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ARCHIVO

PORTUGUEZ-ORIENTAL
ARCHIVO
PORTUGUEZ
ORIENTAL
J.H. DA CUNHA RI VARA

6 FASCICULOS EM 10 PARTES

FASCICULO I EM 2PARTES
FASCICULO 2
FASOCULO 3
FASCICULO 4
FASCICULO 5 EM 3PARTES
FASCICULO 6
FASCICULO 6 SUPPLEMENTOS PRIMEIRO & SEGUNDO
ARCHIVO
PORTUGUEZ-ORIENTAL

J.H. DA CUNHA RI VARA

6FASCICULOS EM 10 PARTES

FASCICULO 1

PARTE 1

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ARCHIVO •
PORTUGUEZ-ORIENTAL

FASCICULO 1.

2. EDIÇÃO,

ACCRESCENTADA COM A 2.• PARTE.

NOVA-G OA

1877,
NA. IMPRENSA NACIONAL.
PROLOGO.
A chando-.;e exhausta a L edicão deste 1. °
FASCICULO, tomou-se necessario fazer nova impres-
são, epor essa occasião par eceo conveniente ad-
ditar-lhe uma 2.. Parte, contendo outros doeu-
comentas do mesmo genero, que são Cartas da
Cidade de Goa a Sua Magestade, compreheuli-
das em periodo contemporaneo das de Sua _
gestade áCidade, que entroso no dito FescscuLo.
Pena he que não noa reste aBeliC completa da
correspondendo entre aCasnara da Cidade ea
Corte; mas assim mesmo interrompido nos minis-
tra grande luz sobre importantes successos da
historia dos Portuguezes no Oriente.

blova-Goa, 1.° de Marco de 18l 7.

J. il DA CUNHA IIIVARA.
(5 )

PROMIO
DA 1.. EDIÇÃO.

A PESAR do que ceou .


,eram oeloquente João
de Barros, o sincero Feinão Lopes de Casta-
itheda, odiscreto Diogo do Couto, oetnpollado
Maneei de Fatia eSousa, eoutros Chronistas,
he certo que a historia dos Portugueses na Judia
emais regiões oricntees está longe de ser conhe-
cida. Fâo só se acha interrompido ocorpo da
historia no ponto, em que odeixarem aquelles
antigos auctores; mas nesse mesmo penado, so-
bre que CSC/CN eum, ha muito que estudar edes
cobrir. São outras hoje as exigencias da hittoria.
E posto que para arefolmação e continuação
da dos Portuguezes no Oriente se possa colher
grande auxilio das Relações, Momos-ias, e outras
Monographias, que já coircm impressas; he com-
tudo innegavel que a fonte mais abundante e
mais pura, onde se pode beber averdade, são os
Documentos, pela maior parte ineditos, ecomple-
tamente ignorados no dia de hoje.
Lastima he que os Arelds os da India, onde o
descuido dos homens, eas causas de destruição
proprias do clima, facilitam mais do que na qual-
quer outra parte aperda dos Documentos; las.
tima he, dizemos, que os Archivos da Ilidia., não
possuam grande copia de Documentos relativos
aos tempos primitivos da conquista portuguesa.
Mas nesta parte será supprido o defeito pelo
Real Archivo da Torre do Tombo de Lisboa, pe-
los manuscriptos das Bibliothecas de Portugal,
o de outras da Europa, epelos Cartorios de al-
gumas casas dês nossos Fidalgos.
A datar porém dos primeiros sumos do domi-
nio castelhano em Portugal, começamos aer.con-
trar nos Arohivos da India maior somma de Do-
cumentos, os quaes se se lhe não acode, he quasi
inevitavel impedir que cada dia se vão igualmen-
te deteriorando e consumindo.
O meio de atalhar oprogesso do mal lie ap-
plicar-lhe oremedio heroico da impresa; remedio
que não somente conserva aexistencia dos mes-
mos Documentos, mas como que os faz renascer
para opublico, epara a sciencia.
Foram sem duvida estas considerações, que
moveram o Governo aordenar que os Boletins
publiquem promiscuamente coso as outras peças,
para que são especialmente destinados, os Docu-
mentos interessantes, que existem noa Archivos das
RepartiOesdecadaProvincia Ultramarina. (Con-
sulta do Conselho Ultramarino de 26 de Janei-
ro de 1855, mandada ter como regra por Porta-
ria do Ministerio da Marinha e Ultramar, n.°
2948, de 15 de Fevereircido mesmo anuo.)
Começamos hoje, econtinuaremos a satisfazer
gostosos aesta parte de nossa obrigação sob o
titulo de Archivo Portuguez-Oriental. (a)
J.II.DA CUNHA ROJARA.

ta) A ',remoto Collecob ',alio no Boletim do Governo do Eg


lado da indio, do n.. 17, de 2de Outubro de 1857, em diante-
Aqui md repetido osue saldo no Boletim.
(7 )

Pr3V1Sã.0 lanv.10 na prIm3ira. f,)1h). 01) Livro.

Mathias Dalbuquerque do concelho do S. Magostado


eViso Roy da Judia Ao. Faço sabor aos que esto Alva.
ra virem que vendo os Vreadores eoffi3ises da Caiu ai
ra desta cidade do Goa agrani soma do cartas, que
asila ha, que 03 Sonhares Reis passados escrovoráo ha
dita cidade, e cada voz hado ir ore mais acroconta-
mento polias que Sua Magestade lho escrevo eao dian-
s.13 faz., qa3 yinportSo coaras do soa serviço, e
pora bem da dita cidade, o do coluna, leoa ordmado
que aja hain Livro, em qa, todas as ditas cartas 83
rogistent, para assy ficar por tombo eramuda, odo
possa avor falta dalguma, e da dito Livro se passar o
traslado delias quamdo for nocassario: pidimdo-mo dês-
se para isso minha comiçáo: eacende eu respeito ser a
dita ordem boa, epara que alia fique em uzo, eaaja
sempre . ditta Camara, Ey por bem, e0I3 praz que
todas as ditas cartas, assy as já escritas, eas que S.
Magestade daqui em diante escrever ha dita cidade,
se registem no dito Livro polia Eseriváo da Camarada
verbo averbo, oqual per 2i passará otraslado dellsa
para oafecto, que cumprir, elhe for mandado; os quase
traslados concertados com outro official da Republica
se cumprirá°, e em todos os Juizos, que forem apre-
sentados, dará° inteyra fee ecredito, como se forte as
proprias cartas, e nonos fará odito Escriváo expressa
mançáo de como por virtude deste Alvará os passa; o
qual para este afecto Be trasladará tombem no dito Li-
vro nas primeyras folhas della. Notefico-o assy atodas
as Justiças crimes eeives, officiaes e pessoas, aque
pertencer, que ora do, eao diante forem, elhes man-
do que usai ocunapdo eguardem, efaçáo ynteiramen.
to cumprir da maneira, que dito he, 18318l duvida nem
embargo algum. E este valerá como carta passada em
nome de S. Magestada, e safada do sou Ballo pena-
dente sem embarga° da Ordenaçáo do L. 2.° tt.° 20,
(8 )

que ocontrario dispo. Bertolameu Velho oti:z em Goa


a doze de dezembro de mil quinhentos enoventa eteus.
Luis da Gama ofez escrever-0 Viso Rey—Fera V.
S. ver.—Luis da Gama.
Segue—se otitulo do Livro, que he este:
:-.Copia das Cartas, que os Reis de Portugal serre—
vero aésta Cidade de Coa, que se achato no
Cartorio
FASCICULO 1.°
PARTE
Livro 1.° das Cartas, que os Reis de Portugal
escreveram á Cidade de Goa.

1.
Juizes, Vreadores, e Procurador, e Misteres da
riba Cidade de Goa. Eu May vos envio muyto sau-
dar. Jorge Francisco, cavaleiro de minha casa, ha mis
ou sette annos que me lá serve, equando de cá foy,
El-Ray meu Senhor ePadre, que Caneta gloria aja, o
proveo da escrevaninha da feitoria da Ilha de São Leu.
trenço per seis sanes, epor a dita escrevaninha tal aver
efecto, eodito Jorge Francisco ter muito despezo de
sua fazenda, ema Cidade (por lho EIRei meu Se-
nhor encomemdar ) lhe deu a escrevaninha dos man-
timentos della por Ices asnos, a qual elle ora serve; e
porque adieta escrevaniffiza nem te igual-de satisfaçâo
pera ade que era provido, elle tanto tempo, que lá hos, o
he pessoa, aque folguarey de fazer mercê, receberey pra-
zer que sirva o dito oficio, que assi agora serve, mais
doas asnos, alem dos ditos Ires: evos encomemde reuy-
to que pollo meu folgueis de oprover dos ditos deus
annos mais, porque de oassy fazerdes, como confio que
fareis, voto agradecerey, eterey muyto em serviço.
Sireâo de Oliveira afez em Lisboa avinte etece dias
do moa de março de 1529.- REY.-

2.
Juizes, VrOadOreB ' 0 Procurador, eProcuradores dos
Misteres da minha Cidade de Goa. Eu EI-Rey voo
envio muyto saudar. Vi acarta que Ii13 escrevestes
polias naaos do anuo passado, eás causas, de que ha
necessidade de reposta veia faço por esta.
1—Quanto lia cartas, que 1313 podia que escreva ao
Gokretnador, parque lhe ...amado que vos honrra,
favoreça, evos faça todo Mo tratamento, eassy vos
guarde, e mande guardar os privilegies eLberdades,
que a essa Cidade tenho outorgado: sempre 1113 11,
muyto de prazer (aio) que vos seja assy foyto palio
muito amm eboa vontade que tenho para todo bom
das mamas da ditta Cidade, e cora esta vos envio a
ditta carta.
II—Quauto ta lembrança, que me fazeis, que man-
do afortalezar e ennobrecer essa Cidade polias vestia
que me apontais; para toda sua fortaleza enobraciman-
to tenho muyto boa vontade, eeu mandatey prover nis-
so, eteray disso aquella lembrança, que requere a
mayto boa vontade que tenho para todas as comas,
quo foram de bem dessa Cidade; evos tenho muyto em
serviço alembrança, que disso 03 fizestes.
III—Quaqto ao agravo, que dizeis que essa Cidade
reanimo por mandar alevantar 09 mantimentos 809 mo-
radores dessa Cidade; o que nisso manday fazer foy
porque, louvores aD309, 03 meradores dessa Cidade
podem já, bom emular os ditos mantimentos, assy poi-
la mercê das terras, que lhe mandey fazer, como pi-
les. outro proveitos, que já tem. -E porá quanto aos
manques e aleijados das feridas, que dizeis que alguns
ouverdo na totnada .dassa Cidade aos Mouras, eu escre—
vo ao meu Capitgo már eGovernador que faça nisso
huma certa diligencia, que acerca disso lhe mando que
'faça, para se prover sobro os tais como for razão.
IV—Acerca dos agravos que dizeis que recebestes
de Alfonso Mexia, desprouvera° de vos sor feito por
elle cousa, de que com medo vos devaes agravar; ese
contra alie quiserdes requerer justiça, mandarey que
seja feita eguardada inteiramente. E eu envio agora
( 11 )

Ia per meu Voador da fazenda o Doutor Poro Voa., a.


meu Dezembarguo, Corregedor dos feitos crimes em mi-
nha corte, pessoa, de que muyto corado, e lhe enco.-
momley que sempre polias cessas dessa Cidade olhas-
se, pera serdes favorecidos ebem tratados como justo
ehonesto for; emoo que alie fará de maneira que te-
nhais red.° de receber disso contentamento.
V—E quanto ao que dizeis acerca dou muitos àe-
mandm, que tem movidas o Procurador Johfto Guerra,
que he cousa de muito meu desserviço, e que vos mo-
ve demanda sobre as terras, de que'ElRey meu Se-
nhor epadre fres merca aos morador. dessa Cidade,
de que fez a repartigo o Doutor Poro Nunes, que lá
foy Veedor de minha Fazenda, eque Nano da Cunha,
meu Copia° (a) eGovernador mandou que oque mos-
trasse titulo da dito repartiçZo IAD fosse demandado;
e que vos confirme odito seu mandado; por que isto he
cousa ao muita substancia, de que mb tenho sabido
mais que oque me escreveis; eu escrevo ao dito meu
'Copia° mór eGovernador que se informa do que acer-
ca disto me dizeis, emo escreva oque sobre isso man-
dou, e os fundammtos, que para iate teve muito de-
claradoMente, o que per troe asnos da chagoodo desta
minha carta se sobrmteja nas ditas demandas, ecom
ma reposta determinam,nisso oque me parecer rezXo
ojustiça; e nisto, eem toda outra COOsa ey de folguar
que voe soja inteiramente guardada ajustiça, que ten-
des. E a lembrança, que me fazeis que oprocurador
de meus feitos nessas partes deve ser bom letrado, e
do boa concimecia, voe tenho muyto em serviço. E pos-
to que digas que por tuas asnos, mando que seja per
ganam.
V1—E acerca dos quatro mil cruzados que fui im -
fmmado que se tirarUo por finta nessa Cidade pera a
chapa (sie) ecubelo da Cidade, de que me certifica-

(a) Parece faltar apalavra—mdr.


( 12 )

rão que se não gastarão mais de mil, vi oque sobre


isso me dizeis ebem creio que não me direi , em
cousa, que se fez tão pubricamente ' se não m verdade
do que nisso passou; eeu tenho sobre isso escrito a
N11110 da Cunha, meu Capitão rodo eGovernador, pera
se certificar da verdade, e me escrever o que nisso
achava, esal me ha vinda ainda athegora sua reposta;
ele ma enviará, emandaley sobre isso oque me bem
parecer, e for justiça, eVáli solicitay ella reposta, pera
ma enviar, porque bem será que saiba eu que está assy
coroo 0SereVelS.
VII—QUálLt0 á casa de São Lauro, que dizeis. que

se fez nessa Cidade, que he musa de muyto serviço


de nosso Senhor, pera aqual um pedis que vos outor-
gue os previlegios, compromisso, eregimento, que tem
acasa de Sal Laza» de Lisboa; porque odito Regi-
mento e compromisso tem muitas calidades, eavia de
ser visto por nry, eo tempo elo deu luguar pera opo-
der fazer' pera oanuo que vem, prazendo aOcos, eia
manday lembrar, eproverey nisso; e asas acerca da
terça parte das penas, que pera adita casa me pedis,
como me bem parecer, efor reza3 em tal caso; epera
todo oque for bom dessa Cidade deveis crer que tenho
toda boa vontade.
VIII—E quanto ha Bandeyra, de que me pedis que
faça mercê aessa Cidade, já oanuo passado vela mão-
dey dar.
IX—E quanto tt confirmaçaã, que me pedis, da de-
treminação, que diz que fez Nuno da Cunha, meu Go-
vernador, sobre os gentios e naturais da terra, de que
achou ohms as rodear por dividas,. vi a sustancia da
dita detreminação, que me escrevem; eporque me má
enviastes o traslado da dita detrenrinaçfio em publico,
nem carta do dito Capital mór e Governador de como
o fez, edos fumdamentos, que pera isso teve, na3 se
pode dar nisso entro despacho, somente que ey por bem
que a detreminacão, que no dito caso deu odito meu
( 13 )

Governador se guarde por ires annos somente, que se


comesarail do dia da chegada desta carta em diante,
de que tomareis estromonto publico, pera por elle se
sabor odia, em qu3 os ditos troe esmos começaê, eis-
to com declaraçêo rpm fique em escolha dos devedoras
quererem antes estar presos na cacha, que estarem era
poder dos seus credores, eno modo que dizeis que
polla dita detreminaçaê he mandado; e neste 1113j0 tem-
po me enuiay adita detreminaçaê em publico, ecarta
do dito Capitsê mór o Governador Como o fez, eos
fundamentos porque oouve asai por meu serviço, ove-
ro), tudo, esigno mandarey oque a.Cca disso mo bem
parecer, e for justiça, e mais bom da terra. E posto
que dygua por Ores ermos, ey por bem que selai; quat-
tro.
X-0 que me escreveis do contentamento, que se lã
tem de Nano da Cunha, meu CapiM3 már e Gover-
nador, ede como provê, efaz bem as cousas de sou
curguo, ouve muito prazer, eusei ospero deite; e te-
nho-vos muyto em serviço a lembrança, que acerca
disso me fazeis.
XI—Item, acerca dos procuradores, que dizeis que
amy enviais, pera me requererem sobre as cousau des-
sa cidade, e que o gaato pera cites se tira por finta, e
talha, pera que oGovernador vos deu licença: os premi.
radores enviay em boa ora, se ha necessidade de os enviar-
des, eos ouvirey, esafará no que requererem cumprimen-
to de justiça; peró nem se tire mais dinheiro pura sua des-
pesa que aquelle que for nocessario para sua despesa,
sdruente per, sua vinda etornada na armada, que for
apás aplana, em que vierem; por que se souber "que
mais dinheiro lie tira, nem pera outra cousa, veio man-
darey paguar em dobro de vossas casas.
XII—E quanto ao que dizeis que aobra da See des-
sa Cidade he acabada com esmolas, ecom arenda do
caimbo, de que vos fiz mercê até se acabar, eque lhe
afio necessarios quattro 8h10, grandes, eboês ornamen-
( 14 )

tos, eque me pedis que vos faça dolles mercê e es—


mollà, ede hum pontifical riço poro ecrvir em dia de
&neta Catarina, de cuja evocação he, enas festas prin-
cipais do anuo; pras me de voe fazer mercê eesmolla
das roucas sobredites; mas porque lá se pode tudo mui
bem fazer, escrevo ao meu Capitão már, que vos man-
de lá tudo f.er do dinheiro da renda do dito .imbo;
ecom esta vos envio carta peru elle, per que lhe mam-
as que aasy ofaça.
XIII—Qu.to ao que me pedis acerca de Diogo Mar-
tins Moreno, escrivaã da Camara dessa Cidade, que
lhe confirme os doze mil reis, que essa cidade lhe pos
de mantimento por a servir tem bem e taã fielmente,
que he merecedor disso: porque isto he muito dezacus-
tomado doe mantimentos dos recriados da CaMara do
qutI, vos naã dou nisso detreminado despacho. Eu os-
crqvo ao meu Governador que se emforme, ecertefique
da pea.a do dito Dioguo Martins, e de seus mereci-
mentos, edas causas, que tiveste pera lhe poer odito.
mantimento; eque muyto declaradamente mo escreva,
com sua reposta detreminarey acerca diaso o que me

bem parecer, efor bem da Cidade; enesy me escreva


aremela, porque a dita cidade lhe hada paguar odito
mantimento.
XIV—Ao que dizeis que Alfonso Mexia mandou que.
nenhum merador dessa Cidade podesse comprar nenhuma
fazenda de nenhum gentio, nem issor008M0 comprar ou-
tra qualquer que se vendesse por minha, e isto quanto
has terras e palmares, que se vendiaã por essas Ilhas,
oque confirmou Lopo Va8S, Capital már eGoverna-
dor, que foi: no que me pedis que mande prover, a-
velado per hem que se possa comprar aquezn quer
que quizer vender osou, pagoandose o foro ordena-
do, eu não tenho disto mais emformaçaõ que esta que
mo escreveis. Escrevo aNono da Cunha, meu Capi-
tão mór eGovernador, quem emforme do que nisto es-
ta feito, e dos fundamentos, que se teve pers. asay
( 15 )

se ~dar, emo escreva compridamente, ecom sua


reposta o provoco), como me parecer meu serviço; evós
solicitay areposta do Governador, e ma enviay.
XV—Quanto aos matos, que dizeis que vos nua
querem dar, os guancares das aldeas, pera 80 aprovei—
tarem, eque aproveitamdoese ateia muito meu ser—
viço; parecemo muy bem o que nisso dizeis; porá por
eu não ter disso outra emformaçsb, senão esta que me
escreveis, ata vos inanido disso despacho. Escrevo HO
('apitai mór que se omforme disso, eveja oque será
mais meu serviço, omo escreva muyto deolaradamen-
te, ecoes sua reposta rnamdarey oque roe parecer
mais meu serviço, o vós fazeilhe emformação do caso
inny compridomente, edo que niaso quereis, pera
ihor saber ocaso, eme saber tenor responder; etsm:
bote solicitay 888 reposta pera 818 enviar.
XVI—Item. acerca do que me escrev.tes que
essa cidade me escreve per filla0 cartas 88 C08880, que
lho parecem de meu serviço, oagravos que se lho fazem,
eque eu vos respondo por minhas cartas, que voe
envio, polias quaee vos povejo pollos capitolloa dell.,
assy como ey por meu serviço, os quaes capitollos das
ditas minhas cartas vos ato querem guardar, dizem-
dovos que-sain cartas motivas, eque nab soa p.sadas
polla Chancelaria; eque vos mamde aisso prover: Ey
por mal Leito de assy se fazer, 0com esta carta vos
enoye inim meu alvará, por que mando que vos trepo
guardados os capitolos de minhas cartas, assy como nel-
les for conthoudo. •
XVII—, fitem. quanto ao. que dizeis que nessa cida-
cIo eem outtras da fedia, por lá aver nmytos procura.
lorá, que folgão com demsmdas, por terem de comer,
-se moverab muytas demamdas, querendo tirar por ellas
bens de reis, que ha vinte anos que bens vemderão a
outros, por mal vemdidos, edizerem que nab tinhab
cactos de vemda feitas polioa vemdedores; e assy moa.
suo .em parçarias darmsçbis, palio que essa cidade era
.( 16 )

toda revolta, eerad feitos muytos guastos, e se como.


eavdo discordias, eescldodalos; eque veludo Nano da
Cunha, meu Governador, que era nmyto meu d.servip,
olhando Bar aterra nova, eno principio della oh arar
letrados, nem pessoas que entendessem as leis, mam-
doa que nenhuma pessoa ousasse fazer as ditas de-
moldas, porque avia por boas todas as escraturas e
contratos, posto que autenticos na.3 fossem, asabor, des-
de tomada dessa cidade até sua hida a elle, coas que
se apaguou omal, que se ordenava; o que eis pedi,
que vos comfirme pollo respeito, que rue apontais; isto
lio cousa de calidado, rpm devo de ser delia boa, em-
formado, por tocar apartes. Escrevo aNuno da Cunha
que me escrava oque nisto tora feito, ecom que fanado,-
mentos, e com sua reposta o veroy, e mandarey acer-
ca disso oque me parecer juotiça, eouvor por meu
serviço. E porem ey por bem emamdo que vista a car-
ta que oque nisso dizeis que tem mamdado odito meu
governador se guarde per troa asnos primeiros seguin-
tes, que se começara3 do dia da chegada desta carta,
de que tomareis estromonto publico; e neste tempo po-
derá vir areposta do dito governador, ededreminarey o
que ouves por bem. E posto que digua troo annos, ey
per bom que sejam quattro. (a)
XVIII—Ittem. quanto ao que dizeis que das que
essa Cidade foi tomada, todos. que nolla vivem virad
que os gentios quando se per alies queria provar :alguma
cousa lhe era dado juramento em huma folha derva,
que &fundo betele, eem bosta de boy ou vaca, e em
sal, euzamdosse por esta maneira parecemdo que por
serem gentios entre elles era verdade o que assy jura-
vad, oque ha sabido que he muyto pollo contrayro, ese
fizera° muytas falsidades, ese derdo muytas sentenças
injustas; queremdose saber amaneira que se devia do
ter pera deites se saber averdade, se Roube que somen-

(..; Vid. Foecicuk 5.• Doc. 73.


( 17 )

te em hum pagode, que se chama Bailadora, dizia6 avoe-


dado; eaqueixamdovos disso ao Governador, epor se
elle °informal na verdade, e achando que era assy, vos
passou hum seu Aluará, que todo juramento, que se
desse aos ditos gentios, seja no dito pagode de Bando-
ra, ou modo as partes orequererem; eme pedis que voe
coreffirme odito Alvará do guovernadon Ey por bem e
me praz de colo comfirmar por este capitulo desta carta,
assy como se nelle conthem, emando que asa}, seja guar-
dado ese cumpra.
XIX—Ittem. quanto ao que dizeis quo requerimen-
m dessa cidade eu fiz merco aos moradores deita de hum
alvará, porque me prouve que ouvesse nolla sinonenta
de cavalo, ecada hum ouvesse seiscen' - reis por men,
eque estes fossem moi adores da cidade, e não outros;
oque dizeis que se foz pollo contrario, porque Adiou-
. Mentia, meu vendar da faannda que foy, foi opri-
meiro que se assentou no Rol dos ditou cavalos, e oes-
egivag da fazenda apos elle, e os contadores, efeitor,
e eserivaês da fnitoria, eoutros capitães efidalgo" e
no cabo do rol sinco ou seis moradores seos mnigos;
aqueigundosse os moradores aNono da Cunha, meu
governador, os mandou riscar todos, emanidou que
os que 011VOSRODI dever atal regam, fossem moradores
da cidade, eprimeiro os moas criados, eentaá os ou-
tros morador., eque por receardes de se quebrar isto
que assy marndou por outro governador, me pedis que
voe comfirmasse oque nisto tem mamdado odito go-
vernador, parecemo que odito governador tbz bom,
pois 80 CO0f080101.1 COM meu aiLlará. o Ey por hem, c
mando que se cumpra, eguarde odito meu alvará in-
teiramente, como nelle se conthern; epor este capitule
mamdo ao dito meu governador e ao roedor de mi-
nha fazenda que muy inteiramente cumprab o fogad
cumprir eguardar odito meu alvará como celta MO
conthem, enão entrem outras pessoas nas ditas m0%
senão as que são conthourlas no dito meu alvará.
2
( 18 )

XX—Quanto ao que dizeis que oro novamente ogo-


vernador Nuno da Cunha proveo do officio de corretor
do todas as mercadorias nessa cidade, tiiamdo as dos
cavalos, a hum morador deito, e que por estar em
mutuam cá nu Reyno de os tais oficies se darem em
Camara, me pedis que faça meros da dada do tal mil-
cio ha cidade pera alia oprover em Camara: primeiro
de aisso vos respomder, quero saber do dito meu go-
vernador ofundamento que teve de criar odito cálcio,
elhe escrevo que na primeira viagem mo escreva muy
declaradamente, ecom sua reposta vos responderey o
que curvar por meu serviço.
XXI —Ittem. quanto ao que dizeis que Nano da Cu-
nha meu governador ordena por meu serviço de tanto
que nosso senhor otrouver de Dio com áviolaria, que
se espera que lhe dará, de fazer barna torre forte em
hum monte, que está afastado da cidade hum tiro de
bombarda, por ser certificado que a maior opressa°
que se teve no tempo da guerra eraã bombardas, que
dali tiras-lia os imigues, com que matavaã rauyta gen-
te; peito que me pedis que por ser cousa de muyto mas
serviço, esegurança dessa cidade lhe mamde que afa-
ça por se aver de fazer ha custa da terra, ecom pe-
nas, eajuda dos moradores da cidade: eu escrevo ao
dito meu governador como me escreveis o sobredito, o
que veja se he necessaria a dita torre, eos proveitos
quo de se fazer se seguirab, ou inconvenientes que
avcrá Durados., ecom que despecu se fará, edoudo
rári tirará, eme escreva cumpridamente todo oque nis-
so lhe parecer, ese lho parecer que ha tab estreita
necesuidade de fazer a dita torre, ehe triS proveitosa
',era oque cumpro ameu serviço, a mande fazer omais
em breve que seja possivel, enaquella maneira que lho
bem parecer, eque olhe se se ouver de fazer, se ee po-
derá guardar edefemder de maneira que se nall possa
seguir maior inconveniente de se fazer, que não ser
feita.
( 19 )

XXII— As outras cousa. de VOSSa carta me pereces


que tal avia necessidade de reposta, edeve essa cida-
de ser certa que pera as comas que forem de seu bem
eameaço, tenho toda aboa vontade. E vos encornem-
do que mrnpre me escrevais de todas m cousas, que
pareça que são meu serviço eu saber, asai como velo
teho escrito emamdado, erimyto volo terey em ser-
viço. Bertolamou Fernandes a fez em Solucei a vinte
eseis dias de março de 1532. —lime. —
(fl, 2v. )

3.
Juizes, Vreadoreo, e Procurador da Cidade de Goa.
Eu El—Rey voa envio muyto saudar. Vi as cartas que
me enviastes nes naaos da armada do anuo passado, e
por otempo com outras gmmdes °empeçam, que se
offereceraó, naa dar lugar pera serdes respomdido as
musas, sobre que me escrevestes, ficou pera oano que
vem, prazemdo anosso Senhor, vos respomder, e em
vossos despachos ei de folguar de vos fazer amercê e
favor que seja rezaa, ecomo he aboa vontade, que a
essa cidade etodas suas cousas tenho; e quamto
Arorique do Menezes pela boa conformação, que deito
me does, etombem pelo que dello me disse Ateiam
de Sousa, me praa o tomar por meu cavaleiro, como
vereis polia carta que vos envio pera lhe dardes, esem-
pre per sua bombada folguarey de lhe fazer qualquer
outra mercê e favor que seja rema. Bertolamou For-
pendes a fim em Evora alabij dias de fevereiro de
1535.
(fi. 9)
( 20 )

4.
Juizes, Vreadores, Procurador, eMisteres da Cidade
de Goa. Eu EI-Roy vos envio nmyto saudar. Eu loto
respomdo este ano toá inteiramente como era necessa-
rio nas cartas e apontamentos, que os meus Capittes
dessas partes, epessoas outras, que me lá servem, me
enviaraS, por subcederom outras occupaçáes do cessas,
que muito cumprias a moa serviço, por onde se nab
pode fazer, e por esta causa vos naá resporodo avos-
sas cartas tto largam.te, para o ano que vem, pra-
zendo a nosso Sonhar, 83 fará. Peruai,' d'Alvraz meu
tizoureiro inór mo falou sobra os °Meios da dada des-
sa Cidade, e que vos quisesse nisso guardar vossos
provilegio3, como na tamboin escrovostoo; e porque
minha tençoZ ovontade ho de valos mandar inteiramen-
te guardar por respeito de vossos serviços, epor fol-
gar de vos fizer inorcê, terey sempro lembrança de
miá dar os ditos alheios da vossa dado, de maneira
que vossos previleg,ios se cumpras nisoo cama vos fo-
ra', concedidos por El-Rcy meu Senhor epadre, que
sonata gloria aja, opor mim confir:nodos, porque som-
pre ey de folguar que essa cidade emoradores deita
reeeba3 do mim toda honra, mercê, e favor como he
razoá. Poro Amriquez a faz ein Evora aos quatro dias
de março de mil quinhontos etrinta osineo.—REY.—
(fl. 8)

5.

Juizes, Vreadores, Procurador, ehomens bafo do


Cidade de Coa. Eu El-R:y vos envio muito saudar.
Vi a carta, que me escrevestes feita aquinze dias do
outubro de 1534, equanto ao que me escreveis sobre
naá vos escrever, todos os annos passados vos escrevy,
nem leisey de o fazer sento o zuno passado per se of.
( 21 )

Perecerem negociou que naê derâo pera isso luguar,


nem nas minhas proprias °ousas opude fazer, airada
.que nffi podem ser nenhumae mais propiaa que as des-
sa Cidade, a que eu tenho nmyto amor eboa vondade.
E as outras causas que nesta carta me escreveis cal
ha necessidade doutra reposta. Bertolameu Fernandes
a fez em Evora a dez dias de março de 1536.—
REY.—
(fl. 9 v•

6.
Juizes, Vreadores, eProcurador da minha Cidade
de Goa. Eu El-Rey vos envio muyto saudar. Eu provi
Dioguo Gentil, meu moço da Camara, do officio d'Al-
~xerife do Almazem dessa Cidade de Goa, como ve-
reis por sua provim" assy por me ter betu servido,
como por folguar de nisso lhe fazer mercê, confiamdo
deite que nisso me servirá bem ecom toda fieldade: e
posto que omeu Guoveniador dessas partes lhe aja de
dar aposse do dito officio, vos encomendo muyto que
no dar deita o favoreçais assy nisso como no mais
que lhe cumprir para nisso milhar me poder servir,
avemdo per certo que de saber que assy ofizestes voto
gradecerey eteny em serviço. Mantel Nogueira afez
em Evora aXX dias de Fevereiro de 1937.— REV.—
( 10. )

Vreadores, procurador, eprocuradores dos misteres


da minha Cidade de Goa. Vi vossas cartas que me es-
crevestes este anuo passado, por que me fimeia saber
do Baluarte que mi mauros fizeAS no Rio que vay pera
a fortaleza nova, ea gente que nelle MOMO, e coma-
abo meu deserviço foy, de que receby muito deacon-
tentainento, easay vi todo omais que em vossas car-
( 22 )

tas me dizeis, eos reqaerimentoe que por alias me fa-


zeis, epor que este anuo nom ouve tempo pera na re-
posta delias me resolver, vos naê respomdo aellas, ao-
unI encomemdarves muyto que trabalheis efolgueis de
me servir assy bem como lie a muyta comfiaima que
tenho de vós e de vossos boça serviços que ate agora
roe temdea feito: pera o anuo que vem, prasemdo a
nosso Senhor, vos respoinderey a vossas cartas ere-
querimentos, assy como parecer bem dessa Cidade e
meu serviço: e aDom Guarda de Noronha, que agora
envio por Viso lisy e Capitai, mór egovernador des-
sas partes pela muita comilança que alie tenho, eassi
por sua pessoa, encomendey muito o bom tratamento
dessa Cidade, lembraudolhe quanto meu serviço era
elle ofazer assy, e eu•comfio della que o fará como
lho eneommemdey, evos encomomdo muyto que no que
vos matador oobedeçais e cumpraes sous mamdados
como ey per certo que ofareis. Joam da guiar afez
em L sboa aos EXIGI dias do mes de março de 1538
—REY.—
(a.10v.)
8.
Vreadores, fficlalgoa, Cavaleiros, escudeiros, epovo
da minha Cidade de Goa. Eu EI-Rey voe envio mui ,
to saudar. Vi a carta que me escrevestes, e receby
moita contentamento da conta que me deis dos servi-
ços que me tendes feitos odos que agora fizestes pers.
esta Armada que oViso Rey foz prestes pera ir con-
tra os Rumes, e muyto v09 agradeço as boas venta-
dm que mostrastes para nisso folgar do me servir, das
quais serey sempre lenibrado pera vos fazer aquellm
mercês que altas mereeem. Wpollo que o Viso Rey me
«move° que fizereia ovi muy largamente, e mayto

vaill—
'67:(7ç
d'as
•praser de mo comoveram, cio. moo Ci
23 )
dado estava mal repairada de muros; ao Viso Roy es-
aturo sobre isso, e assy aobre o que me dizeis que
mande que nenhuma casa se faça na cava dos muros
deita, nem a cem passos polias reages que apontais,
que todas me parecera5 muy bem, e lhe mando que
nisso poesia e tome especial cuidado polia muyto que
cumpro estar essa Cidade bem meada.
III—Quanto ha divida que dizeis que ficou dovemdo
hum Manoel Machado, criado que foy de Nono da Cu-
nha, nessa Cidade, que seria «the doze mil cruzados,
e que nunca poderafi aver justiça contra alie roque-
rendem muytas vezos, Eu escrevo sobre isso ao Ouvidor
geral, e lho marndo que se ymforme disso o ouça as
partos a que isto tocar, o faça o que lhe parecer
justiça: aelie opodem requerer porque afará mui h,
teiramento.
IV—Folguey muito de saber ocontentamento que
recebestes com aida do Bispo epregador (a), e por
serem pessoas do tel exemplo d3 vida evirtude os ele-
gi pera isso, eespero qiie de sua ida se sigua nossas,
partos muito serviço de nosso Sonhar. Diogo Noto a
fez ore Lisboa 803 dez dias de março da 1540.—
REY.—
(fi. 11. )

9.
Vroadoros, Procurador, eprocuradores dos misteres
da minha Cidado de Coo. Eu El—Rey vos envio muy-
to saudar. Sebastia5 Lopes vossos procurador me pediu
de vossa parte que ouveses por bom que podesseis dar
hum tanto a humo, pessoa que em minha conte peca.
rasco efizesse os negocieis da Cidade, do que me prou-
ve segando vereis pela proviaa5 minha que lava. E

(a) Padre Medre Diogo de Borba. Vid. Oriente eimgoietedo


Tom l. pax. 40.
( 24 )

porque Poro Fernando% («rimo, da Comarca da Rei.


oba minha sobre todas muyto amada eprezada molhes,
ha pasma que o poderá e saberá fazer como cumpre
ha Cydade, vos encomemdo muyto que elle seja oquo
peru odito carpo ordenardes, avemdo por certo que alem
do alie ser o que mais pesa isso vos cumpre, me faseia
nisso prazer, ecolo gradecerey muyte. Antonio Ferram
afez Lisboa aoito dias dabril de 1542.—REY.—(0)
(á. 12 )

10.
Vmaderes, Procurador, eprocuradores clos mi
Eu El—Rey vos envio muyto saudar. Reeeby voesa car-
ta, e dos serviços que alogare que essa Cidade me tens
feitos, eaã muy bem lembrado, e assi folgue sempre
de lho fazer mercê em tudo, e de vos neã serem guar-
dados vossos previlegios me desapraz, esempre mun-
do que velos guardem. E quanto a este dos mentimen.
me que dizeis que Martins Alfonso de Sousa vos que-
brou, porque eu sol sey as restes que a isso o move-
1.83, e será necessario ser alie nisso ouvido, vós tiray
della estromento depraves, se voe parecer que sois por
elle agravados, •e mo enviay com sua reposta, e eu
proverey a isso como me bem parecer. Escrita em Al-
mejei,» em teso dabril de 1544.—REY.---
(fl. 12 v. )

11.
Juizes, Vereadores, eprocu'reder da Cidade de Goa.
Eu El—Rey vos envio muito saudar. João Rodrigues
Cerveyra morador nessa Cidade me enviou dizer que
avia vinte e oito asnos que me nessas partes serve, e

Vid. F4seirula 2, Doc. 35.


( 25 )

que no corro de Calocú oaleijarad da hum olho esai


humo perna, eno dito tempo fora cativo de Rumes, eo
levarão ao Turco onde oresgatara Diogo de Mesquita,
epor elle ser casado nessa Cidade onda tem sua me—
lhor, me pedia lhe fizesse merco dos °Meios da chapa e
moirinhado da alfandega deita orn sua vida: epor que
os ditos officios hão de ser providos por vós em Cama-
na, posa em parto satisfazer ao dito Joam Rodriguez
seus serviços, vos encommudo quo acendo de prover al-
guma pessoa deli-s oqueiraes prover em sua vida dos
ditos officios, por que levarcy disso contentamento e
voto receberoy em sorviço, e isto sendo elle apto poro
os servir. Jean, d'Andrado afoz ml Almeirim axx do
Desembro de 1546. Porfiam d'Alvres afoz escrever.

(fl. 13. )
12,
Vreadores, Procurador, eprocuradores dos misteres.
Lia El—Rey vos • envio muyto saudar. Vy carta que
me escrevestes, eaprouve,. muyto de ver as lembran-
ça. que nella me fazeis de todas as cousas que voe
parcoco que por serviço de Deos ameu esegurança
dessa Cidade edas outras minhas fortalezas dessas
partes me devieis lembrar, eagradeçovos muyto ocui-
dado que tivestes de me avisar delias, porque alem de
serem muy boas as lembranças que me nisso fazeis,
sey que saá feitas com espolia boa vontade que ten-
des de me servir, eem todas alias proverey como me
parecer que odevo fazer.
11.—Quanto aos agravos que dizeis que vos lá sai;
feitos por meus guovernadores e verdores da fazenda
acerca de vos Imã querer, m guardar os vossos previ-
logios, eu lhes tendo mandado, emando que em todo
volas guardem, porque assy o ey por meu serviço, e
de oasai .6 fazerem me desapraz, eo ey por muyto
26 )

meu dessorviço, eora escrevo e'mondo a Dom Joam


de Craato que colos guarde inteiramente, enâo conain-
ta que nisso, nem em outra cousa alguma vos seja foi-
to algum agravo, 0 00 tudo vos honre efavoreça como
he razoá, e vossos serviços marecorn.
III. —E do muyte serviço que dizeis que os officio«
da Casa da Misoricordia dessa Cidade nella fazem a
nosso Senhor, e assy no Hospital, tenho muyto con-
tentamento, eora lhe escrevo e dou os agradecimentos
disso, encommendamdolhe muyto que por serviço de
nosso Senhor e meu oqueima assy continuar o fazer
80011/00.
IV.—E do bom costume que dizeis que oguoverna.
dor tem posto do maindar exercitar os cavaleiros nos
actos ecousa, da guerra me aprouve muyto efolguey
de mo escreverdes, e lhe escrevo omoendo que sempre
assy se faça, porque por todos as rezdis que para 030
dois oey asei por ronyto meu serviço.
V.—E tudo oque 00 escreveis acerca do solecedy-
mento do cerquo eguerra da fortaleza de Cio folg sey
nmyto do ver, eouve muito prazer de tâo particular-
mente ofazerdes, eda como sey que essa Cidade eos
moradores deliu me nisso servirei'', equesta liberalmen-
te folgara5 d3 a socorrer com 010.9 pessoas onovios e
com tamanhos guastos odesposas de suas fazendas, e
aboa vontade com que todos folguastes de fazer oem-
prestimo que oGuovernador 000 inambu podir pura
refazimento da dita fortaleza, oque tudo soube muyto
particularmente polo carta que odito Guovernador me
esereveo; sobro isto tenho tanto contontamento como he
rocei'', eacalidade de ta', bale serviços merece, eois.
time, evelo agradeço muyto, e podeis ser certos que
por essa razoá, epela muito boa vontade que tenho a
essa Cidade folguarey compro do vos fazer inurca.
VI.—E com tudo oque me escreveis acerca do Bis-
po de Goa, ede suas virtudes, doctrina, ebnouexern.-
pios, edoutrina <rio se deliu receba, eamuita eonsolneao
( P'7 )

que todos com elle Mudes peno muyto (recto que tem
feito e faz na christamdado da gaste dessas partes, re-
cebi graroda contentainanta, eVO8 agradeça muyto o
modo que com elle tevestos pora querer lá ficar arpoei-
te amo, eora lhe escravo omemlo que elle fique, ese
má venha como me pedis que o faça.
VIL —E quanto ao que dizeis que oVeador da fa-
zoada par einformaçad dalguns romiairos, e par com-
diçUis de lanças maneian que se pagassem direitos das
cousas que os Portuguezes vanedessem, de que se segui
rilo alvoroços, munnuraçils, eeseamdalo ao povo dm.
Cidade, ao que modismo escravo:Mo ao guovernadm
sobre isso, oqual avosso requerimemto mamdou sobro-
estar naqualle negocio ate sua vimda do Dio, eme lem-
brais que ha muytos anuas que essa Cidade he franca
dos tara diroitom eu escravo sobre isso ao guovernador,
olho marndo que acerca destas d:raitos vos guarde in-
teirar:mente v0.33 provilegios.
VIII.—E a todos 03 mais negocias ecomas que em
vossa carta M3 escreveis, eem que Pero Fernamdes,
meu Escrivio da Camara, me falou de vossa parte, vos
respondaroy para- março prmemdo a nosso Senhor, por-
quo agora Mo ouvo !aguar pera isso; e sempre terey
respeito aos serviços emerecimentos dos Cidadóis emo-
radores dessa Cidade para comforme a afias vos fazer
moree em todas as coam que me requererdes como for
rezào ejustiça. Paro Fernamdes afez em Lisboa aabj
dize de novembro de 1547.—BEY.
(fol. 13 v. )

13
Vreadurba, eProcurador, eprocuradora, doa miste-
res da Cidade de Coa, Eu El-Roy voe envio muyto
saudar. Vi au cartaa que me eacrevottea e10.1i na alam-
( 28 )

Jumentos que Poro Fernamdee, meu Escriveá da Cama-


ou, me apresentou de vossa parte, epella muito boa
vontade que tenho aos moradores epovo dessa Cidade,
eper seus serviços ey sempre de folguar de lhe fazer
morre em tudo oque for rezai,- eme requererdes.
11.—E quanto ao que me pedis que mamde que se
cumpra eguardo oprevilegio que tenho concedido aes-
se Cidade da franquia dos maátimentos que os mora-
dores deito aelle trazem de fora, eu escrevo e mando
a Dom Joam do Cresto, do meu concelho omeu Capi-
tal moor egovernador nessas partes, que vos cumpra,
e faça inteiramente cumprir eguardar vossos .provile-
gies, como deve ser ehe miuá que seja, evós lho po-
deis asei requerer.
II1.—E quanto ao custou,e antigo em que dizeis que
os mercadores que a elle vem com roupas do Relegai°
ostaá de pagues os direytos per cum. (a), oqual cos-
tume lhes quebrou Marty' Affonso, de que dizeis que

se pode seguir meu desserviço e desnobrecimento des-


sa Cidade, porque será causa de os ditos mercadores
deixarem de vir aelle, ebuscarem outros portos; eu
escrevo sobre isso ao dito Dá Joaá, elhs imundo que o
proveja como vir que he justiça emeu serviço.
1V.—E quanto ao agravo eopressaá que dizeis que
essa Cidade recebe com os direitos da Chancelluria, di-
zimes, e assinaturas, que Martim Affonso amamentou
ainda lá mais os dites direitos contra forma do Regi-
mento que de cá foy, eu ouve por bem que do provi-
mento das capitanias dos navios da armada ede mes-
tres epillotos deites, ede comitres edespenceiros eou-
tros officios somelhâtes, se nào pague chaucellaria algu-
ma, easy mamdo ao dito Dom Joam que ofaça cum-
prir. E porem das sentenças eoutras censos de justiça

(
•) Corjrz
— eignifica o numero vinte aesim di
sem usas corja de pratos, UTIO corja de pauso, fido he, vinte
'ratar, tante pennOt
( 29 )

ey por bem que se pague oconthoudo no dito Regimen-


to por cumprir assy abem de justiça ea meu servi-
ç.• (a)
quanto hm (b) de bmarucos que Marty Af-
lauto mamdou lavrar, de que dizeis que se seguiraé os
inconvenientas que apontais em vossa carta e aponta-
mentos; Dour3oam de Castro me escreveu o monto
que nieso tem tomado, eeu oouve por bem, e lha
Inanido que assy ocumpra oguardo.
VI.—E acerca dos filhos dos moradores dessa Cida-
de que sorvam enaó os assentall em soldo, e peno»
que sei; ainda para servir, esal riscadas dello, que me
pedis que maxnde assentar, não ouve por bem de pro-
ver nisso por agora. E quanto aos aleijados eu escre-
vo emamilo a Dom Joaó que os agasalhe omilhor que
poder emele lhe milhem parecer; evos lhe podeis dis-
so fazer lembrança.
VII.—E acerca do officio de meirinho dossa Cidade
de que dizeis que Guaspar Gonçalves está em posso c.a-
tra forma do minha promsóo, eu mamdarey ver os pa-
peis que disso enviastes ao dito Peru Fernandes, epro-
vorey nisso como for justiça.
VIM—E quanto ao selo que dizeis que oOuvidor
dente oCapita° dessa Cidade tem contra forma dos pre-
vilegioa della; vós roquerey sobre isso ao dito Dom
Joam, aquem escravo emamdo que vos guardo os di-
tos previlogJos, e ello oproverá como for reza(' ejus-

IX. —E acerca do agravo eofensa que dizeis que


alguns dos moradores dessa Cidade receberão de Mar-
ty' Affonso; as partes agravadas poderall vir, ou enviar
requerer contra ello sua justiça, elha maredarey fazer
inteiramente, porque isso lhe naL tolhe, naus embarga

a) Vid. Fase 5. Doc. 107.


b)Parece faltar aqui a palavra moeda., ou outra seme-
lhante.
( 30 )

operda5, que tenho dado ao dito Mastim Affonso. E


de elegerdes efazerdes vosso procurador Pero Fernan-
dos pera cá fazer os negocies dessa Cidade, me aprou-
ve, evoto agradeço muyto. Antonio .Ferraas afez em
Altneirim aazb dias de março de 1547.—REY.—
(fl. 15 v.

14.
Vreadores, Procurador, eprocuradores dos misteres
da Cidade de Goa. Eu El Rey vos envio muyto 'mudar.
Recebi vossa carta, ecom tudo oque me nela escre-
veis das virtudes calidades eserviços de Dom Joam de
Oraste, do soou concelho, eViso Rei nessas partes, me
aprouve muyto: eassi he reza5 que sempre me deis
conta de como lá são servido dello, e dos outros meus
capitais eofficiais aesy da justiça como da fazenda: mas
deveis de ver muy bem ocomo me falece em tudo, por-
que posto que no de Dom Joam eu vejo que me dizei°
o que he, todavia temde sempre no que me disserdes
tal tento como requere amuita comfiança que tenho de
vós, e ocredito que vos ey de dar no que me escre-
verdes. E dos muytes serviços que me tendeu feitos e
fazeis, que por cartas do Viso Rey soube mais compri-
demente, tenho muito contentamento; econforme a°a-
lidade e merecimentos delles, eamuito boa vontade
que tenho aessa Cidade folgansy sempre de vos fazer
toda amores que for reza,' eme requererdes.
11.—E alembrança que me fazeis do atado dessas
partes, edo cuidado que devo ter do provimento ese-
gurança dele, vos agradeço muyto, eeu o tenho tal
como he reate quem tenha de cousa tal importante ao
serviço da nosso Senhor polo muito (recto que se noi-
te faz no acrecentamento de nossa saneis fee oatholica,
eoanno panado mamdei tree mil homens, e segumdo
as novas que cá tenho do Turquo, creio que as °ouses
( 31 )

de lá estares, bem, e nosao Senhor premitirá que sem-


pre arry E
seja.
LIT.— do que me escreveis acerca do Bispo de Goa,
e de quaá inteiramente compro cá as obriguaçáis de
seu cargo, recebi prazer e contentamento.
IV.—E quanto ao que dizeis acerca dos bramanes
Sinais (a), eda provisâo que Miguel Varra legava pe-
ra serem lançados fora dessa Cidade eIlha todos os
que se nom quisessem fazer christaás (b ); eu escrevo
sobre isso ao VisoRei, eelle oproverá como vir que
he mais serviço de Deus e meu. Francisco de Padillra
afez em Almeirim aXiiij dias do mes de março de
M13c1,Viiij (eleita 1549) (a
(fi. 17. )

15.
Juizes, Vmadores, procurador, e misteres da minha
Cidade de Coa. Eu El Rey vos envio muyto saudar.
Por ser reformado que Dioguo Ferriandes, Cidadaá
dessa Cidade, tennadar de Paugy' me tem bem servi-
do nessas partes, de vinte e sinco, ou trinta manos a
esta parte que ha que relias está, ars}, em todalas coa-
Uas• de meu serviço em que se achou, como no dito of-
ficio de tennadar, averndo respeito a seus serviços, e
per lhe fazer merco, vos encomemdo muito lhe queirais
dar odito officio per seu falecimento pera hum seu fi-
lho semdo auto pera oservir, ou a huti sua filha pera
a peasoa que com elle casar, selado outross) auto, co
aPeru Rumar da Costa seu genrro, qual odito Dioguo
Fernandes nomear e mais quiser, e esto em vida de

(a) Tambem Be dia Semnoyee, e boje mais commumente


%Ind. Ile uma subdivisão da casta Bramane, e tem por
sfficio ser escrivães, eletrados.
(b)Vid Conto, Decada VI, Liv. VIL Cap. V.
(e)Este Carta he evidentemente do anno de 1549, ecomo
perteocente a esse sono se acha colocada no Livro; e&seira
se vê sor engem, do registo adata de 1559.
( 32 )

cada hum dolles aque o dera«, asa),e da maneira que


oalie tom per minha carta; e agradecervosey fazerdes
loguo disso acordo em Camara para que o dito Diogoo
Fernandea estê certo e seguro de o dito officio ficar
per seu falecirnonto acada hum dos sobreditos em ma
vida, como dito hei edo o asai fazerdes como de vós
«perco e comfio, racaberoy prazer e contontainento, e
valo terey muito em serviço, eeu escrevo ao Viso Ray
que vos falte nesta caso de minha parte, e me escrava
oque nisso por roeu respeito, e por me servir fizerdes.
Joarn d'Aindrade a foz ern Lisboa ao primeiro dia do-
UAI do quinhentoa e sinooenta. E do thoor desta amol-
dei passar outra para irem por duas vins.—lihdY.,--
(fl. 18 )

16.
Vroadores, Procurador, e procurador« dos misteres
da minha Cidade de Goa. Eu El Rey ver envio muito
saudar. Vi as cartas quo me escrevestes sobra v03.. 3
provilogics, epollos serviços quo moderados Ditos, qui-
sera eu este acne assentar oque toca aalias de manei-
ra que nad podar ris queirsarvos, mas por o tempo sor
bravo, e por outros grelados nogoclos um que compito
a moa serviço entender, na5 pude esto anuo tomar a-
cerca disso detrenfinaçfio; para oque vem Doos que-
rendo a tomaray confirmo ao boa vontada quo eu te-
nho de vos fazer merco: ao VisoRei encomeiudoy par-
ticularmente todas vossas causas, encarrogadolho mui-
to quo eira todas as que fossem justas, voe fizesse todo
favor, porque receberia muito contentamento da o asai
fasor, e soinpro folguarey de mo escreverdes, o eu aa.5
muito lembrado de vossos serviços e da entidade deites,
e assi o serei sempre poro em tudo o que for rezaii
folguar 4e vos fazer merco. A vossas cartas na3 ha
por agora mais que vos responder. Antonio Ferraz a
fez eni Lisboa a iiij dias de abril de 1550.—REY.—
fi. 18 ).
( 33 )

17.
Vreadores, Procurador, e procuradores dos misteres
da Cidade de Goa. Eu El-Rey vos envio muito saudar.
Vi as cartas que me escrevestes pelas naaos darmada
sio anuo passado, etenhovos em serviço as lembranças
que por ellas mo fazeis das acusas que vos parecerei;
que importava3 aelle eao bem dessas partes, esempre
reaeberey contentamento de o usei fazerdes, e do que
ma dizeis acerque dos almaze:s estarem tab mal pro-
vidos me desapraz muito ; eu comfio que o Viso Rey
terá muito cuidado de os morador prover como ameu
serviço cumpre, eeu assi lho encomemdo muito, emano-
do todas as vezes que lhe escrevo.
li—Quanto ao que me lembrais acerca dos Capitais
de rainhas fortalezas, edo procede escamdalo que del-
ias recebe opovo delias, tenho descontentarnonto. Eu
teroy lembrança de mamdar prover nisso.
muito prazer com a conta que me dans
de como El-Rey do Tenor se fez christa3, edo recebi-
mento que por essa Cidade lhe foi feito gemei° aella
veio, eassi era recito que!, fizesse: prazerá anosso Se-
nhor que apos esta conversaõ se seguira3 outras dou-
tros Reis, que com oexemplo deste acabem do conhe-
cer ogrande erro sei que vivia3, de que eu receborey
ta3 gramar, contentamento como agora receby do saber
que este era feito Christa3, oqual foi hum dos maiores
que podera receber.
1V.—Acerca do retardamento do despacho dos Le-
trados que me lembrais, temdo já oanuo passado al-
guma ymfortnação disto, mamdei hum Regimento, quem-
do foi oViso Rei, do modo que se teria no despacho
'dos feitos, nem O qual parece que se remediará o riao
me apontais; e odespacho poderá ser mais breve, e
de milhor expediente. E no que toca aos Letrados no.r.
virem bem seus cargos, asy mesmo tenho já. provido;
3
( 34 )

ose dalgum deites em particular tondes sabido algu-


ma cousa, em que faça o que não deva, folgarey de o
dizerdes ao Viso Rey poro nisso prover como lhe pare-
cer meu sorviço.
V.—Quanto avossos emprestimos que de vossas fa-
zendas me fazeis quamdo cumpre a meu serviço, de
meus Governadores sou informado da boa vontade com
que os pomdes por obra, que vos eu tenho em grama°
serviço, ecomfio que nunca cumprira a elo fazerdele
assy que o cal façaes c3 muito milhor vontade do que
atam qui os temdes feitos. Ao Viso-Rei inãodo que do
que vos for deites devido ordene como se vos fava logo
pagamento, porque recoberey contentameuto de assy ao
fazer.
VI.—Vi os inconvenientes que me apontais destas
vossas cartas na3 virem asignaclas pollos mesteres, CO-
MO ile custume, eparecemo bem que qualudo me ou-
verdes descrever algumas eousas que importem a meu
serviço ede segredo, nas Caos cartas os ditos mesteres
naa asignem; eporem nas outras que me escreverdes,
e que non forem desta calidade asignara3 os ditos mes-
teres, porque no contrario receberei.; elles agravo ecom
ceifo. E quanto aolles quererem asignar nas senten-
ças& dos agravos, que vem dos almotaceis, eu quis to-
Mar informação do modo que nisto se tinha em Lisboa,
o pelo que achei parece que os ditos misteres não devem
usinar nas taco sentenças, easi oy por bem que se faça.
\11. —Ao mais de vossas cartas não ha necesidado
de reposta, folgarei de me escreverdes sempre o que
voe tocar, e muito vos encomomdo obo3 guoverno des-
sa Cidade, que por ser a principal dessas partes con-
vem muito ser em tudo bem regida eguovernada, oque
comfio que fareis polia obrigaçào que a isso tendes, o
pelo que compre a meu serviço. Scripta em Almeirim
doas de março. Pantalia3 Rebelo a fez de 1551.—

(fl. 19 ).
( 35 )

18.
Vreadores, Procurador, e procuradores dos misteres
da Cidade de Goa. Eu El-Rey vos envio muito saudar.
Vi as cartas que me escrevestes, easai os apontamen•
tos das roucas que me enviastes pedir por Pero Fer-
nando.% meu escrivaá da Camara, vosso procurador; e
nesta vos respondo atudo oque delias e dos ditos a-
pontamentos me pareceu que era necessaria reposta.
II.—It. quanto aos officios dalcaide emeirinhos des-
sa Cidade que dizeis que aCidade tom por seus pre-
vilegios pera prover aos Cidadáis emoradores deita, e
que eu os tenho providos por minhas provisáis contra
aforma deles, e sim pedis que os inunde satisfazer ás
pessoas, que os tem, e votos torne: pela muyto boa
vontade que tenho aessa Cidade, epelos muitos ser-
viços que os fidalguos, cavaleiros, cidadáis, e morado-
ras dela me tom feitos, eespero que ao diante me fa-
çah, Ey por bem eme praz que os ditos officios dal-
caitle e'meirinhos, equaisquer outros, que aCidade te-
ver per seus previlegios, eeu tever providos per mi-
nhas provisáes com derogaçais dos ditos previlegios,
satisfaça5 loguo aas partes que os tem na custa de
minha fasemda, pesa que a Cidade possa livremente
prover deles aquem lhe parecer comformo aseus pre-
vilegios, e asei omamdo ao Viso Rey meu muito ama-
do sobriuho pula provisa5 que vos com esta envio.
III.—E a lembrança que mo fazeis dos almazens
dessa cidade vos agradeço muito, eao Viso Ray escrevo
emanido que os faça prover o milhar que for possivel.
IV.—E quanto ha opressaá que dizeis que opovo
dessa cidade recebe em aver as licenças dos Governado-
res eCapitula pçra suas navegaçáis, eassi nas defesas
que cada Governador faz per que defemde otrato em
diversas partes e fortalezas, som ter respeito algum na
perda que o povo nisto recebe nisto naá se pode pro.
( 36 )

ver, porque está já sy ordenado, e bem ordenado, mas


eu escrevo aos Capitães que olhem muito por isto, e
tenhaã sempre respeito ao nobrecimento dessa Cidade,
eao proveito dos moradores e povo deita; e asy ao
Viso Rey que vos favoreça em tudo oque for reza3,
vos faça muito bom tratamento, porque de o alie assi
fazer levarei eu muito prazer e contentamento.
V.—E quanto aos soldos emantimentos que dizeis
que por vossa doação eprevilegio he mamdado que.
paguem aos moradores dessa Cidade aos quarteis na
milhar remda deita, para oanua que vem, prazemdo a
nosso Senhor, vos respomderey a isto, vista a forma
do dito previlegio.
VI.—E no que zoe pedis mamilo assentar em soldo
os filhos legitimes dos moradores dessa Cidade que
forem pera pelejar; nisto na3 se pode prover geralmen-
te atodos, mas eu terey sempre lembramça deites pe-
ra lhes fazer outras mercês, porque na3 se costuma as-
sentarense em soldos os moradores das Cidades.
VII.—E quanto ao agravo que dizeis que essa Ci-
dade recebeo do modo em que Jorge Cabral quis tirar
oemprestimo pera o apercebimento do minha armada,
polias novus que lhe vierab da viinda dos Turq., de
crer he que elle onão faria com tençaã de nisso vos
agravar, roas por lhe parecer que por aquella maneira
poderia tirar mais emprestimo.
vin—E alembrança que me fazeis que devia meã-
dar vir a Goa dos mantimentos de minhas remd. de
Baçaim pera provimento dos meus almazens earmadas,
me pareseo bem, e ao Viso Rey escrevo que proveja
logo nisso como lhe parecer que será milhar e mais
meu serviço.
IX.—E oque me lembrais do provimento de mi-
nhas fortalezas o Cidades dessas partes, voa agradeço
,muito, eao' Visa Rey escrevo eimundo que entemda
'ogno na fortificação dessa Cidade, eme envie hum de-
buxo de toda a obra que for necessaria pera se forte-.
( 87 )

ficar com toda. aeurformaça3 deita, ecom seu parecer,


eopratique comvosco.
X.—E quanto ao agravo que dizeis que nessas par.
teu se recebe do Ouvidor Geral usar hl do Regimento
do Corregedor de minha Corto, eprincipalmente em
naá dar appelaçaã de suas sentenças, eme pedis que
aja por bem emabde que se Imã aze ht do dito Re-
gimento polias rezáis que apontais em vossa carta; peca
o anno que vem proverey nieso como me parecer mais
meu serviço, ebom despacho das partem eassi acerca
dos dos cruzados que se matada', paguar aas partes no
caso das eospeiçães, naã as provamdo.
XI. —E quanto sus asinaturas que levaã os Derem-
barguadores das sentenças que daã nos feitos que dee-
pachaá, Eu torney aconceder que se levassem por me
parecer milhor para obom despacho e aviamento das
partes.
XII.—E quanto aos officios de apontador da Ribeira
dessa Cidade, eguarda, e escrivães dos almosarifados
e almazeens, pie são de minha dada, que dizeis que a
Cidade tem per sua doação que andem sempre nos
moradores delia de troe em troa asnos, evaã de cá pro-
vidos por mim aoutras 'pessoas em suas vidas, e me
pedis por merca que os naa proveja senaã comforme a
vossa doaçaã; Eu ey por bem de o fazer assy sempre
daqui em diante, e terey disso lembrança.
II.—E acerca do que me pedis que proveja no
agravo que se faz a essa Cidade penes Desembargas-
dores em tomarem conhecimento per petiçãis dos agra-
vos das cousas dahnotassaria, eoutras que pertencem
ao Canoro della: Eu mundo ao Viso Rey que vos ou-
ça acerca disso, e vos guarde inteiramente vossos pra-
vilegios, eminha ordenaçaã.
XIV.—E quanto ao demasiada que Breatie Mechada
move° a essa Cidade sobre os poços dagoa que lhe ta-
para", de que dizeis que tom avida sentença contra a
Cidade, ese aproveita das agoas da fonte do Mando-
( 38 )

vy' per minas secretas que faz para a madre delias,


que vem por dentro da sua orta, em grande perjuizo
do povo; pela qual resto Guarcia de Sá semdo Guo-
vernador mamdou que adita orla se tomasse per ova-
liaça° para o Concelho; e me pedis que omamde
cumprir; Eu maindo 80 Viso Reyque v08 ouça nisso, e
que tudo se faça como for mais nobrecimento da Cida-
de, oque tarado esta molher justiça, sejaprimeiro mui-
to bem satisfeita; ecom esta vos manado a carta que
lhe sobre isto escrevo.
XV.—E quanto ao agravo que dizeis que he feitto
na Cidade pollos guovornadores em escusarem per suas
provia3is os Moradores della dos cargos e°Meios per
que B3o eleytos comforme aordenaç3o, como fez Guar-
da de Sus que escusou aSinalto da Cunha do Juiz or-
dinario, Jorge Cabral aBastião Lopes Lobato de Vrea-
dor, e aAll'onso Pires de Juiz; Eu ouve por bem de
revoguar as ditas provis3is pela previsto que vos com
esta rotundo, eao Viso Rey escrevo emamilo que ato
BC ascese mais nenhuma pessoa que por ,eleiçXo sair por
official da Cidade, eos faça todos servir.
XVI.—E do que me escreveis que essa Cidade pra-
ticou e ordenou pela nova que se teve da vimda dos
Turquos, ede como os fidalguos, cavaleiros, Cidad5ie,
emoradores della se tinh3o offereddos para nisso me
servirem coeso oytenta etantas velha ecom suas pes-
soas efazendas, recebi muito contentamento, eessa con-
fiança tenho de vós que no que se offerecer de meu ser-
viço folguareis de ofazer como sempre ofizestes, eao
Viso Rey escrevo que de minha parte vos dó os agr..
deeimentos disso (a)

(fl. 21. )

dé:t'aPCoarrtafa,l=ile"dna'afstade'lAr'falt' tanbsn cessou


( 39 )

19.
(á)
Procurador me requereu de vossa parte, já lá tereis
visto odespacho que nisso ouve por bem de vos dar,
por vos fazer meros, esempre no que se offerecer do
nobrecimento da Cidade e bem dos moradores epovo
deita, eyde folguar de vota fazer como he rezão, evos-
sos serviços merecem. Escrita em Lisboa a:cr. odias
de março de 1553.—REY,
(fl. 25. )

20.
Juizes, Vreadores, procurador, e officiaes da Cidade
de Goa. Eu El Rey vos envio muyto saudar. Joam Ro-
drigues Ribeyro vosso procurador que amim enviastes
me deu vossa carta, eoouvy em todo oque da parte
dessa Cidade me fallou o requereu por vertude dos a—
pontamentos que trotem, eos vi todos, emarndey des-
pachar asy como por agora se pode fazer, como vereis
por as provisbis que leva; epor ser despachado em
tempo que aArmada estava já muito prestes pera par-
tir, leixou de fazer algumas deligencias que comprião
peru seu despacho; eelle requereu tudo muy bem e
como compria abem da Cidade. Jorge Rodrigues afez
em Evora a treze de março de 1553.—REY.
(fol. 25

21.
Juizes, Vreadores, eprocurador da Cidade de Coa

ve(
rtle), ,tefaeZsda
ailrám
o ahte:'
meato.
( 40 )

Eu El Ray vos envio muito saudar. Vi na cartas


que me escrevestes, emuito vos agradeço 3.8 10111bran-
ças que nanas me famie das musas que voe parece-
que cumprem ameu serviço, em algumas dos quais eu
provi como me parem. E por que eu envio Dom Pe.
dro Maicarenhas do meu concelho, peita muita comfi-
onça que dello tenho, por meu Viso Rey dessas partes,
aelle vos °memorado que façaes todas se de que vos
parecer que ha hi necessidade, ao quarencomemdey que
dos Cidadáis dessa Cidade ecousas deita tivesse muita
lembrança pera os favorecer eajudar naquellas que ter
resto elhe pedirdes em vossos requerimentos. Os em-
preetimos que fizestes aDom Afonso de Noronha pera
as cousas de meu serviço vos agradeço muyto. Escrita
em Lisboa. Manuel Daguiar afez aos sa dias do moa
de março de 1554,—REY.
(fi. 25 v. )

22.
Juizes, Vreadores, eprocurador da Cidade de Goa.
Eu El Ray voa envio muyto saudar. Vi as cortou que
me scrovestes, omuito vos agradeço as lembranças que
nellas me fazeis das musas que vos parece que cum-
prem a meu eterviço, as quase tenho por certo serem
feitas de vós com oanimo evontade que deveis ther a
todas as de Meu serviço. E quanto és mais sobre que
me escreveis, eque tocaá a essa Cidade ntto pude nob
las thomar resoluçáo alguma, por este amo ate-ter car,-
tas do meu Vim Rey, nem arribar qua mais que huma
só ode: tra-lasála nosso Senhor como espero, °para oas-
no que vem, prammde aelle, voe respomderey ao mais
de vossas cartas, esempre folguarey do me fazerdes as
lembranças que fazeis, epsy velo encomemdo muito
que façais. A Dom Pedro Mascarenhas, que o asno
pnssado mviey aessas partas por SM. Viso Rey, en-
eomomdey particularmente as causas dessa Cidade, e
( 4í)

dos moradores delia, o que tenho por certo que ellg


terá disso muita lembrança. Escrita em Lisboa aav de.
marro. Pantalião Rebelo afoz de 1555.—REY,

(fi.

23.
Vereadores, Juizos, procurador, eprocuradores dos
misteres da Cidade de Goa. Eu El Rey vos envio mui
to saudar. Eu sana informado que Fellipe Gonçalves,
Escrivão que foy do rnamdovim de Goa, deu em sue
vida em casamento cá huma sua filha o dito officio a
Amdre de Valadares, eorenunciou nelle, oqual por
vertude da dita renunciação epor provisão dos moas
governadores oservia. E porque Eu tenho dello boa
informação, eassy de seus serviços, e folguara que o
provesseis do dito officio semdo da vossa dada por bem
de minhas provisáis, vos encomemdo muito que geei-
raie prever do dito officio do marndovim de Goa ao
dito André de Valadares em sua vida, assy gomo oti-
nha odito Fellipe Gonçalves sou sogro, sendo de vos-
sa dada por bem do minhas provisáis, avemdo por má-
to que receberey 'nisso contentamento, e velo agrade-
cerey muito. Escrita em Lisboa axb de março de
1557.—REY.
fl. 28 v. )

24.
Vreadores, procurador, eprocuradores dos misteres..
Eu El Rey vos envio muyto saudar- Vi acarta que mo
escrevestes. E quanto ao que dimis dos inconvenientes
que se seguem de oCapitão dessa Cidade estar na Ca-
mara deus, eter nana voto, polias rezáis que apótais,
eu proverey nisso como me parecer meu serviço. E.
acerca do que aconteceo entre Okutepar de Melo, C.
( 42 )

pitão, eDom Duarte Deça, Vreador, estando 1111 mesa


da Camara, desaprouveme limo muyto; eeu proverey
no caso como for idstiça.
IL-0 que'dizeis acerca do negocio de Mente, eda
tenção que o VisO Ray Dom Pedro teve em omandar
a Pindá, emostravd ter em tudo: folguey de ver. E
os serviços .que -essa Cidade e os moradores delia sue
fizerão naquella guerra, como sempre fazem em tudo
oque se oferece de meu serviço, vos agradeço muito;
eassy vos agradeço muyto aleinbrança que me fazeis
das calidades,que -deve ter apessoa de quem me devo
servir no cargo da guovernança dessas partes.
do desastre que aconteceo de se queimara
armada me desaprouve muyto, por ser cousa de toma.
nha importando., como he, eem que tante recado ere-
gia se devia de ter sempre; ede como vós a elle acu-
diste com tão boa ajuda pera se poder refazer, receby
muyto contentamento: etantomaior otenho disso, quan-
to mais certos são sempre em vós em semelhantes ne-
cessidades.entes serviços, eos istimo como he reardi,'e
se'deve ha muito boa vontade rum que sey que os fa.
seis, pollos quais, epolia muito boa vontade que tenho
aessa Cidade, ey sempre de folguar de ter o respeito
que tenho em tudo oque tocar ao bem deita.
quanto ao que dizeis acerca dos previlegios
que lhe tenho concedidos conformes aos de Lixboa sem
mais outra declaraçaã, eme plidis que os mande de-
clarar peitos entendimentos que lhe lá dab as justiças,
não se pode dar nisso odespacho que pedis, samba ver
primeyro os previlegios que apontais da Cidade de
Lisboa: enViarmossys 'apresentar por vosso procurador,
ecom isso vos mandarey dar despacho.
.V.—E a!embroma que me fazeis da armada que
nessas, partes devo ter sempre provida, eprincipalmen-
te agora pela nova que se tem da que se faz em Sues,.
vos agradeço. E oque dizeis de Dom Antam de No-
ronha eEytor de Mello Pereira, e de como me tem
( 43 )

servido eservem nessas partes, e'de suas calidades,


P VI.muito
m—I da dever.
co que essa Cidade epovo deita
recebeo com os padres da Companhia de Jesu que de
ca foral, me aprouve muito, eassy do que me escre-
veis da virtude e. religioE dos padres Frey Diogo Ber-
mudas, e do Custodio, edo muito serviço que fazem, e
se faz anosso Senhor em seus .mosteiros. (a)
VIL—E quanto aos ofEcios de meirinhos ealcaides
dessa Cidade que os annos passados manday que vos
fossem restithidos, desaprouvera° de sabor que se naá
fez assy. E marodo ao guovernador Francisco Barreto
que vos cumpra nisso logo minha provisaá; ecom esta
vos vay acarta que lhe sobre isso escrevo, aqual lhe
vás podeis dar, erequerer de minha parte que acum-
pra, porque elle ofará inteiramente.
17I11.—E acerca dos officios descrivães dante os
Juizes da Cidade lhe inanido tombem que vos ouça é
faça inteiramente justiça. E asei lhe escrevo per outra
minha carta shbre adefesa dos gim vão tratar aCam-
baya, que dizeis que se não cumpre, e lhe manado que
afaça em todo cumprir inteiramente pollo muito que
importa ameu serviço. E por tanto ey por escusada a
licença que me pedis para poderdes la tratar contra a
dita defesa.
acerca do ,que soe pedis -que essa Cidade
possa fazer duas naaos que•amdem na carreyra pollo
partido econtrato que he feito cá os armadores, ecom
as comdiçáis que dizeis em vossa carta, vos não pude.
resromder por agora.
X.—E as outreadernbranças,que me..fazeis dos officiais
da justiça vos agradeço; e sempre me 'deveis escrever
•avisar de tudo o que vos parecer que convem ameu
serviço, porque recebo prazer de o asai fazerdes. Fere

(a) Vid. Couto, Pecada VI, Liv. VII, Cap. 11 '3111.


( 44 5
Fernandas afez era Lisboa axx dias de março de 1557..
—REY.
(H. 20 v. )

25.
Vereadores, procurador, eprocuradores dos mesteres
da Cidade de Goa. Eu El-Ray vos envio muyto saudar.
nosso Senhor aprouve levar pera sy sesta feira depois-
da meia noite xj dias do mez de Junho de mui eupb
ta egrave doença El-Rey meu Senhor eavó, que sano-
ta gloria aja, recebemdo primeiro todos os sanctoe 55-
craruentos da Senda madre Igreja, e em tamanha e
universal perde, easy em dor e sentimento Má grkler
etal comum a todos os seus vassales enaturaes, naá
ha que dizer senaá darmos anosso,Senhor por tudo o
que faz e he servido muytos louvores. Fuy logo ate.
vontade por Rey como Príncipe everdadeiro ordeiro e
sobcessor que era destes Reinos e Senhorios segurado
curtume deites; e procedeu antes deste auto acertaram
ratefrearese e aprovaraos huns certos capitules que
El-Rey meu Senhor, que sanota gloria aja, antes al-
guns MOZBEI de 81311 fenecimento tinha feitos acer-
ca da tutoria e curadoria de minha pessoa, e acerca
eia governança destes Reinos e senhorias ate eu ser de
idade de na anos cumpridos, nas quaea comas nomeou
a Rainha minha senhora e avô, conhecesedo de sua
rnuy gramde vertude egrarode zelo do bem universal
&atm Reinos, eda sua muita pmdencia elonga expu
nomeia une causas deites, que nisso faria oque se de,
ve ter por muy cerfo que S. A. sempre fará. E por
tanto me pareceu deve,es fazer sabor tudo o CL» Ire
passado aveludo por muy certo que de asai estar feito.,
se neste tempo pode ator contentamento dalguma cou-
sa, o recebereis desta. E asy deveis ser certos que
nas que tocam a essa Cidade acerca de seus privile-
gies eliberdades folgarey sempre de lhes guardar COA-
( 45 )

forme as muitas restes eserek,s por que sey que lhe


forab concedidos, dos quae, edos que esporo que façaes
terey alembrança que Se rezão, eelles requerem. E
porque eu envio por mem Viso Rey dessas partes Dom
Constantino, meu muito amado sobrinho, pela muy grani-
do confiança que dele tenho, vos encomemdo muyto
que lhe façaes todas as lembrança', que vos parecer que
cumpre peca me elle milhor poder servir; e que nas
coimas que se oferecerem fidgueis de me servir com-
forme ácomfiança que de vós tenho, e a como o sem-
pre atequi fizestes, porque das que tocarem a essa Ci-
dade encomemdey e rnamdey ao dito Visso-Rey que
delas tevesse particular lembrança posa fazer o que
lhe requererdes com reea9; por isso aelle podereis re-
querer as coimas quo vos tocarem. E quanto aos pre-
vilegios desta Cidade de Lisboa que dizeis que voa
fora9 concedidos joralmonte, e vos sa3 nocessarios da
maneira que adita Cidade os tem por suas cartas, o
armo passado vos foy respondido que enviasses apre-
sentar os treslados dos ditos previlegios; Poro Fernan-
des, meu eserivali da Camaro, vosso procurador mos
apresentou todos em publica forma, tirados dos proprios
da Cidade, epara o mano que vem, prazemde a nozes
Senhor, vos mandarey dar por minhas martas aquelles
que me parecer que convem a essa Cidade. Antonio
}laical; a fez em Lisboa a aia de março de 1558. —
RAYNHA.
(fl. 29 e.)

26.
Vreadores, procurador, eprocuradores (sie) da ci-
dade Goa, eprocuradores dos mesteres dell, Eu El-
Rey vos envio muito saudar. Receby vossa carta de
vinte e troe de dezembro do anuo de sincoents, sette,
na qual com muitas e boas palavras, oque muito fel-
( 46 )

gemi de ver, mostrais o que mais cumpridamente se


tem visto peitas obras, que he a boa vontade que tem-
dez de me servir, e velo agradeço muyto, ea mesma
terey sempre p.a vos fazer merco no que se offerecer
como ha reato que seja.
IL—E quanto ao que dizeis que ainda essa Cidade
na3 he restituiria das suas varas dos alcaides nem dos
officios driserivães &ate os Juizes deita, que ettá da sua
dada per bem de seus prevylegios, teindo El-Rey meu
senhor eavô, que sancts gloria aja, mamdado por sua
provisa3 que lhe fossem restituidos, eque avalia delles
se pugnasse á custa de sua fazenda ás passeai que
tinha provido deites por suas provis3is sem embargo
dos ditos previlogios, Eu escrevo ao Viso Rey Dá Coe-
batina, meu muito amado sobrinho, que veja adita pra.
visa3, e a faça Jogou cumprir seguindo aforma deita;
epor certo tenho que elle ofará da maneira que lho
manado.
III.—E quanto aos previlegios desta Cidade de Lis-
boa que dizeis que foraá concedidos geralmente esom
delles se lazer declaraçaii, e me pedis que votos mam-
da declarar por minha carta; Pero Fornandes, meu es-
criva3 da Camara, vosso procurador me deu conta de
como El-Rey meu senhor eavô vos tinha respondido
aeste requerimento que lhe enviasseis presentar etroo.
lado autentico dos ditos previlegios, eelle mo pressa.
toa de vossa parte; o vistos todos por mim, ouve por
bem de votos conceder, edeclarar por minha carta, o
vela mamão com esta. (a)
IV.—E acerca do agravo que dizeis que vos he feito
na taxa oavaliaçaá dos alugueres das casas dessa Ci-
dade por ser em perjuiso do nobrecitnento della, eper-
da das fazendas de seus moradores; odito Pero Fernan-
des v0890 procurador me prezontou de VOS5a parte o
instrumento do agravo que disso tirastes, oqual eu

(ai Vid. Faeciculo ó. Doe. 15.


( 47 )

marndarey ver, eproverey no dito caso como for jus-


tiça, oque agora na5 pode ser polia brevidade do
tempo..
V.—A todo ornato de vossa carta naZ ha que rei,
ponder, somente que folguey muito de tal particular-
mente ine dardes conta das guerras do Ydalca5, e do
que delias se segue, ede todas as mais roucas impor-
tantes ao siado dessas partes, e do que vos parecer
que se devia prover nonas, e vos agradeço muito o
cuidado que tivestes de oassi fazer, e vos encomemdo
que sempre ofaçais de tudo o que se offerecer, e vos
parecer meu serviço, porque alem da obrigaça5 que pe-
ca isso temdes me averey por servido de o assi fa-
zerdes.
VL—E da boa ymformaçaZ que me dais de como
Francisco Barreto me sorvio na governança dessas par-
tes, eusei de como Jorge de Mendonça, Capitai; dessa
Cidade, me serve, mceby contentamento. Pero Fernan-
dos a fez em Lisboa a xxiij dias de março 559.—
RAINHA.
(fi. 30 v. )
27.
Juizes, Vereadores, eprocurador, fidalgos, cavalei-
ros, escudeiros, homens boiis e povo da minha Cidade
de Gim. Eu El-Roy vos envio muito saudar. O Saneio
Padre áminha instancia esuplicaçb erigia a See dessa
Cidade em metropolitana earchepiscopal, como vereis
pollo treslede das bulas da dita ereiça5, que envio ao Vi-
so Rey eao Cabido da dita Soe poro se fazer auto da
dita ereiçaii, eser aella presente em meu nome odito
Viso Rey pollo direito que na dita See tenho do padro-
ado ia solido, emamdo que seja em dia que aja pre-
gaçad, aque vós sejais presentes; oque vos quis fa-
zer saber, porque soy quanto com isso avais de fol-
guar, por ser cousa, do que se segue aeresentamento
( 48 )

do
, culto divino, ehonrra enobrecimento dessa cidade,
aque eu em tudo desejo favorecer como ha razão. Jor-
ge da Costa afez em Lisboa a23 de Março de .559.
Manoel da Costa afez eserever.—RAINHA.
fi. 31. v. )

28.
Vreadoree, procurador, eprocuradores dos mesteres
da Cidade de Goa. Es El—Rey vos envio muito saudar.
Ruma das runs porque muyto me desaprouve de na5
1:mearem este ano a este Reino mais de duas nacos das
que dessas partes partirs5, foi por na5 ter cartas vossas
pollo contentamento que com ellas recebo, mas traias& nos-
so Senhor, e verey vossas cartas, eo que nellas me es-
creveia, e sereis respondidos ao que vir ser neceseario
conforme áboa vontade que tenho aessa cidade pollos
serviços dos moradores della, e polia com que sey que
se offerocem ao que vem que convem a meu serviço, de
que sempre terey aquella lembrança que Se reza5; eao
Viso Rey meu muito amado sobrinho podereis requerer
tudo oque vos cumprir, porque elle provem em tudo
mui inteiramente comforme ha boa vontade que sabe
que tenho ás cousa., dessa cidade e moradores della.
Escripta em Lisboa aos catorze dias de março. Manoel
daguiar a fez de Ma—RAINHA.
(fi. 32 )

29.
Vereadores, procurador, e procuradores doe mes-
tres da Cidade de Goa. Eu El—Rei vos envio muito
saudar, Como vos escrevi eu tinha suplicado 80 &net°
Padre que quisesse erigir em Arcebispado essa Sé de
Goa, eproviesse dello a Mestre Gaspar pela confiança
que dello ede suas latiras, virtude, eexporiencia tinha
que governaria esse Arcebispado como convinha aser,.
( 49 )

viço de nosso Senhor ebem das almas dello, oque Sua


Sanctidade ouve por bem, elhe mandou disso passar
suas bulas; eporque odito Arcebispo vai ora para re-
sidir no dito Arcebispado, etenho por certo que com
sua presença recebereis muita consolaçáo, e a terra
muito fiado, vos encomemdo muito que o ajais por
vosso prelado, ecomo 'a tal lhe obedeçais elhe deis to-
do ofavor e ajuda que lhe necessario for e vos reque-
rer pera cumprir cá aobrigaçaá de BOLL cargo, e moi-
te vele agradecerey. Manoel daguiar afez em Lisboa
aos XV dias de março de 1560.—RAINHA.
(ft 32 v. )

30.
Vreadores, procurador, eprocuradores dos mesteres
da Cidade de Goa. Eu El-Rey vos envio muito saudar.
Depois de vos ter escrito as cartas que vereis, estam-
do as naaos pera partir recebi butua carta vossa que
vinha na naao framemga, em que me ciais conta dos
serviços dessa Cidade eda vontade que todos os mo-
radores deita tem pera todas as causas de meu serviço;
oque entendi mais particularmente por Pero dalcaço-
va Carneiro que em vosso nome me offereceo e pressa.
teu aobediencia que sempre essa Cidade teve e guar-
dou a El-Rey meu Senhor e av8, que senda gloria
aja, que vos eu agradeço como he rezaá, erequerem
taá boós desejos, edisso terei a lembrança que silos
merecem para no que com rezaá me requererdes folguar
de vos fazer mercê, e amesma tenho por certo que o
Viso-Rey, meu muito amado sobrinho, tem assy por lho
eu encomemdar quanado daqui foi, como agora em
particular, eque com essa Cidade terá aquela conta
que se requere, elisa pessoas da guovernança eleita fará
aq honrras que silos por suas pessoas e pollos ~-
gime que tem merecem; e que os agravos que em
4
( 50 )

vossa carta mostrara se converta3 em muitos conten-


tamentos, eporque eu oreceberey em me escreverdes
sempre como fruiria aEl-Rey meu senhor e avô, que
caneta gloria aja, as cousas que vos parecerem meu
serviço, vos encomemdo muito que ofaça. assy. E
ao mais de vossa carta nal, ha por agora lugar do
vos responder por 88 rasos estarem pera partir, mas
faloey, prazem& a Deos, para oano que vem. Es-
crita mu Lisboa a 22 de março de 1560.—RAL..
ERA.
11. 33. )
31,
Vreadores, procurador, e procuradores dos mes-
teres da Cidade de Goa. Eu El-Rey vos envio muy-
to saudar. Vi a carta que me escrevestes, em que
•deis particularmente conta dos serviços dos morado.
seu dessa Cidade, que eu folguey muyto de ver, e
resido elles os que saó, na3 posso deixar de ter
delias muita lembrança para em tudo o que tocar
ao bem dessa Cidade e for rasai; folguar de lhe fa-
zer mercê.
II.—Quanto ao que dizeis que os Reis mono an-
tecessores, que sanctit gloria• ajais', franquearaii essa
Cidade dos mantimentos libertarodóa de todo direito,
o á provisaii que me pedia pera que soja franca dos
mantimentos, assy como o foi thogora, Eu mamdey
ao Comede do Redomdo que ora envio por meu Viso
liny dessas partes que vos ouvisse sobre isto, eque
semi° como dizeis, e na5 avemdo alguma reza5 de
musa serviço em contrario, vos concerve em vossa pos-
so, a avemiloa, suspenda aremda deu horracas que
dizeis, o me escreva .0peno parecer
que para eu nisso pre-
ver o que me pare.r, ao dito Viso-Rpy
podereis requerer sdbre isto.
Quanto á provisa3 dá que me pedis vos faça
( 51 )

mercê pera que meus Governadores vos naõ tomem


odinheiro dos orpha3s, Eu provejo na maneira que
lá vereis pollo regimento que pera isso passey.
IV.—Ro que toca á provisão para os casados des-
sa Cidade quamdo estiver de paz poderem ir aCam-
baia buscar mantimentos, podereis requerer ao Viso
Roy, porque eu lhe mamdey dar disso lembrança, e
elle proverá como lhe parecer mais meu serviço.
V.- Quanto ao que me pedis que poeto que os mora-
dores dessa Cidade arrendem' as mudas que fora3 dos
mouras se não pague deltas somente dizimo, por assy ser
mamdado por El-Rey Dom Manoel, meu bisavô, que
sonda gloria aja, quamdo se. essa Cidade tomou aos
mouros, e ouso fazemdas se repartiraõ peitos portu-
gueses; Eu mamdey ao Viso-Rey, que vos ouvisse
sobre imo, e vos proveseo com justiça, por tanto a
elle a podereis requerer, o qual vota fará ta3 intei-
ramente como sabe que eu queria que se adminis-
trasse atodos, e principalmente a essa Cidade polia
obrigação de sous serviços, e assy mesmo ao dito
Viso Bay podeis tombem requerer sobre o que toca
a avaliação das casas, e sobro o dizimo dos fructos
das °ranças, que os moradores .dessa Cidade comprai,'
ha gente da torra, e sobre a parede do muro que
Aleis° de Sousa mamdou fazer athe o tapume da
parede da Ribeira, tapamdo aserventia da porta do
anota Catarina, porque tudo leva em lembrança
pera o prover como lhe parecer justiça e meu ser-
viço.
Quanto ao simdico de que dizeis que essa
Cidade tem muita necessidade polias musas que a-
pontais, e a licença que me pedis posa o terdes, e
lhe poderdes dar ordenado, Eu mundo ao Viso Ray
que se imforme disso, e parecemdo-lhe necessa-
rio aver o dito simdico, vos passe em meu nome pra-
visab pera o terdes, e que seja lettrado como apon-
tam, o lhe dardes em cada hum ano aquelle orde-
( 52 )

nado que lhe parecer e clivoso" assentar.


VII.—Quanto á provisaa que pedis para tudo o
que se der por acordo do povo e dos OfiSciaes da
mesa com assento do porque e para que se deu, com
mamdado doa ditos Officiaes da mesa seja levado
em conta ao thesoureiro dessa Cidade, ao dito Viso
Ray podereis requerer sobre isso, porque eu lhe
nnamdey que o provesse como lhe parecer mais meu

50 V11—Qoaeto ás terças das remdas da Cidade


que o meu procurador requere, e ao que me pedis
vos faça delias mercê poro concerto de muros, pontes,
e fontes que fazeis, Eu ey por bem e matado ao
Viso Rey que as ditas terças as desperndaa nas
ditas cousas por sua ordem cumunicamdo primeiro
comvosco.
IX.—Nas mais °ousas sobre que me escreveis cho-
rei lembrança de prover, e agradeçovos muito as
que me fazeis. Ao Viso Rey enconnendey como sem-
pre faço a todos meus governadores oparticular cui-
dado dos moradores dessa cidade pera que em tudo
o que for remoa folgue de os favorecer e honrrar
como alies merecem, o que tenho por certo que olle
fará, porque entemde o contentamento que disso re-
ceberey. Scripta em Lisboa aos xxv de fevereiro. George
Ferreyra a fez de 1561.—RAINNA.
(ti. 34. )
32.
Juizes, Vreadores, Procurador, e pessoas da guo-
vernança da Cidade de Goa Eu El-Rey vos en-
vio muyto saudar. Eu fiz ora huma ordenaçaa que
lá vereis sobre as fazendas dos defunctos e errem,
daçtn3 delias, per que mamdo que as naa recebaa
nem arrecadem o Provedor' már dos defunctos nem
outros alguns meus afiei») como se athegora fazia,
( 53 )

e que aja nessa Cidade hum thesoureiro e deposita.


rio das ditas fazendas, que bade ser elegido por vós
em Camara de troa em troa anime, pera de sua maS
se aver de trazer ao Reino o dinheiro que se fizer
nae ditas fazendas, eca se aver dentreguar aos er-
deyroe dos defuntos e poemas a que direitamente
pertencer, com outras mais clausulas e deelaraçiiis,
e na forma emaneira que se na dita ordenaçaá coa-
suem, encomemdevos e mamdovos que tenhais espe-
cial
sitario,
cuidado
e quedasoja
eleyçaá
subfieiente
do ditoe tal
thesoureiro
como pera
e dopo
one-
gocio convem, e que em tudo o mais cumpra,s yn-
teirarnentc a dita ordenaça5, por ser cousa que cum-
pre a meu serviço e a boa arrecadaçaii duo ditas
fazendas. Amdre Sardinha a fez em Lisboa a souto
dias de março de 561. Manoel da Costa a fez es-
crever.—RAINHA.
(fi. 35 v.)
33.
Vreadores, procurador, eprocuradores dos mesteres
(:idade de Goa. Eu El-Rey vos envio muito
saudar. Roma das obrigaçáes mui principal que ha
Coroa de meus Reinos e senhorios tem, e a que eu
desejo muito satisfazer, he a conversá° dos infieis
doe terras de minha conquista, e aconservação dos
já convertidoc e por isso especialmente neeeas partes
da India mando fazer muitas e grossas despecas ha
custa de minha fazenda, e procuro prover de per-
lados, e pessoas de muita confiança, e para este in-
tento alem doe Religiosos elite lá amdaá, eiraá sem-
pre com ajuda de nosso Senhor, pera com sua do-
etrina e trabalhos procurarem nab somente que os
ehristaás e naturaee meus Reinos e senhorios viváo
virtuosa oexemplarmente, mas com toda deligeneia
¡coseivel ao tras6 a conhecimento de nossa soneto &e
( 54 )

os que estaá fora deita, pelo qual estes manos can


que prouve a nosso Senhor augmentar mityto onume-
ro dos fiais dessas partos, eespecialmente nessa Ilha
de Goa e nas adjacentas, recebi eu muy singu-
lar prazer e contentamento, e oreceberey cada voa
tanto maior quanto mais for em creeimento a con-
versão, etanto me averei por milhor sorvido de meus
vassallos, quanto mais intensamente souber que fa-
vorecem eajudão este tão grande serviço do nosso
Senhor ebem das almas; " eposto que eu confio des-
sa Cidade que concorrerá nesta obra com oasilo que
se deve, eelle merece, easai como h3 taá principal
em todas esses partes, oproeurará do ser em que•naá
aja nella nem em seus confins nenhuns imfieis, mas
que todos se convertão e recebaá nossa selecta (ee,
todavia ma parece° devorvolo descrever eencomendar,
cremdo que de saberdes por carta minha que las con-
forme ha minha vontade eobrigação, eque do todo o
proapero subcesso desta obra reeeberey mui grande
prazer e contontamento, folgareis do me servir nisso
cá muito cuidado edeligencia; e porque eu desejo que
muy de proposito se entesada neste negocio, e cã mui-
ta eficacia se leve adiante, epera isso escrevo agora
de novo ao Comde do Rodomlo, meu Viso Ray nessas
partes, eao Arcebispo (a) eBispos, epadres da Cone•
panhia de Jesus, e a outros Religiosos, que tratem dos
11113iO3 que pede ave» mais efi3.09, vos encomemdo
que vos ajunteis com elles piora omesmo ofecto, por—
que concorromdo todos em hurna detraminação e mo-
do do proceder, ecessamdo alguns contradiçães que
por isso poderia arar, cornfio em nosso Senhor em trilly.
to breve tempo seja convertida ha nossa saneta ffee
toda essa terra, e que tanto mais será guardada o
favorecida de Does quanto maior cuidado odsligencia

pi:(). Ac=aqu,Ar%bi,:c , vem traoscri.


55 )

ao ptuer em que sua lej, seja asila recebida, eceabe-


ido venerado oseu soneto nome, oque espero vós e
0.1 vereadores que depois de vós forem favoreção e
ajudem quanto for possivel, o para que aja lembrança
disso se trasladará esta carta no Livro da Camara
slessa Cidade, eo escrivão deita terá cuidado que to-
delas vozes que de novo se elegerem vroadores lhe no-
tificar em Camara, efazer assento da notificação deita.
Esoipta de Lisboa aonze de março de 1562 annos.—
RAINHA.
(á. 36 ).

34.
Vreadotes, procurador, e procuradores dos mesteres
da Cidade de Goa. Eu El-Rey vos envio muyto saudar.
Francisco Barreto, meu Guovernador que foi nesses
partes, mo disse avontade com que os moradores casados
dessa Cidade folgavão de me servir, equoão prestes e
aparelhados os sempre vira eachara pera as coimas quê
se offerocerão de rneu serviço, equanta rezaã eta em ter
conta com silos e seus serviços, efazer-lhes por isso
merca, aveludo aisso respeito, e para que tom milhor
vontade folguem ao diante de me servir, epor vos fazer
merca Ey por bem eme praz que em cada hum dos
annos que despachar as comas dessas partos, despachar
por vossas informaçãis eavossos requerimentos athe
des homens casados emoradores nessa Cidade condor-
me as &idades de suas Pessoas eaos serviços que me
tiverem feito, pollo que me apontareis cedrino athe os di-
tos doe homens somente casados emoradores nessa Ci-
dade, eamerca que acada hum &fies caberá, asaber,
se feirarias escrevaninhas, ou capitanias de viagens; e
ma enviareis ainformação de sou serviços justificada
peito meu Viso Rey e governador, porque sem leso lhe
não será dado credito algum pers. OB despachar como
me parecer mais meu serviço, pollo que deveis estimar
( 56 )

muyto esta meros, eavontade dom que vela faço, etra-


balhardes de amerecerdes e servirdes, que com reato
folgue de vos fazer outras maiores. Escrita em Lisboa
aonze de março. Gauriel Viegas afez de 1562.—RA-
INHA.

(fl. 40. )

35.
Vereadores, Procuradores, e Procuradores dos mes-
teres da Cidade de Goa. Eu El-Rey voe envio muito sau-
dar. Vi a carta que me escrevestes, e hes lembranças
que nella me fazeis sobre a armada de Baçora, e
a necessidade que ha de mandar acudir aisso com o
reinadio que convem, as quaes folgey de ver, e vos
agradeço avontade com que sey que mas fazeis, que
he aquella com que os moradores dessa Cidade sempre
folgarão de me servir.
Eu provejo nisso na maneira que meparece que coa-
vem, eao Comada Viso Rei escrevo que os cargos que
vagarem proveja por abolida& e serviços como apor,
tais.
II.—Quanto ao que me pedis que mande que es go-
vernadores não tomem dinheiro algum dos orphaiis por
mais necessidades que abi aja, nem entemda no dar
deite, eodeixe dar aos juizes dos orphaás comforme
seu regimento:
III.—E que mande que a cava dessa Cidade estè
sempre limpa e despejada, eque nunca se afore nem
dé apessoa alguma, nem se faça cousa que petjudique
ha forteficação da Cidade:
IV.—E que os Governadores vos alo quebrem ord.,
naçaS alguma ou previlegio do regimento da Ci-
dade:
V.—E que vos dum licença pera os moradores doma
( 57 )

Cidade irem buscar mantimentos a- todos os portos, a-


inda que seja aCambaia sem embargo da defesa:
VI—Que mande que os Vereadores. dessa Cidade
nem os governadores dom chãs, nem ruas, nem serventias
do muros„ nem cavas nem outra cousa alguma que fa-
ça perjuizo ha Ertific4a3 da Cidade:
VIL -Que as remdas das boticas dos mantimentos,
do beire, ortança, e coimas de fruta se arrecadem
peru mim na forma e maneira que se arrecadarão
quamdo se essa Cidade ganhou aos mouros, rosalvando
as coimas de que tenho feito merco a essa Cidade:
VIM—Que os moedeiros que nessa Cidade lavrão
moeda douro eprata não levem ao povo mais do que le-
vaS os moedeiros desta Cidade de Lisboa, efaçari moe-
da meada como lhe foi mandado por o Governador:
IX.—Que as COMM9 esentenças que forem dadas
em Camara que msa Cidade tem por bem de sua al-
çada, os Guovernadores rolas não possab quebrar nem
revoguar, eoque for feito em contrario seja nulo:
X.—Que em Camara possais eleger hum lettrado
apto e subficiente, aque possais dar trinta ou coreu-
ta mil reis dordenado cada anuo, que tenha cuidado
de suster os previlegios da Cidade, eacudir pelo po-
vo, eque odito ordenado se leve em conta aos the-
soureiros, e que o dito lettrado goze dos previlegios
que tem os cidadiiis da Cidade:
Eu escrevo ao Comde Viso Rey que tomo de tudo
isto que apontaes e pedis informaça5, e proveja nisso
como lhe parecer. meu serviço, tem& reei:dto aos
serviços dos moradores dessa Cidade, eareato que
ha pera elle dever receber de mim mercês e favor,
porque não me pude resolver de ca.
XI.- Quanto ademanda que omeu procurador traz
convosco sobre as terças, eu ouve por bem o anno
passado, COMO tereis visto, que cilas se guastaamm por
ordem eparecer do meu Viso Rey nas festim, pontes,
calçadas, enaquelas musas pora que ato aplicadas, q
( 58 )

pbr isso ato ha açerca disso mais que dizer.


XII.—Quanto ao que dizeis que essa Cidade tem no-
vamente por previlegio que possa dar emfatiota to—
dos os abade, baldios, erossios para aproveitar cone
acordo em Camara -ecom foro se eumptir pera aCi-
dade, eque já dantes no tempo atras passado a dita
Cidade deu muitos chato a muytos moradores para
aproveitarem, os quaes tem aproveitado eennobrecido
ha sua custa, aao que me pedis que mande . pas-
sar previsão per que aja por boas as ditas dadas, e
os meus Governadores as nab possais quebrar nem im-
pedir, posto que digad que aão das fancaria. Eu es-
crevo emando ao Comde Viso Ray que vos sostante no
dito previlegio, esais vá contra sue, e voa deixe del-
lo usar.
XIII.—Quanto ao que me pedis que mande aos meus
guovornadores que vos não quebrem o previlegio qtte
tomba comfirmado por mim peru as colmas dalmotaça-
ria se detreininarem em rumara som mais appelagllo
nem agravo, eu ouve por bem e escrevo eencomemdo
ao Comde Viso Rey que assy o faça.
XIV.—Assi mesmo escrevo e encomeindo ao dito
Corada Viso Rey que as sentenças que forem dadas em
Camara, como dizeis tonados por bem de vossa alçada,
as nau quebre nem revogue como pedis.
XV.—Quanto ao que pedis aja por bem que nenhum
julgador, asai ouvidor geral como provedor mór dos
defuntos, Juiz dos meus feitos, eda Cidade, sais possa,'
fazer audiencias em suas casas, como fazem, senao na ca-
ea publica da Cidade que peru isso tem, ou em outra
lugar publico, efazendo econtrario nab vençais orde-
nado, eu ouve por bem emando ao Comdo Vise Itoy
que usei ofaça notaficar, cumprir, oguardar.
XVI.—Quanto ao que dizeis que o Viso Rey Dom
Constantino mamdou faz< ra casa da Alfandegs no eu, s
principal dessa Cidade ao longo do almazern, em que
tomos alguma cousa do dito case, e mama. poer oca
( 59 )

pregoas" acasa da Alfandega velha, que est4 no terrei-


ro dos mantimentos, que he o terceiro caos, e que por
lhe pedirdes que o naá fizesse pela necessidade que o
dito terreyro tem do dito chaá sobresteve nisso, oque
por quanto ochaá em que se adita casa foz pertence e
he aecessario ao dito terrreyro, lite pedis mandasse que
se vos désse, ese for caso que fosse jd vemdido, a tal
vemda seja nenhuma, eu encomemdo emamdo ao Com-
de Viso Roy que tome conhecimento disso, evos faça
justiça; por tanto a elle podereis requerer.
XVIL—Quanto ao que mo pedis que mama° na me-
sa da Camara dessa Cidade naá entre official algum
nem mister cristaá novo, pareceuu boa a lembrança
que me nisso fazeis, mas parecem)s bem naá dever
posar provisaá disso pelo °emundai° que se disso se-
guiria, eporem escrevo ao Comde Viso Rey que asy
o faça cumprir eguardar, evós deveis ter tento, eres-
guardo para que se nab eleja nom admita en) cargo se-
melhante pessoa alguma da dita naçaá.
XVIII.—Quanto ao que me pedis que aja por bem
que toda apessoa que falecer nessas partos possa es-
colher testamenteiro aque deixe sua fazenda para a
mamdar aseus erdeyros, pollo regimento que oano
pasado se fez acerca dos defunctos provi nisso como lá
tereis visto. Escrita em Lisboa acatorze de março de
mil quinhentos ...ata edoas.
XIX.—E sobre as cousas da almotassaria edada
dos officios, edo Code omais que toca aos provilegios
ejurdiçaá da Cydade, escrevo ao Corado Viso Ray
que em todo vos guardo efaça inteiramente guardar
os ditos previlegies.—RAINHA.
(fl. 37. )

36.
Vreadores, procurador. e procuradores dos misteres
da Cidade 5h Goa. Eu El-Rey vos envio muyto anu-
( 60 )

dar. Vy a carta que me escrevestes, e as lembranças


que me fazeis acerca do muyto que os Turquos de Ba-
çorá reá crescendo em formas epoder, eamuita fal-
ta que nesse Estado avia darmada, mudo acousa
mais ymportante dele, eque com acheguada do Com-
de Viso Rey,. com oqual se essa terra toda alegrou,
terial estas coesas oremedio que lhes convem.
II.—Assy mesmo me lembrais o grande inconveni-
ente que he passarem os gastos edespesas desse Esta-
do polo remdymento dele, apontamdo o averenm tirar
alguls despes., eeseuzarse mais lettrados que oOuvi-
dor geral, Provedor mor dos defunctoh, eProcurador
dos meus feitos, eagradeçovoa muito ocuidado que ti-
vestes de me fazer as ditas lembranças, etodas »mais
apontadas em vossa carta, as quais eu recebo el oa-
mor ezelle com que my que vos moveis amas fazer, que
he aquelle que de tal bola e leses vassalea se pode e
deve esperar. Eu proverey nelas como me parecer mais
meu serviço.
III.—Quanto ao que toca has orfIs, este ano mam-
dey que nal fossem alguàs, eescrevo ao Comde Viso
Rey que se imforme das dessas partes, e procure por
casar aquelas que tiverem partes, calidades, emereci-
mentos peru isso, tensdo respeito arujas filhas foral, e
soe serviços de seus pais.
IV.—Assy mesmo escrevo eencomemdo ao Arcebis-
po de Goa sobre omodo que se tem no fazer da Chris-
tande, pera que seja aquelle que convem aserviço de
Nosso Senhor.
V.—Quanto ás duvidas que dizeis que se vos movem
acerca dos previlegios de que vos fiz merco, eas que
tocais', has musas da ahnotassaria, dadas de offycios
dente o,Ouvidor dessa Cidade, ealçada que lá tem,
que dizeis que se vos nal guardai', nal pude cá nisso
prover; podelmis requerer 80 Comde Viso Rey, porque
elle vos guardará em tudo mui inteiramente justiça.
VI.—Sobre outras cousas ' ,poetadas em vozes cede
( )

vos respomdi o ano passado o que tereis visto, epor


tanto nesta na6 ha mais que vos dizer senaS que de
vossos serviços recebo muitos contentamentos, e que
sempre ey de ter a lembrança que eles merecem.
VIL—Em outra carta vossa me dizeis o gramde
crecimento em que Mai, nessa Cidade os mantimentos
por causa da moeda de prata ecobre, que se nella la-
vra, ser de muito menos peso da que fez oViso Rey
Dom Momo, pedimdome maSdasse que amoeda que
se ora lavra se fizesse da ley e peso que era aque
ma6dou fazer odito Viso Rey. Eu escrevo ao Conade
Viso Rey que entemda nisso, e proveja como lhe pa-
recer bom comum emeu serviço; epor tanto a ele o
podereis requerer; efolguarey de sempre me escrever-
des, como fazeis, omais que vos parecer meu serviço.
Escrita em Lisboa a quattro de Março de 563.-0
CARDEAL IFFARTE.
(fol. 42 ).

37.
Vreadores eprocurador eprocuradores dos misteres
da Cidade de Goa. Es El-Rey vos emvio muito sau-
dar. Eu chamey aCortes nesta Cidade de Lisboa os
tres Estados destes Reinos, pera nelas ao tratarem
cousas de muito meu serviço, ebem dos ditos Reinos,
eno dia do auto das ditas Cortes, que foi a doze dias
do mez de dezembro passado, deixou aRainha minha
Senhora eavó oregimento e guoverno dos ditos Rei-
nos, por na6 poder com sua conciencia, epor sua in-
disposiçad teto por mais tempo, polo que com pare-
cer evontade de S. A. foi recebido per os ditos tres
Estado por Regador eGovernador destes Reinos ese-
nhorios athe eu ser de idade de catorze arames oCardeal
Iffapte meu tio, oqual pollo muy grande amor que me
tem, epeito muito que sempre desejou e procurou o
bem destes Reynos, quis aeeptar servirme nisso pedis,
( 62 )

do a Rainha minha. Senhora eavó ficasse c3 atitoria


ecuradoria de minha pessoa, ecom o cuidado de mi-
nha criaça3, casa, eserviço, oque S. A. pelo grande
amor que mo tem aceptou, de que eu recoby o con-
tentamento que he rezalt, eaoa vinte e troe dias do
dito meu de Dezembro me fez odito Cardeal Iffanto
juramento comlorme adireito polla dita guovernança
regimento, aqual lhe eu entreguey na forma acusou-
mada semdo presentes os tre4 Estados destes Roynos,
de que se fizera3 os autos necesaarios, epor eata me-
teria ser da calidade que lis, me.pareceo vos dever dar
conta della, pera saberdes o que nisso passa. Escripta
em Lisboa aseis dias do meu de março. Graviel
gas afez de 1563.-0 CARDEAL IFFANTE.

((1, 41. )

38.
Vreadores, Juizes, procurador, e procuradores dos
misteres da Cidade de Goa. Eu El-Rey vos envio
muito saudar- Vy acarta que me escreveetes equan-
to aos previlegios que tem, ede que usa a Cidade de
Lisboa, de que me pedis vos faça merc., por que nail
achaes acarta que della:, dizeis que vos passou El-Ray
Dom Manoel meu Bisavô, que caneta gloria aja, e as
rez3es que pesa isso me apontais dos serviços dos
moradores dessa Cidade, na3 me posso eu esquecer
delles semdo os rine sal, para em tudo o- que for re-
za5 folguar de lhe fazer mereci mas nisto por agora
alio ouve lugar por que se requere ver-se acarta de
que fazeis mença3, aqual deveis de buscar, ecomo a
achardes ma enviareis, eeu proverey nisso como me
bem parecer.
IL—Quanto ao agravo que dizeis vos ser feito na
sentença que contra vós se deu, per que obrigara3 aos
moradores dessa Cidade que arremdasom suas orlas a
( 63.

pagarem de dez hum, de que tirastes carta testeniu-


»have!, deveis de requerer nisso ao meu Viso Ray,
por que por se cá nal', poder bem detreminar esta nata
teria, Eu lhe mamdey que vos ouvisse nella efluem
nisso oque lhe parecer justiça, e asy no que toca La
laginuis que dizeis que os oficiara dalfandega levak,
oqual proverá em tudo como lhe parecer meu serviço.
ill—NaR me pude resolver acerca daver por boa a
determinação, que Comde Viso Rey dizeis que tomou,
sobre se aver de lavrar amoeda de cobre asy como
ae lavrava no tempo do Viso Rey Dom Affonço, por
loaa ter pelas cartas do dito Corada Viso Rey alguma
informação disto, mas mamdey aqui dar eni lembrança
a9 Viso Rey esta meteria, para que depois de cheguar
ha Irodia a ver, eparecomdo-lhe que oassento que se
nella tomou he oque convem, efaça cumprir eguar-
dar.
IV.—Tambenklhe mamdey dar em lembrança oque
apontais acerca de se dever fazer hum Baluarte na
ponta, que se chama de Guaspar Dias, e repairar a
fortalesa do Vaso seco; eeRe proverá em tudo como lhe
parecer meu serviço.
V.—Ouve por escusado tomar os doze filhos de Ci-
dadães da manara que pedis, por que quamdo alguns
delire tyverern taes serviços, per que lhes deva fazer
seca morre, eu lhos tornarey, e folgarey de lhes fazer
nisso merco, asy como costumo fazer haquelles que me
servem.
VI-0 filhamento de Duarte Guarcia, Escrivão da
Camara dessa Cidade, na5 pode por agora ser; ou te-
roy lembrança do que me nisso dizeis opedis.
VIL—Quanto ao escamdalo que dizeis que se rece-
be em oArcebispo naã dar ordens zonal has pessoas
que se ordenaã pura clerigos, em que me pedis que pro-
veja, ouves por escusado, por que oArcebispo faz bera
sou oficie, eoque deve ao serviço de Nosso Senhor, a
nesta parte cumpre com sua obriguaçaã.
( 64 )

VIII.—Quanto ao que toca ao fazer das eleyçdis,


polias ordenaçtiis está provido aordem que ia deve
ter, e essa ey por bem que se guarde. Ao que pedis
acerca dos Escrivã. da Camara estarem cl o meu
Viso Rey e Governador ha apuração das ditas eley-
çá., Ey por escusado, por que quamdo cumprir tomar
deite algumas imformaçdis odito Viso Rey o marndará
chamar.
IR.—Quanto lia causa que Afronto Dalbuquerque
tras sobre 80 averem de vemder ao propriedades da a.
pela que seis pay institui°, em que me pedis que nab
consinta que se proceda, não posso eu impedir a cada
hum requerer sua justiça no que lhe parecer que a
tiver. (a)
X.--A lembrança que me fazeis sobre oque toca ao
provimento da guovornança dessas partes vos agradeço
muito, eomais que nisso me apostais que me pareceu
bem, epor over Ores olmos que me oCorado Viso Rey
serve nessas partes, eparecer resto vir desemaçar, 'talu-
do por meu Viso Rey a ellas Dom Anta.3 de Noronha
do meu Concelho, em que concorrem as partes eca-
lidadas que se para semelhdte cargo requerem, e do
qual comfio que em tudo me servirá comforme ha boa
edita que sempre de sy me deu, eaom que oeu te-
nho, ede maneyra que me aja et deite por muyto
bem servido, oqual em tudo hado folguar de olhar
polias cousas dessa Cidade, e de a favorecer nonas
como ha resto, ecomo sabe que eu quero quo oelle
faça.
XL—Muito folguey da ver o que me apontais so-
bre os muytos e immensos ordenados de offieios que
nossas partes ha, que quasi consumem a maior par-
te das reMatla que lá tenho; Eu provejo nisso como

230:7
21A C.ednenedeide de dffeneo do .428.2..-q.. Tom. 4: sag.
65 )

me pareceu, a ao diante oirei sempre prordnedo como.


tal materia requere.
X11.-0 que me lembrais sabre oprovimento dos
mantimentos neeessarios aos meus almazens, e sobre
ee devassar dos lettrados que nessas partes me ser.
vem, vos agradeço. Eu provejo em ambas estas coa-
eu como me pareceu que convinha a meu serviço.
XIII.—Quanto ao que me pedis que a Cidade isto
em sua posse em os cargos de Juizes doa orphaSs
deita amdarem em Cidadãos, enab em letrados. pe-
ru oque dais algumas restes, podelas—eis apresentar
au Viso Rey Dom Antão, a quem o mamdey dar em
lembrança, eelle proverá nãso como achar que hs
melhor.
XIV.-0 que mo pedis que não remeta ameus go.
varnadores as cousas dessa Cidade, e cá as detectei-
,as como me pare.r, na5 pode ser por nat ter dellas
taã inteira imformação como se requere, esemdo al-
ies os que escolho para geovernarem esse Estado, nal
poderab deixar de vos fazer nellas justiça, e dar to-
do bom despacho que for justo earrazoado.
XV.—Ouve por escusado por algude rendes o que
pedis de nasi calcarem na Cansara os Capitães dona
Cidade.
XVI.—Eu vos escrevi como sabeis que avemdo
respeito aos serviços que os moradares dessa Cidade
me tinhall feitos efaziad, oa reze6 que avia pora por
clivo lhes fime» merca, avia por bem de em cada hum
dos annos que despachasse as musas dessas partes, dos.
pachar por vossno inaformaçãis dos pessoas de serviço,
casados emoradores nolla, como mais particularmente
temdes visto, oque folgava de fazer com tos3 boa voo.
tade, como he aque tenho aos moradores des. Cidade,
de cujos serviços serey sempre lembrado. E por verdade
da dita carta me nom..os por hu4 vossa is ditas
dee pessoas e os cargos, que a cada hum cabia, o
( 66 )

despoje disso se me offerecerall muitos inconvitientes


que da dita concessaá se poderiaá seguir, e que era
dar mataria a muitos :reboa:noa, e outras comas mal
feitas, eseria de muy grande perjuizo a meu serviço
fazerem por ella obra, nem admitir eu e querer que
daqui em diante se tenha eguarde aordem que na dita
carta dava, por folgar de fazer Morra aessa Cidade e
merca aos Cidadiiis della, pois se disso seguia mui gram.
de perjuizo ameu serviço; pealo que me pareeeo não
dever fazer merca aos cidadáis dessa cidade por esta
via de elecçaá C 1200108.Ç8á, se IML 8 cada hum deliras em
particular que o merecer mamdamdo ma requerer na
forma que todos cuatumaá: muito vos emeomemde que
emaia que em tudo folgarey de fazer merca aos ditos
Cidadáis em «os requerimentos edespacho, e IlãO »Ili—
do por esta vis. Escrita em Lisboa adez de março de
1564-0 CARDEAL/ IFEAETE,
(9. 43. v. )

39.
Vreadores, Procurador, e procuradores dm mesteres
da Cidade de Goa. Eu EIRei vos envio muito saudar.
Receby quatro cartas vomas, evi todas as lernbramçm
que mulas me fizestes, as quais vos tenho muito em
serviço, Eu proverey nellas come me parecer que sor—
vem. E quanto aos serviços dos moradores dessa Ci-
dade eu são dellos bem lembrado, enas musas que lhe
tocaS folgo s'ompre de fazer amerco que he remá, e
enes requerem.
11.—E quanto ms inconvenientes que apontais Be
neguem da moeda de prata e cobre, que se lavra
hena Cidade ser de menos ley e peno e valia do que
corre aque vem de fora, e ao que nisso me pedis, e,.
merco° emanado ao %O Rey Dom Antal/ que veja
esta mataria, o • prat!ug, e' me 080,88 o que lhe
pmecer peraconforme aisso prover o que ou-
( 67 )

Ter por meu serviço; tereis cuidado de lho lembrar.


Ill.—Quanto ao que me pedis que concede nova—
mente aessa Cidade as honras, preeminencias, liber-
dades, eregimentos da Cidade de Lisboa, aveludo res-
peito aos serviços emerecymentos dela; Eu tenho dei-
tou muita lembrança, eo contentamento que be rezlio, e
eles merecem: conforme a IMBO me leMbrarey do que
acerca disto me pedis.
IV.--0 que apontais de se, deverem dajuntar nessa
Cidade os Procuradores das Cidades dessas partes pe-
ra praticarem o que cumprir ao beto das cousas delias,
me parece escusado, porque, quamdo vos parecer de-
verdes me lembrar algumas musas em geral o fareis
como custumais, e senado particulares as apontarei,
tambem.
V.—Desaprouveme de se nall efectuar athegora
que dizeis que El—Rey meu Senhor eavô, que sanem
gloria aja, mamdou ao Viso Rey Dom Affonso acer-
ca dos forais e tombos odes recados que fossem em
prejuizo do povo: Eu escrevo e mando ao Viso Rey
Dom Anta3 que elle veja isto com o Arcebispo dessa
Cidade emais pessoas que lhe parecer, e proveja nis-
so conforme ao que assentar ser serviço de nosso Se-
ller emeu e bem do povo. Escrita em Almeyrim aos
23 dias de fevereiro. Gabriel Viegas afez de 565.-
0 CARDEAL IFFARTE.
(fl. 46 o-)

40.
Vreaclores, Juizes, Procurador, e procuradores doe
misteres da Cidade de Doa. Eu EIRey vos envio mui-
to saudar. O anuo passado não tive cartas vossas, o
que cr.o seria por virem nas nanes que na3,pasara3,
de que me desaprouve muito, porque folgara de en-
temder por ellas o estado das comas dessas partes, de
pie sempre 010 dais particularmente conta: trara nau-
( 68 )

SO Senhor as Dee0S, everey vossas carta" o provorey


no que me parecer meu serviço.
II- —Eu mamdey ao VisoRey Dom Anta,' que da mi-
nha parte vos falasse e dissesse ogosto econtentamento
que levaria emfaxerdes algalia gualees, o terdelas pesa
teu e concertadas para servirem quamdo a necessida-
de orequeresse, e que comfiava que por isto ser cousa
que tanto cumpre ha defensão desse Estado, e comer-
vaça5 deus, folgariois de o efectuar, e de me servir
nisso com aquellas vontades que sempre em vós et>
nhacy para cousas semelhantes, osegurado ontemdy
por cartas do dito VisoRey ano rospondesteis a ismer;
ocalor eoferto que de vós esperava, que eu ostranhey
muito de vós, por qua5 mal responde isto he openiao
em que sempre tive os cidaddis e moradores dos»
Cidade, eas mercas que folguey fazer sempre ha Ci-
dade no que me requere°, eporque parece que na6 ti.-
vo3tes nisso as consideraçais, que se requeliaa, voo
ancomemdo muyto que se irada nad tonados efectuado
o que vos oVisoRey de minha parto disse, oqueiram
logo dar ha execução, pois a obra em sy Ire te") co-
cessaria eprovoytosa ao bom desse Estado, cuja ca-
bessa essa Cidade ho, epois o VisoRey por reca6
delia nao quis valersse da Cidade , -or via demproati-
mo, nem pedir lhe ajuda pera a fortalece do passo se-
co eoutras obras importantes que se fasem, que redum-
dali em benuflIcio da mesma Cidado; e que vos muito
agradocerey. Pantalie5 Robello afez em Lisboa a sok
dias do mes de março de 566.-0 CARDEAL Ilf•
EAETE.
(9. 47 v. )

41.
Vreadoros, Juizes, Procurador, e procuradores dos
misteres da Cidade de Goa. Eu EIRey voa envio mui-
to saudar. Este anuo ima tive cartas vossas, de que
( 69 )

me desaprouve, o que creu que seria por virem nas


lume que noa pasaaraó: traias ha nosso Senhor, eao-
rey vossas cartas, e pera o mano voa respomderey a
ellaa. Sempre folgarey que me escrevais o que vos
parecer meu serviço. Escrita em Lisboa a sette de
março do 567.-0 CARDEAL IFFARTE.
(fl. 48 v. )

42.
Vreadoro. o Procuradores (aio) da Cidade de Goa
proeurulores dos misteres IAM. Eu El Roy vos en-
vio muito saudar. Vi a carta que me 69CCOVO0t08,
talo oque me n,Ila lembrais eapontais que sey pro•
cede do zoilo eamor quo temdea ás musas ao meu
serviço, ao bom oconservaçaa desse Eatado, e vala
agradeço muito. Eu proverey nisso como mo parecer
mds men serviço.
Il.—Dos serviços dos moradores dessa Cidado aaa
ou muito lembrado, e do que so lhes por ollos deve, e
no que for rema folgam), sempre do lhes fazer merco,
porque tombem eomfio que folgaraõ alies de me servir
remo o sempre fizeram, maiormente nas gallecs em
que vos de minha parte foliou oViso Rey Dom
Autuo, e sobre que vos escrevi, pollo que vos cuco-
1110n1d0 tple pois vede° quanto esta obra importa ao
bem desse Stado, eque as outras Cidades dessas par-
tos folgaraa de me servir, nao fiqueis vos fora desta
tua devida obra, olanhais celta aprincipal parte como
sempre vos coube de todas as de meu serviço, ecomo
eu tenho por certo, eque mo escrevais oque nisso fi—
zerdes.
HL—Muito folguey de me dizerdes que o Viso Rey
com os Desembargadores vio os alvarás e previlegios
dessa Cidade, per que ouve por bem que gozasse doa
que goza aCidade de Lisboa, edetrominar que em tu-
do ao guardassem ecumprissem. E quanto ao que me
( 70 )

pedis que vos mamde dar o~lado dos Regimentos °


ordenanças que aCidade de Lisboa tem, Eu vos mam-
dey dar os que me por vossa parte foral pedidos pera
deles poderdes usar comforme ha determinaçan que
dizeis se nisso tomou, oaos alvarás eprovisáis que vos
tenho passado.
1V.—Quanto aDuarte Guarda cd merco que se lhe
fez por casar com Ilena(1)Pereira filha de Antonio Perei-
ra, eu ouve por bem avemdo respeito ao que me dizeis
de fazer merca ao dito Duarte Guarda do officio de Juiz
lalfandega dessa Cidade de aos por tempo de troa annos.
V.—Quanto ao de que vos queixais que oViso-Rey
Dom Anta.3 tirou algum doa officiais que hia5 nos
Roia das elecOes emetro outros, eem que me pedis
que proveja polias rezbis que apontais, eu mesclo a
Dom Luis dataide, que ora envio por meu VisoRey
aessas partes, que veja isto, e faça oque lhe pare-
cer mais meu serviço, lembrando-se dos incovenientes
que apontais, etemdo cd msa Cidade aconta que he
rem3; muito vos encomemdo que lhe lembreis oquo
vos parecer meu serviço, eoquo convem pera me el-
le melhor poder servir, porque eu lhe mamdey que com
as comas dessa Cidade tivesse sempre aconta quo ho
rmaó, e folgarei de me escreverdes sempre oque vos
parecer meu serviço. Escrita em Lisboa a 14 de Fe-
vereiro. Pantallaõ Rebello afez do 1968,—REY.

(fi. 49. )

43.
Vreadores eprocuradores (Cio) da Cidade do Goa e
procuradores dos misteres delta. Eu El-Roy vos envio
muyto saudar. Com acarta que me escrevestes elem-

122.1 Itko.• dia o regieto, que som devida deve ser El,.
( 71 )

branças que nella me fazeis recebi muito contentamen-


to por me parecerem de muito meu serviço, econside-
radas eapresentadas por vos com a prudencia e zello
que se requere esempre tivestes de °ousas que a elle
tocavafi, conservaçafi eaugmento desse Stado.
II.—E das comas naS socederem ~gora ts.3 prospe-
ramente como nos tempos passados me desapraz muy-
to. Eu provejo em tudo como me parece que convem a
meu serviço, e por nmy certo tenho que oViso Rey
Dom Luis, que oasno passado enviey a essas partes
pera me nellas servir, terá de tudo tal particular
cuidado como he aconfiança que deite tenho.
IIL—A vontade com que folgastes de me servir no
emprestimo que se vos de minha parte pediu, vos agra-
deço muito. Eu escrevo ao Viso Rey elhe encometndo
trabalhe pollo paguar o mais brevemente que for pos-
sive!.
IV.—As lembranças que me fazeis acerca dos provi-
mentos que km fasia5 em tempos passados em que orem-
dimento desse Estado nal: montava adecima parte do
que agora rernde, eafalta que agora ha de tudo, per-
joiso que se disso segue, e gramdes excessos que ha
nos guastos dos fidalgos epessoas que me servem, foi-
guey muito do ver, e assy o que me apontais sobre
os bases que os Viso Reis dam em madeira das terras
de Damaii. Eu provejo nisso como mo parece meu ser-

Quanto ao agravo que dizeis que recebeis em


marndar que os corenta edoas pardaos douro que se
pagavab de direitos de cada cavallo, fossem douro re-
dondos de sarretagero: E,, escreve ao Viso Rey elhe
mamdo que vos ouça ecom lettrados que pera isso a•
junte odetremine efaça justiça; por isso a elle opo—
deis requerer.
VI—Quanto alembrai,s que me foceis sobre odosem-
paro de muitas orffias que dizeis que ha nessa Cida-
de, ecasa de Recolhimento pera ellas que apontais, por
( 72 )

serem filhas de passoas de serviço e merecimento nessas


partes; eu escrevo ao Viso Rey que veja o que se po-
de fazer quanto & casa, e entretanto lhe encomemda
muyto oamparo ecuidado destas molberes, o qual te-
nho por certo elle terá, ecom sua informaçaá proverey
como vir que cumpre e he neeessario.
VII —Quanto ádemamda que omeu procurador voz
move dizemdo que os moradores devem paguar venda-
jem das novidades que ventdem polle miudo, eu escre-
vo emamilo ao Viso Rey que faze nisso justiça, eas•
sy liso encomemdo que acabe aobra do passo seco,
assy aque se hado fazer no palmar de Gaspar Dias,
por isso aelle opodeis lembrar.
VIII—Ouve prazer da eleiç,ão de Dom Joam Con-
tinha que fizestes pera mandar servirodo por Capitab
mar dessa costa polia boa imformação que della esua
pessoa tenho.
IX.— Quanto ao agravo que dizeis que recebestes do
Viso Rey em voe lutá dar olugar nas porciçáie que voa
he devido, eoque eu dou áCidade de Lisboa; eu es-
crevo sobre isto ao Viso Rey, elhe encomenalo que vos
'tem olugar conveniente ecustumado, erecebais dei-
to todo 1.'2 tratamento.
X.— Quanto ás cartas que eu escrever aos Viso Reic
em favor dessa Cidade que me pedis velas envie para
lhas dardes e requererdes cá alias voes., despachos,
rit oey por bem, assy se fará daqui em diante.
XL—Recebi contentamento da boa imformaçaá que
me riais de Balthazar Guedes de Sousa Capital dessa
Cidade. Eu terey lembrança deito e de seus serviços.
Escrita em Almeirim a 16 de Março de 569—REV.

(fi. 50. )

44.
Ouvidor, Juiz, Vreadores, e procurador da Cidade
( 73 )

do Goa. Eu El-Rey vos envio muito saudar. Quanto


mais conhecimento vou tendo das cousa do guoverno
de meus Reinos tanto entemdo que he mais neeessa-
rio pesa dos (alem do rec urso que em tudo a devo
ter aNOSSO Senhor) fazer Lambem muita conta das
lembranças o avisos de meus vassalas, principalmente
imanado 085 tais ode tanta comfiança; por tanto vos
agradecerey muito avizardesme particularmente de tu-
do oque vos parecer necessario assy para concervaa-
sfr5 oaugmento da Christandade, econquista das ter-
ras dos imfieis dosso Estado, que he aprimeira eprin-
cipal obrigaçaô dos Ideia destoo Regas, como tombem
para que soja guardada inteilz ,ente justiça has par-
tes iluda que gentios o mous., e se lhes na3 faça
pollos mas officiaes nem por outra pessoa do qual-
quer calidado que seja agravo nein vexaçait alguma,
oem especial aos soldados, r.sbig., echristaiis da tor-
ra de que detremino ter pm iieular cuidado. E porque
alem da obrigaça que tabu de prover como devo
nas cousas da Religiab Christaii, e ao justiça, desejv
tabbem muito do pôr em ordem areforrnaçaõ dos cus-
tamos, erestituir os antigos que ouve nessa partes da
Iludia, com que se ella ganhou, ea quo eu sou muito
afeiçoado, vos agradocerey acreverdame os meios que
se vos offerecorem pera estas cousas atarem effeyto.
iinda que sejab comtrarios ao proveito de minha fa-
senda, por que nenhuma tenho por toá certa como tor
sai; esforçados eleses vassallos, como sal3 eforal,' a.-
pre a portugueses. E porque me soá feitas algumas
lembranças que larguarndo eu livremente a todos o
trato das especiarias, emais cousa defesas, e pomdo-
lho os dereytos que se possa3 soffrer, seria bom meyo
para todos assy os dessas parta como destas serem
rias epodorosos para as defemderem milhar, vos agro-
deeerey lambem escreverdesme sobre este vosso pare-
cer, eas rezóis que ha per humo parto eoutra, porque
aimda quo seja com algum detrimento do minha fa-
( 74 )

senda, folgarey muito de ajudar e favorecer meus


vaasallos em tudo, ede lhes tirar as oecasibos de pode-
rem ofemder a Deos, e a mim principalmente; orde-
nando. isto de maneira que se acredite o esforço e
cavalaria ta3 necessaria para aconquista de taltes Rei-
nos e Estados dessas partes, em que sou obrigado a
plantar afé; ese desacredite a mercadoria que sós,
aeressentar acobiça e deminuir oprimor. Eu escrevo
tambem ao Capital dessa Cidade, epor tanto náo so-
va necessario tratardes com elle em Camara, porque
elle mo avisará por sy do que lhe parecer. A reposta des-
ta enviai nestas nados aMiguel do Moer. Em Almerim
avinte edous de março de 1569 annos. Valerio Lopes a
foz escrover.—REL
(Il. 51 v. )
45
Juizes, Vreadores, eProcurador da Cidade de Ousa.
Eu El-Rei vos envio muito saudar. Vi as cartas que me
escrevestes feitas em Dezembro do anno do 568 ,etive
muito contentamento das lembranças que nelas me faze-
is, evos encommende e mando que usei mas façais em
cada hum armo do todas ou causas que 003 parecer que
convem ao Estado da mdia, caneta Cidade, posto que
tenho muyte sentimento de elle estar em tanto trabalho,
eaver nelle os descuidos que em vossas cartas dizeis.
Eu escrevo ora sobre isso ao Viso Rey Dom Luiz do
'falda, ecomfio que com adeligencia que elle porá pas
cousas da India, fiquem na ordem que conuem a meu
serviço e âconservaçlm do Stado deita.
li — Nau C01198.3 que se ofForecerem de meu serviço vos
orneou:mudo que ofaçaio como spero do vassallos q.

(a) A. carta d'El-Rey ao Viao Rey rebre oIne3M0 aasurnpto,


do 13 de Março de 1569, vem transeripta em parte ao Osmose
Umgmitadm Tem. 2.• pag. 41.
( 75 )

me sempre ts.5 bem servira; e servem 0,3 tanto amor,


prontidafi, elealdade como ou moradores epovo dessa
Cidade atequi tem feito, do cujos serviços terei muita
lembrança pora por dias folgar de afavorecer e aju-
dar em tudo oque et justiça erezai; o poder fazer, o
assi oencoraemdarey sempre aos meus Viso Reis poro
que alies ofaça; porque nisso reoeberey delia particular
serviço, econfio que assy ofaro;
III.—E quanto as demaradas que dizeis que opro-
curador dos meus feitos movo aessa Cidade, eu escre-
vo ao Viso Rey que proveja acerque disto como lhe
parecer mais meu serviço, guardando ymteiramente
Cidade de sua justiça.
IV.—E ao que dizois do Dom Duarte Deça, edo
Dom Joam Lobo, eu teroy lembrança do que mo escre—
veis pora nisso prover como oouver por bem, tendo
conta com os serviços que cada hum deites me tem foi-
soe. Scrita em Evora ao primeyro de fevereiro de
MDLXX.—REY.
(fl. 52 v.

46.
Vreadores eProcurador da Cidade de Goa, oprocu-
radores dos Mesteres deita. Eu EIRay vos envio muyto
saudar. Vi as cartas que me escrevestes etenho muito
eontentamento dos serviços que rtle essa Cidade
faz, que sab comformes áconfiança que tenho dos mo-
radores deita, ea ventado com que Ihea desejo fazer
merco, eparticularmente rereby serviço nas galloes que
ordenastes que desse essa Cidade, edo consentimento
que destes para onovo direito que se ordenou pera a
fabrica delias. E indo que seja de tanta importancia
avor na India guallees, e polias necessidades em que
minha fazenda está, eomuyto que ho necessario pora
despesa das armadas, que rada anno convem que se
faça., peta segurança da costa do Malavar, e °atrai'
( 76 )

cotiaas amassarias 5. segurança edefensor> desse Stado,


devora com rmaá acceitar oserviço que me essa Cida-
de faz noa ditas guallees, eonovo direito pera alias;
Ey por mais principal tirar amoos povos ovassallos to
da opprodsaá, que ao lhe possa dar com aeressentamem
to do novos tributos, posto quo o effoito pera que co
poom rodando em muyto sou proveyto emais seguran-
ça de suas fazendas: peito que me parecer que antes do
finalmente tomar dotrominaçati na confirmaçaá do con-
trato, que sobre isso se fez com o Vim lioy Dom Luis
do Taide, saber dos moradores dessa Cidade se sane
contentes do consedor otal dereyto, e se ofazem por
nisso livros vontades, esom força nem constrangimento
algum, emovidos somento pollo que importa ao bom
dessa Cidade e Estado da India, e por folgarem do
nisso me servir, o quo coalho que todos folgaraá do
fitam. E pera isto VO8 ajuntarois em Camara com opo-
vo dessa Cidade sogiundo custamo, e pratica deste
negocio me escrevereis aresoluçaá que tomardes, para
conformo aisso amoldar oque soror por meu serviço:
o por entro tanto se prossiguirit na arrocadaçaS do di-
to direito e obra das gualloos comformo ao que se as-
mutua poli° dito contrair° cã o Viso Rey.
11.-0 armo pamado escrevy ao Viso Roy Dom Luis
acerca da domando quo o meu procurador queria mo-
ver a rosa Cidade sobro apagas dos direytos dos ca.
Tatus em pardaos douro, sobre que ora me tornastes
a escrever; podereis requerer este negocio ao Viso Rey
Dom Antonio de Noronha, e assy sobre oque esta
manidado que se não lavrem patacilis de peseta, eque
somente corraõ as moedas douro no presas, em que an-
tigamente corriall, e tamgas, e leaos, como he decla-
rado eln vossa carta, eo ymformareis particularmente
destas sonsas, edas rerbis que em cada huma deltas
ha, para que proveja em tudo como lhe parecer meu
serviço. E somdo necessario lhe mostrareis esta minha
minta, polia qual lhe oncomemdo e imundo que ofaça.
( 77 )

cosi requerereis ao dito Viso Rey sobro


provisa3 que Dom Antall de Noronha passou, ede que
se usa, polia qual ordenou quo todos os navios
eembarcaçáes dos ymfieis que naveguali por essa cos-
ta com cartazes seja3 obrigados entrar nessa Cidade
pera asila vemderem suas fasemdas, e comprarem ou-
tras. epagarem os direytos ordenados, e lhe apStareis
nu rozá e que me escrevestes pesa co adita provisn3
um, cumprir, posto que a tença11 de Dom Anta3 fosso
de nobresser essa Cidade, o que eu na5 Ey por usou
serviço que se faça, senado mu perjuize dos moradoras
della, nem dos mercadores imfieis egentios que vie-
rem com sues fazemdas, nem que nesta parto se Mu
faça novidade nem vezaça5 alguma. E pareemndo an
dito Viso R.ey- que na3 he meu serviço cumprires adi-
ta provisaZ, avido primeiro sobre esta meteria muito
particular imformaçair, etemdo as comsideraçffis eres-
peitos devidos a meu serviço, e no bem dessa Ci-
dade, proverá nisto como lho parecer, deroga3do som-
do necessario, ou auspemdendo o efeito da dita pro-
visor'', com oresguardo c3 que o alie fará, pera oque
outrosy lhe mostrareis esto capitulo.
IV.-0 mais que me escreveis em vossas cartas e
yinformaça3 que mo .enviaes de alguãs pessoas, rue pa•
roceis muy bem, o tarey lembrança de prover erol-
pomder a tudo como ouver por bem, tosado respeito ao
que me escreveis. Escripta mu Lisboa a vinte e mete
de fevereiro de 5IBLanj (1571. )—REY.

(fl. 53 v.)

47.
Juizos, Vreadores, procurador, eofficiais da Como-
va da Cidade de Goa. Eu EI-Rey vos envio muyto
saudar. Vacado eu a gramde obrigaçaii que tenho do
fazer intoiramento administrar justiça a meus povos «
( 78 )

vassallos, ecomo esta he a principal que devem ter to-


dos os Reys oprincipes Christaás, edesejamclo muito
que no tempo em que por mim governo meus Reinos
e senhorios naá aja nisso nenhuma falta, e que os
granados e poderosos nab oprimâo nem ovem.» os
pequenos 'ordeney de morador por ora duas alçadas
vezitar meus Reinos com os desembargadores e aliciais
que me parecerei,' necessarios pera admInistraçaõ da
justiça, eveado, tombem como depois que o Estado
dessas partes do Imdia foi descoberto athegora naá foy
vesitado nem provido. pela dita maneira, esemdo im-
formado que avia disso muyta necessidade, assy para se
castiguarem os deliquentes e mel feitores com mais
rigor, do que dantes sofazia em casos dignos do muyto
castigo, como taábern pera tirar devassas dos officiais
da justiça ede minha fazenda, e eu saber os que me
tem sorvido, eos que otem feito pollo contrario, que
sal) coimas muy importantes enecessarias ao bom gato-
verno econcervaçaõ do dito Suado, mamdo ora hugt ...i-
çada nessas partos, epor Premidente della oDoctorDuar-
te Carneyro Rangel, do meu concelho, emeu Dezena-
bargador do passo, por ser pessoa de muyta com.fiança,
eexperiencia nas cousa, da justiça, ecom elle tres De-
zembarguadores pera proverem nas ditas colmas da
justiça, efazerem acerva delias tudo o que se contem
no Regimento eprovisáia que de mim levab; pollo que
me parecoo que valo devia fazer saber, evos eco-
meado muyto emanado que lhe deis toda aajuda eos
avias elembranças neemsarias pera poder nestas con-
soa fazer oque cumpre ameu serviv, e bom da jus-
tiça, como comfio que o Tareis, Ig1 que eu receberey
contentamento, evota agradecere7 muyto. Guaspar de
feixes afez em Lisboa ao primeiro de março de qui-
nhentos setenta ehum. Jorge da Costa a fez escrever.
—REY.
(11. 55. )
( 79 )

48.
Vreadores eProcurador da Cidade de Cm eprocu-
radores dos misteres deita. Eu EI—Rey vos envio mui-
to saudar. Vy a carta que me escrevestes, e receby
rnuyto contentamento com as lembranças que me fazeis,
eentemdo que todas precedem do asilo que os morado-
res duma Cidade tem das cousas do meu serviço, obens
desse Stade, eem especial espero que me sirvais todos
na deffecçai3 dessa Cidade aque me escreveis que stais
offereeidos; equanto indr he otrabalho em que está por
causa do cerque eoutras guerras que ha na Judia, a
que convem acudir oViso Rey com gente, que he cau-
sa de aver menos nessa Cidade pera acudir âdefençaS
deita, tanta mais comilança teaho que com aque ha, e
oanimo e esfolas° de tays vassallos, nab somen-
te adefemdays e resistaos aos imiguos, mas antes fa—
çais nanes muyto dano eeotrague, pera que uai; sarnen-
to fique a Cidade livre dos trabalhos do cerque mas to-
do esse Estado quieto com asegurança deita, eomitam
que espero em nosso Senhor voada doe imigos.
11.—Na Carta que escrevo ao meu Viso Rey lhe en—
umerado muito aa cousas dessa Cidade como principal
ecabeça de toda aIndia, e°confio dello que terá com
as cousas dos moradores deita incite conta, eos favore-
cerá em tudo todo o possivel. A elle podereis lembrar
as coesas que me escreveis, eentendeis que cumpre pe-
na obom guoveruo dessas partes, eparticularmente lha
lembrareis acabarsse aobra do Passo Seco polla neces-
sidade que dizeis que disso ha, emuytas deltas lhe sa.3
ja por my' muy enearreguadas.
III.—Nas naoa deste ano vay agente que deste Reino
se pode mamdar comforme a occasiaá do tempo, e 80
que me parecei, neceseario, tomdo respeito ha muita gen-
te que foy na Armada do anuo passado com oViso R3y
Dom Antonio de Noronha. Escrita em Almeyrim aseis
( 80 )

do fevereiro de I572.—REY.
.foi. 511 ).

49.
Vreadoros eProcurador da Cidade de Goa,procura-
dores dos misteres deito. Eu El-Rey vos envio muito
aaudar. Vy acarta quo me nella dizeis ' eagradeçoims
intato tudo que fizestes no cerque dessa Cidade, que imã
asforssadamente se defemdeo etad gramde numero de
imiguos, ecá* se fazer nellos tanto dano e estrago, etodo
trabalho que levaste neste cerque deveis daver por bom
ompreguado, pois resultou em honra da Cidade, imao
que muito folguara que uai) euzarão os imiguos de a cer-
ques, nem vir cometer de tad perto, como he de crer que
já imã' faraii; eeu tenho muita lembrança dos serviÇon
dessa Cidade emoradores deita, epora que sempre aaja
das victorias de tal cerquei (polias quais eu logo doy
graças aNosso Senhor em hug solem» proeissaii) man-
iley fazer disso istoria peru se emprimir odevulguar pol-
iemia:ido (a). E avossas cartas, de que dizeis que naii
teindes reposta, mamdo sempre rospomder como ofiz o
anuo passado; e a muytos dos que se acharsfi no cerque,
eomerecerei,' faço as mercos que lhes dirá oViso Rey,
aquem oescrevo. E hum dos princypaes respeitos por-
que tive este ano despacho da Inalia foy pera o mana-
dar bus ditas pessoas, anile os quais entrad Antonio b'er-
nandes de Figuiiredo, Fernad Nunes, Domingos Lopes,
Gil Fornandes Fareldis, odoam Fernandes de Nigroyros,
moradores nessa Cidade.
11.—Quanto á lembrança que me fazeis sobre mol-
dar ao Viso Rey que guardo os previlegios dessa Cida-
de, oque tonado aisso duvida uso escreva, eque ordene

az o-Comenlario do cerco& Goa eChanl, no seno si, MDLXX,


cisme Doe, Luis de Ataide, scrqgo par Antonio dc Car!iiho,
1.4arda- mor da torre do Tombo. por mandado de &Uiti nava se-
nhor. E. Lixbea. MDLXXIII. Imprease em nua de datorth
( 81 )

...ume se pague bem afazenda que nessas partes se to-


ma emprestada, eu lhe escrevo sobre isto pera nestas
cousas prover como for justiça, e meu serviço. E que
quanto aos previlegios minha tençaII he acressentar a
essa Cidade seus previlegios, enaõ d.mmrlhos, avem-
do respeito aos serviços que alia fez no .rquo passa-
do, eera outras mais cousas de que tenho muyta lem-
brança. E no que toca aos muytos officiaes de minha
fazenda mundo prover; efoi bom feita alembrança que
sobre iso me fizestes.
I11.—Vi oque dizeis sobro nafi dever mamdar or-
phás aessas partes polias matiz que dais, enisto se
terá respeito aesta vosaa lembraça quanto puder ser;
esobre aque me fazeis de ser necessario oRecolhi-
mento pera melhores que jk tenho maZdado fazer, eu
otenho encomemdado ao Viso Rey, eagora lho torno
a OSCIOVOr.
1V.—E ouve por bem de nafi comfirrnar em Gaspar
de Cassares oofficio do Juiz dos orphaás dessa Cidade
como pedis, osobre isto escrevo ao Viso-Rey, aque
apontareis as rezdfis que temdes neste caso por parte
dessa Cidade pera tomar imformaçst delias ea envi-
ar; nem tudo oem que tiverdes justiça vela mandarey
fazer com ofavor que ella permitir.
V.-0 assento que tomastes em Camara sobre ohum
por cento, por eu aves por bem fazer meros ha rasa
Cidade que tor.sseis asila a praticar esto negocio, me
pareceo bem. E sobre isso escrevo largue ao Viso-Rey
pera que faça oque for mais meu serviço acerca deste
direito se guastar todo na fortificaçad dessa Cidade, ou
ametade nisso') a ostra amolado nau guall.s .mforme
ao dito assento.
VI.—E por ora vos nati respomdo hns viagens que
pedis, por alguns respeitos de meu serviço, moe sabey
certo que sempre dessa Cidade ey do ter alembrança
que he rezai, por alia ser a cabessa desse Estado, o
pollos serviços que me tom feito, oespero que faça; e
6
( 82 )

por escusado ey oneomemdarvos as cotizas do V4SSIL 0—


brigmaçh, por quos3 bom tendes cumprido eu alia. Et.-
cripta um Evoca aos solto de Março de 1573.
VII.—Sua Santidado tornou oprover aminha instei-
eia eapresentação o Arcebispo Dom Casper nosso Ar-
...bispado, oque vos faço sabor pooquo sey quanto
aveia de folgar por tomardes aler tal porlado.—REY.

(5.57.)
50.
Vreadores, eProcurador da Cidade de Goa, epio.
curadores dos misteres deito. Eu El Rey vos envio
muyto saudar. Vi acarta que mo escrevestes do donde
novembro de mil quinhentos setenta e dous, em que
fim faseie alguas lembranças do meu serviço, odo que
em particular mo tem feito olgola possoae, do que ti-
ve muyto contentamento, esobre algrals deltas escreve
ao meu Viso Rey, o em especial as que tocai.' aesse
Cydado, encomenelovos muyto que lho aponteis todas
aquellas cousas que vos parecer que se devom ordenar
poro augmento bc5cervassali desso Iludo, ecãfio dello
qlae fará muito fundamento do parecer e concelho de
tais pessoas, que he de cror que as lembranças que lhe
fiordes procoderal5 todas com solto o tençaã do meu
serviço, epor experiencia se tem visto no como se os
moradores dessa Cidade ouveraii no cerco que teve o
anno passado, aque vos já rosponnli, cuja lembra
me será sempre muy preeente, o tenho por escoo
encomemdarvos do novo faserdclo ao diante usai, por-
que em parto ao fará afronta d lealdade, amor, eser-
viça de tais vassallos poderso cuidar sor necessario on-
comrandarlhos obriguaça3 tem devida, com aqual te-
nho por certo que em todo otempo todos inteiramente
cumprafi. &rito em Almoirim atrinta do Janeiro do
mil quinhentos setenta e quatro.—REY.
8. 59. )
( 83 )

51.
Vreadores eProcurador da Cidade do Goa, eprocu-
radores. dos misteres della. Eu El-Rey vos envio muy-
to saudar. Vy acarta que me escrevestes, e tive dos-
prasor do que fuy iniformado que fez oPresidente da
alçada acerca da precedendo com essa Cidade; epor-
que otenho amoldado vir, 114 ha por ora que respon-
der ' no,,, de que tratar nestomatoria, salvo encornem-
dar muito (como ofaça) ao guovernador desse Esta-
do ofavor delia, oaguarda e concervaça5 de seus
provilegios, os quais me enviareis presentar para os
morador ver ecomfirmar, se eivada o naii forem; e
sempre terey lembrança de em tudo oque se offrecer
fazer 4. Cidade favor emerco como ella tem merecido,
em gorai as pessoas nobres, epovo deita em particu-
lar; eouvem, por muyto servido do que me escreve° o
Governador Antonio Moam Baretto das Armadas que
eme Cidade tem feito edotromina fazer peradefençdi da
mota, emais roucas de meu serviço; ogne vos muyto
agnardoço, eencomende que prosiguais nesta obra por
(ser nmy necessaria eimportante, ede que espero que
com a imdustria eboa Migando dos moradores dessa
Cidade se me foçai; os serviços que eu do todos confio,
palies quais mereçaii folguar eu com razoa do lisos
fazer honrra emerco. Scrita em Almeirim aX de Feve-
reiro do MBEXX ecinco annos. (1575).—REY.

Vreadorro eprocurador da Cidade de Guoa, epro-


curadores dos mesteres della. Eu El Rey vos envio
muito saudar. Reoeby VOSSAS cartas, epor elks enten-
dy o collo o boa too0o com que me fazeis as lembrou-
( 84 )

iças que relias apontais, de que rceohy muito conta.,


tomento por ter por certo que procedem do amor e
lealdade de tais vassallos, cuja expriencia tenho visto
nas obras e serviços que mo os moradores della tom
feito, ecada dia fruem, poilos quites deocjo de lhes fazer
merco em tudo oque se off...vir efor nocessario pc.
ra honrra e acrossontamonto da ria Cidade, ocomo a
principal do todas domo Coado a oncomemdo a Ruy
Lourenço de 'ravina, quo ora envio por meu Viso Ray,
lia qual podereis requer, as l'OUNo que úCidade cum
eeia particular ao lírio dioais om vossa carta, o
eófio deite qui, fará o qio por mim nesta meteria 1110
mundo; o que do hum per reata, que ora se despem.
ile na fortificaçafi da Cydaile, uai; fora outra despena
por necessaria oobriguatoria que seja, antes daril 10.
lia ajuda e favor opa; cumprir livra que acabo a obra
da forteficaçail que está por fazer, como lho emissora.
do; edarlheeis as rezilis que ha poro se dever sobrai.
tar na obra da Soo, que se ora novanionto 001110510l,
em quai to ada fortnficaçao na0 for acabada, pampo,.
vor nestas- coes» oceda Ima dollas reino vir nuo mais
cumpro a moo serviços ao bom dessa Cidade.
11.—E assi lhe apontareis o que mo'escrevestes a-
cervo da obra que foz o Inquizidor Bertoiaineu dai-
tomara, opedireis ao Viso Roy o pagamouto do que
lio &vido ha Cidade do rendimento do hem por cento,
as que ordene como se paguem aos mercadores os mob.
Simontes que trazem quamdo se 1h,, ton.i3 peva
sa do minlms armadas, oque dizeis que se no.3 mx
do se soguien inconvouientes o porjuisos.
111.—li posto que ofavor dessa Cidade seja por
muy encomemdado ao Viso-Rey no Regimento
que leva, o asoy o cumprimento do seus previLigios,
lhe mostrareis cota carta, polia quol lho...moei&
umyto omando que vos ouça eia todos no cousas Tio
lho requererdos, o provia-à milhas cismo lhe porem
quo MAN cumpra o usou serviço, Ismule -..rm ,to ao.
( 85 )

serviços que me essa Cydado tora feito, eao conten-


tamento que terey de ser ajudada ofavorecida de meus
viso-Reis e guovcrnadores em tudo oque com renal e
justiça odeva sor.
IV.—E dos serviços das pessoas que em vossas car-
tas apontais tenho lembrança, epollo Viso Rey lhe mam-
daroy responder, ecom sua imformação, que me envia-
ri na forma declarada nu provisaã que tenho passado
e mamdado ha India do modo em que no me Imã de
enviar as imforrnaçãos dos serviços das pessoas que
ma nona sorvem, lhe respondoroy atodos, efarey mer-
co, tormln respeito á fazer talhem ha Cidade por mo
assi pedir. Escripta em Ahnerim a trinta ehum de ia.
noiro do MBLXXvi. (1576).—REY.
(Il. 60 v. )

53.
Vreadores oProcurador da Cidade de Coa, e Pro-
curadores dos misteres delta. Eu El Rey vos envio
Inuyto saudar. Vy vossa carta eos apontamentos que
me com elle enviastes, eforal,* muy bem lembradas as
roucas que noites dizeis, que vos tenho em serviço. E
por me parecer que devia nisso mamdar prover,
o escrevo a Ruy, Lourenço de Tavora Viso Roy
a que meando que em tudo compra ocontrato foi-
to com a Cidade acerca do direito do hum por cen-
to, e assy lho encomomdo que se ymforme
cularmonte do em que se guastou, s despemdo agora
odinheiro do fisco, eque faça pôr tudo em arrecadaçaá,
noa o &medo eu applicado pera alg,uã cousa, e sarado
assy, me envie o treslado das provisois.
II. -Encomemdovos muito que lhe foçais as lem-
branças que virdes que convem pora conservaçaá e
ang,mento desse Estado, porque como essa Cidade he a
principal, e os homens da guovernança sejaá os prin-
cipais deita, ede mais espriencias, confio que provo-
raraá todas as MASau do meu serviço com o amor eleal-
( 86 )

dado que devo esperar de tais vassallos, e isto naa


somente com as lembranças feitas ao Viso Rey eGo-
vernador da índia, mas como ajudarem eme servirem
com suas pessoas efazendas quando cumprir, oque voe
encomemdo muito, emamdo quo façais alodos em geral
eacada hum em especial.
III.—Dos serviços das pessoas sobre que me escreveis
toro},lembrança, ede lhe numular respomder cO imfor—
ruaçaa do Viso Rey aquem opodereis lembrar, para que
mo escreva comforme ao que acerca disso tenho ordena-
do por minhas provisais.
requererlheeis oque toca ao luguar em que
nas prociçais deve ir aBamdoira da Cidade, sobre que
lhe escrevo pera que ocomunique com oArcebispo, e
se proveja nisto do maneira que naa tenhais rezaa de
vos agravar; eassy lhe encomemdo que em tudo oque
com rezaa ejustiça puder favorecer eajudar essa Cida-
de, eos moradores della, o faça, porque terei disso mui-
to contentamento. Escripta em Lisboa aos Xbj do feve-
reiro de BLXXvij ( 1577).—REY.

(d. 61 v.)

54.
Vreadores eprocurador da Cidade de Goa, eprocu-
radores dos misteres deita. Eu El Rey vos envio mui-
to saudar. Polla ymformaçaõ que tenho das causas da
índia, me pareceo dever mondar aelle por meu Viso
Rey Dom Luis de Taide Corado datouguia, do meu con-
celho do Estado, assi polla experiencia que della tem,
como polias muitas calidades dessa pessoa, cornuda pru-
doeria e esforso espero que naa somente se restaure o
perdido, mas que de novo se acressente e amplie pera
serviço de Nosso Senhor eaugmento da Coroa de meus
Paina,
11.—Ao lembranças que me essa Cidade faz em bua
carta que me .creveo este ano, me paroceraa muy
acuttadas, ebem feras, o colas agradeço. Todas mam-
( 97 )

de), cummunicar ao dito Comde datouguia, a que


mamdey provesse noites, epera que oelle faça nestas,
enas mais que se vos podem offerecer, vos encornem-
do que lhe foçais todas as que entemderdes que con-
vem ameu serviço, pera que proveja logo nas quelha
parecer; osobre as mais me envie sua imformaça3 para
ou mandar o que ouver por bem. E assy lhe lembra-
reis as comum que tocarem a essa Cidade, que em es-
pecial lhe soá por mim encomemdadas, assi por ser a
principal desse Estado, como pollos serviços que leu
iinformado que os moradores deito me tem feito, efa-
zem nas cousas que se offerecem, que sempre me se-
raB presentes pera no geral e particular folguar de lhe
rasar merco. Escrita em Lisboa aos cinco dias do Ines
de Santoral», de MBLXXvij (1•577).—REY.

(fi. 52 v. )

55.
Vreadoros eprocuradores (ode) da Cidade de Goa, e
procuradores dos misteres deita. Eu El Rey vos envio
milito saudar. Foy nosso Senhor servido levar pera sy
o Senhor Rey meu sobrinho, de tenho aquella gramde
dor e sentimento, a que me obrigue tamanha perda
como he ade sua pessoa eexercito, com que paseou em
Africa, mude no campo de Alcacer Quibir foy desba-
ratado por nossos graôdes peccados, como largamente
escrevo ao Comde datouguia, meu Viso Rey, de quem
o sabereis mais particularmente; oque sempre sentirey
polias muytas resis que pera isso ha; enisto devemos
pôr os olhos na imfinita misericordia de nosso Senhor, o
trabalhar peito aplacar, que lie a primeira cousa em
que colmado quauto me he possivel, eassy no que cum-
pre aestes Reinos polia obrigaça5 em que mo nosso Se-
nhor tem posto de Rey &lies, que com sua ajuda efa-
vor espero reger eguovernar, ymda que com muito tra-
( 88 )

belho meu, da maneira que convem ameus povoe aque


desejo dar toda consolaçaii; ecom omesmo cuidado en-
temdeney sempre nas cousas desse Estado, que naá sal
de menos obrigaçail minha, ede ofavorecer eajudar em
tudo, eás pessoas que me nelle servem. Parecerem de-
vervolo fazer saber por esta carta, o eneoinemdattos
mescrevais cá amesma vontade esello com que o ate-
gora tem feito os moradores dessa Cidade, de que te-
nho eterey sempre aquella lembrança que por seus ser-
viços merecem, emuyto vos emcomemdo que ao Conde
Viso Rey alaçais das cousas em que entenderdes que he
necessario prover náo somente do que tocar aessa Ci-
dade, mas do que mais cumprir ao bom econcervaçáo
desse Estado eatudo confio que alie acudira de maneira
que lhe naá fique por fazer cousa alguma do que vir que
he meu serviço, eque em nada faltará ha openiaá e
grande corafiança que eu della tenho, ecom que oSe-
nhor Ray meu sobrinho que Nos tem otornou amandar
governar aIludia. E das cessas em que vos parecer que
eu de ca devo mandar prover, me avisareis por vossas
cartas, por que me averey disso por muito servido. Es-
cripta em Lisboa aabiij doctubro de MBLXXbiej (1578).
E com aprimeira via desta carta vay outra minha
em resposta da vossa que este anuo receby. (a)—
REY.
(fl. 63 v, )

56.
Vreadores e procuradores (aio) da Cidade de Goa, o
procuradores dos misteres delis. Eu ElRey vos envio
muito saudar. Vi acarta que me escrevestes na armada
do amas passado, elevey contentamento com as lem-
branças que me nella fazeis, que todas procedem do bom

.°1:).8;41 1
:.. seguinte acarta, aque aqui es alude ?luelina-mo•
( 89 )

zclio que os moradores dessa Cidade sempre tiverab peta


au cousas de meu serviço. E porque polias muitas enti-
dades de Dom Luis de Taide Colada de Atouguia ees-
perioncia que tem das COMAS dessas partes, oSenhor Ray
meu sobrinho que Duos tem o tornou segunda voz
inviar a eitos por Viso Ray, para prover e acudir has
necessidades desse Estado cA a presteza e deligencia
que ellas requerem, oque confio deite cumprirá inteira-
mente, a elle vos encomemdo e manido façais lembrA.
ça do todas as cousas que apontais em vossa carta, e
das mais que de novo se voa offereeerem de meu ser-
viço, em especial o que toca ao hum por cento, econ-
trato que aCidade foz sobre as guallés, ecumprimen-
to deite, eoque ora novamente acerca diso pedis, por-
que como isto foy cousa que se fez em seu tempo,
de crer he que 'má receareis tratalo com elle, e que
proverá nisso e em tudo de maneira com que a Cida-
de fique satisfeita, eeu servido; e por essa causa naa
tomey nisso resoluçail nem nas mais cousas que por
vossas cartas me pedis peco a forteficaçaa dessa Cida-
de eIlha de Goa que vos offereceis fazer; sobre que
lhe escrevo vos ouça, evistas as causas e rezais que
dois, no que lá pudor prover o fará como entemder
que he mais meu serviço, que bosque essa Cidade mais
deve pretender; eno que lhe parecer que eu de eá de-
vo prover, mo escreva com sua imformaça5, pera eu
mansdar nisso oque tiver por bem.
IL-0 que mo escreveis acerca do dinheiro do fis-
co efazendas que se pesa elle tomaraa, folgava saber
nsuyto particularmente em que se despende° atéqui, de
que vos encomemdo emeado vos imformeis ao certo,
eme escrevais, porque no daqui em diante naa ha que
tratar em quanto dura operdas que he concedido por
tempo de deu sonos.
De quaa vaguarozamente se athegora faziaa
as Armadas, eda fraqueza e mio provimento delias
como escreveis, receby desprazer, MAS comfio no Com-
( 90 )

de Viso Rey que em todas estas comas proverli•de ma-


neira que nail aja de que com razoá se possaii quei-
xar, edessa Cidade emoradores della que sendo ne-
eossario darei; aisso toda ajuda efavor que cumprir.
Eseripta em Lisboa axxiiij do fevereire do.11.113LXXViiij
(1579).—REY.
(O. 64 v. )

57.
Capita3, Juiz, Vreadores, Procurador, mesteres, fi-
dalgos, cavaleiros, soldados, homens breis, e mais po-
vo da muito nobre e sempre leal Chiada do Goa. Eu
El Rey vos envio muito saudar. Alem de já deverdes
ter sabido como per falecimento do Senhor Rey Dom
Henrique meu tio, que Duos totn, mo pertence° justa e
legitimamente a sobceçfio dos Reinos o Senhorios da
Coroa do Portugal, vos constará disso mais particular-
mente por hum alvará edecreto que sobro isso passa-
raii os Governadores que o dito Senhor Rey deixou
nomeados peru guovornar os ditos Reinos riu quanto
nob °tivesse Rey jurado, oqual vos será ci. ,' est, pro-
sentado, o porque em comformidade dello geralmente
em todas As Cidades vilas ejaguares destes Reinos me
tem recebido ojurado por verdadeiro li.zy e Senhor
natural como Doa, quis oque fosso, vos oneomemdo mui-
to que cumprimdo vós com aobriguaçati de bofis e
tenra vassallos foçais omesmo, e me foçais ohomena-
gem o juramento de fidilidado elealdade asai amim,
como ao sorenisimo principe Dom Diogo, meu muy
chilro emui amado filho primogenito, par meu futuro
sucessor por fim de moas dias, eameus sucessores, e
fazemdo todos os mais actos que em seutelhantes casos
ao custumafi fazer, em mafios de Dom Luis de Ataide
Caindo do Atouguia do meu concelho do Stado e Viso
Rey nessas partes que poro isso tem meu poder, ou da
pesada que elle para isso sobstotuir, efaremdoo assy
( 91 )

reino comfio, alem de cumprirdes com vossa obriguaçaii


podereis ser certos que vos mamdarey efarey cumprir
eguardar todos os previlogios, usos ecusMmes, que
tiverdes dos Senhores Reis meuspredecessores, etodas as
grassas e marcos, liberdades e franquezas que tenho
concedidas, eoDuque do Osuna meu primo por minha
parte propos nas Cortes de Ahneirim pera todos os
ditos Reinos enaturais delles, e odito Comde ou seu
sobstabelecido votas concederá em meu nome por verto.
de da dita aninha procuraçaii, ealem disso terey lem-
brança do vos fazer sempre !amarra e merce no que se
offerecer, e senado caso que odito Coando Viso Rey
seja vimdo peru oReino, ou que seja falecido, o que
Deos nfio permita, fiareis odito juramento em ma5s da
pessoa que estiver guovernamdo esses Estados, ma de
seu sobstetuto, como na carta de poder he declarado.
Scripta em Badejos a vaj de novembro de MBXXX
(1580) anos.—REY.
Por mamdado de S. Magestade.—Nuno AluarasPe-
111•00.
(fl. 65 v. )

58.
Vreadores eprocurador da Cidade do Gama, e pro-
curadores dos misteres della. Eu EIRey vos envio mui-
to saudar Tanto que nosso Senhor me deu aposse des.
tos Reynos e Senhorios de Portugal conforme ao direi-
to, ejustiça, ereza5 com que celtas socedy, granado-
mentedesejey mostrar atodos meus vassalos, assises que
residem nestes Reynos, muno aos que me servem nessas
partes da Jandiá, que lhe sou oey sempre do ser ta5
verdaderio o natural Rey eSenhor epay como tia/oral;
nos Senhores Reys meus antecessores, cujo noto, filho,
etio, e sobrinho sou, na.5 menos por natureza, que por
sangue; o para efeito de se esta minha vontade em-
Senador nessas partes, quisera martelar despachar htutt
( 92 )

outubro do anuo passado com meus despachos ocartas;


o que nad podo ser por alguns impedimentos que en-
ta5 ouve, com que se foy passamdo otempo econjun—
çad de os ditos navios partirem; mas mamdei untai
despachar deus homens por terra com cartas ao Conde
de Atouguia mau Visalley, do quem tereis entemdido
oque lhe escrevo acerca do minha successad, que creu'
que vos seria de tad granado contentamento como
oeu tenho de ter tais e tad bds vassalos. E mun—
dana.) eu agora aessas partos por meu VisoRey doL-
las D. Francisco laLsearonhas do meu concelho, que
vos comunicará o mais que vos nestas pudera dia«,
mo parecoo escrovervos oencomemdarvos que em to-
das as comas quo se offerecerom me sirvais eomforme
acomfiança que tenho dessa Cidade, ocomo ofaziois em
tempo dos Senhores Reis meus antecessores, que santa
gloria ajab porque ed aquella mesma vontade que ellea
tinhad a essa Cidade ey de folguar do lhe fazer merco,
e disso teroy a lembrança que he rezad, como creu lua
omerecorad sempre os serviços que della espero. le—
crits em Tomar a xxij do Março de 1581. (a )..
REY.
(fl. 137.)

59.
Vroadoros eprocurador da Cidade do Goa, o procu—
radores dos mesteres deita. Eu EIRey vos envio muito
saudar. Polia vossa carta que oco nas unos do ano
passado emtemdi o sentimento quo tivestes do falleci•
mente do Senhor Rey Dom Henarrique meu tio, quo
saneta gloria aja, oassy oesperava do vás, e folguey
do saber aquiotaçad em que me escreveis que estava
essa Cidade, easi confio que o estará sempre, pois he
regida por pessoas do vosso collo e enatendimento, cuja

(a) oregisto diz por esgano Lzrxli.


( 93 )

tanÇaII creu será terem somente respeito a soou serviço,


o ao bom comum da Republica como convem ao bom
gunverno deita E muito vos encomondo procureis como
sempre as' seja, oque ynteiramente cumprais com as
cousas do vossa obriguaçaa, porque me averey nisso
por muito servido. E posto que em vossaS carta mo,
trotais do mais musas, lembrandomo dalguns requeri—
mentos sobro que essa fidado escreves os arcos pas-
sados, os oneommido por minha carta ao Visolbsy
como tamisem o fiz oanno passado. finita em Lisboa a
27 de Março de 1582.—IVEY.
(fl. 68.)

60.
Vroadoros oprocuradores (sie) da Cidade do Goa, o
procuradores dos misteres deito. Eu EIREY vos envio
muito saudar. Vendo eu as grandes obriguaçaes em que
me Does pôs do prover etn tudo oque toca aos Reinos
11 estados que foi sorvido de mo encomemdar (com as
quais igualmente devo e desejo cumprir) consideroy
quoaa necessario era fazeis alguma breve asmencia des-
toa Reinos para os do Castela, usai por respeito
Cortes que ha muito tempo que imites suspemdo odif.
firo, como por outras rasais qmrposto que sejaa preci-
oso equasi ferssadas, mia me pudera eu persuadir del-
ias, se as cousas destes Reinos naa estiveraa louvoms
a Dom em taa bom estado que mais sinto esta abzem-
eia pollos efeitos que em mim faz emuito amor que lhes
tenho, que por mo parecer que neste breve tempo llie
podoroy fazer notami falta, mormente stamdo eu m•
soluto em me tornar prazemdo anosso Ssnhor com a
roais brevydado que for possivel, efolgara muito que
o Principe, meu sobro todos muito amados muito
prezado filho, fora já de idade que opodora ou deixar
do guoverno destes Reinos, o mostrar nisto a meus
vassallm onaturais dolos oamor o boa vontade que
( 91 )

elle* merecem que lisos eu tenha, mas naa podemdo is-


to por agora sor; faço por eitos quanto posso, encerro.
guaado deste guovorno oCardeal Archiduque meu-So-
brinho eirmaa, que molhem tenho por filho, noa se/nen,
te por ser filho da Emperatris minha Irm1 e ocriar
sempre junto de my', mas por suas raras virtudes e
muita prudencia, temdo por muy certo que polla espri-
onda que já tom doa negocio, ecousas destes Reinos
do•teÉnpo que ha que me ajuda noites, edesejo que nal-
]. tenho visto do bem deites, os guovernará o regerá a
muno mou contentamento, e com muita satisfaçait do
todos nous vassalos, comprimdo inteiramente nisso ca
minha obriguaçaa, opor esto meteria ser da qualidade e
itaportancia que vedes, me pareces, comuniearvola per
rata minho carta. Escrita em Lisboa aij de fevereiro de
LXXXiij (1683).—REY.
(fl. 68. v. )

61.
Vroadorcs eprocuradores (sio) da Cidade de Ctou,
oprocuradores dos mesteres deita. Eu-El Rey vos mi-.
rio muito saudar. Vi vossas cartas cosi a que voo pot
temi como as que receby com a chegada das naus do
ano passado, efolguei de entender por rijas o que mo
~revestes acerca do meu alevantamento e obediencia
que essa Cidade, e as mais desse Estado me deraa,
ocontentamento men que todos celebrai-na efestejaraa
aminha successaa nesta Coroa, e a3Si oesperava
sua lealdade, especialmente dessa Cidade que tom mos-
trado procurar sempre por cumprir nona sua devida o-
beiguaçaii, no que me ey por muito bom servido dulia
edos officiais da Camara, oa todos otenho em servi-
ço; efoi bem feito escusardes do me enviar a pessoa
que tinheis ordenado para requerer as cousas dessa Ci-
dade, porque bastara escreverdes nte sobro alias como
osempre fizestes para vos matadas eespomder a elite
( 95 )

efasor as merca que for mmd no que 110


puder ser,
11.—Muito desprazer recebi de ontomder pollo que
me escrevestes que despois do corquo dessa Cydade fi-
'cara muito doentia, opor ao presente aves nestes Mo-
gnos meuos Phizicos dos que soja, ona3 poder ir por
essa causa cá oComdo Viso Roy quamdo de cá partio
mais que hum se Filiai., na3 vai agora outro. Se a
necessidade todavia for por diante, oque se saberá com
a'iluda das naaos que este ano se espora3, se ordenará
cora possa ir oano que vem.
III.--A lembrança que me fazeis dos letrados de que
eese Estado tem necessidade vos tenho em serviço; o,,
terey lembrança do prover nisto como cumprir ameu
serviço, omo averey porservido de mas fazerdes sempre
do que so vos offerecer polia comfiança que tenho do
vosso selo, eque em tudo tereis somente respeito ao
meu serviço ebolo comum.
IV..—Quanto á meteria do hum por cento eu tenho
sobre isso escrito ao;Comde Viso Rey nas caces do ano
passado, alem de olevar por instrucça3, e lhe torno a
escrever neste ano, e encomemdar veja muito particu-
larmente esto negocio, eoque comforme ha concienein
ejustiça nello se dovo epode fazer, e vos ouça sobre
isso: farlhools de tudo lembrança peru elle com vos tor-
nar aouvir fazer oque nesta meteria lhe sarado; edo
vás confio que folguareis do vir no que parecer rezai,' e
mais meu serviço.
V.—E ao que me pedis acerca dos officios do escriváoa
dos orph3os que se proveja3 em vida, vos respáderei por
entrá carta, porque tenho nisto fraudado fazer huit de-
ligonois.
VI.—E quanto ao que me pedis que aja por bom do
fazer meros aos moradores dessa Cidade que foral pio,
vidos de cargos pollos Sonhares Reis Mus antecesso—
res e por mim, que falecendo antes de os servir os po.
sa3 nomear ouf hum de suas filhos, para ralos entra..
( 96 )

rem no mesmo tempo em que asoou pais lhes cabia por


suas provizSis, quamdo isto acontecer poderafi requerer
com cartas do Viso Roy odessa Camara, porque IIVOrá
buris pessoas cm quo concorrei; difforontes razáis das
outras eem tudo oque puder ser, teroy sempre respei-
to afazer mores aessa Cidade.
VIL—Ao quo podia vos faça merco filhar cadmia al-
guns filhos do criados meus que vivem nessa Cidade nos
foros de seus pais, ealguns moradores nobres no foro
quo lhos couber, onvyarmeeis hum memorial dos nomes,
ealidado, eserviço de cada hum cO imfarmaçaii do Viso
Rey (a que darafi conta disto) aquem ou tombem escre-
vo mas envie, pera com isto vos poder mandar respom-
dor como ouvem por bem.
VIIL—Eu escrevo ao Comdo VisoRoy diga da minha
parte aos Vreadores emaio officiais que serviraii na
Camara dessa Cidade oano do oitenta ehum, cai que
moita fui jurado ealovantado por Rey, quanto conten-
tamento disso recebi, eque mo ouve por bem sorvido
dellos, o me avies da mores que elles pertendem -3111
sou parecer. Darlhea3 conta disso porque folgarey
de lha fazer no que for reza3. Escrita em Lisboa a
vinte oquatro de março MBLXXX e tres. (1583),
REY.
(8. 69 v. )

62
Vreadoros eprocuradores (ak)da Cidade do Goa, o
procuradores dos misteres della. Eu Elltoy vos envio
muito saudar. Emcomemdovos que com oArcebispo Dom
Frei Vicente daffoncoca, que ora vai nestas usos aro-
zidir nessa Prelazia, aque oaprozontey por suas virtu—
des elettras, tenhais aconta que he rezaZ comforme ao quo
deveis avosso Prelado, eainda que isto seja obrigaçaii
vossa tal particular, receberey ou disso contentamento e
assi de lhe fazerdes todos as lembranças quo virdos
( 97 )

que são de serviço de Deos emeu, para elle poder pro-


ver em tudo que for necessario, ecumprir ao bb go-
verno spiritual dessa Perlazia, como tenho por certo
que ofará inteiramente. Escrita em Lisboa a vinte e
quatro de março de MBLXXX etres (1583).—REY.

(fl. 71 v. )

63.
Vreadores eprocurador da Cidade de Goa, eProcu-
radores dos misteres della. Eu El Rey vos envio muito
saudar. Nal/ tive nas nonos que dessas partes vierid o
anuo passado de oitenta oIres cartas vossas para vos
mamaar respbeler a ellas, epor bua do Comde Viso
Rey DO Francisco Mascarenlma soube o offerecimento
que essa Cidade lhe fez pera me servir com dinheiro,
greto, e navios, quamdo teve recado das palhas, que
se deziab que passavab ha Imdia, eagradeçovos aboa
vontade com que essa Cidade e moradores della se
offorecerd a meu serviço, que he tudo «enforme ao
que espero de tab bobs eleais vassallos, de que terey

" TIP."6' a
l
ennobrden982 rim
":" rev'e
b.o
. essa Cidade ouves-
se por bem que os officios de escrivães dos orphabs
della fossem perpotuos, e nab de tres em Ires anos,
como ao agora provem; efizesse merca ha Camara da
apresentaçab dos tais officios. Eu escrevi já sobre isso o
sano passado aComde Viso Rey, eora otorno aeme-
memdar aDom Duarte de Menezes do meu concelho do
estado, que ora envio por meu Viso Rey da India; lens-
brarlhoeis, ecom sua imfornsaçaõ vos nsamdarey res-
pomder oque rever por bom que se nisso faça, e por
ora Ey por bem que as pessoas que estab servimdo os di-
tos °Meios, os sirvab daqui em dianteem quanto eu outra
cousa nab maodar, posto que se lhe acabem os tres
7
( 98 )

ermos que foral providos, eassy omamdey declarar ao


Viso Rey em huà das suas instrucçles, e lhe caco-
memdey tambem a remda do hum por cento des-
sa Cidade, e cousas em que se despemde, e com&
dello que em tudo proverá como vir que mais convem
a meu serviço, e que no que cumprir ao bem dessa
Cidade erepublica folgará de a ajudar efavorecer no
que for reza3. Perita em Lisboa adez de Março do
MBLxxx e quatro (1584)..— REV.
(fol. 72 ).

64
Vreadores e procuradores (sia) da minha Cidade de
Guoa, eprocuradores dos misteres della. Eu El Ftey
vos envio muito saudar. Vi acarta que sue escreves-
tes polias naos que dessas partes vioral oano passa-
do, etive muito contentamento de saber por &las coni
quanta pronptidal procedeis em meu serviço, que Ia,
Worm(' avossa obriguaçáo e á comfiança que de yds
tenho.
11.—A lembrança que me fazeis na mataria da jus-
tiça vos tenho oni serviço, eposto que mui partycu-
larmente atenho encontemdado ao Viso Rey Dom Duar-
te de Meneses por minhas Instrusslis, lho torno ora
amandar escrever; eclfio deite que folgará de sobre
isso lhe fazerdm as lembrança que convem a meu ser-
viço, ebem equietaçal desse Siado.
III.—Sobre ohum por cento que essa Cidade con-
cede° peru a fortificação deita, que se comes., em
tempo que guovernava esse Estado o Viso Rey Dom
Anta3 de Noronha, escrevo ao Viso Rey se será mais
131011 serviço despemderse todo o rendimento delia na
dita fortificaçào, ou aplicar so o meio deste hum por
cento pera a despesa das guallees que se fizerem, como
me escreve° oComde Dom Francisco que se despemdia,
para com sua reposta, eoque sobra esta mataria me
( 99 )

escreverdes, mamaar o que vir que mais convem ao


bem de tudo, elhe rnamdo que me escreva se será de
mais atreito over nesse Estado mais gualeaes de dezas-
Seis ou dezassete remos, que possam entrer as barras,
e menos galês pollas rezoie que em vossa carta me
apontais, que tombem lembrareis ao Viso Rey.
IV.—Do Comde Dom Luis de Ataide que foi Viso
Ray desse Estado maredar lavrar os xerafins de tal bai-
xa ley como me escreveis, ese hirem continuamdo em
tempo do Comde Dom Francisco, tive desprazer Rolhe
perdas que dizeis com isso recebeo opovo dessa Vida—
de. Ao Viso Rey escrevo oque sobre esta meteria ey
por meu serviço que faça, porque sempre me avorey
por desservido procurarem° proveitos em minha fazen-
da com dano das dos meus vassallos-
V.—Nos filhamentos que pedis pera vossos filhos
comforme ao foro que temdes em minha casa, escrevo
ao Viso Rey que me mamde onome, calidado, eforo,
que cada hum dos vós tiver em moas livros, pora vez
nesta meteria fazer a mores que ouver por meu servi-
viço e comforme aos que me fazeis nesse Estado.
VI—E sobre as varas dessa Cidade que me pedis-
tes vos deixasse prover, me pareceo meu serviço nua
aver nenhua mudança do que ategora foy concedido
pollos Senhores Reis meus antecessores, e por mias.
VIL—No ano de 583 escrevi ao Conde Da Fran—
cisco me ymformas. sobre os previlogios quo essa Ci-
dade me pedia, e me respomdeo nas naaos do anu
passado que naa sabia quais eram, por lhos noa terem
imda aprozemtados. E posto que na carta que rne os-
°revestes naa faieis nisso, lembramdome que mo tem—
des pedido, torno aescrever sobre esta meteria ao Viso
Ray, aque faneis deita lembrança para fazer sobro is-
so olhe sonho mamdado. Senta em Lisboa aquinze dn
fevereiro do 1585. Eu Diogo Velho a fie escreva—.
REY.
(fi. 73.)
( 100 )

65.
J&zes, Vreadores, eprocurador da Cidade de Goa.
Eu El-Rey vos envio muyfo saudar. Polias usam que
dessas partes viera6 o afino passado na21 tive cartas
vossas, que devia ser por nisso aver algum desastre
ou enleyo, eporque lie obriguação vossa escreverdes-.
me sempre como ofazeis cada ano, vos encornando e
manado que asay o confinais, eao Viso Rey Dom Du-
arte de Meneses fareis todas as lembranças de meu
serviço que vos parecerem necessarias, que eme sera6
della recebidas comforme ao zoilo que asilas deveis ter,
eque em tudo oque se oferecer me servyreis tao in-
teiramente como de vós comfio. Escripta em Lisboa a
vinte eseis de fevereiro de MBLXXX e seis (1586 ).
—REY.
(Il. 74 v. )

O anuo de 87 na6 teve aCidade Carta. (a)

66.
Vreadores eprocuradores (sie) da Cidade de Goa.
Eu El Rey vos envio muito mudar. Vi vossa carta
(ao) de 13 de novembro e 10 de Dezembro cie 86, e
palio que me escreveis em hu6 delias entendi osub-
cesso das vossas cartas do ano de 84, que me naS
foral dadas, de que agora me enviais acopia, epos-
te que fossem tal antiguas, as mamdey ver, epor
serem Worm° has do ano de 86 nesta reposta vos nal-
darey escrever sobre oque nanas apontais; epera es-
tardes seguros de vossas cartas, as deveis encaminhar
de maneyra que me seja6 dadas.

(a) Vid. n.•,68.


( lól )

11.—E quanto ao que dizeis sobre a virada do Arce-


bispo Dom Frey Vicente daffonseca, que Deos perdoe ,
com seu falecimento cessa tratar dos agravos
dizeis que deite recebestes, e espero que do novo Fre—
leda, que lhe hade ..der, tereis a satisfaçáo que he
rezae, eproverá em tudo como delle confio.
III.—Vi oque me escreveis sobre as orphes que des-
te Reino murado, e posto que nesta meteria aja re-
zais por Imã parte e polia outra, terey dela alembran-
ça que he resae, evos encomemdo que quando toda,ia
de cá forem tratei,' do guazalhado erecolhimento delias
o:enforme ao que omeu Visolley niaso ordenar; eomes-
mo vos encornenado acerca das orphás cujos pais mor-
rere., nessas partes eme tiverem servido nelas.
IV.—E as lembranças que me fazeis sobre a mate.
ria da costa de Melinde, he da calidade que me escre-
veis, eeu tenho entemdido para nela marndar prover
como eumre ameu serviço; eassy mamdarey tambent
prover sobre aque me fazeis dos Desembargadores de.a
Itolaçaõ ePadres da Companhia se excusarem do pa-
garem os direitos do hum por cento das suas fazendas,
para que no que sobre isto requereis se faça o que for
justiça erezaá.
V.—E quanto ao que me escreveis sobre se exeusar de
ir não deste Reino a Mala., semdo esta ntateria de tan-
ta consideraçae como he, amarodei ver etratar os annos
passados com as rezeis que havia por uma parte epolia
outra; etenho assentado que cumpre muito ameu ser-
viço, e ao bem de tudo ir esta não deste Reino, posto
que este ano por alguns respeitos nad vá.
VI—E veludo o que dizeis sobre Xerafins que os
Comdes Dom Luis de Ataide eDom Francisco Masca-
earenhas sendo Vide Reis desse Estado marndarae lau-
rer com tanta liga, de que resulta., as perdas eincon-
venientes que em vossas .rtas apontais, tenho mam-
dado escreveras Viso Rey Dom Duarte de Meneses qo
se 124 lavrem mais com liga nem soja olla ou anuos
.VZ )

passados, eagora de novo lho torno amarndar nas vias


deste ano.
VIL—E sobro oparticular do Licenceedo Francisco
ao Frias de que me avisais, por nao ser cheguada a
.iaao em que vem, terey lembrança pera quaindo elle
chega- a esto Reino. E tombem vi as mais lembranças
que me fazeis em vossas cartas, que creo que sal feitas
com zell,o do serviço de Does emeu, ebem desse Es-
tado; eainda que vos nab mamde respáder acada bui
delias em particular por nad ser neeessario, nem por
isso me deixeis de fazer sempre todas as que virdes que
convem, porque eu terei lembrança de =rodar prover
nas que me bem parecer.
VIII.—Tambem recebi huX carta dos Cidaddis des-
sa Cidade, em que me escreverei; sobre alguàs musas
do que me avisam em vossas cartas, ea que por esta
vos matado responder, polo que me pareceo que nal
ora necessario nem convinha aver separasse., nas re-
postas, pois a(amara e os moradores 84 bui 12113-01118
cousa, ese representa este corpo milhor pelos offici-
ciaes delia; e vos encomemdo os mamdeis chamar a
ella, elhe digueis de minha parte que por mui corto
cenho ohem solto com que procedem nas musas de
meu serviço.
IX.—E quanto ao que me escreveis de aver nessas
partos muitas pessoas da naçad, que he occasiad de se
alevantarem os pressas das drogas e mercadorias del-
tas, e me pedis que os maode vir pera este Reino, nas
viaa dos anos passados inamdey escrever ao Viso Rey
Dom Duarte de Meneses o que avia por meu serviço
que nisto fizesse, ede novo lho torno a marndar nas
vias deste ano, econfio deite que provera nesta ma-
taria com convem nad otendo jil feito. Solite em Lis-
boa a28 de Janeiro de mil quinhentos oytonta ooito.
— REY.
(fl. 76.)
( 103 )

67.
Vreadores, e procuradores (eia) da Cidade a. Goa.
Eu El-Rey vos envio muito saudar. Depois de vos ter
mamdado resporoder por carta de28 dojaneiro deste.,"
ao que me ...revestes, vi ome que dizeis sobre ohum
por cento se aver de arrecadar por ordem da Camara,
eima pollos officiaes de minha fazemda nessas par-
tes, eas rezais que sobre isso apontais, e usai sobre
a casa que ora novamente tmerem fazer os Padres
da Companhia de Jesus no meio da Cidade, que vos
parece que se deve fazer antes para recolhimento de mui-
tas molhares nobres filhas de fidalgooa ecriados meus,
que nessas partes morrera° em meu serviço; elicen•
ça que me pedis pera enviardes aeste Reino bua pes-
soa avossos requerimentos. E porque sal concas em
que me parece° que naa devia tomar resoluçaa sem
primeiro ter imformaçaa do Viso Roy Dom Duarte de
Meneses, lhe mamdo escrever nas vias deste anuo
que na envie pera com elle voe moldar respomdor
como ouver por meu serviço. Escrita em Lisboa a 6
do fevereiro de MBLXXX e oito (1588).—REY.

(fl. 75 v.1

68.
Vreadores eprocuradores (sia) da Cidade de Goa.
Eu El Rey vos envio muito saudar. Vi vossa carta de
sinco de Dezembro de 87, e tive descontentamento de
me escreverdes que vos naa foral dadas cartgs minhas
na armada do mesmo ano, porque em todos vos muni-
do sempre escrever, eao Viso Rey Dom Duarte ad-
virto nas vias destas naos que procure de saber por
quem velas enviou, eacausa porque vos naa foral da-
das, eque daqui em diante tenha particular cuidado
de rolas raamdar entreguar.
vi oque me escrevestes sobre ocontracto que
se neste Reino fez em minha fazenda no estanco do
anil, de que vos mostreis agravados polias rezlis que
para isso apontais, e porque as drogas doesse parte,
sempre foral reservadas a minha fazenda pera as po-
der mandar contratar cá quem quizesse, e deste anil
foi já feito contrato por mandado do senhor Rey Dom
Sebastião meu Sobrinho, que Does tem, no ano de 74,
afora outros maes antigum, parece que nal ha luguar
de agravo nesta parte, e se entemderdes que neste
particular temdes justiça, a pode,eis requerer evota
mamdarey fazer, ecomfio de vós que em todas as cau-
sas que tocarem acoou serviço as fareis ecumprireis
tal inteiramente como de vós comfio.
III.—E quanto a moeda de xerafins de pratta que o
Viso Rey Dom Duarte ramada lavar de que vos quei-
xais, eu tenho nisto manodado prover nas vias dos
anos passados, e agora otorno aescrever ao Viso Rey,
ecreo estareis já satisfeitos neste particular.
IV.—E sobre ooficio de provedor das gualles, que
dizeis que sempte amdou em pessoa morador nom
Cidade, e poderdes apresentar no cargas de escryvaS
da Camara delta que estava vago para que o servisse
(riu), eque os escrivais dos orphals se provejaá
em vida, e se elegal pessoas que os sirval, em que
aja merecimento epartes para isso, 100 pareceo ne-
cessaria para tomar nisto resolução ernformaçal do Viso
Rey, aquem dareis conta do todas estas comas, pa-
ra cora sua reposta vela mamdar dar nellas como ou-
ver por meu serviço.
V.—E no que tom aapresentaçal qmo pedis de Ou-
vidor dessa Cidade ser feita por vós, nal ha que tra-
tar, pois convens que sejaá letrados os que ouverem de
servir nesse carguo, como velo já tenho mamdado 00.
mover.
asai mamdo escrever ao Viso Roy vos faça
( 105 )

guardar vossos previlegios, que me escreveis que cor


meu nome voa forni; comfiniadm por Ferna5 Telles do
Meneses Governador que foi desse Estado; eme envie
particulm emformaçfie dos danos que apontais que es-
sa Cidade recebe, eem especial os Padres de Sal Fran-
cisco com a nova casa que os da Companhia fizera6
no Terreiro dos galos, e da causa que ouve pera se-
rial impedir esta obra de que vos queixais, peru em
tudo amiudar prover como for reza6, evos encomen—
do que nas cousas de meu serviço procedais tem bem
como de vós esporo, odas que se vos oferecem me fa—
çaes todas as lembranças que entemdordes que convem.
Escrita em Lisboa asete do março de MDLXXX1Y.
—REY.
(fi. 8. )

69
Vreadoree e procuradores 'sie) da Cidade de Goa.
Eu El Rey vos envio muito saudar. Vi vossa carta de
16 de novembro de 88, ofolguey de saber o.que por
ella me dizeis, eas coesas de que me does conta que
he tudo comforme ao cuidado eseno que de vós com-

IL—Da morte do Vice Rey Dom Duarte de Mexe-


BOS que Deos perdoe nle pesou muito polias calidades
e partes que noite eoneorria6, epor quoa5 bem proce-
dia em sua obriguaçaii no guoverno desse Estado, eora
envio Mathias Dalbuquerque do meu concelho por Vi-
so Rey dessas partes polia expriencia que deite tem, e
gramde comilança que deite tenho que procurará me
servir com tanta ynteireza eesprito nas comum da jus-
tiça, da mima, eda minha fazenda, que fique eu mui-
to bem servido deite nesta elecçno que defie faço,
evos oncomemdo que assi das coimas que em vossa
carta lembrais, como das mais que virdes que convem
ao bom desse Estado oboro guoverno deite, lhe façaes
( I06

setnpre aa lembranças que vos parecerem neceetarlaa,


de que ellu fará aconta que he
111.—E sobre me pedirdes que vos dê licença proa en-
viardes áeste Reino pessoa que requeira vossas coam,
eque mamde que se na3 lavrem mais serafins nossa
Cidade polias ros3is que me apontais que tive por
boas, ma3dey já prover polias vias da armada do as-
no passado comforme ao que me pedis, como já otereis
sabido, ede novo manado agora ao Viso Rey que por
nenhum caso se lavrem mais serafins neste Estado, e
vos na3 impida enviardes aeste Reino apessoa que qui-
serdes.
IV. E no que toca ao rendimento do hum por cento
se despemder todo na fortificaça3 dessa Cidade eIlha de
Oro, tenho mamdado que se acabo c3 ella essa fortifi-
caça3, sem se fazer outra nenhu& despeza alho se nael
acabar de todo, e vos eneomemdo que trabalhais por so
acabar cá abrevidade que convem, fazendosse esta da-
pezapor pessoas tal confidentes como he reza3 que seja:
e quanto aviagem de Jappão de que me pedis vos fa-
ça mercê pera amesma fortificaça3, dareis disse conta
ao Viso Rey edas rzzáis enerossidades da mesma obra,
pera com sua inforraaça3 vos mandar responder como
ouves por meu aerviço.
sobre se escusarem os moradores dessa Cida-
de de servirem na romara della nos carguos pera que
.3 alertou, e dizerdes que ha muita falta de justiça
nella, eque se fez oarrendamento da alfandega della e
de Cochila com condiçáis que perjudica3 ao bom comum
dessa (idade, marndo a Mathias Dalbuquerque que a
todas catas cousas dê ocomedia que for renal que se lhe
ordene, como romfio que fará.
VI—E acerca da muita gente de naça3 que dizeis
que ha nessas partes, e que procedem cá escamdalo e
dano dos moradores dellaa, tenho mandado prover no
remedio disto; etambem como voa sejam sempre da-
das minhas cartas, e.3 aja mais aqueixa dos anos
( 107 )

passados, evos encomendo que em vossa obrigaçaS pro-


cedeis sempre tab inteiramente com de vós confio.
Scrita em Lisboa adoas de março de MDLXXXX.—
REV.
(9. 79 o. )

70.
Vreadores eProcuradores (sio) da Cidade de Gee.
Eu El Rey vos envio muito saudar. Sendo muy neces-
serio vir amim oCardeal Archiduque meu eobrinho:e
Irmo", que doixey no guoverno doe meus Reinos eSe.
nhorios de Portugal na abzencia que deles fiz pera os
de Castela, pera com elle tratar alguSs roucas de muy
granada importancia aos meus Reinos, elhe comunicar
outras que tambein muito convinha(' ao serviço de Der,
omeu, assentey de dar ordem eforma no dito guover-
no com que nab ouvesse falta nele durante esta sua
abzencia, edar que se me offerecerrul escolhy e apro-
vey aque he mais comforme hos promessas que fiz aos
ditos meus Reinos sobre oguoverno deles, dezejamdo
de em tudo lhes fazer avantajadae merece, tendo por
muy certo que os vassales deles mau conhecera'', eser-
viraS sempre inteiramente, obriguaçaS muy devida a
ellae, easua lealdade, eao que eu deles cSdo, e com
esta rezoluçaS, em que tive todas ao consideraçAes que
tal meteria requere, nemeey por guovernadores dos di-
tos meus Reinos Dom Miguel de Castro Arcebispo de
Lisboa, Dom Joar3 da Silva Corada de Portalegre meu
mordomo mór, oConde Dom Francisco Mascarenhae
Capitas dos ginetes, Dom Duarte de Castelo Branco
Conde do Sabugual meirinho mór de Portugal eVeedor
de minha fazenda, eMiguel de Moura meu EscrivaS da
puridade, todos do meu conselho do Stade, dos quais
550 toa grande °maenga por quem sal, por sua muita
prudeucia ooxpriencia, que tenho por muy certo que
procederam no dito guovemo com muyto contentam.,
ta esatisfaças, de meus ',emanes, ecumprira° Inteiras.
megte asile com minha obrigaçaã °mofoso» ha Patente e
regimento que pesa tudo lhes mandey dar; oque me
parem» comunicarvos por esta minha carta, peru
por alia osaberdes (reposta aentidade da meteria) em
que espero que de todos em geral, e de vós em espe-
cial serey tal bem sorvido coma odeveis a vossa obri-
guaçaó no mesmo meu serviço. Eu encomemdo eencar-
regue aos ditos gnovernadores com oencarecimento que
lia rezabnaã Comente oque convem ao bem conntm eine
redumda no particular de todos, mas oque acada hum
pode tocar, como se disso me fizera lembrança. Escrita
em Madid atres do Março de MBLXXXX e quatro
(1894).—REY.
( 81. )
71.
Vreadores eProcuradores (sie) da Cidade de Goa. Eis
El Rey vos envio muito saudar. Recebi vossas cartas
de 14 de Dezembro de noventa e troo, etive desprazer
de voa naã serem dadas as minhas, por qua em todos
os anos tenho lembrança de vos inundar escrever eres.
pomder aafias, emaculo dar ordem pesa que daqui ela
diante não aja esta falta.
11.—E quanto ao que me escreveis que ymporta ha
eoneervaçao eaugmento desse Estado manadas que os
meus vassallos da coroa de Castella naá tenhafi trato
nem comercio na China polias rezãis que sobre isto mo
apontais, posto que na defesa deste comercio tenho pro-
vido bastantomente, eproverey do novo por via da dita
Coroa, emamdarey ver oque me dizeis sobre os Chin-
cheos que se passarab has Manilhas pesa se nisto fazer
oque convem a bem de tudo.
111.—E no que toca ao mosteiro que vos parece que
se deve fazer noa» Cidade para recolhimento das filhas
dos fidalgos epessoas nobres que mo sorvem nesse Es.
( 109 )

tudo; para que me pedis licença, me parece° vota tal


dever conceder por algumas rezais que se me oferecem
de serviço de Deos emeu, que ao Viso Rey Mathias Dal-
buquerque eaessa Cidade mamdey escrever nas vias do
ano passado como já tereis visto.
IV.—E no particular de tal mamdar a esms partes
'nhã» deste Reino para lá se averem de casar, avendo
nelas tantas libas de criados e vassalos meus que aca-
bara., em meu serviço, temdo respeito ao que sobre es-
ta mataria me dizeis, tenho mandado que naá vaá as di-
tas orphães, e»nevo ao Viso Rey que corra cá oempar°
das que ouver nesse Estado, cujos pais acabaraá em meu
serviço sobre que almude), passar huã provisão que vay
nestas vias, como sabereis polo 01081110 1%0 Rey.
V.—.A lembrança que me faseia sobre o despacho de
Dona Maria, molhar de Ruy Guomes da Orla, tenho por
de meu serviço. Mamdey ver acarta que me vila escre-
veo esua petição, elhe tenho mamdadorespomder com-
forme ao que nela me pede.
VI—E quanto ao que me pedis que mamde tirar
desse Estado os homens de naçaá pelos inconvenientes
que tetudes apontado, eque posto que venhaá de lá al-
guns tornaá outros, pediudome provissá pera essa Ci-
dade os obriguar ase virem para este Reino; por ser
mataria de consideraçaá me pureceo mamdarvos moro-
ver loueenelo
v lan se :ff:r.,, t
I
zarm
ovita
,a7 i
n
guc
eoupv
eeLieni
tos
orq,1
tfercr
, oz

convem que mamde eu tolher aos de naçá ocomercio


aio mar, quh he livre atodos, ese permite nessas partes
a mouros e gentios °judeus; eque somente devo mam—
dar vir os que forem petjudiciaes, precedemdo nisto
a imfonnsça3 vete deltas der O Vise itay, a quem 0601,0-
vo que atome mui partictiar dos que nessas partes re-
sidem.
V1L—E assi me dizeis que no primeiro ano do guo-
voamo do Viso Rey Mathias Dalbuquerque tratarei, do
sromdireento do hum por cento dessa Cidade, e do coa.
( 110 )

tracto que se fez cl alta pera depois de se acabar do


fortificar se fycar arrecadarndo por conta de minha fa—
zenda, oque dizeis que naõ poderá ser polias matiz que
para isso me dais; eporque odireito deste hum por cento
está aplicado pera adita fortificaçaL, se deve de arreca—
dar edespemder asila athe de todo se acabar, edepois
de feita me avizareis deste particular de que tratais pera
vos mandar escrever oque ouver por meu serviço abem
dessa Cidade..
sobre afortificaça3 que vos parece que se
deve fazer na ponta do palmar de Gaspar Dias pera se-
gurança da barra dessa Cidade, posto que tenho sabido
por cartas do Viso Rey que he de pouca importancia,
lho manado se imforme de pessoas de osperiencia se se
deve fazer, e me avise, e que faça residir na forta-
leza de Bardes oCapitab e mais pessoas que tem por
ordenança, para abarra estar guardada como ouvem.
E no que toca ase cercar essa Cidade, por ora na6 ha
que tratar até se de toda acabar a fortificaçaê dessa

IX.—E no que me dizeis sobre as diffensnças que


essa Cidade tem 0001 ade (Ambira sobro ohum por con-
to, que na alfandega deita tv; arrecada por sua conta,
tenho mamdado ver esta mataria, esobre ella vos mana-
darey escrever oque ouver por meu serviço.
X.—E sobre os dez mil cruza&s (a) que me dizeis
quo os moradores dessa Cidade emprestarsê pera aar—
mada em que foy Dom Paulo de Lima, de que pedis
vos mainde fazer pagamento, mamão fanem escrever
ao Viso Rey que dê ordem como se faça com brevida-
de; eque vos sejaê guardados os previlegios dos Im—
fançifis, que &meles, como pedis.
XL—E quanto ao que me dizeis que se naS guarda
aposse em que essa Cidade está pera que os carguos
deita, assi de contas como outros, se provejab por troe

ik,i,id(
isIterati.
z l
i.;mas adiante cm carta de 25 de janeiro do
112 )

asnos somente, equo por inteligencias que se tem, os


dati aos que já os tom servido por outros tres asnos;
marndey passar provisaã pesa estas eleyçiiis se net, po-
dereis fazer senaã por todos, porque quando assi se fi-
zerem poderaã correr por todos estes officios.
XII. -E sobre aaprezentaçaã dos escrivãis dos or-
phãos dessa Cidade pesa se fazer por elle, fico vendo
esta meteria pera vos mamdar responder como ouves
por meu serviço, evos encomomdo que seno cumprais
inteiramente cl vossa obrigaça3, como sou certo que
fareis; e que em todos os anos me aviseis das couces
que vos parecer me deveis dar conta; porque de todas
ao lembranças que me fizerdes terey a que he
hesita em Lisboa a27 de fevereiro de 1N95.—REY.

(fi. 82. )

72.
Vreadores e procuradores (rir) da Cidade do Goa
Eu El Rey vos envio muito saudar. Vi vossa carta do
14 de dezembro de 94 eas coesas de que por elle me
dais conta, em que vem alguã's referidas de outras car-
tas vossas dos asnos passados, que me mit foram da-
das, e por isso vos naã marndoy respomder a cilas.
II.—No que toca amoeda dos xarafins que se lavrou
nestas partes, sobro que mamdey ao Viso Rcy Mathias
d'Albuquerque tomasse o milhos e mais conveniente
isco que pudesse aves para se extinguirem do todo, o
me dizeis que por se entemder que se devia de recolher
toda por conta de minha fazeinda e ficar cá elle aper-
da que se asiles tivesse, não acabara o dito Metidas
d'Albuquerque de tomar assento nesta maioria, porque
convem fazerese com a consideração que cila pede,
Inanido ao Comde Almirante que ora envio por mou
Viso Rey desse Estado, que ouvidas as realce que ha
por parte de minha fazemda, o assy dessa Cidade, se
( 112 )

acabe de tomar resoluçaS neste negocio, eque naã con-


sinta lavrasse mais a dita moeda, como tenho muni-
dado.
II1.—E no que me escreveis sobre os homens da na-
çafi dos Christaás ndvos deverem ser moldados vir des-
sas partes, suamdarey prover como mais convier aser-
viço de Duos e meu ebom desse Estado.
IV.—E quanto ao que dizeis sobro se mamdarem
vir os letrados pesa o Reino tanto que servirem troe
nonos os cargos de que vab providos proverssea
nisto como for necessario; eassy no que dizeis so-
bre a determinaçaã que o Senhor Rey Dom Sobas-
tiaá meu Sobrinho (que Deos tem )mandou tomar
acerque da forma dos arrendamentos de minhas rem-
rias, para que se naõ ennove neles cousa nenhuã em
podei.° do povo. E porque dizeis que está ofeito con-
duzo em mal do Antonio Fernandes Maciel Juiz dos
feitos, tenho mamdado ao dito Cosido Viso Rey que
faça em tudo dar final despacho, eos autos que sobro
isto me enviastes tenho mandado ver, e vos mamdaroi
responder por outra carta, se neles se achar cousa pesa
isso.
V.—E sobre se nau deverem casar os Desembarga-
dores oOuvidoros nessas partes durante otempo que
servires, seus cargos, tenho mamdado prover pellas
naaos do asno passado, como já sabereis.
VI.—E sobro os cargos de escrivães dos orphaãs des-
sa Cidade, cujo provimento me dizeis que pertence ha
mesma Cidade, tenho mandado ver esta meteria para
vos mamdar respomder a aliei e ao Comde Viso Rey
mamdo que muito particularmonte se informe das reidis
qs temdes posa os proverdes, edas que ouve pera o
sal fazerdes de tantos asnos aesta parte, pesa com a
uno mo.onviar sobro esta meteria se prover asila como
convem, sondo em tudo respeito ao que sobre isto me

VII.—E no particular cio tronquo que vos parem


( 113 )

:neeteaario fazeres° nessa Cidade polla.priea3 da fortale-


a ser apertada e doentia, dare:s tombem eout- ao dito
Viso _Ray para com sua imformaçaá vos mamdar roa—
ponder.
VIII.—E no •que toca ao moosteiro de freiras que
pretendeis edificares nessa Cidade pera recolhimento
das filhas de -criados meus e eidadôisdella, por algalie
reates de serviço de Deos e meu vos tenho mamdado
reeponder nas vias dos dou.. tomos passaes que naô' ha-
via por bem que se fizesse; oque do novo me tonsa a
parecer por muytos inconvinientes que se offereeem. E
asay omundey que tendo In dizer aDona Lmeia
quo desejava intrevir nessa obra com cumunicaçail
vossa; ede louvor te, ovosso eseu uno .nela.
IX.—E assy me dizeis que essa Cidade tem hum
privilegio de El Rey Dom Manoel meu Senhor oavôs
que Deus tom) para que todos os casados ,dellacomo
fironteyros vencessem soldos, oqual se quebrou e estia—
guie, esomente se passaral ,provisMs,pellos meusViso
Reis poro vencerem •estes soldos os que :actualmente
servissem na mesa da Camara dessa Cidade, e-que ora
encontra isto onovo Regimewn da matricula; evendo
oque sobre isto me dizeis, ,gy por bem .C11.13 as tais pes-
soas hajalnste soldo o-anuo que servirem na guover—
nança.dessa•Cidade em quanto oouver por bem e nat. ;
mamdar.o contrario, sobre que leva ordem o Cornde
Viso .Rey.
X.Tive contentamento de saber por vossa carla.
que ides eorremdonom afortificaçIo dessa Ilha, etem,
des acebado. baluarte de Sal Tiago do Paço de Be—
nastarint, evos encomemçlo que prosiguais com a dita
obra, em que me dizeis que o Viso Rey Mathias de
Albuquerque .com -parecer de alguns fidalgos intentou
primeiro cercar de muro aessa Cidade, em que se nati
fará cousa signa sem proceder primeiro aimformaçaô
que mundo ao Com& Viso Rey tome da importando
( 114 )

deste muro, elhe mamdar escrever ',que cavor por bom


que se nisto faça.
XI.—Tambom tive contentamento de me dardos con-
ta das victorias que nosso Senhor deu nesse Estado, de
que tenho, por principal atomada do Morro, ecornfio
de vós que no que vos tocar as ajudareiszlo maneyra que
se acressentem.
XII.—E assy me dizeis que essa Cidade fez hu3 casa
grande por cima dos assogries com fündamento de po-
der servir de vereaça3 polias rezáis que me apontais,
pedimdome mamde aos Dezembargadores da Relaça3
della deixem de fazer audiencia publica em suas casas,
oafaça3 naquella casa, sobre oque manado ao Comde
Viso Rey ar imfertne evos ouça efaça nisto orilus lhe
parecer que mais convem, eme aviar de tudo para eu
mandar oque ouver. por mais conveniente, e entaõ mo
podereis lambem escrever oque se vos offere.r.
XIII.—A lembrança que ma faz eis sobre os fidalgos
ocidad3is dessa Cidade, que dizeis me. terem bem ser-
vido, eque por suas doenças ou pobres as fica3 inabelita-
dos para pessoalmemte virem ao Reino requerer satisfa-
;Ais de .ar serviços, me pareceu bem. E posto que te-
nho marudado que se tenha conta eOrll as taes pessoas,
o torno a'mana. arte antro, áque ze coral suas peti-
çílis em despacho, assy as que estiverem no Reino com
as que lá podem apprmentar ao Viso Rei comforme aor-
dem que tenho dado para isso. E assim hey por meu
serviço a outra lembrança que lambem me fazeis de
se evitarem trespassassb'es dos cargos desse.Estado; epos-
to que o tenho jd mamdado, de novo mando dar or-
dem pora que se escusem quanto puder ser.
XIV.—E ao que dizeis que as armadas que . fazem
nessa Cidade lhe dab gramde opressa3, e 88 faz sernjus-
riça aos pobres, meteria he que conforme aos acidontar
quo sobrevem acose Estado se hade proceder nella, de
que dareis conta ao Comde Viso Rey aque mamdo que
nisto se faça intoyramente justiça; eassy nas extrossáis
( 115 )

que-dizols que se fazem aos pescadores prazos que se


metem nas gallees.
XV.—Alembranca que me fazeis de alguês pessoas
quo la me sorvem, para por esse respeito lhe dever fazer
otoece, terey para mamdar ver. suas petiçêis gastado as
apresentarem.
XVL—E assy me dizeis que os officims dessa Cama-
ra do cano passado me escrevera sobro Poro do Olivei-
ra, cidadati dessa Cidade, que temdo feito muitos serviços
por discarem de muitos amos, naõ tivera ategora satis-
façait, eu morado ao Cozido Viso Roy veja os papeis de
rous serviços, aquem os deve logo apresentar; posa com
sua imformaçall (em que terey respeito ,a esta vossa) eu
lho tumular respomder como ouvor por. bem.
XVIL—E no rpm toca ao officio de Guardamdr de
Dio Ter foy dado em me:intento aJeronimo do Melló com
Vietoria do Mesquita, de que foy excluido por afio ser
rêfirmado por mim, do que mo dizeies enviais apatente
por naê ter no Reynu quem requeyra por elle, eu
n mamaarey ver e respotuder aelle como for ser-
vido.
XVIII.—E tombem terey lembrança de mamdar ver
apotiçoi3 epapeis do Fernaê Nunes do Cayola, sobro
que mo dizeis que os offieiaes dessa Coroara d* acne
passado ma fizeram, eVÓ4 ora me fazeis. E foy bem foy,
to envyardosme aimformaçaii que me deis do Licencia-
do Lopo Alvrez de Aloura, Ouvidor geral do crime des-
se Estado, eimpedirselhe avida para esto Reino por seu
bom procedimento, de que terey lembrança.
XIX.—E quanto ao que me dizeis sobre as novas que
vieraê ao Vim Rey da traiçab de Camelia, caso foypo-
re sentis como me escreveis, do que tambem tive cote
aviso por cartas dl Viso Iloy Mathias do Albuquerque
que -ieraê nas nome do anno passado, mas por outras
mas que vierfio por terra feytas em fevereyro do mes-
mo anno entendi que ficava isto em malte miltiores ter-
mos, e esporo (em nosso Senhor ,que já agora mtê tudo
( 116 )

acabado; evoe tenho em servico o ,offerechnento que


sobre estas matarias me fazeis, eterey lembraça das
melhores dos que acabara8 nesta empresa de Ceila8.
XX. —E quanto da lembranças que fazeis sobre aAI-
fun ,ega de Chaul, comfio de vás que sera , 8sem outro
respeito anual ode 3303 serviço; mas na8 vejo rezaõ
pera deixar de apovar oque nella tenho nmmdado e
neta feyto; e offereeendossevos alguns outras as pode-
reis apresentar ao Comde Viso Rey para elle mas es—
nrover. E pelas cartas que acima digo que vieram por
torra feitas em fevereyro do anuo passado tenho ontem-
tido serem feitas as pazes com oMentiue asua ins—
tancia, por 013d0 80 prova ocontrario do receio que di-
zeis que aCidade tinha. Escrita em Aranjuez a oito de
março de 1696.—REY.

(Il. 85.)

73.
Vreadores eproárador da Cidade deGoa. Eu El Rei
vos envio muito saudar. Pollo esc/nadai° que nessa Ci-
dade onos mais lugares da Lm:lia averia de oViso Rey
Mathias d'Albuquerque tirar do cargo de Voador da Fa-
zenda do Goa aAntonio Giralte sem ordem minha, nem
culpas suas, epor solte pessoa extrangeira (a), na.3 po-
dendo por isso ser provido do clito officio comforme di
promessas que fiz a estes Reinos, me pare. %) ammdar-
vos escrever por esta carta que tive deste muito despra-
zer, equo mamdarey nisso prover com justiça peru que
se satisfaça 30 escamdalo que de ambas . estas 3011838
ouver. Escrita em Lisboa a9de Março de 596.—REY.

(fi. 89 v. )

que averdadeira ficção ise=e per ser elle pescas


( 117 )

74.
Vreadores eprocuradores (ria) da Cidade do Goa, Eu
El Ray Vos envio muito saudar. Recebi vossas cartas de
quinze de dezembro- de 95, ev1 as cousas de que por
cilas me deis conta, e assi os apontamentos em que
particularmente tratass de vos nen guardarem as liber-
dades, que' tem essa Cidade, perturbamdolhe os monis-
tiros do minha fazenda afranquia de quesempm usara;
eporque Ice mataria der consideraçan, Er em quertanbem
devem ser ouvidos os menistros de que vos queixaes,
Inamdo ruereteraoComdaVi,o Rey que vos ouça atodos,
e verifique arenal de quem ativer, para com sua em—
formaçan. mandar prover nisto como ouves' por meu
'serviço; aquem, tambem apontareis as causas .e rezhis
que daes sobre aalfamdega de Chaul, eobrigaçnis que
se culta puzeran, que dizeis que encontran aliberdade
da franquia dessa Cidade, para tombem disto me en..
vier sua enarormaçan; esobre as mais liberdades que mo
dizeis que vos cal foral guardadas peno Viso Rey
Mathiaa de Albuquerque ena Rellaçan, lhe mando que
um tudo oque aellas toca vos faça fazer justira, eque
tenha aconta que Ice rezan oh' as °ousas dessa (i-
dade.
11.—E no particular da Rellaçan que dizeis quo Ice de
pelica effeyto, emais cousas de que tratais em vossa
curta, se vos pudera estranhar meterdesvos nesta., me-
terias tal assentadas, e que vou nen local; m89 bem
creio que ovosso zello vos persuadiria aysto.
111.—E sobre aconquista de Ceilan mando prover
como convem ameu serviço; e no que de vossa parto
puderdes fazer para obom efeito della, borofio que roo-
pomderâ oprocedimento ánecessidade.
IV.—E quanto ao que dizeis que he costume os oh.
dais de minha fazemda servimdo seus cargos tirarem
certidnis de remdimentos que acresentaran nela, tenho
( 118 )

já provido para se ;lhes panarem na verdade, e


assy marndorey prover no que apontais sobre as cartaz
que escrevo aessa Cidade, que por yrem nu vias .pu—
de aves nanas ynconveniente.
V.— Sobro oltay do Daehem se mostrar amigo° des-
se Estado efazer bom tratamento aDom Francisco d'E-
ça eao Bispo da China, escravo a« Comdo Viso Rey o

qu VÌ.Y27nl erps.:ZC,"1.= d' affo


'r?;ficaçaIl d sa Ilha,
g
que ouve por bens ono so fosse continuando o t
e«se liem
'
bar poios •rezõis .que sobre ysto mo escrevestes, eany
sobre se acabar de fazer afortificaçah da Ilha do fiar-
des, escrevo tombem ao Comno Viso -iley co vá conti-
nuando com ambas estas cousas com a ddigancia que
ellas pedem, e. que obrigo ao Capital daquella fortale-
za assista -asila pelas TOZiS que sobro isso apontais, que
tenho por boas; eassy ns que me dois sobre se fazer
afortaleza ao ponta de Gaspar Dias, de que lia otuitna
aniles que se trata ecorra esta pratica.
VII. E no que4oca ao guoveruo e administroçaál do
°apitai dessa Cidade tenho maldade prover como sa-
bereis -do Com& Viso Rey. E assy mamdarey VOT o
particular, que-me dizeis sobre os procuradoros do povo
delia terem igoal voto nO os Vreadores, para em tudo
se prover como convem ameu serviço eao bem da meu-
mo Cidade.
VIII.—O feito que se tratou sobre ofora', novo, que
escreveis que fez oViso Ray Dom Antoi5 com oArcebispo
Dom Gaspar, em que se emitem omede-e eircunstanciu
em que avia5 de correr as rendas doma Cidade, que
dizeis 80 enviou pelas 1.1.08 do ano passado, por o Viu,-
rey Mothias de Albuquerque naô consentir que -o ~-
touca.° oLicenciado Antonio Fernandez Maciol, Juiz
dos feitos, naS veyo na mio Som Pantaliaô, que somen—
te cá chegou oano passado, oagora .mamdo escreves
ao Conde Visornsy se yntforine da causa porque se na5
senteneeou, o;ao APLos de tudo.
( 119 )

EL—No particular da gente da naça3, de que tratais,


mamdey ao Comde Viso Rey quamdo de cá porfio o
que avia por bem que nisso se fizesoe, eora de novo lhe
escrevo omais que de presente se oferecer, que nisto con-
vinha; ea elle dareis conta do que sobre esta maioria
entemderdes que convem ameu serviço, eao bem dessa
Estado.
X.—No mosteiro de freiras sobre que ha alguns an-
uo. que me escreveis, tenho tomado aresoluça5 quejá
tereis sabido polias reajfis que aysso me movera3 de ser-
viço do Deos emeu; eao Arcebispo dessa Cidade de Goa
podereis dar as que ora escreveis, para nesta meteria
fazer oque lhe cometo per minhas cartas.
XL—E no que toca aos Ouvidores lettrados das for-
talezas desse Estado do que vos queixais, tenho provi-
do nisto como sabereis do Comde Viso Rey, elhe mam.
do que veja os apontamentos que dizeis que oViso Rey
Mathias de Albuquerque vos deu, e Inunde goardar a
ordem deites sobre ocontrato do hum por cento.
XIL—E vibre oque me pedis que os oficiais que
amdarem• ocupados na Camara dessa Cidade p?osa3 ven-
cer soes soldos, ese lhe paguem seus coartms, escrevo
ao ComdeViso'Rey, de quern sabereis oque ey por bem
que se nisso faça. E das pessoas de cujos despachos me
fazeis lembrança, a terey para lhe fazer a inerce que
ouver lugar quamdo me forem aprezentadas suas pety-
Ois, eestiver em despachos dos que me servem nesse
Estado, que este anuo nat; ha.
XIII.—E quanto ha duvida do hum por cento que
essa Cidade trazia com a de Cochim, na armada do
amo passado matudei prover nisso com oque me pare-
ceu mais serviço de Deos emeu, como já tereis sabido.
Escrita em Lisboa a 13 de fevereiro de 597.—REY.

• (fi. 90.)
( 120 )

75.
Vereadores eprocuradores (sie) da Cidade de Goa
Eu ei Rey vos muito saudar. Vi as.eouead do que poh
vos,a carta de 19 de Dezembro de 96 mo deis,conta, a
que vos mundo respomder nesta..
11.—Ao que dizeis que os Viso Reis. desse Estado naii
guarda6 aos Cidadhis dessa Cidade os,previlegios que
pollos Senhores Reis meus antecessores, que Deos tem,
lhe foraõ concedk,s, eu marmley escrever ao Comete
Viso Rei, em curto de oito de fevereiro do anno passa-
do do 9-7, que foy nas vias das mem de mesmo ano,
que vos ouvisse sobre esto particular, efizesse em tudo
coliga:mento do justiço, ea essa Cidade mamby tem—
bem em.rever que entenderia dello como nisto eem tu—
do omais lhe encomemdava as cemos delia..
ao que dizeis quo os Viso •Reis tratar, mal
essa Cidade guarndo os ministros della lhe va6 fallar
em negocias de meu serviço obem comum, eu lhe imbu
mamdedo mos cartas dos anos passados, quo guardem
nisto aordem antiga que se sempre teve, eagora terno
amarndar escrever ao Comi° Viso Rey nas vias deste
eme que quamdo os Vereadores dessa Cidade forem a
elle em forma de Camara sobre negocies da mesma
Cidade, os trato como os mem Viso Reis eGoverna—
dores costumai" fazer aos fidalgos de minha casa, posto ,
que o01163.6 anal.
IV.—Tambem mo deis conta corno depois de partidas
as nanes do ano do 90 pedireis com instancia ao Viso
Rey que tomasse rezoluçati na meteria da franquia den-
sa Cidade com parecer do Arcebispo Dom Fey Alei»
de Meneses ede outros Prelados o theologos, eque sal
Junta quo se delles fizera se assentdra sem& todos cem
formes que avossa posse era boa, oposto que já oano
passado mamdey ao Comde Viso Rey quo visse as
( 121 )

sana (a) de vosso agravo nesta mataria einformam-


desse do que dizeis sobro elle, lho torno ora a mamdar
escrever, eque estamde tomado assento, ofaca eomprir;
e que sobro os direitos que dizeis que no regimento no-
vo da Alfandega de Chaul. oViso Rey hlathi. de Al-
buquerque obrigou ase pagarem, vos ouça, eme im-
formo do que achar, como já reameloy escrever pelas
vias do ano passado, porque naá hey por meu serviço
que se ponhsh direitos novos nas alfamlegas tl.se Jdsts-
do sem meu marodado.
V.—E ao que dizeis que ohospital dessa Cidade fica
corremde pela ordem que oViso Rey hlathias de Albu-
querque deu por sua provisa3 depois que os Religiosos
da Companhia o largaraá, tenho mamdado escrever ao
Caindo Viso Rey oque nisto ai por bem que se faça,e
que no particular de emfermeiro mór do dito hospital, de
que me dais conta, hey por bem que se guardo aordem
que se nisto tem no hospital de Lisboa.
VI—Por boa tenho alembrança que me fazeis sobre o
particular dos embaixadores, eque por luzem mal con-
tentes quizereis mamam hum presente haquelle Rey,
ovos nal) dera pera isso licença oViso Rey Mathias do
Albuquerque, etenho vos em serviço esta despesa, que
por mo fazer oferecieis de vossas fazendas, eassy aou-
tra vossa lembrança sobro a conquista do Ceilaá,
que he da iniportancia que diseis, sobre que manido
prover.
VIL—E ao que dizeis que importa ameu serviço
que nenhum homem de naça3 nem gentio de qualquer
casta que seja sirva do feitor dos capitàes das fortalease
relias reates que sobre isto apontais, easai pello ince-
veniente que disto resulta aos moradores da fortaleza
de Maloca pellas extroçais que trombem dos feitores que
tem os Capitam daquella fortaleza, tenho mamdado pro-

(a)
,( 122 )

ver em todas estas comas como sabereis, eima° que


sobre os direitos novos 'que dizeis que se poreraá por
saida ás fazendas que moradores da mesma fortaleza
navegai, pura Pegi, •Chororoandel, eoutras partes te-
nho já mamilo& ao Conde Viso Rey palia vias do an-
no passado se iniforme eme avise, elho,torno outra vez
amaindar, elhe ferais disto lembrança.
VIII.-2 sobre naá irem lettrados deste Reino pera
servirem de' ouvidores das fortalezas 'dessas partes sena
somente os que ouverem de servir na &Ilação de Goa,
meteria he como outras alguns que tem razács pera san-
has as partes, emesta se provara como for mais conve-
niente pera tudo.
IX.—E Sive contentamento de me 'dizerdes que se
corro cá muita deligencia ecuidado cá as obras da for-
tificaçaá dessa Ilha, eque no nono atrás se principiára
hum lanço de muro de .Nossa Senhora do Cabo poro a
banda de Goa aVelha, e que arai se vsy continuando
rum outro mirro eballuarte da -banida do Mangueira',
pera se fiear fechando hun.bra vom aoutra; evos en-
comendo que prossiguais oque nisto seiras, eafortifica-
vai" do forte de Bardes, que está prantedo ao pee da
fortaleza velha, efoy muito acertado'ordenardes como
no mamdassem ha China as seis mil Xerafins que dizeis
•pura oirem empregados em cobre, para deite se fundir
artelharia para os baluartes, e fortes dessa Ilha, evoa
encomemdo que assy o vades continuando, eme escre-
vais sempre oque em todas estas cessas se fizer.
X.—E no que teca âmoeda dos zerafiins, elembran-
ça que fazeis sobre aperda efalta das muitas naaos da
varreyra da Imdia, assy por partirem tarde deste Reira
ede lua, comrapor lhe faltarem Offid81os de experiencia,
tenho inamdado prover o milhor que de presente po-
de ser temdosse em lembrança fazermos isto ao diante
de ventagem.
XI.—E quanto aos carguoso de esorivail dos orphaás,
rpm dizeis eine prove' essa Cidade com os mais de sua
(123 )

nobre que Inamdey ao'Comde Viso ReTto-


mame imformaçaa ema enviasse, tanto que .vier vos
maindarey respomder aeste particular, eguardar ajus•
tiça gmenelle tiverdes, eassy espero .emformaçail sobre
os homens da naçaa, de que vos queixais, para cl ella
tentar aresolluçaaque.ouver por meu serviço.
XII.—E quarto aos ,dez mil parddos que dizeis que
os moradores dessa'Cidade emprestaralt ao Viso Rey
Dom Duarte de Meneses, ,que Duos perdoe, peru oaper-
cebimento da armada com que Dom Paulo de Lima des-
baratou El-Rey de -dor, eque pedimdoos muitas vezes
vos fora respomaidaqueae na5 podida pagar sem pro-
visaa hei por bem que vos sejaa pagos nos di-
reitos da alfendega dessa*Cidade de Goa, .corno me pe-
dieis e...Informe •lia provisão que .paradssommialey

a.sy mamdo escrever ao dito •Comde Vi30


Rey geenas eleeçais que se fizerem de troe em troe atinou
aaa irssoas -queima de servir na Camara dessa Cidadm
ao guardem inteiramentseminhas ordenaçais.
XIV—O que dizeis sobre oArcebispo de Goa eCapitar>
dama Cidade emais pessoas de que mo fazeis lembran-
ça, folgney do saber. Eseripta em Lisboaa 25 de ° la-
meiro do 98.—PIUNCIPE.

(fi. 7:13. )

76.
Vereadores eprocuradores (sia) da Cidade de Goa.
Eu El Rey vos envio muyto saudar. Vi vossa carta de
17 do Dezembro de 97 com as lembranças que me fa-
mis, aque nesta vos mamdarey respomder, efolguey
do saber o que me dizeis sobre o modo em que vay
proCedendo o Coando Viso Rey na obriguaçait do guo..
( 124 )

verno deese Estado, em que espero vá continuarodo


como deite comfio.
II.—No Tatou ao que dizeis que os Viso Reis des-
se Estado trafrtá mal os ministros dessa Cidade (main-
do lhe vai falar em negocios de meu serviço ebem co-
nsumi polo que' em' todos os tomos lhe tenho- mamdado
que guardem nisto aordóm antiga que se sempre teve,
otorney amamaar escrever ao Comde Viso- itey nas
vias do ano de 98, que quamdo os Vereadores dessa Ci-
dade (cosem aelle em forma de Camara, os trato como
aos fidalgos de minha casa, posto que elos osai sejafq
e juntamente lhe mamdey tomasse rosoluça8 na mete-
ria da franquia dessa Cidade, evisse as rezioes de vosso
agravo meta =teria, ose imformasse do que mo Unheis
°seri tto, pelo que aelle deveis apresentar todas as te-
afiou que nesta vossa carta me (tais- para vos fazor asi-
las eUprimento. do justiça, e mo avisar do que for ne-
t...rio.
111.—Tive contentamento do saber'por vossa carta os
bois termos em que está a fortificaço3 dessa Ilha, bo
balurte que mannlo•fazer na ponta do palmar do Gas-
par Dias, e esporo que mm vossa ajuda se acabe mins
toda abrevidade somo convem ha segurança desse Es-
tado.
IV.—E no particular do me servir nosso Estado dos
moradores dessa Cidade nas sonsas de meu serviço, os-
trovo ao Comde Viso Rey oque della sabereis, eveja o
assento. que ao- foz em tempo dó governador Antonio
Moais Barreto sobre as penas dadas aos.que 'má aceita?,
os cargos dossa Cidade, que dizeis que o dito governa.
dor confirmou, e me avise do-que sobro isto lhe' pa-
ram'', para efi esta doligoneia vos matadas respom-
der neste particular, e que entretanto se use do dito
assento.
V.—Sobrei as coimas da Ilha de CeillaU, do que mo
fazeis lembrança, tenho mamdado escrever ao Cotado
ViSORoy, elhe enoarreguo está maioria como aimpor.
( 125 )

tende della opede, alem •de dm já estar multo enco-


memdada por my, ecolado que estará em taá bota
termos que em breve tempo .se mula aquella com-
quieta.
VI.Nas vias deste mino das maos ,que naá parti-
rei,' evaá agora tenho amoldado ao Cotado Viso Rey que
naá consinta terem os Candeias .das fartalezas bramenes,
nem homens de zaçaá por feitores, sobre .que se passou
entaii provisa5, esobre ,nab' .aver Ouvidores lastrados
nas fortalezas, de que me fazeis lembrança podas can-
sas que appontais,..tenhotambem provido no modo que
sabereis do Tiso,Rey.
VII.—Sobre oprevilogio que ,dizeis vos foi conce-
dido para todas as eausae que se moverem nessa Cidade
virem amimpor agravo, escrevo m Viso ,Rey me avise
disto.
quanto avos ,conceder gusas .naos ,que vie-
rem dessas partes pera este Reino tomem ametade da
carga »embarra de Goa, ha coma que ,ategora se naa
usou, nem será conveniente isto taá precisamente, pois
as nãos se veásoncertar a,CoShim ardes de se carrega-
rem, que tombem encontra estavas.. petiçaá; rem da-
rei, conta deita ao Comde Viso Rey, esom ainforma-
çaá que sobre isto ,me escrever, me resolverey no que
ouves por meu serviço, elambem lhe:deseje conta dos
novos direitos queslizeis,que ao entreduziraá na casa da
moeda dema ,Cidade, ,pera som sim imforrnaçaá vos
manadas respomder aisM somo ouver por bem.
IX.—E sobre omosteiro de freiras que me pedis mam-
de ordenar nessa Cidade, tenho mamdado escrevera°
Corada Viso Rey eao Arcebispo de Goa, aquem eme-
memdo muito particularmente esta mataria, oque .delle
sabereis.
X.—Tenho por bem feitas as lembranças que me fa-
zeis dos fidalgos emais pessoas .que me serve nessas
partes, ea alguns deles reamdey respomder o anno
passado, eassy mamdarey fazer aos de que me forem
( 126

apresentado (aio) suas potiçf,is. Escrita em Lisboa •19.


de Dezembro de 1598.—REY.

(d. 95.)

77.
Jiciro vreadores oprocurador °procuradores doa mis-
teres da Camaro da Cidade de Coou. Eu El Itey vas
solvi° muito saudar. Vi oque me escrevmteis em vogas
cartas que me imviastos pelo gualia5 que o ano peado
veio dosas partes, eoutra do primeiro de dezembro do
608 que veio por tora, oestou bem indeirado do uno
epromtida5 com que acedia as cousas do meu servisse
que he condor,ae acomfiansa que do vós tenho, qua
muito vos agardeso, eas lembranças que me fazeis dele
edo bem custeio, sobre que inanido escrever ao Vis',
Rey oque ouve por meu serviso como lá saboreie,
eda mesma maneira ofaso sobre os bazaruquos odirei•
tos que por ordem de Manoel Mascarenhas se aromam,
em Malaqua dos gualiois que vieraii da China, como mu
escreveis.
IL—E no particular da divida emtre essa Cidade o
ade Cochim sobre os direitos doe fazemdas da China
que ali se despachab me preso° na5 me resolver niso
seco priineiro vir aimformma3 que tenho mamdado coe
me emvie, c5 ella ofarei brevemente.
111.—E ao que dizeis sobre Baltazar. de Sequeira
mandarei tambem deferir com aimformasa5 que te—
nho mandado se ma emvie. E sobre Dominguos Vi—
eira Soares mando se vos avise dos termos de seu
despacho.
IV.—A fortificagab dese Cidade he da importancia
que sabeis, e pelo cuidado com que acodis de roucas
de vosa hobriguasa5 si por escusado encomendar—
227 ‘)

volla. Escrita em Lisboa a 24 de fevereiro de


1610.--REY.
4 . 98. 1

78.

Juizes evreadoms eprocurador da Cidade de Duos.


Eu El Rey vos emvio muito saudar. Pelas voem cartas
de 15 e12 do mamo do anuo 'casado que se reseberaê
por ter., epelo que jumtamente escreve° oArcebispo
Dom Frei Alei. de Menezes estando no guoverno
disse Estado, emtemcli a prontidaii eboa vontade com
que vos despuzesteia ao ajudar na ocaziab das naos
°lande.au que se avisou, que estavab sobre afortaleza de
DIalaqua, que he oque sempre espero etenho por se. rto
em todas as ocasiêis da amtigua lealdade desa Cidade
do amos com que se empregue no comprimento de sua
obriguasa5 e-me. servis°, easi ainda que esta vota de-
triminaymE naii veio aefeito, todavia eu me ouve por
tag bem servido comem otivera, comforme aisto vola
agradeço, ema será presente para por este respeito o
dos mais servisos que sua Cidade me tem feito lhe fazer
toda amercê e favor que ouver lugar. E ao mais
de que as ditas cartas trataê, se vos respomderá
em outra o que por olla vereis. Escrita em Valha-
dou a9aa março de isio.—REY.— O Margew de
Sa ,inas.
(fl. 99. )

79.
Vmadores procurador eprocuradores dos misteres da
Cidade de Goa. Eu El Ruy vos invio muito saudar.
Por vossas cartas que inviastes pela caravela e náus
que o ano passado vieraii dessas partes, epelas do Viso
( 128 )

Rey Rui Lourenço do Tavora entendi oasilo eprompti-


dab ad que vos dispozestes ao ajudar peru aarmada que
aprestava para osul, ecom que vos oferecestes afazes
omesmo para aque oArcebispo Primaz quis inviar,
posto que na5 voo.. efeito, e tive contentamento do
saber este vosso bom procedimento, posto que lie. com
que sempre me servistes em semelhantes occasilios, ecom
que estou certo ofaneis em todas as que se oferecerem;
oque me será sempre presente pata folgar de fazer a
essa Cidade omoradores della toda amerco que ouver
lugar, ecomforme aisto, e 40 que tambem entendi do
mesmo bom procedimento das mais Sidades ti. esse Esta-
do, imundo escrever ao Viso Rey as favoreça a todas
elhes guarde seus privilegias, e ordene aos desembar-
gargaderes da Relaçaõ emais ministros lhos guardem, e
que entendei', por quab bem servido me .averey deites
em assi o fazerem, eme pareces dever lembrarvos nes-
te particular que nas queixas que tiverdes de se vos
nab guardarem n08808 privilegies aviseis semprn dos
casos particulares, em que se vos nab guardarem, pera
que vendem possa mamdar prover nades COMO Mover
por DM. SCOVIÇOI.
II.—E quanto áqueixa que tendes da continuaçaõ e
termo com que aessa eás mais Cidades desse Estado
se pedem emprestimos para meu serviço, de que seus
moradores recebem opreesa5 edanno, folguei tle me fa-
zerdes cata lembrança, eporque desejo recebad de mim
todo ofavor que he justo, ordeno que em nenhum caso
se lhe peçaib, salvo sendo.. necessidade tab preeisa, que
nal/ aja outro algum remellio, eque quando. neste caso
se pedirem se lhes Mio faça para isso força nem violencia,
ese lhas consigne logo opagamento em rendas emtas,
em que cobrem. que emprestarem cb certeza emm que
aja alguit duvida, e«si o mando escrever ao Viso Rey
o cumpra e todos os meia Viso Reis eGovernadores
que Rie suCcederem, eque oViso Rey Rui Lourenço de
Tocara lhes faça o mesmo pagamento de todo oque ti.
( 129 )

verem emprestado no tempo do seu governo, eque para


omais que lhes dever dos emprestimos que tiverem feito
nos temp3s atrás lhes ordene façaá os papeis correntes
e lhos mostrem, emande deites tirar huã relapá da
calidade ecantidade dao dividas, edo tempo em que os
emprestimos foral feitos, epara que efeito, ema envi-
em para eu amondar ver, eordenar opagamento das
tais dividas como ouver por meu serviço, do que me
parece° avizarvos para usei oterdes entendido efazer-
des saber ás mais Cidades o que nisto ordeno e
mando.
—No particular da renda dos mantimentos dessa
Cidade, por desejar de lhe fazer todo ofavor, ey por
bem que essa se vos dee separadamente, eassi oman-
do escrever ao Vice Rey, eque para isso ordene aos
officiaos de minha fazenda asentent cole vasco opreso
respetivamente aos ermos atrás, eas .condiçties com que
se vou deve dor, emontando nomeais hu1 pessoa abona-
da ede satisfaçaá, em cuja cabeça fique adita renda,
epor quem se puxe polo preço deita, dando para isso fi-
anças bastantes, de que me parece° avisarvos para as-
si oterdes entendido, eprocurardes se doo aexecuçaá.
1V.—Mandei ver as receies que me ynviastos repre-
untar sobre apretençatt que tendes de prover ocargo
de Ouvidor dessa Cidade, eas que se °Seroem em con-
trario; opor dezejar favorece- la tendo consideraçat; a
seos serviços, eacalidade da meteria, ey por bem que
se trate na Relegai; desse Estado sendo cávosm ouvido
oprocurador da minha Coroa, e se procem es auto,
thé final, eos juizos que da causa forem dê cada hum
seu parecer por escrito serrado per vias fiquando-lho ou-
tro tal em sou pador. E sem se perrinnciar sentença se
me enviem os ditos pareceres com o trmlado chis autos
pelas mesmas vias, para eu os mandar ver, edetermi-
nar oque ouvor por meu seleciço, eque endretento és,
;eja alidado de posso como tenho manolado; e nestá
( 130 )

consformidade escrevo ao Viso Rey para o fazer caca-


tar asai.
V.—Vendo oque me escrevestes sobre anececidade
que omosteiro das freiras que ha nessa Sidade tem de
remda para sua sustentaçaa, eo que me pedis sobre po-
derem comprar do suas legitimas propriedades das que
me sua Sorriras, ouve por bem sem embargo da ordens-
gol que odefende, de lhe conceder licença que posai,
comprar athe conthis de troe mil perdoes xerafins em
bens do raia, que ima sejaa reguenguos, aldeas, ganea-
rias ; jonos, nem bandins foreiros âminha fazenda, de
que ordeno ao Viso Rey lhe pose em meu nome o des-
pacho necessario.
V1.—Sobre amudança que os Religiosos da Compa-
nhia pertendeTn fazer do Colegio de Sal Paulo pera o
seu noviciado, como mo dizeis, mando escrever ao Viso
Rey faça sobrestar em se mudarem, etrate devorasse
poderá nesta meteria tomar algum meo suave ebom,
asai para elleS C01110 para a Cidade, e sem exe—
cutar nenhum me. avise do que Soe; pelo que a
ene podereis acodir para o que nesta meteria for
necesario.
VII—Os mais particulares sobro que tombem me
rscreveis mamdei ver, eprover oque ouve por meu ser-
viço como lá entendereis.
porque sou imformado que nas eloiçáos
que nessa Camara se fazem, custumaa os eleitores que
co ajuntaa para "83 fazerem votar huns nos outros, saia-
do apsi elles mesmos nos pellouros, e que nas eleiçaes
dos Vereadores emais offieiaes da Cidade ha muitos
subornos, ecustemaa andor' es cargos dela muitos no-
nos em buas mesmas pessoas, de que ha escandalo, e
lie justo atalhar aisso como convem ameu serviço eao
brio comum, ey por bom evos mando que para ao evi-
tarem os ditos sobornos se guardo oque se faz neste
( 131 )

Reino nas ditas oleie...ias, eem tornarem aservir os que


já oouverem feito se proceda em conformidade do que
diepoem aordenaqa3. Escrita em Lisboa aoito de fe—
vereiro de :fia seiscentos eonce.—REY..=0 Comde Al-
soiremte.
(fi. 100.

FIM no I.° icAsciczu.o.


INDICE DOS DOCUMENTOS
DO 1° FASCIOULO .

DATA. Num.
3 Março 1529 1
26 1532 2
27 Fevereiro 1535 3
4 Março 1535 4
10 - 1536 5
20 Fevereiro 1637 6
24 Março 1538 7
10 1540 8
8 Abril 1542 9
3 1544 10
20 Dezembro 1546 11
25 Março 1547 13
16 Novembro 1547 12
14 Março 1549 14
1.° Abril 1550 15
4 1550 16
2 Março 1551 17
1552 18
13 Março 1553 20
25 -1553.. • 19
20 -1554 • 21
15 - 1555 . . 22
15 -- 1557 23
20 -1557........... 24
19 --1558 25
23 -1559 2C
--1559 27
14 1560 28
15 -1560. ,... 29
22 .- 1560. 30
25 Fevereiro 7561 31
( 134 )

7Março 1561.. 32
11 —1562 33
— —1562 34
14 —1562 35
4 —.1563 36
6 1553 37
10 1564 38
23 Fevereiro 1565 39
6Março 1566 40
7 1567 41
14 Fevereiro 1568 42
16 Março 1569 43
oo 1569 44
1° Fevereiro 1570 45
27.1571 46
1° Março 1571 47
6 Fevereiro 1572 48
7Março 1573 49
30 Janeiro 1574 50
10 Fevereiro 1575 51
31 Janeiro 1576 52
16 Fevereiro 1577 53
5 Setembro 1577 54
18 Outnbro 3578 55
24 Fevereiro 1579 56
7Novembro 1580 57
22 Março 1581 58
27 ——1582. 59
2Fevereiro 1583 CO
24 Março 1583 61
1583 62
10 1584 63
15 Fevereiro 1585 65
26 1586 65
28 janeiro 1588 66
6 Fevereiro 1599 •
• 67
7Março 1589, „ ,, • ,, ,., ..,.. ,.... 68
( 135 )

Março 1590 69
3 Março 1594 70
27 Fevereiro 1595 71
8 Março 1596 72
9— -- 1596 73
13 Fevereiro 1597 74
25 Janeiro 1598 75
19 De.embro 1598 . 76
24 Fevereiro 1610 77
9 Março 1610 78
8 Fevereiro 1611 79
1NDICE
DAS MATERIAS DO 1.r FARTUM.°

O algirismo Incitei o DooOseeito; slot.. romana OCOpitula

Wiliráneo d'elbuquereee (81ho)—Não pode Ri-Rei im-


pedir que elle reasira coa jushçe sobre a (Mima
institui. por eeu pai 28-11.
Afines Mueis, Vedor da Vazada—Pode a re-
querer josila salta oteggravcs.que della 11—IV.
Airaramánlo de Cholo na Cádoac.—Que re guarde aCid
de o pailetio doa da, posto que digam que de
da minarias 35--XII.
állçada.—Manda 11-11e} 005 i Jedis para prosa ie
cases da justiça 47.
— Tese 21-Rey derpreaer do que fez o Preeldeek
deite acerca a orecroencia com aCidade 51.
Officián dá Alcaide
Alcijados.—àlánda El-Stsy • D. leio de Castre que os
atoalhe o melhor que pode VI.
—Vid. Mancas.
Aleixo de Soose.—Requeireni ao V. fie; eebre o touro
que elle fez, com que topou a vence% de perta de
Santa Darbarins 3I—V.
Illaudege de Chevul—São,O El-Rei yar10 para deixar
de murros. o que asile tem mandado, o esli feito. 12—XX.
— Pede RI-Em ififorme,ão sobre o mie lhe Mrlo
Cerres de ode tardarem Della a franquio desta Ci-
dade 76-1
---Manda El-Rey que 0V Rey ouça a cidade de
Doe sobre os direitos avos, que pequena elfandeta
se puseram, e não quer que se ,11h.11 soa alfende-
taz deste Pilado sem seu andado 15-11.
fandega de Cocha:G—O V. te; dor& reme.° ao arren-
damento deito, que se fez com coudiçie, que pre-
judicam se bem calmai 69—V.
41fandege de Goe.--Alsedou fezes a »vau V. te; D
Coarlonliao no siwn principal ds Cidade 35—XVI.
— O chão da alIandeg• relha seja para oteDeiro
dez mantimentos Voe deite tese oecess.dade 3O—XVI.
V. Rei dará remedie no Drendameuto della,
( 137 )

que se fn com condirá. que prejudicam ao bem


“1111.1111 69—V.
Allandegar.—Não quer El-Rey que nee deate Valado me
Imalitm direi,. noves acra seu mandado 76-11f.
Aloquens.—Idesopraz Ei-Rey ...rem mal presida, e
os maoda prover COIO0 contem •roo tesoiro 17-1.
18-111.
— /receita El-Rey a lembrança aobre provimento
deli. e 18—Vil!.
— , Agredece El-Rey ao lembrauras robre

43-1V.
abootagoria —Que ae guardem or privilegio. da Cidade
soare Gla 18—XI1L
95—E111.
dfirrourreo dos nua, —Protter‘ El-Rey corno for jortiço 96-1V.
Aodré de rallodares.—Vul Officio de eseriodo do dfae‘.
dory de Goa.
Anil. lua, icor e idade razoá tle se agravar sobre o
conIrtglo tela.* delle, que ee fea to Reiuo por
•On. da Real fasearia 68-11.
Antdo de orouha (D) Folga El-Rey de eaber +eus

— Ssa vinda por Vice-Rey 38—I.


~Moio Frroondet de Figueiredo—Fim-lhe EI-11er mgr.
efriu goe merrmo ii, cerco de Goa de 1670 49-1.
~aio Fernaudel Moerei (Lceociodo).—Juia dos fei-
tos 79—V111.
Aalwgia frear — .fere El-Rey &aproo-rem aer tirado
do curso do Veador da Faseado de Goa pelo V.R
: da tlboquerque 73.
.4reedispo.—No dar das ordene Ga flue, aeu offirio 38— VII.
EI.Rey desaltero que +obre elle lite 41 01 (—XIV.
Armado—Desaprouve a El-Rei EL11.0 dereMre o da
geterm• delia 74-111.
-- apadroe El-Rey á Cidade oque fra oa occasião
da queima da armada, e para leu relázunento 60-111.
--Agradece kl-ney a lembrança qoe sobre cila lhe
focem
Armado acorra or Rumes—Arreaece EI-Itcy á Cidade
treretsos que para cii, te.
Armada de Baçrrof —A padece El- Rey • lembrança, que
sobre Gla lhe fatern 35-1.
Armada do hd..—.1arodece El- Rey o une a Cidade fez
ajudando o V. Rey na que gores., para aguei]
portem 79-1.
armada, —Agradece El-Ler ma que a Cidade tem feito
( 138 )

para defenda da costa 31.


---sieve despremer de se rimemam la5 raiam-
amotote, e sereia fracas e met ',revidas 56-1It.
---Que te na5 faça oppressaõ imos tem justiça à Cl-
deite coa assim +poise lasca
»mateis et-Vid. Almoeda..
Artilleeria—Appreve El-Rey ter-.e maodado it Ceias
66.90 semin.,. rirem emiltedollos em cc. , Pai,
dell.. tatuo., erliiheria pare os fartiBcaçbes da liba
de Ga .
Aitignatarat a,. Deseinba^geda..es.—rornoa El-Rey a
qae lovaratio 18-51.
didieac ad—Q ea ee ama ra,a.r. ens casa dos Juizes, uma
na casa na ene, que ei Isile para isto tem 35—XV.
—V.d. Ca.rd das dia entoa,
dar c9 ar.—ktrqleirs6 vibre leso ev V. R,. 31—V.
dieDiela ir De •ded de Siou, Capital, ,li —R me-
ara couteutaruente da boa io5irrneçaci i que
deite lhe d5a a3 —XI.
8altliaide de Serieira. —Ver( 11-Rei a infoivaçlo, que
sobre elle Leio apiedado ia lbe envie
Bitaarte.—Recebea i51-Rey os sito descontentanieuto do
500 ir ineurov Serrim no elo, que vai pare e ferie
ao de R icbol, e pela yeute que oelle morrer,
Dever Dias.
Boale'ra.—Dia O Rey que ja e armo parmplo mandou
dar.5 Cidade tique lbe ;iole 5—VIII.
tiz El Rei que o Y. R .y com • Arcebispo de-
terminar/1 o locar em que • da cidade dere ir nas
procits5-.
BarDalednea da Fanseca, Inquisidoi—ao 5. Rei apon-
tem o 91.0 eierPV0 n Obrds 1.e
dito Inquisidor tas 51—Iti
Basarucas.—Que soare alies se guarde oassento tomado
por S. Jon6 da Vadiei 13-1.
* II escrito ao V. Ri o que ha Imr se.
* * omita rnsteria 77-1.
Deatr's Neeiieda —"emenda que elle tere ra as Cid ade
sobre os pIços Verto, e te sprOveitor das aguas da
fonte do SI priori 18—XIV.
lirpr de tecla es —Foi bilis tratado ii151-Rny do Da•
chem 70_v.
Bispa de Gere.—Coolealealeplo VRey por seu bom pro-
cedimeata t e meada qus 11que como a Cala lepei10. 14—VI.
---Recebeo SI -Rey praser da spar, 'aleiram le
evniire coai voos obrigaç3es 14 —EL
( 139 )
hilp ePregador.—Fedgou El-Rey de saber o coutela.
Mento, que. a Cidade Q. tom SI. ria.b. 8-19.
lkamones.—Proverg El 11.1 temo vir que he n.ais -
.roço te 'Mos seu sobre o 1..rem ,ruçadoi rosa os
oue se nao qu serem reser ....... 14-19.
Candulya.—Qua $e 10•11.1 defesa, que e.. yosta tobre
21—Y111.
--81.00 V Ray prover( .obre o que pedem Aceres
de.0 burcer alli intaliaentos 31-19.
35-9.
Cayilder da prIalosas.—Tem El-Rei dneouteliterneato
do qt. •.:1 lo, dli le 11-11.
Capddo da C dode.—. ,,. ,r., elle ter voto em Cl, ra
proverá EI• com, ihe parem, seu serriço 34-8.
--Nlo eplend• 9119 9010, do o..0
3/1—X9.
fie o que aubre elle
dizem 75-11V.
Card., Ar.e46forst —Sua ree.roeia 60.
Caadaa1lafaale.—Saa rezeutin 37-37.
Carga d ac —N. parece a El-Rei conveniente o
que pedem sobre »morem barra de 13. meta-
de da carta todo. os 041, que forem destes par-
tes para o Reino 76—Vil!
Cargas.-0.ie . rao to,, 03300, o. e Esledo 7,--X111
- que ped -Eu sobre a snecessão dos qt. os ma-
rvderev des. Cvlede lo me et,
e.'9,, da cidade —Que o. 5nvernadores não eseuse.n 901.
lesos pia ra rem ele... 0.1 <me eOrdentçao 13—X9
— 0 V. [key 33 ovemedio que for tesão sobre te escu-
sarem de.les as mored-res que para el.... eloilos 69-9
—Q 5e. euerde opririlerio llfl cidade para se darem
de tem en.... annos 71—X.1
—31..la El .1i 6 que $n 5.0.10 a.s.nto, que
tez ens tempo do Governedor entoam Moais Bar-
reto sobre et prema ..14 , s, , que os obe ecemtlio 76-1V
Cartas-0a aidad1os não as derem escrever e Ei-ltei .
separedamente dos •
,111•Ises da 63-9111
Ca0as da C.dade a El -Rei—Eucommenda Etelloy
11,0 nAo fal.em —XXII
—Desaprouve e El-fley Não as receber 0.1

41.
—ehetaram • El-Rey reter...91as— 65-1
Cartas de E1.Rei a Cidada—dajaa, euvrdados «pilo-
.. tellas sem outra for.n11,11.• :
( 140 )

- Teve El-Rey descontentamento de não ferem da.


O.. 9 Camara as que lhe escreve° • 68-/
--Vem El-Rey umodado prover como sejam semme
dadas aCidade
- Tem El-Re; deeoraaer em não serem dedal.. Ci-
dade, e manda dar ordem para que nf. o heja reis
falte 11-1
--Mandar/ El-Rei prose, sobre o Incauvenieute,
qroeheeporiorer nes vias 74-IV
Cartas de EIRey aet Fies Reit-Enfiara 11-Rei aos 01-
Irina. do l'amera as que forem em favor da Ci-
dede 93-x.
CeaSharina (D.) Rainha-Rd regencia £5.
ede El-Rei inlormação sobre o privilegio,
que disco, ler a Cidade para todas ao cessas irem
a El-Rei por apuram.
Cera da Cidade-Que esteja sempre limpa, e ee do
afore 35-11f.
Cara leird-Folgou El-Rey de saber que o Chivermulor
oe manda exercitar uos «los eCIMO. da germe 15-1V.
Carall, e-Que o) os moradores da Cidade, e primeiro os
cridos de El-Rey pess., alislar-ro no rol tios
50, que lião de receber m.tinienio por ler cevallo e-XII.
Casa da moeda-Pede El Rey informado sobre os noras
direitos que discar quo adia se Miritduziram
Casa dos audimaios-Que com inforeieçAo de V. Rei
11.11.iá El- R, o que lhe perecer que roeis coa
vim sobre a nova em, que pema imo Nemo) por
cima doe açougue 75-Ill.
--Vide. AndierveMe.
Casa de 0. Laccro-Promette 1-Rei prover ,mra o an-
uo gim vem ao pedido de dar á de Ore os privile-
gio., compromisso, e regimento da de Lisboa 8-0111.
Ceildo-Pelea cumes cartas rio El-Rei que as 'ousai
alli Penem em melhore. lermos: e terá lembrença
dee mulheres dos que acabaram nequlla empresa 72-XIX.
- blenda El-Rei prov., como convem sobre esta
ronquisli, e espera ajuda da Cidade 74-111.
--Com o que rueuda esc eeeee ao V. licy espere KI-
R, que em breve tempo sa acido, aquella coo.
quieta 16-0.
---Tem ELE pre serrim:, a lembrança, que lhe
faseie sobre esta couquista 75-V1.
Cerca de Em-Agradece 8.1.11ey o que s Cidade fez no
de 1670, eterei,» demonsirações de alegria edes-
pachos, que por ema oecasi8o maiidoo reger .19-1
( 141 )

Chinchem—h/andará EltRey fisser o qoe colmara sobre


ea mm gamam ás bInoilh 71-11.
Chrittendade—Prereve El-Rey ao árcibispo sobre o mo
do de, Iram 36-1V.
Cerrará. neem—Mentla hl-Rei que haja tento eremoa,
do poro se não admittir ofilcial Mara na Camara
nero mester dast nação. E pareceoslhe não de-
ver passar pravisão disse pelo amendoim qns disso
ae seguiria 35—XVIL
--Durará por dez ama o perdão, que se lhos cou-
ce Mo
—vide. Domei de Aincdo
Cotegiede 3. Paulo —.Vende EI.Rey aohreater no mo.
da, deite 78—VI.
Conde Almirante, Viee-Rey—Foloon F.I.R.ty de saber o
que Me diao adme omodo a que vai procedendo 78-1.
Conde do Redondo, Vice Ra;—Coro sua vinda houve
gI
Courtantina (O.) Ince Rei—Suo Muda 55.
Corvina—Teol. aCidade lento nas que d.r • El..Ebty de
ais eaoilã ee orneiam
Coneersdo doo 'Vicie—Como E1.1:Cey quer que se fase.
aaça 33
Cerrar—Petle F.1.11-y informação para saber quem ha-
da prov. ette officio, se o cleveroador, se • Ci.
dade 1-sXX
Coroas da Cidade—nino pode E'.11.ty deixar de encerre.
ger o dentocho &Ia. no V. Ray 33—XIV.
—Encommouda.as El-Roy ao V.Rey 48-11.
54-1.
55-111.
COu., da Indiu —Sen. Et-Itey o trabalho do Ralado e
coito. que o V R ty 11. bica de Abside porl as
amas deite na ordem que conveio 45-1.
CNItOdi0-4prouve EloRey do que lhe escrevem de sua
virtude e religtão
Deferrado da Cidade de Goa.—Toar El-Rey coodança que
seje rumo convem 48-1.
Defere0 de irereo ecarnereio.—Coreprerp-re as que mimo
postas 18-1r.
Defonetnn—erreendened de sua fazenda 35.
Demondas.—.1finda El-Se; gutrder por quatro anoos o
- mandado do Govaroador Nono ii• CinGin para se 005
moverem demandas sobre ao veudm de bens de rala
leitos desde aconquista até á chegada de dllo Go-
vernador 7—XVII.
( 142 )

--Meada El Rey sobrealar por quatro asaste ha*


que osen Procurador Soai, (km. Ma aos morado-
res sobre ao te,,
---Que ee goorde 4 <Mode jurtit. aia qoe lhe move
o Procurador d'ElRei 45-111.
Ddeerndargoderre.reeTem El Re; magoado prover sobre se
aio catarem nestas partes em quot. re rrrrr moa
cantos e Queime*. oa OuGrloret
DeopetAct.—Fori El Iley todos os 'unos os 4.1102 boa
omita casados morsdoree ,oCi Ade por ille010.Ça
dos 0/11ciars do amara 34.
--Revoga El Rey • coneesslo de tlesparbor Iodou
os animo de% peno.. por informatbes da Camora 38-551,
El Rol lembrou,* doa que lhe pedem para
- aspeste. que Muro 74—S11.
Doai... 1, Brtrede.—(C4cedem o rendimeolo à6-1I.
Derpeset ordeneedes roa arreareo.—Sobre ferina de atio
validade req..eirant ao Vme R. y 31—V1E
Dia.—Prderiro cerro. Espera•se que o Governador Noa,
da Cunha ted • wmtoria 2-111.
- at$11111i0 cerro. Agrodeee El-dey 00h00.bons ar,
riebs que • cidade fez. • o empoes ,. o. 30, Olio.
*voador D. João no Emito Me mandou pedir para
rtlasimenlo da dila lort,lek • 15—V.
Diodo ,Clernmelte, (Ir. 1— aproure RI-Rey do go. II
,escrevem de mia virtude e rehuito 04—VI.
Drop Irembendes—Qur nossa dem», a um seu 3.40. ou
Olha por* easomenlo, o sacia 1. Taaaaor le Ract
gim là.
Ciado Certil—Foi proeldo por El 11, offivio de *1-
motronfe da Alotarem doou. Cidade; caruru...ten-
da que o .avorroom 6.
Digo Mort•ne Monne, &ror., da amuava de 0,..—
lodo [Money tnforme,5.• paro resolter a ronde-
mau?. doudos, mil rd* de montanen.o, qua a ci.
dado lhrp o It
Diralm—Qoe ao guardem ea privilegio& da cidade para se
uRo obratarr est...goeses op000Gv do. mee saibam 11-111.
Mrertoe do thentrIlz,e —De que ee Jovem paga-. 13-13
Direi3O, do disina ,r, a.sidratvrad e reer•,c• —Qoe
pop100010l0000 00 110,llool a.,l'l 1.11.0 3-15.
05,111, rtes •rrrrr do Bulegerr.—erre AG. ao
prevejo como Ire 1001.10, se.v., .1•41-.1ey 13-111.
Doredee /1. —Qn, o V. elryreee lettedi •
determine lo agraras que a Calado sabre Mu trse. —
aohrt Jaa. ao V. Itry
( 143 )

Neta,. pare de goiée.— ride. Calle


Disime2.—Rewoorsio ao Y. Reá' sobre. que 5.04. ne-
gar d....mo sque os moradores comprem &po-
te
Dadeleo—Fou a cidade depois do cerco de 670 81-11.
Domingoe Lopo,.—Feedbe 8141/ meret pelo que me
receo no est. de Goo de 1570 ......... •
eira Sodree.—Nleede 81.Rey en amue Ca.
rosno dos term. do 0. despacho
Duarge Carneira Rdned,—Peemdeele da elça.a, que
0-li.; II. Sebastoolo mnad. lodia 47.
Vi). Açode.
Doar0, Oledo ( D. p—Terh EI Hey monta com mo aeue
serviços • 48-117.
70.3. (,nepar de Nene
Duarte Ga ,eia, Escorie. de Camnra do Cidede.—Nio
pode por asura lorna.lo poo Olhamento; to
Uso( len branca deieo 38-91.
--Voo-lho 01.1Pay mercê oly GillelO de Juiz da Al-
f. rica pare casar com Ele. Pe . i ... ülha de
An.too Peseis 41-111.
Dvarte de Morreeds,(7) Vice 12ey—Pesou a 61. Rey ale
stla 1001.10
Eirk6o.—C4, se euarde tobre orlo, mli3Ooouço0 30-0110.
--Ha 71 Rey por ouoar e ...ao do Co.
mera com o V. Ray ou Goseroadur 00apor
.11. 30-6111.
--Q. se Inço. eme devem 40-6.
—Que 4, fin... as Ordsnacdes nos que se Berrem
d. 11118sin- de oam.a
--Co , . , ,uarde I. dos Oram.. da Cidade oq
se fez no Rei. .9—V111.
Embefroderee—elodore EI.Hey a despeso, que com
elle, I, eCid le 75—VI.
Eme, enede..—Y d. Navios.
Empedeltmo.-0 que Or. o aoseroador Jorge Cabeai
de roer 0,70, oáo ser. som treção de *agravar a
17—VII.
--Q se pegue coes Preside.* que da parte XXI.
ee pedio á Cidade
se pegue o doe dez .1 enezad , (ou iodes
Purddse). que aColade fez para a armada, oto que
f Us Paulo de Liesa • 71—X.
76-111.
Enap7e1ifra;.;41211.:e
.edE:Ze,y
0.7. que • Cidade fez soo

ti.
( 144 )

---Rue se paguem os que •Crdede tern farto 17—V.


me paquero bem todos se qoe .e fazem n o.
part. 49-11.
P1.11 / quer. e peçam quando elo hoje
outro remmliere que a merumn 79
Elaresaainha da reit mio da Ilha de 9. Laurença.—Foi
dada por &—ltey e. Nen.' eJorge Francisco 1.
1,rge &saci."
Ererevaainha doe neaetinerata.—Porle El—Rey 6 Cole—
de que adê alorye Prenome, por moi. doo, ene.
alem dos Ires gire ora sem.
Vul. Jorge Fraarisca.
Blerhstra doo arthos.-11.,rardorí EloRoy oder* o que
lhe pedera que ede °Meios oojs• noa vido 60—V.
—Mearia El. ,e7 que strra.n ale4 de, trna moas
até nlo mandar o contrario 69-11.
--q EmR, informem. anime orxmlmoula dma
M.e cergue ele eido que lhe p.4
...--ResnonrIm4 K.Rey sobre 4 npres.ntatale &lies
pela Cura..
---Pede El—R., informa ,tparo yeaolvor 'Ore o
proeineenro dello., que a Cidade] diz que lhe pr.
71-1à.
--.—Com informa:orlo V. R/ nmpooler4
cerca do provim. nr4 drq Mr MG
E.crivRo da Comera —P91 , 61.111 orf. 91 .5,99 . 99 . 9
dele de.. marco 88-19.
Espadadas —Con•ults R I Rolado .obre zerí «a-
ve:Men. rImgar herre e Irmo della. ........ 44.
Fosendee.—Quer El.R.7 inforen,n., pema revele.* 999
• dnd• roeria ama y.vocar au ordeno do:Vc.
dor da Faze.. Alf leso Meixie, confino.. pelo
Orme...dor Lopo V. de ennumyu, pre defendiam
nos moradareo rcidmIr cl rGen memorar tremula.
dos Genliot, omo um qe se eenderse. do E.440
F,e,udar da informagAo para re.
solver sobre • ...... gr. nutre esta cidade o a de
Rodeiro 8,, abre rec direitoe das fazterda da China
que elle .e despachem
Feitoro, duo CagitIer das prIaleure—Q, oão sejam tu.
men, de vago, ne. gera,. 15—VIL
--Ree o erNo rejam bramem», MO humana do
gro. 96—V1.
Fellippr —V id. FUN,..
himmdo EI.R91 maY99 P9,9 999 9.99.
cor eu cerco do Rua de 1590 .......... .......... 49-1.
( 145 )

ternáo Nane, de Capta—Terá El-Rey lembrança em


mandar ver aaue petição epapeis 79—XVIII
Filhar dos etdaddee—Houve El-Rey por eseuredo tomar
os dose que lhe pedem; e Ilme (mó merco quando
Is I, 30-7.
finto.—Pede El Rey informaçao da doa quatro md cru
- lados que se tiraram pare a chapa (ca.?) da Ci-
dade , 2—V1.
Ficou—Quer El-Rey saber em que re gastou e garte o
dinheiro deite 63-1.
--Quer El-Rey informações em que re despoudeo
•té aqui o dinheiro deito 56—II.
Foral no..—Pede El-Rey informação da coma porque
se 010 sentenciou o que fes o V. Rey D. Antão com
o Arcebispo D. Gaspar sobre os rendas da Cidade.
lerce da coso de El 000y.—Manderá El-Rey oque hou-
ver por bem sobre oque lhe pedem acerca de con-
ceder os dit. fóros aos moradores da Cidade 6I—VII.
--Pede El-Rei informações para conceder aoa filhos
doe eiOeile3. o, que hoLver por bem 64—V.
PurIalms da eidade—hleatlern El-Rey ptor,eoo forte-
Ie. enobrecintenlo da Cidade, segundo a lembrou
ça, que lhe disso fazem 2-11.
Vid. holificaçdo.
Fortifitaçáo dc Bardee.—Que se faça residir nelle oOu
Alio e m Às pessoas, que tem por ordeomçe
— Que sie vá continuando com elle, ese obrigue
aeu CarWio assistir aedo
—Approaa EI.Rey o que vedo ae tem feito 05-11.
Foidielcaçde da Cidades-0 que El-Rey proaõ acerca
della 8--fl.
—Pede El-Rey o debuxo deito, e lufar:34h. de
Cidade eV. Rey I3—IX.
—.Que nada se faça em Cc,, prejumo 35—VI.
—Foliem Mem ao V. Re', e elle proverá
—Por ora nio ha que tratar della até de todo ue scs.
bar • fortificação da Ilha
--Ha El-Rei por escusado encommendele
Forlificaçáo da Ilha de Goa.—Que ae proaige com eito,
eze aio face cousa alguma sem ao. ordena na da
Cidade 12—X,
----Que se TE continuando com elle 04—VI.
—Apuro. El-Rey oq. relia se tem feiro 15—IX.
Teve El-Rey contentam.. de caber coe ha» ter-
mos, em que elle .13 76-171.
( 146 )

Fremia. tl•rtelo, Governador—Recebe* 61-12°I ao.'


Matames. da b. itiformagin, que dm) de tomo
elle envio na goverteança 46—Vi.
&asseia. d'Eça (O )—For bem tratado dlE1.0ey do
ma. n
Froarbea de Frias (Liceneiado).—Terá 1.1.111.7 lembram
ou do que sobro ells SpOnlanl 14-911.
»anafara Martearenhas, (D) Vice-Rev.—Sem Onde O.
P. 1111111,0 de ausalinsenloa.—Pede El-Rey inform•91m
para prover sobre a queixa da Cabule em lio ler e
Governador Martins Alm. de Sauim queimada ato
prisrlegio e 10.
--Que se guarde cale prmilexio 4 Calada 15—II.
--Pede El-Rey Mformocass sohre elle 31-11.
---Perle El Rey inforomodes sohre uqueixa da Ci-
dade mu lha nao guardarem os miam,. da Reel
Primada . 91-1.
--que se cumpra o amen. sobre ella tomam.— 76—IV.
—O Vree.Rey fará á Cidade cumprimento ele
judrça 16-11.
Galedée.—Pede 41-Rey informagAo se comem roais ler
nela, ou galés 64-11I.
Gaiép—EsGenha E. Reg 11.90 concorrerem para se Dam
rem as galés, e espera que lago o facão 10-1E.
--Encomenda ElsRey o momo ',ecoei° 4E-11.
.)—. —Consulta El-Dm novamente a Cidade mamo
oireito. que para elle concede°
—Reeeheo ElsIZey coalentansemo em que a Cidade
ordenou dar, e do comentimento pare onovo direito
a ellas apidicado (um por cento ) 46-1.
°arda de Noronha til.) Vice Rey.—Eneummeadeolke
UR ey astuto o bom tratamento da Cidade 7.
Gaspar (D.), arcebispo.—Stia viam 16,
—Sua segunda apresenOçáo no arcebispado 49-411.
Gaspar de teceres —Houve El-hey por bem rio emellm
mar nen< o officio de Juin dm arção.; epede safar-
mnçam 49—IV.
Gamar Oiro—Sabre o baluarte que se dere fazer
porra deste nome • V. R, prover' 38—IV.
-----Que o V-Itey acabe a °Ida, que se hem fuer ao
palmar deste ralo, 43—V11.
--Pede El-Rey informaçáo da foOiGeng9o, que lhe
dMeen se dem Dam na pala do palmar deste
nome ri VIII.
.----)approsu 10 Rey Rue.« funde. ou mude der-
( 147 )

te ume
--Terra El-Rey coulentameato de saber u• termos
em que está a obra do baluarte, itle manda fase,
na porde Jo palmar deve nome 76-11t.
liorpor Gonsolvee.—El-Rei proverá coroo for jusliça so-
bre o officio da meirinho, do que dizem que este eu-
gmto está de poise contra forma do prov4ado de RI-
Rey le VII.
Raspar de Melro, Capitão 00 Chhole.—Desaproure attlItcy
o que aeonlecoo em Camara enlre RI* a D. Duarte
vereador 04-1.
&uh: dor Fidelgeo—Sno exe•rsivos 43-1V.
Reale do rhscdo.—Vid. Home« de noção.
Gente do Reine.—Meada El-Rey quo pada soarmos •
occasiSo 4Io tempo 48-1111.
Gentior Vid. Bron.ner, Fei:crer ejunonente.
Gil Fernander Foreldee.—Fee-lbe El-Rey moo. pelo
que mereeeo no cerco de Gois Je lit. • 19-1.
Geuernaderer de PorCogal.—Qoeer (atm. o. quis
deram ao Cardeal Aretsiduque To
licito,. de Mein, Perriro.—Folga KI•Rey de rsbot as seus
serviços . s 14—V.
Henelcue {rep.—Suo accearno ao throno 53.
flegriquee de &etc.—P.a a El-Rey toinalo per •ess
casalleiro pela boa. 4.. dolie II.
os OfIlcirms da C.Imle O.
«Nome ," de Napdo.De novo torna El Atey aescrever ao
V. Rey sobre elle. 66—IX.
—Teus EI.Rey mandado prover 0. mamilo sobre
os que ha »estas perles 69—V1.
—Mandará Efelfey para o Reioo os que forem
prejudiciaes precedendo informaçílu do V. Rey. Ao
Mait não podo tolher o corumereio do mar, que Im
todos I—Al.
--Dlandarh El Ray sobre elle: prover comu emmier
mais a ...riço 4Ie Deos e seu. ehem deste Estada. 70-111.
—Ao V. Rey maudo EI-Rey o que ha por bem rlSe
nislo se faço 04-1X.
—Com informação do E Rey responderá. Elv.lis7
sobre o que lha pedem ateres delles 7i—Xl.
Ind. arr.. N002. e Foilores.
Irospital.—Telc EI-Rey maudad0 prover cobre rua adiai.
oistração 4—V11.
El-Rey mans10410 o que h• por bom vin...
fera. E paio. Ou eaferimeiro emir que se gu..rde
( 148 )

ordem que se tem no hospi tal IS LasIsee..


Ignesio Flodm (94—Loas,fl o mni amis nas querer ia
tem', e. fundaçço do eles.. de Fi.oras se III
Vid. Mosleiro do trr,ro ,
!cresto. de Melle.—Respondoro 11h4101 com. tel 9.0 0-
do eobre confirmação do agimo ale amola d•
Cio. que elle teve em casamento cum Vittorio de
Mesquita 12-111I.
lodo 3•LIE.—Sua morte te.
lodo de Caeiro.—(D) Aprouve muito a El-itey • que a
Cidade lhe estreveo deo vinude, «lida., • ser-
viços demo V. Rey 14-1.
Vid. Dia.
lodo Cosais,. (DJ—Houre El-Rey premer a Cidade
o nomear Capilão•onk da tosta 43—V111.
lodo Fernandes de )Vegreiros.—Fos-lhe ELRey merco
pelo que mereces, no 00000 de Coa de 1110 49-1.
ledo Guerra, Procurador d'El•Rey.—Vid. Demondas.
lodo Lobo (D.)—Tare El•Rey conta com se. serviço,. 45-1V.
leda ~risme: Cero li aa a—Encomenda El-Ry a Cidade
WO TP,P1 oelle o. officioa da chapa emeirinhado da

•Ifendego 11.
João Rodriguee Ritreiro, Procurado! da Eidade.—Como
foi despechado por EI-Rol 00,
Jorge Froncisoo.—Velo do Reio provido na estreveninha
de feitoria da Ilha de S. Lourenço 5.
--Pede EI-Rey 1Cidade que lhe dê a...aninha
dos mantimentos por mais do. Invla alem dos tres
porque aserve 1.
Jorge de Mendonça, Cepilão da Cidede.—Recebeo El-
Rey ...Memento aa informação que lhe dão de
como alie terve 61—V1.
Juizes dos 0,15°8.-0 V. Rey proverá é.00 as pessoa1
que o devem kr 38—XIII.
Juramento das gentios.—Que seja dado no Pagode de
Rendará, ou onde ae parteo o requererem- 2—XVIII.
ludira.—Agradece El•Rey as lembranças que neakom•
teria lhe fems, a tem eneomm-ndado ao 1. Rol. 64-0.
----O V. Rey dere remedio á falk que vel• Cidade
SI ......... •.............. 69—V.
Leginme.—Requeirein ao V. Rey sobre as que kvem os
orneie. da Alkodega
Laser', Cola de S. Leen.
Lembranças—Agradece El•Rey as que os Ornei.. da
Eideda lhe fazem 11-1.
( 149 )

77.
4t—f.
43-1
53-11.
54-1.
65.
68—V11.
'77-1. Er.
---Que as faça aCidade a El-Rey 6R—VI.
--Com o que e Cidade Bser terÁ EI-Rey aque lie
rogo 71—XII.
EI-11ey por beta feitas as que lhe fazem dos
ddalgos etoais pessoas, que o servem nolo par-
tes 18—I.
Letrado da . eamara.—Que o posa haver, eque. «jata
«o privilegies 35—X.
Letrados—Tem RI-Rey provido sobre o breve despacho
do feitos, e«bre servirem hem seus copa 17—IV,
— Quao se podem escusar 36-11.
---Sobre se devassar delles agradece EI-Rey • lem-
brança 38—X11.
--Agrade« EI-Rey & lembrança, que lhe faseia
sobre a necessidade dello neste Estado 61-111.
---51audard 181-Rey prover ouso for necessario no
que lhe ped7m sobre as mandar ir para o Reiao
tento que 000eirem tro «voe o carpe, de que
vem providos 711-1V.
----Proverá El-fiei como for mais conveniente sobre
ngo virem ferrado do Reino para Ouvidores das
fortalezas; maa só para servirem na Relaçgo de
Goa 75—V111.
_—Teno El-Rei provido «mo saberaa do V. Rey
sobre oque pedem &cerca de «R serem letrado os
Ouvidores das (oleie« 76—V:.
Lierntar para aaregaçáo.—Nào me podem dispen rrr rr 18-1V,
Leio Meares de Moura (Licenciado), Ouvidor Geral do
crime.—TerÁ leMbrança de seu bom pro-
cedimento 72—XVIII.
Luis de &acide (0.), Vice Rey.—Conlia EI-Iley que
terá de tudo cuidado 4 31-11.
---S« vinda segunda iro 54-1.
—Esperaaças que oeile tem EI.Rey 55.
50-1.
liedeire.—Sobre se que 7. Reis da& dee toras de Da-
( 150 )

cale prove EI-17,


Melaea.—esunprr que TA não do Reino 64-1'.
—Pede El-Rey informação whre os direi!». °ovos,
qun to toleram por saida lawniles,,qua eti mora-
dores della navegara pare Peau, Choromondel &c 75—VII,
---Tem El-Rey mandado prover sobre as estorsb ,
que os morador. desta fortaleza recebe...dos feitores
que nelm tem os se. Capitães
---Tem El-Rey escripto ao 5. R, o que ha por seu
aerviço sobre direi., que. por ordem de Manoel
Meacarenhas se arrecadaram dos valttles,qoo vierara
da China 090,110 Aula.. 77-1.
— agradece El-Rei o que a Cidade Ws no °ocasião
das hollondwm, que w aviam estarem-sobre
aguei. fortnlesa 78.
79-7.
Afanam—Proverá E/-Rei COMO ha rodo sobre os que
ficaram maaws e aleijados. de feridas na Wmada da
Cidade aos Mouros 111.
Manilha, Vid. Chincham,
Manuel Machados-51000, El-Rei no Ouvidor gerei que
fabn justiça a se. credor. 8-111,
Maelimentoa—Que .e paquero aos mercadoree quando
lhos tomam pera as amada. St —11,
Maetimente, Mio lie, Saido..—e3b El-Rey raaão por
que o mandou lewutar a. moradores da Cidade 0-111,
Vid. Srldos.
Marfa (D.), Miiiher de Ruy Goro. da Graa.--Manda-
lhe El-Rey rèspender conforme no que ella lhe
pede •
Martfm Afrex:o de Sousa, Goverontler.-..*, peites acara-
wd. della poderão ir ou enviar requerer contra elle
sua justiça, e El-Rey lhe mandará fazer inteiramen
por que ii;so lhe PÃO tolhe nem embarga o per,
dão qiie lho iem dado 13
Mata'« de Albuquerque. Viee-Rey.--Sua vinda. 69-11.
Mates —Mel. Teresa irseulleu.
Media—Folgue 61-Rei de sob, e que el. Ws por man.
dado do Y. Rey D. Pedro Mwearenhas .4-1/.
lefeUielso.—Vid. Officio de Meirinho.
Mellade.—Sohre a costa de Mein.. proverá El-Rei se-
alindo as lembrancm, que lhe faz 01—IV.
alio «sigam a. cartas de seeredo 17-13'.
dl:nide. da 11d00e.—Vid. Officiaes daCidade.
Miserirerl e—Tem El-Rey muito sonleillameolo do ser-
( 151 )

alço, que 09 dffieue• della fazem. asmm eu h -


pitai, e lho agradece 11-111.
koedh.—Que te nao leve de a lavrar mal./. em Lisboa,
e que se lavre miuda 35-1•111.
—0 •4 a yp 01 obre iella como Ibe parecer
bem mamo@ Se—VI!,
—0 V Rey proa,. 98-111.
- V. Iley leiabrem qa• «doo ils.4. lhe parecer 35-11.
- QIIC enhgemenle cor-
riam 48-11.
—V,d. Serafins.
Morro de Chaal. —Tese El-Rey eoalealam•olo da sua
tomada
Sfssfeno de Freires.—Torne El-Rei anegar alicença
ora elle se funilmr 71—III
-- Torna a parecer a El-Rey que não convem fa-
zer 74-0u.
--Tomou re•aiiii,&., ',obre a sua fundação,
e mande que !alie com o Arcebispo 7I—X.
--Encurommele El-Rei mui, este meteria ao V
R,y e Areebwo 76-1X.
--Concede-lhe El-Rei que pena comprar ai4 3 mil
piirdee• era bens de raie, eque.
Mos da sarreiro —Não pode El-Rei recorde. por agora
mbre er duas, que a Cidade luer fazer 94-11.
---Tem El-Rei mandado prever sobre •perda e falta
75—X.
'V.Sas.—Nilo quer El-Rey que se cumpra prorisão de
1). Avião de Noronbe, que obrigava lodo. or na-
vios e embarcagber doe inneis a enlrer no porto de
Goa para nelle venderem suas fazendas e compra-
vem outras 48-111.
Nane da Cunha, Goveroador.—Mandeu que não fone
demendado peles ler.. o que mo aaaaaa e tilulo da
reparkiio deliu,
--i—Seu bom governo prat estilo a El-Rey, e assiro
o espera delle e.-X.
Olndlencio da Cciark.—Agradete a El-Rei D. Seba•-•
ti& 30.
°fr.-canon. da Cidede.—Agradece El-Rey o que el
Na para o servir com dinheiro, gen., e nado ,
quando teve recado das galé, que se dizia parsavans
á Ilidia
Offichccs de Cidade.—Mends EhRey que sejam tratado@ •
pelos V. Rei. eGovernador. corao fidalgo, de ma
ema, poeto que o eão sejam 13-11/.
16-11.
Officia. da facendo.—loradece El-Re, a, lembranças,
que sobre elles lhe fazem 42-11.
— Tem El-Rey mandado prover sobre a. certidbes,
que elle, pedem dos rendimentou que acere...tos 74—V1.
Officisee de justiço.—xoradace Et-Rey alembrança, que
»bre elles lhe fazem
Officio de Etcrivao do Mendoey de Goa —Pede El-Rey
a Cidade que prom nelle Andrd de Valladares,
genro de Philippe °onça.. 'V.. ," o tem 28.
Offic ,o de meirinho-1'1d. Goepor
Officio de olea ,de e mei.... Mode ermo se dere res-
tituis Cidade o provime.o della., que tem por
seus peirilegio. 18-11.
24—V If .
Oficio de apontador do ribeiro, eautror.—Ho EI.Rey
por hen. de os restituir á Cplade 18—E11.
Oficio ele Escriodea—Que se cumpra a provisão d`El
Rey D. Soão 3.• e amam remiluidoe • Cidade 26-11.
—Manda El-Rey que o V. Rey ouça aCidade, e
lhe faça justiço 24—VIII.
Oficio de meirinhas e aleaides.—Vid. Offitidede alcai-
de e meirinhas.
Offitioe e cargas da Crdode.—Yid. Cargos da Calada
Ordenadm—Co.omem a meter parte da. rendas do
Estado 28—E1.
Orfi..—Nio manda El-Rey alguma. do Reioo; e quer
que se casem e. destas parte. • 36-111.
—Que o Vice floy as ampare
.e. -Rey remeilo ílumbr.eçe que lhe fa-
aem de se não maedar do Rejo° a estas peites 49—RI.
--Terá El-Rej lembrança do que lhe pedem para
elo virem do Reine; mas quando vierem as agasa-
lhem. E o mesmo eneommenda ao V. Rey cobre as
que são filha de para que cã morreram 04-111.
El-Rey mandado que não ventraro mais do
Reino, equer que se amparem az que houver neste
Estado 71-1V.
°sider.—Que o. Goveroadorea elo tomem o dinheiro
dell.. 31-111,
35-11.
Ouvida,. da adade.—Não comem que seja apresentado
pele Cidade, mas que seja letrado 68—V.
—.—Sobre apretenção, que a Cidade tem de prover
( 153 )

este cargo, mudo El-Rei tornar informação; e no


entretaoto caleje a Cidade de posse
Orsr dor ger.d.—Proverf El-Rei sobre o Regimento
delle 18-1.
Ouvidoree letradoe.—Tem El-Re, provido sobre as quei-
xa., que lhe fazem doe das (oftalm.. 74—Xl.
Desenstoargadoree.
Podres do Curspanhia.—Folge El-Rei da con.OlaçãO,
que a Cidade recebeu COM elles
—ResolsèrÁ El-Rei sobre o que lhe dizem é.cerea
da casa. que elle. faseai no meio da Cidade 67.
El-Rei informação sabre o damo, que lhe
- di. em recebe a Cidade, emo especial os Fraues de
S.Francisco coo. a cova case que o. Padre. de Com.
paul, 6seram no terreiro doe Gano. 6-861
Peses reune.-0 V. Rei prover& sobre o reparo do sua
forialesa 38 IV.
—Que oV. Rey acabe aobra deite 43—V11.
-- Que oe acabe •obra dello ir—li.
Poste —Pela. ultimem earla. enlendeu El-Rei que foram
feita. core o Relig. • sua lutando 7I—XX.
Pedro Moscarenhos (D.), V. Rey.—Tras ene...mudadas
mi coo... da Cidad

Peru Peruandee.—Eucosnmenda El-Rei que elle seja o


procurador dota Cidade o. Corte 9.
--Agradece RI-Rei Á Cidade tê-lo elegido *eu pro-
curador na Corte • 13-1X.
.
l'ero Nunes (Do .tor), Vedar da Fasenda.—F. reparti.
ção dos terras aos moradores quando lhe foram de.
das por El-Rey D. Manoel .
Pero d'Olioeira.—Cons informação de V. Rei &apache.
rá El-Rei o. acuo serviço. 73-1VI.
Pero Pas (Doutor), Vedor da Fasentla.—Confla El. Rei
que favorecerá aCidade como lhe encommen.h 0—IV.
Peseadoree.—Q,,e ee uào façam exionbet aot que te met.,
tem nal gel& 1
Philippe Si—Seu juronienlo corno Rey de Portugal 97.
—Folgou mudo de ser bem recebida ne.to Cidade •
Soe smictelitIO o0 6,010 61-1.
---,Agradece a.ua acclaroação nesta Cidade 1—V111.
Phe'yjse Gonealvet.—Vid. Officio de Eter.illy do lendo-
ry de Goa.
Physicos.—Mo podem agore vir roais 63 —II.
Presidente de Ateados—Vid. Medo.
( 154 )

Prure por ale."8.--Nlanda EI.Rey


çier, que Da o Governador Nono da Cunha Nobre ov
gmatio• enoturno. da terra. de que «boa cheio, as
«Oda. por divida, se guarde por quadro anime. E
guer aolde isso inforrnao2o ta.« mondar o eine fl3r
poli, e moda hem da Grra
Prindegio doe manlimenlos.—Yul. Franquia doe neem/13-
Genlea.
Pr judeu,. da Udu. de 6aa —Eueommends EIR.y me
Governador que «guarde; e honre, Lmort2n, efaça
,c• o bom Iratamento a« moradores deli

---Ted El Rey lembrança de os guardar lebre eda


da doa Odiei«
—bl•Oda EI-Rey que ecoo/trile t 10.
----Quer El-Rey que ae guarda inleirnmemo, eauhe
e6crev enu Governador D. Jrno de Caatro 11-11.
---Não ponde El E. este olmo (1559) Guta, ker
na cliaao delerminaono, eenconquem,. partioulthr-
mente no G. Rey Iodas as eormas da 16.
--Ronde aCidade apresettlar aEl-R.y os da Liehoe
que lhe fumou concedido.. 24-1V.
— Guarda-Ge-ha EI-Eoy • 55.
.---Queo, Governador« os elo quebres 35-1V.
---blenda 211-Ray que a. guardem laleirmeeale
--Voe m guardem
----Que 'amuem •r orla d'El-Roy D. Manoel, e o V.
Be), proverá muno lhe bem parecer 38-1.
---eten,3o d'El-Ray he ardreacenlar-lbea, •aio di-
mieuir-lhee 49-11.
----Renda RI-Rer que «Itunnlem • Si.
---Eeereve El-Rei sobra elle. ao V. lei 64—VII.
guardem os cominando. pelo Covereador
- Enraio Telles de Mune.« 62—NI.
— Que &Mau, guardados à Cidade a. que lem Joe
lufançães
...,--Mande 81.5.3 que ee perdem • 74 I,
75-11.

Prldlegint ó Ma* de 1.1..14.4.—Pang e«ao «pilará 79-1.


1P-Itry d.,g Ciciado da the aguelleeque lhe pare-
ept.pp. corram. 25.
arra earlu, 110 com nata vem, declara 61.8.ey
queo• (pura pior Voo eeeeeder cole Cidade 00-1.111.
El./loy lembrzevo de os conceder • leia
- Cidade
•0-111.
( 155 )

—=irelesu EI-Insy ene o rRe7 tem os Demn,


bargedores deter., anue que 119 guardassem acair
fldede 14-111.
Prmistdcs.—Que o V. Itry fuga der A Cidude lugar
meleirmilo xelim . 41-1X.
PrWiteador da Cidade 40.61. —Reseleed RI-Rei sobra
• que CiSmle pede acere. de «elas & Corte
prormadm 67.
---Qiin niln MIM., eihde romilmle 69-111.
Vid. Proeviaderes.
Pronssador dor feitas d'EIRcy.—Pedis eCidade que sela
lelrado ede lios consciMeic. e Eisltellbo tem
em servi, • V.
Priistundarsa da Cidade á Cirle.—Permilte 81-11, mie
09 envie e Cidade; mas ipmr que m elo bica core
elles xixis despem x que Mc e...miaria para Ida
Ireendn arma•in nsok...lin.a. 551 ,.se mnis des
peco finerem no,' r,idnde, noaarno em dei»
de sus, casse os Officines 2-11.
.Prvererodores dar Cidades.—Nto concede El -Rei qee se
Jun.. sob Gos ',era pralicnrcro sobre as nome*
denns o 39—IV.
Pisem-adores do patio—Proscrii 81-Itei como c.a.«
sobre o I.rein vido com os Vem:Worm
~Mar das Cater,—Prile 111-1147 inforiencio »bre ea
te ornei, que dizem mil, ,ll sempre mu metades da
OMS. 68-1 V.
Provimento dee eargar.—Qiie seja par lsniiilidnde e ¡ser-
sieos 85-1.
Piovliveata das Colette. e Cidedee—aeredeee 61-1ley
• lembram, que isco lhe fns eidxdo 18-1X.
Itrestkinieoto dar orplar.-0 V. Rcy iiiferiiier4 sabre o
cp. impo., Pises 43 VI.
Reemthtmenta itera incineres —Já 81•Rey o mondou (a-
sor, e lixem lorim suhre isso a esemser Au V. Rey. 00—II!.
lieleede—Res,berele 111.11ey Ciimsra rur se ,,e.... 6
jilighra, (011,III 00 'Mo squelle &-
lado 74-11.
Rmid• das maolimentoe —lbocriboa 11.1tey 4 Cidade,
n [01,14 79-111.
Rendo das Orraeas.--gov sesuspende, ese mude inter
amçilo 81-14c7 31-11.
ReVaL—Q, o V. 8, ema percebem. prow4me Obre
se que nessa •se prejelso da Cidade 39- Y.
Ir- Mar d« Ihrddiç• die..-Cine se ames.
dera temo amplie se tes
Rendas da Colade.—Vid. Feral novo.
R,dise que foram dee Mouro..—Que CO pague dellasso•
mente o dizimo segundo o pririlegio d'El.kley D
Manoel 3I—V.
Rendas Renes.—Que fe elo lancine coima Matam. noa ar-
rendamento. delias, eEl Rey maudarn ver o feito,
que 'obre âso esÉL couelmo 72-1V.
Requerimentos da Cidorts.—Fneemsneodo-, EIRey ao V.
Rey 59.
Resposta re RI-Rey d Cidado--Vor otempo hão dar legar
Aca para o 0000 que vem 1.

FI-Rey • rodo porque tern faltado 9.


R, do Duche, —He amigo dm.. Balado, e fez bom
tratamento a D. Bramirei, d'Eça, e ao Bispo do tio.
chim /4—V.
R, de Tanor.—Conlaulanoulo d'RI-Rey de Portugal
pela ou. conv01.20 17-111.
Sé de Cro.—Que se lacem para elle TM. ainoa gran-
des, boto ornamentos, e um poulifical rico, tilde do
dieBeiro da renda 10 cairebo 0—X11.
--Sita primeira obra aeab I troili,
--Sua erecçno em
vibre.i.ja na obra della, que se era no.
- emitente enoteça, em 5000100 da forliticaçao pão
for acabada 52-1.
&barrida (C), EI-Rey --Seu levantamento 05,
----Sua perde 55.
Segurança do Ertodo.—Agradeee El-Rol Á Cidade a.
lembranças que *obre isso lhe 1.0,0 declare que no
anuo .....'Io mandou tres Md honrem 14-11.
Seno de Oobldol..—flrqllr,000 a D. Jogo de Caatro que
guarde sobre imo o0 privilegio. da Cidade 13-5111.
Jenlença.—Requeirem ao V.11, sobre a que obrigo eos
moradores a pagarem de les um doo borlas que ar-
reuile..em 38-11.
Sfiaten,as.—Que os Governadores, ou V. Reis uno que-
brem neue revoguem a. que ano dadas em Camaro. 35-1X.
35-11V ;
Serviços.—Tern El-Rey lembrança de fazer merce de
pe.», que e4 o serrem 72—XV.
Serviços da Cidede.—Terl amou.> El-Rei reapeito
............ ............. /E— VIII.
—TerakEl.R ydelira moo coolculanânle. efarn
( 157 )

kode n.erce que for melo 14-1.


Agradece EI-Rey on que • Cidade fel par oteao -
do da nova da vioda doe Turco. 18—'61.
—Acradece-oe EI.Rey 14-11.
--- Folga El-Rey mrlito com elle. 31-1.
--- Tem EI-Rey contentamenlo, rtr,h lembrança
del ,es AI TI.
--E•15 El-Rey Imen lembrado dellm. ....... 39-1.
--Terá El-Roy dell« lembrança, e .8i111 o encom-
monde eempre ao. V. Reis
Tern Ei-a,, dell,. muito...Memento 16-1.
—Terá I-Rei menpre dell:, lembrança
--Agradece El-Rei oa je1 feito., e confia que largo
«troe inaiore. 50.
--Seri El-Rei lembrado dei.. 54-1I.
--Tem El-Rei dello contentamento 61-1.
Serei, doo fidalgo: e eidaddes.—Deepaeloo-loa-bil El
Rey conforme a ordem que tem dado para
imo
Serviços doo noiradorea—Com beformação do V. Rel
Nrá 61-11ey a merca que por Mim tomecerem 56—Ir.
El-Rey lembrado deli,. 53-11a.
Vid. Serviço da Cidade
Soldo.—Niio ha ETRey por Imm proa« por agora 0
qbe lbe pedem para oe moradores <Ia thelade • 13—VI.
--Rospood ,rá El-Rey eotire o rpm pedem uma os
morador.. viela • forma do privilegm «obre
ieeo I8—V.
---Sobre os que pedem para o. filhos legiGnme doa
morail-ree declara El-Rey que e, abo coltonea ae-
sentar em soldem indistmetameole os moradorea dae
Cidade. 13—VI.
---50e o vençam oe Offieioes da Camara o olmo que
tereirem 76—IX.
74—X II.
Syndico da Cidade —Que o poma ter 31—VI.
Terças da renda da Cidada—Coneeile.as El-e para
▪ ...... pontm, e fedes
jg mandou EI-Rey que te amtmeem nes mo.
Me, ponte, e calçadas 35—XI.
Terras incidiae—Pecle EI-Rey infornmego sobre a queI.
• doe moradores da Cidade, a quere os Rancem.
das Lide.. ngo geerigo dar ae dita, terras para im
aproe...rem t—IV.
Tevtarrivoleires.—Pele remiam. doe Mune., miá oro.
( 158 )

Tido nisso 95-2 VIII.


Torre.—Approra 171-Ray que me Na.. torro Iode ore
um monte, que esld afastada da Cidade UM tira de
bombarda; e ,)6e para isso certas clausulas
Trato da Chie.— de novo manda El-IS y que onão te-
nham os vessallrs da Coroa C,1 II 76—li.
Traded—Que com informação do V. Rey. respeede á
El-Rey zolire orpm pedem que se frça de nom.—VS—VIL
Toreos.—Aerneeee E1.77, a lembrança que sobre« de
haçord lhe fasear 36-1.
Che por rento.—Parreeo bem o EI Rsy mie a Vidade
,sento de acceital.o. E meada Ne ;pode lodo
. na forlifteneão. ou muna,le nisso, e a *etre metade
nes gaièr 49—V.
---Que se gaste I-de na fortificação do Cidade 62-1.
--Qoe peçam ao Rry o pagamento do que á
Cidade he devido do rendimosto delle 06-11.
---Compre-se o coniraelo ledo clon a Cidade...45*—i.
---0 V. Rey proverá sobre o que pedem ...me do
ao por ceara applianto oara galCs —I,
---Fallem no V. ney, que sobre .2, [nome buir -
çder d'El Rey 61-10.
---rtscoosmoda M.E', esta too& od E. R«,
coimas em rpm se despende
--Slutplará E1.17, resolver olhe.« ..... podar.
2e lodo na fortificação da Cidade, on metsile isea
pala+ 60—Til.
El-R/ prover sobre, Desembargadores
da R•lação e Padres da Companhia s• escusadllin
de ',orarem estes direitos das suas faseado. 66—IV.
---r7orn ioforniaCbo do V. Rey resolverã El-R7'••
se bole arrecadar por ordern da Camara, enao pe
los °Mem, da ' ,areado Real 67.
—Que se despenda iodo na forfifieauão da lida& e
Ilha de Ges 69—IV.
--feee seja applieado lado á fort.fieeçao Md se a-
enbar 7.1 VII.
EI-11, que o V. R, guarde o orde, doe
apontaffleolos do V. Iley Rad.. de Albuquerque
sobre o coannele desta boposiçAo 14-11.
ibe ove &as da alfandeaa de 0,01104.—'aubre as dilre-
renças uu. onda enlode tem men ado Godos» por
cause imp,ição 61-Rey • rpm hou-
ver por men serviço 71—IX.
---, to aguo pateado maneou I{I-Itey MV« sobro
( 159 )

• ~ida que mia Cidade irado com a de Cochim


sobre imo ri—X111.
Vent dra .,leaides.—Que a• memoro • Provisão 'El-Rey
Ir. João 3 t 86-11.
fim da Cidnde.—Não Ira que reser, mudança . modo
de sen provinienro 84-.V1.
Tendogra..-0 V. Rey faça justiça sobre a q. o Premi
rador d'F.1-11ey quer que c moradores omitem 43—VII.
Inagem de Japão.—Que cum informação de V. Rey rem.
pandern FI-Rey »lira a mie o Cidade pede paro a
forrificoção 61-1V.
flaymsh—Nno respondo EI-11rp por oro sobre. que 14
pede o Cidade 49—V1.
Firorde da Foareta •(O. Fr.) Areebispo—S. vIoda •
recommoodação, que 4.111 faz 61-1204 á Cidade 62.
—Nao 40 1100 iram, da sua ida para o Reino, por
em digerido 66-1f.
X ,r4Ins —940 lia PI-Rei mr hem que se lavrem ou
que de baixa lei mindou lucrar o londe D. Luis de
411 ile 64-1V,
- ceve 111-11. ao V. R, 11 [M.M. de Meneses .
sobre oa que com mula lisa mandaram lavrar os
Colides D. Luis de Alledide, e D. Francisco Mame-
ranhas 64—V1,
..---Renora 6111,7 ar ord.,» para que se não laetere
os de prata 68-111.
Que se não lacrem inala neste Pelada ..... 69-111.
- Mande 111-11, ee r. 1107 que acabe de tomer
rreolução voais, neeocio 12-11,
--Tom 111..R., umidade mera .obre dela mede 75—I,
.
H. 1? h
ARCHIVO
PORTUGUELORIENTAL
ARCHIVO
PORTUGUEZ
ORIENTAL
J.H. DA CUNHA RI VARA

6 FASCICULOS EM 10 PARTES

FASCICULO 1 EM 2PARTES
FASCICULO 2
FASCICULO 3
FASCICULO
FASCICULO 5 EM 3PARTES
FASCICULO 6
FASCICULO 6 SUPPLEMENTOS PRIMEIRO & SEGUNDO
ARCHIVO
PORTUGUEZ-ORIENTAL

J.H. DA CUNHA RIVARA

6 FASCÍCULOS EM 10 PARTES

FASCICULO 1

PARTE 2

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First Published: Goa, 1877
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(1-
ARCHIVO
PORTUGUEZ-ORIENTAL.

FASCICULO 1

PARTE 2.°

CARTAS DA C.AMARA DE GOA

ASUA MAGESTADE.
1595-1609,

NOVA-GOA.
IMPRENSA NACIONAL.

1876.
CARTAS
DA CAMARA DE GOA
A SUA MAGESTADE.

1595-1609.

E ste Livro lie pera oEscrivão da Camara lan-


çar nelle todas as Cartas que os ofilciaes deita es-
creverem aSua blagestade, pera que os que en-
trarem sejão advertidos dó que devem escrever;o
qual tens cento carente equatro mesa folhas »Bi-
nadas e numeradas pelas cabeças por mina Luis
d'Abreu Fustamante, que opresente anuo sirvo
de Juiz ordinario nesta cidade de Guoa, e fica
huma meia folha no principio, e. outra no cabo
por assinar enumerar pera guarda do dito Li-
vro. Em Guoa oje bij de aguosto de mil quinhen-
tos noventa e sete annos.—Luis d'Abreu Fusta-
mente.
1

Carta que a cidade de Goa momo a 8. Mageatad•


oanno de 95.

i. Ase:tetos de V. Magestade desta sano de lh5 0.0,


farão dadas, com as quaes esta cidade recebo° e=ton.
tomento devido; oprincipal por sabermos ceifas da mu-
do de V. Magestado, oda do Principo Nosso Senhor, e
de toda amais caca real, o que para a todos ser n!.
os mandarão chamar os principaes cidadãos, eos
que costuma., andar no regimento della, aos quaos eo
deu copia delias, edas provisães que V. Magestade com
tanta honra de todos nos mandou, sobro os cargos, do.
te das orphãs, odas tenças que tinha mandado suspon-
der ;oque tudo meando° de novo oamor oa vontade
que esta cidade sempre Ovo para o serviço de V. Ma-
gerado, epedimos aDose alargue os sanes do sua vi-
da com saude para defensão da sua Igreja, e suplen-
te da fé deita, epara ogoverno de seus reinos ese.
abortos.
II. Os Vreadores passados continuarão com aobriga-
ção que esta cidade tern de em cada hum anno lembrar a
V. Magostmle as cousas amassarias assy pera obem
do seu serviço, como pera os do regimento della, ea-
teis á republica, amuitas das quase V. Magestade res-
ponde° como lho merece a lealdade de mus cidadãos ;
nós pela obrigação do mesmo afiei° apontamos ou—
tras, cuja mataria, por ser do muita irnportancia, lhe
pedimos amande ver, pois se trata nonas a V. Na-.
da fortificação desta Ilha, eda de suas barras,
oda quietaçã' o do Estado, edas princippes cidadoa del-
ta, que são catas, Cochim, Chaul, oMalsca, as quaes.
(6 )
todas feio sobejamente descompostas pelo excessivo ri-
gor com que o Viso Rey lhe quer violar seus foros e
liberdades.
III. Foi mercé grande que -V. Magestade fez aesta ci-
dade oparecerlhe bem se não continuasse com sua for-
tificação sem primeiro se acabar a da Ilha -toda, em con-
tra do que oViso Rey tem dado, eda de presente mui-
tas reates, eafora elle as dão outras pessoas graves;
porem as que a cidade tem apontadas ao fundadas na
antiga experiencia que se tom do sitio da terra,
eda força ,dos imiguos que mos podem molestar;
pelo que fido sendo de muita força, eassim se faz o
que V. Magestade manda levando afortificação da ilha
avante, continuando hum lanço de muro do baluarte de
Santiago° athé oMangueiral, onde se detromina fazer
outro capaz de grande registencia, ficando dentro delia
todas as varrem epalmares daquella parte da ilha, e
por desoccasionar a quaeaquer imiguos, ora sejão os
vesinhos, ora Turquos, se qua intentarem passar,
de poderem desernbarquarnaquella parte, por quanto
»elle o fez o Idaloão oanuo de 70, quando pós cor-
quo a esta ilha, e o mesmo se detremina fazer por
todos -os lugares deita, aonde pareça pode aver
qualquer commodo de &embarcação ;epela outra ban-
da se vai já acabando de fechar olanço do muro da
Madre de Deos, ficando dentro deite sua casa, obra em si
real emagnifica, como do mesmo arohiteto môr o pode
saber V. Magestade, porque se faz esgotando orio que
entra por aquella parte, dentro a‹, qual leva seus alice-
coa, eassy por ambas as partes se vai trabalhando sem
cessar na obra.
IV. E quanto áfortaleza de Bardes, eoforte que ao
longo dada se principiou para defensão da barra, ofomos
ver com oarchitectomór, oqual depois de considerada
a-obra, .a teve por buem força de muito boa traça, e
importantinsima, porque se rio claramente que os in-
convenientes que se apontarão em contra desta força se
nXo acabar, erb de pouco fundamento, por quanto os
(7 )
outeiros que lhe caem aos lados, tanto da banda da bar-
ra como do moesteiro dos Reis, não podem delias os
imiguos molestar os soldados de sua guarnição, mim
impedir que aartelharia ato faça oeffeito que se pre-
tende pota bem e segurança da barra, porque cite na
garganta dota, eafortaleza de cima fica pela banda
da torra cercada de huma cava cortada ao picão em
padra viva, com a qual se pode e.outinuar por ambos
seus lados quanto baste para afazer inexpugnavel, fi-
candolho dentro agua nadivol muito boa; pelo que tu-
do parecem bem ao Architect° mór se devia d'acabar,
no que viemos do acordo. E porque oViso Rey nos pe-
dis por escripto este nosso parecer, para que opodes-
somos fazer com maior consideração, se chamarão os
mitigues emais experimentados cidadães, os quase todoo
depois de vistas au rezães do Architect° mór, eoutras
que de novo se ventilarão, vierão de acordo que a da
fortaleza eforte se acabasse, ese dêsseevte parecer por
ultima reposta ao Viso Rey.
V. E para que de todo fique sendo esta obra proveitosa,
convem muito ordene -V. Magestade se cumpra o que
tem mandado, que ocapitão resida na fortaleza com os
da obrigação della; porque dado que se vê por incon-
veniente que sendo elle juiz daquelles povos de Rardez
deve de ter sua vivenda no coração das terras dele para
ouvir edecidir suas <inumanas e causas, he tão pouca a
distancia donde boje exercita este officio âfortaleza, que
afiz, encontra aprincipal obrigação que tem de residir
Della, antes com sua assistencia crescerá.. fortificação,
I. se repairará quando necessario, oque oje enão faz se
não muito ao contrario, em tanto que he de presente
ema de cobras ede pombas, eos naiques elasearins da
obrigação da fortaleza povoarão os palmares è lugares
mais vizinhos âbarra, o que agora não fazem. Alem
'disto para bem da muita artolharia egrossa que se pre-
tende plantar nesta fortaleza, convem muito que acon-
fiança dota se não tenha senão da mesma pessoa do Ca-
pitão.
(8 )
VI. E quanto áfortaleza da ponta de GaaparDiaa, que
oViso Rey tem escripto aV,Mag.tizde ser de pouca im-
portancia, não no pareog assim aquem com os olhos vê"
odesamparo desta barra, eositia aonde se ella preten-
de plantar, porque ainda que não servirei de mais que
pera demeasionar os imiguos vezinhos Malavares, ou ou-
tros mais rasteiros de poderem de dia ou de noite de-
sembarcar n.ta parte, equeimar os palmares della, e
os navios da franquia, .m descredito do .Estado, fora
de grande effeito ofazerse, porque de tal maneira está
esta ponta lançada por ordem da natureza, que não po-
dem os Lues navios, nem gallês entrar pela barra, que u
não fação pelo pé della ;.quanto mais que convem para
ocredito d.ta cidade, ede sua guarda, que aja nas bar-
ras delta forças que impidão não entrarem navios por
ellas sem que ao saiba donde, ecom que ordem ofazem,
do que ficard servindo esta força perfeitamente, alem do
gt.te continuandose omuro ao longo do rio' como se vai
fazendo, athé se ( ac har nel a,e d ell a até. rochas de
Nossa Senhora do Cabo, não acará força, ainda que seja
odo Turquo (que he aque mais se neste Estado podo
arrecear )que baste para inquietar esta cidade, emuito
menos perjudicamlhe; as gumes mães apontadas ao Ar-
chitect° ui. voo de acordo nellas, enos deixa atraça
pera se continuar com aobra dela, avendo.o V. Magas-
tade por seu serviço.
VII. A mataria da alfandega de Chaul tom daneficado
ocominarei° do Estado, emuito obem dos moradozas
desto cidade, por quanto por respeito deita oViso Rey lhe
tem tirado liberdade de sua franquia contra aposso
tão antigua que tem della, econtra toda ordem do regi-
mento de V. Magestade ' pois servindo ella para que os
navios que atomão .jão francos efavorecidos segundo
sua necessidade, oViso Ray lhe impede apassagem vin-
de do eul para onorte, eos obriga adar-lhe fiança pera
sem tocarem os portos do Idaleão irem direitos aChaul
apagar novos direitos, ainda que .jão mercadores da
«tenda econdiç&o dos que naquella cidade não devam
(9 )
direitos senão ao Melique; eaos .que vem do norte faz o
mesmo obrigando-os, ainda que sego da obrigação da al-
fandega de Cochim, apagarem nesta cidade os direitos
das fazendas que para ella levão.
VIII. Sobre esta meteria, por ser tão pesada, falou a
cidade ao Viso Rey com instancia por muitas vezes, por
anobreza opovo deita nollo requerer, elhe pedimos em
effecto que já que nos não queria guardar nella oregi-
mento de V. Magestade, nem mostrar ordem sua por on-
de contra elle innovava tece direitos, nos desse juizes
competentes que detreminassem ajustiça deita conforme
ahuns apontamentos que lhe offereciamos (cujo treslado
mandamos para V. Magestade os mandar ver )ao que
nunca quiz deferir; antes agora depois de sabermos que
aio he V. Magostade sorvido de que se faça no dito
Chau) alfandoga pela não querer por sua real elemen-
cia com oppressío de sens vassallos, agrava na materia
cousas, que por serem de sua natureza escandalosas, lato
deixarão de dar muito trabalho ao Estado, eaesta cida-
de grande inquietação, aqual ao presente padece o que
V. Magestade não had'aver por seu serviço, antes con-
vem pora o bom effeito deite que atenha V. Magestade
muito rica econtente; porque deixados áparte os mere-
cimentos de sua lealdade egrandes serviços, como cabe-
ça deste Estado merece diferentes liberdade que todas as
outras dele, quanto mais que os fidalgos que nele an-
ilo no serviço de V. élagestade ajuda muito > aos solda-
dos remedea de ordinario, as religiées acocore sempre
largamente, esobre tudo não houve nunca necessidade
nom trabalho no Estado, a que ella não akodisse cens
muito grandes -emprestimos (que nunca se lhe pagarão )
ecom as mesmas pessoas de seus eidadées; alem do que
se vê que oministerio das mais cousas &serviço de Deus
ede V. Magestade ella oexercita continuamente ;pois
na Misericordia desta cidade se despendem todos os an-
nos vinte ecinquo mil pardâos, ou pouco menos, em res-
guate de captivos, casamentos de orflos filhas de caval.
loiros, que acabarão, ou despenderão suas fazendas no
( 10 )

serviço de V. Magestade 'oem outras obras semelhantes;


oque vendo os Reis de gloriosa memoria, vossos prede-
cessores, pretenderão de a libertar de muitos direita
(ainda que licites), ehonrar aseus cidadães com grandes
liberdades eprivilegies, sabendo de certo que com isto
lhe punhão dobrados tributos de-amor, com oqual 33 a-
balizassem em seu serviço, oque sempre fiarão ' •ede
presente não cessão do correr com amama obrigação, o
que não poderá' ser quando se virem privados do tudo e
avezados, som que V. Ma.gestade mostre claramente o
quanto desprazer leva deste procedimento que com elles
118 tem, mármente quando esta cidade Padece tantas per-
das assy nas nas desse Reino, como pela guerras tio
Balagate, que os prinapes deite trazem entre si, que im-
pedem aevasão ecommercio das Mandas, com que elia
sostenta eenriquece.
IX. Pois Chaul no serviço do V. Magatade se tens
sempre tão aventajado, que bem lho merece favores e
liberdades, ainda que a não pedira com tanta justig!,
porque no cera passado eno presente mostrarão os ca
dadas deite a entidade de seus eoraçães, eoesforço do
seus braços, afora a-caridade e larguesa com que tan-
toã custa de suas fazenda remediarão, sustentarão, e
regalarão os doentes eferidos nos ditos cercos, alem do
-que, muros da cidade alies os fazem, artelheria com so-
begidão amandão fundir, guarnição e vegia contra o
nnigue vainho dias osão com seus escravos e-parenta,
navios para aguarda costa, quando nella faltão armadas
•do V. Magestado, os armão ásua custa, eainda os dão
-pera Olha cada quando lho são necessarios; oque sendo,
ecustando tão pouca á. fazenda do V. Magestade, pont
-que luar adie maiores direitos, emais quando oimigno
vizinho se resente tanto com aimposição daqttella alfan-
dogue, que ainda não tom juradas as pazes que peia-
nipiou depois de tomada afortaleza do Morro, da qual
es Deus Mo dera miraculosamente huma vietoria, que
foi das famosas que V. Magestade houve nestas partes,
nos pudera dar muito trabalho; ode presente ainda es-
( 11 )
tii« com oceseião de nollo poder dar grande, consentiu,» a
entrada dos Magores em seu reine; pelo que V. Magos-
tade devia mandar ordem pesa nesta ~cria se sobre
estar atila que otempo mostre obem eomal, que deite
se pode seguir asua fazenda..
X. Teu:Mem Malaqua não carece de trabalhos por
causa doe novos direitos que asila se mandrio pegar por
%ida das fazendas que vão pera acosta de Choromandel,
Pegú, ernaie partes, os quaes sio de tão pouca impo,
tancia, que he maior oproveito que se segue aV. Ma-
gastado dos mercadores que áquella .cidade vem por
respeito desta liberdade, do que pede ser seu rendimen-
to quebrando-lha, porque nem Pegue trarao aella man-
timentos, que tão os que afartao, nem does, Chimehoos,
fazendas que vendi° aos taes, porque são elles em si de
tio baixa condição, que cessará seu meneo impondo-lhe
dobrados direitos; eporque desta meteria adita cidade
manda clara informação, pela qual Be mestria os incon-
venientee que nella ha de seu serviço e fazenda; lhe
não mandamos mais em particular; só lhe pedimos de
mercê queira ouvilla e favorecella segundo omerecem
seus %rviços.
XI. Sobre oque tudo lembramos a- V. Magestade ve-
ja bem oestado em que estas cidades fica°, equão des-
consoladas e'resentidas andão, por se verem privadas
das antiguas liberdades ehonras, em que sempre vive-
rão, enas quase os Reis de gloriosa memoria, vossos
predeeesores, as sustentava°, mormente quando nem
ainda com sa agravarem com tantas imposiçies, fica o
Estado com mdres forças, nem oserviço de V..Mages-
tad,' melhorado, antes peorado, porque se esfria°
noite por razão destes desfavores, o que pode ser
em tanto (se V. Magestade onão %mediar) que os aio
achará quando necesserios com oamor, com que se ar-
riscarão sempre agrandes cousas de seu serviço, senão
forçados; pelo que lhe pedimos não crea a particulares,
que só tratao de seu proveito, ede pela porta de ruins
informagies entrarem e ser honrados, e conhecidos do
( 12 )
V.-Mannetade; e só se fie da experieneia, aqual tens
mostrado os inconvenientes que se seguem de novas im.
posiçães; quanao mais que ato he esta cidade tãe in-
considerada, nem tão imigua da sua fazenda, que pois
•gasta em actual defensão deste Estado, ena adminis-
tração da justiça deita, eem outras obras muito anelas,
pora obem do augmento delia, lhe não dera toda os
avisos nocessarios, quando se não encontrarão com no.
ravel prejuízo de seu serviço, oda conservação do MUI -
vassallos.
XII. As rendas roaes desta cidade no antiguo corrião
com algumas circunstancias econdiçães que encontra-
vão muito aconsciencia dos Reis predecessores de V.
1/agastado, oobem comiam° das cousas atiles eactos-
sanas ao povo desta ilha, da-que certeficados pela in-
formação dos Vreadores daquele tempo, opela do Arce-
bispo ePrelados que nalle residião nesta cidade, deter-
minarão de ordenar com que isto não procedesse com
tamanha desordem, eassy oSenhor Rey Dom Sebastião,
vosso sobrinho, que Doou tem em gloria, mandou ao seu
Viso Rey Dom Antão do Noronha, do sou conselho,
que com oArcebispo Dom Gaspar congregasse humo
junta de theologos e juristas os mais assinalados, os
quaes dos tombos efomes antiguos destas rendas dei-
tassem fora oque fosse em prejuizo de sua consciencia,
edo bem desta cidade eilha, edo que parecosse mais
necessario fizessem hum foral novo, cujo treslado ficas-
se na °amara dela, com additamento que oProcurador
desta cidade assistirá aos arrendamentos pera requerer,
sendo necessario, se ato fizesse senão conforme ao PO-
rol novo; o que se conclui°, ecorroo por esta ordem
pouco tempo, porque logo algune Vise Reis como ato
devião aforão quebrando, e foi com o tempo isto era
tanto, que não bastando os eontinos requerimentos da
cidade, e,crescendo a°opressão, que oa madeiros davão
ao povo dela, poz onegocio em termosjuridicos; epor
que amaior justificação que tínhamos de e» justiça era
o°aproas° mandado por onde se reformarão 03 Fora.
antimms, oqual ao não achava do industrie dos ofãciaes
da fazenda, conveio ao tornasse apedir remedie ao mes-
mo Senhor Rey, oqual como Princepe christianissiroo,
de novo declarou sua tenção em }mina carta que mandou
acota cidade, aonde não quer se innove nada no Foral
9090 das ditas rondas. Esta se fleaStall aos autos, que
:onde,u se pedia sentença nelles, que ilumina ao quis
dar, do que se seguia grandes danos ;pelo que estando
esto Eito na mão klo Licenciado Antonio Fernandes
Maciçl, Juiz dos feitos do V. Magestado, lhe requere° a
cidade acabasse de determinar ajustiça do!!», pesa o
que olevou á Relação, e Della lhe encontrou despacho
oVi90 Rey Mathias d'Alboquerque, aque os Vreado-
roa do anno do noventa edons pedirão onão fizesse, e
deixasse perminciar asentença, pois della redundava a
quietação desta cidmle neste particular, ao que não
dsfferio; isolo que se mandou otroslado por ultimo reme-
dia (10S ditos autos a Me Reino oarmo passado para V.
Magestado III mandar determinar ajustiça deães; e
porque omaior dos trabalhos, que esta cidade padece,
ho oecasionado por estes rendeiros, que com sobejas op-
przssiles avexão os mesquinhos, emais pessoas que a
dia vem com as cousas commuas enecessarias aseu
990 esustentação, em tanto que hum dos officios que.

esta eidado mais exercita he ocotidiano queixume, que


90 delles fazem aos Viso Rey eofficiaes da fazenda, que
do de nenhum effeito , pedimos a V. Magestade man-
do dar nisto a conclusão neeessaria nesse Reino, ou a
esta cidade Provisão pesa o dito Antonio Fernandes
Maciel, ou outro desembargador, que de presente tenha
os ditos autos, dar nelles final sentença, com pena im-
posta se ocontrario fizer; o que se V. Magestade não
ordenar, cançará esta cidade de andar de cantina de-
fendendo aeste seu povo das insolendas destes rendei-
ros, edeixará que atempo lhe mostre acarestia que se
della pode recrescer em todas causas da conservacão
desta ilha.
Pareceu aV. Megestade segundo vimos nas
( 14 )

cartas deste asno, mandar ácidade Provisão pera se-


embarcarem ou homens dwnação, que tão nocivos são eco-.
tas partes, oque V. Magestade já de • longe deve de ter
sabido, pois nunca acidade deixou de lhe mostrar por re-
adieu claras, pelo credito das gases ouve V. Magestade
por bem que se mandassem pera esse Reino, segundo a
Instrucç.ão, que para estecffeito trouxe oViso Rey Ma-
thias d'Alboquerque e-parecendo-nos, pois elles. com o
tempo são sempre mais escandalosos, epeljudicraes r que
innovasse V.. Magestade penas na meteria, enos pro-
vesse do pedido, manda que sejão francos; para remedio
po que pedimo.s aV. Magestade mande per- de raiz as re-
eles já dadas, eestes que de novo lhe apontamos, pro-
veja com que não mito favorecidos nem' ouvidos nesta
materia.
XIV. E.primeiro fazemos asaber aV.-Magestade que
nunca anossa tenção foi pedir—lhe defendesse ahomens
honrados desta nação passamem aestas partes, com os
quase V. Magestade se contracta, porque destes acida-
de nunca careceo, antes teve algmm por benemerit ,
nella, eno serviço-de V..Magestade ponde fidelidade,
ediligentes, os quase pode mandar passar em numero
certo com contratos de sua fazenda; o-que pedimos he
que aoutra parte deste povo defenda onão faça, porque
passão cá- confeiteiros, tendeiros, eentres desta gente
bana, 03 quaea são atotal destruição deste Estado, ede
seus moradores, porque como eobejamente afeiçoados 4
mercancia, ede meninos criados na arte della, impedem
todos os meios emaneiras, por onde os moradores do Es-
tado não peaste-viver da mercancia, nãotendo outro com-
modo de que opeado fazer, porque como-a V. Mages-
tade he bem notorio, só-della vivem, e se sustentko, e
tem com istochegado atanto, que já não ha nesta cida-
de quem possa vender fazendas, nem algum outro ,con-
trato senão pote porta doa da nação.
XV. Afora que nos tratou 'sempre encontrão muito a
fazenda de V. Magestade oobem commum, pesque os Ba-
manos, etodos es mais raeroaderes, que.vinhito cio Cana.
15 )

baga, ede outras partes com fazendas aesta cidade, as


vendião, eas que lhe Sessão ofazião aos mercadores
deita, pesa na volta das náos lhas venderem; oque sem-
pre se fazia com utilidade-de-ambas as partes, oque de
presente esta gente encontrou, porque por respeito da
engrossarem seus parentes nesse Reino com os com-
mescles destas fazendas, fizerão com os ditos Baneanee
as mandassem por sua mesma conta aesse Reino, no
que por saída delias V. Megestade em seus direitos he
muito ofiendido, eofora ainda muito mais, se num pres-
teza oViso-Rey não aeodira alhe estorvar esta inven-
ção.
XVI. E quanto ao que V. Magestade escreve este
anuo que ato parece sezão se defenda a navegação a
esta gesto, pois ha frangas nestas partes atoda aoutra;
foi neste particular mal informadb, porque quando se lhe
isto defendeo, foi por sezão do muito danno, que cau-
sava âfazenda de V. Magestade, porque se esta gente
for áChina, Java, Bengala, Maleque, Cambaya, eou-
tras partes catar fazendas, que ajão de mandar por
sua conta, ede seus constituintes aesse Reino, que ren-
dimento terá V. Magestade em suas alfandegas, que
sempre por saida delias he hum dós maiores que tem nes-
tas partes? E se os moradores do Estado as forem buscar,
tendo-as alies, quem lhas comprará? oque considerado
ramo ao VisosRey Dom Francisco Mascarenhas com os
Padres (sie) do Desembarga° promulgar aley desta de-
fesa, da qual sempre usarão os demais Viso Reis, acendo.
V. Magestade por bem de asa serviço;porquebem bas-
ta aesta gente que -viva tio trato que- bem nes. Reino,
enos outros do seu commereio pera serem tão riquos
como são, .mque queirão aproveitar-ne domei°, gne os
moradores deste Estado tem pesa ás taes partes irem
busques fazendas que lhavendão, das quaes pagão seus di-
reitos, eos da naçtte por santa outros, que engrossão mui-
to huns eoutros afazenda de V. Magestude, efiado todos
vivendo, que he oque mais importa, eoque V. Magas-
'
toda deve de ter por bem de seu servia.
( 16 )

XVII. E se pera bem de sua fazenda são defeituosos,


pera aguerra parecem que o são mais, pois no tempo
deita sempre são tidos por suspeitos., porque dado que
por nossos peceados ouve alguns christãos lidimos, que
enganados do demonio nestas partes perderão a fé, não •
porem oamor a sua nação, áqual sempre quando arcos.
sano, tanto na guerra como na paz, avisarão eaconselh
'rã° ein matarias de muita importancii, usai ao serviço de
V. Magestade como ao bem commum; oque se não achou
nesta gente, antes ao contrario, porque não bastando
honras e mercês de V. Magests.de, nem beneficies da repu-
blica, recebidos sempre que se offereceo, depois de aposta.
tarem nos encontrarão em. tudo oque poderão, como se vê
de presente' em Alvaro Mendes, que câ andou, eagora no
Turquo, aonde não serve sento de oavisar contra este Es-
tado; eno Balagate hum iodo d'Aguiar, grande privado do
Melique, cujos meios pera oser não forão outros que ardis
emanhas, que lhe deu, edá de presente pera nos preju-
dicar; efoto Caldeira nas partes de Maaulapatão, do qual
porto V. Magestade ofez capitão, e depois de perder afé,
faz °mesmo officio, em tanto que ao Embaixador, que lá
oViso Rey mandou, encontrou de tal maneira odespacho,
eassi o inimistou, que conveio ao dito Embaixador vir
de lá fogido com bem de risco de sua vida, porque como
imiguos de coas, ede natureza dobrada e astucioso, sa-
bem os meios que peado aconselhar a nossos imiguos
pera com mar danno nosso nos perjudicarem.
XVIII. Alem do que chega a tirannio desta gente a
tanto que aos homens do mar, ea outros que o não alo,
tomão em chegando a palavra de seus gasalhados, e
lha dão de os proverem -de todas as fazendas que ou-
verem de comprar, para asei embaraçarem acompra del-
ias aos cidadabs, e°Ilse afazerem á sua vontade, oque
de ordinario acontece com grande danno de todos, no
que V. Magestade pode ver que encontrão dons bens
grandes, hum ha oatravessar que fazem ás fazendas dos
moradores, eooutro °excessivo preço, em que Be 'afiem oe
gasalhados para os quo vão para esse BOi110, os quaes
( 17 )

ellee por outras Oitos vendem, pelos ato arguirem do


tamanho mal.
XIX. Pelo que pedimos aV. Magestade lhe mande
impedir aembarcação nesse Reino para setas partes, e
os que que estão, não sendo da condição que apontamos;
mande embarcar debaixo das penas, que aV. Magesta-
de pareção de efeito, equando pesa isto ser não basta-
rem as reates sebreditas, nem tiverem ocredito com V.
Magestade que esta cidade lhe merece, ato duvidamos
lhas dardo nesta meteria taes oViso Rey eoArcebispo,
que bem vorefiquem odano que esta gente neste Estado
causa, que ao diante pode ser maior.
XX. O ato parecer aV. Magestade serviço dê Deita
cem seu que se faça oMosteiro de freiras, que com tan-
ta instancia lhe temos pedido, bom nas parem quo as
rodes que aisso omovem serão de muita força; porem
tambem V. Magestade pode crês que as que a cidade
lhe aponta não sãe do pouco fundamento, pois as tosada.
das nesta meteria sobre conselho.de pessoas graves ehem
entendidas, e de muita experiencia dos costumes da
terra eordem delia, as quem do presente *se praticarão
com o Arcebispo, e lhe parecerão de grande efeito,
porque dado que V. Magestade possa ter inconvenien-
tes contra esta obra oser esta terra do guerra, chea da
soldados, vesinha de infieis, eque tombem ao diante,
ou do presente lhe possa ella custar copla de sua fazen-
da, ora seja em na dotar, ora na fabrica de sua edefi-
cação, avisamos a V. Magestade que quanto ao pri-
meiro, pela bondade de Deos elo he tão desalmada,
nem tãolicenciosa asoldadesqua destas partes, que ima.
;tinem tamanho maleticio como serd violar hum Mostei-
ro de freiras, emais nesta cidade diante da premnço.'
do Seu Viso-Rey eRelação, nela depois deste Estado
fundado, em mulheres honradas enobres tem aconteci-
dos casos inopinados etom que por elles co possào te-
mer outros semelhante., nesta antes-ia: entoa vo ré de
erdinarie que MOI COMO desce Itubm preito ré effiao
( 18 )

para se casar, asai pera alie espontaneamente paseão


outras nobree, com suas mães, esem cilas, pesa nelle
se dedicarem ao serviço de Deus, sem arrecearem os
periguos do mar, nem nos medos de humo viagem tão
espantosa; oque mostra que de melhor vontade ofa
rào nesta torra, pose quando acidade intentasse esta
obra, sempre afaria com ordem para que da fazenda
de V. Magestade custasse muito pouco; antes se sabe
de certo que será este hum dos Mosteiros riquos do
mande, eaonde nosso senhor nestas partes seja milhos
servido, eservirá titinbem para desoccasionar melhores
honradas, e donzeilas orfãas pobres de perigo, afora
que na infidelidade screcentará muito nossa fé. Só po
de aver trabalho nos primeiros ares, quarto annos em
passarem quá Madres, que convem sejão muito nobres
no sangue, ena vida exemplares, se piaon possas; dou
trinar, eordenar neste começo as asai offerecidas aDeve,
pele qtie V. Magestade veja bem de raiz rata mataria,
eproveja, esta cidade com alicença, que tantes vezes
sobre elle lhe tem pedido.
XXI. He tanta ainsolencia que se commette pelos
Ouvidores das fortalezas ecidades, que V. Magestade
quis •novamente fossem letrados, que bem mostra o
quanto melhor os illke cargos orão servidos pelos cida
tifos ecavileis.; no que ae lhe abotoe ocredito, e
tirou hum commodo com que passavão avida, amaior
parte da qual tinhão gastado em actual serviço de V
Magestade, mórniente quando nunqua por elles se com
meterão desordens, que no essencial daneficassem ajus-
tiça das partes; e que elles ofizessem milhos que os
presentes, não damos mais em prova aV. Mageetade
que omuito dinheiro que bons tirão, eogrande fausto
com que vivem, eos outros opinico com que acabarão,
osempre viverão, que he em tanto que ao hum d'Or-
mue tirou cometa mil pardáos, eoutros em Dio dez
mil, epor este roteiro vão todos, segundo otrato eme-
neo das fazenda, que ha nas cidades e fortalezas, aon
( 19 )

de menistrão os tace atidos; reato que bem mostra


quão opprimidos edaneficados andarão os vassallos do
V. Magestade, por onde lhe pedimos de mercê ordene
que os tara carguns andem segundo primeiro em cida-
dães ecavaleiros, o que de presente nos disse oViso-
Roy V. Magestade mandava, de que não VIMOS effec-
to; pelo que he necesaario mande aesta cidade provi.
são pera lho requerer quando se os taes cargos pro-
verem.
XXII. O Viso.Rey este 321110 nos mandou huns apon-
tamentos Itera se guardar a ordem delias sobre o con-
trato do hum por cento, avendo que pois enteia aren-
da delle, eafortificação da ilha, 'convinha acrecentar-
lhe algumas condiçãos, ereformar outras. E porque da
mesma disposição do contrato se collige que se não pos-
sa innovar anile alguma condição sem consentimento
da nobreza epovo da cidade, mandou se chamassem, e
lhe dessem copia dos ditos apontamentos, para soei ser
sidene orecebimento deites, o que se fez, e dada vista
deites aos cidadãos,. vierio d'accordo que ocontrato fei-
to estava muito bom, e com na condiçfies necessarias
para oeffecto que se finarão, por onde não sentia.) em
suas condeneias poderem consentir, nem receber outras
nenhumas condiçães 110 ,738, e que se de presente avia
descuido na execução das que se continhão no dito
centrado, tratassem os vereadbres que a<moesse, pois
era essa sua obrigação, eque isso bastava; o que Be
deu em reposta ao Viso—Roy dos ditos apontamentos.
XXIII. Sobre que se avisa aV. 1Vlagestade que o
dinheiro do Imon por cento, cuja administração corre
por esta cidade, se despende nas continuas obras que
se fazem em nua fortificação, edeite se manda catar
arroz, seg,urando seu risco as rendas proprias da cida-
de, com oqual se assegura acarestia deite, eserve de
prevenção p.a qualquer trabalho, etendo necessidade
V. Magestade deite para provimentos das suas gallés,
armadas, e outras ordinarias, se lhe da deite a copia
( 20 )

necessariu, °que tem acontecido muitas vezes, ede dou,


mines aesta parte 30 manda á China lotovpiar canti-
dado de cobre para fundição de artelharia, pelo que V.
Magestade entenderá com quanto zelo e cuidado se
procede nesta nsateria, da qual não levào 03 VroadoreA
emais offieiaes da eamara outro interesse que ogosto
que tem de servir a V. Magestade, ese ha algum tra-
balho, ou interposição de tempo na conta dos tesourei-
ros deste rendimento, nunqua be tanta como acostu-
mão ter os officiaes de V. ãlagestade, nem he perigosa
aarrecadação do que flato devendo, por quanto na ci-
dade se lhe tomão fianças abonadas pera pagarem por
enes; oque se lembra aV. Mageatado, porque se ouver
culparem acidade nesta mataria, ajulgue segundo es-
ta informação > que pode ter por verdadeira.
XXIV. E peru que os officiacs, que andào aos asnos
no rainisterio desisti obras na mesa da Camara, opoe-
nte fazer sem tanto detrimento de sua fazenda, aqual
acontece muitas vezes ser pouca, pedimos aV. Mages-
tade queira mandar provisão pesa os taes no dito anno
se lha pagarem seus quarteis e moradias segundo as
vencerem nos livros de V. Magestade, onão he isto pe-
dir-lhe mercê nova, pois por privilegio a tem esta ci-
dade, que se lhe não guarda.
XXV. Pedimos aV. Magestade nos faça mercê man-
dar passar provisão para quo nenhum homem da nação
seja feitor de nenhum dos capitães das fortalezas deste
Estado, eaceitando-o, encerra em pena de perdimen-
to de sua fazenda, oem dez annos de degredo pera
Maluque, ou pera Ceilão, eque estes so lhe não portão
commutar nem mudar pelos Viso-Reis da India, por
quanto são estos homens muito perjudiciaes com seu
viver, e largas conciencias ánova christandade, dando
grande escandalo ao povo, e commumente muitos ardis
aos capitãos peru tiranisatbm os vassallos de V. Magos-
tade, eisto pagarem por emchoo os direitos reaes nas
alfanelegas,b- esta p.a pedimos a V. Magestade aja
SI

por bem seja executada por esta cidade, sendo a fazen-


da do que se achar comprendido applicada peru as obras
da fortificação delia.
XXVI. E assy fazemos mais.lembrança a V. ~a-
tado nos faça mercê mandar prover que se tire recalco-
ria juntamente com adm capitães a seus feitores, por
cuja mào eordem silos fazem muitas contas de desser-
viço de V.Magestade, etiranisão seu povo, eque aaditaa
residencias se tirem hum asno depois que os caparia,/
acabarem o tempo de sua capitania, esendo abeentm
das fortalezas, porque em sua presença vinguem teste-
munhará livre, eperguntão-se-lhe as tmtemunhas que

Alembramos aV. Magestade poeto que este


officio he mais do Viso-Rey da India que 110080, a
pobreza desta ribeira de Goa, que não tem hum bom-
bardeiro que o soja, em tanto que morrendo hum dia
destes oCondestabre mór,- se não nabos hum official
pura que pudesse servir ocargo, cousa que não sabe-
mos como os Viso-Reis desimulão, não puxando muito
por isso; pois he negocio' sete que se pode remediar em
todao tempo, tendo V. Magestade noticia dolo, que no
roais ja sabemos quão cangado eme Reino lá está, eque
faz V. Magestade oque pode em nos prover no de TIA,
ainda que esperaremos este anuo por muita soldados-
que pela °ocasião da guerra de Chaul, emais fortalezas
do Norte.
XXVIII. Sobre onegocio do bem por cento da cida-
de de Cochim, que nos pertence conforme as sentenças
que contra elle °troemos, de que esta cidade avismr a
V. Magestade nas cartas dos canos passados, não to-
mou o Vim-Rey tini o presente remlução alguma pe-
dimos aV. Magestade nos proveja neste particular com
justiça mandando-nos ordem poro que corramos com a
execução na forma mostrunada, porque quando acida-
de de Cor.him pedir revista, evier a sentença do Rei-
no melhorada em seu favor, nenhrup prOjtrião st seves
( 22 )

estarmos nós de posse, eem quanto anós não tivermos,


procurarão alies dilatalla em grande danos desta cida-
de, eda fortificação delia, pois todo este dinheiro se em-
prega nas obras, eno cobre que mandamos busquar â
China para artelharia.
XXIX. Com avinda do Ar.bispo folgou muito esta
cidade, porque tem elle muitas partes muito proprias
peru oserviço de V. Mag,ostade, ethé o presente tem
procedido de maneira q. nos tem edeficado, eusei será,.
prasendo aDeos, ao diante, descançando aV. Magesta-
do no que toca aseu °arguo com muito zello evertude,
sobre oque nos tem dadas esperanç. p.a por seo meu
acabarmos com oViso-lbsy queira tomar outro mais su-
ave do que athégora sovo nas matarias que de presente
lhe requeriamos,• eporque a mais substancial era ada
liberdade desta franquia, oinformámos della, elhe mos-

ria, do que procedeo, segundouos pave. ao


tramos per realce ajustiça que tinhamos na dita mete-
findar destas
vise, escrevera. oViso-Rey sobrolho pedirmos aderra-
deira determinação, que tomava neste causa, que estaria
pelo que nela determinaa.m oArcebispo com outros le-
que
trados,
pode_queacontecer
era oque esta
mudar-se
cidadeesta
lhe requeria;
sua tenção
porem
compor
a
partida destas lutos, pedimos aV. Magestade mande se
nosguarde aliberdade da dita franquia segundo seu re-
gimento, econforme a posse antigua que esta cidade
tem deliu, que em nada encontra at azonda do V. um.
f
gostada, antes he em beneficio delta.

2
Carta porh:cular do ~amo nono da .95.

T. Depois de na carta geral avisarmos aV. Ma-


( 23 )

gostado das nousas geraes ecomrouns, nos pareceu de-


viamos guardar aordem que esta cidade tem de em
causas graves ede substancia ofazer em carta particu-
lar; porque sendo taes requerem segredo, afora que sua
matorianão se delia capaz oentendimento dos Procura-
dores do povo, que aasistem nas Vereações, com os quase
per obrigação se foi continuando todas as outras mais
sabidas; pela qual reato fora das que já temos apontado
na carta geral, ofazemos nesta de outras de muita ira-
portancia, como de sua mesma materi. V. Magestade o
pode ver.
II. As circunstancias que oViso.-Rey quer impõr á
alfandeg,ua de Chassi, são realmente perjudicitoss, epura-
mente contrarias. (a) .. porque se collige das
cartas, einstrucção, com que V. Magestade manda se
faça a dita alfandegua, que das fazendas que áquelle
porto forem lhe paguem os direitos, não sendo dos vas-
sallos, eda condiçglo daquelles que pertencem ao Meu-
que, que são todos os infieis; eporque nas nãos que vem
do sul, eem outras embarcações do Malavar, que tomão
esta franquia, vem destes muitos, e muita fazenda de
outros semelhantes, com a fiança qtid lhe oViso—Rey
manda tomar de irem direitos aChaul, sobre quebrar a
antiga liberdade deita, ernpide ocornmercio aos lues dos
portos dos Idalcão, Rey amigue, e necessario, eenri-
quece aquelle contrario, e que nunqua foi fiel amigue
deste Estado; o que se conhece claro, pois não serve a
dita fiança senão de lhe fazer ir áquelle porto mercado-
res, que aelle paguem muitos direitos, eaV. Magosta-
de nenhuns; alem de que não servira aquella alfandega
senão de perpetues conluies, porque tomo se fibertão
della estes infieis, pela porta dell. metterão todos quan-
ta fazenda quizerem, ainda que sejão da obrigação dos
que devem os direitos aV. Magostade.

utCitear
tCo'
n? :̀
,iet'on
smrát'
acv
's'a: 2's° roer*It,ó'd:
( 24 )

III. He mataria esta que traz grandes iriemivenientes,


aos quaee V. Magestade convem dê oreMedio com brevi-
dade, porque della se conhece quanto El-Rey de Co-
chim se agrava, e oIdalqnão, pois a hum se quebra o
contrato, que tem com V. Magestade, eao outro ocard-
mordo de seus portos, para 03 gusas franquamento
navegarão sempre os navios desta costa, e immediata-
mente aelle serve esta franquia- para effeito do dito
commercim afora isto he duplicar aos vaasallos de V.'
Magêatade os direitos, eaos desta cidade mais, pois o
Viso-Ray lhe tira a liberdade deste commercio, ese lha
concede, he com lhe fedor paguar nesta cidade os direi-
tos doa mesmas fazenda., que já tem despachadas por
entrada, as quase se são do sul, tem já pague delias
os direitos duas vezes; pelo que se conhece quão agra-
vada está esta cidade com aprivação da liberdade tão
antigua da franquia deita.
IV. E sobre tudo se sabe por experioncia certaque
aalfandegtia de Chaul será de muito pouqua importa.,
eia áfazenda de V. Magestade, por quanto não terá nal-
la mais direitos que os que tirar ádesta cidade, antes he
alvitre para lados os da nação, para os zoais que tem
trato em Cambaya, pois tomarão antes despachar suas
fazendas naquele porto que no desta cidade, porque
he certo que sempre serão mais baratos, e mais
favoraveis; o ,que já se lembrou ao mesmo Viso-
Rey, aquem não pareceu sem fundamento esta re-
sto, o que sendo, e avendo outras muitas razões
que alterão opôr-se esta alfandega, para que aquer
Voam Magostade? emais quando os cidadães deita por
tantos serviços lhe tem merecida a liberdade, que nes-
te particular lhe tem pedido, aqual sabem de certo lhe
V. Magestade tem concedido, sobre oque os tem mo-
lestado, ora represando-lhe suas fazendas, ora impediu-
do-lhe aida asuas casas vindo d'outras partes, donde
por muitos 0.111109 carecerão da vista delias, eda <lesem,
filhos; e outros obrigando-os a virem .a 'sita cidade 30-
( 2h )

Pra culpas que lho erguem de nenhum fundamento, que


lho causa muitos graudes gastos do sua fazenda; oque
tudo V. Mag,cstade deve prover com reinedio antas
que esta cidade venha a consumir-se de todo, porque
na verdade parece que se levão as coesas deita com
paixão, aqual se lhe conhece cada vez mais.
V. Ho ordem desta cidade que nas coimas essaurines
de seu regimento, enas matarias, que ando roquerrpr
do serviço de V. Magestado, ebem cominam aos Vias-.
Reis, ou responder-lhe aoutras, onão possuo fazer sem
junta dos cidadãos antiguos, eque costumão andar em
seu regimento, es quaes acodem friamente, eem nume-
ro que não servem pora otal effeito, oque sempre vai
crescendo mais por °ocasião de os Viso-Reis os trans.
rem com prisàos indignas do seus merecimentos eno-
breza, pois acontece muitas vezes serem-no nas cadaas
públicas entre lárkàes e malfeitores, eopior com for-
ros nos pés; ese acidade por sua obrigação lhes acode,
pedindo aos ditos Viso-Reis aguarda neste particular
de seus privilegies, não lhe faltão invençiles peru dar
a entender que tem donos culpas atrozes egraves, chá-
tecedoras de tais prisáes, conliecendoso que nascem alias
de particular peixão ma; pois ella acabada, os maldito
saltar, como que se fora° escravos, ou gente plebeu;
leal, que conhecida.aente procede por os ditos cidadhos
votnrom nau 34an meterias cotou liberdade que repte-
m sua lual,láue, ocumpro ao serviço de V. Magestade,
peva bom do qual immediatamentu se ordenarão os toes
ajuntamentos :pelo que pedimos a V. Magostade man-
de que neste particular se guardo na desembargo aer.
dom das outras audiencias renas SIUO, que .Iam pelos
outros reinos; e que quando acontecerem prisàcs se-
melhantes doa cidadãos por mandado dos Viso-Ruis, O
ilãO dando logo culpas dignas delias, possa aRelação
obrigallo aque as de ern terripo preciso, o quando não.
os mande per em liberdade, ou .dar-lhas na forma do
noss,z privilegies para o Tte liv Dec:maio mande V.
( 2fi )

Magestade provisão ácidade pera lho requerer, impem.


do-lhe penas, se em effeoto os deeembargadores O não

• V. eg' smbem se avisa aV. Illagestade que oestado,


.
mo que da presente estni aRelação nesta corte, ho do
muito pouco efeito, por quanto nas meterias graves o
de substancia co não ordenão, senão conformo aVonta
de o informação dos. Viso-Roia, esegundo sua inclina-
ção, de que tem manado milpas tanto no tempo passa.
rio como no presente, que não apontamos, porque aque-
mllas V. Magestade saber lhe serão logo 'entornas ' no
numero das quaos lhe pomos os acordos odotrominaçbes,
que se adia tomarão sobre a meteria da alfandegua do
Chaul, pera efeito das quaes se não oferecer, ordem,
nem carta de V. ãlagestade, gnão só ainclinação evon-
tade, que se conhecia no Viso-Rey [sana que se fizesse
a dita alfendegua, avendo ele razão do proceder consi-
deração pera segundo as circunstancias, que agravavào
adita meteria, se tomar asegura resolução nolla, oque
se se fizera, não padece Ca aquella cidade os trabalhos
passados, eoutros de presente; oque tudo procedo do
temor, que os desembargadores tem concebido da su-
prema potestade, que os Viso-Reis tem sobro a priva-
ção edestribuição de seus cargos; por onde sabe parece
razão que em partos tão remotas, edonde senão pode
pedir oconcedia aV. 'Alagaste& das desordens, que os
Viso-Iteis commettotn, se fie dellou o supremo poder
poro dolle no servirem conforme a srra vontade incli-
nação, oque se tom experimentado de ordinario, e no
tempo presente nmito, pois acontece mandarem prender
os ditos Viso-Reis fidalgos, cidadãos, avexar, perseguir
officianes da fazenda do V. Nlagestado, edo seu derem -
bargo, sem que no juizo della, nem no dito desombarge
es de aos tece despacho note remodio, senão depois que
osilos consentoln, abons porque já se tem chegado ao
ultimo 00e, sua anexação, aoutros porque vaiou eou.
&condor em mos Maçã« at custa da propia justiça, pe-
eco remadio do que rangem que esta .1181.100 esteja som
mais poder nas materiais semelhantes e de justiça; e
pois V. Magestade ea suo mesma corte atem, enos de
mais de seus reinos com ordem pera desagravarem ou
offendidos, tenha a mesma nesta cidade corno cabeça
deste Estado, na qual as partes possào busquar oro-
medi° das semiustiças, que se lhe cometerem, sem que
ovão pedir aY. Magestode com tanta interposição do
tempo, ecom tantos perigos do caminho.
VII. A Ceilão depois do desbarate do Poro Lopes do
Sousa na retirada de Candea semendou Dom J.eronimo d'
Azevedo, que Ia teve algumas victorias, de cujos circuns-
tancias com es da fortaleza que fez na ponta de Gaite
dará oViso—Rey razão; sobre oque avisamos aV. Ma-
patada que oestado, em que de presente estão as C011-
O19 daquelle reino eilha, he muito perigoso, e de pe-
que fundamento: perigoso se conhece, porque a gelar-
»iço, que adia está he pouca, eessa enemistada, opou-
co obediente ao SCII capitão mar, eainda desta vai eo-
todianamente morrendo alguma por recto de muita tra-
balho que pá, 'se, edo pouco provimento que se Mo
manda, oceasiries todas de quo se oinimigo podo apro-
voltar pera recuperallo perdido com grande danno tira-
no; ede pouco fundamento se mostro porque ainda que
se lhe monde provimento eguarnição, nunqua será pe-
ra mais effeito que pera se poder piedosamente ecom
trabalho sustentar o ganhado, o que será do multo
grande gasto da fazenda de V. Magestade, ede nenhum
proveito deita, nem ainda do remedio a seus vassallos;
dado que aguo% reino seja por natureza abundantissi-
mo de mosteiro, efortilissimo pera dar todo gonero de
mantimento, ecapaz do poder dar muita pimenta, e
algumas minas do pedraria, e outros coesas de sustou-
ria, convem primeiro pera effeito desto que se conquis-
te de todo COM ointerior dolle, oque não pode ser sem
grande éorpo de gomo, oqual oste Estado lhe não pude
dar len, totrl detrimente sen, por quanto pera u6.6T
obade tirar das fortaleces fronteiras, edas armadas
neeessarias pesa sua guarda, pelo que be neceseario,
pois tanto importa acabasse este reino de ganhar, man-
de V. Magestade desse gente em n&os separada pesa o
conquistar, oque será de efFeito pesa em muito pouco
tempo se acabar de fazer, porque quando oimiguo Dons
João, que tiranamente possuir, os reinos de Çandea, e
de presente tem em sou poder a Rainha delire, vir que
pretende V. Magestade senhoreallo sem tirar do Esta-
do forças pesa iso, desenganar-se-ha pesa vir nos parti-
dos que mais seja° do serviço de V. Magestade, o que
por outra ordem numqua fará, porque como imiguo de
rasa, emuito sagaz, eque sabe opouco poder com que
oViso-Rey pode acodir poro otal effeito, espera que
omesmo tempo consuma as forças, com que de presen-
te estamos naquolla ilha, pesa usei mais aseu salvo, e
com menos perigue se fitzer senhor de toda elle-
VIII. He costume os officiaes da fazenda de V. Ma-
gomado servindo mus cargos tirares, certidlles, epédi-
remoas de rendimentos que acrecentarão ádita fazenda;
orim V. Magestade mande não possâo fazer senão de-
pois de findos m ditos cargos, porque então sem pqjo
nem temor se lhe passarão com todas as ciscunstanciai;
cem que acrescentarão adita fazenda, pelas miaes V:
Magestade conhecerá se ofizera° com .zelo de seu lei•
viço, ebem de seus yassallos, ou por particular perten-
çào sua, conforme ao que os remunerará.
IX. Costuma V. filagestade mandar as vias desta ci-
dade pela ordem do Yiso-Rey e secretario, os quase
guardão sempre alguma das vias, pela qual entendem
ode que elle tela avisado aV. Magestade que acontece
omitas vezes sor do maiorias, que encontrão ogoverno
dos Viso-Reis, esoas tençfies em muitas causas, de que
»Soe odiarem-se com os cidadãos, que farto no acordo de
taes avisos, euo que podem os molestad, por onde se es-
trito multo eaeovardZio nos pareceres d'ootras motorize,
de que esta cidade preteudo infbrmar g V. Megnstado.
( 29 )

pera remedio do que lhe pedimos mande dar ordem com


que as ditas vias ao entreguem aos capitães das nám, os
quase deixem obrigação nesse reino de apresentarem
certidão da cidade de como cada hum lhe entregou avia,
que lho V. Magestade nelle mandar, o que obviarà o
meo que os Viso—Reis tem para saberem oque lhe es-
crevemos, eanimará os cidadães, eos officiaes da cama-
. acom clareza lhe darem os avisos 'necessarioe.
X. He muito necessario que ordene V. Magestade,
aja neste Estado hum conselho de guerra, pois não fel-
tão numqua nelle meterias de grande importancia para
oqual não parece recto es fie do Vi so-Rey sóa eleição
dos fidalguos ecavalleiros, que asile ajão de assistir,
porque apode fazer de alguns que por respeito seu não
votem com aquella liberdade e licença que se requere
em semelhantes meterias, do que nos tem mostrado aex-
perieocia alguns dannos moi na eleição dos capitães,
como em outras cousas desta calidade importantissimas,
pois acontece por affeiçâo serem eleitos alguns capitães
pera as gorras econquistas, a que faltão as principaes
partes pera oeerern, deixando outros eheoS de muitas e
de grandes esperanças, ricos, ebem afortunados para
afias; oque tudo cessará quando V. Magestade 'logo nes-
ue reino none.r para este conselho os fidalguos e caval-
eiras, que sobro boa informação devem de ser de muita
experiencia, euso no serviço de V. Magestade nestas
partes.
XI. Os Padres da Companhia de Jesus largarão omi-
nisterio do hospital, que lhe era acarguo, pelas reze'. .que
offerecerão ao Viso-Rey, das quaes se deve dar coma a
V. Magostade, pera oqual o Viso-Rey intentou Imma
ordem trabalhosa, eque foi mal recebida nesta cidade,
porque quiu que corresse aos meus por fidalgos com
titulo de enfermeiros móres, aos quase eoadjuntou no-
bres como inferiores neste ministerio, oque elles não
quizerão consentir, sobre oque padecerão algumas pri-
dies agrilhoadas dentre no tronquo, porque duelo por
30 )

sezão que ainda que oViso-Rey, quando acoimaria, pu-


desse impor-lhe esta soperioridade, seria em actos de
guerra, enão de religião edevação, mormente quando
uorrendo aadministração deste hospital pela ordens da
Misoricordia, ao sabia que com irmãos della alternados,
ora fidalgos ora nobres, se fazia oserviço dello perfei-
tamente. Sobre estas prisaes, por serem esperas, faná-
mos ao Viso-Rey, olho pedimos quisesse tomar outro
moo mais suave, do quefez pouco caso, antes agravou oda
meteria mais, porquo nos declarou que sua tenção era
hizer nella, e. nas demais distinoção conhecida entre os
fidalgos e nobres; casei fica de presente, servindo-se
hospital cola mordomos forçados, econsequontemeatu
sem charidade, que he aque mais importa pera aboa
mira dos enfermos dello, esobre isto ha outros inconve-
nientes, que encontrão esto ordem, pois os gastos ficão
sendo maiores, e oprovimento necessario custando mui-
to, porquanto se não compra nas monçães, eno tempo
conveniente, oque tombem he occasião de as 'coisinhas
não ficarem sendo daquella vertude que tento, se se
mercassem no tempo devido; pelo que posto que se sabe
que não podo esta ordem como violenta dursr muito,
pedimos a V. dlagestade mande tornar este hospital e
seu ministerio áMisoricordia, ou aos mesmos Padres
da Companhia, porque ou pelos irmãos de hum; ou pelos
religiosos da outra fiquará este hospital, e os doentes
dello bom servidos, tanto no espiritual como no tem,
poral.
XII. Os Reis passados V09.808 predecessores na ordem
que derão âcidade de Lisboa, que esta segue, coadjunta,
vão na mataria de sou regimento quatro procurador*,
do povo aos demais officiaes nobres dello pera requere-
rem obem das roucos commuas epopulares; eporá que
ofizessem com milhor vontade, os honrarão com algu-
mas prominencias, que ficarão sonde pela malicia
tempo de muito prejuizo ao bom governo doses cidade.
porque mau estes MO311109 procurador*, téolAa igual
( 31 )

voto que os Vroadores eoutros offiel. nobres, tanto na


doação dos cargos que são de sua dada, censo nas des.
pecas de suas rendas, só desta prominencia se quereis
aproveitar na assistencia que tem na mesa 'da vreaçao,
sem requerersm nella as c.aas es.nciaes dg sou officio, o
que tem causado grandes deserdeao nafta cidade ; as
quaes os Vroadores lhe dessimulão, porque cada qual
deites os quer ter de sua parto por respeite destes votos;
sobre aqual culpa, como homens de fraco entendim-nto,
tom outra mais grave, que he apouca guarda que tem
no segredo, que se requere nas causas, que se praticão
na mesa, quo abo são de sua obrigação, e nas qui Be
escrevem a V. Magestade; pelo que, opor outros incon-
venientes, he neeessario reforme V. Magestade esta or-
dem, mandando que nao assistais os taso mais tempo na
mesa ecamara da cidade, que aquelle que cada hum
mover mester pera requerer oque convem asua obriga-
ção, eeareção do poder votar nos cargos, o nas demais
musas da cidade, nem se lhe dê copia dae cartas de V.
Magestade, senão daque/las causas que forem da assou-
ele de seu requerimento, pois nao ha seu entendimen-
to capaa dé alcançar as outras, eficarão os Vreadorea
com poder eliberdade pera os obrigarem a requerer o
bem do povo, eas causas necessarias ao uso deites, no
que Be forem negligentes, 08 castigarão; oque de pre-
tende não pode ser por rezão da dita premiuencia, que
os tom feitos muito soberbos.

Carta, que acidade de Gua escreve° a ..aua kagestude,


almo ele 96.

I
I. om acarta de V. Magestade recebemos oam•
( 32 )

tardamento devido polias boas novas da emule de V. 111a-


gostado, que festejámos mau muito alvoroço, dando gra-
ças aNosso Senhor pelo acrecentamento della, esperando
em sua divina bondade aaugmonte, como a todos em
particular nos lie neeessurio, pois della em geral dopen-
de o bem comam,. da Rslittião christão..
II. Os Vreadores do ;mano passado escreverão larga,
mente aV. Magestade sobre coimas importantes ao ser-
viço de V. Magestade, e bom cominum deste Estado;
epor ser materia de tanta sustoncia nos parece° bem
referir primeiro do novo aquellas, em que thékora o
Viso-Rey não tomou resolução, nem a esporamos sendo
de V. Ilagestade, aquem Mais tocit6 que aos Viso-Reis,
pois elles dito motivo destes agravos, ecomo autores
deites os sulasfontão.
III. Es°andalisa-so este povo dos Viso-Reis lhe nao
guardarem em BUS3 prisãos os privilegies éliberdades,
que pelos Reis passados lhe furto concedidos, reafirma-
dos por V. Ida-estado, que por qualquer dissabor quo
tom de huni cidadã:O, oinaudito meter na prisão publi-
ca entre ladr5es emalfeitores com ferros nos pés, e
quando por parte dos Vreadores desta cidade lhes he
requerido odesembarque das toes possoas, como há or-
dem nas outras atidieneias crises, oito deferem, fingindo
deites culpas atrozes, eassy sem cilas os retem na pri.
são em quanto lhes dnra apaixão; pelo que pedimos a
V. Magestade mande que os ditos Viso-Reis dêm cnipas
das pessoas semelhantes em termo preciso, e não ao
dando, possa aRelação Mandallos soltar, octunprir em
tudo seus privilegies, e que os ditos Viso-Rola ao lho
dê em culpa na residencia esta extorsão de nossos pri-
vilegieis.
IV. Ajunta-se aisto apouqua aulhoridade, oa muita
30M rezam, com que os Viso-Role liáitito esta cidada
quando em forma lhe vai fanar mu 110gOe'03 do servi•
ço de V. Ma ntasstade, edo bom cominam fienito-lims titti
eMzominendado por V. 3lugestade a Ordem mitigai',
( 33 )

com que dos passados foi honrada b favorecida por seus


privilegios, nos quaes nos concede V. Magestade os dos
Infançêes da terra de Soneto Maria, que erão netos dos
Reis predecessores de V. Magestade, filhos de`seus filhos
segundos; tirandonos ainda aquellas honras que os mes-
mos Viso-Reis ao presente costumai, fazer ás pessoas
que tem foro de fidalguo na casa de V. Magestade, o
que ho impedimento peru muitas vezes deixarmos em
aberto as cousas de nossos requerimentos, o que nos
obrigou adizer de nossa justiça ao Viso-Rey Mathias
d'Albsquerquo per petição, cujo treslado, e repostas,
81189 enviasses aV. Magestade come troslado de nosso
privilegio. V. Magestade nos faça mercê mandalla ver
pelos do seu conselho, emandar ordem destinta defor-
ma em que os ditos Viso-Reis hao de tratar ohonrar a
cidade quando for fallar com elles em semelhantes ca-
sos, onas mais cosmos do serviço de V. Magestade, e
asai com as pessoas que acabarão de servir os ditos
earguos, como cosa os cavalloiros honrados, que tem
partes emerecimento, porque com aresolução que V.
Magestade ordenar cessara° nossos requerimentos no
tocante aesta matoria.
V. Depois de partidas as nãos do anil° passado pe-
didos cem instancia ao Viso-Roy tomasse resolução na
,,,ateria da franquia desta eidado com parecer do Ar-
cebispo Dom Frey Aleixo do Menezes, e dos mais pre-
lados, theologos, e letrados; oque nos eoncodoo, ena
junta deites apresentamos nossa petiçêo fundada em
direito divino e humano; e por commum consentimento
se assentos ser ;a nossa posse boa oreal, eque acila
fossemos de novo restituidos.
VI Nesta junta se tratou tamboris dos direitos rpm
110 Regimento novo da alfândega de Chaul oViso-Rey
Mathias d'Alboquerque oligous apagarom ao faseadas
dos cidadãos emoradoros desta cidade, tendo cilas pa-
gos dons direitos, asaber. Imos na alfandogis de 31als,
qua, ooutros nesta cidade; o assontande-so nella
( 34 )

roannum consentimento que os toas direitos se não po-


diAo oViso-Rey foz su.spender esta determina-
ção MIM resposta de V. Magestade, edepois das mios
vindas, pelo Conde Almirante ato ser chegado, lhe re-
queremos do novo nossa justiça neste particular, aquo
não deferiu dizendo que oConde proveria nisso. Pedi-
mos aV. Magestade nos mande alevantar este direito,
epor elle não sejamos constrangidos em maneira algu-
ma, pois na dita junta se ouve por injusto, epara que
cada hora não sejamos molestados com semelhantes im-
posiçães, mande V. Magestade que nenhum Viso-Rey
de seu poder absoluto trate de innovar direito neste
Estado sem especial mandado do V. Magestade, ou ao
menos sem communicar amataria dellos com o Arce-
bispo Primaz, ocorn os mais prelados, daeologos, eletra-
dos desta cidade.
VII. Ainda agora 8e corre no hospital de V. Magos.
todo pela ordem, que oViso-Rey Mathias d'Alboquer-
que quis dar por sua provisão depois que os Padres da
Companhia olargarão. Deixando ooscandalo commum,
pedimos a V. Magestade mando escrever nestó parti-
cular na forma que os Vreadores do anno passado avi.
Buirão aV. Magestado, pois ofizerão por este moo, aves-
do por bem se extinga a dita ordem; e quo quando a
Cima da Companhia, ou ada Santa Miserieordia não
quizor aceitar otrabalho desta administração, eouver
de correr pelos cidadees, seja sem os fidalgos terem ti-
tulo do enfermeiros móros, por se escusarem escandalos,
eprisães sem causa; e parece bem andarem eeSte mi-
nitterio ás eomauas, ou aos dias, como se costumou em
tempo dos Viso-Reis passados sem excepção, ou cor-
rendo aos meses, sojão doas fidalgos, eno seguinte doas
nobres, porque neste modo se fará oserviço do Dose o
tio V. Magostado com satisfação de todos.
VIII. Os Vreadores do anos passado escreverão aV.
Magestade sobre obom tratamento que oAchem fez aos
Portugheims da perdição de Dom Francisco d'Eço,
( 35 )

pitão más da viagem da China, aos quaos libertou som


interesse, cousa desacustumada nou tempos passados, em
que os Dachens usavão de grandes cruezas com todos
os Portugueses ecristãos, que nas suas terras hilid dar
por infortunios do mar; econfiado nestas obras mandou
oD.hem seus embaxadoros aesta corte, onde torta mal
providos do Viso-Rey, epartirão desabridos emal con-
tentes,o que nos moveo alhe pedirmos licença para man-
darmos hum 'mugida ao Dachem, entendendo o muito
que importava gratificar-lhe obem que fizera aos Por-
tugueses, inda que.fosse fundado em suas protençães,
posto que mais se deve attribuir a misericordia divina;
oque nos não quis conceder; por onde lhe lembrámos
na monção do sul, com zelo do serviço de V. Magoei.,
de, mandasse armada conveniente â fortaleza dg Mala-
qua' porque mudandose a vontade que nos mostrava o
Dachem, ou com a°ocasião do nosso pouco conhecimen-
to, ou pela pouca constancia que nesta gente ha, se a-
chasee contrastado de qualquer desaguo (sio) que inten-
tasse, e asai ficasse confuso vendo com quanta preven-
ção oViso-Rey acedia âsegurança daquella fortaleza,
e Mios que vem da China emais partes do sul, que
tanto importão ao rendimento das alfandegas do V.Ma-
g.tade, e ao remediei de seus vassallos, ainda cai tem-
po de menos respeita; o que não pareceu bem ao Viso-
Rey, de que deve dar sezão a V. ãfagestado, posto que
nos afio deu nenhuma de que nos satisfizessemos; ean•
dão os homens cheos de receo; eprazerá aIsloso Senhor
aquietar oanimo deste imigue pesa se atalharem os
males que nos pode fazer, pois não ha lá armada nossa,
que lhe impida aproveitar-se desta °ocasião.
IX. As cousas de Ceilâ'o fiao em estado assaz tra-
balhoso, ede pouquo fundamento como o armo passado
esta cidade escreves a V. Magestade largamente; eem
quanto V. Magestade não mandar poder separado para
aconquista desta ilha, não servirá ocaminha que ao
presente leva de mais que de consumir a soldadesqua
( 36 )

deste Estado tirada daa armadas ofortalezas, aqual fi-


que lá quasi toda, acabando boas na guerra, o outros
de doonça; epara que V. Magestado seja mais particu.
larmento informado desta verdade, enviamos com esta
otraslado de barna carta, que aCantara da cidade de
Columbo .nos escreveo este verão.
X. Importa muito ao serviço de Deos ode V. Magos-
tad, que nenhum homem da nação, nem gentio de qual
quer casta quo seja, sirva do feitor dos capitães das
fortalezas, pelas muitas tiranias einsultos que se come-
tem por via das tara pessoas, que com seus ardis, edia-
boliquas invençães persuadem aos cipitaos amuitas for-
ças eextorsães do alheo, que fazem a todos em geral,
gentios e mouros, com tanto descredito do Estado, e
dano de suas consciencias: pelo que pedimos aV. Ma-
gostado de mercê mande passar provisão pera o estorvo
oimpedimento do tamanho mal na forma qua oanus
passado escrevemos a V. Magestade.
XI. Deste inconveniente recebem dant ...Myst Co
moradores da fortaleza de Mala qua, o que ho claro o
manifesto, pois atorto e a direito os capitães por rneo
dostos seus feitores atravossão todas as fazendas que
vem da Jaoa, Dachem, Banda, Maluquo, Pogú, eSitio,
emais partes por mas, osem tirarem dinheiro da mão,
tantã° as roupas fiadas aos mercadores de Choromandel,
ocom alias pagão aos mercadores gentios, 9011I das tesa
farsadas darem parto alguma aos moradores daquella
fortaleza, quo ollos, seus pais, oavós •defenderão dos
&custa do. seu sangue; estando det. ominado por
theeloges que oterço da noz, maça, ecravo he devido
dar-Se-lho. E não pára aqui este negocio, que ainda alem
disto lhe tollem anavoacão destes portos por provisães,
que lovãodos Viso-Reis, oque em direito se não pode ta-
lhar en; maneira alguma, os capitães ovedão com prisães,
e avexaçães infrutuosas da pessoa que navegua gera os
mos portos sem sua licença expressa, no que V. Muges-
suja provej amui o roo-Latiu 11000511riO.
( 37 )

XII. Tamisem lembramos a V. Magestade que os di-


reitos, que ora novamente V. Magestade manda que
paguem os moradores desta fortaleza de Malaqua de
suas fazendas pela agida pera acosta de Choromandel,
Pegú, Gergelim, eTanaçarim, são de muito pouca im-
portancia, epodem causar grande dano &tuella forta-
leza, pois se agravão deste novo direito os mercadores
de Pegú eda Jaoa, qte são os que aprovem de manti-
mentos nas monçêes ordinarias, efaltando estes, enca-
recem os da torra, que os não tem de sua colheita, e
figua oceasido aos imiguos pera Orem em aperto esta
força tão importante da partes do sul por falta destes
mantimentos. V. Magestade mande tratar esta mataria
com pessoas desinteressadas, elivres de respeitos, epro-
veja com justiça cidade tão benemerita.
XIII. E cosi aja V. Magestade por seu serviço acto
mandar aestas partes letrados por ouvidores das fortale-
zas, acata somente os que V. Magostade provê para o
desembargo° desta Relação, porque alem de V. Magestade
escusar o gasto que lhe manda fazer na embarcação
desse reino, evita muitas insolencias exorbitantes que
cada hora cometem em sous cargos para sustentarem o
fausto do suas pessoas, enas fortalezas servem mais de
mercadores que de administradores da justiça, oque fa-
zem mais suavemente com as mangues (ak) de soas
cargos em muito dano de suas conciencias, de que he
bastante prova omuito dinheiro que cada hum adquire
em tio pouco tempo, nona por alies, como FM MIO almo-
çado por experiencia, he a justiça milhor administrada
do que foi pelos cavalleiros, vassallos de V. Magestade,
que d'antes servirão os mesmos cargos, administrando-
aatodos com verdade, esem malicia.
XIV. No principio do janeiro do armo passado entrou
hum Slim do Equebrar as terras do Molique com cinco-
cota mil Mogores de cavallo, emuita gente de pé, sem
resistencia alguma chegou ácidade do Madanaguer, ca-
beça daquilo reino, d qual por cerque com grandes
( 38 )

arteficios de guerra; mas Chande Beby, irmão do Rei


morto, por cujo falecimento oficou governando, se de-
fende° animosamente, eee tivera nesta °ocasião ajuda
do Idalvl, edo Cotta Maluquo, que procurou com ins-
tancia, sem duvida desbaratara os Mogores; porque
alem de lhe faltarem os mantimentos, e os que lhe vi-
nhão lhe serem tomados pela gente de Chande Beby,
doa paste no seu arriai, no qual ouve grande mortan-
dade, eobrigados desta necessidade cometerão pazes,
que lhe farão eoncedidaa com alguns partidos, dos quaes
oprincipal foi recolher, m-se á terras de Barar, que
eles muito desejavão, assi por vir entrando o inver-
no, como por conseguirem suas pertençães, onde estive-
rio dando seguro aos,corombis para cultivarem as ter-
ras com grandes liberdades, que foi causa de pe povoa-
rem de muita gente natural e estrangeira, e edeficarito
troa fortalezas pera lhes ficarem as costas seguras, e
poderem acodir-lhe os socorros de gente emantimentos
com facilidade sem odano que d'antea se lhes fez. Ao
presente vierão novas que os Mogoras detreminão en-
trar neste verão as terras do Idalag, para cujo effecto
manda oEquebrar aseu filho muita gente e pretrechos
de guerra, promettendo-lhe mais, e tudo onecessario
pera em todoessose senhorisrem do Dequão, com grandes
ameaças se fizerem ocontrario; eposto que tem muito
poder, e estes Reis vizinhos não tenho forças pera 80
poderem defender, mormente não se unindo, que he cousa
em que raramente concluem, todavia se entende lhes
custará muito trabalho levarem agora avante esta por-
teado, porque como ouvó falta de chuva no Balagate,
lambem aha a. mantimentos eagoa, que poro caminho
comprido, e arraial grande he muito empedimente,
maa tudo he mais outro anuo, se nosso Senhor por sua
misericordia lhes não atalhar seus danados intentos,
com que não careceremos de trabalhos por quão ruins
vezinhos são, epelo seu muito poder, enós tão esqueci-
dos do que pode socador, que movidos do selo do serVi-
( 39 )

ço de V. Magestade ebem deste Estado, posto que este


officio seja mais do Viso-Ray que nosso, nos parecer,
muito neceesario fazer lembrança aV. Magestade, pois
esta he mal recebida dos Viso-Reis, se asila pomos o
ponto com desejos de acertar.
XV. Da pobreza dos almazens eribeira de V. Ma-
gestade, onde alem de faltarem os galeães enavios, que
nos tempos passados avia, epor essa causa se tomarem
os dos homens pobres tirando-se-lhes osemeai° de seu
viver sem enojada satisfação, não ha hum bombardei-
ro portuguez, nem nenhum da terra, de que se possa fiar
cousa de importando, nem homens do mar, nem officioou
mecanicos que trabalhem nas acusas necessarias,
avendo antignamente na ribeira novecentos homens
de pague posa oserviço delta, emenas das armada'',
que então erão maiores emais possantes, rendendo oje
o Estado muito mais, por onde se vê claramente quanto
importdo raalhorainentos na fazenda de V. Magestade
(a) per canos illicitos, redundando todo ogoverno nesta
meteria, e 113.0 no que mais convem no serviço de
Deoes e de V. Magestode, e bem deste Estado. V.
Mageetade mande prover neste particular com bre-
vidade, pois estamos com as occasidos âporta de nos
ser necessario estarmos muito prevenidos; oque não po-
derá ser, se V. Magestade não mandar desse Reino gen-
te de toda sorte, eordem pera que seja pague esatis-
feita de seus quarteje.
XVI. Costumão os Viso-Ruis chamarem adoneelho
es fidolguos que residem nesta corte sobre materiais im-
portantes, som se sogeitarem á resolução que nadas se
toma por votos, fazendo tudo ocontrario, tomando ásua
conta pela menagem que tem dado aV. Magestade to-
do openo do bom emás sobrosso do negocio que pro-
pãe; e asai podem escusar o tal chamamento quando
não hão de estar pelo que se detremina, por onde devia

(a) Parece faltarem aqui algumas palavras no registo.


( 40 )

V. Magestade prover neste particular, emandar ao se.


cretario envie aesse Reino otraslado dos assentos destes
conselhos, pesa conforme a isso cotejar osolmedido del-
ias, ecom brevidade mandar aordem que V. Magesta-
da ouves por sou serviço. Pedimos tombem de mercê
aV. Magestade que pesa estes conselhos goraes mande
chamar os teus Vreadores somente pesa nolles votarem
comovemos, opessoa do experiencia, que tanto lho vai
na guarda edefensão deste Estado, mormente quando
assistem adies fidalgos mancebos, ede menos oxporien-
cio; eem tanto se nos tem tirado olugar, que abrindo-
se com achegada das nâos, efalta do Conde Almirante
humo carta de V. hIa.„c,estade sobre aordem do governo,
não foi chamada esta cidade, achando-se presente oAr-
cebispo, Prelados, fidalguos, e desembargadores, com-
petindo esta manaria mais ácidade quo anenhum outro
estado de pessoas, no que recebemos agravo notavel, e
nos queixámos deste eacandalo ao Viso-Rey.
XVII. He prova do que acima dizemos opouco fru-
sto que oViso-Rey foz na jornada do norte contra pa-
recer do todos os do conselho, que tomando-a sobre ai
nos mandou chamar, enos dou conta de sua ida, em quo
posto que estava resoluto, lho fizessemos (aio) da parte
de V. Magestade as lembranças nocessarias com ore-
querimento que se acordou em carnosa por todos os fi-
dalgos ecidadães, que presentes se acharão, cujo tresla-
do enviamos a V. Magestado. (a)
XVIII. Por onde V. Magestade devo mandar que os
Viso-Reis neste particular não sejào singulares, se ato-
dos importa tanto, emais que aelle só, pois ao vê por
clara experiencia quantos erros nanarão, equantas dee-
troiçães de Reinos erespublicas por semelhantea singu-
laridades, que athé a igreja catholica por esto respaldo
oje em dia recebe tanto detrimento pelos singulares d'
Alemanha, França, Inglaterra, que per sua opinião eia-

(u) LoRas Livro dou Aecordaos afl. 117 V.^


( 41 )

guiar se ato querem sogeitar ácommum união da igre-


ja militante.
XIX. Corremos com muita diligencia ecuidado com
aa obras da forteficação, eprincipiamos este anuo hum
lanço de muro de Nossa Senhora do Cabo para abanda
de Goa aVelha, oqual ade ir por esta praia intestar
com oPasso d'Aguaçaim, onde está traçado hum balu-
arte grande pera defensão deste Passo; e as,i se vem
continuando com ooutro muro ebaluarte da banda do
Mangueiral, para se ficar fechando huma obra com a
outra, de maneira que se segure o depembarcação deste
rio de Goa aVelha, que he capaz, de tanto fundo, que
se podem recolher nelle duzentos gallês, einvernar a-
brigadas da tormenta: epela outra banda se vai aca-
bando olanço do muro da Madre de Daca, sem se levar
mão de nenhuma destas obras, pelas visitarmos muitas
vezes, e com esta frequencia vão crescendo aolho.
XX. Tambem se fiqua trabalhando no forte de Bar-
dos, que esta plantado ao pê da fortaleza velha pela
ordem que nos deixou o Architetto mói., que conside-
rou almportancia desta força, eos bons effectos que dello
se podião seguir, se se fizer na ponta de Gaspar Dias o
outro baluarte, que tanto tempo ha se intentou, pela com-
modidade do sitio; sobre que os Vreadores do armo pas-
sado avisarão aV. Magestade largamonte; eainda que
desta obra 80 Cã° conseguira outro fim que ficar ailha
fechada em roda, por esta só razão deve V. Magestado
aver por seu serviço que se faça; quanto mais que ho
huma das forças principaes para a defensão da barra,
tendo ooutro forte de Bardes fronteiro, que lhe corres-
ponde; eacausa porque oArchitetto mór legue no prin-
cipio lhe parecei:, defeituosa, foi por esta ponta ser (I'
arêa, ehaver . que não fiquaria aobra fiou; mas depois
que entendo° não ser movediça, polo aiscurso do tampo
que cá, andou aouve por muito uva-tudo, ano« doiam
atraça dela com muito boa ordem FM qualquer mu-
dança do tempo.
( 42 y

XXI. Como eata obra da fortificaçao he tamanha, fo-


ra de pouco fructo, se não tivera mais que muros som
outra defensão, por ondo assentamos com licença do Viso
Rey que todos os anuas se mando áChina sois mil xará-
fine em realce pera virem empregados em cobro, edol-
le se fundir artolharia pora os muros oPortos de toda
esta ilha, edo dous annos aesta parte se tem ia fundi-
do seis peças reaes de grande comprimento egrossura,
e assi se continuará esta fundição athê se fazerem tan-
tas poças quantas esta fortificação ouvor mister.
XXII. Recebemos por mercê particular acarta que
V. Magestade nos mandou escrever de fora sobre odes-
prazer que teve do Viso—Rey tirar do carga° de Vedor da
fazenda desta cidade aAntonio Giralte, de quem V. Ma-
gostada tinha satisfação, para prover .em seu lugar a
Vicancio de Brune, estr.geiro, contra oquo V. Ma-
g.tado tom assentado ejurado nas cortes, quo ouve
nosso Reino sobro esta mataria; a qual carta nos dá
animo ocalor pera com mais instancia fazermos aos
Viso-Reis nossas lembranças em somelhantos casos, pon-
to que como alio matorias do governo, as dons olles por
escusadas.
XXIII. Fica esta cidade resontida por não ter cha-
gado oAlmirante, cuja eleição foi muita aceita nes-
te Estado: quererá nosso :Senhor por sua misericor-
dia quo vonha co; Maio do Mossambiquo, onda nos pa-
rece deve estar, e que sambem invern.ia com elle a
mio São Francisco. Com asua chegada lhe puxaremos
pala capa sobro todas ae instrucçáos, quo traz de V.
Magoetado acari:lia das mais matarias, que V. Magos-
tildo lho cometo, solim ada moeda dos xerafins do prata,
tão prejudicial ao bem commum, eao cominarei° destas
parte,
XXIV. I.; para tamanhas faltas, eperda de tantas ná.os
devia V. Magmtado mandar mm partão desse Roino na
~laia dr Muno man mitigam:atem tempo dos Reis
pre ,b~on.a, pol.:In ~Ara a ohm que do par-
( 43 )

tirem tardo, opor gerem todos os offirdaes, que nel-


Ias vem, de pouca oxperiencia do mar, se perdem tan-
tas mios com tanta gente; oque nasce tombem de nes-
se Reino se venderem os lugares ... (a) ..oathé os
do grumeteapor rinlr valia, os quaes por não saberem
d'arte de navegar, ora arribai', ora se perdem; equando
Nosso Senhor faz milagre por °lies, chogão tardo com
amais da gente morta; e asei as que de que partem
se perdem, eoutras não apparecom: tom-se tombem en-
tendido que depois que se deixarão de tirar amonte, e
concertar em torra ..(b) ....subcessos semelhan-
tes. Fazemos esta lembrança aV. Magestade pera pro-
ver com remedio necossario, porque destes desastres so-
breviera° tantas perdas aos moradores deste Estado,
que não pode levantar cabeça, se V. Mogi-atado não
mandar dar ordem neste particular.
XXV, Posto que V. Magestade nos escreve° que o
Condo Almirante mas ordem pera mandar aV. Maga-
tade informação sobre os carguos dos oscrivaes dos or-
Me, que esta cidade provê com os mais que são de sua
jurdiçao; por elle não ser choguado, demos conta disso
ao Viso-Rey, a quem paroceo bem fizesse acidade jun-
ta dos fidalgoos, cidadã., omoradores delia, para que
com sou acordo se visse o que era mais serviço de V.
Magestado, eproveito da fazenda dos orflos; na qual se
»sentou que os ditos cargos se proves.m de troe em
troe annos como d'antos, conformando-ue com aprevi-
na° de V. Magestade, por 'que manda que todos os Cor-
gess desta cidade so provejiio nesta torna; viela tam-
bom nao aver outra razão poro se proverem em vida
mais que por não andarem os canon,,o de mão em mão,
aqual parem assaz frivola, edo pouco vigor, pois aen-
trega destes cartorios se faz per inventario, confonne a
ordenação de V. Magestade, eachando-so comprondido

ume Isca. no reeiste


( 44 )

algum official em erro, mais de pressa as pode castigar


este que omorto, que não faz entrega, senão seus her-
deiros, os quase, se não forem de consciencia, entrega-
rão somente os papeis que quiserem; alem disto faz a
bom dos orffios adiligencias cuidado que porão os pro-
vidos em servirem bem seus carguos, pera de novo os
proverem por seu bom procedimento; e como são Crie-
naes, pelo interesse aviarão melhor as partes, eaverê
melhoramento na fazenda dos orfãoa em renovar as ...-
turas todos os amos, com que se segura muito sua fa-
zenda, tirando-se o dinheiro do poder de pessoas em
que anda mal parado, eLeão-se acomodando muitos ei-
olsiclUs de calidade emekecimentos que caem em pobre-
za. O treslado deste acordo enviamos a V. Magestade
(a), e assi certidães do secretario, por onde consta não
proverem nunqua os Viso-Reis eGovernadores estes
carguos, eoutras do escrivão da Camara de como se pro-
verão sempre pela cidade nas eleiçáes dos mais officiaes
deita conforme a ordenação de V. Magestade, tirando
somente ocargo que foi de Antonio Lopes de Lemos,
que se criou lia alguns nonos, por ser necessario aver
mais officiaes, eeste se provê pelos Viso-Reis.
XXVI. O asno passado escreves esta cidade a V.
3fagestade larguamento sobre os homens da nação, que
neste Estado residem, ecomo os que note mais preju-
dicão assi ao rendimento das alfandegaa de V. Muges-
tade, como ao bem de seus vassallos, sejão aquelles que
tem respondencias nesse Reino, porque com as COmmis-
sbes de seus maiores adquirem asi quasi todo odinhei-
ro dos cabedaes da India, pura o pagarem sls nii,os em
rentes, abordo todas as fazendas, não podendo por esse
respeito ocidadão, som ocasado pobre empregar oseu
pouco em nenhum porto, pelos taco rsupondentes terem
tomado dantemão apalavra atodas as fazendas de qual-

,n` FAtti no Livro doa AccordZos, e. 198 V°


( 45 )

quer sorte que "ião, e assy as mandão vir por sua


conta, despachando-as depois por suas, sem pagarem as
sairias; ecomo elles tem todas as fazendas em si, res-
pondem com suas a esse Reino, sem aver pessoa que
possa vender nem comprar cousa alguma; oque isto se-
rá, se todo este dinheiro tratar pera fura pela mito de
seus donos, de que resultará terem os homens remedio,
que por estes inconvenientes tão grandes lhes está ata-
lhado, eas alfandegaa de V. Magestade renderão muito
reais, porque .mo elles de necessidade hão de comprar
nas nossas mãos as fazendas, finto-se pagando dellsa os
direitos das ',eidos; oque nos obrigou afazer huma pe-
tição ao Viso-Rey sobre esta meteria, pesa que tomas-
se resolução em cousa de tanta importanda, aque tini
opresente não diferir>, por onde a enviamos a V. Ma-
gostada, opedimos de mercê amande ver pelos do seu
conselho, eprovês como ouves por seu serviço pera se-
meais dos homens deste Estado, a que tem tomados to-
dos os portos de seu viver por canos tão illicitos eperju-
dicia..
Athegora não são paguos os dez mil parditos,
de que os moradores desta cidade fiarão emprestimo ao
Viso-Rey D. Duarte de Menezes pesa aarmada, com
que Dom Paulo de Lima desbaratou El-Rey de Joor;
epedindo esta cidade por vez. ao Viso-Rey os mandas-
se pagar conforme a hum capitulo da carta, que V.
Magestade nos mandou escrever o anuo passado sobre
este particular, rmpondeo que não avia dinheiro, nem se
poderão numqua arrecadar, senão se V. Magestade
mandar provisão expressa pesa dos direitos desta alfan-
dega se arrecadarem, porque he divida que os Viso-Reis
deixão huns aos outros por legado, e se °semeio de a
satisf.erem por não ser de seu tempo, sendo obrigação
tão propia de cada hum apague delta, pois odinpresti-
mo se fez áfazenda de V. Magestade por cidadãos que
estão, eestivarão sempre prestes com abolça aberta, e
avontade prompta pera semelhantes necessidades.
( 48 )

XXVIII. Nas aleafflea geram, que nesta cidade se fa-


zem cada tres annos pera ogoverno della, he costume le-
var oesiv3o desta mesa a pauta fechada com troa
chaves n'um cofre ao Viso—Rey, aqual apura presente
oOuvidor geral, odepois de apurada, se fuzilo antiga-
mente os pelouros com onome dos °incises futuros, pa-
ra serem tirados eis cada hum anuo por sortes; aqual
ordem, que he conforme âOrdenação de V. Magestade,
pervertem os Viso-Reis de alguns annos aesta parte,
edestintamente acendo as pessoas para oprimeiro, se-
gundo, terceiro anuo, fundados em seus respeitos parti-
culares; alem disto impedem a ordenação eregimento
de V. Magestado que esta mesa tom, em que manda
que sendo alguma pessoa das diodos solenemente mor-
ta, ou absente,' em tal caso se faça chamamento dos ci-
dadães para votarem livremente em outra pessoa, que
bem possa servir em seu lugar, ao que os Viso—Reis
atalha° com suas previstas, sem embargo da tal or-
denação eregimento em contrario, oque V. Magestade
não deve permittir, mas antes mandar não fação os Vias
Reis taes desordens; com se entremeta» tambem nas
elecçães dos Almotacés, que V. Magestade devo evitar
mandando sobro estas °ousas provisão para o chan-
reitor do Estado passar pela chancellaria as que os Viso
Reis fizerem em casos semelhantes, porque tem esta me-
teria em seu genero esfriado tanto os animes dos cida-
dães, que não querem assistir ás taes elecçães, que sen-
do notefieados, quando livremente conforme a seu ju-
ramento elegem pessoas antas esuficientes, eos Viso
Reis au derogão per suas provisEes, encontrando as or.
donaçães eregimentos desta mesa.
XXIX. Foi tão acertada aemleição, que V. Magos-
tade fez no Arcebispo Dons Frey Alei» de Meneses,
que com os Vreadores do anno passado pela carta que
escreverão aV. Magestadelhe terem dadas as graças
devidas -por tão minada mercê, soda nesta lhas tornamos
adar de novo, e tanto nadam quanto elle cada dia vai
( 47 )

mostrando as variadas de que oDuos dotou, não somen-


te no procedimento das matarias de seu oficio, em que
com prudencia emadureza, exemplo de vida, eafeição
aos pobres, com que sabemos que gasta boa parte das
rondas, que lhe V. Magestade manda dar, o com vigi_
lauda de bom pastor, e finalmente com fazer ooficie
do insigne prêgador tem atalhado muitas offensaa de
Duos, ereformado este povo; mas ainda nos avisos que
da ao Viss—Rey nas matarias do governo, tão importan-
tes ao serviço de Deos e de V. Magestade, e á
quietação e paz deste Estado, os quaes então serão
melhor entendidos, quando forem melhor recebidos,
por onde deve V. Magestade mandar, que pois he
pessoa tao eminente, e de tantas partes e malda-
de, que o. Viso—Reis se sogoitem ao seu parecer, elhe
tenha° orespeito devido, para que os homens com isso
tenhão nelle refugio das muitas seinreaLes, que lhe fa-
zem, já que V. hIagestade está tão longe, que não po-
de ouvir as queixas de seus vassallos.
XXX. Edeficou muito aos vassallos, que V. Magos-
tudo tem neste Estado, ver aliberalidade ebrevidade,
coro que V. Magestade mandou despachar as veuvas,
cujos maridos acobardo em Ceylão em serviço do V.
Mageatade, eusei estão resolutos, como 80 diante inostra-
rão por obra nas mais oecasffies que se offsreeerem,
',aerificarem as vidas, efazendas pelo serviço de V. Ma-
gretado com tanta emaior vontade da com que os pas-
mados ofluente; de que eni particular damos as graças
a V. Magestado, opedimos que das pessoas, que abano
faremos menção, mande ter amesma lembrança, para
que cada hum tenha sua hora conforme aseus serviços
eprocedimento.
XXXI. Fica servindo acapitania deste cidade Luis
Pereira de Lacerdt com muita satisfação do povo por
essas partes ebom procedimento, a qual lhe montará
tio poluiu°, que escassamente lho abrangerá aos gastos
odOSpeilas que and,» anonas ao carpim, pela authorida-
( 48 )

de deite, pois lhe são tiradas as mercês que se fazião


aos capitães passados, com que se ajudarão, sem terem
neohum trato nem mercancia, nem mais interesses que
os ordenados ainda mal pagos, oclaramente se vio esta
verdade com ofallecimento de Francisco de Brito Perei-
ra, a quem ficarão sete filhos, cimquo famas, edoas
machos, sem nenhum remedio, ecom tanta pobreza,
que se andarão repartindo pelas casas dos cidadãos des-
ta cidade; por onde fazemos lembrança aV. Magestade
atenha de Luis Pereira de Lacerda conforme a seus
serviços emerecimentos.
XXXII. Cosmo de Lafettá vai aesse Reino apedir e
requerer aV. Magestade aatisfação de seus serviços. e
porque geralmente em todos os homens ao ouve que aço
vinha elle respondido conforme aenes, easeue mereci-
mentos, eque oque se lhe tirava emportava mais, por
lhe caber oentrar na mercê que já tinha, mais cedo;
pelas quase reatou, epor estar muito endividado, °ove-
mos que compria ao serviço de V. Mageatade fazermos-
lhe esta lembrança. V. Magestade nos faça mercê do
aver por bom ofazermos—lha, pois tombem nos man-
da que de tudo lha façamos.
XXXIII. Alfonso hIonteini, escrivão da Camara des-
ta cidade, serve seu cargo com muita satisfação de to-
do este povo, procedendo nelle com tanta fidelidade e
deligencia, que nos pareces justo fazer deite lembrança
aV. Magestaule, epedir de mercê omande V. Magesta-
de despachar como official desta mesa, e conforme a
soas merecimentos eboas partes, para que seja estimulo
aos mais officiaes procurarem do servir seus cargos com
a mesma inteireza ecuidado.
XXXIV. Tombem fazemos lembrança aV. Magesta-
de de Pedralvzres Mourato, que serve ocargo de con-
tador da matricula, que foi de seu antecessor, o qual
alem de ter servido bem nestas partes aV. Magestade,
olhe matarem seu pai no cerco grande de Maloca, aos-
te anuo hum irmão em vosso serviço, do que he herdeiro,
( 49 )

he casado com huma molhar de nulidade emerecimento,


ado Desembargador Francisco Leitão, de que tem
troe filhas sem nenhum reinadio para cilas. V. Magro'
tudo nos faça mercê de lhe mandar confirmar ocargo
de Juiz d'alfandege de Dio no mesmo tempo em que o
Conde Dom Luis d'Attaide odeu em dote âdita sua
molher, posto que fosse elle já canada outra vez, eque
fenecendo antes d'entrar no dito cargo, possa testar
deite da maneira que ouvem por seu serviço, epara isso
diz que larga o mesmo cargo do Juiz d'alfandega, de
quelha V. Magestade fez mercê oanuo passado por seus
serviços, que seus procuradores não aceitarão, por es-
tar muito provido, como elles lá mostrarão por papeis
que de tudo tem.
XXXV. Paro Dias Bocarro fundio as seis peças de
artelharia desta cidade, de que acima damos conta aV.
Magestade, com avontade ediligencia que tem mostra-
do nas mais obrigaçães do cargo de mestre da fundição,
que está servindo. Pedimos aV. Magestade mande ter
lembrança deite em seus requerimentos, assi pelo respei-
to que apontamos como por sua muita pobreza.

4
Carta, que acidade de Oca urrem a Sua Magestade,
oanuo de 97.

I. Com acarta que este anuo de 97 tivemos de V.


Magestade recebemos ocontentamento devido pelas boas
novas da saude do V. Magestade, que festejámos emn
muito alvoroço, dando muitas graças aDuos, pedindo—
lhe por sua misericordia a conserve com muito longa
vida, pois disso ponde obem ~mura da christandade,
eoparticular de cada hum de aia.
( 50 )

II. O Conde Viso-Ray invernou em Mombaça. Che-


gou aesta cidade em xxij de Maio passado em navios
de remo. Foi de todos recebido com muita alegria ea..
tentarnento. Esperamos de suas boas partes eFr...sai-
mento faça oserviço de Deos ede V. Magestade bem,
eanós justiça esezão. Achou as colmas todas necessari-
as âguerra mortaficadas, ecom pouco remedio; traba-
lhou com muita brevidade remediar tudo, mandando re-
novar gallés, que o tempo tinha postas em despesa, e
logo no inverno mandou fazer ao norte muitos navios
de remo likeiros, emuitas esquipaçães de marinheiros
pesa elles, que -não avia; etendo aviso do capitão de
Moçambique em vinte d'Agosto que â vista da dita for-
taleza passarão em julho doas naos ingresas, foz a este
respeito oCondo com muita presteza lama armada grossa
dadous gualiães, hum delles comprou por desaseis mil e
quinhentos p.slãos, duas gallês reses, enove fintas,
que comprou pelas não aves na ribeira de V. Magesta-
de que podassem servir, passando-Be pesa ariboira,
jantando, ceando, edormindo nella, toda esta armada
bem potrachada de moniçães eartolharia, que mandou
fazer arnór parte deita, polla não aves grossa, emiuda,
eseiscentos soldados pagos, e por capitão In. deita
Louronço de Brito, fidalgo velho, asie experiencia, que
'
fea fazer ávela em vinte de setembro na volta de Mala-
quis, por se entender irião por ht os inimigos, epelo
anuo passado aver novas que sa Sonda andavâo mais
tros mios ohum pata.; prazerá aD.s que aarmada
os cocootrorá e. desbaratará, para que não tornem &-
queimas partes conseguir ocommorcio das drogas que pre-
tendem. Não achando oCondo Viso-Ray dinheirb no
thosouro de V. Magestado, baseou sobre seu credito todo
nque ouve mister para estas necessidades, com que fez
esta .armada, ooutra que mandou ao Mslavar deslustro
polido, etrinta festas, com mil homens pagos, mós poder
4110 lá foi ha muitos annos, opor capitão delta sou irmão
Dom Luis da Gama, oldokao bom rocebids dos capitã.
( 51 )

esoldados, que partio desta barra anove de Notembroi


e asei mandou á, costa do Norte outra armada de oito
fustes, equatro calamutes, e por capitão della Luis da
Silva; 83 quaes armadas todas proves de mantimentes,
que lhe esta cidade emprestou, por não »h» na terra,
nem nos almazena de.V. Magestade nenhuns.
DL Fazemos lembrança aV. Magestade que as ne-
cessidades enovidades, com que oConde Viso-Rey to-
mou este Estado do muito grandes eextraordinarias,
porque hum dos filhos do Magoe vem conquistando os
reinos do Balagate, echegando-se ás fortalezas do Nor-
te, eos 'tigresas vem » mar do sul, eneste presente »-
no tomarão nesta costa duas nãos nossas que Mão para
Bengalla, cousa não imaginada: pelo que cumpre mui-
to mandar V. Magestade com instancia prover este Es-
tado com gente, earmas, edinheiro, porque estas ma-
tarias não consentem dilação.
IV. O a.o passado escreveu esta cidade aV. Ma-
gostado sobre os privilegies della, que os defraudava
qualquer paixão dos Viso-Reis em muito estendido del-
ias, e detrimento de nossas pessoas efazendas, prenden-
do-nos por »usas sem fundamento dentro nas enxovias
entre ladrá» ehomisiados com ferros nos pés, sem se-
rem bastantes nossos privilegies erequerimentos, para o
desembargo desta atrocidade, filé que se lhe elle gasta
muito devagar, epor milagre: tendo todos os Estados
de V. Magestade de não tanta substancia como este sou,
reeurso em casos semelhantes nasaudiencias reses deites
tão plonario como opoderão ter na dd Madrid, aja que
esta Relação responde aellas, devia V. Magestade man-
dar nos desaggravasse aqui destas insolencias dos Viso-
Reis, limitando-lhes tempo para mandarem responder
no juizo do ouvidor'geral do crime, enão of»endo, que
se faça justiça ás partes, porque doutra maneira não ta-
ra is» nunca remedio, sendo-nos tão necessasio.
V. Ajunta-se aeste mal outro maior, de que o»no
passado já fizemos retardo V. Magesta.de, da pouca na-
( 52 )

toridade com que os Viso-Reis trata° a cidade quando


lhe vai em forma fallar nos negocio', do serviço de V.
Magestade, ou do bem comum, no em que pedimos a
V. Magestade mande dar ordem muito destintamente
pera que fique em forma de lei, porque olho he rodo
que se deixe esta materia no alvedrio dos Viso-Reis,
que ano OB autores destes agravos, posto que do Conde
Viso-Rey temos atégora muita satisfaça° cosi no trata-
mento das pessoas, como no comprimento de nossos pri-
vilegies; mas nem todos são de huma massa, nem as
colmas estão sempre em tanto ser que nos não se-
ja muito necessario mandamos V. Magestade deferir a
este requerimento como for seu serviço.
VI. Esta ilha vai-ao forteficando como V. Magestade
manda, eacidade opedio, eem poucos amos se aca-
bará de fechar, porque vai já do baluarte do Manguei-
rol perto de São João, epela banda de Goa a velha se
vai continuando na mesma forma; eeste amo se fizera°
9432 braças de obra. O boluarte da ponta de Gaspar
Dias fique elo termos de se principiar.
VII. Temos este Estado muito falto de fidalgos ve-
lhos, porque hem do mortos, e outros idos para
oReino, epera encher este numero, em que não he re-
ato sejão admittidos os mancebos faltos das partes que
se requere, devia V. Magestade mandar aos Viso-Reis
oprefizemem de cidadães, capitães, eaoldados velhos,

cheos de experiemia dm musas da paz eda guerra, pois
os esta cidade tem, mármente sendo criados de V. Ma-
gostado, para continuarem com os Viso-Reis como os fi-
dalgos velhos nestas matérias do estado, pois tem ex.
poliemia dellas; o que se thé opresente na(' fez, sendo
doma bem necessaria oeffeotuar-se no tempo presente.
VIII. Tem-noa otempo mostrado que olho pode esta ci-
dade servir-se em seus sargos de muitos dos moradores
deita, que os não amitão sem máres penas que as impm-
tas, eque estas seja° irremissiveis; pelo que pedimos a
V. M.gestade nos confirme oassento que sobre isso 00
( 53 )

fez em tempo do Govenuidor Antonio Monis Barreto,


que nos foi confirmado por elle com muita facilidade pe-
la longa experiencia que tinha deste Estado, o qual tu-
viemos aV. Magestade, porque com seta confirmação nos
meteremos mato acaminho neste particular do que athé-
gora ofizemos.
IX. Sobre as cousaa da ilha de Ceilão fizemos nos-
sas hnibrançaa oanuo passado aV. Magestade, enlo se
nos offerece outras agora senão repetir mula mesmas
com mór vehemencia, para que nos não consuma esta
conquista pela saca como a faz, epercamos a ocasião
presente, porque tanto os antigos ',espirarão, por waren:
que com hum& do menos commodo que esta se podia ane-
xar esta ilha ao Estado, que tanto sem cabeça esem
membros nolla offereceo otempo, com quatro alevantadoe
desennervadoe, mas todavia não se poderá conseguir o
effecto, que se deseja, sem poder separado desse Reino,
como oConde deve escrever aV. Magestade.
X. Lembrámos a V. Magestade na carta do anuo
passado os males que os moradores das fortalataa
da India recebem dos feitores dos capitãos serem brama-
m% ehomens de nação, porque os tiraniaão com suas
envençães, eanós roubão nossas fazendas com ofavor
de seus amos, que lho dão muito grande, e que se devia
este mal de evitar (aio) de perdimento das fazendaa dos
ditos feitores, ecom penas de degredo pera Ceilão aos
que aceitarem as taes feitorias, applicada adita pena
para aribeira das galha, e para ao obras da fortifica-
ção desta cidade, tanto para huma parte com para a
outra, eque a execução disse seja da Carnais, pela qual
se lhe pergunte nas devassas do anno, ese lhe dê em
culpa; que desta maneira se evitará este mal, de que
procedem os arrelatadoa na dita carta do anuo passado,
enas do atras.
XX. E porque na mesma carta do armo pasaado pedi-
mos aV. porque nos mandasse desentroduzir os di-
reitos que se pusera° nu fazendas, que de Matava hião
( 54 )

pesa acosta de Choromandel, do Gergelim, Pegú, e


Bengala, por de pelica importancia, e por comprir ao
serviço de V. Magestade, não trataremos ao presente em
nada disso, referindo—nos ácarta, eájustiça, erespeitar
do petitorio, dos quaes não he o menor serem aquellea
comercios os celleiroa de Maloca no tempo dos cercos
della, por lhe acodirem com muito arroz ecarnes, como
o fizerão noa do Dachem edos Jstos, aque os Viso—Reis
passados tiverão sempre muitos respeitos.
XII. Mandamos ao concelho da justiça de V. Magos-
tade hum autos da sentença, que ae nesta Relação deu
em favor da fazenda do V. Magestade contra a &tremi-
nação eassento, que por mandado de El—Rey Dom Se-
bastião, que sancta gloria aja, tomou o Viso-Rey Dom
Antão de Noronha eo Arcebispo Dom Gaspar com pa-
recer de letrados etheologos de conaciencia e&Meneia
sobre aforma em que se avião de arrendar ar rendas de
V. Magestade, tirando algumas miudezas que molestarão
ao povo ' ese não podião levar; esem embargo desta re-
solução tão considerada derão sentença Be corresse pelos
arrendamentos novos com protesto de se não deminuir a
fazenda de V. Magestade, quando ella por esta via se
acreeenta tão pouco ecom tanto detrimento e clamor
do povo pelas avexaçáos que cada hora são inventadas
peloz rendeiros, que nos dão grande torvação, enos im-
pedem muitas vezes ocontestarmos com as nossas abri-
gaçães inteiramente. Pedimos aV. Magestade nos faça
moral de aver por seu serviço exemirnos desta carga,
porque nos entra muito pelo que comemor evestimos, e
por outras muitas mercancias de que nos valemos no
100950 U00.
XIII. Temos escrita aV. Magestade sobre os Ouvido-

res letrados das fortalezas do prejuizo que fazem no go-


verno esocego deltas em sua cobiça, ambição, econta-
macia, que tudo tem por alias (ale) por não terem avo.
gados, nem cousa que os encontre em suas palites, sal-
vo os capitães sobre seus tratos, com que ajustiça fica
( 55 1

muitas vezes menos respeitada, oitos ricos á besta do


povo, esem ocastigo que convem, porque de necessida-
de se bruto aservir delles por cima de ficarem inabili-
tados por sentença pelas culpas de suas residencias, oque
não socedia quando ajustiça se admenistrava per cida-
dães de merecimentos epartes, os quaes.pro.dião com
ainteiresa everdade que se requere, esaião destes car-
gos mais pobres eMdividados do que estavam quando os
leito servir, como V. Magestade se pode mandar infor-
mar doe fidalgos epassoas desse tempo, que tão falta-
rão lá, alem dos que de quá vão nestas nãos; pelo que
pedimos aV. Magestade aja por seu serviço mandar que
os não aja, porque assaz de comede lhes fica servirem os
que quiserem de advogados nesta corte, onde ha alguma
falta deli., eonde não podem com tanta excesso execu-
tar os danos, que nas outras partes remotas cometem. O
lembramos aV. Magestade que os que ouver de manar
pera este desembargo sejão pessoas de idade, de que se
tenha experiencia que farão oserviço do Does ede V.
Magestade como cumpre.
XIV. Esta cidade, como já escrevemos aV. Mages-
tade nas cartas dos annos passados, ouve sentença con-
tra ade Cochim do bem por .ato, que nos pert.ce das
fazendas que Be lá despacharão das nãos do sul, que he
lume copia grande, enão ha meu pera a execução: pe-
dimos aV. Magestade nollo mande dar, sob graves pe-
nse aos que nollo impedirem, vista anecessidade que
temos deste dinheiro pera ao obras da fortificação, e d'
outras despesas, que se nos offerecem cada dia tão ur-
gentes enocesserias.
XV. Tem esta cidade hum previlogio, que lhe foi
concedido pelo ter ade Lisboa, cuja tr.lado vai com es-
ta, pera que todas as causas, que nella se moverem, vão
per agravo aV. Magestade, que reservou ásua real pes-
oca oconhecimento dell.; oque cá se deve entender
nos Viso—Reis, oqual nos quebrou oViso—Roy Mathias
d'Alboquerq,ce condecendendo meia com o parecer
( 56 )

dos desembargadores, que desePo de extinguirem aeste


tribunal todos os que lhe do concedidos pelos reis passa-
dos, epor V. Magestade, adqueridoe, e ganhados com.e
preço d'amor elealdade, com que servimos sempre a
V. Magestade tanto á c.ta das vidas epessoas, edes-
pesas de nossas fazendas, edo que devir ao juramento
que recebe° de nolos guardar em nome de V. Magesta-
de, eáobrigaçito que tinha de nos fazer inteiramentejus-
tiça. Pedimos aV. Magestade nono confirme, emande
aos Viso-Roto ato consintto ir mais âRelaçgo per agra-
vo os casos de nossa alçada, contra oque dispEe omesmo
privilegio, porque deoutra maneira olevargoos desembar-
gadores aonde lhes parecer, que privilegies sofrem mal,
pois odo senito quando V. Magestade que os dá lhe pa-
recer esse seu serviço, por quanto mais pende de Bi edo
que se contem neles, que d'outraz ordenaçfies nem
leis (a).
XVI. Pedimos aV. Magestade, pois opetitorio encon-
tra como serviço de V. Magestade, aha em beneficio do
bem commum, aja por bem de mandar que das mi.os que
vierem do Reino carreguem nesta cidade ametade, ea
outra em Cochim, já pelo costume, com que Be ficará em-
nobrecendo esta cidade, etendo alguns proveitos, que os
merece bem aV. MageStade, mormente quando temtantos
commodos para isso, emais que Cochim, como acape-
riencia das carregas, que aqui se faziko, otem mostra-
do, e de cada vez omostrarem mais, alem de se enten-
der que 'fica daqui aviagem mais segura.
XVII. Ao Arcebispo, como V. Magestade nos manda,
apontamos as confies, que temos pera nesta cidade se ode-.
ficar hum mosteiro de freiras, as quaes não repetimos a
V. Mageetade pelo termos feito largamente em todas as
cartas dos armes passados; somente lembramos aV.Ma-
gostado de quanta consolaçAo para todos os que quá vi.

a) A porto ficai deste eepitsio está -"m"' "g'" mas


( 57 )

vemos, será concedemos V. Magestede cousa tão justa,


de que tanto fructo se espera com ofavor divino.
XVIII. Sobre os homens de naçao elo residirem peste
Estado, por quão perjudiciaes elo assi ao serviço de .V.
Magestado, eao, rendimento das alfandegas, como ao
bem commum dos moradores deste Estado, temos escrito
largamente os asnos passados a V. Magnstade, ecomo
os males de que sao causa com seus tratos injustos e
respondendo+, vao em crescimento, nao podemos dei-
xar de pedir a V. alagestade com muita efficacia se
mande enformar deste negocio de pessoas desinteressa-
das, ezelosas do serviço de V. Magestade, porque confia-
mos ache V. Magestade que lhe tratamos verdade, fun-
dados no serviço de V. Magestade no que cumjere ao
bom commum, para com isso os mandar V: alagestade
ir para esse Reino com ordem pera que não venhao de
lá outros; eque esta cidade, pois a ela lhe toca, seja a
que execute omandado de V. Magestade neste parti-
cular, porque d'outra maneira sucederá oque vimos nos
8.111108 passados.
XIX. De alguns amos aesta parte se introduzira°
na casa da moeda de V. Magestade lemes novos direitos
obrigando as pessoas que a ella levar, o, seu ouro, que
paguem Santomé emoo por cada marco para afazenda
de V. Magestade, alem do que se despende' ns feitios e
ordenados dos officiaes, sendo contra.° regimento da
mesma moeda, que expressamente odefende por muitas
mates fundadas em direito divino ehumano; enão pa-
rou este negocio aqui, mas indo chegou oViso—Rey que
foi Metidas d'Alboquerque aarrendar amesma moeda
agentios, sendo—lho defeso pelo Soneto Concilio servi-
rem semelhantes cargos, por serem inventores de muitas
falsidades, em que cada dia os achao comprendidoti; 'e
visto ser obrigaçao real dar moeda aseus vassalos jus-
ta em cantidade ecalidade, som sor contratada, ecila
de si over de ser livre atodos, eda valia que dispae ea
regimentos de V. Magnitude, ede que se usa em tidos
( 58 )

os seus reinos, enos mais da christandade, pedimos ao


Conde Viso—Rey abo consentisse arrendar-se atal moe-
da, pois mio avia cousa pertencente aV. Magestade pa-
ra que em sou nome se pudesse otal arrendamento fazer,
oque nos .ncedeo, mas nos direitos não dispensou,
por nào serem impostos por elle. Pedimos a V. Magas-
toda nos mande tirar este trebuto tão injusto, eparecen-
do bem a V. hIagestade, se consulte o negocio com o
Arcebispo e thoologos pera que o detremine, eque .
nos faça comprimento de justiça, como esperamos da
grandeza de V. Magestade.
XX. Fazemos lembrança aV. Magestade que con-
formo as necessidades accidentes deste Estado nào bas-
ta orendimento que tem pura supprir suas faltas, como
otemos bom experimentado, pois de ordinario Be aço
podem fazer as armadas, eprover as fortalezas sem em-
prestimos dos cidadãco desta cidade, eoutras ajudas dos
particulares, que lambem vlo faltando, por quâo impos-
sibilitados estào os homens com tantas perdas gomos
quaos nunqua se virai', nem imaginarão; polo que deve
V. Magestade mandar desse Reino o°abadai no.ssa-
rio para apimenta, que d'outra maneira não poderá re-
mediar o do quá nem ode lá, eas eousas deste Estado
requerem acodi,se a alias com presteza, diligencia, e
poder.
XXI. Lembramos aV. Magestade que as condena-
çãos, que aRefaçâo faz pora ao obras da j.tiça, sào
mui to grossas, eque devo V. Magestade mandar se apli-
que amotado dellou pesa se comprar chusma para as
gallés, de que sempre ha muita falta, pois folgadamen-
te se pode desmembrar esta caneja, ficando-. ordinarias
.da Rolaçào muito bem pagas.
XXII. Como esta cidade he testemunha do vista dos
merecimentos dos fidalgos epessoas, que neste Estado
procedem no serviço do V. Magestade com asatisfaçào
devida, edespesa de suas fazendas, elo podemos deixar
ale fizer leuáramee &V. ?legume& de nada uni dell«,
( 59 )

em particular, contestando de nosea parte com ainteireza


everdade, que a obrigação de nesses cargos requere.
XXIII. Luis Pereira de Lacerda fica servindo de Ca-
pitão desta cidade, de que lhe V. ãlagestade fez mercê,
com ozelo efervor que mostrou sempre nas mais ousa-
aiSes do serviço de V. Magestade, e depois de ser des-
pachado, moremo de novo no serviço de V. Magoatade
asai nesse Reino, como nestas partes, especialmente no
cerco que oMelique pez âfortaleza de Baçaim em tem-
po do Viso-Rey Mathias d'Alboquerque; ecomo as mer-
cês que andavão annexas aesta capitania, lhe são tira-
das de alguns annos aesta parte por regimento novo
que oViso-Rey fez, eordenados que tem ainda mal
pagos muitas vezes lhe não abrangem a meia que ase
soatentar com a authoridade que o cargo requere, sem
ter outros interesses alguns, com que no cabo dos tres
asnos saem os capitães desta cidade tao individados
como quando entrão: ouvemos que tinhamoo obrigação
de pedir aV. Magestade lhe faça novas mercês, porque
LIS MOMO.
XXIV. André Furtado de Mendonça residio sempre
nesta cidade com muitos gastos edespesas, eprestes
pesa qualquer °ocasião do serviço de V. Magestade, com
que está muito endividado, eora fica electo pelo Conde
Viso-Rey peru aconquista de Ceilão, que aceitou com
aquelle zelo e inteireza que sempre teve em todas as
occaaiães do serviço de V. Magestarle, e como capitão
tão bom afortunado, ode tanto experiencia esperamos
que consigna oeffecto que desejamos acabando de re-
duzir de todo aquella ilha â obediencia do V. Magesta-
de, epor todos estes respeitos merece ser animado cL,
V. Magestade com homos emercês.
XXV. Dom Francisco de Noronha se voo do Ba-
çaim com sua casa pesa esta corte, onde assiste, acom-
panhando oestado sem escandalo algum com muita ea•
tiefação, epara negociação da armada, que o Conde .-
9i011 ao mar do sul, o elegeo por Vedor da fazenda da
k GO )

ribeira em quanto se elle apercebeu de todo onecessario,


em cuja expediçào procedeu com tanta deligencia efer-
ver, quanto requeria a brevidade com que se efectuou
apartida; pelo que he digno das mercês e honras de V.
Magestade.
XXVI. O Conde ViSo-Rey proveu ocargo do Vedor
da fazenda de V. Magestade deste Estado, por estar
*aguo, em Oraria de Mello, fidalguo de merecimentos.
Entendemos de suas partes ebom procedimento fará
o serviço de V. Magestade muito bem feito, ecomo ha
annos que este cargo ato costuma andar em pessoas
desta validade,' eem si he trabalhoso ao menos aquem
ouverfiercontestaVinteirarnente com as obrigaçêes que
tem, pedimos aV. Magestade tenha lembrança de lhe
mandar responder aseus serviços, por elo estar despa-
chado.
XXVII. Dom Antonio de Leyva, Sargento mós deste
Estado, fez aV. Magestade notaveis serviços no cerco
passado de Chau]; he digno de V. Magestade lhe man-
dar responder a seus requerimentos, ecomo he cazado
hasta cidade, etno benemerito, fazemos dello esta lem-
brança aV. Magestade.
XXVIII Dona Maria, molhar que foi de Ruy Gomes
da Orla, procede com tanta virtude erecolhimento,
que nos obrigou fazer lembrança aV. Magestade de sua
muita pobreza, ede quantas avexaçnes passa pelas mui-
tas dividas, que lho ficarne por fenecimento de seu ma-
rido, feitas no serviço de V. Magestado, 30111 lograr a
fortaleza de Ormuz, com que em despabhado. Pedimos
aV. Magestade nos faça mercê de Ilie mandar respon-
der aseus requerimentos.
XXIX. E a mesma lembrança fazenioe aV. Ma-
gostado de Dona Maria, molhes que foi de Diogo Soares
de Mello, que nesta cidade fenece°, estima° pura entrar
na fortaleza de Chaul, tendo merecido de novo no ser-
viço do V. Magestade °expelias roucas, em que O creu
'UI, oViso-Rey Mathies d'Alboquerque: tambem ficou
k )

muito pobre, eendividada, eprocede com muita virtu-


de eexemplo de vida.
XXX. Em hum capitulo da carta que os Vereado-
res do anuo passado escreverão aV. Magestade pedi-
rão lhe fizesse mercê de mandar confirmar a Pedral
vares hfourato ocargo de Juiz d'alfandega grande de
Dio no mesmo tempo em que qua o deu o Conde Viso
Rey Dom Luis d'Ataide por tres annos em dotada ca-
samento aDona Maria Rabona Carneira, sua mulher,
posto que fosse ella já casada outra vez, e qua esteja
elle servindo de contador da matricola geral da India
de seu antecessor, com largar outros cargos, epretem
çães que tem por seus serviços, e pelos do seu pai o
irmão, que morrerão na guerra em vosso serviço, cujo
herdeiro he, epor outros respeitos no dito Capitulo de-
clarados, pelos quaes tornamos nesta apedir aV. Ma-
gestade nos faça mercê de omandar prover no que pede,
não no sendo, de feição que fique elle com remedio,
enós com ogosto da mercê; eos requerentes que nes-
se Reino tem, apresentarão os papeis que de tudo ha.

5
Carla, Que oeido& de Gas eaereeeo a Sua Atagestade,
oanos de 99.

I. Recebemos duas cartas de V. Magestade, hum


escrita em Janeiro de 98, eoutra em Dezembro do mes-
shu anno. Pela morte de S. Magestade, que sancta glo-
tia aja, epolia subeessão de V. Magestade em seus rai-
nha, demos as graças devidas aDeos, nosso Senhor, em
cuja mão está overdadeiro governo do espiritual etem-
poral, têndo nelle muita confiança que dará aV. ltfa-
gastada largos anuo, de vida para destruição dos ha-
)

reges einimigos de sua saneta fé, opera governar tan-


tos povos, emanter em justiça seus vassallos com evo.
tejadas mercês. CeleBrimos juntamente o novo alava.,
tanaento de V. Magestade com as cerimonias costuma-
das conforme ao uso antigo dos Reinos de Rortugal.
Prazerá. nosso Senhor que tudo redunde em seu santo
serviço, augmento da igreja catolica, em contentamento.
eprol deste Estado, edos mais da coroa d'Espanha, coma
esperamos em sua divina misericordia.
Il. Não cessamos todos os ermos de rescrever a
V. Magestede sobre meterias qos achamos serem da
serviço de Deos ede V. Magestade pertencentes ao bem
commum deste Estado, sobre as quaes fizerão os officiaes
passados lembrança a V. Magestade com muita instan-
cia per suas cartas, som os Viso-Reis, aque V. Magos.
tade nos romette, deferirem anossos requerimentos tãa
justos, por onde nos he necessario tratar das mais delias
todos os annos em particular, pedindo a V. -Magostade
nos mande escrever eresponder acada huma definiti-
vamente, pera cessarem nossos requerimentos, avendo que
V. Magestade ama, esempre amou ajustiça, eobem de
seus vassallos.
Oje está esto Estado muito falto de fidalgos velhos,
edeconselho, eha nesta eidademuitoscazados, cavalleiros
de entendimento epartes, qu se criarlo na guerra, eque
servirão nolla de capitães: pedintes a V. Magestade aja
por bem soprir esta falta os cidadãos moradores desta
Cidade, d'honra everdade, enas cousas da paz eda
guerra aventejados por experiencia dos fidalgos mance-
bos, que do Reino vem bisonhos, mormente.sendo os
tato capitães velhos, evistos nas COUB8.9 desta sorte pa-
ra poderem entrar em conselho, e darem seu parecer
em semelhantes meterias, de que tom larga noticia; e
quando anecessidade presente opede avemos por escu-
sadas as mais restes,
IV. Sobre a meteria dos autos processados esenten-
ciados nesta Relação em favor da fazenda de V. Mag..
( 63 )

tudo, que enviamos oasno de 97, não tivemos reposta:


pedimos a V. Magestade visto ser dada contra adeter-
reinação eassento do Viso—Rby Dom Antão do Noronha,
e do Arcebispo Dom Gaspar, que por mandado.de El—
Rey Dom Sebastião, que saneia gloria aja, se tomou
com parecer dos letrados e theologos daquelle tempo, e
palas restes allegad., nos faça mercê de mandar se
nos reapenda com favor °justice, pois ocaso he de eu-
lidado que nelle interessa pouco a fazenda de V. Ma-
gostado, eanós vai muito polias muitas avexaçães que
recebe este povo dos rendeiros gentios favorecidos dos
ministros da fazenda de V. Magestade.
V. Temos escrito aV. Magestade nas cartas dos ca-
nos passados particularmente sobre as prisães dos cida-
dãos emoradores desta cidade, de que não tivemos re-
posta, nae quaes não guardão os Viso-Reis aordem da
justiça, nem os privilegies concedidos pelos Reis de boa
memoria, vossos predecessores; eem tudo excedem o
modo contra as ordenaçães do Reino, pois per leves cau-
sas, equalquer dissabor epaixão particular os prendem
em grilhães entre malfeitores e ladrães publicas, sem
lhe darem culpas, ocom capa de serviço de V. Mages-
tade os rolem celtas muito tempo sem deferirem apeti-
ção desta calidade, nem das partes, no que claramente
se vê hão guardarem justiça. V. Magestade nos deve
mandar responder, eprover com ordem pera que os ditos
Viso—Reis em termo limitado dêm culpas, pera se livra-
rem os presos desta calidade na forma ordinaria, não
lhe denegando os termos naturaes, pelo muito escandalo
eopressão que nisso recebe todo este Estado em geral.
VI: A conquista da ilha de Ceilão está soe termos
que avisamos a V. Magestade, eestará em quanto V.
Magestade não prover com capitão geral, e poder bas-
tante que desse Reino venha electo para acabar de a
reduzir toda ao serviço de V. Magestade, porque ao
presente não serve de mais que de consumir áformiga
gente odinheiro swan outro °Feito que dar forças ano-
( 64 )

vos alevantados para nos fazerem guerra com tanto da-


no como a~banda todos os manos nollo mostra a
olhe.
VII. Cem muita diligencia vamos continuando com
as obras da fortificação desta ilha, sem alevantar mão.
E este anno se começou afundar afortaleza da ponta
de Gaspar Dias, obra importante á defensão da barra,
que se fica aseguranclo com o outro forte da banda de
Bardes, oqual está de todo acabado, esomente as ca-
sas do capitão daquellas terras, onde bode residir per
obrigação, estão por fazer, mas já traçadas pera os
officiaes vindouros as porem em perfeição. E por aver
pouco rendimento do hum por cento por falta das nãos
desse Reino, eas da China invernarom em Negapatão,
não mandamos os seis mil xerafins á China para virem
em cobre, como fizemos os asnos atra., a respeito de
1.& aver fallencia nas obras, ese proseguir nellas, como
V. Magestade manda; com tudo são fundidas sete peças
grossas, asaber, duas aguias do poso de 115 quintaás
cada huma, eIres culubrinas que pesão 159 quintas.,
eSismo mea aguia de 55 quintaes, ehum ramel.,, de
marca maior, de 38 quintaes: eha mais cobre entregue
ao mestre da fundição para continuar com outras pe-

VIII. O Viso-Rey que foi Mathias d'Alboquerque â


nossa instancia passou Suma Provisão, cujo traslado
vai nestas vias, sobre os homens da nação ato tratarem
nas veniagas emercadorias do norte esul, pelos raspei-
tos apontados nas cartas que escrevemos a V. Magas-
tade oasno de 96 e97, aqual confirmou o Conde Al-
mirante: pedimos a V. Magestado pelo que toca ao bem
commum de sous vassallos não atravessarem estes ho-
mens como poderosos eriquos as fazendas destas par-
tes por justo, no que recebemos notavel dano, e o ren-
dimento das alfandegas de V. Magestade, por eles não
pagarom saidas em nenhuma dell" amande ver no seu
consolho ; eMesa da condeneis, eprocedendo nos faça
( 65 )

rinemê de amandar confirmar como lei com ordem que


se use deita, pesa serem castigados os transgressores
com penas graves, porque por respeitos particulares se
deixa de guardar cousa tão importante ao serviço de
V. Magestade, ebem commum desta sua cidade, decla-
rando-se não poderem tratar em mercancias mais que
desta cidade pesa a de Cochim, edahi pera o Reino,
porque como lhes ficar aporta aberta, farão oque coa-
tumão com suas intelligencias.
IX. Este anno, sendo o Arcebispo absente, se deu
nesta cidade grande motivo d'escandalos. que torto á
consciencia, e ájurisdiçik. de V. Magestade, porque
sendo sobre meteria d'obras de casas, que conforme á
Ordenação pertencem á almotaçaria, os Padres da Com-
panhia eos de St.° Augustinho impedirão estes termos
com excommunhaos gravissimas, intimando por suas
bulias apostolicas juizes ecelesiasticos, asaber, os da
CompartRa oProvincial de Santo Augustinho, eos de
Santo Augustinho oPreposito da Companhia, exceden-
do nisto bons eoutros o modo, por serem partes cada
hum eia suas causas, epublicamente pelos pulpitos te-
rão denunciados por excommungados Soão d'Abreti,
Baltazar d'Alvellos, e oLicenciado Manoel
d'Abrett, desembargador oProvedor dos defundos, de-
clarando aos officiaes eministros de sua audiencia por
bines, se com elle communica,sem; echegarão aquerer
pôr interdito nesta Cidade, aque nós acudimos, eata-
lhámos no melhor modo que foi possível; e esperando
que com apresença do Arcebispo se remediassem escoa-
datou tão notaveis, fiviloon, peor estado sem se remo-
verem as excominunhitos, antes procedendo cone censu-
ras de mós rigor.
X. Adão Alvares, corretor sumir desta cidade, provi-
do por V. Magestade, apresjntou 2thé oanno passado
doze corretores das fazendas emercadorias que entrão
esaem delia; oestando neste costume, oChanceller Poro
da Silva movem duvida a servirem nesta forma por
( 66 )

essa apreeentaçdo, tendo os ditos corretores obrigado


de darem fianças abonadas ao «criva° da Camara para
a. partoo estarem seguras; dando rexões que os tosse
derreteres avião de sor providos per patentes de V. Ma-
gostado, aque nós aeodimos mostrando ordinerionsente
pertencemos este provi:fl.:do conforme ao Regimento
de Lisboa, de que usa est:, citado per privilegio particular
de V. Magestade. Doo-sono caso sentença polos Desem-
bargadores em favor do dito Adão Alvres, cujo tresli',
do enviamos a V. Magestado, e pela sem justiça que
nos foi feita, pedimos ao Conde Viso-Roy, que oenten-
deo 898i, informasse aV. Magestade particularmente do
caso, pera nos prover, emondar que sem embargo dei-
ia usemos de nosso Regimento pera couservaçâo de °øl-
mos privilegiou, que os Desembargadores nos encontras
todas as vexes que se offerece pedir-lhes esta cidadejus-
siga.
XL Os socretorios sesta Estado levavão per provido
que titilado dos Viso-Reis, aos capitães das fortalseas
Inuma peça voluntaria polo bom despacho e aviamento
que dava° asous negócios depois do findos: hoje o se-
cretario Luis da Gama a pede ger-dmente atodos eu
officiaes, epessoas providas com cargos grand 38 epeque-
m" ede todos os outros negocios do pouca importando,
oque nunca foi costumo, nem fixerão os passados: ecomo
teto assi seja, ha eseandalo, equeixa geral, eamesma
tom esta cidade todas as vexes que lha pede como por
°brigava° das provisães, que lhe passa, do bem com-
muro tocante ao serviço de V. Magestade.
X11. Esta mesma queixa tensos dos officioes da jus-
tiça, desembargadores, eseus ministros, no que ha gran-
de desaforo, cnenhum castigo; porque alem de retarda-
rem odespacho dos feitos.ás partes ' que dedo receben-
do grande detrimento per não se lhe dar atempo de mas
monçdes, levar, ao pre.nte o, scllarios fora do costume
antigo; porque tendo se Deeembargadoree rem roia de
esse. assmatiiras, ar ferem pagar de Bole matei reis, fon.
( 67 )

dados nu Rigimento desse Reino, que oChonceller Poro as


Silva resucitou nestas partes; cousa nova, edireito que
rã se não compadece pelos muitos mesquinhos, que pe-
recem por semelhantes 8,0X0.0eS. E assi introdusio o
mesmo Chanceller levar cada hum deites cada tese me-
ses das obras da justiça sete xerafins de conçoada, e
hão todos dos Viso—Reis mercês largas deste dinheiro,
que dantes se gastava por outra ordem, sem over de-
sembargadores que deste dinheiro pretendesse alvitre:
eaeste respeito as condenações das residencias dos fi-
dalgos das fortalezas, emais officio., epessoas que se
liarão do casos ordinariamente, são Cio exorbitantes,
que excedem as Ordenações de V. Mogestode, por con-
verterem os degredos, que dias dispoem, em dinheiro
de contado pora estas obras da justiça, que aão alvitres
seus particulares, com tanta oppressão deste Estado,
que não podo permanecer, se V. Magestade onão alen-
tar mandando expressanto devassar sobre esta, essoos
por pessoa escnimada, desinteressada, eque tenha da-
do experiencia do virtude ezelo do serviço deDeos ede
V. Magestade, sem intervir o seu particular, eque os
culpados sejão castigados rigorosamente por exemplo e
emenda do ffituro.
XIII. Manditmos aV. Magestade o anno passado o
traslado de hum privilegio, que tem esta cidade, emto
cedido áde Lisboa, em que V. Magostade ha por bem
que todas as causas, que se moverem de novo nesta me-
toa, pertença oagravo dellas a suo real pessoa somen-
te peru conhecer dello, o que cá se deve entender
Viso—Reis, aqual ordem não guardou oMiso—Rey Me-
tidas d'Alboquorquo, mas em desfroudo deste privilegie
sometteo esta .jurisdição real ao parecer, evoto dos De-
rembargadores, que desejar, extinguir com esto todas.
mais privilegies, que tom., mmeedidos dos R. ante-
passados por mercê particular asous povos, os que« (a)

(a; Pare.,faltar aqui apalarra==os=


( 68 )

Desembargadores querem duvidar, einterpretalos como


leis do direito civil, falando em nosso favor tão dos-
tinctamente os Reis na summa delias, cuja interpreta-
çáo mais pertence aV. Magestade que nào aenes, pa-
ra lhe darem o entendimento contrario ao que solto.
Pedimos aV. Magestade nos mande confirmar este pri-
vilegies pera bem de nossa conservação.
XIV. Pela informaçâo dos mareantes, emais homens
experimentados nesta carreira, e navegaçko do Reyno,
temos alcançado de qoanto proveito será partirem
as nãos desta cidade, asai por daqui salvarem muitos
baixos, egaatarem menos tempo thé chegar ao Cabo,
pera odobrarem cedo sem reme de tempestades, que
achão chegando tarde, como tombem pelo bom aviamen-
to que aqui tem com apresença do Viso-Rey„ onde se
podem carregar duas e tres nâos sé com acarga da pi-
menta de Onor eBraçallor, que está âporta; eficando
aviagem daqui mode segura, fiel', tombem os morado-
res desta cidade tendo algum cornmodo em seus inte-
resses polias perdas passadas, que tivorào, com desap-
parecerem tantas nãos, que partirão de Cochim pela
carreira nova, sem aver novas de nenhuma; oque nao
pode acontecer, ae partirem desta cidade, e avendo
desastre por descuidos dos nmetres e pilotes, com
darem â costa, será naquefias de nossa conquista,
onde ao menos se salvará a gente, o a pedraria,
eas mais cousas de mão, que sito podem perecer senho
com apessoa. Pedimos a V. Nagestade que conforme
dentas rorAas mande tratar esta meteria com pessoas
zelosas edosniteressadas para prover nella como ouver
rOT PA. serviço, ebem de seus vilasallos.
XV. Athé açora ao não -deu aexecuçfio oque V.Magas-
tarle Illajula se faça sobre odireitos novos, que sào inten-
tados na casa da moeda, sendo tanto serviço de Ocos
de V. Magestade polias rootaes apontadas no Capitulo
é, nem do armo d3 97, ring (.0111.11109 referir. pedindo
aV. Magestade mande nao arrendem ee Viee-lkm os
( 69 )

direitos deita agentios, nem aoutras pessoas, que per


virtude de tece arrendamentos pedem capitulo» injus-
tos, econtraries ao bem commum; que devendo de ser
livre atodos, como dabenicio (sio) foi oresgate do ou-
ro, oimpedem, por correr todo por suas mãos pera lhe
porem opreço â vontade, e por sua ordem olevarem
terra firme, onde tem tantos interesses com perda dos
vassallos de V. Magestade, e que mande se corra na
forma acostumada, eque se use do regimento das outras
casas da moeda, de que usão os mais reinos esenhorios
da coroa de Portugal.
XVI. Por não termos reposta este anno sobre ame-
teria dos direitos novos de Melam& na saida das fazen-
das para a costa de Choromandel, Gergelim, Pegú, e
Bengala, por ser de muita importaneia não se armee-
cederem para afazenda de V. Magestade por ser ser-
viço de Deos, ebem daquella fortaleza, nos he forçado
agora dar as meães por extenso pera V. Magestade
prover nisso com for seu serviço.
XVII. Primeiramente impede esta arrecadação, de
tão pouco proveito einterese pera afazenda de V. Ma-
gastado, ocomercio de Pegá, Patena, China, Champas-
são, Cochimchina, Silo, Timor, Solor, Banda, Jaos, Po-
nt e Quede, porque acenados os moradores destes rei-
nos eprovineias com este direito desacostumado, dei-
não de trazer os mantimentos, emais drogas aMala-
qua, que ha porta de todo esto sul, oque fica em gran-
de desfraudo de todas as alfandegas da Bulia, donde
mana odinheiro pera o tesouro, que he a conservação
enervo da guerra; efaltando os mercadores destas par-
tes, e os mantimentos ordinarios, pode perecer aquella
cidade, eseus moradores, que a conservão, ea defen-
dem ha tantos sacos dos imigos, armando ásua custa
navios, champanas, parnos; enão tendo os mantimentos
de sua colheita, he serviço de V. Magestade fazerem
nas suas alfandegaa favores a estes mercadores pera
continuarem o°memor.:1o, enão avexaçfies pera deste
( 70 )

tirem deite; quanto roais que os Jaos, Malayos, e Pis-


gás não levito desta fortaleza mais que roupas de Chi,-
rumando!, Bengala, opouca do Chaul; efaltando estas
roupas, ou não as levando, por estranharem este direito,
não tem para que vir aMalaca com mantimentos, eou-
tras veniagas edrogas.
XVIII. Ultra disto sempre de Makes sairão estas
roupas livremente pera todas estas partes, enunca fu-
rto constrangidos a pagarem estas saidas e direitos,
reaes, nem os pagarão moucos, nem gentios, nem por-
tuguezes; nora estos mercadores destas partes vão evem
a Mal aos contratar com seus mantimentos efazendas
estas roupas, esito contentes de pagarem os direitos
reses som mais outra imposição nova afora o hum por
cento do peso das drogas, ehum por cento da fortificação;
esendo tão poucos os ganhos, etantos os direitos, deixa-
rão tombem os mercadores de San-Thomé, Bengala, e
Chau! de mandarem suas roupas a esta fortaleza, oque
fica em tanto prejuizo della, edas alfandogas de V. Ma-
gostado pôr se danar totalmente otrato ecomercio des-
tas partos do sul; esendo pela maior parte pobres os
mercadores gentios, que trazem estes mantimentos, os
quaes empregão oprocedido em dons bares de sandalo,
em porcellana, eoutras meudezas, do que insulta pou-
co proveito áfazenda de V. Magestade, edotado de os
levar ao Dachem eaJoor, partes de nossos imigos, e
por experiencia se vai jé sentindo agrande faltemoia
que faz esta antigua liberdade ao bem commum do po-
vo de Rala., se V. Magestade não remover este
reit°, estando os moradoços tão pobres pelas guerras e
cercos passados, etão avexados dos capitães, que ato-
dos os proveitos e interesses atalhão, convertendo em seu
particular com favores dos Viso-Reis todas as drogas e
mercadorine que de fora vem, sem deixarem vender e
escambar aos mercadores suas fazendas livremez.te, do
que lhe resulta aelles muitas perdas, eaos vassallos 'de
V. Magestade empobrecerem, e ficarem inabelitados
( 71 )

p.a oserviço de V. Magestade, pois lhe tolhem aliber-


dade de contratar.
X1X. Ajunta-se mais aisto acontinua navegação da
China dos Espanhoes moradores de Manilha, Perú, e
Rova Espanha, tão prohibida por V. Magestade, que
mão tão somente prejudica aMalaca, mas a todo este
Estado em commum, com muita perda das alfandegas
do V. Megestade, oque se não evitará sem hum castigo
muito grande, avendo-se os taes por alevantados, eas
cabeças, como são capitães, governadores, ouvidores, e
mais officiacn e menistros castigados em suas reside.-
aias com perdimento dos cargos efazendas, pois se tem
entendido que são os autores desta navegação contra as
pregreatieas e defesas de V. Magestade pelos grandes
interesses que tem deste commercio; e não foi bastante
por vertude das que V. Magestade enviou ao Viso-Rey
Dom Duarte de Meneses confiscarem as fazendan enãos
a Dom Rodrigo de Mendonça, eao capitão Pelados,
poro deixarem todos os annos de continuarem esta na-
vegaçào e commercio, porque este de 99 entrarão no
porto de Pinhal (aio), onde detreminão situar-se, pera
dalii hirem â cidade de Cantão, como forço no mes de
Setembro, que he otempo em que se faz a feira da In-
dia, elevantarão opreço da seda acento ovinte taeis,
valendo sempre aoitenta, o que foi causa de partirem
as rdos para aIndia tão tarde que invernarão em Ne-
gapaa), como osano atras de 98; esempre asei será,
se V. Magestade não pro ver com rigoroso castigo neste
particular, porque nestas invernadas se furtão os direi-
tos ás alfandegas, ese vende ocobre, eoutras fazendas
defesas 1108 portos dos gentios onde invernão, e vem as
mais fazendas, que he oresto das que Soão, fora de tem-
po pagar estes direitos de alfandegas de V. Magestade,
não embargante que os Mandarins regedores da China
tem por lei edefesa não recebão em seus postos estran-
geiros; mas as grandes dadivas dos Espanhoes, e inte-
;esses da alteração das fazendas em seua preços, os
( 72 )

movem adesimular com enes; epor via dos mesmos


Chins se tem sabido ealcançado que entrào em Cantão
dons contos de ouro em realles, oque lambem rendunda
em grande perda da casa da contratação de Sevilha,
porque com este dinheiro sempre se resgatarão as fa-
zendas, que deste porto manão para toda aNova Espa-
nha, Porá, eManilha; ese esta continuação doa Espa-
nhoss for por diante virão lambem aimpedir afeira de
Japão pelo mesmo modo, que he em Março, eacabar-
se-ha de todo este Estado da India, eos vassallos do V.
Magestade consumidos buscarão outras novas conquis-
tas, pois nas suas lhes são impedidos os proveitos com
esta cobiça dos Espanhoes, que chegou atanto, quo n'
uma não que voo dos Luçães, mandou huma embaixa-
da ogovernador das Manilhas ti cidade de Maca°, que
lhe quisesse obedecer, emandar lá suas appellaçãss das
demandas e letigios, por ser mais perto, pois tinha de
V. Magestade provisães larguissimas de governador das
Mas da Manilha eIlhas da China doseubertasi por onde
V. Magestade por seu serviço, epor bem de todo esto
Estado mande se cerre a porta deste commercio tão
perjudicial poisa restes referidas.
XX. He tombem grande serviço do V. Muges tudo os
Viso-Mais deste Estado IA0 proverem m vaga, tas dos
cargos em seus criados, polias grande, desordens ein-
sultos que noites commottmo favorecidos delles, edoa
Desembargadores, edm mais ministros da fazenda o
justiça, pesa oqual podimos provisão particular sobre
este caso, peru com olla se ir d mão aos tons provimen-
tos, porque alem de fazerem estas desordens, desobede-
cem a soas superiores, no que não ha castigo, amando
tantos criados de V. Magestado casados esolteiros, do
merecimentos eserviços, em que mtavão milhos estas
eleiçãos, edadas das serventias evagantes dos eargoa
desta cidade, usei de fazenda, como da justiça, ebastão
lhe as provisam que tem de V. Magestade pera prove-
rem os cargos de feitores, escrivães, e meirinhos das
( 73 )

fortalezas deste Estado, em que V. Magestade manda


se provego em pessoas de merecimentos: estas são seus
criados, que os servem de portas adentro, não tendo
outra experi.cia nem merecimentos. E por aqui se fica
tombem °ocupando olugar aos soldados, que tem ser-
vido dez equinze armas. V. Mag.tade proveja n'uma
eoutra cousa como vir que he mais seu serviço.
XXI. O acne de 97 veo ao Conde Almirante ordem
de V. Itagestade sobre odireito do hum por cento das
fazendas, que se despacha° em Coehim, que pertence a
esta cidade, avendo V. Mag.tade por bem que cada
huma destas cidades ficasse com ametade deste rendi-
mento, consentindo nisso as partes; etendo que allegar
o fizesse quem se sentisse agravado diante de V. Mb.
gostado, ecomo ainformação que sobre este caso co deu
aos menistros de V. Magestade não foi verdadeira, pois
neste desembargo se litigou esta meteria quasi tres au-
m., onde as partes forão ouvidas plenamente de seu di-
reito, ese deu sentença definitiva em favor desta cid.
de, não nos fica anós lugar de podermos consentir em
largar odinheiro que está julgado pertencer a esta ci-
dade, que he para se despender nas obras da fortificação
della, clç que resulta tanto serviço de Deos ede V. Ma-
gestade, ecomo os officiaes de Cochim estão de posse
deste dinheiro, etem em si alguns corenta mil xerafine,
que gestão no que lhes bem pare., e grangoão com
enes aos Viso-Reis e governadores deste Estado, por
cuja causa desimulão com o castigo, que merecia..
pessoas que não olzedecon tia suas provisóes, que nos
forào passadas, fundadas na justiça de nossa sentença,
não terá este negocio recurso algum, e totalmente pere-
cerá de todo a justiça desta cidade neste particular,
se V. Mag.tade não puser os olhos nella, como espera-
mos de sua grandeza, mandando-nos passar Provisão
peru sob grave; penas impostas .s officiaes da cidade
de Cochim tomarmos por nossos procuradores posse do
rendimento deste direito, que violentamente arrecada°,
( 74 )

eque satiefaçãe oque estiverem adever em termo li-


mitado, que doutra maneira são tantos os mem einven-
ção°, que buscito os ministros daquella cidade pera im-
pedirem e estorvarem esta arrecadação, que perpetua-
mente se logrão deste dinheiro, sem podermos fazer exe-
cução alguma contra aquella cidade.
XXII. Todos m manos na expedição das armadas do
norte esul se dá grande opressão aesta cidade princi-
palmente aos mesquinhos, que lhe tomáo seus escravo°
pera chusma das gallés, não lhe sendo pago oserviço,
nem os escravos, quando morrem. V. Magestade pode
mandar prover esta falta, que se pode supprir das coa.
denaçães do dinheiro das obras da justiça, que são mui-
to grossas.
XXIII. Os Padms de S. Domingos: impetrarão hum
Breve de Sua Sanctidade com informação pouco verda-
deira, pera que os mordomos de Nossa Senhora do Re-
miro, confraria doe Christãm da terra, esituada no seu
convento, pudessem enterrar, e pera isso ter tumba,
bandeira, ecampainha, que aão as mesmas insignias,
de que usa aCaza da Souto Misericordia desta cidade;
eporque não convem ao serviço de Ocos, e de V. Ma-
gostaste divertirem-se as esmollm desta Santa ema pera
outono confrarias, onde se despendem em ornamentos, e
fabrica dos mmteiros, sem se exercitansin as obras de
claridade, que com tanto zelo, eboa ordem se fazem na
Casa da Misericordia, como se tem mostrado por experi-
meia do muitos mucos: pareceo-nos obrigação muito
propria pedir aV. Magestade favoreça esta irmandade
como protector deite, pera que não soja molestada com
semelbantee novidades, antes alentada cora novos privi-
legim eliberdades do Sua Sanctidade ede V. Moees ,
tacto, pera com isso se sementar adevoção, com que os
moradores deste Estado se emprega', neste serviço, tão
aceito aDeos, ede que tanto proveito resulta a toda a
chricstandade.
( 75 )

6
Carta, TN a cidade de Goa ~remo si «ao Mayestade,
oe?MO 1,3600.

I. Por osta armada do antro presente recebemos a


carta da V. Magestade, na qual noa fax mercê damos
conta de como foi servido de enviar aestas partira por
Viso-Rey Aires de Saldanha, de cuja eleição, edetre-
rainaçao tão acertada ficou todo este povo asam mnten-

sua prudencia, eboas partes, ato


te econsolado; epolia experiencia que deite se tem, de
duvidarias que pro-
cederá no, serviço de V. Magestade com aquelle zelo e
calor, com que sempre se ouve na paz ena guerra,
econfome áconfiança que V. Magestade deitetem, do
que rmultarit com o favor divino oprol ebem desta
Estado, melhoramento da fazenda de V. Magestade, e
conservação da justiça.
II. O anuo passado fizemos ralação aV. Magestade
sobre todas estas matarias mais distimtamente; epor-
que esperamos mercê erestituição de todas alias em ge-

sio
ral, agora em particular merecemos summariamente com
esta pertenção, pois sua causa vai fundada justiça,
da qual V. Magestade he verdadeiro executor epro-
tector, aquem Dem poz na terra dotado de tantas vir-
tudes, para que mediante seu espirito governe tantas
provindas, etantos reinos pacificamente: permitta alie
dar aV. Magestade largos annoa de vida pera con-
servação de todos alies, augmento da fé mtholica, e ex-
tirpação de todas as heresias.
III. Primeiramente lembramos aV. Magestada quão
mal guardadas são nossas liberdades e foros antigos
palies Viso-Reis, esempre teremos de todos esta queixa,
se V. Magestade não provê de ma ne ira que sejamos sus-
( 7G )

tentados e montidos em justiça, porque he nossa obri-


gação puxar eolhar por sua guarda e conservação, e
assi anão quebrantarem o juramento que recebem na
posse do governo, etodos os anuas importunamos aV.
Magestade com estes requerimentos. Pedimos aV. Ma-
gostado de inerce nos de hum conservador pera olhar
por nossa justiça, que pode ser oArcebispo, ou hum
dos Inquisidores, que são pessoas desinteressadas evir-
tuosas, eque sem respeito ofarão igualmente.
IV. A isto toca as pris3es dos cidadães, que os Viso-
Reis por qualquerpaixão particular mettem em ferros com
pretexto do serviço de V. Magestade, onde os retem, sem
lhe derem culpas, otempo que Tterem, no que excedem
omodo contra todo o foro da justiça e: ordenaçães do
Reino, ocontra os nossos privilegios concedidos pelos
Reis passados, vossos predecessores. Assy mesmo não
deferem aoutro Capitulo dos ditos privilegios, em que
V. Magestade manda expressamente que todas as cau-
sas, que de novo Be moverem na vreação desta nossa
mesa, somente pertenças agravo delias asua real pes-
soa, oque os Viso—Reis sentem muito ao contrario,
dando—lhe entendimento differente, esomottom estes ca-
sos âmesa da Relação, cujos assistentes desejão total-
mente derogar com este todos os nossos privilegios; so-
bre que 1105 mande V. Magestado prover com justiça,
do que dá inteira prova a sentença que derão em favor
de Adão Alvres, corretor már desta cidade, cujo troeis-
do enviámos aV. Magestade oanno passado, contra o
privilegio concedido ácidade de Lisboa, do qual, ede to-
dos os que tom goza esta por privilegio particular dos
Reis passados; verificando—se por elle pertencer-nos o
provimento dos corretores; eoutrossy a que <lerão em
favor da fazenda de V. Magestade contra adetermina-
ção eassento do Viso—Rey Doai Antão de Noronha, e
do Arcebispo Dom Gaspar, que por mandado del—Rey
Dom Sebastião, que soneto gloria aja, se tomou com
¡,,recer dos letrados ethenIngsa daquelle tempo, sobre o
( 77 )

particular das rendas desta cidade, que andão em mão


de gentios, os qu.s de ordinario inventão .ndiçãos
novas em prejuizo do povo, porque com isso as acres-
centão de modo que ao pr.ente rendem odobro daquil-
lo em que andavão; quando já esta cidade se queixava
da tirania desta gente, são tão favorecidos dos menistros
da fazenda de V. Magestade que mais justo achão cum-
prirom-lhe seus contratos com condiçães nov., emuito
perjudieiaes, que deferirem com justiça ao clamor deste
povo, tão molestado com novos tributos eimposiçães; que
como não ha tratar do bem commum, senão de res-
peitos particulares, affirmamos a V. Magestade que
nunca os moradores deste Estado se virão tão opprimi-
dos eavexados, eeheos de miserias etrabalhos, como
ao presente, de modo que vai tudo cabo por indo; como
tamisem se perverter a ordens dos regimentos de V.
Magestade, nem se guardarem as proviides que os Viso-
Reis nos passão em nosso favor conformando-se com os
ditos regimentos, estando presentes no governo, osen-
do por sues confirmadas, au quase sorvem depois de al-
vitres, enão de conservação do bem commuso. A pri-
meira nos passou sobre ameteria dos homens da nação
Mathias d'Alboq.rque, eaconfirmou oConde Almiran-
te, mas em todo o seu tempo se não guardou, antes o
trato destes homens pera todas e8 partes, eOs incoveni-
entes que delia resulta dfaueuda de V. Magestade, per-
da que recebe nos direitos das alfandegas, ed'outras
subtil.» eindustrias, de que se aproveitão, vai cada
.vez em mdr crecimento, não tendo os vassallos de V.
Mag.tade onde posado empregar o seu pouco, por estes
homens, abarcarem tudo, epollo .mmercio da China e
mais partes do Sul, que sempre foi o tesouro de nosso
trato, estar devassado pelos Espanhoes da Manilha e
Nova Espanha, e nós nas fraldas do mar, sem poder
conquistar da terra mais que substentar oganhado. O
traslado desta ley enviamos aV. Magestade oanuo pas-
sado para V. Magestade amandar ver na Mesa da con
( 78 )

atendia; esporamos nos mande V. ãfagestade ultima


determinação, eresolução definitiva nesta mataria, pa-
ra que coses nosso requerimento em cousa tão justa, e
que tanto importa á fazenda do V. Magestade confiares
estes homens somente aliberdade das respondencias e
commorcio do Reino.
V. Na carta do anuo passado nos avisou V. Magas-
tade da Instrucção que dava ao Conde Almirante sobre
os direitos novos da coza da moeda, e nos mandava
lhe fizessemos instancia poro dar áexecução o que V.
Magestado por ella disponha, efazendo-lho a saber os
Vreadores oofficiaes do mesmo armo, se mão resolvoe
nesta materia, efoi embebendo o tempo com dilaçóes
athé acabar seu governo. Requeroremoode novo ao Viso-
Rey Aires do Saldanha, que nos deve fazer justiça, se
tiver noticia, evista desta Instrução de V. Magos-
tade, por ser tanto serviço de D.e, e pelas rastos
apontadas nas cartas dos atines passados, e confor-
me a direito não se poderem arrendar as cacas da
moeda ,nem ainda a ehristdos, quanto mais a -'o-
tios, por muitos capitulos eprevistos, que pedem, in-
justas, e contra obem commum, epor outros inconve-
nientes, devendo de sor livre oresgate do ouro, que os
vassallo4 do V. Magestade ganhão eadquirem com tão
inamensos trabalhos eriscos de suas fazendas epessoas,
oqual ellos iinpodom por correr todo só por huma mão,
alterando-lho opreço excessivamente por seu particular
interesse, de que he prova bastante darem pela renda
muito mais do que montão os direitos della,_ que tom-
bem ea introduzirão contra todo odireito. Pedimos aV.
Magestade por se evitarem estas desordens, mande se
use do regimento da moeda da cidade de Lisboa, quals
livre aos naturaes eforasteiros.
VI. V. Magestade nos proveja com ordem para que
ajamos odireito do rendimento do hum por conto, que
os officiaes da cidade de Cochim retem em si contra a
sentença dada em nosso favor, que serão mais de co.
( 79 )

recta mil parda., enão querem obedecer ás provisães


impetradas em favor da dita sentença, usando de força
contra direito e reate; ao V. Magesta.de não puser os
olhos em nossa justiça, perecerá afortificação desta ci-
dade, por muitas Mos que invernào do Sul eChina
naquelle porto os mais dos ames; e quanto áordem
que V. Magestade mandou ao Conde Almirante que
cada humo destas cidades tivesse elograsse ametado
deste rendimento, he em nosso perjuizo por sor so-
bre meteria julgada, pertondendo Ma este rendimento
pura se gastar nas obras da fortificação, que todos os
amos se suspendem parte delias â faltá de dinheiro.
Para este afecto pedimos aV. Magestade provisão com
penas de castigo rigoroso ás pessoas que impedirem, e
estorvarem esta arrecadação, pois notoriamente os offi-
cises de Cochim despendem eito dinheiro como lhes bem
parece, grangeando OS Viso—Reis e SOUS menistros para
dissimularem como castigo que merecem de não obede-
cerem as ecos mandados; e nSayM os não podemos cons.
tranger a pagar o que legitimamente nos está jul-
gado.
VII. Os vmsallos de V. Magestado, principalmente
oa ci;ladraas desta cidade, em todas as necessidades
que se oferecem de cerques e armadas ostraordina-
riaS, sempre aervirão com as pessoas, vidas, e fa-
zendas, eajudarão eacudirão como fazem com ernpresti-
mos do seu dinheiro com mui prompta vontade ezelo
do serviço de V. Magestade, pela qual razão erão bem
tratados efavorecidos dos Viso—Reis paasados, epagos
do emprestimo tanto que avia dinheiro no tesouro; o
que tudo ao contrario agora acontece, devendo antes de
ser alentados, e não avezados eoprimidos, sem nunca
lhe ser pago oseu dinheiro; enem bastou pera isto a
previsto, que V. Magesta.do nos mandou lama serem
pagos aesto povo os dez mil parda., que emprestou
.pera aarmada de Rir ao Viso-lbay Dom Duarte de Me-
nezes, já defuncto, quebrados para aalfandoga desta
80)

cidade, que o Conde não quis cornprir. V. Magestade


por ser oiço do Deos, eprol de sua fazenda, avia de fa-
zer defesa e preg-ma.tica sobre estes emprestemos, que se
não pedissem senão em necessidades urgentes, pollo
perjuizo edano que se segue daqui áfazenda de V. Ma-
gestade, eâde seus vaasallos, como está visto, ehe ao.
torto; oque procede doe grossos emprestimos, que os
Viso-Reis pedem, ainda para armadas ordinarias, que
entrão nos gastos edespesas das rendas do Estado, que
segundo os cadernos de seu orçamento sobojão mais de
desentoa mil cruzados, dos quaes se não mete no tesou-
ro hum só pardito; edestes emprestimos, que hão por
meios « escandalosos, prendendo na cedes publica aos
cidadães e moradores, que lhos não fazem da confia
que de cada hum pretendem, como aconteceu em tempo
do Conde Almirante, que os obrigou com este rigor,
compellindo aos homens neste particular mais com força
eosEazres log
g to nc
to
mmdore
pz
ode
ue fundad a mao
o i.se
,r
.v
yei
estado
em que todos estão com tantas perdas einfortunios, se
logrão todo otempo de seu governo, edespis os fanem
carregar em recepta sobre afazenda de V. Magestade.
Assy tombem deposites de dinheiro do defuntos, eou-
tros particulares de que resulta dano âfazenda de V.
Magestade, eperda aos seus vassallos, como fez oConde
Almirante, que entrou esaio nesta materia sem pagar
els partes, nem áCasa da Santa Misoricordia oque lhe
pertencia do que trouxe de Moçambique, sendo muitas
vezes requerido do Provedor eirmãos de SantaCaza, soa-
do-lhe escrito por V. Magestade opagasse; satiafasendo
no fim do seu governo com mandar receptar hum eou-
tro dinheiro sobre afazenda de V. Magestade: por on-
de hotambero grande inconveniente aprovisão que se
passa nesse Reino aos ditos Viso-Reis pera não poderem
ser citados, nem demandada sua fazenda por dividas
particulares; de que se segue grande pedais° edesserviço
de Deos, por não poderem seus acredores aver por elles
( 81 )

o seu per papeis correntes, e seus assinados, sento no


Reino, onde como poderosos ofavorecidos tudo faz por
alies, eos pobres padecem detrimento pela distancia
dos lugares ser grande, nem lá poderem constituir seus
procuradores, pelas despesas SOMM muitas, ea dilação
da justiça maior; eantes deixa° perder semelhantes em
çaes, que-requerer oseu com tantos inconvenientes. V.
Magestade mande prover nesta meteria conforme a°ali-
dade deita, passando provisao, que derogue todas as de
que os ditos Viso-Reis se quizerem ajudar, para que
tanto que acabarem ogoverno, em termo limitado pa-
guem as partes o que lhe déverem, ou as assegurem
em juizo não somente do que tiverem havido de emproe-
timo como pessoas particulares, mas ainda odinheiro,
que de seu tempo estiver devendo afazenda do V. tia-
gostada, salvo se for oemprestimo pera oceasiass extra-
ordinarias, pois se tem alcançado que orendimento do
Estado ho assaz bastante pera as despesas della, se se
fizerem como convem ao serviço de V. Magestade, e
deste modo ficaremos livres de oppresacs tão exorbi-
tantes fora do toda areato, e direito divino e hu-
mano.
VIII. Da quão mal administrada foi a justiça no
tempo do governo do Conde Almirante, e da desordem
com que proveoos cargos, tirando-os aos filhos efilhas, ou
veuv., molheres dos proprietarios, pera os dar aseus
criadm, enão apessoas de merecimento, com quem V.
Magestade manda ter tanta conta, que se trespassava°
evendia° publicamente; edos privilegias que nos que-
brou, prendendo ordinariamente na cadea publica aos
cidadbes contra forma deites, fazendo oa Desembarga-
dorso com seu favor de semelhante prisào torre de me-
nagem, como opronunciarão em humo. Causa da Fernao
Boto Machado, fidalgo velho, do m,recimentos, eci-
dadão desta cidade; eda oppressão que dou no fazer
das armadas, pera as quase se tamanho sempre muitas
escravos com dotrimonto dos pobre', dos
( 82 )

vau, que morrerão nas gallés sem lhos pagarem; edas


descortesias que usou com os ministros desta mesa in-
do-lha foliar em camara formada sobre aguarda de seus
privilegiou, e em outras roucos tocantes ao serviço de
V. Magestade, edoutros casos, e excessos exorbitan-
tes, que se commeterao em seu tempo, com notava!, e
geral queixa dos moradores deste Estado; não trata-
mos particularmente a V. Magestade, porque em seme-
lhantes meterias tem V. Magestade provido na residen-
eia, que manda dar aos Viso-Reis, edevassa que ora
tara oArcebispo dos desembargadores: somente faze-
mos lembrança aV. Magestade que culpas sem castigo
ano motivo do mores tiranias edesconcertos; por onde
cumpro muito ao serviço de V. Magestade. avello rigo-
roso nas pessoas poderosas para emenda eexemplo dos
vindouros, pois °lies estribados nos parentes evalidos,, e
no muito dinheiro, que destas partos levão, não fazem
direitamente o serviço de Does ede V. alagestade, o
que importa tanto como apremiar com mercês soa que
bom procedem.
IX. E monos nos entremettemos nas roucas da guer-
ra, por não ser sua meteria de essencia que nos toque;
só diremos nesta quão necessitado fica este Estado de
gente edinhehio, edas mais consoa pertencentes ao cass-
e:leio militar, por o Viso-Rey Aires do Saldanha nos
escrever do Cochim avisassomos a V. Magestade deste
particular; epoeto que esta impossibilidade venha de
longo, polia desordem com que se despende a fazenda
do V. Magestade pausando sempre adespesa pela rocei.
Ia, efaltando nos Viso-Reis deste., tempo aquelle zelo e
fervor, çom qua os antigos governava°, eprocuravlo o
serviço de Deos, ede V. Mogestade, edo bem comrnum,
livres eh...tos de cobiça; comtudo affirmamos aV.
Mag,estude que nunca ch3gou está Estado ao em que
ligara fien, d que V. Magostado devo ser avisado mais
par extenso pelos ministros da tascada, como tem por
obrigagari propria do seu cargos.
( 83 )

X. Ra ordinariamente nesta cidade perto de vinte


mil gentios c'os moradores eforasteiros, gente ineal, e
inimigm de nossa religião, que nenhum frade fazem
na terra, senão muitos danos edesordens, cometendo
cada ora muitas onzenas emonopolios, com que nas en-
carecem as fazendas e mantimentos; evindo da terra
firme com humo touque ecabaia, enriquecem em poe-
ma dias, eoutros fogem com muito dinheiro alheio, que
trazem entre mãos; epeito que aja da parto dós Pre-
lados muita vigilancia, não deixão de fazer suas ceri-
monias de idolatria, com que movem a muitos christães
novamente convertidos deixarem nossa fé pela conver-
sação mistica que tem comnosco. Pedimos aV. Magas-
tade por reverencia de Doou, ebem commum deste Es-
tado, eda nossa religião ehristãe, no:rmande humo pro-
visão pera podermos sem appellação nem agravo des-
terrar os perjudicims, pura nunca tornarem nesta Ilha,
nem nas terras de seu contorno, com pena de perdimen-
to da vida, edm bons moveis ede raiz: d'outra manei-
ra não aveia proceder contra silos, porque são favoreci-
dos dos Desembargadores, que os consentem entrar e
sair em suas casas contra forma da provisão de V. Ma.
gostada. E para bem da nova christandade será grande
service de Deus separallos, e mmpellir aos moradorea
habitem fora doa muros da banda de São Tiago ou Pas-
so Seco, que he lugar acommodado pera fazerem sua
abitação: não se entendendo esta defesa nos rendeiros, e
avençaes de V. Magestade, porque lhes convem assistir
actualmente na cidade pera bem de suas rendas earre.
cadaçbes; eestando a,ssi separados n'um destes lugares,
que são já fronteiros ás terras do Idalcão, os forasteiros
poderão milhor negociar com elles, enos passos desta
Ilha os que entrão e saem, sem algum risco, nem pre-
juizo dos christãos da terra; eusai he este hum melo
pera muitos se converterem pela liberdade que lhes ti-
rão desta militáos comunicação, donde lhes resulta tanto
proveito.
( 84 )

XI. Com as obras da fortificação desta Ilha himos con-


tinuando cais abrevidade passivo'. Acabou-se oanuo
presente oforte, que se principiou em tempo do gover-
nador que foi Manoel de Sousa Continha, plantado ao
pé da fortaleza velha de Bardez, eficão—se fazendo as
casas, em que hada residir ocapitão daquellas terras,
como V. Magestade tem ordenado. O baluarte do Man-
gueira' está quasi no cabo, porque lho não falta mais
que oparapeito, obra em si magnifica pela praça que
lhe ficou com acommodidade do sitio fronteiro á Ilha
dos Mortos. Em outros lugares mais necessarios se vai
procedendo com as obras principiadas, tanto quanto sup-
pro orendimento de hum por cento. Neste anuo lançá-
mos a primeira pedra no fundamento da fortaleza da
ponta de Gaspar Dias, cuja obra vai em muito cruel-
mento polls aplicarmos, ovisitarmos muitas V.09.
XII. Esta Casa da Santa Misericordia enviou ao Reia
á do Lisboa seus papeis eprocuraçães sobre huma bul-
ia do Santo Padre, que lhe foi intimada polo Arcebispo
Dam Frei Ateias de Meneses âinstancia dos mordomos
da Capeba de Nossa Senhora do Rosayro, situada no
Convento de São Domingos desta cidade, na qual lhe
dava Sua Sanctidado lugar pers dizer sua justiça sobre
&impetração da dita bulla, impotrada surriticiamente
para aVereITI para sy as esmaltas dos fieis ehristãos o
devotos desta Santa Casa, as quaes elles despendem
em ornamentos efabrica do dito mosteiro, sem delias
exercitarem as obras pias, que com tanto zelo ecari-
dade no obrão na Casa da Saneta Misericordia, V. Ma-
gastada como protector deita deve favorecer esta Ir-
mandade da Sancta Casa da Sancta ãlisericordia, para
que não seja molestada com estas novidades ooutras
semelhantes, mas antes alentada eaccrescentada com no-
vos privilegios, de que tanto proveito resulta aesta nova
christandade epedimos por mercê escreva aSua Sane-
tidede em seu favor, para que cresça a devaçro, ase
augmente acaridade.
( 85 )

XIII. Dona Maria, molhar que foi de Ray Domes da


Orla, procede com tanta honra, e vertude exemplar, e
está tio pobre eendividada, que nos obrigou a fazer
lembrança aV. Magestade atenha de lhe mandar res-
ponder aos requerimentos, que tem nesse Reino.

7
Carta, qua acidade de Doa ¢.11b40 R Sua Mageetade,
oanuo de 601.

I.Por estas náos de que he capitão mór Antonio


de Mello de Castro, teve esta cidade carta do V. Ma-
gastado escrita em Lisboa a 15 de Janeiro de 601, pe-
la qual, epolias passadas temos entendido oparticular
cuidado que V. Magestade tem desta sua cidade, que
tanto se desvelou sempre, eofaz ainda hoje no serviço
de V. Magestade, como as cartas dos Viso—Reis deste
Estado o devem- significar aV. Magestade, enós tom-
bem ofizemos pelas nossas.
II. O Viso—Rey Aires de Saldanha alem de velho,
cheio de experiencia do serviço de V. Magestade, he
muito bom christão, por onde entendemos que com efeito
contestará com tudo quanto lhe V. Magestade encomen-
da nas matarias de seu serviço, por ser notorio oseu bom
procedimento nanas; easai ficamos confiados que correra
no particular da guarda dos privilegies desta cidade,
que tanto cumpre serem observados pelo que commu-
mente os homens fazem por alhos quando defendem este
Estado com as armas nas mitos, que he caso que merece
sempre premio ehonro., que V. Magestad faz em todas
as partes se seus Reinos aquem melita.
III. A fortificação desta cidade corre com muita dili-
gencia pela traça, que cá há dada pelos architetos mó-
( 86 )

rua, que V. Magestede cá teve, e tem com pratica, e


assento de soldados velhos, que nesta cidade são casados,
ecorre—se com tudo com muita fidelidade, atalhando
todas as despesau que descuidos dão, porque os não há,
por se darem estas obras d'empreitada com fianças mui-
to seguras, e com odinheiro adiantado, que se limita
pera as achegas somente, porque omais he per balanço
econta dodinheiroque se lhes dá, oterem feito em obra;
eentão se lhe torna adar outro, que corre pela mesma
ordem; ealem disso são estas obras quasi sempre visita-
das dos que tem acargo ogoverno desta cidade, etem-
se-lhe assentado olheiros de di,tancia oca distancia, bas-
tante ahum homem dar razão della; eestes são honmns
honrados, casados, de bons costumes, que por sua po-
brezn folga° com oestipendio disso; eoarchiteto osso-
hrerolda de ordinario, etanto corre isto cosi, que oViso-
Rey Air. de Saldanha pedio aesta cidade oanno pre-
sente se encarregasse das obras do hospital novo, que
V. Magestade manda f.er, para que corresmm com
toda a administração delias, quo aceitámos polia obra
em si ser do serviço de V. Magestade, e de charidade
christão. Esperamos em Deos que cedo se dará fim a
elle.
IV. Esta cidade proveo sempre ocargo de hesoureiro
do hum por cento, eofaz em pessoas benemeritas, que
agovernão em officio de Vereador, eem outros aqui va-
lentes aeste, com tantas- prevençães, como lie tomar—se-
lhos de algune ermos aesta parte fiança de seu recebi-
mento, de sorte que dão cites conta com entrega, esem
dilação nenhuma, como socedeo nos tempos atrás, com
alguma quebra de dinheiro, que ao presente não ha, an-
tes correrem todos muito a fio, omuito differente doa
feitores da fazenda de V. Magestade, que com serem
pela maior parte pessoas do menos posse, eaverem de
dar conta de muita copia de dinheiro, estão isentos des-
ta obrigação de fiança; eoprovimento deste cargo nos
pertence c..nrine ao contrato, com que se deu olium
( 87 )

por cento, eainda que não tiveramos este direito, pare-


«e que polia boa ordem que levamos na administração
das obras, eno provimento do mesmo cargo, devia V.
Magestade d'encomendar aos Viso-Reis noa conservem
nesta posse tão continuada; eprocedida de contratos, e
tão favoraveis, que nos davão lugar pera apresentarmos
os capitães móres, emais capitães das armadas, que se
faziZo com odinheiro do hum por cento, quando ametade
deite corria na fabrica das gallês.
V. O Viso-Rey Ayrm de Saldanha nos disse que era
V. Magestade informado que odinheiro deste hum por
cmto se despendia em outras obras fora das da fortifica-
ção, as quaes são de °alidade que com acordo do povo se
ouverão por muito necessarim, epor da essencia da mm-
roa fort7licação, como foi fazer-se nesta cidade hum ter-
reiro pera recolhimento dos mantimentos, que aella vem
de fora, pelo antigo estar desbaratado, epouco capaz
dos mercadores agasalharem nelle suas fazendas, oqual
terreiro se principiou sendo Viso-Rey deste Estado Ma-
thias d'Alboquorque, pelo elle aver por obra muito im-
portante, outil aesta republica, como se tem entendido
pelos mercadores, que já acodem aella,, epor de ordi-
nário estar o dito tArreiro cheo de mantimentos de toda
asorte muito acommodadamento pera grandes epeque-
nos serem providos deites.
VI. Tambem nos MOV011105 tomar ánossa conta fazer-
mos do Mesmo dinheiro huma alfandega nova, capaz de
recolher em si todas as fazendas do Sul, emais partes
deste Estado, que Chá opresente estão offerocidos afur-
tos e estragos, como ouve mmpre, por elo aver ca-
ras nu alfandega velha, em que se recolhào, posto que
esta obrigação hã da fazenda de V. Magestade, e,não
deste tão particular dinheiro; e por cila andar sempre
alcançada, ento poder acudir ao ordinario dm armadm,
tomamm a cargo o fazermos esta alfandega deste di-
nheiro, acendo que he negocio mie de tanta emenda,
como as obras da fortificação, ede muito serviço de V
( 88 )

Magestade: como Sambem otrazermos agoaa de fora da


cidade ás praçaa deita pera milhor serviço seu, ebem
dos pobres, como oViso-Rey escreverá aV. Magesta-
de, porque foi oautor dueto: etiradas estas obras, que
todas parecem justas e II000SSariSS, não ouve outras,
excepto ado portal da fortaleza eaposento dos Viso-Reis
da lenda do odes, que se fez de pedra preta, per provi-
são do Conde Almirante, sem assento nosso, poeto que
alta trate deite, da qual enviamos o traslado com certi-
dão do que se despendeo na dita obra, pera V. Mages-
tade mandar nisso oque for justiça. E se as inforxnaçães
que ouve, excederão os termos desta verdade, que trata-
moa aV. Magesta.de, que nunca ellas faltarão segundo a
natureza dos homens, que aprovão oque lhes agrada, e
pelo contrario desaprovão oque não he conforme ás
suas inclinaçães, ao que estão sugeitos os que ancião
ocupados no serviço da Republica, por onde V. Magesta-
de como senhor deita, deve de nos mandar ouvir sempre
por ateu, Viso-Reis, que estão ao pê da obra.
VII. O anuo passado pedimos por nossas cartas aV.
Magestade nos fizesse mercê de restringir as provisfies,
que se passão aos Viso-Reis deste Estado para não po-
derem ser citados depois que acablo oseu governo, per
seus conbacituontos do dinheiro que devem {49 partes, o
que he em tamanho clamo deste Estado, que não pode
aver outro maior, porque se vão estes homens com odi-
nheiro alheo pera esse Reino, ede maravilha ha quem
os mande lá requerer pera aver oque lhes he devido,
pela grande distancia que ha da India aesses Reinos, e
“si Soão perdendo oseu; pelo que V. blagestade deve
de prover no caso, mandando que sejão obrigados por
tudo aquillo que fizerem fora da ordem das Instrucçães
eRegimentos de V. Mageatade, porque então parece que
onão fazem senão como particulares, enão como pessoas
pubricas, pera cujo governo tem aRelação por compa-
nheira; eassi se evitarão estas desordens, que nenhum
outro recurso tem.
( 89 )

VIII. Os privilegies desta cidade eão muitas vezes


encontrados pelos Viso-Reis, épor esta Relação, eore-
curso de qualquer cousa destas está longe, pois se hade
pedir aV. Magestade, que quando muito depressa oou-
vermos, se passão doas annos; pelo que pedimos nos fa-
ça V. Magoa.de mercê de querer que sejamos soatenta-
dos 11 conservados nelles per juizes, que nos para isso V.
Mageatade ordene, como oAticebiepo, ou os Inquisidores,
que são pessoas calificadas, ebuscadas com aadverten-
eia que V. Magestade ofaz; equanto aos agravos urdi-
manjes, que da Camara vão á Relação, nobre que temos
pedido a V. 'Magestade se corra connosco come em ma-
térias semelhantes se corre com a Camara de Lisboa,
cujos previlegioa temos, egozamos em tudo, tirando no
particular deste, de que enviamos a traslado, para que
Si. Magestade nulo mande confirmar, declarando na tal
confirmação que .s Viso-Reis, que representar, apes-
soa real de V. Magestade, pertence oconhecimento das
ditas causas; esoei .ssarão agravos, ese nos fará jus-
tiça, que he ofundamento principal de nossos requeri-
mentos.
1X. A particular mercê, que V. Magestade ora nova-
mente fez a.te Estado, enus que pulha conservação, e
augraento deita tr8.111 tanto de ordinario ouso vidau
arriscadas, mandando que os Desembargadores não co-
nheção das duvidas perten.ntes, euivaras de suas mer-
cês, foi estimada, e festejada .mo merecia acalidade
della, ui conforme ao muito que acada hum em particu-
lar toque; epor escusar leitura, passamos com silencio
pelos muitos egrandes inconvenientes, que V. Magestado
com cila evitou, acendo que baetão os que lhe forte pre-
sentes quando afez, para verificação de quanto importa
áconservação delas; eporque de todo se evitem duvi-
das, que deinovo os particulares, aque ella tocou no
vivo, podem apontar, deve V. Magestade aver por aeu
serviço, ebem de seus vassallos eleger nesse Reino hum
Desembargador, ou outra qualquer pessoa com nome do
( 90 )

%redor dos Alvarás, ePatentes Reme das sonsas da


Judia, oqual seja oderradeiro, aque os taes papeis vão
difforir; eachando elle que tem todas as solenidades ne
cessarias, ponha ;asiles seu sinal, com a vista do qual
cessem as duvidas, que thégora avia, ese lambem elle
achar que tem algumas fallencias de registos ordinarios,
encaminhará as partes atempo que aspossão remediar, por
que depois que qug vem, não lhes fica posso por& tor-
nar lá, nem lhe saem as duvidas senão ao tempo que
hão de entrar; e usei muitas vezes perdem as morado,
que por sua lança alcançarão; eisto seja quanto ás du-
vidas das patentes ealvarás; que no particular das fal-
tas passasse, essas apontarão as partes, aque locar, pc,
ra qua lhe ser feito justiça.
X. Tombem nos parecoo que convinha ao serviço de
V. Magestade, ebem commum de seus vassallos, fazer-
lhe lembrança dos muitos dias santos, que aRelação
guarda no armo, que resumidos em breve são somente-
113—e os do folga -225--em que entrão as segundas
feiras, em que não ha Relação, não tratando ainda& dez
dias, que neste anuo tomarão antes que as nãos do Rei-
no viessem, para fiam esperam° (eia), de que arrecea-
mos se chamem á posse; eneste particular avemos que
entra conciencia pelo muito detrimento que os litigantes
por esta cansa recebem; porque como nestas partes se
não navegue .040 por monçáes, ea esta corte venha°
fenecer por apellaç.ão ou agravo teclas as causas de jus-
tiça de Reinos tão remotos, e apartados, como Maluco,
Japão, China, eoutras muitas partos, para as quaes se
não vai nem vem mais que humo só vos no anuo, finde
muitas vezos os homens por causa de hum só dia santo
dos que aRelação guarda, em que ouvera de ser despa-
chado, perdendo aviagem, econsumindo-se de hum an-
uo a outro em torra alhem pelo que deve V. 5Iafesta.
de mandar que a Relação não guarde mais que ou
que aIgreja dá de preceito, eque as ferias as comecem
depois de Maio, que he otempo, em que se mabão ati
( 91 )

monçtles, eentrada do inverno; ecom isto lhe fica bas-


tante refrigorio.
XI. Achamos mais que convinha avisar aV. Muges-
tade da ordem que nestas partas se tem na arrecadaçào
das dividas dos defuntos, por estar mal recebida do po-
vo, ese ter por cousa nêo muito justa, conforme ao
modo com que vivem os homens, usei fidalgos, capit/les
de fortalezas, como todos os mais despachados, que de
ordinario andão individados até entrarem em seus des-
pachos; porque como venhêo desse Reino muito despesos,
:do podem viver sem emprestimos, e quando querem
entrar em suas mercês com muito dinheiro apartido, e
Be acaso ao não acabou de servir, efenecem antes disso,
de maravilha se lhes acha com que paguem os amedo-
res, os quase fazem ercocução no que achão; eoque
primeiro afaz, osso ho pago, oos mais goto sem nada,
epera isto se ajudão de sua valia epoder, soque roais
dá, esse he pago primeiro, sendo muitas vozes oque elle
leva dos outros, que fido sem sorte: pelo que deve V.
Magestade mandar que ás pessoas, que m/ fenecerem,
se lhes faça monte mór de sua fazenda, ese pague asons
arredores pra rata oque a cada hum couber conformo
â divida que m lhe dever; eisto sem embargo do que
dispãe espete caso aOrdenação, que nélR nêo pode mi-
litar pelos respeitos que apontamos.

8
Carta, que acidade de Coa escreveu a Sua Magestade,
oanno de 1602.

I. As cartas eboas novas de saude de V. Maqueta-


de, que de ordinario em todas as armadas desse lides
esta cidade tem, com que tão tarada eenriquecida doa,
( 92 )

lhe soem dar occ.ião de grandi.imo contentamento,


soai pelo que os leaes corações destes seus vassalo', de.
solão áreal pessoa de V. Mag.tade, como pelo sümmo
bem que dahi resulta ahum Estado, que s6 na lem-
brança que V. Mag.tade deve ter dello, tem postas
suas esperanças; porem as deste anuo de 602, que V.
Magestade nos fez mercê mandar escrever pela armada
de Dom Francisco 'Pelle, nos puzerão em tão diferente
obrigação, que considerado omuito que se aafias devia,
nos achamos incapazes não só para as festejar .mo pe-
dião, mas ainda p.a querermos dar mostras de seme-
lhante contentamento per duas tâo assinaladas mercês,
que juntamente com olla alcançamos; huma de Deos Noa.
ao Senhor feita tt Coroa de Portugal, eaoutra por V.
Magestade aeste Estado da Judia. 31sa com tudo postos
os olhos na benignidade de hum paternal corayão,
que erà V. Magestade thegora temas alcançado e en-
xergado, eque destas pequenas mostras colligirá quan.
ta seja a vontade dos corações, edesejos de seus vas-
sallos, ato quisemos deixar de satisfazer á obrigação
tno devida com as festas, que a terra permittio, aventa.
jandonos com tudo tanto ;asilas das que thágora se cos-
tumavão. quanto nos pedia odesejo que temos de mos-
trar aos infieis imigos deste Estado o amor eobedien.
eia, que de tão longe sempre professamos aos Senhores
Reis vossos predecessores, e ao presente aV. Muges.
todo pelo muito que sabemos 09 espanai) semelhantes
actos.
II. A rnercê concedida por Duos Nosso Senhor áCo-
roa eReinos de Portugal, de cujo senhorio tanto se en-
nobrece este Estado, foi o fofice nacimeng da Princesa
N. Senhora, principal °ocasião de todo nos. ..ente-
mento, do qual lhe demos todas as graças, que digna-
mente se lhe devem por tal mercê, avendo que note he
omilhos meo, de que podemos usar peru obrigar ao
mesmo Duos alongar tonto sua vida em companhia de
V. Real Magestade eRainha Nossa Senhora, quanto
( 93 )

pera nosso remedio, augmento, econservação da fé catho-


liea nos he necessario.
III. Que tenhamos tal nacimento por feltre e bema-
venturado, em particular para este Estado, claramen-
te nolo pede ver que as novas deite trouxerão já unidas
asai humo, tão assinalada mercê, corno aque V. Xe-
gostado nos fez em nos resgatar do poder ecativeiro dos
Desembargadores, e ministros da justiça, que tanto no
fim tem já posto este miseravel Estado, tirandonos oba-
ruço, que com suas injustiças, e manifestas tiranias
nos tinha° posto na garganta, ausentando-os a elles de
nós, ea nós restituindo aantiga alegria, em que vivia-
mos, postos os olhos na justiça, principal fundamento
da conservação não só deste Estado, mas do mundo
todo.
IV. E para que V. Magestade venha ao conhecimen-
to da grande mercê, que nos fez mandando ir para es-
se Reino os Desembargadores, que ouve por seu servi-
ço, não allegmemos outra prova mais que os respeitos
eculpas, que moverão aV. Magestade, porque se estas
ouve por bastantes, que não são só as que dias cá co.
meterão, que féra, se puderamos apontar as que sabe-
mos; mas em fim mercê ha esta, que muito ha esta cida-
de pedio -aS. Magestade, que soneto gloria aja, e por
então ;Ao foi servido de nos conceder, e agora vemos
comprida ârisca, de que não queremos outro (curto ser.ão
que nos tenha V. Magestade por arrezoados everdadei-
ros em nossos requerimentos; e que não pretendemos
mais que a conservação deste Estado como ministros
della: ese V. Magestade mandar expecular nossas o-
bras, achará que em nenhuma outra cousa nos empre-
gamos com as vidas efazendas, entregando nossos fi-
lhos eparentes em mãos do seus imigos por sua defen-
são, eas fazendas aos Viso-Reis com emprestimos ordi-
narios para sua conservação, não sendo jamais pagos
aquem os faz, nem deixando por isso de continuar com
este serviço, como este anuo fizerão os moradores desta
( 94 )

cidade, que ma o armada, que foi do so.rre aCeilão,


emprestar2o. vinte mil xerafins, ebem moa depois para
aque foi ao Norte emprestou esta cidadoas,. mil equi-
nhentos, que se tirarão por cabeça do povo raeudo com
tantas lagrim., que apresentadas por serviço abeos,
se alcançarão com alias assinaladas mercês, provendo
demais disto t0a0S 08 nonos as armadas de V. Magesta-
do de urros, pelo nao aves em seus almasens, fazendo
outros muitos serviços a V. Magestade, que se os Viso—
Reis nal, quisorlo encobrir, por oito manifestar suas fal-
tas, efizorâo mençlo deites, estamos certos nos fizera
V. Magestade as mercês que lho inere.m., estando
hoje esto Estado tao imposibilitado, e tanto no fim,
com tantas perdas de na. do Reino, China, Japão, e
outras muitas partes, que por nossos pecados aio tão
°rabearias, que já Os moradoroe dello lhes ate fica que
dar mais que osangue, oqual todo este povo, enós
em seu nome offor.emos aV. Magastade em lagrimas,
pedindo—lho justiça, justiça, emais justiça; que de fal-
tar esta na índia lhe sobrevem todos os males pardas,
e guerras que ha nella; otememos que se V. biagestade
não acudir com quem afaça inteiramente, virá aperder
este Eatado, e que osoverta Dera quando mais descui-
dadas .tiverrnos, enão aja V. Magestade que cont
mandar qua muitos menistros deitO, será por isso nalhor
executada, antes dahy nasce não aves nenhuma. Clara
prova disto he otempo, em que não avia mais que hum
ouvidor geral, eoda cidade, com dota Juizes ardina
rios; eandava ella tão inteira, que prouvera a Deos
nos restituira V. Magestade atal estado; mas não per-
demos disto as esperanças, pois V. Magestade começou
abrir caminho, oqual lhe mostrará que ainda os que qua
mandou deixar, alto 8a0 tão bons como os que lá vão:
ietº dizemos pelos que oje assietem na Relação, que da
numera que «verão d'ir ficarão ioda qua dous por nos-
.s pecados; hum dos quaes, que he Jeronimo de Brito,
Procurador que foi da coroa de V. Magestade, he do tal
9fi )

astureze, que basta peta empeçonhentar não se os Ssore


que oje comunica (inda que de fira), mas aos novos,
se de lá vierem; o sair inimigo que esta Republica
tem, procurador, isto da coroa efazenda de V. Mag.-
teste, mas de toda gentilidade contra obem commum
deste povo, acuja cesta está oje tão rigeo como hum dos
ricos capitães, que saem de suas Forteleeas; enão me-
nos oestão todos os mais, que cá foto, vindo desse
Reino com hum caiado de livros, eos mil enleados que
lhe V, Magestade cá manda dar de seus ordenados, que
hão mister para sua desposa; ea cabo de dota e troe
annos tem trinta ecorenta mil cruzados, cseno ha oLi—
cenciado Juliao de Campos Barreto que de humo via—
gem que fez a»<leques atirar resilencia ao Capita° da
fortaleza, trouxe trinta mil cruzadoe, depois de cavar
eem licença•,dailgreja pelo ~pedimento, que tinha nesse
Reino, eoje cervo de Chanceler e ouvidor gerai, com
pouco mais de trinta annoe de idade, oquatro canoa de
Judia (a). E Luis Sessão Lobo, ouvidor geral do eivel
que ora he, com cem mil cruzados do seu, que tirou da
ouvidoria da China, onde esteve: etodos te mais em
semelhante estado. Pelo que pedimos a V. Magestade
nos proveja com oremedio, que isto tem, que ho mandar
V. Diagestade cá os menos que for possivel, ede muita
experiencia, eque não estejão mais de troe =nos iafolli-
volmeate; eque em nenhuma forma se rasem, mandan-
do ao cumpra aordem, que V. Magestade tem dado, em
seus vestidos compridos pára serem conhecidospor quem
edo, enão por soldados, qua oje representdo. (b)
V. Que afalta de justiça tenha posto este Estado no
fim que dizemos, edestroidos, eassolados os habitado-
s:oa della, está claro pelo que já constou aV. Magesta-
de, aque se ajunta ser antigamente costume buscarem-
Ni As palavras, que vão sublinhodao, forão trancados no re.
,
g
, Ìi
,.
' s'anc
er t
a t
a
'"r= kl; s9
e,reefitr
ca
'm rc_ta.602,
leu ir pre000 paca Lisboa os aseoemborg000eses? esta se xessa
auto B.' Doc. 10E4, no Xota.
( 96 )

cidadãos casados desta cidade pera ouvidores das


fortalease, esoles erão constrangidos aservir semelha.,
tes cargos, eoje são requestados, e vendidos aquem
por afias mais dá em publico leilão, porque fase= .
Viso-Reis mercê delleo aseus criados, e do Arcebispo,
estes os venderei pelo que veja V. Magestade como será
administrada ajustiça por quem comprou avara deita,
mie pertende tirar oseu, eficar rico; ao que V. Mages-
tade deve prover como COU0/1 0.0.0 importante.
VI. Todos os canos passados continuarão os officio«
desta sueca com aobrigação, que esta cidade rem, de
dar conta aV. Magestade das anisas necesnariao aseu
serviço, bem commum, econservação deita, amuitas
das iram V. Magestade reopondm como lhe merece
nossa lealdade; pelo que nós com a obrigaão do mea-
re officio continuamos pela mesma ordem, ovando se
terá V. Magostade por servido de nossa tenção, e
pedfinm aV. Mag.tade mande ver as que apontamos,
por terem de importando,
VII. Os capitães das fortalezas procedem de tal ma-
neira nellao, que aja V. Magestade que anão se lues
dar algum remedio, muito cedo serão todas despovoadas,
com já se vai começando, pelas muitas onzenas etira-
nias cometem não deixando vender pessoa alguma
sua fazenda, pondo-lhe tal cerco, que tudo .mprâo
pelo que querem, afim de só silos terem que vender, e
lhe pôr opreço á sua vontade, não deixando carregar.
em seus portos não alguma senão com se lhes dar moas
fretes, emoliss meterem cabedal, tendo feitores, ecria-
doo, que fustão os direitos ás alfandegas de V. Magusto-
de não só seus, mas dos proprios mouros einfieis, com
quem se concertão, elhes salvão as fazendas; epura
mais afoutamente cometerem .molhantes dmolucõeo,
em qUanto nellas mIlo, peitão gr000issimamente os De-
sembaigadoree, pura em 800 rosidencia 00 terem propi.
(a), aqual se lhes manda tirar por "quem ellea pedem o
(a) Assim estfi no registo, mas parece que se does ler—propieias• ,
( 97 )

anuo que acabao; epor esse respeito não ha quem tes.


temunhe averdade, temendo omuito dano que sobrevem'
aquem os culpa; ao que V. Magestade deve atalhar-
mandando que quando se lhes tirar sua rosidenciajun-
temente Be tire de seus feitores, por cujo meio feitorisão
suas fazendas, eque se lhe não tire em quanto estive.
rem nas ditas fortalezas, senão depois de vindos aesta
cidade, por assi dizer cada hum o que souber livre-
mente.
VIII. Os Viso-Reis trazem provisão de V. Mageetade
Imre não serem citados nestas partes, cousa tão peru.
dintel ao serviço de V. Magestade como aeste povo, e
que lhes dá motivo para cousas muito mal feitas, como
he pedirem ernprestirnoa, etomarem oalheo, afim de os
não poderem demandar, e para que estes emprestimos
fiquem carregados é. fazenda de V. Magestade, e antes
que acabem comprão papeis de dividas velhas,
com que occupão o lugar, de que interessko muito, fi-
cando sempre vossa fazenda obrigada ámór parte, eos
homens perdidos; oque não fizerão, se souberão que os a-
vião de demandar, asai pelo não pagarem, como pelo
credito que perdião pera com V. Magestade, aquem pe-
dimos nos faça mercê não passar tal provisão porque
sem ella acharão quem lhes empreste, e terão cuidado
de pagar, eo Estado ficará desendividado, e ng,o se
acrecentarão de novo dividas, principal cano de os Viso.
Reis enriquecerem, porque não ha nenhum que no seu
tempo não pague delas cento ecincoenta mil cruzados
ao menos, qUe °lies comprar, por trinta ou comuta quan-
do muito.
IX. Ile costume mui antigo nesta terra irem os gen-
tios áterra firme, onde os mais deites tem suas casas,
afim de fazerem lá suas cerimonias gentilicas, que nes-
ta cidade se lhes não consente. Os Padres da Companhia,
parecendo-lhos cousa injusta, vivendo em nossas terras,
consentir-se-lhe esta passagem pera tal effecto, lha
impedirão, não pera que de todo se extinga oiroto rito,
( 98 )

mas pera hum novo tributo, que tem posto, que nio «a-
dindo V. Magestade lhes ficará em grossa renda, por-
que concedem licença por certo tempo acada naç3o de
gentios por hum tanto que lhes dão; eoquoellos dotou-
dito com selo da cristandade, deão per dinheiro franque-
ando contra ella. E como elles sejão po3soas, contra as
quaes aluguem pode proceder, não ha quem lhes vá ti
mão; etomão por fundamento deste trotado aroube-
sito, de que eito monistros, dizendo que pois os infieis
se nXo convertem, paguem pera o gasto dos con—
vertidos; o que se permittira, se se ouverão de con-
verter almas por força. E está esto negocio em estado
que lhos concederao licença por sota annos por bons
tantos mil cruzados, epois he bem quo se impida esta
passagem, por se evitareln idolatrias, não se permitta
conceder—se por dinheiro, nem eitos podem ser minis-
tros desta imposição, a qual tem escandalisado tento a-
te povo, que pedimos a V. Magestade proveja no caso
como asustancia dello requere, aflui porque estos homens
não vão avante, como porque se evito o escandalo, que
os marnos gentios recebem de alcançarem por dinheiro
oque oselo de sua salvação lhes impede; pera oque ho
necessário provisão de V. Magestade pera se não entre-
meterem em pôr tributos aos gentios.
X. Todas as cartas, que esta cidade escreve a V.
Magestado vão eheas do queixas de quão mal guarda-
dos lhe são soa privilegia, mal aque, já se oito acha
semedio, sendo este o tisouro deita, o tondo—lhos V.
Magestade confirmados por carta, que oViso—Roy Ay-
roo de Saldanha nos passou, edos Viso—Reis foi sempre
esta queixa mais geral polo pouca cortesia, coM que Ora-
tio aos cidadãos dosta cidade, asai os que forno, como
agnelles que actualmente assistem no governo delta,
passando muito alem nas prisáes, do que nasce não a.
ver já fidalgo, nem outra nenhuma pessoa que aceite o
cargo do Vreador, nem outro nenhum da mesa, avendo-se
por mais honrador'som elles que com os privilegia,
( 99 )

que V. Magestade por isso lhe concedo, pois se lhe não


guardão: e conto acidade tem privilegio para sentou-
coar om dons anuas de degredo, oduzentos cruzados
aquelles que regoitão os cargos de sua governança, he
lhes forçado obrigar aos enleitos a servir, indo que con-
tra vontade, pera oque •ficão odiados; epor derradeiro
os não podem persuadir, equando muito os sentenceão
na forma do privilegio, como este anno aeontecoo ahum
Vreador que saio em pelouro, em cujo lugar se fez ou-
tro, tendo esta cidade sobre ameteria muitos requeri-
mentos como Viso-Rey, tanto que sobro aexecução da
sentença da cantara nos foi forçado fechar as portau dei-
ta, pera assim opersuadirmos anolla mandar executar;
alem do que os asnos atrás não quiz hum cidadão a-
ceitar o cargo de Procurador desta cidade, e outro de
Juiz ordinario, eoutro do Juiz dos ortãos; oquo tudo
assoe dc ;‹, lhes não guardarem os previlegios de que
gozão, eaoutra pelos. Viso-Reis lhes perdoarem per
provisão os degredos, eainda odinheiro, que he da pra-
pia cidade, eV. Magestade manda se carregue sobre o
tesoureiro deita. Pelo que pedimos aV. Magestade nos
faça mercê de huma provisão poro que toda apessoa que
nesta cidade for enleita em cargo da governança deita,
e o não aceitar, seja degredado pera fora desta
ilha, etermos, alem das mais penas; eque nenhum Viso
Rey per sy, nein indo com consentimento da propia
cidade, lhe possa perdoar a tal condemnação; eno to-
cante a nossos privilegiou nos sego guardados inteira-
mente, pois nossos merecimentos forço baStantes para
ao nos concedorem, enão ouve em nós falta 'pera se nos
quebrantarem odemenuirem.
XI. Costurnão tambein os Viso-lbuis prender no tron-
quo em ferros aos cidadãos por quaesquer casos, inda
que muito leves, executando nisto sua paixão; ehe is-
to tão ordinario que este nono se nos prendeo hum Vez.
odor ao tronquo 1 servindo comnosco actualmente )on-
de esteve alguns dias,.cousa quo deu muito escandalo
( 100 )

aeste povo pelo lugar em que estava. Ejá esta cidade


escreveu aV. Magestade muitas vezes sobre semelhan-
tes agravos, eV. Magestade nos responde que aos Viso
Reis escreve que de nossos privilegiou nos fação inteire
comprimento; porem esta execução não vimos athé o
presente; mandando mais V. Magestade que as queixas
que lhe fazemos neste particular, tratemos com oViso
Rey, que nos fará justiça. E como as queixas sejão dos
propios Viso-Reis, não nos fica lugar p.a opoder fazer,
por elles serem as propias partes; e como sobre esta
mataria não tenha° repronsão de V. Magestede, cada
vez o fazem pior: pelo que pedimos aV. Magestade
noa proveja com justiça, mandando que em tudo se
guardem nossos privilegies inteiramente; emandamos
V. Magestade passar provisão pera que quando os Viso
Reis prenderem no tranque algum cidadão, sego obri-
gados mandar suas culpas dentro em vinte equatro ho-
ras â Mação, pera se ver moca. ha de morte, que
mnforme ao nosso privilegio só por elle pode ter atal
prisão; enão no sendo, se mande logo soltar, erestitu-
ir asua menagem; e não dando as ditas culpas, nem
constando dellue dentro no dito tempo, tambem sejãt,
soltos: edmta maneira nos ficará anós lugar para re-
querer nossa justiça aonde se noa faça, porque reque-
rendo-a . Viso-Rey nos responde que tem culpas, as
quem nunca mostra, afim de dilatar a prisão.
XII. Dis V. Magmtade no Regimento per que esta
Camara se governa, que offeremndo-se nella meteria»
de importancia, se tratem ecomoniquem com os field-
gos, cavalleiros, ocidadSes, que andão no governo dei-
la, que pera isso serão chamados como thé opresente
sempre se usou: porem estamos já em tempo que não só
os privilegies se nos não gu.dão, mas ainda osregimen-
tos se noa querem quebrantar. por que averá hum moa
que oViso-Rey Aires de Saldanha mandou aesta mesa
dar vista de hum apontamentos, que orendeiro da alfan-
doge lhe fez sobre meterias de franquia, sobra aqual está
( 101 )

tomado aasento pelo Viso Rey Metidas d'Albuquerqe. cora


oArcebispo, theologos, e letrados, officiaes de justicae
fazenda de V. Magestade, e determinado em conselho
per assento feito pelo secretario que na meteria da fran-
quia se nao innove cousa alguma, por serem comas. to-
cantes áconciencia, eque quá se nito podia innovar; e
nem isto inda basta pera deixarmos de ser molestados
cada dia com novos requerimentos, de maneira 9ne
trazendo mtes Apontamentos hum despacho do Viso-
Rey ao pé, per que mandava lhe reapondessemos a
:Ales, epor ser mataria de tanta sustancia, torgo ch.
modos os eidadges aesta comera na forma do regimento,
pera se dar a reposta como mnvinha; etratado ono.
gocio com elles, deu cada hum seu parecer conforme
ao que do caso lhe parecia, de que se fez assento,
que se levou log. ao Viso-Rey; com o qual desestio da
meteria: mas como areposta não foi conforme ao ene
se pretendia, .ficou-lhe dahi motivo peru se queiutzc dos
itte forgo de semelhante parecer; e achando-se nesta
junta Francisco Paes, Provedor que foi dos contos de
V. Magestade, homem de muita ;dade. eexperiericia, e
que foi muitas voem Vreador, e se achou presente na
resolução que oViso-Rey Mathias d'Alboquerque to.
moa, em que tamheus está assinado, este disse do caso
oque já tinha dito quando se pds em conselho, reportxm
do-Be ao assento della com toda a quietaçgo devida, e
muita satisfaça::: dos presentes, de que coe-o intentarem-
se papeis e entes contra elle, como Be cometem algum
grande delito, de maneira que ficarão os homens tão
erscandalisados, eamedrontados, que já nora de falias
são senhores nas meterias da propia cidade, que V.
Magestade manda se tratem com enes; pelo que pedimm
aV. Magestade nos proveja com mandar que se deixe á
cidade comonicar suas musas com oscidadges
pelo parecer que derenr silo sejito avexados, nem mole.
todos, porque d'outra maneira fugirito de Berne/herdes
chamamentos, eacidade defraudada de pua antiga

e
( 102 )

posse, emenos disposta poro se resolver em matarias


de importarei.
X111. Mas inda as queixas, que os annos atras se fi-
serão a V. Magestade da pouca guarda de nossos pri-
vilegies, não chegou a huma que este anno temos do
Juiz dos feitos, qus totahnents nos tomou nossa juris-
dição na meteria d'ahnotaçaria, que s,5 a nós pertence,
cousa em que alegara ninguem tocou, mormente encon-
trando bacias obras, que a propia cidade fazia, porque
estando aS casas da Comam a COM menos comodidade da
que convinha pera Sou nobrocimento, intentamos fazer
humo escada mais larga tomando do terreiro, que he da
propria cidade, alguma cousa, e começando-se aobra,
arequerimento de hum vezinho da outra banda, que
dizia prejudicarem-lhe, o qual remettemos aos olmo.
tacés, oJuiz dos feitos tomou conhecimento do caso, o
sem nos ouvir, nem dar vista, mandou embargalla o-
bra com penado degredo, edinheiro aos trabalhadores;
passander.mandado pera serem presos, acidade lhe fez
sobello caso seus requerimentos diante do mesmo Viso-
Rey lhe mandamos lor nosso privilegio, em oqual lho
he i mposta certa pena indo contra elle, onós meros exe-
cutores delia, de que fazendo pouco caso, enós não
querendo usar, nos comutemos ao Viso-Rejr por escusar
inconvenientes, que do caso podião sobrevir, usando do
respeito, que sempre tivemos djustiçadeV.Magestade 'e
ajudando-nos de papeis, que apresentamos ao Viso-Rey,
proveu no caso como lhe pareceis justiça, de que odito
Juiz dos feitos pedia traslados pera mandar aV. Magos-
tad°, com os quaes nós proprios nos justificamos, edefen-
demos; pedindo a V. Magestade que apresentando-os
elle, os mande ver, elhes defenda tomarem-nos nossa
jurdição, para que se desviem semelhantes oeasMes, que
em quanto ouver Desembargadores, sempre se anda
coasionar, cama inimigos capitaea que sao desta cidade,
por entenderem claramente avisar ella a V. Magestade
de seu ruim procedimento, e quererem-se ter por eu-
( 103 )

premes, eque tudo a mais lhe seja inferior.


XIV. O Provedor más dos defuntos tombem de or-
dinario se atravessa com os offieioes desta cidade, que
são os escrivães dos Juizes ordinarios, empedindodhes
ruão fação inventarios entre maiores, de que estão de
posse depois de seus cargos criados the o presente, e
mandando—lhes noteficar os não fizessem, lhe respondeu
a cidade não quizesse desapossar da posse tão antiga,
o se outra cousa pretendia, requeresse ordinariamente,
pera que dando sua defesa, se fizessejustiça aquem a
}Il..; esem embargo desta reposta mandou prender
os escrivães no tronquo de maneira que do seu poder
absoluto nos quer desapossar: pelo que pedimos aV. Ma-
gostado nos mando passar Provisão pesa sermos conser-
vados em posse tão antiga, epretendendo outra cousa,
mande requerer nesse Reino, onde responderemos, e se
fará justiça aquem ativer, porque cá não se permitte
ser nosso juiz quem esta d mesa com aparte.
XV. Os Juizes dos orffios desta cidade são de confino
anexados pelos desembargadores, o em especial pelo
mesmo Provedor mós dos defuntos, porque como oseu
intento seja armarem a V. Magestade se servir delles
na materia e cargos do governo desta cidade, cousa
que tanto ha dosejão, por em tudo terem dominio, to-
mão por meu acomodado manifestar aV. Magestade por
falsas informaçãos, com que se querem mostrar zelosos
da justiça, não servirem bom os cidadães estos cargos,
para oque agravão suas culpas quando acerta de over
alguma nelles, a.fim de este equo soar, fazendo muito
. da
e 0 qualquer leve descuido seu, que noites ouvera
de ser tido por justiça mui perfeita, avendo que ama V.
m,,,, es te,do tão pouco estes seus vassallos, que aja de
meter em Buas 111Z08 oremedio das Villa» eorfãos, me-
lhores efilhos de pessoas que ocablis actualmente em
vosso serviço, posa soei sermos todos destroidos; porque
veja V. Magestade se a fazenda dos oxffios cair em
mãos de letrados, quem por grande legitima que lhe fi-
( 104 )

que, apodera aver mais A8 mios, ou ao lhe faltarão meies


efficases pera se lograr deus, quando oje lhe sobeja('
pera as serrem todas a sy, eveja V. Magestade como
poderio ter requerimentos com letrados mancebos, viu-
vas enredas e moças; de maneira que ou porque os ci-
dedica nie aceitem estes cargos, ou porque V. Muges-
tade se persuada que os aio servem bem, são em suas
residencias tiranisados, eogoverno desta cidade mal
contado aV. Magestade, tratando que nos entremetes-
mos por vossa jurdição, vendo-se claramente que anos-
. não podemos sostentar coes enes, quanto mais tomar-
lhes asua, que enes tat, bem sabem defender; ebom se
tem visto no que &ohne dissemos do Juiz dos feitos e
Provedor m6r, pelo que sobretudo podithos aV. Muges-
tade que pois os cargos dos Juizes dos orflos são dados
por eleiçio desta cidade apessoas que eirvio de pais a
nossos filhos, etodos os mais de nosso provimento por
previlegio que soes he concedido, se livrio diante de nós;
aja por bem que na mesma forma corno os ditos Jui-
zes, sio sendo constrangidos a se livrar como thégora
fastio, fiando V. Magestade de nes que nos &veremos
nesta meteria como pessoas, aquem cumpre tanto que
em semelhantes cargos se faça justiça pelo que anossa8
mulheres efilhos importa; eassi ficario os cidadães com
gosto pesa os servir, de que se não desviarão, como oje
fazem; que hum que este anno foi eloito pelo povo, afim
de não ser constrangido a servir, dilata hum livramento
que tem de culpas muito leves ha mais de hum asno, po-
dendo estar eni duas audiencias.
XVL As rendas de V. Magestade são arrendadas
com muitas condiçies 'tiranas eperjudiciaes ao serviço
de V. Magestade, ebem desta republica, enão em pro-
veito de vossa fazenda, senão dos ministros della, como
este anuo se viu claramente na renda do betre, aqual an-
dava os amor; passados urendada sem huma condição
nova, que este armo se lhe meteo sorroticiamente pelo
rendeiro, que era hum gentio, ter de sua mio os officiaes
( 105 )

da fazenda eProcurador da Coroa, sem a renda crecer


mais hum perdão, dando acondição de perda aeste
povo cadanno mais de trinta mil cruzados, porque se
lhe tolhe não Be vender pollas aldeas omantimento pelo
meudo, senão com concerto feito pelo rendeiro; estando
esta cidade de posse dabenicio de se vender ávontade
de seus donos: de maneira que apessoa que avia de
comprar lautos medida d'arros, avia de vir de duas,
troo legou por elle á cidade, ou dar lá por ella ao ren-
deiro hum tanto mais do que na cidade valia; epor
isto ser de tanto prejuizo aeste povo, enenhum interes-
se áfumada de V. Magestade, eoViso—Rey achar que
fora posta no contrato sem sou consentimento, era cuja
presença se faz, alto se comunicando com elle onosso
requerimento, que tudo lhe manifestamos, emendou ex-
tinguir, oque os officiaes da fazenda encontrarão como
partes interessadas, tratando de sustentar oque tinhão
promettido, ou pera milhor dizer, vendido; do maneira
que foi forçado ir apropia cidade com hum despacho do
Viso—Rey, per que mandava extinguir adita condição,
ao Veador da fazenda, por os requerimentos do nosso
Procurador não serena bastantes; oque nem asai pudemm
acabar; mas por tirar tão grande oppressão ao povo
mesquinho, demos hum rendeiro cristão, que tomou á
renda pelo mesmo preço, que ogentio atinha, esem a
condição, obrigando aelle as rendas da cidade; eainda
assi nos obrigae quelha ajamos de segurar apelos tem-
pos em diante não abaixar por falta desta condição,
quando elle athé o presente nunca ateve, nem por elle
creceo seu rendimento; esobre tudo tem-ao ainda tanta
afeição aeste gentio, que tendo—o oViso—Rey degreda-
do para fora desta ilha por prejudicial ao bem commum,
pera nunca mais entrar nona pelas culpas que lhe ma-
nifestamos dello, que afim de o tornarem a reduzir a
esta renda, que elle tanto deseja e pretendo, he o nosso
rendeiro avezado, e gravissimamente molestado com
muitas semjustiças, que se lhe fazem, a fim de alar.
( 106 )

fiar; eem todas as mais mudas da fazenda de V. Ma-


gostado vaio as cousas por esta mesma ordem; pelo que
pedimos a V. Magestado nos faça mercê mandamos
passar provisão pesa que suas rendas se nao arrendem
a gentios, como V. blagestade já defendi» por muitas
vezes,, senão achristaos, que nao faltai', se se usar com
alies ofavor que se dá aos gentios; ocom esta provisão
nos ficará lugar pesa orequerermos, ese fazer oque
V. Magestade manda assi neste particular, como em tu-
do mais que V. blagestade nos mandar.
XVII. As vias que V. Magestade nos faz mercê man-
dar escrever, se nos não dao todas, tendo o Secretario
obrigaçao de mandas certidão desta mesa de quantas
entregou nella, aqual ordem V. Magestado deu por esta
nossa queixa ser mui antiga, einda assi ato basta, por
que enes mesmos, acuja mao vem diferir, doido huma
que abrem, emostra° aos Viso—Reis, por onde se des-
cobre, oolhes alcançao oque esta cidade escreves aV.
Magestade, alhe responde, de que nasce serem os eidac
ditos tão maltratados: eeste anuo com virem seis náos,
não tivemos mais que aprimeira, segunda, equarta, e
já sabidamente nos faltou a terceira: pelo que pedimos
a V. Magestade nos faça mercê mandar que estas vias
ao entreguom acaso Reino aos capitães das nácis, dei-
xando lá obrigação pesa levarem do qua certidão de
como as entregarão.
XVIII. Afonso Monteiro serviu ocargo de escrivão
desta camara dom annos, com mijo trabalho veo ain-
formar do maneira que avia mais de quatro annos que
117,0 podia acudir a suas obrigaçães como convinha, e
com esta falta andava ocargo por vagantes em quem
oservia durante seu impedimento; ocome não mão pro-
priot.iros, tinlino pouca conta com osegredo nocessario,
do mais de pouca experiencia nos negocios, do maneira
que apertado elle de sua enfermidade, lho foi forçado
renunciallo, o oós constrangidos da nemssidade, que
oda effindo tinha do official, lho consentimos; eoViso.
( 107 )

Rey'por virtude do Alvará de V. Magestade, eser car-


go de cartorio, que andou sempre provido em vida, fez
delta mercê em nome de V. Magostade a,Bertolameu
Soares de Gois, vosso criado, cazado nesta cidade, ho-
mem de talento opartes, que ocargo requere, em o
qual procede com tanto zelo do vosso serviço, eeatisfação
de todo este povo, eem especial desta mesa, que seu
bom procedimento nos obriga alhe alcançarmos mero&
de V. Magestade, epedirmos se aja por servido de tão
acertada eleição, pois estamos della satisfeitos, enos faça
mercê de Ihe'dar licença pera opodar testar por seu fal-
lecimento, por ser pobre eter filhos, epers autoridade e
credito desta cidade pedimos aV. Mageatade de mercê
nos queira onrar com lhe mandar oabito de Christo
com atença, que ouver por sou serviço, que tudo nele
cabe; easai ficará mais obrigado aproceder no serviço
de V. Magestade como até cpii tem feito, aventajando-se
cada vos mais, como esperamos.
=. As obras da forteficação desta Ilha correm com
amár brevidade que apassada, metendo-se gente em
todos os lugares, em que ha coramodidado para se tra-
balhar, sendo visitadas dos officiaes desta mesa muito
mandamento; eoforte da ponta de Garpar Dias, que
V. Magestade mandou fazer, vai avante como cousa tão
necessaria, posto que he obra de muito trabalho, por os
aliceces serem cheos de muita afiou, que se esgota diffi-
cultosamente, mas omais trabalho he já. passado.
XX. Arrendando-se aalfandega de V. Magestade de-
minuio tanto orendimento do hum por cento, que nos
receamos alongue ofim destas obras da fortificação mui-
to mais do que cuidavamos, arecto he que antes de se
aafflandega arrendar, avia nella favores para os mer-
cadores, os quaes obrigavão trazerem todas suas fazen-
das ao despacho, enão nas querer arriscar pelo pouco
que pagavãoi oje cão tantas as tiranias, que com alies
usa orendeiro, que todos os meos buscao pera lhe não cai-
rem nas mãos. Demais disto_lzo prejudicial áfazenda de
( 108 )

V. Magostade este arrendamento, como o entende—


rão oViso.Rey Dom Luis d'Ataide, e o Viso—Rey
Mathlas d'Alboquerque, que forão os dons, que en—
tre todos os .que qua passarão mais cesta tiverão
com afazenda de V.-Magestade, em cujo tempo 00 esta
alfandegamandava arrendar, eelles ointentarão; porem
oouverão por grande desserviço vosso ede menos ren-
dimento, porque sabidamente se arren da de maneira que
orendeiro aja de ter algum interesse, eohomem que
atoma não tem de seu lesma capa, porque nenhum nco
aquis nunca azeitar, eeste arriscas° a ganhar, não
tendo nada que perder, eas fianças ás vezes as nto dá,
ou ao homens que tem tanto como eito, que estas afio
as mangas dos officiaes de vossa fazenda, persuadindo
ao Viso-Rey que não pode aver perda porque todo o
rendimento se entrega ao tisoureiro, mdo lhe descubrin-
do que orendeiro faz mais despacho em sua casa, que
os officiaes n'alfandega, a fim de colher As MÃOS este
rendimento, e se ficar com elle, e constar depois pela
folha d'alfandega que perdoo na renda, pera se lhe fa-
zerem quitas, estando elle com oterça parte do rendi-
mento em si, de que esta cidade sabidamente perde o
seu hum por cento, que lambem he de V. Magestade,
porque toda afazenda que leva cinto do rendeiro não
entende ninguem com cita, eesta he amór parte da
carga das nãos desse Reino, que consiste em cinco ou
seis respondestes que aqui ha desse Reino, de cuja na-
ção he o rendeiro, aos quase elle passa chitos, encen-
es franca, assi das entradas de todas na fazendas que
os gentios trazem aesta cidade avender, qi'm eles te-
nsãoá sua conta, como da saMa delias, de maneira que
todo este rendimento perde vossa fazenda com diminui-
ção do hum por cento. Estes e outros muitos respeitos
ha bastantes para se não arrendar, que pedimos aV.
31agestade mande ver, e prover como lhe parecer mais
seu serviço.
X. Antigamente em tempo que esta cidade estava
( 109 )

menos povoada, mais falta de fidalgos ecidadães, e pa-


ra defensão de seus privilegies, pedirão os officiaes des-
ta mesa aos Senhores Reis vossos antepassados ouvesse
por bem que oCapitão desta cidade se achasse no despa-
cho desta moas com os mais officiaes deita; eCOMO 88
cousas depois de tratadas mostrem ao certo obem OU
mal que delias resulta, tem-se alcançado ser em muito
prejuizo do serviço de V. Magestade, egoverno desta
cidade achar-se oCapitão mata« depachos, porquê de
nenhuma outra cousa serve mais que de over, ou some.
nos pretender todos os cargos que vagão do provimento
da cidade, que V. Magestade manda dar acasados po-
bre., eenes os dão a801.18 creados, pessoas de poucos me.
recimentos epartes pera ocargo, oque hito facilmeate,
porque como tem deus votos, ancião sempre irnianados
com fres, ou quatro da mesa, que usei fica sendo amói,
parte, epor quem elles tombem fazem o mesmo; esobrd
eatas pretençães ha muitas desordens edifferenços entre
elles eos officio« da mesa, enunca jamais ha nelles se-
gredo, porque tudo oque 88 COMMUMIC8 OU 88.81,0 a V.
Magestade descobrem aos Viso-Reis, eainda pelas praças,
causando muitas inimizades com os cidadães, que ja. não
são livres de poderem fali« oque entendem, nem de o
escrever aV. Magestade, o que lhe pedimos atalhe com
huma prhvisão para se não acharem ao despacho da Ca-

XXII. Esta cidade padece grandissimo detrimento


por falta de mantimentos, -que todo lhe vem de fora, pe-
ra oque se faz todos os sanes humo eafila de cem em-
bamaçães, que faz duas etroe viagens no vergo, com
que provô aterra, pera o-que se lhe costuma dar guar-
da com huma armada, que se para isso fazia, de que os
Viso-Reis deaistirâo por escusar gastos, emandão que
da armada do Malavar se apartem qUatro navios que a
acompanhem; mas estes quando» vem he no cebo do
verão, eestão os homens consumidos de esperar, pelos
muitos gastos que fazem com seus navios emarinheiros,
( 110 )

do modo que totalmente vão desistindo da viagem; alem


que pela guarda ser pouca, eas embarcaçbes muitas,
sempre as traseiras são apanhadas. Pedimos aV. Ma-
gostada que vista anecessidade, ecomo deste provimen-
to que mandamos trazer acodimos ás armadas que se fa-
zem, de que se nos deve muito dinheiro, einda este an-
no demos duzentos candis d'arros para oprovimento de
Ceilão, nos mande passar huma provisão pera que do
hum por cento possamos armar os navios que forem no-
cessarias para aguarda desta cafua, como já outras ve-
zes 80 usou, eora adefesa de V. Magestado Bobona des-
pesa deste dinheiro nos não dá lugar a isso, avendo es-
te gasto de ser tão pouco que não passará de quatro mil
xerafins, poupando—se muito mais na armada, que com
isso se escusa, que he forçado daremos; porque doutra
maneira pereceremos todos â fome, porque seme/hantes
necessidades não se conhecem senão dopo% que se a,
chão entre mãos.

9
Carta, que acidade de Goa a,gurs ~todo,
oamuo dá 1608.

I. Senhor.—A segunda via, que V. Magestade nos


fez mercê mandar escrever por esta armada de Fere
Furtado de Mendonça, nos foi dada, que junta ás boas
novas de sande de V. Magestade, ecara Real "festejou
todo este povo como alealdade de Portugueses romper
costumou, não 86 com mostras enteriores (a), mas mui-
to mais com os coraçóes, pedindo a Nosso Senhor seja
servido as tenhamos sempre melhoradas, eaV. R. Ma,

(e) Assim está, mas osentido pede une se leia—estertores.


( III )

gostado dê a vida, de que aconservação deste Estado,


aumento da fé catholica tem necessidade pera total des-
truição de seus imigos, eoure, elouvor seu.
II. A antiga obrigação ecostume, em que esta cida-
de está por ordem de V. Magestade, de lhe dar conta
deste Estado, nos está pedindo ofaçamos, emuito mais
as necessidades deite, porque como apai, que depois de
Deos se as pode remediar, competem, mas como estas
de tantos annos aesta parte se forão sempre represen-
tando apedaços, averá V. Magestade que por seguir a
mesma ordem procedamos com arepresentação de nossos
trabalhos, oque realmente não he só oque nos perora
persuade, antes aclarar aV. Magestade huma verdade
manifesta, que não sabemos se todos descobrirão a V.
Magestado pelos respeitos que cada hum pera isso terá,
não usando de palavras para oencarecimento deita, an-
tes faltando pera este effoito todas as necessarias, mas
como as principaes cousaa, em que consistia asustenta-
ção deste Estado, como era justiça, guerra, efazenda,
todas forão em tanta reina, parece que neste termo
quer tem fim, easai esta este Estado totalmente de to-
do acabado, etão acabado, que infallivelmente, se V.
Magestade lhe não manda acudir logo com apresteza,
que para asua restauração he necessaria, receamos que
quando vier, já não aproveite. Isto ho fallar verdade sem
rodeos, everdade escrita aRey; eporque nunca outra
cousa fez nem fará; eque seja assy, facilmente o verá
V. Magestado, se como quem ohade remediar quiser
mandar espicular todas cilas como convem, porque acha-
rá que ajustiça se vendia nesta terra publicamente,
como já constou aV. Magestade, sobre que tem provido
com mandar ir os Desembargadores para esse Reino, e
ao 9.89i se for continuando soerá reformação. A guerra
já não Impera aIndia, nem ha nella os fidalgos esolda-
dos curiosos, que antigamente a sustentava°, eque os
aja, faltalhe omelhor, que são as armadas, porque estas
oje quando se fazem ho tão tarde, etão mal providas
( 112 )

que forjo escusadas, epela do Melavar ao verá quase


Beja° RS outras que saindo antigamente em Setem bro,
oje saem em meado de Janeiro. Os almmens estão sem
hum pelouro, nem hum quintal de polvora, nem huma
peça d'artelltaria, emais acomodados para escola d'esgri.
Inc, que pera provimento d'armadas. A ribeira dos na-
vios egalés varrida sem hum páo nem navio pera as ar-
madas, epara as que Be fazem se toma° navios aos mer-
cadores, com que andão buscando sua vida, etrmem
rendimento ás alfandegaa, soque elle fica deminuido, e
V. Magestade tão mal servido, porque que vitorias pode
soer com armadas forçadas, os navios tomados aseus
donos por força sem lhe pagarem, eenes, eBuss molhe-
coa efilhos chorando, einda os obriga° a andar nelles
por força os soldados presos para se embarcarem, por
não terem pagas, nem que comer.
III. Pois quanto áfazenda deve ser pouco omuito
que sobre ela puderamos dizer, emelhor nos vem reme-
termo—nos â devassa, que V. Magestade mandou tirar
pelo Arcebispo Primaa Frey Ateia° de Meneses dos o-
fficiaes della, e dos contos, porque elle falará por nós,
emostrará como ajudia oje rende dons tantos mais do
antigo, enem por isso deixa de estar muito mais empe-
nhada vossa fazenda, levando 013 soldados muito menos
dela do que antigamente costumava°, eas armadas tan-
to mais agurentadas, que do as despesas que deste ren-
dimento se fazem, ou para melhor dizer, se fazia°, que
as deste tempo sao dividas velhas, para as quere não
basta este rendimento; easei pagando—se hum« se ficão
-fazendo outras com os emprestimos, que se tomão aos
homens, com que fica ocaminho aberto para os vin-
douros, de que se eles saberão lambem aproveitar.
IV. Pois as comas do Sul pedia° humn larga relação,
que nós faremos muito em breve, porque são cilas taea
que soarão por si. Elle está cheo de Olandeses, eeste
«no tomarão anáo que hia fazer aviagem de Samtomé
para Malaca carregada, que importava mais de trema-
( 113 )

multes mil cruzados, etroe ou quatro que hião com di-


nheiro para Bengala, edepois tomarão amais poderosa
e rica sala que nunca partio da China, que era ...
para esta cidade, que tr.ia oremedio de toda aIndia,
aqual forno esperar ...eito, pouco alem de Malaca,
onde tombem tomarão hum junco carregado de provi-
mentos, que acidade da China mandava aAndré Fur-
tado pera socorro d'armada. A fortaleza de Malaca sem
mantimentos, nem donde lhe venhão, porque os Olande-
nes lhe impedirão oque os Jâos lhe trazião, eacida-
de de Maluca nos escreveo quo aprovessemos de man-
timentos, que paredão âfome. O remedio destas coesas
está muito longe, porque está ent V. Magestade, eellas
pedemao mui apressado, epra. a Deus que quando
se lhe qui.er dar, oMult.; e V. Magestade não faça
conta de se lhe dar de cá, porque o Achem mandou a-
qui embasadores pedir para dar fortaleza em suas ter-
ras, mas oEstado lha não podo dar, etornarão—se air,
etem mandado outros aInglaterra ao mesmo efeito; e
diz que quem primeiro for, adará, por onde V. Magos-
tade deve prover oSul desse Reino com armada conve-
niente, edirigida a Maloca, e que não venha áIndia,
porque per milhor que seja, como cá vier, são cá as ne-
cessidades tantas, que por ventura rito poderá lá pas-
sar; esem Sul não ha Ilidia.
V. A conquista de Ceilão está no estado que oViso—
Rey escreverá aV. Magestade, roas nés temos aobriga-
ção de dizer que he hum sumidouro de toda aIndia,
porque ali morrem amér parte dos soldados della, ese
gasta isso que aelle cada vez monta menos, porque es
socoaros que se lhe Manda°, alto apedaços, etudo se vai
consumindo; oque cumpre he meter—se oreste, etra-
balhar de concluir huma vez, porque para iam se ofe-
recem mil occasides, e todas se perdem á mingoa; o
quando muitas vezes se quer socorrer, não ha com que.
Em tudo os Viso—Reis se remetem aesta pobre cidade,
que por derradeiro nilo tom V. Mareta& quem melhor
( 114 )

osirva na Ilidia, ese estimamos diante de V. Magos-


tade inda lho affirmaramos com már confiança do que e
escrevemos, porque não são nossas obras tão ocuitas
que Mias por si aço fallem; eque em todas as guerras •
que ajo se sustenta° na India não tenhamos parte, ees-
tejamos ajudando asustentar, e se os Viso—Reis por
dissimular suas faltas nas, quiserem encobrir estas ver-
dades eserviços, V. Magestade nos fizera inda muitas
meras mercês das que nós podemos esperar, porque pa-
ra osocorro que oanuo passado foi aFeilao empresta-
ra° os moradores vinte mil xerafins, epara a armada
do Norte doze mil equinhentos, provendo as armadas
de arras todos os sanas, que oalmazens de V. Magesta-
de nã' o tem; e este anno nos pedis, oViso—Rey lhe fi-
zessemos hum emprestimo para socorrer aarmada de
André Furtado, que anda no Sul ha troe micos, sem a-
ver donde aprover, para o que juntos em camara os
fidalgos ecidadães amentarão que emprestaria° quanto
fosse necessario para se fazer buam armada que bastasse
para impedir a navegação dos Olandezes junta âde
André Furtado, que obrigasse oViso—Rey orendimen-
to do hum por cento ao pagamento, e que afazenda do
V. Magestade ficasse obrigada ao hum por cento; elle
onào quis aceitar dizendo que V. Magestade defende a
despesa do hum por cento fora da fortificação; polo que
oa homens ficarão atalhados: com tudo como parece que
nesta occasiao as coimas decilo fazor termo, earmada
-do Sul andava tao desbaratad . a, o André Furtado 1104
escreveis que osocorressemos, os mesmos. moradores de
suas livres vontades derao oito mil xerafins, que se tirar
rao por todos, dos quase empregamos seis em biscouto,
anos,' ecarnes, eoutras miudezas que lhe mandamos, e
os dom sul demos acambio para pagamentos dos fretas
destas causas, porque elo ouve embareaçao que para lá
fosso âcusta de vossa fazenda, que apudesse levar sem
fretas, para lho ir mais emprego. E por aqui verá V.
Magoem& qual está a India, que oprovimoato das ar-
( 115 )

tendas vai afretes em náo de mercadores. E se isto he


pouco, não podem os homens mais, que tudo já tem gas-
tado em vosso serviço, efeitos outros muitos empresti,
mos, que lhe não pagarão thégora. Era todas estas coe-
sas pedimos a V. Magestade mande prover como for
mais seu serviço, quede nossa parte não he mais que
representar-lhe as necessidades, que não podem ser ma-
iores.
VI. As obras da fortificação desta Ilha correm com
toda a brevidade. -que podemos, pois receamos cessem
muito depressa arazão he porque o rendimento he já
multo menos do passado, que antigamente rendia vinto
quatro mil xerafins pouco mais ou menos, hoje não che-
ga aveste por causa dostar alfandega arrendada, de que
só tem proveito o rendeiro, que faz os despachos fora
delia atodas as fazendas do Reino, assi da entrada como
da saida, que consiste em quatro ou cinquo responde.,
tas, que aqui ha do Reino de sua nação, com que se
concerta, perfilae como orendeiro dá licença ning,uem fal-
ia, eotrato dos mercadores está acabado, enão ha quem
arrisque hum parda°, etombem porque osViso-Reis alo
fazem mais que tomar empreatimos deita por provisão.,
que passão para isso; eo Viso-Rey Aires de Saldanha
nos tomou este aceno doas mil etantos xerafins para ar-
mar seis navios para iram buscar a cafila, que era 6s-
tume dar-lhe guarda aamada do Casará, edepois por
outra provisão nos tomou mil xerafins para mandar con-
servas aos doentes d'armada de•MalaqajuUtamente cern
osocorro que nós mandamos; eagora nos tomou mil e
quinhentos xerafins por outra provisão peca concerto
de lanosa falia velha; e nos mandou fazer em Rachol
hum muro para afortificação da fortaleza, odefentão
della, que custará mais de vinte mil, em que são gas-
tados mais de seis mil, eoutras reformaçães da forta-
leza ao redor da Ilha, posto que fora delia, que a to-
das está obrigada vossa fazenda, e desta maneira ato
podo ada Ilha correr; pelo que pedimos aV. Magestatle
( 116 )

nos mande passar provisão para que do dinheiro do hem


por cento se fluo faça outra nenhuma obra senão a for-
tificação da mesma Ilha, e que passando os Viso-Reis
provisoes para emprestimos, não sego valiosas, salvo se
opovo, com quem se comunicara, consentir asilas, por-
que quando opovo vir que ha necessidade, o riço hade
negar, pois dá oseu quando convem, equando tambem
vir que se pode escusar, onão pombo elles tomar, por-
que a conto destes emprestimos Be gasta por ou-
tra parte vossa fazenda onde não• convem, efica a-
brigada a elle, como oje oesta em mais de correta e
tantos mil °rimados, de que temos papeis eproyisães de
V. Magestade para se nos pagar parte adros, que não
aproveitito; etodo este dinheiro ouvem de estar feito
em obra, eabo ouvera de faltar donde se ficara o que
com elle se fez,
VII. Po sanas atras nos queixamos sempre aV. Ma-
gastada de quão mal se nos davão as vias, que V.Mageos
tade nos fax meros mandamos escrever; eeste inda foi
pior, porqne nos não foi dada mais que asegnnda via, e
essa muito depois das naos chegadas, oque he em grande
desserviço vosso, porque como »Alunos defiraV. Magesta-
de anossos requerimentos e queixas, eos Viso-Reis as
vala eabrem, fiado alcançando oque esta cidade escreve,
esebe mataria que lhe toque, equando achar, occasião
satisfamm-m; peloqueos homensreceosos não se atrevem
eescrever verdades: pelo que pedimos a V. Magestade
nos faca mercê mandar-no-las dar aos capitães das naco,
que levarão certidão nossa de como as entregarão, ejtus-
temente mandar que se guarde aordem eregimento,
pelo qual V. Magestade manda que as vias se abria
em presença do Viso-Rey, Arcebispo, Veador da fazen-
da, eSecretario, edous fidalgos velhos, para que usei
ajão as pessoas, aque V. Magestade ha por seu servi-
ço mandar esereVer, as que para sues vem, que Iam-
bem se não dto, por «á 'esta ordem não guardar, ese
abrirem contra forma della.
( 117 )

VIII, A queixa de nossos privilegiou não serem guar-


dados como V. Magostade manda, ecada atino nos escre-
ve, não cessarâ,porque nunca dentamos de ser encontra-
dos, atodoe os annos se nos prendem os cidadbes no troa-
que contra forma deites, O anuo passado pedimos aV.
Mageetude nos fizesse morra mandamos passar provisão
para que quando es VisoaReie prendessem cidadaee em
ferros, lhe dem logo as culpas para ajustiça conhecer
della% porque com dizerem que tem culpas delire, os tem
»a prisão quanto lhes bem parece, eomesmo tornamos
apedir agora aV. Magestade lembrando-lhe que estes
privilegios he satisfação de serviços, que os 1101H vossos
predecessores, eV. Magestade derão aestes seus res-
saltes, ecomo tal se nos devem guardar. O anuo passa-
do nolos encontrou oProvedor pailr eJuiz dos leitoa so-
bre requerimentos que tivemos com oViso-Rey par pa-
peis, de que pedirão os traslados para caviar a V. Me-
gostado, e este anuo fez oJuis dos feitos omesmo sobre
outros requerimentos que fizemos ao Viso-Rey, de que
tambem pedi° treeladoe para enviar aV. Magestade, os
pises es lá forem, pedimos a, V. Magestede nos faça
mercê roandar ver, que por 'AI% consta desta queixa, e
ee achará em reposta sua assinada por elle dizer quands
não temos privilegios, nem 8$0 valiosos, eem todas 88
Outras occasiaes que offerecem fazem omesmo.
IX. As obras do novo capital cessarão por não aver
dinheiro pera se correr com ellas, porque aviagem, que
V. Magestade aplicou pera elle, se veados-por vinte qua-
tro mil etantos xerafins, dos quaes • não viera., mais a
nosso poder que quatro mil, eos mais se tomarão per em-
prestado para afazenda de V. Magestade, etanto que
estes acabarão cessou aobra, mas todas as vezes que ou-
ver dinheiro, correrá esta cidade como he obrigada.
X. No tempo do Viso -Rey Mathias d'Albuquerque man-
dou esta cidade âChina buscar cobre pera se fundir ar-
telharia pera afortificação, como se fez, etoda aque esta-
va fundida, eoutra que esta sono se acabou, temos posta
( 118 )

nos lugares que pareceu bem ao Viso-Rey, asaber, na


fortaleza da ponta de Gaspar Dias, que já estado (sie)
para isso, ena couraça do Barde; por ser na entrada
da barra, eno baluarte do Mangueiral, fronteiro 4Ilha
dos mortos, einda está sua fundição por acabar, que
lambem deixaremos em seu lugar, posto que nenhuma
ajuda temos, ese faz com muito custo do hum por cen-
to, que só nesta amalharia se despenderão dollo trinta a
cinquo mil xerafins, enão com menos trabalho dos offi-
ciooa desta mesa, que aramos por bom empregado em
serviço de V. Magestade, eobra tão importante.
Xl. As rendas de V. Magestade Mo arrendadas nesta
cidade tiranicamente, como já escrevemos os asnos [pas-
sados, porque cada dia se lhe acracentão novas condiçiies
em prejuizo deste povo, as quase se lho poen" som a
renda crocer mais para afazenda de V. Magestade por
causa delias, que são as mangas dos officiaes, mas inda
este povo toma pior arrondarem-se a gentios, avendo
tantos °brisa', aque se dêm, cousa que V. Magestade
tantas vezes defendes; porque como hade ater no mundo
viver hum povo cristão, teu nobre como este, sogeito a
tiranias do hum gentio, que procedem de tal maneira
que oanno passado escrevamos a V. Magestado como
por culpas que apresentamos ao Viso-Ray de hum gentia
rendeiro do betre, estando actualmente na renda, obo-
tou fora desta Ilha para mmea mais entrar nana, por
hum mandado seu, que está no mrtorio desta cidade,
posto que nos obrigou a lho dar rendara cristão, como
fizemos, esegurando nós aronda com as que esta eida-
dada tem. Este gentio teve tanta valia, que foi manda-
do buscar áterra firme, ese lho dou outra vez aren-
da anosso pesar, eesta asila tiranisando este povo,
como fazem todos os mais gentios. Outro rendeiro dos
mantimentos, tambem gentio, tenda tomado a renda,
ouve de partos inuito dinheiro, e depois de oter nas
mãos, se acolhe,, para aterra firme, edeita foi outra vez
trazido, ese lhe tornou adar arenda, quo ajo tom, sem
( 119 )

pagar ia parte., nem consentirent que seja obrigado,


por ser rendeiro. Estas, eoutras muitas tiranias se usão
nato particular, que pedimos a V. Magestado por cor-
tiço de Does, ebem deste povo nitio‘ stolhar Com man-
dar passar huma provisão a esta cidade pera nenhum
gentio ser celta rendeiro, porque assi se &rito elles cris-
tãos, eeste povo viverá mais quieto, onós teremos ou-
ça° pera orequerer com mais fundamento.
XII. Esta cidade todos os ancas padece detrimento
por falta de mantimentos, que todos lhe vem de fora, e
como as armadas ancião tão mal negociadas, talo dão
guarda ás califas, que atrasem, easai faltou, enão vem
mais que huma só vez no armo; ejá o anuo passado pe-
dimos a V. Mngostaite nos fizesse mercê conceder licen-
ça que do hum por conto podessemos armar pingue ou
mie navios peta esta guarda, que pode custar chique
mil xerafins pouquo mais ou menos: agora otornamos a
pedir aV. Magestado pelo bem commum deste povo,
porque usei como atei os Viso—Reis otomão por suas pro-
visões pera este mesmo effeito, como atroa dissemos que
sete anuo tomou o Viso—Rey Ayres de Saldanha deus
mil otantos xerafins, com qtie se armarão seis navios,
onós fomos os que tivemos otrabalho delles, epor nós
corre°. E pois assi hado ser, queremos antes que V.
Magestade nele mande, econceda para por nossa ordem
corCer, ese fazer atempo conveniente, pera que assi se
fiquem fazendo ires viagens cada verão.
XIII. Todos os manos escrevemos aV. Magestado o
grande detrimento, que este povo recebe por causa da
provisão, que os Viso-Reis trazem pera não serem cá
citados, nem demandados, de que nasce tomarem mais
emprestimos do que tem necessidade, porque sabem que
ós nós hãode pagar, e°brigão aos homens com tanta vio-
leneis alhos fazerem, que os tem no tremia« até lhe
darem acontia que afies querem, eassi se vão sem pa-
garem, ono cabo de sou tempo °arrepio-nos em receita
sobra oe offIelies da fazenda, ficando-se &los com o
( 120 )

abeiro, edando-lhe papeis peru sua costa, ficando as


partes os conhecimentos em forma pera puxarem pela
fazonda de V. Magestade, com que ella fica obrigada, e
os homens destruidos; oque não Szerlo, se souherão
que os aviar, de pagar, nem ficará avendo tantas dividas
velhas, que &les comprão por menos da terça parto, e
levão por em cheio de vossa fazenda: pelo que pedimos
a V. Magestade nos faça mercê atalhar tamanha desor-
dem cosi não defender que posado cá ser demandados
pelo dinheiro que tomarem emprestado aos homens, que
só neste se entenderá; econfiados ficamos mandará V.
biagestade ver esta mataria, e prover asila como re.
quero.
XIV. Este anno vieste desse Reino arrendadas as
cartas de jogar, eprocuraçães do rendeiro pera se cá
arrecadar oque lhe pertencer, edeve parecer aV. Ma-
gastai° bem que orendimento que aíndia der se si, se
gaste edespenda asila, pois tantas necessidades tem.
Isto pedimos ao Viso-Rey, eque assi oescrevesse aV.
Magestede pera que mt mandasse carregar em receita
aos officiaes da fazenda oque couber a este Estado: pe-
dimos aV. Magestade o aja assi por bem, emande dar
ordem com que se faça.
XV. O armo passado pedimed aV Magestadê nos
fizesse mercê mandar passar provisão para que as peco
soas que sair.» eleitos pera agovernança desta cidade, e
não aceitarem, eforem sentenceados por esta mesa, lhes
não possão os Viso-Reis perdoar por provisão sua ode-
greda nono odinheiro, inda que amesma cidade consinta
no tal perdão, antes solão constrangidos aservir, por quan-
to já ato ha quem aceite os cargos da cidade, e passado
oamo, em que havião de servir, os officiaes que socedem
consentem no perdão, econfiados nisto não querem acei-
tar, oque he em tanto Fuirjuizo do serviço de V. Ma gim-
tade, ebem desta republica, pelo que otornamos a pe-
dir aV. Magestade mui ,encarecidamente, eque demais
disto os que assi não aceitarem, não vivão nesta cidade
( 121 )

que he licito aquem regeita agovernança della.


XVI. Tivemos noticia que oArcebispo Dom Frey
Aleixo de Menezes pedia com instancia aV. Magestade
licença para se ir para esse Reino: lembramos aV.
Magestade que semelhantes prelados ajudão aconservar
humo republica porque nas matarias eelesiasticas, e
de sua obrigaçío corre com tanto cuidado e zelo, que
pessoalmente acode amuitas, de que nasce estar tão re-
formado este povo ' enas do serviço de V. Magestade
não perde ponto,. fazendo todas as lembranças necessa-
rias aos Viso-Raio, eavendo-se »alias como se realmen-
te as tivera ásua conta; ecorno he pessoa aque se tem
respeito por eua virtude eprocedimento, monta muito,
ecerto merece a V. Magestade muito mós-os mercês das
que elle pede; porem a este povo não 'convem conceder-
lhe V. Magestade atal licença, e nós azei opedimos de
mercê.
XVII. A fazenda de V. Magestade tem bana nota-
vai perda na saida que os Reates tem pera Cambaia,
r' que se lá ganha muito ' ecomo
deTae ndi
>.Zymaoveednah amuita
1 em cantidade de fazendasa esta
cidade, e de força oprocedido deito aja de tornar, e
elles tem tanto ganho nos Reales, deixão de empregar
este dinheiro em fazendas, que de força hão de pagar os
direitos deltas da saida n'alfandega, ecosi levão oclb.
abeiro, que vem adizer, quando nada, o terço do ren-
dimento d'alfandega, e as fazendas dos homens por es-
to respeito abatidas, e posto que seja defeso arequeri-
mento desta cidade asaida donos aos gentios, todavia
tom silos tal industrie., que todos levão em nome de
Portugueses, porque with quem facilmente os despacha
em seu nome, mas isto naco das poucas deligencias, que
os officio.eo sobre isso fazem, cio dando o juramento
ás pessoas que os despachão, e porque os Viso-Reis
tombem concedem licença aos gentios; pedimos aV.
Magestade nos faça mercê defender que os Viso-Reis
não dêm licença agentio nenhum pera os levar pe.,
( 122 )

nenhuma parto, e que os Portugueses que os levarem,


ou manáarem por seus, registem nesta mesa, enella as
lhe dê juramento se sha seus, porque quando se vir nel-
la que 6111111 homem que não tem do seu dez pardilos,
• despacha trinta mil de real., não se lhe dará, porque
«ta cidade sabe o que os moradores della tem, o as
&cie. de V. Magestade não no ospecuLao, e.si saem
todos, ocom V. Magestade nos mandar passar provi-
do, ficará este onconveniente atalhado.
XVIII. O anno passado deu .ta cidade conta aV.
)Iagestade de corno vagara ocargo de escrivão desta
camara. por o proprietario dello Adenso Monteiro vir a
enformar de maneira que onão podia já servir, e deite
farra o Viso—Rey Ayres do Saldanha mercê em nome
de V. Mag.tado is Bertelameu Soares de Go., vosso
criado, que oestá servindo com tanta eatisfação do to-
do esto povo, e em particular desta mesa, epor «lb
°alidade esuficiencia pedirão os offieiaes, que então e-
d.°, a V. Magestade lhes fizesse mercê aver—se por ser-
vido de ao acertada eleição, pois esta cidade está delia
satisfeita, eque juntamente lhe fizesse mercê de lhe con-
ceder licença pera opoder testar, por ser pobre, ecaiu
filhas, eocargo ser de tanto trabalho, ea, pouco pro-
veito, eassi do abito de Christo com atença que a V.
Meg-estado parecer bem pára nobreza eautoridade des-
ta mesa; enào podemos deixar ás oje pedir a V. Magas-
tade lhe faça as mesmas mercês, que em particular fi-
°M.a. recebendo .ta cidade, porque se ha elle do tal
maneira no procedimento dello, que aV. Magestade
ao merece, oaiMs obriga alhas pedirmos.
XIX. Lembramos a V. Magestado quanto importa o
partirem ceda as na. desse Reino, porque do mais de
Be ganhar com isso aviagem, chega', a tempo que he
monção para socorrer com agente delias afortaleza de
Ceilão, oaurinada do Mala., que quando não vem a
tempo já se espaça esto provimento de Setembro até
Abril, em que as de pode laser do convenientemente.
( 123 )

como em Setembro, porque já toda agente he espalhada


por toda aIndia, ese ajunta coul trabalho; enão menos
convem ao serviço de V. Magestade mandar que todos
os aunos se fação duas náos por contrato na lndia por,'
aviagem, que se farão facilmente, huma em Cochitu,
e outra em Baçaim, que ambas se podem fazer, se os
Viso Reis forem tão curiosos o .010809, .1A10 o foi o
Conde Dom Luis d'Attaide, o Metidas d'Alhuquerque,
porque se qualquer destes cá viera oje, sem duvida se
reformara este Estado, e»no faltara dinheiro para isso,
porque em s011 tempo não faltou no tesouro, nem se to-
s.« emprostimo ahomem nenhum, que lhe não pagas-
se ;1 risca; equando se estas duas nào puderem fazer,
ao menos huma nunca falhará, eotempo tem mostra-
do quanta deferença vai das náos feitas cá ás dessa
Reino pela muita que vai de huma madeira a outra, e
andando estas lutos na carreira, aja V. 3Iagestade que
ficará sendo a viagem muito mais segura.
XX. Todas as cidades deste Estado tem requerimen-
tos com V. Magestade de cousas pertencentes ao bom
commum, opor serem pobres, enão terem oneeessa-
rio pera despesa da pessoa que oaja de ir requerer por
elles a-esse Reino, deixão de ofazer, eos requerimen-
tos que fazem nos Viso Reis montão pouco; pelo que pe-
dimos aV. Magestade de mercá em nome do todas d-
ias mande que 05 Viso Reis no primeiro mano de seu
governo escrevão atodas as °idades enviem sons pro-
curadores com os requerimentos que tiverem aesta cor.
te, para no seu segundo anuo se juntarem aqui todos,
eserem ouvidos edespachados como convem, porque
assi se reformarão muitas cousas que o requereu', en-
commendandolhe mais os favoreça com justiça e bre-
vidade.
XXI. Nesta oidade está hum homem ceando, per no-
me Jeronimo de Mello, o qual por hurna carta missiva,
que Sua Mugestade, que santa gloria aja, iscreveo ao
Conde Dom Francisco Mascarenhas, fui despachada
( 124 )

com ocargo de Guarda mar de Dio, por casar com Vi-


toria de Mesquita, e ao tempo que lhe cabia entrar foi
excluid6 por sentença da RelaOto, por não ter confir-
maçâo dele, e por não ter quem requeresse por elle
nesse Reino, escreveu esta cidade a Sua Magestade lhe
fizesse mercê de lho confirmar, elhe enviou os papeis
o anuo de noventa e quatro, e nos mandou responder
que os mandaria ver edeepachar como fosse servido, e
thé opresente nao he respondido; ecomo he muito po-
bre, ato tem outro requerente mais que esta cidade,
pedimos aV. Magestade que visto ser dote de- c.a-
mento, eestar casado com quatro filhas molhares sem
remedio, nos faça mercê mandar ver sua justiça pelos
papeis, que este armo manda apresentar em mesa de
despacho, econfirmarlhe o dito ddte no tempo que lhe
foi dado, porque d'outra •maneira não poderá entrar
nelle, por ser já muito velho.
XXII. Depois de termos escrito aV. Magestade, se
offereceo a occaBiao desta queixa pela pouca justiça,
que se nos faz em todos nossos requerimentos. João.Ro-
drigues de Torres, Veador que foi da fazenda, que nes-
tas nãos vai, nos devia deus mil equinhentos serafins
por seus mamados, epor se embarcar, enre ato ter pa-
go, corremos com elle por justiça, esovemos mandado
pera oexecutar, epor não dar penhores, foi preso em
sua base, esem embargo de estar preso, ae negociou
pera se ir. Pedimos aLuis Senão Lobo, que hl vai na
nao capitania, ouvidor geral do eive], que visto embar-
casse, nos mandasse segurar ojuizo, dandose juramen-
to ao dito Jota, Rodrigues, o qual jurou que sem em-
bargo de estar preso, Be embarcava; com este termo
lhe pedimos que omandasse levar átorre da menagem,
visM sua reposta, oque hão quis fazer, de que agra-
vamou pera amesa da Relação, onde tanto que ouve
noticia do agravo, se levantarão todos, eato quiseras
'fazer mais Relação, afim de alo ser preso odito Jota
Rodrigues: mandámos os autos a Julias de Campos,
( 125 )

que serve de Chansarel, pedindolhe quisesse fazer Re—


lação hum dia antes da festa, eda partida deu mios; o
despachar nosso requerimento, pois não erão ferias, e
era monção de aviar partes, estando as nãos a pique;
reapondeonos que onão avia de fazer; fomos com este
requerimento ao Viso Rey, pedindolhe mandasse aos
Desembargadores dessem despacho ás partes, efizessem
Relaçâo;.respondeonos que não avia de impedir aem—
barcação a Jota Rodrigues; desta maneira ficámos com
os papeis na reto, eJoão Rodrigues se embarcou sem
nós o podermos obrigar, enem precatorios nos guise—
rão mandar passar para enviar aesse Reino para a ar-
recadação deste dinheiro; pelo que nos foi forçado pedir
os trealados dos autos, que enviamos a V. Magestade
para que nos faça mercé mandar ver o termo que nal—
les fizemos, ereine áforça de braço se nos quis impe-
dir esta execuçffo, eque em nenhuma cousa que reque—
remos se nos faz justiça, mandando prover no caso como
for serviço de V. Magestade, porque todavia parece que
quando esta cidade não pede sem justiça, ao menos o
que he de rigor delia se lhe não deve negar.
Nosso Senhor aCatholica e Real pessoa de V. Ma—
gostada guarde, sua vida eestado amecente por largos
atums como pode,

10
Outra Carta do mesclo anuo.

I. Depois de termos eseripto aV. Magestade, e


de partidas as duas néos, que anota cidade carregarão,
que se fizerão âvela ontem 29 de Dezembro, oje no
derradeiro dia da obrigavrio de nossos cargos teve esta
cidade noticia de como oViso—Rey Aires de Saldanha
( 126 )

tinha passada suma provisto, que es mandava apregoér


pela cidade huma Instruçáo de V. Magestade, per que se
defende resgatarem-se e comprarem-se os gentios dos
Reinos de Japão, confirmando-as huma provisto
que ha trinta e troe annos foi passada por El-
Rey Dom Sebaetião, que saneia gloria aja, em favor
desta gente, havida amelancia dos Padres da Compa-
panhia com informaçães bastantes para oefeito della,
ecalada averdade, eas muitas que havia pera aim-
pedirem, que posto que as incobrirao ao tempo que se
passou, ao menos manifestarao-se cÁ de maneira, que
impedirao a exemiçao delta tê opresente, sem em todo
esto tempo se renovar cousa alguma sobra rua, eoque
sob esta defesa declara he que a gente dos. dites reinos
naa possa ser resgatada nem eaptiva da publicaçao
em diante. Oje aprovisao, que o Viso-Rey passa,
abe somente trata desta liberdade pera ofuturo, mas
ainda acreeenta que os que oje ha neste Estado capti-
vos, Beja° livres; coma que todo esto povo recebe tão
mal, que se juntara° os moradores desta cidade noite.
Camara oje -riam grandes exclamaçües enxmerimentos,
que nos obrigarae a ir afaltar sobre onegocio com o
Viso-itey Aires do Saldanha, que se escusa com adefe-
sa einstruçao de V. Magestade. E como esta mataria
he detanta importada, enas acabamos oje esta obriga-
çao que temos, e não ha tempo de poder dar a V. Oda-
gostada conta larga dos inconvenientes, que de tal de-
fesa se seguirão dando-se ella áexecuçao; naio podemos
porora tratar de mais que de pedir a V. Magestade em
nome de todo este Estado ocidades dello nos faça mer-
cê mandar que esta defesa cesse até nós sermos ouvidos,
ese determinar se h° bem guardar-se, m.dando que
Viso-Rey nos admitta a direito, porque posto que te-
mos embargada esta defesa na chancellaria, oVisó-Rey
nos disso que nao havia de admittir embargos; no que
parece que se que asar mais de força, que de justiça; e
mão deve haver lei devia nein humana que tal-se coa-
( 127 )

sinta, porque desapossar—. hum Estado tamanho como


este dos escravos que tem comprados com seu dinheiro
ha tantos asnos, em que está metido hum milhão d'ou-
ro, emais ainda, etodos por consentimento dos Bispos,
ePadres da mesma Companhia que administrão aabris-
Saudade de Japão, ecom papeis ecertidóes suas coita-
das com suas armas, que mostraremos quando cumprir,
por pareceres dos mesmos theologos, sem serem os pos-
suidores envides primeiro, não cabe em nosso entendi-
mento que V. Magestade tal consinta, quanto mais que
este lie menor respeito que pode montar esta lei, e
muito mais desserviço ficará sendo de Deos e de suas
almas, esegundariamente de V. Magestade defender-
lhe tal, porque esta gente em suas terras he publica-
mente comprada pelos mouros seus vezinhos, que todos
os annos lerão Mos carregadas pera os fazerem mou-
ros; etodos os que vem anosso poder se fazem christffire,
ficando V. Magestade com mais vassallos, que acaba
dos amos que os Padres lhe poem de serviço, ficão li-
vres, oque se se evitar, todos se facho aloures, eserio
comprados por outros. De mais disto este Estado está
cheio delles, que como captivos de seus senhores, estão
prestes pera adefensão dello, porque os Portuguezos
não bastão para encher omais pequeno baluarte desta
ilha, oofferecendo.eo guerra, ha Portuguez com cinco
seis moços destes á ilharga com suas espingardas,
monta muito; quanto mais que esta gente he bellicosa,
e postos em liberdade não ha duvida que se levantem
com esta terra, carteando-se com os imigro, que temos
diante dos olhos, enos matem atodos, porque sem nu-
mero alia mais que nós: tanto lie isto assi, que sr5 com
ooquo desta liberdade andão já alevantados, e seus se-
nhores d'aviso sobre enes. Estes, eoutros muitos in-
convenientes ha muito mais eficazes pera se atal defe-
sa não cumprir, que pelas occasffies que apontamos não
podemos declarar, mas para o armo esta cidade as es-
creverá largo a V. Magestade. E por entretanto
( 128 )

pedimos aV. Magestade mande sobre estar na execu-


ção,. que adilação he pouca para meteria de tanta im-
portancia, lembrando Magestade ponha mais os
olhos na tenção dos que aimpetrarão, que nos respeitos
per que sc couco, porque vai muito de huma cousa
aoutra; eaffirmamos aV. Magestade que se este Esta-
do se Imile perder, bode ser pelas coimas dos Padres da
Companhia, que tendo licença de V. Magestade aponta-
remos, emostraremos como oje tom neste Estado tanta
ronda como quasi metade do rendimento de vossa fazen-
da, esão senhores absolutos da mór parte desta Ilha,
toda tem comprada, infallivelmonte d'oje a dez atmo,
não haverá casa nem palmar, que não seja seu, ficando
os moradores esbulhados, de que naco estar este Estado
tno pobre, que por os homens não terem bens de raiz
que comprar, tem perdido todo seu cabedal no mar: e
sé as rendas que tom em Sabote bastarão para susten-
tar as outras Rsligins que cá ha, ficando de fora oNor-
te, que he muito mais, como V. Magestade saberá,
quiser mandar-se informar do que apontamos. E confi-
ados ficamos que usei nisto como em tudo omais que se
offorecor'nos fará V. Magestade justiça, e mercê.

11.
Carta, irai as Bailamo Vreadores do anno de 604, em
fim dalls, ~mordo por tona aSua Mageetade.

'
I. N tio tanto pelo que em geral toca ágovornação
deste Estado sentimos afalta das 'Mos que desse Reino
esto anno carregados (7) se esperavão, quanto pelas boas
novau da saude de V. E. Magestade, de que ficamos ca-
recendo; mas permittirá DOQS Nosso Senhor seja esta
tão perfeita como estes seus vassallos desejai>, epira aug-
monto odelbado do asas Janota fé ho necemario.
( 129 )

II. Tem este Estado chegado atermo que tínhamos


assentado a instancia de todas as cidades deite, em QIA.
pecial dos desta, mandar pelas náos pessoas aesse Rei-
no, que dessem a V. Magestade larga everdadeira eu-
formação das roucas dello, posto que talos tis almas o
tenhamos feito por escrito, e muito mais em particular
oasno passado, como pela carta dello V. Mages .tade
pode mandar ver, depois do que sobreveio a oceasião,
que ao diante aponthremos, que só fora bastante pera
effeituarmos este intento, quando a isso já não estiva-
remos deliberados, econsiderando omuito que impor-
tava avisar de tudo aV. Magestaide, intentamos fauno
por terra, para oque buscandose pessoa que tivesse as
partes que ao negocio da jornada -convinha, foi eleito
pelos fidalgos ecidadãos nesta amara, que para isso
ajuntámos, oPadre Frey Antonio de louvou, Prior que
ora he do convento de Santo Augtistinho, pessoa de
tanta virtude, letras, eautoridade, que por estas e ou-
tras muitas partes que nelle concorrem, o mandou o
Viso Rey Aires de Saldanha á Persia a communicar
conr oXL meterias de muito serviço de V. Magestade,
que pelo credito eexperiencia, com que de lá veio, assi
da terra como dos negocios, ficou sendo ,a eleição mais
acertada, eeommunicandose ao Viso Ray, posto que a
principio se lhe offerecessem alguns inconvenientes, a-
chou serem de menos respeitos á, necessidade de que se
tratava, eassi nos concedeu licença pari opoder no-
mear, que temos nesta cantara assinada por elle, aqual
tombem concedeu oArcebispo Primaz Dom Frey Ateias
de Meneses, que alem deita offereceo sua propria (elo)
pelo grande serviço que nisso entende° fazia A Doai
Nosso Senhor, eaV. Magostade, que lhe esta eidad3 a-
gradece°, como esta, eoutras muitas virtudes que nolle
ha (de que V. Magestade está bem enfeirado )nos es—
tão obrigando, de que V. Magestade se devo avie por
bom servido; e tombem nolla não negou ol'adro Froy
Miguel dos Anjos, Provincial da dita Ordem, que poetos
( 130 )

todos os olhos no muito effecto, que da tal jornada e


eleicão se seguiria, sendo V. Magestade verdadeira e
realmente informado e desenganado, ouverao nono não
poderia° negar, e consentindo odito Padre nesta sua
elecçâo com ogosto e disposiçao que convinha, onego-
ceamos, e estando em vespora de se embarcar pera Or-
mus, esendo esta cidade chamada do Viso Rey pera
effecto de lhe fazer hum emprestimo, que nos pedio, por
estar já certo de sua &cada, s.chandonos tao propicio»
como sempre, ávolta deste negocio tratou comum°
que não convinha ir odito Padre, embaraçandonos de
maneira que affirmamos aV. Magestade ficámos de to-
do persuadidos querer Deos Nosso Senhor se acabe este
Estado, pois se lhe encontrão os meios por onde se lho
pretende oremedio, epor cima de todas as reages, que
lhe apontamos mostrandolhe !mina carta que temos de
Sua Magestade, que sanas gloria aja, per que manda
que os Viso Reii nos itã> impidao mandar requerer a
esse Reino pela pessoa opte quisermos, nos revogou a
licença que tinha dado, nem inda consentindo que fos-
se outro algum cidadão, em que se arriscava menos que
no dito Padre, sobre que fez todo seu fundamento, e
instando na meteria, não só nos nito agradeces este zelo
odespesa, que por serviço de V. Magestade faziamos,
entes se descompoz comnosco de maneira, que odeve
V. Magestade estranhar muito, usei pelo respeito que
se deve anossa lealdades merecimentos, como porque
nossos successores ato recaem fazerem aos Viso Reis as
lembranças o requerimentos que virem convem ao ser—
viço de V. 31agestade, que por este respeito alto haja
quem se atreva, e atalhados por Imme e outra parte,
tratando COIR OArcebispo Osuccess°, se nos tornou a
offerecor pera a jornada, sem embargo do lugar que ti.
ilha, pela importancia delia, mas nao permittirtt Deus
NOSSO Senhor apartemos de nós prelado, por cuja vir—
tetO nos faz Dos algemes mercês, esó aceita-
mos dello o encaminhar por SIM via as cartas que es-.
( 131 )

cravemos aV. Magestade, pera oque nos deu acifra


que V. Magestade lhe mandou, pela qual, epor nos pa-
recer que por outra ordem não convinha, escrevemos as
meterias seguintes.
III. A onze de Setembro chegou aviso do como em
Moçãobiquo ficava° dez mios 011andezas, que tomarão
anato do trato, eatirarão debaixo da fortaleza, áqual
se recolhei, agente, que na terra avia, que não passarão
de sessenta homens, e estes sem moniçães; ea 26 do'
mesmo mez vierão ,agir nesta barra sete delias no sor-
gidouro das Mos, onde lhe não fez nojo aartelharia,
que esta cidade osano passado poz na fortaleza de
Bardez, e ponta de Gaspar Dias, não porque alguma
delias lhe não chegasse, mas porque apolvora, que nes-
te Estado se faz, he hum pouco devido (sie), einda es-
ta se ato faz senão com aoccasião entre mãos. Estiva-
rão nesta barra perto de hum mas com a mór afronta
e descredito que este Estado nunca padeceu, eomuito
a que chegarão as forças deito foi irem para a barra
tres ganas meus chusmadas, com quatro ou cinco navios,
que não ouve marinheiros pera mais; eestas ácusta de
quem nellas assistir', edepois de se fazerem ávela, che-
garão as troe, que depois de alguns dias se forte tom—
bem aseu salvo, sem humos nom as outras serem of-
fendidas, nem cometidas por arte nem poder. Mandou o
Viso Rey em seu seguimento vinte navios de remo pa-
ra lhe impedir o comercio da terra, com os quites as
lanchas e pataxos tiverão já doeu recontros, mas não
foi baatante para deixarem do tomar terra pela costa
do Malavar, onde ficão, eao presente em Chitua, doa-
de tratão amizade com oSamorim, que deites aceitou
sauguates, ede quem pretendem a carrega da pimen—
ta, que pela pouca lealdade deste Rey presumimos lha
não negará. De Aderrajao, senhor das terras ao Cana-
nor, pretenderão omesmo por carta que lhe escreverão,
ao que este se mostrou leal vassallo de V. Magestade
escrevendolho tinhão nelle hum Iflui grande onimigo,
( 132 )

com oque pretenderão desembarcar em terra, eos dei-


lu lho impedirão, oque V. Magestade lhe deve agrade-
cer.. Estes cossairos &Ao oje senhores da navegação do
mar, que os Portugueses thégora impedirão atoda ou.
ti" nação, de maneira que já não navega coma nossa,
nem ha quem se atreva, por não arar armada A'alto
bordo, que assegure oda guarda, sem a qual nenhuma
outra cousa ficará aproveitando; e asai ficamos como
não velha »g mares esem leme, etodos recolhidos en-
tre as muralhas velhas desta cidade, em cuja defensão
motronsmos á espada. Deste success° se avisou Malaea
por does navios, para hum dos quaes negaceou oAr-
cebispo dose mil saradas, ea cidade outros deus mil
para outro, dos quaes hum sã passou, para que se não
arriscassem as nãos, que se esporão do Sul, que total-
mente está acabado, porque inda o anno passado terão
áChina, onde tomarão anão de Japão, que estava para
se fazer âvela carregada, com a qual, e as maio que
cá tem tomado ' roubarão a este Estado mais de quatro
contos d'ouro, deixando os moradores assolados edes-
truidos para nunca mais levantarem cabeça, eas al-
fandeÈas de V. Magestade sem rendimento; epoeto que
oViso Rei ainstancia do Arcebispo assentou em con-
selho mandar humo armada do oito nãos em seguimen-
to destes cossairos, para o que mandou ao Norte aCos-
mo de Lafeita, que nomeou por capitão della, para de
lá trazer o que pudesse aver,•assi dinheiro como nãos,
oartelharia, epelo.poueo tempo que ba que partiu, que
foi a25 deste mas de Novembro, eomuito que lá tem
para fazer, e a pouca deligencia que cá ha, quando
chegar, será tão tarde, ',lua será impossivel poder fazer
viagem, esoei se presume que de lá não trará cousa
bastante, que por pouco que tirem das fortalezas, as
deixará com muita falta, eassim não poderá avor °Ano-
to. Ao presente não ha hum galeão, nem não d'alto
baleia; e ribeira sem madeira, nem cousa de que se pos-
silo ordenar; oEstado impossibilitado de dinheiro; os
( 133 )

abusam,' varridos; sem humo peça d'artelharia, nem


hum pelouro, nem chumbo, nem ferro, de que se fação;
cobre pera se fundir artelharia não no ha, porque não
ha China, apolvora he aque dissemos; não se achará
hum só bombardeiro, nem homem do mar, epelo pou-
co que se fez nesta °ocasião* se vê bem afraqueza e
impossibilidades do Estado, ?A qual pedimoo aV. Ma-
gostado mande acudir com gente, nãos, artelharia, e
dinheiro em abastança, emuitos homens do mar, ebom-
bardeiros, esobre tudo com Viso Rey que venha mais
amerecer, que aenriquecer, porque a demasia da em.
biça, que oje reina na India, atem chegado aeste fim,
IV. E mandando que se não paguem dividas velhas,
senão por ordem do conselho, onde se dará juramento
de portos serão alguma cousa, ealguma pessoa pelo tal
juramento, porque de mais de este ser hum sumidouro
de muita parte da fazenda de V. Mageatade, averão
as partes oseu por em cheo, de que the oje tiverão tão
pouca parte.
V. O Viso Rey tratou comumco se fizesse hum forte
no morro de Bardes pera defensão das nãos que estive-
rem no surgidouro, que ficará dello para dentro, por-
que pode acontecer estarem as nãos o anno que vem
surtas, echegar outra frota que as leve sem se lhe po-
der impedir, pesque oeffecto principal da ponta de Gas-
par Dias, efortaleza de Bardez foi em defensão da en-
trada da barra somente; pelo que do rendimento do
hum por cento omandamos fazer; mas he elle tão pou-
co, que receamos não aja com que se acabe; e posto
que fora da ilha, he em muita defendo deita pelos
respeitos que apontamos.
VI. E despoja de termos escrito aV. Magestade por
dam vias, de que esta he a segunda, que foi feita em
oprimeiro de Dezembro, se offereceo ser necessario a-
erecentar nella o capitulo mguinte. — Vespora de Na-
tal chegou aqui nova de como as sete nãos Olandezas,
que nesta barra ostivorão, crio passadas oCabo de Co-
( 184 )

morim p.a fora, eestavão em Negumbo, que he hum


porto da Ilha de Ceilão, onde esperto as nãos, que de-
vem vir do Sul, se por nossos peccados as deixarão
passar de Malaca, e infallivelmente lhe vem cair nas
mitos; alem do que arrebentarão mais duas mios Olan-
deras ehum pataxo na costa do Norte, e junto áfor-
taleza de Chassi, dez ou doze lagoas deito, tomarão ha-
ma não do capitão d'Ormuz, que vinha para esta cida-
de com contes cincomta cavallos, ecom muito dinhoi-
ro, a qual queimarão depois de escorchada, ese forte
pela costa do Norte acima sorgindo á vista de todas
as fortalezas, mostrando bem com esta soltura econ-
fiança o miseravel estado a que temos chegado, pois
nesta costa, onde nunca ousou navegar hum navio de
imigos, andão duas nãos como se fora por hum de seus
portos, nem aver quem as offenda, esão baatantea peva
nos senhorearem omar, enos desapossarem de nossa
navegação, que de tacto he acabada, e não só pera os
mercadores, mas nom armada ha jâ, por oje derradeiro
de Dezembro se não falia na do Malavar, esó no Nor-
tu andão alguau navios: pelo que pedimos a V. Ma-
gostada acuda pela honra ecredito deste Estado, em o,
qual com tanto sangue de Portugueses se dilatou a fé
de Jesus Chriato, não se perca ámingoa, pois em tem-
po doa Reis vossos predecessores, sendo tão demenuidos
em poder, se sustentou sempre cem muito pouco cabe-
dal, e nesta esperança ficam., pedindo a Nosso Se-
nhor ácatimbe.. eReal pessoa de V. Mageatade guar-
de vida, eo catado aumente por largos amuos, como
pode.
( 135 )

12.
Canta, que Os Senhores Vreadores eserenerao prie-
eipio do anno de 1605 por terra aSua Magestade.

1. Depois que sucedemos no lugar de Vreadores da


Comera desta cidade de Goa este asno de 605, soube-
mos terem os passados avisado por terra aV. Magoe-
toda por dum vias assi da falta das nãos do Reino, co-
mo de outras matarias de importando, que se offerece-
rão, eda carta que escreverão mandamos com esta a
V. Magestade outra via, porque pela incerteza da jor-
nada duvidamos chegarem as outras, epor vilas sabe-
rã V. Magestade os successos que neste Estado se offe-
recerão, eomuito que esta cidade fe's por enviar pes-
soa que por palavra epessoalmente desse aV. Magoo-
gado larga everdadeira enformação, anui porque por
cartas se não pode dizer tudo, como tombem porque
semelhantes matarias pedião quem milhor as declaras-
se, ecomo oViso Rei nos empedio este intento depois
de nos ter concedido licença, e estar apessoa eleita, de
que mon:semente se escandalisou este povo, einda to-
das as mais cidades deste Estado, que unidas em con-
formidade orequerião, mormente, quando se não, preten-
dia honras, privilegios, nem liberdades; mas toda avia
considerando oestado dm cessas, não delirámos de pro-
curar com todo o segredo fosse pessoa, pela qual V.
Magestade seja informado das particularidades, que de
cartas se não podem fiar, oque não communicâmos ao
Vim Rey, por se ter declarado neste particular comnos-
co, e sd ofizemos ao Arcebispo Primaz como pessoa que
tanto zelo tem do bem destqEstado, eserviço de V. Ma-
gostado, eem nossos requerimentos achamos sempre pra
picio, com cujo parecer persuadimos aBaltezar d'Aze-
( 136 )

rede, portador desta, cidadão nobre, honrado, °azado


emorador nesta cidade, Provedor da coza da polvora,
efilho de Antonio d'Azeredo, 'segador que foi nesta ci-
dade, por cujo fallecimento ouve omesmo cargo, pe3-
soa de merecimentos eserviços, quisesse acceitor otra-
balho, como fez, do qual pedimos aV. Magestade se
queira mandar informar, parque dello fiamos tratará
todas as consoa com aquela verdade que convem, eV.
Wagestade lhe pode dar credito, porque não pode dizer
cousa que onão seja muito mais, agradecendolhe oze-
la otrabalho, que corgo cidadão por honra desta sua
potria, e serviço de Dera ede V. Magestade quis to -
mar com tanto risco de sua pessoa, etão pouca despe-
sa nossa, que tudo faz ásua custa, dandolhe só de nos-
sa parte esperanças mui largas nas mercês de V. Ma-
gastada, que só pode gratificar tal serviço, como oque
em semelhante tempo nós atemos que se faz aV. tIa.
gastado, avendose por bem servido da deligencia que
neste particular fizemos, postos os olhos no bem com ciam
de hum Estado, que tanto tem custado, eera que tanto
'se perde, ovando que faltavamos com nossa obrigação
-deixando de por qualquer via oeffectuar, indo que sem
.communicação do Viso Ray, porque demais das ocos,-
oilles, que os passados Moerão para o intentar, anós
nos não faltarão outras que de novo sobrevierão, que he
só oque porora apontaremos remétendonos no mais á
que cota esta vai, pela qual se dá conta a V. Magas -
tilde como as duas mios Olandozas, que andavão na
costa do Norte tomarão acato São isto, ao capitão de
Ormuz, carregada do envoltos, e com muito dinheiro,
depois do que voo aqui nova como forte ao porto do
Surrate, onde mandarão hum potaxo, eembaixadores
com sauguate ecartas de grandes offerecimeutos epro-
messas pedindo comercio, eporto, a que suas armadas
pudessem vir; e chegando os navios, que farto em se-
guimento destas nãos, ábarra de Surrate, indose reco-
lhana° á vista deltas poro dentro, por recto de hum
( 137 )

tempo que lhes deu, ouverão vista ao pataxo, oqual


por dar em sequo, otomarão com hum só °lande., que
fica preso com as cartas, eembaixada que levava, eas
nãos fizerão âvela não fazendo caso da armada do re-
mo, como cousa que tão pouco nojo lhes podia fazer,
sendo alias duas novatas, eos navios mais de eincoen-
ta, com que fica claro quão desnecessaria he a despesa
que com elles se faz para semelhante effeito, posto que
destes só vinte fardo armados por conta da fazenda do
V. Magestade, que nos mais forço fidalgos ecidadãos
casados ásua custa; epartidas as nãos vierão pela cos-
ta abaixo, equeimarão mais outra não de Dia, tomas-
dolhe os Portugueses em refens do °lande., epassando
por esta barra apparecorão ávista das mais fortalezas
do Malavar thé chegarem á barra de Cochira, onde quei-
marão huma não do capitão do Maluca, e lho tomarão
dez ou doze peças d'artelharia, com que se fazia pres-
tes para ir em seu seguimento, não esperando pela ar-
mada, que foi muita grande perda, porque usai nos vão
tomando essas poucas nãos eartelharia que tinham,o
para nossa defensão, e dela passarão em demanda das
seta, eIlha de Ceilão, onde forão aportar com presup-
posto de aver porto na Ilha eamizade com Dom João
de Condoa, ou quem seu lugar tiver, donde temos por
novas serem idas, posto que não para onde, econfirem
alingoagem do °lamba devem ser passados ao Sul, ore
de farão as presas, efortalezas que quiserem, sem 4,,
quem lho impida, enós ficaremos perdoado ocomerem
della, sem o qual tudo omais he acabado, e que isto
assy soja, está claro, pois Mies tem bani visto aimpos-
sibilidade do Estado, eque na cabeça dello, ecosta da
India aolhos e face do Viso Ray navegarão, eestiva-
rão surtos com tanta soltura queimando e assolando
quanto acharão, e cometendo desembarcar em nossas
proprias fortalezas, som tiver quem lhe fosse âmão, com
oque ficarão persuadidos do pouco que temos pera os
offender, eir ores seu seguimento, pois á porta uno sovo
( 138 )

quem lhe saiam opoeto que rola que com esta vai se
deixa ver que oViso Rey ordenou armada de oito mios
peru os seguir, tombam se aponta que não avia de a-
ver effocto, como o tampo mostrou, porque posto quo
Cosmo de Lafeitá trouxe do Norte mais do que se ima-
ginou; que forte cinco nãos muito formosas, duas das
quit09 aerãO 118 fortalezas do Norte armadas âsua CUSto
de artilharia, que tirarão do seus murbs, ecom odi-
nheiro quo ui:Roa vaio para apaga dos soldados, ofi-
dalgos por e.;piiãos delias com as despesas feitas, o
que os moradores daquellas cidades fizerão com hum
animo ezelo qual sempre mostrarão pera adefensão e
conmrvação deste Estado, ooutra estava armada pela
cidade de Cochim esperando aarmada com que sie avia
de ajudar, afora duas outras mais, que neste rio avia,
que se poderão negociar, pois avia tempo e occásião,
oos homens tão dispostos ade sua parte não faltarem
com sum pessoas e fazendas, com tudo não foi Duos
servido que isto ouvesse effecto; os respeitos ello os sa-
be, que são segredos seus; porem nossa opinião ato he
outra senão que nos quer Dons desapossar do que com
tantas somjustiças possuimos, odemaziáda cobiça, que
ide reina, etodavia não faltarão lembranças do Ares-
bispo Primaz, que as foz (?) nestas matarias como se
estiverão só á sua conta •(que prouvera a Dons que fos-
lo), nom tamboril se descuidou esta cidade, o outras
pessoas quo lhas podido fazer, que tudo não montou
Imas, porque afio faltão ministros econselheiros, que
eheos do respoitos encontrão todo obem, equando che-
gou amuito foi mandaremse duas nãos, que são as que
vieste armadas polas cidadoa, com gente de socorro a
Coilião, oa principal causa disto foi estar adespesa foi-
ta de manoira que se não podia cobrar odinheiro, o
nisto mirebontão as armadas da Iniba em tempo do tan-
ta nomesidade, mas so esta extraordinaria se foz, pou-
pou«, sala alia a despesa da do Ilialavar, quo esto an-
no cite 011VO, que há aprimeira voz quo na bulia a-
( 139 )

contorce, o com que nossos imiguos evesinhos nos jul-


gão oje por de todo impossibilitados não só para °fren-
der, mas indo poro nossa defensão, de que permitta Doou
não nasça alteração contra esta cidade, como se vai
mostrando com sua isenção, enos negarem os mari-
nheiros pera as armadas, sem os quaes as não pede
over, que só em suas terras os ha, o cosi ficaremos sê
com a possessão de quatro palmos do torra, perdendo o
senhorio do mar, que oje abes tem por alhoo pelo que
pedimos a V. Magestado mande acodir a esto Estado,
que em realidade fica como humo mio muito velha, e
sem governo exposta aos mares e tempos; e que soja
com brevidade. As cousas per si opedem; emis especial
com pessoa que assista com poder ejurisdição no Sul, e
não dependa da vontade do quem não vê com os olhos,
nem se dôo das necessidades dello, esobretudo com Vi-
so Rey que queira otrate só de servir aDoes o aV.
Magestado, eespere dello as mercês ehonras, que por
suas obras merecer, enão de assollar a terra evossa
fazenda, como luneta eoutra oje oestão, proldbindo que
mu nenhuma forMa se paguem dividas velhas senão pela
ordem que cc aponta aV. Mogestade, porque de quatro
ou cinco ulmos aesta parte passar, de trezentos mil cru-
zados os que se pagarão, dos quaes as partos não ou-
verão oitenta mil, o atei ficarão sem paga, eafazenda
do V. Magestade sem dinheiro, de que -vem a faltar a
ordinaria para as armadas; lembrando tombem a V.
Magestade mande tomar resolução nas °ousas de Ceilão,
que está, consumindo este Estado pela saca, o ao per-
dem as °ocasiões cada dia por falta de poder, e eis
mais que nunca.
II. 0 mais que por ora puderamos apontar aV. Ma-
gostada deixamos ao portador, aquem nos remetemos,
que de tudo oque V. Magestade quizer sua informaçâo
adará na verdade. Torna° apedir aV. Magestade 3105
proveja com as cotaas apontadas, ecom gente, arte-
lhana, marinheiros, homes do mar, ebombardoiros, pa-
ra que isto se vá restaurando de DOVII.
( 146 )

13.
Carta, que a cidade escreueo o anuo de 605 pela ar—
mada de Breu Telles, de que foi hum traslado
pela caravella.

I. Senhor. Não teve este Estado oanuo passado na


monção ordinaria de Setembro novas da mude de V.
Magestade ecasa real pelas nãos não chegarem, como
se esperavão, ecomo por então estivesse na mor pressão
que thé oje teve pela chegada das sete nãos Olandesas,
que em lugar das do Reino nesta barra estivarão surtas
por espaço de hum mea sem comodo pura offensão al—
guma, que se lhas pudesse intentar, e nenhuma reuna
omais podia alentar que as novas que se esperava°,
foi sem ellas osentimento dobrado; mas como Does Nos-
so Senhor não falte com sua misericordia aos que asila
tem esperança, foi elle servido trasernollas em Março
per humo carta de V. Magestade, que oViso Rey Ayres
de Saldanha teve por terra, de quem soubemos ficar V.
Magostade com sande, enão serem as aios partidas the
fim de Abril por °ocasião do tempo, eque com tudo par-
tirião, com oque se acendeo de novo oamor evonta—
de, que esta cidade aempm teve pera o serviço de V.
Magestade, pedindo aNosso Senhor alargue aV. Ma—
gestado sua vida com sande pera defensão de sua igre-
ja, augmento da 6,1catolica, governo equietação de seu
Estado.
Il. Os troe Vreadores, que neste tempo tinhão acar-
go agovernança desta cidade, em fim deita avisarão a
V. Mogestade do success., destas nãos Olandesas, que
acima apontamos, e do mais que lhe pareceo que con—
tinha ao serviço do V. Magestade por duas vias, que
m:.ralarRn por torra, hona derigida ao embaixador de
( 141 )

Veneza ácusta desta cidade, outra com ajuda eordem


do Arcebispo Primaz Dom Frei Aleizo de Menezes; e
nós os que lhe socodemos este presente anuo, na entra-
da dello fizemos o mesmo, dando mais relação das sou-
sus que sucederão depois de sua escritura the feitura da
nossa, por Balthezar d'Azeredo, cidadão desta cidade,
que por terra partiu, edeve ser nessa corto, de quem
V. Magestade estará enfermado dos trabalhos que este
Estado padece; etodas estas vias florão escritas per hei-
mu sifra, que oArcebispo nos deu, assi pelas materias
do que se tratava o requererem, como pelo mero que
avia que sendo sentida esta escritura, ficaria frustrado
nosso intento o trabalho, o se alcançaria o de que V.
Magestado era avisado, que não convinha saberes. E
porque podo acontecer não haver chegado nenhuma del-
ias, enviamos com esta aV. 3Iagestado a copia das di-
tas duas cartas, quo pedimos aV. Magestade nos faça
morçê mandar ver, porque lie o essencial do que por
hora podiamos tratar.
III. E porque as °ocasiões tem bem mostrado ser
muitas vezes neeessario os Vreadoros que assistem nes-
ta mesa avisar aV. Magestado muitas causas de seu
serviço que orequerem, epor respeitos particulares os
que otem por obrigação onão fazem, nem consentem,
pedimos aV. Magestade nos faça mercê mandarnos par-
ticular ordem peca que quando nos pallecer que convem,
opossamos fazer por terra, sem nos ser impedido, pois
os bons ou Má., intentos que nisso tivermos, vão diri—
gidos aV. Magestade, que os julgará, e proverá em
muitas causas aque he forçado acodirse com mais bre-
vidade da ordinaria, e que os capitães d'Ormuz nãe
encontrem esta ordem, antes dêm pera elle todo ofavor
eajuda que lhe for pedido, visto estar este Estado tão
distante desse Reino, eem tempo que pode ser neces-
serio fazermolo muitas vezes.
IV. Dom Mastim Affonso de Caatro, que V. Muges-
tudo enviou por Viso Rey, chegou aesta barra adeza-
( 142 )

nove de Maio deste presente armo em hm» galeota das


que avião hido aMoçambique, como he costume, quan-
do faltdo lutos, ese espera successor, deixando lá anâo
em que voo destroçada som toastes, por haver dado em
hum baixo, e amio São Felipe do sua companhia se
perdoo em Angoxa. Foi sua vinda festejada, porque
cosi o podido as causas deste Estado. Quatro dias de-
pois de ma chegada veo a caravana, de que era capi-
tão Gaspar Barbosa, enos entregou a carta de V. Ma-
gostada da ordem que avia por sou serviço se tivesse na
macesalo deste governo em auseneia do dito Viso Rey.
Em Julho chegou o corre°, que veo por terra com o
mesmo aviso, enos deu a carta que trazia; ena entra-
da deste Setembro passado chegou outra caravella, em
que vinha Bastido da Costa, do quem tambom recebe-
mos outra carta do mesmo aviso, a qual envernou em
Moçambique, por chegar tarde, e ser já partido oViso
Ray, com cuja chegada V. Magestade mandava suspen-
dor aordem que nellas vinha, como se foz.
V. Os troe gaiatice, que V. Magestado mandou desse
Reino em direitura aMalaca com as duas natos que par-
tirão em sua companhia, eas cinco, de que vinha por
capitão Bras Teima, chegarão todos asalvamento aesta
barra, onde Soão, o por alias recebemos as vias que V.
Magestado nos mandou escrever com as que vinhão pa-
ra as mais cidades, das quaes algumas, pera que ouve
monção, são enviadas, e as mais o serão tanto que a
ouver. Antes da chegada desta armada tinha esta cida-
de assentado mandar este anuo por pessoas de respeito
eautoridade pedir aV. Magestade socorro para as ne-
cessidades deste Estado, eaelararlhe averdade de quão
acabado está, ecom a ordem que V. Magestade enviou
para oViso Rey passar em pessoa ao Sul, se por huma
parte parece que cessou esta °ocasião, por outra nos fi-
cou maior das graças que se devem aV. Magestade
pela lembrança destes soas vassallos, e do muito que
convem mandar V. Magestade continuar com o sacar-
( 143 )

ro que cumpre a esta jornada, ose conseguir o. afecto


que se pretende; porque cosi como mediante esto socor-
ro de V. Magestado que temos por infallivol, fique cer-
to aquietação e aumento deste Estado, pelo conseguiu-
to sem ela (sie) se occasionao trabalhos dobrados, co-
mo abaixo apontaremos; pelo que para hama o Outra
cousa se ajuntara° os fidalgos, ecavaleiros desta cida-
de em calcara, pelos quaes se assentou que pois V. Ma-
gostado com as lembranças, que só por cartas se lhe
deste Estado fizera°, provara, estava certo que com os
avisos que são hidos por terra, opor se não frustrar o
trabalho ecabedal metido, e por muitos outros respei—
tos socorreria como da grandeza do V. Magostado ao
deve esperar; e que quanto ase lhe mandarem dar 119
graças da merca rocebida, era mui justo edevil°, po-
rem pera a despesa destas pessoas estava a cidade o
moradoras impossibilitados pulos trabalhos do tompo, e
perdas recebidas, e ser acabado ocomercio do que vi—
via°, e considerando abenignidade eamor do paternal
coraçao de V. Magostade se assentou que se avaria V.
Mag,estado por melhor servido do se uscusar o gasto
deito, poupandoa pera outra °ocasião mais necessi-
dado ao Estado, que fazendo pesa este parti, o se
pagaria V. alagestado tanto do nosso zelo o -Mude
como da obra; oassi pedimos aV. Magestade nos faça
mercê relevar esta falta, em que alto caimos, pois so-
bejou conhecimento ovontade.
Sentiose muito achegada dos galitles aesta bar-
ra sem passarem ao Sul, como V. Magestade ordenou,
porquo de quanto effecto fosso sua jornada já V. ala-
gostado deve ter sabido, pois azei ordonou; oque vindo
aqui nno ouvessem do passar, tamborn esta cidade oeu-
tondoo bem, porque podindo aV. Magestade mandasse;
armada desse Reino derogida ao Sul, lho escreves; que
vindo aesta barra nao anho do passar, como se viu
com sua chegada; poz o Viso Roy em conselho o que
deles se torto, ao assentou que ficassem peca irem ele
( 144 )

Abril, o posto quo por então assi parecesse que convi—


nha todavia ao presente se tem já assentado 0111
solhO que dovem ostes tres gabões com mais hum que
ao ordena, pois não passarão ao Sul, gastar o verão
correndo esta costa thé Ceilão, mostraudo aos trigos
deste Estado que se os °lande.os navogarão por ella
tão ousadamente, osem empedimento pela impossibili—
dade do Estado, todavia alo se esquecia V. hlagestade
de lhe acudir, e de mais disto se conservar agente
&lies, o poder cotar junta esperando na ponta de °al-
io ao Viso Roy quando fosse para oSul, onde assi como
viorão do Reino lhe saíssem ao caminho, eofossem a—
companhando, entretanto terem ajudado no que se offo-
recesso áconquista de Ceilão, em que se podião prover
do rofrosco, eser bons ás nãos que se esporão do Sul e
Bengala, que voei demandar esta ponta, onde he pos-
sivel encontrarem° com algumas nãos Olandezas, de
que por si só co não possão livrar, e lhes não aconteça
oque o anuo passado se vio que neste lugar tomarão
disse nãos Olandmas quatro ou cinco carregadas de fa-
zendas que vinlião de Bengala pora este Estado, em
que os moram o deito acabarão do perder oreste que
lhes .âfalta do se não mandarem atempo os ga-
liõeá; .a do Norte vierão com gente e dinheiro pera
aa:lhada, que Ayties do Saldanha intentou fosse em se-
guimento dostas nãos, movido da instancia do Arcebis-
po, olembrança que esta cidade fez por escrito, cujo
traslado mandamos com esta aV. Magestade, que posto
que se poz em preparação oapontado nella, não ouve
a minada effecto, antes hidos os imigos da barra, ces—
sou aprevenção, como (is COSSdra aoecasião indo eles
pera o Sul, o o dinheiro no gastou, sendo dado pelas
cidades do Norte com presupposto da armada, eandan-
do estos tires galeões pela costa, estarão os soldados
mais remediados, enão lhes será necessario tanto or-
namento de pessoas como a terra requere, esilos não
podem supprir, porque affirmamos aV. Magestade que
( 145 )

he lastima o que estes pobres homens, asai das anos


como dos galiães padecem, e vergonha e contudo da
nação portuguesa, epor credito deliu se lhes ouvera de
acudir, porque como sejão tantos, e não tenha° logo ar-
madas, perecem amingoa, eno hospital estão hoje ',as-
sente de oitocentas pessoas, onde cada dia morrem quin-
ze, vinte, que muitas vezes nasce da mudança que ha
dos fizicos, porque coatuntao os Viso Reis trazer desse
Reino hum fizico, e este 88 mais das vezes mancebo, e
não ode mais experiencia,. senão pela valia eafeição,
que em chegando fica logo correndo com oospital, por
aver aquelle ordenado que por isso se lhe dá; e como
isto seja outro clima muito diferente, eem poucos an-
nos alto alcance oconhecimento dello, os doentes sio es
que padecem esta falta, equando comoção ter algum,
eu lhe acaba oprovimento, e entra outro novo; oque
V. Magestade deve atalhar com ordem para que no ou
puni sirva oque mais annos tiver da terra, eexperion-
eia della, enão os que os Viso Reis comsigo trazem. O
mesmo apontamos sobre o surirgião, em que tamboril
ha os mesmos inconvenientes, ese procede pela mesma
ordem no provimento delle, Os outros que eseapáo des-
te trabalho anuo nris, descalços, edescarapuçados pe-
las ruas, dormem pelos alpendres das igrejas eportas,
andão de noite' ede dia pedindo esmola. O Arcebispo
movido deste desemparo mandou dar em sua casa hu-
mo mesa geral a todos os que a quizeosem aceeitar,
a que acodem mais de trezentas pessoas; porém a pos-
sibilidade he pouca para os desejos que tem. As Reli-
gibes tombem acodem aos que podem; eos mudor não
falta° nesta obrigação. Emfim que nos envergonhamos
dos infieis que os vêm; pelo que pedimos aV. Muges-
tade, pois custa tanto u soa fazenda opassar cá cada
hum destes homens, aja ordem para que se lhes acuda
com mesas, ou paga, ou armadas logo em chegando,
porque d'outra maneira huns morrem, outros te casão
com molheres da terra polo comer, ecalcos se espalha°
( 146 )

por estas fortalezas buscando outra maneira de vida,


com que BC tirão do serviço de V. Magestade para que
os cá mandou.
VII. Pelas cartas do V. Mageatade desta armada de
Bras Telles soubemos como V. Magestade mandava que
oViso Rey fosse ao Sul este Abril que vem, ao que
elle fica disposto, pera dar inteiro cumprimento, como
entendemos fará em tudo o que lhe V. Magestade man-
dar, e nos governará conforme aopinião que V. Ma.-
gostado teve dado quando oelegeu em semelhante tem-
po e oceasiào, ede seus bons principio,' esperamos se-
melhantes fins; porem he jornada esta, que tem tantos
etio grandes inconvenientes, que só hum expresso man-
dado de V. Magestade pode passar por eitos; porque se
o Sul requere tlio grande poder, não menos convem
que fique etl, e hum Estado tão impossibilitado como
este escassamente pode acudir a huma destas partes,
porque já V. Magestade deve saber quão pouco rendem
suas alfandegas depois que os Olandezes navegão pelo
Sul, ecosta da Inella, de maneira que pera buma ar-
mada do Malavar, eoutra do Norte se pedião estes an-
nos atroz emprestimos aos casados ecidade) einda es-
tas não erão tão reforçadas como as antigas. Dinheiro
em thesouro já se não ajunta; e a armada que André
Furtado levou ao Sul, que seria oquarto da que oViso
Rey oje convem que leve, eelle pretende, custou ao
Estado duzentos etantos mil cruzados, epoz esta ter-
ra sem hum gravissimo cerco, porque se não achava ma-
rinheiro, nem mantimento, e tudo estava fechado pela
oppressão dos soldados, edeixou oEstado tão impos-
sibilitado que a aio pode mais socorrer, e foi necesaa-
rio tirano humo esmola por esta cidade pera se lho
mandar, edá China, eda Manilha se lhe socorria de
maneira que já cá não poderá tornar nada delta; e a
que o Viso Rey pretende levar custará oitocentos mil
cruzados; nós não sabemos u donde alies aja° de vir,
nem como possa ser ter esta ida efecto, eem caso que
147 )

os aja de ser (sia), ficará oEstado empenhado, ese »Bi


for, donde se lhe ade aocorrer com o neceseario, que
o Sul não pode lá dar nada de si, edonde se hão de
fazer cá as armadas necessarias e ordinarias para a
costa do Malavar eNortb; e offerecendose huma coca-
sido, que este he otempo em que os imigos e visinhos
estão ámira, como edonde Be lhe acudirá., ou com que
se resistirá aimigos tão possantes, pois o Estado ade
ficar tio falto de dinheiro, gente, fidalgos, artelharia,
que tudo he tão pouco, que pera esta armada ode fal-
tar. Certo que nenhum outro comediu lhe achamos mais
que opoder elembrança de V. Magestade, sem oqual
nlio só se não conseguira o efecto que se pretende, mas
ficará esta armada sendo total destruição deste Estado,
e de se acabar em hum ponto oque sem ela poderia
durar mais alguma cousa: pelo que pedimos aV. Ma-
gastado se lembre de hum Estado, que tanto sangue tem
custado á coroa de Portugal, eque os Reis vossos an-
tecessores com tanto custo seu tem sustentado, eoje es-
tá tio enobrecido de cidades, vassales, esumptuosissi-
mos templos, que omundo todo lhe pode ter enveja, e
em que afé eatolica se dilata com tantos exemplos de
aanctidade emartirio, que não ha reino de infieis, por
distante que seja, a que não tenha chegado, esperando.
se tanto feudo áigreja de Duos, que mediante ofavor
divino, e poder de V. Magestade se venha todo a con-
verter, pois afé tem tantas raizes espalhadas por todo
este oriente com consentimento de seus reis, edos mais
poderosos dele, como Roger, Japão, Xá, eoutros mui-
tos, que em seus reinos consentem, etem fundado igre-
jas, não impedindo a seus vassalas a conversão; epois
V. Magestade tanto cabedal meteo este anuo na restau-
rac„,ão della, amd de naos, artelharia, gente, e dinheiro
pera bem desta armada, certos ficamos que mandará
continuar com ajuda necessaria pera osocorro deita o
armo que vem, de que oprincipal he dinheiro, emuito
dinheiro, para que se alcance oque se pretende; por-
( 148 )

que posto que ficando ogoverno commettido ao Arce—


bispo Primaz tenhamos muito certas esperanças que re-
mediará muitas necessidades, eacodira ao Viso Rey com
muito mais do que qualquer outra pessoa pudera fazer,
por ser livre, desinteressado, azeloso do serviço de V.
Magestade, e bem deste Estado; todavia não deixará
por isso de ser necessaria ajuda de V. Magostade, sem
aqual não ha nada; e tenha V. Magestade por certo
que tudo esto Estado merece; e restaurandose oSul, e
reformandose desordens passadas na fazenda de V. Ma-
«estude, redundará em dobrado rendimento, acrecenta-
mento do Estado, emerecimento pera com Deus, eau-
gmento de sua santa fé catholica; epelas necessidades
serem tão urgentes ordenou oViso Rey avisar aV. Ma—
gostado por huma caravella a tempo que nas nãos que
vierem possa ser socorrido como cenvem, e nós espe—
ramos.
VIU. Pera effecto das nãos chegarem a salvamento
importa partirem de lá cedo, pelo que se lembra aV.
hlagestade ocuidado que os ministros deltas devem ter
neste particular, pois a experiencia destes deus armes,
presente epassado, nos mostra oque em partirem cedo
se ganha, e pelo contrario se perde, pois de toda humo,
armada que partio tarde ato passou cá nenhuma, ese
perdoo bacia, eda que voo cedo chegarão todas.
IX. O ospital, pera que V. Magestade deu lama vis-
ai. da China, não vai por diante, porque se nos não
dreço mais que quatro mil xerafins, que do gastados,
como já escrevemos aV. Magestade, eovelho não he
capaz de recolher agente, que de ordinario tem, mor-
mente nesta monção das nac., na qual se não podem
féfichlier guantes doentes ha, e es.âo de deus em deus
em hum explife, morrem pelas ruas, e no mesmo ospi—
tal us agasalhão Pelos quintaes elogeas, aque he for—
çado aeodirse. Maúde V. Magestade que o dinheiro da
Viag0111 se pague,do primeiro rendimento que ouver, o
não yoti,mle mer, mande V. Magestade ontra viagem, e
( 149 )

que odinheiro se entregue teclo aesta cidade, corno es-


ta ordenado, peia assi se ir continuando com alie, eque
por nossa ordem se venda, porque d'outra maneira nun-
ca terá afecto.
tade
X. a
Osperda
annosque
atras
recebia
escreves
suaesta
fazenda
cidadena
aV.
cuida
Mago
dos
o

realce pera ,Cambaya. O Viso Rey intentou esta defesa,


mas achou alguns inconvenientes, que são respeitos par-
ticulares de pessoas que o encontrão; eesta he aver—
dadeira informação. Mande V. Magestade expressamen,
te que ninguem os leve, erenderá a alfandega oterço
mais do que oje rende. As redes que pera isso ha, es-
tão já apontadas aV. Magestade nos annos atraz.
XI. Tambern se escrevei, a V. Magestade quão per-
judicial he aprovido que os Viso Reis trazem pera não
serem citados, e são tão justos os respeitos que ha pera
se lhe não conceder, que vendo oVistrRey Dom Mar—
fim Affonso as muitas citaçães que se intontavão aAy-
res de Saldanha do tempo do seu governo, as quaes
ene atalhou com alia, tomou a que elle trazia, earem.
pau publicamente, dizendo que nunca Does permitisse
que á conta deita cometesse cousas contra sua honra,
no que mostrou zelo de cristão, edesejo de acertar no
serviço de V. Magestade. Com esta provido se anemia
o Viso Rey que foi Ayres de Saldanha de pagar aeste
povo, eaos mais pobres deite 124500 xorafins que lhe
emprestarão para as necessidades do Estado, ene se o—
brigou apagar como Ayres de Saldanha, sem embargo
da provisão que renunciou, eem fim se vai sem os pa-
gar, eopovo os perde. Veja V. Magestaile com estes
exemplos como se acodirtt ás necessidades quando se
offerecerem.
XII. As obras da fortificação correm conforme ao
rendimento, que hc tão pouco que não chega ameta—
de do que os amos passados rendia, mas esse pouco
que rende se gasta todo. O forte que oanuo passado
se comecou 00 Morro de Bardes para defendo da bar—
( 150 )

ra e lutos que nella estiverem surtas, eeti acabado


quanto lie acouraça que joga ao lume d'agoa, que era
oque se pretendia; corres° agora com o forte de cima
do Morro, que se fez pera defensão desta couraça no
que toca ao prejuiso, que lhe pode recrecer da terra.
Foi obra de muito efecto em proveito deste Estado.
XIII O Arcebispo Dom Frei Aleis° fez dentro nesta
cidade junto áCasa da Misericordia della hum mosteiro
pera recolhimento de donsellas, em que já estarão perto
de trinta, com tanto exemplo erecolhimento, que se
tem alcançado ser obra, de que se seguirá muito {me-
to áIgreja de Deus, e proveito ao Estado, porque as
mais deltas metendose com presupposto de casar, tanto
que se recolherão desistirão deste preposito, e o fizerito
de servir aDeus. Jelgouse desta obra quanta commo-
didade avia na terra pera se instituir mosteiro de Re-
ligiosas professas, eassi o intentou o mesmo Arcebis-
po mandando., communicar com nosco, eque tinha or-
dem de V. Magestade pera isso, pedindo ajuda que pa-
ra semelhante obra ao cidades costumão dar como tan-
to sua; porem comõ esta cidade não tenha de que afa-
zer, nem os moradores que dar; por não ficar frustrado
ointento de tão santa obra, se assentou em cansara com
parecer do povo que do hum por cento se gastasse nes-
ta fundação cada sano the confia de dosa mil serafins,
eque tanto que aobra estivesse em estado de reco-
lhimento °neste, se levasse mito desta despesa, pera de-
' se ir continuando com odote das que recolherem.
Comm unicouae elite assento com oViso Rey Dom Mar—
tia Mlbm30; Ouve que era serviço de V. Magestsde
oonfirmalo, easai ofez, porque mais montão as oraçães
das servas de Deus, que se aqui recolherem, aeste Es-
tudo, que as lanças rios soldados deito. V. Magestade
nos faça mercê avene•por bem servido desta despesa,
eos respeitos que pera isso ha vão apontados no assen-
to que se fez, de que com esta vai etreslede aV. Ma-•
gestale, pera que nei possamos continuar com ela °o-
(. 151 )

mo está assentado, agradecendo ao Arcebispo seu sane.


to intento como pessoa que tão particularmente trata
do berd deste Estado, não só no espiritual, mas de ma-
neira no temporal, que tem V- Magestade nele lnuna
grande ajuda poma a defensão e conservação dello por
sua muita virtude, zelo, e experiencia.
XIV. A cidade de Damão enviou a esta corte aFor-
age de Freitas de Vasconcellos por seu bastante pro—
curador a requerimentos que tem com o Viso Rey, o
qual voo aesta mesa, enos deu conta de como estan—
do a dita cidade contratada com afazenda de V. Ma-
gostado peru se fortificar de muros de pedra com tre—
ze mil xerafins, que para isso catão aplicados por anuo,
a saber, oito da fazenda de V. Magestade, ecinco que
elle dá das imposiçdes, ehum por cento, com tal de—
claração que acabandose adita fortificação, se sairito
com os seus cinco, eV. Mageetade com os eito, oViso
Ray trata de que esta fortificação ato corra arespeito
das necessidades do Estado, e ao ajudar deste dinheiro,
oque he em grande desserviço de V. Magestade, porque
Damão be fortaleza mui arriscada, e por estar muito
gastada acerca, que tinha de madeira, ese não fazer
despesa em arepairar, se tirou toda, efechou de pedra
em roda, que em partes está inda muito baixa, econ—
vem levantara° com brevidade, pelo que nos pedia S-•
ZeSSOMOS lembrança 8 V. Magestade deste negocio, de
que elle mais largamente dá conta pela carta, que com
esta vai. He negocio este que V. Magestade deve man-
dar ver, e responder aelle com justiça econsideração.
XV. Todos estes ermos atroz deu esta cidade conta
aV. Magestade de como estava Bertolameu Soares de
Cr.a provido com ocargo de escrivão desta cascara, e
que pelo zelo, verdade, einteireza com que o servia,
aobrigava a pedir a V. Magestade lhe fizesse mercê
de lhe conceder licença pera o poder testar em hum fi-
lho ou filha, por ser pobre, e ter muitos, edo abito de
Cristo com a tença que V. Magestade ouvesse por bem,
( 152 )

do que não tivemos mais reposta que o primeiro armo,


em que V. Magestade •nos mandou escrever que teria
lembrança de nos mandar responder no que ouvesse la-
ghr, tendo respeito ao pedir esta cidade. Affillmamos a
V. Magestado que depois que serve estão melhoradas as
comas desta rumara, epostas em tão differente ordem
do passado, que tem neste particular mui bem servido
aV. Magestade, e a elle obrigado a fazer dello esta
lembrança; e assi pedimos aV. Magestado nos faça
mercê de lhe mandar responder com alicença que pe-
de para testar, e o abito com atença, que V. Muges-
tade ouver por sou serviço, porque he pessoa que tudo
nelle cabe, eesta cidade merece alcançar de V. Muges-
tade esta eoutras mercês, como esperamos em rocem-
pensão dos muitos serviços, que do ordinario fazemos a
V. Magestade, de que com esta mercê nos averemos por
gratificados, eainda obrigados pera odiante.
XVI. A fazenda dos odaos recebe neste Estado no-
lavei detrimento causado das viuvas serem cabeça do
casal, eestarem de posse das legitimas do seus filhos
sem nunca quererem dar partilha, e quando o ehegão
afazer, tem tudo consumido, ese nesse reino se per-
mitte, he arespeito de tudo la serem fazendas do raiz,
de que os moradores vivem, por cujo fenecimento cilas
as não podem aliar nem consumir; ecá he muito pelo
contrario, porque os homens dão tem, nem vivem de
fazendas de raiz, nem as ha em tanta cantidade como
nesse reino, etudo he dinheiro, que de ordinario anda
no mar, de que, fenecendo, ellas ficNo de posse, enão
ha chegallas apartilhas, Instes se casão sern as fazerem,
eos pakastos gestão tudo, ou arriscão, que muitas
vezes se lhe perde, equando os orfaos querem aver o
sou he tudo consumido; pelo que pedimos aV. Magos-
tade nos faça mercê mandar consultar esta meteria,
pera que se, lhe dê remedio conveniente á terra e uso
della, que rião tem outro senão serem logo desapossadas
do que pelo inventario se achar que cabo aos orfãos, e
( 153 )

não se entender asilas serem c,abeca de casal.


XVII. Tombem se,offereceo aver de dar conta aV.
Magestade de humo particularidade, que o Viso Rey
Dom Martim Affonso intentou na meteria de tratar os
officiaes desta cidade, que como não seja oque thé go-
ra se usou, sempre novidades causão alteraçães, aque
V. Magestade deve acudir como mais vir que convem
a-seu serviço. Está em estilo mui antigo, edepois que
a memoria dos homens não he em contrario, quando
esta cidade vai em forma de cidade, que he com jun..
ta de todos seus officio., atratar com os Viso Reis me-
terias do serviço de V. Magestade, ou hem communi,
irem tombem comnosco os quatro Procuradores dos Mes-
teres, como pessoas que em todos as coesas delia tem
sua voz como os mais officiaes, os gases em quanto com
os Viso Reis a cidade trata seus negocies, se lhes dá
tombem assentos, porque como pelos regimentos desta
comera estão unidos a este governo da republica, não
está em nossa mão podermolos por nós separar, indo
sem elles e conforme aeste estilo forão comnosm por
troa vezes, que esta cidade se vis com o dito Viso Rey
depois de sua chegada, huma avisitais quando chegou
aos Reis, outra depois de sua entrada, e a outra para
negocies do bem mmmum em hum dia que pera isso
nos assinou: e mudando oViso lbsy oestilo, a respei-
to de não dar assento aos Mesteres, esteve em pé em
quanto com elle estivemos; edepois se veo adeclarar
pelo Arcebispo, de quem soubemos que estava disposto
não over de dar assento aos ditos Mesteres; e como
nesta mataria aja posse tão continuada, eestes homens
tenhão lugar nas musas desta camara, esejão officioes
adjuntos a elle pera requererem pelo bem commum, e
como toes lhes pertença acharemse presentes aos ne -
pejos que os Viso Reis tratão com a cidade, em que
sulca tare parecer, sem o qual os mais officioes por ei
só não possas resolver nenhum negocio, nos pareceo que
sem avisar disto aV. Magestade não era bem consoe..
( 154 )

tirmos nesta pretenção; pelo que pedimos aV. Magas—


tade nos faça merco mandar consultar este requerimen-
to, eque se tome noite resolução para se seguir aor—
dem, que V. Magestade mandar, declarandonos aforma
em que ajão de estar quando se acharem com.e., em
semelhantes actos, ou se sem alhos os pode esta mesa
fazer, eresponder sem seu parecer ás causas que entre
esta cidade eos Viso Reis Be communicarem, porque
Be escusem inconvenientes, que sempre Soão em desser-
viço de V. Magestado.
XVIII. )1 nrovieão que V. Magestade mandou passar
pora os Viso Irois não irem áRelação, o pera os capi—
tães de Damão não entenderem no chouto delis, eos
soldados servirem oito olmos inteiros, enão serem Ou—
vidores de fortalezas criados dos Viso Reis, do todas
de muito proveito aesta republica, e serviço de Deus
o de V. Magestade, porque a justiça se administrará
com mais liberdade, ese aquietarão as guerras de Da-
mão, eos soldados averão inteiro comprimento de seus
serviços, ose lhes não anteporão outros de menos me—
recimentos, eOuvidores das fortalezas serão aqueles
que mais partes tiverem para isso, ese não tiranisarão
os povos com tanta °ocasião, como tinhão os que com-
pravão estas varas: porem cm V. Magestade mandar
que não aja despacho nesse Reino senão em anno li—
mitado, ou com vinda de Viso Rey, parece que ha mui-
ta rigoridade, e ao vai, muito contra obom commum,
porque já que V. Magestade obriga o soldado da India
ao servir oito canos, parece que acabados °lies está V.
Magestade obrigado ao mandar despachar logo, ed'ou-
tra maneira rito poderão aver afecto suas mercês, por-
que osoldado que começa aservir de vinte -anime, que
são poucos, e ouver de servir oito, edons de viagem
em ida e vinda, são trinta, eo despacho, quando lhe
entre muito cedo, he dahi a vinte amos, que eão cin—
coenta: que tempo lhe restará pora. lograr o galardão
do seus merecimentos? quanto mais, que os soldados
( 155 )

que servem na India, são mui pobres, eesse reino on-


de vào buscar seus despachos, he muito longo, ecusta
muito aembarcmgo, eandào toda avida buscando bu-
sca °ocasião de ter quem os leve, o lhes dê o comer,
e se oanno em que otem, não tiverem despacho, nào
podem ir estar nesse Reino esperando tres equatro afi-
nes por silo, porque elo tem que gastar, eusai perden-
do esta occasião, quando atem de despacho, faltalhes o
commodo pera se irem, e he.lhe muitas vezes forçado
servir treze annos antes que alcancem despacho: pelo
que V. Magestade deve mandar revogar esta ordem, e
mui se continue com os despachos cada anuo coroo tê-
gera se fez, consultanto este negocio com as considera-
çàes que para isso ha.
XIX. V. Magestade »os tom mandado que lhe faça-
mos lembrança das pessoas que neste Estado o bem
servem, ecomo a°ocasião dos Olandeies foi tno urgen-
te, nm, he rezão deixemos ae apontar aV. Magestado
os que asila o mulher flua°, pega que V. .Magestade
lhe mande agradecer seu zelo, asai pelo merecerem,
como para que se saiba que do tudo V. Magestade he
informado.
XX. A Dom Diogo Coutinho mandou o Viso Ray
Aires de Saldanha em henoa galé assistir na barra em
quanto os Olandezes nellaestiverào, esondo fidalgo, em
que cabiào outros lugares differentes por sua pessoa,
partos, e merecimento, todavia postos os olhes no que
mais convinha ao serviço do V. Magestade que a sua
pessoa, aceitou, e assisti° nolla em toda a dita °oca—
sião com muita gente, que sustentou d sua custa, em
que gastou muito do sua fazenda, ono ouve com tanto
primor e zelo para ahonra eserviço do V. Magestade,
que lho deve V. Magestade mandar agradecer, porque
se veja" tem V. Magestade lembrança dos que o bom
servem, equando se offerecerem semelhantes occasiães
folguem, e se animem todos ao fazer como devem.
XXI. Tombem Dom Jorge as Castel branco assistia
( 156 )

em outra galé na dita barra nesta mesma occasião com


gente, que tombem sustentou á sua custa, eha ames-
ma resto pera se della fazer esta lembrança aV. Me.
gostado.
XXII. Nas náos que de Cochim partem para esse
Reino cumpre mandar V. Magestade prover com ordem
aos Viso Reta que lhe mandem cedo as vias, que he
costume mandar desta cidade, porque ofazem tão tar-
de, que muitas vezes se detem as náos muitos dias
esperando por cilas, podendo ter partido muito mais ce-
do, em que se arrisca muito, e eles opodem fazer se
quiserem té vinte de Dezembro, que he tempo bastan-
te para escreverem, e nos dez dias que rastão deste rime
irão a Cochim atempo que peado as aios partir em
principio de Janeiro, enão no fim dele, e inda Feve-
reiro, como muitas vezes acontece.
XXIII. A eleição que V. Magestade fez de Gracia
de Mello pera Veador da fazenda delias foi mui acer-
tada pelo zelo eexperiencia que tem, emontará mui-
to asei áfazenda de V. Magestade, como a bem das
ditas »aos, az quase V. Magestade ouvera de ordenar
partirem todas desta cidade, pois ha commodidade pa-
ra isso, e aexperiencia tem mostrado omuito que se
ganha nisso, e acrecentarmha o rendimento áalfande-
ga de V. Magestade, e nobreza a esta cidade, pois ha'
cabeça deste Estado, com o comercio que lhe acudirá
todo, eora divide entre cila e Cochilo, onde mais aco-
de a respeito das náos, e ha outras muitas mães, que
já os ermos atraz se apontarão aV. hlagestacre.
XXIV. Esta cidade teve thegora sua franquia como
be costume em todas as do mundo, inda de infieis pera
sous proprios imigos, e intentando os Viso Reis por
muitas vezes quebrantalla, osustentou esta cidade em
quanto pode, ono tempo do Viso Rey que foi Mathias
d'Albuquerque se foz hum assento com elle eo Arce-
bispo Primas, todos os officiaes da justiça e fazenda,
muitos therilogos elottodos do todas as Religiées, que
( 157 )

se ajuntarão, pela mataria ser de cimciencia, pelo qual


g.ti determinou que Be não inovasse nada asila, eV. Ma-
gostada mandou por suas cartas que este assento se
cumprisse. Nós com muito trabalho o sustentamos te
este anno, em que oViso Rey Ayres de Saldanha de
todo extingui° aliberdade da dita franquia, mandando
absolutamente trazer as embareaçães que nella estavito
para dentro, elhes fez pagar direitos nesta alfandega
das fazendas, que já tinhão pago na alfandega de Co-
chim, que são dos casados do dito Cochim, de que a-
presentarão certidães, que nada valerão, nem nossos re-
querimentos, senão que arrecadou tombem o direito
do hum por cento destas mesmas fazendas, e hum e
outro arrecadou sem dar aesta cidade oque lhe ca-
bia: epedindolhe pusesse onegocio em justiça na Re-
lação, o não quis fazer, antes elle odeterminou em me-
és, da fazenda por officiaes aquem não pertencem ma-
tarias de direito ejustiça; pelo que pedimos aV. Ma-
gostado mande se cumpra o assento tomado com tanta
solenidade, eque tendo os Viso Reis rezães contra alie s
as apontem aV. Magestade, fazendo nós 0_ mesmo da
nossa parte, sobre as quaes V. Magestade mandará o
de que for mais servido, ecessarão encontros cada dia
nesta mataria, porque não he resto que os moradores
de Cochim paguem lá direitos, e se lhe tomem cá,
outros.
XXV. O sano atras passado deu esta cidade conta
a V. Magestade como os. Padres da Companhia intenta-
rão Be cumprisse bom alvará, que El Rey Dom Sebas-
tião, que caneta gloria aja, mandou passar, pera que
os Japães não fossem cativos, eque os que ora orlo fi-
cassem forros, oqual em trinta etantos ermos que ha
que he passado nunca ouve cumprimento, nem ouve Vi-
so Rey que oquisesse mandar cumprir, por entende-
rem ser em muito desserviço de Deus ede V. Magesta-
de, ocontra a cristandade, epor muitos respeitos que
agia. E sentindo cites otempo mais favoravol no go-
( 158 )

verno d'Ayres de Saldanha, omandarão apregoar, ten—


do avido de V. Magestade huma tenta mnfirmação sem
contrariedade deste Estado, aquem pmjudica, por não
ter noticia que se impetrava; emfim o apregoarão, o
que esta cidade lhe embargou pelas rostos que aponta-
rão aV. Magestade, ejá no que trata que os cativos
fiquem forros, he cousa que parece contra toda ajus—
tiça, pois os que o são forte comprados em boa fé; e
está metido tanto cabedal nestes escravos, que ha pes-
soa que terá nisso de perda mil, e deus mil cruzados,
e estas não são poucas, eque se defenda não nos com-
prar ninguem, se ha reates para isso; mandradoo V.
Magestade, não nos comprará ninguem, porem esta gen-
te costuma vender seus proprios filhos, eestes aoutros
infieis como alies, epois 08 Vendem a gentios, parece
que avenda fica licita aos christãos, pois todos os que
comprA0 fazem christãos, eosão; e as vendas que te-
gora 98 fizerão forte com consentimento por escrito do
Bispo de Japão, e com rama limitados de serviço, os
quaes depois de acabados deão forros, evassallos de
V. Magestade, ae que ha muitos neste Estado, que he
gente mui bellicosa, eque serve pera a guerra, eem
hum cerco ou necessidade, como se viu ha pouco nesta
dos Olandezes, salda hum casado desta cidade com sete,
oito destes motes com suas espingardas e lanças, por-
que só estes ha na India escravos que prestem peca ar-
mas, e humo cidade tamanha como esta muitas vezes
lhe faltará a gente nemssaria pura a defensão de mus
muros. Estas e muitas outras reates ha, que saapon—
tarão quando V. Magestade mandar que este alvará co
cumpra, oque esperamos não seja sem sermos ouvidos
como partes a que toca.
XXVI. A pouca guarda que tem nossos privilegies
he huma emitiram queixa que tomos peca com V. Ma—
gostado, porque os Desembargadores não podem acabar
comigo que neles ha> do cumprir, antes dizem pu—
blicamente que forte concedidos pró forma, e quando
( 159 )

810 podem negar alguns, ao menos desvião aexecução


deles com lhe darem sentidos, eentendimento differen-
te do que alies mostrão; pelo que pedimos aV.Mages.
bule nos faça mercê mandar se cumprão inteirissiroa-
mente, eque se nos não dê entendimento aelle°, por-
que as pessoas que servem esta republica eagovernão,
e assistem nesta mesa, que são os que delles gongo,
dá pessoas que não tem outra satisfação deste traba-
lho, nem ordenados, ou percalços mais que o zelo do
bem commum, eserviço de V. Magestade, em que de
ordinario trata°, e se ompregão, vendo econsultando o
que mais importa ao bem comroum, e advertir elem-
brar aos Viso Reis sua obrigação, eo que devem ao
serviço do V. Magestado, como fazem, porque são pes-
soas eleitas com as partos que poro isto se requerem,
e como taes se lho tenha o respeito devido, e são os
milhores da republiés, o os do mais exporiencia, assi
na paz, como na guerra, que cursarão muitos armes
em lugares do soldados, capitães, ecapitães móres das
melhores empresas da radia, e os principaes fidalgos
della; e como estes não lhes passa por alto cousa, de
que os Viso Reis possâo edevão ser advertidos, que se
na° fação, como V. 3Iagestade pode ver pela lembran-
ça que se fez, idem de outras radicarias, ao Viso Rey
Ayres de Saldanha na °ocasião dos Olandezes por es-
crito, que com esta vai, ese era tratar do serviço do
V. Magostade oque se lhe apontava, e se se pusera
em eXOCUÇãO, BAO aeonteemii tomarmos° quatro nâoa
de 'Bengala carregadas de fazendas, que ao tempo que
se lhe fez já 8B advinhava. E pois pelo serviço que
nisto fazem aV. Magestade, oem tudo mais que se
oferece, eemprestimos cada dia, que se não pagão, me-
recião darlhe V. Magestade de novo outros privilegios
mais aventajados, ao menos não consinta V. Magesta-
do que os que lho tom dado so lho deminuão; ejá que
elles consorvão os seus tombem, que não merecerão mi.
lhor, não deminuão os nossos, eassi odeve V. Magos-
( 160 )

tade mandar com prohibiç?io expressa, porque se er°


tenda que he tenção e vontade de V. Magestade que
nos saião guardados.

14.
Carta da cidade de aos a Sua Magestade, que foi nas
Mos ele Bras Telles oanuo de 1605.

I. Por huma caravela, que oViso Rey Dom Mar-


tim Affonso de Castro despedi° pera esse Reino na en—
trada do moa passado de Novembro com aviso aV.
Magestade d. cousas deste Estado, ede como se apres-
tava para passar em pessoa ao Sul, ofizemos nós taco.
bem do que filé então se ofereeeo, como V. Magestade
poderá mandar ver, não avendo chegado a dita, pelas
que com esta vão, que he outra via do que avemos ...—
crito por ella. Agora resta fascino do, que mais se ofe—
rece°, que ato matarias de tanta consideração, que de-
ve V. Magestade como estar (sie) mandalas consultar, o
dar remedio como parecer que mais convem ao serviço
de Dece ede V. Magestado, ebom deste Estado.
II. O anuo passado antes da chegada dos Oland.ea
aesta barra, ede faltarem as aios do Reino na mon—
ção ordinaria de Setembro, tinhamos assentado se en—
viassem pessoas que dissessem aV. Magestade osaia>
ravel Estado aque esto tem chegado pelo pouco que
tem montado cartas, inda que tão cimas de.rdedoa
como farão as que esta eidado tem escrito, enão devike
faltar outras desta ealidade, porem ri:.° pormittirão Ma-
aos peccados que isto tivesse lugar, porque como Nosso
Senhor parece que tenha detriminado castigam., des—
viou a oceasião assi com a falia dos sidos, como nno
consentindo oViso Roy Ap.% do Saldanha quo o fisas.
( 161 )

sensos por terra, de que tem resultado tantos trabalhos:


eeste amo com achegada do Viso Rey Dom Marfim,
e das sete mios do viagem, etroe galetos que hião em
direitura aMaluco, que oje estão nesta cidade, nos pa-
receu que posto que inda que convinha mandar as mes-
mas pessoas, todavia como V. Magestado ordenava que
oViso Ray passasse em pessoa ao Sul, ose avia de fa-
zer tão grande desposa nisto, do força os povos deviào
d'acudir aela, ora tempo do poupar, oagurentar gas—
tos aesta republica, desistimos deste intento, porem es-
tando assi já persuadidos que as musas começaria:: a
ter remedio, esta semana passada veo hum Padre da
Companhia por torra, que residia em Maluco, com car—
tas de André Furtado de Mendonça, polas quaes epor
elle soubemos como as sete náos, que nesta barra esti-
varão 01:Induzas, passarão aMaluco, onde chegarão em
Fevereiro contra monção, que averdade he que para
quem quer andar no mar enavegar sempre a ha, eto-
marão afortaleza de Amboino, que lho foi entregue pe-
los da terra, que jurarão por Rey eSenhor ao Condo
Mmricio, e farão recebidos sem rosisteneia, antes em
ombarcaçãos os mandarão buscar muito fora da bahia,
perguntando se vinha nelas Dom Manoel, e depois de
tomada a fortaleza, mandarão pôr por terra as igrejas
quo lhe estarão visinhas, efazendo as musas em pe—
daços, elogo torão mandados chamar pela gente de Ma-
luco peca tambom lho entregarem afortaleza, do que
lia presumpção certa estarem já do posse, achararana
sem provimentos pora sua defonsão, porquo mandarão
ocapitão repartir apolvora quo avia pelos Portugue-
ses da terra, e dar a cada hum mto ou oito carregas
d'espingardas, sendo eles tão poucos que não chega—
rião a ciueoenta pessoas. Os Obedeces forão logo re—
fazendo afortaleza, que cotava nmito arruinada, pro—
verãona bem de artelharia, pondo nolla cento echicon».
ta homens de presidio, oo"no nen fona sol MBIIWO
qise aCI18.40 ao 10 'Mo 0.1116, de maneira que lens V.
( 162 )

Magestade de menos este Reino, de que se intitulava


por senhor, alem da fortaleza de Barem, que lambem
possue ajo oXá, epois este Estado Lao imole defender,
nem sustentar estes reinos de Maluco, veja V. Magos-
Onde quanto mais poder he mister para oconquistar de
novo, elançar fora dello imigos tão possantes unidos
com os naturaes, enão foi só esta aperda, senão que
tambem tomarão Muna náo da China, que estava em
Patane, porque não pode chegar aMalaca por lhe que-
brar o leme, e se recolhe° eesta bahia, na qual os
Olandezes se concertarão com a Rainha, e de meas a
amarão, que tamisem vinha muito rica, aqual acabou
de impossibilitar este Estado, eagora se verá de quan-
to afecto forão as lembranças que esta cidade fez ao
Viso Rey Ayros de Saldanha na oceasião dos Cl.--
dez.; a que mandasse armada em seu seguimento,
que se fora, pois não faltou commodidade, evierão ga-
liães do Norte, hum armado pelas cidades dello, eoutro
armado ácusta da de Coehim, eestas duvidas (?) fo.
rão arespeito de estar ogasto feito, não forão os Cisa-
dezes tanto aseu salvo tomar fortalezas de V. Magas-
tade onde tombem se perderão tece galeães, que es-
tavío pera vir carregados de Japão pora esta cidade:
em fina isto está acabado.
(Seguem-se trinta regras tramadas com
tinta contemporanea, sais quaes apenas se
podem ler algumas .palavras avul.sa.s¡ ede-
pois continúa ).
III. Chamou esta cidade seus fidalgos o cavalleires
aesta camara depois das novas da tomada da fortale-
,a de Amboino e Irlm propoz as necessidades do Es-
tado, ocomo V. Magestade mandava que oViso Rey
[buo com banes armada aMalaca peca lançar daquel-
las partes os imigos rebeldes, eque para tamanha des-
posa lado tinha a fazenda de V. Magestado possibilida-
de, eque não indo se perdia oSul, ocotava poro per-
( 163 )

deres afortaleza de Malaca, pois lá andava tamanho


poder de imigos tão zundos com os naturaes daquellas
partes, que todos são oje contra nós, e que pela carta
que V. Magestade mandou escrever a esta cidade aos
encomendava muito favorecessemos e ajudassemos esta
jornada, oque foi bastante para todos se persuadirem
a que com as ;095049 e fazendas fosse V. b.f.:gest/1de
servido no que a °ocasião (7) pedia econvinha, emai
o fizemos, porque temos assentado com oViso Rey que
dos goiabas que em sua companhia mover de levar, nos
deixe duas anossa conta, aparelhados para fazerem via-
gem daquilo de que acidade os não pode prover, que
he artelharia emuniçães, emais petrechos de navega-
ção, eque acidade lhe ponha deus capitães, e cento e
vinte soldados em cada hum com mais seus officiaes,
mestre, piloto, marinheiros, e todos acidade pague de
pagas ordinarias emantimentos, eos sostente de urros e
necessario do dia que desta barre partirem thê tornada
do dite Viso Rey aela, sempre á custa da dita cidade,
sem da fazenda de V. Magestade se fazer com silos ne-
nhuma despesa, aqual está orçada em quarenta mil
xerafins cada asno, antes mais que monos, que em troa
amos, que he omenos que oViso Rey por lá pode an-
dar, se despenderM conto e vinte mil xerafins, e isto
pela estiba do que se gasta na fazenda de V. Magesta-
de, que cá hade ser mais avantajada, porque convem
soei pera milhor conservação sua, a qual desposa ao
faria do hum por cento doata cidade, mas como ojo não
aja rendimento, fluiu BC espere....he forçado que o
emprestem os moradores desta cidade, que estão oje lhe
pobres, que he necessario vemleremse, oainda. cosi nau
sabemos Be BOdOS VA10111 cento evinte mil xerafins, por.
que tudo nos tem roubado os Olandeees, perem ou fie
huma maneira ou do outra V. Magostado hade ser ser-
vido, e isto nee hade faltar, porque haja oito no dez
dias que mrneçamos a esfoliar o fintar este povo. e
vais° já arrecadando de cada hum mais do que pode.
( 164 )

epor nossa parte não deixará oViso Rey de partir, e


he tal esta ajuda eserviço que som silo nao podia nem
ouvera de ir, ealem disto escrevemos dcidade de Co-
chim quo á imitação desta, pois pode, elu, mais prospe-
ra, ajude com tres galeães, e 80 menos com outros doas,
usemos que ofará , e ao Norte escrevemos tambem
que armem outros dous, que ao menos com hum elo
poderá faltar; pois para a armada que se intentou man-
dar em seguimento destes cossairos, em quo não laia a
pessoa do Viso Ray, deu Cochim hum galeão, eoNor-
te outro, que são só os que forão, eha hum anus que
lá andão, einda não são recolhidos; ecom esta prepa-
raçao eajuda fica oViso Rey desaliviado do quasi meu
armada da quo ado levar; edesta maneira servem os
vassallos epovos da India a V. Magestade, quando se
offereça em que nao dão ventag,om anenhuns outros des-
ta coroa de Portugal, alem do que hão de ir muitos fi-
dalgos e cavalleiros servir em pessoa nesta empresa,
que he tao arriscada e custosa, por cuja satisfaça(' não
pertendemos de V. Magestade privilogios, nem inda usar
dos que tomos, quo nos não faltaria° para ato sermos
fintados, em tempo que afazenda do V. Magestado pu-
dera suprir atudo, se não sovara procedido lanho des-
ordens como as passadas, oquo 84 he nosso intento ser-
vir aV. Magestscle com 'oxidado oamor, eaDe03 Na-
no Senhor em defensão do soa soneto lei, e nossa fé
eatholica, que padece já detrimento por esto reino do
Maluco, ao que pedimos orequeremos em nome do to-
do esto Estado mande acudir com brevidade, pois dila-
çães nos tom chagado a esto termo quo V. Magestade
vê, o qjo acudir esta cidade oas mais tão largamente,
entenda ohaja quo isto ha dar tudo oje (2), oficar sem
moda para amanha (2), ooViso Rey itirá ao Sul, oaja-
domei° aisso come V. Magestade vê, porem não no po-
duremos mais socorrer, oposto que vá, ao tudo ouver do
tirar V011al« elle esmo do amos, do que afecto doará
'mole wna Ilida, pois ou imigns se deixaram do ensopar
( 165 )

estes dous ou ires annos, depois delire tornarão aconti—


nuar como d'antes, alem do que este Estado que cá
fica, com esta hida fica mais impossibilitado earrisca—
do, porque se lhe leva quanto tinha, onem raizes finito
pera tornar afiorecer, porque não ha rendimentos, nem
navegação, nem os homens com que tratar, eem caso
que desse Reino passe outra frota etornado o
imigo oje que oViso Roy anda no Sul, Be se deixarem
navegar por esta costa, que não poderá fazer quando
cá ficar oViso Rey ao Sul, efize—
rem egasto, epouco montarão as partes, e
palio contrario ficarlhe o governo cometido, e
alie não porque posto que seja tão aceito aos
homens que até ocoração estado e
aio tom &velho de vir a sustentação de V.
Magostade, eha ode prover dinheiro egen-
te, com aqual V. 3fagestade mande ter muita conta,
porque aque veio este anno já he morta aterça par-
te, esem embargo hade esta terra pelo mude com que
vivem roubando, por não terem que comer, ese oem
tempo fizerão acodir com huma mesa ' que ainda hoje
lhe dá amais de quatrocentos cada dia, já todos (o—
rito mortos, no que tem frita hum mui grande serviço
Deos eaV. Magestade, etio grande despesa sua que
se tem peru elle empenhado os homens do
mar, bombardeiros, e artelharia, eem especial ha V.
Magestade de mandar armada, que resida no Sul, esus-
tentais desse Reino por espaço de tempo,
porque quando não seja pera destruir estes imigre, ao
menos fique frustrado seu intento que.......que car-
regados alies. desistir da jorna—
da até otempo dar outra comodidade aeste Estado.,
emandando V. Magestade (?) que andem tres
ou quatro caravellas na carreira, que levem e tragão
avisos apressados, porque está, no coração....imigre
que otem cercado, etodos estão ámira (?) Vendo em
que para esta navegação e comercio dos Olandezes,
( 166 )

0 09 m vizinhos dizem que os hão de bens (1)


acolher, e se se lhes sendo elles já senhores do
mar que eque esporão esta era eano ou (?)
que oViso Rey não ouvera de mandar a esse Reino
mios, ehuma ao menos, lhe lembramos que não
fossem tantas, ese tombem não vierão mais que as or-
dinarias, haja V. Magestade que lhe não avião lá de
tornar, porque esta cidade lho ouvera de requerer usai,
eo não consentira, porque não he bem que quando es-
te Estado tem em si parte de mu ramedio, eelM está
tão arriscado, se deixasse ir, para oesperar daqui adoes
amos, quando nestes se podo ganhar ou perderas tudo;
e porque as cartas tem montado tão pouco, ainda que
tão cheas de verdade, como (orlo sempre as desta ci—
dade, não deve de (aliar (1) muitas desta ci—
dade, pedio esta cidade aDom Fernando de Menezes,
capitão que foi muitos anum da fortaleza de Cananor,
que ora vai pera esse Reino, quisesse por nossa parte
pedir erequerer aV. Magestade nos mandasse aeodir,
elhe desWconta do estado em que ficamos, pera o
que leva lembrança nossa; faça-nos V. Magestade mer-
ca de oquerer ouvir, porque he pessoa de calidade que
omerece, edarlhe credito, porque affirrnamos aV. lia.
gostado que não pode contar quantas miseria3 como
os que ha, que por não tirarmos cinco ou seis mil xe—
rafem do dinheiro que se ajunta pera a despesa dos
galeão', que armamos, deixamos de mandar procurador
aesse Reino, confiando tambem em que isto baste, e
omuito que lá deve soar a perda, pera V. Magestade
nos mandar medir como convem.
IV. Outras meterias particulares temos apontadd a
V. Magestade pela caravana, que não tornamos arefe-
rir, porque vai com esta outra via da mesma carta

rafem aV. Magestade (?) em especial orequerimento


que esta cidade tem com V. Magestade
de dar licença a Bertolameu Soares de ouse, escrivão
( 167 )

da Camara, pera testar oofficio em hum filho, ou filha


pobre, edo abito de Christo, em attenção
seu serviço, porque serve
enesta °ocasião ereparação destes galei« que apres-
tamos, teve hum mui grande e considerava! trabalho
na receita edespesa do dinheiro delles
todos os dias
elle com tanto zelo que atodos allivia efacilita otra-
balho. E esta satisfação tem deite oViso Rey ee Ar-
cebispo, eagente do todo este povo; pelo que confia-
mos que V. Mageatade nos faça mercê, que quando seus
merecimentos não bastarão, supprão os desta cidade,
a quem mais toca particularmente.
V. Somos informados que os Padres da Companhia
tem assentado, evão a esse Reino com presuposto de
que V. Magestade
lembramos a V. Mageetade
que os outros fazem na (7) fazenda, que por ventura
fosse acausa porque os naturaes do Reino de Maluco
queirão antes obedecer aos rebeldes, elhe entregassem
a fortaleza, porque na India os capitães das forta-
lezas são só os que campeão evendem, ede suas mãos
a outra pessoa, e mande V. Magestade
tomar enformação deste particular, e achará que os
que vão á China de viagem portugueses (2), que não
são assistentes na terra, se hão como
e são dissolutos de toda a terra e mercadorias; pelo
que deve V. Magestade mandar consultar primeiro este
negocio que se responda como sabemos que
V. Magestade mandará fazer.
VI. Tombem nos pareces devermos fazer lembrança
aV. Magestade que nesta terra ha ojo muitos estran-
geiros casados eassistentes, que se não são Olandezes,
oquo por ventura pode ser, ao 11101108 do ecos voai-
nhos, eda mesma parcialidade, oquando os Obedeces
que cã se tomão vem aesta cidade, silos os molhem,
ecustem, e dão onocessario com que se e, e selo se
( 168 )

sabe mais delles, e como estes homens seita muito dei.


gados, ealcancem todas as cousas, e sabem commer-
cio enavegaçães deste Estado, he isto muito perjudicial;
pelo que V. Alagestade deve mandar que nenhum es-
trangeiro se consinta casar neste Estado, eos que o
fizerem se vão para esse Reino, porque são muitos e
muito ricos, soendo elles vindo sem nada, o que só
basta para se encher esta terra de maneira que venha°
a ser mais que nós.
VII. Os Padres de Sato Francisco nos mostrarão huma
instrução de V. Magestado, na qual lhes manda que en-
treguem as christandades que adniinistrão ao Arcebis-
po Primas, peru serem administradas de clerigos por-
tugueses, eporque entendemos ogrande desserviço de
Deos ede V. Magostade que isto he, movidos como
pessoas publicas da obrigação de coneiencia, nos he
forçado avisarmos neste particular aV. Magestade o
que importa, para oque vão de fora com esta aponta-
das algumas reates sobre esta matoria: façanos V. Ma-
gostado mercê mandalas consultar como vir que mais
convem abom da christandade dastm partes, eserviço
de V. Magestado.

15
Carga, que a cidade do Geo esevooloo oSua Magatado
o«Imo .cio 1606.

N-
r. 1 ao foi Nome Senhor servido trazer este anno
aeste Estado nãos desse Reino com boas novas da sau-
de fie Si'. Magestade, cuja falta sobre tudo sentirão es-
tes poucos vassallos que V. Mugestodojá oje nelle tem,
como aobrigação pedia, porem esperamos em Deos tel-
has em Janeiro por terra muito bom, com oque se a-
( 169 )

nitnarão nossos cora 9ties,


. que otampo tem e traz oje
tão atropelladoe, ese enfrearão e quebrantado os nos-
sos irnigos tão soberbos e alevantados; oque tudo será
pera honra e louvor de Deos, e augmento de sua »n-
ata fé.
II. Tem esta cidade tégora satisfeito com sua obri-
gação inteiramente em dar aV. Magestade conta todos
os annos das cousas deste Estado, eopassado ofez
muito mais largo, como vemos pelos traslados das car-
tas que nesta comera ficão; e posto que está dito e
representado aV. Magostade todas as necessidades em
que oje estamos, todavia nem por isso nos SVOMOS por
desobrigados de oescrever a V. Magestade, inda que
salão as mesmas já ditas, pois ellas não só não do filé-
gora remediadas, mas parece que por nossos pecados
acrescentadas, em especial com a falta de ntlos, que
vão já sendo mui ordinarias, de que depende oremedio
de todo este Estado, eajuda de sua conservação, alem
dos accidentes que otempo cã causa, easai pelo mais
breve termo que for possivel ofaremos.
III. As obras da fortificação desta ilha, que se fa-
zião do direito do hum por cento, tom de todo cessado,
osó se corre com afortaleza da ponta de Gaspar Dias,
fronteira â barra, ecom a couraça, que o VisoRey
Ayres de Saldanha, por ruão dos Olandezes que aes-
ta barra vierão, ordenou se fizesse no Morro da Aguada
de Bardes, que he da barra para fora; efica sendo em
defendo da mesma barra, emios que nella estiverem
surtas; de todas as mais •se levou mio por razão de O
Viso Rey Dom Martim Affonso de Castro se valer des-
ta cidade pera aempraza ejornada que fazia ao Sul,
enos mandar dizer pelo Secretario que V. Magestade
tinha escrito aesta cidade que em todo oque lhe fos-
se necessario pera sun jornada oajudaria, que nos pe-
dia lhe fizessemos hum emprestimo, pois por ordem das-
ta mesa vinho os moradores com mais facilidade do
que a elle lho mostravão, ao que a cidade respondeu
170 )

que asai otinha por ordem de V. Magestade, e era


nada faltaria, antes se avantajaria tanto que ficasse sa-
tisfeito de oaver cometido ácidade. Foi chamado eSta
povo aesta camará., ese lhe loa acarta que V. Ma-
gostada nos mandou escrever, em que nos encoromen-
va emandava favorecessemos esta empresa como coa.
vinha em tudo oque de nossa parte fosse necessario; e
posto qtte otempo tenha já acabados os moradores des-
te Estado com não só as perdas de naufragios, que fb-
rão muitos, mas com as muitas nãos que os °lande-
aos celta tem tomado, que não ha hoje pessoa que não
padeça grahdissimas necessidades; eatendo sido esta
cidadela (7") mui prospera eflorente, hoje está de to-
do acabada, todavia moverãosa de maneira com o
mandado de V. Magostade, não só pelo 'que deste
bem resultava á conservação erestauração deste Esta.
do, que tão vagarosa está, mas por mostrar que se V.
Magestade tem deites confiança peru lhe encommendar
ajuda de seu serviço, não lhes fada a silos vontade pe-
ra obedecer emostrarem o amor, que aV. Magestade,
e sou serviço tem, que só este pode fazer passar os li-
mites da impossibilidade; eassai se resolverão em dar
ao Viso Rey douégale3es armados á custa do hum por
cento, pera o acompanharem desde dia que desta cida-
de partisse the tornar aelle; e por quanto ohum por
cento não tinha dinheiro, nem podia com seu vagoroso
rendimento suprir tão grande despesa, como enfio co-
venta mil xerafins, qüe logo enfio neeessar.os peru o
'gasto do primeiro armo, e em tres amos, que he o que
oViso Rey lá podia andar, segundo as roucas estão, e-
ram necessarios cento evinte mil, consentiram todos que
contra seus privilegies, que os tem para não serem fin-
tados, nem darem emprestimos para necessidade nenhu-
ma que sobrevenha aeste Estado, ese cometeram aesta
ineea eofficiaes della para que com mais dez pessoas por
ellos oleadas os fintassem, esem exceição de pessoa se ti-
rasse pelo povo adespesa dos ditos galetos, eque acabada a
( 171 )

necessidade se lhe tornasse apagar dele, que será tarde,


mal, ou nunca. Isto se communicou ao Viso Rey, e
alie confessou que acidade passara com as obras pelo
que elle della esperava, não porque não esperasse mui-
to do zelo que tinha alcançado deita, mas porque via
opouco que elle podia. Passou logo provisão, per que
confirmou este assento, de que com esta enviamos aV
Magestade otreslado, em virtude da qual fica nesta ci-
dade continuando este serviço, e cessarão as obras da
fortificação, ese applicou este dinheiro ádespesa dos
ditos galeSes, pagamentos dos emprestimos que se ti-
rarão pera elles.
IV. O Viso Rey por cima de todos os inconvenientes
que se lhe °tremerão, omaior dos gusas era aimpos-
sibilidade da fazenda de V. Magestadn peça humo tão
grande armada como a que elle aprestava, e em fim
levou, partia atroa de Maio passado com amais pros-
pera epossante frota que nunca neste Estado se jun-
tou, porque levou ...(a) galeáen d'alto bordo e bem arti-
lhados, (te) fustes egalés, em que forão passante dc
troe mil homens de paga. Esta armada deixou este
Estado tão falto de tudo como se tem escrito aV. Ma-
gastada, e fazendolhe esta cidade lembrança que de-
via deixar milhar provido este Estado, reepoudeo que
do dia que elle partia atroo ou 'quatro meus, eestes
de invern,o, vinhão as mtos de Reino, que trazião mui-
ta gente, eartelharia, bombardeiros, homens do mar, e
dinheiro, com que se remediava a falta que ouvesse; e
não deixou de se lhe responder que as nãos podia° fal-
tar, como acentuam já muitas vezes, eno mesmo anno
em tue elle viso, como em efeito faltarão; alem do que o
rendimento do Estado se gastou hum anno adiantado, do
maneira que tudo foi ao Sul, e isto cá ficou como se
não ouvesse que sustentor. Agora com as faltas das

:/ lA
iot
sum está em branco no registo.
( 172 )

nãos do Reino, de que só se abate aos rendeiros da al-


tandega corenta mil xerafins, ecom se alevantar'Cam-
baya por guerra que ha entre os naturaes e o Megor
que apassaja, que era am6r parte do rendimento des-
te Estado, e de todas as alfandegaa deite, porque em
todas tinhão os Baneanes comercio, se ficarão aclarou-
rondo mais as necessidades de maneira que não ha don-
de se fação armadas, navios, nem galés pera alias, os
almasens de artelharia desertos, gente não na ha, ese
pera asostentação deste Estado, e armadas ordinarias
isto asai .he, donde, ecom que se ha de socorrer oViso
Rey ao Sul, que se nád sabe oestado em que oje está,
ese lhe perdeo hum galeão de sua companhia, eomi-
lhor dela, em que hião es sobreselentes da armada, que
arribou da ponta de Galle, evoo dar âcosta, eos pro-
vimentos que se lhe mandava° em Setembro arribarão:
pelo que V. Magestade deve acudir desse Reino com
mandar armada derigida ao Sul, como V. Magestade
nos mandou escrever que tinha assentado, porque se
não perca lima tão grande armada âmingua, porque
deste Estado lhe não pode is cousa alguma, pois a
não ha pera se elle cá sustentar.
V. Sem embargo de todas estas necessidades, eesta-
do em que estamos, pareceo ao Arcebispo Primaz eGo-
vernador, que por ordem de V. Magestade socado°
neste governo ao Viso Rey Dom Marfim Afonso, que
servia aV. Mngestade em lhe mandar alem da não Oli-
veira, que aqui ficou do anno passado par não ter
carga, ese concertar; eda não sao lactato, que está
em Moçambique d'arribada do alma passado, que am-
bas vão, mais outra não nova, que para esse efeito
mandou vir do Norte, eposto que asai seja, e V. Ma-
gostado se aja por bem servido do lá irem multou nã-
os, que dam rendimento, pera voltarem outras pera cá,
todavia ouvese geralmente que era contra oserviço de
V. Magestade em tempo de tantas necessidades, eque
se não sabia do pio oViso Rey avia passado no '6',
( 173 )

sendo os aceidentes do mar eguerra tão vario, como a


experiencia tem mostrado, tirar deste Estado huma
náo que leva gente, artelharia, parte do rendimento
della, que 'guando não for tirado logo, ao menos ficar-se-
leia devendo, e foi este parecer Ido geral, que por fi-
dalgos, cavalleiros, religiosos, eos perlados delire foi esta
cidade instada aque lembrasse ao Governador quanta
consideração devia ter na jornada desta não nova, soen-
do que enes como particulares não tinha° tanta razão nem
lugar de ofazer, como esta mesa, pois tem ordem de V.
Magestade pera as fazer aos Viso Reis quando lhe pare-
cer que convem, por cima do que nefies fica aescolha e
alvedrio, que a cidade não faz mais que avertilos de
algumas cousas que lhe parece se devem considerar.
Feito esta cidade asai, epedimos-lhe visse oestado em que
estava, eode que V. Magestade se averia por roais servi-
do: respondei, que era mais serviço de V. Magestade ir a
nao; ousei otinha assentado, eavia de ir; leve-a Deus a
salvamento, eanós livre de alguma °ocasião trabalho-
sa, que de huma hora pera a outra se offerece, porque
se anão ouver, he muito bom ser anão hida, eaven-
do-a, elle mostrara o mal ou bem, que dahi pode re-
sultar. Esta cidade não teve nisto outra tenção mais
que aver ficava V. Magestade bem servido com se se-
gurar este Estado em tempo de tanta necessidade, e
que pois os provimentos pera a armada do Sul forte
em Setembro a fretes, e arribarão, era bem ouvesse
tule de V. Magestade, que em Abril os levasse, ese
sostentasse a ',adia como que ella dava de si. O que esta
cidade desta, e outras lembranças que faz aos Viso
Reis tira, he dissaborearernnos, porque como se lhes
encontra sua opinião, ou gosto; ficamuo ellea perden-
do dos que lhas fazem, edaqui naco tomaremnas tão
mal, que tem comnosco termos não devidos anós, nem
a elles, porque elles V. Magestade quer e manda que
tratem seus ministros evassallos como devem a si uma.
lu<mr em que atilo, e eito he ruão se des.
( 174 )

componhão com elles tratando-os mal, erecebendo tlÌ01,


sou selo, que sempre he do que milhor estiver ao ser-
viço de V.Magestade, eanós se nos deve a honra que
V. Magestade manda, epor nossos privilegios nos he
concedida, oque °lies deminuem tanto que de nós a
qualquer pessoa do povo não fazem nenhuma differen-
ça, fallando-nos em pé, e como lhes parece contra o
que V. Magestade exprmsamente tem mandado, em
tanto que pedimos a V. Magestade nos faça mercê
mandar inteirar da forma em que he costume falissem-
nos os Viso Reis quando em forma de cidade lhe imos
communiear comas do serviço de V. Magestade' eman-
dar-lhe que usei o fação, ou nos faça mercê desobri.
gar-nos de lhe fazer lembranças, porque nos mais ne-
gocios trataremos com cites pelo Procurador desta ci-
dade, como he costume; en'outras queixas semelhantes a
estas, que jd esta cidade fes aV. Magestade, mandou
por instrução sua que quando m Vereadorm fossem aos
Viso Reis em forma de cidade tratar-lhe os negocios
deus, os tratassem como aos ddalgos, posto que Ales
onão fossem. Nas eleições que se fazem, ha costume
ser sempre hum Vereador fidalgo, eos dons nobrm, e
estes asai de huma validade como da outra se escolhem
entre os mais velhos, nobres, e da mais experiencia, e
sio pessoas que fora do lugar de Vereador os traffio os
Viso Reis quando lhe folião, som muita cortesia sen-
tados,Reis,
e por Senhor, pois este he ocostu-
me que mi se usa, como V. IlIagestade pode saber dos
Viso Reis que lá estão, egovernarão este Estado, pois
este termo emodo de faltar, que se tem com estas pes-
soas fora do lugar de Vreador, perdem, tanto que en-
trio nelle, devendo por resto do officio ser aerecenta-
dos ehonrados. V. Magestade nos faça morei mandar
aordem que ha por seu serviço aja nesta mataria, por
que cessem escandalos equeixas pera com V. Magas-
toda.
VI. Gama temos, e tom todo este povo do Governa.
( 175 )

dor em particular, ehe que ein tempo de tantas necete


cidades, eque os moradores deste cidade Be estão de.
sentranhando, etirando de suas molhares efilhos pera
gastar no Sul em serviço de V. Magestade, pelo que
merecias, muitas mercês efavores, eoje com a falta
das nâos equebra do Estado andão já vacilando don-
de ecomo proseguirão com este socorro e ajuda que
prometerão, que não sabemos como possa ser, devendo
alentalos eanimalos, os escandalisou summamente huma
provisão que passou, de que com esta mandamos aV.
Magestade otraslado, pela qual manda que esta cida-
de, etodas as mais deste Estado dera doje em dimste
conta do suas rendas, edo hum por cento, que algu-
mas administrão, eassi ade todo tempo atrás passado,
eque aesta cidade a tome oJul. dos feitos, eproceda
conforme adireito; cousa tão nova e extraordinaria na
Influa, que nenhum de quantas Viso Reis e Governa-
dores nalla ouve intentarão; o que summamente esta
cidade epovo sentis, não porque na meteria do dar
contas aja da parte desta cidade cousa em que os Vrea-
dorea eofficiaes que sito, eforão deita, possào achar-se
alcançados, mas pelo grande descredito que delia re-
sulta a esta mesa, sendo contra a honra deita, e seus

VII. Porque esta cidade por privilegio que tem con-


firmado por V. Magestade em tudo gosa de todos os
privilegies, honras, liberdades que tem, esão conce-
didos ácidade de Lisboa, pelos mesmos regimentos se
governa erege, ecomo cosi seja, a cidade de Lisboa
he isenta de dar conta de suas rendas, epela mesma
sezão ofica este Senado, edo mesmo privilegio que a
cidade de Lisboa pesa isso tem, gosa esta cidade de
Goa, alem do que pelos regimentos dela feitos pelos
Senhores Reis predecessores de V. Magestade está or.
denudo que as rendas da cidade são todas suas, eelle
as despende no que convem ádita cidade, eas recebe,
earrecada oseu thesoureiro, e as despende por man-
( 176 )

dado dos Vreadores eofficiaes da Camara, elhes dá


delleu conta, ealies lhe passuo suas quitação; apara
fuso ha na Camara hum contador eescrivão das contas,
que as toma, ehum regimento da forma em que os.de
fazer, tudo pelos Reis passados, ese a Ordenação dia-
p3e que . cidades dum conta de suas rendas, elha to-
me e corregedor da 0811181.08, isto he nas °amaras e
cidades, que não ato Lisboa, ou Goa, que ambas são
huma mesma musa per privilegio, ena cidade de Lis-
boa não tom lugar o corregedor da comarca para en-
tender ou tomar as mas contas, salvo V. Magestado o
mandar por provisão sua; eisto mesmo se entende nes-
ta cidade; quanto mais que rendou são as desta cidade,
que não passão de oito mil xerafins, ealguns nonos ato
rhegão lá, porque sobe ou abaixa arenda, que ato abas-
tão pera as despesas' ordinarias, para mostrar tanta
desconfiança de pessoas e fidalgos Ido nobres como
são os que aregem egoverna. De ordenados de citei—
aos tem somente passante do ires mil xerafins cada an-
no, no ospital dos L.aros, enos engeitados, que esta ci-
dade sostenta, se gastão doas mil xerafins; os tios que
rastão, quando a renda rende oito, se despendem em
calçadas, pont., na limpeza ordinaria da cidade, nas
procissães que se fazem pelo discurso do anuo, para o
que muitas vezes falta odinheiro, enão chegào as ren-
das. O thesoureiro quando se provê, dão fiança ao di•
nheiro que rembem; etodos os anoso conforme ao re-
gimento da remara se lhe toma conta. Nesta particu-
lar se deve V. Magestade mandar informar da cidade
de Lisboa da ordem por que nella se corre, econforme
acila mandar se corra nesta cidade conforme aseu pri-
vilegio. E isto quanto ás rendou da cidade.
VIII. E quanto ao rendimento do hum por cento,
isto he direito que esta povo conmdeo voluntoria econ-
dicionalmente, como V. Mag.tade pode mandar ver pelo
assento econdição della, que com esta enviamos, oqual
concede° para EA,Ifazerem galés em quanto durasse so.
( 177 )

monte anecessidade por que se conceda°, com tanto que,


nunca os Viso Reis, nem ministros de V. Mamstade ap
chamariito áposso deite, oquo aarrecadaçào o&aja.>
sa delia, e tudo omais que deita dependesse, corroais.
pelos Vereadores oofficiaes da cantara com parecer dee
Viso Reis, de que oViso Rey Dom Lula d'Ataido, em
cujo tempo Be concede°, foz contrato publico com pata
cidade, jurando em nome do S.A. esous antecessores do
comprir odito contrato, no qual se pozerào as condi—
quo opovo oViso Rey assentara°, eessas sào as
que se devem comprir, eV. Magestade asai e tem man-
dado, oconformo ao dito contrato co se lho podo in—
novar condiç7íes senào com consentimento das partes; a
«ta quo oGovernador ora inova quo co lho tome con-
ta cada armo, he condiçào nova, oalio está no dito con-
trato, como V. lilagestade podo mandar ver, que com
esta vai o treslado; esendo esta 'autoria tratada com
opovo, fez assento que com esta vai, oqual levado ao
Governador, e as redes quo avia por parto desta si—
dado, rospondeo quo oito soeStava com a execução da
dita provido como a cidade podia, té V. Magestade
ser informado, emandar oque ouvesse por seu serviço.
IX. A ordem que ha na arrocailaçào o despesa 40
h1.00 por cento he esta. O recebedor que o recebo "0
alfandoga, quo conforme a condiçào do contraio ho pna-
to polo cidade, dá fiança atodo odinheiro que recebo,
e60 lho carrega em receita, oquo se nào usa nos foi—
toros nem thcsoureiros do V. Magestado. Quando se ado
fator alguma obra da fortaleza, oViso Rey com oar-
qultoto mói., ou engenheiro, qual no Estado ha, traça,'
aobra, aprovai> ositio, omandào otraça approvada á
cidade pera °lia mandar correr com aobre, pera Ogivi
ao lançào progiies, e se dândi° os mostres podreiros cot
hum dia nomeado á cantara, onde a° piie progão.a
dita obra cr 111,1:16, o ao arremato aquem moia .101I0 -
t1 aquer tas:. Dão mica nuirr,it^iror liunça
. que =cebo% oconforme a vnti,ilstO da oi ,ra ec lhe
( 178 )

vai dando odinheiro per mandados, enao se lhe passa


hum mandado sem se lhe balançar aobra, e sabor se
tem gastado odinheiro que lho foi dado pelo atracado,
de que passa certidão omestre das obras, e apontador
da Camara, ese lhe faz mediçao, que ao lhe lança em
livro pelo eserivao da °amara, pelo qual se lhe faz con-
ta ao dinheiro que tem recebido, e devendose-lho lho
manda acidade pagar, edevendo° elle, opaga, ou seus
fiadores, de maneira que a cidade bo só administrado-
ra destas obras, enão tem mais que correrem as des-
pesas por ella, como lhe está commetido pelo contrato.
X. Acharseha mais por condição deste contrato que
deste dinheiro se nau tomará pera as necessidades do
Estado nenhuma cousa, num se despenderá fora da for-
tificação, e fazendo,e ocontrario, 80 levantara logo a
dita imposiçao, ese não pagará mais odito hum por
conto, e opovo ficará logo desobrigado de o pagar,
sem embargo do que afazenda de V. Magestade está
hoje devendo aeste hum por cento mais de cem mil
pardáos, que os Viso Reys della tomaram per suas pra-
ViaPeo, alem do que alies omandão gastar per provi-
eles, quo pera isso passao, em obras, que afazenda de
V. Magestade está obrigada afazer, asaber, em Ra-
chol, por a fortaleza estar arruinada, que he fora des-
ta ilha nas terras de Salcete, eafazenda de V. Ma-
gastado a não concertar, mandos oViso Rey Ayres de
Saldanha per provisão fazer huma fortificaça° de mu-
ros e baluartes muito afastada da dita fortaleza, ca-
paz de no tempo de guerra se poder recolher toda a
gente dentro nella. No Morro de Bardes, que Ice fora
da ilha, .a couraça nova que ora se faz. Mandou mais
fazer per sua provisão a requerimento do Arcebispo
hum muro que está junto aNossa Senhora da Serra,
que se alevantasse arespeito do ficar servindo de se
poder encostar aelle oRecolhimento que foz das «fitas.
Mandou mais que 80 concertasse erefiz.co afortaleza
da ilha de Diaroil, que hir butim ilha varinha a esta, e
( 179 )

fora deita, por estar arruinada, ese aver do fazer da


fazenda de V. ãtagestado; afora o que em dinheiro
tomou ena seu tempo pera concertar galés, e prover a
fortaleza do Ceilão e armadas. E pelo Viso Re): Dom
Dfartim Alfonso esta toda odito hum por cento oje apli-
cado á despesa dos galoã. do Sul ;de maneira que to-
do elle absolutamente se gasta em serviço de V. Ma-
gostado, eo está devendo sua fazenda, fora e contra
as condiçãea do dito contrato, sem este povo por case
respeita tratar nunca de ao eximir desta obrigação, an-
tes para toda oda com muito gosto, deixando oessen-
cial para que foi concedido, que he afortificação. Es-
ta he aforma por que ao goela odinheiro do hum por
cento, sem deite se fazer pela cidade outras desposas,
com tanta verdade e pureza que se aio achará ocon-
trario, eprouvera aDeoa que usei se gastara afazen-
da do V. hlagestado. As mais que ha aio os ordenados
dos ministros desta fabrica, a sabor, recebedor, que
por outro nome se chama thesoureiro, martelo, mata-
dor, mestre das °lua°, olheiros que se poem para vi-
giarem estas obras, eas fazerem correr, pelas muitas
falsidades que já ee acharão que os pedreiros fastio
noa murou, que já não ha. Costuma a cidade quando
logo «trio os offsciaos novos em Janeiro irem visitar
estas obras, over onde ecomo se trabalha nellas, asai
porgne cont isso crescem ellas, cano F.ra laxado..
discorso do amua tratar sobro elas, saberem oque de--
vem mandar, eterem visto aa matarias sobre go° tra.
tão, aao de dar despacho: nestas tem hidas nunca
ha mais despesas que pagaremso os bois dos palanquius
dos officiaes, que são treze, ou catorze pessoas, etan-
tas quantas são, tantos pardáos as gastão nos bois que
os tavão, e quando ao obras se acabar', vai acidade,
come está dito,corn cozo OffiCias, meditas para se faze-
rem contas com os empreiteiros, e sendo na ilha vão
de madrugada, e vem á noite se a obra he pouca, e.
se acaba de medir em bem dia, então quando mtatg
( 180 )

se gasta do hum por cento são cem 3...fins na despesa


da cidade, e oficiara que com elle vão, que são onze
pessoas desta mesa, contador, mestre das obras, escri-
vão das contas, meirinho, e mais servidores da cida-
de, eeste he o pior dia que esta cidade tem, porque
vão de madrugada, evem de noite, emuitas vezes em
paragem que não ha casas, eestão ao sol teclo odia
assistindo ámedição, e comtudo estas lidas quando
muito he huma ou duas vezo, no anuo; eneste de seis-
centos eseis as nno achará que esta cidade fizesse roais
despesa que setenta xerafins, quando foi medir acou-
raça nova que está da barra para fora, ando esteve
hum dia todo, e por os officiaos ato tornarem, ou fi-
carem lá mal agasalhados coei incito trabalho, e inda
de noite se acabou de medir. Quando se levou mo
daa obras de Rachol, foi a cidade meditas para fazer
conta com os empreiteiros, e por ser daqui quatro 01.I
cinco legoas, e as obras muitas, estivera° lá cinco dias
desagasalhados, em que se gastarão centre centos sue-
rafas, que foi a már despesa, ehida que a cidade til&
gora fez, desejando esta mesa muito poderse exemir
desta desinquietação, porque os °Meiaes desta mesa pe-
la ro6r parte são sempre os mais ricos da terra, eao
procurão estas hidas pelos gastos deltas, antes dento
de sua casa peleu não fazerem. Dast° dinheiro não so
fazem mercês anenhuma pessoa mais que pagarse aos
monistros e pessoas, que servem nesta fabrica, soa tra-
balho. O Viso Rey Ayros de Saldanha nos mandou que
puzessomos na fortaleza de Barde., ena baluarte do
Mangueira' aartelharia que estava feita ;acidade lhe
pedia que pois na ribeira de V. Magestarle avia elefan-
tes que servissem, eavia condestabre már, que era seu
oficia, etinha ordenado por isso, lho devia encarregar;
elle se escusou disso, emandou á cidade que ofizesse;
contratouse acidade com luim homem que ofizesse por
trcusontes xerafins; achouso nisto omita gente do SM—
viço das posarias poro omonco, tpas passarão de lote.
( 181 )

centos pessoas, aestas deu a cidade corenta ou cinco-


esta serafins para comerem; ao condestabre mór, e
mais bombardeiros trinta ou ementa serafins por seu
trabalho. Estas são as mercês que a cidade faz, pagar
a quem aseiva na fabrica das mesmas obras, que como
são pessoas com que ao possa fazer contrato, fica pa-
recendo que he mercê oque se lhe da. Não faz aci-
dade outras, nem se acharão. Estas despesas emer-
cês são enroscarias ao serviço desta fabrica; não se
podem escusar, porque he omanes" delias.
XI. Pois como eus matarias tão claras, eque se fa-
zem por escrito, que a todo otempo se pode ver, se
permitte desconfiança, ecuidamo que os offieiaes desta
mesa o despenderão per outra ordem, ou fora da 131,.
saneia das mesmas obras, pois sabem que não pode
ser; enão no entenderão assi os Viso Reis passados,
que não só não inovarão esta eondição, mas ouverão
que as obras feitas por ordem da cidade erão na mais
verdadeiras, e menos custosas; e »Si mandando V.
Magestade em tempo do Conde da Vidigueira, Viso
Roy que foi deste listado, humn viagem da China pa-
ra se vender, ese fazer hum capital novo, por o velho
não ser capaz. de recolher agente, que asile ha de or-
dinario, em especial ávinda das nãos, querendo tirar
esta despesa dos offieiaes de V. Magestade, do quem sa.
lia alargueza com qae corri/to, ouve que com a entre-
gar aesta cidade servia bem .a V. Mageatade, e asai o
fez pedindolhê que aceitasse aadmiinstração desta obra
correr com ella como coei a fortificação, que por ser-
viço do V. Magestade a cidade aceitou, pera oque
passou provisão, evendes a viagem, da qual só quatro
anil etantos serafins vierão á nossa receita, que logo
com muita brevidade se fizerão em obra, aqual cessou,
o fions usei, por se acabar o dinheiro. A demasia da
viagem se tomou para a fazenda do V. Magestade, e
me asai CQI110 este dinheiro veo a nosso poder, se fizera
a venda da viagem por esta mesa, ese cobrara toda a
( 182 )

contia deita, estivera ojo sem suspeita quasi no cabo,


eaobra montara o dobro do que por outra ordem a-
via de ser, porque na fazenda de V. Magestade todos
os contratos que se fazem ate com outro tanto mais do
que valem, porque o contratador que tomo aobro, tri-
go, arroz, e tudo que se para afazenda de V. Magas-
tade compra ou contrata, se vai dor, dá cinco a quem
lhe faz contrato por vinte, e oque entrega ha opior
que ha, em tanto que nem os dor por que Be ourara de
contratar vai. Isto hz em toda a sorte de fazenda que
pura V. Magestade se compra, e madeira, e tudo o
mais que se avalia os donos satisfazem tãobem aos ava-
liadores, que inda que ae lhe não pague mais que ame-
tad°, Soão satisfeitos. Pelo contrario se corro na Cama-
ro, onde tudo passa pela mão eolho de dez ou onze
pessoas que ha nesta mesa, que como não tenhão
reme, nem acalidado deltas opermite, he tudo venda-
de. Porque esta cidade entende tem V. Magestade dei-
ta eseus ministros este conceito, escusamos dar aV.
Magestade muitas outras nabos que ha em contrario
da tenção da tal provisão, sendo oque temos dite o
menos que contra ella ha. Se as mais cidades deste Es,
tudo ato tratarem aV. Magestado nesta meteria, ho
porque não tem nenhuma noticia desta previsão, por
ser passada sete ou oito dias antes da partida destas
nãos, contra aqual cada humo, dirá conformo seus pris
vilegios, que os do Coa nenhuma os tom,
XII. Tomos dito a V. Magestadu com quanta ordem
correm as causas desta cidade+, tambem he rezão apon.
tornos a samrarão que se nos faz em se dizer na dita
provisão que hum dosembargador particular aja de ter
jurisdição e soperioridade sobre humo cidade tão nobre
como esta, governada e regida per pessoas de tanta
calidade, tão onrada com os privilogios emamãs de V.
Mag,estade, tondoa outrossi V. Magestade isenta, eioda
em seus agravos ordinarios que correm judicialmente,
de toda aRalação junta, oque só o Viso Ray oArco.
( 183 )

bispo conbeção deites com os desembargadores, que ei-


los tomarorn por adjuntos; pois se V. Magestade afez
tão nobre, que lhe deu por superiores s6 oViso Rey e
Arcebispo, como os Viso Reis ahão de sometor a hum
desembargador particular, que tome conhecimento de
mios cousas, elhes pergunte pelo que fizera°, elhas oja de
julgar per boas ou má., dizendo ainda que procedas con—
formo adireito, que não será senão conforme apaixão ou
afeição que tiver, sendo claro emanifosto quão pouco af.
feiçoados oito os desembargadora§ deste Estado as coasse
da cidade, que sempre desejarão ter superioridade aesta
mesa, econhecer de suas causas, encontrando sempre
seus previlegios, edando—lhe sentido fora do que se dol—
les collige, edizendo publicamente alguns, aque por nos—
sa parte se requere ocumprimento deães, que nenhuns
tem esta cidade que lhe valhão, conservando elles os seus
com tanta inteireza, que por eitos se exemirão do ornpresti-
mo, que este povo, fidalgos, cavalleiros, altos ebaixos,
e toda asorte de pessoa fez para a despesa dos galdes
do Sul, em que por nenhum caso com pouco nom com
muito guisarão ter parte nem merecimento, desejando e
procurando deminuir ocredito desta mesa, porque sa—
bem que dá ella conta a V. Magestade de seu bom ou
mão procedimento. Em fim não pode esta cidade mani—
festar aV. Magestada por termo mais curto oagravo que
de tal provisão recebe todo este povo, que já se diz pu—
blicamente que servir carrego da republica sem ordena—
do nem percalço, pera no cabo do anno aver de dar rodo
ou conta do que fez, não averá quem no aceite, se oje
sem isso os regeitão.
XIII O Governador nos disse em pessoa que elle tra-
tava eescrevia aV. Magestade as causas que omove-
rão apassar esta provido, ecomo não sabemos quase
souto, se no que tomes apontado não for satisfeito a
enes, pedimos aV. Magestade nos faça mercê ouvir-
em, contra cilas, porquo atodas dará sempre esta mo-
la inteira satisfação, ao que sondo V. Magestada ser.
( 184 )

vido, se lhe enviaste a esse Reino os tradaão. da, con-


tas dos ermos que V. Magestade mandar, pera lá ao
reverem por pessoas confidentes, e8001 sospena, eque
digno conciencia o que delias sentir, com o pio so
eant satisfazendo atençôo da dita provisilo, e esta ci-
dade conservada em sua posse, opinvilegios, que V.
Magostade nos acroeentard, como de sua grandona o.
deve esperar, e de nossos merecimentos oserviços po-
demos confiar.
XIV. Esta cidade tem pedido aV. Magestado liceu-
pera que quando cumprir possKo os troe Vroadores
desta mesa escrever a V. Magestade por mar, ou por
terra oque virem que cumpro asou serviço, som lho
ser empodide pelos Viso Reis ecapitãos d'Ormuz. O
mesmo tornamos apedir aV. Magestade polo quo cum-
pre aseu
XV. Lembramos a V. Magestade quôo arriscado se
vê este Estado oanuo que lhe faltào ridos, polo quo
pedimos aV. Magestade nos faça mercê mandar que
se aprestem e partiu mais codo do que costumà'o, por-
que a experiencia tem mostrado ser esta acausa de
não chegarem.
XVI. Todos os menos esta cidade escreve a v. dia-
gostado aperda que sua fazenda re.bo na salda doa
reales pera Cambaia, oque por respeitos particulares
se alio ade defender nunca neste Estado. Faças,.
V. Magestade mercê mandar consultar esta maioria,
que ho do muita consideraçôo, oprovor como vir que
cumpro aseu serviço.
XVII. Esta cidade tem escrito a.V.Magcstado quan-
to perjuizo se recebe neste Estado de as viuvas semi
cabeças de cazal, porque como ta., emolhoeos, não
hã chegaremnas apartilhas com seus filhos, antes ao
cazão, e seus padrastos lhe gastar, quanto tom, oquan-
do oquerem pôr em arrecadaçâo, silos e sous tutores
mio achào por onde pagar. V. Magestado nos faça
mace mandar que mulher que PIUM acato Estado,
( 185 )

se mio entenda metia cabeça de casal para ter em si a


fazenda de seus filhos.
XVIII. Alem do que tombem lembramos a V. Ma-
gastada que he em muito detrimento deste Estado man-
ciparem-se os orfdos antes do ter perfeitos vinte cinco
annos na forma da Ordenação; epedimos aV. Magos.
todo nos faça mercê mandar que lhe não suprão os
Viso Reis nem Relação na idade cousa alguma, por-
que tombem se perdem por lhe ser entregue seu di-
nheiro ante tempo, equando chegão avinte cinco an-
nos, em que se avião de mancipar, não tem já nada do
seu. Isto não he Portugal, onde os homens doidão a
seus filhos herdades efazendas do raiz; qua tudo he
movel,.e atorra mui larga, odloo tom muita ocasião
do gastar.
XIX. A cidade deu aV. Magestado ocano passado
as graças da mercê que fez a esta Estado com as de-
fesas que mandou per provisães, que se registarão nes-
ta Camara, pera os capitães de Damão não en-
tenderem no chouto della, enão obreia ouvidores de
fortaleza criados de Viso Reis, e as mais que com eles
viera°. Pedimos aV. Magestado nos faça mercê man-
dar que se eumprão, porque são mui proveitosas.
XX. Tambem pedimos a V. Magestade nos faça
mercê mandamos responder ao particular da franquia
desta cidade, sobre que todos os armes escrevemos a
V. Magestade, porque estando feito assento pelo Viso
Ray Mathiau d'Albuquerque e Arcebispo, theologns, e
letrados d0 justiça efazenda, o mandado por V. Ma-
gastada que se cumpra, não basta, o se quebra cada
dia, como oanuo passado escreveo esta cidade a V.
Magestado.
XXI. Esta cidade tem com V. Mageetade hum ao-
querimento ha annos sobre nos fazer mercê do dar li-
cença aBertholomeu Soares de (logo, escrivão da Ca-
mara desta cidade, pera Melar o dito officio, por eer
muito pobre, eter nmitoe filhos, e do abito do Christo
( 186 )

com atença que ouver por seu serviço. Serve esta cida-
de de maneira que lhe devemos pedir a V. Magestade
nos faça mercê mandarnos deferir aeste requerimento,
.8061 por esta cidade opedir aV. Magestade, como por
elle omerecer, e ficar autualmonte servindo na despe-
sa destes galeão,' que andão no Sul com muito solo o
trabalho seu.
XXII. Já esta cidade deu conta oanuo passado a
V. Mageatade do grande prejuizo que recebem os odor-
mos, que ao ospital se vão curar, que são todos os sol-
dados da India, em os Viso Reis quando cheg,ão mete-
rem nele por Saio° esurirgião os que eitos tracem com-
sigo, afim de lhe darem aquelles ordenados, que de
ordinario são modernos, a que se lhe ajunta apouca
experienoia da terra com que entrão, de manéira que
quando avem a ter, então he quando acalsão, evem
outro Viso Rey que os tira, e isto âcusta do muita
gente que morre: pelo que V. Magestado mande que o
ospital no dê no mais experimentado esoficionte fieira
e surgião, que na torra ouves, pois he meteria °In que
tanto vai, eniM são estes os cargos que se hão ae dar
pesa proveito, pois oremedio de tantos consisto noites.
XXIII. O anuo passado deu esta cidade aV. Ma-
gastado conta de como o Arcebispo Primaz tratara de
ordenar como as mulheres andassem com os palanquins
descobertos, ou ao menos meos descobertos, sobre oque
se lhe fizerão as lembranças orequerimentos nocessa-
rios por parte de todo esto povo, e se dorão as roz3o•
que contra isso avia, que tambem so enviarão aV.
Magestade, com tudo em hum Concilio que foz esta 'o-
rno passado, se tratou esta matcria, oso assentou pe-
dira° aV. Magestade mandasse que os ditos palanquins
andassem de feição quo se podesso ver quem noites Lia.
A meteria he tão odiosa, odo calda& que em nenhu-
Illa forma devo V. Mag,estado conceder, nora mandar
tal, pois esta torra he fronteira. As rezãos que pera is-
so ha eatiiii oNcritas aV. Magostade: façamos V. Ma.
( 187 )

gostado Mamã n10 innovar nada, easa>' opode todo


este povo aV. Magestade.
XXIV. O Viso Rey Dom Mmtim Affonso de Castro
inovou e criou nesta cidade !um cargo novo, que nun-
ca malte ouve, não faltando .já outros Viso Reis que o
pedirão aV. Magestade, elho elo concede°, per ser
em muito grande perjuiso deste Estado, e indo dos
mercadores desse Reino, o qual foi, corretor In& da
pedraria, sobro que já oamo passado esta cidade es-
creveu a V. Magostado, elhe apontou as rez3es que
contra otal cargo avia, e d'antão pera cá se forão
cilas mais aclarando, porque oprovido deite mandou
notificar atodos os corretores, que usavão otrato desta
fazenda, eaos>' aIres ou quatro pessoas portugueses
e ostrangeiros, que nesta &dado ha, que emprega° o
dinheiro, que desse Reino se lhe manda, ninguem com-
prasse nem vendesse pedraria sem silo se achar pre-
sente, sendo isto contra todo odireito divino ehumano,
porque ocomprar evender hum homem sua fazenda
he livre a mouro ejudeu. As partes são m quo pera
famosa do seu contrato lhes he bom fazeremnos por
corretores, como disp3e aOrdenação, se oquerem fazer,
oquando não, não tem por isso nada; emfim que aper-
tou estes homens do maneira que vierâo a se concertar
com elle por hum tanto que lhe dorão para poderem fa-
zer suas compras ovendas, no que oste povo recebe no-
lavei detrimento, porque as fazendas que sairem do
suas mãos vão já com a alta que lho coube daquillo
mie eles dedo do pensão, eisto he comprar o povo a
fazenda por mais do que val: pelo que por estas eou-
tras res3es, que já estão dadas a V. Magestado, lho pe-
dimos nos faça mercê mandar so extinga o dito cargo,
efiquem os homens livros pera com seu dinheiro trata-
rem, o não permita domam a hum homem sete ou oito
mil cruzados cada acne, que tanto importará, o indo
maio, ao ficar confirmado contra aemito oj1.16tiÇil.
XXV. Tom roto cilha° Inun privilokio comedido ror
( 188 )

El Rey Dom Sebastião, que saneia gloria aia, e pelos


Senhores Reis seus antecessores, cujo treslede com esta
enviamos a V. Magestade, oqual etodos os mais que
elle tem, V..Magestade nos fez mercê de lios confirmar.
Diz odito privilegio que avendo respeito °alidade das
pessoas, por que esta cidade he regida egovernada, e
pela confiança que deites tem que sempre farto oque
devem, lhes faz merca que quando os officiaes dos Ma-
tios que são dados por esta cidade errão, ou cometem
noites erros, per que doado de sor presos ou suspensos,
a cidade com hum juiz, sem mais appellação nem agra-
vo, os possa° prender o suspender, e tirarlhes os offi—
eios, orestituilos aelles, econhecer dos taes erros co—
mo lhes parecer que o devem fazer, sem outra nenhu-
ma justiça conhecer dos taes erros, nem lhe irem aisso
á mão, isto quanto ao perdimento do officio semento;
porque para as penas crimes ou eiveis, que por resto
dos taes erros merecerem, se remeterão os autos ás jus-
tiças, perante quem se livrarão, como melhor emais
claralmsnto o declara o dito privilegio, do qual es-
ta cidade sempre usou; e ora adendos° eomprendidos
por devassa, e eu; erros de seus offieios alguns meiri—
nhos, ooutros escrivães; procederao as justiças de V.
Magestade contra olles, epe&do esta cidade as culpas
ou treslede delias, peva na forma do dito privilegio
proceder contra dles no particular de ecos offiCios,
mandando pera isso os ditos privilegies ámesa da Re—
laça° pedindo comprimento delias, e que ao sentenciar
dos toes officio.oe deixasse reservado aesta cidade ojul-
galos elle em seus alicies como lhe parecesse, nenhu—
ma cousa deferirão >esta cidade sobre o comprimento
dos ditos privilegios, antes em todo lho quebrarão son-
ten.ciando as ditas pessoas em suspensão dos ditos offi—
cio, pelo tempo que lhes parece°, alem da pena crime
que lhe doado, depois do que per provisão, que em Re-
lação mundaríto passar, as restituirão »os ditos offidos,
Krin em nada se ter ro.pritn areta cidade, r• ao dito
( 189 )

privilegio, e de estar mandado por V. Magestade per


instrucção aos Viso Reis que solos fação comprir eguar-
dar, enão consintão seremnos encontrados pelo chan-
celer edesembargadores da dita Relação, o que tom-
bem requerendo ao Governador, nos respondeu que man-
dassemos os ditos privilegios 8 Relação, onde se nos
faria justiça, mas foi na forma que temos dito a V.
Magestade, no que bem se mostra oquão encontrados
são nossos privilegies por elles, pois neste que tão cla-
ro eespecificado está, acharão outro sentido, que os mo-
veu a nem reposta nos darem sobre elles; pelo que pe-
dimos aV. Magestade nos faça mercê, pois sua tenção
he que se nos guardem nossos privilegies, e neste E..
tado não ha quem neste particular nos faça justiça, e
contra elles ficão sendo partes os desembargadorss que
os encontrão e• quebra.", como nós que requeremos o
comprimento dolles, damos juiz que determine estas du-
vidas, cometendo aos Inquisidores como pessoas tão
calificadas, com cuja determinação nos averernos por
muito satisfeitos, cessando pera com V. Magestade es-
tas continuas queixas.
XXVI. Nos ermos atrás deu esta cidade conta aV.
Magestade de como os juizes dos orfãos della orlo de
contino avexados pelos desembargadores, porque como
seu intento seja que V. Magestade se sirva &lios nes-
tes cargos, que tanto ha pertendom, tomão por moo a-
comodado aseu intento manifestar com ruins informa-
çães não servirem os cidadãos bem estes cargos, pera
o que agravão suas culpas quando acerta de haver al-
guma, fazendo muito raso de qualquer leve descuido
seu, que nelles ouvera de ser havido por justiça mui in-
teira, com o que se persuadem que ama V. Mago..
de tão pouco estes seus vassallos, que aja do meter em
Buas mãos o reinadio das viuvas, °ria., emulheres do
pessoas quo actualmente acabão no serviço do V. Ma-
gostada, pera fissi sermos do todo destruidos, porque ao
a fossaria doe armo, que la todo o cabala] da "fedia
( 190 )

cair em rantos de letrados, quem, por grande legitima


que tenha, apoderá aver ás suas, ou lhe faltarão meios
eficazes poro as avor, oserem os que só se logrem del-
ias, nem como se permittira, terem roquerimentos com
letrados, quo do ordinario são mancebos, viuvas honra-
das, emoças, donzollas orfaãs, em cuja coza ha forçado
entrarem ainventarios eoutros termos de justiça, de
maneira que lis, ou porque os cidadãos aço aceitem es-
tes cargos, ou porque V. lIagestade se persuada que os
não servem bem, são em suas residendas mal julgados,
o o governo desta cidade mal contado aV. Magestade;
pelo que, epor outras muitas reates que ha, nos faça
V. Magestade mercê mandar consultar esta mataria, pro-
vendo asila como vir que mais convem a seu serviço,
ebem deste Estado.
XXVII. O Arcebispo Primaz, Governador que ora
he, institui° nesta cidade alom do Recolhimento das or-
faãs, que o anno passado escrevemos aV. Magostade
ficava feito, hum Mosteiro de Religiosas professas de
Saneia Monica, da ordem de Soneto Augustinho, no
qual estão já vinte e tantas religiosas, cujo procedi—
mento oexemplo, asei delias como das orfilas recolhi-
das, tem de maneira edoficado, que com grande fervor
edevoção se concorro aalies, esão já tantas as donzel-
las eviuvas virtuosas, que portondern recolher., que
so todas ao ouverem de admitir, não será oMosteiro na
forma que está traçado, que he pera recolhimento de
duzentas Roligiosas:profossas, capaz de tanta gente, alem
de outra muita que ha nesta cidade ricas e abastadas,
que desejando recolheremse o não fazem oje por mos—
trarem muita devoção á ordem de São Francisco, pre-
tendendo alevantar ásua custa hum Mosteiro de Santa
Clara, ecomo estes intentos sejão sonetos, aque se se-
guirão outros muitos de que resulto muito proveito á
Religião cristal, do. V. Magestado mandai° conside—
rar, oconcederlhes a instituição deste mosteiro porque
se tom almmoado da sogoimlo antorMs das rnolheres
( 191 )

da India pedernal dar muito fructo á igreja de Doce,


diante do quem ficará a V. Magestade omerecimento,
o aeste Estado aamasia° do salvação d'almas, deveu-
dose tambem ao Arcebispo Primaz o sancto intento
que nesta obra teve, zelo, fervor, etrabalho, com que
adrnenistrou afundação do dito Mosteiro eRecolhimen-
to, que ajo estão &levantados, cuja obra mediante o
favor de Does, emercê de V. Magestade em muito
breve tempo virá a sua inteira perfeição.
XXVIII. Esta cidade he gravissimamente molestada
pelos rendeiros, aque ao arrendão as rendas de V.
Magestade, que são todos gentios, tendo V. Magestade
expressamente prohibido que se não dom senão achris•
tãos ' em especial pelo da renda dos mantimentos, o
qual alem de tiranisar este povo mesquinho, por seu
respeito não ha mercador que da outra banda venha a
esta cidade pelas avexaçães que lhe faz, tolhendo aes-
tes pobrezinhos que não vendão nenhum mantimento
pelo mondo, no que silos não tom mais interesse que o
ganho de seu trabalho, para o que empregito quando
muito thé cem roia, que he todo osou cabedal, em ba-
te, o qual alimpão, ooarroz limpo que dolo tirão, es-
se vendem por intetesarem otrabalho que nisso pose-
rão, que he o de que se sostentão, o que elle prohibo
avexandoos, pera que se não venda arroz senão nas
8u88 boticas, onde o fazem como querem, pondolhe os
preços ásua vontade, sem tratarem da estiba, nem ta-
xa de almotacés, porque quando os aponto pelas não
terem, acodem os ministros de V. Magestade, eos man-
dão soltar impedindo aos almotacês suas execuçães. V.
Magestade não deve querer, nem consentir que seus
avençais vendão nos mantimentos som prego, taxa,
nem eatibai eisto não tem cã remedio, porque como
silo rendas de V. Magestade, só 80 trata de acrescentar,
oo povo padece em tanto que por remir esta avena-
Oto, ese não achar outro remedio, pedimos ao Gover-
nador, elho pedi° fede acto povo por hum assento que
( 192 )

fez, posasse eencabeçasse esta renda na cidade,


que elja a tomava pelo preço um que estava arrenda-
da, pesa arrendar de sua mão, tirando-Use as condi-
e3es nocivas eperjudiaes ao bem commum, sem afa-
seada de V. Magestade nunca perder, para oque lho
obrigavamos na rendas desta cidade, o que não quis
aceitar dizendo que se a cidade nona perdesse, não
queria que o pagassem as rendas da cidade, no que
não pode aver perda, porque perdendo» em hum anuo
alguma cousa, se pode ganhar em outro; e como esta
mataria he aprincipal do bem »mouro, pedimos aV.
Magestade nos faça mor» 'nandaia consultar, enos
dê a dita ronda pelo que aja ronde áfazenda do Vossa
Magestade.

16
Carta, que acidade escreveu a Sua Mageetade is anuo
de 1607.

I. Recebeo esta cidade as cartas que V. Magesta-


de nos faz' mercê mandar escrever pela armada do
Dom Jeronimo Continha, eJoão Correa de Sousa, que
este anno vierão desse Reino, o por alias soubemos da
sande de V.Magestade, ecasa Real, com que recebemos o
contentamento devido; permitta Nosso Senhor trazerno-
las sempre milhoradas, eque V. Magestade tenha mui
largos manos de vida com sande, pera defensão de
sua igreja, eaugmento da fé della, de que tanta ne-
cessidade ha, emuito em particular neste Estado.
II. Os Vereadores passados continuarão largamente
coro aobrigação que esta cidade tem de lembrar aV.
Magestade as cousas necessarias, asai para o»anedio
oconservação deste Estado, como para obom governo
( 193

delia, eprouvera aDoas que estiverilo alias oje em


termos que moderamos menear prosoguir seus requeri.
mentos, mas inda mal, porque nos obrigavilo (a) anos
alargarmos mais, porque enes o tem feito de maneira
que tufo sabemos per que novo modo ajamos de contar
a V. Magestade a grande reina em que vai; em fim
polo mais curto e nemssario meu que for possivel o
faremos.
III. Thé apartida das mios do nono passado, que o
Governador enviou aesse Reino, faltando as deite, não
teve esta cidade recado da chegada do Viso Rey Dom
Marfim Affonso ao Sul, e depois de idas soubemos d'
uma cmavella, que de Maloca enviou a V. Magestade,
que voo té Cochim, e dahi partiu, em que devia ir o
recado de sua chegada e success.. ecomo te opre-
sente não fosse outro aviso, emte tio arriscado por re-
za.° aa embarcação e viagem, sempre nos he forçado
referir aV. /dagestade oque das musas do lá temos
alcançado.
IV. Partido oViso Rey com aarmada, que já escreve-
mos a V. Magestade levara, foi em direitura ao Da-
chem, onde tendo desembarcado, opor força ae armas
ganhado já hum baluarte da fortaleza, que pretendia se-
abortar, foi avisado de como hum rebelde chamado Cor-
imbo com onze »aos Olandezas tinha avia Doeres do
cerco a fortaleza de Maloca com favor eajuda d'.21—
Rey de &ir, muita gente, e embmcarcaçiles dos mais
circunovizinhos daquolle archipelago, que todos estavlio
confederados; com isto lhe foi forçado embarearse, dei-
xando dij conseguir avitoria que do Dachem pretendia
over, por ser de mais effeito acodir á fortaleza como
fez.
V. Mas como estes imigos na vigilancia e ordem de
guerra aos fazem o)e por nossos pecados tanta vento-
ger4, rmeoso da ida do Viso Rey ao Sal, do que devia

taipa,000leo deve er — obrigulo —


( 194 )

ter noticia pela caravela, que oViso Ray lá mandou


antas de sua partida, paro00 devia ter espias pela cos-
ta, ofoi logo avisado do como oViso Roy voltava pa-
ra Malaea, oasai vendo que silo era do nenhuns effoi-
to, tactos do muito risco seu, estar sobre a fortaleza
em terra, quando tamanha armada a.corria, se em-
barcou, efez âvela COM suas armo nks fiado na ligo:-
rosa o b0111 provimento delas, o saldo aesperar eViso
Ruy ao caminho com sua armsula junta, em quo jfi ia
do vantagem, porqao quando o Vim Rey ouve vista
dolos, ficavalho atras, o muito longe, quo senão viro',
alguns galofios do sua companhia, ocosi se encontra-
rão onze por onze. O Visa Roy ema muito esforço os
cometoo, eabordando alguns nossos com outros sous,
se travou abriga de maneira que em fim alies se roriD
afastando, o por sua muita ligeireza ao puzorão em
salvo abalravento, eficou Dom Aturiquo do Noronha,
que hia por capitão do hum gabião, abordado com a
capitania, com quo por espaço do dez horas polojou tão
valorosamente, quo sem filha a rondora, se não fora o
imigo soccorrido tio troe osi quatro galeilos, que por
estarem abalravento tivorito lugar para ofizer, que
fiei Lastanto anão conseguir a vitoria, eceei BO podo o
imigo retirar, posto 'puas com ignal parda,
VI. Alvaro de Carvalho, que desse Reino veio por
capita° nair dos trai galofion, quo V. Magostado enviou
ha dmis mines, oDuarte da ti lacro Caldoira, que cada
hum his em seu gale., abordarão outra °lande., Á
qual pondo o figo, por no afio poderem apa,lar por tal-
Ia do vento, ardarão hans .. outras solo oseiniar nada
dolla, do maneira 11110 eian igual perda tio parto apar-
to se retirarão os imignn, Mando da nosco esta vitoria
do os desbaratar, eaar ma fugida; ooV. Roy se voo
p.,ra hialaea, lindo desembarcou, ti achou afortaleza do-
sapressiols roas O 11011.1 01, killO
VII. Ordmon O Vi011 Itoy do sua armada duas es-
quadras, Immo -do soto ado,, trai etOn Dom Alvaro da
( 193 )

ãfenesm, que anda por capitão do Inicie dm deus ga—


loaes, que esta cidade lá traz armados, fome por rapitim
mór esperar oconcorro 'pie pretcirita lhe fosse &sio tio
Onde, porquo os imigos o,a0 tomo acre, e aoutro .le
cinco galoiíes gera oestreito adar tamboris guardo ao
que da China podia vir, que de uma eoutra cole,aora
monçao, do gim laia por copiei, mar Dom Nono Meros
Pereira. Estos varri., primeiro, elogo avista de Malo-
ca se encontrarilo coes nove filauciosos, quo voltava° de
36r, onde se farito refazer orcpa;rar do dano do pri—
meiro encontro, nom que pelejar:1c, onde de,bamtarao
oe nossos galefies, queimando bom, erendendo o outro
com muita perda do ili'algon, omuitos cuidados, quo
ahl acabara°.
VIII. Depois se encontrarão tombem com Dom Al—
varo de Meneses, que por ir era estado quo os não po-
dia ofbmder , tratou de no defender, por quito pouca
gente o retalharia, esiais ofliciaes.traziao, e asai sar—
da, Dom Alvaro do Meneses com toda aarmada, pon—
do os galiaes em fileira huns tras outros„passando aar-
telharia toda ábanda dos imigos, quo o viet% deman-
dar, e surtos tiverflo hunka bateria, de que sentinlo
tanto dano, que os deixariinc, isto he oquo porora se ca-
be das coesas de Melena,
IX. E tratando das deste Estado, que oje temos por
tilo acabadas como as do Sul, posto que o Governador
deva dar delias larga relaçao a V. Magostade, todavia
anós, como partes, nos pertence tainjzsm;pera que assl
d'uma edoutra maneira seja V. Magestade milhor in—
teirado, onas remediados, como da grandeza de V. lua'
gretado devemos esperar.
X. A treze de Agosto passado veio humo embarca—
ção de Meando com cartas de Moçambique em como a
vinte e nove de Março entrarao palia barra deite oito
natos Olandezas, que por todas as que partirao de Olan.
da diz serem treze, e por terem jornada trabalhosa, e
lhos morrer muita gente, se refizerao nostaa oito ecosi
( 196 )

parece, porque o V. Ray nos escreveo do Sul que es-


perava ld por hum esquadra de treze sãos). Chegadas
a Moçambique, desembarcarão logo em terra, tomando
ioda alguma gente fora da fortaleza, onde a grande
pressa se recolhião os meados, e os que na terra avia,
que por todos não passava., de setenta pessoas; mas
derãose os infigos tanta pressa que roubarão esaquea-
rão apovoação sem os moradores terem tempo de se
salvar esuas fazendas, mais que quando muito as mo-
lhares efilhos, algum ouro, emusas de mão; de todas
as mais fazendas se senhoriarão, cortando palmares,
profanando e assolando igrejas. e assi tomarão a náo
do trato com alguma parte dt... carga, que inda em si
tinha, eoutra nâo mais que ajudou a fazer aviagem,
queimando todas as mais embareaçães, e hum galioto,
que no rio estava; efeito este assalto, se entrincheira-
rão efortificarão para baterem afortaleza, pera oque
assestarão ouso peças de grossa artelharia, epor buxo
de mantas se forço chegando té picar os muros della,
etendion do perco porto de dom meses, parecendolhes
que era tempo em que as Mos do Reino devião chegar,
pelos itã° tomarem dentro, se furto ás ilhas do Combro.
XI. Dahi aalguns dias chegas Does Jeronimo Cou-
linho, ea Me São Francisco eBom Jesus, que com as
novas que acharão, determinou espaçar mais 'lua par-
tida do ordinario, por não averem chegado as Mos d'ar-
mada de Jota Corroa de Sousa, para todas vir.ou mu
conserva, avendo serifio cri passados, mas antes do ne-
Muma outra chegar, ede Dom Jeroninto partir, tor-
narão os Olandems â barra, eacharão inda dentro Dom
Joronimo com as suas tres Mos, eceando que em quan-
to ali estivessem, não sahirião, se vioritd a esta costa,
onde pretendião tomalas todas huma ohuma, como sem
falta pode ser fizessem pelo que socado°, se Nosso Se-
nhor milagrosamente as não livrara com elles irem to.
mar muito acima pont oNorte, e quanto afies se des-
viarão da barra, tanto lugar tivera., aS mesas de ehe.
(1.97 )

par, que com não serem mais que ocapitão mór, aDom
João de Meneses, eporque a não São Francisco doo em
secos ao sair, eficcut em Moçambique, apartarãose, e
em differentos dias chegou cada huma delias aesta
barra.
XII. Como foi João Correu de Sousa, que sem to-
mar Moçambique, veio aonze de Setembro, eDom Ja-
ronimo Coutinho aoito d'Outubro,' eDom João de Me-
neses a dez na não Bom Jesus; de maneira que as os
imigos estiverão mais abaixo, lhes fora cada huma del-
la., cair nas mios, como fez Jeronimo Telles Barreto,
capitão da não Loreto, que partiu em companhia de
João Correu de Sousa, epor vir mais tarde, encontrou
os imigos quatorze legoas desta barra, com que veo pe-
lejando hum dia 'e huma noite, edando em moco, pos-
to que te então tinha valorosamente pelejado, se não
pode defender das lanchas, que lhe lançarão, porque
não trazia mais que vinte pessoas iam, etoda amais
gente doente, e maio cativarão, ematarão, ferirão ou-
tros, saquearão anão do dinheiro efazendas, ese pro-
verão de mantimentos, e da não tomarão só troe ou
quatro peças de artelharia de metal, porque tão bem
providos andão deita, etão ruim era aque deixarão,
que se elo quizerão oecupar com elle. A' não posarão
fogo, posto que Jeronimo Telles o tinha feito primeiro.
XIII. Vierão depois surgir nesta barra, na qual a-
charão feito oforte, de que jkavisamos aV. Magesta.
de no Morro de Bardm, edello pera dentro as troa nãos
do Reino, que a respeito da artelharia que noite está,
que esta cidade lhe poz (e inda da que tinha levou o
V. Rey parte em sua armada )não mverão cometter
as nãos, antes se afastarão delias edo forte, de manei-
ra que a não acharem esta força, sem falta se meu.-
rão todos entre as nãos, eas debaratarão, porque pos-
to que o Governador deu logo ordem para os capitães
estarem nelas, eas proveo de gente, que pera isso pa-
gou, e arim mandou dar de comer em quanto ahi es-
( 198 )

tiverão, emil» mui bem negociadas edetonam:is, to—


davia como osorgidouro he da berra para fora bem
mar largo, podia° facihnonto chcgarse, e dar suas ba-
terias, otornarem. afastar. Deixarão do o. fazer a ma-
pcito do forte, oassi do largo ostiverão muitos dias «-
gerando se mais alguma não lhes vinha cair nas mios,
que quando•não fora das do Poino, fora dos do quis, se
o Governador não tivera avisado as fortalezas que na-
da partisse sem recado sou.
XIV. O Governador em todo esto tompo assistiu sem-
pre em baixo com essa pouca força, que nesta cidade
avia, de fidalgos, casados, soldados, navios, omais ezn-
barenó'es, pera prover no que so offerocosso, tendo no
forte novo a André Furtado com muita genes, ti que
os imigos se forão para acosta do Malavar, ando fia.%
sem se sabor sou dissonho, que omais cot-to ha carro-
gar alguma pimenta, e impedir a hida as na'os, que
daqui houverem de partir pero oIloino, a respeito de
ficar montando mole sua viagem o drogas, o passada
amonção ir áponta de Gaito esperar as nãos, que vie-
rem do Sul, para ousia ao hino mu as presas quo E.
cermet.
XV. Alem destas voo mais mitra Olandeza, aqual
aportou na costa do Itialavar, oolá dizem quo carre—
gou de pimenta, cpassando por Cochim foi á costa do
Choromandel, onda foz varar duas ou troe naveta%
que vinhão carregadas do fazendm, do maneira que
huma só não navega polo mar da India impedindo as
nosens• num tanta soltura o confiança, como ao já ato
ouvesse Portuguezes na India.
XVI. Parecesses que polo success° da armada do Sul,
odds Olandezes que por esta costa navegão, se deixa
bem entender quão impossibilitado fique este listado, e
quão fora de se lhe poder dar do cá oremedio que
convem, porque tégora se avia quo com passar hum
Viso Ray ao Sul, so remediarine ne °ousas dalle, mas
aexperieneia tens mestrado omedraria, porque como
( 199 )

os Irnimoz sqlão tantos, oti!,, possantes, que tragão liuma


troada tamanha lá, ooutra na,' manar ed, fica logo
sondo nocossario tamanho poder em humo como em ou-
tra parte, ese tógora esto Estado clamou opedia a
V. Magostado socorro pera a conservação d'armada do
Sul, por de cá no lho na'o poder dar, como será passi-
voi romodiar ojo aambas estas nocossidades ?
XVII. Pôde esto teclado lançar de si aarmada que
o Viso Ney lavou, quo foi a maior que em nossos tem-
pos se juntou, nem parocoo quo podesse ser, mas isto
emn esta cidade dar dons galados á sua ruela, que lá
anda°, com quo são gastados perto do oitenta mil no-
rafins tirados por força do sanguo de pobres, som sa-
bermos donde se proverão o terceiro nono; eemiti:11
outros dons pela mesma forma; as cidades do Norte
cada humo oquo pôde; d'Ormuz vieram cem mil par.
&L OS; as alfandcgos se ompenharão; os homens se des-
pirão, oemprestarão quanto bilhão; no Estado não fi-
cou humo, mio, 11001 navio, nem gallé, nono humo pe-
ça d'artelharia; té dos muros se tirar1o; bombardeiros
nein para alia ouve em abastança; em fim foise aar-
mada, o partia o Viso Itoy; mas quo so seguio do ta-
manho poder? acabousn tudo em hum momento sem
offensfio do imigos do mar nom da torra: a rezilo esta
clara; o Viso Itcy levou quanto avia, otratou d'arma-
da poderosa, mas não do quo pera a sostentar lhe era
nocossario, pois sabia muito bem quo nao deixava cá
cousa quo so lho podosso mandar, porque co oEstado
tivera rendimento, quo ida esta armada, logo em se-
tembro no lho poderilo mandar mais de socorro troa ou
quatro gahéos, em Abril outros, o desta maneira so
lho fora continuando sostontarse; eSO perdessem troa
mottora logo outras em sou lugar, e assi andara
compro um estado de offondor oimigo, edo opoder
buscar; mas eomo isto não pode ser, logo no entende°
que se avia do conauinir quanto nega ao gastou, o
11.6.11 fisoll s Vise Rey metido na ilha de Malaca, téle
( 200 )

impossibilitado de mamai°, como cá está oGoverna-


dor de o poder dar.
XVIII. Comtudo o Governador tratou sempre de
que quanto o Estado rendesse, se despendesse, e lhe
fosse ao Sul, ecom estas novas que do lá vierão poz
por obra mandarlhe outra armada, mas por mais cabe-
dal que motas, ecom de novo se empenhar, etomar o
dinheiro do deposito dos defuntos da Misericordia, dan-
do sua palavra de logo otornar, que tegora onão pô-
de fazer, omais aque chegou foi mandarlhe de socor-
ro em Abril passado Nuno da Cunha com troo galeões
d'armada, eduas mios com provimentos e monições,
duas galeotes, que tudo custou mais de duzentos e
cincasota mil cruzados, eindo isto não se sabe donde
veio, e se jtuitou em sano que não vierão náos; eda-
qui vem que por tudo lá ser levado e mandado faltou
agora nas °ocasiões presentes com que nos podessemos
remediar, como se vio, que posto que neste rio avia
duas ou tosa mios do mercadores, que se pudessem ar-
mar para que com as do Reino sahir aos °lande.00
por honra deste Estado, não ouve humo peça de arte-
lhana que lhe metter, nem se achou hum bombardeiro,
ao só pera ellas, mas nem pera assistir no forte no-
vo, de maneira que se via este Estado amarrado sem
se poder noite fazer mais que olhar para os caos, epe-
dirlhe remedio.
XIX. E estas °ocasiões não passa," por alto aos imi-
gos circumvizinhos, que estão âmira, o elo todos mui
combatidos destes rebeldes que lhe dom porto, come-
tendolhe todos os partidos que quiserem, oque elles
não deixão de fazer de virtude, mas porque hão entro
si que quando isto ouver de vir a ser dos Olandezes,
osenhorearão alies primeiro, e folgão muito que elles
nos impossibilitem para mais facilmente oelles senho-
rearem, ebem se vê, porque tégora não deixarão cã
passar hum marinheiro, por cuja falta não saem as ar-
madas a tempo.
( 201 )

XX. Ora alem da falta destas comas; que quando


ouvem dinheiro se não podem cá achar, ehe forçado
que venhão de lá, como são nãos, artelharia, bombar-
deiros, ehomens do tnar, para os gastos falta odinhei-
ro, porque oessencial do que isto cá depende he do
comercio desse Reino, edo Sul, tudo o mais he nada;
estes estão acabados, ebem se vê, porque as nãos que
ora vão para oReino tavão só pimenta, porque ano-
va d'Olmdezes nesta costa tolhes anavegação ainda
ás embarcaçães pequenas, eassi não vem nada do Sin-
de, nem de Cambava, de que depende a carga deltas,
inda que viesse, não ha quem arrisque hum parda.° em
duas nãos estando oito °tandem,' á porta, eassi são
acabados os direitos das fazendas do Reino, que he
muito rendimento desta alfandega, que assaz se bade
sentir tambem lá. E o comercio do Sul, que he outra
parte desta sosteniação, ha ames que está extinguido
em tanto que das musas ordinarias do serviço da ter-
ra podem este povo grande falta.
XXI. E quanto ao rendimento, que os casados emo-
radores davão pelo trato do -suas fazendas, já não ha
que tratar dele, porque de mais d'estarom destruidos
com a perda das muitas nãos que são tomadas da Chi-
na, Japão, Bengala, Smtomê, Ormuz, Moçambique, e
as que na viagem do Reino se perdem de ordinario,
em que perderão tudo quanto tinhão,,quando lhes fica-
ra alguma cousa de que viver já não tem comercio.
E he isto tanto coei, que até a cano da Sancta Mi-
sericordia sentis esta falta, porque rendendo as esmo-
las que se lhe fazião bons nonos por outros de vinte
ecinco para trinta mil xorafins, que se dispendião per
pobres, este cano chegarão aestado que oje estão peca
vender aprata da igreja pera medir aos pobres; e ha
poucos dias que mandarão pedir aesta mesa huma
esmola para ajudada sustentar oospi tal dos pobres, por não
aver com que o fazer, e não chegarem ao largar; e

e
pera aimpossibilidade epobreza dos moradores ho loas-
( 202 )

tanto prova esta.


XXII. E de mais deste pouco rendimento ha muitos
outros furos, per que se apouquenta, hum tb equere he
os muitos ordenados, eaerecentamentos que cada dia
vem desse Reino, que o bom fora pouparse ainda dos
muitos nemssarios ametnde. As lutos já não trazem o
cabedal pera a pimenta bastante remo ao costumava,
cá se empenha o Estado poro sua, como o Governa-
dor fez este anuo eopassado.
XXIII. V. Magestade deve pbr os olhos de sua
grandeza ha miseria, que oje este Estado padece no
muito risco e perigo em que está, no muito que se
perde em ao leaes vassallos, na E dilatada por rue, o
omuito fructo que deixara do se seguir á igreja do
Doce caindo sul mitos do hereges ou infieis, equão
feri! ha huma mudança em gente ociosa, qual he a
mór parte da da India, vendose em huma desesperan-
ça falta de remedio ' esem quem lho dê, porque os so l-
dados na judia lento oje emenos delia, pagem hum
quartel peva oalalavar, e outro pont o Norte, com
este só andão tê se tornarem a fazer as MeSillaS •arma-
Aias; pois como pode ser sustentaras hum soldado com
dez xerafins no anno?0 Governador movido deste descul-
pam, em que se virão os que este anuo vierão do Reino,
faltando orendimento para as armadas se aprestarem,
mandou dar heraa mesa na fortaleza, mas isto ho ago-
ra, enão no poderá fazer no inverno.
XXIV. Polo que todas estas eoutras muitas medes
que ha, que a V. Magestade .ao mui presentes, lhe pe-
dimos nos faça mercê mandamos acudir, porque esto
he o ultimo termo, em que se deve tomar resolução
nas musas deste Estado, e mandamos V. Magestade
humo armada poderosa desse Reino, que pelo menos
ade ser de doze galiêes pera cima, bem providos de
artelharia grossa, muitos bombardeiros, ehomens do
mar, para andarem no Sul, porque esta vindo de lá
nesta dorme, podellaha oEstado ir sustentando com
( 203 )

parte do seu rendimento, e poderão as cousas ter se


medi°, sem o que nenhum outro tem, e parecendo
bem a V. Magestade, se podo aplicar pera sustenta-
ção desta armada humas das alfandegas, de fio ou de
Ormuz, pesa todo sou rendimento, ou de Malaca, se
despender com elle, eque nenhuma outra despesa se
fará para outra ,cousa deste rendimento, e fazendose,
opague quem ofizer, ou mandar fazer, de sua fazen-
da, eque - como mais se sustente oEstado.
XXV. Lembrando a V. Magestade que estes imi—
gos sem as drogas e riquezas da India se rebollarão já
sentis vezes, e oje com alias, que se podo dizer levào
as furtadas com• tanto ris. 13011, aiô Só 11.08 tom a

nós impossibilitados, mas °Res estão tão prosperos e


possantes como V. Magestade sabe, que lambem se lá
sento bem; que farão se senhorearem aJudia, epossui-
rem as riquezas delia, de que nenhuma duvida ha, em
muito breve tempo, se V. Magestade não acode mui
de proposito, pera oque bem sabe que basta tomar pê
em 'lume fortaleza da India, eassi lhe dono por re-
posta alguns reis desta costa > aque pedirão comercio
e amizades coro grandes partidos, que tomassem pri-
meiro huma.fortaleza, eque então lho concederia°, e
mui perto estiverão de render a de Moçambique, se
começarão ocerco mais cedo, ou continuarão mais com
olle, pelo desamparo grande que ha nolla, que ho
vergou'a contalo, tomandoa á tome, e por falta de
muniçãos, porque já tudo era ceai acabado, se Deas
não acudira COM Sua rnisericordia com trazer ao °dos
do Reino, que estes milagres nos aviventão oje quando
consideramoa nossas miserias. Tombem no cerco que
pozerão a Rala. mostrão bem este dissenho, do ma-
neira que se nossos pecados permittirem perdera° humo
destas, tudo omais he acabado; polo que convem aves
muita prevenção nestas fortaleias, mandalas V. Me-
gestade prover de bombardeiros, muniçães, ogente. Nós
etodo esteEstado temos feito tégora nossa obrignçan,
( 204 )

escrito aV. Magestade oque passa; em nada do que


socador se nos pode impar culpa, salvo for ndo per-
der primeiro as vidas que largar as terras que possui-
mos debaixo do nome de vassallos de V. Magestade,
eque seja assi deve V. Magestade ter de nós tanta
confiança remo anós nos fica de em reposta desta V.
Magestade nos mandar acodir, como de sua christan-
dado epoder devemos confiar.
XXVI. Tambem nos parece, easai he, que tem mui-
ta parte na diminuição do rendimento deste Estado a
gente de nação, contratadores erespondentes que ha
neste Estado e cidade, en.ão menos perjudiciaes que
os estrangeiros, sobre que V. Magestade fez ley que
se fossem, que se que apregoou, e esta, cidade recebeu
muita mercê nella, se se comprir, como V. Magestade
deve mandar que se faça inteiramente; porque estes
homens de nação vem desse Reino sem huma camisa
só a serem cá respondentes, ede mais de falsificarem
todas as fazendas que lá mandão, rouba° seus donos
nos preços, ecom este oficio enriquecem com és di-
reitos das alfandegas, que todos usurpão, assi por-
que não dão ao despacho ametade das fazendas, que
na caixaria efardos despachão, que por ser monção
curta se despacha par seu juramento, como tambem
porque, como sabem que desse Reino lhes bade vir di-
rigido dinheiro para empregos, tem qua outros feitores,
que envido ao Sinde eCambaya, e sem levarem hum
real comsigo, nem comprarem as fazendas, mandão
vir por sua conta as que lhe parece, para as despa-
charem em seu nome na alfandega, etírandoas per
suas, ganhão as saldas, que roubão á fazenda de V.
Magestade, que aquellas fazendas são de partes, enão
suas, como sues avião de pagar saidas, que elles dão
em conta aseus donos, einda se não contentão com
fazerem isto ás dé seu trato, mas mantido que lhe tra-
gdo em 88a nome todas quantas de lá vierem, com 88
gema vem seus propios donos poro as qua venderem,
( 205 )

etem-nas neste titulo pera usei ganharem, E estas sal-


das, e com este cano, e o muito que não despachão,
ennquecena.
XXVII. Demais disto alies tem estroillo os morado-
res deste Estado, porque Francisco Lopes d'Elvaa, que
ha dous asnos monco, ficou devendo a pobres mais de
duzentos ecinceente mil cruzados, que lhes tinha to-
mado aresponder na terra. Nau nãos do nono passado
se acolheu Diogo Duarte, que quebrou com mais de qua.
trocentos mil xerafins de partes. Os -que cd estão não
tem com que pagar omuito que devem, de maneira que
elle& hão as mãos o que ha na terra, gestão-no como
querem e largamente, epassão-no aesse Reino, ecomo
apertão com alies, acolhemos. Pelo que V. Magestado
deve mandar que esta gente não assista neste Estado,
porque o dinheiro, com,que rã tratão, não he seu, o
seus donos sem olhas o menearão, e renderá mais a fa-
senda de V. Magestade comprando evendendo muitas
vezes; ese V. Magestade ha que lhes he licito ocomer-
cio, pois o he a mostres ejudeus, todavia que se vie-
rem, empreguem, evoltem nas mesmas nãos, não resi-
dindo na terra, pondolhe muito grandes defesas como
nos estrangeiros.
xxvig. Tambem convem 'afine cobro no comercio,
que de Manilha se abriu para Japão, porque quando o
Sul Be vir desapressado de Olandezes, avelado cate co-
mercio, totalmente se extinguirá o que entre nós eefies
agora ha, enão averá mais viagens de Japão, nem ren-
dimento algum neste Estado daquellas partes pelo mui-
to grande interesse que recebem delle os naturees deitas,
porque como os moradores de Manilha tenhão tanta ne-
cessidade das amas da China, o o caminho seja tão
curto e facil para elles, e comprão mui largo, e tem
muito cabedal, vezerseha tudo por aquella parte, efe-
charseha oporto para este Estado; eposto que V. Ma-
gostado tem nisto posto tão graves defesas, não ha po-
dem atalhar; e tanto que esto asno passado mandarão
( 206" )

aJapão sete ou oito embarcaçfies carregadas de sedas,


alto indo lá em cada hum anuo mais que anáo do ca—
pitão, que faz aviagem, sendo só de seda acarga que
leva, que he oremodio dos moradores da Chins, eren-
dimento das viagens; que se se não atalhar; segundo
amuita que acudirá em cada anuo, e a baixa quê te-
rá, podemos escusar as viagens do nossas náas, porque
se perderá quem as fizer, eos que lá mandarem seda
pôr via da China. Ra muitos pareceres que remedia-
rá esto dano com V. Magestado lhe conceder que de
Malaca possa hum náo ir para as Manilhas cada anuo,
porque asai ficará rendendo aalfandega de Malaca mais
para ajuda de sua sutentação, eesta gente, tendo as
fazendas livres, que lá vão buscar com tanto risco,
deixarão de o fazer por aquolla parte, e comercearão
com menos perjuizo deste Estado, emais rendimentos
da alfandega de Malaca. Façanos V. Magestade toeocó
mandalo consultar, eprover como parecer mais serviço
de Deos, ede V. Magestade, ebom deste Estado.
XXIX. A chegada destes °landes., e parecemos
que na monção passarião ao Sul, e a pouca defensão
que o V. Rey lá tem, eopouco romedio que de cá se
lhe podo dar, nos persuadi° a que convinha muito ao
serviço de Does ode V. Magestade ficarem neste Esta-
do as troe náos, que este anno viera°. desse Reino, pa-
ra que assi com cilas como com as mais que cá se pu-
desse aprestar com parto de sua artelharia eofficiaes,
se fizesse huma armada que fosse em seu seguimento
tê aponta do Galle para defensão do que vier do Sul,
esocorrer ao V. Ray, disto fizemos lembrança ao Go-
vernador, eque visse qual seria de mais sdrviço de V.
Magestade, se ficarem as nd.os, ou voltarem. Elle nos
responde° que perora amár guerra que se podia fazer
aestes mbeldes, era mandar aesse Reino pimenta, qtte
com abaixa, que V. Magestade lá lhe manda fazer,
fiquem perdendo amuita que elles lerão, porque isto
era muita parte peru cites desistirem do cominarei°,
( 207 )

lal.o a. lhes seguindo dolo ointeresse que esperava°, o


que sonde polo contrario, efaltando no Reino pimenta,
viria aser tanto oganho da sua, que pudessem fazer
dobradas armadas, pelo que usai convinha ao serviço
de V. Magestade buscar todos os meios pera lá ir mui-
ta pimenta, .que importava tanto como as milhores ar-
madas, que contra alies ca se fizessem, ecom isto se
resolveu amandar duas Mos, elambem mandara aou-
tra, so poro tantas pudera aver pimenta. Ao que esta
cidade lhe responde° que visse qual era mais, por se
deixar de mandar hum nono mies ao Reina coei pimen-
ta, ou deixar oEstado tão arriscado como elle via, em
fim se resolveu quo as duas avião de ir. Estes reque-
rimentos, e os mais que fazemos 1103 V. Reis não he
outra nossa tença°, muno o serviço do De09, ede V.
alagestado, ebem deste Estado.
XXX. A exporiencia tem bem mostrado quanto pre-
juizo se ,togos ae matos de se apartarem, enao quererem
vir em conserva, enisto convem mandar V. Magestado
fazer huma mui larga defesa, porque nasce este mal
do os pilotos eofficiaes, ede vezes alguns °apitasse pela
cobiça de venderem primeiro suas fazendas, tratarem
de quem primeiro chegará a esta barra, enao he ou-
tro nenhum respeito; pelo que V. Magestade deve man-
dar alem das anais penas que lhe parecer, que a náo
que se apartar da companhia, o piloto, eainda o eapi-
tao deita parede ca seus lugares, eos não levem de cá
pera oReino aquelle mano, nem posada ir na mesma
afio; oque os V. Reis nao possa° dispensar com talim,
nem restituiloe aos lugares, pois se vê que inda de Mo-
çambique pera qua dum que vem se apartarão (a),
vindo etornando os imigos de tao longe sempre em
censor..
XXXI. As obras da fortificaçao desta ilha cessara°,
como já escrevemos aV. Magestade, porque orendimen-

(a)Assim está; passes que deve ser—apartio.


( 208 )

to do hum por cento com mais oemprestimo do povo


se despendem com os gMeães que trazemos no Sul; só
se corre com as fortalezaa da barra, em especial com o
forte novo, que pelo beneficio qtio deite este armo al—
cançámos, ordenou o Governador a instancia desta ci-
dade que se largasse mais do que estava principiado,
pesa assi poder jogar mais artilharia, emais grossa do
que tom, com que se fique mais ao longe entanto
dano, que sem isto se podia seguir ás ',Aos, que esti-
verem surtas na barra, ecosi se vai continuando.
XXXII. Já demos conta aV. Magestade dos deus
Mosteiros, que oArcebispo Primas, eGovernador nesta
cidade fundou, hum pesa recolhimento de orfna, eoutro
de Religiosas professas, que V. Magestade tem apro-
vado; ecerto que pode V. Magestade ter muita satisfa-
ção desta obra, porque quando o Governador não ti—
vera outro merecimento das muitas boas que cá obrou,
só odesta bastava para por alia lhe fazer Deos oV.
Magestade muitas honras emorena, porque he espanto
ver ofervor edevação com que se concorre asai a
hum como aoutro, era tanto que estão as donzellas de
mui pouca idade em casa de seus pais regeitando os
casamentos por se dedicarem aDer,, etanta instancia
fazem que em. fim desistem seus pais de as casarem, e
ellas confirmão seus propositos, ese recolhem etão
satisfeitas vivem em humo-5 pobres casas, que ajo pos-
suem, que de quantas tégora se recolherão se não a-
chou nenhuma que désse mostras d'ampendimento,
sendo tão geral nas melhores avariedade, e isto ho o
que mais aprova esta obra, a cuja imitação outras
muitas virtuosas molhares, que nesta cidade ha, donas
eelevas honradas, pretendem levantar outro Mosteiro
de Sancta Clara pesa seu recolhimento, pedindo aesta
cidade lbes alcance da V. Magestade licença, oqual
querem fazer ásua custa, pesa oque tem dinheiro em
abastança, e com seus dotes se sustentarem, sem da
rosnada de V. Magestade se despender com ellas em
( h9 )

nenhum tempo, cousa alguma: por isso pedimos a V.


Magestade para cilas esta mercê arespeito da muita
orfandade emolherio, que ha neste Estado.
XXXIII. V. Magestade mandou passar provisão, que
tombem cá uno, para que nenhum soldado fosse IA des-
pachar sem oito annos de serviço, eque isto se seguisse
tombem neste Estado. He muito em serviço de Deos guar-
dares que esta provisão, eV. Magestade deve mandar
que os cargos, que cá vagarem, so dom apessoas de servi-
ços, e que pera isso se dom em conselho, tendoso tambem
respeito aos aleijados na guerra, inda que não tenhão
acabados os oito armes da defesa, porque estes parece
que precedem aos mais, oha muitos neste Estado, que
tendo perdido braços, pernas, olhos, enarizes no serviço
de V. Magestade, audio pedindo esmola, eos cargos le-
vionos, quando vagão,quatso raiadas vindos de hum ede-
us unnos, sem nunca verem guerra, nem se embarcarem;
e porque os soldados vem isto, defisào oserviço, e
baseio outro modo de vida; eassi deve V. Magestade
mandar que os ausentes, TM cá ficão no serviço, impo
respondidos nesse Reino, porque mais monta ficarem
eitos cá servindo, que iremse lá despachar, equando
virem que isto 888i he, tratarão de servir com mala
confiança, edepois do respondidos ofarão tombem, que
elles não tem cá outra comedia.
XXXIV. Feznos V. Magestade mercê. mandarnoe
responder por Inana carta deste anno sobre orequeri-
mento que ha muitos temos com V. Magestade pera
que se nos guarde oassento que se tomou sobre afran-
quia em tempo de Mathias d'Alboquerque, que por via
de graça nos fazia mercê que por tempo do troe annoe
se usasse da dita franquia, esobre vila se lhe enviassem
pareceres pesa se rosolver ao adiante; e posto que is-
to he oque esta cidade ha tantos asnos pretende, e
desta liberdade recebo esto Estado muita honra ecre-
dito, todavia considerando nós as muitas necessidades
da fazenda de V. Magestade, e ao tempo tratamos
( 210 )

mais de que a seu serviço coavam, que de nesse par-


Colar proVeito ehonra, easai para que aja rendimento,
chamamos aesta comera as pessoas que nos parece°
mais praticas desta mataria, e com todas assentamos
que sem embargo deste assento eposse, em que esta.
ramas, eda mercê que V. Magestade nos fazia, pagas.
sem direitos todos os navios que navegassem pelo Nor-
te e Sul tê do Cabo de Camorim pesa dentro nesta
alfândega, salvo os que os tivessem já pagos em ou-
Ma de V. Magestade, "Cerque 86 estes usariào da dita
franquia, nenhum outro nào, inda que tégora fosse o
contrario, de que se fez assento, que demos ao esses.
nado,, com oque flua cessando odito requerimento, e
se acrescentará o rendimento d'alfandega o mais de
vinte mil perdão& por anno, e que ao continue logo
tens embargo da mordi que V. Magestade nos fez,
que em seu lugar, e por este serviço nos fará Vossa
dlagostade outras, mimo esperamos.
XXXV. Ha annos que seta 'idade continua com
hum requerimento que toai com V. Magestade sobra
nos lazer mercê de dar licença aBertolameu SOU. da
Goos, eserivâo desta Camara, pesa por seu falirei-
mento poder tostar em hum filho ou filha, por ter
muitos, odito officio, de que he rrovido em vida,
como forâo todos os que tégora o servirão; e assi da
habito do Christo com atença, que V. Magostade ou-
ver por Eell ser.
viço Pela carta deste anuo nos mandou
V. Magestade escrever que mandava ao V. Rey lho
enviasse inforinaçâo, pera com olla noa mandar res—
ponder. O Governador a devo mandar a V. Magesta.
de, porque ha sumos tem experiencia de seu procedi—
monto. Com esta vai tombem o treslado da patente
por que foi provido do dito cargo, pela qual constará
da torcia dello, oda com quo o tinhâo os passados. Fa-
ça-nos V. Magestado morcê que sejamos rmpondidos
como esperamos.
XXXVI. Menden V. Magestasle os sonos atroz a es-
( 211 )

querimento desta cidade que o Viso Roy cem aRela-


ção fizessem lei sobre aperferencia de fazendas das pes-
soas, que fallacem neste Estado, pelas muitas rezdte,
que para isso esta cidade apontou, huma das quaes
era que os fidalgos emais pessoas, que cá servia° a
V. Mag.tadc, aa empenhava° com 03rnoradore3, que na
austautavito, p.a depois lhe pagarem, eque por fallecerem
muitos; eato terem per ondep.gar aseus acrodor., pre-
sedião aquelles que mais valia°, eomesmo respeito avia
doe mercadores ecapitães das fortalezas, em que avia
muitos interessados; emoi vinhao alevar buas tudo, e
outros nada, ficando por ventura aa primoiras dividas por
pagar; enesta pr.odencia entrava° muitas vezas as mes-
mas pessoas que as julgavas, que pera seu pagamento
retinha° aos mais suas diligencias: pelo que convinha
muito, fallecondo esta maldade de p.soas, se fiz.se
inventario, a pra rata levas. cada hum credor o que
°enfaram sua divida se lho devesse; easai par.. a V.
Magestade que devia ser, tégora se alio tomou resolu-
ção neste negocio, eescusa-se a Relação com dizer que
iate ha contra aOrdenação, que alies não podem dato.-
par. Agora acresto de novo as muitas p..0 que
quebras-a°, as quase absentandose, dão copia de si a
buas para acerem seus pagansont., eaos outros oalia
quem fazer; polo que he muito do serviço de Deus e
de V. Magestade mondar que esta lei se faça sem em-
bargo da Ordenação, por se -evitarem muitos e mui
grandes iuconvenientes, que nestes casos ha, e atei o
pede todo esto povo aV. Magestado.
Parocen., segundo as cousas estão, que
convem muito ao .rviço de V. Magestade mandamos
dar huma cifra, para que offere.ndose alguma nacos.
',idade, possamos .crever por terra aV. Magestade, e
tambem porque Tunda forem matarias que toquem aos
Viso Reis, se possa merecer tudo oque convier asou
serviço mui largamente sem receio algum. Faça.. V.
MagO4tade mercê mandardona dar
( 212 )

xxxvin. O Ouvidor desta cidade he officio que sem-


pre andou provido nos cidadlles desta cidade, por ser
offiicial proprio dela, foi sempre apresentado por esta
mesa, e confirmado pelos Viso Reis. Ayros de Salda-
nha quis em seu tempo Meei,ar a forma deste provi-
mento sem nossa apresentaçllo, e acodindo a isso com
nossos requerimentos lhe mostrámos a posse, em que
estavamos, eos papeie que avia, ecom as duvidas que
a isso ouve, lhe fui tudo rernottido, e sentenciou ser a
apresentaçllo nossa, eprovimento seu; com tudo isso
não basta esta sentença pesa se nos guardar, econti-
nuar esta posse. Pelo que pedimos a V. Magestade nos
faça mercê mandar que sejamos conservados nella
quando se offereça o tal provimento; eque tendo os
'ffiso Reis duvida a esta apresentaçllo, escreva» a V.
Ms.gestado as que tiverem, enós apontaremos de nossa
justiça, para conforme ao que V. Magestade achar,
mandar oque for mais serviço seu, eque por entretanto
rito sejamos desapossados.
XXXIX. Mandou-nos V. Magestade escrever que
avia por seu serviço que quando acidade fosse ao Viso
Rey anegocies do bem cominem, a ouvisse assentado,
edesse cadeiras aos Vereadores emais officiaes, e aos
Misteres eseabellos, e por outra carta feita em Madrid
nos mandou V. Magestade escrever que a todos se des-
sem assentos como sempre foi costume; ecomo tégora
se usou foi daremse cadeiras rasas tombem nos Pies.
teres, ficou esta duvida se avillo de ser seus assentos
em cadeiras conformo ao costumo, ou em scabello con-
forme aordem, que novamente voo; ecomo 'enes es-
talão nesta posse, requerem sua justiça, pesa oque eu.
vila com esta as -realles que tom de sua parte. Foça-
nos V. Magestade mercê mandaiue ver, eresponderlhes
como for mais seu serviço.
XL. Mandou V. Magestade que ameteria dos reales,
sobre que ha muitos asnos serevemos, se pusesse em
conselho, earesoluollo 00 lhe enviasse. A occasillo dos
( 213 )

Olandezes não deu lugar a se poder tégora tratar, pe.


lo que a resolução não pode ir este anuo, mas irá o
outro; easai se vai alongando oremedio de hum dano,
que tanto causa áfazenda de V. Magestade, eBOUB di-
reitos. Rés não pedimos defesa nova neste particular,
porque essa ha neste Estado ha muitos asnos, por que
se prohibe a salda destes rentes aos gentios pera Com-
baya eaterra firme; mas diz asila que os Portugal..
s., que os quiserem mandar para seu trato, os registarão,
0COM Bell juramento poderão passar; e isto basta pera
a lei não poder soer inteiro comprimento, e a resto
he porque os Banianes buscar, todos os meus pera os
levar por ganharem nelles os oito por cento de direitos
que avião de pagar na alfandega pela sahida das fa-
zendas, que em seu lugar avião de levar, eassi dão
doze eleso por cento ao Portuguez, que lhos tira em
seu nome, eha;tantos que cobição este ganho, que he mui-
to, que tem navios propios só a fim do muito que ga-
nhão na saida deste redes, eos mais ato pessoas graves,
de maneira que junto isto ao pouco exame que se faz,
ese lhe não dar ojuramento, que inda com elle não
basta, ha homens nesta cidade, que não tendo de seu
hum perdão, _faz registo de trinta equarenta mil de
reales, que todos são do Baneanes: edizeres que otre-
m das roupas receberá perjuiso, he abuso, porque os
BOMBSUBB ão de vir com suas roupas som lhe lá irem
reates por força, porque não tem outra saida anulas,
em tanto que tégora os Viso Reis passados fizerão de-
fesa que não só não fossem rentes a Cambaya, mas
nem Portugueses lá deixava° ir, per reato de com isto
se levantar 1$ opreço áa fazendas, e virem já muito
caras, eos respondentes não mandão lá hum xerafim,
mais que pessoas escoteiras adar pancada no preço, e
trazer as roupas per sua conta sem nenhum risco seu,
oque hm» eoutra cousa he mui perjudicial âfazenda
de V. Magestade; pelo que lhe pedimos nos faça mercê
mandar que nem reales passem, e que alei feita sobre
( 21A )

silos se cumpra, assi nos Portugueses gomo nos genti-


os, e que nem os Portugueses passem a Cambaya,
deixem vir aqui os donos com suas fazendas, que como
Mes pagarão direitos dellau da entrada, esilos, ae as
comprarem, os pagarão da Beide, que oje usurpão, que
este he orespeito per que maudão a Cambaya. Estes
Mconvenientea não se atalhão cá, porque estas eas
mais defesas, que cá ha, são alvitres, ecomo toes, que
sempre rendem, se não «muar, como devem. V. Mas.
gessado mande considerar esta meteria, que importa a
sua fazenda mais de trinta ou cimenta mil xerafins ca-
da ame, esó este respeito nos move, enenhum outro
particular que nisao tenhamos.
XLI. V. Magestede nos tem dado licença que lhe
façamos lembrança dou pessoas que neste Eetado obem
servem, emuito mais em particular o pede o tempo
d'oje pelas necessidades em que estamos, epouca sas
tisfação que cá hão os que olesem com zelo einteire.
na, osoei ofaremos de alguns, de que mais em par,
tieular esta cidade parece tom obrigação.
XLII. Fica ao presente servindo de capitão desta
cidade Luis Pereira de Lacerda, que V. Magestado
mandou ao Xá por embaixador, donde voa, epor lhe
saber entrar nesta capitania lhe assistia o Viao Rey
Dom Martim Affonso arespeito de ma embaixada; e
offsrecendoselhe pera passar oom alie ao Sul, oescu-
sou posa que servisse esta sus mercê, que he tal oje,
que quanto ao provimento 'occupa em vão olugar quem
aserve, eassim não tem mais que os ordooados, que
oje alo ha donde se lhe paguem. E Luis Pereira ha
trem meses que nervo sem ter recebido hum quartel, de
maneira que os anu.ea deita deve V. Magestade aver
por novo serviço, e como tal satisfanellos outra vem
junto isto ao bom procedimento que tem, eâ forma,
em que servia a V. Mageetade Persia, que segundo
a fama que de Li. trouxe, foi de acoite Serviço de De.,
ede V. Magestado sua Lida, como deve ter eabide
( 215 )

pelo embaixador, que oXII hl enviou, que diria da3 senti-


tas fortalezas ecidades, que o Xá tomou ao Turco, e
as ardentes guerras, em que fieao, persuadido por elle,
que monta muito a christandade, pelo que ice merece-
dor de V. Magestade lhe fazer marca.
XLIII. O Licenciado Jato de Frias Salasar, que vai
em cinco annos servo de Ouvidor geral do crime nesta
cidade, procede com muita inteireza e sele na adminis-
tração da justiça, e grande expediente no despacho e
aviamento das partes; e depois que serve esta vara,
aquietarão os bandos, muitas brigas, emortes, que
nesta cidade entre os soldados ordinariamente avia, pe.
lo cuidado qui nisso tem posto; pelo que se tem dello
muita satisfaçao, eno mais em particular pela quieta-
ção da terra, esena aver dello escandalo algum.
XLIV. O Licenciado Julião de Campos Barreto, que
ice Wje omais antigo desembargador que ha na
Relação, tem servido a V. Magestade com muita ver-
dade einteireza em todo lugar que topara teve, que
como tal lhe derao ca os Viso Reis todos os que se of-
forecerão. Servio de Chanceler, Ouvidor geral do cri-
me tres annos, einda oje aerve a vara do rival, que
ice amais trabalhosa que cá ha. Foi por Ouvidor geral
a Maloca, donde particularmente teve muito cuidado
com o provimento da armada de André Furtado, que
então lá estava. Depois omandou oViso Rey Dom Mar-
fim Affonso aOrme com poderes de Vedor da fazenda,
eOuvidor geral buscar algum sereno Imre sua arma-.
da, em que procedeu de maneira que trouxe aesta ci-
dade com mil parados de dinheiro da feitoria, ede
muitos emprestimos que lá ouve, pera se oViso Rey
aprestar, no que fez hum grande serviço. E pela muita
experieneia, que ajo tem, assi das causas da fazenda co-
mo da justiça, em que tem dado muito exemplo com
seu bom procedimento, grande despacho eaviamento da
partes, foi mui acertado o assento, que eGovernadot
tomou sobre elle se elo ir para oReine, conforme a
_
( 216 )

ordem que V. Magestsde lhe mandou, antes lhe deve V.


Magestade fazer mercês, e com alias obrigallo assistir
no desembargo, porque a justiça, einteireza deita são
muita parta da conservação de hum Estado. E como a
republica participa tanto deste bem, temos nós muito
lugar de em particular lembrar aV. Magestade os que
nela milhar administrão: e certo que damos muitas gra-
ças aNosso Senhor pela reformação que ha neste par-
ticular, por quão bem se procede oje na mesa da Re-
lação.
XLV. Francisco de Sousa Fakão, que V. Magestade
enviou por Secretario deste Estado, nos muitos annos
que ea andou antes deste cargo se conhecer sempre cel-
ta muito boa inclinação enattueza, te oje tem mostra-
do não aves mudado, pela muita facilidade, o bom ex-
pediente com que procede, que he oque muito importa
aeste povo por sezão do muito negocio, que não só os
desta cidade, mas de todas as mais deste Estado tem
com alie, e occupação de seu officio, que serve com ze-
lo, ese mostra livre, edesinteressado, que be ode que
se esta cidade já queixou a V. Magestade de alguns
passados o fazerem pelo contrario; ecomo pessoa pu-
blica temos nós obrigação fazer a V. Magestado della
esta lembrança.
XLVI. O Licenciado Antonio Simães, adaihão da Si
desta cidade, que aja serve de desembargador da In068
da Relação, e Provedor mór dos defunctos, he pessoa,
em que concorrem tantas partes, einteireza na admi-
nistração da justiça, que geralmente se tem delta mui-
ta satisfação, enão só de presente, mas nem ainda an-
tes d'entrar no desembargo ouve dello queixa publica
nem secreta, tendo sempre tanto resguardo sins mete-
rias que se oferecerão entre as justiças de V. Magesta-
de eecclosiestices, que os ministros deita se ouverle
sempre por mui satisfeitos de seu bom termo eprocedi-
mento; ecomo <sete teia lugar para se apontar entre os
que- bem servem aV. Magestade, ouvimos dizer que 48
( 217 )

tratara de oprivarem do lugar, nos pareceu sentamos


bem a V. Magestade em lhe significarem estas partes,
que nelle ha, eque perderá a justiça nelle hum bom
ministro, e sentirá opovo afalta deite.
XLVII. Todos os manos se queixa esta cidade aV.
Magestade das avexações que este povo recebe das no-
vas condiçães, que cada dia se acrescenta nas suas
rendas, eem espacial na dos mantimentos, porque sen-
do estes livres de pagarem direitos por entrada, assi
por privilegio, como porque esta ilha lato tem em si
nada, etudo lhe vem de fora, não ha cousa por miuda
e mamaria que seja, como elo, vaccas, galinhas, fran-
gãos, eoutras causas que vem da outra banda, de que
os rendeiros que estão nos passos, ato queirão levar
direitos, não se usando tégora, e nem com estas novas
condições, eoutras muitas que se pilem, cresce por isso
arenda de V. Magestade. Se algum proveito nisso ha,
Doas sabe quem o tem, evão nisto lues excessos, que
já oarmo passado esta cidade pediu ao Governador lhe
desse cata renda polo mesmo preço em que andava, pa.
ra lhe tirar algumas condiçães nocivas e perjudiciaes,
sem afazenda de V. Magestade receber perda; o que
elle respondas não podia fazer, eotemos escrito a V.
Magestade, db que esperamos reposta nas nfins, que em-
bora vierem. E assi nos faça mercê mandar escrever
aos V. Reis que tenhão mais consideração nestes arren-
damentos, que isto ha sangue dos pobres, epadece esta
terra mui grande alteração ecarestia, eestá arriscada
anão aver mercador que de fora venha aesta ilha com
mantimentos; e para se evitar este dano, mande V
Magestada que aestes arrendamentos assista oProcu-
rador desta cidado, pera que pondose nelles condições
novas eperjudiciaes, para advertir aos V. Reis do da-
no delias, emandar oque for serviço do Duos ede V.
Magestade, obom deste povo, porque isto se usava au.
ligamento.
XLVIII. Tambom aos faça V. Mageatade mareie do
( 218 )

...andar declarar aos V. Reis que se não lia por bem


servido de câ se bater moeda do prata, porque com
qualquer piquena occasião de necessidade que aja, ou
sem elle, intentão logo batella, Ocusta muito aesta ci.
dado persuadilos ao não fazerem, por mais defesas e
cartas, que de V. Magestade lhe mostramos, porque da
primeira que se cá bateo, que forno os xerafins, de que
ametade he cobre, vierãonas cousas á carestia, em
que oje estão: ahi não ha ganhos, nem comercio, nem
do que se os homens cá possais sustentar.

17
C,Mtt, .4(1‘8% cidade esereueo a Sua Afagedade em 26
do Dederabro de 1608 amos.

I. Recebeo esta cidade no mas passado de setem-


bro huma via das que V. Magestade nos fez mercê
mandar escrever pela armada do Conde Viso Ftoy, quo
vinha para este Estado; e com as novas da san-
de de V. Magestade e casa real deu todo este povo
muitas grosas aNosso Senhor, tendo nolle muita con-
fiança lha acrecontará com muitos amos de vida:pera
lho fazer muitos serviços; eem particular na destrui-
ção dos imigos de sua senda fé, que neste Estado pa-
rece por nossos pecados se vão acrecentando com a
viuda de tantos rebeldes hereges como cá do passados,
ocada dia vemos •acrecentar com armadas efrotas tão
reforçadas epossantes, que de todo parece nos d.o
consumindo do só nas forças, que este Estado tégora
tinha com sua prosperidade, eras ainda nas esperan-
ças do esto dano poder jil ter remedio. Mas como Duos
Nosso Senhor elo falta nas móres necessidades aos que
tido confiào, acudindo com sua misoricordia anoto eus
( 219 )

que povoes as cousas estavão de todo acabadas, pala


larga epoderosa mão V. It. Magestade, que ordenou
hum do conveniente enecessario soccorro, como oque
este anno desse Reino partio em companhia do Conde
Viso Ray, que posto tégora não chegou, nem novas do
lugar corto onde esMja, já foi ba.tonte esta nova peara
aviventar os animos ecoração de sous vassallos, eaba-
ter os de nossos Mágoa eeircumvesinhos, que tanto á
mira estão em nossa destruição, acendo não atolará nes-
se Roino lembrança de este Estado, nem inala possibi-
lidade poro se tratar das cousas dello, que era lingoa-
gem esta mui commua entre 011.. Seja Doou muito, loa-
vario por tão grande mercê; e aV. Magestade damos
todos muitas graças por ellas em reconhecimento das
games não só como vassall., mas com acorrespondencia
do paternal amor, que em V. Magestado temos empre-
gado, nos empregaremos em seu serviço de maneira
que sempre os poisados fiquem sendo os menores; odes-
ta verdade devo V. Magestade estar mui inteirado, po-
is otempo a tem bem mostrado.
II. Da armada ecompanhia do Condo Viso Rey voo
em setembro ter a esta costa doso logras desta barro
anao Oliveira, que com luun temporal ,rijo, quabrado
o ciaste, se chegou de maneira a terra em humo en-
seada dos Ilheos queimados, qae não pôde mais saia-uo
dolla, sendo tal o tempo, que com os mares não deu
lugar aos navios que oGovernador lã mandou apu.
derem rebocar, eesperando occasião para o fazer, lha
ficou de todo impedindo 'Muna frota do quatorm maaa
Olandozas, guo depois de sua chegoda quatro ou cinco
dias viorão surgir nesta barra, mulo estivorão alguns,
e Be espalharão pela costa de, maneira quo á vista de,
algumas delias, que anais se lhe chegarão, foi necessa.
rio parselhe o fogo, por se não log, rarom de nada,
vindo jal aeste teropo com oMagnete paro ver se por.
dia tomar a barra.
III. O Governader com achegada destoe rebeldea
( 220 )

tratou logo de com navios eoutras embarcaçãos a


mandai. descarregar, como fez, etoda acousa de mão,
emdr parte de fazendas se salvou, e ainda depois de
queimada lhe mandou tirar a artelharia de maneira
que 86 o casco se perdoo, com algumas pipas, que por
rosto de virem muito em baixo, eos mares serem
grossos, se não poderão salvar.
IV. Estes rebeldes passarão pela fortaleza de Moçam-
bique, onde desembarcarão, e baterão a fortaleza, sa-
queando apovoação, equeimando as embareaçães, que
no rio ostento, eachando ahi hum galeão da compa-
nhia de D. Jeronimo Coutinho, que earmo passado ahi
ficou, por vir tarde, otomarão, etrazendo-o pora fora
deu em seco, eahi se pordeo: eposto que fiserão mui-
to dano, foi com pouco proveito sou, porque da forta-
leza lhe matarão alguma gente; eestando surtos fora,
tiverão vista d'outro galeão Bom Jesus, que avendose
apartado do Conde Viso Rey, voo só, e despedindo—
lhe algumas nãos, orenderão, com que se vierão para
esta barra, onde depois de averem estado alguns dias,
fizerão sua derrota para o Sul, sem tégora se saber
que pela costa tenhão feito mais dano, porque oGo-
vernador logo avisou por navios afortaleza de Malo-
ca, etodas as mais que lhe parece« de maneira que
nada tomarão desapercebido.
V. Com esta armada que vai para oSul, eamais
que dos annos atras lã anda destoo infieis, ficou fazendo
mór falta 0.90GOITO, que V. Magestade para lá enviava,
que tégora temo Governador provido sempre com mais
do que otempo eforças pormittirão, que mal se podem
fazer tão largas despesas como oSul pede, sem nenhum
rondimento deste Estado, eelle depois da partida do
Viso Rey não ouve armo nona monção, em que não a-
cudisse com galbáss, edepois com navios eprovimen.
tal áfortaleza, muniçãos, etudo omais que Ode man-
dar, avoado-,o do manoira quo nom par isso faltarão
na COStIl 41.13 ormulto ordinarion do Morto oMula-
( 221 )

vai-, que orlo só as que oEstado fazia quando estava


em sua prosperidade, esem a opressão do Sul, em que
oje vive; remediando tudo de maneira que nunca se
sentiu falta alguma, epera isto assi ser, não foi pe-
quena parte oaver em seu tempo de todo cessado o
pagamento tão largo que nos manos atraz se fazia de
dividas velhas ' emercês fantasticas, que era humo to-
tal destruição da fazenda de V. Magestade; e praza
a Deos que pelo tempo em diante se elo torne ain-
troduzir esta praga, que onde reinar cobiça he mui
certa; mas se os que lhe socederem quiserem olhar pa-
ra otempo de seu governo, bem tem em que oimitar,
que bastará para V. Magestade ser servido como deve.
VI. Das necessidades que este Estado tegora padece,
tem esta cidade dado aV. Magestade mui larga conta
pelos annos atroz, as quaes tégora não são remedia-
das, antes vão em orecimento cora as oceasibes, que
otempo cada dia cá abre entre os imigos deste Esta-
do, de que o Governador muito em particular da con-
ta a V. Magestade, segundo vimos pela carta que en-
viou por terra a V. Magestade em cifra, que nos co-
municou, em cuja companhia tambem escrevemos aV.
M'agestade, epor elle vimos que he V. Magestade avi-
sado muito larga everdadeiramente do que passa, tudo
alcançado por pessoas confidentes, eboa ordem que elle
nisso tem, deve mandar consultar os inconvenientes que
delles podem recrecer aeste Estado,'e prover como for
mais servido, acomodando sempre aresolução com opa-
recer do Governador, que pela experiencia com que as
trata, tem sempre omais conveniente, esão as osaterias
de qualidade que de cada humo delas depende todo este
Estado, ecomo oGovernador trata tao particularmente
della., não temos para que ofazer, enos remetemos a
sua carta.
VII. A fortaleza nova que se fez ao pé do Morro de
Bardes, lie de tanta utilidade a esta cidade, e defen-
são da barra della, que amandamos acrecentar, ejá
(222 )
com ella os robaldes est3o desenganados de poderem
perjtidicar ao que estiver no sorgidoiro, elhes ho forçado
estarem mais desviados eafastados da artelharia deita,
ecomo cousa tão importante se meloa ocabedal de ma-
neira, que está no cabo. Toda a mais fortificação da
Ilha, com que se corria do rendimento do hum por
cento, amis., porque se acabou o rendimento, assi
porque oque avia se gastava com os galeles, que de-
mos ao Viso Rey para ir ao Sal, rama tombam por-
que não ha já rendimento nesta alfandega, nem nas
mais deste Estado, porque do toda he acabado orosa.
moreia usai dos mercadores deste Estado, como dos
que comnosco o thdaão; ase Eteos 10.O trouxer essa
armada que esperamos, para se com cila franquear o
mar enavegação aos povos, não tem isto outra reme.
<lio mais que vir desse Reino o dinheiro necessario pora
os provimentos ordinarios, edefensão das fortalezas, e
faltando isto, esta tudo acabado: pelo que convem man-
dar V. Magestade todos os annos reforçar aarmada que
vem pera oSul com troa ou quatro gaiolas, fora as inloa
de viagem, tê se ostergir (sie) do todo ocommercio des-
tes rebeldes.
VIII. E para que aIndia ronda para sua sustenta-
ção, deve V. Magestade mandar encomendar muito se
favoreção em suas alfandogas os mercadores que .11m
fizerem direitos, usei christãos como gentios, porque co-
mo oje aja tão pouco cabedal, edeste se tirem tão pou-
cos proveitos pelos poucos ganhos que ha com tanto ris-
co, se ainda Be lhe diminuirem nas alfandegas, para
que ão os homens. de arriscar oseu, onde por razão de
estarem arrendadas, se avalião as fazendas muito mais
do que valem, e isto ha quererse que croça afazenda
de V. Magestade com dano de seus vassallos, não ai-
tentando que como V. Magestade lhes tomar tudo, não
terão afies mais que lho dar.
IX. E inda este mal não he tamanho como outro que
ao agora vai introduzindo, de que sun:mau:ente mio
( 223 )

povo se sente escandalisado, etiraniaado, aque V. Me.


gostado deve mandar acudir, que isto he meteria, que
os povos tomão muito mal, ecom muita razão. Quando
oViso Rey foi pera oSul, que vai em Ires sanes, farão
com elle os mercadores que hião para a China nas mios
de viagem, que não passarão então; enesta só viagem
que fizerão, gastarão todo este tempo, eneste meu che—
garão aesta cidade, quo posto que viessem muito ri-
cos, o que já não pode ser, porque em viagem de tres
annos se consumirão os cabedaes, não tem suas fazendas
saida como não ha náos do Reino, esobretudo na Chi-
na se lhes fez força, ose mandou fazer conta ao cabe-
dal que lá bis aempregar, ese tomou dello... (a)pera
o concerto de cinco galeão., que farão .dar guarda as
na.; evindo depois aMalaca fazer direitos na alfan-
dega, Manoel Masearenhas, que lá anda por capitão
mór, de seu poder absoluto mandou fazer direito de
mais hum por cento de todas as fazendas que vieras',
de maneira que arriscarão os homens suas vidas osuas
fazend. SOM interesso algum, e ficarão ainda do Cell
proprio cabedal sustentando estas deapesaa. Isto he eus-
aa, que V. Magestade deve estranhar muito, e mandar
preceder com muita rigoridade, pera que com este e-
xemplo ajas, os homens que se lhe não farão mais se-
melhantes forças, porque em quanto se não desenma-
ginarem, não hade haver pessoa que mais se embar-
que, nem mande hum perdão fora. Não basta que os
fintasse esta cidade já pera aa despesas de dons gale-
gos, que mandamos ao Sul, aque acudirão com tanta
vontade eliberalidade, easai acidade de Cochim, eto.
das as inale como cada huma pôde, COCa0 desse pouco
que lhes ficou, com que hião ganhar pera tornarem acu-
dir quando fosse necessario, ese lhes pedisse, Be lhe tiro
ioda o que cada Capitão quiser, sem ordem nem justi-
ça? Que rezão terá esta, nem as mais cidades, de quan-
do se offereeer semelhante necessidade, puxar por seus

a1 Esia lacuna e.,tà 550 Soou.


( 224 )

moradores pera averem de dar nada, quando alem do


que derem, lhes ao de tomar oque mais quimrem? Re-
sultará daqui que se fechará cada hum com oque tiver,
enão dará nada quando lho pedirmos, nem mandará
pera fora, por lho nao tomarem; e fecharsehão as al-
fandegas, de que vem orendimento; edesta maneira
perecerá oserviço de V. Magestado, eacabarseha mais
depressa oEstado; que he ofruste que de semelhantes
forças etiranias se pode conseguir. V. Magestade nos
faça mercê mandar evitar semelhantes desordens, por-
que fora desta cidade cada capita° he senhor absoluto
das fazendas dos homens, de que se aproveitao com
qualquer capa do serviço de V. Magostade, que he ores-
peito que aisto os move seu proprio interesse, e te-
rem que gastar; e bem se vê isto no socorro que esta
cidade fez aos seus galeaes dos provimentos que lhes
enviou, dos quaes Manoel Mascarenhas tomou odinhei-
ro, eos provimentos de biscouto, urros, carnes, emais
coesas .que hião, se perdoo tudo, eato ouve que,. lan-
çasse mão delias, só odinheiro se assentou. Por estas
e outras roucas, que neste Estado se cometem, permit-
te Dora trazer os Olandezes aeste Estado pera casti-
go nosso. Confiados ficamos proverá V. Magestade com
justiça ecastigo aos que omerecerem, edefesa pera o
diante.
X. Por vezm tem esta cidade pedido aV. Magesta-
de nos faça mercê mandar dar huma cifra, pera que
offerecendose alguma necessidade, possamos por terra
avisar aV. Magestadó, epara que sendo materias que
toquem aos Viso Reis, se possais escrever como convem,
esem receio. Faça-nos V. Magestade mercê avendo assi
por seu serviço.
XI. De alguns annos pera qua, por não aves cobre
na China, ouve grande falta de bazarums, e pera se
remediar foi forçado batoremse de outra cousa, e asai
se ordenou fazeremse de hum metal, que tarniram vem
da China, que he calaim ou tutunaga, e como isto he
( 223 )

fazenda que se traz ordinariamente, ouve sempre mui-


tas alteraçáos jebaixas nos preços da moeda, porque
quando hum quintal deite valia menos do preço em que
estava lavrada em bazarucos, não corria°, nem avia
quem os aceitasse, equando, ou por vir pouca, ou por
se levar aque avia na terra para fora, valia mais, Is-
vavao-se os bazaru.s, edeixava° o metal; 'assim que
he huma grandissima opressão eperda pera este povo,
de maneira que quando se avilto de fazer estes bazaru-
faziao-se por esta eidada, e comprando cila ome-
tal, m ndava-os lavrar que respondessem ao proprio
custo, acrecentadose só os gastos, que crio cousa mui-
to pouca, pera que quando tornasse acudir cobre, aço
ficasse o povo perdendo ocabedal metido nesta moeda.
Bastou procurara° por esta via humo vez reinadio áfal-
ta que avia de moeda meada no povo, para lhe ficar
sendo huma total destruiçao, porque se ficou abrindo
porta para se mandar lavrar cata moeda por muito mais
do que ometal vai ao tempo em que se bate. Alem do
que dão os Viso Reis per suas provisaes muitas licenças
a fidalgo& epe.eas particularm pera mandarem bater
muita copia de b.arucos pelo ganho que nisso tem,
porque tendo afa.nda quando abo vai hum quintal pe-
la terra doze pardrios, Soalhe respondendo lavrada a
vinte, e:Is vezes amais: assy que toda quanta entra
nesta cidade se lavra em bazarucos de maneira que es-
ta a terra chea, eos que se lavraria correm oje tres
por hum, nau considerando os Viso Reis ogrande dano
que esto povo recebe em fazerem mercês a particula-
res da fazenda dos pobres: pelo que pede este povo a
V. Mag,estade mande por serviço do Nosso Senhor que
se nae batão neste Estado mais que ao moedas que té-
gora se usarão, que são, santomés d'ouro, ebazarucos
de cobre, eque quando °alvar falta delles na torra, dei-
xem esta cidade remeti:ala com bater qualquer destes
metaes pelo proprio custe sem acrocentamento do pre-
sps, pois o não pode suor 021 conciencia, um, em no-
( 226 )

nhuma forma os mandem lavrar, nem concedão licença


anenhuma pessoa pesa isto, porque he meteria esta de
restituição, emuito grande encarrego de suas tencion-
ei" porque quando acidade a mandava lavrar pelo
que valia, se tornava a recolher como vinha cobre, e
vendiãose então os bazarueos por metal, em que se não
perdia mais que ofeitio, como se fez muitas vezes, e
ficava a6 servindo amoeda no tempo da necessidade,
oque oje não he, porque quando se lavra cara, vindo
depois outra, fim avelha abatida; easai não ha quem
recolha estes bazarucos, eperdem quem os tem: pelo
que V. Magestade deve prover com justiça, como pe-
dimos.
XII. Balthasar de Sequeira, que este anuo serve de Ve-
reador nestft mesa, e ofoi já muitos outros, he hum
fidalgo velho, e do muitos merecimentos, dos quaes
pretende satisfação de V. Magestade; foi hum dos dez
eleitos que correrão com a despesa dos galeães, que es-
ta cidade sustenta no Sul com oViso Rey Dom Mar-
tins Alfonso, que Dum aja; e por estar pobre, eser
vezinho â fortaleza nova da ponta de Gaspar Dias,
cuja capitania vagou oanno passado por fallecim.-
to de a Fremimo d'Eça, que della era provido, pre-
tende que V. Magestade lhe faça mera, della: esta d-
eidade opediu já aV. Magestado o nono passado, e
ora otornamos afazer. Façanos V. Magostade mercfi
mandas ver seus serviços, e que Beja respondido como
morem.
XIII. Ha muitos annos que esta cidade antepondo
seus merecimentos pede aV. Magestade lhe faça met,
CO de dar limnça aSorteiam. Soares de Gom, eeeri-
viu desta cansara, para por seu fenecimento poder
testar este officio em hum filho, que tem muitos, e he
muito pobre, e do habito de Christo com atença q.
V. Magestade «vosso por seu serviço, pesa nobreza
eautoridade desta cidade, pois he acabeça deste Es-
tado, oelle tem partos equalidade pesa tudo, eserve
( 227 )

com tanto zelo asei »as cousas desta cidade, como


nas que se offerecerem do serviço de V. Magestade, que
todos os V. Reis tiverão deite muita satisfação, eteve
tágora mui continuo trabalho na despesa eprovimen-
tos dos galiies, que esta cidade traz armados no Sul,
no que fax muito serviço aV. Magestade, eIse mere-
cedor de mores mercês. O anuo passado mandou V.
Magestade pedir informação deste requerimento eu V.
Rey, nós olembramos ao Governador, enos disse que -
aenviava. V. Magestade nos faça mercê de aelle
a nós mandar responder, come pedimos, eMereeetil OS
serviços desta cidade, dos quaea para si aio procura
outra satisfação, tendo lugar pera pedir eesperar mui-
to avantajadas mercês.
XIV. De alguns rumos pera cá se vão introduzindo
neste Estado alguns mitos costumes tanto em desam-
ai° do lugar ecarrego de V. Rsy, que nos pareceu
deviemos particularmente avisar disto a V. Magestade,
pera que com muita consideração e riguridade mande
ordenar como se evitem, pois como agrandeza deste
Estado seja aja aque V. Magestade sabe, &ase regu-
lando pelo lugar e pessoa do Viso Rey dello, e assi he
mui conveniente que este seja muito respeitado eaca-
tado dos Reis emais circumvizinhos do Estado, que
como tenhio protençio nane, em tanto o estimaria
quanto virem que representa apessoa que ogoverna,
e nunca isto pode ser oque deve, quando os proprioa
vassallos de V. Magestade fizerem ocontrario, fia de
Drainaria nesta cidade antro fidalgos e casados perto
de docentes homens de °avalio, os quaes com muita se.
sio devem acompanhar os V. Reis quando via, esa-
bem fora da fortaleza, pois está em lugar de V. Ma—
gestade, estando sempre esta terra cheia de infieis de
todas AS na003 e partes, que comnosco tem comercio,
nquando aIndia ora outra, cosi ofaziào todos; porem
oje he muito pelo contrario, porque se vê sair oViso
Rey com só aswt guarda e criados sem outro ~ia.'
( 228 )

panbamento, e quando algum mais leva, he de quatro


amigos e afeiçoados seus, porque aprimeira cousa, sus
que os que ouno são omostrão, he eia se retirar desta
obrigação, ede os Viso Reis, por averem que perjudi.
cio a suas pessoas tratar nesta mataria, eobrigaios
ao acompanharem, deixarem de usar com silos de ri—
goridade, fica o lugar desacreditado e deminuido, alto
só no estado do Viso Rey, mas ainda na possibilidade da
terra, ede se não 'remediar este mal, vem outro maior,
que he a soltura, com que os homens eapaixonados
fallão em altas vozes nos Viso Reis, não se contem
tando de o fazerem pelas casas entre amigos e parti-
culares, mas buscando modos eocasiLos pera silos os
ouvirem, como fazem de noite aos pês de suas janel-
1. com palavras soltas eindecentes, eque soão por
toda a terra epeca isto tem já ajo ousadia qualquer
triste soldado,
ae aque oViso Ray, por ventura com re-
ale., negou alguma cousa que lhe pediso. E já noa
não espantamos disto, pois onde vimos cometerso humo
tão grave dissolução e insoloncia como fui over ho—
mens tão mãos christãos, que por sua prepria malícia
fizorâo huma tão grande afronta aos merecimentos de
hum tão insigne capitão, cujo valor e nome se esten—
de por todas as nações, oConde Almirante Dons Vasco
da Gama, que tendo esta cidade em momoria o re-
conhecimento de seus muitos feitos posto inana esta-
tua sua em hum portal, que pura isso mandou fazer
junto ao cites da fortaleza, pera que assi como eito
foi o primeiro que deu noticia desto Estado á nação
portuguesa, asm fosse elle o primeiro que fosse visto
dos que nesta cidade entrassem, raro exemplo para ae
imitar, atirarão de seu proprio lugar, quebrandolhe a
cabeça emãos, que levarão ao pelourinho, epuserão
pelas portas da cidade, onde amanhece° com tanta las-
timo emagoa dos que bem entendião agrave00 do fei-
to, que nao houve possoa que onão reprovasse, easpe-,
rasto hum rigor.s eexemplar eaatigo para retos mação
( 229 )

de semelhantes delitos; mas em fim fiam os homens que


V. Magestade está longe, enão vê estas causas, nem enes
vêm castigo delias, e' quando se qua querem remediar,
lie por mão de amigos ou parentes dos que as comettem,
pois lembramos aV. Magestarle que convem atalharem-
. estes insultos, porque não sendo assi, espere V. Ma -
gastado que hum dia se entre pela fortaleza, ese faça
aos vivos omesmo que se foz áestatua dos mortos, que
tal éanatureza dos homens, em que entra apaixão quan-
do não saem bem de suas pretcuçães, equando os Viso
Reis por temerem semelhantes agravos, ouveram de con-
temporizar com os homens, não pode De., nem V. Ma-
gostado ser bem•servido.
XV. Muitas vezes acontece ficarem em Cochile as
tidos que vem da China eMalaca pera esta , idade, por
,
lhes faltar monção, epartirem tarde; ecomo as neces-
sidade do Estado sejão grandes, eas fazendas que nel-
las vem pera se despacharem nesta alfandaga não poe-
são chegar sento em Novembro ou Dezembro do anno
seguinte, que he o tempo em que as armadan bonde
estar aprestadas, ou já saldas, ',MOIO. os Viso Reis des-
tes direitos, epassão previstos pera quo os direitos das
ditas fazendas, que se avião de fazer nesta alfandega,
pera onde ellas vinhão, se fação na de Cooltim no in-
verno, antes que as fazendas pera cá venhão, oque ha
muito perjuizo da fazenda de V. Magestade, porque
como lá se fação estes direitos por mãos çle pessoas e
ministros que nelles não tinhão nenhum lugar, eem al-
fandega onde se não dente, todos folgão com a oca-
sião, eainda isto he muita parte posa as náos ca não
passarem, porque só se despacha oque cada hum quer,
eisto move alguns mercadores afolgarem de fazer lá
estes direitos, ea cidade de Coehim forçosamente ar-
recada o hum por cento, que pertence aesta cidade,
sem nunca queror dar satiafação delis, nem o deixar
cobrar a nossos procuradores, por mais provistos que
lhe enviamos dos Viso Reis, dizendo que lhe pertence a
( 230 )

alia, por ser hum por cento, que se despacha na alfan-


dega da sua cidade, sendo cousa que per sentença se
tem determinado por nosso, eisto se vê claramente,
porque as mios que desta cidade vão para aChina, eo
dinheiro que os homens casados e moraddres desta ci-
dade asilas mandão, vão pera tornarem aesta mesma
cidade, e se despacharem nesta alfandega, aquem per-
tence tudo o que vier do Sul pelo regimento data,
posto que se despache fora em outra qualquer alfan-
dega (e assi he), porque se os direitos, quando se ht
fazem, os arrecada a fazenda de V. Magestade, sendo
a alfandega d'El Rey de Cochim, oquando esta estd
arrendada lã os arrecadAo os rendeiros, e ainda os
officiaes desta alfandega, como são Juiz e escrivão, e
contadores, arrecadào la dos ditos direitos suas lagimas,
em tanto que nem otrabalho de escrever querem pagar
aoa da alfandega de Cochim, e tem muitas sentenças
contra sues, e direitamente esta determinado serem
direitoe, que se hade fazer nesta alfandega, eperten-
cerem aelle, pois tudo para ella vinha; como se hade
arrecadar ohum por cento pesa Cochim, ou que obri—
gaçOo tem os moradores desta cidade para lhe pagarem
hum por cento, quando nós odamos para afortifica-
çOo de nossa ilha ecidade? Dizerem que se fazem lá
os direitos, ato basta, porque em tudo se fazem por
conta acata alfandega; e nOo he reste que por os Viso
Reis se anteciparem no despacho, ajamos nós de perder
onosso hum por cento, que este anno importou mais de
<alto ou nove mil aerafins, os gusas a cidade de Co-
chim cobrou mal, ecomo não devia, esta ficou sem a-
ver, hum perdão para correr com a obras da
fortificação, enão ha previsto que baste pera o impe-
dir' porque como todos os officiaes do Cochim, Capi—
tOo, Vedor da fazenda, Ouvidor, e cidade são nisto
interessados, folgão de aver rendimento pesa andarem
com elle entre mãos, e asei em tudo encontrOo nossos
requerimentos, de maneira que está offite povo por es
( 231 )

ta razão determinado alevantar esta obrigação de pa-


gar o hum por cento, pois se nos não guarda ocontra-
to della, nem esta cidade Be logra do que alia mesma
para si dá, eusai por isto aconteces ontem (sie); e esta
mio está apique. Não vai aresolução a V. Magestade
nella, mas passada esta oecasião se fará logo junta dos
eidadãos nesta remara, ese tratará da mataria como
convem, que pera omno se enviará a V. ãlagestade,
a quem pedimos nos faça morri mandamos passar
huma provisão, pera que em caso que os Viso Reis
mandem fazer em Coehim os direitos reses, com tudo
ohum por cento se não faça, nem pague senão nesta
alfandega, quando as fazendas vierem, porque dos di-
reitos reses poderão adies dispor como quiserem, e
rnandalos cobrar lá, se lhes parecer, posto que tambem
V. Magestade ohavia de defender; mas onosso lrum
per conto faça-se odespacho della nesta alfandega, pe-
ra onde vem nossas fazendas, ecom esta enviamos a
V. Magestade o traslado de huma Provisão que nos
passou Ayres de Saldanha, a qual sendo tão rigorosa,
nem assi bastou para Be nos dar o nosso; emandou—
donos V. Magestade passar a dita provisão, aquietar
tarseha este povo, e correrá cora o seu hum por conto
como vigora, do qual V. Magestade tantos serviços re-
cebe, que »elle actualmente se gasta todo, edeve V. Ma.
gastada ter respeito ao muito dano que mus vassalos
recebem em lhe fazerem pagar estes direitos em Coehim,
pois quando vem da China não trazem dinheiro pera os
fazer, epelos obrigarem, ou queimão suas fazendas em
terra, que não ha valia para ellas, ou tomão odinhei-
ro aresponder para esta cidade adoze por cento; alem
do que em conmiencia onão devem se não depois de
chegar aesta cidade, pois muitas vezes se pode perder
afazenda antes de chegar a esta alfandega, onde os
havião de pagar, como já acontece°, evindo com os dir
reitos pagos, não só perdem os homens os empregos,
mas inda de sua casa 09 direitos com os interesses que
( 232 )

lhe tornarão, cousa tanto contra rezão ejustiça.


XVI. E porque podia acontecer arribar oConde com
a armada, que V. Magestade enviava pera o Sul, ou-
tra vez aesse Reino atempo que> estivessem feitas
as pazes com Ofenda eOriunda, come cá es pratica
por cartas doses Reino, ecom esta ocresião parecer
que cessavão as necessidades deste Estado, edeixar
por rase respeito de kenue a enreda e galeóes que vi-
nhão, nos pareceo avisar aV. Magestade que não setto
as pazes por ora sendo bastante romodio pera a segu-
rança e quietação deste Estado, porque impostas alias,
eointeresse que os rebeldes da viagem receberão, sempre
hade soer quem se arrisque, ede mais disto são tantos os
quo cá ancião, que pera se extinguirem elançarem fo-
ra he neeeesario muito poder, sem oqual elks se não
recolherão, equando ofação, então fica sendo de minto
serviço de V. Magestade chegar esta armada pera que
vejào os imigos deste Estado que todavia nada pode
prevalecer contra alie, e se poder dar ocastigo 110SCOB.
BELA° aos Reis circumvizinhos do Arcipelego do mar do
Makes, que com os rebeldes estavão confederados, elho
demão ajuda efavor, pera que com esto exemplo fiquem
amedrontados pera oque ao diante acontecer, eso fique
provendo na defensão esegurança daquila fortaleza com
re fazerem as mais nos lugares de que agora se rece-
bia oprejuizo, ao que este Estado por si rito pode acu-
dir; epara tornar a suas forças antigas não basta tirar ,
lhe BO aoccasião destoe imighs, nem 'elle pode tão de-
parem alevantarrebeça que fique escusando ajuda de
V. Magestade, eassi ficare espaçando oremedio, que
de presente BO deve dar ás COUSOS, pera depois se po-
derem com o de cá cdnservar.
XVII. Não ho tégera chegado recado de Makes pe-
ra V. Magestade poder ser avisado do que lá passa
num aida dos rebeldes, que nesta barra estivarão, eos
mais que lá ancião, mas .poderá ser chegue antes desta
uáo partir; com elle se detreminará o que se deve
( 233 )

ordenar peru as comas do Sul, que por ora oque está


assentado em conselho he oque parece mais conveni-
ente, que foi, averse do prover afortaleza com arma-
da de remo, cole a qual se assegura o socorro, que
aelle se deve mandar, por serem embarcaçbes que
quando nolla aja aperto de cerco, ou outro qualquer,
podem chegar com agente eprovimentos que levarem
pera defonsáo da fortaleza, eusai chegara a tempo,
ese rfie perderá nem arriscará tanto o que nisso se
gastar, oque pelo contrario fica acendo em armada
d'alto bordo, como as cousas pedido, porque como a
frota, que daqui pardo em outubro dos imigos, he tão
grande, juntos aos de lá ficào pedindo huma armada
muito grossa, que pera menor não bastou aque oViso
Rey levou, e o Estado nem tem oje hum galeão, que
lá possa ir, artelharia, nem officio., nem ainda gente,
equando tudo ouvem, falta oessencial, que he oren-
dimento, pois dado que ouvera quatro, ou cinco, ou se-
is galofies, ou se armassem pera is, náos do mercado-
res, que se tomassem, que não são capazes de pelejar
com °lerdezas, nem se podiáo aprestar, nunca seria acer-
tado arriscarem-as em semelhante tempo, que os imi-
gos sabem opouco quo se lá, pode mandar, ecom qual-
quer pequena esquadra que seja, que o viesse esperar
perderse tudo; antes he cousa acertada oque se assentou
de prover com navios de remo a fortaleza pera sua de-
fensão, eesperar pelo Viso Rei', que com opoder que
trouxer, eoque cá 93 poderá ir aprestando, poderá
prover com huma armada segura ebastante pera re-
sistir aos imigoe, quando os DãO 1,0333 offender, porque
não ha tempo de dividir opouco que este Estado ajun-
tar, pois vemos que do oV. Rey asei o fazer á sua
armada, lhe sobreveio todo o dano que teve, ese con-
sumi° oque já mais neste Estado Be poderá ajuntar.
XVIII. Teve, tombem respeito que era muito na-
cessaria acudir com armadas a reto COBt3 pelos I33iLOS
Malavares que vir saindo, poro segurança das cafilas
( 231 )

eembarcaçlies rasteiras que navogão, de que vem oje


esse. pouco rendimento que ha nas alfandegas, sem o
qual a huma nem outra cousa se podia acodir; ecom
oGovernador trazer no Norte este verto trinta ecinco
navios armados pera segurança ecompanhia das refi-
las, inda usei 08 .31818Var08 80 atrevem acometelas,
no /faiscar andão já doze navios, que trouxer/o a re-
fila efazenda, do Sul, que estava em Cochim, sobre a
4ual os Matavas-es fazião grande prevenção; mas fbf
D008 servido trazer tudo a salvamento, e aprestãose
mais dez navios fora galés, que partirão em se fazes,-
do este galeão ávela; o cesto que he milagre ver
o modo (?) como este Estado acode ao que se tern
ordenado, rito acendo nenhum rendimento, esendo
inda as armadas mais reforçadas do que erão algu-
mas do tempo mais prospero, ecoin tantas desposas o
nenhum rendimento, nem dinheiro como se pode aro-
dir atanto; certo que monta muito ao serviço de V.
Magestade, ebem deste Estado despenderse sua fazen-
da por mão e ordem de pessoas desinteressadas gimes
devem ser os que governarem este Estado.
XIX. O anno passado pedio esta cidade per sua carta
aV. Magestade lho fizesse mercê de mandar despachar a
Domingos Vieira Soares, epara isto informou delia, e
mandou juntamente os papeis de seus serviços, epor—
que forão por /uma só via, podia acontecer não irem
lá, os mandamos tambem com esta. Servia aV. Magas-
tade muitos anatos nestas partes de capitão esoldado,
'atm ,dispedio do sua fazenda; tem tambem aatiça° do
muitos serviços de doou irmãos, que cd matarão os
mauros na guerra, eoutros de seu pai, dos quaes lhe he
feito doação, como tudo consta doa ditos papeis, que
com esta vão. Ile pessoa de muita qualidade epartes,
Mose de serviço do V. Magestade sem filé opresente
lhe ser feito mercê alguma. Esta mui pobre, tem sois
filhas, e troa filhos, molher e familia, eoutras obriga-
ça/es sela 1.110diO, 110111 com que se possa ir despachar
( 235 )

aesse Reino; epor ser este, ecidadão dos principaes


desta cidade, tem elle obrigação de interceder por alie;
por tanto pede a V. Magestade lhe faça mercê de o
mandar despachar com favor ehonras, de que he mere-
cedor, e em cousa, de que logo possa remir suas neces-
sidades; eao mercês e honras que V. Magestade lhe
fizer, sejão feitas aalie por seus serviços, porque pera
tudo he benemerito, esempre esta cidade avara que V.
Magestade lhe faz aelle mercê.

18
Outra earea,gne a cidade encrenco a Suo Magedade eia
8 de Janeiro de 009.

I. Posto que os Vereadores emais officises desta


cansara, aquem nós os que ajo ficamos servindo nella
sucedemos em -dia de Janeiro passado, tenista escrito a
V. Magestade largo nas meterias que lhes parece o maio
conveniente, ouvemos nos não ficar nisto desobrigados
de tambóm ofazer, pois neste nosso principio não ha
inda este galeão partido; eassi por esta razão, como
porque as necessidades° pedem, faremos aV. Msgestade
novamente lembrança do que nos parecer mais ascos-
cariz aseu serviço, econservação de Estado, que he o
de que esta cidade mais em particular sempre tratou,
como V.Magestade deve estar bem inteirado.
II. Não foi Nosso Senhor servido trazer tégora ra -
sado do Sul, que se espora por momentos, para emn
melhor resolução se tratar das causas della, mas pele
estado em que as deixarão os que de lá alerto coa Abril
passado, epelas Olandezas que depois pera lii terão,
se entende bem quaes podem ser as que espero, pois OB
imigos são lá tantos, eadefensão para alies tao pouca,
( 236 )

porque posto que Manoel ãIascarenhas ficasse com as.


se resto 'd'armada do Viso Rey Dom Marfim Afonso,
que Deus aja, de força se avia de recolher á fortale-
za com as novas da frota Olandeza, que de novo pura
lá foi, asei para adefensão delia, como per se livrar dos
/migas, a que no mar não poderia resistir com tão pou-
co poder como o8011, quando oViso Rey com outro mui-
to diffarente amenos nãos de imigos não pôde offm.der,
assi sem falta estará em terra, etrataria só da defensit
da fortaleza, deixando omar aos rebeldes, que alies oje
senInreão com tanta largas., como quem deste Estado
não tem que arrecear. Bem vimos tem V. Magestade
acudido como convem, porem são peccados nossos qa3 elo
aja chegado oVisoRey, com que tantas miserias se poderi-
Ao remediar; alem do que com atardança virá sua ar-
mada muito diminuida assi de gente como do mais, pois
os trabalhos da viagem devido de consumir muita parto
deita, epor esta recrio dava V. Magestade já mandar
acrecentar as nãos o gente, que embora vierem, na
torna d3stas, porque com esse pouco que acrocentar
se fique ganhando oque o Viso Rey comsigo trouxer,
que posto que alie venha em Maio, sempre deve ser
em navios ligeiros, oa armada ficar pora Setembro,
com que só se poderão conservar os cascos, e usei con-
vem vinhos do novo agente; eporque estas matarias
se doixo bem alcançar, basta só saber V. Magestade
que não ho tégora chegado, nem cousa do sua compa-
nhia mais que anão que se queimou, eogalião que
os rebeldes renderão á vista de Moçambique.
III. E deixando por cra as comas do SuIcom o que
está dito dell., trataremos em breve deu deste Esta-
todo, que . não menos acabadas estão. O Xá com as
novna das pazes do Imperador com oTurco tem mos-
trado muito sentimento, e portenção na fortaleza de
Ormuz, que posto que sempre a teria, esta °ocasião lhe
norvio de so descobir mais; dizem que trata de que os
Olandezes passem a firmar com seus afiou, de que
( 237 )

Nosso Senhor noa livre, porque ,sondo asai, sem nenhu-


ma duvida se perderá aquella fortaleza, de que ella
estava mui perto inda sem lá parecerem estes rebeldes,
pelo desamparo delia, porque muitos annos ha que
nao tinha mais que dez ou doze peças d'artelharia, e
oje inda acra» menos. Residido nella quatrocentos ho-
mens de paga por regimento, ajo dizem que nao assis-
tem cento ecincoenta; aculpa disto temna os minis-
tros o offieicas dos contos de V. Magestade, que por
nevarem ordens que pareça° acrecentao afazenda de V.
Magestade, que he ocom que elles trata° do se abonar,
Sedo arriscando tanto suas fortalezas, como se vê, ao
que he forçado acudir V. Magestade tanto como com
grossas armadas.
IV. Foi sempre costume fazerem° nesta fortaleza
pagas gemes aos soldados que nella residem, cada tres
meses, eáconta deste remodio muitos pobres, e ou-
tros que cá se silo podido embarcar d'armada, Be hiâo
aposentar nella, como tambem na de Dio, onde ha a
mesma ordem pela importancia delias. AIA rosidião e
casistiao nas vigias, e se embareavão nus armadas que
se ordenava°, de maneira que sempre havia mais gente
da que oregimento dispunha, e ainda metia° adhe-
rencias bera serem dos do numero deltas. Estos como
muitaa vezes ora aescoria dos soldados, que neste Es.
tado milita., alguns nao estava° assentados em soldo,
eoutros tinha° verbas de maneira que passando por es-
tes inconvenientes, se lhes fazia° seus pagamentos,
bastando só pera isco serem pessoas que actualmente
estava° vivos, eservindo aV. Magestade, fazendolhes
as pagas em suas propina pessoas, quo perante oca-
pitào, vedor da fazenda, feitor, eescrivão da feitoria
recebido. E porque digamos tudo, parece que ávolta
destes se lançava° alguns que ato residido, de que se
aproveitava° os officiaes, evindo estas cousas aos cols.
tos, os ministros de V. Magestado por atalhar estes
inconvenientes, deixando omoio mais justo eacertado,
( 238 )

se acommodavao ao mais nocivo eperjudicial ao ser-


viço de Deus ede V. Magestade, ordenando que nenhum
soldado fosse pago sem mostrar certidão de como esta-
va assentado em soldo, etinha titulo corrente pera re-
ceber; deixando de castigar os que por este meo des-
viava° afazenda de V. Magestade, se o fazia°. Assi
que por evitar que se não pagasse aos mortos, tirarão
oremedio aos vivos, eáfortaleza, porque taes ordens
se darão, que se despovoarão as fortalezas, eem
tempo que se avião de prover emilhorar de gente, por
que vindo os feitores com suas contas, absolutamente
BO lhes pede, e toma forçosamente quanto dinheiro a-
chio que despender?o em pagas com os soldados aque
as azarão, que aio tinha° titules correntes. Pois, va-
lha-nos Deos, os titules defendem as fortalezas, ou os
corp.? Se os Viso Reis, eministros de V. Magestade
quiserem ordenar as coimas bem, porque não mandão
gente a estas fortalezas, e quando amandarem, façao-
lhe aqui huma paga, e aquelles que aqui receberem,
e forem com titulo, correntes, esses assista° hi eem
lugar dos que morrerem, ou se forem, mandem outros.
Mas se isto assi fio he, que hade fazer opobre capi-
tão, vedor da fazenda, efeitor, que quando ao de pagar,
se oquerem fazer aos que actualmente servem, impi-
de-lho os regimentos com não terem certidães de ma-
tricula, efieão obigados a lho pagarem nestes contos,
onde folgao muito de virem com estas duvidas, pera
lhe fazerem por alli dinheiro; e se lho não pagão, p-
ont em risco a fortaleza, porque se amotina° os que ha,
e anda° de noite ás espingardadas pelas casas arou-
bar, elevantilose contra o capitão, como" em Dia fi-
zera° haverá dons ou fres meses, por lhe não quere-
rem pagar sem certidóes, equando isto aio fazem, vau-
se muito embora, edeixão as fortalezas tão desempa-
paradas, como oje estão todas por este respeito. Ora
devese considerar se em huma destas occasiães os
imigos co quiserem aproveitar, ea gente andar amo-
( 239 )

finada, como se defendera afortaleza? o capitão, a


euja conta está, vendo edesamparo, não nos deixa embar-
ear, obrigaos assistir na guarda; se os deixa ir, que
contas dará da fortaleza, ou com que alado defender?
eassi aeodindo ao que lhes mais convem, que he defen-
der sua fazenda, que lhes não fique obrigada aos con-
tos, deixa ir os soldados, efica tudo aDoes misericor-
dia, que esta he a que nos defende' e salto os braços,
que os não ha oje na Indic. Deos he oque não quer
que se isto perca, com cegar os olhos aos nossos imi-
gos pera não verem tantas desordens, ese aproveita-
rem delias, emilagres não se ligo de esperar cada dia.
V. Magestade mande prover nisto como for servido,
eoque parece que se cá deve ordenar, como quem vê
os inconvenientes, e oramedio que se lhes pode dar,
he que os Viso Reis provejão as fortalezas com gente
que lhes enviem deste Estado com titules correntes
pera lá receberem, equando assi não seja, ese aja de
pagar nellas aos que per suas vontades lá forem reei.
dir, se lhes não ponhão semelhantes duvidas, ese pa-
gue &penes que pessoalmente servirem eassistem, e
quando o contrario fizerem, castiguemse os que ore-
meterem de maneira que por este modo onão fação, e
não com tirar adefensão ás fortalezas, etiranisar nes-
tes contos aos capitães eofficiaes, que fazem oque de-
vem, ehe sua obrigação, e certo que he tgo facil o
remedio destas cousas, que por aqui se deixa bem en-
tender que lho não querem dar. Não he possivel terem
todos os soldados, que assistem nas fortalezas, certi-
&as da matricula desta cidade; mande V. Magenta&
que em cada fuma fortaleza se faça hum livro de ma-
tricula, no qual se lancem e assentem todos os solda-
dos, que pelo regimento delias está ordenado que cada
inuma tenha, e não se lance nem assente neste livro
mais que este só numero, aque se hade pagar, equan-
do se assentarem noite, dêm suas matriculas, epor
cilas lhe vão pagando; e quando alguns morrerem ou
( 240 )

»e forem, lancemse outros em seu lugar, elato seja fei-


to pelo escrivão da feitoria, e quando for do pagas,
fação-se—lhe por este livro áquelles somento que nello
estiverem assentados, eprovepo os Viso Bole com muita
rigm4dade se anda neste livro alguma pessoa quo não
esteja actualmente servindo, ese Be achar, aja castigo
exemplar, ou quem o cometer, que isto bastará; ehe o
remelio que tono, e não arriscar as fortalezas por evi-
tar furtos. E aasi não ha capitão que com nenhuma
°ocasião de guerra se atreva a gastar hum pardão de
sua fazenda, quando da do V. Magestado o não ha, por
que ato só se lhe não paga, mas vimos ontem que sendo
capitão da fortaleza de Moçambique Sebastião de Ma-
rodo, mandou 80 feitor que reformasse humo cismem,
porque aterra não tem agua em si, etoda lhe vem da
outra banda, . como fez, e se proveo de agoa oque
ee senão tivera feito,quando depois vierão os Olandezes,
oativerão de cerco, sem falta perecera toda a gente
que destro estava, eisto foi parte, depois de bens,
para se não perder afortaleza; mas vindo aos contos,
ao lhe não quis levar em conta odinheiro que gastou
nisso, dizendo foi despesa que não estava por regimen-
to, como se as °ocasião., de guerra &pendão delias, e
sendo obra que merecia louvor. Isto he oque corro não
só na fortaleza de °roma eMoçambique, mas em to-
das as mais deste Estado, porque todas tem gente, o
esta mesma ordem.
V. Isto he quanto 4 gente, equanto ás fortalezas em
si, não menos arriscadas estão por razão da pouca con-
ta que tégora se teve com o repairo deltas, em parti-
cular com as da costa do Malavar, as quase como té-
gora não tinhão outra occasiào que temer mais que os
proprios naturaes, eBois em cuias termo estão feitas, e
estes já ganhado mais com nosso comercio que com
as senhorearem, estavão seguras, e não se fazia caso
deltas porque as sãos não pretendião, eassi desta con-
sideração vierão elas atanta coisa com os muitos an-
( 241 )

toa que estivarão por repairar, caindo cada dia hem


pedaço, oje de todo se pode dizer que não ato fortale-
zas, mais que hum postos, que os imigos consentem,
por notes não quererem impedir, e lançar fora deles;
conservão—se só por (?) estar asilas os capitães COM 110.
me de fortaleza., pelo comercio que ~mosco tem, e
vasto pera seus mantimentos, que he o que suas ter-
ras lhe dão, e por onde lhes entra oque do nós to
mister. Pois he tempo este em que se to de fazer mui
diferentes contas, porque se os Malavares nos tomarão
humo fortaleza, facil fora tornarselhe atomar, ecasti-
garem—se, se oEstado não tivera mais oppressãest po.
rem oje navegão por esta costa nãos Olandezas, ees-
tas pretendem tomar pé nella, por escusarem os tra-
balhos do Sul, pois tem cá a pimenta, epeta ter isto
efeito talo he necesserio mais que juntaremse os Mala.
cures com elles, que vão já sendo tantos, que dizem
que os que navegão pela costa do Norte 'sessão de ciu-
menta, cousa que nunca ouve; e muito menos que os
rebeldes tragão eiss sua companhia, como não ha ar—
mada de alto bordo, que ofenda suas naos, ese algu-
ma cousa os molestaria erão as nossas armadas rastei-
ras, que (1) lhe impedirião a desembateação Ocomer-
cio de terra, este dano lhes foto evitando os Malavares,
que com oque lhe silos derem armarão muito grandes
armadas que os acolherão (7), easai com muito pouco
farão porto, me que estes rebeldes assistãO seguramente,
eunidos com enes nenhum C) remedio isto terá, como es-
ta gente gastar oganho que delias tirão; pelo que V.
Magestade mui °merecidamente deve mandar se refor-
mem ereedifiquem estas fortalezas, eestejão de ordinario
mui bem providas, pois tanto convem, e para que
pertendetndose alguma deltas, se possa defender em
quanto lhe for socorro, que nenhuma por si he capaz de
mais defensão, inda quando estejAo no primeiro esta-
do em que as fundarão, quanto mais oje que as mais
ato cercadas de parede de mate, que ho o que au sai
( 242 )

chama taipa; epor esta razão vendo esta cidade, ago-


ra faz does annos, a necessidade que avia de acodir
4 de Barcelor, que he aprincipal, por ser o redeiro
desta cidade, ordenamos que pesa se repairar se pa-
gasse certa porção de cada fardo de arroz, que
deita saisse pesa esta cidade, por tempo de ,tres
annos, que isto foi alevantar opreço aos mantimentos,
ecomer mais caro, por aeodir ao serviço dd V. Ma-
gastada, com que temos tégora bem mostrado ozelo
com que nos avernos, e quanto âcusta deste pobre po
vo procuramos todos os meios de sua conservação, que
quando náo fora por serem Estados da coroa de V.
Magestade, este animo elealdade bastara para V. Magos-
tudo nos acudir com socorro, som lho pedirmos, como
esperamos faça com muito amor ecuidado.
VI. Com muita razão nos parece que deve V. Magas
tade mandar satisfazer as pessoas, que nesta occasião
dos Olandesos oserVem, assi porque se lhes deve, como
pesa que com gosto eesperança ofação milhos aguei'ea
que lhes sucedem. He morador nesta cidade, efoi ca-
sado nella Pedralvres d'Abreu, oqua/ amado capitão da
fortaleza de Maluco, de que foi provido por seus servi-
ços, foi a esta Muna finta do rebeldes, que juntos com
opoder d'olRey de Tomate, e tendo° de cerco, traba-
lhou elle tanto pela defensão deliu, sem embargo de
estar impossibilitado para ofazer pela falta em que es-
tava de todo onecessario, que seffrondo muito aperto,
inda assi os desbaratou, epoz em fugida nos assaltos
que lhe deu, mas não pernaittio Deos oacabasse de fa-
zer, por neste tempo lhe tomar fogo apolVora, que es-
tava no baluarte, que he toda afortaleza, com cuja for-
ça, como he costume, voou tudo o que avia, matando
amaior parto da gente sem lhe restar que defender, o
como elle neste serviço se aventajou tanto dos mais (9),
na satisfação faça V. Magestade de maneira que os
que sabem suas obras vejito ogalardão delias, e
esta cidade afazer cota lembrança dellepor sua pobreza o
( 243 )

idade, que dos merecimentos estará V. Magestade bem


inteirado.
VII. Tombem lembramos a V. Magestade, que ha
sete ermos que esta cidade pede a V. Magmtade lhe
faça mercê de dar licença aBertolameu Soares, escri-
vão desta mimara, pera poder testar este officio em
hum filho, que tem muitos, e do abito de Christo com
a tença que ouver por seu serviço, que alem de sua
saudade e procedimento o merecerem. Bom vê V. Ma.
gastada que tendo esta cidade merecimentos pera lhe
pedir mires mercês, honras, e liberdades, o ano faz,
tratando sé de seu serviço sem respeito de satisfação
alguma que pera si procure, epela conformidade que
todos officiaes que tégora terão nesta mesa depois que
elle assiste nela, tiverão requerimento se.. car aV.
Magestade inteirando bem que ha asile partes e»a-
tiefaçào que os obrigou . pedir tão particularmente; e
pois esta cidade he cabeça deste Estado, e tanto ato-
das se avantaja em seu serviço, com muita razão a
devo V. Magestade acre.ntar com honra, e mercê*
que sempre. ••.

FIM DO LIVRO.
IND10E

DAS CARTAS DA CIDADE DE COA

A SUA MAGESTADE.
F.1,1111

1. Carta do anuo do 1595 5


2. Outra particular do mesmo anuo 22
3, Carta do anno de 1596 31
4. Carta do acuo de 1597 49
5. Carta do amo de 1599 61
6. Carta do acuo de 1600 75
7. Carta do mano de 1601 85
8. Carta do anuo de 1602 91
9. Carta do anuo de 1603 110
10. Outra carta do mesmo anno 125
11. Corto do muno de 1604, em fim dello, por
terra 128
12. Carta do prmcipio do armo de 1605, por
torra 135
13. Carta do anuo do 1605 pela armada de
Bras Telles 140
14. Outra do mesmo anuo pela mesma armada 160
15, Carta do acuo de 1608 168
16. Carta do anuo de 160.7 192
17. Carta em 25 de Dezembro de 1608 218
18. Outra carta em 8de Janeiro de 1609 235
INDICE
DAS 1.1ATEMAS DA 2.« PARTE DO 1.. rascam°.

N. B.
O algarismo indica o documento; aleira roma-
na o capitulo.

Achem—Tratou bem os Portugueaes de perdlelo


I de 11. Freneiseo d'Ere. Slandou embaixador« eRoa,
que elo bordo Irem despachados pelo V. ReY
-- /datei« embaixador« a badalem& ode-
recer forte.» nas «as tem« 9-1V
—1o,e•te-o o V. Rey D. Marfim Adenso
de Gest«, mas leve de acudir aMela« 15-10
Addo Alvares, Corretor mór de Goe—Teve sen
tença • M.me para poder prover corretor« 5—X
6-1V
Atro«, Monteiro, Fderivão da Comera de Goa—
Seus serviços, e 01<reCifileOLOS 3—XXXIls
—Renuncio, o cargo de eserisio da Ca-
ma«
— Largou o officio • 9—XVIII
Jgamen—Pede aeidade se lhe guarde o privi-
legio de Lir«. 8. 51. esio I Releglo os que ae
riderposerem «rd« amesma cidade 1—XV
3—XIII

7—Vill
.deuado—Vid. Morro de Dards..
Agwiar (Mão det—Chridlo novo; agora gruo«
privado de Melique 1-0111
Aires—Vid. Agres
D. Fr. Alelso de Meneses—Vid. Areedipo de
leoa.
Alfosdego de Chavl—Vid. Chau!.
AI fende, de Goa—Prejuiros que reaultem de
ami «rendem«. 8—XX
—Perdes que lem por ceder anon-
da 9—VI
(246 )

Alfandtga de Goa —Sua perda com as guerra. de


Cambaya 15—IV
Por falta de coramercio não rende.. 16—XX
Altero de Navalho—Veio do Reino por ceai—
Do no6r de Me. gareães ha dono annos. Combate
com os Hollandese, e com que ume«. 16—VI
Alvaro Mender—Chiatro toro, que andou 01
India, e agora cri& colo o Turco 1—.XV I
D. Alvaro de MeneSio—cepiino de um galeão,
Eito por reputo ater de eete nacos. Combate com
o. Rollaudeam, e com quesnccemo
André Furtado de ',fendente—FL. eleito para
a commieta de Ceilão. Seus merecimento. 4—XXIV
--Depila° do forte novo da Aguada. Reeiste
aos Nollandeze. 16—XIV
Antonio Fernanda Arado( (Liceneiads)—luis
doa Ferio.. Obstamo]oe que achou no motenciar o
feito cobra az renda, reae. da cidade de Goa 1—XII
Adoido Goralle—For tirado de vedor da toiro
da pelo V. Rey Malhem de Albuquerque 3—XXII
Fr. Antonio de Gonvea—Quit V cidade envia—
i° A corte, e* V. Rey elo conseutio 11-11
D. Antonio de Lepra —.5artendo mdr elo Estado
Seus merecimentos
Antonio de Helio de Cedro—Covil» mote das
elo. de Reino em 1601 7-1
Antonio Sirodeo (Licenmado)—Deão deste De—
sembargador da Relação. Procede bem. Não se
deve tirar do .ou lugar 16--XLVI
Aperto, do Estado 11-11 erequintes
11-1
13-11
11—V11

17—V1
17—XVII
Vid. I,iccoosidades do, Relede,
Arcebispo de Geo( D. Ir. Aleiro de lenem. )
—Spur louvores 1—XXIX
--Seu. louvor... Deve S. M. mandar que
os V. Reis se sogeitern ao seu perecer 3—XXIX
--.—Pede a cidade a S. SI. lhe não ameeda
ir para o Reino, como dieenÁque pedio 9-7151
—01Terece—se ir cole proptie me Rd» da
parto la cidade 11-11
--PÁ rume auto 'mordedor 13—VI
( 247 )

Artedispo•de Goa (D. Fr. Alei» de Meneses )


-Fundou o Recolhimento dez Doozelles, e quer
fuudar o Aloeteiro de Religiess ' 13-XIII
-Ficou noternando na ausencia do Y. Rey
no Sul 14-111
--0 que fel conio Governador do Estado 15-V
-Queina-se deite a cidade 15-V1
-Dará reza° a S. 21. de provisão que pas-
sou sobre dtosuar das contas da cidade 15-XIII
- á:Governador. O que mandou cobre
os palanquins 15-XXIII
--Fez o Recolhimento das orá., 15-XXVII
,---Pos oConvento de Senta Monica 15-XXVII
--Governador. ED6 impossibilitado de dar
rente. is conservação do Estado 16 -11
--O que fas em defensão do Estado 16-XIV
--Como aprestou nova armada eme woor-
ro do V. Rey no Sul 16-X5111
---.0 que leni Silo para socorrer • Y. Rey
no Sul . 16-XVIII
--Dá meses aos soldados 16-XXIII
--Como tem provido de /momo • «mede
do V. Rey no Sul 17-V
---55 conta fiel de tudo a fi. Pá. e coovora
e,e,,. seu conselho 17-VI
Arco doz Pise IDD-fldeise-se e, iodado do
ser feito iPIII su ssenlo 7.-VI
Armada-Concede S. M. á cidade que arou a
que deve dar suarda á costa dos manlimentoa 8-XXIf
--Pede o cidade qne se faça de empoe
cento para defender a catlla dos mantimentos 9-V-VI-XII
---NAo se pou de formar, contra os Holl•a-
de.. 12-1
-Não houve a do NIalubar se .04, ifoi
a primeira vez que faltcle 12-1
--Não houve effeito aque oV. 507 Alces
de Saldanha iolentoo N:cer conir .oe 11011,,edeeez. 13-V1
-Incoovevieete• de se não aceitar alem-
brança de cidade em se mandar contra oellollaa-
teses 74-11
-O que a cidade do G« I..• para me apres-
tar a que foi ao Sul com o V. Rey 14-111
--Deve 3. AI. aaandel.• do Rei•o peia o
Sal 14-111
--q com qin flai ..o doi o V. Rey D. Mor-
tilo Arfo.° de Cambo.. 1.1-1Y
(248 )
Armada—Dem rir do Reino em direi.. no Sul 15—IV
--Saneemos da do V. Rey D. Marfim Alfon-
so de Castro ao Sul 16-111 IV—
V—VI—Vil
—VIII
—À que levou ao Sul o V. Rey D. Martim
Meneo coso se aprestou
--A rine S. M. deve mandar 16—XXIV
--i-Vem uma poderem em companhia do V.
ey 1/-1-11
--Dourem Iodos os mines reforçar •do Sul 1/—VII
--alarve socorreram Melam, com ume de
remo Ir XVII
---,Ainda que haja pane. com Bollanda,
dera ir sempre para o Sul 17 —XVI
—XVII
18-11
- do V. Ra; que se espera deve rir
muito diminnida 18-11
O galeão a a náo que chegaram, perde—
rere-Be ibid
Armados Fazem., mal e tarde 9-11
—A. que chegarão A Ilidia em 1604 13—V
--Difere:Jade. para se formarem /3—VII
--Não ha donde se fação 13-1V
--i-Aprestailes do dinheiro de om por cento 15—X
--11a que são necemarins oa 10db I6—XVI
--hão as pode já foz, o Estado 16—XVII
—Tentam acudido com elle. a esta costa e
ádo Malar.
Armasses—R.1So de...idos 3—XY
dmprovidos 9-11
-
Arld hario—Tes,se fundido seis lige. grandes
para is cidade 3—XXI-
-XXXV
--Ralam fundidas sete peças grossas para a
cidade, leus nomes, e peso 5—Y11
aque se teia fundido esld posta nas
te. lugares. Qumlo se deopendeo adio 9-5
---Náo aha no. anuam. 15-1V
--Foi posta na fortaleza de Bani«, • no
hlangueiral A custa da cidade 11-1
Av isos—Conlinua a chlmle dali. a S. 8—VI
Ayres de Saldnehs—Viso Rey. Foi acertada a
mia eleição: ei.pera acidade della bola weroa 0-1
--Ficou em Coehiia 6—II
( 249 )

Aproe de Sed,eaha—Protede bem 7-11


--O que fez ao caso de João Rodrigo. For-
ce. ea-.x1
—Não pagou os einpreelimos...
~asar de Axeredo—Vai a Lisboa enviado
pela cidade de G 12-1
13-11
Batam.. Rodelqum de Alvellos—Excommungedo
Diall bulbos eulre oa Frades de Vania Agoalinho e
Padrez da Companhia 5—IX
Bo'thasar de 'Sequeira—Seul serviços. Pede a
espilarix da nova fortalevaile Gaspar Dias 17—X11
Bardez—Vid. Fm-tales. de Bordez
Ba,em—Noi Iiimada dos Holiandeses 14-11
Bxt4olomeu Soam de Beca —Foi feito escrisão
da caviares liderces que a cidade pede para alie 3—XVIII

--Escrivão da Camara. Renova • cidade os


seus pedidos a favor delle I3—XV
--Renova a cidade o que pedia a deo
nor. 14—IV
--Ronova e cidade os seus pedidos e favor
15—XXI
--Repele a cidade os requerias... a amo
favor 16—XXXV
---Insta novamente a cidade pelas merc
que pare elle teso pedido I7-1111
--Nova inata“ia da Camara pedindo para
elle niers& 18-1111
&Wide. da Coota—Cemililo de os» ...Ma.
quando chegou 13-1V
Bdre—Ouerosa condiga° com que esta renda
foi arrendada O—XVI
Bombardeiros—Mo os ha iia Ribeira de Goa 1—XXVII
3—XV
Bom dccc, (Galeão. j Perlencenle á minada do
Conde V. Rey, limado pelos Rollandeses 17-1V
- (Não.) Quando chegou a Go s /6 XII
Desmamo—Não cepo feitores dos capna« —XX V
3—X—XI
4—X
Brio Teller—,bpitNo ode de cinco 11—V
Codedza-0 da pimenta doce S. AL mondar do
nein. 4—XX
---Não 'rasem az atos da Reino o que he
bastaste para • pimenta 16—XIII
(250 )

Vid. Pimenta
"da.. (halo O—Chris.° Novo, que S NI
reg eauitgo dar pr~s de Maeulapalle, agem rene—
gado, e aos. inimigo I—XVII
Camara Vid. Vereador.
Vid. Lembrasse.
C...a—Comam ~remimos que depole neo
Pedem Pager 7—XI
---Sem má,» procedimenles 8—VIL
--Peie,. ao. Derembargedorat ene resIden-
8-6/11
Vid. Rcrjdeaoiao
Coyitdo da cidade—MO deve =kik me Ca—
l.. 8—XX
Carauelta—Rusede chegou • de q.. era emp1130
Bastido da Collo 13-1V
--Quando chegou a de que ata capilar, (im—
par Barbosa • 13—IV
--Foi mim com erige ao Reino em ~a—
bro de 1805 14-1
—Foi uma ao Reino colo avisos de V. Rey
D. Marfim ell'onao de Casino enviada da Afalara. 16-111
Cargos—Niko os morão os V. Reis mu se» cria—
dor 5—X1
6—V
---Dácieee aos Reino,. rec.', chegado. eorn
prelerlygo dos que cá tem eervido 16—XXXIII
--Devem—se dar atm aleijado, na guerra 13—XXXIII
Var. de S. M.—CoMenlamenle CO, que a a—
mara arecebe, 3-1
--A de 3. NI. sobre o deseraaer que temas
o V. Rey Maibier de Albuquerque irar ovelare da
fazendo der 511.0 animo ecalor á cidade pare
faxer lembranças
—Contei...alo da cidade pala quatro
S II 4-1
-- Teve oV. Rey ISM. per breu de A 81
eco 604 • 13-1
--5 goe sela 4chiado do 8. O. pela &ni—
vel'. de Grapar Barbosa 13-1V
--(bilro que ralo par lurre Ibid
---Oulre que reis 1 555 roi-Radia de Boaligo
da roo* lbid
Cortes Ar R. M. Fomo ... e. Oda. peia ci
uun. anila euel..lamenio. e rodou copla. della+
pneriPee“iducillo• 1-1
(251 )
Cartae—Agradeta cidade ar de S. M 6-1
--Recebes as de S. ?d. acidade no cano da
1600 6-1
--agradece acidade as de S. 11 7-1
—Agradece a cernem as de S. M. e as boas
novas que trouxeras, 13-1
—Recebe-as a cidade de S.61. e as agra-
dece P—I
--As qne a cidade enou por terra 13-1
—Pede acidade a S. M. licença para a
ercrever por Serra quando for neeestarie IS-111
--As que vinham de S. M. para as cidades
do Estado
--Viu consenti« o V. Rey Apita de Salda-
nha que a cidede as escrovesse a S. M. por terra. 14-11
--Torna a cidade a pedir a S. M. licença
para lhas escrever por mar, ou por terra 16—XIV
—Agradece a cidade as que recebes de
S. RI 16-1
—Recebeo a tidade as de S. M. e as agra-
dece 17—I
Vide—Vias
Corta, de jogar—Yeio do Reino o estanque dell.
Int Pede a cidade se gaste cá o seu readi-
amolo 9—VIV
Casa do Moeda—D.reito, novos que alli se
introduzirão, manda-os S. M. tirar
5—XV
6—V
--Mio se arrende 6-1V
Casadad—Devem acompanhar o V. Rey quan-
do sie 17—X1V
Canado, efidalgae—Hs dissentes de °avalio eia
Coa 17—XIV
Cedido—O que convem fase, para segui,. &geena
conquista • P—VII
--Repete a <amara as mesmas lenbranças a
S. Si 3—IX
l—IX
5—V1
--Sins necessidades 1—O
--Foram Is os Hollandeses.Carece de ...-
corro IS-1
--Fr« provida do dinheiro do «às por estilo. 15—X
Chatd—Inco[nrepientPt que residido da sua alfan-
dega 1—VII—VII
(252 )
Chaul--Negoci. da sua alfandegi

--.--Negocios de sua alfaodeg 3—V1


—Serviços emereciam.. desta cidade 1-1X
Cldna—Procedem aili mal o. Porto.. I4—V
—Nao deve haver commercio de Manilha
para elle 18—XXV111
Christdaa Nacos—Vide Home,oa da noçdo
Clumnsa--11a muita falta deita paro a.... pode-
. comprar com metade do que rem., as condem-
maça. da justiça 4..-XXI
6—XXII
Cidaddo.--Acodem mal atratar em mamara doa
ueg.iea da cidade por .arem maltratados dos V.
Rei. com p.a» 2_V—VI
--Sito presos e maltratado. dos V. Rei.. Pede
a cidade remedio a 8. 11 3-111
d-1V-

1,111—V111
8—X1
—Pede acamara se lhe guardem o. privile-
gio. 5—X
6-1g
--Renovam as queixa. .obre ato guarda-
rem seim privilegio* 11-7111
--Acodem mal ao ...viço da cidade. Melo
de o remediar 2-7111
—Tornaa cidade a pedir se não perdoe aos
que elo querem ao vir os cargo. da doce...aça
----São mal guardado. privilegia pelos
Reit epela Relação, Pede a cidade por jul
de.te caco ou o Arcebispo, ou. Inquiaidorea 7—na
—Deve haver no Reino um miniatre que dê
a ultima viais na. mercê. que lhes alo ( 7-1X
--Não conhecia o. Desembargadorea das du
eidos dum. merde 7-1X
---Não querem aervir os Ioga. de Republica,
por serem maltratados dos V. Rei. 8—X
pro. ao tronco pelos V. Rei. contra
ara.
- pri chlegios 8—XI
—São mel guardado. seus privilegio. 8—X—X1—
XII—XIII—X1
---Oe Do.embargadorea iefriogam cara
fogioa 19—XXVI
—Serviço. doa de Roa 6—VII
(253 )
CiãoaSOs—lembranças que flector° ao V. Itty
Aire• de Saldanha mi °ocasião dos llollandmes 13—XXVI
---Mallratadoe dos V. Reis 15-1,
--Não se lhe guardão seus privilegio& 15—VII
—Repustuain eirei7 os cargos da Republica
por serem rezado. e mal Melados 15—XII
---Clueimi-re acidade de lhe lerem quebran-
tados seus prieilegio - I5—XXV
—01 de Doa dia., a 5.11. ler feito s eua
obrigação
Wade—Deve eer chamada ao conselho.. .. 3&-XVI
—He mal recebida dos V. Item quanlo lho
vai ftllar
4—V
--Maliralada do V. Rey D. Medito Alfonso
de Castro 13-1Vil
—Como deve sor recebida dos R Reis .... . 10—XXX1X
Ctdadre—As urinei,. do Faiado tilem da Go&
.00 Cochiio,Ch.ul, e 3101000 1-10
----Não querem os Eso Reis guardor-lhes
mus foros o libeidodes 1-11
--i--Favoreça-os S. E. a quer que o eirvão
coai 00,1 não forçadas 1--XI
—As do Eelado pedem se juntem vens
procuradores era Moa poro ser despachados pelos
I'. Seis 9—X/C
—Não tem os mes0109 prieilegios tine a
de Moa 15—Xl
Cifro—Pede-e. cidade o S. ?A para lhe es-
crever 17—X
---Podo-a novamente o cidade &S. M. para
lhe escrever 103.-XXXVII
Cirurgidea—Ineoveenion1e• em ',rem Melar os do-
enies do bospilal os que chegam do Reino sem ex-
periencia 18—VI

Coehim—Fieem lí o. não, da China e Maloca


que devem vir a Goa 17—XV
Coem...cio—Nlo o haja de Alssille, Perd, e Nora
Espanha coai a /adia 5 XIX
--E&15 acabado por cama doe floll,odeoe. 16—XX—XXI
—Como se devo favorecer pare que as ali
bodegas renda°
--Forças que oe Capilnee fanem do nãos
do Mato 17—IX
Conde Abnireinto—(dieo Rey)—Não chegou. Em
(254 )

cbegendo a cidade lhe requezerd o que convem 3—XXIII


Conde Abnirante—lowefvou em Romba,. Quan-
do chegou • Goa 4-11
—Armada. que logo fez Idd
---Vtolenelas que tes et» empreatimot, eera
Qatar odinheiro dos defunto. e particulares 6—VII
--Foi mal admini.trada a justig• no seu
tempo 6—V111
—Prove,' Os cargos em seus criados.... loja
Vide D. Veste da Game
Cnnde MauKcia—Foi jurado por Rei em As -
bobo 14-11
Condemnaço1.—As que a Relacho faz para a
ob0s de justiça sio muito gro aaaa
Conaelho de guerra—(ioto he, do governo)—Ive-
de acamaro que o haja em Goa nomeado por S. hl. 6-7C
—Convem que o V. Rey se figo pomo afas•
tar do seu roto 3—XVI-

-Deve acidade ser a alie chamada Loba


--Devem ser chamados a elle os cidadãos
de esperiencia • 4—VII
--Mande S. M. que sejão uelle ouvido. os fi-
dalgo. velhos e de esperiencia desta cidade em lu-
gar dos mancebos bisonhos, que rem do Reino
Contar—Queixe-te soldado de o Governador D
Fr. Meigo de Meneze• lha. mandar tomar por um
De.embsrgador . 15—VII—
XII
—NU deve acidade d4aa a ministros e De-
sembargador° o 15—XXV
Convento—Vide ~eira
0,rnelio—Hollandes, capitâo nt6r do ouse mio ,
o que fez 16—IV
Corretor ruir de ped ,orto— Inconveniente@ deste
.noro corgo 15—XXIV
Corretor-et—Derem dar fiança na cama,. 5—X
----0 seu provimento pertence g cidade.... 5—X
8—rv
Cosmo de Lafeltd—Vni ao Reino pedir .ati.façóo
de seus serviço.. Seus merecimento. 3—XXXII
—Vai ao Norte arranjar armada 11—III
—Trouxe do Norte mui. do que se Iseagi-
nalza 1R-1
Darhem—Vide. Jchem
Danao—Velo a Goa um procurador desta ciando
( 255 )

a requatimentos com o V. Rey o 13—XIV


Derndo-0 que se tem rito sobra a sua tonifica—
ção 10-11V
--Os .eue capitães não entendam no chouto 13—XVIII
—Sem eaMMes não entendam no chouto 15—XX
Depmeas—Nao enes em boa ordem aarrecadação
das dividas qne deixara 7—X(
Desemdargodor—Não he justo que torne socou
cidade , 15—XII
De.embargadstes—Levam mllerios esc essismo... 5—X11
--Queica—se a cantara de cites favorecerem
os gentios •
—Mio conhecem das duvidem das mercês leiloe
aos cidadãos • 7—II
—Agradece • Cale ara te-te. B. 1. meada—'
do ir preso* para o Raivo 8-11(
—Seus maleficios 8—IV
—Suo peitados dos eapille• ene ',aldea-
do. 8—VII
- —Procedem 001 8—XV
—Inirnigoir da cidade
--Qurbranlam os privilegies doe eidadlloa 13—XXVI
-- ,--Iventave—se de emprestimos e kW 15—XII
--Queixas que dell., teor a cidade ..... 15—XXV—
XXVI
Despashodes —Tomem emprostimos, que depois
não podem pagar 7—X1
—Inoonveaiontes de taram de ir ao Reino
para obter ps despseboa
--Quando oolram muito cedo he no lho de
sinto nonos depoia da merca 10—XVIII
Despaches—Representa e meade sobre ordem de
S. H. pare os n'io haver serão orn annos limitados I3—XVIII
---Foi bem feda a lei para ae não Gamem
sem oito ânuos de AerVI,
10. Nage Coslinhe—Aseislie contorno galã na
barra na °ocasião dos Hotiandeves. Seus 10.01,M 13.—XX
Direitos —Pagam—se ern Gochins os que perimem
allandego de Goa 17—XV
134Mdas —Sobre o ',ame.° deo 901, deka. oa
defunto• 15—XXXVI
Dividas velhas—N. .1e pague. 11-1V
—Não se paguem 12-1
Vo.le.—Emprestisma
Dem'egor Fieira Sm,. .... iço.. Pede •
cidade imfe dl* mero& 17-11I
(256 )

Duarte da Guerra Caldeira-Capita., de oro ga-


leão. Lombale com os Hollandeses, e ema que
8lIteetl.0 16-VI
Eleiçdm-Queixe-se a cidade de os V. Reis se
meterem nellem contra as ordenaqbe s 3-XXVIII
Emprostimo-Pede acidade novamente pagernen•
to dos des mil pardeos que emprestou áfaseado re-
al para aarreada de D. Paulo de Lima 3-XXVII
6-V11
-Obrigam os V. Reis aos cidadãos com Do-
lenoia a Decio. 6-V11
--Pedem-nos oe fidalgos, cap.Mes das rode-
iem, eos mais despachado., enão os podem pagar 7-Xl
--Os que tem feito os moradores de G, a 11-19
-Tomam-se, e não Dl pagam 9-111
qne os moradores de Gee e a cidade
tern feito ao Estado 9--V-V1
13-Xl
Equedar-Vute. Mega.
EICI0100,0111.1.-,e para a chusma das pilé
sem os pagarem aseus senho 5-XXII
6-V111
lidm-laptet
Ideeriodes dos orplos-Asseutou-te te provessem
pel• cidade de Dee em CO, annos 3-XX/
Estrangeiros-São prejudicam em Doa. Derem
Ir para o Remo 14-V1
Fazendo-Quão atenuada este: •despesa excede
a receita 6-1X
--Mal administrada 9-111
----1 de S. AI. he mais mal administrada que
a da cidade 15-X1
---Vallas que padece 16-XXII
141101”-Não *sejam do« espitass.13toomea, nem
110111,11. da noção 1-XXV
3_X-X1
4.«-X

resideoela jaaaa monto COM a


dos capitães I-XX VI
Serntle Bano Mashado-Cdadar de Coa. Voe m-
oo col.,. a forma Co, privilegiam da cidade 6-Vil!
D. Emanada de Pleames-PamMa mie foi de N-
O:, encarregado Mo ced.de de ressoava-
lar •S. S. aa neeessidmles ....... 11-1; I
"Ws« -Tomam ~net...os Soo dorS.
(257 •
)

pedem Mas 7—XI


Fidadges--Devens acompanhar o V. Rey quando
dg 17—XIV
rdalgoe ecamelos—Ha duzentos de tardio em
Coa 17—XIV
Fortnle. de Bardez—Di, cidade conta do que
*obre elle se tem feito 1-1 V
—Gere residir cella o capita° 1—v
—Trabalha-,e anila. Sua eckavenimmis para
• dotou da barr 3-11
--Já tem arlelharia na couraça 9—x.
Fortole. de Gaspar Di0I—He de muita impor-.
tendia fater.se. Descreve-lie 1—VI
--Conveniencla de ae kaer alli tua ferie 3—XX
—Começou-se 8—XI
—Va" argentada 8—XIX
—H, recebeo artelheria 9—X
---Vai-se continuando , 15-11T
—Pede asoa capitania Balthasar de Sequei-
ra 17-111
—Foi seu capitko D Francisco dEça 17—X11
Fortalesee—Os miniziros de remada eomMeon-
correm pare eira. se perderem 18-111-1V
----Fadam em risco de perder-se por mal re-
parada.. Deve S.M. manda-las prover bens 18—V
Fortificagdo—Foi bom meadas 9. M. acabar-se
primeiro • da Ilha, e depois se paaaaa ia á da coda-
., - 1-111
Continua.ae com a d• Ilha, e descreva-se
o que está feito 1-111
—Vai-se faseado poroso boiar toda a ilha
em redor _V7
—Seus progreseos 3—XIX
8—y [
5—Til
a—XI
7-111
...--Seue prensem. 8— XIS
—Corre cem mesa. bfirrIdad• por falta de
dinheiro 9—V1
--He pomo oteu rembin.nto, aio chega a
metade doa almas primados 13-111
--Tem «meado per ND de dinheiro 15-11I
--Ordem porquese rezem e. obrem deita 15—IX—I
--Cessaraas «magras por ao achar applicade o
(258 )
um por centoá armada do Sul 16-XXXI
Fortifleaçdo--Cemou ada Ilha de Coa por felta
de dinheiro 17-VII
nudee de Santo dgestrnloa-Suea bulha. com O
Padre. da Companhia «obre a nora odedcação do
cofiai& de S. Roque 5-IX
Frades de S. Dontingoe-Queoto eus confraria
do Roaario prejudica a Mieericordie 5-XXIII
»odes de S. Frandeeo-Pede a cidade a3, M. lhe
elo tire ae Igreja. 14-V11
Francisco de Brito Pereira-que foi capitão do
cidade de GO.. Morre° pobre, •deixou 5filhe., e
filho. em desamparo 111-XXX1
D. Frene2sco d'Eça--Foi capitão da fortaleza de
Gaspar Dia. 17-X11
Mameis. Leitdo. Desembargador-Sua Ceve ca-
sou com Pedralvares Mourato 3-XXXIV
Franc .o., Lopes trElotts-Chtisth novo. Mormo
ficando denudo mala da 250 orando. 16-XXVII
1.. Francisco de Noroolod-Veio de }bueiro para •
Coa. Seu. merecimeoloa 4-XXV
Francisco Paer-Cidadia, que foi Provedor doe
conto.. Foi maltratado por votar em caruma com
liberdade. 8-XII
Pranchas de Sousa Foledo-Secreteriodo Falado.
Procede hem 16-XLV
D. Froasisce Tette-Capitão nuar doa nem, de
1608 8-1
Franga -a-11.We a cidade que se puirdes de,
oa Cdadloa devem gozar el. fazendas e acometem. 1-XXI
resolução nella, e assentou-se
que- a cidade fosse reMituidla • eito, 3-V
---Foi titada pelo V. Rey Aires de Saldanha
a que a cidade lhe. Pede reatituição della - 13-XXI V
---Pede noeameate acidade a 8. II. reaolucão
neste negonio I5-XX
---Ultimo emento da cidade sobre elle 10-XXXIV
Go'eds-sPerdeo-se uso da armada do V. Rey D.
lalartito Alfonso de Castro quando laia para o
0,1 15-IV
se perdeo eiu alovembique 111111 da
eomp
- eoltie de D. ',opimo Coutinho 17-IV
iane bati. de ir direito. • Mala«
vieram eCoa 13-V
--,-Isidooronleatee dial» 13-N1
(259 )

Ga/rodes—O que Má delerreinado se laça com os


que vieram a Go, e liam para Melam 13—V1
—T amaram oa FIollandetee tres que vinham
do Japão
—Chegaram 3 do friso que liam em direi
tura s ?galera em 1605 • 14-.11
--., 4pre.rou acidade dom para a armada do
V. Rey D. Martino Aboca de Castro 15-111—X
Galés—Concertaram-se do dínheiro do um por
cento 15-1
Gorda de Moita—a edor da faseado,. Se. mereci-
.66,01 4—XXVI
--V.or da (meada das elos de Reino. Serve
bem • 13—XXIII
Gaspar Barbosa—CapGio de uma caresellat quan-
do chegou aGoa 13-1V
Gaspar Diae--Vate Porteiem, de Gaspar D,at
Gente da Pedia-11e °Goza, eDell em ...Moças. 16—XXIII
Gente da Naçda—Vide Homens da naçda.
Gentio—Procede mal e que era rendeiro dos man-
" 8—XVI
Gentios—Não sejam feitor. doe capilar' ..... 3—X—XI
--tremulam as renda, da cidade em prejuizo do
1911 . 8-10
-- —Pede acolmara se ponham fora da eidade por
serem prejudieiaes 6—X
--Não se lhes consentem neeta cidade cum
cerimonias 8—tX
--Impediram-lhe os Podres da Companhia
irem az terras de intleis fazer soim cerimonias, mas
concedem-lho por dinheiro 8-1X
---Pede ecidade a8. AI. para ee não arrenda-
rem a. rendas a elles . 8—XVI
—Pede acidade que nenhnon teja reudeiro dag
rendar crer, 9—X1
—Pede acidade que.não .ejno 15—XXV1II
Vide—Bramanes
Goa—Semiços a merecimentos dmla cidade 1-0111
—Estobe acidade o que lera loa•ido para aos
.

porem em boa ordem as rendas cear. deite, •pede a


S. M. (011,111d0 Ge.. negocio 1-11I
Governador de •M1fanilla—Mendou emb oleada a
Maca0 para lhe obedecer, allegando proviones (el-
e.. 5—X1X
Guerra—Falta. aa cousas necessariae aella 6-1X
—Quão mal se N. a. India 9-11
(260 )

D. Henrique de Norogro—Capitqo de um galeão.


Combate com es Hollaudeam, ecom que macem 18—V
Hespunhoes—Não 'autuam commercio com In—
dia 5—XIX
—Cominermarn na Chias contra az ordem 5—XIX
Holiandrses—Tem Invadido o Sol, e destroço que
tem feito 9-1V
—Impedem ir mantimento. a Melam 9-1V
--Chegaram a eGa berra em 1604 14-11
--Tomam Ge, gelei. que 'dobam do Japão. 14-11
—Tomam uma ano de Lhim.• .., • , /4-11
—Tomam Sarem 14-11
—Foram mandado. abaular pele gente de Me.
luro que lhe entregaram afortalem 15—li
— --O que fazem 16-1V—V—
VI—V11-
71111-8—X1

XII—X111—
X1V—XV—
XVI
--Vieram 4 barra de tire I6—XIII
—Largam e berra de tire, e são pare •
meta de Melava, com que demoho 15—XIV
—Não ha em Goa poder para lhe resistir 16—XVIII
—Favorecidos dm nonos vi.inbos 16—XIX
—Damau, que ferem • 16 —IX—XXI
—Perigo de tomarem mia fortalexa mesa,
e ',bandearem min elle. oz visinhos. 16-510
--Cada vez mais prospero/. eumente 17-1
—Bateram e fortaleza de Moçambique, e
garoem que daeram 17-1V
Vieram barra de Goa, e seguiram der—
reta para o Sul 17—XV
—Difficuldades de metem lançados fora da
'adia
XVII
--Senhoraem o mar
V.M. Nd« Heilandexas
Honrar da noqh—luaist, acidade na toolelliev- •
cja de os fazer recolher para o Reino 1—X111—
W/7—XV—
/UI—XVII—
XVIII—X1X
—Pede amoam a9 ene que não sejam
feitore* doe capitães 1—XXV
(261 )

limei" da naçao—Não sirvam do feitores.. os-'


pitães 3—X-81
e--X
--Damos, que faze. ao commercio deate
Estado 3—XXVI
prejudiciam ao Estado; manda-os S
M. ir para Rei.
—Prohibieães que pm ao seu commereio o
V. Rey Malbias de kliniquerque 5—VII
---Pede a cidade a S. M. confirme a ler dos
V. Rei, que restrieje o comnsermo áquellis gente 6-1V
—Prejudiciam ao Estado... ......... 16—XXVI—
XXVII
—Não devem assistir neste Estado, ou pelo
Men. vir e ir na mesmo monção • 16—XXVII
Hoepilat—Depoi. que os Padres da Companhia
largerem a sue administração Corre pelos cidadã.
ar, meses, fidalgos enobree. Inconvenientes disto 1—TI
—Foi antigamente administrado peia Sim-
ricordia, depois pelos Padres da Companhia, agora
peles cidadãos em meses
-- Torna acidade a propor e S. M. a mes-
ma meteria 3—VII
---Acceit. acidade correr com esta obra
--Cessarmo as obras deite por não bover di-
nheiro 9-11
---Rio cabem oelle me doentes. hão mel cu-
rados 13—VI
--Falte dinheiro pare se continuar aobrai
pede cuidado sS. M. outra viemos 13—IX
Cessou ama obra por falta de dinheiro.. 16—XI
Vide.—riagem
- Sou uail curados oelle os doentes 15—I111
Hospital dos pobres—Fali, rendimento na Mis
ricordia para o seu Slisfent0
Idalzá—lie ameaçado pelo. Mogeres .... 3—XIV
[adia, teidentaee—Não deve Ismer commercio
della. para as orientam 16—PXVIII
duplos—O que acontecce *obre a provisão que
manda dar liberdade aos escravos daquella nação. 10.
---Cousas que obstam á execução daquella
Provisão Ibid.
--Inconvenientes de se conceder liberdade-
aos em'avos desta neçã 13—XXV
D. Jeremie. Celdfidu—C•pilie dez da armada
em 1607 16-1
(262 )

Dirroninto Coutingo-expilio m6r de Deo pios O
que lhe eurcedeo em Moçarobirpte 16-Xf
----Hoondo chegou aOpa 6-XII
JeronDno de M•lfe---Requerim'ento que Da0 na
corte, e• cidade protege 9-IXI
!trent'''. Tette+ Barrek-Cerilão tla o:o Loreto.
CaplIvo dm Hollandezes emorto
/mirar-Vide. Padres da Cempe nide
ledo rDAdren-Exeoweeneado om bulhas contr.
o• Frade, de &Mo Agoatinho e Padres da COM,.
nhia 3-IX
lodo Cerre, de Soura-Capilio mó, de armada
em 1607 16-4
--Capitel, nig, Não tonsou Mopernhique, e
Tolo paro ebulia, quendo chegou. Com que soo-
Cele. 16 -XI-X11
ledo de Fria: Seasenr-Liceuma o, Ooeidoe geral
do crime. Procede bem 16-XLIII
D. lodo de Afeneres-Capitgo da mio Bom 'ma O
que De succedeo 16-XI-XII
--Quaodo checou a Goa 16-XII
ledo &atrigue, de Torrre-Vodor da recenda. Pop
se oeut pagar ácidede oque lhe-devia 9-XXII
D. Jorge de Cartribranessirtio coco urn ge é
na barra na [measte° dos Holtandeaes.... I3 - XXI
l,,,044 de Norte-Foi de pouco fruto • que fez
6 V. Rey. A fadado representou contra ella 3- Xvil
guises dos orfdor-SL. rerados pelo Provedorvmór
dos delem.. 8-XV
avezados dor DrzembargeJesgs 15 - XXVI
Jundo do Campo, Barrege-Derembargador. Sem
Onfo• procedimentos 0-1V
--Desembargador, que servo de Chanceller.
Rio guia Ia...justiça O cidade 9-XXII
--Licenoiatlo, Desembargador. Muito• leu-
Soro. de seu procedimeato 16-XLIV
.ti0G—Mal admintotroda no tempo do Conde
AlmtraMe
-Podo-a acidade a X II 8-IX-V
--Fales della em Goa 9-11
Lemkançg-A que a S. M. ta. •eldada d.o pe -
». deste Estado • 13-XIX
-• que •cidade ha •S. M. doo oo aaa do
Cotado 18-1
...-.-Coutinua aezdade o fazeilm a S. 5 5-Il
(263 )

Lerndran6..—Slo mal recebida. doa V. Rel e


G...adore. az da cidade • 16—V
—;—Fasla. • «mata • 8. M. dae cousa.
aecemria.
—Prol«. cidade aS. M 18—XLI
Lorde (não)—Tomada dos Holland«. 18-111
D. Lto de DUM., Osq Rey—Foi ocioso, en-
Cho,. sempre dinheiro 9—I1X
Luis da Coda, secretario—Lera contra juatiça
unia peça de cada provido 5—XI
D. Lufado Goma—Cepitdo rode da armada do
Malarar • 4-11
Lua Ferefra de Lacerda, Capitão da cidade de
0.—Recommenda-o a cidade •S. Pd 3—XXII
---Seus merecimento.; pede a cidade para
elle nore. mercês 4-11111
-- Seus .ersiço.. Foi por embailador
Pelais
Lud Sendo Loba, De.embargador—Sen.
procedimento. 8-1V
.---De.embargador eOuvidor geral do CiseI—
Foi para o Rei. em 1804 9—IXII
LuN da Silna—Capildo nade da armada do Nor-
te • 4-11
Loodnea de Brifo—Capido da armada que foi a
Mala« em perseguição da. ano. . 4-11
Mata«—Inconvenientee doi direito. que .e pagão
na alfaudega....
—Dere-ao dudfr sim defecado .....
--Inconvenientes de .orem &H feitore. dos
capitles homens de nação egentio. 3—/I
--Cessem oa direitos que novamente ali, se
.560 3-111
4-1f
5-111—
IVIi—XVII-
XVIII
--s—Invellida doe Hollandea., socorrida pelo
V. Rey D. Martim Atfon.o de Castro 16-1V—V
—'---Foi-lhe pealo cerco pelos Hollander : 16—XXV
--Date.« prorer a feriste« com armada
de remo
Arcturo—Foi tomsdo do. Holland«. ...... I4-11
----Cumes provarei. da sua 14—V
Vide—Ternde
MandAa—Ndo dere haver commercin deli. learo
2g4 )
aChi. 16—XXVIII
D. Manoel—Perguntavam os de Amhoino se t-
nha nos naos Elollanderas. [Parece ter ofilho de D
Antonio, Prior do C..) I4-1I
Maneei deAdreu (Licenciado 1—Desembargador
e Provedor dos defuutos. Excommungado nas bu-
lhas catre 0. Frade. de Santo Agostinho e Padres
da Companhia 5—IX
Maneei Metrarenhas—Capitão mór do Sol; ficou
coro o resto da armada do V. Rey D. Ala... Ar-
fo:« de Castro 18—Il
—Fez pagar era Malaca o que não devia°
040. 11—IX
Idantinuntor—Coodiçõer prejudicia. na renda
delles . 8—XVI
--Falta que ha delias em G. 8—XXII
--Pede *cidade 0 foça armada do na, por
emito para dar guarda A callla dell. 9 V—Vt—
XII
--A aua renda he vesatoria ácidade • 15—XXVIII
---Senação de eus renda na cidade de Soa 16—XLVII
I). Afaria, mulher que foi de Diogo Soare. de Mel-
lo-11e digna de mercê de S. 0/ 4—XXIX
---Mulher que foi da Ruy Gomes da Gola—
Soa pobre., e merecimenlos. Faça-lhe Ell-Rey
IllfrCè de meadas responder a seus requerimentos. 4—XXVIII
6—XIII
D. dfare Rodolfo Carneira—Fai mulher do De-
s....odor Francisco Leila% a agora de :mirai-
.. Moura. S—XXX(V
l—XXX
D. 310,00. íffew• de Cada." V. Ruy—Quando
checou a Goa 15-14
---De itoe beto plagio'« se esperara some-
lhanteafins
---Rompeu publicamente • Provisão que
Iras. pela não eer citado 11-1.1
---Onando parlio em • armada p.a oSul 15—IY
--Seus MICCel.tno Sul
• V—VI—VII-

---Cnebele com ao Rolhado" O ene que


81.1C,Sli0 16—S
H.M. de AibIMIIIf ou, Too Rey—Foi solo., e
achou sempre diabsite 9—XIX
Melique—Progremoa doa Alego... <entre elle 3-111
(265 )

Mered,--F..ápeda-as •Cidade de S. AI 6-11


Moveis das Ciel•Idoe—Vide Cidadã.»
Fr. Niguel dus A•jos—Prosincial de PaatoAgo •
ficho 11-11
Miserisordio—He prejudicada pela e/afearia do
Rosario em S. Domingos 5—XXIII-
6—XII
--Filiem-lhe os readimeato• • ao amoites. 16—XXI
ifoeand.ique.—Cercade pelo. Hollemlezea, a com
que SUCCeSSO 16—X—Xf—
XII
--Esteve quesi rendida doe llollaudesea 16—XXV
--Como foi defendida ilos &Sondes« 18-1V
Moeda—O dos amofine de prata he prejodielal ao'
bem consoem 1—XIIII
—A primeira que se botem em Goa foi a de
serenas 16—XLVIII
—Não ae deve bater em Coe a de profa 16—XLV111
---As que até agora se usaram em Goa são
Sentomés de miro, e Rasarmos de cobre 17—XI
Moeda-,13a...sucos—Fiserem-.e de colidia ou Ma-
cega. Inconvenientes disto 11—Xf
Moeda—Reales—Mio devem sair para Cambayo a—O VII
—Cale se não lesem pare Canibal& 13—X
--Não devem sair para Cambaia 15—XVI
—Convem probibir-se a sua 'eido para Caiu.
Lega mesmo aos l'orruguevea
Morei ou Moyon—Seus progressos ao Dream, e
Reino do"Melique 8—XIV
-- —Ameaça o Idalm1 ibid.
---Progressos de seus Olhe* ma «egoista doa
reinos do Balas.
»doo de Dardez (A<uad.)-61vando se <0•0f011
alli a fortaleza 11-0
--O forte que agi se começou o ano poi-
sado está 5cabmlo quanto & couraga;
agora nom a fortaleza de cima 13-011
--Obra, de mia fortincação OOlul
--A nua fortificação faz-se do em pme cen-
to 15-1
—0 aso forte remato UO3 flollaadese 6—X1.1
como seu forte 16—XXXI
- ---JÁ ecoe emale, oa Ilollaodeata • asa Lr-
taio.e 17 V11
«Ordeiro de Freiras-1a~ acidade ao eeaTeal•
(266 )

e“ia de 8.11 fundação 1—IX


Motteiro de 13eiros—losista •cidade na tua fun-
dação 1—XVII
--Insta •cidade pela foudagIo delle, e tens
dado ordem • sua formação... 13—X111
Foi feito pelo Arcebispo D. Fr. Aleito.- 15—XXVII
Foi feito pelo Arcebiepo D. Fr. Aleito... 15—XVIU
Mosteiro de 11"eirese Itratteiseanat—Pede-o a tida.
de
--Vede acidade licença poro se fundar um
de Santa Ciar • 11-11111
Mosteiro de Sente Hanka—fida Mosteiro de Frei.
ras
Ndo—I em que rinha oV. Rey D. Marfim Amor.
esi de Castro perdoo-se em Moçambique 13=1V
—Vai para oReino eme nova que me fez no
Norte 15—V
—Temerem oe Hollendeses • do trato em
Moçambique 16—X
Arda da Chino—He tomada pelo. Hollendeiez 14-1f
Nd. Hollandeza—Andou uma na coita de Rala-
va, e a. de Cheromandel. O que fee 16—XV
Ntide—Parleto tarde de cá e de lá, e por Geo se
perdem tentes 3-5511
--de do reino carreguem melado em Goe e
melede em Cochim • 4—IV1
—Convem que partem ile Goa, e não de Co-
ohm pare o Reioo
—Deve S. IA mandar todos os rumos fazer
duas na linha, uma em Conbies, e outra em Ba-
çaini 9—XIX
- ,--Cluanto Importe partirem cedo do Reino 9—XII
---Fellarem ae do Bebia em 1604 11-1
as do Reino em 1604 13-1
---Devem partir cedo de Portugal, 'acenara-
mien,ea do contrario 13-1111
---Devem leias parlir de Ora para o Rei-
no (3—x ,au
--Faltaram as do Reino na remição rediria-
ril de 1604 14-1/
—Chegaram 7 do feito em 1603 14-1I
----Falia que fazem sã as que elo para o
Reino tf —111
- Gerem do Reino em Me 15-1
ordloarlaaarla as de Bela. 13—II—IV
---Parlam ceda do Ralar I5—XV
(267 )

Mos—As do Reino não Irarem eabedal bardam-


te para a.1pimenla 18—XXII
-----0 que propos entre acidade e ogover—
nador sobre aRda dell,, paro o Reino.... Ifi—XXIX
—Prejuizo que se segue de se ap ..... em 18—XXX
--As do rolo recebem forças dos Capi—
tiee /7-1X
Ido: Hallondexo. 9—IV
—As que foram a Moçambique, e r4 i
barra de Goa, e costa da India 11-111
--Que pr.. tomaram li—VI
Ii
---As 7 que estiveram na barra de Goa tom.
rara Anaboino sem resistencia, e o que alli Ouram— 14-1I
--Andam pitu na barra ena costa 18—XX
Vide. lialloodeace
Ndoo Ingiesoo—Em julho 1597 passaram duas á
vista da !orlai., de Moçambique. Aprestos do V
Rey para os ir perseguir no Sul 4-1f
,Vored—A sua forlilicação faz—se do um por cen—
to 15—X
IVereoddades do Potode—Aa que ora ha.• 15-11
Vide. Apertas do Rolado
Nana Senhora do Rosorio—Mal que a confraria
de., invocação erecta em S. Domingos l,. Miseriz
cordie 5—XXIII-
8—$11
D. Nono Alvores Pereiro—Capitão rndr de zinco
vacile,. Combate com 08 Hoilandeses, e com que
successo 18—V1I
Muno da Cimas—Capitão mór de Ores galeões em
socorro do V. Rey Sul
Officio. da Comard—Pede esta a S. M. que .no
anuo em que servem vençam seus quarteis a moradi—
as 1—XXIV
Officio.. da (asando—Não pdssam lirar eersiddes
de accrescentamentos della ens quanto servirem se.
Coro.
Officioes de justiça—Levam selados excessivos 5—X1/
Oliveira (elo )—Vai para o Reino 15—V
—Po,se—lhe o fogo para oão ertir no mio doo
Holland.. 17—If
—0 que della se salvou 17-11I
Orfdos—loconveoientes de serem as viuvas ca—
beças de casal na !adia 13—XV1
---Nito devem ser joAo. dell. os Desembar•
( 268 )

gadores 15—XXVI
Orpios—lommelesteede 'masa cabeça. de caral
ás mães 7111... 13— XVI-
15—XVII
—Ineonveablolen de .• euapciparem antes dos
25 armes 15—XVIII
Orrnue—Prrigo em que está de perder-se 18
--Sua fraca guarnindo Ibid.
Ouvidor de cidade—Forms de seu provimento. 16—XXXVIII
Ouvidores—Inconveniente, doe Letrados. Con-
vem mais que sejam como dantes cidaddon 1—XXI
----Na, o sejmn 'orados, mas cidaddo, corno
de antes 3—X111
4—XIII
---Mal provido. este. cargos 8—V
blào osejam oe criados dos V. Reis 13 XVIII
--Não o.ejarn os criados do. V. Reis 15—XIX
Padre, O. Compor:Ida—Sue. bulhas com os Fra-
des de Santo Agostinho sobre a edeficação do S.
Roque 5—IX
—Power', prohibição ao, Gentios pora elo
irem a suas terra. fazer cerimonia., mas dispmara
na defere por dinheiro 0-11
--Autores da Provoão que manda dar liber-
dade aos escravo, Sapões 10
—ligo de ner causa da reina do Estado
Sua grande riqueza 10
--Alcançaram se cumpriste um Alear6 del-
Rey D. Sel000t.Ao sobre a linenlatle dos 'sobes. In-
conveniente. dias 13—XXV
—Os que vieram de Maluco depoi, de perdido. 14—V
Polacioo—(Uapitn'o)—Fornm-lhe confiscadas as
ri jos. fazenda, por commerciar das Rufias Occiden.

Ide. para as Orientaes (—RIR


Pclonquine—Ndo devem andar as melhore. nel-
le. 15—X1OI
Eleiodes
Podralores d'Abrou—Como defende, Tomate, e
porque rara° se perder. a(«Olear. 18—VI
Pedroloroo Mouroto— ,Contador da Matricula
Seus nerviçor e merecimentos 1—XXXIV
—Novamente o recommends acidade a S. NI 9—XXX
Pipo Dia, Pecam, Montra da fundiçdo—Fundlo
seis peças para a cidade. Re...renda-o a Camaro
3—XXXV
2ero 1,14ded• de kftadonoo—Capiffio rodr de ar.
(269 )

moda de 1603 9-1


lãero da Silve, Cliaecellet-alonee duvido sobre
to o correto, 1015r podia prover mirretore s 5-X
- Anciorisa "Mario. ornai,. 5-111
PAelippe 2..-Fez a cidade as dernonnliações deo
vidro, pelo seu ialleeimento 5-1
Phelippe 3..-Fez a cidade as denionsireofiee &si-
do pela sua WOLMAO na coroa 5-1
Paysico mdr-Traz cada V. Rei • eco, q.* mane
no boamtal. Inconveniento disto 13-VI-
15-XXII
.Preenta-Não irarem os lides do Reino o «be-
del que de bastante para el. 10-XXII
Pelvora-He 06 • que *e ,1, -ira 00, Goa 11-111
Princesa-Feel:jos pelo seu
Privilegio: da Cidade de Goa-Viae Cidriddat
Procurador-Não o manda a cidade por motor
partos 13-V
---,MU o ponde o cidade mandar ao Remo, 6-111
Procuradores-Não os ponde • cidade mandar
S. M. no anno prosado de 1604 14-11
-Desittio o cidade da os moedor a S. 11 14-11
Procuradores dos Mesleres-Vige, Proa...adarve do
Povo.
Procuradores do Povo-Euro:e a camas: saia elo
le. os negocies de segredo a S. Co 5-1
-Deve-se coarctar o SCII roto na Gamara 2-111
---Mal recebido. do V. Eey D. 11,,lim 31-
rouco de Castro 13-XVII
-Estam unidos aegoverno da republlce 13-XVII
Provedor mer doe dellentos-Psuipe juri di-
çao da eidmle • XVI-XV
Preeiseee-Vieres: de S. III. 4014065 sobre os
cargos deito, dotes des «Mas, e tenro que tinha
mandado suspender. Agradece .414 acidade 1-1
Racisol-A mis 1..rlificaçáo fan-se pelo nos por
ceoto 15-X
Reeolhiviento-Está feito o do donzellas junto á
essa da Mioricordia pelo Arcebispo I). Fr. Aleizo
de Meneses 13-X111
--O das °d. foi feito pelo Arcebispo O. Fr
Alei 15-XXVII
-.0 das orlo. feito pelo Arcebispo D. Fr
Alei» 16-XXXII
Recouonendaodo-A que ',deka% freie B. 31. das
perroas de merecimento 4-XIII
(270 )

Relegai-11e de pouco elícito pelo medo que os


Desembargadores tem dos V. Reis 1—V1
—Propbe ecidade que aRelaçAo tenha po-
der sobre os V. Reis para demgravar os aggravm que
ellen fazem
----Pede a cidade que elia faça cumprir os se-
m pririloglo., quado os V. Reis os ligo guardarem 3-111
4—IV
---Tens muitos dias sento. e feriado, 1—X
—O q f de .1 Po R d 'g es T r-
ren 9—XXII
—Ntlo vão a elle os V. Reis 13—XVIII
--Queixas que della tem a cidade 15—XXV—
XXVI
Vide —Deremborgodoris.
Religides—Aeodina aos sol1ados 13-11
Rendes—Ao da cidade de (loa, e em que se gas-
tam 15—FI1
Rendas reaes na cidade de doa—Pede esta regele-
çZo do (eito que foi aS. 91 4—X11
5-1 V-
6-1V-
8.-•-XV1
--.--Ilenova acidade os queixas sobre as coo-
diçiles com que se arrendam 9—X1
—VesaçIe de sem arrendamentos os cidade
de Goa 16—XLYII
Vide—Goo.
Rendimento—O deste Estado elo chega para suas
neceasidades 4—XI
Reatiorinieniot—Pede a cidade aS. M. lhe mande
deferir aos sem, eagora lhos repele 1-11
Residencioi—Tirein-te com aa doa Cepilties as dos
feitores 0 e tirem-se um anuo depois que os Capitães
acabarem 1—XX VI
Rrailuedoe—De S. M. os espera acamara, evão
dos V. Seis 3-11
Ribeira de Gea—lbubo mal provida esta I—XXVII
—LU desprovida 3.—XV
--E.M. desprovida 9-11
D. Rodrigo de Afendonça—Forem-lhe confiscadas
as Mos e faseadas por commerciar das UM« Geei-
dentam com as Orientam R—X1X
Sallorioe—Lerbo-noi fora do cosiam. antigo os
chicle. de justiça, desembargadores, e minis-
tros 9—X11
(271 )
Sb Fellppe( nho j—Vinba em companhia do V.
Rey D. Marno, albino d.C... Perdeo-se em An.
PD, 13—IV
Sdo Francis. e Bom !emes 1aio )— Chegou •
Moçamb.que 16—X1
S. Frema.. (não )—Deo em aeceo egeando 16—XI
S. lhe hto(rain)—Vm para *Reino 15—V
SedaSide de Meterdo—.apilho da forlaleza de alo-
gambiq e. Como adefendeu, o que lhe aconteceo 18—IV
Secretories—L vvvvv nz uma peça pelo prosimeatode
cada Camlão das forla1mas 6—I1
Serro—Vide, Recolhimento
Socorro—Torna •cidade • pedilo a S. Ni ..... 19—II
—7,4.., .Mede aS. II
Socorros—D.e& Id. continuara remida-bm — 13—V11
SoIdados—QuaMo ',a.a.» . 13—VI.
—Derese-lhe acudir rom o neccessano.... 13—VI
--Ming. em que ri sn 13—IX
—Sirrão oito rumos 13—XVIII
—Não ho com que se lhes pague..... 16—XXIII
—Ilelaam o serviço, ebuscam outro modo de
vida 16—XXXIII
---0 medo como na famorla se lhes Mace]1,
a paga, Ire cauta de abandonarem as 'Maleza. 18—IV
Successolo—Ordern que se devia ler nella em au..
...eia do V. Roy O Marfim Alfonso de Cattro 13-1Y
Sul—F*16 dm.° de Hnllaudesea 9—IV
—Veja provido cem armada 00 86103 sem vir
á ladia . 9-1V
—Ordem para ir alli o V. 11. D. Martina
Alfonso de Caslro . 13—V
--Inconvenientes d• jornada que aelle vai
fazer o V. Rey D. Morrias anoso de Castro 13—V1/
......--9160 más as novas que de lá se esperaM 18-11
Terade—Como foi defendais por Pad .. ; .. es do
Abreu 18-41
Umper cento—Deve-se guardar o Du primei
co5raclo 1—XXII
--Orme se faz sobro • sua administração, e
ao." em que se despende 1-8/111
—Em que se gasta *dinheiro delle 0—V—YI
---0 seu Desonrei. he de nomea•Ao da ci-
dade 7—IV
—No primeiro contracto concedia-se á ci-
dade apresenlar os Capitães mores, e mais CapIllm
das armadaa (—IV
(272 )

Une par tente—Read. pouco 11—v


--Serve este dinheiro para apresto da arma-
da com que V. Rey foi CO Sei 14-411
--Applicado á armada que levou se Sul oV.
Rey D. Itlerlim Affonso de 3issio 13—III
.11 Moa lo fora do contracto 15-1
--CouJiç3es com que seapplica-
çá, e conto se admiumlra 15—VIII—IX

--Seu rendimento applicado 4 armada do Sul. 10—XXX1


-Applien-se
- aos cabides do Sul li—V11
---0 que Oca em Cochila conira direito deve
ser restitui', aG 11—XY
Um por rente de Cachem—Pede a cidade de Gen
o que lhe pertence I--XXVIII
4—X1V
3—XXI
6.-V I
D. ras. da Ganra—Quebrereee e sua estatua, que
levaram ao pelourinho, e autuam acabeça e mãos
peles portas da cedei, 17-11V
Vedar da fazenda— reve El-Rei de, rrrrr em o
Vice Rei tirar deste cargo a Antonio Gpalle, e pôr
Vicenein de Brune 3—XXII
Feraaderes—Coatioume com a obrigação que a
cidade tem de mu cada nm anno lembi ar a S. hl. na
'musas imo rrrrr i
r•ao seu serviço e da ceptabIica 1-11
Vide, Camara
Piagenr—A que se vendeu para a obra do hespi•
tal lio, quanto rendem 15—X11
Fiel—li V. Rel eSecretario guardam algumas das
cartas Ila cidade e S. M. e por elle. sabem de gim se
trata. Inconvenientes disto; mofo de os remediar e—I1
—1. 4,8. 31. não elo eatre.ues á cidade
como deve ser 5—XVI/
---Come se devem abrir 9—VII
—Ficam os V. Reis com erguia" por onde
snbem et segredos que a cidade dis a S. II. e se
vingam doa cidadão 9— VII
--Devem ir cedo pnra Cocliim, para elo de-
ter as elos que tão pare O Reino ..... 73—XXII
Vieenete de Brone—Foi feito Vedor da faveoila
pelo V. R, Mathias de Albuquerque, tirando An-
tonio Giralle 3—XXII
Vice Reis—Vaie, rao Reto
Vier Reio—Perece 4 cidade que tem poder demesi•
(278 )
adm oque propilo para o remediar
Firo Rede-Ode motivos de aggravos Á causara
guardam os privilegio. da eldade 3-IV
4-.1V
-.—Pede acidade que ellee elo possam Moo-
., direitos sem especial mandodo de 3. M. ou ao
menos sem ocommunicar com o Arcebiapo, prelado.,
~logo. ,eletrados 3-41
bem ele se lhes penarem provielee
para
- elo terem citados na bulia, porque se elo com
o distilai,* alheio 8-VII
7-VI(
8-V/11
-...--Paguem ás partes o que deverem, e aluda
• dinheiro que tiverem pedido emprestado perecia.
aceda de 8. M. 8-411
---Procedem mal 8-VIII
--.Pedem empreelimm que carregam tf ramu-
da real, e oe elo pegam 8-VIU
-.-...../dlo devem traem provido para elo ser
ettadm... 13-XI
----Torna a cidade a pedir que se lhes não
dê oprivilmio de elo serem citados oa Iludia 9-XIII
---Não elo aRelaçáo 13-XVIII
ter catado e representação propor-
ei...da ao cargo 17-XIV
--....lrallam dellea com muita soltura os homem,
• rad lhes 41 dizer palavrae indeceetee debelo* dea
Jeeellae 17-XIV
-...«....0 e em go alo temam os aggravos dos
homens de lodcs 17-XIV
rheree-Agradeee • cidade obom ebreve des-
pacha daquellas, Indo* maridoa acabaram em Cei-
lito 3-IX X
---,VIM devem ser cabeças de eazal ea !adia. 13-X n
---Nlo salve cabeças de maal ' 15-XVII
Irtenabse-..Conbeceas • nessa fraqueza, e &Jatam
em Hallandemalumedetn-em os mariehetros 18-XIX
Xá-Tem pretenções sobre Orno, epode chamar
Ilbe Hollesdezes 18 -III'

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