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Ainsley Booth
Hate F*@k: Part One

Série The Horus Group

Ainsley Booth Copyright © 2015 Part One

~2~
Sinopse
Aviso: Isso é apenas o começo. Isso não termina bem. E vai ficar
muito pior antes que fique melhor.

Cole:

Eu aperto seus botões. Eu quero empurrá-los do jeito bom. De um


jeito sujo, contra a parede, a minha mão em sua calça.

Mas isso não é possível, porque sou a escuridão e ela é a luz e nós
dois sabemos disso.

Então eu empurro seus botões do jeito ruim, a fazendo me odiar.

Hailey:

Se um gênio me concedesse três desejos, eu pediria para Cole


Parker nunca olhasse para mim de novo, que eu esquecesse a promessa
sombria em seus olhos e que apenas uma vez, antes que ele
desaparecesse da minha vida completamente, ele me empurrasse contra
uma parede e me fodesse.

Então eu iria lavar minha boca com sabão.

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Capítulo Um
HAILEY
Eu agarro o bolinho de blueberry1 em minha mesa, o qual a minha
amiga Taryn me deu por piedade já que eu não posso sair. Eu tenho dois
relatórios mensais para entregar e uma lista rabiscada à mão de
correções do nosso site para a minha chefe, mas eu não posso me
concentrar em trabalho no momento.

Todos os meus colegas de trabalho entendem, o que me faz sentir


ainda mais culpada por trazer essa história às suas portas. Essas são
boas pessoas de classe média, pessoas que respeitam a lei. Nenhuma
delas tem uma irmã que é estúpida o suficiente para acreditar em um
homem poderoso que promete que ninguém vai descobrir sobre o seu
caso.

Novidade. As pessoas sempre descobrem.

Para encurtar a história, a minha família é um desastre, em trem


desgovernado, e eu fui uma idiota por pensar que eu poderia ter um
trabalho regular e fingir ser uma garota normal.

O meu telefone vibra em minha bolsa e minha pele formiga. Eu não


quero atender. Não há, literalmente, uma pessoa em todo o mundo que
eu queira conversar agora.

— Hailey, — olho para a minha chefe, de pé ao lado do meu


cubículo, e estremeço com o olhar em seu rosto. Um misto de piedade e
aborrecimento que eu entendo e me ressinto ao mesmo tempo. Eu não
fodi o vice-presidente. Isto não é culpa minha.

— Eu sinto muito, Ellen. Eles vão desaparecer em breve. — Eu


estou falando sobre os vários fotógrafos e cinegrafistas de meios de
comunicação acampados em frente ao condomínio que abriga a agência
de empregos em que eu trabalho. Isso é uma novidade, terrível e
inesperada para os meus colegas de trabalho, e eu me sinto como merda
por trazer isso para as suas vidas.

1 Fruta chamada Mirtilo.

~4~
Eu? Eu sei o que fazer. Eles não se importam comigo, mas eles
querem uma mordida disso, e eu sou a rebelde. O único membro da
família não escondido na propriedade dos meus pais - de novo.

Jesus.

Não seria uma manhã de sexta-feira se eu já não tivesse


considerado mudar meu nome pelo menos uma vez.

Porque ser uma Reid? Isso é uma merda.

Ela meio que se inclina contra a parede em uma pobre tentativa de


indiferença. — Você vai me odiar se eu sugerir que você trabalhe em casa
esta semana?

Sim. Eu endureço com a sugestão totalmente razoável, porque com


tanto drama na minha vida, eu sinto que isso não é justo. O que é
mesquinho, então eu engulo, porque a minha chefe é impressionante por
saber que eu prefiro continuar vivendo como se minha família não
estivesse no noticiário nacional. — Não. Entendo.

A verdade é que não há nada que eu possa fazer em casa. Eu sou


uma estagiária. A questão é que eu estou no local de trabalho,
aproveitando o conhecimento e a experiência daqueles que me rodeiam.

— Você pode terminar de tricotar as meias que você trouxe ontem.


— Ela oferece um sorriso fraco, sabendo que eu estou miserável. — E
assim que for seguro para você, nós queremos você de volta aqui. Você
trabalha duro, Hailey. Não deixe isso ser outra coisa senão um ligeiro
desvio momentâneo.

Eu tomo uma respiração profunda e aceno com a cabeça. O que


mais há para fazer? Ellen dá um tapinha no meu ombro e se afasta.

Contra o meu pé, minha bolsa vibra novamente. Eu quero chutá-


la. Eu não o faço.

Não é uma exigência genética que eu não tenha autocontrole. Só


porque o meu pai e minha irmã têm causado tantos escândalos
nacionais nos últimos seis meses não quer dizer outra coisa senão que o
destino tem um certo humor negro.

Além disso, eu tenho outros dois irmãos e uma mãe que não
causaram nenhum escândalo nacional - que eu saiba. Assim, apenas
trinta e seis por cento dos Reids são moralmente repreensíveis. Até
agora.

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Com esse pensamento, eu bato minha testa na mesa. Foda-se.
Minha. Vida.

Eu me afundo em alta-piedade por um minuto. Minha chefe está


certa. Eu posso ir para casa e trabalhar, pelo menos, se eu estiver lá,
meus colegas de trabalho serão capazes de ir e vir como bem
entenderem. Não é como se eu tivesse tendo um dia superprodutivo ou
algo do tipo. Puxo a minha bolsa de debaixo da mesa, coloco a lista de
correções do site de Ellen na bolsa, porque posso fazer isso em casa,
deslizo os meus óculos de sol. De jeito nenhum os idiotas conseguirão
uma imagem de todo o meu rosto.

Eu não me preocupo em dizer adeus. Eu apenas desligo meu


computador e de cabeça baixa vou para a escada dos fundos. Há um
pátio traseiro fechado que leva a um beco, e eu posso correr através dele
na parte de trás da loja de importação/exportação do outro lado. De lá,
eu posso pegar um táxi.

É um grande plano, mas, assim que eu abro a porta, eu sei que


isso não é o que vai acontecer.

Para começar, há um par de fotógrafos sentados em motocicletas,


do outro lado do portão.

Mas ainda pior do que isso, Cole Parker está de pé do lado de cá, e
ele parece irritado.

Cole Parker. Eu penso nele como o CFO2 do Grupo Horus - CFO


direto para Chefe Fodido Diretor. Eu realmente não sei sobre o seu título.
O Grupo Horus provavelmente não tem títulos.

Os quatro homens surgiram do nada há dois anos e o rumor


rapidamente girou em torno deles, os apelidando de ―a melhor equipe de
gerenciamento de crise na cidade‖. Provavelmente tem essa reputação
por levar pessoas ruins para fora de situações ainda piores. Dificilmente
nobres heróis, mesmo que pareça isso em parte.

Há quatro deles, todos eles vários parecem super soldados fodões,


que mudaram os seus uniformes para ternos e linhas suaves. Cole e
Jason, ambos ex-SEAL da Marinha, de acordo com o meu irmão. Tag,
um ex-policial local da área metropolitana de Washington. E Wilson... Ele
parece um nerd de computador com esteroides. Obviamente era um
hacker desonesto da CIA.

E um deles está de pé entre mim e a liberdade.

2(Chief Financial Officer): O Diretor Chefe Financeiro é as vezes também o tesoureiro e,


em muitas companhias, é visto como a segunda pessoa mais importante na companhia.

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Parte de mim sabia que Cole estaria esperando, porque meu pai os
têm na discagem rápida. Eu apenas não esperava que ele ficasse com
raiva de mim, o que ele claramente está.

Cole mesmo irritado ainda é incrivelmente bonito, por isso estou


tentada a ficar lá e olhar para ele vibrando por um minuto, mas a última
coisa que eu preciso é uma foto tirada de mim em qualquer lugar perto
dos favoritos de Washington. Eu pego a porta antes que ela bata e fecho
atrás de mim e tão rapidamente quanto eu saio para um melancólico
janeiro úmido, eu estou de volta do lado de dentro.

Mas é claro que eu não estou sozinha. Isso seria muito fácil.

Porque esta é a coisa sobre Cole Parker. Ele é um fodido pit bull, e
às vezes isso é bom, temporariamente, quando ele está do seu lado.
Quando você o irrita, no entanto, é simplesmente assustador. Ele vai
arrancar o coração de qualquer um que atravessar seu caminho, apoiado
por um acordo de não divulgação cuidadosamente construído.

Eu devia saber. Ele me fez assinar um. Foi o mais próximo que já
estivemos, ele inclinando-se sobre a mesa de conferência apontando os
vários lugares que eu precisava rubricar e assinar. Os cabelos delicados
em meus braços se levantaram como se eles soubessem que eu queria
dizer, Toque-me, Sr. Parker. Totalmente inadequado em um milhão de
níveis, e do jeito que ele me encarou, eu sabia que ele estava pensando a
mesma coisa. — Nunca vai acontecer.

Seis meses que eu conheço Cole Parker. Bem, conhecer seria um


exagero. Meu pai contratou o Grupo Horus para tirá-lo de ―um beco sem
saída‖ como a minha mãe chamou. Bile sobe em minha garganta com a
cegueira voluntária ali. Um beco sem saída. Puta que pariu.

Seis meses, que eu vivi com as reações individuais de nojo e algo...


Muito diferente do que nojo. Eu não quero nomear a forma que a minha
pele se arrepia quando ele está por perto. A maneira que o seu olhar
escuro fica sob minha pele e passa a residir, deixando um rastro de
consciência que Cole Parker não é como os outros homens. Não é, em
geral, e não para mim...

Então, eu deveria manter o ritmo, subir as escadas, passar pelo


escritório e sair pela porta da frente, as câmeras que se danem.

Em vez disso, eu fiquei lá parada como uma idiota, esperando ele


se lançar em mim. Isso não demoraria muito.

— Você não está atendendo o seu telefone, — ele rosna, e eu coloco


os meus óculos de sol em cima da minha cabeça para que ele possa me

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ver revirar os olhos e saber que eu não estou impressionada. — Você está
louca se você acha que vou deixar você ser perseguida em um beco por
bandidos em motos.

— Eu só estava atravessando o beco, e se minha segurança está


em perigo, você poderia ter chamado à polícia. — Dou um passo em
direção à escada e ele se move comigo, fechando a lacuna, então eu paro.
A última coisa que eu quero fazer é ficar mais perto da cobra enrolada
que é o especialista em gestão de crise pessoal do meu pai.

— Senhorita Reid, este não é o momento para se ter princípios.

Tenho certeza de que, quando Cole Parker está em causa, nunca


há um momento para se preocupar com coisas como princípios,
costumes e leis. — Está tudo bem. Eu vou sair pela frente.

Ele aperta os olhos - cor de avelã salpicado em ouro tal como a


minha memória estúpida os registrou de nossos encontros anteriores - e
me coloca contra a parede. — Eu tenho homens na frente. Vamos levá-la
para casa, de uma forma ou de outra.

— Aquela não é a minha casa.

Eu tenho certeza de que posso ouvir o ranger de dentes enquanto


ele olha furioso para mim. — Ótimo, então para o seu apartamento.

Sou a segunda de quatro filhos nascidos um atrás do outro.


Disputa de encarar? Ah. Foda-se, Cole Parker. Eu tenho isso no bolso.
Eu inclino minha cabeça para o lado, como se dissesse, traga-o, garoto
bonito.

Ele realmente é. Bonito, quero dizer, masculino de um modo como


se feito em aço. Cabelo castanho escuro, espessos cílios escuros ao redor
de seus olhos de tigre. Um caso crônico de barba sexy que uma boa
navalha provavelmente poderia corrigir, mas fazer isso seria uma
vergonha.

Se ele fosse qualquer outra pessoa, eu tomaria essa competição de


encarar como uma oportunidade para transar com ele. Correr meus
dedos ao longo de sua mandíbula e...

— Pare com isso. — Ele coloca a mão na parede ao lado da minha


cabeça e se inclina para perto, suas palavras duras ecoando entre nós.
Perto o suficiente para que eu receba o meu primeiro sopro do seu
picante perfume doce. Ele traz consigo o amanhecer da compreensão que
eu fiz exatamente o que realmente não queria fazer - eu o deixei chegar
perto.

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Foda-me. Eu engulo em seco e finjo que não me importo. — Você
piscou.

— Isso não é um jogo, Srta. Reid. Você pode não gostar do drama
que os seus familiares enfrentam de vez em quando, mas o meu trabalho
é ter a certeza de que você será escoltada com segurança para casa.

— Eu pensei que o seu trabalho fosse...

— Uh uhuh. — Ele balança a cabeça enquanto ele pressiona o


dedo indicador contra os meus lábios. Um arrepio atravessa meu corpo
com o seu toque, e eu luto para manter meus olhos em seu tamanho
normal. Controlar o meu pulso é uma causa perdida, ele está martelando
na velocidade de uma equipe na Habitat for Humanity. — Você mantenha
os seus pequenos comentários resolutos sobre o que eu faço para você
mesma. Eu faço o trabalho que precisa ser feito, independentemente de
ser ou não como eu gostaria. E eu não pisquei. Vamos lá.

Ele deixa cair os meus óculos de volta ao lugar no meu rosto, então
de alguma forma ele envolve seu braço atrás de mim e está me
empurrando para fora da porta antes que eu tenha a chance de protestar
novamente. Desde que estamos na vista dos fotógrafos, eu desisto da
luta. Ele pode me levar para o meu apartamento. Ponto para Cole. Eu
vou bater a porta em seu rosto assim que eu estiver dentro. Ponto futuro
para Hailey.

Eu deslizo uma máscara neutra de indiferença sobre o meu rosto


enquanto Cole me manobra em torno das câmeras e motos, mantendo
seu corpo entre eu e qualquer outra pessoa a todo o momento. Ele é alto
o suficiente para que eu me sinta como se tivesse minha própria parede
de tijolos em volta de mim. Eu odeio admitir o quão bom isso é, para
variar, não tendo que construir uma parede de desejos e de negação e
um ar quente de princípios.

Ele me leva para o lado do passageiro de um SUV preto gigante e


antes que eu tenha uma chance para respirar sozinha, ele está de volta
do outro lado e nós estamos fora.

— Você não ouve música? — É estranho como o carro é tranquilo.


E limpo. Parece um carro de aluguel por dentro, mas ele não cheira como
um.

Não, o carro de Cole cheira como o próprio homem.


Pecaminosamente delicioso. Pare com isso, Hailey. Eu não posso. O
desejo é aparentemente a minha resposta para o estresse, porque eu não
sou normalmente assim. Mas a cada seis meses, quando a minha família

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atinge o noticiário da noite, Cole chove em minha vida, e eu fico
completamente dolorida em todos os lugares.

— Não quando estou escoltando um cliente.

— Eu não sou um cliente.

— Mesma coisa.

— Eu não preciso da sua ajuda.

Ele não respondeu.

— Você está com medo de que eu vá tirar sarro do seu gosto


terrível?

Ele olha para frente, como se a minha pergunta não tivesse


nenhum efeito, mas depois de um momento ele bate o seu dedo contra o
aparelho de som. Nine Inch Nails. Ok, ele não tem gosto terrível. Ponto
para Cole. É uma coisa boa que ele não sabe que eu estou mantendo a
contagem.

Dou-lhe um olhar de lado, que eu tenho certeza que ele percebe,


mas não reconhece. Ele está dirigindo rapidamente, não acelerando
exatamente, mas se movendo mais rápido através do tráfego do que eu
sinto que deve ser possível. E ele faz isso com facilidade, o que é...
Relativamente quente.

Ele corta em torno da universidade e vira ao norte. Claro que ele


sabe onde eu moro, mas estou irritada com o fato dele nem sequer se
preocupar com o pretexto de pedir o meu endereço.

Fora da janela, tudo é frio e triste. Eu odeio janeiro. Embora esteja


no meio da manhã, ela não parece brilhante ainda, como se o dia
estivesse começando lentamente. Ridículo, porque muita coisa já
aconteceu hoje.

Eu sei o que vamos encontrar no meu apartamento – outra


multidão menor de fotógrafos. Devo ter simplesmente os evitado esta
manhã, porque eu fui para a academia antes do trabalho. Taryn me
arrastou para a ioga de manhã cedo, e finalmente valeu a pena. Mas eu
já passei por isso antes, embora há seis meses eu ainda não havia
decidido enfrentar o drama no meu próprio espaço.

Dessa vez será diferente. Eu limpo minha garganta e me preparo


para a oposição. — Eu não vou para a propriedade dos meus pais. Você
não pode me obrigar a fazer uma mala e sair novamente.

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Ele não disse nada, mas ele não precisava. Desaprovação rolava
para fora dele em uma onda palpável, tornando o último minuto do
passeio de carro incrivelmente desconfortável. Ele para na metade de um
quarteirão acima do meu prédio, desliga o SUV, e apenas se senta lá.

Sendo todo enorme e irritado. E desaprovador.

— Você deveria variar um pouco. Fazer algumas piadas quando


você leva reféns, — eu digo para o silêncio, e ele flexiona sua mandíbula.
Talvez isso não seja engraçado.

— Nós vamos sair e andar em um ritmo normal para o seu


apartamento, — diz ele lentamente.

— Normal para mim, ou normal para você? Minhas pernas não são
tão longas...

Ele me interrompe com um olhar, como se dissesse, você é sempre


essa tagarela? Eu não sou. Ele faz isso comigo, e eu não tenho certeza do
que ele faria com o conhecimento disso. — Me dê sua chave.

Eu respiro e seguro, pensando em discutir, mas realmente não vale


a pena. Eu entrego o pacote de chaves, e ele olha para agulha de tricô
pendurada nelas. Eu espero ele fazer uma piada – mortal ou algo assim -
mas ele apenas aponta o dedo para mim e me diz para ficar.

Como um fodido cachorro.

Desde que eu estava pensando em pular fora do carro, o lembrete


não estava inteiramente fora da base. Mas ainda assim.

Ele vem para o meu lado, abre a porta, e nós estamos fora.
Algumas perguntas foram jogadas em meu caminho pela tripulação da
mídia que estava esperando, mas eu realmente não pude ouvi-los porque
o sangue estava batendo forte nos meus ouvidos. Whomp. Aqui vamos
nós outra vez. Whomp. Pelo menos isso não é uma investigação de
assassinato. Whomp. Talvez seja a hora de mudar.

Wilson está esperando no saguão do hotel, o que me surpreende de


uma forma desconfortável que eu não gosto, e Cole murmura uma
pergunta que eu não ouço o que me faz gostar menos ainda.

— Sim, tudo limpo. Instalamos um sistema de segurança de nível


dois. Esta tudo bem para ela ir.

Ela o quê? Eu limpo minha garganta, e Cole gira lentamente para


trás para olhar para mim. Ele sabe o que eu estou prestes a perguntar, e

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o olhar em seu rosto diz nem se incomode, mas é melhor você
fodidamente acreditar que eu vou me incomodar.

— Quando entraram em meu apartamento e instalaram um


sistema de segurança?

— Lá em cima, Hailey. — Ele estende a mão e segura o meu braço


ao redor de sua mão. Oh inferno não.

— Quem lhe deu esse direito? Havia alguém dentro do edifício?


Não, certo? Então você simplesmente perdeu a cabeça e invadiu a minha
privacidade...

— Tecnicamente eu não invadi a sua privacidade ainda, no


entanto, eu só pedi a Wilson para fazer isso. No andar de cima. — Seu
aperto cresceu, e minhas costas formigaram com a consciência de que
estávamos em pé na frente de uma porta de vidro, a poucos metros do
outro lado, os fotógrafos estavam aglomerados na calçada.

Eu afasto a sua mão do meu braço. — Eu vou lá para cima.


Sozinha. Sinta-se útil e se livre de alguns desses abutres. Eles estão
incomodando os vizinhos.

— Se você acha que eu não vou ver você trancada em segurança


atrás de uma porta, você está mais louca do que eu pensava. Suba. As
escadas. Agora.

Eu não sei por que ele está ficando furioso, diferente da raiva que
parece ser um estado permanente de ser para Cole. Ele não é aquele cuja
vida foi virada de cabeça para baixo.

— Saia fora. — As palavras saem de mim, e eu percebo. Eu passei


de ficar irritada para furiosa sem perceber. Eu sinto como se todo o
sangue em minhas veias tivesse sido substituído por um ácido ardente, e
eu literalmente quero bater os meus pés e gritar sobre como a vida é
injusta.

Eu preciso de alguma perspectiva. Minha vida é apenas aveludada.


Mas eu não posso levar isso adiante e me recompor com Cole na minha
frente, todos julgariam, porque eu não vou fazer o que me mandam.

Pressionando meus lábios, eu levanto minha mão e caminho até as


escadas. — Siga por sua conta e risco. Eu tive o suficiente desta merda
por um dia.

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Capítulo Dois
COLE
Eu avanço atrás dela, porque eu não estou pensando claramente.
Eu nunca o faço quando se trata da segunda filha de Morgan Reid.

Wilson empurra a mão na minha frente. Ele não pode realmente


me parar, mas o baque da palma da sua mão contra o meu peito é uma
distração suficiente para que eu pare tempo o bastante para ele falar. —
Deixe-a ficar. Está tudo limpo lá em cima.

— É melhor estar, porra, ou eu vou matá-lo. — Eu digo, então dou


a volta e encaro os fotógrafos na calçada. Hailey os quer fora, eu posso
fazer isso. Então eu vou lá em cima para que possamos ter uma pequena
conversa sobre segurança e bom senso.

Hailey Dashford Reid, com seu cabelo castanho sedoso e longo,


olhos azuis enfumaçados, toda formal e correta e tão fodidamente sexy
que faz minhas bolas doerem. Além disso, totalmente fora dos limites.

Por um lado, ela é a filha de um cliente. E ela odeia o seu pai, de


modo que é... confuso. Mas eu já estive confuso antes, o que,
normalmente, não me incomoda.

Que isso me incomode com Hailey é a maior razão que eu preciso


para ficar longe dela.

Claro, eu poderia ter enviado Jason ou Tag para buscá-la, e eu não


o fiz. Eu queria esse privilégio para mim, porque se eu não posso tê-la
curvada sobre a minha cama, eu vou fazê-la cuspir fogo em mim. Não
quase tão satisfatório, mas é alguma coisa.

Eu estava feliz em deixar Tag seguir em frente conduzindo este


atual drama com a sua irmã porque eu terminei com a sua merda. Não
estou inteiramente convencido de que Taylor Reid não foi quem vazou a
história para a imprensa. Só esta porra de família torcida iria
desaparecer dos holofotes da mídia para ser vista com uma volta de
eventos infelizes.

~ 13 ~
— Daqui a dois anos, Taylor vai ter seu próprio reality show na
MTV, — murmuro, e Wilson ri atrás de mim enquanto eu faço o meu
caminho de volta para fora.

Eu reconheço um dos fotógrafos e puxo o pacote de cigarrilhas


cubanas que eu sempre carrego para esses momentos. — Caminhe
comigo, Clark.

Ele caminha comigo. Deixo-o me oferecer uma luz, dando o tom.


Eu estou prestes a fazer-lhe um favor, e nós dois sabemos disso.

— Ouça, ela estará lá até o final dia. E a noite. Eu estou aqui, eu


não vou a lugar nenhum, a não ser que ela vá comigo. Ela não vai dar
uma declaração para ninguém. Entendeu? Ela não tem nenhum
conhecimento da veracidade de todas as alegações.

— O que você sabe?

— Foda-se, isso é o que eu sei.

— Eu tenho que perguntar.

— Você quer o que eu tenho?

— Eu quero uma nota de uma menina Reid sobre o VP3 quebrar o


coração de alguém.

— Esta menina Reid está fora dos limites.

Ele dá uma longa tragada. — De verdade?

Eu me viro, procurando alguém para dar o meu furo jornalístico.

— Bem. Desculpe. Merda. O que você conseguiu?

— O líder da maioria no Senado em uma reunião privada com o


senador democrata de Maine, enquanto falamos.

— Sério?

— Você não ouviu os rumores? — Claro que ele tinha. Eles


estavam rodando por semanas, mas ambas as partes tinham feito um
bom trabalho em fingir que a deserção não ia acontecer. Mentirosos, até
o último deles.

— Você tem um endereço?

Eu entrego o cartão do meu bolso. — Ambos chegaram há cerca de


uma hora atrás. Você não tem muito tempo.
3
Vice-Presidente

~ 14 ~
— Você vai dizer a todos os outros?

— Em cerca de noventa segundos.

Balançando a cabeça, Clark guarda sua câmera em sua mochila e


vai para sua moto. Um a menos, sete para ir.

Correção, cinco para ir. Dois deles decolam atrás de Clark,


imaginando que qualquer coisa é melhor do que o nada que eles vão
receber de Hailey, agora que eu estou aqui.

Ter a reputação de um filho da puta cruel vem a calhar.

Eu me ajoelho e esmago o cigarro, que eu realmente não queria,


contra o acostamento da rua. Eu envio a maioria dos outros em seu
caminho, com exceção de um idiota teimoso que não sabe o que é bom
para ele. De volta para dentro, eu atiro a bituca na lata de lixo sob as
caixas de correio, envio Wilson para fora para foder com o telefone
celular do cara daquela maneira assustadora blackhat4 que ele faz, e sigo
para o andar de cima.

Hailey Reid e eu vamos ter uma conversinha sobre comportamento.

4 Black Hat é um termo utilizado na informática para se referir as pessoas ou técnicas


que visam atingir um objetivo sem a autorização do órgão, empresa ou pessoa
responsável. Esse objetivo pode ser a entrada em um sistema protegido, monetização
por meios não autorizados ou o acesso às informações confidenciais.

~ 15 ~
Capítulo Três
HAILEY
Não é que eu não esperasse que ele voltasse. Eu esperei, em algum
ponto. Talvez quando eu tentar escapar pela escada de incêndio para
conseguir mantimentos ou se eu pedir comida tailandesa, ele vai estar lá
para interceptar a mim ou a pessoa da entrega ou ambos.

Mas eu só tive dez minutos para respirar, e agora ele está batendo
na minha porta. Eu sei que é Cole, porque como ele tanto disse, ele não
iria deixar ninguém chegar até mim.

Eu quero que ele vá embora, porque se ele fosse, isso significaria


que essa coisa toda estaria terminada. Não está, por isso, ele ainda está
aqui. E eu quero que ele vá embora porque... eu estou indecisa entre
essa atração irresistível e o meu melhor julgamento. Eu gosto de coisas
que eu possa controlar. Eu gosto de coisas que eu possa colocar em
caixas.

Eu não posso colocar Cole em uma caixa. Não há nenhuma fita


adesiva forte o suficiente.

O lado bom dele ainda estar aqui é que eu posso ter minha cota de
olhar para ele, mesmo que isso incite sentimentos tumultuosos de culpa
e desaprovação em mim mesma. Cole Parker em um terno é
definitivamente um prazer culpável, mas uma menina toma o que ela
consegue.

Eu abro a porta. — Voltou tão cedo?

— Isso tudo vai desaparecer se você apenas ficar quieta por um par
de dias, — diz ele enquanto entra no meu apartamento. Ele para de
repente, e eu aprecio a segunda olhada quase invisível que ele dá para a
estrutura incomum no meio da minha sala de estar. Bem, pelo menos eu
sei que esta é a primeira vez que ele esteve no meu lugar. Portanto, foi
apenas seu colega de trabalho que invadiu minha privacidade.

— Ela estava aqui quando me mudei, — eu alegremente minto,


porque sim, essa é a minha stripper pole, e não, eu não preciso explicar
isso para a fera raivosa. Por um segundo eu me pergunto o que Wilson

~ 16 ~
pensou, mas eu sei pela importância do choque, então eu espero que ele
tenha dado segunda olhada também.

Eu não sou tudo o que eles pensam que eu sou, isso é


malditamente certo. Eu aceno minha mão em direção ao sofá. Poderia
muito bem sentar e fingir ser civilizada. — Você gostaria de chá ou café
enquanto você grita comigo?

— Eu não vou gritar com você.

— Então, quando eu disser que eu tenho um encontro sábado


noite...

— Você não pode ir. — Tudo bem, isso foi mais um grunhido do
que um grito.

— É para uma performance especial no Kennedy Center. É claro


que eu vou. Haverá todo tipo de pessoas famosas lá...

— Incluindo o Vice-Presidente, e se você disser qualquer coisa...

— Eu nunca conheci o homem. Eu não vou encontrá-lo amanhã à


noite. E só porque minha irmã deu-lhe um boquete não significa que eu
me importo, sobre ele, ou ela. Eu certamente não vou fazer uma cena
pública.

— Isso não foi apenas um fodido boquete. É praticamente uma fita


de sexo feita profissionalmente. Ele vai ser cassado por isso. Isso vai se
arrastar por meses. E eles vão precisar de todos os tipos de B-roll5 para
correr atrás dos infinitos comentários.

Não pela primeira vez esta manhã, eu considero a possibilidade de


que a minha irmã vazou o vídeo de si mesma. O pensamento vira meu
estômago. Quem iria querer estar eternamente associada a um vídeo de
si mesma de joelhos, com o rosto enterrado na virilha de um homem
velho?

Cole me olha como se eu fosse uma idiota por não entender isso. —
Hailey, você precisa passar despercebida.

Eu decido que eu preciso de chá, e me dirijo para a minha cozinha.


Desde que eu vivo em um pequeno apartamento de dois quartos, isso é
apenas alguns passos de distância da sala de estar, mas ele me segue de
qualquer maneira.

5
Na produção de cinema e televisão, B-roll (rolo B, ou Broll) é complementar ou alternativa metragem
intercalada com o rolo principal. No filme de ficção, é uma técnica usada para indicar a ação simultânea
ou flashbacks.

~ 17 ~
— Entendo que eu estou sendo petulante, mas isso é uma merda.

Ele não diz nada. Eu olho para ele por cima do meu ombro. Ele
apenas dá de ombros. — Eu não vou dizer que sinto muito, princesa.
Diga ao seu encontro que você precisa ficar. Ele pode lhe trazer sorvete e
vocês podem assistir Project Runway juntos.

Eu aperto os olhos, tentando imaginar como seria sugerir a Waters


Trevor passar a noite no meu sofá em vez de sair e ser visto. Não. Nunca
vai acontecer. Um estranho sentimento revira no meu estomago em dizer
a Cole que Trevor não gosta de mim o suficiente para me trazer sorvete.

Está bem. Eu só vou sair com ele para que eu não tenha que ir à
ópera sozinha. E eu vou. Cole pode fazer o que quiser.

— Se você, — ele enfia suas mãos na calça do terno, empurrando


seu paletó para fora do caminho. Carrancudo, ele murmura algo
baixinho que eu não pego.

— Se eu o quê?

— Nada.

Meu primeiro instinto é forçar mais, irritá-lo para dizer o que


estava em sua mente, mas talvez algumas das reações automáticas entre
Cole e eu devam ficar em silêncio.

— Olha, eu entendo as regras, ok? Nenhum comentário, nunca.


Nem mesmo se eles disserem algo sobre Morgan e Alison. — Meus irmãos
mais novos vivem em casa. Morgan está com vinte e um, mas parecendo
ter cinquenta, apenas um homem de negócios como nosso pai, exceto
que ele não é mal. Alison é... Deus, minha irmã de dezenove anos de
idade, é tão estupidamente inocente que dói. Mas eu não sou uma idiota.
Não há nenhuma vantagem em se envolver com um repórter miserável se
tentar me atrair com um boato nojento. — Eu não vou causar nenhum
problema.

Cole olha para mim, seus olhos passando rapidamente para cima e
para baixo no meu rosto, e ele puxa a gravata. — Porra. Você é como
uma distração.

Seu tom faz algo para o meu interior que eu não gosto. Eu me
arrepio e aponto para ele, como se o meu dedo abanando pudesse afastar
a dor acidental que ele colocou em mim. Eu quero dizer a ele que eu sou
tão importante quanto qualquer outra pessoa da minha família, mas que
estão cavando profundamente em uma situação que eu não quero ter
nada a ver. Então eu digo-lhe de uma maneira tão leve quanto eu posso.
— Ei, já chega de xingamentos por um dia.
~ 18 ~
Seus dedos congelam no botão superior da sua camisa. Eu me
amaldiçoo por interromper, porque eu realmente quero ver o pedaço de
peito que ele estava prestes a revelar. — Quando foi que eu xinguei você?

Eu fico olhando para esse ponto, em vez de responder, e com um


suspiro exasperado, ele puxa a gravata totalmente e enfia no bolso.
Então ele se move abrindo a gola da sua camisa, o tecido branco
impecável dando lugar a uma pele mais escura esticada ao longo de
músculos e tendões. Sombras brincam ao longo da sua clavícula e eu me
pergunto qual é o gosto da sua pele ali, e se essa colônia sutil que ele usa
cheira ainda melhor de perto.

Limpando minha garganta, eu me afasto e agarro a minha chaleira


para encher. Uma ocupação pode me distrair de como ele parece bom em
um terno. Eu me pergunto por que ele está vestindo um, se o seu
trabalho hoje é só me encurralar, ele nem sempre usa um terno. Eu o vi
em calças cáqui e uma camisa Polo - eu não posso imaginar uma roupa
mais dissimulada para ele - e calça jeans e uma camiseta, em que ele
parece mais à vontade. Esse foi o meu primeiro vislumbre dele, no meio
da noite, quando todos nós fomos isolados na casa dos meus pais meses
atrás. Quando seu pai transa com uma garota de programa e ela aparece
morta no Potomac, você deixa de lado seu desagrado com a família e
rasteja para dentro do castelo.

E Cole aparece logo em seguida, seu corpo perfeito ampliando os


limites do brim e algodão, e você decide ficar algum tempo só para olhar
para ele.

Mesmo quando eu percebi que ele é imoral e tem apenas respeito


casual pelas leis da nação, ele ainda é agradável de olhar.

Às vezes eu me dou nojo. Nojo poderia ser uma palavra forte.


Decepcionada, talvez, porque em vez de querer outra pessoa, alguém
normal e saudável — em média como Joe com um plano de
aposentadoria e um Volvo — em vez disso, eu estou cativada por este
homem. Com olhos pensativos e ombros largos, segredos obscuros e
comandos afiados.

Nada de errado em fantasiar, Hailey. Eu vou continuar dizendo


isso a mim mesma, porque eu tenho um monte de fantasias com Cole
Parker, incluindo uma em que ele se despe lentamente de um terno em
minha cozinha. Neste momento, minhas costas estão voltadas para ele, e
eu tenho certeza que ele não está realmente tirando sua roupa, mas ele
está perambulando e acabou de desfazer esse botão de cima, de modo
que ele ainda se parece estranho e perigoso. E talvez um pouco com
tesão.

~ 19 ~
Ugh. — Você gosta de chá?

— Claro. — Sua voz está logo ali, atrás de mim, e minha respiração
trava na minha garganta. — Do que foi que eu xinguei você antes?

Minha voz quebra quando eu o respondo. — Você disse que eu era


louca.

— O quê?

— No início, você disse, — eu limpo minha garganta e solto a


minha voz numa oitava. — ‗Você é mais louca do que eu pensava‘. Então,
por que você acha que eu sou louca?

Quando Cole ri, e isso sai dele como se ele estivesse realmente
surpreso. Sei que ele é um ex-militar, e ele viu os piores lados de
algumas pessoas assustadoras, mas Jesus, a vida é muito curta para
não rir regularmente. Assim, embora eu não goste dele rindo de mim, eu
mordo de volta a resposta sarcástica que desliza tão facilmente para a
ponta da minha língua. Talvez se eu for boa para ele por uns minutos,
ele vai dar o fora do meu apartamento e me deixar com as minhas
fantasias tranquilas, onde sonho com Cole rindo o tempo todo. Nu.

— Hailey. — Sua voz fica um pouco áspera quando ele diz meu
nome, e eu me viro. Ele não está tão próximo como eu pensava - uns
sólidos três passos de distância estendem entre nós, mas ele está um
pouco inclinado para frente, e é o suficiente para me fazer tremer. Ele
levanta seu telefone, todo negócios novamente. — Eu liguei para você
duas vezes esta manhã, então eu sei que você tem meu número. Mas
você não respondeu. — Ele murmura sob sua respiração. — Use-o. Nós
não precisamos nos falar, você pode apenas me mandar um texto. Mas
não deixe este apartamento sozinha, ou haverá um inferno para pagar.

— Isso é ridículo.

— Tá aí, é por isso que eu acho que você está louca.

— Bem, eu acho que você está louco por pensar que pode, de
alguma forma, determinar que haverá um inferno para pagar. — Minha
voz levanta perto do fim daquilo, por que foda-se, eu voltei a ficar louca
novamente. — Você parou por um segundo e pensou que talvez você
ache que eu sou louca e uma distração e tudo mais, porque eu não jogo
seu fodido jogo de Homens de Preto? Mas novidade, amigão - esse não é
o meu mundo. Eu não sou uma celebridade, e eu não sou um político.
Eu sou apenas Hailey Reid, que teve a infelicidade de ter nascido em
uma família fodida. Eu sou inteligente o suficiente para ver os problemas
que isso levanta, e pela última vez, eu vou ser uma boa menina, ok?

~ 20 ~
Meu peito está palpitante quando termino o meu discurso estúpido
e de repente percebo que ele está respirando com dificuldade, também.
Ele está olhando para mim, como se minhas palavras o ofendessem,
entretanto, e, em seguida, ele está na minha frente, bem na minha
frente. Perto o suficiente para que eu possa cheirar seu perfume e a pele
nua por baixo dele, e então eu o sinto. É estranho que eu não o sinta em
primeiro lugar, porque ele está pressionado com força contra o meu
corpo, braços de cada lado dos meus quadris me prendendo contra o
balcão. Mas uma vez que eu o faço, eu não posso não senti-lo. Ele todo.
E ele é grande, e duro, e definitivamente excitado, o que eu não esperava.
Oh, doce mãe de tudo o que é santo...

— Cole, — eu respiro, e ele me corta.

— Quando eu digo que você é uma distração, eu quero dizer que eu


não consigo tirar você da porra da minha cabeça. Eu me pergunto qual é
o gosto da sua boca e se você vai puxar meu cabelo quando eu for para
baixo em você.

— Não. — Minha voz caiu para um sussurro, porque Santa Foda e


como isso vai ser possível?

— Sim, — ele rosna, e eu faço um barulho que soa muito parecido


com um gemido. Isso é um desastre. Para mim é uma coisa cobiçar Cole
à distância. Ele é lindo. Algo completamente diferente é ele me querendo.

Por um segundo, eu me deleito com isso. Eu deixo minha mente


ficar em branco e rolar em torno de como Cole é - as habilidades loucas
de condução, o olhar irritado de mil jardas e a reputação lendária para
todos os tipos de coisas perigosamente deliciosas - tendo uma ereção por
mim. É melhor do que um milhão de dólares, e pelo resto da minha vida,
eu vou me lembrar deste momento quando alguém fora do meu alcance
pressionou seu pênis contra minha barriga e rosnou para mim.

Mas, no segundo seguinte, eu me lembro de todas as razões para


isto ser uma má ideia. Quando eu não estou olhando para ele, eu não
gosto de Cole. E eu não posso beijar alguém que eu não gosto. Eu
definitivamente não posso me esfregar contra ele como uma gata no cio.
E agora, ele deveria estar fazendo outra coisa. Tirando a minha irmã de
problemas, por exemplo. E depois disso, ele provavelmente tem um
encontro quente com uma supermodelo.

Eu planto a minha mão com firmeza no meio do seu peito e


empurro.

Ele não se move.

~ 21 ~
— Cole... — Droga. Minha voz não está a bordo com todo o plano,
dizer a ele que não. Em vez disso, ela faz uma coisa de suspiro ofegante
muito incaracterístico, que soa como uma advertência completamente
falsa que é não tão secretamente um convite para ser ruim. Muito, muito
ruim.

Há uma série de camadas de como fodido meus sentimentos sobre


este momento são.

— Eu sei, — ele diz. — Só... cale a boca por um minuto.

Ele deixa cair seu rosto em direção ao meu pescoço, e quando ele
inala junto ao meu ouvido, minhas entranhas acendem em chamas,
como se sua respiração fosse um fósforo aceso e meu sangue tivesse sido
substituído por gasolina. Ninguém nunca fez isso antes, e eu quero que
ele faça isso de novo, as consequências que se danem.

Dizendo meu nome em um longo e lento suspiro, ele arrasta sua


bochecha contra a minha, alinhando nossos rostos.

Cale-se por um minuto. Como diabos essa linha funciona para


mim?

Porque está totalmente funcionando. Assim como magia minha


calcinha derrete. Meus mamilos estão duros, os meus seios pesados e
minhas coxas doem.

— Isso não é nada, entendeu? — Ele murmura as palavras, seus


lábios agora perigosamente perto dos meus.

Eu não posso lidar com o que está acontecendo, não diretamente,


por isso fico insolente. É o meu jeito. — Sim. Totalmente já esquecido.
Isso não é nada.

— Isso não é fodidamente nada, Hailey. Jesus. — Ele se afasta o


suficiente para olhar para mim. Ótimo, agora eu disse a coisa errada e
ele não vai me beijar. O que deve ser a decisão certa, mas porra, meu
corpo está protestando. — Isso só não pode ser mais do que isso. — Ele
deixa cair seu olhar para a minha boca, e esse olhar se parece quase tão
bom quanto um beijo. É profundo e explorador e faminto.

Eu não gosto de Cole. Mas eu gosto do seu olhar faminto.

Eu acho que eu gosto muito. Então eu lambo meus lábios.

Sua boca se choca contra a minha, ao mesmo tempo em que suas


mãos deslizam pelo meu cabelo. Ele está tremendo quando me prova, e
eu tenho essa sensação vaga de que ele está se segurando. Dane-se isso.

~ 22 ~
Se isso não pode ser nada mais do que um único gosto, eu quero tudo
dele. Eu belisco seu lábio inferior, que eu acho que ele gosta, porque ele
faz esse barulho grunhindo que o meu corpo responde a um nível
primitivo.

Meus mamilos endurecem, me fazendo ciente de quão pesados


meus seios parecem contra o meu sutiã. Profundamente dentro da
minha pélvis, algo puxa, liberando minhas inibições.

Eu o mordo novamente e ele me recompensa com o mesmo ruído,


mais alto e longo dessa vez. Ele me balança para trás, deslizando uma
perna entre as minhas coxas, e eu posso ver que mordê-lo pode ter sido
um erro.

O tipo de erro que leva as pessoas a ficarem nuas contra o seu


melhor julgamento.

Cole estremece, então ele está todo sobre mim, como se ele
precisasse da segunda mordida dos meus dentes em sua carne para
confirmar o seu consentimento. Entendi. Ele beija de uma forma que
necessita de aprovação, que faz você se sentir como se estivesse despida
e fodendo duro. Esse beijo vai me deixar cheia e satisfeita, embora a
parte nua não possa acontecer.

Isso não pode acontecer. Eu vou continuar dizendo a mim mesma


isso.

Nossas línguas enroscam enquanto eu enrolo meus braços em


volta do seu pescoço, e suas mãos começam a vagar. Primeiro os dedos
derivam ao longo do pescoço no V da minha camisa, aumentando os
arrepios em meu peito. Eu quero desesperadamente que ele segure meus
seios e seus polegares sobre meus mamilos, mas eu sei que isso está
além do limite definido. Eu tremo enquanto ele desliza os dedos para
baixo do lado de fora da minha camisa, combinando trilhas em chamas
ao longo do lado dos meus seios que eu quero muito que ele trace
novamente com a boca.

Quando suas mãos pousam em meus quadris, estou de repente


consciente sobre o quão grande eu estou lá, mas ele está apertando e
isso me faz sentir tão bem e ele ainda está me beijando. Minha mente
pisca para esse olhar deslumbrante que ele me deu um pouco antes de
nós colidirmos, e em vez de lançar dúvidas sobre o que estamos fazendo,
me acelera.

— Porra, sim, — ele murmura, sua voz rouca e profunda enquanto


eu deslizo minha boca pelo seu pescoço, saboreando a pele quente e
firme. Quero devorá-lo, e ele parece bem com isso. Sua respiração fica

~ 23 ~
mais lenta, como se ele estivesse tentando se controlar. Eu quero fazê-lo
perder o controle, mas eu não sou a única a brincar com fogo. Seus
dedos brincam com a pele nua na minha cintura, entre a minha camisa e
minhas genéricas calças elásticas pretas. Grandes mãos. Fortes,
quentes, com dedos calejados. Eu quase usei jeans hoje. Nunca tinha
tido tanta sorte em uma escolha de guarda-roupa, porque eu posso
sentir tudo dele pressionando contra mim e isso está me queimando da
melhor forma imaginável.

Timidamente, eu lambo para baixo no vale entre o seu pomo de


Adão e o músculo fino que flexiona quando ele inclina a cabeça para o
lado. Entre as minhas pernas, sua coxa se encaixa e muda de posição.
Suas mãos deslizam para trás sobre os meus quadris e na minha bunda,
e de repente ele está me levantando.

Eu sou uma menina grande. As pessoas apenas não me içam no


ar, mas Cole me firma no balcão antes que eu possa dizer: — Não force
suas costas, — então eu não digo. Em vez disso eu me entrego à deliciosa
emoção de ser beijada como se ele apenas não pudesse evitar.

Ele se instala no V das minhas pernas, sua ereção latejante entre


nós e ele desacelera seus beijos, como se dissesse, se fôssemos outras
duas pessoas, nós faríamos um inferno de muito mais. Mas nós não
somos.

— Você ainda está me distraindo, — diz ele calmamente depois de


traçar meu lábio inferior com a ponta da língua.

— Eu não pretendia... — eu paro, deixando meus lábios se


separarem em um convite, mas ele só olha para mim em vez de fechar a
distância novamente. O medo me impede de forçar outro beijo. Não tenho
certeza de quais são as regras aqui.

— Eu tenho que ir. — Ele me pega firmemente em seus braços,


mas eu sinto que isso é o fim, que ele balançou meu mundo com o beijo
mais sexy de sempre e é isso, e, de repente, eu estou preenchida com um
tipo diferente de emoção.

Tristeza.

Porra.

Enfio essa cadela espinhosa de volta para o fundo do meu


estômago onde ela pertence, e empurro seu rosto com o meu. Ele me
empurra volta, calor zanzando entre nós, e então está tudo molhado,
quente e delicioso novamente.

~ 24 ~
Mas há mais neste momento, é quente, mas também é pesado.
Muito pesado, e eu sinto que estou ficando louca. Quem é ele para me
beijar assim, me fazer sentir isso quando não pode ir a lugar nenhum?

Eu me afasto, meus lábios ainda inchados dos seus beijos. Ele


persegue os meus lábios por um momento, sem perceber que nós
terminamos, mas não. Eu preciso ser a única a parar neste momento.

É como me arrastar pela lama com os olhos vendados. Colocar


distância entre nós é estranhamente desorientador quando as faíscas
ainda estão disparando em todas as direções e cada célula do meu corpo
está dizendo, termine o trabalho e o arraste para o seu quarto antes que
ele perceba o que está fazendo.

— Eu não pretendia isso... — ele começa ao mesmo tempo em que


eu faço um som de desprezo e cubro o rosto com as mãos.

— Não se preocupe com isso, rostos batem o tempo todo, —


murmuro pelos meus dedos. — Você deveria ir.

Ele faz um barulho que não consigo decifrar, e depois de uma


batida eu sinto a ausência do calor do seu corpo quando ele se move
para longe de mim, então a maçaneta da porta gira, as dobradiças
rangem, e ele se foi.

Eu disse isso. E ainda estou de pé aqui, desejando como o inferno


que eu não tivesse o empurrado, porque beijar Cole Parker foi como
ganhar em cheio na loteria.

Pena que eu nunca vou fazer isso de novo.

~ 25 ~
Capítulo Quatro
COLE
Do lado de fora do apartamento de Hailey, fico no corredor por
trinta segundos. Vinte para colocar me refazer e esperar minha ereção ir
embora, e os últimos dez falando para mim mesmo para não voltar para
dentro.

Beijá-la foi um movimento estúpido. Eu não tive a intenção.

Eu pensei sobre isso por meses e fiz tudo que eu podia pensar para
impedir meu pau de reagir. Encontros com outras mulheres para
distanciar o pensamento da sua boca da minha cabeça. Recuar entre as
sombras no punhado de eventos que tinha acontecido com ambos
comparecendo. Observar ela com outros homens - homens nada como eu
- dizendo a mim mesmo para pegar a fodida dica.

Lá embaixo, Wilson está esperando pacientemente por mim. Ele


olha para cima do seu telefone e sorri. — Você se esqueceu que nós
concordamos com a vigilância por vídeo para o apartamento?

Foda-me. Não paciente em tudo, o maldito pervertido. — Destrua


isso. — Eu fecho meus olhos. — Não. Transfira para um USB para mim.
Em seguida, destrua isso.

— Sério, você quer se masturbar com ele? Você é um idiota.

— Foda-se. — Eu respiro fundo. Eu não sei por que eu quero. Eu


não preciso do vídeo que é, provavelmente, apenas os seus calcanhares
sobre a minha bunda para gozar. Eu tenho a memória da sua língua
lambendo ao longo dos meus lábios e os dentes contra a pele do meu
pescoço. Eu estou bem. Mas eu ainda quero o vídeo.

— E pare a vigilância por vídeo.

— Você confia nela?

— Mais do que eu confio em você, idiota. — Isso foi uma mentira.


Eu confio em Wilson com a minha vida, tanto quanto eu faria com Jason
ou Tag. Mas me mata saber que eu esqueci por um segundo que esses

~ 26 ~
seus olhos de águia estavam sempre observando - que apenas algumas
horas antes, eu lhe pedi para colocar a vigilância no lugar.

E bastou Hailey gritar comigo na sua cozinha para o meu fluxo de


sangue se dirigir ao sul e tomar algumas decisões idiotas.

Eu não vou voltar para o seu apartamento. Eu tenho força de


vontade, e eu sou capaz de enterrar o que eu quero quando é para um
bem maior. O que é bom para Hailey, sou eu ficar longe, muito longe
dela.

Mas apenas no caso. — E deixe de conversa fiada e volte para lá e


remova as câmeras.

— E o que deveria dizer a ela...?

— Não diga nada. Diga que você quer a porra de uma lição de tricô.
Diga a ela que você precisa tomar conta dela até depois de descobrirmos
um plano de ataque para a mídia. Estou voltando para o escritório para
me encontrar com Jason.

Wilson dá de ombros, seu cabelo muito longo caindo ligeiramente


em seus olhos. Ele representa qualquer personagem assustadoramente
bem, parte de sua apresentação de homem comum. Eu o vi ser tudo,
desde um geekgamer a um colarinho azul e operário de construção. Eu
também o vi nos ringues de luta subterrânea. Nada de homem comum
sobre como ele soca os homens mais volumosos no ringue.

Cabelo desleixado minha bunda.

— Obrigado, — eu resmungo, apertando a mão dele.

Vinte minutos mais tarde, eu paro no estacionamento subterrâneo


sob o nosso escritório. Temos o segundo e terceiro andar de um prédio de
escritórios entre Dupont Circle e Adams Morgan. Brilhante o suficiente
para impressionar os nossos clientes, mas não completamente
institucional K Street. Além disso, está perto do meu apartamento, que é
realmente tudo o que me interessa. Eu paro na cafeteria no piso térreo e
consigo o almoço, dizendo a mim mesmo que eu não estou adiando a
inevitável palestra sobre profissionalismo e prioridades do meu parceiro
de negócios.

Eu estou mentindo, porque Jason está esperando para atacar


assim que eu passo na nossa área de recepção no segundo andar. Eu
deveria ter ido direto para o meu escritório no terceiro.

— Que diabos você estava pensando? — Ele cospe em mim, e eu o


ignoro.

~ 27 ~
Em vez disso eu aceno para Ellie, a nossa recepcionista. Ela me dá
um sorriso estremecido que diz que ele está chateado mais tempo do que
meia hora que eu levei para chegar aqui da casa de Hailey. Deixo escapar
um longo suspiro e sacudo meu café para as escadas. — Vamos fazer
isso em particular.

Ele espera até chegarmos lá em cima, em seguida, solta. — Tag?


Você deu Morgan Reid para Tag?

Oh. — É com isso que você está chateado?

— Tag é a porra de um touro numa loja de porcelana. Merda.


Passei a maior parte da manhã pedindo desculpas por ele.

— Ele fez Amelia e Taylor felizes?

— Só porque uma ou ambas querem transar com ele.

Eu suspiro. — E sabemos que não vai acontecer, certo? Então,


quem se importa como Morgan fica irritado?

— Ele é o único a pagar a nossa conta.

Este é um terreno delicado. O meio irmão de Jason Mack é um


investidor silencioso na nossa empresa, e Jason tem um remo legítimo
em querer ficar sempre sombrio. Por outro lado, eu não dou a mínima
para o dinheiro, não da mesma maneira que ele faz. Além disso, estamos
muito rentáveis. — Então você mesmo deveria ter ido.

— Eu fiz. Mas ele é o seu cliente.

— Eu não o quero como meu cliente. — A tensão de metade de um


ano ferve entre nós. Na verdade, nenhum de nós está certo ou errado.
Isso é fodido tons de cinza e Jason não está insistindo por razões
egoístas. Entre nós dois, ele está mais para o bom rapaz. Inferno, ele
ainda está trabalhando para o tio Sam, mesmo que seja de uma forma
escura e invisível.

Mas não foi fodidamente certo o que nós fizemos. Não nessa altura.
E a verdade tem me comido por seis longos meses.

Eu não me importo de onde a ordem veio.

Jason range os dentes e me olha. — É por isso que você está


transando com sua filha?

Eu nem sequer sinto meu café deslizando da minha mão. Ele diz as
palavras e eu estou em movimento, um punho agarrando a frente da sua
camisa, o outro rachando contra sua mandíbula.

~ 28 ~
Ele é como um irmão para mim, então eu cambaleio para trás
depois do golpe. Um bem forte, mas eu não poderia me impedir.

— Você o fez? — Pergunta ele lentamente, olhando para mim por


debaixo das sobrancelhas arqueadas. Sua voz é calma enquanto ele
esfrega o queixo. Ninguém faz o Pai Desapontado tão bem como Jason.

— Foi um beijo e Wilson tem uma boca grande do caralho. — Não


há nenhum ponto em ficar chateado por isso. Parte de mim sabia que eu
estaria voltando para esta conversa. Mas eu estou irritado – muito
irritado, o que seria o argumento de Jason se eu deixá-lo fazer isso.

— Não há segredos, lembra? — Foi a nossa promessa um ao outro


quando começamos a empresa. É assim que eu sei que Jason ainda faz
trabalho secreto e Tag tem um caso de vai e volta às vezes,
principalmente vai6 com sua ex-esposa. Wilson... bem, a regra de não ter
segredos possui asteriscos estranhos quando se trata do nosso residente
fantasma. Mas isso nos diz que ele pode e Jason se compromete pelo
resto.

— Bem. O que você quer saber?

— Por que ela?

Eu não posso resistir. E esse é o problema. Esse é sempre o


problema com relacionamentos. Eles são uma distração. Eles tornam os
homens fracos.

— Tudo bem, não responda a isso. Está fora do seu sistema?

Memórias daquela primeira noite em que fomos chamados para a


propriedade Reid avançam deslizando na minha mente, oferecendo-se
como se eu precisasse de um lembrete de que Hailey está sob minha pele
por seis longos meses. Eu não preciso. — Esqueça isso.

— Ela não é o seu tipo.

Eu cerro os punhos e os empurro em meus bolsos, então eu não


vou socar ele novamente. Jason me conhece há onze anos. Eu sei que ele
não está falando sobre suas curvas, porque nesse aspecto, ela é
definitivamente meu tipo.

Ele está falando do seu coração. E ele está certo.

— Você vai quebrá-la.

6 On-again e off-again, são relacionamentos que vão e voltam. Ficou estranho, mas não
tem uma palavra para substituir adequamente no português.

~ 29 ~
— Eu sei. Eu não vou beijá-la novamente. — Mas isso não é bom o
bastante para dizer. Eu tenho que empurrá-la para longe, e eu sei
exatamente como fazer isso. — Realmente. Eu vou cuidar disso. — Sendo
um bastardo. — Me conte sobre o plano de ataque para Taylor.

Relutantemente, Jason me permite mudar de assunto. Ele


descreve a entrevista com a revista People — as poucas palavras, as
melhores — que os advogados já estão para reter. A menos que o vice-
presidente seja completamente honesto sobre o caso, vai ser provável que
a Câmara dos Representantes vá encontrar uma maneira de acusá-lo.

Taylor Reid, garota festeira de Washington, pode derrubar o


homem que pensou estar dezoito meses longe de ser o próximo
Presidente.

Foi uma coisa boa os Reids não ter quaisquer aspirações políticas,
porque eles teriam acabado de destruir seu próprio partido político com o
que certamente seria um escândalo prolongado.

— Por favor, me diga que tem um plano para encontrar outras


mulheres com quem ele dormia.

— Wilson tem seus estagiários em cima disso. — Três nerds de


computadores em Georgetown que tinham grudado em nosso amigo
depois de ele ter falado nas aulas deles.

— Não é um mau dia de trabalho antes do almoço, então. — Eu


vagamente aponto para a minha mesa, só agora me lembrando de que eu
deixei cair meu café. Xingo e Jason ri de mim. — Eu não estou
arrependido por socar você.

Ele fica sóbrio rápido. Eu falei demais porque eu estou inquieto e


frustrado, mas essa é a coisa sobre os irmãos que você escolhe. Eles
perdoam muita coisa e eles entendem você melhor do que você
compreende a si mesmo. Graças a Deus por isso. — Você não pode
começar algo com ela, Cole. Não há nenhuma maneira disso terminar
bem. Eu vou tomar mais alguns golpes se for preciso para você se
lembrar de quem você é.

— A um passo de um mercenário. — Eu não posso manter o


ressentimento fora da minha voz.

— Nós estamos lutando o bom combate.

Eu balanço minha cabeça. Eu não tenho certeza se há qualquer


bondade deixada neste mundo, exceto nas belas ilusões dos inocentes.
Como Hailey.

~ 30 ~
E é por isso que eu preciso quebrar o coração dela agora. Não por
causa do que eu sou, mas o que eu acredito - e aquilo que eu não posso,
porque eu vi muita coisa.

Cansado demais.

Ferido demais.

Fui ferido. Enfio esse pensamento longe, mesmo quando eu


reconheço que provavelmente isso é mais verdadeiro do que qualquer
outra merda. Hailey é do tipo que se importa com um I maiúsculo. Esse
pensamento faz minhas mãos tremerem e meu estômago revirar, razão
ainda maior para cortar as fitas do desejo entre nós antes que ela tenha
quaisquer ideias malucas.

~ 31 ~
Capítulo Cinco
HAILEY
Os últimos dias têm girado em um borrão. Taylor tem estado muito
na TV, mas a imprensa perdeu o interesse em mim. Eu mesma fui para o
trabalho ontem, e passei mais cedo hoje no SPA com a minha irmã mais
nova, Alison.

Nós não chamamos Taylor.

Alison queria. Eu dei-lhe o meu melhor olhar desagradável e ela


mudou de assunto.

Agora estou em um encontro, embora Trevor Waters, conselheiro


júnior para o senador do Texas, passou mais tempo no lobby no telefone
do que ao meu lado em nossos lugares no Kennedy Center.

Eu sei que sou privilegiada por estar aqui, esta não é uma
experiência única na vida para mim. Mas eu não posso mais evitar por
muito tempo. Algo quente e intenso, mas um pouco menos fodido do que
quer que seja eu ter flertado com Cole.

Este é um encontro criado pela minha bem intencionada amiga,


mas não pensando claramente, Becky. Só porque Trevor e eu gostamos
igualmente de ópera não faz disso uma boa ideia. Por um lado, isso só
poderia ser uma boa ideia se nós dois estivéssemos realmente presentes
no encontro.

Um encontro que eu tinha ido com tudo, mesmo que meu coração
não estivesse nele. Vestido preto de veludo, apertado na cintura, graças
ao melhor espartilho que o dinheiro pode comprar. Meus peitos parecem
grandes, não que Trevor notaria.

Eu suspiro para mim mesma. A verdade é que ele está ausente em


corpo. Eu estou fora mentalmente. Isso não é melhor. Eu não me importo
se ele está dentro comigo, porque mesmo que ele seja atraente o
suficiente, alto, magro, bom corte de cabelo, bons dentes, ele
simplesmente não é o meu tipo.

~ 32 ~
É um estado triste onde fico nervosa sobre o encontro ou se a
imprensa vai ou não me perseguir com perguntas irritantes, ou se vou ou
não beijar no final da noite.

Aplaudo como o resto dos participantes quando as luzes se


apagam no intervalo, depois vou para o terraço em busca do meu
encontro ausente. Ou álcool. Vou levar o que eu encontrar primeiro.

Está frio lá fora, e eu não vejo Trevor em qualquer lugar. Eu me


dirijo para dentro, esperando que ele possa me encontrar no bar, quando
minha pele se arrepia com a consciência. Sinto Cole um momento antes
de ele falar, e me incomoda como eu de repente não me sinto sozinha.
Irritada. Viva e feroz, com certeza. Mas não só. É um truque horrível que
minha mente está jogando em mim, porque se há alguém que vai me
abandonar, com certeza, é o homem atrás de mim.

— Você está em suas roupas de socialite, Hailey.

Eu giro ao redor, dizendo a mim mesma que é para colocar ele no


lugar. Como ele ousa deslizar aquela voz de seda em cima de mim como
se fossemos íntimos. Mas quando eu colido com o seu olhar, eu sou a
única deixada com dúvida... Porque ele com certeza me olha como se,
pelo menos em algum nível, já fossemos íntimos. Meus lábios certamente
se lembram de algo que parecia um inferno de muito mais do que uma
colisão acidental de bocas. Meus ouvidos se lembram das suas palavras
sujas iluminando-me de dentro para fora.

Ele me quer. Por que, eu não consigo entender. Como, quando nós
nem sequer gostamos um do outro, podemos estar a metros de distância
e já parece que estamos a meio caminho das preliminares... eu não
entendo.

Eu não gosto de não entender. Eu não gosto de nada sobre isso,


especialmente a parte onde termina. Eu gosto da ausência da nossa
dança viciosa ainda menos do que essa bagunça. Quão estúpido é isso?

Eu endireito meus ombros e deixo a minha cadela interior assumir


a minha voz. — O que você está fazendo aqui?

Ele levanta as sobrancelhas, vagamente incrédulo. Bem ok. Então


ele está usando um smoking. Claramente, ele está aqui para a ópera
como eu. — Eu preciso jogar este jogo para os clientes. Rede. Esse tipo
de besteira. Você optou por sair desta vida, por isso a grande questão é, o
que você está fazendo aqui?

Eu estremeço, porque diabos ele sabe sobre as escolhas que eu fiz?


— Eu estou em um encontro. Espere. Eu disse que estava vindo para cá.

~ 33 ~
Eu não achava que era possível os seus olhos de ouro líquido
queimarem frio, mas eu estava errada. Cole odeia que eu esteja em um
encontro, e esse pensamento me dá uma emoção ilícita. Bom. Ele precisa
saber que nem todo mundo pula em seu comando. Nem todo mundo está
dentro do seu reinado de controle.

Ele dá um passo mais perto. — Primeiro encontro romântico, no


Centro Kennedy.

— Quem disse que era um primeiro encontro?

— Desde que seu encontro não está na porra do seu lado, fazendo
você se sentir como a mulher mais bonita do mundo, eu deveria esperar
que não fosse uma repetição.

Ele não está errado. Eu não digo isso, no entanto. Eu não digo
nada.

— Quem é o estúpido?

— Não é da sua conta.

— Será que ele te beija como se pudesse ficar bêbado em sua boca?
— Ele mergulha o olhar para os meus lábios, que se abrem como se
estivessem em comando. Recue lábios, não dificulte as coisas. Eu os
lambo em uma tentativa nervosa de obter o meu corpo de volta sob o
meu próprio controle, mas isso só faz com que suas pupilas se dilatem.
Como uma promessa de que a minha boca é o suficiente para torná-lo
bêbado.

Eu não digo a ele que eu não beijei Trevor, e eu não beijarei.


Infelizmente para mim, a barra de beijos foi recentemente levantada a
alturas impossíveis.

Eu poderia precisar me tornar freira. Eu balanço minha cabeça e


dou o meu olhar altivo, mão esquerda firmemente no meu quadril. —
Isso foi um erro.

Ele olha para mim, como se eu estivesse fazendo com que ele fosse
um idiota e ele se ofende. — Não significa que eu não quero fazê-lo
novamente.

Suas palavras explodem em mim e eu alcanço o corrimão para me


equilibrar. — Não faça isso. Eu estou em um encontro, pelo amor de
Cristo.

Ele engole em seco, e meus olhos deslizam dele para uma mulher
se aproximando rapidamente. Puta merda.

~ 34 ~
— Você não está aqui sozinho, tampouco.

— Não.

Ela é linda, e eu estou cheia com um ciúme irracional. Eu tinha


acabado de dizer a ele que eu não era da sua conta. Mas eu
egoisticamente ainda quero que ele seja algo meu. E o jeito que ela está
andando... Meu estômago revira. Eu digo a mim mesma para não fazer a
pergunta, mas sai de qualquer maneira. — Quem é ela?

— Minha namorada.

Eu não ouvi isso direito. Eu não poderia ter ouvido, mas quando
eu encontro o seu olhar, de repente está frio e inabalável.

— Mas você veio... Não.

Ele levanta uma sobrancelha. — Não?

— Você me beijou, — eu assobio sob a minha respiração. Parece


malicioso e eu não me importo.

Ele deixa cair sua voz, também, mas apenas soa sexy. — Eu beijo
um monte de mulheres, Hailey.

Isso não soa sexy. Foda-se ele. É o meu refrão padrão. — Como
esta semana?

Eu não posso engolir e minha boca está seca. Eu não posso


acreditar que eu deixei ele me tocar e agora ela está ao lado dele. Loira,
magra, pálida de uma forma bonita. Ugh. Eu a odeio e me odeio por odiá-
la. Eu sorrio e ofereço uma mão. — Oi, eu sou Hailey Reid.

— Penny Kristoff. — Seu aperto é confiante, e eu quero perguntar


se ela sabe que o namorado aparentemente beija um monte de mulheres,
mas eu tenho medo de que poderia vomitar em todo seu vestido Donna
Karan se eu abrir minha boca.

Então, ao invés disso, eu aperto meus lábios, aceno e sorrio para


alguma mentira que Cole diz a ela sobre o que estávamos falando, uma
conexão de caridade que descobrimos nos últimos dias, porque — eu sou
uma babaca trapaceira que não pode manter a minha língua na minha
boca — provavelmente não foram mais além. Eu faço um ruído evasivo
quando ela me pergunta alguma coisa... e, finalmente, o meu encontro
nada bom aparece e eu escapo.

A próxima hora passa em um borrão de raiva. É como se houvesse


uma apresentação de slides do nosso beijo jogando uma e outra vez na
minha cabeça com uma enorme narração do National Geographic. O

~ 35 ~
macho alfa, sempre alerta para a oportunidade do cio com uma mulher
disposta, se lança ao primeiro sinal de vulnerabilidade.

No momento em que a performance está terminada, eu estou além


de pronta para ir para casa, mas há uma discussão depois da
performance de modo que Trevor quer ficar. Nós nos dirigimos para o
hall de entrada com todos os outros.

— Você gostaria de um copo de vinho? — Murmura Trevor,


tocando meu cotovelo.

Eu balanço minha cabeça, em seguida, mudo de ideia. Claro,


qualquer coisa. — Branco, por favor.

Peço licença para o banheiro das mulheres onde, é claro, eu me


deparo com a namorada de Cole. Porque claramente o destino me odeia.

Ela está no espelho, retocando o batom, e eu decido fazer o mesmo.


Não há nenhuma maneira que minha bexiga possa funcionar enquanto
ela está no mesmo banheiro, e foi realmente apenas uma desculpa para
ficar longe de Trevor de qualquer maneira.

— Performances encantadoras hoje à noite, — diz ela com um


sorriso autêntico. Claro, por que ela não deveria sorrir? Abençoadamente
ignorante de quão bruto seu namorado é.

— Sim. — Eu aplico uma camada com cuidado de Barely


Vermelho, e como eu, ela me observa. Nem desconfiada. Nem
inocentemente. Mais uma coisa que não consigo descobrir é o jogo em
seus olhos. Eu tampo o batom e o guardo.

Eu tenho duas escolhas aqui. Eu posso correr e me esconder, ou


enfiar o dedo na água e descobrir o que é o quê. Isso é muito diferente do
que eu sou, mas Cole acendeu uma centelha dentro de mim. É perigoso e
louco, e eu estou perigosamente perto de não dar uma foda. — Você é
Penny, certo?

Ela dá um passo mais perto, inclinando a cabeça para o lado. —


Eu sou.

— Cole não mencionou você... — Solto isso vagamente. Eu não


quero ser uma cadela aqui. Eu terminei com ele, por isso não importa,
exceto que ele importa. Ugh.

— Não, ele não faria isso. — Seus lábios caem e enrolam nos
cantos, como se ela tivesse um segredo que lhe agrada.

~ 36 ~
Eu não quero ser chata, mas esse sorriso tem um milhão de
perguntas correndo pela minha cabeça. — O que você quer dizer?

Outro sorriso misterioso, e eu quero dar um tapa nela. Não, eu


quero ir embora, mas eu não posso.

E então ela se vira e olha para mim, e tudo muda um pouco


quando sua voz se transforma evidentemente amigável. — Essa é uma
ótima sombra para você.

Tanta coisa para eu ser corajosa. Dou um passo mental, de volta


para a proteção da minha graciosidade enraizada. — Obrigada. É uma
das favoritas.

— Eu posso ver porque Cole gosta de você. — Ela se inclina desta


vez, não realmente se movendo mais perto, mas o lugar parece menor. E
mais quente. — Você é deliciosa.

Uau. — Perdão?

Certamente eu ouvi mal. Mas então ela puxa o lábio inferior entre
os dentes e olha para baixo no meu corpo, e não, eu tenho certeza que
ela disse que eu era... Uau. Então, talvez tanto Cole quanto sua
namorada beijam mulheres aleatórias. Isso não me faz sentir melhor.

— Você é muito o tipo dele. — Ela diz quase baixinho, e eu gostaria


de poder dizer que eu não gosto de ouvir isso. Eu tinha me perguntado,
durante a última hora, por que ele tinha me beijado quando ele estava
com essa mulher. É claro que agora eu me pergunto se ele tem algum
tipo de fetiche para coxas grossas e seios macios.

E desde que eu não gosto dessa ideia em tudo, eu finjo meu último
vestígio da ignorância. — Como é?

Ela cora, finalmente entendendo o fato de que nós não estamos na


mesma página. — Você sabe... — Ela diz baixinho. — Você não sabe?

— Não, eu realmente não sei. — Minha voz é alta e oscila um


pouco, mas eu me aguento firme.

— Oh. — Ela aperta os lábios, bochechas rosadas agora escuras


com embaraço. — Então vamos culpar este champanhe e uma longa
semana de trabalho.

Não tenho certeza se posso. Ela sabe algo sobre Cole que eu não
sei. Inferno, o que ela sabe sobre seu namorado que eu não sei
provavelmente pode encher um estádio. Mas agora, suas palavras estão
tocando em meus ouvidos.

~ 37 ~
— Escute, isto... — Ela levanta a mão e os dedos pairam entre nós
por um minuto antes de tocar levemente minha clavícula e exalar
quando ela o faz. — Eu sei que ele é difícil. Mas do jeito que ele estava
olhando para você. — Ela faz um zumbido quente. — Eu gostaria de vê-lo
transar com você.

Oh. Meu. Deus.

— Eu tenho que ir, — eu chio, e giro sobre os calcanhares na fuga


mais rápida do mundo e eternamente menos elegante de um banheiro.

No foyer, Trevor está me esperando a alguns passos de distância,


segurando dois copos de vinho. Um porteiro abre as portas para o
corredor novamente, acolhendo-nos de volta para a conversa, e, de
repente, eu simplesmente não posso mais.

Eu tateio na minha bolsa, fingindo que ela apenas vibrou. Eu


rapidamente devolvo a taça que ele tinha acabado de deslizar em meus
dedos, e olho para o meu telefone escuro. — É minha irmã, você se
importa em ir sem mim?

É melhor ele não se importar. Ele passou a maior parte do primeiro


tempo recebendo chamadas de trabalho em um sábado à noite no
primeiro encontro. E é claro que ele não se importa, porque mesmo eu
estando no braço dele, realmente não importa para ele.

Eu assisto o meu encontro desaparecer, tomo o meu vinho como se


fosse água e procuro um lugar para esconder a taça antes de
desaparecer na triste noite fria. Eu sinto uma pontada momentânea de
culpa, mas eu posso mandar uma mensagem para ele com um pedido de
desculpas. Emergência familiar. Ele vai acreditar nisso.

A mão de Cole não é o lugar que eu queria despejar um copo vazio


de vinho. Mas lá está ele, estendendo a mão na minha frente quando ele
vem em torno do meu corpo. — Noite longa?

— Algo assim. Eu preciso sair, por isso, se você puder dar isso a
um garçom, — murmuro, sem olhar nos olhos dele.

Sem quebrar o contato visual comigo, ele encontra uma superfície


que eu não percebi e coloca o copo. — Nós precisamos conversar, linda.

Não, eu preciso dar uma joelhada na virilha dele, depois ir para


casa e tirar esse vestido estúpido.

— Por que sua namorada acha que ela pode ser capaz de assistir
você transando comigo? — Eu assobio sob a minha respiração, mal

~ 38 ~
tendo uma batida para apreciar a forma como ele fica levemente pálido.
Boa. Foda-se ele.

— Penny me disse que falou demais. Ela está arrependida.

— Ela não precisa se arrepender. Você precisa parar de me beijar.


E me chamar de linda. Totalmente desnecessário. — Minhas palavras
estão saindo em explosões curtas entrecortadas. Gostaria que elas
aterrissassem metade tão dolorosamente como elas rasgam em mim, mas
Cole não parece afetado.

— Tudo bem, então me desculpe. Era impróprio eu beijar você. —


Ele se aproxima enquanto diz isso, e tanto quanto eu quero dar uma
joelhada na sua virilha, há uma parte de mim que fica excitada. Estúpida
garota excitada, com um frio na barriga e conveniente perca de memória
que garante que idiotas como Cole consigam manter espalhando seu
DNA através da população.

Mas esta não é a primeira vez que eu tenho atenção confundida


com algo mais. E não seria a primeira vez que a atenção seria
propositadamente mal representada como algo mais.

— Não há nada quente sobre ser usada, — eu digo em voz baixa.


Não soa muito bem quando eu digo isso, e a chama em seus olhos diz
que eu estou errada. Se eu estou, ele precisa corrigir essa impressão,
porque ele me beijou quando tinha uma namorada, e com certeza agiu
como se fosse um pequeno segredo sujo.

Eu me dou um tapa de volta. Não. Não importa se ele tivesse tido


boas intenções quando me beijou.

Seus lábios se apertam e ele aperta o queixo por um minuto, como


se estivesse em guerra consigo mesmo. Eu conheço o sentimento.

Finalmente ele solta o queixo, olhando para mim com os olhos


magnéticos. Sua voz, baixa, áspera e intimidante, faz coisas perigosas
para mim em nível celular. — Eu não estava usando você, e aquele beijo
foi fodidamente quente. Você não pode negar isso.

Eu não posso. Não significa que eu não vou tentar. — Uau, muitas
mensagens misturadas, Sr. Parker? Isso não pode acontecer novamente,
você tem uma namorada, uma omissão conveniente de fato no outro
dia... mas com certeza você parece obcecado com a minha boca.

Acho que ele está ficando mais alto e mais largo e mais irritado
enquanto está na minha frente, mas eu não tenho medo. Estou ficando
furiosa, assim como ele. — Nem um pouco, Srta. Reid. Eu não percebi

~ 39 ~
que eu precisava soletrar os detalhes da minha vida pessoal antes que eu
reagisse ao seu olhar foda-me em sua cozinha. Foi um beijo. Supere isso.

— Oh, eu superei isso. — Outra mentira. Meu nariz deve ter um pé


de comprimento.

— E se parece que eu sou obcecado com a sua boca pequena e


bonita, é porque você continua lambendo os lábios. — Seu olhar cai para
minha boca novamente, e eu rio.

Então eu lambo meus lábios.

— Se eu não estivesse trabalhando para a sua família agora... —


Sua voz ainda é baixa e tensa, mas estamos começando a atrair alguma
atenção. Apenas o suficiente para que as pessoas possam saber o que
estamos falando.

Eu deveria calar a boca. Eu deveria ir embora. Eu não faço


nenhuma dessas coisas, porque eu não posso deixá-lo ter a última
palavra, especialmente quando é uma mentira. — O quê? Nada, Cole.
Você estaria trabalhando para algum outro saco de escória. Diga-me
quantos assassinatos tem encoberto esta semana?

Olhos escuros, as narinas dilatadas, ele olha ofendido em toda


parte da festa. Dividido entre decepção e alívio, porque eu o empurrei por
uma razão, e não só porque estou frustrada e me sentindo desprezada.
Cole não é bom para mim em qualquer nível.

Mas suas palavras, quando elas vêm, não estão com raiva. Elas
estão provocando. E ele leva o seu tempo doce as entregando. — Você
não sabe o que está falando, linda. E isso é bom. Você tem o direito de
estar chateada comigo, porque eu vivo em um mundo de segredos e
mentiras que, Deus me ajude, você nunca vai entender. — Por um
segundo, eu acho que ele vai parar por aí. Quando ele começa
novamente, sua voz mudou. Deslocada, como se ele tivesse perdido um
cabo-de-guerra, e seus olhos brilham de uma maneira nova e
emocionante. — Mas quando você diz merdas assim, isso me faz querer
colocar a sua boca para trabalhar fazendo algo mais... satisfatório.

Calor rasteja até meu pescoço, em seguida, para baixo entre meus
seios doloridos e em minha barriga. Afastá-lo não é uma vantagem. Pare
com isso, corpo. Você está demitido do Comitê O Que É Melhor para
Hailey. — Certamente você pode encontrar alguém que não se opõe a
você ser completamente imoral para dar-lhe um boquete. Como a sua
namorada.

~ 40 ~
— Você não descobriu ainda que eu não quero mais ninguém? —
Ele balança a cabeça, claramente frustrado, e antes que eu possa
processar o que ele está dizendo, ele está atirando ainda mais para mim,
suas palavras vindo rápidas e furiosas agora. — Eu te quero. De joelhos,
seus lábios em volta do meu pau.

Eu suspiro. — Que diabos aconteceu com isso foi um erro e isso


não é nada?

— Oh, isso ainda é um erro. Mas eu estava brincando comigo


mesmo sobre um gosto ser o suficiente.

Ele tem uma namorada. E eu não participo de trios. Além disso, ele
tinha dito pau, como se aquilo fosse algo que alguém apenas diz no foyer
do Centro Kennedy. Minhas bochechas estão quentes e eu sei que assim
que eu abrir a minha boca novamente, vou gaguejar.

Mas antes que eu possa reagir, antes que eu possa me agarrar à


pilha de merda da verdades que ele acabou de despejar entre nós, ele faz
uma cara divertida, como se dissesse, viu? Estamos jogando em times
diferentes, garotinha, e gira sobre os calcanhares, rapidamente
caminhando em direção ao Hall of Nations.

Ele puxou de volta a cortina de mentiras. Mais direto ao ponto, ele


teve a última palavra.

— Volte aqui, — eu sussurro, minha voz roubada pela raiva em


brasa. Eu literalmente me sinto inclinar para o lado, mas isto ainda não
acabou. Eu tenho que acabar com isso, eu teimosamente insisto na
minha cabeça, mesmo que isso pareça completamente ridículo no
momento.

Eu fico olhando de volta para sua recuada, uma justa indignação


espalha através do meu corpo. Eu quero correr atrás dele, pular em suas
costas e surrá-lo sobre a cabeça, mas meus saltos impedem a corrida e o
fato de que não estamos sozinhos impede o resto.

Mas não acabamos com essa conversa, então eu o sigo.


Lentamente, mas ele sabe que eu estou atrás dele. Eu posso dizer isso
pelos ombros extra largos e do jeito que ele não está olhando ao redor.

E não é até que ele faz uma curva acentuada, cerca de dez passos
na minha frente que eu percebo que isso é uma armadilha.

Eu reduzo. Oito passos. Seis. Se eu virar aquela esquina, ele estará


esperando por mim.

Dois passos.

~ 41 ~
Eu respiro fundo, pronta para o que Cole tem em mente, e entro
em um corredor quase vazio. Definitivamente vazio de Cole e sua energia
furiosa.

Girando, eu ignoro o corte da mágoa no meu peito. Ele está


jogando um jogo comigo, e não é um em que eu estou.

Trevor tem os nossos bilhetes de seleção no casaco.

Talvez eu não precise do meu casaco. Eu entro em um canto e


puxo o meu telefone. Eu só vou mandar um texto para ele e implorar
para sair. Tanto faz. Eu não me importo com o que ele pensa, não é como
se fossemos fazer isso de novo.

Eu bato contra a parede enquanto eu recuo, mas, em seguida, a


parede cede de uma maneira suave, um movimento oscilante, porque é
uma porta. Cole está do outro lado, e ele me puxa para a penumbra de
outra sala de concertos.

Antes que eu possa protestar ou gritar com ele novamente, ele me


prende contra a parede, sua boca na minha. Dentes conflitantes, as
línguas brigando, eu derramo tanta raiva nesse beijo, como ele faz.
Talvez mais, porque eu odeio o quão bom é o gosto dele e quão perfeitas
suas mãos se parecem, uma segurando meus pulsos e me segurando
contra a parede. A outra está traçando minha clavícula, fazendo meus
mamilos endurecerem a oito centímetros de distância.

— Eu vou fazer muito mais do que beijá-la. Diga-me para recuar e


eu vou. — Ele devora minha boca novamente, fazendo com que cada
célula do meu corpo pulse. Eu preguiçosamente considero o fato de que
ele não está realmente me dando uma chance para dizer-lhe nada, mas
sua língua é como uma varinha mágica que me deixa molhada e
querendo. — Mas você não precisa. Ninguém nunca vai saber. Vai ser o
nosso pequeno segredo sujo que vou saber o quão doce você gozou na
minha mão.

Eu engulo um gemido quando Cole empurra o corpete do meu


vestido para baixo, liberando um dos meus seios. Ele o segura, com seu
polegar brincando no meu mamilo de uma forma que me faz querer
implorar por sua boca ali mesmo.

Outra razão que não podemos fazer isso - ele poderia me ter de
joelhos, desesperada por pedaços da sua atenção, sem nenhum esforço.
Isso é uma coisa de fantasias e livros sujos, não a vida real.

Não é possível fazê-lo novamente, eu quero dizer. Porque Cole


bateu um botão de pausa na vida real, quando ele me arrastou aqui.

~ 42 ~
Estamos definitivamente fazendo isso. Ele me prometeu um orgasmo, e
eu quero que ele o entregue.

E então eu vou ficar de joelhos para ele, só desta vez.

~ 43 ~
Capítulo Seis
COLE
Eu me masturbei fantasiando os peitos de Hailey mais vezes do
que eu posso contar nos últimos seis meses. Ela estava vestindo uma
camiseta de decote em V na primeira noite em que a vi, e um colar que
caia direto no topo do seu decote. Suave e sexy, eles me cativaram desde
então, e agora eu sei como se parecem tendo sua carne enchendo minha
mão. Fodidamente incrível.

Eu me aperto firme contra seu corpo, saboreando a tensão em seus


braços enquanto ela torce contra mim, sua pele cremosa dança sob a luz
fraca acima de nós. Eu gostaria que tivéssemos tempo para eu explorar
cada polegada do seu corpo com a minha língua, começando dos seus
delicados pulsos para as ondulações suaves que imagino estarem na
base da sua espinha.

Nós não podemos. Eu não posso. Seu encontro perfeitinho vai


procurar por ela em breve, e eu acabei de receber um texto 911 de
Wilson de que um de nossos clientes foi preso por um DUI. Ele tinha
tudo em mãos por agora, mas teríamos de voltar ao escritório logo para
montar um comunicado.

Momentos roubados, isso é tudo que temos. Mas eu estou farto de


pensar que Hailey e eu não podemos acontecer. Nós apenas não podemos
acontecer de uma forma saudável e funcional.

A boa notícia é, eu sou disfuncional como um maldito profissional.

— Cole, — Hailey sussurra meu nome enquanto eu arrasto minha


boca pelo seu pescoço. — Isso é loucura.

É insano. — Me diga para parar, então.

— Não se atreva a parar. — Ela suspira e arqueia para trás quando


eu tranço seu mamilo inchado e o chupo forte em minha boca. O gosto
dela e o jeito que ela empurra contra o meu corpo me deixam louco. Seu
vestido é de veludo macio, e ela se dobra facilmente em meu punho
quando eu puxo o tecido para cima, expondo sua perna. Ela está
vestindo meias e a uma cinta-liga, e, quando meus dedos atingem a pele

~ 44 ~
macia como uma almofada no topo de suas coxas, eu amaldiçoo o fato de
que eu não tenho um preservativo comigo.

Eu o tirei da minha carteira, sabendo que era a única maneira de


me impedir de transar com ela se fosse dada a oportunidade.

Hailey arqueando seus quadris ansiosos na minha mão


definitivamente conta como uma oportunidade, e agora estou me odiando
por não estar pronto para isso.

Eu brinco com o meu dedo sob sua liga, saboreando a sensação do


seu corpo à mostra para mim. Sua vagina está a polegadas de distância,
mas assim que eu chegar lá, isso vai ser fim de jogo. Eu vou estar feliz se
me lembrar de alguma coisa disso além da memória animalesca de estar
dentro dela. Já me sinto tonto e bêbado no delicado aroma da sua pele.

Eu tenho uma reputação de um cara durão. Ex-SEAL Naval, nada


me perturba. Mas se alguém quiser me prejudicar, tudo que eles
precisam fazer é jogar Hailey Reid no meu caminho. Esta mulher me
transforma em um idiota risonho. E se ela pedisse, eu desistiria de tudo
e tentaria ser um homem melhor para ela.

Como se ela soubesse que eu estou romantizando excessivamente


esse momento, ela lambe meu pescoço e afunda seus dentes em meu
queixo. — Se obrigando a pensar duas vezes, cara durão?

Com um grunhido, eu sacudo minha cabeça para baixo e apanho


sua boca inteligente com a minha. Ela tem gosto de champanhe e
inocência e mulher morna, sexy. — Só estou tentando decidir se quero
que você goze nos meus dedos ou no meu rosto.

Ela choraminga com as minhas palavras, pressionando o rosto


contra minha bochecha mesmo quando seus lábios abrem e sua língua
foge para me saborear novamente. Eu disse-lhe isso grosseiramente,
derrubando ela um pouco de lado em um esforço para recuperar o
controle sobre a situação, mas me deixa duro como prego que a conversa
suja funciona para ela.

Lembrando a mim mesmo para me segurar, e de manter o meu


pau na minha calça, eu deslizo os dedos acima da liga onde a fita
encontra as rendas. Onde sua perna encontra seu quadril em um vinco
que quero chegar bem perto e com intimidade, mas estamos na parte de
trás de uma sala de concertos predominantemente escura e o tempo é a
essência.

Acho sua buceta molhada e inchada, e ao primeiro toque


escorregadio, todo o controle desaparece. Eu levanto sua perna para

~ 45 ~
cima no meu quadril, pressionando a mão entre sua faminta buceta
quente e meu quadril enquanto balanço minha ereção contra ela.

Minha mão está encharcada, mas eu começo com um dedo,


flexionando suavemente para dentro dela. Ela está pronta e disposta,
contraindo contra mim, e eu deslizo dois no próximo impulso, colocando
todo o seu calor úmido na minha mão. Seu clitóris bate contra a palma
da minha mão enquanto eu toco nela, lento e profundo e duro, e com
cada impulso sua respiração engata ficando mais irregular.

Suas mãos se fecham ao redor do meu pescoço, ela alterna seu


aperto entre justo e oscilante enquanto trabalha contra o meu corpo, e
meu pau está fodidamente implorando para ser solto. Seria tão fácil
levantá-la algumas polegadas, abrir a braguilha, e afundar dentro dela.
Ela é fodidamente apertada em trno dos meus dedos, e ordenharia meu
pau como nada mais que eu já senti.

Literalmente, porque seria a primeira vez que eu comi alguém sem


uma camisinha.

Preciso ter meu pau longe do berço suave de suas coxas.

Engolindo seus gemidos de protesto com um último beijo áspero,


eu deslizo os dedos para fora da sua calcinha de renda, substituindo a
pressão sobre seu clitóris com a barra de ferro em minhas calças, só por
um minuto, em segurança do outro lado das calças do terno fino. Eu
posso sentir o quão molhada ela está contra mim, e eu não me importo
se vou cheirar a sexo quando sair ou se vou precisar me dirigir para fora
pela saída traseira. Fodidamente vale a pena moer dentro dela apenas
uma vez.

Eu trago meus dedos brilhantes para nossa boca, quebrando nosso


beijo apenas tempo suficiente para deslizar o gosto dela sobre a minha
língua. Ela olha para mim por um instante, os olhos arregalados e seu
peito arfante, e, em seguida, sua boca se choca contra a minha, minha
mão mal ficando fora do caminho a tempo. Ela geme em minha boca
enquanto eu rolo meus quadris e minha língua, ao mesmo tempo,
compartilhando o gosto dela.

Em meus trinta e um anos, eu tive um monte de sexo. Sujo,


baunilha, familiar, anônimo. Eu pensei que tinha experimentado tudo,
mas Hailey enlouquecendo quando eu lambo sua umidade dos meus
dedos? A coisa mais quente que eu já experimentei.

A partir deste momento, o meu acordo imprudente com Penny


precisa ser afogado no Potomac, porque eu já provei o belo e eu não vou
deixa-la ir.

~ 46 ~
~ 47 ~
Capítulo Sete
HAILEY
Isso é muito melhor e muito pior do que eu imaginava que seria.
Minha cabeça está nadando e eu anseio por mais de Cole, mais da sua
boca, dos dedos, e dessa ereção impressionante que eu posso sentir entre
as minhas pernas.

Eu quero isso tanto que dói.

— Foda-me, Cole, — eu imploro, não me importando que isso seja


estúpido. Eu quero que ele me leve aqui, com força contra a parede, as
consequências que se danem.

— Não é possível. — Ele beija o meu pescoço, embora beijo seja


uma palavra estranhamente educada para a maneira como sua boca está
devorando a minha pele. — Você vai gozar no meu rosto, linda. E você
tem que fazer isso rápido.

Antes que eu possa protestar, ele cai de joelhos e levanta minha


perna esquerda por cima do seu ombro. Eu bato as mãos contra a
parede, num esforço inútil de me preparar para o ataque de sensações.

Estou esperando duro e rápido.

Recebo lento e preguiçoso, e é muito melhor.

É como se ele pudesse dobrar o tempo a sua vontade, porque o


mundo para ao nosso redor. É apenas nós dois na parte de trás de uma
sala de concertos vazia, eu pressionada contra a parede, Cole entre as
minhas pernas. Sua língua me lambendo como um sorvete de casquinha,
e sua mão...

Oh, Deus.

Os dedos de Cole estão indo até a parte de trás da minha coxa, em


direção a minha bunda. Eu arqueio longe deles, porque a minha bunda
não é a minha melhor característica. Suas mãos devem estar em meus
seios, ou minhas panturrilhas. Eu tenho panturrilhas bastante
agradáveis. Tornozelos curvilíneos, longos e delicados. Muito pouco sobre

~ 48 ~
mim pode ser descrito como delicado, então eu ter orgulho extra no quão
bom são os meus tornozelos.

Como se ele soubesse que eu venho pensando um pouco, Cole


suga o meu clitóris forte, e isso funciona. Eu gemo e afundo em sua boca
um pouco, relaxando.

E é quando ele desliza os dedos entre minhas bochechas traseiras,


apenas uma provocação. Meu rosto queima porque estou mortificada,
mas também...

— Você parece incrível, — ele murmura contra a minha coxa,


pressionando um beijo lá antes de cobrir o meu sexo com a boca
novamente. Desta vez é o duro e rápido que eu esperava, e eu perco a
cabeça. A mais bela pressão constrói cada vez mais abaixo no meu
ventre, e eu paro de me sentir envergonhada com o quão bom os dedos
de Cole parecem quando eles golpeiam todas as terminações nervosas
entre minha buceta e minha bunda. Eu não me importo que seu rosto
esteja molhado por causa de quão molhada eu estou, ou que eu esteja
ofegante e gemendo como uma idiota enquanto sua língua me rompe em
um orgasmo.

Eu apago por um segundo, um momento de felicidade depois de


Cole me empurrar por uma queda livre sensacional, e então há esse
palpitar que parece não ter fim, como uma máquina de movimento
perpétuo no meu ventre, cada pulsar esfregando essas terminações
nervosas no caminho certo mais uma vez.

Na sequência, enquanto minha buceta aperta no ar vazio, e as


manchas da minha visão clareiam, quando Cole pressiona o topo da sua
cabeça em minha barriga e usa seu lenço de bolso para me limpar antes
de colocar minha calcinha de volta no lugar... Naquele momento, eu
penso em convidá-lo para o meu apartamento.

Um pensamento estúpido. Eu o afasto tão facilmente quanto ele


vem, e digo a mim mesma para manter inexpressiva. Ele é bom em sexo.
E daí? Posso dar-lhe um boquete que faria sua cabeça explodir, e nós
estaríamos iguais.

Eu vou fazer isso, assim que todos os nervos em meu corpo


pararem de disparar em brilhantes intervalos aleatórios. É como se
houvesse um milhão de fadas zanzando pelo meu corpo com uma
maldita celebração do May Day.

Eu fecho meus olhos e respiro fundo enquanto Cole coloca minha


saia de volta e se levanta na minha frente. Eu não quero olhar para ele,

~ 49 ~
embora não consiga descobrir o porque. Não é que eu não o queira ainda.
Eu quero.

Estendo a mão para ele, meus olhos ainda fechados. Ele suspende
seus braços em cada lado da minha cabeça e me beija, longo e lento e
profundo, enquanto eu deslizo minha mão contra a frente da sua calça,
para cima e para baixo em seu pênis tenso.

— Abra os olhos, Hailey.

Eu balanço minha cabeça.

— Eu tenho que ir.

Droga. Meus olhos se abrem. Dá uma má impressão implorar para


chupar um pau, certo? — Mas você...

— Eu sou um menino grande. Eu vou ficar bem.

— Eu não me importo, — eu sussurro, agarrando-o com mais


força. — Quero dizer, eu quero retribuir o favor. Você me fez sentir tão
bem, é a sua vez.

Ele pressiona seus quadris na minha mão e me beija novamente.


Esse roçar de lábios tem um sabor doloroso de fim. — Eu me importo.
Quando você chupar meu pau, isso vai ser em privado.

Quando.

Puta merda.

— Vá encontrar seu encontro e chegue em casa com segurança. —


Suas palavras rolam em mim como cascalho. Nós dois estamos aqui em
encontros com outras pessoas. E assim, o encanto é quebrado.

— Certo. — Eu fico olhando para um ponto sobre seu ombro


enquanto eu aperto minhas mãos, me perguntando onde diabos deixei
cair minha bolsa. — Com licença.

— Hailey. — Ele diz meu nome como se fosse o início de uma


instrução maior, mas não há mais palavras saindo. Isso é bom. Não há
nenhuma palavra que possa desculpar participações em traições.

— Vá encontrar seu encontro. — Eu repito suas palavras para ele,


mas onde as suas foram acidentalmente ásperas, as minhas são
deliberadamente afiadas.

Ele agarra meu queixo, virando o rosto para o dele. — Ela não é
nada para mim.

~ 50 ~
— Ela é a sua namorada, Cole. Sua palavra, não a minha.

— Não mais.

— Eu não tenho certeza se ela sabe disso.

— Ela não vai se importar.

— Isso é estranho. E eu não me importo.

— Nada está entre nós, linda.

Eu fico olhando para ele. No seu rosto lindo, as linhas duras e


olhar penetrante. Há tantas mentiras entre nós já. — Exceto sobre o seu
trabalho, certo?

Tensão crepita entre nós. Depois de uma batida, ele recua, me


liberando. É apenas como se nós não tivéssemos acabado de
compartilhar um momento íntimo espetacular. Eu estou gelada, ele está
chateado... A ordem foi restaurada para o universo, e eu estou sozinha
de novo.

Nenhuma novidade.

Mas, pela primeira vez, eu não estou certa de que a solidão é


melhor. Cole tem o mesmo drama que derrama em torno dele que minha
família tem, mas caminhar para longe dele? Um milhão de vezes mais
difícil.

Eu ainda o faço, no entanto. Eu não sou uma idiota.

***

Digo a mim mesma para parar de pensar nos dedos de Cole dentro
de mim. Seu olhar de aço perfurando minha alma enquanto ele me
observava ser desfeita por ele. Suas palavras sujas correm sob a minha
pele quando eu trilho contra ele. Meu ódio deveria afastá-lo, mas parece
apenas retorná-lo adiante, como se eu fosse um desafio que ele pode
conquistar.

Eu não gosto de pensar sobre como facilmente isso provou ser


verdadeiro. Então eu preciso seguir em frente.

Tem sido uma semana. Eu ainda posso provar seus lábios em


mim. Isso não é progresso.

~ 51 ~
Faço uma lista de todas as razões que eu nunca deveria vê-lo
novamente. Por um lado, estou em Georgetown e ele está em Dupont
Circle. Na verdade, mais do tipo K Street7. Mesmo antes dos cinquenta
tons de comportamento moral na área cinzenta, nós já somos duas
pessoas muito diferentes.

E lá estava sua namorada, ou o quer que Penny fosse dele. Algum


tipo de relação complicada que eu não posso entender.

O assassinato coberto.

Como ele é mandão.

Mas isso só leva a uma lista de prós, porque ele poderia ser
mandão no quarto.

E ele parece gostar de quão suave eu sou, tudo mais, e meus seios
gigantescos.

Além disso, não importa quão duro ele vai contra o meu corpo,
como ele agarra firmemente meus pulsos enquanto ele me fixa no lugar e
arranca o prazer do meu corpo, eu sei que ele nunca iria me machucar
ou me envergonhar.

Mas ele vai ser sempre um enigma, e os orgasmos – mesmo aqueles


estremecedores - não podem ser feitos em cima de segredos e mentiras.

Como se o simples pensamento do comportamento imoral fosse


como um Batsinal para minha irmã mais velha, meu telefone sibila para
mim. Um e-mail de Taylor.

Eu fico olhando para a tela por um minuto. A linha de assunto


está em branco porque ela sabe que se ela der o tópico, sou menos
propensa a clicar. Hah. A Piada está sobre ela. Eu não vou clicar de
qualquer maneira.

Eu não vou excluí-lo. Ele vai ficar lá, para sempre, uma pequena
linha eletrônica em negrito para me lembrar de quão longe nós nos
separamos. Nós nunca estivemos próximas, não como a relação que
tenho com Alison, mas esta é a minha irmã mais velha. Até o ensino
médio, ela era minha amiga mais próxima, honrando a partilha de uma
sala de jogos.

Nós definitivamente não compartilhamos uma sala de jogos jamais.


Às vezes parece que nós não estamos mesmo jogando no mesmo cenário.

7 É uma importante via movimentada em Washington.

~ 52 ~
Enfio meu telefone de volta na minha bolsa, coloco um boné de
baseball e óculos de sol enorme, e sigo para a estação do Metro. Não
houve nenhum fotógrafo me incomodando há semanas, mas me cobrir é
o plano. Melhor prevenir do que remediar.

Foi bom voltar a trabalhar esta semana, e hoje Taryn e eu vamos


sair para almoçar sushi para celebrar o meu retorno à normalidade -
tudo o que tenho a fazer é fingir que a minha irmã amante escandalosa
não quer falar comigo por algum motivo.

Na reunião de equipe, Ellen anuncia que o orçamento parece que


pode ter espaço para uma nova contratação no verão. Ela não olha para
mim, mas Taryn olha, e eu mordo o lábio para não sorrir. Eu ficaria feliz
em continuar a trabalhar na agência de empregos após o meu estágio
acabar.

Estou flutuando sobre uma nuvem enquanto nos dirigimos para o


almoço, mas não durou muito tempo, porque Alison me mandou uma
mensagem quando chegamos ao restaurante. Eu enxoto Taryn para
dentro e respiro fundo antes de ler a mensagem. Você recebeu o e-mail
da Taylor? Hoje à noite, reunião de família.

Eu sinto uma pontada momentânea de culpa sobre a maneira


provisória que meus irmãos andam em torno das pontas dos pés para
entrar em contato comigo. Por outro lado... Eu vi o e-mail de Taylor e eu
não o abri. Portanto, há alguma responsabilidade para a disfunção
colocada nos meus ombros. Esse fato desconfortável não é facilmente
afastado. Não li ainda. Provavelmente não posso fazer isso.

Alison me chama a seguir. Eu respiro fundo antes de atender no


terceiro toque. — Ei. Eu estou no meu caminho para o almoço, então...

— Nenhum ei para mim. — Para apenas dezenove anos de idade,


minha irmã mais nova é uma alma tão velha. Um pouco de mãe, sempre
foi. Uma refrescante mudança desde que a nossa mãe real nunca se
importou com esse papel. — Isso é importante.

— Eu não me importo. Eu sei que isso me faz uma pessoa horrível,


mas eu simplesmente não me importo.

Ela suspira. — Vanity Fair quer fazer um artigo sobre Taylor.

— Sim, não me importo.

Ela continua. — O artigo é sobre Washington como a nova New


York para jovens adultos privilegiados, alguma besteira assim, e o
advogado de Taylor pensa que seria bom se todos nós cooperássemos.

~ 53 ~
Porque a minha irmã mais nova, meu irmão trabalhador, e meu
próprio histórico de realmente trabalhar para viver, faria nossa irmã
mais velha parecer como algo menos do que a vagabunda horrível que ela
realmente é.

Como eu odeio essa palavra. Odeio-me por usá-la. Mas ela usa isso
como uma medalha de honra, a cobertura descarada da mídia sobre seu
boquete indiscreto como se fosse qualquer outra garota festeira, oops.
Teria sido menos de um grande negócio se as calças que ela serpenteou a
língua não tivesse pertencido ao Vice-Presidente dos Estados Unidos.

— Vocês podem fazê-lo sem mim. Diga ao repórter que eu sou uma
enorme cadela.

— Você não é... — A voz dela cai para um tranquilo implorar. —


Vamos, Hailey. Não há nenhuma desvantagem nisso para nós, apenas
uma entrevista. E se isso ajudar a mostrar Taylor como uma menina
normal, que foi usada...

— Alison, você mal está em idade suficiente para sequer saber


sobre o que Taylor fez, mas nós duas sabemos que ela não era a vítima.
Quero dizer, não havia uma vítima. Ela teve um caso com um homem
casado. Um homem casado famoso. Deixe-a usar isso.

Minha irmãzinha não responde, e por um segundo, eu acho que


talvez ela tenha desligado na minha cara. Ela é calma, em geral, mas ela
tem uma mordida decente quando quer colocar para fora. — Vá almoçar,
— ela finalmente diz. — Podemos falar sobre isso mais tarde.

— Só que eu estarei ocupada mais tarde, lembra? — eu deixo


escapar um suspiro quando ela desliga a chamada na minha cara. Isso
não acabou, eu sei disso, mas eu tento esquecer. Rolos picantes de
salmão crocantes estão chamando meu nome.

Uma hora de risadinhas mais tarde, estou de volta ao trabalho e


Ellen deixou uma nota na minha mesa para entrar e vê-la. Taryn me dá
um polegar para cima quando eu passo o brilho labial fresco e escovo
meu cabelo. Ellen não se importa, mas eu sim. É sobre ser profissional.

Ela acena para mim antes mesmo de eu bater. — Como foi o


almoço?

— Delicioso. — Eu sorrio. — Você queria me ver?

— Sente-se. — Ela me atualiza com algumas coisas interessantes,


então faz uma pausa e cruza as mãos. — Eu espero que você se
candidate ao emprego no verão.

~ 54 ~
— Eu vou. — Eu pressiono meus polegares na palma das minhas
mãos, duas âncoras acentuadas na realidade. Seja legal, Hailey.

— E espero que não haja mais qualquer drama de agora em diante,


certo? — Ela sorri, mas, de repente, estou menos entusiasmada. Pode
não ser nada. As pessoas dizem coisas com sorrisos em seus rostos,
certo? E não querem dizer nada com isso? Estou falando de pessoas
normais.

Porque o meu povo não. Não o meu povo por escolha, mas os que
eu estou geneticamente ligada - e fatalmente atraída. Essas pessoas
mentem através dos seus dentes com a frequência que pedem martini e
colocam ternos. Todos com um sorriso e um brilhoso confie em mim nos
olhos.

Eu sorrio de novo, de forma mais fraca agora. — Ajudaria se eu


mudasse meu nome?

Ela ri, em seguida, para e olha para mim. Então ri de novo,


inclinando a cabeça para trás. — Oh, Hailey.

Eu não sei como lidar com isso. — Eu gostaria. Se isso fosse


ajudar.

— Hailey, seu sobrenome é tão comum quanto uma torta de maçã


em um piquenique de Quatro de Julho. Não se preocupe com isso.

Mas eu me importo, durante toda tarde. Eu me preocupo tanto


com isso que eu esqueço sobre a reunião familiar estúpida, porque eu
estou tão focada em me separar permanentemente da dita família, que
escorre da minha mente completamente que eles estão tentando me
puxar de volta em seu drama.

Tudo isso bate de volta em mim quando eu saio no final do dia e


encontro Cole esperando por mim, encostado contra o seu SUV preto
gigante como se ele fosse o dono da rua. Ele é grande e assustador, alto e
forte e vestido para impressionar, mas nenhuma quantidade adequada
de seda pode conter seu ego fodão.

Eu me aproximo dele e sustento minhas mãos em meus quadris. —


Oh, pelo amor de Deus.

— Me desculpe? — ele sorri e se inclina mais perto. — É bom ver


você de novo, linda.

— Não, não é bom. É horrível. Por que você está aqui?

~ 55 ~
— Você acreditaria em mim se eu dissesse que quero levá-la para
jantar?

— Nem um pouco, a não ser que o jantar seja na propriedade dos


meus pais.

Ele deu de ombros. — Ouvi dizer que eles estão servindo salmão.

— Eu não vou.

Ele faz uma cara de arrependido. — Ah, mas você vai.

O sangue corre através das minhas orelhas como a ressaca do


Pacífico batendo contra a praia ao amanhecer. — Você acabou de me
ameaçar me sequestrar contra a minha vontade.

Ele ri. — Todas as palavras mágicas aí. Entendi. Não, eu não a


ameacei.

— Bom. Eu vou para casa.

Eu mal viro antes que ele prenda sua mão ao redor do meu braço e
me gire contra o caminhão enquanto as pessoas passam. Ele se inclina
sobre mim, parecendo cada pedacinho como parte de um namorado me
adorando, eu tenho certeza disso - eu sei que ele está fazendo isso
apenas para esconder o meu rosto, uma reação protetora estranha que
não quer dizer nada. Ele fuça meu pescoço e eu me concentro em quanto
odeio estar jogando isso. E ele.

Eu preciso ficar me lembrando desse fato.

— Eu odeio você, — sussurro, porque dizer isso poderia torná-lo


realidade.

— Não, você não me odeia, — ele murmura contra a minha orelha.


— Porque eu vou levá-la para esta reunião de família, mas também vou
tirar você de lá o mais rápido que eu puder. Prometo.

— Eu não quero ir.

— Nós nem sempre conseguimos o que queremos. — Ele diz isso


tão verdadeiramente, que por um segundo eu acho que ele está na
mesma página que eu, desejando que isso fosse um abraço de verdade,
mas ele olha em volta - estamos sozinhos na rua novamente, então se
afasta do carro e desliza as mãos nos bolsos. Ele me dá um olhar frio e
desdenhoso. — Agora traga seu traseiro para o carro.

— Isto não está indo bem, estou te avisando. — Eu estou me


enfurecendo rápido agora, e não tenho certeza se é a rejeição que estou

~ 56 ~
sentindo ou minha frustração geral sobre a situação. — Isto é inaceitável,
Sr. Parker. Sério, fodido movimento fora de linha.

Seus olhos brilham como quartzo enfumaçado fixado em granito


cinzelado. — Só estou fazendo meu trabalho, Srta. Reid.

— Não diga o meu nome assim.

— Você é a única que trouxe de volta o discurso formal.

— Você é o único que está agindo como um idiota.

— Você tem uma boca suja.

— Desculpe-me? Boca suja?

— É verdade.

— E daí, eu xingo. É o século XXI, as mulheres estão autorizadas a


fazer isso.

— Autorizadas? Sim. — Seu olhar cai para minha boca. — Eu não


disse que tinha problemas com isso.

— Então o que há com o comentário?

Ele dá uma risada fria. — Você é uma boa menina. Eu não


esperava que você tivesse uma boca suja.

— Talvez suas expectativas estivessem todas erradas. — E talvez as


minhas estivessem, também. Por que a maneira que ele está olhando
para mim... É tudo menos fria. Mas tão rápido quanto eu vejo esse
lampejo de calor, é sufocado novamente.

Ele xinga.

— Agora quem tem uma boca suja?

— Vamos. Quanto mais cedo terminar isso, melhor.

— Por quê?

— Hailey. — É isso aí. Ele apenas diz meu nome, sem qualquer
inflexão ou outra declaração implícita. O que diabos eu devo fazer com
isso?

— Cole, — eu digo o seu nome carregado de significado. Cole, você


é indecifrável e não pense por um segundo que é uma coisa boa. Cole,
pare de dançar em torno da questão. Cole, por favor, me foda com o dedo
novamente, eu realmente gostei disso.

~ 57 ~
Ele ri de novo, com a voz tensa agora. — É por isso. Entre no carro.

~ 58 ~
Capítulo Oito
COLE
Hailey está me encarando do outro lado da sala de estar,
provavelmente querendo saber se eu vou notar se ela tentar escapar.

Eu irei. A parte sombria, faminta da minha alma pula com a ideia


de perambular atrás dela, prendendo-a contra uma janela pouco antes
de ela tentar sair. Lambendo o caminho pelo seu pescoço e sob a blusa
azul que ela está vestindo. Ela se parece com uma bibliotecária sexy.

Uma chateada bibliotecária sexy, porque nós ainda não chegamos


à parte da reunião da noite. Seu pai está bebendo vinho e assistindo
Taylor criticar Tag. Eu não gosto do brilho em seus olhos, porque sei que
ele não gosta de Tag, então isso é alguma merda fodida se ele está
desfrutando de qualquer que seja o jogo que Taylor está jogando lá.
Claro, não é difícil me fazer pensar que o homem é um pervertido. Eu
não gosto de nada sobre Morgan Reid, ou suas relações com essa família,
com exceção de Hailey, que não pertence a isso.

O jantar foi pomposo, estranho e falso. Eu não a culpo por não


querer qualquer parte deste mundo. Estou acostumado com as camadas
passivas agressivas desta classe social, mas é diferente com ela aqui. Eu
não estou acostumado a ser julgado por apenas estar em sua presença.

Ela pode ter nascido com uma colher de prata na boca, mas Hailey
está sem a concha enfeitada que os ricos erguem. Hoje à noite ela está
usando botas de cano alto em couro marrom, meias e uma saia jeans
que me fez tomar conhecimento de suas pernas logo que ela saiu do
trabalho. O botão baixo da sua camisa faz com que seja um traje de
trabalho, por pouco, e o topo de renda da sua camisa de baixo me faz
pensar em todas as maneiras que eu quero deixá-la nua.

Ela tem curvas que não terminam, e agora eu sei o quão


fodidamente doce e suave ela é sob essas camadas. Eu tenho essa
fantasia dela, nua em minha cama, segurando um lençol em sua frente
enquanto grita comigo. Seu cabelo caindo em torno dos seus seios e seus
olhos fazendo aquela coisa onde eles se tornam esmeraldas quando ela
está chateada.

~ 59 ~
Talvez eu pudesse arrastá-la de volta para um corredor em algum
lugar neste palácio e dizer a ela como seu ponto de vista preto e branco
sobre o mundo é dez tipos de fodido. Que não há bom e mau, apenas mal
e pior. Ela iria gritar comigo ao mesmo tempo em que ela arquearia sua
buceta na minha mão, odiando o quão molhada ela fica quando
brigamos.

Eu sou um babaca por querer irritá-la, deixá-la cuspindo


raivosamente, em seguida, deslizar a mão entre as suas pernas e fodê-la.
E eu realmente não quero fazer isso, porque ela é realmente boa, a
exceção que confirma a regra. Bela e inocente, e eu quero que ela fique
assim durante o resto da sua vida. Ela não pode ver o que eu vejo, isso
vai quebrar o seu coração.

Um dos ajustes mais difíceis para mim na passagem de militar


para o setor privado estava em aceitar clientes como Morgan Reid. Se
Jason não tivesse sua própria agenda, eu nunca teria o tomado como um
cliente.

Se Jason não fizesse o que ele faz, eu não estaria nesta linha de
trabalho. Eu estaria em uma praia em algum lugar, ensinando Hailey a
surfar e fazendo amor com ela em um chuveiro ao ar livre.

Mas na hierarquia do que realmente importa, meus impulsos


básicos não se classificam como qualquer lugar perto da segurança
internacional.

Eu tranco meus pensamentos sujos quando ela caminha ao redor


da sala. No momento em que ela está na minha frente, volto a ser o filho
da puta frio que ela está acostumada. Dou-lhe um sorriso selvagem,
porque a melhor defesa é um bom ataque.

— Por que você está sorrindo? — Ela pergunta, justamente


suspeita.

— Pensando em maneiras que eu posso torturar gatinhos, —


murmuro, mantendo meus olhos em sua irmã enquanto ela fala com Tag
do outro lado da sala. A última coisa que preciso ver, é Hailey corar se
ela entender, ou a carranca adorável entre as suas sobrancelhas se não o
fizer.

— Eu não estou surpresa. — Uma longa pausa, em seguida, ela


suga a respiração. Aqui está. — Espere, isso era uma referência de
buceta? Você quer foder a minha irmã? Porque isso é nojento. O que eu
acho que seria o par ideal para você.

~ 60 ~
Porra. Há uma parte de mim que quer deixar por isso mesmo, mas
sua voz demonstra a ideia de que alguém iria preferir Taylor - com os
seios falsos, riso falso e falsa comida sem calorias, por favor, - a
profundidade de Hailey e sua beleza natural sexy-como-o-inferno.

— Eu não estava pensando em sua irmã. Nem agora, nem nunca.

— Então... — Ela diz, e eu olho de soslaio para ela, incapaz de


resistir. Suas bochechas estão de fato rosas, os lábios entreabertos, e eu
estou totalmente ferrado.

Dirijo-me em direção a ela e solto a minha voz, garantindo que as


minhas palavras sejam apenas para os seus ouvidos. — Seu buceta é a
única que eu quero devorar. Eu quero lamber você e fazer você gritar.
Você gozando em todo o meu rosto e, em seguida, enfiar meu pênis tão
profundo que você vai me sentir por uma semana.

— Isso não soa como tortura, — ela sussurra.

— Meus planos sempre têm uma maneira de sair dos trilhos em


torno de você. Mas se você me quiser, eu poderia dobrar você sobre essa
cadeira lateral, deslizar a minha mão até a parte de trás das suas coxas e
provocá-la, enquanto sua família fala sobre qualquer besteira sem
sentido. Deixá-la molhada e dolorida, e deixá-la assim até eu levar você
para casa.

Ela engasga, e seus lábios se abrem em um perfeito 'O', fazendo as


minhas bolas doerem e meu pau pulsar na promessa dela me chupando
em sua pequena boca quente. Uma promessa que ela não fez, eu preciso
me lembrar. Mesmo nós tendo compartilhado um beijo e eu a fiz gozar,
na maioria das vezes ela não gosta de mim.

Com uma boa razão, porque eu estou prestes a dizer-lhe que ela
deve fazer algo que realmente não quer fazer – ir lá fora, desistir um
pouco da sua privacidade e tudo por sua família, que parece não dar
uma merda por ela.

Eu não sou um bom homem. Eu não mereço ter sua boca em


qualquer lugar perto do meu pau, isso com a maldita certeza.

Como se tivéssemos chegado à mesma conclusão ao mesmo tempo,


ela aperta seu rosto em uma máscara suave que iria rivalizar com a de
Kennedy e dá poucos passos para longe de mim. — Não, eu não acho que
seria uma boa ideia.

Merda nenhuma. — E ainda assim você vai me deixar levá-la para


casa.

~ 61 ~
— Você ainda tem uma namorada?

O arrependimento dói no meu peito com a lembrança de machucá-


la assim. — Esse relacionamento, e eu uso essa palavra vagamente, está
acabado.

— Por minha causa? —Ela faz a pergunta em voz baixa, o rosto


ainda em branco, mas seus lábios estão um pouco mais escuros. Seus
olhos um pouco mais amplos. Apenas o suficiente pelo que sei, e ela não
tem ideia de quanto me afeta. Ela é cheia de esperança, não tem
nenhuma pista, e eu sou um babaca por brincar com seu coração.

— Sim.

Ela olha para frente e, lentamente, morde o lábio inferior. E eu fico


com a porra de um pau duro novamente. — Então talvez você possa me
levar para casa, — ela fala lentamente com uma insolência inesperada.
— Se você for um bom menino e me tirar daqui rapidamente.

Eu limpo minha garganta e passo para o centro da sala. — Vamos


falar sobre por que estamos todos aqui esta noite?

~ 62 ~
Capítulo Nove
HAILEY
Eu sou uma idiota completa. É como se minha calcinha saísse
sozinha tão logo Cole passe sussurrando algo nojento no meu ouvido.

Regra número um da boa menina: se distancie da sua família sem


moral.

Regra número dois da boa menina: não tire sua calcinha por
alguém que vai vender você por um cheque de pagamento.

Tecnicamente falando, eu realmente não tenho tirado ela para


Cole, no entanto, ele só a empurrou de lado na semana passada. E no
chão antes disso. E a deixando molhada esta noite.

Caramba, eu preciso parar de pensar em Cole e minha calcinha,


porque ele está atualmente esboçando um plano que é o oposto completo
do que eu quero.

— O foco do artigo não deve ser Taylor, ou qualquer outro


fanfarrão. Vamos vender Alison e Hailey ao repórter, — diz ele, repetindo
a sugestão que me deixou fumegando e louca. Ele alegremente ignora os
punhais que estou atirando em sua direção com os meus olhos. — Obter
um pouco de boa publicidade para a família para uma mudança.

Ali me dá um olhar nervoso, porque ela sabe que eu não vou


aceitar isso. Eu não vou. Absolutamente, sob nenhuma circunstância...

Cole vira e me prende com um olhar duro. Seus olhos cor de


âmbar escuro dizem um monte de coisas, incluindo um confie em mim e
eu tive a minha boca na sua buceta, pare de olhar para mim como se eu
fosse o mal.

Mal poderia ser uma palavra muito forte, mas ele não é o tipo de
cara que eu alguma vez pensei que iria me apaixonar. Porque eu não
posso confiar nele, e ele sabe disso, então ele aperta os olhos e gira de
volta para o grupo. — Tudo bem, Alison e Morgan Junior, possivelmente.

~ 63 ~
Com a perda do seu olhar, me sinto desolada, e por um minuto
tolo considero levantar e prometer que vou fazer a entrevista depois de
tudo.

— Não, isso não é interessante, de modo algum, — minha mãe diz


isso do canto. Ninguém mais reage, nem mesmo Morgan, que faz meu
coração quebrar um pouco. Frio desliza pelas minhas costas, enquanto
ela continua, sem olhar para o meu irmão. — Claro que Hailey irá fazê-
lo. Pode até dar alguma visibilidade para aquela caridade em que ela
trabalha.

Eu sei que ela está fazendo isso de propósito, mas eu ainda revido.
— Não é uma instituição de caridade. É uma agência de emprego. E não
há nada claro sobre isso. Minha vida não é para consumo público, em
primeiro lugar, e isso não é atraente, em segundo lugar.

— Você é uma pirralha ingrata, — lamenta Taylor, e eu quero dar


uma tapa nela.

— Há uma diferença entre ser ingrata, e se recusar a ser forçada a


ser grata. Eu pago meu próprio aluguel, eu compro meus próprios
mantimentos. Eu aguentei esta besteira...

— Linguagem, Hailey. — Como se minha mãe não blasfemasse. Só


que ela não o faz. Eu suspiro. — Pense no que vai fazer o seu avô feliz,
talvez?

Ele teria ficado feliz se você não tivesse ficado grávida há vinte e
seis anos, eu penso comigo mesma. Mas ela não está errada. Meu avô
materno, que pagou pelas minhas aulas na universidade e nunca pediu
nada em troca, me diria que isso é um momento para ser altruísta e o
único custo seria o desconforto momentâneo.

E talvez isso fosse tirá-los das minhas costas por um tempo. Uma
menina poderia sonhar.

— Bem. Uma entrevista. Não aqui, eles podem vir ao meu


apartamento ou me encontrar no Starbucks. — Minha voz é tensa
quando eu concordo, e eu posso sentir Cole olhando para mim. Foda-se
ele.

E só para mostrar a ele que eu estou bem com a área cinza da


moral, eu poderei fazer isso.

Uma transa sem compromisso com um bad boy.

Olha só, mundo. Hailey Reid está virando uma nova folha, e isso
vai ser bom e sujo.

~ 64 ~
Quando a conversa roda em torno dos detalhes – os pontos de
discussão, como Tag os chama – minha atenção volta para o bad boy
específico que tenho em mente. O único bad boy que alguma vez chamou
minha atenção. Por que ele tem que estar na folha de pagamento do meu
pai?

Ele não pareceu notar minha observação nele, mas quando ele
puxa o seu telefone vibrando do bolso e se desculpa e sai para o
corredor, eu decido seguí-lo.

Eu dou a ele um momento de vantagem, o que é estúpido, porque


eu não sou furtiva de modo algum - Taylor sorri para mim enquanto eu
me desculpo como se ela soubesse que vou brincar de tapas e fazer
cócegas com o mordomo. Eu estreito meus olhos e jogo um silencioso
foda-se em sua direção.

Também é estúpido, porque agora eu não posso encontrá-lo. Eu


cresci nesta casa, mas é enorme e eu não posso adivinhar para onde ele
foi. Há quatro banheiros só neste andar, mas se ele queria privacidade,
ele poderia ter seguido para o andar superior ou para a biblioteca.

Eu tomo um palpite da última opção e sigo nessa direção, mas eu


não chego tão longe. Eu o encontro do lado de fora da porta do escritório
do meu pai. Ele tem o telefone na mão, mas algo não está certo.

— Oi, — eu digo em voz baixa, não sei como me sinto sobre... Nada
disso. A noite. Seguindo Cole e o encontrando aqui, silenciosamente, não
fazendo o que fosse que ele pareceu se desculpar para fazer.

— Pronta para ir para casa? — Pergunta ele, frio e distante


novamente, e isso é bom. Estou acostumada a essa rotina fogo e gelo
agora. Isso é provavelmente o primeiro sinal da síndrome de Estocolmo
se instalando.

— Em breve, sim. — Eu hesito, em seguida, faço a pergunta que


está na minha mente, porque diferente de uma culpa de uma noite, o que
eu tenho a perder? — O que você está fazendo aqui?

— Eu recebi um telefonema.

— Você não estava ao telefone.

O gelo se transforma em granito. — Você faz um monte de


perguntas.

É o tipo de resposta que bandidos dão em filmes, e um frisson de


medo desliza pelo meu corpo. Eu não tenho medo de Cole, mas estou
com medo, de repente, do que está acontecendo, porque nada parece

~ 65 ~
certo. Cole não é um cara PR natural, não realmente. Sua borda é muito
afiada, sua visão de mundo rígido demais, mesmo quando ele finja que
não é.

De repente, eu tenho certeza que alguma coisa está acontecendo, e


eu não gosto disso.

Eu peço licença para me refrescar, correndo antes que ele possa ler
qualquer coisa em minha expressão, e quando volto para a sala de estar,
estou resolvida e mais calma do lado de fora.

Eu mantenho o resto das minhas perguntas para quando


estivermos no carro, voltando para a cidade. Mas, enquanto nós
dirigimos através da noite, todas elas derramam sobre minha língua e
sobre meus lábios. — O que está realmente acontecendo?

— O quê? — Ele olha no minha direção, lendo meu rosto. O que


mostrar a ele? Dúvida? Desconfiança?

Eu tomo uma respiração profunda. — Você não beija como um


advogado desprezível.

Seus lábios se contorcem contra sua máscara sem graça. — Talvez


porque eu não seja um advogado.

— Você não é desprezível, tampouco.

Seus lábios viram para baixo nisso. — Não, Hailey.

— Não o quê?

— Não me transforme em um cavaleiro branco. Eu não sou um


bom rapaz.

— Você costumava ser.

— Não realmente. — Ele suspira. — Até mesmo os caras bons


fazem coisas ruins por boas razões.

— Como o que?

Ele ri, áspero e oco. — Isso é confidencial.

— Apenas quanto de um cara mau o meu pai é?

— Não vá por aí.

— Isso soa vagamente como 'Não preocupe sua linda cabecinha


sobre isso'.

~ 66 ~
— Bem, sua cabeça é bastante bonita. E eu não quero que você se
preocupe.

Deixo escapar um gemido exasperado. — Não é como se eu fosse


dizer algo para ele. Eu não...

Ele suspira, me interrompendo. Suas próximas palavras saem em


uma mistura estranha de um comando e um pedido, como se ele
estivesse tentando ser educado e falhando. — Esqueça.

— Você estava em seu escritório hoje à noite.

— Isso não é esquecer.

— Você é um espião ruim.

Desta vez, sua risada é mais quente. — Eu não sou um espião.

— Eu aposto que é o que todos os espiões dizem.

— Provavelmente.

Então Cole não é apenas um facilitador de Washington. Talvez seja


por isso que eles podem cobrar muito dinheiro por ―conhecimento
especializado de RP8‖, porque todos eles são secretamente assustadores e
assassinos.

Por um lado, isso é ridículo. Mas por outro, eu penso, oh Deus, eu


fiquei com um assassino.

Eu o deixei cair em mim. E gostei.

Se for dada meia chance, eu provavelmente iria dar a este


assassino um boquete, porque eu não consigo parar de pensar no quão
grande o seu pau parecia e o que poderia parecer. Será que ele tem uma
tatuagem de um rifle atirador sobre ele ou alguma coisa louca assim.

As fantasias de James Bond foram se acumulando como loucas.


Eu precisava colocar uma tampa sobre elas, mas Cole escalando um
edifício... Cole em combate corpo a corpo... Cole saltando de um avião...

— Jesus, Hailey, que parte da nossa conversa colocou esse olhar


em seu rosto? — Cole joga asperamente o veículo em um canto e acelera
de volta. Ele desliza a mão por cima do meu joelho, puxando minhas
pernas.

— Eu não tenho um olhar em meu rosto, — eu sussurro, mas


minhas bochechas estão quentes e os meus lábios estão molhados,

8 RP = Relações Públicas.

~ 67 ~
porque eu os lambi, e Cole está olhando para mim como se ele estivesse
lembrando da nossa conversa no Kennedy Center. Sei que eu estou.

Eu os lambo novamente.

— Eu não sou um bom rapaz, — ele repete, esfregando os dedos no


interior da minha coxa. A marca escaldante que eu prontamente aceito,
porque seu toque me acende como nada alguma vez já fez.

— Eu não acho que me importo. — Minhas palavras são ofegantes,


desesperadas. Eu não soo como eu. Eu não me importo com isso,
também.

— Você deve.

Outra vez, outro aperto quente dos seus dedos contra a minha
perna. Outra vez as células do meu cérebro desistem da luta. Hah. Eu
não vou lutar mais. Eu quero isso mais do que a minha próxima
respiração.

Assim que ele estaciona em frente ao prédio do meu apartamento e


coloca seu SUV na vaga, antes mesmo de eu ter o meu cinto de
segurança desfeito, suas mãos estão no meu cabelo e sua boca está por
toda parte na minha.

— Eu não sou um espião, sua garota boba. Mas é complicado, —


ele grunhi quando se afasta de um longo beijo lento e, no fundo isso me
deixa sem fôlego e dolorida por mais. — Isso não tem nada a ver com o
quanto eu quero você. Eu não vou te machucar.

Eu rio. — Claro que você vai. Não minta para mim para chegar às
minhas calças.

Ele acaricia o polegar na minha bochecha, com seu olhar duro e


penetrante enquanto analisa as minhas palavras. Um peso nervoso,
culpado, se arrasta em meu peito, porque estou pedindo a ele algo que
até então está fora do meu campo de experiência, é possível que isso
simplesmente não seja feito. Ei, cara perigoso. Vamos nos usar um ao
outro pela noite?

Mas Cole nunca leva muito tempo para ler uma situação, o que eu
aprendi, mesmo quando a situação é composta e está na minha cabeça.

Ele aperta a parte de trás do meu pescoço, mais forte do que eu


esperava. Mais forte do que é educado.

Isso me faz gemer, e seus olhos ficam sombrios. — Bem. Isso não
vai acabar bem. E não são nas suas calças que eu quero entrar, mas na

~ 68 ~
sua buceta quente, apertada, doce pra caralho. Eu tive meus dedos
dentro de você. Você aperta tão forte, linda. Você tem uma pequena
buceta faminta, é deslumbrante. E tem o gosto do melhor tipo de pecado.
É isso que você quer que eu diga?

Eu não lhe respondo. Eu não tenho que responder. Ele está em


cima de mim de novo, pressionando-me contra a porta do passageiro,
lambendo minha boca. Ele ainda está acariciando minha bochecha com
o polegar, e seus dedos se enroscam quase dolorosamente ao redor da
minha nuca. A combinação é intensa e eu quero mais do que isso.

— Sim, — eu suspiro, puxando sua jaqueta. — Diga. Faça.

— Garota suja, — resmunga, enfiando a outra mão contra a minha


meia, cobrindo meu clitóris. — Vamos levar você para dentro, então.
Dentro e de joelhos. Você deve ao meu pau um beijo longo e molhado.

~ 69 ~
Capítulo Dez
HAILEY
Cole mantém uma mão no meu quadril ou na parte inferior das
minhas costas todo o caminho até meu apartamento. Ele abriu a porta
da frente por mim, porque é claro que ele conhece o código, mas quando
ele puxa para fora suas chaves, e eu percebo que ele tem a chave do meu
apartamento, que eu não lhe dei, abro minha boca para lhe dar uma
bronca.

Antes que eu possa dizer até mesmo uma única palavra, ele está
me beijando, quente e forte. E eu estou beijando-o de volta, porque ele
tem gosto de homem, hortelã e poder. Mas então eu mordo o seu lábio
inferior, pela invasão de privacidade e princípios.

O conflito me irrita. Que ele não está me beijando me irrita mais, e


que está rindo de mim, seus olhos passeando pelo meu corpo como se já
me tivesse nua e bem aberta para ele... Isso me irrita, também. E me
excita.

— Cole! — Eu me empurro contra o seu corpo. Ele não se move,


mas ele tira o paletó. Eu sou uma idiota completa. É como se minha
calcinha saísse tão logo Cole passa sussurrando algo nojento no meu
ouvido.

— Fique nua, linda. — Ele sorri para mim, outro olhar de lobo que
derrete meu interior, e retira a gravata.

Eu tiro meu casaco, então cruzo os braços na frente do meu corpo.


— Você acabou de invadir meu apartamento.

— Sua bunda estava na minha mão e sua boca está machucada


dos meus beijos. Eu achei que tivesse sua permissão para entrar.

— Você teria permissão para entrar depois que eu abrisse a porta.


E convidasse você a entrar.

— Um convite é para um café ou um fodido jogo de tabuleiro,


Hailey. Eu tenho uma chave, eu a usei. É a maneira mais rápida de eu
ter o meu pau dentro de você. Que, por sinal, tem de acontecer agora. De

~ 70 ~
joelhos. — Suas mãos vão para o seu cinto, e o meu ventre retorce. A
porra do meu ventre. Que inferno.

Eu levanto a mão. — Espere, eu acho que nós precisamos


estabelecer alguns limites. Você não pode ter a chave do meu
apartamento.

— Se você me deixar ficar com ela, vou acordar você com a minha
língua entre as suas pernas.

Sim por favor. Eu posso me sentir molhada com o mero


pensamento, e eu pressiono minhas pernas juntas em uma resistência
fraca. — Você sabe o quão louco isso soa?

— Tudo bem. — Ele puxa as chaves do bolso, indo em direção a


mim enquanto tira uma das argolas de prata. Ele enfia a mão no bolso
da minha saia jeans, em seguida, engancha os dedos na minha cintura e
bate nossos corpos juntos. — Você me deixa louco. Eu não preciso de
uma chave de merda. Eu posso romper a sua fechadura a qualquer hora
que eu quiser um sabor da sua buceta, mas me conte mais sobre esses
limites que você deseja erguer entre nós.

Ele inclina minha cabeça para o lado e traça um caminho quente e


úmido com a boca no meu pescoço. Seus dedos vão trabalhando nos
botões da minha camisa, e eu não posso pensar com clareza. Eu quero
seus polegares em meus mamilos e sua coxa entre minhas pernas, e eu
não tenho que pedir. Assim que ele consegue alguns botões abertos, ele
está me provocando através da renda do meu sutiã, me agitando tão bem
como uma guitarra enquanto ele me tritura contra a porta que acabamos
de passar. Nós nos encaixamos como as mais fodidas peças de um
quebra-cabeça, mas talvez esse seja o ponto.

Talvez eu esteja fodida, e Cole seja apenas o que eu preciso para


não me sentir tão sozinha.

Eu envolvo meus braços em volta do pescoço dele e imagino por


um segundo que ele poderia me levar bem aqui. Mas eu estou vestindo
meias justas e botas, e não há nada sexy sobre uma garota gordinha
saindo de lycra e couro.

— Ei... — Eu suspiro enquanto sua boca passa pela minha


clavícula, causando arrepios em toda a pele sensível do meu peito. — Eu
vou ficar mais confortável, espere.

— Será que esse é o código de menina para dar-se tempo para


pensar nisso? — Cole abre a boca, cobrindo meu mamilo através do
sutiã, e meio que raspando suavemente os dentes sobre minha carne.

~ 71 ~
— Prometo que não é, — eu sussurro.

Ele dá um passo para trás e acena com sua mão como se quisesse
dizer, vai fazer a sua coisa.

Eu apresso para o meu quarto e ligo a lâmpada, grata pela


atraente iluminação. Com um pontapé saio das minhas botas e calças, e
as empurro para a pequena pilha de roupa no canto do meu armário.
Minha cama está feita, confiro, e verifico novamente se eu tenho uma
caixa de preservativos na minha mesa de cabeceira. Pensamento positivo
finalmente compensa.

Eu olho para mim mesma no espelho na parte de trás da minha


porta. Meu cabelo está bagunçado, meus lábios estão inchados, e minha
camisa está aberta. Eu sou uma bagunça quente, mas... é meio sexy. Eu
sorrio para mim, desfazendo os dois botões para tentar fazer o máximo
das minhas curvas. Eu penso sobre tirar a saia, mas é melhor que Cole
não veja toda a extensão das minhas coxas até depois que tivermos o
sexo.

Além disso, eu sou bonita.

Você é bonita, eu gesticulo com os lábios para mim no espelho.

O filhote gordinho olha de volta, não acreditando muito em mim.

Você deu a Cole Parker uma ereção.

Isso funciona. Ela pisca o maior sorriso do mundo para mim.

Recuando para a sala, eu acho Cole inclinado sobre a minha cesta


de tricô. — O que há com vocês? Wilson tinha um milhão de perguntas
sobre o meu tricô quando você o fez de babá naquele dia.

Ele dá de ombros quando se vira, e eu quase perco isso.

Quase.

Meu sangue corre frio. — Cole?

— Venha aqui. — Sua voz é áspera. Perturbadora.

Quase. — O que está em seu bolso?

— Nada.

— Diga-me algo sobre o tricô.

Ele espreita em minha direção, e eu sei que ele vai mudar de


assunto para o sexo.

~ 72 ~
— Você não pode me distrair com a língua. Pare.

— Eu posso, e vou. — Ele para a poucos passos e olha para mim


da cabeça aos pés e faz uma verificação novamente. — Olhe para você.
Jesus. É um maldito milagre eu não transar com você na primeira noite.

— Eu aposto que você diz isso para todas as garotas com quem
você erra.

— Não foi um erro, e eu realmente não sei. — Ele ri. — Você quer
que eu diga para você sobre todas as mulheres que fodo e como
nenhuma delas ficou sob a minha pele na maneira que você fez, em sua
saia jeans e sutiã branco assim?

— O que foi aquilo, então? — Eu estou ignorando a parte onde ele


diz que eu fiquei sob sua pele. Eu sei tudo sobre isso, o domínio estranho
que alguém pode ter em um coração e uma alma, e como é enervante.

— Nada.

Eu faço um zumbido áspero. — Resposta errada.

— Quando Wilson estava aqui naquele dia, você provavelmente não


pôde parar de falar sobre o seu tricô, certo? Eu aposto que você se
enrolou logo ali na frente do cesto e falou em sua orelha sobre isso por
uma hora.

Eu coro. — Ele estava me fazendo um milhão de perguntas!

— Ele provavelmente entrou em pânico. Amador da porra. Eu vou


chutar a bunda dele por isso. — Cole puxa para fora algo que se parece
com uma webcam do seu bolso. — Ele estava à procura de uma
oportunidade para levar isso de volta.

É oficial, eu não vou transar hoje à noite. Eu suspiro, surpresa por


não estar mais irritada. Quer dizer, eu estou muito louca, mas agora é
principalmente decepção e frustração. — Sério, Cole? Saia.

— Eu não vou me esconder de você.

A borda histérica toma conta do meu riso. — Oh meu Deus, como


se isso fizesse tudo certo. Você grampeou meu apartamento. Você
grampeou o meu apartamento? Que diabos?

— Para sua segurança.

— Você tirou uma chave para si mesmo.

— Eu dei-lhe de volta.

~ 73 ~
Eu enfio a mão no meu bolso, e puxo para fora... não a minha
chave. A forma prateada é muito longa, e tem o número errado de
solavancos. Eu olho para Cole, que apenas dá de ombros.

— Ok, então eu não a devolvi. Mas essa é a chave do meu


apartamento. No caso de você precisar dela.

Ele mentiu para mim. Ele sempre vai mentir para mim. Eu quero
este homem mais do que o meu próximo fôlego, mas eu não posso confiar
nele. Eu fico olhando para ele, minha visão escurece em torno das
bordas.

— Hailey, você precisa respirar.

Eu sugo atraindo um ar raivoso, em seguida, deixando as minhas


palavras voarem. — Eu não preciso disso. Eu nunca vou precisar dela.
Esse não é o meu mundo! E eu não sei onde você mora! Isto é além de
fodido.

Ele começa a dizer algo, mas eu passo por ele. Eu não vou muito
longe. Ele me agarra pela cintura e me puxa para o seu corpo, minhas
costas para sua frente. Seus braços em volta da minha cintura. A boca
dele contra a minha orelha. — Linda. Eu não sou um bom rapaz. Certo?
Você sabe disso. Mas eu não vou te machucar. E um dia, você pode
precisar de mim mais do que isso. Não importa o quê, você sempre pode
vir a mim.

Eu balanço minha cabeça, não querendo processar o que ele está


dizendo. É louco.

— Se nós nos encontrarmos em um tempo e lugar diferente, eu


quero que você me ensine a ser bom. Porque você é tão boa que me faz
desejar ter um coração. Por você, eu tento ser um homem médio, com
sentimentos e tudo mais.

Mas isso não vai acontecer. Ele tem razão. Não importa. Tudo o
que temos é o furioso calor entre nós, e agora, ouvindo-o prometer a
merda que eu nunca vou conseguir, há uma dose extra de raiva em mim.
Felizmente, não precisamos gostar um do outro para satisfazer a nossa
fome física.

— Cale a boca, — eu digo, lutando em seus braços. — Cala a boca!


Pare de ser tão calmo e distante.

Ele mói sua ereção na minha bunda ao mesmo tempo em que


desliza a mão dentro da minha camisa. — Será que isso se parece
distante? Eu estou aqui, Hailey. Má ideia e tudo, eu estou aqui para te
estragar porque é o que você precisa. Eu estou calmo porque sou
~ 74 ~
treinado para não dar a mínima. Desculpe, querida, isso é apenas como
eu sou.

Suas palavras e suas ações não correspondem. Ele está me


segurando tão forte, mas me tocando tão suavemente. Ele pode ser
treinado para não dar a mínima, mas eu não sou a única que precisa
disso. Uma lágrima desliza entre minhas pálpebras, queimando meu
rosto, e eu balanço minha cabeça. Não. Eu não vou ficar triste. Eu vou
ser sexy, corajosa e egoísta.

Porque eu o quero, então eu posso consegui-lo. E talvez seja


melhor, ele sair da minha vida uma vez que esta noite estiver terminada.

Eu me arranco dos seus braços e viro ao redor, meus dedos


trabalhando febrilmente nos botões da minha camisa. Os desfazendo
para ele. Para o seu faminto olhar escuro. Pela maneira como ele
persegue em minha direção de volta para o meu quarto.

Ele puxa uma arma de um coldre na parte de trás de suas calças e


a derruba na minha mesa de cabeceira. Então ele retira sua própria
camisa, e eu aproveito a visão do seu peito grande e largo. Seus
músculos ondulados no ombro, um coberto de tinta desbotada, o outro
decorado com o tecido de cicatrização horripilante. Eu suspiro e avanço
para ele, tocando lá, e ele murmura no meu cabelo, algo sobre a merda
que eu não preciso me preocupar. Deus.

Minha respiração é irregular e dura quando ele me beija,


lentamente despindo ambos do resto de nossas roupas enquanto nós
afundamos em uma troca agridoce de desejos não ditos.

Para que tudo fosse diferente.

Para que esta noite durasse para sempre.

Para que eu não fosse tão dolorosamente inocente, ou Cole fosse


tão brutalmente frio. Talvez pudéssemos nos encontrar no meio, se eu
não fosse tão Pollyanna, ou se ele não levasse não duas, mas três armas.
Jesus. Eu fico olhando para a crescente coleção na minha mesa de
cabeceira e me pergunto por que diabos ele estava tão armado quando
ele foi para a propriedade dos meus pais.

Comigo.

Ele se curva ao redor minhas costas, empurrando meu tronco para


frente da minha cama.

— Assim como uma princesa, uma grande cama a altura como


esta, — resmunga, enquanto as suas mãos deslizam para baixo da linha

~ 75 ~
das costas para minha bunda. — Apenas a altura certa para um homem
mau dobrar sobre você e fodê-la duro.

— Faça-o, — eu incito, me pressionando em seu toque.

— É isso que você quer, linda princesa? Um homem mau para


apenas fazer o que você diz? — Cole passa seus dedos dentro enquanto
me insulta, encontrando-me molhada e pronta para ele. — Eu não penso
assim. E, francamente? Eu não me importo.

— O que você vai fazer? — Pergunto isso sem fôlego, porque eu vou
jogar qualquer coisa. Antecipação se arrasta sob minha pele, me
aquecendo de dentro para fora. Eu arqueio minhas costas, sem vergonha
de me mostrar. — Você vai me espancar, homem mau?

Cole geme e suaviza a palma da mão sobre a minha bunda,


enquanto a outra mão ainda afaga minha buceta, sempre muito gentil. —
Essa é uma boa ideia.

Minha respiração fica mais lenta, ou talvez eu a esteja segurando,


quando ele abre mais as minhas pernas. Ele balança contra mim, sua
própria respiração não tão firme e calma como eu tenho certeza que ele
gostaria que estivesse. Eu gosto disso. Eu levanto na ponta dos pés,
dando-lhe mais de mim. Eu estou escorregando agora, mesmo
descuidadamente, e seus dedos parecem tão bons. Eu provavelmente
poderia gozar apenas com isso, só do meu balanço contra...

Nada. Ele puxa sua mão, fazendo um som de desaprovação. Isso


nós dois fazemos, mas o meu gemido vira um suspiro estrangulado
quando seus dedos retornam em uma palmada chicoteando rápido.

Contra a porra da minha buceta.

— Ai! — Eu estou ofegante agora, tentando recuperar o fôlego, mas


não consigo descobrir o motivo. Não é como se isso doesse. É só... Eu
empurro de volta para ele, e ele faz isso de novo, fazendo-me gemer e
pressionar o meu rosto na colcha. Jesus. Estou tão perto de gozar forte,
e tudo o que ele tem a fazer é tocar-me mais uma vez...

Então é claro que ele não o faz. Desgraçado. Ele me vira como se
eu fosse uma porra de um pária, e sobe em cima de mim. — É isso que
você quer, Hailey? Você quer um pouco de sexo sujo com alguém que
você não terá que olhar nunca mais?

— Eu tenho certeza que o histórico fodido da minha família garante


que eu vou ter que ver você de novo.

~ 76 ~
Ele fecha seus braços em cada lado da minha cabeça e afasta o
cabelo do meu rosto. Seus olhos estão escuros, quase pretos na
penumbra do meu quarto, e um nervo está contraindo em seu rosto.
Entre nós, o seu pau repousa pesado sobre a minha barriga macia. Suas
coxas pressionam as minhas abertas, e não demoraria muito para nos
reunir.

Eu olho para ele, minha respiração abranda. Eu quero isso, em um


nível profundo de dor. Mas agora eu estou com medo de novo, porque
isso é demais. Muito íntimo. Eu quero isso uma e outra vez, para o resto
da minha vida. Cole, duro e grande e em cima de mim.

Seguro, sexy e real.

Não. Isso não pode acontecer. Eu quero isso demais. Outra coisa
precisa acontecer em seu lugar. Eu molho meus lábios, o que se tornou a
nossa forma abreviada para um boquete e mexo debaixo dele. — Eu
pensei que você me queria de joelhos?

— Eu acho que quero você apenas assim. — Rouca e rica, sua voz
me desfaz. — Você pode lidar com isso?

Nem mesmo um pouco.

— Por favor, — eu sussurro. — Apenas um gosto. Vamos. Você não


quer foder minha boca, homem mau?

— Pare, — ele rosna, mesmo enquanto seu pênis pulsa contra


mim. Uma luta suja entre o bem e o mal está sendo travada dentro dele,
e eu não posso lidar com o Cole Bom. Eu me apaixonaria pelo Cole Bom
em um minuto, por isso precisamos que o Cole Mau saia e jogue.

— Segure o meu cabelo. Faça-me sufocar. Cubra o meu rosto com


seu...

Ele me interrompe com um beijo duro, punitivo. Então eu o mordo.


Isso se tornou a nossa maneira.

Ou talvez apenas a minha maneira.

Há uma possibilidade concreta de que eu seja a única fodida aqui.


Não é uma surpresa. Eu sou uma Reid. Era apenas uma questão de
tempo para os meus defeitos se mostrarem.

— Não de joelhos. — Ele rola de costas, puxando-me com ele para


mais um beijo antes de apertar o meu cabelo em torno do seu punho e
me manter no lugar enquanto ele se estabelece contra meus travesseiros.
Eu dou o meu primeiro olhar no seu pau quando ele me move entre suas

~ 77 ~
pernas. Grosso, longo, sem corte, e coberto da pele mais suave ao olhar,
mesmo quando ele está esticado. Deitado para a esquerda, contra o seu
quadril, balançando um pouco no ar, me dando um olhar claro do seu
saco também. Eu inspiro o cheiro dele, limpo, com uma masculinidade
almiscarada que me deixa com água na boca.

Ele ri, suave e lento, um estrondo quieto. — O que você está


esperando, um convite?

Eu rio da provocação inesperada. Isto não está indo como eu


esperava. Intenso num minuto, engraçado no próximo.

— Apenas tomando o meu tempo, — eu respiro, virando o rosto


para seu pau, agora apontando direto em minha boca. Perfeito. Eu coloco
a minha língua para fora e deslizo na esfera de pré-semem esperando por
mim, apreciando a maneira que o faz sibilar.

Apreciando o gosto dele na minha língua.

Eu quero mais.

Lambendo em torno da coroa grossa, saboreio o gosto da sua pele


aveludada, antes de deslizar toda a minha boca sobre a cabeça e
trazendo-o profundamente. Bem, fundo até onde dá. Ele é grande e
minha boca não é.

— Mais, — ele rosna, e, em seguida, verifico que há de fato mais, e


eu posso de fato tomá-lo. Ele levanta os quadris lentamente, ao mesmo
tempo em que orienta a minha cabeça para baixo, alternando sua mão
entre pressionar a parte de trás do meu pescoço e acariciar meu cabelo.

É o afago que faz isso, essa suavidade insuportável. Eu preciso


dele duro e áspero, e ele sabe que é o que eu quero. Ele sabe que eu
estou tentando encaixá-lo em um estereótipo.

Mas isso, o toque suave e empurrar e, de repente, seu pênis está


enterrado em minha garganta, e eu estou lutando para respirar pelo
nariz... isto é o que eu preciso.

Cole passa a mão livre – aquela que não está em punho no meu
cabelo, me guiando enquanto eu o chupo - pelo meu rosto e no meu
pescoço, encontrando meus seios balançando. Ele geme novamente
quando segura um dos meus seios, e o toque simples derruba a última
das minhas defesas. Eu posso tentar orquestrar sexo sujo com ele, ou
nós poderíamos apenas fazer sexo sujo.

~ 78 ~
Eu me afasto, pressionando um beijo molhado no fim do seu pênis
enquanto eu balanço para trás em meus calcanhares. — Os
preservativos estão na gaveta de cima.

— Graças a Deus, — ele murmura, puxando para fora. Eu vejo


quando ele enrola a proteção, então rastejo em cima dele. Ele segura
minha bunda quando eu chego entre nós e afundo em seu comprimento.

Leva três lentas tentativas para levá-lo totalmente, e pelo tempo


que ele está lá no fundo, eu estou no meio do caminho de gozar
novamente. Eu inclino para frente, apoiando as mãos em seus ombros e
seus braços sólidos envolvem em torno de mim, me segurando lá. Ele
está olhando para meus seios, o que é bom, porque eu não sei o quanto
de contato olho no olho posso ter enquanto lido com o fato de que nada
em todo o mundo já se pareceu tão bom como Cole Parker me enchendo.

Ele diz meu nome, tão baixinho que eu quase não ouço. Quase.
Não é bem assim. E isso é quando eu percebo... que é tarde demais. Eu
não estou fodendo o Cole Mau. Esse idiota deu um passo quando ficamos
nus, e o homem dentro de mim pensa que eu sou bonita e ama olhar os
meus seios flutuando na frente de seu rosto enquanto eu o monto. Ele
pode não ser um bom homem o tempo todo, mas não há nada além de
bondade aqui entre nós.

Eu pisco com essa percepção por um minuto, me esforçando para


não lutar contra ela. Querendo ficar bem com isso. Eu digo o nome dele,
e ele sorri para mim, mas quando eu digo isso de novo, acho que ele
percebe que eu estou na borda do pânico. Ele reforça seu aperto, como
se quisesse dizer eu tenho você, e apesar de toda a desconfiança deste
lugar, eu sei que ele me tem.

Ele joga sua língua para fora, longa e descarada, e puxa um


mamilo em sua boca. Como um raio direto no meu clitóris, o forte puxão
me faz moer contra ele e arquear em sua boca.

— Tão bonita, — ele murmura, substituindo a língua com o polegar


quando se move para o outro. — Fodidamente saborosa e bonita, e eu
quero que você goze comigo, Hailey. Eu quero a sua pequena buceta
agarrando meu pau e fodidamente o ordenhando, você ouviu?

— Uh huh. — É tudo o que posso fazer, porque suas palavras são


como dedos mágicos, trabalhando com seu pênis pulsante e sua língua
perigosa para me fazer explodir.

— Você precisa gozar, linda. Eu vou começar a comer você duro.


Eu vou me enterrar fundo, e explodir a minha carga dentro de você. Mas

~ 79 ~
eu não posso fazer isso até que você tenha gozado. Eu não posso fazer
isso até que você esteja bem.

— Tão perto, — eu suspiro, rolando meus quadris enquanto


afundo sobre seu eixo novamente. — Eu estou bem. Eu prometo.
Apenas... Mais forte. Faça mais forte.

Com um empurrão, Cole nos derruba de lado, deslizando nossos


membros juntos quando ele se estende em cima de mim, prendendo
minhas mãos sobre minha cabeça com uma mão, pressionando um dos
meus joelhos para cima e afastando com a outra, para que ele possa
fazê-lo mais forte.

Ele impulsiona dentro de mim, roubando minha respiração. Eu


rolo minha cabeça para trás, dominada com a sensação, e eu mal noto
ele encontrando o meu rosto, até que ele está ali.

E seus olhos.

Oh meu Deus.

— Não olhe para mim desse jeito, — eu sussurro.

— Muito tarde.

Ele retarda seus impulsos, arrastando seu pênis grosso através


das minhas dobras como se ele estivesse arrastando meu coração através
das rochas irregulares que o cercam. Apaixonar por Cole Parker é o pior
cenário possível. Isso não pode acontecer.

Mas ele está dentro de mim. Profundamente.

E isso já aconteceu quando eu não estava olhando.

Eu grito, e ele cobre minha boca com a sua, um beijo furioso


enquanto nós gozamos juntos. Eu juro que eu apago por um segundo
quando cada pedacinho de mim estremece em torno de cada pedacinho
dele, e ele empurra duro em cima de mim, dirigindo seus quadris em
mim e os mantendo lá.

Há um momento, logo após minha visão retornar, quando a testa


de Cole está pressionada contra a minha e eu ainda posso saborear a
masculinidade doce da sua língua... Eu arqueio minhas costas e meus
mamilos esfregam contra seu peito, e eu estou totalmente pronta para
gozar novamente. Para essa segunda rodada, que se parece fodida e
fantástica, perfeita e fácil e...

E então a realidade bate em mim.

~ 80 ~
Nós não apenas fodemos. Isso não foi sujo - exceto que foi. Isso
foi... Muito mais.

Isso foi perigoso de uma forma totalmente diferente pela qual eu


não me inscrevi.

— Oh meu Deus. — Eu digo isso em voz alta desta vez, porque é


tudo o que sou capaz de fazer, e o silêncio é demais.

— Não pire, — murmura Cole, com sua voz áspera e seca. E atado
com algo suspeito como humor.

— Você está rindo de mim? — Eu cubro meu rosto, em seguida,


percebo que deixei meu corpo nu deitado em minha cama. Foda-se. É
minha cama, e a luz é bonita. Eu vou esconder atrás das minhas mãos e
minha pele esperançosamente dourada - há um monte disso -, e talvez
ele vá se distrair.

— Isso não é um grande negócio. Eu ainda sou o cara mau que


você odeia.

Eu suspiro, e movo minhas mãos o suficiente para descobrir


minha boca. — Eu realmente não odeio você. Não aqui. Aqui, você tem
um bom pau e uma língua talentosa.

— Ok. — Sua voz se aquece um pouco e a palavra rola para fora


facilmente.

Eu espreito por entre meus dedos quando ele muda o seu peso,
rolando para fora da cama para lidar com o preservativo. Eu os fecho de
novo quando ele volta, então eu apenas o sinto deitar de volta ao meu
lado. — O que significa esse, ok?

— Ele significa ir dormir, linda. Eu irei embora de manhã.

— Oh. — Eu não sei se eu gosto disso.

— E talvez eu vá usar essa chave para me deixar voltar de tempos


em tempos. No meio da noite, como um segredo.

— Oh. — Eu penso sobre isso por um minuto, em seguida, sorrio.


— Ok.

~ 81 ~
Capítulo Onze
COLE
Meu telefone toca às quinze para as quatro. O toque de Jason. Pela
primeira vez em três anos estou tentado a não responder.

Boas notícias para Jason, meu senso de dever substitui todo o


resto. Filho da puta.

— O quê? — Eu murmuro baixinho, rolando para longe do calor


doce de Hailey.

— Nós temos uma situação grave, todas as mãos no convés.

— Se é um Reid, eu vou matar alguém. Se alguém sobrou para


assassinar.

Ele não respondeu de imediato. Merda.

— Não, não é um Reid. Mas há uma situação. Você pode me


encontrar na casa do Representante Brian Fletcher?

O meu telefone vibra com o endereço. — Certo. Eu estarei lá em


dez minutos.

Eu coloco a minha camiseta, cueca boxer e calça. Eu coloco meu


coldre com minhas armas, uma Browning9 por último. Eu fico lá por um
segundo, segurando o peso dela na minha mão. Porra. Tanta coisa para
ser uma boa pessoa neste quarto.

A realidade tem uma forma de se acomodar e minha realidade é


que as pessoas ricas chamam quando elas fazem coisas ruins. E eu
estou extraordinariamente bem em aliviar esses fardos.

Eu pego minha camisa, assim que Hailey se mexe. Seus longos


cabelos castanhos brilham com destaques dourados sutis na luz da lua,
e sua macia pele pálida brilha como um anjo. Eu caio de joelhos ao lado
da cama.

— Volte a dormir. Trabalho me chama.

9 É o modelo da arma.

~ 82 ~
— Não…

Eu rio baixinho e me inclino. — Aqui, eu vou tirar uma foto de nós,


você pode dormir com isso.

— Ok. Bom negócio. — Ela sorri sonolenta para o meu telefone e


permite que seus olhos se fechem novamente quando eu envio isso para
ela. — Volte de novo algum dia, ouviu?

— Eu irei. Eu vou acordá-la com a minha língua na próxima vez.

Ela faz um som gutural que me deixa meio-duro e eu pressiono um


beijo rápido em seus lábios antes de dizer mais. Enfio minha camisa em
seus braços e me dirijo para a sala de estar. Se o Rep. Fletcher pensa
que eu pareço mais fodão em uma jaqueta de couro e regata, isso é
apenas a minha vantagem.

Qualquer idiota que me acorda às quatro da manhã e me arrasta


da cama mais quente e mais doce que eu já dormi, tem que ter mais do
que uma boa razão de merda, ou arcará com as consequências.

~ 83 ~
Capítulo Doze
HAILEY
Eu estou na posição vertical durante sete minutos, mas eu ainda
estou acordando. Eu estou de pé na minha cozinha, vestindo a camisa
que Cole deixou para trás, esperando a máquina de café encher minha
caneca. Andei pela sala de estar no meu caminho para a cafeína e liguei
as notícias da manhã, mas tudo que eu posso ouvir agora é The Black
Keys ainda tocando em meu quarto no alarme do meu iPod.

Eu preciso tomar um banho. Eu pressiono meus dedos em meus


lábios enquanto coro com a memória de como Cole falou comigo ontem à
noite. Como eu falei com ele. Os insultos e as provocações e os pequenos
trechos doce no meio.

Isso é um desastre esperando para acontecer, eu sei disso, mas no


próximo pouco tempo, eu vou gostar de ser devastada pelo lobo mau. Ou
talvez ele seja um tigre, com aqueles olhos cor de âmbar, salpicados de
ouro. Ele é definitivamente algo, isso é certo.

Tomo um longo gole de café enquanto volto para o meu quarto. Eu


desligo a música e fico na frente do meu armário, bebendo meu café,
pensando sobre o que vestir.

Principalmente pensando em Cole.

Mas quando ouço o nome dele, isso não está na minha cabeça.

Está vindo da TV na sala de estar.

Isso é Washington. Cole poderia estar na TV por qualquer número


de razões. Eu coloco o meu café na minha mesa de cabeceira e sacudo as
teias de aranha permanentes quando olho para o controle remoto para
rebobinar a nova história.

Meu coração começa a bater dolorosamente enquanto assisto o


retroceder rapidamente duas vezes na tela. Cole algemado... em algum
lugar. Meu polegar desliza sobre o botão play perdendo isso, e eu fui
longe demais.

~ 84 ~
Minha boca cai aberta quando o noticiário começa. — Triste notícia
para os residentes de Kentucky, esta manhã a esposa do Representante
Brian Fletcher foi baleada e morta em uma aparente rixa de amantes.
Preso sem incidentes na casa dos Fletcher mais cedo esta manhã estava
seu amante, Cole Parker. Em uma reviravolta irônica de eventos, o Sr.
Parker encontrou pela primeira vez Anabeth Fletcher quando sua
empresa de gestão de crise foi contratada por seu marido no ano
passado. Os dois amigos. Fotografados juntos aqui na National Gallery
no início deste ano...

Meu Cole. As fotos piscando na tela não são desconhecidas para


mim, é claro. Ele está com um monte de mulheres, em sua maioria
casualmente ―sem relacionamentos‖. Às vezes, como uma escolta
educada. Ele é um homem de boa aparência, agente de confiança de seus
maridos.

Eu afundo até os joelhos. Oh meu Deus. Meu peito dói.

Isso é um erro.

Certamente isso é um...

Eu penso ao longo do último mês. O repentino interesse de Cole


em mim.

Sua vigilância no meu apartamento, totalmente desnecessária para


o drama da minha irmã.

Meu convenientemente show público de ciúme e seu rompimento


posterior com Penny.

Noite passada.

Meu estômago revira.

Ele sabe o quanto eu odeio o escrutínio público, como eu tenho me


escondido dos holofotes por ser um Dashford Reid. Porra, eu não quero
nem ser um Reid, não importa o quão comum o nome seja.

E ele fez isso comigo de qualquer maneira.

Ele dormiu comigo, sabendo...

Eu engasgo com o pensamento quando a minha atenção é


arrastada de volta para a TV.

— Uma autópsia será realizada ainda hoje para determinar o


tempo exato da morte. O Sr. Parker foi visto aqui no início do dia
vestindo uma camisa, e a polícia está agora à procura de... — todas as

~ 85 ~
palavras correm juntas novamente em um zumbido irritante quando eu
olho para baixo na camisa azul em que eu acordei. Que eu esfreguei meu
rosto dentro e em volta do meu corpo nu com um sorriso.

Foi quando eu realmente entendi.

Eu sou seu álibi.

CONTINUA...

~ 86 ~

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