CENTRO CCPI
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANAS
São Luís
2022
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Informações do bolsista
Nome: Erik Bruno Monteiro Costa
Telefone: (98) 984656564
E-mail: erik.bruno@discente.ufma.br
Informações da Instituição/Departamento
Nome: UFMA/CCPI/Curso de Licenciatura em Ciências Humanas
Endereço: Estrada Pinheiro/Pacas, Km 10, s/n, Enseada. Pinheiro-MA. CEP: 65200-
000
Telefone: 3272-9780
E-mail: diretoria.campuspinheiro@ufma.br
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RESUMO
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................5
2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................7
3 OBJETIVOS..............................................................................................................9
3.1 Objetivo Geral........................................................................................................9
3.2 Objetivos Específicos.............................................................................................9
4 METODOLOGIA.....................................................................................................10
5 RESULTADOS........................................................................................................12
6 CONCLUSÕES.......................................................................................................17
REFERÊNCIAS..........................................................................................................18
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1 INTRODUÇÃO
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O casamento, salvo casos excepcionais, deveria ser realizado
na Igreja e na presença do sacerdote. O registro do ato,
também feito em livro especial, deveria conter: a data do
casamento, o nome de cada cônjuge e sua filiação, residência,
naturalidade, além dos nomes dos padrinhos, com suas
residências e naturalidades e a assinatura do sacerdote
(MARCÍLIO, 2004, p. 14).
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2 JUSTIFICATIVA
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destaque para o Maranhão Colonial. Nessa perspectiva, todas essas relações
interétnicas ou não, nas sociedades com certa influência católica, eram legitimadas
graças as cerimônias de casamento (MONCORVO, 2008) que por sua vez, eram
registradas pelos documentos matrimoniais.
Além disso, as famílias daquela época se configuravam em redes de relações
que eram dadas a partir do matrimônio entre pessoas do mesmo nicho
socioeconômico, pensando na possibilidade de ascensão social em casos de
casamentos entre indivíduos com distintos status sociais. Cabendo ressaltar também,
uma rede de proteção, no que se refere ao amparo de famílias advindas de
concubinatos, isto é, quando o patriarca que tinha outra família ilegítima deixava-a aos
cuidados de outrem, enquanto cuidava da sua Família legítima (SANTIROCCHI,
2012).
Atrelado a tudo isso, nota-se uma carência da propagação de conhecimento a
respeito da História maranhense ao longo do século XIX. Nesse sentido, o projeto
também se justifica ao tornar os registros paroquiais principais fontes da potencial
“reconstituição” da sociedade oitentista de Alcântara, através do cruzamento de dados
encontrados nos manuscritos eclesiásticos com outras fontes do referido período.
Assim, esses assentos de casamento designam variados tipos de conexões
interpessoais, a saber: políticas, religiosas, econômicas e etc.
Dessa forma, a compressão de todos esses fatores típicos de sociedades
brasileiras do oitocentos, nesse caso, maranhense, é fundamental para se pensar
tanto as dinâmicas paroquiais quanto a função social de seus registros (sem perder
de vista o valor religioso que tudo isso representa), no sentido de desenvolver
reflexões pertinentes à História Social do Brasil/Maranhão/Baixada
Maranhense/Alcântara naquele período.
Para tanto, a presente pesquisa realizada para cumprir o plano de trabalho do
PIBIC 2021-22, buscou analisar as relações sociais definidas por vínculos
matrimoniais, dando ênfase na filiação dos noivos e o sistema de proteção que
realizam inferências sobre eles dentro da sociedade alcantarense, e comparando com
pesquisas passadas para consolidar e reafirmar os fatos analisados. A posteriori,
essas informações foram submetidas na planilha de Excel do projeto para fins de
conservação desses dados importantes para futuras pesquisas, como estudos
demográficos, por exemplo (FRAGOSO, 2014).
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3 OBJETIVOS
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4 METODOLOGIA
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Para isso, os livros de registros são analisados, escaneados e transcritos
individualmente; inteiro ou de forma parcial, dependendo do seu tamanho e/ou de seu
grau de conservação, visto que alguns desses livros estão em alguma medida
danificados pelo tempo. Após isso, essas informações além de irem a planilha Excel
para compor o banco de dados, vão também para outras tabelas destinadas a análises
reduzidas, criadas de acordo com a necessidade de cada bolsista/voluntário em
relação ao seu eixo temático específico.
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5 RESULTADO
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Em pesquisas passadas e atreladas a este projeto, foram montadas tabelas
com um recorte de 90 registros, dando ênfase nas filiações. Dessa forma, com o intuito
de atualizar os resultados, foram acrescentados mais 50 dados, contabilizando 140
registros. Abaixo pode-se notar as tabelas 1 e 2 com a distribuição quantitativa dos
filhos legítimos, naturais ou os casos onde não há referência ou estão ilegíveis.
Legítimo 73
Natural 39
Sem referência 19
Ilegível 06
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Observe a transcrição dos registro de casamento dos cônjuges Francisco
Marianno Pereira d’Abreu e Maria da Soledade Alves de Gosmão:
Aos oito dias do mês de junho de mil oitocentos e quarenta e oito, de
manhã, na Capela de Santa Anna que serve interinamente de Mathris,
nesta freguesia de Santo e Almas, feitas as denunciações na forma do
Sagrado Concílio Tridentino nesta Igreja onde os Contratantes são
naturais e Parochiannos, tendo sentença da Comarca Eclesiástica que
me foi apresentada, e fica em meu puder, em presença de mim
Saturnino Alexandrino Alves de Mello, Vigário Collado desta Igreja, e
sendo testemunhas presentes Francisco Marianno Pereira d’Abreu,
Manoel Caetano Pereira d’Abreu, Senhorinha Rosa Ferreira e Maria
Joaquina Pereira, fregueses conhecidos, se casarão em fau da Igreja,
Solenemente por palavras Francisco Marianno Pereira d’Abreu,
filho legítimo de Pedro Alexandre Pereira d’Abreu e Ana Balbina
Ferreira com Maria da Soledade Alves de Gosmão, filha legítima
de Demetrio Dias Alves de Gosmão e Gregoria da Conceição
Ferreira, ambos já falecidos, e os Contratuentes fregueses desta
Parochia [...] (1827-1868), flv.260) (Grifos nossos).
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vínculos familiares foram mantidos entre parentes próximos e/ou agregados da
mesma classe social.
Outro ponto digno de nota pertinente à sociedade em análise, são os títulos ou
ocupações das pessoas influentes daquele período. Nos registros pode-se constatar
alguns deles que aparecem, sobretudo, nas figuras das testemunhas dos casamentos.
Tenente 04
Major 04
Donas 06
Capitão 09
Alferes 12
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Faz-se mister salientar também que houveram outras atividades em parceria
com os demais membros de outros projetos que englobam o grupo de pesquisa, uma
de caráter voluntário e outra para fins de divulgação.
A primeira ocorreu na Diocese de Pinheiro, onde se encontram setenta e nove
livros distribuídos entre assentos de óbitos, batismos, e casamentos – cinquenta e três
de batismo, treze de óbitos e treze de casamento. Embora a grande quantidade de
registros que correspondem aos séculos XVIII e XIX (ou seja, em torno de 200 anos
de documentos acumulados), uma boa parcela desses assentos se encontram em
condições deterioradas, tornando inviável seu manuseio sem causar grandes
danificações. Assim, o nosso alvo foram aqueles outros documentos que ainda se
encontram conservados, visto que o grau de conversação interfere demasiadamente
no processo de transcrição.
Dessa forma, escaneamos cerca de cinquenta registros paroquiais de várias
cidades maranhenses como Pinheiro, Alcântara, Guimarães, Cururupu, São Bento e
Santa Helena, e posteriormente salvamos as imagens na plataforma do Google Drive,
além de embalar o material – os documentos mais danificados que não puderam ser
digitalizados foram apenas embalados. Todo esse processo foi realizado com o intuito
de preservar tais documentações de grande importância histórica, visto seus
potenciais para fornecer dados para inúmeras propostas de pesquisa.
A segunda atividade se deu com a elaboração do podcast intitulado “Um Bispo
Contra o Império: D. Frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré”, de roteiro da bolsista
Maria de Fátima Cabral e do professor orientador deste projeto, Dr. Ítalo Domingos
Santirocchi, e também contou com a participação de renomados professores
pesquisadores desse assunto, a saber, o Dr. Roni César Andrade de Araújo e o Dr.
Marcelo Cheche.
Dessa maneira, o podcast pretendeu apresentar a polêmica figura D. Frei
Joaquim de Nazaré, bispo da diocese e presidente da Junta Governativa do
Maranhão. Durante o contexto da Independência do Brasil, ele esteve à frente do
movimento que se manteve fiel às Cortes de Lisboa e que não se submeteu a
autoridade de D. Pedro I.
É válido destacar que tal podcast concorreu e conquistou em primeiro lugar o
concurso de mídias digitais do Congresso Internacional Independências do Brasil,
realizado pela Associação Nacional de História (ANPUH), pela Sociedade Brasileira
de Estudos do Oitocentos (SEO) e pelo Portal do Bicentenário.
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6 CONCLUSÃO.
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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIA MANUSCRITA
LIVRO DE CASAMENTO DA PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO E ALMAS (1827-
1868).
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ANEXO I
PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO DOCUMENTAL
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Fonte: o autor, 2022.
ANEXO II
LIVRO DE CASAMENTOS DE ALCANTARA (1827-68) ANALISADO NESTE
RELATÓRIO.
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Fonte: Arquivos de pesquisa.
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