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CASO DE ARROZ
E assim aquela eficiente dona de casa do Leblon resolveu o problema do arroz, do feijão, da carne e de
outras preciosidades da nossa era: mudando de mercearia.
Os novos fornecedores de dona Araci ficam ali no estado do Rio. Não é precisamente no bairro em que
ela mora, mas o casal comprou um carrinho paulista, e o marido de dona Araci é um amor: concordou em ir de
lotação para o escritório. Ela pegou os dois garotos, botou-os no carro e tocou para o País da Fartura, Caxias
chamado:
— Vocês dão um passeio e me ajudam a carregar os sacos.
O merceeiro de Caxias vendeu a dona Araci umas duas arrobas de magnificente arroz, mas ponderou-
lhe, com o saber de experiências feito:
— Madame não passa na barreira com esse sortimento. O máximo permitido são cinco quilos.
— Não seja por isso. Trouxe fronhas em quantidade, e vou transformar meus feijões e meu arroz em
travesseiros para os meninos repousarem a cabeça — retrucou-lhe a precavida senhora.
Assim foi feito, e, de novo com o pé na tábua, a família voltou muito feliz para o País do Está-em-Falta,
conhecido também por Guanabara.
Junto à barreira, a fila de caminhões e automóveis era longa, e os guardas procediam a uma investigação
cabal. Alguns veículos retrocediam, e de outros os motoristas retiravam pacotes condenados, que eram
entregues à lei, na pessoa de seus agentes implacáveis.
— Qual, não atravesso esse muro de Berlim — suspirou dona Araci, desanimada. — Eles fazem até
radiografia da gente.
Nisso apareceu um cortejo fúnebre, que os guardas deixaram passar sem formalidades, dando-lhe
preferência, e dona Araci não teve dúvida: incorporou-se a ele, recomendando aos garotos:
— Vocês aí: façam cara triste! E lá se foi o enterro, enorme. Que defunto seria aquele, tão estimado, a
julgar pelo número de acompanhantes, pelas fisionomias compungidas? Eis que aparece o cemitério, na curva
da estrada, e de súbito o imenso acompanhamento deixa o carro mortuário quase sozinho, com um ou dois
carros na retaguarda, e toca para o Rio. Os motoristas interpelam-se aos gritos:
— Quantos quilos você trouxe?
— E você?
— E você?
Dona Araci não chegou a apurar quem era o morto a que prestara aquela homenagem de emergência.
Os outros também não sabiam. E daí, o caixão talvez não contivesse nenhum defunto, quem sabe?
FONTE: Disponível em:<https://rl.art.br/arquivos/6105487.pdf> Acesso em 27/02/2020.(Adaptado.)
5. Qual forma Dona Araci encontrou para entrar no estado sem ser revistada?
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A) Fúnebre: ______________________________________________________________________________
B) Ponderou: _____________________________________________________________________________
C) Precavida: _____________________________________________________________________________
D) Retrucou: _____________________________________________________________________________
7. No trecho “ ... a julgar pelo número de acompanhantes, pelas fisionomias compungidas? ”, o sentimento
expresso pelos acompanhantes do defunto é de
(A) arrependimento.
(B) felicidade.
(C) medo.
(D) orgulho.
12. No trecho “ a experiência era ainda MELHOR do que ficar na cama...”, o termo foi escrito em letras maiúsculas
para
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Leia o texto e responda às questões.
Coringa
Coringa é um filme único. O longa mostra um estudo de personagem sobre um dos maiores vilões da
história em quadrinhos e Joaquin Phoenix entrega uma das melhores atuações do ano em uma produção que
equilibra muito bem o humor sombrio com o drama.
O filme decide dar uma identidade para o Coringa e segue a história de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix),
um homem lutando para se integrar à sociedade despedaçada de Gotham. Trabalhando como palhaço durante
o dia, ele tenta a sorte como comediante de stand-up à noite.
Esse é um dos vilões mais interessantes da história dos quadrinhos. Já vimos uma versão anarquista e
calculista com Heath Leadger, uma versão infantil com Cesar Romero nos anos 60 e cada ator que passou pelo
personagem conseguiu criar uma versão singular. Joaquin Phoenix não é uma exceção à regra. O ator entrega
um personagem mais instável, louco e com uma inocência macabra. O mais interessante é perceber como ele
trabalha a risada de uma maneira singular. Logo no início, ele explica que tem um problema psicológico que o
faz rir em momentos inapropriados (um problema que realmente existe e é chamado de afeto pseudobulbar),
mas essa não é a única risada do personagem. Cada uma delas tem um motivo e reforça o estado de espírito do
Coringa no momento: seja ele tentando agradar uma pessoa, seja ele se divertindo em momentos inapropriados,
rindo de nervoso... são risadas únicas e o Phoenix consegue fazer algo que ainda não havíamos visto tão bem
feito no cinema.
O ator tem uma fisicalidade que é fundamental para o papel e guia a história com maestria. No começo,
parece que veremos uma história de origem tradicional – onde o mundo massacra esse homem até quebrá-lo.
Mas esse é um filme do Coringa.
O longa usa a loucura do personagem como um recurso narrativo e nada é exatamente o que parece.
Isso mostra principalmente a liberdade que a Warner deu para Philipps (que também é roteirista), pois o longa
não é baseado em nenhuma HQ clássica. Há referências a alguns momentos históricos como o sonho de trabalhar
com stand-up de A Piada Mortal, mas as referências principais não estão nos quadrinhos, mas no cinema dos
anos 70.
Esse é um filme singular. Ele é um drama para maiores de 18 anos, nos EUA, que é um estudo sobre a
loucura e a sociedade. Não espere ver um filme do gênero de herói normal, pois o filme convida para uma
experiência diferente, mas que definitivamente vale a pena.
Coringa é um daqueles filmes acima da média. Conta com grandes atuações, uma ótima fotografia e uma
história que merece ser vista mais de uma vez. O filme tem tudo para abrir uma nova linha de filmes para a DC.
Mais adultos, com temas mais pesados e diferente do que é feito atualmente. Joaquin Phoenix entrega mais uma
grande atuação e o longa deve quebrar barreiras também no Oscar – pois ele deve, e merece, ser lembrado na
premiação.
FONTE: Disponível em:<https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/coringa> Acesso em 27/02/2020.
17. “Seja ele tentando agradar uma pessoa, seja ele se divertindo em momentos inapropriados...”, as conjunções
em destaque estabelecem ideia de
(A) afirmação.
(B) alternância.
(C) conclusão.
(D) tempo.
Autor da Resenha
Objeto da Resenhao
Suporte da Resenha
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Conjunções:
São palavras que atuam como elementos de ligação entre termos semelhantes de uma oração ou entre duas
orações.
GABARITOS