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I N ST I T U T O D E LE T RAS E ART ES
D EP ART AM EN T O D E LET RAS CLÁSS I CAS
P ROG RAM A D E G RAD U AÇÃO EM L ET RAS
SATIRICON
(TITUS PETRONIUS NIGER, 27-66 EC)
Por
WISLEY DO CARMO VILELA
Letras Português-Inglês
wisley@wisley.net
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 3
2 PETRÔNIO .......................................................................................................................... 4
3 SATIRICON ......................................................................................................................... 4
3.1 PERSONAGENS ......................................................................................................... 5
3.2 CENÁRIO..................................................................................................................... 5
3.3 SUMÁRIO DA TRAMA .............................................................................................. 5
4 OS NOVOS RICOS NO SATIRICON ................................................................................ 7
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 9
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SATIRICON (Petrônio)
1 INTRODUÇÃO
Acredita-se, mas não se sabe ao certo, que a obra Satiricon tenha sido
escrita por volta do ano 60 EC, por Titus Petronius Niger (c. 27-66 EC). O
historiador romano Tácito descreve Petrônio (Anais 16.17) como elegantiae
arbiter, dada sua presença na corte romana como juiz do que é refinado e de
bom gosto, ao ponto de se tornar íntimo do imperador Nero, que julgava suas
avaliações imprescindíveis (Fisher, 1906).
Do ponto de vista literário, trata-se de uma obra da maior importância
para a compreensão do romance, por ter raízes ligadas ao desenvolvimento
deste. De acordo com Bakhtin (2010, p. 413), a sátira minipeia (incluindo-se o
Satiricon de Petrônio) exerceu enorme papel na história do romance. Em
seguida, o autor aponta que há para a ciência um vasto campo ainda não
estudado de apreciação da importância da sátira minipeia para o
desenvolvimento do romance.
Dentre todos os gêneros literários, parece pairar sobre o romance o maior
número de controvérsias no que diz respeito à descrição do gênero. Bakhtin
denuncia “a total incapacidade” da teoria da literatura em relação ao romance e
explica a razão disso. Segundo ele, a teoria utiliza para classificar o romance os
mesmos parâmetros de classificação aplicados a outros gêneros. O problema é
que, diferente dos demais gêneros antigos, o romance não tem uma estrutura
pronta, acabada. Tanto são estáveis e acabados os demais gêneros, afirma o
autor, que “a teoria (…) não conseguiu, até os nossos dias, adicionar quase nada
de substancial àquilo que já fora feito por Aristóteles” (Op. Cit. p. 399)
Tantas são as regras de classificação do romance, quantas são as exceções
às regras, de modo que bem se poderia atribuir ao romance o epíteto de gênero
das exceções. Ao passo que denuncia a inaptidão da teoria em classificar o
romance como gênero, Bakhtin declara que as “definições normativas do
romance dadas pelos próprios romancistas” são mais interessantes e mais
lógicas. O autor prossegue listando quatro características defendidas pelos
romancistas como essenciais ao romance. Primeiro, o romance não deve ser
poético; segundo, o personagem do romance não deve ser heroico, em oposição
ao herói da tragédia ou da epopeia; a terceira característica diz respeito à
apresentação do personagem como alguém que evolui à medida em que vive;
por fim, a quarta característica dá conta do papel do romance em relação à
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SATIRICON (Petrônio)
2 PETRÔNIO
3 SATIRICON
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SATIRICON (Petrônio)
3.1 PERSONAGENS
3.2 CENÁRIO
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SATIRICON (Petrônio)
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SATIRICON (Petrônio)
plano de Eumolpo em ação, conseguem o favor dos habitantes locais, que lhes
concedem uma estadia confortável. Encólpio tem uma aventura sexual com uma
mulher chamada Circe, mas inesperada e inexplicavelmente perde sua potência
sexual. Ele acredita ser vítima de perseguição por parte do deus Príapo e se
submete a inúteis e humilhantes práticas mágicas. Subitamente, Encólpio
recupera sua virilidade. A encenação de Eumolpo está prestes a ser descoberta
pelos moradores de Crotona. Na última cena Eumolpo tenta mais um
estratagema peculiar. Lê-se o testamento em que o velho poeta estabelece a
condição de que quem queira herdar suas propriedades terá de comer seu
cadáver.
Assim termina a obra, fragmentária que é, sem desfecho.
(Conte 1994, pp. 457-8).
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SATIRICON (Petrônio)
BIBLIOGRAFIA
FISHER, C.D. Oxford, 1906 (Tradução Anderson Martins).