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ROBERTO BLUM

Volume II CAP 157

Revelado por JESUS  à Jacob Lorber (1840 – 1864)

Cristo e o Pai são Unos desde eternidades. Somente em Cristo habita fisicamente a Plenitude da
Divindade. Tal Plenitude
é o Pai, o Puro Amor Divino.

  Digo Eu: “Caro Roberto, não existe tarefa tão grande, impossível de ser executada, tendo os
meios adequados para a melhor ordem. Para tanto são necessárias compreensão  e paciência
justas. Observa a Criação total e imensurável desde o início até seu término indispensável,
suas partes ínfimas, orgânicas e inorgânicas até o seu todo, para ti incompreensível, enorme e
ordenado — e jamais depararás em teu estado atual a possível execução, ordem, conservação
e orientação para a justa finalidade. Todavia, tal Edifício da Criação se apresenta na melhor
ordem, e não existe um átomo capaz de fugir ao seu destino. Se isto é realizável, quanto mais
limpar-se tua estrebaria imunda. Mas, como já disse, são indispensáveis compreensão e
paciência justas e, naturalmente, uma vontade firme e inabalável. A fim de alcançares antes de
tudo a justa compreensão, lê o que se acha escrito nos degraus da pirâmide, em incrustações
de ouro. Assim saberás como agir.”
   Roberto vai e lê primeiro o que se acha gravado no degrau inferior: “Vinde todos a Mim,
que sois cansados e oprimidos, e recebereis conforto. Guiai-vos apenas pelo amor. De fato,
se o número de vossos pecados fosse idêntico à areia do mar e à erva sobre a terra — o amor
os apagaria totalmente. E se vossa desonra diante de Deus fosse semelhante ao sangue de
bodes expiatórios, ela seria lavada pelo amor a ponto de se tornar tão alva como a lã.”
  No seguinte degrau, Roberto decifra: “O amor é vida, lei, ordem, força, poder, meiguice,
humildade, paciência, portanto, a síntese de toda Sabedoria. À Sabedoria nem todas as
coisas são realizáveis, porque apenas caminha em certa direção, não podendo ocupar-se das
impurezas. Ao amor, porém, tudo é possível. Ele abraça igualmente o que é pervertido com o
mesmo sentimento dedicado ao mais puro, em si. O amor aproveita tudo; a Sabedoria
comporta apenas o que o amor purifica.”
  No terceiro degrau, ele lê: “Indaga de teu coração se é capaz de grande amor; se pode
amar a Deus acima de tudo, desinteressadamente, se não pelo próprio amor. Pergunta-lhe se
pode amar ao irmão, por causa de Deus, mais do que a si mesmo, como se fora outro
pequeno deus. Será possível teu coração amar verdadeira e puramente? Amará a Deus por
ser Ele Deus? Se teu coração tudo isto puder, tua decomposição estará terminada e tu,
perfeito diante de Deus, teu Senhor, Pai e Irmão.”
   No quarto degrau está escrito: “Deus Mesmo é o Amor Eterno e Puro, Seu fogo é a Vida,
e a Sabedoria em Deus é a Luz de todos os seres. As faíscas surgidas do fogo do puro Amor
Divino são os filhos de Deus, de origem idêntica a Seu Coração. És também uma tal faísca.
Incendeia-te como uma verdadeira chama, que verás em teu coração o Próprio Pai.
   No quinto degrau ele lê: “O Verbo emanado pelo Coração de Deus é a Onipotência do
Amor; por isto, o Verbo e o Eterno Filho de Deus são idênticos. Deus Mesmo é o pleno
Verbo gerado no fogo do Amor. Também és uma Palavra de Deus gerada em Seu Coração.
Eis por que te deves tornar novamente uma Palavra perfeita do Pai. Transforma-te em amor,
pleno amor em Deus, que chegarás ao Filho Divino, unindo-te a Ele. Mas não chegarás a
Ele senão pelo Pai, o Amor e o Próprio Verbo, sempre o Mesmo, desde eternidades.”
  No sexto degrau: “Somente Cristo é o Mediador entre Deus e a natureza humana. Através
de Sua morte e Seu Sangue derramado Ele determinou à carne, ou seja ao antigo pecado de
Satanás, o caminho para a ressurreição e retorno a Deus. Cristo é o Amor Básico em Deus,
o Verbo principal de todas as palavras, Encarnado, tornando-Se Carne de toda carne e
Sangue de todo sangue. Essa Carne assumiu de livre vontade todos os pecados do mundo e
purificou-os perante Deus através do Sangue Santificado. Procura compartilhar desta maior
Obra de Salvação da carne e serás puro diante de Deus. Nada e ninguém poderão se
purificar por si mesmos; somente através do Mérito de Cristo, a mais elevada Graça e
Misericórdia de Deus. Por ti mesmo nada conseguirás; Cristo alcança tudo.”
  No sétimo degrau: “Tua morada física é cheia de imundícies; quem a purificará? Quem,
unicamente, teria força e poder para tanto? Cristo, o Eterno Sumo Sacerdote perante Deus,
Seu Pai Eterno. Cristo e o Pai são Unos desde eternidades. Somente em Cristo habita
fisicamente a Plenitude da Divindade. Tal Plenitude é o Pai, o Puro Amor Divino. Apossa-te
Dele com o teu amor, que purificará a tua carne e a despertará como fez à Carne de Cristo, a
Quem Ele Mesmo abrigava.”
  No oitavo degrau Roberto lê: “Apavoras-te diante do grande número de maus espíritos que
em vida dominaram tua carne e teu sangue e perguntas, como fez Paulo: ‘Quem me
libertará de minha carne e dos laços da morte?’ Cristo, que foi morto, ressuscitou e vive
como o Senhor de eternidade. Se Ele permanecesse na morte — caso fosse possível — a
morte eterna te seria garantida. Mas como Ele ressuscitou, conforme O vês pessoalmente —
impossível alguém permanecer dentro da tumba. Assim como por aquela serpente a morte
sobreveio à carne — a Vida acercou-se da carne humana, através do Homem-Deus, Único;
mas ao mesmo tempo acercou-se dele um novo julgamento, muito embora o primeiro, que
continha a morte, fosse aniquilado para sempre através da Ressurreição de Jesus. Esse novo
julgamento não deixa de ser também morte; porém não leva à morte, mas à própria vida.
Apodera-te do Amor pelo teu amor a fim de que esse julgamento de tua carne se torne vida
verdadeira pelas Obras de Jesus. Encontras-te na fonte; sacia-te na Água Viva.”
  No nono degrau: “O amor à mulher é amor-próprio, pois quem se deixa levar pelo amor
carnal a ponto de se tornar um peso ao amor para com o próximo e, como resultante, o amor
a Deus — ama a si mesmo em a natureza feminina. Não te deixes, portanto, seduzir pela
forma atraente da mulher, além da justa medida; do contrário, sucumbirás na fraqueza
feminina, enquanto que a mulher deveria se tornar um ser uno em ti. Deves amar a mulher
assim como amas uma ou outra tendência de tua natureza, a fim de que se unifique contigo.
A Deus terás que amar acima de tudo, para renasceres poderoso, um cidadão
verdadeiramente livre nos Céus puríssimos de Deus, por toda eternidade, e tua esposa
contigo, num só ser.”
  No décimo degrau: “Procura progredir sempre para que não te excedas quando te tornares
grande. Vê a Humildade, Meiguice e Bondade do Senhor. Ele é o Senhor desde eternidades.
Tudo o que comporta o Infinito, do macrocosmo ao microcosmo, do átomo mais elevado até
o mínimo — é Sua Própria Obra. Sua Força é tão Grande que todas as Criações do Universo
se desfariam diante de Seu mais suave Hálito; entretanto, Ele priva com Seus filhinhos, tão
Modesto e Despretensioso como se fora o Menor entre eles. Ama-os e palestra com eles como
se fossem as únicas criaturas em todo o Infinito, onde sobrepujam miríades de seres
maravilhosos, cheios de amor e sabedoria. Procura ser o menor de todos, para sempre.”
  No último degrau, Roberto comove-se de tanto amor para Comigo, a ponto de chorar
copiosamente. Ora estuda essa inscrição, última e superior, ora Me fita, em seguida a sua
esposa, e diz, com profunda admiração: “Ó inscrição sagrada! És tão simples, sem empáfia,
esculpida em ouro puro, entretanto tão eternamente verdadeira como é Verdadeiro Aquele,
cujo Dedo Poderoso te gravou! Meu Deus, só agora sinto penetrar-me tão imenso amor para
Contigo, percebendo que jamais te amei. Agora tudo se modificou. Tu somente és Senhor de
meu coração e de minha vida. Dedico-Te amor invencível, meu Amado Pai, Jesus!
  Quando me entregaste a linda Helena para esposa, senti mais gratidão do que amor para
Contigo, e com o fiel cumprimento de Tuas Leis presumia possuir a maior perfeição. Como
estava longe da meta verdadeira! Ignorava como seria possível amar-Te acima de Helena e
considerava tal afeto algo ridículo. Agora isto mudou. Amo apenas a Ti, acima de tudo, e vejo
surgir uma nova vida neste sentimento, Ó Senhor, Pai Jesus, meu único amor.”

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