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3564 – PRIMEIROS SOCORROS

Formadora: Hugo Miguel Sousa


Conteúdos

▶ Tipos de acidente

▶ Comportamento perante o sinistrado

▶ - Prevenção do agravamento do acidente


▶ - Alerta dos serviços de socorro público
▶ - Exame do sinistrado
▶ - Socorros de urgência
▶ - Primeiros socorros e conselhos de prevenção nos diferentes casos de dificuldade
respiratória

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Conteúdos

▶ Tipos de acidente

▶ Comportamento perante o sinistrado

▶ Dificuldades respiratórias – descrição


▶ Socorros de urgência
▶ Reanimação cardio-respiratória

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Conteúdos

▶ Tipos de acidente
▶ Feridas, fraturas, acidentes respiratórios, acidentes digestivos, acidentes
pelos agentes físicos, envelhecimento
▶ Acidentes inerentes à profissão
▶ Queimadura
▶ Por corrente eléctrica
▶ Hemorragia externa por ferimento (corte)

▶ - Comportamento a seguir
▶ - Esterilização dos instrumentos
▶ - Prevenção dos acidentes de trabalho, supressão de risco, proteção
coletiva, proteção individual, sinalização

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Conteúdos

▶ Serviço Nacional de Proteção Civil


▶ Socorrismo e realidade

▶ A profissão confrontada com a doença


▶ Prevenção de acidentes e doenças profissionais
▶ - Higiene do profissional
▶ - Higiene do meio ambiente

▶ Revisão de atuação em diferentes casos


▶ - Revisão dos efeitos tardios em certos acidentes

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Princípios gerais de

socorrismo
Princípios gerais de socorrismo

▶ O que é um primeiro socorro?

▶ É o tratamento inicial e temporário ministrado a acidentados e/ou vítimas


de doença súbita, num esforço de preservar a vida, diminuir a
incapacidade e minorar o sofrimento.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros socorros

▶ Consiste:

▶ Protecção de feridas,

▶ Imobilização de fracturas,

▶ Controlo de hemorragias externas,

▶ Desobstrução das vias respiratórias

▶ Realização de manobras de Suporte Básico de Vida.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

Objetivos

Prevenir /
Alertar Socorrer
Proteger

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

PREVENIR

▶ Prevenção Primária

▶ É um conjunto de ações a realizar antes que ocorra o acidente, tendentes a


diminuir ou mesmo anular a probabilidade de ocorrência do mesmo.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

PREVENIR

▶ Acidentes Rodoviários;

▶ Acidentes de Trabalho;

▶ Acidentes Domésticos.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

PREVENIR

▶ Prevenção Secundária

▶ É o conjunto de ações a realizar após a ocorrência do acidente de modo a que

este não se agrave.

▶ O socorrista deve atuar consoante o tipo de ocorrência, prevendo, ainda, os riscos


decorrentes do mesmo.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

ALERTA

▶ O alerta destina-se a chamar para o local do acidente, pessoal


especializado na sua estabilização e no transporte das vítimas para um
centro médico de urgência.

▶ Como o primeiro elo na cadeia de sobrevivência (socorros), o socorrista


atua essencialmente no local do acidente, providenciando a chamada de
socorros especializados.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

ALERTA

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

SOCORRER

▶ Socorro Primário

▶ Alterações Cárdio-Respiratórias;
▶ Choque;
▶ Hemorragias;
▶ Envenenamentos.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

SOCORRER

▶ São situações prioritárias em relação a todas as outras, quer na prestação


do primeiro socorro, quer na evacuação para o centro hospitalar, uma vez que
comprometem rapidamente a vida da (s) vítima (s).

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

SOCORRER

▶ Socorro Secundário

▶ Feridas;
▶ Queimaduras;
▶ Fraturas.

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Princípios gerais de socorrismo

▶ Primeiros Socorros

SOCORRER

▶ Socorro Secundário

▶ São todas as outras situações que devem ser socorridas depois das outras
situações de socorro essencial estarem estabilizadas, uma vez que não põem
diretamente em risco a vida da (s) vítima (s).

▶ No entanto, estas vítimas necessitam de uma vigilância constante, pois o


seu estado pode agravar-se, evoluindo para uma situação de socorro
essencial, nomeadamente o choque.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶Triagem de
Manchester

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EMERGÊNCIA MÉDICA

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

É um conjunto de meios e ações que visa uma resposta


atempada a qualquer ocorrência em que exista risco de vida.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Um sistema composto por uma sequência de procedimentos que permitem


que os meios de socorro sejam ativados, mas também que estes sejam os mais
adequados à ocorrência em causa, permitindo assim o posterior
encaminhamento do doente à unidade de saúde mais adequada.

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica

▶ VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação

▶ SIV- Ambulância de Suporte Imediato de Vida

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Ambulância de Socorro

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Ambulância de Emergência Médica

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Ambulância de Suporte Imediato de Vida

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Viatura Médica de Emergência e Reanimação

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Helicóptero de Emergência Médica

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Transporte Inter-hospitalar
Pediátrico

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Motociclo de Emergência Médica

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Deteção
▶ Deteção da ocorrência de emergência médica que corresponde ao momento em
que alguém se apercebe da existência uma ou mais vítimas.

▶ Alerta
▶ Fase na qual se contacta através do número nacional de emergência médica (112),
dando conta da ocorrência anteriormente detetada.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Pré-Socorro
▶ Conjunto de gestos simples executados e mantidos até a chegada de meios de
socorro mais especializados.

▶ Socorro
▶ Cuidados de emergência iniciais efetuados às vítimas de doença súbita ou de
acidente, com o objetivo de as estabilizar, diminuindo assim a morbilidade e a
mortalidade.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Transporte
▶ Transporte assistido da vítima numa ambulância com caraterísticas,
pessoal e carga definidos, desde o local da ocorrência até à unidade de
saúde adequada, garantindo a continuação dos cuidados de emergência
necessários.

▶ Tratamento / Hospital
▶ Após a entrada no estabelecimento de saúde mais próximo a vítima é
avaliada e são iniciadas as medidas de diagnóstico e terapêutica com
vista ao seu restabelecimento. Se necessário pode considerar-se
posteriormente um novo transporte, transferência para um hospital de
maior diferenciação, onde irá ocorrer o tratamento mais adequado à
situação.
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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

Um sistema de emergência médica


depende de tudo e de todos!

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

Os intervenientes no sistema são:

▶ Público em geral;
▶ Operadores das centrais de emergência;
▶ Agentes da autoridade;
▶ Bombeiros;
▶ Socorristas de ambulância;
▶ Médicos;
▶ Enfermeiros;
▶ Pessoal técnico dos hospitais;
▶ Etc..
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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ ORGANIZAÇÃO do SIEM:

▶ É da responsabilidade do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica),


cabendo a este organizar programas específicos de atuação para cada fase.

▶ O INEM tem vindo a ampliar a sua rede de atuação, através de Subsistemas.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ ORGANIZAÇÃO do SIEM:

▶ Centro de Informação Antivenenos (CIAV)


▶ Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)
▶ Centro de Orientação de Doentes Urgentes - MAR. (CODU Mar)
▶ Transporte de Recém – Nascidos de Alto Risco
▶ Serviço de Helicópteros de Emergência Médica

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ ORGANIZAÇÃO do SIEM:

▶ Centro de Informação Antivenenos (CIAV)

▶ Consiste num centro médico que funciona 24 horas, atendendo técnicos de saúde e
público, referente a intoxicações agudas e/ou crónicas. O centro também atua a nível da
toxicovigilância, prevenção e ensino.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ ORGANIZAÇÃO do SIEM:

▶ Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)


▶ Consiste em prestar em tempo útil, orientação e apoio médico,
quando necessário em situações de emergência, nomeadamente:

▶ Aconselhamento médico sobre a atitude a tomar perante a vítima.


▶ Acionar meios de transporte à vítima para os serviços hospitalares.
▶ Enviar uma equipa médica ao local da ocorrência, caso seja necessário.
▶ Coordenar os meios de socorro de emergência da sua responsabilidade.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ ORGANIZAÇÃO do SIEM:

▶ Centro de Orientação de Doentes Urgentes - MAR. (CODU Mar)

▶ Compete no atendimento, orientação médica e encaminhamento dos pedidos de


socorro que provenham de embarcações ou navios, segundo as regras nacionais.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ ORGANIZAÇÃO do SIEM:

▶ Transporte de Recém – Nascidos de Alto Risco

▶ Consiste na realização de transporte de recém – nascidos, com equipas móveis


especializadas, constituídas por médico e enfermeiro especializados em Neonatologia
para hospitais centrais.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ ORGANIZAÇÃO do SIEM:

▶ Serviço de Helicópteros de Emergência Médica


▶ Este serviço é composto por vários elementos, entre os quais, um
médico e enfermeiro, funcionando ao nível dos cuidados intensivos, com o
objetivo de executar manobras de Suporte Avançado de Vida (SAV),
permitindo:

▶ Levar a equipa a intervir rapidamente no local.


▶ Manter um nível de cuidados intensivos durante a transferência da vítima.
▶ Em caso de catástrofe, permite o transporte rápido de equipas especializadas.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Número europeu de socorro

▶ O 112 é o Número Europeu de Emergência, sendo comum, para além da


saúde, a outras situações, tais como incêndios, assaltos, etc.

▶ A chamada é gratuita e está acessível de qualquer ponto do país a qualquer

hora do dia.

▶ A chamada será atendida por um operador da Central de Emergência, que

enviará os meios de socorro apropriados.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Número europeu de socorro

O número 112 DEVE ser SÓ


utilizado em situações de
Emergência.

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Número europeu de socorro

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Número europeu de socorro

▶ Número de Emergência 112 deve ser utilizado:


▶ Acidente de viação
▶ Acidentes no trabalho
▶ Acidentes no desporto
▶ Quedas
▶ Doença súbita
▶ Agressão
▶ Intoxicações
▶ Afogamento
▶ Alcoolismo
▶ Partos súbitos
▶ Incêndios 49
EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Número europeu de socorro

▶ Antes de ligar 112, informe-se sobre os pormenores


que a Central tem necessidade de conhecer:

▶ ONDE (local exato da ocorrência): rua, n.º da porta,


estrada (sentido ascendente ou descendente), pontos de
referência.

▶ O QUÊ (tipo de ocorrência: acidente, incêndio florestal


ou outro, parto, doença súbita, intoxicação, etc.).

▶ QUEM (Vítima/doente, número de vítimas, queixas).


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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Número europeu de socorro

▶ Em caso de acidente, tente saber e comunique:

▶Tipo de acidente (atropelamento, acidente de viação –


moto, ligeiro, pesado – queda, etc.).
▶ Quem? (número de vítimas, estado das vítimas –
consciente, inconsciente, hemorragias, etc.).
▶ Complicações (queda num rio, encarcerado num carro, etc.).
▶ Riscos associados (incêndio, derramamento de substâncias
perigosas, etc.).

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Número europeu de socorro

▶ Em caso de doença súbita, tente saber e comunique:

▶ Queixa principal.
▶ Há quanto tempo se iniciou.
▶ Quais são os sintomas associados?
▶ Doenças conhecidas.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Número europeu de socorro

▶ Informação que deverá ser transmitida quando telefona 112:

▶ Identificar-se;
▶ Local exato com pontos de referência se possível;
▶ Qual o tipo de ocorrência (ex: acidente, queda, doença…)
▶ Sexo, idade aparente e número de vítimas;
▶ Existência de fatores agravantes ou de risco;
▶ Número de telefone;
▶ Atuação de socorro já efetuado.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Cadeia de Sobrevivência

▶ A Cadeia de Sobrevivência representa, simbolicamente, o conjunto de


procedimentos que permitem salvar vítimas de paragem
cardiorrespiratória.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Cadeia de Sobrevivência

Considera-se que há três atitudes que modificam o resultado no socorro


à vítima de paragem cardiorrespiratória (PCR):

1.Pedir ajuda, acionando de imediato o Sistema Integrado de Emergência


Médica (SIEM);
2.Iniciar de imediato manobras de Suporte Básico de Vida (SBV);
3.Aceder à desfibrilhação tão precocemente quanto possível mas apenas quando
indicado.

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Cadeia de Sobrevivência

▶ Os quatro elos da cadeia de sobrevivência são:

1.Acesso precoce ao Sistema Integrado de Emergência Médica - 112


2.Início precoce de SBV
3.Desfibrilhação precoce
4.Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce

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EMERGÊNCIA
MÉDICA
▶ Cadeia de Sobrevivência

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EMERGÊNCIA MÉDICA

▶ Cadeia de Sobrevivência

▶ Estes elos devem ser seguidos pela sequência apresentada e


não é demais repetir que todos eles são fundamentais para
que a reanimação cardiorrespiratória tenha sucesso.

▶ Concluindo, cada elemento da «cadeia de sobrevivência»,


quando unido, forma uma corrente que permite que a
reanimação cardiorrespiratória tenha sucesso.

▶ Contudo, a resistência desta corrente será aquela que se


encontra na resistência de cada elo, ou seja, o resultado
final está dependente da eficácia de cada um deles.

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EXAME Á VITIMA

▶ Existe uma regra básica que nunca deve ser esquecida:

O reanimador não deve expor-se a si, nem


a terceiros, a riscos que possam
comprometer a sua integridade física.

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EXAME Á VITIMA

▶ Antes de se aproximar de alguém que possa eventualmente estar em


perigo de vida, o reanimador deve assegurar primeiro que não irá
correr nenhum risco:

▶ Ambiental – choque elétrico, derrocadas, explosão, tráfego, etc.

▶ Toxicológico – exposição a gás, fumo, tóxicos, etc.;

▶ Infecioso – tuberculose, hepatite, HIV, etc.

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EXAME Á VITIMA

▶ Se pára numa estrada para socorrer alguém, vítima de um acidente


de viação deve:

▶ Posicionar o seu carro para que este o proteja funcionando como escudo,
isto é, antes do acidente no sentido no qual este ocorreu;

▶ Sinalizar o local com triângulo de sinalização à distância adequada;

▶ Ligar as luzes de presença ou emergência;

▶ Usar roupa clara para que possa mais facilmente ser visível;

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▶ Desligar o motor para diminuir a probabilidade de incêndio.
EXAME Á VITIMA

▶ No caso de detetar a presença de produtos químicos ou matérias


perigosas é fundamental evitar o contacto com essas substâncias
sem luvas e não inalar vapores libertados pelas mesmas.

▶ Nas situações em que a vítima sofre uma intoxicação podem existir


riscos acrescidos para quem socorre, nomeadamente no caso de
intoxicação por fumos ou gases tóxicos (como os cianetos ou o
ácido sulfúrico).

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EXAME Á VITIMA

▶ Para o socorro da vítima de intoxicação é importante identificar o


produto bem como a sua forma de apresentação (em pó, líquida
ou gasosa) e contactar o CIAV para uma informação especializada,
nomeadamente sobre possíveis antídotos.

▶ Em caso de intoxicação por produtos gasosos é fundamental não se


expor aos vapores libertados, que nunca devem ser inalados. O
local onde a vítima se encontra deverá ser arejado ou, na
impossibilidade de o conseguir, a vítima deverá ser retirada do
local.

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EXAME Á VITIMA

▶ Nas situações em que o tóxico é corrosivo (ácidos ou bases fortes) ou


em que pode ser absorvido pela pele, como os organofosforados é
mandatório, além de arejar o local, usar luvas e roupa de proteção
para evitar qualquer contacto com o produto, bem como máscaras
para evitar a inalação.

▶ Se houver necessidade de ventilar a vítima com ar expirado deverá ser


sempre usada máscara ou outro dispositivo com válvula
unidirecional, para não expor o reanimador ao ar expirado da vítima.
Nunca efetuar ventilação boca-a-boca.

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EXAME À VITIMA

1. Estado de consciência e permeabilidade da via aérea

▶ A avaliação de qualquer vítima compreende os seguintes objetivos:

▶ Garantir as condições de segurança do socorrista e da vítima;


▶ Identificar e corrigir situações que não colocando a vítima em perigo de
vida, podem, se não forem prestados os cuidados de emergência adequados,
provocar agravamento do estado geral;
▶ Não avançar no exame da vítima sem ter corrigido a lesão anterior;

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EXAME À VITIMA

1. Estado de consciência e permeabilidade da via aérea

▶ A avaliação de qualquer vítima compreende os seguintes


objetivos:

▶ O local de uma ocorrência é normalmente muito confuso, podendo


inclusivamente existir alguns riscos.

▶ Por esse motivo é, preciso garantir a segurança, do socorrista, dos


populares e da(s) vítima(s).

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EXAME À VITIMA

▶ Quando chega a um local de uma ocorrência deve proceder-se


da seguinte forma:

▶ Observar;
▶ Ouvir;
▶ Pensar e decidir;
▶ Atuar.

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EXAME À VITIMA

▶ O exame da vítima é realizado logo que o socorrista chega junto da


vítima e divide-se em:

▶ Exame Primário, no qual se tenta identificar e corrigir as situações de


perigo de vida;

▶ Exame Secundário, no qual se tenta identificar e corrigir as situações que


não colocam a vítima em perigo imediato de vida, mas se não forem
corrigidas atempadamente podem agravar-se.

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EXAME À VITIMA

▶ EXAME PRIMÁRIO

▶ 1° - Garantir condições de segurança;

▶ 2° - Avaliação do estado de consciência;

▶ Se inconsciente grite por ajuda.


▶ Se consciente continuar exame.

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EXAME À VITIMA

▶ Se inconsciente grite por ajuda;


▶ Se consciente continuar exame.
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EXAME À VITIMA

▶ EXAME PRIMÁRIO

▶ 3º A – Via aérea (permeabilização da via


aérea)

▶ Doença súbita – extensão da cabeça

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EXAME À VITIMA

▶ EXAME PRIMÁRIO

▶ 3º A – Via aérea (permeabilização da via


aérea)

▶ Vítimas de trauma – elevação do maxilar inferior

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EXAME À VITIMA

▶ EXAME PRIMÁRIO

▶ 4º B – Ventilação

▶ V – ver se o tórax expande


▶ O – ouvir a passagem do ar (ventilação)
▶ S – sentir a expedição na face (ar)

VOS - realiza-se durante 10 segundos


contando em voz alta

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EXAME À VITIMA

▶ EXAME PRIMÁRIO

▶ 4º B – Ventilação

Se respira Se não ventila


• Continue o exame; • Ligue 112;
• Coloque em Posição Lateral • Mantenha a calma e
de Segurança; informe a situação;
• Peça ajuda; • Inicie Suporte Básico de
• Vigie regularmente. Vida.

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EXAME À VITIMA

▶ EXAME PRIMÁRIO

▶ 5° C - Circulação
▶ Observe a vítima e procure hemorragias externas graves e sinais
precoces de choque.

▶ Hemorragias
▶ Imediatamente controladas

▶ Choque
▶ Pesquisa de sinais evidentes;
▶ Aplicar cuidados de emergência;
▶ Vigilância apertada. 74
EXAME À VITIMA

▶ EXAME SECUNDÁRIO

▶ O exame secundário divide-se em:

▶ Recolha de Informação;
▶ Sinais vitais;
▶ Exposição e observação sistematizada.

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EXAME À VITIMA

▶ Recolha de informação

▶ Fontes de informação:

▶ O local;
▶ A vítima;
▶ Outras pessoas (familiares, amigos, etc…)
▶ Procure saber o que aconteceu;
▶ Identifique a principal queixa da vítima;
▶ Identifique os antecedentes pessoais da vítima.

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EXAME À VITIMA

▶ Sinais vitais

▶ São os principais indicadores das funções vitais:

▶ Ventilação;
▶ Pulso;
▶ Pressão arterial;
▶ Temperatura.

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EXAME À VITIMA

▶ Ventilação

Ao conjunto de uma inspiração e uma


expiração dá-se o nome de ciclo ventilatório.

▶ Avalia e regista-se:

▶ Frequência (nº / min)


▶ Amplitude (Superficial / Normal / Profunda)
▶ Ritmo (Regular / Irregular)

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EXAME À VÍTIMA

▶ Pulso

▶É a onda de sangue que percorre as artérias cada vez que o coração se


contrai.

▶ Avalia e regista-se:

▶ Frequência (nº / min)


▶ Amplitude (Cheio / Fino)
▶ Ritmo (Regular / Irregular)

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EXAME À VÍTIMA

▶ Caraterísticas do Pulso

▶ Pulso rápido e fraco, pode resultar de um estado de choque por perda


sanguínea;

▶ Ausência de pulso pode significar um vaso sanguíneo bloqueado ou lesado,


ou uma paragem cardíaca.

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EXAME À VITIMA

▶ Temperatura

▶ Considera-se:
▶ Temperatura elevada ou hipertermia quando o valor é superior a 37,5º;

▶ Temperatura normal ou apirético quando o valor está entre os 35,5º e os


37,5º;

▶ Temperatura abaixo do normal ou hipotermia quando o valor é inferior a


35º.

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EXAME À VITIMA

▶ Coloração e Humidade (pele)

▶ Pele fria e húmida significa uma resposta do sistema nervoso a um


traumatismo ou perda sanguínea (estado de choque).
▶ Pele fria e seca pode ter origem na exposição ao frio.
▶ Pele quente e seca pode ser causada por febre, ou ser o resultado de uma
insolação.
▶ Pele pálida, indica circulação insuficiente e é vista nas vítimas em
choque ou com enfarte do miocárdio.
▶ Pele azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na
obstrução de vias aéreas, e também em alguns casos de envenenamento.
▶ Pele vermelha em envenenamento por monóxido de carbono e na
insolação.
82
Suporte Básico de Vida
Suporte Básico de Vida

▶ O Suporte Básico de Vida é o “conjunto de procedimentos bem


definidos e com metodologias padronizadas” que tem como objetivos:

1. Reconhecer as situações em que há risco de vida eminente;

1. Saber quando e como pedir ajuda;

1. Saber iniciar e sem recurso a qualquer equipamento (è exceção de


equipamento de proteção), manobras que contribuam para preservar a
oxigenação e circulação até à chegada das equipas diferenciadas e,
eventualmente, o restabelecimento do normal funcionamento cardíaco e
respiratório.

84
Suporte Básico de Vida

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Suporte Básico de Vida - Algoritmo

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

1.Avaliar as condições de segurança


▶ Aproximar-se da vítima com cuidado, garantindo que não existe perigo para
si, para a vítima ou para terceiros (atenção a perigos como por exemplo:
tráfego, eletricidade, gás ou outros).

2.Avaliar o estado de consciência


▶ Abanar os ombros com cuidado e perguntar em voz alta: “Sente-se bem?”.
▶ Se a vítima não responder gritar por AJUDA.

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

3.Gritar por ajuda


▶ Se houver alguém perto peça para ficar ao pé de si, pois pode precisar de
ajuda.
▶ Se estiver sozinho grite alto para chamar a atenção, mas sem abandonar a
vítima.

4.Permeabilizar a via
▶ Numa vítima inconsciente a queda da língua pode bloquear a VA. Esta pode
ser permeabilizada pela extensão da cabeça e pela elevação do queixo, o que
projeta a língua para a frente.

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

5.Respiração normal? Avaliar a ventilação/ respiração

▶ Mantendo a VA permeável, verificar se a vítima respira NORMALMENTE,


realizando o VOS até 10 segundos:

▶ Ver os movimentos torácicos;


▶ Ouvir os sons respiratórios saídos da boca/nariz;
▶ Sentir o ar expirado na face do reanimador.

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

▶ Se a vítima ventila normalmente colocar em Posição lateral de segurança


(PLS).

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

6.Ligar 112

▶ Se a vítima não responde e não tem ventilação normal ative de imediato o


sistema de emergência médica, ligando 112.

▶ Reanimador único: Se necessário abandone a vítima/local;


▶ Se estiver alguém junto a si, deve pedir a essa pessoa que ligue 112;

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

▶ Após ligar 112:

▶ Se DAE DISPONÍVEL, ligue-o e siga as


indicações do DAE;

▶ Se não há DAE disponível inicie SBV.

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Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

7.Iniciar compressões torácicas

▶ Fazer 30 compressões deprimindo o esterno 5-6 cm a uma frequência de


pelo menos 100 por minuto e não mais que 120 por minuto.

96
Suporte Básico de Vida

▶ Para que as compressões torácicas sejam corretamente


realizadas, deverá:

▶ Posicionar-se ao lado da vítima;

▶ Certificar-se que a vítima está deitada de costas, sobre uma superfície

firme e plana;

▶ Afastar/remover as roupas que cobrem o tórax da vítima;

▶ Posicionar-se verticalmente acima do tórax da vítima;


97
Suporte Básico de Vida

▶ Para que as compressões torácicas sejam


corretamente realizadas, deverá:

▶ Colocar a base de uma mão no centro do tórax


(sobre a metade inferior do esterno);

▶ Colocar a outra mão sobre a primeira


entrelaçando os dedos;

▶ Manter os braços e cotovelos esticados, com


os ombros na direção das mãos;

98
Suporte Básico de Vida

▶ Para que as compressões torácicas sejam corretamente realizadas,


deverá:

▶ Aplicar pressão sobre o esterno, deprimindo-o 5-6 cm a cada compressão (as


compressões torácicas superficiais podem não produzir um fluxo sanguíneo
adequado);

▶ Aplicar 30 compressões de forma rítmica a uma frequência de pelo menos 100


por minuto, mas não mais do que 120 por minuto (ajuda se contar as compressões
em voz alta);

▶ No final de cada compressão garantir a descompressão total do tórax sem


remover as mãos;

▶ Nunca interromper as compressões mais do que 10 segundos (com o coração


parado, quando não se comprime o tórax, o sangue não circula).
101
Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

100
Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

8.Iniciar ventilações

▶ Após 30 compressões fazer 2 ventilações.

▶ Se não se sentir capaz ou tiver relutância em fazer ventilações, faça apenas

compressões torácicas.

▶ Se apenas se fizerem compressões, estas devem ser contínuas, cerca de 100


por minuto (não existindo momentos de pausa entre cada 30 compressões).

101
Suporte Básico de Vida

▶ Insuflações boca-a-boca:

▶ Posicionar-se ao lado da vítima;

▶ Permeabilizar a Via Aérea (VA);

▶ Aplicar 2 insuflações na vítima, mantendo a VA permeável:

▶ Comprima as narinas usando o dedo indicador e o polegar da mão que colocou na testa;
▶ Permita que a boca se abra, mas mantenha a elevação do queixo;
▶ Inspire normalmente e coloque os seus lábios em torno da boca da vítima, certificando-
se que não há fugas;

102
Suporte Básico de Vida

▶ Insuflações boca-a-boca:

▶ Sopre a uma velocidade regular e controlada para a boca da vítima enquanto observa a
elevação do tórax (deve durar cerca de 1 segundo, tal como na respiração normal);

▶ Mantendo a inclinação da cabeça e o queixo elevado, afaste-se da boca da vítima


e observe o tórax a baixar quando o ar sai;

▶ Inspire novamente e volte a soprar na boca da vítima para conseguir um total de duas
insuflações.

103
Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

104
Suporte Básico de Vida

▶ Insuflações com máscara de bolso:

▶ O reanimador deve posicionar-se ao lado da vítima;

▶ Permeabilizar a VA;

▶ Aplicar 2 insuflações na vítima, mantendo a VA permeável;

▶Colocar a máscara sobre o nariz e boca da vítima (a parte mais estreita da


máscara de bolso deverá ficar sobre o dorso do nariz e a parte mais larga da
máscara deverá ficar sobre a boca);

105
Suporte Básico de Vida

▶ Insuflações com máscara de bolso:

▶ Colocar o polegar e o indicador na parte mais estreita da máscara;

▶ Colocar o polegar da outra mão na parte mais larga da máscara e usar os


outros dedos para elevar o queixo da vítima, criando uma selagem hermética;

▶ Soprar suavemente pela válvula unidirecional durante cerca de 1 segundo


(por cada insuflação), por forma a que o tórax da vítima se eleve;

▶ Retirar a boca da válvula da máscara após insuflar.

106
Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

107
Suporte Básico de Vida

▶ Procedimentos e sequência

9.Manter SBV

▶ Manter 30 compressões alternando com 2 ventilações. PARAR apenas se:

▶ Chegar ajuda (profissionais diferenciados);

▶ Estiver fisicamente exausto;

▶ A vítima recomeçar a ventilar normalmente.

108
Posição Lateral de Segurança

▶ Quando uma vítima se encontra inconsciente em decúbito dorsal (costas),


mesmo que respire espontaneamente, pode desenvolver um quadro de
obstrução da via aérea e deixar de respirar;

▶ A via aérea pode também ficar obstruída por vómito, secreções ou sangue;

▶ Neste caso a vítima deve ser colocada numa posição que mantenha a
permeabilização da via aérea, garantindo a não obstrução por queda da
língua e que permita a livre drenagem de qualquer líquido da cavidade oral,
evitando a entrada do mesmo nas vias respiratórias, nomeadamente no
caso de a vítima vomitar.

109
Posição Lateral de Segurança

▶ A posição lateral de segurança (também designada por posição de


recuperação) é a posição indicada para as vítimas inconscientes
ou prostradas em que exista ventilação espontânea.

▶ Esta não deve ser realizada quando a pessoa:

▶ Não estiver a respirar;


▶ Tiver uma lesão na cabeça, pescoço ou coluna;
▶ Tiver um ferimento grave.

110
Posição Lateral de Segurança

▶ Deve respeitar os seguintes princípios:

▶ Ser uma posição o mais lateral possível e para que a cabeça fique numa posição
em que a drenagem da cavidade oral (boca) se faça livremente;
▶ Ser uma posição estável;
▶ Não causar pressão sobre o tórax que impeça a respiração normal;
▶ Possibilitar a observação e acesso fácil á via aérea;
▶ Ser possível voltar a vítima em decúbito dorsal de forma rápida;
▶ Não causar nenhuma lesão á vítima;
▶ Não exista suspeita de trauma;
▶ Retirar todos os objetos volumosos dos bolsos bem como desapertar colarinhos,
etc…;
▶ Após 30m rodar para o lado oposto;
▶ No caso de grávidas com algum tempo de gravidez não colocar sobre o lado
direito.

111
Posição Lateral de Segurança

▶ Como colocar uma vítima em PLS:

▶ Com a vítima deitada, ajoelhe-se ao seu lado;

▶ Vire a cara da vítima para si. Incline a cabeça desta para trás, para abrir as
vias aéreas e impedir a queda da língua para trás e a sufocação por sangue. Se
a vítima estiver inconsciente, verifique a boca e remova possíveis materiais que
possam estar dentro desta;

▶ Posicionar o membro superior do lado em que o socorrista se encontra na


posição de flexão alinhado com a cabeça do doente;

112
Posição Lateral de Segurança

▶ Como colocar uma vítima em PLS:

▶ Colocar o dorso da mão do lado oposto encostado à face do doente, devendo o


socorrista segurá-la nesta posição;

▶ Colocar a outra mão na região do joelho, fletindo o membro inferior do lado


oposto à posição do socorrista.

▶ Mantendo o dorso da mão do doente encostada à face e segurando o membro


inferior, efetuar a rotação do doente;

113
Posição Lateral de Segurança

▶ Como colocar uma vítima em PLS:

▶ Após ter rodado o doente, posicionar a cabeça de forma a que a via aérea
fique livre de obstrução.

▶ Após ter corrigido a via aérea, posicionar a perna pela qual se rodou o doente
de forma a servir de apoio, garantindo que o doente fique na lateral (o doente
não deve permanecer mais de 30 minutos nesta posição);

▶ Por fim telefone para providenciar uma ambulância.

114
Posição Lateral de Segurança

115
Primeiros Socorros
Obstrução da via aérea

▶ A obstrução da via aérea ocorre na maioria das situações em que o


doente se encontra inconsciente, em resultado do relaxamento da
língua ou da ocorrência de um vómito.

▶ No entanto, pode também surgir em vítimas conscientes, resultado do


alojar de um corpo estranho na via aérea, sendo frequente em
crianças e idosos.

117
Obstrução da via aérea

▶ Como reconhecer uma obstrução da via aérea?

118
Obstrução da via aérea

▶ Existem dois tipos de obstrução da via aérea:

Obstrução Parcial Obstrução Total

• Ainda existe passagem de algum ar; • Não existe passagem de ar;


• A vítima começa por tossir; • A vítima não consegue falar, tossir ou
• Ainda consegue falar; respirar;
• Pode fazer algum ruido ao respirar. • Não emite qualquer ruido.

119
Obstrução da via aérea

▶ O que fazer?

▶ Caso a obstrução seja parcial (o doente tosse, chora e fala), o


socorrista não deve interferir e deve encorajar o doente a tossir.

▶ Caso o doente não chore, não fale, nem emita qualquer som, o
socorrista deve aplicar os seguintes procedimentos:

▶ De imediato efetuar cinco pancadas com a base da mão entre as omoplatas


do doente.

120
Obstrução da via aérea

5 pancadas entre as
omoplatas do doente

121
Obstrução da via aérea

▶ Caso não resulte:

▶Efetuar cinco compressões abdominais entre a extremidade do esterno e o


umbigo.

▶ Estas compressões devem ser vigorosas para que a extremidade inferior do


esterno não seja comprimida.

Executam-se colocando uma mão fechada em punho na linha média do


abdómen, um pouco acima da cicatriz umbilical, e a outra mão a cobrir
a primeira, exercendo então pressão (com força suficiente), dirigida de
baixo para cima e da frente para trás.
122
Manobra de Heimlich

▶ Procedimento:

▶ Colocar-se atrás da vítima;


▶ Colocar os braços à volta da vítima ao nível da cintura;
▶ Fechar uma das mãos, em punho, e colocar a mão com o polegar encostado ao
abdómen da vítima, na linha média um pouco acima do umbigo e bem afastada
do apêndice xifóide (extremidade inferior do esterno);
▶ Com a outra mão, agarrar o punho da colocada anteriormente e puxar, com
um movimento rápido e vigoroso, para dentro e para cima;
▶ Cada compressão deve ser um movimento claramente separado do anterior
e efetuado com a intenção de resolver a obstrução;
▶ Repetir as compressões abdominais até 5 vezes, vigiando sempre se ocorre
ou não resolução da obstrução e o estado de consciência da vítima.
123
Obstrução da via aérea

Manobra de Heimlich

124
Obstrução da via aérea

125
Queimaduras

▶ São lesões da pele ou tecidos subjacentes, resultantes do contacto


com o calor, substâncias químicas, eletricidade e radiações.

▶ As queimaduras constituem um dos acidentes mais frequentes,


ocorrendo em variadíssimas circunstâncias e em todas as idades.

▶ A maioria consiste em pequenas lesões que decorrem sem grandes


complicações, contudo, algumas podem ser fatais ou
potencialmente fatais.

126
Queimaduras

127
Queimaduras

▶ Classificação das queimaduras:

▶ Causa;

▶ Extensão;

▶ Profundidade;

▶ Gravidade.

128
Queimaduras

▶ Causa

▶ Queimaduras térmicas (calor, frio, fogo, sol);

▶ Queimaduras elétricas;

▶ Queimaduras químicas (ácidos);

▶ Queimaduras por radiação (raio X, radiações nucleares).

129
Queimaduras

▶ Extensão

▶ Esta classificação
baseia-se na superfície
corporal atingida, sendo a
regra universalmente mais
aceite para proceder ao
cálculo da área atingida, a
denominada regra dos
nove.

130
Queimaduras

▶ Profundidade

As queimaduras de 1.º grau limitam-se à camada superficial da pele. É


o caso das queimaduras solares.

▶ Sinais:

▶ Vermelhidão de leve e intensa


▶ Dor ao tatear
▶ Pele um pouco inchada

131
Queimaduras

132
Queimaduras

▶ O que fazer?

▶ Arrefecer imediatamente a zona queimada com água fria corrente da torneira por
alguns minutos
▶ Aplicar compressas frias e húmidas ou submergir a zona afetada em água fria
▶ Retirar, se possível, qualquer objeto que possa armazenar calor (anéis, colares,
brincos, cinto, objetos de metal ou de couro
▶ Proteger a zona queimada com gaze, lenço ou pano limpo
▶ Podem aplicar-se medicamentos sem prescrição médica (pomadas) para ajudar a
aliviar a dor e reduzir a inflamação
▶ Em geral, as queimaduras de primeiro grau curam-se sem nenhum tratamento
específico. No entanto, se a queimadura cobrir uma grande área do corpo ou se a
vítima for uma criança ou um idoso, deve procurar-se ajuda médica.

133
Queimaduras

▶ Profundidade

As queimaduras de 2.º grau afetam as duas primeiras camadas da


pele.

▶ Sinais:

▶ Vermelhidão intensa da pele


▶ Dor intensa
▶ Formação de bolhas
▶ Aparência lustrosa devido ao líquido que acumula (pus)
▶ Possível perda de partes da pele

134
Queimaduras

135
Queimaduras

▶ O que fazer?

▶ Limpar a parte afetada ou aplicar compressas frias. Continuar este


procedimento durante 10 a 15 minutos

▶ Secar com um pano limpo e cobrir com gaze estéril

▶ Elevar braços ou pernas quando queimados

▶ Procurar ajuda médica adicional. Não tentar tratar queimaduras graves se

não for um profissional de saúde capacitado


136
Queimaduras

▶ Profundidade

Uma queimadura de terceiro grau penetra por toda a espessura da pele


e destrói os tecidos.

▶ Sinais:

▶ Perda de pele
▶ A pouco e pouco, a lesão torna-se indolor (pode acontecer que se sinta dor provocada
pelas queimaduras de 1.º ou 2.º grau que rodeiam as queimaduras de 3.º grau)
▶ Pele seca e com aparência de couro
▶ A pele pode apresentar-se chamuscada ou com manchas brancas, castanhas ou
pretas

137
Queimaduras

138
Queimaduras

▶ O que fazer?

▶ Cobrir ligeiramente a queimadura com uma gaze estéril ou um pano limpo


(não usar nenhum material que possa deixar pêlo no local da queimadura)
▶ Fazer com que a pessoa sinta se tem a cara queimada e tentar detetar
problemas de respiração
▶ Elevar a zona queimada acima da cabeça da vítima, se possível
▶ Não colocar uma almofada debaixo da cabeça da vítima se esta estiver
recostada e tiver uma via respiratória queimada. Isto pode fechar a via
respiratória
▶ Procurar ajuda médica imediata. Não tentar tratar queimaduras graves se
não for um profissional de saúde capacitado

139
Queimaduras

▶ O que não fazer nas queimaduras de 2.º e 3.º graus:

▶ Não furar ou rebentar as bolhas formadas

▶ Não retirar roupa ou substâncias que estejam aderentes

▶ Não realizar o arrefecimento com água pelo rico de infeção devido à perda

de pele

140
Queimaduras

▶ Nunca use nas queimaduras:

▶ Pasta de dentes

▶ Manteiga ou margarina

▶ Óleos de qualquer tipo

▶ Pomadas caseiras

▶ Quaisquer outros produtos

▶ Não cobrir com panos secos

141
Eletrocussão

▶ As lesões provocadas pelo contacto com a eletricidade podem ser


bastantes perigosas e complexas, pelo que se deve abordar a situação
de uma forma distinta da efetuada para uma lesão por queimadura.

▶ A eletricidade em contacto com o corpo humano, pode provocar vários


tipos de lesões, as quais nem sempre são visíveis.

▶ A identificação do local de entrada da corrente no organismo (porta


de entrada) e do local de saída (porta de saída) permitem imaginar o
seu trajeto e suspeitar outras lesões.

142
Eletrocussão

▶ Queimaduras de contacto (eletrocussão)

▶ Á observação deteta-se habitualmente um ponto de entrada e um ponto de


saída da eletricidade, frequentemente sem outras lesões visíveis. Neste caso, há
que suspeitar da existência de lesões ocultas (internas), que podem atingir
vários níveis de gravidade.

▶ A passagem d corrente elétrica pelo corpo humano pode ter provocado


queimaduras internas com graves consequências, nomeadamente alterações do
ritmo da ventilação, do ritmo cardíaco e da função renal.

▶ Nas situações mais graves pode mesmo provocar a morte por paragem
respiratória ou cardíaca.

143
Eletrocussão

▶ Queimaduras por flash elétrico ou arco voltaico

▶ Em volta dos locais com alta voltagem existem um campo magnético capaz de
exercer uma atração sobre o individuo provocando-lhe lesões pela passagem de
corrente através desse mesmo campo.

▶ Após a passagem de corrente ocorre frequentemente a projeção do corpo a


grande distância, originando-se lesões do foro traumático.

▶ Queimaduras por descarga direta

▶ São queimaduras provocadas pela descarga elétrica diretamente sobre a roupa


ou ambiente circundante ao individuo, descarga que assume a forma de chama.

144
Eletrocussão

▶ A vítima pode apresentar os seguintes sintomas:

▶ Obstrução parcial ou total das vias aéreas, por contratura muscular ou queda
da língua;
▶ Paralisia dos membros, por lesão do sistema nervoso ou de origem
traumática;
▶ Queimaduras locais, ao nível da porta de entrada e saída da eletricidade;
▶ Convulsões, originadas por alterações elétricas no cérebro ou por traumatismo
crânio-encefálico associado;
▶ Dificuldade respiratória;
▶ Alteração do ritmo cardíaco;
▶ Podem ainda surgir (paragem cardíaca e/ou respiratória, alteração da visão,
lesões da coluna e fraturas, devido á contração muscular violente causada pela
corrente elétrica ou pela projeção da vítima á distancia).

145
Eletrocussão

▶ Atuação (cuidados de emergência):

▶ Primeiro deve garantir as condições de segurança e só se aproximar do local


após indicação dada por técnico especialista na área;

▶ Manter permeabilidade das vias aéreas;

▶ Verificar o VOS durante 10 segundos;

▶ Realizar o exame da vítima;

▶ Atuar perante as lesões encontradas. 146


Feridas

▶ Uma ferida é uma interrupção na continuidade de um tecido corpóreo.


Tal interrupção pode ser provocada por algum trauma, ou ainda ser
desencadeada por uma afecção que acione as defesas do organismo.

▶ As feridas classificam-se em:


▶ Feridas superficiais: quando atingem apenas as camadas mais superficiais
da pele (epiderme e derme superficial ou intermediária);

▶ Feridas profundas: quando atingem níveis mais profundos da pele (derme


profunda, tecido adiposo, fáscias, tendões, músculos, ossos, cartilagens,
ligamentos).

147
Feridas

148
Feridas

Atuação (cuidados de emergência):

▶ Feridas Simples:

▶ Expor o local da ferida, cortando a roupa se necessário;


▶ Lavar primeiro a pele á volta da ferida, sempre do centro para a periferia com
soro fisiológico ou água corrente e sabão neutro, utilizando compressas
esterilizadas ou panos limpos;
▶ Desinfetar, utilizando líquidos germicidas não corantes;
▶ Colocar penso se necessário;

149
Feridas

Atuação (cuidados de
emergência):

▶ Feridas complicadas

▶ Expor o local;

▶ Colocar penso;

▶ Transporte ao hospital.

150
Feridas

▶ Casos especiais

▶ Feridas com corpos estranhos encravados

▶ Deverão ser imobilizados com uma rodilha no local;


▶ Transportar para o hospital.

▶ Feridas nos olhos

▶ Lavagem com soro fisiológico ou água corrente tépida (jacto suave) do canto
lacrimal (interno), para o canto temporal (externo);
▶ Colocar penso oclusivo bilateral e transporte ao hospital.

151
Hemorragia

▶ A hemorragia é a saída de sangue devido a ruptura de vasos


sanguíneos.

Hemorragia

Interna Externa
152
Hemorragias

▶ As hemorragias necessitam de um socorro rápido e imediato.

▶ A perda de grande quantidade de sangue é uma situação perigosa que pode


rapidamente causar a morte.

▶ Um adulto tem cerca de 5,5 litros de sangue, a perda de 1 litro de sangue pode
levar rapidamente ao choque.

▶A gravidade da hemorragia depende de vários fatores, como o tipo de vaso atingido


(artéria, veia ou capilar), da sua localização e do seu calibre.

▶ O corte do principal vaso sanguíneo do pescoço, braço ou coxa pode causar uma
hemorragia tão abundante que a morte pode surgir dentro dos primeiros três
minutos.

▶ Só a paragem cardio-respiratória tem prioridade sobre as hemorragias.

153
Hemorragias

154
Hemorragia

▶ HEMORRAGIA INTERNA

▶Deve-se suspeitar sempre de hemorragia interna quando não se vê sangue,


mas a vítima apresenta um ou mais dos seguintes sinais e sintomas.

SINAIS E SINTOMAS

▶ Sede.
▶ Sensação de frio (arrepios) e tremores.
▶ Pulso progressivamente mais rápido e mais fraco.

155
Hemorragias

▶ HEMORRAGIA INTERNA

SINAIS E SINTOMAS

▶ Em casos ainda mais graves:


▶ Palidez.
▶ Arrefecimento, sobretudo das extremidades.
▶ Zumbidos.
▶ Alteração do estado de consciência.

156
Hemorragias

▶ HEMORRAGIA INTERNA

O QUE DEVE FAZER O QUE NÃO DEVE FAZER


• Acalmar a vítima e mantê-la acordada. • Dar de beber ou de
• Desapertar-lhe a roupa. comer.
• Manter a vítima confortavelmente
aquecida.
• Colocá-la em Posição Lateral de
Segurança.

É uma situação grave que necessita de transporte urgente para o


Hospital.
Activar o Serviço de Emergência Médica (112).

157
Hemorragias

▶ HEMORRAGIA EXTERNA

O QUE DEVE FAZER

Atenção: antes de qualquer procedimento o socorrista deve calçar luvas


descartáveis.

▶ Deitar horizontalmente a vítima.


▶ Aplicar uma compressa esterilizada sobre a ferida ou, na sua falta, um pano
lavado, exercendo uma pressão firme, conforme o local e a extensão do
ferimento.
▶ Se as compresssas ficarem saturadas de sangue, colocar outras por cima, sem
nunca retirar as primeiras.
▶ Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo menos 10 minutos).
▶ Se a hemorragia parar, aplicar um penso compressivo sobre a ferida.

158
Hemorragias

▶ Se se tratar de uma ferida dos membros, com hemorragia abundante,


pode ser necessário aplicar um GARROTE.

▶ O garrote pode ser de borracha ou improvisado com uma tira de pano


estreita ou uma gravata.

159
Hemorragias

▶ Como aplicar um garrote:

▶ Aplicar o garrote entre a ferida e o coração, mas o mais perto possível da


ferida e sempre acima do joelho ou do cotovelo, de acordo com a localização
da ferida que sangra.

▶ Aplicar o garrote por cima da roupa ou sobre um pano limpo bem alisado
colocado entre a pele e o garrote.

▶ Colocar o garrote à volta do membro ferido; se o garrote for improvisado com


uma tira de pano ou gravata, dar dois nós, entre os quais se coloca um pau, que
poderá ser rodado até a hemorragia estancar.

160
Hemorragias

161
Hemorragias

▶ Aplicado o garrote, este terá de ser aliviado de 15 em 15 minutos,


durante 30 segundos a 2 minutos, conforme a intensidade da
hemorragia (quanto maior é a hemorragia, menor é o tempo que o
garrote está aliviado).

▶ Anotar sempre a hora a que o garrote começou a fazer compressão


para informar posteriormente os tripulantes do Serviço de
Emergência Médica (pode colocar essa informação num letreiro ao
pescoço do ferido).

▶ Nunca tirar o garrote até chegar ao hospital; perigo mortal!

162
Hemorragias

▶ EPISTAXIS/HEMORRAGIA NASAL

▶ Epistaxis é a hemorragia nasal provocada pela ruptura de vasos sanguíneos


da mucosa do nariz.

▶ SINAIS E SINTOMAS

▶ Saída de sangue pelo nariz, por vezes abundante e persistente.


▶ Se a hemorragia é grande, o sangue pode sair também pela boca.

163
Hemorragias

▶ O QUE DEVE FAZER


▶ Sentar a vítima com a cabeça direita no alinhamento do corpo (nem para
trás, nem para a frente).
▶ Comprimir com o dedo a narina que sangra, durante 10 minutos.
▶ Aplicar gelo exteriormente, não directamente sobre a pele.
▶ Se a hemorragia não pára, introduzir um tampão coagulante na narina que
sangra (“Spongostan”, por exemplo), fazendo ligeira pressão para que a
cavidade nasal fique bem preenchida.

Atenção: antes de qualquer procedimento o socorrista deve calçar luvas


descartáveis.

Se a hemorragia persistir mais do que 10 minutos, transportar a vítima 164


para o Hospital.
Hemorragias

165
Fraturas

▶ Fratura é toda e qualquer alteração da


continuidade de um osso, perdendo este
a sua integridade parcial ou total.

▶ As fraturas classificam-se como:

▶ Fechadas – não existe descontinuidade da


pele.
▶ Abertas – os topos ósseos estão expostos.

166
Fraturas

▶ Atuação (cuidados de emergência)

▶ Controlar possíveis hemorragias;


▶ Imobilizar sempre que exista suspeita de trauma;
▶ Imobilizar corretamente;
▶ Imobilizar sempre na articulação acima e abaixo do foco de fratura;
▶ Em fraturas de ossos longos efetuar tração, alinhamento e imobilização;
▶ Em articulações não tracionar, imobilizar na posição em que se encontra;

167
Fraturas

168
Dificuldade Respiratória

▶ A dificuldade respiratória, normalmente definida como «falta de ar»


pela população em geral e por dispneia pelos médicos, pode ter
várias causas.

▶ Contudo, esta pode ser considerada normal, sem gravidade, quando


resulta, por exemplo, de um esforço físico extenuante e ser grave
quando resulta do agravamento de uma doença pulmonar ou cardíaca
ou de uma intoxicação.

▶ A queixa de «falta de ar» pode variar de pessoa para pessoa uma vez
que este sintoma depende da capacidade neurológica em identificar
este sintoma.

169
Dificuldade Respiratória

▶ A maioria das situações de falta de ar no adulto têm as


seguintes causas:

▶ Asma (por «aperto» dos brônquios);


▶ Agravamento da bronquite crónica (por acumulação de secreções);
▶ Edema pulmonar (por problemas cardíacos);
▶ Angina de peito ou enfarte agudo do miocárdio;
▶ Intoxicações (as mais frequentes por inalação de fumos ou gases);
▶ Etc..

170
Dificuldade Respiratória

▶ Verificando-se que podem existir diversas causas na origem de uma


crise de falta de ar, os procedimentos a adotar podem ser diversos, no
entanto, deve ser adotado um conjunto de medidas que tentem
evitar o agravamento da situação, nomeadamente:

▶ Manter um ambiente calmo em redor do doente;


▶ Acalmar o doente;
▶ Manter o doente sentado sem que este faça qualquer esforço;
▶ Ajudar o doente a respirar, pedindo a este que expire devagar e pela boca e
inspire pelo nariz (como se estivesse a cheirar uma flor e a apagar uma vela);
▶ Identificar doenças anteriores e a medicação do doente;
▶ Ligar 112 e transmitir a informação recolhida
▶ Aguardar pelo socorro.

171
Dificuldade Respiratória

▶ Asma

▶ A asma é uma doença respiratória que pode ser desencadeada por fatores
como uma reação alérgica ou uma infeção, surgindo de um modo súbito.

▶ Perante alguém que esteja a sofrer um ataque asmático, deve manter uma
atitude calma, retirar a vítima do ambiente que poderá estar na origem da crise
(uma sala com cheiro a tinta, vernizes, ou outros), colocando a mesma numa
posição cómoda (sentado ou semisentado)´que lhe facilite a respiração.

▶ Verifique se a vítima tem um inalador apropriado e procure ajudá-la a utilizá-


lo adequadamente. Ligue de imediato 112.

172
Convulsão

▶ A convulsão deve-se a uma alteração neurológica que pode ter várias


causas. As mais frequentes estão associadas a epilepsia ou a febre, no
caso das crianças.

▶ A epilepsia é uma doença neurológica crónica que provoca, ao nível


do cérebro, descargas elétricas desorganizadas. Estas provocam, em
alguns casos, movimentos musculares involuntários e exuberantes,
normalmente descritos como um «estrebuchar», ou seja, uma
convulsão.

▶ As crises convulsivas normalmente são de curta duração (1 ou 2


minutos) e, devido ao facto de serem em alguns casos violentas,
podem provocar ferimentos no doente já que este pode embater
descontroladamente em objetos existentes em seu redor.

173
Convulsão

▶ A atuação para estas situações deve passar pelas seguintes


fases:

▶ 1.º Fase de pré-crise:


▶ Deitar o doente;
▶ Afastar os objetos em redor do doente.

▶ 2.º Durante a crise convulsiva:


▶ Manter a calma;
▶ Não segurar o doente nem tentar prender os seus movimentos;
▶ Não colocar nada na boca do doente;
▶ Proteger a cabeça do doente e afastar possíveis objetos a fim de evitar o
contacto;
▶ Esperar que a crise passe.
174
Convulsão

▶ 3.º Após a crise convulsiva:

▶ Colocar o doente deitado de lado;


▶ Ligar 112 e transmitir a informação recolhida:
▶ Informar:
▶ Local;
▶ Número de telefone de contacto;
▶ Descrever a situação;
▶ Seguir as instruções dadas pelo operador de central.
▶ Aguardar pelo socorro.

175
Intoxicação

▶ A intoxicação é o conjunto de sinais e sintomas que surgem pela


exposição a substâncias químicas tóxicas para o organismo.

▶ As intoxicações podem essencialmente ter três origens: acidental,


voluntária ou profissional, sendo a mais frequente a intoxicação
acidental e normalmente por uso ou acondicionamento incorreto dos
produtos.

176
Intoxicação

▶ O agente tóxico pode entrar no organismo humano por uma das seguintes
vias:
▶ Via digestiva – É a mais frequente, normalmente associada a ingestão de alimentos
deteriorados ou a ingestão de medicamentos;
▶ Via respiratória – Resulta da inalação de gases, fumos ou vapores, ocorrendo na
maioria dos casos em situações de incêndio ou de uma deficiência nas instalações
de gás para uso doméstico;
▶ Via cutânea – Quando o produto entra em contacto com o organismo através da
pele;
▶ Via ocular – Surge geralmente por acidente, quando um jato de um produto
atingeos olhos;
▶ Por injeção – via parentérica – Acontece com mais frequência nos
toxicodependentes ou num caso de erro terapêutico, quer ao nível da dose quer ao
nível da própria substância;
▶ Picada de animal – Em Portugal as mais frequentes devem-se às picadas
179
do
Intoxicação

▶ Quando se estiver perante uma intoxicação importa lembrar que, em


muitos casos, o melhor socorro é não intervir, devendo ter sempre
presente que, em caso de dúvida, deve ser contactado o Centro de
Informação Antivenenos (CIAV) ou ligar para o número europeu de
socorro 112.

180
Intoxicação

▶ No contacto com o CIAV ou com o 112 indicar:


a)Em relação ao tóxico:
▶ Identificar o tóxico:
▶ Nome do produto;
▶ Cor;
▶ Cheiro;
▶ Tipo de embalagem;
▶ Fim a que se destina.
b)Em relação à vítima:
▶ Idade;
▶ Sexo;
▶ Peso;
▶ Doenças anteriores.
▶ As embalagens devem acompanhar o doente à unidade de saúde, para
facilitar a identificação do agente tóxico e assim permitir uma intervenção
no tempo mais curto possível. 181
Intoxicação

▶ Atuação para intoxicação por via respiratória


▶ Antes de se atuar, verificar se o local é seguro e arejado. Caso seja possível
abordar o doente em segurança, retirá-lo do local para uma zona arejada, se
possível administrar oxigénio e contactar os meios de socorro.

▶ Atuação para intoxicações por via digestiva


▶ Muitas das intoxicações por via digestiva são de fácil resolução pela remoção
do conteúdo gástrico através da indução do vómito, no entanto, a sua realização
está dependente do tempo decorrido e do produto em causa. Assim, somente
deve ser efetuada quando lhe for dada indicação pelo CIAV ou pelo operador da
central 112.

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Intoxicação

▶ Atuação para intoxicações por via cutânea


▶ Nestes casos, remover as peças do vestuário que estiverem em contacto com o
tóxico e lavar a zona atingida durante pelo menos 15 minutos. Logo que possível
contactar o CIAV.

▶ Atuação para intoxicações por via ocular


▶ Nestes casos, lavar o olho atingido, com recurso a água. A lavagem deve ser
efetuada do canto interno do olho para o canto externo e deve ser mantida
durante 15 minutos. Assim que possível contactar o CIAV – 112.

Os restantes casos, devido a sua especificidade, poderão apenas ser


socorridos com intervenção médica. Assim, devem ser acionados os
meios de socorro o mais precocemente possível.

▶ Número de telefone do CIAV: 800 250 183


250

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