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Em 26 de novembro de 2020.
Processo: 48500.007025/2019-48
I - DO OBJETIVO
II - DOS FATOS
1
De acordo com a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, em especial seu artigo 9º, e com a Portaria MME nº
442, de 23 de agosto de 2016.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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7. Em 30 de dezembro de 2019, por meio dos Memorandos nos 311/2019 e 314/2019, a SGT
solicitou informações em relação ao processo de reajuste tarifário da distribuidora à Superintendência de
Regulação de Mercado – SRM 2 e a Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF 3 ,
respectivamente.
2
Documento Sic nº 48581.002857/2019-00
3
Documento Sic nº 48581.002869/2019-00
4 Documento Sic nº 48581.001844/2020-00
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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10. Em 27 de outubro de 2020, por meio do Memorando nº 440/20206, a SFF apresentou à SGT
os montantes gerados pela UHE Coaracy Nunes no período solicitado.
15. O Reajuste Tarifário Anual – RTA da CEA conduz a um efeito médio nas tarifas a ser
percebido pelos consumidores de -4,12%, sendo de 1,65%, em média, para os consumidores conectados
na Alta Tensão e de -5,89%, em média, para os consumidores conectados na Baixa Tensão.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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(ii) da inclusão dos componentes financeiros apurados no atual reajuste tarifário para
compensação nos 12 meses subsequentes; e
(iii) da retirada dos componentes financeiros estabelecidos no processo tarifário anterior, que
vigoraram até a data do reajuste em processamento.
17. Conforme apresentado na Tabela 2, o efeito médio a ser percebido por consumidor
depende do grupo e modalidade tarifária a qual pertence.
18. A diferença entre os efeitos médios percebidos pelos grupos A (Alta Tensão) e B (Baixa
Tensão) se deve à variação dos itens de custos que compõem a tarifa, em especial: (i) o aumento dos
custos de transmissão e distribuição, que tem impacto mais significativo para consumidores de alta
tensão; e (ii) o aumento do encargo CDE USO 10 em relação ao processo tarifário passado, custo
recuperado por meio da tarifa de uso cobrada em R$/MWh, sendo que tal tarifa tem participação
percentual mais elevada nos consumidores conectados em alta tensão. As justificativas de ambos efeitos
serão detalhadas em momento oportuno ao longo desta Nota Técnica.
19. Na composição do efeito médio, a variação dos custos de Parcela A contribuiu para o efeito
médio em 4,46% enquanto a variação de custos de Parcela B foi responsável por 0,50%, conforme tabela
seguinte:
10
De que trata o art. 13 da Lei nº 10.438/2002.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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20. O gráfico 1 abaixo demonstra a participação dos itens das Parcelas A e B na composição da
nova Receita Anual da concessionária.
Custo de
Transmissão Encargos
7,5% Setoriais
Receitas
8,7%
Irrecuperáveis
Custo de 1,7%
Energia
46,2%
Custo de
Distribuição
36,0%
Custo de Receitas
Transmissão Irrecuperáveis
Encargos
6,1% 1,4%
Setoriais
Custo de 7,1%
Energia
37,9%
ICMS
16,0%
Tributos
18,0%
Custo de PIS/COFINS
Distribuição 2,0%
29,5%
Gráfico 2: Participação dos itens das Parcelas A e B na composição da Receita Anual com tributos
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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397,09 392,17
301,11
253,86 253,86 272,62
Reajuste Reajuste Reajuste RTE Revisão Reajuste RTE Reajuste Reajuste RTE Revisão Reajuste Reajuste Reajuste
2010 2011 2012 2013 2013 2014 2015 2015 2016 2017 2017 2018 2019 2020
23. Cabe ressalvar, contudo, que em função de sua condição de inadimplência, nos termos do
Art. 10 da Lei 8.631, de 8 de março de 1993, a distribuidora foi impedida de aplicar o resultado dos
reajustes e revisões tarifárias entre 2003 e 2013. Por isso, a tarifa aplicada à área de distribuição no ano
de 2010, que constitui o ponto de partida do Gráfico 3, é praticamente a mesma aplicada no ano de 2003.
Diante disso, considera-se que, para o caso específico da CEA, é mais adequado que a comparação com
os índices inflacionários seja feita desde 2003, conforme ilustrado no Gráfico 4.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Tarifa Residencial - B1
Valor IGPM
566,38
Valor IPCA 537,28 537,19
505,24
397,09 392,17
301,11
272,62
253,86 253,86
215,11 212,05 212,05
208,41 199,05 197,29 197,29 197,29 197,29 197,29 197,29
24. Nesse período, a variação da tarifa B1 foi de 134,9%, enquanto que os índices inflacionários
IGP-M e IPCA variaram, respectivamente, 207,7% e 146,1%.
IV - DA ANÁLISE
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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27. No cálculo da Receita Anual inicial (RA0) da distribuidora nesse processo tarifário, foram
considerados os dados de mercado disponíveis no Sistema de Acompanhamento de Informações de
Mercado para Regulação Econômica – SAMP e as tarifas homologadas no processo tarifário anterior,
representando um faturamento anual de R$ 552.078.862,21, conforme demonstrado na Tabela a seguir.
28. Cumpre mencionar que a pandemia de COVID-19 teve impacto no mercado das
distribuidoras de energia elétrica do país em função de medidas como o isolamento social, acarretando
queda nos respectivos faturamentos.
29. No caso específico da CEA, informa-se que no último ano houve aumento do mercado de
energia (cativos e livres – TUSD MWh) de 0,32% 11 quando comparado ao ano tarifário anterior
(novembro/2018-outubro/2019). Com base no crescimento do mercado de 12 meses anteriores ao
período de isolamento12, estima-se que o impacto devido a pandemia no mercado anual da CEA foi de -
0,92%.
30. O gráfico a seguir apresenta o histórico de crescimento de mercado da empresa nos últimos
anos (em barras), além da média de crescimento no período (em linha), 3,11%.
11
A estimativa em questão considera o mercado de energia declarados no SAMP. Sendo assim, o percentual difere do que
consta da planilha Sparta, visto que aquele é estimado a partir de dados de mercados utilizados nos últimos processos
tarifários, nos quais o último mês do mercado de referência é constituído de dados estimados.
12
A variação de mercado observado antes do isolamento social (período de abr/19-mar/20) foi de +1,24%.
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IV.4. PARCELA A
31. Os valores dos encargos setoriais considerados neste reajuste tarifário, bem como os
dispositivos legais associados estão demonstrados na tabela abaixo:
32. O total dos encargos setoriais corresponde a uma variação no efeito médio de 1,25%.
Destaca-se o aumento do orçamento da CDE – USO, decorrente da homologação das cotas anuais da CDE
para 2020, conforme a REH nº 2.664, de 17 de dezembro de 2019, que contribuiu para um efeito médio
de 0,88%.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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IV.4.2. Transmissão
33. Os valores dos encargos relacionados à transmissão de energia a serem considerados neste
reajuste tarifário estão demonstrados na tabela abaixo:
34. Os Custos de Transmissão, que tiveram uma variação de 55,3%, impactaram o efeito médio
em 2,79%. Destaca-se que os custos com a Rede Básica e Rede Básica Fronteira, com impacto conjunto
de 2,84%, decorrente da aplicação das novas Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) para o ciclo
2020-2021, publicadas por meio da Resolução homologatória 2.726/2020.
35. A expressiva variação dos custos de Rede Básica e Rede Básica Fronteira decorre: (i) das
cassações das liminares associadas às ações movidas contra a Portaria MME nº 120, de 2016; (ii) do
processamento de revisões da RAP de parcela significativa de transmissoras, até então represadas devido
à ausência de definição de metodologia empregada; (iii) e do aumento de custos referentes a novas
instalações de transmissão.
37. Cumpre destacar que a CEA não arcará com esses valores, uma vez que a diferença entre a
previsão e a realização dos custos de transmissão será considerada na tarifa da CEA no cálculo da Conta
de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A – CVA no processo tarifário de 2021.
13 Sic. 48531.001937/2020-00
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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38. A tabela abaixo apresenta os valores de perdas utilizados no atual reajuste tarifário da CEA.
39. A Tabela a seguir demonstra os requisitos de energia elétrica a CEA para atendimento ao
seu mercado de referência apurado, obtidos pela soma das perdas regulatórias com o mercado de venda
da concessionária.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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40. A Tabela a seguir demonstra o resumo dos contratos de compra de energia elétrica, e os
seus respectivos montantes e despesas, já computadas as variações decorrentes das sobras/déficits nos
montantes de energia adquirida.
41. A Tabela e o gráfico abaixo demonstram a variação dos montantes e do custo com compra
de energia em relação ao processo anterior por tipo de contrato:
Tipo de contrato Processo DRA Processo atual Variação Processo DRA Processo atual Variação
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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42. Os custos de compra de energia elétrica considerados para a CEA, em função do Mercado
de Referência e das perdas regulatórias totalizam R$ 267.871.724,21 e levaram a uma variação no efeito
médio de 0,53%. Contribuíram para esse efeito positivo, principalmente, os custos relacionados aos
Contratos de Energia no Ambiente Regulado – Nova e Alternativa, modalidade Disponibilidade, bem como
a variação dos custos referentes aos CCGF (Contratos de Cotas de Garantia Física). Por outro lado,
amenizaram o aumento, a redução do custo de energia relacionado aos Contratos de Energia no Ambiente
Regulado – Existente, modalidade Quantidade, bem como a redução do custo de energia referente aos
contratos bilaterais, os quais foram impactados pelo nova metodologia de cálculo do ACR médio,
estabelecida pela Medida Provisória nº 998/2020, conforme se observa no Gráfico 5.
0,79%
0,62%
0,53%
0,39%
0,23%
0,04% 0,05%
0,00%
-0,64%
-0,83%
Total CCEAR CCEAR CCEAR CCEAR Madeira e Bilateral Cotas Cotas Proinfa
Existente Existente Nova/Altern. Nova/Altern. Belo Monte Angra I e II Lei nº
DSP QTD DSP QTD 12.783/2013
43. Para a CEA, os percentuais e valores de receitas irrecuperáveis considerados, por classe de
consumo, estão descritos na tabela abaixo:
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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IV.5. PARCELA B
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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abatimento dos valores relativos às Outras Receitas (OR), Excedente de Reativos (ER) e Ultrapassagem de
Demanda (UD).
48. Em relação aos componentes financeiros apurados, para compensação nos 12 meses
subsequentes, esses contribuíram com o efeito de -17,11% no atual reajuste da CEA.
49. O financeiro que mais impactou o processo, com valores positivos, foi a CVA em
Processamento – Energia, com efeito de 13,53%. Este efeito positivo foi resultado: (i) de pagamentos,
junto da CCEE, da repactuação de dívida relacionada ao Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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de Energia Nova – MCSD EN14; (ii) do risco hidrológico relacionado as Usinas cotistas, abarcadas pela Lei
nº 12.783/2013; (iii) do risco hidrológico das usinas repactuadas, abarcadas pela Lei nº 13.203/2015.
50. Por outro lado, destaca-se com valor negativo, o financeiro associado à CONTA-COVID, cujo
montante, -60.966.657,7215, implica em impacto de -11,04% no reajuste.
51. Além disso, também se destaca com valor negativo, o financeiro decorrente da valoração
da energia associada à UHE Coaracy Nunes, no período entre 1º de janeiro de 2013 e 1º de agosto de
2015, pelo custo dos Contratos de Cotas de Garantia Física - CCGF16, conforme determinação contida no
Despacho nº 4.278/2017.
14 Conforme consta do Despacho nº 2.915/2020, os créditos referentes à Conta-Covid da Companhia de Eletricidade do Amapá
– CEA, no total de R$ 93.304.544,01, foram cedidos no parcelamento dos débitos da empresa no Mecanismo de Compensação
de Sobras e Déficits de Energia Nova – MCSD EN. Como consequência, no mês de setembro houve a contabilização de
pagamentos no valor de R$ 60.631.004,34, valor que, descontadas as despesas de juros e multa devido ao inadimplemento,
não repassáveis aos consumidores, R$ 16.122.857,43, implica em valor líquido corrigido de R$ 44.626.052,29, com impacto de
8,17% no efeito tarifário.
15 O montante em questão corresponde à totalidade dos valores recebidos pela CEA da CONTA-COVID até o mês de outubro
de 2020, corrigido pela SELIC, e correspondem aos itens previstos nos §1º e §2º do Art. 5º da REN 885/2020.
16 Conforme consta do Contrato de Concessão nº 02/2012, firmado em 04 de dezembro de 2012, o regime de cotas da UHE
Coaracy Nunes iniciou-se em 1º janeiro de 2013. Apesar disso, nos processos tarifários subsequentes, o custo da energia desta
UHE foi valorado pelo ACR médio, superior ao custo das cotas, até 1º de agosto de 2015, data em que houve interligação do
Amapá ao SIN.
No âmbito da análise do pedido de reconsideração interposto pela CEA em face do Despacho nº 2.656/2016, a Diretoria
colegiada da ANEEL considerou, nos termos do Despacho nº 4.278/2017, que a energia proveniente desta UHE não deveria ter
sido considerada no cálculo do reembolso da Conta de Consumo de Combustíveis - CCC a partir do reenquadramento no regime
de cotas, 1º de janeiro de 2013.
A decisão em questão implica em dois ajustes distintos, com efeitos financeiros opostos para a CEA, quais sejam: (i) recálculo
do reembolso da CCC à CEA decorrente da retirada a energia gerada pela UHE Coaracy Nunes do cálculo do CTG no período
entre 1º de janeiro de 2013 e 1º de agosto de 2015; e (i) ajuste dos processos tarifários de 2013 a 2015, valorando a energia
associada à UHE Coaracy Nunes de acordo com regime de cotas.
É importante esclarecer que a execução do segundo ajuste não pôde ser processada anteriormente por depender do primeiro.
De fato, conforme consta das Notas técnicas dos processos tarifários anteriores, a SGT não dispunha da segregação dos
montantes de energia associados à UHE Coaracy Nunes do total contratado junto à Eletronorte, insumo necessário para o
cálculo.
Assim, foi necessário aguardar pela conclusão do primeiro ajuste, o que ocorreu em 10 de março de 2020, com a emissão do
Despacho nº 704/2020, no qual consta a determinação de devolução à CEA do valor de R$ 181.904.528,89 (out/2019), valor
esse que abarca o efeito decorrente da exclusão UHE Coaracy Nunes no reprocessamento da CCC a partir de 1º de janeiro de
2013.
Consequentemente, dando prosseguimento ao cumprimento da decisão contida no Despacho nº 4.278/2017, e conforme
consta do Anexo III desta Nota Técnica, a SGT calculou o ajuste correspondente à valorização da energia da UHE Coaracy Nunes
pelo regime de cotas nos processos tarifários de 2013, 2014 e 2015, obtendo o valor total de -R$ 301.413.671,54, com data
base igual ao 5º dia útil anterior ao aniversário.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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53. Tendo em vista a magnitude desse financeiro negativo, que representa cerca 55% do
faturamento anual da concessionária, constata-se a inviabilidade da devolução total em apenas um
processo tarifário18.
54. Diante disso, e da ausência de regulamentação específica a ser aplicada em casos similares,
salvo melhor juízo, considera-se adequado que haja reversão de uma fração correspondente 37,55% do
financeiro associado ao Despacho nº 4.278/2017, o que corresponde a R$ -113.214.651,35, com impacto
no efeito médio de -20,51%, conforme indicado na Tabela 5.
55. Destaca-se que o financeiro em questão tem impacto negativo na tarifa de todos os
consumidores da área de concessão, com exceção de um único gerador que é atendido em tensão
equivalente ao subgrupo A219. Sendo assim a fração de 37,55% foi definida de forma a amenizar ou reduzir
o efeito médio para os consumidores atendidos em baixa tensão, grupo B, bem como para os demais
consumidores atendidos em alta tensão, A3, A3a e A4. Destaca-se que, o efeito desse financeiro negativo
reduziu o efeito médio correspondente ao grupo de consumidores atendidos em A3, A3a e A4 para
próximo de zero20.
componentes financeiros negativos, considerados no presente processo, implicará em efeito positivo significativo.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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57. Dentre os componentes financeiros apurados, aqueles relacionados aos itens de custo
cobertos pela receita das Bandeiras Tarifárias podem ser visualizados na tabela abaixo, juntamente com
a respectiva receita de Bandeiras obtida no período e a Previsão do Risco Hidrológico concedida no
processo anterior.
58. Pela tabela, pode-se observar que a distribuidora teria de suportar o custo de
R$ 32,18 milhões, caso não tivessem sido adotadas: a) as bandeiras tarifárias (receita de R$ 21,94 milhões
e b) a incorporação na tarifa, no processo de 2019, da previsão dos riscos hidrológicos das usinas cotistas
e repactuadas, conforme metodologia descrita no Submódulo 4.4/4.4A do PRORET (receita de
R$ 22,21 milhões). Com a adoção das duas medidas, observa-se que houve um superávit para
distribuidora relativo aos custos cobertos pela sistemática de bandeiras tarifárias, o qual foi
completamente revertido para modicidade tarifária, com impacto no efeito médio de -2,17%.
59. Cabe destacar que, conforme indicado no Anexo III desta Nota Técnica, esse resultado foi
significativamente impactado pela CVA ESS/ERR, cuja apuração considerou os efeitos do Despacho ANEEL
n° 986/2020, o qual determinou o repasse às distribuidoras dos recursos financeiros disponíveis no fundo
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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de reserva para alívio futuro de encargos, cujo montante atualizado, R$ -8,31 milhões, contribuiu para um
impacto nas tarifas de -1,52%.
60. Destaca-se que o Anexo II desta Nota Técnica contém o relatório de apuração do Saldo da
CVA em Processamento e dos Resultados do Mercado de Curto Prazo considerados neste processo
tarifário.
62. Ademais, conforme consta do Anexo II desta Nota Técnica, os pagamentos de Rede Básica
relativos à CVA de 2019, que estavam sem a aprovação da SFF/ANEEL conforme Memorando nº 384/2019-
SFF/ANEEL, também não puderam ser validados neste processo tarifário uma vez que as inconsistências
não foram sanadas.
63. A tabela abaixo apresenta o valor mensal a ser repassado pela CCEE à distribuidora no
período de competência de novembro/2020 a outubro/2021, até o 10º dia útil do mês subsequente. Esse
valor contempla também o ajuste referente à diferença entre os valores previstos e realizados no período
de novembro/19 a outubro/2020.
Tabela 16: Valores dos subsídios que serão repassados pela CCEE
TIPO Ajuste (R$) Previsão (R$) Valor Mensal (R$)
Subsídio Água, Esgoto e Saneamento (1.705,41) 60.163,14 58.457,74
Subsídio Rural 3.624,20 33.575,98 37.200,18
Total 1.918,79 93.739,12 95.657,91
VI - DO FUNDAMENTO LEGAL
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VII - DA CONCLUSÃO
65. Com base na legislação vigente, na Portaria nº 442/2016-MME, no que consta do Processo
nº 48500.007025/2019-48 e nas informações contidas nesta Nota Técnica, opina-se:
i) pela aprovação das novas tarifas de aplicação da CEA, correspondendo a um efeito médio
a ser percebido pelos consumidores de -4,12% sendo de 1,65% em média para os
consumidores conectados em Alta Tensão (AT) e de -5,89% em média para aqueles
conectados em Baixa Tensão (BT);
ii) pela fixação das Tarifas de Energia – TE e das Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição –
TUSD aplicáveis aos consumidores e usuários da CEA;
iii) pelo estabelecimento dos valores da receita anual referente às instalações de transmissão
classificadas como DIT de uso exclusivo; e
iv) pela homologação do valor mensal a ser repassado pela Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica – CCEE à distribuidora para custeio dos subsídios retirados da estrutura
tarifária.
VIII - DA RECOMENDAÇÃO
De acordo:
(Assinado digitalmente)
DAVI ANTUNES LIMA
Superintendente de Gestão Tarifária
(*) Relação de participantes da SGT na elaboração desta Nota Técnica consta de tabela na página seguinte.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Equipe Atividade
Otávio Henrique Galeazzi Franco Coordenador - Processos Tarifários
Francisco de Mattos Faé Coordenador Adjunto - Processos Tarifários
Leonardo de Araújo Silva Técnico Responsável
Robson Kuhn Yatsu Coordenador - Estrutura Tarifária e Mercado
Diego Luis Brancher Técnico Responsável - Estrutura Tarifária
Marco Aurélio Silva do Santos Suporte – SAMP
Aline Oliveira Moura Suporte – Sistemas
Felipe Augusto Cardoso Moraes Coordenador – Encargos e Comercialização -
Cristina Schiavi Noda CVA
Vinícius Menezes Rodovalho Descontratações - REN 711/2016
Leonardo de Paiva Rodrigues Encargos de Transmissão
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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I. OBJETIVO
2. A metodologia aplicada ao cálculo deste Reajuste Tarifário Anual – RTA está descrita nos
Procedimentos de Regulação Tarifária (PRORET) 22 , os quais têm caráter normativo e consolidam a
regulamentação acerca dos processos tarifários. Os cálculos realizados correspondem ao fiel
cumprimento das disposições estabelecidas no Contrato de Concessão da concessionária e na legislação
setorial vigente.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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5.5
Taxa de fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE 1.1 31/05/2016
5.6
Pesquisa e Desenvolvimento – P&D e eficiência Energética – EE 1.1 23/10/2018
Módulo 6 – Demais Procedimentos
6.1 Limites de Repasses de Compras de Energia 1.0 28/03/2016
6.2 Itaipu 1.0 01/06/2017
6.3 Encargos de conexão A1 1.0 18/04/2012
6.7 Centrais de Geração Angra 1 e 2 3.0 26/12/2018
6.8 Bandeiras Tarifárias 1.6 15/08/2018
Módulo 10 - Ordem e Condições de Realização dos processos Tarifários e Requisitos de Informações e
Obrigações
10.2 Reajustes tarifários de Distribuidoras e Permissionárias 1.2 23/03/2015
6. A Parcela A é a parcela da receita que contempla os custos referentes aos seguintes itens:
(i) Encargos Setoriais; (ii) Energia Elétrica Comprada; (iii) Custos de Conexão e de Uso das Instalações de
Transmissão e/ou Distribuição de Energia Elétrica; e (iv) Receitas Irrecuperáveis;
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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𝑅𝑅 = 𝑉𝑃𝐴 + 𝑉𝑃𝐵
onde:
RR: Receita Requerida;
VPA: Valor da Parcela A considerando as condições vigentes na data do reajuste em processamento e o
Mercado de Referência, podendo contemplar ajustes e previsões, conforme regulação da ANEEL e legislação
setorial;
VPB: Valor resultante da aplicação da tarifa correspondente aos itens que compõem a Parcela B, vigente na
Data de Referência Anterior, ao Mercado de Referência, atualizado pela diferença entre o Índice de Variação
da Inflação (IVI) e o Fator X;
IVI: número índice obtido pela divisão dos índices do IPCA, do IBGE, ou do índice que vier a sucedê-lo, do
mês anterior à data do reajuste em processamento e o índice considerado no último reposicionamento
tarifário;
Fator X: Nos processos de revisão tarifária ordinária serão estabelecidos os valores ou a forma de cálculo
do Fator X, com o objetivo de repassar aos usuários ganhos de produtividade observados no setor de
distribuição de energia elétrica e resultados decorrentes de mecanismos de incentivos, que poderão
contemplar estímulos à melhora na qualidade do serviço e à eficiência energética, conforme regulação da
ANEEL.
Data de Referência Anterior: Data do último reposicionamento tarifário;
Mercado de Referência: composto pelos montantes de energia elétrica e de demanda de potência faturados
no Período de Referência; e
Período de Referência: 12 (doze) meses anteriores ao mês do reajuste tarifário anual ou revisão tarifária
periódica em processamento, quando for o caso.
9. A aludida Cláusula Sexta do citado termo aditivo estabelece que nos reajustes e revisões
tarifários ordinários a ANEEL garantirá a neutralidade aos itens da Parcela A, a ser considerada nos ajustes
da receita da distribuidora, consideradas as diferenças mensais apuradas entre os valores faturados de
cada item no Período de Referência e os respectivos valores contemplados no reposicionamento tarifário
anterior, devidamente remuneradas com base no mesmo índice utilizado na apuração do saldo da Conta
de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A – CVA.
10. O período de referência para o reajuste anual corresponde ao ciclo de doze meses, entre o
mês do processo tarifário anterior e o mês anterior ao atual processo de reajuste.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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11. No cálculo da Receita Anual inicial (RA0) da distribuidora devem ser considerados os dados
de mercado disponíveis no Sistema de Acompanhamento de Informações de Mercado para Regulação
Econômica – SAMP e as tarifas homologadas no processo tarifário anterior.
12. A Parcela A é composta pela soma dos seguintes componentes: (i) Encargos Setoriais; (ii)
Custo com conexão e uso dos sistemas de transmissão e/ou distribuição; (iii) Custo de aquisição de energia
elétrica e geração própria e (iv) Receitas Irrecuperáveis.
14. Os encargos setoriais, oriundos de políticas de governo para o setor elétrico, possuem
finalidades específicas e são definidos em legislação própria. Seus valores são estabelecidos pela ANEEL e
não representam ganhos de receita para a concessionária. Os encargos considerados nos processos
tarifários são:
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15. A cobertura tarifária referente ao encargo de CDE considerado neste processo tarifário
incorpora os seguintes valores:
a) quota anual de CDE Uso. Essa cota é paga por todos os agentes que atendem
consumidores finais cativos e livres no Sistema Interligado Nacional - SIN, mediante
encargo tarifário incluído nas tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão
de energia elétrica. Essa quota é destinada ao custeio dos objetivos da CDE, previstos
em seu orçamento anual, definido pelo Poder Executivo, conforme previsto nos §§ 2º
e 3º do art. 13 da Lei nº 10.438, de 2002, com redação dada pela Lei nº 12.783, de
2013.
b) quota anual da CDE – ENERGIA (Art. 4º-A do Dec. 7.891/2013). Essa cota é paga por
todos as concessionárias de distribuição que atendem consumidores finais cativos no
Sistema Interligado Nacional - SIN, mediante encargo tarifário incluído nas tarifas
energia elétrica.
Refere-se à devolução de parcela dos recursos da CDE recebidos pelas distribuidoras
no período de janeiro de 2013 a fevereiro de 2014, nos termos do Art. 4º-A do Dec.
7.891/2013. Os recursos foram destinados à cobertura do resultado positivo da Conta
de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A - CVA decorrente do
custo de aquisição de energia elétrica, devendo os consumidores recompor a Conta
em até 5 anos, com atualização dos valores pela variação do IPCA, mediante encargo
a ser incluído nas tarifas de energia elétrica, definido na proporção dos recursos
recebidos pela distribuidora.
c) quota anual da CDE – ENERGIA (CONTA – ACR) (Art. 4º-C do Dec. 7.891/2013). Essa
cota é paga por todos as concessionárias de distribuição que atendem consumidores
finais cativos no Sistema Interligado Nacional - SIN, mediante encargo tarifário incluído
nas tarifas energia elétrica.
Essa quota é destinada à quitação das operações de crédito contratadas pela Câmara
de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE na gestão da Conta no Ambiente de
Contratação Regulada – CONTA-ACR, em atendimento ao Decreto nº 8.222, de
01/4/2014, e nos termos na Resolução Normativa nº 612, de 16/4/2014.
A CONTA-ACR teve como objetivo cobrir as despesas incorridas pelas concessionárias
de distribuição, relativas ao ano de 2014, em decorrência da exposição involuntária no
mercado de curto prazo e do despacho de usinas termelétricas vinculadas a Contratos
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ii) Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica – TFSEE. Instituída pela Lei nº
9.427, de 26/12/1996 e alterada pela Lei n° 12.783/2013, de 11/01/2013, destina-se à cobertura do
custeio das atividades da ANEEL e tem sua metodologia de cálculo detalhada no Submódulo 5.5 do
PRORET;
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distribuição de energia elétrica de aplicarem percentuais de sua receita operacional líquida para fins de
pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e programas de eficiência energética. Importante esclarecer
que, segundo orientação do Ofício Circular nº 185/2015-SFF/ANEEL, as receitas adicionais de Bandeira
Tarifária foram reconhecidas dentro da receita operacional líquida das Concessionárias e, portanto,
passam a sofrer a incidência dos percentuais de P&D e PEE; e
III.3.2. Custo com conexão e uso dos sistemas de transmissão e/ou distribuição
16. Os custos com transmissão de energia elétrica, desde as usinas até as redes de distribuição
da concessionária, são compostos por: Rede Básica (Sistêmica e Fronteira), DIT Compartilhada e de uso
exclusivo, Transporte de Itaipu, Uso da Rede Básica pela usina de Itaipu e Uso de Sistemas de Distribuição.
18. Os Custos de Rede Básica referem-se aos valores pagos pelas concessionárias de
distribuição às Transmissoras, conforme Contrato de Uso do Sistema de Transmissão – CUST celebrado
com o ONS, para acesso à rede de transmissão do sistema interligado. São calculados pelo ONS, com base
nos valores de demanda de potência multiplicados por tarifa estabelecida pela ANEEL. Essa tarifa depende
da receita anual permitida para as concessionárias de transmissão (RAP) para cobrir os custos decorrentes
da atividade de transmissão. A ANEEL fixa a Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) nas formas
de TUSTRB, relativa ao uso de instalações da Rede Básica, e TUSTFR, referente ao uso de instalações de
fronteira com a Rede Básica. As distribuidoras quotistas de Itaipu pagam também a parcela atribuída à
geradora Itaipu Binacional pelo Uso da Rede Básica (MUST Itaipu), de forma proporcional às suas quotas-
partes.
19. Para o cálculo dos encargos de Rede Básica Nodal e Fronteira, os MUSTs (Montantes de
Uso do Sistema de Transmissão) são obtidos no CUST - Contrato de Uso do Sistema de Transmissão,
celebrado entre o ONS, as concessionárias de transmissão e a distribuidora, disponibilizado no SACT –
Sistema de Acompanhamento dos Contratos de Transmissão, enquanto que as tarifas são fixadas pela
ANEEL por meio de Resolução Homologatória.
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21. O Custo de Conexão refere-se ao uso exclusivo, pelas distribuidoras, das Demais
Instalações de Transmissão (DIT) não integrantes da rede básica e pertencentes às transmissoras, para
conexão às instalações da rede básica de transmissão. Os valores desse custo são estabelecidos pela
ANEEL e têm reajuste anual concatenado com a data de reajuste das tarifas de fornecimento das
distribuidoras de energia elétrica.
22. Cabe esclarecer que a Receita Anual da Conexão de uso exclusivo referente às Demais
Instalações de Transmissão (DIT) presente na Resolução Homologatória do processo tarifário da
distribuidora pode diferir do custo de conexão repassado às tarifas e considerado na DRP.
23. A situação descrita acima pode ocorrer, pois de acordo com o que consta no § 12 do artigo
7º e § 3º do artigo 7º-A da Resolução Normativa nº 67/2004 e § 6º do artigo 4º-A da Resolução Normativa
nº 68/2004, os encargos de conexão associados às novas instalações de transmissão de uso exclusivo,
apesar de serem devidos pela distribuidora a partir da data de entrada em operação comercial dessas
instalações, só poderão ser considerados no cálculo da tarifa dos consumidores finais da concessionária
ou permissionária de distribuição a partir da respectiva prestação de serviço, sem efeitos retroativos.
24. Caso haja instalações de transmissão de uso exclusivo da distribuidora, autorizados com
RAP prévia e que entraram em operação comercial durante o Período de Referência, considera-se
adicionalmente para fins de cobertura tarifária dos custos associados a essas instalações, o período
compreendido entre a data de conexão da distribuidora na nova instalação e a data de aniversário da
concessionária de distribuição.
26. O Custo relativo ao Uso de Sistemas de Distribuição refere-se aos valores pagos pelas
concessionárias de distribuição a outras Distribuidoras, conforme Contrato de Uso do Sistema de
Distribuição – CUSD celebrado entre as partes, para acesso à rede de distribuição daquelas. A despesa é
calculada com base nos valores de demanda de potência, observando a Contratação Eficiente (montante
faturado contido no intervalo de 100% até 110% do MUSD contratado), multiplicados por tarifa
estabelecida pela ANEEL em resolução da distribuidora acessada.
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27. O cálculo dos custos de aquisição de energia obedece aos critérios estabelecidos no
contrato de concessão e nas normas setoriais, em especial à Lei nº 10.848/2004 e ao Decreto nº
5.163/2004.
29. Além disso, é considerado no cálculo o procedimento aprovado pelo Despacho nº 4.225,
de 10/12/2013, que estabelece que o custo de aquisição de energia seja obtido pela multiplicação da
energia requerida, líquida da energia do PROINFA, pela tarifa média dos contratos de compra de energia
vigentes na data da revisão.
• Contratos Bilaterais são contratos de livre negociação entre os agentes, dos quais fazem
parte: os contratos para atendimento do Sistema Interligado Nacional, realizados antes da
publicação da Lei nº 10.848/2004; os contratos firmados para o atendimento do Sistema
Isolado, realizados antes da Medida Provisória nº 466, de 29/07/2009; os contratos
firmados por meio de licitação realizada na modalidade de concorrência, conforme Decreto
n° 7.246, de 28 de julho de 2010; , os contratos de energia de Geração Distribuída
decorrente da desverticalização, conforme dispõe a Lei n.º 10.848, de 2004; os contratos
oriundos de licitação pública realizada por agentes de distribuição com mercado inferior a
500 GWh/ano;
• Leilões de Ajuste: são contratos realizados de acordo com o art. 26 do Decreto n° 5.163, de
2004, em decorrência de leilões específicos realizados pela ANEEL, direta ou
indiretamente, para contratações de ajuste pelas distribuidoras, com prazo de suprimento
de até dois anos, para complementação do montante de energia elétrica necessário para
o atendimento à totalidade de suas cargas.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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metodologia para o cálculo das cotas – parte encontra-se descrita no Submódulo 12,6 do
PRORET;
• Cotas de Angra I e II: refere-se à energia comercializada pelas centrais geradoras Angra I e
Angra II com as concessionárias de distribuição de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional – SIN adquirentes das suas respectivas cotas-partes; a metodologia para o cálculo
dos montantes encontra-se descrita no Submódulo 12,6 do PRORET;;
31. Com a finalidade de calcular o montante de energia que deve ser repassado às tarifas dos
consumidores, a ANEEL determina o nível máximo de perdas (técnicas e não técnicas na distribuição e na
Rede Básica) a ser admitido em função do mercado atendido pela distribuidora. A energia requerida é
definida como sendo o volume de energia elétrica e potência adquirida para o atendimento dos
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32. São denominadas perdas na distribuição o somatório de perdas técnicas e não técnicas no
sistema de distribuição de uma concessionária de energia. As perdas técnicas representam o montante
de energia elétrica dissipada no sistema de distribuição decorrente dos processos de transporte,
transformação de tensão e medição de energia elétrica; já as perdas não técnicas são aquelas apuradas
pela diferença entre as perdas totais na distribuição e as perdas técnicas, considerando, portanto, todas
as demais perdas, tais como fraude e furtos de energia, erros de medição, erros no processo de
faturamento, unidades consumidoras sem equipamento de medição, dentre outros.
33. Já as perdas na Rede Básica são definidas como aquelas externas à rede de distribuição da
concessionária, representando a energia dissipada no sistema de transmissão e nas Demais Instalações
de Transmissão de uso compartilhado em decorrência dos processos de transporte, transformação de
tensão e medição de energia elétrica23.
34. As perdas regulatórias na distribuição são definidas a cada revisão tarifária, enquanto as
perdas na Rede Básica são estimadas, todos os anos, em cada processo tarifário, utilizando-se os valores
contabilizados nos últimos 12 meses e informados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica –
CCEE, aí incluindo-se as perdas das DIT de uso compartilhado.
35. O Art. 36 do Decreto n° 5.163, de 30/7/2004, estabelece que a ANEEL autorize o repasse
dos custos de aquisição de energia elétrica previstos nos contratos de que tratam os artigos 15, 27 e 32
do mesmo Decreto, pelos agentes de distribuição às tarifas de seus consumidores finais, assegurando a
neutralidade no repasse dos custos de aquisição de energia elétrica.
36. O cálculo dos valores econômicos para a compra de energia na DRP obedece aos critérios
estabelecidos no contrato de concessão e nas normas setoriais, em especial a Lei nº 10.848/2004 e o
Decreto nº 5.163/2004.
23
De acordo com o § 2° do art. 8° da Resolução Normativa nº. 67, de 8/6/2004, com redação alterada pela Resolução Normativa nº. 210, de
13/2/2006, as perdas provenientes das DIT de uso compartilhado deverão ser atribuídas a cada acessante da referida instalação.
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37. Para o cálculo da despesa com energia elétrica comprada para revenda, elabora-se o
Balanço Energético da concessionária, que apura as sobras ou déficits 24 considerando o período de
referência em questão.
38. As sobras ou déficits são calculados a partir da diferença entre os totais de energia
contratada e de energia requerida, ambos relativos ao período de referência. A energia contratada
disponível corresponde ao somatório de CCEAR’s, Contratos de Leilão de Ajuste, Contratos Bilaterais,
Geração Própria, cotas de energia de Itaipu, do Proinfa, de Angra I e II, e das Usinas com Contratos
Renovados, e Contratos de Suprimento.
𝑅𝑅 +𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠+𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐵𝑎𝑛𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
𝑉𝑅𝐼 = × {∑𝐶 (𝜌𝑐 × 𝑅𝐼𝑐 )}
(1−𝐼𝐶𝑀𝑆−𝑃𝐼𝑆−𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆)
Onde:
𝑉𝑅𝐼 : valor a ser considerado de receitas irrecuperáveis;
𝑅𝑅: receita requerida (Parcela A + Parcela B), sem incluir os valores correspondentes à RI;
𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 : Componentes Financeiros das Tarifas de Distribuição, conforme definidos no PRORET
submódulo 4;
Receita de Bandeiras: receita faturada de bandeira tarifária nos últimos 12 meses;
𝜌𝑐 : participação da classe de consumo C na receita total verificada no ano teste;
𝑅𝐼𝑐 : percentual de receitas irrecuperáveis regulatórias, relativo à classe C, do grupo ao qual pertence à
empresa.
24As sobras ou déficits são calculados a partir da diferença entre os totais de energia contratada e de energia requerida, ambos relativos ao
período de referência.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Onde:
VPB0i: Valor da Parcela B, considerando as tarifas de aplicação vigentes e o mercado de referência;
TUSD fio B Vigente: Valor vigente econômico correspondente ao componente tarifário do Fio B;
Mercado Ref: Mercado de referência composto pelos montantes de energia elétrica e de demanda de
potência faturados no Período de Referência;
Período de Referência: 12 (doze) meses anteriores ao mês do reajuste tarifário anual ou revisão tarifária
periódica em processamento, quando for o caso;
VPB1i :Valor da Parcela B econômico na data do reajuste em processamento;
Fator 𝑷𝒃 𝒊−𝟏 : Fator de recomposição da Parcela B integral, que retira os valores de Receita Irrecuperável e
inclui os valores de OR, UD e ER da Receita Fio B que foram contemplados no processo tarifário anterior,
ORDR1: Valores de Outras Receitas apurados no período de referência, atualizados conforme o Submódulo
2.7A; e
UD, ERDR1: Valores de Ultrapassagem de Demanda e Excedente de Reativos, apurados entre a Data
Referência de Alteração Contratual e DR1, atualizados conforme o Submódulo 2.1A.
42. Portanto, são necessários ajustes na Receia Fio B (VPB0), de modo a retirar os efeitos da
presença do componente Receitas Irrecuperáveis (RI) na Parcela B e isolar os efeitos das parcelas
correspondentes a Outras Receitas (OR), Ultrapassagem de Demanda (UD) e Excedente de Reativos (ER),
que são apurados considerando o que for efetivamente realizado.
43. Assim, para fazer os ajustes relacionados acima na Receita Fio B (VPB0), aplica-se o Fator
Pb i−1, definido como:
Onde,
VPBRi-1: Valor da Parcela B de aplicação, calculada no último processo tarifário; e
OR, UD, ERi-1: Valores de Outras receitas, Ultrapassagem de Demanda e Excedente de Reativos, apurados
no último processo tarifário.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fator X = Pd + Q + T
onde:
Pd = Ganhos de produtividade da atividade de distribuição;
Q = Qualidade do serviço; e
T = Trajetória de custos operacionais.
47. Por fim, o valor da componente Q é resultado da qualidade dos serviços técnicos e
comerciais prestados por cada distribuidora aos seus consumidores. Seu cálculo leva em conta a variação
de sete indicadores, técnicos e comerciais, e o atendimento aos padrões de qualidade estabelecidos pela
ANEEL.
48. Os componentes tarifários financeiros não fazem parte da base tarifária econômica e se
referem a valores a serem pagos ou recebidos pelos consumidores em cada período de 12 meses
subsequentes aos reajustes ou revisões tarifárias, em função de obrigações legais e regulamentares
impostas às distribuidoras. Descrições detalhadas e formas de cálculo encontram-se nos Submódulos 4.1,
4.2A, 4.3 e 4.4A do PRORET26.
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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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• Os valores da CVA do 5º dia útil anterior à data do reajuste tarifário anual são atualizados
pela Selic27.
• Em observância ao Submódulo 4.2A e 6.8 do PRORET, na apuração da CVA ENERGIA e na
CVAESS/ERR, é efetuada a reversão da receita decorrente da aplicação dos adicionais das
Bandeiras Tarifárias Vermelha e os repasses da Conta Centralizadora dos Recursos de
Bandeiras Tarifárias alocada para a concessionária, evitando aumento adicional.
• Ressalta-se que dados considerados no cálculo já foram fiscalizados pela Superintendência
de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF/ANEEL. Para a fiscalização, foi utilizado banco
de dados corporativo para receber os dados de pagamento associados ao cálculo do saldo
de CVA e das garantias financeiras dos contratos de compra de energia.
A SFF/ANEEL recomenda que a SGT/ANEEL não utilize dados que não estejam salvos no
citado banco. Solicita ainda que oriente as empresas, caso necessário, a reenviar ou
retificar os dados sempre para o banco de pagamentos via Dutonet.
50. Os adicionais de bandeiras tarifárias são definidos pela ANEEL anualmente conforme
previsão das variações relativas aos custos de geração por fonte termelétrica e à exposição aos preços de
27 Em conformidade com os §§ 2° e 3° do Art. 3° da Portaria Interministerial MF/MME n° 25, de 24 de janeiro de 2002, e os §§ 1° e 2º do Art.
6° da Resolução n° 89, de 18 de fevereiro de 2002, os valores das CVA até o 5º (quinto) dia útil anterior à data do reajuste tarifário são
atualizados pela aplicação da menor taxa obtida na comparação entre a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos públicos federais e a projeção de variação indicada no mercado futuro da taxa
média de depósitos interfinanceiros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros para o prazo de 12 meses, ambos referentes aos 30 dias
anteriores à data do reajuste.
28 http://www2.aneel.gov.br/cedoc/aren2016703_Proret_Submod_4_3_V0.pdf
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liquidação no mercado de curto prazo que afetem os agentes de distribuição de energia elétrica
conectados ao Sistema Interligado Nacional – SIN.
51. Os recursos provenientes da aplicação das bandeiras tarifárias pelas distribuidoras são
revertidos à Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias – Conta Bandeiras, a qual foi criada
pelo Decreto nº 8.401/2015 e regulamentada por meio do Submódulo 6.8 do PRORET.
52. Uma vez arrecadados na Conta Bandeiras, os recursos são repassados às distribuidoras,
considerando os custos efetivamente realizados de geração por fonte termelétrica e de exposição aos
preços de liquidação no mercado de curto prazo e a respectiva cobertura tarifária vigente.
54. Nos termos do inciso VII do artigo 13º da Lei nº 10.438/2002, e conforme dispõe o Decreto
nº 7.891/2013, a CDE, além de suas demais finalidades, deve custear descontos incidentes sobre as tarifas
aplicáveis aos: geradores e consumidores de fonte incentivada; serviço de irrigação e aquicultura em
horário especial; serviço público de água esgoto e saneamento; distribuidoras com mercado próprio
inferior a 500 GWh/ano; classe rural; subclasse cooperativa de eletrificação rural e; serviço público de
irrigação.
56. Desde meados de 2015, uma grande quantidade de agentes do setor elétrico vem
ajuizando ações judiciais com o objetivo de desobrigá-los do pagamento de parcelas consideradas
controversas no orçamento anual da CDE.
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57. Com o aumento substancial de processos judiciais contestando o encargo da CDE, visando
uma simplificação operacional benéfica tanto para a ANEEL quanto para as distribuidoras , a Diretoria da
ANEEL decidiu por meio da Resolução Homologatória nº 2.083/201629, de 14 de junho de 2016, publicar
as tarifas com os efeitos das liminares e a lista de consumidores beneficiados, de tal forma que as
distribuidoras realizem o faturamento do encargo da CDE considerando as novas tarifas publicadas, com
vigência da decisão judicial até quando perdurar os seus efeitos.
58. Ou seja, as distribuidoras recolherão mensalmente à CCEE, atual gestora da Conta CDE, as
cotas da CDE fixadas pela ANEEL descontado o efeito mensal das liminares, relativos à mesma
competência, e observando a diferenciação entre CDE – USO e CDE – ENERGIA, dando ciência à CCEE
sobre as glosas realizadas.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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1. O saldo da CVA consiste no resultado da apuração das variações dos valores dos itens da
Parcela A (encargos setoriais, transporte e compra de energia) que ocorrem no período entre os eventos
tarifários, sendo calculado conforme os procedimentos definidos no Submódulo 4.2 A do PRORET 30. No
reajuste tarifário em processamento, foram obtidos os seguintes resultados:
* O saldo da CVA em processamento é resultado da atualização dos valores da CVA do 5º dia útil anterior à data do reajuste
tarifário anual pela Selic projetada de 1,90%. A diferença entre a Selic projetada e realizada será capturada na apuração da
CVA saldo a compensar no processo tarifário.
30 Conforme definido no Submódulo 4.2 do PRORET, o saldo da CVA é apurado pela aplicação dos Método 1, 2 e 3. Pela aplicação do
Método 1, é apurada a diferença entre a cobertura concedida em reais e os custos realizados. Já pelo Método 2, é apurada a diferença entre
o preço praticado e a tarifa média de cobertura concedida no processo tarifário. Já pelo Método 3, são repassados os custos cuja cobertura
tarifária já foi retirada pelo Método 1 ou 2.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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3. Destaca-se aqui que os pagamentos de Rede Básica relativos à CVA de 2019, que estavam
sem a aprovação da SFF/ANEEL conforme Memorando nº 384/2019-SFF/ANEEL, não puderam ser
validados neste processo tarifário uma vez que as inconsistências não foram sanadas.
5. Destaca-se que as bandeiras tarifárias contribuíram com 3,97% de redução no reajuste das
tarifas.
6. A seguir serão detalhados a apuração do saldo da CVA cujos impactos foram significativos
no processo tarifário e/ou pontos específicos da CVA em questão.
ESS/EER
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R$0
Milhões
R$0
R$0
R$0
R$0
R$0
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set-19 out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20
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Milhões
R$2
R$1
R$1
R$1
R$1
R$1
R$0
R$0
R$0
set-19 out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20
Tabela I.3 – Comparativo dos valores totais de cobertura e pagamento de ESS e EER
Compra de Energia
10. A tabela a seguir apresenta a participação dos tipos de contratos no portfólio de compra
de energia da distribuidora.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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11. O gráfico a seguir apresenta a formação do saldo da CVA Energia apurada pela aplicação
do Método 2. As barras representam o comparativo entre a tarifa média de cobertura tarifária concedida
e o preço realizado (sem os efeitos dos custos apurados pelo Método 3). Já a área em cinza representa o
saldo acumulado da CVA Energia ao longo do período de apuração.
Milhões
1.200 8
1.041
7
1.000
6
800
5
600 4
3
400
2
153 156153 159153 156153 154160 161160 155160 164160 163160 161160 159160 162160 171160
200
1
0 -
ago-19 set-19 out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20
Saldo Acumulado Preço Médio Tarifa de Cobertura
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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12. A Tabela I.5 apresenta os custos de compra de energia apurados por meio do Método 3,
cujos valores são liquidados na CCEE. Já a Tabela I.6 apresenta os deltas, dos itens da Energia apurados
pelo Método 3, decorrentes das recontabilizações da CCEE.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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13. O gráfico a seguir apresenta o comparativo entre o preço médio dos contratos de compra
de energia, por modalidade, considerando os custos apurados por meio dos Métodos 2 e 3, e a cobertura
tarifária econômica concedida.
350
300
250
200
150
100
50
0
-50 CCEAR-Q CCEAR-D CCEN BILATERAL CCGF MCSD EN
14. O impacto da CVA Energia no índice de reajuste de 13,53% pode ser segregado para cada
tipo de contrato, observando a respectiva cobertura concedida no processo tarifários e alocação da
receita de bandeiras destinada para a cobertura dos custos do Efeito Disponibilidade dos CCEAR-D, Risco
Hidrológico de Itaipu, Risco Hidrológico de CCGF e Risco Hidrológico das Usinas Repactuadas, conforme
custos apurados no âmbito da Conta Bandeiras. Os resultados estão detalhados no gráfico a seguir a
seguir.
Gráfico I.6 – Impacto da CVA Energia no processo tarifário por modalidade de compra de energia
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Tabela I.7 – Impacto da CVA Energia no processo tarifário por modalidade de compra de energia,
segregado em Método 2 e 3
16. Do impacto de 13,53% da CVA de Energia, 9,05% refere-se ao MCSD EN. Conforme
Despacho nº 2.915/2020, dos créditos referentes à Conta-Covid da distribuidora no total de R$
93.304.544,01, R$ 60.631.004,34 foram cedidos para o pagamento do parcelamento de débitos da
empresa MCSD EN frente a sua situação de inadimplência. Tal pagamento foi considerado na CVA, que
descontadas as despesas de juros e multa devido ao inadimplemento, de R$ 16.122.857,43, resultou em
valor líquido de R$ 44.626.052,29, com impacto de 8,17% no efeito tarifário.
17. Já em relação ao impacto de 4,53% dos custos apurados pelo Método 3 da CVA, 3,91%
refere-se ao Risco Hidrológico de Cotas e Repactuadas, que deve ser analisado em conjunto com os
resultados da Conta Bandeiras.
Glosa de Energia
18. Tendo em vista que a distribuidora apresentou, para o período em questão, uma carga real
superior à energia requerida regulatória, houve aplicação do ajuste da glosa de energia.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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• O resultado das compras e vendas de energia no mercado de curto prazo para a distribuidora entre
01/09/2019 e 01/08/2020, com base em dados fornecidos pela CCEE, foi calculado em R$ -1.970.285,42 a
preços de novembro/2020.
• Em função das recontabilizações de carga e montante contratuais, foi apurado um ajuste de R$ 1.275.546,91
para as competências a partir de janeiro de 2015, a preços de novembro/2020.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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21. A interligação plena do sistema Amapá ao SIN foi atestada a partir de 1º de agosto de 2015
mediante Despacho nº 2.411/ 2015, de forma que todo o custo da distribuidora no mercado de curto
prazo até 31 de dezembro de 2018 é objeto de ressarcimento pela CCC.
23. Com base nas regras de repasse citadas acima, R$ 1.261.423,17 devem ser repassados à
CEA pela CCC pois se referem a recontabilizações de competências até dezembro de 2018. Já o valor de –
R$ 1.956.161,68 deve ser considerado no processo tarifário como componente financeiro por se tratar de
receita cujas competências são posteriores a janeiro de 2019.
100
80
60
40
20
0
out-19 nov-19 dez-19 jan-20 fev-20 mar-20 abr-20 mai-20 jun-20 jul-20 ago-20
25. O Gráfico a seguir apresenta o comparativo entre o Preço Médio dos Contratos de Compra
de Energia e o valor do PLD percebido pela distribuidora, bem como o resultado financeiro no mercado
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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de curto prazo31 dado a diferença entre esses preços e a posição contratual da distribuidora, descrita no
gráfico anterior.
3 350
R$ MILHÕES
R$/MWH
2 300
R$ 2,5 250
1
R$ 1,5
R$ 0,6 R$ 0,6 200
0 R$ 0,2 R$ 0,2
-R$ 0,4 -R$ 0,5 -R$ 0,6 150
-R$ 1,3
-1
-R$ 2,6 100
-2 50
-3 0
out/19 nov/19 dez/19 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20
Conta Bandeira
26. Por fim, para o monitoramento da adequabilidade das coberturas concedidas para os
custos de CCEAR-D e os riscos hidrológicos de CCGF, Itaipu e Usinas Repactuadas, deve-se observar as
previsões de risco hidrológico consideradas no processo tarifário como componente financeiro. Também
devem ser considerados os saldos positivos nas rubricas “Resultado MCP” e “ESS” da Conta Bandeira, pois
pela sistemática de apuração dos repasses da conta, resultados positivos desses itens de custos são
considerados como cobertura para os custos de CCEAR-D e risco hidrológico. Desta forma, a tabela a
seguir apresenta o resultado dessa comparação.
31Embora o procedimento de apuração do resultado financeiro do MCP, para fins de repasse tarifário, seja obtido com base na diferença
entre PLD e tarifa média de cobertura (uma vez que a CVA já captura o efeito da diferença entre preço e tarifa média), o custo ou receita
decorrente das compras e vendas no MCP se dá pela diferença entre o PLD e o Preço Médio dos contratos (Pmix).
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Tabela I.9 – Impacto dos custos de CCEAR-D e do Risco Hidrológico após o desconto da previsão de
risco hidrológico considerada no processo tarifários e de saldos positivos na Conta Bandeira
27. Pode-se concluir, que após o desconto da previsão de risco hidrológico considerada no
processo tarifários e de saldos positivos do resultado de MCP e ESS (ESS + CONER) na Conta Bandeira, o
impacto dos custos não cobertos de CCEAR-D e risco hidrológico de CCGF, Itaipu e Usinas Repactuadas foi
de -2,17%.
28. Nesse sentido, a tabela a seguir apresenta o impacto de cada modalidade contratual, já
descontada a reversão da previsão do risco hidrológico e da alocação das receitas de MCP e ESS/CONER,
chegando a um percentual líquido de 9,62%32.
32 A receita de MCP e ESS é limitada até cobrir os custos de CCEAR-D e do Risco Hidrológico de CCGF, Itaipu e Usinas Repactuadas.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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29. Cabe aqui ressalvar que o resultado do MCP considerado para fins de apuração dos
impactos de CCEAR-D e Risco Hidrológico não contempla o limite de repasse da sobrecontratação, de
forma que parte desse resultado poderá ser repassado à distribuidora quando homologado o limite de
sobrecontratação involuntária para o período. Para o período de setembro de 2019 a agosto de 2020, a
distribuidora está exposta em 4,55% em relação à carga real.
30. A Nota Técnica nº 253/2018 destacou a necessidade de ajustes a serem realizados em CVA
anteriores com objetivo de corrigir eventuais divergências nos valores reconhecidos para a energia
contratada da UHE Coaracy Nunes a título de Parcela A nos processos tarifários de 2013 e 2014:
“Cabe aqui ressaltar que a Diretoria Colegiada determinou, mediante item ii do Despacho nº
4278/2017, no âmbito do processo 48500.003921/2016-95, que a SGT avaliasse ajustes nos
processos tarifários de 2013 e 2014 da CEA:
ii) Determinar à Superintendência de Gestão Tarifária – SGT que avalie os processos tarifários da
CEA dos anos de 2013 e 2014 e promova, no que couber, os ajustes necessários no processo
tarifário subsequente com o objetivo de corrigir eventuais divergências nos valores reconhecidos
para a energia contratada da UHE Coaracy Nunes a título de Parcela A;
Da análise da SGT, a determinação está associada à necessidade de recálculo de CVA da CEA das
competências de janeiro de 2013 a dezembro de 2014 – período em que a empresa recebeu
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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cobertura tarifária para a energia da UHE Coaracy Nunes valorada ao ACRmédio, mesmo a partir
da alteração da concessão da usina para o regime de cotas de garantia física, nos termos da Lei
12.783/2012.
Dessa forma, a energia da UHE Coaracy Nunes, parte do contrato bilateral da Eletronorte com a
CEA, deveria ser repassada às tarifas pelo preço do regime de cotas e não mais considerada para
fins de cálculo do reembolso da CCC desde janeiro de 2013, competência a partir da qual a UHE
Coaracy Nunes passou a ser considerada no regime de cotas de garantia física. Em uma avaliação
preliminar da SGT, o ajuste representa uma reversão para a modicidade tarifária da ordem de 200
milhões de reais a valores de novembro de 2018.
Ocorre que, para separação da energia da UHE do restante do contrato com a Eletronorte, são
necessários os montantes gerados por aquela usina, integralmente destinados à CEA. Conforme
voto do Diretor Tiago de Barros Correia, o reprocessamento da CCC no período de 2009 a 2016 está
sendo realizado pelas áreas de fiscalização da ANEEL e definirá os montantes associados à geração
térmica e à UHE Coaracy Nunes, no âmbito do contrato bilateral com a Eletronorte.
Nesse sentido, SGT e SFF entenderam que seria prudente aguardar o término do processo de
fiscalização da CCC da CEA para que fossem realizados os ajustes necessários na CVA de 2019 da
empresa.”
31. Conforme consta da Nota Técnica nº 215/2019-SGT/ANEEL, o ajuste não pode ser realizado
novamente no processo tarifário de 2019, em virtude do prosseguimento da fiscalização dos benefícios
recebidos da CCC pela distribuidora (Processo nº 48500.000024/2017).
34. Assim, as CVAs de 2013 e 2015 foram revisitas no sentido de identificar o repasse do custo
da UHE Coaracy Nunes ao valor do ACR Médio e substituir pelo valor pago por meio da cota de CCGF.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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35. Com base nessas informações, as CVAs Energia de 2013 à 2015 da CEA foram recalculadas
chegando ao delta descrito na Tabela a seguir, o qual deve ser considerado como componente financeiro
no processo tarifário.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Tabela I.12 – Apuração do Ajuste das CVAs relativo à UHE Coaracy Nunes
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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