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Capítulo 1

Ingrid, a não-branca.
Era tarde da noite, Ingrid voltava do trabalho quando se deparou com um grupo vestido de
branco na porta da sua casa. Não era ninguém menos que os deuses do Olimpo, a
convocando para uma reunião de suma importância. Entretanto, Ingrid não se encontrava
em um estado emocional favorável para aceitar qualquer tipo de convite assim de última
hora, seu dia fora cheio e apesar de raramente demonstrar determinação para coisas
específicas, a mesma não estava naqueles momentos. “Eles precisam parar de me chamar
para essas coisas, eu não quero salvar o mundo.”, ela pensava enquanto tirava os sapatos
e se deitava no sofá, “Por mim ele poderia se explodir”, seus pensamentos foram cortados
por uma explosão.

A explosão gerou uma enorme ventania em sua sala, que acabou por fazer seu vestido voar
de uma vez só, seu constrangimento era tão grande que seu rosto ficou vermelho a ponto
de ser visível com muita facilidade. A calcinha que Ingrid usava era uma de qualidade, da
cor branca com círculos azuis. Ela rapidamente se cobriu e pensou no que deveria fazer,
com a sorte que ela tinha a explosão com certeza tinha ligação com a reunião dos deuses,
mas ainda era escolha dela se envolver nisso ou não, quer dizer, ela já estava meio que
envolvida porque metade da sua casa tinha ido para os ares, mas ela ainda podia só ligar
para o seguro e seguir com a vida normal que ela sempre quis, “Eu vou ficar de boa sim!”,
pensou.

Nesse momento os deuses, que outrora abordaram Ingrid, estavam na maciota*


acompanhando todo o ocorrido de camarote no topo de um prédio que se encontrava
relativamente próximo da residência de Ingrid. Em uma risada irônica, Hermes, o deus
grego da velocidade e mensageiro dos deuses, avalia a situação de forma cômica e fala: “é
nóis que voa bruxão”. “Mais seriedade nisso, Hermes!”, disse Ares, o deus da guerra, com a
fúria de mil sóis. “Se acalme, filho”, disse Zeus que, em seguida, falou com um rapaz
misterioso que se encontrava com os deuses, “tem certeza que isso era necessário, Caio?,
a casa da garota foi quase toda destruída.”, “sim sim, isso foi completamente necessário,
Zeus.” disse o rapaz em um tom sério e sombrio.

“Aquela não-branca não pode simplesmente escapar de ser taxada de algo pela facção
LDRV, quem ela pensa que é?” murmurou o garoto misterioso conhecido pelos deuses do
Olimpo como Caio.
Enquanto isso, a garota tinha arrumado algumas coisas e se dirigia para a casa de uma
amiga, “eu to de boa.” repetia furiosamente em sua mente, “se eles acham que eu não vou
ficar de boa, eles estão enganados, tomara que o mundo se exploda! já cansei de toda essa
merda eterna.”. Felizmente sua amiga Lilia morava a apenas alguns quarteirões, o percurso
até lá era tranquilo e uma coisa que fazia quase todo fim de semana, muitas vezes
embriagada, chegando lá sua amiga demorou um tempo para atender a porta, pois estava
no banheiro.
“Tô indo!”, gritou a garota Lilia enquanto saía correndo do banheiro e levantava suas calças.
“Bom dia, boa tarde, boa noite, em que posso ajudar?” disse Lilia antes de notar que quem
estava na porta era sua amiga de longa data, Ingrid Santos da Silva Pereira Lima, porém,
mais conhecida como Mãos de Bebê, devido a pequenitude de seus micro-pegadores de
coisas. Com uma cara de desaforo, Ingrid, após resmungar coisas indecifráveis para Lilia,
entra pela sala, deita no sofá de cara para a almofada e grita produzindo um som abafado
pelo estofado: “Por que isso tem que acontecer comigo, logo comigo!?”. Lilia sem entender
direito olha para aquele corpo bonito e cheio de curvas e a chama para tomar um chá na
cozinha.
“O que foi amiga?”, perguntou Lilia enquanto segurava uma xícara de chá com o dedo
mindinho levantado e as pernas cruzadas. “Se eu falar você não vai acreditar”, falou Ingrid.
E então Lilia, após chegar bem perto de Ingrid, respondeu, com um ar bem sério,
preocupado e tenso: “Então não conta”, e voltou para sua cadeirinha de pônei.

Ingrid se deitou e suspirou com raiva, odiava aquilo, “meu plano era não contar mesmo,
Bexiguinha”, Lilia rapidamente respondeu jogando um travesseiro em direção a amiga,
“NÃO ME CHAMA ASSIM PORRA”, falou ela com ênfase na última palavra, a qual foi
proferida com voz grossa de homem. Ingrid começou a rir e relaxou, “ Vou dormir aqui hoje,
só avisando, rolou umas coisas lá em casa e eu preciso de um lugar pra dormir.“
“Ou você me conta ou eu vou ter que…” a garota foi interrompida por outra explosão. Uma
luz branca incandescente brilhava dentro da casa e um vento forte jogava os cabelos das
duas para trás. “Agora vai ter que falar, mas depois que eu voltar do banheiro”, disse
Bexiguinha, pois a explosão a fez lembrar que o chá tinha enchido sua bexiga diminuta.

“O que tinha naquele chá, Lilia!?” perguntou com muita tensão Ingrid. E então Lilia
respondeu: “a minha maior fraqueza…. chá”, e então Lilia fecha a porta do banheiro e se
isola por um tempo. Ingrid se viu sozinha e confusa nos estilhaços da casa, quando de
repente uma voz fininha disse “Ingr...”, a voz pigarreou e repetiu num tom muito grave
“Ingrid Mãos de Bebê Santos, você foi convocada. O mundo corre perigo e nós precisamos
de você, a guardiã do foda-se. Junto com as outras 4 guardiãs, você nos livrará da cagação
de regra eterna.”
Esse ser que falara com Ingrid era, nada mais nada menos que Juremo, a pantera sombria.
Ingrid olha para as fumaças e, sem enxergar direito, vai vendo a silhueta de um, gatito.
“Mas como pode um gatito desses falar? E ainda mais com uma voz grave dessas!”,
exclamou Ingrid em um lapso de suposta racionalidade em meio a tanta confusão. “Falo
sim, e muito bem.” disse o mini gato misterioso. “Mas não temos muito tempo, temos que ir
agora, os deuses do Olimpo estão sendo manipulados por um rapaz misterioso, com o
poder de todo o Olimpo ele poderia fazer coisas terríveis, inclusive destruir residências de
pessoas inocentes”, “assim como você fez com essa agora?”, disse Ingrid. “S-sim, mas isso
não vem ao caso agora, se não nos apressarmos podemos perder o horário do metrô
mágico, apenas com ele podemos atravessar esse plano e chegar em Unicórnia, a cidade
mágica.”, murmurou o gato.
“O que ta acontece...” Lilia foi interrompida por um vórtex que sugou as duas garotas para
dentro de uma tubulação bizarra.” “É ISSO QUE VOCÊS CHAMAM DE METRÔ?”
esbravejou a não-branca. Cobertas por uma gosma purpurinada, elas foram cuspidas num
gramado extenso. “MEU DEUS UM GATITO” gritou bexiguinha abraçando a pantera
sombria.

“Não temos tempo para apresentações formais, temos que ir de encontro para a rainha
unicórnio”, disse Juremo após tirar um pouco de gosma purpurinada de seus belos pelos
negros com uma lambida sagás. O local era repleto de luz e cor, unicórnios voavam por
toda a parte, até que, em certo momento, um unicórnio chega perto das duas garotas e diz:
“Eu vou arrancar o coração de vocês com meu chifre mágico, hihi”. Pasmas, as duas
garotas perguntam à Juremo o que diabos era isso, o gato responde: “Calma, calma, isso é
só uma forma de saudação dos unicórnios dessa região aduaneira, eles não farão mal a
vocês”, “Então ele não vai arrancar nosso coração?”, perguntou Bexiguinha, Juremo
respondeu: “só se vocês quiserem…”.

“Eu queria mesmo era ir para casa..” disse Ingrid enquanto alongava os braços e dedos,
Lília retrucou, “e eu queria estar morta… e um banheiro”, Ingrid riu, os banheiros em
Unicórnia eram adaptados apenas para unicórnios, e todos sabiam o quão desconfortável o
banheiro era para humanos. “ mas fala aí, o que eu tenho que fazer, Juremis” , o gato
pequeno olhou muito sério para a garota, “ o nome é Juremo, e precisamos que você pegue
o anel de eletrods, só ele pode cortar a influência que a cinta de chronos tem sobre os
deuses.”, explicou o gatito, enquanto se espreguiçava em algo que parecia algodão doce,
mas na verdade era cocô de unicórnio.

“Mas afinal, por qual motivo esse tal rapaz misterioso está manipulado os deuses do
Olimpo? porque ontem eu nem mesmo acreditava na existência deles…” perguntou Ingrid
ao gatito. Então Juremo explicou, após um longo suspiro felinesco: “Bem, aparentemente
esse rapaz é conhecido pelos deuses como Caio, porém, em algumas terras mágicas, como
Unicórnia, ele é conhecido como O Terror Laranja, por conta de sua armadura levemente
alaranjada, sem falar da sua personalidade sádica. Enfim, esse rapaz, de alguma forma,
conseguiu invadir e roubar do Templo Frebasca, a Cinta de Chrono, que dá ao usuário o
poder de manipular toda e qualquer entidade pertencente diretamente ao Olimpo, e apenas
com o Anel de Eletrods é possível barrar tal influência.”.

>>> ~Bora Ariel ~ <<<

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