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MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS

UFCD 3564

Abril de 2020
Índice
Introdução ............................................................................................................... 5
A Emergência ........................................................................................................... 6
Prevenir o risco ......................................................................................................... 8
Efetuar a chamada de socorro .................................................................................. 9
Sistema de Proteção Civil....................................................................................... 11
Agentes de Proteção Civil ............................................................................................... 12

Sistema Integrado de Emergência Médica .............................................................. 13


Instituto Nacional de Emergência Médica ............................................................... 15
Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) ........................................................ 15
CODU MAR .................................................................................................................... 17
Centro de Informação Antivenenos (CIAV) ...................................................................... 17
Meios do INEM .............................................................................................................. 18
Ambulâncias de Suporte Básico de Vida ............................................................................................ 18
Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) ............................................................................... 18
Ambulâncias de Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP) ........................................................... 19
Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) .................................................................. 20
Helicópteros de Emergência Médica ................................................................................................. 20
Motas de Emergência Médica (MEM) ............................................................................................... 21
Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência (UMIPE) ................................................ 21

Abordagem à Vítima .............................................................................................. 22


A – Via aérea ................................................................................................................. 23
B – Ventilação ................................................................................................................ 23
C – Circulação com controlo de hemorragias ................................................................... 24
D – Disfunção neurológica .............................................................................................. 25
E – Exposição com controle de temperatura ................................................................... 25

Emergências Médicas ............................................................................................. 27


Suporte Básico de Vida (SBV) ......................................................................................... 28
Segurança e riscos para o reanimador .............................................................................................. 36

Posição Lateral de Segurança ......................................................................................... 37


Obstrução da Via Aérea (OVA)........................................................................................ 40
Dificuldade respiratória.................................................................................................. 44

3
Hemorragias .................................................................................................................. 46
Controlo de Hemorragias .................................................................................................................. 48

Queimaduras ................................................................................................................. 52
Atuação perante uma Queimadura ................................................................................................... 54

Ferimentos (traumatismos dos tecidos moles) ................................................................ 57


Atuação perante ferimentos .............................................................................................................. 60

Fraturas das extremidades ............................................................................................. 66

Imobilizações ......................................................................................................... 70
Acidentes e Doenças Profissionais........................................................................... 72
Mitigação dos Riscos .............................................................................................. 77
Limpeza e desinfeção.............................................................................................. 81
GLOSSÁRIO............................................................................................................. 84
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 92

4
Introdução

Elaborei este manual com a intenção de vos fornecer mais uma ferramenta de
trabalho que podem consultar não só durante a formação, mas sempre que assim o
entenderem. Espero que o utilizem sempre que tiverem alguma dúvida e que vos possa
ajudar!

Como sabem, vivemos num mundo repleto de tecnologia, facilidade de acesso


a todo e qualquer tipo de informação, a qualquer hora em qualquer momento. Mesmo
assim, ciente dessa facilidade, não quis deixar de o fazer. Está aqui neste trabalho, o
meu cunho pessoal, a minha forma de abordar estes temas.

Quero deixar aqui uma palavra de apreço e de gratidão, a todos os que me


ajudam… São alguns, mas prefiro não os nomear. Afinal de contas, porque pedir ajuda,
não é sinal de fraqueza, é sinal de humildade.

"O que fazemos para nós mesmos morre connosco.

O que fazemos para os outros e para o mundo, permanece e é imortal."

ALBERT PINE

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A Emergência

A qualquer hora, em qualquer momento e de forma inesperada podemos


deparar-nos com um acidente, o qual pode constituir uma emergência, dependendo do
tipo e gravidade desse mesmo acidente. Embora existam várias definições, podemos
definir acidente como: “Casualidade ou facto não essencial. Acontecimento imprevisto.
Ocorrência de acontecimento negativo e inesperado, que provoca danos, prejuízos,
feridos ou mortos”. (Portuguesa, 2020)

Estas emergências podem ser de vários tipos e gravidade, como é o caso de


uma vítima de queda ou doença súbita, um acidente de trabalho, um assalto, um
incêndio rural ou urbano, um acidente de viação, ferroviário ou náutico. Será fácil
perceber que atendendo às características de cada emergência estão inerentes vários
níveis de gravidade, será previsível que alguém que cai de bicicleta e apresenta alguns
ferimentos superficiais nos membros superiores será uma emergência bem mais
simples que um acidente de viação que envolva um autocarro com 50 passageiros, ou
um incêndio rural.

Uma vez que cada emergência apresenta diferentes níveis de gravidade e


complexidade é importante que seja dado o alerta para a situação o mais precocemente
possível e que seja passada a informação de forma rigorosa.

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Primeiros Socorros

Perante uma situação de emergência, independentemente do tipo ou gravidade


por vezes é possível e necessário iniciarmos uma série de procedimentos que, quando
tomados de forma consciente e no momento certo, podem fazer toda a diferença, ou em
casos mais excecionais e quando a situação está fora do nosso alcance, podemos fazer
algo tão “simples” como dar o alerta efetuando a chamada de socorro. Então, o que
devemos fazer perante uma situação de emergência, quando alguém precisa de ajuda?

Os primeiros socorros representam exatamente o conjunto de procedimentos


que podemos efetuar quando a emergência de que falamos se refere a saúde. Assim
sendo, primeiros socorros define a prestação e assistência médica imediata a uma
pessoa ou uma ferida até à chegada de ajuda profissional.

São imensas as situações que podem precisar de primeiros socorros, as mais


comuns são o socorro a vítimas de acidentes rodoviários, atropelamentos, incêndios,
alterações da ordem pública, afogamentos, catástrofes naturais, incêndios industriais,
tiroteios ou vítimas de doença súbita ou trauma: enfartes, quedas, convulsões, etc. Tão
importante como prestar os primeiros socorros é o acesso a atendimento especializado,
para isso é preciso informar as autoridades, efetuando a chamada de socorro, devendo
para isso ser direto e preciso sobre as condições da(s) vítima(s) e o local da ocorrência.

Todo o procedimento de primeiros socorros deve começar com a avaliação das


condições segurança envolventes ao local em que essa emergência ocorre, partindo
depois para a avaliação do estado clínico da vítima.

No entanto nem sempre é fácil agir perante uma situação de emergência pois
esta tem associada a ela um cenário de muito stress o que pode levar alguma pessoas
a manifestarem reações de medo e angústia, algumas dessas reações e receios
ocorrem porque as primeiras pessoas a lidar com o cenário não estão habituadas nem
têm formação para lidar com situações tão críticas, podendo levar algumas pessoas a
ficarem paralisadas pelo pânico ou medo daquilo que estão a ver e está a acontecer.

Deste modo é importante aprender as bases daquilo que se deve e não deve
fazer perante um cenário de emergência e saber avaliar aquilo que temos diante nós.

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Prevenir o risco
Embora as situações de emergência sejam imprevisíveis e algumas não sejam
possíveis de mitigar, há situações que todos podemos evitar que aconteçam se formos
preventivos para a redução do risco.

Numa ação de primeiros socorros, tal como de prestação de socorro tudo deve
começar por prevenir que um dado perigo se transforme no risco de desenvolver um
acidente e posterior emergência. No entanto se a emergência acontecer é importante
alertar, efetuar a chamada de socorro e dar o alerta preciso da situação em causa, ao
mesmo tempo que é preciso socorrer e dar início às manobras mais importantes e
estritamente necessárias a cada situação, referimo-nos aos primeiros socorros (tal
como podemos observar na figura abaixo.

Prevenir - tem por objetivo a redução de situações de necessidade de socorro, assim


como a minimização das suas consequências;

Alertar - visa a deslocação imediata dos meios de socorro necessários através do


número de emergência nacional - 112;

Socorrer - é uma sequência de ações que permitem estabelecer prioridades relativas


ao socorro a efetuar de modo a assegurar a assistência da vítima.

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Efetuar a chamada de socorro

Em caso de Emergência ligue 112.

A chamada é gratuita e está acessível de qualquer ponto do país a qualquer hora


do dia.

O 112 é o número europeu de emergência, sendo comum, para além da saúde,


a outras situações tais como incêndios, assaltos ou roubos. As chamadas efetuadas
para o 112 são atendidas pela PSP. O 112 canaliza apenas para os Centros de
Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM as chamadas que à saúde digam
respeito.

Central 112 CODU - INEM

A colaboração de quem liga é fundamental:


Faculte toda a informação que lhe for solicitada, para permitir um rápido e eficaz
socorro às vítimas.

Informe, de forma simples e clara:

• O tipo de situação (doença, acidente, parto, etc.);


• O número de telefone do qual está a ligar;
• A localização exata e, sempre que possível, com indicação de pontos de
referência;
• O número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro;
• As queixas principais e as alterações que observa;

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• A existência de qualquer situação que exija outros meios para o local, por
exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio, etc.

Depois de feita a triagem da situação


Os operadores dos CODU indicam-lhe a melhor forma de proceder, enviando –
se necessário – os meios de socorro adequados.
Lembre-se que as ambulâncias do INEM deverão ser apenas utilizadas em
situação de risco de vida iminente.
No caso de não ser necessário enviar uma ambulância do INEM são dadas todas
as informações sobre a melhor forma do doente ser transportado para as unidades de
saúde adequadas.

Desligue o telefone apenas quando o operador indicar.

Da próxima vez que ligar 112 lembre-se:


As chamadas desnecessárias sobrecarregam o sistema, pondo em perigo de
vida aqueles que realmente precisam de ajuda imediata. Os falsos alarmes afetam a
capacidade de resposta às verdadeiras emergências. (112, 2020)

Em caso de dúvida, ligue Saúde 24.


O SNS 24 é um serviço telefónico (808 24 24 24) e digital do Serviço Nacional
de Saúde. Foi criado para o ajudar nas suas dúvidas com a sua saúde.
É uma equipa multidisciplinar, onde trabalham médicos, enfermeiros,
farmacêuticos, psicólogos, gestores, informáticos, biomédicos e administrativos. A
equipa que atende telefonicamente, por exemplo, conta com cerca de 800 enfermeiros
e 30 administrativos. Estão disponíveis para o ajudar 7 dias por semana, 24 horas por
dia. (INEM, 2020)

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Sistema de Proteção Civil

Em Portugal o sistema de proteção civil está assente na Autoridade Nacional de


Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Esta é a autoridade nacional em matéria de
emergência e proteção civil, sendo um serviço central, da administração direta do
Estado, dotado de autonomia administrativa e financeira e património próprio.

Na tutela do Ministério da Administração Interna, mantemos excelente


cooperação com diversos serviços públicos, de outros Ministérios, e privados, dos mais
variados setores, dando resposta ao grande objetivo do Sistema Integrado de
Operações de Proteção e Socorro, o de garantir estruturas de coordenação, normativos
e procedimentos sobre os quais a figura do Comando Único contribui para uma proteção
e socorro articulados, em pleno respeito pela organização interna de todos quantos
contribuem para esta missão.

A ANEPC tem por missão planear, coordenar e executar as políticas de


emergência e de proteção civil, designadamente na prevenção e na resposta a
acidentes graves e catástrofes, de proteção e socorro de populações, coordenação dos
agentes de proteção civil, nos termos legalmente previstos, e assegurar o planeamento
e coordenação das necessidades nacionais na área do planeamento civil de
emergência, com vista a fazer face a situações de crise ou de guerra.

Enquanto autoridade nacional, articula e coordena a atuação das entidades que


desenvolvem, nos termos da lei, competências em matéria de emergência e de proteção

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civil e de proteção e socorro. Tem ainda por missão promover a aplicação, a fiscalização
e inspeção sobre o cumprimento das leis, regulamentos, normas e requisitos técnicos
aplicáveis no âmbito das suas atribuições.

A ANEPC superintende a atividade de proteção e socorro no território continental


Português, com um serviço central em Carnaxide e dezoito serviços distritais.

(ANEPC, 2020)

Os objetivos da proteção civil são:

❖ Prevenir: riscos coletivos inerentes a situações de acidente grave e


catástrofe;
❖ Atenuar: os seus efeitos;
❖ Proteger e socorrer: as pessoas e bens em perigo quando aquelas
situações ocorram.

Agentes de Proteção Civil


❖ Corpos de Bombeiros;
❖ Forças de Segurança (PSP / GNR);
❖ Forças Armadas (Exército, Marinha, e Força Aérea);
❖ Autoridades Marítima e Aeronáutica (DGAM - Direção Geral Autoridade Marítima
/ INAC – Instituto Nacional de Aviação Civil);
❖ INEM e demais serviços de saúde;
❖ Sapadores Florestais;
❖ Cruz Vermelha Portuguesa (Estatuto Especial);
❖ População.

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Sistema Integrado de Emergência Médica

É um conjunto de ações coordenadas, de âmbito extra-hospitalar, hospitalar e


inter-hospitalar, que resultam da intervenção cativa e dinâmica dos vários componentes
do sistema de saúde nacional, de modo a possibilitar uma atuação rápida, eficaz e com
economia de meios em situações de emergência médica. Compreende toda a atividade
de urgência/emergência, nomeadamente o sistema de socorro pré-hospitalar, o
transporte, a receção hospitalar e a adequada referenciação do doente
urgente/emergente.

Deteção: Corresponde ao momento em que alguém se apercebe da existência de uma


ou mais vítimas de doença súbita ou acidente.

Alerta: É a fase em que se contactam os serviços de emergência, utilizando o Número


Europeu de Emergência - 112.

Pré-socorro: Conjunto de gestos simples que podem e devem ser efetuados até à
chegada do socorro.

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Socorro: Corresponde aos cuidados de emergência iniciais efetuados às vítimas de
doença súbita ou de acidente, com o objetivo de as estabilizar, diminuindo assim a
morbilidade e a mortalidade.

Transporte: Consiste no transporte assistido da vítima numa ambulância com


características, tripulação e carga bem definidas, desde o local da ocorrência até à
unidade de saúde adequada, garantindo a continuidade dos cuidados de emergência
necessários.

Tratamento na Unidade de Saúde: Esta fase corresponde ao tratamento no serviço de


saúde mais adequado ao estado clínico da vítima. Em alguns casos excecionais, pode
ser necessária a intervenção inicial de um estabelecimento de saúde onde são
prestados cuidados imprescindíveis para a estabilização da vítima, com o objetivo de
garantir um transporte mais seguro para um hospital mais diferenciado e/ou mais
adequado à situação. (INEM, Manual SIEM - INEM, 2020)

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Instituto Nacional de Emergência Médica

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é o organismo do Ministério


da Saúde responsável por coordenar o funcionamento, no território de Portugal
continental, de um sistema integrado de emergência médica (SIEM), de forma a garantir
aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a pronta e correta prestação de cuidados
de saúde. A prestação de socorros no local da ocorrência, o transporte assistido das
vítimas para o hospital adequado e a articulação entre os vários intervenientes no SIEM
(hospitais, bombeiros, polícia, etc.) são as principais tarefas do INEM.

A organização da resposta à emergência, fundamental para a cadeia de


sobrevivência, simboliza-se pelo Número Europeu de Emergência - 112 e implica, a par
do reconhecimento da situação e da concretização de um pedido de ajuda imediato, a
existência de meios de comunicação e equipamentos necessários para uma capacidade
de resposta pronta e adequada. O INEM, através do Número Europeu de Emergência -
112, dispõe de vários meios para responder com eficácia, a qualquer hora, a situações
de emergência médica.

Atualmente, no território de Portugal Continental, as chamadas que dizem


respeito a situações de saúde são encaminhadas para os Centro de Orientação de
Doentes Urgentes (CODU) do INEM. (INEM, O que é o INEM, 2020)

Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)

Compete ao CODU atender e avaliar, no mais curto espaço de tempo, os


pedidos de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos necessários e
adequados a cada caso. O funcionamento do CODU é assegurado em permanência por
médicos e técnicos, com formação específica para efetuar:

❖ O atendimento e triagem dos pedidos de socorro;


❖ O aconselhamento de pré-socorro, sempre que indicado;
❖ A seleção e acionamento dos meios de socorro adequados;
❖ O acompanhamento das equipas de socorro no terreno;

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❖ O contacto com as unidades de saúde, preparando a receção hospitalar dos
doentes.

Ao ligar 112 deverá estar preparado para informar:

❖ A localização exata da ocorrência e pontos de referência do local, para facilitar


a chegada dos meios de socorro;
❖ O número de telefone de contacto;
❖ O que aconteceu (ex. acidente, parto, falta de ar, dor no peito);
❖ O número de pessoas que precisam de ajuda;
❖ Condição em que se encontra(m) a(s) vítima(s);
❖ Se já foi feita alguma coisa (ex. controlo de hemorragia);
❖ Qualquer outro dado que lhe seja solicitado (ex. se a vítima sofre de alguma
doença ou se as vítimas de um acidente estão encarceradas). Siga sempre as
instruções que lhe derem, elas constituem o pré-socorro e são fundamentais
para ajudar a(s) vítima(s).
❖ Desligue o telefone apenas quando lhe for indicado e esteja preparado para ser
contactado posteriormente para algum esclarecimento adicional.

Os CODU têm à sua disposição diversos meios de comunicação e de atuação


no terreno, como sendo as ambulâncias INEM, as motas, as VMER e os helicópteros
de emergência médica. (INEM, CODU, 2020)

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CODU MAR

O Centro de Orientação de Doentes


Urgentes-Mar (CODU-MAR) tem por missão
prestar aconselhamento médico a situações de
emergência que se verifiquem a bordo de
embarcações. Se necessário, o CODU-MAR
pode acionar a evacuação do doente e
organizar o acolhimento em terra e posterior
encaminhamento para o serviço hospitalar
adequado.

Centro de Informação Antivenenos


(CIAV)

O Centro de Informação Antivenenos (CIAV) é


um centro médico de informação toxicológica. Presta
informações referentes ao diagnóstico, quadro clínico,
toxicidade, terapêutica e prognóstico da exposição a
tóxicos em intoxicações agudas ou crónicas. O CIAV
presta um serviço nacional, cobrindo a totalidade do
país. Tem disponíveis médicos especializados, 24
horas por dia, que atendem consultas de médicos,
outros profissionais de saúde e do público, em geral.

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Meios do INEM
Ambulâncias de Suporte Básico de Vida

As ambulâncias de socorro coordenadas pelos CODU estão localizadas em


vários pontos do país, associadas às diversas delegações do INEM, estão também
sediadas em corpos de bombeiros ou em delegações da Cruz Vermelha Portuguesa
(CVP). Estas ambulâncias destinam-se à estabilização e transporte de doentes. A
tripulação e equipamento permitem a aplicação de medidas de suporte básico de vida
(SBV) e desfibrilhação automática externa (DAE). É constituída por dois elementos da
corporação e, pelo menos um deles, deve estar habilitado com o Curso de Tripulante de
Ambulância de Socorro (TAS). O outro tripulante, no mínimo, deve estar habilitado com
o Curso de Tripulante de Ambulância de Transporte (TAT). As ambulâncias SBV do
INEM são ambulâncias de socorro, tem as mesmas funções e são tripuladas por dois
Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE) do INEM, devidamente habilitados com
os cursos de TAS, de DAE, e de Condução de Emergência.

Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV)

As ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV) do INEM constituem um meio


de socorro em que, além do descrito para as SBV, há possibilidade de administração de
fármacos e realização de atos terapêuticos invasivos, mediante protocolos aplicados,
sob supervisão médica. São tripuladas por um TAE e um Enfermeiro do INEM,
devidamente habilitados. Atuam na dependência direta dos CODU e estão localizadas
em unidades de saúde. Têm como principais objetivos: a estabilização pré-hospitalar e

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o acompanhamento durante o transporte de vítimas de acidente ou doença súbita em
situações de emergência e transporte de doente crítico (inter-hospitalar).

Ambulâncias de Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP)

Ambulâncias de Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP): é um serviço de


transporte inter-hospitalar de emergência, permitindo o transporte e estabilização de
bebés prematuros, recém-nascidos e crianças em situação de risco de vida, dos 0 aos
18 anos de idade, para hospitais com Unidades de Neonatologia, Cuidados Intensivos
Pediátricos e/ou determinadas especialidades ou valências. As ambulâncias deste
Subsistema dispõem de um Médico especialista, um Enfermeiro e um TAE, estando
dotadas com todos os equipamentos necessários para estabilizar e transportar os
doentes pediátricos. Este serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano.

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Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER)

As Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) são veículos de


intervenção pré-hospitalar, concebidos para o transporte de uma equipa médica ao local
onde se encontra o doente. Com equipas constituídas por um médico e um enfermeiro,
dispõem de equipamento de Suporte Avançado de Vida (SAV) em situações do foro
médico ou traumatológico. Atuam na dependência direta dos CODU, tendo uma base
hospitalar, isto é, estão localizadas num hospital. Têm como principal objetivo a
estabilização pré-hospitalar e o acompanhamento médico durante o transporte de
vítimas de acidente ou doença súbita em situações de emergência.

Helicópteros de Emergência Médica

Helicópteros de Emergência Médica do INEM são utilizados no transporte de


doentes graves entre unidades de saúde ou entre o local da ocorrência e a unidade de
saúde. Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida. A tripulação é
composta por um médico, um enfermeiro e dois pilotos.

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Motas de Emergência Médica (MEM)

As Motas de Emergência Médica (MEM) são tripuladas por um Técnico de


Emergência Pré-hospitalar (TEPH) e graças à sua agilidade no meio do trânsito
citadino, permitem a chegada mais rápida do primeiro socorro. Esta é a sua principal
vantagem. Naturalmente limitada em termos de material a deslocar, a carga da moto
inclui DAE, oxigénio, adjuvantes da via aérea e ventilação, equipamento para avaliação
de sinais vitais e glicemia capilar, entre outros, permitindo ao TAE a adoção das medidas
iniciais, necessárias à estabilização da vítima até que estejam reunidas as condições
ideais para o seu eventual transporte.

Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência


(UMIPE)

A Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência (UMIPE) transporta


um psicólogo do INEM para apoio psicológico, em situações de sobreviventes de
acidentes graves, menores não acompanhados ou familiares de vítimas de acidente ou
doença súbita fatal. Atuam na dependência direta dos CODU, tendo por base as
Delegações Regionais. (INEM, Meios de Emergência INEM, 2020)

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Abordagem à Vítima

A avaliação da vítima divide-se em duas partes: avaliação primária e


avaliação secundária (sendo que nesta formação, iremos apenas abordar a avaliação
primária).

As prioridades durante a avaliação de uma vítima são as seguintes:

• Garantir a segurança da vítima, de terceiros e da equipa durante toda a intervenção;


• Identificar e corrigir as situações que implicam risco de vida;
• Não agravar o estado da vítima;
• Recolher informações relevantes: CHAMU (Circunstâncias, História, Alergias,
Medicação e Última refeição).

A abordagem ABCDE define prioridades de tratamento.

Perante uma hemorragia exsanguinante (lesão de um vaso de grande calibre),


a prioridade é o controlo imediato através da compressão manual direta ou com o uso
do garrote caso a primeira medida se revele ineficaz.

Exame Primário
As seguintes 5 etapas constituem a avaliação inicial ou primária da vítima, pela
seguinte ordem de prioridade:

A. Airway: Permeabilização da Via Aérea com controlo da coluna Cervical;

B. Breathing: Ventilação e Oxigenação;

C. Circulation: Assegurar a Circulação com controlo da Hemorragia;

D. Disability: Disfunção Neurológica;

E. Expose/Environment: Exposição com controlo de Temperatura.

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A – Via aérea
Avaliação do estado de consciência da vítima (consciente ou inconsciente);

Consciente, orientado e colaborante: iniciar questionário dirigido (CHAMU)


(SE TRAUMA): Estabilidade Cervical Pesquisar: cavidade oral; sinais de obstrução da
via aérea.
(SE DOENÇA SÚBITA):
• Permeabilizar a VA com controlo da cervical;
• Sinais de cianose;
• Remover corpos estranhos.
OVA: Algoritmo de desobstrução da VA (SBV)

B – Ventilação

Pesquisar: Ventilação e Ruídos Respiratórios (VOS).


Inspecionar e Palpar Tórax: Avaliar a qualidade da respiração:

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Frequência (n.º de ciclos / minuto no adulto): • Valor normal: 12 a 20
ciclos/minuto; • Bradipneia: inferior a 12 ciclos/minuto; • Polipneia: superior a 20
ciclos/minuto; • Taquipneia: superior a 35 ciclos/minuto;
Amplitude (superficial / normal / profunda);
Ritmo (regular / irregular)
• Movimentos simétricos da parede torácica;
• Estabilidade da parede torácica;
• Deformidades e/ou crepitações;
• Uso de músculos acessórios; (adejo nasal, uso
excessivo de músculos abdominais; Tiragem das cavidades supraesternais,
espaços intercostais, supra-claviculares e área subcostal.

C – Circulação com controlo de hemorragias

Pesquisar: Pulso
Frequência (n.º de pulsações / minuto no adulto):
• Valor normal: 60 a 100 pulsações/minuto;
• Bradicardia: inferior a 60 pulsações/minuto;
• Taquicardia: superior a 100 pulsações/minuto;
Amplitude (Cheio / Fino);
Ritmo (Regular / Irregular).

▪ Identificar Hemorragias Externas:


▪ Suspeitar de hemorragia oculta (abdómen, pélvis, fémur, úmero);
▪ Tempo preenchimento capilar;
▪ Observar: Pele (temperatura, humidade e coloração);
▪ Monitorizar (se disponível): FC, PA.

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D – Disfunção neurológica

Avaliar: Pupilas (tamanho e reatividade);

Lateralização da resposta motora;


Avaliar na escala AVDS:
A – A vítima encontra-se Alerta;
V – A vítima responde a estímulos Verbais;
D – A vítima responde a estímulos Dolorosos;
S – Sem resposta a estímulos;

E – Exposição com controle de temperatura

▪ Controlo da Temperatura;
▪ Privacidade da vítima;
▪ Remover roupa;
▪ prevenir hipotermia;
▪ Imobilizações e Tratamento de feridas.
(Manual TAS TAT - INEM, 2020)

Perante uma ocorrência da qual tenha resultado uma vítima, o socorrista deve ter
uma sequência de procedimentos a tomar. Estes, visam manter a integridade do
socorrista, permitindo a prestação dos Primeiros Socorros de forma rápida e eficaz, com
a ativação dos meios de ajuda diferenciada necessária.

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1. Garantir a segurança do socorrista;
2. Garantir a segurança da vítima;
3. Solicitar ajuda dos circundantes;
4. Determinar prioridades;
5. Pedir ajuda.

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Emergências Médicas

• Suporte Básico de Vida (SBV);


o Segurança e riscos para o reanimador;

• Posição Lateral de Segurança (PLS);

• Obstrução da Via Aérea (OVA);

• Dificuldade respiratória;

• Hemorragias;
o Controlo de hemorragias;

• Queimaduras;
o Atuação perante uma queimadura;

• Ferimentos (traumatismos dos tecidos moles);


o Atuação perante os ferimentos;

• Fraturas das extremidades.

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Suporte Básico de Vida (SBV)

A Cadeia de Sobrevivência é composta por quatro elos de igual importância, que


traduzem o conjunto de procedimentos vitais para recuperar uma vítima de paragem
cardiorrespiratória.

Ligar 112 - Reconhecimento precoce. Chamar os serviços de emergência,


previamente à eventual ocorrência de uma PCR, aumenta a probabilidade de
sobrevivência da vítima.

O rápido reconhecimento de um enfarte ou de uma PCR é um fator fundamental


para a ativação dos serviços de emergência e, neste último caso, para o rápido início
de manobras de Suporte Básico de Vida (SBV). O CODU desempenha um papel
importante no reconhecimento da PCR, bem como na instrução e acompanhamento das
manobras de reanimação. Sempre que possível, este contacto deve ser realizado junto
da vítima e se o telefone tiver a função de alta voz, esta poderá ser acionada. As
instruções podem ser seguidas mantendo o diálogo com o operador preparado para
instruir o contactante de modo a que este, rapidamente, identifique que a vítima está
inconsciente e não respira normalmente. Uma respiração mais lenta, profunda e ruidosa,
não deve ser confundida com uma respiração normal e deve ser entendido como a
vítima estando em PCR. O CODU deve dar indicação para iniciar manobras de
reanimação.

Reanimar - Suporte Básico de Vida (SBV) precoce. No intervalo de tempo que


decorre entre a ativação e a chegada dos serviços de emergência ao local da
ocorrência, a execução de manobras de SBV assume uma importância fundamental.

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O SBV consiste em duas ações principais: compressões torácicas e insuflações.
O início imediato de manobras de SBV pode, pelo menos, duplicar as hipóteses de
sobrevivência da vítima.

Quem presencia um evento de PCR deve, quando treinado, iniciar de imediato


manobras de SBV, enquanto aguarda a chegada dos serviços de emergência. Sem
treino em reanimação, o elemento que assiste a vítima deve realizar compressões
torácicas contínuas, instruído pelo CODU. Na maior parte dos casos o SBV não irá
recuperar a função cardíaca, mas, se bem realizado, prevenirá lesões de órgãos vitais
e aumentará a probabilidade de sucesso dos elos seguintes.

Desfibrilhação Precoce: A maioria das Paragens Cardiorrespiratórias (PCR) no


adulto ocorre devido a uma perturbação do ritmo cardíaco a que se chama Fibrilhação
Ventricular (FV). Esta perturbação do ritmo cardíaco carateriza-se por uma atividade
elétrica caótica de todo o coração, em que não há contração do músculo cardíaco e,
como tal, não é bombeado sangue para o organismo. O único tratamento eficaz para
esta arritmia é a desfibrilhação que consiste na aplicação de um choque elétrico,
externamente a nível do tórax da vítima, para que a passagem da corrente elétrica pelo
coração pare a atividade caótica que este apresenta. A desfibrilhação eficaz é
determinante na sobrevivência de PCR. Também este elo da cadeia deve ser o mais
precoce possível. A probabilidade de conseguir tratar uma FV com sucesso depende
do fator tempo. A desfibrilhação logo no 1º minuto em que se instala a FV pode ter uma
taxa de sucesso próxima dos 100%, mas ao fim de 8 – 10 minutos a probabilidade de
sucesso é quase nula.

Manobras de Suporte Básico de Vida (SBV)

AVALIAR AS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA: REANIMADOR, VÍTIMA E


TERCEIROS antes de se aproximar de alguém que possa eventualmente estar em
perigo de vida, o reanimador deve assegurar primeiro de que não irá correr nenhum
risco:

• Ambiental (ex. choque elétrico, derrocadas, explosão, tráfego);


• Toxicológico (ex. exposição a gás, fumo, tóxicos);

29
• Infecioso (ex. tuberculose, hepatite).

AVALIAR O ESTADO DE CONSCIÊNCIA:

• Coloque-se lateralmente em

relação à vítima, se possível.

• Abane os ombros com cuidado

e pergunte em voz alta: “Está-me a ouvir?”

No caso de vítima não reativa:

• Permeabilizar a Via Aérea (VA)

Em vítima inconsciente a queda da língua pode bloquear a VA, pelo que esta
deve ser permeabilizada:

o Colocar a vítima em decúbito dorsal;


o Colocar uma mão na testa e inclinar a cabeça para trás (extensão da cabeça);
o Elevar o queixo usando os dois dedos da outra mão colocada debaixo do queixo.
Estas duas últimas ações permeabilizam a VA;

o AVALIAR RESPIRAÇÃO. Mantendo a VA permeável, verificar se a vítima respira


normalmente, realizando o VOS até 10 segundos:
• Ver os movimentos torácicos;
• Ouvir os sons respiratórios saídos da
boca/ nariz
• Sentir o ar expirado na face do
reanimador.

30
Se a vítima respira normalmente coloque-a em Posição Lateral de Segurança (PLS).

LIGAR 112

Se a vítima não responde e não tem respiração normal ative de imediato o


serviço de emergência médica, ligando 112:

• Quando liga 112 deve estar preparado para responder às questões: ONDE; O
QUÊ; QUEM; COMO;

• Salienta-se que a presença de vários elementos no local deve ser utilizada


para que um deles contacte os serviços de emergência, enquanto outro inicia as
manobras de SBV;

• Se estiver sozinho, o desejável é que não abandone nem atrase o auxílio à


vítima, podendo utilizar o sistema de alta voz de um telemóvel para interagir com
os operadores do CODU, enquanto executa o SBV.

31
REALIZAR COMPRESSÕES TORÁCICAS

Realize 30 compressões deprimindo o


esterno 5-6 cm a uma frequência de pelo menos
100 por minuto e não mais que 120 por minuto.

No decurso da PCR o sangue que se encontra retido nos pulmões e no sistema


arterial permanece oxigenado por alguns minutos. São as compressões torácicas que
mantêm o fluxo de sangue para o coração, o cérebro e outros órgãos vitais, pelo que é
prioritário o início de compressões torácicas, ao invés de iniciar insuflações.

Para que as compressões torácicas sejam corretamente realizadas, deverá:

▪ Posicionar-se ao lado da vítima;


▪ Certificar-se que a vítima está deitada de costas, sobre uma superfície firme e
plana;
▪ Afastar/remover as roupas que cobrem o tórax da vítima;
▪ Posicionar-se verticalmente acima do tórax da vítima;
▪ Colocar a base de uma mão no centro do tórax (sobre a metade inferior do
esterno);
▪ Colocar a outra mão sobre a primeira entrelaçando os dedos;
▪ Manter os braços e cotovelos esticados, com os ombros na direção das mãos;
▪ Aplicar pressão sobre o esterno, deprimindo-o 5-6 cm a cada compressão (as
compressões torácicas superficiais podem não produzir um fluxo sanguíneo
adequado);
▪ Aplicar 30 compressões de forma rítmica a uma frequência de pelo menos 100
por minuto, mas não mais do que 120 por minuto (ajuda se contar as
compressões em voz alta);
▪ No final de cada compressão garantir a descompressão total do tórax sem
remover as mãos;
▪ Nunca interromper as compressões mais do que 10 segundos (com o coração
parado, quando não se comprime o tórax, o sangue não circula).
▪ Após 30 compressões efetuar 2 insuflações.

32
▪ A insuflação quando eficaz provoca elevação do tórax (semelhante à respiração
normal), devendo ter a duração de apenas 1 segundo;
▪ Evitar insuflações rápidas e forçadas;
▪ A posição incorreta da cabeça pode impedir a insuflação adequada por
obstrução da via aérea;
▪ Na impossibilidade de utilizar um dispositivo na via aérea (máscara de bolso ou
insuflador manual), a insuflação “boca a boca” é uma maneira rápida e eficaz de
fornecer oxigénio à vítima. O ar exalado pelo reanimador contém
aproximadamente 17% de oxigénio e 4% de dióxido de carbono o que é
suficiente para suprir as necessidades da vítima.

Insuflações boca-a-boca

❖ Posicionar-se ao lado da vítima;


❖ Permeabilizar a Via Aérea (VA);
❖ Aplicar 2 insuflações na vítima, mantendo a VA permeável:
➢ Comprima as narinas usando o dedo indicador e o polegar da mão que
colocou na testa;
➢ Permita que a boca se abra, mas mantenha a elevação do queixo;
➢ Inspire normalmente e coloque os seus lábios em torno da boca da vítima,
certificando-se que não há fugas;
➢ Sopre a uma velocidade regular e controlada para a boca da vítima enquanto
observa a elevação do tórax (deve durar cerca de 1 segundo, tal como na
respiração normal);
➢ Mantendo a inclinação da
cabeça e o queixo elevado,
afaste-se da boca da vítima e
observe o tórax a baixar
quando o ar sai;
➢ Inspire novamente e volte a
soprar na boca da vítima para
conseguir um total de duas
insuflações.

33
Se não se sentir capaz ou tiver relutância em fazer insuflações, faça apenas
compressões torácicas; se apenas fizer compressões, estas devem ser contínuas,
cerca de 100 - 120 por minuto (não existindo momentos de pausa entre cada 30
compressões).

Insuflações com máscara de bolso

Uma máscara de bolso pode ser utilizada por leigos, com treino mínimo na
realização de insuflações, durante o SBV. Este dispositivo adapta-se à face da vítima,
sobre o nariz e boca, e possui uma válvula unidirecional que desvia do reanimador o ar
expirado da vítima.

❖ O reanimador deve posicionar-se ao lado da vítima;


❖ Permeabilizar a VA;
❖ Aplicar 2 insuflações na vítima, mantendo a VA permeável:
❖ Colocar a máscara sobre o nariz e boca da vítima (a parte mais estreita da
máscara de bolso deverá ficar sobre o dorso do nariz e a parte mais larga da
máscara deverá ficar sobre a boca); • Colocar o polegar e o indicador na parte
mais estreita da máscara;
❖ Colocar o polegar da outra mão na parte mais larga da máscara e usar os outros
dedos para elevar o queixo da vítima, criando uma selagem hermética;
❖ Soprar suavemente pela válvula
unidirecional durante cerca de 1
segundo (por cada insuflação), por
forma a que o tórax da vítima se
eleve;
❖ Retirar a boca da válvula da
máscara após insuflar.

No final das duas insuflações, volte


rapidamente a colocar as suas mãos na posição correta no esterno e repita mais 30
compressões torácicas.

MANTER SBV • Mantenha as manobras de reanimação (30 compressões


alternando com 2 insuflações) até:

34
❖ Chegar ajuda diferenciada;
❖ Ficar exausto;
❖ A vítima retomar sinais de vida (vítima desperta e reativa; movimento; abertura
espontânea dos olhos; respiração normal).

É raro reanimar a vítima (entenda-se presença de sinais de vida) apenas com


manobras de SBV;

Caso não tenha a certeza que a vítima recuperou, mantenha SBV.

(INEM, Manual SBV - INEM, 2020)

35
Segurança e riscos para o reanimador

Por vezes, o desejo de ajudar alguém que nos parece estar em perigo de vida
pode levar a ignorar os riscos inerentes à situação.

Se não forem garantidas as condições de segurança antes de se abordar uma


vítima poderá, em casos extremos, ocorrer a morte da vítima e do reanimador.

Sendo a segurança a primeira condição na abordagem da vítima, a mesma


deve ser garantida antes de iniciar essa abordagem, não devendo o reanimador
expor-se a si nem a terceiros a riscos que possam comprometer a sua integridade
física.

A tipologia de riscos que aqui é apresentada é extensível a outros momentos de


interação com as vítimas.

Acidente de viação

• Se parar numa estrada para socorrer alguém vítima de um acidente de viação


deve:

o Sinalizar o local com triângulo de sinalização à distância adequada

o Ligar as luzes de presença ou emergência

o Usar roupa clara para que possa mais facilmente ser identificado (colete
refletor)

o Desligar o motor para diminuir a probabilidade de incêndio.

Produtos químicos ou matérias perigosas

No caso de detetar a presença desses produtos e/ou matérias é fundamental


evitar o contacto com essas substâncias sem as devidas medidas de proteção
universais (ex. luvas, máscara) e evitar a inalação de eventuais vapores libertados pelas
mesmas.

36
Posição Lateral de Segurança

A POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA (PLS) nas situações em que a vítima


se encontra não reativa e com respiração eficaz, ou se tiverem sido restaurados os
sinais de vida após manobras de reanimação, a manutenção da permeabilidade da via
aérea deverá ser obrigatoriamente garantida.

A PLS garante a manutenção da permeabilidade da via aérea numa vítima


inconsciente que respira normalmente:

• Diminuindo o risco de aspiração de vómito;


• Prevenindo que a queda da língua obstrua a VA;
• Permitindo a drenagem de fluidos pela boca;
• Permitindo a visualização do tórax;
• Não estão demonstrados riscos associados à sua utilização.

Responde:

• Deixe-a como a encontrou;


• Procure quaisquer alterações;
• Solicite ajuda (ligue 112);
• Reavalie-a regularmente.

Estiver inconsciente e a respirar normalmente:

• Coloque-a em PLS.

37
TÉCNICA PARA COLOCAR UMA VÍTIMA EM PLS

• Ajoelhe-se ao lado da vítima;


• Remova objetos estranhos ao corpo da
vítima, os quais ao posicioná-la possam
eventualmente causar lesões (ex: óculos,
canetas);
• Assegure-se que as pernas da vítima
estão estendidas;

• Coloque o braço mais perto (do seu lado) em


ângulo reto com o corpo, com o cotovelo
dobrado e a palma da mão virada para cima;

Segurar o braço mais afastado:

• Segure o outro braço (mais afastado)


cruzando o tórax e fixe o dorso da mão
na face do seu lado;

Rolar a vítima:

• Enquanto uma mão apoia a cabeça a outra puxa a perna do lado oposto
rolando a vítima para o seu lado;
• Estabilize a perna de forma a que a anca e o joelho formem ângulos retos;
• Incline a cabeça para trás assegurando a permeabilidade da VA;

38
• Ajuste a mão debaixo do
queixo, para manter a
extensão da cabeça;
• Reavalie regularmente a
respiração (na dúvida
desfazer a PLS,
permeabilizar a VA e
efetuar VOS até 10 segundos).

Se trauma ou suspeita de trauma reafirma-se uma vez mais a


contraindicação da PLS no trauma ou na sua suspeita; a proteção da coluna,
garantindo o mais possível do seu alinhamento, é fundamental nestas situações e deve
acontecer antes da vítima ser mobilizada. (INEM, Manual SBV - INEM, 2020)

39
Obstrução da Via Aérea (OVA)

A OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA (OVA) por corpo estranho é pouco frequente,


mas constitui-se como uma causa de PCR acidental potencialmente reversível.
Normalmente associada à alimentação e comumente presenciada, as vítimas
apresentam-se inicialmente conscientes e reativas, pelo que as oportunidades de
intervenção precoce podem de forma mais fácil resolver a situação. O reconhecimento
precoce da obstrução da via aérea é fundamental para o sucesso da evolução da
situação de emergência. É importante distinguir esta situação de emergência do
desmaio/síncope, do “ataque cardíaco” (enfarte agudo do miocárdio), das convulsões,
da overdose por drogas e de outras condições que possam causar dificuldade
respiratória súbita, mas que requerem um tratamento diferente. O reanimador treinado
deve identificar sinais de obstrução da VA. O risco de OVA é mais elevado em vítimas
que apresentem algumas das seguintes situações: redução do nível de consciência,
intoxicação por álcool e/ou drogas, alterações neurológicas com dificuldade de
deglutição e diminuição do reflexo da tosse, alterações mentais, demência, dentição
inexistente e idosos.

PODEMOS CLASSIFICAR A OVA QUANTO À GRAVIDADE:

LIGEIRA:

• Vítima reativa, capaz de falar, tossir e respirar;


• Eventual ruído respiratório na inspiração;
• Mantém reflexo da tosse eficaz.

GRAVE:

• Vítima incapaz de falar;


• Tosse fraca/ineficaz ou ausente;
• Respiração em “esforço” com ruído agudo alto à inspiração ou ausência
total de ruído;
• Incapacidade de movimentar o ar;
• Cianose (coloração azulada ou violácea da pele, especialmente da face
e nas extremidades, devida a deficiente oxigenação do sangue);
• Agarra o pescoço com as mãos (sinal universal de asfixia).

40
ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA: O algoritmo que a seguir se
descreve aplica-se tanto a adultos como a crianças com mais de 1 ano de idade.

PANCADAS INTER-ESCAPULARES

• Coloque-se ao lado e ligeiramente por


detrás da vítima, com uma das pernas
encostadas de modo a ter apoio;

• Passe o braço por baixo da axila da vítima e


suporte-a a nível do tórax com uma mão,
mantendo-a inclinada para a frente, numa
posição tal que se algum objeto for deslocado
com as pancadas possa sair livremente pela
boca;

• Aplique até 5 pancadas com a base da outra


mão na parte superior das costas, ao meio,
entre as omoplatas, isto é, na região
interescapular;

• Cada pancada deverá ser efetuada com a


força adequada tendo como objetivo resolver a obstrução;

• Após cada pancada deve verificar se a obstrução foi ou não resolvida;

• Aplique até 5 pancadas no total.

COMPRESSÕES ABDOMINAIS: As compressões abdominais devem ser aplicadas no


caso de as pancadas interescapulares não serem eficazes. Com a vítima de pé ou
sentada:

• Fique por detrás da vítima e circunde o abdómen da mesma com os seus


braços;

• Incline a vítima para a frente;

41
• Feche o punho de uma mão e posicione-o acima da cicatriz umbilical, com o
polegar voltado contra o abdómen da vítima;

• Sobreponha a 2.ª mão à já aplicada;

• Aplique uma compressão rápida para dentro e para


cima;

• Repita as compressões até que o objeto seja expelido


da VA;

• Aplique cada nova compressão (até 5) como um


movimento separado e distinto;

• Após cada compressão abdominal deve verificar se a


obstrução foi ou não resolvida.

VÍTIMA INCONSCIENTE POR OVA GRAVE:

No caso de a vítima ficar inconsciente as compressões torácicas devem ser


iniciadas logo que possível. A realização de compressões torácicas resulta no aumento
da pressão da via aérea, tal como as compressões abdominais, traduzindo-se numa
forma eficaz de promover a desobstrução da via aérea. Assim:

• Suporte/ampare a vítima colocando-a no chão em decúbito dorsal sobre


superfície rígida;

• Ligue de imediato 112, ou garanta que alguém o faça;

• Inicie compressões torácicas e insuflações (após 30 compressões, tente 2


insuflações eficazes);

• Mantenha compressões e insuflações até a vítima recuperar e respirar


normalmente ou até chegarem os meios de emergência.

Alerta-se para o facto de, apesar do sucesso das manobras, o corpo estranho
responsável pela obstrução poder ficar alojado nas vias aéreas e causar complicações

42
mais tarde. Como tal, vítimas com tosse persistente, dificuldade em engolir ou sensação
de corpo estranho ainda presente nas vias aéreas devem ser submetidas a observação
médica.

As compressões abdominais e as compressões torácicas quando aplicadas,


pese embora o sucesso que resulte das mesmas, podem causar lesões internas. Assim
sendo, vítimas submetidas a estas manobras devem igualmente ser sujeitas a
observação médica. (INEM, Manual SBV - INEM, 2020)

43
Dificuldade respiratória

Quando o frio se faz sentir com maior intensidade, as doenças respiratórias


tornam-se mais habituais e comuns. Idosos e crianças são os grupos etários mais
vulneráveis a este tipo de problemas, que devem ser precavidos. A dificuldade em
respirar é uma sensação de respiração difícil ou desconfortável, que geralmente exige
um trabalho respiratório excessivo. É importante conseguir identificar e corrigir
corretamente estas situações, pois podem implicar risco de vida.

Sinais e Sintomas:

▪ Respiração acelerada, ruidosa e sibilante;


▪ Tosse;
▪ Incapacidade de falar ou completar frases;
▪ Incapacidade para pensar com clareza;
▪ A pele torna-se azul-acinzentada (cianose), sobretudo nas orelhas, lábios e
pontas dos dedos.

Potenciais causas:

▪ Obstrução da Via Aérea;


▪ Incapacidade de mover o peito, devido a lesões no tórax que impeçam o normal
movimento;
▪ Oxigénio insuficiente no ar, devido à presença de gases tóxicos;
▪ Doença crónica, como asma ou alergias, uma infeção, pneumonia, entre outras.

Como atuar?

▪ Sente a vítima, colocando-a numa posição direita e confortável;


▪ Incentive-a a respirar calmamente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca;
▪ Não permita conversas, aconselhando apenas a responder “sim” ou “não”
através de gestos;
▪ Não permita esforços físicos pois a fadiga vai agravar a situação;
▪ Se a vítima utilizar habitualmente oxigénio em casa, não aumente o valor
administrado;
▪ Nunca deite uma pessoa com dificuldade respiratória, pois piora a situação.
▪ Ligue 112

44
Todas as pessoas que tenham experienciado dificuldade respiratória têm de ser
assistidas num hospital, mesmo aparentando já terem recuperado. É importante
certificar que não houve dano permanente e confirmar a causa que originou a situação.

(INEM, Manual Emergências Médicas, 2020)

45
Hemorragias

Sempre que o sangue sai do espaço vascular estamos perante uma hemorragia

Um adulto com 75 Kg de peso tem cerca de 5,5 litros de sangue. A perda de 1


litro de sangue no adulto, de 0,5 litro na criança ou de 25 a 30 ml num recém-nascido
pode levar rapidamente ao choque. A gravidade da hemorragia depende de vários
fatores, como o tipo de vaso atingido (artéria, veia, capilar), da sua localização e do seu
calibre. O corte do principal vaso sanguíneo do pescoço, braço ou coxa pode causar
uma hemorragia tão abundante que a morte pode surgir dentro dos primeiros 3 a 10
minutos iniciais após a lesão.

CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS RELATIVAMENTE À ORIGEM:

• HEMORRAGIAS ARTERIAIS

O sangue é vermelho vivo e sai em jato, em simultâneo com cada contração do


coração. É uma hemorragia muito abundante e de difícil controlo.

• HEMORRAGIAS VENOSA

O sangue é vermelho escuro e sai de uma forma regular e mais ou menos


constante. Não obstante não ser tão grave como a arterial, a hemorragia venosa poderá
ser fatal se não for detetada. De um modo geral, estas hemorragias são mais fáceis de
controlar.

• HEMORRAGIAS CAPILARES

Têm uma cor intermédia


(entre o vermelho vivo e o
vermelho escuro) e o sangue sai
lentamente, devido à rotura dos
minúsculos vasos capilares de
uma ferida. Estas hemorragias são
de fácil controlo, podendo parar
espontaneamente.

46
MANIFESTAÇÕES DAS HEMORRAGIAS: As hemorragias externas podem ser
observadas e são facilmente reconhecidas. As hemorragias internas são de difícil
reconhecimento e identificação. É necessário pensar na hipótese e despistar a situação
pelos sinais e sintomas indiretos. Estas podem ocorrer, numa vítima de trauma sempre
que:

• O mecanismo da lesão possa provocar um impacto forte ao nível do abdómen


provocando lesões no fígado e/ou no baço. O trauma da base do tórax esquerdo pode
indicar fratura de baço, com hemorragia intra-abdominal o que constitui uma emergência
cirúrgica;

• Ocorram lesões torácicas, com suspeita de fratura de costelas;

• Ocorra queda de altura 2 a 3 vezes superior à altura da vítima;

• Ocorram feridas penetrantes provocadas por armas de fogo ou por armas


brancas (ex. facas, navalhas);

• Esteja perante politraumatizados graves com suspeita de fraturas;

• As hemorragias internas podem ainda acontecer em situação de doença como


é o caso de uma úlcera no estômago. Neste caso existem habitualmente sinais como
hematemeses (vómito acompanhado com sangue) ou melenas.

Sinais e sintomas gerais das hemorragias:

• Saída evidente de sangue (hemorragias externas);

• Ventilação rápida, superficial;

• Pulso rápido e fraco/fino;

• Hipotensão (sinal tardio, pois inicialmente a pressão arterial é normal);

• Pele pálida e suada;

• Hipotermia;

• Mal-estar geral ou enfraquecimento;

• A vítima refere sede;

47
• Vómitos de sangue;

• Dejeções de sangue;

• Sensação de “zumbidos” nos ouvidos;

• Ansiedade e agitação; Inconsciência. (INEM, Manual Trauma - INEM, 2020)

Controlo de Hemorragias

Hemorragias Externas:

Em todas as emergências que envolvam hemorragias devem ser tomadas


medidas decisivas e rápidas.

Métodos para controlar hemorragias:

1. Método 1ª linha - Pressão direta (no local da hemorragia);


2. Garrote (tratamento de 2ª linha: se pressão direta não funciona garrotar);
3. Métodos de 3ª linha (caso os anteriores não estiverem a resolver a
situação):
a. Elevação do membro (contraindicado se trauma associado);
b. Pressão indireta (compressão à distância).

Método de 1ª linha:

Pressão direta também designada por compressão


manual direta.

É o método escolhido para controlo da maioria das


hemorragias externas - cerca de 90%.

A pressão direta não poderá ser utilizada quando:

• A hemorragia está localizada sobre uma fratura;

• No local da hemorragia existirem objetos empalados. Como proceder à


compressão manual direta:

• Comprimir com uma compressa esterilizada;

48
• Nunca retirar as primeiras compressas, se necessário, colocar outras por cima
desta;

• Logo que a hemorragia aparente estar controlada, efetuar um penso


compressivo sobre a ferida: Manter as compressas a exercer alguma pressão sobre a
ferida, utilizando uma ligadura. A ligadura deverá ser aplicada com cuidado para manter
as compressas sobre a ferida, exercendo alguma pressão, mas não de tal modo que o
membro seja garrotado; nunca tapar o local do penso de uma hemorragia, durante o
transporte. É fundamental que se possa observar a evolução da mesma para se poder
atuar caso se verifiquem novas perdas sanguíneas.

Método de 2ª linha:

O garrote deve ser utilizado em


situações, em que a compressão manual
direta efetuada com pressão adequada no
local não se mostre eficaz, em especial nos
casos de esfacelos e/ou amputação com
hemorragia grave.

Para o aplicar, deve retirar a roupa do membro amputado não esquecendo que,
uma vez aplicado, não deve ser aliviado.

Por segurança deverá sempre deixar o membro garrotado bem à vista e marcar
a hora da realização do garrote. O garrote preferencialmente não deve ser elástico e
deve ser sempre largo.

Método de 3ª linha:

Elevação do membro. Nas feridas ou lesões de


um membro, deve aplicar uma compressa sob pressão
e elevar o membro, caso não haja fratura.

A força da gravidade contraria a corrente


sanguínea, a manutenção do membro elevado auxiliará
o controlo da hemorragia.

49
Método de 3ª linha: Compressão indireta ou
digital à distância consiste em comprimir uma artéria
contra um músculo ou um osso, entre o local da
hemorragia e o coração. A pressão exercida nas
artérias contra um músculo ou um osso, na raiz dos
membros, levará ao controlo de hemorragias nos
territórios irrigados pela artéria em causa, uma vez
que impede a progressão da corrente sanguínea para
além do local da compressão. Os locais mais frequentes de compressão são a nível da
artéria umeral (face interna do braço) ou artéria femoral (ao nível da virilha).
Recordamos que este método é usado essencialmente em situações em que haja um
objeto estranho empalado ou suspeita de fratura no local. Será, portanto, um método
alternativo à compressão direta, quando esta não puder ser efetuada.

HEMORRAGIA INTERNA: Habitualmente a suspeita de hemorragia interna


baseia-se no conhecimento do mecanismo do trauma e nos achados encontrados no
exame da vítima. Não esquecer que as hemorragias internas podem ou não apresentar
sinais externos de saída de sangue, isto é, umas poderão evidenciar-se por haver saída
de sangue pelos orifícios naturais, (nariz, boca, ouvidos, ânus, vagina, uretra) não
obstante terem a sua origem fora do alcance dos nossos olhos.

ATUAÇÃO PERANTE HEMORRAGIAS

• Intervir sempre em função de AVALIAÇÃO PRIMÁRIA:

Abordagem à vítima A, B, C, D, E.

Identificar e controlar a hemorragia externa, pela seguinte ordem de atuação:

1. Pressão direta;

2. Garrote;

3. Elevação do membro;

4. Compressão indireta;

Despistar sinais de choque;

• Suspeitar de eventual hemorragia oculta;

50
• Recolher o máximo de informação sobre o mecanismo do trauma e sobre a
vítima recorrendo à nomenclatura CHAMU;
• Efetuar a observação sistematizada de modo a detetar eventuais lesões
associadas;
• Não dar nada a beber;
• Manter a temperatura corporal

(INEM, Manual Trauma - INEM, 2020)

51
Queimaduras

As queimaduras são lesões que resultam do contato com o calor ou frio extremo,
substâncias químicas, eletricidade ou radiações. Os acidentes por queimaduras são
muito frequentes e na sua maioria consistem em pequenas lesões que não originam
grandes complicações.

No entanto, algumas queimaduras são potencialmente incapacitantes ou fatais,


exigindo um tratamento correto e o mais precoce possível. As queimaduras podem
classificar-se de várias formas. Os fatores que contribuem para avaliar a gravidade de
uma queimadura são a causa, extensão e profundidade da queimadura.

Quanto à extensão a classificação baseia-se no cálculo da superfície corporal


atingida, sendo a regra universalmente mais aceite para proceder ao cálculo da área
atingida, a denominada Regra dos Nove. Esta regra varia consoante a idade do
indivíduo queimado.

52
A profundidade da queimadura.

A classificação das queimaduras quanto à profundidade faz-se por graus. Assim


temos:

1º Grau. São as menos graves pois envolvem apenas a epiderme. Sinais e


sintomas: rubor, calor, dor.

2º Grau. Envolvem a primeira e segunda camadas da pele, respetivamente a


epiderme e a derme. Localmente é possível visualizar pequenas bolhas com líquido –
flictenas – situadas à superfície da pele e que resultam da tentativa do organismo para
proteger e arrefecer a área queimada. Sinais e sintomas: dor intensa, flictenas.

3º Grau. Existe destruição de toda a espessura da pele (epiderme e derme) e


dos tecidos subjacentes. A pele apresenta-se acastanhada ou negra, sinal de destruição
completa das células (morte celular), denominando- se esta situação por necrose.
Surpreendentemente estas queimaduras não doem devido à destruição das
terminações nervosas/sensitivas que se encontram nas estruturas afetadas. Sinais e
sintomas: necrose, coloração negra ou castanha ou branca, sem dor. (INEM, Manual
Trauma - INEM, 2020)

53
Atuação perante uma Queimadura

O primeiro passo na atuação é o afastamento do agente que provoca a


queimadura ou em alternativa da vítima relativamente ao agente.

No caso de fogo, a vítima deve ser deitada de modo a diminuir a inalação de


fumos. As chamas devem ser rapidamente extintas com um cobertor, com água (se
disponível) ou soro

Nas queimaduras químicas, a medida inicial consiste em remover a roupa


contaminada, limpar a pele com compressas secas e irrigar com grandes quantidades
de água ou soro.

Limpar com compressas secas antes de iniciar a lavagem como soro ou água. A
limpeza inicial com compressas é importante se o agente for em pó (ex. cal) ou insolúvel
em água (ex. fenol).

A lavagem deve durar, se possível, pelo menos 30 minutos e prosseguir mesmo


durante o transporte até o hospital

A queimadura com ácido fluorídrico constitui exceção: a lavagem deve durar 5 a


10 minutos e a vítima rapidamente evacuada para o hospital para tratamento específico

De um modo geral, a neutralização química (utilização de um ácido para


neutralizar uma base ou vice-versa) provoca uma reação em que se produz calor pelo
que não deve ser realizada. A atitude correta é diluir o químico, mesmo quando este
reage com água

Nas queimaduras elétricas, é necessário desligar a corrente elétrica e só depois


observar a vítima.

Nos acidentes com corrente de alta tensão, não se deve aproximar da vítima
sem indicação do pessoal especializado no assunto (ex. companhia da eletricidade,
caminhos de ferro) dado o risco de se provocar um arco voltaico, isto é a progressão da
corrente elétrica pela atmosfera através de um campo magnético que existe em volta
dos cabos ou terminais de alta tensão.

54
Controladas que estão as condições de segurança iniciar a abordagem segundo
o Exame da Vítima: A, B, C, D, E.

Abordar a vítima, imobilizando a cabeça desta em posição neutra na suspeita de


coexistir um TCE e/ou TVM.

Deve ser colocado colar cervical em todos os queimados envolvidos em


explosões ou acidentes com desaceleração e/ou projeção

Assegurar a permeabilidade da via Aérea:

As vítimas com queimaduras das vias aéreas ou com traumatismo da face,


pescoço, ou tórax devem ser identificadas imediatamente, uma vez que podem
necessitar de manobras de ventilação assistida. A inalação de vapor e gases quentes
provoca edema da via aérea superior, que pode evoluir rapidamente para obstrução.
Rouquidão progressiva é um sinal de obstrução iminente, pelo que deve redobrar a
atenção e estar pronto a iniciar manobras de suporte básico de vida, quando depara
com esta situação

Suspeitar que existe queimadura da via aérea quando:

• História de queimadura em espaço fechado


• História de inalação de vapores
• História de perda de conhecimento, eventualmente provocada por má
oxigenação do cérebro
• Queimadura da face
• Queimadura dos pelos nasais
• Queimadura da língua, lábios e cavidade oral
• Respiração ruidosa, rouquidão ou tosse
• Expetoração que apresente cinzas ou carvão;
• Despistar sinais de choque
• Recolher o máximo de informação sobre o mecanismo do trauma e sobre a
vítima recorrendo à nomenclatura CHAMU
• Não dar nada a beber
• Manter a temperatura corporal
• Nas queimaduras não deve remover a roupa que se encontra aderente, de forma
a não agravar as lesões

55
• Nas queimaduras elétricas deve sempre pesquisar a porta de entrada, a porta
de saída e estar desperto para as lesões ocultas no trajeto entre as duas portas
• Após a irrigação, para parar o processo de queimadura, as áreas queimadas
devem ser cobertas com compressas humedecidas em Soro Fisiológico, se a
área corporal queimada for inferior a 10%.
• Se a área corporal queimada for superior a 10% cobrir queimaduras com
compressas humedecidas ou lençol esterilizado.
• Não utilize gelo, pasta de dentes, manteiga, azeite, ou outro tipo de produtos
para arrefecer ou hidratar a queimadura pois os mesmos poderão agravar as
lesões.

É de extrema importância utilizar material esterilizado e cuidados rigorosos de


modo a evitar a infeção uma vez que o risco é elevado pois a pele constitui uma
importante barreira protetora aos microrganismos.

Irrigar as áreas queimadas com grande quantidade de Soro Fisiológico ou água


de forma a aliviar a dor e evitar o agravamento da queimadura em profundidade (no
caso de queimaduras de 2º ou 3º grau, com menos de 10% de área corporal, acima
disto existe o risco de provocar hipotermia, algo não desejável). O arrefecimento
precoce reduz a progressão da queimadura em profundidade e diminui a dor.

É necessária cautela para evitar a hipotermia que se pode instalar rapidamente.


O gelo pode agravar a lesão cutânea pelo que não deve ser utilizado

Nas queimaduras químicas, o tempo de lavagem é variável. Nas queimaduras por


bases fortes, a lavagem pode prolongar-se por horas. No caso das queimaduras
oculares, o tempo mínimo de lavagem recomendado é de 30 minutos.

56
Ferimentos (traumatismos dos tecidos moles)

Os ferimentos (traumatismos das extremidades e dos tecidos moles) são


frequentes nos traumatizados. As lesões podem variar entre pequenas escoriações sem
gravidade e lesões que ameaçam a vida do traumatizado. Por tecidos moles entendem-
se os tecidos que suportam, rodeiam ou ligam estruturas ou órgãos e que incluem os
músculos, tecidos fibrosos.

As principais lesões das extremidades e dos tecidos moles são: as lesões


fechadas e lesões abertas.

As lesões fechadas são lesões internas em que a pele se mantém intacta e


normalmente estão associadas a uma hemorragia interna. Este tipo de lesões é, na
maior parte dos casos, originado por impacto, mas pode surgir também em
determinadas situações de doença.

Equimoses (Lesão de pequenos vasos da


pele que não causam grande acumulação de
sangue nos tecidos, habitualmente designadas
por nódoas negras).

Hematomas (Quando há lesão de vasos


sanguíneos de maior calibre com acumulação
de quantidades de sangue que podem ser
significativas. Normalmente, a nível dos tecidos
moles, é percetível o volume provocado pelo
hematoma (“inchaço”).

57
Atuação geral nos traumas fechado. Na presença de hematomas ou equimoses
deve fazer aplicações frias sobre o local, para diminuir o edema, a hemorragia e a dor.
Os hematomas encontram-se muitas vezes associados a fraturas, pelo que ambas as
situações beneficiam da imobilização da área afetada. Esta imobilização evita o
agravamento do hematoma e estabiliza a fratura, reduzindo as lesões provocadas pelos
topos ósseos e a dor.

Tipos de lesões abertas: São aquelas em que há um rompimento de tecido


cutâneo, muscular, etc… .

Escoriações, São lesões superficiais geralmente conhecidas


por “arranhões “ou “esfoladelas”. Resultam normalmente do
atrito da pele contra superfícies rugosas. As escoriações são
lesões que sangram pouco mas extremamente dolorosas e,
geralmente, são lesões conspurcadas.

Feridas incisas são as soluções de continuidade da


pele, regulares, que podem ou não envolver os tecidos
adjacentes e são habitualmente conhecidas por “golpes”
ou “cortes”. Normalmente são provocados por objetos
cortantes. Apresentam os bordos regulares que, quando
unidos, encerram perfeitamente a ferida.

Feridas contusas. São também soluções de


continuidade da pele, mas, ao contrário das feridas incisas,
são irregulares. Geralmente são provocadas por objetos
rombos. São feridas em que os bordos se apresentam
irregulares implicando normalmente perda de tecido. Este
é o principal motivo por que não se consegue um
encerramento completo da ferida.

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Feridas perfurantes: São lesões produzidas por
instrumentos que atuam em profundidade, dissociando um
ou mais planos de tecidos (ex. agulhas, estiletes, picador
de gelo, pregos, paus aguçados, esquírolas, balas, entre
outros), atingindo não só a pele como os órgãos
adjacentes.

Esfacelos/Avulsões: São lesões graves dos tecidos


moles em que existe perda de substância. Resultam
habitualmente do esmagamento dos membros e,
frequentemente, coexistem lesões de todas as estruturas
na zona atingida

Amputação: Amputações traumáticas são lesões graves


que, frequentemente, condicionam a perda definitiva do
segmento amputado

Evisceração: Resultam da lesão da parede abdominal,


com exteriorização das ansas intestinais ou de outras
estruturas intra-abdominais

59
Objeto empalado: Quando um objeto, seja de que tipo
for, fica empalado nalguma parte do corpo.

(INEM, Manual Trauma - INEM, 2020)

Atuação perante ferimentos


Os cuidados de emergência são iguais para ambos os tipos de lesão, mas é preciso
lembrar que este tipo de lesão pode estar associado a outras mais graves. Na presença
de uma ferida aberta existem duas preocupações fundamentais, o controlo da
hemorragia e a prevenção da infeção:

• O controlo da hemorragia é feito através dos métodos de controlo de


hemorragias respeitando as suas indicações e contraindicações;
• O controlo da infeção faz-se recorrendo a uma técnica limpa na abordagem à
ferida e à sua proteção contra a entrada de microrganismos. Assim, na
abordagem a uma vítima com ferida deve: Lavar as mãos previamente, utilizar
sempre material esterilizado, respeitar os princípios de não contaminação
durante o manuseio do material seguindo o princípio: limpeza, desinfeção e
penso.

LIMPEZA: faz-se mediante a utilização de soro fisiológico com o qual se lava


abundantemente a ferida de modo a remover o máximo de sujidade possível;

DESINFECÇÃO: é conseguida pela aplicação de um desinfetante dos quais o mais


comum é a iodopovidona (Betadine). A aplicação de qualquer desinfetante deve ser
antecedida pelo desperdício de uma pequena porção, para assim remover os
microrganismos eventualmente alojados no gargalo do recipiente;

PENSO: o penso é uma proteção estéril para cobrir uma ferida cujas funções são ajudar
a controlar a hemorragia, proteger a ferida de mais traumatismos, evitar a entrada de
microrganismos na ferida. Um penso não é mais que a aplicação sobre a ferida de
compressas esterilizadas, podendo aquela que está em contacto direto com a ferida ser

60
ou não embebida em desinfetante. Os pensos serão fixos no local por meio de adesivo
ou ligaduras.

Perante esfacelos: Identificar e controlar eventuais hemorragias associadas.


Geralmente, as perdas sanguíneas resultantes de esfacelos são significativas e o seu
controlo é prioritário; Em esfacelos extensos pode ser necessário garrotar o membro (se
exequível); Lavar rapidamente o esfacelo, removendo a contaminação mais importante.
Cobrir o esfacelo com numerosas compressas e fazer penso compressivo. Se este
penso “repassar” rapidamente não o levantar, confirmar eficácia do garrote (se
aplicado), colocar mais compressas e aplicar novamente ligadura compressiva; A
limpeza prévia do esfacelo apenas deverá ser feita se a hemorragia não for importante
e não atrasar o seu controlo; Se viável, elevar o membro; Avaliar repetidamente a
perfusão do membro distalmente ao esfacelo;

No caso de objetos empalados deve: NUNCA deve tentar retirar o objeto, mas apenas
imobilizá-lo; Suporte o objeto envolvendo-o com o copo de papel ou com os rolos de
ligaduras ou compressas. Se utilizar o copo, fixe-o com adesivos. Se utilizar os rolos de
ligaduras ou compressas, fixe-os primeiro com ligaduras e posteriormente com
adesivos; independentemente do tipo de fixação que utilizar, o objeto tem que ficar
sempre bem imobilizado de forma a não oscilar durante o transporte; controlar a
hemorragia. Este controlo NUNCA deve ser feito por compressão manual direta;

Perante uma Amputação, controlar rapidamente a hemorragia associada. As perdas


sanguíneas resultantes de amputações traumáticas podem ser significativas e o seu
controlo é prioritário: Colocar compressas no coto de amputação e efetuar compressão
manual direta; A limpeza prévia do coto apenas deverá ser feita se a hemorragia não
for importante e não atrasar o seu controlo; A utilização de garrote apenas deve ser feita
em situações em que o acesso ao coto de amputação não é possível; Sem remover as
primeiras compressas, cobrir o coto com numerosas compressas e fazer penso
compressivo. Se este penso “repassar” rapidamente, não o levantar, colocar mais
compressas e aplicar novamente ligadura compressiva; Cuidados com o membro
amputado: - Recolher o membro amputado; - Lavar a ferida/esfacelo com SF ou água
destilada, envolver o membro em compressas humedecidas com SF e colocá-lo dentro
de um saco. Proteger cuidadosamente topos ósseos afiados com compressas; - Colocar
o saco dentro de outro saco com gelo e transportá-lo sempre com a vítima;

61
Perante uma evisceração ou a presença de objetos empalados. Na presença de
evisceração, deve-se procurar manter a vítima calma (se consciente) de forma a evitar
o aumento da pressão do compartimento abdominal, causando dessa forma a saída de
mais conteúdo abdominal. Devem ser aplicadas sobre o conteúdo eviscerado,
compressas esterilizadas humedecidas, preferencialmente com soro aquecido de forma
a minimizar o risco de hipotermia e simultaneamente evitar que o conteúdo abdominal
seque e se inicie o processo de morte celular. Perante objetos empalados no abdómen,
a atuação é semelhante à de outros locais ou seja, nunca devem ser retirados mas sim
imobilizados para que se proceda ao transporte da vítima sem que eles se movam. Não
tocar nas vísceras, NEM TENTAR INTRODUZI-LAS de novo na cavidade abdominal.
Posicionar a vítima (sem suspeita de TVM associado): em decúbito dorsal com o tronco
ligeiramente elevado e os joelhos fletidos (ajuda a controlar o aumento da pressão na
cavidade abdominal que provocaria maior evisceração de conteúdo abdominal).

Em todas as situações deve-se:

• Avaliar e registar sinais vitais;


• Despistar sinais de choque;
• Recolher o máximo de informação sobre o mecanismo do trauma e sobre a
vítima recorrendo à nomenclatura CHAMU;
• Não dar nada a beber;
• Manter a temperatura corporal.

Ou seja:

Quando da presença de uma destas lesões, proceder da seguinte forma:

• Acalmar o doente explicar o que vai ser feito

• Suspeitar de outras lesões associadas

• Fazer aplicação de frio sobre o local

• Imobilizar a região afectada

• Fazer o CHAMU

• Ligar 112 e informar local exato – Descrever a situação – Descrever o que foi
feito – Respeitar as instruções dadas - Aguardar pelo socorro, mantendo a
vigilância do doente.

62
Traumatismo dos olhos - Podem ir de simples corpo estranho, contusão das
pálpebras, hemorragia da cavidade ocular, laceração do globo ocular, até à saída do
olho.
Corpo estranho
• Não retirar para não agravar situação;
• Colocar penso ocular.

Objetos empalados - NÃO RETIRAR;


• Se sai, proteger de modo a evitar que o objeto se mova;
• Se não sai, proteger de modo a não ser tocado, sem compressão;
• Cobrir o outro olho, para mantê-los em repouso;
• Manter a vítima em decúbito dorsal.

Pancadas nos olhos


• Tapar o olho sem compressão.

Traumatismo dos ouvidos - provocado por pancadas ou explosões.

Sinais e sintomas

• Equimose nos pavilhões auriculares;

• Escoriação ou contusões;

• Dor;

• Perda de fluidos;

• Hemorragias;

• Vertigens;

• As lesões do ouvido médio, colocar penso não compressivo para aparar os


fluidos.

Traumatismos do nariz- Causadas por pancadas, quedas, etc.


Sinais e sintomas

63
• Dor;

• Edema e deformação (possível fratura);

• Hemorragia.

Atuação

• Suspeitar de TCE;

• Controlar hemorragia através de compressão manual e elevação do nariz;

• Aplicar gelo.

ENTORSE E DISTENSÕES

Entorse

Desenvolvimento rápido de edema, devido á


hemorragia

Espasmo dos músculos que movimentam a


articulação

Dor á movimentação passiva da articulação

Uma entorse constitui uma lesão das estruturas ligamentares ao redor de uma
articulação, geralmente ocasionada por uma torção violenta.

Distensão

Hemorragia do músculo

Edema

Sensibilidade à palpação

Dor à contração

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Uma distensão representa a rotura da unidade musculo tendinosa, provocada
por força ou estiramento violento.

Tratamento imediato:

• Imobilizar, elevar e repousar a parte afetada;

• Aplicar gelo durante 1 a 2 horas, com períodos alternados de 20 em 20 minutos;

• Para as entorses mais graves (rotura de fibras e ligamentos) recorrer de imediato


a uma unidade de saúde;

LUXAÇÕES

A luxação é uma lesão na qual as superfícies articulares dos ossos que formam
a articulação perdem o seu contacto anatómico (os ossos estão fora da articulação).

Sintomatologia:

• Dor;

• Deformidade;

• Alterações no comprimento da extremidade;

• Perda da mobilidade normal;

• Alteração do eixo dos ossos deslocados;

Tratamento imediato:

• Imobilizar, elevar e repousar a parte afetada;

• Encaminhar o mais rápido possível para uma unidade de saúde.


(INEM, Manual Trauma - INEM, 2020)

65
Fraturas das extremidades

A fratura é toda e qualquer alteração da continuidade de um osso. Habitualmente


são resultado de um traumatismo direto (fase do impacto) ou de um traumatismo indireto
(fase do pós-impacto).

As fraturas dos membros, embora não coloquem em perigo a vida, podem


quando tratadas incorretamente condicionar tempos de internamento e causar
morbilidade mais elevada.

A abordagem pré-hospitalar das fraturas passa basicamente pela correta


imobilização, a melhor arma no combate à dor e hemorragia.

Classificação das Fraturas

As fraturas, classificam-se basicamente em:

Fraturas expostas - Aquelas em que o foco da


fratura comunica diretamente com o exterior.

Fraturas complicadas - Aquelas em que


embora existindo uma ferida no local da fratura, não
permite o contacto dos topos ósseos com o exterior.

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Fraturas fechadas - Aquelas em que não
ocorre descontinuidade da pele.

Conceitos Gerais

Os cuidados de emergência das fraturas, passam pela imobilização provisória, a qual


deve ser a mais correta possível. Não esquecer:

1. Numa fratura não imobilizada ou incorretamente imobilizada, as perdas


hemorrágicas são muito maiores.
2. A dor, provocada pelo roçar dos topos ósseos nos tecidos e entre si, é tanto mais
intensa quanto mais incorreta for a imobilização da fratura.
3. A dor e a hemorragia, quando não controladas podem agravar a situação da
vítima.
4. Uma fratura ou suspeita deve ser sempre imobilizada, independentemente da
distância do hospital.
5. Nas fraturas dos ossos longos deve-se imobilizar sempre a articulação acima e
abaixo da fratura.
6. Nas fraturas articulares, imobilizar os ossos longos acima e abaixo.
7. Não tentar corrigir as deformações, mas sim imobilizar e transportar.
8. A sequência de imobilização de uma fratura passa pela tração prévia da mesma
segundo o eixo em que se encontra o membro, seguida de alinhamento e
finalmente imobilização.
9. Quando o traumatismo é articular, a tração a exercer deve ser mínima e feita
com a participação ativa do doente, devendo ser imobilizada na posição em que
se encontra caso se determine a existência de resistência.
10. A imobilização deve ser feita com talas almofadadas, tendo-se sempre atenção
à circulação.

67
11. Avaliar dor, pulso Distal à fratura, temperatura e sensibilidade da extremidade do
membro imobilizado.
12. Comparar os parâmetros encontrados no membro afetado com o outro membro
e avaliar simetrias, pois a fratura ou a própria imobilização pode comprometer a
circulação ou o sistema nervoso.
13. Na presença de fraturas expostas, a lavagem abundante com soro fisiológico e
proteção com compressas esterilizadas são fundamentais no combate as
infeções.

Sinais e Sintomas

• Dor - que diminui à tração e imobilização (constitui o sintoma mais fiel);

• Impotência funcional - impossibilidade de efetuar o movimento normal. Por vezes


é possível o movimento, mas com dor e limitado;

• Deformidade - resulta da angulação dos topos ósseos ou do encurtamento do


membro;

• Crepitação - sensação da mobilidade anormal que se pode ouvir e sentir. Não


deve ser pesquisada pois é dolorosa e pode agravar a situação;

• Edema;

• Equimoses ou hematomas. Quando presentes na região perineal e escroto estão


habitualmente associados a fraturas mais ou menos graves da bacia;

• Exposição dos topos ósseos - significa grande violência traumática.

Atuação Geral

• Manter uma atitude calma e segura;

• Controlar a hemorragia por compressão manual direta desde que o local da


hemorragia não corresponda ao local do foco de fratura, caso contrário utilizar
outro método;

• Lavar as fracturas expostas;

• Evitar a reentrada do osso durante as manobras de alinhamento do membro,


principalmente se estiverem muito conspurcadas;

68
• Proceder a imobilização de acordo com a sequência: tração- alinhamento-
imobilização;

• Recolher o máximo de informação – CHAMU:

• Avaliar os sinais vitais (se for possível);

• Pesquisar lesões associadas;

• Não dar nada a beber ou comer;

• Manter a temperatura corporal;

• Transportar com condução calma evitando trepidação.

(INEM, Manual Trauma - INEM, 2020)

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Imobilizações

Fraturas da Cintura Escapular

• Colocar o braço ao peito, passando uma banda


sobre o tórax para que não haja rotação do membro
durante o transporte.

Fraturas do Úmero

• Carecem de muito cuidado na manipulação, uma


vez que pode haver lesões vasculares e nervosas.

• Pesquisar estado circulatório do membro,


palpando o pulso radial, a sensibilidade e
mobilidade.

• Na ausência de pulso radial, deve-se fazer


imediatamente tração e alinhamento, seguida de
imobilização.

• As fraturas do úmero mais altas devem ser


imobilizadas com o braço ao longo do corpo.

Lesões a nível da Cotovelo

• Imobilizar com o mínimo de tração.

• Imobilizar os ossos longos acima e abaixo.

• Se houver muito edema, imobilizar ao longo do


corpo.

Fraturas do Antebraço

• Imobilizar a mão e o úmero, com o braço fletido.

• Suspender o membro.

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Fraturas do Punho e Mão

• Imobilizar a mão e antebraço.

• Elevação da mão.

Fratura do Fémur ou Colo do Fémur

• Sinal típico é a rotação de pé.

• Colocar as talas desde a cintura até ao pé.

• Vigiar sinais vitais, pois estas fraturas implicam


a perda de 1 a 2 litros de sangue.

Lesões a nível do Joelho

• Imobilizar conforme é encontrado, se não for possível fazer a sua extensão.

Fraturas dos Ossos da Perna

• Imobilizar o fémur e o pé.

• Elevar o membro durante o transporte.

Fraturas ou traumatismos da articulação Tíbio-Tarcicas

• Alinhar o pé.

• Imobilizar a perna e pé.

• Elevar o membro durante o transporte.

Fraturas do pé

• Imobilizar a perna e o pé.

• Elevar o membro durante o transporte. (INEM, Manual Imobilizações Trauma -


INEM, 2020)

71
Acidentes e Doenças Profissionais

O que é um acidente de trabalho?

Como já vimos “Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento,


dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína, etc...”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os


quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais. Vale a pena lembrar que os
acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no ambiente de
trabalho e nas enumeras locomoções que fazemos de um lado para o outro, no nosso
quotidiano.

Quanto aos acidentes de trabalho, o que se pode dizer é que a grande maioria
deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar
certos riscos.

Segundo a definição dada pelo Dec. Lei 100/97 DE 13/09 – “É acidente de


trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou
indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução
na capacidade de trabalho ou de ganho, ou a morte” .

Lesão Corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como,
por exemplo, um corte num dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido.


Por exemplo a perda de visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional.

Doença Profissional também é acidente de trabalho?

Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício


do trabalho em si.

Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em que o


trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes de trabalho, quando
delas decorrer a incapacidade para o trabalho. Um funcionário pode apanhar uma gripe,
por contágio com colegas de trabalho. Essa doença, embora possa ter sido adquirida
no ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional nem de trabalho,

72
porque não é ocasionada pelos meios de produção. Contudo, se o trabalhador contrair
uma doença ou lesão por contaminação acidental, no exercício da sua atividade, temos
aí um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo, se o operador de um
banho de decapagem se queima com ácido ao encher a tina do banho de ácido isso é
um acidente do trabalho. Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar
muito tempo sem proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado
pelo trabalho executado junto a uma prensa de enormes dimensões, isso também
consagra um acidente de trabalho.

Um acidente de trabalho pode levar um trabalhador a ausentar-se da empresa


apenas por algumas horas, sendo neste caso um acidente sem afastamento (ex. Corte
num dedo) ou então pode deixar o trabalhador impedido de laborar por dias ou meses
seguidos, sendo este um acidente por afastamento e que pode resultar na incapacidade
temporária, na incapacidade parcial e permanente ou ainda na incapacidade total e
permanente para o trabalho.

A incapacidade temporária é a perda de capacidade para laborar por um período


limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais.

A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda a vida, da


capacidade física para o trabalho. Ex. – Perda de um olho, um dedo, etc.

Incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho. Neste


último caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar (Ex. – se o trabalhador
perder a visão por completo num acidente de trabalho. Nos casos extremos, o acidente
pode resultar na morte do trabalhador.

Entende-se por Prevenção a ação de:

Evitar, Eliminar, Minimizar, Controlar – Os riscos profissionais através de um


conjunto de ações ou medidas que devem ser tomadas no projeto e/ ou em todas as
fases da atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço.

A Prevenção será o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de


ocorrerem problemas de segurança com o trabalhador.

A Prevenção consiste na adoção de medidas de proteção, na previsão de que a


segurança física do operador possa ser colocada em risco durante a realização do seu

73
trabalho. Nestes termos pode-se acrescentar que as medidas a tomar no domínio da
higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de trabalho.

Princípios Gerais de Prevenção:

➢ Ações de prevenção de programação;

➢ Identificação dos perigos;

➢ Avaliação dos riscos;

➢ Indicação das medidas de prevenção/ proteção;

➢ Analisar os postos de trabalho;

➢ Informação técnica (sobre equipamento, matérias-primas e produtos).

Ações de prevenção de vigilância:

➢ Realizar exames de saúde periódicos obrigatórios e exames facultativos;

➢ Relatórios/ fichas de exames médicos;

➢ Participar os casos de doença profissional e de acidentes;

➢ Analisar as condições de trabalho, de grupos especialmente sensíveis a


determinados riscos;

➢ Promover campanhas sanitárias.

Ações de prevenção de aconselhamento (consultivas):

➢ Aconselhar sobre processos, métodos e organização do trabalho;

➢ Aconselhamento para a aquisição de novos equipamentos;

➢ Aconselhamento sobre a aquisição de matérias-primas e produtos;

➢ Exercer as suas funções consultivas junto de todos os trabalhadores.

A prevenção pode dividir-se em quatro fases:

1. Prevenção Intrínseca que atua diretamente, no momento da conceção do


edifício, das instalações e dos processos de trabalho, pois todo o melhoramento ou

74
alteração posterior já não terá a eficácia desejada para proteger a saúde dos
trabalhadores e será certamente mais onerosa

2. Prevenção reativa resume-se a um conjunto de medidas complementares às


anteriores e ocorrem principalmente logo após o fim do projeto/ construção e antes da
disponibilização do bem para uso comum. É a identificação de situações em que as
medidas tomadas no momento da idealização do projeto não foram eficazes.

Estão geralmente ligadas:

• Com a própria máquina, em que é necessário complementar a instalação de


proteções (cobertura de partes móveis, limitar acessos...).

• Com o ambiente de trabalho, tem de ser adaptado ao tipo de meio


disponibilizado.

• Com a organização da formação ao nível dos utilizadores e do pessoal da


manutenção.

3. Prevenção integrada. Modo de prevenção que consiste em agir a montante


(nos sistemas organizacionais, nos sistemas ambientais) devendo atuar.

• Conceção do posto de trabalho.


• Cargas mentais e físicas.
• Fatores de natureza psicossocial.
• Organização do trabalho e do espaço de trabalho.
• Planificação do trabalho, ritmos de trabalho, tempo de trabalho.
• Monotonia das tarefas.
• Procedimentação do trabalho.

4. Prevenção corretiva – estas ações são essencialmente de reparação, ocorrem


principalmente em três situações:

• Identificação de situações (desvios, falhas, deficiências) potencialmente


causadoras de acidentes. As inspeções de segurança e higiene detetam muitas
situações de necessidade de correção;
• Falhas de manutenção;

75
• Ambiente de trabalho desadequado;
• Comportamentos desajustados;
• As inspeções devem estender-se a todas as situações incluindo tarefas não
rotineiras;
• As tarefas ou postos de trabalho devem ser analisadas, tanto com ações
preventivas como ações corretivas;
• Ineficiência ou falta de proteção do equipamento;
• Comandos desajustados (arranque, paragem ou paragem de emergência);
• Ausência de blindagens sobre equipamentos com movimentos, ausência de
resguardos;
• Ineficiência de proteções elétricas (ou eletrónicas). Muitas vezes são os
operadores que “eliminam” essas proteções;
• Adulteração dos sistemas de proteção (confiança excessiva);
• Má gestão do número de peças de substituição em stock;
• Trabalhador sem a formação específica exigida para a tarefa;
• Na montagem de novos equipamentos, ou quando surgem mudanças, pode ser
desprotegidas certas situações;
• Análise do pós-acidente (fatores causais);
• Máquinas/Materiais;
• Instalações e equipamentos;
• Espaço, acesso e superfícies de trabalho;
• Ambiente de trabalho;
• Tipo e organização da tarefa;
• Formação, informação e comunicação;
• Falhas de gestão;
• Fatores individuais.

(IGAS, 2020)

76
Mitigação dos Riscos

Como já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas


específicas de segurança, selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na
prevenção da segurança.

As prioridades são:

Eliminação do risco: significa torná-lo definitivamente


inexistente (Ex. Eliminação de um piso escorregadio).

Neutralização do Risco: o risco existe, mas está


controlado (proteções em partes móveis de máquinas).

Sinalização do risco: medida a ser tomada quando não se consegue eliminar ou


neutralizar (Ex. Máquinas em manutenção devem estar sinalizadas; locais onde é
proibido fumar devem ser devidamente sinalizados)

77
Proteções Coletivas: As medidas de proteção coletiva, são feitas através respetivos
dos equipamentos, devem ter prioridade, conforme determina a legislação, pois
beneficiam todos os trabalhadores indistintamente. Os EPC’s devem ser mantidos nas
condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados
sempre que apresentarem qualquer deficiência.

Exemplos:

• Sistemas de exaustão de gases;


• Enclausuramento de máquinas ruidosas;
• Comando bimanual para manter as duas mãos ocupadas;
• Cabos de segurança.

Equipamento de Proteção Individual:


Quando não for possível adotar medidas
de segurança de ordem geral, para
garantir a proteção contra os riscos de
acidentes e doenças profissionais,
devem utilizar-se os equipamentos de
proteção individuais (EPI – Todos os de
uso individual do trabalhador), destinados a proteger a integridade física e saúde do
trabalhador.

Os EPI’s não evitam acidentes, como acontece, de forma eficaz, com a proteção
coletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.

Sinalização e Segurança

No interior e exterior das instalações das empresas, devem existir formas de


aviso e informação rápida, que possam auxiliar os elementos da empresa a atuar em
conformidade com os procedimentos de segurança. Com este objetivo existe um
conjunto de símbolos e sinais especificamente criados para garantir a fácil compreensão
dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações laborais que podem
ocorrer no interior de uma empresa ou em lugares públicos.

78
Exemplos de sinalética

Sinais de perigo: Indicam situações de risco potencial de


acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados
em instalações, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc... Têm forma triangular, contorno e
pictograma a preto e o fundo amarelo:

Sinais de proibição: Indicam comportamentos


proibidos de acordo com o pictograma inserido no
sinal. São utilizados em instalações, acessos,
aparelhos, instruções e procedimentos, etc... Têm
forma circular, pictograma a preto e fundo branco.

Sinais de Obrigação: Indicam os comportamentos


obrigatórios de acordo com o pictograma inserido.
Utilizados em instalações, acessos, aparelhos e
procedimentos, etc... Forma circular, fundo azul e
pictograma em branco.

79
Sinais de Emergência: Fornecem informações de
salvamento de acordo com o pictograma inscrito. São
utilizados em instalações, acessos e equipamentos. Têm
forma retangular, fundo verde e pictograma branco.

(IGAS, 2020)

80
Limpeza e desinfeção

As infeções continuam a ter um papel relevante em todo o mundo, não só pela


morbilidade que representam ao nível das populações, como também pelos gastos
exorbitantes que determinam no sistema de saúde.

Deve-se recorrer a métodos e técnicas de trabalho que visem impedir o circuito da


contaminação cruzada. Isto consegue-se pela adoção de normas e regras de trabalho
que tenham por objetivo eliminar o risco de contaminação, como também pelo manuseio
adequado de equipamentos e materiais, sua limpeza e desinfeção.

A contaminação pode definir-se como a presença de microrganismos


patogénicos ou potencialmente nocivos sobre pessoas e/ou animais.

Da descontaminação fazem parte essencialmente três processos:

• Limpeza

• Desinfeção

• Esterilização.

Limpeza

Entende-se por limpeza o processo de remoção de sujidade que inclui a remoção


e alguma destruição de microrganismos, através da utilização de água e um detergente.

A limpeza deverá ser efetuada com água quente e um detergente, adequado à


área a limpar. Deve-se utilizar um detergente de diluições recentes e secar com papel
limpo e seco.

Os detergentes não devem ser abrasivos e não se devem misturar com


desinfetantes.

É importante reter que a limpeza é um método de descontaminação que remove


os microrganismos mecanicamente, ou seja, não destrói, mas remove-os pelo seu
arrastamento junto com água e o detergente.

81
Desinfeção

É um conjunto de medidas que procuram conseguir a remoção e destruição de


microrganismos potencialmente patogénicos.

O desinfetante é todo e qualquer agente, químico ou biológico, que consegue


destruir os microrganismos patogénicos ou pelo menos atenuar a sua virulência
(capacidade de invadir o organismo hospedeiro), impedir a sua multiplicação e
propagação.

No entanto, para que sejam verdadeiramente eficazes, é essencial que as


superfícies a desinfetar tenham sido previamente lavadas, pois o desinfetante apenas
desinfeta a superfície após a remoção completa das matérias orgânicas como
secreções ou sangue.

Assim, se houver necessidade de desinfetar uma área, deve-se utilizar:

➢ Lixívia a 0,1% (1 litro de água para 1 cc de lixívia), quando pretendemos


desinfetar equipamentos e superfícies que estiveram em contacto.
➢ Lixívia a 1% (1 litro de água para 10cc de lixívia), quando
pretendemos desinfetar equipamentos e materiais conspurcados com
sangue ou fluidos orgânicos.

Os equipamentos devem permanecer mergulhados nesta diluição,


aproximadamente 30 minutos, após o que devem ser passados por água corrente e bem
secos.

82
➢ Outro desinfetante bem conhecido é o álcool a 70º. Este não destrói os
microrganismos, mas reduz significativamente a sua virulência. Para
além do seu custo, tem contraindicações quando o pretendemos utilizar
em equipamentos que estiveram em contacto direto com o fluido orgânico
do doente.

Esterilização

O último dos três processos da cadeia de descontaminação é a esterilização que


compreende as medidas ou o conjunto de medidas que visam a destruição de todos os
microrganismos patogénicos e não patogénicos que se encontram nos materiais/
utensílios.

Esta é feita com equipamento adequado, devendo-se respeitar as normas de


utilizador fornecidas pelo
fabricante. (IGAS, 2020)

83
GLOSSÁRIO

ABCDE Sigla (mnemónica) utilizada para a avaliação de uma vítima. A - Via aérea. B –
Ventilação. C – Circulação. D – Disfunção Neurológica. E – Exposição

ABDÓMEN Região anatómica do tronco, compreendida entre o tórax e a bacia (cintura


pélvica ou pélvis). A cavidade abdominal, entre outras estruturas, contém o estômago,
os intestinos, o fígado (e a vesícula biliar), o pâncreas, os rins (e as glândulas
suprarrenais) e o baço.

ABRASÃO Lesão da pele ou mucosas, provocada por fricção. Estas lesões são
extremamente dolorosas e muito frequentes em motociclistas que deslizam sobre uma
superfície, após uma queda.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) Doença cerebral que resulta de lesão


vascular de natureza isquémica (trombose) ou hemorrágica (hemorragia). Estas lesões
causam um défice de sangue nas zonas irrigadas pelo vaso afetado e, em caso de
hemorragia, também pela compressão provocada pelo sangue acumulado.

ALVÉOLOS PULMONARES Região terminal das vias aéreas, em forma de pequenos


sacos agrupados em cachos, rodeados de uma rede de capilares (por isso designados
capilares peri-alveolares). É ao nível dos alvéolos pulmonares que se processam as
trocas de oxigénio e dióxido de carbono entre o sangue e o ar inspirado.

AMBULÂNCIA DE SOCORRO; AMBULÂNCIA DE TRANSPORTE Veículo com


características definidas legalmente no que se refere à tripulação, equipamento e ao
próprio veículo. A principal função das Ambulâncias de Socorro é a prestação de socorro
a vítimas de doença súbita ou trauma e o seu transporte para o serviço de saúde mais
adequado. As Ambulâncias de Transporte têm com função o transporte de doentes cuja
situação clínica não faça prever a necessidade de assistência durante o transporte.

AMPUTAÇÃO Secção (corte) de um membro ou de um segmento de um membro. A


amputação pode ser cirúrgica ou traumática. ANATOMIA Ciência médica que estuda e
descreve o corpo humano.

84
APÊNDICE XIFÓIDE (Ver XIFÓIDE, APÊNDICE) AORTA Principal artéria do corpo
humano. Tem origem no ventrículo esquerdo, de onde recebe o sangue que distribui por
todo o corpo (grande circulação). APNEIA Ausência de ventilação.

ARTÉRIA Vaso sanguíneo que conduz o sangue do coração para os tecidos.

AVULSÃO Arrancamento. Termo utilizado para descrever o arrancamento traumático


de dentes ou unhas.

BACIA (PÉLVIS) Região anatómica localizada abaixo do abdómen. A bacia


corresponde à região definida pelos ossos ilíacos que, por sua vez, delimitam a cavidade
pélvica. Nesta cavidade localizam-se, entre outras estruturas, a bexiga, o reto e, na
mulher, o aparelho reprodutor.

BRADICARDIA Frequência cardíaca inferior a 60 / minuto.

CHOQUE Situação caracterizada pelo fornecimento inadequado de sangue aos tecidos.


Esta situação, se não for corrigida rapidamente, coloca a vida da vítima em risco. O
choque, consoante a causa, pode ser de vários tipos: hipovolémico, neurogénico,
cardiogénico ou obstrutivo.

CIANOSE Coloração azulada da pele e mucosas devida a um défice de oxigénio. O frio


também pode provocar esta alteração. CIAV Centro de Informação Antivenenos.

CIRCULAÇÃO Movimento do sangue dentro dos vasos sanguíneos. A grande


circulação corresponde ao movimento do sangue entre o ventrículo esquerdo e a
aurícula direita. Destina-se a fornecer oxigénio e nutrientes aos tecidos e remover o
dióxido de carbono e substâncias tóxicas produzidas pelas células. A pequena
circulação corresponde ao movimento do sangue entre o ventrículo direito e a aurícula
esquerda. Destina-se a garantir a oxigenação do sangue e a eliminação do dióxido de
carbono. CODU Centro de Orientação de Doentes Urgentes.

CONTUSÃO Tipo de lesão resultante de um golpe ou choque que provocam


compressão violenta mas sem que haja ferimento da pele.

CONVULSÕES Atividade muscular involuntária, associada a perda de consciência, que


pode ser generalizada ou localizada a um membro ou região. As convulsões podem ser
causadas por várias situações, como sejam a epilepsia, os acidentes vasculares
cerebrais (AVC), os traumatismos crânio-encefálicos (TCE), ou as neoplasias cerebrais.

85
DECÚBITO VENTRAL Corpo humano deitado sobre a região anterior do tronco, com a
face para baixo.

DECÚBITO LATERAL Corpo humano deitado de lado, sobre o lado esquerdo ou


direito.

DERME Camada da pele que se localiza sob a epiderme.

DIAFRAGMA Músculo que separa o tórax do abdómen e é o principal músculo


respiratório. A sua contração causa a expansão pulmonar que se verifica durante a
inspiração. Lesões da coluna vertebral acima de C4 podem provocar a paralisia deste
músculo, resultando a morte por asfixia.

DIÓXIDO DE CARBONO Um dos principais produtos do metabolismo celular. Acima


de determinados níveis, a sua acumulação torna-se tóxica pelo que o seu excesso tem
que ser continuamente eliminado através dos pulmões.

DISPNEIA Falta de ar. Sintoma com diversas causas que incluem doenças do aparelho
respiratório, doenças cardíacas e doenças musculares.

DISRITMIA Alteração do ritmo cardíaco. DOR Sensação desagradável resultante de


lesão tecidular ou percebida como tal.

EDEMA Acumulação de líquido entre as células dos tecidos, provocando o aumento do


volume desses tecidos. O edema pode ter várias causas: origem cardíaca, inflamatória,
por doença hepática, défice nutricional ou outras.

ELETROCUSSÃO Lesão provocada pela passagem de corrente elétrica através do


corpo.

EMPALAMENTO Traumatismo em que um objeto fica cravado (empalado) no corpo.

ENTORSE Lesão articular por estiramento (distensão) dos ligamentos. A entorse da


articulação tibiotársica (tornozelo) por má colocação do pé durante a marcha é muito
frequente.

EPILEPSIA Doença do sistema nervoso central caracterizada pela ocorrência de crises


convulsivas. Essas crises resultam de uma atividade elétrica cerebral descontrolada que
surge sem razão aparente ou é induzida por determinados estímulos sensitivos (por
exemplo: visuais).

86
EPIDERME Camada mais exterior da pele.

EPISTAXIS Perda de sangue pelo nariz.

EQUIMOSE “Nódoa negra”. Lesão de que resulta a rotura de pequenos vasos, com a
acumulação de sangue na pele, que fica com uma coloração azulada.

ESCALA AVDS Escala de avaliação do estado de consciência. A – Alerta. V –


Responde a estímulos verbais. D – Responde a estímulos dolorosos. S – Sem resposta.

ESFACELO Lesão grave, com grande destruição de tecidos. Os esfacelos ocorrem


sobretudo a nível das extremidades e, habitualmente, como consequência de
esmagamento.

ESTERNO Osso plano de forma alongada, localizado na região anterior do tórax.

EVISCERAÇÃO Lesão da parede do abdómen com exteriorização do conteúdo


abdominal.

FEBRE Conjunto de alterações geralmente provocadas por uma infeção e que inclui
hipertermia, arrepios e prostração.

FRATURA Solução de continuidade no tecido ósseo, normalmente provocada por um


traumatismo. Este tipo de lesão pode ter uma gravidade relativamente pequena (por
exemplo, algumas fraturas dos dedos) ou serem muito graves e colocarem a vítima em
risco de vida (por exemplo, algumas fraturas da bacia)

FREQUÊNCIA CARDÍACA Número de batimentos cardíacos por minuto.

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Número de ciclos respiratórios por minuto.

GARROTE Dispositivo, improvisado ou não, que se coloca envolvendo um membro em


posição proximal a uma hemorragia e que é apertado de modo a reduzir ou parar essa
hemorragia.

HEMORRAGIA Extravasamento de sangue provocado por lesão de um vaso


sanguíneo. A gravidade das hemorragias depende da quantidade de sangue perdido.
As hemorragias podem ser classificadas em arteriais ou venosas, consoante o tipo de
vaso lesado. Por norma as hemorragias arteriais provocam maiores perdas sanguíneas
e são mais difíceis de controlar que as hemorragias venosas. As hemorragias podem

87
ainda ser classificadas em externas (visíveis) ou internas. Estas últimas podem ser
particularmente graves uma vez que são mais difíceis de identificar e o seu controle
apenas pode ser feito recorrendo a cirurgia, pelo que podem provocar perdas de sangue
muito graves.

HIPER Prefixo que designa maior ou mais elevado. São exemplos: hipertensão (tensão
arterial elevada), hiperglicemia (glicemia elevada) ou hipertermia (temperatura elevada).

HIPO Prefixo que designa menor ou mais baixo. São exemplos: hipotensão (tensão
arterial baixa), hipoglicemia (glicemia baixa) ou hipotermia (temperatura baixa).

HIPÓXIA Défice de oxigénio.

IMOBILIZAÇÃO Técnica que se destina a impedir uma vítima de trauma de realizar


movimentos que poderiam ser-lhe prejudiciais ou a diminuir os movimentos resultantes
da sua remoção do local do acidente ou do transporte até ao hospital.

IMOBILIZAÇÃO (DE EXTREMIDADE) Técnica que recorre a dispositivos,


normalmente rígidos (talas), com o objetivo de manter um membro traumatizado na
mesma posição. INEM Instituto Nacional de Emergência Médica.

INTOXICAÇÃO Ação prejudicial exercida por uma substância sobre o organismo.


ISQUEMIA Défice de fornecimento de sangue a determinado tecido ou órgão.

LIPOTÍMIA Tontura. Sensação de desmaio.

NÁUSEAS Enjoo. Sensação desagradável, muitas vezes associada ao vómito.

ÓRGÃO Conjunto de tecidos agrupados que formam uma determinada estrutura,


mantendo uma função comum. Por exemplo: coração.

OXIGÉNIO Elemento indispensável à vida. O oxigénio é indispensável para que o


organismo possa transformar os alimentos em energia. Sem oxigénio, a morte surge em
poucos minutos.

OXIGENAÇÃO Processo que ocorre a nível dos pulmões e que consiste na captação
de oxigénio pelo sangue venoso com a sua transformação em sangue arterial.

88
PÂNCREAS Órgão localizado na cavidade abdominal (atrás do estômago e do fígado).
O pâncreas é uma glândula responsável pela produção de suco pancreático (contendo
várias enzimas digestivas) e de insulina.

PARAGEM RESPIRATÓRIA Ausência de movimentos respiratórios espontâneos. Se


não for reconhecida e prontamente resolvida, evolui para paragem cardiorrespiratória
em poucos minutos.

PARAGEM CARDIO-RESPIRATÓRIA Ausência de ventilação e de circulação. Se não


for revertida rapidamente conduz à morte.

POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA Também designada por posição de


recuperação. Posição em que se coloca uma vítima inconsciente (na ausência de
suspeita de traumatismo) de modo a impedir a obstrução da via aérea por queda da
língua e/ou a aspiração de vómito.

PRECAUÇÕES UNIVERSAIS Conjunto de procedimentos que devem ser adotados por


todos os profissionais de saúde com o objetivo de diminuir o risco de infeção resultante
do contacto com doentes portadores de doenças infeciosas ou produtos contaminados.

PRESSÃO ARTERIAL Um dos sinais vitais. Corresponde à força exercida nas paredes
das artérias pelo sangue em circulação.

QUEIMADURA Lesão causada pela ação de diferentes tipos de energias em


quantidades superiores às que a pele ou as mucosas conseguem tolerar. As
queimaduras podem ser térmicas, elétricas, químicas ou por radiação.

SANGUE Fluído de cor vermelha que circula nos vasos sanguíneos. O sangue é
constituído por uma fração líquida chamada plasma e por vários tipos de células
(eritrócitos, leucócitos e plaquetas). O sangue pode ser arterial (rico em oxigénio) ou
venoso (pobre em oxigénio). O sangue venoso transforma-se em sangue arterial nos
pulmões, ao captar o oxigénio dos alvéolos pulmonares. A este processo dá-se o nome
de oxigenação. A nível dos tecidos, o sangue arterial liberta o oxigénio e transforma-se
em sangue venoso.

SINAL Alteração objetiva, resultante de uma doença ou lesão, que pode ser avaliada
por um observador.

89
SINAIS VITAIS Frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e
temperatura.

SÍNCOPE Perda de consciência.

SINTOMA Sensação provocada por uma doença ou lesão, descrita pela vítima (queixa)
mas que não pode ser avaliada de forma direta por outra pessoa.

SISTEMA Conjunto de órgãos relacionados entre si que desempenham determinadas


funções. Exemplo: sistema circulatório.

SUB-LUXAÇÃO DA MANDÍBULA Manobra que consiste em provocar o deslocamento


anterior (para a frente) da mandíbula de modo a impedir a obstrução da via aérea pela
queda da língua. Esta é uma das manobras de permeabilização da via aérea. A
subluxação da mandíbula pode ser conseguida através do levantamento do queixo ou
aplicando uma força de sentido anterior ao ângulo da mandíbula.

TAQUICARDIA Frequência cardíaca superior a 100 / minuto.

TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE) Lesão traumática do crânio, com


atingimento das estruturas do encéfalo. Os TCE podem apresentar diferentes graus de
gravidade que vão do traumatismo minor, sem qualquer tipo de consequência, ao TCE
muito grave, com lesões irreversíveis do encéfalo e risco de vida.

TECIDO Conjunto de células agrupadas com a mesma e função, origem e aparência.


Exemplo: tecido muscular.

TEMPERATURA Um dos sinais vitais.

TÓRAX Região anatómica do tronco, compreendida entre o pescoço e o abdómen. A


cavidade torácica, entre outras estruturas, contém o coração (e grandes vasos),
pulmões (traqueia e brônquios) e é atravessada pelo esófago. O tórax contém um
compartimento central – mediastino - onde se localizam o coração, grandes vasos,
traqueia e esófago.

TÓXICO Veneno. Substância com a capacidade de provocar danos no organismo.

TROMBOSE Oclusão de um vaso sanguíneo pela deposição de várias substâncias,


com particular relevo para as gorduras.

90
TRONCO Região anatómica formada pelo tórax, abdómen e bacia (pélvis).

TRONCO CEREBRAL Região anatómica compreendida entre a medula e o encéfalo.

VEIA Vaso sanguíneo que conduz o sangue dos tecidos para o coração.

VÉRTEBRAS Ossos que formam a coluna vertebral. Em número de 33, formam uma
estrutura de suporte do corpo. Têm ainda uma importante função de proteção da
medula, localizada no canal raquidiano (formado pelas vértebras).

VMER Viatura Médica de Emergência e Reanimação.

VÓMITO Expulsão do conteúdo gástrico através da boca, involuntária ou provocada. O


vómito pode ser causado por alterações do aparelho digestivo (por exemplo, devido a
uma gastroenterite) ou do sistema nervoso central (por exemplo, devido a um TCE ou a
uma meningite). Um acesso de tosse mais forte, especialmente nas crianças, também
pode desencadear o vómito.

XIFÓIDEU, APÊNDICE Porção cartilagínea do esterno, localizada na sua região


inferior.

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BIBLIOGRAFIA

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