CENTRO UNIVERSITÁRIO CAMPO REAL - UB

Colegiado de Psicologia
Disciplina: Habilidades em Comunicação na Atuação do(a) Psicólogo(a)
Docente: Ana Bela dos Santos
Data de Entrega: Data da Prova Bimestral da Disciplina de Habilidades em Comunicação na Atuação do(a) Psicólogo(a).
Discente: Mariana Isabel Batista
Referência: Cartas à um Jovem Terapeuta, Contardo Calligaris.

APS
Fichamento (mínimo 3 pgs, não há máximo)

Autores presentes
Página Citação Comentários, ideias e associações sobre o texto
na citação

“A importância da confiança para que as curas funcionem

vale provavelmente para todas as profissões da saúde. E
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vale mais ainda no caso da psicoterapia.”
Uma psicoterapia eficaz depende não apenas do
Contardo psicoterapeuta, mas principalmente do paciente,
afinal, não existe terapia sem o mesmo. O paciente
Calligaris tem que querer e estar disposto a participar
inteiramente da terapia.

“De fato, pela experiência acumulada, pelo talento e pela

capacidade de inspirar confiança, eles são, em geral,
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ótimos terapeutas no começo das curas. Mas os Contardo Não é certo deixar pessoas completamente
tratamentos que dirigem duram para sempre, transformam-
se em dependências químicas.” Calligaris dependentes de remédios para “manter a sanidade”

9 “Um gosto pronunciado pela palavra e um carinho

espontâneo pelas pessoas, por diferentes que sejam de Contardo Espontâneo, acho que essa é a palavra que me
chamou mais atenção. Ouvir e (realmente) prestar

você.”
“Uma extrema curiosidade pela variedade da experiência
humana com o mínimo possível de preconceito. Você pode
ter crenças e convicções. Aliás, é ótimo que as tenha, mas,
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se essas convicções acarretam aprovação ou desaprovação
morais preconcebidas das condutas humanas, sua chance
de ser um bom psicoterapeuta é muito reduzida, para não
dizer nula.”
“Encaminhe para outro terapeuta que talvez tenha limites
diferentes”
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“Nesses momentos (que, acredite, serão frequentes) será
bom lembrar que você sabe mesmo (e não só pelos livros)
que sua prática adianta. Sabe porque a prática que você
propõe a seus pacientes já curou ao menos um: você”
atenção no que a pessoa diz, não se esquivar do
sujeito e não ter aquele primeiro momento de
‘desaprovação’ é algo mais raro hoje, chegamos
Calligaris num ponto onde não percebemos mais o outro,
quando o preconceito é quase automático. Não
somos melhores do que ninguém apenas por
estarmos em lugares diferentes.
Não é certo tentarmos aplicar nossas convicções na
vida dos pacientes. Na terapia temos que estar livre
de qualquer formação de ‘certo’ e ‘errado’ que
Contardo temos em nossa vida pessoal, até porque o que é
Calligaris considerado errado pra uma pessoa pode ser
considerado certo para outras. Nossas convicções,
vida pessoal, gostos, etc, devem ficar do lado de fora
do ambiente terapêutico.
Mesmo deixando a vida pessoal de lado, algumas
coisas estão tão inseridas em nós que se torna
Contardo impossível lidar com algumas coisas. Encaminhar
Calligaris um paciente é como ganhar um livro que ao ler a
sinopse já percebeu que não ‘aguentaria’ ler, e
assim, dá o livro para outra pessoa.
Contardo Como foi dito isso em aula, sobre fazermos terapia
desde o curso de Psicologia e inclusive depois de
Calligaris formados (as), afinal, se nem nós acreditarmos na
eficácia da psicoterapia, como iremos ‘convencer o
outro a acreditar?’
 “E eu? Qual é meu limite? Há só um que me pareça
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evidente: são aqueles sujeitos que conseguem se autorizar
a cometer pequenos ou grandes horrores participando de
aventuras coletivas que os absolvem de antemão.”
“Mais comum do que o gosto pelas janelas iluminadas, a
paixão pela literatura é, geralmente, sinal do mesmo
17 carinho e da mesma aceitação diante da variedade das
vidas . Detalhe: o amor pela literatura pode ser,
indiferentemente, amor pelos autores de cordel ou pelos
clássicos , mas é sempre amor por muitos livros. Como
dizi a Santo Tomás (apenas modificado): “Temo o
psicoterapeuta de um livro só”.
“A escolha de um terapeuta é sempre guiada por razões
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um pouco mais complexas e reveladoras do que o
próprio paciente imagina.”
21 “Como os caminhos pelos quais um paciente coloca sua
confiança num terapeuta são
muitos, se não são inúmeros, o mais simples talvez seja
Todos nós temos nossos limites, cabe a nós
Contardo descobrirmos qual é e lidar da forma mais
Calligaris profissional com o mesmo, bem provavelmente
encaminhando o paciente para outro psicoterapeuta.
Nem sempre lemos as estórias em que somos
parecidos com os personagens, na verdade, a imensa
maioria deles vai ter personalidades, convicções e
maneiras diferentes das nossas, porém mesmo assim
Santo Tomás continuamos lendo o livro. Assim funciona com os
pacientes, não podemos querer atender apenas
pessoas que tem problemas convenientes e
considerados ‘normais’ para nós. Nossos pacientes
serão diferentes uns dos outros.
Contardo Quando o paciente nós escolhe, não é porque ele ‘foi
com a nossa cara’ e sim por coisas mais complexas,
Calligaris que durante a terapia ficarão mais claras.
Contardo Não precisamos querer dar uma ‘boa’ primeira
opção, não precisamos nos encaixar no esteriótipo
que a sociedade tem sobre o psicoterapeuta.
 que nos contentemos em ser nós
mesmos (não é preciso desarrumar colchas e deixar
baganas nos cinzeiros).”

Calligaris

“seria bom que guardássemos sempre alguns elementos

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do espírito do debutante:
a curiosidade, a vontade de escutar e, por que não, o
Contardo Tentar nunca perder a essência, não podemos
calor de quem, a cada vez, acha
extraordinário que alguém lhe faça confiança.”
Calligaris desanimar com o tempo

“o paciente que melhorar por amor a seu terapeuta

nunca se afastará dele, pois parar de amar seria para Contardo Como já discutido em sala em outras disciplinas, o
mais correto a fazer é trabalhar essa dependência e
22/23 ele largar a razão pela qual se curou, ou seja,
voltar a sofrer como antes ou mais ainda.” Calligaris paixão dentro da terapia

“O terapeuta não é quem o paciente imagina” É impossível fugirmos de todo o estereótipo que
23 Contardo cerca nossa vida profissional, e ainda, nesse caso que
Calligaris Calligaris fala sobre a paixão do (a) paciente para o
(a) terapeuta, torna-se mais claro que o paciente
 idealizou algo no terapeuta que não é real.

“Nessa altura, você já sabe que psicanálise (e a mesma

coisa vale para qualquer psicoterapia) não tem, nem
quer ter, uma noção preestabelecida de normalidade”
Não adotamos noções de normal/anormal, de
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Página
Contardo certo/errado, etc, pois o que pode ser considerado
Página Calligaris correto e normal para mim, pode ser errado e
anormal para o outro.
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Página
“Ou seja, é preciso não ser feliz para correr atrás da
Contardo Não vale a penaa correr atrás de algo que já temos, é
felicidade e seus substitutos.” Calligaris uma corrida desesperadora inútil.

“contribuir ao exercício e à doutrina da psicanálise

parecia mais importante do que curar pacientes”
Contardo É sobre criar laços não somente com o paciente, mas
nesse caso (e temo que seja assim já) principalmente
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Calligaris com os demais profissionais da área.

“Seu primeiro compromisso é com as pessoas que

confiam em você e trazem para o seu consultório uma Contardo Apesar de tudo, temos que lembrar o motivo pelo
qual ficamos tantos anos na academia, temos um
queixa que pede para ser escutada, e por que não, compromisso para além do paciente e da sociente,
 resolvida. Ou, mais geralmente, seu primeiro
compromisso é com a comunidade a qual você presta
serviços. E o compromisso é de prestar o melhor
serviço possível.”

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Calligaris temos um compromisso com nossa própria moral.

“enunciar a regra deve servir para autorizar o paciente

Os pacientes não são nossa marionetes, como já dito
a falar, não para obriga-lo a falar do que você quer
ouvir”
Contardo em sala de aula, não há uma receita de bolo para a

48 Calligaris terapia, que em sua maioria, flui de forma

completamente de paciente para paciente.

“Bom, seja como for, melhor não dormir” Dormir com o paciente falando talvez (e bem
Contardo provavelmente) faça com que ele fique irado e nunca
mais volte para terapia. Como se o sono passasse
Calligaris uma impressão de que consideramos inútil o que o
paciente esta falando.
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62 “Parece que saímos de uma cultura em que o passado Contardo Estamos sempre preocupados com outros
momentos, não estamos 100% em lugar algum.
nos impedia de inventar o presente para entrar numaa
cultura em que o futuro nos impede de saborear o que Calligaris
estamos vivendo.”
 Não somos melhores que ninguém, temos manias,
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“Seja humilde”
Contardo histórias e reações diferentes, temos que
Calligaris compreender o outro sem o juízo de valor que
estamos acostumados a dar a tudo e todos.