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OFÍCIO Nº.

539/23
Belo Horizonte, 05 de dezembro de 2023

Ilmo. Senhor.
André Abreu Reis
Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação.
CC
Ilma. Senhora.
Fernanda de Siqueira Neves
Subsecretaria de Gestão de Pessoas – SUGESP
Ilmo. Senhor.
Almiro Melgaço da Costa Silva
Assessor da Central de Relações do Trabalho e Acompanhamento das Despesas de Pessoal – ASCET

Prezado Senhor,

O Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Belo Horizonte –


SINDIBEL, conforme solicitado, vem , por meio deste encaminhar a Vossa Senhoria
apontamentos para melhoria da proposta formulada pela PBH para resolver as inconsistências
referentes aos niveis salariais dos integrantes da GCM/BH:
1. APONTAMENTOS PARA AJUSTAR A PROPOSTA DA PBH EM RELAÇÃO AOS NÍVEIS
Ao analisar a aplicabilidade das premissas básicas que reorganizam a proposta dos níveis da GCMBH, nota -se equívoco –
do somatório de níveis com correspondência do posicionamento do servidor na tabela de vencimento. Em razão que a
proposta considera nível 1, como progressão horizontal de merecimento, contudo, sob a perspectiva da lei 11.154/2019 a
qual dispõe sobre a carreira da GCMBH, no seu artigo 11 §1⁰ que diz:
Para os efeitos desta lei, entende-se por progressão profissional por merecimento a evolução
horizontal do servidor público para o nível de vencimento-base imediatamente superior ao que estiver
posicionado na tabela de vencimentos-base constante do Anexo IV, que contém 15 (quinze) níveis.
Conforme o próprio conceito da mencionada lei, é possível perceber que a tabela de níveis começa com nível 1. Seja
dito de passagem, toda tabela de níveis horizontais dentro da administração pública direta ou indireta começa
pelo nível 1, visto que só é possível falar em progressão se há evolução ou desenvolvimento continuado.
Partindo dessa premissa, os guardas que ingressaram nos anos de 2006 e 2008 têm que estar posicionado
no nível 9. Ao passo que, na própria observação da PBH, texto divulgado na intranet da GCMBH, ela traz como
critério para obtenção de nível por mérito. Assim, fundamenta-se:
Observação: Méritos obtidos desde que o servidor tenha completado 1.095 (mil e noventa e cinco)
dias de efetivo exercício no respectivo cargo público, observado o disposto no art. 115 da Lei nº 9.319/07;
Com fulcro nessa observação, fica claro que ESTAR no nível 1 (um) não tem a mesma equivalência que
OBTER 1 (um) nível por mérito, visto que um verbo traz o sentido de lugar (posição) e outro sentido de quantidade.
Nessa lógica, o nível 1 não pode ser considerado como mérito. Uma que este é só para marcar o início das
progressões de vencimento-base daquele posto.
Portanto, a contagem dos níveis por mérito deve começar a partir do nível 2 e, subsequentemente,
posicionarem os respectivos GCMs do ano de 2006 e 2008, no NÍVEL 9 – pois a REGRA TEMPORAL É A PARTIR
DO ANO DE 2012 ATÉ 2024.
Além disso, no artigo 12, nos seus incisos e parágrafos, trazem os requisitos de como o servidor fará jus:
Seção I
Da Progressão Profissional Horizontal Por Merecimento
I- ter adquirido estabilidade no cargo;
II- ter completado 1.095 (mil e noventa e cinco) dias de efetivo exercício no respectivo cargo público,
observado o disposto no art. 115 da Lei nº 9.319/07;

III- ter sido submetido a avaliações periódicas de desempenho, nos termos do regulamento;
IV- encontrar-se em efetivo exercício na data em que cumprir os requisitos previstos nos incisos II e III.
(...)

Ainda que a PBH não considere o tempo de estágio probatório para fins de progressão profissional horizontal
por merecimento, os guardas dos anos 2006 e 2008 já tinham adquiridos estabilidade, antes do ano de 2012. Mesmo assim,
é possível perceber que há um erro material, no tocante ao posicionamento dos GCMs na tabela de níveis horizontais
apresentados pela administração.
Considerando que as premissas são verdadeiras, contudo, a aplicação delas que estruturam a
reorganização dos níveis por mérito na dinâmica da administração, não correspondem com o entendimento da lei
11.154, conforme citado aqui.
Dessa forma, não é razoável e isonômico aplicar premissas matemáticas puramente, sem observar o direito
e, principalmente, os princípios regem a administração pública. Ao passo que sem tais observâncias, o administrador
trará equidade para uns e, consequentemente, gerará injustiças para outros. Como já demonstrado, portanto, o
nível 1 (um) é atributo da tabela horizontal da progressão profissional por mérito. Isto é, ele corresponde à retribuição
básica, alusiva ao valor inicial fixado pela lei que criou o cargo público. Fato pode ser demonstrado, a titulo de exemplo,
na Lei 9.319/2007, no seu artigo 86-A, como assevera, in verbis:
O Guarda Municipal faz jus a uma parcela mensal denominada adicional pelo exercício de atividades de risco, calculado
sobre o vencimento-base do nível inicial de seu posto hierárquico, à razão de 40% (quarenta por cento) a partir
de 1º de agosto de 2017. (Redação dada pela Lei nº 11.080/2017)
Nesse sentido, não resta dúvida que o nível 1 (um) serve – se e somente se – a título de referência, logo não
pode ser considerado como nível de progressão por mérito.
Diante disso, se a administração está partindo da premissa temporal de 2012 até 2024, logo o ponto isonômico
e meritocrático dever seguir a seguinte dinâmica para reenquadrar os guardas do ano de 2006 e 2008, posicionando-os,
assim:
• 1 mérito posiciona-se no nível 2 da tabela horizontal [2015];
• 2 méritos posicionam-se no nível 3 da tabela horizontal [2018];
• 3 méritos posicionam-se no nível 4 da tabela horizontal [2021];
• 4 méritos posicionam-se no nível 5 da tabela horizontal [2024] ¹.

Observação:¹ completar-se-ão.

A partir do último nível adquirido por mérito, acrescenta-se os níveis de escolaridade,


visto que eles são relativos à quantidade de que cada servidor apresentou.
Desse modo, os servidores mais exitosos dos referidos anos, que cumpriram todas as premissas de nível
por mérito e nível de escolaridade, certamente deverão estar posicionados no nível 9 da tabela horizontal do posto que
se encontra.
Outra problemática da proposta é que a turma de 2011 fez concurso para guarda municipal, de acordo com o
2. APONTAMENTOS DOS NÍVES HORIZONATIS DA TURMA DE 2011
edital de 2009, e como o plano de carreira passou a existir em 2012. Os guardas do ano de 2011 foram rebaixados
para o posto de guarda municipal de 2ª classe. Com efeito, tiveram – por um período de 3 anos – ganhando 165 reais a
menos que os guardas que ingressaram no ano de 2006 e 2008, sem considerar os reajustes de salarias.
Contudo, após a esse período probatório a turma de 2011 teve promoção para o posto de guarda municipal
de 1ª classe. Conforme o art. 2º da Lei 10.497 de 2012:
Os ocupantes dos cargos públicos efetivos de Guarda Municipal de 2ª Classe serão promovidos para o posto
hierárquico de Guarda Municipal de 1ª Classe após 3 (três) anos de efetivo exercício no nível inicial.
Nessa mesma dicção, o art. 8º da Lei 10.497 de 2012 que diz:
§ 2º Para os fins da progressão profissional de que cuida este artigo, o servidor que for promovido na
escala hierárquica ascendente prevista no caput do art. 1º desta Lei será sempre posicionado na
Tabela de Vencimentos-Base prevista para o novo posto no nível de vencimento-base imediatamente
superior ao valor do vencimento-base a que fazia jus no posto anterior, e, ato contínuo, será
posicionado no nível de vencimento-base subsequente, observado o limite previsto no § 1º deste artigo.
Como se vê os guardas de 2011 são os únicos que tiveram promoção por tempo de serviço no plano de carreira
anterior e, dessa forma, fizeram jus a 2 níveis em 3 anos. Sendo que o 1 nível 1 se refere ao vencimento-base do posto
de guarda municipal de 2ª; cumpriram os 1.095 dias, foram promovidos e, em ato contínuo, posicionados no nível
imediatamente superior ao posto da promoção, no caso guarda municipal 1ª classe.
Por óbvio, a turma de 2011 tem:
• Nível 1 (vencimento-base) do GM de 2ª classe para 1ª classe: Ano 2014¹
• 2º Mérito: Ano 2017 posicionam-se no nível 2.
• 3º Mérito: Ano 2020 posicionam-se no nível 3
• 4º Mérito: Ano 2023
• 5º Mérito: Ano 2026²

Observação¹: No antigo plano de carreira, cada promoção, o GCM ascenderia para um posto e, em ato contínuo,
para um nível imediatamente superior.

Observação²: completar-se-ão.
A partir do último nível adquirido por mérito, acrescenta-se os níveis de escolaridade, visto que
eles são relativos à quantidade de que cada servidor apresentou.

Outro fator que é importante trazer à baila: se uma das premissas básicas da proposta da PBH é
aplicar a isonomia aos servidores que exerceram tal função na carreira da corporação até o ano de 2018,
então, por que a PBH não aplicou a mesma regra com a turma de 2011, na medida em que está
reconhecendo o tempo de função de coordenação, e não o mérito daqueles que também foram
promovidos?
3. APONTAMENTOS EM RELAÇÃO AOS GCD I
Conforme a proposta apresentada pela PBH no dia 23/11/2023, os Guarda de Classe Distinta I (GCD)
que exerceram a função de coordenação até dezembro de 2018, serão posicionados na tabela de níveis
horizontais: somando tempo de coordenação, mérito e escolaridade. O resultado da soma seria o novo nível de
vencimento-base. Conforme o disposto na proposta, a qual afirma que será corrigida 100% das INCONSISTÊNCIAS
identificadas na carreira, trazendo para todos os guardas com a mesma trajetória no mesmo nível.
Entretanto, o NUSIND, na reunião de apresentação da proposta do dia 23/11/2023, questionou em
relação ao plano de carreira de 2019, o qual dispõe a LEI Nº 11.154, esta lei extinguiu o posto de GUARDA DE
CLASSE ESPECIAL (GCE) e, por sua vez, dividiu os servidores que estavam com mesmo tempo de coordenação
e, também, mesma trajetória no posto de GCE – níveis de vencimento-base e lapso temporal diferentes –, ferindo,
assim, o Princípio da Equidade e Isonomia, conforme assevera as premissas básicas da propo sta da PBH
A proposta da PBH tenta reorganizar o tempo de função de coordenação dos antigos GCEs, em que se iguala o
mesmo nível de vencimento-base pelo maior nível no posto de GCD I. Entretanto, a proposta não trata de maneira
isonômica a questão do lapso temporal deste posto, a qual se refere a uma diferença de 2 anos para próxima promoção.
Com isso, o NUSIND propôs que seja aplicada a mesma premissa isonômica: IGUALAR TAMBÉM O
TEMPO DE PROMOÇÃO para o posto de subinspetor. Nessa lógica, traria a verdadeira correção para os GCDs
I, que passaram na seleção interna de GUARDA DE CLASSE ESPECIAL EM 2015.
4. EM RELAÇÃO AO POSTO DE SUBINSPETOR
Na proposta da PBH, há pretensão de revogar o parágrafo 3º do artigo 11 da Lei 11.154/2019 sob o
argumento de trazer isonomia das promoções de postos de execução e coordenação para com os postos de
comando.
§3º A promoção para os postos do grupo de Comando se dará para o posto hierárquico subsequente ao
ocupado pelo servidor, no nível de vencimento- base cujo valor seja superior ao atual, em no mínimo 12%
(doze por cento).
Nesse ínterim, é isonômico tratar o artigo 17 da mesma forma, revogando-o. Assim, tanto os GCMs de 2023
quanto os antigos GCMs possam ter a oportunidade de apresentar os títulos de escolaridade e fazer jus aos níveis de
escolaridade. Conforme o exemplo abaixo dos termos a serem suprimidos:

Art. Será concedida progressão por escolaridade ao servidor enquadrado neste plano de carreira,
conforme art. 14 desta lei, aprovado e certificado em curso cujo nível de escolaridade seja superior ou
complementar àquele exigido para o provimento no seu cargo público e cujo conteúdo esteja
diretamente relacionado à carreira da GCMBH, desde que o curso tenha iniciado antes da vigência
desta lei, nos seguintes limites: (...)
Não restaurar a possibilidade de apresentar cursos para fazer jus aos níveis de escolaridade sob o
argumento que carreira da GCMBH possui benefícios demais em detrimento das outras carreiras dentro da PBH, é forma
desincentivar o profissional de se aperfeiçoar, ao passo que tal medida da PBH entra em dissonância com as outras
esferas do Poder Público, como por exemplo: o governo federal com a política pública de incentivo ao agente de segurança
pública por meio do PRONASCI 2.
POSTOS HIERÁRQUICOS DIFERANÇA DE % DOS VENCIMENTO-BASES
GCM III 12%
GCM II 12%
GCM I 12%
GCD II 12%
GCD I 12%
SUBINS 22%
INSP 20%
SUPERV 20%
SUPERINT 16%
Para além disso, é importante observar que os postos de execução e coordenação possuem uma diferença salarial
de 12% de um para outro – do GCM III ao GCD I. Contudo, à época, a PBH aplicou a mesma regra salarial dos postos
abaixo para os postos acima. Caso a PBH, revogue o parágrafo 3º do artigo 11 da Lei 11.154/2019, haverá uma
supervalorização dos postos de comando. Haja vista que, do último posto de coordenação para o primeiro posto de
comando, equivalem a 4 níveis e meio de valorização.

Matematicamente, se a proposta da PBH funcionasse, geraria um impacto financeiro de R$


5. PROPOSTA DA PBH X PROPOSTA DO NUSIND
14 milhões, aproximadamente. Baseado em dados objetivos, a proposta tem um custo aproximado de R$ 21
milhões, não resolve as inconsistências do plano de carreira e gera um custo mais elevado em médio prazo, quando
comparado à proposta do NUSIND.
Impacto Financeiro: Previsão (proposta PBH X proposta NUSIND)²

Ano

2024 2025 2026 2027¹ 2028 2029

REAIS (R$) 1.822.789,18 2.284.591,91 2.282.845,49 -3.607.033,18 -3.230.543,16 3.608.779,60

Observação¹: A partir de 2027, a proposta do NUSIND fica mais econômica em relação à proposta da PBH.

Observação²: Considerando o 13º salário, quinquênios (aproximados por ano de entrância), GDI e Adicional de Risco. Não
compõe o cálculo: adicional noturno, um terço de férias, reflexo BCMRI.

Valores aproximados

Impacto Financeiro com a reposição dos níveis

ANO 2024 2025 2026 2027 2028 2029

PLANO ATUAL 214 Mi 225 Mi 226 Mi 235 Mi 243 Mi 246 Mi

PROPOSTA DA PBH 235 Mi 248 Mi 251 Mi 275 Mi 284 Mi 289 Mi

PROPOSTA DO NUSIND 237 Mi 250 Mi 253 Mi 272 Mi 281 Mi 286 Mi

Impacto Financeiro

Previsão: proposta PBH X proposta 2 Milhões 2 Milhões 2 Milhões (-)3 Milhões (-)3 Milhões (-)3 Milhões
NUSIND¹

Observação¹: Se a proposta da PBH funcionasse, o custo seria de 14 milhões em relação ao plano atual.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estes foram os apontamentos do NUSIND demonstrou em relação à aplicabilidade das premissas básicas da proposta
da PBH. Caso a PBH reveja tais apontamos e venha corrigi-los, o Núcleo Representativo entende que a proposta
atenderá de maneira mais justa e isonômica a todos, bem como revolvendo 100% das inconsistências da carreira
hierárquica da GCMBH.
Atenciosamente,

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