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SÃO GONÇALO/RJ
2022
ESTER DA SILVA COSTA CHAVES
SÃO GONÇALO/RJ
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............... ................................................................1-4
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................5
3 CRONOGRAMA...............................................................................6
4 REFERÊNCIA...................................................................................7-8
INTRODUÇÃO
Nesta presente tese, iremos analisar um dos crimes que mais indignou o
Brasil, argumentando e questionando a visão da sociedade em relação à morte
da atriz Daniella Ferrante Perez Gazolla, considerando os atos executórios para
a consumação do crime, a intenção, e o motivo. Portanto, o presente trabalho
tem o propósito de analisar a visão da sociedade em relação à torpeza do
homicídio qualificado já apontado, e o desprezo em relação ao Direito à Vida e
ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
Ao investigarmos o caso da atriz, nos damos conta da importância de
princípios constitucionais elencados como “Princípios e Garantias
Fundamentais” na nossa atual Carta Magna, que são cláusulas pétreas, e jamais
devem ser suprimidos, e nos perguntamos: por que esse crime indignou tanto
o Brasil? Seria pela idade de Daniella? Pelos atos executórios? Pelo motivo
torpe? Mesmo sabendo que a lei não retroage, traria, essa lei, algum benefício
para as mães que perderam os seus filhos na época?
Em 29 de dezembro de 1992, o Brasil, que aguardava ansiosamente por mais
um capítulo da novela das 20h, “De Corpo e Alma”, da autora e escritora Glória
Perez, descobria a morte da atriz e filha da autora, Daniella Perez.
Daniella Ferrante Perez Gazolla, era uma atriz e dançarina de 22 anos, que
estava ganhando o coração do país ao interpretar Yasmin, a atriz principal da
trama, que fazia “par amoroso” com Caio, papel do ator Fábio Assunção e,
também com o jovem ator Guilherme de Pádua, que interpretava o “Bira”.
Nesse mesmo dia, em razão das anotações feitas pelo advogado Hugo da
Silveira, das placas dos carros Volkswagen Santana de placa LM-1115 que foi
adulterada para (OM-1115) e do carro Ford Escort Preto de placa WL- 4055, a
polícia chegou ao autor do crime: Guilherme de Pádua.
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Devido ao motivo torpe, levando em consideração que não se havia motivos
para a morte de Daniella, senão os alegados pelo autor do crime, e aos atos da
execução, demonstrados no laudo cadavérico da vítima, que apresentava,
aparentemente, 18 lesões perfurocortantes, concentrando-se, a sua maioria, no
coração, e não se podendo afirmar, até hoje, qual foi o instrumento utilizado
pelo autor, já que o acusado o lançou, com toda a sua força, ao mar, foi gerada
uma enorme consternação nacional.
Essa comoção nacional, juntamente com o desejo de justiça da família de
Daniella, originou a primeira Iniciativa Popular, com mais de 1 milhão de
assinaturas de todo o país, incluindo, assim, o homicídio qualificado no rol da
lei de Crimes Hediondos.
Com a morte de Daniella e de outras pessoas, como a menina Miriam
Brandão, e com a busca de punição para os réus, Glória Perez, apoiada por
outras mães e pela sociedade, recorreu à Lei dos Crimes Hediondos, que são
os crimes considerados repugnantes perante à sociedade, todavia, essa lei só
elencava crimes relativos ao patrimônio. Após se indignar com a lei, a autora
foi orientada pelo seu advogado sobre a possibilidade de um dispositivo
constitucional que permite que a população elabore uma lei, chamado de
Iniciativa popular, regulamentado pela lei 9.709/98, e previsto, também, no artigo
61, parágrafo 2°, da Constituição Federal.
Com essa informação, Glória Perez divulgou publicamente um projeto que
dizia que, para os casos praticados com primariedade e crueldade, o réu não
tivesse direito à primariedade, e cumprisse a pena em concreto. Com a ausência
da internet, as pessoas se locomoviam para outros estados levando as listas,
ficavam em filas de teatro, de eventos, shoppings, e, mesmo assim, o abaixo-
assinado, que contou com as assinaturas de líderes importantes, artistas, e a
população, chegou à marca de 1,3 milhão de assinaturas, de todo o país, em
menos de três meses.
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Depois do feito, respeitando o prazo previsto em lei e os requisitos para a
apresentação do projeto, a autora só tinha aquela semana para a aprovação, já
que o Congresso iria entrar em recesso. Caso perdesse o prazo, as assinaturas
não teriam mais validade. Com o quórum presente, ao saberem do que se
tratava o projeto de lei, este se desfez rapidamente, já que esta lei não os
interessava. Vendo esse descaso dos parlamentares e o clamor público, o
Senador Humberto Lucena, que presidia o plenário, votou o projeto por
“Urgência Urgentíssima”, meio pelo qual há a dispensa das formalidades
regimentais, e se delibera a matéria instantaneamente, validando o projeto, já
que havia um líder que representava esse número.
Aprovada a redação feita pelo Ministério Público, pelo Congresso, a partir de
maio de 1994, a Lei dos Crimes Hediondos passaria a ter uma nova redução: a
inclusão do homicídio qualificado como um crime que fere princípios
resguardados pela Constituição, como o Direito à Vida e a Dignidade da Pessoa
Humana.
Embora sabendo que a lei não retroage, as mães envolvidas nesse manifesto
dizem que o maior intuito era fazer justiça, demonstrando solidariedade para os
casos futuros de aplicação dessa lei.
Além das mães, a sociedade teve esse sentimento de “dever cumprido”, já
que foi um desejo nacional. Uma forma de dizer que Daniella, Miriam, e tantos
outros, mereciam viver. Segundo a sociedade, não mudar a lei penal e não se
manifestar, seria o mesmo que concordar com a violação desses princípios.
Segundo o documentário, Guilherme de Pádua saiu da prisão em 1999, após
cumprir 6 anos e 9 meses em regime fechado. Paula Thomaz cumpriu menos de
7 anos da sentença. Atualmente, Guilherme se casou novamente e se tornou
pastor. Paula é advogada e também se casou. Paula foi condenada por danos
morais e despesas do funeral de Daniella e alegou não ter fundos por 20 anos.
Em 2022, foi decretada a penhora de seu apartamento.
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O objetivo central é a valorização da vida e da dignidade da pessoa humana,
e, como já dito pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de
Moraes: “O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que se
constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos.”
Quanto à metodologia, esse trabalho utilizou métodos e técnicas de
pesquisas em leis, sites, documentário e entrevista. A mudança na lei 8.072/90,
as sentenças dos acusados, a entrevista do acusado ao jornalista Marcelo
Rezende no Domingo Espetacular – Record TV e o documentário da HBO Max:
PACTO BRUTAL - O Assassinato de Daniella Perez.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
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3. CRONOGRAMA
ANO 2022/2°
Levantamento bibliográfico
Leituras e fichamentos
Revisão
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4. REFERÊNCIA
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 13ª Ed. São Paulo: Editora Atlas
S.A., 2003, p.50.
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URGÊNCIA URGÊNTÍSSIMA
”https://www.congressonacional.leg.br/legislacao-e-publicacoes/glossario-
legislativo/-/legislativo/termo/urgencia_urgentissima