O documento discute a interseccionalidade e como ela pode ser aplicada para analisar a violência política sofrida por parlamentares negras como Renata Souza e Marielle Franco. A interseccionalidade reconhece que as mulheres na política são oprimidas por múltiplas formas de opressão baseadas em raça, gênero, classe e outros fatores. O assassinato de Marielle Franco não foi apenas um assassinato, mas um aviso das dominações do racismo, violência de gênero e homofobia.
O documento discute a interseccionalidade e como ela pode ser aplicada para analisar a violência política sofrida por parlamentares negras como Renata Souza e Marielle Franco. A interseccionalidade reconhece que as mulheres na política são oprimidas por múltiplas formas de opressão baseadas em raça, gênero, classe e outros fatores. O assassinato de Marielle Franco não foi apenas um assassinato, mas um aviso das dominações do racismo, violência de gênero e homofobia.
O documento discute a interseccionalidade e como ela pode ser aplicada para analisar a violência política sofrida por parlamentares negras como Renata Souza e Marielle Franco. A interseccionalidade reconhece que as mulheres na política são oprimidas por múltiplas formas de opressão baseadas em raça, gênero, classe e outros fatores. O assassinato de Marielle Franco não foi apenas um assassinato, mas um aviso das dominações do racismo, violência de gênero e homofobia.
Alunes: Ana Beatriz Meziara, Carolina Rodrigues, Larissa Santos, Lívia Pitta
A Interseccionalidade é um conceito advindo do movimento feminista da França e foi
popularizado com o livro "Interseccionalidade" de Patrícia Collins e Sirma Bilge. O conceito deve ser utilizado para fazer análises da realidade da violência política vivida por parlamentares negras como Renata Souza e Marielle Franco. O deboche sofrido em meio aos discursos da Renata, a morte política de Marielle e as Fake News espalhadas ao seu respeito mesmo após sua morte, são exemplos de que maneira as matrizes de dominação vão produzir uma identidade de resistência nessas pessoas. Matriz de dominação é entendida pelo funcionamento que domina os corpos que vem antecedente aos marcadores sociais da diferença que produz aniquilamento e não desafios aos indivíduos, isto é, a diferença não produz a dominação. Nesse sentido, um indivíduo não é oprimido nas suas diferenças de modo separado, e por isso entende-se que as mulheres na política vão ser oprimidas pelas matrizes de dominação nas suas mais diversas dimensões dos seus marcadores de diferença, seja raça, religião, classe, território, identidade de gênero, sexualidade e etc. Sendo assim, temos de imediatamente analisarmos a violência política contra as mulheres partindo de uma noção que existe uma opressão que age nos modos de existência de maneira interseccional. Na última quinta transinstitucionais recebemos Renata Souza, atual deputada estadual no Rio de Janeiro, onde ela elencou alguns casos de violência sofridos em ambiente político. Como por exemplo a falta de banheiro feminino na ALERJ e o medo dela se candidatar e se tornar uma nova Marielle. Isso demonstra como o impacto das matrizes de dominação fazem os indivíduos responderem à opressão sem ter a possibilidade de falar de si a partir da diferença. A partir da fala da Renata surgiu uma urgência de análise a partir do pressuposto fortemente interseccional que a morte da vereadora preta, lgbt, periférica Marielle Franco não foi meramente um assassinato e sim um aviso das dominações do racismo, violência de gênero e homofobia de que esses corpos não são bem vindos no espaço de poder público. Dessa forma entendemos a importância de analisar a partir da interseccionalidade a possibilidade de potência criada pelos marcadores de diferença e organização de pensamento político. Sobretudo, o caso de Marielle produz um efeito de um luto com certa dimensão positiva que reafirma, até hoje, em nível nacional, um sentimento de que cada um pode resistir com a potência de seus marcadores, e que há a possibilidade de diferenciar-se frente à opressão. Figuras como Marielle movimentaram essa luta-luto que nos dá pistas de como é possível caminhar pelos corredores dos espaços de poder político como corpos que criam todos os dias instituintes.