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No que tange o ofício 126/2022 expedido pelos senhores coordenadores do Núcleo Representativo
da Guarda Municipal – NUSIND, cabe fazer algumas considerações sobre as implicações
referentes ao artigo 6º da PL 279/2022 que trata da recomposição salarial da Guarda Municipal
2020/2021, bem como as verdadeiras motivações que levaram o NUSIND ao referido ofício:
CONSIDERAÇÕES
No ano de 2019 entrou em vigor a lei 11.154/2019 que dispõe sobre o plano de carreira dos
servidores da área de atividades de segurança pública que atuam na Guarda Civil Municipal de Belo
Horizonte. A referida lei estabelece em seu artigo 14 o seguinte:
Ocorre que o dispositivo acima refere-se ao enquadramento adotado pela administração o qual
distribuiu os agentes da Guarda Municipal em postos hierárquicos e em níveis de acordo com o ano
de ingresso, o vencimento – base e o posto hierárquico ocupado pelo servidor na vigência do plano
de carreira, conforme o quadro abaixo:
Em virtude do parágrafo único do artigo 14, os servidores foram posicionados no respectivo posto
hierárquico no nível de vencimento-base cujo valor seja igual ou imediatamente superior ao atual,
como se vê no exemplo do destaque das figuras abaixo:
Desse modo, como exemplo, o Guarda Municipal de 1ª Classe - nível 5, que teve o ingresso em
2008, foi enquadrado como Guarda Civil Municipal nível 3, perdendo com isso 2 níveis, ainda que
obtivesse um ganho em espécie de R$40,00 reais.
Percebe-se que alguns subinspetores tem uma remuneração inferior ao cargo de GCD I, que é cargo
antecedente ao de subinspetor. Tal situação causa diversos constrangimentos institucionais, bem
como fere os institutos da hierarquia e disciplina previstos no artigo 1º da lei 9319/2007 que
institui o Estatuto da GCMBH:
Note-se que à época da publicação do ato de promoção no diário oficial do município, dia 8 de
junho de 2021, o posicionamento do NUSIND foi demonstrado inclusive com a publicação de uma
nota conforme segue abaixo:
O argumento sustentado pelo NUSIND, não retrata a realidade, visto que a regra do
enquadramento foi aplicada a todos os integrantes da instituição e todos foram enquadrados,
inclusive perdendo níveis, com exceção dos agentes ocupantes do cargo de GCE e que tiveram seu
ingresso em 2008, a esses não houve redução de níveis, pois isso significaria também redução de
salário, o que é vedado pelo ordenamento júrico.
Observa-se que os componentes do NUSIND tem feito uma confusão no que diz respeito aos níveis,
misturando dois institutos distintos, (enquadramento e promoção) pois, o ato jurídico do
enquadramento é um, ao passo que o ato jurídico da promoção é outro. Como já dito, o
enquadramento foi aplicado a todos os servidores da Guarda à época. Não é cabível, portanto o
argumento do NUSIND.
O §3º do artigo 11 diz o seguinte: “A promoção para os postos do grupo de Comando se dará para o
posto hierárquico subsequente ao ocupado pelo servidor, no nível de vencimento-base cujo valor
seja superior ao atual, em no mínimo 12% (doze por cento).”
Ocorre que, em nenhum momento a lei estabelece a perda de níveis, e a partir da dicção do
parágrafo percebe-se que quando a lei diz "em no mínimo" ela quer na verdade criar uma
salvaguarda para evitar que por alguma questão não objetivada na lei o subinspetor possa receber
um valor que esteja abaixo de 12% quando de sua promoção. Na verdade, a lei cria uma espécie
de piso e não de teto como foi aplicada a lei.
O meu pedido é que NÃO seja retirada da PL o artigo 6º, pois ele visa corrigir uma distorção no
plano de carreira da Guarda Municipal, na qual os subinspetores recém promovidos perderam todos
os seus níveis conquistados ao longo de mais de 11 anos de carreira, estudos, tempo e acima de tudo
dedicação.
Respeitosamente,