I – DADOS INICIAIS
URDIÇÃO
1 – Urdição Seccional
2 – Urdição Contínua
Cada tipo de urdição tem seu uso e a justificativa que define porque está sendo utilizada. Os principais
objetivos deste processo são:
–Preparar o fio de urdume para que ele possa ser utilizado posteriormente na tecelagem.
–Consiste em reunir parte ou a totalidade dos fios de urdume necessários para se fazer um determinado tecido.
–Consiste em colocar parte ou todos os fios de urdume necessários paralelamente, em uma embalagem, chamada de
rolo de urdume.
URDIÇÃO SECCIONAL
1. Reunir uma grande quantidade de embalagens, enrolando os fios em forma de seção, dispostos um ao lado do
outro.
2. Produzir um rolo de urdimento que contenha todos os fios necessários ao tecido e com comprimento e largura pré
determinados.
Neste tipo de urdideira, o urdume é produzido em seções que são chamadas de fitas. Cada fita, com um
determinado número de fios, é enrolada lado a lado, sobre um tambor, até obtermos o número total de fios necessários
ao tecido, e posteriormente são transferidos para o rolo do tear.
A urdição seccional é o processo industrial utilizado para a preparação de pequenas metragens de fios de
urdimento, normalmente fios retorcidos, ou filamentos que não precisam engomar.
2
Os fios são agrupados em
seções ou fitas perfazendo o
número total de fios do rolo de
urdimento, que se destinam à
feitura de tecidos crus, listrados e
xadrezes, mais usado para rolos
com fios tintos e com padrões
complexos.
Para este tipo de urdição
as gaiolas tem capacidade menor, e
permitem trabalhar com os mais
diferentes tipos de fios. Nas
gaiolas mais antigas era muito
usado o carretel, cujo
desenrolamento é perpendicular.
Com a utilização de alta
velocidade foi necessário trabalhar
com o desenrolamento axial.
Ainda hoje são encontradas
urdideiras seccionais alimentadas
com carretel, principalmente
quando se trabalha com seda.
O tambor da urdideira seccional possui um conjunto de esquadros formando uma espécie de flange cônico. A
fitas, ao serem enroladas sobre o tambor, tem um deslocamento lateral sincronizado com o enrolamento, e é regulável.
Este deslocamento faz com que a primeira fita, que inicia na base dos esquadros, ao ser produzida é enrolada sobre estes
esquadros, não permitindo que os fios das laterais caiam. As demais fitas, são enroladas sobre a conicidade formada
pela fita anterior.
Os fio vindos da gaiola, além de
passarem pelos tensores e parada automática por
ruptura, passam também pelo pente de cruz e
pente condensador.
1. Fios retorcidos,
2. Pequenas metragens,
3. Listrados, principalmente com padrões complexos,
4. Filamentos contínuos,
3
5. Urdume que não necessita ser engomado.
Também pode ser usada para urdumes que necessitam de engomagem, e nestes casos, teremos que usar um
pente de cruz apropriado.
A metragem máxima de urdume, produzido na urdideira seccional, é limitada pelo tipo de máquina que esta
sendo utilizada, e pode chegar a aproximadamente 10.000 metros.
Para entender melhor o processo de urdição seccional, vamos utilizar o exemplo de um urdume com as
características do tecido analisado na primeira folha da análise, onde temos:
FT = 2454
LUP = 98,06 cm
Título do urdume = 30’s Ne
A urdideira a ser usada tem uma gaiola com capacidade máxima de 400 cones. Isto quer dizer que cada fita terá
o máximo de 400 fios.
Com isto podemos afirmar que, para produzir o urdume desejado, será necessário fazer 6 fitas com 400 fios e
uma fita com 54 fios.
Esta condição de produção, acarreta alguns problemas, tais como:
- a diferença no número de fios que é prejudicial para a qualidade do enrolamento;
- a sobra de tocos de cone no final da urdição, entre outros.
A fim de minimizar estes problemas é mais indicado que se trabalhe com uma quantidade de fios por fita o
mais próximo possível, e com número par de fios, devido a formação da cruz, que será visto posteriormente.
Portanto teremos:
Veja nas informações, a seguir, como será o processo de urdição destes urdume.
Esquema do tambor
4
A primeira fita será enrolada sobre o cone, começando o seu enrolamento no início dos esquadros (no início do
cone) e, dependendo do comprimento do urdume, terminará em um ponto diferente sobre os esquadros.
Ao terminar o enrolamento da
fita, com o comprimento desejado,
cortamos o conjunto de fios e prendemos
a ponta sobre a fita enrolada.
Para orientar a posição de enrolamento da fita sobre o tambor, existe o pente condensador, que é deslocado
automaticamente, em direção ao final do cone, à medida que o urdume vai sendo enrolado.
Com este deslocamento automático, um lado da fita monta sobre o cone do tambor e o outro lado forma um
cone igual ao do tambor.
Após completada a primeira fita, de acordo com o comprimento do urdume desejado, passamos para o
enrolamento da segunda fita.
A segunda fita começa a ser enrolada ao lado do início da primeira e, à medida que é enrolada, o pente
condensador vai se deslocando na direção da primeira, montando a segunda fita sobre o cone formado pela primeira.
5
Como as duas primeiras fitas têm 384 fios cada, neste ponto da urdição, já teremos enrolado sobre o tambor um
total de 768 fios do nosso urdume, lado a lado, e com o mesmo comprimento.
O próximo passo será a transferência do urdume, que está sobre o tambor, para o rolo do tear. Para isto,
teremos que posicionar os flanges do rolo, dando a distância, entre flanges, igual a largura do urdume no tambor.
Colocamos o rolo do tear na máquina, prendemos as pontas das fitas neste rolo e acionando a máquina, o rolo
irá receber um movimento de rotação, puxando o urdume do tambor e enrolando sobre o núcleo do rolo. O tambor
possui um sistema de freio que se destina a dar tensão no urdume no momento da transferência. Esta tensão é dada de
acordo com o tipo de urdume e a dureza desejada no rolo.
O rolo do tear recebe o movimento de rotação, para o enrolamento e um deslocamento automático, em sentido
contrário ao do pente condensador, para compensar a posição das fitas à medida que vão sendo desenroladas.
6
Algumas máquinas apresentam o ângulo do cone fixo, e nestes casos o deslocamento preciso do pente
condensador é controlado por Microprocessador.
Outros modelos de máquinas apresentam o cone regulável, isto é, podemos alterar a altura dos esquadros em
função do urdume a ser produzido. Nestes casos diz-se que o Angulo do cone é regulável.
Cone fixo Cone regulável
O angulo formado pelos esquadros (ângulo do cone) é alterado em função da densidade da fita, título do fio e
deslocamento do carro ( deslocamento do pente condensador). Para obtermos o ângulo do cone adequado para o tipo de
urdume, temos que calcular a altura das facas.
7
Como calcular a altura das facas?
Para calcular a altura das facas, em conseqüência o angulo do cone, utilizamos uma formula, indicada por um fabricante
de urdideira seccional, que a seguinte:
Este valor esta relacionado com o pente condensador usado e largura da fita.
Quando usamos pente condensador “Reto”, é indicado que o número do pente seja igual ao número do pente
do tear, com o mesmo passamento por pua do fundo, usado no tecido.
Para o nosso exemplo teremos um pente 116/10 com passamento por pua igual a 2, o que nos dará uma
densidade de 23,2 fios/cm.
Este dado deverá ser obtido na máquina, medindo o tamanho das facas que dependerá do modelo de máquina
que esta sendo utilizada. Exemplo = 580 mm.
Título métrico.
Teremos que verificar qual o deslocamento do carro, no qual está fixado o pente condensador, para cada volta
do tambor. Em alguns tipos de urdideira este deslocamento é único, em quanto que em outros ele pode ser modificado.
A máquina Comelato Roncato modelo P220A, possui uma tabela com vários deslocamentos, sendo que cada
um tem um limite de metragem possível de ser enrolada, em função do número máximo de voltas do tambor.
Tabela
8
Escala de Mm Total de Comprimento
deslocamento por volta voltas do urdume
1 2,15 270 685
2 2,00 387 728
3 1,79 327 830
4 1,59 365 927
5 1,20 483 1226
6 0,81 716 1818
7 0,60 966 2453
8 0,40 1450 3683
9 0,18 3130 7950
Para a escolha de uma das escalas de deslocamento, teremos que considerar dois fatores importantes:
1 – A altura máxima das facas deve ser de aproximadamente 200 mm, devido ao espaço livre existente na
máquina.
2 – O comprimento máximo de urdume que poderá ser produzido, conforme a tabela.
Observações:
3 - Na escala de deslocamento 9, não poderemos trabalhar, pois a altura das facas ultrapassa o limite de espaço
existente na máquina.
4 - Qualquer uma das escalas de deslocamento de 1 a 8, podem ser utilizadas para o nosso exemplo, onde
teremos, apenas, que considerar o comprimento do urdume a ser produzido.
5 - Quanto maior a altura das facas, maior será a conicidade formada e, em função do tipo de fio em trabalho,
isto poderá acarretar problemas na qualidade da urdição.
Exemplo:
9
O pente condensador, além de orientar o enrolamento das fitas sobre o tambor, também é o responsável pela
largura das fitas.
Um dado importante na urdição é a largura total do urdume, ou seja, a largura que o total das fitas terá sobre o
tambor, que deve ser no mínimo igual a LUP.
É recomendado que o rolo de urdume tenha uma largura maior que LUP.
Este aumento na largura do rolo de urdume tem a finalidade de fazer com que os fios de ourela não atritem no
flange do rolo, quando o urdume é desenrolado no tear. Este aumento deve ser de no mínimo 5 centímetros.
Portanto teremos:
Para que este conceito seja considerado, temos que verificar se o pente condensador é “Reto” ou com formado
e “V”. Quando trabalhamos com pente “Reto”, será necessário calcular o número do pente condensador. Desta forma
será alterado os dados utilizados no cálculo da altura das facas, pois o número de fios por centímetro na fita será
alterado.
Considerando a alternativa indicada anteriormente, onde o pente condensador tem o mesmo número do pente
do tear, com o passamento por pua igual ao do fundo, como ficará a largura do rolo de urdume:
Pente 116/10 com passamento por pua igual a 2, dará 23,2 fios/cm.
Largura das fitas 1 a 5 = 384 / 23,2 = 16,55 cm
Largura da fita 6 = 388 / 23,2 = 16,72 cm
Somatório total = (16,55 X 5) + 16,72 = 99,47 cm
Se compararmos o somatório, que será igual a largura do urdume sobre o tambor, com o LUP, verificamos que
tivemos um aumento de largura, porém não chegou aos 5 cm desejados.
Para obtermos a largura desejada teremos que calcular o número do pente condensador.
Neste caso a quantidade de fios por fita continua sendo as mesmas calculadas anteriormente e, fios por
centímetro na fita, para o cálculo da altura das facas, passa ser igual a 22,4.
1
Quando o pente condensador é Reto, a largura da fita
depende da quantidade de fios por fita, do número do pente e do
passamento por pua utilizado.
Exemplo:
- 5 fitas com 384 fios
- 1 fita com 388 fios
- Número do pente = 112/10
- Pass./pua = 2
- Fios/cm na fita = 22,4
- Largura das fitas 1 a 5 = 384 / 22,4 = 17,14 cm
- Largura da fita 5 = 388 / 22,4 = 17,32 cm
- Largura do rolo = (17,14 X 5 ) + 17,32 = 103,02 cm
1 – O número do pente.
2 – O passamento por pua no pente.
3 – A variação de abertura do pente.
Neste caso é comum trabalhar com um único pente condensador, combinado-se o passamento por pua e
abertura do pente, para obter a densidade da fita (fios/cm) desejada.
Se utilizarmos um pente de número 60/10, ou seja, 6 puas/cm totalmente aberto, teremos as seguintes
densidades nas fitas:
1
Passamento por pua = 1, dará 6 fios por cm com o pente totalmente aberto.
Passamento por pua = 2, dará 12 fios por cm com o pente totalmente aberto.
Passamento por pua = 3, dará 18 fios por cm com o pente totalmente aberto.
Se considerarmos que o pente, com o máximo de fechamento possível, eqüivale a 20 puas em 10 cm, teremos
as seguintes densidades nas fitas:
Passamento por pua = 1, dará 20 fios por cm com o pente totalmente fechado.
Passamento por pua = 2, dará 40 fios por cm com o pente totalmente fechado.
Passamento por pua = 3, dará 60 fios por cm com o pente totalmente fechado.
Este exemplo permite que se trabalhe com o número de fios/cm nas fitas, variando de 6 até 60 fios, alterando-
se, apenas, o passamento por pua e a abertura do pente.
Para o exemplo de urdume utilizado até o momento, teremos que usar a alternativa onde o passamento por pua
é 2. Neste caso a densidade da fita pode variar de 12 a 40 fios/cm.
Como a densidade da fita, para o urdume que desejamos produzir, é 22,4 fios/cm, resta calcular a largura da
fita, para que possa ser regulada a abertura do pente “V”.
A abertura do pente deverá ser regulada para que os fios da fita ocupem
um espaço de 17,14 cm.
Importante:
Esta regulagem não poderá mais ser alterada até o final da produção
do rolo, ou seja, até o final do enrolamento da ultima fita.
Na sexta fita termos que colocar mais 4 fios e, por este motivo, ela terá uma largura um pouco maior,
pois não poderemos alterar a abertura do pente.
Largura do urdume no tambor = largura do rolo de urdume = 85,7 + 17,32 = 103,02 cm.
1
Novamente podemos observar que a largura não é exatamente a desejada, porém a pequena diferença
existente, não acarretara problemas.
Os fios que vêm da gaiola da urdideira, antes de passar pelo pente condensador, passam por um pente chamado
de “Pente de Cruz”.
1
3 – Abaixar a camada de
1 – Levantar a camada de fios da fita até abrir os
fios da fita até abrir os fios em dois grupos.
fios em dois grupos. Agora os fios que estavam
na camada de cima,
2 – Passar através, da passaram para baixo.
abertura formada, na
frente do pente 4 – Colocar outro
condensador, um barbante na abertura
barbante. formada e na frente do
pente condensador.
O pente formador de camadas se destina a dividir o urdume em várias camadas. Este pente é usado quando o
urdume, produzido na urdideira seccional, será engomado.
Comprimento do Urdume
Este item deve ser estabelecido em função da capacidade da urdideira ou de acordo com o pedido a ser
atendido.
As urdideiras seccional, trabalham com relógios que controlam a metragem enrolada ou o número de voltas do
tambor.
Quando o controle da metragem é feito pelo número de voltas do tambor, teremos que calcular o número de
voltas necessário para uma determinada metragem. Este valor será calculado em função do comprimento de cada volta
enrolada.
1
Comprimento de fio no cone
Exemplo:
Tamanho do cone:
OBS.: Como limitamos o tamanho do cone em 2 Kg, poderemos trabalhar com um único cone para todas as fitas.
O número de cones necessários será em função da quantidade de fios por fita e da metragem a ser produzida.
Para o nosso exemplo, basta um número de cones igual ao maior número de fios por fita, isto porque cada cone
terá a metragem de fio necessária para urdir todas as fitas.
Veja, a seguir, um exemplos de uma folha de Dados Para a Urdição Seccional, preenchida.
1
Departamento de Tecelagem Dados para a Urdição Seccional
3. Total de fios por fita = __ 2308 / 6 ___________ = .... 384 + 4 fios ........................................................
4. Largura do rolo de urdume = __ (( 384 / 23,2 ) x 5 ) + (( 388 / 23,2 )___ = ... 99,47 cm ..........................
9. Altura das facas = __ ( 23,2 x 580 ) / ( 50,8 x 0,40 x 4 ) _ = ... 165,55 mm .....................................
12. Comprimento de fio no cone = ..... 18.000 metros = 354 gramas ...........................................................
14. Esclarecimento sobre as ourelas = .... Será urdida juntamente com os fios de fundo.............................
.......................................................................................................................................................................
.OBSERVAÇÕES:
Serão produzidas 5 fitas com 384 fios e 1 fita com 388 fios..
Peso do cone = ( 18.000 x 0,59 ) / 30 = 354 gramas
1
Departamento de Tecelagem Dados para a Urdição Seccional
3. Total de fios por fita = ___ 2308 / 6 ________ = ... 384 + 4 fios ......................................................
5. Largura da fita = ___ 384 / 22,4 = 17,14 cm e 388 / 22,4 = 17,32 cm___ = ...................................
9. Altura das facas = ___ ( 22,4 x 580 ) / ( 50,8 x 0,60 x 4 )_ = ...... 106,56 mm....................................
12. Comprimento de fio no cone = ...... 12. 000 metros = 236 gramas .......................................................
14. Esclarecimento sobre as ourelas = ..... Será urdida juntamente com os fios de fundo...........................
.....................................................................................................................................................................
.OBSERVAÇÕES:
Serão produzidas 5 fitas com 384 fios e 1 fita com 388 fios..
Fios / cm na fita = 2308 / 103,06 = 22,4 fios / cm
Peso do cone = ( 12.000 x 0,59 ) / 30 = 236 gramas .
1
URDIÇÃO CONTÍNUA
Este tipo de urdição é apropriado para grandes metragens, seja fio singelo ou retorcido. É mais usada quando o
urdume necessita ser engomado, pois o rolo, que sai da urdideira contínua, contém uma fração do total de fios de
urdume.
A metragem de urdume que se pode enrolar em um rolo de urdideira contínua é variável de acordo com a
quantidade de fios, o título do fio, a largura do rolo, diâmetro do núcleo e dos flanges do rolo.
Fórmula = πh ( D2 - d2 ) / 4
ou πh ( R2 - r2 )
Sabendo-se, que em um rolo com densidade média, apresenta um relação entre volume e peso de:
Peso do rolo ( peso de fio no rolo) = 494,73 g x 659,734 dm3 = 326390,2 gramas
1
Comprimento = T x P / K x n° de fios
Este processo é caracterizado por utilizar os cones ou bobinas como matéria-prima, reunindo assim o número
de cones necessários para formar o rolo de urdume necessário. Este rolo deve ser enrolado com os fios de forma
paralela e com a tensão de todos os fios o mais constante e uniforme possível. Os fios dos cones ou bobinas devem ter
as mesmas condições em tamanho, dureza e núcleo.
A máquina que executa o enrolamento deste rolo de urdume é chamada de Urdideira Contínua. A urdideira é
composta por diversos elementos, descritos abaixo:
Gaiola
Estrutura onde as embalagens (cones ou bobinas ) são colocadas para alimentar a máquina. As gaiolas podem
ser do tipo e “V”, paralelas, com ou sem reserva.
Esta figura mostra um Esquema da gaiola
esquema do posicionamento dos
cones em uma gaiola com
reserva.
A capacidade da gaiola é definida como o número máximo de embalagens que podem ser colocadas para
alimentar a máquina. As gaiolas possuem capacidade entre 300 e 1400 embalagens, devem ser sempre enrolados com o
1
mesmo comprimento, a fim de forma a rodada que irá alimentar a engomadeira. Esta capacidade é limitada pelos
seguintes fatores:
Pelo espaço ( para gaiolas paralelas e gaiolas em “V” )
Pela variação de tensão
Pela manipulação por parte dos operadores
Pinos sustentadores
Suportes onde são colocadas as embalagens para ocorrer o desenrolamento. As embalagens devem ficar firme
sobre os mesmos. O prolongamento da linha axial das embalagens devem coincidir, exatamente, com o centro do olhal
guia-fio dos tensores de saída. O mau alinhamento determina variações enormes no atrito do fio sobre o núcleo que se
esvazia (embalagem alimentadora).
A distância dos pinos das embalagens alimentadoras é feita de modo a não haver interferência entre os balões
do desenrolamento.
Mecanismos tensionadores
Os fios ao saírem da gaiola para serem enrolados no rolo de Urdideira, devem ter a sua tensão o mais uniforme
possível, pois quanto mais uniforme for aquela tensão, mais perfeito será o desenrolamento dos fios dos rolos na gaiola
da Engomadeira.
A tensão deverá ser igual para todos os fios. Os fatores que mais influenciam o valor da tensão de enrolamento
são : tipo de fibra e fio, características da embalagem, características da gaiola, velocidade de urdição, distância entre a
gaiola e a máquina , e a temperatura e umidade relativa da sala.
Guia-fios
Quanto maior a capacidade da gaiola, maior o número de travessas de guia-fios intermediários e maiores
consequentemente, serão os atritos sobre os fios dispostos progressivamente mais distantes da frente da gaiola. Embora
os atritos sejam maiores, e na proporção suas tensões, estas últimas flutuam menos.
Mecanismos Anti-estática
Elimina a eletricidade estática gerada pelo atrito do fio contra as partes da gaiola.
Mecanismos de parada
2
A parada automática por rotura de fio é fundamental na produção de um rolo de urdideira perfeito.
As paradas automáticas que estão localizadas mais próxima das embalagem tem um comprimento maior de fio
entre o anúncio da quebra do fio pela parada e o rolo que se produz. Muitas máquinas, com gaiolas mais modernas
possuem uma parada próxima a embalagem e uma na máquina, aliado é evidente, a um freio de funcionamento
instantâneo.
Pente Extensível
È um pente colocado
na zona de enrolamento da
urdideira. Este pente é
utilizado para ajustar a camada
de fios com a largura do rolo
da urdideira. O passamento
por pua no pente extensível, é
sempre igual a 1. Casos
excepcionais poderá ser
diferente de 1.
É equipado com um mancal para sustentar o rolo de urdume e um motor para faze-lo rodar.
Neste tipo de urdição teremos que produzir vários rolos, cada um com uma fração do total de fios do urdume e
reuni-los na engomadeira para formar o urdume total ( urdume final).
Como exemplo, vamos utilizar os dados do artigo analisado anteriormente, onde temos um total de fios de
2.308, de título 30’s Ne.
O número máximo de fios que poderemos colocar em um rolo, dependerá da capacidade máxima da gaiola da
urdideira.
2
Considerando uma urdideira cuja capacidade máxima da gaiola é de 500 cones, teremos:
Neste caso teremos que produzir 5 rolos na urdideira, para reuní-los na engomadeira. Cada rolo deve ter o
mesmo número de fios ou uma diferença de apenas 1 fio.
Logo:
Para o nosso exemplo teremos que produzir 2 rolos com 461 fios e 3 rolos com 462 fios.
Outros dados devem ser informados para o setor de urdição, tais como, o comprimento da rodada, o tamanho
do cone, etc.
O comprimento da rodada deve ser estabelecido em função do comprimento de tecido a ser produzido, ou em
função da capacidade do rolo.
O tamanho do cone pode ser expresso em comprimento ou em peso. Este será determinado pelo espaço da
gaiola ou em função do comprimento da rodada.
Exemplo:
2
1. Capacidade máxima da gaiola = ...... 500 .....................................................................................................
9. Esclarecimento sobre as ourelas = ......... Será urdida juntamente com os fios de fundo......................
....................................................................... .................................................................................................................
OBSERVAÇÕES:
Peso do cone = 90.000 x 0,59 / 30 = 1.770 gramas
Serão utilizados 461 cones para urdir os 2 primeiros rolos, e mais 462 cones para os
outros três rolos, onde teremos uma sobra de 461 cones com 30.000 metros de fio.