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Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL

Em 26 de novembro de 2020.

Processo: 48500.007025/2019-48

Assunto: Homologação das Tarifas de Energia – TE e das


Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição – TUSD referentes
à CEA - Companhia de Eletricidade do Amapá e demais
providências pertinentes ao seu Reajuste Tarifário Anual de
2020.

I - DO OBJETIVO

2. Apresentar a análise e o resultado do Reajuste Tarifário Anual de 2020 da CEA - Companhia


de Eletricidade do Amapá, a vigorar a partir de 30 de novembro de 2020, calculado em conformidade com
as disposições legais e normativas pertinentes e de acordo com a metodologia de cálculo presente nas
versões vigentes dos Submódulos do PRORET, a qual é sintetizada no Anexo I desta Nota Técnica.

3. A CEA é prestadora do serviço público de distribuição de energia elétrica 1 , designada


conforme Portaria MME nº 442/2016.

II - DOS FATOS

4. A CEA, sediada na cidade de Macapá/AP, atende aproximadamente 207 mil unidades


consumidoras, cujo consumo de energia elétrica representa atualmente um faturamento anual na ordem
de R$ 552 milhões.

1
De acordo com a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, em especial seu artigo 9º, e com a Portaria MME nº
442, de 23 de agosto de 2016.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Superintendência de Gestão Tarifária – SGT/ANEEL 48581.001938/2020-00


Fls. 2 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

Tabela 1: Unidades Consumidoras e consumo mensal


Nº de Unidades Consumo de Participação no
Classe de Consumo
Consumidoras1 Energia (MWh) Consumo (%)
Residencial 184.090 42.223 51,0%
Industrial 343 9.117 11,0%
Comercial 18.448 18.308 22,1%
Rural 2.334 371 0,4%
Iluminação Pública 88 2.795 3,4%
Poder Público 2.155 7.953 9,6%
Serviço Público 99 1.706 2,1%
Demais classes 39 269 0,3%
Total 207.596 82.742 100%
Fonte: SAMP – competência outubro/20.

5. Em 19 de dezembro de 2017, por meio do Despacho nº 4.278, a Diretoria Colegiada decidiu


por conhecer do Pedido de Reconsideração interposto pela Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA
em face do Despacho nº 2.656/2016, e no mérito, dar-lhe parcial provimento, de forma que o cálculo do
reembolso da Conta de Combustíveis Fósseis - CCC à CEA contemplasse a UHE Coaracy Nunes somente
até o final de 2012. Consequentemente, coube à SGT a reavaliação dos processos tarifários da CEA dos
anos de 2013 a 2015 com o objetivo de promover os ajustes nos valores da energia contratada da UHE
Coaracy Nunes.

6. Conforme consta da Resolução Homologatória nº 2.645, de 26 de novembro de 2019, o


reajuste tarifário Anual de 2019 da CEA representou, em média, uma variação das tarifas homologadas
anteriormente de -6,13%.

7. Em 30 de dezembro de 2019, por meio dos Memorandos nos 311/2019 e 314/2019, a SGT
solicitou informações em relação ao processo de reajuste tarifário da distribuidora à Superintendência de
Regulação de Mercado – SRM 2 e a Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF 3 ,
respectivamente.

8. Em 14 de outubro de 2020, a SGT realizou reunião com os representantes da CEA,


prestando os esclarecimentos cabíveis acerca da metodologia do reajuste tarifário anual, além de
apresentar os prazos a serem observados para entrega de informações e documentos4.

2
Documento Sic nº 48581.002857/2019-00
3
Documento Sic nº 48581.002869/2019-00
4 Documento Sic nº 48581.001844/2020-00

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 3 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

9. Em 19 de outubro de 2020, por meio do Memorando nº 222/20205, a SGT solicitou à SFF e


à SRG os montantes gerados pela UHE Coaracy Nunes e destinados à CEA entre 1º de janeiro de 2013 a
1º de agosto de 2015, com vistas ao cumprimento do disposto no Despacho nº 4.278/2017.

10. Em 27 de outubro de 2020, por meio do Memorando nº 440/20206, a SFF apresentou à SGT
os montantes gerados pela UHE Coaracy Nunes no período solicitado.

11. Em 03 de novembro de 2020, por meio do Memorando nº 184/2020-SRM/ANEEL7, a SRM


informou que a distribuidora possui Contrato de Comercialização de Energia Elétrica e Potência nos
Sistemas Isolados com a Oiapoque Energia.

12. Em 06 de novembro de 2020, a SGT recebeu o Memorando nº 453/2020-SFF/ANEEL8 com


informações sobre validação dos pagamentos de itens da Parcela A e das Garantias Financeiras relativas
à CEA.

13. Em 12 de novembro de 2020, a SGT recebeu o Memorando nº 458/2020-SFF/ANEEL9, com


os valores das receitas com Ultrapassagem de Demanda, Excedente de Reativos e das Outras Receitas.

14. Em 20 de novembro de 2020, segundo o Cadastro de Inadimplentes administrado pela


Superintendência de Administração e Finanças - SAF, a CEA encontra-se inadimplente com suas
obrigações intrasetoriais10. Mesmo assim, na condição de prestadora de serviços autorizada, conforme
Portaria nº 442/2016-MME, não se aplica o disposto no art. 10 da Lei n° 8.631, de 04 de março de 1993,
com redação dada pela Lei n° 10.848, de 15 de março de 2004, o que possibilita o reajuste de seus níveis
de tarifas.

III - DO RESULTADO DO REAJUSTE TARIFÁRIO ANUAL

15. O Reajuste Tarifário Anual – RTA da CEA conduz a um efeito médio nas tarifas a ser
percebido pelos consumidores de -4,12%, sendo de 1,65%, em média, para os consumidores conectados
na Alta Tensão e de -5,89%, em média, para os consumidores conectados na Baixa Tensão.

5 Documento Sic nº 48581.001722/2020-00


6 Documento SIC nº 48536.003637/2020-00
7
Documento SIC nº 48580.001079/2020-00.
8
Documento SIC nº 48536.003810/2020-00.
9
Documento SIC nº 48536.001912/2020-00.

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Tabela 2: Efeito médio


Grupo de Consumo Variação Tarifária
AT - Alta Tensão (>2,3kV) 1,65%
BT- Baixa Tensão (<2,3kV) -5,89%
Efeito Médio AT+BT -4,12%

16. O efeito médio de -4,12% decorre:

(i) do reajuste dos itens de custos de Parcela A e B, calculados conforme estabelecido no


PRORET, para a formação da Receita Requerida;

(ii) da inclusão dos componentes financeiros apurados no atual reajuste tarifário para
compensação nos 12 meses subsequentes; e

(iii) da retirada dos componentes financeiros estabelecidos no processo tarifário anterior, que
vigoraram até a data do reajuste em processamento.

17. Conforme apresentado na Tabela 2, o efeito médio a ser percebido por consumidor
depende do grupo e modalidade tarifária a qual pertence.

18. A diferença entre os efeitos médios percebidos pelos grupos A (Alta Tensão) e B (Baixa
Tensão) se deve à variação dos itens de custos que compõem a tarifa, em especial: (i) o aumento dos
custos de transmissão e distribuição, que tem impacto mais significativo para consumidores de alta
tensão; e (ii) o aumento do encargo CDE USO 10 em relação ao processo tarifário passado, custo
recuperado por meio da tarifa de uso cobrada em R$/MWh, sendo que tal tarifa tem participação
percentual mais elevada nos consumidores conectados em alta tensão. As justificativas de ambos efeitos
serão detalhadas em momento oportuno ao longo desta Nota Técnica.

19. Na composição do efeito médio, a variação dos custos de Parcela A contribuiu para o efeito
médio em 4,46% enquanto a variação de custos de Parcela B foi responsável por 0,50%, conforme tabela
seguinte:

10
De que trata o art. 13 da Lei nº 10.438/2002.

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Tabela 3: Variação e Participação no IRT das Parcelas A e B


Participação Participação
DRA (R$) DRP (R$) Variação
no Reajuste na Receita
PARCELA A [Encargos+Transmissão+Energia] 346.482.987 371.101.407 7,1% 4,46% 64,0%
Encargos Setoriais 43.332.360 50.215.567 15,9% 1,25% 8,7%
Taxa de Fisc. de Serviços de E.E. – TFSEE 653.284 668.923 2,4% 0,00% 0,1%
Conta de Desenvolvimento Energético – CDE (USO) 13.966.608 18.836.763 34,9% 0,88% 3,3%
Encargos Serv. Sist. - ESS e Energ. Reserv. - EER 14.777.225 18.533.559 25,4% 0,68% 3,2%
PROINFA 9.152.796 7.571.657 -17,3% -0,29% 1,3%
P&D, Efic.Energ e Ressarc.ICMS Sist.Isol. 4.782.447 4.604.665 -3,7% -0,03% 0,8%
Custos de Transmissão 27.898.303 43.328.058 55,3% 2,79% 7,5%
Rede Básica 25.630.141 40.349.476 57,4% 2,67% 7,0%
Rede Básica Fronteira 2.013.583 2.580.031 28,1% 0,10% 0,4%
Rede Básica ONS (A2) 96.248 219.024 127,6% 0,02% 0,0%
Conexão 158.330 179.527 13,4% 0,00% 0,0%
Custos de Aquisição de Energia 264.963.348 267.871.724 1,1% 0,53% 46,2%
Receitas Irrecuperáveis 10.288.977 9.686.057 -5,9% -0,11% 1,7%
PARCELA B 205.595.875 208.334.411 1,3% 0,50% 36,0%
IRT 552.078.862 579.435.818 4,96% 100,0%

Efeito dos Componentes Financeiros do Processo Atual -17,11%


CVA em processamento - Energia 13,53%
CVA em processamento -Transporte 1,07%
CVA em processamento - Encargos Setoriais -2,23%
Saldo a Compensar CVA-Ano Anterior + Ajustes -0,19%
Neutralidade de Parcela A- Energia 0,32%
Neutralidade de Parcela A - Transporte 0,17%
Neutralidade de Parcela A - Encargos Setoriais 0,34%
Neutralidade de Parcela A - Receitas Irrecuperáveis 0,01%
Sobrecontratação/exposição de energia -0,35%
Garantias financeiras na contratação regulada de energia (CCEAR) 0,00%
Previsão de Risco Hidrológico 3,93%
Ajuste ref. equilíbrio econômico-financeiro TUSDg (A3) -0,26%
Compensação ref. acordos bilaterais de CCEAR 2,12%
Reversão do Risco Hidrológico -4,02%
Conta Covid -11,04%
Financeiro associado à UHE Coaracy Nunes (Despacho 4.278/2017) -20,51%
Efeito da retirada dos Componentes Financeiros do Processo Anterior 8,03%
Efeito Médio a ser percebido pelos Consumidores -4,12%

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20. O gráfico 1 abaixo demonstra a participação dos itens das Parcelas A e B na composição da
nova Receita Anual da concessionária.

Custo de
Transmissão Encargos
7,5% Setoriais
Receitas
8,7%
Irrecuperáveis
Custo de 1,7%
Energia
46,2%
Custo de
Distribuição
36,0%

Gráfico 1: Participação dos itens das Parcelas A e B na Receita Anual

21. Já o gráfico 2 ilustra a participação de cada segmento na composição da receita da


distribuidora com tributos, tendo sido utilizadas as alíquotas médias nominais de 16,0% para o ICMS e
2,0% para o PIS e COFINS (total de 18,0% por dentro), o que equivale a uma majoração de 22,0% por fora
sobre o valor da conta de energia elétrica sem os referidos tributos na sua base de cálculo.

Custo de Receitas
Transmissão Irrecuperáveis
Encargos
6,1% 1,4%
Setoriais
Custo de 7,1%
Energia
37,9%

ICMS
16,0%
Tributos
18,0%

Custo de PIS/COFINS
Distribuição 2,0%
29,5%
Gráfico 2: Participação dos itens das Parcelas A e B na composição da Receita Anual com tributos

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22. A título de informação, apresenta-se no gráfico abaixo a evolução da tarifa B1-Residencial


da área de concessão da CEA nos últimos dez anos, 156,09%, comparada com a variação do IGP-M
(101,21%) e IPCA (71,68%) no mesmo período.

Tarifa Residencial - B1 566,38


Valor IGPM 537,28 537,19
505,24
Valor IPCA

397,09 392,17

301,11
253,86 253,86 272,62

197,29 197,29 197,29 197,29

Reajuste Reajuste Reajuste RTE Revisão Reajuste RTE Reajuste Reajuste RTE Revisão Reajuste Reajuste Reajuste
2010 2011 2012 2013 2013 2014 2015 2015 2016 2017 2017 2018 2019 2020

Gráfico 3: Evolução da tarifa Residencial B1 (2010-2020)

23. Cabe ressalvar, contudo, que em função de sua condição de inadimplência, nos termos do
Art. 10 da Lei 8.631, de 8 de março de 1993, a distribuidora foi impedida de aplicar o resultado dos
reajustes e revisões tarifárias entre 2003 e 2013. Por isso, a tarifa aplicada à área de distribuição no ano
de 2010, que constitui o ponto de partida do Gráfico 3, é praticamente a mesma aplicada no ano de 2003.
Diante disso, considera-se que, para o caso específico da CEA, é mais adequado que a comparação com
os índices inflacionários seja feita desde 2003, conforme ilustrado no Gráfico 4.

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Tarifa Residencial - B1
Valor IGPM
566,38
Valor IPCA 537,28 537,19
505,24

397,09 392,17

301,11
272,62
253,86 253,86
215,11 212,05 212,05
208,41 199,05 197,29 197,29 197,29 197,29 197,29 197,29

Gráfico 4: Evolução da tarifa Residencial B1 (2010-2020)

24. Nesse período, a variação da tarifa B1 foi de 134,9%, enquanto que os índices inflacionários
IGP-M e IPCA variaram, respectivamente, 207,7% e 146,1%.

IV - DA ANÁLISE

IV.1. Metodologia Aplicada

25. Conforme detalhado no Anexo I.

IV.2. Período de Referência

26. O período de referência para o cálculo do reajuste anual da CEA é de novembro/2019 a


outubro/2020.

IV.3. Receita Anual

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27. No cálculo da Receita Anual inicial (RA0) da distribuidora nesse processo tarifário, foram
considerados os dados de mercado disponíveis no Sistema de Acompanhamento de Informações de
Mercado para Regulação Econômica – SAMP e as tarifas homologadas no processo tarifário anterior,
representando um faturamento anual de R$ 552.078.862,21, conforme demonstrado na Tabela a seguir.

Tabela 4: Mercado no Período de Referência


Subgrupos Mercado (MWh) Receita (R$)
Fornecimento 1.030.600 547.331.724,61
A3 (69 kV) 80.273 28.144.441,15
A3a (30 kV a 44 kV) 261 152.226,33
A4 (2,3 kV a 25 kV) 208.055 98.676.719,68
BT (menor que 2,3 kV) 742.012 420.358.337,45
Geração - 4.747.137,60
Ajuste Econômico _ Parcela B -
Total 1.030.600 552.078.862,21

IV.3.1. Comportamento do Mercado da Distribuidora

28. Cumpre mencionar que a pandemia de COVID-19 teve impacto no mercado das
distribuidoras de energia elétrica do país em função de medidas como o isolamento social, acarretando
queda nos respectivos faturamentos.

29. No caso específico da CEA, informa-se que no último ano houve aumento do mercado de
energia (cativos e livres – TUSD MWh) de 0,32% 11 quando comparado ao ano tarifário anterior
(novembro/2018-outubro/2019). Com base no crescimento do mercado de 12 meses anteriores ao
período de isolamento12, estima-se que o impacto devido a pandemia no mercado anual da CEA foi de -
0,92%.

30. O gráfico a seguir apresenta o histórico de crescimento de mercado da empresa nos últimos
anos (em barras), além da média de crescimento no período (em linha), 3,11%.

11
A estimativa em questão considera o mercado de energia declarados no SAMP. Sendo assim, o percentual difere do que
consta da planilha Sparta, visto que aquele é estimado a partir de dados de mercados utilizados nos últimos processos
tarifários, nos quais o último mês do mercado de referência é constituído de dados estimados.
12
A variação de mercado observado antes do isolamento social (período de abr/19-mar/20) foi de +1,24%.

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Gráfico 1. Evolução do mercado de energia da distribuidora

IV.4. PARCELA A

IV.4.1. Encargos Setoriais

31. Os valores dos encargos setoriais considerados neste reajuste tarifário, bem como os
dispositivos legais associados estão demonstrados na tabela abaixo:

Tabela 5: Encargos Setoriais


Encargos Setoriais DRA (R$) DRP (R$) Dispositivo Legal
Taxa de Fisc. de Serviços de E.E. – TFSEE - 668.923 Conforme módulo 5.5 do PRORET
Conta de Desenvolvimento Energético – CDE - 18.836.763 ReH 2.664/2019
Compensação financeira - CFURH - - -
Encargos Serv. Sist. - ESS e Energ. Reserv. - EER - 18.533.559 DSP nº 2.519/2020
PROINFA - 7.571.657 ReH 2.653/2019
P&D e Eficiência Energética - 4.604.665 Res. Normativa nº 316/2008
Contribuição ONS - - R$ -
Total de Encargos Tarifários - 50.215.567

32. O total dos encargos setoriais corresponde a uma variação no efeito médio de 1,25%.
Destaca-se o aumento do orçamento da CDE – USO, decorrente da homologação das cotas anuais da CDE
para 2020, conforme a REH nº 2.664, de 17 de dezembro de 2019, que contribuiu para um efeito médio
de 0,88%.

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IV.4.2. Transmissão

33. Os valores dos encargos relacionados à transmissão de energia a serem considerados neste
reajuste tarifário estão demonstrados na tabela abaixo:

Tabela 6: Custo total de transmissão de energia elétrica


Componente DRP (R$)
Rede Básica 40.349.476
Rede Básica Fronteira 2.580.031
Rede Básica ONS (A2) 219.024
Rede Básica Export. (A2) -
MUST Itaipu -
Conexão 179.527
Total dos Custos de Transporte 43.328.058

34. Os Custos de Transmissão, que tiveram uma variação de 55,3%, impactaram o efeito médio
em 2,79%. Destaca-se que os custos com a Rede Básica e Rede Básica Fronteira, com impacto conjunto
de 2,84%, decorrente da aplicação das novas Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) para o ciclo
2020-2021, publicadas por meio da Resolução homologatória 2.726/2020.

35. A expressiva variação dos custos de Rede Básica e Rede Básica Fronteira decorre: (i) das
cassações das liminares associadas às ações movidas contra a Portaria MME nº 120, de 2016; (ii) do
processamento de revisões da RAP de parcela significativa de transmissoras, até então represadas devido
à ausência de definição de metodologia empregada; (iii) e do aumento de custos referentes a novas
instalações de transmissão.

36. Cabe destacar que, conforme detalhado na Nota Técnica nº 232/2020-


SGT/SFE/SRT/ANEEL13, está sendo considerada a dedução dos encargos de Rede Básica de Fronteira da
CEA, no valor de R$ 385.134,85 (trezentos e oitenta e cinco mil, cento e trinta e quatro reais e oitenta e
cinco centavos), a preços de junho de 2020, referente à suspensão de PB da FT TR 230/69 kV MACAPA 2
AP.

37. Cumpre destacar que a CEA não arcará com esses valores, uma vez que a diferença entre a
previsão e a realização dos custos de transmissão será considerada na tarifa da CEA no cálculo da Conta
de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A – CVA no processo tarifário de 2021.

13 Sic. 48531.001937/2020-00

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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IV.4.3. Compra de Energia

IV.4.3.1. Perdas Elétricas e Energia Requerida

38. A tabela abaixo apresenta os valores de perdas utilizados no atual reajuste tarifário da CEA.

Tabela 7: Perdas na Rede Básica, Técnicas e Não Técnicas


Perdas DRP Referência
Não Técnica (s/ Baixa Tensão) 52,59% REH 2470/2018
Técnica (s/ merc. injetado) 11,50% REH 2470/2018
Rede Básica (s/ merc. Injetado) 2,43% CCEE (últimos 12 meses)
Mercado Baixa Tensão (MWh) 742.012 SAMP

39. A Tabela a seguir demonstra os requisitos de energia elétrica a CEA para atendimento ao
seu mercado de referência apurado, obtidos pela soma das perdas regulatórias com o mercado de venda
da concessionária.

Tabela 8: Energia Requerida (MWh) – DRP


Descrição DRA (MWh) DRP (MWh)
Mercado Total 1.030.600 1.030.600
Fornecimento 1.030.600 1.030.600
Perdas Totais 639.797 613.806
Perdas Rede B. 38.955 38.955
Perdas na Distribuição 600.842 574.851
Perda Não Técnica 413.226 390.224
Perda Técnica 187.616 184.627
Energia Requerida 1.670.397 1.644.406

IV.4.3.2. Valoração da Compra de energia

Tabela 9: Informações de montante e preço para valoração da compra de energia


Tipo de Contrato Dado Utilizado Dispositivo Legal
Cota Angra I/Angra II Receita Fixa e Tarifa de repasse REH 2.643/2019
Cotas Lei n º 12.783/2013 Receitas Anuais de Geração REH 2.746/2020
Cota PROINFA Montante e preço da cota REH 2.653/2019
CCEARs Montante CCEE
CCEARs (exceto térmicas) Tarifas Resultado dos leilões atualizado
CCEARs térmicas Tarifas Previsão SGT

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40. A Tabela a seguir demonstra o resumo dos contratos de compra de energia elétrica, e os
seus respectivos montantes e despesas, já computadas as variações decorrentes das sobras/déficits nos
montantes de energia adquirida.

Tabela 10: Contratos de Compra de Energia Elétrica e respectivas Tarifas


Montante Contratado Montante Considerado Tarifa Despesa
Contratos
(MWh) (MWh) (R$/MWh) (R$)
Ambiente Regulado - CCEAR 1.467.649,01 1.259.962,01 170,58 214.918.246,02
Existente - CCEAR-DSP 5.582,185 4.792,250 187,94 900.645,05
Existente - CCEAR-QTD 70.988,177 60.942,641 172,17 10.492.510,43
Nova e Alternativa- CCEAR-DSP 1.033.358,060 887.127,573 176,91 156.944.190,28
Nova e Alternativa- CCEAR-QTD 329.548,626 282.914,203 153,10 43.314.360,39
Madeira e Belo Monte 28.171,958 24.185,345 135,06 3.266.539,87
Bilaterais 52.700,00 45.242,42 255,54 11.561.098,12
OIAPOQUE ENERGIA S/A 52.700,00 45.242,42 255,54 11.561.098,12
Energia Base 390.846,20 339.201,23 122,03 41.392.380,07
Cota Angra I/Angra II 41.074,24 35.261,82 269,75 9.511.877,05
Cotas Lei n º 12783/2013 323.882,10 278.049,55 114,66 31.880.503,02
PROINFA 25.889,86 25.889,86 - -
Total 1.911.195,21 1.644.405,67 162,90 267.871.724,21

41. A Tabela e o gráfico abaixo demonstram a variação dos montantes e do custo com compra
de energia em relação ao processo anterior por tipo de contrato:

Tabela 11: Comparação da variação do custo de energia


Montante de energia (MWh) Custo unitário (R$/MWh)

Tipo de contrato Processo DRA Processo atual Variação Processo DRA Processo atual Variação

Existente - CCEAR-DSP - 5.582 - 0,00 187,94 -


Existente - CCEAR-QTD 239.413 70.988 -70,35% 175,60 172,17 -1,96%
Nova e Alternativa- CCEAR-DSP 635.353 1.033.358 62,64% 179,87 176,91 -1,64%
Nova e Alternativa- CCEAR-QTD 319.075 329.549 3,28% 145,29 153,10 5,38%
Madeira e Belo Monte 33.778 28.172 -16,60% 129,87 135,06 4,00%
Bilateral 52.700 52.700 0,00% 303,98 255,54 -15,94%
Cota Angra I e Angra II 39.509 41.074 3,96% 247,47 269,75 9,00%
Cotas Lei n º 12.783/2013 344.742 323.882 -6,05% 107,36 114,66 6,80%
Geração Própria 3.511 - -100,00% 303,98 0,00 -100,00%
Proinfa 26.403 25.890 -1,94% 0,00 0,00 -
Sobra (-) / Exposição (+) (24.087) (266.790) 1007,6% 248,17 165,50 -33,3%
TOTAL 1.670.397 1.644.406 -1,6% 159,92 162,90 1,9%

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42. Os custos de compra de energia elétrica considerados para a CEA, em função do Mercado
de Referência e das perdas regulatórias totalizam R$ 267.871.724,21 e levaram a uma variação no efeito
médio de 0,53%. Contribuíram para esse efeito positivo, principalmente, os custos relacionados aos
Contratos de Energia no Ambiente Regulado – Nova e Alternativa, modalidade Disponibilidade, bem como
a variação dos custos referentes aos CCGF (Contratos de Cotas de Garantia Física). Por outro lado,
amenizaram o aumento, a redução do custo de energia relacionado aos Contratos de Energia no Ambiente
Regulado – Existente, modalidade Quantidade, bem como a redução do custo de energia referente aos
contratos bilaterais, os quais foram impactados pelo nova metodologia de cálculo do ACR médio,
estabelecida pela Medida Provisória nº 998/2020, conforme se observa no Gráfico 5.

0,79%
0,62%
0,53%
0,39%
0,23%
0,04% 0,05%
0,00%

-0,64%
-0,83%
Total CCEAR CCEAR CCEAR CCEAR Madeira e Bilateral Cotas Cotas Proinfa
Existente Existente Nova/Altern. Nova/Altern. Belo Monte Angra I e II Lei nº
DSP QTD DSP QTD 12.783/2013

Gráfico 5: Comparação da variação do custo de energia

IV.4.4. Receitas Irrecuperáveis

43. Para a CEA, os percentuais e valores de receitas irrecuperáveis considerados, por classe de
consumo, estão descritos na tabela abaixo:

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Tabela 12: Percentuais de receitas irrecuperáveis por classe de consumo


Descrição - Tipo Receita (R$) RI (%) RI (R$)
Residencial 299.131.358 2,1927% 6.963.672
Industrial 42.077.898 1,7600% 786.245
Comercial 127.233.434 1,1213% 1.514.672
Rural 2.571.631 2,7800% 75.901
Iluminação Pública 11.325.988 0,3925% 47.196
Poder Público 53.985.174 0,4720% 270.525
Serviço Público 9.138.720 0,2870% 27.846
Demais 6.614.660 0,0000% -
TOTAL 552.078.862 9.686.057

44. Sendo assim, o valor total de Receitas Irrecuperáveis na Parcela A da CEA é de R$


9.686.057,36, contribuindo para o efeito médio de -0,11% no atual reajuste.

IV.5. PARCELA B

45. A tabela abaixo demonstra o cálculo da Parcela B na DRP e respectivos parâmetros


associados:

Tabela 13: Cálculo da Parcela B


Descrição Valores Referência
(1) Parcela B Ano Anterior 205.595.875,13 TUSD aplicada ao Mercado
(2) Fator DR1/Fator PB 1,045 SGT/ANEEL
(3) Parcela B econômicaª = (1)*(2) 214.831.288,76 SGT/ANEEL
(4) Outras Receitas (OR) 14.760.660,68 Valores fiscalizados - SFF
(5) Excedente de Reativos (ER) 96.032,92 Valores fiscalizados - SFF
(6) Ultrapassagem de Demanda (UD) 682.416,85 Valores fiscalizados - SFF
(7) IPCA 3,92% Indicador econômico oficial
(8) Fator X -0,29%
(8.1) Componente Pd do Fator X -0,33% Pd Ex-Post
(8.2) Componente T do Fator X 0,00% REH 2.470/2018
(8.3) Componente Q do Fator X 0,04% PRORET 2.5 A
Parcela B - DRP (R$) = [(3)*((7)-(8))]-(4)-(5)-(6) 208.334.410,88

46. A atualização da Parcela B representou 0,50% na composição do efeito médio, refletindo a


variação acumulada do IPCA, de 3,92% no período de referência, descontada do Fator X, além do

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abatimento dos valores relativos às Outras Receitas (OR), Excedente de Reativos (ER) e Ultrapassagem de
Demanda (UD).

IV.6. Componentes Tarifários Financeiros Externos ao Reajuste Econômico

47. A tabela a seguir consolida os valores dos componentes financeiros:

Tabela 14: Componentes Financeiros


COMPONENTES FINANCEIROS Valor (R$) Participação
CVA em processamento - Energia 74.706.844,02 13,53%
CVA em processamento -Transporte 5.916.325,76 1,07%
CVA em processamento - Encargos Setoriais - 12.305.534,69 -2,23%
Saldo a Compensar CVA-Ano Anterior + Ajustes - 1.043.172,94 -0,19%
Neutralidade de Parcela A- Energia 1.786.036,28 0,32%
Neutralidade de Parcela A - Transporte 936.298,23 0,17%
Neutralidade de Parcela A - Encargos Setoriais 1.871.717,67 0,34%
Neutralidade de Parcela A - Receitas Irrecuperáveis 35.070,42 0,01%
Sobrecontratação/exposição de energia - 1.956.161,68 -0,35%
Garantias financeiras na contratação regulada de energia (CCEAR) 25.704,95 0,00%
Previsão de Risco Hidrológico 21.712.463,54 3,93%
Ajuste ref. equilíbrio econômico-financeiro TUSDg (A3) - 1.452.228,30 -0,26%
Compensação ref. acordos bilaterais de CCEAR 11.711.061,54 2,12%
Reversão do Risco Hidrológico - 22.214.072,98 -4,02%
Conta Covid -60.966.657,72 -11,04%
Financeiro associado à UHE Coaracy Nunes (Despacho 4.278/2017) - 113.214.651,35 -20,51%
Total - 94.450.957,26 -17,11%

48. Em relação aos componentes financeiros apurados, para compensação nos 12 meses
subsequentes, esses contribuíram com o efeito de -17,11% no atual reajuste da CEA.

49. O financeiro que mais impactou o processo, com valores positivos, foi a CVA em
Processamento – Energia, com efeito de 13,53%. Este efeito positivo foi resultado: (i) de pagamentos,
junto da CCEE, da repactuação de dívida relacionada ao Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits

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de Energia Nova – MCSD EN14; (ii) do risco hidrológico relacionado as Usinas cotistas, abarcadas pela Lei
nº 12.783/2013; (iii) do risco hidrológico das usinas repactuadas, abarcadas pela Lei nº 13.203/2015.

50. Por outro lado, destaca-se com valor negativo, o financeiro associado à CONTA-COVID, cujo
montante, -60.966.657,7215, implica em impacto de -11,04% no reajuste.

51. Além disso, também se destaca com valor negativo, o financeiro decorrente da valoração
da energia associada à UHE Coaracy Nunes, no período entre 1º de janeiro de 2013 e 1º de agosto de
2015, pelo custo dos Contratos de Cotas de Garantia Física - CCGF16, conforme determinação contida no
Despacho nº 4.278/2017.

14 Conforme consta do Despacho nº 2.915/2020, os créditos referentes à Conta-Covid da Companhia de Eletricidade do Amapá
– CEA, no total de R$ 93.304.544,01, foram cedidos no parcelamento dos débitos da empresa no Mecanismo de Compensação
de Sobras e Déficits de Energia Nova – MCSD EN. Como consequência, no mês de setembro houve a contabilização de
pagamentos no valor de R$ 60.631.004,34, valor que, descontadas as despesas de juros e multa devido ao inadimplemento,
não repassáveis aos consumidores, R$ 16.122.857,43, implica em valor líquido corrigido de R$ 44.626.052,29, com impacto de
8,17% no efeito tarifário.
15 O montante em questão corresponde à totalidade dos valores recebidos pela CEA da CONTA-COVID até o mês de outubro

de 2020, corrigido pela SELIC, e correspondem aos itens previstos nos §1º e §2º do Art. 5º da REN 885/2020.
16 Conforme consta do Contrato de Concessão nº 02/2012, firmado em 04 de dezembro de 2012, o regime de cotas da UHE

Coaracy Nunes iniciou-se em 1º janeiro de 2013. Apesar disso, nos processos tarifários subsequentes, o custo da energia desta
UHE foi valorado pelo ACR médio, superior ao custo das cotas, até 1º de agosto de 2015, data em que houve interligação do
Amapá ao SIN.
No âmbito da análise do pedido de reconsideração interposto pela CEA em face do Despacho nº 2.656/2016, a Diretoria
colegiada da ANEEL considerou, nos termos do Despacho nº 4.278/2017, que a energia proveniente desta UHE não deveria ter
sido considerada no cálculo do reembolso da Conta de Consumo de Combustíveis - CCC a partir do reenquadramento no regime
de cotas, 1º de janeiro de 2013.
A decisão em questão implica em dois ajustes distintos, com efeitos financeiros opostos para a CEA, quais sejam: (i) recálculo
do reembolso da CCC à CEA decorrente da retirada a energia gerada pela UHE Coaracy Nunes do cálculo do CTG no período
entre 1º de janeiro de 2013 e 1º de agosto de 2015; e (i) ajuste dos processos tarifários de 2013 a 2015, valorando a energia
associada à UHE Coaracy Nunes de acordo com regime de cotas.
É importante esclarecer que a execução do segundo ajuste não pôde ser processada anteriormente por depender do primeiro.
De fato, conforme consta das Notas técnicas dos processos tarifários anteriores, a SGT não dispunha da segregação dos
montantes de energia associados à UHE Coaracy Nunes do total contratado junto à Eletronorte, insumo necessário para o
cálculo.
Assim, foi necessário aguardar pela conclusão do primeiro ajuste, o que ocorreu em 10 de março de 2020, com a emissão do
Despacho nº 704/2020, no qual consta a determinação de devolução à CEA do valor de R$ 181.904.528,89 (out/2019), valor
esse que abarca o efeito decorrente da exclusão UHE Coaracy Nunes no reprocessamento da CCC a partir de 1º de janeiro de
2013.
Consequentemente, dando prosseguimento ao cumprimento da decisão contida no Despacho nº 4.278/2017, e conforme
consta do Anexo III desta Nota Técnica, a SGT calculou o ajuste correspondente à valorização da energia da UHE Coaracy Nunes
pelo regime de cotas nos processos tarifários de 2013, 2014 e 2015, obtendo o valor total de -R$ 301.413.671,54, com data
base igual ao 5º dia útil anterior ao aniversário.

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52. Em cumprimento a esse despacho, a SGT procedeu ao cálculo do financeiro em questão,


obtendo o valor atualizado de -R$ 301.503.731,97 17 , o que representa aproximadamente 54% do
faturamento anual da concessionária.

53. Tendo em vista a magnitude desse financeiro negativo, que representa cerca 55% do
faturamento anual da concessionária, constata-se a inviabilidade da devolução total em apenas um
processo tarifário18.

54. Diante disso, e da ausência de regulamentação específica a ser aplicada em casos similares,
salvo melhor juízo, considera-se adequado que haja reversão de uma fração correspondente 37,55% do
financeiro associado ao Despacho nº 4.278/2017, o que corresponde a R$ -113.214.651,35, com impacto
no efeito médio de -20,51%, conforme indicado na Tabela 5.

55. Destaca-se que o financeiro em questão tem impacto negativo na tarifa de todos os
consumidores da área de concessão, com exceção de um único gerador que é atendido em tensão
equivalente ao subgrupo A219. Sendo assim a fração de 37,55% foi definida de forma a amenizar ou reduzir
o efeito médio para os consumidores atendidos em baixa tensão, grupo B, bem como para os demais
consumidores atendidos em alta tensão, A3, A3a e A4. Destaca-se que, o efeito desse financeiro negativo
reduziu o efeito médio correspondente ao grupo de consumidores atendidos em A3, A3a e A4 para
próximo de zero20.

56. Cabe ressaltar que o montante remanescente, 62,45%, do financeiro associado ao


Despacho nº 4.728/2017, bem como os repasses subsequentes realizados pela Conta Covid à CEA,
devidamente atualizados, deverão ser considerados nos próximos processos tarifários da distribuidora 21.

17 Data base D-5 (23/11/2020).


18 Eventual devolução total no processo implicaria em receita anual à CEA inferior à necessária para pagamento, por exemplo,
dos custos da Parcela A, comprometendo a liquidação de compromissos assumidos junto aos demais agentes do setor e
inviabilizando a continuidade da prestação do serviço de distribuição, agravando ainda mais a atual condição econômica da
empresa. Ademais, ainda que a empresa apresentasse condição econômica robusta o suficiente para arcar com o pagamento
total do montante em um ano, haveria efeitos adversos nos reajustes subsequentes. De fato, simulações deste cenário
realizadas pela SGT indicam que no reajuste de 2021 as tarifas residenciais B1 convencionais da CEA sofreriam aumento
expressivo, passando, em um único processo tarifário, da condição de mais barata para a mais cara entre todas as
concessionárias.
19
Trata-se da UHE Coaracy Nunes, que por ser um gerador, não arca com custos de aquisição de energia da CEA.
20
O efeito médio correspondente ao grupo A3, A3a e A4 é de 0,00%. Individualmente, o efeito para cada um dos subgrupos
deverá ser 0,97%, 0,86% e -0,27%, respectivamente.
21 Cabe destacar a importância de reservar parte do financeiro para o processo tarifário de 2021, visto que a retirada dos

componentes financeiros negativos, considerados no presente processo, implicará em efeito positivo significativo.

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Fls. 19 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

57. Dentre os componentes financeiros apurados, aqueles relacionados aos itens de custo
cobertos pela receita das Bandeiras Tarifárias podem ser visualizados na tabela abaixo, juntamente com
a respectiva receita de Bandeiras obtida no período e a Previsão do Risco Hidrológico concedida no
processo anterior.

Tabela 15: Risco Hidrológico (RH) e Bandeiras Tarifárias

58. Pela tabela, pode-se observar que a distribuidora teria de suportar o custo de
R$ 32,18 milhões, caso não tivessem sido adotadas: a) as bandeiras tarifárias (receita de R$ 21,94 milhões
e b) a incorporação na tarifa, no processo de 2019, da previsão dos riscos hidrológicos das usinas cotistas
e repactuadas, conforme metodologia descrita no Submódulo 4.4/4.4A do PRORET (receita de
R$ 22,21 milhões). Com a adoção das duas medidas, observa-se que houve um superávit para
distribuidora relativo aos custos cobertos pela sistemática de bandeiras tarifárias, o qual foi
completamente revertido para modicidade tarifária, com impacto no efeito médio de -2,17%.

59. Cabe destacar que, conforme indicado no Anexo III desta Nota Técnica, esse resultado foi
significativamente impactado pela CVA ESS/ERR, cuja apuração considerou os efeitos do Despacho ANEEL
n° 986/2020, o qual determinou o repasse às distribuidoras dos recursos financeiros disponíveis no fundo

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Fls. 20 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

de reserva para alívio futuro de encargos, cujo montante atualizado, R$ -8,31 milhões, contribuiu para um
impacto nas tarifas de -1,52%.

60. Destaca-se que o Anexo II desta Nota Técnica contém o relatório de apuração do Saldo da
CVA em Processamento e dos Resultados do Mercado de Curto Prazo considerados neste processo
tarifário.

61. Cabe ressalvar, entretanto, que conforme o Memorando nº 453/2020-SFF/ANEEL, os


pagamentos de Rede Básica e Compra de Energia não foram validados por conterem inconsistências.
Sendo assim, o resultado de CVA apurado para o presente processo deve ser considerado provisório.

62. Ademais, conforme consta do Anexo II desta Nota Técnica, os pagamentos de Rede Básica
relativos à CVA de 2019, que estavam sem a aprovação da SFF/ANEEL conforme Memorando nº 384/2019-
SFF/ANEEL, também não puderam ser validados neste processo tarifário uma vez que as inconsistências
não foram sanadas.

V - SUBVENÇÃO CDE – DESCONTOS TARIFÁRIOS

63. A tabela abaixo apresenta o valor mensal a ser repassado pela CCEE à distribuidora no
período de competência de novembro/2020 a outubro/2021, até o 10º dia útil do mês subsequente. Esse
valor contempla também o ajuste referente à diferença entre os valores previstos e realizados no período
de novembro/19 a outubro/2020.

Tabela 16: Valores dos subsídios que serão repassados pela CCEE
TIPO Ajuste (R$) Previsão (R$) Valor Mensal (R$)
Subsídio Água, Esgoto e Saneamento (1.705,41) 60.163,14 58.457,74
Subsídio Rural 3.624,20 33.575,98 37.200,18
Total 1.918,79 93.739,12 95.657,91

VI - DO FUNDAMENTO LEGAL

64. O inciso IV do artigo 15 da Lei nº 9.427, de 26/12/1996; o inciso X do artigo 4° do Anexo I


do Decreto n° 2.335, de 6/10/1997, o artigo 3° da Lei n° 9.427, de 26/12/2004, com a redação dada pelo
art. 9° da Lei n° 10.848, de 15/3/2004, e a Portaria nº 442/2016-MME.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 21 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

VII - DA CONCLUSÃO

65. Com base na legislação vigente, na Portaria nº 442/2016-MME, no que consta do Processo
nº 48500.007025/2019-48 e nas informações contidas nesta Nota Técnica, opina-se:

i) pela aprovação das novas tarifas de aplicação da CEA, correspondendo a um efeito médio
a ser percebido pelos consumidores de -4,12% sendo de 1,65% em média para os
consumidores conectados em Alta Tensão (AT) e de -5,89% em média para aqueles
conectados em Baixa Tensão (BT);
ii) pela fixação das Tarifas de Energia – TE e das Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição –
TUSD aplicáveis aos consumidores e usuários da CEA;
iii) pelo estabelecimento dos valores da receita anual referente às instalações de transmissão
classificadas como DIT de uso exclusivo; e
iv) pela homologação do valor mensal a ser repassado pela Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica – CCEE à distribuidora para custeio dos subsídios retirados da estrutura
tarifária.

VIII - DA RECOMENDAÇÃO

66. Fundamentado no exposto nesta Nota Técnica, recomenda-se a aprovação do Reajuste


Tarifário Anual em questão, conforme detalhado na conclusão acima.

(Assinado digitalmente) (Assinado digitalmente)


LEONARDO DE ARAUJO SILVA CRISTINA SCHIAVI NODA
Especialista em Regulação Especialista em Regulação

(Assinado digitalmente) (Assinado digitalmente)


FRANCISCO DE MATTOS FAÉ OTÁVIO HENRIQUE GALEAZZI FRANCO
Analista Administrativo Especialista em Regulação

De acordo:

(Assinado digitalmente)
DAVI ANTUNES LIMA
Superintendente de Gestão Tarifária

(*) Relação de participantes da SGT na elaboração desta Nota Técnica consta de tabela na página seguinte.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 22 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

Equipe Atividade
Otávio Henrique Galeazzi Franco Coordenador - Processos Tarifários
Francisco de Mattos Faé Coordenador Adjunto - Processos Tarifários
Leonardo de Araújo Silva Técnico Responsável
Robson Kuhn Yatsu Coordenador - Estrutura Tarifária e Mercado
Diego Luis Brancher Técnico Responsável - Estrutura Tarifária
Marco Aurélio Silva do Santos Suporte – SAMP
Aline Oliveira Moura Suporte – Sistemas
Felipe Augusto Cardoso Moraes Coordenador – Encargos e Comercialização -
Cristina Schiavi Noda CVA
Vinícius Menezes Rodovalho Descontratações - REN 711/2016
Leonardo de Paiva Rodrigues Encargos de Transmissão

ANEXO I –METODOLOGIA DE REAJUSTE TARIFÁRIO ANUAL PARA CONCESSIONÁRIAS DE DISTRIBUIÇÃO

ANEXO II - RELATÓRIO DE APURAÇÃO DO SALDO DA CVA E RESULTADOS DO MCP

ANEXO III – ANÁLISE DOS PLEITOS DA DISTRIBUIDORA

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 23 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

ANEXO I –METODOLOGIA DE REAJUSTE TARIFÁRIO ANUAL PARA CONCESSIONÁRIAS DE


DISTRIBUIÇÃO

I. OBJETIVO

1. Apresentar uma síntese da metodologia de reajuste tarifário das concessionárias de


distribuição de energia elétrica que tenham assinado termo aditivo ao contrato de concessão resultante
das Audiências Públicas nº 38/2015 (prorrogação de vigência de contrato de concessão) ou nº 89/2016
(opção pelos mesmos itens do novo contrato de concessão, sem adesão à prorrogação de sua vigência).

2. A metodologia aplicada ao cálculo deste Reajuste Tarifário Anual – RTA está descrita nos
Procedimentos de Regulação Tarifária (PRORET) 22 , os quais têm caráter normativo e consolidam a
regulamentação acerca dos processos tarifários. Os cálculos realizados correspondem ao fiel
cumprimento das disposições estabelecidas no Contrato de Concessão da concessionária e na legislação
setorial vigente.

3. Os Submódulos do PRORET aplicáveis ao RTA de concessionárias de distribuição com as


características indicadas nos parágrafos acima estão listados a seguir:

Submódulo Tema Versão Vigência


Módulo 3 – Reajuste Tarifário Anual das Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica
3.1 A Procedimentos Gerais 1.0 24/02/2017
3.2 A Custos de Aquisição de Energia 1.1 25/01/2018
3.3 A Custos de Transmissão 1.0 24/02/2017
3.4 A Encargos Setoriais 1.0 24/02/2017
Módulo 4 - Componentes Financeiros das Tarifas de Distribuição
4.1 Conceitos Gerais 1.0 28/03/2016
4.2 A CVA 1.0 24/02/2017
4.3 Sobrecontratação de Energia 1.0 28/03/2016
4.4 A Demais Componentes Financeiros 1.2 26/01/2018
Módulo 5 – Encargos setoriais
5.1 Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis - CCC 1.0 22/12/2017
5.2 Conta de Desenvolvimento Energético - CDE 1.1 28/06/2018
5.3 Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia – 1.0 29/11/2012
PROINFA
5.4 Encargo de Serviço de Sistema – ESS e Encargo de Energia de 1.0 28/12/2018
Reserva - EER

22 O PRORET pode ser acessado em: http://www.aneel.gov.br/procedimentos-de-regulacao-tarifaria-proret.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 24 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

5.5
Taxa de fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE 1.1 31/05/2016
5.6
Pesquisa e Desenvolvimento – P&D e eficiência Energética – EE 1.1 23/10/2018
Módulo 6 – Demais Procedimentos
6.1 Limites de Repasses de Compras de Energia 1.0 28/03/2016
6.2 Itaipu 1.0 01/06/2017
6.3 Encargos de conexão A1 1.0 18/04/2012
6.7 Centrais de Geração Angra 1 e 2 3.0 26/12/2018
6.8 Bandeiras Tarifárias 1.6 15/08/2018
Módulo 10 - Ordem e Condições de Realização dos processos Tarifários e Requisitos de Informações e
Obrigações
10.2 Reajustes tarifários de Distribuidoras e Permissionárias 1.2 23/03/2015

II. SÍNTESE DA METODOLOGIA APLICADA

4. Quando da assinatura do Contrato de Concessão, a empresa reconheceu que o nível


tarifário vigente, ou seja, as tarifas definidas na estrutura tarifária da empresa, em conjunto com os
mecanismos de reajuste e revisão tarifária estabelecidos nesse contrato, são suficientes para a
manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro. Isso significa reconhecer que a receita anual é
suficiente para cobrir os custos operacionais incorridos na prestação do serviço adequado e remunerar o
capital investido, na medida em que as regras de reajuste têm a finalidade de preservar, ao longo do
tempo, o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato.

5. Segundo descrito na da Cláusula Sexta do Aditivo ao Contrato de Concessão, conforme


parágrafo 1 deste Anexo, a Receita Requerida da concessionária (RR) é composta da Parcela A (VPA) e da
Parcela B (VPB), não incluindo os tributos incidentes sobre as tarifas PIS/PASEP (Programa de Integração
Social – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), COFINS (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços).

6. A Parcela A é a parcela da receita que contempla os custos referentes aos seguintes itens:
(i) Encargos Setoriais; (ii) Energia Elétrica Comprada; (iii) Custos de Conexão e de Uso das Instalações de
Transmissão e/ou Distribuição de Energia Elétrica; e (iv) Receitas Irrecuperáveis;

7. A Parcela B é composta pela parcela da receita associada a custos operacionais e de capital


eficientes, inclusive despesas de depreciação, do segmento de distribuição de energia elétrica.

8. Dessa forma, em cumprimento ao contrato de concessão, a Receita Requerida calculada


pela ANEEL nos reajustes tarifários anuais obedece à seguinte equação:

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 25 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

𝑅𝑅 = 𝑉𝑃𝐴 + 𝑉𝑃𝐵
onde:
RR: Receita Requerida;
VPA: Valor da Parcela A considerando as condições vigentes na data do reajuste em processamento e o
Mercado de Referência, podendo contemplar ajustes e previsões, conforme regulação da ANEEL e legislação
setorial;
VPB: Valor resultante da aplicação da tarifa correspondente aos itens que compõem a Parcela B, vigente na
Data de Referência Anterior, ao Mercado de Referência, atualizado pela diferença entre o Índice de Variação
da Inflação (IVI) e o Fator X;
IVI: número índice obtido pela divisão dos índices do IPCA, do IBGE, ou do índice que vier a sucedê-lo, do
mês anterior à data do reajuste em processamento e o índice considerado no último reposicionamento
tarifário;
Fator X: Nos processos de revisão tarifária ordinária serão estabelecidos os valores ou a forma de cálculo
do Fator X, com o objetivo de repassar aos usuários ganhos de produtividade observados no setor de
distribuição de energia elétrica e resultados decorrentes de mecanismos de incentivos, que poderão
contemplar estímulos à melhora na qualidade do serviço e à eficiência energética, conforme regulação da
ANEEL.
Data de Referência Anterior: Data do último reposicionamento tarifário;
Mercado de Referência: composto pelos montantes de energia elétrica e de demanda de potência faturados
no Período de Referência; e
Período de Referência: 12 (doze) meses anteriores ao mês do reajuste tarifário anual ou revisão tarifária
periódica em processamento, quando for o caso.

9. A aludida Cláusula Sexta do citado termo aditivo estabelece que nos reajustes e revisões
tarifários ordinários a ANEEL garantirá a neutralidade aos itens da Parcela A, a ser considerada nos ajustes
da receita da distribuidora, consideradas as diferenças mensais apuradas entre os valores faturados de
cada item no Período de Referência e os respectivos valores contemplados no reposicionamento tarifário
anterior, devidamente remuneradas com base no mesmo índice utilizado na apuração do saldo da Conta
de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A – CVA.

III. PROCESSAMENTO DO REAJUSTE TARIFÁRIO ANUAL

III.1. DEFINIÇÃO DO PERÍODO DE REFERÊNCIA

10. O período de referência para o reajuste anual corresponde ao ciclo de doze meses, entre o
mês do processo tarifário anterior e o mês anterior ao atual processo de reajuste.

III.2. CÔMPUTO DE RECEITA ANUAL

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 26 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

11. No cálculo da Receita Anual inicial (RA0) da distribuidora devem ser considerados os dados
de mercado disponíveis no Sistema de Acompanhamento de Informações de Mercado para Regulação
Econômica – SAMP e as tarifas homologadas no processo tarifário anterior.

III.3. CÔMPUTO DO PARCELA A

12. A Parcela A é composta pela soma dos seguintes componentes: (i) Encargos Setoriais; (ii)
Custo com conexão e uso dos sistemas de transmissão e/ou distribuição; (iii) Custo de aquisição de energia
elétrica e geração própria e (iv) Receitas Irrecuperáveis.

13. Os procedimentos de cálculo detalhados de cada um dos componentes acima estão


descritos nos Submódulos 2.2A, 3.2A, 3.3A e 3.4A do PRORET.

III.3.1. Encargos Setoriais

14. Os encargos setoriais, oriundos de políticas de governo para o setor elétrico, possuem
finalidades específicas e são definidos em legislação própria. Seus valores são estabelecidos pela ANEEL e
não representam ganhos de receita para a concessionária. Os encargos considerados nos processos
tarifários são:

i) Conta de Desenvolvimento Energético – CDE. Criada pela Lei nº 10.438, de 26/4/2002,


com redação alterada pelas Leis nº 12.783, de 11/1/2013, e nº 12.839, de 9/7/2013 regulamentado pela
Resolução nº 549, de 7/5/2013, em conformidade com a Medida Provisória nº 605, de 23/1/2013 e os
Decretos nº 7.945, de 7/3/2013 e 9.022, de 31 de março de 2017. A CDE tem como finalidade:

• o desenvolvimento energético dos Estados;


• promover a universalização do serviço de energia elétrica;
• garantir recursos para atendimento da subvenção econômica destinada aos
consumidores classificados como Residencial Baixa Renda;
• prover recursos para os dispêndios da Conta de Consumo de Combustíveis – CCC;
• prover recursos e permitir a amortização de operações financeiras vinculadas à
indenização por ocasião da reversão das concessões ou para atender à finalidade de
modicidade tarifária;
• promover a competitividade da energia produzida a partir de fontes eólica,
termossolar, fotovoltaica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, gás natural e
carvão mineral nacional nas áreas atendidas pelo Sistema Interligado Nacional - SIN;
• prover recursos para compensar descontos tarifários aplicados nas tarifas de uso dos
sistemas elétricos de distribuição e nas tarifas de energia elétrica (regulamentado pelo
Decreto nº. 7.891, de 23/1/2013); e

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 27 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

• prover recursos para compensar o efeito da não adesão à prorrogação de concessões


de geração de energia elétrica, assegurando o equilíbrio da redução das tarifas das
concessionárias de distribuição.

15. A cobertura tarifária referente ao encargo de CDE considerado neste processo tarifário
incorpora os seguintes valores:

a) quota anual de CDE Uso. Essa cota é paga por todos os agentes que atendem
consumidores finais cativos e livres no Sistema Interligado Nacional - SIN, mediante
encargo tarifário incluído nas tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão
de energia elétrica. Essa quota é destinada ao custeio dos objetivos da CDE, previstos
em seu orçamento anual, definido pelo Poder Executivo, conforme previsto nos §§ 2º
e 3º do art. 13 da Lei nº 10.438, de 2002, com redação dada pela Lei nº 12.783, de
2013.

b) quota anual da CDE – ENERGIA (Art. 4º-A do Dec. 7.891/2013). Essa cota é paga por
todos as concessionárias de distribuição que atendem consumidores finais cativos no
Sistema Interligado Nacional - SIN, mediante encargo tarifário incluído nas tarifas
energia elétrica.
Refere-se à devolução de parcela dos recursos da CDE recebidos pelas distribuidoras
no período de janeiro de 2013 a fevereiro de 2014, nos termos do Art. 4º-A do Dec.
7.891/2013. Os recursos foram destinados à cobertura do resultado positivo da Conta
de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A - CVA decorrente do
custo de aquisição de energia elétrica, devendo os consumidores recompor a Conta
em até 5 anos, com atualização dos valores pela variação do IPCA, mediante encargo
a ser incluído nas tarifas de energia elétrica, definido na proporção dos recursos
recebidos pela distribuidora.

c) quota anual da CDE – ENERGIA (CONTA – ACR) (Art. 4º-C do Dec. 7.891/2013). Essa
cota é paga por todos as concessionárias de distribuição que atendem consumidores
finais cativos no Sistema Interligado Nacional - SIN, mediante encargo tarifário incluído
nas tarifas energia elétrica.
Essa quota é destinada à quitação das operações de crédito contratadas pela Câmara
de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE na gestão da Conta no Ambiente de
Contratação Regulada – CONTA-ACR, em atendimento ao Decreto nº 8.222, de
01/4/2014, e nos termos na Resolução Normativa nº 612, de 16/4/2014.
A CONTA-ACR teve como objetivo cobrir as despesas incorridas pelas concessionárias
de distribuição, relativas ao ano de 2014, em decorrência da exposição involuntária no
mercado de curto prazo e do despacho de usinas termelétricas vinculadas a Contratos
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Fls. 28 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado – CCEAR na modalidade


por disponibilidade de energia elétrica.
O recolhimento de quotas mensais da CDE pelas distribuidoras tem como
contrapartida a inclusão de encargo nas tarifas de energia elétrica a partir dos
respectivos processos tarifários ordinários de 2015. Frisa-se que a definição desse
encargo tarifário para cada distribuidora não está vinculada aos recursos recebidos da
Conta-ACR, mas ao tamanho de seus mercados cativos no período de fevereiro a
dezembro de 2014. Dessa forma, os custos da Conta-ACR foram distribuídos
equitativamente a todos os consumidores cativos do sistema interligado nacional.

ii) Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica – TFSEE. Instituída pela Lei nº
9.427, de 26/12/1996 e alterada pela Lei n° 12.783/2013, de 11/01/2013, destina-se à cobertura do
custeio das atividades da ANEEL e tem sua metodologia de cálculo detalhada no Submódulo 5.5 do
PRORET;

iii) Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA.


Instituído pela Lei nº 10.438, de 26/4/2002, regulamentado pelo Decreto nº. 5.025/2004, tem como
objetivo aumentar a participação de fontes alternativas renováveis na produção de energia elétrica. Tem
sua metodologia de cálculo detalhada no Submódulo 5.3 do PRORET;

iv) Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos – CFURH. Instituído


pela Lei nº. 7.990, de 28/12/1989, destina-se a compensação pelo resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais,
plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, tem sua metodologia de cálculo
detalhada no Submódulo 5.9 do PRORET;

v) Encargo de Serviços do Sistema – ESS e Encargo de Energia de Reserva – EER. Previstos


no Decreto nº. 5.163, de 30/7/2004 e Decreto nº 6.353, de 16/1/2008, respectivamente. O ESS tem como
finalidade destinar recursos à cobertura dos custos dos serviços do SIN, compreende, entre outros: custos
decorrentes da geração despachada independentemente da ordem de mérito; a reserva de potência
operativa para a regulação da frequência do sistema e sua capacidade de partida autônoma; a reserva de
capacidade superior aos valores de referência estabelecidos para cada gerador, necessária para a
operação do sistema de transmissão; e a operação dos geradores como compensadores síncronos, a
regulação da tensão e os esquemas de corte de geração e alívio de cargas. O EER representa todos os
custos decorrentes da contratação da energia de reserva, entendida como aquela destinada a aumentar
a segurança no fornecimento de energia elétrica ao SIN;

vi) Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Programa Eficiência Energética (PEE). Instituída


pela Lei nº. 9.991, de 24/7/2000, trata-se de obrigação das concessionárias e permissionárias de

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Fls. 29 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

distribuição de energia elétrica de aplicarem percentuais de sua receita operacional líquida para fins de
pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e programas de eficiência energética. Importante esclarecer
que, segundo orientação do Ofício Circular nº 185/2015-SFF/ANEEL, as receitas adicionais de Bandeira
Tarifária foram reconhecidas dentro da receita operacional líquida das Concessionárias e, portanto,
passam a sofrer a incidência dos percentuais de P&D e PEE; e

III.3.2. Custo com conexão e uso dos sistemas de transmissão e/ou distribuição

16. Os custos com transmissão de energia elétrica, desde as usinas até as redes de distribuição
da concessionária, são compostos por: Rede Básica (Sistêmica e Fronteira), DIT Compartilhada e de uso
exclusivo, Transporte de Itaipu, Uso da Rede Básica pela usina de Itaipu e Uso de Sistemas de Distribuição.

17. O contrato de concessão estabelece que deverão ser observados os montantes de


Contratação Eficiente na apuração dos custos de encargo de uso dos sistemas de transmissão e
distribuição os quais devem obedecer, respectivamente, os termos da Resolução Normativa nº 666/2015
e da Resolução Normativa nº 506/2012 e alterações supervenientes.

18. Os Custos de Rede Básica referem-se aos valores pagos pelas concessionárias de
distribuição às Transmissoras, conforme Contrato de Uso do Sistema de Transmissão – CUST celebrado
com o ONS, para acesso à rede de transmissão do sistema interligado. São calculados pelo ONS, com base
nos valores de demanda de potência multiplicados por tarifa estabelecida pela ANEEL. Essa tarifa depende
da receita anual permitida para as concessionárias de transmissão (RAP) para cobrir os custos decorrentes
da atividade de transmissão. A ANEEL fixa a Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) nas formas
de TUSTRB, relativa ao uso de instalações da Rede Básica, e TUSTFR, referente ao uso de instalações de
fronteira com a Rede Básica. As distribuidoras quotistas de Itaipu pagam também a parcela atribuída à
geradora Itaipu Binacional pelo Uso da Rede Básica (MUST Itaipu), de forma proporcional às suas quotas-
partes.

19. Para o cálculo dos encargos de Rede Básica Nodal e Fronteira, os MUSTs (Montantes de
Uso do Sistema de Transmissão) são obtidos no CUST - Contrato de Uso do Sistema de Transmissão,
celebrado entre o ONS, as concessionárias de transmissão e a distribuidora, disponibilizado no SACT –
Sistema de Acompanhamento dos Contratos de Transmissão, enquanto que as tarifas são fixadas pela
ANEEL por meio de Resolução Homologatória.

20. Os valores referentes às instalações de transmissão de uso exclusivo consideram as


informações presentes no SIGET - Sistema de Gestão da Transmissão e são fixados pela ANEEL por meio
de Resolução Homologatória específica.

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Fls. 30 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

21. O Custo de Conexão refere-se ao uso exclusivo, pelas distribuidoras, das Demais
Instalações de Transmissão (DIT) não integrantes da rede básica e pertencentes às transmissoras, para
conexão às instalações da rede básica de transmissão. Os valores desse custo são estabelecidos pela
ANEEL e têm reajuste anual concatenado com a data de reajuste das tarifas de fornecimento das
distribuidoras de energia elétrica.

22. Cabe esclarecer que a Receita Anual da Conexão de uso exclusivo referente às Demais
Instalações de Transmissão (DIT) presente na Resolução Homologatória do processo tarifário da
distribuidora pode diferir do custo de conexão repassado às tarifas e considerado na DRP.

23. A situação descrita acima pode ocorrer, pois de acordo com o que consta no § 12 do artigo
7º e § 3º do artigo 7º-A da Resolução Normativa nº 67/2004 e § 6º do artigo 4º-A da Resolução Normativa
nº 68/2004, os encargos de conexão associados às novas instalações de transmissão de uso exclusivo,
apesar de serem devidos pela distribuidora a partir da data de entrada em operação comercial dessas
instalações, só poderão ser considerados no cálculo da tarifa dos consumidores finais da concessionária
ou permissionária de distribuição a partir da respectiva prestação de serviço, sem efeitos retroativos.

24. Caso haja instalações de transmissão de uso exclusivo da distribuidora, autorizados com
RAP prévia e que entraram em operação comercial durante o Período de Referência, considera-se
adicionalmente para fins de cobertura tarifária dos custos associados a essas instalações, o período
compreendido entre a data de conexão da distribuidora na nova instalação e a data de aniversário da
concessionária de distribuição.

25. O Transporte da Energia Elétrica proveniente de Itaipu Binacional refere-se ao custo de


transmissão da quota parte de energia elétrica adquirida, pela concessionária, daquela geradora. A
despesa com transporte de energia elétrica proveniente de Itaipu é o resultado da multiplicação do
montante de demanda de potência (MW) adquirida pela tarifa de transporte de Itaipu fixada pela ANEEL,
em R$/MW.

26. O Custo relativo ao Uso de Sistemas de Distribuição refere-se aos valores pagos pelas
concessionárias de distribuição a outras Distribuidoras, conforme Contrato de Uso do Sistema de
Distribuição – CUSD celebrado entre as partes, para acesso à rede de distribuição daquelas. A despesa é
calculada com base nos valores de demanda de potência, observando a Contratação Eficiente (montante
faturado contido no intervalo de 100% até 110% do MUSD contratado), multiplicados por tarifa
estabelecida pela ANEEL em resolução da distribuidora acessada.

III.3.3 Compra de Energia

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 31 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

27. O cálculo dos custos de aquisição de energia obedece aos critérios estabelecidos no
contrato de concessão e nas normas setoriais, em especial à Lei nº 10.848/2004 e ao Decreto nº
5.163/2004.

28. A Lei n° 10.848/2004 também estabeleceu dois ambientes de contratação no Sistema


Interligado Nacional – SIN, o Ambiente de Contratação Regulada – ACR e o Ambiente de Contratação Livre
– ACL. A mesma lei, em seu art. 2º, determina que as empresas de distribuição de energia “deverão
garantir o atendimento à totalidade de seu mercado, mediante contratação regulada”.

29. Além disso, é considerado no cálculo o procedimento aprovado pelo Despacho nº 4.225,
de 10/12/2013, que estabelece que o custo de aquisição de energia seja obtido pela multiplicação da
energia requerida, líquida da energia do PROINFA, pela tarifa média dos contratos de compra de energia
vigentes na data da revisão.

30. As modalidades disponíveis de aquisição de energia elétrica no cumprimento da obrigação


de contratação para o atendimento do mercado dos agentes de distribuição são descritas a seguir:

• Contratos Bilaterais são contratos de livre negociação entre os agentes, dos quais fazem
parte: os contratos para atendimento do Sistema Interligado Nacional, realizados antes da
publicação da Lei nº 10.848/2004; os contratos firmados para o atendimento do Sistema
Isolado, realizados antes da Medida Provisória nº 466, de 29/07/2009; os contratos
firmados por meio de licitação realizada na modalidade de concorrência, conforme Decreto
n° 7.246, de 28 de julho de 2010; , os contratos de energia de Geração Distribuída
decorrente da desverticalização, conforme dispõe a Lei n.º 10.848, de 2004; os contratos
oriundos de licitação pública realizada por agentes de distribuição com mercado inferior a
500 GWh/ano;

• Contratos de Leilões (CCEARs): são Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente


Regulado – CCEAR, decorrentes de leilões definidos com base no art. 19 do Decreto n.
5.163, de 2004, para empreendimentos de geração existentes, novos empreendimentos e
de fontes alternativas;

• Leilões de Ajuste: são contratos realizados de acordo com o art. 26 do Decreto n° 5.163, de
2004, em decorrência de leilões específicos realizados pela ANEEL, direta ou
indiretamente, para contratações de ajuste pelas distribuidoras, com prazo de suprimento
de até dois anos, para complementação do montante de energia elétrica necessário para
o atendimento à totalidade de suas cargas.

• Cotas de ITAIPU: refere-se à energia comercializada por Itaipu Binacional com as


concessionárias de distribuição de energia elétrica adquirentes das cotas-partes; a

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 32 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

metodologia para o cálculo das cotas – parte encontra-se descrita no Submódulo 12,6 do
PRORET;

• Cotas de Angra I e II: refere-se à energia comercializada pelas centrais geradoras Angra I e
Angra II com as concessionárias de distribuição de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional – SIN adquirentes das suas respectivas cotas-partes; a metodologia para o cálculo
dos montantes encontra-se descrita no Submódulo 12,6 do PRORET;;

• Cotas do PROINFA: refere-se à energia proveniente de fontes eólicas, pequenas centrais


hidrelétricas e biomassa, decorrente do Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de
Energia Elétrica – PROINFA;

• Cotas das Concessões Renovadas: refere-se à parcela decorrente do rateio da garantia


física de energia e de potência das usinas cujas concessões foram prorrogadas nos termos
da Lei n° 12.783, de 2013; incluem-se aí as usinas objeto do Leilão de Contratação de
Concessões de Usinas Hidrelétricas em Regime de Alocação de Cotas de Garantia Física e
Potência, realizado em 25/11/2015;

• Geração Própria: refere-se à energia proveniente de empreendimento de geração própria


de concessionária de distribuição com mercado inferior a 500 GWh/ano ou de
concessionária que atende o Sistema Isolado , conforme Lei 9.074, de 7 de julho de 1995,
com redação dada pela Lei 10.848, de 2004;

• Suprimento: refere-se à energia comercializada entre distribuidoras/permissionária com


mercado inferior a 500 GWh/ano (suprida), no Sistema Interligado Nacional – SIN, que
adquirem energia de outra distribuidora/permissionária (supridora), sendo que as partes
firmam contratos de compra e venda cuja tarifa é estabelecida pela ANEEL;

• Geração Distribuída: energia elétrica proveniente de empreendimentos que se enquadram


no disposto no Art. 14 do Decreto 5.163, de 30/07/2004, conforme regras estabelecidas no
Art. 15 do mesmo decreto;

III.3.3.1. Perdas Elétricas e Energia Requerida

31. Com a finalidade de calcular o montante de energia que deve ser repassado às tarifas dos
consumidores, a ANEEL determina o nível máximo de perdas (técnicas e não técnicas na distribuição e na
Rede Básica) a ser admitido em função do mercado atendido pela distribuidora. A energia requerida é
definida como sendo o volume de energia elétrica e potência adquirida para o atendimento dos

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 33 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

consumidores cativos e das outras concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica


no período de referência, acrescido das perdas definidas pela ANEEL.

32. São denominadas perdas na distribuição o somatório de perdas técnicas e não técnicas no
sistema de distribuição de uma concessionária de energia. As perdas técnicas representam o montante
de energia elétrica dissipada no sistema de distribuição decorrente dos processos de transporte,
transformação de tensão e medição de energia elétrica; já as perdas não técnicas são aquelas apuradas
pela diferença entre as perdas totais na distribuição e as perdas técnicas, considerando, portanto, todas
as demais perdas, tais como fraude e furtos de energia, erros de medição, erros no processo de
faturamento, unidades consumidoras sem equipamento de medição, dentre outros.

33. Já as perdas na Rede Básica são definidas como aquelas externas à rede de distribuição da
concessionária, representando a energia dissipada no sistema de transmissão e nas Demais Instalações
de Transmissão de uso compartilhado em decorrência dos processos de transporte, transformação de
tensão e medição de energia elétrica23.

34. As perdas regulatórias na distribuição são definidas a cada revisão tarifária, enquanto as
perdas na Rede Básica são estimadas, todos os anos, em cada processo tarifário, utilizando-se os valores
contabilizados nos últimos 12 meses e informados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica –
CCEE, aí incluindo-se as perdas das DIT de uso compartilhado.

III 3.3.2. Valoração da Compra de Energia

35. O Art. 36 do Decreto n° 5.163, de 30/7/2004, estabelece que a ANEEL autorize o repasse
dos custos de aquisição de energia elétrica previstos nos contratos de que tratam os artigos 15, 27 e 32
do mesmo Decreto, pelos agentes de distribuição às tarifas de seus consumidores finais, assegurando a
neutralidade no repasse dos custos de aquisição de energia elétrica.

36. O cálculo dos valores econômicos para a compra de energia na DRP obedece aos critérios
estabelecidos no contrato de concessão e nas normas setoriais, em especial a Lei nº 10.848/2004 e o
Decreto nº 5.163/2004.

23
De acordo com o § 2° do art. 8° da Resolução Normativa nº. 67, de 8/6/2004, com redação alterada pela Resolução Normativa nº. 210, de
13/2/2006, as perdas provenientes das DIT de uso compartilhado deverão ser atribuídas a cada acessante da referida instalação.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 34 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

37. Para o cálculo da despesa com energia elétrica comprada para revenda, elabora-se o
Balanço Energético da concessionária, que apura as sobras ou déficits 24 considerando o período de
referência em questão.

38. As sobras ou déficits são calculados a partir da diferença entre os totais de energia
contratada e de energia requerida, ambos relativos ao período de referência. A energia contratada
disponível corresponde ao somatório de CCEAR’s, Contratos de Leilão de Ajuste, Contratos Bilaterais,
Geração Própria, cotas de energia de Itaipu, do Proinfa, de Angra I e II, e das Usinas com Contratos
Renovados, e Contratos de Suprimento.

39. Os critérios e procedimentos adotados no cálculo do preço de repasse dos contratos de


compra de energia estão detalhados no Submódulo 3.2A do PRORET.

III.3.3.3. Receitas Irrecuperáveis

40. Conforme estabelecido no Submódulo 3.1A do PRORET, o cálculo das Receitas


Irrecuperáveis é feito pela soma da Receita Requerida (Parcela A + Parcela B), excetuando a própria
Receita Irrecuperável, de todos os itens financeiros e da receita de bandeiras realizada nos últimos 12
meses, incluindo a estes os valores correspondentes aos tributos ICMS, PIS, COFINS e PASEP, e
multiplicado por um valor correspondente a um percentual médio de Receitas Irrecuperáveis, por classe
de consumo, ponderado pela participação da classe de consumo na receita total da distribuidora,
conforme fórmula abaixo:

𝑅𝑅 +𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠+𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐵𝑎𝑛𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
𝑉𝑅𝐼 = × {∑𝐶 (𝜌𝑐 × 𝑅𝐼𝑐 )}
(1−𝐼𝐶𝑀𝑆−𝑃𝐼𝑆−𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆)
Onde:
𝑉𝑅𝐼 : valor a ser considerado de receitas irrecuperáveis;
𝑅𝑅: receita requerida (Parcela A + Parcela B), sem incluir os valores correspondentes à RI;
𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 : Componentes Financeiros das Tarifas de Distribuição, conforme definidos no PRORET
submódulo 4;
Receita de Bandeiras: receita faturada de bandeira tarifária nos últimos 12 meses;
𝜌𝑐 : participação da classe de consumo C na receita total verificada no ano teste;
𝑅𝐼𝑐 : percentual de receitas irrecuperáveis regulatórias, relativo à classe C, do grupo ao qual pertence à
empresa.

24As sobras ou déficits são calculados a partir da diferença entre os totais de energia contratada e de energia requerida, ambos relativos ao
período de referência.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 35 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

III.4. CÔMPUTO DA PARCELA B

41. Submódulo 3.1A do PRORET, o cômputo da Parcela B é efetuado considerando-se as


condições vigentes e o Mercado de Referência, VPB0. Dessa forma, o valor final de aplicação da Parcela
“B” na Data do Reajuste em Processamento, VPB1, são calculados da seguinte forma:

𝑉𝑃𝐵0𝑖 = 𝑇𝑈𝑆𝐷𝑓𝑖𝑜 𝐵 𝑣𝑖𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑥 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑅𝑒𝑓

𝑉𝑃𝐵1𝑖 = 𝑉𝑃𝐵0𝑖 𝑥 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑃𝑏 𝑖−1 𝑥 (𝐼𝑃𝐶𝐴 − 𝑋) − 𝑂𝑅, 𝑈𝐷, 𝐸𝑅𝑖

Onde:
VPB0i: Valor da Parcela B, considerando as tarifas de aplicação vigentes e o mercado de referência;
TUSD fio B Vigente: Valor vigente econômico correspondente ao componente tarifário do Fio B;
Mercado Ref: Mercado de referência composto pelos montantes de energia elétrica e de demanda de
potência faturados no Período de Referência;
Período de Referência: 12 (doze) meses anteriores ao mês do reajuste tarifário anual ou revisão tarifária
periódica em processamento, quando for o caso;
VPB1i :Valor da Parcela B econômico na data do reajuste em processamento;
Fator 𝑷𝒃 𝒊−𝟏 : Fator de recomposição da Parcela B integral, que retira os valores de Receita Irrecuperável e
inclui os valores de OR, UD e ER da Receita Fio B que foram contemplados no processo tarifário anterior,
ORDR1: Valores de Outras Receitas apurados no período de referência, atualizados conforme o Submódulo
2.7A; e
UD, ERDR1: Valores de Ultrapassagem de Demanda e Excedente de Reativos, apurados entre a Data
Referência de Alteração Contratual e DR1, atualizados conforme o Submódulo 2.1A.

42. Portanto, são necessários ajustes na Receia Fio B (VPB0), de modo a retirar os efeitos da
presença do componente Receitas Irrecuperáveis (RI) na Parcela B e isolar os efeitos das parcelas
correspondentes a Outras Receitas (OR), Ultrapassagem de Demanda (UD) e Excedente de Reativos (ER),
que são apurados considerando o que for efetivamente realizado.

43. Assim, para fazer os ajustes relacionados acima na Receita Fio B (VPB0), aplica-se o Fator
Pb i−1, definido como:

𝑉𝑃𝐵1𝑖−1 + 𝑂𝑅, 𝑈𝐷, 𝐸𝑅𝑖−1


𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑃𝑏 𝑖−1 =
𝑉𝑃𝐵1𝑖−1

Onde,
VPBRi-1: Valor da Parcela B de aplicação, calculada no último processo tarifário; e
OR, UD, ERi-1: Valores de Outras receitas, Ultrapassagem de Demanda e Excedente de Reativos, apurados
no último processo tarifário.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 36 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

44. O Fator X25 , definido na Cláusula Sexta do Contrato de Concessão e regulamentado no


Submódulo 2.5ª do PRORET, tem por objetivo repassar aos usuários ganhos de produtividade observados
no Setor de Distribuição e os resultados decorrentes de mecanismos de incentivos de eficiência e
qualidade. Para atingir essa finalidade, o Fator X é composto por três componentes, conforme fórmula
abaixo:

Fator X = Pd + Q + T

onde:
Pd = Ganhos de produtividade da atividade de distribuição;
Q = Qualidade do serviço; e
T = Trajetória de custos operacionais.

45. O componente Pd consiste nos ganhos de produtividade das distribuidoras de energia


elétrica no período histórico analisado, ajustado pela variação observada do mercado e das unidades
consumidoras, pois esses são fatores que afetam os ganhos de produtividade das distribuidoras.

46. E o componente T ajusta, ao longo de um período definido, os custos operacionais


observados de cada concessionária ao custo operacional eficiente. A metodologia de aplicação do
componente T é descrita no Submódulo 2.2A – Custos Operacionais do PRORET.

47. Por fim, o valor da componente Q é resultado da qualidade dos serviços técnicos e
comerciais prestados por cada distribuidora aos seus consumidores. Seu cálculo leva em conta a variação
de sete indicadores, técnicos e comerciais, e o atendimento aos padrões de qualidade estabelecidos pela
ANEEL.

III.5. COMPONENTES TARIFÁRIOS FINANCEIROS EXTERNOS AO REAJUSTE ECONÔMICO

48. Os componentes tarifários financeiros não fazem parte da base tarifária econômica e se
referem a valores a serem pagos ou recebidos pelos consumidores em cada período de 12 meses
subsequentes aos reajustes ou revisões tarifárias, em função de obrigações legais e regulamentares
impostas às distribuidoras. Descrições detalhadas e formas de cálculo encontram-se nos Submódulos 4.1,
4.2A, 4.3 e 4.4A do PRORET26.

25 Para maiores detalhamentos do Fator X consultar Submódulo 2.5 do PRORET.


26 Maiores detalhes a respeito dos componentes financeiros constam dos Submódulos 4.1 a 4.4 do PRORET em
http://www.aneel.gov.br/procedimentos-de-regulacao-tarifaria-proret

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Fls. 37 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

49. Os componentes financeiros usualmente considerados no processo de reajuste tarifário


anual são:

i) Neutralidade dos itens da Parcela A: O componente financeiro denominado Neutralidade


dos itens da Parcela A é resultante das condições definidas pela Lei nº 12.783/2013 e pela Subcláusula
Décima Nona da Cláusula Sexta do aditivo contratual aprovado pelo Despacho nº 2.194/2016, os quais
estendem a neutralidade dos Encargos Setoriais para toda a Parcela “A”.

• Os itens da Parcela A definidos no Submódulo 2.1 A do PRORET estão sujeitos ao cálculo da


Neutralidade, bem como os componentes financeiros relacionados à Parcela A (incluindo-
se os Demais Componentes Financeiros, o saldo a compensar CVA bem como o próprio
financeiro de neutralidade), à exceção da CVA em Processamento, a qual é neutralizada
pelo cálculo do saldo a compensar, conforme disposto na Portaria Interministerial n° 25,
de 24/1/2002.
• A Neutralidade da Parcela A é calculada frente à variação de mercado no período de
referência, consideradas as diferenças mensais entre os valores faturados de cada item da
Parcela A e os respectivos valores contemplados no reajuste ou revisão tarifária anterior.
• Os valores faturados são calculados considerando as tarifas de base econômica, salvo se o
cálculo for de Neutralidade de itens financeiros, quando será usada uma tarifa derivada
especificamente para este fim.
• A Neutralidade dos itens da Parcela A é subdividida em duas categorias:
- Neutralidade dos itens da Parcela A de natureza fixa: Contempla os Encargos Setoriais,
Encargos de Conexão dos Sistemas de Transmissão/Distribuição e os componentes
financeiros relacionados à Parcela A.
- Neutralidade dos itens da Parcela A de natureza variável: Custo de Aquisição de Energia,
Encargos de Uso dos Sistemas de Transmissão/Distribuição, Transporte de Itaipu e Receitas
Irrecuperáveis.
• A metodologia de cálculo da Neutralidade dos itens de Parcela A de natureza fixa bem como
dos de natureza variável consta do Submódulo 4.4A do PRORET.

ii) A Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A – CVA. Compensa


os efeitos financeiros que ocorrem entre as datas de reajustes/revisões da Parcela A, conforme disposto
na Portaria Interministerial n° 25, de 24/1/2002, do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério
da Fazenda (MF).

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 38 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

• Os valores da CVA do 5º dia útil anterior à data do reajuste tarifário anual são atualizados
pela Selic27.
• Em observância ao Submódulo 4.2A e 6.8 do PRORET, na apuração da CVA ENERGIA e na
CVAESS/ERR, é efetuada a reversão da receita decorrente da aplicação dos adicionais das
Bandeiras Tarifárias Vermelha e os repasses da Conta Centralizadora dos Recursos de
Bandeiras Tarifárias alocada para a concessionária, evitando aumento adicional.
• Ressalta-se que dados considerados no cálculo já foram fiscalizados pela Superintendência
de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF/ANEEL. Para a fiscalização, foi utilizado banco
de dados corporativo para receber os dados de pagamento associados ao cálculo do saldo
de CVA e das garantias financeiras dos contratos de compra de energia.
A SFF/ANEEL recomenda que a SGT/ANEEL não utilize dados que não estejam salvos no
citado banco. Solicita ainda que oriente as empresas, caso necessário, a reenviar ou
retificar os dados sempre para o banco de pagamentos via Dutonet.

iii) Saldo a Compensar da CVA do ano anterior. Conforme previsto no § 4° do artigo 3° da


Portaria Interministerial MME/MF n° 25/2002, deve ser verificado se o Saldo da CVA em Processamento
considerado no processo tarifário do ciclo anterior foi efetivamente compensado, levando-se em conta
as variações ocorridas entre o mercado de energia elétrica utilizado na definição daquele processo
tarifário e o mercado verificado nos 12 meses da compensação, bem como a diferença entre a taxa de
juros projetada e a taxa de juros SELIC verificada.

iv) Repasse de Sobrecontratação/exposição involuntária de Energia. Calculado conforme a


metodologia contida no Submódulo 4.3 do PRORET28, aprovado pela REN nº 703, de 15 de março de 2016.

v) Demais Componentes Financeiros: Em relação aos Demais Componentes Financeiros


elencados no Submódulo 4.4A do PRORET, devem ser verificados os que se aplicam a cada processo de
reajuste tarifário.

IV. ADICIONAIS DE BANDEIRAS TARIFÁRIAS E CCRBT

50. Os adicionais de bandeiras tarifárias são definidos pela ANEEL anualmente conforme
previsão das variações relativas aos custos de geração por fonte termelétrica e à exposição aos preços de

27 Em conformidade com os §§ 2° e 3° do Art. 3° da Portaria Interministerial MF/MME n° 25, de 24 de janeiro de 2002, e os §§ 1° e 2º do Art.
6° da Resolução n° 89, de 18 de fevereiro de 2002, os valores das CVA até o 5º (quinto) dia útil anterior à data do reajuste tarifário são
atualizados pela aplicação da menor taxa obtida na comparação entre a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos públicos federais e a projeção de variação indicada no mercado futuro da taxa
média de depósitos interfinanceiros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros para o prazo de 12 meses, ambos referentes aos 30 dias
anteriores à data do reajuste.
28 http://www2.aneel.gov.br/cedoc/aren2016703_Proret_Submod_4_3_V0.pdf

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Fls. 39 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

liquidação no mercado de curto prazo que afetem os agentes de distribuição de energia elétrica
conectados ao Sistema Interligado Nacional – SIN.

51. Os recursos provenientes da aplicação das bandeiras tarifárias pelas distribuidoras são
revertidos à Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias – Conta Bandeiras, a qual foi criada
pelo Decreto nº 8.401/2015 e regulamentada por meio do Submódulo 6.8 do PRORET.

52. Uma vez arrecadados na Conta Bandeiras, os recursos são repassados às distribuidoras,
considerando os custos efetivamente realizados de geração por fonte termelétrica e de exposição aos
preços de liquidação no mercado de curto prazo e a respectiva cobertura tarifária vigente.

53. Desta forma, conforme estabelecido no parágrafo 38 do Submódulo 6.8 do PRORET, a


receita decorrente da aplicação dos adicionais das Bandeiras Tarifárias e os repasses da Conta Bandeiras
devem ser considerados na apuração da CVAENERGIA, da CVAESS/EER da concessionária e do cálculo do
financeiro de Exposição/Sobrecontratação.

V. SUBVENÇÃO CDE – DESCONTOS TARIFÁRIOS

54. Nos termos do inciso VII do artigo 13º da Lei nº 10.438/2002, e conforme dispõe o Decreto
nº 7.891/2013, a CDE, além de suas demais finalidades, deve custear descontos incidentes sobre as tarifas
aplicáveis aos: geradores e consumidores de fonte incentivada; serviço de irrigação e aquicultura em
horário especial; serviço público de água esgoto e saneamento; distribuidoras com mercado próprio
inferior a 500 GWh/ano; classe rural; subclasse cooperativa de eletrificação rural e; serviço público de
irrigação.

55. E, conforme o artigo 3º do Decreto nº 7.891/2013, alterado pelo Decreto nº 9.022/2017, o


Gestor da CDE, que é a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, deve repassar o montante
mensal de recursos da CDE a cada distribuidora visando custear os referidos descontos tarifários retirados
da estrutura tarifária. Para definição dos valores mensais dos subsídios a serem repassados, a SGT deve
utilizar o mercado considerado no período de referência deste processo tarifário.

VI. METODOLOGIA PARA O CUMPRIMENTO DE DECISÕES LIMINARES RELATIVAS AO PAGAMENTO DA


CDE

56. Desde meados de 2015, uma grande quantidade de agentes do setor elétrico vem
ajuizando ações judiciais com o objetivo de desobrigá-los do pagamento de parcelas consideradas
controversas no orçamento anual da CDE.

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Fls. 40 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

57. Com o aumento substancial de processos judiciais contestando o encargo da CDE, visando
uma simplificação operacional benéfica tanto para a ANEEL quanto para as distribuidoras , a Diretoria da
ANEEL decidiu por meio da Resolução Homologatória nº 2.083/201629, de 14 de junho de 2016, publicar
as tarifas com os efeitos das liminares e a lista de consumidores beneficiados, de tal forma que as
distribuidoras realizem o faturamento do encargo da CDE considerando as novas tarifas publicadas, com
vigência da decisão judicial até quando perdurar os seus efeitos.

58. Ou seja, as distribuidoras recolherão mensalmente à CCEE, atual gestora da Conta CDE, as
cotas da CDE fixadas pela ANEEL descontado o efeito mensal das liminares, relativos à mesma
competência, e observando a diferenciação entre CDE – USO e CDE – ENERGIA, dando ciência à CCEE
sobre as glosas realizadas.

29 Publicada em 16 de junho de 2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 41 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

ANEXO II – RELATÓRIO DE APURAÇÃO DO SALDO DA CVA E RESULTADO DO MCP

1. O saldo da CVA consiste no resultado da apuração das variações dos valores dos itens da
Parcela A (encargos setoriais, transporte e compra de energia) que ocorrem no período entre os eventos
tarifários, sendo calculado conforme os procedimentos definidos no Submódulo 4.2 A do PRORET 30. No
reajuste tarifário em processamento, foram obtidos os seguintes resultados:

Tabela I.1 – Saldo apurado da CVA

* O saldo da CVA em processamento é resultado da atualização dos valores da CVA do 5º dia útil anterior à data do reajuste
tarifário anual pela Selic projetada de 1,90%. A diferença entre a Selic projetada e realizada será capturada na apuração da
CVA saldo a compensar no processo tarifário.

2. Os dados considerados no cálculo foram fiscalizados pela Superintendência de Fiscalização


Econômica e Financeira – SFF/ANEEL, a qual utilizou banco de dados corporativo para receber os dados
das distribuidoras relativos ao pagamento dos itens de custo observados no cálculo do saldo de CVA.
Conforme Memorando nº 453/2020-SFF/ANEEL, os pagamentos de Rede Básica e Compra de Energia não
foram validados por conterem inconsistências.

30 Conforme definido no Submódulo 4.2 do PRORET, o saldo da CVA é apurado pela aplicação dos Método 1, 2 e 3. Pela aplicação do
Método 1, é apurada a diferença entre a cobertura concedida em reais e os custos realizados. Já pelo Método 2, é apurada a diferença entre
o preço praticado e a tarifa média de cobertura concedida no processo tarifário. Já pelo Método 3, são repassados os custos cuja cobertura
tarifária já foi retirada pelo Método 1 ou 2.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 42 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

3. Destaca-se aqui que os pagamentos de Rede Básica relativos à CVA de 2019, que estavam
sem a aprovação da SFF/ANEEL conforme Memorando nº 384/2019-SFF/ANEEL, não puderam ser
validados neste processo tarifário uma vez que as inconsistências não foram sanadas.

4. O impacto tarifário do saldo apurado no processo tarifário em questão é de 12,37% e está


detalhado no gráfico a seguir:

Gráfico I.1 – Impacto do saldo da CVA no processo tarifário

5. Destaca-se que as bandeiras tarifárias contribuíram com 3,97% de redução no reajuste das
tarifas.

6. A seguir serão detalhados a apuração do saldo da CVA cujos impactos foram significativos
no processo tarifário e/ou pontos específicos da CVA em questão.

ESS/EER

7. Na apuração do saldo da CVA ESS/EER são considerados os acrônimos TAJ_AR (Alívio


Retroativo), RES_EXCD_ER (Excedente da CONER), e VL_E_DESC (Custos decorrentes da operação de
usinas termelétricas despachadas por ordem de mérito, que se enquadram na situação onde
PLD<CVU≤CMO), por estarem associados aos custos de ESS e EER. A tabela a seguir apresenta o
detalhamento dos custos apurados pela CCEE para o período da CVA.

Tabela I.2 – Custos de ESS e EER apurados pela CCEE

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 43 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

8. Para fins de monitoramento, foi comparada a cobertura tarifária concedida no processo


tarifário, segregada por ESS e EER, com os pagamentos realizados. Os resultados estão apresentados nos
Gráficos I.2. I.3 e Tabela I.3.

R$0
Milhões

R$0
R$0
R$0
R$0
R$0
R$0
set-19 out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20
R$0
R$0
R$0

ESS Alívio Retroativo ESS - despacho usinas PLD<CVU<CMO Cobertura

Gráfico I.2 – Comparativo entre cobertura e pagamentos de ESS

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 44 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

R$2
Milhões

R$2
R$1
R$1
R$1
R$1
R$1
R$0
R$0
R$0
set-19 out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20

EER Excedente CONER Cobertura

Gráfico I.3 – Comparativo entre cobertura e pagamentos de EER

Tabela I.3 – Comparativo dos valores totais de cobertura e pagamento de ESS e EER

9. Ressalta-se que a apuração da receita de ESS considerou os efeitos do Despacho ANEEL n°


986/2020, o qual determinou o repasse às distribuidoras dos recursos financeiros disponíveis no fundo
de reserva para alívio futuro de encargos. Desta forma, foi considerado o valor de R$ -8.314.744,40, o que
representou uma redução no impacto da CVA de 1,52%.

Compra de Energia

10. A tabela a seguir apresenta a participação dos tipos de contratos no portfólio de compra
de energia da distribuidora.

Tabela I.4 – Portfólio de Contratos de Compra de Energia

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 45 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

11. O gráfico a seguir apresenta a formação do saldo da CVA Energia apurada pela aplicação
do Método 2. As barras representam o comparativo entre a tarifa média de cobertura tarifária concedida
e o preço realizado (sem os efeitos dos custos apurados pelo Método 3). Já a área em cinza representa o
saldo acumulado da CVA Energia ao longo do período de apuração.

Milhões
1.200 8
1.041
7
1.000
6
800
5

600 4

3
400
2
153 156153 159153 156153 154160 161160 155160 164160 163160 161160 159160 162160 171160
200
1

0 -
ago-19 set-19 out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20
Saldo Acumulado Preço Médio Tarifa de Cobertura

Gráfico I.4 – Saldo da CVA Energia obtido pela aplicação do Método 2

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 46 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

12. A Tabela I.5 apresenta os custos de compra de energia apurados por meio do Método 3,
cujos valores são liquidados na CCEE. Já a Tabela I.6 apresenta os deltas, dos itens da Energia apurados
pelo Método 3, decorrentes das recontabilizações da CCEE.

Tabela I.5 - Itens de Custos de Energia apurados pelo Método 3

Tabela I.6 - Detalhamento das Recontabilizações dos Acrônimos CCEE

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 47 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

13. O gráfico a seguir apresenta o comparativo entre o preço médio dos contratos de compra
de energia, por modalidade, considerando os custos apurados por meio dos Métodos 2 e 3, e a cobertura
tarifária econômica concedida.
350
300
250
200
150
100
50
0
-50 CCEAR-Q CCEAR-D CCEN BILATERAL CCGF MCSD EN

Preço - Método 2 Efeito Disponibilidade Risco Hidrológico Tarifa de Cobertura


Gráfico I.5 – Comparativo entre o Preço Médio e a Tarifa de Cobertura Concedida

14. O impacto da CVA Energia no índice de reajuste de 13,53% pode ser segregado para cada
tipo de contrato, observando a respectiva cobertura concedida no processo tarifários e alocação da
receita de bandeiras destinada para a cobertura dos custos do Efeito Disponibilidade dos CCEAR-D, Risco
Hidrológico de Itaipu, Risco Hidrológico de CCGF e Risco Hidrológico das Usinas Repactuadas, conforme
custos apurados no âmbito da Conta Bandeiras. Os resultados estão detalhados no gráfico a seguir a
seguir.

Gráfico I.6 – Impacto da CVA Energia no processo tarifário por modalidade de compra de energia

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 48 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

15. Já tabela a seguir apresenta os impactos de cada modalidade contratual no índice de


reajuste, observando as diferenças apuradas conforme os Método 2 e 3 de apuração do saldo da CVA.

Tabela I.7 – Impacto da CVA Energia no processo tarifário por modalidade de compra de energia,
segregado em Método 2 e 3

16. Do impacto de 13,53% da CVA de Energia, 9,05% refere-se ao MCSD EN. Conforme
Despacho nº 2.915/2020, dos créditos referentes à Conta-Covid da distribuidora no total de R$
93.304.544,01, R$ 60.631.004,34 foram cedidos para o pagamento do parcelamento de débitos da
empresa MCSD EN frente a sua situação de inadimplência. Tal pagamento foi considerado na CVA, que
descontadas as despesas de juros e multa devido ao inadimplemento, de R$ 16.122.857,43, resultou em
valor líquido de R$ 44.626.052,29, com impacto de 8,17% no efeito tarifário.

17. Já em relação ao impacto de 4,53% dos custos apurados pelo Método 3 da CVA, 3,91%
refere-se ao Risco Hidrológico de Cotas e Repactuadas, que deve ser analisado em conjunto com os
resultados da Conta Bandeiras.

Glosa de Energia

18. Tendo em vista que a distribuidora apresentou, para o período em questão, uma carga real
superior à energia requerida regulatória, houve aplicação do ajuste da glosa de energia.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 49 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

Tabela I.8 – Comparativo entre a carga real e a energia requerida regulatória

Resultado no Mercado de Curto Prazo

19. O Repasse de Sobrecontratação de Energia e Exposição ao Mercado de Curto Prazo foi


calculado conforme a metodologia contida no Submódulo 4.3 do PRORET, sendo obtidos os seguintes
resultados:

• O resultado das compras e vendas de energia no mercado de curto prazo para a distribuidora entre
01/09/2019 e 01/08/2020, com base em dados fornecidos pela CCEE, foi calculado em R$ -1.970.285,42 a
preços de novembro/2020.
• Em função das recontabilizações de carga e montante contratuais, foi apurado um ajuste de R$ 1.275.546,91
para as competências a partir de janeiro de 2015, a preços de novembro/2020.

20. Conforme art. 22 do Decreto nº 7.246, de 28 de julho de 2010, o resultado financeiro do


mercado de curto prazo deve ser considerado no custo total de geração de energia elétrica do sistema
isolado da CEA, nos três anos subsequentes ao da interligação ao SIN. Desta forma, o Submódulo 5.1 do
Proret estabelece que no ano da interligação da distribuidora ao SIN e nos três anos subsequentes, não
se aplicam os limites de que tratam os artigos 24, 36, 38 e 41 do Decreto nº 5.163/2004.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 50 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

21. A interligação plena do sistema Amapá ao SIN foi atestada a partir de 1º de agosto de 2015
mediante Despacho nº 2.411/ 2015, de forma que todo o custo da distribuidora no mercado de curto
prazo até 31 de dezembro de 2018 é objeto de ressarcimento pela CCC.

22. Ainda em relação ao repasse de custos do mercado de curto prazo, o Decreto nº


10.050/2019 definiu que o custo decorrente da sobrecontratação de energia elétrica reconhecida pela
ANEEL como exposição involuntária no prazo de cinco anos subsequentes ao da respectiva interligação
(até dezembro de 2019) deverá ser objeto de reembolso pela CCC.

23. Com base nas regras de repasse citadas acima, R$ 1.261.423,17 devem ser repassados à
CEA pela CCC pois se referem a recontabilizações de competências até dezembro de 2018. Já o valor de –
R$ 1.956.161,68 deve ser considerado no processo tarifário como componente financeiro por se tratar de
receita cujas competências são posteriores a janeiro de 2019.

24. O gráfico a seguir apresenta a posição contratual da distribuidora no Mercado de Curto


Prazo, no período analisado, considerando os efeitos das recontabilizações.
200
180
160
140
120
GWh

100
80
60
40
20
0
out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20

Compra Venda Carga Real (MWh) Contratos (MWh)

Gráfico I.9 - Posição contratual da distribuidora no MCP

25. O Gráfico a seguir apresenta o comparativo entre o Preço Médio dos Contratos de Compra
de Energia e o valor do PLD percebido pela distribuidora, bem como o resultado financeiro no mercado

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Fls. 51 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

de curto prazo31 dado a diferença entre esses preços e a posição contratual da distribuidora, descrita no
gráfico anterior.

3 350
R$ MILHÕES

R$/MWH
2 300

R$ 2,5 250
1
R$ 1,5
R$ 0,6 R$ 0,6 200
0 R$ 0,2 R$ 0,2
-R$ 0,4 -R$ 0,5 -R$ 0,6 150
-R$ 1,3
-1
-R$ 2,6 100

-2 50

-3 0
out/19 nov/19 dez/19 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20

Resultado MCP (R$) Pmix (R$/MWh) PLD (R$/MWh)

Gráfico I.10 – Resultado financeiro no MCP e o comparativo entre o Pmix e o PLD

Conta Bandeira

26. Por fim, para o monitoramento da adequabilidade das coberturas concedidas para os
custos de CCEAR-D e os riscos hidrológicos de CCGF, Itaipu e Usinas Repactuadas, deve-se observar as
previsões de risco hidrológico consideradas no processo tarifário como componente financeiro. Também
devem ser considerados os saldos positivos nas rubricas “Resultado MCP” e “ESS” da Conta Bandeira, pois
pela sistemática de apuração dos repasses da conta, resultados positivos desses itens de custos são
considerados como cobertura para os custos de CCEAR-D e risco hidrológico. Desta forma, a tabela a
seguir apresenta o resultado dessa comparação.

31Embora o procedimento de apuração do resultado financeiro do MCP, para fins de repasse tarifário, seja obtido com base na diferença
entre PLD e tarifa média de cobertura (uma vez que a CVA já captura o efeito da diferença entre preço e tarifa média), o custo ou receita
decorrente das compras e vendas no MCP se dá pela diferença entre o PLD e o Preço Médio dos contratos (Pmix).

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Fls. 52 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

Tabela I.9 – Impacto dos custos de CCEAR-D e do Risco Hidrológico após o desconto da previsão de
risco hidrológico considerada no processo tarifários e de saldos positivos na Conta Bandeira

27. Pode-se concluir, que após o desconto da previsão de risco hidrológico considerada no
processo tarifários e de saldos positivos do resultado de MCP e ESS (ESS + CONER) na Conta Bandeira, o
impacto dos custos não cobertos de CCEAR-D e risco hidrológico de CCGF, Itaipu e Usinas Repactuadas foi
de -2,17%.

28. Nesse sentido, a tabela a seguir apresenta o impacto de cada modalidade contratual, já
descontada a reversão da previsão do risco hidrológico e da alocação das receitas de MCP e ESS/CONER,
chegando a um percentual líquido de 9,62%32.

Tabela I.10 – Impacto líquido por modalidade contratual

32 A receita de MCP e ESS é limitada até cobrir os custos de CCEAR-D e do Risco Hidrológico de CCGF, Itaipu e Usinas Repactuadas.

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Fls. 53 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

29. Cabe aqui ressalvar que o resultado do MCP considerado para fins de apuração dos
impactos de CCEAR-D e Risco Hidrológico não contempla o limite de repasse da sobrecontratação, de
forma que parte desse resultado poderá ser repassado à distribuidora quando homologado o limite de
sobrecontratação involuntária para o período. Para o período de setembro de 2019 a agosto de 2020, a
distribuidora está exposta em 4,55% em relação à carga real.

Recálculo Coaracy Nunes

30. A Nota Técnica nº 253/2018 destacou a necessidade de ajustes a serem realizados em CVA
anteriores com objetivo de corrigir eventuais divergências nos valores reconhecidos para a energia
contratada da UHE Coaracy Nunes a título de Parcela A nos processos tarifários de 2013 e 2014:

“Cabe aqui ressaltar que a Diretoria Colegiada determinou, mediante item ii do Despacho nº
4278/2017, no âmbito do processo 48500.003921/2016-95, que a SGT avaliasse ajustes nos
processos tarifários de 2013 e 2014 da CEA:

ii) Determinar à Superintendência de Gestão Tarifária – SGT que avalie os processos tarifários da
CEA dos anos de 2013 e 2014 e promova, no que couber, os ajustes necessários no processo
tarifário subsequente com o objetivo de corrigir eventuais divergências nos valores reconhecidos
para a energia contratada da UHE Coaracy Nunes a título de Parcela A;

Da análise da SGT, a determinação está associada à necessidade de recálculo de CVA da CEA das
competências de janeiro de 2013 a dezembro de 2014 – período em que a empresa recebeu

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Fls. 54 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

cobertura tarifária para a energia da UHE Coaracy Nunes valorada ao ACRmédio, mesmo a partir
da alteração da concessão da usina para o regime de cotas de garantia física, nos termos da Lei
12.783/2012.

Dessa forma, a energia da UHE Coaracy Nunes, parte do contrato bilateral da Eletronorte com a
CEA, deveria ser repassada às tarifas pelo preço do regime de cotas e não mais considerada para
fins de cálculo do reembolso da CCC desde janeiro de 2013, competência a partir da qual a UHE
Coaracy Nunes passou a ser considerada no regime de cotas de garantia física. Em uma avaliação
preliminar da SGT, o ajuste representa uma reversão para a modicidade tarifária da ordem de 200
milhões de reais a valores de novembro de 2018.

Ocorre que, para separação da energia da UHE do restante do contrato com a Eletronorte, são
necessários os montantes gerados por aquela usina, integralmente destinados à CEA. Conforme
voto do Diretor Tiago de Barros Correia, o reprocessamento da CCC no período de 2009 a 2016 está
sendo realizado pelas áreas de fiscalização da ANEEL e definirá os montantes associados à geração
térmica e à UHE Coaracy Nunes, no âmbito do contrato bilateral com a Eletronorte.

Nesse sentido, SGT e SFF entenderam que seria prudente aguardar o término do processo de
fiscalização da CCC da CEA para que fossem realizados os ajustes necessários na CVA de 2019 da
empresa.”

31. Conforme consta da Nota Técnica nº 215/2019-SGT/ANEEL, o ajuste não pode ser realizado
novamente no processo tarifário de 2019, em virtude do prosseguimento da fiscalização dos benefícios
recebidos da CCC pela distribuidora (Processo nº 48500.000024/2017).

32. Por meio do Despacho nº 704/2020, os resultados da fiscalização e reprocessamento


mensal dos benefícios reembolsados pela CCC à CEA, no período de 30 de julho de 2009 a 30 de abril de
2017, foram validados, sendo fixando um reembolsado pelo fundo da CCC à CEA em R$ 181.904.528,89.

33. Uma vez finalizada a referida fiscalização, a SFF/ANEEL, em atendimento ao Memorando


nº 222/2020-SGT/ANEEL, informou os montantes de energia associados à UHE Coaracy Nunes no período
de janeiro de 2013 a julho de 2015 por meio do Memorando nº 440/2020-SFF/ANEEL.

34. Assim, as CVAs de 2013 e 2015 foram revisitas no sentido de identificar o repasse do custo
da UHE Coaracy Nunes ao valor do ACR Médio e substituir pelo valor pago por meio da cota de CCGF.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 55 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

Tabela I.11 – Informações relativas à UHE Coaracy Nunes (Memorando nº 440/2020-SFF/ANEEL)


Competência Energia Faturada (KWh) Valor Faturado (R$)
jan/13 49.428.710 700.404,89
fev/13 46.655.100 771.670,71
mar/13 56.328.460 1.049.545,68
abr/13 53.886.670 1.033.756,66
mai/13 57.211.090 1.088.412,53
jun/13 55.233.440 1.075.284,79
jul/13 52.881.750 1.319.436,88
ago/13 57.293.400 1.308.237,66
set/13 50.709.420 1.294.824,50
out/13 44.590.780 1.319.628,58
nov/13 26.662.474 1.282.619,64
dez/13 42.985.949 1.248.440,92
jan/14 46.845.465 1.147.554,62
fev/14 40.855.562 1.239.439,27
mar/14 57.250.566 1.276.275,42
abr/14 55.171.583 1.240.952,35
mai/14 57.331.705 1.338.236,66
jun/14 55.532.957 1.325.727,18
jul/14 57.344.810 1.502.531,51
ago/14 56.658.177 1.491.739,81
set/14 54.906.691 1.502.378,84
out/14 50.418.990 1.498.371,71
nov/14 31.064.543 1.488.162,46
dez/14 31.540.248 1.461.571,94
jan/15 39.437.434 1.346.338,78
fev/15 49.532.451 1.349.590,88
mar/15 45.979.567 1.411.963,53
abr/15 49.244.015 1.476.059,80
mai/15 48.433.770 1.453.778,35
jun/15 48.197.641 1.474.563,45
jul/15 48.728.193 1.228.281,82

35. Com base nessas informações, as CVAs Energia de 2013 à 2015 da CEA foram recalculadas
chegando ao delta descrito na Tabela a seguir, o qual deve ser considerado como componente financeiro
no processo tarifário.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Superintendência de Gestão Tarifária – SGT/ANEEL Processo nº 48500.007029/2019-26


Fls. 56 Nota Técnica nº 233/2020-SGT/ANEEL, de 26/11/2020.

Tabela I.12 – Apuração do Ajuste das CVAs relativo à UHE Coaracy Nunes

Delta CVA Energia 5º dia útil


Homologado Recalculado Delta
Ano 5º dia útil
(R$) (R$) (R$)
2013 25/11/2013 613.859,44 -64.216.218,92 -64.830.078,36
2014 24/11/2014 -30.479,65 -75.814.875,62 -75.784.395,97
2015 23/11/2015 -1.961.519,81 -40.381.568,15 -38.420.048,34

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Superintendência de Gestão Tarifária – SGT/ANEEL Processo nº 48500.007029/2019-26

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