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RM3- 2021

R: Letra C
Lei nº 6.880 de 09 de Dezembro de 1980

Dispõe sobre o Estatuto dos Militares.

Art. 27. São manifestações essenciais do valor militar:

I - o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever militar e pelo solene juramento de
fidelidade à Pátria até com o sacrifício da própria vida;

II - o civismo e o culto das tradições históricas;

III - a fé na missão elevada das Forças Armadas;

IV - o espírito de corpo, orgulho do militar pela organização onde serve;

V - o amor à profissão das armas e o entusiasmo com que é exercida; e

VI - o aprimoramento técnico-profissional.
R: Letra C

(F) A participação da Marinha brasileira na Primeira Grande Guerra formalizou-se com o envio para o teatro de
operação da Divisão Naval em Operação de Guerra (DNOG), sob o comando do Almirante Pedro Max Fernando
de Frontin. Era composta pelos seguintes meios navais: Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul;
Contratorpedeiros Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina; Cruzador-Auxiliar Belmonte; e
Rebocador Laurindo Pitta, e tinha como missão o patrulhamento da área entre Dakar–São Vicente–Gibraltar na
costa da África.
(V) A tripulação da DNOG foi gravemente atingida pela “gripe espanhola”, mas mesmo com muitas baixas
sofridas, cumpriu a missão a ela determinada.

(V) Outra participação significativa da Marinha foi a designação de 12 oficiais aviadores para servirem junto à
Royal Air Force (RAF). Foram depois empregados no patrulhamento do Canal da Mancha.

(F) Nossa Marinha de Guerra era centrada na chamada Esquadra de 1910, com navios relativamente novos
construídos na Inglaterra sob o Plano de Construção Naval do Almirante Alexandrino Faria de Alencar, Ministro
da Marinha, como anteriormente mencionado. Eram ao todo dois encouraçados tipo dreadnought, o Minas
Gerais e o São Paulo, dois cruzadores tipo scouts7 , o Rio Grande do Sul e o Bahia, que viria a ser perdido
tragicamente na Segunda Guerra Mundial, e dez contratorpedeiros de pequenas dimensões. Esses meios eram
todos movidos a vapor, queimando carvão.

(V) No principal porto do país, o do Rio de Janeiro, centro econômico e político mais importante, instituiu-se
uma linha de minas submarinas cobrindo 600 metros entre as Fortalezas da Laje e Santa Cruz. Duas ilhas
oceânicas preocupavam as autoridades navais devido a possibilidade de serem utilizadas como pontos de refúgio
de navios inimigos. As de Trindade e Fernando de Noronha

http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br/vinculos/000008/00000898.pdf
R: Letra D

Art. 3-1-7 Capitão-de-Corveta

Ao Capitão-de-Corveta compete:

a) o Comando de Força;

b) o Comando de navio de 3ª classe;

c) a Imediatice de navio de 2º classe;

d) a Imediatice de Batalhão, de Grupo e de Grupamento de fuzileiros navais comandados por


Capitão-de-Fragata;

e) a Imediatice de Esquadrão de aeronaves;

f) a Chefia de Departamento ou outras funções em navio de 1ª classe;

g) a Chefia de Departamento em navio de 2ª classe;

h) o Comando de Companhia ou outras funções em Batalhões de fuzileiros navais; e

i) a Chefia, funções e serviços em Estado-Maior de Comando de Força.

Fonte:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-95480-13-dezembro-1987-446244-public
acaooriginal-1-pe.html

TÍTULO III

NORMAS SOBRE PESSOAL

CAPÍTULO 1

COMISSÕES DE EMBARQUE OU TROPA PARA OS OFICIAIS

Art. 3-1-1 Almirante

Ao Almirante compete o Comando-em-Chefe das Forças Armadas em operações de guerra.


Art. 3-1-2 Almirante-de-Esquadra

Ao Almirante-de-Esquadra compete o Comando de Forças em Operações de guerra.

Art. 3-1-3 Vice-Almirante

Ao Vice-Almirante compete:

a) o Comando-em-Chefe de Esquadra;

b) o Comando de Força; e

c) a Chefia do Estado-Maior de Comando-em-Chefe das Forças da Armada em operações de guerra

Art. 3-1-4 Contra-Almirante

Ao Contra-Almirante compete:

a) o Comando de Força; e

b) a Chefia do Estado-Maior de Comando de Força e de Comando-em-Chefe de Esquadra.

Art. 3-1-5 Capitão-de-Mar-e-Guerra

Ao Capitão-de-Mar-e-Guerra compete:

a) o Comando de Força;

b) o Comando de navio de 1ª classe;

c) o Comando de Batalhão e de Grupamento de fuzileiros navais; e

d) a Chefia, funções e serviços em Estado-Maior de Comando de Força.

Art. 3-1-6 Capitão-de-Fragata

Ao Capitão-de-Fragata compete:

a) o Comando de Força;

b) o Comando do navio de 2º classe;

c) o Comando do Batalhão, de Grupo e de Grupamento de fuzileiros navais;


d) o Comando de Esquadrão de aeronaves;

e) a Imediatice de navio de 1ª classe;

f) a Imediatice de Batalhão e de Grupamento de fuzileiros navais comandados por


Capitão-de-Mar-e-Guerra;

g) a Chefia de Departamento em navio de 1ª classe;

h) a Chefia, funções e serviços em Estado-Maior de Comando de Força.

Art. 3-1-7 Capitão-de-Corveta

Ao Capitão-de-Corveta compete:

a) o Comando de Força;

b) o Comando de navio de 3ª classe;

c) a Imediatice de navio de 2º classe;

d) a Imediatice de Batalhão, de Grupo e de Grupamento de fuzileiros navais comandados por


Capitão-de-Fragata;

e) a Imediatice de Esquadrão de aeronaves;

f) a Chefia de Departamento ou outras funções em navio de 1ª classe;

g) a Chefia de Departamento em navio de 2ª classe;

h) o Comando de Companhia ou outras funções em Batalhões de fuzileiros navais; e

i) a Chefia, funções e serviços em Estado-Maior de Comando de Força.

Art. 3-1-8 Capitão-Tenente

Ao Capitão-Tenente compete:

a) o Comando de navio de 4ª classe;

b) o Comando de Companhia isolada de fuzileiros navais;

c) a Imediatice de navio de 3ª ou 4ª classe;


d) a Imediatice de Companhia isolada de fuzileiros navais;

e) a Chefia de Departamento em navio de 2ª ou 3ª classe;

f) o Comando de Companhia e Bateria em Batalhões, Grupos e Grupamentos de fuzileiros navais;

g) funções e serviços a bordo de navio de qualquer classe, em unidades aéreas ou unidades de fuzileiros
navais; e

h) funções e serviços em Estado-Maior de Comando de Força.

Art. 3-1-9 Primeiro-Tenente

Ao Primeiro-Tenente compete:

a) a Imediatice de navio de 4ª classe;

b) funções e serviços a bordo de navio de qualquer classe, em unidades aéreas ou unidades de fuzileiros
navais; e

c) serviços em Estado-Maior de Comando de Força.

Art. 3-1-10 Segundo-Tenente

Ao Segundo-Tenente compete funções e serviços a bordo de navio de qualquer classe ou unidade de


fuzileiros navais.

Art. 3-1-11 Outras funções para Oficiais

Além das funções e serviços especificados nos artigos anteriores, competem aos Oficiais, em
correspondência com seus postos, os Encargos Colaterais e as atribuições previstas nas organizações dos
Comandos de Forças, navios e unidades aéreas e de fuzileiros navais.

Art. 3-1-12 Tabelas de Lotação

Os cargos dos Oficiais serão fixados nas Tabelas de Lotação das Forças, dos navios, unidades aéreas e de
fuzileiros navais.

Art. 3-1-13 Cargos inerentes a Oficial de posto superior

O Oficial poderá ser designado para exercer interinamente cargo inerente a Oficial de posto superior.
Art. 3-1-14 Permanência em cargo de posto abaixo

O Oficial poderá exercer cargo de posto abaixo, durante período a ser fixado pela autoridade competente,
em razão de promoção ou alteração de lotação da OM.

R: Letra B

Desenvolver, lastreado na capacidade de monitorar/controlar, a capacidade de responder prontamente a qualquer


ameaça ou agressão: a mobilidade estratégica.

A mobilidade estratégica - entendida como a aptidão para se chegar rapidamente ao teatro de operações –
reforçada pela mobilidade tática – entendida como a aptidão para se mover dentro daquele teatro - é o
complemento prioritário do monitoramento/controle e uma das bases do poder de combate, exigindo das Forças
Armadas ação que, mais do que conjunta, seja unificada.

O imperativo de mobilidade ganha importância decisiva, dadas a vastidão do espaço a defender e a escassez dos
meios para defendê-lo. O esforço de presença, sobretudo ao longo das fronteiras terrestres e nas partes mais
estratégicas do litoral, tem limitações intrínsecas. É a mobilidade que permitirá superar o efeito prejudicial de
tais limitações.

Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6703.htm
Diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa.

Pauta-se a Estratégia Nacional de Defesa pelas seguintes diretrizes.

1.Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres, nos limites das águas jurisdicionais
brasileiras, e impedir-lhes o uso do espaço aéreo nacional.

Para dissuadir, é preciso estar preparado para combater. A tecnologia, por mais avançada que seja, jamais será
alternativa ao combate. Será sempre instrumento do combate.

2.Organizar as Forças Armadas sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença.

Esse triplo imperativo vale, com as adaptações cabíveis, para cada Força. Do trinômio resulta a definição das
capacitações operacionais de cada uma das Forças.

3.Desenvolver as capacidades de monitorar e controlar o espaço aéreo, o território e as águas jurisdicionais


brasileiras.

Tal desenvolvimento dar-se-á a partir da utilização de tecnologias de monitoramento terrestre, marítimo, aéreo e
espacial que estejam sob inteiro e incondicional domínio nacional.

4.Desenvolver, lastreado na capacidade de monitorar/controlar, a capacidade de responder prontamente a


qualquer ameaça ou agressão: a mobilidade estratégica.

A mobilidade estratégica - entendida como a aptidão para se chegar rapidamente ao teatro de operações –
reforçada pela mobilidade tática – entendida como a aptidão para se mover dentro daquele teatro - é o
complemento prioritário do monitoramento/controle e uma das bases do poder de combate, exigindo das Forças
Armadas ação que, mais do que conjunta, seja unificada.

O imperativo de mobilidade ganha importância decisiva, dadas a vastidão do espaço a defender e a escassez dos
meios para defendê-lo. O esforço de presença, sobretudo ao longo das fronteiras terrestres e nas partes mais
estratégicas do litoral, tem limitações intrínsecas. É a mobilidade que permitirá superar o efeito prejudicial de
tais limitações.

5.Aprofundar o vínculo entre os aspectos tecnológicos e os operacionais da mobilidade, sob a disciplina de


objetivos bem definidos.

Mobilidade depende de meios terrestres, marítimos e aéreos apropriados e da maneira de combiná-los. Depende,
também, de capacitações operacionais que permitam aproveitar ao máximo o potencial das tecnologias do
movimento.
O vínculo entre os aspectos tecnológicos e operacionais da mobilidade há de se realizar de maneira a alcançar
objetivos bem definidos. Entre esses objetivos, há um que guarda relação especialmente próxima com a
mobilidade: a capacidade de alternar a concentração e a desconcentração de forças com o propósito de dissuadir
e combater a ameaça.

6.Fortalecer três setores de importância estratégica: o espacial, o cibernético e o nuclear.

Esse fortalecimento assegurará o atendimento ao conceito de flexibilidade.

Como decorrência de sua própria natureza, esse setores transcendem a divisão entre desenvolvimento e defesa,
entre o civil e o militar.

Os setores espacial e cibernético permitirão, em conjunto, que a capacidade de visualizar o próprio país não
dependa de tecnologia estrangeira e que as três Forças, em conjunto, possam atuar em rede, instruídas por
monitoramento que se faça também a partir do espaço.

O Brasil tem compromisso - decorrente da Constituição Federal e da adesão ao Tratado de Não Proliferação de
Armas Nucleares - com o uso estritamente pacífico da energia nuclear. Entretanto, afirma a necessidade
estratégica de desenvolver e dominar a tecnologia nuclear. O Brasil precisa garantir o equilíbrio e a versatilidade
da sua matriz energética e avançar em áreas, tais como as de agricultura e saúde, que podem se beneficiar da
tecnologia de energia nuclear. E levar a cabo, entre outras iniciativas que exigem independência tecnológica em
matéria de energia nuclear, o projeto do submarino de propulsão nuclear.

7.Unificar as operações das três Forças, muito além dos limites impostos pelos protocolos de exercícios
conjuntos.

Os instrumentos principais dessa unificação serão o Ministério da Defesa e o Estado-Maior de Defesa, a ser
reestruturado como Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Devem ganhar dimensão maior e
responsabilidades mais abrangentes.

O Ministro da Defesa exercerá, na plenitude, todos os poderes de direção das Forças Armadas que a Constituição
e as leis não reservarem, expressamente, ao Presidente da República.

A subordinação das Forças Armadas ao poder político constitucional é pressuposto do regime republicano e
garantia da integridade da Nação.

Os Secretários do Ministério da Defesa serão livremente escolhidos pelo Ministro da Defesa, entre cidadãos
brasileiros, militares das três Forças e civis, respeitadas as peculiaridades e as funções de cada secretaria. As
iniciativas destinadas a formar quadros de especialistas civis em defesa permitirão, no futuro, aumentar a
presença de civis em postos dirigentes no Ministério da Defesa. As disposições legais em contrário serão
revogadas.

O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas será chefiado por um oficial-general de último posto, e terá a
participação dos Chefes dos Estados-Maiores das três Forças. Será subordinado diretamente ao Ministro da
Defesa. Construirá as iniciativas que dêem realidade prática à tese da unificação doutrinária, estratégica e
operacional e contará com estrutura permanente que lhe permita cumprir sua tarefa.

A Marinha, o Exército e a Aeronáutica disporão, singularmente, de um Comandante, nomeado pelo Presidente


da República e indicado pelo Ministro da Defesa. O Comandante de Força, no âmbito das suas atribuições,
exercerá a direção e a gestão da sua Força, formulará a sua política e doutrina e preparará seus órgãos operativos
e de apoio para o cumprimento da destinação constitucional.

Os Estados-Maiores das três Forças, subordinados a seus Comandantes, serão os agentes da formulação
estratégica em cada uma delas, sob a orientação do respectivo comandante.

8.Reposicionar os efetivos das três Forças.

As principais unidades do Exército estacionam no Sudeste e no Sul do Brasil. A esquadra da Marinha


concentra-se na cidade do Rio de Janeiro. As instalações tecnológicas da Força Aérea estão quase todas
localizadas em São José dos Campos, em São Paulo. As preocupações mais agudas de defesa estão, porém, no
Norte, no Oeste e no Atlântico Sul.

Sem desconsiderar a necessidade de defender as maiores concentrações demográficas e os maiores centros


industriais do País, a Marinha deverá estar mais presente na região da foz do Amazonas e nas grandes bacias
fluviais do Amazonas e do Paraguai-Paraná. O Exército deverá posicionar suas reservas estratégicas no centro do
País, de onde poderão se deslocar em qualquer direção. Deverá também o Exército agrupar suas reservas
regionais nas respectivas áreas, para possibilitar a resposta imediata na crise ou no conflito armado.

Pelas mesmas razões que exigem a formação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, os Distritos
Navais ou Comandos de Área das três Forças terão suas áreas de jurisdição coincidentes, ressalvados
impedimentos decorrentes de circunstâncias locais ou específicas. Os oficiais-generais que comandarem, por
conta de suas respectivas Forças, um Distrito Naval ou Comando de Área, reunir-se-ão regularmente,
acompanhados de seus principais assessores, para assegurar a unidade operacional das três Forças naquela área.
Em cada área deverá ser estruturado um Estado-Maior Conjunto, que será ativado para realizar e atualizar, desde
o tempo de paz, os planejamentos operacionais da área.

9.Adensar a presença de unidades do Exército, da Marinha e da Força Aérea nas fronteiras.


Deve-se ter claro que, dadas as dimensões continentais do território nacional, presença não pode significar
onipresença. A presença ganha efetividade graças à sua relação com monitoramento/controle e com mobilidade.

Nas fronteiras terrestres e nas águas jurisdicionais brasileiras, as unidades do Exército, da Marinha e da Força
Aérea têm, sobretudo, tarefas de vigilância. No cumprimento dessas tarefas, as unidades ganham seu pleno
significado apenas quando compõem sistema integrado de monitoramento/controle, feito, inclusive, a partir do
espaço. Ao mesmo tempo, tais unidades potencializam-se como instrumentos de defesa, por meio de seus
vínculos com as reservas táticas e estratégicas. Os vigias alertam. As reservas respondem e operam. E a eficácia
do emprego das reservas táticas regionais e estratégicas é proporcional à capacidade de elas atenderem à
exigência da mobilidade.

10.Priorizar a região amazônica.

A Amazônia representa um dos focos de maior interesse para a defesa. A defesa da Amazônia exige avanço de
projeto de desenvolvimento sustentável e passa pelo trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença.

O Brasil será vigilante na reafirmação incondicional de sua soberania sobre a Amazônia brasileira. Repudiará,
pela prática de atos de desenvolvimento e de defesa, qualquer tentativa de tutela sobre as suas decisões a respeito
de preservação, de desenvolvimento e de defesa da Amazônia. Não permitirá que organizações ou indivíduos
sirvam de instrumentos para interesses estrangeiros - políticos ou econômicos - que queiram enfraquecer a
soberania brasileira. Quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o Brasil.

11.Desenvolver, para fortalecer a mobilidade, a capacidade logística, sobretudo na região amazônica.

Daí a importância de se possuir estruturas de transporte e de comando e controle que possam operar em grande
variedade de circunstâncias, inclusive sob as condições extraordinárias impostas por um conflito armado.

12.Desenvolver, para atender aos requisitos de monitoramento/controle, mobilidade e presença, o conceito de


flexibilidade no combate.

Isso exigirá, sobretudo na Força Terrestre, que as forças convencionais cultivem alguns predicados atribuídos a
forças não-convencionais.

Somente Forças Armadas com tais predicados estarão aptas para operar no amplíssimo espectro de
circunstâncias que o futuro poderá trazer.

A conveniência de assegurar que as forças convencionais adquiram predicados comumente associados a forças
não-convencionais pode parecer mais evidente no ambiente da selva amazônica. Aplicam-se eles, porém, com
igual pertinência, a outras áreas do País. Não é uma adaptação a especificidades geográficas localizadas. É
resposta a uma vocação estratégica geral.
13.Desenvolver, para atender aos requisitos de monitoramento/controle, mobilidade e presença, o repertório de
práticas e de capacitações operacionais dos combatentes.

Cada homem e mulher a serviço das Forças Armadas há de dispor de três ordens de meios e de habilitações.

Em primeiro lugar, cada combatente deve contar com meios e habilitações para atuar em rede, não só com outros
combatentes e contingentes de sua própria Força, mas também com combatentes e contingentes das outras
Forças. As tecnologias de comunicações, inclusive com os veículos que monitorem a superfície da terra e do mar
a partir do espaço, devem ser encaradas como instrumentos potencializadores de iniciativas de defesa e de
combate. Esse é o sentido do requisito de monitoramento e controle e de sua relação com as exigências de
mobilidade e de presença.

Em segundo lugar, cada combatente deve dispor de tecnologias e de conhecimentos que permitam radicalizar, em
qualquer teatro de operações, terrestre ou marítimo, o imperativo de mobilidade. É a esse imperativo, combinado
com a capacidade de combate, que devem servir as plataformas e os sistemas de armas à disposição do
combatente.

Em terceiro lugar, cada combatente deve ser treinado para abordar o combate de modo a atenuar as formas
rígidas e tradicionais de comando e controle, em prol da flexibilidade, da adaptabilidade, da audácia e da
surpresa no campo de batalha. Esse combatente será, ao mesmo tempo, um comandado que sabe obedecer,
exercer a iniciativa na ausência de ordens específicas e orientar-se em meio às incertezas e aos sobressaltos do
combate - e uma fonte de iniciativas - capaz de adaptar suas ordens à realidade da situação mutável em que se
encontra.

Ganha ascendência no mundo um estilo de produção industrial marcado pela atenuação de contrastes entre
atividades de planejamento e de execução e pela relativização de especializações rígidas nas atividades de
execução. Esse estilo encontra contrapartida na maneira de fazer a guerra, cada vez mais caracterizada por
extrema flexibilidade. O desdobramento final dessa trajetória é esmaecer o contraste entre forças convencionais e
não-convencionais, não em relação aos armamentos com que cada uma delas possa contar, senão no radicalismo
com que ambas praticam o conceito de flexibilidade.

14.Promover a reunião, nos militares brasileiros, dos atributos e predicados exigidos pelo conceito de
flexibilidade.

O militar brasileiro precisa reunir qualificação e rusticidade. Necessita dominar as tecnologias e as práticas
operacionais exigidas pelo conceito de flexibilidade. Deve identificar-se com as peculiaridades e características
geográficas exigentes ou extremas que existem no País. Só assim realizar-se-á, na prática, o conceito de
flexibilidade, dentro das características do território nacional e da situação geográfica e geopolítica do Brasil.
15.Rever, a partir de uma política de otimização do emprego de recursos humanos, a composição dos efetivos
das três Forças, de modo a dimensioná-las para atender adequadamente ao disposto na Estratégia Nacional de
Defesa.

16. Estruturar o potencial estratégico em torno de capacidades.

Convém organizar as Forças Armadas em torno de capacidades, não em torno de inimigos específicos. O Brasil
não tem inimigos no presente. Para não tê-los no futuro, é preciso preservar a paz e preparar-se para a guerra.

17.Preparar efetivos para o cumprimento de missões de garantia da lei e da ordem, nos termos da Constituição
Federal.

O País cuida para evitar que as Forças Armadas desempenhem papel de polícia. Efetuar operações internas em
garantia da lei e da ordem, quando os poderes constituídos não conseguem garantir a paz pública e um dos
Chefes dos três Poderes o requer, faz parte das responsabilidades constitucionais das Forças Armadas. A
legitimação de tais responsabilidades pressupõe, entretanto, legislação que ordene e respalde as condições
específicas e os procedimentos federativos que dêem ensejo a tais operações, com resguardo de seus integrantes.

18.Estimular a integração da América do Sul.

Essa integração não somente contribuirá para a defesa do Brasil, como possibilitará fomentar a cooperação
militar regional e a integração das bases industriais de defesa. Afastará a sombra de conflitos dentro da região.
Com todos os países avança-se rumo à construção da unidade sul-americana. O Conselho de Defesa
Sul-Americano, em debate na região, criará mecanismo consultivo que permitirá prevenir conflitos e fomentar a
cooperação militar regional e a integração das bases industriais de defesa, sem que dele participe país alheio à
região.

19.Preparar as Forças Armadas para desempenharem responsabilidades crescentes em operações de manutenção


da paz.

Em tais operações, as Forças agirão sob a orientação das Nações Unidas ou em apoio a iniciativas de órgãos
multilaterais da região, pois o fortalecimento do sistema de segurança coletiva é benéfico à paz mundial e à
defesa nacional.

20.Ampliar a capacidade de atender aos compromissos internacionais de busca e salvamento.

É tarefa prioritária para o País o aprimoramento dos meios existentes e da capacitação do pessoal envolvido com
as atividades de busca e salvamento no território nacional, nas águas jurisdicionais brasileiras e nas áreas pelas
quais o Brasil é responsável, em decorrência de compromissos internacionais.
21.Desenvolver o potencial de mobilização militar e nacional para assegurar a capacidade dissuasória e
operacional das Forças Armadas.

Diante de eventual degeneração do quadro internacional, o Brasil e suas Forças Armadas deverão estar prontos
para tomar medidas de resguardo do território, das linhas de comércio marítimo e plataformas de petróleo e do
espaço aéreo nacionais. As Forças Armadas deverão, também, estar habilitadas a aumentar rapidamente os meios
humanos e materiais disponíveis para a defesa. Exprime-se o imperativo de elasticidade em capacidade de
mobilização nacional e militar.

Ao decretar a mobilização nacional, o Poder Executivo delimitará a área em que será realizada e especificará as
medidas necessárias à sua execução, tais como poderes para assumir o controle de recursos materiais, inclusive
meios de transporte, necessários à defesa, de acordo com a Lei de Mobilização Nacional. A mobilização militar
demanda a organização de uma força de reserva, mobilizável em tais circunstâncias. Reporta-se, portanto, à
questão do futuro do Serviço Militar Obrigatório.

Sem que se assegure a elasticidade para as Forças Armadas, seu poder dissuasório e defensivo ficará
comprometido.

22.Capacitar a indústria nacional de material de defesa para que conquiste autonomia em tecnologias
indispensáveis à defesa.

Regime jurídico, regulatório e tributário especiais protegerá as empresas privadas nacionais de material de defesa
contra os riscos do imediatismo mercantil e assegurará continuidade nas compras públicas. A contrapartida a tal
regime especial será, porém, o poder estratégico que o Estado exercerá sobre tais empresas, a ser assegurado por
um conjunto de instrumentos de direito privado ou de direito público.

Já o setor estatal de material de defesa terá por missão operar no teto tecnológico, desenvolvendo as tecnologias
que as empresas privadas não possam alcançar ou obter, a curto ou médio prazo, de maneira rentável.

A formulação e a execução da política de compras de produtos de defesa serão centralizadas no Ministério da


Defesa, sob a responsabilidade de uma secretaria de produtos de defesa. , admitida delegação na sua execução.

A indústria nacional de material de defesa será incentivada a competir em mercados externos para aumentar a
sua escala de produção. A consolidação da União de Nações Sul-Americanas poderá atenuar a tensão entre o
requisito da independência em produção de defesa e a necessidade de compensar custo com escala,
possibilitando o desenvolvimento da produção de defesa em conjunto com outros países da região.
Serão buscadas parcerias com outros países, com o propósito de desenvolver a capacitação tecnológica e a
fabricação de produtos de defesa nacionais, de modo a eliminar, progressivamente, a compra de serviços e
produtos importados.

Sempre que possível, as parcerias serão construídas como expressões de associação estratégica mais abrangente
entre o Brasil e o país parceiro. A associação será manifestada em colaborações de defesa e de desenvolvimento
e será pautada por duas ordens de motivações básicas: a internacional e a nacional.

A motivação de ordem internacional será trabalhar com o país parceiro em prol de um maior pluralismo de poder
e de visão no mundo. Esse trabalho conjunto passa por duas etapas. Na primeira etapa, o objetivo é a melhor
representação de países emergentes, inclusive o Brasil, nas organizações internacionais – políticas e econômicas
– estabelecidas. Na segunda, o alvo é a reestruturação das organizações internacionais, inclusive a do regime
internacional de comércio, para que se tornem mais abertas às divergências, às inovações e aos experimentos do
que são as instituições nascidas ao término da Segunda Guerra Mundial.

A motivação de ordem nacional será contribuir para a ampliação das instituições que democratizem a economia
de mercado e aprofundem a democracia, organizando o crescimento econômico socialmente includente. O
método preferido desse trabalho é o dos experimentos binacionais: as iniciativas desenvolvidas em conjunto com
os países parceiros.

23.Manter o Serviço Militar Obrigatório.

O Serviço Militar Obrigatório é condição para que se possa mobilizar o povo brasileiro em defesa da soberania
nacional. É, também, instrumento para afirmar a unidade da Nação acima das divisões das classes sociais.

O objetivo, a ser perseguido gradativamente, é tornar o Serviço Militar realmente obrigatório. Como o número
dos alistados anualmente é muito maior do que o número de recrutas de que precisam as Forças Armadas,
deverão elas selecioná-los segundo o vigor físico, a aptidão e a capacidade intelectual, em vez de permitir que
eles se auto-selecionem, cuidando para que todas as classes sociais sejam representadas.

No futuro, convirá que os que forem desobrigados da prestação do serviço militar obrigatório sejam incentivados
a prestar um serviço civil, de preferência em região do País diferente da região das quais se originam. Prestariam
o serviço de acordo com a natureza de sua instrução preexistente, além de receber instrução nova. O serviço
seria, portanto, ao mesmo tempo oportunidade de aprendizagem, expressão de solidariedade e instrumento de
unidade nacional. Os que o prestassem receberiam treinamento militar básico que embasasse eventual
mobilização futura. E passariam a compor força de reserva mobilizável.

Devem as escolas de formação de oficiais das três Forças continuarem a atrair candidatos de todas as classes
sociais. É ótimo que número cada vez maior deles provenha da classe trabalhadora. É necessário, porém, que os
efetivos das Forças Armadas sejam formados por cidadãos oriundos de todas as classes sociais. Essa é uma das
razões pelas quais a valorização da carreira, inclusive em termos remuneratórios, representa exigência de
segurança nacional.
R: Letra D
R: Letra D

A Esquadra brasileira passou a ser organizada, essencialmente, em divisões de encouraçados e cruzadores, e


flotilhas de contratorpedeiros e de submarinos. Porém, com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o
Ministro da Marinha Alexandrino de Alencar determinou que as principais unidades operativas de superfície
fossem reorganizadas em três divisões a fim de patrulhar as águas costeiras dentro de cada área de
responsabilidade, sendo criadas as Divisões Navais do Sul (São Francisco do Sul), Centro (Rio de Janeiro) e
Norte (Belém). Dessa maneira, a Marinha iria enfrentar os seus dois principais desafios no Século XX. As duas
grandes guerras mundiais.

R: Letra D

Táticas podem ser descritas para a persuasão naval. Essas táticas são as diversas formas de emprego das forças
navais para alcançarem resultados políticos em tempo de paz. Elas são:

● demonstração permanente do Poder Naval;


● posicionamentos operativos específicos;
● auxílio naval;
● visitas operativas a portos; e
● visitas específicas de boa vontade.

A demonstração permanente do Poder Naval permite, através de ações como deslocamentos e manobras com
forças, inclusive estrangeiras, participação em missões de paz da Organização das Nações Unidas; reforços e
reduções de nível de forças; aumento ou redução da prontificação para combate; e obter efeitos desejados como:
aumentar a intensidade da persuasão; desencorajar; demonstrar preocupação em crises entre terceiros; exercer
coerção ou apoio de maneira limitada ou restrita, entre outros.
Os posicionamentos operativos específicos, situando navios ou forças navais próximo a um local de crise
constituem apenas um caso especial da demonstração permanente e as ações podem ser semelhantes.

O auxílio naval inclui a instalação de missões navais, o fornecimento de navios e o apoio de manutenção.

As visitas a portos estrangeiros, para reabastecimento, descanso das tripulações, ou mesmo, específicas de boa
vontade, no que se denomina “mostrar a bandeira”, podem transmitir a imagem do prestígio da Marinha,
aumentando a influência e acumulando vantagens psicossociais sobre o país visitado.

O Poder Naval brasileiro é empregado em tempo de paz de diversas maneiras, podendo-se destacar:

➔ as operações com Marinhas aliadas, como a Operação Unitas, com a Marinha dos Estados Unidos e de
países sul-americanos; a Operação Fraterno, com a Armada da República Argentina; e muitas outras;
➔ a participação em diversas missões de paz, transportando as tropas ou através de seus fuzileiros navais,
como em São Domingos, Angola, Moçambique, Nicarágua e Haiti;
➔ e as viagens de instrução do navio-escola e as visitas a portos estrangeiros, “mostrando a bandeira”.

Cabe também ressaltar o apoio que a Marinha do Brasil presta a outras Marinhas aliadas, na América do Sul e no
continente africano.
R: Letra C

Sem que se assegure a elasticidade para as Forças Armadas, seu poder dissuasório e defensivo ficará
comprometido.
22.Capacitar a indústria nacional de material de defesa para que conquiste autonomia em tecnologias
indispensáveis à defesa.

Regime jurídico, regulatório e tributário especiais protegerá as empresas privadas nacionais de material de defesa
contra os riscos do imediatismo mercantil e assegurará continuidade nas compras públicas. A contrapartida a tal
regime especial será, porém, o poder estratégico que o Estado exercerá sobre tais empresas, a ser assegurado por
um conjunto de instrumentos de direito privado ou de direito público.

Já o setor estatal de material de defesa terá por missão operar no teto tecnológico, desenvolvendo as tecnologias
que as empresas privadas não possam alcançar ou obter, a curto ou médio prazo, de maneira rentável.

A formulação e a execução da política de compras de produtos de defesa serão centralizadas no Ministério da


Defesa, sob a responsabilidade de uma secretaria de produtos de defesa. , admitida delegação na sua execução.

A indústria nacional de material de defesa será incentivada a competir em mercados externos para aumentar a
sua escala de produção. A consolidação da União de Nações Sul-Americanas poderá atenuar a tensão entre o
requisito da independência em produção de defesa e a necessidade de compensar custo com escala,
possibilitando o desenvolvimento da produção de defesa em conjunto com outros países da região.

Serão buscadas parcerias com outros países, com o propósito de desenvolver a capacitação tecnológica e a
fabricação de produtos de defesa nacionais, de modo a eliminar, progressivamente, a compra de serviços e
produtos importados.

Sempre que possível, as parcerias serão construídas como expressões de associação estratégica mais abrangente
entre o Brasil e o país parceiro. A associação será manifestada em colaborações de defesa e de desenvolvimento
e será pautada por duas ordens de motivações básicas: a internacional e a nacional.

A motivação de ordem internacional será trabalhar com o país parceiro em prol de um maior pluralismo de poder
e de visão no mundo. Esse trabalho conjunto passa por duas etapas. Na primeira etapa, o objetivo é a melhor
representação de países emergentes, inclusive o Brasil, nas organizações internacionais – políticas e econômicas
– estabelecidas. Na segunda, o alvo é a reestruturação das organizações internacionais, inclusive a do regime
internacional de comércio, para que se tornem mais abertas às divergências, às inovações e aos experimentos do
que são as instituições nascidas ao término da Segunda Guerra Mundial.

A motivação de ordem nacional será contribuir para a ampliação das instituições que democratizem a economia
de mercado e aprofundem a democracia, organizando o crescimento econômico socialmente includente. O
método preferido desse trabalho é o dos experimentos binacionais: as iniciativas desenvolvidas em conjunto com
os países parceiros.
Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6703.htm
R: Letra D

Art . 16. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças Armadas, bem como a correspondência entre
os postos e as graduações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, são fixados nos parágrafos seguintes e no
Quadro em anexo.

§ 1° Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do Ministro de Força
Singular e confirmado em Carta Patente.

§ 2º Os postos de Almirante, Marechal e Marechal-do-Ar somente serão providos em tempo de guerra.

§ 3º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar competente.

§ 4º Os Guardas-Marinha, os Aspirantes-a-Oficial e os alunos de órgãos específicos de formação de militares são


denominados praças especiais.

§ 5º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros, Armas, Serviços, Especialidades ou
Subespecialidades são fixados, separadamente, para cada caso, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica.

§ 6º Os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, cujos graus hierárquicos tenham denominação


comum, acrescentarão aos mesmos, quando julgado necessário, a indicação do respectivo Corpo, Quadro, Arma
ou Serviço e, se ainda necessário, a Força Armada a que pertencerem, conforme os regulamentos ou normas em
vigor.

§ 7º Sempre que o militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo
com as abreviaturas respectivas de sua situação.

Art. 17. A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou correspondente, é assegurada pela
antiguidade no posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei.

§ 1º A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva
promoção, nomeação, declaração ou incorporação, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.

O erro foi em agregação.


R: Letra C
No campo interno, veremos a Revolta Nativista de 1817, movimento separatista ocorrido em Pernambuco, onde
a Marinha atuou na sua repressão, bloqueando o porto do Recife.

Na Segunda Guerra Mundial, também mantivemo-nos neutros a princípio. Com a vinculação de interesses
comuns que tínhamos com os Estados Unidos, concretizada pelo Tratado do Rio de Janeiro, no qual nos
comprometíamos a formar ao lado de qualquer nação americana que fosse atacada, com eles nos solidarizamos
quando do ataque japonês a Pearl Harbour, em 7 de dezembro de 1941. Como represália, nossa Marinha
Mercante começou a ser agredida pelos submarinos alemães. A primeira perda foi o navio mercante Cabedelo,
em fevereiro de 1942. Seguiram-se outros afundamentos, terminando com o ataque fulminante do U-507, que,
em cinco dias, levou a pique seis embarcações nacionais dedicadas à linha de cabotagem nas costas de Sergipe,
com 507 vítimas, inclusive soldados do Exército.

Com o estado de guerra declarado, os ataques aos mercantes brasileiros continuaram. Em 2 de novembro, nas
proximidades da Ilha de São Vicente, na costa africana, foram torpedeados mais dois navios, o Guaíba e o Acari.
Depois de atingidos, seus comandantes conseguiram encalhá-los, salvando-se a carga, não impedindo, no
entanto, que vidas brasileiras fossem perdidas.
R: Letra E

CAPÍTULO 2

CLASSIFICAÇÕES E SITUAÇÕES ESPECIAIS DOS NAVIOS E AERONAVES

Art. 1-2-1 Classificação para fins administrativos

Os navios, segundo seu tipo, porte, armamento e eventualmente a missão que lhes for atribuída, serão
classificados em quatro categorias, com as denominações de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª classe. As aeronaves serão
classificadas segundo seu tipo e emprego.

Art. 1-2-2 Classificação em função de prontidão operativa

Os navios e aeronaves, em função da condição de prontidão operativa em que se encontrem, serão


classificados em categorias especiais, de acordo com as normas em vigor.

Art. 1-2-3 Navio Solto

Todo navio da Armanda não pertencente a uma Força Naval será denominado Navio Solto.
Art. 1-2-4 Navio Isolado

Todo navio pertencente à Marinha do Brasil, não incorporando à Armada, será denominado Navio
Isolado.

Art. 1-2-5 Navio Destadado

Todo navio da Armada que pertencendo a uma Força dela separar-se temporariamente para cumprir
missão, será denominado Navio Destacado.

Art. 1-2-6 Navio Escoteiro

Todo navio da Armada designada para cumprir, isoladamente, uma missão, será denominado Navio
Escoteiro.

Art. 1-2-7 Navio Capitânia

Navio Capitânia de qualquer Força é o navio que aloja ou está indicado para alojar o Comandante da
Força e seu Estado-Maior.

Parágrafo único. O Comandante do Navio Capitânia terá o título de Capitão-de-Bandeira.

Fonte:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-95480-13-dezembro-1987-446244-publicacaoor
iginal-1-pe.html#:~:text=Todo%20navio%20da%20Armada%20que,miss%C3%A3o%2C%20ser%C3%A1%20d
enominado%20Navio%20Destacado.&text=Todo%20navio%20da%20Armada%20designada,miss%C3%A3o%
2C%20ser%C3%A1%20denominado%20Navio%20Escoteiro.
R: Letra D
R: Letra E

Liderança Participativa ou Democrática - Nesse estilo de liderança, abre-se mão de parte da autoridade formal
em prol de uma esperada participação dos subordinados e aproveitamento de suas ideias.

Os componentes do grupo são incentivados a opinarem sobre as formas como uma tarefa poderá ser realizada,
cabendo a decisão final ao líder (exemplo típico é o Estado-Maior).

O êxito desse estilo é condicionado:

- pelas características pessoais;

- pelo conhecimento técnico-profissional; e

- pelo engajamento e motivação dos componentes do grupo como um todo.

Em se obtendo sucesso, a satisfação pessoal e o sentimento de contribuição por parte dos subordinados são
fatores que permitem uma realimentação positiva do processo.
Na ausência do líder, uma boa equipe terá condições de continuar agindo de acordo com o planejamento
previamente estabelecido para cumprir a missão.

O líder deve estabelecer um ambiente de respeito, confiança e entendimento recíprocos, devendo possuir,
para tanto, ascendência técnico-profissional sobre seus subordinados e conduta ética e moral compatíveis com
o cargo que exerce.

Um líder que adota o estilo democrático encoraja a participação e delega com sabedoria, mas nunca perde de
vista sua autoridade e responsabilidade.

Um chefe inseguro dificilmente conseguirá exercer uma liderança democrática, mas tenderá a submeter ao
grupo todas as decisões. Isso poderá fazer com que o chefe acabe sendo conduzido pelo próprio grupo.
R: Letra A

A Política Nacional de Defesa (PND) é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de ações
destinadas à defesa nacional coordenadas pelo Ministério da Defesa. Voltada essencialmente para ameaças
externas, estabelece objetivos e orientações para o preparo e o emprego dos setores militar e civil em todas as
esferas do Poder Nacional, em prol da Defesa Nacional.

5.2. A vertente continental brasileira contempla complexa variedade fisiográfica, que pode ser sintetizada
em cinco macrorregiões: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Fonte: https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/2012/mes07/pnd.pdf

5. O BRASIL

5.1. O perfil brasileiro – ao mesmo tempo continental e marítimo, equatorial, tropical e subtropical, de longa
fronteira terrestre com quase todos os países sul-americanos e de extenso litoral e águas jurisdicionais – confere
ao País profundidade geoestratégica e torna complexa a tarefa do planejamento geral de defesa. Dessa maneira, a
diversificada fisiografia nacional conforma cenários diferenciados que, em termos de defesa, demandam, ao
mesmo tempo, uma política abrangente e abordagens específicas.

5.2. A vertente continental brasileira contempla complexa variedade fisiográfica, que pode ser sintetizada
em cinco macrorregiões: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

5.3. O planejamento da defesa deve incluir todas as regiões e, em particular, as áreas vitais onde se encontra a
maior concentração de poder político e econômico. Da mesma forma, deve-se priorizar a Amazônia e o Atlântico
Sul.

5.4. A Amazônia brasileira, com seu grande potencial de riquezas minerais e de biodiversidade, é foco da
atenção internacional. A garantia da presença do Estado e a vivificação da faixa de fronteira são dificultadas,
entre outros fatores, pela baixa densidade demográfica e pelas longas distâncias. A vivificação das fronteiras, a
proteção do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos naturais são aspectos essenciais para o
desenvolvimento e a integração da região. O adensamento da presença do Estado, e em particular das Forças
Armadas, ao longo das nossas fronteiras é condição relevante para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

5.5. O mar sempre esteve relacionado com o progresso do Brasil, desde o seu descobrimento. A natural vocação
marítima brasileira é respaldada pelo seu extenso litoral e pela importância estratégica do Atlântico Sul.

A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar abre a possibilidade de o Brasil estender os limites da sua
Plataforma Continental e exercer o direito de jurisdição sobre os recursos econômicos em uma área de cerca de
4,5 milhões de quilômetros quadrados, região de vital importância para o País, uma verdadeira “Amazônia
Azul”.

Nessa imensa área, incluída a camada do pré-sal, estão as maiores reservas de petróleo e gás, fontes de energia
imprescindíveis para o desenvolvimento do País, além da existência de grande potencial pesqueiro, mineral e de
outros recursos naturais.

A globalização aumentou a interdependência econômica dos países e, consequentemente, o fluxo de cargas. No


Brasil, o transporte marítimo é responsável por movimentar quase todo o comércio exterior.

5.6. As dimensões continental, marítima e aeroespacial, esta sobrejacente às duas primeiras, são de suma
importância para a Defesa Nacional. O controle do espaço aéreo e a sua boa articulação com os países vizinhos,
assim como o desenvolvimento de nossa capacitação aeroespacial, constituem objetivos setoriais prioritários.

5.7. O Brasil defende uma ordem internacional baseada na democracia, no multilateralismo, na cooperação, na
proscrição das armas químicas, biológicas e nucleares, e na busca da paz entre as nações. Nesse sentido, defende
a reforma das instâncias decisórias internacionais, de modo a torná-las mais legítimas, representativas e eficazes,
fortalecendo o multilateralismo, o respeito ao Direito Internacional e os instrumentos para a solução pacífica de
controvérsias.

5.8. A Constituição tem como um de seus princípios, nas relações internacionais, o repúdio ao terrorismo. O
Brasil considera que o terrorismo internacional constitui risco à paz e à segurança mundiais. Condena
enfaticamente suas ações e implementa as resoluções pertinentes da Organização das Nações Unidas (ONU),
reconhecendo a necessidade de que as nações trabalhem em conjunto no sentido de prevenir e combater as
ameaças terroristas.

5.9. O Brasil atribui prioridade aos países da América do Sul e da África, em especial aos da África Ocidental e
aos de língua portuguesa, buscando aprofundar seus laços com esses países.

5.10. A intensificação da cooperação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, integrada por oito
países distribuídos por quatro continentes e unidos pelos denominadores comuns da história, da cultura e da
língua, constitui outro fator relevante das nossas relações exteriores.

5.11. O Brasil tem laços de cooperação com países e blocos tradicionalmente aliados que possibilitam a troca de
conhecimento em diversos campos. Concomitantemente, busca novas parcerias estratégicas com nações
desenvolvidas ou emergentes para ampliar esses intercâmbios. Ao lado disso, o País acompanha as mudanças e
variações do cenário político e econômico internacional e não deixa de explorar o potencial de novas
associações, tais como as que mantém com os demais membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul).
5.12. O Brasil atua na comunidade internacional respeitando os princípios consagrados no art. 4º da
Constituição, em particular os princípios de autodeterminação, não-intervenção, igualdade entre os Estados e
solução pacífica de conflitos. Nessas condições, sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU), participa
de operações de paz, sempre de acordo com os interesses nacionais, de forma a contribuir para a paz e a
segurança internacionais.

5.13. A persistência de ameaças à paz mundial requer a atualização permanente e o aparelhamento das nossas
Forças Armadas, com ênfase no apoio à ciência e tecnologia para o desenvolvimento da indústria nacional de
defesa. Visa-se, com isso, à redução da dependência tecnológica e à superação das restrições unilaterais de
acesso a tecnologias sensíveis.

5.14. Em consonância com a busca da paz e da segurança internacionais, o País é signatário do Tratado sobre a
Não-Proliferação de Armas Nucleares e destaca a necessidade do cumprimento do seu Artigo VI, que prevê a
negociação para a eliminação total das armas nucleares por parte das potências nucleares, ressalvando o direito
de todos os países ao uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos.

5.15. O contínuo desenvolvimento brasileiro traz implicações crescentes para a segurança das infraestruturas
críticas. Dessa forma, é necessária a identificação dos pontos estratégicos prioritários, de modo a planejar e a
implementar suas defesas.

6. OBJETIVOS NACIONAIS DE DEFESA

I – garantir a soberania, o patrimônio nacional e a integridade territorial;

II – defender os interesses nacionais e as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior;

III – contribuir para a preservação da coesão e da unidade nacionais;

IV – contribuir para a estabilidade regional;

V – contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais;

VI – intensificar a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção em processos decisórios
internacionais;

VII – manter Forças Armadas modernas, integradas, adestradas e balanceadas, e com crescente
profissionalização, operando de forma conjunta e adequadamente desdobradas no território nacional;

VIII – conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do País;


IX – desenvolver a indústria nacional de defesa, orientada para a obtenção da autonomia em tecnologias
indispensáveis;

X – estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os
planejamentos estratégicos e operacionais;

XI – desenvolver o potencial de logística de defesa e de mobilização nacional.


R: Letra B

§ 2o O Livro Branco de Defesa Nacional deverá conter dados estratégicos, orçamentários, institucionais e
materiais detalhados sobre as Forças Armadas, abordando os seguintes tópicos:

I - cenário estratégico para o século XXI;

II -política nacional de defesa;

III - estratégia nacional de defesa;

IV - modernização das Forças Armadas;

V - racionalização e adaptação das estruturas de defesa;

VI - suporte econômico da defesa nacional;

VII - as Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica;

VIII - operações de paz e ajuda humanitária.

§ 3o O Poder Executivo encaminhará à apreciação do Congresso Nacional, na primeira metade da sessão


legislativa ordinária, de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos, a partir do ano de 2012, com as devidas atualizações:

I - a Política de Defesa Nacional;

II - a Estratégia Nacional de Defesa;

III - o Livro Branco de Defesa Nacional.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97.htm#:~:text=LEI%20COMPLEMENTAR%20N%C2%BA%2097%2C%20D
E%209%20DE%20JUNHO%20DE%201999&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20normas%20gerais,o%20emprego
%20das%20For%C3%A7as%20Armadas.
R: Letra A

Os luso-espanhóis conseguiram ficar prontos antes dos holandeses e, em 22 de novembro, partia de Lisboa uma
armada composta por 25 galeões, dez naus, dez urcas, seis caravelas, dois patachos e quatro navios menores,
tendo a bordo 12.500 marinheiros e soldados. Como comandante-geral, vinha D. Fadrique de Toledo Osório,
Marquês de Villanueva de Valdueza. 0 Esta expedição foi denominada a Jornada dos Vassalos por ser
composta de vários fidalgos, tanto portugueses quanto espanhóis, voluntários para defender a causa da
coroa ibérica. A armada luso-espanhola chegou a Salvador em 29 de março de 1625. Era a maior força naval
que até aquela data atravessara o Atlântico. Cerca de 20 navios holandeses se abrigavam sob a proteção dos
fortes e a cidade de Salvador era defendida por tropas holandesas. Iniciou-se o ataque luso-espanhol e, a 1º de
maio, os holandeses renderam-se. Dias depois de se entregarem, apareceu na barra o socorro holandês, de 34
naus. Percebendo a retomada da cidade, não se animaram a tentar a luta.

Fonte: http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br/vinculos/000008/00000898.pdf
R: Letra D

Objetivos estratégicos das Forças Armadas

A Marinha do Brasil

Na maneira de conceber a relação entre as tarefas estratégicas de negação do uso do mar, de controle de
áreas marítimas e de projeção de poder, a Marinha do Brasil se pautará por um desenvolvimento desigual
e conjunto. Se aceitasse dar peso igual a todas as três tarefas, seria grande o risco de ser medíocre em
todas elas. Embora todas mereçam ser cultivadas, serão em determinada ordem e sequência.

A prioridade é assegurar os meios para negar o uso do mar a qualquer concentração de forças inimigas
que se aproxime do Brasil por via marítima. A negação do uso do mar ao inimigo é a que organiza, antes
de atendidos quaisquer outros objetivos estratégicos, a estratégia de defesa marítima do Brasil. Essa
prioridade tem implicações para a reconfiguração das forças navais.

Ao garantir seu poder para negar o uso do mar ao inimigo, o Brasil precisa manter a capacidade focada de
projeção de poder e criar condições para controlar, no grau necessário à defesa e dentro dos limites do direito
internacional, as áreas marítimas e águas interiores de importância político- estratégica, econômica e militar, e
também as suas linhas de comunicação marítimas. A despeito dessa consideração, a projeção de poder se
subordina, hierarquicamente, à negação do uso do mar.

A negação do uso do mar, o controle de áreas marítimas e a projeção de poder devem ter por foco, sem
hierarquização de objetivos e de acordo com as circunstâncias:

(a) defesa proativa das plataformas petrolíferas;

(b) defesa proativa das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e das ilhas oceânicas nas águas
jurisdicionais brasileiras;

(c) prontidão para responder a qualquer ameaça, por Estado ou por forças não convencionais ou criminosas, às
vias marítimas de comércio; e

(d) capacidade de participar de operações internacionais de paz, fora do território e das águas jurisdicionais
brasileiras, sob a égide das Nações Unidas ou de organismos multilaterais da região.

A construção de meios para exercer o controle de áreas marítimas terá como foco as áreas estratégicas de acesso
marítimo ao Brasil. Duas áreas do litoral continuarão a merecer atenção especial, do ponto de vista da
necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil: a faixa que vai de Santos a Vitória e a área em torno da foz
do Rio Amazonas.
Fonte: https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/estado_e_defesa/END-PNDa_Optimized.pdf
R: Letra B

A Lei de Empréstimo e Arrendamento e modernizações de nossos meios e defesa ativa da costa brasileira

A Lei de Empréstimo e Arrendamento – Lend Lease – com os Estados Unidos permitia, sem operações
financeiras imediatas, o fornecimento dos materiais necessários ao esforço de guerra dos países aliados. Ela foi
assinada a 11de março de 1941.

Em acordo firmado a 1o de outubro de 1941, o Brasil obteve, nos termos dessa lei, um crédito de 200 milhões de
dólares, o qual, por ordem do presidente da República, coube ao Exército 100 milhões e à Marinha e à Força
Aérea 50 milhões cada. Da cota destinada à Marinha, um total de 2 milhões de dólares foi despendido com o
armamento dos navios mercantes.

Ao rompermos relações diplomáticas como Eixo, a Marinha do Brasil desconhecia as novas táticas
anti-submarino e estava, consequentemente, desprovida do material flutuante e dos equipamentos necessários
para executá-las, como bem mostramos anteriormente.

Os progressos verificados nos entendimentos entre o Brasil e os Estados Unidos, depois dos torpedeamentos dos
primeiros navios na costa leste norte-americana e nas Antilhas, permitiram incluir na agenda de discussões o
fornecimento ao Brasil de pequenas unidades de proteção ao tráfego e de ataque a submarinos.

Os primeiros navios recebidos pelo Brasil, depois da declaração de guerra, foram os caça-submarinos da
classe G (Guaporé e Gurupi), entregues em Natal, a 24 de setembro de 1942.

Em seguida, foram incorporados à Marinha do Brasil, em Miami, oito caça-submarinos da classe J


(Javari, Jutaí, Juruá, Juruema, Jaguarão, Jaguaribe, Jacuí e Jundiaí).

No ano de 1943, foram entregues mais seis unidades da classe G (Guaíba, Gurupá, Guajará, Goiana,
Grajaú e Graúna).

Nos anos de 1944 e 1945, mais oito unidades foram entregues, dessa vez os excelentes
contratorpedeiros-de-escolta que já operavam em nossas águas (Bertioga, Beberibe, Bracuí, Bauru,
Baependi, Benevente, Babitonga e Bocaina).

Após o término da guerra na Europa, a Marinha recebeu dos Estados Unidos, a 16 de julho de 1945, em Tampa,
na Flórida, o Navio-Transporte de Tropas Duque de Caxias.
https://www.marinha.mil.br/dphdm/sites/www.marinha.mil.br.dphdm/files/F5Submarino1914-1933.pdf

R: Letra D
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-95480-13-dezembro-1987-446244-publicacaoor
iginal-1-pe.html
R: Letra B

Em 1553, Nicolau Durand de Villegagnon foi nomeado vice-almirante da Bretanha, e desenvolveu um plano
para fundar uma colônia na Baía de Guanabara (RJ), onde habitavam nativos da tribo Tupinambá, aliados dos
franceses. O Rei da França, Henrique II, aprovou esse plano de iniciativa privada, prometeu apoio e forneceu
financiamento e dois navios para a viagem.

Villegagnon chegou à Baía de Guanabara em 1555, instalou o núcleo da colônia – que chamou de França
Antártica – na ilha que atualmente tem seu nome e construiu uma fortificação, dando-lhe o nome de Forte de
Coligny, em homenagem ao almirante francês que lhe apoiara. A ilha era pequena e não tinha água, mas era uma
excelente posição de defesa. Em terra firme, perto do atual Morro da Glória, instalou uma olaria para fabricar
tijolos e telhas, fez plantações e deu início a uma povoação, que chamou de Henryville, homenageando o Rei da
França Henrique II. A povoação em terra firme, não teve bom êxito e o progresso da colônia, como um todo,
deixou a desejar.

Villegagnon, que anteriormente já mostrara sua bravura e competência como militar em diversas ocasiões,
encontrou muitas dificuldades para recrutar pessoas para a colônia. Um núcleo de colonização precisaria de
profissionais (exemplo: sapateiros, alfaiates, barbeiros, carpinteiros, oleiros, pedreiros, médicos, soldados entre
outros) necessários à sobrevivência na colônia.
R: Letra A

Guerras, tratados e limites no Sul do Brasil

Tratado de Badajós (1801) – A estabilidade entre as relações luso-espanholas foi afetada quando Napoleão
Bonaparte, desejoso de castigar Portugal por participar, com seus navios, de cruzeiros ingleses no Mediterrâneo e
visando a trazer os portugueses para zona de influência francesa, forçou a Espanha a declarar guerra a Portugal
em 1801. O rompimento das relações entre os dois países na Europa durou poucas semanas, sem ações militares
dignas de registro, ficando o episódio conhecido como a Guerra das Laranjas. Na América, porém, a chegada da
notícia sobre o conflito entre as duas coroas desencadeou o rompimento de hostilidades entre as populações da
fronteira. No Rio Grande de São Pedro, tropas foram aprestadas para defenderem as fronteiras, ainda em
processo demarcatório, e os luso-brasileiros invadiram e conquistaram os Sete Povos das Missões, do lado
espanhol, enquanto os hispano-americanos invadiram o Sul de Mato Grosso.

O Tratado de Badajós pôs fim à guerra de França e Espanha contra Portugal, tendo a Espanha por direito de
guerra, conservado a praça de Olivença, na Europa, e a Colônia de Sacramento. Portugal recuperou no sul da
América o território dos Sete Povos das Missões.
Tratado de Santo Ildefonso (1777) – Com a morte de D. José I, em fevereiro de 1777, assumiu o trono de
Portugal D. Maria I. Na tentativa de resolver as questões de limites entre Portugal e Espanha, foi assinado em 1o
de outubro de 1777 o Tratado de Santo Ildefonso. Por este tratado, ficou estabelecido a restituição a Portugal da
Ilha de Santa Catarina, porém os lusos perderam a Colônia do Santíssimo Sacramento e a região dos Sete Povos
das Missões. Este tratado deixou os espanhóis com o domínio exclusivo do Rio da Prata, sendo deveras
desvantajoso para Portugal.

Tratado do Pardo (1761) – Celebrado entre portugueses e espanhóis, anulou os efeitos do Tratado de Madri e
estabeleceu que a Colônia de Sacramento voltasse a ser de Portugal. Durante a Guerra dos Sete Anos
(1756-1763), Portugal e Espanha voltaram a ficar em lados opostos quando, em 1761, a Espanha assinou um
tratado de aliança com a França, o que levou a Grã-Bretanha a declarar guerra aos espanhóis. Como
consequência, Portugal, que apoiava os britânicos, foi invadido em 1762 por forças hispânicas e
consequentemente a guerra se propagou para o Sul do Brasil.

Na região do Prata, o governador de Buenos Aires ordenou ao comandante do cerco, que estava sendo feito à
Colônia de Sacramento, que fosse restabelecido o tiro de canhão como limite reconhecido para a praça e
“convidasse” o governador da Colônia de Sacramento a desocupar imediatamente as Ilhas de Martin Garcia e
dos Hermanos. Ainda delegou ao Capitão Francisco Gorriti a incumbência de viajar até a Vila de Rio Grande
para entregar, ao comandante da mesma, um ofício, em que exigia a desocupação daquelas terras, já que, com a
nulidade do Tratado de Madri, as terras voltavam a pertencer à Espanha. O Governador de Buenos Aires, D.
Pedro Antônio Cevallos, tinha ambicioso projeto de dominação do Sul do Brasil, e preparou-se militarmente para
atacar a Colônia de Sacramento, recebendo reforços da Espanha em navios, material de artilharia e
munição………

Em 1777, os espanhóis protestaram contra a tomada do Rio Grande pelos portugueses e, após insucessos
diplomáticos, decidiram enviar uma poderosa expedição sob o comando de D. Pedro de Cevallos, nomeado
primeiro vice-rei do Rio da Prata. Coube ao Marquês da Casa de Tilly o comando da força naval espanhola, que
era composta de 19 navios de guerra e 26 de transporte. Embora providências tenham sido tomadas, no sentido
de combater tal ameaça pelo Marquês de Pombal, os espanhóis ocuparam a Ilha de Santa Catarina e pela quinta
vez atacaram a Colônia de Sacramento.

Tratado de Madri (1750) – O conflito ocorrido entre as cortes portuguesa e espanhola entre 1735 e 1737
motivou a terceira investida hispânica sobre a Colônia de Sacramento. Cumprindo ordem do governador de
Buenos Aires, em junho de 1735, navios espanhóis já empreendiam um bloqueio naval18 à colônia lusa
enquanto quatro mil soldados realizavam um sítio por terra.
No Rio de Janeiro, o governador interino, Brigadeiro José Silva Paes, preparou e enviou, às pressas, uma força
naval para socorrer a colônia. Assim que chegou à região do Prata, essa força naval dissipou o bloqueio que os
navios espanhóis vinham impondo à Colônia de Sacramento.

Em Portugal, o recebimento da notícia do assédio espanhol à colônia lusa levou o rei a ordenar o preparo de uma
força naval que foi constituída por duas naus e uma fragata. Essa força suspendeu de Lisboa em março de 1736
e, ao chegar ao Rio de Janeiro, recebeu reforços. Juntou-se a ela o Brigadeiro Silva Paes, contendo ordens de
socorrer a Colônia de Sacramento e, se possível, reconquistar Montevidéu (fundada e abandonada pelos
luso-brasileiros e novamente fundada pelos espanhóis) e fortificar o Rio Grande de São Pedro.

A força naval portuguesa no Prata combateu os espanhóis, apoiou a Colônia de Sacramento e estabeleceu o
domínio do mar na região. Após alcançar seus objetivos, parte dessa força regressou ao Rio de Janeiro. …..

Mesmo após a assinatura por portugueses e espanhóis do armistício de 1737, o cerco terrestre à Colônia de
Sacramento continuou, demonstrando a grande instabilidade que existia nas relações entre as duas colônias…..

Tratado de Utrecht (1715) – A morte do Rei da Espanha Carlos II, em novembro de 1700, levou as maiores
potências européias a engajarem-se no conflito que ficou conhecido como Guerra de Sucessão de Espanha, que
durou quase 15 anos e teve seus reflexos estendidos para o continente americano.

Nesse conflito, Portugal e Espanha ficaram em lados opostos e, como conseqüência, a Colônia de Sacramento foi
novamente ocupada pelos espanhóis em 1705. O Tratado de Utrecht – celebrado em 1715 entre as duas nações –
legitimou a presença portuguesa na região do Prata com a restituição aos lusos da Colônia de Sacramento.

Tratado de Lisboa (1681) – Já no primeiro ano de sua fundação, em 1680, a Colônia de Sacramento foi atacada
e reconquistada aos espanhóis pelo governador de Buenos Aires, sendo devolvida aos portugueses em 1683, após
a assinatura do Tratado de Lisboa, em 1681.
Letra C

Foi aprovada, em 1996, a Política de Defesa Nacional. O documento configurou-se na primeira iniciativa para
orientar os esforços de toda a sociedade brasileira no sentido de reunir capacidades em nível nacional, a fim de
desenvolver as condições para garantir a soberania do País, sua integridade e a consecução dos objetivos
nacionais.

Atualizada em 2005, a Política foi complementada pela Estratégia Nacional de Defesa – END, passando por
nova atualização em 2012, então com a denominação de Política Nacional de Defesa – PND. Enquanto a
primeira apresentava o posicionamento do País em relação à sua defesa e estabelecia os Objetivos Nacionais de
Defesa – OND, a Estratégia orientava todos os segmentos do Estado brasileiro quanto às medidas a serem
implementadas para se atingirem os objetivos estabelecidos.

A PND é o documento de mais alto nível do País em questões de Defesa, baseado nos princípios constitucionais
e alinhado às aspirações e aos Objetivos Nacionais Fundamentais, que consolida os posicionamentos do Estado
brasileiro e estabelece os objetivos mais elevados neste tema.

A Política Nacional de Defesa busca harmonizar as iniciativas de todas as expressões do Poder Nacional
intervenientes com o tema, visando melhor aproveitar as potencialidades e as capacidades do País. Trata,
subsidiariamente, da interação e da cooperação em outras atividades que, embora não sejam diretamente ligadas
à Defesa, são relacionadas com a manutenção do bem-estar e da segurança da população em seu sentido mais
amplo.

O Ministério da Defesa coordena esse processo, que leva em conta os Objetivos Nacionais Fundamentais e os da
política externa brasileira, as políticas setoriais do País, bem como sua situação socioeconômica, sua extensão
territorial, suas águas jurisdicionais e outros aspectos fisiográficos relevantes. A complexidade do tema demanda
que se articulem as ações do Ministério da Defesa com as de outros órgãos do Estado e da sociedade brasileira.

O CONTEXTO DA POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA


2.1.4 A defesa do País é indissociável de seu desenvolvimento, na medida em que depende das capacidades
instaladas, ao mesmo tempo em que contribui para o incremento das potencialidades nacionais e para o
aprimoramento de todos os recursos de que dispõe o Estado brasileiro.

2.1.5 A Política Nacional de Defesa tem como princípios a solução pacífica das controvérsias, a promoção da
paz e da segurança internacionais, o multilateralismo e a integração sul-americana, assim como a projeção do
País no concerto das nações e a ampliação de sua inserção em processos decisórios internacionais, o que requer
permanente esforço de articulação diplomático-militar.

2.1.6 Nesse sentido, sem desconsiderar a esfera global, estabelece como área de interesse prioritário o entorno
estratégico brasileiro, que inclui a América do Sul, o Atlântico Sul, os países da costa ocidental africana e a
Antártica.

2.1.7 Além disso, em função das tradicionais relações, a América do Norte e a Europa também constituem áreas
de interesse e, ainda, em face dos laços históricos e afinidades culturais com o Brasil, os países de língua
portuguesa merecem especial atenção aos esforços de cooperação no campo da Defesa. Igualmente, ao norte, a
proximidade do mar do Caribe impõe que se dê crescente atenção àquela região.

2.3.11 Em que pese a América do Sul constituir-se numa das regiões mais estáveis do mundo, não se pode
desconsiderar a possibilidade de tal circunstância vir a sofrer interrupção, de sorte que o Brasil poderá ver-se
compelido a contribuir para a solução de eventuais controvérsias sub-regionais ou mesmo para defender seus
interesses. O reforço dos mecanismos de cooperação e integração na região, merece, portanto, atenção especial.

CONCEPÇÃO POLÍTICA DE DEFESA

3.2 Portanto, sendo a Defesa uma atividade preponderantemente voltada contra ameaças externas e considerando
os aspectos constantes dos ambientes nacional e internacional, o Brasil concebe sua Defesa Nacional segundo os
seguintes posicionamentos:

I. privilegiar a solução pacífica das controvérsias;

II. apoiar o multilateralismo no âmbito das relações internacionais;

III. atuar sob a égide de organismos internacionais, visando à legitimidade e ao respaldo jurídico internacional, e
conforme os compromissos assumidos em convenções, tratados e acordos internacionais;

IV. repudiar qualquer intervenção na soberania dos Estados e defender que qualquer ação nesse sentido seja
realizada de acordo com os ditames do ordenamento jurídico internacional;

V. participar de organismos internacionais, projetando cada vez mais o País no concerto das nações;

VI. participar de operações internacionais, visando contribuir para a estabilidade mundial e o bem-estar dos
povos;

VII. apoiar as iniciativas para a eliminação total de armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, nos
termos do Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares, ressalvando o direito ao uso da tecnologia para
fins pacíficos;

VIII. sem prejuízo da dissuasão, privilegiar a cooperação no âmbito internacional e a integração com os países
sul-americanos, visando encontrar soluções integradas para questões de interesses comuns ou afins;

IX. promover o intercâmbio com países de maior interesse estratégico no campo de defesa;
X. defender o uso sustentável dos recursos ambientais, respeitando a soberania dos Estados;

XI. promover maior integração da região amazônica brasileira;

XII. buscar a manutenção do Atlântico Sul como zona de paz e cooperação;

XIII. defender a exploração da Antártica somente para fins de pesquisa científica, com a preservação do meio
ambiente e sua manutenção como patrimônio da humanidade;

XIV. manter as Forças Armadas adequadamente preparadas e equipadas, a fim de serem capazes de cumprir suas
missões constitucionais, e prover a adequada capacidade de dissuasão;

XV. buscar a regularidade orçamentária para o Setor de Defesa, adequada ao pleno cumprimento de suas missões
constitucionais e à continuidade dos projetos de de Defesa;

XVI. priorizar os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação relativos a produtos de defesa de aplicação
dual, visando à autonomia tecnológica do País;

XVII. promover a participação da mobilização nacional (recursos humanos, capacidade industrial e infraestrutura
instaladas) na Defesa Nacional; e

XVIII. estimular o fundamental envolvimento de todos os segmentos da sociedade brasileira nos assuntos de
defesa, para o desenvolvimento de uma cultura participativa e colaborativa de todos os cidadãos.

OBJETIVOS NACIONAIS DE DEFESA


R: Letra D

O cerne do direito disciplinar militar é o tratamento adequado à conduta que importe na preservação da
disciplina no ambiente interno à corporação militar, ou em função de natureza militar. Conforme o Estatuto dos
Militares – E-1 (Lei 6.880/1980), art. 47, “os regulamentos disciplinares das Forças Armadas especificarão e
classificarão as contravenções ou transgressões disciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude e
aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as
penas disciplinares”.

O Estatuto dos Militares, no entanto, impõe como limite às sanções disciplinares de impedimento, detenção ou
prisão, o prazo máximo de 30 dias. Na Marinha, o atual Regulamento Disciplinar foi baixado pelo Decreto nº
88.545, de 26.06.1983, com as alterações introduzidas pelo Decreto nº 1.011, de 22.12.1993.

Fonte: https://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/rdmconformcf.pdf
R: Letra C

O CONTEXTO DA POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA

A PND expressa os objetivos a serem alcançados com vistas a assegurar a Defesa Nacional, conceituada como o
conjunto de atitudes, medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a defesa do território, da
soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas.

Portanto, a Política Nacional de Defesa atua no sentido de contribuir para a percepção de um estado de
Segurança Nacional, entendida como a condição que permite a preservação da soberania e da integridade
territorial, a realização dos interesses nacionais, livre de pressões e ameaças de qualquer natureza, e a garantia
aos cidadãos do exercício dos direitos e deveres constitucionais.

SEGURANÇA - condição que permite ao País a preservação da soberania e da integridade territorial, a


realização dos seus interesses nacionais, livre de pressões e ameaças de qualquer natureza, e a garantia aos
cidadãos do exercício dos direitos e deveres constitucionais

DEFESA NACIONAL - conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a
defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas,
potenciais ou manifestas

https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/credn/arquivos/arquivos-de-
apresentacoes-em-eventos/2013/abril/24-04-2013-politica-de-defesa-nacional-pdn-a-estrategia-nacional-de-defes
a-end-e-o-livro-branco-de-defesa-nacional-lbdn/apresentacoes/pdn-end-general-nardi
R: Letra D

A Atuação da Marinha nos Conflitos da Regência e do Início do Segundo Reinado

A Marinha Imperial brasileira, além das atividades de abastecimento das tropas em combate, operou de modo
ofensivo no Rio da Prata. A Força Naval brasileira efetuou um bloqueio naval sobre Buenos Aires visando a
isolar a capital adversária de abastecimento vindo do exterior e impedir que embarcações argentinas
transportassem tropas e armamento para reforçar argentinos e orientais que lutavam contra as tropas brasileiras
no território uruguaio.

Além do bloqueio, a Força Naval brasileira combateu a Esquadra argentina até seu desmembramento, privando o
adversário do principal e primeiro braço do Poder Naval. Os navios da Marinha que não foram deslocados para
aquela guerra não deixaram de se envolver no conflito. A Marinha defendeu as linhas de comunicação
marítimas, dando combate aos corsários armados pela Argentina e pelos rebeldes uruguaios que atacaram a
navegação mercante brasileira ao longo de toda a nossa costa.

Coube à Marinha um grande momento neste curto conflito: a Passagem de Tonelero. Pela primeira vez se
utilizando navios a vapor em um conflito externo, a Força Naval brasileira ultrapassou sob os disparos dos
canhões das tropas Juan Manuel de Rosas o ponto fortificado adversário no Rio Paraná, o Passo de Tonelero, e
conduziu as tropas aliadas rio acima para uma posição de desembarque favorável, onde foi possível o ataque e a
pos-terior vitória sobre as tropas adversárias.

Como primeira ação de guerra, a Força Naval brasileira no Rio da Prata, comandada pelo Vice-Almirante
Rodrigo Lobo, estabeleceu um bloqueio naval no Rio da Prata, pretendendo impedir qualquer ligação marítima
entre as Províncias Unidas e os rebeldes de Lavalleja, e dos dois adversários com o exterior. O inimigo a ser
confrontado pela Força Naval brasileira era liderado pelo experiente irlandês William George Brown,
comandante da pequena Esquadra sediada em Buenos Aires, desde as lutas pela independência daquele país. O
adversário, apesar de contar com um menor número de navios de guerra, tinha suas ações facilitadas não só pelo
conhecimento da conformação hidrográfica do estuário do Rio da Prata, como também por permanecer operando
próximo ao seu porto base, o ancoradouro de Los Pozos, em Buenos Aires, onde seus navios eram abastecidos e
reparados.

Nos primeiros meses da guerra, o bloqueio naval imposto pela Esquadra brasileira provocou o primeiro embate
entre as forças navais. O Combate de Colares ocorreu em 9 de fevereiro de 1826, quando a Esquadra argentina,
composta de 14 navios, deixou seu ancoradouro para empreender uma ação de desgaste à Força Naval brasileira
em bloqueio, também composta de 14 navios. As forças navais adversárias, dispostas em colunas, trocaram tiros
de canhão a grande distância uma da outra, causando perdas humanas e avarias materiais reduzidas de parte a
parte. A Esquadra argentina se retirou para o refúgio de Los Pozos e a Força Naval brasileira foi fundear entre os
Bancos de Ortiz e Chico.

Saiu em sua perseguição a Fragata Niterói, comandada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra James Norton, ambos,
navio e comandante, veteranos da Guerra de Independência e recémchegados para reforçar a Força Naval
brasileira no Rio da Prata. Acompanharam o encalço à capitânia argentina quatro outros pequenos navios, mas o
combate se concentrou nos navios de maior porte, com a Fragata Niterói trocando disparos com a Fragata 25 de
Mayo e com um dos brigues que a acompanhava. Com o cair da noite, os navios argentinos, com graves avarias,
retiraram-se para Buenos Aires, dando por encerrado o embate que ficou conhecido como o Combate de
Montevidéu.
R: Letra B

Invasões francesas no Rio de Janeiro e no Maranhão

Essas duas invasões não foram iniciativas do governo da França, cuja estratégia estava voltada para seus
interesses na própria Europa, mas sim iniciativas privadas. Em ambas, faltou o apoio do Estado francês, no
momento em que, atacadas pelos portugueses, necessitaram de socorro. Por outro lado, a colonização do Brasil
foi interesse de Portugal, que pretendia proteger a rota de seu comércio com a Índia. Todos os recursos do Estado
português estavam disponíveis para expulsar os invasores e proteger os núcleos de colonização portuguesa.

Rio de Janeiro

Os franceses contavam com a amizade dos tupinambás. Eles comerciavam com os franceses por meio de trocas
(escambo) – recebiam machados, facas, tesouras, espelhos, tecidos coloridos, anzóis e outros objetos. Em troca,
forneciam o pau-brasil, que cortavam na floresta e traziam para a colônia, além de outros produtos da terra e
alimentos. Os tupinambás construíram grandes canoas de um só tronco (igara) ou da casca de uma árvore (ubá)5
. Eles lutaram bravamente ao lado dos franceses, pois detestavam os portugueses que eram amigos de seus
inimigos.

A reação portuguesa ocorreu quando o Governador Mem de Sá, em 1560, atacou o Forte de Coligny com uma
força naval (soldados e índios) que trouxera da Bahia, arrasando-o. Depois partiu para São Vicente sem deixar
uma guarnição na Guanabara. Os franceses fugiram para o continente, abrigando-se junto a seus aliados
tupinambás e, logo depois que os portugueses se foram, restabeleceram suas fortificações.

Mem de Sá concluiu que era necessário ocupar definitivamente o Rio de Janeiro para garantir a expulsão dos
invasores. Dessa vez enviou, em 1563, seu sobrinho Estácio de Sá à testa da nova força naval, com ordens para
fundar uma povoação na Baía de Guanabara e derrotar definitivamente os franceses. Estácio de Sá obteve a ajuda
de uma tribo tupi inimiga dos tupinambás, os maracajás ou temiminós, liderados por Araribóia. Participaram,
também, como aliados dos portugueses, índios da tribo tupiniquim de Piratininga, trazidos de São Vicente (SP).

Derrotados na Guanabara, os franceses e seus aliados tentaram, ainda, estabelecer uma resistência em Cabo Frio,
mas acabaram vencidos. Os franceses que se renderam foram enviados de navio para a França.

Maranhão

Os franceses continuaram com o tráfico marítimo na costa brasileira. Seu eixo de atuação, porém, deslocou-se
para o norte, ainda sem povoações portuguesas. Após diversas ações, estabeleceram-se, em pequeno número, em
diversos pontos do litoral. Desde o final do século XVI, o Maranhão passou a ser um local regularmente
freqüentado por navios franceses. Na atual Ilha de São Luís havia uma pequena povoação de franceses, em boa
convivência com os índios, também tupinambás, que habitavam o local.

Em 1612, partiu da França a expedição chefiada pelos sócios, Daniel de la Touche de la Ravardière e Nicolau de
Harlay de Sancy, com poderes de tenentes-generais do rei da França. Quando chegaram, construíram o Forte de
São Luís.

Na França, o bom relacionamento do momento com a Espanha fez com que o governo não colaborasse
significativamente com recursos para o reforço da colônia. Em 1614, uma força naval comandada por Jerônimo
de Albuquerque, nascido no Brasil, chegou ao Maranhão para combater os franceses. Este grupamento pode ser
considerado a primeira força naval comandada por um brasileiro. Chegando ao Maranhão, os portugueses
iniciaram a construção de um forte, que chamaram Santa Maria. Logo os franceses se apoderaram de três dos
navios que estavam fundeados. Animados com o bom êxito alcançado, resolveram, uma semana depois, atacar o
forte português. Planejaram um ataque simultâneo de tropas que desembarcariam e de tropas que atacariam o
forte pela retaguarda, vindas de terra. Os portugueses, no entanto, foram mais ágeis e contra-atacaram
separadamente, com vigor, as duas forças francesas, vencendo-as.

Os franceses, resolveram propor um armistício, para conseguir reforços na França ou obter uma solução
diplomática. Os portugueses aceitaram. A trégua foi favorável aos portugueses, que obtiveram reforços no Brasil.
La Ravardière não conseguiu novamente o apoio de seu governo e o tratado de paz em vigor, naquele momento,
previa que em casos como esse os riscos e perigos cabiam aos particulares, sem que a paz entre os Estados fosse
perturbada. Além do mais, o rei de Portugal8 não ratificou a trégua e ordenou que se expulsassem os franceses
do Maranhão. Providenciou reforços e mandou o governador de Pernambuco organizar uma nova expedição. O
comando coube a Alexandre de Moura, que partiu em uma força naval.

Os franceses foram cercados no Maranhão, por mar e por terra, e, sem esperança de reforços, para evitar que os
portugueses os tratassem como piratas, renderam-se em 1615.
R: Letra B

A Formação de uma Esquadra Brasileira

O governo brasileiro, por intermédio de seu Ministro do Interior e dos Negócios Estrangeiros José Bonifácio de
Andrada e Silva, percebeu que somente com o domínio do mar conseguiriam manter a unidade territorial
brasileira, pois eram por meio do mar que as províncias litorâneas, onde estava concentrada a maior parte da
população e da força produtiva brasileira, se interligavam e comercializavam seus produtos. A rápida formação
de uma Marinha de Guerra nacional constituía-se no melhor meio de transportar e concentrar tropas leais e
suprimentos para as áreas de embate com os portugueses.

Este conjunto de navios de guerra, a Esquadra, impediria que chegassem aos portos das cidades brasileiras
ocupadas pelos portugueses os reforços que Portugal enviasse, interceptando e combatendo os navios que os
trouxessem. Privando as guarnições portuguesas de mais soldados e armas vindos por mar, as bombardeando
com canhões embarcados e transportando soldados brasileiros para reforçar os patriotas que lutavam contra os
portugueses no interior, a Marinha Brasileira contribuiu para a Independência do Brasil, permitindo que do
território da colônia portuguesa na América emergisse um só país, com um grande território.

O nascimento da Marinha Imperial, portanto, se deu nesse regime de urgência, aproveitando os navios que
tinham sido deixados no porto do Rio de Janeiro pelos portugueses, que estavam em mal estado de conservação,
e os oficiais e praças da Marinha portuguesa que aderiram à Independência. Os navios foram reparados em um
intenso trabalho do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e foram adquiridos outros, tanto pelo governo como
por subscrição pública. E as lacunas encontradas nos corpos de oficiais e praças foram completadas com a
contratação de estrangeiros, sobretudo experientes remanescentes da Marinha inglesa. A necessidade de se
dispor da Força Naval como um eficiente elemento operativo e como um fator de dissuasão para as pretensões de
reconquista portuguesa fez com que o governo imperial brasileiro contratasse Lorde Thomas Cochrane, um
brilhante e experiente oficial de Marinha inglês, como Comandante-em-Chefe da Esquadra.

R: Letra E

A Expansão Marítima Européia e o Descobrimento do Brasil

O pioneirismo português, ao assumir a liderança do processo de expansão marítima européia no final do século
XIV, encontra explicação em dois acontecimentos decisivos: o país estava com suas fronteiras estabelecidas,
após as guerras da Reconquista (que resultou na expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica) e firmava-se,
então, como o primeiro Estado europeu moderno, politicamente centralizado, após a vitória militar contra os
reinos vizinhos de Leão e Castela. Tal processo de centralização do poder foi fator muito importante para que o
reino português pudesse lançar-se à aventura ultramarina, e quebrar o monopólio exercido pelas cidades de
Gênova e Veneza sobre as rotas de comércio com a Ásia e estabelecer contato direto com as fontes produtoras.
Para isso, em muito contribuiu a estrutura naval já existente, cujo desenvolvimento foi estimulado pela coroa
portuguesa. Na verdade, a expansão ultramarina ensejou uma aliança entre setores mercantis e a nobreza, tendo o
Estado o controle e direção de tal empreendimento.

A primeira conquista portuguesa no ultramar foi a cidade de Ceuta, ao norte da África onde hoje fica situado o
Marrocos. Na sequência, Diogo Cão explorou a costa africana entre os anos de 1482 e 1485. Bartolomeu Dias
atingiu o sul do continente africano e ultrapassou o Cabo das Tormentas em 1487 (onde hoje fica a África do
Sul) que, após este acontecimento, passou a chamar-se Cabo da Boa Esperança. Vasco da Gama, em 1498,
chegou a Calicute, Sudoeste da Índia, estabelecendo a rota entre Portugal e o Oriente. Em 1500, a frota de Pedro
Álvares Cabral chegou às terras do Brasil, consolidando o império ultramarino português.

Descoberta as terras que Portugal denominou Brasil, tornou-se imperioso seu reconhecimento e povoamento.
Veremos, a partir daqui, quais as expedições que partiram para o reconhecimento do litoral das novas terras e as
providências para povoá-la e defendê-la. Como “Navegar é preciso”, vamos partir para o reconhecimento de
novas terras…

Fundamentos da organização do Estado português e a expansão ultramarina

Intensas lutas precederam e consolidaram o Estado português. Iniciou com a expulsão dos mouros da Península
Ibérica em 1249 (os mouros invadiram a Península Ibérica no ano de 7112 ), no movimento denominado
Reconquista, quando Portugal consolidou seu território e firmou-se como “o primeiro Estado europeu
moderno”, segundo o historiador Charles Boxer. Mas somente após a vitória sobre os Reinos de Leão e Castela,
em 1385, na Batalha de Aljubarrota, e a assinatura do tratado de paz e aliança perpétua com o Reino de Castela,
em 1411, a paz foi selada.

Portugal iniciou seu processo de expansão ultramarina conquistando aos mouros a cidade de Ceuta, no norte da
África. A partir daí, virou-se para o mar, onde se tornou dominante. Como não poderia deixar de ser, esta
empreitada envolveu somas altíssimas e, para financiá-la, a coroa portuguesa se valeu do aumento de impostos e
recorreu a empréstimos de grandes comerciantes e banqueiros (inclusive italianos).
R: Letra E
Conhecendo o Navio

“Estar a bordo” é estar por dentro da borda de um navio. “Abordar” é chegar à borda para entrar. O termo é mais
usado no sentido de entrar a bordo pela força: abordagem. Mas, em realidade, é o ato de chegar a bordo de um
navio, para nele entrar. “Pela borda” tem significado oposto. Jogar, lançar pela borda.

Significado natural de barco é o de um navio pequeno (ou um navio é um barco grande...). Mas a expressão
poética de um barco tem maior grandeza: “o Comandante e seu velho barco” ou “nosso barco, nossa alma”.
Barco vem do latim “barca”. Quem está a bordo, está dentro de um barco ou navio. Está embarcado. Entrar a
bordo de um barco, é “embarcar”. E dele sair é “desembarcar”. Uma construção que permita o embarque de
pessoas ou cargas para transporte por mar, é uma embarcação.

Um navio de guerra é uma belonave. A palavra vem do latim navis (nave, navio) e bellum (guerra). Um navio de
comércio é um navio mercante. A palavra é derivada do latim mercans (comerciante), do verbo mercari
(comerciar).

“Aportar” é chegar a um porto. “Aterrar” é aproximar-se de terra. “Amarar” é afastar-se de terra para o mar.
“Fazer-se ao mar” é seguir para o mar, em viagem. “Importar” é fazer entrar pelo porto; “exportar” é fazer sair
pelo porto. O conceito aplica-se geralmente à mercadoria. Encostar um navio a um cais é “atracar”; tê-lo seguro
a uma bóia é “amarrar, tomar a bóia”; prender o navio ao fundo é “fundear”; e fazê-lo com uma âncora é
“ancorar” (embora este não seja um termo de uso comum na Marinha do Brasil, em razão de, tradicionalmente,
se chamar a âncora de “ferro” - o navio fundeia com o ferro!). Recolher o peso ou a amarra do fundo é
“suspender”; desencostar do cais onde esteve atracado é “desatracar”; e largar a bóia onde esteve é “desamarrar
ou largar”.
“Arribar” é entrar em um porto que não seja de escala, ou voltar ao ponto de partida; é, também, desviar o rumo
na direção para onde sopra o vento. A palavra vem do latim “ad” (para) e “ripa” (margem, costa).

O navio tem sua vida marcada por fases. O primeiro evento dessa vida é o “batimento da quilha”, uma cerimônia
no estaleiro, na qual a primeira peça estrutural que integrará o navio é posicionada no local da construção.
“Estaleiro” é o estabelecimento industrial onde são construídos os navios.

Quando o navio está com o casco pronto, na carreira do estaleiro, ele é “lançado ao mar” em cerimônia chamada
lançamento. Nesta ocasião é batizado por sua “madrinha” e recebe o nome oficial. O lançamento antigamente era
feito de proa; mas os portugueses introduziram o hábito de lançá-lo de popa, existindo também carreiras onde o
lançamento é feito de lado, de través; e hoje, devido ao gigantismo dos navios, muitos deles são construídos
dentro de diques, que se abrem no momento de fazê-los flutuar.

Os navios de guerra, geralmente, são construídos em Arsenais. “Arsenal” é uma palavra de origem árabe. Vem
da expressão ars sina e significa o local onde são guardados petrechos de guerra ou onde os navios atracam para
recebê-los. A expressão ars sina deu origem ao termo arsenal, em português, e ao termo darsena que, em
espanhol, quer dizer doca. Construído e pronto, o navio é, então, incorporado a uma esquadra, força naval,
companhia de navegação ou a quem vá ser responsável pelo seu funcionamento. A cerimônia correspondente é a
“incorporação”, da qual faz parte a “mostra de armamento”. Armamento nada tem a ver com armas e sim com
armação. Essa mostra, feita pelos construtores e recebedores, consiste em uma inspeção do navio para ver se está
tudo em ordem, de acordo com a encomenda. Na ocasião, é lavrado um termo, onde se faz constar a entrega, a
incorporação e tudo o que há a bordo. A vida do navio passa, então, a ser registrada em um livro: o “Livro do
Navio”, que somente será fechado quando ele for desincorporado.

A armação (ou armamento) corresponde à expressão armar um navio, provê-lo do necessário à sua utilização; e
quem o faz é o armador. Em tempos idos, armar tinha a ver com a armação dos mastros e vergas, com suas
vestiduras, ou seja, os cabos fixos de sustentação e os cabos de laborar dos mastros, das vergas e do velame
(velas). Podia-se armar um navio em galera, em barca, em brigue... A inspeção era rigorosa, garantindo, assim, o
uso, com segurança, da mastreação.

Um dos mais conhecidos armadores do mundo foi o provedor de navios, proprietário e mesmo navegador
Américo Vespucci. Tão importante é a armação de navios e o comércio marítimo das nações, que a influência de
Américo Vespucci foi maior que a do próprio descobridor do novo continente e que passou a ser conhecido como
América, em vez de Colúmbia, como seria de maior justiça ao navegador Cristovão Colombo. Assim, Américo,
como armador, teve maior influência para denominar o continente, com o qual se estabelecera o novo comércio
marítimo, do que Colombo.
Terminada a vida de um navio, ele é desincorporado por “baixa”, da esquadra, da força naval, da companhia de
navegação a que pertencia, ou do serviço que prestava. Há, então, uma cerimônia de “desincorporação”, com
“mostra de desarmamento”. Diz-se que o navio foi “desarmado”. As companhias de navegação conservam os
livros, registros históricos de seus navios. Na Marinha do Brasil (MB), os livros são arquivados na Diretoria de
Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM) e servem de fonte de informações a historiadores e
outros fins.

Quem entrar a bordo verá que o navio, além do nome, tem uma série de documentos e dimensões que o
caracterizam. O nome é gravado usualmente na proa, em ambos os bordos, local chamado de “bochecha”, e na
popa. Nos navios de guerra, usualmente, é gravado só na popa. Os navios mercantes levam, também, na popa,
sob o nome, a denominação do porto de registro. Os documentos característicos do navio mercante são, entre
outros, seu registro (Provisão do Registro fornecida pelo Tribunal Marítimo); apólice de seguro obrigatório;
diário de navegação; certificado de arqueação; cartão de tripulação de segurança; termos de vistoria (anual e de
renovação ou certificado de segurança da navegação); certificado de segurança de equipamento; certificado de
borda livre; certificado de compensação de agulhas e curva de desvio; certificado de calibração de
radiogoniômetro com tabela de correção; certificado de segurança rádio; e certificado de segurança de
construção.

A cor é muito importante. Antigamente, os navios eram pintados na cor preta. O costume vinha dos fenícios, que
tinham facilidade em conseguir betume, e com ele pintavam os costados de seus navios. A pintura era usada, às
vezes, com faixas brancas, nas linhas de bordada dos canhões. Somente no fim do século XIX, os navios de
guerra abandonaram o preto pelo cinza ou azul acinzentado, cores que procuravam confundir-se com o horizonte
ou com o mar das zonas em que navegavam. Entretanto, muitos navios mercantes continuam até os dias de hoje
a usar, no costado, a cor preta, principalmente por questão de economia. Era comum, também, navios de guerra
pintados por dentro, junto à borda, com a cor vermelha, a fim de que não causasse muita impressão a quantidade
de sangue derramada durante o combate, confundida, assim, com as anteparas.

Normalmente, as cores da chaminé, nos navios mercantes, possuem a caracterização da companhia de navegação
a que pertencem. Nas embarcações salva-vidas e nas bóias salva-vidas, predomina a preocupação com a
visibilidade. Essas embarcações são pintadas, normalmente, de laranja ou amarelo, de modo a serem facilmente
vistas. Por esse mesmo motivo, bem como por convenção internacional, para caracterizar a utilização pacífica e
não de guerra dos navios (cor cinza), na Antártica é utilizado o vermelho, inclusive nos costados dos navios por
seu contraste com o branco do gelo.

A bandeira, na popa, identifica a nacionalidade do navio, país que sobre ele tem soberania. Entretanto, há uma
bandeira, na proa, chamada “jeque” (do inglês jack) que identifica, dentro de cada nação soberana, quem tem a
responsabilidade sobre o navio. Na nossa Marinha, o jeque é uma bandeira com vinte e uma estrelas - “a
bandeira do cruzeiro”. Os navios mercantes usam no jeque a bandeira da companhia a que pertencem; porém,
alguns usam a bandeira identificadora de sua companhia na mastreação.

A Flâmula de Comando

No topo do mastro dos navios da Marinha do Brasil existe uma flâmula com 21 estrelas. Ela indica que o navio é
comandado por um Oficial de Marinha. Se alguma autoridade a quem o Comandante esteja subordinado,
organicamente (dentro de sua cadeia de comando) estiver a bordo, a flâmula é arriada e substituída pelo
pavilhão-símbolo daquela autoridade.

Também são previstas as seguintes situações para o arriamento da flâmula de comando: quando substituída pela
Flâmula de Fim de Comissão, ao término de comissão igual ou superior a seis meses, desde a aterragem do navio
ao porto final, até o pôr do sol que se seguir; e por ocasião da Mostra de Desarmamento do Navio.

Finalmente, por ocasião da cerimônia de transmissão de cargo, ocorrerá troca do pavilhão da autoridade
exonerada pelo da autoridade que assume, com a salva correspondente, no caso de Almirante Comandante de
Força, iniciada após o término do hasteamento da bandeira-insígnia. Após a leitura da Ordem de Serviço da
autoridade que assume, proceder-se-á a entrega da bandeira-insígnia utilizada pela autoridade exonerada.

Posições Relativas a Bordo

A popa é uma parte do navio mais respeitada que as demais. Nos navios de guerra, todos que entram a bordo
pela primeira vez no dia, ou que se retiram de bordo, cumprimentam a Bandeira Nacional na popa, com o navio
no porto. Ela está lá por ser a popa o lugar de honra do navio, onde, já nos tempos dos gregos e romanos, era
colocado o santuário do navio, com uma imagem ou Puppis, de uma divindade. O termo popa é derivado de
PUPPIS…..

Ver mais pois é importante

Fonte: https://www.marinha.mil.br/tradicoes-navais/conhecendo-o-navio
R: Letra C

Os três grandes eixos da liderança

- grau de centralização de poder;

- tipo de incentivo; e

- foco do líder.

A) QUANTO AO GRAU DE CENTRALIZAÇÃO DE PODER:

- Liderança Autocrática;

- Liderança Participativa; e

- Liderança Delegativa;

B) QUANTO AO TIPO DE INCENTIVO:

- Liderança Transformacional; e

- Liderança Transacional;

C) QUANTO AO FOCO DO LÍDER:

- Liderança Orientada para Tarefa; e

- Liderança Orientada para Relacionamento.

Pode-se afirmar, genericamente, que os diferentes estilos de liderança, propostos à luz das diversas teorias, se
enquadram em três principais critérios de classificação, apresentados como eixos lógicos em que se agrupam
apenas sete estilos principais:

Os três grandes eixos da liderança

- grau de centralização de poder;

- tipo de incentivo; e

- foco do líder.
A) QUANTO AO GRAU DE CENTRALIZAÇÃO DE PODER:

- Liderança Autocrática;

- Liderança Participativa; e

- Liderança Delegativa;

B) QUANTO AO TIPO DE INCENTIVO:

- Liderança Transformacional; e

- Liderança Transacional;

C) QUANTO AO FOCO DO LÍDER:

- Liderança Orientada para Tarefa; e

- Liderança Orientada para Relacionamento.

Os subitens a seguir descrevem os sete principais estilos de liderança propostos pelas diversas teorias.

1 - Autocrática

Autocrática - estilo de Liderança utilizado quando o Líder se baseia na sua atuação com disciplina rígida,
impondo obediência e mantendo-se afastado de relacionamentos menos formais com os seus subordinados,
controlando o grupo por meio de inspeções de verificação do cumprimento de normas e padrões de eficiência,
exercendo pressão contínua.

Esse tipo de liderança pode ser útil e, até mesmo, recomendável, em situações especiais como em combate,
quando o líder tem que tomar decisões rápidas e não é possível ouvir seus liderados, sendo a forma de liderança
mais conhecida e de mais fácil adoção.

A principal restrição a esse tipo de liderança é o desinteresse pelos problemas e ideias, tolhendo a iniciativa e,
por conseguinte, a participação e a criatividade dos subordinados. O uso desse estilo de liderança pode gerar
resistência passiva dentro da equipe e inibir a iniciativa do subordinado, além de não considerar os aspectos
humanos, dentre eles, o relacionamento líder-liderados.

2 - Liderança Participativa ou Democrática

Nesse estilo de liderança, abre-se mão de parte da autoridade formal em prol de uma esperada participação dos
subordinados e aproveitamento de suas ideias. Os componentes do grupo são incentivados a opinarem sobre as
formas como uma tarefa poderá ser realizada, cabendo a decisão final ao líder (exemplo típico é o
Estado-Maior). O êxito desse estilo é condicionado:

- pelas características pessoais;

- pelo conhecimento técnico-profissional; e

- pelo engajamento e motivação dos componentes do grupo como um todo.

Em se obtendo sucesso, a satisfação pessoal e o sentimento de contribuição por parte dos subordinados são
fatores que permitem uma realimentação positiva do processo. Na ausência do líder, uma boa equipe terá
condições de continuar agindo de acordo com o planejamento previamente estabelecido para cumprir a missão.

O líder deve estabelecer um ambiente de respeito, confiança e entendimento recíprocos, devendo possuir, para
tanto, ascendência técnico-profissional sobre seus subordinados e conduta ética e moral compatíveis com o cargo
que exerce. Um líder que adota o estilo democrático encoraja a participação e delega com sabedoria, mas nunca
perde de vista sua autoridade e responsabilidade.

Um chefe inseguro dificilmente conseguirá exercer uma liderança democrática, mas tenderá a submeter ao grupo
todas as decisões. Isso poderá fazer com que o chefe acabe sendo conduzido pelo próprio grupo

3 - Liderança Delegativa
Esse estilo é indicado para assuntos de natureza técnica, onde o líder atribui a assessores a tomada de decisões
especializadas, deixando-os agir por si só. Desse modo, ele tem mais tempo para dar atenção a todos os
problemas sem se deter especificamente a uma determinada área. É eficaz quando exercido sobre pessoas
altamente qualificadas e motivadas.

O ponto crucial do sucesso deste tipo de liderança é saber delegar atribuições sem perder o controle da situação
e, por essa razão, o líder, também, deverá ser altamente qualificado e motivado. O controle das atividades dos
elementos subordinados é pequeno, competindo ao chefe as tarefas de orientar e motivar o grupo para atingir as
metas estabelecidas.

4 - Liderança Transformacional
Esse estilo de liderança é especialmente indicado para situações de pressão, crise e mudança, que requerem
elevados níveis de envolvimento e comprometimento dos subordinados, sendo que “uma ou mais pessoas
engajam-se com outras de tal forma que líderes e seguidores elevam um ao outro a níveis mais altos de
motivação e moral”.

1º) Carisma (influência idealizada) associado com um grau elevado de poder de referência por parte do líder.

2º) inspiração motivadora, que consiste na capacidade de apresentar uma visão, dando sentido à missão a ser
realizada, de instilar orgulho.

3º) estimulação intelectual, consiste “[...] em encorajar os subordinados a questionarem sua forma usual de fazer
as coisas, [...] além de incentivar a criatividade, o auto-desenvolvimento e a autonomia de pensamento”

4º) “consideração individualizada, implica em considerar as necessidades diferenciadas dos subordinados,


dedicando atenção pessoal, orientando tecnicamente e aconselhando individualmente”

5 - Liderança Transacional
Nesse estilo de liderança, o líder trabalha com interesses e necessidades primárias dos seguidores, oferecendo
recompensas de natureza econômica ou psicológica, em troca de esforço para alcançar os resultados
organizacionais desejados. Esse estilo de liderança caracteriza-se também pela administração por exceção, que
implica num gerenciamento atuante somente no sentido de corrigir erros.

6 - Liderança Orientada para Tarefa

A especialização em tarefas é uma das principais responsabilidades do líder, na medida em que possui a
necessária qualificação profissional para o exercício da função. Nesse estilo de liderança, então, o líder focaliza o
desempenho de tarefas e a realização de objetivos, transmitindo orientações específicas, definindo maneiras de
realizar o trabalho, o que espera de cada um e quais são os padrões organizacionais.

7 - Liderança Orientada para Relacionamento

Nesse estilo de liderança, o foco do líder é a manutenção e fortalecimento das relações pessoais e do próprio
grupo. Esse estilo de liderança, que está significativamente associado às medidas de satisfação dos liderados em
relação ao trabalho e ao chefe, pode ser útil em situações de:

- tensão;

- Frustração;

- Insatisfação; e

- desmotivação do grupo.

Direta - o nível de Liderança considerado como a primeira linha de Liderança, que ocorre em organizações onde
os subordinados estão acostumados a ver seus chefes, frequentemente, em seções, divisões, departamentos,
navios, batalhões, companhias, pelotões e esquadras de tiro.

Delegativa - o Líder atribui a assessores a tomada de decisões especializadas, deixando-os agir por si só.

Orientada para Tarefa e Orientada para o relacionamento - estilo de Liderança enquadrado quanto ao FOCO
DO LÍDER.
R: Letra D

Política externa de D. João e a atuação da Marinha: a conquista de Caiena e a ocupação da Banda Oriental

Diante da invasão do território continental português pelas tropas do General Junot, D. João assinou, a 1o de
maio de 1808, manifesto declarando guerra à França, considerando nulos todos os tratados que o imperador dos
franceses o obrigara a assinar, principalmente o de Badajós e de Madri, ambos de 1801, e o de neutralidade, de
1804. Os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa voltaram a ser questionados.

A Banda Oriental

Outro movimento importante de D. João na política externa foi a ocupação da Banda Oriental. Na operação, foi
de grande importância o papel que desempenhou a Marinha, não só no transporte das tropas, desde Portugal (já
liberado do domínio francês), como também em todo o desenrolar da ocupação
R: Letra A

O astrolábio é um instrumento astronômico inventado pelo grego Hiparco, no século II a.C., e aperfeiçoado
pelos astrônomos portugueses. Ele se constituía de uma roda de madeira com escala em graus, um pino central (a
alidade) com orifícios nas duas extremidades (as pínulas). O piloto fazia a alidade girar até os raios do Sol
atravessarem os orifícios das pínulas. O número então indicado na roda revelava a altura do sol acima do
horizonte, permitindo ao piloto estabelecer a latitude em que seu navio se encontrava naquele momento. Com o
balanço, o astrolábio provocava erros na medição da altura do Sol.
A navegação, quando se mantém terra à vista, é feita observando pontos geográficos de terra para saber a posição
do navio em relação à costa. Quando não se avista mais a terra, o mar e o céu se encontram no horizonte a toda
volta, é necessário saber em que direção o navio segue e a posição em que se está em relação à superfície do
globo terrestre.

Foi necessário, portanto, desenvolver instrumentos capazes de indicar a direção (bússola) do navio, a latitude
(astrolábio) e a longitude (cronômetro).

Quando começaram as Grandes Navegações, já eram conhecidos a bússola, inventada pelos chineses, também
chamada de agulha de marear ou agulha magnética, e, dentre os instrumentos de observação, o astrolábio.

No Hemisfério Sul, a estrela Polar, que marca o pólo norte celeste, não é visível, e a estrela Alfa do Cruzeiro do
Sul (a mais brilhante desta constelação), que ocupa a posição no céu mais próxima do pólo sul celeste, não está
suficientemente próxima para ser uma referência para a navegação. A melhor forma de calcular a latitude nesse
hemisfério era observando o Sol em sua passagem meridiana, ou seja, medindo em graus sua altura, quando ele
passa pelo ponto mais alto do céu, no local onde se está. Os navegadores da época das Grandes Navegações
faziam isto muito bem, utilizando instrumentos náuticos. O astrolábio era o mais importante deles e servia,
neste caso, para medir o ângulo entre o Sol em sua passagem meridiana e a vertical. Outros instrumentos
utilizados mais tarde, como o quadrante e o sextante, mediam a altura do Sol através do ângulo em relação ao
horizonte.
R: Letra E

Coube à Marinha um grande momento neste curto conflito: a Passagem de Tonelero. Pela primeira vez se
utilizando navios a vapor em um conflito externo, a Força Naval brasileira ultrapassou sob os disparos dos
canhões das tropas Juan Manuel de Rosas o ponto fortificado adversário no Rio Paraná, o Passo de Tonelero, e
conduziu as tropas aliadas rio acima para uma posição de desembarque favorável, onde foi possível o ataque e a
pos-terior vitória sobre as tropas adversárias.

A Força Naval brasileira, composta por quatro navios com propulsão a vapor e três navios a vela, tinha como
obstáculo o Passo de Tonelero, nas proximidades da Barranca de Acevedo, onde o inimigo instalara uma
fortificação guarnecida por 16 peças de artilharia e 2.800 homens. Devido à pouca largura do rio naquele trecho,
os navios brasileiros seriam obrigados a passar a menos de 400 metros daquela fortificação, recebendo o peso da
artilharia inimiga. A solução encontrada pelo Chefe-de-Esquadra Grenfell foi o emprego conjunto dos navios a
vela e a vapor na operação de transposição daquele obstáculo. Tonelero foi vencida em 17 de dezembro de 1851,
com as tropas desembarcando em Diamante com sucesso.
O Exército de Buenos Aires foi derrotado pelas tropas brasileiras e de seus aliados platinos, em fevereiro de
1852. A Passagem de Tonelero representou a única operação ofensiva realizada pela Marinha Imperial naquele
conflito.

Contudo, o emprego da Força Naval no transporte de tropas para a área do conflito e, notadamente depois de
Tonelero, na transposição das tropas aliadas da margem uruguaia para território argentino, no Rio da Prata e Rio
Paraná, constituiu fator essencial para o sucesso das ações militares desenvolvidas pelos aliados contra Rosas e
Oribe.

A Atuação da Marinha nos Conflitos da Regência e do Início do Segundo Reinado

A peculiar Independência brasileira, que pôs à frente do processo de emancipação da ex-colônia o herdeiro do
trono real português, produziu uma divisão na política brasileira que marcaria o reinado de D. Pedro I: a
separação entre brasileiros, liberais, que defendiam a monarquia constitucional, e portugueses, que propunham a
concentração de poder nas mãos do Imperador.

O conflito entre D. Pedro e os deputados constituintes acabou quando o Imperador dissolveu a Assembléia
Constituinte em 1823. Em seguida, nomeou um Conselho de Estado composto por dez membros, com a tarefa de
redigir um projeto de Constituição. Resultando na imposição uma Constituição, outorgada em 1824, que
praticamente resgatava o regime absolutista. A atitude autoritária do Imperador aumentou em muito a oposição
liberal a ele, representada pelo Partido Brasileiro.

Pressionado pela população, em 7 de abril de 1831, D. Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho, D. Pedro
de Alcântara, que tinha apenas cinco anos de idade. Como o herdeiro não tinha idade para assumir o trono,
instalou-se no Brasil um governo regencial. O Poder Executivo seria composto por três membros, uma regência
trina, conforme determinava a Carta Constitucional. Posteriormente, a regência seria constituída de uma só
pessoa, a regência una.

Revoltas deflagradas em diversas províncias foram abafadas pelo governo regencial com a utilização da Marinha
e do Exército. A Marinha se fez mais presente nos combates no Pará (Cabanagem), no Rio Grande do Sul
(Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha), na Bahia (Sabinada), no Maranhão e Piauí (Balaiada) e em
Pernambuco (Revolta Praieira), esta já anos após a coroação de D. Pedro II.

Em todas estas revoltas, a Marinha não enfrentou nenhum grande inimigo no mar. Embora na Guerra dos
Farrapos os rebeldes tenham formado uma pequena flotilha de embarcações armadas, que foi prontamente
combatida e vencida, a Marinha se fez presente no rápido transporte de tropas do Exército Imperial da Corte e de
outras províncias até as áreas conflagradas. Também dependeu do transporte por mar, em grande parte realizado
pela Marinha, o abastecimento das tropas que lutavam nas províncias rebeladas, pois não existiam estradas que
ligassem a Corte às províncias do Norte e do Sul.

A Marinha também cumpriu ações de bloqueio nos portos ocupados pelos rebeldes, evitando que recebessem
qualquer abastecimento vindo do mar, como armas e munições desviadas de outras províncias ou compradas no
estrangeiro. Finalmente, militares da Marinha Imperial atuaram diversas vezes em desembarques, lutando com
grupos rebelados lado a lado com tropas do Exército, da Guarda Nacional e milicianos.

No contexto externo, os dois grandes conflitos que o Império brasileiro se envolveu, desde sua Independência até
o início das hostilidades que levariam à guerra contra o Paraguai, foram a Guerra Cisplatina, entre 1825 e 1828, e
a Guerra contra Manuel Oribe e Juan Manuel de Rosas, em 1850 e 1852. A área marítimo-fluvial em que se
desenrolaram a maioria das operações navais destes dois conflitos, separados no tempo por quase um quarto de
século, foi a mesma, o estuário do Rio da Prata, que separa o Uruguai da Argentina.
Na Guerra Cisplatina, Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina, lutaram pela posse do
território uruguaio, ainda não independente. Nesta guerra, que custou muito à economia de um país
recém-formado como o Brasil, a Marinha lutou longe de sua base principal, o Rio de Janeiro, contra a Marinha
argentina que, embora menor, atuava muito perto de sua principal base de apoio, Buenos Aires, e conhecendo o
teatro de operações repleto de obstáculos naturais à navegação, o Rio da Prata.

A Marinha Imperial brasileira, além das atividades de abastecimento das tropas em combate, operou de modo
ofensivo no Rio da Prata. A Força Naval brasileira efetuou um bloqueio naval sobre Buenos Aires visando a
isolar a capital adversária de abastecimento vindo do exterior e impedir que embarcações argentinas
transportassem tropas e armamento para reforçar argentinos e orientais que lutavam contra as tropas brasileiras
no território uruguaio.

Além do bloqueio, a Força Naval brasileira combateu a Esquadra argentina até seu desmembramento, privando o
adversário do principal e primeiro braço do Poder Naval. Os navios da Marinha que não foram deslocados para
aquela guerra não deixaram de se envolver no conflito. A Marinha defendeu as linhas de comunicação
marítimas, dando combate aos corsários armados pela Argentina e pelos rebeldes uruguaios que atacaram a
navegação mercante brasileira ao longo de toda a nossa costa.

A próxima guerra que o Brasil se envolveria no Rio da Prata seria contra Juan Manuel de Rosas, governador da
Província de Buenos Aires e Manuel Oribe, presidente da República Oriental do Uruguai e líder do Partido
Blanco. Tendo como seus aliados os governadores das províncias argentinas de Entre Rios e Corrientes e o
Partido Colorado uruguaio, o Império brasileiro se interpôs a uma tentativa de união de seus vizinhos do sul, que
enfraqueceria a posição brasileira no Rio da Prata e se tornaria uma ameaça na fronteira do Rio Grande do Sul,
há pouco pacificado e impedido de se separar do Brasil na Guerra dos Farrapos.

Coube à Marinha um grande momento neste curto conflito: a Passagem de Tonelero. Pela primeira vez se
utilizando navios a vapor em um conflito externo, a Força Naval brasileira ultrapassou sob os disparos dos
canhões das tropas Juan Manuel de Rosas o ponto fortificado adversário no Rio Paraná, o Passo de Tonelero, e
conduziu as tropas aliadas rio acima para uma posição de desembarque favorável, onde foi possível o ataque e a
pos-terior vitória sobre as tropas adversárias.

A Força Naval brasileira, composta por quatro navios com propulsão a vapor e três navios a vela, tinha como
obstáculo o Passo de Tonelero, nas proximidades da Barranca de Acevedo, onde o inimigo instalara uma
fortificação guarnecida por 16 peças de artilharia e 2.800 homens. Devido à pouca largura do rio naquele trecho,
os navios brasileiros seriam obrigados a passar a menos de 400 metros daquela fortificação, recebendo o peso da
artilharia inimiga. A solução encontrada pelo Chefe-de-Esquadra Grenfell foi o emprego conjunto dos navios a
vela e a vapor na operação de transposição daquele obstáculo. Tonelero foi vencida em 17 de dezembro de 1851,
com as tropas desembarcando em Diamante com sucesso.

O Exército de Buenos Aires foi derrotado pelas tropas brasileiras e de seus aliados platinos, em fevereiro de
1852. A Passagem de Tonelero representou a única operação ofensiva realizada pela Marinha Imperial naquele
conflito.

Contudo, o emprego da Força Naval no transporte de tropas para a área do conflito e, notadamente depois de
Tonelero, na transposição das tropas aliadas da margem uruguaia para território argentino, no Rio da Prata e Rio
Paraná, constituiu fator essencial para o sucesso das ações militares desenvolvidas pelos aliados contra Rosas e
Oribe.
R: Letra B

Saudação entre Militares

A continência, saudação militar universal, é uma reminiscência do antigo costume, que tinham os combatentes
medievais, quando vestidos com suas armaduras, ao serem inspecionados por um superior, de levar a mão à
têmpora direita, para suspender a viseira, permitindo sua identificação.

A continência é a saudação prestada pelo militar ou pela tropa, sendo impessoal e visando sempre a Autoridade
e não a pessoa, sendo assim, parte sempre do militar de menor precedência ou em igualdade de Posto ou
Graduação. Havendo dúvida em relação à antiguidade, deverá ser executada simultaneamente.

A continência é uma atitude militar de grande relevância e um ícone da tradição e costumes navais, constitui
prova de respeito e cortesia que o militar é obrigado a prestar ao superior hierárquico, não podendo ser por este
dispensada, salvo nas ocasiões previstas no Cerimonial da Marinha, tais como: “faina ou serviço que não possa
ser interrompida, postos de combate, praticando esportes, sentado à mesa de rancho, remando, dirigindo viaturas,
militar de sentinela, armado de fuzil ou outra arma que impossibilite o movimento da mão direita, fazendo parte
de tropa armada, em postos de continência ou Parada”.

A saudação entre militares é a continência. Ao cumprimentar um civil, o militar quando fardado, poderá
fazer-lhe uma continência, como cortesia, além de dar-lhe o usual aperto de mão. A continência, saudação
militar universal, é uma reminiscência do antigo costume, que tinham os combatentes medievais, quando
vestidos com suas armaduras, ao serem inspecionados por um superior, de levar a mão à têmpora direita, para
suspender a viseira, permitindo sua identificação.

A continência individual é prestada pelo militar fardado e não deverá ser executada quando este estiver em
trajes civis. Neste caso, a saudação é realizada com um cumprimento verbal, de acordo com as convenções
sociais.

A continência individual deve ser exigida e sua retribuição pelo mais antigo é obrigatória. Não faz parte dos
costumes navais desfazer a continência com batida da mão à coxa, provocando ruído. A continência deve ser
feita com correção, vivacidade, elegância, energia e franqueza. Da mesma forma, cabe ao superior responder o
cumprimento de maneira semelhante. A continência mal executada é sinônimo de displicência, o que não condiz
com os valores militares. A continência individual não representa apenas uma manifestação de respeito ou de
apreço a um indivíduo em particular; trata-se também de um ato público que expressa a cortesia entre os
membros de uma corporação.

Cerimonial de Bordo

Saudar Pavilhão

Faz parte do cerimonial saudar com a continência o Pavilhão Nacional, que é arvorado na popa , das 8 horas até
o por do sol. Isto se faz ao entrar a bordo pela primeira vez e ao sair pela última vez, no dia.

Saudar o Comandante

É costume os oficiais saudarem o Comandante na câmara, pela manhã, quando em viagem. À noite, a saudação é
feita após o Cerimonial do Arriar a Bandeira. Quando no porto, os oficiais formam para receber o Comandante,
cumprindo o Cerimonial de Recepção; e, da mesma maneira, formam quando ele se retira de bordo, no
Cerimonial de Despedida. Se algum oficial chegar após o Comandante, deve saudá-lo na câmara, bem como ao
Imediato. Se vai retirar-se de bordo antes do Comandante, deve despedir-se dele na câmara, obtendo licença para
retirar-se, não sem antes ter sido liberado pelo Imediato.

Saudar o Imediato

Ao entrar e ao retirar-se de bordo os oficiais saúdam o Imediato. É costume, em viagem, os oficiais


cumprimentarem o Imediato pela manhã e, também, após o Cerimonial da Bandeira.

Saudação com Espada

A antiga saudação com espada e o gesto de abatê-la, não é uma tradição naval, mas militar. O pessoal da
Marinha, contudo, faz uso da espada em algumas cerimônias a bordo e, em formaturas, em terra. O gesto de
levar a ponta da espada até o chão é uma antiga demonstração de submissão a uma autoridade superior,
reconhecendo sua superioridade hierárquica. A ponta da espada no chão, ao fim da saudação, não permite ao
oficial usá-la naquele momento.

O Cerimonial à Bandeira

Os navios da Marinha do Brasil, quando em contato com terra (atracados, fundeados ou amarrados), arvoram a
Bandeira Nacional no “pau da bandeira”, na popa. Ao suspenderem, no instante em que é desencapelada a última
espia ou o ferro arranca ou é largado o arganéu da bóia, a Bandeira Nacional é arriada na popa e içada, em
movimentos contíguos, no mastro de combate, mas de forma que nunca deixe de estar içado o Pavilhão
Nacional. Não há cerimonial, nessas ocasiões.

A Bandeira do Cruzeiro, que é arvorada no pau do jeque, acompanha os movimentos da Bandeira Nacional na
popa. Ou seja, é içada e arriada junto com esta. O Pavilhão é içado às oito horas da manhã e arriado exatamente
na hora do Pôr do Sol. O Cerimonial consta de sete vivas com o apito do marinheiro e das continências de todo o
pessoal. Quem estiver cobertas abaixo, permanece descoberto e em silêncio, atento. O cerimonial do arriar é
maior e consta de formatura geral da tripulação. Após o arriar, é costume o cumprimento geral de “boa noite”
entre todos os presentes, sendo primeiramente dirigido ao Comandante.

A Bandeira Nacional deve ser içada ou arriada em movimento uniforme, que deve ser estimado para que ocorra
durante o tempo em que é executado o hino ou toque.

Da mesma forma, o içar e arriar de galhardetes e Bandeiras-Insígnias deve ser feito celeremente.

Durante o Cerimonial à Bandeira é vedada a entrada ou saída de pessoas e veículos na OM que o realiza, salvo se
localizada próxima à via pública, quando a interrupção do trânsito deve ocorrer, com o mínimo de prejuízo
possível ao tráfego de pessoas e veículos, entre o “Segundo Sinal” e o término do Cerimonial.

Para as OM de terra são observados os mesmos procedimentos.

Bandeira a Meio-Pau

Nos navios da Marinha não se usa as denominações de "mastros" de bandeira, nem do jeque: a nomenclatura
correia é nomeá-los o "pau da bandeira" e o "pau do jeque", mesmo que sejam metálicos. O distinto, na Marinha,
segundo a tradição, é que sejam de madeira e envernizados.

Desta forma, o termo bandeira a meio-pau é a expressão que corresponde à Bandeira Nacional içada a
meio-mastro. O jeque acompanha a Bandeira Nacional, a meio-pau. E o sinal de luto.

O costume teve origem na antiga marinha a vela. Era usual que os navios, como mostra de pesar pela morte de
uma personalidade, desamantilhassem as vergas, de modo a deixá-las desalinhadas e pendentes, em diferentes
ângulos, e com todos os cabos de laborar, de mastros e vergas folgados e pendentes. A mostra de pesar consistia
neste aspecto de desleixo, por tristeza. O Pavilhão também era arriado a meio-pau.

Saudação de Navios Mercantes e Resposta

O navio mercante que passa ao largo de um navio de guerra cumprimenta-o, amando sua Bandeira Nacional,
fazendo o de guerra o mesmo, como resposta.
O mercante içara novamente sua Bandeira, depois que o de guerra o fizer.

A Salva: Saudação com Canhões

O sinal de amizade era antigamente entendido e mormente caracterizado pelo fato de apresentar-se uma pessoa,
com a espada abatida, ou um navio ou uma embarcação, momentaneamente impossibilitado de manobrar ou
combater. Nos tempos em que não havia meios seguros de comunicação e quando no mar não era possível aos
navios saberem notícias de terra, a menos que encontrassem outros que as transmitissem, era importantíssimo
para cada um deles saber quais as intenções uns dos outros, quando se encontravam. Imagina-se que um navio,
no mar há algum tempo, poderia não saber se sua nação estava ou não em guerra com outra, inclusive com
aquela cuja bandeira um navio avistado ostentava! Era, portanto, importante demonstrar atitude amistosa,
tomando difícil a manobra ou o combate.

Nos tempos de Henrique VIII, para um canhão repetir um tiro levava uma hora. Assim, um navio estava com os
canhões sempre carregados para combate. Mas, se ele os disparava, ficava impossibilitado momentaneamente de
combater. A maior parte das fragatas e navios menores era armada com uma bateria de sete canhões, em cada
borda. A princípio, uma salva de sete tiros era a salva nacional britânica. As baterias de terra, no entanto,
deveriam responder às salvas do navio, na razão de três tiros para cada tiro de bordo. Assim, a máxima salva de
bordo, sete tiros, era respondida pela maior salva de terra, vinte e um tiros. Com o progresso da indústria de
armas e, principalmente, da produção da pólvora, a maior salva de bordo passou a ser também de vinte e um
tiros.

O número de tiros, depois que a salva se transformou num costume, chegou aos nossos dias consagrado no
Cerimonial Naval. Vinte e uma salvas é o máximo que se usa. Mas por que vinte e uma? É porque, além do
costume acima, esse número é múltiplo de três. A explicação é que os números 3, 5 e 7 sempre tiveram
significado místico, muito antes, mesmo, de existirem marinhas organizadas como as dos últimos três séculos.

O intervalo das salvas festivas é de cinco segundos, entre um tiro e outro. Havia um velho costume, na Marinha
antiga, que ainda hoje os oficiais "safos" usam para contagem dos cinco segundos regularmentares, que é o de
dizer a expressão: "teco, teleco, teco, pepinos, não são bonecos, - fogo um!"; repetindo-se após cada tiro o
mesmo conjunto de palavras só alternando o número da ordem de fogo. Quem cronometrar o tempo que
normalmente se leva para dizer as palavras mencionadas, verá que ele é de cinco segundos.

Os Postos de Continência
Mas, somente disparar oscanhões não era mostra de ficar sem aptidão para combater. O navio, além disso,
deveria ferrar o pano (colher as velas), perdendo velocidade e ficando momentaneamente impossibilitado de
manobrar e combater, com todos os cabos de laborar pelo convés e a guarnição ocupada nas fainas. Assim, essa
mostra de respeito mantinha o navio privado de combater. Foi desse antigo costume, que vieram até nossos dias
certas formas de cumprimento em embarcações como "remos ao alto, folgar as escotas ou parar a máquina".

Nos grandes navios, no entanto, podia ser demonstrada, ao navio avistado, a intenção pacífica, fazendo subir
toda a guarnição aos mastros e vergas. Assim estava o navio impossibilitado de utilizar seus homens para o
combate, transitoriamente. Desta forma, dispor a guarnição pelas vergas dos navios-escola a vela, veio até nossos
dias, com a denominação de "postos de continência".

Em todos os navios da Marinha, os postos de continência são atendidos com toda a guarnição distribuída pela
borda do navio, no bordo por onde vai passar a autoridade a saudar, numa demonstração de respeito.

Vivas

Ainda permanece em nossa Marinha o hábito dos "vivas". É uma repetição da antiga forma de continência e
saudação à autoridade que passar perto do navio, sempre que o fato for antecipado e devidamente anunciado. A
guarnição, quando em postos de continência, a um sinal, leva o boné ao peito do lado esquerdo, com a mão
direita, e, ao sinal de salvas do apito, sete vezes, estende a mão com o boné para o alto, à direita, e dá os vivas
correspondentes.

Vivas do Apito

Permanece, no Cerimonial da Bandeira, o costume dos sete vivas, pelo apito do marinheiro. Durante o içar ou
arriar da Bandeira, o Mestre ou Contramestre, dependendo da ocasião, faz soar sete vezes o apito,
correspondendo aos sete vivas, que é a maior saudação por apito.

O número de sete, como explicado, ainda é a lembrança dos antigos sete tiros das fragatas e navios menores, que
constituíam a maior salva. Embora os tiros de salva tenham passado para vinte e um, os vivas de apito
permaneceram em sete, como a honra máxima.

Cerimonial de Recepção e Despedida


Os oficiais ao entrarem e saírem de bordo fazem jus a um cerimonial correspondente à sua patente, constando de
toques de apito característicos e da continência de quem o recebe ou despede e dos presentes. Além disso,
marinheiros em formatura, em número correspondente a cada cerimonial, chamados "boys", ladearão o oficial
saudado, na escada de portaló e no convés.

Esses cerimoniais são tradições herdadas dos dias da marinha a vela. Costumava-se, nas reuniões de
Comandantes de navios de uma Força Naval em um determinado navio - quando o mar não estava muito bom -
içar o visitante por uma guindola, espécie de pequena tábua suspensa pelas extremidades. A manobra era
comandada pelo Mestre, ao som do apito e, para realizá-la, vários marinheiros iam para o local de embarque.
Hoje é uma cortesia naval acorrer com marinheiros ao portaló (local de embarque ou saída de bordo) e saudar
com toque de apito, a autoridade que chegar ou sair.

Os marinheiros que acorriam para as manobras de embarque do Comandante a bordo eram chamados, na Real
Marinha britânica, de "boys". Esse costume passou desde o Império, à nossa Marinha. Hoje, há um toque de
apito que, em realidade, significa boys aos cabos. Tratava-se, até há pouco tempo, quando se vinha ou saía de
bordo por lancha, de chamar os marinheiros para que descessem ao patim inferior da escada de portaló e aí
estendessem cabos (preparados com pinhas nas duas extremidades, uma para o boy e outra para a autoridade),
para que lhe servissem de apoio quando embarcavam ou desembarcavam.

Ao patim inferior da escada de portaló descem dois "boys" e mais dois quando há espaço. Os demais formam no
convés. Quando estiver com prancha passada para terra, somente dois devem ficar em terra; os demais formam
no convés. Formar mais de dois "boys" em terra é, como se diz. na gíria marinheira, uma varada (de "vara",
termo espanhol que quer dizer encalhe). Tudo isso deve-se ao fato de que o emprego dos "boys" é uma tradição
na manobra de embarque e desembarque de oficiais, em navios no mar.

Quando o Comandante é recebido no seu próprio navio, é o Mestre quem executa os apitos do cerimonial.

Quando o cerimonial é executado em terra, como nos estabelecimentos ou cerimônias públicas, os "boys" são
distribuídos no número completo previsto no Cerimonial da Marinha, em caráter simbólico.

A chegada de autoridade a bordo de OM da MB deverá ser anunciada no sistema de fonoclama, quando couber,
o cargo da autoridade visitante seguido da expressão “para bordo”. Não deverá ser anunciado pronome de
tratamento ou nome da autoridade visitante. Por ocasião do cerimonial, a ordem ao Mestre ou Contramestre de
Serviço não deve conter palavras desnecessárias, já que se trata de uma instrução para quem vai abrir toque.
Assim, essa ordem deve ser pertinente ao toque característico a que tem direito a autoridade. A menção ao cargo
desempenhado somente deve ser feita a quem competir vocativo específico (Comandante da Marinha, Chefe do
Estado-Maior da Armada, Comandante de Operações Navais, Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais
e Comandante em Chefe da Esquadra). Nesse caso, não se deve mencionar o Posto, a menos se, eventualmente e
no caso de ComemCh, o cargo estiver sendo exercido por Almirante de Esquadra. O artigo 5-1-7 do Cerimonial
da Marinha reflete com clareza este ponto.

Os toques de apito devem ser dados apenas pelo Mestre ou Contramestre de Serviço. Ao final das Honras de
Recepção ou Despedida, quando por toque de corneta, cabe o “ponto”, como sinal de desfazer a continência e a
guarda de portaló executar o comando de “ombro armas”. Nos casos em que houver Guarda de Honra, esta
executará o referido comando quando determinado pelo seu Comandante.

https://www.marinha.mil.br/tradicoes-navais/cerimonial-de-bordo
R: Letra E

Art. 7o Compete aos comandantes das Forças apresentar ao Ministro de Estado da Defesa a Lista de Escolha,
elaborada na forma da lei, para a promoção aos postos de oficiais-generais e propor-lhe os oficiais-generais para
a nomeação aos cargos que lhes são privativos.
Parágrafo único. O Ministro de Estado da Defesa, acompanhado do Comandante de cada Força,
apresentará os nomes ao Presidente da República, a quem compete promover os oficiais-generais e nomeá-los
para os cargos que lhes são privativos.

LEI COMPLEMENTAR Nº 97, DE 9 DE JUNHO DE 1999 - Dispõe sobre as normas gerais para a organização,
o preparo e o emprego das Forças Armadas.

Da Destinação e Atribuições

Art. 1o As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Do Assessoramento ao Comandante Supremo

Art. 2o O Presidente da República, na condição de Comandante Supremo das Forças Armadas, é assessorado:

I - no que concerne ao emprego de meios militares, pelo Conselho Militar de Defesa; e

II - no que concerne aos demais assuntos pertinentes à área militar, pelo Ministro de Estado da Defesa.

§ 1o O Conselho Militar de Defesa é composto pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e


pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

§ 2o Na situação prevista no inciso I deste artigo, o Ministro de Estado da Defesa integrará o Conselho Militar
de Defesa na condição de seu Presidente.

DA ORGANIZAÇÃO

Das Forças Armadas

Art. 3o As Forças Armadas são subordinadas ao Ministro de Estado da Defesa, dispondo de estruturas próprias.

Art. 3o-A. O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, órgão de assessoramento permanente do
Ministro de Estado da Defesa, tem como chefe um oficial-general do último posto, da ativa ou da reserva,
indicado pelo Ministro de Estado da Defesa e nomeado pelo Presidente da República, e disporá de um comitê,
integrado pelos chefes de Estados-Maiores das 3 (três) Forças, sob a coordenação do Chefe do Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas.
§ 1o Se o oficial-general indicado para o cargo de Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
estiver na ativa, será transferido para a reserva remunerada quando empossado no cargo.

§ 2o É assegurado ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas o mesmo grau de precedência
hierárquica dos Comandantes e precedência hierárquica sobre os demais oficiais-generais das 3 (três) Forças
Armadas.

§ 3o É assegurado ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas todas as prerrogativas, direitos e
deveres do Serviço Ativo, inclusive com a contagem de tempo de serviço, enquanto estiver em exercício.

Art. 4o A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem, singularmente, de 1 (um) Comandante, indicado pelo
Ministro de Estado da Defesa e nomeado pelo Presidente da República, o qual, no âmbito de suas atribuições,
exercerá a direção e a gestão da respectiva Força.

Art. 5o Os cargos de Comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são privativos de oficiais-generais


do último posto da respectiva Força.

§ 1o É assegurada aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica precedência hierárquica sobre os


demais oficiais-generais das três Forças Armadas.

§ 2o Se o oficial-general indicado para o cargo de Comandante da sua respectiva Força estiver na ativa, será
transferido para a reserva remunerada, quando empossado no cargo.

§ 3o São asseguradas aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica todas as prerrogativas,


direitos e deveres do Serviço Ativo, inclusive com a contagem de tempo de serviço, enquanto estiverem em
exercício.

Art. 6o O Poder Executivo definirá a competência dos Comandantes da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica para a criação, a denominação, a localização e a definição das atribuições das organizações
integrantes das estruturas das Forças Armadas.

Art. 7o Compete aos Comandantes das Forças apresentar ao Ministro de Estado da Defesa a Lista de Escolha,
elaborada na forma da lei, para a promoção aos postos de oficiais-generais e propor-lhe os oficiais-generais para
a nomeação aos cargos que lhes são privativos.

Parágrafo único. O Ministro de Estado da Defesa, acompanhado do Comandante de cada Força, apresentará os
nomes ao Presidente da República, a quem compete promover os oficiais-generais e nomeá-los para os cargos
que lhes são privativos.
Art. 8o A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem de efetivos de pessoal militar e civil, fixados em lei,
e dos meios orgânicos necessários ao cumprimento de sua destinação constitucional e atribuições subsidiárias.

Parágrafo único. Constituem reserva das Forças Armadas o pessoal sujeito a incorporação, mediante
mobilização ou convocação, pelo Ministério da Defesa, por intermédio da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, bem como as organizações assim definidas em lei.

Da Direção Superior das Forças Armadas

Art. 9o O Ministro de Estado da Defesa exerce a direção superior das Forças Armadas, assessorado pelo
Conselho Militar de Defesa, órgão permanente de assessoramento, pelo Estado-Maior Conjunto das Forças
Armadas e pelos demais órgãos, conforme definido em lei.

§ 1o Ao Ministro de Estado da Defesa compete a implantação do Livro Branco de Defesa Nacional, documento
de caráter público, por meio do qual se permitirá o acesso ao amplo contexto da Estratégia de Defesa Nacional,
em perspectiva de médio e longo prazos, que viabilize o acompanhamento do orçamento e do planejamento
plurianual relativos ao setor.

§ 2o O Livro Branco de Defesa Nacional deverá conter dados estratégicos, orçamentários, institucionais e
materiais detalhados sobre as Forças Armadas, abordando os seguintes tópicos:

I - cenário estratégico para o século XXI;

II - política nacional de defesa;

III - estratégia nacional de defesa;

IV - modernização das Forças Armadas;

V - racionalização e adaptação das estruturas de defesa;

VI - suporte econômico da defesa nacional;

VII - as Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica;

VIII - operações de paz e ajuda humanitária.

§ 3o O Poder Executivo encaminhará à apreciação do Congresso Nacional, na primeira metade da sessão


legislativa ordinária, de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos, a partir do ano de 2012, com as devidas atualizações:

I - a Política de Defesa Nacional;

II - a Estratégia Nacional de Defesa;


III - o Livro Branco de Defesa Nacional.

Art. 11. Compete ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas elaborar o planejamento do emprego conjunto
das Forças Armadas e assessorar o Ministro de Estado da Defesa na condução dos exercícios conjuntos e quanto
à atuação de forças brasileiras em operações de paz, além de outras atribuições que lhe forem estabelecidas pelo
Ministro de Estado da Defesa.

Art. 11-A. Compete ao Ministério da Defesa, além das demais competências previstas em lei, formular a política
e as diretrizes referentes aos produtos de defesa empregados nas atividades operacionais, inclusive armamentos,
munições, meios de transporte e de comunicações, fardamentos e materiais de uso individual e coletivo, admitido
delegações às Forças.

DO ORÇAMENTO

Art. 12. O orçamento do Ministério da Defesa contemplará as prioridades definidas pela Estratégia Nacional de
Defesa, explicitadas na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o O orçamento do Ministério da Defesa identificará as dotações próprias da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica.

§ 2o A proposta orçamentária das Forças será elaborada em conjunto com o Ministério da Defesa, que a
consolidará, obedecendo às prioridades estabelecidas na Estratégia Nacional de Defesa, explicitadas na lei de
diretrizes orçamentárias.

§ 3o A Marinha, o Exército e a Aeronáutica farão a gestão, de forma individualizada, dos recursos


orçamentários que lhes forem destinados no orçamento do Ministério da Defesa.

DO PREPARO

Art. 14. O preparo das Forças Armadas é orientado pelos seguintes parâmetros básicos:

I - permanente eficiência operacional singular e nas diferentes modalidades de emprego interdependentes;

II - procura da autonomia nacional crescente, mediante contínua nacionalização de seus meios, nela
incluídas pesquisa e desenvolvimento e o fortalecimento da indústria nacional;

III - correta utilização do potencial nacional, mediante mobilização criteriosamente planejada.

DO EMPREGO
Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da
ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que
determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de
subordinação:

I - ao Comandante Supremo, por intermédio do Ministro de Estado da Defesa, no caso de Comandos conjuntos,
compostos por meios adjudicados pelas Forças Armadas e, quando necessário, por outros órgãos;

II - diretamente ao Ministro de Estado da Defesa, para fim de adestramento, em operações conjuntas, ou por
ocasião da participação brasileira em operações de paz;

III - diretamente ao respectivo Comandante da Força, respeitada a direção superior do Ministro de Estado da
Defesa, no caso de emprego isolado de meios de uma única Força.

§ 1o Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou
em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes
do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados.

§ 2o A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes
constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após
esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, relacionados no art. 144 da Constituição Federal.

§ 3o Consideram-se esgotados os instrumentos relacionados no art. 144 da Constituição Federal quando, em


determinado momento, forem eles formalmente reconhecidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo Federal
ou Estadual como indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho regular de sua missão
constitucional.

§ 4o Na hipótese de emprego nas condições previstas no § 3o deste artigo, após mensagem do Presidente da
República, serão ativados os órgãos operacionais das Forças Armadas, que desenvolverão, de forma episódica,
em área previamente estabelecida e por tempo limitado, as ações de caráter preventivo e repressivo necessárias
para assegurar o resultado das operações na garantia da lei e da ordem.

§ 5o Determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, caberá à autoridade
competente, mediante ato formal, transferir o controle operacional dos órgãos de segurança pública necessários
ao desenvolvimento das ações para a autoridade encarregada das operações, a qual deverá constituir um centro
de coordenação de operações, composto por representantes dos órgãos públicos sob seu controle operacional ou
com interesses afins.
§ 6o Considera-se controle operacional, para fins de aplicação desta Lei Complementar, o poder conferido à
autoridade encarregada das operações, para atribuir e coordenar missões ou tarefas específicas a serem
desempenhadas por efetivos dos órgãos de segurança pública, obedecidas as suas competências constitucionais
ou legais.

§ 7o A atuação do militar nos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, nos incisos IV e V do art. 17, no inciso
III do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art. 18, nas atividades de defesa civil a que se refere o art. 16 desta Lei
Complementar e no inciso XIV do art. 23 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), é
considerada atividade militar para os fins do art. 124 da Constituição Federal.

DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES

Art. 16. Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e
a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da República.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, integra as referidas ações de caráter geral a participação em
campanhas institucionais de utilidade pública ou de interesse social. (Incluído pela Lei
Complementar nº 117, de 2004)

Art. 16-A. Cabe às Forças Armadas, além de outras ações pertinentes, também como atribuições
subsidiárias, preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, por meio de ações
preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores, independentemente da
posse, da propriedade, da finalidade ou de qualquer gravame que sobre ela recaia, contra delitos transfronteiriços
e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, executando, dentre
outras, as ações de: (Incluído pela Lei Complementar nº 136, de 2010).

I - patrulhamento; (Incluído pela Lei Complementar nº 136, de 2010).

II - revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e (Incluído pela


Lei Complementar nº 136, de 2010).

III - prisões em flagrante delito. (Incluído pela Lei Complementar nº 136, de 2010).

Parágrafo único. As Forças Armadas, ao zelar pela segurança pessoal das autoridades nacionais e
estrangeiras em missões oficiais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo,
poderão exercer as ações previstas nos incisos II e III deste artigo. (Incluído pela Lei
Complementar nº 136, de 2010).

Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares:


I - orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades correlatas, no que interessa à defesa nacional;

II - prover a segurança da navegação aquaviária;

III - contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar;

IV - implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas interiores, em


coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, federal ou estadual, quando se fizer necessária, em razão de
competências específicas.

V – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de repercussão
nacional ou internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e de áreas portuárias, na forma de apoio
logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução. (Incluído pela Lei Complementar nº 117,
de 2004)

Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do Comandante da Marinha o


trato dos assuntos dispostos neste artigo, ficando designado como "Autoridade Marítima", para esse fim.

Art. 17-A. Cabe ao Exército, além de outras ações pertinentes, como atribuições subsidiárias particulares:
(Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)

I – contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao Poder Militar
Terrestre; (Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)

II – cooperar com órgãos públicos federais, estaduais e municipais e, excepcionalmente, com empresas
privadas, na execução de obras e serviços de engenharia, sendo os recursos advindos do órgão solicitante;
(Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)

III – cooperar com órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de repercussão
nacional e internacional, no território nacional, na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e
de instrução; (Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)

Art. 18. Cabe à Aeronáutica, como atribuições subsidiárias particulares:

I - orientar, coordenar e controlar as atividades de Aviação Civil;

II - prover a segurança da navegação aérea;

III - contribuir para a formulação e condução da Política Aeroespacial Nacional;

IV - estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante concessão, a infra-estrutura aeroespacial,


aeronáutica e aeroportuária;
V - operar o Correio Aéreo Nacional.

VI – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de repercussão
nacional e internacional, quanto ao uso do espaço aéreo e de áreas aeroportuárias, na forma de apoio logístico, de
inteligência, de comunicações e de instrução;

VII - preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, de maneira contínua e permanente,
por meio das ações de controle do espaço aéreo brasileiro, contra todos os tipos de tráfego aéreo ilícito, com
ênfase nos envolvidos no tráfico de drogas, armas, munições e passageiros ilegais, agindo em operação
combinada com organismos de fiscalização competentes, aos quais caberá a tarefa de agir após a aterragem das
aeronaves envolvidas em tráfego aéreo ilícito, podendo, na ausência destes, revistar pessoas, veículos terrestres,
embarcações e aeronaves, bem como efetuar prisões em flagrante delito. (Redação dada pela
Lei Complementar nº 136, de 2010).

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 19. Até que se proceda à revisão dos atos normativos pertinentes, as referências legais a Ministério ou a
Ministro de Estado da Marinha, do Exército e da Aeronáutica passam a ser entendidas como a Comando ou a
Comandante dessas Forças, respectivamente, desde que não colidam com atribuições do Ministério ou Ministro
de Estado da Defesa.

Art. 20. Os Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão transformados em Comandos, por
ocasião da criação do Ministério da Defesa.

Art. 21. Lei criará a Agência Nacional de Aviação Civil, vinculada ao Ministério da Defesa, órgão regulador
e fiscalizador da Aviação Civil e da infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária, estabelecendo, entre outras
matérias institucionais, quais, dentre as atividades e procedimentos referidos nos incisos I e IV do art. 18, serão
de sua responsabilidade.

Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 23. Revoga-se a Lei Complementar no 69, de 23 de julho de 1991.

Brasília, 9 de junho de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97.htm
R: Letra B

Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a
partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande
escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
Art. 4º A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas
marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para:

I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu
territórios, ou no seu mar territorial;

II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial.

Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas
milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se
estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até
o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a
partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental
não atinja essa distância.

O Brasil tem soberania marítima e aérea em uma faixa que corre junto ao litoral com largura de 22 km (12
milhas náuticas). Neste território e nos 22 km vizinhos (zona contígua), o país pode fiscalizar...

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8617.htm
R: Letra B

Doutrina de Liderança da Marinha (EMA-137), p. 1: "O exercício da chefia, comando ou direção, é entendido
pelo conjunto de ações e decisões tomadas pelo mais antigo, com autoridade para tal, na sua esfera de
competência, a fim de conduzir de forma integrada o setor que lhe é confiado".

R: Letra A

LEI COMPLEMENTAR Nº 97, DE 9 DE JUNHO E 1999

Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas

Art. 11. Compete ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas elaborar o planejamento do emprego conjunto
das Forças Armadas e assessorar o Ministro de Estado da Defesa na condução dos exercícios conjuntos e quanto
à atuação de forças brasileiras em operações de paz, além de outras atribuições que lhe forem estabelecidas pelo
Ministro de Estado da Defesa.
R: Letra D

NÍVEIS DE LIDERANÇA

Com a evolução das técnicas de gestão empresarial, o foco do estudo sobre o comportamento dos dirigentes
passou a ser voltado para as diferenças entre o líder de base e o de cúpula. Foi então idealizado um padrão de
organização baseado em três níveis funcionais: operacional, tático e estratégico, discriminando as características
desejáveis para um líder nos três níveis, de acordo com suas habilidades. Em consonância com esses novos
conceitos, foram estabelecidos três níveis de liderança: direta, organizacional e estratégica. Estes três níveis
definem com precisão toda a abrangência da liderança e será adotado ao longo desta Doutrina.

A liderança direta é obtida por meio do relacionamento face a face entre o líder e seus liderados e é mais
presente nos escalões inferiores, quando o contato pessoal é constante. A liderança direta, conquanto seja mais
intensa no comando de pequenas frações ou unidades, tendo em vista que a estrutura organizacional da Força
exige o trato com assessores e subordinados diretos.

A liderança organizacional desenvolve-se em organizações de maior envergadura, normalmente estruturadas


como Estado-Maior, sendo composta por liderança direta, conduzida em menor escala e voltada para os
subordinados imediatos, e por delegação de tarefas.
A liderança estratégica militar é aquela exercida nos níveis que definem a política e a estratégia da Força. É um
processo empregado para conduzir a realização de uma visão de futuro desejável e bem delineada.

R: Letra E

Art. 13. Para o cumprimento da destinação constitucional das Forças Armadas, cabe aos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica o preparo de seus órgãos operativos e de apoio, obedecidas as políticas
estabelecidas pelo Ministro da Defesa.

§ 1o O preparo compreende, entre outras, as atividades permanentes de planejamento, organização e


articulação, instrução e adestramento, desenvolvimento de doutrina e pesquisas específicas, inteligência e
estruturação das Forças Armadas, de sua logística e mobilização.

§ 2o No preparo das Forças Armadas para o cumprimento de sua destinação constitucional, poderão ser
planejados e executados exercícios operacionais em áreas públicas, adequadas à natureza das operações, ou em
áreas privadas cedidas para esse fim.
§ 3o O planejamento e a execução dos exercícios operacionais poderão ser realizados com a cooperação dos
órgãos de segurança pública e de órgãos públicos com interesses afins.

Lcp97 (planalto.gov.br)

R: Letra D

“A defesa do Brasil requer a reorganização da Base Industrial de Defesa (BID) – formada pelo conjunto
integrado de empresas públicas e privadas, e de organizações civis e militares, que realizem ou conduzam
pesquisa, projeto, desenvolvimento, industrialização, produção, reparo, conservação, revisão, conversão,
modernização ou manutenção de produtos de defesa (Prode) no país – o que deve ser feito de acordo com as
seguintes diretrizes:

(a) Dar prioridade ao desenvolvimento de capacitações tecnológicas independentes. Essa meta condicionará as
parcerias com países e empresas estrangeiras, ao desenvolvimento progressivo de pesquisa e de produção no
país.
(b) Subordinar as considerações comerciais aos imperativos estratégicos. Isso importa em organizar o regime
legal, regulatório e tributário da Base Industrial de Defesa, para que reflita tal subordinação.

(c) Evitar que a Base Industrial de Defesa polarize-se entre pesquisa avançada e produção rotineira. Deve-se
cuidar para que a pesquisa de vanguarda resulte em produção de vanguarda.

(d) Usar o desenvolvimento de tecnologias de defesa como foco para o desenvolvimento de capacitações
operacionais. Isso implica buscar a modernização permanente das plataformas, seja pela reavaliação à luz da
experiência operacional, seja pela incorporação de melhorias provindas do desenvolvimento tecnológico.”

Fonte: Por-que-o-Brasil-nao-consegue-sustentar-suas-empresas-estrategicas-de-defesa.pdf (uff.br)

R: Letra D
Art. 47. Os regulamentos disciplinares das Forças Armadas especificarão e classificarão as contravenções ou
transgressões disciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à
classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares.

§ 1º As penas disciplinares de impedimento, detenção ou prisão não podem ultrapassar 30 (trinta) dias.

§ 2º À praça especial aplicam-se, também, as disposições disciplinares previstas no regulamento do


estabelecimento de ensino onde estiver matriculada.

R: Letra A

A Atuação da Marinha na Guerra da Tríplice Aliança contra o Governo do Paraguai


A livre navegação nos rios e os limites entre o Brasil e o norte do Paraguai eram motivos de discordância entre
os dois países. Não se chegou a um acordo satisfatório até a conclusão da Guerra da Tríplice Aliança. Para os
brasileiros, era muito importante acessar, sem empecilhos, a Província de Mato Grosso, navegando pelo Rio
Paraguai. Sabendo disto, os paraguaios mantinham a questão dos limites, que reivindicavam associada à da livre
navegação. O litígio existia, principalmente em relação a um território situado à margem esquerda do Rio
Paraguai, entre os Rios Apa e Branco, ocupado por brasileiros. Apesar dessas questões, o entendimento entre o
Brasil e o Paraguai era cordial, excetuando-se algumas crises que não chegaram a ter maiores conseqüências.
Interessava principalmente ao Império que o Paraguai se mantivesse fora da Confederação Argentina, que muitas
dificuldades lhe vinha causando, com sua permanente instabilidade política.
R: Letra A

CAPÍTULO 3

EMBARQUE E DISTRIBUIÇÃO DE PRAÇAS

Art. 3-3-1 Apresentação de Praças

Todas as Praças, ao embarcarem em qualquer OM, serão apresentadas pelo Sargenteante-Geral ao


Imediato, a quem cabe distribuí-las internamente.

Art. 3-3-2 Apresentação de Suboficiais e Mestre

Os Suboficiais e o Mestre, ao embarcarem, serão também apresentados ao Comandante da OM e


posteriormente, em parada, ao Setor da OM em que forem servir, pelos respectivos encarregados.
Parágrafo único. O Suboficial mais antigo será apresentado aos outros Suboficiais por Oficial indicado
pelo Imediato.

Art. 3-3-3 Distribuição de Praças a bordo

As Praças serão distribuídas pelas incumbências, por seus respectivos encarregados, de acordo com as
respectivas Tabelas Mestras.

Fonte: Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)

R: Letra B

O Ministério da Defesa (MD), por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD), criou uma Base de

Dados contendo informações sobre competências e capacidades de Instituições Científicas, Tecnológicas e de

Inovação (ICT) militares qualificadas ou reconhecidas como tal por instrumento normativo das Forças Armadas
ou do MD. Todas estas ICT militares são denominadas pela Portaria GM-MD Nº 3.439, de 18 de agosto de 2021,

que aprova a Política de Propriedade Intelectual do Ministério da Defesa (PPIMD), como Instituições

Científicas, Tecnológicas e de Inovação do Ministério da Defesa (ICTMD).

A supracitada Base de Dados de competências e capacidades das ICTMD comporá o Sistema de Gestão do

Conhecimento do Ministério da Defesa (SGC-MD), que tem como objetivos:

a. ampliar o compartilhamento de informações e conhecimento entre as Forças Armadas e o MD;

b. potencializar as competências e capacidades das ICTMD e de nichos tecnológicos, tais como universidades,

centros de pesquisa, laboratórios, redes e empresas de base tecnológica etc;

c. estimular a sinergia e a integração de projetos tecnológicos de ICTMD;

d. estimular a participação de ICT civis, públicas e privadas, em projetos das ICTMD, bem como o

estabelecimento de parcerias entre elas, e

e. acompanhar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) das ICTMD e buscar soluções em

Ciência, Tecnologia & Inovação (CT&I) por meio da Tríplice Hélice em benefício das Forças Armadas e da

sociedade brasileira.

O SGC-MD visa atuar em todo o processo do Ciclo de Gestão do Conhecimento, cobrindo desde a aquisição e o

armazenamento até sua distribuição e utilização. Neste contexto, a Base de Dados das ICTMD tem um caráter

multipropósito à medida que também subsidiará, com informações e conhecimento, outras atividades, ações,

projetos e parcerias do MD na área de CT&I.

O Mapeamento de Competências e Capacidades (MCC) é a principal ferramenta de prospecção tecnológica

criada pelo Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação (DECTI) da SEPROD para mapear, identificar e

potencializar competências e capacidades das ICTMD, a fim de apoiar processos decisórios de autoridades do

MD e dos Comandos das Forças Armadas. Dentre as técnicas envolvidas no MCC, encontram-se: Pontos de

Contato (POC), visitas técnicas, videoconferências, técnicas interativas, formulários, relatórios, workshops,

mineração de dados etc.


Conceitualmente, entende-se por competência uma ou um conjunto de habilidades que um indivíduo ou uma

instituição domina, que seja capaz de solucionar determinados problemas e/ ou mobilizar meios para

solucioná-los. Além das competências previstas na Lei Nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016, como pesquisa

básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico ou o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou

processos, o MCC tem revelado que muitas ICTMD dominam um conjunto de outras competências em CT&I

que pode ser capaz de, no futuro, reformular os planos estratégicos, remodelar os desenhos das Forças Armadas e

contribuir significativamente na Transformação da Defesa.

Entende-se por capacidade no âmbito da Defesa o conjunto de fatores-chave que devem ser perseguidos pelas

Forças Armadas para se alcançar objetivos militares específicos, focados tanto no desenvolvimento de armas ou

sistemas de armas quanto em tributos, como superioridade no confronto, mobilidade, comando e controle,

materiais, recursos humanos, organização, doutrina e infraestrutura entre outros. Daí decorre a relação de

interdependência entre a metodologia do Planejamento Baseado em Capacidades (PBC) e o DECTI/ SEPROD.

Dentre os produtos que o SGC-MD entrega, encontram-se as Tabelas de Apoio à Decisão (TAD), as quais

centralizam dados e informações de caráter ostensivo sobre competências e capacidades das ICTMD.

Fonte: https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/seprod/ciencia-e-tecnologia/ciencia-tecnologia-e-inovacao
R: Letra A

Programas Brasileiros para os Recursos Minerais Marinhos

PROAREA – Programa de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico


Sul e Equatorial.

Objetivo Geral Identificar e avaliar a potencialidade mineral de regiões com importância econômica e político -
estratégica para o Brasil localizadas na “Área”

Objetivos Específicos :

● Ampliar a presença brasileira na região


● Coletar dados para subsidiar propostas brasileiras junto à ISBA

Preparar e qualificar recursos humanos para as atividades na “ÁREA”

PROERG – Projeto Crostas Cobaltíferas da Elevação do Rio Grande - • Coleta e triagem preliminar do material.
REMPLAC – Programa de Avaliação da Potencialidade Mineral da Plataforma Continental Jurídica Brasileira.

Objetivo: Avaliar a potencialidade mineral da PC, a fim de possibilitar a utilização sustentável dos recursos não
vivos.

GRANULADOS MARINHOS – GRANMAR: carbonatos Aplicações: agricultura, cosméticos, suplemento


alimentar, implante ósseo e nutrição animal

GRANMAR: Areia e Cascalho - Aplicação: construção civil e reconstrução de praias.

FOSFORITA Aplicações: •agricultura (fertilizantes); •alimentação animal; e •indústrias química e farmacêutica.

Principais Projetos em andamento

● Projeto de ouro na região de VizeuCarutapera


● Projeto Aluviões Diamantíferosna foz do rio Jequitinhonha

Fonte:
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/54a-legislatura/pl-0
037-11-mineracao/arquivos/apresentacao-comandante-teixeira-21.08.13
R: Letra A

Art. 3-1-8 Capitão-Tenente

Ao Capitão-Tenente compete:

a) o Comando de navio de 4ª classe;

b) o Comando de Companhia isolada de fuzileiros navais;

c) a Imediatice de navio de 3ª ou 4ª classe;

d) a Imediatice de Companhia isolada de fuzileiros navais;

e) a Chefia de Departamento em navio de 2ª ou 3ª classe;

f) o Comando de Companhia e Bateria em Batalhões, Grupos e Grupamentos de fuzileiros navais;

g) funções e serviços a bordo de navio de qualquer classe, em unidades aéreas ou unidades de fuzileiros
navais; e
h) funções e serviços em Estado-Maior de Comando de Força.

Art. 6-2-7 Habilitação do Ajudante-de-Ordens

O Ajudante-de-Ordens deverá ser do posto de Capitão-Tenente, preferencialmente do mesmo Corpo ou


Quadro a que pertencer o Almirante no Gabinete do qual for servir, e possuir os cursos inerentes à sua
antiguidade.

https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-95480-13-dezembro-1987-446244-publicacaoor
iginal-1-pe.html

Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional importância ou de difícil elucidação, o
encarregado do inquérito poderá solicitar do procurador geral a indicação de procurador que lhe dê assistência.
Encarregado de inquérito. Requisitos

Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de pôsto não inferior ao de capitão ou
capitão tenente; e, em se tratando de infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível,
oficial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.

https://concurseria.com.br/wp-content/uploads/2018/10/DIREITO-MILITAR.pdf
R: Letra A

Flexibilidade é a capacidade de empregar forças militares com o mínimo de rigidez pré-estabelecida e com o
máximo de adaptabilidade à circunstância de emprego da força. Na paz, significa a versatilidade com que se
substitui a presença - ou a onipresença - pela capacidade de se fazer presente (mobilidade) à luz da informação
(monitoramento/controle). Na guerra, exige a capacidade de deixar o inimigo em desequilíbrio permanente,
surpreendendo-o por meio da dialética da desconcentração e da concentração de forças e da audácia com que se
desfecha o golpe inesperado.

A flexibilidade relativiza o contraste entre o conflito convencional e o conflito não-convencional: reivindica para
as forças convencionais alguns dos atributos de força não-convencional e firma a supremacia da inteligência e da
imaginação sobre o mero acúmulo de meios materiais e humanos. Por isso mesmo, rejeita a tentação de ver na
alta tecnologia alternativa ao combate, assumindo-a como um reforço da capacidade operacional. Insiste no
papel da surpresa. Transforma a incerteza em solução, em vez de encará-la como problema. Combina as defesas
meditadas com os ataques fulminantes.
Elasticidade é a capacidade de aumentar rapidamente o dimensionamento das forças militares quando as
circunstâncias o exigirem, mobilizando em grande escala os recursos humanos e materiais do País. A
elasticidade exige, portanto, a construção de força de reserva, mobilizável de acordo com as circunstâncias. A
base derradeira da elasticidade é a integração das Forças Armadas com a Nação. O desdobramento da
elasticidade reporta-se à parte desta Estratégia Nacional de Defesa que trata do futuro do Serviço Militar
Obrigatório e da mobilização nacional.

A flexibilidade depende, para sua afirmação plena, da elasticidade. O potencial da flexibilidade, para dissuasão e
para defesa, ficaria severamente limitado se não fosse possível, em caso de necessidade, multiplicar os meios
humanos e materiais das Forças Armadas. Por outro lado, a maneira de interpretar e de efetuar o imperativo da
elasticidade revela o desdobramento mais radical da flexibilidade. A elasticidade é a flexibilidade, traduzida no
engajamento de toda a Nação em sua própria defesa.

ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA

Estratégia Nacional de Defesa e Estratégia Nacional de Desenvolvimento

1.Estratégia nacional de defesa é inseparável de estratégia nacional de desenvolvimento. Esta motiva aquela.
Aquela fornece escudo para esta. Cada uma reforça as razões da outra. Em ambas, se desperta para a
nacionalidade e constrói-se a Nação. Defendido, o Brasil terá como dizer não, quando tiver que dizer não. Terá
capacidade para construir seu próprio modelo de desenvolvimento.

4.Projeto forte de defesa favorece projeto forte de desenvolvimento. Forte é o projeto de desenvolvimento que,
sejam quais forem suas demais orientações, se guie pelos seguintes princípios:

a) Independência nacional, efetivada pela mobilização de recursos físicos, econômicos e humanos, para o
investimento no potencial produtivo do País. Aproveitar a poupança estrangeira, sem dela depender;

b) Independência nacional, alcançada pela capacitação tecnológica autônoma, inclusive nos estratégicos setores
espacial, cibernético e nuclear. Não é independente quem não tem o domínio das tecnologias sensíveis, tanto
para a defesa como para o desenvolvimento; e

c) Independência nacional, assegurada pela democratização de oportunidades educativas e econômicas e pelas


oportunidades para ampliar a participação popular nos processos decisórios da vida política e econômica do País.
O Brasil não será independente enquanto faltar para parcela do seu povo condições para aprender, trabalhar e
produzir.

Natureza e âmbito da Estratégia Nacional de Defesa

2.A Estratégia Nacional de Defesa organiza-se em torno de três eixos estruturantes.


O primeiro eixo estruturante diz respeito a como as Forças Armadas devem-se organizar e orientar para melhor
desempenharem sua destinação constitucional e suas atribuições na paz e na guerra. Enumeram-se diretrizes
estratégicas relativas a cada uma das Forças e especifica-se a relação que deve prevalecer entre elas. Descreve-se
a maneira de transformar tais diretrizes em práticas e capacitações operacionais e propõe-se a linha de evolução
tecnológica necessária para assegurar que se concretizem.

A análise das hipóteses de emprego das Forças Armadas - para resguardar o espaço aéreo, o território e as águas
jurisdicionais brasileiras - permite dar foco mais preciso às diretrizes estratégicas. Nenhuma análise de hipóteses
de emprego pode, porém, desconsiderar as ameaças do futuro. Por isso mesmo, as diretrizes estratégicas e as
capacitações operacionais precisam transcender o horizonte imediato que a experiência e o entendimento de hoje
permitem descortinar.

Ao lado da destinação constitucional, das atribuições, da cultura, dos costumes e das competências próprias de
cada Força e da maneira de sistematizá-las em estratégia de defesa integrada, aborda-se o papel de três setores
decisivos para a defesa nacional: o espacial, o cibernético e o nuclear. Descreve-se como as três Forças devem
operar em rede - entre si e em ligação com o monitoramento do território, do espaço aéreo e das águas
jurisdicionais brasileiras.

O segundo eixo estruturante refere-se à reorganização da indústria nacional de material de defesa, para assegurar
que o atendimento das necessidades de equipamento das Forças Armadas apóie-se em tecnologias sob domínio
nacional.

O terceiro eixo estruturante versa sobre a composição dos efetivos das Forças Armadas e, consequentemente,
sobre o futuro do Serviço Militar Obrigatório. Seu propósito é zelar para que as Forças Armadas reproduzam, em
sua composição, a própria Nação - para que elas não sejam uma parte da Nação, pagas para lutar por conta e em
benefício das outras partes. O Serviço Militar Obrigatório deve, pois, funcionar como espaço republicano, no
qual possa a Nação encontrar-se acima das classes sociais.

Diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa.

Pauta-se a Estratégia Nacional de Defesa pelas seguintes diretrizes.

1.Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres, nos limites das águas jurisdicionais
brasileiras, e impedir-lhes o uso do espaço aéreo nacional.

Para dissuadir, é preciso estar preparado para combater. A tecnologia, por mais avançada que seja, jamais será
alternativa ao combate. Será sempre instrumento do combate.

2.Organizar as Forças Armadas sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença.


Esse triplo imperativo vale, com as adaptações cabíveis, para cada Força. Do trinômio resulta a definição das
capacitações operacionais de cada uma das Forças.

3.Desenvolver as capacidades de monitorar e controlar o espaço aéreo, o território e as águas jurisdicionais


brasileiras.

Tal desenvolvimento dar-se-á a partir da utilização de tecnologias de monitoramento terrestre, marítimo, aéreo e
espacial que estejam sob inteiro e incondicional domínio nacional.

4.Desenvolver, lastreado na capacidade de monitorar/controlar, a capacidade de responder prontamente a


qualquer ameaça ou agressão: a mobilidade estratégica.

5.Aprofundar o vínculo entre os aspectos tecnológicos e os operacionais da mobilidade, sob a disciplina de


objetivos bem definidos.

6.Fortalecer três setores de importância estratégica: o espacial, o cibernético e o nuclear.

Esse fortalecimento assegurará o atendimento ao conceito de flexibilidade.

Como decorrência de sua própria natureza, esse setores transcendem a divisão entre desenvolvimento e defesa,
entre o civil e o militar.

7.Unificar as operações das três Forças, muito além dos limites impostos pelos protocolos de exercícios
conjuntos.

Os instrumentos principais dessa unificação serão o Ministério da Defesa e o Estado-Maior de Defesa, a ser
reestruturado como Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Devem ganhar dimensão maior e
responsabilidades mais abrangentes.

8.Reposicionar os efetivos das três Forças.

As principais unidades do Exército estacionam no Sudeste e no Sul do Brasil. A esquadra da Marinha


concentra-se na cidade do Rio de Janeiro. As instalações tecnológicas da Força Aérea estão quase todas
localizadas em São José dos Campos, em São Paulo. As preocupações mais agudas de defesa estão, porém, no
Norte, no Oeste e no Atlântico Sul.

9.Adensar a presença de unidades do Exército, da Marinha e da Força Aérea nas fronteiras.

Deve-se ter claro que, dadas as dimensões continentais do território nacional, presença não pode significar
onipresença. A presença ganha efetividade graças à sua relação com monitoramento/controle e com mobilidade.

10.Priorizar a região amazônica.


A Amazônia representa um dos focos de maior interesse para a defesa. A defesa da Amazônia exige avanço de
projeto de desenvolvimento sustentável e passa pelo trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença.

11.Desenvolver, para fortalecer a mobilidade, a capacidade logística, sobretudo na região amazônica.

Daí a importância de se possuir estruturas de transporte e de comando e controle que possam operar em grande
variedade de circunstâncias, inclusive sob as condições extraordinárias impostas por um conflito armado.

12.Desenvolver, para atender aos requisitos de monitoramento/controle, mobilidade e presença, o conceito de


flexibilidade no combate.

Isso exigirá, sobretudo na Força Terrestre, que as forças convencionais cultivem alguns predicados atribuídos a
forças não-convencionais.

13.Desenvolver, para atender aos requisitos de monitoramento/controle, mobilidade e presença, o repertório de


práticas e de capacitações operacionais dos combatentes.

Cada homem e mulher a serviço das Forças Armadas há de dispor de três ordens de meios e de habilitações.

14.Promover a reunião, nos militares brasileiros, dos atributos e predicados exigidos pelo conceito de
flexibilidade.

O militar brasileiro precisa reunir qualificação e rusticidade. Necessita dominar as tecnologias e as práticas
operacionais exigidas pelo conceito de flexibilidade. Deve identificar-se com as peculiaridades e características
geográficas exigentes ou extremas que existem no País. Só assim realizar-se-á, na prática, o conceito de
flexibilidade, dentro das características do território nacional e da situação geográfica e geopolítica do Brasil.

15.Rever, a partir de uma política de otimização do emprego de recursos humanos, a composição dos efetivos
das três Forças, de modo a dimensioná-las para atender adequadamente ao disposto na Estratégia Nacional de
Defesa.

16. Estruturar o potencial estratégico em torno de capacidades.

Convém organizar as Forças Armadas em torno de capacidades, não em torno de inimigos específicos. O Brasil
não tem inimigos no presente. Para não tê-los no futuro, é preciso preservar a paz e preparar-se para a guerra.

17.Preparar efetivos para o cumprimento de missões de garantia da lei e da ordem, nos termos da Constituição
Federal.

O País cuida para evitar que as Forças Armadas desempenhem papel de polícia. Efetuar operações internas em
garantia da lei e da ordem, quando os poderes constituídos não conseguem garantir a paz pública e um dos
Chefes dos três Poderes o requer, faz parte das responsabilidades constitucionais das Forças Armadas. A
legitimação de tais responsabilidades pressupõe, entretanto, legislação que ordene e respalde as condições
específicas e os procedimentos federativos que dêem ensejo a tais operações, com resguardo de seus integrantes.

18.Estimular a integração da América do Sul.

Essa integração não somente contribuirá para a defesa do Brasil, como possibilitará fomentar a cooperação
militar regional e a integração das bases industriais de defesa. Afastará a sombra de conflitos dentro da região.
Com todos os países avança-se rumo à construção da unidade sul-americana. O Conselho de Defesa
Sul-Americano, em debate na região, criará mecanismo consultivo que permitirá prevenir conflitos e fomentar a
cooperação militar regional e a integração das bases industriais de defesa, sem que dele participe país alheio à
região.

19.Preparar as Forças Armadas para desempenharem responsabilidades crescentes em operações de manutenção


da paz.

Em tais operações, as Forças agirão sob a orientação das Nações Unidas ou em apoio a iniciativas de órgãos
multilaterais da região, pois o fortalecimento do sistema de segurança coletiva é benéfico à paz mundial e à
defesa nacional.

20.Ampliar a capacidade de atender aos compromissos internacionais de busca e salvamento.

É tarefa prioritária para o País o aprimoramento dos meios existentes e da capacitação do pessoal envolvido com
as atividades de busca e salvamento no território nacional, nas águas jurisdicionais brasileiras e nas áreas pelas
quais o Brasil é responsável, em decorrência de compromissos internacionais.

21.Desenvolver o potencial de mobilização militar e nacional para assegurar a capacidade dissuasória e


operacional das Forças Armadas.

Diante de eventual degeneração do quadro internacional, o Brasil e suas Forças Armadas deverão estar prontos
para tomar medidas de resguardo do território, das linhas de comércio marítimo e plataformas de petróleo e do
espaço aéreo nacionais. As Forças Armadas deverão, também, estar habilitadas a aumentar rapidamente os meios
humanos e materiais disponíveis para a defesa. Exprime-se o imperativo de elasticidade em capacidade de
mobilização nacional e militar.

22.Capacitar a indústria nacional de material de defesa para que conquiste autonomia em tecnologias
indispensáveis à defesa.

Regime jurídico, regulatório e tributário especiais protegerá as empresas privadas nacionais de material de defesa
contra os riscos do imediatismo mercantil e assegurará continuidade nas compras públicas. A contrapartida a tal
regime especial será, porém, o poder estratégico que o Estado exercerá sobre tais empresas, a ser assegurado por
um conjunto de instrumentos de direito privado ou de direito público.

23.Manter o Serviço Militar Obrigatório.

O Serviço Militar Obrigatório é condição para que se possa mobilizar o povo brasileiro em defesa da soberania
nacional. É, também, instrumento para afirmar a unidade da Nação acima das divisões das classes sociais.

A Marinha do Brasil: a hierarquia dos objetivos estratégicos e táticos.

1.Na maneira de conceber a relação entre as tarefas estratégicas de negação do uso do mar, de controle de áreas
marítimas e de projeção de poder, a Marinha do Brasil se pautará por um desenvolvimento desigual e conjunto.
Se aceitasse dar peso igual a todos os três objetivos, seria grande o risco de ser medíocre em todos eles. Embora
todos mereçam ser cultivados, o serão em determinadas ordem e seqüência.

A prioridade é assegurar os meios para negar o uso do mar a qualquer concentração de forças inimigas que se
aproxime do Brasil por via marítima. A negação do uso do mar ao inimigo é a que organiza, antes de atendidos
quaisquer outros objetivos estratégicos, a estratégia de defesa marítima do Brasil. Essa prioridade tem
implicações para a reconfiguração das forças navais.

Ao garantir seu poder para negar o uso do mar ao inimigo, precisa o Brasil manter a capacidade focada de
projeção de poder e criar condições para controlar, no grau necessário à defesa e dentro dos limites do direito
internacional, as áreas marítimas e águas interiores de importância político-estratégica, econômica e militar, e
também as suas linhas de comunicação marítimas. A despeito desta consideração, a projeção de poder se
subordina, hierarquicamente, à negação do uso do mar.

A negação do uso do mar, o controle de áreas marítimas e a projeção de poder devem ter por foco, sem
hierarquização de objetivos e de acordo com as circunstâncias:

(a) defesa pró-ativa das plataformas petrolíferas;

(b) defesa pró-ativa das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e das ilhas oceânicas nas águas
jurisdicionais brasileiras;

(c) prontidão para responder a qualquer ameaça, por Estado ou por forças não-convencionais ou criminosas, às
vias marítimas de comércio;

(d) capacidade de participar de operações internacionais de paz, fora do território e das águas jurisdicionais
brasileiras, sob a égide das Nações Unidas ou de organismos multilaterais da região;
A construção de meios para exercer o controle de áreas marítimas terá como focos as áreas estratégicas de acesso
marítimo ao Brasil. Duas áreas do litoral continuarão a merecer atenção especial, do ponto de vista da
necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil: a faixa que vai de Santos a Vitória e a área em torno da foz
do rio Amazonas.

2.A doutrina do desenvolvimento desigual e conjunto tem implicações para a reconfiguração das forças navais.
A implicação mais importante é que a Marinha se reconstruirá, por etapas, como uma arma balanceada entre o
componente submarino, o componente de superfície e o componente aeroespacial.

3.Para assegurar o objetivo de negação do uso do mar, o Brasil contará com força naval submarina de
envergadura, composta de submarinos convencionais e de submarinos de propulsão nuclear. O Brasil manterá e
desenvolverá sua capacidade de projetar e de fabricar tanto submarinos de propulsão convencional como de
propulsão nuclear. Acelerará os investimentos e as parcerias necessários para executar o projeto do submarino de
propulsão nuclear. Armará os submarinos, convencionais e nucleares, com mísseis e desenvolverá capacitações
para projetá-los e fabricá-los. Cuidará de ganhar autonomia nas tecnologias cibernéticas que guiem os
submarinos e seus sistemas de armas e que lhes possibilitem atuar em rede com as outras forças navais, terrestres
e aéreas.

4.Para assegurar sua capacidade de projeção de poder, a Marinha possuirá, ainda, meios de Fuzileiros Navais, em
permanente condição de pronto emprego. A existência de tais meios é também essencial para a defesa das
instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e ilhas oceânicas nas águas jurisdicionais brasileiras, para atuar
em operações internacionais de paz, em operações humanitárias, em qualquer lugar do mundo. Nas vias fluviais,
serão fundamentais para assegurar o controle das margens durante as operações ribeirinhas. O Corpo de
Fuzileiros Navais consolidar-se-á como a força de caráter expedicionário por excelência.

5.A força naval de superfície contará tanto com navios de grande porte, capazes de operar e de permanecer por
longo tempo em alto mar, como de navios de porte menor, dedicados a patrulhar o litoral e os principais rios
navegáveis brasileiros. Requisito para a manutenção de tal esquadra será a capacidade da Força Aérea de
trabalhar em conjunto com a Aviação Naval para garantir superioridade aérea local em caso de conflito armado.

6.O monitoramento da superfície do mar a partir do espaço deverá integrar o repertório de práticas e capacitações
operacionais da Marinha.

A partir dele as forças navais, submarinas e de superfície terão fortalecidas suas capacidades de atuar em rede
com as forças terrestre e aérea.

7.A constituição de uma força e de uma estratégia navais que integrem os componentes submarino, de superfície
e aéreo, permitirá realçar a flexibilidade com que se resguarda o objetivo prioritário da estratégia de segurança
marítima: a dissuasão com a negação do uso do mar ao inimigo que se aproxime, por meio do mar, do Brasil. Em
amplo espectro de circunstâncias de combate, sobretudo quando a força inimiga for muito mais poderosa, a força
de superfície será concebida e operada como reserva tática ou estratégica. Preferencialmente e sempre que a
situação tática permitir, a força de superfície será engajada no conflito depois do emprego inicial da força
submarina, que atuará de maneira coordenada com os veículos espaciais (para efeito de monitoramento) e com
meios aéreos (para efeito de fogo focado).

8.Um dos elos entre a etapa preliminar do embate, sob a responsabilidade da força submarina e de suas
contrapartes espacial e aérea, e a etapa subseqüente, conduzida com o pleno engajamento da força naval de
superfície, será a Aviação Naval, embarcada em navios. A Marinha trabalhará com a indústria nacional de
material de defesa para desenvolver um avião versátil, de defesa e ataque, que maximize o potencial aéreo
defensivo e ofensivo da Força Naval.

9.A Marinha iniciará os estudos e preparativos para estabelecer, em lugar próprio, o mais próximo possível da
foz do rio Amazonas, uma base naval de uso múltiplo, comparável, na abrangência e na densidade de seus meios,
à Base Naval do Rio de Janeiro.

10.A Marinha acelerará o trabalho de instalação de suas bases de submarinos, convencionais e de propulsão
nuclear.

5.O monitoramento/controle, como componente do imperativo de flexibilidade, exigirá que entre os recursos
espaciais haja um vetor sob integral domínio nacional, ainda que parceiros estrangeiros participem do seu projeto
e da sua implementação, incluindo:

(a) a fabricação de veículos lançadores de satélites;

(b) a fabricação de satélites de baixa e de alta altitude, sobretudo de satélites geoestacionários, de múltiplos usos;

(c) o desenvolvimento de alternativas nacionais aos sistemas de localização e de posicionamento dos quais o
Brasil depende, passando pelas necessárias etapas internas de evolução dessas tecnologias;

(d) os meios aéreos e terrestres para monitoramento focado, de alta resolução;

(e) as capacitações e os instrumentos cibernéticos necessários para assegurar comunicações entre os monitores
espaciais e aéreos e a força terrestre.

6.A mobilidade como componente do imperativo de flexibilidade requer o desenvolvimento de veículos


terrestres e de meios aéreos de combate e de transporte. Demandará, também, a reorganização das relações com a
Marinha e com a Força Aérea, de maneira a assegurar, tanto na cúpula dos Estados-Maiores como na base dos
contingentes operacionais, a capacidade de atuar como uma única força.
7.Monitoramento/controle e mobilidade têm seu complemento em medidas destinadas a assegurar, ainda no
módulo brigada, a obtenção do efetivo poder de combate. Algumas dessas medidas são tecnológicas: o
desenvolvimento de sistemas de armas e de guiamento que permitam precisão no direcionamento do tiro e o
desenvolvimento da capacidade de fabricar munições não-nucleares de todos os tipos. Outras medidas são
operacionais: a consolidação de um repertório de práticas e de capacitações que proporcionem à Força Terrestre
os conhecimentos e as potencialidades, tanto para o combate convencional quanto para não-convencional, capaz
de operar com adaptabilidade nas condições imensamente variadas do território nacional. Outras medidas - ainda
mais importantes - são educativas: a formação de um militar que reúna qualificação e rusticidade.

Os setores estratégicos: o espacial, o cibernético e o nuclear

1.Três setores estratégicos - o espacial, o cibernético e o nuclear –são essenciais para a defesa nacional.

2.Nos três setores, as parcerias com outros países e as compras de produtos e serviços no exterior devem ser
compatibilizadas com o objetivo de assegurar espectro abrangente de capacitações e de tecnologias sob domínio
nacional.

3.No setor espacial, as prioridades são as seguintes:

a. Projetar e fabricar veículos lançadores de satélites e desenvolver tecnologias de guiamento remoto, sobretudo
sistemas inerciais e tecnologias de propulsão líquida.

b. Projetar e fabricar satélites, sobretudo os geoestacionários, para telecomunicações e os destinados ao


sensoriamento remoto de alta resolução, multiespectral e desenvolver tecnologias de controle de atitude dos
satélites.

c. Desenvolver tecnologias de comunicações, comando e controle a partir de satélites, com as forças terrestres,
aéreas e marítimas, inclusive submarinas, para que elas se capacitem a operar em rede e a se orientar por
informações deles recebidas;

d. Desenvolver tecnologia de determinação de coordenadas geográficas a partir de satélites.

4.As capacitações cibernéticas se destinarão ao mais amplo espectro de usos industriais, educativos e militares.
Incluirão, como parte prioritária, as tecnologias de comunicação entre todos os contingentes das Forças Armadas
de modo a assegurar sua capacidade para atuar em rede. Contemplarão o poder de comunicação entre os
contingentes das Forças Armadas e os veículos espaciais. No setor cibernético, será constituída organização
encarregada de desenvolver a capacitação cibernética nos campos industrial e militar.

5.O setor nuclear tem valor estratégico. Transcende, por sua natureza, a divisão entre desenvolvimento e defesa.
Por imperativo constitucional e por tratado internacional, privou-se o Brasil da faculdade de empregar a energia
nuclear para qualquer fim que não seja pacífico. Fê-lo sob várias premissas, das quais a mais importante foi o
progressivo desarmamento nuclear das potências nucleares.

Nenhum país é mais atuante do que o Brasil na causa do desarmamento nuclear. Entretanto o Brasil, ao proibir a
si mesmo o acesso ao armamento nuclear, não se deve despojar da tecnologia nuclear. Deve, pelo contrário,
desenvolvê-la, inclusive por meio das seguintes iniciativas:

a. Completar, no que diz respeito ao programa de submarino de propulsão nuclear, a nacionalização completa e o
desenvolvimento em escala industrial do ciclo do combustível (inclusive a gaseificação e o enriquecimento) e da
tecnologia da construção de reatores, para uso exclusivo do Brasil.

b. Acelerar o mapeamento, a prospecção e o aproveitamento das jazidas de urânio.

c. Desenvolver o potencial de projetar e construir termelétricas nucleares, com tecnologias e capacitações que
acabem sob domínio nacional, ainda que desenvolvidas por meio de parcerias com Estados e empresas
estrangeiras. Empregar a energia nuclear criteriosamente, e sujeitá-la aos mais rigorosos controles de segurança e
de proteção do meio-ambiente, como forma de estabilizar a matriz energética nacional, ajustando as variações no
suprimento de energias renováveis, sobretudo a energia de origem hidrelétrica; e

d. Aumentar a capacidade de usar a energia nuclear em amplo espectro de atividades.

O Brasil zelará por manter abertas as vias de acesso ao desenvolvimento de suas tecnologias de energia nuclear.
Não aderirá a acréscimos ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares destinados a ampliar as restrições
do Tratado sem que as potências nucleares tenham avançado na premissa central do Tratado: seu próprio
desarmamento nuclear.

6.A primeira prioridade do Estado na política dos três setores estratégicos será a formação de recursos humanos
nas ciências relevantes. Para tanto, ajudará a financiar os programas de pesquisa e de formação nas universidades
brasileiras e nos centros nacionais de pesquisa e aumentará a oferta de bolsas de doutoramento e de
pós-doutoramento nas instituições internacionais pertinentes. Essa política de apoio não se limitará à ciência
aplicada, de emprego tecnológico imediato. Beneficiará, também, a ciência fundamental e especulativa.

A reorganização da indústria nacional de material de defesa: desenvolvimento tecnológico independente

1.A defesa do Brasil requer a reorganização da indústria nacional de material de defesa, de acordo com as
seguintes diretrizes:

a. Dar prioridade ao desenvolvimento de capacitações tecnológicas independentes.


Essa meta condicionará as parcerias com países e empresas estrangeiras ao desenvolvimento progressivo de
pesquisa e de produção no País.

b. Subordinar as considerações comerciais aos imperativos estratégicos.

Isso importa em organizar o regime legal, regulatório e tributário da indústria nacional de material de defesa para
que reflita tal subordinação.

c. Evitar que a indústria nacional de material de defesa polarize-se entre pesquisa avançada e produção rotineira.

Deve-se cuidar para que a pesquisa de vanguarda sirva à produção de vanguarda.

d. Usar o desenvolvimento de tecnologias de defesa como foco para o desenvolvimento de capacitações


operacionais.

Isso implica buscar a modernização permanente das plataformas, seja pela reavaliação à luz da experiência
operacional, seja pela incorporação de melhorias provindas do desenvolvimento tecnológico.

2.Estabelecer-se-á, para a indústria nacional de material de defesa, regime legal, regulatório e tributário especial.

Tal regime resguardará as empresas privadas de material de defesa das pressões do imediatismo mercantil ao
eximi-las do regime geral de licitações; as protegerá contra o risco dos contingenciamentos orçamentários e
assegurará a continuidade nas compras públicas. Em contrapartida, o Estado ganhará poderes especiais sobre as
empresas privadas, para além das fronteiras da autoridade regulatória geral. Esses poderes serão exercidos quer
por meio de instrumentos de direito privado, como a “golden share”, quer por meio de instrumentos de direito
público, como os licenciamentos regulatórios.

3.O componente estatal da indústria de material de defesa terá por vocação produzir o que o setor privado não
possa projetar e fabricar, a curto e médio prazo, de maneira rentável. Atuará, portanto, no teto, e não no piso
tecnológico. Manterá estreito vínculo com os centros avançados de pesquisa das próprias Forças Armadas e das
instituições acadêmicas brasileiras.

4.O Estado ajudará a conquistar clientela estrangeira para a indústria nacional de material de defesa. Entretanto,
a continuidade da produção deve ser organizada para não depender da conquista ou da continuidade de tal
clientela. Portanto, o Estado reconhecerá que em muitas linhas de produção, aquela indústria terá de operar em
sistema de “custo mais margem” e, por conseguinte, sob intenso escrutínio regulatório.

5.O futuro das capacitações tecnológicas nacionais de defesa depende mais da formação de recursos humanos do
que do desenvolvimento de aparato industrial. Daí a primazia da política de formação de cientistas, em ciência
aplicada e básica, já abordada no tratamento dos setores espacial, cibernético e nuclear.
6.No esforço de reorganizar a indústria nacional de material de defesa, buscar-se-á parcerias com outros países,
com o objetivo de desenvolver a capacitação tecnológica nacional, de modo a reduzir progressivamente a compra
de serviços e de produtos acabados no exterior. A esses interlocutores estrangeiros, o Brasil deixará sempre claro
que pretende ser parceiro, não cliente ou comprador. O País está mais interessado em parcerias que fortaleçam
suas capacitações independentes do que na compra de produtos e serviços acabados. Tais parcerias devem
contemplar, em princípio, que parte substancial da pesquisa e da fabricação seja desenvolvida no Brasil e
ganharão relevo maior quando forem expressão de associações estratégicas abrangentes.

7.Estabelecer-se-á, no Ministério da Defesa, uma Secretaria de Produtos de Defesa. O Secretário será nomeado
pelo Presidente da República, por indicação do Ministro da Defesa.

Caberá ao Secretário executar as diretrizes fixadas pelo Ministro da Defesa e, com base nelas, formular e dirigir
a política de compras de produtos de defesa, inclusive armamentos, munições, meios de transporte e de
comunicações, fardamentos e materiais de uso individual e coletivo, empregados nas atividades operacionais. O
Ministro da Defesa delegará aos órgãos das três Forças poderes para executarem a política formulada pela
Secretaria quanto a encomendas e compras de produtos específicos de sua área, sujeita tal execução à avaliação
permanente pelo Ministério.

O objetivo será implementar, no mais breve período, uma política centralizada de compras produtos de defesa
capaz de:

(a) otimizar o dispêndio de recursos;

(b) assegurar que as compras obedeçam às diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa e de sua elaboração, ao
longo do tempo; e

(c) garantir, nas decisões de compra, a primazia do compromisso com o desenvolvimento das capacitações
tecnológicas nacionais em produtos de defesa.

8.A Secretaria responsável pela área de Ciência e Tecnologia no Ministério da Defesa deverá ter, entre as suas
atribuições, a de coordenar a pesquisa avançada em tecnologias de defesa que se realize nos Institutos de
pesquisa da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como em outras organizações subordinadas às Forças
Armadas.

O objetivo será implementar uma política tecnológica integrada, que evite duplicação; compartilhe quadros,
idéias e recursos; e prime por construir elos entre pesquisa e produção, sem perder contato com avanços em
ciências básicas. Para assegurar a consecução desses objetivos, a Secretaria fará com que muitos projetos de
pesquisa sejam realizados conjuntamente pelas instituições de tecnologia avançada das três Forças Armadas.
Alguns desses projetos conjuntos poderão ser organizados com personalidade própria, seja como empresas de
propósitos específicos, seja sob outras formas jurídicas.

Os projetos serão escolhidos e avaliados não só pelo seu potencial produtivo próximo, mas também por sua
fecundidade tecnológica: sua utilidade como fonte de inspiração e de capacitação para iniciativas análogas.

9.Resguardados os interesses de segurança do Estado quanto ao acesso a informações, serão estimuladas


iniciativas conjuntas entre organizações de pesquisa das Forças Armadas, instituições acadêmicas nacionais e
empresas privadas brasileiras. O objetivo será fomentar o desenvolvimento de um complexo
militar-universitário-empresarial capaz de atuar na fronteira de tecnologias que terão quase sempre utilidade
dual, militar e civil.

Conclusão

A Estratégia Nacional de Defesa inspira-se em duas realidades que lhe garantem a viabilidade e lhe indicam o
rumo.

A primeira realidade é a capacidade de improvisação e adaptação, o pendor para criar soluções quando faltam
instrumentos, a disposição de enfrentar as agruras da natureza e da sociedade, enfim, a capacidade quase
irrestrita de adaptação que permeia a cultura brasileira. É esse o fato que permite efetivar o conceito de
flexibilidade.

A segunda realidade é o sentido do compromisso nacional no Brasil. A Nação brasileira foi e é um projeto do
povo brasileiro; foi ele que sempre abraçou a idéia de nacionalidade e lutou para converter a essa idéia os
quadros dirigentes e letrados. Este fato é a garantia profunda da identificação da Nação com as Forças
Armadas e destas com a Nação.

Do encontro dessas duas realidades, resultaram as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa.

II – MEDIDAS DE IMPLEMENTAÇÃO

Contexto

A segunda parte da Estratégia Nacional de Defesa complementa a formulação sistemática contida na primeira.

São três seus propósitos. O primeiro é contextualizá-la, enumerando circunstâncias que ajudam a precisar-lhe
os objetivos e a explicar-lhe os métodos. O segundo é aplicar a Estratégia a um espectro, amplo e
representativo, de problemas atuais enfrentados pelas Forças Armadas e, com isso, tornar mais claras sua
doutrina e suas exigências. O terceiro é enumerar medidas de transição que indiquem o caminho que levará o
Brasil, de onde está para onde deve ir, na organização de sua defesa.

Podem ser considerados como principais aspectos positivos do atual quadro da defesa nacional:
- Forças Armadas identificadas com a sociedade brasileira, com altos índices de confiabilidade;

- adaptabilidade do brasileiro às situações novas e inusitadas, criando situação propícia a uma cultura militar
pautada pelo conceito da flexibilidade; e

- excelência do ensino nas Forças Armadas, no que diz respeito à metodologia e à atualização em relação às
modernas táticas e estratégias de emprego de meios militares, incluindo o uso de concepções próprias,
adequadas aos ambientes operacionais de provável emprego.

Por outro lado, configuram-se como principais vulnerabilidades da atual estrutura de defesa do País:

- pouco envolvimento da sociedade brasileira com os assuntos de defesa e escassez de especialistas civis
nesses temas;

- insuficiência e descontinuidade na alocação de recursos orçamentários para a defesa;

- obsolescência da maioria dos equipamentos das Forças Armadas; elevado grau de dependência em relação
a produtos de defesa estrangeiros; e ausência de direção unificada para aquisições de produtos de defesa;

- inadequada distribuição espacial das Forças Armadas no território nacional, para o atendimento otimizado às
necessidades estratégicas;

- falta de articulação com o Governo federal e com a sociedade do principal Instituto brasileiro de altos estudos
estratégicos - a Escola Superior de Guerra - no desenvolvimento e consolidação dos conhecimentos
necessários ao planejamento de defesa e no assessoramento à formulação de políticas e estratégias
decorrentes;

- insuficiência ou pouca atratividade e divulgação dos cursos para a capacitação de civis em assuntos de
defesa; e inexistência de carreira civil na área de defesa, mesmo sendo uma função de Estado;

- limitados recursos aplicados em pesquisa científica e tecnológica para o desenvolvimento de material de


emprego militar e produtos de defesa, associados ao incipiente nível de integração entre os órgãos militares de
pesquisa, e entre estes e os institutos civis de pesquisa;

- inexistência de planejamento nacional para desenvolvimento de produtos de elevado conteúdo tecnológico,


com participação coordenada dos centros de pesquisa das universidades, das Forças Armadas e da indústria;

- falta de inclusão, nos planos governamentais, de programas de aquisição de produtos de defesa em longo
prazo, calcados em programas plurianuais e em planos de equipamento das Forças Armadas, com priorização
da indústria nacional de material de defesa. Essa omissão ocasiona aquisições de produtos de defesa no
exterior, às vezes, calcadas em oportunidades, com desníveis tecnológicos em relação ao “estado da arte” e
com a geração de indesejável dependência externa;

- inexistência de regras claras de prioridade à indústria nacional, no caso de produtos de defesa fabricados no
País;
- dualidade de tratamento tributário entre o produto de defesa fabricado no País e o adquirido no exterior, com
excessiva carga tributária incidente sobre o material nacional, favorecendo a opção pela importação;

- deficiências nos programas de financiamento para as empresas nacionais fornecedoras de produtos de


defesa, prejudicando-as nos mercados interno e externo;

- falta de garantias para apoiar possíveis contratos de fornecimento oriundos da indústria nacional de defesa;

- bloqueios tecnológicos impostos por países desenvolvidos, retardando os projetos estratégicos de


concepção brasileira;

- cláusula de compensação comercial, industrial e tecnológica (off-set) inexistente em alguns contratos de


importação de produtos de defesa, ou mesmo a não-participação efetiva da indústria nacional em programas
de compensação; e

- sistemas nacionais de logística e de mobilização deficientes.

A identificação e a análise dos principais aspectos positivos e das vulnerabilidades permitem vislumbrar as
seguintes oportunidades a serem exploradas:

- maior engajamento da sociedade brasileira nos assuntos de defesa, assim como maior integração entre os
diferentes setores dos três poderes do Estado brasileiro e desses setores com os institutos nacionais de
estudos estratégicos, públicos ou privados;

- regularidade e continuidade na alocação dos recursos orçamentários de defesa, para incrementar os


investimentos e garantir o custeio das Forças Armadas;

- aparelhamento das Forças Armadas e capacitação profissional de seus integrantes, para que disponham de
meios militares aptos ao pronto emprego, integrado, com elevada mobilidade tática e estratégica;

- otimização dos esforços em Ciência, Tecnologia e Inovação para a Defesa, por intermédio, dentre outras, das
seguintes medidas:

(a) maior integração entre as instituições científicas e tecnológicas, tanto militares como civis, e a indústria
nacional de defesa;

(b) definição de pesquisas de uso dual; e

(c) fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos de interesse da defesa;

Emprego Conjunto das Forças Armadas em atendimento às HE

A evolução da estrutura das Forças Armadas, do estado de paz para o de conflito armado ou guerra, dar-se-á de
acordo com as peculiaridades da situação apresentada e de uma maneira seqüencial, que pode ser assim
esquematizada:
(a) Na paz

As organizações militares serão articuladas para conciliar o atendimento às Hipóteses de Emprego com a
necessidade de otimizar os seus custos de manutenção e para proporcionar a realização do adestramento em
ambientes operacionais específicos.

Serão desenvolvidas atividades permanentes de inteligência, para acompanhamento da situação e dos atores que
possam vir a representar potenciais ameaças ao Estado e para proporcionar o alerta antecipado ante a
possibilidade de concretização de tais ameaças. As atividades de inteligência devem obedecer a salvaguardas e
controles que resguardem os direitos e garantias constitucionais.

(b) Na crise

O Comandante Supremo das Forças Armadas, consultado o Conselho de Defesa Nacional, poderá ativar uma
estrutura de gerenciamento de crise, com a participação de representantes do Ministério da Defesa e dos
Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como de representantes de outros Ministérios, se
necessários.

O emprego das Forças Armadas será singular ou conjunto e ocorrerá em consonância com as diretrizes
expedidas.

As atividades de inteligência serão intensificadas.

Medidas políticas inerentes ao gerenciamento de crise continuarão a ser adotadas, em paralelo com as ações
militares.

Ante a possibilidade de a crise evoluir para conflito armado, poderão ser desencadeadas, entre outras, as
seguintes medidas:

- a ativação dos Comandos Operacionais previstos na Estrutura Militar de Defesa;

- a adjudicação de forças pertencentes à estrutura organizacional das três Forças aos Comandos Operacionais
ativados;

- a atualização e implementação, pelo Comando Operacional ativado, dos planos de campanha elaborados no
estado de paz;

- o recompletamento das estruturas;

- a ativação de Zona de Defesa, áreas onde são mobilizáveis tropas da ativa e reservistas, inclusive os egressos
dos Tiros de Guerra, para defesa do interior do país em caso de conflito armado; e
- a decretação da Mobilização Nacional, se necessária.

(c) Durante o conflito armado/guerra

O desencadeamento da campanha militar prevista no Plano de Campanha elaborado.

(d) Ao término do conflito armado/guerra

A progressiva desmobilização dos recursos não mais necessários.

Fundamentos

Os ambientes apontados na Estratégia Nacional de Defesa não permitem vislumbrar ameaças militares concretas
e definidas, representadas por forças antagônicas de países potencialmente inimigos ou de outros agentes
não-estatais. Devido à incerteza das ameaças ao Estado, o preparo das Forças Armadas deve ser orientado para
atuar no cumprimento de variadas missões, em diferentes áreas e cenários, para respaldar a ação política do
Estado.

As Hipóteses de Emprego são provenientes da associação das principais tendências de evolução das conjunturas
nacional e internacional com as orientações político-estratégicas do País.

Na elaboração das Hipóteses de Emprego, a Estratégia Militar de Defesa deverá contemplar o emprego das
Forças Armadas considerando, dentre outros, os seguintes aspectos:

- o monitoramento e controle do espaço aéreo, das fronteiras terrestres, do território e das águas jurisdicionais
brasileiras em circunstâncias de paz;

- a ameaça de penetração nas fronteiras terrestres ou abordagem nas águas jurisdicionais brasileiras;

- a ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica;

- as providências internas ligadas à defesa nacional decorrentes de guerra em outra região do mundo,
ultrapassando os limites de uma guerra regional controlada, com emprego efetivo ou potencial de armamento
nuclear;

- a participação do Brasil em operações de paz e humanitárias, regidas por organismos internacionais;

- a participação em operações internas de Garantia da Lei e da Ordem, nos termos da Constituição Federal, e os
atendimentos às requisições da Justiça Eleitoral;

- ameaça de conflito armado no Atlântico Sul.

Emprego Conjunto das Forças Armadas em atendimento às HE


A evolução da estrutura das Forças Armadas, do estado de paz para o de conflito armado ou guerra, dar-se-á de
acordo com as peculiaridades da situação apresentada e de uma maneira seqüencial, que pode ser assim
esquematizada:

(a) Na paz

As organizações militares serão articuladas para conciliar o atendimento às Hipóteses de Emprego com a
necessidade de otimizar os seus custos de manutenção e para proporcionar a realização do adestramento em
ambientes operacionais específicos.

Serão desenvolvidas atividades permanentes de inteligência, para acompanhamento da situação e dos atores que
possam vir a representar potenciais ameaças ao Estado e para proporcionar o alerta antecipado ante a
possibilidade de concretização de tais ameaças. As atividades de inteligência devem obedecer a salvaguardas e
controles que resguardem os direitos e garantias constitucionais.

(b) Na crise

O Comandante Supremo das Forças Armadas, consultado o Conselho de Defesa Nacional, poderá ativar uma
estrutura de gerenciamento de crise, com a participação de representantes do Ministério da Defesa e dos
Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como de representantes de outros Ministérios, se
necessários.

O emprego das Forças Armadas será singular ou conjunto e ocorrerá em consonância com as diretrizes
expedidas.

As atividades de inteligência serão intensificadas.

Medidas políticas inerentes ao gerenciamento de crise continuarão a ser adotadas, em paralelo com as ações
militares.

Ante a possibilidade de a crise evoluir para conflito armado, poderão ser desencadeadas, entre outras, as
seguintes medidas:

- a ativação dos Comandos Operacionais previstos na Estrutura Militar de Defesa;

- a adjudicação de forças pertencentes à estrutura organizacional das três Forças aos Comandos Operacionais
ativados;

- a atualização e implementação, pelo Comando Operacional ativado, dos planos de campanha elaborados no
estado de paz;
- o recompletamento das estruturas;

- a ativação de Zona de Defesa, áreas onde são mobilizáveis tropas da ativa e reservistas, inclusive os egressos
dos Tiros de Guerra, para defesa do interior do país em caso de conflito armado; e

- a decretação da Mobilização Nacional, se necessária.

(c) Durante o conflito armado/guerra

O desencadeamento da campanha militar prevista no Plano de Campanha elaborado.

(d) Ao término do conflito armado/guerra

A progressiva desmobilização dos recursos não mais necessários.

Fundamentos

Os ambientes apontados na Estratégia Nacional de Defesa não permitem vislumbrar ameaças militares concretas
e definidas, representadas por forças antagônicas de países potencialmente inimigos ou de outros agentes
não-estatais. Devido à incerteza das ameaças ao Estado, o preparo das Forças Armadas deve ser orientado para
atuar no cumprimento de variadas missões, em diferentes áreas e cenários, para respaldar a ação política do
Estado.

As Hipóteses de Emprego são provenientes da associação das principais tendências de evolução das conjunturas
nacional e internacional com as orientações político-estratégicas do País.

Na elaboração das Hipóteses de Emprego, a Estratégia Militar de Defesa deverá contemplar o emprego das
Forças Armadas considerando, dentre outros, os seguintes aspectos:

- o monitoramento e controle do espaço aéreo, das fronteiras terrestres, do território e das águas jurisdicionais
brasileiras em circunstâncias de paz;

- a ameaça de penetração nas fronteiras terrestres ou abordagem nas águas jurisdicionais brasileiras;

- a ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica;

- as providências internas ligadas à defesa nacional decorrentes de guerra em outra região do mundo,
ultrapassando os limites de uma guerra regional controlada, com emprego efetivo ou potencial de armamento
nuclear;

- a participação do Brasil em operações de paz e humanitárias, regidas por organismos internacionais;


- a participação em operações internas de Garantia da Lei e da Ordem, nos termos da Constituição Federal, e os
atendimentos às requisições da Justiça Eleitoral;

- ameaça de conflito armado no Atlântico Sul.

A relação entre Ciência, Tecnologia e Inovação na área de defesa fortalece-se com a Política de
Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada em maio de 2008. Sob a coordenação geral do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a PDP contempla 32 áreas. O programa estruturante do
Complexo Industrial de Defesa está sob a gestão do Ministério da Defesa e sob a coordenação do Ministério da
Ciência e Tecnologia.

Tal programa tem por objetivo “recuperar e incentivar o crescimento da base industrial instalada, ampliando o
fornecimento para as Forças Armadas brasileiras e exportações”. Estabelece quatro desafios para a consecução
do objetivo:

- aumentar os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação;

- promover isonomia tributária em relação a produtos/materiais importados;

- expandir a participação nos mercados interno e externo; e

- fortalecer a cadeia de fornecedores no Brasil.

A PDP sugere, ainda, um conjunto de ações destinadas à superação dos desafios identificados:

- ampliação das compras nacionais;

- expansão e adequação do financiamento;

- promoção das vendas e capacitação de empresas brasileiras; e

- fortalecimento da base de P, D&I.

2.O Ministério da Defesa, em coordenação com os Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria e


Comércio Exterior, do Planejamento, Orçamento e Gestão, e da Ciência e Tecnologia e com as Forças Armadas,
deverá estabelecer ato legal que garanta a alocação, de forma continuada, de recursos financeiros específicos que
viabilizem o desenvolvimento integrado e a conclusão de projetos relacionados à defesa nacional, cada um deles
com um pólo integrador definido, com ênfase para o desenvolvimento e a fabricação, dentre outros, de:

- aeronaves de caça e de transporte;

- submarinos convencionais e de propulsão nuclear;


- meios navais de superfície;

- armamentos inteligentes, como mísseis, bombas e torpedos, dentre outros;

- veículos aéreos não-tripulados;

- sistemas de comando e controle e de segurança das informações;

- radares;

- equipamentos e plataformas de guerra eletrônica;

- equipamento individual e sistemas de comunicação do combatente do futuro;

- veículos blindados;

- helicópteros de transporte de tropa, para o aumento da mobilidade tática, e helicópteros de reconhecimento e


ataque;

- munições; e

- sensores óticos e eletro-óticos.

3.O Ministério da Ciência e Tecnologia, por intermédio da Agência Espacial Brasileira, promoverá a atualização
do Programa Espacial Brasileiro, de forma a priorizar o desenvolvimento de sistemas espaciais necessários à
ampliação da capacidade de comunicações, meteorologia e monitoramento ambiental, com destaque para o
desenvolvimento de:

- um satélite geoestacionário nacional para meteorologia e comunicações seguras, entre outras aplicações; e

- satélites de sensoriamento remoto para monitoramento ambiental, com sensores ópticos e radar de abertura
sintética.

4.O Ministério da Defesa e o Ministério da Ciência e Tecnologia, por intermédio do Instituto de Aeronáutica e
Espaço do Comando da Aeronáutica e da Agência Espacial Brasileira, promoverão medidas com vistas a garantir
a autonomia de produção, lançamento, operação e reposição de sistemas espaciais, por meio:

- do desenvolvimento de veículos lançadores de satélites e sistemas de solo para garantir acesso ao espaço em
órbitas baixa e geoestacionária;

- de atividades de fomento e apoio ao desenvolvimento de capacidade industrial no setor espacial, com a


participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de modo a garantir o
fornecimento e a reposição tempestiva de componentes, subsistemas e sistemas espaciais; e

- de atividades de capacitação de pessoal nas áreas de concepção, projeto, desenvolvimento e operação de


sistemas espaciais.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6703.htm

R: Letra E

POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA

A Política Nacional de Defesa (PND) é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de ações
destinadas à defesa nacional coordenadas pelo Ministério da Defesa. Voltada essencialmente para ameaças
externas, estabelece objetivos e orientações para o preparo e o emprego dos setores militar e civil em todas as
esferas do Poder Nacional, em prol da Defesa Nacional.

Esta Política pressupõe que a defesa do País é inseparável do seu desenvolvimento, fornecendo-lhe o
indispensável escudo. A intensificação da projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção em
processos decisórios internacionais associam-se ao modelo de defesa proposto nos termos expostos a seguir.

Este documento explicita os conceitos de Segurança e de Defesa Nacional, analisa os ambientes internacional e
nacional e estabelece os Objetivos Nacionais de Defesa. Além disso, orienta a consecução desses objetivos.

A Política Nacional de Defesa interessa a todos os segmentos da sociedade brasileira. Baseada nos fundamentos,
objetivos e princípios constitucionais, alinha-se às aspirações nacionais e às orientações governamentais, em
particular à política externa brasileira, que propugna, em uma visão ampla e atual, a solução pacífica das
controvérsias, o fortalecimento da paz e da segurança internacionais, o reforço do multilateralismo e a integração
sul-americana.

O ESTADO, A SEGURANÇA E A DEFESA

Gradualmente, ampliou-se o conceito de segurança, abrangendo os campos político, militar, econômico,


psicossocial, científico-tecnológico, ambiental e outros. Preservar a segurança requer medidas de largo espectro,
envolvendo, além da defesa externa: a defesa civil, a segurança pública e as políticas econômica, social,
educacional, científicotecnológica, ambiental, de saúde, industrial. Enfim, várias ações, muitas das quais não
implicam qualquer envolvimento das Forças Armadas.

A segurança, em linhas gerais, é a condição em que o Estado, a sociedade ou os indivíduos se sentem livres de
riscos, pressões ou ameaças, inclusive de necessidades extremas. Por sua vez, defesa é a ação efetiva para se
obter ou manter o grau de segurança desejado.

Para efeito da Política Nacional de Defesa são adotados os seguintes conceitos:

I – Segurança é a condição que permite ao País preservar sua soberania e integridade territorial, promover seus
interesses nacionais, livre de pressões e ameaças, e garantir aos cidadãos o exercício de seus direitos e deveres
constitucionais;

II – Defesa Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase no campo militar, para a defesa do
território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou
manifestas.

OBJETIVOS NACIONAIS DE DEFESA

As relações internacionais são pautadas por complexo jogo de atores, interesses e normas que estimulam ou
limitam a capacidade de atuação dos Estados. Nesse contexto de múltiplas influências e de interdependência, os
países buscam realizar seus interesses nacionais, podendo encorajar alianças ou gerar conflitos de variadas
intensidades.

Dessa forma, torna-se essencial estruturar a Defesa Nacional de modo compatível com a estatura
político-estratégica do País para preservar a soberania e os interesses nacionais. Assim, da avaliação dos
ambientes descritos, emergem os Objetivos Nacionais de Defesa:

I – garantir a soberania, o patrimônio nacional e a integridade territorial; II – defender os interesses nacionais e


as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior; III – contribuir para a preservação da coesão e da
unidade nacionais; IV – contribuir para a estabilidade regional; V – contribuir para a manutenção da paz e da
segurança internacionais; VI – intensificar a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção em
processos decisórios internacionais;

VII – manter Forças Armadas modernas, integradas, adestradas e balanceadas, e com crescente
profissionalização, operando de forma conjunta e adequadamente desdobradas no território nacional;

VIII – conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do País;

IX – desenvolver a indústria nacional de defesa, orientada para a obtenção da autonomia em tecnologias


indispensáveis;

X – estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os
planejamentos estratégicos e operacionais;

XI – desenvolver o potencial de logística de defesa e de mobilização nacional.

ORIENTAÇÕES

No gerenciamento de crises internacionais de natureza político-estratégica, o Governo poderá determinar o


emprego de todas as expressões do Poder Nacional, de diferentes formas, visando a preservar os interesses
nacionais.

No caso de agressão externa, o País empregará todo o Poder Nacional, com ênfase na expressão militar, na
defesa dos seus interesses.

O Serviço Militar Obrigatório é a garantia de participação de cidadãos na Defesa Nacional e contribui para o
desenvolvimento da mentalidade de defesa no seio da sociedade brasileira.

A expressão militar do País fundamenta-se na capacidade das Forças Armadas e no potencial dos recursos
nacionais mobilizáveis.

O País deve dispor de meios com capacidade de exercer vigilância, controle e defesa: das águas jurisdicionais
brasileiras; do seu território e do seu espaço aéreo, incluídas as áreas continental e marítima. Deve, ainda, manter
a segurança das linhas de comunicações marítimas e das linhas de navegação aérea, especialmente no Atlântico
Sul.

Para contrapor-se às ameaças à Amazônia, é imprescindível executar uma série de ações estratégicas voltadas
para o fortalecimento da presença militar, a efetiva ação do Estado no desenvolvimento sustentável (social,
econômico e ambiental) e a ampliação da cooperação com os países vizinhos, visando à defesa das riquezas
naturais.
É prioritário assegurar continuidade e previsibilidade na alocação de recursos para permitir o preparo e o
equipamento adequado das Forças Armadas.

Deverá ser buscado o constante aperfeiçoamento da capacidade de comando, controle, monitoramento e do


sistema de inteligência dos órgãos envolvidos na Defesa Nacional.

Nos termos da Constituição, as Forças Armadas poderão ser empregadas pela União contra ameaças ao exercício
da soberania do Estado e à indissolubilidade da unidade federativa

O Brasil deverá buscar a contínua interação da atual PND com as demais políticas governamentais, visando a
fortalecer a infraestrutura de valor estratégico para a Defesa Nacional, particularmente a de transporte, a de
energia e a de comunicações.

O emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem é regido por legislação específica.

A atuação do Estado brasileiro com relação à defesa tem como fundamento a obrigação de garantir nível
adequado de segurança do País, tanto em tempo de paz, quanto em situação de conflito.

https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/2012/mes07/pnd.pdf
R: Letra C

A Doutrina de Liderança da Marinha (EMA-137, 1ª Revisão) é taxativo e perfeitamente claro em definir como:
“É um processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de que ajam, voluntariamente, em prol do
cumprimento da missão”. Pode ainda ser definida como o processo que permite a alguém dirigir os pensamentos,
planos e ações de outras pessoas, de forma a obter sua obediência, confiança, respeito e leal cooperação.

A Liderança é um processo de influenciar pessoas e deve existir em função daquilo que é do interesse específico
da instituição Marinha do Brasil, tendo propósitos absolutamente impessoais. A essência da liderança
caracteriza-se ainda pela relação da ética e da axiologia com o processo de influenciação. A ética trata
fundamentalmente da moral e de sua prática; ao passo que a axiologia ou teoria dos valores refere-se ao estudo e
à hierarquia desses.
EXTRA:

A publicação EMA-137, que trata da Doutrina de Liderança da Marinha, estabelece os conceitos de chefia e
liderança. Considerando as disposições dessa publicação acerca desse assunto, coloque V (verdadeiro) ou F
(falso) nas afirmativas a seguir e marque a opção que apresenta a sequência correta.

( ) Os militares mais antigos, no desempenho de suas funções, exercem o papel de "chefe” ou o papel de "líder",
tendo em vista que chefia e liderança não são processos simultâneos.

( ) Com relação à chefia, a autoridade de que o militar mais antigo desfruta perante seus subordinados é
decorrente de seu posto ou graduação, e não advinda da responsabilidade atribuída à sua função.

( ) Com relação à liderança, além de estar investido da autoridade referente à sua posição hierárquica, o militar
mais antigo deve possuir certos atributos que o notabilizam como "condutor de homens".

( ) A liderança pode ser entendida como uma qualidade inata de certos indivíduos, ou como um conjunto de
comportamentos e de habilidades que podem ser ensinados.

( ) A Marinha do Brasil define liderança como o conjunto de ações e decisões tomadas pelo mais antigo, com
autoridade para tal, na sua esfera de competência, em prol do cumprimento da missão.

Alternativas

A(F) (V) (V) (V)(F)

B(V) (F) (V) (F) (V)

C(F) (F) (V) (V) (F)

D(F) (F) (F) (V) (V)

E(V) (V) (F) (F) (F)

R: Letra C

(F) - Chefia e liderança são processos simultâneos e complementares.

(F) - prevalece a autoridade advinda da responsabilidade atribuída à função, associada com

aquela decorrente de seu posto ou graduação.


(V) - Com relação à liderança, além de estar investido da autoridade referente à sua posição hierárquica, o militar
mais antigo deve possuir certos atributos que o notabilizam como "condutor de homens".

(V) - A liderança pode ser entendida como uma qualidade inata de certos indivíduos, ou como um conjunto de
comportamentos e de habilidades que podem ser ensinados.

(F) - conjunto de ações e decisões tomadas pelo mais antigo, com autoridade para tal, na sua esfera de
competência, em prol do cumprimento da missão. - Essa é a definição de CHEFIA.

A definição de liderança é: “o processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de

que ajam, voluntariamente, em prol do cumprimento da missão”.

CHEFIA e LIDERANÇA não são processos alternativos (ou excludentes) e sim, simultâneos e
complementares.

ANDAM DE MAÕS DADAS.

CHEFE - autoridade advinda da responsabilidade atribuída a função.

LIDER - "condutor de homens". Os mais antigos influenciam e inspiram os seus subordinados.

De acordo com o EMA-137, no que se refere aos elementos conceituais de liderança, é correto afirmar que
comandar é:

A) exercer a chefia e a liderança, a fim de conduzir eficazmente a organização no cumprimento da missão.


B) exercer uma liderança impositiva a fim de facilitar as ações da tropa no cumprimento de suas diversas
missões.
C) conscientizar, por meio do diálogo e da tomada de decisão em conjunto, todos os subordinados.
D) exercer uma chefia compartilhada com os demais elementos da tropa, desde o alto escalão até o menos
graduado dos militares.
E) conscientizar, por meio de uma liderança autocrática, todos os subordinados, a fim de conseguir sucesso
no cumprimento da missão.

R: Letra A
1.2 - CHEFIA E LIDERANÇA

O exercício da chefia, comando ou direção, é entendido pelo conjunto de ações e decisões tomadas pelo mais
antigo, com autoridade para tal, na sua esfera de competência, a fim de conduzir de forma integrada o setor que
lhe é confiado.

No desempenho de suas funções, os mais antigos, normalmente, desempenham dois papéis funcionais, a saber: o
de “chefe” e o de “condutor de homens”. Em relação ao primeiro papel, prevalece a autoridade advinda da
responsabilidade atribuída à função, associada com aquela decorrente de seu posto ou graduação, à qual
passaremos a definir, genericamente, como chefia. Com respeito ao segundo papel, identifica-se um estreito
relacionamento com o atributo de líder. Neste contexto, fica ressaltada a importância da capacidade individual
dos mais antigos em influenciarem e inspirarem os seus subordinados.

Caracterizados esses dois atributos do comandante, o de chefe e o de líder, pode-se afirmar que comandar é
exercer a chefia e a liderança, a fim de conduzir eficazmente a organização no cumprimento da missão.
Sendo o exercício do comando um processo abrangente, a divisão ora apresentada será utilizada para efeito de
uma melhor compreensão do tema em lide, pois chefia e liderança não são processos alternativos e sim,
simultâneos e complementares (...)

https://www.marinha.mil.br/com4dn/sites/www.marinha.mil.br.com4dn/files/EMA-137.pdf

De acordo com o EMA-137 - Doutrina de Liderança da Marinha, quando é indicada a liderança


transformacional?

A) No cotidiano, para poder resolver problemas simples com mais rapidez.


B) Em todas as situações, exceto em submarinos.
C) Quando existe a necessidade de transformação sem a ação do líder.
D) Para situações de pressão, crise e mudança, que requerem elevados níveis de envolvimento e
comprometimento dos subordinados.
E) Nas Organizações Militares de países que não estão em guerra.

R: Letra D
"Liderança transformacional é especialmente indicado para situações de pressão, crise e mudança, que requerem
elevados níveis de envolvimento e comprometimento dos subordinados.

Quatro são os aspectos que o caracterizam:

1)carisma;

2) inspiração motivadora;

3)estimulação intelectual;

4) consideração individualizada."

1- Autocrática (centralizadora, na outra definição) (LIDER E QUEM MANDA)

2- Participativa ou Democrática (Abre -se mão de parte da autoridade)

3- Delegativa ( saber delegar / natureza técnica + assessoria)

4- Transformacional (situações de pressão, crise)

5- Transacional ( esforço /recompensa)

6- Orientada para a Tarefa (líder transmite orientações específicas)

7- Orientada para o Relacionamento (Líder demonstra sensibilidade)

Com relação à Liderança Estratégica, assinale a opção correta.

A) Devido ao fato de haver grande proximidade com os liderados, os resultados das ações dos líderes
estratégicos são frequentemente mais visíveis e rápidos.
B) Para serem eficazes, os líderes estratégicos costumam se absterem de habilidades interpessoais,
conceituais, técnicas e táticas.
C) Peio fato de haver pouca proximidade com os liderados, as ações dos líderes estratégicos são mais
rápidas e eficientes.
D) Essa é a primeira linha de liderança e ocorre em organizações onde os subordinados estão acostumados a
ver seus chefes frequentemente.
E) Os líderes estratégicos trabalham para deixar, hoje, a instituição pronta para o amanhã.

R: Letra D

Os líderes estratégicos trabalham para deixar, hoje, a instituição pronta para o amanhã, ou seja, para enfrentar
os desafios do futuro, oscilando entre a consciência das necessidades nacionais correntes e na missão e objetivos
de longo prazo.

R: Letra C

Ordenança Geral para o Serviço da Armada.


MOSTRAS DE ARMAMENTO E DESARMAMENTO

Definição de Mostra de Armamento: Mostra de Armamento é a cerimônia em que é incorporado ou


reincorporado qualquer navio à Armada.

A Mostra de Armamento será presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, ou por seu delegado, e a ela
deverão estar presentes às autoridades que fizerem a entrega do navio, o Comandante nomeado e o pessoal
designado para fazer parte de sua tripulação. Consistirá da leitura dos atos de incorporação do navio, de
nomeação do Comandante e da Ordem-do-Dia referente à cerimônia e do desfraldar da Bandeira Nacional, da
Bandeira do Cruzeiro e da flâmula de Comando, tudo feito com a tripulação em formatura de Mostra.

Termo de Armamento

Do ato de Mostra de Armamento, logo que esteja encerrado, será lavrado e assinado pelas autoridades presentes
um Termo circunstanciado, do qual deverão constar, além de outros que possam interessar aos históricos do
navio, os seguintes elementos:

a) data e local da Mostra;

b) ato de incorporação, nome e local do Arsenal ou Estaleiro;

c) datas do início da construção ou das obras, do lançamento e da prontificação;

d) características, mencionando o equipamento principal do navio ou as modificações importantes que


houver sofrido durante as obras;

e) classificação e número do navio;

f) lotação estabelecida; e

g) nome do Comandante e relação nominal da tripulação inicial.

Cópias do Termo de Armamento

O Termo de Armamento será lavrado no Livro do Navio. Cópias autenticadas do Termo serão enviadas
ao Estado-Maior da Armada, Comando Superiores do navio e Diretorias Especializadas pertinentes, de acordo
com as normas em vigor.

Definição de Mostra de Desarmamento


Mostra de Desarmamento é a cerimônia com que se encerra ou se interrompe a vida militar de um navio
da Armada, por motivo de baixa, definitiva ou temporária. Esta cerimônia realizar-se-á depois de expedido o ato
de baixa ou de transferência para a reserva.

A Mostra de Desarmamento será presidida pelo Conselho do Estado-Maior da Armada, ou por seu delegado, e a
ela deverão estar presentes à autoridade que for receber o navio, o Comandante e o pessoal ainda embarcado.
Consistirá da leitura do ato de baixa ou de desincorporação, de exoneração do Comandante e da Ordem-do-dia
referente à cerimônia e do arriar da Bandeira Nacional, da Bandeira do Cruzeiro e a flâmula de Comando, tudo
feito com a tripulação em formatura de Mostra.

Art. 1-3-5 Termo de Desarmamento

Do ato da Mostra de Desarmamento, logo que esteja encerrado, será lavrado pelas autoridades presentes
um Termo circunstanciado, do qual deverão constar os seguintes elementos essenciais:

a) data e local do Desarmamento;

b) ato e motivo da desincorporação;

c) nome e local do estabelecimento ao qual o navio for entregue;

d) nomes de todos os Comandantes que o navio tenha tido;

e) operações ou comissões de guerra de que o navio tenha participado; e

f) total de milhas navegadas e dias de mar.

https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-95480-13-dezembro-1987-446244-publicacaoor
iginal-1-pe.html
R: Letra A

No contexto externo, os dois grandes conflitos que o Império brasileiro se envolveu, desde sua Independência até
o início das hostilidades que levariam à guerra contra o Paraguai, foram a Guerra Cisplatina, entre 1825 e 1828, e
a Guerra contra Manuel Oribe e Juan Manuel de Rosas, em 1850 e 1852. A área marítimo-fluvial em que se
desenrolaram a maioria das operações navais destes dois conflitos, separados no tempo por quase um quarto de
século, foi a mesma, o estuário do Rio da Prata, que separa o Uruguai da Argentina.

A próxima guerra que o Brasil se envolveria no Rio da Prata seria contra Juan Manuel de Rosas, governador da
Província de Buenos Aires e Manuel Oribe, presidente da República Oriental do Uruguai e líder do Partido
Blanco. Tendo como seus aliados os governadores das províncias argentinas de Entre Rios e Corrientes e o
Partido Colorado uruguaio, o Império brasileiro se interpôs a uma tentativa de união de seus vizinhos do sul, que
enfraqueceria a posição brasileira no Rio da Prata e se tornaria uma ameaça na fronteira do Rio Grande do Sul,
há pouco pacificado e impedido de se separar do Brasil na Guerra dos Farrapos.

1504 - os franceses foram se estabelecendo em diversos locais entre o Cabo de São Roque e o Rio de Janeiro.

1556 - Nicolas Durand de Villegagnon desembarcou na ilha que hoje leva seu nome, na Baía de Guanabara, ali
fundando a chamada França Antártica. Seguiu-se um período de continuadas escaramuças entre portugueses e
invasores, tendo ambos seus próprios aliados entre os índios.
20 de janeiro de 1567 - Mem de Sá, no comando de uma esquadra, chegou ao Rio de Janeiro e ali travou uma
batalha decisiva, na qual contou com a ajuda dos índios de Martim Afonso Araribóia, trazidos desde o Espírito
Santo pelo padre José de Anchieta, foram os franceses expulsos da Baía de Guanabara. Nesse combate, pela
primeira vez, indígenas formaram ao lado dos portugueses, reforçando-lhes a esquadra com embarcações a remo
e contribuindo para a expulsão dos invasores. Além de primeira defesa organizada contra uma agressão ao nosso
território, o fato caracteriza, historicamente, o nascedouro da Marinha do Brasil, porquanto toda a ação se
desenvolveu no mar, ou a partir dele, e empregou, também, meios navais indígenas.

O revés da França Antártica não fez os franceses desistirem de seus empreendimentos no Brasil, mas fez desviar
para o Norte suas expedições, as quais, até 1610, limitavam-se ao comércio e à exploração da região. A partir
daí, decidiram se estabelecer no Maranhão.

1612 - Os franceses , liderados por Daniel de la Ravardière, construíram um forte e fundaram uma cidade, a de
São Luís, tornada capital da França Equinocial.

1615 - A colônia fundada pelos franceses sofreu a retomada pelos luso-brasileiros constitui verdadeira epopéia
naval, decidida em nosso favor após termos logrado conquistar o domínio do mar. Nesse episódio, se destacaram
três figuras notáveis: Jerônimo de Albuquerque, mestiço e ídolo dos indígenas, que, chefiando uma esquadrilha
de navios, foi o primeiro brasileiro nato a comandar forças em combate, na defesa do território; Alexandre de
Moura, português, encarregado da expedição, e Martim Soares Moreno, brasileiro, comandante da Barca Santa
Catarina e participante destacado nas ações.

Vale registrar que a França Equinocial foi episódio bem mais perigoso para a unidade nacional do que a sua
congênere do Rio de Janeiro, pois enquanto esta era um enclave em território controlado por Portugal, o projeto
de La Ravardière foi estabelecido em setor costeiro até então fora da órbita portuguesa, não obstante tentativas
esporádicas de colonização.

Em ambos os casos, contudo, a repulsão do invasor foi levada a cabo por forças navais, integradas por
portugueses, indígenas e brasileiros natos, sendo que, no episódio da expulsão dos franceses do Maranhão, o
brasileiro Jerônimo de Albuquerque comandou uma parcela da esquadra, tornando-se, no longínquo ano de 1615,
o primeiro comandante naval brasileiro.

Criação do Ministério da Marinha

28 de julho de 1736 - A Secretaria D'Estado dos Negócios da Marinha, criada elo Rei de Portugal, foi
reorganizada por D. João VI quando da sua chegada ao Brasil em 1808 ocasião em que foi nomeado para a pasta
do então Ministério da Marinha e Domínios Ultramarinos o antigo detentor do cargo, D. João Rodrigues de Sá e
Menezes - Conde de Anádia, considerado dessa forma como o nosso primeiro Ministro da Marinha.
A Independência à Atualidade

O grito do Ipiranga produziu ecos em quase todo o território brasileiro, mas nas Províncias do Norte, Nordeste e
na Cisplatina, as Juntas de Governo continuavam leais às Cortes de Lisboa.

Foi necessária, então, a ação da Marinha para evitar a fragmentação do país e garantir a consolidação da
Independência.

14 de novembro de 1822, dois meses após sua proclamação, fazia-se ao mar a primeira esquadra brasileira, rumo
a Montevidéu, com a missão de expulsar as forças que lutavam para manter a Província Cisplatina sob o domínio
português.

Na Bahia, os navios portugueses já eram hostilizados pela flotilha de canhoneiras organizada e comandada pelo
Patrão-Mor da Capitania dos Portos, João Francisco de Oliveira Bottas, que usava como base a Ilha de Itaparica.

A 4 de maio, a esquadra de Cochrane, composta de uma nau, três fragatas, duas corvetas e seis brigues, chegava
ao Recôncavo.

Os portugueses suspenderam com seus navios, para decidir a sorte no mar. Contavam com uma nau, duas
fragatas, três corvetas, cinco brigues e duas escunas.

No combate que se seguiu, Cochrane, no melhor estilo inglês, manobrou para cortar a formatura adversária. Já
atingia os primeiros navios inimigos, quando os marinheiros portugueses da sua própria guarnição se recusaram
a abrir os paióis de munição. Ante a traição, e aproximando-se a noite e o mau tempo, Cochrane retirou-se para a
baía do Morro de São Paulo e João Feliz, para Salvador.

Enquanto isso, Cochrane, só com a Nau Pedro I, dirigira-se para o Maranhão e penetrara na baía de São Luiz,
arvorando a bandeira portuguesa. Recebido pelo Brigue D. Miguel, apresou-o e determinou que fosse informado
à Junta Governativa que, ao largo, estava toda a esquadra brasileira. O estratagema fez os portugueses se
renderem e aceitarem a subordinação ao Império.

No brigue apreendido, redenominado Maranhão, John Grenfell rumou para o Pará, onde repetiu o lance, com o
mesmo resultado. Nas outras províncias, os movimentos eram insignificantes e foram dominados pelas milícias
brasileiras.

O Norte e Nordeste foram, assim, incorporados ao novo país independente.

23 de outubro de 1823 - Na Província Cisplatina, hoje Uruguai, a Fragata Tetis e cinco escunas, comandadas
pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Pedro Antônio Nunes, continuava pressionando a frota portuguesa, depois ele
engajou os navios brasileiros. Foram derrotados e, graças à ação decisiva da Marinha, resultava vitoriosa a
Guerra da Independência.

Faltava, ainda, consolidar o país. Tanto durante o reinado de D. Pedro como na Regência, até 1840, eclodiram
movimentos pelas províncias, ora opondo-se à política imperial, ora querendo tornar-se repúblicas
independentes. Desde a "Confederação do Equador", em 1823, até a "Balaiada", finda em 1841, a Marinha, com
sua mobilidade, esteve presente em todas essas irrupções, com papel preponderante na manutenção da unidade
nacional.

O movimento separatista da Província Cisplatina, pouco depois, teve aspecto diferente. Tendo pertencido ao
ex-Império Espanhol e mantendo sua língua e tradições, ligava-se mais aos países do Prata. Tanto que a
sublevação liderada por JUAN ANTONIO LAVALLEJA não visava à independência mas, sim, sua anexação às
Províncias Unidas do Prata - futura Argentina -, delas recebendo todo apoio.

1825 a 1828 - O Império do Brasil reagiu, travando a Guerra Cisplatina, na qual a esquadra brasileira manteve o
bloqueio do estuário do Prata, a despeito das dificuldades causadas pelo maior calado de nossos navios,
navegando entre bancos de areia, e os reides audaciosos das unidades de pequeno porte chefiadas por William
Brown, o irlandês que dirigia a Marinha platina. Enfrentávamos, também, dezenas de corsários, que talavam
nosso comércio, obrigando-nos a manter forças navais para dar-lhes combate. Ao final, arbitramento inglês
decidiu que a Banda Oriental do Uruguai, como passou a ser chamado o novo país, passou a ser chamado o novo
país, permanecesse independente, tanto em relação ao Brasil como à futura Argentina. Essa foi a primeira
intervenção do Império no Cone Sul, seguindo sua política de não permitir o restabelecimento, em um único
país, do antigo Vice-Reinado do Prata.

1851, o ditador da Argentina, D. Juan Manuel de Rosas, em aliança com o uruguaio D. Manoel Oribe, mostrou
tal intenção, o Império aliou-se a um adversário de Rosas, D. Justo José de Urquiza, governador da Província de
Entre Rios, e com o governo legal do Uruguai, arregimentando um exército que foi lançado contra os
adversários. A tarefa inicial da esquadra mantida no Prata foi impedir que as forças uruguaias de Oribe, vencidas,
fugissem para a Argentina. Depois, coube à Marinha subir o rio Paraná, forçando a Passagem de Tonelero.
Levou, em seguida, para a margem argentina do estuário, os chefes brasileiros, Caxias e Tamandaré, e as tropas
que haviam ficado de reserva, em Sacramento. Com a vitória de Monte Caseros, Rosas refugiu-se em um barco
inglês e as tropas brasileiras desfilaram triunfantes em Buenos Aires.

Em 1864, o Brasil interferiu na política uruguaia, dividida entre os Partidos Blanco, hostil a nós, de Atanásio
Aguirre, e o Colorado, nosso aliado, de Venâncio Flores. Um incidente com o navio oriental Vila del Salto deu
causa à declaração de guerra. Imediatamente, a esquadra, já integrada por canhoneiras, sob o comando de
Tamandaré, cercou as cidades de Salto e Paissandu, juntamente com forças de terra.

A primeira não resistiu, mas, para a tomada da segunda, foi necessário o esforço conjunto das tropas terrestres,
dos elementos desembarcados e do apoio da artilharia dos navios. Ocupada Paissandu, Venâncio Flores foi
aclamado em Montevidéu. Pouco depois, o ditador do Paraguai, Francisco Solano Lopes, apresou um navio
brasileiro - o Marquês de Olinda -, no rio Paraguai, e invadiu a Argentina, Mato Grosso e o Rio Grande do Sul.

Deflagrada a guerra, chamada da Tríplice Aliança, a Marinha, operando no centro inóspito do continente, subiu
os rios, enfrentando as baterias instaladas nas margens e navios que rebocavam chatas com canhões de grosso
calibre. Assim foi travada a Batalha Naval do Riachuelo. Depois, o avanço pelos rios Paraná e Paraguai,
apoiando a marcha do Exército, foi conduzido com os encouraçados fluviais, que eram atacados por centenas de
canhões assestados nas barrancas e fortalezas e pelas bogarantes, canoas repletas de guerreiros guaranis, que
abordavam os navios brasileiros e travavam lutas de arma branca nos conveses, até serem expulsos.
Os problemas de manutenção do material - moderno, para a época -, e a resistência física das guarnições,
encerradas em compartimentos de ferro, por meses seguidos, em clima tropical, constituíam dificuldades
adicionais para a força naval. As baixas por moléstias superavam as devidas à ação inimiga. Além de Riachuelo,
a vitória final das armas brasileiras deve muito ao forçamento de perigosas passagens, como Curupaiti e
Humaitá. Finda a Guerra do Paraguai, houve um interregno de paz, lamentavelmente interrompido por agitações
políticas.

Em 1918, A Marinha entrou novamente em combate , quando a campanha submarina alemã, na I Grande Guerra,
atingiu nossos mercantes, em razão do que, assumimos o compromisso de enviar uma força naval para patrulhar
a costa africana entre Dakar e Gibraltar. A Divisão Naval em Operações de Guerra - DNOG -, composta por dois
cruzadores, quatro contratorpedeiros, um tender e um rebocador, partiu em julho de 1918. Os maiores inimigos
que enfrentou, além de um submarino nas proximidades de Freetown, foram as dificuldades marinheiras para
abastecer os navios com carvão, em alto-mar, e a gripe espanhola, que grassou em Dakar e transformou a
operação em tragédia, com tripulações inteiras atacadas simultaneamente, enquanto as patrulhas prosseguiam. A
moléstia fez 176 vítimas mortais.

A 2ª Guerra Mundial encontrou a Marinha em situação material bastante precária, devido ao abandono a que fora
relegada pelos governos. Assim, quando o submarino alemão U-507, na noite de 21 para 22 de agosto de 1942,
nas costas de Sergipe, afundou cinco mercantes, com a perda de 607 passageiros, tínhamos muito pouco com que
enfrentar o inimigo que ameaçava nossas linhas de navegação. Mas, com enorme esforço e com o auxílio
norte-americano, em pouco tempo, dispúnhamos de uma frota anti-submarinos bem equipada e aguerrida.

Nossa principal tarefa foi a de garantir a proteção dos comboios que trafegavam entre Trinidad, no Caribe, e
Florianópolis, em nosso litoral sul. Foram eles 574, formados por 3.164 mercantes, dos quais, apenas três foram
afundados. E não porque não houvesse submarinos. Dezesseis deles foram destruídos no Atlântico Sul, muitos
por aviões, depois de avariados por ataques de unidades de superfície. Documentos alemães confirmam que
realizamos 66 ataques contra seus submarinos.
Coube, ainda, à Marinha, a escolta do transporte da FEB até Gibraltar e o patrulhamento oceânico contra os
furadores de bloqueio, navios que traziam mercadorias do Oriente para a Alemanha.

Hoje, bem equipada, no que tange à qualidade, a Marinha desempenha o papel reservado do Poder Naval em
tempo de paz, funcionando como elemento dissuasor ao estabelecer um custo elevado a eventuais opções
militares de adversários em potencial, respaldando a ação política do governo no campo das relações
internacionais e mantendo-se atualizada, pronta a se expandir quando necessário.

Fonte: https://www.marinha.mil.br/historia

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