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Eu estava noiva.
Eu era feliz.
1 Faz referência ao filme “O silêncio dos inocentes” em que o serial killer, conhecido como Buffalo Bill, faz suas
vítimas passarem loção em suas peles para ficarem macias de modo que ele possa usá-las depois de as matar.
Eu tinha feito grandes progressos na minha carreira,
mas sentia falta da garota que dançava enquanto cozinhava,
ria mais, e que corajosamente dormia com dois homens. Eu
sentia falta da garota que desafiava seu noivo a transar com
ela em público. Que era dona do seu próprio corpo e não
tinha inibições. Que não temia nenhum homem nem a dor
que eles podiam causar.
“Vai entender.”
“Dentro.” Eu disse.
“Jesus.”
Puta merda.
“Por favor.”
“Mais querida? Você precisa de mais?” Eu provoquei.
Ter uma mulher tão poderosa implorando debaixo de mim
teve meu pau mais duro do que nunca. Comecei a me
preocupar que ela me faria gozar com ela quando ela
finalmente se soltou.
“Tigresa.”
Ela sorriu e eu fui para a cômoda ao nosso lado,
precisando de uma melhor alavancagem. Tirei tudo da mesa,
ignorando o barulho. Descansando sua bunda na borda,
agarrei seus quadris e a fodi, perdendo-me à vista do meu
pau entrando e saindo de sua boceta nua.
“Ian. Porra.”
“Você é um porco.”
“Eu não.”
“Não.”
Novamente.
03
CARINA
Um bebê.
Eu estava grávida.
“Jake sabe?”
“Como você pôde fazer isso com ela?!” Acusou meu pai.
“Papai-”
“Papai…”
“Alô?”
“Eu também.”
“Eu vou avisar que você está aqui.” Disse ela, pegando
o telefone. Um momento depois, ela me avisou para entrar.
Puta merda.
“Ian?”
“Esse é o meu bebê.” Ele disse ainda mais alto, seu dedo
apontando para o meu estômago. “Acho que isso tem
preferência sobre o trabalho.”
“É meu certo?”
“Carina.” Eu rosnei.
Eu tive uma hora para lidar com o fato de que ela estava
grávida e, naquele tempo, o medo estava me esmagando sob
seu peso. Eu não havia absorvido nada durante a reunião,
concentrando-me em controlar a crescente pressão no meu
peito - tentando criar um plano de ação na minha cabeça.
Perguntas me bombardeavam, o medo de ser pai - de ser
responsável por outra vida criou o caos, imagens de como
minha vida mudaria, dificultando a respiração.
“Estou ciente.”
“Case comigo.”
“O que?”
Pai: Agora.
Eu tentei falar com ele nos últimos meses, mas ele era
muito teimoso e nunca quis ouvir. Então, eu fiz assim
mesmo. Não necessariamente escondido - daí como ele
descobriu com tanta facilidade. Só sem falar diretamente
com ele.
“Não, ele não fez porque eu posso lidar com isso sozinha.
Eu mesma lidei com isso.”
“Eu também.”
“Você checou?”
Hora de dar um tapa nele com fatos que ele não podia
ignorar.
“Porque é bobo.”
“Carina...”
Eu olhei de volta para Jake, e ele permaneceu estoico
ao meu lado, apenas me dando um pequeno aceno de apoio.
Era tudo o que eu precisava.
“Papai.”
“Filho.”
Minha mãe se moveu ao redor dele, e eu ainda tinha que
me inclinar para ela beijar minha bochecha, mesmo quando
ela usava seus estiletes. Eu nunca saberia como ela se
equilibrava neles, mas ela prometeu usá-los em todas as
chances que tivesse, alegando que usava tênis e roupas de
banho o suficiente para poder se vestir bem sempre que
pudesse.
“Ei, mãe.”
Meu pai poderia muito bem nem ter ouvido ela. “Não,
Ian. Quando é o casamento? Se você ainda não definiu a
data, talvez possa fazê-lo mais cedo ou mais perto do Natal
para que possamos estar lá sem precisar reservar um voo
extra para casa.”
**
Rebecca.
“Que bom.”
“Oito de outubro.”
“Obrigado.”
Hormônios estúpidos.
09
IAN
Ian: Certeza?
Carina: Sim.
“A qualquer momento.”
“Saia, Ian.”
“Sim.”
“Sim.” Eu respirei.
“Ele?”
“Claro.”
Estávamos progredindo, ela nem hesitou antes de ceder.
Eu segurei minha mão contra o local onde o último chute
aconteceu e esperei. Quando eu senti isso, uma explosão de
risos irrompeu de mim. “Puta merda!”
“Claro.”
“O que acha de mexicana?”
SEXTA-FEIRA.
Carina: O que?
SÁBADO.
3 OMG – Oh My Good
DOMINGO.
Ian: * Suspiro *
Ian: Okaaaay.
SEGUNDA-FEIRA.
Carina: Não :(
QUARTA-FEIRA.
Ian: Bem-merecido.
“Nada.”
“Obrigada, Anne.”
Eu não tinha dito a meu pai ou Jake que Ian era o pai.
Eu estava tão ocupada com o trabalho que sinceramente
nem tinha pensado nisso. Minha pele formigou de pânico no
cenário prestes a se desenrolar. Como um acidente de trem,
eu só podia ficar parada e assistir.
“Traidor.” Eu murmurei.
“Meu ex-noivo.”
“Sim, senhora.”
Tomei outro gole e olhei para ele. Ele fez o sofá do meu
escritório parecer minúsculo sob seu corpo grande. Um
corpo que eu conseguia lembrar de cada centímetro. Um
corpo que eu queria estar debaixo de novo.
“Ok.”
“Umm... ok.”
“Bem, com certeza não fui eu que fiz. Não sou boa
cozinheira, para o desgosto da minha sogra italiana.” Ela nos
acenou em direção à sala de jantar. “Agora, sente-se.
Gostaria de água, chá? Temos praticamente qualquer coisa.”
“Okay, certo.”
“Vamos. Admita, eu estava convencendo até você. O
pobre pai de seu filho teria que usar um tapa-olho. Nosso
bebê teria que crescer acreditando que eu era um pirata.”
Mas não foi uma contração falsa que roubou meu fôlego
quando eu saí do meu escritório.
4 Contrações falsas.
momento para se aproximar. O que mais me irritou é que ele
não se afastou.
“Você tem certeza que não sente falta do meu beijo?” Ele
perguntou logo antes de seus lábios pressionarem o canto da
minha boca. “Diga-me que você não sonha com o nosso
encontro, sobre estarmos juntos. Diga-me que não se lembra
de como foi bom.”
Espera.
Não.
“Ok, obrigada.”
“Ok.”
“Bom.” Ele deu um sorriso vitorioso que quase me levou
de volta, só para argumentar, mas ele já estava saindo pela
porta antes que eu pudesse. “Grite quando estiver pronta.”
“Combinado.”
Puta merda.
“Será Audrey.”
**
No dia seguinte eu comecei a informar as pessoas que
elas poderiam me visitar. Surpreendentemente, minhas tias
não foram as primeiras pessoas a entrar pela porta. Ian tinha
acabado de sair para almoçar quando meu pai entrou.
“Ei, menina.”
“Pai.” Eu respirei.
“Claro.”
“Você acha?”
“Cansada.”
“Obrigada, pai.”
13
IAN
Eu queria mais
“Sem argumentos.”
“Eu não sei, Ian. Como devo fazer isso quando estamos
em casa por um minuto e já estou perdida?” Oh, meu Deus.
Sua respiração aumentou e eu apalpei suas bochechas e
puxei sua cabeça para me encarar.
Meu primeiro instinto foi rir, mas seu rosto estava sério.
A ideia era tão inesperada, que eu não sabia o que pensar.
“O que?”
Não, eu precisava ser firme, e ele era Ian sendo Ian, sem
pensar em todas as complicações de sua ideia.
“Ok.”
“Por quê?”
“Eu não sei. Eu acho que crescer com apenas meu pai,
que teve tanto sucesso, me levou a querer ser boa o suficiente
para ele. Ele me ensinou bem, mas ainda vê o mundo dos
negócios de uma maneira antiquada, pensando que os
homens não vão me levar a sério na sala de reuniões. Então,
eu trabalhei duro e fiz muito disso sozinha para provar a ele
que eu era tão boa quanto qualquer homem - que eu era a
melhor.”
“Bem, eu prefiro tê-la em nossas reuniões a qualquer
outra pessoa.” Disse ele baixando os olhos para o meu peito
e voltando para o rosto, balançando as sobrancelhas por
precaução. “Mas também vi o que você está nos cobrando e,
francamente, acho que ninguém teria conduzido uma
barganha dura.”
“Tão modesta.”
“A bomba?”
Mais tarde.
Como mágica.
“Não posso dizer que percebi desde que olho para Alex
o tempo todo.”
“Alexandra também tem ótimas pernas. Eu já olhei para
ela muitas vezes.”
“Não.”
“Sim. Feliz?”
“Ei, Ian.”
“Nós devemos ir.” Disse Carina, uma vez que ela estava
arrumada novamente.
“Que babaca.”
Eu ri do seu insulto. “Sim, acho que não sou mais a
mesma desde então.”
“E o balanço?”
7 Faz referência à musica Crash and Burn da banda Lifehouse que fala basicamente sobre suicídio.
Carina deu de ombros e continuou balançando.
“Ian...”
“O quê?”
“Onde estão suas roupas?”
Eu perdi isso.
“É exatamente o mesmo.”
Pela primeira vez, com Ian dizendo algo tão sério para
mim, eu não zombei ou menosprezei. Seu senso de humor
fácil e sua atitude infantil facilitam o acesso a esse playboy
distante. E talvez fosse isso que ele tinha sido, mas esta casa
gritava o quão errada eu estava, pensando que era o que ele
sempre quis ser. Eu me distraí de Ian, concentrando toda
minha atenção em nosso bebê. Eu tinha usado suas piadas
como uma parede para manter o espaço ao redor do meu
coração. Eu disse a mim mesma que precisava de alguém
sério ao meu lado.
Mas naquele momento, com o rosto brilhando sob a luz,
segurando nossa menininha embalada em segurança contra
seu peito, senti a primeira rachadura na parede começar e
fiquei preocupada com o que realmente viver juntos faria
com minha restrição. Não era sobre ele ficar para estar com
Audrey. Era eu desistindo de uma grande parte de mim e
fazendo um novo lar com ele.
“Obrigado.”
Eu me virei. “O quê?”
“É pra já.”
“Eu também.”
19
CARINA
“Não.”
Ian estreitou os olhos com a minha rápida negação, mas
não pareceu excessivamente incomodado. Ele me conhecia
bem o suficiente para que minha resposta não o
surpreendesse. “Somos parceiros criando nosso bebê. Agora,
apenas em um lugar que possa abrigar todos nós e não
arriscar minha vida a cada passo que dou.”
“Sim.”
“Você vai fazer isso toda vez que conseguir o que quer?”
“Provavelmente.”
“Ian!” Eu gritei.
“Você é horrível.”
“Merda.”
Aquele sorriso.
“Ok.”
DIA DOIS:
DIA CINCO:
8 É um momento em que os pais incentivam seus filhos a passarem algum tempo na posição de bruços.
Ian: Bom. Agora me envie uma foto para que eu possa
ver minhas garotas.
DIA SETE:
Carina: Atire.
DIA NOVE:
Ian: Nós, é?
“Mas é verdade.”
“Assistindo um filme?”
“Bom.”
DIA DEZ:
Carina: O que?
Carina: O que????
Ian: …
“Sim, senhora.”
“Cale a boca.”
“Sim. Mais.”
“O prazer é meu.”
“Assim.” Eu gemi.
“Ian...”
“Oh, você quer que eu seja seu pai? Eu posso fazer isso.
Talvez uma surra.”
“Eu sei que isso pode chocar você, mas estou tentando
estar presente para alguém. Pode ser um impulso do
momento, mas vi que Carina precisava de mim e vou estar
lá planejado ou não.”
“Certo.”
“Vamos.”
“Ótimo.” Eu respondi.
“Ian!” Eu adverti.
“Jesus, Ian.”
“Por um tempo.”
“Sim.” Eu respirei.
Seu sorriso foi a última coisa que vi, porque assim que
sua boca se agarrou à minha boceta, meus olhos reviraram
na minha cabeça e eu não fiz nada além de sentir.
“Carina.”
Suas coxas eram fortes por toda a corrida que ela fazia,
e eu adorava a maneira como os músculos tremiam e se
contraíam sob minhas carícias.
“Mais.”
“Ian, sim.”
“Eu sei.”
“E se não funcionar?”
“Voyeur.”
“Voyeur?”
“Goze.” Eu choraminguei.
“Tem certeza?”
“Pronto?” Perguntei.
“Você sabe o que eu quero dizer. Por que vocês não estão
em lua de mel?”
Mas não era meu lugar dizer nada ou julgar, então puxei
Olivia em meus braços. “Fico feliz em tê-la aqui. Precisamos
equilibrar toda essa testosterona.”
“É perfeito.”
“Tão previsível.”
“Exatamente assim.”
“Parece perfeito.”
“Estou tão feliz que você está aqui, Carina.” Ela deu um
passo para trás, mas segurou minhas mãos. “E prometo que
não é apenas por causa daquele adorável bebê.”
“Sim, senhora.”
Ponto. Provado.
“Hã?”
“O que aconteceu?”
Talvez.
Eu era o suficiente?
25
IAN
“Promessas, promessas.”
“Funcionaria se eu tentasse?”
“Não.”
10 Time de beisebol.
“Mas seus pais queriam que você fosse? Mesmo que
você não quisesse?”
“Sim, Ian.”
“O que?”
“Você já faz.”
“Na verdade, não. Quero dizer, ela está feliz por você ter
Audrey, mas não por nós.” Explicou ela, gesticulando entre
nós.
Eu balancei minha cabeça. “Ela está feliz por nós. Você
simplesmente não está por perto o suficiente para vê-lo.”
“Sim?”
“Obrigada.”
“Bergamo.” Eu respondi.
“Ian?”
“Tem certeza?”
“Pobre bebê.”
“Tchau.”
“Saindo?”
Ah Merda.
Campainhas de aviso tocaram como sirenes na minha
cabeça. Todos pareciam muito com Carina me dizendo: eu te
disse. Ela estava certa e eu era burro.
“Carina...”
“Eu não sei o que você viu, mas não é o que você pensa.”
Eu disse, passando por ele para pegar minha jaqueta e
chaves.
“Obrigada.”
Ela me puxou para um abraço, e mais lágrimas
escorreram livres. Vivian as enxugou e deu um beijo na
minha testa e saiu.
Puta merda.
Vendida.
Escravidão sexual.
Hanna.
“E Audrey?”
“Eu vou levá-la comigo.”
“Carina.”
Sozinha.
27
CARINA
Sim.
“Carina.”
**
Eu: Está tudo bem. Nós vamos ficar no meu pai por
enquanto.
Era mentira, mas eu não podia tê-lo aparecendo no meu
apartamento ainda. Eu ainda precisava de espaço para
pensar em tudo.
“Alô?”
“Carina?”
“Você comeu?”
Sua cama
“Eu te amo.”
“Boa.”
“Foi errado.”
“Eu sei.”
“Isso é justo.”
“Isto é.”
Ficamos paradas mais um momento nos encarando
antes que Hanna quebrasse o silêncio.
“Claro.”
“Em cima.”
“Sim, senhora.”
Hanna