Você está na página 1de 76

PERIGOSAS NACIONAIS

Anne Fisher
1ª. Edição

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Copyright © Anne
Fisher
Edição Digital: Anne Fisher
_____________________________________________
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,
lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.
_____________________________________________
Todos os direitos reservados.
São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução
de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios – tangível ou intangível – sem o
consentimento escrito da autora.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é


crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Júlia
O que eu estava fazendo aqui?
Praticamente carregada pela minha família, eu fui a
essa festa absurda, mais parecia um evento do
século retrasado de tão arcaico que era arranjar uma
noiva para um homem. E não, eu não era uma das
pretendentes, mas minha irmã mais nova. Eu era
apenas a filha adotada, o quebra-galho para que
minha mãe pudesse finalmente relaxar e engravidar
do meu pai.
Pode ser exagero da minha parte, mas a
preferência e o amor sempre eram dedicados mais a
Cinthia do que a mim. Com quase vinte anos, eu só
contava os dias para poder me formar, conseguir
um bom emprego e buscar um canto apenas meu.
O local do jantar era uma casa afastada do

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

centro da cidade. Com três andares, mais parecia


um castelo do que uma casa de campo, como
escutei minha mãe dizer. Por um lado foi bom,
porque assim que pisei meus pés dentro daquela
enorme residência e ninguém mais prestava atenção
em mim, saí para explorar o local e de preferência,
outro andar.
Não me importei com as pessoas em
vestidos elegantes, não procurei saber quem era o
mimado – ou o coitado – que seria praticamente
jogado para as lobas e caçadoras de recompensas.
Nunca tive essa pretensão de relacionamento ou
casamento. Desde que descobri ser adotada, tudo na
minha vida não foi como o planejado, só não queria
seguir o padrão da sociedade como eu mesma não
fui concebida.
Subi um lance de escadas, dois lances e
segui para a porta mais afastada de todas. Aqui a

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

música não era tão alta, a luminosidade não era tão


ofuscante e meus pensamentos poderiam ser
ouvidos. Abri a porta e contemplei um quarto
comum, mas com ar antigo, com uma cama, uma
cômoda, uma poltrona e uma janela enorme, onde
poderia contemplar o luar.
— Perfeito!
Sorri, fechando a porta atrás de mim,
empurrando a poltrona até perto da janela e tirando
meu celular do bolso para ler. As pessoas nunca
foram boas companhias para mim, os livros sim.
Minha sorte era que dessa janela poderia
ver os carros estacionados, mais precisamente, dos
meus pais. Não foi a primeira vez que eles
simplesmente foram embora e esqueceram de me
procurar. Culpando minha forma antissocial, meu
pai falou que eu era apenas uma carona e que eu
deveria ficar em alerta já que eu não ficava com

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

eles para socializar.


Não sei se era uma punição ou uma
tentativa sem noção de me obrigar a estar com eles.
Já pedi para ficar em casa, mas nunca me deixaram.
Éramos uma família, eles diziam, só não conseguia
enxergar isso na minha mente.
Olhando vez ou outra para os carros, segui
lendo meu livro do momento. Intenso Theo era um
romance contemporâneo sobre um homem que não
teve uma boa infância e que não sabia amar, ou
melhor, sua forma de amar era tão distorcida que
precisou de outra pessoa para mostrar isso a ele.
Tão envolvida na história, fui perceber o
barulho de vidros se quebrando e outras coisas
quando um cheiro de fumaça invadiu meu nariz.
Deixei o celular em cima da poltrona, fui
até a porta e gritei assustada com o tamanho da
chama que estava pelo corredor. A casa tinha piso

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

de madeira e muitos móveis antigos feito do


mesmo material, ajudando a alastrar as chamas.
Ainda arrisquei me aproximar da escada,
mas era impossível, me deixando não só com
medo, mas sufocada pela fumaça.
Comecei a tossir, voltei para o quarto onde
estava e abri a janela em busca de ar e um pedido
de socorro. As pessoas gritavam, entravam em seus
carros e iam embora.
— Hei! Socorro! — gritei e tossi, minha
voz sendo engolida pela noite e pelo som do
desespero dos convidados.
Procurei pela minha família e o desespero
aumentou quando não encontrei eles ou o seu carro.
Eu não acreditava que no meio dessa situação eles
teriam coragem de fazer isso comigo.
— Por favor — tossi —, socorro!
Mais e mais o desespero estava me
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

tomando, meu pulmão parecia se comprimir e


minha esperança morria.
Vi uma movimentação maior sair da casa.
Parecia um homem vestido informalmente sendo
segurado por outros dois trajados em terno.
— ME DEIXEM IR! — a voz forte e
desesperada fez com que lágrimas escorressem dos
meus olhos, porque eu nunca conseguiria ter tanta
força quanto ele para gritar.
— Socorro! — gritei e tossi novamente,
movimentando meus braços para todos os lados
para ser vista.
Os carros estavam indo embora, haviam
poucas pessoas restantes e tudo o que queria era
que alguém me escutasse. Pular não era possível,
poderia não morrer, mas com certeza teria uma
grave lesão na perna, na coluna ou sei lá mais
aonde eu atingiria o chão.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

— HEI! — alguém lá de baixo falou e


inclinei meu corpo para ver. Era o rapaz alterado,
que agora estava solto e olhando para mim. —
VOCÊ ESTÁ BEM?
Oh Meu Deus, ele me viu!
— Socorro! — gritei, me movimentei,
tossi e chorei, não necessariamente nessa ordem.
— EU VOU AÍ TE BUSCAR! — ele
anunciou e começou a andar para frente, sendo
impedido pelos mesmos homens anteriores.
Por favor, deixem que me ajude!
Senti a fumaça entrar no cômodo e vi
labaredas por debaixo da porta de madeira. Não
demoraria muito para eu ser engolida.
— HEI, GAROTA! — ele chamou minha
atenção e tossindo, inclinei na janela. — PEGUE
LENÇOL, AMARRE UM NO OUTRO E TENTE
DESCER.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

O quê?
Arregalei meus olhos assim que percebi o
que ele realmente queria que eu fizesse. A famosa
Tereza, uma corda feita de lençol para escapar,
perfeito.
Saí de perto da janela, o suor começava a
escorrer pelo meu rosto e corpo. Abri a cômoda e
encontrei muitos lençóis e toalhas. Joguei todos
para fora e tossindo, comecei a amarrar um a um
sem sucesso.
Porra, parecia tão fácil na minha mente.
A cada nó que eu dava, quando eu o
forçava, ele se desfazia.
Senti uma tontura, fui para perto da janela
e inalei um pouco de ar sem fumaça. Senhor, eu iria
morrer queimada, tinha situação pior?
Numa nova tentativa de nó, amarrei duas
vezes e senti firmeza. O tamanho da corda não
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

parecia crescer conforme eu fazia, mas continuei,


porque essa seria minha única salvação.
Olhei para a janela e vi o rapaz com as
mãos na cintura olhando para cima.
— VOCÊ ESTÁ BEM? — perguntou com
as mãos envolta da boca.
Não, não havia nada bem comigo, só que
não externaria isso.
— Estou conseguindo fazer!
Acenei e voltei ao meu trabalho, quando a
porta é tomada pelas chamas e meu grito
finalmente consegue ecoar do lado de fora.
— EU VOU ENTRAR NESSA PORRA
DE CASA! — escutei novamente o rapaz gritar.
Meu olho ardia, minha mão tremia e meu
corpo suava. Era agora ou nunca.
Sem medir o tamanho da corda, amarrei

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

um lado no pé da pesada cama de madeira, trouxe


ela para próximo da janela e joguei o resto para o
lado de fora. Não alcançava o chão, mas com
certeza o pulo de onde acabou era muito menor do
que onde estava.
— Eu vou — tossi — descer! — Balancei
minhas mãos e o homem desesperado ficou debaixo
de mim, com os braços abertos.
— PODE VIR!
E esse foi todo o convite que eu precisava
para segurar na corda, colocar um pé, depois o
outro e começar a descer.
Puta que pariu, meu corpo era muito
pesado para eu conseguir segurar. Coloquei uma
mão na janela quando comecei a tossir e quase caí.
— Eu não consigo! — choraminguei.
— Pode vir, estou aqui embaixo para
amortecer a queda! — ele não gritou, sua voz me
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

alcançando e servindo como consolo.


— Pare, Marlon. Os bombeiros já estão
chegando! — um homem esbraveja.
— E deixar que morra? NUNCA!
Grudei na janela e não queria mais sair,
minhas pernas penduradas e minhas forças se
esgotando a cada tosse que eu dava.
— HEI, NÃO SE ASSUSTE — ele gritou
e chamou minha atenção. — Qual seu nome?
— Júlia. — Tossi e quase escorreguei.
— Se acalme Júlia. Tente enrolar seu
corpo no lençol e vá descendo. Você consegue, eu
acredito!
Desde quando alguém acreditava em mim?
Desde quando eu conseguia algo?
Esse estranho, motivado pelo desespero ou
não, conseguiu acionar um ponto dentro de mim

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

que queria mostrar que é possível.


Tossi, respirei fundo e fiz como ele me
orientou. Aos poucos fui descendo, aos poucos fui
encontrando uma janela, ou seja, estava alcançando
o segundo andar, faltava pouco.
— Isso, você está indo muito bem! — ele
me parabenizou e fui olhar para baixo.
Meu grande erro, porque desequilibrei,
perdi a força da minha mão e numa tentativa falha
de não estatelar no chão, segurei o lençol e quase
queimei minha mão com o atrito.
Enquanto caia gritei, orei e pedi que minha
morte fosse indolor, mas não foi isso que
aconteceu, porque braços firmes me envolveram e
caímos juntos no chão de terra batida.
Eu estava viva!

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Júlia
— Oh, obrigada!
Abracei o homem que não hesitou um
minuto para me pegar em seu colo. Ele não
retribuiu, estava com o corpo duro e só então
percebi que estava praticamente montada em seu
quadril, como uma amante agradecia.
Desconcertada, olhando para os lados e
percebendo a plateia de pessoas desconhecidas,
levanto tossindo, batendo na minha perna para tirar
a sujeira invisível e me afastando.
— Cuidado! — o meu salvador segura
minha mão e me puxa para longe da casa, que
estava coberta pelas chamas.
Uma sirene soou, provavelmente os
bombeiros chegando.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

— Você poderia ter se machucado,


Marlon! — um homem aparentemente jovem se
aproxima do outro, que se afasta como se tivesse
nojo.
— Não venha com preocupações
desnecessárias, estou farto desse circo todo! —
Marlon joga os braços para cima e se afasta de nós,
me deixando desorientada e sem saber para quem
olhar ou para onde correr.
Como meus pais, os dois homens mais
próximos me olhavam com pena e um certo nojo.
Cruzei os braços a minha frente e tentei proteger
meu corpo de qualquer coisa de ruim que eles
pudessem me jogar.
— O que estava fazendo lá em cima,
garota? Por que não está vestida como as outras?
Olhei para minha calça social e blusa de
seda azul escuro e dei de ombros, não precisava me

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

justificar, só encontrar uma forma de ir embora


para casa sem precisar acionar alguém pelo celular.
O caminhão do bombeiro chegou junto
com duas ambulâncias de atendimento
emergencial. Sigo até próximo deles e observo os
homens em roupas grossas saindo do grande
veículo e os médicos do outro automóvel menor.
Começo a tossir e tenho uma leve tontura
que quase me faz cair no chão. Novamente mãos
fortes me seguram e não me deixam cair.
— Vamos lá, na ambulância tem oxigênio,
você deve ter inalado fumaça.
Marlon me conduz até a parte traseira de
uma delas e alguém me oferece uma máscara e um
lugar para sentar. Assim que o faço, percebo que o
homem que me salvou está vestindo um calça
semelhante à dos bombeiros e segurava uma
jaqueta grossa na sua mão.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

— Vai ajudar a apagar o incêndio? —


perguntei antes de colocar a máscara e inspirar
profundamente. Ele me observava com atenção,
seus olhos digitalizando não só meu rosto, mas todo
o meu corpo. Ao invés de estar incomodada, eu
estava lisonjeada.
O médico ao meu lado começava a auferir
minha pressão, desviando meu olhar dele.
— Eu iniciei o incêndio. Nada mais justo
do que acabar com ele. — Vestiu a jaqueta e fechou
a sua frente. — Além do mais, eu sou bombeiro.
Seu sorriso tímido antes de virar as costas
e seguir com o pessoal que segurava a mangueira
me desconcertou, porque mexeu com algo dentro
de mim. Ele parecia rebelde, mas com um senso de
justiça que exalava pelos seus poros.
Enquanto limpava meus pulmões com
oxigênio puro, observei a ação desses homens

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

contra as chamas. Eles não pareciam fazer por


obrigação, atitudes sem amor eu reconhecia de
longe, eles faziam isso por paixão a profissão.
Eu nunca soube o que era isso. Estudante
de direito, estava no curso para arrancar o mínimo
de elogio dos meus pais, porém, nunca fui o
suficiente.
Por que eles não me devolveram para o
orfanato?
Nunca soube, a única coisa em minha
mente sempre foi: se forme, arranje um emprego e
vá embora.
— Nosso filho está se sujando todo,
Maurício. Não vai fazer nada? — uma mulher perto
da ambulância falou. De costas, ela parecia vestir
algo bem luxuoso.
— Você já deveria estar acostumada com
esse jeito rebelde. Nunca fez o que queríamos e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

você sempre o mimou — o homem ao seu lado


respondeu com ironia.
— Ele é um homem, seu filho! Ele tem
que largar esse passa tempo com esses moleques e
voltar a trabalhar com você na empresa! Arranjar
uma mulher, ter filhos...
— Só se colocarmos uma arma na cabeça
dele! Já cortei a mesada, o apartamento, até o carro,
ele sabe se virar sozinho.
— Dê um jeito, Maurício!
— Faça alguma coisa você!
O homem se afastou ainda movimentando
os braços, como se a discussão ainda não tivesse
terminado para ele. Estariam falando de Marlon?
Esses seriam seus pais?
Tive a confirmação alguns segundos
depois, quando o pai tentou abordar o filho e o
mesmo desviou e se afastou, praticamente entrando
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

debaixo da mangueira com água, sem ter medo de


se molhar, coisa que o homem de terno
visivelmente tinha.
Os médicos atenderam mais duas pessoas
e o local começou a ficar quase vazio. Merda, como
conseguiria ir embora?
— Você está liberada. Recomendo fazer
uma visita a um médico para raio x ou fazer outras
inalações com oxigênio puro. — A médica sorriu
para mim e tirou a máscara da minha mão.
— Mas... doutora, você poderia me dar
uma carona? — perguntei sem graça.
— Você não veio de carro? E sua carona?
Sim, onde estava minha carona?
Antes que eu pudesse responder, Marlon
apareceu ofegante e segurou meu ombro com força.
— Eu te dou uma carona, pode ser?

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Se poderia? Bem, acho que a pergunta


certa seria se deveria. Não conhecia o homem,
apesar de ter me salvado. Minha mãe com certeza
acharia um absurdo eu entrar no carro de um
homem, ainda mais um desconhecido. Bem, como
nada na minha vida era conforme os costumes, dei
de ombros e concordei com a cabeça.
— Tudo bem, obrigada. Eu perdi meu
celular no quarto.
Observei sua roupa que estava com cheiro
forte de couro, seu cabelo molhado e seus olhos...
nossa, que olhos mais intensos.
— Meu carro é aquela caminhonete. Você
se importa de esperar ao lado dela enquanto me
livro dessa roupa?
— Não... — respondi e ele franziu a testa
decepcionado. — Não me importo, vou indo —
completei rapidamente.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Saí da ambulância e segui para a


caminhonete que parecia do século passado de tão
antiga.
Cruzei os braços a minha frente e tentei
esfregar meus braços pelo frio. Apesar do fogo, a
água trouxe umidade para o ar e o deixou tudo
muito denso.
— Aqui!
O meu salvador se aproximou e sem pedir
licença me abraçou. Ele me envolveu com seus
enormes braços e esfregou minhas costas e braços,
transmitindo um pouco do seu calor. Ele vestia uma
camiseta preta, que estava coberta de suor, ou era
água?
Respirei fundo e dessa vez só senti o
perfume masculino que irradiou por todos os meus
poros. Seria possível que ele estava tentando algo
comigo? Se for, eu só queria poder me envolver em

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

seus braços e entregar meu corpo e alma para ele.


Como queria ser amada de verdade por
alguém.
Escutei a porta sendo aberta ao meu lado e
ele se afastou um pouco para me olhar nos olhos.
— Você sentiu isso? — ele praticamente
sussurrou e meu corpo inteiro se arrepiou. Levantei
meu braço, mostrei meus pelos eriçados e dei de
ombros. Não sabia o que responder, só queria
sentir, pelo menos uma vez, toda essa adrenalina
que estava bombando em minhas veias.
Ele segurou na minha cintura, me ajudou a
subir na caminhonete e deu a volta pela frente dela.
O banco era inteiriço e controlei minha vontade de
me achar íntima e sentar grudada ao lado dele.
Ele virou a chave no contato e se virou
para mim, sua mão estendida.
— Acho que não fomos apresentados, sou
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Marlon, a oferenda da noite. — Ah, então ele era o


coitado.
Sorrimos um para o outro, segurei sua mão
e senti toda a energia que emanava do seu corpo
para o meu.
— Eu sou Júlia, a esquecida pela família e
que prefere a solidão.
Suspirei e soltei sua mão da minha,
percebendo o quão patética eu parecia falando
dessa forma. Ele pareceu não se importar, começou
a guiar a caminhonete e de tempos em tempos me
olhava de conto de olho.
Seria alguns bons minutos de estrada de
chão até chegar no asfalto.
— Eu quero pedir desculpas a você pelo
incêndio. Não tive intenção de prejudicar ninguém,
só estava de saco cheio dessa palhaçada e me
exaltei.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

— Tenho certeza que você não colocou


fogo pensando em me encurralar em um cômodo
para que eu pudesse me jogar no seu colo no final
da festa — zombei e ganhei um sorriso tímido seu.
— Vendo por esse lado, acho que acabei
me dando bem. — Ele estendeu o braço e me
ofereceu seu lado. — Você parece com frio. Não
tenho nada a oferecer que não seja meu corpo para
te esquentar.
Se eu queria me esquentar ao seu lado?
Claro!
Devagar, deslizei pelo banco até chegar ao
seu lado, que me envolveu com seus braços
musculosos e me fez escutar seu coração, que
parecia um pandeiro de tão frenético.
— Uau, seu coração está batendo.
— Graças a Deus — brincou e me apertou
ao seu lado. — Estou sob o efeito da adrenalina
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

ainda e...
— Eu acho que eu também, porque até
agora não caiu a ficha que eu quase morri e meus
pais nem se importaram.
— Você é filha de quem? — perguntou
com raiva contida.
— Sou adotada. Lívia e Carlos Miracoles.
— Isso não justifica o comportamento
deles, Júlia. Eu os conheço, também sei quem é sua
irmã e eles não parecem ser assim com ela. — Ele
beijou minha testa e encontramos a estrada de
asfalto. — Pode parecer uma proposta indecente,
mas não é. Quer passar a noite no meu
apartamento?
— Sim — respondi sem pestanejar,
querendo mais do que tudo não voltar para a casa.
— Quer dizer... se eu não parecer muito oferecida...
— Quem sugeriu fui eu, então, não há
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

duplo sentido aqui... — ele reduziu o tom de sua


voz — a não ser que você queria.
Minha mão foi de encontro a sua coxa, seu
coração acelerando mais ainda, combinando com o
ritmo do meu. O ar dentro do carro mudou, a
energia que trocávamos também, tudo parecia mais
real, o sentido do tato parecia mais aguçado e
minha mão deslizou suavemente pela sua calça até
chegar perto da sua virilha.
— O que... o que você está fazendo, Júlia?
A nuvem de luxúria que fui acometida
dissipou assim que sua pergunta encontrou meus
ouvidos. Merda, eu estava avançando o sinal com o
cara que além de me salvar, estava me dando um
canto para passar a noite.
— Desculpa... — sussurrei, me afastei e
colei na porta, vermelha pela vergonha e
constrangimento.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Rejeição, eu conhecia esse sentimento de


longe, tão familiar que era.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Júlia
Ele parou o carro no acostamento da
estrada e tive a certeza que seria largada no meio da
estrada. Quando ele me puxou, segurei a respiração
e me preparei para a rejeição verbal, mas a única
coisa que tive da sua boca foi ela na minha.
União de lábios, troca de saliva e duelo de
línguas, essa foi minha recompensa por ter dito o
que minha alma gritava. Ajoelhei no banco, abracei
seu pescoço e aprofundei o beijo, ainda sentia
pulsar em minhas veias a adrenalina, conseguia
cheirar a fumaça em nossa roupa e me remetia ao
medo de morrer e o que eu nunca tinha feito.
Poderia ter morrido virgem, queimada,
como uma oferenda aos deuses.
Apesar de desajeitada e inexperiente,

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

seguindo o que li muitas vezes nos meus livros,


sentei escarranchada em seu colo e acabei
esbarrando minhas costas na buzina, me assustando
e mordendo seu lábio sem querer.
— Ai! — ele reclamou.
— Merda, desculpa! — Segurei seu rosto e
dei vários beijos em seus lábios. — Desculpa...
Ele segurou minha bunda e voltou a me
beijar, dessa vez, senti seu membro inchado por
baixo da roupa se esfregando na minha intimidade
coberta e encharcada.
O gosto acobreado deu um sabor diferente
para o beijo e de uma certa forma, ativou meu lado
alucinada para transar.
Meu quadril se mexeu tímido pela
primeira vez e suas mãos na minha bunda fizeram o
trabalho que eu tentava ocultar.
Gemi na sua boca e ele finalmente me
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

largou para beijar meu pescoço.


— Júlia, como você é gostosa! — ele
gemeu e continuou a devorar meu pescoço e agora
descia para meu ombro, tentando puxar minha
blusa pra o lado.
— Devo estar toda suada e cheirando a
fumaça... — falei de forma sensual e agora, suas
mãos não precisavam me estimular, meu próprio
quadril encontrou o ritmo certo para esfregar meu
clitóris em busca de prazer.
Eu iria gozar e nem tinha tirado uma peça
da minha roupa.
— Rebola mais, vai... — Ele mordeu meu
queixo e isso me fez virar os olhos de prazer. —
Goza para mim.
Eu seria louca se não obedecesse. Mais
alguns movimentos e lá estava eu, alucinada com
meus gemidos e rebolando como se isso
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

dependesse minha vida. Quando terminei e a onda


de prazer foi embora, a vergonha me atingiu.
Merda, essa era a primeira vez que gozava com
alguém e estava apenas de roupa.
Escondi meu rosto em seu pescoço e suas
mãos subiram e desceram nas minhas costas.
— Linda...
— Estou com vergonha — confessei. —
Eu...
— Vergonha estou eu de não ter feito
como um cavalheiro, te levado para jantar primeiro
antes de irmos para a segunda base. — Ele trouxe
meu rosto para sua frente e sorriu de forma tímida.
— Oi.
— Oi... — Beijei seus lábios. — Nada na
minha vida funciona conforme o padrão —
sussurrei de forma triste.
— Que bom, porque a última coisa que eu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

esperava de você seria o comum e tradicional.


Abraçamo-nos por um tempo, até ele
suspirar e me colocar ao seu lado.
— Precisamos ir, é perigo estarmos aqui
no meio do nada.
Ele envolveu seu braço em mim e minha
mão novamente foi até sua coxa. O carro foi ligado
e minha mão subiu até sua virilha, constatando o
que já imaginava, ele ainda estava duro.
— Você está...
— Excitado? Duro? — Riu. — Sim, eu
não gozei por pouco, seria muito feio eu andar com
a calça manchada. — Ele me olhou rapidamente.
— Vantagens e desvantagens de ser homem.
— Posso fazer algo por você? — perguntei
e testei o volume na minha mão, sentindo a pressão
que ele fazia em sua calça.
— Nossa... — Ele assoviou. — Nós já
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

chegaremos em casa, você não precisa...


— Eu quero, Marlon. Por favor? — Ele
desabotoou o botão da calça e eu puxei o zíper para
baixo.
— Você quer me fazer apaixonar por você,
mulher?
— Se eu conseguir esse feito apenas com
minha mão ou minha boca, quer dizer que ainda
não sou o suficiente. — Ele me olhou nos olhos. —
Se algum dia isso acontecer, você precisa se
apaixonar apenas por mim. Pronto.
Tirei seu membro da cueca, segurei-o e
inclinei meu corpo para baixo, abrindo a boca e
achando que conseguiria colocá-lo sem hesitar.
Impossível, estava acanhada, em dúvida, com
medo...
— Use apenas os lábios, esconda os dentes
e chupe... — ele falou entrecortado e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

primeiramente, coloquei a língua para fora e o


lambi, sentindo sua textura. — Ou o use como se
fosse um sorvete, faça o que quiser, estou
explodindo de tesão por você, Júlia.
Respirei fundo, abocanhei seu membro e o
levei até aonde conseguiria engolir. Ele arfou, eu
suguei e fechei meus olhos, degustando todo o seu
sabor salgado. Enquanto movimentava minha boca
para cima e para baixo no seu pau, fiz isso com
minha mão na base e não demorou muito para ele
anunciar:
— Eu vou gozar, pegue papel...
Acelerei os movimentos, chupei mais forte
e senti o primeiro jato de porra na minha boca.
Diferente de tudo o que pensei, ele era de um gosto
estranho, salgado e que me deixou mais ainda
alucinada de tesão, sugando até sua última gota.
— Calma, calma... — Ele alisou meus

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

cabelos e me fez levantar. — Foi seu primeiro


boquete?
— Foi tão ruim assim? — perguntei
chorosa e fiz uma careta. Merda, só quero ver
quando eu falar que sou virgem, aí sim eu serei
finalmente jogada para escanteio.
— Foi o melhor que eu tive e ainda por
cima, você engoliu. — Ele me apertou ao seu lado
e eu tentei voltar seu membro para dentro da cueca.
— Como soube? — perguntei insegura.
— Você hesitou, sua mão tremeu... não
que eu tenha experiência com virgens, mas algo
dentro de mim só soube que você era... — Ele
beijou minha testa e eu estava amando todo esse
carinho. — Minha — falou bem baixo.
— Sim, eu sou virgem — assumi.
— Quando chegarmos em casa, você terá a
opção de estar ou não comigo. Eu te ofereci abrigo,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

mas não que você me desse algo em troca.


A insegurança me atingiu, sua brecha em
me deixar escolher causando um rebuliço dentro de
mim e com minha autoestima.
— Posso pensar?
— Você pode fazer o que quiser, Júlia. Eu
não vou sair do seu lado tão cedo.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Júlia
Conversamos sobre muitas coisas até
chegarmos ao seu apartamento, que parecia do
outro lado da cidade, no subúrbio. Ele era o filho
mais velho, os dois que o seguraram de entrar na
casa em chamas eram seus irmãos. Os pais queriam
que ele se casasse, assumisse a empresa do pai e
fosse como todos na família.
Com quase trinta anos, ele queria apenas
servir a comunidade como bombeiro, fazer seus
exercícios diários e se por um acaso a vida o
presenteasse com uma companheira, ele
primeiramente iria morar junto antes de casar.
Nenhuma objeção da minha parte, ele nada
mais era que a minha versão masculina, com mais
confiança e dinheiro.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Falei da minha infância, do quanto minha


irmã era exaltada e eu excluída. Que não entendia a
necessidade de estar sempre ao lado se quando
fôssemos embora, eles nunca vinham atrás de mim.
Também não esperava por um príncipe
encantado, mas se um dia ele aparecesse, tentaria
não o assustar com toda a minha bagagem
— Você não tem bagagem — afirmou
Marlon quando estacionou o carro e tirou a chave
do contato. — Você só precisa antecipar essa sua
meta de concluir sua faculdade, arranjar um
emprego e sair de casa. Inverta tudo isso, saia de
casa, arranje um emprego e termine sua faculdade.
— Como se fosse fácil falar. Eu não tenho
um tostão furado no bolso — resmunguei e me
afastei, para abrir a porta.
Ele segurou meu pulso, puxou meu corpo
e aproximou nossos lábios.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

— Não se iluda, eu posso mudar a sua


vida.
— Você já o fez, eu praticamente nasci de
novo hoje.
Ele beijou meus lábios devagar e com
sensualidade. O movimento era medido, estimulava
minha boca a seguir seu ritmo e sua língua explorar
como ele fazia com a minha.
Estava me apaixonando e isso era muito
perigoso.
— Deixe que eu abra a porta para você. —
Beijou novamente meus lábios e saiu da
caminhonete, dando a volta e abrindo minha porta.
Ele segurou na minha cintura e fez questão do meu
corpo deslizar pelo seu até meus pés encontrarem o
chão.
Suspirei e meu corpo se arrepiou.
— Sentiu isso? — ele perguntou e cheirou
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

meu pescoço, me fazendo arrepiar novamente.


— Se for seu coração acelerado como o
meu, sim.
— É muito mais do que isso... —
sussurrou no meu ouvido e o lambeu. — Sinto seu
corpo conversar com o meu. Parece loucura...
Se era toda a reação que meu corpo tinha a
cada toque seu então era fato, meu corpo
conversava com o dele sim.
Ele pressionou minhas costas contra sua
caminhonete e nos beijamos como se fosse a
primeira vez. Descobrimos os pontos sensíveis de
nossos lábios, nossas mãos exploraram nosso
corpo, como se fossem tocados pela primeira vez.
— Diga que poderei te ter... — ele disse
entre os beijos. — Diga que você me quer. Nunca
quis tanto algo em minha vida desde minha própria
independência. Sei a responsabilidade nas minhas
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

mãos, serei cuidadoso, eu te darei prazer...


Meu Deus, que convite mais irrecusável
foi esse?
Se era da boca para fora ou não, eu só
pensava que hoje eu faria mais do que uma coisa
grandiosa na minha vida. Eu renasci e hoje, me
transformaria em uma nova mulher.
— Sim... — sussurrei quando ele começou
a mordiscar meu pescoço.
Ele parou, me puxou pela mão e em
segundos estávamos no elevador. Enquanto
esperávamos, ele me colocou a sua frente,
esfregando sua ereção na minha bunda e beijando
meu pescoço e ombros.
— Tem câmeras por aqui? — perguntei
quando entramos dentro do elevador.
— Sim, por isso você está na minha frente
escondendo meu pau — ele sussurrou e movimento
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

seu quadril na minha bunda.


Não tinha como não gemer e depois me
sentir envergonhada. Abaixei a cabeça e seguimos
assim, andando desengonçados até chegar em seu
apartamento.
Ele finalmente me soltou, beijou meus
lábios suavemente e me convidou para entrar. Era o
típico apartamento de solteiro, com várias roupas
espalhadas, alguns copos pelas superfícies e
embalagens.
— Desculpe, estava de férias — falou
envergonhado, tentando recolher os itens e levando
até a cozinha.
— Espero não ter que dormir na sala. Seu
quarto está mais organizado?
Ele parou o que estava fazendo, me
carregou no colo como uma princesa e levou até
seu quarto, que parecia muito organizado.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

— Até parece outra casa — brinquei


quando olhei ao redor. Tudo muito branco e
marrom, móveis e colcha da cama.
— Esse é meu canto, sinta-se privilegiada
em estar aqui.
— Estou — disse com sinceridade.
Ele se afastou apenas o suficiente para
remover sua camiseta. Seus músculos não pareciam
tão visíveis e minha boca encheu de saliva. Ele
removeu a calça jeans e ficou apenas de cueca
preta.
— Vamos tomar um banho primeiro?
Fiquei acanhada e ele não se deixou
abalar, se aproximando e removendo minha blusa.
O sutiã preto foi exposto e um som de aprovação
saiu de sua garganta.
— Esse tom na sua pele clarinha fica
lindo. — Ele beijou a parta exposta do meu seio. —
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Posso remover toda a sua roupa?


— S-sim... — gaguejei, porque a
intensidade do seu olhar no meu corpo estava me
desconcertando.
— Está com dúvida? — questionou
enquanto desabotoava minha calça e confirmava a
combinação da calcinha com sutiã. — Sabe aquele
orgasmo dentro do carro?
— Sim — sussurrei enquanto ele tirava
meu sutiã e exibia meus seios que estavam com os
bicos duros de prazer.
— Posso te dar algo melhor com minha
boca... — Ele se inclinou e lambeu um bico, meu
corpo se arrepiando novamente. Fechei os olhos,
sua boca no meu seio estava me fazendo ver
estrelas. — Posso te dar algo melhor com meu pau!
Sua boca me devorava enquanto ele descia
a calcinha pelas minhas pernas e me deixava nua a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

sua frente. Eu queria me encolher, me virar, mas


não consegui fazer nada, porque ele estava
comandando tudo.
Ele se afastou, removeu sua cueca e
estendeu a mão.
— Você me permite ser o primeiro?
O primeiro e todos os outros, meu cérebro
falou na minha mente e ainda bem que freei minha
boca de repetir.
— Eu te permito se tornar especial — tive
que responder algo significativo e intenso, porque o
clima estava muito denso para um simples sim.
De mãos dadas entramos no banheiro e
ainda unidos, entramos debaixo do chuveiro e
deixamos que a água lavasse não só a fuligem e o
cheiro da fumaça, mas qualquer incerteza da nossa
escolha.
Ele seria meu primeiro... ele seria especial.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Marlon
Enquanto meu pau pulsava pela segunda
vez na noite, banhei Júlia com minhas mãos e boca,
uma forma de mostrar o quanto ela era desejada por
mim. Sua história de vida, olhando de fora, parecia
muito semelhante a minha. Enquanto meus pais me
amavam demais e tentavam me controlar, os dela
pareciam querer apenas se livrar desse peso.
Segurei seus seios e fiz uma massagem,
sentindo o verdadeiro peso prazeroso que era.
— Nós vamos transar aqui no chuveiro?
— ela perguntou e segurou meu pau com seus
dedos delicados.
Ah, como eu queria colocá-la contra a
parede e meter com força dentro dessa boceta
apertada e intocada. Mas não, o certo seria fazer na

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

cama...
Espere, nada relacionado a mim, as minhas
ações ou o que passei na vida era o padrão da
sociedade, o comum...
Segurei seu rosto com minhas mãos e
tentei não gemer por causa do movimento da sua
mão no meu pau.
— Acho que já quebramos todas as
crenças de como deveria ser um relacionamento.
Nada mais justo do que finalizarmos com outro ato
nada convencional.
— Relacionamento? — Ela arregalou os
olhos e segurou meus pulsos com força, sua
insegurança servido para me transformar em
fortaleza.
— Pode parecer apenas uma necessidade
de irritar os meus pais e provavelmente os seus,
mas eu te quero. Comigo, na minha cama, na minha
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

casa, no meu banheiro...


— E se eu roncar? E se tiver alguma mania
que você não goste? Se não fazer sexo gostoso
como você?
— Oh, minha pequena sobrevivente, nós
iremos descobrir aos poucos tudo isso e no
momento, o que mais quero é começar com estar
dentro de você.
Peguei seu corpo, levantei e a pressionei
na parede. Porra, acho que doerá um pouco, mas
terei que fazer um trabalho extra com meus dedos
em seu clitóris.
Suas pernas envolveram meus quadris e
segurou a respiração. Sorri contido, seu jeito de
menina despertando o homem protetor dentro de
mim.
— Relaxe, vamos começar apenas com
carinhos, você nem vai sentir quando eu te
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

penetrar.
Essa foi minha primeira grande mentira,
uma vez que meu pau era acima da média. Beijei
seus lábios, com um braço segurei sua bunda e com
o outro, por trás, comecei a fazer carícias em seus
clitóris que já estava inchado.
Testei sua boceta e constatei que estava
molhada não só pela água, mas pelo tesão. Tinha
feito um bom papel, ela estava pronta para mim.
Com um seio na minha boca, sugando
como um esfomeado, ajeitei meu membro e fui
invadindo aos poucos sua boceta apertada.
— Caralho, que gostosa... — gemi no
mesmo tom que ela.
— Nossa...
E assim eu fiz, pouco a pouco,
estimulando seu corpo para sentir prazer enquanto
eu mirava meu pau para que ela sentisse dor. Soube
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

exatamente o momento que consegui tirar sua


virgindade, porque seu corpo retesou e meu pau
pulsava quase gozando dentro dela.
— Boceta apertada, Júlia. — Beijei seus
lábios com fúria, estava me sentindo um homem
das cavernas que conseguiu a melhor mulher da
comunidade. — Estava guardando para alguém?
— Hoje percebo que só poderia ser para
você — poetizou e isso me deixou mais alucinado
no que já estava. — Continua...
— Aproveite o passeio, sobrevivente....
E assim eu comecei a meter com mais
força, seus gemidos de dor se misturando com
prazer, meus braços começando a pegar fogo por
causa do peso e da posição, mas não me importava,
eu só queria continuar e continuar, até eu poder
gozar, com força.
Ao pensar na minha porra, percebi que não
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

estava com preservativo. Idiota, eu tinha plena


convicção de seu estado de saúde, mas ela não
tinha o meu. Bem, dessa vez eu gozaria fora dela...
Ela começou a movimentar seu corpo, sua
entrega e dedicação para encontrar prazer junto
comigo me fazendo encontrar meu clímax antes do
tempo.
— Porra... goza comigo Júlia! — clamei e
não consegui segurar. A satisfação maior foi ela se
movimentar com mais força e me acompanhar
nesse abismo de prazer.
Se ela tinha alguma dúvida sobre não ser
boa no sexo, ela precisava entender que passava
longe disso.
Bati em minha cara mentalmente por ter
pensado em gozar fora de seu corpo e não ter feito.
Engravidar minha companheira não estava nos
planos para o momentos.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Espera, estava pensando em futuro?


Coloquei-a no chão, um pouco atordoado
com a situação. Ela sentiu minha porra escorrer por
entre suas pernas e um risco vermelho junto.
— Oh, droga, esqueci a camisinha! —
reclamou.
— Não, NÓS esquecemos, ou melhor, eu
esqueci, o idiota sou eu. — Beijei seus lábios e
coloquei minha mão entre suas pernas, sentindo
minha boca e sua boceta inchada nos meus dedos.
— Está sensível... — gemeu baixo.
Molhados, entregues e com as respirações
irregulares, eu precisava jogar as cartas na mesa.
— Eu estou limpo, preciso estar por causa
dos bombeiros.
— Tudo bem...
— Há uma chance de você engravidar,

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

somos saudáveis e...


— Eu entendo, Marlon. — Ela deu de
ombros. — Sei que a última coisa que eu queria era
engravidar ou pegar uma doença, mas sabe de uma
coisa? — Seus olhos brilhavam. — Eu só não me
importo. Existe a pílula do dia seguinte ou existe a
sorte. Despois do que passei hoje, eu só queria...
Ela virou as costas para mim e deixou a
água do chuveiro cair sobre seus ombros e cabeça.
Eu estava fazendo isso mesmo?
Coloquei as mãos nos seus ombros e
apertei.
— Como pode confiar tanto assim em
mim?
— Como não? Você quase arriscou sua
vida por mim naquela casa em chamas. — Ela se
virou para mim. — Eu me vi queimando, mas não
passou de um sonho ruim.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

— Farei por merecer, Júlia. Eu prometo.


— Abracei seu corpo, sentindo o peso dos seus
sentimentos e das minhas palavras. — Eu farei por
merecer.
— Sem promessas, Marlon. Não há felizes
para sempre para pessoas foram do comum como
nós. — Ela se afastou e me olhou com admiração.
— Para nós existe rotina, dia a dia e
companheirismo.
— E muitas fodas — brinquei e a vi sorrir.
— Sim, por favor, me deixe de bom humor
todos os dias com um ou dois orgasmos desses.
E foi assim que nossos lábios se uniram
mais uma vez e não pararam por aí. Essa noite
serviu para conhecermos todos os pontos erógenos
e aumentar mais ainda nossa confiança.
Éramos estranhos para a sociedade, mas
profundamente íntimos para os amantes que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

acreditam nas pessoas, no amor.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Outras Obras

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Meu Vizinho Fera


https://amzn.to/2zxiXoK
Sinopse: E se sua história tiver um q de conto de
fadas, mas de uma forma erótica?
Foi assim com Bela e seu vizinho, aquele que todos
temiam e vivia recluso em sua residência. Tudo
mudou quando Bela precisa entrar na casa do
homem para resgatar o pai. E então, ela conheceu o
segredo e experimentou tudo o que Fera tinha para
lhe dar.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Meu Chefe Gênio


https://amzn.to/2urSmVo
Sinopse: E se sua história tiver um q de conto de
fadas, mas de uma forma erótica?
Jasmim honrava seu trabalho e dava sempre o seu
melhor, mesmo com tanta gente boicotando sua
vida. Porém, uma demissão tirou o seu chão e
trouxe questionamentos sobre seu comportamento.
O seu chefe, aquele que ela tanto lutou contra uma
atração deu a pior notícia e junto dela, algo
inusitado: três desejos que o dinheiro pudesse
comprar. Bem, ela tinha algumas ideias nada
muito... ortodoxas.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Meu Professor
Borralheiro
https://amzn.to/2LlZVqR
Sinopse: E se sua história tiver um q de conto de
fadas, mas de uma forma erótica?
Lia ia se formar e antes de ir para festa, percebeu
nunca fez nada arriscado estando na faculdade. Ela
admirava seu professor silenciosamente e mal sabia
que a recíproca acontecia na mesma intensidade.
Na última oportunidade juntos, a faísca se torna
labareda, tudo o que eles queriam era que o tempo
não fosse limitado para aproveitarem o desejo
reprimido.

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Meu Roqueiro
Adormecido
https://amzn.to/
Sinopse: E se sua história tiver um q de conto de
fadas, mas de uma forma erótica?
Tudo o que Maria Clara quer, depois de uma
viagem a trabalho, é tomar um banho quente, deitar
na sua cama e se enroscar em seu ursinho. Qual não
foi sua surpresa que junto desse urso estava o
vocalista da banda que seu irmão faz parte. Ela não
fazia parte desse mundo, era muito certinha para
seus costumes...
Philip é roqueiro, badboy, tatuado e sem nenhum
pudor que invadiu não só a cama da irmã do seu
melhor amigo, mas seu corpo, sua vida, seus

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

pensamentos...
Será que mundos tão diferentes conseguirão unir
almas tão parecidas?

PERIGOSAS ACHERON

Você também pode gostar