portanto, há nuances clínicas importantes de uma a outra, particularmente nas
regras.

Para uma prescrição mais ampla:


BARYT A CARBONICA: hipotireoidismo com bócio prejudicando a
respiração em um paciente em estado de r~tardo mental:
THYROIDEA: em baixa dinamização (5 CH), contribui para a
estimulação da glândula tireóide.

e.- Vide também: Alopecia, Hipertireoidismo.

HISTERIA

Referências clínicas:
Este distúrbio psíquico associa sintomas particulares, ditos . "de
conversão" e um certo tipo de personalidade. Os sintomas de nível somático
HISTERIA • 267

podem ser problemas motores do tipo paralisias e contraturas musculares mal


sistematizadas no plano neuro-anatômico, alterações sensitivas (anestesias
superficiais ou profundas, hiperestesias. sendo a mais clássica o "prego
histérico" de Sydenham, algias de localização variável); alterações sensoriais
(auditivas, visuais, etc.), distúrbios neurovegetativos (espasmos faríngeos que
formam o "bolo esofagiano", vômitos incoercíveis, espasmos respiratórios,
tosse nervosa, espasmos da bexiga com retenção de urina ou enurese,
vaginismo, "grande ventre histérico", formado por espasmos do diafragma e
timpanismo abdominal). Os sintomas mentais podem ser alterações da
memória (amnésia psicogênica, ilusões da memória e fabulações , particular-
mente falsas lembranças de cenas infantis de sedução e violação), uma inibição
intelectual (incapacidade de efetuar um esforço intelectual, desinvestimento da
vida psíquica e relacional), alterações da vigilância (sonambulismo), transtor-
nos dissociativos da identidade (personalidades múltiplas , segunda condição).
Na histeria, observam-se igualmente elementos de sedução e de manipulação
dos familiares e do médico. O problema manifesta-se classicamente sob forma
de crises com aspecto teatral ou de personalidade histérica com as ca-
racterísticas acima.

Receita-tipo:
IGNATIAAMARA 7 CH,
MOSCHUS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia (a cada 15
minutos em crise aguda).

O essencial para a receita usual:


ACT.tEA RACEMOSA: histeria durante as regras; loquacidade; dorsal-
gias do tipo câimbras; alternância de sintomas mentais e físicos, quando a
paciente sofre fisicamente seu equilíbrio mental melhora. ·
CROCUS SATIVUS: histeria com demonstrações afetuosas, exu-
berância, tendência a rir, cantar, assobiar, saltar, dançar; o paciente abraça
facilmente seus familiares; humor cambiante, alternância de tristeza e de
hilaridade; sensação de alguma coisa viva dentro do ventre.
IGNATIA AMARA: humor cambiante ("saltos de humor") em uma
paciente introvertida e que tem necessidade de manipular o meio (inclusive o
médico!); busca discussão após um período de ruminação silenciosa; agra-
vamento pela consolação; lipotimia; antecedentes de espasmos do soluço;
opressão respiratória com facilidade a puxar suspiros, sensação de bolo na
garganta, pequena tosse irritativa de natureza histérica; paralisia histérica com
impossibilidade de andar; agravamento pelos odores (perfumes, fumo) e pelo
café; cefaléia do tipo prego.
268 - HISTERIA

MOSCHUS: grande crise aguda de histeria do tipo "Charcot", com


comportamento teatral, tendência a desmaio e convulsões histéricas de nível
espetacular; riso incontrolável, opressão respiratória; palpitações; sensação de
bolo na garganta; soluço; frialdade durante a crise.
PLATINA: histeria em um paciente sedutor, altivo, orgulhoso, olhando
todos do alto, desdenhoso.
VALERIANA OFFICINALIS: humor cambiante; pseudo-reumatismo
de natureza histérica provocando lipotimias; sensação de fio pendente na
garganta; abaulamento abdominal; melhora pelo movimento.

l_. A sensação de bolo na garganta não deve causar sistematicamente a prescrição de


lgnatia. No repertório de Kent, este sintoma corresponde a 120 medicamentos. É o
conjunto dos sintomas do paciente que importa na decisão, e permite escolher o
bom.

Para uma prescrição mais ampla:


ASA FCETIDA: histeria em conseqüência da parada de um corrimento;
sensação de bolo que sobe do cárdia à garganta, obrigando o paciente a
engolir; cefaléia histérica.
ASARUM EUROPAEUM: histeria com hiperacusia.
CASTOREUM: crise de histeria com espasmos abdominais e . suores
frios .
COCCULUS INDICUS: tendência às paralisias; paciente na fronteira da
histeria e da espasmofilia; conseqüências da perda do sono.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: trismos, ou retenção de urina de
origem histérica.
LACHESIS MUTUS: histeria na época da menopausa.
NUX MOSCHATA: histeria com sonolência irresistível; boca seca sem
sede.
PULSATILLA: histeria quando da puberdade com humor cambiante; o
paciente é tímido, medroso; ele tem necessidade de que se ocupem dele;
melhora pela consolação.
SUMBUL: palpitações histéricas com sensação de coração batendo
dentro da água; o quadro geral é por outro lado muito próximo daquele do
Moschus.
T ARENTULA HISP ANA: vontade de dançar, sobretudo quando o
olham ou o tocam; melhora pela música.

(_. Vide também: Ansiedade, Memória.


1
IMPETIGO

Referências clínicas:
Infecção cutânea de origem bacteriana, intra-epidérmica, situada no
rosto e nas mãos. Observada principalmente na criança, sob forma de pústulas
que deixam escapar um líquido que se transforma em crostas amareladas, que
recobrem uma ulceração vermelha. É devida aos germes piogênicos
(Staphyfilococcus aureus, e mais raramente Streptococcus A).

Receita-tipo:
GRAPHITES 5 CH,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
MEZEREUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


GRAPHITES: impetigo com exsudação semelhante ao mel.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: exsudação amarela, com mau
cheiro; pele_ sensível ao toque; a infecção se propaga em mancha de óleo.
MpZEREUM: crostas brancas sob as quais há pus; prurido agravado à
noite e pelo calor.

e..- Hepar sulruns calcareum é preparado a partir de uma mistura de flor de enxofre e da
camada média da concha de ostra. Trata-se de um preparado original de
Hahnemann, que tem como base duas substâncias de uso homeopático, Sulfur e
Calcarea carbonica.

Para uma prescrição mais ampla:


MERCURIUS SOLUBILIS: impetigo no couro cabeludo com adenopa-
tias cervicais.
270 - IMPOTÊNCIA

RHUS TOXICODENDRON: vesícula circundada por uma aréola


vermelha.

(_. Vide também: Dermite das nádegas.

IMPOTÊNCIA: vide Disfunção erétil

INDIGESTÃO: vide Dispepsia

INFARTO DO MIOCÁRDIO

Referências clínicas:
Necrose isquêmica de uma parte do músculo cardíaco com anoxia
celular, como conseqüência da oclusão trombótica de uma artéria coronária.
Esta é devida à ruptura brutal de uma placa de ateroma e à formação
secundária de um coágulo por plaquetas. O infarto é revelador da doença
coronariana em 40% dos casos. No plano clínico, o infarto do miocárdio
manifesta-se por uma dor constrictiva retroesternal, eventualmente com
irradiação ao maxilar, aos braços, à região interescapular. Prolongada_(mais de
20 min), intensa, resistente à 'trinitrina, angustiante, ela é acompanhada de
sinais gerais (transpiração, lipotimia, náuseas). Ao exame, o pulso pode estar
filiforme, a pressão arterial é variável. Pode haver alterações do ritmo. As
formas atípicas são freqüentes: formas pseudodigestivas, formas indolores,
silenciosas (20% dos infartos). O eletrocardiograma mostra principalmente
uma subdecalagem do segmento S~, e em um segundo tempo uma onda Q de
necrose. Ele confirma a necrose, sua extensão, os eventuais distúrbios do ritmo
e da condução associados. No plano biológico, encontra-se um aumento da
creatina fosfoquinase (CPK) e das transaminases.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
LATRODECTUS MACTANS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância de 15 em 15 minutos, enquanto se
institui o tratamento alopático necessário.
INFARTO PULMONAR - 271

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: dor importante no peito, irradiada para o
braço esquerdo; pulso cheio, duro, tenso; ansiedade precordial com agitação
física e grande medo da morte.
LATRODECTUS MACTANS: a patogenesia do medicamento reproduz
quase completamente o quadro clínico do infarto do miocárdio; dores
precordiais violentas com irradiação à axila, ao membro superior esquerdo e
ao abdômen, opressão, estado de ·choque, hipotensão, pulso fraco; pode-se
prescrever sistematicamente nas conseqüências de um infarto do miocárdio.
LAUROCERASUS: ameaça de infarto; o paciente leva a mão à região
precordial; tosse de origem cardíaca; os líquidos escoam no esôfago com um
ruído hidroaéreo.
HIDROCYANICUM ACIDUM: estado de colapso com coração fraco,
pulso irregular, quase imperceptível, dores; os líquidos escoam no esôfago
com um ruído hidroaéreo; cianose.

e.. As sementes de loureiro-cereja contêm heterosídeos que se hidrolisam sob forma de


ácido cianídrico, donde as patogenesias muito próximas do Laurocerasus e do
Hydrocianicum acidum.

Para uma prescrição mais ampla:


SPIGELIA ANTHELMIA: distúrbios do ritmo após o infarto; pal-
pitações violentas, que elevam as roupas.

e.. Vide também: Angor, Hipertensão arterial.

INFARTO PULMONAR

Referências clínicas
Infiltração de uma parte do parênquima pulmonar pelo sangue
extravasado, secundária a uma oclusão tromboembólica da artéria pulmonar.
Em um contexto particular (conseqüências de intervenção cirúrgica, ou no
curso de ~ma tlebite), o paciente apresenta os seguintes sintomas: dor torácica,
dispnéia, tosse, hemoptise, eventualmente síncope. O prognóstico depende da
importância da área infartada e daquela dos distúrbios funcionais cardior-
respiratórios.

Receita-tipo: ·
LACHESIS MUTUS 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
272 - INFECÇÃO URINÁRIA

três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-


!hora.

O essencial para a receita usual:


BOTHROPS LANCEOLATUS: expectoração de sangue escuro e que
não coagula; dores precordiais; prescrição quase sistemática.
LACHESIS MUTUS: expectoração de sangue escuro e muito fluido;
medicamento muito próximo do Bothrops nesta indicação; prefere-se Lachesis
se forem encontrados sintomas típicos como a cianose sob forma de bochechas
violáceas ou a dispnéia agravada pelo toque na laringe.

(.. Bothrops lanceolatus (bothrops ponta de lança) e Lachesis mutus (lachesis muda)
.. são venenos de .cobras. Como todos os venenos, eles são, antes da diluição,
hemotóxicos e neurotóxicos.

Para uma prescrição mais ampla:


PHOSPHORUS: expectoração de sangue; dores queimantes no peito e
na palma das mãos; opressão do peito agravada quando o paciente está deitado
sobre o lado esquerdo.

(. . Vide também: Hemoptise, Flebite.

INFECÇÃO URINÁRIA

Referências clínicas:
Numerosos germes podem ser responsáveis pela infecção unnana,
particularmente Escherichia coli, Proteus, Klebsiella, etc. Distingue-se a
infecção urinária baixa ou cistite, e a infecção urinária alta ou pielonefrite. A
crise de cistite aguda comporta os seguintes sintomas: polaquiúria,
queimações miccionais, piúria, eventualmente hematúria terminal. A cistite
recidivante é definida pela ocorrência de pelo menos quatro crises no ano. A
pielonefrite é a infecção do parênquima renal e da via excretora do rim. Ela
comporta uma febre elevada com sintomas gerais (calafrios, náuseas, vômitos),
dores lombares unilaterais agravadas à palpação da fossa lombar, queimações
miccionais, micções imperiosas. Os fatores predisponentes urinários são as
relações sexuais, a utilização de um diafragma contraceptivo, toalete anal
insuficiente. Alguns consideram: um regime rico em sodas, vestes sintéticas e
apertadas, a utilização intempestiva de sabões. Pesquisa-se igualmente a
presença de diabetes, de antecedentes de irradiação pelos raios X, ou uma
INFECÇÃO URINÁRIA • 273

hipertensão arterial. A avaliação inclui uma ecografia renal e vesical, e uma


cistoscopia conforme o caso.

Receita-tipo:
CANTHARIS 5 CH,
COLIBACILLINUM 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de ~ada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CANTHARIS: cistite aguda ou subaguda, com sensação violenta de
queimação ou de corte · na bexiga e uretra, que se manifesta antes, durante e
após a micção; necessidade incessante de urinar; dores no meato urinário;
urinas raras com micção gota a gota porque a micção agrava as dores;
hematúria; concomitantes eventuais, as dores dos espaços renais, um tenesmo
retal, excitação sexual; pielonefrite com os mesmos sintomas.
CHIMAPHILA UMBELLATA: cistite crônica no prostático; o pa-
ciente só consegue urinar de pé, inclinado para frente, com as pernas afas-
tadas; ele tem que fazer força para urinar; suas urinas contêm muco espesso,
algumas vezes sangrante; grande próstata percebida sob forma de uma
.sensação de bola no períneo.
COLIBACILLINUM: bioterápico correspondente a um dos princi-
pais agentes microbianos da infecção urinária, útil a título de medica-
mento complementar do medicamento de fundo nas infecções urinárias de
repetição.
LYCOPODIUM CLAVATUM: cistite crônica ou infecção urinária de
repetição com poliúria noturna; jato lento par~ vir; sensação de peso da
bexiga; calafrios durante a micção; queimações da bexiga após a micção;
associação à gota; sedimento vermelho que não adere às paredes do recipiente
no qual é coletada a urina (litíase úrica); estas têm odor forte; prostatismo.
MERCURIUS CORROSIVUS: cistite aguda com tenesmo vesical
intenso (mais violento que o do Cantharis) e necessidade incessante de urinar;
micção gota a gota com sensação de queimação na bexiga; albuminúria,
hematúria; as urinas contêm igualmente cilindros epiteliais; elas estão escuras
ou verdes.
PAREIRA BRAVA: cistite crônica com necessidade incessante de
urinar; a micção só pode acontecer em posição genupeitoral e ainda se trata
de uma micção gota a gota acompanhada de grandes esforços; dores uretrais
irradiadas à glande e às coxas; as urinas são escuras; elas contêm muco e
sangue; litíase úrica.
274 - INFECÇÃO URINÁRIA

SARSAPARILLA: cistite crônica, dores na bexiga e na uretra ao fim


da micção; urinas raras, floculosas, contendo areias, ar e pus, sobretudo ao
final da micção; o paciente urina mais facilmente de pé do que sentado;
calafrio que se origina a partir do colo vesical após a micção.
SEPIA OFFICINALIS : infecções urinárias de repetição com sensação
de peso da bexiga, ou de bexiga que tomba para o lado sobre o qual o
paciente está deitado; as urinas têm odor forte; elas contêm um sedimento
vermelho aderente às paredes do recipiente no qual são coletadas; cistites de
repetição durante a gravidez; prostatismo com sensação de bola no períneo;
astenia matinal, palidez e olheiras, que melhora pelo exercício e pela distraç,ão.
ST APHYSAGRIA: falsa cistite de origem nervosa após uma contrarie-
dade repetitiva ou após as primeiras relações sexuais; as dores na bexiga e na
uretra cessam durante a micção e retornam depois; sensação de ter
permanentemente uma gota de urina no canal da uretra.
TEREBINTHINA: cistite aguda com pielonefrite; tenesmo vesical com
dores do tipo queimação nos espaços renais; urinas raras, cor de borra de
café, odor de violeta, contendo albumina, cilindros, sangue.
UVA URSI: catarro crônico da bexiga com . urinas purulentas,
contendo pus e sangue e que sedimentam; elas .têm um aspecto lodoso; podem
estar verdes; dores do tipo queimação após a micção.

r..- A posição na qual o Pareira brava pode urinar evoca as sutilezas do Interrogatório
de uso homeopático assim como o grau de intimidade que deve haver entre o
médico e o paciente para chegar a tais detalhes. A isso chega-se mais facilmente
estando atento às "pequenas frases que dizem muito". Quando um paciente declara:
"Não sei porque você diz isso", ou "Você vai rir", ou ainda "É curioso mais .. .", é bom
estar com o ouvido atento. Ele vai sem dúvida nos falar de um sintoma interessante
e importante.

Para uma prescrição mais ampla:


BENZOICUM ACIDUM: cistite crônica cdm urinas escuras por
infecção urinária devida a uma litíase úrica antiga; as urinas têm odor forte
como aquelas de um cavalo; dores nos espaços renais quando o paciente
inspira profundamente; classicamente indicado em caso de cistite nos gotosos.
CAPSICUM ANNUUM: cistite com queimação no meato antes da
micção.
EQUISETUM HIEMALE: cistite crônica com dores ao final da micção
agravadas . se o paciente pressiona sua bexiga, agravadas após a micção;
sensação de bexiga distendida, que não melhora pela micção; as urinas contêm
muco; enurese.
MEDORRIIlNUM: cistite e uretrite crônica com meato colado.
INSETOS - 275

PETROSELINUM: disúria com necessidade irresistível e repentina de


urinar devida a uma sensação de prurido, de reptação ou de queimações na
fossa navicular; a criança fica saltando no mesmo lugar quando não pode
aliviar sua necessidade premente de urinar; inflamação do colo vesical;
uretrorréia de aspecto leitoso; o meato urinário está colado.
POPULUS TREMULA: tenesmo vesical da mulher grávida.
PULSATILLA: cistite crônica com necessidade de urinar quando o
paciente está deitado de costas; perda de urina ao tossir.
SORO ANTICOLIBACILAR: bioterápico útil em caso de cistite aguda;
dar uma ampola em 5 CH, duas vezes ao dia, como acompanhamento do
medicamento indicado para os sintomas.
THUYA OCCIDENTALIS: inflamação crônica das mucosas urinárias;
sensação de gota de urina que permanece na uretra; eventualmente,
concomitância de condilomas anogenitais.

(,... Vide também: Cólica nefrétíca, Gota, Hipertrofia benigna da próstata , Prostatite,
Uretrite.

INSETOS: vide Picadas de Insetos

INSOLAÇÃO

Referências clínicas:
Conseqüências clínicas de uma exposição prolongada ao sol, sob for-
ma de febre elevada, pulso rápido, respiração acelerada algumas vezes com
sinais de irritação meníngea (cefaléia, rigidez da nuca, vômitos) e de
desorientação.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
GLONOINUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: febre elevada após ter dormido ao sol ;
agitação, medo da morte, pele seca; agravament9__ em posição sentada, o
paciente deve permanecer deitado.
276 • INSOLAÇÃO

BELLADONNA: cefaléia latejante com rosto congestionado, olhos


injetados, midríase; febre elevada com abatimento, transpiração, · sede,
eventualmente delírio, convulsões.
GLONOINUM: cefaléia latejante em ondas; face inexpressiva, de cor
vermelha escura, quente; olhos injetados; batimentos das carótidas, sincrônicos
com o pulso; sensação de afluxo de sangue ao coração com calor no peito e
palpitaÇões violentas; vômitos; o paciente não sabe mais onde se encontra;
esse medicamento pode igualmente ser dado nas cefaléias crônicas em
conseqüência de uma insolação, a partir desse momento o paciente não pode
mais suportar o sol sobre a cabeça.
LACHESIS MUTUS: caso crônico com face congestionada depois de
uma · insolação, perda da memória, cefaléia; mais indicado ·em caso de
insolação em um paciente alcoolodependente.
NATRUM CARBONICUM: conseqüências crônicas sob forma de
cefaléias, vertigens,· intolerância ao calor do sol depois de uma insolação,
até mesmo confusão mental; o paciente fica muito fatigado pelo calor do
verão.
STRAMONIUM: conseqüências de insolação sob forma de movimentos
convulsivos da cabeça com olhos arregalados e olhar fixo; sensação de calor
na cabeça; medo do escuro.

e~ Esse tratamento não substitui uma eventual reidratação.

Para uma prescrição mais ampla:


AMYLIUM NITROSUM: mesmos sintomas que o Glonoinum sem a
desorientação nem o caráter doloroso da congestão cefálica.
CAMPHORA: colapso repentino com pulso fraco, adinamia com-
pleta, prostração, estado semicomatoso, face pálida, · ansioso, nariz "pin-
çado", olhos fixos; urinas raras com tenesmo, anúria excretória; tudo
está frio (a pele está fria ao toque, há suores frios, a língua, os lábios,
o hálito estão frios) e apesar deste frio objetivo o paciente recusa ser co-
berto.
OPIUM: coma prnfundo com respiração estertorosa.
VERATRUM VIRIDE: ameaça de coma com congestão repentina da
cabeça, e especialmente da base do cérebro; rosto lívido (isto é, violáceo);
cefaléia occipital; batimentos das carótidas; hipertensão arterial; pulso lento;
olhos Injetados; midríase; náuseas violentas e vômitos.

e~ Vide também: Golpe de sol, Lucite estival benigna.


INSÔNIA - 277

INSÔNIA

Referências clínicas:
Dificuldade de adormecer, ou perturbação do ritmo do sono com
despertares noturnos freqüentes, pesadelos, despertar matinal precoce e,
portanto, diminuição do tempo de sono. A pessoa pode ter a impressão de um
sono insuficiente, embora seja sobretudo a qualidade do seu Sono que deve ser
levada em consideração. Pode tratar-se também de privação do sono (viagens
transmeridianas, preocupação mais ou menos importante, doença orgânica que
impeça de dormir).

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
COCCULUS INDICUS 5 CH,
COFFEA CRUDA 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: insônia em conseqüência de um susto, com
agitação.
ARGENTUM NITRICUM: insônia por ansiedade de antecipação,
antes de um evento importante (exame, entrevista com um empregador, etc.);
insônia nas crianças na véspera da entrada na escola o'u no domingo de noite
(por receio da semana que começa); sonhos com cobras; o paciente tem
dificuldade de levantar de manhã, tem vontade de continuar na cama por
apreensão quanto ao dia que começa.
ARNICA MONTANA: insônia após um g~ande esforço muscular ou .
um traumatismo; o paciente não consegue dormir porqu~ a cama lhe parece
dura ·por causa de sua prostração. ·
BELLADONNA: insônia com impossibilidade de donnir apesar de
uma importante vontade de donnir; ranger de dentes durante o sono.
CHAMOMILLA VULGARIS: insônia com irritabilidade, devida ao
abuso crônico de café durante a dentição; insônia por causa de dores que são
descritas como insuportáveis embora não sejam obrigatoriamente fortes.
CHINA RUBRA: insônia devida a uma h(!morragia, uma perda líquida
em geral.
COCCULUS INDICUS: insônia devida a uma privação de sono (uma
ou várias noites.em branco após ter "virado" uma ou ter estado em um velório
ou acordado por uma festa, ''jet-lag" durante e após uma viagem).
278 • INSÔNIA

COFFEA CRUúA: insoma por superexcitação do espí,rito em


conseqüência de uma emoção, de uma· boa notícia, de 'uma alegria, com
abundância de idéias, agitação física, palpitações; o paciente está muito
excitado para poder chegar a se deitar; Coffea funciona também como antídoto
para os efeitos indesejáveis de uma xícara de café em alguém que nunca o
toma, e que também nunca consegue dormir.
LACHESIS MUTUS: loquacidade mais marcante à tarde com insônia,
especialmente na época da menopausa.
NATRUM MURIATICUM: insônia devida a um sofrimento prolon-
gado, um luto não cumprido; tendência à ruminação das idéias, de modo mais
ou menos obsessivo; tendência a racionalizar os problemas; falsa insônia da
pessoa afastada dos seus hábitos de sono, ele não consegue dormir senão das
duas às dez horas da manhã, e nessas condições ele se acredita insone, embora
não seja.
NUX VOMICA: insônia com espasmos digestivos, após abuso de
álcool, de fumo, de café (Coffea é indicada em caso de ·insônia depois de ter
tomado uma xícara de café, Nux vomica após o abuso crônico de café);
agravamento pelos ruídos (mesmo leves) e pelo esforço intelectual; no dia em
que o paciente faz a sesta, ele se sente bem.
STRAMONIUM: insônia por medo do escuro; medicamento principal
dos terrores noturnos da infância; não dorme sem uma luz acesa.

<~ A homeopatia tem bom resultado nas insônias recentes. Como ela age de maneira
suave e progressiva, é necessário, para que seja eficaz, que o paciente não sinta
tentação de associá-la prematuramente a um hipnótico clássico, que age de modo
rápido, mas pode provocar uma dependência.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: insônia devida à ansiedade ou à fadiga, com
agitação.
COCA: insônia em altitude.
\

COLOCYNTHIS: insônia após uma cólera, por causa de dores tipo


câimbras, particularmente no vazio epigástrico.
IGNATIA AMARA: insônia após uma contrariedade, um desgosto; o
paciente sofre de noite em silêncio, suspira, em numerosos bocejos.
OPIUM: insônia com hiperacusia.
PHOSPHORUS: insônia com medo de ladrões e sonambulismo.
PSORINUM: euforia ou excitação nervosa antes de adormecer, a
véspera de uma enxaqueca; insônia devida a um prurido intolerável.
INTERTRIGEM - 279

PULSATILLA: insoma devida a uma sensação de calor na cabeça,


acompanhada de ansiedade; o paciente dorme com o braço acima da cabeça.
STAPHYSAGRIA: insônia após uma humilhação, uma indignação, um
evento durante o qual o paciente não pode colocar sua posição nem replicar.
SULFUR: "sono de gato" (o paciente acorda várias vezes durante a
noite).
THUYA OCCIDENT ALIS: insônia após uma vacinação.

(_.. Vide também: Ansiedade, Enurese, Terrores noturnos.

INTERTRIGEM

Referências clínicas: ·
Dermatose localizada nas dobras, com dois tipos de causas: as causas
infecciosas (micóticas ou bacterianas: Candida albicans, Trichophyton
rubrum, Corynebacterium minutissimum); as causas não infecciosas, cor-
respondem às dermatoses que se localizam nas dobras (psoríase, dermite
seborréica, eczema). Os fatores predisponentes são: fricção, maceração,
higiene defeituosa, obesidade, profissão exposta (calçados de segurança), prá-
tica regular de um esporte, antibioterapia, detergentes, imunodepressão,
desequilíbrios hormonais (estroprogestágenos, gravidez, diabetes).

Receita-tipo:
GRAPHITES ~ C~.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


GRAPHITES: exsudação com aspecto meloso; localização preferencial
na prega retroauricular.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: causa infecciosa; a zona afetada
progride em mancha de óleo.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: intertrigem devida a um eczema
atópico superinfectado.

e.-- Graphites foi introduzido na terapêutica pelo Dr. Weinhold, um médico alemão.
Quando de uma estada em Veneza, ele percebeu que os trabalhadores de uma
fábrica de espelhos, que sofriam de dartros, empregavam-no com sucesso em
aplicação local e por via interna. Ele obteve os mesmos resultados em sua prática
280 - INTERVENÇÃO CIRÚRGICA

pessoal e publicoa seus trabalhos em uma brochura intitulada Der Graphit ais
~

Heilmittel gegen Flechten (O grafite considerado como um meio curativo contra os


dartros, 1812). Foi depois de ter lido este texto que Hahnemann, espírito moderno
para sua época, decidiu experimentar o Graphites. Ele publica seus resultados em
1828 em seu tratado das Doenças crônicas.

\
Para uma prescrição mais ampla:
CAUSTICUM: intertrigem das crianças na época da dentição.
MERCURIUS SOLUBILIS: intertrigem de origem micótica.
MONILIA ALBICANS: medicamento útil como complemento dos
outros em caso de intertrigem devida a Candida albicans.
SULFUR: intertrigem ligada a uma dermite seborréica; a pele está ver-
melha; agravamento pela água (e, portanto, pelos cremes aplicados local-
mente); medicamento a interromper logo que a melhora se faz sentir.

e.-. Vide também: Candidíase.

INTERVENÇÃO CIRÚRGICA

Referências clínicas:
Um tratamento homeopático pode ser dado antes de uma intervenção
cirúrgica a fim de limitar as conseqüências do choque físico e psicológico,
prevenir os espasmos e as hemorragias.

Receita-tipo:
A preparação para uma intervenção faz-se com:
ARNICA MONTANA 12 CH (1, 4, 7, 10, 13),
GELSEMIUM SEMPERVIRENS 12 CH (2, 5, 8, 11, 14),
NUX VOMICA 12 (3, 6, 9, 12, 15).
Uma dose por dia na ordem dos números de 1 a 15 começando 8 dias
antes da intervenção e continuando até 8 dias após. Suprimir durante esse
período o tratamento homeopático habitual. Pode-se considerar que a pessoa
está em jejum apesar do tratamento tomado no dia da intervenção, porque a
dose de glóbulos ~ão pesa mais que um grama.

O essencial para a receita usual:


Em caso de complicações nas conseqüências de uma intervenÇão,
escolher-se-á entre os seguintes medicamentos:
INTERVENÇÃO CIRÚRGICA - 281

APIS MELLIFICA: medicamento a dar em caso de reação alérgica sob


forma de edema de Quincke.
ARNICA MONTANA: medicamento de traumatismo dos músculos e
dos capilares; após a operação, o paciente sofre de dores musculares tais que a
cama lhe parece muito dura e ele tem medo de ser tocado; contusão da íris
após a operação de catarata.
BELLIS PERENNIS: medicamento a dar após uma intervenção na
pélvis, ou em varizes.
CARBO VEGETABILIS: choque operatório com falta de reatividade e
hipotermia; o paciente está em estado de estupor e cianose; sua cabeça está
quente, enquanto o restante de seu corpo está frio.
CHINA RUBRA: medicamento a dar em caso de hemorragia
importante que provoca zumbidos de ouvido.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: ansiedade de antecipação com,
tendência a adiar a data da intervenção.
HYPERICUM PERFORATUM: medicamento de dores após uma
intervenção em uma região ricamente inervada; neuroma pós-opera-
tório.
NUX VOMICA: espasmos digestivos nas conseqüências de uma
intervenção; língua saburrosa em sua metade. posterior; hemorragia após
uma intervenção nas hemorróidas; consequencias cronicas de inter-
venção sobre as hemorróidas; Nux vomica é considerada o antídoto dos anes-
tésicos.
OPIUM: obnubilação pós-anestésica; o paciente está inconsciente,
insensível, em estado de miose; transpiração quente; respiração estertorosa;
Opium facilita a retomada do trânsito intestinal após uma operação no
abdômen.
PHOSPHORUS: prevenção das complicações hemorrágicas; náuseas ou
vômitos pós-operatórios.
RAPHANUS NIGER: paresia intestinal com meteorismo abdominal
doloroso por retenção de gases, especialmente após a cirurgia abdominal.
STAPHYSAGRIA: dores nos cortes pós-operatórios (e cortes de
bordos nítidos em geral); conseqüências de intervenção em um esfíncter ou
após uma endoscopia.

e..- Nux vomica é considerado como um tipo de antídoto universal (medicamentos em


dose ponderai, vinho, café, fumo), sem dúvida por causa de sua ação sobre os
espasmos digestivos. É sempre preferível prescrevê-la em função dos sintomas,
principalmente a língua saburrosa em sua metade posterior.
282 • INTERVENÇÃO CIRÚRGICA

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: medicamento a dar após uma intervenção
nos olhos; indicado particularmente após a exérese de um corpo estranho na
córnea.
iESCULUS HIPPOCASTANUM: lombalgia após uma intervenção nas
hemoJTóidas .
ALLIUM CEPA: dores nos cotos de amputação.
ARSENICUM ALBUM: septicemia pós-operatória.
AURUM MET ALLICUM: medicamento a prescrever antes ou após
operação no coração.
BISMUTHUM: esforços penosos para vomitar ou náuseas .após uma
intervenção no abdômen.
CALCAREA FLUORICA: medicamento a dar imediatamente após a
intervenção aos pacientes susceptíveis de apresentar aderências pós-ope-
ratórias.
CALCAREA PHOSPHORICA: medicamento a prescrever após uma
osteossíntese com objetivo de facilitar a consolidação do osso propriamente
dito.
CAMPHORA: choque operatório; o paciente está frio e prostrado, com
o rosto cianótico; hipotensão arterial.
CAUSTICUM_: retenção urinária pós-operatória.
COLLINSONIA CANADENSIS: medicamento a prescrever antes de
uma intervenção no reto.
GRAPHITES: preventivo dos quelóides.
GUAREA TRICHILIOIDES : quemose após uma intervenção no
cristalino.
HAMAMELIS VIRGINIANA: medicamento indicado antes ou após
uma intervenção nas veias.
PLUMBUM MET ALLICUM: prevenção das bridas pós-operatórias
(por exemplo, quando há informação de formação de bridas em uma operação
anterior).
RUTA GRA VEOLENS : medicamento de traumatismo periósteo, in-
dicado após uma intervenção em ossos e cartilagens.
SILICEA: medicamento a prescrever sistematicamente após uma
operação por uma fístula (qualquer que seja sua localização).
VERATRUM ALBUM: choque operatório; o paciente está em estado
de prostração; suores frios.

e~ Vide também: Traumatismos e ferimentos.


INTOXICAÇÃO ALIMENTAR • 283

INTOXICAÇÃO ALIMENTAR: vide Toxiinfecção alimentar

INVAGINAÇÃO INTESTINAL: vide Hérnia crural ou inguinal

IRITE

Referências clínicas:
Inflamação da íris. Os sinais clínicos são: dores, lacrimejamento,
fotofobia, vermelhidão localizada no contorno da córnea. A irite pode sobrevir
no curso de uma doença infecciosa da área ORL (sinusite, angina, faringite),
de um eritema nodoso, de uma doença alérgica, de um herpes, de uma aftosa
(doença de Behcet), de uma colite ou de uma uretrite (síndrome de
Fiessinger-Leroy-Reiter), de um traumatismo.

Receita-tipo:
EUPHRASIA OFFICINALIS 5 CH,
MERCURIUS CORROSIVUS 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: irite traumática, particularmente ferimento
por um corpo estranh<? ou após intervenção no olho; irite após exposição ao
vento frio e seco.
ARGENTUM NITRICUM: irite no curso de uma oftalmia purulenta;
os sinais associados são conjuntivite granulosa, inchação da carúncula,
fotofobia agravada pelo calor, eventualmente ectrópio; melhora pelas
aplicações frias.
EUPHRASIA OFFICINALIS: irite com oftalmia violenta; piscamentos
das pálpebras; lacrimejamento importante, escoriante das pálpebras e
bochechas, agravada ao vento.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: irite com pus na câmara anterior
do olho (hipópio).
KALIUM BICHROMICUM: irite não dolorosa (a indolência é
característica do Kalium bichromicum no olho); lacrimejamento no momento
em que o paciente abre o olho.
284 - IRITE

MERCURIUS CORROSIVUS: irite com úlcera dolorosa da córnea;


intensidade dos sintomas; agravamento à noite.
RHUS TOXICODENDRON: irite reumática após exposição ao frio
úmido; irite supurante após a extração da catarata; herpes ocular; agravamento
pela exposição à umidade.

(.,. Localmente pode-se utiljzar o colírio de Euphrasia.

Para uma prescrição mais ampla:


ARNICA MONTANA: contusão da íris após operação de catarata.
ASA FCETIDA: este medicamento era indicado no passado para a irite
consecutiva à mercurialização.
AURUM MET ALLICUM: irite sifilítica com dores nos ossos da órbita.
BRYONIA ALBA: irite reumática após ter se exposto ao frio, com
dores picantes.
CINNABARIS: irite com condilomas nas pálpebras.
HAMAMELIS VffiGINIANA: irite traumática com hemorragia na câ-
mara anterior.
KALIUM IODATUM: irite com dores agravadas à noite; quemose.

(.,. Vide também: Alergia, Eritema nodoso, Uretrite.


l
LARINGITE

Referências clínicas:
A laringite aguda é uma inflamação aguda da laringe, mais
freqüentemente devida a uma causa virai. O sintoma principal é a modificação
da voz, sob forma de disfonia ou de afonia. Observa-se igualmente uma
sensação de cócegas na laringe. Nos casos mais importantes, nota-se febre,
dores ou mesmo dispnéia.
A laringite crônica é menos específica. A sobrecarga da voz, um
quadro alérgico, a inalação de substâncias irritantes como o fumo , a poluição,
são fatores predisponentes.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 5 CH,
ARUM TRIPHYLLUM 5 CH,
CAUSTICUM 5 CH.
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: laringite estridulosa em seguida a um golpe
de · frio seco com garganta vermelha e seca, voz rouca, tosse crupal de
ocorrência noturna; sensibilidade da laringe ao toque; síndrome febril aguda
com agitação e pele seca.
ALLIUM CEPA: laringite aguda no curso de um resfriado com
sensação de laceração da laringe, V(_)Z rouca, dispnéia, lacrimejamento· não
escoriante; agravamento ao inspirar o ar frio e pela tosse.
APIS MELLIFICA: laringite aguda com edema da laringe de origem
alérgica, dispnéia e sensação de que cada respiração será a última; edema da
úvula que pende como um pêndulo de relógio.
286 • LARINGITE

ARGENTUM MET ALLICUM: larillgite crônica dos profissionais da


voz (cantores, conferencistas, etc.), com muco abundante, saindo facilmen-
te quando o paciente ri ou se inclina para frente, espesso, gelatinoso,
transparente; sensação de ferida aberta na laringe, agravada ao falar ou ao
tossir; voz enrouquecida ou afonia; tosse ao rir.
ARGENTUM NITRICUM: laringite crônica com enrouquecimento em
um paciellte que raspa constanteinente a gargallfa por causa de sua ansiedade
de antecipação; sensação de espinho na garganta; tosse ao elevar a voz,
falando alto, cantando uma nota alta.
ARUM TRIPHYLLUM: laringite crônica por uso prolongado da voz;
o paciente perde facilmente o controle de suas cordas vocais, no momento em
que quer elevar a voz ele enrouquece ou apresenta uma voz bitonal; laringite
das pessoas que utilizam sua voz permanentemente (professores, conferencis-
tas, oradores, comediantes, cantores) ou que a colocam mal; pode-se dar este
medicamento preventivamente antes de uma conferência, uma representação,
um cõncerto; prefere-se Arum triphyllum ao Argentum nitricum quando não
há ansiedade.
CARBO VEGETABILIS: laringite aguda com enrouquecimento, sem
dor, no tempo úmido e quente; sensação de queimação no peito; agravamento
à noite.
CAUSTICUM: larillgite crônica por paresia. das cordas vocais,
freqüentemente em conseqüência de um golpe de frio seco; voz .enrouquecida
de manhã ou afonia; rouquidão crônica em conseqüência de uma laringite
aguda; sensação de ferida aberta na laringe; tosse seca que melhora ao beber
um pouco de água fria; muco na laringe ou na traquéia, expulso com
dificuldade por causa da paresia.
DROSERA ROTUNDIFOLIA: laringite aguda com voz rouca ou
enrouquecimento, tosse "de cachorro" agravada ao comer e ao beber, sensação
de cócegas na laringe como por uma pluma ou uma migalha de pão, forçando
a tossir; sensação de constricção agravada ao andar; vômitos; epistaxe;
dispnéia; agravamento à noite.
HEP AR SULFURIS CALCAREUM: laringite crônica com sensação de
espinha na garganta; sensibilidade às correntes de ar; tosse crupal ao menor ar
frio.
LACHESIS MUTUS: laringite estridulosa com edema das cordas
vocais, garganta vermelha violácea, laringe dolorosa ao toque; sensação de
migalha de pão ·na laringe; sufocação quando se toca a garganta; intolerância
às echarpes, golas roulés, camisas fechadas; espasmo da glote durante o sono;
agravamento pelos líquidos quentes.
PHOSPHORUS: Laringite aguda com dores do tipo queimação da
laringe, agravadas ao falar; sensibilidade da laringe ao toque; afonia;
agravamento à noite.
LARINGITE - 287

RHUS TOXICODENDRON: laringite crônica por uso prolongado da


voz ou após ter estado molhado; voz enrouquecida, que melhora à medida que
o paciente fala.

r..- De um modo geral, Rhus toxicodendron melhora pelo exercício muscular. Aqui se
trata do exercício da voz, o que não tem nada de espantoso já que as cordas vocais
são formações musculares.

Para uma prescrição mais ampla:


ARNICA MONTANA: laringite crônica por uso prolongado da voz;
enrouquecimento crônico em um paciente que força constantemente para falar;
as dores persistem longo tempo após a parada da conversação porque as
cordas vocais estão fatigadas (equivalente dos cansaços musculares gerais do
medicamento).
BARYT A CARBONICA: laringites de repetição em uma criança
retardada ou um idoso aterosclerótico.
BELLADONNA: laringite estridulosa com garganta vermelha e seca,
sensação de constricção agravada pela deglutição, transpiração; febre com
resmungos ou delírio.
BROMUM: inflamação periódica da laringe após ter sentido muito
calor; presença de muco na laringe; voz indistinta.
CALCAREA CARBONICA: laringite crônica ou laringites de
repetição, com transpirações localizadas (da cabeça e dos membros inferiores),
e catarro brônquico ao menor golpe de frio.
FERRUM PHOSPHORICUM: laringite aguda com febre congestiva,
epistaxe, inflamação do peito.
IODUM: laringite aguda com voz enrouquecida; dores agravadas pela
tosse, o que obriga o paciente a segurar a garganta; sensação de constricção.
KALIUM BICHROMICUM: laringite crônica com voz enrouquecida
pelo tempo úmido; dores quando o paciente engole, como se o alimento
passasse por .um local sensível.
RUMEX CRISPUS: muco abundante com tosse seca ao menor frio.
SAMBUCUS NIGRA: faringite eskidulosa com edema da laringe,
muco, nariz entupido e seco; o paciente acorda em sobressalto por causa da
sufocação; tosse sufocante.
SELENIUM METALLICUM: laringite crônica por uso prolongado da
voz; enrouquecimento dos cantores quando começam a cantar.
SPONGIA TOSTA: laringite aguda estridulosa com sensação de secura
da laringe e de queimações; sensibilidade da laringe ao toque; dispnéia
inspiratória; tosse "de cachorro", crupal, que melhora ao comer e ao beber;
voz rouca.
288 - LEINER-MOUSSOUS

SULFUR: laringite cromca após o retrocesso de uma . erupção, com


abundância de muco no peito e afonia.

(_. Vide também: Bronquite aguda, Tendência a sentir frio facilmente, Tosse, Tra-
queíte.

LEINER-MOUSSOUS

Referências clínicas:
A doença de Leiner-Moussous, ou eritrodermia descamativa do recém-
nascido, é uma dermatite ~eborréica que ocorre de 3 semanas a 3 meses após
o nascimento. Ela se . apresenta sob forma de eritrodermia generaliza-
da acompanhada por descamação importante. O comprometimento é bipo-
lar: há um eritema das dobras inguinais e das nádegas, e escamas espessas,
em casca, no couro cabeludo. Ela pode ser acompanhada de problemas di-
gestivos.

Receita-tipo:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
MEZEREUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: principal medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente o fato de que se trata
de uma criança bem de carnes, com cabeça redonda, que tem uma
transpiração profusa na cabeça ao comer e ao dormir e que sente frio
facilmente; localização característica no couro cabeludo.
GRAPHITES: aspecto meloso da erupção.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: erupção vermelha, com mau
cheiro, sensível ao toque, e que progride em mancha de óleo na periferia da
parte inflamada; mau cheiro do couro cabeludo.
MEZEREUM: principal medicamento sintomático; crostas espessas e
esbranquiçadas, descamativas; prurido agravado à noite.

~ Calcarea carbonica é muito freqüentemente indicado enquanto medicamento de


fundo do recém-nascido. Apesar da ausência de estatística precisa, pode-se estimar
que em 80 a 90% dos recém-nascidos é justificável. Esta experiência clínica facilita
o tratamento do terreno embora no recém-nascido os argumentos de prescrição
LEUCORRÉIAS • 289

sejam raros. Aqui a topologia e a constituição (no sentido homeopático do termo)


podem ser consideradas como elementos decisivos. O bebê Calcarea carbonica tem
um rosto redondo e bochechudo; alimenta-se muito bem e transpira no couro
cabeludo ao mamar; é calmo e se mexe relativamente pouco no lugar onde o
colocam.

Para uma prescrição mais ampla:


MEDORRHINUM: localização nas nádegas.
SULFUR: erupção vermelha e rugosa, com agravamento pela aplicação
de água ~

• Vide também: Dermite seborréica, Dermite das nádegas.

LEUCORRÉIAS
1
Referências clínicas:
Corrimento mucoso ou mucopurulento, de origem infecciosa ou
parasitária, proveniente das vias genitais femininas.

Receita-tipo:
KREOSOTUM 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me:..
lhora.

O essencial para a receita usual:


HELONIAS DIOICA: leucorréias abundantes; concomitância de um
prolapso uterino; impressão de sentir o útero; grande fadiga.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: leucorréias purulentas com odor
fétido (classicamente de "queijo velho"), irritando a pele, escoriantes; dores
agudas na vulva.
IODUM: leucorréias que irritam as coxas, escoriantes, esburacando a
roupa branca; concomitância de uma inflamação do ovário direito.
KREOSOTUM: leucorréias irritantes, pruriginosas, escoriantes, san-
guinolentas, fétidas, "engomando" a roupa branca ou manchando-a de ama-
relo; os pequenos lábios estão inchados, porque o. jato de urina irrita-os
quando entra em contato com eles; leucorréias durante a gravidez.
290 - LEUCORRÉIAS

MERCURIUS SOLUBILIS: metrite dolorosa com ulceração do colo e


leucorréias esverdeadas, sanguinolentas, escoriante~, escoando sobretudo à
noite; febre com recrudescimento noturno.
NITRICUM ACIDUM: leucorréias marrons ou esverdeadas, ou cor de
carne, de odor fétido, irritando a -pele, escoriantes, pruriginosas, com ulceração
do colo e sangramento; concomitância de condilomas anogenitais.
PULSATILLA: leucorréias cremosas, não irritantes, escoando quando
a paciente está em posição esticada; leucorréias das meninas.
SEPIA OFFICINALIS: leucorréias leitosas, amareladas ou francamente
purulentas, pruriginosas, freqüentemente devidas a Candida albicans, agrava-
das após as relações sexuais; sensação de peso dos órgãos da pequena bacia;
prurido vulvar; frigidez; leucorréias durante a gravidez.
SILICEA: leucorréias em relação com uma supuração importante,
como, por exemplo, uma fístula.

e..- O odor de "queijo velho" do Hepar sulfuris calcareum é um odor ácido, cor-
respondente ao queijo branco abandonado.

Para uma prescrição mais ampla:


ALUMINA: leucorréias muito abundantes, que podem descer até os
calcanhares, escoando unicamente durante o dia, esgotantes, semelhantes ao
muco, transparentes ou amarelas.
BORAX: leucorréias espessas, semelhantes à clara de ovo, com
sensa:ção de água quente escorrendo ao longo das coxas.
CALCAREA CARBONICA: leucorréias leitosas; regras abundantes;
igualmente leucorréias em uma menina pequena de rosto redondo, que sente
frio facilmente.
CALCAREA PHOSPHORICA: leucorréias semelhantes à clara de ovo;
medicamento de fundo a escolher por suas características gerais.
CAUSTICUM: leucorréias que têm o mesmo odor das regras.
GRAPHITES: leucorréias semelhantes à geléia, em jato, escoriantes,
muito abundantes de manhã; sensação de fadiga na região lombar.
HYDRASTIS CANADENSIS: leucorréias viscosas, espessas, colantes,
amarelas, pendendo em longos filamentos desde o colo uterino; para os
cuidados locais Hydrastis canadensis pode s_e r utilizado em óvulos, em
associação com Calendula.
KALIUM BICHROMICUM: leucorréias amareladas ou esverdeadas,
espessas e filamentosas, com escoriações da vagina.
LILIUM TIGRINUM: leucorréias aquosas ou marrons, irritando a pele,
escoriantes, com peso dos órgãos da pequena bacia, retroversão, excitação
sexual.
LINFANGITE - 291

MEDORRiilNUM: leucorréias amareladas escoando à noite; principal


bioterápico, útil a título de complementar do medicamento de fundo. ·
MUREX PURPUREA: leucorréias que acompanham um prolapso
uterino; elas se alternam com sintomas mentais, particularmente a depressão
(que melhora quando elas retomam).
SULFUR: leucorréias amareladas, irritando a pele, escoriantes, com
sensação de queimações da vagina.
THUYA OCCIDENT ALIS : leucorréias esverdeadas, espessas, com
condilomas anogenitais ou pólipo uterino; a vagina está sensível.

<_. Vide tàmbém: Bartholinite, Metrite, Prolapso uterino, Prurido vulvar, Salpingite.

LINFANGITE

Referências clínicas:
Inflamação dos vasos linfáticos subcutâneos, provocada comumeilte
pelo Streptococcus pyogenes. Ela se produz após uma escoriação, ferimento de
um membro. Tem o aspecto de linhas vermelhas, irregulares, quentes,
ligeiramente doloridas à palpação, e que se estende de modo centrípeto ao
longo do membro. É acompanhada de manifestações gerais: febre, calafrios,
eventualmente taquicardia e cefaléias. Uma hiperleucocitose importante é
regra.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
BUFO RANA 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: edema rosado da pele; dores queimantes e picantes
que melhoram pelas aplicações frias; febre com ausência de sede.
BELLADONNA: pele vermelha e quente; febre elevada, com delírio e
.sede.
BUFO RANA: linfangite que sobe ao longo do membro superior a
partir de um panarício; aden<i?patias satélites. ·
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: linfangite que se estende progres-
sivamente em mancha a partir de uma ferida supurada; pele sensível ao toque.
292 - LIPOTIMIA, SÍNCOPE.

LACHESIS MUTUS: pele violácea, sensível ao toque; tendência à


hem~rragias.
MERCURIUS SOLUBILIS: linfangite com adenopatias importantes;
febre noturna, transpiração com mau cheiro, hipersialorréia, mau hálito, língua
que guarda a marca dos dentes.
PYROGENIUM: febre com dissociação entre pulso e temperatura; a
cama parece dura por causa da prostração.

~ Em uma época em que, em matéria de comunicação, a imagem tem freqüente-


mente o lugar de prova, pode-se ser surpreendido ao constatar que o veneno de
sapo · (Bufo rana) figura na lista dos medicamentos homeopáticos,, o que
forçosamente faz pensar nas bruxas da Idade Média. De fato, existe uma
experimentação (Hencke, 1832), portanto uma metodologia de caráter científico, que
nos permite utilizar esse medicamento sem reservas.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: inflamação do tecido celular em tomo de um an-
traz; tendênci~ à septicenúa; dores mais intensás que aquelas do Arsenicum
album.
ARSENICUM ALBUM: linfangite com dores queimantes que melho-
ram pelas aplicações quentes; febre com agitação ansfosa; tendência à
gangrena e à septicenúa; agitação apesar da astenia.
BRYONIA ALBA: linfangite do seio, que está endurecido, quente,
dolorido ; irritabilidade.
SIUCEA: linfangite que pode evoluir até a supuração.
VIPERA REDI: inflamação das veias superficiais e dos capilares; dores
tios membros inferiores do tipo irradiantes; agravamento quando o paciente
deixa pender as pernas.

e.-. Vide também: Abcesso, Erisipela, Fissura do mamilo, Panarício.

LIPOTIM.IA, SÍNCOPE

Referências clínicas:
A lipotimia é um mal-estar passageiro caracterizado por uma impressão
de de.smaio iminente, com palidez, transpiração, zumbidos de ouvido e véu
negro diante dos olhos. Esse mal-estar raramente chega a uma perda de
consciência completa.
A síncope corresponde a uma perda de consciência total, porém breve,
com início brusco, responsável por uma perda do tônus postural, com retomo
LIPOTIMIA, SÍNCO.PE - 293

espontâneo a um estado de consciência normal (sem intervenção médica). É


devida habitualmente à hipoxia resultante da diminuição da perfusão cerebral,
portanto de uma causa imediatamente vascular. As circunstâncias do
surgimento são o esforço (deglutição, tosse, defecação, etc.), a emoção, a
hipotensão ortostática, a hipersensibilidade do sinus carotídeo, a hipovolemia,
a hiperventilação. No plano orgânico, a etiologia pode ser uma doença
cardíaca, neurológica ou metabólica.

Receita-tipo:
IGNATIA AMARA 5 CH,
MOSCHUS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS·5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia at~ a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: lipotimia no curso da febre quando o
paciente ·tenta sentar na cama; sua face está vermelha quando ele está
alongado, e pálido no momento em que ele se levanta para sentar; lipotimia
em conseqüência de um susto com palpitações, picotamento nas extremidades,
pulso rápido, ansiedade, medo da morte.
CHINA RUBRA: lipotimia em conseqüência de uma' perda líquida
(vômitos, diarréia, hemorragia, etc.) com palidez, olheiras, obscurecimento da
visão, zumbidos de ouvidos, suores frios.
IGNATIA AMARA: síncope emotiva com sensação de vazio no
estômago, em uma pessoa irritável, de humor cambiante; ne~essidade de puxar
suspiros profundos.
MOSCHUS: lipotimia de origem histérica com manifestações exube-
rantes, teatrais, tendência a exagerar os males, riso tolo; lipotimia à menor
causa.
NUX VOMICA: lipotimias pelos odores no curso de uma síndrome
digestiva do tipo espasmódico, com náuseas, dores no vazio epigástrico, língua
carregada em sua metade posterior; agravamento após as refeições; síncope
durante um parto.
SEPIA OFFICINALIS: lipotimias ao esforço em um paciente hipotenso
ou hipoglicêmico, com ondas de calor e vertigens às mudanças de posição;
irregularidade da distribuição circulatória fazendo com que o paciente fique
'quente em certas partes do seu -corpo e frio em outras (particularmente as
extremidades); lipotimia ajoelhado em uma igreja.
294 • LÍQUEN PLANO

c_. É necessário utilizarmos todos os nossos sentidos durante o exame médic<1.


Precisamos constatar se o paciente suspira (ele não nos assinalará espontanea-
mente) e nos serviremos desta informação para pensar em lgnatia.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM NITRICUM: lipotimia devida às eructações de origem
ans10sa.
ARSENICUM ALBUM: lipotimia ao menor movimento, com agitação
ansiosa e esgotamento; lipotimia antes da evacuação.
COCCULUS INDICUS: lipotimia no curso de uma crise de tetania
típica.
COFFEA CRUDA: lipotimia por causa de uma emoção alegre;
superatividade do espírito com abundância de idéias.
COLCHINUM AUTUMNALE: lipotimias pelo odor dos alimentos ao
cozinhar.
DIGITALIS PURPUREA: lipotimia com pulso lento e irregular;
agravamento após as relações sexuais.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: lipotimia após uma cólera.
LACHESIS MUTUS: lipotimia após banho quente; lipotimias na época
da menopausa com ondas de calor, dores precordiais, palpitações; falta de ar
(ou necessidade de ser abanado).
NUX MOSCHATA: lipotimia no curso de uma crise de histeria com
sonolência; sono irresistível ao menor motivo, alternado com uma sensação de
frio interno.
OPIUM: lipotimia em conseqüência de um susto com hiperacuidade
auditiva.
PULSATILLA: lipotimia em um cômodo fechado ou muito aquecido,
por causa da falta de ar; lipotimia em um cômodo com muitas pessoas.
VALERIANA OFFICINALIS: lipotimia à menor dor; pseudo-reumatis-
mos nervosos, de conotação histérica.

c_. Vide também: Hipotensão arterial.

LÍQUEN PLANO

Referências clínicas:
Afecção cutânea e/ou mucosa au,to-imune caracterizada por uma
erupção papulosa de etiologia desconhecida. Ela afeta 3% da população. O
LÍQUEN PLANO - 295

comprometimento cutâneo elementar é uma pápula hexagonal, de tamanho


variável (2 a 4 mm de diâmetro), de cor rosa purpúrea (mas pode ser castanha
ou esbranquiçada), com um reflexo brilhante, e algumas vezes uma um-
bilicação central. As lesões elementares agrupam-se em anéis ou em faixas que
podem evoluir para a descamação. As localizações habituais são a face ante-
rior dos punhos, antebraços, membros inferiores e a região lombar; mais
excepcionalmente são encontradas nos órgãos genitais externos, na palma das
mãos, na planta dos pés e na cintura. A localização nos fâneros é possível,
pa1ticularmente nas unhas das mãos e dos pés. O comprometimento mucoso é
freqüente (50% dos casos), isolado mais freqüentemente, ou associado a uma
lesão cutânea. A localização principal é a boca, mais raramente os órgãos
genitais ou o ânus. Trata-se de pequenas placas brancas sob forma de pontos,
assintomáticos, na face interna das bochechas; pode-se encontrar igualmente
na língua, gengivas, vagina (com risco de sinéquias que têm uma influência
sobre a vida sexual). No plano evolutivo, sabe-se que 5 a 10% dos líquens
bucais degeneram em carcinoma espinocelular. Existem líquens iatrogênicos
cujos principais responsáveis são o ouro, o arsênico, os antipaludianos, o
etambutol, a quinidina, os betabloqueadores, os derivados tiazídicos, fenotiazi-
nas, tetraciclinas.

Receita-tipo:
ANACARDIUMORIENTALE 5 CH,
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
NATRUM MURIATICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANACARDIUM ORIENTALE: pápulas com um centro umbilicado;
prurido agravad9 pelo calor e pela coçagem.
ARSENICUM ALBUM: líquen crônico com pápulas secas, rugosas,
escamosas; a pele é espessa; prurido que melhora pelo calo_r.
ARSENICUM IODATUM: pápulas que se assemelham às do Arseni-
cum album com escamas mais abundantes. ...
KALIUM ARSENICOSUM: pápulas confluentes com escamas; a pele é
seca; prurido agravado pelo calor.
MERCURIUS SOLUBILIS: pápulas exsudativas e crostosas; líquen .
bucal ou vaginal.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo particularmente
indicado pelo fato de que se trata de ,uma doença auto-imune; encontra-sé
296 • LITÍASE BILIAR

freqüentemente na prática as características gerais do Natrum munatreum,


principalmente a tendência ao herpes, à alergia solar, ao agravamento à beira-
mar.

e_. A homeopatia tem uma boa reputação nas doenças de pele. Pode-se encontrar três
razões para esse fato. (1) Os sintomas cutâneos são, por definição, visíveis; o
tratamento do paciente é, portanto, relativamente fácil de determinar. (2) A
homeopatia leva em conta todos os sintomas do paciente, inclusive os sintomas
mentais, pois as dermatoses são freqüentemente de natureza psicossomática; os
resultados ultrapassam com freqüência, aqueles da simples aplicação de um tópico.
(3) Sendo os sintomas visíveis, as pessoas do círculo do paciente validam mais
facilmente o resultado do tratamento do que quando se trata de sintomas puramente
subjetivos.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTIMONIUM CRUDU:M: lesões hiperqueratósicas.
ST APHYSAGRIA: prurido "móvel'', que muda de lugar à medida da
coçagem.
SULFUR IODATUM: pápulas vermelhas; prurido agravado pelo calor;
caso arraigado.

~ Vide também: Glossite.

LITÍASE BILIAR: vide Cólica hepática

LITÍASE URINÁRIA: vide Cólica


nefrética, Infecção urinária

LOMBALGIA

Referências clínicas:
Dores da região lombar, de etiologia variada: vertebral (discopatia
degenerativa, artrose interapofisária posterior, espondilolistese, hiperlordose,
espondilodiscite, espondiloartrite anquilosante, achatamento vertebral, escoli~
~-

ose, tumor), ou projeção à região lombar de dores abdominais ou pélvicas


(doença ginecológica ou urogenital).
LOMBALGIA - 297

Receita-tipo:
BRYONIA ALBA 5 CH,
KALIUM CARBONICUM 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


JESCULUS HIPPOCAST ANUM: dores na região lombossacral,
sobretudo na articulação sacroilíaca, associadas à hemorróidas; agravamento
pela marcha ou pelo fato de se inclinar para frente.
BERBERIS VULGARIS: Lombalgia irradiada na cintura até o
abdômen ou às coxas; agravamento em posição deitada e ao se levantar de
uma cadeira.
BRYONIA ALBA: dores picantes e rigidez da região lombar; o
paciente anda segurando a região Lombar porque ele piora ao menor
movimento e sente melhora pela pressão forte; para ele é quase impossível
retornar ao seu leito.
COLOCYNTHIS: contraturas musculares coin dores tipo câim-
bras violentas, que melhoram pelo_ calor e pela pressão forte; agra-
vamento .quando o paciente está deitado de costas; agravamento pela
respiração.
DULCAMARA: Lombalgia no tempo úmido; o paciente sente uma
sensação como se tivesse permanecido por muito tempo inclinado para a
frente.
KALIUM CARBONICUM: sensação de fraqueza na· região lombar,
com astenia, levando a se manter sentado inclinado para frente ou a se
alongar; dores irradiadas às nádegas e às coxas; sensação de que os membros
inferiores vão ceder; lombalgia durante a gravidez, no pós-parto ou após uma
doença grave e prolongada.
NATRUM MURIATICUM: sensação de quebradura dos ossos; melhora
quando a região Lombar é pressionada sobre um plano duro e quando o
paciente está deitado de costas (se bem que o indivíduo Natrum muriaticum
tem interesse em deslizar uma prancha sob seu colchão em período de
lombalgia).
NUX VOMICA: rigidez lombar; o paciente tem que se sentar para
poder se virar na cama; agravamento de manhã ao acordar; agravamento antes
da defecação.
298 - LOMBALGIA

RHUS TOXICODENDRON: lombalgia e sobretudo sensação de


rigidez ou de fraqueza na região lombar, como após ter feito um esforço, com
fenômeno de "desenferrujamento" (agrava-se no início do movimento,
melhora pela continuação do movimento); necessidade de se mexer constante-
mente na cama; agravamento no tempo úmido; melhora pelo calor; melhora
quando a região lombar é pressionada contra um plano duro; lombalgia de
origem reumática ou durante a gripe.
SEPIA OFFICINALIS: sensação de fraqueza da região lombar,
freqüentemente ligada à fadiga, com palidez da face e olheiras; melhora sobre
um plano duro; lombalgia antes das regras.

e..- O paciente que tem necessidade de Bryonia caminha em pequenos passos,


segurando a região lombar. Nenhum detalhe do comportamento do paciente deve
nos escapar.

Para uma prescrição mais ampla:


ACT.tEA RACEMOSA: lombalgia reflexa de uma afecção do útero.
CALCAREA FLUORICA: lombalgia crônica que melhora: pelo calor e
pelo movimento.
CALCAREA PHOSPHORICA: dores na articulação sacroilíaca; sen-
sação como se ela estivesse deslocada.
CAUSTICUM: lombalgia associada a distúrbios neurológicos do tipo
"canal lombar estreito".
HELONIAS DIOICA: lombalgia de origem ginecológica; menorragias,
leucorréias, prurido vulvar no curso de uma síndrome de congestão do útero,
que é percebido de modo consciente; prolapso genital.
HYPERICUM PERFORATUM: lombalgia após uma queda sobre as
nádegas.
LYCOPODIUM CLAVATUM: lombalgia que me'lhora ao eliminar ga-
ses ou ao urinar; medicamento de fundo a escolher por suas características
gerais, principalmente a dispepsia flatulenta.
PHOSPHORUS: lombalgia com sensação de queimação que sobe ao
longo das costas.
PULSATILLA: lombalgia antes da supressão das regras.
RUTA GRA VEOLENS: lombalgia com sensação de ossos rachados,
como se o paci~nte os tivesse batido; agravação de manhã ao acordar; melhora
quando está deitado sobre as costas.
SILICEA: lombalgia ligada a uma escoliose ou uma osteoporose
dolorosa.
LUCITE ESTIVAL BENIGNA • 299

SULFUR: lombalgia que força o paciente a andar inclinado para frente,


com agravamento quando ele está de pé.

e.- Vide também: Dorsalgia, Osteoporose, Pelvispondilite reumática, Ciática, Esco-


liose.

LUCITE ESTIVAL BENIGNA

Referências clínicas:
A lucite estival benigna é a mais freqüente das fotodermatoses; ela afeta
10% da população adulta. Afeta principalmente a mulher jovem entre 15 e 35
anos (80 a 90% dos casos). Está ligada a uma exposição exagerada ao sol no
primeiro dia das férias (ela aparece menos de doze horas após o início da
exposição). Localiza-se nas partes descobertas (decote, ombros, mem:
bros superiores e inferiores) exceto no rosto, sob forma de uma erupção
papulovesiculosa muito pruriginosa. Apresenta recidivas a cada nova ex-
posição ao sol.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
MURIATICUM ACIDUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: aspecto rosado com edema em casca d,e laranja.
MURIATICUM ACIDUM: a dar aos pacientes Natrum muriaticum, se
há receio de um agravamento com este medicamento.
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo a pres-
crever por suas características gerais, principalmente a tendência ao herpes e o
agravamento à beira-mar.

e.- O deslizamento aconselhado do Natrum muriaticum para o Muriaticum acidum não é


puramente intelectual. O agravamento pelo sol figura na matéria médica do
Muriaticum acidum.

Para uma prescrição mais ampla:


PRIMULA OBCONICA: erupção papulovesicular e ederriatosa; prurido
importante agravado à noite; febrícula.
300 - LUMBAGO ·

(_. Vide também: Alergia, Golpe de calor, Eczema, Insolação, Edema de Quincke,
Torcicolo, Urticária.

LUMBAGO: vide Lombalgia


j\j\
MAL DOS TRANSPORTES

Referências, clínicas:
Estado de mal-estar em pessoas que circulam em um meio de
transporte, causado pelos movimentos do veículo, principalmente as acele-
rações e desacelerações repetidas, que solicitam de modo excessivo o aparelho
vestibular, Podem ser observados os seguintes sintomas: bocejos, náuseas,
vômitos, hipersalivação, palidez, transpiração, lipotimia, astenia.

Receita-tipo:
COCCULUS INDICUS 5 CH,
TABACUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância de meia em meia hora, durante
toda a duração da viagem.

O essencial para a receita usual:


COCCULUS INDICUS: mal dos transportes com náuseas, vertigens,
cefaléia occipital, sensação de vazio no estômago, aversão pelo alimento,
diarréia; vertigens tanto pelo movimento como pela visão do movimento (como
ao ver passar os carros à frente do seu ou ao assistir uma cavalgada pela te-
levisão); àgravamento ao ar livre e pelo fato de comer.
PETROLEUM: cefaléia occipital, vertigens, náuseas; sensação de vazio
no estômago; agravamento pelos odores de gasolina ou de gás do escapamento
(Guermonprez); melhora ao comer.
T ABACUM: mal dos transportes com suores frios, náuseas, hipersia-
lorréia, sensação de vazio no estômago, necessidade de descobrir o abdômen;
vertigens que melhoram ao fechar os olhos; melhora geral ao ar livre.

e_. O simbolismo de má qualidade não deve figurar nos argumentos das prescrições
homeopáticas. Não é porque a gasolina é um derivado do petróleo que o Petroleum
302 - MANIA

é um medicamento útil para o mal dos transportes. Nós o prescrevem~s com


sucesso porque, experimentalmente, na pessoa em boa saúde, ele dá sintomas que
. lembram aqueles provocados pela viagem em um meio de transporte. É preciso não
confundir a analogia com a similitude. A similitude é o caso particular da analogia
que passa pela experimentação das substâncias de uso homeopático nas pessoas
em boa saúde.

Para uma prescrição mais ampla:


BORAX: o paciente se sente mal em viagem aérea quando o avião dá a
impressão de descer bruscamente, ou mesmo de cair.
KALIUM MURIATICUM: ouvidos entupidos em avião.
NUX VOMICA: fortes esforços para vomitar e palidez; língua
carregada em sua metade posterior.

(_.. Vide também: Cefaléias e enxaquecas, Náuseas, Vertigens, Vômitos.

MANIA

Referêndas clínicas:
Estado de superexcitação do psiquismo com euforia, hiper~tividade,
insônia, alteração do estado geral, megalomania (projetos grandiosos,
despesas), hipersintonia (familiaridade excessiva com as pessoas encontradas
ou com o médico, beirando a falta de polidez), logorréia. A presença de uma
única crise maníaca leva à questão de um distúrbio unipolar do humor,
também chamado maníaco-depressivo (vide adiante).

Receita-tipo:
PHOSPHORUS 7 CH,
STRAMONIUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: mania com tendência a cometer atos de violência; o
paciente uiva, cospe no rosto dos que o circundam ou os morde, vê animais
imaginários; seu rosto está vermelho; morde a colher na qual lhe dão de be-
ber; hiperestesia de todos os sentidos (hiperacuidade auditiva, fotofobia, etc.).
HYOSCIAMUS NIGER: delírio loquaz sobre um tema erótico (o
paciente expõe suas partes genitais, canta canções obscenas), ou de rivalidade,
ou querelante (com vontade de matar as pessoas do seu círculo); carfologia;
MANÍACO-DEPRESSÃO - 303

medo de ser envenenado (o paciente recusa-se a tomar seus medicamentos);


apresenta comportamento ou gestos ridículos .
. PHOSPHORUS: delírio erótico com tendência a ficar nu; êxtase
religioso; necessidade de ser olhado nos olhos; grande sede.
STRAMONIUM: delírio religioso (o paciente se ajoelha e reza); olhos
esbugqlhados, olhar trágico, rosto deformado; medo do escuro; alucinações
visuais (imagens negras) e auditivas; alucinações com animais; o paciente tem
uma força superior a normal, tem vontade de quebrar tudo em torno de si; ele
morde; quer matar; bate a cabeça contra as paredes ou no chão e não parece
sofrer; ele ri; exprime-se eventualmente em uma língua estrangeira; fica mais
calmo quando há iluminação ou tem companhia; grande sede.

e.. Belladonna, Hyoscyamus e Stramonium são três plantas da família das solanáceas.
As três contêm atropina, hiosciamina e escopolamina. Estes alcalóides comuns
explicam que as patogenesias (listas de sintomas) sejam vizinhas.

Para uma prescrição mais ampla:


CANTHARIS: mania aguda de forma erótica com violentos desejos
sexuais; latidos ou mugidos; o paciente grita para pedir ajuda.
VERATRUM ALBUM: o paciente quer abraçar os que o rodeiam; tem
o rosto pálido e suores frios; tem vontade de rasgar ou cortar tudo,
especialmente as roupas; gasta seu dinheiro sem contar.
ZINCUM MET ALLICUM: mania após o retrocesso de uma erupção;
depressão física e mental; as evacuações se fazem com dificuldade.

e.. Vide também: Delírio, Maníaco-depressão.

MANÍACO-DEPRESSÃO

Referências clínicas:
. Transtorno do humor de evolução cíclica, que comporta uma sucessão
de períoçlos depressivos (classicamente melancólicos) e/ou maníacos (euforia,
hiperatividade, compras impulsivas, insônia), separados por intervalos livres.
Quando, em uma mesma pessoa, as crises são sempre do mesmo tipo fala-se
de doença unipolar. Quando são dos dois tipos fala-se de doença bipolar. A
pessoa vai à consulta voluntariamente no curso das fases depressivas.
Denominava-se no. passado esta afecção de "psicose maníaco-depressiva", mas
as pessoas afetadas não podem ser consideradas como psicóticas porque seu
contato com a realidade não está perturbado de maneira regular. Encontram-se
304 • MASTOIDITE

fatores de susceptibilidade genética, mas também influências psico-ambientais


(luto, separação, desemprego). A maníaco-depressão afeta cerca de 1% da
população.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 7 CH,
AURUM METALLICUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: fase depressiva; tudo é negativo; o paciente
faz críticas aos seus; retorno periódico da depressão.
· AURUM MET ALLICUM: fase depressiva; o paciente critica a si
mesmo; apresenta um comportamento de risco, e/ou tendência ao suicídio ..
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo da doença
bipolar, a escolher por suas características gerais, principalmente a raciona-
lização dos problemas, a ruminação, o caráter ambivalente, o comportamento
sempre extremo (em "hipo" ou em "hiper").
STRAMONIUM:/ase maníaca (vide os sintomas da rubrica "Mania").

e_. A racionalização dos problemas do Natrum muriaticum . corresponde à primazia


das idéias sobre os sentimentos, à análise fria e separada de todo afeto. O
psicanalista pode ver aí um sinal de resistência, uma recusa de encarar os
problemas.

Para uma prescrição mais ampla:


NATRUM SULFURICUM: doença bipolar; retorno periódico das crises
de mania sobre um fundo depressivo; idéias suicidas; descompensação nas
conseqüências de um traumatismo craniano.
VERATRUM ALBUM: compras impulsivas.

e... Ver também: Delírio, Mania.

MASTOIDITE

Referências clínicas:
Infecção bacteriana da mucosa da apófise mastóide, quase sempre em
conseqüência de uma otite média aguda mal ou não tratada. Constata-se a este
nível vermelhidão, uma inchaço, ou mesmo uma· massa flutuante com
MASTOSE - 305

deslocamento do pavilhão da orelha. A ela se associa febre, otorréia, e dores


auriculares.

Receita-tipo:
CAPSICUM ANNUUM: a 1nastóide está inchada e sensível ao toque;
fase pré-supurativa.
PYROGENIUM: dores nas mastóides; febre com dissociação entre
pulso e temperatura.

(..- Nos tempos "heróicos", os homeopatas obtinham resultados em doenças tão


delicadas para tratar quanto a mastoidite. Atualmente , os progressos da alopatia
tornam difícil a utilização isolada de medicamentos homeopáticos nesse tipo de
caso. De fato, a seleção que se deve fazer em função dos sintomas torna a
prescrição de certo modo aleatória, mesmo quando o interrogatório é bem
conduzido. Em tal doença, é difícil admitir que o resultado terapêutico depende de
perguntas e respostas subjetivas enquanto uma prescrição sistemática é possível
em alopatia.

Para uma prescrição mais ampla:


HEPAR SULFURIS CALCAREUM: mastoidite com ameaça de
necrose da mastóide, otorréia com mau cheiro; inflamação do conduto auditivo
externo pelo pus.
SILICEA: mastoidite crônica com otorréia, necrose óssea e zumbidos
no ouvido.

(..- Vide também: Otite média.

MASTOSE

Referências clínicas:
A mastose ou "doença fibrocística da mama" é uma afecção benigna
não inflamatória do seio, geralmente sob forma de cisto ou de adenofibroma.
Pode tratar-se de um cisto funcional (de tamanho variável conforme as fases
do ciclo menstrual), de um espessamento do tecido mamário (que não varia em
função do ciclo), de um cisto líquido (freqüentemente na época· da pré-
menopausa).

Receita-tipo:
CONIUM MACULATUM 5 CH,
LAC CANINUM 5 CH,
306 • MEDO (do público)

SEPIA OFFICINALIS 5 CH,


três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BRYONIA ALBA: indurações com sensação de peso nos seios;
melhora com o uso de um sutiã.
CONIUM MACULATUM: principal medicamento sintomático; no-
dosidades em seios atróficos e flácidos; eventualmente noção de contusão nos
seios.
LAC CANINUM: mastose pré-menstrual.
SEPIA OFFICINALIS: principal medicamento defundo, a escolher por
suas características gerais, principalmente as ondas de calor emotivas, o herpes
catamenial, a síndrome pré-menstrual.

e..- A melhora pelo uso de sutiã corresponde à melhora por pressão forte, modalidade
característica e geral da Bryonia. Chama-se "modalidade" a variação de um
sintoma em· função das circunstâncias. Trata-se de uma melhora ou de um
agravamento do sintoma habitual sob influência de fatores externos ou pessoais
(esforço, regras, frio, calor, região, etc.).

Para uma prescrição mais ampla:


ASTERIAS RUBENS: mastose com esclerose importante e sensação de
que o seio está retraído e dores repuxantes irradiadas para os membros
superiores.
PHYTOLACCA DECANDRA: seios dolorosos no período menstrual,
sem nodosidades.

e..- Vide também: Seios, Síndrome pré-menstrual.

MEDO (do público)

Referências clínicas:
Também chamado "ansiedade de performance", o medo do público é
um transtorno ansioso de natureza fóbica. Ocorre quando uma pessoa tem que
apresentar, habitualmente em público, um trabalho intelectual ou artístico.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 7 CH,
GELSEMIUM SEMPERVIRENS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
MEGALERITEMA EPIDÊMICO - 307

O essencial para a receita usual:


ARGENTUM NITRICUM: o medo do público provoca diarréia,
necessidade de urinar, tremores, sensação de fraqueza nos membros inferiores
e precipitação; a pessoa está impaciente para chegar ao local da
apresentação ou para que chegue o dia. Prefere, se possível, apresentar-se em
primeiro lugar; caminha alargando seu polígono de sustentação .
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: o medo do público provoca diaITéia,
tremores e uma lentificação do espírito; a pessoa está como que entorpecida
pelo medo; gostaria de poder retardar o momento da apresentação ou da
entrevista; é o medicamento de "inibição da ação" (segundo a expressão de
Laborit), do estudante que prefere não comparecer à prova ou ser o último em
um exame oral; em período de guerra Gelsemium é o remédio dos desertores,
dos "covardes".
LYCOPODIUM CLAVATUM: pessoa inteligente e que tem medo por
temer não ter um desempenho brilhante, medo de não ser o melhor; não
suporta o insucesso.
SILICEA: o paciente não pode agir sozinho em caso de dificuldade;
tem necessidade de ser encorajado, se não ficará em situação de insucesso, em
todo caso tem medo do insucesso ou, então, se convence de que logo vai estar
em situação de insucesso; ele realiza muito bem tudo o que empreende, mas
não sabe se avaliar; volta da prova com a certeza de ter fracassado, embora
vá logo saber que tirou boas notas.

r.- Contrariamente ao que se recomenda freqüentemente, uma prescrição às cegas


para o medo do público tem mais chance de ser bem sucedida com o Argentum
nitricum do que com o Gelsemium.

Para uma prescrição mais ampla:


MEDORRHINUM: impaciência, precipitação, tendência a deixar tudo
para amanhã.

e.- Vide também: Ansiedade, Gagueira.

·1_~~~~~~M_E_G_A_L_E_R_1T_E_M_A~E_P_1o_Ê_M_1c_o~~~~~~.....I
Referências clínicas:
O megaleritema epidêmico ou "quinta doença" é uma doença virai
muito contagiosa, devida ao Parvovirus B 19. Este é transmitido por via
respiratória, transfusional ou materno-fetal. Benigna, ocoITe em pequenas
epidemias familiares ou escolares no fim do inverno ou na primavera, e
concerne eletivamente às crianças de 4 a 12 anos. A incubação dura · uma a
duas semanas. O exantema consiste em máculas que se tornam confluentes na
308 - MELANCOLIA

face (bilaterais e simétricas, com aparência de asas de borboleta), depois


tronco e membros, embora respeitando as regiões palmoplantares. Os sintomas
gerais são leves, e marcados sobretudo por uma febrícula. A afecção dura 5 a
1O dias, mas pode apresentar recidivas várias semanas depois, desencadeadas
pela luz solar. Podem estar associados faringite, aftas, e no adulto imu-
nodeprimido, dores articulares. Durante a gravidez, o vírus pode desencadear
uma anemia aguda severa responsável por anasarca feto-placentária. O
Pan1ovirus também é responsável por doenças auto-imunes: anemia he-
molítica, leucopenia, trombopenia.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
SULFUR IODATUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: megaleritema com pele seca e rugosa.
PULSATILLA: exantema rosado, morbiliforme; dores articulares.
SULFUR IODATUM: medicamento útil para encerrar o caso e evitar a
passagem à cronicidade.

(_. O tratamento da roséola infantil ou sexta doença deve igualmente ser escolhido na
lista acima.

Para uma prescrição mais ampla:


APIS MELLIFICA: sensibilidade ao sól.
BRYONIA ALBA: a erupção que custa a "sair".

(_. Vide também: Sarampo, Rubeola.

·I MELANCOLIA: vide Depressão nervosa

MEMÓRIA (alterações da)

Referências clínicas:
A memória é a faculdade de se lembrar dos eventos, de se comportar
em função de uma experiência passada. Processo dinâmico, ela é o resultado
MEMÓRIA (ALTERAÇÕES DA) - 309

da interação dos dados novos (da atenção que lhes é dedicada, do seu registro,
da emoção que a eles é associada) e daqueles que já se encontram como
engramas. Ela nos permite conservar nossa identidade assim como nossas
faculdades de aprendizagem e de adaptação. A baixa das performances
mnésicas é mal tolerada pelas pessoas idosas. Não existe, no cérebro, zona
específica de armazenagem das informações. O conjunto do encéfalo intervém
no processo da memória, mas algumas áreas desempenham um papel mais
importante que outras : hipocampo, corpo mamilar, tálamo. Os distúrbios da
memona assumem várias formas: amnésia total (incapacidade de lembrar as
experiências anteriores), esquecimento benigno, doença de Alzheimer (trans-
tornos mnésicas associados a problemas cognitivos e comportamentais).

Receita-tipo:
AMBRA GRISEA 7 CH,
PHOSPHORICUM ACIDUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AMBRA GRISEA 7 CH,
PHOSPHORICUM ACIDUM 7 CH,
três grânulo's de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual: -


AMBRA GRISEA: pessoa prematuramente envelhecida, ansiosa
quando tem que empreender uma conversação; ele faz uma pergunta e passa à
seguinte sem esperar a resposta, chora ao ouvir música, relê várias vezes a
mesma frase porque tem dificuldade de compreender; ele deseja estar só
porque não suporta a presença de pessoas estranhas.
ANACARDIUM ORIENTALE: perda repentina da memória, em
conseqüência de uma sobrecarga intelectual, de um acidente vascular cerebral
ou de uma · depressão nervosa; irritabilidade com linguagem grosseira,
necessidade de praguejar.
BARYT A CARBONICA: alterações da memória em um idoso de
comportamento pueril, que se perde nas ruas do seu quarteirão embora tenha
julgado que as conhecia bem.
KALIUM PHOSPHORICUM: perda da memórid após uma sobrecarga
cerebral, esgotamento tal que o menor trabalho intelectual parece uma pesada
missão; incapacidade de refletir, porém apesar disso, o paciente está excitado;
. ele se sobressalta quando ouve um barulho, tem pesadelos, terrores noturnos,
sonambulismo.
31 O - MÉNIERE

LYCOPODIUM CLAVATUM: paciente idoso e misantropo (o paciente


Lycopodium jovem e bem compensado tem, ao contrário, uma memória muito
boa); ele não se lembra do início da frase que acabou de ler, especialmente no
momento da digestão; diz uma palavra por outra, comete erros de cálculo.
PHOSPHORICUM ACIDUM: abolição completa das faculdades
intelectuais por esgotamellfo da célula nervosa, perda da memória após uma
sobrecarga intelectual, com apatia, indiferença a tudo, impossibilidade de se
concentrar; sensação de isolamento; o paciente não compreende as perguntas
que lhe fazem.

e_. Meio mnemônico: Phosphoricum acidum é o medicamento da depleção nervosa.

Para uma prescrição mais ampla:


AURUM METALLICUM: perda da memória em uma pessoa
melancólica.
BUFO RANA: perda da memória em um imbecil, no sentido clínico do
termo.
KALIUM BROMATUM: perda da memória das palavras por abolição
das faculdades intelectuais; agitação incessante, particularmente das mãos.
NATRUM MURIATICUM: distração importante que impede o paciente
de registrar o que deveria lembrar; o paciente racionaliza seus problemas;
inabilidade física e psíquica.
SULFUR: perda de memória em uma pessoa aparentemente jovial.

e_. Vide também: Alzheimer, Depressão nervosa, Histeria.

MÉNIERE

Referências clínicas:
Síndrome formada por hipoacusia unilateral, vertigem rotatória intensa
e acúfenos (do mesmo lado que a surdez). A ela se associam náuseas, vômitos,
nistagmo. As crises duram de alguns segundos a alguns dias. Elas se referem a
6% dos casos de vertigens. No plano fisiopatológico correspondem a uma
hipertensão súbita do líquido labiríntico ou "hidropisia labiríntica".

Receita-tipo:
CHININUM SULFURICUM 5 CH,
COCCULUS INDICUS 5 CH.
MÉNIERE - 311

SILICEA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CHININUM SULFURICUM: síndrome de Méniere com vertigens,
surdez, acúfenos do tipo zumbidos de insetos; calafrios com dores cer-
vicodorsais (sensibilidade nas últimas vértebras cervicais e nas primeiras vér-
tebras dorsais à pressão); retomo periódico das crises.
COCCULUS INDICUS: síndrome de Méniere com vertigens à visão de
movimento (como, por exemplo, os carros que passam diante dos olhos na rua
ou na tela de uma televisão); náuseas; sensação de alguma coisa que se abre e
se fecha no occipício; agravamento quando está dentro de um meio de
transporte.
SILICEA: síndrome de Méniere com vertigens e pés frios; medicamento
típico da labirintite; associação eventual a uma sinusite crônica.

e~ Em caso de insucesso, tenta-se o Acetylsalicylicum acidum (a aspirina) que, entre


outros efeitos secundários, pode provocar (e portanto tratar) distúrbios neurossenso-
riais do tipo zumbido de ouvidos, vertigens, hipoacusia.

Para uma prescrição mais ampla:


CAUSTICUM: síndrome de Méniêre com eco de sons dentro da
cabeça.
CHENOPODIUM ANTHELMINTHICUM: síndrome de Méniere em
um contexto "hepático"; dor no ângulo inferior da omoplata direita; sensação
de entorpecimento percebido na fronte; zumbidos no ouvido, vertigens,
obscurecimento da visão, rosto pálido.
GLONOINUM: síndrome de Méniere após uma jnsolação, com ouvido
externo vermelho por causa da congestão cefálica, batimentos das artérias nos
ouvidos, desorientação.
NATRIUM SALICYLICUM: síndrome de Méniere com vertigens
quando o paciente tenta se levantar da cama e má audição para sons graves.
PHOSPHORUS: congestão cefálica: sensação de queimação entre as
omoplatas; diátese hemorrágica.
SALICYLICUM ACIDUM: vertigens ao tentar se levantar da cama;
entorpecimento em posição horizontal, agravado quando o paciente levanta a
cabeça ou senta na cama; tendência a tombar para um lado quando os objetos
parecem cair para o outro; acúfenos que lembram o ruído de uma queda
d'água; hipoacusia de origem óssea.
T ABACUM: síndrome de Méniere com sensação .de cinetose.
312 - MENINGITE VIRAL

THERIDION CURRASSA VICUM: síndrome de Méniere com hipera-


cusia; o ruído agrava a vertigem e dá a impressão de penetrar nos dentes; ele
provoca vertigens agravadas ao fechar os olhos, cefaléias e náuseas.

(,.. Vide também: Acúfenos, Vertigens.

MENINGITE VIRAL
1
Referências clínicas:
Inflamação aguda das meninges e do líquido cefalon-aquidiano. Os
sintomas são: febre elevada, cefaléia imp01iante, rigidez da nuca, náuseas ,
vômitos, fotofobia .

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
BELLADONNA 5 CH,
HELLEBORUS NIGER 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: meningite virai com grito encefálico, estupor,
ausência de sede, cefaléia latejante, estrabismo, incoordenação, anúria.
· BELLADONNA: meningite virai no início com febre elevada; face
congestionada; delírio entremeado com fases de abatimento, resmungas,
alucinações com an imais; convulsões; estrabismo; ranger de dentes; fotofobia ;
midríase, intolerância ao ruído ; batimentos das carótidas; caráter repentino e
violento dos sintomas.
HELLEBORUS NIGER: meningite virai com testa franzida e lenti-
ficação intelectual; indif~rença, lentidão para responder perguntas; grito
encefálico; olhar fixo com olhos virados para cima; midríase; maxilar inferior
caindo; movimentos automáticos da cabeça ou de um membro; oligúria ou
anúria.

(,.. Por razões deontológicas evidentes, deve-se reduzir a prescrição homeopática


somente para a meningite virai. A literatura relata alguns sucessos na meningite
bacteriana, mas eram aleatórios.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: meningite vira] no início, com febre
elevada, pulso rápido e duro, pele seca, agitação, medo.
MENOPAUSA • 313

BRYONIA ALBA: face congesta com irritabilidade e desejo de ficar


tranqüilo; estupor; delírio com desejo de "voltar para casa"; fala engrolada;
cefaléia agravada ao menor movimento; sede.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: face congesta com embotamento,
prostração, cefaléia occipital e desejo de ficar tranqüilo; perda do controle
muscular com impossibilidade de manter a cabeça elevada; diplopia; fala
embaraçada; eventualmente coma.
STRAMONIUM: meningite virai com febre elevada e delírio loquaz;
necessidade de companhia; midríase com olhar fixo, olhos esbugalhados; crise
de terror; necessidade de iluminação; anúria.
ZINCUM MET ALLICUM: síndrome meníngea no curso de uma febre
eruptiva cujo exantema custa a se manifestar.

e,... Vide também: Convulsões febris, Encefalite virai, Epilepsia, Caxumba.

MENOPAUSA

Referências clínicas:
Cessação definitiva da atividade hormonal ovariana, com parada das
regras e eventualmente os seguintes sintomas: ondas vasomotoras (encontradas
em 75% das mulheres), transpiração excessiva, estado depressivo, palpitações,
insônia, atrofia vaginal, fadiga, dor de cabeça, alteração da pele e dos fâneros,
ganho de peso, modificação do peito, alterações da sexualidade, osteoporose.
O tratamento hormonal substitutivo tem um certo número de vantagens:
supressão das ondas de calor, da secura vaginal, melhora da vida sexual,
diminuição do risco cardíaco, prevenção da osteoporose, melhora da memória
das mulheres em pós-menopausa, proteção quanto à perd~ de elasticidade
cutânea, proteção contra o risco de morrer de câncer do cólon. Existem
inconvenientes comprovados: metrorragias, sintomas do tipo "pré-menstrual"
(retenção hídrica, seios doloridos, irritabilidade), pequeno aumento da taxa de
câncer do seio.

Receita-tipo:
LACHESIS MUTUS 7 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


LACHESIS MUTUS: ondas de calor com transpiração, falta de ar,
hematomas espontâneos, hiperestesia cutânea; à noite a paciente rejeita os
314 - MENOPAUSA

lençóis e cobertas; de dia, se ela pode, vive praticamente nua em sua casa; ela
não suporta uma echarpe em volta do pescoço ou uma camisa fechada;
palpitações; melhora pelo retomo das regras; menorragias ou metrorragias
que aliviam as ondas de calor; principal medicamento da menopausa
propriamente dita ou da pessoa "que nunca está bem depois da menopausa";
tendência a sentir frio facilmente; excitação loquaz, discurso que salta da água
ao vinho; bochechas violáceas.
SANGUINARIA CANADENSIS: ondas de calor com vermelhidão
circunscrita das bochechas (como as bonecas russas); pólipo uterino com
hemorragias de sangue vermelho vivo.
SEPIA OFFICINALIS: ondas de calor com transpiração emotiva,
astenia, lipotimia, palidez, olheiras; sensação de peso pelviano; agravameQ.to
pelas emoções.
SULFUR: as ondas de calor começam no peito e vão para a cabeça e
extremidades, com falta de ar.

e~ Se bem que desempenhe um papel maior, Lachesis não é o único medicamento da


menopausa. O homeopata não tem "medicamento preferido". Ele se curva à
realidade clínica. Não pode dizer: "Lachesis age bem na menopausa". Lachesis age
bem a cada vez que está corretamente prescrito, ou seja, quando seus sintomas
estão presentes (e encontrados por anamnese e exame). Nesse caso é bem
freqüente.

Para uma prescrição mais ampla:


ACT.tEA RACEMOSA: dores uterinas na época da menopausa; quanto
mais abundante o fluxo, mais fortes as dores; cefaléia com sensação de cabeça
em uma nuvem; loquacidade~ humor cambiante.
AMYLIUM NITROSUM: ondas de calor à menor emoção, com
orgasmo sangüíneo, cefaléia latejante, batimento das carótidas, rosto ver-
melho e quente, palpitações, tran~piração repentina; necessidade de ar
fresco.
FOLLICULINUM: este medicamento pode ser prescrito em baixa
dinamização (5 CH), na época da pré-menopausa, para manter a taxa de
estrona o mais alta possível, pelo maior tempo possível.
GLONOINUM: medicamento de congestão cefálica intensa quando as
regras param, com desorientação; ondas de calor e cefaléia do tipo batimentos
por ondas no momento da menopausa.
GRAPHITES: tendência à obesidade; regras atrasadas.
KREOSOTUM: irritação importante da mucosa vaginal na época da
menopausa; leucorréias escoriantes e fétidas, responsáveis por prurido vulvar
agravada pelo contato do jato de urina.
MENSTRUAÇÃO • 315

PHOSPHORUS: as ondas de calor começam nas costas; sensação de


queimação entre as omoplatas; metrorragias da menopausa; agravamento pelas
emoções.
PULSATILLA: vermelhidão emotiva pelo menor motivo, com choros;
falta de ar.
SULFURICUM ACIDUM: menorragias da menopausa em uma pessoa
alcoolodependente; lassidão, fraqueza. desproporcional à doença em causa.
USTILAGO MAIDIS: menorragias de sangue escuro à menopausa, com
coágulos; útero fibromatoso e congesto.

<
_. Vide também: Amenorréia, Fibroma, Menorragias, Metrorragias, Osteoporose,
Regras.

MENSTRUAÇÃO: vide Regras

MERALGIA PARESTÉSICA: vide Nevralgia

METRITE

Referências clínicas:
Afecção inflamatória da mucosa uterina, de origem bacteriana.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O çssencial para a receita usual:


HEPAR SULFURIS CALCAREUM: metrite com leucorréias purulen-
tas e odor fétido (classicamente de "queijo velho"), irritando a pele,
escoriantes.
MERCURIUS SOLUBILIS: leucorréias escoriantes, esverdeadas, san-
guinolentas, escoando mais à noite; dores no útero; adenopatias; febre com
recrudescência noturna com hipersialorréia, mau hálito, língua que guarda a
marca dos dentes.
316 - METRORRAGIAS

SEPIA OFFICINALIS: metrite com leucorréias leitosas ou amareladas,


pruriginosas; sensação de peso dos órgãos da pequena bacia.

e.- Mercurius solubilis é freqüentemente indicado na supuração das mucosas.

Para uma prescrição mais ampla:


PULSATILLA: metrite com leucorréias cremosas, não irritantes,
escoando quando a paciente está em posição alongada.
THUYA OCCIDENT ALIS: metrite com leucon-éias esverdeadas,
espessas; concomitância com condilomas anogenitais ou de um pólipo uterino;
obesidade ginóide.

e.- Vide também: Bartholinite, Candidíase, Leucorréias.

METRORRAGIAS

Referências clínicas:
Hemorragia uterina que ocorre fora do período menstrual. Elas podem
ser funcionais ou orgânicas (e ligadas a um fibroma, câncer do colo ou do
corpo uterino, cisto do ovário, infecção genital).

Receita-tipo:
CHINA RUBRA 5 CH,
SABINA5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: pólipo ou fibroma uterino com metrorra-
gias a menor excitação mental ou emoção.
CHINA RUBRA: metrorragias abundantes com face pálida, olheiras,
zumbidos de ouvido, sensação de fadiga, lipotimias.
ERIGERON CANADENSIS: metrorragias abundantes de sangue
vermelho vivo, agravadas pelo esforço e pelo' movimento (por exemplo,
durante o parto), com irritação da bexiga e do reto; leucorréias entre dois
períodos menstruais.
SABINA: metrorragias de sangue vermelho vivo, fluido, que escoa por
paroxismos, misturado a coágulos; dores uterinas, sentidas do púbis ao sacro
e irradiadas à virilha; agravamento ao menor movimento; fibroma; ameaça de
aborto; excitação sexual.
METRORRAGIAS • 317

SEPIA OFFICINALIS: metrorragias durante a gravidez ou a meno-


pausa, com sensação de peso dos órgãos da pequena bacia e necessidade de
cruzar as pernas para se aliviar; astenia com face pálida e olheiras herpes
catamenial.
TRILLIUM PENDULUM: metrorragias de sangue vermelho vivo, em
jato, com lipotimias, agravadas ao menor movimento; metrorragias a cada duas
semanas; Lombalgias do tipo sensação de quebradura como se as articulações
sacroilíacas se deslocassem, que melhoram pela contenção forte da bacia com
ajuda de uma bandagem.

(_. Não há "pequenos medicamentos "em homeopatia. Se o Trillium pendulum, por


exemplo, parada das metrorragias de uma paciente, ela o considera como um
"grande medicamento". Só se pode falar de medicamentos menos freqüentemente
indicados que outros. Trillium pendulum interrompe as metrorragias a cada vez que
seus sintomas são encontrados na clínica.

Para uma prescrição mais ampla:


AMBRA GRISEA: metrorragias ao menor motivo, pelo exercício, após
uma evacuação de fezes duras.
BELLADONNA: metrorragias de sangue quente e muito vermelho,
com mau cheiro.
CHAMOMILLA VULGARIS: metrorragia após uma cólera.
CROCUS SATIVUS: hemorragia de sangue negro e filamentoso
agravada ao menor movimento; sensação de alguma coisa viva dentro do
ventre; extremidades frias.
HAMAMELIS VIRGINIANA: metrorragias passivas associadas a uma
congestão venosa importante, sem outra causa.
IPECA: metrorragias com náuseas; dores no umbigo.
KREOSOTUM: metrorragias após o coito; leucorréias amarelas,
corrosivas, fétidas, pruriginosas, "engomando" a roupa branca; o jato de urina
irrita os pequenos lábios quando entra em contato com eles; leucorréias
durante a gravidez.
LACHESIS MUTUS: metrorragias da menopausa; ondas de calor.
MILLEFOLLIUM: metrorragias de sangue vermelho vivo; con-
comitância de uma cefaléia congestiva.
PHOSPHORUS: metrorragias devidas a um fibroma ou a um pólipo
uterino; associação a uma diátese hemorrágica.
PLATINA: metrorragias acompanhadas de exageração do desejo sexual
ou hiperestesia dos órgãos genitais.
SECALE CORNUTUM: metrorragias de sangue negro com coágulos,
de mau cheiro.
318 - MICOSE

USTILAGO MAIDIS: metrorragias de sangue escuro à menopausa,


com coágulos; útero fibromatoso e congestivo.

<~ Vide também: Anemia, Fibroma, Hemorragias, Menopausa, Pólipos, Salpingite.

MICOSE

Referências clínicas:
Nome genérico das afecções provocadas por fungos parasitas. As
micoses da pele e de seus anexos (unhas e cabelos) são devidas a dermatófitos,
sendo os gêneros mais freqüentes Microsporum, Trichophyton e Epidermo-
phyton.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
BERBERIS VULGARIS 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: localização cutânea; aspecto de descamação
em pó fino.
ARSENICUM IODATUM: localização cutânea; aspecto liquenifi-
cada.
BERBERIS VULGARIS: herpes circinado que cicatriza a partir do
centro deixando u.ma pigmentação após sua passagem; prurido agravado pela
coçagem.
GRAPHITES: erupções circinadas nas dobras articulares; micose
periungueal com deformação das unhas.
MERCURIUS SOLUBILIS: localização digestiva e genital; diarréia
com tenesmo; mau hálito, hipersialorréia; a língua guarda a marca dos dentes;
sapinho; principal medicamento sintomático da micose vaginal.
MONILIA ALBICANS: bioterápico a prescrever em complemento ao
tratamento.de fundo nas candidíases.
SEPIA OFFICINALIS: localizações cutâneas e genitais; principal
medicamento de fundo do herpes circinado e da micose vaginal.
TELLURIUM MET ALLICUM: herpes circinado com mau cheiro; as
lesões elementares se desdobram, o que pode tornar o diagnóstico difícil.
MIOMA - 319

l~ Os medicamentos homeopáticos não eliminam fisicamente os fungos parasitas.


Eles modificam o terreno do paciente, o que torna seu desenvolvimento mais
difícil. É preciso, portanto, associar, a cada vez que necessário, um antimicótico
clássico.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: herpes circinado do couro cabeludo na
época da dentição; concomitância de transpiração nos pés.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: herpes circinado com superin-
fecção microbiana que se estende progressivamente.
MEDORRHINUM: eritema das nádegas do recém-nascido, de origem
micótica; bioterápico útil igualmente a título de tratamento complementar do
medicamento de fundo do paciente.
MUCOR MUCEDO: micose recidivante; manchas ovais mais claras no
centro; coriza com espirros; os olhos estão irritados e a luz faz mal aos olhos;
dispnéia com expectoração; asma de componente micótico.
NATRUM MURIATICUM: erupção circinada; medicamento de fundo
a escolher por suas características gerais.
SILICEA: micose dos artelhos, com mau cheiro da transpiração dos
pés.
THUYA OCCIDENT ALIS: micose tenaz e recidivante, digestiva ou
cutânea.
TUBERCULINUM: bioterápico que se pode dar em complemento ao
tratamento de fundo.

(~ Vide também: Candidíase, Dermite das nádegas, Herpes circinado, Pitiríase


versicolor.

MIOMA: vide Fibroma

MOLLUSCUM CONTAGIOSUM: vide Verrugas

MONONUCLEOSE INFECCIOSA

Referências clínicas:
Doença infecciosa aguda de origem virai, devida ao vírus de
Epstein-Barr. O maior pico de freqüência situa-se entre 15 e 19 anos. Após
320 • MORDIDAS DE ANIMAIS

uma incubação de 6 semanas, os sinais clínicos são um estado de mal-estar


geral com astenia, febre e cefaléias; uma angina (por vezes ulcerosa) com
adenopatias; transtornos digestivos (náuseas, vômitos); uma púrpura do véu
palatino; esplenomegalia. A fórmula sangüínea mostra uma leucocitose ligeira
com forte aumento de número dos grandes mononucleares. O diagnóstico
biológico é feito pelo teste de Paul-Bunnell-Davidsohn que é positivo nas duas
semanas seguintes ao início da infecção. Este teste é pouco sensível na criança
em quem se prefere solicitar uma sorologia específica. A evolução faz-se em 2
a 4 semanas para a cura, ao custo de uma astenia mais ou menos importante.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
PHYTOLACCA DECANDRA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


MERCURIUS SOLUBILIS: aspecto de falsas membranas; hálito fé-
tido; hipersialorréia; a língua guarda a marca dos dentes; adenopatias; febre de
predominância noturna com transpiração malcheirosa; calafrios.
PHYTOLACCA DECANDRA: garganta vermelha escura com dores
na raiz da língua, irradiadas aos ouvidos quando o paciente engole; mialgias.

<
_. Phytolacca decandra faz parte das sessenta substâncias que os homeopatas ame-
ricanos trouxeram à nossa farmacopéia tendo~as obtido dos xamãs indígenas.

Para uma prescrição mais ampla:


AILANTHUS GLANDULOSA: garganta vermelha escura, inchada,
ulcerada, com hálito fétido.
KALIUM BICHROMICUM: ulcerações com filamentos verdes sobre as
amígdalas.
NATRUM MURIATICUM: astenia seqüelar.

<
_. Vide também: Angina.

MORDIDAS DE ANIMAIS: vide Traumatismos e ferimentos

MUGUET: vide Candidíase


NÁUSEAS

Referências clínicas:
Vontades de vomitar, com contração involuntária dos músculos da
faringe, do esôfago e do estômago, seguidas ou não de vômitos. Elas podem
ser acompanhadas de sinais vagais: hipersialorréia, transpiração, lipotimia. As
causas são as mesmas que as dos vômitos que representam um grau a mais.

Receita-tipo:
IPECA 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANTIMONIUM CRUDUM: náuseas causadas por excessos alimenta-
res ou após ter sentido muito calor, ou ter bebido vinho ácido; a língua está
branca e espessa como se tivesse sido recoberta pela película do Leite;
agravamento após ter comido pão.
COCCULUS INDICUS: náuseas e vertigens à visão do movimento,
andando de carro ou pensando em alimentos; mal dos transportes; agrava-
mento ao ar livre.
IPECA: náuseas contínuas que não melhoram pelos vômitos, com
Língua limpa, salivação intensa e sensação de éstômago relaxado; náuseas
durante a tosse; agravamento quando o paciente está inclinado para frente.
NUX VOMICA: náuseas após as refeições por causa de excessos
alimentares; a Língua está saburrosa em sua metade posterior; agravamento
pelo café,
PETROLEUM: náuseas após ter comido gordura ou um creme gelado.
322 - NÁUSEAS

SEPIA OFFICINALIS: náuseas no curso de transtornos digestivos ou


de uma crise de enxaqueca, ou ainda devidas à dor nas costas; náuseas da
gravidez (mesmo as mais rebeldes), com concomitância de cloasma; face pá-
lida, fadiga, olheiras; agravamento de manhã ao acordar, pelo odor dos ali-
mentos, escovação dos dentes; melhora ao comer.
T ABACUM: náuseas e vertigens ao circular em carros com hipersia-
lorréia, suores frios, melhora ao ar livre; necessidade de descobrir o abdômen.

<,... Hahnemann, no parágrafo 153 do seu Organon diz, em resumo, que para pres-
crever validamente é preciso se basear antes de mais nada nos sintomas
"impressionantes, singulares, extraordinários, característicos". É assim que é
impressionante constatar que os problemas digestivos da lpeca são acompa-
nhados de língua limpa. O fato é suficientemente incomum para influenciar a de-
cisão.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTIMONIUM T ART ARICUM: náuseas no curso de uma infecção
pulmm)ar com estertores úmidos percebidos à distância, mucosidades, pouca
expectoração, cianose; melhora pelos vômitos.
BRYONIA ALBA: náuseas com secura da boca, agravadas quando o
paciente sai da posição deitada para se sentar, e que melhoram quando ele
bebe.
COLCIDNUM AUTUMNALE: náuseas no curso de uma crise de gota,
ao pensamento ou visão dos alimentos ·sendo cozinhados; eventualmen-
te, síncope pelo odor dos alimentos; diarréia com sensação de tensão no
abdômen.
IGNATIA AMARA: náuseas em seguida a contrariedades, agravadas
pelo odor do fumo, que melhoram ao comer; sensação de vazio no estômago
ao suspirar.
KALIUM BICHROMICUM: náuseas do paciente alcoolodepen-
dente.
LOBELIA INFLATA: náuseas violentas . com salivação, dispnéia,
prostração e estado de síncope.
PHOSPHÇ)RUS: náuseas que melhoram ao beber água gelada com
sensação de constricção na região do coração.
SYMPHORICARPUS RACEMOSUS: náuseas e vômitos incoercíveis
da gravidez, em caso de insucesso do Sepia.
THERIDION CURRASSA VICUM: náuseas e vertigens ao menor
ruído, que parece penetrar em todo o corpo.

e,... Vide também: Cefaléias e enxaquecas, Mal dos Transportes, Vômitos.


NEFRITE AGUDA • 323

NEFRITE AGUDA

Referências clínicas:
Inflamação brutal do glomérulo renal. Trata-se mais freqüentemente da
resposta imunológica, em nível renal, de uma infecção, comumente estrep-
tocóccica. No plano clínico, observa-se: edemas, hematúria, hipertensão
arterial, oligúria, insuficiência renal (inconstante). No plano paraclínico:
proteinúria abundante, hematúria, elevação dos anticorpos antiestreptocócicos,
elevação da uréia e da creatinina, perturbação do equilíbrio eletrolítico, even-
tualmente anemia.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
APIS MELLIFICA 5 CH,
MERCURIUS CORROSIVUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: nefrite "a frigore"; oligúria; urina quente e
queimante; febre com agitação e ansiedade.
APIS MELLIFICA: glom.erulonefrite com edema repentino de aspec-
to rosado, Localizado nas pálpebras ou generalizado; oligúria ou anú-
ria; albuminúria, cilindrúria; ausência de sede; dispnéia, sensação de su-
focação.
MERCURIUS CORROSIVUS: tubulonefrite com hematúria, albu-
.minúria, oligúria, urinas escuras; tenesmo vesical; a língua guarda a marca dos
dentes; hálito fétido; transpiração noturna. /

e• A eliminação do mercúrio pelo organismo faz-se sobretudo pela via urinária, o que
provoca à passagem de uma tubulonefrite. A par dos resultados da experimentação
das substâncias na pessoa sadia, os homeopatas têm o hábito, no objetivo de
melhor conhecer os medicamentos que empregam, de levar em conta os dados da
toxicologia. O cloreto mercurial (HgCl2 ) será tanto mais facilmente selecionado
como tratamento (complementar) da nefrite aguda quanto mais se tenha a noção de
tubulopatia.

Para uma prescrição mais ampla:


SERUM ANGUILLJE: nefrite subaguda com albuminúria e oligúria,
sem edema.
324 - NEFRITE CRÔNICA

STREPTOCOCCINUM: o estreptococo é responsável por glomerulone-


frites; na preparação homeopática, ele pode constituir um tratamento com-
plementar.

(.,. Vide também: Nefrite crônica, Síndrome nefrótica.

NEFRITE CRÔNICA

Referências clínicas:
Inflamação crônica dos rins.

Receita-tipo:
ARSENICUMALBUM 5 CH,
PLUMBUM MET ALLICUM 5 CH,
três grânulos .de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: nefrite crônica com edema de instalação
progressiva, anemia, pele pálida e cerosa; urinas quentes e queimantes;
oligúria; albuminúria; uréia elevada; sede por pequenas quantidades de água
fria; astenia, emagrecimento; associação eventual alcoolodependência.
PHOSPHORUS: nefrite crônica com retinite, cilindrúria, hematúria,
descompensação cardíaca; diátese hemorrágica (o sangue está muito ver-
melho).
PLUMBUM MET ALLICUM: nefrite crônica com hipertensão arterial,
anemia, albuminúria e. cilindrúria; as urinas estão com densidade inferior à
normal; amiotrofia.

e.,. Plumbum metallicum é particularmente indicado, segundo os dados da toxicologia,


nas formas túbulo-intersticiais.

Para uma prescrição mais ampla:


APOCYNUM CANNABINUM: nefrite crônica com anúria, edema que
guarda a marca em godê e sede.
CROTALUS HORRIDUS: retinite da nefrite crônica; diátese hemor-
rágica (o sangue está escuro).
CUPRUM MET ALLICUM: medicamento adjuvante em caso de
convulsões devidas ao aumento da uréia sangüínea.
NEFROSE LIPÓIDICA - 325

DIGIT ALIS PURPUREA: nefrite crônica com pulso lento e inter-


mitente.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: retinite da nefrite crônica com
tendência ao descolamento da retina.
KALIUM CHLORICUM: nefrite cromca associada a urna estomatite
aftosa, com urinas escuras, contendo albumina e cilindros.

(..- Vide também: Nefrite aguda, Retinite, Síndrome nefrótica.

NEFROSE LIPÓIDICA: vide Síndrome nefrótica

NEUROMA

Referências clínicas:
Tumor, freqüentemente congênito, constituído às custas de um nervo e
constituído ·de fibras nervosas rnielinizadas ou não. Existem igualmente
neurornas de amputação.

Receita-tipo:
HYPERICUM PERFORATUM 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia áté a melhora.

O essencial para a receita usual:


HYPERICUM PERFORATUM: dores que sobem ao longo do nervo a
partir do neuroma; medicamento a prescrever quase sistematicamente.
RUTA GRA VEOLENS: neuroma com sensação de machucadura na
região afetada.
ST APHYSAGRIA: neuroma após secção de um filete nervoso por um
instrumento cortante.

e.- A indicação do Hypericum perforatum no neuroma foi dada no passado ao autor


pelo Doutor Jean-Claude François, de Clermont-Ferrand.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo a escolher por
suas características gerais, principalmente a obesidade e a transpiração do
couro cabeludo.

(_. Vide também: Nevralgia.


326 - NEUROSE

NEUROSE

Desde a DSM III ( 1980), a neurose de angústia foi desmembrada em


distúrbio do pânico e ansiedade generalizada. Vide: Ansiedade, Histeria, Pâ-
nico, ·Transtornos obsessivo-compulsivos.

NEVRALGIA

Referências clínicas:
Dores que ocorrem mais freqüentemente sob forma de crise, espontânea
ou provocada, no trajeto de um nervo sensitivo, ou na região em que ele
intervém.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
BELLADONNA 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: nevralgia aguda, violenta, de ocorrência
brusca em conseqüência de um golpe de frio seco, do tipo formigamento;
agitação e ansiedade; medicamento indicado, em particular, em casos de
nevralgia facial.
BELLADONNA: nevralgia facial aguda, violenta do tipo bati-
mentos com face vermelha, midríase e abalos musculares; o início e o
fim da crise são bruscos; agravamento pelos abalos, pelo movimento, pelo
toque.
CHINA RUBRA: nevralgia com hiperestesia cutânea; agravamento ao
menor contato (o afloramento basta), enquanto a pressão forte alivia.
COFFEA CRUDA: dores intoleráveis que melhoram pelas aplicações
frias, e se agravam pelo toque, com hiperexcitabilidade.
COLOCYNTHIS: dores tipo câimbras que melhoram pelo calor e pela
pressão forte; irritabilidade por causa da dor; localização possível no olho,
com lacrimejamento.
NEVRALGIA - 327

MAGNESIA PHOSPHORICA: mesmo quadro que o Colocynthis, sem


a conotação psíquica.
NUX VOMICA: nevralgia facial ou cervicobraquial; dores fulgurantes
com hiperestesia de todos os sentidos, irritabilidade, calafrios, provocados ou
agravados pelo café e pelas correntes de ar.
SPIGELIA ANTHELMIA: nevralgia facial aguda, violenta, com lacri-
mejamento; agravamento pelo chá, pelo ruído, pelo movimento.

e..- Todos esses medicamentos têm sintomas em comum, mas são únicos se levamos
em consideração o conjunto dos sintomas próprios a cada um e igualmente a
valorização proposta pelas indicações em itálico.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: dores do tipo queimação acalmadas pelo calor;
nevralgia pós-zosteriana.
BRYONIA ALBA: sensação de picada; nevralgia intercostal agravada
pela respiração, pelo menor movimento (e, portanto, pela tosse), melhora pela
imobilidade absoluta e pela pressão forte.
CEDRON: nevralgia que retorna todos os dias à mesma hora
com uma regularidade de relógio; agravamento antes de uma tempes-
tade.
CHAMOMILLA VULGARIS: dores do tipo dormência, descritas como
insuportáveis mesmo quando não são fortes; agravamento pelo café.
DULCAMARA: sensação de frio local; agravamento pelo tempo
úmido.
KALMIA LATIFOLIA: alternância de uma n~vralgia facial com
sintomas cardíacos.
MEZEREUM: nevralgia em conseqüência do retrocesso de uma
erupção, ou nas conseqüências de zona; agravamento pelo calor, pelo fato de
comer, pela noite.
PHYTOLACCA DECANDRA: dores ao longo da face externa da coxa
(meralgia parestésica).
PLUMBUM MET ALLICUM: nevralgia acompanhada de paralisia e de
amiotrofia.
RANUNCULLUS BULBOSUS: nevralgia intercostal agravada pela
pressão das roupas, como se o nervo estivesse preso em tenazes, com
lacrimejamento e rinorréia; agravamento em hora fixa.

e..- Vide também: Neuroma, Odontalgias, Ciática, Zona.


328 - NINFOMANIA

NINFOMANIA

Referências clínicas:
Aumento do desejo sexual em uma mulher, que pode levá-la a repetir
freqüentemente as relações sexuais, e que se pode considerar como patológico
se a paciente se queixa.

Receita-tipo:
ORIGANUM MAJORANA 5 CH,
PLATINA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CANTHARIS: ninfomania no curso de um delírio erótico e furioso,
com uivos.
LACHESIS MUTUS: ninfomania na época da menopausa; cócegas que
vão das coxas às partes genitais.
LILIUM TIGRINUM: a paciente está em estado de hiperatividade
permanente a fim de acalmar seu desejo sexual; palpitações.
ORIGANUM MAJORANA: formigamento voluptuoso nos órgãos
genitais com idéias e sonhos eróticos; desejo sexual violento e masturbação
constante; necessidade de mudar seu pensamento através da hiperatividade e
particularmente pela corrida.
PLATINA: formigamento voluptuoso nos órgãos genitais; hipersensibi-
lidade dos órgãos genitais que tornam difícil o toque vaginal e as relações
sexuais; vaginismo; indicado igualmente na ninfomania das mulheres
acamadas; medicamento de fundo, a escolher por suas características gerais,
principalmente o caráter altivo da pessoa.
STAPHYSAGRIA: ninfomania com hipersensibilidade às impressões
físicas e mentais; ruminação permanente de. idéias sexuais; conseqüências de
vexação ou de indignação recalcadas.

e... Contrariamente ao que tem uma imagem muito disseminada, não é preciso reservar
a Platina para as ninfomaníacas. Esse medicamento pode ser indicado em caso de
frigidez. É o caráter altivo e orgulhoso que importa na decisão.

Para uma prescrição mais ampla:


GRATIOLA OFFICINALIS: ninfomania em uma mulher cuja mentali-
dade é a de Nux vomica; associação a problemas gastrintestinais.
NINFOMANIA - 329

HYOSCIAMUS NIGER: ninfomania com exibicionismo, lascívia, no


curso de um delírio querelante e obsceno.
MUREX PURPUREA: ninfomania após a supressão das regras.
PHOSPHORUS: ninfomania antes das regras; excitação sexual durante
a febre.

e..- Vide também: Frigidez, Prurido vulvar.


o
OBSESSÃO: vide Transtornos obsessivos compulsivos .

OCLUSÃO INTESTINAL: vide Constipação, Hérnia crural

ODONTALGIAS

Referências clítiicas:
Dores localizadas nos dentes ou em seus elementos de sustentação. Elas
provêm geralmente de uma inflamação, de uma infecção ou de uma cárie.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
CHAMOMILLA VULGARIS 5 CH,
COFFEA CRUDA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: dores pulsantes que podem parecer dentárias e
correspondem na verdade a uma nevralgia facial; bochecha vermelha do lado
doloroso; boca seca; agravamento pelos abalos.
CHAMOMILLA VULGARIS: dores descritas como intoleráveis em
um dente aparentemente sadio; bochecha vermelha do lado doloroso; o
paciente está irritável, mal humorado; agravamento pelo café e bebidas
quentes; melhora durante a refeição; na criança a dor melhora quando a põem
no colo.
332 • ODONTALGIAS

COFFEA CRUDA: dores intoleráveis, com agitação; agravamento pelo


ruído e por tudo que está quente; melhora temporária quando o paciente põe
água fria na boca.
HYPERICUM PERFORATUM: dores do tipo nevrálgico após uma
intervenção sobre um nervo dentário.
MERCURIUS SOLUBILIS~ dores com fluxão dentária; inflamação e
infecção das gengivas, que estão esponjosas; hipersialorréia; sensação de
alongamento dos dentes; irradiação à bochecha e ao ouvido do mesmo lado;
agravamento à noite; melhora pela massagem da bochecha.

,,_. Hahnemann publicou um grande número de trabalhos originais no campo da


química. Ele fez a descoberta do "mercúrio solúvel" (Mercurius solubilis). De início
triturado com lactose, o mercúrio tornou-se solúvel a partir da 4ª centesimal.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: dores agudas no vento frio e seco; bochecha
vermelha do lado doloroso; agitação.
ARNICA MONT ANA: dor dentária provocada pela extração de um
dente ou um traumatismo.
CAUSTICUM: dores crônicas no vento frio e seco.
CHINA RUBRA: dores dentárias agravadas ao menor contato,
melhoram ao apertar os dentes e pelo calor; em uma mãe que amamenta, dores
enquanto a criança mama.
FLUORICUM ACIDUM: sensação de calor nos dentes; fístula den-
tária.
KREOSOTUM: dores devidas a dentes cariados prematuramente
nas crianças; os dentes de leite se cariam ao brotar e tomam uma forma de
cunha.
NUX VOMICA: dores dentárias devidas a uma amálgama.
PHYTOLACCA DECANDRA: dores que melhoram ao morder alguma
c01sa.
SILICEA: fluxão dentária com comprometimento do periósteo.
SPIGELIA ANTHELMIA: dores que parecem de origem dentária e
correspondem na verdade a uma nevralgia facial; irradiação ao osso malar;
agravamento pela água fria e pelo fato de fumar.
STAP~YSAGRIA: dores dos dentes cariados, quando há alimento
dentro da cavidade; melhora pela pressão.

<,.. Vide também: Abcesso dentário, Cáries dentárias, Dente do siso, Gengivite,
Nevralgia.
ORQUITE - 333

ORQUITE

Referências clínicas:
Inflamação aguda ou cronica do testículo. Ela pode ser uma
complicação de uma infecção urinária ou da caxumba, uma seqüela de
gonococcia, conseqüência da cirurgia prostática ou de uma sonda de espera.

Receita-tipo:
HAMAMELIS VIRGINIANA 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
RHODODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: orquite aguda com testículo duro, inchado,
muito doloroso; febre intensa com agitação.
BELLADONNA: orquite aguda com testículo duro, doloroso, retraído;
febre intensa com midríase, abatimento e resmungas.
HAMAMELIS VIRGINIANA: orquite prolongada, com testículo
quente e sensível ao toque; eventualmente, encontra-se as noções de
transpiração no escroto, contusão do testículo, varicocele.
PULSATILLA: orquite aguda ou prolongada, com inflamação do
cordão espermático e epididimite, no decurso da caxumba ou de uma
gonorréia; testículo doloroso, retraído, quente.
RHODODENDRON: orquite prolongada, com testículo atrofiado;
dores do testículo do tipo esmagamento; associação a uma epididimite.
SPONGIA TOSTA: orquite prolongada ou crônica; testículo duro com
sensação de calor local.

e..- Hamamelis virginiana é antes de mais nada um medicamento venoso. Não é,


portanto, espantoso encontrar uma varicocele associada à orquite.

Para uma prescrição mais ampla:


CLEMATIS ERECT A: testículo duro, doloroso, inchado, retraído;
agravamento pelo calor da cama; eventualmente em conseqüência de uma
gonorréia, com irritação da uretra.
MEDORRHINUM: bioterápico útil a título complementar do medica-
mento de fundo; eventualmente indicado em caso de antecedentes de
gonorréia.

e..- Vide também: Criptorquidia, Epididimite, Hidrocele.


334 - OSTEOPOROSE

OSTEOPOROSE

Referências clínicas:
Osteopatia rarefaciente que altera a microarquitetura do tecido ósseo,
mais precisamente a trama protéica, sem alteração da mineralização. Ela
constitui um risco importante de fraturas assim como de achatamentos
vertebrais. A osteoporose pós-menopausa é freqüente: em cada dez mulheres
com idade de 50 anos, quatro apresentarão um dia uma fratura por fragilidade
óssea.

Receita-tipo:
CALCAREA PHOSPHORICA 7 CH,
.SILICEA 7 CH, .
. três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: ajuda a regulação do metabolismo
cálcico; medicamento a prescrever nos pacientes com ossos grossos e
curtos.
CALCAREA FLUORICA: ajuda a regulação do metabolismo cálcico;
medicamento a prescrever para os pacientes com ossos deformados e
assimétricos, com tendência às exostoses e hiperlaxidão ligamentar.
CALCAREA PHOSPHORICA: ajuda a regulação do metabolis-
mo cálcico; medicamento a prescrever para os pacientes com ossos lon-
gos e finos; têm-se eventualmente a noção de retardo na consolidação de
fraturas.
PHOSPHORUS: medicamento da osteonecrose, particularmente in-
dicado na osteoporose ligada à algodistrofia reflexa.
SILICEA: principal medicamento da osteoporose; ele favorece a
remineralização óssea.

e_. Hekla lava e Silicea têm sinais em comum (principalmente o ponto de impacto ósseo
e a tendência à supuração). Esta é menos espantosa que a lava do monte Hekla
(Islândia) que contém sílica.

Para uma prescrição mais ampla:


HEKLA LAVA: medicamento a prescrever se, além da osteoporose,
tem-se a noção de exostoses.
OTITE MÉDIA • 335

P ARATHORMONE: ajuda a regulação do metabolismo cálcico;


medicamento a prescrever em 7 CH (dinamização reguladora) além do trata-
mento clássico, especialmente em caso de associação com uma hipocalce-
mia.
SYMPHYTIUM OFFICINALE: medicamento a prescrever em caso de
fratura que complica a osteoporose.

(~ Vide também: Artrose, Coxartrose, Fratu~a. Lombalgia, Menopausa.

OTITE MÉDIA

Referências clínicas:
A otite média aguda é uma inflamação bacteriana ou virai do ouvido
médio, ou seja, da caixa do tímpano, das cavidades anexas e da trompa de
Eustáquio. Ela se apresenta como uma otalgia acompanhada de febre e de
hipoacusia, e complica mais freqüentemente uma infecção virai das vias aéreas
superiores. O exame do tímpano evidencia sinais de retenção e de inflamação
(efusão retrotimpânica, congestão difusa, bombeamento mascarando o manche
do martelo). Os dois germes mais freqüentemente encontrados são o Hce-
mophilus influenzae e o Streptococcus pneumonice (o pneumococo). As com-
plicações em curto prazo são a mastoidite, a meningite, uma paralisia facial, e
sobretudo a otite serosa; em mais longo prazo, as recidivas e a otite crônica.
Ela é freqüente nas crianças entre 3 meses e 3 anos.
A otite média serosa corresponde a uma efusão inflamatória asséptica
situada no ouvido médio, e proveniente da cura incompleta de uma otite média
aguda ou de uma obstrução tubária. É acompanhada de uma ligeira retração da
membrana timpânica e é responsável por uma hipoacusia. É tratada
classicamente pela colocação de aeradores transtimpânicos.
A otite média crônica é uma supuração crônica com perfuração
permanente da membrana timpânica. Este orifício torna possível a penetração
de um epi~élio malpighiano queratinizado no ouvido médio, é o que se
denomina colesteatoma.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
FERRUM PHOSPHORICUM 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
336 - OTITE MÉDIA

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: otite aguda catarral de ocorrência brutal,
com tímpano vermelho, dores intensas, febre elevada, agitação, ausência de
transpiração; início ou agravamento à noite; conseqüências de golpe de frio
seco.
BELLADONNA: otite aguda catarral de ocorrência brutal, com
tímpano vermelho, dores latejantes; febre elevada, abatimento, rosto ·ver-
melho, midríase, transpiração, calor; eventualmente delírio devido à febre;
agravamento pelo ruído e pelos abalos.
CHAMOMILLA VULGARIS: otite aguda com dores violentas alivi-
adas quando a criança é levada a passear no colo; a bochecha do lado da
otite está vermelha; transpiração quente na cabeça; ocorrência freqüente no
curso de uma erupção dentária.
FERRUM PHOSPHORICUM: início de otite aguda com tímpano
vermelho e catarro na trompa de Eustáquio; febre em ondas (quando a
· temperatura está subnormal as bochechas estão pálidas, quando a febre sobe as
bochechas estão vermelhas).
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: otit.e aguda com otorréia puru-
lenta, de mau cheiro (como o queijo velho); o pus provoca pequenas vesículas
no conduto auditivo externo; prurido na trompa de Eustáquio; sern~ibilidade do
ouvido ao toque; agravamento pelas correntes ·de ar; medicamento a ser
utilizado somente quando o tímpano está aberto, na medida em que os
sintomas do Hepar sulfuris calcareum estão claramente presentes.
MERCURIUS DULCIS : otite seromucosa com espessamento e retração
do tímpano, catarro crônico do ouvido médio e da trompa de Eustáquio,
surdez.
MERCURIUS SOLUBILIS: otite aguda com perfuração do tímpano,
otorréia purulenta, escoriante e de mau cheiro, dores irradiadas à bochecha e
surdez: febre com transpiração de mau cheiro, hipersialorréia, hálito fétido,
língua que guarda a marca dos dentes; agravamento à noite (da febre, das
dores e da otorréia) e pelo calor.
PULSATILLA: otite aguda catarral ou supurada com ouvido externo
vermelho e dores; perfuração do tímpano com otorréia amarela, espessa, não
irritante; pode se tratar de um catarro crônico da trompa de Eustáquio com
sensação de ouvido entupido e surdez; caso se trate de uma criança, lembra-
mos que seu caráter se atenua e que se torna chorosa; agravamento à noite;
eventualmente otite em conseqüência de sarampo; Pulsatilla é igualmente um
medicamento das otites de repetição, a escolher por suas características gerais,
principalmente o fato de que se trata de uma criança habitualmente doce e
emotiva, sempre nas saias de .sua mãe.
OTITE MÉDIA - 337

RHUS TOXICODENDRON: miringite bolhosa sob forma de pequenas


vesículas no tímpano; eventualmente, herpes de surtida e triângulo vermelho e
1iso na ponta da língua.
SILICEA: principal medicamento da otite crônica com perfuração do
.tímpano, supuração, prurido na trompa de Eustáquio, comprometimento dos
ossículos; hiperacusia; estalos dentro do ouvido ao assoar pelo nariz; a dar
quase sistematicamente nos casos antigos; Silicea é igualmente um medica-
mento de fundo das otites de repetição, a escolher por suas características
gerais, principalmente os indivíduos em reação de vacinação, transpiração
fétida dos pés, pelo fato de que o menor ferimento supura.

e..- Os sintomas mentais não são indispensáveis nos casos agudos, nos quais são
pesquisados sistematicamente. Ao contrário, não é problema negligenciá-los se
estão presentes. Assim, a prescrição de Pulsatilla é mais confiável quando se
encontra a doçura típica do medicamento, mas esta só é significativa do
medicamento, se for incomum. Ou seja, leva-se mais em consideração em uma
criança que se torna doce quando tem uma otite enquanto é habitualmente viva e
agitada.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: otite aguda supurada, com otorréia escoriante,
de mau cheiro, dores queimantes.
AURUM MET ALLICUM: otite crônica com otorréia fétida, compro-
metimento dos ossículos, necrose da mastóide, hiperacusia.
CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo das otites de
repetição, a escolher por suas características gerais, principalmente o rosto
redondo, a transpiração da cabeça e a tendência a sentir frio facilmente.
CANTHARIS: miringite bolhosa sob forma de grandes vesículas no
tímpano.
CAPSICUM ANNUUM: otite aguda com comprometimento da
mastóide, que está inchado e sensível ao toque.
KALIUM BICHROMICUM: otite crônica com ulceração do tímpano;
otorréia de pus muito espesso ou purulento, após uma rinofaringite (o
medicamento pode também ser dado preventivamente na fase da faringite).
KALIUM MURIATICUM: catarro crônico da trompa de Eustáquio,
com acúfenos, estalos no ouvido ao soprar pelo nariz, surdez; a língua está
recoberta por uma camada branca e espessa.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: medicamento de fundo das otites de
repetição, a escolher por suas características gerais, principalmente a tendência
. aos problemas digestivos do tipor dispepsia flatulenta e a existência de um
terreno atópico.
338 - OTITE MÉDIA

NUX VOMICA: prurido da trompa de Eustáquio forçando o paciente a


deglutir.
PSORINUM: otite supurada crônica com corrimento de mau cheiro;
medicamento a tentar em caso de insucesso dos outros medicamentos.
SULFUR: otite crônica em um paciente que tem tendência ao eczema.
TELLURIUM MET ALLICUM: otite crônica com otorréia purulenta,
com odor de salmoura, provocando vesículas no conduto auditivo externo e no
lobo da orelha.

e..- Vide também: Acúfenos, Mastoidite, Rinofaringite.


p
PALPITAÇÕES: vide Extra-sístoles

PANARÍCIO

Referências clínicas:
Inflamação flegmoriosa da polpa de um dedo, superficial ou profun-
da, difusa. É acompanhada de dor importante, de eritema e de aumento de
calor local. A variedade situada em tomo da unha recebe o nome de
"unheiro".

Receita-tipo:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 7 CH,
MYRISTICA SEBIFERA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: início de panarício com edema rosado; dores
picantes e queimantes; agravamento ao toque.
BUFO RANA: panarício com linfangite que sobe ao longo do membro,
dores e adenopatias.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: panarício ou "unheiro"; sensação
de farpa, hiperestesia ao toque; esse medicamento facilita a supuração.
MYRISTICA SEBIFERA: panarício com dores subungueais; edema da ·
falange correspondente.
SILICEA: panarício demorado com comprometimento ósseo; no caso,
Silicea facilita a eliminação de uma farpa esquecida. ·

e_. Myristica sebifera foi batizada, de modo um pouco enfático, corno "bisturi
homeopático".
340 - PANCREATITE

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: conseqüências da picada séptica; dores muito fortes
do tipo queimação; comprometimento do estado geral; evolução possível para
a gangrena.
DIOSCOREA VILLOSA: panarício iniciante, com dores violentas.
LACHESIS MUTUS: panarício de aspecto v·ioláceo; evolução possível
para a gangrena.
LEDUM PALUSTRE: panarício devido a uma farpa.

<_. Vide também: Abcesso, Linfangite.

PANCREATITE

Referências clínicas:
A panéreatite aguda corresponde à inflamação aguda do pâncreas que,
'de alguma forma, se autodigere. Existem formas edematosas e formas
necrótico-hemorrágicas (que são mais graves). Os sintomas são: dores
epigástricas intensas com irradiação posterior, náuseas, vômitos; febrícula;
eventualmente, síndrome de choque. A elevação da amilasemia não é
específica. O alcoolismo (freqüentemente sobre uma pancreatite crônica
preexistente) e a litíase biliar (migração de um cálculo de pequeno tamanho na
via biliar principal, com presença, neste caso, de uma icterícia) representam 75
a 85% das etiologias. As outras causas (metabólicas, traumáticas, tumoral,
infecciosas) são mais raras.
A pancreatite crônica está mais freqüentemente ligada à doença
alcoólica (85% dos casos). O consumo crônico de álcool favorece a
precipitação proteinocálcica nos canais pancreáticos aumentando a con-
centração das proteínas no suco pancreático (hiperviscosidade) e diminuin-
do a secreção pancreática de citrato (quelato de cálcio) e de litoestatina
(inibidor protéico da precipitação cálcica) . . Em menor grau, o álcool é
diretamente tóxico para a célula pancreática (sobrecarga lipídica, desorga-
nização do citoesqueleto, aumento de permeabilidade da membrana). Princi-
pais sintomas: dores no ·epigástrio ou abdominais altas, profundas, penosas, em
surtos, algumas vezes com uma irradiação subcostal esquerda ou posterior,
agravadas pela alimentação, aliviadas pela antetlexão; subicterícia, diarréia
gordurosa, emagrecimento, astenia; eventualmente diabetes. No plano biológi-
co, nota-se uma elevação da amilasemia, da lipasemia e da glicemia.

Receita-tipo:
PHOSPHORUS 5 CH,
IODUM5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
PÂNICO (CRISES DE) - 341

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: pancreatite com fezes gordurosas, queimantes
e de muito mau cheiro; o paciente está magro, ou mesmo caquético; ele é al-
coolodependente e fica deprimido após a ingestão de álcool (ele é o "vinho
triste").
IODUM: pancreatite crônica com diarréia crônica, fezes esbranquiçadas
e gordurosas; o paciente está magro embora seu apetite esteja conservado,
ansioso ele não com.e, intolerante ao calor; associação a um cisto do pâncreas.
PHOSPHORUS: pancreatite crônica; as fezes estão esbranquiçadas, gor-
durosas, com mau cheiro e esgotantes; elas contêm alimentos não· digeridos;
grande sede de água fria; dores em queimação nas 1nãos, no peito, entre os
ombros; eventualmente tendência ao diabetes, às hemorragias; esse medica-
mento está mais particularmente indicado na pancreatite de origem alcoólica;
deve ser dado sistematicamente na ausência de elementos para a decisão.

(.,.. Phosphorus, cujos resultados são constantes, merece ser prescrito em todos os
casos de pancreatite. É prescrito mesmo se os sintomas não são encontrados.
Pode-se, eventualmente, acrescentar um dos outros medicamentos, levando-se em
conta o aspecto clínico.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM NITRICUM: pancreatite com acesso de diarréia emoti-
va; eructações sonoras; dores no vazio epigástrico irradiadas ao hipocôndrio
esquerdo.
BELLADONNA: dores violentas e repentinas no vazio epigástrico,
agravadas por agitação, que melhoram quando o paciente est~ de bruços; sede.
IRIS VERSICOLOR: fezes gordurosas e queimantes; salivação abun-
dante; queimação em todo o tubo digestivo, especialmente na região pan-
creática; tendência às enxaquecas oftálmicas.
MERCURIUS SOLUBILIS: pancreatite com hálito fétido, hipersia-
lorréia; a língua guarda a marca dos dentes.
PULSATILLA: fezes de aspecto variado; gosto de .gordura na boca.
SPONGIA TOSTA: pancreatite com sensaçãó de calor no abdômen e
fezes esbranquiçadas.

r_,. Vide também: Alcoolodependência.

· _1 ~~~~~~~~-P_Â_N_1_c_O~(C_r_is_e_s_d_e_)~~~~~~~~.....
Referências clínicas:
O ataque de pânico é urna crise de angústia paroxística que ocorre de
modo imprevisível e brutal, de duração limitada. Trata-se de um terror intenso,
342 - PÂNICO (CRISES DE)

sem causa aparente, sem objeto preciso. Os sintomas físicos de acompanha-


mento são: dispnéia, taquicardia com palpitações, opressão torácica ou dores
precordiais com sensação de sufocação, vertigens (não rotatórias), náuseas, do-
res abdominais, hipersudação, sensação de estrangulamento, turvação visual ,
parestesias, tremores. Os sintomas mentais associados são: sensação de não-
realização, de despersonalização, medo de perder o controle de si mesmo, de
desfalecer, de enlouquecer, de moITer. O pânico é uma expressão direta do in-
consciente e ocoITe sem razão aparente. Prevalência: 4 a 5 % da população em
geral.
O distúrbio do pânico define-se como a repetição dos ataques de pâni-
co de maneira imprevisível. Sua complicação mais freqüente é a agorafobia.
Prevalência: 1 a 2 % da população em geral; 1/3 das pessoas que
tenham tido algumas crises de pânico desenvolvem um distúrbio do pânico.

Receita -tipo:
ACONITUM NAPELLUS 7 CH,
PHOSPHORUS 7 CH,
três grânulos de cada, em alternância de 5 em 5 minutos no momento
da crise de pânico.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS : superexcitação nervosa repentina, com
agitação e medo intenso; medo de moITer, medo de sufocar, medo da loucura;
necessidade de cuidados imediatos; sintomas físicos, tais como dores
precordiais, palpitações, sensação de inchaço nas extremidades, crise súbita de
hipertensão; conseqüências do teITor.
PHOSPHORUS : ataque de pânico com necessidade absoluta de
companhia; medo de doenças (o paciente vai à consulta pelo menor sintoma;
inquieto durante a consulta, ele observa o menor gesto do médico); grande
sensibilidade à crítica dos outros; desejo de companhia.

(..- Dá-se o Aconitum napellus em 7 CH no momento do ataque de pânico (repetindo a


cada 2 a 5 minutos se necessário). Phosphorus é mais destinado a prevenir os
ataques e será dado em doses semanais (em 30 CH) .

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM NITRICUM: pânico com fobia do mal-estar e medo de
seus próprios impulsos; medo de sair de casa, pressa de retornar quando está
fora; impaciência; tremores; diarréia imediatamente antes do ataque de pânico.
ARSENICUM ALBUM: o paciente tem medo de tudo o que sai do
comum; pessimista, está convencido de que vai moITer e que ninguém pode
fazer nada por ele.

(..- Vide também: Agorafobia, Ansiedade, Depressão nervosa:, Hipocondria, Fobias.


PARAFIMOSE • 343

PARAFIMOSE: vide Fimose

PARALISIA FACIAL

Referências clínicas:
Abolição da motricidade na hemiface. Conforme a localização, dis-
tinguem-se:
- A paralisia facial periférica, cuja lesão está situada abaixo do núcleo
do VII par. Clinicamente: o comprometimento da hemiface é
homolateral à lesão e envolve as duas áreas, superior e inferior, do
nervo facial. Todos os músculos estão envolvidos, inclusive o cutâneo
do pescoço. A paralisia abrange todos os movimentos (automáticos,
reflexos, voluntários). Constata-se ao repouso o desaparecimento das
rugas frontais, o olho muito aberto, o achatamento da dobra
nasogênica, o · abaixamento da comissura labial. Quando dos
movimentos da face, os traços desviam-se para o lado sadio e a
oclusão palpebral é impossível. Etiologia: a causa principal (50 a
80% dos casos) é a paralisia facial a frigore, isolada, de instalação
brutal e rápida; as outras causas são: hemiplegia contralateral,
neurinoma do acústico, síndrome meníngea, polirradiculoneurite de
Guillain-Barré, zona do gânglio geniculado, desmielinização (escle-
rose em placas), infecção do ouvido médio (otite, mastoidite), fratura
do rochedo, tumor da parótida.
A paralisia facial frontal na qual a lesão. está situada acima do
núcleo do VII par. A paralisia é contralateraf à lesão e predomina no
facial inferior porque o ramo superior do facial é inervado pelos dois
feixes geniculados. A oclusão palpebral continua possível do lado
atingido, mas a força muscular do orbicular das pálpebras está
diminuída. Existe uma dissociação automático-voluntária: o déficit é
visível quando dos movimentos voluntários, mas se atenua ou
desaparece quando da mímica automática emocional. Existe mais
freqüentemente uma hemiplegia homolateral à paralisia facial.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
CAUSTICUM 5 CH,
três grânulos de cada e~ alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
344 - PARANÓIA

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: paralisia facial "a frigore" de ocorrência
brutal; sensação de inchaço ou de formigamento.
CAUSTICUM: paralisia de instalação progressiva, que evolui de modo
crônico, após o retrocesso de uma erupção ou após ter estado molhado;
paralisia de uma pálpebra, que não pode ser levantada; paralisia da língua;
pai"alisia facial no curso de uma hemiplegia.

<
_. Causticum é uma preparação original de Hahnemann. É obtida por distilação de
uma mistura de cal recentemente apagada e de bissulfato de potássio.

Para uma prescrição mais ampla:


COCCULUS INDICUS: paralisia facial no curso de uma cnse de
tetania com formigamento peribucal e impossibilidade de falar.
DULCAMARA: paralisia facial aguda após exposição ao frio úmido.
RHUS TOXICODENDRON: paralisia facial crônica após exposição ao
frio úmido.

<
_. Vide também: Acidente vascular cerebral.

PARANÓIA

Referências clínicas:
A paranóia ou psicose paranóica corresponde a um delírio sem
alucinação nem desorganização do pensamento, mas com sentimento de
perseguição. O paciente interpreta falsamente a atitude dos que o rodeiam,
reivindica, é afetado de erotomania ou de fanatismo religioso. É preciso não
confundir esse estado com a personalidade paranóica, na qual dominam a
psico-rigidez, a desconfiança, a falsidade do julgamento, a superestima por si
mesmo.

Receita-tipo:
NUX VOMICA 7 CH,
três grânulos, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


NUX VOMICA: cóleras freqüentes, irascibilidade, agressividade,
violência, ou mesmo impulso de matar em uma pessoa aut_oritária, ciumenta,
PARODONTITE - 345

impaciente, meticulosa, vingativa; comete excessos de todos os tipos (álcool,


café, fumo).
PLATINA: o paciente tem um orgulho desmedido e uma atitu-
de condescendente; os outros lhe parecem desprezíveis; impulso de
matar.
ST APHYSAGRIA: paranóia com tendência a jogar os objetos no rosto
da pessoa que o ofende; o paciente é recalcado, interiormente revoltado, se
envergonha facilmente, rumina idéias sexuais.

(_. Somente a personalidade paranóide pode ser (em parte) tratada pela homeo-
patia.

Para uma prescrição mais ampla:


ANACARDIUM ORIENT ALE: delírio paranóico sobre o tema da
perseguição; o paciente se sente cercado por inimigos; falta-lhe senso moral;
tem tendência a ser grosseiro, cruel e a praguejar.
HYOSCY AMUS NIGER: delírio paranóico sobre o tema do ciúme;
medo de ser envenenado.
KALIUM BROMATUM: impressão de ser perseguido pela po-
lícia.
SULFUR: egocéntrismo; idéias de grandeza; o paciente tem tendência a
gastar muito; nada é suficientemente bom para ele, compra sempre o melhor;
cleptomania.

(_.. Vide também: Delírio.

PARODONTITE

Referências clínicas:
Inflamação do tecido que sustenta os dentes; gengivas, alvéolos,
ligamento alvéolo-dentário e cimento. Geralmente local, esta afecção
pode igualmente ser sistêmica; é preciso, nesse caso, pesquisar um diabe-
tes ou uma leucemia; classicamente ela pode também ser observada no
escorbuto.

Receita-tipo:
CARBO VEGETABILIS 5 CH,
GUN POWDER 5 CH,
346 - PAROTIOITE

L YCOPODIUM CLAVATUM 5 CH,


três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


CARBO VEGETABILIS: gengivas esponjosas, retraídas, sangrantes;
elas podem ser a sede de pústulas.
GUN POWDER: medicamento indicado, sem sintoma particular, em
caso de supuração das gengivas.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: principal medicamento de fundo a
escolher por suas características gerais, principalmente a dispepsia flati1lenta.
MERCURIUS SOLUBILIS: supuração ou ulceração das gengivas; a
língua guarda a marca dos dentes; hipersialorréia; hálito fétido; adenopatias;
principal medicamento sintomático.
SILICEA: parodontite com osteíte; furúnculos das gengivas.

e.- Gun powder, como o nome diz, é a clássica pólvora, ou seja, uma mistura de
enxofre, de salitre e de carvão de madeira.

Para uma prescrição mais ampla:


ENTEROCOCCINUM: medicamento elaborado a partir do m1cro-
bio mais freqüentemente encontrado nas coletas locais; útil a título de
bioterápico, ou seja, de medicamento complementar do medicamento de
fundo.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: esse medicamento permite esva-
ziar as bolsas de supuração.
THUYA OCCIDENT ALIS: medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais, principalmente a tendência às neoformações (verrugas,
condilomas, etc.). ·

e.- Vide também: Aftas, Dentes, Gengivite.

PAROTIDITE

Referências clínicas:
Inflamação da parótida. Pode ser vista no curso de certas doenças
infecciosas como a tifóide. A forma virai epidêmica corresponde à caxumba.
Para a terapêutica, vide este termo.
PARTO - 347

PARTO: vide Aleitamento materno, Distocia, Preparação para o


parto, Metrorragias, Conseqüências de partos

PELADA: vide Alopecia

PELVISPONDILITE REUMÁTICA

Referências clínicas:
Reumatismo inflamatório crônico, ocorrendo mais freqüentemente nos
homens jovens, e marcada por dores raquidianas noturnas. Existe também uma
importante rigidez raquidiana com desenferrujamento matinal. Esta doença
atinge eletivamente as articulações sacroilíacas e as vértebras cujos ligamentos
se calcificam, formando assim os sindesmófitos. É três vezes mai_s freqüente
no homem que na mulher. A freqüência nas pessoas que apresentam o
antígeno tissular HLA-B27 permite evocar . uma transmissão genética da
doença.

Receita-tipo:
AURUM METALLICUM 5 CH,
CAUSTICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AURUM METALLICUM: necrose óssea; dores com· recrudescimento
noturno.
CAUSTICUM: rigidez; melhora pelo tempo úmido.
NATRUM MURIATICUM: rigidez da raque; dores que melhoram pela
pressão sobre um plano duro; principal medicamento de fundo, a escolher por
suas características gerais, principalmente o fato de que se trata de um paciente
pouco comunicativo, com tendência ao herpes, e agravamento à beira-mar.

<~ A homeopatia não cura essa doença incapacitante, mas permite aliviar as dores e
retardar o enrijecimento.

Para uma prescrição mais ampla:


BRYONIA ALBA: inflamação das serosas; rigidez; dores da articulação
sacroilíaca que melhoram pela pressão forte; agravamento pelo menor
movimento; antecedentes de irite.
348 - PERIARTRITE

CALCAREA PHOSPHORICA: sindesmófitos; dores da articulação


sacroilíaca com sensação como se ela estivesse deslocada.
KALIUM BICHROMICUM: raquialgias agravadas quando o paciente
se endireita.
STREPTOCOCCINUM: encontra-se bem freqüentemente uma estrepto-
coccia nos antecedentes dos pacientes que apresentam pelvispondilite
reumática; bioterápico útil a título de medicamento complementar do me-
dicamento de fundo.

e.- Vide também: Dorsalgia, Lombalgia.

PERIARTRITE

Referências clínicas:
Reumatismo periarticular ·afetando as formações fibrotendinosas de uma
articulação. As duas formas mais freqüentes são as periartrites do ombro
(periartrite escapuloumeral) e do quadril.
A periartrite escapuloumeral, tal como foi descrita por Séze, em
1960, cobria várias entidades nosológicas que seria preferível desmembrar:
- Tendinite do envoltório dos rotadores (os quatro músculos rotadores
do ombro são os supra-espinhosos, os subespinhosos, o redondo
menor).
- Bursite aguda microcristalina (complicação das tendinites calci-
ficantes, devida à migração de uma calcificação na cápsula su-
bacromiodeltóide).
- Ruptura do envoltório dos rotadores, com ombro pseudoparalítico.
- Capsulite retrátil, com ombro bloqueado.

Receita-tipo:
CAUSTICUM 5 CH,·
SOLANUM MALACOXYLON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


C~USTICUM: periartrite crônica sob forma de capsulite retrátil;
contraturas tendinosas com bloqueio articular; "ombro congelado".
NATRUM MURIATICUM: prinápal medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente o fato de que se trata
PERICARDITE - 349

de um paciente pouco comunicativo, com tendência ao herpes, agravada à


beira-mar.
RUTA GRA VEOLENS: inflamação do periósteo e dos tendões
tlexores; localização eletiva nos punhos.
SOLANUM MALACOXYLON: medicamento a prescrever cada vez
que há calcificações periarticulares.

(_. Solanum malacoxylon é uma planta dos pampas argentinos que provoca calci-
ficações múltiplas nos animais que a pastam. Ela é eficaz na periartrite calcificante
do ombro, acalmando suas dores e fazendo desaparecer (em alguns meses) as
calcificações.

Para uma prescrição mais ampla:


BRYONIA ALBA: inflamação dos ligamentos articulares com dores
picantes; agravamento pelo menor movimento e pelas aplicações frias.
CALCAREA FLUORICA: calcificações periarticulares; tendência às
exostoses e à hiperlaxidão ligamentar.
CALCAREA PHOSPHORICA: as calcificações tendinosas são forma-
das por fosfato de cálcio; é precisd escolher esse medicamento quando se
deseja dar o cálcio dinamizado para combatê-las.
CHELIDONIUM MAJUS: periartrite do ombro em relação com uma
disfunção da vesícula biliar.
COLOCYNTHIS: inflamação e contraturas; dores após um acesso de
cólera; melhora pelo calor e pela pressão forte.
RHUS TOXICODENDRON: periartrite após sobrecarga do ombro;
sensação de quebradura dos ossos; melhora pelo calor e pelo movimento.

(_. Vide também: Tendinite.

PERICARDITE

Referências clínicas:
Inflamação aguda ou crônica, seca ou com efusão, do pericárdio. No
plano clínico, a dor torácica é evocadora quando el_a é precordial ou
laterotorácica esquerda, aumentada à inspiração forçada e à tosse. Obser-
va-se igualmente dispnéia, febre moderada, fricção pericárdica (presente
em 50% dos casos) ou ensurdecimento dos ruídos do coração. O ECG
mostra uma microvoltagem com subdecalagem côncava para o alto. À
radiografia pulmonar, vê-se eventualmente uma efusão. O ecocardiograma
350 - PERICARDITE

confitma a efusão, mas pode estar normal em caso de pericardite seca. A


avaliação biológica mostra uma síndrome inflamatória não específica.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
BRYONIA ALBA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: início de pericardite com ansiedade na
região precordial, palpitações, dispnéia, febre intensa, pulso cheio e duro;
agitação, medo da morte.
BRYONIA ALBA: pericardite reumática com dores picantes na região
do coração, agravadas pela respiração e pelo movimento; dispnéia; efusão;
boca seca com sede importante; febre.
SPIGELIA ANTHELMIA: pericardite reumática; dores picantes agrava-
das pelo movimento, irradiadas ao membro superior esquerdo, agravadas
quando o paciente levanta os braços; palpitações tão violentas que os
batimentos do coração são visíveis através das roupas; dispnéia ligada às
dores precordiais; ansiedade sentida na região precordial.
SULFUR: pericardite prolongada; dispnéia devida à efusão pericárdica;
ondas de calor na cabeça.

(_. A espigélia é, em dose ponderai, um veneno violento. Ela entra na composição do


pó de sucessão com o qual a marquesa de Brinvilliers (1630 - 1676) envenena seu
pai, seus dois irmãos e atenta contra a vida de sua irmã.

Para uma prescrição mais ampla:


APIS MELLIFICA: dores picantes na região do coração seguidas por
uma efusão pericárdica; ausência de sede; oligúria.
ARSENICUM ALBUM: pericardite com dispnéia, ansiedade na região
precordial, edema; palpitações devidas à febre, com prostração e, apesar de
tudo, agitação; agravamento à noite; conseqüências do retrocesso de uma
erupção.
CACTUS GRANDiFLORUS: dispnéia ou sufocação no curso das quais
o paciente só pode respirar com os ombros elevados.
COLCHICUM AUTUMNALE: esse medicamento ~eria preventivo da
efusão pericárdica quando é prescrito no curso de uma febre reumática;
ansiedade na região precordial com pulso irregular.
PERIFLEBITE • 351

DIGITALIS PURPUREA: efusão pericárdica; pulso lento e inter-


mitente.
KALMIA LATIFOLIA: pericardite reumática.

(_. Vide também: Extra-sístoles.

PERIFLEBITE

Referências clínicas:
Não se trata de inflamação da túnica externa das veias e do tecido
conjuntivo que as circunda. Emprega-se este termo para designar a flebite das
veias superiores e a flebite varicosa (por oposição à "tlebite" que concerne às
veias profundas). Clinicamente, observa-se uma tumefação ao longo de um
trajeto venoso com sinais locais de inflamação: rubor, dor e calor.

Receita-tipo:
HAMAMELIS VIRGINIANA 5 CH,
VIPERA REDI 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


HAMAMELIS VIRGINIANA: veias inflamadas e doloridas ao toque,
endurecidas, nodosas, com sensação de machucadura; periflebite durante a
gravidez.
LACHESIS MUTUS: hiperestesia cutânea (o paciente suporta mal o
peso das cobertas); a pele está violácea; evolução possível para a úlcera
varicosa.
VIPORA REDI: veias inflamadas com edema e sensação de fulguração;
agravamento quando as pernas estão pendentes, melhora quarido elas estão
elevada~.

(_. Vipera está longe de ser o único medicamento da periflebite. Não é preciso
considerá-la como uma "receita", contrariamente ao hábito de alguns. Trata-se de
um medicamento entre outros, indicado para seus sintomas.

Para uma prescrição mais ampla:


ARNICA MONTANA: periflebite em conseqüência de uma contusão
ou de uma marcha forçada.
PHOSPHORUS: periflebite com púrpura.
352 - PERNAS SEM REPOUSO

PULSATILLA: inflamação das veias com dores e cianose; agravamento


quando as pernas estão pendentes.

r..- Vide também : Flebite, Varizes .

PERNAS SEM REPOUSO

Referências clínicas:
Disestesias desagradáveis e profundas do tipo entorpecimento, quei-
mação ou dores nos membros inferiores. Essas sensações só aparecem no re-
pouso, habitualmente à noite, na posição sentada ou deitada quando a pessoa
está imóvel, e desaparecem quando o paciente mexe as pernas. No plano fi-
siopatológico, pensa-se que a origem tem mais chance de ser uma neuropatia
periférica (se bem que o exame neurológico seja normal) do que uma causa
vascular. A maior parte dos casos é idiopática, mas também se encontra a
síndrome em certos casos de anemia ferropriva, de carência vitamínica, de
poliartrite reumatóide, uremia e durante a gravidez.

Receita-tipo:
CAUSTICUM 5 CH,
ZINCUM MET ALLICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: síndrome das pernas sem repouso associada à
polineurite; dores queimantes à noite, impedindo de dormir.
CAUSTICUM: síndrome de origem neurológica, devida a um canal
1

lombar estrito, com dores.


MEDORRHINUM: impossibilidade de manter os membros inferiores
imóveis na cama, agravamento quando o paciente perde o controle de si
mesmo ao tentar dormir.
ZINCUM MET ALLICUM: simples impaciência ou síndrome de origem
neurológica, sem dor, associada a varizes dos membros inferiores.

(..- O fato de que não se identifica sempre, clinicamente, a etiologia de uma afecção
como a síndrome das pernas sem repouso não dificulta a prescrição homeopática.
Esta se faz conforme os sintomas presentes, e não pela etiopatogenia ou pela
nosologla.
PICADAS DE INSETOS - 353

Para uma prescrição mais ampla:


MEPHITIS PUTORIUS: sensação de que os membros inferiores
tomam-se insensíveis.
RHUS TOXICODENDRON: síndrome de origem muscular; melhora
pelo fato de mexer-se.
TARENTULA HISPANA: impaciências do tipo histérico que melhoram
pela música.

e..- Vide também: Varizes.

PICADAS DE INSETOS

Referências clínicas:
Lesão cutânea provocada pelo ferrão de um inseto. Além do
traumatismo físico propriamente dito, a picada de inseto constitui uma injeção
de substâncias citotóxicas, de substâncias farmacologicamente ativas, de
alérgenos, de agentes infecciosos, uma invasão dos tecidos por larvas, uma
reação de contato.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
LEDUM P ALUSTRE 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: reação do tipo urticária, edema rosado com dores
picalltes; a região picada é muito sensível ao toque; o paciente deve tomar o
Apis o mais cedo possível após a picada, e pode repetir de 2 em 2 ou de 5 em
5 minutos, se necessário.
LEDUM P ALUSTRE: ferimento puntiforme, frio ao toque; Ledum é
igualmente um preventivo das picadas de insetos nas pessoas particularmente
sensíveis; a experiência mostra que os insetos atacam menos quando se tomou
o medicamento; isto é válido também para as pessoas que se ocupam de
colméias.

e..- Localmente aplicar Ledum Tintura Mãe.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: picada de inseto que evolui para o antraz com dores
queimantes.
354 • PIELONEFRITE

CARBOLICUM ACIDUM: inchação da língua após uma picada de


inseto com prostração intensa e fetidez de todas as eliminações.
CROTALUS HORRIDUS: picada de inseto com complicações sépticas
graves e hemorragias.
THAUMETOPEA PROCESSIONNEA: a prescrever após contato com
a lagarta processionária (o medicamento é uma dinamização deste inseto).
URTICA URENS: eritema após uma picada de inseto.

e_. Vide também: Traumatismos e ferimentos.

PIELONEFRITE: vide Infecção urinária

PI ROSE: vide Esofagite

PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT

Referências clínicas:
Dermatose aguda benigna caracterizada por uma placa denominada
"medalhão central", eritematoescamoso, ovalado, com 1 a 2 cm de diâmetro,
de contorno bem marcado. O prurido é moderado. A sede habitual é o tronco,
mas as lesões também podem ser vistas nas partes proximais dos membros
superiores. De etiologia virai, ela evolui por pequenas epidemias, com picos de
freqüência em dezembro e em fevereiro. A afecção desaparece em um a três
meses.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: manchas rosadas, ovaladas, pruriginosas, com
algumas escamas~ principal ·medicamento.
ARSENICUM IODATUM: pitiríase rosada de Gibert com grandes
escamas; principal medicamento.
SULFUR IODATUM: medicamento útil para encerrar o caso.
PITIRÍASE VERSICOLOR - 355

i.. Sulfur iodatum é um medicamento de ação suave, que não tem efeitos centrífugos,
desagradáveis, ou mesmo perigosos do Sulfur. Dá-se em 12 CH, uma vez por
semana, durante um mês.

Para uma prescrição mais ampla:


TUBERCULINUM: bioterápico que pode ser dado como complemento.

(.. Vide também: Estrófulo.

PITIRÍASE VERSICOLOR

Referências clínicas:
Dermatose sazonal (ocorre principalmente no verão) e afeta prin-
cipalmente o adulto jovem. É devida à Malassezia furfur (também deno-
minada Microsporon furfur ou Pityrosporon furfur), um fungo saprófita
habitual da pele, presente em 90% dos indivíduos. Ele se toma patogênico e
desencadeia uma pitiríase versicolor sob o efeito de fatores predisponentes:
hipersudação, calor ambiente, dermite seborréica, utilização de cosméticos
gordurosos, cremes protetores solares, umidade, gravidez, diabetes, imunos-
supressão. As localizações preferenciais são o tórax e as costas, o pescoço, os
ombros. O aspecto mais característico é um semeado de máculas hiperpigmen-
tadas, 'finamente escamosas, diversamente agrupada em grandes manchas, não
pruriginosas. Pode-se igualmente constatar uma hipopigmentação ou acromia,
conseqüência direta de uma exposição ao sol de manchas anteriormente
castanhas. O exame com lâmpada de Wood revela uma coloração verde muito
característica. Existe uma variação individual em função da qualidade e da
quantidade do sebo produzido. o tratamento é essencialmente local (dissulfeto
de selênio, tópicos antifúngicos). A cura espontânea é muito rara (menos de
10% dos casos).

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: pele seca com finas escamas ou erupção
furfurácea. '
ARSENICUM IODATUM: pele seca com grandes escamas; aspecto
liquenificado da lesão.
356 - PLEURISIA SEROFIBRINOSA

MUCOR MUCEDO: bioterápico, que pode ser dado como comple-


mento do tratamento de fundo nas micoses recidivantes.
SEPIA OFFICINALIS: manchas redondas; medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente a tendência ao herpes e
às ondas de calor emotivas.

PLEURISIA SEROFIBRINOSA

Referências clínicas:
Inflamação aguda da pleura, com ou sem efusão. Existe no início uma
dor agravada pela respiração e pela tosse, devida à fricção pleural; depois a
efusão pleural constitui-se e a dor desaparece. Outros sintomas: respiração
rápida e superficial, diminuição do murmúrio vesicular.

Receita-tipo:
BRYONIA ALBA 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencialpara a receita usual:


BRYONIA ALB,A: inflamação pleural sem efusão, com dores picantes
agravadas pela tosse, pela respiração e pelo menor movimento; melhora pela
pressão forte que faz com que o paciente se deite sobre o lado doloroso sem
se mexer por sentir:-se menos mal graças ao peso do seu corpo; tosse seca;
febre com sede; também pode se tratar de uma pleurisia com efusão e
dispnéia; irritabilidade pela dor.
SULFUR: pleurisia prolongada ou que reag~ mal- aos outros
medicamentos; sensação de calor no peito; medicamento a prescrever enz
segunda intenção se a Bryonia não bastar, como dose única a 12 CH, que
encerrará o caso.

e,.. Bryonia é útil também na fase inicial da pleurisia s'eca ou "pleurite".

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: início de pleurisia com sensação de calor no
peito e tosse seca; febre elevada com agitação e medo da morte; sede; a pele
está seca e não transpira.
APIS MELLIFICA: efusão com dispnéia importante e impossibilidade
de permanecer em posição deitada; febre com ausência de sede.
PNEUMONIA VIRAL - 357

CANTHARIS: efusão abundante com dispnéia e disúria.


RANUNCULUS BULBOSUS: pleurisia depois de ter estado no frio; o
medicamento é útil sobretudo para as dores seqüelares na parede torácica após
uma pleurisia.
SENEGA: efusão subaguda ou crônica em uma pessoa idosa, com dores
que melhoram pelo movimento.

(_. Vide também: Tendência a sentir frio facilmente.

PNEUMONIA VIRAL

Referências clínicas:
A pneumonia atípica ou pneumonia virai ou broncopneumopatia do
tipo virai é uma doença infecciosa do pulmão que pode ser devida a
numerosos vírus. No plano clínico, observa-se: febre, calafrios, cefaléias,
prostração generalizada, tosse paroxística com expectoração de mucosidades
sanguinolentas.

Receita-tipo:
ANTIMONIUM T ARTARICUM 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANTIMONIUM TARTARICUM: grandes estertores percebidos à
distância, sem que o paciente chegue a eliminar o muco que sobrecarrega seus
brônquios, donde a dispnéia, cianose, sonolência, atelectasia; batimentos das
asas do nariz.
LYCOPODIUM CLAVATUM: caso que se prolonga com problemas
digestivos concomitantes; comprometimento do pulmão direito; batimentos das
asas do nariz; a fronte está franzida.
MERCURIUS SOLUBILIS: pneumopatia da base direita em con-
seqüência de um resfriado prolongado; hipersialorréia, hálito fétido, língua
que guarda a marca dos dentes; febre com recrudescência noturna, com
calafrios e transpiração com mau cheiro que não alivia; expectoração amarela
ou verde; sede apesar da hipersialorréia; agravamento quando o paciente está
deitado sobre o lado direito; complicações biliosas eventuais. ·
PHOSPHORUS: pneumonia com expectoração estriada de sangue;
batimentos das asas do nariz; dores na laringe; sensação de calor ou de
358 - PNEUMONIA VIRAL

queimação no peito, entre os ombros, na palma das mãos; sensação de peso


sobre o peito; sede intensa por água gelada; agravamento quando o paciente
está deitado sobre o lado esquerdo.
SANGUINARIA CANADENSIS : pneumonia com expectoração presa
e vermelhidão circu,nscrita das bochechas; sensação de calor ou de queimação
no peito, na palma das mãos, na planta dos pés.

e_. Classicamente os distúrbios do Lycopodium são mais marcantes do lado direito (ou
passam do direito para o esquerdo). Em homeopatia a lateralidade não tem valor
senão quando é incomum para a doença. Há, por definição, uma chance em duas
de que o pulmão direito esteja afetado, e a localização é apenas um argumento
suplementar. Ela não seria discriminatória.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: início de pneumonia virai, de ocorrência
brutal, com febre intensa, pulso rápido e ansiedade.
BELLADONNA: início de pneumonia virai com febre intensa e
abatimento, resmungos , alucinações com animais.
BRYONIA ALBA: tosse seca com expectoração presa; o paciente
segura o tórax ao tossir (por causa das dores) ; sede intensa por grandes
quantidades de água; dores picantes no peito, agravadas pela respiração e pelo
movimento, que melhoram quando o paciente está deitado sobre o lado
doloroso, sem se mexer.
CHELIDONIUM MAJUS: pneumonia localizada à direita, com
complicações biliosas.
FERRUM PHOSPHORICUM: febre por surtos; expectoração sanguino-
lenta.
KALIUM SULFURICUM: medicamento indicado no final de uma
pneumonia; expectoração amarela, não irritante, com estertores no peito e
necessidade de engolir o que foi escarrado; língua recoberta por uma camada
amarela.
NATRUM SULFURICUM: pneumonia localizada na base do pulmão
esquerdo com expectoração esverdeada.
SULFUR: indicado na fase de pneumonia que se prolonga ou no
momento da convalescência.
VERATRUM VIRIDE: início de pneumonia com rosto muito conges-
tionado.

e_. Vide também: Bronquite aguda, Febre, Tendência a sentir frio facilmente.
POLIARTRITE REUMATÓIDE - 359

POLIARTRITE REUMATÓIDE

Referências clínicas:
A poliartrite reumatóide é um reumatismo inflamatório crônico
bilateral, simétrico, localizado nas pequenas articulações. No plano lesionai.
trata-se de uma sinovite de origem auto-imune que destrói progressivamente as
articulações. Os principais sintomas são: dores articulares noturnas, desenferru-
jamento matinal, deformação das articulações (particularmente dos dedos) na
fase de estado. No plano biológico, observa-se uma síndrome inflamatória
(aumento da velocidade de sedimentação e da proteína C reativa) e a presença
de fatores reumatóides (mas que faltam em 20% dos casos e seu aparecimento
pode estar retardado). As radiografias mostram, nos casos adiantados, uma
osteoporose periarticular, um pinçamento da interlinha articular e erosões
subcondrais. A poliartrite reumatóide é uma doença auto-imune· de comando
genético. Considera-se também a importância do meio ambiente e dos choques
psicológicos assim como os fatores desencadeantes. O papel dos agentes
infecciosos é suspeitado há longo tempo, sem comprovação por enquanto.
Epidemiologia: esta doença afeta principalmente as mulheres.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
CAUSTICUM 5 CH,
NATRUM MURIATICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: edema articular; efusão serosa.
AURUM MET ALLICUM: osteólise (mesma indicação que os clássicos
sais de ouro em alopatia).
CAUSTICUM: deformações tendinosas.
IODUM: deformações articulares; crises agudas.
NATRUM MURIATICUM: deformações tendinosas; principal medica-
mento de fundo da poliartrite reumatóide e das doenças auto-imunes em geral,
a escolher por suas características principais, notadamente a tendência ao
herpes e o caráter pouco comunicativo do paciente.

(~ Como primeira abordagem, não se deveria ver na clínica pacientes que justificam o
Natrum muriaticum (o sal marinho) já que todos o consomem todos os dias. É
preciso, então, admitir que o sal marinho para uso homeopático é uma substância
diferente · do sal marinho comercial. Parece que a preparação dos medicamentos
homeopáticos (que se pode decompor em duas ti;i.ses , diluição e dinamização)
360 - PÓLIPOS

modifica a natureza da substância de base. A dinamização é o fato de operar uma


sucussão da substância entre cada etapa da diluição.

Para uma prescrição mais ampla:


KALIUM BICHROMICUM: dores ósseas que se deslocam.
LUESINUM: bioterápico complementar do tratamento de fundo;
indicado pela noção de lise óssea e de agravamento noturno.
STREPTOCOCCINUM: bioterápico complementar do tratamento de
fundo; haveria, para alguns, uma alergia microbiana na origem da poliar-
trite.
TUBERCULINUM RESIDUUM: a prescrever pela noção de anquilose.

e_. Vide também: Sinovite.

PÓLIPOS

Referências clínicas:
Tumores moles que se desenvolvem nas cavidades revestidas por
mucosa. As principais localizações são o nariz, os sinus, as cordas vocais, os
intestinos, a bexiga, o útero.

Receita-tipo:
NITRICUM ACIDUM 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: pólipos localizados no nariz (com perda
do olfato), nos ouvidos, no útero, na bexiga; medicamento de fundo a escolher
por suas características gerais, principalmente a obesidade e a transpiração no
couro cabeludo.
NITRICUM ACIDUM: pólipo intestinal ou vesical susceptível de
degenerar, com sangramentos; este medicamento não evita a ablação, mas
lentifica ou previne as recidivas.
PHOSPHORUS: pólipos localizados na laringe (medicamento a
prescrever quase sistematicamente), no nariz (com sangramento do nariz), no
intestino.
TEUCRIUM MARUM: pólipos localizados no nariz com rinite atrófica
e obstrução nasal.
PRÉ-MENSTRUAL (síndrome) - 361

(_.. Nitricum acidum agirá tanto melhor quando prescrito para um inçlivíduo misantropo ,
irritável, rabugento, muito rancoroso, mas não é preciso que apresente esse quadro
completo para prescrevê-lo. Quando se dá com a noção de pólipo, faz-se um
tratamento sintomático. Quando é dado pelo conjunto dos sintomas do paciente,
faz-se um tratamento de fundo.

Para uma prescrição mais ampla:


ALLIUM CEPA : pólipos nasais; coriza com sensação de laceração
da laringe, corrimento abundante, queimante e escoriante; espirros vio-
lentos.
APIS. MELLIFICA : pólipos nasais com edema da mucosa nasal.
KALIUM BICHROMICUM: pólipos localizados no nanz, com ca-
tall"o nasal , secreções nasais espessas, crostas difíceis de destacar, sinu-
site.
LEMNA MINOR: pólipos nasais que incham no tempo úmido, com
hipertrofia dos cornetas do nariz, catarro pós-nasal. rinite atrófica; o nariz
desprende mau cheiro.
SANGUINARIA CANADENSIS: pólipos localizados no nariz (a
mucosa nasal está seca e congestionada), no útero (com metroITagias de
sangue vermelho vivo).
SULFUR: ,pólipos localizados no nariz, evoluindo por muito tempo ,
sobre um fundo alérgico.
THUY A OCCIDENT ALIS : pólipos localizados na laringe, no nariz, no
útero, na bexiga; condilomas anogenitais; tendência geral às neoformações (o
paciente é portador de verrugas e de condilomas).

<_.. Vide também: Condilomas anogenitais, Fibroma, Metrorragias, Sinusite.

PRÉ-MENSTRUAL (síndrome): vide


Síndrome pré-menstrual

PREPARAÇÃO PARA O PARTO

Referências clínicas:
O parto corresponde ao processo de saída da criança do organismo
materno. Medicamento assistido na maior parte dos casos, ele pode bene-
ficiar-se de uma ajuda da homeopatia.
362 - PRISÃO DE VENTRE

Receita-tipo:
CAULOPHYLLUM THALICTROIDES 12 CH, uma dose por semana
durante o último mês de gestação, mais uma última dose no momento de ir
para a maternidade.

O essencial para a receita usual:


ACT.tEA RACEMOSA: medo do parto; prevenção da rigidez do colo
uterino.
ARNICA MONTANA: medicamento útil para preparar para o es-
forço .
CAULOPHYLLUM THALICTROIDES: este medicamento é indicado
nas falsas dores do parto.

<_. A prescrição sistemática do Caulophylum permite às mulheres parirem em um prazo


marcantemente curto, com o mínimo de dores. A experiência clínica foi confirmada
por Martine Deguillaume em sua tese (Limoges, 1981): Estudo experimental da ação
do Caulophyllum no falso trabalho de parto e na distocia de expulsão. Comparada a
um placebo, a eficácia do Caulophyllum foi demonstrada em 76,5% dos casos.
Acredita-se que o número de parturientes que utiliza esta "receita" seja importante.
As parteiras dos serviços hospitalares podem testemunhar. Caulophyllum é igual-
mente indicado, durante o parto, quando as contrações param. Seria interessante
comparar sua eficácia à da oxitocina.

Para uma prescrição mais àmpla:


GELSEMIUM SEMPERVIRENS: a dar antes do parto se a parturiente
teve um grande susto durante a gestação.

<
_. Vide também: Conseqüências de Parto.

PRISÃO DE VENTRE: vide Constipação .

PROLAPSO RETAL

Referências clínicas:
Protrusão do reto através do ânus. Distinguem-se o prolapso retal
exteriorizado, a procidência interna (prolapso retal no início e que
permanece intra-retal), a retocele (hérnia da parede anterior do reto que faz
protrusão contra a parede vaginal posterior), a síndrome de úlcera solitária do
PROLAPSO RETAL - 363

reto (o rolo da invaginação se amontoa contra o canal anaL o que provoca um


sofrimento da mucosa retal).

Receita-tipo:
PODOPHYLLUMPELTATUM 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


NUX VOMICA: prolapso retal com constipação e falsas necessidades
de defecar; espasmo anal.
PODOPHYLLUM PELTATUM: prolapso retal no curso de uma
diarréia, especialmente em uma criança, ou após um parto; fezes líquidas com
dores que forçam a se deitar sobre a barriga, com sensação de vaz10
abdominal.
RUT A GRA VEOLENS: prolapso retal após um parto, com cons-
tipação; agrava1J1ento quando o paciente se inclina para frente ou emite um
gás .

e_. Esses medicamentos devem ser dados após a redução do prolapso.

Para uma prescrição mais ampla:


JESCULUS HIPPOCASTANUM: prolapso retal com dores surdas na
região lombossacral agravadas quando o paciente se inclina para frente ou
anda; sensação de prolapso retal devida às hemorróidas.
ALOE SOCOTRINA: prolapso retal no curso de uma diarréia
com sensação de plenitude abdominal; sensação de calor no reto; ânus
aberto.
ARNICA MONTANA: prolapso anal alternando com cefaléia.
IGNATIA AMARA: prolapso sem grande esforço de defecação, mais
marcante com fezes moles.
MERCURIUS SOLUBILIS: prolapso retal com tenesmo e ulce-
ração.
MURIATICU~ ACIDUM: prolapso retal durante a micção; he-
morróidas muito sensíveis ao toque.
SEPIA OFFICINALIS: prolapso retal com sensação de bola no reto;
agravamento ao fumar.
SOLANUM TUBEROSUM JEGROTANS: diarréia com prolapso retal;
muito mau cheiro do hálito e do corpo em geral.

e_. Vide também: Constipação, Diarréia.


364 - PROLAPSO UTERINO

PROLAPSO UTERINO

Referências clínicas:
Descida do útero para a vagina, que pode chegar à protrusão, e mesmo
eversão da vagina. As conseqüências possíveis são: peso pelviano, tumefação
vulvar, distúrbios urinário'S (incontinência de esforço), dispareunia, transtornos
da defecação.

Receita-tipo:
PODOPHYLLUMPELTATUM 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância. três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


HELONIAS DIOICA: prolapso uterino por Jaxidão ligamentar após um
parto, atonia das fibras uterinas com percepção consciente dos contornos do
útero; leucorréias; fadiga importante.
PODOPHYLLUM PELTATUM: prolapso uterino após o parto.
sobrevindo ao esforço, com congestão dos órgãos da pequena bacia e
necessidade constante de defecar.
SEPIA OFFICINALIS: sensação de peso do útero como se todos os
órgüos da pequena bacia fossem sair. melhora quando a paciente cruza as
pernas; necessidade de urinar continuamente; lombalgia; retroversão.

e_. Esses medicamentos não impedem a intervenção cirúrgica quando está indicada.

Para uma prescrição mais ampla:


ALETRIS F ARINOSA: pro lapso genital com grande fadiga e anorexia;
sensação como se a paciente fosse parir; metrorragias, ou regras adiantadas e
abundantes; leucoITéias.
LILIUM TIGRINUM: prolapso uterino com sensação de peso do útero
e necessidade contínua de urinar; retroversão; trata-se de uma mulher
hiperativa, sexualmente excitada, que apresenta palpitações; agravamento
quando ela crúza as pernas.
MUREX PURPUREA: sensação de peso do útero, melhora quando a
paciente aperta sua vulva ou cruza as pernas; depressão nervosa que melhora
quando a paciente tem leucoJTéias.
NATRUM MURIATICUM: prolapso uterino com dores lombares que
melhoram na posição deitada; agravamento de manhã.
PRÓSTATA - 365

PALLADIUM METALLICUM: prolapso uterino com dores do ovário


direito, que está grande e endurecido, melhoram pela pressão forte; ela esquece
suas dores quando está em sociedade, mas no dia seguinte sofre bem mais.

(_. Vide também : Intervenção cirúrgica , Leucorréias.

PRÓSTATA: vide Hipertrofia


benigna da próstata, Prostatite

PROSTATITE

Referências clínicas:
Inflamação, aguda ou crônica, da próstata. Distinguem-se:
- A prostatite aguda, cujo quadro clínico associa sinais infecciosos
gerais e sinais urinários (polaquiúria, queimações ' à micção, im-
periosidade, disúria que pode chegar à retenção aguda). Ele po-
de ter também hematúria, uretronagia ou uretronéia. O toque
retal mostra a próstata globalmente aumentada de volume e dolorosa.
O exame citobacteriológico urinário tenta encontrar o germe
causador, que em · 80% trata-se do colibacilo. A ecografia vesi-
coprostática pesquisa uma .complicação freqüente, o abcesso pros-
tático.
A prostatite crônica, que passa mais freqüentemente despercebida,
mas é responsável por infecção urinária de repetição. Ela também
pode se manifestar por dores perineais, escrotais ou pelvianas, disúria,
ejaculação dolorosa, hemospermia.

Rec~ita-tipo:
CHIMA_PHILA UMBELLA TA 5 CH,
SILICEA 5 CH,
três grânulos de cada erp alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CHIMAPHILA UMBELLAT A: hipertrofia crônica da próstata com
prostatite e cistite; sensação de bola no períneo.
SEPIA OFFICINALIS: prostatite associada a uma infecção urinária
crônica; sensação de estar sentado sobre uma bola.
366 - PRURIDO ANAL

SILICEA: medicamento a prescrever sistematicamente em caso de


prostatite crônica, com próstata dura e emissão de líquido prostático durante
os esforços de defecação; eventualmente abcesso da próstata e emissão de pus
pela uretra.

(_.. Nesse tipo de caso, prescreve-se sistematicamente Silicea, claramente indicada


pela noção de Sl.Jpuração crônica ou de risco de passagem à cronicidade. Dá-se
pura se o conjunto dos sintomas do indivíduo correspondem à matéria médica da
Silicea (em 12 ou 30 CH como dose semanal), ou como complemento dos outros
medicamentos (9 CH , três grânulos uma vez ao dia).

Para uma prescrição mais ampla:


HEP AR SULFURIS CALCAREUM: prostatite com emissão de líquido
prostático mais ou menos purulento após a micção, ou durante a evacuação.
MEDORRHINUM: prostatite crônica nas conseqüências de uma
gonorréia.
MERCURIUS DULCIS: prostatite aguda com aumento do volume da
próstata, disúria; mau hálito, hipersialorréia, língua que guarda a marca dos
dentes.
PULSATILLA: prostatite crônica dolorosa com sensação. de calor no
períneo e polaquiúria.
THUY A OCCIDENT ALIS: prostatite crônica nas conseqüências de
uma gonorréia; concomitância de condilomas genitais.

(_.. Vide também: Hipertrofia benigna da próstata, Infecção urinária.

· PRURIDO ANAL

Referências clínicas:
Acesso de comichões mais ou menos intensos localizados no ânus, a
princípio aliviados, depois freqüentemente exacerbados pela coçagem. As
causas são variadas: causas dermatológicas (eczema, reação alérgica a um
tópico, psoríase); causas parasitárias (dermatófitos, candidíase, oxiuríase);
reação à antibioticoterapia (particularmente às tetraciclinas); doença sistêmica
(diabetes sacarino em particular); afecção proctológica; hiperidrose (obesidade,
roupas muito apertadas, clima); prurido de origem psicogênica.

Receita-tipo:
ALUMINA5 CH,
PRURIDO ANAL - 367

APIS MELLIFICA 5 CH,


CINA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
!hora.

O essencial para a receita usual:


ALUMINA: prurido anal com secura das mucosas; agravamento pela
coçagem.
APIS MELLIFICA: prurido intolerável com edema do ânus; melhora
pelas aplicações frias.
CINA: prurido na região anal e no períneo; agravamento com o calor
da cama.

<,... Essa escolha de medicamentos homeopáticos a ponto de impacto local não


impedem o tratamento etiológico e o tratamento de terreno propício. A noção de
doença crônica é aqui muito útil. Para o homeopata, não se trata simplesmente de
uma doença prolongada no tempo, de uma doença que não se cura, mas de um
conjunto de sintomas que concernem ao organismo como um todo e ultrapassam o
simples quadro nosológico. Além dos sintomas locorregionais, leva-se em conta
todas as modificações supervenientes em todos os aparelhos desde a primeira
manifestação da doença a tratar. Envolve o indivíduo em sua maneira de ser, em
seus desejos e aversões, em suas reações ao frio e ao calor, etc., ainda que "não
tenha nada a ver" com a doença em curso. Em um caso como o prurido anal, não
importa qual medicamento de terreno propício possa estar indicado.

Para uma prescrição mais ampla:


BERBERIS VULGARIS: prurido anal em uma fístula.
CARBO VEGETABILIS: prurido anal por verminose, com dispepsia
flatulenta.
CHELIDONIUM MAJUS: prurido anal com discinesia biliar; dor no
ângulo inferior da omoplata direita.
GRAPHITES: prurido anal com fissura de fundo meloso.
NITRICUM ACIDUM: prurido anal com fissura de fundo san-
guinolento.
SABADILLA OFFICINARUM: prurido anal que alterna com prurido
de ouvido.
SULFUR: prurido anal com sensação de queimação e vermelhidão do
ânus; eczema perianal; hemorróidas agravadas pela coçagem e pelo calor do
leito.

(,... Vide também: Eczema, Hemorróidas, Prurido vulvar.


368 - PRURIDO "SINE MATERIA"

PRURIDO "SINE MATERIA"

Referências clínicas:
O prurido sem lesão cutânea específica pode ser devido a uma secura
da pele, à gravidez (prurido gravídico), por idade (prurido senil) ou ser
psicogênico ; observado igualmente em certas doenças orgânicas: retenção
biliar (intra- ou extra-hepática), insuficiência renal crônica, causa hematológica
(Hodgkin, leucemia, poliglobulia, anemia feITopriva, sideropenia), doença
endócrina (diabetes, hipertireoidismo, hipotireoidismo), doença neurológica
(siringomielia, tabes), doença sistêmica, micose fungóide. Pode vir também de
uma causa medicamentosa (sais de ouro, penicilina) ou por uma toxicomania
de cocaína.

Receita-tipo:
DOLICHOS PRURIENS 5 CH,
ST APHYSAGRIA 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.·

O essencial para a receita usual:


DOLICHOS PRURIENS: medicamento de prurido sem erupção, es-
pecialmente indicado no prurido ictérico e no prurido senil; agravamento à
noite (o que impede de dormir), pela coçagem e pelo calor.
MEZEREUM: prurido senil intolerável com sensação de queimação e
frialdade; agravamento à noite no calor da cama e pela coçagem.
NATRUM SULFURICUM: prurido de origem ictérica agravado ao
despir-se.
PSORINUM: prurido agravado pelo calor externo, pelo aquecimento do
corpo e que leva o paciente ao desespero de curar-se.
ST APHYSAGRIA: prurido móvel; quando o paciente coça um local, o
prurido se acalma, mas reaparece em outro; conseqüências de vexação, de
emoções recalcadas.

(...- Dolichos pruriens nada mais é que a ervilha de coçar. O prurido provocado pelas
minúsculas agulhas que se eriçam das vagens é bem mais forte que a da urtiga.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: prurido com necessidade de se coçar até
sangrar, especialmente após o desaparecimento de uma erupção; melhora pelas
aplicações quentes.
PRURIDO VULVAR - 369

FAGOPYRUM ESCULENTUM: prurido senil, especialmente das


regiões pilosas; que· melhora pelas aplicações frias e pelo café.
IPECA: prurido acompanhado de náuseas; o paciente tem que se coçar
até que vomite.
RUMEX CRISPUS: prurido logo que a pele é exposta ao ar frio, ·
particularmente ao despir-se.
SULF~: prurido agravado no calor da cama, que melhora pelas
aplicações frias; terreno diabético; paciente congestivo e jovial.

(_. Vide também: Sarna.

PRURIDO VULVAR

Referências clínicas:
Acesso de coceira localizada nos órgãos genitais femininos. A etiologia
pode ser um eczema, infecção genital ou urinária, líquen escleroatrófico,
privação estrogênica, incontinência anal responsável por contaminação fecal,
sudação perineal importante.

Receita-tipo:
KREOSOTUM 5 CH,
ST APHYSAGRIA 7 CH,
trê~ grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


AMBRA GRISEA: prurido intolerável, uretra! e vulvar, agravado
durante a micção.
CALADIUM SEGUINUM: prurido vulvar com excitação sexual
durante uma gravidez; prurido vulvar na menina pequena por causa de vermes
na vagina.
KREOSOTUM: prurido devido a leucorréias irritantes, escoriantes,
sanguinolentas, fétidas; elas mancham a roupa branca de amarelo e mesmo a
"engoma"; os pequenos lábios estão inchados, porque o jato urinário irrita-os
quando entra em contato com eles; dores da vagina durante a micção.
PLATINA: prurido vulvar com hipersensibilidade dos órgãos genitais
ao toque vaginal; vaginismo.
SEPIA OFFICINALIS: prurido vulvar em caso de candidíase vaginal
ou durante uma gravidez; leucorréias leitosas ou amareladas; principal
370 - PRURIGO STROPHULUS

medicamento de fundo do prurido vulvar, a escolher por suas características


gerais, principalmente o herpes catamenial, as ondas de calor emotivas, a
· astenia com palidez e olheiras.
ST APHYSAGRIA: prurido vulvar em conseqüência de uma cólera não
exprimida, de uma indignação recalcada, de uma vexação; a paciente não
exprime sua revolta; ela rumina idéias sexuais.

(~ Com Kreosotum, a inflamação é tamanha que se produz uma sutusão sangüínea a


menor pressão do espéculo sobre as mucosas.

Para uma prescrição mais ampla:


CANTHARIS: prurido vulvar com excitação sexual e disúria, durante a
menopausa .
.GRAPHITES: prurido vulvar antes das regras.
LILIUM TIGRINUM: prurido vulvar com excitação sexual em uma
mulher hiperativa.
MERCURIUS SOLUBILIS: prurido vulvar ligado à micose.
TARENTULA HISPANA: prurido vulvar insuportável após as regras.

~ Vide também: Candidíase, Leucorréias, Ninfomania, Prurido anal.

PRURIGO STROPHULUS: vide Estrófulo

PSORÍASE

Referências clínicas:
Dermatose meio inflamatória, meio proliferativa, cuja natureza pro-
funda é desconhecida. A lesão elementar é devida à aceleração do processo de
renovação das células da epiderme, os queratinócitos. Enquanto a epider-
me normal renova-se em três semanas, a epiderme psoriásica renova-se
em menos de uma semana. Esse processo de hiperproliferação explica o
espessamento da epiderme e a descamação incessante. Clinicamente, cons-
tatam-se lesões eritemoescamosas, bem limitadas, numulares, pouco prurigi-
nosas. As escamas muito espessas formam o clássico aspecto em mancha de
vela. Elas se destacam dificilmente da pele e dão, então, uma gota de
serosidade. A psoríase situa-se preferencialmente na face posterior dos
cotovelos, na palma das mãos, na face anterior dos joelhos, na região
lombossacral, na planta dos pés, no couro cabeludo. Manifesta-se igualmente
PSORÍASE - 371

nos fâneros por um pontilhado ungueal. A doença é. transmitida por via


genética. É revelada por fatores ambientais (infecciosos, psicológicos,
traumáticos). Um traumatismo local, uma irritação da pele, queimadura de sol
podem constituir fatores desencadeantes. Os traumatismos psíquicos têm um
papel importante. A evolução é crônica. Diversas classes de medicamentos
alopáticos são susceptíveis de favorecer o surgimento de uma psoríase. As
mais freqüentemente em questão são os betabloqueadores e os sais de lítio,
mas incrimina-se também: iodeto de potássio, sulfonamida, clonidina,
digoxina, inibidores da enzima de conversão, analgésicos, AINS, antipalúdicos
sintéticos, antiepilépticos. Epidemiologicamente: esta doença afeta 2 a 3% da
população. Existem 10% de formas graves, pouco compatíveis com uma vida
socioprofissional normal. Em 5 a 10% dos casos de psoríase, sobrevem, em
média dez anos após o comprometimento cutâneo, um reumatismo psoríaco.
Trata-se mais freqüentemente de uma monoartrite evoluindo para a anquilose.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
PIX LIQUIDA 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: pele seca e espessa; erupção sob forma de
finas escamas acompanhadas de um aspecto furfuráceo.
~ATRUM MURIATICUM: localização característica no limite do
couro cabeludo e nas dobras articulares; medicamento de fundo, a escolher
por suas características gerais, principalmente o fato de que se trata de um
paciente pouco comunicativo, que tenha tendência ao herpes.
PIX LIQUIDA: psoríase com fissuras muito pruriginosas; localização
preferencial nas costas das mãos.
SEPIA OFFICINALIS: erupções redondas e craque/adas; pele espessa;
medicamento de fundo a escolher por suas características gerais.
ST APHYSAGRIA: psoríase após uma emoção recalcada.

r..- O fato de que o trauma psíquico desempenha um papel importante na eclosão da


psoríase nos lembra que, em todos os casos, para curar um paciente é preciso
prescrever uma substância que leva em conta o conjunto de seus sintomas. É o que
se chama de medicamento de fundo. A psoríase não pode sumir senão com a
ajuda de um medicamento que tenha em sua patogenesia os sintomas psíquicos e
cutâneos (e outros) do paciente.
372 - PÚRPURA

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM IODATUM: grandes escamas.
BERBERIS AQUIFOLIUM: psoríase do rosto (o que é raro na prática).
CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo a escolher por
suas características gerais. principalmente a obesidade, a transpiração do couro
cabeludo, a tendência a sentir frio facilmente.
GRAPHITES: pele seca ~ endurecida; erupção com reflexos amarelos
como o mel.
IRIS VERSICOLOR: psoríase em um paciente enxaquecoso.
KALIUM ARSENICOSUM: psoríase inveterada; descoloráção da pele
em conseqüência da psoríase.
KALIUM BICHROMICUM: reumatismo psoríaco.
KALIUM SULFURICUM: facilidade de decapagem dos elementos de
descamação.
LUESINUM: bioterápico que pode ser prescrito como complemento do
tratament.o de fundo, sobretudo nos casos de psoríase de aspecto pustuloso.
LYCOPODIUM CLA VATUM: fissuras do calcanhar; medicamento de
fundo a escolher por suas características gerais, principalmente os problemas
digestivos do-tipo dispepsia tlatulenta.
NITRICUM ACIDUM: pele fissurada, com aspecto sanguinolento no
fundo da fissura.
PETROLEUM: pele seca. craquelada, de aspecto sujo; não é preciso
prescrever este medicamento no agravamento invernal, que é banal na psoríase
(e que corresponde de fato à cessação da ação do sol de verão).
PHOSPHORUS: psoríase dos supercílios.
PHYTOLACCA DECANDRA: psoríase do couro cabeludo, que se
estende secundariamente às outras partes do corpo.
PSORINUM: psoríase inveterada, que desespera o paciente; sua pele
tem um aspecto sujo; ausência de reação aos medicamentos homeopáticos
aparentemente bem indicados.
SULFUR: erupções vermelhas; paciente vermelho e jovial; Sulfur não
agrava a psoríase como o faz com o eczema.

e.-. Vide também: Eczema.

PÚRPURA

Referências clínicas:
A púrpura trombopêni,ca idiopática, que essencialmente temos em mira
aqui, traduz-se por uma púrpura e por hemorragias das mucosas (epistaxe,
PÚRPURA - 373

gengivorragias, hemorragias genitais). No plano biológico encontra-se uma


trombopenia, com plaquetas de grande tamanho. Existe uma forma aguda,
mais freqüente na criança pequena, ligada às infecções virais (antes de tudo
rubéola, varicela, EB V, gripe, Parvovirus B 19, mas também sarampo,
caxumba, CMV), benigna e espontaneamente resolutiva na maior parte dos
casos.

Receita-tipo:
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: púrpura quase espontânea.
ARSENICUM ALBUM: púrpura no curso de uma doença grave, como
uma septicemia.
LACHESIS MUTUS: púrpura no curso de uma doença infecciosa
grave; delírio loquaz, pele violácea, hipersensibilidade ao contato das
cobertas.
PHOSPHORUS: púrpura associada a uma diarréia hemorrágica no
curso de uma cirrose, de uma hemofilia, de uma icterícia grave; púrpura
reumatóide.

(_... Constata-se na clínica que as doenças graves tratadas de maneira complementar


pela homeopatia têm um melhor prognóstico que aquelas que não o são. Arsenicum
album, Lachesis mutus e Phosphorus são os medicame11tos mais freqüentemente
indicados nesse tipo de circunstância.

Para uma prescrição mais ampla:


CROT ALUS HORRIDUS: púrpura no curso de uma icterícia grave
(aquela da febre amarela, por exemplo); associação às hemorragias por todos
os orifícios.
HAMAMELIS VIRGINIANA: púrpura com epistaxe e olho vermelho
por congestão das conjuntivas.
SECALE CORNUTUM: púrpura associada a uma gangrena.
SULFURICUM ACIDUM: púrpura em um paciente alcoolodepen-
dente.
TEREBINTHINA: púrpura associada a uma infecção urinária.

e..- Vide também: Hemorragias.


a
QUEIMADURAS

Referências clínicas:
Lesão tissular devida a uma forte fonte de calor, a um contato . quí-
mico ou elétrico. A gravidade depende da superfície corporal envol-
vida, e eventualmente da profundidade da queimadura. Pode se tratar
de um simples eritema dolorido, de uma flictena ou de uma queima-
dura profunda com comprometimento da derme e tecidos subcutâ-
neos.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
CANTHARIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: pele rosada e edemaciada, sem flictena; dores
picantes.
BELLADONNA: pele vermelha e quente, sem flictena.
CANTHARIS: flictenas de tamanho grande; este medicamento é
prescrito sistematicamente em casos de queimadura porque alivia as dores e
facilita a cicatrização.
RHUS TOXICODENDRON:flíctenas de pequeno tamanho.

(_.. A escolha dos medicamentos segundo sinais objetivos (enquanto habitualmente se


prefere os sinais subjetivos) é possível aqui porque os sinais objetivos mantidos
são reacionais, e não puramente orgânicos.
376 - QUEIMADURAS DE SOL

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: evolução das queimaduras para a gangrena.
CAUSTICUM: ferida que se prolonga, cicatrizando mal, depois de uma
queimadura.
KREOSOTUM: queimadura que evolui para ulceração.
URTICA URENS: queimadura superficial, sem edema.

(..- -Vide também: Cicatrizes, Traumatismos e Ferimentos.

QUEIMADURAS DE SOL

Referências clínicas:
Exposição da pele ao sol e mais particularmente a seus raios
ultravioleta. A importância clínica é função do fototipo (os UVB são os mais
agressivos), da duração da exposição, da hora, da localização, da intensidade
dos raios solares. As conseqüências desta exposição vão desde eritema a
flictenas, passando pelo edema doloroso da pele.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
CANTHARIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: pele rosada e edemaciada, sensível ao toque.
BELLADONNA: pele vermelha e quente; febre elevada.
CANTHARIS: aspecto de queimaduras comflictenas.

(..- A simples aplicação de cahtárida sobre a pele provoca uma flictena . Utiliza-se a
propriedade dita "vesicante", com o objetivo de produzir uma serosidade na pele e
assim acalmar, de maneira derivada, as inflamações.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: eritema solàr com pele vermelha e seca,
apresentando um aspecto miliar.
RHUS VENENATA: pequenas vesículas muito finas sobre uma pele
vermelha escura.
QUELÓIDES • 3n

(~ Vide também: Insolação. Lucite estival benigna.

QUELÓIDES: vide Cicatrizes

QUINCKE: vide Edema de Quincke

QUINTA DOENÇA: vide Megaleritema epidêmico


RÂNULA

Referências clínicas:
Cisto de conteúdo mucóide do assoalho da boca, a distinguir da litíase
salivar sublingual (que é acompanhada de dores e inchaço por ocasião das
refeições).

Receita-tipo:
AMBRA GRISEA 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
NATRUM MURIATICUM 5 CH.
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


AMBRA GRISEA: rânula com mau hálito.
CALCAREA CARBONICA: rânula com alternância de secura da boca
e de hipersalivação.
MERCURIUS SOLUBILIS: rânula com hipersalivação, mau hálito,
língua inchada que guarda a marca dos demes.
NATRUM MURIATICUM: rânula no curso de uma inflamação
crônica das glândulas salivares como a síndrome de Gougerot-Sjõgren.
THUY A OCCIDENT ALIS: rânula de aparência azulada, com vari-
cosidades sobre a língua ou dentro da boca.

<~ Natrum muriaticum tem numerosas indicações. É o que se chama em homeo-


patia um policresto, ou seja, uma substância capaz de provocar, experi-
mentalmente, e de curar na clínica, numerosos sintomas. Trata-se de um
medicamento de ação extensiva, de prescrição corrente, e cuja matéria médica é
muito consultada.
380 - RAQUIALGIA

Para uma prescrição mais ampla:


NITRICUM ACIDUM: rânula no curso de uma estomatite, com
tendência à ulceração e ao sangramento.

,_. Vide também: Gengivite.

RAQUIALGIA: vide Dorsalgia, Lombalgia

RAQUITISMO

Referências clínicas:
Doença óssea da infância devida a uma carência de vitamina D. Os
ossos estão moles, frágeis e deformados. A criança tem as pernas arqueadas
em razão da massa corporal que os membros inferiores suportam.

Receita-tipo:
CALCAREA PHOSPHORICA 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


CALCAREA CARBONICA: alargamellto das epífises em uma criança
passiva, de cabeça e barriga grandes, com fontanelas abe11as, que transpira na
cabeça e sente frio facilmente.
CALCAREA PHOSPHORICA: retardo no fechamento das fontanelas
em uma criança alta e magra.
SILICEA: criança com olhar vivo e imeligente, que transpira na
cabeça e pescoço, de pequeno tamanho, podendo ter tido complicações com as
vacinas.

(_. A prevenção pela vitamina D tornou essas indicações "históricas". É no mínimo


interessante conhecê-las a fim de estar pronto para qualquer eventualidade.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA FLUORICA: raquitismo com deformações ósseas impor-
tantes.
MAGNESIA MURIATICA: criança raquítica que não digere o leite,
constipada, com fezes em bolotas.
RAYNAUD 381

e~ Vide também: Crescimento, Dentição da criança, Escoliose.

RAYNAUD: vide Síndrome de Raynaud

REFLUXO GASTROESOFAGIANO: vide Hérnia de hiato

REGRAS: vide Amenorréia, Dismenorréia, Endometriose,


Menopausa, Menorragias, Síndrome Pré-menstrual

RESFRIADO: vide Coriza

RESFRIADO DOS FENOS: vide Rinite alérgica

1 RETINITE

Referências clínicas:
Classicamente: inflamação da retina que se traduz por edema,
exsudação e algumas vezes hemorragias. O termo r_etinopatia é mais apro-
priado porque as lesões não são obrigatoriamente de natureza inflamatória.

Receita-tipo:
·GELSEMIUM SEMPERVIRENS 5 CH,
PHOSPHORUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


AURUM MET ALLICUM: coriorretinite com descolamento da retina;
hemiopia horizontal (só a metade inferior dos objetos está visível).
382 - RETINITE

GELSEMIUM SEMPERVIRENS: ret11ute com sintomas neurológicos


(ptose, paralisia dos nervos oculomotores, paralisia de acomodação); descola-
mento da retina; exsudato seroso sobre a retina; diplopia ao olhar de lado;
necessidade de muita luz; visão de uma serpente azulada diante dos olhos;
retinite da nefrite crônica.
PHOSPHORUS: retinite com mellzora da visão quando o paciente põe
a mão em viseira; descolamento da retina; dilatação dos vasos retinianos;
extravasamentos sanguíneos; moscas volantes; neurite óptica; degenerescência
macular; retinite da nefrite crônica.

(_. Um sintoma isolado não permite o diagnóstico terapêutico. Ao contrário, as


associações de sintomas são bem mais características e discriminatórias. Exemplo:
a paresia associada à diplopia é muito evo~adora de Gelsemium. É assim,
generalizando, que se chega à noção de similllmum. Se acrescentamos aos
dois sintomas precedentes o descolamento da retina encontrar-nos-emos face a um
único medicamento possível: Gelsemium. Se o paciente declara por outro lado que
tem a visão de uma serpente azulada diante dos olhos, não há mais nenhuma
dúvida. O simillimum é o medicamento de uso homeopático cujos sintomas
experimentais aproximam-se mais dos sintomas do paciente, É "o" medicamento do
paciente.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: retinite da nefrite crônica com edema das
pálpebras.
BELLADONNA: dilatação dos vasos retinianos; fotofobia.
BRYONIA ALBA: retiriite com névoa azul diante dos olhos ou visão
de um arco-íris quando o paciente fecha um olho.
COLOCYNTHIS: retinite responsável por uma hipermetropia; asso-
ciação a um glaucoma.
CROTALUS HORRIDUS : retinite da nefrite crônica, com extravasa-
mentos sanguíneos.
LACHESIS MUTUS: extravasamentos sanguíneos sobre a retina;
hemorragias nas câmaras oculares.
MERCURIUS CORROSIVOS: retinite da nefrite crônica com ul-
cerações da córnea.
NAPHT ALINUM: retini te associada a uma catarata e a um descola-
mento da retina.
SECALE CORNUTUM: retinite diabética.

(_. Vide também: Catarata, Descolamento da retina, Glaucoma, Nefrite crônica.


RETOCOLITE ÚLCERO-HEMORRÁGICA - 383

RETOCOLITE ÚLCERO-HEMORRÁGICA

Referências clínicas:
Afecção inflamatória e ulcerativa da patte tenninal do intestino grosso.
Ela é caracterizada por lesões hemorrágicas e hipersecretantes da mucosa
retocólica. Clinicamente produz-se uma síndrome disenteriforme, sob forma de
uma diarréia sanguinolenta e purulenta com dores abdominais e tenesmo, 6 a 8
vezes por dia em média, e sinais gerais (febre, astenia, anorexia, emagreci-
mento). Evolui por surtos repetidos. A etiologia é desconhecida.

Receita-tipo:
MERCURIUS CORROSIVOS 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora da crise.

O essencial para a receita usual:


CANTHARIS: inflamação muito dolorosa com fezes sanguinolemas,
lembrando raspados de intestino; sensação de queimação no reto após a
dian-éia; tenesmo retal e vesical.
MERCURIUS CORROSIVUS: inflamação violenta com tenesmo retal
importante, que não melhora pela evacuação; fezes quentes, contendo muco,
purulentas e sanguinolentas; a Língua está inchada e guarda a marca dos
demes; hálito fétido; medicamento sintomático de prescrição quase sistemática.
MERCURIUS SOLUBILIS: medicamento a prescrever de preferência
ao Mercurius corrosivus se a inflamação não é violenta.
NATRUM MURIATICUM: principal medicame/lto de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente a tendência ao herpes e
a língua geográfica

'~ Os derivados salicilados (masalazine) têm um efeito suspensivo sobre as crises. A


homeopatia tem mais um efeito curativo sobre a própria doença. A associação de
duas vias terapêuticas é, portanto, desejável..

Para uma prescrição mais ampla:


GAMBOGIA: diarréia biliosa expulsa com força e de uma só vez, em
um esforço um tanto prolongado.
IPECA: crise de retocolite com tenesmo e muco tipo clara de ovo;
náuseas com língua limpa; agravamento após ter consumido frutas verdes.
NATRUM SULFURICUM: dian-éia após o desjejum; associação à
asma; agravamento pela alimentação farinhosa e legumes; o paciente sente-se .·
alegre após a defecação.
384 • REUMATISMO

THUYA OCCIDENTALIS: espasmos intestinais responsáveis pela


sensação de ter alguma .coisa .viva dentro do abdômen; condilomas anoge-
nitais.

r..- Vide também: Candidíase, Colite, Diarréia, Gastroenterite.

REUMATISMO: Vide Artrose, Coxartrose, Dorsalgia,


Epicondilite, Gonartrose, Gota, lrite, Lombalgia, Osteoporose,
Pelvispondilite reumática, Periartrite, Pollartrite reuhlatóide,
Psoríase, Ciática, Sinovite, Tendinite, Torcicolo

RINOFARINGITE

Referências clínicas:
Infecção das fossas nasais e da faringe, a rinofaringite é muito
freqüente na primeira infância. Fatores predisponentes: tabagismo passivo,
excesso de aquecimento em casa, vida em coletividade (creches, etc.).
Sintomas: febre (freqüentememe inferior a 38,5º), obstrução nasal com
rinorréia mucopurulenta anterior e posterior, tosse. Complicações possíveis:
otite, bronquiolite, bronquite, angina. Os agentes infecciosos são múltiplos
com uma clara dominância dos vírus (uma centena de vírus diferentes). As
bactérias desempenham provavelmente um papel, primário ou secundário
(pneumococos, estreptococos. Ha!mophilus em particular). Estima-se que se
trate de uma doença de adaptação: as crianças são obrigadas a passar pela
rinofaringite para se imunizarem contra os agentes infecciosos do seu
ambiente.

Receita-tipo: ·
FERRUM PHOSPHORICUM 5 CH,
KALIUM BICHROMICUM 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essendal para a ·receita usual:


FERRUM PHOSPHORICUM: rinofaringite com epistaxe; quando a
temperatura está baixa, as bochechas do paciente estão pálidas, quando a
febre sobe, as bochechas estão vermelhas.
RINOFARINGITE - 385

HEPAR SULFURIS CALCAREUM: rinofaringite com corrimento


· purulento e de mau cheiro; espiITos nas correntes de ar; evolução possível
para a sinusite.
KALIUM BICHROMICUM: o medicamento sintomático mais habi-
tual; corrimento esverdeado, espesso e filamentoso (esse sintoma. é suficiente
para o prescrever); crostas no nariz; garganta vermelha, edema da úvula;
sinusite.
MERCURIUS SOLUBILIS: corrimento amarelo, irritante, escoriante
com febre de recrudescência noturna,; hálito fétido, hipersalivação, língua que
guarda a marca dos dentes; garganta vermelha; otorréia escoriante; sinusite.
PULSA TILLA: corrimento amarelo (ou variando do incolor ao
amarelo), espesso e não irritante; otoJTéia não ilTitante; Pulsatilla também
pode ser prescrita como medicamento de fundo, a escolher por. suas
características gerais, principalmente a associação a otites de repetição em uma
criança de caráter doce.

(~ Ainda que o Kalium bichromicum seja o medicamento sintomático mais ha-


bitual, não devemos ter medicamentos favoritos. Só os fatos, portanto os sinto-
mas, são susceptíveis de nos conduzir ao medicamento útil para curar nosso
paciente.

Para uma prescrição mais ampla:


AGRAPHIS NUTANS: rinofaringite com adenoidite e surdez.
CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo a escolher por
suas características gerais, principalmente o fato de se tratar de uma criança
esperta, de cabeça redonda, transpirando facilmente no couro cabeludo, e que
come muito bem.
L YCOPODIUM CLAV ATUM: medicamento de fundo a escolher por
suas características gerais, principalmente o fato de que se trata de uma criança
de olho vivo, inteligente, com terreno atópico.
NATRUM MURIATICUM: medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais, principalmente a tendência ao herpes e o caráter pouco
comunicativo do paciente.
SILICEA: medicamento de fundo a escolher por suas caracterís-
ticas gerais, principalmente as conseqüências de vacinações, a falta de energia
com necessidade de encorajamento, transpiração nos pés com muito mau
cheiro.
TUBERCULINUM: bioterápico, que se pode dar como complemento
do tratamento de fundo.

(~ Vide também: Angina, Bronquite aguda, Coriza, Otite média.


386 • ROSÁCEA

ROSÁCEA

Referências clínicas:
Distúrbio circulatório e inflamatório da região média facial (parte baixa
do nariz, fronte, bochechas, queixo), começando por flushes pós-prandiais,
continuando sob forma de eritrose de natureza teleangiectásica, sobre a qual se
formam em seguida pápulas e pústulas. O aspecto evoluído e caricatural
constitui o rinofima. A rosácea é observada em adultos entre 35 e 50 anos,
sobretudo nas mulheres.

Receita-tipo:
EUGENIA JAMBOSA 5 CH,
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


EUGENIA JAMBOSA: pápulas endurecidas, inflamatórias, com dores
na região que as circunda; agravamento durante as regras.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: vesículas que supuram.
LEDUM PALUSTRE: rosácea em pacientes alcoolodependentes.
SEPIA OFFICINALIS: rosácea agravada antes das regras, ou seja,
que participa da síndrome pré-menstrual que é mais freqüente na Sepia;
principal medicamento de fundo, a escolher por suas características gerais,
principalmente as ondas de calor emotivas, a astenia com rosto pálido e
olheiras.

(. ,. É preciso não confundir Eugenia jambosa com Eugenia jambolana. A primeira é


indicada em caso de erupção do tipo acnéico. A segunda, mais conhecida pelo
nome de Syzygium jambolanum, é um medicamento do diabetes. Nota-se a que
ponto os conhecimentos botânicos são importantes para os laboratórios que
fabricam os medicamentos de uso homeopático.

Para uma prescrição mais ampla:


AURUM MET ALLICUM: rinofima.
CARBO ANIMALIS: acne-caparrosa.
CAUST~CUM: rosácea sobre o nariz.
PSORINUM: bioterápico, útil a título de complemento do medicamento
de fundo.
ROSÉOLA INFANTIL - 387

RADIUM BROMATUM: rosácea com sensação de queimação na pele.


RHUS TOXICODENDRON: rosácea superinfectada; vesículas cir-
cundadas por uma aréola vermelha.
SANGUINARIA CANADENSIS: rosácea com vermelhidão queimante
nas bochechas.

<tlr Vide também: Acne, Alcoolodependência.

ROSÉOLA INFANTIL

A marcha terapêutica é a mesma que para o megaleritema epidêmico


(vide a rubrica correspondente).

RUBÉOLA

Referências clínicas:
Febre eruptiva de origem viral, contagiosa e epidêmica, caracterizada
por um eritema leve e adenopatias suboccipitais, retroauriculares e cervicais
posteriores. A incubação é de 14 a 21 dias. Quando ocorre na mulher grávida
não imunizada, durante o primeiro trimestre da gestação, a rubéola pode
provocar malformações fetais ou aborto.

Receita-tipo:
PULSATILLA 5 CH, ,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


MERCURIUS SOLUBILIS: medicamento indicado pela presença de
adenopatias.
PULSATILLA: cobre habitualmente os sintomas da rubéola, particular-
o
mente eritema rosado.

<ttr Pulsatilla pode ser prescrito de modo sistemático na rubéola da infância. Pelo fato
da benignidade da doença, um erro de prescrição não seria grave. De modo geral, é
preferível não confiar nas prescrições sistemáticas em homeopatia. É melhor
controlar os sintomas do paciente pelo interrogatório e pelo exame. Pode-se assim
comparar o quadro clínico sintomático observado com o quadro sintomático
388 - RUBÉOLA

experimental tal como se encontra na Matéria médica. Essa abordagem


corresponde à aplicação prática do princípio da similitude.

Para uma prescrição mais ampla:


BRYONIA ALBA: rubéola que sai mal.

e.- Vide também: Febre, Megaleritema epidêmica, Sarampo.


SALPINGITE

Referências clínicas:
Trata-se de urna infecção das trompas de Falópio que evolui de modo
agudo ou crônico. Pode ser acompanhada de inflamação das estruturas vi-
zinhas: endometrite, cervicite, pelviperitonite. É causada geralmente por
germes de transmissão sexual : Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrha:a,
Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum. Principais sintomas: dores
pelvianas bilaterais, febre, leucorréias malcheirosas metrorragias. O toque
vaginal' é doloroso: dor à mobilização cervical, corpo uterino doloroso à
pressão, anexos sensíveis. A salpingite é assintornática em 20% dos casos. As
seqüelas, em caso de salpingite, passam despercebidas, são: esterilidade, dores
pelvianas crônicas, predisposição à gravidez extra-uterina.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
três grânulos, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


HEPAR SULFURIS CALCAREUM: leucorréias com odor de queijo
velho.
MERCURIUS SOLUBILIS: medicamento sintomático mais habitual;
salpingite aguda com leucorréias mucopurulentas; febre de recrudescência
noturna, com transpiração de mau odor e que não alivia.
SILICEA: piossalpinge.

iflr A transpiração que não alivia, intéressa-nos porque ela é incomum para a febre e
muito habitual para o Mercurius solubilis. Em relação ao medicamento "Mercurius
solubilis", essa característica é de grande sensibilidade e de grande especifi-
cidade. Transpondo para o paradigma homeopático, estes dois conceitos da
390 - SAPINHO

nosologia clássica, pode~se dizer que a sensibilidade é a freqüência com ~ qual um


sintoma está presente quando uma pessoa tem necessidade de um dado
mediéamento, e que a especificidade é a aptidão apresentada por um sintoma de
marcar a indicação de um medicamento.

'· Para uma prescrição mais ampla:


MEDORRHINUM: bioterápico a utilizar como complemento do
medicamento de fundo em caso de salpingite crônica; antecedentes de
gonorréia.
SEPIA OFFICINALIS: medicamento de fundo, a escolher por suas
características gerais, principalmente a sensação de peso no baixo ventre, o
herpes catamenial, as ondas de calor emotivas. a astenia com palidez e
olheiras.
THUYA OCCIDENT ALIS: salpingite crônica com leuc01réias esver-
deadas, não irritantes; antecedentes de gonorréia.

e.. Vide também: Leucorréias, Metrite, Metrorragias.

SAPINHO: vide Candidíase

SARAMPO

Referências clínicas:
Infecção virai devida ao Paramyxovirus influenza?. O período de
incubação é de 10 dias, com uma contagiosidade máxima entre os quatro dias
que precedem a erupção e os três dias que a ela se seguem, principalmente na
primavera. O quadro clínico comporta um catarro oculonasotraqueobrônquico,
febre, sinal de Kõplick (pontilhado esbranquiçado na mucosa da bochecha
junto aos pré-molares), exantema (erupção descendente da cabeça em direção
aos membros inferiores; máculas rosadas ou vermelho vivo, não pruriginosas,
arredondadas, agrupadas em placas com intervalos de pele sã). As com-
plicações são raras.

Receita-tipo:
BELLADONNA 5 CH,
EUPHRASIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
SARAMPO - 391

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: exantema de aspecto muito vermelho, febre elevada
com abatimento, sede, enantema.
EUPHRASIA OFFICINALIS: oftalmia com corrimento escoriante e
fotofobia durante o sarampo.
PULSATILLA: exantema de aspecto rosado; ele pode ser acompa-
nhado de coriza, otite, oftalmia com corrimento não irritante, tosse seca; febre
pouco elevada sem sede; tosse cheia após a rubéola.

(_.. Para o clínico homeopata, um sintoma não é somente a expressão espontânea de


uma doença que permite fazer o diagnóstico, mas também uma manifes-
tação reacional. Representa um sinal de alerta, proveniente do sistema de
defesa, que indica uma modificação no estado do paciente. Para ser retido a
título de diagnóstico terapêutico, um sintoma deve ser característico daquele
que o desenvolve. Não é, portanto, ilógico prescrever um agente susceptível
de provocar o conjunto dos sintomas apresentados pelo paciente, o que é
uma maneira de reforçar seu sistema de defesa. Prescrever Belladonna, ou
seja, uma substância que pode reproduzir, experimentalmente, os principais sin-
tomas do sarampo, é um bom meio de combater esta doença. Tudo se passa como
se o medicamento diluído e dinamizado, intervindo "de acréscimo" fosse capaz de
provocar uma contra-reação, ou seja, um fenômeno no sentido da cura.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS : febre elevada com agitação, erupção miliar
e pequena tosse seca.
BRYONIA ALBA: sarampo que sai mal, com co.mplicações respi-
ratórias.
DROSERA ROTUNDIFOLIA: tosse quintosa durante ou após o
sarampo_.
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: sarampo que sai mal, por causa da
febre, entorpecimento e pálpebras pesadas.
MORBILLINUM: bioterápico do sarampo (lisado de exsudatos buco-
faríngeos do paciente de sarampo); esse medicamento pode ser utilizado nas
conseqüências do sarampo, em caso de complicação.
SULFUR: sarampo que sai mal (no paciente por outro lado em
bom estado de saúde); tosse com expectoração .mucopurulenta após a ru-
béola.

e..- Vide também: Febre, Megaleritema epidêmico , Rubéola.


392 - SARNA

SARNA

Referências clínicas:
Doença cutânea parasitária, devida a um artrópode do gênero acarino
Sarcoptes scabiei, variedade hominis. Ele é parasita obrigatório, ou seja, não
pode viver mais de dois ou três dias fora da pele humana. A fêmea, após a
fecundação , escava um sulco na camada córnea da pele, onde deposita cerca
de vinte ovos antes de motTer. As larvas eclodem em alguns dias e se
encontram em torno dos folículos pilosos. As localizações preferenciais são a
zona interdigital, a face anterior dos punhos, os órgãos genitais externos, as
nádegas, os mamilos, as axilas . A ~fecção , reconhecível pelos sulcos que
medem de alguns mm a 1 cm com uma pápula na extremidade aberta, é muito
pruriginosa. É facilmente transmissível,. e susceptível de dar lugar a uma su-
perinfecção.

Receita-tipo:
SULFUR 12 CH,
uma dose desde os pnme1ros sintomas, enquanto empreende um
tratamento alopático parasiticida.

O essencial para a receita usual:


SULFUR: este medicamento acalma o prurido da sarna; ele é igual-
mente indicado quando ela se complica com eczema; pode ser dada sis-
tematicamente uma dose de Sulfur no início da sarna; eventualmente uma
outra dose no final, após a ação dos medicamentos alopáticos; Sulfur era
considerado como um específico pelos autores clássicos.

l_. A homeopatia é útil, a título de adjuvante, para o tratamento das lesões da coçagem
ou as seqüelas.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: caso que se prolonga; asma nas conseqüências
de uma sarna.
PSORINUM: sarna modificada pelo tratamento externo; erupção das
dobras; urticária, furúnculos ou pneumopatia nas conseqüências; frialdade;
trata-se do bioterápico da sarna.
SEPIA OFFICINALIS: complicação sob forma de pústulas de
repetição.

(_. Vide também: Prurido sine mataria.


SATIRÍASE - 393

SATIRÍASE

Referências clínicas:
Desejo sexual irresistível no homem.

Receita-tipo:
CANTHARIS 7 CH,
PHOSPHORUS 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CANTHARIS: satiríase com priapismo doloroso ; disúria; mania erótica
com delírio furioso .
HYOSCY AMUS NIGER: satiríase com exibicionismo, lascívia no
curso de um delírio querelallfe e obsceno.
PHOSPHORUS : satiríase com tendência ao exibicionismo no curso de
um delírio proveniente de uma síndrome de fragmellfação; estado de
clarividência, êxtase religioso, dismorfofobia.

(_.. Ambroise Paré (1509-1590) manifesta-se contra a utilização do pó de can-


tárida como afrodisíaco. Ele havia assinalado que ele provocava violentas
inflamações urinárias. Isto não impedia o marquês de Sade (1740-1814) de dar às
suas vítimas bombons de anis misturado com cantárida, o que lhe custou ser preso
na Bastilha.

Para uma prescrição mais ampla:


FLUORICUM ACIDUM: desejos sexuais constantes em um homem
idoso, com espírito leve, eufórico; ele se desinteressa por sua família, foge de
suas responsabilidades e muda de uma aventura feminina a outra.
KALIUM BROMATUM: satiríase com abolição das faculdades
intelectuais, falta de senso moral; mãos perpetuamente em movimento,
brincando permanentemente com um objeto.
NUX VOMICA: indivíduo facilmente excitado sexualmente, e irritabi-
lidade; ele "come" sem muita afetividade.
PICRICUM ACIDUM: satiríase e priapismo doloroso no curso de uma
mielite; grande fadiga físico e mental.
PLATINA: desejo sexual violento com tremores; hipersensibilidade dos
órgãos genitais; arrogância, sentimento de superioridade, desprezo pelos
outros.
394 • SCHEURMANN (DOENÇA DE)

ST APHYSAGRIA: satiríase com hipersensibilidade às impressões


físicas e mentais; ruminação permanente de idéias sexuais com aumento do
desejo sexual, mas, ao mesmo tempo, disfunção erétil; conseqüências de
vexação ou de indignação recalcadas.

e..- Vide também: Disfunção erétil.

SCHEURMANN (Doença de): vide Dorsalgia

SEBORRÉIA: vide Crostas de leite, Dermite seborréica

SEIOS: vide Abcesso do seio, Aleitamento materno, Fissura do


mamilo, Linfangite, Mastose, Síndrome pré-menstrual

SEPTICEMIA

Referências clínicas:
Doença caracterizada pela passagem maciça para o sangue de germes
patogênicos provenientes de um foco infeccioso. Os sintomas que se pode
observar são: febre elevada, com arrepios, mialgias, eritema, petéquias.
Pesquisa-se sistematicamente uma porta de entrada.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
PYROGENIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância a cada 2 horas.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: febre com prostração, e agitação apesar da
fraquezf}; sede intensa, mas o paciente só bebe pequenas quantidades de
água fria, repetidamente; ele muda de cama freqüentemente, · mas conti-
nua muito fatigado; secreções escoriantes e de odor cadavérico, particular-
mente a diarréia; dores queimantes que melhoram pelo calor; pele per-
gaminhada.
SEPTICEMIA • 395

LACHESIS MUTUS: febre com loquacidade, eventualmente sobre o


tema do ciúme; hemorragias de sangue escuro e decomposto; aspecto
cianótico, violáceo, da porta de entrada; língua lustrosa, tremente, que sai
com dificuldade; o paciente não suporta o peso das cobertas.
PHOSPHORUS: febre importante com fome; desejo de bebidas geladas,
mas a água é vomitada assim que reaquecida no estômago; tendência às he-
mo1rngias de todb tipo, particularmente púrpura; sensações localizadas de ca-
lor queimante, particularmente entre os ombros, no peito ou na palma das
mãos; diarréia fétida com gases, sem dor, esgotante, de cor branca; ânus aberto.
PYROGENIUM: septicemia com dissociação entre pulso e temperatura
(a febre está muito elevada, mas o pulso normal ou muito pouco aumentado,
ou ao contrário pulso rápido com temperatura pouco aumentada); fetidez de
todas as secreções; a cama parece muito dura.

e~ O tratamento homeopático só pode ser feito a título complementar ao tratamento


clássico.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: a porta de entrada é um furúnculo ou um antraz que
pode evoluir para a gangrena, com dores queimantes e intoleráveis.
ARNICA MONT ANA: febre com acesso de calor em certas partes do
corpo; dores muscufares tais que a cama parece muito dura e que o paciente
não pode ser tocado; ele declara que está bem embora esteja muito doente; ele
volta ao médico; Arnica é considerada por alguns como um preventivo da
septicemia.
BAPTISIA TINCTORIA: febre com prostração, aspecto embotado, face
vermelha escura; a prostração é tão forte que o paciente comete erros quanto à
percepção de seus músculos, ele tem a impressão de que seu corpo está em
pedaços e faz esforços para juntá-los.
CARBONICUM ACIDUM: febre com prostraÇão particularmente
intensa, palidez em tomo do nariz e da boca, fetidez de todas as eliminações,
principalmente do hálito; as urinas e fezes estão negras; dores queimantes;
hipersensibilidade do olfato que incomoda tanto mais quanto mais fétidas são
as excreções do paciente.
CARBO VEGETABILIS: fase terminal; estado adinâmico com cabeça
quente e corpo frio; hipotermia; hálito e língua frias, cianose, falta de ar,
necessidade de ser abanado.
CROTALUS HORRIDUS: septicemia com febre adinâmica e loquaz;
hemorragias de sangue negro sem coágulos (epistaxe, hematêmese de sangue
negro, púrpura); gangrena; lesão hepática com icterícia.
ECHINACEA ANGUSTIFOLIA: septicemia com prostrações febris,
esgotamento, confusão mental, linfangite, excreções fé~idas (catarro nasal,
396 - SEXTA DOENÇA

saliva, fases intestinais, diaiTéia, leucon-éias, lóquios); formigamento na boca e


na garganta; medo sentido na região do coração; a apresentar com Tintura Mãe
(10 gotas a cada duas horas).
MURIATICUM ACID UM: febre adinâmica com relaxamento muscu-
lar; o paciente está tão fraco que se achata na sua cama e que seu maxilar
fica caído; seus esfíncteres estão relaxados, ele elimina fezes a cada vez que
unna.
RHUS TOXICODENDRON : septicemia com dores musculares acalma-
das pela agitação permanente; triângulo vermelho e liso na ponta da língua;
herpes.
TARENTULA CUBENSIS: a porta de entrada é um antraz de aspecto
violáceo com dores queimantes atrozes; este medicamento impede as últimas
dores de um moribundo.

!..- Vide também: Abcesso, Antraz, Febre, Furúnculo, Herpes.

SEXTA DOENÇA

A marcha terapêutica é a mesma que para o megaleritema epidêmico


(vide esta rubrica).

SEXUALIDADE: vide Depressão nervosa, Disfunção erétil,


Ejaculação precoce, Frigidez, Ninfomania, Satiríase

SIDA: vide Aids

SINUSITE:

Referências clínicas:
Inflamação aguda ou crônica da mucosa dos sinus da face. A origem
pode ser virai, bacteriana, micótica ou alérgica. Distinguem-se:
- A sinusite aguda, que sobrevem no curso de uma rinite aguda. Os
sinais são uma assoadela purulenta com febre e dores.
SINUSITE • 397

- A sinusite crônica, em si, não comp01ta febre. Geralmente, nota-se


uma rinorréia purulenta, responsável por uma tosse (mas a rinorréia
pode estar ausente). As dores são raras. As alterações olfativas são
variáveis e incompletas. Algumas sinusites crônicas são francamente
assintomáticas. As radiografias constituem o exame paraclínico de
escolha. Elas mostram uma opacidade do ou dos sinus relacionados.
A localização maxilar é a mais freqüente .

Receita-tipo:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
KALIUM BICHROMICUM 5 CH,
MERCURIUS SOLUBILIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BELLADONNA: início de sinusite, com febre elevada, face vermelha,
abatimento, midríase, sede; ausência de corrimento; dores latejantes agravadas
pelos abalos; epistaxe.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: sinusite com corrimellfo purulelllo
de odor fétido; dores picantes, especialmente na raiz do nariz; agravamento
pelo toque e pelas correntes de ar (o paciente · tem tendência a usar uma
echarpe sobre o rosto).
KALIUM BICHROMICUM: sinusite aguda ou crônica com corri111e11to
amarelo ou verde, espesso, aderente e viscoso, irritante, especialmente pelas
partes posteriores das fossas nasais; sensação de plenitude dos sinus frontais ,
de pulsação na raiz do nariz; dores ósseas em pontos; dores na raiz do nariz;
dores na face ao tossir; crostas no nariz o ar inspirado parece quente;
anasalamento ao falar.
LACHESIS MUTUS : ausência de corrimento ou corrimento intetTom-
pido com dores nos sinus quando o corrimento é illferrompido; melhora pelo
oc01Tência de um retomo do corrimento .
. MERCURIUS SOLUBILIS: coriza aguda com dores nos sinus frontais
agravadas. quando o paciente se mexe; corrimento verde e escoriante; febre
com predominância noturna com transpiração de mau cheiro e que não alivia,
hálito fétido, hipersialorréia, língua que guarda a marca dos dentes,
adenopatias; agravamento à noite.
SILICEA: sinusite crônica; dores ósseas; melhora pelas bandagens
frias.

(_.. Os sintomas "mecânicos", fáceis de explicar, têm apenas pouco interesse para a
confiabilidade da prescrição. Aqui, a fala anasalada do Kalium bichromicum é
bastante lógica, para ter, ainda que isolada dos outros sintomas, um valor para a
prescrição.
398 - SOL

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: dores dos smus frontais no curso de uma
coriza crônica, com con-imento aquoso, abundante, queimante, escoriante;
espilTos que não aliviam; esgotamento ansiosos; eventualmente asma; melhora
pelo calor.
AURUM MET ALLICUM: sinusite crônica com tendência à osteíte;
dores ósseas com corrimento de odor fétido quando o paciente se mexe.
HYDRASTIS CANADENSIS: sinusite frontal com secreções crônicas
das mucosas, amarelas, muito espessas, tenazes, descendo principalmente pelas
fossas nasais posteriores; dores frontais.
KALIUM IODATUM: sinusite com coriza aguda, cefaléia catarral, do-
res nos sinus frontais, corrimento nasal aquoso, abundante e escoriante, acú-
fenos; dores provocadas pelos espin-os, nariz entupido na raiz; agravamento no
ar livre, em um cômodo muito aquecido, à noite.
MEZEREUM: abcesso de um sinus maxilar, com dores queimantes
intoleráveis e frialdade.
NATRUM SULFURICUM: sinusite por alergia aos mofas; agrava-
mento pelo tempo úmido.
PULSATILLA: corrimento incolor, ou variando de incolor até amarelo,
não irritante; agravamento em um cômodo muito aquecido; .melhora ao ar
livre.
THUY A OCCIDENT ALIS: corrimento verde com catarro nasal crô-
nico.

e~ Vide também: Coriza, Pólipos, Tendência a sentir frio facilmente.

SOL: vide Queimadura de sol, Insolação, Lucite estival benigna ·

SÍNCOPE: vide Lipotimia

SÍNDROME NEFRÓTICA

Referências clínicas:
Síndrome caracterizada por um edema generalizado, uma proteinúria
importante, uma hipoprotidemia referente sobretudo às albuminas, e uma
SÍNDROME NEFRÓTICA - 399

hiperlipidemia. Corresponde a um aumento da permeabilidade glomerular às


proteínas. Pode ocotTer em qualquer idade. Em sua forma pura não compo1ta
nem hipertensão arterial, nem hiperazotemia, nem hematúria. No entanto, pode
estar associada a uma nefropatia, principalmente: glomerulonefrite crônica,
doença amilóide, pielonefrite crônica, comprometimento renal do diabetes ou
do lupus eritematoso disseminado, etc .

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
MERCURIUS CORROSIVUS 5 CH,
NATRUM MURIATICUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: edema; albuminúria, oligúria; ausência de sede.
ARSENICUM ALBUM: albuminúria; palidez, com ou sem anemia;
sede; astenia com, apesar de tudo, agitação; fri!lldade.
MERCURIUS CORROSIVUS: edema; albuminúria, henzatúria; a
língua que guarda a marca dos dentes; hálito fétido; transpiração no-
turna.
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente a anemia, o ema-
grecimento, a necessidade de sal , o caráter pouco comunicativo do pa-
ciente.

e~ Apis mellifica ·é o medicamento que cobre melhor a síndrome nefrótica pura. É


preciso acrescentar-lhe um medicamento de terreno propício.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo a escolher por
suas caratterísticas gerais, principalmente a lentidão, a obesidade, a trans-
. -
piração do couro cabeludo, a tendência a sentir frio facilmente .
PHOSPHORUS: associação a uma púrpura.
SILICEA: medicamento de fundo a escolher por suas características
gerais, principalmente a tendência a supurações, a transpiração dos pés com
mau cheiro, a falta de energia do paciente que tem necessidade de ser
encorajado para agir.

e~ Vide também: Nefrite aguda, Nefrite crônica.


400 - SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL

SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL

Referências clínicas:
Conjunto dos sintomas psicológicos e físicos que sobrevém antes das
regras e desaparecem com elas. Esses transtornos, puramente funcionais, re-
vestem-se de um caráter cíclico: eles retornam a cada ciclo menstrual, exis-
tindo, portanto, a noção de um intervalo livre entre dois acessos. Etiologia:
a síndrome pré-menstrual parece ligada às variações das taxas de estrogênios
(que favorecem a retenção de água) e de progesterona. O quadro começa sete
a dez dias antes das regras. Comporta sintomas somáticos: mastodinias (80%
dos casos), inchaço abdominal (70%), ganho de peso (70%), edema do rosto e
d<\s mãos (70% ), dores abdominopelvianas (70% ), dores lombares (70% ),
acne e/ou herpes (50% ), cefaléias e enxaqueças (20% ), transtornos do trânsito
intestinal e/ou urinários (20% ), manifestações alérgicas (10% ). Há igualmente
alterações psicológicas: tristeza, vontade de chorar, mudanças de humor
(64%), idéias suicidas (17% ). A síndrome pré-menstrual concerne a 77% das
mulheres, das quais 10% de maneira impo11ante.

Receita-tipo:
LAC CANINUM 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia do 15º ao 28º
dia.

O essencial para a receita usual:


LAC CANINUM: seios inchados, tensos, dolorosos antes das regras;
dores agravados pelo menor abalo.
NATRUM MURIATICUM: tristeza ames das regras.
SEPIA OFFICINALIS: seios inchados antes das regras; lombalgias;
ondas de calor (surpreendentes em uma. mulher jovem); meticulosidade,
necessidade de arrumar tudo em casa antes das regras.

,_.. O leite de cadela (Lac caninum) contém derivados hormonais; prolactina, andro-
gênios, estrogênios, progesterona, que explicam sem dúvida, seu efeito regulador
sobre a síndrome pré-menstrual.

Para uma prescrição mais ampla:


ARISTOLOCHIA CLEMATITIS: síndrome pré-menstrual com edema
dos pés.
SÍNDROME DE RAYNAUD • 401

BRYONIA ALBA: seios pesados, tensos, volumosos, alívio por um


sutiã_bem apertado.
CALCAREA CARBONICA: seios inchados e dolorosos antes das
regras; regras adiantadas e abundantes; obesidade, transpiração do couro
cabeludo, tendência a sentir frio facilmente.
CONIUM MACULATUM: seios inchados e dolorosos antes das regras
com mastose; agravamento pelo menor movimento ou pela marcha;
necessidade de apertar os seios.
FOLLICULINUM: tensão, dores, turgescência mamária na segunda
parte do ciclo; prescrever uma dose em 30 CH no 18º dia do ciclo.
LACHESIS MUTUS: síndrome pré-menstrual do período pré-menopáu-
sico; ondas de calor, falta de ar; o retorno das regras alivia a paciente.
PULSATILLA: choros e frialdade antes das regras; as regras são pouco
abundantes e atrasadas.
TUBERCULINUM: inchaço dos seios antes das regras.

e..- Vide também: Dismenorréia, Mastose, Regras, Seios.

SÍNDROME DE RAVNAUD

Referências clínicas:
Acrossíndrome isquêmica desencadeada pelo frio, evoluindo de modo
paroxístico, e que traduz a parada brutal (porém transitória) da circulação
digital por vasospasmo das arteríolas. A síndrome de Raynaud é formada por
crises vasomotoras das extremidades (nariz, artelhos, orelhas, lábios). Uma
fase sincopal precede as fases de asfixia e de hipertermia. O fumo é um fator
agravante clássico. Desmembra-se em: ·
- Síndrome primária, ou doença de Raynaud. Deduz-se pelas noções
de antecedentes familiares da mesma doença, com início precoce,
síndrome bilateral, simétrica, evoluindo em seguida por no mínimo 2
ou 3 anos, sem alteração trófica. Trata-se de um diagnóstico por
eliminação.
- Síndrome secundária, que se pode observar nas conectivites como a
esclerodermia (que é a primeira causa da síndrome de Raynaud
secundária), lupus, dermatomiosite, poliartrite reumatóide. Encontra-
se igualmente nas arteriopatias obliterantes (em particular a doença de
Buerger), vascularites, hemopatias. Ela . pode ser iatrogênica, após
utilização de betabloqueadores, derivados do ergot do centeio, ci-
closporina, estroprogestágenos.
402 · SINOVITE

Receita-tipo:
CAMPHORA 5 CH,
SECALE CORNUTUM 5 CH,
SEPIA OFFICINALIS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CAMPHORA: dedos brancos e frios .
SECALE CORNUTUM: dedos inchados. cianóticos, frios , com câim-
bras.
SEPIA OFFICINALIS: iITegularidade da distribuição sangüínea; dedos
frios com ondas de calor nas outras partes do co1po.

(_.. O ergot do centeio (Secale cornutum) é um fungo parasita do centeio, que contém -
entre outras - a ergotamína . Este alcalóíde provoca espasmos das fibras musculares
lisas (sobretudo as das paredes arteriais), donde sua indicação na síndrome de
Raynaud ..

Para uma prescrição mais ampla:


CARBO VEGET ABILIS: cianose importante dos dedos.
LACHESIS MUTUS: dedos violetas.
PULSATILLA: cianose com geladuras.
T ABACUM: este medicamento pode ser evocado pela noção de
agravamento pelo fumo.

e..- Vide também: Acrocianose, Geladuras.

SINOVITE

Referências clínicas:
Inflamação da sinovial, responsável por uma efusão de líquidos serosos
em uma cavidade articular (ou hidrartrose).

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
BRYONIA ALBA 5 CH,
KALIUM IODATUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.
SOLUÇO • 403

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: sinovite aguda com efusão importante e edema
periarticular; a articulação está inchada e de aspecto rosado; dores picantes
que melhoram pelas aplicações frias.
BRYONIA ALBA: efusão sinovial; a articulação está vermelha e
queme; dores picallfes agravadas pelo menor movimento; melhora pelo calor e
pela pressão forte.
KALIUM IODATUM: sinovite crônica com infiltração dos tecidos
circunvizinhos, efusão e comprometimento do periósteo; agravamento à noite.

(. . O ponto em comum de todos esses medicamentos é sua ação sobre as serosas.


Eles não estão indicados exclusivamente em razão desta localização. Sua escolha
a partir dos sintomas dá à prescrição toda a sua confiabilidade.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA FLUORICA: sinovite crônica ligada à artrose com efusão;
tendência aos osteófitos ou às exostoses.
IODUM: sinovite crônica com efusão; dores noturnas.
LEDUM PALUSTRE: sinovite com inchação articular; éf~são, even-
tualmente de origem traumática; a articulação está pálida e fria ao toque;
agravamento pelo calor; melhora por um banho frio.
PULSATILLA: inchação sem dor que muda freqüentemente de
articulação; vermelhidão dos tegumentos; agravamento ao primeiro movi-
mento, melhora pelo movimento prolongado.
RHUS TOXICODENDRON: dores e rigidez que melhoram pelo calor.
RUTA GRA VEOLENS: sinovite crônica após uma entorse; sensação de
quebradura dos ossos ou de machucado; rigidez dos tendões.
SULFUR: para terminar um caso após a ação dos outros medicamentos;
dar apenas uma única dose (em 12 CH).

(.. Vide também: Artrose, Gonartrose, Poliartrite reumatóide, Tendinite.

SOLUÇO ,. 1
1

Referências clínicas:
Brusco movimento inspiratório repet1t1vo e incômodo, devido à
contração espasmódica e repetida do diafragma (inervado pelo nervo frênico,
este oriundo . do plexo cervical) e dos músculos intercostais externos,
intercondrais, esternoclidomastóideos e escalenos. A ativação muscular é
404 · • SOLUÇO

bilateral. Dura aproximadamente 500 milissegundos. A ele se associa um


fechamento da glote. O caráter incompleto desse fechamento é responsável
pelo ruído característico. As condições associadas ao soluço benigno são a
distensão gástrica ligada a um excesso alimentar ou à ingestão muito rápida de
alimentos ou de bebidas gasosas. Entre os fatores desencadeantes: as mudanças
bruscas de temperatura, a ingestão de álcool, estresse psicológico, excesso de
fumo . As causas orgânicas são: as efusões pleurais diafragmáticas, as pneu-
monias, a insuficiência renal, o alcoolismo, as intervenções cirúrgicas no
abdômen, as afecções do estômago, do esôfago, do pâncreas, do fígado, 1m-
tação vesical , gravidez.

Receita-tipo:

CUPRUM METALLICUM 5 CH,


HYOSCY AMUS NIGER 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância de dois em dois minutos (três
vezes ao dia em um caso crônico).

O essencial para a receita usual:


CUPRUM MET ALLICUM: soluço acompanhando uma crise de asma
ou de vômitos; melhora ao beber água fria.
HYOSCY AMUS NIGER: soluço do recém-nascido após a mama-
da, ou do adulto após as refeições; soluço após um traumatismo cra-
mano.
IGNATIA AMARA: soluço devido a uma emoção, urna contrariedade;
soluço após ter comido. ou bebido; desencadeamento ou agravamento pelo café
e pelo fumo .
NUX VOMICA: soluço após ter comido muito ou bebido muito; língua
saburrosa em sua metade posterior; son_olência pós-prandial ; melhora pela
sesta.

(,.. Escolhem-se os medicamentos homeopáticos pelo conjunto dos sintomas


apresentados pelo paciente. Alguns sintomas são mentais, outros físicos. Todos são
reacionais, ou seja, procedem da auto-regulação do organismo. Não se quer dizer
por isso que a homeopatia tenha o mesmo modo de ação que a medicina psi-
cossomática. Esta última age sobre o psiquismo para modificar o somático,
enquanto a homeopatia dirige-se a todos os sintomas em sua globalidade. Quando
lgnatia cura um soluço, é ao tratar simultaneamente os sintomas mentais devidos a
uma contrariedade (vide a Matéria médica) e o espasmo do diafragma.
SOLUÇO • 405

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: soluço após ter comido frutas geladas; em
uma doença aguda, soluço na hora em que a febre se manifesta habitualmente.
CICUTA VIROSA: soluço no curso de convulsões.
CYCLAMEN EUROPJEUM: soluço após as refeições, mais especial-
mente no curso da gravidez; eructações que lembram o soluço.
LYCOPODIUM CLA VATUM: soluço com sensação de plenitude do
estômago; sonolência pós-prandial; a sesta agrava.
MAGNESIA PHOSPHORICA: soluço crônico.
PHOSPHORUS: soluço doloroso no curso de uma doença grave.
RANUNCULUS BULBOSUS: soluço após ter bebido álcool.
SEPIA OFFICINALIS: soluço com transtornos digestivos; melhora
pelos ácidos.
VERATRUM ALBUM: soluço após bebida quente.

,_. Ver também: Alcoolodependência, Ansiedade, Dispepsia.


TENDÊNCIA A SENTIR FRIO FACILMENTE

Referências clínicas:
Trata-se de estudar aqui os medicamentos que podem ser úteis em caso
de infecção de repetição das vias aéreas superiores e inferiores.

Receita-tipo:
TUBERCULINUM 7 CH,
três grânulos três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


BARYT A CARBONICA: anginas, amigdalites, fleimões, laringites de
repetição, ou hipertrofia crônica das amígdalas, principalmente em uma
criança retardada ou um velho aterosclerótico; tendência à supuração e às
adenopatias.
CALCAREA CARBONICA: rinofaringites, anginas, otites ou laringites
de repetição com rouquidão sem dor em uma criança calma, de cabeça
redonda e grande; hipertrofia das vegetações adenóides; adenopatias; trans-
pirações localizadas (principalmente no couro cabeludo): diarréia ao menor
frio.
CALCAREA IODATA: anginas de repetição em uma criança com
amígdalas hipertrofiadas e crípticas; hipertrofia das vegetações adenóides.
CALCAREA PHOSPHORICA: rinofaringites, amigdalites de repetição
ou hipertrofia das amígdalas e das vegetações adenóides em um adolescente
em período de crescimento; cefaléia dos intelectuais; agravamento pelo tempo
nevoso.
LACHESIS MUTUS: bronquites de repetição depois de uma gripe
forte; sensação de sufocação quando alguma coisa toca a garganta.
408 • TENDÊNCIA A SENTIR FRIO FACILMENTE

LYCOPODIUM CLAVATUM: batimentos das asas do nariz durante as


doenças agudas respiratórias; rinofaringites, anginas, otites, broncopneumopa-
tias, bronquites de repetição em uma criança atópica, sujeita à cetose
periódica, precoce, que parece mais velha que sua idade.
NATRUM MURIATICUM: tendência a sentir frio na cabeça; rinofa-
ringites, anginas de repetição em uma criança pouco comunicativa, reservada;
·perda do paladar e do olfato; língua geográfica; tendência ao herpes; ade-
nopatias.
NATRUM SULFURICUM: catan-o crônico das vias aéreas; alergia aos
mofos; agravamento pela umidade.
NUX VOMICA: paciellfe de aspecto pletórico e que tenha, apesar de
tudo, tendência a sentir frio nas correntes de ar (especialmente após ter
cortado os cabelos; ele se arrepia assim que ·rejeita as cobertas; apesar da
febre, ele as puxa até os olhos; espin-os em salvas de manhã, sem coriza;
agravamento pelas con-entes de ar.
PHOSPHORUS : laringites ou broncopneumopatias de repetição com
sensação de queimação delltro do peito, entre as omoplatas ou na palma das
mãos; grande sede; tendência às hemon-agias; dores agravadas à noitinha.
PULSATILLA: medicamento do catarro não irritante das mucosas;
rinopatias de repetição com secreções que mudam de incolor ao amarelo, ou
espessas e amarelas, não in-itantes; o nariz está entupido à noite e escon-e de
manhã perda do paladar e do olfato; bronquite com tosse seca à noite, cheia
de manhã; principal medicamento de fundo das otites de repetição; criança
gentil, que parece mais nova que sua idade, afetuosa, sensível; variabilidade
dos sintomas; agravamento em um cômodo muito aquecido.
SEPIA OFFICINALIS: anginas de repetição em uma pessoa pálida e
triste, com olheiras; tendência ao herpes (catamenial em particular); síndrome
pré-menstrual; tendência às enxaquecas e às ondas de calor; agravamento pelo
tempo nevoso.
SILICEA: rinofaringites, anginas de repetição em um paciente de
pequeno tamanho, inteligente. tímido, que tem necessidade de ser encorajada
no que faz; mucopus abundante; transpiração nos pés com odor fétido;
conseqüências de vacinação; principal medicamento de fundo das otites
crônicas.
TUBERCULINUM: tendência a sentir frio a menor causa: corizas,
anginas, bronquites, otites com variabilidade dos sintomas de uma crise a
outra; medicamento a prescrever sistematicamente na ausência de sintomas
precisos.

(_. Numerosos outros medicamentos poderiam ser úteis a título de tratamento de fundo
para combater a tendência a sentir frio. Nenhuma lista, em nenhuma circunstância
patológica, seria limitativa.
TENDINITE - 409

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: inflamação das vias aéreas superiores,
desencadeada ou agravada pelo vento frio e seco.
AVIAIRE: bronquites de repetição; quando pensam em Tuberculinum e
que se trata do tratamento de uma criança, alguns preferem A viaire (a
tuberculina do bacilo das aves), que consideram de ação mais suave.
DULCAMARA: inflamação aguda das mucosas desencadeada . ou
agravada pelo frio úmido; resfriados, dores abdominais, dimTéia, catarro da
bexiga, dismenotTéia pelo tempo úmido.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: supuração nas vias aéreas supe-
nores.
KALIUM CARBONICUM: tendência a sentir frio facilmente em um
paciente convalescente de uma doença grave e prolongada e que mantém a
nível de seqüelas, astenia, anemia, transpiração fácil.
RHUS TOXICODENDRON : inflamação reumática agravada pelo frio
úmido.
SULFUR: catano crônico das vias aéreas; tendência às efusões pleurais
após ter sentido frio; excesso de calor vital; paciente vermelho, jovial, otimista,
com aparência descuidada.
THUY A OCCIDENT ALIS: secreções nasais esverdeadas, expecto-
ração verde; sensibilidade à umidade; paciente infiltrado, com obesidade
ginóide.
VISCUM ALBUM: tendência a sentir frio facilmente associada a uma
hipotensão arterial.

e_. Vide também: Angina, Bronquite aguda, Bronquite crônica, Coriza, Febre, Larin-
gite, Otite média, Fleimão da garganta, Pleurisia serofibrinosa, Pneumonia virai,
Sinusite .

TENDINITE

Referências clínicas:
Inflamação de um tendão, mais freqüentemente na junção tendino-
muscular, ou ainda na junção tendinoperióstea. A inflamação pode atingir a
bainha do tendão, formando então uma tenossinovite. Um traumatismo
repetitivo ou um exercício violento e incomum são as causas mais freqüentes.
O tendão envolvido está doloroso à mobilização, sobretudo .quando ela
reproduz o movimento em causa. Uma hipersensibilidade à pressão é
igualmente observada.
410 - TERÇOL

Receita-tipo:
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
RUTA GRAVEOLENS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita ·usual:


ARNICA MONTANA : tendinite em conseqüência de um esforço; a
cama parece dura.
CAUSTICUM: deformaçâo dos tendões 110 curso de u111a síndrome
re11111ática; melhora das dores pelo tempo úmido .
. NATRUM MURIATICUM: doença auto-imune com deformação dos
tendões.
RHUS TOXICODENDRON: tendinite aguda em conseqüência de um
esforço prolongado, como o excesso de treinamento em um esporte; rigidez
articular que melhora pelo movimento e pelo calor.
RUTA GRA VEOLENS : tendinite de inserçâo, crônica, freqüentemente
a título de seqüela de entorse; contraturas tendinosas, especíalmente dos

tendões dos músculos flexores, com sensação de contusão; localização
preferencial no punho.
SOLANUM MALACOXYLON: medicamento típico e sistemático da
periartrite calcificante de instalação recente.

l..- No domínio da tendinite, Rhus toxicodendron e Ruta graveolens são muito próximos.
Pode-se considerar que Ruta é um Rhus toxicodendron agravado. Pode-se
igualmente dizer que Rhus toxicodendron tem uma localização exclusivamente
tendinosa enquanto a Ruta é tendino-óssea. Na dúvida, pode-se dar os dois
medicamentos em alternância (cf. receita-tipo acima)

Para uma prescrição mais ampla:


AMMONIUM MURIATICUM : sensação de tendões muito cmtos.
CALCAREA FLUORICA: tendinite crônica com calcificações tendino-
sas.

!..- Vide também: Epicondilite, Periartrite, Sinovite.

TERÇOL

Referências clínicas:
Trata-se de infecção aguda de uma glândula sebácea da pálpebra
circunscrita ao folículo piloso, mais freqüentemente por causa de um
TERÇOL - 411

estafilococo. Existem dois tipos de terçóis: o terçol externo,-devido à infecção


de uma glândula de Zeiss, situada na base de um cílio; "o terçol interno",
devido à infecção de uma glândula de Meibomius, situada no tarso. Os
sintomas são a induração. tumefação, dor, ve1melhidão e edema da parte
atingida. A recidiva é freqüente.

Receita-tipo:
HEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
PULSATILLA 5 CH,
STAPHYSAGRIA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia .até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: início de terço/ com edema i11fla111atório das
pálpebras; dores que melhoram pelas aplicações frias.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: terço/ com supuração; dores
picantes agravadas pelas correntes de ar; hipersensibilidade ao toque; noção de
estafilococcia.
MERCURIUS SOLUBILIS: terço! com pálpebras 11er111e/has e ul-
ceradas.
PULSATILLA: terçóis de repetição; medicamento de fundo a escolher
por suas características gerais, principalmente a tendência a sentir frio
facilmente, os corrimentos não escorialltes, a variabilidade dos sintomas.
SILICEA: terçóis de repetição; medicamento de fundo, a escolher por
suas características gerais ,, principalmente a tendência à cronicidade das
supurações.
ST APHYSAGRIA: terço! que evolui para o ca/ázio.

,.,. A noção de estafilococcia associada ao Hepar sulfur provém da experiência


clínica.

Para uma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: terçóis de repetição; medicamento de
fundo a escolher por suas características gerais, principalmente a obesidade, a
tendência a sentir frio facilmente e a transpiração do couro cabeludo.
GRAPHITES: terçóis de repetição; medicamento de fundo a escolher
por suas características gerais, principalmente a tendência às cicatrizes
endurecidas.
L YCOPODIUM CLA V ATUM: terçóis de repetição; medicamento de
fundo a escolher por suas características gerais, principalmente a dispepsia
flatulenta.
412 - TENSÃO ARTERIAL

NATRUM MURIATICUM : terçóis de repetição, mais especialmente na


proximidade dos cantos internos dos olhos: medicamento de fundo a escolher
por suas características gerais, principalmente o herpes de repetição.
SEPIA OFFICINALIS: terçóis de repetição; medicamento de fundo a
escolher por suas características gerais, principalmente a face pálida e as
olheiras, a síndrome pré-menstrual, as ondas de calor emotivas, o herpes
catamenial .
SULFUR: terçói s com recaídas; medicamento de fundo a escolher por
suas características gerais, principalmente uma blefarite associada.
THUY A OCCIDENT ALIS: terçóis de repetição; medicamento de fundo
a escolher por suas características gerais, principalmente a tendência às
neoformações (ve1Tugas, cistos) .

(..- Vide também : Blefarite, Calázio.

TENSÃO ARTERIAL: vide Hipertensão


arterial, Hipotensão arterial

TERRORES NOTURNOS

Referências clínicas:
Fenômeno durante o qual o indivíduo adormecido, principalmente uma
criança entre 5 e 12 anos, grita e gesticula. A persistência além da puberdade
indica uma personalidade neurótica com forte componente ansioso. As crises
oco1Tem na fase de sono lento, donde sua característica brutal e violenta. A
pessoa acorda com sinais neurovegetativos importantes (suores, taquicardia,
polipnéia. Não há nenhuma lembrança (contrariamente ao que se passa com os
pesadelos).

Receita-tipo:
KALIUM BROMATUM 5 CH,
STRAMONIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


KALIUM BROMATUM: te1Tores noturnos com ranger de dentes,
sonambulismo; o paciente está agitado, mexe especialmente as mãos.
TETANIA - 413

STRAMONIUM: principal medicamento; medo do escuro; o paciente


grita dormindo, acorda uivando por causa de visões assustadoras, olhos
arregalados; se acalma se alguém está presente ou se há iluminação; a
indicação é ainda mais fo1mal quando se trata de uma criança agitada durante
o dia e que bate a cabeça contra as paredes a cada capricho sem parecer que
se machuca.

(,.. Pode parecer surpreendente que em homeopatia o diagnóstico importe menos que
os sintomas. Não há nada em comum entre um delírio e os terrores noturnos. No
entanto, a despeito de nossos conhecimentos nosológicos e fisiopatológicos, essas
duas síndromes podem justificar o mesmo medicamento, Stramonium. Na verdade,
o modo reacional é o mesmo: nos dois casos o paciente uiva por causa de visões
horríveis, tem os olhos arregalados, o rosto assustado, tem medo do escuro e é
acalmado pela luz.

Para uma prescrição mais ampla:


BORAX: terrores noturnos em uma criança que, por outro lado tem
medo dos movimentos de descida; ela se sobressalta quando a põem em sua
cama.
CALCAREA CARBONICA: terrores noturnos em uma cnança em
retardo para aprender a falar e a andar.
~ CINA: terrores noturnos em uma criança que tem vermes, agitada,
impertinente, que range os dentes; não gosta que se ocupem dela.
KALIUM PHOSPHORICUM: te1Tores noturnos em uma criança
sobrecarregada de trabalhos escolares.

(,.. Vide também: Enurese, Insônia. ·

TETANIA: vide Espasmofilia

TINHA: vide Alopecia

TIQUES

Referências clínicas:
Movimentos breves, bruscos, involuntários, repetidos, imperiosos dos
músculos que têm um papel nas relações sociais. Os tiques são aumentados
414 - TIQUES

pela ansiedade, e cessam durante o sono. Eles são agravados pelas


advertências dos outros. Trata-se de uma manifestação emocional vista como
insuportável pela criança e os que o circundam, através da qual a criança
exprime seus conflitos. Não existe correlação entre a intensidade ou a
freqüência dos tiques e a gravidade dos transtornos eventuais da personalidade.

Receita-tipo:
AGARICUS MUSCARIUS 5 CH,
NATRUM MURIATICUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
!hora.

O essencial para a receita usual:


AGARICUS MUSCARIUS: tiques que melhoram à noite em uma
criança hiperativa.
ARSENICUM ALBUM: medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais, principalmente a 111eticulosidade do paciente.
IGNATIA AMARA: tosse reflexa, se111elhallfe a um tique, em
conseqüência a contrariedades; o paciente obtém benefícios secundários (sua
tosse lhe permite contrariar e mesmo manipular os seus).
NATRUM MURIATICUM: principal medicamento de fundo a escolher
por suas características gerais, principalmente a personalidade obsessiva com
tendência à verificação.
PULSATILLA: medicamento de fundo a escolher por suas característi-
cas gerais. principalmente a emotividade, a tendência a chorar facilmente, o
humor cambiante, a melhora pela consolação.

(_.. O medicamento de fundo é indispensável para fazer desaparecer os tiques. Na


dúvida, é melhor escolher (e isto é verdadeiro nas outras doenças), um
medicamento que tenha em sua matéria médica todos os sintomas do paciente
exceto os tiques, do que ao contrário.

Para uma prescrição mais ampla:


L YCOPODIUM CLAVATUM: medicamento de fundo a escolher
por suas características gerais, principalmente a forte personalidade do
paciente.
STRAMONIUM: tiques violentos em uma criança que tenha terrores
noturnos; durante o dia a criança bate a cabeça nas pared.es em caso de
capricho sem parecer que se machuca.
TARENTULA HISPANA: tiques que melhoram pela música.
TIREÓIDE • 415

ZINCUM METALLICUM: necessidade de mexer os pés em uma


criança que apresenta por outro lado uma afecção neurológica do tipo
síndrome Gilles de la Tourette.

(.. Vide também: Ansiedade, Transtornos obsessivo-compulsivos.

TIREÓIDE: vide Hipotireoidismo, Hipertireoidismo

TORCICOLO

Referências clínicas:
Torção dolorosa do pescoço com inclinação da cabeça, e limitações dos
movimentos. Trata-se de uma contratura do aparelho muscular cervical e
principalmente do músculo esternoclidomastóideo. Esse estado pode ocon-er
em conseqüência de esforço, de lesão muscular, de entorse cervical, de afecção
do ouvido, etc.

Receita-tipo:
LACHNANTES TINCTORIA 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CAUSTICUM: torcicolo após exposição ao vento frio e seco.
DULCAMARA: torcicolo no tempo úmido.
LACHNANTES TINCTORIA: torcicolo após uma doença da garganta;
rigidez çlo pescoço com cabeça esticada sobre um lado; sensação de des-
locam.ento; calafrios entre as omoplatas.
Nl!X VOMICA: torcicolo após ter sentido frio em co1Tente de ar, após
medo ou uma afecção medular; agravamento pelo toque.
PHYTOLACCA DECANDRA: no curso de uma angma vermelha
escura com dores reumatóides.

(.. Embora alguns homeopatas, por um tipo de vício de prescrição, pensam primeiro
no Lachnantes quando têm que tratar o torcicolo; é melhor se basear nos sin-
tomas do paciente e escolher o medicamento que os cobre melhor. Chama-se
simlllimum.
416 - TOSSE

Para uma prescrição mais ampla:


L YCOPODIUM CLA V ATUM: rigidez do pescoço durante uma
afecção pulmonar com batimentos das asas do nariz.
RHUS TOXICODENDRON: torcicolo reumático após ter estado
molhado; triângulo vermelho e liso na ponta da língua; melhora pelo
movimento.

e_. Vide também: Dorsalgia, Lombalgia.

TOSSE

Referências clínicas:
Expiração brutal, sacudida, ruidosa, voluntária ou reflexa. devida a uma
i1Titação das vias respiratórias, e que tende a expulsar o que aí está contido.

Receita-tipo:
ANTIMONIUM T ART ARICUM
BELLADONNA
BRYONIA ALBA
DROSERA ROTUNDIFOLIA
EUPATORIUM PERFOLIATUM
MERCURIUS SOLUBILIS 4 CH aa qsp 20 gotas
PULSATILLA
SPONGIA
XAROPE DE PAPOULA
XAROPE DE TOLU
Uma colher de sopa três vezes ao dia.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS: tosse seca e breve, crupal, em plena noite,
com febre elevada, ansiedade e agitação; dores na traquéia durante a tosse e o
paciente segura a garganta ao tossir; conseqüências de tempo frio e seco.
ANTIMONIUM T ART ARICUM: tosse com muita mucosidade no
peito; tosse cheia não produtiva porque o muco é tenaz, impossível de
expectorar; grandes estertores percebidos à distância; sufocação e sonolência
entre os acessos de tosse; cianose; língua saburrosa; abalos dos músculos
faciais.
TOSSE • 417

BELLADONNA: tosse seca e breve, sufocante, em um quadro de febre


elevada com sede, transpiração, sonolência, abatimento entrecortado de
resmungas; faringe vermelha; sensação de constricção da garganta, de laringe
seca, obrigando o paciente a engolir em seco; rouquidão; agravamento ao tocar
a laringe.
BRYONIA ALBA: tosse seca e breve, agravada pelo movimento e pelo
calor de um cômodo muito aquecido; todas as mucosas estão secas; sede;
sensação · de que a tosse vem do estômago; o paciente segura a cabeça ou
tórax ao tossir, por causa de dores picantes no peito; as dores o tomam
também irritável; dores na traquéia; "pontada do lado", o paciente fica deitado
sobre o lado doloroso porque a pressão alivia as dores.
CAUSTICUM: tosse cheia não produtiva; o muco não solta por causa
da paralisia dos músculos brônquicos; enrouquecimento de manhã com
sensação de queimações da laringe ou de ferida aberta; perda de urina durante
a tosse; dores nos quadris durante a tosse.
CHAMOMILLA VULGARIS: tosse durante o sono na época da
dentição.
COCCUS CACTI: tosse cheia com expectoração de muco muito
abundante, transparente e em filamentos, espesso como a clara de ovo, difícil
de destacar; sensação de formigamento na laringe.
CORALLIUM RUBRUM: tosse espasmódica incessante, como uma
metralhadora, com expectoração; o rosto tom(l.-se vermelho escuro durante o
acesso de tosse.
DROSERA ROTUNDIFOLIA: tosse espasmódica, seca, breve, rouca,
ruidosa, precipitada, emetizante, com quintas subintrantes, sufocação e
retomada inspiratória (ou "canto do galo"), face cianótica, epistaxe; tosse
provocada por uma sensação de formigamento na laringe; dores no peito; o
paciente segura o tórax ou o ventre ao tossir; agravamento ao beber, ao comer,
ao cantar, quando o paciente está deitado, após a meia-noite e pelo calor.
EUP ATORIUM PERFOLIATUM: tosse com dores nos brônquios do
tipo machucadura, que melhoram em posição genupeitoral; febre com dores
nos ossos.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: tosse seca e breve, crupal, às
vezes produtiva, sufocante; estertores úmidos; dores na traquéia; melhora pelo
tempo úmido; agravamento pelo tempo seco, pelas correntes de ar, vento, ao
sair da cama, ao se despir.
IPECA: tosse cheia não produtiva com náuseas no final da' quinta e
sibilâncias; sensação de formigamento na laringe; sensação de constricção do
peito; sufocação com cianose; língua limpa e hipersialorréia; epistaxe; asma; o
paciente se enrijece durante a quinta; tosse de origem infecciosa ou alérgica.
418 - TOSSE

KALIUM BICHROMICUM: tosse com expectoração de muco viscoso,


espesso, em longos filamentos verdes difíceis de destacar; sinusite com dores
na face ao tossir, e corrimento de pus pelas fossas nasais posteriores; o pus cai
nos brônquios e faz tossir; dores em pontadas, nos sinus ou no peito; crostas
no nariz; agravamento ao se ·despir. ·
MERCURIUS. SOLUBILIS: tosse com expectoração àmarela ou verde;
a língua guarda a marca dos dentes; febres de predominância noturna;
transpiração com mau cheiro e que não alivia; hipersialorréia, mau hálito.
PULSATILLA: tosse com expectoração que muda do incolor para o
amarelo; tosse seca à noite, cheia pela manhã (a variabilidade dos sintomas é
típica na Pulsatilla); lacrimejamento devido à tosse; a_gravamento pelo calor de
um cômodo muito aquecido; melhora ao ar livre.
RUMEX CRISPUS: tosse seca e breve que sobr~vem à menor inalação
de ar frio; sensação de formigamento na laringe ou na traquéia; muco
abundante na laringe; afonia; agravamento ao se despir ou ao se descobrir.
SPONGIA TOSTA: tosse ruidosa> rouca, crupal, principalmente nas
crianças "como uma serra circular cortando uma tábua de pinho" ou um cão
que , late; sensação de queimações na laringe; melhora ao · beber e pelos
alimentos quentes.

e_. O paciente que tem necessidade de Rumex crispus coloca um lenço diante da boca
e do nariz para n&o inalar o ar frio. O agravamento ao se despir ou ao se descobrir é
igualmente provocado pelo ar frio. Uma interpretação prudente dos sintomas é
possível , e permlte discernir a "engenharia" do medicamef!tO, ou seja, ós
. caracteres distintivos que formam sua natureza própria, sua originalidade, sua
individualidade. Para o Rumex crispus, trata-se de extrema sensibilidade ao frio.

Para uma prescrição mais ampla:


ALLIUM CEPA: no curso de uma coriza. aguda com ·corrimento nasal
escoriante, o pac~ente tem uma tosse seca e_dolorosa; ele segura a garganta por
causa da sensação de uma laceração da laringe.
ARGENTUM MET ALLICUM: tosse com sensação de ferida aberta na
laringe e traquéia; expectoração
. de muco espesso, abundante, -
gelatinoso, .

transparente; agravamento ao falar e ao rir.


CAPSICUM ANNUMM: tosse seca com hálito muito fétido durante .a
quinta.
CARBO VEGETABILIS: tosse espasmódica eom rouquidão sem dor. ·
,.CINA: tosse seca e breve com medo das quintas que se anunciam; tosse
devida à verminose; ·formigamento no esôfago após a tosse.
CUPRUM METALLICUM: tosse violenta, que interrompe a _respiraç.ão,
impede de falar, sufoca; mélhora ao beber água fria.
TOSSE • 419

FERRUM PHOSPHORICUM: tosse seca e breve com febre em ondas


sucessivas e eventualm_ente hemoptise; otite.
IGNATIA AMARA: tosse seca e breve, nervosa,> desencadeada pelas
contrariedades, paradoxal e que não alfvia; quanto mais o paciente tosse, mais
ele tem vontade de tossir; ele obtém benefícios secundários (sua tosse lhe
permite contrariar e n;iesmo manipular os seus).
KALIUM CARBONICUM: tosse com expectoração de massas redon-
das e transparentes como a tapioca.
LACHESIS MUTUS: tosse seca e breve com sensação de migalha de
pão na laringe; sufocação quando alguma coisa toca a garganta do paciente ou
no momento em que ele adormece; tosse durante o sono; tosse reflexa das
afecções cardíacas.
MEPHITIS PUTORIUS: tosse espasmódica muito violenta.por espasmo
laríngeo, como se cada espasmo fosse o último, com grande sufocação
bloqueando a expiração, vômitos, face cianótica, falsas vias alimentares.
NAJA TRIPUDIANS: tosse reflexa das afecções cardíacas; lesões
valvulares com palpitações que impedem de falar, pulso lento e irregular, ·
hipotensão, sensação de fraqueza na região do coração.
NATRUM MURIATICUM: tosse seca com l_acrimejamento e micção
involuntária no curso de uma coriza alérgica.
NUX VOMICA: tosse pela manhã na cama.
PHELLANDRIUM: tosse com expectoração de odor fétido, dispnéia,
dores no hemitórax direito irradiadas à raque, entre as omoplatas.
PHOSPHORUS: 'tosse com rouquidão à noite e sensação de queimação
na laringe e traquéia; sensação de queimação entre as omoplatas; hemoptise;
fezes involuntárias durante a tosse.
PIX LIQUIDA: tosse com dores na terceira cartilagem costal esquerda.
RHUS · TOXICODENDRON: tosse com voz rouca; agravamento
quando o paciente tira as mãos da cama; melhora após ter começado a falar.
SAMBUCUS NIGRA: tosse sufocante com nariz entupido e trans-
piração profusa no momento em que o paciente acorda.
SANGUINARIA CANADENSIS: tosse com expectoração de aspecto
ferruginoso; vermelhidão çircunscrita das bochechas durante o acesso de tosse;
melhora pelas eructaçpes ou emissão de gases.
· SEPIA OFFICINALIS: tosse fatigante e que parece vir do estômago ou
do ventre.
SQUILLA MARITIMA: lacrimejamento e espirros durante a tosse;
dores abdominais; a tosse cheia de manhã é mai_s violenta e mais fatigante·que .
a tosse seca da noite.
420 - TOXllNFECÇÃO ALIMENTAR

(_... Vide também: Asma, Bronquiectasia, Bronquiolite, Bronquite aguda, Bronquite


crônica, Coqueluche, Enfisema pulmonar, Hemoptise, Laringite, Traqueíte.

TOXllNFECÇÃO ALIMENTAR

Referências clínicas:
Numerosas doenças Íl:tfecciosas podem ser adquiridas por causa do
consumo de alimentos contaminados por um microorganismo ou sua toxina.
Pode se tratar de doenças bacterianas (botulismo, cólera, infecção pelo
Campylobacter, Clostridium perfringens, Staplzylococcus aureus, colibacilose,
listeriose, salmoneloses, shigeloses). As bactérias que agem por mecanismo
tóxico, são: Clostrídium botulinwn, estafilococo enterotóxi.co, Coli O 157,
vibrião colérico, Clostridium perfringens. Também pode se tratar de doenças
parasitárias (amebíase, ascaridíase, botriocefalose, cisticercose, echinococose,
trichocefalose), ou·de doenças virais (hepatite A, hepatite E, poliomielite). As
salmonelas são a causa em 70% dos casos. Por elas, temos em vista o que se
segue:

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
PYROGENIUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: medicamento a prescrever sistematicamente;
ele está, evidentemente, ainda mais indicàdo quando são encontrados os
sintomas, ou seja, a diarréia fétida após ingestão de alime1itos deteriorados, e
eventualmente dores estomacais e intestinais do tipo queimação, náuseas à
visão ou ao odor dos alimentos, febre com agitação; convém igualmente para a
conseqüência em longo prazo, no paciente "que nunca se sente bem desde"
uma intoxicação alimentar.
PYROGENIUM: febre com dissociação entre pulso e temperatura;
fetidez de todas as secreções; a cama parece dura por causa da prostração.

c...- Arsenicum album é o medicamento principal da toxiinfecção alimentar. 1;3asta ter um


único sintoma como o mau cheiro das fezes para prescrevê-lo. Esta não é a regra
geral em matéria de prescrição, que deve ser feita pelo conjunto dos sintomas do -·
paciente.
TRANSPORTES - 421

Para uma prescrição mais ampla:


CARBO VEGETABILIS: fermentação intestinal responsável por dores
constrictivas e dispnéia~ melhora passageira pelas eructações; vômitos .
.LYCOPODIUM CLAVATUM: intoxicação pelas ostras.
NUX VOMICA: espasmos digestivos e eventualmente convulsões.
PULSATILLA: intoxicação por alimentos congelados.

<~ Vide também: Gastroenterite.

TRANSPORTES: vide Mal dos transportes

TRANSTORNOS OBSESSIVO-COMPULSIVOS

Referências clínicas:
Transtornos definidos pela associaçao de pensamentos, imagens
mentais, representações, invasão do espírito de maneira repetitiva, não
controlável, e geradoras de comportamentos destinados a combater a an-
siedade. A pessoa reconhece o caráter absurdo do seu comportamento, mas
não pode evitá-lo. As preocupações concernem à ordem, à simetria, à precisão,
ao detalhe, à doença, à catástrofe, ao acidente, ao ges~o inconveniente em
público, a sujeira, ao sexo, à dúvida, à religião. Podem ser acompanhadas
de "parasitas" do pensamento (palàvras, sons). Esses comportamentos são
compulsivos e podem aparecer como rituais incontornáveis: verificação (da
porta, da válvula do gás, etc.), lavagem das mãos, colecionamento de objetos
diversos, arrumação, necessidade de se tranqüilizar tocando os objetos ou
fazendo perguntas, lentidão, clinofilia, necessidade de ser tranqüilizado pelos
seus. A denominação "transtornos obsessivo-compulsivos" substitui a neurose
obsessiva. Prevalência: os TOC envolvem 1 a 3% da população.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 7 CH,
NATRUM MURIATICUM 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARGENTUM NITRICUM: medicamento do paciente fóbico-obsessivo
de comportamento irracional e precipitado; de manhã, ele sente a necessidade
de permanecer no leito por medo do dia que começa.
422 - .T RAQUEÍTE

ARSENICUM ALBUM: paCiente obsessivo; ele irrita os seus com sua


meticulosidade, sua pontualidade doentia, sua preocupação com detalhes, seu
perfeccionismo, seu pessimismo, sua avareza; ele não deixa passar nada e
.nunca está contente; ele explica as "circunstâncias", faz críticas aos que o
circundam (ou ao médico!) pela menor bagatela; trata-se de um paciente que
"se veste com apuro", e que se apresenta à consulta com seu dossiê médico
cuidadosamente organizado; gosta de estar bem "nos trilhos", é difícil de
interrogar, porque não quer sair dos planos que traçou; alcoolodependência ou
agravamento pelas bebidas alcoólicas.
· NATRUM MURIATICUM: paciente fóbico-obsessivo, que duvida de si
mesmo; tendência a ficar repisando um assunto e à verific.ação (da porta, da
válvula do gás); ele vive no passado; ciúme obsessivo; agravamento pela
consolação.

e.- Contrariamente às idéias consagradas, Thuya occidentalis não é um medicamento


para a obsessão e sim da lentidão da ideação.

Para uma prescrição mais ampla:


HYOSCY AMUS NIGER: ciúme obsessivo.
IGNATIA AMARA: o paciente sente necessidade de "puxar briga" com
os seus; ele começa ruminando as~unto em seu canto, depois explode após um
longo tempo; agravqmento pela consolação.
IODUM: o paciente tem o sentimento de ter esquecido alguma coisa
que fica buscando incansavelmente.
· LUESINUM: obsessão por lavagem das mãos.
ST APHYSAGRIA: obsessão sexual; tendência à revolta mais ou menos
contida. ·

e.- Vide também: Ansiedade, Tiques.

TRAQUEÍTE

Referências clínicas:
Inflamação de origem virai ou bacteriana da traquéia. Raramente
isolada, ela acompanha mais freqüentemente laringite ou bronquite. No plano
clínico, observam-se dores na traquéia com febre moderada e tosse seca.

Receita-tipo:
ACONITUM NAPELLUS 5 CH,
TRAQUEÍTE • 423

ARUM TRIPHYLLUM 5 CH,


CAUSTICUMS CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


ACONITUM NAPELLUS : tosse crupal com sensação de secura da
traquéia, agravamento 'durante a inspiração, febre intensa, sem transpiração;
conseqüências de golpe de frio seco.
ARUM TRIPHYLLUM: muco na traquéia, como üm "pigarro na
garganta", responsável pela tosse.
BRYONIA ALBA: tosse seca, que provoca dores na traquéia e cefaléia;
por causa desta cefaléia agravada ao menor movimento, o paciente prende a
cabeça nas mãos a fim de imobilizá-la.
CAUSTICUM: dores na traquéia como por uma ferida abena," tosse
dolorosa e rouca, que dá a impressão de que não se pode fazer o muc~ sa.ir,
embora presente (fraqueza parética dos músculos brônquicos).
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: catarro da traquéia agravado
pelas correntes de ar e que descem progressivamente ao longo dos brônquios;
tosse crupal responsável por uma expectoração abundante de muco amarelo.
SPONGIA TOSTA: traqueíte com tosse crupal, muito seca, como um
cão que late ou como uma serra circular cortando uma tábua de pinho, que
melhora após ter bebido.

e..- A progressão, ao longo dos brônquios, do catarro do Hepar Sulfur é equivalente à


dermatose superirífectada que progride em mancha de óleo e que pertence ao
mesmo medicamento.

Para uma prescrição mais ampla:


CARBO VEGETABILIS: traqueíte crônica acompanhada de sensação
de secura na traquéia e de uma rouquidão importante à noite .
. KALIUM BICHROMICUM: expectoração em longos filamentos;
crostas no nariz; associação a uma sinusite.
RUMEX CRISPUS: traqueobronquite com sensação de pluma que vai e
vem nos brônquios; agravamento pela pressão sobre a traquéia e a inspiração
de ar frio .
SANGUINARIA CANADENSIS: catarro crônico da traquéia; tosse
seca que melhora pelas eructàções, com afluxo de sangue ao peito e
vermelhidão das bochechas .

. - Vide também: Bronquite aguda, Bronquite crônica, Laringite, Tosse.


424 • TRANSPORTES

TRANSPORTES: vide Mal dos transportes

TRAUMATISMOS E FERIMENTOS

Referências clínicas:

Traumatismos: conjunto das conseqüências locais e gerais resultantes


de uma ação violenta sobre o organismo.
Ferimentos: interrupção, mais freqüentemente acidental , da con-
tinuidade dos tecidos; com ou sem perda de substância. Pode se tratar de
golpes, contusões, cortes, machucados, mordidas de animais.

Receita-tipo:
ARNICA MONTANA 5 CH,
HYPERICUM PERFORATUM 5 CH,
LEDUM PALUSTRE 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARNICA MONTANA: trawnatismo dos capilares, donde as equimoses
traun:áticas, epistaxes, etc.; traumatismo dos músculos com agravamento ao
toque e sensação de que o leito está duro; traumatismos nos olhos (hemorragia
subconjuntival), dos dentes (após um choque ou uma extração), dos seios, dos
testículos (hidrocele pós-traumática); medicamento indicado igualmente no
paciente que nunca se sente bem após um traumatismo, mesmo mínimo.
BELLIS PERENNIS: traumatismo dos órgãos do baixo ventre (após
uma intervenção cirúrgica, por exemplo), com alterações venosas; traumatismo
dos seios causando uma induração não dolorosa.
CHINA RUBRA: medicamento útil para tratar a astenia devida a um
ferimento hemorrágico; a hem01Tagia provoca palidez, olheiras, zumbidos de
ouvido.
HYPERICUM PERFORATUM: traumatismo dos filetes nervosos,
especialmente nas áreas finamente inervadas, com dores importantes; as dores
sobem ao longo dos nervos a partir do ferimento inicial; queda sobre o cóccix
com traumatismo da medula espinhal e dores que sobem ao longo da raque;
Hypericum acalma as dores dos ferimentos por instrumentos cortantes,
mordidas de animais; ferimentos lacerados; ferimentos punctiformes; dedos
esmagados .
TRAUMATISMOS E FERIMENTOS • 425

LEDUM P ALUSTRE: traumatismos das partes moles em torno do olho


por murro, bola de tênis, etc. (Symphytium é indicado em caso de traumatismo
do próprio globo ocular); ferimentos punctiformes (por espinho, picada de
inseto); ferimelltos lacerados; ajuda a eliminação dos espinhos; mordida de
animal; em todas essas circunstâncias, a área lesada parece fria ao toque.
NATRUM SULFURICUM: seqüelas de traumatismo craniano
(seqüelas psíquicas, vertigens, cefaléias).
RHUS TOXICODENDRON: trawnatismo dos tendões e dos ligamentos
articulares; melhora pelo movimento.
RUTA GRA VEOLENS: traumatismo do periósteo; entorse crônica.
SILICEA: ferida que evolui para a abcedação e supuração crônica;
associação eventual a uma osteíte subjacente.
SYMPHYTUM OFFICINALE: esse medicamento facilita a formação
do calo em caso de fratura; traumatismo do globo ocular (Ledum é indicado
em caso de traumatismo das partes moles em tomo do olho).

(_. Arnica deve ser tomada imediatamente após o traumatismo. É preciso, portanto,
recomendar ao paciente que tenha sempre consigo este medicamento.

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: medicamento a prescrever após a extração
de um corpo estranho na córnea.
APIS MELLIFICA: ferida edematosa que evolui para a erisipela.
ARSENICUM ALBUM: ferida infectada com estado geral grave;
evolução possível para a septicemia; Arsenicum era no passado o medica-
mento da clássica "injeção anatômica".
BRYONIA ALBA: traumatismo dos ligamentos articulares; agrava-
mento pelo movimento.
CICUTA VIROSA: convulsões em conseqüência de um traumatismo
craniano.
CONIUM MACULATUM: traumatismo dos seios causando uma
induração dolorosa.
HAMAMELIS VIRGINIANA: traumatismo da conjuntiva ou da
córnea; hemorragia da câmara anterior do olho; ferimento em uma veia.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: ferida lenta para cicatrizar e que
supura.
LACHESIS MUTUS: mordida de animal, com aspecto cianótico; o
menor ferimento sangra, especialmente no curso da menopausa.
PHOSPHORUS: o menor ferimento sangra (no curso da homeopatia).
426 - TRAUMATISMOS E FERIMENTOS

ST APHYSAGRIA: este medicamento facilita a cicatrização dos


ferimentos por instrumento cortante; ferimentos na córnea.
SULFURICUM ACIDUM: equimoses traumáticas em um paciente
alcoolodependente.

(..- Vide também: Queimaduras, Catarata, Cicatrizes, Equimoses, Entorse, Fratura,


Hemorragias, Intervenção cirúrgica, Fimose, Picadas de insetos, Úlcera cutânea.
u
ÚLCERA DA CÓRNEA

Referências clínicas:
Perda de substância da córnea. A úlcera de córnea pode ser observada
em conseqüência de uma superinfecção virai ou bacteriana (por estafilococo,
Pseudomonas, ou pneumococo), ligada a um traumatismo da córnea ou a uma
blefarite crônica, conjuntivite, blenorragia. A úlcera também pode ser de
origem virai e complicar uma ceratite herpética, ou ainda ser de origem
fúngica. Os principais sintomas são: dores, secreção mucopurulenta, fotofobia,
lacrimejamento.

Receita-tipo:
MERCURIUS CORROSIVUS 5 CH,
três grânulos, três a seis vezes ao dia, conforme a intensidade das dores.

O essencial para a receita usual:


HEPAR SULFURIS CALCAREUM: úlcera da córneá e concomitância
a um hipópio.
KALIUM BICHROMICUM: úlcera em saca-bocado, profunda, pouco
dolorosa ou não, sem sinais inflamatórios, nem dores, nem fotofobia; muco
esverdeado, espesso, filamentoso.
MERCURIUS CORROSIVUS: úlcera flictenular da córnea, profunda e ·
muito dolorosa, com muco irritante; flictena; fotofobia; hálito fétido, salivação
intensa, língua que guarda a marca dos dentes.
MERCURIUS SOLUBILIS: úlcera superficial, com mucopus que irrita
a pálpebra inferior.

_. Aqui a prescrição do Mercurius corrosivus pode ser sistemática. Se o medicamento


. não é suficiente, ele acalmará pelo menos as' dores. Naturalmente, uma consulta
oftalmológica é indispensável.
428 - ÚLCERA CUTÂNEA

Para uma prescrição mais ampla:


ACONITUM NAPELLUS: ulceração de origem traumática; dores
intoleráveis.
ARGENTUM NITRICUM: ulceração no curso de uma conjuntivite
purulenta; inflamação e inchaço das carúnculas.
CALCAREA CARBONICA: úlcera da córnea, de repetição; medica-
mento de fundo a escolher por suas características gerais, principalmente a
tendência à obesidade e à transpiração do couro cabeludo.
CONIUM MACULATUM: úlcera superficial com lacrimejamento
abundante e fotofobia.
EUPHRASIA OFFICINALIS: úlcera da córnea com lacrimejamento
itTitante agravado no vento.
NATRUM MURIATICUM: úlcera da córnea de repetição; medica-
mento de fundo a escolher por suas características gerais, principalmente a
tendência ao herpes, a alergia solar e o caráter pouco comunicativo do
paciente.
NITRICUM ACIDUM: úlcera superficial da córnea, com dores
picantes.
SILICEA: úlcera perfurante com fístula.

,... Vide também: Blefarite, Herpes.

ÚLCERA CUTÂNEA

Referências clínicas:
A úlcera é uma perda de substância dermoepidérmica de evolução crô-
nica. É preciso avaliar as características: localização (geralmente nas pernas),
tamanho, profundidade, estado das bordas e da pele adjacente. A úlcera venosa
é freqüentemente única, volumosa, supramaleolar interna ou externa. A úlcera
arterial é única ou múltipla, pequena, de localização variável.

Receita-tipo:
CARBO VEGETABILIS 5 CH,
JIEPAR SULFURIS CALCAREUM 5 CH,
LACHESIS MUTUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.
ÚLCERA CUTÂNEA - 429

O essencial para a receita usual:


CARBO VEGETABil.JS: a pele em tomo da úlcera está marmoreada,
cianótica, de cor violeta; coJTimento com mau cheiro, com dores queimantes
agravadas pelo calor, que não melhoram pelo frio ; tendência à gangrena.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: úlcera cujos bordos são sensíveis
ao toque; escoamento de mau cheii"o com dores picantes; sangramento ao
menor roçar.
LACHESIS MUTUS: úlcera crônica indolente com dores quando o
escoamento não é possível; a pele em tomo da tílcera está violeta,
marmoreada; o fundo da úlcera é irregular; sangramento fácil ao toque;
hiperestesia (o paciente suporta mal seu curativo); Lachesis é o medicamento
de fundo, a escolher por suas características gerais, de úlcera que se produz
por ocasião da menopausa.
MERCURIUS SOLUBILIS: úlcera e~ponjosa, com fundo irregular,
com corrilnento irritante e sangramento fácil; agravamento das dores pelo
calor e pelo toque.
NITRICUM ACIDUM: úlcera de bordos irregulares, vegeta/lfes, com
granulações que sangramfacilmente e dores do tipo espinho.
SILICEA: úlcera crônica com esquírola óssea (Silicea facilita a
eliminação de corpos estranhos).

(.,.. Cuidados locais: Clematis vitalba T.M. , XXV gotas em um grande vidro de água
fervida.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTHRACINUM: úlcera com gangrena e sensação de queimação.
ARSENICUM ALBUM: úlcera com dores queimantes que melhoram
pelo calor; tendência à gangrena.
KALIUM BICHROMICUM: úlcera em saca-bocados com periostite na
tíbia.
LUESINUM: bioterápico, a utilizar a título de complementar do me-
dicamento de fundo.
L YCOPODIUM CLAVATUM: úlcera cutânea crônica com agrava-
mento das dores à noite; eczema em torno da úlcera; medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais, principalmente a dispepsia flatulenta.
PULSATIL.LA: a pele em tomo da úlcera está cianótica, marmoreada;
escoamento não iJTitante; agravamento das dores pelo calor.
SECALE CORNUTUM: úlcera com tendência à gangrena; a pele em
torno da úlcera está fria ao toque e, no entanto, o paciente não quer ser coberto
porque suas dores se agravam pelo calor e melhoram pelas aplicações frias.

,.,.. Vide também: Flebite, Traumatismos e ferimentos, Varizes.


430 - ÚLCERA GASTRODUODENAL

ÚLCERA GASTRODUODENAL

Referências clínicas:
Perda de substância nas mucosas do estômago (uma vez em cada
quatro) e do duodeno (três vezes em cada quatro). Clinicamente, esta afecção
traduz-se por dores epigástricas -pós-prandiais (duas a três horas após as
refeições), recidivando em crises duas vezes por ano.

Receita-tipo:
ARGENTUM NITRICUM 5 CH,
KALIUM BICHROMICUM 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARGENTUM NITRICUM: dores epigástricas pós-prandiais irradiadas
sob as costelas flutuantes esquerdas, agravadas pela inspiração; eructàções
importantes, especialmente em caso de contrariedade; desejo de açucarados
(doces, mel), mas eles agravam as dores; ansiedade de antecipação;
precipitação.
ARSENICUM ALBUM: dores epigástricas pós-prandiais, do tipo
queimações que melhoram pelas bebidas muito quentes (os familiares se
sentem tão mal ao beber quente quanto o paciente); agravamento pelas bebidas
frias; indivíduo meticuloso, implicante, preocupado com detalhes; risco de
cancerização da úlcera.
GRAPHYTES: úlcera calosa com dores epigástricas constrictivas que
melhoram ao comer; aversão pela carne, peixe, doces.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: esse medicamento pode~ eventual-
mente, ser dado para facilitar a erradicação do Helicobacter pylori.
KALIUM BICHROMICUM: dores epigástricas pós-prandiais: vômitos
de muco filamentoso e sanguinolento; agravamento pela cerveja e pela carne.
NUX VOMICA: útil para suprimir o espasmo; câimbras ou sensação de
peso no vazio _epigástrico cerca de ~eia hora após as refeições, com
sensibilidade à pressão, obrigando a afrouxar as roupas; língua saburrosa em
sua metade posterior; sonolência pós-prandial (a sesta faz bem); paciente
ÜTitável, que comete excessos de todos OS tipos (gordura, vinho, café, fumo).

ctr Se bem que os anti-H2 e o tratamento


anti-He/icobacter sejam eficazes, não é inútil
acrescentar um tratamento homeopático destinado a tratar a própria doença
ulcerosa.
URETRITE - 431

· Para uma prescrição mais ampla:


LYCOPODIUM CLAVATUM: fome imperiosa, o paciente não gosta
de ·passar da hora da refeição; dores epigástricas com sensibilidade do
epigástrio ao toque; dispepsia flatulenta; sonolência pós-prandial, mas o
paciente se sente menos bem após a sesta.
NITRICUM ACIDUM: úlcera do es~ômago propriamente dita, portanto
com risco de cancerizar; má digestão do leite.
PHOSPHORUS: dores queimantes que melhoram temporariamente pela
água gelada; regurgitação alimentar; fome após a refeição.

e~ Vide também: Dispepsia, Gastrite, Hérnia de hiato, Hematêmese, Vômitos.

URETRITE

Referências clínicas:
Inflamação da mucosa da uretra. Os sintomas são uma disúria moderada
com corrimento claro ou mucopurulento e eventualmente uma polaquiúria. O
meato está algumas vezes vermelho. A uretrite pode ter origem · gonocóccica
ou não. Ela é geralmente assintomática na mulher.

Receita-tipo:
COPAIVA OFFICINALIS 5 CH,
MERCURIUS CORROSIVUS 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até . a me- ·
Ihora.

O essencial para a receita usual:


CANTHARIS: sensação violenta de queimação ou de corte ao longo
de toda a uretra, que se manifesta antes, durante e após a micção;
necessidade incessante de urinar; urinas raras com micção gota a gota que
agrava as dores; ·hematúria; tenesmo retal; excitação sexual; a ela pode ·se
associar uma cistite ou uma pielonefrite.
COPAIVA OFFICINALIS: uretrite crônica com corrimento de aspecto
leitoso, micção gota a gota, ou jato em retardo e fino; inflamação do meato;
queimações na uretra e no colo da bexiga.
MERCURIUS CORROSIVUS: queimações na uretra com tenesmo
vesical intenso (mais intenso ·que o do Mercurius solubilis); urinas cas-
tanhas, quentes, queimantes, pouco abundantes ou suprimidas, escoando
432 - URETRITE

gota a gota com grandes dores; albuminúria; hematúria; sedimento como pó de


tijolo.
MERCURIUS SOLUBILIS: uretrite com tenesmo urinário; as dores do
tipo queimação e escoamento amarelo esverdeado são mais importantes à
noite; a uretra está obstruída pelo muco coagulado; prurido do meato após a
micção.
PAREIRA BRAVA: uretrite em um prostático com necessidades
incessantes, sensação de bexiga distendida, tenesmo violento; o paciente tem
que ficar de quatro para urinar; ele faz então grandes esforços, o que provoca
dores na bexiga irradiadas à glande e às coxas; emite apenas algumas gotas de
urina escura e sanguinolenta.
PETROSELINUM: uretrite crônica com necessidades repentinas de
urinar por causa de uma sensação de comichão na uretra; meato colado;
sensação de prurido, de reptação ou de queimações na fossa navicular.
ST APHYSAGRIA: falsa uretrite de origem nervosa com dores na
uretra quando o paciente não urina e que cessam durante a micção; sensação
de gota uretral residual; irritação da uretra após as primeiras relações sexuais.

(~ Petroselinum é o medicamento da "necessidade urgente", repentina e irresistível.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM NITRICUM: uretrite com uretra insensível (o paciente
não tem a sensação de estar urinando), ou sensação de inchação da uretra.
CAPSICUM ANNUUM: sensação de queimação no meato logo antes,
durante e até um minuto após a micção.
CLEMATIS ERECTA: constricção ou induração da uretra que está
dolorida à pressão.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM: uretrite e uretroprostatite com
supuração de mau cheiro; sensação de farpa dentro da uretra; vermelhidão do
meato.
MEDORRHINUM: bioterápico indicado a título de complemento do
medicamento de fundo em caso de uretrite crônica (ainda que ela não seja de
origem gonocóccica); síndrome de Fiessinger-Leroy-Reiter.
TEREBINTHINA: uretrite associada a uma sensação de queimações no
espaço renal; urinas com odor de violeta.
THUY A OCCIDENTALIS: uretrite crônica com inchação da uretra,
corrimento abundante, aquoso ou amarelo esverdeado, saindo gota a gota após
a micção; sensação de uma gota de urina dentro da uretra; prurido voluptuoso.

(~ Vide também: Infecção urinária, lrite.


URTICÁRIA - 433

URTICÁRIA

Referências clínicas:
· Erupção eritematopapulosa e pruriginosa, a urticária corresponde a um
fenômeno de vasodilatação dérmica devida a mediadores, portanto a histamina
e a acetilcolina. Encontram-se causas alimentares, iatrogênicas, infecciosas,
físicas (sol , frio, calor, pressão, água). A urticária colinérgica sobrevem por
ocasião de uma emoção, de uma sudação, de um esforço, sob forma de mi-
núsculas pápulas profusas nos poros sudorais.

Receita-tipo:
APIS MELLIFICA 5 CH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


APIS MELLIFICA: urticária de aspecto rosado e elevado, pruriginosa;
dores picantes e queimantes, que . melhoram pelas aplicações frias; agrava-
mento ao toque; associação possível a um edema .de Quincke, à asma (com
sensação como se cada inspiração fosse a última); entre as etiologias possfveis,
o sol, as mudanças de tempo, a transpiração.
DULCAMARA: urticária devida ao frio úmido ou ao banho frio, com
dores. queimantes após a coçagem; associação possível à inflamação das
mucosas.
NATRUM MURIATICUM: urticária devida ao sol ou após um
exercício violento; agravamento pelo calor; medicamento de fundo a escolher
por suas características gerais, principalmente o herpes, o vitiligo e o
agravamento à beira-mar.
RHUS TOXICODENDRON: urticária com uma pequena vesícula no
·Centro e prurido intolerável que melhora pelas aplicações quentes; dores
queimantes após a coçagem; agravamento ao ar frio, à beira-mar; associação
eventual à febre, a um reumatismo inflamatório; etiologias possíveis, o frio, o
fato de ter estado molhado, a transpiração.
URTICA URENS: urticária de aspecto pálido com prurido violento,
dores queimantes; agravamento pelo calor, pelo exercício, e pela água,-
vômitos ou diarréia em caso de retrocesso da urticária; alternância da urticária
com um reumatismo inflamatório; etiologia possível, os frutos do mar.

c.r Urtica urens é um bom medicamento para a urticária após o banho.


434 - ÚTERO

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: urticária com dores queimantes que melhoram
pelas aplicações quentes; febre com agitação; associação possível a uma
diaITéi a com mau cheiro.
AST ACUS FLUVIATILIS: urticária associada a transtornos hepáticos;
urticária após ter comido caranguejos.
CALCAREA CARBONICA: urticária crônica que melhora ao ar livre;
medicamento de fundo a escolher por suas características gerais, principal-
mente a obesidade, a transpiração do couro cabeludo e a tendência a sentir frio
facilmente.
MURIA TICUM ACIDUM: urticária solar; medicamento a ser dado aos
pacientes Natrum muriaticum, se houver o receio de agravamento com este.
PSORINUM: urticária no decurso de uma sarna.
SEPIA OFFICINALIS: urticária com náuseas; agravamento ao ar frio;
medicamento de fundo a escolher por suas características gerais, principal-
mente as ondas de calor, o herpes catamenial, a astenia matinal que melhora
pelo exercício,.com palidez e olheiras.
SULFUR: urticária de aspecto muito vermelho; dores que melhoram
pelas aplicações frias; agravamento pela água. ·

e.- Vide também: Asma, Eczema, Lucite estival benigna, Edema de Quincke.

ÚTERO: vide Amenorréia, Dismenorréia, Menorragia, Metrite,


Metrorragia, Síndrome pré-menstrual
V
VACINAÇÕES

Referências clínicas:
Uma vacina é uma substância que permite desenvolver uma imunidade
contra antígenos específicos. O princípio consiste na inoculação de uma forma
atenuada ou morta de germes (bactérias, vírus, parasitas) ou de toxinas a fim
de que o organismo produza os anticorpos correspondentes e esteja preparado
para reagir rapidamente a uma infecção.
As reações pós-vacinais são mais freqüentemente benignas: inflamação
cutânea no ponto de injeção (com ou sem febre), simulação ao mínimo da
doença contra a qual é dirigida a vacina. Podem, no entanto, existir efeitos
secundários maiores, locais ou gerais: reações de hipersensibilidade imediata
(choque anafilático, urticária, edema de Quincke), semi-retardada (doenças
séricas, vascularite) ou retardadas (eczema).

Receita-tipo:
Sil.JCEA 7 CH,
THUYA OCCIDENTALIS 7 CH,
três grânulos, uma vez ao dia.

O essencial para a receita usual:


MEZEREUM: erupção pruriginosa pós-vacinai, sob forma de vesículas
que evoluem rapidamente para a ulceração, com pus branco que seca e deixam
no lugar crostas esbranquiçadas; prurido noturno que impede de dormir.
SILICEA: complicações vacinais, sob forma de supuração, diarréia,
cefaléia, náuseas, febre, emagrecimento; medicamento particularmente útil
após a vacinação pelo BCG.
THUY A OCCIDENT ALIS: medicamento de prescrição sistemática a
título preventivo; útil em caso de conjuntivite, ceratite, asma, diarréia, insônia
436 - VARICELA

após vacinação~ indicado particularmente no paciente que apresenta infiltração


do tipo ginóide.

(..- O tratamento da becegite peta Siticea negativa o teste tuberculfnico.

Para uma prescrição mais ampla:


, . .ARSENICUM ALBUM: gastroenterite ou asma após vacina.
SARSAP ARILLA: erupção após vacinação com aspecto de pele mur-
cha.
SULFUR: erupção pustulosa, vermelha, queimante, pruriginosa, doio-
roSa, agravada pela água. após vacinação.
· V AB: antídoto específico do BCG (as iniciais V AB, significam ''Vacina
Atenuada Bíliada", que é o nome comum da vacina antituberculosa) .

e..- Vide também: Abcesso, Eczema.

VARICELA
1
Referências clínicas:
Erupção eritematovesiculosa de origem viral que dura 3 a 4 dias,
pruriginosa, seguida de uma fase de dessecaÇão. A febre é moderada (37 ,5 a
38º). A iricubàçãÓ é de 13 a 17 dias. O risco de contágio começa l a 2 dias
atltes dÓ s~rgífuento da · erupção. A complicação mais freqüente é a
saperinfecção bacteriana das lesões. Excepcionalmente, pode-se ver uma
cerebelite (1 caso em cada 4 000 crianças). A varicela e a zona são provocadas
pelo mesmo vírus (dito "vírus varicela-zona"). Pode-se considerar a varicela
como uma primoinfecção e a erupção zosteriana como a reativação da fase
latente ·do vírus.

Receita-tipo:
MERCURIUS SOLUBILIS 7 CH,
RHUS TOXICODENDRON 7 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me-
lhora.

O essencial para a receita usual:


MERCURIUS SOLUBILIS: as vesículas evoluem para a supuração;
prurido agravado pelo calor.
VARIZES • 437

RHUS TOXICODENDRON: vesículas muito pruriginosas; o prnrido ·


melhora pelo calor.

e..- A prescrição de Rhus toxicodendron pode ser sistemática se é feita desde o


surgimento da erupção. O triângulo vermelho e liso na ponta da língua, portanto
muito evocador do medicamento, não é indispensável para prescrever es1e
medicamento na varicela.

Para uma prescrição mais ampla:


ANTIMONIUM T ARTARICUM: esse medicamento facilita a atenua..:~'
ção das marcas da varicela.
MEZEREUM: vesículas com pus branco que secam e deixam no lugar
crostas brancas.

(,... Vide também: Febre, Zona.

VARIZES

Referências clínicas:
As varizes são veias superficiais dilatadas, tortuosas, habitualmente
situadas nas pernas. Elas são a sede de um refluxo sangüíneo, devido à
insuficiência valvular. Elas são facilitadas pela gravidez. São freqüentemente
responsáveis por úlceras cutâneas.

Receita-tipo:
HAMAMELIS VIRGINIANA5 CH,
PULSATILLA 5 CHj
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a me~
lhora.

O essencial para a receita usual:


JESCULUS HIPPOCASTANUM: varicosidades da garganta com
garganta vermelha escura.
BELLIS PERENNIS: varizes da gravidez (prescrição sistemática na
ausência de sintoma preciso).
CALCAREA FLUORICA: varizes constitucionais; esse medicamento
tem ação sobre os tecidos elásticos, é susceptível de conservar a elasticidade
restante.
438 - VARIZES

FLUORICUM ACIDUM: varizes dolorosas com agravamento pelo


calor; varizes em uma multípara.
HAMAMELIS VIRGINIANA: varizes sensíveis ao toque com sensação
de contusão; equimoses à menor pancada; sangramento das varizes; varizes da
língua, da garganta, da vulva, dos membros inferiores.
PULSATILLA: varizes com congestão venosa, especiabnente durante a
gravidez; as veias estão distendidas e dolorosas à noite; agravamento quando
as pernas estão pendentes.
SEPIA OFFICINALIS: varizes em uma multfpara; medicamento de
fundo a escolher por suas características gerais, principalmente as ondas de
calor emotivas, o herpes catamenial, a astenia matinal que melhora pelo
exercício com palidez e olheiras.
VIPERA REDI: inflamação das vanzes com tendência ao edema;
periflebite com sensação de fulguração das varizes; agravamento quando as
pernas estão pendentes.

e~ Hamamelis virginiana é o topo de linha de uma fórmula composta denominada


"Hamamelis composta". Trata-se de uma mistura na qual se encontra um certo
número de medicamentos com tropismo circulatório, e, portanto, os quadros
sintomáticos são vizinhos. As fórmulas compostas não têm ação profunda, mas
permitem ao iniciante prescrever facilmente. Encontra-se a lista das fórmulas
compostas nas "nomenclaturas homeopáticas" remetidas aos médicos pelos
laboratórios. As fórmulas compostas permitem classicamente a drenagem, ou seja,
"o conjunto dos meios a pôr em ação para assegurar a eliminação regular das
toxinas que prejudicam o organismo de uma pessoa" (Léon Vannier). Estas noções
de toxinas e a drenagem estão ultrapassadas.

Para uma prescrição mais ampla:


ARSENICUM ALBUM: varizes com dores queimantes como pelo
fogo, sobretudo à noite.
GRAPIDTES: prurido das varizes.
LACHESIS MUTUS: varizes ulceradas.
L YCOPODIUM CLAVATUM: varizes vulvares; medicamento de fun-
do, a escolher por suas características gerais, principalmente a dispepsia fla-
tulenta.
ZINCUM MET ALLICUM: varizes associadas à síndrome das pernas
inquietas.

e~ Vide também: Pernas inquietas, Periflebite, Flebite, Úlcera cutânea.


VERMINOSE • 439

VERMINOSE

Referências clínicas:
Doença devida a vermes. Os mais freqüentes são os oxiúros (Enterobius
vermiculares, nematódeos de 1O mm de comprimento), os áscaris (Ascaris
lumbricoides, nematódeos de 15 a 25 cm de comprimento) e as tênias (Tcenia
soliwn, T~nia saginata, Hymenolepis nana, vermes chatos de tamanhos
variáveis, da classe dos cestódeos). Existem numerosos casos de infestação
assintomática, ou que causam apenas vagos sintomas dispépticos. Mais
evocadores são o prurido anal (à tarde ou à noite) da oxiuríase, da
vulvovaginite da oxiuríase, a síndrome de Lõffler da ascaridíase (devida à
migração larvar com infiltrado pulmonar limitado e eosinofilia).

Receita-tipo:
CINA 5 CH,
SPIGELIA ANTHELMIA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


CALADIUM SEGUINUM: dores devidas a uni verme que tenha
migrado para dentro da vagina de uma menina pequena.
CINA: face pálida com olheiras; febre, tosse, irritabilidade, fome
insaciável, ranger de dentes, vômitos, dores periumbilicais, prurido nasal e
anal, enurese; criança manhosa e agitada, mexe em tudo.
SPIGELIA ANTHELMIA: tosse, mau hálito, dores periumbilicais,
prurido anal por causa de uma verminose; a coexistência de palpitações
importa pa,ra a decisão.

e.- Os medicamentos homeopáticos servem para combater os sintomas devidos aos


vermes, mas não são vermífugos.

~arauma prescrição mais ampla:


CALCAREA CARBONICA: medicamento de fundo que facilita a
erradicação da tendência a ter vermes, a escolher por suas características
gerais.
CARBO VEGETABILIS: dispepsia flatulenta e dolorosa devida aos
vermes.
INDIGO: convulsões devidqs aos vermes; a aura é constituída por uma
dor entre os ombros ou uma sensação de calor que sobe do estômago para a
cabeça.
440 • VERRUGAS

SABADILLA OFFICINARUM: dores de garganta com ligeiro edema;


sensação de vermes no esôfago; dores periumbilicais; prurido no conduto
auditivo; prurido anal.
SULFUR: medicamento de fundo que facilita a erradicação da
tendência a ter vermes, a escolher por suas características gerais.
TEUCRIUM MARUM: ascaridíase responsável por um prurido anal
agravado pelo calor do leito, que impede de dormir.

(..- Vide também: Dispepsia.

VERRUGAS

Referências clínicas:
Tumores benignos da pele, contagiosas, devidas a um vírus do grupo
dos WV (papiloma vírus humanos, dos quais mais de sessenta tipos foram
isofa_dps). Elas podem ser múltiplas ou única. Localizam-se principalmente nas
mãos, pés e rosto. Distinguem-se:
· · · - As verrugas vulgares, devidas ao HPV l . Trata-se de pequenas
elevações de 2 a 10 mm de diâmetro, situadas sobretudo na face
dorsal das mãos e dos pés, superficiais e de cor amarela clara.
- As verrugas plantares, muito semelhantes às precedentes, mas de
tamanho freqüentemente maior (2 a 3 cm de diâmetro) e circundadas
por hiperqueratose. Elas podem ser: em mosaico (devi'(las ao HPV 2,
superficiais, indolores, e agrupadas); ou isoladas, devidas ao HPV 1,
dolorosas, delimitadas por um anel queratósico escuro.
- As verrugas planas, devidas ao HPV 3,. lisas e castanhas. Elas s~
local'izam no rosto, nas costas das mãos e no tórax.
- As verrugas filiformes, finas e alongadas.
· Os condilomas anogenitais.

Receita-tipo:
DULCAMARA 5 CH,
NITRICUM ACIDUM 5 CH,
três grânulos de cada em alternâneia, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ANTIMONIUM CRUDUM: verrugas córneas; localizações preferenci-
ais na palma das mãos e nas plantas d0S pés.
VERRUGAS - 441

CAUSTICUM: grandes verrugas pedunculadas e entalhadas, sensíveis


ao toque, que podem sangrar; localizações preferenciais nos supercílios, nas
pálpebras, no nariz, sob ou em torno das unhas.
DULCAMARA: grandes verrugas planas e lisas, ou então marrons,
carnudas e moles; localizações preferenciais na face e dorso das mãos.
NATRUM MURIATICUM: localização preferencial na palma das
ntãos,· medicamento de fundo a escolher por suas características gerais.
NITRICUM ACIDUM: verrugas com dores picantes à pressão,
pTuriginosas, sangrantes; a pele em torno das verrugas está amarela;
localizações preferenciais no nariz, lábio superior, planta dos pés, no limite
entre a pele e as mucosas.
THUY A OCCIDENT ALIS: grandes verrugas moles e em couve-flor,
pedunculadas, sensíveis ao toque; localizações preferenciais na dobra
nasogeniana, na região anogenital (condilomas); "molluscum contagiosurn" .

t...- Thuya está longe de ser "o" medicamento das verrugas como afirmam alguns. Ela
não deveria ser prescrita sistematicamente, mas apenas conforme seus sintomas
particulares.

Para uma preserição mais ampla:


CALCAREA CALCINATA: medicamento a tentar em caso de '
insucesso dos outros medicamentos.
CALCAREA CARBONICA: verrugas antigas, que ficam ocas e se
ulceram.
CASTRO EQUI: verrugas na fronte ou nos seios.
FERRUM PICRICUM: verrugas múltiplas sobre as mãos.
GRAPHITES: verrugas córneas periungueais; medicamento de fundo, a
escolher por suas características gerais.
LYCOPODIUM CLAVATUM: verrugas pedunculadas; medicamento
de fm:ido, a escolher por suas características gerais.
MEDORRHINUM: pequenas verrugas pontudas.
SEPIA OFFICINALIS: verrugas achatadas e marrons, prungmosas;
paciente triste e fatigadb, com olheiras; localização preferencial na face e
pescoço; medicamento de fundd a escolher por suas características gerais,
principalmente as ondas de calor emotivas, herpes catamenial, astenia matinal,
que melhoram· pelo exercício.
SILICEA: verrugas que supurani'.
STAPHYSAGRIA: verrugas e condilomas anogenitais sensíveis ao
toque.

(.- Vide também: Condilomas anogenitais, Pólipos.


442 - VERTIGEM

VERTIGEM

Referências clínicas:
A vertigem corresponde a uma sensação errônea e subjetiva de
movimento no espaço, mais freqüentemente rotatório, mas também do tipo
"balanço do mar" ou "balanço do navio". Este é o mais intenso dos transtornos
do equilíbrio. A pessoa tem a impressão de que seu corpo gira sobre si mesmo,
ou que os objetos circundantes giram em torno dele. Os sintomas de
acompanhamento são os transtornos de · equilíbrio (que podem impedir
completamente a posição de pé), as náuseas, os vômitos, um nistagmo.
Distinguem-se:
- As vertigens periféricas, com diversas etiologias: ve1iigem paroxísti-
ca benigna (ve1iigem rotatória brutal e intensa que sobrevem quando
das mudanças de posição, ligada a um transtorno de otolitismo, repre-
sentando mais de 30% das causas de vertigem), neurite vestibular,
otite crônica, labirintite, doença de Méniere, comprometimentos
tóxicos (aminosídeos, aspirina, gota articular quando existe uma
perfuração do tímpano), fratura do rochedo, neurinoma do acústico.
- As vertigens centrais, ligadas à esclerose em placas, a um tumor da
fossa posterior, a um traumatismo craniano, a uma doença degenera-
tiva, a uma isquemia do tronco cerebral, etc.

Receita-tipo:
BRYONIA ALBA 5 CH,
COCCULUS INDICUS 5 CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


BRYONIA ALBA: vertigens com tendência a cair para trás: o paciente
sente também uma sensação de afundar na cama, ou como se sua cabeça vi-
rasse em um círculo; agravamento ao menor movimento, especialmente pelo
movimento da cabeça ou quando se levanta (de uma cadeira ou da posição
deitada).
COCCULUS INDICUS: vertigens pelo movimento passivo (como no
mal dos , transportes) e também à visão · do movimento (olhar os carros
passarem na rua ou uma cavalgada · na televisão), acompanhadas de náuseas;
agravamento ao ar livre e pelo fato de comer.
CONIUM MACULATUM: vertigens ao virar a cabeça de lado,
estando deitado, ao se virar na cama, ao mexer os olhos; o paciente tem uma
VERTIGEM - 443

sensação como se a cama virasse em um círculo; agravamento após ter bebido


vinho; melhora ao fechar os olhos e pelo repouso.
NUX VOMICA: vertigens após excesso de álcool, acompanhadas de
flatulência, constipação, estase portal, agravamento pelo café.
PHOSPHORUS: vertigem crônica com congestão cefálica; o paciente
tem uma sensação como se estivesse sentado muito alto; marcha ébria em uma
pessoa idosa.

(,.. A grande cicuta serviu para fabricar o veneno que provocou a morte de Sócrates. O
episódio é relatado em Phedon, diálogo redigido por Platão.

Para uma prescrição mais ampla:


ARGENTUM NITRICUM: falsa vertigem que coJTesponde. na verdade,
a um desequilíbrio ao andar, nas pessoas idosas; alargamento do polígono de
sustentação; tremores; impaciência.
ARNICA MONTANA: vertigem crônica após um traumatismo crani-
ano; agravamento 'ao fechar os olhos; melhora na posição deitada.
BORAX: vertigens quando o paciente desce uma escada.
CALCAREA CARBONICA: vertigem das alturas quando o paciente
sobe uma escada.
CYCLAMEN ÉUROPJEUM: vertigem "transparente" (o paciente vê os
objetos ao mesmo tempo no lugar e como se estivesse virando).
GELSEMIUM SEMPERVIRENS: vertigens que parecem partir do
occipício com obscurecimento da visão ou diplopia, que melhoram quando os
olhos estão fechados.
KALIUM CARBONICUM: vertigens que parecem vir do estômago,
agravadas ao olhar em um espelho.
NATRUM MURIATICUM: vertigens pelo trabalho intelectual, em
relação com uma astenia dos músculos oculares.
NATRUM SULFURICUM: vertigens após um traumatismo craniano,
com cefaléia.
PETROLEUM: vertigens que melhoram quando o paciente está deitado
com a cabeça alta.
PHOSPHORICUM ACIDUM: o paciente tem uma sensação como se os
pés se levantassem (quando ele está em posição estirada).
PULSATILLA: vertigens após refeição gordurosa.
SEPIA OFFICINALIS: vertigens ou lipotimias às mudanças de posição,
ligadas à hipotensão arterial.
SILICEA: vertigens ligadas à doença de Méniêre.
THERIDION CURRASSA VICUM: vertigens ao menor ruído ou ao
fechar os olhos.

(,.. Vide também: Anemia, Hipertensão arterial, Mal dos transportes, Méniere.
444 - VESPAS

VESPAS: vide Picadas de insetos

VIAGENS (mal das): vide Mal dos transportes

VÔMITOS
1

Referências clínicas:
Rejeição ativa do conteúdo do estômago pela boca, geralmente de
modo violento. O mecanismo é um espasmo do diafragma e do piloro. As
causas são numerosas e variáveis: causas digestivas (patologia do estômago,
do intestino, do fígado, da vesícula biliar, do pâncreas), metabólicas (diabe-
tes), endócrinas, neurológicas (meningite, síndrome de Méniere, hiperteúsão
-' ~ ntracraniana, enxaqueca, mal dos transportes, etc.), psíquicas. Os vômitos são
·i~®&erv.ados também nas doenças febris, efeitos iatrogênicos, intoxicações e em
cca:So·9e gravidez.

Receita-.tipo:
IPECA 5 .CH,
NUX VOMICA 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essendal para a receita usual:


ANTIMONJUM CRUDUM: vômitos após excessos alimentares; a
língua está saburrosa como se a película do leite a recobrisse; desejo de
ácidos.
ARSENICUM ALBUM: vômiitoo: vioien.tos, i~âitàmente após ter
bebido, no curso de uma gastrnentedte; de· lima intoxieaçãOI a~~J!i!leritar~ diarréia
com muito mau cheiro; oores queimantes Fio· estômago, que mel'horam· pe·fo;
calor; ansiedade, agitação, medo de morrer.
IPECA: vômitos com náuseas violentas, liipersialorréia e língua limpa
(o que é espantoso em uma doença digestiva); vômitos no curso da tosse;
cefaléia com dores irradiadas à raiz da língua; sensação de estômago relaxado;
sonolência após os vômitos; agravamento · quando o' J!>3'Siente está inclinado
para frente.
IRIS VERSICOLOR: vômitos ácidos e queimantes, que irritam os
dentes, biliosos, no curso de uma enxaqueca oftálmica ou após as refeições; a
VÕMITOS • 445

sensação de queimação p9de ser sentida em qualquer parte do tubo digestivo,


desde a: boca até ..o ': ânus. ' . .· .
' -... NUX . v6i±ícA: vômitos com língua saburrosa em sua metade
posterior e palpitaÇõe~s; írritabilidade; vômitos no curso da embriaguez ou após
. uma cólera.
PHOSP~ORµS: dores em queimação no estômago; sede por água
gel<1da, 'mas ela êvomitada assim que reaquecída rio estômago; vômitos à
v~sao da água; -regurgitação de alimentos; vômitos após uma intervenção
c_irúrgica.
SEPIA OFFICINALIS: vômitos com face pálida e olheiras; agrava-
mento pelos odores de alimentos; associação a uma hípoglicemia ou a uma ·
hipotensão~ vômitos ditos "incoercíveis". da gravidez, em que a Sepfa é
praticamente específiea (dar em _doses escalonadas: 9-12-15-30 CH, uma a
cada 12 horas, mudando a cada vez de diluição); o doasma é um bom
argumento de complemento.
VERATRUM ALBUM: vômitos em jato durante um epi:sódio d~
diarréia com JUore.s.....}rios
' .· .
e colapso; agravamento ao beber água fria.

e,.. A r~qu~za de .d.etalhes sintomáticos, que varia de um medicamento a outro e de um


pade~'ie. · ~ 'outro permite, para cada circunstância patológica, ã Individualização
dó& casos. A individualização corresponde ao fato de escolher, entre os
m8dicarriêntos homeopáticos possíveis, aquele que convém a um dado paciente,
com ·exclusão dos outros medicamentos. Ela representa uma condição importante
da eficácia da terapêutica homeopática.

Para uma prescrição mais ampla:


JETHUSA CYNAPIUM : vômitos de leite coalhado em um recém-
n.ascido, o que o torna atrésico, com pregas nasogenianas marcadas; ele vomita
0 ; leite assim que o ingere ou um pouco depois sob forma de grüm0s, depois
adk:>rmece; diarréia esverdeada.
BISMUTHUM: vômitos devidos a uma estenose gástrica~ a' água' é'
vomitada assim que chega ao estômago.
CHELIDONIUM MAJUS : vômitos biliosos devidos a uma, discinesia
biliar; dores no hipocôndrio direito irradiadas ao ângulo inferior da: omoplata
direita, próximo ao bordo interno; tudo está amarelo (a pele, as conjuntivas, a
língua, as fezes); melhora pelas bebidas quentes.
COLCHICUM AUTUMNALE: vômitos ao odor dos alimentos.
CUPRUM MET ALLICUM: vômitos do tipO' convulsivo, que melhoram
ao beber água fria.
DROSERA ROTUNDIFOLIA: vômitos no curso de uma tosse seca e
precipitada, com quintas subintrantes e epistaxe.
446 • VÔMITOS

EUPATORIUM PERFOLIATUM: vômitos biliosos durante uma febre


com dores ósseas; sede antes dos vômitos; os vômitos se produzem ao final de
um calafrio.
IGNATIA AMARA: vômitos por contrariedades ; melhora paradoxal ao
comer.
OPIUM: vômitos fecalóides no curso de uma síndrome do tipo
oclusivo.
PULSATILLA: vômitos e diarréia em seguida a uma refeição
gordurosa.
T ABACUM: vômitos violentos que melhoram quando o paciente
descobre o abdômen.

(. - Vide também : Cefaléias e enxaquecas, Cetose periódica, Hematêmese, Mal dos


transportes , Náuseas, Úlcera gastroduodenal.
ZONA

Referências clínicas:
Gangliorradiculite posterior aguda devida à reativação do vírus
varicela-zona no adulto. Após a primoinfecção que constitui a varicela, o vírus
localiza-se nos gânglios das· raízes raquidianas posteriores, onde permanece em
latência. Ele é reativado em caso de diminuição da imunidade celular. O
aspecto é o de uma erupção vesiculosa em buquê, situada em uma área
cutânea neurologicamente definida, mais freqüentemente intercostal, oftálmica
ou otítica. A incidência do zona aumenta após os 50 anos. As dores
pós-zosterianas são mais freqüentes na pessoa idosa.

Receita-tipo:
ARSENICUM ALBUM 5 CH,
RANUNCULUSBULBOSUSSCH,
RHUS TOXICODENDRON 5 CH,
três grânulos de cada em alternância, três vezes ao dia até a melhora.

O essencial para a receita usual:


ARSENICUM ALBUM: dores. em queimaçcio que melhoram pelo
calor; agitação ansiosa; pode-se dar sistematicamente Arsenicum album desde
que o .diagnóstico é feito, ou seja, quando do surgimento das primeiras
vesículas (uma dose em 30 CH a cada quatro horas durante três semanas); este
tratamento faz "sair" o zona, o que previne as seqüelas dolorosas; por outro
lado o Arsenicum album é o principal medicamento das algias pós-zosterianas.
MEZEREUM: vesículas que evoluem para crostas esbranquiçadas:
dores queimantes muito violentas agravadas pelo toque; prurido agravado à
noite, sobretudo no calor da cama, impedindo de dormir; Mezereum pode ser
prescrito na fase das .algias pós-zosterianas em caso de dores queimantes
localmente enquanto o corpo está frio.
448 ·ZONA

RANUNCULUS BULBOSUS: vesículas azuladas que evoluem para


crostas córneas; pruridc intenso agravado pelo toque e pelas roupas;
localização característica no tórax e em tomo dos olhos; algias pós~zosterianas
sob forma de dores picantes no peito, agravadas pelas mudanças de tempo,
pelo movimento e pela inspiração.
RHUS TOXICODENDRON : principal medicamento sintomático;
vesículas circundadas por um infiltrado vermelho; prurido que melhora pelo
calor.

e.- O tratamento homeopático precoce do zona impede a passagem à fase de algias


pós-zosterianas. Ao contrário, observa-se em um primeiro tempo, um saída
importante da erupção vesiculosa.

Para uma prescrição mais ampla:


APIS MELLIFICA: primeira fase do zona (antes da erupção), com
dores picantes e queimantes.
KALMIA LATIFOLIA: algias pós-zosterianas fulgurantes com
tendência à difusão de cima para baixo ao longo de um membro, com
sensação de inchação; nevralgia facial; nevralgia intercostal.
MERCURIUS SOLUBILIS: vesículas que evoluem para a supuração;
transtornos gástricos associados.
PRUNUS SPINOSA: algias pós-zosterianas sob forma de. dores nos
globos oculares do tipo fulguração.
VACCINOTOXINUM: este medicamento pode ser prescrito sistemati-
camente no início de um zona (uma dose em 30 CH), em conjunto com os
medicamentos indicados pelos sintomas.
ZINCUM MET ALLICUM: algias pós-zosterianas com esgotamento
físico e mental.

_.. Vide também: Nevralgia, Varicela.


2ª Parte

MATÉRIA
HOMEOPÁTICA

De Abies nigra a Zincum metallicum

Esta matéria médica ajuda a interpretar os medicamentos homeopáticos


em sua coerência interna. É o complemento natural da primeira parte, do qual
visa corrigir o caráter necessariamente restritivo. Ela permite generalizar os
casos clínicos e, portanto, prescrever com mais confiabilidade. Ao inverso, se
estudamos em primeira intenção, é recomendado substituir os sintomas no
quadro da terapêutica ao consultar a primeira parte (partir, para isso, do .
parágrafo "Principais indicações clínicas", o que dará as informações mais "na
situação". Os iniciantes estudarão particularmente o primeiro parágrafo de
cada estudo da matéria médica, aquele que começa por "Medicamentos de ... ".
As informações em itálico são igualmente importantes.
J.\
ABIES NIGRA (Abeto negro da América do Norte)

Medicamento da dispepsia com espasmo do esôfago dando · a


sensação de um ovo duro no cárdia e distúrbios funcionais no coração, ta-
quicardia em particular. Dores no estômago após as refeiçôes. Dispepsia da
pessoa idosa.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dispepsia, Gastrite, Hérnia de hiato.

ABROTANUM (Abrótano macho)

Medicamento de diarréia em recém-nascido atrésico com aspecto


envelhecido, com pele fláci_da, rosto rígido, barriga grande, pernas ma~ras (a
emaciação predomina na metade inferior do corpo). Ele não consegue sus-
tentar sua cabeça. Seu apetite está conservado.
Reto e ânus. Hemottóidas que sangram assim que o reumatismo me-
lhora ou dores réumáticas após uma intervenção nas hemorróidas.
Órgãos genitais masculinos. Hidrocele após o retrocesso de uma
erupção.
Extremidades. Geladuras pruriginosas.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Diarréia, Geladuras, Hemorróidas, Hidro-


cele.

ABSINTHIUM (Absinto)

Medicamento de convulsões com tremores antes da crise, que


sobrevêm em um alcoólico perigoso. Delírio maníaco acompanhado de
452 - ACALYPHA INDICA

espasmos, de zoopsias e de alucinações aterrorizantes como a de estar cercado


por inimigos. Risco de passagem ao ato delituoso.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Epilepsia.

ACALVPHA INDICA (Aca/ifa)

Medicamento de tosse seca seguida de expectoração simplesmente


sanguinolenta de manhã, com coágulos negros à noite. Dores no peito com
matidez à percussão. Pulso rápido. Emaciação.

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Hemoptise:

ACETICUM ACIDUM (Ácido acético)

Medicamento da anemia com palidez cerosa em um paciente fraco,


esgotado, magro, sofrendo de edema dos membros inferiores (vide ascite ou
anasarca). Hemorragias diversas, sede intensa, dispnéia, micção abundante de
urinas claras, transpiração fria e profusa. Diarréia. Diabetes do tipo 2 que se
descompensa repentinamente, com cetoacidose .e os sintomas acima.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Anemia', Diabetes.

ACONITUM NAPELLUS: fAcônito napelo)

Medicamento da agitação ansiosa com medo da morte, que


sobrevenha de maneira repentina e violenta em um paciente até então em
bom estado de saúde "como a tempestade em um céu sereno". Pode
tratar-se de um estado de angústia intolerável, de dores fortes, de febre elevada
ou de congestão arterial ativa com palpitações. O pulso é rápido, cheio e duro.
Este quadro pode ser observado em conseqüência de um susto, de um golpe de
frio seco, após ter dormido ao sol, ou no curso de uma hemorragia.
Agravamento ou superveniência dos sintomas durante a noite, freqüentemente
em tomo da meia-noite.
Psiquismo. Agitação ansiosa com necessidade de companhia e medo da
morte (que parece iminente, e da qual o paciente prediz a hora). Ele sente
ACONITUM NAPELLUS - 453

necessidade urgente de cuidados médicos. Medo da loucura, medo de passar


em ruas cheias de gente, agorafobia, medo de sufocár.
Cabeça. Congestão cefálica; a face está vermelha, congestiva quando o
paciente· está estirado, pálida quando está recostado em sua cama. Cefaléia
repentina, violenta, no tempo frio e seco, com sensação de peso na fronte. Sen-
sação de ferro quente em tomo da cabeça.
Olhos. Conjuntivite aguda, muito inflamatória, após um golpe de frio
seco, um corpo estranho na córnea, uma intervenção nos olhos, ou após ter
olhado para neve. Hiperemia do olho que está vermelho e quente. Fotofobia.
Calázio de surgimento brusco pelo tempo frio e seco, com inflamação muito
aguda e dores difíceis de suportar. Dores do glaucoma. Dores oculares
irradiadas à face, do tipo nevrálgico. Sensação de olho muito grande.
Ouvidos. Otite aguda catarral de ocorrência brutal, com tímpano
vermelho, dores intensas, febre elevada, agitação. Início ou agravamento à
noite.
Nariz. Coriza seca com febre intensa pelo vento frio e seco.
Face. Nevralgia facial. Paralisia facial de surgimento brusco com
sensação de inchação ou de formigamento.
Boca. Sede forte. Odontalgia por vento frio e seco.
Garganta. Garganta vermelha, seca, contraída.
Est(jmago. Gastrite após ter bebido ou comido alguma coisa muito fria.
Abdômen e Reto. Dores abdominais após um golpe de frio sobre o
ventre. Diarréia de ocorrência brutal após um golpe de · frio (especialmente
uma noite fria quando o tempo está quente), com fezes verdes como espinafre.
Aparelho urinário. Falsas necessidades de urinar. Nefrite "a frigore"
com urina quente e queimante, oligúria.
Órgãos genitais masculinos. Orquite aguda com testículo duro,
inchado. muito doloroso.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia após um golpe de frio, um
banho frio ou um medo. Aborto espontâneo.
Lari~ge e traquéia. Laringite estridulosa em conseqüência de um golpe
de frio seco com garganta vermelha e seca, voz rouca, sensibilidade da larÍnge
ao toque. Sensação.de secura da traquéia, agravada durante a inspiração. Dores
_ na traquéia durante a tosse e o paciente segura a garganta ao tossir.
Peito. Tosse seca e breve, crupal, durante a noite. Hemoptise de sangue
vermelho vivo. Ansiedade sentida dentro do peito. Medo de sufocação.
Palpitações violentas e repentinas, com ansiedade na região precordial ou
sensação de pe~o sobre o peito. Dores precordiais. Falsa angina nervosa.
Membros. Dores do tipo formigamento ou inchaço. Localização
característica no membro superior esquerdo, com irradiação até os dedos.
Nevralgias. Paralisias.
454 - ACTJé.A RACEMOSA

Pele. Eritema solar· com pele vermelha e seca, apresentando um ~specto


miliar.
Sintomas gerais. Febre elevada, de ocorrência brutal, com hiperemia,
sernra da pele (a pele que não transpira apesar da febre é um sintoma
espantoso do Acônito) e das mucosas. Vertigem ao se endireitar na posição
horizontal. Lipotimia. Crise de hipe11ensão arterial emotiva, coITespondente à
"síndrome do jaleco branco". Formigamentos.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Acidente isquêmico


transitório, Acidente vascular cerebral, Agorafobia, Amenorréia, Angina, Angor,
Ansiedade, Bronquiolite, Bronquite aguda, Calázio, Cefaléia, Cólica abdominal,
Conjuntivite, Coriza, Dengue, Diarréia, Extra·sístoles, Febre, Fimose, Fobias,
Gagueira, Gastrite, Glaucoma , Hemoptise, Hemorragias , Hipertensão arterial,
Hipocondria, Infarto do miocárdio, Insolação, Insônia, Intervenção cirúrgica, lrite,
Laringite, Lipotimia, Megaleritema epidêmico, Meningite virai, Nefrite aguda,
Nevralgia, Odontalgias, Orquite, Otite, Pânico, Paralisia facial, Pericardite, Pleurisia
serofibrinosa, Pneumonia virai, Queimaduras de sol, Sarampo, Tosse, Traqueíte,
Traumatismos e ferimentos , Úlcera da córnea.

ACT/éA RACEMOSA (Actéia em cachos)

Medicamento de contraturas musculares, de dores tipo câimbras


nos músculos, principalmente na região dorsal (sobretudo da 01 a 03), do
útero e do ligamento largo. Alternância das dores com transtornos mentais
ou, ao inverso, melhora do equilíbrio men,tal no momento da chegada das
dores.
Psiquismo. Loquacidade com passagem "da água ao vinho ". Sensação
de enlouquecer. Medo do parto. Humor cambiante. Comportamento histérico.
Ondas delirantes do pós-parto com impressão de estar envolta em uma nuvem
negra ou de camundongos .
Cabeça. · Gefaléia catamenial , com regras in-egulares. Sensação de
cabeça em um nevoeiro, de expansão do cérebro ou de vértice que se abre.
Ouvidos. Hiperacusia durante o acesso · de dores. Acúfenos com
hipersensibilidade ao ruído e impressão de enlouquecer.
Órgãos genitais femininos. Rigidez do colo uterino com falsas dores do
parto e aITepios. Quanto mais abundantes as regras, maiores as alterações
psíquicas e físicas. Dores tipo câimbras no ligamento largo d.urante as re-
gras. Ameaça de aborto 'durante a qual as dores vão de um lado a outro do
abdômen .
A:CULUS HIPPOCASTANUM • 455

Raque. Colltraturas dos músculos dorsais perceptíveis ao toque. Dores


tipo câimbras entre as omoplatas. com sensação de rigidez, agravadas ao se
inclinar para frente ou para trás, agravadas durante as regras, que melhoram
quando a paciente se dobra em duas.
Membros. Câimbra no quadril. Ciática.
Sintomas gerais: Algias reumatóides.

r_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Acúfenos, Cefaléia,


Câimbra, Delírio, Dismenorréia, Distocia, Dorsalgia, Endometriose, Histeria, Lombal-
gia, Menopausa, Preparação para o parto, Espasmofilia.

~CULUS HIPPOCASTANUM (Castanheiro)

Medicamento da estase portal, donde varicosidades da garganta,


hemorróidas e lombalgias. Grandes hemorróidas externas, de cor púrpura, .
sangrando raramente, com sensação de reto cheio de agulhas e edema do
ânus. Constipação. Agravamento das dores pela postura de pé e pela marcha.
Dores na região lombossacral, sobretudo na articulação sacroilíaca, associada a
hemorróidas ou · após uma intervenção nas hemorróidas. Prolapso retal com
dores surdas na região lombossacral agravadas durante a marcha e quando o
paciente se inclina para frente. Sensação de prolapso retal devido às he-
morróidas. Mucosas secas (garganta, reto).

r_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Constipação, Hemorróidas, Intervenções


cirúrgicas, Lombalgia, Prolapso retal, Varizes.

~THUSA CYNAPIUM (Cicuta pequena)

Medicamento da intolerância ao leite no recém-nascido, com


desidratação, emaciação rápida, atrepsia, prostração, olhos virados para
baixo, pregas nasogenianas marcantes. Ele vomita seu leite assim que o
ingeriu .ou um pouco depois sob forma de grumos, depois adormece. Diarréia
aquosa e esverdeada. fEthusa cynapium também é útil em caso de crise
epiléptica generalizada com face vermelha, olhos virados para baixo, midríase.
polegar dobrado para dentro da mão, e no pequeno mal.

_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Diarréia, Epilepsia, Vômitos.


456 - AGARICUS MUSCARIUS

AGARICUS MliSCARIUS (Falsa oronga)

Medicamento de espasmos musculares, especialmente das pálpebras


e da face, mas também da cabeça e das extremidades. Dificuldades de
coordenar os movimentos. O paciente deixa cair os objetos. Os tegumentos das
extremidades (orelhas, nariz, dedos, artelhos) estão vermelhos e são a sede de
wna sensação como se houvesse agulhas de gelo, ou como se a parte atingida
não pertencesse mais ao paciente. Melhora à noite.
Psiquismo. Embriaguez alegre, -loquaz, ativa com delírio durante o qual
o paciente faz versos, canta ou profetiza, mas recusa responder às perguntas.
Força muscular extraordinária. Ilusão de ser um grande personagem. Agaricus
é útil na criança hiperativa. •
Cabeça. Cefaléia agravada pelo álcool.
Membros. Dores do cotovelo acompanhadas de sensação de inchaço;
melhora. pelo movimento.
Sintomas gerais. Crise comicial com força muscular extraordinária,
cianose, sensação de embriaguez. Conseqüências de medo ou após retrocesso
de uma erupção.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acrocianose, Alcoolodependência, Delírio,


Epicondilite, Epilepsia, Geladuras, Tiques.

AGNUS CASTUS (Agnocasto)

Medicamento da senilidade prematura, com baixa das faculdades


mentais, após uma vida de excessos sexuais. Perda da memória, tendência à
distração, ·falta de perspicácia. Depressão nervosa com pressentimento de mor-
te. O paciente acredita que vai morr~r logo e ·que ninguém pode ajudá-la. Au-
sência de desejo sexual, de ereção. Em caso de emoção, o pênis relaxa e se tor-
na frio. O paciente tem também uma sensação de frio no pênis e nos testículos.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: DisfunÇão erétil, Frigidez.

AGRAPHIS NUTANS (Endimion)

Medicamento de inflamação das vegetaç?es adenóides e das


amígdalas que estão hipertrofiadas. Rinofaringite com secreções faríngeas e
surdez por catarro do ouvido médio.
AILANTHUS GLANDULOSA - 457

e~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Rinofaringite.

AILANTHUS GLANDULOSA (Ailanto glanduloso)

Medicamento de angina grave com prostração. Enantema de cor


púrpura que pode evoluir para a gangrena. Língua fissurada. Hálito fétido.
Adenopatias cervicais. Exantema de cor púrpura ou vermelha escura que custa
a aparecer, com edema e ulceração.

e~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angina, Escarlatina, Mononucleose infec-


ciosa.

t .

ALETRIS FARINOSA (Aletria farinhosa)

Medicamento da grande fadiga e da anorexia em uma mulher que


apresenta um prolapso genital. Ela tem metrorragias ou regras adiantadas e
abundantes, leucorréias,. e uma sensação de peso do útero ou a impressão de
que fosse parir. Tendência ao aborto.

e~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Prolapso uterino.

ALLIUM CEPA (Cebola)

Medicamento da inflamação do nariz, com corrimento aquoso


abundante, corrosivo e queimante, escoriando o lábio superior, enquanto o
lacrimejamento não é irritant~. Espirros ao entrar em um cômodo aquecido.
Dores na cartilagem nasal. Pólipos nasais. Laringite aguda no curso de um
resfriado. Tosse dolorosa com sensação de laceração da Laringe que obriga o
paciente a segurar a garganta, voz touca, dispnéia, lacrimejamento não esco-
riante. Agravamento ao inspirar o ar frio e pela tosse. Melhora ao ar livre.
Allium cepa também pode ser prescrito em caso de dores em um coto após
amputação.

e~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Conjuntivite, Coriza, Intervenção cirúrgica,


Laringite, Pólipos, Rinite alérgica, Tosse.
458 - ALLIUM SATIVUM

ALLIUM SATIVUM (Alho cultivado)

Medicamento de dores nos músculos da coxa e mais particular-


mente do psoas-ilíaco. Agravamento pelo movimento ativo, mas o movimento
· passivo é possível.
Estômago. Grande desejo de carne. Dispepsia crônica com flatulência e
constipação.

<
_. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Coxartrose.

ALOE SOCOTRINA (Aloe)

Medicamento da estase portal com catarro do reto, síndrome


disenteriforme e incontinência esfincteriana. Sensação de plenitude abdomi-
nal devida à congestão portal, com abdômen quente ao toque e abaulado.
Sensação de calor no reto. Fezes involuntárias após a refeição ou ao andar,
com sensação de insegurança do esfíncter como se as fezes fossem escapar,
ou de peso do reto. Abundância de gases, que estão quentes. Necessidade
urgente de defecar ao sair um gás. Fezes em lama. Fezes ácidas. Fezes que
contêm muco gelatinoso. Emissão de muco após as fezes. Ânus aberto.
Prolapso retal. Agravamento logo após ter comido ou bebido. Diarréia após ter
ingerido alimento ácido. As dores são agravadas pela cerveja, melhoradas
pelas aplicações frias. Hemorróidas em cacho no curso de um catarro do reto
com emissão de muito muco gelatinoso e sensação de insegurança do esfíncter
anal.

(.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Colite, Diarréia, Hemorróidas, Prolapso retal.

ALUMINA (Alumina)

Medicamento da paresia e de mucosas secas. Paresia dos músculos


voluntários, sob forma de incoordenação locomotora com sensação de
queimação do raque como por um ferro quente ou inchação das nádegas
quando o paciente está sentado. Paresia dos músculos involuntários,
particularmente dos esfíncteres. Perda do poder expulsivo do .reto, donde as
dificuldades para defecar. Constipação por ressecamento e paresia do reto .. O
paciente tem que fazer grandes esforços para expulsar fezes moles. Fezes de
AMBRA GRISEA - 459

aspecto argiloso, aderentes. Constipação das crianças alimentadas com leite


artificial. O paciente só pode urinar forçando, como para defecar, ou então
urina involuntariamente durante os esforços de defecação.
Psiquismo. Lentificação intelectual. O paciente está em estado de
confusão mental quanto à sua própria identidade, do que se dá conta. Ele
se engana com as palavras ao falar, se aborrece. Tem medo de objetos pon-
tudos.
Olhos. Conjuntivite muito seca, sem corrimento, eventualmente
ulcerada. Blefarite.
Estômago. Indigestão após ter comido batatas.
Abdômen e reto. Prurido anal com secura das mucosas: agravamento
pela coçagem.
Órgãos genitais femininos. Leucorréias muito abundantes, que podem
descer até os calcanhares, escoando unicamente durante o dia, esgotantes,
lembrando muco, transparentes ou amarelas.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alzheimer, Blefarite, Conjuntivite, Cons-


tipação, Fobias, Esclerose em placas, Leucorréias, Prurido anal.

AMBRA GRISEA (Âmbar-gris)

Medicamento da senescência prematura. O espírito está confuso, sem


memória. Quando o paciente está acamado ou quando tem que manter uma
conversação, ele perde sua capacidade de concentração, o que o deixa ansioso.
Faz uma pergunta e passa à seguinte sem esperar a resposta, chora ao ouvir
música, relê várias vezes a mesma frase porque tem dificuldade para
compreender. Deseja estar sozinho porqúe não suporta a presença de pessoas
estranhas (ele tosse quando elas estão perto, e não consegue defecar na
presença da enfermeira). Ansiedade provocada pela necessidade ineficaz de
defecar.
Boca. Rânula com mau hálito.
Órgãos genitais femininos. Metrorragia pela menor causa, pelo
exercício, após a defecação (sobretudo de fezes duras). Prurido uretra! e vulvar
intolerável, agravado durante a micção .

. - PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alzheimer, Constipação, Memória (distúrbios


da) , Metrorragias, Prurido vulvar, Rânula.
460 • AMMONIUM CARBONICUM

AMMONIUM CARBONICUM (Carbonato de amônia)

Medicamento da anoxia, de uma sonolência, esgotamento e


hemorragias de sangue negro. O nariz está entupido à noite (o paciente tem
que respirar pela boca). Dispnéia com rosto pálido e lábios cianóticos.
Palpitações. Agravamento à noite, pelo esforço e em um cômodo muito
aquecido. Melhora ao ar livre. ·
Nariz. Epistaxe de sangue negro.
Garganta. Exantema de cor vermelha escura, com evolução possível
para a ulceração das amígdalas. Adenopatias.
Peito. Enfisema pulmonar.
Pele. Exantema, sob forma de rash escarlatiniforme.

t~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angina, Bronquite crônica, Enfisema pulmo-


nar, Escarlatina.

.
AMMONIUM MURIATICUM (Cloreto de amônia)

Medicamento do catarro das mucosas com hipersecreção.


Olhos. Catarata capsular no início, com astenopia. Visão de manchas
amarelas.
Nariz. Coriza com secreção abundante e escoriante, espirros que
acordam o paciente. Perda do olfato.
Garganta. Sensação de pulsação nas amígdalas. Muco espesso na
garganta.
Peito. Tosse com sensação de frio entre as espáduas.
Membros. SensaÇão de tendões muito curtos~ agravamento em posição
sentada, melhora em posição estirada. ·

t~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cataratá, Coriza, Ciática, Tendinite.

AMYLIUM NITROSUM (Nitrito de amilo)

Medicamento de dilatação das artérias com orgasmo sangüíneo.


BatimentÓs súbitos e violentos na cabeça e nas carótidas, com rosto vermelho
e quente, ondas de calor à menor emoção, transpiração repentina, ne-
cessidade de ar fresco. Afluxo de sangue no peito com ação tumultuosa do
ANACARDIUM ORIENTALE - 461

coração, ansiedade precordial, dores precordiais irradiadas ao membro superior


direito e agravadas ao menor movimento, palpitações, desejo de ar fresco. O
medicamento mais próximo é o Glonoinum, mas o Amylium nitrosum não tem
a desorientação nem o caráter doloroso da congestão cefálica.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES.CLÍNICAS: Angor, Insolação, Menopausa.

ANAC·ARDIUM ORIENTALE (Fava de Malaca)

Medicamento de desdobramento da personalidade com conflito


psíquico interno, ou seja, as duas instâncias que coabitam no psiquismo do
paciente lutam uma contra a outra. O paciente tem a impressão de estar acuado
entre duas vontades contraditórias. Ele perdeu o senso moral, busca discussão,
mostra crueldade e falta de memória. Come para se acalmar. Irritabilidade
com linguagem grosseira, necessidade de ameaçar. Meticulosidade. Impressão
de estar separado do mundo, de estar cercado por inimigos. Delírio de
perseguição. Conseqüências de sobrecarga intelectual. Demência senil.
Estômago. Dispepsia de origem· nervosa que melhora ao comer.
Pele. Pápulas com um . centro umbilicado, pruriginosas. Prurido ·
agravado pelo calor e pela coçagem. Líquen plano.

<~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente vascular cerebral, Alzheimer,


Anorexia mental, Demência senil, Dispepsia, Esquizofrenia, Líquen plano, Memória
(distúrbios da), Paranóia.

ANAGALLIS ARVENSIS (Morrião do campo)

Medicamento de erupção das regiões palmoplantares, sob forma de


vesículas agrupadas, com prurido e sensação de picada.

(~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Eczema.

ANTHRACINUM (Lisado de culturas puras do Saci/Jus anthracis)

Medicamento do antrax grave, do furúnculo ou de panarício de


aspecto azul escuro com dores queimantes intoleráveis, pus fétido,
hemorragia escura, linfangite, equimoses, tendência à gangrena e à septicemia,
462 - ANTIMONIUM ARSENICOSUM

inflamação e induração do tecido celular intersticial. Pode tratar-se das


conseqüências de uma picada séptica. Úlcera com gangrena e sensação de
queimação.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Antrax, Equimoses, Fleimão da


garganta, Furúnculo, Linfangite, Panarício, Picadas de insetos, Septicemia, Úlcera
cutânea.

ANTIMONIUM ARSENICOSUM (Arsenito de Antimônio)

Medicamento do enfisema com dispnéia muito importante, agravado


na posição deitada, e tosse.

t... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Enfisema.

ANTIMONIUM CRUDUM (Sulfeto negro de antimônio)

Medicamento da indigestão com a língua branca como se estiYesse


recoberta pela película do leite. Conseqüências de excessos alimentares,
principalmente de frutas ácidas, de vinho ácido ou de gorduras. Cefaléia por
indigestão ou após um banho frio, com fraqueza das pernas e aversão aos
alimentos. Eructações que tenham o gosto dos alimentos. Náuseas ou vômitos
por excessos alimentares. Agravamento após ter comido pão. DiaiTéia após um
excesso alimentar ou após ter bebido vinho de má qualidade, ácido, ou depois
de um banho frio. Fezes ácidas, meio moles meio líquidas. Melhora da
dispepsia pelos ácidos.
Psiquismo. Paciente irascível e sentimental.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia após banho frio.
Membros. Gota associada a distúrbios gástricos. Crise após ter bebido
mau vinho. Agravamento por banho frio .
Pele. Hiperqueratose da pele e dos fâneros. Eczema hiperqueratósico.
Líquen plano. Verrugas córneas da palma das mãos ou da planta dos pés.
Calosidades da planta dos pés, sensíveis ao toque. Unhas espessas,
quebradiças, .fendidas e que rião crescem bem. ·
Sintomas gerais. Conseqüências de ter sentido muito frio.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Amenorréia, Cefaléia, Diarréia, Dispepsia,


Eczema, Gota, Líquen plano, Náuseas, Verrugas, Vômitos.
ANTIMONIUM TARTARICUM - 463

ANTIMONIUM TARTARICUM (Emético)

Medicamento da anoxia devida à obstrução brônquica, com


estertores úmidos que podem ser ouvidos à distância, antes mesmo de
auscultar o paciente. A anoxia é igualmente responsável por cianose,
so11olê11cia, e um batimento das asas do nariz. O paciente sufoca. Ele tem uma
tosse cheia, improdutiva. Ele não consegue soltar o muco que obstrui seus
brônquios. Ao inverso, sua tosse melhora quando ele chega a expectorar.
Abalos dos músculos faciais durante a tosse. Atelectasia.
Boca. Língua sabun-osa.
Estômago. Náuseas que melhoram pelos vômitos.
Pele. Pústulas que deixam marcas azuladas.
Sintomas gerais. Coma por anoxia.

l_,..
(t;

PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS : Acne, Asma, Bronquiectasia, Bronquiolite,


Bronquite aguda, Bronquite asmatiforme, Náuseas, Pneumonia virai, Tosse,
Varicela.

APIS MELLIFICA (Abelha)

Medicamento de inflamação da pele, das mucosas e das serosas,


com edema ou efusão. Trata-se mais freqüentemente de um fenômeno
alérgico, mas o quadro pode cmTesponder também a uma doença infecciosa.
Dores picantes e queimantes que melhoram pelas aplicações frias. Sensibi-
lidade ao toque. Prurido importallte. Sensação como se cada respiração fosse a
última.
Psiquismo. Delírio de ciúme. Sensação de morte iminente.
Cabeça. Edema cerebral com estrabismo e convulsões no curso de uma
encefalite. O paciente afunda a cabeça no travesseiro. Apresellta gritos
encefá/icos. Deixa cair os objetos. Também pode se tratar de uma menin-
gite.
Olhos. Prurido dos olhos e das pálpebras. Edema rosado das pálpebras,
especialmente da pálpebra superior. Início de terçol. Início de calázio.
Ectrópio. Olhos vermelhos. Conjuntivite com ou sem quemose e lacrimeja-
mento quente. Descolamento e edema da retina. Edema da papila.
'
Nariz. Obstrução do nariz por edema nasal interno. Pólipos nasais.
Face. Edema de Quincke.
464 - APIS MELLIFICA

Boca. Gengivas inchadas e rosadas. Língua vermelha e edemaciada.


Ausência de sede apesar da febre.
Garganta. Edema da faringe com prurido. Angina com edema ro-:-
sado das amígdalas e da úvula. Dores picantes que melhoram ·pelos líquidos
frios.
Reto e ânus. Edema do ânus. Prurido intolerável que melhota pelas
aplicações frias. ·
Aparelho urinário. Oligúria. Anúria. Albuminúria. Cilindrúria.
Órgãos genitais masculinos. Hidrocele com ~isto.
Órgãos genitais femininos. Dores picantes dos ovários, principalmente
do direito. AmenotTéia. Cisto endurecido no ovário com dores picantes
iITadiadas às coxas, agravadas após o coito e durante a marcha. Sensação de
·tensão ou de peso na região ovariana.
Laringe e Traquéia. Laringite aguda com edema da laringe de origem
alérgica. Edema da úvula que fa z com que se assemelhe a um· pêndulo 'de
relógio.
Peito. Edema brônquico com sensação como se cada respiraÇão fosse a
última. Asma alérgica em conseqüência de .uma picada de inseto ou por
pólens, ou após retrocesso de uma urticária. Dispnéia após retrocesso de uma
erupção. Efusão pleural.
Membros. Dores reumáticas com rigidez e inchaço articular. Efusão
sinovial , especialmente do joelho. Articulação rosada. Dores fugazes.
Pele. A pele tem um aspecto rosado, com fenômeno "casca de Laran-
ja ". Erupção rosada, elevada, pruriginosa. Urticária, principalmente an-
tes de uma crise de asma, ao sol, por mudança de tempo, ou pela transpi-
ração. Eczema. Alergia ao sol. Picadas de insetos. Abcesso cutâneo. Erisi-
pela.
Sintomas gerais. Febre sem sede, com pele alternativamente seca e
transpiração.

(. .. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Aborto espontâneo, Acidente


vascular cerebral, Alergia, Alergia ao sol, Amenorréia ,. Angina, Asma, Blefarite,
Queimaduras cutâneas, Calázio, Cisto do ovário, Conjuntivite, Convulsões febris,
Queimadura de sol, Descolamento da retina, Dermite das cercas vivas, Eczema,
Encefalite virai, Erisipela, Eritema nodoso, Febre, Furúnculo, Gengivite, Glaucoma,
Gonartrose, Hidrocele, Intervenção cirúrgica, Laringite, Lucite estival benigna,
Linfangite, Megaleritema epidêmico, Méningite virai, Nefrite aguda, Edema de
Quincke, Terçol , Panarício, Pericardite, Flebite, Fleimão da garganta, Picadas de
insetos, Pleurisia serofibrinosa, Poliartrite reumatóide. Pólipos, Prurido anal, Rinite
alérgica, Escarlatina, Síndrome nefrótica, Traumatismos e ferimentos, Urticária,
Zona.
APOCYNUM CANNABINUM - 465

APOCYNUM CANNABINUM (Cânhamo do Canadá)

Medicamento da ascite, com edema que mantém a marca em godet,


anasarca, oligúria ou an~1"ia, grande sede.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cirrose, Nefrite crônica .

ARALIA RACEMOSA (Ará/ia em cachos)

Medicamentos de dispnéia que se produz no curso do primeiro


sono, classicamente em torno das 23 horas, despertando o paciente, agra\'<!do
quando ele permanece deitado. As sibilâncias produzem-se à inspiração e à
expiração, porém são mais sonoras à inspiração. Concomitantes: coriza
espasmódica com corrimento de gosto salgado, expectoração salgada, espirros
a menor co1Tcnte de ar, sensação de corpo estranho na garganta, tosse seca
asmatiforme.

\~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Asma, Rinite alérgica.

ARGENTUM METALLICUM (Prata)

Medicamento do comprometimento das cartilagens em todos os


níveis, porém mais particularmente na laringe e nos ossos.
Laringe e Traquéia. Laringite crônica dos prqfissionais da voz
(cantores, conferencistas, etc.), com muco abundante, saindo facilmen-
te (quando o paciente ri ou se inclina para frente), espesso, gelatinoso, trans-
parente. Sensação de ferida aberta na laringe, agravada ao falar ou ao tossir.
Voz rouca ou afonia. Tosse com sensação de ferida aberta na laringe e na tra-
quéia.
Membros. Dores articulares, do tipo estiramentos especialmente
dos cotovelos e dos joelhos, por lesões cartilaginosas. Edema dos torno-
zelos.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Artrose, Coxartrose, · Diabetes, Laringite,


Tosse.
466 - ARGENTUM NITRICUM

ARGENTUM NITRICUM (Nitrato de prata)

Medicamento de fundo do paciente ansioso por antecipação,


precipitado, impaciente, sofrendo de impulsos irracionais com medo de
passar ao ato. Ele tem medo do seu próprio inconsciente. Apresenta
numerosos sintomas corporais de acompanhamento, que são de origem
p•_cossomática: êructações, irritação da garganta, tremores, diarréia de
antecipação, necessidade de urinar, sensação de membros inferiores fracos,
etc.
Psiquismo. A ansiedade o faz agir cada vez mais rápido. Ele quer faiar
tão rápido, dizer muitas palavras ao mesmo tempo, que dá a impressão de
gaguejar ou se acredita gago. À noite, tem insônia por antecipação (na
véspera da volta à escola, por exemplo). De manhã ele permanece na cama por
medo do dia que se inicia. A um exame oral ele deseja ser interrogado em
primeiro lugar. Quando empreende qualquer coisa, queria ter acabado antes
de começar. Chega adiantado para a hora marcada, se põe a descrever seus
sintomas antes de ter verdadeiramente conhecido o médico. Tem necessidade
da presença de alguém para se tranqüilizar. Essa perpétua inquietude faz com
que ele pareça prematuramente velho. Fobias diversas, particularmente fobias
de situação. Vertigem das alturas com impulso de se lançar no vazio e medo
da passagem ao ato. Agorafobia (medo dos espaços vazios), com necessidade
de contornar uma praça ao invés de atravessá-la na diagonal. Medo de que as
casas possam se aproximar e esmagá-lo. Medo de que os muros altos possam
cair sobre ele. Medo de atravessar pontes, com impulso de se lançar na água.
Medo da loucura. Claustrofobia: o paciente não vai a banheiros públicos por
não poder se trancar. Medo nas grandes lojas. Medo de elevadores. Medo de
sair de casa, pressa de retornar. Fica ansioso quando anda na rua, o que o faz
caminhar cada vez mais rápido. Alargamento do polígono de sustentação com
marcha ébria e precipitada (a fim de sair mais rápido da situação fobogênica),
que ele descreve como uma vertigem. Fobia do mal-estar, da síncope,
especialmente nos lugares estreitos. Medo do avanço da situação fobogênica.
Ele toma precauções para o caso em que se encontraria nessa situação: está
perpetuamente no "e se ... , e se .... " e não empreende nada. Ele leva consigo um
objeto contrafóbico: este pode ser fácil de transportar, mas também pode se
tratar de uma maleta, de uma bicicleta ou de um carrinho de supermercado, e
esses exemplos são reais.
Cabeça. Cefaléia de antecipação antes de um evento que o contrarie.
Cefaléia com sensação de cabeça grande, de cabeça em um tomo ou de
expansão do cérebro, que melhora por colocar uma .faixa apertada na cabeça.
Cefaléia provocada pela dança.
ARGENTUM NITRICUM - 467

Olhos. Oftalmia purulenta. Pálpebras coladas de manhã. Blefarite


crônica com ectrópio, corrimento purulento e abundante. Conjuntivite granular
com inchação e vermelhidão das carúnculas, muco-pus abundante. Irite. Úlcera
da córnea. Fotofobia. Agravamento perto de uma fonte de calor, melhora pelas
aplicações frias.
Garganta. Sensação de espinho na garganta. O paciente raspa sua
garganta constantemente, sem que se saiba se tem um incômodo real ou se
está nervoso. Por tanto limpar a garganta, ele acaba ficando com a garganta
vermelha.
Estômago. Ansiedade sentida no estômago. Eructações abundan-
tes e sonoras, especialmente pelas contrariedades. Dores no vazio epigás-
trico, irradiadas sob. as costelas flutuantes esquerdas. · Dores pós-pran-
diais agravadas pela inspiração. Desejo de doces (confeitos, mel) que
agravam as dores. Hematêmese. Hérnia de hiato. Gastrite. Úlcera de es-
tômago.
Abdômen. Diarréia de antecipação provocada ou agravada pelos doces,
agravada após ter bebido, com fezes verdes.
Aparelho urinário. Vontade de urinar devida ao medo do público.
Uretrite com uretra insensível (o paciente não tem a sensação de ter uma
micção), ou sensação de inchação da uretra.
Órgãos genitais masculinos. Ejaculação precoce devida à ansiedade de
antecipação. O pênis relaxa durante o coito.
Laringe e Traquéia. Rouquidão crônica em um paciente que raspa
constantemente a garganta por causa de sua ansiedade de antecipação.
Laringite crônica pelo uso prolongado da voz.
Peito. Palpitações agravadas pelas emoções, esforço físico incomum e
quando o paciente está deitado sobre o lado direito, que melhoram pela
pressão das mãos sobre o coração. Tosse ao elevar a voz, ao falar alto, ao
cantar uma nota elevada.
Membros. Incoordenação motora com alargamento do polígono de
sustentação.
Sintomas gerais. Vertigens na obscuridade. Crise convulsiva. Epilepsia
(especialmente após um medo ou durante as regras), com ansiedade de
antecipação antes da crise. O paciente faz uma crise se tem um compromisso
importante. Aura sob forma de sensação de expansão de todo o corpo.
Midríase várias horas ou vários dias antes da crise. Agravamento durante as
regras. Conseqüências do medo. O estado Argentum nitricum é, de certo
modo, a descompensação daquele do Natrum muriaticum '(encontram-se
freqüentemente pessoas que têm sucessivamente necessidade de dois medica-
mentos) .
468 - ARISTOLOCHIA CLEMATITIS

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Agorafobia, Angor, Ansiedade, Blefarite,


Cefaléia, Colite, Conjuntivite, Diarréia, Disfunção erétil, Dispepsia, Ejaculação
precoce, Epilepsia, Extra-sístoles , Gagueira, Gastrite, Hematêmese, Hérnia de hiato,
Hipocondria, Insônia, lrite, Laringite, Lipotimia, Pancreatite, Pânico, Fobias, Escle-
rose em placas, Espasmofilia, Medo do público, Transtornos obsessivo-compulsivos,
Úlcera da córnea, Úlcera de estômago, Uretrite, Vertigens.

ARISTOLOCHIA CLEMATITIS (Aristo/óquia)

Medicamento de distúrbios ginecológicos na menina pequena.


Síndrome pré-menstrual com edema dos pés. Regras ausentes ou atrasadas,
pouco abundantes . Necessidade imperiosa e freqüente de urinar.

r. - PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Síndrome pré-menstrual.

ARNIGA MONTANA (Arnica das montanhas)

Medicamento de traumatismos, especialmente dos músculos e dos


capilares com fadiga, prostração, e mais precisamente sensação de ter
levado uma surra. O paciente tem medo de ser tocado. Ele não gosta do
contato com a cama. Equimoses ao menor contato, ou hematomas.
Traumatismo dos olhos (hemorragia subconjuntival), dos dentes (após um
choque ou extração), dos seios, dos testículos (hidrocele pós-traumática).
Psiquismo. Conseqüências de choque mental, de emoção, de trauma
psíquico no curso do qual o paciente tem a sensação de ter sido espancado . Ele
diz que está bem, embora esteja muito doente.
Cabeça. Durante a febre, a cabeça está quente enquanto o resto do
corpo está frio .
Olhos. Hemorragia subconjuntival de origem traumática (após ter
tossido , por exemplo). Contusão da íris após operação de catarata.
Descolamento traumático da retina, com hemorragia retiniana.
Ouvidos. Diminuição da audição após um traumatismo craniano.
Nariz. Epistaxe traumática.
Boca. ·Ferimento da gengiva pela saída do dente do siso. Dores
dentárias após extração ou traumatismo.
Estômago. Hematêmese em conseqüência de um traumatismo no estô-
mago.
ARSENICUM ALBUM - 469

Abdômen e Reto. Dores abdominais durante a gravidez pelos


movimentos do feto . Sensação de que o feto está atravessado no abdômen.
Falsas dores do parto, com sensação em todo o corpo como se a paciente
tivesse sido espancada. Ameaça de aborto após uma queda ou um choque
nervoso. Arnica é igualmente um preventivo das cólicas. DiaITéia após um
traumatismo craniano. Prolapso anal que alterna com uma cefaléia.
Aparelho urinário. Emissão involuntária de urina após um traumatismo
craniano.
Órgãos genitais masculinos. Contusão dos testículos com hidrocele de
origem traumática. Parafimose devida a uma fricção, uma retração do
prepúcio, por exemplo, com edema importante.
Laringe e Traquéia. Rouquidão crônica em um paciente que força
constantemente a voz para falar. As dores persistem longo tempo após a
parada da conversação porque as cordas vocais estão fatigadas (equivalente da
prostração muscular geral da Arnica momana).
Peito. Traumatismo dos seios, equimoses. Crise de angina pectoris em
conseqüência de esforço com sensação de ter levado uma surra, opressão e
angústia.
Membros. Mialgia após uma sobrecarga física, como uma marcha
exagerada ou um esforço violento. Tendinite.
Pele. Tendência a pequenos furúnculos em aglomerados ou que
aparecem um· após o outro, extremamente dolorosos. Púrpura.
Sintomas gerais. Prevenção do choque operatório. Febre elevada com
sensação de ter levado uma surra. O pulso está cheio e duro. Vertigens
crônicas após um traumatismo craniano, que se agravam ao fechar .os olhos,
melhoram ao estar deitado. Infecção grave com prostração.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente isquêmico transitório , Acidente


vascular cerebral. Agorafobia, Angor, Anorexia mental, Aborto espontâneo, Cólica
abdominal, Conjuntivite, Descolamento da retina, Dente do siso, Depressão nervosa,
Diarréia, Distocia, Equimoses, Geladuras, Febre, Fratura, Furúnculo, Gota, Hematê-
mese, Hematoma, Hemoptise, Hemorragias, Hidrocele, Insônia, Intervenção cirúrgi-
ca, frite, Laringite, Odontalgias, Periflebite, Fimose, Preparação para o parto, Prolap-
so anal, Púrpura, Septicemia , Conseqüências de parto, Tendinite, Traumatismos e
ferimentos, Vertigens.

ARSENICUM ALBUM (Anidrido arsenioso)

Medicamento de fundo do paciente perfeccionista, pessimista,


negativo em tudo, que gosta da rotina. É igualmente um medicamento de
470 - ARSENICUM ALBUM

inflamação da pele e das mucosas, de alergia, e de doença infecciosa grave. As


secreções são escoriantes e de mau cheiro. As dores são queimantes e
melhoram pelo calor.
Psiquismo. O paciente ama a ordem, a rotina e a simetria, tanto com
ele, em sua casa, como na sociedade. Não se sente à vontade se não está bem
enquadrado, "nos trilhos". Veste-se com apuro. Com ele o interrogatório médi-
co é difícil, porque não quer sair do plano que traçou. Traz para a consulta seu
dossiê médico cuidadosamente organizado, atTuma o lençol da mesa de exame
se ele não estiver exatamente esticado. ltTita os seus com sua meticulosidade,
suas manias, sua pontualidade doentia, sua preocupação com detalhes, seu
perfeccionismo, sua avareza, seu temperamento obsessivo. Nada está tão bem
quanto ele queria, eis porque faz críticas facilmente. É triste e desespera-
do. Está convencido de que não vai se curar nunca. Pensa que vai morrer,
mas recusa cuidados médicos, se acredita incurável. É atraído pelo álcool,
especialmente nos períodos .de desespero e ao mesmo tempo fica deprimido
pela ingestão de álcool, tem o "vinho triste"; seu lado negativo sobressai sob
influência do álcool. Medo da morte com necessidade de companhia. Medo de
ladrões, da solidão, da sufocação, de matar. Ansiedade ao crepúsculo. Agitação
apesar da astenia; e~e muda de lugar sem parar durante as crises de ansiedade
ou no curso da febre. Esgotamento ansioso com olheiras.
Cabeça. Cefaléias que melhoram pelas aplicações frias, enquanto todos
os outros sintomas do Arsenicum album melhoram pelas aplicações quentes.
Alopecia em placas redondas, que acompanham uma erupção furfurácea.
Películas. Prurido do couro cabeludo.
Olhos. Conjuntivite crônica ou com recidivas, com lacrim~jamento
abundante e quente, escoriando a pálpebra inferior, dores queimantes. Edema
branco e frio das pálpebras.
Ouvidos. Otite aguda supurada, com otorréia escoriante, com mau
cheiro, dores queimantes.
Nariz. Coriza com corrimento nasal aquoso, abundante, queimante,
escoriante, alternando com obstrução nasal. Espirros que não aliviam. O
paciente não suporta a visão e o odor dos alimentos.
Face. Dores nos sinus.
Boca. Estomatite com .aftas azuladas ou de aspecto gangrenoso.
Gengivas gangrenadas com gengivorragias.
Garganta. Angina ulceronecrótica, com falsas membranas de aspecto
seco, encarquilhado, plissado e ulcerações que evoluem para a gangrena.
Estômago. Ansiedade sentida no estômago ou no abdômen. Gastrite
aguda devida a uma intoxicação alimentar ou após ter .bebido água não
pnt~vel. Dores epigástricas pós-prandiais, do tipo queimações que melhoram
ARSENICUM ALBUM - 471

pelas bebidas muito quentes (os seus não agüentam beber tão quente quanto
ele), agravadas pela pressão sobre o vazio epigástrico. Náuseas e vômitos à
visão ou ao odor dos alimentos. Vômitos ácidos e violentos. Vômitos
imediatamente após ter bebido. Soluços após ter comido frutas geladas. Em
uma doença aguda, soluços na hora em que a febre se manifesta
habitualmente. Sede intensa por pequenas quantidades de água fria. Hematê-
mese de sangue negro. Esofagite. Úlcera de estômago com risco de can-
cerização.
Abdômen. Ansiedade sentida no abdômen. Dores em queimação no
abdômen que melhoram pelo calor. Gastroenterite após ter comido alimentos
deteriorados (carne comum ou de caça, creme gelado, etc.). Diarréia com
f ezes queimantes, de odor fétido (este sintoma importa freqüentemente na
decisão). Diarréia após ter comido frutas . Retorragia. Fígado hipertrófico.
Icterícia com dores em queimação na região epigástrica e no hipocôndrio
direito. Cirrose alcoólica ou pós-hepatite. Pancreatite com fezes gordurosas,
queimantes e com muito mau cheiro.
Aparelho urinário. Urina quente e queimante, contendo elementos
figurados. Oligúria. Albuminúria. Uréia elevada.
Peito. Respiração asmática com sensação de queimação no peito,
dispnéia noturna e medo da sufocação. Sibilâncias. Asma grave: quando o
paciente tem crises subintrantes ou foi hospitalizado de urgência por causa de
asma, o primeiro medicamento em que é preciso pensar é o Arsenicum alburri.
Asma dos fenos. Enfisema pulmonar e asma associados, com suores frios e
grande ansiedade. Ansiedade na região precordial. Opressão repentina na
região do coração com dor atroz. Palpitações, especialmente durante a febre.
Membros. Dores queimantes das extremidades. Dores queimantes das
varizes, sobretudo à noite. Câimbras que acompanham as doenças graves, que
pioram à noite, melhoram pelo calor. Arterite, sob foIT11a de câimbras ou dores
queimantes nos membros inferiores, que melhoram pelo calor, podendo evoluir
para a gangrena. Paralisia dos extensores. Linfangite. Edema. Síndrome das
pernas inquietas associada a uma polineurite, com dores queimantes à noite,
impedindo de dormir.
Pele. Erupção com descamação do tipo furfuráceo. Prurido com
necessidade de coçar até sangrar, especialmente após o desaparecimento de
uma erupção, que melhora pelas aplicações quentes. Erupções com dores
queimantes que melhoram pelo calor. Eczema seco, crônico, com edema
branco da pele, que está espessa, pergaminhada, pálida, cerosa. Eczema
atópico antigo. Eczema que alterna com a asma. Líquen plano. Pitiríase
rosada: manchas róseas ovaladas, pruriginosas, com algumas escamas.
Urticária. Equimoses. Petéquias. Gangrena. Antraz com dores queimantes
472 - ARSENICUM IODATUM

como pelo fogo, que melhoram pelo calor, pus fétido, evolução possível para a
gangrena e a septicemia. A pele em -torno do antraz lembra o pêrgaminho.
Antraz em conseqüência de uma picada séptica. Úlcera cutânea com dores
queimantes que melhoram pelo calor. Tendência à gangrena.
Sintomas gerais. Febre com sede intensa por pequenas quantidades de
água fria freqüentemente repetidas, pele pálida e cerosa, edema branco e frio .
Prostração. Hipotermia. Sensação de fr~o. Frialdade. Astenia. Septicemia.
· Lipotimia ao menor movimento. Diátese hemon-ágica. Emagrecimento ou
mesmo caquexia. Anemia crônica grave de origem hematológica (como uma
leucemia ou uma septicemia), ou ligada a uma doença geral (um câncer, por
exemplo). Uréia elevada. Diabetes descompensado com boca seca ao ponto de
o paciente não conseguir umedecer seus alimentos. Conseqüências de golpe de
frio, de intoxicação alimentar, de retrocesso das erupções. Agravamento ao
crepúsculo, à beira-mar, à noite. Periodicidade dos sintomas.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Alergia, Alopecia ,


Anemia , Angina, Angor, Antraz, Ansiedade, Aftas, Arterite, Asma, Cefaléia, Cetose
periódica, Ciática, Cirrose, Colecistite, Cólica abdominal, Colite, Conjuntivite, Coriza,
Câimbras, Depressão nervosa, Diabetes, Diarréia, Dispepsia, Eczema, Equimoses,
Enfisema, Erisipela , Escarlatina, Esofagite, Febre, Fimose, Fobias, Gastrite ,
Gastroenterite , Geladuras, Gengivite, Gripe, Hematêmese, Hemorragias, Hepatite vi-
rai, Hipocondria, Hipotermia, Insônia, Intervenção cirúrgica, Líquen plano, Linfangi-
te, Lipotimia, Maníaco-depressão, Micose, Nefrite crônica, Nevralgia, Otite, Pancre-
atite, Pânico, Pericardite, Pitiríase rósea de Gibert, Pitiríase versicolor, Pernas
inquietas, Prurido sine materia, Psciríase, Púrpura, Queimaduras cutâneas, Retinite,
Rinite alérgica, Sarna, Septicemia, Sida, Síndrome nefrótica, Sinusite, Soluço,
Tiques, Toxiinfecção alimentar, Transtornos obsessivo-compulsivos, Traumatismos e
ferimentos, Úlcera cutânea, Úlcera de estômago, Urticária, Vacinações (Con-
seqüências de), Varizes, Vômitos, Zona.

ARSENICUM IODATUM (Triiodeto de arsênico)

Medicamento de irritação das mucosas (especialmente da mucosa


nasal), e da pele.
Nariz. Coriza com co1Timento aquoso, escoriante, mais con-osivo que o
do Arsenicum album, que lembra o mel, dores nos ossos malares, sinusite,
respiração asmática. Agravamento pelo vento sudeste.
Pele. Erupções sob forma de grandes escamas brancas, abundantes, que
contrastam com o fino pó do Arsenicum album. Pápulas secas, rugosas,
escamosas. Eczema liquenificado. Líquen plano.
ARTEMISIA VULGARIS • 473

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Coriza, Eczema, líquen plano, Micose,


Pitiríase rosada de Gibert, Pitiríase versicolor, Psoríase , Rinite alérgica.

ARTEMISIA VULGARIS (Artemísia comum)

Medicamento de crises convulsivas subintrantes, precedidas de


excitação nervosa. Epilepsia do tipo grande mal (sem aura) ou pequeno mal,
com transpiração de odor ali áceo, ou mais simplesmente com mau odor.
Conseqüências de medo ou de desgosto.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Epilepsia.

ARUM TRIPHVLLUM (Nabo indiano)

Medicamento de laringite crônica por uso prolongado da voz,


particularmente indicado nas pessoas que utilizam a voz pe1manentemente
(professores, conferencistas, oradores, comediantes, cantores) ou que a
colocam mal. O paciente perde facilmente o controle de suas cordas vocais.
No momento em que querem elevar a voz, eles enrouquecem ou apresentam
uma voz bitonal. Muco na laringe ou na traquéia, comó um "pigarro na
garganta", responsável pela tosse.
Boca. Formigamento intolerável nos lábios, que o paciente esfola até
sangrar.
Pele. Exantema.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Escarlatina, Laringite, Tosse .

ARUNDO MAURITANICA (Cana da Índia)

Medicamento da rinite alérgica com prurido no interior do nariz,


prurido no palato, prurido na trompa de Eustáquio, espirros, perda do olfato,
dores nos olhos ao olhar de modo contínuo, salivação abundante.
Boca. Língua fissurada .
Peito. Ansiedade por acúmulo de muco nos brônquios. que melhora ao
ar livre.
474 - ASA FCETIDA

1..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Rinite alérgica.

ASA FCETIDA (Asa fétida)

Medicamento do antiperistaltismo do tubo digestivo.


Psiquismo. Histeria em conseqüência da parada de um corrimento.
Cabeça. Cefaléia histérica.
Estômago. Antiperistaltismo esofagiano: sensação de bolo que sobe do
cárdia à garganta, obrigando o paciente a engolir. Eructações de . odor
aliáceo. Hérnia de hiato.
Abdômen. Abaulamento abdominal histérico.

1..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Esofagite, Hérnia de hiato, Histeria, lrite.

ASARUM EUROPAEUM (Ásaro da Europa)

Medicamento de hiperestesia auditiva com sensação de flutuar no ar


como um espírito.
Psiquismo. Histeria.
Estômago. Ansiedade ou sensação atroz sentida no estômago de ma-
nhã ao acordar em uma pessoa alcoolodependente. Náuseas de manhã ao
acordar.

1..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Histeria.

AST ACUS FLUVIATUS (Caranguejo de patas vermelhas)

Medicamento da urticária associada a distúrbios hepáticos, especial-


mente após ter comido caranguejos .
.Sintomas gerais. Febre intensa com face de um vermelho abrasado,
frialdade, cefaléia.

(_. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Urticária.


ASTERIAS RUBENS - 475

ASTERIAS RUBENS (Estrela do mar)

Medicamentos de mastose com reorganização esclerosa importante,


com sensação de que o seio está retraído e dores insistentes iffadiadas para os
membros superiores.
Psiquismo. Medo do acidente vascular cerebral.
Cabeça. Congestão cefálica com face vermelha. Sensação de queimação
da cabeça, como se ela estivesse circundada por ar quente.
Sintomas gerais. Pulso duro e freqüente . Agravamento à noite.

(..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente vascular cerebral, Mastose.

ATROPINUM SULFURICUM (Sulfato de atropina)

Medicamento de dores do tipo nevrálgico com localização preferen-


cial na região periorbital e impressão de ver passarem sombras sobre os
objetos que se olha. Elas também podem estar localizadas na cabeça em geral,
no pâncreas (com ansiedade, cefaléia e fadiga) e nos ovários.

(..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Glaucoma.

AURUM METALLICUM (Out'O)

Medicamento de síndrome melancólica descompensada em con-


seqüência de um choque afetivo, de uma decepção sentimental ou de uma
sobrecarga mental. Trata-se de um paciente de aspecto congestivo, vermelho,
triste, desesperado. Ele é também hipertenso e cardíaco, em todo caso
apresenta fatores de risco cardiovascular importante.
Psiquismo. Sentimento de abandono. Sentimento de ter perdido a
afeição dos próximos. Sentimento de indignidade. Sentimento de culpa, com
auto-acusação e necessidade de autocríticas. O paciente tem idéias de suicídio,
e se prepara com intenção de ser bem sucedido. O fato de pensar em suicídio
melhora passageiramente seu estado porque a morte lhe parece mais
voluptuosa que a vida. Ele se refugia em sua religião. Melhora pela música.
Psicose maníaco-depressiva, com desespero e tristeza periódicos. Existem os
Aurum "compensados", que não apresentam nenhum sinal evolutivo de
melancolia ou de psicose maníaco-depressiva. Eles são hiperativos, au-
476 • AURUM MURIATICUM

toritários, ansiosos, irritáveis, misântropos. Eles têm uma tendência à cólera (o


acesso de cólera os faz tremer) e não suportam a contradição. Gostam de
correr riscos. Em princípio, as altas dinamizações não provocam neles a
tentativa de suicídio.
Cabeça. Ondas co~gestivas. Cefaléia com desespero ou violência
durante a crise de dor.
Olhos. Hemiopia horizontal: só a metade inferior dos objetos é visível.
Glaucoma com desenvolvimento de vasos na córnea. Descolamento da retina.
Coriorretinite.
Ouvidos. Otite crônica com otorréia fétida, necrose do m ~ stóide,
comprometimento dos ossículos, zumbidos no ouvido, hiperacusia.
Nariz. Co1Timento nasal de odor fétido , especialmente ao assoar-se,
com participação óssea. Rinofima.
Estômago. Desejo de bebidas alcoólicas.
Órgãos genitais masculinos. Testículos não descidos, ou mesmo
atrofiados, em uma criança que se desenvolve mal. Aurum é indicado na
pseudo-ectopia (a glândula já atravessou o anel), nos outros casos a
intervenção é indispensável. Hidrocele na criança, com atrofia testicular.
Epididimite crônica (no passado de origem sifilítica).
Peito. Dores precordiais com sensação de peso sobre o esterno,
sensação de parada cardíaca, palpitações violentas. Hipertensão arterial
orgânica. Tendência à hipertrofia ventricular esquerda e à hepatomegalia de
origem cardíaca.
Sintomas gerais. Agravamento à noite. Aurum metalicum era utilizado
no passado pelos homeopatas na alopecia, irite e na necrose óssea de origem
sifilítica.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Alopecia , Angor, An-


siedade, Cefaléia, Cirrose, Criptorquidia, Descolamento da retina, Depressão
nervosa, Epididimite, Extra-sístoles, Glaucoma, Hidrocele, Hipertensão arterial,
Hipocondria, Intervenção cirúrgica, lrite, Maníaco-depressão, Mastoidite, Memória
(distúrbios da), Otite, Pelvispondilite reumática, Poliartrite reumatóide, Retinite,
Rosácea, Sinusite.

AURUM MURIATICUM (Cloreto de ouro marrom)

Medicamento de dores retroesternais e de palpitações ao caminhar.


Muito próximo do Aurum metallicum, deve ter preferência àquele quando o
paciente tem um perfil obsessivo (como o Natrum muriaticum) e só pensa em
sua doença, o que o torna irascível.
AURUM MURIATICUM NEONATORUM • 477

Reto e Ânus. Fístula anal acompanhada de condilomas no saco


escrotal.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Fístula anal.

AURUM MURIATICUM NEONATORUM


(Cloreto de ouro~ de sódio)

Medicamento de grande útero endurecido com metrorragias. Ele é


particularmente indicado em um paciente que apresenta por outro lado os
sintomas do Aurum metallicum.

(~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Fibroma.

AVIAIRE (Tuberculina obtida a partir


do Mycobacterium tuberculosis das aves)

Medicamento de bronquites de repetição, principalmente nas


crianças. Localização particular no ápice pulmonar. Tosse incessante.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Bronquite aguda, Tendência a sentir frio


facilmente.
BAPTISIA TINCTORIA (Variedade de índigo)

Medicamento da febre, do tipo tifóidico, com prostração, indiferen-


ça a tudo, aspecto embotado, face vermelha escura. A prostração é .tão forte
que o paciente comete eITos na percepção dos seus músculos. Ele tem a im-
pressão de que seu corpo está em pedaços e faz esforços para juntá-los. Ulce-
rações das mucosas (boca, faringe, intestinos). Odor fétido das evacuações.
Garganta. Angina não dolorosa com garganta vermelha escura.
Pele. Manchas lívidas na pele.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angina, Delírio, Diarréia, Febre, Septicemia.

BARYTA CARBONICA (Carbonato de bário)

Mçdicamento do comportamento pueril. Pode tratar-se de uma


criança em retardo físico e mental, de pequena altura, com grande cabeça.
Ele está atrasado quanto ao aprendizado para a sua idade: andar, falar,
aprender a ler. Mais tarde, seu atraso escolar é igualmente importante. Seu
comp01tamento é lento e corresponde a uma idade inferior à que tem na
realidade. Utiliz~ brinquedos feitos para crianças mais novas do que ele. Não
gosta de encontrar pessoas que não conhece (inclusive o médico); esconde-se
atrás de um móvel, ou coloca a mão no rosto durante a consulta e observa o
que se passa através dos dedos. Também pode se tratar de um idoso · ateros-
clerótico, com intelecto falhando e comportamento pueril e tímido. Ele se
esconde quando lhe visitam. Tem o espírito confuso. Não tem mais memória e
se perde, nas ruas do seu quarteirão, que tem certeza de conhecer bem.
Garganta. Hipertrofia das amígdalas com varicosidades. Bócio que
prejudica a respiração. Dificuldades para engolir, principalmente os sólidos.
480 - BARYTA MURIATICA

Órgãos genitais masculinos. Testículos não descidos. Hipertrofia da .


próstata.
Sintomas gerais. Tendência a sentir frio facilmente: anginas,
amigdalites, tleimões, laringites de repetição. Adenopatias. Hipertensão arterial
orgânica. Tendência a aneurismas.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente vascular cerebral, Alzheimer,


Angina, Crescimento, Criptorquidia, Hemiplegia, Hipertensão arterial, Hipertrofia
benigna da próstata, Hipotireoidismo, Laringite, Fleimão da garganta, Memória
(Distúrbios da), Tendência a sentir frio facilmente.

BARYTA MURIATICA (Cloreto de bário)

Medicamento da hipertensão arterial ligada à esclerose dos .vasos.


No paciente do tipo Natrum muriaticum no qual se descobre valores altos de
pressão arterial, é melhor prescrever Baryta muriatica. Poder-se-ia recear na
verdade, que o sal dinamizado, ao agir sobre o metabolismo do sal, agravasse
a hipertensão. Tendência a aneurismas.

r..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Hipertensão arterial.

BELLADONNA (Belladona)

Medicamento da inflamação súbita e violenta de qualquer tecido


com febre elevada e hiperemia. Vermelhidão, calor radiante percebido à
distância bastando aproximar a mão. Hiperestesia de todos os sentidos
(fotofobia, agravamento pelo ruído e pelo toque, sensibilidade aos odores).
Dores latejantes ou constrictivas. Ocorrência brutal de todos os sintomas.
Psiquismo. Abatimento 110 curso da febre, entrecortado de fases de
resmungas ou de delírio, com alucinações de animais (particularmente cães), e
de fantasmas, resmungas, ranger de dentes, insônia apesar de uma importante
necessidade de dormir. Mania com tendência a cometer atos de violência. O
paciente uiva, cospe no rosto daqueles que o circundam ou morde, vendo
animais imaginários. Ele morde a colher na qual lhe é dado de beber.
Cabeça. Hiperemia cerebral com cefaléia pulsante e batimentos
sincrônicos do pulso, dando a impressão de situar-se no cérebro ou nas
carótidas. Cefaléia que melhora na obscuridade, agravada pelos abalos.
BELLADONNA • 481

Cefaléia com rigidez cervical. Cefaléia agravada quando a cabeça está


inclinada para frente .
Olhos. Congestão ocular. Olhos injetados, brilhantes, secos, com
midríase, e olhar fixo por causa da febre. Dores nos globos oculares durante a
cefaléia. Dilatação dos vasos retinianos. Exoftalmia. Dores violentas do
glaucoma, do tipo batimentos. Calázio de surgimento brutal com inflamação
muito aguda.
Ouvidos. Otite aguda catarral de ocorrência brutal, com tímpano
vermelho, dores latejantes. Hipersensibilidade ao ruído.
Nariz. Coriza seca com febre intensa, espirros, epistaxe. Coriza após ter
cortado os cabelos.
Face. As bochechas estão vermelhas e quentes ao toque. Os lábios es-
tão vermelhos e inchados. Inchaço da região parotidiana. Nevralgia facial com
abalos musculares.
Boca. Sede viva. Língua vermelha, quente, inchada e dolorosa, de
aspecto framboesa por causa da inflamação das papilas. Calor e dores
latejantes nas gengivas. Abcesso dentário com fluxão. Dores pulsantes que
podem parecer dentárias e correspondem de fato a .uma nevralgia facial.
Garganta. Angina com garganta muito vermelha e seca. Edema das
amígdalas. Disfagia devida a um espasmo da garganta com sensação de
constricção agravada pela deglutição. Adenopatias cervicais.
Estômago. Dores violentas e repentinas no vazio epigástrico, agravadas
pelos abalos, melhoram quando o paciente está deitado sobre o ventre.
Abdômen. Dores abdominais violentas, de ocorrência e de desapareci-
mento repentinos, agravadas pela respiração, pelos abalos e quando o paciente
está deitado sobre o lado .direito. Dores no hipocôndrio direito. Sensação de
calor no abdômen. Abdômen quente ao toque. Diarréia com hipertermia, que
melhora quando o paciente está deitado sobre o ventre.
Aparelho urinário. Necessidade constante de urinar ou tenesmo de
ocorrência brusca. Urina rara. Cólica nefrética por espasmo ureteral. Enurese
com transpiração abundante, sono profundo e sonho de micção.
Órgãos genitais masculinos. Orquite aguda com testículo duro,
doloroso, retraído.
Órgãos genitais femininos. Regras quentes ou metrorragias de sangue
quente com sensação de peso para baixo, dos órgãos do baixo ventre.
Contrações espasmódicas do colo uterino. Colo rígido durante o parto,
quente e sensível ao toque. Tenesmo uterino. Amenorréia. Ameaça de
aborto.
Laringe e Traquéia. Sensação de laringe seca. Laringite estridulosa.
482 - BELLIS PERENNIS

Peito. Tosse seca e breve com espirros ao fim da quinta. Abcesso do


seio com pele vermelha e dores latejantes. Nevralgia intercostal.
Membros. Dores reumáticas com articulações ve1melhas. Extremidades
frias . Linfangite.
Pele. Pele vermelha, brilhante, tensa, ·quente, com calor radian-
te. Transpiração quente com necessidade de se descobrir durante a febre.
Exantema vermelho vivo, liso ao toque. Abcesso cutâneo com pele inchada,
vermelha e quente, dores latejantes. Erisipela. Icterícia.
Sintomas gerais. Sobressalto durante o sono. Convulsões febris
agravadas pelos abalos (por exemplo, quando se esbarra no leito do paciente).
Epilepsia. A aura é constituída por uma sensação de camundongo que c01Te ao
longo do corpo. Coma. Crise aguda de hipertensão arterial. Pulso cheio, rá-
pido, duro.

l... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Aborto espontâneo, Acidente


isquêmico transitório, Acidente vascular cerebral, Amenorréia, Angina, Bartholi-
nite, Bronquiolite, Bronquite aguda, Calázio, Caxumba, Cefaléia, -Ciática, Cole-
cistite, Cólica abdominal, Cólica hepática, Cólica nefrética, Conjuntivite, Conyulsões
febris, Coqueluche, Coriza, Delírio, Dengue, Dentição da criança, Diarréia, Dis-
menorréia, Distocia, Encefalite virai, Enurese, Epilepsia, Erisipela, Escarlatina, Fe-
bre, Fleimão da garganta, Furúnculo, Gagueira, Gengivas, Glaucoma, Glossite, He-
moptise, Hipertensão arterial, Hipertireoidismo, Insolação, Insônia, Laringite, Lin-
fangite, Mania, Meningite virai, Metrorragias, Nevralgia, Odontalgias, Orquite, Otite,
Pancreatite, Parotidite, Pneumonia virai, Queimaduras cutâneas, Queimadura de
sol, Retinite, Sarampo, Sinusite, Tosse.

BELLIS PERENNIS (Margarida)

Medicamento de transtornos venosos por causas mecânicas, princi-


palmente por uma intervenção cirúrgica na pelvis ou nas varizes. É igualmente
um medicamento de traumatismo dos seios, da induração de um seio após um
traumatismo.
Abdômen. Dores abdominais.
Órgãos genitais femininos . . Sensação de que o útero está compn-
mi do.
Membros. Varizes que tomam a marcha difícil. Varizes da gravidez.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Conseqüências de Parto, Hematoma,


Intervenção cirúrgica , Traumatismos e ferimentos, Varizes.
BENZOICUM ACIDUM - 483

BENZOICUM ACIDUM (Ácido benzóico)

Medicamento do gotoso que apresenta complicações urmanas


devidas a uma litíase úrica antiga. Infecção urinária com urinas de odor
muito forte, repulsivo, como as de um cavalo, desde que são emitidas. Elas
empestam o lugar onde permanecem. Elas são pouco abundantes, de cor
castanho escuro, e carregadas de uratos. Dores nos espaços renais quando o
paciente inspira profundamente. Tendência às cólicas nefréticas.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica nefrética. Gota, Infecção urinária.

BERBERIS AQUIFOLIUM (Maônia)

Medicamento da erupção descamativa localizada no rosto.

(_.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Psoríase.

BERBERIS VULGARIS (Uva-espim)

Medicamento da microlitíase com dores do tipo efervescência, com


localizações preferenciais no hipocôndrio direito e dos espaços renais, irra-
diando-se em todas as direções (e mais especialmente ao ombro esquerdo ou
ao estômago), agravadas pelo movimento e pela pressão. Erupção de aspecto
circinado.
Face. Cor terrosa, olheiras.
Abdômen e Reto. Microlitíase biliar com dores do tipo efervescência.
Icterícia por obstrução. Constipação por insuficiência da secreção biliar.
Erupções de aspecto circinado no ânus. Fístula anal com sensação de quei-
mação no ânus e prurido. Dores anais seqüelares após operação de uma fís-
tula.
Aparelho urinário. Litíase urinária, sobretudo sob forma de mi-
crolitíase. Dores do tipo efervescência ou de inchaço no espaço renal ou ao
longo dos ureteres irradiando-se em todas as direções (particularmente ao
abdômen, à bexiga, à uretra, às coxas). Necessidade constante de urinar ou
tenesmo. Sedimento vermelho tijolo na urina (uratos). Berberis facilita a
eliminação dos fragmentos residuais após litotripsia.
Órgãos genitais masculinos. Dores dos cordões espermáticos.
484 • BERVLLIUM METALLICUM

Peito. Distúrbios pulmonares. Opressão respiratória.


Raque. Dorsalgia ou lombalgia irradiando-se até o abdômen e as coxas.
Membros. Dores no ombro esquerdo.
Pele. Erupções de aspecto circinado, que se curam a partir do centro e
deixam uma pigmentação após sua passagem, com prurido agravado pela
coçagem. Localizações preferenciais nas mãos.

e~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica hepática, Cólica nefrética, Dorsalgia,


Eczema, Fístula anal, Herpes circinado, Lombalgia, Micose, Pitiríase versicolor,
Prurido anal.

BERYLLIUM METALLICUM (Berílio)

Medicamento de fibrose pulmonar com dores no peito, tórax pouco


móvel, com pouca ou nenhuma expectoração, dispnéia do esforço, palpitações,
cianose, fadiga ao menor exercício.

e~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Enfisema.

BISMUTO (Subnitrato de bismuto)

Medicamento da estase gástrica. Náuseas, vômitos ou esforços


penosos para vomitar. Vômitos devidos a uma estenose do estômago. A água é
vomitada assim que chega ao estômago, enquanto os alimentos o são alguns
dias mais tarde. Hematêmese.

_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Hematêmese, Intervenção cirúrgica, Vômi-


tos.

BLATTA ORIENTALIS (Barata do oriente)

Medicamento da asma que complica uma bronquite crônica e mais


freqüentemente devida à poeira doméstica. Sensação de calor irradiante
localizada nas orelhas, nariz, olhos, no alto da cabeça, palma das mãos e
planta dos pés.

e~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CL1NICA: Asma.


BORAX - 485

BORAX (Borato de sódio)

Medicamento da irritação das mucosas podendo chegar até a


ulceração e a estomatite aftosa. Inflamação das gengivas. Primoinfecção
herpética sob forma de gengivoestomatite . .Aftas que sangram facilmente ao
contato, com sensação de calor na boca e hipersialorréia especialmente nas
crianças. O lactente recusa o seio. Ele chora no momento da mamada. Alguns
consideram o Borax "o" medicamento das aftas, o que está longe de ser o
caso. Borax dá resultados quando é aplicado conforme a lei da similitude, ou
seja, em caso de aftas com boca quente, sangrando facilmente, especialmente
no curso de uma diarréia.
Psiquismo. Vertigens ao descer uma escada. Medo de cair. No bebê,
medo dos movimentos de descida para o berço. Terrores noturnos.
Boca. A saída de um dente é dolorosa. É acompanhada de aftas, de
salivação importante e de calor na boca. A criança chora no momento da
mamada.
Abdômen. Diarréia com mau cheiro, fezes pastosas contendo mu-
co transparente. Diarréia provocada por leves ruídos repentinos, ou ao
fumar.
Órgãos genitais femininos. Leucorréias espessas, semelhantes à
clara de ovo, com sensação de água quente escorrendo ao longo das
coxas.

<..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aftas, Candidíase, Dentição da crian-


ça, Gengivite, Herpes, Leucorréias, Mal dos transportes, Terrores noturnos,
Vertigens.

BOTHROPS LANCEOLATUS (Bothrops ponta de lança)

Medicamento da hemorragia de sangue vermelho escuro e que não


coagula, contínuas (e não em jato), particularmente na retina, nos ouvidos,
nariz, vias urinárias, mucosa· uterina. Expectoração de sangue negro e muito
fluido.
Olhos. Vista turva, com agravamento à luz do sol.
Membros. Hemiplegia com afasia, tendência a esquecer as palavras ou
a cometer erros de palavras ao falar.

t_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente vascular cerebral, Infarto pul-


monar.
486 - BOVISTA GIGANTEA

BOVISTA GIGANTEA (Bexiga-de-lobo gigante)

Medicamento do engurgitamento capilar responsável por edema.


Face. Acne devida aos cosméticos.
Órgãos genitais femininos. Cisto do ovário direito com regras
escoando somente à noite.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Cisto do ovário.

BROMUM (Bromo)

Medicamento da induração das glândulas e gânglios, sem dor.


Inflamação das mucosas.
Garganta. Induração da tireóide.
Órgãos genitais femininos. Cisto endurecido do ovário esquerdo.
Laringe e Traquéia. Inflamação periódica da laringe após ter sentido
muito calor. O ar inspirado parece frio. Respiração rouca com crepitações
devidas ao muco na laringe, agravada quando o paciente engole. Voz
indistinta.
Peito. Dispnéia inspiratória como se os brônquios estivessem cheios de
poeira ou de vapor de enxofre, com sensação de não conseguir fazer entrar
bastante ar. "Asma", ou antes, opressão dos marítimos quando eles voltam à
terra. Tosse crupal por espasmo da glote com sensação de mucosa em carne
viva.

r.-. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Asma, Cisto do ovário. Laringite.

BRYONIA ALBA (Briônia)

Medicamento da inflamação e ressecamento das mucosas e das


serosas, com dores picantes agravadas ao menor movimento, melhoradas
pela pressão forte e pelo repouso. Comprometimento dos ligamentos
articulares: O paciente está irritável, especialmente quando tem febre e/ou
dores.
Psiquismo. Irritabilidade. O paciente "insulta as dores". Medo da
pobreza. Desejo de ser deixado em paz. Delírio tranqüilo a propósito do seu
BRYONIA ALBA • 487

trabalho, com ruminação e resmungos. Ele se acredita no trabalho e quer


voltar para casa.
Cabeça. Cefaléia agravada ao menor movimento, o simples movimento
dos olhos basta. Cefaléia agravada pela tosse. Melhora pela pressão forte e
pelo repouso: o paciente é obrigado a segurar a cabeça ao tossir. Cefaléia
quando o nariz fica seco após ter escorrido. Cefaléia por causa da constipação,
começando de manhã logo que o paciente abre os olhos. Sensação como se a
cabeça girasse em um círculo.
Olhos. Sensação de tensão nos globos oculares, agravada à noite e pelo
menor movimento. Irite reumática após ter sentido frio. Retinite com bruma
azul diante dos olhos ou visão de um arco-íris quando o paciente fecha um
olho.
Nariz. Coriza com nariz seco. Epistaxe.
Face. Face vermelha, congestiva.
Boca. Lábios secos, rachados, e pergaminhados. Gosto amargo na
boca.
Garganta. Garganta seca.
Estômago. Dispepsia devida à ausência de secreção gástrica com sen-
sação de pedra no estômago, agravadas pela pressão sobre o vazio epigástrico.
Sede intensa por grandes quantidades de água. Sede de bebidas quentes que
melhoram as dores. Gastrite após ter bebido líquido frio no tempo quente.
Abdômen. Dores picantes no hipocôndrio direito, na fossa ilíaca direita
ou na região inguinal. Agrava-se pelo menor movimento, pela tosse e pela
respiração. Melhora quando o paciente está deitado sobre o lado direito ou
sobre o abdômen. Constipação sem vontade de defecar, por ressecamento da
mucosa retal. As fezes são grandes, secas, duras, escuras, como queimadas.
ltTitabilidade e cefaléia quando o paciente está constipado. Sensação de diar-
réia iminente. Diarréia após ter consumido repolho. Diarréia no tempo quente.
lAringe e Traquéia. Dores picantes na traquéia, que está seca.
Peito. Inflamação dos brônquios. Inflamação da pleura, com ou sem
efusão. Tosse seca e breve, agravada pelo movimento e pelo calor de um
cômodo muito aquecido. Tosse agravada ao comer, ao beber. Sensação de que
a tosse vem do estômago. O paciente segura a cabeça ou o tórax ao tossir, por
causa de dores picantes no peito. "Pontada". Ele deita sobre o lado doloroso
porque a pressão alivia suas dores. Expectoração cor de ferrugem. Dispnéia.
Nevralgia intercostal agravada pela respiração. Engurgitamento dos seios que
estão endurecidos, quentes, pesados e pálidos. Dores nos seios que melhoram
pelo uso de um sutiã bem apertado. Início de abcesso do seio. Linfangite do
seio.
Raque. Raquialgias do tipo dores picantes, agravadas ao menor
movimento. Dorsalgia. Lombalgia, Rigidez lombar. Rigidez da articulação
sacroilíaca. O paciente anda segurando a região lombar.
488 • BUFO RANA

Membros. Inflamação reumática com dores picantes agravadas pelo


menor movimento, que melhoram pelo repouso e pela pressão. O paciente
busca repousar totalmente imóvel. Articulações quentes e vermelhas com
inchaço e rigidez. Impotência por causa da dor. Efusão sinovial. Nevralgias.
Ciática reumática.
Pele. Icterícia com dores picantes no fígado ao menor movimento ou à
respiração. Retrocesso das erupções. Febre eruptiva que sai mal.
Sintomas gerais. Vertigens com tendência a cair para trás. O paciente
tem também uma sensação de afundar em sua cama, ou como se a cabeça
girasse em um círculo. Agravamento ao menor movimento, especialmente ao
se levantar de uma cadeira ou da posição deitada. Febre com sede viva.
Inflamação das meninges.

ctr PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso do seio. Aleitamento materno,


Bronquiolite, Bronquite aguda, Cefaléia, Ciática, Cólica hepática, Constipação,
Coriza, Delírio, Dengue, Dispepsia, Dorsalgia, Febre, Gastrite, Glaucoma, Gonar-
trose, Gota, Gripe, Hepatite virai, frite, Linfangite, Lombalgia, Mastose, Megaleritema
epidêmico, Meningite virai, Náuseas, Nevralgia, Pelvispondilite reumática, Periartrite,
Pericardite, Pleurisia serofibrinosa, Pneumonia virai, Retinite, Rubéola, Sarampo,
Síndrome pré-menstrual, Sinovite, Tosse, Traqueíte, Traumatismos e ferimentos,
Vertigens.

BUFO RANA (Secreção das glândulas cutâneas do sapo)

Medicamento da linfangite que sobem ao longo do membro su-


perior a partir de um panarício, com adenopatias. Indicado também para o
imbecil, no sentido clínico do termo, que tenha uma tendência convulsiva.
Psiquismo. Handicap mental. O paciente é um imbecil que balbucia,
gagueja, se zanga quando não compreendem suas falas incoerentes.
Órgãos genitais femininos. Cisto do ovário com dores que se in-adiam
até as axilas. Sensação de calor na região dos ovários.
Sintomas gerais. Convulsões. As crises produzem-se especialmente
durante o sono, o coito, a masturbação, ou logo antes das regras. Antes da
crise: boca muito aberta e midríase. Durante a crise: mordida da língua, ranger
de dentes, transpiração (especialmente no rosto). Estado pseudocomatoso após
a crise.

ctr PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso do seio, Cisto do ovário, Epilepsia,


Gagueira, Linfangite, Memória (distúrbios da), Meningite virai; Panarício.
e
CACTUS GRANDIFLORUS (Cactus de flores grandes)

Medicamento de espasmos das fibras musculares lisas (circulares)


com sensação de constricção como por um círculo de ferro. Dores
espasmódicas insuportáveis quase em toda parte, porém mais especialmente na
região do coração e dos membros inferiores.
Psiquismo. Ansiedade.
Estômago. Hematêmese.
Órgãos genitais femininos. Dismen01Téia com sensação de constricção
no coração. Vaginismo.
Peito. Sensação de constricção do coração como por uma mão de fer-
ro, um torno. Sensação como se o coração se revirasse. Sensação de peso so-
bre o peito que impede de falar. Dores precordiais irradiadas ao membro supe-
rior esquerdo. Palpitações violentas. Dispnéia, ou mesmo sufocação, durante a
qual o paciente só pode respirar com os ombros elevados . Angor. Agravamen-
to quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo e pelo movimento.
Membros. Dores ou sensação de inchação do membro superior es-
querdo. Câimbras.
Sintomas gerais. Hipotensão arterial. Pulso fraco, irregular, rápido.
Tendência às hemorragias de sangue negro h_ipercoagulável com sensação de
constricção no órgão que sangra. Aneurisma. Vertigens. Conseqüências do
excesso de fumo.

,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Arterite, Extra-sístoles, Hematêmese,


Hemorragias, Hipotensão arterial, Pericardite.

CADMIUM SULFURICUM (Sulfato de cádmio)

Medicamento de vômitos negros como borra, com suores frios e


prostração extrema. Náuseas violentas, vômitos alimentares e biliosos
imediatamente
. após ter bebido a menor
. quantidade de água. Sede violenta. O
490 - CALADIUM SEGUINUM

simples fato de tocar os lábios é suficiente para provocar náuseas e vômitos.


Febre séptica.

,... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alcoolodependência.

CALADIUM SEGUINUM (Arão das Antilhas)

Medicamento de dificuldades sexuais com, apesar de tudo, ex-


citação. Prazer sexual ausente, mas o
desejo está conservado. O pênis se
relaxa em caso de emoção. Prurido vulvar e vaginal c:turante uma gravidez,
com excitação sexual. Prurido vulvar ou dores na menina pequena por causa
de vermes dentro da vagina. Utilizado também para combater os sintomas
devidos a parar de fumar.

,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Disfunção sexual, Frigidez, Prurido vulvar,


Verminose.

CALCAREA ARSENICOSA (Arsenito de cálcio)

Medicamento da epilepsia em um cardíaco. Congestão cefálica antes


da crise, ou vertigem. ou ainda afonia. A aura parte da região do coração. O
paciente sente tensão ou dores a esse nível, ou palpitações.

,... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Epilepsia.

CALCAREA CALCINATA (Calcário de ostra calcinada)

Medicamento de verrugas, a tentar em caso de insucesso com os


outros medicamentos.

<... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Verrugas.

CALCAREA CARBONICA (Calcário de ostra)

Medicamento de fundo indicado para a pessoa com cabeça grande


em relação ao resto do corpo, de ossos grossos e curtos, rosto redondo e
CALCAREA CARBONICA - 491

pálido. Ele é lento e calmo. Transpira na cabeça ao comer e ao dormir. Tem


tendência a sentir frio facilmente (anginas de repetição, coriza; laringites,
bronquites). O recém-nascido é indolente, passivo, com grande cabeça
redonda e grande ventre. Permanece sossegadamente sentado onde o
colocam. Está em retardo para aprender a andar e em sua dentição. Seu
crescimento é lento e irregular. Antes da prescrição sistemática de vitamina D,
observa-se um retardo no fechamento das fontanelas. O adolescente é pletórico
e pálido. O adulto está com excesso de peso, lento e obstinado. Tendência à
poli pose.
Psiquismo. Medos diversos. Medo do futuro. Ansiedade após ter
ouvido falar de coisas hoJTíveis ou cruéis. Terrores noturnos. Preocupação com
"o que vão dizer". Medo de que sua doença seja notada. Vertigem das alturas
ao subir escadas.
Cabeça. Crostas de leite. Herpes circinado do couro cabeludo na época
da dentição, com transpiração dos pés. Cefaléia provocada pelo esforço físico
com transpiração das mãos. Transpiração na cabeça ao comer e ao dormir.
Olhos. Conjuntivite. Terçóis de repetição. Úlceras localizadas no nariz
com perda do olfato.
Ouvidos. Pólipos.
Nariz. Coriza que alterna com diarréia. Pólipos localizados no nanz
com perda do olfato.
Boca. Gengivas retraídas. Cáries de colo nos dentes. Os dentes estão
particularmente sensíveis ao ar frio . Rânula com alternância de secura da boca
e hipersalivação.
Garganta. Dores de garganta no tempo úmido. Hipe11rofia das
adenóides. Hipotireoidismo com bócio.
Estômago. Desejo de comer ovos.
Abdômen e Reto. Litíase das vias biliares. Dores no hipocôndrio direito
quando o paciente está inclinado para frente. Constipação com fezes que lem-
bram o giz. A maior parte dos sintomas desaparecem quando o paciente está
constipado (as matérias médicas clássicas dizem que "a pessoa se sente melhor
quando está constipado"). Diarréia ao menor golpe de frio. Diarréia crônica de
odor ácido. Fezes argilosas.
Aparelho urinário. Litíase urinária. Cólica nefrética (aguda ou de
repetição). Fosfatos (sedimento branco) na urina. Pólipos na bexiga.
Órgãos genitais masculinos. Hidrocele após o retrocesso de uma
erupção.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia primária, estabelecendo-se
tardiamente as primeiras regras. Seios inchados e dolorosos antes das regras.
Regras adiamadas, muito abundantes e de longa duração, voltando à nze-
nor contrariedade. Regras durante o período de aleitamento. Menorragias.
492 - CALCAREA FLUORICA

Metrorragias à menor excitação mental ou emoção. Fibromas. Pólipos uterinos.


Leucorréias leitosas. Leucorréias das meninas pequenas.
Laringe e Traquéia.. Laringite crônica ou laringites de repetição.
Rouquidão sem dor, de predominância matinal.
Peito. Catarro brônquico ao menor golpe de frio. Dispnéia de esforço,
agravada ao subir uma escada ou ao caminhar contra o vento. Tosse ao menor
golpe de frio. Tosse cheia com· expectoração espessa e amarela de manhã.
Alternância de asma com um eczema do couro cabeludo.
Costas. Dorsalgia com dificuldade respiratória.
Membros. Articulações rígidas, com agravamento pelo movimento, pela
marcha. Câimbras nas panturrilhas agravadas pelo estiramento. Nodosidades
ósseas. Estalos nos joelhos durante a marcha. Tofos. Transpiração nos pés.
Pele. Urticária crônica que melhora ao ar livre. Eczema seco. Antigas
verrugas que ficam ocas e se ulceram. Furúnculos de repetição. O menor
ferimento supura.
Sintomas gerais. Epilepsia com fome voraz antes da crise (particular-
mente necessidade de doces). Aura sob forma de sensação de um camundongo
que corre ao longo do corpo.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Amenorréia, Anemia, Angina, Ansiedade,


Artrose, Asma, Bronquiectasia. Bronquite crônica, Bronquites de repetição, Câim-
bras, Cáries dentárias, Cefaléia, Cólica hepática, Cólica nefrética, Constipação,
Coriza, Coxartrose, Crescimento, Crostas de leite, Dente do siso, Dentição da
criança, Diarréia, Dorsalgia, Eczema, Enurese, Epilepsia, Escoliose, Fibroma,
Furúnculo, Glúten (intolerância ao), Gonartrose, Gota, Herpes circinado, Hidrocele,
Hipotireoidismo, Laringite, Leiner-Moussous, Leucorréias, Menorragias, Metrorra-
gias, Micose, Neuroma, Osteoporose, Otite, Pólipos, Psoríase, Rânula, Raquitismo,
Rinite alérgica, Rinofaringite, Síndrome nefrótica, Síndrome pré-menstrual, Tendên-
cia a sentir trio facilmente, Terçol, Terrores noturnos, Úlcera da córnea, Urticária,
Verminose, Verrugas, Vertigens.

CALCAREA FLUORICA (Fluoreto de cálcio)

Medicamento da induração ou do relaxamento dos tecidos de


sustentação, conforme o caso. Ossos deformados e assimétricos. Tendência às
calcificações. Hiperlaxidão ligamentar.
Psiquismo. Medo da ruína financeira.
Olhos. Catarata senil.
Ouvidos. Calcificações no tímpano. Esclerose dos ossículos.
CALCAREA IODATA - 493

Boca. Perda do esmalte dentário.


Órgãos genitais femininos. Fibromas endurecidos.
Dorso. Lombalgia crônica que melhora pelo calor e pelo movimento.
Escoliose.
Membros. Osteófitos, exostoses, tendência às calcificações. Hiperla-
xidão ligamentar. Entorses recidivantes. Tendinite crônica. Sinovite crônica.
Epifisite do crescimento.
Sintomas gerais. Prevenção de aderências pós-operatórias. Calcarea
tluorica deve ser dad<} imediatamente após a intervenção.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Artrose, Cáries dentárias, Catarata, Cresci-


mento, Escoliose, Fibroma, Gonartrose, Intervenção cirúrgica, Lombalgia, Os-
teoporose, Periartrite, Raquitismo, Sinovite, Tendinite, Varizes.

,CALCAREA IODATA (Iodeto de cálcio)

Medicamento de amígdalas hipertrofiadas e crípticas. Prescrita antes


de mais nada, para a criança do tipo Calcarea carbonica que apresenta essa
característica.
Garganta. Vegetações adenóides. Anginas de repetição. Fleimão da
garganta. Adenopatias. Hipertireoidismo com importantes adenopatias cervi-
cais.

l_,. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angina, Hipertireoidismo. Fleimão da gar-


ganta. Adenopatias. Prostatite, Tendência a sentir frio facilmente .

.CALCAREA PHOSPHORICA (Fosfato tricálcico)

Medicamento para ponto de impacto ósseo, com tendência às exos-


toses, retardo na consolidação de fraturas, retardo no fechamento d~s fon-
tanelas. Ele facilita a fixação do cálcio e age como preventivo da pseudo-
artrose. Localizações preferenciais nas suturas e nas sínfises, particularmente
na articulação sacroilíaca e da sínfise pubiana. É igualmente o medicamento
de fundo do adolescente em período de crescimento, longilíneo com ar-
ticulações flexíveis, que acaba de ter um crescimento súbito e rápido em .
altura. O adulto é alto. Tem traços regulares.
494 - CALCAREA SULFURICA

Psiquismo. Retardo da criança para aprender a falar. Ela recusa o leite


de sua mãe. Pessoa reservada, que piora com a consolação. Gosta muito de
viaJar.
Cabeça. Cefaléia dos adolescentes em período de crescimento. Cefaléia
pelo trabalho imelectual. Cefaléia com dores nas suturas ósseas.
Boca. Dentição atrasada.
Garganta. Hipe11rofia das amígdalas e das adenóides.
Estômago. Necessidade de sal. Desejo por carne defumada.
Abdômen e Reto. Dores na sínfise pubiana. Dian-éia crônica. Fístula
anal que alterna com distúrbios pulmonares.
Órgãos genitais femininos. Aumento do desejo sexual durante o
período de aleitamento. Leuco1Téias que se assemelham à clara de ovo.
Excitação sexual durante as regras ou a lactação.
Raque. Dores na articulação sacroilíaca com sensação como se ele
estivesse deslocada. Sindesmófitos. Escoliose.
Membros. Atraso para aprender a andar. Sensação de inchaço dos
membros inferiores quando o paciente está sentado. Sensação no joelho como
se houvesse entorse. Rigidez das articulações.
Sintomas gerais. Tendência a sentir frio facilmente. Rinofaringites,
amigdalites ou distúrbios pulmonares, de repetição. Agravamento pelo tempo
nevoso.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aleitamento materno, Anemia, Artrose,


Cáries dentárias, Cefaléia, Coxartrose, Crescimento, Dentição da criança, Dorsalgia,
Escoliose, Espasmofilia, Fístula anal, Fratura, Gonartrose, Intervenção cirúrgica,
Leucorréias, Lombalgia, Osteoporose, Pelvispondilite reumática, Periartrite, Raqui-
tismo, Tendência a sentir frio facilmente.

CALCAREA SULFURICA (Sulfato de cálcio)

Medicamento de ·estados supurativos subagudos, indicado quando o


pus está formado e há um orifício. Ele se situa a meio caminho entre o
Hepar sulfuris calcareum, que convém aos estados agudos, e a Silicea, mais
para estados crônicos. A supuração é amarela, por vezes sanguinolenta.
Abcesso cutâneo já aberto, lento para curar, produzindo pus continuamente.
Abcesso doloroso da margem anal em evolução subaguda, com fístula.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Fístula anal, Furúnculo.


CAMPHORA • 495

CAMPHORA (Cânfora)

Medicamento do colapso cardiovascular, com adinamia, prostração,


estado semicomatoso, face pálida ou cianótica, ansiosa, nariz apertado, olhos
fixos, pulso fraco, hipotensão arterial, urinas raras com tenesmo, anúria
excretória. Tudo está frio: a pele está fria ao toque, há suores frios, a língua,
os lábios, o hálito estão frios, os dedos estão brancos e frios. O paciente
experimenta uma intensa sensação de frio e apesar de tudo recusa ser coberto
(ele aceita ser coberto nos períodos em que está quente).
Abdômen. Diall"éia em um quadro de colapso cardiovascular com fezes
coleriformes, profusas, e câimbras das pallturril/zas.
Sintomas gerais. Indicada bem no início das doenças febris quando
são acompanhadas de colapso e de câimbras das . pantuffilhas. Choque ope-
ratório. Astenia, perda repentina das forças. Febre ou hipotermia. Hipotensão
arterial.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Câimbras , Diarréia, Febre, Hipotensão


arterial, Hipotermia, Insolação, Intervenção cirúrgica, Síndrome de Raynaud.

CANTHARIS (Cantárida)

Medicamento da inflamação violenta das mucosas (principalmen-


te do estômago e das vias urinárias) e da pele, com dores queiman-
tes. Erupções, sob forma de grandes vesículas ou de flictenas. Conseqüên-
cias de queimaduras. Excitação sexual devida à inflamação das mucosas
genitais.
Psiquismo. Mania aguda de forma erótica com delírio furioso, uivos ou
mugidos, violentos desejos sexuais. O paciente grita para pedir ajuda.
Olhos. Oftalmia após uma queimadura.
Ouvidos. Otite sob forma de miringite bolhosa com grandes vesículas
sobre o tímpano.
Boca. Língua vermelha, recoberta de vesículas. Sensação de queimação
com dificuldade para deglutir líquidos. Estomatite.
Garganta. Garganta recoberta de grandes vesículas. Sensação de
queimação "como se a garganta estivesse em fogo", agravada ao deglutir
líquidos. Herpangina.
Estômago. Esofagite e/ou gastrite aguda com dores queimantes.
Sensação de plenitude do estômago após ter tomado café.
496 - CAPSICUM ANNUUM

Abdômen. Diarréia, especialmente no outono, acompanhada de disúria


ou de excitação sexual. Fezes sanguinolentas, lembrando raspados de intestino.
Tenesmo retal. Sensação de queimação no reto após a defecação.
Aparelho urinário. Disúria · maior com necessidade incessante de
urinar e hem.atúria. Micção gota a gota porque a passagem da urina agrava as
dores . Sensação violenta de queimação ou de corte na bexiga e na uretra, que
se manifesta antes, durante e após a micção. Tenesmo vesical. Dores no
meato urinário. Urinas raras. Excitação sexual durante uma cistite. Infecção
urinária. Pielonefrite. Dores nos espaços renais.
Órgãos genitais masculinos. Excitação sexual. Priapismo. Satiríase com
priapismo doloroso.
Órgãos genitais femininos. Excitação sexual. Prurido violento com
excitação sexual e disúria, durarite a menopausa. Cantharis favorece a expulsão
da placenta e das molas.
Peito. Bronquites de repetição. Efusão pleural.
Pele. Lesões cutâneas sob forma de grandes vesículas ou de bolhas, de
flictenas, com prurido e sensação de queimação. Alergia ao sol.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alergia, Angina, Cólica nefrética, Delírio,


Dermite das cercas vivas, Diarréia, Distocia, Eczema, Erisipela, Esofagite, Fimose,
Gastrite, Gastroenterite, Gefaduras , Glossite, Herpes, Infecção urinária, Mania,
Ninfomania, Otite, Pleurisia serofibrinosa, Prurido vulvar, Queimaduras cutâneas,
Queimadura de sol, Retócofite úlcera-hemorrágica, Uretrite.

CAPSICUM ANNUUM (Pimenta dos jardins)

Medicamento de queimações intensas das mucosas como se tivesse


ingerido muita pimenta. Necrose óssea, particularmente do mastóide.
Ouvidos. Otite aguda com comprometimento do 1nastóide, que está
inchado e sensível ao toque. Dores queimantes nos ouvidos. Otorréia.
Garganta. Dores de garganta irradiadas aos ouvidos, com sensação de
ter engolido pimenta. Agravamento quando o paciente não deglute.
Estômago. Dispepsia de origem alcoólica. O paciente prefere o álcool à
água para acalmar sua gastrite. Pirose, especialmente durante a gravidez.
Aparelho urinário. Sensação de queimação no meato urinário, logo
antes, durante e até um minuto depois da micção.
Peito. Tosse seca com hálito muito fétido durante a quinta. ·

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Angina, Esofagite, In-


fecção urinária, Mastoidite, Otite, Tosse , Uretrite.
CARBO ANIMALIS - 497

CARBO ANIMALIS (Carvão animal)

Medicamento da congestão venosa com cianose cutânea, veias


distendidas, manchas acobreadas sobre a pele. Dores queimantes em todas
as regiões afetadas com tendência à ulceração da pele, adenopatias induradas.
Couperose com sensibilidade da pele ao barbear-se. Acne rosácea.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Geladuras, Rosáceas .

CARBO VEGETABILIS (Carvão vegetal)

Medicamento da falta de reatividade com hipoxia, cianose, cabeça


quente com corpo frio, falta de ar com necessidade de ser abanado.
lmportallte fennentação digestiva com timpanismo doloroso. Convém também
ao paciente "que nunca se sente bem depois" de uma doença anterior.
Psiquismo. Medo de fantasmas.
Cabeça. Alopecia como conseqüência de uma doença grave.
Boca. Gengivas retraídas e que sangram à sucção ou à escovação. Elas
podem apresentar pústulas. Cárie de colo nos dentes. Hálito e língua frias.
Estômago. Dispepsia flatulenta por fermentação no tubo digestivo.
Abaulamento do estômago responsável por dores no vazio epigástrico de
natureza constrictiva, dispnéia e palpitações que melhoram pelas eructações.
Dores ou tensão no hipocôndrio direito. Intolerância à gordura.
Abdômen e Reto. Prurido anal por verminose.
La.ringe e Traquéia. Laringite aguda com rouquidão, sem dor, por
tempo úmido e quente, agravamento à noite. Sensação de secura na traquéia.
Peito. Sensação de queimação no peito. Tosse seca, espasmódica.
Dispnéia por causa da flatulência, que melhora pelas eructações. Asma com
falta de ar e necessidade de ser abanado, associada ao enfisema pulmonar,
melhora pelas eructações. Início de coqueluche.
Membros. O membro sobre o qual o paciente está deitado dá a
impressão de estar dormente. Transpiração dos dedos.
Pele. Distúrbios venosos com cianose devida à hipoxia. Pele mar-
moreada, violácea. Equimoses. Úlcera cutânea com escoamento com mau
cheiro, dores queimantes agravadas pelo calor, não melhoram pelo frio.
Sintomas gerais. Tendência à gangrena. Colapso. Hipotermia, especial-
mente antes de um acesso de febre. Adjuvante nas doenças graves em estado
terminal.
498 • CARBOLICUM ACIDUM

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Acrocianose, Alopecia, Asma, Cólica


abdominal, Coqueluche, Dispepsia, Enfisema, Equimoses, Extra-sístoles, Gengivite,
Hérnia de hiato, Hipotermia, Intervenção cirúrgica, Laringite, Parodontite, Prurido
anal, Septicemia, Síndrome de Raynaud, Tosse, Toxiinfecção alimentar, Traqueíte,
Úlcera cutânea, Verminose.

CARBOLICUM ACIDUM (Fenol)

· Medicamento da febre com prostração particularmente intensa,


palidez em tomo do nariz e da boca, fetidez de todas as eliminações,
principalmente do hálito. As urinas e as fezes estão escuras. Dores queimantes.
Hipersensibilidade do olfato, tanto mais espantosa quanto mais o paciente tem
excreções fétidas.
Boca. Inchaço da língua após uma picada de inseto.
Pele. Erupções do tipo vesículas pruriginosas, que . deixam uma
sensação de queimação após a coçagem.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Picadas de insetos, Septicemia.

CARBONEUM SULFURATUM (Sulfeto de carbono)

Medicamento dos transtornos neurológicos e da deterioração


mental devidos ao alcoolismo. Déficit sensorial, auditivo (hipoacusia,
acúfenos), visual (vista turva, sensação de véu diante dos olhos, neurite
óptica), sensitivo (hipoestesia). Transtornos do equilíbrio e da coordenação
(gestos desajeitados, tremores). Alterações da memória (o paciente não
encontra as palavras ao falar). Confusão, tendência depressiva, comportamento
infantil. Emaciação. Fraqueza muscular. Disfunção erétil.

(_.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alcoolodependência.

CARDUUS MARIANUS (Cardo Maria)

Medicamento de dores e de hipertrofia do lobo esquerdo do fígado,


com sensibilidade à palpação, gosto amargo na boca, vômitos biliosos, fezes
argilosas e duras, constipação, urinas amarelo ouro. Dores surdas no
CASTOR EQUI - 499

hipocôndrio agravadas quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo,


que melhoram por uma inspiração profunda. Dores no ângulo inferior da
omoplata direita. Fezes de cor argilosa. Icterícia.

(~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cólica hepática.

CASTOR EQUI (Castanha de cavalo)

Medicamento das fissuras dos mamilos das mulheres que amamen-


tam, podendo chegar até a ulceração, com dores ao toque ou à pressão das
roupas. As aréolas estão vermelhas. Verrugas na fronte ou nos seios,

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso do seio, Fissuras dos mamilos,


Verrugas.

CASTOREUM (Bolsa glandular do castor)

Medicamento da crise de histeria com espasmos abdominais,


bocejos e suores frios.
rr PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Histeria.

CAULOPHYLLUM THALICTROi°DES ("Cohosh" azul)

Medicamento de espasmos do colo uterino responsáveis pelo atraso


do parto com falsas dores. Atonia do corpo uterino. Impressão de que a
criança não se mexe. Dores intermitentes devidas a contrações anárquicas.
Sensação de peso no útero. Hemorragia passiva. Esgotamento. Dado pre-
ventivamente no final da gestação em 12 CH, uma dose por semana durante o
último mês, mais uma quinta e última dose na hora de ir para a maternidade, o
Caulophyllum facilita o parto. Também pode ser prescrito durante a gestação
quando há a noção de aborto espontâneo habitual por inércia do útero.
Dismenorréia espasmódica que se assemelha às dores do parto, com irradiação
para outras partes do corpo (peito, estômago, bexiga, membros).

e~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Dismenorréia, Distocia,


Preparação para o parto.
500 - CAUSTICUM

CAUSTICUM (Cáustico de Hahnemann)

Medicamento das paralisias crônicas, progressivas, localizadas.


Causticum é igualmente um medicamento da inflamação das mucosas e da
pele. Retrações tendinosas. Melhora pelo tempo úmido, agravamento pelo bom
tempo seco.
Psiquismo. Depressão nervosa em um paciente paralisado, hemiplégico
com choros pelo menor motivo e grande sensibilidade à infelicidade dos
outros. Grande apreensão de que alguma coisa vai acontecer, sem saber o quê.
Olhos. Paralisia dos nervos motores oculares. Ptose por paralisia das
pálpebras. Catarata . no início com impressão de estar vendo através das
brumas. Hemiopia vertical. Ven-uga das pálpebras.
Ouvidos. Paralisia do VIII par craniano. responsável por acúfenos com
surdez, eco dos sons dentro da cabeça, agravamento pelo exercício mental.
Nariz. VeITugas do nariz. Rosácea sobre o nariz.
Face. Paralisia facial crônica (seqüela de hemiplegia ou após ter se
resfriado).
Boca. Distúrbios crônicos da fala após um acidente vascular cerebral.
Paralisia da língua. Abcesso dentário recidivante com fístula gengival. Os
dentes dão a impressão de estarem moles.
Abdômen e Reto. Constipação por paresia retal. As fezes saem melhor
na posição em pé (a criança fica em seu piniquinho sem evacuar, as fezes
saem no momento em que ele se levanta). Fístula anal com sensação de
batimentos no períneo.
Aparelho urinário. Paralisia do esfíncter vesical com retenção. Perda
de urina ao tossir, ao espiITar, ao se "dobrar de rir", às vezes mesmo pelo
simples fato de estar em pé. Enurese do primeiro sono, devida a uma paresia
esfincteriana de causa neurológica.
Órgãos genitais masculinos. pesejo sexual diminuído. Ausência de
prazer sexual ou aversão ao coito.
Órgãos genitais femininos. Desejo sexual diminuído. Ausência de
prazer sexual ou aversão ao coito. Leucorréias que tenham o mesmo odor das
regras.
Laringe e Traquéia.. Laringite crônica por paresia das cordas vocais,
freqüentemente em conseqüência de um golpe de frio seco, com voz rouca de
manhã, rouquidão e mesmo afonia. Sensação de ferida em carne viva na
laringe ou na traquéia. Muco na laringe ou na traquéia que é expulso com
dificuldade por causa da paresia.
Peito. Tosse dolorosa e rouca, dando a impressão de que não se pode
expulsar o muco, embora presente, por causa da fraqueza parética dos
CEDRON • 501

músculos brônquicos. Tosse seca que melhora ao beber um pouco de água fria.
Perda de urina durante a tosse. Dores nos quadris durante a tosse:
Raque. Torcicolo .após exposição ao vento frio e seco. Síndrome
paralítica por canal lombar estreito, com transtornos esfincterianos, dores
difusas e pernas sem repouso.
Membros. Torcicolo após exposição ao vento frio e seco. Síndrome
paralítica por canal lombar estreito, com alterações esficterianas. dores difusas
e pernas sem repouso.
Membros. Paralisia dos nervos motores de instalação progressiva,
evoluindo de modo crônico. Paralisia após ter estado molhado. Paralisia após
retrocesso de uma erupção. Deformações dos tendões, particularmente aqueles
dos flexores, devidas à paralisia. Rigidez das articulações ou sensação de
rigidez. Sensação de que os tendões estão muito curtos. Periartrite crônica com
bloqueio articular, capsulite retrátil, "ombro congelado". Dores repuxantes nos
quadris com rigidez. Sensação de que o quadril está deslocado. Ciática
paralisante sem amiotrofia. Estalos nos joelhos ao caminhar.
Pele. Grandes verrugas pedunculadas e recortadas, sensíveis ao toque,
podendo sangrar, localizadas preferencialmente nos supercílios, pálpebras,
nariz, sob ou em torno das unhas. Intertrigem nas crianças na época da
dentição. Ferida que se prolonga após uma queimadura. Velha cicatriz que se
torna dolorosa.
Sintomas gerais. Convulsões associadas a um estado paralítico. Crise
de pequeno mal com micção involuntária. Transpiração do couro cabeludo e
tremores da cabeça antes da crise. Cefaléia após a crise.

<... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso dentário, Acidente vascular cere-


bral, Acúfenos, Artrose, Bronquite aguda, Catarata, Ciática, Cicatrizes, Consti-
pação, Coxartrose, Depressão nervosa, Enurese, Epilepsia, Esclerose em placas,
Fissuras dos mamilos, Fístula anal, Frigidez, Gagueira, Gonartrose, lntertrigem,
Intervenção cirúrgica, LéÚingite, Leucorréias, Lombalgia, Méniàre, Odontalgias,
Paralisia facial, Pelvispondilite reumática, Periartrite, Pernas sem repouso, Poliartrite
reumatóide, Queimaduras cutâneas, Rosácea, Tendinite, Torcicolo, Tosse, Traqueí-
te, Verrugas.

CEDRON (Cedrão)

Medicamento de sintoma que retorna todos os dias à mesma hora


com uma regularidade de relógio: cefaléia, nevralgia, febre, calafrio, tosse;
dispnéia. Agravamento antes de uma tempestade.

<... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Nevralgia.


502 • CHAMOMILLA VULGARIS

CHAMOMILLA VULGARIS
(Matricária camomila)

Medicamento de intolerância à dor. Ela não é obrigatoriamente


forte, mas é descrita como se fosse insuportável pelo paciente. Tipo sen-
sível : criança irritável e cheia de caprichos, na qual as dores parecem se
acalmar quando é colocada no colo. O adulto é "delicado", agitado e mal
humorado.
Psiquismo. Irritabilidade, tendência à cólera, impaciência, choros,
agitação por causa da dor. O paciente "prefere morrer do que suportar as
dores".
Cabeça. Cefaléia após um golpe de frio.
Ouvidos. Otalgias violentas aliviadas quando a criança é colocada no
colo, com transpiração quente na cabeça.
Face. Nevralgia facial com sensação de entorpecimento. Bochechas
congestivas.
Boca. Dores dentárias. A saída dos dentes é dolorosa, o que torna a
criança irritável. Ela tem uma bochech~ vermelha do lado do dente que
está saindo, um eritema das nádegas, diarréia, tosse ou mesmo convul-
sões.
Estômago. Dores de estômago pelo café.
Abdômen e Reto. Abaulamento abdominal doloroso. Dores no
hipocôndrio direito. Cólica hepática. Diarréia de odor fétido. Fezes verdes e
quentes com muito gás. Fissura anal. Hemorróidas.
Órgãos genitais femininos. Dismenorréia membranosa ou devida a
coágulos, com dores semelhantes às do parto. Sensação de pressão para o alto.
Regras negras. Dores no útero após uma cólera. Colo rígido durante o parto
com hipersensibilidade à dor.
Peito. Tosse durante o sono no período da dentição. Dispnéia pelo café,
O leite escoa sozinho nas mulheres que amamentam.
Membros. Dores reumáticas. Sensação de entorpecimento. Câim-
bras.
Sintomas gerais. Conseqüências de cólera. Conseqüências de abuso
crônico de café. Agravamento pelo calor.

(. .. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aleitamento materno, Câimbras, Cefaléia,


Cólica abdominal, Cólica hepática, Dentição da criança, Dermite das nádegas,
Diarréia, Dismenorréia, Dispepsia, Distocia, Fissura anal, Insônia, Metrorragias,
Nevralgia, Odontalgias, Otite, Tosse.
CHEIRANTHUS CHEIRI - 503

CHEIRANTHUS CHEIRI (Goiveiro aleli)

Medicamento de conseqüências da extração de um dente do siso.


Outras complicações dessa extração são citadas na literatura, como o nariz
entupido à noite e a surdez devida à otorréia.

r..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Dente do siso.

CHELIDONIUM MAJUS (Quelidônia grande)

Medicamento de discinesia biliar, com dores no hipocôndrio direito


irradiadas para o ângulo inferior da omoplata direita. A irradiação também
pode ser feita para as costas, na altura do lzipocôndrio direito, ou ainda para
o ombro direito. Tudo está amarelo: as conjuntivas, a língua, a pele, as urinas,
as fezes. Desejo de bebidas quentes, particularmente o leite quente.
Cabeça. Cefaléia occipital com sensação de cabeça pesada como se não
pudesse ser levantada do travesseiro.
Estômago. Dores de estômago que melhoram após a defecação.
Sensação de constricção no vazio epigástrico. Vômitos biliosos. Desejo de
bebidas quentes, particularmente o leite quente, que melhora as dores e os
vômitos. A versão pelo queijo. Chelidonium é um preventivo da formação dos
cálculos biliares.
Abdômen e Reto. Dores em tomo do abdômen como se por uma corda
ou um cinto. Dores nà região umbilical. Fezes amarelo ouro, descoloridas ou
de consistência argilosa, que flutuam na água. Alternância de diarréia e de
constipação. Prurido anal.
Aparelho urinário. Urinas que lembram a cerveja.
Peito. Pneumonia localizada no pulmão direito, com complicações
biliosas.
Raque. Dores na região dorsal ao inspirar ou ao mexer o membro
superior direito.
Membros. Dores no ombro.
Pele. Icterícia ou subicterícia cutânea por obstrução das vias bi-
fiares.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, Colecistitite, Cólica abdominal,


Cólica hepática, Diarréia, Dispepsia, Hepatite, Periartrite: Pneumonia virai, Prurido
anal, Vômitos.
504 - CHENOPODIUM ANTHELMINTHICUM

CHENOPODIUM ANTHELMINTHICUM
(Quenopódio falsa ambrosia)

Medicamento de dores no ângulo inferior da omoplata direita, como


o Chelidonium. Encontra-se a título de sintoma concomitante no curso de uma
síndrome de Méniere com sensação de atordoamento percebido na fronte,
zumbidos de ouvido, cefaléia, vertigens, obscurecimento passageiro da visão e
rosto pálido.

(~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Méniere.

CHIMAPHILA UMBELLATA (Piro/e em umbela)

Medicamento da cistite crônica ou da infecção urinária de repetição


no prostático que apresenta uma retenção urinária. O paciente tem uma
grande próstata que ele percebe sob forma de uma sensação de bola 110
períneo. Ele tem que forçar para urinar. Só consegue urinar em pé, inclinado
para frente, com as pernas afastadas. Suas urinas contêm muco espesso, às
vezes sanguinolentos.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Hipertrofia benigna da próstata, Infecção


urinária, Prostatite.

CHINA RUBRA (Quinquina vermelha)

Medicamento da síndrome de privação sangüínea, de perda líquida


em geral. Após uma hemorragia ou uma outra perda líquida (diarréia,
aleitamento importante, etc.) pode-se encontrar numerosos sintomas: lipotimia,
face pálida, olheiras, vertigens, zumbidos de ouvidos, turvação da visão,
suores frios, anemia, insônia, astenia.
Cabeça. Cefaléia latejante, pulsante, ligada à anemia. Sensação de
cabeça pesada. Sensibilidade do couro cabeludo ao afloramento, e ao
contrário, a pressão forte melhora.
Boca. . O alimento parece ter um gosto amargo. Dores dentárias
agravadas ao menor contato, que melhoram pelo calor e quando o paciente
aperta os dentes. Em uma mãe, dores dentárias quando a criança mama.
Estômago. Dispepsia. Conseqüências de ter tomado chá.
CHININUM SULFURICUM • 505

Abdômen e Reto. Abaulamento abdominal global que não melhora pela


emissão de gases ou eructações. DiaITéia sem dor. DiaITéia após ter comido
frutas. DiaITéia crônica. As fezes contêm alimentos não digeridos. Dores
abdominais agravadas pelo afloramento da região dolorosa, enquanto a pressão
forte melhora.· Dores no hipocôndrio direito. Sensibilidade no hipocôndrio
direito à menor pressão . Litíase biliar. Icterícia por obstrução. Esplenomegalia.
Órgãos genitais femininos. Menorngias ou metron-agias devidas a fi-
broma.
Membros. Crise de gota com articulação muito sensível ao toque,
hiperestésica, como ao recear o agravamento pelo roçar e pelas coJTentes de ar.
Melhora pela pressão forte . Inchaço articular.
Sintomas gerais. Febre de origem palúdica com rosto vermelho,
transpiração abundante e retorno periódico dos sintomas.

t_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, Aleitamento materno, Anemia,


Cefaléia, Cólica abdominal, Cólica hepática, Conseqüências de partos. Diarréia,
Dispepsia, Febre, Fibroma, Glúten (intolerância ao), Gota, Hematêmese, Hemoptise,
Hemorragias, Insônia, Intervenção cirúrgica, Lipotimia, Menorragias, Metrorragias,
Nevralgia, Odontalgias, Traumatismos e ferimentos .

CHININUM SULFURICUM (Sulfato básico de quinina)

Medicamento de acúfenos do tipo zumbido de insetos, acompanha-


dos de vertigens, surdez, calafrios, dores cervicodorsais. Sensibilidade das
últimas vértebras cervicais ~ das primeiras vértebras dorsais à pressão. Retorno
periódico das crises.

l_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, Méniere.

CHIONANTHUS VIRGINICA (Árvore de neve)

Medicamento da litíase biliar com enxaquecas biliosas periódicas,


subicterícia conj.untival, vômitos biliosos, diarréia, pigmentos biliares nas
urinas, fezes argilosas. Icterícia por obstrução. Chionanthus também é
considerado como um preventivo da formação da litíase biliar. Diabetes com
presença de pigmentos biliares nas urinas.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica hepática, Diabetes.


506 • CICUTA VIROSA

CICUTA VIROSA (Cicuta virosa)

Medicamento de convulsões muito violentas começando pela cabeça,


que é brutalmente jogada para trás. Comportamento infantil antes da crise.
Durante a crise: espasmos da face. trismo, olhar fixo, midríase, estrabismo
espasmódico, mordida da língua, opistótono, soluço, bloqueio da respiração,
extremidades frias. Agravamento pelo ruído ou quando se toca o paciente. A
aura começa no plexo solar, pode se manifestar por um abaulamento do
· estômago. Conseqüências de traumatismo craniano. Na pele, observa-se um
ecz.ema sob forma de escamas amarelo citrino. A supressão do eczema pode
levar a convulsões violentas.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Convulsões febris, Eczema, Epilepsia,


Traumatismos e ferimentos.

CINA (Sêmen-contra)

Medicamento da criança de caráter agitado, mal humorada,


irritável, colérica, que não gosta que se ocupem dela, indiferente aos
carinhos, mexe em tudo. Esse comportamento pode estar ligado aos vermes.
Se é tornada nos braços, chora e não consegue se acalmar. Terrores noturnos.
Ranger de dentes. Face pálida com olheiras. Dores periumbilicais. Prurido
nasal e anal. Convulsões, ligadas aos vermes, predominando nos músculos
extensores. Tosse seca e breve, reflexa, devida aos vermes, com medo das
quintas que se anunciam. A criança chora durante a quinta. Fome insaciável.
Gorgolejo no esôfago durante as convulsões ou após a tosse. Vômitos,
Enurese, Febre.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Coqueluche, Enurese, Prurido anal. Terrores


noturnos, Tosse, Verminose.

CINNABARIS (Sulfeto mercúrico)

Medicamento de condilomas anogenitais vermelhos, com aspecto de


cristas de galo, e que sangram facilmente. Localização eletiva no prepúcio
ou no freio.
Olhos. Irite com condilomas nas pálpebras.
CL~MATIS ERECTA • 507

Órgãos genitais masculinos. Fimose com inflamação e supuração com


mau cheiro. Ulceração de origem sifilítica.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Condilomas, lrite, Fimose.

CLEMATIS ERECT A (Clematite reta)

Medicamento da inflamação geniturinária. Necessidade freqüente de


urinar. Micção involuntária. Micção incompleta. Dores na bexiga ao início da
micção. Constricção ou induração da uretra que está dolorosa à pressão.
Testículos dolorosos, duros. inchados, retraídos. Epididimite em conseqüência
de uma gonorréia. Adenopatias inguinais. Agravamento pelo calor do leito.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Epididimite, Orquite, Uretrite.

COBALTUM METALLICUM (Cobalto)

Medicamento de lombalgias com perdas seminais à noite sem


ereção.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Disfunção erétil.

Medicamento dos transtornos devidos à altitude: cefaléia, estado


vertiginoso, zumbidos de ouvido, falta de fôlego, palpitações, insônia.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, Extra-sístoles, Insônia.

COCCULUS INDICUS (Coco do Levante)

Medicamento de acrocontraturas com entorpecimento muscular


doloroso, paresia, lentidão da ideação e da execução dos movimentos,
508 - COCCUS CACTI

disartria. Sensação de formigamento peribuca/ e nos membros, de rigidez, de


câimbras. Transtornos da condução neuromuscular semelhantes à para-
lisia. Cefaléia e vertigens agravadas à visão do movimento. É o princi-
pal medicamento da crise de espasmo/ilia. Conseqüências de privação do
sono.
Psiquismo. Estupefação do espírito. Torpor imelectua/. Confusão.
Cabeça. Cefaléia occipital.- em um meio de transporte ou à visão do
movimento. Cefaléia ligada à perda do sono. Sensação de vazio dentro da
cabeça. Sensação de alguma coisa que se abre e se fecha no occipício e na
llll CG.

Estômago. Náuseas à idéia da comida, a visão do movimento. Náuseas


durante a cefaléia.
Abdômen. Meteorismo abdominal com encarceramento dos gases no
abdômen. Dores abdominais do tipo corte como por pedras pontudas. Dores na
virilha ao se levantar após ter estado sentado.
Órgãos genitais femininos. Dismenorréia. Dores uterinas agravadas
pelo movimento.
Membros. Paralisias histéricas. Agravamento durante as regras.
Sintomas gerais. Insônia devida a uma privação do sono (uma ou mais
noites em branco após ter velado alguém ou ter farreado, transtornos dos fusos
horários durante uma viagem). Vertigens pelo movimento passivo (como, por
exemplo, ver passar canos na rua ou ver uma cavalgada na televisão),
acompanhadas de náuseas. Agravamento ao ar livre pelo fato de comer.
Astenia. Mal dos transportes com náuseas, vertigens, cefaléia occipital,
sensação de vazio no estômago, aversão ao alimento, diarréia.

(. . PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Câimbras, Cefaléia, Dismenorréia, Esclerose


em placas, Espasmofilia, Hérnia crural ou inguinal , Histeria, Insônia, · Lipotimia, Mal
dos transportes , Méniere, Náuseas, Paralisia facial, Vertigens.

COCCUS CACTI (Cochinilha)

Medicamento de inflamação das mucosas respiratórias com tosse


cheia espasmódica e muco transparente muito abundante, filamentoso,
espesso como a clara do ovo, tenaz, difícil de destacar, ou expectorado em
longos filamentos pendentes no canto da boca. Cócegas na laringe. Sensação
de migalha de pão na laringe. Tosse cheia. Útil igualmente em caso de catarro
da bexiga com tenesmo, sedimento urinário de cor vermelha tijolo, litíase
urinária, hematúria. prurido do meato urinário.
COFFEA CRUDA - 509

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica nefrética, Coqueluche, Tosse.

COFFEA CRU DA (Café verde, variedade arábica)

Medicamento da excitação mental, responsável por superatividade


cerebral, loquacidade, hiperestesia sensorial, particularmente em seguida a
uma boa notícia, a uma excitação alegre. Esta causa: insônia com
abundância de idéias, agitação física, acuidade da memória, palpitações
violentas, ou mesmo lipotimia. Dores intoleráveis que melhoram pelas
aplicações frias , e se agravam pelo toque, com hiperexcitabilidade. Coffea
também é o antídoto dos maus efeitos de uma xícara de café em alguém que
não tem o hábito e que não chega a adormecer.
Psiquismo. Medo da morte por causa das dores.
Cabeça. Cefaléia do tipo prego cravado após uma alegria excessiva,
wna boa notícia, agravada pelo ruído dos passos e pela música. Dores
dentárias, que melhoram temporariamente quando o paciente põe água fria na
boca, agravadas pelo ruído.
Ouvidos. Hiperacusia
Fqce. Nevralgia facial que melhora pelas aplicações frias.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente isquêmico transitório, Cefaléia,


Distocia, Extra-sístoles, Insônia, Lipotimia, Nevralgia, Odontalgias, Conseqüências
de parto.

COLCHICUM AUTUMNALE (Cólquico do outono) .

Medicamento da crise de gota com articulação vermelha, quente,


inchada, hiperestésica, inamovível. Localização típica no dedão do pé, mas a
gota é móvel de uma articulação para outra. Agravamento pelo movimento e
pelo toque. Hiperestesia do olfato. Crise pelo tempo quente, o que não impede
a melhora pelo calor local. Associação a uma litíase úrica e a problemas
gastrintestinais.
Olhos. Catarata capsulolenticular mole, com aumento de volume do
cristalino.
Nariz. Náuseas ou vômitos (ou mesmo síncope) à visão, ao odor, à
idéia dos alimentos sendo cozinhados. A versão particular pelo odor dos ovos e
do peixe.
510 - COLLINSONIA CANADENSIS

Abdômen. Dian-éia com sensação de tensão no abdômen.


Peito. Ansiedade da região precordial com pulso in-egular. Dispnéia.
Quando prescrito no curso de uma febre reumática, Colchicum sena um
preventivo da efusão pericárdica.

<,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Catarata, Gota, Lipotimia, Náuseas, Peri-


cardite, Vômitos.

COLLINSONIA CANADENSIS (Bálsamo de cavá/o)

Medicamento de hemorróidas crônicas com constipação importante,


sensação de agulhas no reto, sangramento. Hemorróidas que alternam com ·
cefaléias, palpitações, dores precordiais, amenon-éia. Crise hemon-oidária
durante as regras ou a gravidez.

<,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Constipação, Dismenorréia, Extra-sístoles,


Hemorróidas, Intervenção cirúrgica.

COLOCYNTHIS (Coloquíntida)

Medicamento de contraturas musculares com dores violentas, tipo


câimbras, que forçam o paciente a se dobrar em dois, melhoram pelo
calor e pela pressão forte, com irritabilidade pela dor. Magnesia
phosphorica tem a mesma síndrome sem conotação nervosa. Conseqüências de
cólera, de contrariedades, de vexação.
Psiquismo. In-itabilidade especialmente pela dor.
Olhos. Dores do glaucoma que melhoram pela pressão sobre os globos
oculares. Sensação de tensão nos globos oculares, ou de que eles estão
anormalmente duros. Lacrimejamento pela dor. Agravamento quando o pa-
ciente se inclina para frente. Retinite responsável por uma hipermetropia.
Abdômen. Dores abdominais tipo câimbras com dian-éia, após ter
bebido líquidos ·frios no tempo quente, após ter comido frutas, ou após uma
cólera, localizada eletivamente na região umbilical. Dores crampóides
violentas como se os intestinos estivessem espremidos entre duas pedras, ou
em um torno. Dores abdominais in-adiadas para a região lombar. Dores
que melhoram pelo café. Sensação de hérnia iminente. Dores constricti-
vas no hipocôndrio direito. Dores na espinha ilíaca ântero-superior ou na crista
ilíaca.
COMOCLADIA DENTATA - 511

Aparelho urinário. Retenção urinária.


Órgãos genitais masculinos. Fimose com prepúcio retraído, mas que
cobre a glande.
Órgãos genitais femininos. Dores do ovário. Cisto do ovário com dores
de torção e vômitos de bile durante as crises de dores. Dismen01Téia com dores
do tipo câimbras. Endometriose (medicamento quase específico) .
Raque. Dores lombares agravadas quando o paciente está deitado de
costas e pela respiração.
Membros. Dores tipo câimbras nos quadris, devidas a contraturas, com
sensação de quadris presos em um círculo de ferro ou de quadril deslocado e
iITadiação ao joelho coITespondente. Conseqüências de luxação do quadril.
Sensação de joelho frio embora ele esteja quente. Ciática com dores por
paroxismos violentos. Agravamento pela rotação interna do membro inferior.
Melhora com a coxa dobrada sobre o abdômen ou quando o paciente está
deitado sobre o lado doloroso. Melhora pelo calor.

(. .. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Ciática, Cisto do ovário, Cólica abdominal ,


Cólica hepática, Cólica nefrética, Colite, Coxartrose, Fimose, Hérnia crural ou
inguinal, Lombalgia, Nevralgia, Periartrite, Retinite.

COMOCLADIA DENTATA (Terebintácea de Cuba)

Medicamento de dores do glaucoma irradiadas para trás, com


sensação de olho muito grande, sobretudo o direito. Agravamento pelo
calor.

(. .. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Glaucoma.

CONIUM MACULATUM .(Grande cicuta)

Medicamento de paralisias ascendentes. Indicado igualmente em


casos de formações endurecidas, especialmente nas pálpebras, nos seios, nos
órgãos genitais.
Psiquismo. Depressão nervosa provocada pela contenção ou supressão
das regras. O paciente chora quando está sozinho. Lentidão. Dificuldades para
pensar e para compreender.
512 • CONVALLARIA MAJALIS

Olhos. Paralisia das pálpebras. Nódulos nas pálpebras. C~lázio. Catarata


traumática, com fotofobia intensa, fora de proporções com a lesão constatada e
lacrimejamento . Úlcera superficial da córnea. A versão pela luz.
Aparelho urinário. Paralisia do esfíncter vesical. Jato urinário inter-
mitente.
Órgãos genitais masculinos. Próstata endurecida com sensação de peso
no períneo. Disfunção erétil em um paciente habitualmente abstinente no plano
sexual.
Órgãos genitais femininos. Induração do colo uterino / :Fibroma. Fri-
gidez em uma paciente habitualmente abstinente sexualmente.
Peito. Seios inchados e dolorosos antes das regras com agravamento
pelo menor movimento ou pela marcha. Necessidade de apertar os seios.
Nodosidades nos seios, que estão atróficos e flácidos . Traumatismo dos seios,
ou nódulo após um traumatismo.
Membros. Unhas amarelas. Tremores. Paralisia dos membros inferiores
que sobe em seguida para os membros superiores.
Silltomas gerais. Vertigens ao virar a cabeça para o lado, estando
deitada, ao se virar na cama, ao mexer os olhos. O paciente tem a sensação
como se a cama virasse em círculo. Agravamento após ter bebido vinho. Me-
lhora ao fechar os olhos e pelo repouso.

(. .. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Catarata, Depressão nervosa, Disfunção


erétil, Fibroma: , Frigidez, Guillain-Barré, Hipertrofia benigna da próstata, Mastose,
Síndrome pré-menstrual, Traumatismos e ferimentos, Úlcera da córnea, Vertigens.

CONVALLARIA MAJALIS (Lírio do Vale)

Medicamento do coração fraco. Dores uterinas acompanhadas de


palpitações.

(..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Extra-sístoles.

CAPAIVA OFFICINALIS (Bálsamo de Copaíba)

Medicamento da infecção geniturinária crônica. Catarro da bexiga


com queimações na uretra e no colo da bexiga no momento da micção,
inflamação e inchação do meato, urinas com odor de violeta, retenção urinária,
CORALLIUM RUBRUM - 513

micção gota a gota ou então jato em retardo e fino. Uretrite com corrimento
leitoso. Induração da próstata.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Uretrite.

l~~~~~-c_o~R_A_L_L1_u_M~R_u_e_R_u_M~(C~oi_a_1_ve_~_m_e_lh_o_J~~~~___.
Medicamento de tosse espasmódica incessante com abalos muito
próximos, paroxismos subintrantes como uma metralháda. Sufocação e
esgotamento antes da quinta. O rosto torna-se vermelho escuro durante as
quintas. Catarro pós-nasal com muco abundante nas fossas nasais posteriores.
Tosse cheia com expectoração.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Coqueluche, Coriza, Tosse.

CRATJ:EGUS OXVACANTHA (Espinheiro a/var)

Medicamento adjuvante do tratamento clássico na insuficiência


cardíaca. Palpitações no curso de uma insuficiência cardíaca com pulso fraco
e irregular, dispnéia, agravamento quando o paciente está deitado sobre o lado
esquerdo e pelo movimento. Hipertensão arterial com coração hipertrofiado,
porém fraco. Agravamento ao menor esforço.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Extra-sístoles, Hipertensão arterial.

CROCUS SATIVUS (Açafrão cultivado)

Medicamento da histeria · com demonstrações. afetuosas-, exube-


rantes, tendência a rir, a cantar, assobiar, saltar, dançar. O páciente abra-
ça faéilmente os que estão à sua volta. Humor cambiante, alternância de
tristeza e hilaridade. Sensação de alguma coisa viva de~tro do ventre.
Metrorragia de sangue negro e filamentoso, agravada pelo movimento.
Extremidades frias.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Histeria, Metrorragias.


514 - CROTALUS HORRIDUS

CROTALUS HORRIDUS (Crótalo horrível)

Medicamento de hemorragias e de extravasamento de sangue negro


sem formação de coágulo, na pele e por todos os orifícios. Estados sépticos
graves com febre loquaz e extravasamentos sanguíneos.
Psiquismo. Loquacidade. Elocução impossível ou incoerente. O
paciente responde de modo inadequado. Comete erros ao calcular, não se
lembra dos nomes próprios. Aversão pelos membros da sua farru1ia.
Olhos. Retinite com extravasamentos sanguíneos.
_ Nariz. Epistaxe.
Boca. Língua inchada com tendência à gangrena. Hematêmese.
Abdômen e Reto. Lesão grave do fígado, particularmente no curso de
uma hepatite viral grave ou da febre amarela. Melena.
Pele. Equimoses. Púrpura. Antraz circundado por uma zona edemaciada
e marmoreada.
Sintomas gerais. Hemiplegia do lado direito com trismo e afasia.

f_.. PR_INCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente vascular cerebral, Antraz, Equi-


moses, Flebite, Hematêmese, Hemorragias, Hepatite virai, Nefrite crônica, Picadas .
de insetos, Púrpura, Retinite, S_epticemia.

CROTON TIGLIUM (Cróton)

Medicamento de erupções vesiculosas confluentes, que evoluem


para a supuração e a ulceração, pruriginosas. A coçagem é dolo-
rosa. Localização preferencial nos órgãos genitais. Alternância com uma
diarréia.
Olhos. Conjuntivite purulenta com aspecto de granulações. Sensação de
calor nos olhos, principalmente à noite. "
Abdômen. Diarréia em jatos repentinos, agravada pelo fato de comer ou
de beber.
Peito. Eczema fissurado dos mamilos ou abcesso do seio durante o
período de aleitamento. Dores que vão do mamilo às ·costas (na omoplata
correspondente) quando a criança mama, como se o seio estivesse esticado por
um cordão.
Pele. Erupções vesiculosas com pruddo. Agravamento à noite. Eczema
alternando com uma diarréia.
CUPRUM METALLICUM • ·515

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso do seio, Aleitamento materno,


Conjuntivite, Diarréia, Eczema, Fissuras dos mamilos.

CUPRUM METALLICUM (Cobre)

Medicamento de espasmos violentos que começam em um membro


superior, com o polegar dobrado para dentro da mão, e que podem em
seguida se generalizar. Câimbras violentas.
Boca. A língua sai da boca e volta rapidamente como a de uma ser-
pente.
Estômago. Vômitos do tipo convulsivo, que melhoram ao beber água
fria. Soluço que acompanha uma crise de asma ou de vômitos.
Abdômen. Abdômen quente. Câimbras no abdômen. Diarréia com fezes
coleriformes, câimbras no abdômen e nas panturrilhas.
Peito. Dispnéia. Tosse espasmódica violenta; interrompendo a res-
piração, sufocante, impedindo de falar, que melhora ao beber água fria. An-
gor com dores do tipo espasmódico provocadas por uma emoção e pulso
lento.
Membros. Câimbras da panturrilha tão violentas que fazem o paciente
gritar. Medicamento indicado pelas câimbras durante o coito, da gravidez, do
parto, ou de uma síndrome coleriforme. Melhora ao esticar o pé.
Pele. Conseqüências de retrocesso de uma erupção.
Sintomas gerais. Febre. Convulsões devidas ao aumento da uréia
sangüínea. Crise de epilepsia Bravais-Jacksoniana começando em um membro
superior, com o polegar dobrado para dentro da mão, e que pode em seguida
se generalizar. Outras características da crise: face cianótica, olhos virados
para cima, trismo, midríase, espuma na boca, opistótono.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Câimbras, Cirrose, Coqueluche,


Diarréia, Epilepsia, Espasmofilia, Nefrite crônica, Soluço, Tosse, Vômitos.

CYCLAMEN EUROPJEUM (Ciclâmen)

Medicamento da enxaqueca oftálmica com cintilações multicores ou


manchas negras ou cegueira durante a cefaléia.
Psiquismo. Escrupulosidade exagerada. Remorsos de consciência.
Sentimento de não ter cumprido seu dever.
516 - CYCLAMEN EUROPJEUM

Estômago. Soluço após as refeições, mais especialmente no curso da


gravidez. Eructações que lembram o soluço.
Órgãos genitais femininos. Regras negras qué se interrompem quando
a paciente se mexe. Agravamento durante as regras.
Sintomas gerais. Vertigem "transparente" (o paciente vê os objetos ao
mesmo tempo no lugar, e como se tivesse girado).

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Amenorréia, Cefaléia, Soluço, Vertigens.


f)
DIGITALIS PURPUREA (Digital púrpura)

Medicamento da hipossistolia com pulso lento e sensação de parada


do coração agravada ao menor movimento. O paciente fica imóvel.
Olhos. Descolamento e anemia da retina. Os objetos parecem amarefos
ou verdes.
Abdômen. Fígado aumentado e doloroso. Diarréia. Fezes descoloridas.
Aparelho urinário. Emissão de urina aquosa. Sensação de que a bexiga
ainda está cheia após a micção.
Órgãos genitais masculinos. Hipertrofia senil da próstata, com retenção
urinária, violentas necessidades de urinar, micção gota a gota, especialmente à
noite.
Peito. Palpitações violentas com pulso lento e sensação de parada do
coração. Dores do coração após o coito. Concomitância, eventualmente, de
uma lesão mitral. Efusão pericárdica.
Pele. Icterícia com pulso lento, diarréia com fezes descoloridas, grande
fígado.
Sintomas gerais. Lipotimia.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Descolamento da retina, Extra-sístoles,


Hepatite virai, Hidrocele, Hipertrofia benigna da próstata, Lipotimia, Nefrite crônica,
Pericardite.

DIOSCOREA VILLOSA (lnhame silvestre)

Medicamento de dores tipo câimbras agravadas quando o paciente


está inclinado para frente, que melhoram quando ele se endireita ou se
inclina para trás.
518 - DOLICOS PRURIENS

Abdômen. Dores abdominais tipo câimbras que se irradiam à distância


em qualquer direção, especialmente para as costas, dedos, ouvidos, peito,
pênis, cordão espermático, testículos. Dores rio hipocôndrio direito. Diarréia.
Órgãos genitais femininos. Distocia com dores à distância, nos dedos e
artelhos, ou então alternância das dores uterinas com dores nos dedos e
artelhos.
Raque. Dorsalgia.
Membros. Dores nos dedos e artelhos. Panarício que começa com dores
violentas.
Sintomas gerais. Esgotamento.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Ciática, Cólica hepática, Cólica riefrética,


Diarréia, Distocia, Panarício.

DOLICOS PRURIENS (Ervilha de coçar)

Medicamento de prurido com ou sem erupção. Ele alivia o prurido


do edema de Quincke, o prurido ictérico, o prurido senil. Inchaço da face e
sobretudo dos lábios. Agravamento à noite (o que impede de donnir), pela
coçagem e pelo calor.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Edema de Ouincke, Prurido sine materia.

DROSERA ROTUNDIFOLIA (Drósera)

Medicamento de tosse espasmódica, seca, breve, rouca, "de


cachorro", precipitada, com quintas subintrantes, sufocação e retomada
inspiratória (ou "canto do galo"), face cianótica, epistaxe. Tosse provocada
por uma sensação de cócegas na laringe. Tosse emetizante com vômitos
alimentares, aquosos ou mucosos, por vezes estriados de sangue. O paciente
segura o tórax ou o ventre ao tossir. Agravamento da tosse ao beber, ao
comer, ao cantar, quando o paciente está deitado, depois da meia-noite e pelo
calor. Laringite aguda com voz rouça ou enrouquecimento. Espasmos do peito
com sensação de constricção agravada ao caminhar. Respiração asmática
agravada ao falar.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Asma, Bronquiectasia, Coqueluche, Larin-


gite, Sarampo, Tosse, Vômitos.
DULCAM'\RA - 519

DULCAMARA (Doce-amarga)

. Medicamento das doenças que sobrevêm no tempo úmido e frio:


catarro das mucosas (angina, coriza, diarréia, necessidade de urinar), dores
reumáticas, torcicolo, nevralgias, dores abdominais, dismenorréia, adenopatias,
paralisias. Sensação de frio localizada na região envolvida. Reumatismos,
alternando com outros transtornos (catarro de uma mucosa, diarréia, nevralgia
facial, urticária, verrugas).
Cabeça. Cefaléia catarral no tempo frio e.úmido.
Nariz. Nariz entupido no tempo úmido. Corrimento aquoso pelo nariz e
olhos quando o paciente está em presença de um gramado recentemente
cortado.
Garganta. Inflamação da garganta a cada vez que o tempo está úmido.
Estômago. Indigestão com frialdade no tempo frio ou no momento das
mudanças de tempo.
Abdômen. Dores abdominais no tempo frio e úmido. Sensação de
diarréia iminente. Diarréia no tempo úmido e frio, especialmente no verão, ou
após ter permanecido em chão úmido.
Raque. Lombalgia no tempo úmido com sensação como se o paciente
tivesse ficado longo tempo inclinado para frente.
Membros. Dores musculares no tempo úmido e frio.
e
Pele. Grandes verrugas planas lisas, ou marrons, carnudas e moles,
localizadas de modo preferencial na face, no dorso das mãos. Eczema
vesiculoso ou urticária com dores queimantes após a coçagem. Agravamento
do prurido no tempo úmido.

<_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angina, Cefaléia, Cólica abdominal, Coriza,


Diarréia, Dispepsia, Eczema, Lombalgia, Nevralgia, Paralisia facial, Rinite alérgica,
Tendência a sentir frio facilmente, Torcicolo, Urticária, Verrugas.
ECHINACEA ANGUSTIFOLIA (Equinácea)

Medicamento da septicemia com ponto de partida cutâneo, com


prostração febril, esgotamento, confusão mental, linfangite, excreçõe&
fétidas (catarro nasal, saliva, gases intestinais, diarréia, leucorréias, ló-
quios), formigamento na boca e na garganta, medo sentido na região do
coração.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Erisipela, Septicemia.

ELAPS CORALLINUS (Cobra coraJJ_

Medicamento das hemorragias de sangue negro sem coágulos


(epistaxe, hematêmese, púrpura) no curso de uma febre infecciosa. Língua
inchada. Evolução para a gangrena. O estômago parece frio (espontaneamente
ou após ingestão de bebidas frias). Pneumopatias dos ápices pulmonares, mais
especialmente do ápice direito.

<... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Hemoptise, Hemorragias.

EPIGJEA REPENS (Epigéia rasteira)

Medicamento da cistite crônica com disúria. Queimações no colo da


bexiga, mucopus e ácido úrico na urina. Tenesmo após a micção:

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cólica nefrética .


522 - EQUISETUM HIEMALE

EQUISETUM HIEMALE (Cavalinha de inverno)

Medicamento da micção involuntária diurna e noturna por


irritação vesical, portanto de enurese do adulto por uma causa urológica ou
neurológica. Cistite crônica co_m dores no final da micção. Sensação de bexiga
distendida, que não melhora pela micção. As urinas contêm muco. ·Bexiga
dolorosa, mesmo fora das micções. Tem-se igualmente o hábito de prescrevei
Equisetum na enurese da criança quando não há sintoma preciso.

(~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Enurese, Infecção urinária.

ERIGERON CANADENSIS (Erigerão do Canadá)

Medicamento de menometrorragias de sangue vermelho vivo, abun-


dante, com violenta irritação vesicorretal. O fluxo está aumentado pelo
esforço e pelos movimentos da paciente (no curso do parto, por exemplo).
Fenômenos vicariantes (epistaxe, hematêmese, hematúria). Hematêmese de
sangue vermelho vivo com esforços para vomitar. Leucorréias entre dois
períodos das regras.

_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Hematêmese, Menorragias, Metrorragias.

ETHYLICUM (Álcool etílico absoluto)

Medicamento do paciente alcoolodependente descompensado. Ele


perdeu o senso moral, falta de pudor, tem uma conduta socialmente delituosa.
Confusão, hipomania, com logorréia, riso imoderado, fabulação, impressão de
ser perseguido, euforia, jovialidade, perda de memória, agitação.

(~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alcoolodependência.

EUGENIA JAMBOSA (Jambo rosa)

Medicamento de pápulas endurecidas, inflamatórias, com dores na


região que circunda as pápulas. Cravos. Agravamento durante as regras.
EUPATORIUM PERFOLIATUM • 523

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Rosácea .

EUPATORIUM PERFOLIATUM (Erva para a febre)

Medicamento de febre com dores nos ossos do tipo quebradura,


prostração generalizada, vômitos biliosos ao final do calafrio, diarréia, cefaléia,
dores nos globos oculares. Sede antes do calafrio ou antes de vomitar. Tosse
com dores nos brônquios do' tipo machucadura.

e_. PRINCIPAl.S INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dengue, Febre, Gripe, Tosse, Vômitos.

EUPHRASIA OFFICINALIS (Eufrásia oficinal)

Medicamento da inflamação ocular violenta, com lacrimejamento


incessante, abundante, queimante, sob forma de mucopus, escoriando as
pálpebras inferiores e as bochechas, e responsável por um piscamento
permanente das pálpebras (o que melhora os sintomas). Coriza com, ao
contrário, um corrimento nasal não irritante. Agravamento pelas aplicações
quentes, pelo vento. Melhora ao ar livre.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alergia, Blefarite, Conjuntivite, lrite, Rinite


·alérgica, Sarampo, Úlcera da córnea.
FAGOPVRUM ESCULENTUM (Trigo sarraceno)

Medicamento do prurido senil, especialmente das regiões pilosas, que


melhora pelas aplicações frias e pelo café.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Prurido sine mataria.

FERRUM ARSENICUM ALBUM: (Arsenito férrico)

Medicamento da anemia, a preferir ao Ferrum metallicum quando se


tem a noção de hepatomegalia e de esplenomegalia, ou então quando se
encontra ao mesmo tempo os sintomas do Ferrum e do Arsenicum album.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Anemia.

FERRUM IODATUM (Iodeto ferroso)

Medicamento do bócio exoftálmico e anemia. Magreza em con-


seqüência da supressão das regras.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Hipertireoidismo.

FERRUM METALLICUM (Ferro reduzido)

Medicamento da anemia hipocrômica, principalmente ferropriva, com


palidez da pele e das mucosas, sopro de origem anêmica, vertigens, acúfenos,
526 • FERRUM PHOSPHORICUM

cefaléia latejante, sensibilidade do couro cabeludo ao afloramento, dispnéia


que melhora ao falar ou ao caminhar lentamente, palpitações. Ele pode ter um
aspecto de falsa pletora devida a uma síndrome vasomotora reacional, durante
a qual a face pálida alterna com as ondas congestivas desencadeadas pe-
la emoção, a dor, o esforço. Pulso cheio, mas depressível. Hemoptise. Bócio
exoftálmico com palpitações e amenorréia.

e.-. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Anemia, Cefaléia, Hemorragias,

FERRUM PHOSPHORICUM (Fosfato ferrosoférrico)

Medicamento de congestões localizadas com febre que evolui.


Alternância de temperatura subnormal com febre em tomo de 38,5º: quando a
temperatura está baixa, o paciente está pálido, quando ela sobe, seu rosto
enrubesce. Tendência a hemorragias (epistaxe, hemoptise, retorragia). Loca-
lizações características nas orelhas e peito.
Cabeça. Cefaléia.
Orelhas. Otite aguda com tímpano vermelho e catarro na trompa de
Eustáquio.
Nariz. Coriza
Aparelho urinário. Micção involuntária quando tosse.
L<zringe e traquéia. Inflamação da laringe.
Peito. Inflamação dos brônquios com congestão do peito. Tosse seca,
rápida, espasmódica, dolorosa. Hemoptise.
Membros. Dores reumáticas durante a febre, especialmente no ombro.
Sintomas gerais. Febre congestiva, subindo e descendo por ondas con-
gestivas, com epistaxe. O pulso é fraco. Anemia (preferir em relação ao Fer-
rum metallicum quando se encontra às vezes sintomas de Ferrum e de Phos-
phorus ).

e.-. PRINICIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Anemia, Bronquiolite, Bronquite agu-


da, Coriza, Febre, Hemoptise, Laringite, Otite, Pneumonite virai, Rinofaringite,
Tosse.

FERRUM PICRICUM (Picrato férrico)

Medicamento de verrugas múltiplas das mãos. Útil igualmente em


caso de hipertrofia da próstata com freqüentes micções noturnas e dores
agudas no colo da bexiga.
FLUORICUM ACIDUM • 527

<.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Hipertrofia benigna da próstata, Verrugas.

FLUORICUM ACIDUM (Ácido fluorídrico)

Medicamento da doença lesionai, particularmente da pele, dos


fâneros, do fígado, das veias, dos ossos. Classicamente indicado na pessoa
idosa de espírito leve, com desejos sexuais constantes, otimista, eufórico, que
foge das suas responsabilidades, indiferente a seus próximos, que vai de uma
aventura feminina a outra.
Cabeça. Alopecia em placas redondas. Os cabelos que voltam a crescer
são finos, secos e quebradiços.
Boca. Sensação de calor nos dentes. Cáries dentárias de aparecimento
rápido com dores agravadas pelo calor. Fístula dentária.
Abdômen e Reto. Fígado tacheado. Ascite.
Membros. Dores das varizes, agravadas pelo calor, particularmente nas
multíparas. As unhas crescem rapidamente. Fístula anal com prurido no
orifício externo.
Pele. As velhas cicatrizes tomam-se vermelhas nos bordos, cobrem-se
de vesículas pruriginosas e ameaçam abrir sob forma de úlcera;

<_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alopecia, Cáries dentárias, Cicatrizes,


Cirrose, Dente do siso, Fístula anal, Odontalgias, Satiríase, Varizes.

FOLLICULINUM (Fo/icu/ina)

Medicamento da congestão mamária e pélvica. Inchaço e tensão nos


seios na segunda parte do ciclo .
. Psiquismo. Irritabilidade ou síndrome ansiosodepressiva antes das
regras.
Cabeça. Cefaléias e enxaquecas.
Estômago. Gastralgias.
Abdômen. Congestão abdominopélvica.
Aparelho urinário. Cistalgias com urina clara, taquicardia.
Peito. Cistos ou adenofibromas do seio.
Sintomas gerais. Nevralgias. Ganho de peso.
528 - FORMICA RUFA

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Menopausa, Síndrome pré-menstrual.

FORMICA RUFA (Formiga vermelha)


'.

Medicamento da gota com dores súbitas, móveis, que se deslocam


de articulação em articulação. As urinas estão can-egadas de uratos.
Agravamento dos sintomas durante a transpiração.

(.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Gota.

FRAXINUS AMERICANA (Freixo da América)

Medicamento do grande útero endurecido, fibromatoso, com colo


aberto. Congestão do útero que parece pesar. Tendência ao prolapso.

e_. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Prolapso.


G
GALPHIMIA GLAUCA (Galfímia)

Medicamento da hipersecreção nasal e ocular. Edema das pálpebras.


Asma dos fenos . Não há sintoma característico que permita uma seleção
relativamente segura; pode-se utilizar esse medicamento como uma "receita"
na coriza alérgica.

(.,- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Rinite alérgica.

GAMBOGIA (Goma-guta)

Medicamento da diarréia biliosa expulsa com força e de uma só vez


em um esforço um tanto prolongado, especialmente em uma pessoa idosa.
Antes da defecação: gorgolejas no ventre, dores na região umbilical. Dores
surdas ou tenesmo que melhoram após a evacuação.
Boca. Náuseas durante a marcha ao ar livre. Vômitos.
Estômago. Sensação de frio nos dentes.

(.,- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Diarréia, Gastroenterite, Retocolite úlcero-


hemorrágica.

GELSEMIUM SEMPERVIRENS (Jasmim amarelo da Virgínia)

Medicamento de transtornos paréticos de instalação lenta e


progressiva, no curso de uma febre, de uma síndrome neurológica, ou
ainda em conseqüência de um susto, de uma emoção súbita, de uma má
notícia. O paciente tem um aspecto embotado, rosto vermelho escuro, pá!-
530 • GELSEMIUM SEMPERVIRENS

pebras pesadas e caídas. Sua atividade é lenta. É sonolento. Deseja que o


deixem em paz. Queixa-se de cefaléia occipital .e treme. Os sintomas se ins-
talam Lentamente: o quadro clínico leva alguns dias para se completar antes
que o diagnóstico se torne possível. Paralisias, especialmente do corno anterior
da medula e dos nervos motores. Relaxamento dos esfíncteres, e alterações da
sensibilidade. Inflamação das meninges.
Psiquismo. Ansiedade de antecipação com tremores e diarréia. O
paciente gostaria de poder retardar o momento de uma consulta ou exame.
Inibição da ação (segundo a expressão de Laborit): medicamento do estudante
que prefere não se apresentar para sua prova, do comediante que não vai ao
teatro para se apresentar. Medo de perder seu sangue-frio. Medo dos locais
públicos, dos espaços vazios. Lentidão, confusão, obnubilação, ligadas à
estupefação do espírito.
Cabeça. Congestão cefálica; Sensação de cabeça pesada, especialmente
na região occipital. Cefaléia que termina por uma emissão de urina incolor e
abundante, que alivia. Melhora quando a cabeça está elevada. Encefalite com
sonolência, face vermelha escura, pálpebras caídas, esfíncteres relaxados.
Olhos. Sintomas oculares de origem neurológica. Paralisia dos nervos
oculomotores, paralisia de acomodação. Pálpebras pesadas, caídas, difíceis de
manter abertas. Estrabismo. Nistagmo. Visão turva antes da cefaléia. Dores do
glaucoma. Necessidade de muita luz. Diplopia, especialmente ao olhar de
lado. Visão de uma serpente azulada diante dos olhos. Coroidite. Corior-
retinite. Retinite da nefrite crônica. Descolamento da retina consecutivo à mio-
pia ou a um traumatismo. Exsudato seroso da retina.
Nariz. Coriza lenta para se estabelecer, com corrimento aquoso.
Boca. Ausência de sede. Língua trêmula, como paralisada. Fala em-
baraçada.
Abdômen. Diarréia emotiva, por antecipação ou má notícia, ou ainda
em conseqüência de um medo. Fezes involuntárias. Fezes descoloridas.
Aparelho urinário. Paralisia do esfíncter vesical. Jato intermitente.
Urina incolor e abundante ao final da crise de enxaqueca.
Órgãos genitais femininos. Colo uterino rígido e duro com retardo do
parto. Aborto espontâneo por emoção repentina. Ameaça de aborto após uma
má notícia ou um medo.
Laringe e Traquéia. Paresia das cordas vocais. Afonia.
Peito. Palpitações com sensação de parada do coração se o paciente
não se mexe, agravada quando ele pensa nisso. Pulso lento.
Raque. Dores cervicais irradiadas a toda a cabeça.
Membros. Incoordenação dos movimentos. Paraffsias dos flexores.
Tremores intensos.
GINKGO ·BILOBA - 531

Pele. Exantema que custa a se estabelecer. Icterícia.


Sintomas gerais. Febre de instalação lenta e progressiva (por vanos
dias), com localização característica no sistema nervoso. Vertigens que
parecem partir do occipício, que melhoram quando os olhos estão fechados.
Lipotimia após cólera. Coma.

(.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Ansiedade, Cefaléia,


Coriza, Descolamento da retina, Dengue, Diarréia, Distocia, Esclerose em placas,
Extra-sístoles, Febre, Fobias, Glaucoma, Gripe, Guillain-Barré, Hepatite virai,
Histeria, Intervenção cirúrgica, Lipotimia, Medo do público, Meningite virai, Nefrite
crônica, Preparação para o parto, Retinite, Rinite alérgica, Sarampo, Vertigens.

GINKGO BILOBA (Ginko)

Medicamento de ação sobre a circulação cerebral.


Psiquismo. Perda de memória. Volubilidade. Medos irracionais.
Indiferença.
Cabeça. Cefaléia supra-orbitária ou temporal esquerda, com agrava-
mento ao frio e melhora ao repouso, vertigens, dores no olho esquerdo,
distúrbios da visão, gastralgia queimante.

(.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alzheimer.

GLONOINUM (Trinitrina)

Medicamento da congestão cefálica com afluxo de sangue à cabeça


por ondas, rosto vermelho escuro e desorientação. O paciente não
reconhece o local onde se encontra, ainda que lhe seja familiar. Batimentos na
cabeça e em todo o corpo, sincrônicos com o pulso. Indicado antes de mais
nada nas conseqüências de uma insolação, que pode ser recente ou ter
acontecido vários anos antes. Conseqüências da intoxicação pelo gás.
Psiquismo. Confusão do espírito. Desorientação: o paciente não re-
conhece o local onde se encontra, se perde nas ruas que conhece bem.
Cabeça. Cefaléia pulsante com rosto vermelho, batimentos das
carótidas sincrônicos com o pulso, olhos injetados, agravamento pelo calor.
Sensação de aumento do volume da cabeça ou como se a cabeça fosse es-
tourar. Agravamento pelo calor de um aquecedor ou do sol, e pelas emoções.
Melhora ao ar livre.
532 - GNAPHALIUM POLYCEPHALUM

Olhos. Midríase. Olhar fixo.


Ouvidos. Ouvidos externos vermelhos. Acúfenos, como se o ruído
viesse do coração, acompanhados de vertigens, associados a um distúrbio
circulatório do ouvido interno ou de toda a cabeça . . Sensação de batimentos
das artérias nos ouvidos. Surdez.
Face. Rosto inexpressivo.
Peito. Sensação de afluxo de sangue ao coração, de calor na região do
coração que se propaga até a cabeça, com ansiedade precordial. Os batimentos
do coração são percebidos dentro da cabeça ou dentro do ouvido. Palpitações
violentas com batimentos das carótidas. Angor com . sensação de afluxo de
sangue ao coração.
Raque. Rigidez cervical.no curso de uma cefaléia.
Sintomas gerais. Crise repentina de hipertensão arterial com cefaléia
congestiva e desorientação. A partir do momento em que ele foi vítima de uma
insolação, o paciente não suporta mais a exposição, ainda que normal, aos
raios do sol.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente isquêmico transitório, Acúfenos,


Angor, Cefaléia, Extra-sístoles, Hipertensão arterial, Insolação, Méniere, Meno-
pausa.

GNAPHALIUM POLYCEPHALUM (Sempre-viva amarela)

Medicamento de ciática com dores súbitas alternando com entor-


pecimento. Melhora na posição sentada.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Ciática.

GRAPHITES (Grafite)

Medicamento do eczema superinfectado, exsudativo, com corri-


mento amarelo como o mel viscoso. Pode-se ver igualmente um aspecto de
mel ressecado com fissuras cujo fundo é amarelo meloso. Localizações
características: as comissuras, as dobras de flexão, atrás das orelhas. Tipo
sensível: o paciente obeso, apático, friorento e medroso·, triste, indeciso,
com rosto congestionado.
GRAPHITES - 533

Psiquismo. Paciente medroso, triste, indeciso, meticuloso, que chora ao


ouvir música. Bradipsiquismo.
Cabeça. Alopecia. Cabelos secos e quebradiços. Erupções exsudativas.
Olhos. Pálpebras inflamadas (principalmente a borda), vermelhas,
dolorosas, cólera de manhã. Eczema das pálpebras. Blefarite crônica com
fissuras nos cantos externos dos olhos. Terçóis de repetição.
Ouvidos. Corrimento exsudativo pelos ouvidos. Eczema atrás das
orelhas. Acúfenos. Surdez que melhora pelo ruído e ao circular em veículos.
Face. Acne. Cantos das bocas fendidos.
Estômago. Dores constrictivas no vazio epigástrico, que melhoram ao
comer e pelo leite quente. Úlcera do estômago, especialmente úlcera calosa.
Aversão pelo peixe, carne, doces.
Abdômen e Reto. Constipação. Diarréia crônica. Grandes fezes envoltas
em muco. Dores relais durante a evacuação. Edema da mucosa anal. Prurido
anal. Eczema anal. Hemorróidas. Fissura anal.
Órgãos genitais masculinos. Desejo sexual pouco marcante ou ausente,
e mesmo aversão pelo coito. Ausência de prazer. Ejaculação precoce com
ereção incompleta e de curta duração. Hidrocele após o desaparecimento de
uma erupção.
Órgãos genitais femininos. Desejos sexual pouco marcante ou ausente,
e mesmo aversão pelo coito. Amenorréia primária. As primeiras regras se
estabelecem tardiamente. Prurido vulvar antes das regras. Regras pouco
abundantes e em atraso. Leucorréias que se assemelham à geléia, em jato,
escoriante, muito abundantes de manhã, com sensação de fadiga na região
lombar.
Peito. Eczema dos mamilos.
Membros. Unhas deformadas, grossas, fendidas. Unhas quebradiças e
que crescem de novo. Unhas encravadas. Verrugas córneas periungueais.
Pele. Pele seca e endurecida, com reflexos amarelos como o do mel.
Erupção exsudativa, com corrimento amarelo meloso. Eczema das dobras
articulares. Eczema atópico. Alternância do eczema com afecções internas,
particularmente a asma. Impetigo. O menor ferimento supura. Quelóides.
Antigas cicatrizes endurecidas. Prevenção dos quelóides. Prurido das varizes.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Acúfenos, Alergia, Alopecia, Ame-


norréia, Blefarite, Calázios, Cicatrizes, Constipação, Diarréia, Disfunção erétil, Ois·
pepsia, Eczema, Ejaculação precoce, Erisipela, Fissura anal, Fissuras dos mamilos,
Frigidez, Gastrite, Hemorróidas, Herpes, Herpes circinado, Hidrocele, Hipotireoi·
dismo, lmpetigo, lntertrigem, Intervenção cirúrgica, Leiner-Moussous, Leucorréias,
Menopausa, Micose, Prurido anal, Prurido vulvar, Psoríase, Quelóides, Terçóis,
Úlcera do estômago, Varizes, Verrugas.
534 • GRATIOLA OFFICINALIS

GRATIOLA OFFICINALIS (Gracíola oficinal)

Medicamento de diarréia expelida com força, acompanhada de sen-


sação de frio no estômago e no abdômen, amarela esverdeada, esgotante,
sem dor, seguida de queimações no ânus ou de dores no cóccix. Indicada
igualmente em caso de ninfomania em uma mulher cuja mentalidade é a da
Nux vomica.

(,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Diarréia, Gastroenterite, Ninfomania.

GRINDELIA ROBUSTA (Grindélia)

Medicamento de sufocação no momento em que o paciente


adormece, ligada a um estado cardíaco ou pulmonar. Ele acorda em
sobressalto com a sensação de sufocar. Broncorréia importante com muco
difícil de destacar e melhora quando a expectoração é possível. Silvos no
peito, opressão, ou mesmo dispnéia de Che"yne-Stokes. Bronquite crônica
complicando uma doença cardíaca com tosse contínua, mantida de modo
reflexo por hábito. Enfisema.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Bronquite crônica, Enfisema.

GUAREA TRICHILOIDES (Guaréia)

Medicamento da inflamação do olho com quemose após intervenção


no cristalino.

<,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Ouemose, Intervenção cirúrgica.

GUN POWDER (Pólvora)

Medicamento de infecção. Supuração das gengivas. Abcesso. Furúncu-


los. Antraz.

(,... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Parodontite.


HAMAMELIS VIRGINIANA (Hamamélis)

Medicamento da congestão venosa ou da inflamação das veias, que


estão dolorosas, sensíveis ·ao toque, endurecidas, nodosas, com sensação de
machucadura. Varizes da língua, da garganta, da vulva, dos membros
inferiores. Hemorróidas. Hemorragias venosas, de sangue escuro e que coagula
mal.
Olhos. Traumatismo da conjuntiva ou da córnea. Irite traumática com
hemorragia na câmara anterior do olho.
Nariz. Epistaxe.
Estômago. Hematêmese devida a varizes esofagianas, com sensação
de tremores no estômago. Hematêmese vicariante (em substituição às re-
gras).
Abdômen . e Reto. Hemorróidas que sangram facilmente com fadiga
mais importante do que o indicaria a perda sangüínea. Sensação de contusão
das veias.
Órgãos genitais masculinos. Orquite que se prolonga, com testículo
quente, inchado, sensível ao toque. Varicocele. Contusão do testículo.
Transpiração no saco escrotal.
Órgãos genitais femininos. Metrorragias passivas associadas a uma
congestão venosa importante, sem outra causa.
Membros. Varizes sensíveis ao toque com sensação de contusão,
equimoses ao menor choque, sangramento. Conseqüências de ablação das
varizes. Periflebite.
Pele. Púrpura.

r..- PRINCIPAIS INQICAÇÕES CLINICAS: Equimoses, Flebite, Hemorragias, Hemor-


róidas, Intervenção cirúrgica, lrite, Metrorragias, Orquite, Periflebite, Púrpura, Trau-
matismos e ferimentos, Varizes.
536 • HEKLA LAVA

HEKLA LAVA (Lava do vulcão Hekla)

Medicamento da exostose e da necrose óssea, particularmente dos


maxilares, mas também da tíbia e do calcâneo.
Nariz. Ulceração nasal.
Boca. Abcesso dentário muito endurecido, em um dente cariado com
periostite na parte con-espondente do maxilar, e inchaço. Adenopatias cervi-
cais.

e.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Artrose, Cáries dentárias, Esporão calcâneo,


Osteoporose.

HELLEBORUS NIGER (Heléboro negro)

Medicamento da depressão sensorial inflamatória com febre, gritos


encefálicos, estupor, indiferença da qual se chega a tirar o paciente, mas ele
tem que fazer um esforço para responder às perguntas. Ele tem a cabeça
afundada no travesseiro, a testa franziti.a, olhos virados para Cima, olhar fixo
com midríase, pupilas lentas para se contraírem, ranger de dentes, língua
oscilante, maxilar inferior caído, mãos desajeitadas quando sua atenção é
desviada, movimentos automáticos dos membros que cessam quando há ruído,
suspi!·os inconscientes, diminuição da secreção urinária. Inflamação das
meninges e do encéfalo.

e.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alzheimer, Convulsões febris, Encefalite


virai , Febre, Meningite virai.

HELONIAS DIOICA (Helonias)

Medicamento da astenia em relação aos transtornos ginecológicos


do tipo má posição do útero ou prolapso uterino. Atonia das fibras mus-
culares do útero. Laxidão ligamentar. Pelo fato da congestão, a paciente per-
cebe os contornos do seu útero.
Psiquismo. Astenia e tristeza que melhoram pela ocupação, exercício
mental.
Boca. Lábios secos e que colam. Grande sede.
HEPAR SULFURIS CALCAREUM • 537

Órgãos genitais femininos. Regras abundantes, com agravamento ao


movimento. Menorragias. Metrorragias. Mucosas genitais vermelhas. Leu-
corréias abundantes. Secreções com aspecto de leite coalhado, com prurido
vulvar. A paciente percebe os contornos do seu útero. Diminuição do desejo
sexual. Esterilidade.
Raque. Lombalgia de origem ginecológica. Fadiga ou peso na região
lombar. Agravamento durante as regras.
Sintomas gerais. Diabetes iniciando com urinas abundantes, claras,
contendo açúcar.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Candidíase, Diabetes, Dismenorréia, Frigidez,


Leucorréias, Lombalgia , Menorragias, Prolapso do útero, Conseqüências de partos.

HEPAR SULFURIS CALCAREUM (Fígado de enxofre calcário)

Medicamento da supuração da pele e das mucosas, de mau odor,


~om dores picantes, sensibilidade ao toque e ao frio. O pus contamina a
região sadia e a lesão se estende em mancha de óleo. Agravamento ao ar livre
e ao toque. Hepar sulfuris calcareum é freqüentemente indicado em caso de
estafilococcia. Não confiar nesse medicamento se o paciente tem otites de
repetição.
Psiquismo. Piromania, tendência a pôr fogo .
Cabeça. Erupção supurante e dolorosa ao toque. Sensibilidade do couro
cabeludo ao toque. Mau cheiro do couro cabeludo.
Olhos. Blefarite com pálpebras sensíveis ao toque e ao ar livre,
granulações na face interna das pálpebras, corrimento purulento que provoca
pequenas vesículas na periferia da parte inflamada. Inchaço das glândulas de
Meibomius. Terçol ou calázio que supuram. Conjuntivite subaguda com pus
abundante e ilTitante, provocando pequenas vesículas na pálpebra inferior.
Quemose. Hipópio. Úlcera da córnea. Agravamento ao ar livre e ao toque.
Ouvidos. Otite aguda com otorréia purulenta de mau odor. O pus
provoca pequenas vesículas no conduto auditivo externo. Prurido da trompa de
Eustáquio. Sensibilidade do ouvido ao toque. Mastoidite com ameaça de
necrose. Medicamento a não utilizar se o tímpano estiver aberto.
Nariz. Coriza aguda com inchaço doloroso do nariz, corrimento
purulento e de mau cheiro. Espirros nas correntes de ar. Dores na raiz do
nanz.
Face. Sinusite. Acne sob forma de cravos ou de vesículas que supuram.
Boca. Gengivas inchadas, abcedadas, com fístula.
538 - HEPAR SULFURIS CALCAREUM

Garganta. Angina com dores picantes, sensação de espinho na


garganta. Evolução possível para o fleimão da garganta.
Estômago. Desejo de ácidos.
Órgãos genitais masculinos. Prostatite com emissão de líquido
prostático mais ou menos purulento após a micção, ou durante a defeca-
ção.
Órgãos genitais femininos~ Leucorréias purulentas de odor fétido,
iITitando a pele, escoriantes, com dores agudas na vulva.
Laringe e Traquéia. Laringite crônica com sensibilidade às correntes de
ar. Dores na traquéia.
Peito. Linfangite do seio. Bronquite com estertores úmidos ou
sibilâncias. Expectoração amarela e viscosa, abundante, de mucopus. Tosse
seca e breve, crupal, sufocante, às vezes produtiva. O paciente se sufoca ao
tossir. Agravamento pelo tempo seco, pelas correntes de ar, vento, ao tirar as
mãos do leito, ao se despir. Melhora pelo tempo úmido.
Membros. Eritema das nádegas que se estende progressivamente em
mancha de óleo. Panarício ou "unheiro" (coleção purulenta em tomo da unha),
com sensação de aperto e hiperestesia ao toque . .
Pele. Prurido provocado pela lã. Transpiração com mau odor. Pele
vermelha e com mau cheiro, sensível ao toque. Erupções sob forma de
pequenas vesículas exsudativas, que se estendem progressivamente. Eczema
superinfectado com extensão em mancha de óleo. Linfangite. Impetigo. O
menor ferimento supura. Úlcera cutânea cujos bordos são sensíveis ao toque,
sangrando ao menor roçar. Abcesso, furúnculos com dores picantes agravadas
ao toque e sensibilidade ao ar (uma folha de papel agitada acima do abcesso
provoca uma corrente de ar que agrava as dores). O pus que sai do abcesso
tem mau cheiro. Ele irrita a pele. Hepar sulfur é útil em todas as fases do
abcesso ou do furúnculo: no início é dado em 30 CH para impedir a evolução
para supuração. Mais tarde é dado em 5 CH para facilitar a evacuação do pus.
Sintomas gerais. Agravamento pelo tempo seco. Melhora pelo tempo
úmido.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Acne, Angina, Antraz, Bartholinite,


Blefarite, Bronquiectasia, Bronquiolite, Bronquite aguda, Bronquite crônica, Calázio,
Conjuntivite, Coriza, Crostas de leite, Dermite das nádegas, Eczema, Erisipela,
Fimose, Fleimão da garganta, Furúnculo, Gengivite, Herpes circinado, lmpetigo,
lntertrigem, lrite, Laringite, Leiner-Moussous, Leucorréias, Linfangite, Mastoidite,
Metrite, Micose, Otite, Panarício, Parodontite, Prostatite, Rinofaringite, Rosácea,
Salpingite, Sinusite, Tendência a sentir frio facilmente, Terçai, Tosse, Traqueíte,
Traumatismos e ferimentos, Úlcera da córnea, Úlcera cutânea, Úlcera do estômago,
Uretrite.
HERACLEUM SPHONDYLIUM • 539

HERACLEUM SPHONDYLIUM (Grande branca-ursina)

Medicamento da seborréia do couro cabeludo com prurido violento.


A transpiração é tão gordurosa que os dedos ficam gordurosos quando o
paciente se coça.

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Dermite seborréica.

HISTAMINUM (Histamina)

Medicamento de alergia com hiperemia e edema. Ele é útil tanto em


caso de alergia cutânea (edema de Quincke, urticária, dermografismo, eczema)
como respiratória (coriza, broncospasmo, asma). Pode ser útil no choque
anafilático. Vide igualmente Pulmão-Histamina.

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alergia.

HYDRANGEA ARBORESCENS (Hidrângea)

Medicamento da litíase renal urática sob forma de depósitos


brancos amorfos, não cristalizados, nas urinas. Cólica nefrética com
tenesmo urinário e dores tipo câimbras no colo vesical. Hipertrofia da próstata.
Diabetes.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cólica nefrética.

HYDRASTIS CANADENSIS (Hidraste)

Medicamento de secreções crônicas das mucosas, amarelas, muito


espessas, tenazes, "de cortar com faca", principalmente nas fossas nasais
posteriores. Evolução possível para a ulceração das mucosas.
Ouvidos. Acúfenos devidos à inflamação catarral do ouvido médio.
Nariz. Coriza crônica. Secreção espessa e tenaz da parte posterior do
nariz e da faringe. "Rolhas" de muco.
Face. Dores frontais.
540 • HYDROCYANICUM ACIDUM

Estômago. Gastrite crônica em um idoso muito magro, portador de uma


doença grave, geralmente câncer. A versão pelo pão e pelos legumes.
Abdômen e Reto. Constipação crônica sem falsas necessidades,
agravada pelo abuso de laxantes, com cefaléia frontal, hemorróidas, fissura
anal e o muco amarelo característico.
Órgãos genitais femi'}inos. Leucorréias viscosas, espessas, colantes,
amarelas, pendendo em longos filamentos desde o colo do útero.
Peito. Bronquite crônica com muco muito espesso, em um idoso
caquético, que apresenta, por outro lado, uma doença grave.

(..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, Bronquite crônica, Constipação,


Gastrite, Leucorréias, Sinusite.

HYDROCYANICUM ACIDUM (Ácido cianídrico)

Medicamento de espasmos e colapso, com coração fraco, pulso


itTegular, quase imperceptível, dores. Os líquidos escoam no esôfago com um
ruído de líquido contendo ar. Cianose.

(..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Infarto do miocárdio.

HYOSCIAMUS NIGER (Meimendro negro)

Medicamento de delírio sobre um tema erótico, obsceno, querelante,


desconfiado, suspeitoso, ciumento, com loquacidade, riso estúpido, carfolo-
gia, fezes involuntárias e, eventualmente, febre. Evolução progressiva para
o delírio tranqüilo, em todo caso um delírio mais calmo que o das outras
solanáceas (Belladonna, Stramonium), com resmungas. O paciente prepara-se
para sua noite de núpcias. Arma-se um complô contra ele. Enviam-lhe ondas.
Vão lhe assassinar. Ele tem medo de ser envenenado (recusa tomar seus
medicamentos), quer matar os seus. Faz macaquices, gestos ridículos e
extravagantes, embola seus lençóis e cobertas. Carfologia. Despe-se, expõe
suas partes genitais. Fecha-se em si mesmo.
Estômago. Soluço do recém-nascido após a mamada, ou do adulto após
as refeições. Soluço após um traumatismo craniano.
Sintomas gerais. Espasmos musculares. Convulsões com vertigem antes
da crise.
HYPERICUM PERFORATUM - 541

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alzheimer, Delírio, Epilepsia, Esquizofrenia,


Febre, Mania, Ninfomania, Paranóia, Satiríase, Soluço, Transtornos obsessivo-com-
pulsivos.

HYPERICUM PERFORATUM (Hipericão)

Medicamento de traumatismo dos filetes nervosos, especialmente


nas áreas finamente inervadas (como a ponta dos dedos ou os lábios), com
dores importantes. As dores sobem ao longo dos nervos a partir do ferimento
inicial. Dores dos cortes por instrumentos cortantes, nwrdidas de animais,
ferimentos lacerados, ferimemos puntiformes, dedos esniagados. Dores das
antigas cicatrizes. Dores do tipo nevrálgico após uma intervenção em um
nervo dentário. Dores dos quadris ou na região do sacro após utilização de um
fórceps. Neuroma, com dores que sobem ao longo do nervo a partir do local
da lesão. Queda sobre o cóccix com traumatismo da medula espinhal e dores
que sobem ao longo da raque.

<_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cicatrizes, Conseqüências de partos, Dorsal-


gia, Intervenção cirúrgica, Lombalgia, Neuroma, Odontalgias, Traumatismos e
ferimentos.
IGNATIA AMARA (Fava de Santo Inácio)

Medicamento do desgosto silencioso com espasmos e comporta-


mento desatento. Sensação de constricção do peito, de opressão respiratória,
com necessidade de puxar suspiros ou de bocejar para se livrar dos espasmos.
Sensação de bolo na garganta. Paciente cheio de contradições, com humor
querelante e instável, introvertido e que tem necessidade de manipular os
familiares. Sintomas paradoxais: por exemplo, a refeição de regime desce
menos bem que uma refeição copiosa. Alternância dos sintomas . Conse-
qüências im.ediatas do luto, do desgosto guardado por muito tempo, da emo-
ção, da decepção sentimental, de contrariedades.
Psiquismo. Após uma contrariedade, o paciente rumina seu desgosto
em seu canto, depois puxa discussão, ele não pode se impedir, é sua maneira
de se livrar do seu estado depressivo. Após um longo momento passado a
remoer, ele sai do seu silêncio ficando agressivo em palavras, lançando
invectivas. Quando não está em fase de agressividade, não é preciso dirigir-lhe
a palavra. Tendência a fazer censuras, a contrariar, a contradizer (mas não
suporta que o contradigam). Humor instável. Agravamento pela consolação.
Melhora pela ocupação. Histeria. Desfalecimento histérico. Paralisia histérica
com impossibilidade de andar. Comportamento pueril. Espasmos do soluço.
Cabeça. Cefaléia do tipo prego cravado, após uma contrariedade ou um
desgosto, agravada pelos odores (especialmente os do café e do fumo) .
Nariz. Hipersensibilidade aos odores (perfumes, café, fumo, tinta), que
podem agravar o estado nervoso.
Garganta. Sensação de bolo na ·garganta, sobretudo quando o paciente
não engole.
Estômago. Dispepsia nervosa de nível paradoxal, em conseqüência de
um desgosto ou de uma contrariedade. A refeição de regime em período de
contrariedade desce menos bem que uma refeição pesada em um momento
favorável. Sensação de vazio no estômago, sobretudo em torno das 11 horas
544 - INDIGO

da manhã, que melhora por um profundo suspiro. Náuseas ou vômitos pelos


odores de fumo , contrariedades, que melhoram de modo paradoxal ao comer.
Soluço devido a uma emoção, uma contrariedade. Soluço após ter comido ou
bebido.
Abdômen e Reto. Dor nervosa na fossa ilíaca direita próximo ao ponto
de McBurney (e não em seu local exato), dando um aspecto de falsa apen-
dicite. Pode ser encontrada pelo "palpar rolar". Constipação em viagem : a ne-
cessidade de defecar é mais sentida na parte inicial do intestino do que na
parte terminal. Hemorróidas com dores que melhoram pela marcha. Espasmo
anal doloroso após a defecação, agravado na postura de pé, que melhora na
posição sentada. Prolapso sem grande esforço de defecação, mais marcante
com fezes moles.
Aparelho urinário. Emissão de ·urina incolor no final da crise de
enxaqueca.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia após uma contrariedade, des-
gosto, emoção. Retorno precoce das regras pelo desgosto.
Peito. Dispnéia de origem nervosa. Pseudo-asma com opressão
respiratória em conseqüência de uma contrariedade ou de uma emoção.
Necessidade de puxar suspiros profundos ou de bocejar para se aliviar ~
Palpitações provocadas pelas contrariedades, pelas emoções. Tosse seca e
breve, nervosa, desencadeada pelas ~ontrariedades, paradoxal e que não alivia:
quanto mais o paciente tosse, mais tem vontade de tossir. Ele obtém benefícios
secundários (sua tosse lhe permite contrariar, e mesmo manipular os
familiares, por exemplo, impedi-los de fumar) .
Sintomas gerais. Síncope emotiva com sensação de vazio no estômago.
Insônia em conseqüência de contrariedades. Agravamento dos sintomas ner-
vosos ao tomar café.

<
... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Amenorréia , Anorexia mental, Ansiedade,
Asma, Cefaléia, Cólica abdominal, Constipação, Conseqüências de partos, De-
pressão nervosa, Dispepsia, Espasmo do soluço, Espasmofilia, Extra-sístoles,
Hemorróidas, Hipertensão arterial, Histeria, Insônia, Lipotimia, Náuseas, Prolapso
retal, Soluço , Tiques, Tosse, Transtornos obsessivo-compulsivos, Vômitos.

INDIGO (lndigotina)

Medicamento das convulsões devidas aos vermes. A aura é


constituída por dor entre os ombros e sensação de calor que sobe do estômago
à cabeça.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Verminose.


INFLUENZINUM - 545

INFLUENZINUM (Vacina Antigripal)

Medicamento utilizado, antes de mais nada, como preventivo da


gripe. Pode ser prescrita uma dose ou dez grânulos em 30 CH, uma vez por
semana de outubro a abril. Útil igualmente nas conseqüências da gripe.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Gripe.

IODUM . (lodo)

Medicamento da agitação ansiosa constante, com hiperfunção do


metabolismo geral, donde a intolerância ao calor e emagrecimento apesar
da abundante ingestão de alimentos. O paciente fica ansioso se não come ou
quando repousa. Sua pele tem uma coloração "iodada". O quadro é encontrado
principalmente no curso de um hipertireoidismo. Na ausência de tratamento,
evolução possível para a exoftalmia e complicações cardíacas. Útil também em
caso de inflamação de mucosas e serosas. Os corrimentos são escoriantes e
queimantes.
Psiquismo. Agitação permanente. O paciente tem o sentimento de ter
esquecido alguma coisa que ele busca incansavelmente.
Olhos. Exoftalmia.
Nariz. Coriza aquosa escorrendo ao ar livre, com dores no~ smus
frontais e respiração asmática. Corrimento escoriante e queimante.
Boca. Gengivite.
Garganta. Hipertrofia da glândula tireóide que está dura e dolorosa,
com sensação de constricção do pescoço.
Abdômen. Pancreatite crônica com diarréia crônica, fezes esbran-
quiçadas e gordurosas. Cisto do pâncreas.
Órgãos genitais masculinos. Hidrocele com endurecimento dos
testículos.
Órgãos genitais femininos. Cisto do ovário com dores do tipo cunha
enfiada no ovário, irradiadas em direção ao útero. Leucorréias que irritam as
coxas, escoriantes, manchando a roupa branca.
laringe e Traquéia. Laringite aguda com voz rouca, dores na laringe
agravadas pela tosse, o que obriga o paciente a segurar a garganta.
546 - IPECA

Peito. Taquicardia, palpitações ao menor exerc1c10. Sensação de


coração em um tomo. Atrofia dos seios e dos mamilos.
Membros. Crises agudas de reumatismos crônicos. Dores ósseas
noturnas. Deformações articulares. Sinovite crônica com efusão.
Sintomas gerais. Adenopatias endurecidas.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Ansiedade, Cisto do ovário, Coriza, Diabe-


tes, Diarréia, Extra-sístoles, Gengivite, Hidrocele, Hipertireoidisrno, Laringite, Leu-
corréias, Pancreatite, Poliartrite reumatóide, Rinite alérgica, Sinovite, Transtornos
obsessivo-compulsivos.

IPECA (/peca)

_ Medicamento dos espasmos brônquicos e digestivos, particular-


mente .da tosse com silvos e náuseas. Hemorragias de sangue vermelho vivo.
A língua está limpa, o que é espantoso em uma doença digestiva.
Cabeça. Cefaléia de origem gástrica, com dores irradiadas à raiz da
língua, náuseas e vômitos.
Nariz. Epistaxe.
Face. Cianose do rosto com olheiras.
Boca. Língua limpa apesar dos problemas digestivos. Hipersialorréia.
Estômago. Sensação de estômago relaxado pendente no abdômen.
Náuseas contínuas que não melhoram pelos vômitos. Vômitos agravados
quando o paciente está inclinado para frente. Vômitos alimentares e mucosos.
Hematêmese de sangue vermelho vivo. Sonolência após os vômitos.
Abdômen e Reto. Diarréia com dores periumbilicais, fezes aquosas,
gosmentas e retorragia.
Órgãos genitais femininos. Menorragias de sangue vermelho vivo.
Dores do parto sentidas no umbigo com hemorragia.
Peito. Tosse cheia, espasmódica, não pr_odutiva, sibilante, incessante,
devjda a cócegas na laringe, terminando por uma ndusea ou vômitos mucosos
e alimentares, o que não alivia. O paciente enrijece-se durante a quinta.
Hemoptise de sangue vermelho vivo. Tosse infecciosa ou alérgica. Tosse da
hérnia de hiato. Dispnéia, ou mesmo sufocação, com sensação de constricção
no peito e sipilâncias. Respiração asmática com sibilâncias. Asma dos fenos.
Enfisema pulmonar em conseqüência de asma crônica.
Pele. Prurido acompanhado de náuseas. O paciente tem que se coçar até
vomitar.
Sintomas gerais. Agravamento pelo vento do sul.
IRIS VERSICOLOR - 547

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alergia, Asma, Bronquiolite, Bronquite


aguda, Cefaléia, Coqueluche, Diarréia, Dispepsia, Distocia, Enfisema, Hematêmese,
Hemoptise, Hemorragias, Hérnia de hiato, Menorragias, Metrorragias, Náuseas,
Prurido sine materia , Retocolite úlcero-hemorrágica, Rinite alérgica, Tosse .

IRIS VERSICOLOR (Gladíolo azul)

Medicamento da hipercloridria com dores queimantes de todo o tu-


bo digestivo, desde a boca até o ânus. Enxaqueca oftálmica. Hérnia de hiato.
Cabeça. Cefaléia frontal. Enxaqueca oftálmica com visão turva ou
fosfenos antes da cefaléia, náuseas, vômitos biliosos, amargos ou ácidos.
Enxaquecas nos dias de folga.
Boca. Salivação abundante.
Estômago. Dores queimantes do esôfago e do estômago. Náuseas.
Vômitos ácidos, queimantes e amargos (biliosos), irritando os dentes.
Abdômen e Reto. Dores queimantes do abdômen e do ânus. Fezes
gordurosas e queimantes.
Pele. Erupção pruriginosa em placas.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, Esofagite, Gastrite, Hérnia de hiato,


Pancreatite, Psoríase, Vômitos.
KALIUM ARSENICOSUM (Arsenito de potássio)

Mediéamento de erupções que lembram as do Arsenicum album,


mas com prurido agravado pelo calor. Pele seca. Pápulas confluentes com
escamas. Psoríase inveterada. Descoloração da pele em conseqüência da pso-
ríase.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Líquen plano, Psoríase.

KALIUM BICHROMICUM (Bicromato de potássio)

Medicamento de inflamação das mucosas com secreção de muco


filamentoso, corrimentos esverdeados e espessos. Dores em pontos e
erráticas. Ulcerações em saca-bocados. Crostas no nariz.
Cabeça. Cefaléia frontal com pequenas dores ósseas em pontos
(enxaqueca oftálmica ou sinusite). Melhora ao comer.
Olhos. Visão turva antes da cefaléia. Conjuntivite. Úlcera da córnea em
saca-bocados, profunda, pouco ou nada dolorosa, sem sinais inflamatórios,
nem fotofobia. Muco e·sverdeado, espesso, filamentoso. Irite não dolorosa.
Lacrimejamento no momento em que o paciente abre os olhos.
Ouvido. Otite crônica com ulceração do tímpano. Otorréia de pus muito
espesso, purulento, após rinofaringite.
Nariz. Coriza que se prolonga com corrimento purulento, esverdeado,
espesso, elástico, pelas narinas e pela parte posterior das fossas nasais. Dores
na raiz do nariz ou sensação de pulsação a esse nível. Crostas no nariz difíceis
de destacar. O ar inspirado parece - quente. Agravamento . ao ar livre.
Anasalamento ao falar. Sinusite frontal com dores em pontos, agravadas pela
tosse. Polipose nasal.
550 - KALIUM BROMATUM

Garganta. Garganta vermelha. Filamentos verdes nas amígdalas. Falsas


membranas. Ulcerações com .filamentos verdes nas amígdalas.
Estômago. Queimações ou peso do estômago que melhoram ao comer.
Náuseas. Vômitos de muco filamentoso e sanguinolento. Úlcera do estômago
com dores epigástricas pós-prandiais. O paciente gosta de cerveja, mas ela
agrava suas dores de estômago.
Órgãos genitais femininos. Leucorréias amareladas ou esverdeadas,
espessas e filamentosas, com escoriações da vagina.
Laringe e Traquéia. Laringite crônica com voz rouca no tempo úmido.
Dores, quando o paciente engole, como se o alimento passasse por uma área
sensível.
Peito. Broncorréia purulenta e esverdeada, que se apresenta sob forma
de mucosidades espessas, viscosas, aderentes, em longos filamentos verdes
difíceis de destacar. Tosse com expectoração. O pus proveniente da sinusite
cai nos brônquios e faz tossir. Agravamento ao comer e ao despir-se.
Raque. Raquialgias agravadas quando o paciente se endireita. Ciática
provocada pelas mudanças de tempo. Melhora quando a perna está flexionada
e pelo andar.
Membros. Inflamação do periósteo. Dores erráticas em pontos. Reu-
matismo psoriásico.
Pele. Úlcera em saca-bocado com periostite na tíbia. A cicatriz de uma
úlcera cutânea é deprimida e dolorosa.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Bronquiectasia, Bron-


quite aguda, Bronquite crônica, Cefaléia, Ciática, Cicatrizes, Conjuntivite, Coque-
luche, Coriza, Dispepsia, Gastrite, lrite, Laringite, Leucorréias, Mononucleose
infecciosa, Náuseas, Otite, Pelvispondilite reumática, Poliartrite reumatóide, Pólipos,
Psoríase, Rinofaringite, Sinusite, Tosse, Traqueíte, Úlcera da córnea, Úlcera
cutânea, Úlcera de estômago.

KALIUM BROMATUM (Brometo de potássio)

Medicamento de abolição das faculdades intelectuais com agitação


constante das mãos. Elas estão perpetuamente em movimento. O paciente
mexe permanentemente com um objeto.
Psiquismo. Perda da memória (sobretudo das palavras). Terrores
noturnos com ranger de dentes. Sonambulismo. Delírio. Falta de senso moral.
O paciente se acredita designado para sofrer a vingança divina. Ele teria
cometido um crime. Sente-se perseguido, procurado pela polícia. Ele tem
medo de ser envenenado. Melhora pela ocupação.
KALIUM CARBONICUM - 551

Boca. Ranger de dentes durante o sono. Gagueira.


Pele. Acne papular ou pustulosa no rosto, no peito ou nos ombros.

<_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Delírio, Esquizofrenia, Gagueira,


Memória (distúrbios da), Paranóia, Satiríase, Terrores noturnos.

KALIUM CARBONICUM (Carbonato dipotássico)

Medicamento da astenia em conseqüência ·de uma doença grave e ,


prolongada (especialmente uma doença pulmonar), com anemia, fatigabi-
lidade, esgotamento físico, tendência a sentir frio facilmente, sensação de
fraqueza na região Lombar, forçando o paciente a se manter sentado inclinado
para frente, impressão de que os membros inferiores vão ceder, transpiração
pelo menor motivo, alopecia.
Estômago. Ansiedade sentida no estômago. Sensação de estômago
cheio de água. Dores epigástricas. Eructações ácidas. Náuseas.
Abdômen e Reto. Abaulamento abdominal. Hemorróidas com dores
picantes dúrante a tosse, especialmente após parto.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia nas conseqüências de uma
doença grave e prolongada. Fibroma responsável por metrorragias e lom-
balgias. Ameaça de aborto com lombalgia, astenia, tendência a transpirar.
Dores ineficazes durante o parto com violenta dor nas costas (no passado
dizia-se "parto pelos rins"). Calafrios após o acesso de dores.
Peito. Dores picantes no peito, independentes do movimento respi-
ratório. Palpitações com pulso fraco, mas rápido, com sensação de coração
suspenso em um fio. Respiração asmática com sibilâncias. Dispnéia que ocorre
ou se agrava cerca das 3 horas da manhã. O paciente está sentado inclinado
para frente, a cabeça entre as mãos, os cotovelos sobre os joelhos.
Expectoração abundante de massas redondas, transparentes e acinzentadas
como a tapioca, com agravamento de manhã.
Raque. Dorsalgia antes das regras ou durante o parto, acompanhada de
sensação de fadiga. Lombalgia com sensação de fraqueza na região lombar,
dores irradiadas às nádegas e às coxas, forçando o paciente a se manter sen-
tado inclinado para frente ou a se alongar..
Membros. Sensação de fraqueza do membro inferior, que dá a
impressão de afrouxar. Dores no quadril irradiadas ao joelho, ou mesmo
sentidas somente no joelho. Dores nos joelhos agravadas quando o paciente
estende o membro inferior. Os joelhos falham quando ele sobe ou desce
escadas. Agravamento das dores quando ele está deitado sobre o lado do-
loroso.
552 • KALIUM CHLORICUM

Sintomas gerais. Vertigens que parecem vir do estômago, agravadas ao


olhar em um espelho.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Alopecia, Amenorréia,


Artrose, Asma, Bronquiectasia, Bronquite crônica, Conseqüências de Parto,
Coxartrose, Dispepsia, Distocia, Dorsalgia, Extra-sístoles, Fibroma, Gastrite, Gonar-
trose, Hemorróidas, Hérnia de hiato, Lombalgia, Tendência a sentir frio facilmente,
Tosse, Vertigens.

KALIUM CHLORICUM (Clorato de potássio)

Medicamento da nefrite crônica associada a uma estomatite aftosa,


com urina escura, albuminúria, cilindrúria.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Nefrite crônica.

KALIUM IODATUM (Iodeto de potássio)

Medicamento de coriza aguda com cefaléia catarral, dores nos sinus


frontais, nariz entupido na raiz, corrimento nasal aquoso abundante e
escoriante, acúfenos. Agravamento ao ar livre, em um cômodo muito aque-
cido, à noite . .
Olhos. Conjuntivite com quemose, secreção purulenta de cor esver-
deada. lrite com dores agravadas à noite.
Nariz. Espirros dolorosos.
Laringe e Traquéia. Sensação de laringe esfolada.
Membros. Dores do periósteo. Gonartrose crônica. Sinovite crônica com
infiltração dos tecidos circundantes ou efusão sinovial. Ciática agravada na
· posição deitada, principalmente deitada sobre o lado doloroso. Agravamento
das dores à noite, melhora pelo caminhar.

(. .. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, · Ciática, Conjuntivite, Coriza,


Gonartrose, lrite, Rinite alérgica, Sinusite, Sinovite.

KALIUM MURIATICUM (Cloreto de potássio)

Medicamento de catarro crônico da trompa de Eustáquio com


. acúfeiios, estalos nos ouvidos ao soprar pelo nariz, surdez~ Catarro
KALIUM PHOSPHORICUM - 553

crônico do nariz. A língua está recoberta por uma camada branca e es-
pessa.

_... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, Coriza, Mal dos transportes, Otite.

KALIUM PHOSPHORICUM (Fosfato dipotássico)

Medicamento do esgotamento cerebral em conseqüência de uma


sobrecarga intelectual ou de um desgosto prolongado. O paciente é incapaz
de refletir. Perdeu a memória. O menor trabalho intelectual lhe parece uma
pesada tarefa, mas de tempos em tempos sai do seu estado e mostra então
irritabilidade (ao contrário do Phosphoricum acidum que permanece apático).
Ele se sobressalta quando ouve barulho, tem pesadelos, terrores noturnos,
sonambulismo. Cefaléia após esforço intelectual. Agravamento dos sintomas
pelo coito. O prazer sexual é retardado.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Depressão nervosa, Disfunção erétil, Memó-


ria (distúrbios da), Terrores noturnos.

KALIUM SULFURICUM (Sulfato dipotássico)

Medicamento de descamação abundante. Kalium sulfuricum facilita a


decapagem dos elementos de descamação. Inflamação das mucosas com
secreções amarelas e viscosas, não irritantes.
Boca. Língua recoberta por uma camada amarela.
Peito. Expectoração amarela com estertores no peito e necessidade de
engolir o que foi escarrado (indicado, por exemplo, no final de pneumonia ou
de bronquite).
Pele. Produção importante de escamas amarelas.
l
_... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dermite seborréica, Psoríase.

KALMIA LATIFOLIA (Kalmia)

Medicamento de dores erráticas com tendência a se difundirem de


cima para baixo ao longo de um membro, com sensação de entorpeci-.
mento.
554 - KREOSOTUM

Peito. Palpitações violentas no curso de uma pericardite reumática com


pulso lento e fraco, dispnéia, dores precordiais in-adiadas ao membro superior
esquerdo até a mão, ansiedade sentida na região do coração, agravamento
quando o paciente está inclinado para frente.
Membros. Dores fulgurantes do tipo descarga elétrica. Alternância dos
sintomas: nevralgia facial e sin!omas cardíacos, palpitações e reumatismos.
Agravamento pelo movimento.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Extra-sístoles, Nevralgia, Pericardite,


Zona.

KREOSOTUM (Creosoto de faia)

Medicamento de irritação violenta das mucosas, sobretudo da boca


e dos órgãos genitais femininos, com corrimentos escoriantes, queimantes
e de mau odor.
Boca. Gengivas cianóticas, esponjosas, . sangrantes, ulceradas. Odor
fétido da boca. Na criança, os dentes de leite cariam ao nascer e tomam uma
forma de cunha. Cáries dentárias da gravidez com hipersialon-éia.
Aparelho urinário. Enurese do primeiro sono. Sono muito profundo, do
qual é difícil acordar a criança. Ela sonha que urina.
Órgãos genitais femininos. Inflamação violenta das mucosas genitais,
responsável por todos os sintomas ginecológicos. Metrorragias após o coito.
Leucorréias amarelas, irritantes, escoriantes, pruriginosas, sanguinolentas,
fétidas, que mancham a roupa branca de amarelo. Os pequenos Lábios estão
inchados porque o jato urinário irrita-os. Dores nc;t vagina durante a micção.
Agravamento após as regras.
Pele. Queimadura cutânea que evolui para ulceração.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Queimaduras cutâneas, Cáries dentárias,


Dentição da criança, Enurese, Gengivite, Leucorréias, Menopausa, Metrorragias,
Odontalgias, Prurido vulvar.
l
LAC CANINUM (Leite de cadela)

Medicamento da síndrome pré-menstrual. Particularmente indicado


em uma pessoa que se autodeprecia ("eu não valho nada", "não sou nada",
"não sou ninguém .importante"), que se vê como suja, que busca a pureza.
Cabeça. Cefaléia que muda rapidamente de lado, com visão turva.
Garganta. Falsas membranas que lembram a porcelana, mudando de
lado sem cessar.
Peito. Seios inchados, tensos, dolorosos antes das regras. Agravamento
ao menor abalo.

crr PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angina, Anorexia mental, Cefaléia, Fobias,


Mastose, Síndrome pré-menstrual.

LAC DEFLORATUM (Leite desnatado)

Medicamento de cefaléia com abundante emissão de urina, náuseas,


vômitos biliosos, fotofobia, constipação, sensação de batimentos que vão da
fronte ao occipício. Transtornos ·visuais antes da cefaléia. Agravamento pelo
leite. Útil igualmente em caso de diabetes com emaci~ção e asma importantes.

crr PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, Constipação, Diabetes.

LACHESIS MUTUS (Veneno de Lachesis muda)

Medicamento de congestão com cianose violácea da pele e das


mucosas, hiperestesia, tendência à infecção e às hemorragias, especial-
556 - LACHESIS MUTUS

mente útil para a mulher na época da menopausa. Ondas de calor com


transpiração e necessidade de ar fresco. Hematomas espontâneos. Melhora
geral pelos corrimentos. É igualmente um medicamento para a pessoa
alcoolodependente, com bochechas violetas e nariz vermelho.
Psiquismo. Loquacidade com passagem de um pólo a outro. Excitação
à noitinha, depressão de manhã. Ciúme. Tendência à crítica. Medo de ser
envenenado.
Cabeça. Hemicrania esquerda ou que evolui da esquerda para a direita,
iniciando durante o sono (ela já está instalada ao acordar). Cefaléia latejante
(ou do tipo estalos). Agravamento ao fechar os olhos. Melhora pelos
corrimentos (rinorréia, regras).
Olhos. Sensação de olhos puxados para trás. Extravasamentos
sanguíneos na retina. Hemorragias nas câmaras oculares.
Ouvidos. Acúfenos devidos a um catarro da trompa de Eustáquio, com
sensação de ouvido entupido, palpitações, vertigens ao acordar, sobrevindo
quando o corrimento nasal cessa intempestivamente ou quando as regras se
interrompem na época da menopausa.
Nariz. Coriza que melhora pela superveniência de um corrimento.
Epistaxe. Nariz vermelho.
Face. Bochecha~ violáceas. Acne. Hipersensibilidade da região paro-
tidiana. Maxilar inferior caído.
Boca. Gengivas · inchadas, violáceàs, sangrantes. Língua edemaciada,
tremente. Dores na raiz da língua, o que provoca a tosse. O paciente silva no
curso da febre ou do delírio. Ele expõe a língua com dificuldade.
Garganta. Intolerância às roupas fechadas no pescoço. Sensação de
bolo na garganta que não melhora ao deglutir, com necessidade de engolir
constantemente. Angina com garganta vermelha escura, violácea, hipersensi-
bilidade · ao toque. Falsas membranas. Sensação de queimações. Disfagia.
Agravamento ao engolir em seco, ou pelos líquidos quentes e à menor pressão
sobre o pescoço.
Estômago. Desejo de álcool. Desejo de ostras.
Abdômen e Reto. Sensibilidade do abdômen às cobertas, às roupas.
Impossibilidade de suportar uma roupa apertada. Espasmo anal doloroso após
a defecação. Sensação de pequenos martelos batendo no reto. Hemorróidas de
aspecto violáceo, sensíveis ao toque, com agravamento das dores durante a
tosse. Trombose hemorroidária (medicamento quase específico). Fístula anal.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia ou regras irregulares durante o
período do· climatério. O r.etorno das regras faz desaparecer as ondas de
calor, melhora os sintomas em geral. As regras só escoam uma hora por dia.
Menorragias ou metrorragias, durante a menopausa, que aliviam as ondas de
. LACHESIS MUTUS - 557

calor. Excitação sexual durante a menopausa. Fibroma. Cisto do ovano.


Sensibilidade do ovário ao toque, especialmente o esquerdo. Medicamento útil
igualmente nas mulheres "que nunca estão bem depois da menopausa".
Laringe e Traquéia; Laringite estridulosa com edema das cordas
vocais, garganta vermelha violácea, laringe dolorosa ao toque, sufocação
.quando se toca a garganta. Sensação de migalha de pão na laringe. Espasmo
da glote durante o sono.
Peito. Bronquite ou asma br.ônquica em conseqüência de uma gripe
._.., 1

mal curada, ou que ocorra no curso da menopausa. Sufocação logo que


alguma coisa toca a garganta do paciente ou no momento em que ele
adormece, com falta de ar. Tosse durante o sono. Tosse seca e breve, reflexo
do estado ~ardíaco. Expectoração de sangue escuro e muito fluido. Melhora
pela expectoração. Melhorc:t . quando o paciente se senta no leito ou quando
abre as portas e janelas .. ·Enfisema pulmonar com dispnéia de esforço e
cianose. Dores precordiais. Palpitações. Sensação de coração grande.
Membros. Tremores das mãos. As extremidades estão violetas e muito
sensíveis ao toque. Periflebite ou .flebite profunda com inchaço violáceo e
hiperestesia cutânea. Úlcera varicosa crônica, indolente, com dores quando o
corrimento não é possível. A pele em tomo da úlcera está violeta, como
marmoreada. O fundo da úlcera é irregular. Sangramento fácil ao toque.
Hiperestesia (o paciente suporta mal seu curativo). Tendência à gangrena.
Pele. Hiperestesia cutânea no momento das ondas de calor que força a
paciente a se despir, durante o dia, quando está sozinha em casa, ou a rejeitar
os lençóis e cobertas à noite. Aspecto azulado ou violáceo da pele. Equimoses
espontâneas ou ao menor golpe. Púrpura. O menor ferimento sangra. Abçesso,
panarício ou antraz sensível ao toque com pele violácea e supuração misturada
com sangue. Linfangite violácea. Erisipela com pele violeta e febre loquaz.
Antiga cicatriz que se toma vermelha, reabre e sangra. As velhas geladuras se
tomam inflamatórias, cianóticas, violetas, podem supurar. Icterícia grave com
hemorragias de sangue escuro e decomposto:
Sintomas gerais. Ondas de calor. Tendência a sentir frio facilmente. A
infecção é geralmente grave. Septicemia. Diátese hemorrágica com sangue
escuro, decomposto, incoagulável. Equimoses. Hipertensão arterial. Vertigens
agravadas ao fechar os olhos. Lipotimia após um banho quente, com dores
precordiais e palpitações. Agravamento geral após o sono. Conseqüências de
supressão do_s corrimentos. Conseqüências de insolação. Os sintomas podem
começar do lado esquerdo e passar em seguida para o direito.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Acidente vascular cerebral, Acne,


Acúfenos, Acrocianose, Alcoolodependência, Alergia, Amenorréia, Antraz, Arterite,
Asma, Bronquite aguda, Bronquite crônica, Caxumba, Cefaléia, Cicatrizes, Cirrose,
Cisto do .ovário, Delírio, Dismenorréia, Enfisema, Equimoses, Erisipela, Eritema
558 • LACHNANTES

nodoso, Escarlatina, Extra-sístoles, Febre, Fibroma, Fimose, Fístula anal, Flebite,


Fleimão da garganta, Gagueira, Geladuras, Gengivite, Glossite, Hematoma,
Hemorragias, Hemorróidas, Hepatite virai, Hipertensão arterial, Histeria, Infarto
pulmonar, Insolação, Insônia, Laringite, Linfangite, Lipotimia, Menopausa, Metrorra-
gias, Ninfomania, Panarício, Periflebite, Púrpura, Retinite, Rinite, Septicemia,
Síndrome pré~menstrual, Síndrome de Raynaud, Sinusite, Tendência a sentir frio
facilmente, Tosse, Traumatismos e ferimentos, Varizes.

LACHNANTES (Raiz vermelha)

Medicamento de rigidez do pescoço com cabeça esticada para o


lado. Sensação de deslocamento. Torcicolo reumático após doença da gar-
ganta. Calafrios entre as omoplatas.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Torcicolo.

LACTICUM ACIDUM ·(Ácido láctico)

Medicamento do diabetes associado com dores reumáticas, com


apetite voraz e grande sede, sensação de vazio no estômago, poliúria, pele seca
e que não transpira.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Diabetes.

LAPIS ALBUS (Fluossilicato de cálcio)

Medicamento do fibroma de consistência elástica, sem limite preciso,


com menorragias ou metrorragias e dores queimantes.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA:· Fibroma.

LATHVRUS SATIVUS (Cizirão cultivado)

Medicamento de paraplegia espasmódica dos membros inferiores.


Marcha espástica, vacilante. Os joelhos se entrechocam. O sinal de Romberg é
LATRODECTUS MACTANS • 559

pos1t1vo. Hiper-reflexividade do esfíncter vesical : micções imperiosas, fre-


qüentes, incontinência urinária se a micção é retardada. Cócegas ou sensação
de queimação na ponta da língua.

<~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Esclerose em placas.

LATRODECTUS MACTANS (Viúva negra)

Medicamento complementar no infarto do miocárdio, ou na


síndrome de ameaça. O quadro é típico: dores precordiais violentas irradiadas
à axila, ao membro superior esquerdo e ao abdômen, opressão, estado de
choque, hipotensão, pulso fraco, dispnéia, pele fria ao toque, expressão ansiosa
do rosto.

<~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Infarto do miocárdio.

LAUROCERASUS (Loureiro-cereja)

Medicamento de complicações das cardiopatias com dispnéia,


cianose, anúria, frialdade, distensão das veias das mãos. Deglutição ruidosa
dos líquidos, seguida de gorgolejo abdominal. O paciente põe a mão no
coração. Tosse reflexa dos transtornos cardíacos, seca, agravada em posição
deitada. Hipocratismo digital. Ameaça de infarto.

<~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acrocianose, Infarto do miocárdio.

LEDUM PALUSTRE (Ledum dos charcos)

Medicamento da inflamação com inchaço frio ao toque agravado


pelo calor local, que melhora por um banho frio. Pode se tratar de uma
afecção reumática, ou de um ferimento puntiforme. Particularmente indicado
no paciente alcoolodependente.
Olhos. Equimoses traumáticas em tomo dos olhos (o clássico "olho
preto"), por soco, bola de tênis, etc. Equimoses da conjuntiva.
Face. Rosácea.
560 - LEMNA MINOR

Membros. Diátese gotosa, com deslocamento das crises de baixo para


cima. Localização típica no joelho, mas igualmente no tornozelo ou no dedão
do pé. O paciente sente a necessidade de descobrir a articulação doente, que
está inchada, pálida e fria ao toque. Caminha de modo trêmulo, o que o obriga
a sentar-se. Tofos dolorosos. Hidrartrose. Entorse com inchaço local e sen-
sação de frieza ao toque.
-Pe.le. Ferimentos puntiformes (por espinho, picada de inseto), ferimen-
tos lacerados ou mordidas de animais. A zona lesada parece fria ao toque. É
pouco ou nada dolorosa.
Sintomas gerais. Falta de calor vital.

<_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Entorse, · Estrófulo,


Gonartrose, Gota, Panarício, Picadas de i_
nsetos, Rol)ácea, Sinovite, Traumatismos
e ferimentos.

LEMNA MINOR (Lentilha d'água)

Medicamento da rinite atrófica com pólipos nasais que incham no


tempo úmido, hipertrofia dos cornetos nasais, catarro pós-nasal. O nariz exala
um mau odor.

e_. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Pólipos.

LILIUM TIGRINUM (Lírio tigrado)

Medicamento de fundo da paciente hiperativa, precipitada, dividida


entre seus pensamentos sexuais e seus pensamentos religiosos. Excitabi-
lidade do músculo cardíaco. Congestão da pequena bacia.
Psiquismo. Depressão nervosa em um cardíaco, com irritabilidade,
precipitação e excitação sexual. A paciente tem que estar constantemente ativa,
fazer várias coisas ao mesmo tempo, para mudar as idéias. Tristeza, choros
agravados pela con_solação, melhora pela distração. Medo de ter uma doença
orgânica, particularmente uma doença do coração.
Órgãos genitais femininos. Sensação de peso dos órgãos da peque-
na bacia, com anteversão, retroversão ou prolapso, vontade contínua de
urinar e agravamento quando a paciente cruza as pernas. As regras só
escoam quando ela se movimenta, e param se ela está deitada. Leucorréias
aquosas ou marrons, irritando a pele, escoriantes. Prurido vulvar com exci-
tação sexual. ·
LITHIUM CARBONICUM - 561

Peito. Palpitações com pulso rápido no curso de uma doença uterina ou


durante uma gravidez. Sensação de que o coração está muito cheio de sangue,
de coração em um tomo, de batimentos de asas, de tremores do coração. A
paciente tem a impressão de que estaria melhor se ela pudesse vomitar ou
urinar.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Depressão nervosa, Dismenorréia,


Extra-sístoles, Hipocondria, Leucorréias, Ninfomania, Prolapso uterino, Prurido
vulvar.

LITHIUM CARBONICUM (Carbonato de lítio) -

Medicamento de dores gotosas associadas a dores dos músculos da


região cardíaca. Sensação de contusão, em um paciente obeso. Tofos. Pele
seca e vermelha nas articulações afetadas. Cefaléia que melhora ao comer. He-
mianopsia vertical: falta a metade direita dos objetos.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica nefrética, Gota.

LOBELIA INFLATA (Lobélia inflada)


1
Medicamento de dispnéia violenta com espasmos do diafragma,
ameaça de sufocação, cianose, sensação de constricção no peito. Sensação ·
de relaxamento ou de vazio no estômago que se propaga até o coração.
Sensação de que o coração vai parar de bater. Sensação de que o sangue
estagnou no peito. Agravamento na posição deitada. Hipersalivação, náuseas
violentas, vômitos. Prostração ou mesmo estado sincopal. Violenta dispnéia
quando de cada dor do parto.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Asma, Distocia, Náuseas.

LUESINUM (Serosidade do cancro sifilítico não tratado)

Medicamento da ulceração das mucosas e da necrose óssea.


Hipersecreções diversas.
Psiquismo. Instabilidade 'do caráter. Medo de ficar louco, de ficar
paralisado, de não se curar. Medo da noite, do contágio, com obsessão de
562 • LYCOPODIUM CLAVATUM

lavagem das mãos. Perda da memona para · os ·fatos recentes com


impossibilidade de fixar a atenção. A pessoa é pouco dotada para a
matemática.
Olhos. Lacrimejamento.
Boca. Sialo1Téia com língua que guarda a marca dos dentes.
Garganta. Hipe11rofia das amígdalas. Anginas ulceronecróticas de
repetição.
Estômago. Desejo de álcool.
Órgc1os genitais femininos. Leuco1Téias profusas.
Membros. Reumatismos crônicos com dores ósseas noturnas, au-
mentando e diminuindo progressivamente.
Pele. Abcesso d~ repetiÇãê). ·

:~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Criptorquidia, Poliartrite


reumatóide, Psoríase, Transtornos obsessivo-compulsivos, Úlcera cutânea.

L YCOPODIUM CLAVATUM (Licopódio oficinal)

Medicamen~o da dispepsia flatulenta, com sen~ação de peso no estô-


mago começando imediatamente após a refeição e agravamento pela sesta.
A digestão é mu_itó lent::~. É igúalm~nte o medicamento de fundo do paciente
com forte personalidade, inteligente, autoritário, com olhos vivos, pare-
cendo mais velho que sua idade. A criança é hiperativa, precoce, ou mesmo
superdotada. É atraído pelas crianças, maiores que ela. Quer sempre ser o pri-
meira de sua classe, e o é a maior parte do tempo. Envergonha-se se por acaso
tira uma nota baixa. Reage então trabalhando mais a fim de ter mais sucesso.
Vai melhor nas disciplinas científicas que nas literárias, tanto mais que é fre-
qüentement~ disléxico. Gosta de ir ao essencial. T~nta, por exemplo, encontrar
a solução de um problema de matemática sem passa;· pelas etapas · interme-
diárias do raciocínio. Compreende a explicação do professor antes do fim da
frase e pode assim .perturbar a classe passando rápido para· a questão seguinte.
Fisicamente, sua cabeça parece mais desenvolvida em relação ao corpo e tem a
fronte olímpica. Apresenta freqüentemente um eczema atópico. Lycopodium
coJTesponde igualmente no ·muito velho com e5pírito intacto. Ele manteve toda
a sua vontade e sua asêeliâê'r1cia sobre os familiares'. Conseqüências de cólera,
de excesso de responsàbi"lidade-s~ de vexação, de sedentarismo.
Psiquismo. Vollmtc(rf9sp, orgulhoso .e muito inteligente, o paciente
Lycopodium gosta de ser bem sucedido e o é em geral. Qu ~ r se~npre ser o
melhor. Tendência à crí~ica ,. a puxar discussão. Tern. sempre a última palavra,
sabe as explicações antes ~os outros e se enerva quando os seus não
LYCOPODIUM CLAVATUM - 563

compreendem bastante rápi.do. Explode raramente, talvez uma vez por ano,
mas então sua cólera _é .muito vi<'>lenta .. Lycopodium parece seguro de si e de
fato. se .o C((aminal)l mimuciosar:nente. percebe-se que ele mio tem confiança
rn1 si 11u:s1110. Tem. portanto, medo do insucesso e apresenta ansiedade de
antecipação. Tem . ~1edp1, do . novo. Não g.osta .d a solidão, mas pre,fere a
companhia que sej:.i .. sil~nci.osa. Tem mau humor ao acordar. Pode se
descompensar e ap1;~~·e~,\a;· 1-im.a baixa das farnldades imelectuais, . com perda
da memória. Não . ~~.' )ein.bra _do início da frase que acabou de ler.
especialmente no monjepto_. da digestão. Diz uma palavra por outra. comete
erros de dlculo. Tórna'.:sé e~tão misantropo e avaro. Tem tendência a chorar.
especialmente quando o felicitam ou agradecem.
Cabeça. Os c'abe'fÕ-s se tornam prematui·amente grisalhos e caem em
placas. Películas. Erupção ·do couro cabeludo. Crostas de leite situadas
principalmente no occipício e atrás das orelhas. Cefaléia latejante se o paciente
não come logo que témrfome. com melhora quando ele come.
Olhos. Hemiopia vertii:al: o paciente só vê a metade esquerda dos
objetüs. Terçóis de repetição.
Nariz. Nariz entup11do.
Face. Face vúmelha ·após as refeições.
Garga11ta. Falsas membranas. Dores na garganta ao deglutir, que
melhoram com líquidos qúentes.
Estômago. Fome imperiosa na hora das refeições. dolorosa. rapidamen-
te · saciada após ter comido a'iguns bocados. Se passa da hora da refeição. o
paciente se roma irritâ\·el. Desejo de bebidas quentes. Desejo de doces, es-
pecia/111e11te de torrões de açlÍcar. Dispepsia flatulenta com sensação de peso
do estômago começando imediatamente após a refeição e epigástrio sensível
. ao toque. Sensação de estômago cheio. mesmo por uma pequena quantidade
de alimento. So110/ê11cia pós-pra11dial agramda pela se'sta. Digestão muito
lenta. em que cinco horas após o meio-dia os alimentos ainda estão no estôma-
go. Soluço. Eructações queimantes. Úlcera do estôrna~o. Agravação pelas
ostras. couve. cebola e cenom:as. Co11seqiiê11cias de ter comido ostras.
Abdômen. Dores abdominais . .Abaulamento . abdominal. sobretudo da
parte inferior do ventre. que melhora ao eliminar gases. Constipação com
falsas necessidades ineficazes, por espasmo anal. que causa o antiperistaltismo.
Diarréia provocada pelo consumo de ostras (o paciente nunca se sente bem
depois do consumo de ostras deterioradas). DimTéia crônica com tremulações
no reto antes da defecação.
Gases ab111ufantes. Hemo1Tóidas muito sensíveis ao toque.
Aparelho urinário. Litíase IÍrica. Dores dos ureteres ilTa~hadas à
bexiga. Urina de odor forte. contendo um sedimento vermelho tijolo que não
564 - LYCOPODIUM CLAVATUM

adere ao recipiente no qual a urina é coletada (uratos). Tendência à infecção


urinária crônica ou à cistite crônica ou infecção urinária de repetição .com
poliúria noturna, jato _lento para vir, arrepio durante a miç;ção, queimações da
bexiga após a micção.
Órgãos genitais masculinos. Hipertrofia da · próstata. Ejaculação
precoce com ereção impossível ou incompleta e que não se mantém,
enfraquecimento ou atrofia do pênis. Diminuição do desejo sexual ou aversão
ao cóito. O pênis se relaxa em caso de emoção. Aversão ao coito em um
pacient~ idoso, com funções intelectuais em via de declínio e que adormece
durante o ato.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia. V arizes vulvares.
Peito.. Batimentos das asas do nariz no curso de uma afecção pul-
monar febril. Dispnéia. Inflamação do pulmão direito. Réspiração asmá-
tica. Alterações cardíacas de origem digestiva. Palpitações durante a di-
gestão.
Raque. Lombalgia que melhora ao eliminar gases ou ao urinar.
Membros. Câimbras com pés frios, sobretudo o direito. Câimbras à
noite na cama ou durante a marcha. Úlcera da perna com eczema ou prurido
em tomo da úlcera. Fissuras do calcanhar. Varizes. Tofos.
Pele. Principal medicamento de fundo do eczema atópico. Prurido das
regiões que transpiram. · Verrugas pedunculadas. Furúnculos de repetição.
Úlcera cutânea crônica com eczema em tomo da úlcera e agravamento das
dores à noite.
Sintomas gerais. Tendência a sentir frio facilmente (otites, rinofarin-
gites, anginas, broncopneumopatias, bronquites de repetição). Hipertensão
arterial orgânica. Aneurisma. Hiperuricemia. Gota crônica. Cetose periódica.
Os sintomas iniciam-se freqüentemente do lado direito e passam em seguida
para o esquerdo. Agravamento das 16 às 20 horas, principalmente em tomo
das 17 horas. Melhora ao ar livre e pelo exercício físico .

(_.. PRINCIPAIS INDl.CAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Alergia, Alopecia, Ame-


norréia, Ansiedade, Arterite, Asma, Atopia, Bronquite aguda, Bronquite crônica,
Câimbras, Cefaléia, Cetose periódica, Cirrose, Colecistite, Cólica abdominal, Cólica .
hepática, Cólica nefrética, Constipação, Crescimento, Crostas de leite, Depressão
nervosa_, Diabetes, Diarréia, Disfunção erétil, Dispepsia, Eczema, Ejaculação preco-
ce, Esofagite, Furúnculo, Gastrite, Glúten (Intolerância ao), Gota, Hemorróidas, He-
patite virai, Hérnia crural ou inguinal, Hipertensão arterial, Hipertrofia benigna da
próstata, Infecção urinária, lntertrigem, Lombalgia, Medo do público, Memória
(Distúrbios da), Otite, Parodontite, Pneumonia viral t Rinofaringite; Soluço, Tendência
a sentir frio facilmente, Terçóis, Tiques, Torcicolo, Toxiinfecção alimentar, Úlcera
cutânea, Úlcera de estômago, Varizes, Verrugas.
L YCOPUS VIRGINICUS - 565

L YCOPUS VIRGINICUS (Lícopo da Virgínia)


,

Medicamento da hiperexcitabilidade do simpático miocárdico, com


taquicardia e extra-sístoles. Bócio exoftálmico com complicações cardíacas.
Taquicardia, palpitações ao esforço, sensação de constricção precordial, pulso
rápido e irregular. O coração parece fraco e tumultuoso ao mesmo tempo.
Dispnéia de esforço. Emissão de urinas aquosas. Agravamento pelas emoções.

e.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Extra-sístoles, Hipertireoidismo.


JV\
MAGNESIA CARBONICA (Carbonato de magnésio)

Medicamento de gastroenterite com hiperacidez geral. Diarréia com


fe:es 1·erdes como a espuma em u111 charco com rcls, de odor ácido, com
igualmente odor ácido de todo o corpo. Útil nas conseqüências da intervenção
em um dente do siso. Odontalgia que melhora pela marcha. agravada durante a
gravidez.

i... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dente do siso, Diarréia.

MAGNESIA MURIATICA (Cloreto de magnésio)

Medicamento de constipação com fezes em bolas. Grande fígado


doloroso com agravamento pela palpação. Agravamento à beira-mar. Útil na
criança raquítica que não digere o leite.

t... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Constipação, Raquitismo.

MAGNESIA PHOSPHORICA (Fosfato de magnésio)

Medicamento de dores violentas, tipo câimbras, que forçam o


paciente a se dobrar em dois e a se apoiar na região dolorosa. Melhora
pelas aplicações quentes. Colocynthis tem a mesma síndrome com. além
di·sso, a irritabilidade pela dor. Dores epigástricas ou abdominais tipo câimbras
forçando o paciente a se dobrar em dois, com melhora pela pressão forte e as
aplicações quentes. Dores no hipocôndrio direito. Diafréia. Soluço crônico.
Câimbras das mãos ao escrever. Câimbras das panturrilhas que melhoram pelo ·
568 - MEDORRHINUM

calor ou ao dobrar o membro em que se localiza a câimbra. Ciática com dores


paroxísticas violentas: Enurese no adulto após uma cateterização.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Ciática, Cólica abdominal, Cólica hepática,


Cólica nefrética, Câimbras, Conseqüências de partos , Diarréia, Dismenorréia,
Endometriose, Enurese, Espasmo do soluço, Espasmofilia, Nevralgia, Soluço.

MEDORRHINUM (Secreções blenorrágicas


coletadas em doentes não tratados)

Medicamento da inflamação crônica das mucosas, especialmente


das mucosas geniturinárias. Conseqüências de gonorréia suprimida.
Psiquismo. Instabilidade do caráter. O paciente tem o sentimento
de viver em um sonho. Tudo lhe parece irreal. Ele esquece seu pró-
prio nome e o dos seus amigos. Perde o fio da conversa. Tem tendência a
deixar tudo para amanhã. Chora durante a consulta. Impaciência, precipita-
ção.
Abdômen. Constipação. O paciente só consegue defecar inclinando-se
para trás. Diarréia após gonorréia suprimida.
Aparelho urinário. Cistite e uretrite crônica com meato colado.
Síndrome de Fiessinger-Leroy-Reiter.
Órgãos genitais masculinos. Prostatite crônica nas conseqüências de
uma gonorréia.
Órgãos genitais femininos. Leucorréias amareladas escoando à
noite.
Peito. Crise de asma aliviada em posição genupeitoral.
Membros. Eritema das nádegas no recém-nascido, com pele ver-
melha viva. Reumatismo crônico. Impossibilidade de manter os mem-
bros inforiores imóveis na cama, agravamento quando o paciente aban-
dona o controle de si mesmo ao tentar dormir. Dores no joelho com in-
chaço.
Pele. Pequenas verrugas pontudas.
Sintomas gerais. Melhora à beira-mar.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alzheimer, Asma, Bartholinite, Condilomas,


Dermite das nádegas, Diarréia, Epididimite, Fibroma, Infecção urinária, Leiner-
Moussous, Leucorréias, Micose, Orquite, Pernas sem repouso, Prostatite, Salpingite ,
Uretrite, Verrugas.
MELILOTUS ALBA - 569 .

MELILOTUS ALBA (Meliloto branco)

Medicamento da cefaléia latejante do hipertenso, que melhora por


uma epistaxe ou por outros sangramentos, assim como por uma micção
abundante. Congestão cefálica com face vermelha, olhos injetados de sangue,
pés frios. Sensação de plenitude da cabeça. Vômitos durante a cefaléia.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, Hipertensão arterial.

MENYANTHES TRIFOLIATA (Menianto)

Medicamento da cefaléia do tipo peso no alto da cabeça, com


turvação da visão, rigidez da nuca, frio intenso. Agravamento ao subir escadas.
Melhora pela pressão das mãos.

e.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cefaléia.

MEPHITIS PUTORIUS (Secreção da glândula anal do furão)

Medicamento da tosse espasmódica muito violenta por espasmo


laríngeo, como se cada espasmo fosse o último, com grande sufocação
bloqueando a expiração, vômitos, face cianótica, falsas vias alimentares.
Sensação de que os membros inferiores se tomam insensíveis.

e.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Coqueluche, Pernas sem repouso, Tosse.

MERCURIUS CORROSIVUS (Sublimado corrosivo)

Medicamento da inflamação das mucosas, de instalação rápida e


violenta. Os sintomas são vizinhos aos do Mercurius solubilis com mais
intensidade. Ele tem a boca característica: hálito fétido, hipersialorréia, língua
que guarda a marca dos dentes, adenopatias satélites. Ele tem também o
mesmo tipo de febre com transpiração noturna.
570 - MERCURIUS CYANATUS

Olhos. Conjuntivite com fotofobia. Úlcera jlictenular da córn ea,


projimda. com dores illlolerâ1·eis. muco irritante e fof<~fobia. Hipópio. Retinite
da nefrite crônica com ulcerações da córnea.
Boca. Aftas. Gengivas inflamadas e muito p<llidas. Hálito fétido,
hipersialorréia, língua que guarda a marca dos dentes.
Garganta. Inflamação violenta da garganta. Dores de garganta agra-
vadas ao toque e quando o paciente engole. Sensações de queimação. Edema
das ;1mígdalas e da úvula. Adenopatias. Inflamação violenta do esôfago.
Abdômen. Colite. Inflamação violenta do reto com te11e.rn10 retal
intenso. que não melhora quando o paciente defeca. Fezes quentes. contendo
mucos purulentos e sanguinolentos. Agravamento após ter consumido frutas
verdes.
Aparelho urinário. Infecção urinária ou cistite aguda com te11es1110
1·esical intenso (mais violento que o da Cantharis), queimações intensas na
bexiga e uretra. Necessidade incessante de urinar, micção gota a gota. Urinas
castanhas, quentes. queimantes. pouco abundantes ou suprimidas. Sedimento
como o de pó de tijolo.
Sintoma.\· gerais. Agravamento de todos os sintomas à noite.

t... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS : Aftas, Angina, Diarréia , Esofagite , Fissuras


dos mamilos, Gastroenterite , Gengivite, Glossite, Herpes, Infecção urinária, lrite,
Nefrite aguda, Retinite, Retocolite Ülcero-hemorrágica, Síndrome nefrótica, Úlcera da
córnea, Uretrite.

MERCURIUS CYANATUS (Cianeto mercúrico)

Medicamento da estomatite e da inflamação severa da garganta


com falsas membranas. Angina com falsas membranas espessas. cinzentas,
extensas, evoluindo para a ulceraçüo. Boca característica de todos os
derivados do mercúrio: h:.\lito fétido, hipersialotTéia, língua que guarda a marca
dos dentes. adenopatias satélites. Prostração rápida.

r~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Angina.

MERCURIUS DULCIS (Cloreto mercuroso ou "calomelano")

Medicamento da otite seromucosa com espessamento e retração


elo . tímpano, catarro crônico do ouvido médio e da trompa de Eus-
MERCURIUS SOLUBILIS - 571

táquio, surdez. Boca ·característica de todos os derivados do mercúrio: há-


lito fétido, hipersialornéia, língua que guarda a marca dos . dentes. adeno-
patias satélites. Prostatite aguda com aumento do volume çia próstata e
disúria.

(..- PRINCIPAIS INDIÇAÇõES:CLiNICAS:


. ·. !1
Otite, Prostatite .

~ERCURIUSí SQLlJBILIS (Mercúrio solúvel de Hahnemann)

. Medicamento da.inflamação demorada das mucosas com supuração


ou ulceração, feb.re com, recrudescência noturna e a boca característica de
todos 'os derivados do mercúrio: hálito fétido, hípersialorréia, língua cujo
. 1

bordo guarda a !11arc;.i dos dentes. Comprometimento do sistema linfático,


adenopatias impo11antes. Febres prolongadas. Agravamento de todos os
sintomas à noite. Mercurius _solubilis é igualmente o medicamento de fundo
da criança agressiva e violenta, precipitada, autoritária, mal humorada,
q~1e gosta de fazer mal aos outros ou aos animais. com temperamento de chefe
da banda, inteligente. Adora manteiga. Tem a·nginas de repetição. Baba 110

--- --.,
P,sfg:UÍS·l,IU/. Agressividade. Violência. Autoritarismo.
Olhos. Blefai'ite. conjuntivite ou oftalmia após uma exposição a uma
fonte de calor .. :As pálpebras estão vermelhas, espessas, inchadas e apresentam
pequenas ulcerações . .Ectrópio. Inflamação crônica da conjuntiva, com pus
escoriante, não espesso, ulcerações superficiais da córnea, irite, fotofobia ,
dores agravadas à noite, ao ar livre e pelo calor. Hipópio. Terço!, Herpes
corneano.
Ouvidos. Otite aguda, com perfuração do tímpano. otorréia purulenta,
escoriante e com mau cheiro, d0res im1diadas à bochecha e surdez. Sensação
de ouvido entupido. Ag1~avamento à noite e pelo calor da cama.
Nariz. Coriza aguda com co1Timento aquoso no início, mas que se torna
rapidamente purulento e escoriante. EspiJTos ao sol. O re.~friado dura vários
· dias, ou 111esli10 duas ou · três se1iwiws, depois vai para o peito e pi'ovoca
bronquite.
Face. Inchaço da região ,parotidiaria. /J~flamaçâo dos sinus frontais ou
maxi/dres. ·
Boca. A boca é particularmente característica com mau hálito, língua
i1idwda e cujo bordo guarda a marca dos demes. hipersialorréia (salivação
572 - MERCURIUS SOLUBILIS

sobre o travesseiro durante o sono). Gengivas inchadas, esponjosas, brancas,


retraídas, sensíveis ao toque, que sangram ao contato, ulceradas, supu-
rantes. Fluxão dentária com bochecha inchada e dores irradiadas à bo-
checha ou ao ouvido do mesmo lado, que melhoram quando o paciente
massageia levemente sua bochecha. Aftas com ulceração superficial. Língua
tremente. Língua ulcerada. Sensação de alongamento dos dentes. Abcesso
dentário. Líquen bucal. Inflamação das glândulas sublinguais. Adenopatias
satélites.
Garganta. · Falsas membranas brancas. Disfagia. Fleimão supurante.
Ulcerações da garganta. Adenopatias cervicais.
Estômago. Sede viva apesar da hipersialorréia. Desejo de manteiga.
Abdômen e Reto. Inflamação da vesícula biliar, com dores no
hipocôndrio direito agravadas quando o paciente se deita sobre o lado direito.
Cólica hepática. Hepatite com icterícia. Inflamação do intestino. Diarréia com
tenesmo retal que não melhora pela evacuação. Fezes de odor ácido, contendo
pus, muco, sangue. Abcesso anal supurado. Fístula anal.
Aparelho urinário. Necessidade freqüente de urinar.
Órgãos genitais masculinos. Herpes genital. Epididimite. Úlcera do
pênis. Inflamação dos vasos linfáticos do pênis.
Órgãos genitais femininos. Inflamaçao dos órgãos genitais femininos
com tendência à supuração e à ulceração. Inchação das mucosas. Dores no
útero. Leucorréias escoriantes, esverdeadas, sanguinolentas, escoando mais à
noite. Mucosa vaginal em carne viva. Ulceração do colo. Herpes genital.
Peito. Bronquite aguda ou que se prolonga, com dores na base do
pulmão direito e batimentos das asas do nariz. Tosse com expectoração
amarela ou verde, agravada à noite e quando o paciente está deitado sobre o
lado direito.
Membros. Tremor intencional com elocução rápida e gaguejante.
Pele. Transpiração de predominância noturna, com mau cheiro. O
menor ferimento supura. Vesículas que evoluem para a supuração. Abcesso
com adenopatia satélite .. Úlcera cutânea com fundo irregular, esponjoso,
sangrando facilmente, com corrimento irritante. Prurido agravado pelo calor.
Líquen plano. Linfangite. Furúnculo. Icterícia.
Sintomas gerais. Febre de recrudescência noturna com transpiração de
mau odor e que não alivia, calafrios, boca característica.

e.- PRINCIPAIS INDIC~ÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Angina, Bartholinite, Blefarite,


Bronquite aguda, Caxumba, Cefaléia, Colecistite, Cólica hepática, Colite, Conjunti-
vite, Coriza, Dermite das nádegas, 'Diarréia, Eczema, Febre, Fimose, Fístula anal,
Fleimão da garganta, Furúnculo, Gagueira, Gastroenterite, Gengivite, Hepatite virai,
MEZEREUM - 573

Hérnia de hiato, lmpetigo, lntertrigem, Leucorréias , Linfangite, Líquen plano, Metrite,


Micose , Mononucleose infecciosa, Odontalgias, Otite , Pancreatite , Parodontite,
Parotidite, Pneumonia virai , Prolapso retal, Prurido vulvar, Rânula, Retocol ite
úlcero-hemorrágica, Rinite alérgica, Rinofaringite, Rubéola, Salpingite, Sida, Si-
nusite, Terçai , Tosse , Úlcera da córnea, Úlcera cutânea, Varicela, Zona.

MEZEREUM (Mezereão)

Medicamento de erupção sob forma de pequenas vesículas que


evoluem para crostas esbranquiçadas, sob as quais pode haver .uma
exsudação ou uma ulceração. Prurido violento agravado à noite (impedindo,
portanto, de dormir), e pelo calor. Erupções do couro cabeludo. Cabelos
colados, aglutinados por crostas espessas e esbranquiçadas. Alopecia. Erupção
pruriginosa pós-vacinai. Impetigo. Algias pós-zosterianas com dores queiman-
tes localmente, enquanto o corpo está frio.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alopecia, Crostas de leite, Dermite se-


borréica, Eczema, Herpes, lmpetigo, 'l.einer-Moussous , Pitiríase versicolor, Prurido
sine mataria, Sinusite, Vacinação (Conseqüências de), Varicela, Zona .

MICA (Mica)

Medicamento da anorexia mental pronunciada. O paciente tem


desgosto da· vida, acha inútil coiner para a prolongar. Seu corpo está frio, seu
coração lento, sua pele atrófica e rugosa. Ele sofre uma importante astenia .

..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Anorexia mental.

MILLEFOLIUM (Milefólio)

Medicamento de hemorragias de sangue vermelho vivo, de origem


congestiva, especialmente após um exercício muscular. As localizações são
múltiplas, sendo as mais características a epistaxe, a hematêmese (sem dor e
sem febre, após sobrecarga muscular), hemoptise (por ruptura de um vaso em
um lobo pulmonar congestivo, ou ainda após supressão das regras ou das
hem01Tóidas), as menometrorragias.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Hematêmese, Hemoptise, Menorragias,


Metrorragias.
574 - MONILIA ALBICANS

.___________M_O_N_l_L_IA__
A_L_e_1c_A_N_S
__ (_C_a_n_d_id_a_a_lb_1_c_a_ns~J-----------'I
Medicamento de inflamação das mucosas e eia pele, uti'lizado a título
de medicamento complementar. nos problemas da candidíase.

!... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Candidíase, lntertrigem, Micose.

MOSCHUS (Almíscar)

Medicamento típico da grande crise aguda da histeria ·do tipo·


"Charcot", com co111porta111e11To reatrai, tendência ao desfalecimento e a
convulsões histéricas de nível espetacular. Tendência ao exagero dos males.
Espasmos diversos: riso incontrolável, opressão respiratória, palpitações.
sensação de bolo na garganta, soluço. Frialdade durante a crise. Uma bochecha
está p<llida e quente, a outra vermelha e fria. Personalidade exuberante.
Criança agitada. zombeteira. exuberante.

i... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Espasmo do soluço, Espasmofilia, Extra-


sístoles, Lipotimia.

MUCOR MUCEDO · (Mucor mucedo)

Medicamento da micose recidivante. Manchas cutâneas ovais,


mais claras nos centros. Os olhos estão irritados e a luz faz mal aos olhos.
Coriza com espirros. Dispnéia com expectoração. Asma com componente
micôtico.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Micose, Pitiríase versicolor.

MUREX PURPUREA (Púrpura antiga)

Medicamento da congestão uterina . com prolapso. Sensação de peso


do útero. Melhora ao pressionar sobre a vulva ou ao cruzar as pernas.
i\/temância de le11corréias com si11to111as 111e11tais, partic11/ar111e11te depressüo.
Excitação sexual quando as regras param.
MURIATICUM ACIDUM - 575

~..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Depressão nervosa, Leucorréias, Ninfoma-


nia, Prolapso uterino.

MURIATICUM ACIDUM (Ácido clorídrico)

Medicamento da febre adinâmica com relaxamento muscular. O


paciente está tão fraco que se afunda no leito e seu maxilar está rnído. Seus
esfíncteres estão relaxados. Ele emite fezes cada vez que urina. Hemorróidas
hipersensíveis ao toql!e. Alergia ao sol.
Abtlôme11 e Reto. Hemoffóidas que saem durante a mi,:ção. hiper-
sensíveis ao toque. e até o papel higiênico é insuportável. Melhora das dores
pelos banhos de assento quentes. Hemom)idas das criarn;as pequenas. Prolapso
retal durante a micção;
Pele. Eczema soh fo1ma de pequenos botões vermelhos. Medicamento
de fundo da alerRia ao sol, a prescrever particularmente para a pessoa Natrum
muriaticum que apresenta alergia ao sol quando se receia agravá-la com seu
medicamento de fundo.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alergia, Eczema, Febre, Hemorróidas, Lucite


estival benigna, Prolapso retal, Septicemia, Urticária.

MYRISTICA SEBIFERA (Mirístico)

Medicamento que facilita a coleção de pus e a supuração. Abcesso.


Panarício com dores subungueais e edema da falange correspondente. Também
chamado .. bisturi homeopático".

:..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Panarício.


NAJA TRIPUDIANS (Cobra de capelo)
1
Medicamento da lesão valvular cardíaca com sopro, pulso lento e
irregular, tosse reflexa do estado cardíaco. Sensação de fraqueza na região
do coração. Dores precordiais irradiadas ao membro superior esquerdo com
palpitaçõ~s que impedem de falar. Hipotensão. Agravamento quando o
paciente está deitado sobre o lado esquerdo e pelo vinho. Depressão em um
cardíaco, com medo da morte, tendência suicida e cefaléia. O cardíaco está em
melhor estado geral se toma regulqrmente as doses de Naja tripudians (em 12
CH, uma vez por semana, por exemplo).

e~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Depressão nervosa, Extra-sístoles,


Hipotensão arterial, Tosse.

NAPHTALINUM (Naftalina)

Medicamento da inflamação dos tecidos oculares e das vias aéreas. ·


. Coriorretinite. Descolamento da retina com depósitos sobre a retina. Catarata . .
Opacidades corneanas. Ambliopia. Coriza de natureza alérgica, com muitos
espirros, rinorréia aquosa escoriante, tosse espasmódica, asma.

e~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Catarata, Descolamento da retina, Retinite,


Rinite alérgica.

NATRUM MURIATICUM (Carbonato de sódio monoidrato)

Medicamento de intolerância ao calor do. sol, com cefaléias,


vertigens, astenia, incapacidade de pensar.
578 • NATRUM MURIATICUM

Psiquismo. A versão à família e às pessoas que ele não conhece.


Hipersensibilidade à música com ansiedade.
Membros. Entorses de repetição ou subluxação com ·recaída, dás
tendões peroneais. O paciente torce facilmente os tornozelos.
Pele. Vitiligo. O vitiligo não é curado pelo Natrum carbonicum, mas o
sintoma serve para confirmar o medicamento.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Ansiedade, Depressão nervosa, Entorse,


Insolação.

NATRUM MURIATICUM (Sal marinho)


1

Medicamento de fundo do paciente pouco comunicativo, reservado,


distraído, que foge da companhia das pessoas que não conhece. Ele é
ambivalente e sempre nos extremos: agravamento ou melhora pela consolação,
.
secura ou hipersecreção das mucosas, desejo ou aversão pelo sal, agravamen-
. .

to ou melhora à beira-mar. Ele racionaliza. seus problemas e, por isso, não


pode suportar o agravamento que se vê bem freqüentemente no início de um
tratamento. Eis porque às vezes há interesse em dar Natrum sulfuricum (ou
Muriaticum acidum) em uma primeira etapa e passar em seguida ao Natrum
muriaticum. Alergia. Herpes. Doenças auto-imunes. Natrum muriaticum é o
principal medicamento de fundo das anemias em geral, quer sejam ferroprivas
ou auto-imunes (como a doença de Biermer). Conseqüências do amor
frustrado (ruptura de noivados), de desgosto prolongado e recalcado, de luto
que não foi cumprido. Consequências de sobrecarga cerebral, intelectual,
mental.
Psiquismo. Desgosto silencioso. O paciente não mostra sua tristeza. Ele
não chega a. chorar ou chora quando está sozinho. Repisa seus problemas (ou
o passado) em silêncio, não esquece nunca. Reservado, pouco comunicativo,
ele perde a confiança em si mesmo, não gosta de falar, é impermeável à
psicoterapia. Recebe mal a consolação inábil, melhora com o consolo de uma
pessoa em quem verdadeiramente confia. Tem uma grande necessidade da
verdade absoluta e da justiça, e faz sempre as coisas no extremo. Racionaliza,
intelectualiza seus problemas. Tem vontade de encontrar a causa de cada um
dos pequenos sintomas que sofre: Impaciência. Distração importante que
impede o padente de registrar o que deveria reter·. · Tendência obsessiva
ou fóbico-obsessiva. O paciente duvida de si mesmo, verifica de modo
compulsivo. Ciúme obsessivo. : Inabilidade física e psíquica: quando está
~nervado, tem movimentos bruscos e imprecisos, deixa cair os objetos, põe seu
NATRUM MURIATICUM - 579

copo na beirada da mesa, respinga água ao vertê-la em um copo. ·Medo de


ladrões. Sonambulismo. A criança é afetiva, mas não o mostra, . nem pede
carinhos. Está atrasada para aprender a andar e a falar. Tem poucos amigos (às
vezes um só). Participa pouco na classe e não conta a seus pais o que se. passa.
Cabeça. Alopecia frontal precoce de origem genética, começando en-
tre as idades de vinte e trinta anos. Tendência às películas. Locàlização
característica das erupções no limite do couro cabeludo. Cefaléia provocada
pelo ·trabalho intelectual. Transtornos visuais antes da cefaléia. Enxaqueca
oftálmica. Cefaléia martelante precedida de transtornos da visão, com sede,
vacilação da intensidade luminosa, lacrimejamento, sensação de vazio no es-
tômago.
Olhos. Blefarite com sensação de areia nos olhos, lacrimejamento,
blefarospasmo. Conjuntivite. Terçóis de repetição, mais especialmente na
proximidade dos cantos internos dos olhos. Úlcera da córnea, de repetição.
Catarata periférica com estrias muito finas, irregularmente distribuídas. Fadiga
visual.
Nariz. Coriza infecciosa ou alérgica, começando por espirros. Corri-
mento . nasal importante que lembra a clara de ovo. Raspamento · das fossas
nasais posteriores. Perda do paladar e do olfato. Epistaxe.
Face. Rosto gorduroso e luzidio (por causa de uma atividade
importante das glândulas sebáceas).
Boca. Muito reservado, o paciente Natrum muriaticum expõe pouco a
língua quando lhe pedem que a mostre. Ela é geográfica ou apresenta gotas de
saliva nos bordos, ligadas entre si por fios de muco. Perda do paladar. Sede.
Gengivite crônica. Aftas de repetição. Doença de Behcet. Inflamação crônica
das glândulas salivares. Rânula. Síndrome de Gougerot-Sjõgren .
. Garganta. Bócio. Hipertireoidismo (a substância de base do Natrum
muriaticum é o sal marinho não refinado, portanto contendo iodo). Anginas ou
rinofaringites de repetição.
Estômago. Sensação de vazio no estômago. Necessidade · de sal (o
paciente ressalga sem provar). Desejo por bebidas ou alimentos amargos.
Desejo de peixes, ostras. Desejo de pão, de farinhosos. Dispepsia pelos
farinhosos.
Abdômen e Reto. Hepa~ite crônica. Dores no hipocôndrio direito
agravadas quando o paciente está deitado sobre o lado doloroso. Constipação
com fezes ressecadas, em · bolotas. Constipação pelos alimentos farinhosos.
Diarréia crônica com fezes pegajosas. Fissura anal. Secura da mucosa anal.
Aparelho urinário. O paciente não consegue urinar na presença de
alguém:
Órgãos genitais masculinos. Dores nos cordões espermáticos durante a
tosse.
580 • NATRUM MURIATICUM

Órgãos genitai~ femininos. Amenorréia pnmana, sendo estabelecidas


as primeiras regras tardiamente. Ressecamento da vagina.
Peito. Eritema pudico (por exemplo, quando o paciente se despe para o
exame médico). Bronquite aguda com muito muco no peito. Tosse seca
com lacrimejamento e micção involuntária. Respiração asmática com
expectoração de muco transparente. Palpitações sentidas em todo o corpo.
Palpitações provocadas por ruídos estranhos. Sensação de frio na região do
coração. Sensação como se uma asa de pássaro batesse no lado esquerdo do
peito.
Raque. Dorsalgia ou lombalgia com sensação de quebradura, que
melhora quando a raque é pressionada contra um plano duro (um encosto de
cadeira, por exemplo).
Membros. Rigidez das articulações. Deformação dos tendões. Dores nos
ombros. Verrugas na palma das mãos.
Pele. Natrum . muriaticum é o medicamento de fundo de numerosas
dermatoses, como herpes, urticária, eczema, alergia ao sol, herpes circinado.
Localizações características das erupções no limite do couro cabeludo, entre
as sobrancelhas (glabela), nas dobras de flexão e no ânus. Queda dos pêlos
pubianos. O vitiligo não é curado pelo Natrum muriaticum, mas a presença
dessa dermatose permite confirmar o medicamento.
Sintomas gerais. Tendência a sentir frio facilmente, especialmente na
cabeça. Febre com calafrios, sobrevindo em tomo das 1O horas da manhã, com
herpes de surtida. Falsa insônia: o paciente dorme das duas horas às dez horas
da manhã, e acredita sofrer de insônia enquanto está apenas defasado em seus
hábitos de sono. Sonho com ladrões. Vertigens pelo trabalho intelectual,
a
relacionadas uma astenia dos músculos ocul(!res. Pulso intermitente. Magreza
apesar de comer bem.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Aftas, Alergia, Alergia ao sol, Alopecia,
Amenorréia, Anemia, Anginas, Anorexia mental, Asma, Blefarite, Bronquite aguda,
Bronquite crônica, Calázio, Catarata, Cefaléia, Cólica nefrética, Constipação, Coriza,
Depressão nervosa, Dermite seborréica, Diabetes, Dispepsia, Dorsalgia, Eczema,
Edema de Quincke, Esclerose em placas, Espasmofilia, Esquizofrenia, Extra-
sístoles, Febre, Fissura anal, Gagueira, Gengivite, Glossite, Hepatite virai, Herpes,
Hipertireoidismo, Hipocondria, Insônia, Líquen plano, Lombalgia, Lucite estival
benigna, Maníaco-depressão, Memótia (Distúrbios da), Mononucleose infecciosa,
Micose, Pelvispondilite reumatóide, Prolapso uterino, Psoríase, Rânula, Retocolite
úlcero-hemorrágica, Rinite alérgica, Rinofaringite, Sida, Síndrome nefrótica, Síndro-
me pré-menstrual, Sinusite, tendência a sentir frio facilmente, Tendinite, Terçóis,
Tiques, Tosse, Transtornos obsessivo-compulsivos, Úlcera da córnea, Urticária,
Verrugas, Vertigens.
NATRUM SALICYLICUM - 581

NATRUM SALICYLICUM (Salicilato de sódio)

Medicamento da síndrome de Méniere com acúfenos, surdez para


os sons graves, vertigens ao tentar se levantar da cama.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, Méniêre.

NATRUM SULFURICUM (Sulfato de sódio anidro)

Medicamento da alergia (principalmente aos pólens e aos mofos) e


das enxaquecas de repetição. Catarro crônico das vias aéreas. Seqüelas do
traumatismo craniano, sob forma de vertigens, cefaléias, depressão nervosa.
Retenção de água nos tecidos. Agravamento pelo frio úmido, à beira-mar, na
primavera.
Psiquismo. O paciente pensa em suicídio. Ele tem que se controlar para
não dar um tiro na cabeça ou não se enforcar. A música causa tristeza.
Cabeça. Cefaléia após um traumatismo craniano. E"f!Xaqueca oftálmica
com vômitos biliosos, hipersalivação, diarréia biliosa. Bom medicamento para
começar um caso de enxaqueca em um paciente N atrum muriaticum quando se
tem dúvida de um agravamento por este medicamento.
Olhos. Fotofobia durante a cefaléia.
Nariz. Coriza espasmódica com prurido nas asas do nariz. O paciente
raspa a parte de trás do nariz, que é a sede de um prurido. Etmoidite. Alergia
aos mofas. Agravamento pela umidade.
Boca. Gosto amargo na boca.
Estômago. Dispepsia pelos farinhosos.
Abdômen e Reto. Dores no hipocôndrio direito durante a inspiração
profunda, que melhoram pela pressão, com impossibilidade de suportar as
roupas apertadas. Litíase biliar. Dores abdominais com vômito de bile· ·e
diarréia biliosa, que melhoram pela eliminação de gases. Diarréia após o
desjejum. Fezes que salpicam. Diarréia por alimentos farinhosos e pelos
legumes. O paciente se sente alegre após a defecação. Condilomas carnudos.
Peito. Tosse cheia, com expectoração esverdeada. Agravamento pela
umidade e na primavera. O paciente segura o peito ao tossir. Dores no peito,
especialmente na base do pulmão esquerdo. Asma dos fenos. Asma devida à
presença de mofas.
Membros. Dores nos membros inferiores com necessidade de mudar
constantemente de posição, agravamento ao se levantar de uma cadeira, ao se
582 - NITRICUM ACIDUM

inclinar para frente e pelo tempo úmido. Dores nos quadris irradiadas aos
joelhos.
Pele. Eczema com grandes escamas amareladas e translúcidas, com
prurido ao despir-se.

<_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alergia, Artrose, Asma, Bronquite crônica,


Cefaléia, Cólica abdominal, Cólica hepática, Colite, Condilomas, Coriza, Coxartrose,
Depressão nervosa, Dermite das cercas vivas, Diabetes, Diarréia, Dispepsia,
Eczema, Edema de Quincke, Glúten (Intolerância ao), Maníaco-depressão, Pneumo-
nia virai, Prurido sine materia, Retocolite úlcero-hemorrágica, Tendência a sentir frio
facilmente, Traumatismos e ferimentos, Vertigens.

NITRICUM ACIDUM (Ácido Nítrico)

Medicamento de inflamação · da pele e das mucosas com fissuras,


tendência à~ ulcerações e dores picantes como por um espinho. Localização
característica nos orifícios cutaneomucosos. Tendência · às neoformações
(verrugas, condilomas, pólipos, câncer).
Psiquismo. Irritabilidade após a defecação. Paciente misantropo,
irritável, rabugento, muito rancoroso, nãl :uportando os sinais de simpatia,
insensível .às desculpas, ansioso a propósito de sua saúde.
Olhos. Úlcera superficial da córnea com dores picantes.
Ouvidos. Hipoacusia que melhora ao circular de carro.
Boca. Aftas com ulcerações profundas, sangrando facilmente,- e dores
picantes ao toque. Os cantos da .boca estão fendidos. Verrugas dos lábios.
Rânula de aparência azulada, com varicosidades sob a língua ou dentro da
boca.
Garganta. Sensação de espinho na garganta.
Estômago. Desejo de gordura. Má digestão do leite. Úlcera do
estômago propriamente dito, portanto com risco de cancerizar.
Abdómen e Reto. Dores picantes durante ou após a defecação, ainda
que as fezes estejam moles. Condilomas em ·formá de couve-flor,- sangrando
facilmente ao toque. Pólipo intestinal susceptível de degenerar, com
sang ramento. Fissura anal sangrante com dores do tipo picadas como por um
espinho dentro do reto ·ou no ânus e exsudação de mau odor. Eczema anal. .
Hemorróidas com fissura anal e sangramento. Espasmo anal.
Aparelho urinário. Pólipo vesical susceptível de degenerar, com
hematúria. Fissura do meato .urinário. Urina de odor forte como a urina de
cavalo.
NUX MOSCHATA - 583

Órgãos genitais masculinos. Condilomas que sangram facilmente.


Órgãos genitais femininos. Condilomas que sangram facilmente.
Leucorréias castanhas ou esverdeadas, ou cor de carne, de odor fétido,
irritanqo a pele, escoriantes, pruriginosas, com ulceração do colo e
sangramento.
Membros. Geladuras fissuradas com dores picantes e sangramento.
Úlcera cutânea com granulações que . sangram facilmente e dores do tipo
espinho.
Pele. Fissuras cutâneas cujo fundo é sangrante, e que são a sede de
dores picantes. Verrugas com dores picantes à pressão, pruriginosas,
sangrantes, localizadas de modo preferencial no nariz, lábios, planta dos pés,
no limite entre a pele e as mucosas. A pele em torno das fissuras e das
verrugas está amarela. As ·cicatrizes tomam-se dolorosas nas mudanças de
tempo.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aftas, Bartholinite, Cicatrizes, Condilomas,


Eczema, Fissura anal , Fissuras dos mamilos, Geladuras, Hemorróidas, Hipocondria,
Leucorréias, Pólipos, Prurido anal, Psoríase, Rânula, Úlcera da córnea, Úlcera
cutânea, Úlcera do estômago, Verrugas.

NUX MOSCHATA (Noz moscada)

Medicamento da histeria com sonolência irresistível pela menor


causa, alternando com sensações de frio interno. Boca seca sem sede.
Opressão respiratória. Lipotimias.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Histeria, Lipotimia.

NUX VOMICA (Noz vômica)

Medicamento da hiperexcitabilidade psíquica, sensorial e muscular.


Convém particularmente aos ·estados · de dispepsia espasmódica com
antiperistaltismo, falsas necessidades de defeéar e língua saburrosa em
sua metade posterior. É também o medicamento de fundo do paciente .
autoritário, irritável pelo menor motivo, intolerante à contradição. Suas
bochechas são vermelhas. Sedentário, ele é ao mesmo tempo congestivo e
friorento. Consome em grande quantidade alimentos gordurosos, álcool, café,
fumo , para melhor se manter em seu excesso de tra~alho. Tem igualmente uma
584 - NUX MOSCHATA

hiperestesia de todos os sentidos (ao ruído, à luz, aos odores, ao toque).


Queixa-se de câimbras. Tem hemorróidas, espirros em salva pela manhã,
hiperuricemia.
Psiquismo. Paciente autoritário, ambicioso, exigente, rneticuloso, ciu-
mento, impaciente, agressivo, vingativo, irritável pelo menor motivo, intole-
rante à contradição. Tem tendência a puxar discussão e a criticar, mas suas
cá/eras passam rápido. Basta ficar sozi~ho para que se acalme. Pode, no
entanto, chegar à irascibilidade e à violência, com impulso de matar. Fica
facilmente excitado sexualmente, mas "come" sem muita afetividade.
Cabeça. Cefaléias do tipo "prego cravado" em conseqüência da
ingestão de álcool ou café. Cefaléia durante a coriza.
Olhos. Intolerância à luz.
Ouvidos. Intolerância ao ruído. Prurido na trotnpa de Eustáquio,
forçando o paciente 'l engolir.
Nariz. Espirros em salvas de manhã no leito, sem verdadeiro resfriado.
Coriza com nariz entupido e seco à noite, escorrendo durante o dia. Coriza
após ter cortado os cabelos. Agravamento pelo calor, de manhã, e após as
refeições ; melhora ao ar livre. Olfato hipersensível.
Face. Nevralgia facial .com dores fulgurantes provocadas ou agravadas
pelo café e pelas correntes de ar.
Boca. Língua saburrosa em sua metade posterior. Nevralgia após ex-
tração dentária.
Estômago. Sensação de plenitude, de peso, de pedra no estômago,
especialmente em conseqüência de excessos alimentares, excesso de álcool,
após ter comido gorduras , por intoxicação crônica pelo café ou ter tomado
medicamentos difíceis de digerir. Dores constrictivas, câimbras no estômago.
Sensibilidade do estômago ao toque, com necessidade de afrouxar as roupas .
As dores começam cerca de meia hora após as refeições. Náuseas ou vômitos
pós-prandiais. Soluço após ter comido muito ou bebido muito. Melhora pelas
eructações. Sonolência pós-prandial, melhora por uma curta sesta.
Abdômen e Reto. Espasmos dos músculos abdominais. Sensibilidade da
parede abdominal. Dores abdominais tipo câimbras súbitas e violentas. Litíase
biliar. Dores no hipocôndrio direito irradiadas ao ombro. Dores abdominais
após ter tomado café. Dores abdominais após a parada do fluxo hemorroidal.
Sensação de pressão para cima. Espasmo anal. Prolapso retal. Sensação de
fraqueza na região inguinal, de hérnia iminente. Hérnia com dores
espasmódicas. Sensação de que o intestino nunca está vazio. Constipação
espasmódica com irregularidade do peristaltismo retal e falsas neassidades
ineficazes. Constipação ligada ao abuso de laxantes. Sensação de diarréia
iminente. Alternância de diarréia e de constipação. Diarréia após excessos
NUX MOSCHATA - 585

alimentares. Diarréia após ter bebido álcool ou após abuso de laxantes. Estase
portal. Hemorróidas internas, congestivas, crônicas, com falsas necessidades de
defecar e sangramentos. Nux vomica é freqüentemente o medicamento de
fundo dos pacientes que tenham hemorróidas crônicas e conseqüências
crônicas de intervenção nas hemorróidas . Prurido anal.
Aparelho urinário. Litíase urinária. Cólica nefrética com dores
espasmódicas irradiadas aos órgãos genitais, impossibilidade de se deitar sobre
o lado esquerdo, micção gota a gota. Espasmos do colo da bexiga. Disúria ou
tenesmo com necessidades freqüentes de urinar. Falsas vontades de urinar.
Órgãos genitais masculinos. Câimbras do cordão espermático. Retração
do testículo por espasmo do cremaster.
Órgãos genitais feminir1-os. Dismenorréia tipo câimbras com falsas
necessidades de defecar. Dores abdominais das mulheres grávidas. Retardo do
parto com falsas necessidades de defecar. Distocia devida a violentos
espasmos uterinos responsáveis por contrações ineficazes.
Peito. Dispnéia. Respiração asmática após as refeições, com espirros,
sensação de constricção do peito e concomitância de sintomas digestivos.
Tosse de manhã no leito. Palpitações no curso de indigestão. Palpitações pelo
café, vinho ou fumo.
Raque. Torcicolo após ter sentido frio em corrente de ar, após medo ou
uma afecção medular. Dorsalgia ou lombalgia intensa, com rigidez. O paciente
é obrigado a se sentar na cama para poder se virar. Lombalgia antes da
defecação.
Membros. Nevralgia cervicobraquial com dores fulgurantes provocadas
ou agravadas pelo café e pelas correntes de ar. Câimbras dos membros
inferiores. Câimbras freqüentes das panturrilhas, que melhoram quando o
paciente estira seu pé. Ele arrasta os pés ao andar. Ciática. Crise de gota.
Pele. Icterícia.
Sintomas gerais. Tendência a sentir frio facilmente. Frialdade (apesar
do aspecto pletórico). Febre com face vermelha, congestiva, e apesar de tudo
o paciente tem sensação de frio intenso ou calafrios, sobretudo quando se
descobre (eis porque ele puxa as cobertas até os olhos). A pressão arterial sobe
particularmente sob efeito da cólera. Vertigens. Convulsões ao menor toque.
Epilepsia em um paciente alcoolodependente ou em associação com uma
mielite. A crise pode ser desencadeada pela cólera. A aura começa no
estômago. Insônia pelo café. Lipotimias pelos odores, ou após a refeição.
Síncope durante um parto.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Alergia, Ansiedade,


Arterite, Asma, Câimbras, Cefaléia, Ciática, Cólica abdominal, Cólica hepática,
Cólica nefrética, Conseqüências de partos, Constipação, Convulsões febris, Coriza,
586 - NUX MOSCHATA

Criptorquidia, Diarréia, Dismenorréia, Dispepsia, Distocia, Dorsalgia, Endometriose,


Enurese, Epilepsia, Esclerose em placas, Espasmo do soluço, Espasmofilia;
Extra-sístoles, Febre, Fissura anal, Gastrite, Gota, Hemoptise, Hemorróidas, Hérnia
crural ou inguinal , Hipertensão arterial, Hipocondria, Insônia, Intervenção cirúrgica,
Lipotimia, Lombalgia, Mal dos Transportes, Náuseas, Nevralgia, Odontalgias, Otite,
Paranóia, Prolapso retal, Rinite alérgica, Satiríase, Soluço, Tendência a sentir frio
facilmente, Torcicolo, Tosse, To>fiinfecção alimentar, Úlcera do estômago, Vertigens,
Vômitos.
o
OCIMUM CANUM (Manjericão esbranquiçado)

Medicamento de cólica nefrética devida a uratos, com vômitos


violentos. Sedimento vermelho nas urinas.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cólica nefrética.

CENANTHE CROCATA (Enanto açafroado)


1

Medicamento de sintomas convulsivos violentos. Crise de grande mal


com espasmos faciais, hipersialorréia, pele fria, fezes involuntárias, trismo,
respiração estertorosa, estado pseudocomatoso após a crise. Agravamento du-
rante as regras. Conseqüências de traumatismo craniano.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Epilepsia.

ONOSMODIUM (Falso litospermo)

Medicamento de tensão rios músculos oculares, que estão fati-


gados pelos trabalhos finos: costurar, ler pequenos caracteres de impressão,
etc. Sensação de dores e de rigidez nos olhos. Astenopia. Os objetos parecem
grandes, o paciente levanta muito o pé quando quer transpor um pequeno
objeto. Cefaléia por sobrecarga visual, especialmente quando olha fixamente .
Ausência de desejo sexual com cefaléia de tensão.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléi'a, Disfunção erétil.


588 - OPIUM

OPIUM (Ópio)

Medicamento de congestão dos vasos cerebrais com estupefação dos


centros nervosos e paralisia. Coma profundo com ausência de reação, face
vermelha escura, miose ou insensibilidade à luz, sono estuporoso,
respiração estertorosa, transpiração quente. Lentificação da respiração e do
coração por paralisia vagai. Parada de todas as secreções salvo a transpiração.
Ausência de dor ou insensibllidade à dor. Conseqüências de medo, de
insolação.
Psiquismo. Inconsciência. Indiferença. O paciente não se queixa de
nada, nem pede nada.
Cabeça. Coma profundo com respiração estertorosa.
Olhos. Olhos semiabertos.
Ouvidos. Hiperacusia.
Abdômen. Constipação pertinaz por paresia do intestino. Inér-
cia intestinal sem nenhuma vontade de defecar. As fezes permanecem
longo tempo no reto. Fezes negras e secas, em bolas, cíbalos duros.
Diarréia. Invaginação intestinal. Oclusão intestinal com vômitos feca-
lóides.
Aparelho urinário. Retenção de urina (anúria excretória)
Órgãos genitais femininos. Amenorréia. Aborto espontâneo.
Laringe e Traquéia. Afonia.
Peito. Respiração estertorosa e lenta.
Sintomas gerais. Insônia. Convulsões. Epilepsia em conseqüência de
um susto com coma estertoroso e rosto vermelho. Lipotimias.

(t r PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente isquêmico transitório, Acidente


vascular cerebral, Alcoolodependência, Constipação, Epilepsia , Hérnia crural ou
inguinal, Insolação, Insônia, Intervenção cirúrgica, Lipotimia, Vômitos.

ORIGANUM MAJORANA (Manjerona dos jardins)

Medicamento de comichão voluptuoso nos órgãos genitais com


idéias e son~os eróticos. Desejo sexual violento e constante levando à
masturbação. Necessidade de mudar as idéias pela hiperatividade e em
particular o fato de correr.

(tr PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Ninfomania.


OXALICUM ACIDUM - 589

OXALICUM ACIDUM (Ácido oxálico)

Medicamento da litíase oxálica com dores e necessidades imperiosas


de urinar e defecar. Agravamento dos sintomas quando o paciente pensa
nisso. Oxalatos na urina.

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cólica nefrética.


p
PtEONIA OFFl~INALIS (Peônia)

Medicamento de hemorróidas congestivas, com fissura anal, edema


da mucosa anal, ulcerações e crostas. Agravamento das dores ao toque.
Exsudação constante.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Fissura anal, Hemorróidas.

PALLADIUM METALLICUM (Paládio)

Medicamento da pessoa altiva e egoísta que busca a lisonja. Quando


ela está acompanhada se excita e tenta brilhar. Espera ser aprovada no que diz,
receber provas de que têm uma boa opinião sobre ela, senão se melindra. No
dia seguinte de tal encontro, está esgotada 04 sente dores nos ovários (es-
pecialmente o direito). Ovário direito grande e endurecido, com dores que me-
lhoram pe1a pressão forte. ,

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cisto do ovário, Prolapso do útero.

PAREIRA BRAVA (Parreira-brava)

Medicamento da cistite e da uretrite em um prostático com ne-


cessidades incessantes de urinar, sensação de bexiga distendida, tenesmo
violento. O paciente tem que se colocar em posição genupeitoral para urinar.
Ele faz então grandes esforços, o que provoca dores na bexiga irradiadas à
glande e às coxas. Ele emite apenas algumas gotas de urina escuras e
sanguinolentas. Cólica nefrética com dores na uretra irradiadas para a glande,
592 - PARIS QUADRIFOLIA

virilha, coxas e retenção de urina. Urinas de cor escura, contendo muco, se-
dimentos vermelhos (uratos), sangue.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica nefrética, Hipertrofia benigna da


próstata, Infecção urinária, Uretrite.

.:· \
.;:~:

PARIS QUADRIFOLIA (Pariseta)

Medicamento da cefaléia com sensação de olhos puxados para trás e


loquacidade. ·· ·

<..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cefaléia.

P~TROLEUM (Petróle_o)
1
Medicamento da dermatose seca. A · pele tem aspecto sujo, com
fissuras pruriginosas··e ·sangrantes, especialmente na ponta dos dedos e no
ânus. Agravamento ·no ~iTiverno .· e no calor dó leito! U 'me·nor ferimento supura.
Petroleum é igualmente ··um medicamento do mal dos transportes com
cefaléia occipital, vertigel)~. náusea.s, SeIJs~ção de vazio no .estômago, com
melhora ao comer. Presta serviços importan.tés em caso de lesão do menisco
nos joelhos. . . '. .
·Cabeça. Cef .~
àléia. ou. sensaçao, ~e
~ . .
.peso no occipício . .
\

Olhos. .Blefarite ou conjuntivite · com inflam<:ição do canal lacrimal e


mucopus proveniente do saco lacrimal.
Nariz. Agravamento pelos odores de essência ou de gás de escapamento
(Guermoprenz): . , ,.
Estômago~ Náuseas. Sensação de vazio no estômago.
Abdômen. '! ._Reto. I;>iarréia ap9s ter COQlido COl~Ve com sensação de
fome após a defecaç~9,·,. , .
Membr.os.-J~~lhos .r.ígidos. Sensação de luxação.do menisco ou lesão do
menisco responsável por estalos nos joelhos.
Sintonias-: J~(a'is.:· Vertigens que ·melhoram quando- o paciente está
deitado com a cabeça ~levada. . · ·

<_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICÀS: a1efarite,· Cefaléia, :conjuntivite, Diarréia,


Eczema, Geladuras, ·Gonartrose, Mal ·dos· transportes, Náuseas, Prurido anal,
Psoríase, Vertigens.
PETROSELINUM - 593

PETROSELINUM (Salsa)

Medicamento da disúria com vontades súbitas de urinar por causa


de uma sensação de comichão na uretra. O meato está colado. Sensação de
prurido, de reptação ou de queimações na fossa navicular. A criança salta no
mesmo lugar quando não pode satisfazer sua necessidade premente de urinar.
Uretrorréia de aspecto leitoso.

<
... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Infecção urinária, Uretrite.

PHELLANDRIUM AQUATICUM (Fe/andria)

Medicamento da expectoração de odor fétido, com dores no


hemitórax direito irradiadas à raque, entre as omoplatas. Dispnéia. Abcesso do
seio com dores~os canais galactóforos entre as mamadas, irradiadas à raqtie.

,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso do seio, Tosse.

PHOSPHORICUM ACIDUM (Ácido fosfórico)

Medicamento da abolição completa das faculdades mentais e físicas


em conseqüência de sobrecarga intelectual ou de uma decepção sentimen-
tal, com apatia, indiferença a tudo, impossibilidade de se concentrar.
Trata-se de um fenômeno físico-químico: a célula nervosa está completamente
esgotada.
Psiquismo. O paciente não se interessa por nada. Ele não compreende
as perguntas que lhe fazem. Não as responde. Ele tem a impressão de
conhecer todas as palavras pronunciadas, mas a frase completa não faz sentido.
Ele se sente como uma "pilha vazia". Ele é incapaz de se concentrar, de ler,
de contar, de organizar suas idéias. Perdeu a memória. Forte sentimento de
isolamento. Melhora quando está sozinho e por um curto sono. Contrariamente
ao Kalium phosphoricum, ele não pode sair do seu estado. No adolescente:
tendência depressiva após um crescimento rápido.
Cabeça. Os cabelos tomam-se prematuramente grisalhos ou caem por
causa da depressão.
Abdômen. Diarréia sem dor, com fezes brancas, em um paciente com
esgotamento nervoso.
594 - PHOSPHORUS

Aparelho urinarw. Fosfatos (sedimento branco) nas urmas. Poliúria.


Glicosúria. Litíase urinária.
Peito. Sensação de fraqueza no peito ao falar. Opressão respiratória.
'
Raque. Escoliose com dores do tipo sensação de ter levado uma surra.
Membros. Retardo na consolidação de fraturas, com necrose óssea.
Sintomas gerais. Astenia, esgotamento físico. Conseqüências de doença
febril. Quando o paciente está em posição alongada: vertigem com sensação
como se os pés se elevassem.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alopecia, Cólica nefrética, Crescimento,


Depressão nervosa, Diabetes, Diarréia, Escoliose, Esquizofrenia, Fratura, Memória
(Distúrbios da), Vertigens.

PHOSPHORUS (Fósforo branco)

Medicamento da crise· de pânico com necessidade de companhia.


Phosphorus é igualmente um medicamento de afecções lesionais diversas,
digestivas, ósseas, renais, oculares. ·Trata-se freqüentemente de doenças graves,
nas quais o Phosphorus desempenha o papel de tratamento complementar.
Necrose. Esteatose. Tendência aos pólipos. Congestões localizadas (na cabeça,
peito, entre as omoplatas, palma das mãos) com sensação de queimações.
Diátese hemorrágica. Enquanto medicamento de fundo, convém ao paciente
de grande altura (ou ao adolescente em crescimento muito rápido), que
parece simpático desde o primeiro contato. Generoso, apaixonado, dedicado
aos outros, ele está ao mesmo tempo muito ansioso, especialmente quanto à
sua saúde. É sensível à atmosfera elétrica, prediz as tempestades antes de
todos. Tem disposições artísticas e esportivas. A criança dá muito afeto. É
popular em sua classe.
,1

Psiquismo. Crises de pânico. Ansiedade maior, sem causa aparente.


Phosphorus pode ter também medos por causas precisas: medo de doenças
(inquietaçã.o ao menor sintoma, durante a consulta ele observa cada gesto do
médico), dismorfofobia, medo da sufocação, da morte, de tempestades, do
futuro, medo de que alguma coisa lhe aconteça sem saber o quê, medo da
solidão, da noite que cai, dos ladrões. Grande sensibilidade ao infonúnio dos
outros, o que pode corresponder a uma forma sublimada de egoísmo: ele tem
medo de que aconteça a mesma coisa. Gosta de prestar serviços e é sensível à
infelicidade dos animais. Sente-se melhor no escuro. Tem necessidade de ser
olhado nos olhos. Seu olhar é ardente de angústia. Atração pelo misticismo e
pelas ciências ocultas. O paciente conta sonhos premonitórios. Sonambulismo.
PHOSPHORUS - 595

Phosphorus é igualmente um medicamento do delírio no curso de uma


síndrome de despedaçamento. Mania. Exaltação. Êxtase religioso. Estado de
clarividência. Delírio erótico com tendência a ficar nu. Alucinações visuais.
Cabeça. Ondas de calor na cabeça. Cefaléia congestiva com sensação
de calor queimante entre os ombros ou na palma das mãos. Cefaléia antes de
uma tempestade. Alopecia em placas redondas ou pelada decalvante. Os
cabelos caem aos punhados. Películas.
Olhos. Visão de um halo em torno da lâmpada. Os objetos parecem
vermelhos. Fosfenos. Moscas volantes. O paciente tem a impressão de que
tudo está recoberto por um véu, sobretudo em luz plena. Melhora da visão
quando ele põe a 1não em viseira. Melhora ao crepúsculo . Atetose pupilar.
Glaucoma com dores recidivantes. Catarata nuclear. Atrofia do nervo
óptico. Degenerescência macular. Hiperemia da retina, dilatação dos vasos
retinianos. Extravasamentos sanguíneos na retina. Descolamento da retina.
Retinite (particularmente da nefrite crônica). Coroidite. Psoríase dos su-
percílios.
Ouvidos. Acúfenos de origem vascular, com surdez para a voz humana.
Reverberação dos sons. Pólipos nos ouvidos.
Nariz. Batimentos das asas do nariz. Coriza. Epistaxe ou secreções
estriadas de sangue. Pólipos nasais que sangram facilmente. Olfato hipersen-
sível durante a cefaléia.
Boca. Gengivas que sangram pela menor causa, no curso de uma
diátese hemotTágica.
Garganta. Inflamação da garganta.
Estômago. Vazio epigástrico sensível ao toque. Queimações no
estômago que melhoram passageiraniente por grandes quantidades de água
gelada, mas a água é vomitada logo que é reaquecida no estômago.
Agravamento das dores pelas bebidas quentes. Fome importante. Sensação de
fome após as refeiÇões. Fome antes ou durante a enxaqueca. Fome apesar da
febre. Regurgitações importantes, subidas de alimentos não digeridos.
Náuseas. Vômitos violentos. Vômitos pós-operatórios. Soluço doloroso.
Gastrite. Esofagite. Úlcera do estômago. Vômito de sangue muito vermelho,
praticamente sem esforço, no curso de uma doença hematológica, ·de uma
citTose ou de uma icterícia grave.
Abdômen e Reto. Fígado sensível ao toque. Fígado atrófico ou
hipertrófico. Fígado necrosado e com esteatose. Hepatite grave com diátese
hemorrágica. Pré-ciITose. Cirrose biliar ou etílica. Pancreatite crônica. Ânus
aberto no toque retal, com fezes involuntárias, que escapam logo que chegam
ao reto. Fezes esbranquiçadas, gordurosas, com mau cheiro e esgotantes. Elas
contêm alimentos não digeridos. Abundância de gases. O paciente tem vontade
596 - PHOSPHORUS

de defecar quando está deitado sobre o lado esquerdo. Sensação de vazio


abdominal após a defecação. Pólipo intestinal. Retorragia.
Aparelho urinário. Albuminúria. Cilindrúria. Hematúria. Glicosúria.
Fosfatos na urina com sensação de calor na região renal. Litíase urinária.
Órgãos genitais masculinos. Excitação sexual durante a febre. Im-
potência após uma excitação sexual excessiva.
Órgãos genitais femininos. Amenorréia com fenômenos vicariantes
(epistaxe, hemoptise, hematúria). Menorragias ou metrorragias. Fibromas .
Pólipos uterinos. Excitação sexual durante a febre.
Laringe e Traquéia. Laringite aguda com dores do tipo queimação na
laringe, agravadas ao falar. Sensibilidade da laringe ao toque. Voz rouca ou
afonia. Agravamento à noite. Pólipos localizados na laringe.
Peito. Ansiedade sentida no peito. Foco pulmonar congestivo com
sensação de calor ou de queimação no peito. Respiração asmática. Tosse com .
expectoração fétida, purulenta, estriada de sangue. Fezes involuntárias durante
a tosse. Sensação de queimação ou de calor no coração. Palpitações com
angústia maior ou crise de pânico. Consciência de ter um coração, de sentir os
contornos d<1 seu coração. Hipertrofia do coração direito. Agravamento
quando o paciente está deitado sobre o lado esquerdo, e pelas emoções.
Melhora quando o paciente está deitado sobre o lado direito.
Raque. Sensação de queimação entre as omoplatas. Dorsalgia .
. Lombalgia com sensação de queimação.
Membros. Sensação de queimação na palma das mãos. Osteonecrose.
Fratura do fêmur com necrose asséptica da cabeça femoral. Algodistrofia após
uma fratura.
Pele. Equimoses espontâneas ou 'ao menor golpe. Hematomas es-
pontâneos. Púrpura. O menor ferimento sangra ou supura. Exsudação de
sangue . negro a partir de uma velha cicatriz. Eritema nodoso. Icterícia.
Efélides.
Sintomas gerais. Tendência a sentir frio facilmente . Febre no curso de
uma infecção grave, com congestões localizadas. O paciente desliza em seu
leito. Tendência às hemorragias. Hemofilia. Doença de Rendu-Osler.
Paralisias com calor local. Incoordenação motora. Vertigem crônica. O
paciente tem uma sensação como se estivesse sentado muito alto. Marcha ébria
em uma pessoa idosa. Astenia: o paciente se esgota rapidamente, não é capaz
de um esforçb mantido.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso do seio, Acúfenos, Alcoolode-


pendência, Alergia, Amenor.réia, Anginas, Ansiedade, Asma, Bronquiectasia, Bron-
quiolite, Bronquite aguda, Catarata, Caxumba, Cefaléia, Cetose periódica, Cicatri-
PHYSOSTIGMA VENENOSUM - 597

zes, Cirrose, Cólica nefrética, Coxartrose, Crescimento, Delírio, Dengue, Depressão


nervosa, Descolamento da retina, Diabetes, Diarréia, Disfunção- erétil, Dispepsia,
Dorsalgia, Equimoses, Eritema nodoso, Esclerose em placas, Esofagite, Espasmo-
filia, Esquizofrenia, Extra-sístoles, Febre, Fibroma, Fobias, Fratura, -Gastrite,
Gastroenterite, Gengiva, Glaucoma, Hematêmese, Hematoma, Hemorragias, Hepa-
tite virai, Hipocondria, Insônia, Intervenção cirúrgica, Laringite, Lombalgia, Mania,
~éniàre, Menopausa, Metrorragias, Nál}seas, Nefrite crônica, Ninfomania, Os-
teoporose, Pancreatite, Pânico, Periflebite, Pneumonia virai, Pólipos, Psoríase,
Púrpura, Retinite, Rinite alérgica, Satiríase, Septicemia, Síndrome nefrótica, Soluço,
Tendência a sentir frio facilmente, Tosse, Traumatismos e ferimentos, Úlcera de
estômago, Vertigens, Vômitos.

PHYSOSTIGMA VENENOSUM (Fava de Calabar)

Medicamento da paralisia de acomodação e de espasmos dos


músculos oculares. Glaucoma após um traumatismo ocular. Dores do
glaucoma. Miose muito fechada. Atetose pupilar. Fosfenos. Miopia. Espasmos
das pálpebras.

,_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Esclerose em placas, Glaucoma.

PHYTOLACCA DECANDRA (Fitolaca)

Medicamento da angina vermelha escura com dores na raiz da lín-


gua irradiadas aos ouvidos quando o paciente engole ou quando ele estica
a língua, e dores reuinatóides. Falsas membranas. Edema das amígdalas.
Cabeça. Psoríase do couro cabeludo, que se estende secundariamente às
outras partes do corpo.
Boca. Dores dentárias com necessidade de apertar os dentes.
Peito. Seios dolorosos no período menstrual, sem nodosidades.
Mastose. Início de abcesso do seio sob forma de um nódulo com dores
i1rndiadas ao membro superior ou para todo o corpo. Dores repuxantes na ci-
catriz de um abcesso do seio. Dores nos seios durante a lactação no período
em que ocorreriam as regras. Fissuras dos mamilos.
Membros. Dores reumatóides, especialmente após angina. Dores ful-
gurantes do tipo descarga elétrica. Sensação de contusão. Rigidez articular.
Dores ao longo da face externa da coxa.
598 - PICRICUM ACIDUM

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso do seio, Aleitamento materno,


Cicatrizes, Dentição .da criança, Fissuras dos mamilos, Mastose, Mononucleose
infecciosa, Nevralgia, Odontalgia, Psoríase, Torcicolo.

PICRICUM ACIDUM (Ácido pícrico)

Medicamento da satiríase e do priapismo doloroso no curso de


mielite, sem desejo sexual. Grande fadiga física e mental.

,... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Satiríase.

PIX LIQUIDA (Alcatrão da Noruega)

Medicamento do catarro brônquico com tosse, expectoração pu-


rulenta e de odor fétido e dores na terceira cartilagem costal esquerda,
próximo ao externo. Erupção seca e escamosa, com fissuras muito pru-
riginosas, sangrando ao coçar, especialmente nas costas das mãos.

e... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS:.Sronquite crônica, Eczema, Psoríase, Tosse.

PLANTAGO MAJOR (Grande tanchagem)

Medicamento de dores dentárias irradiadas aos ouvidos e às


têmporas com salivação abundante. O dente do siso está sensível ao toque.
Útil igualmente na enurese com urina abundante e incolor. No adulto, trata-:se
de uma enurese por atonia do esfíncter vesical.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dente do siso, Enurese.

PLATANUS (Plátano)

Medicamento do calázio, a prescrever sistematicamente na ausência de


sintomas que permitam chegar à decisão.

<... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Calázio.


PLATINA - 599

PLATINA (Esponja de platina)

Medicamento de fundo do paciente com orgulho desmedido, altivo,


arrogante, desdenhoso. Ele considera as pessoas sem interesse. Olha de cima,
fala com condescendência. Gosta do que o valoriza socialmente (os trajes
elegantes, os grandes restaurantes, etc.). Sensações de entorpecimento, de
formigamento, ou câimbras de oc01Tência e final progressivos.
Psiquismo. Sentimento de superioridade. Tendência a criticar. Egoísmo.
O orgulho, a arrogância e o desprezo aos outros que caracterizam o Platina
podem mascarar uma· depressão nervosa latente. Esta se descompensa quando
a imagem de superioridade que o quer impor é questionada pelos outros.
Impulsos de matar. Personalidade histérica.
Olhos. Os objetos parecem menores do que o são na realidade.
Abdômen e Reto. Constipação dos viajantes que mudam constante-
mente de tipo de alimentos, e dos emigrantes. As fezes aderem ao reto. Fissura
anal.
· Órgãos genitais femininos. Cisto do ovário. Dismenorréia com
sensação de peso na região uterina. Regras negras, menorragias ou
metrorragias com coágulos. Comichão voluptuoso nos órgãos genitais.
Hipersensibilidade dos órgãos genitais que tornam difícil o uso da proteção
menstrual, o toque vaginal e as relações sexuais. Vaginismo. Excitação sexual
em uma recém-parida. Platina é classicamente considerada como uma nin-
fomaníaca, mas não é o caso obrigatoriamente.

<_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cisto do ovário, Constipação, Depressão


nervosa, Dismenorréia, Espasmofilia, Fissura anal, Frigidez,· Histeria, Metrorragias,
Ninfomania, Paranóia, Prurido vulvar, Satiríase.

PLUMBUM METALLICUM (Chumbo)

Medicamento da paralisia com amiotrofia, localizada principalmente


nos músculos extensores. Dores do tipo câimbras.
Cabeça. Epilepsia devida a um tumor cerebral, com paralisia e
amiotrofia.
Olhos. Neurite óptica.
Boca. Gagueira de origem neurológica.
Estômago. Espasmos do esôfago, muito dolorosos, com estreitamento.
O paciente sente o alimento descer ao longo do seu esôfago.
600 • PODOPHYLLUM PELTATUM

Abdômen. Dores abdominais violentas, tipo câimbras, irradiadas para


todo o corpo, com contração ou mesmo retração dos grandes retos "em
canoa". Constipação espasmódica, de origem parética. Hérnia estrangulada,
com invaginação intestinal. Prevenção das aderências pós-operatórias.
Aparelho urinário. Retenção urinária. Albuminúria. Cilindrúria. Urinas
de densidade inferior à normal.
Órgãos genitais femininos. Útero subdesenvolvido. O crescimento do
feto se dá mais rapidamente que o das fibras musculares do útero, o que pro-
voca um aborto.
Peito. Hipertrofia ventricular esquerda.
Membros. Paralisia ciática com amiotrofia.
Pele. Pele seca . .
Sintomas gerais. Hipertensão arterial orgânica com lesão das artérias
renais, complicando uma nefrite crônica ou um diabetes. Arterite associada à
uma hipertensão e a lesões das artérias renais. Anemia.

(. .. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Arterite, Câimbras,


Ciática, Cólica abdominal, Constipação, Diabetes, Epilepsia, Esclerose em placas,
Esofagite, Gagueira, Hérnia crural ou inguinal, Hipertensão arterial, Intervenção
cirúrgica, Nefrite crônica, Nevralgia.

PODOPHYLLUM PELTATUM (Podofi/o)

Medicamento da diarréia profusa com sensação de vazio abdominal


após a defecação. Grande fígado congestivo, sensível à palpação, com dores
no hipocôndrio direito ou sensação de plenitude a este nível, que melhoram
pela fricção. Melhora quando o paciente está deitado sobre o ventre ..
Cabeça. Cefaléia alternando com a diarréia.
Boca. Dentição dolorosa com necessidade de esfregar as gengivas uma
contra a outra, associada à diarréia. Ranger de dentes.
Abdômen e Reto. Grande fígado congestivo com melhora pela fricção.
O paciente massageia a região dolorosa, o que o alivia. Borborigmos
abdominais antes da defecação, especialmente no cólon direito. Diarréia
profusa, de manhã cedo, esgotante, em jato, sem dor, com sensação de vazio
abdominal após a defecação, de fraqueza no abdômen ou no reto. A diarréia
pode alternar com cefaléias ou com constipação. Fezes amarelas, profusas,
contendo alimentos não digeridos e bile. Fezes involuntárias durante o sono.
Litíase biliar. Prolapso retal.
POPULUS TREMULA • 601

Órgãos genitais femininos. Prolapso uterino que ocon-e ao esforço


(durante a defecação, por exemplo).
Pele. Icterícia.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNIC,i\S : Cefaléia, Cólica abdominal , Cólica hepática,


Colite, Dentição da criança, Diarréia, Gastroenterite, Hepatite virai, Prolapso retal,
Prolapso uterino.

POPULUS TREMULA (Choupo-tremedor)

Medicamento do catarro da uretra e da bexiga com tenesmo vesical


na mulher grávida. Dores da pressão na bexiga. Abundante emissão de urina
contendo pus.

,_. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Infecção urinária.

PRIMULA OBCONICA (Prímula do Tibete)

Medicamento da erupção papulovesicular e edematosa, com pru-


rido importante agravado_à noite e febrícula.

e... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Lucite estival benigna.

PRUNUS SPINOSA (Ameixeira silvestre)

Medicamento de dores nos globos oculares do tipo estouro, laceração,


esmagamento, agravadas pelo movimento dos olhos, e à noite. Dores na fronte
in-adiadas para trás.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Glaucoma, Zona.

PSORINUM (Serosidades da sarna


coletadas em doentes não tratados)

Medicamento das manifestações alérgicas que se produzem em


alternância ou que voltam anualmente. Alternância de um eczema com a
602 • PULMÃO·HISTAMINA

asma, diarréia ou enxaquecas. Agravamento pelas plumas. Euforia ou fome


"canina " na véspera das crises. Secreções com mau cheiro. Desespero de
curar-se. A prescrever quando os medicamentos de fundo, aparentemente bem
indicados, não agem.
Psiquismo. Pessimismo: o paciente está convencido de que vai falhar
no seu trabalho, que nunca vai se curar, que vai morrer. Tristeza, desespero
por causa do prurido cutâneô.
Cabeça. Enxaqueca oftálmica, visão perturbada ou vacilação da
intensidade luminosa antes da cefaléia. Fome, euforia, sensação de bem-estar
antes da cefaléia.
Olhos. Blefarite crônica que afeta mais particularmente a face interna
das pálpebras, com agravamento periódico. Terçóis de repetição.
Ouvidos. Otite supurada crônica com corrimento de mau cheiro.
Nariz. Coriza.
Boca. Ulcerações da língua ou das gengivas.
Garganta. Inflamação da garganta.
Abdômen. Diarréia.
Peito. Dispnéia agravada em posição sentada, que melhora quando o
paciente está esticado com os braços cruzados. Asma dos fenos. Pneumo-
patias.
Pele. Erupções diversas: eczema, furúnculos, urticária, sarna. Erupção
nas dobras. Prurido agravado pelo calor externo e pelo aquecimento do corpo,
e que não melhora no paciente o desespero de se curar.
Sintomas gerais. Frialdade. Insônia.

,_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aftas, Alergia, Anginas, Asma, Blefarite,


Cefaléia, Cetose periódica, Eczema, Insônia, Otite, Prurido sina materia, Psoríase,
Rinite alérgica, Rosácea, Sarna, Urticária.

PULMÃO-HISTAMINA (Pulmão de
cobaia sacrificada durante um choque anafllático)

Medicamento da dessensibilização, que se pode utilizar em numero-


sas manifestações alérgicas, especialmente na esfera ORL (asma, edema da
laringe, rinite) e cutânea (edema de Quincke, urticária, eczema). Adminis-
trado no início de uma crise, pode ter efeito preventivo. Vide também His-
taminum.

e.-. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alergia.


PULSATILLA - 603

PULSATILLA (Anêmona pulsátil)

Medicamento de fundo do paciente com emotividade marcante,


chorando e enrubescendo por nada, resignado, passivo, doce, que parece
mais jovem que sua idade. Seu olhar pede simpatia: essa tipologia dinâmica,
expressiva, pode fazer pensar no medicamento. No entanto, é preciso colocar,
ao contrário, um termo definitivo e sem recurso à lenda da "Pulsatilla loura
aos azuis", tipologia puramente estática e longe de ser sistemática.
Medicamento freqüentemente indicado na infância e na puberdade em caso de
bloqueio afetivo (o medicamento que serve ao desbloqueio é em geral o
Lycopodium). O adulto guardou problemas afetivos da infância ou da
adolescência, um rosto jovem, um comportamento pueril. Pulsatilla é
igualmente um medicamento da inflamação das mucosas, com corrimentos
espessos, amarelos, não irritantes. Estase venosa. Variabilidade dos sintomas
(humor, dores, secreções, coriza, tosse, regras, fezes, etc.). Agravamento em
um cômodo muito aquecido. Melhora ao ar livre.
Psiquismo. Emotividade. Timidez. Necessidade de companhia. O
paciente chora pelo menor motivo (ele é "choramingas"). Busca o consolo. Seu
rosto enrubesce em caso de emoção. Chora e ruboriza ao relatar sua doença .
. Expõe facilmente seus sintomas. Só pede que acreditem nele, que o consolem,
e acredita facilmente no médico que lhe prometeu a cura. Humor instável.
Passa facilmente do riso às lágrimas conforme se sinta compreendido, amado
ou abandonado. Faz tudo para que se interessem por ele. Necessidade intensa,
ou mesmo patológica de ser amado ("Muito não é bastante"). Para obter
simpatia, se compromete, se mostra dócil, "se deixa levar", se ajeita para
nunca ser confrontado por ninguém. Tem um grande sentimento de abandono.
Pode ser irritável se acredita que não o amam mais, mas este estado não dura
pór muito tempo. Medo do sexo oposto. Recusa das relações sexuais no início
do casamento. Histeria.
Cabeça. Alopecia unilateral. Congestão cefálica. Cefaléia frontal com
lacrimejamento, agravamento pelo calor. Cefaléia ou vertigens após uma
refeição gordurosa. Cefaléia pelo trabalho intelectual. Cefaléia com
amenorréia.
Olhos. Conjuntivite catarral ou oftalmia com pus espesso não irritante,
agravado pelo calor de um cômodo muito quente ou pelo vento. Lacrimeja-
mento durante a tosse ou a cefaléia. Hiperemia, dilatação dos vasos retinianos.
Visão turva durante o exercício. Catarata no início. Blefarite de repetição. O
bordo das pálpebras está inchado e vermelho. Terçóis de repetição. Calázio.
Ouvidos. Otite aguda catarral ou supurada. Perfuração do tímpano
com otorréia amarela, espessa, não irritante. Catarro crônico da trompa de
Eustáquio com sensação de ouvido entupido e surdez. Ouvido externo quente e
vermelho.
604 • PULSATILLA

Nariz. Coriza, com corrimento incolor que se torna amarelo, não


iITitante. Nariz entupido à noite, escorrendo de manhã. Nariz entupido em um
cômodo muito aquecido. Perda do olfato e do paladar. Agravamento pelo
calor, melhora ao ar livre. Rinofaringites de repetição.
Face. Tendência a enrubescer facilmente. Cianose da face . . Acne.
Sinusite. Parotidite.
Boca. Gosto de banha na boca.
Estômago. Atonia do estômago que começa uma hora após a refeição.
Sensação de pedra no estômago. Náuseas, vômitos. Ausência de sede. Aversão
por gorduras. Desejo de queijo. Dispepsia após ter comido gorduras ou cremes
gelados.
Abdômen. Diarréia após ter comido gorduras, com fezes de aspecto
variável.
Aparelho urinário. Cistite crônica com vontade de urinar quando o
paciente está deitado de costas. Perda de urinas ao tossir. Polaquiúria. Oligúria.
Anúria.
Órgãos genitais masculinos. Desejo sexual pouco marcante ou au-
sente. Prostatite crônica dolorosa com sensação de calor no períneo e
polaquiúria. Orquit~ aguda ou que se prolonga com inflamação do cordão
espermático e epididimite. Testículo doloroso, retraído, quente. Hidrocele de
aspecto azulado.
Órgãos genitais femininos. Desejo sexual pouco marcante ou ausente.
AmenotTéia primária: primeiras regras tardias em uma moça com pele
marmoreada pela estase venosa. Amenorréia secundária após ter ficado com
os pés molhados. Regras habitualmente atrasadas, pouco abundantes, inter-
mitentes, de aspecto variável de um mês para o outro e que só escoam durante
o dia. Excitação sexual durante as regras. Dismenorréia após ter estado com os
pés molhados. Metrorragias intermitentes. Ameaça de aborto ou tendência ao
aborto habitual. Distocia com necessidade de ar livre. Lentificação do parto
com sonolência. Leucorréias cremosas, não irritantes, escoando quando a
paciente está em posição alongada. Leucorréias das meninas.
Peito. Inflamação dos brônquios com localizações nos ápices pulmo-
nares. Tosse cambiante, cheia de manhã, seca de noite. Tosse ao entrar em um
cômodo muito aquecido. Tosse seca seqüelar do sarampo. Emissão de urina ao
tossir. Expectoração que muda de incolor ao amarelo, não irritante, de gosto
adocicado. Respiração asmática com amenorréia. Opressão que melhora ao ar
livre. Agravamento pelo calor de um cômodo muito aquecido. Mamite.
Galactorréia. Dores erráticas nos seios durante a mamada. Após a mamada, os
seios estão tensos e inchados, e o leite continua a escoar.
Membros. Extremidades rosadas ou cianóticas. Geladuras de aspecto
cianótico, inflamatórias, pruriginosas. Veias inflamadas, dolorosas, conges-
tionadas. Varizes com congestão venosa, especialmente durante a gravidez.
PYROGENIUM - 605

Agravamento quando as pernas estão pendentes. Periflebite ou flebite com


cianose imp011ante. Flebite endurecida no membro superior ("flebite fio de
arame"). Dores reumáticas. Inchaço sem dor mudando freqüentemente de
articulação, agravamento ao primeiro movimento, melhora pelo movimento
prolongado.
Pele. Pele marmoreada. Transpiração de um só lado. Exantema rosa-
do, erupção morbiliforme. Úlcera cutânea com cotTimento não irritante. A pele
em torno da úlcera está cianótica, marmoreada. Agravamento das dores pelo
calor.
Sintomas gerais. Falta de ar. Melhora geral ao ar livre. Lipotimia em
um cômodo fechado pela falta de ar, ou quando há muita gente. O paciente se
sente mal também em um cômodo muito aquecido (agravamento da ansiedade,
da dispnéia, dos · transtornos circulatórios). Dorme com o braço acima da
cabeça. Febre sem sede, com transpiração em um só lado do corpo, oligúria ou
anúria. Conseqüências de ter estado com os pés molhados.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Acne, Acrocianose,


Aleitamento materno, Alopecia, Amenorréia, Anorexia mental, Ansiedade, Asma,
Blefarite, Bronquiectasia, Bronquite aguda, Calázio, Catarata, Caxumba, Cefaléia,
Cólica abdominal, Colite, Coriza, Depressão, Diarréia, Disfunção erétil , Ois·
menor_réia, Dispepsia, Distoc.ia, Epididimite, Erisipela , Febre, Flebite, Frigidez,
Gastrite, Geladuras, Hidrocele, Hipocondria, Histeria, Infecção urinária, Insônia,
Leucorréias , Lipotimia, Lombalgia, Megaleritema epidêmico, Menopausa, Metrite,
Náuseas, Orquite, Otite, Pancreatite, Periflebite, Prostatite, Rinite alérgica, Rinofa-
ringite, Rubéola, Sarampo, Síndrome pré-menstrual, Síndrome de Raynaud, Si-
novite, Sinusite, Tendência a sentir frio facill)'lente, Terçol, Tiques, Tosse, To-
xiinfecção alimentar, Úlcera cutânea, Varizes , Vertigens, Vômitos.

PYROGENIUM (Autolisado de carne)

Medicamento da doença infecciosa com, no curso da febre,


dissociação entre o pulso e a temperatura. O leito parece duro, por causa
da prostração. Língua seca, luzidia. Fetidez de todas as secreções (hálito,
vômitos, fezes, urinas, regras, lóquios, leucotTéias, transpiração, coITimento
das úlceras). Dores nos mastóides. Consciência de ter um coração, de sentir
seu coração. A água é vomitada assim que é reaquecida dentro do estômago.
Linfangite. Septicemia. Agitação.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Antraz, Febre, Fleimão da gar-


ganta, Gastroenterite, Linfangite, Mastoidite, Septicemia, Toxiinfecção alimentar.
R
RADIUM BROMATUM (Brometo de rádio)

Medicamento de rosácea com sensação de queimação da pele.


Associada a problemas articulares.

(..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Rosácea.

RANUNCULUS BULBOSUS (Ranúncu/o bulboso)

Medicamento de inflamação da pele sob forma de vesículas azula-


das que evoluem para as crostas córneas. Prurido intenso agravado pelo to-
que e pelas roupas. Localizações características no tórax e em tomo dos
olhos. Algias pós-zosterianas sob forma de dores picantes situadas eletivamen-
te nos músculos intercostais, agravadas pela pressão das roupas, pelo toque,
movimento, respiração, mudanças de tempo. Inflamação das mucosas.
Nariz. Coriza espasmódica com prurido das fossas nasais posteriores e
do palato. Garganta dolorosa quando da inspiração. ·
Estômago. Soluço após ter bebido álcool.
Peito. Pleurisia após ter sentido frio.

(..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Nevralgia, Pleurisia serofibrinosa, Rinite


alérgica, Soluço, Zona.

RAPHANUS SATIVUS (Rabanete negro)

Medicamento da paresia intestinal com meteorismo abdominal


doloroso pela retenção de gases, especialmente após a cirurgia abdominal.
Dores gástricas após a refeição. Sede.

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Intervenção cirúrgica.


608 - RATANHIA

RAT ANHIA (Ratânia)

Medicamento da fissura anal com dores que persistem várias horas


após a defecação como se houvesse vidro moído no reto. Espasmo anal.
Secura da mucosa anal. Sensação de calor no ânus. HemoITóidas sensíveis ao
toque, saindo durante a defecação. As dores são agravadas na posição sentada,
melhoram por um banho quente. Constipação. Fissuras do mamilo durante a
amamentação.

l... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Fissura anal, Fissuras do mamilo, Hemor-


róidas.

RHEUM OFFICINALE (Ruibarbo)

Medicamento da diarréia de odor ácido, com dores abdominais. To-


do o corpo da criança apresenta um cheiro acre (hálito, vômitos, transpira-
ção, fezes). Diarréia ácida no momento da brotação de um dente. Desejo de
alimentos variados que ele recusa logo que os obtém porque sente aversão.
111'itabilidade durante a transpiração.

l... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dentição da criança, Diarréia.

RHODODENDRON (Rosa da Sibéria)

Medicamento da orquite prolongada com testículo atrofiado. Dores


no testículo do tipo esmagamento. Associação possível a uma epididimite.
Hidrocele. É igualmente um medicamento da crise de gota com agravamento
pelo tempo nevoso. O paciente teme a chegada da tempestade.

l... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Epididimite, Gota, Hidrocele, Orquite.

RHUS TOXICODENDRON (Sumagre venenoso)

Medicamento da erupção sob forma de vesículas com líquido claro


ou citrino, circundadas por um infiltrado vermelho, muito pruriginosas.
RHUS TOXICODENDRON - 609

Agravamento do prurido pela coçagem, melhora pelas aplicações muito


quentes. Rhus toxicodendron é igualmente um medicamento de mialgias e de
rigidez que melhoram pelo calor e pelo movimento, donde a agitação física
do paciente. Fenômeno de "desenferrujamento" muscular: agravamento no
iníd.o do movimento, melhora pela c.ontinuação do movimento; eventualmente,
em uma terceira etapa, agravamento por causa da fadiga. Lesões dos
ligamentos e dos. tendões periarticulares. Convém particularmente às con-
seqüências de sobrecarga dos músculos, no excesso de treinamento esportivo,
e nas conseqüências de ter estado molhado.
Olhos. Conjuntivite flictenular com lacrimejamento em jato quando se
separam as pálpebras, escoriando as pálpebras e as bochechas. Quemose. Irite
reumática após exposição ao frio úmido. Irite supurante após extração da
catarata. Herpes ocular. Dores' atrás dos olhos.
Ouvidos. Otite aguda sob forma de miringite bolhosa, com pequenas
vesículas sobre o tímpano.
Nariz. Coriza aguda após ter estado molhado ou pelo tempo nevoso.
Face. Paralisia facial crônica após exposição ao frio úmido. Inchaço da
região parotidiana. Dores da articulação temporomaxilar.
Boca. Triângulo vermelho e Liso na ponta da língua.
Garganta. Dores de garganta pelo tempo úmido, após ter estado
molhado. Garganta vermelha, recoberta de pequenas vesículas.
Estômago. Esofagite com dores entre os ombros ao deglutir.
Abdômen. Diarréia pelo tempo úmido.
Laringe e Traquéia .. Laringite crônica pelo uso prolongado da voz ou
após ter estado molhado. Voz enrouquecida que melhora à medida que o
paciente fala.
Peilo. Tosse com voz enrouquecida, agravada quando o paciente tira as
mãos do leito, melhorada após ter começado a falar. Grande coração por
excesso de treinamento esportivo. Palpitações quando o paciente está sentado
tranqüilamente, melhora quando se movimenta.
Raque. Dores raquidianas no tempo úmido. Torcicolo reumático após
ter estado molhado. Dorsalgia e sobretudo rigidez das costas que melhora pelo
movimento. Dores entre os ·ombros ao deglutir. Lombalgia e sobretudo
sensação de rigidez ou de fraqueza na região l<?mbar que melhoram pelo
movünento, com necessidade de se mexer constantemente na cama. Melhora
quando a região lombar é pressionada contra um plano duro.
Membros. Mialgias e rigidez após um esforço muscular ao após ter
estado molhado. Agravamento ao primeiro movimento (o "desenferrujamen-
to"), melhora pela continuação do movimento (o paciente se mexe sem cessar
para aliviar suas ·dores). A rigidez é mais característica que a dor. Inchaço
610 - RHUS VENENATA

articular. Traumatismo dos ligamentos e dos tendões com dores agravadas ao


repouso e à pressão, melhoradas pelo movimento e pelo calor. Tendinite aguda
em conseqüência de um esforço prolongado, como e excesso de treinamento
no esporte.
Pele. Erupção de vesículas circundadas por infiltrado vermelho.
Eczema. Herpes. Acne. Urticária com uma pequena vesícula no centro da
placa e dores queimantes após a coçagem. Urticária após ter estado molhado.
Urticária ao ar frio. Erupção urticariana no curso de um reumatismo
inflamatório. Erupções agravadas no inverno. Prurido que melhora pelas
aplicações quentes.
Sintomas gerais. Febre com mialgias e rigidez muscular que melhoram
pelo movimento (o paciente se mexe constantemente para se aliviar), herpes :
de surtida e triângulo vermelho e liso na ponta da língua. Astenia. Sonhos
com exercícios fatigantes.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Alergia, Angina, Caxumba, Ciática,


Conjuntivite, Coriza, Crostas de leite, Dengue, Dermite das cercas vivas, Diarréia,
Dorsalgia, Edema de Quincke, Eczema, Entorse, Epicondilite, Erisipela, Eritema
nodoso, Escarlatina, Esofagite, Estrófulo, Extra-sístoles, Febre, Fimose, Gripe,
Herpes, lmpetigo, lrite, Laringite, Lombalgia, Otite, Paralisia facial, Parotidite,
Periartrite, Pernas sem repouso, Queimaduras cutâneas, Rosácea, Septicemia,
Tendência a sentir frio facilmente, Tendinite, Torcicolo, Tosse, Traumatismo e
ferimentos, Urticária, Varicela, Zona.

RHUS VENENATA (Verniz do Japão)

Medicamento de erupções vesiculosas próximas daquelas do Rhus


toxicodendron porém menores. Pele vermelha escura. Prurido intenso acal-
mado pelas aplicações quentes.

e.- PRINCIPAl.S INDICAÇÕES CLÍNICAS: Eczema, Estrófulo, Queimaduras de sol.

RICINus·COMMUNIS (Rícino)

Medicamento útil em caso de problemas de aleitamento. Em 3 DH,


3 grânulos 3 vezes ao dia, ele aumenta a secreção láctea. Em 30 CH, uma dose
por dia durante três dias, ele facilita a sua interrupção.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Aleitamento materno.


ROBINIA - 611

ROBINIA (Robínia falsa acácia)

Medicamento da hipercloridia com queimações no estômago e


vômitos ácidos que irritam os dentes! Eructações ácidas. Esofagite. Gastrite.
Cefaléia frontal.

(t r PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Esofagite, Gastrite.

RUM EX CRISPUS (Rumex crespo)

Medicamento de inflamação das vias aéreas superiores com tosse


seca e breve que sobrevem à menor inalação de ar frio. Agravamento ao se
despir ou ao se descobrir, pela pressão sobre a traquéia e pela inspiração de ar
frio.
Abdômen. Diarréia matinal com tosse pelas cócegas no fundo da
garganta.
Laringe e Traquéia. Sensação de cócegas na laringe ou na traquéia.
Muco abundante na laringe. Afonia.
Peito. Sensação de pluma que vai e vem nos brônquios.
Pele. Prurido logo que a pele é exposta ao ar frio, particularmente ao
despir-se. Dermite das cercas vivas.

(t r PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dermite das cercas vivas, Diarréia, Laringite,


Prurido sine mataria, Tosse, Traqueíte.

RUTA GRAVEOLENS (Ruta fétida)

Medicamento de dores periósteas do tipo machucadura, de que-


bradura dos ossos como se o paciente tivesse sido espancado. Prostração.
Rigidez articular. Inflamação dos tendões periarticulares. Contraturas tendino-
musculares após esforços repetidos. Traumatismos dos ossos e do periósteo.
Tendinite da inserção.
Olhos. Sobrecarga dos músculos oculares. Dores oculares ao ler, ou
por trabalhos finos como a costura. Sensação de calor, de tensão ou de fadiga
no olho. Visão turva.
Abdômen. Constipação com fezes laboriosas e prolapso retal. Cons-
tipação com oclusão em conseqüência de um traumatismo.
612 - RUTA GRAVEOLENS

Raque. Lombalgia com sensação de quebradura dos ossos, agravada de


manhã ao despertar, que melhora quando o paciente está deitado de costas.
Membros. Dores reumáticas, com sensação de quebradura dos ossos, ou
sensação de fraqueza como se houvesse paresia, ou sensação de ter sido
espancado. Localização eletiva no punho e tornozelo. Seqüelas de entorse.
Sinovite crônica após entorse.

(,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Artrose, Ciática, Constipação, Entorse,


Epicondilite, Fratura, Intervenção cirúrgica, Lombalgia, Neuroma, Periartrite, Pro-
lapso retal, Sinovite, Tendinite, Traumatismos e ferimentos .

',
SABADILLA (Cevadi/ha)

Medicamento da rinite alérgica com espirros em salvas, corrimento


aquoso. Lacrimejamento . escoriante. Dores nos sinus. Prurido do conduto
auditivo externo. Sensação de corpo estranho na garganta com necessidade de
engolir constantemente. Agravamento pelo odor das flores.
Psiquismo. Impressões errôneas sobre o estado do corpo (por exemplo,
impressão de estar grávida).
Estômago. Sensação de vermes dentro do esôfago. Desejo de bebidas
quentes.
Abdômen e Reto. Dores periumbilicais. Prurido anal.
Órgãos genitais. Excitação sexual pelos vermes.
Sintomas gerais. Frialdade.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alergia, Prurido anal, Rinite alérgica,


Verminose.

,
SABAL SERRULATA (Uma palmeira da América)

Medicamento do prostatismo. Grande próstata com disúria e dores


genitais durante .o coito.

'Ir PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Hipertrofia benigna da próstata.

SABINA (Sab/na)

Medicamento de menometrorragias de sangue vermelho vivo,


fluido, mas contendo coágulos, que escoa por paroxismos. Agravamento ao
· 614 • SALICYLICUM ACIDUM

menor movimento. Ameaça de aborto ou tendência ao aborto habitual em


torno do terceiro mês. Dàres que vão diretamente da região lombossacral ao
púbis seguindo o eixo anteroposterior. Dores uterinas sentidas do púbis ao
sacro e in-adiadas à virilha, semelhantes às do parto. Excitação sexual durante
a hemorragia. Parto prematuro. Condilomas anogenitais pruriginosos.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Condilomas, Dis-


menorréia, Distocia, Fibroma, Menorragias, Metrorragias.

SALICYLICUM ACIDUM (Ácido salicílico)

Medicamento de vertigens ao tentar se levantar do leito. Aturdi-


mento em posição horizontal, agravado quando o paciente levanta a cabeça ou
se senta no leito. Tendência a cair para o lado enquanto os objetos parecem
cair para o outro. Acúfenos que lembram o ruído de uma queda d'água. Hi-
poacusia de origem óssea.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, Méniere .

.
SAMBUCUS NIGRA (Sabugueiro negro)

Medicamento de coriza com nariz seco e totalmente obstruído.


Transpiração profusa no momento em que a criança desperta sufocando por
causa do seu nariz entupido. Ele tenta aspirar, mas é obrigado a respirar pela
boca. Laringite estridulosa com edema da laringe, muco, nariz entupido e seco,
dispnéia. Tosse sufocante.

t_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Coriza, Laringite.

SANGUINARIA CANADENSIS (Sanguinária do Canadá)

Medicamento de congestões localizadas, sob forma de vermelhidão


circunscrita das bochechas como as bonecas russas e da sensação de calor
ou de queimação no peito, na palma das mãos, na planta dos pés.
Inflamação das mucosas, especialmente das mucosas respiratórias, que estão
secas e queimantes. Agravamento pelos odores. Melhora pelas eructações.
SARSAPARILLA • 615

Cabeça. Ondas congestivas na cabeça. Hemicrania direita. Cefaléia com


vermelhidão circunscrita das bochechas, distensão das veias temporais, falsa
fome com aversão pela comida. Cefaléia quando o paciente passa da hora da
refeição. A cefaléia começa no occipício, irradia-se para frente, até se fixar
aciina do olho direito. Melhora pelas enictações e na obscuridade.
Ouvidos. Acúfenos.
Nariz. Coriza espasmódica com mucosas nasal e ocular secas e
congestivas. Elas são a sede de dores queimantes. Pólipos nasais assinalando a
antigüidade da alergia.
Face. Dores nos sinus. Acne. Couperose. Vermelhidão circunscrita das
bochechas, especialmente no curso de uma cefaléia e da menopausa.
Estômago. Sensação de vazio no estômago. Fome durante a enxaqueca:
trata-se, na verdade, de falsa fome com aversão pelos alimentos. Dores quei-
mantes no estômago durante a cefaléia. Náuseas durante a cefaléia. Vômitos
biliosos.
Abdômen. Diarréia à interrupção da coriza.
Órgãos genitais femininos. Pólipo uterino com hemorragias de sangue
ve1melho vivo.
Peito. Asma nas conseqüências de coriza espasmódica. Tosse cheia
com expectoração cor de ferrugem e fétida que lembra a clássica pneumonia
lobar aguda. Tosse que melhora pelas eructações ou as eliminações de gases.
Tosse violenta seqüelar da coqueluche. Ela volta cada vez que o paciPnte sente
frio .
Membros. Ondas congestivas nas extremidades. Queimações na palma .
das mãos e planta dos pés.
Sintomas gerai.s. Ondas de calor com vermelhidão_ circunscrita das
bochechas.

e.-. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acúfenos, Bronquite aguda, Cefaléia, Coque-


luche, Menopausa, Pneumonia virai, Pólipos, Rinite alérgica, Rosácea, Tosse,
Traqueíte.

. SARSAPARILLA (Salsaparrilha)

Medicamento de disúria, sob forma de cistite crônica coin dores na


bexiga e uretra no final da micção. Particularmente indicado para .crianças.
Aparelho urinário. Litíase urinária. Dores nos espaços renais ou nos
ureteres, irradiadas para a uretra, com disúria. Infecção urinária. Cistite
crônica. As urinas são raras de tloculosas. Elas contêm areia, ar e pus,
616 - SECALE CORNUTUM

sobretudo na última parte da micção. O paciente urina mais facilmente de pé


do que sentado. Arrepio que tem origem no colo da bexiga após a micção. A
criança chora antes ou durante a micção.
Órgãos genitais masculinos. Dores no cordão espermático por
excitação sexual.
Peito. Retração dos mamilos.
Pele. Pele endurecida e craquelada. Fissuras na pele das mãos. Erupção
após uma vacinação com aspecto de pele murcha.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica nefrética, Infecção urinária, Vacinação


(Conseqüências de).

SECALE CORNUTUM (Ergot do centeio)

Medicamento do espasmo arterial com câimbras, dores queimantes,


frialdade objetiva das extremidades e, portanto, agravamento pelo calor.
O paciente não suporta as cobertas. Evolução possível para a gangrena. He-
morragias passivas de sangue negro, fluido e exsudativo. Atonia uterina.
Olhos. Catarata periférica com estrias muito finas , regularmente
distribuídas, lembrando a graduação •do mostrador de um relógio. Catarata
senil. Retinite diabética.
Órgãos genitais femininos. Metrorragias de sangue negro. Ameaça de
aborto ou retardo do parto, com hemorragia passiva de sangue escuro agravada
pelo movimento e síncope, em uma mulher magra.
Membros. Dedos entorpecidos, cianóticos, frios, com câimbras.
Agravamento pelo calor do leito. Melhora pelo frio, ou quando o paciente se
descobre.
Pele. Úlcera cutânea com tendência à gangrena. A pele em tomo da
úlcera está fria ao toque e, no entanto, o paciente não quer ser coberto por-
que suas dores são agravadas pelo calor e melhoram pelas aplicações frias.
Antraz com corrimento de pus verde e evolução rápida para a gangrena.
Púrpura.
Sintomas gerais. Convulsões com dedos afa~ tacios espasmodicamente,
púrpura e hemorragias de sanguP., .escuro.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Acrocianose, Antraz, Ar-


terite , Câimbras, Catarata, Distocia, Geladuras, Hematêmese, Hemorragias, Menor-
ragias , Metrorragias, Púrpura, Retinite, Síndrome de Raynaud, Úlcera ocular.
SELENIUM METALLICUM - 617

SELENIUM METALLICUM (Selênio negro)

Medicamento da hipertrofia benigna da próstata com transtornos


sexuais. Perdas seminais em posição sentada, ao caminhar e durante a
defecação .
Cabeça. Alopecia associada à queda dos pêlos e acne, com cravos em
pele oleosa.
Face. Cravos em pele gordurosa.
Aparelho urinário. Perda de urina após a defecação e a micção. A
micção pode se dar gota a gota.
Órgãos genitais masculinos. Hipertrofia benigna da próstata com
perdas seminais em posição sentada, ao caminhar e durante a defecação. Dis-
função erétil ligada ao prostatismo (não há ereção, mas o desejo sexual está
conservado).
Laringe e Traquéia. Laringite crônica por uso prolongado da voz.
Enrouquecimento dos cantores quando eles começam a cantar.
Sintomas gerais. Esgotamento físico e moral no tempo quente.

· r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Alopecia, Dermite seborréica, Dis-


função erétil, Ejaculação precoce, Hipertrofia benigna da próstata, Laringite.

SENECIO AUREUS (Senécio)

Medica.ínento da amenorréia com fenômenos vicariantes (epistaxe,


cata1To nasal, tosse seca. lombalgia, leucorréias, tenesmo vesical, edema).
AmenoITéia das mocinhas. Leucorréias abundantes. Melhora pelo retorno das
l • '

regras.

r..- PRINCIPAL INDICAÇÃO Cl,.ÍNICA: Amenorréia.

SENEGA (Polígala da Virgínia)

Medicamento do catarro brônquico da pessoa idosa, complicado


com bronquiectasias e enfisema pulmonar com estertores e dores na
parede torácica.
Olhos. Catarata após uma intervenção cirúrgica nos olhos.
618 • SENNA

Peito. Sensação de peito muito estreito, de pulmões puxados para a


coluna vertebral. Peito cheio de muco espesso, difícil de soltar. Impossibi-
lidade de expectorar. Tosse irritativa provocada pelo andar rápido. Tosse que
tetmina por um espirro. Efusão pleural subaguda ou crônica com dores que
melhoram pelo movimento.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Bronquiectasia, Bronquite crônica, Catarata,


Enfisema, Pleurisia serofibrinosa.

SENNA (Sena)

Medicamento quase específico da crise de cetose periódica com


náuseas, vômitos, abaulamento abdominal, acetona nas urinas.

,... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cetose periódica.

SEPIA OFFICINALIS (Tinta de siba)

Medicamento da astenia com palidez do rosto, olheiras, olhar triste,


ondas de calor emotivas acompanhadas de transpiração, dificuldades para
se levantar de manhã, melhora pelo exercício físico e pela distração. Esse
estado pode ser observado em um grande número de doentes com depressão
nervosa, enxaquecas e a maior parte dos transtornos ginecológicos. Irregular-
idade da distribuição circulatória que fa z com que a paciente (o paciente)
sillta muito calor em certas partes do corpo e frio em outras, particularmente
nas extremidades. Estase portal. Sensação de p_eso dos órgãos da pequena
bacia. Erupções redondas de aspecto circinado que deixam pigmentação.
Localizações preferenciais das erupções em torno da boca, na axila e nas
dobras de flexão. Todas as dores parecem convergir para as costas. Desejo de
ácidos e chocolate. Conseqüências de aborto, de parto, de gestações múlti-
plas. Tipo sensível: a paciente tem um jeito reservado, com olhar triste,
meticulosa. Ela (algumas vezes "ele") veste-se com roupas escuras, mesmo
quando não está na moda. Não suporta a família, o cônjuge, as crianças. Ela os
ama, mas não sabe exprimir seu amor. Gosta da dança. Adora a tempestade,
sente-se bem quando a tempestade começa. Desejo sexual pouco marcante ou
ausente. Tendência à síndrome pré-menstrual e ao herpes catame'nial. A
criança tem um ar triste. Ela é inteligente e cuidadosa. Participa pouco na
classe.
SEPIA OFFICINALIS - 619

Psiquismo. Sentimento de inferioridade. A paciente não confia em si


mesma, se acredita não inteligente e, por isso, não participa das conversas, não
ousa se expressar quando está acompanhada. Tristeza: Sepia é o medicamen-
to da depressão pós-parto, da depressão sazonal, das depressões breves
recurrentes. Ela chora e empalidece ao descrever seus sintomas. Necessidade
de arrumar tudo antes das regras. Não consegue ir se deitar quando a casa
ainda está desarrumadà. -
Cabeça. Ondas de calor na cabeça. Cefaléia pulsante, supra-orbitária
esquerda com dores nos globos oculares. Cefaléia que melhora na
obscuridade. Enxaquecas nos dias de folga. Cefaléia catamenial. Alopecia com
sensibilidade na raiz dos cabelos, especialmente após parto ou na menopausa.
Películas.
Olhos. Visão turva antes da cefaléia. Durante a cefaléia, as pálpebras
esteio pesadas e mesmo objetivamente caídas, os olhos estão dolorosos.
Conjuntivite. Terçóis de repetição.
Nariz. Coriza. Catarro nasal crônico. Intolerância aos odores dos
alimentos.
Face. Face pálida, com olheiras e abatida. Rubor emotivo com ondas
de calor. Cloasma. Verrugas da face. Rosácea.
Boca. Cáries dentárias rápidas. Cáries dentárias durante a gravidez.
Garganta. Anginas de repetição.
Estômago. Dispepsia. Sensação de vazio no estômago, que não melhora
ao comer. Dores ou sensação de peso no hipocôndrio direito, agravadas
quando o paciente está deitado sobre o lado direito. Sensibilidade dos
músculos abdominais. Desejo de ácidos (pepinos, vinagre, limão, grapefruit),
que ajudam a digerir. Desejo de chocolate. Soluço. Náuseas ao despertar que
se agravam ao escovar os dentes, assim como à visão e ao odor dos alimentos.
Náuseas que melhoram ao comer. Vômitos. Vômitos incoercíveis da gravidez.
A versão ao alimento e aos odores. Litíase biliar.
Abdômen e Reto. Sensação de bola no reto, sem melhorar quando
defeca. Dores de baixo para cima no reto. Constipação. Hemorróidas. Fissura
anal.
Aparelho urinário. Infecções urinárias de repetição com sensação de
peso da bexiga, ou de bexiga que cai para o lado sobre o qual o paciente
está deitado. As urinas são de odor forte. Elas contêm um sedimento vermelho
que adere às paredes do recipiente no qual são coletadas. Enurese do primeiro
sono (a cama é molhada quase assim que a criança adormece). Ela sonha que
urina.
Órgãos genitais masculinos. Hipertrofia da próstata com sensação de
estar sentado sobre uma bola. Condilomas moles em tomo da glande.
620 - SEPIA OFFICINALIS

Órgãos genitais femininos. Sensação de peso para baixo dos órgãos da


pequena bacia, agravada quando a paciente está de pé, melhora quando ela
cruza as pernas. Síndrome pré-menstrual. Regras pouco abundantes, em atraso.
Dismenorréia. Arnenorréia. Fibroma. Retroversão. Vermelhidão das mucosas
com leucorréias leitosas, amareladas ou francamente purulelltas, pruriginosas,
freqüentemente devidas à Monilia albicans, agravadas após as relações
sexuais. Prurido vulvar. Secura da vagina. Metrite. Bartholinite. Tendência ao
aborto. Frigidez ou agravamento após as relações sexuais.
Peito. Seios inchados antes das regras. Mastose. Pequenas rachaduras
em torno dos mamilos, muito profundas e muito dolorosas. Tosse fatigante que
parece vir do estômago ou do ventre. Abcesso axilar.
Raque. A paciente exprime sua fadiga queixando-se das costas, mas
as radiografias não mostram nada de anormal. Sensação de fraqueza
na região lombar. Lombalgia antes das regras. Agravamento de manhã ao
acordar e em posição ajoelhada. Melhora pelo movimento e sobre um p1ano
duro.
Membros. Dedos frios. Verrugas nas mãos. Varizes nas multíparas.
Pele. Erupções redondas, de aspecto circinado que deixam pig-
mentação. Eczema seco. Verrugas achatadas e castanhas, pruriginosas. Pele
fissurada. Herpes, principalmente catamenial. Urticária ao ar frio. Trans-
piração emotiva. Icterícia.
Sintomas gerais. Ondas de calor com, apesar de tudo, frialdade.
Hipotensão arterial, com vertigens ao se levantar da cama ou lipotimias.
Lipotimia ajoelhado em urna igreja. Hipoglicemia. Astenia de manhã ao
despenar, que melhora depois de uma ou duas horas, de estar a caminho,
graças ao exercício físico e à distração. Tendência a sentir frio facilmente.
Agravamento pela consolação, à beira-mar, pelo tempo nevoso. Melhora pelo
exercício físiCo, dança, ocupação, e quando cai a tempestade.

l... PRINCIPAIS .INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Acne, Aleitamento


materno, Alergia, Alopecia, Amenorréia, Angina, Anorexia mental, Ansiedade,
Bartholinite, Candidíase, Cáries dentárias, Cefaléia, Cetose periódica, Cisto de
ovário, Cólica abdominal, Cólica hepática, Côlica nefrética, Condilomas, Con-
seqüências de parto, Constipação, Depressão nervosa, Disfunção erétil, ,Dis-
menorréia, Dispepsia, Dorsalgia, Eczema, Endometriose" Enurese, Espasmofilia,
Fibroma, Fissura anal, Fissuras do mamilo, Frigidez, Gota, Hemorróidas, Hepatite
virai, Herpes, Herpes circinado, Hipertrofia benigna da próstata, Hipotensão arterial,
Infecção urinária, Lipotimia urinária, Litíase urinária, Lombalgia, Mastose, Meno-
pausa, Metrite, Metrorragias, Micose, Náuseas, Pitiríase versicolor, Prolapso retal,
Prolapso uterino, Prostatite, Prurido vulvar, Psoríase, Rinite alérgica, Rosácea,
Salpingite, Sarna, Sida, Síndrome pré-menstrual, Síndrome de Raynaud, Soluço,
Tendência a sentir frio facilmente, Terçol, Tosse, Urticária, Varizes, Verrugas,
Vertigens, Vômitos.
SERUM D'ANGUILLE - 621

SERU~ D'ANGUILLE (Soro de Enguia)

Medicamento da glomerulopatia crônica com hipertensão arterial,


oligúria sem edema e proteinúria.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Hipertensão arterial, Nefrite agud~ .

SILICEA (Sílica)

Medicamento de supuração crônica ou de repetição com tendência


à flstulização. Silicea facilita a eliminação dos corpos estranhos (espinhos,
esquírolas ósseas, etc.). Medicamento de fundo do paciente de pequena
altura, tímido e inteligente, mas sem energia moral nem física, que não
confia em si mesmo e que tem necessidade de encorajamento para agir.
Frialdade. Transpiração nos pés com mau cheiro, mesmo com calçados
velltilados. Osteoporose. A criança tem baixo peso e pequena altura desde o
nascimellto. É desmineralizada e magra, inteligente, mas fisicamente em
atraso. Retardo para aprender a andar. Retardo no fechamento das fontanelas .
Tem um olhar vivo, fronte olímpica, mãos frias e transpirantes, com manchas
brancas ungueais (leuconíquias). Silicea pode melhorar as supurações crônicas
sem que haja necessidade de encontrar esse tipo sensível. Conseqüências de
vacinação, particularmente após o BCG, sob forma de supuração (abcesso
axilar, becegite), diarréia, cefaléia. náuseas, febre, emagrecimento. Con-
seqüências dà transpiração dos pés.
Psiquismo. Síndrome do insucesso com necessidade de encorajamento
para agir. O paciente se sai bem em tudo o que empreende, mas não sabe se
avaliar. Está convencido de que vai fracassar no que faz, o que se traduz pela
ansiedade de antecipação. Ele pára ao menor obstáculo, abandona logo,
embora tenha meios de ser bem sucedido. A criança só obtém boas notas
quando lhe provam que sabe suas lições. O estudante se julga mal, se denigre:
volta de um exame persuadido de que fracassou. Logo saberá que não.
Timidez. Sonambulismo.
Cabeça. Cefaléia occipital crônica, resultante de uma cervicalgia, com
frialdade, melhora com bandagens quentes na cabeça. Transpiração na cabeça
e pescoço.
Olhos. Calázios. Terçóis de repetição. Conjuntivite. Hipópio. Úlcera
perfurante da córnea com fístula. Catarata senil. A visão está perturbada
quando a transpiração dos pés pára.
622 - SILICEA

Ouvidos. Otite crônica com perfuração do tímpano, comprometimento


dos ossículos e supuração. Prurido da trompa de Eustáquio. Mastoidite crônica
com otorréia. necrose óssea e acúfenos. Estalos no ouvido ao soprar pelo nariz.
Hiperacusia. Labirintite com vertigens e pés frios.
Nariz. Coriza crônica com edema das mucosas. Dores do septo.
Evolução possível para a sinusite crônica. Rinofaringites de repetição.
Face. Parotidite supurada. Acne papular ou cística com supuração.
Bochechas inchadas.
Boca. Dentição em atraso. Gengivite. Gengivas que supuram facilmente
com osteíte. Furúnculos nas gengivas.. Cáries dentárias com agravamento das
dores ao aspirar o ar frio. Fluxão dentária prolongada com comprometimento
do periósteo. Abcesso de uma raiz dentária com tluxão e fístula gengival.
Abcesso dentário de repetição.
Garganta. Anginas cie repetição. Fleimão . subagudo, supurante sem
fechar de novo.
Estômago. Náuseas. Aversão por comida quente.
Abdômen e Reto. O paciente tem que fazer grandes esforços para
defecar. Constipação com fezes "em mola", "tímida": as fezes descem em
parte depois sobem de novo para o reto. Fezes volumosas, de aspecto argiloso
em "bosta de vaca", expulsas com dificuldade. Diarréia crônica. Espasmo anal.
Fissura anal. Abcesso anal supurante, crônica. Fístula anal.
Aparelho urinário. Litíase urinária sob forma de areia nas urinas.
Uretrite crônica. Enurese associada à verminose.
Órgãos genitais masculinos. Prostatite . crônica, com próstata dura e
emissão de líquido prostático durante os esforços .de defecação. Abcesso da
próstata com emissão de pus pela uretra. Hidrocele.
Órgãos genitais femininos. Piossalpinge. Leucorréias. Bartholinite .de
evolução crônica. Fibroma. Frialdade durante as regras. Metrorragias com
frialdade. Dores no útero, ou ainda ocorrência das regras durante o
aleitamento.
Peito. Expectoração amarela, fétida, purulenta, abundante. Bronquite
crônica. Respiração asmática. Enfisema pulmonar com supuração devida à
bronquite crônica. A origem pode ser também uma pneumoconiose ("enfisema
dos cortadores de pedras"). Abcesso do seio com fistulização. Abcesso axilar.
Raque. Dores raquidianas ligadas à escoliose ou osteoporose. Dores nas
costas durante o aleitamento.
Membros. Extremidades frias. Transpiração dos pés com odor fétido.
Unhas fendidas. Leuconíquias. Osteíte. Abcesso ósseo. Panarício prolongado
com comprometimento ósseo. Fratura exposta (Silicea ajuda a eliminar as
esquírolas ósseas). Osteoporose. Fratura ligada à osteoporose.
SINAPIS NIGRA • 623

. Pele. Ferida que se prolonga evoluindo para a abcedação e supuração


crônica. Abcesso que se prolonga ou crônico, a pele em tomo do abcesso está
infiltrada. Pápulas e cistos supurantes. Cicatrizes dolorosas ao toque. Cicatrizes
que supuram, com fistulização. Quelóides. Úlcera cutânea crônica com
esquírola óssea.
Sintomas gerais. Convulsões em conseqüência de vacinação. A aura é
constituída por uma sensação de camundongo que corre ao longo do corpo.
Astenia. Frialdade. Tendência a sentir frio facilmente. Febre. Adenopatias.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Abcesso, Acne, Aleitamento materno, An-


ginas, Ansiedade, Antraz, Artrose, Asma, Bartholinite, Bronquiectasia, Bronquite
crônica, Calázios, Cáries dentárias, Catarata, Cefaléia, Cicatrizes, Cólicas nefréti-
cas, Constipação, Coriza, Crescimento, Dente do siso, Dentição da criança,
Depressão nervosa, Dorsalgia, Eczema, Enfisema, Enurese, Epilepsia, Escoliose,
Fibroma, Fissura anal, Fístula anal, Fleimão da garganta, Fratura, Furúnculos,
Gengivite, Glúten (Intolerância ao), Hidrocele, Intervenção cirúrgica, Leucorréias,
Linfangite, Lombalgia, Mastoidite, Medo do público, Méniàre, Micose , Odontalgias ,
Osteoporose, Otite, Panarício, Parodontite, Parotidite, Prostatite, Raquitismo, Rinite
alérgica, Rinofaringite, Salpingite, Síndrome nefrótica, Sinusite, Tendência a sentir
frio facilmente, Terço!, Traumatismos e ferimentos, Úlcera cutânea, Úlcera da
córnea, Vacinação (Conseqüências de) , Verrugas, Vertigens.

SINAPIS NIGRA (Mostarda negra)

Medicamento do corrimento nasal aq~oso com obstrução, alter-


nativamente de uma narina depois da outra. Vermelhidão das asas do
nanz.

e_. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Rinite alérgica.

SOLANUM MALACOXYLON (Solanum malacoxylon)

Medicamento dos depósitos de cálcio, principalmente na articulação


do ombro. Ele acalma a dor e faz desaparecerem as calcificações de instalação
recente. Periartrite calcificante do ombro. Periartrite coxofemoral. Tendinite.
Calcificações tendinosas múltiplas. Esporão calcâneo. Litíase cálcica. Condro-
calcinose. Calcificações vasculares.
624 - SOLANUM TUBEROSUM JEGROTANS

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Periartrite, Tendinite.

SOLANUM TUBEROSUM JEGROTANS (Batata germinada)

Medicamento de diarréia com prolapso anal, vontades ineficazes,


mau.cheiro do hálito e do corpo em geral.

(_.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Prolapso retal.

SOLIDAGO VIRGA AUREA (Solidago vara-de-ouro)

Medicamento da anúria com sensibilidade dos espaços renais à


pressão. Urinas de mau odor embora claras. Fosfatos (sedimento branco) nas
urinas. Albuminúria. Anúria secretória. Disúria.

,_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica nefrética, Litíase renal.

SPIGELIA ANTHELMIA (Espigélia vermífuga)

Medicamento de nevralgias violentas. Palpitações. Sintomas devidos


aos vermes.
Cabeça. Hemicrania esquerda, do tipo nevrálgico, iniciando no
occipício, irradiando-se em seguida para frente, para terminar acima do olho
esquerdo. Ela começa de manhã, atinge o máximo ao meio dia, depois diminui
de intensidade até a noite. Cefaléia com palpitações.
Olhos. Glaucoma com dores supra-orbitárias esquerdas. Sensação de
olho muito grande, sobretudo o esquerdo. Lacrimejamento.
Face. Nevralgia facial aguda, violenta com lacrimejamento. Dores que
parecem de origem dentária e correspondem de fato a uma nevralgia facial,
com irradiação ao osso malar. Agravamento pela água fria, pelo chá, pelo fato
de fumar, ruído, movimento.
· Boca. Mau hálito.
Abdômen e Reto. pores periumbilicais pelos vermes. Prurido anal.
Peito. Ansiedade sentida na região precordial. Dispnéia agravada ao
levantar os braços. Dores precordiais irradiadas a um dos membros superiores,
SPIRITUS QUERCUS GLANDIUM - 625

principalmente o esquerdo. Dores precordiais. Palpitaçõe.s tão violentas que os


batimentos cardíacos são visíveis através das roupas, e audíveis. Palpitações
ligadas à verminose. Dores precordiais com náuseas e tosse. Sensação de
tremores do coração. Agravamento pelo movimento, ao levantar os braços,
pela inspiração profunda, quando o paciente está sentado inclinado para frente
ou quando ele está deitado sobre o lado esquerdo.
Sintomas gerais. Pulso fraco e ÜTegular. Conseqüências do excesso de
fumo.

<... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Angor, Cólica abdominal, Extra-sístoles,


Glaucoma, Hipertireoidismo, Nevralgia, Odontalgia, Pericardite, Verminose.

SPIRITUS QUERCUS GLANDIUM


(Tintura do fruto do carvalho)

Medicamento do paciente de couperose e cirrótico, sofrendo de do-


ença do baço. Este medicamento facilita o deixar de gostar do álcool.

<... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alcoolodependência.

SPONGIA TOSTA (Esponja torrada)

· Medicamento de ressecamento das mucosas, responsável particular-


mente por uma tosse crupal, semelhante ao latido de um cão, que melhora
pelo fato de beber. Sensação de calor. Age igualmente sobre a tireóide. A
esponja contém iodo, donde os sintomas em comum com o Iodum.
Psiquismo. Ansiedade. Medo da sufocação.
Olhos. Exoftalmia.
Garganta. Bócio duro. Sensação de calor na tireóide.
Abdômen. Pancreatite com fezes esbranquiçadas e sensação de calor
dentro do abdômen.
Órgãos genitais masculinos. Orquit~ prolongada ou crônica~ Testículo
duro com sensação de calor local. Epididimite com sensação de calor nos
testículos.
Laringe e Traquéia. Dispnéia laríngea. Laringite aguda estridulosa,
com sensação de secura da laringe. Sensação de queimação na laringe durante
a tosse. Sensibilidade da laringe ao toque. Voz enrouquecida.
626 - SQUILLA MARITIMA

Peito. Dispnéia inspiratória, por causa de bócio ou de Jaringite. Su-


focação ansiosa à noite. Tosse "de cachorro", rouca, crupal, devida à secura
das niucosas, principalmente nas crianças, "como serra circular cortando
tábua de pinho " ou cão que late. Tosse que me1hora ao beber e pe]os
a1imentos quentes. Asma com secura das mucosas. Sensação de coração
grande, de afluxo de sangue ao coração. Palpitações que se propagam até a
. garganta. Palpitações antes das regras.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Asma, Coqueluche, Epididimite, Extra-


sístoles, Hipertireoidismo, Laringite, Orquite, Pancreatite, Tosse.

SQUILLA MARITIMA (Cila)

Medicamento de coriza acompanhada de tosse que provoca la-


crimejamento, espirros, dores abdominais e qiicção involuntária. A tosse
cheia da manhã é mais violenta e mais fatigante do que a tosse seca da noite.
Irritação da traquéia.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Tosse, Traqueíte.

STANNUM METALLICUM (Estanho)

Medicamento da inflamação crônica dos brônquios com sensação


de fraqueza no peito. Expectoração mucopurulenta, abundante, de gosto
adocicado, com aspecto de pequenas bolas, saindo facilmente, sobretudo de
manhã. Esta expectoração agrava a sensação de fraqueza e impede de falar.
Tosse provocada pelo fato de fa]ar, rir, cantar. Dispnéia. Astenia.

(,... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Bronquiectasia, Bronquite crônica.

STAPHYLOCOCCINUM (Staphylococcus aureus)

Medicamento da estafilococcia crônica, a título de bioterápico


complementar do tratamento de fundo .

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Furúnculo.


STAPHVSAGRIA - 627

STAPHYSAGRIA (Estafiságria)

Medicamento do recalque em conseqüência de cólera não ex-


primida, de indignação reprimida, de uma vexação. O paciente tem
hipersensibilidade às impressões físicas e mentais, tendência à revolta interior.
Ele rumina permanentemente idéias sexuais. Somatiza, principalmente sob
forma de calázios, de dores abdominais, eczema e sobretudo de sintomas
geniturinários. Conseqüências de intervenção cirúrgica, de dilatação esfincteri-
ana (após uma endoscopia, por exemplo).
Psiquismo. Susceptibilidade importante após uma humilhação. Des-
gosto silencioso com agressividade e irritabilidade mais ou menos recalcadas.
O paciente se exprime em um tom tranqüilo, mas não pensa menos. De um
momento para outro não se controla mais e pode então ter explosões violentas
no curso das quais não sabe o que faz. Treme de cólera. Tem vontade de bater,
mas desvia seu impulso sob a forma de uma tendência a bater as portas ou a
jogar objetos sobre as pessoas que o ofendem.
Olhos. Terçóis de repetição. Calázios de repetição, muito sensíveis ao
toque, ou nódulo seqüelar após um calázio.
Boca. Cáries na parte lateral dos dentes. Dores nos dentes cariados,
quando há um alimento na cavidade. Melhora pela pressão.
Estômago. Dores de estômago após uma vexação.
Abdômen e Reto. Dores abdominais após uma cólera, uma vexação,
uma indignação reprimida. Verrugas e condilomas anogenitais sensíveis ao
toque.
Aparelho urinário. Falsa cistite ou falsa uretrite de origem nervosa
após uma contrariedade reprimida ou após as primeiras relações sexuais.
Bexiga irritável. Necessidade imperiosa de urinar com dores na uretra, que
cessam durante a micção e retornam depois. ' Sensação de ter permanentemente
uma gota de urina no canal da uretra. Staphysagria também pode ser útil em
caso de irritação do esfíncter vesical após a passagem de um cateter.
Órgãos genitais masculinos. Condilomas hipersensíveis ao toque.
Hipertrofia da próstata com micção imperiosa, mas se fazendo gota a gota.
Aumento do desejo sexual.
Órgãos . genitais femininos. Condilomas hipersensíveis ao toque.
Prurido vulvar em conseqüência de cólera não exprimida, de indignação re-
primida, de vexação. Aumento do desejo sexual.
Pele. Eczema exsudante com prurido que se desloca em função da
coçagenz. Líquen plano. Psoríase após uma emoção reprimida. Dores nos
cortes pós-operatórios e nos cortes de bordos íntegros. ·
Sintomas gerais. Insônia.
628 • STICTA PULMONARIA

(.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS Cáries dentárias, Calázios, Condilomas,


Disfunção erétil, Eczema, Esquizofrenia, Hipertrofia benigna da próstata, Hipocon-
dria, Infecção urinária, Insônia, Intervenção cirúrgica, Líquen plano, Neuroma,
Ninfomania, Odontalgias, Paranóia, Prurido sina materia, Prurido vulvar, Psoríase,
Satiríase, Terçol, Traumatismos e ferimentos, Transtornos obsessivo compulsivos,
Uretrite, Verrugas.

STICTA PULMONARIA (Líquen pulmonar)

Medicamento de coriza seca com pressão dolorosa na raiz do nariz,


necessidade de soprar pelo nariz para aliviar ou necessidade de assoar.
Sensação de nariz cheio na raiz, mas não sai nada. Crostas no nariz. Cefaléia
catarral. Sinusite frontal. ·

(.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Rinite alérgica.

STRAMONIUM (Estramônio)

Medicamento do delírio violento, feroz, ruidoso, loquaz, com fácies


assustada, olhos arregalados que tornam o olhar trágico, movimentos
giratórios graciosos..
Psiquismo. Principal medicamento do acesso maníaco E do delirium
tremens. Delírio sobre um tema religioso ou sexual. O paciente se ajoelha,
reza, tem excitação sexual, ou fala em uma língua estrangeira. Tem
alucinações visuais (particularmente de imagens negras, de animais assustado-
res) e auditivas. Tem igualmente medo do escuro, pede Luz e companhia. Tem
medo das grandes superfícies brilhantes ou dos espelhos. É muito agitado.
Tem uma força incomum e superior à normal: pode chegar a torcer a& grades
de uma janela. Tem vontade de quebrar tudo em tomo de si. Silva, tem
tendência a morder os que estão à sua volta, quer matar. Bate a cabeça no
chão ou contra as paredes e não parece se machucar. Alternância de exaltação
e de tristeza. De um modo bem mais atenuado, pode-se utilizar o Stramonium
em caso de terrores noturnos. A criança grita dormindo, acorda berrando por ·
causa de visões aterradoras, os olhos arregalados. Acalma-se em presença de
alguém e se acende uma fonte luminosa. Durante o dia, chega a bater a cabeça ·
voluntariamente contra as paredes ou o chão sem parecer que se machuca.
Tem uma gagueira tônica~ tem que fazer um .esforço demorado antes de
conseguir pronunciar uma palavra: deforma o rosto, pois se exprime de
maneira explosiva. Tiques violentos. Medo em um túnel mal iluminado.
STREPTOCOCCINUM - 629

Olhos. Olhar fixo, "trágico". Olhos arregalados. Midríase.


Face. Distorção da face durante o acesso maníaco.
Boca. Grande sede.
Aparelho urinário. Anúria.
Sintomas gerais. Insônia com terrores noturnos. Insônia em um
cômodo escuro. Inflamação das meninges. Convulsões febris.

e.-. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Alzheimer, Convulsões


febris, Delírio, Delirium tremens, Enurese, Esquizofrenia, Gagueira, Insolação,
Insônia, Mania, Maníaco-depressão, Meningite virai, Terrores noturnos, Tiques.

STREPTOCOCCINUM (Estreptococo)

Medicamento complementar do medicamento de fundo nas anginas


de repetição, especialmente quando as antiestreptolisinas estão elevadas, e em
certos casos de reumatismo. Glomerulonefrite.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Nefrite aguda, Pelvispondilite reumática,


Poliartrite reumatóide.

STRONTIUM CARBONICUM (Carbonato de estrôncio)

Medicamento da hipertensão arterial com congestão cefálica ao-


esforço, rosto vermelho, e apesar de tudo uma grande frialdade. Melhora dos
fenômenos congestivos pelas bandagens quentes.

_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente isquêmico transitório, Acidente


vascular cerebral, Hipertensão arterial.

SULFUR (Enxofre sublimado lavado)

Medicamento da inflamação da pele, das mucosas e das serosas,


com congestões localizadas, vermelhidão, sensação de calor quase em toda
parte, dores queimantes que melhoram pelo frio, efusões. Erupções
vermelhas, pruriginosas, agravadas pela água e pelo calor, melhoradas pelas
aplicaÇões frias. Vermelhidão dos orifícios. Alternância das manifestações,
630 - SULFUR

principalmente no campo da alergia. Acessos inflamatórios reumáticos com


vermelhidão, calor, rigidez, hidrartrose. Sulfur é igualmente o medicamento
de fundo do paciente congestivo, vermelho, pletórico, que sinta sempre
muito calor, cometendo abusos de álcool, gorduras, açúcar, jovial, que não
dá importância à maneira como está vestido. É hipertenso, uricêmico ou
mesmo diabético. A criança é muito imaginativa, e mesmo mentirosa, larápia,
pouco cuidadosa. Gosta de brincar com a sujeira (lama, frascos de água). Não
é preciso dar Sulfur a pacientes que não têm sintomas precisos desse me-
dicamento, sob pretexto de "esclarecer o caso". Há um risco de agravamento
importante, principalmente sob forma de otite ou eczema.
Psiquismo. Orgulhoso, jactancioso, jovial, egoísta, com ego hipertro-
fiado, o paciente se considera melhor em tudo. É muito desperdiçador. Nada é
bastante para ele, compra sempre o mais sofisticado. Imaginativo, gosta de se
entregar a especulações filosóficas no curso das quais reconstrói o mundo
conforme suas próprias teorias. Idéias de grandeza. Cleptomania. Tem o
"vinho alegre". Observa, no entanto, que, sob seus modos joviais, ele pode
estar depressivo e iITitável, ou mesmo triste (a aparência de jovialidade é
apenas uma reação à depressão subjacente). Tendência a puxar discussão.
Perda da memória.
Cabeça. Congestão com sensação de calor no alto da cabeça. Cefaléia
.
latejante, periódica. Alopecia associada a botões inflamatórios no couro
cabeludo. Erupções na borda do couro cabeludo.
Olhos. Blefarite crônica de natureza alérgica ou seboITéica, com
vermelhidão no bordo das pálpebras, prurido, sensação de queimação,
agravamento pela lavagem dos olhos. Pálpebras coladas de manhã. Terçóis de
repetição. Conjuntivite periódica de origem alérgica com sensação de areia,
associada à blefarite. Catarata cortical. Halo em tomo da lâmpada. Visão como
através da bruma.
Ouvidos. Otite externa. Furúnculo no conduto auditivo. Otite crônica.
Ouvidos vermelhos, acúfenos e surdez de origem cataITal após a supressão de
uma otoITéia com mau cheiro.
Nariz. CataiTo nasal crônico com espirros à noite. Hipersensibilidade
aos odores desagradáveis. Pólipos nasais. Epistaxe.
Face. Acne dolorosa, com numerosos cravos e vermelhidões da pele do
rosto . Pele malsã. Principal medicamento da seborréia gordurosa do rosto.
Edema de Quincke.
Estômago. Sensação de vazio no estômago. Desejo de álcool e de
gorduras. Dispepsia após o retrocesso de uma erupção.
Abdômen e Reto. Constipação com estase. portal. Diarréia crônica de
manhã cedo e que tira o paciente da cama. Alternância de diarréia e de
..constipação. Ânus vermelho e queimante, com hemorróidas, exsudação,
SULFUR • 631

agravamento pela coçagem e pelo calor do leito. Prurido anal. Eczema


perianal.
Aparelho urinário. Litíase urinária. Sensação de queimações na uretra
durante a micção. Emissão de uratos nas urinas. Diabetes com glicosúria. Os
diabéticos do tipo 2, não insulinodependentes, são quase sempre do tipo Sulfur
(o ·medicamento não cura o diabetes, mas ajuda a prevenir ou a combater suas
complicações infecciosas).
Órgãos genitais femininos. Leucorréias amareladas, irritando a pele,
escoriantes, com sensação de queimação na vagina.
Laringe e Traquéia. Laringite crônica que ocorre após a supressão de
uma erupção, com abundância de muco no peito e afonia.
Peito. Sensação de calor ou de queimação no peito. Sensação de
coração grande, . de afluxo de sangue ao coração. Palpitações. Dispnéia.
Respiração asmática. Asma que alterna com uma dermatose. Bronquite crônica
com mucopus espesso e amarelo. Tosse antes de dormir. Agravamento pelas
plumas. Efusões inflamatórias: pleurisia ou pericardite que se prolonga ou
responde mal aos medicamentos.
Raque. Dorsalgia ou lombalgia que impede de andar, ou obriga o
paciente a andar inclinado para frente. Agravamento quando está de pé.
Membros. Medicamento do quadro de artrose, e da gota, a dar em
doses bem espaçadas. Rizartrose. Joelho vermelho, rígido, com ruídos de
estalos. Efusões articulares, com dores queimantes agravadas pelo calor. O
paci_ente tira os pés da cama por causa da sensação de queimação na planta dos
pés. Alternância de dores reumáticas com a diarréia ou o eczema.
Pele. Erupções vermelhas, rugosas, agravadas pela água, com dores
queimantes após a coçagem. Prurido agravado pelo calor do leito, que me-
lhora pelas aplicações frias. Eczema seco. Urticária. Prurido provocado pela
lã. O menor ferimento supura. Furúnculos de repetição ou em aglome-
rados. Sarna. Exantema que não sai: em um paciente astênico, pode-se dar
uma dose de Sulfur 30 CH. Alergia a um produto de contato (poma-
da, bálsamo antiálgico, lixívia, batons, etc.), com pele vermelha, quente,
pruriginosa. Só utilizar Sulfur em casos recentes e durante alguns dias apenas,
sob forma de doses "escalonadas": Sulfur 5 CH, 7 CH, 9 CH, 12 CH, 15 CH,
uma dose por dia durante cinco dias. Repetir eventualmente dez dias após a
interrupção.
Sintomas genitais. Ondas de calor começando no peito e passando em
seguida para a cabeça e extremidades, com necessidade de ar. Hipertensão
com: "sono de gato" (o paciente acorda várias vezes durante a noite). Epilepsia
em conseqüência do retrocesso de uma erupção~ a aura é constituída por sen-
sação de camundongo qu_e corre ao longo do corpo.
632 - SULFURICUM ACIDUM

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS : Abcesso, Acne, Acúfenos, Alcoolodepen-


dência, Alergia, Alopecia, Artrose, Asma, Blefarite, Bronquite aguda que se pro-
longa, Bronquite crônica, Calázio, Candidíase, Catarata, Cefaléia, Ciática, Cólica
nefrética, Conjuntivite, Constipação, Coxartrose, Depressão nervosa, Dermite das
cercas vivas, Dermite seborréica, Diabetes, Diarréia, Dispepsia, Dorsalgia, Eczema,
Edema de Quincke, Epilepsia, Erisipela, Extra-sístoles, Febre, Fimose, Furúnculo,
Gonartrose, Gota, Hemorróidas, Hipertensão arterial, Hipocondria, Insônia, lntertri-
gem, Laringite, Leiner-Moussous, Leucorréias, Lombalgia Memória (Distúrbios da) ,
Menopausa, Otite, Paranóia, Pericardite, Pitiríase versicolor, Pleurisia serofibrinosa,
Pneumonia virai, Pólipos. Prurido anal, Prurido sine materia, Psoríase, Rinite
alérgica, Sarampo, Sarna, Sinovite, Tendência a sentir frio facilmente, Terçai,
Urticária, Vacinações (Conseqüências de).

SULFURICUM ACIDUM (Ácido sulfúrico)

Medicamento de inflamação das mucosas com hemorragias de


sangue negro e dispepsia. Tipo sensível: o etílico crônico com tendência às
hemorragias passivas pela pele (púrpura) ou pelos orifícios naturais, que
sofrem de esofagite ou de gastrite.
Psiquismo. Precipitação, particular~ente para comer e escrever.
Face. Bochechas vermelhas durante a menopausa.
Boca. Aftas com exsudação de um líquido sanguinolento e fétido.
Estômago. Dispepsia devida à intoxicação alcoólica crônica, com pi-
rose, dores queimantes, eructações ácidas, náuseas, vômitos. A água provoca
sensação de frio no estômago, a menos que seja adicionada de álcool.
Abdômen e Reto. Cirrose.
Órgãos genitais femininos. Menorragias.
Pele. Equimoses, Púrpura.
Sintomas gerais. Ondas de calor. Sensação de tremor interno. Fadiga.

(_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Aftas, Dispepsia, Equi-


moses, Esofagite, Hemorragias, Menopausa, Púrpura, Traumatismos e ferimentos.

SULFUR IODATUM (Iodeto de enxofre)

Medicamento de inflamação crônica da pele e das articulações. A


substituir pelo Sulfur, na maior parte dos casos de alergia ou de reumatismo,
para evitar um agravamento muito violento (só se dá o Sulfur propriamente
SULFUROSUM ACIDUM • 633

dito quando os sintomas são encontrados de modo formal). Pápulas vermelhas


com prurido agravado pelo calor. Urticária. Lassitude ou fraqueza fora de
proporções com a doença em questão.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acne, Alergia, Artrose, Coxartrose, Dermite


seborréica, Eczema, Estrófulo, Gonartrose, Líquen plano, Megaleritema epidêmico,
Pitiríase rosada de Gibert.

SULFUROSUM ACIDUM (Ácido sulfuroso)

Medicamento de irritação das mucosas respiratórias com ne-


cessidade de inspirações profundas. Ele é especialmente indicado nos
problemas da poluição (encontra-se o ácido sulfuroso no ar das cidades; ele é
igualmente utilizado em quantidade muito pequena a título antisséptico para a
estabilização e a conservação do vinho). ·

(. .. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Asma.

SUMBUL (Sumbu/)

Medicamento de palpitações histéricas com sensação de coração ba-


tendo dentro d'água. O quadro geral é muito próximo daquele do Moschus.

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Histeria.

SYMPHORICARPUS RACEMOSUS (Sinforina)

Medicamento de náuseas e vômitos incoercíveis da gravidez.

(... PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Náuseas.

SYMPHYTUM OFFICINALE (Consolda oficinal)

Medicamento de traumatismo dos ossos e do periósteo, que facilita


a formação do calo. Dores do tipo picadas nos ossos fraturados. Retardo na
634 - SYZYGIUM JAMBOLANUM

consolidação das fraturas. Traumatismo do globo ocular (Ledum: das partes


moles em torno do olho).

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Epicondilite, Fratura, Osteoporose, Trauma-


tismos e ferimentos.

SYZYGIUM JAMBOLANUM (Jame/ão)

Medicamento do diabetes com glicosúria. Sede, poliúria, emaciação,


Ulcerações que complicam o diabetes. Foi apresentado no passado como um
"específico" do diabetes.

e..- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Diabetes.


TABACUM (Tabaco)

Medicamento da cinetose (mal dos transportes) com suores frios,


náuseas, vômitos, hipersialorréia, sensação de vazio no estômago, verti-
gens. Melhora ao fechar os olhos, ao ar livre e quando o paciellte descobre
seu abdômen. Face pálida, traços abatidos. Diarréia fatigante. Arterite com
câimbras e membros inferiores gelados em um grande fumante.

(... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Arterite, Mal dos Transportes, Méniere,


Náuseas, Síndrome de Raynaud, Vômitos.

TARAXACUM OFFICINALIS (Dente-de-leão)

Medicamento da língua geográfica (ou "glossite esfoliativa margi-


nada"), que é muito sensível ao toque, sobretudo nas partes vermelhas, que
acompanham diversos problemas digestivos. Gosto amargo na boca. Sensação
de bolhas nos intestinos. Grande fígado com dores picantes. Cefaléia de
origem biliosa ou gástrica, com sensação de calor no alto da cabeça e dores no
estemoclidomastóideo. Icterícia.

r..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Colecistite, Dispepsia, Glossite.

TARENTULA CUBENSIS (Tarântula de Cuba)

Medicamento do antraz grave com dores queimantes, muito


violentas, intoleráveis. A pele está violácea. Evolução possível para a
septicemia. Esse medicamento impede igualmente as últimas dores de um
moribundo.
636 - TARENTULA HISPANA

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Antraz, Septicemia.

TARENTULA HISPANA (Tarântula da Espanha)

Medicamento da agitação incessante que melhora pela música. O


paciente (ou a paciente) sente o desejo da dançar, sobretudo que o olham ou o
tocam. Precipitação. Prurido insuportável após as regras.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Histeria, Pernas sem repouso, Prurido vulvar,
Tiques.

TELLURIUM METALLICUM (Telúrio)

Medicamento do herpes circinado e da otorréia crônica, com mau


odor das secreções. Otite crônica com otorréia purulenta, com odor de
salmoura, causando vesículas no conduto auditivo externo e no lobo da orelha.
Odor aliáceo do hálito. Ciática agravada pelos espirros, tosse, defecação.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Ciática, Herpes circinado, Micose, Otite,


Pitiríase versicolor.

TEREBINTHINA (Essência de Terebintina)

Medicamento da inflamação renal ou vesical. Cistite aguda com


pielonefrite. Dores do tipo queimação nos espaços renais. Tenesmo vesical.
Urinas raras, de cor mancha de café, de odor violeta, contendo albumina,
cilindros, sangue.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Infecção urinária, Púrpura, Uretrite.

TEUCRIUM MARUM (Carvalhinha marítima)

Medicamento da rinite atróflca com polipose nasal obstruindo as


narinas. Dores na raiz do nariz. Crostas no nariz. Necessidade constante de
soprar pelo nariz.
THALLIUM METALLICUM • 637

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Pólipos.

THALLIUM METALLICUM (Tálio)

Medicamento da alopecia durante uma doença neurológica (nevralgia,


paraplegia). Tr~nspiração noturna.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Alopecia.

THERIDION CURRASSAVICUM (Aranha negra de Curaçau)

Medicamento de náuseas e vertigens, com hiperacusia. O ruído


agrava a vertigem e dá a impressão de penetrar nos dentes, ou mesmo em todo
o corpo. Cefaléias. Dores raquídianas agravadas pelo ruído. Agravamento ao
fechar os olhos.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Méniêre, Náuseas, Vertigens.

THIOSINAMINUM (Tiosinamina)

Medicamento do tecido cicatricial. Acúfenos da otospongiose. Espes-


samento do tímpano. Imobilidade dos ossículos.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕE~1NICAS: Acúfenos, Cicatrizes.

THLASPI BURSA PASTORIS (Bolsa-de-pastor)

Medicamento de hemorragias uterinas devidas a um fibroma.


Menorragias que ocorrem um a cada dois meses. Metr01Tagias com dores
espasmódicas devidas a coágulos, com sangue negro. Disúria com retenção
espasmódica das urinas.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Fibroma, Menorragias.


638 - THUYA OCCIDENTAt.IS

THUYA OCCIDENTALIS (Árvore da vida)

Medicamento do catarro crônico das mucosas, especialmente das


vias aéreas e genitais, com corrimento esverdeado. Conseqüências de
vacinação, não esquecendo de que os homeopatas descreveram essas con-
seqüências na época em que "vacinação" significava "prevenção da varíola
pela vacina"; não confiar na derivação semântica da palavra. Conseqüências de
gonorréia, excesso de chá. Sensibilidade importante ao frio úmido. Thuya
convém particularmente ao paciente infiltrado, que apresenta obesidade
ginóide, tendência às neoformações, excrescências em forma de couve-flor,
pedunculadas, sangrando facilmente (condilomas, pólipos, cistos, calázios,
verrugas, etc.), com localizações preferenciais nas dobras nasogenianas, no
nariz, laringe, útero, bexiga, períneo, na área anogenital. Suas unhas são
moles, com ondulações transversais, estrias verticais. Ele perdeu a ponta da
sobrancelha. Sua transpiração tem odor de alho-poró. Sua pele apresenta
manchas rubis. Seus lábios dão, ao nascer do dia, a impressão de estarem
recobertos pela película do leite.
Psiquismo. Bradipsiquismo: suas idéias estão lentificadas, e não "fixas"
como se diz freqüentemente. Thuya não é "o" medicamento da obsessão. As
idéias "fixas" que ele apresenta correspondem ao fato de que seu espírito
estaciona ("se fixa") em uma dada preocupação por causa da lentidão da
ideação.
Cabeça. Cefaléia do tipo prego cravado, agravada pelo chá.
Olhos. Terçóis de repetição.
Nariz. Catarro nasal crônico com corrimento esverdeado agravado
durante a defecação e evolução possível para a sinusite frontal. Crostas no
nariz. Pólipos nasais.
Face. Verrugas da face e especialmente da dobra nasogeniana.
Boca. Rânula de aparência azulada, com varicosidades sobre a língua
ou dentro da boca. Cáries nos dentes na raiz.
Estômago. Dispepsia pelo abuso crônico de chá. Agravamento pela
cebola.
Abdômen e Reto. Espasmos intestinais responsáveis pela sensação de
ter alguma · coisa viva dentro da barriga. Diarréia crônica nas conseqüências
de uma vacinação. Transpiração com mau cheiro no períneo. Condilomas ou
verrugas da região anal. Fissura anal.
Aparelho urinário. Inflamação crônica das- mucosas urinárias com
sensação de gota de urina permanentemente na uretr~ ou prurido voluptuoso.
TRILLIUM PENDULUM - 639

Uretrite cromca com inchaço da uretra, corrimento abundante, aquoso ou


amarelo esverdeado, saindo gota a gota após a micção.
Órgãos genitais masculinos. Hipertrofia e induração da próstata.
Prostatite crônica nas conseqüências de uma gonorréia. Condilomas esponjo-
sos, dolorosos ao toque e sangrantes. Cristas de galo.
Órgãos genitais femininos. Leucorréias esverdeadas, espessas. A
vagina está sensível. Pólipos uterinos. Fibroma. Cisto do ovário. Transpiração
da região genital. Condilomas esponjosos, dolorosos ao toque e sangrantes.
Cristas de galo.
Laringe e Traquéia. Pólipos da laringe.
Peito. Expectoração verde e agravamento pela umidade. Asma em
conseqüência de uma vacinação.
Membros. Reumatismos com sensação de ossos de vidro, de ossos que
vão se quebrar. Agravamento pelo frio úmido, melhora quando o paciente se
estira. Unhas moles, com ondulações transversais, estrias verticais. Supuração
nas unhas.
Pele. Grandes verrugas moles e em couve-flor, pedunculadas, sensíveis
ao toque. Eczema. Erupções inveteradas após vacinação.
Sintomas gerais. Tendência a sentir frio facilmente, sobretudo no
tempo úmido. Insônia. Melhora ao se esticar.

ctr PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alopecia, Artrose, Asma, Bartholinite, Bron-


quite crônica, Calázios, Cáries dentárias, Cefaléia, Cisto do ovário, Condilomas,
Coriza, Diarréia, Dispepsia, Eczema, Fibroma, Fissura anal, Fístula anal, Hipertrofia
benigna da próstata, Infecção urinária, Insônia, Leucorréias, Metrite, Micose,
Parodontite, Pólipos, Prostatite, Rânula, Retocolite úlcero-hemorrágica, Salpingite,
Sinusite, Tendência a sentir frio facilmente, Terçol, Uretrite, Vacinação (Con-
seqüências de), Verrugas.

TRILLIUM PENDULUM {Trilliína)

Medicamento de menometrorragias de sangue vermelho vivo, em


jato. Hemorragias a cada duas semanas, com freqüentes necessidades de urinar
e lipotimias. Lombalgias do tipo sensação de quebradura como se as
articulações sacroilíacas se deslocassem. Melhora pela contenção forte da bacia
com ajuda de uma bandagem apertada. O menor movimento agrava as he-
morragias e as dores.

_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Menorragias, Metrorragias.


640 - TRIFOLIUM REPENS

TRIFOLIUM REPENS (Trevo rasteiro)

Medicamento a ser dado a título preventivo quando há a noção de


epidemia de caxumba.

e~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Caxumba.

TUBERCULINUM {Tuberculina bruta)

Medicamento da infecção de repetição das vias aéreas superiores e


de alergia. Tendência a sentir frio facilmente: anginas, bronquites, rinites,
otites, laringites de repetição. Alternância das manifestações. A variabilidade
dos sintomas é característica. Pode-se dar às crianças que sentem frio
facilmente quando não há argumento preciso para escolher um medicamento.
Psiquismo. Irritabilidade. Medo dos animais, dos cães particularmente.
Face. Acne.
Peito. Inchaço dos seios antes das regras. Dispnéia agravada quando o
paciente está deitado sobre o lado esquerdo.
Sintomas gerais. Necessidade de ar. Hipotensão arterial lábil com
vertigens, astenia. Alergia ao leite.

e~ PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alergia, Anginas, Bronquites de repetição,


Bronquite crônica, Esquizofrenia, Fobias, Herpes circinado, Hipotensão arterial,
Micose, Pitiríase rosada de Gibert, Rinite alérgica, Rinofaringite, Síndrome
pré-menstrual, Tendência a sentir frio facilmente.

TUBERCULINUM RESIDUUM
(Princípios insolúveis do Mycobacterium tuberculosis)

Medicamento da fibrose com anquilose articular.


1

e~ PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Artrose.


u
URANIUM NITRICUM (Nitrato de uranila)

Medicamento do diabetes descompensado, com polifagia, polidipsia,


poliúria, glicosúria, emagrecimento. Indicado igualmente em caso de diabetes
renal.

(_. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Diabetes.

URTICA URENS (Urtiga queimante)

Medicamento da urticária e do reumatismo (eles podem ser con-


comitantes ou alternarem). Urticária de aspecto pálido com prurido violento,
dores queimantes, agravamento pelo calor, pelo exercício, e pela água.
Urticária por frutos do mar. Queimação superficial da pele, sem edema.
Sensação de agulhas e necessidade constante de coçar. Vômitos ou diarréia em
caso de supressão da urticária.

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Edema de Quincke, Picadas de insetos,


Queimaduras cutâneas, Urticária.

USTILAGO MAIDIS (Ustilago do milho)

Medicamento de menometrorragias pela menor causa, devidas à


atonia do útero. O colo uterino está mole ·e esponjoso, o que provoca ex-
sudações prolongadas e sangramentos ao menor contato (por exemplo, ao
toque vaginal). O sangue é filamentoso e escuro. O útero é fibromatoso e
congestivo. Perda de cabelos e de unhas.
642 • UVA URSI

e_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Fibroma, Menopausa,


Menorragias, Metrorragias.

UVA URSI (Uva-ursina)

Medicamento do catarro crônico da bexiga com urinas purulentas e


que sedimentam. Elas têm um aspecto lodoso. Podem ser verdes. Hematúria.
Dores do tipo queimação após a micção. Litíase urinária.

C_. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Cólica nefrética, Infecção urinária.


V
VACCINOTOXINUM (Vacina antivariólica)

Medicamento das conseqüências de vacinação antivariólica. Por


analogia, costuma ser prescrito no início de zona.

(_.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Zona.

V ALERIANA OFFICINALIS
(Valeriana oficinal)

Medicamento do pseudo-reumatismo de natureza histérica que


provoca necessidade de se mexer sem cessar e lipotimias à menor dor.
Humor instável. Sensação de fio pendente na garganta. Abaulamento ab-
dominal. Melhora pela marcha.

(..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Espasmofilia, Histeria, Lipotimia.

VENUS MERCENARIA (Pécten da América)

Medicamento da cefaléia frontal do tipo dores surdas com sensação


de peso, náuseas, vertigens, transtornos do equilíbrio, dificuldades de con-
centração. Flatulência, língua carregada, diarréia com gorgolejos. Micções
freqüentes .

.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Cefaléia.


644 - VERATRUM ALBUM

VERATRUM ALBUM (Heléboro branco)

Medicamento do colapso com suores frios na testa e sensação de


frio interno. As duas principais circunstâncias nas quais se encontra esse
estado são a diarréia infecciosa e a mania.
Psiquismo. Delírio erótico ou religioso. O paciente tem vontade de
rasgar ou cortar, principalmente suas roupas. Gasta seu dinheiro sem contar..
Está inconsolável por um infortúnio imaginário. Se desespera por sua posição
social. Quer abraçar os que estão em volta. Se entrega à coprofagia.
Estômago. Soluço após ter bebido líquidos quentes.
Abdômen. O abdômen está frio ao toque. Diarréia profusa, coleriforme,
com vômitos em jato e suores frios na testa. Agravamento ao beber água fria.
Órgãos genitais femininos. Dismenorréia.
Peito. Lesão valvular.
Membros. Câimbras das panturrilhas.
Sintomas gerais. Colapso. Hipotensão arterial.

e... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Cólica hepática, Câim-


bras, Delírio, Diarréia, Dismenorréia, Gastroenterite, Hipotensão arterial, Intervenção
cirúrgica, Mania, Maníaco-depressão, Soluço, Vômitos.

VERATRUM VIRIDE (Veratro verde)

Medicamento da congestão cefálica repentina localizada na base do


cérebro com ameaça de coma, face lívida (ou seja, violácea), fácies
hipocrático, olhos injetados, midríase, cabeça quente, dor occipital, batimentos
das carótidas, hipertensão arterial, náuseas violentas, vômitos, pulso irregular e
lento, d.elírio querelante. Faixa vermelha mediana no eixo longitudinal da
língua.

e... PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Acidente isquêmico transitório. Acidente


vascular cerebral. Hipertensão arterial, Insolação, Pneumonia virai.

VERBASCUM THAPSUS (Verbasco branco)

Medicamento de nevralgias com dores do tipo esmagamento como


se o nervo estivesse apertado em tenazes, especialmente na .região
VIBURNUM OPULUS - 645

zigomática, com lacrimejamento e rinorréia. Agravamento em hora fixa e


pelas mudanças de temperatura.

e.- PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Nevralgia.

VIBURNUM OPULUS (Viburno)

Medicamento de espasmos dolorosos do útero. Dismenorréia mem-


branosa. As regras são pouco abundantes e não duram mais que algumas
horas. Dores irradiadas às coxas. Lipotimias por causa das dores. Lombalgias
antes das regras. Ameaça de aborto.

e.- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Aborto espontâneo, Dismenorréia.

VINCA MINOR (Pervinca menor)

Medicamento da erupção do couro cabeludo com exsudaçã°' que


cola os cabelos. O couro cabeludo está vermelho e sensível ao toque,
pruriginoso. Alopecia em manchas redondas. Os cabelos que renascem estão
grisalhos.

(... .PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Crostas de leite.

VIOLA TRICOLOR (Amor-perfeito selvagem)

Medicamento de erupção- purulenta do couro cabeludo ou da face,


com adenopatias. Os cabelos estão colados e caem. Tosse muito forte.

e.- PRINCIF' ·• L INDICAÇÃO CLÍNICA: Crostas do leite.

VIPERA REDI (Víbora áspide)

Medicamento de inflamação das veias superficiais e dos capilares


com edema e sensação de fulguração. Periflebite. Agravaménto qua.ndo as
perna~ estão pendentes, melhora quando elas estão elevadas.
646 • VISCUM ALBUM

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Linfangite, Periflebite, Varizes.

VISCUM ALBUM (Visco da macieira)

Medicamento da hipotensão arterial associada a um sopro cardíaco


de origem valvular. Pulso lento, vertigens, dispnéia agravada quando o
pacie11te está deitado sobre o lado esquerdo. Palpitações durante as relações
sexuais. Tendência a sentír frio facilmente.

(_.. PRINCIPAIS INDICAÇÕES" CLÍNICAS: Hipotensão arterial, Tendência a sentir frio


facilmente .
XANTHOXYLUM FRAXINEUM (Clavária)

Medicamento da dismenorréia violenta de nível nevrálgico. com


regras abundantes e dores do ovário esquerdo irradiadas ao nervo crural.
Cefaléia do tipo nevrálgico com dores acima do olho esquerdo, começando na
véspera das regras, com sensação de plenitude da cabeça, rosto. vermelho,
olhos injetados, fotofobia.

_.. PRINCIPAL INDICAÇÃO CLÍNICA: Dismenorréia.


ZINCUM METALLICUM (Zinco)

Medicamento da sideração do sistema nervoso central, do esgota-


mento neurológico, especialmente no curso de uma doença inflamatória
(febre eruptiva que se desenvolve mal, encefalite), ou após o retrocesso de
uma erupção. Depressão de todas as faculdades intelectuais e sensoriais, com
obnubilação, estupor, perda da memória. O paciente é lento para compreender.
Tem estrabismo, cefaléia, tremores, relaxamento dos esfíncteres, urinas raras
ou anúria e agitação importante, principalmente as impaciências nos membros
inferiores, sem dor. Ele afunda a cabeça no travesseiro. Tiques. Epilepsia com
face pálida, sobretudo quando o exantema de uma febre eruptiva não sai.
Nevralgias. Coma. Astenia. Ejaculação precoce ligada a problemas neurológi-
cos. Desejo sexual facilmente estimulado. A síndroll!e neurológica melhora
pela superveniência de corrimento (diarréia, regras), ou ao contrário, ocor-
rência de síndrome neurológica no momento da cessação de diarréia. Varizes.
Agravamento pelo vinho.

e..- PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS: Alcoolodependência, Alzheimer, Cefaléia,


Convulsões febris, Diarréia, Ejaculação precoce, Encefalite virai, Epilepsia, Escar-
latina, Febre, Mania, Meningite viraj, Pernas sem repouso, Tiques, Varizes, Zona.
ÍNDICE DAS
PALAVRAS-CHAVE

A Conjunto dos sintomas 22, 46, 102, 106,


244, 268, 327,404, 420
Ação sintomática 143 Constituições 84, 289
A fecções orgânicas 60
Agravamento medicamentoso 241
Agravamentos alimentares 224 D
Alcalóides 203
Altas diluições, altas dinamizações 13, 18 Decimal Hahnemanniana 1O
Alternância 167 Diagnóstico 413
Analogia 302 Diagnóstico nosológico 1O
Anamnese 136 Diátese 245
Anatomopatologia 26 Diluição 10
Antídoto 281 Dinamização 360
Aversões 224 Doença crônica 41, 50, 367
Doenças graves 373
Doutrina dos preceitos 69
B Drenagem 438

Baixas dinamizações 18
Bioterápicos 19 E

Empirismo 252
e Engenharia 418
Epidemia 238
Caracterologia 43 Especificidade 389
Carbônico 84 Específico 94, 99, 188
Causalidade 34 Etapas 8
Centesimal Hahnemanniana 10 Etiopatogenia 352
Centésimo 1O Experiência clínica 150, 233, 252, 411
Cobrir o caso 142
Comparação 57 _
Comportamento 298 F
Concomitantes 155
Confiabilidade 185, 231 Fisiopatologia 61 .
652 • VADEMECUM DA PRESCRIÇÃO EM HOMEOPATIA

Fluórico 84 Modo reacional 83, 109,-121, 245


Fontes 222 Morfologia 43
Fórmula composta 438
Fosfórico 84
Funcional: vide Patologia funcionâl, Sin- N
tomas funcionais
Nomenclatur:a,s homeopáticas 438
Nosologia 352
G

Globalidade 28, 404 o


Organicidade, Orgânico 45
H
p
Hahnemann 1O

Patogenesia 25, 46 231


Patologia funcional (vide também Sinto-
mas funcionais) 198
Pequenos medicamentos 317
Individualização -1O, 445
Policresto 379
Infinitesimal 10, 228, 236
Preparação -dos medicamentos de uso
Interrogatório 274, 305
homeopático l O
lsoterápico 64 Prescrição etiológica l 09
Prescrição sistemática 36, 95, 102
Princípio da similitude: vide Similitude
L' 236
Princípios ativos 203
Lateralidade 358 Princípios básicos da homeopatia 9
Localização (Medicamento de ação local, Psicossomática 404
Sintoma local) 410 . Psore 41
Luese 50

Q
M
Quadro clínico sintomático ~4, 387 _
Matéria médica 68 Quadro sintomático experimental 387
Medicamento de ação local (vide também
Localização, Sintoma local) 81
Medicamento de fundo (vide também R
Tratamento de fundo) 28, 43, 55, 264,
371, 414 Reacional: vide Modo reacional -
Medicamento preferido 314 Receita 11
Modalidade 306 Receita-tipo 17.9
ÍNDICE DAS PALAVRAS-CHAVE - 653

s Sintomas pessoais 159


Sintomas subjetivos 29
Sensações 75 Sintomáticos: vide Ação sintomática, Qua-
Sensibilidade 389 dro clínico sintomático, Quadro sinto-
Sicose 112 mático experimental, Tratamento sin-
Simbolismo 301 tomático
Similitude 9, 30, 155 Subjetividade 171
Simillimum 155, 302, 382, 415
Sinais objetivos 29, 375
Sinais patognomônicos 173 T
Sintoma 391
Sintoma de chamada 227
Tintura Mãe 228
Sintoma isolado 22
Tipo sensível 43
Sintoma local (vide também Localização,
Tipologia 43, 289
Medicamento de ação local)
Sintoma mental, sintomas mentais 185, Toxicologia 180, 323
337 Tratamento de fundo (vide também Medi-
Sintoma obrigatório 106 camento de fundo) 81, 167, 361
Sintoma-chave 102 Tratamento sintomático 361
Sintomas funcionais (vide também Patolo-
gia funcional) 24
Sintomas inexplicáveis, despercebidos 72 V
Sintomas lesionais 24
Sintoma~ objetivos 29 Valorização 327
VADE-MÉCUM DA PRESCRIÇÃO EM HOMEOPATIA

. Os clínicos encontrarão, nesta obra, o essencial do ·que precisam saber


para prescrever com ~ucesso os medicamentos homeopáticos.
Este livro se dirige:
1) ao médico interessado em homeopatia, sem a conhecer verdadei-
ramente , e que, antes de ir mais longe, quer experimentar algumas
prescrições.
2) ao médico que, querendo adquirir o essencial do método, tem
necessidade de conhecer · os principais medicamentos homeopáti-
cos, a fim de basear suas prescrições em sintomas confiáveis.
3) ao médico homeopata, que busca um leque mais amplo de medi-
camentos ou argumentos suplementares para prescrever os medica-
mentos que já conhece.
O leitor poderá facilmente passar da etapa (1) à etapa (2), depois (3), à
medida de sua reflexão e da sua experiência, e seguir assim um processo
de aperfeiçoamento na aquisição de seus conhecimentos.
Este livro, didático e de acesso fácil , o acompanhará ao longo de toda
a sua carreira.
Para cada doença (350 ao todo), as três etapas são claramente
identificáveis graças a uma apresentação tipográfica particular, que permite
uma consulta rápida e progressiva da obra.

Um livro de informação
Uma ferramenta básica
Uma ferramenta de aperfeiçoamento

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